Filmes sobre ciborgue A arte é uma forma de expressão

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Filmes sobre ciborgue A arte é uma forma de expressão
Filmes sobre ciborgue
A arte é uma forma de expressão de seu autor e acima disso,um retrato da
sociedade em que ele viveu, representando suas idéias, valores e sendo um retrato
provavelmente eterno de como foi aquele tempo vivido, assim o cinema, uma de forma
de artes mais premiadas da atualidade não foge disso, e análise de filmes sobre
ciborgues talvez seja o melhor jeito de mostrar a relação homem – maquina, e o que
prevemos pro futuro, os medos e a esperança que toda a humanidade tem em relação à
evolução tecnológica tem causado e ao fato de que a cada dia que se passa, o mundo
está repleto de ciborgues.
3.1 Blade Runner
Deckard (Harrison Ford) é um detetive, um 'blade runner', exterminador de
andróides, os replicantes da geração Nexus 6, um deles representado por Rachael, por
quem Deckard se apaixona e termina o filme com ambos fugindo, indo para nosso
imaginário de homem x mulher-andróide. Eles se beijam no filme e ela pergunta em
algum momento: “Você me ama?"
Ele mostra claramente o fato do convívio entre os humanos e as máquinas, como
que no filme mostra os ciborgues com memórias de uma pessoa humana, achando que
foi sua própria vida, deixando até ser duvidoso o fato de não saber quem é humano e
quem não é.
A história do filme foi adaptada de “Androids Dream of Eletric Sheep”, e foi adaptada
pelos roteiristas Hampton Fancher e David Peoples. O seu visual futurista-retrô é
inesperado nos filmes estilo noir, característico da década de 50, nos quadrinhos de
ficção franceses e no grande clássico “Metrópolis”, de Fritz Lang, o qual utilizou da
trilha sonora de “Carruagem de Fogo” de Vangelis.
Esta história se passa quando os ciborgues só viviam quatro anos, depois eram
desligados automaticamente, além disto,quando eles são criados,são implantadas
memórias de um ser humano neles, e alguns ciborgues descobrem que são máquinas e
se rebelam, querendo que o criador aumente a vida deles. Um policial tem que impedir
que isto aconteça, entre o filme acontecem variadas tramas, incluindo um amor entre
uma ciborgue e este policial humano.
Além da versão do cinema houveram mais outras versões, tais como a versão do
diretor e a edição especial, que trás em três discos, quatro versões deste mesmo,
contando com um documentário de 213 minutos, cada uma das três “versões
arquivadas” do filme, comentário de áudio e a “versão final” do filme
3.2 – Inspetor Bugiganga
Feito pelo diretor David Kellogg com roteiros de Kerry Ehrin, Zak Penn, criado
em 1999. Este é um excelente filme não somente para assistir, mas também para ver
coisas inovadoras e se surpreender a cada momento.
Este filme é sobre um policial, o John Brown, que sonhava em ser um grande
policial, mas o destino lhe impõe coisas inesperadas que o levam a ser o candidato ideal
para um projeto secreto no qual a cientista Dra. Brenda Bradford, o qual o transforma
em um ciborgue, usufruindo de seus vários acessórios e se tornando o que sonhava ser.
É interessante ver como o personagem principal usa seu lado robô para as suas
necessidades como braço que estica e várias outras coisas o qual se ele fosse puramente
humano, não conseguiria.
Mas ele continuava a ser um humano, só que com uma tecnologia dentro dele
que ajudava em suas necessidades e que ele sabia usar, e sem essa difusão entre humano
e máquina, isto não seria possível, e não conseguiria estar tão perto de conquistar o seu
sonho, fazendo-nos pensar que a tecnologia como prótese e outras coisas podem nos ser
uteis para o nosso cotidiano, e que a tecnologia não é só maligna.
3.3 – ExistenZ
O filme eXistenZ trata-se de uma ficção cientifica e surreal, na qual é falado de
seres humanos que se conectam a um jogo através de um plug corporal. O seu console é
um tipo de ser vivo que para você poder entrar no jogo, você deve acariciá-lo.
Este filme mostra perfeitamente o movimento Cyber punk, que como o nome já
diz, é cibernética com punk. No caso do filme, o cyber punk pode ser visto, logo no
começo, quando a criadora do jogo está fazendo uma demonstração e logo depois uma
pessoa se levanta da platéia e tenta matá-la com uma arma estranha, feita de carnes e
ossos, e que suas balas são dentes humanos, para não ser detectada nos detectores de
metais.
Apos o ocorrido, um homem salva a criadora e a tira do local, protegendo-a.
