Caderno de Resumos e Programação

Transcrição

Caderno de Resumos e Programação
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO E
Caderno
de Resumos e
RESUMOS
Programação
Universidade Federal do Maranhão
Reitor: Prof. Dr. Natalino Salgado Filho
Vice-Reitor: Antônio José Silva Oliveira
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva
Diretor do Centro de Ciências Humanas: Prof. Francisco de Jesus Silva de Sousa
Editora da Universidade Federal do Maranhão
Prof. Dr. Sanatiel Pereira - Diretor
Coordenação Geral
Profª. Drª. Naiara Sales Araújo Santos
Comissão Organizadora Docente
Naiara Sales Araújo Santos – UFMA
Evandro Abreu Figueredo Filho – UEMA/UFMA
Everaldo dos Santos Almeida – FAMA/PITÁGORAS
Francisco Wellinton Borges Gomes – UFPI
João da Silva Araújo Junior – UFMA
Manuela Maria Cyrino Viana – UFMA
Mônica Fontenelle Carneiro – UFMA
Rafael Campos Quevedo – UFMA
Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI
Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA
Comissão Organizadora Discente
Dayane Andrea Rocha Brito – UFMA
Fernanda Libério Pereira – UFMA
Jucélia de Oliveira Martins – UFMA/ UNICEUMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes – UFMA
Luan Passos Cardosos – UFMA
Ludmila Gratz Melo – UFMA
Mizraim Nunes Mesquita – UFMA
Stéfanni Brasil da Silva – UFMA
Comissão Científica
Ilza Galvão Cutrim – UFMA
Ivete Maria Martel da Silva – UFMA
José Dino Cavalcante – UFMA
Mônica da Silva Cruz – UFMA
Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA
Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA
Marília Cerveira - UFMA
Colaboradores
José de Ribamar Mendes Bezerra
Tammys Loyola Rolim
Tecnologia
Thiago Henrique Dias de Araújo
Organização deste volume
Naiara Sales Araújo Santos
Luan Passos Cardoso
Stéfanni Brasil da Silva
Mizraim Nunes Mesquita
Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória:
(1.:2014: São Luís, MA).
Caderno de programação e resumos do I Encontro Nacional de Ficção
Discurso e Memória: literatura, cinema, gêneros digitais e outros gêneros/
Organização, Naiara Sales Araújo Santos, Luan Passos Cardoso, Stéfanni
Brasil da Silva, Mizraim Nunes Mesquita. – São Luís: Edufma, 2014.
215 f.
ISBN: 978-85-7862-376-0
1. Literatura – Encontro científico 2. Artes – Encontro científico
CDD 800.001
CDU 82:001.32
PROGRAMAÇÃO E RESUMOS
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 6
PROGRAMAÇÃO GERAL ....................................................................................................... 8
CONFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 11
MINICURSOS ........................................................................................................................... 13
MESAS REDONDAS................................................................................................................ 16
COMUNICAÇÕES ORAIS ..................................................................................................... 22
SESSÃO DE PAINÉIS .............................................................................................................. 39
GRUPOS DE TRABALHOS.................................................................................................... 41
RESUMOS ................................................................................................................................. 46
APRESENTAÇÃO
O I Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória: Literatura, Cinema,
Gêneros Digitais e outros Gêneros foi idealizado pelo grupo de estudos FICÇA - Ficção
Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas na Era Digital (CNPq),
da Universidade Federal do Maranhão. Em parceria com as instituições UFPI, UESPI,
UEMA e FAMA e apoiados por universidades do Brasil inteiro, buscamos promover e
ampliar as discussões e o intercâmbio de experiências entre acadêmicos e pesquisadores
nacionais que se dedicam às temáticas aqui abordadas.
Nossos objetivos giram em torno das diversas manifestações linguístico-literárias
que envolvem as mais variadas áreas do conhecimento, por isso dizemos ser este um
encontro interdisciplinar que reúne discussões promovidas não só por estudiosos e
pesquisadores de Letras como também de História, Filosofia, Sociologia, Antropologia,
Psicologia, Comunicação social dentre muitas outras áreas que têm o discurso como objeto
de estudo.
Homenageamos neste evento aquele que se declarou Nacional na Ficção, no
Discurso e na Memória, Ariano Suassuna. Suas reflexões em torno do “SER
NACIONAL” estão presentes em muitos dos trabalhos apresentados neste encontro. Suas
ideias influenciaram e influenciarão estudos que têm por objetivo analisar o impacto dos
avanços tecno-científicos na linguagem e manifestações artísticas pós-modernas. Ninguém
mais que Ariano Suassuna defendeu o direito e o dever de sermos Brasileiros no discurso e
na memória, ou seja, o direito de sermos naturalmente Brasileiros, na Literatura, no
Cinema e em todas as artes.
Os organizadores
6
PROGRAMAÇÃO
7
PROGRAMAÇÃO GERAL
DIA 17/09/2014
8h às 9h30
Credenciamento
Minicurso
Local: Hall do CCH
10h às 12h
Solenidade e
Conferência de Abertura
Local: Auditório
Setorial
14h às 16h
Mesa Redonda
Local:
Auditórios Ribamar
Carvaho e Mário
Meireles, Sala
PGCULT e Sala de
Mestrado em História.
16h às 17h
Conferência
Local: Auditório
setorial
17h às 18h30
Comunicações Orais
Local: Salas CCH
DIA 18/09/2014
8h - 9h30
Minicurso
Local: Salas CCH
Conferências
Local: Auditório
Setorial
10h45 às 12h
Comunicações Orais
Local: Salas CCH e
Hall
14h às 15h30
Painéis
Hall CCH
9h45 às 10h45
16h às 16h30
Lançamento de Livros
Local:
Auditórios Ribamar
Carvaho e Mário
Meireles, Sala
PGCULT e Sala de
Mestrado em História
Local:
Auditório Setorial
16h30 às 18h30
Comunicações orais e
apresentações artísticas
Local: Salas CCH e
Hall
14h às 16h
Mesa Redonda
8
DIA 19/09/2014
8h - 9h30
9h45 às 10h45
10h45 às 12h
Minicurso
Conferência
Comunicações Orais
14h às 15h30
Painéis
14h às 16h
Mesa Redonda
16h ás 17h30
Comunicações Orais
17h30 às 18h30
Conferência de
Encerramento
18h30
Entrega de certificados e
Coquetel de
encerramento
9
Local: Salas do CCH
Local: Auditório
Setorial
Salas CCH
Hall CCH
Local:
Auditórios Ribamar
Carvalho e Mário
Meireles, Sala
PGCULT e Sala de
Mestrado em História.
Salas CCH
Local: Auditório
Setorial
Local: Auditório
Setorial
CONFERÊNCIAS
10
CONFERÊNCIAS
17/09
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORARIO: 10:00h
Tema: Augusto dos Anjos: A Pluralidade do Nós
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão – UFPB
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORARIO: 16h – 17h
Tema: Critérios para o Estudo de Reelaborações de Gêneros em Redes Sociais
Prof. Dr. Júlio César Araújo - PPGL/UFC
18/09
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORARIO: 09h45 – 10h45
Prof. Dr. Rafael Vetromille-Castro – UFPel
Tema: “Por que e para que aprendo línguas hoje? Características e a elaboração de
materiais CALL”
19/09
CONFERÊNCIA
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORARIO: 09h45 – 10h45
Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ
Tema: Vida Impura: Figurações Literárias do Pós-Humano
CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH
HORARIO: 17h30 – 18h30
Profª. Drª. Sonia Maria Correa Pereira Mugschl – UFMA
Tema: Literatura e Pesquisa
11
MINICURSOS
12
MINICURSOS
HORÁRIO 8H – 9H30
1 - Representações Femininas no Cinema – sala 1, bloco 1, 1º andar
Ministrante: Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho - UEMA
2 - Modernistas Transatlânticos: inovação estética nas obras de James Joyce e Ralph
Ellison – sala 2, bloco 1, 1º andar
Ministrante: Henry Mason - Fullbright/ISF
3 - Gêneros Digitais e Cibercultura: os novos tempos da escrita hipersemiotizada –
sala 3, bloco 1, 1º andar
Ministrante: Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando - FAMA/PITÁGORAS
4 - Tradução Intersemiótica: interfaces entre cinema e literatura – sala 1, bloco 1,
térreo
Ministrante: Prof. Dr. Francisco Wellinton Borges Gomes - UFPI
5 - Imagem especular, corpo e tecnologia: novas formas de simbolização? – sala 2,
bloco 1, térreo
Ministrante: Profª. Drª. Marilande Martins Abreu - DEPSAN/UFMA
6 – Literatura Discurso e Memória – sala 3, bloco 1, térreo
Ministrantes: Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes - UEMA e
Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa - UESPI/UEMA
7 - Ficção Distópica e Direito – sala 4, bloco 1, térreo
Ministrantes: Prof. Me. Arnaldo Vieira Sousa - UNDB e
Prof. Me. Vail Altarugio Filho
8 - Ficção para Mulheres: fotonovela e romance melasunga sala 1, bloco 1, 2º andar
Ministrante: Prof. Me. Bruno da Silva Azevedo – UNDB
9 - Representação da Memória na Literatura: processos enunciativos – sala 2, bloco 1,
2º andar
Ministrante: Profª. Drª. Silvana Maria Pantoja dos Santos - UESPI/UEMA
13
10 - Eros em Escombros: amor e perversão na literatura – sala PGCULT, bloco 2,
térreo
Ministrante: Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues
11 - Lectura en Lengua Extranjera - Español: notícias periodísticas eletrónica y
tebeos – Núcleo de Espanhol, bloco 6, térreo
Ministrante: Prof.ª Ma. María Francisca da Silva – UFMA
12 - Literature without Borders: A Mini-Course about Contemporary Migration
Literature – NUPETS, bloco 2, 1º andar
Ministrante: Shannon Welch – Fullbright/ISF
14
MESAS REDONDAS
15
MESAS REDONDAS
17/09
1 – Mesa Redonda
Título: Transidiomaticidade e o ideal de língua pura: a língua inglesa em tempos de
hibridizações culturais.
Horário: 14h – 15h Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Drª. Marilande Martins Abreu – UFMA
Profª. Ma. Andrea Teresa Martins Lobato – doutoranda – UEMA
Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando – FAMA/PITÁGORAS
2 – Mesa Redonda
Título: Tecnologias digitais e aprendizagem de línguas.
Horário: 15h – 16h Local: Auditório Mário Meireles
Prof. Dr. Júlio Araújo – PPGL/UFC
Prof. Dr. João da Silva Araújo Júnior – UFMA
Profª. Ma. Maria Nilza Silva Oliveira – UFMA
3 – Mesa Redonda
Título: Língua(gem) e manifestações culturais populares.
Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra – UFMA
Profª Drª Conceição de Maria de Araújo Ramos – UFMA
Profª. Drª. Maria de Fátima Sopas – UFMA
Profª Ma. Marta Maria Portugal Parada – UFMA
Profª. Ma. Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA
Profa. Drª. Georgiana Márcia Oliveira Santos – SEDUC/MA
4 – Mesa Redonda
Título: Estudos Lexicais de Literatura Brasileira.
Horário: 15h – 16h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Prof.ª Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão - UFPB
Prof.ª Me. Clécia Maria Nóbrega Marinho – IFPB
Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza -UFCE
Prof.Me. Paulo Alves – doutorando – UFPB
16
5 – Mesa Redonda
Título: Educação, linguagem e tecnologia: desafios e perspectivas na pesquisa.
14h – 15h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Prof. Me. Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho – UFMA
Profª. Ma. Heridan Guterres Pavão Ferreira – UFMA
Prof. Esp. Jayron Lennon Costa Sousa – UFMA/UEMA
6 – Mesa Redonda
Título: Aprendizagem de línguas mediada por computador.
15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Drª. Ana Cláudia Oliveira Silva – UFPI
Profª. Drª. Veraluce Lima dos Santos – UFMA
Prof. Dr. Rafael Vetromille Castro – UFPel
18/09
1- Mesa Redonda
Título: Língua de Sinais na Era Digital: recortes do uso da escrita nas redes sociais.
Horário: 14h – 15h Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Esp. Manuela Viana – UFMA
Profª. Esp. Carmem Campos – UNDB
Pablo de Jesus – ASMA (Associação dos Surdos do Maranhão)
2 – Mesa Redonda
Título: A Voz do Colonizado Ibérico em Literaturas em África e América.
Horário: 15h– 16h Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Ma. Eliana Pereira de Carvalho – UESPI
Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI
Profª. Ma. Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI
3 – Mesa Redonda
Título: Olhares linguísticos sobre a literatura regional.
Horário: 16h – 17h Local: Auditório Mário Meireles
Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão - UFPB /UFC
Prof. Me. Wellington Lopes – UFPB
Prof. Me. José Robson Santiago – IFPB
Prof. Me. Sandro Luís Sousa - IFRN
17
4 – Mesa Redonda
Título: Literatura Afro-brasileira Contemporânea: memória e construção de
identidades.
Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Prof. Dr. Elio Ferreira de Souza – UESPI
Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho – UEMA
Prof. Me. Douglas Rodrigues de Sousa – doutorando – UnB
5 – Mesa Redonda
Título: Literatura Infantil e Juvenil.
Horário: 16h – 17h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Profa. Ma. Paula Fabrisia Fontinele de Sá – doutoranda – UnB
Profª. Ma. Jandira Lopes Pereira – UESPI
Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI
6 – Mesa Redonda
Título: A Literatura Fantástica e Mágica nas Américas.
Horário: 14h – 15h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª Drª Margareth Torres de A. Costa - UESPI
Profª. Ma. Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT
Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA
Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes – UEMA
7 – Mesa Redonda
Título: H. P.Lovecraft e a Ficção Científica Brasileira.
Horário: 15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ
Profª Drª. Naiara Sales Araújo Santos – UFMA
19/09
1 – Mesa Redonda
Título: Modernidade e Paratopia: o discurso midiático nas fronteiras do tempo e do
espaço.
Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Profª. Drª. Marilande Martins Abreu – UFMA
18
Profª. Ma. Andrea Teresa Martins Lobato – doutoranda – UEMA
Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando – FAMA/PITÁGORAS
2 – Mesa Redonda
Título: Discurso, Memória e Regimes de Visibilidade: contornos identitários em
gêneros.
Horário: 15h – 16h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Profª. Drª. Ilza Galvão Cutrim – UFMA
Profª. Drª. Mônica da Silva Cruz – UFMA
Pofª. Drª. Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA
Profª. Ma. Marília Cerveira – DELER/UFMA
Prof. Me. Luís Rodolfo Cabral – DESTEC/IFMA-Campus Santa Inês; Grupo Santa Fé
3 – Mesa Redonda
Título: Discurso, Sociedade e Cultura: olhares transversos sobre algumas práticas
discursivas.
Horário: 16h – 17h Local: Auditório Ribamar Carvalho
Profª. Drª. Luciana Rocha Cavalcante – UFMA
Profª. Drª. Suzana Maria Lucas Santos de Souza – UFMA
Prof. Me. Antônio Augusto Machado – UFMA
4 – Mesa Redonda
Títulos: Discursos Entrelaçados: uma análise interacionista de práticas discursivas.
Horário: 14h – 15h Horário: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Ma. Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin – UFC
Profª Drª. Monica Fontenelle Carneiro – UFMA
Profª. Ma. Lena Lúcia Espíndola Rodrigues Figueirêdo – UECE
5 – Mesa Redonda
Título: Discurso e Trabalho: práticas sociais, docentes e jurídicas.
Horário: 15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo
Profª. Drª. Ana Lúcia Rocha Silva – UFMA
Prof. Dr. Eliúde Costa Pereira – SEDUC-MA
Profª Drª. Paula Francineti Araújo – IFMA
6 – Mesa Redonda
Título: A Análise do Discurso e a História Intelectual: confluências.
19
Horário: 14h – 15h Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo
Profª. Drª. Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira – UFMA
Prof. Esp. Rafael Aguiar dos Santos – UFMA
Prof. Esp. Raimundo de Jesus Sousa Filho – IFMA
Rafael Henrique Silva Barros – mestrando – UFMA
7 – Mesa Redonda
Título: Os Contributos da Sátira Latina para a Literatura Universal Contemporânea.
Horário: 15h – 16h Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo
Prof. Esp. Evandro Abreu Figueredo Filho – UFMA
Profª. Esp. Michelle de Sousa Bahury – IFMA
Prof. Me. Joaquim de Oliveira Gomes – FAMA/PITÁGORAS
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COMUNICAÇÕES ORAIS, PAINÉIS
E GRUPOS DE TRABALHOS
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COMUNICAÇÕES ORAIS
EIXO TEMÁTICO 1: LITERATURA E DISCURSO PÓS-MODERNO
Dia 17
Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Bloco 01 – sala 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Prof.
José Ribamar Neres Costa
 Alice Ferreira Aragão (UFMA) e Érica Márcia Sousa Chagas (UFMA) – A Pósmodernidade e suas reflexões na narrativa
 Manfred Rommel Pontes Viana Mourão (UFPI) – Uma forma ambivalente? O
romance de não-ficção em Norman Mailer
 Edilene Ferreira de Sena (UECE) – As concepções de amor na obra O Ensaio
sobre a Cegueira
 José Ribamar Neres Costa (UFMA) – As temáticas inusitadas na prosa ficcional de
José Ewerton Neto
 Francilurdes Brito da Silva Ribeiro – A literatura de autoria feminina em “Amor”
de Clarice Lispector
 Camila Magalhães Linhares (UFPI) e Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI)
– A importância do conto oral na transmissão da cultura regional em sala de aula
Grupo 2: (16:00 - 17:30/ Bloco 01 – sala 02 – 1º Andar) – Coordenador(a):
Prof. Rafael Quevedo
 Luiza Carvalho de Oliveira (UFMA) e Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) –
Identidade, Reflexividade e Segurança: uma análise da constituição da
autoidentidade da personagem Billy Sánchez no conto O rastro do teu sangue na
neve
 Karen Raquel Rodrigues Estevão (UFPI) e Jéssica Monteiro de Sousa Pereira
(UFPI) – Lendo Gabriel García Marquez: operadores de leitura narrativa e crítica
feminista em Crônica de uma morte anunciada
 Davi Galhardo Oliveira Filho (UFMA) – Modernidade e Identidade: breve ensaio
acerca do fenômeno da multidão
 José Geraldo da Silva (UFV) – O despertar da mulher: Uma análise da conquista
da maturidade e do encanto feminino em “Resto do Carnaval”, de Clarice
Lispector
 Rafhael Borghato (UNESP) – O problema do trágico no romance conduzido pelo
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tema do adultério
 Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: o resgate um
diálogo esquecido
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª.
Joyce Rodrigues Silva Gonçalves
 Francisca Marciely Alves Dantas (UFPI) – “A terceira margem do rio”:
representação poética das interfaces existenciais do homem
 Antônia Cláudia de Carvalho Rocha (UESPI) – Literatura e Gênero:
representações da figura feminina na obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo
 Elimar Barbosa de Barros (UESPI) e Algemira de Macedo Mendes (UESPI) –
Corpos Subjulgados em “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra” Contos de Sônia
Coutinho
 Vanessa Gonçalo de Sousa (UESPI) – Narrativas memorialísticas e a construção
de identidade no conto “O Espelho” de Machado de Assis
 Lucelia de Sousa Almeida (UESPI) – Literatura e Memória: Reflexos da ditadura
no Brasil em O Fantasma de Luis Buñuel, Maria Jose Silveira
 Joyce Rodrigues Silva Gonçalves (UFMG) – Menino de engenho e o engenho do
romance autobiográfico.
Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Auditório
Coordenador(a): Profª. Maria do Perpétuo Socorro
Ribamar
Carvalho)
–
 Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme (UFPI) – Noções de Crítica
Literária Feminista e sua aplicação às quatro obras da Literatura Americana,
Chicana, Pernambucana e Piauiense
 Antônia Ellen Alves dos Santos – O desnudar de Esther Greenwood em The Bell
Jar de Sylvia Plath
 Crislane da Silva Santos (UFPI) e Lídia Raquel Ferreira da Silva (UFPI) – O perfil
feminino no séulo XIX, analisado na obra “Senhora” de José de Alencar
 Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho (UFPI) – Realidade e Ficção em Crônica de
uma Morte Anunciada
 Alessandro Barnabé Ferreira Santos (UFMA) – Do testemunho poético em Jorge
Sena: mundividência e peregrinação
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 Samir Araújo Casseb (UFMA) – Arte narrativa e ética: uma discussão a partir da
crítica à (pós) modernidade na literatura de Leon Tolstoi e Martin Buber
Dia 19
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª.
Aurenice Pinheiro Tavares
 Alexandro Almeida Lima Araújo (UEMA)- A literatura latina: usos e apropriações
nos discursos historiográficos dos séculos XIX e XX
 Cláudia Letícia Gonçalves Moraes (UFMA) e Danielle Martins Leite Fernandes
Lima (UFMA) – O resgate do discurso romântico através da intertextualidade: o
romance histórico Dias e Dias, de Ana Miranda
 Gladson Fabiano de Andrade Sousa (UFMA) – Medianeiras: Arquitetura do
sujeito na pós-modernidade.
 Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) e Edna Mafra Teixeira (UFMA) –
Terra Sonâmbula: oralidade como mecanismo de ligação entre a tradição e a
modernidade
EIXO TEMÁTICO 2: LITERATURA E TEORIAS DO DISCURSO PÓSCOLONIAL
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT) – Coordenador(a): Profª. Leonildes
Pessoa Facundes
 Lígia Maria Aguiar Souza (UFPI) – A existência feminina em um conto de Clarice
Lispector
 Raimunda Maria dos Santos e Érica Rodrigues Fontes (UFPI) – Literatura,
representação e diferença: a voz do subalterno em Auto da Compadecida de
Ariano Suassuna
 Isabela Christina do Nascimento Sousa (UFPI) – Reflexões acerca da relação
colonizador – colonizado em The Grass is Singing
 Cristina Gomes de Brito – Curral de Serras: A relação colonizador e colonizado na
obra de Alvina Gameiro
 Pedro da Silva Pontes Neto (UFPI) – A metáfora do suicídio no conto fantástico
“Voluntary Committal” de Joe Hill – Uma análise pós colonial
24
 Rosa Áurea Ferreira da Silva (UFPI) – Aspectos da resistência feminina em
Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane
EIXO TEMÁTICO 3: LITERATURA INFANTIL JUVENIL
Dia 18
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – Bloco 01 – 1º andar) –
Coordenador(a): Profª. Jane Adriane Gandra
 Jane Adriane Gandra (UEG) – As estratégias do contador de histórias em História
Alegre de Portugal
 Priscila da Conceição Viégas (UESPI) – Leitura Literária – teorias e práticas para a
autonomia do jovem leitor
 Lídia Clara Cutrim Lima (UEMA) – “O Essencial é Invisível aos Olhos”: A
Formação do Leitor Crítico
 Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – O erotismo nos contos de fadas: destecendo
a tradição ingênua
Dia 19
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Ribamar Carvalho) –– Coordenador(a):
Profª. Janete de Jesus Serra Costa
 Letícia França Lemos (UFMA) – Um conto que se conta: a simbologia em Branca
de Neve, dos Irmãos Grimm
 Letícia Gantzias Abreu (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira
(UFMA) – O crescimento da figura feminina nos contos de fada: uma análise
feminista do papel da mulher nas histórias infantis
 Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – A poesia infantil e a formação do leitor
literário
 Janeffer Desselman (UEPG) – Imagens do narrador e leitor de O pequeno príncipe
 Joice da Costa Barbosa (UFPI) – As marcas de oralidade presente na série “O
diário de uma banana”
EIXO TEMÁTICO 4: LITERATURA AFRODESCENDENTE
Dia 17
25
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Bloco 06 – sala 02 – Terreo – Nucleo de Espanhol) –
Coordenador(a): Prof. Elio Ferreira Sousa
 Natália Regina Rocha Serpa (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) – A escrita da
memória nas obras de Conceição Evaristo
 Régia Agostinho da Silva (UFMA) – “A Mente, essa ninguém pode escravizar”:
Maria Firmina dos Reis e os personagens cativos em Úrsula (1859)
 Ana Carusa Pires Araujo (UEMA) – Identidade e Memória: um olhar sobre a
mulher negra na sociedade do século XIX
 Ellen Karla Sousa da Silva (UEMA) – A identidade feminina moçambicana:
Niketche, uma história de poligamia
 Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Joelma de Araújo Silva Resende (UFPI)
– Memória e identidade em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo
 Rubenil da Silva Oliveira (UESPI) – Representações do negro gay na Literatura
Afrobrasileira
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 - Bloco 02 – 2º andar) – Coordenador(a):
Profª. Áurea Regina do Nascimento Santos
 Raimundo Silvino do Carmo Filho (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) –
Memória e construção de identidades em “Minha Cor”, de Raquel Almeida
 Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Nilson Macêdo Mendes (UFPI) –
Memória, identidade e nacionalismo étnico e cívico em Narrative of the life of
Frederick Douglass, an American Slave, Written by Himself
 Denise de Paula Veras Aquino – MAYOMBE: a dessacralização de um herói
 Áurea Regina do Nascimento Santos (UESPI/IFPI) e Algemira de Macedo Mendes
(UESPI) – Niketche – Uma história de poligamia, de Paulina Chiziane: O discurso
da alteridade
 Ronyere Ferreira da Silva (UFPI) – Galhofas Escravistas: história e escravidão em
escritos de Machado de Assis
 João Batista Sousa de Carvalho (UESPI) – Poesia e memória em “O mapa da
tribo” de Salgado Maranhão.
EIXO TEMÁTICO 5: LITERATURA E CINEMA
Dia 17
26
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala PGCULT) - Coordenador(a): Prof. Hermano de
França Rodrigues
 Arlan Ferreira Santos (FAESF) – Dos filmes para os livros: leitores a partir do
cinema?
 Alexandro Almeida Lima Araujo (UEMA) – As apropriações da literatura latina
pelo cinema: as (re)leituras do filme Gladiador (2000), de Ridley Scott
 Luciano Sousa Oliveira (UFMA) – Relação comparativa entre o filme O Carteiro e
o Poeta e o livro também intitulado O Carteiro e o Poeta, de Antônio Skármeta
 Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros (UFPI) – O devir-monstro de escritor em
Naked Lunch
 Angeli Raquel Lucena de Farias (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB)
– Corpos em êxtase, enlaces extraviados: trânsitos sado-masoquistas no cinema.
Dia 18
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Núcleo de Espanhol) – Coordenador(a): Prof. Luis
Rodolfo Cabral
 Joseane Mendes Ferreira (UFPI) – Entre o desejo proibido e o amor: Hamlet numa
leitura fronteiriça entre literatura e cinema
 Elijames Moraes dos Santos (UESPI) – Da literatura ao Cinema: Uma leitura
intersemiótica das projeções temporais em Lavoura Arcaica
 Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – Inter-relações em Literatura e
Cinema: semelhanças e diferenças
 Lucas Rodrigues Cavalcante (UFPI) – O herói no processo de transposição da obra
literária Primo Basílio para a película brasileira
 Leonardo Teófilo da Silva Santos (UESB) – A Hora da Estrela: Um olhar mais
atencioso sobre a recriação cinematográfica da obra literária
 Bárbara Ruth Silva Barbosa (UFMA) e Thaiane Alves Mendonça (UFMA) – O
Crime do Padre Amaro: da linguagem literária à cinematográfica
Grupo 2: (16:30 - 18:00/ Sala NUPETS) – Coordenador(a): Profª. Silvia Maria
Fernandes
 Vanessa Soeiro Carneiro (UFMA) – “Você é minha fada madrinha”: o arquétipo
da Grande mãe em Malévola
27
 Fernanda dos Santos de Oliveira (UNEB) – Da carnavalização em “Sargento
Getúlio”: dos gêneros intercalados do romance à simultaneidade dos elementos
fílmicos
 Joseane Aranha Dantas (UNESP) – Cinema superoitista maranhense e memória:
apontamentos para uma História
 Rakel Pereira dos Santos (UNISC) – A importância do livro na ação dos
personagens nos filmes “Fahrenheit 451” e “O Leitor”
 Roberth Christian Cutrim França (UFMA) e Denilson dos Santos Costa
Guilhermino (UFMA) – Superman Returns: A intericonicidade na construção do
herói
Dia 19
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT) –– Coordenador(a): Prof. Marcos
Antônio Vilela.
 Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA/UFMA) – Literatura Infanto-Juvenil e a 7
arte: Dos livros para as telas de cinemas, divulgando a literatura e incentivando a
leitura.
 Carlos Carvalho Macêdo (UFMA) e Nathana Diniz Santos (UFMA – São
Bernardo) – Cinema: Um olhar sobre a realidade
 Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – A relação entre a literatura e
o cinema e as contribuições mútuas desses sistemas semióticos em uma relação de
dialogismo, hipertextualidade, tradução e difusão cultural.
 Marcos Antonio Maia Vilela (UNEB) – A narrativa de ficção científica a partir do
cinema expressionista alemão
 Monik Giselle Lira Monteiro (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB) –
Gozo em cena: encontros violentos com o outro
 Apoliana Santos (UFMA) e Lilyan Veloso Borralho (UFMA) – A figura do herói
no filme Matrix
 Jurema da Silva Araújo (UESPI) – As vidas secas de Graciliano Ramos e Nelson
Pereira dos Santos.
EIXO TEMÁTICO 6: LITERATURA E OUTRAS ARTES
Dia 17
28
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª.
Andrea Teresa Martins Lobato
 Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: os resgates de
um diálogo esquecido.
 Lívia Guimarães da Silva (UFPI) e Shisleny Machado Lopes (UFPI)– Literatura e
tecnologia: análise estilométrica da obra Catatau.
 Marlzonni Marrelli Matos Maurício (UFT) – Nas linhas da perspectiva: o
pensamento histórico na Literatura.
 Victória Ponciano Cortês (UFMA) – A ficção científica e o medo: A Tecnofobia
no conto “O Feitiço e o Feiticeiro” de Ambrose Bierce.
 Thalita Ruth Sousa (UFMA) – Literatura e História: duas concepções, um
caminho.
Dia 18
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT) – Coordenador(a): Prof. Dino
Cavalcante.
 Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa (UFPI) – Estética e estética no conto brasileiro de
autores piauienses da geração 1970: uma leitura de “Madalena”, de Airton
Sampaio.
 Elisângela Coelho Morais (UFMA) – A literatura e o poder na Idade Média.
 Douglas Barbosa Werneck (UFVJM) e Roberto Antônio Penedo do Amaral
(UFVJM) – Decifrando Rosa: Apresentação e Análise do conto A menina de lá.
 Joaquim Lopes da Silva Neto (UFPI) – Sangue X Estado, em Antígona, de
Sóflocles: Laços sanguíneos para além do até.
 Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionisíaco no Teatro
Moderno de Tennessee Williams.
 Lisandra da Silva Souza (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira
(UFMA) – A transformação de Gregor: Espaço e Psique em A metamorfose.
 Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Poesia trágica e música: reflexões nietzschianas
sobre os ditirambos dionisíacos e o heavy metal
Dia 19
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT) -– Coordenador(a): Profª. Manuela Viana
 Maria Lúcia Souza Maciel (PUC-SP) – “Eles eram muitos cavalos”: uma
experiência do fora.
29
 Shisleny Machado Lopes (UFPI) e Lívia Guimarães da Silva (UFPI) – Literatura
Surda: o uso de tecnologias para expressões literárias em LIBRAS.
 Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI) – Antonio Malhadas, o herói
picaresco: uma análise da narrativa Aquiliniana.
 Danielle Castro da Silva (SEDUC-MA) – A poesia está morta? Da concepção, do
parto e do funeral literário: a autoridade da parteira e a procriação dos frutos.
 Cristianne Silva Araujo Dias (UFPI) – O piano e as palavras: relações músicoliterárias em Os teclados e as árvores das palavras, de Teolinda Gersão
EIXO TEMÁTICO 7: CINEMA E MEMÓRIA
Dia 18
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História) – Coordenador(a): Profª
Maria Izabel Barboza
 Marília Milhomem Moscoso Maia (UFMA) – Onde fica a casa do meu amigo: um
olhar sobre a metáfora da infância no filme do Abbas Kiarostami.
 Wendell Emmanuel Brito de Sousa (UFMA) – Imagens de um passado escondido:
cinema, memória e identidade no filme Caché (2005).
 Francisco Armando de Sousa Oliveira (UFPI) – Tarantino, Bastardos Inglórios e o
pós-modernismo.
 Alexandre Wellington dos Santos Silva (UESPI) – Cinema, Educação e Anarquia:
O Cinema du peuple.
 Wesley Leite Feitosa (UFMA) – Interpretação nietzschiana da trilha sonora de
“Psicose”.
 Sonia Regina Abreu Moreira (UFMA) e Paula Fernanda Silva dos Santos (UFMA)
– O sujeito pós-moderno visto pelas câmeras de TV: uma análise da sociedade do
consumo no filme O Show de Truman.
EIXO TEMÁTICO 8: GÊNEROS DIGITAIS
Dia 17
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala LECS) – Coordenador(a): Profª. Maria Nilza da
Silva
30
 João Alexandre Ferreira Ramos (Cultura Inglesa-PI) e Thalita Christina Cavalcante
Arré – A utilização do potencial do IWB e os impecilhos enfrentados por
professores ao usar determinados recursos oferecidos pelo mesmo no EFL em uma
escola de idiomas em Teresina.
 Brena Freitas Rodrigues (Faculdade Estácio de São Luis) – A narrativa midiática
no aplicativo da FIFA
 Geovana Oliveira Araujo (UFMA) – Tambor de Crioula de São Bernardo - MA:
resinificando os traços da literatura oral através da cantoria afrodescendente.
 Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) – O uso da tecnologia na sala
de aula como suporte pedagógico nas aulas de línguas inglesa: possibilidade e
desafios.
Dia 18
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Auditório Ribamar Carvalho) - Coordenador(a): Profª.
Ana Carolina Sampaio
 Ana Paula Dos Santos Reinaldo Verde (Liceu Maranhense) – O uso do blog
“Construindo hst” na disciplina História do Maranhão século XVII através do
olhar dos alunos do 2º ano matutino do ensino médio do Liceu Maranhense
 Ana Carolina Sampaio Coelho (UNIRIO)– Nos labirintos do rizoma: literatura
online e hipertexto
 Adriana Sousa de Alcântara (UEMA) – Os gêneros textuais digitais como prática
mediadora das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA
 João Carlos da Cunha Moura (UNDB) – O CIDADÃO DE BEM: o discurso
jurídico e a construção das subjetividades em blogs
 Maria Leonara Oliveira (UFMA) – Gênero e sexualidade em rede: um estudo
acerca das sociabilidades envolvendo a figura da mulher na era digital.
Dia 19
Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História) – Coordenador(a): Profª.
Polyana Amorim
 Deislandia de Sousa Silva (UESPI) e Andressa Maria Abreu Pereira (UESPI) –
Espaço da aula: o blog no processo educativo
 Juara Castro da Conceição (UFMA) e Bruna Rafaella Almeida da Costa (UFMA)
– Novas estratégias e práticas interacionais no meio virtual
31
 Polyana Amorim Chagas (UFMA) – Discurso e territorialidade na internet: como o
sujeito representa sua identidade territorial nas plataformas online de interação
social.
 Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) e Geovana Oliveira Araujo
(UFMA) A figura da mulher Shakespeariana: o ontem e o hoje da mulher sobre a
ótica das leis vigentes.
 Renália Rafaela Cunha Silva (UFMA) – A representação da mulher no mundo
virtual: percepções acerca do discurso machista nas redes sociais
EIXO TEMÁTICO 9: LITERATURA FANTÁSTICA E NARRATIVAS
INSÓLITAS
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – bloco 01 – 1º andar) – Coordenador(a): Profª.
Soraya de Melo
 Gladson Fabiano de Andarde Sousa (UFMA) – Os caminhos narrativos em O
barril de amontilado e Venha ver o pôr-do-sol
 Valnecy Oliveira Corrês santos (UESPI) – Reconstruindo a enunciação no
monólogo de Santiago em O velho e o mar
 Irla Fernanda e Silva Soares (UFPI)- Intersecção entre vigília e (sono) sonho,
realidade e imaginário:o sobrenatural em A sentença de Wu Cheng’n
 Karine Macêdo Freitas (UFPI)e Luciana Talita Mágulas Pereira (UFPI) – Obras do
diabinho da mão furada: do fantástico á realidade medieval
 Edson Moisés de Araújo Silva (UFRN) – As páginas da terra: o insólito em Terra
sonâmbula de Mia Couto
 Aline Barbosa de Almeida (UFCG) – O real e o insólito: os atos de fingir no
romance Memorial do convento de José Saramago
 João Margarida Evangelista Santos Filho (UFMA) – A metamorfose dos sentidos
em Franz Kafka.
Dia 19
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – bloco 01 – 1º Andar) –
Coordenador(a): Profª.Michelle Bahury
 Deislândia de Sousa Silva (UESPI) – A fantasia na ficção amadora online: um
32
estudo narratológico proppiano
 Lucélia Magda Oliveira da Silva (UFMA) – O sobrenatural nos contos de Edgar
Allan Poe
 Vanessa Soeiro Carneiro e Lívia Fernanda Diniz Gomes (UFMA) – meu querido
demônio: a ironia presente em Cartaz de um diabo a seu aprendiz
 Luis Felipe Brandão de Souza (UFPI)– Diálogos dispóticos: os encontros do
pessimismo entre Admirável mundo novo, 1984, Não verás país nenhum e O país
das últimas coisas.
 Alana Yasmim dos Santos (UFPI) – A banalização da morte como crítica social
em A nova Califórnia de Lima Barreto.
 Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Soren Kierkegaard e o problema da existência no
romance O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde
 Marcus Vinícius Souza e Souza – O Fantástico Visionário Calviniano, No Conto
‘‘O Horla’’ De Guy De Maupassant
EIXO TEMÁTICO 10: DISCURSO E MEMÓRIA
Dia 17
Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Projeção I) – Coordenador(a): Prof. Ricardo Arraes
 Manoel Ricardo Arraes Filho (UFPI) – Batalhão Suez: História e memória dos
soldados piauienses na primeira missão de paz da ONU (1957 – 1967)
 Liana Márcia Gonçalves Mafra (UEMA/IFMA) – Vozes silenciadas em Días y
noches de amor y de guerra de Eduardo Galeano
 Camila Tavares dos Santos (UFMA) – Interdiscurso e memória discursiva nas
produções textuais dos alunos do Projeto Entretextos
 Regilane Barbosa Maceno (UESPI) – Rompendo Barreiras, saindo da margem: O
discurso patriarcal em Há Vinte Anos Luz, de Elsa Osório
 Francisca Jheine Andrade Cunha (UESPI) – O discurso memorialístico nas
imagens da obra Rio Subterrâneo de O. G. Rego de Carvalho
 Claudiene Diniz da Silva (UFMG) – Conceitos de Discurso e Memória para Alain
Berrendonner
Grupo 2: (17:00 - 18:30/ Projeção II) – Coordenador(a): Prof. Marcus Baccega
 Géssica da Silva Pereira (UEMA) e Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA) –
A memória da cidade pelo viés discursivo: Uma leitura da obra Noite Sobre
33
Alcântara de Josué Montello
 Maria Daíse de Oliveira Cardoso (UESPI) – Uma poética da memória: uma leitura
de “Saudade”, de Da Costa e Silva
 Marcus Baccega (UFMA) – Retórica romanesca e construção da memória: a
matéria cavaleiresca na Idade Média
 Joana Darc Rodrigues da Costa (UFMG) – Os sentidos de família no
reconhecimento das uniões homoafetivas como instituto jurídico: uma análise
enunciativa da decisão do STF
 Sarah Silva Froz (UEMA) – Histórias e memórias da arte de partejar
 Gisele Morais Alves – Identidade e Memória: a constituição do neoregionalismo
literário brasileiro através das personagens femininas nas escrituras de Francisco
Dantas
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar) –
Coordenador(a): Profª. Elenice Maria Nery
 Valéria Gomes Ignácio da Silva (PUC-SP) – Ficção, memória e testemunho na
literatura pós-64
 Ingrid Ravelly Soares da Silva (UESPI) – O resgate da memória Afrodescendente
na obra Sol Sanguíneo de Salgado Maranhão
 Wagner Gonçalves Campos Neto (UFPI) – A Cidade nas Eltras: A construção da
memória dos bairros de Teresina nas crônicas de Jônatas Batista
 Glaucia Lindoso Sarges (UEMA) – Literatura de cicatrizes: a escrita carcerária em
Memórias de um Sobrevivente
 Thiago Venícius de Sousa Costa (UFPI) – Levante aos mortos e a crítica de Lima
Barreto a municipalidade carioca no prelúdio republicano.
 Maria Aparecida Conceição Mendonça Santos e Vera Lúcia Rolim Salles (UFMA)
– O corpo em transe: a moral sexual e os discursos sexistas elaborados sobre a
mulher no final do século XIX e início do XX
Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Sala 03 – Bloco 01 – 1º Andar) –
Coordenador(a): Profª. Eliana Pereira de Carvalho
 Luis Fernando Ribeiro Almeida (FAMA) – Interdiscurso, símbolos e imagens no
fazer literário da Hileia euclidiana
 Edna Mafra Teixeira (UFMA) e Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) – A
origem da palavra.
34
 Fábio Henrique Pereira (UFMA) e Keila de Jesus Ribeiro Araujo (UFMA) – Do
não-verbal ao verbal: o cinema mudo como recurso para produção textual na
educação básica
 Maria de Fátima de Paiva Abreu (UESPI) – Influência do espaço psicológico na
construção da memória na obra Angústia, de Graciliano Ramos
 Francisca das Chagas Carvalho Almeida (UESPI) – Espaço e memória:
representações em Beira Rio Beira Vida de Assis Brasil
 Aline Hellen Santos de Souza (UFMA) – Fé, pureza e salvação: Dialogos entre a
Demanda do Santo Graal e a Bíblia Sagrada.
Dia 19
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar) –
Coordenador(a): Profa. Silvana Maria Pantoja dos Santos
 Withelo dos Santos Sousa (UEMA/CESTI) – Espaço e memória: representações na
obra Cais da Sagração de Josué Montello
 José Ivan Bernardo Andrade (UESPI) – Discurso e representação da memória no
texto literário: mutualidade na construção de sentidos no romance Sinfonia em
branco, de Adriana Lisboa
 Gisele Morais Alves (UESPI) – Identidade e memória: A constituição do
neoregionalismo literário brasileiro através das personagens femininas na escritura
de Francisco Dantas
 Érica Pontes Moreira (CAPEM) – O discurso poético de Nauro machado
 Rafaela Cardoso Silva (UESPI) – Luiza Amélia de Queiroz e Francisca
Montenegro no percurso memoralístico do século XIX
 Márcia A. G. Molina (UFMA) – Os intertextos em “A Cartomante” de Ivan Lins e
Vítor Martins
EIXO TEMÁTICO 11: O DISCURSO MIDIÁTICO
Dia 17
Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala NUPETS) – Coordenador(a): Profa. Marília
Cerveira
 Ruan Cláudio da Silva Rosa (UFMA) – A representação de São Luís pela
televisão: uma análise da série “Os Colonizadores”.
35
 Líssia Maria Costa Gomes Protázio (UFMA) – O Gênero Feminino pela
Abordagem Midiática: Reconduzindo os padrões discursivos e reconstruindo
identidades.
 Cibele Pereira da Silva Sousa (UFPI) e Adelane Brito Rodrigues (UFPI) –
Aspectos discursivos encontrados em um episódio de quadrinho do personagem Zé
Carioca.
 José Eduardo Fonseca Oliveira (UFMA) – A mídia como espaço pedagógico: as
implicações dos discursos midiáticos nas constituições de sujeitos e subjetividades.
 Eline da Silva Reis Calaça Teixeira (UFPI) – Representação social do índio na
Folha de São Paulo: o caso do índio Galdino no ataque de índios a engenheiro da
Eletrobrás
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – Bloco 01 – Terreo) – Coordenador(a): Profª.
Mônica Cruz
 Irina Coelho Monte (UFPI) e Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro (UFPI) – A
construção midiática das celebridades no Instagram: o caso Neymar durante a
Copa do Mundo de 2014.
 Antônio Wilson de Andrade Silva (UFPI) e Karen Raquel Rodrigues Estevão
(UFPI) – Representações políticas no discurso midiático: a contribuição do humor
para a caracterização do candidato.
 Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – A construção da imagem do professor
através do discurso midiático.
 Cláuberson Correa Carvalho (UFMA) – “30 dias para mudar sua vida”: um estudo
sobre a oralidade no jornalismo de autoajuda.
 Jailiston Soares (UFMA) e Jefferson Matheus (UFMA) – Desenvolvimento
sustentável em propagandas da Petrobras e do Banco do Brasil
EIXO TEMÁTICO 12: ENSINO DE LÍNGUAS E TECNOLOGIAS
Dia 17
Grupo 1: (17:30 - 18:30/ PGCULT II) – Coordenador(a): Profa. Ilanna Maria
Izaias do Nascimento
 Elizabete Rocha de Sousa (UEMA) – Gêneros Discursivos e Letramento: Novas
Perspectivas para o Ensino de Língua Inglesa na EJA
36
 Maria do Socorro Gomes Macedo (UEMA) - Leitura e Produção Textual no
Ensino Médio
 Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz (UFMA) – Atenção, cuidado com os fapes!
Eles se dizem amigáveis, mas não são.
 Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma Abordagem de leitura
interativa e aplicação prática no minicurso: “A leitura e as asas da liberdade” na
Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC- UECE
 Ilanna Maria Izaias do Nascimento (IFMA) e Neuma Cristina Andrade Silva
Cunha (IFMA) – O Wallwisher /Padlet como estratégia de Escrita de Língua
Inglesa
 Angelo Roberto Silva Barros (FAEPI) – A abordagem triangular como possível
estratégia básica para investigação e possibilidade de diversidade no ensino de
língua portuguesa e sua literatura.
Dia 18
Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – Terreo) – Coordenador(a): Silvia
Mônica Moura Lima
 Isael da Silva Sousa (UFPI) e Carla Mariana Veras Amaral Rodrigues (UFPI) –
Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa Mediada Por Recursos
Tecnológicos
 Otávio Augusto Soares Barros (UFPI) – Políticas Linguísticas Brasileiras e o uso
do Inglês no Brasil: uma questão ainda não respondida
 Silvia Mônica Moura Lima (UFPI) - Remix de Hipermídias: Reflexões sobre o
Desenvolvimento da Habilidade de Leitura na Disciplina de Inglês Instrumental.
 Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) - O Livro Didático e suas contribuições
para o ensino de Língua Inglesa
 Joseane Cantanhede dos Santos (UFMA) – Itinerários culturais vivenciados pelos
professores da rede municipal de ensino de São Luís – MA.
Dia 19
Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Núcleo de Espanhol) – Coordenador(a): Prof. João da
Silva
 João da Silva Araújo Junior (UFMA) e Hannah Isabely Serra Ayres (UFMA) Gêneros Textuais Digitais Didatizados: Analisando Experiências em Livros
Didáticos de Língua Portuguesa
37
 Stephane Thayane dos Santos Serejo (UFMA) e Fabiana Albina Borges da Silva
(UFMA) - A literatura aliada às mídias digitais para o incentivo das práticas de
leitura e escrita dentro e fora da sala de aula: uma proposta para ensino e
aprendizagem de Língua Portuguesa.
 Maria Francisca da Silva (UFMA) - Ensino e Aprendizagem e em Ambiente
Virtual em Licenciatura de Espanhol.
 Maria Francisca da Silva (UFMA) - Concepções do Professor de Espanhol como
Língua Estrangeira: Um processo em construção.
 Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – As marisqueiras de Raposa: Um estudo
semântico-lexical.
Grupo 2: (16:00 – 17:30/ Sala do NUPETS – Bloco 2 – 1º andar) –
Coordenador(a): Veraluce da Silva.
 Ana Claudia Menezes Araujo (UFPI) e Amanda Veloso Amorim Oliveira (UFPI) –
A variação semântica-lexical em composição de rap: uma possibilidade de prática
multiletrada e análise de fenômenos semânticos no ensino médio.
 Rayron Lennon Costa Sousa (UFMA) – O ensino de língua espanhola através da
tecnologia: o uso do Whatsapp como espaço de mediação.
 Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma abordagem de leitura
interativa e aplicação prática no minicurso “A leitura e as asas da liberdade”, na
Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC-UECE.
 Alexsandra Lins (UEMA) – O uso do celular em sala de aula: uma proposta para o
ensino de língua inglesa.
EIXO TEMÁTICO 13 – LINGUAGEM E CULTURA POPULAR / CINEMA E
MEMÓRIA
Dia 18
Grupo 1: (10:45 – 12:00/ Sala do NUPETS) – Coordenador(a): Profa. Conceição
de Maria Araujo Ramos
 Edson Lemos Pereira (UFMA) e Conceição de Maria Araujo Ramos (UFMA) – A
toponímia indígena do Maranhão em relatos de viajantes de viajantes do século
XVII e XVIII: uma contribuição da memória.
 Jefferson Mateus Silva Santos (UFMA) e Jailiston Soares (UFMA) – A linguagem
dos gamers – a variação diastrática na cultura dos jogos.
38
 Camilla Maramaldo Ferreira Robson (UFMA) – A primeira pessoa do plural em
mídia off-line maranhense no início do século XX.
 Leide Ana Oliveira Caldas (UFMA) – Maranhão 70: cinema superoitista no
Maranhão
 Herasmo Braga de Oliveira Brito (UESPI) – Testemunhas históricas dos
cineclubes em Teresina durante o período da Ditadura Militar.
SESSÃO DE PAINÉIS
Dia 18
(14:00 - 15:30/ Hall) – Monitor(a): Karoline Magalhães Conceição
 José de Ribamar Carvalho Júnior (IFMA) – Webquest: Estrutura e organização de
uma ferramenta tecnológica motivacional para asa aulas de línguas estrangeiras.
 Pedro Henrique de Carvalho Costa (CEUMA) – O instante perdido: Versos e outras
histórias.
 Adriano de Alcântara Oliveira Sousa – Letramentos digitais de língua inglesa:
Possibilidades e desafios.
 Lenice da Silva Andrade (UFPA) – A personagem infantil e o insólito na narrativa
cinematográfica O labirinto do fauno.
 Rennoly Grisnen Marques de Sousa (UFPI) – Monstros em suas ações e aparências.
 Nayara Rocha Mendonça (UFPI) – Tolkien e suas influencias para a criação do
mundo ficcional no romance O senhor dos anéis: a sociedade do anel.
 Liama Samme Freitas da Silva (UFPI) – Percepções de pibidianos: na sua formação
pré-serviço
 Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA e UFMA) – A Literatura infanto-juvenil e a 7ª
arte: o incentivo à leitura através da adaptação de obras para as telas de cinema
 Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) – O livro didático e suas contribuições para o
ensino de língua inglesa
Dia 19
(14:00 - 15:30/ Hall) – Monitor(a): Joanice da Silva Oliveira
 Tatiana Ribeiro Mendes da Silva (UFPI) – O uso da ludicidade na aquisição lexical
39
no ensino de língua inglesa na modalidade EJA
 Lorena Oliveira Neves (UFPI) e Amanda Karoline Batista Lages (UFPI) – A Cor
Púrpura: Relações Culturais.
 Brenda Lima Pereira (UFPI) – A Écriture Féminine na obra “Mrs. Dalloway” de
Virginia Woolf: reflexões sobre a voz da mulher moderna na sociedade.
 Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionísiaco no teatro
moderno de Tennessee Williams.
 Camila Magalhães Linhares (UFPI) - O boteco dos deuses: uma análise
semiolinguística acerca do humor e da religião nos discursos do blog “Um Sábado
Qualquer”
 Ana Carolina Sousa Araújo (UFPI) e Nayne de Amorim Melo – A construção do
imaginário medieval no telespectador contemporânea através da série “Game of
thrones”.
 Marília Martha França Sousa (Faculdade Laboro) – O discurso visual da obra “Via
Sacra da Identidade” da artista plástica maranhense Ana Borges e seus
desdobramentos com a questão da memória na contemporaneidade.
 Renata de Paula Mury (UFPI) e Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva –
Literatura x Cinema: uma análise detalhada sobre Harry Potter e o Prisioneiro de
Azkaban
 Thalita Cardoso Desidério de Sousa (UFPI) – Tradução e perda de identidade do auto
no processo de legendagem
 Amanda Karolina Batista Lages (UFPI) – A cor púrpura: relações culturais
40
GRUPOS DE TRABALHOS
18/09
1 – Mídia Sonora e Novos Territórios: Hibridismo e Memória (UFMA)
Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/
Coordenador(a): Profª. Drª. Rosinete de Jesus Silva Ferreira
Profª. Dra. Rosinete de Jesus Silva Ferreira - Rádio e suas transformações tecnológicas e
sociais
Prof. Me. Polyana Amorim Chagas - Rádio e novas territorialidades: análise dos espaços
virtuais de produção radiofônica.
Juara Castro - Rádio e novas territorialidades: análise dos espaços virtuais de produção
radiofônica.
Jefferson Saylon Lima de Sousa - Webrádio ou rádio web? Há diferença?
2 – Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI)
Grupo 1
Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00 / Coordenador(a): Prof. Dr.
Wander Nunes Frota
Prof. Dr. Wander Nunes Frota - Herdeiro globalizado do regionalismo: Galileia, de
Ronaldo Correia de Brito, neorregionalista ‘glocal’?
Prof. Dr. André Pinheiro - Aspectos da condição urbana na poesia de Eucanaã Ferraz
Prof. Me. Tiago Barbosa Souza - Planos e profundidades imagéticas em Margem de
Manobra, de Claudia Roquette-Pinto
Prof. Me. Jeymeson de Paula Veloso - A Fotografia Do Unicórnio: Pós-Modernismo em
Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago
Bárbara Laís da Silva Negreiros - “Meu Povo, Meu Poema” – As Muitas Vozes De Gullar
Sob A Perspectiva Pós-Colonialista.
3 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI)
Grupo 1
Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Me.
Francisco Alves Filho
Prof. Me. Francisco Alves Filho - Ação retórica de e-mails institucionais
Prof. Dr. Franklin Oliveira Sousa - Perfis Institucionais no Twitter e Propósito
41
Comunicativo: Análise de Postagens.
Prof. Ismaeal Paulo Cardoso Alves e Profa. Beatrice Nascimento Monteiro - Propósitos
comunicativos e sequências tipológicas em postagens de perfis de tribunais de justiça
brasileiros no twitter.
Profª. Me. Lafity dos Santos Alves - Gênero Resenha em periódicos online da área de
linguística: Por que a Forma sobrepõe o Conteúdo?
4 - O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA)
Grupo 1
Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª.
Joelma Reis Correia
Profª. Drª. Joelma Reis Correia - Como usar a Linguagem Escrita para Criar Espaços de
Interação e Interlocução entre as Crianças no Ciclo da Alfabetização? Profª. Me. Edith
Maria Batista Ferreira - O Trabalho Com A Linguagem Escrita Com Crianças Pequenas:
Considerações Sobre O Retrato Das Escolas Maranhenses
Profª. Maria José Albuquerque Santos e Profa. Me. Francy Sousa Rabelo - O Ensino da
Linguagem Escrita Da Criança Hospitalizada.
Keyliane Freire Fonseca e Claudileude de Jesus Silva - A Produção de Textos no Ensino
Fundamental: Entre Textos e Contextos.
Elizabeth Oliveira de Castro e Verônica Cunha Rodrigues - O Exercício De Ler Em Voz
Alta: Concepções e Contradições
19/09
1 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI)
Grupo 2
Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Me.
Francisco Alves Filho
Prof. Me. Francisco Alves Filho
Profª. Beatrice Nascimento Monteiro.
Prof. Me. Bruno Diego de Resende Castro e Me. Leila Rachel Barbosa Alexandre - Perfis
Organizacionais E Institucionais No Twitter: Uma Análise da Experiência de NãoRecorrência de Exemplares dos Gêneros.
Prof. Me. Emanoel Barbosa de Sousa e Prof. Me. Maria Lourdilene Vieira Barbosa - O
Processamento da Informação na Notícia Online: Quando A Fonte é o Fato
2 - Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI)
42
Grupo 2
Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr.
Wander Nunes Frota
Prof. Dr. Wander Nunes Frota
Profª. Me. Carolina de Aquino Gomes e Me. Karine Costa Miranda - Reflexões acerca do
Histórico e do Ficcional na Obra Memorial do Convento, De José Saramago.
Prof. Me. Jhonatas Geisteira de Moura Leite - Um Livro de Ouro: o processo de
ressignificação da história em Cidade Livre, de João Almino.
Profª. Esp. Maria de Jesus Castro Oliveira - O Regionalismo Universal de Cinzas do
Norte, de Milton Hatoum: Um construto literário.
Me. Sharmilla O’Hana Rodrigues da Silva - O outro Eu como Inimigo: O Homem Duplo
de Saramago e sua Adaptação para o Cinema
3 – Literatura e Psicanálise: estéticas da perversão (UFPB)
Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/
Coordenador(a): Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues
Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues - Gênero Resenha em periódicos online da área
de linguística: Por que a Forma sobrepõe o Conteúdo?
Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - Tons Embotados: Perversão e Feminilidade na
Literatura.
Monik Giselle Lira Monteiro - Notas sobre o Pecado: Ato e Tempo da Perversão.
4 – Livros, Leitura Digital e Partilha Literária (UFMA)
Local: Sala 2, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª.
Cassia Cordeiro Furtado
Profª. Dra. Cassia Cordeiro Furtado - Livros Digitais, Sistemas Hipermidiáticos e Partilha
Literária Para Leitores Infantis.
Luciana Santos Sousa - A Avaliação da Usabilidade e da Experiência da Criança em Idade
Escolar ao Interagir com Livros Digitais de Incentivo à Leitura e Produção Literária:
Estudo de Caso Portal Biblon.
Edilson Thialison da Silva Reis - Design e Formação de Leitores: Um Olhar para os
Livros Digitais.
5 – O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA)
Grupo 2
Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00 – Coordenador(a): Profª. Drª.
Joelma Reis Correia
43
Prof.ª Dra. Joelma Reis Correia
Vida Costa de Araújo e Daniela Barbosa dos Santos - O Exercício de Ler em Voz Alta:
Concepções e Contradições.
Chayene Cristina Santos Carvalho e Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - A Linguagem
Escrita Em Livros De Educação Infantil.
Joel Nascimento Oliveira - LEITURA BARBARIZANTE: ênfase aos aspectos técnicos
ou a leitura como instrumentos emancipatórios?
6 – FICÇA - Ficção Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas
na Era Digital (UFMA)
Local: NUPETS, bloco 2, 1º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª.
Drª. Naiara Sales Araújo Santos
Dayane Andréa Rocha Brito e Lívia Fernanda Diniz Gomes - La aura de Felipe, el
consuelo de Llorente: um estudo do duplo masculino em Aura, de Carlos Fuentes
Fernanda Libério Pereira e Mizraim Nunes Mesquita - “O Homem Duplicado”: a
interpretação cinematográfica da obra saramaguiana
Jucélia de Oliveira Martins - I, (Good or Bad) Robot?: a incidência do Complexo de
Frankenstein na versão literária e cinematográfica do clássico Asimoviano
Luan Passos Cardoso - Ciborgue: o cidadão pós-moderno
Ludmila Gratz Melo - Reinventando Deuses: os arquétipos e os mitos em The Wicked + The
Divine
Stéfanni Brasil da Silva - Os monstros e nós: relações de alteridade em In The Flesh
44
RESUMOS
45
RESUMOS
OS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS COMO PRÁTICA MEDIADORA DAS
INTERAÇÕES ENTRE O CANDIDATO AO PAES E A UEMA
Adriana Sousa de Alcântara - UEMA
Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida
cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e
estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. Estes gêneros surgem
emparelhados a necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com as
inovações tecnológicas, o que é facilmente percebível ao se considerar a quantidade de
gêneros textuais atualmente existentes em relação a sociedades anteriores à
comunicação escrita. Vale ressaltar não são propriamente estas tecnologias que
originam os gêneros e sim a intensidade dos usos destas e suas influências nas
atividades comunicativas diárias. O presente trabalho objetiva investigar a produção de
gêneros escritos digitais, encontrados no site da Universidade Estadual do Maranhão,
como prática mediadora das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA.
Buscando explorar o tema, usamos os principais referenciais teóricos; Carolyn Miller,
Charles Bazerman e Luiz Antônio Marcuschi. O Processo Seletivo de Acesso à
Educação Superior – PAES 2014 é destinado a selecionar candidatos, no limite das
vagas ofertadas, para ingressar nos cursos de graduação da Universidade Estadual do
Maranhão, nas modalidades presencial e a distância, para o primeiro e o segundo
semestre do ano 2014. A pesquisa foi impulsionada para uma reflexão se há interação
efetiva entre o candidato ao PAES e a UEMA, detentora desse processo seletivo,
percebemos que esta interação é necessariamente por gêneros textuais digitais, ou seja,
nesta relação, estes gêneros partem em frente, ordenando e estabilizando as atividades
de comunicação e diálogo entre o candidato e a UEMA, tornando assim os gêneros
textuais digitais como prática mediadora.
Palavras chave: Gênero Textuais Digitais. Interação. Candidato. PAES.
A BANALIZAÇÃO DA MORTE COMO CRÍTICA SOCIAL EM A NOVA
CALIFÓRNIA DE LIMA BARRETO
Alana Yasmim dos Santos - UFPI
O proposto trabalho tem por objetivo analisar a crítica social presente no conto A Nova
Califórnia (1910) do escritor Lima Barreto. A crítica social é um dos pilares das obras
de Barreto, presente em Os bruzundangas e Recordações do Escrivão Isaías
Caminha, por exemplo. Entretanto, em A Nova Califórnia, Barreto recorre à literatura
especulativa para traçar a sociedade da época quanto ao desprendimento dos valores
46
morais diante do instinto ambicioso que o capitalismo incitava. A banalização da
morte é um dos elementos que Barreto utiliza para apontar essa voracidade inerente ao
homem. O trabalho utiliza como embasamento teórico textos de Bauman (Medo
Líquido) e Rodrigues (Tabu da Morte), que exploram a questão do medo e da imagem
da morte na sociedade, respectivamente. Botelho e Sevcenko darão suporte a respeito
do realismo como produção literária de uma época de transição do Brasil, mas não
necessariamente de sua mentalidade. Com um teor satírico, o conto possui uma
narrativa que incomoda. Ademais, foram observadas as influências que Lima Barreto
possuiu ao construir o personagem central, o cenário escolhido para a ambientação e
os comportamentos/atitudes da população de Tubiacanga (Rio de Janeiro) em relação
à morte. Em A Nova Califórnia, Barreto confirma claramente que desintegração do ser
humano não ocorre necessariamente só no momento de sua morte.
Palavras chave: Banalização. Morte. Sociedade.
DO TESTEMUNHO POÉTICO EM JORGE DE SENA: MUNDIVIDÊNCIA E
PEREGRINAÇÃO
Alessandro Barnabé Ferreira Santos - UFMA
Pretendo com esta comunicação tecer algumas linhas acerca do testemunho poético em
Jorge de Sena, poeta português contemporâneo e já falecido, que assume central
importância na cena literária da década de 50, em Portugal, por engendrar uma poética
que é a um só tempo a negação das poéticas vigentes até então e a exata apropriação dos
principais elementos que as compunham. Falo em especial, de um lado, da larga
influência presencista, portanto, de sua concepção de arte pautada num forte esteticismo,
e, na dimensão contrária, do neorrealismo, com sua concepção de arte que deve
denunciar – “testemunhar” – os abusos e injustiças cometidos pela ditadura salazarista
em Portugal. Ao acolher a preocupação formal, estética, na elaboração de poesia, mas
rejeitar seu alheamento do mundo, e acolher a dimensão social da poesia, mas rejeitando
o desleixo com a criação do verso, Jorge de Sena funda a poética do testemunho,
fortemente ancorada no princípio da mundividência e da peregrinação, na medida em
que somente a partir dos rastros de vivências por entre espaços infectos, portanto, da
experiência vivida que modela sua mundividência é que o sujeito poético torna-se capaz
de testemunhar este mesmo mundo no qual se insere. Uso, pois, para a tessitura destas
linhas, os postulados de Eric Dardel (2011), Tuan (2013) e concepções da
fenomenologia.
Palavras chave: Poesia portuguesa. Jorge de Sena. Exílio.
CINEMA, EDUCAÇÃO E ANARQUIA: O CINÉMA DU PEUPLE.
Alexandre Wellington dos Santos Silva – UESPI
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O presente artigo propõe expor o desenvolvimento do Cinéma du peuple, uma
cooperativa cinematográfica anarquista iniciada em Paris no ano de 1913. Para isto, fazse necessário compreender as causas que possibilitaram a criação desta, uma vez que ela
cumpria a dupla tarefa de ser uma ferramenta na instrução entre operários e crianças,
assim como era uma resposta direta à produção cinematográfica até então desenvolvida.
Desta forma, abrange os conceitos de memória e constrói uma perspectiva de História
social do cinema. O trabalho se subdividirá em tópicos que confluem diretamente com o
exposto acima: Discorrerá primeiramente a crítica anarquista ao cinema da época,
apresentando as denúncias feitas pelos libertários em seus jornais e panfletos,
observando o caráter lúdico do cinema, distanciando-se assim da função emancipatória
que este potencialmente possuía. Em seguida, abordará a educação segundo os
anarquistas, suas considerações acerca da função que deveria possuir, desde suas
perspectivas teóricas até a utilização de obras cinematográficas como ferramenta de
educação entre as classes despossuídas. Adiante, tratará de discorrer a experiência do
Cinéma du peuple, que conciliava os preceitos educacionais defendidos pelos
anarquistas, além da produção de um cinema social, voltado para a compreensão,
conscientização e instrução de crianças e trabalhadores. A conclusão trará a colaboração
que o Cinéma du peuple ofereceu em sua época para o público alvo que abrangia, dentro
da função instrutiva que trazia e do que produzia, assim como reflexões acerca do que
este pode nos proporcionar na atualidade.
Palavras chave: Cinema. Memória. Educação. Anarquismo.
A LITERATURA LATINA: USOS E APROPRIAÇÕES NOS DISCURSOS
HISTORIOGRÁFICOS DOS SÉCULOS XIX E XX
Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA
A presente comunicação visa à relação da literatura latina e os discursos fomentados por
pesquisadores durante o século XIX e XX acerca das camadas populares do período
imperial romano. Os textos literários do principado romano (séculos I d.C ao II d. C.) são
fontes documentais, que foram utilizadas por pesquisadores “classicistas”, e tratam de
aspectos quotidianos de “setores subalternos” de Roma. Os textos da literatura latina, por
exemplo, Sátiras, de Juvenal, Satíricon, de Petrônio, Cartas a Lucílio, de Sêneca, são
exemplos de obras utilizadas por historiadores, que se debruçaram em analisar o
quotidiano da sociedade romana através de um olhar aristocrático, haja vista, estes poetas
satíricos e escritores, fizeram parte do seio elitista romano. Analisaremos, portanto, os
aspectos que norteiam o comportamento social e moral das matronas, das prostitutas, dos
gladiadores, do escravo, da nobreza e de membros da magistratura senatorial romana.
Devemos, portanto, salientar a presença de termos pejorativos e de juízos de valor nas
pesquisas de estudiosos alemães, por exemplo, Theodor Mommsen e Friedländer, que
desqualificam a atuação política e social destes setores mais humildes da Roma imperial.
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Palavras chave: Literatura latina. Principado romano. Historiografia dos séculos XIX e
XX.
AS APROPRIAÇÕES DA LITERATURA LATINA PELO CINEMA: AS
(RE)LEITURAS DO FILME GLADIADOR (2000), DE RIDLEY SCOTT
Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA
O presente trabalho visa à discussão das apropriações da literatura latina feitas pelo
cinema hollywoodiano. Especificamente nesta comunicação, nos deteremos em analisar
o filme Gladiador, lançado no início do século XX, no ano de 2000, do diretor Ridley
Scott e atuação de Russell Crowe. Com efeito, nos debruçaremos nos discursos que
perpassam o filme, como, por exemplo, a política do pão e circo (panem et circenses), a
escravidão na Roma imperial e a visão de uma plebs parasita do Estado e a distribuição
de jogos públicos através da gladiatura romana. Russell Crowe interpreta um general,
chamado Maximus, fiel ao imperador Marco Aurélio (Richard Harris). O referido
imperador está muito velho e quer como sucessor o general Maximus. No entanto,
Marco Aurélio tinha um filho, chamado Cómodo (Joaquin Phoenix), que, para galgar o
Império Romano e se tornar imperador, decide assassinar seu pai e trair a amizade que
tinha com Maximus. Cómodo manda executar Maximus, mas este “foge da morte” e se
torna um escravo, e a posteriori, um gladiador à procura de vingança. Desta forma,
precisa lutar na arena do Coliseu para (re)encontrar o então imperador da Roma do ano
de 180 d. C.. Dessa maneira, discutiremos a influência da literatura latina nesta
produção de 155 minutos, haja vista a expressão panem et circenses – evidenciada pela
historiografia “classicista” e “tradicional”, dos séculos XIX e XX, como uma forma de
manter o público cerceado e controlado com distribuições de “pão” e “circo” por parte
dos Césares – é uma expressão cunhada por um poeta satírico latino chamado Décimo
Júnio Juvenal (50-130 d. C.).
Palavras chave: Literatura latina. Gladiador. Maximus. Período imperial romano.
LUIZA AMÉLIA DE QUEIROZ E FRANCISCA MONTENEGRO NO
PERCURSO MEMORIALÍSTICO DO SÉCULO XIX
Algemira de Macedo Mendes - UESPI/UEMA
Rafaela Cardoso Silva - UESPI
O objetivo desta pesquisa é
no final do século XIX,
patriarcalista. Neste intuito
cidade de Piracuruca-PI, e
analisar obras literárias do estado do Piauí, especificamente
que remetem ao discurso da mulher em seu contexto
trabalhamos com as poetisas Luíza Amélia de Queiroz da
Francisca Sá Vianna Montenegro, parnaibana, conhecida
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como Chiquinha Monte Negro, como consta na Antologia das Escritoras Piauiense
(2009), tendo como destaque a poética e a construção identitária de piauienses inovadoras
quanto em relação ao seu período de produção. Em sua lira também nos é possível ver a
transposição de elementos do romantismo como a religiosidade, e ao mesmo sua
desilusão e súplica à sua condição como mulher, podendo em seu discurso ter uma forma
de reconstrução discursiva por meio da poesia. Neste aspecto buscamos a representação
de fragmentos da obra de Luiza Amélia “Flores Incultas” (1875) e sua aparição no
Almanaque de lembranças luso brasileiro em 1856. E poesias de Francisca Montenegro
extraídas do Almanaque da Parnaíba e em crônicas memorialísticas de Humberto de
Campus. Para esta análise fora utilizado autores como Antônio Candido (1996),
Clodoaldo Freitas (1998), Le Goff (1990) Castelo Branco (2001), Algemira Mendes
(2004), Zinani (2013), Duarte (2012), Borges (2000), entre outros. Nesta abordagem
levantamos algumas críticas feitas sobre as autoras e sua subjetividade, no intuito de
contribuição para os estudos memorialísticos do gênero no Piauí.
Palavras chave: Luíza Amélia. Francisca Montenegro. Literatura. Memória. Mulher
Piauiense.
A PÓS-MODERNIDADE E SUAS REFLEXÕES NA NARRATIVA
Alice Ferreira Aragão - UFMA
Érica Márcia Sousa Chagas - UFMA
A pós-modernidade pode ser vista primeiramente como consequência de um novo
momento do sistema capitalista que começou nos finais dos anos 40 do século XX no
pós-guerra. As mudanças causadas por essa nova fase econômica afetaram diversas áreas
da atividade humana: social, ideológica e cultural, criando-se novos hábitos, novas
maneira de pensar e de ver o mundo. Diante desse novo momento da sociedade, a
literatura, assim como as outras artes, não deixaria de refletir essas mudanças. As
narrativas ganharam uma nova configuração. Com sentenças curtas ou incompletas, às
vezes parecendo sem sentindo para o leitor. O texto perde a sequência linear tradicional e
o que se encontra são alternâncias entre passado e presente, uma sequência sem direção
definida. Além de uma mescla de vozes (“eu”, “ele”, “nós”) onde o leitor precisa ficar
atendo para saber de que personagem se trata. Diante da fragmentação do texto, que
permite que o mesmo possa ser interpretado de várias maneiras, o leitor tem maior
participação na literatura, pois o texto deixa lacunas que podem ser preenchidas pelo
leitor. A grande diversidade de temas e formas de expressão dificulta apontar uma estética
definida na arte pós-moderna, pois não há uma referência a ser seguida. Antigos e novos
estilos estão presentes. Essa “bagunça” da narrativa é reflexo exatamente da sociedade e
do sujeito pós-moderno. Este artigo tem por objetivo discutir as características da
narrativa pós-moderna.
Palavras chave: Pós-modernidade. Narrativa. Intertextualidade.
50
O REAL E O INSÓLITO: OS ATOS DE FINGIR NO ROMANCE MEMORIAL
DO CONVENTO DE JOSÉ SARAMAGO
Aline Barbosa de Almeida - UFCG
Entendemos que um escritor produz uma escrita literária que tem como referenciação
a realidade, ou seja, mundo material, mas Todorov (2004) nos explica que dentro
dessa representação há aberturas para aquilo que denominamos de incomum.
Pensando assim, a presente pesquisa propõe analisar a recorrência dos atos de fingir
no romance Memorial do Convento de José Saramago, a partir da ideologia de
Wolgang Iser presente em seu texto “Os atos de fingir ou o que é fictício no texto
ficcional”. Na narrativa do escritor português existe uma relação do que se supõe
fantasia e do que se supõe realidade, pois há uma transgressão de limites. A mudança
de plano da narrativa do real representado para a vertente do fantasioso se instala por
meio do sobrenatural configurado na personagem Blimunda, que tem o dom de ver as
pessoas por dentro e até mesmo de capturar as vontades humanas para fazer voar uma
passarola. Nesse entre cruzar, o imaginário é compelido pelo fictício, no entanto, é
elevado a assumir formas e imagens, o que por sua vez, torna-se uma abertura para o
leitor, já que esse poderá experimentar uma relação leitor – texto pelo modo difuso de
como essas formas e imagens do objeto de referência vão se projetando a partir da
leitura. Com essas articulações do real, do fictício – fantasioso e o imaginário,
podemos pensar o referido romance de José Saramago como uma narrativa que traz
abordagens do insólito e que pesca o leitor pela isca do absurdo. O estudo parte de
uma reflexão bibliográfica e analítica que tem como principais teóricos Iser (2002),
Todorov (1981), Garcia (2012) e Reis (2012).
Palavras chave: Atos de fingir. Imaginário. Insólito. Leitor.
TERRA SONÂMBULA: ORALIDADE COMO MECANISMO DE LIGAÇÃO
ENTRE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE
Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA
Edna Mafra Teixeira - UFMA
Este trabalho tem como objetivo abordar a oralidade como mecanismo de ligação
entre a tradição e a modernidade na obra Terra Sonâmbula do autor Mia Couto. A
narrativa é composta de um conjunto de textos orais, “estórias” encaixadas, que
seguem o enredo, são a maioria contos e parábolas, verifica-se que a oralidade e a
escrita se complementam, pois na medida em que os textos orais são escritos não se
perde mais, e ficam intactos os ensinamentos para as gerações futuras Em princípio
pode-se dizer que o romance é uma tentativa de indicar um caminho para a construção
da identidade do povo, e consequentemente do país moçambicano. Entrar na
modernidade é em suma deixar de lado um mundo de oralidade, de tradições, e de
crenças e isto em Moçambique, em África, gera divisão do eu, e descontentamento na
51
maioria da população em especial as pessoas mais velhas. A oralidade é marcante
dentro do romance e serve de mecanismo de ligação entre a tradição e a modernidade
na medida em que é através da oralidade que os ensinamentos, as tradições eram e são
transmitidas em Moçambique, em África, mas com o tempo muitos conhecimentos
foram se perdendo, e também foram sendo modificados de geração para geração, a
escrita pode ser utilizada em benefício da tradição, da oralidade. Na narrativa, vê-se a
importância da oralidade para transmissão da tradição moçambicana, os seus
provérbios, crenças, cultos etc. A metodologia adotada para construção deste trabalho
foi a análise da obra e pesquisas acerca da literatura moçambicana. Os resultados
mostram que a modernidade e a tradição devem estar interligadas pela oralidade. O
romance Terra Sonâmbula é uma narrativa de dor e de sofrimento, esperança, sonhos
e acima de tudo de busca e de identidade do país moçambicano.
Palavras chave: Modernidade. Tradição. Oralidade. Escrita.
A ORIGEM DIVINA DA PALAVRA
Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA
Edna Mafra Teixeira – UFMA
Este trabalho tem como objetivo analisar a PALAVRA, que é um dos nove elementos
abordados no artigo “Para uma teoria da Civilização Africana” Os nove elementos são a
origem, a palavra, o fogo, o ritmo, o homem, o coletivo, a pragmática, a esperança e o
negro. E são essenciais para manter a civilização africana de pé. Tendo em vista a
PALAVRA enquanto unidade geradora e reveladora da vida. Sabe-se que para a
civilização africana a palavra é considerada elemento sagrado, de origem divina. A
PALAVRA (=Nommo) vai além da própria fala como meio de comunicação, ela é vista
pela maioria dos povos africanos como detentora de poder e magia, criadora da vida e
fundadora do mundo. O continente africano ainda é um continente de tradição oral, há
uma valorização dos relatos orais porque a fala não é vista como apenas um instrumento
de comunicação, mas como meio de manter, preservar os conhecimentos dos seus
ancestrais. A tradição consiste na transmissão dos conhecimentos totais da vida e da
África de geração a geração. Nas sociedades orais africanas o homem e a palavra se
completam no testemunho. A confiança concentra-se no valor, respeito pela palavra e o
homem. Acredita-se também na dualidade da palavra, que consiste em seu caráter
destruidor e criacional das coisas no universo. Através de uma “simples palavra” pode-se
desencadear uma guerra mundial. As pessoas precisam esta sempre em vigilância para
não falar o que não devem “atropelar as suas próprias palavras” ou mentir. Como
metodologia foram analizados o artigo “Para uma teoria da Civilização Africana”, e
outros. Os resultados mostram que dentre os nove pilares de sustentação da civilização
africana, a Palavra é um dos mais importantes, onde pode ser tirado o mais belo
ensinamento de crença, tradição e confiança no outro.
52
Palavras chave: Crença. Elemento divino. Palavra. África.
O USO DO BLOG CONSTRUINDO HST NA DISCIPLINA HISTÓRIA DO
MARANHÃO SÉCULO XVII ATRAVÉS DO OLHAR DOS ALUNOS DO 2º
ANO MATUTINO DO ENSINO MÉDIO DO LICEU MARANHENSE
Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde – Liceu Maranhense
Apesar de tantas inovações tecnológicas levadas a escola, ainda há uma centralização
na aquisição de conteúdos de forma mecanicista por parte dos alunos, sendo o
professor o centro do processo do ensino aprendizagem, utilizando uma metodologia
tradicional, sem haver uma preocupação direcionada a utilização pedagógica das
Tecnologias da informação e comunicação. Com a disseminação das TIC’s nas
escolas, o computador passou a ser utilizado não só pela administração, mas também
no processo ensino-aprendizagem. Acompanhado de uma gama de programas que
misturam jogos e informações em tempo “real”, seu uso estar associado as mais
variadas possibilidades de acesso a informações e ao conhecimento O termo Blog é
uma construção derivada da união das palavras inglesas web (rede) e log. (diário de
bordo), onde os viajantes velejadores registravam os eventos das viagens. Atualmente,
o termo blog tornou-se uma abreviatura de web log, onde web remete a internet, e log e
caracterizado pelos registros que são realizados pelo chamado “blogueiro”. O
blogueiro seria o responsável pela construção do diário eletrônico ou blog.O Blog
pedagógico, ancorado na Disciplina História, com o objetivo de fazer considerações
acerca das implicações existentes no desenvolvimento, de ambientes virtuais de
aprendizagem, direcionado ao contexto educativo, mediando o aluno como sujeito
histórico, proporcionando habilidade de aprender a aprender, a pensar, a comunicar-se,
a pesquisar e a agir; a compreender textos e documentos.
Palavras chave: Blog. Educação. Interação. Historia. Liceu Maranhense.
A VARIAÇÃO SEMÂNTICO-LEXICAL EM COMPOSIÇÕES DE RAP: UMA
POSSIBILIDADE DE PRÁTICA MULTILETRADA E ANÁLISE DE FENÔMENOS
SEMÂNTICOS NO ENSINO MÉDIO
Ana Claudia Menezes Araujo - UFPI
Ananda Veloso Amorim Oliveira - UFPI
Este artigo tem como objeto de estudo as variações semântico-lexicais presentes nas
composições de rap, com o objetivo de viabilizar uma reflexão sobre as possibilidades de
trabalho com variação semântico-lexical, bem como com os multiletramentos no Ensino
Médio. Utilizou-se como embasamento teórico, principalmente, Bagno (2007), Bortoni53
Ricardo (1995, 2004), Calvet (2002), Tarallo (2002), sobre variação linguística; Dionísio
(2009), Rojo (2009), Rojo e Moura (2012), Cope e Kalantzis (2000), sobre
multiletramentos e a respeito da cultura Hip Hop Souza (2011), Silva (2006) e Luz (2007).
O corpus desta pesquisa constitui-se de quatro composições de rap dos grupos
“Racionais”, do Rio de Janeiro-RJ e “A Irmandade”, de Teresina-PI e, como metodologia,
optou-se por uma pesquisa qualitativa, a partir da qual se identificaram palavras e
expressões em comum nas referidas composições; agruparam-se essas palavras e
expressões por campo semântico e analisaram-se os seus significados dicionarizados
paralelamente aos contextuais, demonstrando uma possível abordagem de ensino de
Língua Portuguesa. Conclui-se que o conhecimento da variação semântico-lexical em
composições de rap, no ensino de língua, pode ser significativo quando se utiliza a noção
de campos semânticos, contrastando os significados dicionarizados e contextuais, assim
como a variedade linguística característica do rap e a cultura Hip Hop, uma vez que esse
gênero textual, que pode ser apresentado de forma impressa (texto escrito) e sonora, é
apreciado pelos jovens do Ensino Médio e explora os processos de significação do texto, o
que auxiliará no processo de compreensão textual, resultando em uma atividade prazerosa.
Palavras chave: Ensino de Língua Portuguesa. Variação Linguística. Multiletramentos.
Ensino Médio.
ESPAÇO DA AULA: O BLOG NO PROCESSO EDUCATIVO
Andressa Maria Abreu Pereira - UESPI
Deislandia de Sousa Silva - UESPI
Este artigo visa apresentar os resultados de um estudo que objetivou analisar 8 aulas de
Língua Portuguesa publicadas no Espaço da Aula, link disponível no Portal do Professor
do MEC, a fim de se verificar que propostas pedagógicas são sugeridas nesse espaço
para o trabalho com o gênero blog. Partindo da concepção de que o blog é um gênero
digital que pode servir como uma importante ferramenta a ser explorada na área da
educação, o estudo procurou saber quais as atividades sugeridas no Espaço de Aula para
o trabalho com gênero blog, em que contextos devem ser aplicados, que sugestões
podem ser feitas para que haja um melhor trabalho com elas, e, principalmente, como
podem ajudar os alunos a abrangerem seus conhecimentos sobre os gêneros digitais,
mais especificamente, o blog. Neste trabalho foram utilizados os princípios teóricos de
Marcuschi (2005; 2008), Miller (2009) e Gomes (2005; 2007), autores que contribuíram
para compreensão acerca dos gêneros digitais e, também, das características e
funcionalidades do blog. Através da análise do corpus foi possível verificar dois tipos de
propostas de aulas: aulas voltadas para a criação de blogs, em que as atividades
sugeridas funcionam como uma espécie de roteiro para nortear professores e alunos
acerca dessa construção; e aulas direcionadas para a teoria e para a aplicação prática do
conteúdo, com o objetivo de que os alunos realizem produções que expressem o
conhecimento adquirido em sala. Os resultados obtidos evidenciam uma tomada de
consciência pelos professores quanto à inserção do blog no contexto educacional,
54
servindo assim não só como recurso, mas também como estratégia de ensino e
aprendizagem.
Palavras chave: Espaço da aula. Blog. Educação.
ARTE/EDUCAÇÃO PÓS-COLONIALISTA NO BRASIL: A ABORDAGEM
TRIANGULAR NO DITO E NAS ENTRELINHAS, NO NÃO DITO, MAS
IMPLÍCITO NO DISCURSO DE ARTE/EDUCADORES DA CIDADE DE SÃO
LUÍS DO MARANHÃO
Angelo Roberto Silva Barros – FAEPI
O cubano Roberto Fernandez Retamar (1930-?) atualizou, na década de 1970, o
conceito de antropofagia de José Oswald de Sousa Andrade (1890-1954),
canibalizando-o, tornando-o pós-colonial na teoria e contra discursivo na prática.
Como profetizou José Oswald de Sousa Andrade, hoje pode-se definir o póscolonialismo cultural no Brasil como antropofágico e canibalesco, pois este deglute,
desconstrói e reorganiza as influências da Europa e dos Estados Unidos. Nem mais a
dependência cultural, nem mais a busca inalcançável da originalidade modernista, mas
adequação e elaboração em diálogo crítico com os países centrais. Foi assim que
surgiu a abordagem que ficou conhecida no Brasil como “Metodologia Triangular”,
uma designação infeliz, mas uma ação reconstrutora do Ensino das Artes e Culturas
Visuais. Sistematizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São
Paulo (1987/1993), a Triangulação Pós-Colonialista do Ensino das Artes e Culturas
Visuais no Brasil foi apelidada de metodologia pelos (arte/) educadores e,
posteriormente, foi revisada, pela pesquisadora e educadora Drª. Ana Mae Barbosa,
para “Proposta Triangular” ou “Abordagem Triangular”. A história da Arte/Educação
no Brasil aponta que há uma dupla triangulação nesta proposta/abordagem
epistemológica: primeiro, quanto à concepção dos componentes do
ensino/aprendizagem, constituídos por criação (Fazer Artístico), leitura da obra de arte
e contextualização e, depois, na gênese de sua sistematização, originada em uma
tríplice influência, na deglutição de três outras abordagens epistemológicas: as
Escuelas de Pinturas a1 Aire Libre mexicanas, o Critical Studies inglês e o Discipline
Based Art Education (DBAE) americano. Este primeiro diálogo, portanto, apontou
questões a discutir e provocou a curiosidade de se localizar e, de certa forma
compreender melhor, quais foram as marcas/influências deixadas por essa
proposta/abordagem nós arte/educadores. Destarte, interessou-se a essa pesquisa
verificar no dito, no dito nas entrelinhas e no não dito no discurso de arte/educadores,
da cidade de São Luís do Maranhão, a existência de possíveis marcas/influências desta
proposta/abordagem na representação que possuem de sua ação docente e nas suas
concepções de ensino de Arte, e quão fortes ou esmaecidas são.
Palavras chave: Origem.
Portuguesa. Literatura.
Abordagem
55
Triangular.
Apropriações.
Língua
A ABORDAGEM TRIANGULAR COMO POSSÍVEL ESTRATÉGIA
BÁSICA PARA INVESTIGAÇÃO E POSSIBILIDADE DE DIVERSIDADE
NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUA LITERATURA
Angelo Roberto Silva Barros - FAEPI
Israel Ferreira Santos - FAEPI
Origem é o assunto dessa comunicação oral. Não aquela entendida como “gênese das
coisas”, como o instante fixo e preciso de onde tudo começa. Trata-se da origem como
um “turbilhão no rio do devir”, arrastando “em seu ritmo a matéria do que está em via
de aparecer”. A origem abordada aqui não é remetida a um fato único em “existência
nua” e “evidente”, mas a uma perturbação em certo “curso normal”, causa de aparições
em restauro e incompletude, relacionadas a uma “Pré e Pós-História”. Nesta
perspectiva, busca-se caminhar rumo ao encontro da origem de uma proposta,
responsável, dentre outras ações, por uma reordenação conceitual, dialogal,
multicultural e pós-moderna do ensino das artes e culturas visuais no Brasil.
Apresenta-se, portanto, em linhas gerais, a “Abordagem Triangular”, sistematizada, no
final dos anos de 1980, pela arte/educadora e pesquisadora Drª. Ana Mae Tavares
Bastos Barbosa. E, por outro lado, acreditando-se na ideia de que a referida proposta
não se baseia em conteúdos, mas em ações (Fazer/Ler/ Contextualizar), é que
facilmente demonstrar-se-á suas possíveis apropriações/adaptações a diversos
conteúdos da área de conhecimento/disciplina de Língua Portuguesa e sua Literatura.
Palavras chave: Origem.
Portuguesa. Literatura.
Abordagem
Triangular.
Apropriações.
Língua
LITERATURA E GÊNERO: REPRESENTAÇÕES DA FIGURA FEMININA NA
OBRA O CORTIÇO DE ALUÍSIO AZEVEDO
Antônia Cláudia de Carvalho Rocha - UESPI
Este artigo tem como objetivo, discutir em uma perspectiva pós-moderna, possíveis
representações sobre a figura feminina na obra “O cortiço” de Aluísio Azevedo. Para
isso, se fundamenta nas discussões sobre gênero como categoria que aliada ao estudo
da literatura pode ser uma possibilidade de compreender na contemporaneidade como
esse renomado autor da literatura construiu suas personagens literárias, especialmente,
a representação das identidades femininas dentro desse romance. Como meio de
construção do trabalho, realizou-se a leitura da obra assim como de outros autores que
debatem literatura e literariedade de um texto, além das discussões em torno do estudo
de gênero na pós-modernidade e os possíveis diálogos com as diversas áreas do
conhecimento, inclusive com a literatura. O quadro teórico que subsidiou a escrita do
trabalho tem dentre outras referências as pesquisas de Compagnon (2001), Cândido
(2004), Felski (2003), Foucault (1976), Lauretis (1994), Scott (1990), Piscitelli (2009),
56
Soihet (1998), Rago (1997), etc.
Palavras chave: Literatura. Gênero. Aluísio Azevedo.
O DESNUDAR DE ESTHER GREENWOOD EM THE BELL JAR, DE SYLVIA
PLATH
Antônia Ellen Alves dos Santos
O universo literário constitui uma das esferas nas quais a presença feminina foi
silenciada ao longo da história. Com a manifestação da crítica feminista,
aproximadamente na década de 70, a literatura de autoria de mulheres começou a
conquistar seu devido espaço suscitando resgates de obras e interpretações sob a ótica
da alteridade pelos pesquisadores no meio acadêmico. Autoras como Charlotte Bronte,
Jane Austen, Virginia Woolf, Alice Walker, Sylvia Plath, entre outras, são nomes
imprescindíveis no que diz respeito à tradição literária de autoria feminina de língua
inglesa. Sob o pseudônimo de Victoria Lucas, a escritora norte-americana Sylvia Plath
publica seu único romance The Bell Jar, em Londres, em 1963. O referido livro é
considerado uma semi-autobiografia da supramencionada autora, no qual a protagonista,
Esther Greenwood, reflete o descontentamento com relação à função exercida pelas
mulheres na sociedade, bem como o seu conflito identitário. O objetivo do presente
trabalho é apresentar uma análise dos perfis identitários da protagonista Esther
Greenwood no decorrer da trama de The Bell Jar, à luz da crítica feminista e estudos de
gênero. Para tanto, nos fundamentamos nos textos de Zolin (2009), Showalter (2007),
Perrot (1994), Scott (1995), entre outros pesquisadores da área em questão.
Palavras chave: Literatura de autoria feminina. Sylvia Plath. The Bell Jar.
TARANTINO, BASTARDOS INGLÓRIOS E O PÓS-MODERNISMO
Francisco Armando de Sousa Oliveira - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão – orientador - UFPI
A estética pós-moderna está tão inscrita no cinema de Tarantino que não chega a ser
um desafio percebê-la, mas como pode o expectador leigo entender como essas
ferramentas funcionam para fazer de filmes que, em sua maioria, a primeira vista, são
apenas violentos e fortes, se tornarem uma obra de arte? Para isso é fundamental se
entender o que é arte no pós-modernismo, e como o cinema, visto como meio artístico
propriamente pós-industrial (BENJAMIN, 1983), ou pós-moderno, é influenciado por
essa estética. Um dos diretores mais cultuados do cinema contemporâneo, conhecido
no público leigo pela violência e humor em seus filmes, venerado na crítica pelos
enredos sempre recheados de citações quer seja em cenas, músicas ou personagens,
tem forte influência do momento artístico contemporâneo, a saber, o pós-modernismo.
57
Analiso aqui como a metaficção historiográfica e o pastiche, ferramentas da estética
pós-moderna, estão presentes no filme Bastardos Inglórios (2009), de Tarantino, e
como elas se articulam para formar, pelo menos, duas narrativas paralelas: uma para o
público leigo e outra para os amantes da sétima arte. Ambos os conceitos que aqui
resgato para trabalhar a obra cinematográfica serão vistos segundo a definição de
Linda Hutcheon sobre o assunto. Enquanto a metaficção historiográfica está presente
no resgate da temática da Segunda Grande Guerra, e na recriação desse cenário
histórico para produzir o enredo ficcional do filme, o pastiche fica evidente no resgate
da memória do cinema através da representação de personagens ficcionais dessa
história e cenas que nos remetem ao próprio cinema.
Palavras chave: Cinema.
Historiográfica. Pastiche.
Tarantino.
Bastardos
Inglórios.
Metaficção
NIKETCHE – UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA
CHIZIANE: O DISCURSO DA ALTERIDADE
Áurea Regina do Nascimento Santos – UESPI/IFPI
Algemira de Macêdo Mendes – UESPI
O presente trabalho tem como objetivo investigar o romance “Niketche: uma história
de poligamia”, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, desvendando o universo
feminino retratado no contexto enunciativo. Discute-se neste estudo a ruptura das
tradições pós-coloniais e patriarcais presentes na narrativa de Chiziane, enquanto a
autora desafia a condição de submissa, desvelando uma mulher que busca o seu lugar
como sujeito que se reafirma e rejeita os valores patriarcais em voga em Moçambique.
As personagens são apresentadas pela autora como seres de “fronteira” entre a tradição
e os sistemas cultura impostos pelos colonizadores. Elas podem ser entendidas como
representações dos dilemas culturais, históricos e sociais vivenciados pela mulher
moçambicana na atualidade. Ao mesmo tempo em que Paulina Chiziane apresenta
uma mulher sofrida, oprimida e subjugada do ponto de vista simbólico, ela também
alimenta as personagens femininas de força, sabedoria e determinação. Para tanto,
recorreremos à noção de local da cultura, cunhada por Homi Bhabha, bem como aos
instrumentais usados pelos colonizadores para reorganizar a sociedade conquistada.
Fixaremos nosso olhar nas re-configurações sofridas pelos grupos marginais, mais
especificamente, as mulheres, e em como a tradição sobrevive ao novo formato social.
Com uma narrativa densa, “Niketche” abusa da linguagem para dramatizar,
aproximando-se da contação de estórias, que não poupa palavras para dar vida a
situações, sentimentos e intenções.
Palavras chave: Paulina Chiziane. Literatura pós-colonial. Escrita de autoria
feminina. Poligamia.
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CINEMA: UM OLHAR SOBRE A REALIDADE
Carlos Carvalho Macêdo - UFMA
Nathana Diniz Santos – UFMA
Janine Alessandra Perini – orientadora
Este trabalho centrou-se na análise no filme O contador de histórias de Luiz Villaça. O
presente trabalho tem por finalidade propor uma discussão/reflexão a respeito de como
o cinema trata a realidade, sem perder suas características enquanto meio artístico que
é. Além disso, extrai dessa realidade, que por muitas vezes se mostra difícil, lições e
aprendizados para o espectador. A escolha desse filme deu-se a partir de reuniões do
projeto de extensão “Criação artística na UFMA”, na modalidade “Ciclo de filmes”,
onde o mesmo tem o intuito de aproximar a comunidade ao meio acadêmico e viceversa. Essa modalidade tende um olhar mais crítico sobre o filme relacionando-o com
a realidade do público-alvo que são os próprios moradores do município de São
Bernardo - MA e alunos de graduação do Campus desta mesma localidade. Seguimos
a linha do cinema enquanto veículo mediador da educação, contribuindo
significativamente no desenvolver cognitivo, social e emocional do ser humano. E,
faz-se interessante observar, ainda, o cinema sobre o prisma do movimento Cinema
Novo, apontando suas características no filme em análise, fazendo, também, um
panorama da história do cinema brasileiro a partir deste movimento, que revolucionou
a maneira de pensar/fazer filmes no Brasil. Para este trabalho usou-se os estudos de
Bernardet (1985?), Pimentel (2011) entre outros.
Palavras chave: Cinema. Educação. Arte.
30 DIAS PARA MUDAR A SUA VIDA: UM ESTUDO SOBRE A ORALIDADE NO
JORNALISMO DE AUTOAJUDA
Cláuberson Correa Carvalho - UFMA
As expressões “guia”, “tutorial”, “5 dicas”, “Aprenda a fazer” estão cada vez mais
presentes no jornalismo. Parece que a nova tendência das segmentações do jornalismo é
ensinar e orientar o leitor a fazer algo. Além de trazer abordagens factuais do universo
que cobrem, as publicações começaram a produzir conteúdo sobre temas relacionados
ao cotidiano e à vida em sociedade (moda, comportamento, beleza, trabalho,
relacionamento, música). Ao resgatar tais temas, o jornalismo constrói seu discurso em
aproximação ao campo da autoajuda. Nesse contexto, a linguagem tem papel
estratégico: funciona como mediadora e potencializadora do caráter de autoajuda das
publicações jornalísticas. Considerando tal cenário, esta pesquisa pretende analisar as
marcas de oralidade verificadas nos textos da revista Capricho, principal publicação
brasileira destinada a adolescentes de 13 a 16 anos das classes A e B. Defende-se a
compreensão de oralidade para além da estrutura, do registro linguístico. No universo da
59
Comunicação, a oralidade configura-se enquanto estratégia textual/discursiva
direcionada, cujo objetivo é promover o estreitamento e a interação entre os sujeitos
envolvidos no processo de leitura. Sendo assim, utilizam-se, como referencial teórico,
fundamentos do Jornalismo (RÜDIGER, 1996; TAVARES, 2007; SCALZO, 2009) e da
Linguística (KOCH, 2012, 2013; MARCUSCHI, 2003; FÁVERO, ANDRADE,
AQUINO, 2012; MAINGUENEAU, 2008). Quanto ao corpus do trabalho, coletaram-se
três edições publicadas pela revista Capricho entre os meses de fevereiro e abril de 2014.
Como resultado, identificaram-se diversos marcadores de oralidade, que denunciam as
estratégias e as técnicas utilizadas pela referida revista no objetivo de persuadir e
conquistar o público-alvo.
Palavras chave: Discurso de autoajuda. Oralidade. Jornalismo de revista. Revista
Capricho. Textualidade.
O RESGATE DO DISCURSO ROMÂNTICO ATRAVÉS DA
INTERTEXTUALIDADE: O ROMANCE HISTÓRICO DIAS E DIAS, DE ANA
MIRANDA
Cláudia Letícia Gonçalves Moraes - UFMA
Danielle Martins Leite Fernandes Lima - UFMA
O presente estudo intenta reconhecer as estratégias de reavivamento da memória e de
reconstrução histórica no contexto da obra literária Dias & Dias (2002), de Ana
Miranda, relevando os aspectos intertextuais utilizados pela autora para resgatar a
temática lírico-amorosa vigente à época do autor biografado, o poeta romântico
Gonçalves Dias. Dessa forma, o estudo enfoca a análise de uma obra literária
contemporânea que tem como personagem principal um dos poetas mais engajados na
luta pela afirmação da identidade nacional, pretendendo investigar obra e autor em
seus papeis atuantes dentro deste contexto específico, destacando o diálogo entre
textos como lastro teórico fundamental para a investigação literária. Para isso, é
necessário investigar de que maneira a autora faz uma inserção no contexto da
produção literária brasileira, pondo em relação o texto de suas obras com os textos que
lhe dão origem através de diálogos, retomadas, alusões e outros recursos (KOCH,
2007). Pretende-se analisar a obra como uma biografia livre e romanceada da vida de
Gonçalves Dias, investigando sobretudo como a autora faz uso da intertextualidade
como prática moderna de discurso, não apenas referenciando outros autores, mas
também tornando-os personagens centrais de seus romances históricos.
Palavras chave: Discurso. Intertextualidade. Memória
CONCEITOS DE DISCURSO E MEMÓRIA PARA ALAIN
BERRENDONNER
60
Claudiene Diniz da Silva – UFMG
Luiz Francisco Dias – orientador - UFMG
Este trabalho tem como objetivo geral apresentar uma reflexão sobre alguns
conceitos de Alain Berrendonner (1990, 2002a, 2002b), em especial as noções de
discurso e memória. Esse autor se dedica ao estudo da Pragma-Sintaxe, uma linha
teórica que se se interessa pela combinação que resulta das ações comunicativas
exercidas sobre a memória discursiva. Berrendonner, que também se enquadra na
perspectiva da Macro-Sintaxe, adota a noção de discurso sob o viés enunciativo, isto
é, como uma atividade, uma construção por parte dos sujeitos falantes, e também um
conjunto de representações publicamente partilhadas, denominado Memória
Discursiva. Além dos conceitos de discurso e memória, Berrendonner apresenta dois
conceitos que também merecem ser apresentados: liage e pointage. Tais conceitos
são indispensáveis para as noções do teórico sobre cláusula, enunciações, períodos,
texto e discursos. Dessa forma, essa pesquisa de cunho bibliográfico, tem a pretensão
de propor uma reflexão sobre os pressupostos desse autor, mais especificamente
discurso e memória.
Palavras chave: Alain Berrendonner. Pragma-sintaxe. Discurso e memória.
O PERFIL FEMININO NO SÉCULO XIX, ANALISADO NA OBRA
SENHORA DE JOSÉ DE ALENCAR
Crislane da Silva Santos - UFPI
Lídia Raquel Ferreira da Silva - UFPI
O presente trabalho tem por objetivo observar o perfil feminino na sociedade burguesa
brasileira no século XIX a partir da análise do romance Senhora de José de Alencar,
publicado em 1875. Este romance forma, juntamente com Lucíola (1862) e Diva (1864),
o que Alencar denominou ―perfis de mulheres. A obra trata da história de Aurélia
Camargo, uma jovem dividida entre o amor e o ódio por Fernando Seixas, o homem que
a trocou por uma moça de dote mais atrativo. A protagonista era uma moça decente, mas
ao passar por essa decepção amorosa torna- se vingativa e fria. Aurélia valoriza os
sentimentos, mas usa o dinheiro para obter seu grande amor. No século XIX, houve um
grande desenvolvimento da indústria e com isso a figura feminina libertou-se de várias
atividades domésticas, pois tudo que era consumido em casa podia ser encontrado no
centro urbano. O desenvolvimento do comércio trouxe a modernização da cidade do Rio
de Janeiro. Nesse contexto passou a ser exigida das mulheres, solteiras e casadas, um
comportamento adequado ao convívio familiar, contribuindo para a harmonia em suas
casas. O casamento passou a ser visto como forma de ascensão social e de manutenção
das posses. Os homens preocupavam-se em casar com moças ricas, deixando de lado os
conceitos de amor presentes nas obras românticas, impossíveis de serem realizados
devido ao contexto social. Essas observações sobre o perfil feminino no século XIX, o
questionamento sobre a felicidade da mulher na realização de seu papel social e a crítica
61
feminista, servem como suporte para a análise da mulher na obra Senhora.
Palavras chave: Senhora. Crítica Feminista. José de Alencar.
O PIANO E AS PALAVRAS: RELAÇÕES MÚSICO-LITERÁRIAS, EM OS
TECLADOS E A ÁRVORE DAS PALAVRAS, DE TEOLINDA GERSÃO
Cristianne Silva Araújo Dias - UFPI
Maria Elvira Brito Campos - UFPI
Maria Elvira Brito Campos - orientadora - UFPI
A presente pesquisa tem por objetivo investigar a construção das identidades
feminina e nacional a partir das referências musicais que aparecem,
respectivamente, nas obras Os Teclados e A Árvore das Palavras, de Teolinda
Gersão. De forma mais específica, procura-se identificar a música como viés
condutor da narrativa, por meio da identificação de metáforas musicais e de
elementos como as onomatopeias, assonâncias, aliterações e metáforas, além de
verificar a presença da “música de palavras” e “música verbal”, na linguagem
musical que exalta a natureza, o resgate dos cantos e das danças, além de destacar
compositores como Mozart e Beethoven. Como base teórica, referenciamos
conceitos músico-literários, como os propostos por Solange Ribeiro de Oliveira,
além dos conceitos de identidade, elaborados por Stuart Hall, e dos recursos
estéticos da música na literatura, de Luiz Piva. A pesquisa consta com aspectos
bibliográficos qualitativos com ênfase nos elementos musicais encontrados nas duas
narrativas. Como forma de conclusão foi possível verificar a relação intrínseca entre
a música e a construção das identidades feminina e nacional, através do contato da
musicalidade na obra Os Teclados e da presença de metáforas musicais, que
valorizam a beleza da natureza e dos costumes, de forma a resgatar os símbolos
nacionais na obra A Árvore das Palavras.