Esse homem e a criadora do jogo continuam juntos até o final do filme, mas como eles
se conectam a novos jogos, eles mudam cada vez de personagem, e você não consegue
saber se é a vida real ou se eles estão no jogo, tanto que na ultima cena do filme, acaba
com outro personagem fazendo a pergunta “Ainda estamos no jogo?”.
Este ocorrido faz com que nossa cabeça se confunda e que ela comece a pensar
se o filme já começou no jogo, ou se eles foram entrando no jogo depois, ou se eles não
conseguem mais sair dos jogos, tem muitas opções para a resposta certa, que
teoricamente não existe.
3.4 – Robocop
“Precisamos de oficiais de policia que trabalhem vinte e quatro horas por dia,
um policial que não precisa comer ou dormir, um policial com nível superior e com
reflexos perfeitos”. Um pouco antes dos 10 minutos de filme o telespectador é atingido
por esse discurso, o qual pode guiar facilmente o telespectador o caminho que o filme
irá seguir, ou seja, rapidamente será descoberto que o filme trata da tecnologia na força
policial, esta usada como melhoria para que no combate ao crime não haja falhas.
O Filme começa com um telejornal de uma Detroit futurista que está
bombardeada de noticias considerada ruins pro mundo, como guerra e problemas em
bases espaciais, também notícias um confronto de policiais e bandidos que acaba com
dois policiais gravemente feridos, mas que um deles consegue reconhecer um dos
bandidos o qual já havia sido acusado da morte de trinta e um policiais. O noticiário é
transmitido mais vezes durante o filme e é possível perceber algumas cosias: ele é
praticamente formado somente por noticiais ruins que na maioria das vezes esta
relacionado à violência e a guerras civis que os Estados Unidos se envolveram dando
apoio a um dos lados (muito comum isso na época que o filme foi produzido, pois
estava em época de guerra fria) e que ele é sempre interrompido por algum comercial
que mostra o capitalismo selvagem em que a sociedade vive, onde tudo é produto até
mesmo um coração.
Também é apresentada uma notícia que o sindicato dos policiais acusa uma
firma que adquiriu o controle da força policial e por isto a policia vem enfrentando
tantos problemas, a segunda cena do filme apresenta uma reunião entre os executivos
dessa firma para que se possa resolver este problema, a grande proposta vem do vice
presidente Dick Jones (Ronny Cox) que faz o discurso citado anteriormente como uma
solução para esse problema e é apresentado o robô ED-209, um robô que viria ajudar os
oficiais da policia ou até mesmo substituí-los no combate contra o crime, porém ele
falha em sua demonstração, matando um dos executivos, fato que não é de agrado ao
presidente da firma e que decide não só não aceitar o projeto de Dick como dar uma
chance ao projeto de Bob Morton (Miguel Ferrer) que consistia em um policial humano,
porém “aperfeiçoado” pela tecnologia, um ciborgue que raciocinasse feito um homem,
mas com seu fisco superior podendo ricochetear balas, melhor capacidade de mira e
memória gravada, este seria o Robocop. Na reunião também se fala do plano de
substituição da cidade,uma que fosse nova e sem os problemas que Detroit vem
enfrentando,mostrando até que a própria cidade se tornou mercadoria.
Enquanto tudo isso acontece o Policial Alex Murphy (Peter Weller) enfrenta seu
primeiro dia de trabalho no seu novo departamento de policia e junto com sua nova
parceira Anne Lewis (Nancy Allen), porém já em seu primeiro combate contra o crime
é morto pela gangue de Clarence Boddicker (Kurtwood Smith) o bandido que deixou
gravemente ferido o oficial da notícia do começo do filme deixando sua família, porém
é o que faz ser o primeiro oficial a ter a chance de se torna o Robocop.
A partir deste momento, o policial Murphy assume outro nome, o de Robocop,
um incrível policial ciborgue cujo impressiona até mesmo os outros policiais e uma
grande eficiente maquina contra o crime salvando no primeiro dia o prefeito da cidade,
fato que o deixa famoso e causa até mesmo uma aparição no telejornal. Este individuou
não parece mais ser Murphy, na verdade nem se quer mesmo parece ter sido um
humano algum dia tendo só duas características humanas, seu rosto que é escondido
pela máscara e a capacidade de raciocínio, pelo menos é o que parece até a cena onde
ele esta “descansando” e começa a sonhar com a memória de seu assassinato, ou seja,
laços humanos ainda estão presentes no Robocop e assim ele busca que a justiça seja
feita com seus assassinos. O que coloca Murphy em problemas maiores, como o fato de
que Clarence esta ligada a Dick devido ao assassinato encomendado pelo Vice
Presidente de Bob Morton, a partir daí Murphy tenta cumprir a justiça até contra um dos
membros da firma que o criou, o que não pode ser feito, pois uma das diretrizes de
Murphy é não atacar algum membro da firma.
Suas diretrizes são:
1. Servir à população
2. Proteger os inocentes
3. Cumprir a lei
4. Confidencial – (esta era a diretiva que o impedia de atacar executivos da OC)
Robocop é um filme bastante interessante quando se fala da sociedade do futuro
e suas características, Detroit esta um caos, vários órgãos públicos como a policia foram
privatizado, e para a solução dos problemas é empregado a tecnologia e no filme alguns
pontos são bem importantes:
1- O Robô ED-209 é uma das provas que a tecnologia esta sujeita a falhas gravíssimas
como na cena em que acidentalmente executa um dos empresários da firma, isso
porque não tem o raciocínio humano para refletir o que pode fazer logo agindo de
maneira mecânica e em nenhuma hipótese fugindo do que foi programado.
2- O raciocínio humano é o ponto mais forte do ser humano e por isso sua presença é
vital na criação de um ser perfeito como é o ciborgue Robocop, é isso que o
diferencia brutalmente do robô ED-209 e teoricamente é a única característica
humana mantida para que ele possa se torna o policial perfeito como na cena final
do filme quando o presidente esta preste a ser morto e demite Dick, se o Robocop
fosse somente uma maquina provavelmente teria que registra no computador da
empresa que Dick foi despedido pra só assim computar que Dick agora seria um
alvo legitimo, porem o raciocínio humano nele já faz todo esse processo
rapidamente, se não fosse por isso o presidente da firma teria morrido.
3- Ao contrario de Blade Runner, o ciborgue que luta contra a firma que o criou não é
o vilão do filme e sim o herói, o oficial Murphy é um homem cheio dos valores
prezados pela sociedade, na verdade é quase um príncipe encantado sem defeitos,
um homem que parece ser puro e que nada o corrompe.
4- Ele apresenta memória, afetividade a sua família e raiva dos criminosos, logo
apresenta sentimentos, características humanas, sendo assim, não é somente uma
máquina.
5- O desenvolvimento da tecnologia não é feito para ajudar a sociedade e sim para
garantir lucros maiores e fim de problemas para as grandes empresas capitalistas.
No fim como qualquer filme clichê Hollywood, o herói cumpre sua missão tendo
todos os vilãos mortos e a força policial tem um novo reforço pra luta contra o crime e
ajudar a melhorar a vida na cidade de Detroit.
Robocop apresenta algumas críticas à sociedade, mas se sobressai ao apresentar o
grande justiceiro ciborgue que virou marca icônica da cultura pop e nos apresenta uma
reflexão de como a tecnologia pode ajudar a sociedade, aonde diferente de vários filmes
de ficção cientifica onde o vilão é o robô que tem alguma falha, aqui temos o robô
como um ser puro que busca somente o bem o humano com sérios desvios morais.
3.5 – Johnny Mnemonic
O Filme começa com Johnny (Keanu Reeves) em uma cama com uma provável
prostituta de luxo de custo de 10 mil dólares e rapidamente já mostra um problema de
memória de Johnny,quando se é perguntando onde ele mora, ele simplesmente fala que
não se lembra onde morava, isso ocorre por causa do chip em sua cabeça que ele tem
por ser um Mnemonic, uma espécie de traficante da informação no futuro de 2021 onde
as empresas dominam o mundo e grupos rebeldes lutam contra ela porem sofrem fortes
caças da Yakuza, e o Mnemonic é mostrado no filme como o mensageiro dos rebeldes,
um mercenário que ao ser contratado, é colocada uma informação na cabeça dele e ele
tem que descarregar aonde foi combinado. E é em torno de uma dessas missões de
Johnny que o filme se baseia.
Logo, Johnny está fazendo uma ligação através de sua TV para o seu empresário,
ele fala sobre querer tirar o chip de sua cabeça, mas o empresário avisa que Johnny não
tem dinheiro suficiente para isso e o aconselha a aceitar uma ultima missão para
conseguir a quantia necessária para tira o chip, porém, essa missão é muito arriscada
para Johnny.
Johnny é avisado que precisa aumentar sua memória para a missão e logo ao chegar
ao hotel dobra sua memória de 60 gigabytes para 120 gigabytes. Porém, ao chegar ao
local descobre que a informação tem 320 e gigas de memória, ou seja, exatamente o
dobro do que Johnny pode suporta e isso é muito perigoso, pois dentro de dois ou três
dias Johnny morreria de sobrecarga, e, além disso, a informação contida vem de uma
grande firma farmacêutica e seu conteúdo é desconhecido até porque Johnny não tem a
senha de acesso, três imagens, que no exato momento estão sendo escaneada. A Yakusa
entra no local e interrompe o processo, ficando com uma das três imagens, e outra fica
com Johnny que consegue fugir para Newark, onde a informação tem que ser entregue.