Palavras chave: Teolinda Gersão. A árvore das palavras. Os Teclados.
CURRAL DE SERRAS: A RELAÇÃO COLONIZADOR E COLONIZADO NA
OBRA DE ALVINA GAMEIRO
Cristina Gomes de Brito - UFPI
Wander Nunes Frota - orientadora - UFPI
Este trabalho pretende investigar as marcas do colonialismo revelando como se perpetua
a relação de poder entre colonizador versus colonizado. Como objeto para esta pesquisa
62
elegemos o romance Curral de serras (1980), da escritora piauiense Alvina Gameiro.
Procurando sempre mostrar, nesta abordagem, possíveis semelhanças, ora proximidade,
ora distanciamento, entre alguns personagens da obra piauiense com os de A
tempestade, (1611) de William Shakespeare. Como objetivos específicos a proposta é
observar que as semelhanças entre os personagens podem não ser frutos de apenas mera
coincidência, por ver que a literatura nos concede múltiplos recursos criativos, seja no
imaginário coletivo, seja no imaginário individual. E ainda que a relação colonizador e
colonizado presente na obra pode ser fruto do forte poder colonizador arraigado na
escritora piauiense. Também ressaltar possíveis referencias que Sheakespeare teve para
escrever sua obra. Para tanto, buscamos compreender a obra à luz do colonialismo em
Retamar (2000), bem como alguns autores por ele citado em sua obra. E a semelhança
entre os personagens das obras em Shakespeare, (1611), também analisando a relação
colonizador e colonizado.
Palavras chave: Colonizador. Colonizado. Escritora Piauiense.
A POESIA ESTÁ MORTA? DA CONCEPÇÃO, DO PARTO E DO
FUNERAL LITERÁRIO: A AUTORIDADE DA PARTEIRA E A
PROCRIAÇÃO DOS FRUTOS
Danielle Castro da Silva - SEDUC - MA
O texto literário é assim denominado de acordo com um momento específico na história,
nascendo da especialização dos saberes e no intuito de elaborar distinções entre o estrato
erudito da sociedade nascente e a burguesia – necessidade esta criada a partir da difusão
de um antigo privilégio da nobreza: o "saber ler” (ABREU, 2003). Se os eruditos eram
tidos como os detentores do conhecimento válido, chegou-se, pois, aos dias de hoje a um
conceito de “literatura” mais ou menos cristalizado, difundindo nas Academias, de tal
modo que a prática de determinadas técnicas de análise do poético torna-se naturalizada.
O que é problemático e que se torna a discussão sempre corrente é a elaboração, o uso
de novos gêneros literários que não estejam enquadrados nos clássicos padrões de
gêneros, a revisitação de textos antes não considerados pela crítica, incluindo a poesia
oral. Assim sendo, nos últimos anos, as correntes da crítica têm questionado esse modus
operandi naturalizado a respeito da análise literária (PERRONE-MOISÉS, 2009), de
modo que cada vez mais têm adotado a concepção de não haveria uma forma “correta”
de análise, seguindo uma “ciência da literatura” e sua “vontade de verdade”
(FOUCAULT, 2004), a partir do “signo naturalizado” (BARTHES, 2007), mas sim
procuram buscar o texto que se quer explorar como mote que ensejará as escolhas da
análise (EAGLETON, 2006), surgindo a ideia da “morte da literatura” nos moldes como
tradicionalmente a conhecemos (Ibidem). Como resultado, verificou-se que o texto
poético não erudito não consegue caber nos apertados padrões da crítica tradicional, o
que acaba funcionando como controle cultural, realizado por uma parcela da sociedade,
de modo que a análise da poesia oral, mais especificamente na canção popular, segundo
estes moldes, perde muito da sua totalidade sígnica.
Palavras chave: Teoria da Literatura. Crítica Literária. Poesia Oral. Canção
Popular.
63
MODERNIDADE E IDENTIDADE: BREVE ENSAIO SOBRE O FENÔMENO
DA MULTIDÃO
Davi Galhardo Oliveira Filho - UFMA
Há tempos estamos acostumados a viver em crise, diga-se de passagem, que não estar
em crise na atual organização social pode por si só gerar uma crise. Dito isto, o
problema central que aqui pretendemos tomar por nosso, gira em torno das seguintes
noções: Moderno, Modernidade e Modernismo(s) e suas respectivas “anomalias”.
Nesse sentido, a leitura e compreensão do conto de Edgar Allan Poe (1809 – 1849)
intitulado “O Homem da Multidão” parece ser uma boa oportunidade de buscarmos
“entender” tais fatores sob uma perspectiva Hermenêutica. Pretendemos neste breve
ensaio salientar os pormenores constituídos nas chamadas “entrelinhas” do texto de
Edgar Allan Poe, ou seja: as manifestações de características próprias do Capitalismo,
presentes no enfoque dado pelo Poeta ao fenômeno da Multidão, a partir da perspectiva
de Friedrich Schleiermacher (1768 – 1834) que situa-se na chamada Hermenêutica
Moderna. Nesse sentido, a leitura do referido conto do Poeta Americano, perpassa
portanto para além das fronteiras de suas linhas, pois, entender a pessoa e história de
Edgar Allan Poe – onde está contido suas amarguras, decepções pessoais, dificuldades
diversas, dentre tantos outros fatores – determina primordialmente na construção do
seu discurso. A tentativa desta abordagem, a nosso ver é válida por buscar desvelar
fatores que estavam de forma subjetiva no corpo estrutural da obra, mas que, no
entanto encontram-se impossibilitados de vir à tona pela maneira como ela própria esta
constituída. Vale lembrar ainda, que do entrelaçamento dos autores apontados aqui,
podem surgir resultados diversos no que diz respeito a esta mesma discussão. O convite
a esta aventura fica aqui em aberto.
Palavras chave: Modernidade. Hermenêutica. Multidão.
A TOPONÍMIA INDÍGENA DO MARANHÃO EM RELATOS DE
VIAJANTES DO SÉCULO XVII E XVIII: UMA CONTRIBUIÇÃO DA
MEMÓRIA
Edson Lemos Pereira - UFMA
Conceição de Maria de Araújo Ramos - UFMA
A ocupação de determinado lugar físico pelo ser humano e a necessidade de se localizar
no ambiente geográfico fazem com que o homem nomeie, por precisão, esses espaços,
garantindo assim sua sobrevivência. Considerando a importância da toponímia para a
preservação da memória de um povo, fez-se um recorte, no âmbito dos estudos
64
toponímicos maranhenses, que privilegia os topônimos de origem indígenas para, com
base nesses estudos, examinar a história/memória do Estado. Convém ressaltar, que o
Maranhão, como membro integrante do território que pertenceu, no século XVIII, ao
Estado Colonial do Maranhão, possuía uma população indígena formada por cerca de 30
povos, aproximadamente 250.000 indivíduos, sendo assim um dos centros brasileiros de
maior densidade de falares indígenas pertencentes a dois troncos linguísticos – Macro-Jê
e Tupi-Guarani ou Macro-Tupi. O estudo adota os princípios teóricos e metodológicos da
Onomástica, mais particularmente da Toponímia cujo objeto é o estudo dos nomes dos
lugares, tendo como ponto de partida sua origem e significado, e objetiva descrever os
nomes das localidades e de rios maranhenses, registrando assim o percurso onomástico
desses topônimos, com vista ao resgate histórico de suas denominações, tendo por base os
relatos de viajantes do século XVII e XVIII. Os dados revelam uma considerável
presença indígena na toponímia maranhense da região investigada; alguns exemplos
bastante emblemáticos podem ser notados Itapecuru-Mirim, Icatu, Jaguarema, Pindaré e
Mearim. A amostra evidencia, assim, marcas incontestes de línguas indígenas no léxico
toponímico do Estado, razão por que se faz necessário investigar essas marcas.
Palavras chave: Onomástica. Toponímia de origem Indígena. Maranhão.
ÉDIPO REVISITADO NA POESIA DE SUSANA THÉNON
Eduarda Rocha Góis da Silva - UFAL
Susana Souto Silva - UFAL
Este trabalho realiza um estudo de três poemas da poeta, tradutora e fotógrafa argentina
Susana Thénon (1935-1991), autora de Edad sin treguas (1958), Habitante de la
nada (1959), De lugares extraños (1967), Distancias (1984), e Ova Completa (de 1987),
que reelaboram a tragédia grega Édipo Rei. O primeiro poema foi publicado no livro De
Lugares extraños, de 1967, e os dois últimos na obra Distancias, de 1984. A autora
argentina ainda não teve sua obra traduzida para a língua portuguesa, portanto, os
poemas aqui citados serão traduzidos livremente da língua espanhola. O objetivo desta
análise é discutir aproximações e diferenças entre os poemas e a tragédia de Sófocles, a
partir da reflexão acerca das relações existentes entre poesia e memória, com base nos
estudos de Antoine Compagnon (2007) e Mikhail Bakhtin (2011), em diálogo com
teóricos que pensaram a arte pós-moderna ou contemporânea (HUTCHEON 1991;
DANTO 2010). O texto é pensado, portanto, como locus de reelaboração de leituras
(BRITTO, 2001; KRISTEVA, 2012) realizadas por aquele que, ao produzir sua obra,
inscreve-se em uma longa cadeia de enunciação (BAKHTIN, 2011). Com base nos
teóricos referidos e na leitura dos poemas e da tragédia, busca-se refletir sobre a
produção poética pós-moderna, através da análise da incorporação da leitura de Sófocles
feita por Thénon, dando lugar a uma nova possibilidade de compreensão de Édipo Rei.
Palavras chave: Poesia. Susana Thénon. Édipo. Escrita. Leitura.
65
A IDENTIDADE FEMININA MOÇAMBICANA: NIKETCHE, UMA HISTÓRIA
DE POLIGAMIA
Elen Karla Sousa da Silva - UEMA
O presente estudo tem como objetivo analisar a identidade feminina moçambicana:
Niketche, uma história de Poligamia. A preocupação com o universo feminino e o
interesse pessoal em fazer um estudo da literatura africana, foi o ponto de partida para o
surgimento desta pesquisa. Na realidade, assim como na literatura, a condição feminina
tem sido construída, a partir de uma série de valores morais, determinados previamente
por uma dominação patriarcal, atribuindo à mulher um lugar secundário e até mesmo
inferior em muitas ocasiões. Dentro dessa perspectiva, buscou-se entender a formação
da identidade feminina e sua relação com o sentimento de nacionalidade, questão de
grande importância para os estudos de cunho feminista, contribuindo assim, para o
entendimento social. A temática abordada, volta-se para o estudo da obra Niketche de
Paulina Chiziane, a mais importante voz feminina Literatura Africana. A mesma,
orgulha-se de ser pioneira no campo literário, haja vista que em Moçambique, nesta
área, há um número maior de escritores. A temática de Poligamia, surge no intuito de
favorecer uma discussão sobre a condição feminina, fornecendo uma diversidade
cultural ampla de Moçambique, por meio dos costumes, tradições, convicções e rituais
presentes nas comunidades distribuídas por todo o país. A história de Rami e das demais
personagens femininas, se entrelaçam com os traços históricos de Moçambique.
Palavras chave: Identidade. Gênero. Literatura Moçambicana.
DA LITERATURA AO CINEMA: UMA LEITURA INTERSEMIÓTICA DAS
PROJEÇÕES TEMPORAIS EM LAVOURA ARCAICA
Elijames Moraes dos Santos - UESPI
Socorro Baptista - UESPI
Pretende-se, neste presente artigo, realizar uma análise da tradução intersemiótica da
Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, no processo assumido da literatura ao cinema.
Nesse ínterim, onde o tempo é evidenciado em ambos os sistemas semióticos, considerase as transformações do mesmo durante o percurso da narrativa, tanto no romance
quanto no filme, assim como as operações que estabelece com o sujeito instaurado em
ambas as narrativas. Desse modo, objetiva-se trabalhar sob a perspectiva temporal da
obra traduzida, delineando as projeções desta linha tênue da linguagem utilizada para a
construção do sistema semiótico em questão, com isso apontar os elementos
verossímeis, por meio dos aspectos conjuntivos que sustentam as relações entre o
original e o fílmico, assim como os disjuntivos que contribuem para a consolidação da
autonomia do cinema de arte. Considera-se, ainda, neste artigo, o reconhecimento de
como os conteúdos podem interagir durante a tradução, dado a proximidade dialógica
66
entre as obras. Processo este, resultante da semioticidade entre o texto e o novo signo, o
filme LavourArcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho. Para tanto, tomaremos como
base teória os estudos de Júlio Plaza, em Tradução Intersemiótica; Umberto Eco, em
Tratado de Semiótica Geral; as pesquisas de Ana Maria Balogh sobre transmutações,
com ênfase na literatura, cinema e tv; e, ainda, as implicações correspondentes ao nível
das estruturas narrativas (conjunção e disjunção) sob a égide dos conceitos de Greimas e
seus seguidores.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Tempo. Lavoura Arcaica. Tradução Intersemiótica.
GÊNEROS DISCURSIVOS E LETRAMENTO: NOVAS PERSPECTIVAS PARA
O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA EJA
Elizabete Rocha de Souza Lima - UNISINOS/UEMA
Ana Maria Stahl Zilles - orientadora - UEMA
As críticas ao ensino de Língua Inglesa (LI), nas escolas brasileiras, têm sido tão
repetidas, que ao longo dos anos fortaleceram crenças que questionam tanto a utilidade
do ensino dessa língua, quanto a capacidade dos professores responsáveis por tal ensino.
Este trabalho que é resultado de uma pesquisa de campo do MINTER em Linguística
Aplicada da UNISINOS/UEMA, orientado pela Professora Doutora Ana Maria Stahl
Zilles, indica que novos rumos são possíveis. A pesquisa foi norteada por teóricos da
Linguística Aplicada (CELANI, 1992; MARTELOTA, 2008; MENEZES, 2009), do
letramento (STREET, 1984; KLEIMAN, 1995; ROJO, 2009; MAGALHÃES, 2012,
SCHLATTER & GARCEZ 2012) e dos gêneros discursivos (BAZERMAN, 2007;
FARACO, 2009; BAKHTIN, 2011; BONINI, MEURER & MOTA-ROTH, 2012). Os
dados apresentados, nos resultados, foram gerados a partir de um projeto de letramento,
desenvolvido em uma turma de Ensino Médio de EJA, no segundo semestre de 2013, no
interior do Maranhão. Um dos objetivos da pesquisa foi elaborar e testar atividades, que
promovessem o letramento em LI dos participantes da pesquisa, levando em
consideração o uso da linguagem mediante os conteúdos dos gêneros discursivos
presentes no livro didático de LI, usado por eles. Os resultados reforçam a relevância
social e acadêmica deste estudo e mostram que através do gênero textual, selecionado,
foi possível estabelecer uma relação com as práticas letradas do cotidiano dos
participantes; propiciar o envolvimento deles em diversos eventos de letramento e
verificar que eles, quando necessitaram participar de atividades que exigiam o uso da
linguagem escrita, dentro ou fora da escola, conscientemente utilizaram diferentes
gêneros discursivos, para agir socialmente.
Palavras chave: Gêneros Discursivos. Língua Inglesa. Letramento
IDENTIDADE PÓS-MODERNA E CORPORALIDADE NA PROSA RESIDUAL
DE JOÃO GILBERTO NOLL
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Fabiana Gomes de Assis - UFAL
Objetivo, neste ensaio, refletir sobre a construção da personagem ficcional no projeto
literário de João Gilberto Noll em diálogo com discursos provenientes dos estudos
culturais, principalmente no que se refere à configuração das identidades no contexto
contemporâneo. Tendo em vista a arbitrariedade da construção das categorias “mulher” e
“homem”, na prosa nolliana, e a problemática dos gêneros identitários coerentes, assim
como a presença constante do fragmentário, fugidio e residual, que são alguns termos
relacionados à ideia de pós-moderno, as reflexões de Judith Butler (1990; 1993), Severo
Sarduy (1979), Stuart Hall (2006) e Linda Hutcheon (1991) são centrais. No que diz
respeito às abordagens sobre corpo, destaco David Le Breton (2007), Lars Svendsen
(2010) e Sônia Weidner Maluf (2001) e em se tratando de teóricos que discutem
exemplarmente sobre o discurso literário, Mikhail Bakhtin (2010), Italo Calvino (2009;
2011) e Terry Eagleton são basilares. Noll é um escritor brasileiro afinado com o
pensamento contemporâneo que constrói vozes desafiadoras, personagens às voltas em
espaços urbanos também fragmentados, onde o nomadismo é o fundamento dos laços
efêmeros e os parâmetros de uma identidade pura e coerente se desfaz para dar lugar ao
sujeito constituído por rasuras e inconstâncias. Sua obra, que foi traduzida para outros
países, não apenas transgride barreiras geográficas, mas subverte também ideologias há
muito desgastadas.
Palavras chave: João Gilberto Noll. Identidade. Corpo. Gênero.
O CRESCIMENTO DA FIGURA FEMININA NOS CONTOS DE FADA: UMA
ANÁLISE FEMINISTA DO PAPEL DA MULHER NAS HISTÓRIAS INFANTIS
Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA
Letícia Gantzias Abreu - UFMA
William Amorim de Sousa - orientador - UFMA
Os Contos de fadas foram passando de geração para geração, desde muito tempo atrás e
permanecem na vida das pessoas. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como
objetivo principal mostrar e analisar a influência dos contos de fadas na vida das
crianças. As personagens femininas possuem papéis centrais e de destaque dentro dos
contos infantis (tais como Branca de neve, Cinderela, Bela adormecida, entre outros). A
mulher teve um crescimento e destaque grandioso no último século em que seu papel foi
muito além de mulher ideal para que as crianças pudessem se moldar nos padrões
românticos e machistas. Com isso, a sociedade equilibrou-se em mostrar o novo papel
que as mulheres estavam assumindo usando como instrumentos o cinema, propagandas
e principalmente a literatura. Por meio da literatura, a pesquisa se focará em estudar o
crescimento e análise das personagens femininas nas histórias infantis em que a mulher
encontra novos interesses e novas morais para as crianças adequando-se aos seus
diferentes contextos e analisar assim o progresso do papel da mulher na sociedade. Para
68
isso, usaremos autores não só de cunho feminista como Simone de Beauvoir e Virginia
Woolf como também serão utilizados autores com uma perspectiva psicanalítica para
estudar esse desenvolvimento tais como Sigmund Freud, Yi-Fu Tuan e Carl Gustav
Jung. Vemos assim, que a imagem feminina acaba assimilando variados padrões de
comportamento dentro de nossa sociedade. Portanto, a influência feminina nos contos de
fadas torna-se uma temática importante a ser estudada tanto no âmbito da literatura
infantil como no da psicanálise e também um estudo de valores dos meios que
encontramos.
Palavras chave: Literatura. Infantil. Feminismo. Mulher. Crescimento.
A LITERATURA DE AUTORIA FEMININA EM AMOR DE CLARICE
LISPECTOR
Francilurdes Brito da Silva Ribeiro
Tendo em vista determinados valores que se sobressaem com relação à situação da
mulher na sociedade que se mostra machista, neste trabalho procurou-se analisar, de
forma reflexiva, como a literatura que faz parte da escrita feminina pôde adquirir
capacidade de incomodar o pensamento ideológico vigente ao ponto de se transformar
numa forma de contestação através das suas produções. Essas contestações,
particularmente no conto Amor, de Clarice Lispector tem natureza irônica em que a
figura feminina passa por um despertar diante das situações inusitadas que geram
sensações oscilantes entre, de um lado o instante mágico da percepção de sua condição
e, de outro a sensação de felicidade mesmo que passageira diante do seu papel de pessoa
referência para os demais membros de sua família, como se fosse uma espécie de portoseguro. Esse estudo busca confirmar o papel do caráter feminino no texto, crucial na
literatura como ponto de equilíbrio com o seu “poder humanizador” que na citada obra
de Clarice Lispector evidencia-se, conjugando a conscientização da mulher e da sua
situação na organização social, servindo de enfrentamento na busca de integração entre
os sexos.
Palavras chave: Literatura. Literatura Feminina. Clarice Lispector. Conto.
ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES EM BEIRA RIO BEIRA VIDA DE
ASSIS BRASIL
Francisca das Chagas Carvalho Almeida - UESPI
Silvana Maria Pantoja - orientadora - UESPI
O espaço no plano ficcional exerce importante papel, de modo a estabelecer relação com
os demais elementos da narrativa. Assim, o presente trabalho objetiva analisar o espaço
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da obra Beira rio beira vida do escritor piauiense Assis Brasil, para tanto, busca-se
compreender as influências dos espaços sobre as memórias da personagem Luíza,
procurando-se refletir sobre as formas como o espaço perpassa suas memórias. Segundo
Pollak (1992, p.201-202) “[..]a memória deve ser entendida como fenômeno coletivo e
social[..]existem lugares particularmente ligados a uma lembrança [..] com tanta força
que se transforma praticamente em sentimento de pertencimento”. Desse modo, o
trabalho justifica-se pela relevância do espaço no plano ficcional, já que este sustenta,
por vezes, as ações das personagens, sendo a memória o ponto relevante para a
reconstrução dos lugares de vivências individuais e coletivas. Constata-se que o trabalho
traz um olhar diferenciado sobre a influência do espaço na constituição das memórias da
personagem Luíza. Com isso pode-se perceber que a retomada do espaço pela memória
da personagem deve-se a esse sentimento de pertencimento que faz com que o espaço
representado na obra torne-se a parte central para as reflexões da mesma.
Palavras chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação.
O DISCURSO MEMORIALÍSTICOS NAS IMAGENS DA OBRA RIO
SUBTERRÂNEO DE O. G. REGO DE CARVALHO
Francisca Jheine Andrade Couto - UESPI
A memória também é fonte de criação para a arte literária e é a partir dela que se criam
formas de narrar em que os personagens se movimentam por meio de suas lembranças.
Viver é recordar. Desse modo, a proposta deste estudo é refletir sobre as formas
discursivas das propriedades do texto que podem suscitar uma reflexão sobre a
memória. Neste caso, temos como objeto de estudo a obra Rio Subterrâneo de O. G.
Rego de Carvalho, que aborda aspectos de construção da narrativa por meio das
lembranças dos personagens. Por tanto, temos como questões norteadoras: Como os
personagens relacionam-se com as lembranças? Qual a forma discursiva utilizada pelo
narrador? Como os elementos do espaço são representados pela memória destes
sujeitos? Averiguamos ainda como os recursos visuais são trabalhados pelo literato, na
sua construção imagética e realista em sua prosa. Para tanto, faz-se necessário discorrer
sobre a memória, técnica utilizada na literatura como recurso estético em que se busca
representar verbalmente os objetos do mundo de modo a vincular personagens às
imagens significativas que direcionam os personagens fragmentos pela própria memória.
Assim, a palavra escrita é concebida como lugar de descoberta e formulação de
imagens, visto que essa mesma palavra representada na obra literária aponta para novas
possibilidades de representação artística. Por isso, utilizamos como suporte para a
reflexão: Le Goff, Adorno, Henri Bergson,Walter Benjamin, entre outros.
Palavras chave: Rio Subterrâneo. Imagem. Memória. Literatura.
ANTONIO MALHADAS, O HERÓI PICARESCO: UMA ANÁLISE DA
NARRATIVA AQUILINIANA
70
Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI
Este trabalho é uma proposta de análise do personagem António Malhadas e de sua
(des)construção no decorrer da narrativa O Malhadinhas (1922), de Aquilino Ribeiro. A
novela aquiliniana apresenta intensas oscilações e dualidades do personagem no
decorrer de sua movimentada saga. Tendo em vista o panorama da literatura portuguesa
no início do século XX, somando-se a isso o estudo do personagem António Malhadas,
verifica-se que o protagonista aquiliniano oscila entre o pícaro e o antipícaro, por
carregar consigo características que ora o aproximam, ora o distanciam da figura típica
do gênero picaresco desenvolvido na Espanha no século XVI e difundido no restante da
Europa nos séculos seguintes. A novela aquiliniana O Malhadinhas apresenta evidências
desse romance por perfilhar modalidades normalmente encontradas no estilo da
picaresca, como: o tom mordaz; a linguagem rebuscada, elaborada minuciosamente, de
forma realista e por vezes bem humorada. Diante disso, busca-se compreender o jogo
dentro da narrativa, como uma forma de articular pólos antagônicos, a fim de revelar as
estratégias utilizadas pelo autor para tecer a (des)construção do herói picaresco por
assim apresentar circunstâncias de caráter problemático. Como base teórica utilizaremos
os estudos de Flavio Kothe (1985), Martin Feijó (1984), Mario González (1994) e
Vilares Gancho (2003).
Palavras chave: Anti-herói. Novela picaresca. António Malhadas.
UMA ABORDAGEM DE LEITURA INTERATIVA E APLICAÇÃO PRÁTICA
NO MINICURSO A LEITURA E AS ASAS DA LIBERDADE, NA FACULDADE
DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL-FECLESCUECE
Francisca Rayane Fernandes da Silva - UESPI
O presente trabalho teve como ponto fundamental a abordagem do processo de leitura,
ação cognitiva de relevante importância na aprendizagem e aperfeiçoamento de todo e
qualquer conhecimento e instrumento importante no desenvolvimento vocabular, social,
intelectual, profissional e pessoal. Essa abordagem teve como objetivo, trabalhar
especificamente sua modalidade interativa, processo dinâmico e processual entre leitor e
autor mediado pelo texto, onde esse perdeu o caráter tradicional e reducionista de mero
objeto de codificação de signos linguísticos a serem assimilados de forma mutável, e
ganhou cunho interacional na recriação de novas ideias e sentidos, desenvolvidos a
partir do conhecimento prévio do leitor e sua relação com o material linguístico presente
no texto, tendo em vista o contexto histórico social, onde emissor, receptor e assunto
estão inseridos , criando assim uma visão crítica e reflexiva sobre novas possibilidades
de compreensão e interpretação sobre o ato de ler e como o mesmo pode ser
desenvolvido e aprimorado. Como metodologia foi aplicada a elaboração, planejamento
e execução de um minicurso baseado em estudos teóricos de KLEIMAN (2008),
KRAMER (1998) e BAKHTIN (2000) como método fundamental houve o trabalho com
71
diversos gêneros textuais, presentes constantemente nas diversas situações
comunicativas que envolvem nosso dia a dia. Tal prática foi voltada para alunos do
ensino fundamental, especificamente do 8° e 9 ° ano, da E.E. F José Jucá, localizada na
zona urbana do município de Quixadá, pertencente à rede pública de ensino da referida
cidade. Como principais resultados houve a total e efetiva participação e integralização
dos alunos na teoria e na prática nas aulas, concretizando e compreendendo que a leitura
é uma prática social, que nos oferece benefícios inquestionáveis como, enriquecimento
cultural, ampliação de condições de convívio em sociedade e interação com o meio em
que vivemos e com as pessoas que nos cercam, forma de entretenimento e lazer,
desenvolvimento de nossa criatividade e criticidade, melhor nível compreensivo e
interpretativo enfim uma gama de recursos que contribuem efetivamente para nosso
crescimento nas diversas esferas sociais e ampliação de nossa aprendizagem, que se
desenvolve constantemente em uma rapidez incontrolável de forma diversa e crescente.
Palavras chave: Leitura. Interatividade. Minicurso. Ensino fundamental.
A FIGURA DA MULHER SHAKESPEARIANA: O ONTEM E O HOJE DA
MULHER SOBRE A ÓTICA DAS LEIS VIGENTES
Geovana Oliveira Araujo - UEMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
O presente trabalho surgiu a partir de estudos de clássicos de William Shakespeare na
disciplina Tópicos de Literatura em Língua Inglesa do Curso de Licenciatura em
Linguagens e Códigos na UFMA – Campus São Bernardo. O mesmo tem como objetivo
de analisar a figura da mulher no século XV na Inglaterra, já que, as obras escritas pelo
dramaturgo inglês William Shakespeare, fazem duras críticas à sociedade da época.
Sendo assim, procura-se mostrar como a mulher era vista, como era tratada e qual o seu
papel naquela sociedade. Pretende-se aprofundar as discussões no que tange as
discussões de gênero tendo como base a obra “A Megera Domada”, na qual ele expressa
um paradoxo que é a personalidade da mulher e mostra a submissão dela ao marido em
outro ângulo não por ele ser homem e ter autoridade, mas, por ele amá-la e fazê-la feliz.
Este trabalho tem como base teórica as leis vigentes em especial a Lei Maria da Penha
fazendo uma comparação entre o ontem e o hoje e os estudos da pesquisadora Judith
Batler. Utilizou-se como metodologia a análise documental, por dar uma maior
amplitude à pesquisa, visto que se precisou buscar diversas fontes que contribuiriam
com o estudo para além do texto original.
Palavras chave: Mulher. Shakespeare. Lei Maria da Penha.
TAMBOR DE CRIOULA DE SÃO BERNARDO - MA: RESINIFICANDO OS
TRAÇOS DA LITERATURA ORAL ATRAVÉS DA CANTORIA
AFRODESCENDENTE
72
Geovana Oliveira Araujo - UEMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
Este trabalho foi elaborado a partir dos estudos teóricos na disciplina Literatura Popular
Brasileira que visava investigar os fenômenos existentes no âmbito de manifestações
culturais que tinham afinidade com a literatura oral, selecionando o Tambor de Crioula
da cidade de São Bernardo como objeto de estudo. O objetivo deste trabalho é
demonstrar como o Tambor de Crioula bernardense se apoderou de tradições populares
para introduzirem novos elementos na oralidade das práticas modernas do Tambor de
Crioula e, como o improviso nas toadas se constitui uma das grandes peculiaridades
desta manifestação cultural, que o difere dos demais num hibridismo que envolve o
antigo e o novo. Buscamos um resgate da cultura afrodescendente numa nova roupagem
da cultura oral bernardense. Como aporte teórico nos fundamentamos com obras de
Cuche, Bosi e Cascudo. A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho teve
como instrumentos de coleta de dados: a observação, que foi utilizada de duas formas, a
do tipo sistemática e assistemática, bem como análise documental, e análise de
conteúdo. Por se tratar de uma pesquisa ainda em curso, seus resultados ainda são
parciais e, serão ainda, aprofundados na segunda parte da pesquisa que estará ligada a
um projeto maior do grupo de pesquisa de Linguagens, culturas e identidades da UFMA
– Campus São Bernardo.
Palavras chave: Tambor de Crioula. Literatura oral. Canto afrodescendente.
A MEMÓRIA DA CIDADE PELO VIÉS DISCURSIVO: UMA LEITURA DA
OBRA NOITE SOBRE ALCÂNTARA DE JOSUÉ MONTELLO
Géssica da Silva Pereira - UEMA
Silvana Maria Pantoja dos Santos - UEMA
Este trabalho tem como objetivo analisar a ressiginificação da memória da cidade pelo
viés discursivo na obra Noite sobre Alcântara de Josué Montello. Para tanto, partiremos
da compreensão de que em tempos de globalização as fronteiras tendem a ser eliminadas
e se vive a forte tendência da homogeneização. Ademais, os espaços, tal como o tempo,
são dotados de movências que tendem a arrastar referências, histórias memórias. Faz-se
então, urgente uma preocupação com a memória urbana em todos os ramos do
conhecimento, sobretudo no campo da pesquisa literária. O passado citadino é, então,
visualizado na obra, a partir da relação que os personagens estabelecem com os espaços
da urbe. Além disso, nesta pesquisa, a memória da cidade será representada a partir do
lugar de enunciação do personagem central e analisada sob nova perspectiva, a de ser
ressignificada a partir do olhar do presente. Esta obra agrega aspectos da cultura popular
- festas, mitos - costumes e tradição, além da memória presente em elementos
urbanizados de inesgotável valor patrimonial, tudo ressignificado pelas lentes da
personagem central. O método de rememorar dá oportunidade aos sujeitos, de
resignificar os fatos fazendo com que ocorra uma nova construção dos indivíduos diante
da sociedade, por meio das lembranças individuais e coletivas.
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Palavras chave: Memória. Discurso. Espaço.
OS CAMINHOS NARRATIVOS EM O BARRIL DE AMONTILADO E VENHA
VER O PÔR-DO-SOL
Gladson Fabiano de Andrade Sousa - UFMA
O presente trabalho tem por finalidade apresentar, através do cotejo dos contos O barril
de montilado de Edgar Allan Poe e Venha ver o pôr-do-sol de Lygia Fagundes Telles, os
caminhos narrativos que traçam cada autor para se chegar ao que o próprio Poe definiu,
no século XIX, como sendo o principal objetivo do contista que é o efeito de totalidade.
Na história dos estudos críticos sobre conto, Poe goza de prestígio como o inventor do
conto moderno, sendo, a partir de então, feita uma tradição do conto à Poe, com seu
estilo de começo, meio e fim bem definidos e intensos. Lygia Fagundes Telles, paulista,
contista já consagrada apresenta-se não apenas como herdeira de tal estilo, mas
renovadora, adicionando elementos pessoais a tal estrutura. Como pressupostos, além
das observações de Poe a respeito da estrutura do conto, apresentamos Ricardo Piglia,
para o qual na arte do conto apresenta-se duas histórias paralelas, uma em superfície,
outra em profundidade. Por fim, devemos salientar que não somente as semelhanças
entre as estruturas narrativas devem ser elucidadas, mas também as diferenças, pois
estas marcam a renovação no estilo do gênero.
Palavras chave: Lygia Fagundes Telles. Edgar Allan Poe. Efeito de totalidade.
MEDIANEIRAS: ARQUITETURA DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE
Gladson Fabiano de Andrade Sousa - UFMA
A Análise do Discurso busca através das considerações textuais e extratextuais, desvelar
as ideologias imersas no discurso, para isso, ressalta as condições de produção do
enunciado. Assim faz-se necessário, pela natureza interdisciplinar da AD, buscarmos
suportes teóricos em diversas áreas do conhecimento. No intento delinear as principais
características do indivíduo na chamada pós-modernidade, utilizamos o filme
Medianeiras (2011) do diretor argentino Gustavo Torreto. Neste encontramos dois
jovens que moram em Buenos Aires, os quais apresentam sintomas daqueles que vivem
em grandes metrópoles, como a latente sensação de insegurança, solidão em meio a
multidões, estresse, depressão, entre outros, além das relações artificiais, tanto em redes
sociais quanto fora destas, que estes estabelecem. Vemos um cenário singular no filme:
a metrópole não é usada apenas como cenário, mas também como metáfora para a
identidade dos seus moradores e para as relações que os mesmos estabelecem entre si.
Nesta relação entre indivíduo e ambiente entramos no campo da Geografia Humanística.
Deste campo utilizamos o geógrafo chinês Yi-Fu Tuan com seus postulados a respeito
74
da Topofilia e Topofobia, e as considerações que ele classifica como Paisagem do Medo
– ilhas de perturbações dos sentidos e sensações humanas, formadas pela aglomeração
cada vez maior e mais conflituosa dos indivíduos nas grandes cidades. Na análise das
relações entre as personagens invocamos Zygmunt Bauman e seus postulados sobre as
condições do ser humano na pós-modernidade. Temos ainda, atravessando toda a malha
analítica, o conceito de heterotopia do linguista francês Michael Foucault, elucidando as
simultaneidades de tempos e espaços no filme. Tento em vista a análise discursiva da
obra, adotamos a concepção de sujeito discursivo postulado por Mikhail Bakhtin; sujeito
este imerso em um determinado contexto sócio-histórico-cultural, e, que em seu
processo de enunciação, denuncia determinada posição ideológica de vozes
heterogêneas.
Palavras chaves: Discurso. Identidade. Pós-modernidade.
ÉTICA E ESTÉTICA NO CONTO BRASILEIRO DE AUTORES PIAUENSES
DA GERAÇÃO 1970: UMA LEITURA DE MADALENA, DE AIRTON SAMPAIO
Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa - UFPI
A literatura, enquanto elaboração estética e cultural, relaciona-se com a vida, seja
dialogando com o leitor (de acordo com as teorias da recepção), seja se configurando
como palco de interações sociais (ficcionais) que problematizam dados pontos das
relações intersubjetivas entre personagens. Alfredo Bosi (1996) afirma que há conceitos
que, inicialmente, pertencem à dimensão ética e não à estética, mas que há a
possibilidade da “translação de sentidos”, sendo ela passível de surpreendentes
resultados, desde que o narrador explore suficientemente “uma força catalisadora da
vida em sociedade: os seus valores”, ou seja, os valores podem permear a narrativa.
Assim, compreendemos a narrativa ficcional como uma zona de convergência de
elementos atinentes à realidade humana, elementos esses que são passíveis de análise.
Seguindo essa linha e servindo-nos de conceitos filosóficos como os de ética e estética
em Nicola Abbagnano (2007), procuramos tecer uma análise do conto Madalena, do
ficcionista piauiense Airton Sampaio (1996), buscando verificar como o autor trabalha
esteticamente relações éticas entre as personagens do mencionado texto ficcional,
partindo da forma como, na narrativa, são moldados os personagens e compreendendo
as cadeias causais envolvidas nas ações das mesmas. Dessa forma, esboça-se um
panorama das interações subjetivas, atentando para as relações de poder existentes entre
personagens e as formas como se dão as mesmas.
Palavras chave: Literatura. Ética. Estética.
GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS DIDATIZADOS:
ANALIZANDO EXPERIÊNCIAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA
PORTUGUESA
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João da Silva Araújo Júnior - UFMA
Hannah Isabely Serra Ayres - UFMA
Este estudo, ainda em andamento, analisa a didatização de gêneros textuais digitais
(GTD) em livros didáticos (LD) destinados ao ensino de língua portuguesa (LP) com o
objetivo de avaliar o tratamento dado nesses materiais instrucionais às especificidades
linguísticas desses gêneros e a preocupação das propostas didáticas em promover
práticas comunicativas por meio deles. Para a compreensão dos GTD nos baseamos na
abordagem enunciativa de Bakhtin (2000), que concebe os GT como enunciados
relativamente estáveis desenvolvidos dentro de determinadas esferas da comunicação
humana e gerados de acordo com as necessidades comunicativas de tais esferas. Como
modelo didatização nos orientamos pela proposta de Schneuwly e Dolz (2002), que
concebe um modelo didático de GT que privilegia as características ensináveis dos
gêneros e a comunicação por meio deles. Para a análise descritiva das propostas foram
considerados os seguintes critérios: tratamento das peculiaridades linguísticas dos GTD
e o incentivo das propostas para que o aluno comunique-se por meio do gênero
trabalhado. A análise, até agora realizada, de LD utilizados no ensino médio, e das
propostas didáticas que eles apresentam revela que eles não oferecem amostras
autênticas dos GTD, sendo raras as referências às particularidades linguísticas de
gêneros como fóruns virtuais, chats e e-mails, e que esses gêneros são em muitos casos
abordados de forma descontextualizada e como pretexto para o tratamento de questões
relativas à gramática e ao léxico. Com relação ao estímulo ao uso dos desses gêneros
para a comunicação, foi possível constatar que apenas algumas das propostas buscam
conduzir o aluno à prática comunicativa no meio digital. Essas constatações, ainda
preliminares, implicam a necessidade de que sejam revistos os critérios para a
abordagem de GT em livros didáticos de LP.
Palavras chave: Gêneros textuais digitais. Didatização. Livro didático.
GOZO EM CENA: ENCONTROS VIOLENTOS COM O OUTRO
Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB
Hermano de França Rodrigues - UFPB
A pós-modernidade, com seus paradigmas culturais, sustenta e promove subjetivações
cada vez mais negligentes no que diz respeito à adesão à lei, ao Outro, à metáfora
paterna. Há muito, a neurose alquebra-se ante o gozo luxurioso da perversão e, com esta,
assistimos ao espetáculo do ódio e da violência, sem nenhuma resistência. O cinema,
como arte, alberga em seus perímetros representações desse tempo, que nega a
autoridade, desconhece as frustrações e lança ao ostracismo as tristezas. Advém, daí,
nossa proposta de pesquisa: analisar o enquadre cinematográfico, especificamente o
filme Baixio das Bestas, em busca de compreender a correlação entre luxúria (social e
sexual) e violência. Para tanto, recorreremos aos fundamentos psicanalíticos
(pós)freudianos, numa investigação que considera a subjetividade em seus vínculos com
76
mandamentos da Cultura. A película, em questão, retrata de forma imperativa o domínio
masculino sobre a mulher, a qual é colocada numa posição de fragilidade e
subserviência, tornando-se, assim, um corpo prostituído, em todas as dimensões do
caráter. Em outros termos, o feminino sucumbe ao status de objeto, de fetiche e, nessa
condição, é alvo do desejo mortífero daquele que detém (ou que acredita ter) a sua
posse. Sofre, sem relutar, as investidas de um ódio que não conhece limites.
Palavras chave: Cinema. Violência. Perversão.
O WALLWISHER/PADLET COMO ESTRATÉGIA DE ESCRITA DE LÍNGUA
INGLESA
Ilanna Maria Izaias do Nascimento - UFMA
Neuma Cristina Andrade Silva Cunha - UFMA
A necessidade de inclusão das novas tecnologias no currículo de letramento e nas
práticas escolares torna-se imprescindível nos dias de hoje, pois estas fazem parte da
vida dos alunos, os quais vivem em um mundo cada vez mais conectado. Dessa forma
esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, de caráter qualitativo, pois investigou o uso
da ferramenta wallwisher/padlet, ferramenta da web 2.0, como estratégia de ensinoaprendizagem da escrita em Língua Inglesa. O estudo desenvolveu-se com alunos do
curso de Guia de Turismo Integrado ao Ensino Médio do IFMA-Campus Alcântara,
tendo como objetivo a apresentação de um recurso complementar às aulas presenciais,
promovendo a interação entre alunos e professor para o ensino e aprendizagem da
Língua Inglesa, com a finalidade de desenvolver habilidades linguísticas, principalmente
a da escrita e o letramento digital. As análises foram apoiadas sob a ótica da Teoria da
Atividade (TA), PAIVA (2011), MARCUSCHI (2001) e SOARES (2002). Com base
nos conhecimentos adquiridos, pode-se verificar a integração da Tecnologia da
Informação e da Comunicação no ensino-aprendizagem de inglês, através da
socialização da ferramenta wallwisher/padlet, a qual é uma ferramenta prática para o uso
de hipertextos, pois potencializa a leitura e promove uma escrita colaborativa em meio
digital, possibilitando a reflexão e análise dos conteúdos estudados em sala de aula e
melhorando consideravelmente a aprendizagem de Língua Inglesa devido ao uso da
Língua em experiências diversificadas de comunicação fazendo o aprendiz a ser o autor
de seus textos e interagir com os recursos disponível na web 2.0.
Palavras chave: Língua Inglesa. Ensino - Aprendizagem de Inglês. Wallwisher/padlet.
Gêneros Digitais.
A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DAS CELEBRIDADES NO INSTAGRAM: O
CASO NEYMAR DURANTE A COPA DO MUNDO DE 2014
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Irina Coelho Monte – UFPI
Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro - UFPI
Este é um artigo acerca do contrato de comunicação estabelecido em trocas sociais que
envolvem o perfil do jogador Neymar no Instagram e seus seguidores. Para tanto se
discute as especificidades situacionais (finalidade, identidade, dispositivo) e discursivas
(legitimidade, credibilidade e captação) na qual se inscrevem as postagens produzidas
pelo perfil. O objetivo é compreender a construção destes contratos fundamentados em
uma situação que envolve o futebol, considerado a paixão a paixão nacional, e um
jogador construído não só dentro de campo, mas também a partir da mídia. Do perfil do
jogador busca-se realizar um estudo de caso a partir da imersão neste universo e em
seguida as análises partirão da coleta de dados referentes às postagens no período da
Copa do Mundo, ocorrida entre os meses de junho e julho de 2014. O caminho a ser
percorrido envolve as interações midiáticas na sociedade, passando pelas celebridades
enquanto processos midiáticos até chegar ao discurso, especificadamente, na
Semiolinguística, proposta por Charaudeau (2008). A escolha da perspectiva teórica é
pautada na ideia de que o ato da linguagem ultrapassa as regras da gramática normativa
e torna-se uma peça fundamental para pensar a complexidade que é a vida social. Serão
aliados os fatores psicossociais aos componentes linguísticos para tratar da subjetividade
no discurso como algo indissociável da situação sócio-histórica.
Palavras chave: Análise do discurso. Celebridades. Redes Sociais.
INTERSECÇÃO ENTRE VIGÍLIA E SONO (SONHO), REALIDADE E
IMAGINÁRIO: O SOBRENATURAL EM A SENTENÇA DE WU CHENG’EM
Irla Fernanda e Silva Soares - UFPI
Tendo em vista que o conto A sentença, de Wu Cheng’em, pertence ao grupo de textos
literários que possuem como marca distintiva o insólito, bem como as reações por estes
suscitadas no leitor implícito, este trabalho discorre sobre a definição dos gêneros fantástico, estranho, maravilhoso – com ênfase na percepção dos acontecimentos
estranhos, por parte do leitor implícito. Nessa perspectiva, este conto utiliza-se do
expediente da Literatura Fantástica, pelo inexplicável (pelo menos racionalmente) da
situação que sustenta a narrativa. Entretanto, não podemos dizer que o conto é
pertencente ao gênero fantástico só pela existência do elemento sobrenatural, afinal de
contas, o que caracteriza o fantástico em uma narrativa não é o sobrenatural
propriamente dito, mas sim a forma como este é percebido no universo textual pelo
leitor implícito, como aponta Todorov (2004). Com embasamento nos estudos do
supracitado autor, Lobo (2012), Nogueira (2007), Santos (2007) e outros este trabalho
objetiva analisar o sobrenatural no conto em questão, levando em consideração tanto a
percepção do insólito como a própria natureza deste, haja vista que na narrativa
trabalhada, o insólito, possui um caráter distinto do habitual. Com isso, se conclui que o
texto analisado é pertencente ao gênero vizinho ao fantástico - o maravilhoso – uma vez
que nos deparamos com um mundo novo em que criaturas sobrenaturais podem existir, e
78
existem. Estas criaturas são capazes de estabelecer um diálogo como no mundo humano,
e estabelecem; tudo pode se corresponder e se corresponde (ainda que por ordem
sobrenatural), não nos causando nenhuma surpresa, pois tudo neste mundo é
simplesmente belo, ou melhor, maravilhoso.
Palavras chave: A sentença. Insólito. Fantástico. Maravilhoso.
ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADO POR
RECURSOS TECNOLÓGICOS
Isael da Silva Sousa - UFPI
Carla Mariana Veras Cruz Rodrigues - UFPI
Naziozenio Antonio Lacerda - orientador - UFPI
Os recursos tecnológicos são importantes ferramentas para acentuar as oportunidades de
ensino aprendizagem, bem como a autonomia dos alunos em relação à busca de novas
formas de conhecimento, sendo a escola a instituição responsável por promover essa
educação vamos dar destaque para a contribuição dos recursos tecnológicos e em
especial o computador para uma área mais específica: o ensino de Língua Portuguesa.
Temos como objetivo identificar se o professor de Língua Portuguesa utiliza em sua
prática pedagógica os recursos tecnológicos, destacando a relevância dos mesmos para o
processo de ensino e aprendizagem. Fundamentamos nosso trabalho na visão de Borges
Neto (2011), Silva (2009), Seegger (2012), Oliveira (2000) e outros, que observam que
o uso dos recursos tecnológicos e em destaque o computador nas aulas de Língua
Portuguesa torna o momento de ensino e aprendizagem mais atrativo e dinâmico, para
isso é indispensável que o professor adquira conhecimentos precisos para saber lidar
com as tecnologias em sala de aula como forma de melhor qualificar sua prática
pedagógica. Para realização do trabalho realizamos uma entrevista semiestruturada com
professores de Língua Portuguesa de uma escola Particular da zona sul de Teresina-PI,
realizamos também uma observação efetiva na sala de aula atentando se o professor
utiliza os recursos tecnológicos no momento da aula e qual sua habilidade em relação ao
manuseio dos equipamentos tecnológicos, e por fim, aplicamos um questionário com os
alunos do 1º, 2º e 3º ano efetivamente matriculados no ensino médio regular da escola
privada já citada. Os resultados evidenciam que é preciso que o professor de Língua
Portuguesa tenha objetivos claros e definidos em relação ao uso dos recursos
tecnológicos, pois os mesmos não podem ser utilizados apenas como um mero
passatempo, sem nenhuma intenção, pelo contrário devem fazer parte do planejamento
do professor.
Palavras chave: Língua Portuguesa. Recursos tecnológicos. Docente.
AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM HISTÓRIA ALEGRE
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DE PORTUGAL
Jane Adriane Gandra - UEG
A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação
em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir
os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o
fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim.
Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na
narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas
inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de
repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez
aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela fundação
de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta narrativa é o
fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens sempre são vistas
como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se elucide questões
obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de Chagas, na opinião
de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de imprimir uma certa
vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas apresentações sobre o
assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que Pinheiro Chagas enlaça
o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco nem rigor histórico, nem o
cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito menos o suspense e o interesse
pela estória narrada.
Palavras chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias.
Público Infantil. Historiografia.
A POESIA INFANTIL E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO
Janete de Jesus Serra Costa – SEDUC/MA
A poesia infantil é o gênero literário em que o eu-poético manifesta o ser, o ver e o
sentir através de arranjos específicos da linguagem literária, que se expressa por meio da
multissignificação, dos recursos estilísticos, do ritmo, da sonoridade, da musicalidade e
da imagística. Nesse sentido, a poesia destinada à infância se apresenta rica e com
temáticas diversificadas, encontrando maior ressonância no espírito infantil porque está
fundamentada na sensibilidade e na fantasia, com ampla exploração dos sentimentos e
da sensorialidade, onde o ritmo e as rimas se coadunam à ludicidade da criança. A
linguagem transpõe os sentidos óbvios e imediatos, impregnada de simbologia e
imagens expressa o não-dito, indo além da racionalidade e do consciente. A partir desses
pressupostos pode-se afirmar que as especificidades da poesia infantil encontram lugar
no imaginário da criança, abrangendo o seu universo de forma lúdica e prazerosa.
Assim, contribui efetivamente para o desenvolvimento da competência leitora, por
80
conseguinte para a formação do leitor literário, à medida que possibilita a fruição e o
deleite estético. Nessa perspectiva, o presente estudo justifica-se como reflexão teórica
acerca da relevância da poeticidade para a formação do gosto pela leitura literária. Para
tanto, buscou-se em pesquisadores como Colomer (2003), Cosson (2012), Cademartori
(2012), dentre outros, o embasamento da pesquisa bibliográfica que sustenta a
abordagem reflexiva sobre a temática proposta.
Palavras chave: Poesia infantil. Leitura. Leitor literário.
O EROTISMO NOS CONTOS DE FADAS, DESTECENDO A TRADIÇÃO
INGÊNUA
Janete de Jesus Serra Costa – SEDUC/MA
Quem nunca ouviu falar ou não conhece os contos de fadas? Eis um gênero que parece
unir em torno de si as mais diferentes pessoas, crianças e adultos, de todas as culturas,
idades, lugares e etnias. Consagrados como clássicos da literatura infantil universal, os
contos de fadas são atemporais e imodificáveis, portanto, permitem-nos a leitura
polissêmica como uma prática circular que interliga tempos e espaços, autores e leitores
numa comunicação solidária. Perante o onírico, o maravilhoso, o fantástico, o simbólico
e o imaginário desse gênero literário, é possível desvendar questões inerentes à
complexidade do ser humano, porque representam verdades humanas imutáveis. Para
alguns críticos literários é um gênero narrativo que encontra, geralmente, sua fonte
inspiradora na vida, assim, enquanto expressão da condição e existências humanas a
partir de sua linguagem multifacetada e multiplicidade de sentidos transcreve questões
históricas, sociológicas, filosóficas, ideológicas, bem como questões ligadas à
sexualidade. A fim de tratar dessa última questão compreende-se o erotismo como o
velamento, a sugestão e a provocação do desejo sem a exposição dos órgãos genitais,
buscando desconstruir a leitura ingênua e superficial desse gênero literário infantil. Para
o presente estudo selecionou-se a leitura literária dos contos Branca de neve e
Chapeuzinho vermelho (Grimm, 2012), bem como para a pesquisa bibliográfica que
fundamenta a crítica literária os postulados teóricos de Alberoni (1997), Corso (2006),
Chauí (1998), Bettelheim (2007), dentre outros.
Palavras chave: Contos de fadas. Erotismo. Sexualidade.
IMAGENS DO NARRADOR E LEITOR DE O PEQUENO PRÍNCIPE
Janeffer Desselman - UEPG
Publicado originalmente em 1943, nos Estados Unidos, e em 1946 na França, O
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pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, pode ser considerado um “best-seller
duradouro” devido as inúmeras reedições que recebeu desde a sua primeira publicação.
Segundo Ana Elisabeth Cavalcanti (2011, p.12) já foram vendidos mais de 200 milhões
de exemplares de O pequeno príncipe no mundo todo, desde o seu lançamento. Ainda de
acordo com a articulista, a obra foi eleita como o melhor livro de literatura do século
XX em uma enquete realizada junto a leitores franceses. Visto por muitos leitores como
obra destinada para crianças, O pequeno príncipe é alocado em muitas livrarias nas
estantes destinadas à literatura infanto-juvenil. Acreditamos, no entanto, que o texto
também se destina aos leitores adultos. De acordo com Michel Quesnel, Exupéry
inaugura um tipo singular de escrita com O pequeno príncipe. Portanto a obra ultrapassa
a simples divisão entre literatura infantil e literatura para adultos. Quem seria então o
leitor visado por esse texto? A criança? O adulto? São essas as questões que motivaram
o presente trabalho, fruto da pesquisa de conclusão de curso. O objetivo não é estudar os
leitores de carne e osso que a obra atingiu ao longo dos últimos 70 anos, mas observar
através do próprio texto, o leitor inscrito na própria narrativa. Para tal, analisaremos as
imagens do leitor de O pequeno príncipe e o narrador, considerando-o na complexidade
que o divide entre adulto e criança.
Palavras chave: Leitor. Narrador. Criança. Adulto.
PSICOLOGIA E LITERATURA: O RESGATE DE UM DIÁLOGO ESQUECIDO
Jefferson Maciel Moraes Gomes - UFMA
Jean Marlos Pinheiro Borba – orientador - UFMA
A literatura tem como uma de suas características a capacidade de descrever e permitir
ao leitor um contato privilegiado com as vivências humanas. A partir de tal prerrogativa,
os textos literários deveriam ser apreendidos enquanto claros recursos de reflexão e
compreensão do ser humano – especialmente no curso de Psicologia, o qual está
atrelado ao cuidado com o que pertence pura e essencialmente ao homem. Porém, em
vez de uma aproximação, o que tem sido notado é um distanciamento e estranhamento
acerca da interface Psicologia-Literatura. Diante disso, propõe-se um debate sobre o
resgate e fortalecimento dos diálogos, evidentemente possíveis, entre Psicologia e
Literatura, por intermédio do suporte orientador da Fenomenologia do filósofo alemão
Edmund Husserl. Para tanto, é exposto, por meio de algumas das ideias de pensadores
da Psicologia, das Letras e Literatura, as maneiras através das quais esses campos de
sabedoria podem interagir e dialogar em favor, sobretudo, da ampliação das
possibilidades de se compreender o fenômeno (psicológico) humano.
Palavras chave: Psicologia. Literatura. Fenomenologia. Fenômeno Humano.
REALIDADE E FICÇÃO EM CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA
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Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos que levam o leitor a
confrontar a realidade e a ficção no romance Crônica de uma Morte Anunciada, do
escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, publicado em 1981, analisando as
características do enredo e destacando até que ponto pode-se confirmar a veracidade dos
fatos apresentados e em que momento os artifícios literários são utilizados para compor a
obra de forma fictícia, partindo de alguns trechos da obra que apresentam semelhanças
entre o enredo da história e fatos reais colhidos pelo o autor. Neste estudo, analisaremos
ainda elementos voltados para as construções mentais identificadas com período
medieval presentes na obra, descritos especialmente através dos personagens Pedro e
Pablo Vicário, que através do assassinato do protagonista buscam lavar a honra da
família. Realizamos este trabalho mediante leitura da obra em questão, confrontando
com escritos biográficos sobre o autor, bem como estudos que versam sobre os conceitos
de realidade e ficção nas criações literárias. Como embasamento teórico utilizamos
trabalhos dos autores Saldivar (2000), Ferreira (2009), Coutinho (2008), Gallagher
(2009), Hamburger (1975), entre outros. Como resultado parcial do estudo, podemos
evidenciar o fato de que o autor, através dos artifícios literários, une aspectos ficcionais e
factuais de forma que aproxima o seu trabalho como jornalista e como literato.
Palavras chave: Realidade. Ficção. Garcia Márquez.
POESIA E MEMÓRIA EM O MAPA DA TRIBO DE SALGADO MARANHÃO
João Batista Sousa de Carvalho - UESPI
Elio Ferreira de Sousa – orientador - UESPI
O presente artigo tem o objetivo de analisar a relação do homem com a temporalidade e
com a memória na poesia do poeta caxiense Salgado Maranhão, tendo como referência
poemas selecionados a partir da obra O mapa da tribo, editada em 2013. O sujeito
humano na contemporaneidade se vê diante da constante necessidade de revisitar sua
história pessoal e coletiva, utilizando-se, para tanto, da memória, que se apresenta como
um importante mecanismo de reinterpretação e reconfiguração do ser e do tempo.
Busca-se verificar que circunstâncias do universo individual e social do momento
presente do sujeito lírico estão relacionadas com a evocação do passado e com o
impulso de retorno às origens. A análise também se volta para questões de identidade,
haja vista o forte esforço de autoafirmação de um sujeito lírico movido pelo desejo de
construção de uma mitologia pessoal, revelando, assim, sua singularidade no mundo e
ao mesmo tempo seu pertencimento a um grupo étnico e social marcado historicamente
pela resistência contra a injustiça, o silenciamento e o esquecimento. Verificar-se-á
ainda como a memória poética é articulada conforme as intenções do autor, enfim, como
a linguagem da poesia se apresenta nesse jogo de memória e identidade. O referencial
teórico se apoia em Bosi (2000), Candau (2012), Halbwachs (2004), Pedrosa (2011),
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dentre outros.
Palavras chave: Memória. Poesia. Salgado Maranhão. O mapa da tribo.
O CIDADÃO DE BEM: O DISCURSO JURÍDICO E A CONSTRUÇÃO DAS
SUBJETIVIDADES EM BLOGS
João Carlos da Cunha Moura - UNDB
Este trabalho pretende ser uma forma de analisar a constituição de uma figura social a
partir dos discursos presentes na sociedade, em especial o discurso jurídico. Chama a
atenção o fato de ser o “cidadão de bem” uma identidade almejada, no sentido de
“querer ser”. O objetivo é investigar a construção da identidade do “cidadão de bem”,
figura do discurso jurídico que surge como a identidade a ser constantemente
alcançada, a partir do estudo das formas de subjetivação dos sujeitos estabelecidos em
notícias e comentários de blogs (na internet), dentro da análise do discurso
foucaultiana. Traçado esse pequeno espaço no qual se apresentam os sujeitos falantes,
analisa-se um caso de grande repercussão no meio social e, consequentemente, virtual,
ocorrido em São Luís, Maranhão: uma mulher dispara com arma de fogo contra um
indivíduo que lhe tenta roubar um montante em dinheiro na porta de um banco. A
metodologia consiste em comparar a notícia conforme veiculada em dois blogs de
grande acesso na cidade, bem como de um portal de notícias de acesso de massa, no
qual o texto espera-se passar por filtros intermediários, como editores, redatores etc.,
com espaço para comentários sobre a notícia.
Palavras chave: Cidadão de bem. Identidade. Discurso. Internet.
SANGUE X ESTADO, EM ANTÍGONA, DE SÓFOCLES: LAÇOS SANGUÍNEOS
PARA ALÉM DO ATÉ
Joaquim Lopes da Silva Neto - UFPI
O presente trabalho visa desenvolver uma discussão sobre os aspectos da transgressão
do limite presente no conflito entre o sangue (aspecto familiar – Antígona) e o Estado
(Pólis – Creonte), na tragédia grega Antígona, de Sófocles. Será dedicado a este
trabalho, entender que laços de sangue, Antígona usou como argumentos para ousar
desafiar o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando entendimentos lacanianos,
dentre outros teóricos que debruçaram seus estudos em função desta narrativa trágica. O
suporte para esta análise está embasado nos estudos de Jacques Lacan, ao passo que será
abordado um viés psicanalítico, bem como de Bárbara Freitag, para entendermos se a
filha de Édipo é considerada vítima ou heroína dentro do mundo trágico de Sófocles.
Pretende-se, portanto, uma reflexão sobre um olhar não feminista na tragédia de
Sófocles, ainda que o confronto entre Antígona e Creonte seja, na maioria dos estudos,
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considerado uma espécie de revolução feminina, principalmente nos aspectos gregos
vigentes na época em que a contenda fora travada. O foco desse trabalho é refletir sobre
a tragédia num ponto de vista do desejo de Antígona contra o desejo de Creonte. A ser
lembrado que ela defende até a sua morte a consumação em honrar sua família (laços
sanguíneos) através do sepultamento do irmão Polinices, enquanto Creonte, seu tio,
defensor da lei do Estado, busca o cumprimento arbitrário das prerrogativas legais e uma
espécie de vingança pelo sobrinho que traíra, em sua opinião, a pátria. Assim sendo,
entender-se-á que laços de sangue, Antígona usou como argumentos para ousar desafiar
o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando entendimentos lacanianos, dentre
outros teóricos que debruçaram seus estudos em função dessa narrativa trágica.
Palavras chave: Antígona. Lacan. Tragédia. Sófocles.
TRANSPOSIÇÃO FÍLMICA: O PERCURSO DA LITERATURA AO CINEMA,
EM A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
Joaquim Lopes da Silva Neto - UFPI
O presente trabalho visa desenvolver uma discussão sobre o processo de transposição da
literatura para o cinema. O texto-base para essa análise será o livro do escritor
americano Brian Selznick, A Invenção de Hugo Cabret, considerado “um tutorial da arte
cinematográfica”. Buscando meios para que se possa compreender os meios de
representação do percurso de transposição fílmica, partindo do referencial que, no caso,
é um livro literário, de modo a percorrer os processos de produção e adaptação, até o
momento em que se poderá ter a percepção da viagem que o hibridismo cultural que as
artes envolvidas proporcionarão fundidas na sétima arte. Nessa análise, feita através
desse trabalho, buscar-se-á demonstrar a importância da figura do roteirista
cinematográfico, na condição de adaptador de texto, transformando-o em linguagem
apropriada para a execução fílmica, bem como da funcionalidade do diretor de cinema,
que nessa adaptação é o americano Martin Scorsese. Para analisar esse processo de
adaptação fílmica de um texto literário, nos embasaremos nas teorias de José Carlos
Avellar, Walter Benjamin, Anna Maria Balogh, Edgar Morin, dentre outros, objetivando
entender as ferramentas utilizadas para que o texto escrito passe por esse processo de
adaptação, bem como na narrativa de Brian Selznick, A invenção de Hugo Cabret.
Palavras chave: Transposição fílmica. Hugo Cabret. Literatura. Cinema.
O DESPERTAR DA MULHER: UMA ANÁLISE DA CONQUISTA DA
MATURIDADE E DO ENCANTO FEMININO EM RESTOS DO CARNAVAL, DE
CLARICE LISPECTOR
José Geraldo da Silva – UFV
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Aparecida Ribeiro - orientadora
Falar da conquista da maturidade é falar de caminhos, é falar da travessia entre fases da
vida. É em um desses caminhos que ganha vida a personagem feminina de Clarice
Lispector, em seu conto “Restos de carnaval”. Em um momento em que os sentimentos
se afloram, ela encontra, no ambiente carnavalesco, um terreno fértil para sua afirmação
pessoal e libertação de sonhos e fantasias. Falar de encanto é falar de uma menina com
sonhos de mulher. É falar de uma mulher com aspecto e medos de menina. É falar de
beleza em construção. Beleza externa e beleza interna. Beleza que precisa ser fecundada
e que não acontece sem a atmosfera adequada, sem a interação social. A personagem
trava intenso diálogo consigo mesmo e com a sociedade complexa que a envolve como
um útero, visando a sua libertação e sua transformação. Analisar a personagem de
Restos de Carnaval é perceber a metamorfose que cada mulher enfrenta para se aflorar.
É como ver bem de perto e com riqueza de detalhes, o desabrochar de uma rosa. O
encanto também se faz presente na festa do Carnaval. Cores, música, acessórios e
personagens vão costurando a identidade da menina-mulher. A própria roupagem da
personagem, feita de restos, é símbolo das várias marcas presentes na figura feminina e
porque não dizer, na mulher brasileira.
Palavras chave: Conquista. Maturidade. Encanto. Mulher.
DISCURSO E REPRESENTAÇÃO DA MEMÓRIA NO TEXTO LITERÁRIO:
MUTUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO ROMANCE SINFONIA
EM BRANCO, DE ADRIANA LISBOA
José Ivan Bernardo Andrade - UESPI
Raimunda Celestina Mendes da Silva – orientadora - UESPI
A representação da Memória do trauma a partir da elaboração de um discurso cujo
dialogismo é instaurado como um jogo entre autor e leitor, marcado pelos implícitos que
desafiam constantemente a imaginação dos leitores no processo de construção de
sentidos. Assim é o romance Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa, cuja narrativa
conta a trajetória de vida das personagens Clarice e Maria Inês. No centro dos
acontecimentos está o estupro sofrido pela primeira e testemunhado pela segunda. O
evento gera um trauma nas duas irmãs, marcando suas vidas e determinando como elas
se relacionariam com o mundo e com a família. Pretende-se abordar o discurso literário
presente na referida obra como ato de enunciação mútua, percebendo o papel dinâmico
do leitor nos processos de construção de sentidos a partir dos vestígios e indícios
textuais indicados pela autora. O principal objetivo dessa comunicação é contribuir para
uma reflexão crítica sobre o discurso literário como ato cooperativo, no qual autores e
leitores estão envolvidos numa relação dialógica, dentro de um específico plano de
conteúdo e de expressão. Em suma, considerando a estética da recepção, será
evidenciado que o ato de ler torna-se uma espécie de elaboração. Algumas abordagens
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(MAINGUENAU, 1996; BAKHTIN, 1993; BERGSON 1999; ECO, 1985; JAUSS,
1994; FREUD, 2013) serão revisitadas, no sentido de ampliar as reflexões sobre leitura
literária, reconhecendo-se as possíveis conexões entre literatura e elementos da filosofia,
da psicanálise e análise do discurso.
Palavras chave: Literatura. Leitor. Memória. Discurso
O CRIME DO PADRE AMARO: DA LINGUAGEM LITERÁRIA À
CINEMATOGRÁFICA
Bárbara Ruth Silva Barbosa - UFMA
Thaiane Alves Mendonça - UFMA
Este trabalho visa realizar um estudo comparativo entre o romance O Crime do Padre
Amaro, de Eça de Queirós, e sua adaptação para o cinema, o filme que leva o mesmo
nome, do diretor Carlos Carrera. Comparando a mesma história, apresentada em
linguagens diferentes, livro e filme, verificamos quais são os pontos de aproximação e
de distanciamento da linguagem, levantando questões como: a relação entre literatura e
cinema; a adaptação do texto literário para o roteiro cinematográfico; os aspectos
técnicos da linguagem cinematográfica (enquadramento, movimentos da câmera,
focalização, diálogos, trilha sonora, entre outros), procurando evidenciar o modo como a
linguagem literária e seus recursos narrativos foram transpostos para o cinema. A
análise revela que a adaptação cinematográfica transporta a trama para espaço e época
diversos, fazendo necessárias mudanças de conflitos e temas, mas que no essencial
mantém-se fiel ao texto queirosiano, demonstrando que os gêneros não se repelem:
aproximam-se, ampliando as possibilidades de leituras significativas.
AS TEMÁTICAS INUSITADAS NA PROSA FICCIONAL DE JOSÉ EWERTON
NETO
José Ribamar Neres Costa - UFMA
Nas letras brasileiras, há alguns autores cujas narrativas podem ser consideradas
inusitadas pelo seu teor, pelos assuntos tratados. É o caso, por exemplo, de Erico
Verissimo (Incidente em Antares), Jorge Amado (A morte e a morte de Quincas Berro
Dágua), Murilo Rubião (O Pirotécnico Zacarias) e J.J. Veiga (Os cavalinhos de
Platiplanto). No Maranhão, poucos são os prosadores que se dedicam a narrações com
temáticas que possam ser consideradas inusitadas, ou seja, que fujam à expectativa
primeira do leitor, levando-o a uma realidade que destoe do senso de normalidade
aceitável pela maioria das pessoas. Entre esses autores estão José Sarney, Ariel Vieira
de Morais e José Ewerton Neto. Poeta, cronista, romancista e contista, Ewerton Neto se
notabiliza em sua prosa por retratar situações e personagens que fogem ao comum,
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como é o caso de um demônio que inventa um suco que dá prazer sexual às mulheres (O
Infinito em suas mãos), um homem que ganha a vida “suicidando” pessoas cm
problemas (O Ofício de Matar), um cidadão que passa a conviver maritalmente com
uma porca (A morte dos Mamonas Assassinas e outros contos), um homem obcecado
por encontrar alguém com quem é sempre confundido (Ei, você conhece Alexander
Guaracy?), um narrador representado por um artefato para o prazer feminino (A ânsia
do prazer) são alguns dos temas abordados por esse autor. Neste trabalho não se
pretende fazer diferenças entre as teorias do realismo mágico, maravilhoso, fantástico ou
extraordinário, mas apenas comprovar com base em alguns autores que o autor
apresenta características que remetem à ideia do inusitado.
Palavras chave: Literatura maranhense. Prosa contemporânea. Narrativas inusitadas
O CULTO E O INCULTO, DE ORICÃO A CODÓ: VARIAÇÕES
SOCIOCULTURAIS EM O ANJO DO QUARTO DIA
José Robson do Nascimento Santiago – IFPB
Maria do Socorro Silva de Aragão - orientadora
Neste trabalho nos propomos a identificar as variações socioculturais nas falas das
personagens do romance O anjo do quarto dia, de Gilvan Lemos. Partimos de
pressupostos segundo os quais a língua varia de acordo com diversos critérios de
amostragem numa pesquisa sociolinguística. Neste sentido, tomamos por base as teorias
de Coseriu (1987) sobre as tarefas da sociolinguística, quando fala das variações
diastráticas e diafásicas; as considerações de Aragão (2005) sobre a relação linguagemcultura e consideramos também o que preceitua Preti (1992) sobre os níveis de fala,
compreendendo, além disso, a língua como reflexo da cultura de um povo, que nesse
caso é o do agreste pernambucano. Para verificar tal diversidade, selecionamos falas dos
personagens Oricão, Amísio, Codó e suas tias. Essas falas representam usuários da
língua com diferentes níveis de escolarização, classes sociais, sexo e idades. Nelas
buscamos vocábulos que reflitam a estrutura sociocultural da localidade onde ocorre a
história contada na obra, cidade fictícia do Logrador. Este trabalho é, na verdade, uma
amostragem preliminar de uma pesquisa de doutorado, que visa contribuir para estudos
sobre os falares regionais registrados em obras literárias do Nordeste. Um dos objetivos
da pesquisa busca, portanto, a identificação de varações diastráticas nas falas das
personagens e outro visa a verificar variações de estilo de um mesmo personagem
conforme a situação.
Palavras chave: Variação. Falares regionais. Literatura nordestina. Sociolinguística.
ITINERÁRIOS CULTURAIS VIVENCIADOS PELOS PROFESSORES DA
REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SÃO LUÍS-MA
88
Joseane Cantanhede dos Santos - UFMA
A cultura representa componente indispensável para a composição da memória coletiva
de uma nação. Assim, esta pesquisa estuda as representações culturais dos professores
que atuam no 1º e 2º ciclo do ensino fundamental das escolas municipais de São Luís –
MA. Além de refletir sobre os caminhos trilhados na descoberta de informações,
elaboração do conhecimento, leituras individuais e coletivas, assim como a
visitação/familiaridade com os diversos espaços de cultura e de memória (bibliotecas,
museus, galerias de artes, praças, teatros, cinemas e outros acervos/bens culturais de
caráter físico), exaltando a experiência vivida, que se manifesta na linguagem, nas
tradições, nos modos que utilizam esses bens e espaços de cultura. Fez-se uso de
narrativas autobiográficas com a amostra de seis professores. Evidenciam-se os saberes
vivenciados pelos professores enquanto aluno/formação escolar, relação com a família,
vida social e cultural. Ao analisar as práticas educativas sob um ângulo social e cultural,
a partir da sua trajetória de vida pessoal e profissional, este professor é convidado a
reconhecer-se como sujeito histórico, direcionando sua história cotidiana para a
autorreflexão e a produção de memórias, muitas vezes esquecidas, silenciadas, não
estimuladas, inibindo a construção de processos formativos e autoformativos. Foi
possível averiguar que a formação de professores na perspectiva cultural apresenta
desafios, descompassos ideológicos, metodológicos, dificultando ações mais concretas
dos educadores em sua prática diária. As limitações/restrições relatadas pelas
professoras no processo de uso e acesso aos espaços de memória e cultura existentes na
cidade nos leva à reflexão de quão necessário é promover a ampliação do repertório
cultural dos professores, para que possam propiciar uma rica mediação cultural entre
seus alunos.
Palavras chave: Prática docente. Acervo cultural – professores. Memória – professores.
ENTRE O DESEJO PROIBIDO E O AMOR: HAMLET NUMA LEITURA
FRONTEIRIÇA ENTRE LITERATURA E CINEMA
Joseane Mendes Ferreira - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão - orientador - UFPI
O presente trabalho trata de uma análise comparativa entre literatura e cinema, tendo
como foco os desejos de Hamlet, personagem da obra homônima. Hamlet é considerada
por muitos críticos a peça de maior esplendor do dramaturgo inglês Shakespeare. Ela tem
por data o ano de 1601 e embora tenha sido estudada por muito tempo, por abordar temas
atemporais, ainda oferece espaço para outras reflexões. Compreende-se que Hamlet se
apresenta, mais de quatro séculos após sua criação, como um texto atual, recriada muito
comumente por outras formas de arte, a exemplo do cinema. Nesse estudo, será discutida
89
a relação de Hamlet diante de dois de seus objetos de desejo: a mãe e Ofélia, objetivando
relacionar a obra literária de Shakespeare à adaptação fílmica, de 1990, também
intitulada Hamlet, do diretor italiano Franco Zeffirelli. O filme recria o texto original
através de uma sequência direta de trechos selecionados que melhor se adequam ao apelo
imagético do texto fílmico. A pesquisa, de caráter bibliográfico, está fundamentada à luz
da psicanálise nas teorias de Lacan. Também foram realizadas análises intersemióticas
entre os textos literário e fílmico. Com o foco de estudo que o trabalho privilegiou,
percebe-se que em ambos os textos, literário e fílmico, Hamlet aparece envolto ao
complexo de castração e que tanto a mãe quanto Ofélia são objetos que faltam a Hamlet.
Conclui-se que Hamlet perde a mãe e Ofélia respectivamente para o tio e para a morte e
consequentemente não realiza nem o desejo e nem o amor.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Desejos. Hamlet
REPRESENTAÇÕES POLÍTICAS NO DISCURSO MÍDIATICO: A
CONTRIBUIÇÃO DO HUMOR PARA A CARACTERIZAÇÃO DO CANDIDATO
Antonio Wilson de Andrade Silva - UFPI
Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI
O presente trabalho se propõe a analisar a relação entre o discurso midiático e o discurso
político, levando em consideração que este se subdivide em discurso humorístico, que
também é levado em conta na execução deste trabalho. Para isso, serão analisados os vídeos
da campanha eleitoral do candidato Firmino Filho nas eleições para prefeito de Teresina em
2012. Os vídeos não eram exibidos tão somente durante a propaganda eleitoral gratuita,
mas durante a grade da programação dos canais locais. Eles tinham o objetivo de usar o
humor para que as farpas políticas fossem suavizadas ao telespectador, fazendo com que o
candidato Firmino Filho tivesse uma boa imagem perante a população, proporcionando a
degradação do candidato da oposição. Para chegar ao objetivo, serão levados em conta os
pressupostos de Patrick Charaudeau em suas obras Discurso midiático e Discurso político
onde afirma que a política se utiliza da mídia de forma que o telespectador crie fidelidade
com o candidato. Nos vídeos observaremos aspectos de persuasão, posturas ideológicas e a
participação do discurso humorístico, que conjuntamente com os outros elementos
semiolinguísticos, contribuem de maneira positiva nas propostas do candidato. Com isso,
percebemos que o discurso humorístico complementa o discurso político que utiliza o
discurso midiático como forma de afirmação de sua postura.
Palavras chave: Discurso midiático. Discurso político. Humor.
LENDO GABRIEL GARCÍA MARQUEZ: OPERADORES DE LEITURA
NARRATIVA E CRITICA FEMINISTA EM CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA
90
Jessica Monteiro de Sousa Pereira - UFPI
Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI
Tendo como embasamento teórico Teoria Literária: abordagens históricas e tendências
contemporâneas, Bonnici e Zolin (2009), a presente comunicação pretende estabelecer um
diálogo entre a obra Crônica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez, e a
crítica feminista propagada por Kate Millet em Sexual Politics (1970), ao tempo em que
utiliza os operadores de leitura da narrativa reunidos por Arnaldo Franco Júnior (2009) para
ler a obra de Márquez. Para consecução do objetivo, pretende-se apresentar uma reflexão
fundamentada na mediação entre os pressupostos do Formalismo Russo e do PósEstruturalismo. Como metodologia de trabalho discorre-se sobre o enredo da obra aqui
analisada; segue-se para a discussão sobre os aspectos de maior importância da narrativa,
acentuando os momentos de clímax, de modo a melhorar a análise interpretativa do texto; e
por fim, disserta-se sobre a polêmica envolvendo o patriarcalismo contido no texto,
apresentado na forma de uma síntese crítica feminista, bem como suas influências e a
percepção de uma tendência já principiada a sua suplantação. Com isso, pretende-se
demonstrar como García Márquez utiliza os aspectos narrativos para prender o leitor à obra
e como estes aspectos dialogam com temáticas de valores relacionados à honra e a
vingança, encaixando-se assim, nos temas de obras pós-moderna.
Palavras chave: Tendências. Feminismo. Pós-moderna.
OBRAS DO DIABINHO DA MÃO FURADA: DO FANTÁSTICO À REALIDADE
MEDIEVAL
Karine Macêdo Freitas - UFPI
Luciana Talita Mágulas Pereira - UFPI
Alcione Corrêa Alves - orientadora - UFPI
O presente trabalho propõe uma interpretação das concepções medievais predominantes
no século XVIII, disseminadas pela Igreja Católica, a respeito da figura do diabo e do
cristão genuíno, na novela Obras do Diabinho da Mão Furada. Embora a autoria da obra
seja questionada, concordamos com a maioria dos especialistas, que a autoria de fato é
de Antônio José da Silva, uma vez que, é possível identificar características do mesmo
dentro da obra. A fim de criticar a sociedade, os valores éticos e morais da época, o
autor recorreu ao fantástico, mesclando o cômico e o irreal, aspectos estes que
nortearam esta pesquisa. Partindo desses pressupostos, o presente estudo objetiva
identificar o processo de construção identitária das personagens protagonistas, o soldado
Peralta e seu companheiro endiabrado. Para tanto, proporemos uma análise da obra sob
a ótica da Teoria da Residualidade, tal como proposta por Roberto Pontes (2006):
segundo o autor, nada na cultura e na literatura é original, mas remanescente e logo,
residual. Como resultado parcial do estudo, podemos perceber que Antônio José da
91
Silva une aspectos fantásticos e factuais como artifício na construção da identidade de
suas personagens. A presente investigação foi desenvolvida no âmbito do Projeto de
Pesquisa Teseu, o labirinto e seu nome, atualmente contemplada com financiamento do
edital Pibic/ CNPq-AF 2013/2014.
Palavras chave: Obras do Diabinho da Mão Furada. Construções identitária. Fantástico.
DO NÃO-VERBAL AO VERBAL: O CINEMA MUDO COMO RECURSO PARA A
PRODUÇÃO TEXTUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Fábio Henrique Pereira - UFMA
Keila de Jesus Ribeiro Araujo - UFMA
Mônica da Silva Cruz – orientadora - UFMA
Pesquisas têm demonstrado que práticas de leitura e escrita podem ser estimuladas pelo
contato dos alunos com distintos gêneros textuais, isso porque sua estrutura
organizacional permite trabalhar a maioria das questões relativas à língua, em todos os
seus aspectos (MARCUSCHI, 2008). Neste trabalho, apresenta-se um relato de
experiência de práticas de ensino de leitura e produção textual elaborada a partir do
filme “Tempos Modernos”, de Charles Spencer Chaplin (1936). Compreendido como
um gênero discursivo (BAKHTIN, 2010), o filme possibilita aos educandos a ampliação
da percepção de mundo, a realização de suas próprias leituras, discussões a respeito dos
temas apresentados nesse tipo de produção artística, e ainda desencadeia ideias, que ao
serem redigidas, passam a expressar o entendimento do escritor acerca de determinados
temas, colocando-o sempre dentro de uma ordem discursiva. O discurso, na visão de
Fernandes (2008), é um objeto constituído pela língua, história e por ideologias. Tendo
em vista esses aspectos, analisam-se redes discursivas (intertextos e interdiscursos) que
atravessam o dizer dos alunos em suas produções textuais, no Projeto de Extensão
Entretextos, do DELER-UFMA. A pesquisa volta-se para a análise de quatro produções
escritas, selecionadas aleatoriamente. Utilizaremos como pressupostos teóricos os
estudos de Bakhtin (2010), Marcucshi (2008) e Fernandes (2008).
Palavras chave: Cinema. Produção Textual. Discurso.
MARANHÃO 70: MEMÓRIA E CINEMA SUPEROITISTA
Leide Ana Oliveira Caldas - UFMA
O presente estudo busca discutir as manifestações de produções de realizadores
maranhenses de cinema da estética superoitista na década de 1970, através de uma
abordagem cultural. O ponto de partida da problematização configura-se na perspectiva
singular de uma história “recente” ou do “Tempo Presente” da história do Maranhão,
permitindo-nos contactar pessoalmente com “testemunhos diretos”, personagens
92
importantes na construção da memória do “fazer fílmico” específico, localizado e
colocado em evidência na contramão do esquecimento/silenciamento em relação aos
discursos fílmicos hegemônicos de identidade no Brasil no período citado. O olhar
empírico volta-se a uma tarefa de tecer e discutir uma memória da atividade
cinematográfica local através de interpretações de mundo e de olhares no tempo e
espaço das produções e seus autores, constituindo fontes inesgotáveis na correnteza da
história. Para tal atuação metodológica temos como perspectiva os autores Pollak e Hall.
O uso da câmera Super 8 passou a ser uma posição político-estética artística conhecida
como estética superoitista no Brasil, passando de objeto de consumo a ferramenta de
democratização de expressão artística amadora ou alternativa em relação às produções
profissionais de 35mm (cinema) e 16mm (televisão). A intencionalidade maranhense de
produção cinematográfica parte discursivamente da década referida. Todos se
enquadram na categoria curta-metragem, logo podemos detectar essa experiência
cinematográfica como parte estética e espaço de gêneros e suas linguagens. Através de
entrevistas com realizadores e acesso a levantamentos sobre os temas das obras,
percebe-se explicitamente a realização destas com discursos experimentais e
documentais de cunho social e ficcional.
Palavras chave: História. Cinema. Memória. Superoito. Identidade.
SØREN KIERKEGAARD E O PROBLEMA DA EXISTÊNCIA NO ROMANCE
O RETRATO DE DORIAN GRAY DE OSCAR WILDE
Leonardo Silva Sousa - UFMA
Luciano da Silva Façanha - orientador
A presente comunicação tem como objetivo analisar a personagem Dorian Gray,
principal figura do romance O retrato de Dorian Gray do escritor Irlandês Oscar Wilde
(1854 —1900) junto á filosofia existencial do pensador dinamarquês
SörenAabyeKierkegaard (1813 – 1855). Através de conceitos como desespero, estádio e
angústia do filósofo existencialista, será feita a análise reflexiva acerca da personagem
principal do romance de Oscar Wilde: Dorian Gray, um jovem rapaz orgulhoso,
arrogante e narcisista, que ama a si próprio mais do que tudo situado em uma
Londres Vitoriana, recheada de valores puritanos. Através da reflexão filosófica em
Kierkegaard, analisarei a existência da personagem que se direciona para a
estética, um dos diversos estádios de vida segundo o legado do filósofo
existencialista, através de obras do filósofo como Conceito de Angústia, Diário
do Sedutor e Desespero Humano (Doença até a morte). O esteta é constantemente
ameaçado pelo sentimento de tédio e por isso tenta de forma desesperada
alimentar os sentidos, direcionando sua vida para a intensa satisfação dos
sentidos e da alma. A busca estética pelo novo conduzirá este esteta a um
conflito consigo mesmo, direcionando o indivíduo ao que Kierkegaard chama de
doença mortal: O sentimento de inadequação e desequilíbrio existencial.
Palavras chave: Estético. Desespero. Angústia. Esteta.
93
UM CONTO QUE SE CONTA: A SIMBOLOGIA EM BRANCA DE NEVE, DOS
IRMÃOS GRIMM
Letícia França Lemos - UFMA
Maura Cristina de Melo Silva - UFMA
A literatura infantil e juvenil é considerada muito importante, por oferecer uma série de
conteúdos que possibilitam às crianças e aos jovens o contato desde cedo com a
literatura. Há diversos representantes, dos quais se podem citar os Irmãos Grimm,
bastante conhecidos pelos vários contos que compilaram, que sempre levam uma lição e
até hoje continuam sendo apreciados por muitas pessoas. Dentre estes, pode-se
mencionar Branca de Neve que se tornou muito conhecido, com várias adaptações,
inclusive para o cinema. Percebe-se que esse conto apresenta um valor humanitário,
visto que nele estão presentes alguns sentimentos, como por exemplo, o amor e a
bondade; além disso, possui muitos símbolos durante toda sua condução, sendo que cada
um deles retrata uma característica importante para o entendimento do enredo. Os
símbolos permitem que o tema abordado transmita um maior sentido, eles constituem
parte fundamental no conto e estabelecem ligação com as personagens e com os fatos
que ocorrem. Tendo em vista a grande importância da simbologia na literatura, o
trabalho em questão tem como objetivo analisar os símbolos do conto Branca Neve, a
fim de proporcionar uma relação com os acontecimentos que giram em torno da
narrativa e deixar visível que, quando realizada uma leitura simbólica, a interpretação se
faz mais significativa.
Palavras chave: Branca de Neve. Simbologia. Interpretação.
VOZES SILENCIADAS EM DÍAS Y NOCHES DE AMOR Y DE GUERRA DE
EDUARDO GALEANO
Liana Márcia Gonçalves Mafra - UEMA/IFMA
José Henrique de Paula Borralho – UEMA/PPGHEN
A proposta objetiva apresentar histórias vividas em épocas de violência e repressão
presentes na obra Días y noches de amor y de guerra, do escritor uruguaio Eduardo
Galeano, estabelecendo um diálogo entre literatura, história e memória, demonstrando
que a literatura latino-americana ficou marcada pelo terror e intolerância dos regimes
ditatoriais na América Latina. A obra será explorada no ponto de vista dos sujeitos
dominados – vencidos – não contemplados pela versão oficial da História, pois Galeano
narra histórias e resgata a memória dos “anos de chumbo” na América Latina, tecendoas com os fios de sua experiência pessoal, social e política. E como Walter Benjamin,
compreende que se deve ouvir e saltar os “ecos de vozes que emudeceram”. Assim, Días
y noches de amor y de guerra relata em suas micronarrativas a repressão, a violência do
Estado e as consequências das ações ditatoriais sobre os cidadãos do Uruguai, país de
origem de Galeano, mas não se limitam a esse contexto, pois o cenário extrapola o
âmbito uruguaio para se tornar uma experiência comum aos países latino-americanos,
94
trilhando e ultrapassando caminhos que representarão as consequências das ações
ditatoriais da América Latina – abuso de poder, exílio, censura, atos avassaladores de
agressão aos direitos políticos e sociais, perseguições, torturas e mortes não esclarecidas
–, bem como as contradições da História e a fragilidade da memória na preservação dos
acontecimentos. A memória, defendida nos escritos de Galeano, impede que a verdade
se oculte, resgatando-a através da voz dada aos povos afetados pelo tempo histórico;
vozes silenciosas e silenciadas, considerando que para o autor a voz do oprimido
continua soando no tempo, até que alguém ouça, a resgate e a apresente para a
posteridade: “Para os navegantes com desejo de vento, a memória é o ponto de partida”.
Palavras chave: Literatura. Memória. Eduardo Galeano.
A EXISTÊNCIA FEMININA EM UM CONTO DE CLARICE LISPECTOR
Lígia Maria Aguiar Souza - UFPI
Propomos analisar a personagem feminina Ana do conto Amor de Clarice Lispector pela
perspectiva existencialista através de sua situação narrada ao longo do texto.
Percebemos nesse conto que à Ana, cabe a reprodução, o cuidado com a casa, filhos e
esposo, esse conjunto de atividades que é compreendido como uma obrigação feminina,
advinda da sua natureza de mulher. Ana tem uma vida rotineira, ela escolheu agradar às
outras pessoas, ela é reflexiva e introspectiva. Ela está totalmente livre, é a única
responsável pelo que faz de si mesma. Ela é levada pela situação que ela mesma se
submeteu, ela age de maneira extremamente correta com a família e com o lar, ela é
exilada no seu próprio ser. Necessita-se frisar que destacaremos no decorrer deste
trabalho características existenciais nessa personagem e enfatizaremos como Ana se
sente em relação a sua importância no mundo quando ela olha para si mesma diante da
sua realidade. Para discorrermos sobre o assunto proposto, teremos como base os
pensamentos de Satre (1970) quando ele afirma que o ser humano é o conjunto dos seus
atos. E Beauvoir (1970) quando ela define de maneira singular a situação da mulher que
tem como todo ser humano, uma liberdade autônoma. É válido ressaltar ainda que este
trabalho também servirá como fonte de pesquisa para estudos posteriores.
Palavras chave: Ana. Existencialismo. Mulher
A TRANSFORMAÇÃO DE GREGOR: ESPAÇO E PSIQUE EM A
METAMORFOSE
Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA
Lisandra da Silva Souza - UFMA
William Amorim de Sousa – orientador - UFMA
Franz Kafka, autor da obra A Metamorfose, inovou a literatura ao transformar Gregor
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Samsa em um ser de aspecto monstruoso, explorando assim a essência e reflexões mais
profundas do íntimo humano. Ainda que transformado, Gregor adapta sua personalidade
e gostos à sua nova condição física. Sua consciência, ainda humana, molda-se ao
ambiente ao seu redor, que cada vez mais passa a interiorizar sua metamorfose outrora
externa. Ou seja, as mudanças decorrentes da metamorfose no plano físico passam a se
expandir para o psicológico, tornando sua aparência um dos seus maiores tormentos,
refletindo-se em sua própria existência. A percepção humana e a psique mantem uma
relação estreita com o espaço. O quarto de Gregor tem característica dúbia tanto de
prisão (como forma de condenar sua condição física excludente socialmente), como de
ambiente acolhedor e refúgio do que lhe resta de humanidade. Devido às memórias
incutidas em cada objeto e a forma em que o mesmo as organiza, o leitor tem noção do
crescente questionamento existencial que cada vez mais se reflete nas ações e
pensamentos do personagem. Através dos autores Yi-Fu Tuan, Carl Gustav Jung,
Sigmund Freud, o trabalho visa analisar a influência do espaço na vida do ser humano e
o seu poder de transformação do psicológico. Entrarão em debate as transformações
psicológicas acarretadas pela mudança física e sua característica moldadora da própria
essência.
Palavras chave: Percepção. Espaço. Psique. Metamorfose. Kafka.
O GÊNERO FEMININO PELA ABORDAGEM MIDIÁTICA: RECONDUZINDO
OS PADRÕES DISCURSIVOS E RECONSTRUINDO IDENTIDADES
Líssia Maria Costa Gomes Protázio - UFMA
Diante do advento dos fenômenos contemporâneos, a mulher tem alcançado cada vez
mais fôlego na conquista de espaços significativos no mercado de trabalho que antes
eram destinados apenas ao público masculino. Nesse sentido, a mulher do século XXI é
uma mulher virtuosa por ser múltipla, tendo em vista a sua ampla capacidade síncrona
de desenvolver várias funções do dia-a-dia. Deste modo, elas demonstram lidar
habilmente com tarefas que se estendem entre cuidar das atribuições do lar e cuidar da
carreira profissional. No entanto, ainda há muito que ser debatido e cristalizado sobre a
figura feminina e suas equivalências na nossa sociedade que, embora implicitamente,
relaciona a mulher a ideias equivocadas, sobretudo, nos meios de comunicação. O
discurso midiático é um forte fio condutor dessa ideologia que produz enunciados
ocultos dos seus reais processos de origem que circunstancia a camuflagem dos
elementos de enunciação através do uso predominante da terceira pessoa que, como se
sabe, é a forma verbal da não pessoa e garante aos repertórios discursivos uma estratégia
de padronização referencial dos enunciados, uma credibilidade da narração dos fatos que
independem do lugar da fala do enunciador. Tais intentos podem ser atentamente
percebidos em algumas campanhas publicitárias que ainda retratam a mulher como
altamente sexual e submissa e o homem, como dominante e agressivo, nessa proporção,
96
perpetuam representações distorcidas e estereotipadas sobre o gênero feminino gerando
um efeito interpretativo nas pessoas, seja ele real ou potencial (C.S. PEIRCE, 1993). A
relevância desse trabalho, portanto, se justifica pela necessidade de discutir e
ressignificar as abordagens subliminares que reforçam negativamente a figura da mulher
a partir do discurso midiático através de exposição verbal e recursos audiovisuais. Nessa
acepção, a finalidade dessa atividade é demonstrar como os vestígios deixados desse
ambiente semântico linguístico-discursivo produzem sentidos depreciativos à construção
da identidade feminina.
Palavras chave: Mulher. Discurso midiático. Estereótipo. Identidade.
O HERÒI NO PROCESSO DE TRSANPOSIÇÃO DA OBRA LITERÁRIA
PRIMO BASILIO PARA A PELÍCULA BRASILEIRA
Lucas Rodrigues Cavalcante - UFPI
Já são comuns as adaptações de obras literárias para películas, algumas até importadas
de um país para outro, como é o caso do Livro Primo Basílio que é uma obra de origem
portuguesa, escrita por Eça de Queiroz, e é recriado em forma de película no Brasil na
direção de Daniel Filho. A heroína Luiza habita os dois meios, através de Joseph
Campbell, pode-se analisar o comportamento da heroína, pela obra O Herói de Mil
Faces, dialogando com os aspectos que definidos por “típicos” trabalhados por Umberto
Eco na obra Apocalípticos e Integrados, embasado no olhar pautado na transposição de
cinema com Tânia Pellegrini em “Literatura, cinema e televisão” e a visão de O que é
Cinema por Jean-Claude Bernadet, junto ao conceito de equivalência de Fisher-Lichte,
enfim, muito se discute sobre a heroína, transposição de películas, este trabalho procura
entender essa transposição da heroína Luiza construída no signo literário e recriada na
imagem cinematográfica.
Palavras chave: Herói, Luiza, personagem, cinema, película.
O SOBRENATURAL NOS CONTOS DE EDGAR ALLAN POE
Lucélia Magda Oliveira da Silva - UFMA
A partir do Romantismo, o medo já não é mais, necessariamente, suscitado por criaturas
sobrenaturais, como vampiros, lobisomens e bruxas. Dessa corrente literária em diante,
o homem torna-se o objeto central do sobrenatural, do surreal, atormentado por seus
próprios demônios, pela sua consciência, por suas angústias, paixões e pela incerteza
diante dos acontecimentos. Assim, “A Metamorfose”, de Franz Kafka e os contos de
Edgar Allan Poe são um marco na reconfiguração da literatura fantástica. Diante disso,
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este estudo visa fazer uma breve análise do sobrenatural, levando em consideração os
aspectos da literatura romântica gótica em prosa, tomando como objeto de análise os
contos de Edgar Allan Poe, discutindo a influência desse tipo de literatura na obra deste
autor, buscando compreender o porquê deles fascinarem tanto as pessoas que os leem, e
qual a sua importância para a literatura atual. Para tanto, servirão como base para
pesquisa os livros “O Horror Sobrenatural na Literatura”, de Howard Phillips Lovecraft
(2007); “Introdução à Literatura Fantástica”, de Tveztan Todorov (2012); e “Histórias
Extraordinárias”, de Edgar Allan Poe (2011), bem como outras obras deste mesmo
autor. As primeiras conclusões do estudo apontam que há um número cada vez maior de
leitores de obras do gênero Terror, pois como Lovecraft afirma na sua obra supracitada,
“a emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o tipo de medo mais
antigo e mais poderoso é o medo do desconhecido”, o que causa curiosidade, espanto e
fascinação.
Palavras chave: Gótico. Literatura Fantástica. Poe. Lovecraft. Todorov.
RELAÇÃO CAOMPARATIVA ENTRE O FILME O CARTEIRO E O POETA E
O LIVRO TAMBÉM INTITULADO O CARTEIRO E O POETA, DE ANTÔNIO
SKÁRMETA
Luciano Sousa Oliveira - UFMA
Jackson Douglas Silva - UFMA
A questão de adaptação cinematográfica de obras literárias é uma constante polemica
existente há décadas e que persiste ainda hoje. De fato, muitos teóricos renomados tem
debatido esta questão por todo esse tempo incansavelmente. O presente artigo tratará
dessas questões relacionadas com a obra fílmica O carteiro e o poeta, de 1994, adaptado
do livro de mesmo nome do poeta chileno Antônio Skármeta. Trará a tona alguns
elementos que se inter-relacionam tanto no filme quanto na obra literária. Buscará
realizar uma abordagem sólida a cerca do processo de adaptação realizado no filme e a
correlação existente entre ambos. Seguindo esta linha de raciocínio, Timothy Corrigan
(1999), em sua obra, afirma que uma boa adaptação está organizada em quatro
estruturas complementares: a contextualização histórica, a questão das hierarquias
culturais tradicionais, o processo de adaptação em si e a intertextualidade. O filme,
pode-seafirmar que soube captar a essência da obra literária de Skármeta e transmiti-la
ao seu público de maneira eficiente, ainda que contenha algumas distinções especificas
do texto. Este abstraiu do texto literárioa temática abordada sublimemente pelo autor e
transmitiu isso ao público com imagens de forma intensa. Nesse aspecto, percebem-se
elementos de uma boa adaptação de um livro para o cinema. Pode-se dizer que houve
uma transferência de elementos da obra para o filme, o que proporcionou o excelente
roteiro e o bom desfecho, isso seguindo a linha de raciocínio do teórico Brian
McFarlane, o qual afirma “que há elementos facilmente transferíveis do romance
“transfer” para o cinema e dos que exigem maior criatividade (“adaptationproper”).
Palavras chave: Literatura e cinema. Pablo Neruda. Skármeta.
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INTERDISCURSO, SÍMBOLOS E IMAGENS NO FAZER LITERÁRIO DA
HILEIA EUCLIDIANA
Luis Fernando Ribeiro Almeida – FAMA
Consagrado por sua obra-prima, Os Sertões (1902), o escritor fluminense Euclides da
Cunha apresenta uma face que é pouco conhecida do grande público leitor. Porém, nos
últimos anos de sua vida, ele se aventurou em uma jornada na então pouco conhecida
floresta amazônica e relatou para o público das grandes metrópoles o que era a vasta
área verde em que, segundo ele próprio, o homem chegou como intruso. Não poderia
imaginar o naturalista alemão Humboldt (1799-1804) que ao nomear essa região de
hileia em alusão à palavra grega hilaea, que significa mata virgem, essa paisagem
pudesse fascinar tanto Euclides da Cunha que em carta endereçada ao escritor e amigo
Coelho Neto em 10-03-1905 escrevesse: “Nada te direi da terra e da gente. Depois, aí,
e num livro: ‘Um Paraíso Perdido’, onde procurei vingar a Hileia maravilhosa de todas
as brutalidades que a maculam desde o século XVII” (TOCANTINS, 1978, p. 32).
Infelizmente, por questões pessoais o escritor veio a falecer em 1909 e deixara
inacabado o seu “livro vingador”. Contudo, ficaram para a posteridade alguns escritos
que têm por tema as peculiaridades dessa região do país, assim “no cenário amazônico
destacam-se o nomandismo, a mobilidade e o desenraizamento da população” (LIMA,
2009, p. 37). É possível destacar nesses escritos euclidianos a recorrência do
interdiscurso, que para Charaudeau e Maingueneau (2004, p. 286) refere-se “ao
conjunto das unidades discursivas [...] com os quais um discurso particular entra em
relação implícita ou explícita”. No que diz respeito ao uso de imagens e símbolos a
análise desses aspectos está pautada em Orlandi (2002, p. 27) ao afirmar que se deve
“vê a produção dos objetos simbólicos em movimento, como parte de uma história em
que sujeito e sentidos se constroem”.
Palavras chave: Interdiscurso. Imagens. Símbolos. Euclides da Cunha
DIÁLOGOS DISTÓPICOS: OS ENCONTROS DO PESSIMISMO ENTRE
ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, 1984, NÃO VERÁS PAÍS NENHUM E O PAÍS DAS
ÚLTIMAS COISAS
Luis Filipe Brandão de Souza - UFPI
Francisco de Assis Nascimento - orientador
A linguagem do pessimismo se confunde com a história da escrita. No século XX essa
linguagem encontrou um formato que é a sua potência, as distopias. Em um misto de
ficção científica e ensaio político, as distopias são a expressão desesperada de um mundo
angustiado, exagerando pessimismos em um grito de alerta. Neste trabalho
investigaremos os diálogos que atravessam várias obras distópicas, de temporalidades
distintas, em busca de uma problemática comum ao longo do século XX, como as
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distopias literárias se comunicam com a história. Como método usaremos leituras
baseadas em Carlo Ginzburg, Paul Ricoeur, Arthur Herman, Jean Starobinski, Walter
Benjamin e Michel de Certeau para operarmos dentro do campo da História e Literatura
uma história do pessimismo, investigando os sinais presentes nas obras Admirável
Mundo Novo (1932) de Aldous Huxley, 1984 (1948) de George Orwel, Não verás país
nenhum (1982) de Ignácio de Loyola Brandão e No país das Ultimas coisas(1987) de
Paul Auster, procurando o uma espécie de fio que nos guie através dos pessimismos
presentes em livros que percorrem o século XX como um atestado de seus sentimentos.
Palavras chave: História. Literatura. Pessimismo.
IDENTIDADE, REFLEXIVIDADE E SEGURANÇA: UMA ANÁLISE DA
CONSTITUIÇÃO DA AUTOIDENTIDADE DA PERSONAGEM BILLY SÁNCHEZ
NO CONTO O RASTRO DO TEU SANGUE NA NEVE
Luiza Carvalho de Oliveira - UFMA
Marcia Manir Miguel Feitosa - UFMA
O presente artigo aborda o processo de formação da identidade na contemporaneidade,
considerando os fatores psicológicos e sociais que o influenciam, a partir da análise da
constituição da autoidentidade da personagem Billy Sánchez no conto O rastro do teu
sangue na neve, de Gabriel García Márquez. A partir das concepções provenientes dos
Estudos Culturais (Hall, 2003; Giddens, 2002), utiliza o conto de García Márquez e a
própria experiência do escritor como exilado na Europa como plano de fundo para a
análise das relações interculturais que se estabelecem naquele continente entre seus
compatriotas e os latino-americanos. Assim, sem a pretensão de fazer uma análise
literária, mas trazer à tona uma forma particular do escritor de descrever a sua história e
a sua gente, faz uma interpretação do Realismo Fantástico de García Márquez como
sendo uma expressão da identidade latino-americana. Com base nos conceitos de relação
pura, identidade, autoidentidade e reflexividade do eu de Antony Giddens, que aborda a
constituição das identidades na pós-modernidade, e a partir da análise da trajetória de
vida das personagens Billy Sánchez e Nena Daconte, descreve como os sentimentos de
abandono, solidão e morte servem de estímulo para a reconstrução do percurso
biográfico e a consequente reafirmação do sentido de identidade da personagem Billy
Sánchez.
Palavras chave: Identidade. Reflexividade. Segurança Ontológica. Literatura.