Ao chegar a Newark Johnny enfrenta mais problemas como descobrir que só tem
mais 24 horas de vida o que o faz querer tirar a informação a qualquer custo mesmo que
não cumpra seu objetivo, enfrenta membros da Yakuza no local de encontro, porém, é
ajudado por J-Bone (Ice-T) uma espécie de líder dos Loteks, um grupo da resistência
em Newark, também sofre com seu empresário que deixa a Yakuza tentar corta sua
cabeça para conseguir a informação, porém, é salvo pela bela Jane (Dina Meyer) que é
uma garota cheia de implantes para que possa ficar mais ágil e mais forte, entretanto,
tais implantes lhe trouxeram a terrível NAS (em português SAN) uma doença que
contaminou metade da população do mundo devido aos apliques. Ela também tem
problemas no sistema nervoso e treme por horas, logo não pode realizar seu desejo de
guarda costa, mas isso muda ao salvar Johnny, pois recebe uma proposta de 50 mil para
mantê-lo vivo e ser sua guarda costa, e assim Johnny parte para uma aventura, cheio de
problemas como desmaios e tremedeiras, enquanto Jane sofre devido as seus problemas
tecnológicos, e em busca de tirar a informação da sua cabeça antes que a Yakuza tire
sua própria cabeça.
Johnny Mnemonic é um filme que contém vários detalhes interessantes como o fato
de praticamente todo personagem ser um ciborgue, devido a implantes como o de
Johnny na cabeça e que teoricamente seria algo que melhoraria a vida a vida dos
personagens como se torna uma espécie de pen-drive ambulante, ou então algo que
melhore sua agilidade e força, ou até mesmo um chicote de laser embutido no dedo
como um dos principais membros da Yakuza. Mesmo assim, se fizermos uma visão
mais grosseira da análise de Dona Haraway do que é um ciborgue, isso não se limita a
maioria dos personagens e sim a todos, pois a tecnologia no ano de 2021 no filme é tão
grande que não existe um lugar onde ela não esteja presente e os personagens
intimamente ligados a ela, tendo até mesmo um espírito dentro da máquina que busca
ajudar Johnny em sua missão.
Outro fator interessante é as semelhanças e as diferenças entre Johnny Mnemonic e
o filme Robocop. Os dois filmes se passam no futuro, tendo os ciborgues como
personagens principais, cidades em caos e um grande avanço tecnológico. Porém, as
diferença já começam na personalidade dos heróis, enquanto o Robocop sempre busca
fazer o bem, Johnny apresenta diversos desvios morais, e se coloca em primeiro lugar
antes dos outros, deixando bem claro isso quando fala: "que porra está acontecendo?
Toda minha vida eu tive o cuidado de ficar no meu canto, sem complicações. Agora, de
repente, sou o responsável por toda a porra do mundo, e todos estão tentando me
matar... Isso se minha cabeça não explodir primeiro! Você vê aquela cidade lá no
fundo? Era lá que eu deveria estar! Não aqui embaixo com cães, lixo e essas merdas de
jornais do mês passado. Enchi-me deles, me enchi de você, me enchi de tudo isso! Eu
quero um serviço de quarto! Eu quero um 'club-sandwich'! Eu quero uma cerveja
mexicana gelada! Eu quero uma prostituta de 10 mil dólares! Eu quero minhas camisas
lavadas... como eles fazem... no Imperial Hotel... em Tóquio!”. Isso diz em relação em
saber que a informação que está em seu cérebro é a cura para a NAS, e em determinado
momento até nega correr o risco de morrer para que a informação seja tirada da sua
cabeça.Outro ponto de diferença entre os dois filmes é o fato de que as críticas
apresentadas a sociedades são muito diferentes.Johnny Mnemonic faz uma forte crítica
à tecnologia e à total redenção do ser humano a ela, pois agora o ser humano não
consegue viver sem a mesma ,mesmo esta sendo causadora de doenças ao homem,
como os problemas de Johnny e Jane.Já em Robocop, a tecnologia só acrescenta fatores
positivos à sociedade, a crítica de Johnny Mnemonic talvez se de ao fato de que em
1995, a internet ainda assustava muitas pessoas e cada vez mais haviam sinais de que o
mundo não poderia viver sem a tecnologia.
Johnny Mnemonic é um grande filme e muito importante para o gênero quando se
fala de ciborgue, não foi preciso mostra peças metálicas diretas, porém mesmo assim se
trata de ciborques. Nem todos ciborgues no filme tem super força, ou então uma mão de
ferro, mas sim implantes, que aumentam suas capacidades, propondo que um simples
chip pode fazer de alguém um ciborgue e que cada vez mais a tecnologia nos domina.

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