UMA FORMA AMBIVALENTE? O ROMANCE DE NÃO-FICÇÃO EM
NORMAN MAILER
Manfred Rommel Pontes Viana Mourão - UFPI
Saulo Cunha de Serpa Brandão - UFPI
100
Este trabalho visa problematizar o gênero literário (ou paraliteráio) “romance de nãoficção” tendo como foco de análise o livro The armies of the night (1968), do escritor
norte-americano Norman Mailer. Boa parte das leituras deste gênero, nascido nos EUA
dos anos 60 e com larga proeminência no mercado editorial desde então, ressalta a
relação que a literatura tem com o jornalismo, gerando paradoxos para defini-lo.
Portanto, a nossa proposta é apresentar traços sócio-históricos da época de composição
deste livro, como as ressaltadas pelo Novo Jornalismo de Tom Wolfe e do Jornalismo
Literário de Norman Sims e Mark Kramer ou dos paradigmas da pós-modernidade
(JAMESON, 1984 e PERLOFF, 1989), com vistas a rever conceitos que abalizam a
noção de gênero na contemporaneidade, pela reciprocidade que ressaltamos haver entre
o texto e o contexto em que os discursos estão inseridos. Usaremos como base para
nosso trabalho autores como Rildo Cosson (2002), Suzanne Bragatto (2007), Cynthia
Belgini Andretta (2013), Tom Wolfe (1995) entre outros. Enfim, admitimos haver uma
relação explicitamente política na composição deste gênero, haja vista a atmosfera da
contracultura, dos movimentos libertários e da oposição do povo americano à guerra do
Vietnã. Com isso, procuraremos mostrar a ligação destes fatores na composição do livro
de Mailer, atentando para o debate da relação ideológico-cultural aviltada pelo gênero.
Palavras chave: Gêneros do discurso. Norman Mailer. Romance de não-ficção.
OS INTERTEXTOS EM A CARTOMANTE DE IVAN LINS E VITOR MARTINS
Márcia A.G. Molina - UFMA
Temos como objetivo, neste trabalho, avaliar a letra de música “Cartomante” de Ivan
Lins e Vitor Martins, gravada no final do período de ditadura militar, para verificar
como teceram seu discurso, naquela instância tão peculiar no contexto histórico
brasileiro. Verificaremos os intertextos constantes na letra da canção, ou seja, as
relações “invisíveis” por meio das quais seus autores contaram-nos aquela história, “sem
dizer”, expressando esteticamente seu real posicionamento frente àquela situação.
Avaliaremos também como se manifesta o ethos e como se dá a construção da
cenografia, entendendo com Chartier (2002, p.2) que a obra, o artista, o filósofo só
existem dentro de uma rede de relações visíveis ou invisíveis que definem a posição de
cada um em relação à posição dos outros, ou seja, ou posição social, em relação a uma
posição estética. Embasamos nossas análises nos pressupostos tanto da Linguística
Textual e da Análise do Discurso de Linha Francesa (AD), quanto da Histórica
Cultural, lembrando Bourdieu (in CHARTIER, opus cit, p.2) os campos têm suas
próprias regras, princípios e hierarquias. São definidos a partir dos conflitos e das
tensões no que diz respeito à sua própria delimitação e constituídos por redes de
relações ou de oposições entre os atores sociais que são seus membros. Assim, na
sequência, faremos uma breve incursão àquele momento histórico. Ao final das análises
pudemos constatar que os autores utilizaram a metáfora dos naipes do baralho para dizer
o que queriam, sem serem flagrados pela censura. Observamos também que, para que
assim fizessem, construíram um cenário adequado para que isso pudesse ocorrer.
101
Palavras chave: Cartomante. Naipes do Baralho. Intertextos. Ditadura Mulitar
A NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA A PARTIR DO CINEMA
EXPRESSIONISTA ALEMÃO
Marcos Antonio Maia Vilela - UNEB
Analisar a narrativa de ficção científica na contemporaneidade consiste primordialmente
na verificação das imagens produzidas na tela do cinema. Em uma publicação introdutória
sobre o gênero na literatura, Braúlio Tavares (1986) discorria sobre o paradoxo existente
entre a facilidade de reconhecimento de uma história de ficção científica e sua
conceituação enquanto gênero. Admitindo a possibilidade de que as diversas linguagens,
em suas mais variadas expressões textuais, podem engendrar uma complexa rede de
referências a partir de diálogos estudados no campo da intertextualidade, o presente
trabalho estará voltado para a análise de três produções do cinema do expressionismo
alemão, a saber: Das Kabinett des Doktor Caligari (1920), de Robert Wiene; Der Golem,
wie er in die Welt kam (1920), filme de Paul Wegener e Das Testament des Dr. Mabuse
(1933), de Fritz Lang. A despeito da ausência de claras indicações que as obras derivavam
de produções literárias, pode-se identificar nos filmes citados certa aproximação com
temas de interesse da ficção científica daquela época, a exemplo do descortinamento do
desconhecido e do mistério através da investigação, a criação de autômatos e outras
ferramentas com finalidades de substituir a figura humana, dentre outros. Sabe-se a partir
de Nazário (2002) que a República de Weimar foi um grande laboratório de experiências
estéticas no cinema, destacando-se a presença de artistas plásticos na concepção dos
cenários, maquiagem e iluminação que realçavam as cenas, atribuindo um tom ainda mais
dramático aos personagens. Considerando as referências teóricas no contexto dos estudos
interartes, propõe-se analisar as formas narrativas presentes nos filmes e sua relação
transdisciplinar a partir de uma rede de referências textuais presente nas mais diversas
produções literárias do período em foco. Desta maneira, a narrativa de ficção científica se
apresentará ainda mais ampla, absorvendo temas que foram recriados conforme pode-se
verificar nas produções cinematográficas em destaque.
Palavras chave: Ficção Científica. Narrativas. Literatura e Cinema. Expressionismo
Alemão.
RETÓRICA ROMANESCA E CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA: A MATÉRIA
CAVALEIRESCA NA IDADE MÉDIA
Marcus Baccega - UFMA
102
Esta comunicação pretende rediscutir, a partir de um enfoque que resgata o Rhetoric Turn
dos anos 1990 no campo das Ciências Humanas, a gesta das narrativas cavaleirescas
medievais. Os grandes ciclos de cavalaria são, por excelência, o lugar da memória em que
se percebem a confluência, oposição e compromisso entre os discursos retóricodisciplinares vinculados ao Papado e à nobreza feudal de espada. Com efeito, tanto o
projeto de configuração de uma Militia Christi como a “reação folclórica” (Jacques Le
Goff) da aristocracia laica, vale dizer, o antagonismo entre a Reforma Pontifical e sua
pretendida plenitudo potestatis e, de outro lado, a tentativa de afirmação do Império, das
realezas locais e dos cavaleiros laicos, encontram sua representação estilizada nas
narrativas romanescas e novelescas a respeito dos feitos de armas e bravura. O intuito
desta apresentação será propor a (re)leitura, a partir da ideia de gênero retórico e formação
discursiva (Michel Foucault), da produção escrita em vernáculo da Alta Idade Média e do
período centro-medieval. Pretende-se suscitar a conclusão de que tais escritos, longe da
ficção, constituem narrativas identitárias consideradas verídicas pelos atores sociais em
questão.
Palavras chave: Cavalaria. Cultura escrita. Retórica. Literatura medieval.
O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA DE GUY
DE MAUPASSANT
Marcus Vinícius Souza e Souza
O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para
fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua
funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à
análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento fantástico
se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a realidade. Em
meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se desenvolveu ao
longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os séculos XVIII e XI,
os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi o período em que os
filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar os fenômenos
ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos aspectos do conto
enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a forma oral a escrita,
apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no conto em apreciação.
‘‘O Horla’’ de Guy de Maupassant foi publicado na frança em 1887, nele é narrada a
história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de um estranho ser, motivo
pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa, mediante às figuras médicas
que representam à razão, em oposição a figura do protagonista. Por fim as figuras médicas
corrompem-se por antes terem certeza de que o ser descrito trata-se de loucura e
posteriormente duvidam das próprias leis do inadmissível, assim gerando ambigüidades
pela possibilidade de aceitar ou não os fatos narrados.
103
Palavras chave: Conto. Fantástico. Maupassant.
INFLUÊNCIA DO ESPAÇO PSICOLÓGICO NA CONSTRUÇÃO DA
MEMÓRIA NA OBRA ANGÚSTIA, DE GRACILIANO RAMOS
Maria de Fátima de Paiva Abreu - UESPI
Silva Maria Pantoja dos Santos – orientadora - UESPI
A compreensão sobre memória envolve a aquisição e conservação de informações e
vivências acumuladas ao longo da vida. No presente trabalho temos como objetivo
demonstrar a influência do espaço psicológico nas ações do personagem central da obra
Angústia de Graciliano Ramos. O espaço exerce influência na construção da memória
do personagem Luis da Silva, que é atormentado por suas lembranças e age em função
delas, influenciando de maneira positiva e/ou às vezes negativa suas relações sociais. O
espaço pode representar diversas possibilidades que podemos reconhecer na narrativa.
Como demonstra Lins (1976, p. 76.) “é o espaço que nos situa acerca das relações
sociais, econômicas, psicológicas” podendo até mesmo definir a classe social dos
personagens. A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, de cunho
qualificativo, tendo como base teórica (Lins, 1976), (Borges, 2009), (Le Goff, 2003),
(Pollak, 1992), (Bosi, 1994), dentre outros. Diante disso, podemos constatar que o
espaço é um dos principais elementos da narrativa ficcional, e na obra em questão isso é
evidenciado quando o personagem se encontra atormentado com suas lembranças tais
como as de sua infância, que são recorrentes a fatos presenciados pelo personagem, de
modo que tudo é levado ao conhecimento do leitor via espaço psicológico.
Palavras chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação.
“BONECA”: UMA DESCONSTRUÇÃO DO “RACISMO À BRASILEIRA”
Maria do Desterro da Silva Oliveira - NEPA/UESPI
Elio Ferreira - NEPA/UESPI
A trajetória de Cuti (Luiz Silva) está diretamente relacionada ao sentimento de
negritude, embasado na reivindicação pelo direito à cidadania enquanto negro e
brasileiro, na solidariedade e irmandade entre os negros de todos os lugares, nações e
continentes, que moveu a criação do Movimento Negro Unificado – MNU (1978), dos
Cadernos Negros e do Quilombhoje, em São Paulo, e de movimentos sociais e culturais
negros de outros lugares do Brasil. Dentre os diversos contos antológicos de notáveis
recepções de autoria de Cuti, despertando interesse e destaque junto ao leitor comum e à
crítica literária, chamamos atenção para os contos “Boneca” e “O batizado”, incluídos no
livro Negros em contos. Neste trabalho, faremos a análise do conto “Boneca”, cuja
narrativa trata de episódios que há muito nos deixa intrigado, quanto à ausência ou quase
104
total ausência de bonecas negras nas casas ou lojas de brinquedos infantis do Brasil. Esta
situação é, no mínimo, constrangedora, quando tentamos presentear uma criança com
uma boneca preta. No conto “Boneca”, Cuti dá o troco em forma de riso vexatório e
carnavalizado, assim como já o fizera Luiz Gama no poema “Bodarrada”. Ao expor o
preconceito racial da sociedade brasileira, o poeta dos Cadernos Negros trata essa
relação de forma irônica, criando um mal-estar ao expor o ridículo do “racismo à
brasileira”, dissimulado pelos balconistas e proprietários de uma loja de brinquedos a
que se dirige para adquirir uma boneca preta. Isso depois do jovem pai/protagonista, de
trinta e três anos, peregrinar pelos centros comerciais e lojas da cidade para realizar o
desejo inabalável de comprar uma boneca preta de presente de Natal para a filha, sem
obter o esperado sucesso.
Palavras chave: Literatura negro-brasileira. Literatura Afrodescendente. Cuti. Boneca.
Identidade de dentro.
NOÇÕES DE CRÍTICA LITERÁRIA FEMINISTA E SUA APLICAÇÃO À
QUATRO OBRAS DA LITERATURA AMERICANA, CHICANA,
PERNAMBUCANA E PIAUIENSE
Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme - UFPI
O trabalho tem por objetivo apresentar noções de Crítica Literária Feminista abordando
alguns teóricos e pensadores que examinavam a situação da mulher através dos tempos.
A ´parte teórica inclui os seguintes autores: A Inglesa Mary Wolstencraft (século XVIII)
e a sua “Reivindicação dos Direitos da Mulher”; Karl Marx (século XIX) e o conceito
da mulher “camarada”; o Feminismo existencialista de Simone de Beauvoir (século
XX); O Patriarcado de Freud; o simbolismo de Lacan; a Semiótica Maternal em
Kristeva e por último Derrida e sua proposta de uma “écriture feminine”. Na parte
prática essas teorias foram aplicadas às seguintes obras literárias:” O Grande Gatsby”
(do Americano F. Scott Fitzgerald); “La Frontera/Borderlands” (da “Chicana” Glória
Anzaldua); “O Auto da Compadecida” (do Pernambucano Ariano Suassuna); e “O
Manicaca” (do Piauiense Abdias Neves). Essa aplicação mostra que mesmo os autores
sendo na maioria do Gênero Masculino (só Glória Anzaldua é do Gênero Feminino)
abordam a mulher de uma maneira machista e ou Liberada, Feminista. Sendo assim
percebemos que o Feminismo pode ser visto de maneira velada ou exposta conforme a
“écriture masculine” ou “feminine”.
Palavras chave: Crítica literária feminista. Machismo. Feminino, “écriture feminine”.
“ELES ERAM MUITOS CAVALOS”: UMA EXPERIÊNCIA DO FORA
Maria Lucia Souza Maciel - PUC-SP
105
Maria José Gordo Palo – orientadora - PUC-SP
Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário,
predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros textuais.
Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento tal como
é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência já notada,
por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das almas do
mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço para uma
experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero configura-se
mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à essa nova
linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as linguagens
artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance publicado
em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos no
reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o
diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora, se
já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de
romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por
sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do
ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma escrita
que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia blanchotiana desse
fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à verdade, ao real, buscamos
compreender em que medida e sob quais condições extratextuais o “romance” de
Ruffato consagra-se como experiência do fora. Destacamos sobretudo alguns aspectos:
a ausência de tempo e espaço específicos; no lugar de um, vários narradores se misturam
e confundem o leitor; o enredo é dissipado como um recurso a ampliar a margem de
abertura para situações outras; a escrita que se assimila a um aglomerado de linguagens
(receitas, anúncios de jornais, sonoridades da rua, página negra) justapostas, situadas
sobre um plano, assim como se fazia na pintura cubista. Na obra, no entanto, a tela é a
cidade de São Paulo, que funciona como uma colagem.
Palavras chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem.
O DISCURSO VISUAL DA OBRA “VIA SACRA DA IDENTIDADE” DA
ARTISTA PLÁSTICA MARANHENSE ANA BORGES E SEUS
DESDOBRAMENTOS COM A QUESTÃO DA MEMÓRIA NA
CONTEMPORANEIDADE
Marília Martha França Sousa - Faculdade Laboro
Quando se fala em discurso o pensamento rapidamente é levado a associá-lo a
linguagem verbal ou escrita. No entanto, a linguagem artística tem como matéria-prima
a imagem, sendo está um componente central da comunicação, ou seja, a imagem
produzida por meio da obra de arte é uma forma de discurso em que o artista dialoga
com o público através do seu trabalho. Para a autora Ana Mae Barbosa, a arte é uma
106
linguagem aguçadora dos sentidos, transmite significados que não podem ser
transmitidos por intermédio de nenhum outro tipo de linguagem, tais como a verbal e a
científica. É nesse sentido que a obra “Via Sacra da Identidade” da artista plástica
maranhense Ana Borges é analisada. Trata-se de uma obra múltipla de tendência
artística neo-expressionista. (O neo-expressionismo é uma tendência da arte
contemporânea onde o artista utiliza diversos materiais não convencionais como louças,
palha, madeira, aço, objetos pessoais. Traz como abordagem expressiva a emoção,
sexualidade, psicologia, memória, identidade). Em “Via Sacra da Identidade” a artista
retorna ao tempo através da memória para elaborar a estrutura visual da obra, utilizando
objetos do seu universo pessoal. A temática abordada se reporta ao resgate da memória
pessoal e coletiva. Tal questão é discutida a partir da necessidade em se conservar o
passado como meio de construção da identidade, uma vez que, atualmente o que se
prega é a instantaneidade dos acontecimentos do presente, a ausência do passado como
referência construtiva na formação humana e o louvor ao futuro. A memória portanto
surge como elemento a ser repensado e conservado, pois revela experiências, é o suporte
para tomadas de decisões como comenta Ilya Prigogine, ao dizer que “as decisões
humanas dependem das lembranças do passado”. Nessa perspectiva a imagem torna-se
um veículo de discurso visual dinâmico entre o artista e o público.
Palavras chave: Discurso. Imagem. Via Sacra da Identidade. Memória.
ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO: UM OLHAR SOBRE A METÁFORA DA
INFÂNCIA NO FILME DE ABBAS KIAROSTAMI
Marília Milhomem Moscoso Maia - UFMA
A infância e o ser criança sempre será uma grande incógnita para nós adultos, pois não
temos a mesma capacidade que a criança tem de “olhar” o mundo sem pré-julgar,
analisar ou elaborar hipóteses que nos impedem de ver a simplicidade dos objetos, o que
seria para o poeta Caeiro: “saber ver sem estar a pensar”. Ver tudo como se fosse à
primeira vez, tal qual uma criança que conhece o mundo por intermédio das sensações.
É por essa simplicidade de ver as coisas e a liberdade que a criança tem de experimentar
novas experiências, sua qualidade emocional ou perceptiva, que o diretor iraniano
Abbas Kiarostami usa protagonistas infantis como metáfora para descortinar ideologias
e posicionamentos políticos em seu país. O objetivo desta comunicação é analisar o
filme (ou longa-metragem) “Onde fica a casa do meu amigo” de Abbas Kiarostami
explicitando as ações do personagem Ahmed para compreender o uso das estruturas
internas subjetivas proposta pelo cineasta iraniano que conta uma história coletiva de
censuras e privações em seu país. Ademais Kiarostami nos conduz a uma sociedade
adultocêntrica, que não vê e não ouve a criança. Para fomentar esta análise fazemos uso
da teoria de representação de Chartier (s.d) juntamente com as contribuições de
Bourdieu (1998), entre outros teóricos.
Palavras chave: Infância. Criança. Metáfora. Cinema iraniano
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NAS LINHAS DA NARRATIVA: O PENSAMENTO HISTÓRICO NA
LITERATURA
Marlzonni Marrelli Matos Mauricio - UFT
A relação entre a Literatura e a História, apesar de turbulenta, é deveras promissora. A
literatura é concebida como arte por parte de alguns dos críticos e teóricos literários
(podemos falar também por parte de alguns filósofos, em especial, dos pósestruturalistas), mas, não obstante, é concebida como testemunho histórico por parte
alguns dos historiadores. A priori essa questão parece-nos de pouco importância, uma
vez que essa problemática surge da divergência teórica e axiológica de campos
intelectuais distintos. Todavia, independentemente da escola literária do escritor, a
Literatura tem por intenção a apreciação do mundo externo, mesmo que pelos domínios
da ficção (as estruturas narrativas não conduzidas pelo rigor científico, ou seja, as
estruturas narrativas pautadas em perspectivas relativistas, despojadas de qualquer
compromisso para com os fatos históricos). Isso é um fator importantíssimo para o
profissional da História, pois a narrativa literária, mesmo inserida no campo artístico,
tem por finalidade produzir uma representação de uma dada realidade e/ou coisa. Assim,
devemos atentar-nos à elaboração e, por conseguinte, a apreensão das mesmas, tendo em
mente que a produção, a locução e, por fim, a análise são inerentes à narrativa e são
igualmente inseparáveis – pois é a esfera vetor truste do autor para com o seu leitor,
encadeada de um discurso/linguagem (onusto de símbolos) e formadora de imagens e
representações. Portanto, a Literatura não é mero reflexo da realidade, ela é parte
(cardinal) desta. Por fim, a proposta desse trabalho concerne pluralidade da narrativa
literária em relação com as outras áreas do conhecimento (interdisciplinaridade). Logo,
problematizar as tensões teóricas, ao contrário do que muitos pensam, não empobrecem,
ou sequer, minimizam importância da Literatura e do literato em seu ofício. Pois a
Literatura e História não se sobrepõem, mas se completam.
Palavras chave: Literatura. História. Narrativa. Representação.
AS MARISQUEIRAS DE RAPOSA: UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL
Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA
Conceição de Maria de Araújo Ramos – orientadora - UFMA
A língua possui uma função social, pois transmite mais do que simples informações,
possibilita a interação e a perpetuação de uma cultura ao longo da história. A
sociolinguística, ciência que estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala,
correlacionando aspectos linguísticos e sociais, possibilita estudos acerca do léxico, nos
quais se põe em evidência coordenadas linguísticas e sociais. Nesse sentido, ao estudarse o léxico−nível da língua que melhor e mais imediatamente reflete valores,
108
sentimentos, ideias, visão de mundo de um grupo social−contribui-se para a preservação
do patrimônio linguístico-cultural da sociedade. Na perspectiva da sociolinguística,
analisa-se como a língua se relaciona com a atividade econômica de uma comunidade
específica, por meio do estudo do léxico das marisqueiras do município de Raposa, no
Maranhão. Estas profissionais constituem uma classe trabalhista formada por mulheres
de pescadores e há pouco tempo passaram a ser reconhecidas como marisqueiras para
fins legais. Estudar o falar dessas profissionais a fim de compreender o ambiente social
e físico no qual estão inseridas, identificando qual a relação entre sua atividade e seu
léxico e qual a importância dessa atividade para comunidade compõe o objetivo da
pesquisa. Como resultado deste estudo, produziu-se um glossário com termos do
universo laboral da atividade marisqueira que engloba as seguintes áreas temáticas:
produtos, instrumentos de trabalho, técnicas artesanais de mariscagem e pessoas
envolvidas com a atividade.
Palavras chave: Sociolinguística. Léxico. Glossário
POLÍTICAS LINGUÍSTICAS BRASILEIRAS E O USO DO INGLÊS NO
BRASIL: UMA QUESTÃO AINDA NÃO RESPONDIDA
Otávio Augusto Soares Barros - UFPI
Ana Cláudia de Oliveira Silva - orientadora – UFPI
Este trabalho é o começo de uma pesquisa de conclusão de curso e traz como ideia o
importante papel que a língua possui quando se trata da identidade cultural de uma
determinada sociedade. Assim relacionando esse fato ao reconhecimento que o estudo
da língua inglesa vem recebendo ultimamente, acha-se necessário estudar a relação entre
a política linguística brasileira e o uso da língua inglesa nessa sociedade nas últimas
décadas, chegando assim à pergunta problema: Quais as políticas linguísticas brasileiras
organizadas no país nas últimas décadas (caso existam) que agem sobre a questão do uso
da língua inglesa pela sociedade brasileira? Para responder foco no que muitos
pesquisadores discutem no Brasil sobre a falta de uma política linguística atuante que
relacione o ensino e uso de língua estrangeira, principalmente o inglês, com a língua
portuguesa (Rajagopalan, 2004; Bohn, 2003). Faço um paralelo com a questão do ensino
de língua inglesa no país, tendo como base Souza (2011) e Silva (2012) que afirmam
que esse processo é insusceptível pelo fato de não haver uma política de ensino no país
que trate o ensino de língua como um objetivo que tem que ser alcançado também por
parte da escola. Bohn (2003) também trata desse assunto, mostrando para nós que a
questão do ensino de uma língua estrangeira, nunca foi muito levada a sério no Brasil. O
mesmo argumenta sobre o papel que o governo brasileiro desempenha enquanto
fomentador de tais políticas de ensino e como os mesmos as integram na sociedade.
Então é através desses pesquisadores que tentarei chegar à conclusão de que a falta de
uma política linguística ou a ineficácia de uma existente possui um papel importante
para o uso da língua inglesa no nosso país, se configurando como fator intrínseco a
109
sociedade.
Palavras chave: Políticas linguísticas. Ensino de língua estrangeira. Sociolinguística.
A METÁFORA DO SUICÍDIO NO CONTO FANTÁSTICO VOLUNTARY
COMMITTAL DE JOE HILL - UMA ANÁLISE PÓS COLONIAL
Pedro da Silva Pontes Neto - UFPI
Para Émile Durkheim, sociólogo francês, o suicídio é um ato executado de forma
consciente pela vítima, e que tem como resultado a morte. Assim, mesmo com o passar
do tempo, tal tema nunca deixou de ser, por falta de um vocábulo que melhor o
caracterize, tabu, e continua causando desconforto até os dias de hoje. No presente
artigo buscar-se-á analisar o conto fantástico de Joe Hill, intitulado “Voluntary
Committal”, o qual faz parte da coletânea do mesmo autor chamada “20th Century
Ghosts” de 2008, procurando perceber a forma pela qual o suicídio se manifesta no
conto acima citado onde a temática é abordada de uma maneira tão sutil que somente
após um minucioso exame é possível inferir que o labirinto constituído de caixas de
papelão pelo qual se entra e nunca mais se sai é uma bela metáfora para aqueles que
escolhem o caminho sem volta do autocídio. O conto se utiliza de elementos fantásticos
que beiram o gótico, o que confere uma característica sombria a pequena estória. O
diminuto número de personagens permite que o autor os explore de forma complexa.
Assim teremos Nolan Lerner o narrador do conto, Morris, irmão mais novo do narrador
da estória e aquele que constrói os labirintos de papelão e por fim, Ed Prior melhor
amigo do narrador. As obras pós coloniais, como a que irá ser trabalhada, procuram
abordar das mais variadas maneiras os anseios e as angustias recorrentes nos sujeitos
pós coloniais. Aqui, para que se possa entender a metáfora do suicídio, serão aplicados
os conceitos explanados por Homi Bhabha em seu livro “O local da Cultura” e nas
“Reflexões sobre o exilio” de Edward Said.
Palavras chave: Suicídio. Metáfora. Voluntary committal. Pós colonial.
DISCURSO E TERRITORIALIDADE NA INTERNET: COMO O SUJEITO
REPRESENTA SUA IDENTIDADE TERRITORIAL NAS PLATAFORMAS ONLINE
DE INTERAÇÃO SOCIAL
Polyana Amorim Chagas - UFMA
A internet instaurou um novo modelo de comunicação, a comunicação mediada por
computador (Primo, 2006), que já está consolidada entre aqueles que têm acesso
contínuo (seja em casa, no trabalho ou por dispositivos móveis) à esse novo meio. Com
ela, vieram novos processos de consumo e produção de informação e o conceito de
110
desterritorialização (Levy, 1999), pautado principalmente no fato da internet ser um
meio sem fronteiras físicas, onde o acesso a conteúdos é ilimitado e irrestrito. Busca-se
aqui, no entanto, como objetivo geral, perceber a manifestação da territorialidade no
contexto na internet a partir do discurso e da identidade, tendo em vista que nesse novo
modelo comunicacional, o sujeito não consome apenas a informação (aspecto do modelo
de comunicação de massa). O processo de consumo na web perpassa pelos pilares de
interação e colaboração – a chamada web 2.0 – e transforma o sujeito em produtor e
distribuidor de informações, além de consumidor. E, já que o sujeito também produz
informações, analisaremos perfis que utilizam plataformas de interação social online no
seu dia a dia. Como base teórica, para cumprir as metas deste trabalho, utilizaremos a
análise do discurso (Orlandi, 2003), também os conceitos de identidade (Hall, 2006),
território (Haesbaert, 2007) e ciberterritorialidade (Amorim, 2012) para entender como e
sob quais circunstâncias se manifestam os marcadores discursivos relacionados à
territorialidade do sujeito.
Palavras chave: Cibercultura. Interação social online. Identidade. Discurso.
Territorialidade.
LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA DO
JOVEM LEITOR
Priscila da Conceição Viégas - UESPI
A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras
“Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta
embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o
incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição
de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na cidade
de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo Rubens
Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da pesquisa
e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola – PNBE/2013.
Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos supracitados,
pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura literária, buscando
incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da rede pública por
meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressalta-se, ainda, o ponto
primordial desta investigação que é a discussão a respeito das práticas da leitura
literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste tipo de leitura. Deste
modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014) elabora-se uma proposta
didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva (2010), tendo como suporte a
elaboração de procedimentos metodológicos para que assim se desenvolva o processo de
leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do Ensino Médio. E, por conseguinte,
evidencia-se o letramento literário com o argumento de enfatizar o valor da literatura
juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na formação do jovem leitor.
111
Palavras chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil.
LITERATURA, REPRESENTAÇÃO E DIFERENÇA: A VOZ DO SUBALTERNO
EM AUTO DA COMPADECIDA DE ARIANO SUASSUNA
Raimunda Maria dos Santos - UFPI
Érica Rodrigues Fontes – orientadora - UFPI
Este estudo parte da hipótese de que, sob o ponto de vista dos estudos culturais, os
personagens da peça Auto da Compadecida de Ariano Vilar Suassuna (1955)
representam o sujeito nordestino envolvido num processo de desestabilização de uma
cultura imposta pelo colonialismo. A peça servirá neste trabalho para suscitar discussões
sobre literatura e representação do sujeito subalterno. O texto teatral compõe-se de
ações que simulam a inversão de valores num contexto em que o poder prevalece. João
Grilo, por ser pobre, se acha humilhado e, na condição de sujeito subordinado apresentase ousado, sobretudo, diferente. E, considerando que o contexto é de uma sociedade de
cultura imposta e em processo de modernização, a análise terá foco nos personagens e
em seus pensamentos e ações. Para tanto, busca-se um embasamento teórico de autores
que tratam da questão da formação identitária e da submissão do sujeito em uma
sociedade constituída sob parâmetros coloniais. Este trabalho pretende então analisar, a
partir de um estudo sobre identidade cultural em tempos modernos, o personagem João
Grilo da peça tragicômica suassuniana, em relação à inversão de valores, tentando
responder a pergunta: Até que ponto os personagens da peça Auto da Compadecida
representam a tensão existente numa sociedade em decorrência de uma identidade
construída a partir da concepção de diferença?
Palavras chave: Literatura. Identidade cultural. Sujeito diferente. Subordinação.
REPRESENTAÇÃO FEMININA EM TERRAS PROIBIDAS DE LUÍZA LOBO
Raimunda Maria Chaves Correia - UESPI
José Wanderson Lima Torres - UESPI
Pretende-se investigar as representações femininas na obra Terras Proibidas, de Luíza
Lobo, verificando a posição ocupada pelas mulheres na sociedade oitocentista, tanto
aquelas que se conformam e/ou supostamente aceitam a dominação do patriarcado,
como Maria, Ambrósia, Maria Paula e Ana e aquela que se opõe a esse modelo social –
Eliza, que é considerada irregular por recusar a dominação dos homens e enveredar por
caminhos e ações que as demais mulheres não ousariam trilhar. Por meio da
caracterização das primeiras é que se pode perceber a força da sociedade patriarcal na
112
determinação e criação de estereótipos da imagem de mulher, mas há também aquela
que não aceita a dominação patriarcal. A obra traz, dentre outras abordagens, as relações
sociais entre homem e mulher, com uma narrativa bem orquestrada que nos permite uma
reflexão sobre as imposições sociais a que a mulher se encontra exposta, às amarras
formais, que na maioria das vezes a impede de esboçar atitudes que ameace a harmonia
social. A ficção será examinada conforme as teorias de Michelle Perrot (2012), Saffioti
(2004), Elódia Xavier (2001), Cristina Ferreira Pinto (1990), Judith Buttler (1987) e
Foucault (1988), que direcionam suas proposições para as relações de poder no discurso,
gênero e os processos de construção da identidade feminina.
Palavras chave: Representação feminina. Estereótipos. Terras proibidas
MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES EM MINHA COR, DE
RAQUEL ALMEIDA
Raimundo Silvino do Carmo Filho - UESPI
Elio Ferreira de Sousa - UESPI
A literatura afro-brasileira, entendida como aquela cujo autor assume sua condição de
negro, seu passado histórico, ou sua condição de colonizado, tem sido um espaço no
qual autores e autoras transmitem suas visões acerca das relações sociais e suas
condições culturais a partir do lugar político no qual os mesmos estão inseridos. Isso
resulta de uma tomada de consciência histórica e política cujos antecedentes nos
remetem a vozes como: Domingos Caldas Barbosa, no século XVIII, Antônio
Gonçalves Dias, Luís Gonzaga Pinto da Gama, ambos no século XIX, dentre outros.
Essa literatura tem gerado uma reflexão e um entendimento de que o negro africano e
seus descendentes em estado de diáspora têm histórias e sentimentos, contrapondo-se
assim ao discurso que negava tais características. Nesse contexto, este trabalho examina
as relações entre memória e identidade no conto: Minha cor, de Raquel Almeida,
integrante dos Cadernos Negros. Assim, propomo-nos a refletir sobre as implicações da
memória na construção de identidades afrodescendentes dentro do contexto atual do
negro no século XXI, como a afrodescendência se relaciona com a(s) identidade (s)
contemporânea(s) cuja característica é a “fragmentação do sujeito moderno” (HALL,
2011). Nesse sentido, este trabalho é simpático ao entendimento de que a (re)construção
de identidade(s) negra(s) faz parte de um processo longo, que tem suas origens com o
sistema de colonização europeia e a invasão às terras africanas. Por isso, os
afrodescendentes e afro-brasileiros vêm (re)construindo suas histórias, seus mitos, suas
lendas procurando, com isso, (re)configurar suas identidades.
Palavras chave: Memória. Identidades. Afrodescendência. Cadernos negros.
“A MENTE, ESSA NINGUÉM PODE ESCRAVIZAR”: MARIA FIRMINA DOS
113
REIS E OS PERSONAGENS CATIVOS EM ÚRSULA (1859)
Régia Agostinho da Silva – UFMA
Os personagens cativos no romance Úrsula de Maria Firmina dos Reis (1825-1917)
escritora mulata maranhense, são o alvo dessa pesquisa, pensando como Maria Firmina
construiu imagens da e contra a escravidão no Brasil oitocentista através de sua pena e
de seus personagens: Preta Suzana, o escravo Túlio, o velho Antero entre outros,
construindo assim uma fala dissonante sobre as representações dos cativos no período,
colocando-os como seres pensantes e capazes de questionar o próprio cativeiro, pois a
“mente, ninguém pode escravizar”. Desta forma procura-se através da interpretação da
fonte literária perceber como se construiu no Maranhão uma literatura afrodescendente,
uma escrita negra num mundo branco, marcado por uma leitura de mundo, para e
construído por brancos, Maria Firmina dos Reis situa-se dessa maneira como uma das
primeiras escritoras mulatas do país a lançar um romance em 1859 e isto nos leva a crer
que por ser mulata, a também professora de primeiras letras, Maria Firmina dos Reis,
construiu uma nova forma de olhar e pensar a escravidão, estabelecendo talvez uma
escrita solidária com aqueles que partilhavam de sua cor de pele, embora não
partilhassem de sua condição de mulata livre. Ao perceber isto insistimos na condição
da construção de uma literatura afrodescendente marcada pelo olhar de escritores negros
e ou mulatos.
Palavras chave: Escravidão. Maranhão. Representação
ROMPENDO BARREIRAS, SAINDO DA MARGEM: O DISCURSO
PATRIARCAL EM HÁ VINTE ANOS, LUZ, DE ELSA OSÓRIO
Regilane Barbosa Maceno - UESPI
Élio Ferreira - orientador - UESPI
No discurso patriarcal, a mulher é colocada na posição de alteridade. Desse modo, é
considerada parte da natureza e, como tal, deve ser possuída e domesticada. Ela margeia
as relações e está sempre silenciada pela “lei do pai”. Mas, com os ideais feministas,
esse cenário vem sendo transformado significativamente, as mulheres estão adquirindo,
pouco a pouco, seu reconhecimento enquanto sujeito social atuante. Há vinte anos, Luz é
um romance memorialista, pois está carregado de memória do período nefasto da
ditadura argentina. A obra está prenhe de inquietações política, de denúncia social do
passado que reclama reconhecimento, reparação. O rapto de bebês aparece na obra como
emblema do horror absoluto da história nacional, guardada na memória nacional,
embora no subterrâneo do passado, e a busca incomensurável pela verdade transforma o
romance numa metáfora do próprio país, e também num mecanismo de denúncia e
ruptura de silêncios. Nesse sentido, o estudo busca analisar a representação da mulher e
as relações de poder na obra da argentina Elsa Osório, Há vinte anos, Luz, bem como o
114
papel da memória na construção da identidade das mulheres ficcionalizadas e a relação
entre a ficção e a história na tessitura da obra. Para tanto, o trabalho será estruturado
com os aportes teóricos de Perrot, Burdieu, Butler, Saffioti, Zolin, Hall, Freitas entre
outros que se fizerem necessário.
Palavras chave: Elsa Osório. Patriarcalismo. Feminismo. Há vinte anos, Luz.
BATALHÃO SUEZ: HISTÓRIA E MEMÓRIA DOS SOLDADOS PIAUIENSES NA
PRIMEIRA MISSÃO DE PAZ DA ONU (1957-1967)
Manoel Ricardo Arraes Filho - UFPI
Esta apresentação objetiva analisar a participação de militares brasileiros especialmente
piauienses na primeira Missão de Paz da ONU. Conhecida como Força de Emergência
das Nações Unidas (UNEF I) essa Força militar internacional foi enviada ao Egito entre
1957 e 1967. A análise será feita a partir de dois corpus documentais autônomos e
complementares: os depoimentos orais e as imagens fotográficas. Mais recentemente,
foi agregada outra fonte de interpretação à serviço da História: o cinema. Para tanto
realizamos um documentário contando a participação dos piauienses na Missão. Cremos
que, metodologicamente, a incorporação das fontes visuais aos relatos de História Oral e
o cruzamento entre eles, são importantes para o estudo das sensibilidades, das
representações sociais e do impacto que os mecanismos culturais do Oriente Médio
exerceram sobre esses militares, durante sua permanência, naquela operação de paz.
Palavras chave: ONU. Missões de Paz. Exército. Faixa de Gaza. Oriente Médio.
CAVALEIROS MEDIEVAIS NO SERTÃO NORDESTINO
Romildo Biar Monteiro - UFC
Elizabeth Dias Martins - UFC
O presente trabalho pretende analisar os resíduos mentais da Idade Média em dois
romances regionalistas, O Sertanejo (1875), de José de Alencar e O Cabeleira (1876), de
Franklin Távora, que são perceptíveis, principalmente, no caráter e na conduta dos
personagens Arnaldo e José Gomes, nos quais observamos aproximações com a figura
do cavaleiro medieval. O que torna nossa análise relevante é a compreensão da
importância do legado medieval para a formação do mosaico cultural nordestino. Para
tanto, pautamo-nos na Teoria da Residualidade, proposta teórico-investigativa
sistematizada por Roberto Pontes e desenvolvida pelos pesquisadores do Grupo de
Pesquisa Estudos de Residualidade Literária e Cultural, do Diretório de Pesquisas do
CNPq desde 2001. A teoria em questão busca encontrar a função do imaginário popular
115
no fazer literário, ao revelar substratos mentais que foram ao longo dos tempos
incorporados, e que são empregados, pelo autor, na criação do texto literário. Nessa
perspectiva, trabalhamos com os conceitos de resíduo, mentalidade, hibridação cultural
e cristalização. Enfim, nosso trabalho intenta mostrar, pelo viés da residualidade, os
resíduos perceptíveis no imaginário sertanejo pertencentes a uma mentalidade que
assemelha-se imenso ao dos cavaleiros medievais, a partir da compreensão do modo
como se articulam os heróis de ambas as narrativas.
Palavras chave: Residualidade. Mentalidade. O Sertanejo. O Cabeleira. Cavaleiro
medieval.
ASPECTOS DA RESISTÊNCIA FEMININA EM NIKETCHE: UMA HISTÓRIA
DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE
Rosa Áurea Ferreira da Silva - UFPI
A obra Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane é reconhecida pela
abordagem singular que esta autora moçambicana faz da mulher e como está ganha voz
através dos ecos da personagem narradora Rami, a qual após descobrir a traição do
marido Tony, que possui, além dela, mais quatro mulheres, resolve reverter a situação a
seu favor e a favor das outras mulheres. Chiziane propõe um olhar mais apurado para a
questão da mulher colonizada e como esta colonização relegou à mulher um papel de
subalternidade na sociedade patriarcal moçambicana. Sabe-se que a língua portuguesa é
a língua utilizada pelos autores moçambicanos para escreverem suas obras, por ser a
língua oficial de Moçambique e, portanto, possui maior expressão nacional, apesar de
não ser a mais falada. Diante do exposto, pretende-se abordar um dos aspectos
observados na obra, que é o apoderar-se da linguagem do colonizador para construir um
discurso de resistência. Seguindo esta lógica, pretende-se discutir alguns aspectos desta
obra da autora moçambicana pós-colonial, em que, na condição de literata, possibilita
espaços para que a mulher subalterna tenha voz. Para isto, a autora evoca séculos de
tradição herdados do colonialismo e coloca-se contra esta tradição, a qual obliterou a
mulher, relegando a está um patamar inferior na hierarquia patriarcal. Com o objetivo de
provocar reflexões acerca do assunto tratado, abordaremos os pressupostos teóricos de
Spivak (2010) e Bonnici e Zolin (2005).
Palavras chave: Chiziane. Colonizado. Subalterno. Resistência.
INTER-RELAÇÕES EM LITERATURA E CINEMA: SEMELHANÇAS E
DIFERENÇAS
Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI
Esse estudo possui o intento de analisar as inter-relações entre literatura e cinema,
116
estabelecendo pontos de interseção e especificidades entre esses dois sistemas estéticos,
assim como análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas. Dessa
forma, para uma abordagem no âmbito comparativo entre Literatura e Cinema, propõese compreender as peculiaridades e as semelhanças existentes entre esses dois sistemas,
por meio de uma reflexão sobre Intertextualidade e dialogismo, pois a teoria da
comparação mostra que a literatura é produzida por um constante diálogo de textos que
pode ocorrer com empréstimos, trocas e retomadas. Os princípios teóricos propostos
estão pautados pela concepção de diálogo referendado por Bakhtin, e intertextualidade
ou transtextualidade, apontados por Gerard Genette. Trataremos ainda a relação da
literatura e cinema com ênfase na estrutura narrativa, uma vez que é consenso entre
diversos teóricos que a aproximação mais evidente entre Cinema e Literatura é a
narratividade, entre eles Randal Johnson, Haroldo de Campos, Michel do Espírito Santo,
Claude Bremond, entre outros. A comunicação centra-se em apresentar semelhanças e
diferenças entre literatura e cinema, longe de esgotar as possibilidades de comparação, o
objetivo central é discutir algumas possibilidades interpretativas e conceituais sobre
essas duas linguagens representativas distintas.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Dialogismo. Transtextualidade.
A RELAÇÃO ENTRE A LITERATURA E O CINEMA E AS CONTRIBUIÇÕES
MÚTUAS DESSES SISTEMAS SEMIÓTICOS EM UMA RELAÇÃO DE
DIALOGISMO, HIPERTEXTUALIDADE, TRADUÇÃO E DIFUSÃO
CULTURAL
Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI
Feliciano José Bezerra Filho - UESPI
No mundo globalizado, no qual o cinema é uma forma de comunicação atraente e de
grande adesão do público em geral, percebe-se que é importante explorar esse veículo de
informação e comunicação como forma didática, para promover o interesse em obras
literárias. Tem-se, portanto, como pressuposto, a utilização do cinema como um
instrumento a serviço da propagação de obras literárias. Este trabalho busca discutir as
relações existentes entre cinema e literatura, a aproximação entre esses dois sistemas
estéticos e a análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas de modo
que elas apareçam conjugadas, uma influenciando a outra. Assim como a literatura, o
cinema apresenta-se como uma arte de grande adesão nas diversas camadas sociais,
merecendo atenção dos estudiosos em literatura comparada, no que se refere à relação
entre o literário e o cinematográfico, pois cada vez mais um empresta elementos
constitutivos do outro. Dessa forma, este trabalho foi organizado estabelecendo
semelhanças, diferenças e peculiaridades de cada área estudada.
Palavras chave: Cinema. Literatura. Ensino.
REPRESENTAÇÕES DO NEGRO GAY NA LITERATURA AFRO117
BRASILEIRA
Rubenil da Silva Oliveira - UESPI
Elio Ferreira de Souza – UESPI
Esse artigo visa uma análise das representações do sujeito negro e gay apresentadas na
literatura afro-brasileira, além de buscar desconstruir as imagens acusatórias da
difamação e preconceito com que os homossexuais negros eram e são vistos pela
sociedade brasileira e pela crítica literária acadêmica. As mudanças nas leis associadas
às conquistas dos direitos civis dos homossexuais e do negro e o espaço encontrado na
Crítica dos estudos culturais têm ajudado a diminuir a intensidade da negação da
literatura canônica à literatura de temática homoerótica e negra. Porém, quando
relacionadas essas duas temáticas ainda se nota que a produção é escassa, tanto no que
se refere ao volume de obras em circulação quanto ao número de estudiosos e
publicações da crítica literária acadêmica. Para isso, tomou-se como referencial o
romance “Bom-crioulo”, de Adolfo Caminha e o conto “A seiva da vida”, do escritor
negro Éle Semog, o primeiro é considerada pela crítica literária brasileira como sendo o
primeiro romance que trata da temática homoerótica, uma vez que a obra “Um homem
gasto”, de Ferreira Leal não conquistou notoriedade e a segunda, um relato da
homossexualidade no fim do século XX. O recorte metodológico segue a abordagem
qualitativa de pesquisa, centrado na pesquisa do tipo bibliográfica. As imagens
representativas dos negros gays na literatura afro-brasileira sempre foram reforçadas por
estereótipos negativos que desumanizam a etnia e a orientação sexual, uma vez que
sempre foram tratados de modo animalesco pela sociedade, além de marcados como
agentes da degeneração social. Portanto, a representação do negro homossexual é um
contraponto à ideia do negro como sujeito masculinizado e viril, porém, no que diz
respeito à força e até mesmo ao papel do macho, ambas as narrativas apresentam o
negro gay como exercendo o papel de sujeito ativo da relação homoerótica.
Palavras chave: Homossexualidade. Negro. Estereótipo. Adolfo Caminha. Éle Semog.
HISTORIAS E MEMORIAS DA ARTE DE PARTEJAR
Sarah Silva Froz - UEMA
Tatiana Raquel Reis Silva - UEMA
Este trabalho visa mostrar o universo das parteiras tradicionais/leigas da FEPTEMA
(Federação das Parteiras Tradicionais do Maranhão) localizada na área Itaqui Bacanga,
região periférica de São Luís. As histórias das parteiras revelam as emoções, os medos e
as aventuras vivenciadas no dia-dia. De acordo com relatos, o parto demonstra-se tão
importante quanto à própria prática de partejar, foi possível observar que a relação
travada entre parteira e parturiente é mais complexa do que a relação médico/paciente.
118
Acredita-se que nada é mais importante do que a história contada pelos seus
participantes, por isso este trabalho parte das narrativas das próprias parteiras, na
tentativa de reproduzir os seus gestos, lagrimas e risos. Assim, através de suas
memórias, histórias de vida e de suas vivencias objetiva-se conhecer a atuação dessas
mulheres ao realizarem o seu dom profissional. Este trabalho tem como norte teórico os
trabalhos de Soraya Fleisher (2007), Marina Pereira (2009), e Maria Djair Dias (2007),
no tocante a utilização da história oral e no trabalho com as problemáticas da memória,
destaca-se Pollack (1989), Ferreira (2000) e Meihy (2002).
Palavras chave: Parteiras. Mulheres. Memorias. História oral.
LITERATURA SURDA: O USO DE TECNOLOGIAS PARA EXPRESSÕES
LITERÁRIAS EM LIBRAS
Shisleny Machado Lopes - UFPI
Lívia Guimarães da Silva - UFPI
Para Moura (2013) a inclusão tem se tornado um paradigma dentro da educação e,
vivendo em uma sociedade ouvinte, percebe-se que os Surdos muitas vezes não
encontram oportunidades para desenvolver seu potencial cognitivo. O qual, atualmente,
pode ser estimulado através da tecnologia. Segundo Vaz (2012) o uso da tecnologia na
educação tem tido grande popularização, e é crescente a utilização de softwares
educacionais. Ainda nas palavras do autor, as tecnologias que modificam o pensamento
e as ações do homem, principalmente a internet, mostram-se instrumentos atraentes,
que, bem utilizados, permitem estratégias pedagógicas novas e mais efetivas, como os
ambientes virtuais de aprendizagem. Com embasamento neste, Coscarelli (1998), Moura
(2013), Gomes (2010) e outros autores. Este trabalho objetiva analisar o uso da
tecnologia no ensino de literatura para surdos. Para isto, realizamos um levantamento de
alguns artefatos tecnológicos, segundo Valadares (2004) são ambientes informatizados
de ensino e aprendizagem, que podem ser utilizados por professores como mediadores
no desenvolvimento de expressões literárias por parte dos surdos. Com isso, destacamos
os aspectos significantes no desenvolvimento da poesia e prosa por meio do uso de
recursos midiáticos pela comunidade surda e concluímos que há tecnologias que podem
trabalhar e melhorar o processo de aprendizagem, sua relação com o professor e colegas,
auxiliar a agregar e compartilhar conhecimentos literários.
Palavras chave: Tecnologia. Literatura. LIBRAS.
REMIX DE HIPERMÍDIAS: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA
HABILIDADE DE LEITURA NA DISCIPLINA DE INGLÊS INSTRUMENTAL
Sílvia Mônica Moura Lima - UFPI
Beatriz Gama Rodrigues - UFPI
119
Os textos digitais são construtos potencialmente explorados em nossa cultura
contemporânea. Através de tecnologias digitais como o computador e aparatos móveis,
que nos permitem não somente assistir e ler textos verbais e imagéticos, mas também
enunciar através de torpedos, postagens de imagens e vídeos em redes sociais, além de
fazer fotomontagens, colagens de textos, isto é remixes, e agir socialmente através dos
mesmos. Entre um clique e outro, a leitura de hipertextos é um mergulho em
imbricações de nós hipertextuais ou hipermodais (quando associados a imagens, sons e
vídeos) que exigem uma postura eminentemente ativa do leitor durante sua
navegabilidade, pois, durante sua compreensão, utiliza estratégias cognitivas e
metacognitivas. Esta apresentação tem como objetivo discutir reflexões realizadas
durante a pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida numa disciplina de inglês
instrumental da UFPI. Nosso suporte teórico foi embasado nas leituras de Coscarelli
(2005); Rojo (2009,2012,2013); Levy (1993); Gomes (2011); Koch (2007); dentre
outros. Nosso corpus é composto por observações participantes; relatos de experiência e
remixes realizados pela professora e alunos. A partir da análise preliminar dos
resultados, observamos indícios que as atividades com remixes de hipermídias são
profícuas para o desenvolvimento da habilidade de leitura em língua inglesa.
Palavras chave: Remix. Hipermídias. Leitura. Ensino. Inglês.
O GÊNERO CHARGE E A ANÁLISE DE SEU DISCURSO NA WEB
Susy Nathia Ferreira Gomes - UFMA
Alexandre Guida Navarro - UFMA
O objeto de estudo deste trabalho é a charge em sua concepção textual e discursiva,
veiculada em diferentes mídias da web, e como estas se apropriaram dos acontecimentos
e deram sentidos aos mesmos através de suas produções, procurando identificar os
principais elementos políticos e estéticos, reconhecendo sua historicidade e
determinando sua condição de signo ideológico, utilizando como referência as charges
que ilustraram a Copa do Mundo ocorrida no Brasil em 2014, e as principais
repercussões que ocorreram em torno do evento e que protagonizaram algumas
discussões em blogs e redes sociais. A charge crítica, impressiona e provoca risos, não
sendo apenas um gênero jornalístico e discursivo, como também considerado artístico e
histórico e não poderia deixar de se influenciar pelos mesmos critérios de uma notícia.
Isso significa afirmar que a charge toma parte do processo de agendamento dos temas
midiáticos, colaborando com a discussão pública e com o processo de formação da
opinião. Desenvolvido sob a perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, uma
corrente de estudos que estabelece a relação existente entre língua/sujeito/história ou
língua/ideologia, objetiva apresentar reflexões sobre as condições de produção
120
constituintes da charge, bem como investigar como os efeitos de sentido gerados se
materializam no presente gênero por meio dos discursos.
Palavras chave: Charge. Gênero discurso. Análise do discurso. Mídia. Copa.
A UTILIZAÇÃO DO POTENCIAL DO IWB E OS EMPECILHOS
ENFRENTADOS POR PROFESSORES AO USAR DETERMINADOS
RECURSOS OFERECIDOS PELO MESMO NO EFL EM UMA ESCOLA DE
IDIOMAS EM TERESINA
João Alexandre Ferreira Ramos - Cultura Inglesa - PI
Thalita Christina Cavalcante Arré - Cultura Inglesa - PI
A utilização do “Interactive White Board” (IWB), no ensino de língua estrangeira, é
parte de uma série de iniciativas utilizadas em uma determinada escola idiomas em
Teresina, a fim de desenvolver o uso da informação e das comunicações (TIC) no
ensino/aprendizagem de língua inglesa. O uso do IWB apresenta desafios e
oportunidades para que professores e alunos possam amenizar deficiências tais como a
ausência de um ambiente real para interação na língua alvo. Este estudo é resultado de
uma pesquisa realizada através da aplicação de questionário fechado com professores
que trabalham com o IWB há pelo menos um ano a fim de coletar dados a respeito da
utilização do potencial do quadro digital e quais empecilhos os professores dessa
intuição de ensino enfrentam ao utilizar os recursos disponíveis através do IWB listados
na pesquisa. O estudo também tem como papel enfatizar a importância da formação
continuada de professores, mesmo após a familiarização com o IWB uma vez que os
mesmos precisam desenvolver competências técnicas e pedagógicas específicas para o
uso eficaz do mesmo.
Palavras chave: IWB. Interactive White Board. TIC. EFL. Quadro Digital.
LITERATURA E HISTÓRIA: DUAS CONCEPÇÕES, UM CAMINHO
Thalita Ruth Sousa - UFMA
Naiara Sales Araújo Santos – orientadora - UFMA
A história e a literatura são concepções que norteiam tanto a vida social quanto
individual dos seres humanos; ultrapassam o tempo, se deixando influenciar por ele e/ou
influenciando-o de forma marcante. Apesar de tratarem de pontos de vista diferentes da
vida humana e do mundo, elas se entrelaçam e rompem suas fronteiras de forma a serem
121
indivisíveis em alguns pontos. Objetiva-se então, aqui, demonstrar essas diferenças e as
uniões que as fazem tão intrínsecas, expondo além das influências mútuas, a
manipulação que se sujeitam. Para tanto, tem-se como fundamentação teórica as
percepções de Aristóteles em sua obra intitulada Arte Poética, onde o historiador é
desvendado e comparado com o poeta – o literato; e, para demonstrar a relação intricada
formada pela união dos ideais literários e históricos, assim como as vantagens e as
desvantagens da mesma, utiliza-se as concepções de Roger Chartier e Patrícia Martin
Alves do Prado. Estes pontos de vista podem ser exemplificados através da manipulação
criada pelo Main Kapf de Adolf Hitler e de um comparativo entre as obras O Diário de
Anne Frankie, da jovem escritora Anne Frankie e A menina que roubava livros, de
Marcus Suzak, pois estes últimos mostram a influência da literatura na história – e viceversa; olhando assim um só fato histórico, o Nazismo, através de todos os pontos de
vista abordados neste trabalho.
Palavras chave: Literatura. História. Influência.
LEVANTE AOS MORTOS E A CRÍTICA DE LIMA BARRETO A
MUNICIPALIDADE CARIOCA NO PRELÚDIO REPUBLICANO
Thiago Venícius de Sousa Costa - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo discutir a percepção de Lima Barreto sobre a
atuação da Administração Municipal do Rio de Janeiro durante a Primeira República. E
aqui particularmente a cerca das críticas que faz sobre o desempenho da edilidade
carioca nas regiões suburbanas. Desse modo, estaremos apontando alguns aspectos que
para o autor seriam os deveres fundamentais da municipalidade, em face uma série de
controvérsias que lhes tornaria tão inepta quanto à organização da política republicana
no país, com gastos em superficialidades e obras sem interesse público. Que serviriam
antes para alimentar as presunções dos graúdos da burocracia nacional e externar as
fachadas do país pelos “arremedos parisienses”. Essa discussão será feita a partir de
análises de seus artigos e crônicas, reunidos em quatro obras publicadas pela Editora
Brasiliense, em 1956, Feiras e Mafuás, Coisas do Reino de Jambon, Marginália e Vida
urbana. Desse modo, dentre das possibilidades que poderíamos tratar sobre a temática,
estaremos apontando como Lima Barreto se utiliza do fantástico da literatura para dar
margem a essas questões, quando concede voz a personagens mortos para cobrarem
medidas pragmáticas a municipalidade. Onde em algumas situações essa abordagem
pode figurar um trajeto fúnebre de um morto até cemitério municipal de Inhaúma, que
durante o percurso se depara com uma série de problemas na pavimentação, que
impedem de algum modo que chegue ao seu destino. É nesses termos que o inesperado
ocorre, quando o morto é obrigado a voltar à vida e protestar contra o prefeito sobre a
eminencia desses problemas.
Palavras chave: Administração Municipal. Lima Barreto. Subúrbios
122
FICÇÃO, MEMÓRIA E TESTEMUNHO NA LITERATURA PÓS-64
Valéria Gomes Ignácio da Silva - PUC-SP
Maria Rosa Duarte de Oliveira - PUC-SP
A análise da produção literária que ocorreu no período do regime militar brasileiro
apresenta-se, com o amparo de 50 anos de distância do golpe de 1964, como
oportunidade de entendimento das transformações que caracterizam a ficção da época.
Ao articular ficção e memória, no exame de alguns dos mais singulares romances da
década de 1970 e da atualidade, pretende-se refletir especialmente sobre o fenômeno
literário do testemunho, enquanto território que conjuga a memória, as interdições
impostas pela arbitrariedade, violência e censura, mas também a contingência da
representação artística. Dois romances avultam no recorte do relato de teor testemunhal:
Em câmara lenta, de Renato Tapajós, e K. – Relato de uma busca, de Bernardo
Kucinski. Ambos têm como referência a militância política do pós-64, caráter
memorialista e um narrador na busca da verdade sobre uma pessoa próxima. As obras
nos trazem um guerrilheiro urbano que ambiciona reconstituir as circunstâncias da
morte da companheira e um senhor que persegue informações sobre a filha
desaparecida. Nesses relatos de teor testemunhal, na cisão entre uma potência e uma
impotência de dizer, situa-se um sujeito determinado a significar o trauma. Para isso,
vale-se não apenas da linguagem poética – negatividade – na representação do indizível,
mas também do deslocamento do foco narrativo, da fragmentação, da suspensão da
linearidade temporal e principalmente de índices de ausência. Observa-se que essa
literatura não deixa de ambicionar a construção de uma memória coletiva, valendo-se do
‘como se’ que caracteriza a composição fictícia numa relação também compromissada
com o real, a memória e o histórico. O sujeito da memória cumpre um papel social que o
historiador não cumpriu e essa memória, constitutiva da identidade, impõe a necessidade
de uma reorganização da dificuldade social de lidar com a própria história. Como a
literatura acolhe essa manifestação?
Palavras chave: Testemunho. Memória. Ficção. Literatura pós-64.
RECONSTRUINDO A ENUNCIAÇÃO NO MONÓLOGO DE SANTIAGO EM O
VELHO E O MAR
Valnecy Oliveira Corrêa Santos - UESPI
Este trabalho investiga o dialogismo presente em todo ato de linguagem. Segundo
Bakhtin (1981), há diálogo em toda comunicação humana, processo no qual o “eu”
sempre pressupõe a existência do outro. Nesse contexto, a questão que se busca responder
é como favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor quando se trabalha com
alunos do 8º ano do ensino fundamental? A hipótese que se defende é a de que a análise
do dialogismo na obra a partir dos pressupostos bakhtinianos favorece esse encontro. Para
123
tanto, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência da autora acerca da análise do
dialogismo no monólogo estabelecido por Santiago - personagem do romance do livro O
Velho e o Mar de Ernest Hemingway com os alunos do 8º do ensino fundamental. Nesse
relato, a autora expõe como trabalhou a obra, tendo como base o dialogismo presente na
enunciação. Trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, de cunho qualitativo, em
que são assumidos autores como: Bakhtin (1981), Benveniste (1995) Brait (2005, 2005 e
2013), Bronckart (2012) Fiorin (1996), entre outros. O relato de experiência mostra que
estes pressupostos teóricos são fundamentais para a prática docente, quando se trabalha a
leitura na perspectiva da mediação pedagógica e configuram-se como um bom caminho a
ser seguido para favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor.
Palavras chave: Dialogismo. Enunciação. Leitura. Literatura. Ensino-aprendizagem.
“VOCÊ É MINHA FADA MADRINHA”: O ARQUÉTIPO DA GRANDE MÃE EM
MALÉVOLA
Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA
Maura Cristina de Melo Silva - orientadora – UFMA
Os contos de fada permeiam o imaginário popular e encantam tanto crianças quanto
adultos há várias gerações. Eles foram capazes de sobreviver através dos séculos até a
contemporaneidade porque estão sempre em um constante processo de modificação e
reinvenção. Um outro motivo para isso é a construção arquetípica de seus enredos sendo
que um arquétipo bastante comum nos contos de fada é o da mãe má, ou mãe terrível
como denominam os psicólogos junguianos. A Branca de Neve, Cinderela ou O
sapatinho de vidro, A bela adormecida do bosque, O pequeno polegar, João e Maria são
alguns exemplos de contos de fada nos quais esse arquétipo pode ser encontrado. Em
contraposição a mãe má existe a mãe boa, ambas representam as facetas dualísticas do
que Jung chama de “Grande Mãe”. Este trabalho tem como objetivo traçar um paralelo
entre literatura e cinema ao analisar como o filme Malévola (uma releitura do conto A
bela adormecida) aborda o arquétipo da “Grande Mãe” ao trabalhar em seu enredo não só
a figura da mãe má, mas também – e principalmente – a figura da mãe boa (a quem nem
sempre os contos de fada dão muito destaque). Para tanto, far-se-á uso das teorias de
psicólogos junguianos.
Palavras chave: Contos de fada. Literatura. Cinema. Arquétipo. Grande mãe.
MEU QUERIDO DEMÔNIO: A IRONIA PRESENTE EM CARTAZ DE UM DIABO A
SEU APRENDIZ
Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA
124
Naiara Sales Araujo Santos – orientadora - UFMA
Entre os diversos trabalhos de Clive Staples Lewis, poeta e escritor, encontra-se o livro
Cartas de um diabo a seu aprendiz, publicado em 1942. Nessa obra de caráter epistolar,
Lewis analisa o comportamento humano em diversas situações cotidianas, colocando em
destaque o difícil processo de aproximação com Deus. Em lugar de seguidas cartas com
conselhos tradicionais, similares às encontradas no Novo Testamento da Bíblia cristã –
em especial as escritas por Paulo, direcionadas a Timóteo – Lewis opta por utilizar-se da
ironia para inverter todo o contexto, sem deixar de enviar a mensagem evangelizadora já
característica de suas obras anteriores. O livro é composto por uma compilação das
correspondências escritas por Fitafuso, demônio e subsecretário do departamento de
tentação, para seu sobrinho Vermebile, também demônio, porém na classe inferior de
tentador júnior. Nelas, o demônio sênior orienta seu aprendiz quanto a como afastar do
Inimigo (Deus) seu “paciente”, que é uma representação dos seres humanos em geral. A
partir da situação inusitada que a obra apresenta, objetiva-se nesse trabalho analisar como
a ironia se faz presente e como o autor consegue transpor esse elemento da retórica para
uma obra de caráter exclusivamente escrito. Para tanto, utilizaremos como base as
definições literárias de ironia da escritora e crítica canadense Linda Hutcheon em suas
obras Teoria e Política da Ironia (2000) e Teoria da Paródia (1985), sem deixar de
dialogar com o ponto de vista de outros autores, tais como Mikhail Bakhtin e Beth Brait à
medida que se fizerem necessários.
Palavras chave: Carta. Diabo. Ironia. Tentação.
A FICÇÃO CIENTÍFICA E O MEDO: A TECNOFOBIA NO CONTO O FEITIÇO E
O FEITICEIRO DE AMBROSE BIERCE
Victoria Ponciano Côrtes - UFMA
Naiara Sales Araujo Santos - orientadora – UFMA
A ficção científica nasceu no século XIX com a obra “Frankenstein” de Mary Shelley e
marcou a introdução da ciência dentro do campo artístico e literário, sendo influenciada
de perto pelos avanços tecnológicos e levando a nova mentalidade científica para dentro
da literatura. Sua proliferação, no entanto, ocorreu apenas no século XX, mas foi tão bem
sucedida em seu objetivo que a noção de “ficção científica” se enraizou na mentalidade da
época e se tornou um referencial constante em nosso cotidiano, fazendo com que se
criasse a sensação de que a literatura está cada vez mais próxima da realidade. Todas as
inseguranças humanas em relação aos avanços científicos são externalizadas e refletidas
nas obras do gênero, revelando as novas preocupações e anseios de uma sociedade cada
vez mais dependente da tecnologia. Levando tais informações em consideração, este
artigo analisará a tecnofobia presente no conto de Ambrose Bierce “O feitiço e o
feiticeiro” e tentará explicar esse súbito medo dos avanços tecnológicos, sobretudo no que
125
diz respeito à robótica, focando-se na maneira como tal medo permitiu a substituição do
elemento sobrenatural pelo elemento científico nos contos de terror, levando ao
surgimento do gênero. Para isso será tomado como base os conceitos defendidos por Paul
K. Alkon, Félix Bodin, Darko Suvin, Samuel Delany, Isaac Asimov, entre outros.
Palavras chave: Ficção cientifica. Tecnologia. Ciência. Tecnofobia. Literatura.
O DEVIR-MONSTRO DO ESCRITOR EM NAKED LUNCH
Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros - UFPI
Baseado na obra homônima de William S. Burroughs, o filme Mistérios e Paixões (Naked
Lunch) de David Cronenberg (1991) torna a fronteira entre humano e inumano assim
como memória e esquecimento ainda mais diáfana. Este artigo tem como objetivo mostrar
o devir-escritor de Bill Lee nesse filme. O filme mostra um escritor na busca por
“inspiração”. A partir dos estudos de Platão, mas revisitado por Jacques Derrida sobre o
phármakon – um termo ambíguo que significa escritura e que pode ter um caráter tanto
benéfico quanto maléfico para a memória – de Gilles Deleuze e Félix Guattari sobre como
criar um corpo sem órgãos e de como se realiza o devir-escritor de Bill, este trabalho
mostra que o escritor é um feiticeiro capaz de tudo para prosseguir escrevendo. Por
exemplo, quando Bill decide usar inseticida na busca por “inspiração” é conduzido a
Interzone, uma espécie de agência secreta governamental, e uma vez nesse local, Bill se
confronta com seu próprio corpo sem órgãos, ele é testemunha dos seus próprios
monstros, do seu gozo impossível, da sua sombra e do seu reflexo. Escrever é seu devir,
fruto de seu desejo insaciável, porque só o escritor comporta os mais diversos animais
dentro dele e só ele pode ter acesso a essa “fauna” pessoal e, que através da escrita,
libertá-los.
Palavras chave: Naked Lunch. Phármakon. Corpo sem órgãos. Devir-escritor.
IMAGENS DE UM PASSADO ESCONDIDO: CINEMA, MEMÓRIA E
IDENTIDADE NO FILME CACHÉ
Wendell Emmanuel Brito de Sousa - UFMA
O presente trabalho visa estabelecer uma discussão entre cinema, memória e identidade a
partir do filme Caché (2005) dirigido por Michael Haneke. O filme, vencedor da Palma
de Ouro em Cannes, conta a história de uma família francesa que passa a receber videos
sobre os seu cotidiano e desenhos macabros. A busca pelo autor das misteriosas
mensagens leva o casal a perceber que o misterioso autor conhece mais sobre o passado
da família do que eles imaginam. Uma das principais características do cinema do diretor
126
alemão é uma revisão crítica do passado já estruturado por uma memória oficial. No tratar
do filme, Haneke utiliza a história de uma família francesa, para desencadear uma
reflexão sobre o colonialismo francês, e, por conseguinte, desenterrar memórias
subterrâneas do mesmo processo de colonialismo francês em território africano primeira
metade do século XX. Para esta reflexão utilizo os conceitos de Pollak de memória oficial
e memória subterrânea para discutir essas disputas pela memória que alegoricamente
aparecem na ficção, ou como a tradução do título do filme para o português evidencia,
está escondido. Além do diálogo com os conceitos propostos por Pollak, para entender a
crítica a memória construída sobre a colonização e a própria identidade francesa, trabalho
com o conceito de manipulação da memória de Paul Ricoeur. Segundo o filósofo, as
memórias são construções humanas, portanto, passiveis de manipulação. Essas memórias
produzem identidades, alicerçadas a partir de relações de poder. A busca por apresentar
esses conceitos chaves, visa o entendimento crítico do filme Caché (2005), evidenciando
as problemáticas levantadas pelo diretor dentro da ficção.
Palavras chave: Cinema. Memória. Identidade
INTERPRETAÇÃO NIETZSCHIANA DA TRILHA SONORA DE PSICOSE
Wesley Leite Feitosa - UFMA
Trata-se de uma discussão sobre a ‘relação’ entre o jovem Nietzsche e o a trilha sonora
utilizada no filme Psicose. Observa-se no filme Psicose, dirigido por Alfred Hitchcock,
que o suspense gerado pelo filme tem como principal causa sua trilha sonora, e
fundamentando no pensamento de Nietsche, especialmente em seu livro O Nascimento da
Tragédia, essa música se caracteriza como uma música dionisíaca, pois é capaz de
provocar um sentimento de tensão em quem assiste. Nietzsche em seu primeiro livro
afirma que a arte sofre influência de duas pulsões artísticas, denominadas de apolínea
(referindo-se ao deus Apolo da mitologia grega), e dionisíaca (referindo-se ao deus
Dionísio da mitologia grega). E sua investigação sobre a tragédia grega, aponta através de
sua fundamentação em A. Schlegel, que o coro trágico tinha papel importante para o
envolvimento do público com a peça teatral, pois através da música dionisíaca “o homem
é incitado à máxima intensificação de todas as suas capacidades simbólicas”.
Essencialmente o filme necessita da música para provocar pavor, e envolver o público
com o filme, pois a música contida nele representa ‘chave’ importante no drama e no
trágico, capaz de despertar uma sensação que o filme apenas com a pura representação de
imagens não conseguiria proporcionar, principalmente em Psicose, já que Hitchcock em
suas cenas não mostrava todos os detalhes da ação, não continha muita “cientificidade”. A
canção estimula o público à um estado que é característico da música dionisíaca. “a
música dionisíaca, em particular, excitava nele espantos e pavores”.
Palavras chave: Música. Tragédia. Suspense.
127
REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO COLONIZADOR-COLONIZADO EM
THE GRASS IS SINGING
Isabela Christina do Nascimento Sousa - UFPI
A Rodésia foi uma das colônias britânicas do século XX e as fazendas de colonos eram
onde muitos nativos, embora não recebessem a denominação de escravos, eram, por lei,
obrigados a trabalhar recebendo pouquíssimo em troca. Uma elite branca dominava a
maioria negra que era submetida às suas leis e interesses. É nessa atmosfera que se
passa The Grass is singing (1950), primeiro romance da escritora de língua inglesa
Doris Lessing. No romance a personagem Mary Turner, ao entrar em contato com os
nativos que são empregados pelo seu marido, faz emergir em seu comportamento todas
as características e artifícios do opressor colonial. Ela objetifica todo aquele outro que
se localiza no lugar que ela reconhece como oposto ao dela, qualificando como
ilegítimos seus costumes e sua língua, enquanto os nega o acesso a qualquer
manifestação da cultura da “civilização branca”. Quando o colonizador, por um instante,
e, por acaso, olha para o colonizado como ser humano, a relação mestre-servo está
ameaçada, sendo precisamente o que acontece com Mary que vê essa relação entrar em
colapso à medida que ela é forçada a perceber seu servo, Moses, não apenas como um
animal selvagem, mas sim, como uma pessoa e é invadida por um sentimento de culpa
que ela se nega a reconhecer. Através deste trabalho, propõe-se analisar como se dá a
construção da identidade dos personagens inscritos no ambiente colonial, a partir das
ideias de Homi K. Bhabha, assim como os conflitos que surgem no momento em que
essas identidades (colonizador-colonizado) são ameaçadas de dissolução e quais
negociações de poder e sentido são geradas durante esse processo.
Palavras chave: Colonizador. Colonizado. Identidade.
AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM HISTÓRIA ALEGRE
DE PORTUGAL
Jane Adriane Gandra - UEG
A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação
em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir
os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o
fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim.
Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na
narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas
inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de
repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez
aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela fundação
de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta narrativa é o
fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens sempre são vistas
como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se elucide questões
128
obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de Chagas, na opinião
de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de imprimir uma certa
vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas apresentações sobre o
assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que Pinheiro Chagas enlaça
o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco nem rigor histórico, nem o
cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito menos o suspense e o interesse
pela estória narrada.
Palavras chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias.
Público Infantil. Historiografia.
LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA DO
JOVEM LEITOR
Priscila da Conceição Viégas - UFPI
A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras
“Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta
embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o
incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição
de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na cidade
de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo Rubens
Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da pesquisa
e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola – PNBE/2013.
Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos supracitados,
pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura literária, buscando
incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da rede pública por
meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressalta-se, ainda, o ponto
primordial desta investigação que é a discussão a respeito das práticas da leitura
literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste tipo de leitura. Deste
modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014) elabora-se uma proposta
didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva (2010), tendo como suporte a
elaboração de procedimentos metodológicos para que assim se desenvolva o processo
de leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do Ensino Médio. E, por conseguinte,
evidencia-se o letramento literário com o argumento de enfatizar o valor da literatura
juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na formação do jovem leitor.
Palavras chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil.
“O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”: A FORMAÇÃO DO LEITOR
CRÍTICO
Lídia Clara Cutrim Lima - UEMA
A busca incessante pelo conhecimento e pela informação tem sido uma das principais
marcas da sociedade moderna. Sendo assim, a literatura infanto-juvenil é um
instrumento peculiar no processo de construção e reconstrução desse conhecimento,
129
uma vez que seu escopo primeiro é a conscientização da sociedade para a importância e
valorização do homem como um ser capaz de transformar o mundo a partir dos
conteúdos adquiridos através das várias leituras que faz. Com essa aquisição, ele será
capaz de se tornar um leitor crítico, onde possibilita uma visão ampla e complexa da
sociedade e não uma simples decodificação de signos linguísticos. Partindo desse
pressuposto, a fase em que se desenvolve tal habilidade é dividida em quatro etapas: a
primeira é a leitura superficial, uma decodificação apenas para observar as palavras
desconhecidas de modo a inseri-las em seu vocabulário; a segunda é a compreensão do
que o texto e seu autor quer transmitir; a terceira é a interpretação de ideias inseridas
explicita e/ou implicitamente encadeando uma série de conceitos a serem aplicados; e a
quarta é a absorção das informações citadas anteriormente, que o leitor será capaz de
fazer analogias com os acontecimentos a sua volta, tendo mais consciência de suas
ações por ter aprendido a fazer suas próprias análises e tirar suas conclusões. É nesse
contexto, que abordaremos a obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry
como pilar de iniciação no desenvolvimento crítico leitor da criança, visto que é uma
obra que preza pela representação imagética, aproximando o leitor da narrativa, com
riqueza em metáforas e comparações, exercitando assim, a criticidade infanto-juvenil e
contribuindo de modo singular para a formação interpretativa do leitor. Para
fundamentar este trabalho, utilizamos as concepções de Leitura de Kleiman (2002) e a
abordagem sobre a literatura infantil de Coelho (2004).
Palavras chave: Educação. Leitura crítica. Literatura infanto-juvenil.
AS MARCAS DE ORALIDADE PRESENTES NA SÉRIE O DIÁRIO DE UM
BANANA
Joice da Costa Barbosa - UFPI
É de fácil compreensão de todos que o processo de aquisição da escrita se dá muito
depois do processo de oralidade, visto que quando um indivíduo é inserido no universo
de letramento ela já fazia uso da língua em sua modalidade oral. Por esta razão,
consideramos que é natural que os textos escritos apresentem marcas de oralidade e,
ainda, que tais marcas, possam ser usadas intencionalmente como um recurso na
construção de um texto escrito. Neste trabalho, analisaremos as marcas de oralidade
encontradas na série O Diário de uma banana, do autor norte-americano Jeff Kinney.
Este autor apresenta em seus escritos uma narrativa com traços semelhantes ao de um
diálogo, uma conversação, que se dirige de forma clara e direta ao leitor e que é
intercalada com ilustrações, HQ’s, balões de falas, entre outros. Temos como ponto de
partida o fato desta série tratar-se de uma obra infanto-juvenil, na qual, os recursos e
mecanismos utilizados em sua construção tornam-na mais atrativa, expressiva, de fácil
leitura e compreensão. Portanto, pretende-se neste trabalho mostrar que a série em
estudo está carregada de marcas de oralidade e expressividade por ter como público
alvo os leitores juvenis.
Palavras chave: Oralidade. Literatura. Infantojuvenil. Diário de um banana.
130
A ESCRITA DA MEMÓRIA NAS OBRAS DE CONCEIÇÃO EVARISTO
Natália Regina Rocha Serpa - UESPI
Elio Ferreira Sousa - UESPI
Os escritos literários de autoria e de conteúdo afrodescendente, na maioria dos casos,
levam em consideração as memórias das lutas, Das tradições de seu povo. Dizendo isso,
não entendemos que todos os textos dessa origem sejam sempre textos autobiográficos,
mas são produções onde o ficcional se mistura de tal maneira com as memórias reais
que nos faz parecer que o autor está sempre a contar as suas próprias experiências. É
importante dizer que tal fato não diminui o valor literário desses textos, pois esses
autores dos quais falamos, produzem e reproduzem memórias, tradições e
conhecimentos por meio dos significados e pelas representações que dão sentido às suas
experiências e aquilo que são. Nossa pesquisa intenta demonstrar que ainda há um longo
caminho a ser percorrido e a partir da análise das obras “Becos da memória” e Ponciá
Vicêncio, ambos de Conceição Evaristo, percebemos que ainda falta reconhecimento
por parte do movimento literário ocidental. Nesse sentido, nossa pesquisa, considera que
a produção literária da referida autora emerge no cenário literário como uma
contribuição para o (re) conhecimento e a valoração das expressões culturais e das
memórias do povo negro.
Palavras chave: Literatura. Memória. Identidade.
IDENTIDADE E MEMÓRIA: UM OLHAR SOBRE A MULHER NEGRA NA
SOCIEDADE DO SÉCULO XIX
Ana Carusa Pires Araujo - UEMA
Conhecer a arte literária de Maria Firmina dos Reis se configura na determinação e
combate de uma mulher que estava inserida no século XIX, que é sinônimo de luta e
coragem, além de uma mulher, era mulata, bastarda e nascida no ceio de uma sociedade
patriarcal e escravocrata. Provavelmente a precocidade feminista, política e artística
dessa autora, foi um dos motivos que fez com que a sociedade maranhense, desejasse o
seu completo anonimato, pois era considerada inculta para a elite da época. Uma afronta
à sociedade elitista, abastada e “culta”. Diante de tantos trabalhos vindos de uma mulher
tão à frente de seu tempo e tão importante para nossa literatura, como pode estar tão
esquecida? A questão é que exatamente por estar à frente de seu tempo, sua obra atingiu
a elite escravocrata oitocentista, indo de encontro aos interesses dos senhores de
escravos, sendo assim, o conto “A Escrava” foi escolhido para ser trabalhado sob a
perspectiva da identidade e da memória da voz da personagem negra. A autora expressa
as qualidades do homem negro, portador de sentimentos bons e virtudes, fortes o
suficiente para lhe fazer superar a dor, causada pela humilhante condição de cativo,
agindo com mansidão mesmo que não seja durante todo o tempo. Um bom sentimento
capaz de provocar nele, atitudes de abnegação na vontade de ajudar o próximo e até
sacrificar a própria vida, mesmo que em favor de um “branco”. Pretende-se mostrar a
131
voz da escrava Joana, relembrando o seu passado, tendo esta, o direito a falar sobre si
mesma, bem como o reflexo da autora dentro do conto, na condição de negra. Para
fundamentar este estudo, tomamos por base, as concepções de Duarte (2004) a noção de
Memória, apresentada por Le Goff (2003) e os conceitos de Identidade, desenvolvido
por Hall (2003).
Palavras chave: Literatura Afrodescendente. Memória. Identidade.
MEMÓRIA E IDENTIDADE EM PONCIÁ VICÊNCIO, DE CONCEIÇÃO
EVARISTO
Joelma de Araújo Silva Resende - UFPI
Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI
A presente pesquisa tem como objetivo investigar a presença da memória em Ponciá
Vicêncio, romance da escritora mineira Conceição Evaristo, a partir das reminiscências
que a personagem principal tem do seu avô, que, segundo dizem, teria deixado uma
herança para ela. Descendente de escravos africanos, Ponciá Vicêncio tem uma vida
miserável e inesperadamente resolve morar na cidade, em busca de uma vida diferente.
Casa-se e tem sete filhos, mas todos morrem. Em meio a todos os acontecimentos,
Ponciá Vicêncio sempre se lembra do avô, com quem, segundo dizem, se parece muito.
Como base teórica para a pesquisa recorre-se, dentre outros, a Zonabend (1989), que
acredita que a memória individual estrutura-se a partir das relações com parentes; ou
seja, o sujeito não procura a si, mas enxerga-se enquanto produto de sua descendência.
Também se recorre a Halbwachs (1990), que afirma que a memória familiar constitui-se
como uma memória coletiva, em que só é guardado o que está vivo na consciência
daqueles que a mantém. Recorre-se ainda a Sobral (1995), que defende que na família a
memória tem o primeiro lugar de manifestação, ou seja, é no meio familiar que se
localizam os aspectos formadores da identidade do ser. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa de cunho bibliográfico no campo da crítica literária com forte diálogo
interdisciplinar com a História e Sociologia, em especial no que diz respeito aos estudos
da memória em sua relação com a construção de identidades. Percebe-se que a memória
de Ponciá Vicêncio é estruturada a partir de suas relações familiares, principalmente o
contato que teve com o avô, apesar de ter sido por um curto tempo; ela rememora
somente o que para ela ainda está vivo, no caso, o avô, e a partir dessas lembranças, a
personagem tenta construir sua identidade.
Palavras chave: Literatura brasileira. Conceição Evaristo. Ponciá Vicêncio. Memória.
MEMÓRIA, IDENTIDADE E NACIONALISMO ÉTNICO E CÍVICO EM
NARRATIVE OF THE LIFE OF FREDERICK DOUGLASS, AN AMERICAN
SLAVE, WRITTEN BY HIMSELF
Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI
Nilson Macêdo Mendes Junior - UFPI
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O presente artigo tem como tema a memória, a identidade e o nacionalismo étnico e
cívico presentes na obra, Narrative of the life of Frederick Douglas, an American slave
written by himself, romance autobiográfico no qual o escritor estadunidense afroamericano descreve sua trajetória de vida desde suas primeiras memórias infantis que
ele dá a entender serem individuais, mas que na verdade trazem em seu bojo as
memórias da coletividade na qual se encontrava inserido e que ele julga serem de seus
sete anos de idade até o momento em que ele consegue escapar para o norte dos Estados
Unidos. O objetivo é apontar como a memória individual e coletiva exerce influência
para construir uma identidade cultural e por último uma identidade nacional. O trabalho
foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica quantitativa e qualitativa no
campo da análise literária. O resultado estabeleceu as conexões entre memória,
identidade e nacionalismo.
Palavras chave: Memória. Identidade. Nacionalismo. Frederick Douglass.
MAYOMBE: A DESSACRALIZAÇÃO DE UM HERÓI
Denise de Paula Veras Aquino
Esta pesquisa foca-se na obra de literatura africana Mayombe, produção do escritor
angolano Pepetela, e consiste em apontar a dessacralização do herói angolano ao longo
da narrativa. Tomar conhecimento dessas possibilidades nos permite compreender o
processo de fixação da identidade negra angolana. O texto permite que se identifiquem
as modificações nos traços e comportamentos dos “heróis” da guerrilha. Considera-se
pertinente ainda analisar a relação entre nacionalismo, identidade e nação, teorias
iniciais sobre o “herói romântico”. O referencial teórico versa em autores como Mia
Couto, Robson Lacerda Dutra, Ana Paila Klauck, Vladimír Otrísal, Pepetela, Lourenço
Joaquim da Costa Rosário, Carmen Lúcia Tindó Ribeiro e Tomaz Tadeu da Silva. A
obra literária trabalhada não só resgata, mas cria uma identidade cultural através de
heróis fictícios que retratam aos angolanos um ideal de nação a ser buscado, todavia
esses heróis já não carregam consigo os caracteres dos heróis clássicos, eles são
imperfeitos, tocáveis e atingíveis. Conclui-se, em uma primeira abordagem, que em
Mayombe podemos captar traços de dessacralização dos heróis dos movimentos de
libertação nacional, entretanto observamos ainda que as diferenças raciais, sociais e
culturais podem ser superadas, no âmbito da narrativa de Pepetela, se forem trabalhadas
em favor de um ideal comum.
Palavras chave: Identidade. Herói. Angola. Pós-Colonialismo. Pepetela.
GALHOFAS ESCRAVISTAS: HISTÓRIA E ESCRAVIDÃO EM ESCRITOS DE
MACHADO DE ASSIS
Ronyere Ferreira Da Silva - UFPI
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O presente trabalho possui como objetivo analisar a presença de temáticas históricas em
escritos de Machado de Assis, aqui abordamos em especial a Escravidão negra ocorrida
no Brasil. Para este estudo, utilizamos como objeto de análise o livro Memórias
Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, além da série de crônicas BONS DIAS,
impressa com um pseudônimo do literato no periódico Gazeta de Notícias, na província
do Rio de Janeiro às vésperas da promulgação da abolição da escravidão no Brasil.
Neste estudo, partimos da perspectiva de que os escritos de Machado de Assis referemse constantemente à história do Brasil, com o intuito de interpretá-la de forma crítica e
sistematizada. Ainda destacamos de forma sucinta os debates sobre as formas de
conceber e analisar os textos do criador de Dom Casmurro e as críticas de Sílvio
Romero e Sergio Buarque de Holanda a uma possível alienação social de Machado de
Assis e dos escritores românticos. Para esta análise, utilizamos obras de Chalhoub
(1990; 2003), Eugênio (2013), Gledson (1998), Cano (1998; 2008), entre outros. Como
conclusões parciais, destacamos que o literato fez amplo uso de seu ângulo privilegiado
de cronista social e romancista para interpretar a história do Brasil em seus textos,
reforçando assim o entendimento de que a lógica histórica oferece contribuição
significante para o entendimento dos escritos literários do século XIX.
Palavras chave: Machado de Assis. História. Literatura. Escravidão.
DOS FILMES PARA OS LIVROS: LEITORES A PARTIR DO CINEMA?
Arlan Ferreira Santos - FAESF
Desde a década de 80 a leitura, mais especificamente a literária, vem sofrendo uma
constante desvalorização, e entre os jovens estudantes é cada dia mais intenso e notório
esse desapego, o que configurou a justificativa maior desse documento, que aponta e
defende o uso da sétima arte pelos docentes como um eficaz instrumento na
modificação dessa realidade. Resultado de uma pesquisa qualitativa-quantitativa
aplicada em uma escola da rede pública estadual da cidade de Poção de Pedras, MA,
com alunos do 3º ano do Ensino Médio, o estudo foi pautado, principalmente, na
aplicação de dois questionários iniciais, um voltado aos alunos, visando ao atestado de
como estes viam a leitura, bem como qual a importância que conferiam à leitura
literária; e o outro direcionado às docentes que lecionam a disciplina de Língua
Portuguesa na unidade de ensino, agindo conforme o sugerido por Zilberman (1982), ao
dizer que é somente em Língua Portuguesa que há preocupação específica com o ensino
da leitura. Na sequência passou-se à exibição de quatro filmes, dois clássicos nacionais,
A hora da estrela, de Clarice Lispector e, Morte e vida Severina, de João Cabral de
Melo Neto; e dois clássicos estrangeiros, Forrest Gump, de Winston Groom e A lenda
do cavaleiro sem cabeça, originado do conto de Washington Irving. Durante as
exibições, iam-se tecendo comentários comparativos sobre a obra escrita e a
cinematográfica, o que instigou os alunos a quererem saber mais sobre os escritos
originais. Logo após, um segundo questionário fora aplicado à turma, constatando o que
autores como Mascarello, Napolitano e Sirino defendem: o correto uso do cinema em
sala de aula, além do natural prazer que pode conferir às aulas de literatura, pode ser
usado com total mérito na busca pela retomada da leitura de muitos jovens estudantes
que com gosto algum a tem visto.
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Palavras chave: Cinema. Leitura. Literatura. Pesquisa.
CORPOS EM ÊXTASE, ENLACES EXTRAVIADOS: TRÂNSITOS SADOMASOQUISTAS NO CINEMA
Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB
Hermano de França Rodrigues - UFPB
Em seu trabalho Uma criança é espancada − uma contribuição ao estudo da origem
das perversões sexuais, publicado em 1919, Freud traz mais um subsídio ao estudo da
perversão. O artigo versa sobre o processo da fantasia na dinâmica perversa e analisa o
encontro dos pares opostos (suplementares na lógica derridariana), quais sejam, o
sadismo e o masoquismo, denominando o que ficaria conhecido, em sua metapsicologia,
como a pulsão sadomasoquista. Neste encontro (im)perfeito, o Pai da Psicanálise
compreendeu que, na dimensão fantasmática e pulsional, o encontro se secciona em três
tempos, onde o sádico assume a condição de masoquista, retornando ao plano sádico, e
vice-versa. No cinema, vários personagens mimetizam, com as devidas diferenças, o
enlace perverso dos opostos. Este trabalho, respaldado nos constructos epistemológicos
da psicanálise freudiana, objetiva analisar o filme o Juiz do SM, de 2009, buscando
explicar o funcionamento do par sadismo-masoquismo na subjetivação de determinados
personagens, numa correlação entre psiquismo e estruturas sociais. Em termos de
enredo, a artefato fílmico retrata fatos reais de uma família belga, cuja matriarca,
acometida pela depressão, guarda em si o desejo e fantasia de ser acorrentada,
chicoteada, queimada, porém não consegue compartilhar seus anseios com seu marido,
um homem que combate, em seu trabalho, práticas consideradas, por ele, imorais.
Palavras chave: Cinema. Perversão. Psicanálise.
A HORA DA ESTRELA: UM OLHAR MAIS ATENCIOSO SOBRE A
RECRIAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA OBRA LITERÁRIA
Leonardo Teófilo da Silva Santos - UESB
A literatura exerce grande influência nas produções cinematográficas. Gêneros
literários, tais como romances, peças de teatro, contos e revistas em quadrinhos estão
sendo adaptados para o cinema com muita frequência. Devido a constância deste
fenômeno, podemos observar que o público e a crítica tendem a comparar o produto
literário com o produto fílmico, considerando somente a questão da fidelidade, de forma
que a análise tende a ser geralmente negativa em relação a obra fílmica. Para que isso
não ocorra, não devemos ignorar dois aspectos relevantes na construção das obras: o
contexto sociocultural em que a obra e a produção audiovisual estão inseridas e o fato
de que os esquemas literário e fílmico são diferentes entre si, uma vez que cada um
possui suas peculiaridades. A partir da análise literária/fílmica de A Hora da Estrela, de
Clarice Lispector, irei discorrer um pouco sobre fidelidade, recriação, estrutura da obra,
135
enredo e etc. No texto literário, o leitmotive, o estímulo para a criação de uma nova obra
acaba servindo como “background” para uma também nova aventura cinematográfica,
tomando como base os recursos técnicos da linguagem e as próprias finalidades da
sétima arte. Assim, o presente artigo focaliza a necessidade de um olhar mais atencioso
sobre a recriação cinematográfica da obra literária, que não baseia-se apenas em uma
mera transposição de linguagens, mas surge como um novo produto oriundo da relação
leitor-cineasta com o texto original.
Palavras chave: Adaptação. Cinema. A Hora da Estrela. Clarice Lispector.
DA CARNAVALIZAÇÃO EM SARGENTO GETÚLIO: DOS GÊNEROS
INTERCALADOS DO ROMANCE À SIMULTANEIDADE DOS ELEMENTOS
FÍLMICOS
Fernanda Santos de Oliveira - UESB
O presente trabalho propõe uma reflexão acerca do filme Sargento Getúlio, baseado
numa narrativa literária, sob o prisma do repertório teórico do russo Mikhail Bakhtin
focando em dois conceitos-chave: a carnavalização e o grotesco. A partir de uma
(re)leitura do universo de Bakhtin, pretende-se aproximar esses dois conceitos para, em
seguida, experimentar sua aplicabilidade no filme Sargento Getúlio, de Hermano Penna.
Partindo do pressuposto de que todo filme é um texto, pretende-se analisar a presença
da carnavalização na construção do texto fílmico; verificar como ocorreu a transposição
do texto literário para o texto fílmico, bem como a importância da carnavalização e do
grotesco, como elementos estruturadores, organizacionais e estabelecedores de unidade
de sentido. A partir dessa compreensão, procura-se entender como esses elementos
carnavalizantes são capazes de dar expressão ao texto fílmico, de forma que se atualiza
e redistribui em novos significados. Dessa forma, será necessário analisar o modo
operante dessa carnavalização, procurando entender a linguagem, os símbolos e as
alegorias em Sargento Getúlio. Nesta linha, pretende-se demonstrar como o cinema é
capaz de recuperar e recriar o processo de carnavalização abordado por Bakhtin,
possibilitando através de reverberações polifônicas. Enfim, a sublimação do grotesco e a
inversão carnavalesca se tornam espetáculo e possibilitam uma releitura
dessacralizadora na intersecção entre a literatura e o cinema.
Palavras chave: Sargento Getúlio. Literatura. Cinema. Carnavalização.
CINEMA SUPEROITISTA MARANHENSE E MEMÓRIA: APONTAMENTOS
PARA UMA HISTÓRIA
Joseane Aranha Dantas - UNESP
A bitola super-8 mm surge nos anos 60 como suporte de baixo custo e alternativo em
relação aos formatos mais sofisticados como o 16 e 35 mm. Apesar do perfil
amadorístico dessa bitola, ela atendia às necessidades de novos realizadores e curiosos
136
em realizar filmagens, pois não era necessária nenhuma cultura técnica para manipulála. No Maranhão, assim como em outros estados do norte e nordeste do país, a bitola
super-8 foi utilizada amplamente. E apesar das impossibilidades técnicas e econômicas
foram produzidos em todo o estado, 94 filmes nesse formato. Embora boa parte dessas
produções tenha sido realizada no gênero documentário, é possível observar ficções e
vídeos experimentais, dois deles, premiados em festivais do formato Super 8: Maré
Memória II(1974), de Murilo Santos e Periquito Sujo (1979), de Euclides Moreira.
Ambos são poemas adaptados Maré Memória de Jose Chagas e Poema Sujo de Ferreira
Gullar. Para o âmbito dessa comunicação, interessa-nos compreender as motivações e
interesses, e a intencionalidade de documentar como construção da memória nas
produções fílmicas realizadas pelo cineasta Murilo Santos, principal articulador e
entusiasta do Super 8. Seus filmes tratam de temas relacionados à religiosidade, festas e
manifestações populares, adaptação de poemas, conflitos agrários, questões ambientais,
costumes e práticas cotidianas das cidades do interior do estado e da capital.
Palavras chave: Super 8. Cinema maranhense. História. Memória.
A IMPORTÂNCIA DO LIVRO NA AÇÃO DOS PERSONAGENS NOS FILMES
FAHRENHEIT 451 E O LEITOR
Raquel Pereira dos Santos - UNISC
Este trabalho visa mostrar a relação que a ficção tem com o livro quando este se torna
mais um personagem em meio a trama que se desenrola nas narrativas Fahrenheit 451 e
O leitor. O método interpretativo foi instrumento utilizado na análise das obras de
ficção. Fez-se uso dos livros e dos filmes para a compreensão dos personagens – no
caso, os personagens leitores e o livro. Por isso, buscou-se primeiramente explicar um
pouco sobre a adaptação de textos literários para o cinema. Quando o livro torna-se tão
importante no movimento da história, subentende-se a existência de leitores, outros
personagens que giram em torno dele, que estão em contato direto com o objeto. O
filme Fahrenheit 451 e O Leitor, adaptações de obras literárias, mostram esses
personagens leitores e a relação destes com a leitura em suas vidas. Tanto em um como
em outro a leitura provoca transformação e crescimento pessoal dos personagens em um
mundo que não parece ser tão favorável à leitura. No primeiro, há a proibição do livro
em uma sociedade fictícia. No segundo, em um período entre guerras, momento em que
a leitura não era bem vista, o livro torna-se refúgio da triste e cruel realidade que rodeia
os personagens. Assim, estes por sua vez não são apenas leitores pela capacidade que
têm de ler e compreender, mas pela existência de um terceiro elemento, motivo de
desejo e prazer: o livro.
Palavras chave: Narrativas. Filmes. Leitura. Livro. Personagem.
A LITERATURA INFANTO-JUVENIL E A 7ª ARTE: O INCENTIVO À
LEITURA ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO DE OBRAS PARA AS TELAS DE
CINEMA
Edneide Maria Ferreira Santos - UEMA/UFMA
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A literatura infanto-juvenil não está presente somente nos textos escritos e na voz dos
contadores de histórias. Com o surgimento de diferentes fontes de informação, essa
literatura se expandiu das páginas dos livros para outros tipos de linguagens artísticas,
como a música, o teatro, a dança e principalmente o cinema. Uma das formas se de
trabalhar os clássicos da literatura infanto-juvenil na escola, além da leitura, é por meio
da linguagem cinematográfica, pois ao se utilizar recursos audiovisuais que abordam o
enredo e remetem aos personagens de forma visual, os contos, as fábulas, os poemas e
outros símbolos ligados à literatura Infanto-Juvenil funcionam como uma importante
ferramenta para o ensino-aprendizagem de crianças e adolescentes. O cinema é um
valioso aliado na divulgação da literatura, pois muitas das vezes, mesmo sem ter lido a
obra, o cinema dá aos seus telespectadores a oportunidade de aproximá-los da obra e
convidá-los a ler o livro. Tendo como embasamento teórico Duarte, Rosália que fala
sobre o Cinema e Educação e Coelho, Nelly Novaes que em seu Panorama Histórico
da Literatura Infantil-Juvenil traça um perfil da narrativa de Defoe, o presente trabalho
pretende apresentar sugestões de como trabalhar a leitura literária a partir da adaptação
da obra Robson Crusoé, de Daniel Defoe, veiculada nos cinemas. Assim procura
abordar sobre a influência que essas duas linguagens exercem na formação de leitores,
mostrando que o telespectador pode a vir se tornar leitor da obra, além de apontar de
que forma a adaptação fílmica de obras infantil e juvenil vem fazendo com que várias
gerações se maravilhem e adquiram uma postura crítica, seja no formato de livros ou
nas telas de cinema.
Palavras chave: Literatura Infanto-Juvenil. Cinema. Leitura.
A FIGURA DO HERÓI NO FILME MATRIX
Apoliana da Conceição dos Santos - UFMA
Neste presente trabalho tem por principal objetivo destacar de maneira clara e concisa a
figura do herói no filme Matrix, a origem. Nossa proposta é apresentar a dualidade do
herói, como um sujeito híbrido. No decorrer do filme Matrix observa-se no protagonista
Neo uma hibridização que o faz estar em constante conflito, típico do homem pósmoderno, segundo a visão de Stuart Hall, a identidade, então, molda [...] o sujeito ao
meio. As novas (várias) identidades são, por vezes, contraditórias. A nova concepção do
sujeito se caracteriza pelo provisório, variável e problemático, alguém como não tendo
uma identidade fixa, essencial ou permanente. É uma fantasia, afirma Hall (2003),
considerar a identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente. Diante disso,
observa-se que um dos principais conflitos vividos pela personagem Neo é aceitar-se
como o Messias devido ao seu conflito de identidade. Nossa base teórica será Stuart
Hall, Angelica Höffer, Glória Maria Palma, entre outros.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Matrix
NAS LINHAS DA NARRATIVA: O PENSAMENTO HISTÓRICO NA
138
LITERATURA
Marlzonni Marrelli Matos Maurício - UFT
A relação entre a Literatura e a História, apesar de turbulenta, é deveras promissora. A
literatura é concebida como arte por parte de alguns dos críticos e teóricos literários
(podemos falar também por parte de alguns filósofos, em especial, dos pósestruturalistas), mas, não obstante, é concebida como testemunho histórico por parte
alguns dos historiadores. A priori essa questão parece-nos de pouco importância, uma
vez que essa problemática surge da divergência teórica e axiológica de campos
intelectuais distintos. Todavia, independentemente da escola literária do escritor, a
Literatura tem por intenção a apreciação do mundo externo, mesmo que pelos domínios
da ficção (as estruturas narrativas não conduzidas pelo rigor científico, ou seja, as
estruturas narrativas pautadas em perspectivas relativistas, despojadas de qualquer
compromisso para com os fatos históricos). Isso é um fator importantíssimo para o
profissional da História, pois a narrativa literária, mesmo inserida no campo artístico,
tem por finalidade produzir uma representação de uma dada realidade e/ou coisa.
Assim, devemos atentar-nos à elaboração e, por conseguinte, a apreensão das mesmas,
tendo em mente que a produção, a locução e, por fim, a análise são inerentes à narrativa
e são igualmente inseparáveis – pois é a esfera vetor truste do autor para com o seu
leitor, encadeada de um discurso/linguagem (onusto de símbolos) e formadora de
imagens e representações. Portanto, a Literatura não é mero reflexo da realidade, ela é
parte (cardinal) desta. Por fim, a proposta desse trabalho concerne pluralidade da
narrativa literária em relação com as outras áreas do conhecimento
(interdisciplinaridade). Logo, problematizar as tensões teóricas, ao contrário do que
muitos pensam, não empobrecem, ou sequer, minimizam importância da Literatura e do
literato em seu ofício. Pois a Literatura e História não se sobrepõem, mas se completam.
Palavras chave: Literatura. História. Narrativa. Representação.
A LITERATURA E O PODER NA IDADE MÉDIA
Elisangela Coelho Morais - UFMA
A observação das obras, escritas entre os séculos XII e XIII, que buscavam transmitir os
ideais da cavalaria e eram usadas como um meio de alcançar um público concentrado
nas cortes que procurava através dessas produções se reconhecer por meio da imagem
idealizada de perfeição heróica reforçada por elas. Esse ideal foi construído em
benefício da nobreza feudal que se apropria e resignifica elementos para a manutenção
de seu poder e influência. Essa classe que busca se diferenciar das demais e por isso cria
uma série de leis e regras que deveriam ser seguidos e conhecidos por todos de sua
categoria. As obras utilizadas neste trabalho fazem o papel de moralizadoras e
perpetuadoras da ordem vigente, ação essa defendida pela Igreja, estas produções são
instrumentos para incutir na mente do público valores e moldes de comportamento que
o distinguiria e o auto identificaria, além de pacificar suas ações violentas, seja pela
força de sua fala que potencializa a nobreza como ramo socialmente dominante, mas
também mantenedor da ordem, reduzindo assim o descontentamento da Igreja. As
139
narrativas seguem a modalidade literária que tem como característica principal a
valorização do espírito guerreiro e dos laços feudais, produzidas no chamado período
cortês onde a França será palco de um movimento chamado literatura cortesã, que
buscava entre outras coisas fortalecer e efetivar seu poder de classe, a região de
desenvolvimento da cortesia mostra transformações político sociais determinantes para
o crescimento cultural nos séculos posteriores. As produções desse movimento se
distinguirão pela valorização do amor e da cortesia, da formação sócio-cultural da
nobreza, além da exaltação da mulher e da sensualidade. Nota-se nessas obras que a
participação da Igreja fica menos evidente, além de serem observados também as
características e valores da cavalaria expressos em cada uma das produções.
Palavras chave: Literatura. Poder. Idade Média.
DECIFRANDO ROSA: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO CONTO A MENINA
DE LÁ
Douglas Barbosa Werneck - UFVJM
Roberto Antônio Penedo do Amaral - UFVJM
O trabalho aqui exigido é o de realizar um exercício interdisciplinar de apresentação,
análise e interpretação do conto A menina de lá, do escritor mineiro João Guimarães
Rosa (1908-1967). Publicado em sua obra Primeiras Estórias (2005), apresenta-nos
elementos narrativos literários que tangencia inúmeras áreas do conhecimento humano.
Utilizando como referencial teórico e metodológico para isto, a ontologia quebrada de
Paul Ricoer (1913- 2005) trilhando o seu itinerário hermenêutico sobre a linguagem: do
plano semântico, ao plano reflexivo e deste, ao plano existencial. Exercitando o
movimento dialético de compreensão e explicação e o de explicação à compreensão
proposto pelo hermeneuta francês, lançamos aqui, através de dicionários, léxicos,
simbologia e interpretações, à prática do que Ricoer chamou de “a dinâmica da leitura
interpretativa”, entendendo que uma obra “é mais que uma sequência linear de frases; é
um processo cumulativo, holístico” (RICOER, 1987). Rosa, apresenta-nos no conto, a
história de Nhinhinha, “E ela, menininha, por nome Maria, Nhinhinha dita, nascera já
muito para miúda, cabeçudota e com olhos enormes” (ROSA, 2005), menina de
lugarejo interiorano que possuía “poderes” sobrenaturais. Até que ponto a literatura é
capaz de fazer com que o leitor se identifique com a narrativa posta e a partir desta
identificação ele se forma e/ou se reforma enquanto ser humano? Qual a importância de
nos lançarmos a “decifrar” estes grandes artistas da literatura trazendo-os para o diálogo
com os mais diversos públicos e leitores? Essas são algumas das questões
mobilizadoras com as quais nos lançamos a este trabalho objetivando: uma
interpretação interdisciplinar e necessariamente holística do conto contemplado; à
formação de novos leitores; a apresentação da obra de João Guimarães Rosa; a
contribuição para a fortuna crítica roseana; e a formação do ser enquanto humano a
partir da sua identificação verossímil para com a obra literária.
Palavras chave: Contos. Ficções. Guimarães Rosa. Literatura.
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POESIA TRÁGICA E MÚSICA: REFLEXÕES NIETZSCHIANAS SOBRE OS
DITIRAMBOS DIONISÍACOS E O HEAVY METAL
Leonardo Silva Sousa - UFMA
Trata-se de reflexão filosófica de orientação nietzschiana sobre a relação entre tragédia,
poesia e música. Pretende-se abordar nesse trabalho o ditirambo dionisíaco, que são
hinos entoados em louvor ao Deus Dionísio, sobre o ditirambo ático que tem como
precursor o poeta Eurípides, bem como a decadência da tragédia proporcionada por este
poeta e pela tradição socrática. O espectador do ditirambo mergulha na intensa realidade
dionisíaca esquecendo-se da realidade cotidiana e imergindo-se subsequentemente na
esfera do uno-primordial. É especialmente no ditirambo dionisíaco que o homem é
conduzido a manifestar todas as suas capacidades simbólicas, com a essência de sua
natureza que se expressa por via simbólica. A crítica nietzschiana observa, contudo, que
este fenômeno tem sua morte decretada com o aparecimento do poeta Eurípides e com a
tradição socrática estendida ao longo da história seja nas artes, moral ou política. Diante
dessas reflexões, pretende-se apontar para a possibilidade um novo ditirambo a
Dionísio na contemporaneidade, ilustrando esse fenômeno artístico com a produção
musical do grupo de Heavy Metal Metallica, em especial, a canção The Call of Ktulu. A
reflexão estética ora implementada direciona-se para a tensão poética dos versos
ditirâmbicos e da sua aproximação com a tensão musical presente no heavy metal.
Evidencia-se nesta ilustração como tragédia, poesia e música se unificam em tensões
discursivas comuns.
Palavras chave: Poesia ditirâmbica. Ditirambo dionisíaco. Tensão. Música
“ELES ERAM MUITOS CAVALOS”: UMA EXPERIÊNCIA DO FORA
Maria Lúcia Souza Maciel - PUC-SP
Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário,
predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros textuais.
Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento tal como
é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência já notada,
por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das almas do
mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço para uma
experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero configura-se
mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à essa nova
linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as linguagens
artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance publicado
em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos no
reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o
diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora, se
já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de
romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por
sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do
ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma escrita
que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia blanchotiana desse
141
fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à verdade, ao real, buscamos
compreender em que medida e sob quais condições extratextuais o “romance” de
Ruffato consagra-se como experiência do fora. Destacamos sobretudo alguns aspectos:
a ausência de tempo e espaço específicos; no lugar de um, vários narradores se
misturam e confundem o leitor; o enredo é dissipado como um recurso a ampliar a
margem de abertura para situações outras; a escrita que se assimila a um aglomerado de
linguagens (receitas, anúncios de jornais, sonoridades da rua, página negra) justapostas,
situadas sobre um plano, assim como se fazia na pintura cubista. Na obra, no entanto, a
tela é a cidade de São Paulo, que funciona como uma colagem.
Palavras chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem.
MEMES E FILMES: UMA ANÁLISE INTERICÔNICA
Roberth Christian Cutrim França - UFMA
Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA
Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de produção dos discursos e do
humor do gênero discursivo memes a partir de sua relação com determinadas produções
fílmicas ou comerciais, tais como “O sexto sentido” ou uma propaganda o
“Bomnegocio.com”. Tais gêneros textuais circularam na rede social Facebook e outros
espaços enunciativos virtuais durante a Copa do Mundo, realizada no Brasil. Em outros
termos, como material de análise, tomamos recortes de alguns memes que circulam em
nosso contexto de cultura e que podem indicar essa relação dialógica e intericônica,
buscando refletir sobre a produção do sentido e, principalmente, sobre a construção do
humor presentes no gênero discursivo em análise. Buscando-se refletir sobre a
produção, circulação e recepção dos sentidos, o trabalho se inscreve em uma perspectiva
dialógico-histórica para a qual se mobilizam conceitos, tais como, dialogismo e
intericonicidade, uma vez que tais conceitos remetem ao fato de que os discursos não
acontecem isoladamente, mas em uma cadeia discursiva, em uma rede de sentidos.
Assim, consideramos as seguintes relações como constitutivas dos discursos visuais e
do ininterrupto processo dialógico entre os memes e produções fílmicas/comerciais: a
relação de imagens do filme com outras imagens, com outros textos visuais, com outros
contextos e com outros gêneros.
Palavras chave: Memes. Produções fílmicas. Intericonicidade.
SUPERMAN RETURNS: A INTERICONICIDADE NA CONSTRUÇÃO DO HÉROI
Roberth Christian Cutrim França - UFMA
Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA
Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de construção de sentido no filme
Superman Returns, traduzido para o português como “Superman - O Retorno”. Para
essa reflexão, tomou-se como objetivo de investigação o modo como se dá a relação
existente entre a narrativa de Superman returns e outas narrativas historicamente
assentadas, sobretudo a católico-cristã, isto é, objetiva-se uma buscar pistas sobre o
142
como o filme revisita uma velha história, sobretudo, a narrativa bíblica sobre a figura de
um herói messiânico e salvador (isto é, a figura mitológica de Jesus Cristo). Para isso,
tomou-se como material de análise recortes de duas cenas do filme que nos remetem a
duas imagens que circulam em nosso contexto de cultura e que podem indicar essa
relação dialógica, em outros termos, detemo-nos nos enunciados que contem o fato que
é objeto de análise, a fim de tornar visível como o texto sincrético se insere na cadeia
inter-icônica e histórica (social) que o constitui como tal. Por isso, busca-se refletir
sobre o que se esconde por trás de todo aparato tecnológico da produção
cinematográfica a partir do conceito de estrutura profunda e de “neogeneri” (novos
gêneros), desenvolvido pelo crítico Flávio René Kothe e pela crítica Anna Carla Russo,
respectivamente. Assim, consideramos a seguinte relação como constitutivas da
narrativa fílmica e do ininterrupto processo dialógico entre literatura e cinema: a relação
entre imagens do filme e outras imagens, outros textos verbais e fílmicos, outros
contextos, bem como outros gêneros.
Palavras chave: Intericonicidade. Neogeneri. Estrutura profunda. Produção fílmica.
O SUJEITO PÓS-MODERNO VISTO PELAS CÂMERAS DE TV: UMA
ANÁLISE DA SOCIEDADE DO CONSUMO NO FILME O SHOW DE TRUMAN
Sonia Regina Abreu Moreira - UFMA
Paula Fernanda Silva dos Santos - UFMA
O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre o filme O Show de
Truman a partir da idéia de sujeito pós- moderno, evidenciando seus aspectos sociais e
ideológicos e de que forma a sociedade de consumo se configura nesse cenário onde o
sujeito se torna um produto do mercado e perde sua individualidade passando a ser
objeto de consumo do próprio sistema. O conceito de pós-modernidade está atrelado a
ideia de uma sociedade pluralista e fragmentada permeada pela cultura de massa, logo
as tecnologias é quem dominam o mundo e consequentemente o homem se vê escravo
desse sistema, pois já não se valoriza o pensamento cognitivo, ele passa a ser controlado
por imagens e pelo consumismo desenfreado. Tomando como referência as questões de
cunho filosófico, literário e ideológico que o filme apresenta. Pretendemos mostrar
como a mídia e o seu poder de manipulação influenciam o comportamento das pessoas
através dos meios de comunicação, entre eles a televisão. O uso das imagens é o que
vem transformar a vida do personagem Truman em um reality show, o que configura o
próprio espetáculo da vida tão propagado pela mídia e que limita os indivíduos a
sedução que a sociedade de consumo exerce sobre estes. Tais pressupostos nos levam a
refletir sobre o vazio no qual o homem pós- moderno está submetido e, portanto se
caracteriza como sujeito que tem sua identidade fragmentada e perde sua
individualidade.
Palavras chave: Pós- modernidade. Consumismo. Sujeito.
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AS PÁGINAS DA TERRA: O INSÓLITO EM TERRA SONÂMBULA, DE MIA
COUTO
Edson Moisés de Araújo Silva - UFRN
A humanidade sempre tem a realidade como ponto de partida para a produção de obras
artísticas, mesmo quando estas são apresentadas com um aparente distanciamento
daquilo que é considerado real. Por isso, defendemos a tese de que as produções
literárias de caráter fantástico trabalham com o irreal para expor possibilidades de
compreensão da própria realidade através de eventos que poderiam ter ocorrido
(ARISTÓTELES, 2012). Nessa trilha, este trabalho analisa o romance Terra sonâmbula
(2007), de Mia Couto, sob um olhar integrativo entre as questões socioculturais e os
procedimentos discursivos utilizados na composição da narrativa. Nesse sentido,
notamos a ocorrência do insólito como uma via de mediação para alcançar um ponto de
encontro e, principalmente, diálogo entre a tradição e a contemporaneidade. É através
do discurso fantástico que a memória é trazida para elucidar e proporcionar fundação
para a realidade presente. Com tal direcionamento, apresentamos uma leitura
fundamenta na distinção entre gênero e discurso fantástico (PAES, 1985; SARTRE,
2005; TODOROV, 2012), bem como as noções do insólito ficcional (GARCÍA;
BATALHA, 2012). Com base em tais perspectivas, propomos uma leitura da produção
literária e, especificamente, dos discursos mais absurdos ou fantasiosos para uma
compreensão mais nítida de certos aspectos de nossa estrutura social.
Palavras chave: Discurso. Insólito. Narrativa.
A METAMORFOSE DOS SENTIDOS EM FRANZ KAFKA
João Margarida Evangelista Santos Filho - UFMA
Essa pesquisa tem como foco analisar a negação do sujeito pelo próprio sujeito e por
seu ambiente de assimilação. Para isso buscamos na literatura elementos que nos
possibilitem a compreensão dessa problemática. Com perspicaz tendência sur-realista a
obra A metamorfose de Franz Kafka constrói personagens que se encontram no mundo
arrebatado por suas angústias, aparentemente, sem saber que finalidades tomar para suas
vidas. Por outro lado, o insólito se constitui na narrativa como o plano onde se assentam
opiniões críticas e contestadoras. O espaço da obra é hermético, o tempo é mesclado por
sucessões cronológicas e apreensões fenomenológicas do tempo – os sonhos e as
impressões da consciência de Samsa, o que a nosso ver des-ordena as experiências dos
personagens, as quais seguem ao longo da narrativa meta-morfoseando suas impressões,
valores, credos. Nesse sentido, provocando um mergulho no mundo fantástico a obra
transita por uma narração lenta e detalhada preenchendo com suspense e agonia a
atmosfera vivenciada pelo leitor, levando-o a sentimentos de repulsa, aversão e
incompreensão que se mesclam de forma cruciante. Para fundamentar nossas hipóteses
buscamos em Freud apreender condições que possibilitam o aparecimento insólito. Em
seu ensaio “O estranho”, Freud atribui o surgimento do insólito a uma espécie de
regresso em si e à sigilosa familiaridade do fenômeno, por conseguinte, acenando não
ser este novo ou totalmente remoto.
144
Palavras chave: Franz Kafka. Experiência. Sujeito.
A FANTASIA NA FICÇÃO AMADORA ONLINE: UM ESTUDO
NARRATOLÓGICO PROPPIANO
Deislandia de Sousa Silva - UESPI
A literatura fantástica define-se como narrativas que usam magias e fatos sobrenaturais
como elementos principais, constituindo, assim, eventos que dificilmente aconteceriam
em um mundo real. Em meados do século XX houve uma crescente discussão em seu
entorno, sobretudo, a partir da publicação do livro Morfologia do Conto Maravilhoso,
de Vladimir Propp, no qual estão presentes os resultados de seus estudos nos contos
folclóricos russos. Partindo dessa concepção de fantástico, este trabalho teve por
objetivo analisar os contos amadores de fantasia disponíveis no site Recanto das letras
(www.reacantodasletras.uol.br), por entender que esses escritores já têm uma
visibilidade no meio em que se apresentam por isso faz-se necessário um estudo
detalhado do que eles escrevem. Para este estudo utilizou-se os princípios teóricos de
Propp (2010), Todorov (1939), Rodrigues (2007) autores que contribuíram para
compreensão dos conceitos relacionados à narratologia e operadores de leitura
narratológica. Desse modo, adotou-se como procedimentos metodológicos uma
pesquisa qualitativa de caráter exploratório, cujo corpus foi constituído de 30 contos
inseridos na categoria Fantasia presente no site acima citado, a fim de apreender os
principais conceitos relacionados a narratologia proppiana, observar os operadores de
leitura dessas narrativas e confrontar as estruturas encontradas nos contos selecionados
dentro do corpus supracitado com as estruturas encontradas nas teorias estudadas. A
partir da análise dos contos foi possível observar que grande parte dos escritores
amadores se preocupa em escrever seus contos segundo o conceito de literatura
fantástica, que suas narrativas possuem parcialmente as funções e esferas de ações
presentes nos estudos de Propp, que algumas das narrativas se correlacionam quanto à
temática proporcionando aos leitores a oportunidade de reflexão acerca do assunto
tratado.
Palavras chave: Literatura Fantástica. Narratologia. Ficção amadora online.
O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA, DE
GUY DE MAUPASSANT
Marcus Vinícius Souza e Souza - UVA
O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para
fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua
funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à
análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento
fantástico se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a
145
realidade. Em meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se
desenvolveu ao longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os
séculos XVIII e XI, os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi
o período em que os filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar
os fenômenos ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos
aspectos do conto enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a forma
oral a escrita, apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no conto
em apreciação. O Horla, de Guy de Maupassant foi publicado na França em 1887, nele
é narrada a história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de um estranho
ser, motivo pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa, mediante às
figuras médicas que representam à razão, em oposição a figura do protagonista. Por fim
as figuras médicas corrompem-se por antes terem certeza de que o ser descrito trata-se
de loucura e posteriormente duvidam das próprias leis do inadmissível, assim gerando
ambiguidades pela possibilidade de aceitar ou não os fatos narrados.
Palavras Chave: Conto. Fantástico. Maupassant
A REPRESENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS PELA TELEVISÃO:
UMA ANÁLISE DA SÉRIE OS COLONIZADORES
Ruan Cláudio da Silva Rosa - UFMA
O ano de 2012 foi marcado por um intenso investimento do governo de São Luís em
festividades ocorridas, por exemplo, na semana de comemoração dos 400 anos da
capital, no carnaval, no São João e na virada do ano. No transcorrer do referido ano,
houve a elaboração de uma vasta propaganda acerca do quarto centenário da cidade, na
qual há a produção de uma série de reportagens desenvolvidas pela TV Mirante,
intitulada “Os colonizadores”. Inicialmente, o processo de criação das reportagens se dá
com o envio de um grupo de profissionais para a França, que demonstraram o caminho
percorrido pelo Senhor de La Ravardiere e o processo de fundação da França
Equinocial. As reportagens foram criadas na intenção de ilustrar os vínculos existentes
entre a França e São Luís, bem como no sentindo de legitimar o discurso da fundação
francesa. Baseando-se nos conceitos de apropriação e representação, de Roger Chartier,
a proposta deste trabalho consiste em refletir de que forma a representação feita pelas
reportagens puderam ser apropriadas para a crítica ou legitimação da fundação de São
Luís pelos franceses. Considerando o debate historiográfico sobre a fundação, este
trabalho encontra-se imerso em uma reflexão que tentará compreender o lugar do
historiador na era da imagem. Além disto, no intuito de entender a relevância da mídia,
em um mundo cada vez mais caracterizado pelo culto à cultura audiovisual, usar-se-á
como base a compreensão do autor Giovanni Sartori, acerca da influência da televisão
na formação cultural do homem contemporâneo, dispostas em sua obra Homo Videns.
Palavras chave: Representação. Televisão. Fundação. São Luís.
ASPECTOS DISCURSIVOS ENCONTRADOS EM UM EPISÓDIO DE
QUADRINHO DO PERSONAGEM ZÉ CARIOCA
146
Cibele Pereira da Silva Sousa - UFPI
Adelane Brito Rodrigues - UFPI
O presente artigo visa, em primeiro lugar, fazer uma breve exposição acerca da análise
do discurso e, em seguida, analisar os aspectos discursivos encontrados em um
quadrinho do personagem Zé Carioca, criado pelo animador e cartunista norteamericano Walt Disney, durante uma visita ao Brasil. O trabalho se detém no episódio
intitulado Papagaio Letrado, que ocupa sete páginas da edição 2.397 da revista desse
personagem, publicada em 2013 pela Editora Abril. Utilizamos a teoria do discurso,
fundamentada nos pressupostos teóricos de Eni Orlandi (2007) e Helena Brandão
(2004). Desse modo, o intuito do presente artigo é apresentar algumas aplicações dos
conceitos de abordagem intersemiótica, ideologia, dispersão discursiva, interdiscurso,
memória discursiva e intradiscurso, presentes no quadrinho analisado, em comparação a
aspectos análogos observados nas produções literárias de cunho oral. Observa-se uma
possível interdiscursividade entre Zé Carioca e o personagem Macunaíma, de Mário de
Andrade, que pode ser apontado como um estereótipo do malandro carioca e,
extensivamente, do povo brasileiro. Dessa forma se estabelece uma relação com a ideia
de arquétipo do sujeito esperto e aproveitador. O que se pode concluir é que o referido
quadrinho traz em si a ideologia do autor retratada nas vozes dos personagens e
intermediada pelo discurso social, que funciona dentro de estruturas arquetípicas
comuns da Literatura Oral.
Palavras chave: Aspectos discursivos. Quadrinhos. Zé Carioca. Literatura Oral.
Arquétipo.
A MÍDIA COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: AS IMPLICAÇÕES DOS
DISCURSOS MIDIÁTICOS NA CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS E
SUBJETIVIDADES
José Eduardo Fonseca Oliveira - UFMA
Investiga-se nessa pesquisa os mecanismos de operação da mídia televisiva na
construção/constituição de sujeitos e subjetividades, utilizando-se como uma das
ferramentas de análises, os discursos. Considera-se que a mídia televisiva ao produzir
discursos, imagens, significações e representações está ensinando formas de ser e estar
no mundo, pois esses discursos se configuram enquanto saberes sistematizados. É
inegável a contribuição da mídia televisiva no aprendizado dos modos de existência e
sobre os comportamentos na sociedade contemporânea, tanto que a televisão cria e
reforça processos de inclusão e exclusão, se configurando assim como um lugar de
formação. Toma-se como principal referencial teórico nessa pesquisa, Michel Foucault
e suas análises construídas sobre a abordagem analítica dos discursos. Foucault observa
que o discurso é o espaço em que saber e poder se articulam, ou seja, nenhum discurso é
natural, ele está circunscrito a interesses políticos e comerciais que coadunam com
específicos momentos históricos. A relação dos discursos com dado momento histórico
é imprescindível no pensamento de Foucault, pois a produção do discurso é controlada,
selecionada, organizada e redistribuída por procedimentos que visam determinar o que
pode ou não ser dito em determinado momento histórico, e essa produção social de
sentidos, a partir da mídia televisiva, produz identidades. As identidades são, pois,
construções discursivas, que hoje se materializam fora dos espaços tradicionais de
147
formação, se entronizando em espaços não formais onde a televisão se configura com
um dos mais importantes. Assim, esses discursos que “educam”, “ensinam” a partir da
mídia televisiva é aquilo que Foucault denomina de governamentalidade, ou seja, o
governo de si e do outro por meio de técnicas e dispositivos que produzem identidades.
Palavras chave: Discurso. Educação. Mídia. Identidade.
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO ÍNDIO NA FOLHA DE SÃO PAULO: CASO
DO ÍNDIO GALDINO E DO ATAQUE DE ÍNDIOS A ENGENHEIRO DA
ELETROBRAS
Eline da Silva Reis Calaça Teixeira - UFPI
De acordo com Melo (2003, p. 2375) “a imagem do índio na mídia está focada em um
tema maior, relacionado à violência”, seja ele praticante ou vítima de atos violentos.
Com base nisto, dois acontecimentos que tiveram grande repercussão nos meios de
comunicação do país nos levaram a propor uma análise sobre a abordagem dada a esses
fatos levando em consideração a presença da figura do índio enquanto vítima da
violência e enquanto agressor. Neste estudo pretendemos fazer uma análise do discurso
da mídia impressa (aqui representada pelo jornal Folha de São Paulo), com o intuito de
apontar a participação da mesma no processo de construção da imagem do índio no caso
do índio Galdino e no ataque de índios a engenheiro da Eletrobras. A Semiótica
Peirceana e a Análise de Discurso fundamentada na perspectiva de Pêcheux são as
correntes teóricas que vão fornecer os recursos metodológicos que utilizaremos nesta
pesquisa com o objetivo de identificar os elementos semiótico-discursivos que nos
permitam responder a seguinte questão: qual a representação social que a Folha de São
Paulo apresenta para seus leitores sobre a figura do índio nos dois casos em estudo? O
corpus a ser analisado é composto por textos jornalísticos que se enquadrem nos
gêneros textuais reportagem e notícia que tenham sido veiculados no jornal Folha de
São Paulo no período de 21 a 25 de abril de 1997, para o assassinato do índio Galdino e
no período de 21 a 25 de maio de 2008, para o ataque de índios a engenheiro da
Eletrobras. Uma análise preliminar do corpus aponta para uma representação da figura
do índio enquanto sujeito sem voz junto aos meios de comunicação de massa. Nesse
sentido, o discurso do/sobre o índio é legitimado por outras instituições autorizadas a
falar sobre ele.
Palavras chave: Índio. Mídia. Representação social. Semiótica. Análise de Discurso.
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO PROFESSOR ATRAVÉS DO DISCURSO
MIDIÁTICO
Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA
148
O presente trabalho propõe uma discussão acerca das possíveis implicações na
construção da imagem do professor pela mídia. Como as imagens que estão sendo
pregadas pela mídia acarretam em visões depreciativas do professor? Discursos sem
fundamentos sobre a docência têm atingido a sociedade e os próprios professores que
sem argumentos não conseguem defender sua imagem. Para entendermos com se
estabelece essa relação da mídia e imagem de determinado grupo social, faz-se
necessário compreender como se compõe o discurso midiático. Segundo Rodrigues,
uma das principais características desse discurso é a sua cadeia ininterrupta, com
encadeamento de enunciados que se apresentam de forma acabada e que esconde suas
origens (RODRIGUES, 1995). Em relação à imagem do docente é possível levantar
algumas hipóteses que levam a tal construção, a primeira delas é de origem histórica e
consiste na perda do prestígio sócio-econômico da profissão ocasionada pelo processo
de desprofissionalização que ocorreu no Brasil. A segunda é a análise superficial
realizada pelos veículos comunicativos sobre a educação, os dados coletados e as
entrevistas, extremamente tendenciosas, são realizadas com especialistas de entidades
públicas com elevado nível de titulação, por isso são considerados aptos a fornecerem
esses dados, ou ainda com órgãos educacionais que fornecem dados quantitativos,
desconsiderando a realidade do trabalho do professor e propagando um discurso de
eterna desqualificação, sem propor soluções. Essa ideia de desprestigio ligada a mídia
hegemônica, resulta na construção de estereótipos sobre a imagem e atuação do
professor, que acaba sendo vista pela sociedade de modo geral, inclusive pela própria
classe. Este discurso intencional desqualifica o agente de formação por meio da mídia,
que manipula a opinião pública a favor dos seus interesses.
Palavras chave: Imagem. Mídia. Professor.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PROPAGANDAS
EMPRESARIAIS: ANÁLISE DISCURSIVA DE PROPAGANDAS DA
PETROBRAS E DO BANCO DO BRASIL
Jailiston Soares - UFMA
Jefferson Matheus - UFMA
O interesse em desenvolver uma pesquisa voltada para o discurso do desenvolvimento
sustentável surge ao ver como as propagandas empresariais mobilizam os diversos
sentidos da sustentabilidade, do crescimento econômico, do novo paradigma mundial
que rege as relações dentro do mundo dos negócios, das ideologias voltadas para uma
competitividade mercantilista. O que se percebe nesses textos que fazem circular
sentidos sobre um desenvolvimento sustentável é, dentre outras coisas, uma
preocupação por parte da sociedade civil organizada, dos governos e principalmente do
mundo empresarial, em organizar políticas voltadas para esse tema. Há atualmente, a
ideia de comunidade global no mundo, que combate por exemplo, ao racismo, à
discriminação de gênero, ao trabalho escravo e também à degradação do meio ambiente,
através das práticas do desenvolvimento sustentável, além disso, há também em
paralelo, a inquieta proposta das grandes organizações em mostrar seus trabalhos para a
sociedade em geral através das diversas mídias. Portanto este trabalho traz em sua
amplitude uma proposta de analisar o discurso, baseado nos conceitos da análise de
149
discurso de matiz francesa, ante o recorrente conceito do desenvolvimento sustentável,
que também é por vezes denominado como sustentabilidade, muito utilizado no final do
século XX e início do século XXI, cuja diferença entre esses dois termos/conceitos nos
empenharemos em explicitar ao longo do nosso trabalho. O discurso do
desenvolvimento sustentável em propagandas empresariais está muito presente na
atualidade, a análise rigorosa dos enunciados poderá dar-nos o entendimento das
ideologias presentes, visto que só através do entendimento das ideologias presentes no
discurso é que poderemos pensar em medidas que favoreçam a criação de um
pensamento pautado no linguístico, voltado para o desenvolvimento de uma sociedade
mais observadora e consciente, possibilitando que essa mesma sociedade transponha os
limites da condição imaginária imposta pelas as ideologias.
Palavras chave: Propagandas. Desenvolvimento Sustentável. Discurso.
LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO
Maria do Socorro Gomes Macedo - UEMA
Este estudo aborda práticas de leitura e produção textual escrita no ensino médio.
Especificamente, uma prática de letramento escolar realizada em uma turma de 1ª série,
de uma escola pública de Imperatriz – Maranhão. Entende-se que compreender textos
lidos como uma prática letrada equivale ao entendimento das mensagens abordadas e
possibilidade de uso de conhecimento na produção escrita e nas práticas sociais. O
objetivo deste trabalho é analisar as práticas de leitura e produção textual escrita, de
alunos do ensino médio e verificar se elas estão vinculadas à aprendizagem de forma
que contribuam para a integração da realidade do mundo com o universo do aluno. Para
a fundamentação deste trabalho apoiou-se, principalmente, nos PCN (1999), nos
Referenciais Curriculares do Ensino Médio – Maranhão (2007), nas Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (2006); em Dolz (2010), Guimarães e Kersch (2012)
e Kleiman (1989,1993, 2011). Para a pesquisa, utilizou-se o método qualitativo
interpretativista com análise documental. Os resultados revelaram que há um
distanciamento do que é desenvolvido – prática de leitura e produção textual escrita –,
da aprendizagem; das práticas dos alunos. Dessa forma, ficou evidenciada a necessidade
de realização de um trabalho, que capacite os alunos às diversas práticas sociais
letradas.
Palavras chave: Leitura. Produção Textual. Escrita. Letramento.
ATENÇÃO, CUIDADO COM OS FAPES! ELES SE DIZEM AMIGÁVEIS, MAS
NÃO SÃO
Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz - UFMA
O trabalho é baseado em uma pesquisa que explica cada um dos falsos cognatos termos de línguas distintas que possuem certa semelhança fonética e léxica - algumas
150
vezes chamados falsos amigos. Contida no título, a expressão FAPES é um neologismo
que significa “Falsos Amigos em Português e Espanhol” e avalia o desempenho dos
profissionais de comunicação, sem intenção de ter um caráter pedagógico. A pesquisa
tratou dos diversos aspectos que associam e separam o espanhol e o português a partir
do ponto de vista sincrônico-semântico. Como se sabe, o espanhol e o português são
línguas de origem latina que têm muito em comum. Talvez seja isso que permita o fácil
entendimento entre os usuários das línguas, porém pode criar grandes confusões no
processo comunicativo. Sabemos, como profissionais da área, que o nosso papel é
muito importante na hora de enviar uma mensagem aos receptores dos veículos de
comunicação, já que este processo não deve ser somente eficiente, mas também claro.
Em consequência, o que acontece quando o público desconhece a linguagem original de
um entrevistado ou quando acredita conhecê-la e a utiliza com um significado
inadequado? É aí que o comunicador deve estar bem informado e ciente das variações
semânticas que existem entre as línguas. Aproveitando a realização da Copa do Mundo
de futebol, observamos muitos comunicadores fazendo interpretações inadequadas em
relação ao texto original e outras que ficaram estranhas ao nosso ouvido, porque
simplesmente apresentam uma tradução literal das palavras, mas não das expressões em
si. Nesse sentido, a pesquisa demonstra que a utilização dos falsos cognatos representa
uma problemática importante a ser avaliada pelos profissionais de comunicação quando
da interpretação de falas do espanhol para o português e vice-versa. Também são
apresentadas listas dos falsos cognatos utilizados pelos usuários de ambas as línguas.
Palavras chave: Falsos cognatos. Semântico. Sincrônico.
O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE
LÍNGUA INGLESA
Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI
O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratório,
que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para aquisição de
título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para estudo a forma
como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino, ou seja, a
aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O propósito do
artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8° ano do ensino
fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a) professor(a) para
o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a prática de ensino
desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este objetivo se desdobra
em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD) para o ensino da língua
estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma professora acerca do livro
didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino e aprendizagem subjacente
em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será necessário aplicação de
questionário e observação da prática de ensino do professor. Fundamentados por Dias
(2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros, procuraremos compreender,
à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na utilização do livro didático, bem
como sua contribuição para a aprendizagem dos educandos.
151
Palavras chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático.
A LITERATURA ALIADA AS MÍDIAS DIGITAIS PARA O INCENTIVO DAS
PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA DENTRO E FORA DA SALA DE AULA:
UMA PROPOSTA PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Stephane Thayane dos Santos Serejo - UFMA
Fabiana Albina Borges da Silva - UFMA
Com o advento da tecnologia houve o aumento do espaço para os leitores e autores na
REDE, muitos sites contribuem para a formação de novos leitores e escritores, outros
possuem obras raras ou pouco publicadas digitalizadas e as distribuem gratuitamente,
alguns vendem livros usados a preços simbólicos, outros promovem a troca e assim por
diante. As mídias digitais fazem parte da vida e do cotidiano do homem contemporâneo,
pois tornou-se uma necessidade estar conectado a tudo e com todos, e muito dessa
comunicação acontece através da escrita, é muito comum as pessoas utilizarem as
mídias sociais para narrar suas experiências, relações sociais e pessoais. Observando
estes novos hábitos do homem e a quantidade de material literário que a internet traz
facilmente ao alcance de todos, que pensamos em analisar as vantagens dessa união de
literatura e mídias digitais para o ensino de língua portuguesa, focando nas práticas de
leitura e escrita. O objetivo é trabalhar a literatura promovendo a leitura de obras
clássicas de autores brasileiros dentro e fora da sala de aula, utilizando o livro impresso
ou digital e fazer com que os alunos escrevam, comentem, produzam resenhas das obras
lidas e as publiquem, compartilhando sua escrita, através de blogs e outras redes sociais.
Com isso apendendo-se a ler, a escrever e a pensar. Propomos falar sobre a gama de
possibilidades de leitura e consumo de literatura que a internet pode nos proporcionar,
sobre a importância da literatura para o aprendizado de língua portuguesa, pensar o
papel do professor e sua metodologia diante desta nova perspectiva de ensino e refletir
sobre como podemos inserir as mídias digitais com a função de promover e incentivar a
leitura e a escrita.
Palavras chave: Mídias Digitais. Literatura. Língua portuguesa. Leitura. Escrita.
ENSINO E APRENDIZAGEM EM AMBIENTE VIRTUAL EM
LICENCIATURA DE ESPANHOL
Maria Francisca da Silva - UFMA
O presente artigo tem como objetivo analisar os processos de leitura e construção de
conhecimento aplicados aos acadêmicos de curso de Licenciatura de Espanhol e
Literatura Hispâncas, desenvolvidas e sua implicação no processo de aprendizagem
significativa. Para atingir a tal objetivo, obedeceram-se as seguintes etapas: perceber as
práticas de leituras realizadas pelos acadêmicos em ambiente virtual; realizar um estudo
dos registros no AVA como requisito de verificação da compreensão leitora e de
152
aprendizagem durante disciplina do curso; e, analisar as intervenções docentes,
relacionando-os com os aspectos expostos por teóricos que pesquisam sobre as práticas
de leitura e aprendizagem significativa. O quadro teórico usado sobre leitura e texto
foram às autores Kleiman (2002), Kato (1997; 2010), Coracini (2002), sobre análise do
discurso e gêneros textuais Charaudeau (2009), Marcuschi (2002) e Pauliukonis (2002).
Diante das análises, destaco a relevância do sujeito que atua com acadêmicos em
qualquer nível de ensino no tocante a leitura.Urge uma constante necessidade de revisão
dos conceitos e atividades realizadas em ambiente virtual, pois o ensino, mediado pelas
tecnologias, necessitam de um novo repensar sobre o ensino e aprendizagem em
ambientes virtuais. Constato ainda, que o processo de leitura se constrói com vários
aspectos a serem privilegiados no momento da abordagem do texto.
Palavras chave: Leitura. Ambiente Virtual. Análise do Discurso. Gêneros Textuais.
CONCEPÇÕES DO PROFESSOR DE ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA:
UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO
Maria Francisca da Silva - UFMA
A identidade do professor de Espanhol como Língua Estrangeira no Centro de Línguas
Aberto à Comunidade CLAC – UFRJ, com uso do referencial teórico sobre identidade,
sujeito e ensino de língua estrangeira. O ponto de partida desta pesquisa surge na
medida em que busco entender o processo de construção identitária do professor de
Espanhol como Língua Estrangeira – E/LE. A presente pesquisa surgiu pela necessidade
de se analisar os processos identitários do professor do CLAC no ensino de E/LE. Parti
do pressuposto de que o professor do CLAC encontra-se em processo de formação e
docência, demonstrando uma identidade fragmentada e em constante estágio de
modificações, proporcionado pela dinâmica da docência e formação. Destaco como
objetivo analisar as práticas identitárias construída pelo professor de espanhol como
língua estrangeira no Centro de Línguas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A
metodologia usada foram os conceitos de identidade e sujeito relacionado ao processo
ensino de língua estrangeira, assim como, o uso da entrevista através de tópicos serviu
de suporte. A abordagem de questões identitárias requer um posicionamento sobre os
conceitos de identidades já postulados por pesquisadores como Bauman (2005),
Coracini (2007), Signorini (2006), Serrani-Infante (2007), conversam com o corpus
recolhido durante entrevista com profissional do CLAC.
Palavras chave: Identidade. Sujeito. Ensino de Língua Estrangeira.
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DA TECNOLOGIA: O USO
DO WHATSAPP COMO ESPAÇO DE MEDIAÇÃO
Rayron Lennon Costa Sousa - UFMA
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O ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil, por muito tempo, esteve estacionado em
metodologias que mais amedrontavam os alunos que ensinavam, perpassando por
métodos tradicionais, como por exemplo, o “Gramática-tradução” que mantinha estreita
relação com a “Decoreba”. Métodos esses que na visão de mundo e de ensino
significativo de Línguas Estrangeiras e não exerceram efeitos positivos sobre os alunos.
Com o advento das Tecnologias, a inserção da internet na sala de aula e o uso de
celulares que hoje são tão presentes na vida de alunos e professores observou-se uma
mudança tanto no jeito das pessoas se relacionarem entre si, como nas relações no
contexto da educação formal. Propõem-se discutir o panorama atual do uso da
tecnologia no ensino de língua estrangeira no Brasil, em especial o de Língua
Espanhola, com o objetivo de analisar os recursos tecnológicos utilizados pelo professor
de língua estrangeira, no ensino da área. Apresenta-se, para tanto, um breve histórico do
desenvolvimento das tecnologias buscando-se evidenciar possibilidades e dificuldades
de seu uso, para fins pedagógicos. Propõe-se enfocar, de modo especial, o uso do
aplicativo WhatsApp como espaço de mediação virtual de ensino de Língua Espanhola,
espaço este que vêm conquistando adeptos, que buscam a renovação de seus processos
de ensino-aprendizagem; a utilização de materiais autênticos e atualizados e o acesso a
diferentes pontos de vista no desenvolvimento, assim como da aquisição e
disponibilização de materiais diversos que contribuem com uma perspectiva mais crítica
e conectada com a sociedade atual no ensino de línguas estrangeiras.
Palavras chave: Ensino. Língua Espanhola. Tecnología.
O USO DO CELULAR EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA PARA O
ENSINO DE LÍNGUA INGLESA
Alexsandra Lins - UEMA
“As máquinas dominam as comunicações no mundo moderno. O ambiente linguístico
tem sido recriado artificialmente e o professor e o livro têm sido forçados a se
integrarem a esses novos meios de transmissão.” (Kelly, 1969). Desde os meados do
século XX, há uma preocupação com o desenvolvimento tecnológico no meio social e
como ela vem mudando o comportamento humano, impactando com antigos valores,
criando outros valores e novas tendências, além disso, a tecnologia tem se tornado
indispensável para as ciências e para o desenvolvimento educacional. No entanto, a
realidade nos mostra que o acesso a tecnologia ainda é limitado e isso também limita a
atuação do professor em sala de aula, pois o mesmo é cobrado a se atualizar e renovar
suas práticas. No ensino de Língua Inglesa, por exemplo, é de suma importância a
utilização de ferramentas que auxilie professor e aluno no processo ensinoaprendizagem, porém, o professor de línguas é um dos profissionais que mais sofre por
falta de material e acesso a ele. Partindo desse pressuposto, este trabalho tem como
finalidade propor práticas e atividades com o uso de celular e aplicativos, focando
principalmente o ensino de pronúncia nas aulas de Língua Inglesa, oferecendo ao
professor a oportunidade de inovar e ao aluno, de aprender cada vez mais.
Palavras chave: Tecnologia. Língua Inglesa. Pronúncia.
154
A LINGUAGEM DOS GAMERS – A VARIAÇÃO DIASTRÁTICA NA CULTURA
DOS JOGOS
Jefferson Mateus Silva Santos - UFMA
Jailiston Soares - UFMA
A sociedade está segmentada em diversas classes, logo, dividida em múltiplos nichos
culturais, cada um unido por um ou mais determinantes, tais como idade, sexo,
ocupação, etnia entre tantos outros que fomentam ainda mais essas divisões e interação
entre esses diversos grupos. Baseado nos estudos de William Labov e Mikhail Bakhtin,
o trabalho busca mostrar a influência que esses fatores geram no modo de falar e
expressar de um determinado grupo de locutores e a relevância para os estudos
sociolingüísticos dentro da proposta da cultura popular da internet. Usando o método de
observação em campo de pesquisa dos cybercafés (ou lan houses), o estudo é focado na
variação diastrática da linguagem dos gamers ou pessoas que tem como rotina a prática
dos jogos, sejam eles de consoles ou PC, de títulos online ou offline. O objetivo do
trabalho é gerar conhecimento das práticas comunicativas e sociais desse grupo,
evidenciando o caráter mutatório e adaptável da língua inserida dentro da rede digital de
informações e explicar as origens e transformações do vocabulário presente na rotina
dos falantes, tais como os empréstimos lingüísticos, a criação de novos vocábulos
verbais e nominais, alterações de palavras já existentes entre outros fenômenos
decorrentes e comuns dessa comunidade.
Palavras chave: Variação. Diastrática. Gamers.
MAPEANDO O NÓS E O A GENTE NA MÍDIA IMPRESSA NO MARANHENSE
Camilla Maramaldo Ferreira Robson - UFMA
No tocante à referência à primeira pessoa do plural é notório o processo de
transformação sofrido pelo português brasileiro contemporâneo. A exemplo, a
reestruturação no quadro do sistema pronominal do Português do Brasil e o
encaixamento de formas inovadoras no subsistema dos pronomes pessoais. Nesse
sentido, o emprego da forma a gente em concorrência com o pronome nós para designar
a primeira pessoa do plural tem sido tema de vários trabalhos, LOPES (1993), MENON
(1995), TAMANINE (2002), VIANNA (2006) e FERREIRA (2010) que se preocupam
com as complexas questões de natureza pronominal. Entretanto, em se tratando da
alternância nós/ a gente, é notória a escassez de pesquisas concluídas nesse âmbito nas
regiões norte-nordeste –, um dos fatores motivacionais para esta pesquisa. Portanto, sob
o enfoque teórico da Sociolinguística variacionista, este trabalho investiga a alternância
nós/a gente como forma de representação da primeira pessoa do plural no português do
Maranhão em mídia impressa no início do século XX. É sabido, pois que, no que
concerne os estudos do “nós” e do a gente com base na língua oral, está havendo uma
expansão da forma inovadora em detrimento do pronome nós para designar a primeira
pessoa do plural. Espera-se, com o desenvolvimento desta pesquisa, contribuir para uma
melhor descrição da realidade linguística do Brasil e especialmente do Maranhão.
155
Palavras chave: Mídia impressa. Maranhão. Pronomes pessoais.
OS TESTEMUNHOS HISTÓRICOS DOS CINECLUBES EM TERESINA
DURANTE O PERÍODO DA DITADURA MILITAR
Herasmo Braga de Oliveira Brito - UESPI
As abordagens que giram em torno do cinema não ficam restritas apenas aos universos
estéticos e técnicos das obras. Outros elementos apresentam-se como relevantes para o
debate sobre o cinema. Marc Ferro destaca a singularidade dos filmes como testemunho.
Testemunho esse de grande valia, pois ele não se submete ao aprisionamento de
qualquer instituição. Nem mesmo o Estado consegue domá-lo. Pensando dessa maneira
é que desde da década de 20 do século passado, mais precisamente, a partir do
movimento histórico cinematográfico do impressionismo francês, as análises sobre o
cinema deixam sua subcondição, pois eram tidos como algo menor, e passam a ganhar a
simpatia e adeptos do meio intelectual. É a partir desse momento que são iniciados a
formação de cineclubes com intuito não só de divulgação das obras, mas, sobretudo,
cultivar uma cultura cinéfila aliada à construção de uma comunidade crítica social.
Pensando assim, observamos o cinema como um importante instrumento de formação
crítica sob a égide dos cineclubes existentes no período da ditadura militar nas décadas
de 1960 e 1970. Os filmes exibidos nos cineclubes na cidade de Teresina, associados à
leitura de obras literárias funcionavam como catalisadores dos debates acerca do
contexto sócio-histórico de censura e repressão. Eles funcionavam, portanto, como
diretrizes norteadoras das discussões realizadas de oposição ao período ditatorial
brasileiro. Investigar, portanto, como se desenvolveram e como atuavam os cineclubes
durante este período conturbado da nossa história é de vital importância não só para os
dados cinematográficos e históricos, mas para perceber as inúmeras contribuições
proporcionadas no desenvolvimento das nossas elites intelectuais, como também, o uso
dos cineclubes como meios de reflexão e de enfrentamento as mazelas como o
cerceamento da liberdade.
Palavras chave: Cinema. História. Memória. Cineclubes. Ditadura militar.
WEBQUEST: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE UMA FERRAMENTA
TECNOLÓGICA MOTIVACIONAL PARA AULAS DE LÍNGUAS
ESTRANGEIRAS
José de Ribamar Carvalho Júnior - IFMA
Os avanços tecnológicos direcionados a área educacional, o vasto conteúdo
disponibilizado no ambiente da internet, a facilidade e disponibilidade de acesso
instantâneo a rede mundial de computadores proporciona um aumento significativo na
eficiência das metodologias e estratégias que buscam um jeito mais interessante de
ensinar e principalmente de aprender. Estes recursos potencializam a interação entre o
professor, o aluno e as ferramentas tecnológicas responsáveis pela sistematização deste
156
processo favorecendo também as práticas de leitura na internet. Assim, este trabalho se
propõe a apresentar os resultados de uma pesquisa realizada no IFMA- Campus São
Raimundo das Mangabeiras com alunos da 1ª série do curso de Agropecuária integrado
ao Ensino Médio com o objetivo de investigar os impactos causados pelo uso da
ferramenta tecnológica denominada WEBQUEST como fonte motivacional para prática
da leitura e escrita de gêneros digitais sendo empregada como instrumento de pesquisa
orientada na internet que visa acessar diferentes tipos de textos e contextos, motivar os
interlocutores do processo de ensino/aprendizagem, desenvolver a autonomia através da
pesquisa, promover o trabalho de autoria, dinamizar a leitura e escrita em língua
estrangeira e possibilitar que os participantes possam construir a aprendizagem
transformando informação em conhecimento utilizando para isso o regime da
cooperação e colaboração.
Palavras chave: Tecnologia. Webquest. Metodologia de ensino. Língua estrangeira.
O INSTANTE PERDIDO – VERSOS E OUTRAS HISTÓRIAS
Pedro Henrique de Carvalho Costa - CEUMA
Após o desenvolvimento das tecnologias e o avanço da internet, é possível notar que,
cada vez mais, as pessoas imprimem um “DNA” no ambiente digital, no qual, criam
relações, buscam entretenimento e desenvolvem atividades que oferecem integração e
aceitação social. Nesse contexto, mudanças culturais estão ocorrendo, principalmente,
na forma de consumo. Um dos exemplos é o caso da empresa Amazon que mudou a
forma de como compramos livros, serviços ou outros objetos. Segundo Bezos, citado
por Stone (2014, p. 20), “Não é a Amazon que está acontecendo no mercado literário. É
o futuro que está acontecendo no mercado literário”. O projeto que desenvolvemos,
atualmente, se concretiza nas redes sociais. Nele, são postados, diariamente, versos,
histórias e ilustrações produzidas por sete autores. A ideia principal é contar histórias e
descrever momentos em forma de versos, poesias, músicas e outros tipos de artes, em
perspectivas diferentes, mas que se integram no resultado final. O perfil que nasceu em
dezembro de 2013 tem, hoje, por volta de 1000 seguidores, 70% mulheres, 30%
homens, sendo a maioria (52%) da faixa etária de 18 - 24 anos. Todos esses dados
revelam que o nosso objetivo, tornar o projeto em um livro, poderá ser alcançado se
continuar prosperando e apresentando os mesmos níveis atuais de crescimento,
podendo, assim, provar que uma ideia não necessariamente depende de uma plataforma
física e que a internet pode ser uma boa solução.
Palavras chave: Verso. Ilustração. Música. Blog. Poesia.
LETRAMENTOS DIGITAIS NOS MATERIAIS DIDÁTICOS DE LÍNGUA
INGLESA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS
Adriano de Alcântara Oliveira Sousa
157
Estudos recentes envolvendo letramentos apontam novas formas. Os recursos midiáticos
têm encorajado professores a ressignificar suas práticas pedagógicas de ensino de língua
inglesa, notadamente aquelas que oferecem possibilidades de novos letramentos
digitais. Contudo, o uso de material didático com tecnologias digitais é um desafio
enfrentado por muitos profissionais da área citada acima. Desse modo, procura-se trazer
uma discussão sobre a possibilidade de utilização de mídias digitais que ampliem o
desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos aprendizes da língua alvo. Este
estudo tem por objetivo principal proporcionar uma reflexão ao professor de inglês
sobre o seu fazer pedagógico de agente produtor de materiais de ensino de leitura e
escrita que possam ser adaptados ao contexto e a necessidade dos seus alunos para
melhorar as referidas habilidades lingüísticas. A partir de uma revisão da literatura,
exploraremos ideias para criar materiais de ensino de língua inglesa que possam
promover o desenvolvimento do aprendizado aproveitando as vantagens das tecnologias
digitais (MOTTERAM, 2011; WARSCHAUER, 1998; TOMLINSON, 2011, entre
outros). Por fim, faremos uma reflexão sobre o uso de mídias digitais consideradas
como não didáticas (realia), mas que podem ser transformadas em materiais didáticos
para o ensino da língua inglesa e também o efeito provocado por esses materiais na
motivação do aluno.
Palavras chave: Tecnologias Digitais. Materiais Didáticos. Ensino de Língua Inglesa.
A PERSONAGEM INFANTIL E O INSÓLITO NA NARRATIVA
CINEMATOGRÁFICA O LABIRINTO DO FAUNO
Lenice da Silva Andrade - UFPA
O presente trabalho é produto do subprojeto As personagens infantis em narrativas de
catástrofe que está vinculado ao projeto de pesquisa Representações da Infância em
Narrativas da Catástrofe. Temos por objetivo analisar a constituição do protagonismo
infantil e a presença do insólito na narrativa cinematográfica “O labirinto do fauno”.
Acompanhamos a história de Ofélia, garota delicada e sonhadora de 13 anos, que viaja
com a mãe, Carmen, grávida de alto risco, para um posto militar ao norte do seu país, a
Espanha. A narrativa se passa na década de 1944, no fim da guerra civil espanhola, mas
os guerrilheiros ainda lutavam pelo fim do regime fascista. Chegando ao local, a menina
encontra Vidal, cruel capitão do exército franquista, novo marido de Carmen e que não
sente afeto algum pela enteada. É através de Ofélia que o insólito é instaurado na
narrativa, pois ela ao encontrar um labirinto onde reside um fauno, passa a viver entre
dois mundos. O insólito vai estar presente, consistindo em uma marca evidente do plano
do maravilhoso, mas contudo ele não fica restrito ao plano do maravilhoso, ele acaba
por invadir o plano histórico. No desenrolar dessa missão, Ofélia desloca-se
constantemente entre a realidade sangrenta imposta pela ditadura franquista e sua
realidade individual, localizada no interior da guerra.
Palavras chave: Insólito. Personagem. Infância.
158
MONSTROS EM SUAS AÇÕES E APARÊNCIAS
Rennoly Grisnen Marques de Sousa - UFPI
Este trabalho pretende analisar os personagens Dr. Victor Frankenstein e sua criação
(sem nome), do livro Frankenstein da escritora inglesa Mary Shelley, para buscar
identificar em que aspectos tais personagens podem ser considerados monstros tanto
pela visão estética (na qual monstro é aquela criatura que tem a aparência feia e causa
sensação de estranhamento ao ser humano) quanto pelas ações praticadas por eles (que,
em sua maioria, são pecados e/ou vícios humanos elevados ao extremo, como a ira, a
vaidade, a ambição etc.). Como ponto de partida desse trabalho, iremos apresentar
algumas definições do que é um “monstro”, que características físicas tornam um ser em
monstro e que ações podem ser consideradas monstruosas. Outra etapa será entender a
utilidade do monstro em uma obra literária, o que eles representam e sua importância. A
partir desse ponto analisaremos as características dos personagens, Dr. Frankenstein e a
sua criatura, e veremos se suas aparências e suas ações são, de fato, monstruosas. E por
fim, o entendimento do papel desses personagens, (um cientista tentando criar vida e um
ser ou monstro criado a partir de seus experimentos), será de grande importância para
observar a função do monstro na literatura num contexto de progresso cientifico muito
rápido, como estava ocorrendo na sociedade inglesa do século XIX.
Palavras chave: Monstros. Frankenstein. Ações Monstruosas.
TOLKIEN E SUAS INFLUÊNCIAS PRA A CRIAÇÃO DO MUNDO
FICCIONAL NO ROMANCE O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO
ANEL
Nayara Rocha Mendonça - UFPI
Este pôster tem por objetivo analisar a caracterização da Terra-Média realizada por J. R.
R. Tolkien em O senhor dos Anéis: A sociedade do anel a partir do contexto sóciohistórico em que o autor viveu, identificando os possíveis elementos dessa época no
romance. O gênero de fantasia é dominado por sua forma medievalista, especialmente
desde o sucesso mundial da trilogia O Senhor dos Anéis do escritor, professor e filólogo
britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J.R.R. Tolkien. A narrativa
do romance ocorre em um tempo e espaço imaginário, denominado de Terra Média, que
é um mundo fictício inspirado no contexto histórico-social em que o escritor estava
inserido, mais especificamente, numa Europa mitológica – o lugar é habitado por
humanos e por outras raças: Elfos, Anões e Orcs. Tolkien nomeou este lugar a partir da
expressão do inglês moderno, Middle-Earth (Terra-Média), derivado do inglês antigo,
Middangeard, o reino onde os humanos vivem na mitologia Nórdica e Germânica. Os
dados foram coletados através do estudo e análise de fontes documentais capazes de
fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema, e análise e discussão dos dados.
Com esta pesquisa, espero contribuir para uma melhor compreensão da literatura
159
fantástica e sua importância para o mundo da literatura através da obra O senhor dos
Anéis: A sociedade do Anel, de Tolkien.
Palavras chave: Terra-Média. Influências. Literatura Fantástica. J.R.R. Tolkien. O
Senhor dos Anéis.
PERCEPÇÕES DE PIBIDIANOS NA SUA FORMAÇÃO PRÉ-SERVIÇO
Liama Samme Freitas da Silva - UFPI
Este pôster tem por objetivo analisar a contribuição do Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação à Docência (PIBID) na formação de docentes de Língua Inglesa na escola
estadual Unidade Escolar Professor Joca Vieira, em Teresina (PI). O PIBID tem por
objetivo contribuir para a formação de futuros docentes através da sua participação ativa
no contexto escolar. Visa à valorização do profissional através de experiências
vivenciadas pelos mesmos durante sua formação, possibilitando uma reflexão de como
as teorias precisam ser associadas com a prática. (Cf. UFPI, 2014). O interesse por essa
temática surgiu em função da necessidade de acompanhar e analisar até que ponto o
PIBID beneficia o docente em pré-serviço ao proporcionar experiências em sala de aula
a partir do momento em que os alunos ingressam no Projeto. Na realização da
abordagem teórica, utilizei os seguintes teóricos: Almeida Filho (1999); Abrahão
(1999); Rodrigues (2007) e Cavalcanti e Moita Lopes (1991). Esta pesquisa é de caráter
qualitativo porque se enquadra nas normas metodológicas de natureza social, que
requerem uma observação dos participantes para melhor compreender o contexto
pesquisado. Apresentarei minhas reflexões a partir das análises dos dados coletados
através de questionários semiestruturados. Nos questionários, os participantes refletiram
sobre a influência das experiências vividas como bolsistas do PIBID em sua formação
como professores de línguas. Espero que a análise desenvolvida venha a contribuir para
uma melhor reflexão sobre a formação do profissional de ensino de línguas em préserviço.
Palavras chave: Formação em pré- serviço. PIBID. Língua Inglesa.
O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE
LÍNGUA INGLESA
Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI
O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratório,
que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para aquisição de
título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para estudo a forma
como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino, ou seja, a
aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O propósito do
artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8° ano do ensino
fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a) professor(a) para
160
o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a prática de ensino
desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este objetivo se desdobra
em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD) para o ensino da língua
estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma professora acerca do livro
didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino e aprendizagem subjacente
em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será necessário aplicação de
questionário e observação da prática de ensino do professor. Fundamentados por Dias
(2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros, procuraremos compreender,
à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na utilização do livro didático, bem
como sua contribuição para a aprendizagem dos educandos.
Palavras chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático.
O USO DA LUDICIDADE NA AQUISIÇÃO LEXICAL NO ENSINO DE
LÍNGUA INGLESA NA MODALIDADE EJA
Tatiana Ribeiro Mendes da Silva - UFPI
Este pôster tem o objetivo de analisar a contribuição da utilização de atividades lúdicas
em sala de aula na aquisição lexical em Língua Inglesa de alunos da Educação de
Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública localizada na cidade de Timon do estado
do Maranhão. Na tentativa de observar o desenvolvimento no processo ensino –
aprendizagem de língua inglesa com alunos da modalidade EJA com relação aos jogos
didáticos aplicados em sala, procuramos responder ao seguinte questionamento: Quais
as contribuições que os jogos Memory Game, Bingo, Hangman, Mime game, Who am I?
e Board game trazem para a aquisição de vocabulário na língua inglesa desses alunos?
Como embasamento teórico para este estudo temos: HUIZINGA (2010); SZUNDY
(2005), CASTILHO E TONUS (2008), RODRIGUES (2007), BERNABEU E
GOLDSTEIN (2012), SANTOS (2008), MENHING (2005) e MOLINA (2007). A
metodologia utilizada para estudo é de natureza qualitativa com aspectos quantitativos,
onde se inclui também a pesquisa-ação. Apresentarei algumas reflexões elaboradas a
partir das observações e análise dos dados obtidos através de questionários objetivos e
semiestruturados respondidos pelos alunos da escola pesquisada. Esperamos que esta
pesquisa proporcione oportunidades de ressignificação do ensino de língua estrangeira
com adultos ao se tratar do estudo de vocabulários e a da ludicidade como um fator
crucial no processo ensino-aprendizagem.
Palavras chave: Aquisição lexical. Língua Inglesa. EJA. Lúdico.
A COR PÚRPURA: RELAÇÕES CULTURAIS
Lorena Oliveira Neves - UFPI
Amanda Karoline Batista Lages - UFPI
161
O presente artigo visa identificar e relacionar as diferenças entre Raça, Etnia, Identidade
e Hibridismo Cultural estudados na disciplina Etnia e Diversidade Cultural na Literatura
Norte-Americana, com base na literatura de minoria, que aborda produções de grupos
marginalizados dentro da sociedade americana (nativos ou estrangeiros). Dentre elas
estão compreendidas: a literatura afro, a nativa, a hispano e asiático-Americana
ministrada pela professora Sharmilla O’hanna Rodrigues da Silva, na Universidade
Federal do Piauí. Como forma de exploração e explicitação dos conceitos vistos e acima
mencionados, selecionamos como embasamento de pesquisa a obra “A Cor Púrpura”
escrita pela autora norte-americana Alice Walker (1982), se configurando como uma
das obras mais conhecida da literatura afro-americana e, por conseguinte da autora
citada. Ao observarmos a mesma, associamos os conceitos dispostos com a vida dos
personagens focando principalmente na personagem Celie, considerada a principal da
estória e utilizamos tais conceitos para dar responsabilidade aos fatos trágicos ocorridos
na vida dos personagens. No trabalho, ao mesmo tempo em que essas associações
discorrem pelo texto, explicitaremos os fatos na narrativa. Concluímos a partir disso que
as reflexões dos aspectos propostos nos fizeram compreender o porquê de determinadas
atitudes no âmbito da obra que ainda estão enraizados na nossa sociedade, tais como o
preconceito racial, de gênero, o machismo e abusos físicos.
Palavras chave: A Cor Púrpura. Raça. Etnia. Identidade. Hibridismo Cultural.
A ÉCRITURE FÉMININE NA OBRA MRS. DALLOWAY DE VIRGINIA
WOOLF: REFLEXÕES SOBRE A VOZ DA MULHER MODERNA NA
SOCIEDADE
Brenda Lima Pereira - UFPI
Este pôster tem o objetivo de analisar a écriture féminine na obra “Mrs. Dalloway” de
Virgínia Woolf. A écriture féminine é um termo desenvolvido pelo filósofo francês
Jaques Derrida, que dá uma esperança à escrita das mulheres ao propor uma escrita
essencialmente feminina na qual a mulher poderia desprender-se da linguagem
masculina e expressar-se de forma livre, libertando seu pensamento, sentimento, opinião
e a sua voz. Para isso buscamos refletir sobre a construção da escrita feminina na obra
“Mrs. Dalloway”, pois nela Virginia Woolf trata do papel da mulher na sociedade
utilizando uma linguagem escrita propriamente feminina. Sob a luz das teorias das
francesas Simone de Beauvoir e Hélène Cixous, procuramos entender como a escrita
feminina ganha voz na obra desta autora. A escolha de “Mrs. Dalloway”, uma das obras
mais conhecidas da autora, deve-se ao fato de que Virginia Woolf desenvolve através da
técnica literária peculiar do fluxo de consciência, que tenta reproduzir no texto o
complexo processo do pensamento, uma crítica sobre a sociedade aristocrática da época
e, principalmente, trata do papel da mulher inserida nessa sociedade utilizando uma
linguagem escrita essencialmente feminina. Essa escrita tão peculiar faz de Virginia
Woolf uma precursora do feminismo no século XIX.
Palavras chave: Écriture feminine. Mrs. Dalloway. Virginia Woolf.
162
O APOLÍNEO E O DIONISÍACO NO TEATRO MODERNO DE TENNESSEE
WILLIAMS
Thiago Victor da Silva Oliveira - UFPI
Neste trabalho propomos refletir sobre a maneira que as personagens Blanche e Stella
DuBois da peça: Um bonde chamado Desejo de Tennessee Williams são apresentadas,
partindo de um aporte filosófico, utilizando conceitos consagrados por Nietzsche,
Apolíneo e Dionisíaco, trazendo uma nova perspectiva ao drama americano do século
XX, aproximando os universos de Tennessee Williams e Nietzsche gradualmente
através de perspectivas antropológicas, morais e psicológicas. Nosso objetivo é de
mostrar a possibilidade de uma fusão de horizontes; o que propomos é um diálogo entre
as duas áreas de pesquisa, tentando entender a obra em questão por uma ótica
diferenciada, levando em consideração o contexto histórico de produção da obra e os
aportes teóricos que apresentamos quanto aos conceitos Nietzschianos supracitados e à
historicidade do termo Tragédia. Buscamos instigar o leitor a indagar se os “tipos” das
personagens em questão estão próximos de sua realidade, possibilitando a ele uma
reflexão de sua posição no mundo, e se a “tragédia do homem comum” é tão dolorosa
quanto qualquer outra. Através das análises e reflexões feitas notamos uma confluência
de ideias entre o teatro de Tennessee Williams e a primeira fase da filosofia de
Nietzsche, que é fortemente destacada ao usarmos os conceitos Apolíneo e Dionisíaco
como chaves de leitura, percebendo a silhueta há muito perdida do herói trágico.
Palavras chave: Tragédia Moderna. Tennessee Williams. Nietzsche. Apolíneo.
Dionisíaco.
A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL NO TELESPECTADOR
CONTEMPORÂNEO ATRAVÉS DA SÉRIE GAME OF THRONES
Ana Carolina Sousa Araújo - UFPI
Nayne de Amorim Melo - UFPI
No contexto da sociedade medieval regida pelo sistema feudalista, surgiu uma
instituição feudal denominada “cavalaria medieval”, formada por cavaleiros da nobreza
que deveriam seguir um código de cavalaria. Os ideais “cavalheirescos” foram
incorporados pela literatura, sendo esses caracterizados principalmente pela coragem e
honra dos cavaleiros, vistos como guerreiros honrados que faziam o possível para seguir
o código. O cavaleiro medieval é admirado por sua conduta até os dias atuais e a
sociedade medieval ainda chama a atenção por suas peculiaridades. É possível encontrar
recursos atuais tais como filmes, séries, livros, jogos, entre outros, que possuem o
cenário centrado na Idade Média. Um exemplo recente do cenário medieval é a série
intitulada “Game of Thrones”. Esta, por sua vez, possui características marcantes do
período medieval tais como cavaleiros, relações feudalistas, monarquia, batalhas,
divisão de classes, entre outros aspectos. A partir desse pressuposto viemos por meio
desta pesquisa analisar a primeira temporada da série “Game of Thrones” a fim de
verificar se há e como estão apresentados os aspectos da sociedade e literatura medieval
com foco nos ideais cavalheirescos abordados na literatura do período em questão, e a
163
partir desse estudo observar como é construído o imaginário medieval para o
telespectador contemporâneo através da série.
Palavras chave: Código de cavalaria. Cenário medieval. Game of thrones.
LITERATURA X CINEMA: UMA ANÁLISE DETALHADA SOBRE HARRY
POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN
Renata de Paula Mury - UFPI
Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva - UFPI
É sabido que desde o surgimento do cinema, livros foram uma fonte inspiradora para a
indústria cinematográfica, onde suas histórias tentam ser recontadas de forma mais fiel
possível a fim de agradar os leitores/espectadores. Tratando-se de versões e adaptações,
é praticamente impossível transformar um livro em um filme que seja cem por cento
fiel, já que na maioria das vezes, a produção de determinadas cenas e detalhes são de
difícil reprodução, o que por vezes faz como que os fãs sintam-se insatisfeitos com o
resultado das adaptações. De acordo com Stam (2006), o termo para adaptação enquanto
“leitura” de um livro, sugere que qualquer texto pode gerar uma infinidade de leituras,
que serão inevitavelmente parciais, pessoais, conjunturais, ou com interesses
específicos. A saga Harry Potter (J.K. Rowling) é um fenômeno literário infanto-juvenil
que surgiu na segunda metade dos anos 90 e que logo chamou atenção de produtores
cinematográficos, que obtiveram os direitos de adaptação do primeiro livro pouco
tempo após seu lançamento. Ao longo de uma década, todos os livros foram
reproduzidos no cinema, sendo que nem todos conseguiram seguir sua respectiva versão
literária no que diz respeito à fidelidade. O que mais se aproximou de tal fato foi o
terceiro livro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, cujo presente trabalho o usará
como foco, analisando minuciosamente fatos mencionados no livro e filme e
observando similaridades e diferenças entre ambos.
Palavras chave: Cinema x literatura. Versão e adaptação. Intertextualidade.
TRADUÇÃO E PERDA DE IDENTIDADE DO AUTO NO PROCESSO DE
LEGENDAGEM
Thalita Cardoso Desidério de Sousa - UFPI
O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de produção de legendas no
Brasil (Inglês-Português) em filmes de cinema e séries de TV e verificar de que modo
elas colaboram para a manutenção ou alteração dos significados do texto de partida.
Verifica-se como ou que fatores fazem com que a tradução perca a ideia original do
texto nas traduções audiovisuais; isto é, estuda-se o processo de produção de legendas e
como eles influenciam nos mecanismos de manutenção e alteração dos sentidos do texto
original. Para isso, utiliza-se, principalmente, as ideias de Roman Jakobson e Lawrence
Venuti para compreender melhor as definições de tradução, bem como de Lina
164
Alvarenga e Vera Lúcia Santiago Araújo que discorrem minuciosamente sobre o
processo de legendagem e outros autores que discutem esses assuntos. Na tradução
audiovisual (legendagem/dublagem) inúmeros fatores influenciam o ato tradutório. Há
fatores como aspectos culturais e de cotidiano, personalidade e outras informações que
devem ser levadas em consideração, mas que esbarram nas limitações impostas na
tradução. A legendagem, por exemplo, impõe dois limites básicos, o número de
caracteres que cabem na tela e o tempo de leitura necessária, proporcional ao número de
caracteres. Ao se produzir legendas deve-se ter o cuidado de calcular o número de
caracteres da legenda de acordo com o tempo disponível.
Palavras chave: Tradução. Legendagem. Filmes. Seriados.
RÁDIO E SUAS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS E SOCIAIS
Rosinete de Jesus Silva Ferreira - UFMA
Propomos discutir o rádio e suas possibilidades de inserção em plataformas que vão além
das ondas hertizianas, ou seja, a mídia rádio em um contexto de transformação que inclui
som, voz e imagem. Esse novo contexto em que o veículo se insere apresenta nova
perspectiva de narrativa, gênero, interação, território e visual. Por consequência desse
momento radiofônico a nossa proposta é também compreender o lugar de memória do rádio
no mundo atual.
Palavras chave: Rádio. Memória. Tecnologia.
RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES: ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS
DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA.
Juara Castro - UFMA
A comunicação pretende analisar como a mídia sonora – rádio – no ciberespaço é
reconfigurada de forma a não ser apenas audível, mas também visual. Essas produções
radiofônicas não são tão fluídas como as tradicionais e acabam fazendo do discurso do
rádio uma memória para meio, que atualmente baseia-se ainda mais na recepção,
agregando imagem e som. Utilizando o conceito de fato social de Durkheim e Chartier
(1988) que considera um mesmo material escrito, lido ou encenado possui significados
diferentes dependo do suporte midiático, da época e da comunidade em que acontece.
Dessa forma, o imaginário e as representações sociais em torno do rádio mudaram ao
longo do tempo. O rádio, por exemplo, atravessa uma crise de identidade, pois não
podemos reconhecê-lo e classificá-lo apenas por um suporte técnico. De certo, esta
mídia sonora vive um momento de continuidade e descontinuidade, onde vários
formatos de programas entram em desuso e outros emergem, tornando o rádio não só um
reprodutor sonoro, mas consolidando uma linguagem dita “efêmera” como memória
social. Os paradoxos pós-modernos que tribalizam o ciberespaço tornando-o um âmbito
165
de necessidades passionais e afetivas fazem emergir uma segmentação da produção
radiofônica que expõe uma diferente territorialidade na Internet. No processo de
socialização e dessocialização do sujeito frente à cultura participativa, o rádio representa
este trânsito entre a busca pelas informações banais ou de utilidade pública que
caracterizam essa nova ordem social e consumidora.
Palavras chave: Discurso. Memória. Rádio.
WEBRÁDIO OU RÁDIO WEB? HÁ DIFERENÇA?
Jefferson Saylon Lima de Sousa – UFMA
Webrádio ou rádio web? há diferença? Graças a esse questionamento presente nos
encontros e rodas de estudo e pesquisa sobre o novo cenário do rádio surgiu a proposta de
discutir sobre o processo de produção e consumo do rádio digital a partir da existência das
duas nomenclaturas (rádio web – webrádio), atentando para o (s) novo(s) formatos que
estão disponíveis na internet. A proposta buscar entender porque alguns teóricos fazem
usos distintos para essas duas expressões, quando que em sua maioria buscam falar sobre
essa prática virtual de transmissão de áudio via streaming. Propomos discutir o rádio e suas
possibilidades de inserção em plataformas que vão além das ondas hertizianas, ou seja, a
mídia rádio em um contexto de transformação que inclui som, voz e imagem. Esse novo
contexto em que o veículo se insere apresenta nova perspectiva de narrativa, gênero,
interação, circulação, produção de conteúdo e território visual. A web aponta um
diferencial para o contexto de produção do rádio? Há novas linguagens envolvidas nisso?
Esses são questionamentos que podem ajudar a responder a questão inicial sobre a
diferença entre webrádio e rádio web, além de apresentar mais formas de se analisar essa
nova vertente midiática pertinente ao processo da cibercultura.
Palavras chave: Rádio Digital. Web Rádio. Rádio Web.
RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES: ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS
DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA
Polyana Amorim Chagas - UFMA
A comunicação pretende analisar o ciberespaço enquanto novo espaço de produção
radiofônica, focando nos aspectos que compõem este território, as práticas sociais
estabelecidas e relações identitárias que se formam.
Palavras chave: Rádio. Cibersspaço. Práticas Sociais. Relações Identitárias.
ASPECTOS DA CONDIÇÃO URBANA NA POESIA DE EUCANAÃ FERRAZ
166
André Pinheiro - UFPI
Não é preciso muito esforço para perceber que a obra do poeta carioca Eucanaã Ferraz tem
uma configuração eminentemente urbana. Com efeito, uma rápida leitura já é suficiente
para mostrar que a cidade constitui o seu mais relevante objeto poético. Melhor ainda, a
cidade desempenha a grandiosa função de organizar toda a sua expressão lírica. Sempre
ligados à representação de uma experiência de vida, os espaços citadinos presentes na obra
de Ferraz transmitem a sensação de ser um objeto demasiado íntimo. Em outra linha, o
poeta costuma empregar o espaço como uma espécie de resistência às normas do sistema
dominante. Assim, a própria cidade passa a ser encarada como imagem da subversão de
uma ordem. Evidentemente, com um panorama urbano tão denso e variado, a cidade
acabou se transformando em um objeto de grande expressividade poética. Dessa forma, o
principal objetivo deste trabalho é fazer uma análise da condição urbana presente na lírica
de Eucanaã Ferraz, privilegiando um tipo de abordagem dialética que busca vincular
questões de ordem social ao tecido estrutural do texto. Pretendemos mostrar que a variada
representação da cidade operada pelo poeta corresponde ao desejo de captar a totalidade
dos fatos urbanos. Nas mãos de Eucanaã Ferraz, cada pequeno espaço representado
corresponde à vivência de uma sociedade inteira. Dor, medo, felicidade, tradição,
tecnologia, saudade, miséria... tudo pode ser captado através de um componente espacial.
Palavras chave: Condição Urbana. Abordagem Dialética. Poesia.
MEU POVO, MEU POEMA – AS MUITAS VOZES DE GULLAR SOB A
PERSPECTIVA PÓS-COLONIALISTA
Bárbara Laís da Silva Negreiros - UFPI
Nesta apresentação, por meio de uma discussão acerca da perspectiva pós-colonial como
práxis e de abordagens relacionadas à literatura calibanesca, analisa-se a poesia de Ferreira
Gullar e suas múltiplas vozes para a identificação do pobre – que aparece, ora como pessoa
de pobreza metafísica, ora pobreza material – e da indigência nordestina, em um viés que
passa por obras nas quais essas temáticas se manifestam de maneiras diferentes; sendo estas
obras: Romances de Cordel (1960); Luta Corporal (1975); Poema Sujo (1975); Na
vertigem do dia (1980). O contexto teórico que será utilizado como embasamento irá se
utilizar de diálogos e conceitos vistos nas obras de Retamar (Todo Caliban); Edward Said
(Reflexões sobre o exílio e outros ensaios); Stuart Hall (A identidade em questão e Quem
precisa de identidade?) e João Luiz Lafetá (Nas dimensões da noite); propondo debater
acerca da definição de cânone – também sob a perspectiva política -, ainda relacionando-os
à produção do autor e principalmente perceber como a abordagem desses temas sociais,
entre outros, avançam e amadurecem durante o percurso que irá das obras engajadas da
década de 60 até a sua particularização poética pós-exílio, o que apropriadamente, de
maneira inversa, propõe e/ou expõe exatamente a voz de seu povo através de seus poemas.
Palavras chave: Engajamento. Cânone. Literatura calibanesca.
167
DESSACRALIZAÇÃO E RISO EM CAIM, DE JOSÉ SARAMAGO
Carolina de Aquino Gomes - UFPI
O romance Caim se enquadra, de acordo com Ana Paula Arnaut, numa terceira fase da
produção literária de José Saramago, caracterizada como a dos romances fábulas, em que
se percebe na narrativa uma comicidade mais englobante e por consequência uma maior
leveza tanto na escolha dos temas quanto no modo como o relato é construído. Em Caim,
Saramago apresenta uma visão bem humorada e dessacralizadora de algumas narrativas
bíblicas, revisitando episódios que se confrontam com a tradição cristã, tornando o discurso
cômico e, por vezes, questionador da conduta divina. Desde a revisitada história da
expulsão de Adão e Eva do paraíso, pode-se perceber que Deus é retratado de forma mais
humana. Para esse efeito, o autor mantém, sobretudo, uma linguagem cômica que leva os
leitores ao riso ou ao estranhamento do sagrado retratado por Saramago. Perante esse
quadro, propõe-se uma análise dos efeitos cômicos em Caim, de José Saramago, com base
nos três conceitos de comicidade trabalhados por Henri Bergson, como os cômicos de
situação, de palavras e de caráter. Ao verificar a maneira como o riso ácido de Saramago
recai sobre as tradicionais histórias bíblicas, percebe-se um efeito discursivo que confirma
a célebre máxima de Molière, “ridendo castigat mores”, pois o riso leva o homem a refletir
criticamente diante da realidade e a repensar pontos de vista ético-morais.
Palavras chave: Comicidade. Discurso. Literatura Portuguesa.
A FOTOGRAFIA DO UNICÓRNIO: PÓS-MODERNISMO EM ENSAIO SOBRE A
CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO
Jeymeson de Paula Veloso - UFPI
O presente trabalho objetiva realizar uma leitura do romance Ensaio sobre a cegueira
(1995), do escritor português José Saramago buscando demonstrar a presença do
paradigma estético-literário do pós-modernismo dentro da obra. Para tanto, utilizaremos os
estudos teóricos de Jean-François Lyotard, Fredric Jameson, Andreas Huyssen, Stanley
Aronowitz, Stuart Hall, dentre outros, para discutir a pós-modernidade como um novo
momento sócio-político-cultural. Posteriormente, estreitamos o debate para o estudo do
pós-modernismo como um novo momento na seara estético-cultural, nos apoiando nos
trabalhos de Linda Hutcheon e Ana Paula Arnaut, apresentados em contraponto à crítica de
Terry Eagleton. Fundamentado nos teóricos citados, abordaremos as características pósmodernistas identificadas em Ensaio sobre a cegueira, tais como: a narrativa
autorreflexiva; a mescla genológica entre ensaio e romance; a crítica aos metarrelatos
(Ciência, Razão e Religião); a aproximação entre cultura elitista e cultura popular; a
intertextualidade e a questão dos excêntricos. Verifica-se que o conjunto dessas
características, embora abordadas separadamente, estão intimamente entrelaçadas,
concorrendo para a fragmentação da narrativa e para sua leitura como uma obra pósmodernista. O trabalho basear-se-á, eminentemente, em pesquisa bibliográfica com análise
interpretativa da obra e aplicação dos conceitos que versam sobre o tema em questão a fim
168
de demonstrar a plausibilidade da leitura do romance pelo viés do pós-modernismo.
Palavras chave: Pós-modernidade. Paradigma estético-literário. Literatura Portuguesa.
UM LIVRO DE OURO: O PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA HISTÓRIA EM
CIDADE LIVRE, DE JOÃO ALMINO
Jhonatas Geisteira de Moura Leite - UFPI
Este trabalho objetiva analisar o papel da memória no processo de ressignificação da
história da formação de Brasília em Cidade Livre, quinto romance de João Almino. Para
isso, a pesquisa baseia-se nos estudos sobre a força das representações históricas na ficção,
de Chartier (2011), nos trabalhos sobre a produção do conhecimento histórico, de Jenkins
(2013), e no conceito de memória, de Le Goff (2003). A partir dessas contribuições,
averigua-se, pois, as conexões de ordem histórica e de natureza ficcional nas
reminiscências da infância do protagonista, João Almino, nos relatos e anotações no Livro
de Ouro do seu pai adotivo e nas informações dadas pelos seguidores de seu blog, que
participam no processo de construção do pano de fundo da narrativa. Dessa forma, a
pesquisa constata, sobretudo no romance, que nenhum relato consegue resgatar o passado
tal qual ele era e que o passado que se conhece é sempre condicionado pelas impressões
pessoais no presente. Portanto, a história está constantemente sujeita a um processo de
ressignificação, uma vez que, como se pode perceber na obra, sobretudo nos discursos de
João Almino e de seu pai, assim como o sujeito é produto do passado, ele, o passado
conhecido (a história), é artefato do sujeito.
Palavras chave: Memória. Discurso. Ressignificação.
REFLEXÕES ACERCA DO HISTÓRICO E DO FICCIONAL NA OBRA
MEMORIAL DO CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO
Karine Costa Miranda - UFPI
José Saramago, escritor português, tem de modo assinalado o histórico e o ficcional
fundidos em vários de seus textos, como Memorial do Convento (1982), A jangada de
pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989) e O ano da morte de Ricardo Reis
(1984), entre outras narrativas. Assim sendo, ele acaba por incumbir-se da História,
ficcionalizando-a e levantando questões tão pós-modernas quanto as consideradas por
Linda Hutcheon em seu estudo Poética do pós-modernismo. Este trabalho pretende
elucidar alguns questionamentos acerca da obra Memorial do Convento, no que se refere
aos limites entre a ficção e a história. A fim de perceber as características pós-modernas
que permeiam a obra em estudo, propõe-se pensar o romance em questão como
memorialístico, a partir dos estudos de Jacques Le Goff, e como metaficção historiográfica,
por meio dos estudos realizados por Linda Hutcheon. Em Memorial do Convento os fatos
169
históricos são ficcionalizados com o intuito de desestabilizar as verdades consideradas pela
História oficial. Saramago apresenta em seu texto personagens consagrados pelo discurso
histórico, assim como vão surgindo figuras que protagonizam o texto, contribuindo para
revelar a necessidade de reescrever o passado. Desse modo, objetiva-se, ainda, atestar a
importância da memória no processo de revisitação da História de Portugal.
Palavras chave: Memória. História e Ficção. Saramago.
O REGIONALISMO UNIVERSAL DE CINZAS DO NORTE, DE MILTON
HATOUM: UM CONSTRUTO LITERÁRIO
Maria de Jesus Castro de Oliveira - UFPI
O objetivo deste trabalho é analisar os recursos utilizados para propiciar a passagem do
regionalismo ao universalismo na obra Cinzas do norte, de Milton Hatoum, verificando a
importância do regionalismo universal do autor. Na obra existe uma representação da
cultura original do Brasil, especialmente da cultura do norte do país (amazônica, paraense,
acreana etc), com seus mitos, lendas e modos de ser particulares, mas estes temas não estão
na obra mencionada como uma saída para as culturas erudita e/ou de massa, mas como um
caminho, uma alternativa tão relevante, verdadeira e útil quanto qualquer outra forma de
ver o mundo. Na obra Milton Hatoum não coloca o regional como se fosse mais importante
do que os conflitos gerais das culturas. Não é um regionalismo ideológico, mas sútil, que
aborda temas tipicamente humanos e mostra uma Manaus que cresce desordenadamente,
sendo uma área com várias culturas, com diferentes formas de ver e entender o mundo,
com conflitos familiares, pobreza, exploração, preconceitos, questões políticas, ditadura,
devastação da floresta etc. Numa realidade que emula outras cidades e regiões brasileiras.
A literatura de Milton Hatoum chama atenção para o universalismo das diferenças, para o
regionalismo universal da cultura humana e, consequentemente, da cultura brasileira.
Palavras chave: Cultura. Universalismo. Regionalismo.
O OUTRO EU COMO INIMIGO: O HOMEM DUPLO DE SARAMAGO E SUA
ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA
Sharmilla O’hana Rodrigues da Silva - UFPI
Certo dia, ao assistir a um filme recomendado por um amigo, o professor Tertuliano
Máximo Afonso percebe-se idêntico a um dos atores, Antonio Claro. Após se encontrarem,
“trocam” suas vidas por alguns instantes, mas um acidente torna a permuta permanente.
Este é o enredo de O homem duplicado, do português José Saramago, publicado em 2002.
Sendo assim, o objetivo deste artigo é analisar Enemy, adaptação para o cinema do citado
romance, a partir da temática do duplo, metáfora da perda de identidade. A pesquisa é
dividida em etapas, nas quais discutimos a teoria presente no texto de Saramago e
verificamos as transformações realizadas na passagem do texto escrito para o audiovisual.
170
A adaptação é um processo de reconstrução textual em que o indivíduo insere suas
interpretações e experiências. Além disso, recursos técnicos exigem cortes na estória e
permitem efeitos diversos. Logo, a versão fílmica de O homem duplicado se configura
como uma leitura diferente – neste caso, do diretor canadense Denis Villeneuve. Por fim,
acredita-se que as artes não se repelem, mas se completam e que a proximidade entre elas
contribui na reprodução e na reconstrução de significados. Ainda que produtos de
narrativas reconhecidas e assimiladas, as adaptações são obras autônomas e originais, de
linguagens diferentes, que comunicam de formas diferentes.
Palavras chave: Adaptação Cinematográfica. Duplicidade. Literatura Portuguesa.
PLANOS E PROFUNDIDADES IMAGÉTICAS EM MARGEM DE MANOBRA, DE
CLAUDIA ROQUETTE-PINTO
Tiago Barbosa Souza - UFPI
A segunda parte do livro Margem de Manobra, de Claudia Roquette-Pinto – No agora da
tela – é composta por poemas que se relacionam a cores, pintura, fotografia, e esboçam
mundos íntimos em meio à correria, à violência e ao turbilhão de emoções encontrados nas
outras partes da obra. Esses poemas narram acontecimentos através de uma visualidade, da
montagem de figuras de certa forma paralisadas, como que arrebatadas, imagens
congeladas, iminentes ou consequentes. Numa plasticidade radiante e visualmente
marcante, em que se sobrepõem diversos elementos, como sobre uma tela, vai-se
construindo no poema uma coesão imagética. Esses elementos já não se detêm na
superfície da forma, mergulham na ideia: tempo, sentimentos, histórias e personagens
encontram profundidade nessas telas, como espectros refletidos numa superfície. É o que se
observa em poemas como “Em Sarajevo”, na superfície do qual são depositadas imagens
que deixam entrever outras histórias, situam os acontecimentos reportando a contextos
desconexos em tempo e espaço, de modo que as figuras que antes se posicionavam em
mosaico agora parecem se encontrar umas dentro das outras. Este trabalho propõe discutir a
relação imagética observada na obra de Roquette-Pinto, com base em estudiosos como
Fredric Jameson, em contraponto às formas de padronização do homem na
contemporaneidade.
Palavras chave: Visualidade. Poemas. Imagem.
HERDEIRO GLOBALIZADO DO REGIONALISMO: GALILEIA, DE RONALDO
CORREIA DE BRITO, NEORREGIONALISTA ‘GLOCAL’?
Wander Nunes Frota - UFPI
Apesar de negar veementemente que sua obra seja herdeira do regionalismo ou
representativa do neorregionalismo, Ronaldo Correia de Brito surge no romance em 2008,
com o premiado Galileia, sob os auspícios do grande selo editorial Alfaguara, da editora
Objetiva, do Rio de Janeiro, já tendo tido bastante êxito com seus contos e sua dramaturgia.
171
Escritor de origem cearense radicado no Recife, médico psiquiatra, dramaturgo e contista
premiado no Brasil e no estrangeiro, Correia de Brito continua vivendo no Recife, enquanto
seus livros viajam o Brasil e o exterior. Como quase todos os autores da safra
contemporânea, Correia de Brito não vive exclusivamente da literatura que produz e sente
desprezo para com a crítica que o identifica e rotula, sem seu consentimento, ora como
“regionalista” ora como “neorregionalista”. O presente trabalho não polemiza seu
“regionalismo” propriamente dito, mas sim, busca uma compreensão sócio-histórica do
pejo sobre o termo “regionalismo” em Galileia, ao identificar algumas passagens da obra
nas quais se nota a posição do autor, através de seus personagens, se apresentando
claramente contrária a uma visão do regional em meio aos topoi “globalizados” expostos
por narradores que já saíram do sertão e que voltaram. Portanto, o presente trabalho
procura mostrar como e entender por que o romance Galileia justifica o desdém de seu
autor à crítica literária que o coloca simplesmente como “regionalista” e/ou
“neorregionalista”, como para apagar os merecidos e inquietantes rastros de “glocalismo”
em sua obra, vividos por meio de seus personagens.
Palavras chave: Regionalismo. Neorregionalismo. Glocalismo.
UMA POÉTICA DA MEMÓRIA: UMA LEITURA DE SAUDADE, DE DA COSTA E
SILVA
Maria Daíse de Oliveira Cardoso - UESPI
A poética de Da Costa e Silva, escritor nascido em Amarante-PI, é marcada, visivelmente,
pelo registro das reminiscências dos momentos vividos na infância, entre outras
lembranças. Essa escrita dacostiana possibilita uma análise pelo viés da memória, tendo em
vista que é possível averiguar a relação entre o discurso ficcional da literatura e a realidade
vivida pelo autor piauiense. Em específico, no poema “Saudade” é recorrente a
representação de imagens que evocam a terra natal, os ritos religiosos da mãe, a prática do
vaqueiro, os aspectos geográficos de Amarante e outros. O sujeito lírico busca reter o
tempo passado por intermédio dos registros escritos, evocando os comportamentos e
ambientes de sua infância. Esses aspectos são perceptíveis não somente pelo encadeamento
– relação semântica – das palavras, mas pela própria estrutura do poema, a exemplo da
construção do ritmo poético, fato que nos auxilia na compreensão do intercâmbio entre
memória e poesia. Partindo dessas ideias, o presente trabalho objetiva analisar a relação
entre os registros memorialistas e a escrita poética. Almeja-se também compreender a
representação das imagens projetadas na construção do discurso poético e, por fim,
verificar os elementos estruturais que compõe a tessitura do poema. Como pressuposto
teórico, utilizaremos os conceitos elaborados pelos seguintes estudiosos; Maurice
Halbwachs (1990), Le Goff (2012), Alfredo Bosi (2000), Antonio Candido (2006), Octávio
Paz (2012).
Palavras chave: Memória. Estruturação poética. Da Costa e Silva.
172
IMPORTÂNCIA DO CONTO ORAL NA TRANSMISSÃO DA CULTURA
REGIONAL EM SALA DE AULA
Camila Magalhães Linhares - UFPI
Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI
Tiago Barbosa Souza - orientador - UFPI
A cultura popular costuma se constituir de elementos próprios de sua tradição. Há muito
tempo a identidade dessa cultura é propagada e difundida através da oralidade, em forma de
narrativas. Este trabalho tem como objetivo avaliar os resultados da abordagem do conto
oral em sala de aula como meio de introduzir e debater diversos assuntos e instigar a
curiosidade dos alunos sobre a história e a cultura da região Nordeste do Brasil. Propõe-se a
aplicação de atividades de compreensão e produção de textos de cunho oral em sala de aula,
seguida da reflexão dos resultados em relação aos gêneros da cultura oral. Através desse
método, espera-se que os alunos possam aprender sobre o folclore, costumes e tradições que
permeiam o local onde vivem. De acordo com pesquisadores como Duarte e André (2008),
em experiências feitas em sala de aula, “pudemos perceber que as crianças de nove a
quatorze anos gostam de ouvir contos de literatura infantil lidos em voz alta. Quando a
história é boa, os alunos cessam a agitação para ouvir”. Dessa forma, além de uma
ferramenta de envolvimento dos alunos, o conto provoca a difusão da cultura de um povo
em seus diferentes aspectos e leva-nos a refletir sobre sua importância e o valorar não só
como documento histórico, mas como processo evolutivo do pensamento humano na sua
formação identitária, constituindo assim, uma excelente ferramenta para a educação, não
apenas por ser relativamente curto e de fácil compreensão, mas pelo arsenal de informação
que eles trazem.
Palavras chave: Conto. Oralidade. Cultura regional. Ensino.
A TERCEIRA MARGEM DO RIO: REPRESENTAÇÃO POÉTICA DAS INTERFACES
EXISTENCIAIS DO HOMEM
Francisca Marciely Alves Dantas - UFPI
O presente estudo objetiva analisar o conto “A terceira margem do rio” (1962) do escritor
João Guimarães Rosa por meio de uma abordagem interdisciplinar entre Literatura e
Filosofia. Inserido na publicação das “Primeiras Estórias” (1962), o referido conto permite a
visualização da condição humana e seus anseios em uma perspectiva existencialista. Nesse
sentido, orientado pelo princípio da liberdade, Sartre enfatiza que o homem está condenado a
ser livre e tem que arcar com as consequências advindas de suas decisões. O confronto
existencial, condensado a partir do processo de escolha, causa no ser estranhamento e
conflito engendrando interrogações que o lançam ao embate de si por si mesmo. Tema
discutido desde a Antiguidade, partindo da filosofia socrática, a responsabilidade do homem
diante das suas escolhas contempla um estágio autêntico do “viver humano”, desvendando a
condição plena de existir. E são esses vislumbramentos existenciais que perfazem o percurso
ontológico do homem que serão elucidados através da postura dos sujeitos ficcionais frente
173
às situações-limite que lhe são impostas, deflagrando o que podemos caracterizar de
subjetivismo ontológico do ser. Com o intuito de se alcançar o objetivo aqui proposto serão
utilizadas as obras O ser e o nada (2008) e O existencialismo é um humanismo (2007) do
filósofo francês Jean-Paul Sartre.
Palavras chave: Conto. Existencialismo. João Guimarães Rosa.
NARRATIVAS MEMORIALÍSTICAS E A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE NO
CONTO O ESPELHO DE MACHADO DE ASSIS
Vanessa Gonçalo de Sousa - UESPI
Este trabalho visa à relação entre a memória individual e o processo de construção da
identidade coletiva no contexto social inserido no conto o Espelho escrito por Machado de
Assis. Neste conto a narrativa não é linear, o narrador inicia em terceira pessoa e em seguida
em primeira pessoa, registrando uma narrativa memorialística do personagem Jacobina que
em primeiro momento é narrador em segundo é o próprio personagem. Por meio dessa é
possível uma análise e a construção da identidade individual conforme grupos sociais e a
duplicidade desta no espelho. No próprio conto afirma que o ser humano possui duas almas,
uma voltada para o interior e a outra para exterior, este jogo de antíteses é representado pelo
espelho. A análise do conto será dialogada com Stuart Hall (2001), Woodward (2000) e
Ricoeur (2012), pois estes não veem a identidade como unificada e sim constitui da
descentralização do ser conforme as forças externas e característica do contexto social
inserido. Pois conforme Ricoeur (2012) a memória garante a continuidade temporal do ser
constituindo a identidade e Hall (2001) em que o movimento do homem não é unificado,
homogêneo e idêntico, mas que se fragmenta por diversas culturas como resultados de
mudanças estruturais e institucionais.
Palavras chave: Memória. Identidade. Espelho.
ARTE, NARRATIVA E ÉTICA: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA CRÍTICA À
(PÓS)MODERNIDADE NA LITERATURA DE LEON TOLSTOI E MARTIN BUBER
Samir Araújo Casseb - UFMA
Bárbara Duarte de Souza - UFMA
O escritor russo Leon Tolstoi define arte não apenas como um vetor para o prazer, um consolo
ou entretenimento, mas sim como força propulsora do bem, da fraternidade, da ética, do
progresso e do aperfeiçoamento do homem. Neste sentido, o pensamento de Tolstoi acerca da
arte, nestes tempos de cegueira ética e de regressão estética em um mundo desencantado tal
como diagnosticado por Max Weber, Walter Benjamin e Theodor Adorno, coloca-a como um
meio pelo qual se é capaz de promover a resistência não-violenta e a retomada do sentido da
vida; atinente a este pensamento, a socióloga Kátia Mendonça considera a arte como
experiência estética e como experiência ética. Para discutirmos a relação entre arte e ética
aqui apresentada consideramos a literatura, a arte-narrativa do filósofo Martin Buber, pois,
174
como define Newton A. von Zuben, a existência dialógica é considerada o fenômeno central
da obra de Buber e sua contribuição para uma ontologia da vida humana, neste sentido, as
histórias dos Rabis hassídicos dos séculos XVIII e XIX coligidas por Buber tonaram-se
referência para o existencialismo contemporâneo já que elas retomam a percepção de um
olhar ontológico para a Relação, para o Encontro Dialógico do homem com a natureza, com o
Outro e com a espiritualidade. Portanto, a arte-narrativa buberiana, aquém do individualismo
contemporâneo, desvela da penumbra das relações instrumentais cotidianas o homem como
ser dia-logal e inter-humano, e nesse sentido, torna-se uma referência estética/ética de
fomento da paz através da arte.
Palavras chave: Arte. Narrativa. Ética. Leon Tolstoi. Martin Buber.
INTERDISCURSO E MEMÓRIA DISCURSIVA NAS PRODUÇÕES TEXTUAIS
DOS ALUNOS DO PROJETO ENTRETEXTOS
Camila Tavares dos Santos - UFMA
Vanessa de Jesus Araújo - UFMA
Ilza Galvão Cutrim - orientadora - UFMA
Mônica da Silva Cruz - orientadora - UFMA
O texto escrito, enquanto componente da esfera comunicativa, é constituído essencialmente
por mecanismos dialógicos que incidem, segundo uma perspectiva bakhtiniana, no constante
diálogo de um texto com outros que o precedem. Dessa forma, o interdiscurso e a memória
discursiva são meios que reforçam esse diálogo e, por se constituírem de elementos
indispensáveis para a produção textual, apresentaremos neste trabalho uma análise de contos
produzidos pelos cursistas do projeto de extensão da UFMA, Entretextos. Objetivando
fortalecer o interesse dos alunos pela escrita e leitura e entendendo a linguagem como
interação inscrita no social, o Projeto Entretextos atende a alunos da rede pública de ensino
oferecendo oficinas de leitura e produção de textos abrangendo gêneros textuais diversos.
Para efeito de análise, dentre as atividades realizadas no decorrer das aulas sobre o gênero
conto, uma foi escolhida por se destacar pela articulação e estruturação dos enunciados
tendo por parâmetro o gênero proposto. Por meio desta análise, pôde-se observar que os
alunos, enquanto sujeitos inseridos em um contexto histórico-social, apresentam em suas
produções discursos que permeiam seu cotidiano, expressos principalmente pelo meio
midiático, como o discurso da moda e da beleza para regerem o sentido e a argumentação de
seus textos dando às produções caracteres interdiscursivos.
Palavras chave: Conto. Gênero textual. Interdiscursividade. Memória discursiva.
IDENTIDADE E MEMÓRIA: A CONSTITUIÇÃO DO NEOREGIONALISMO
LITERÁRIO BRASILEIRO ATRAVÉS DAS PERSONAGENS FEMININAS NA
ESCRITURA DE FRANCISCO DANTAS
Gisele Morais Alves –UESPI
175
Herasmo Braga de Oliveira Brito – UFRNJ/UESPI
A problematização social brasileira passa a compor as narrativas dos romancistas dos anos
30 e 40 do século XX. (CANDIDO, 2006). A partir do Realismo e do Naturalismo
problemas sociais começaram a despontar. Atribui-se assim ao escritor nesse momento uma
função social, e as obras por serem verossímeis são inseridas em um contexto cultural
machista. As personagens femininas não tiveram participação protagonista na maioria das
obras. Sendo assim, suas direções nas narrativas estavam atreladas às normas masculinas e
não havia autonomia delas nas personagens femininas. Porém, a partir das produções de
novas obras regionalistas que passam a configurar o novo regionalismo brasileiro a partir
de 1970, as personagens acompanham as mudanças sociais ocorridas nos últimos tempos e
elas passam a exercer não só as funções protagonistas nas obras, mas também uma
participação autônoma dentro dos enredos. Um ponto a ser considerado reside no fato que
essa presença da autonomia da personagem feminina nas obras do Novo Regionalismo
Brasileiro nos ajuda a perceber que houve a ampliação não só da presença, mas
intensificação das problematizações sociais nas produções literárias brasileiras sem
conduzir com isso, perdas nas qualidades das obras. O objetivo dessa pesquisa é Investigar
a configuração do novo regionalismo brasileiro a partir da autonomia das personagens
femininas e os aspectos da urbanidade tomando como ponto de partida a produção de
Francisco Dantas nos romances, Coivara da Memória, Os Desvalidos e Cartilha do
Silêncio. Nessas obras há uma grande autonomia das personagens femininas no
enfrentamento das questões sociais impostas. Assim, o propósito de pesquisa versa sobre a
constituição desse neoregionalismo brasileiro através das ações que se desenvolvem dentro
do cenário urbano com a autonomia feminina frente ao poder do patriarcalismo imposto
pela sociedade.
Palavras chave: neoregionalismo. Identidade. Memória. Autonomia feminina.
O RESGATE DA MEMÓRIA AFRODESCENDENTE NA OBRA SOL SANGUÍNEO
DE SALGADO MARANHÃO
Ingrid Ravelly Soares da Silva - UESPI
Silvana Maria Pantoja dos Santos - UESPI
Durante muito tempo a mão de obra negra movimentou a economia brasileira. Foram mais
de trezentos anos de escravidão, sofrimento e de luta pela liberdade. Em Sol Sanguíneo,
Salgado Maranhão remonta a trajetória dos negros no Brasil de forma poética através de
uma dicção arraigadamente pessoal, sua marca registrada, resgatando, assim, a memória
afrodescendente. Através do uso do domínio da linguagem, artisticamente recriada pelo
autor, do tratamento das formas fixas e livres, da capacidade de expressar com sutileza e
precisão linguísticas sentimentos e percepções da realidade das coisas, da existência humana
e da sociedade o autor trata das questões sociais de uma forma verdadeira e poética. Diante
disso, o trabalho em questão busca apontar dentro da obra as características que marcam a
176
ressignificação da memória afrodescendente na obra Sol Sanguíneo utilizando como base a
noção de memória coletiva elencada por Maurice Halbwachs(2004) que determina como
memória coletiva as lembranças de um povo ou sociedade e que são transmitidas através das
gerações, articulando e localizando as lembranças em quadros sociais comuns. A obra em
questão dá subsídios suficientes para a realização de tal análise, pois traz questões sociais
envolvendo a cultura afrodescendente após a chegada dos africanos no Brasil, Além disso,
há também a busca pelo resgate histórico da época em que a escravidão era vigente no
Brasil.
Palavras chave: Memória. Discurso. Literatura afrodescendente.
CORPOS SUBJUGADOS EM CORDÉLIA, A CAÇADORA E NA PENUMBRA:
CONTOS DE SÔNIA COUTINHO
Elimar Barbosa de Barros - UESPI
Algemira de Macedo Mendes - UESPI
Este trabalho visa analisar os contos “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra” publicados no
livro Os Venenos de Lucrécia (1978) da escritora baiana Sônia Coutinho a partir dos
pressupostos teóricos da crítica feminista e das relações de Gênero. Nessa obra a autora
convida o leitor a penetrar nos bastidores de universos familiares e entrar em contato com
personagens que sobrevivem a traumas e conflitos interiores advindos ora da convivência
com o outro - um outro de conduta humana discutível - ora das próprias incertezas diante das
escolhas de vida. Numa escrita marcada por lacunas, sussurros e gemidos, Sônia Coutinho
personifica tipos humanos em situações conflituosas, promovendo reflexão sobre decepções
amorosas, frustrações íntimas, perversão, sensação de solidão ou abandono. Nos contos em
análise, muitos desses conflitos são evidenciados e, em contextos enunciativos diferentes, é
possível identificar, em relevo na escrita de ambos, a subjugação do corpo feminino como
um elemento de similitude que marca a trajetória de personagens femininas na urbi brasileira
apresentada nesses dois contos, nos quais a memória traz a lume marcas de dor e desejo de
transformação. Para fundamentar essa análise, nos apoiaremos nas teorias desenvolvidas
por: Perrot (2012), Saffioti (2004), Bourdieu (2010), Butler (2003), Bakhtin (1990), Branco
(1991) Foucault (2013), Izquierdo, 2004, Levi (1990), dentre outros.
Palavras chave: Sônia Coutinho. Corpo. Subjugação.
NOVAS ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INTERACIONAIS NO
MEIO VIRTUAL
Juara Castro - UFMA
Bruna Almeida - UFMA
Analisa-se a mídia rádio suas transformações sociais e tecnológicas estabelecidas a partir
177
do advento das tecnologias e do conceito de convergência proposto por Henry
Jenkins (2008), em seu livro Cultura da Convergência. De acordo com o autor, a partir do
cruzamento entre as novas e velhas mídias, o produtor e o consumidor passam a interagir
de maneira inesperada. O produtor transforma o papel comunicacional verticalizado e o
espectador passa a consumir um conglomerado de produtos midiáticos. É nesse momento
que a pesquisa nos interessa. Com o avanço da popularização da internet, as mídias
começaram a passar por um o processo de adaptação e sinestesia para as redes sociais. Se
antes havia o pensamento que com a revolução digital as novas mídias iriam substituir as
antigas o pensamento da convergência acredita que as novas e as antigas mídias vão
interagir cada vez mais e de forma complexa. É visível o papel da oralidade nos meios
audiovisuais, e hoje, todos os meios utilizam os recursos disponíveis para a construção da
sua memória. Dito de outra forma, nossa investigação está em torno das transformações
relacionadas ao contexto de produção, ou seja, o surgimento de modos diferenciados de
gêneros e conteúdo, assim como compreender novos hábitos de consumo que envolve os
produtos radiofônicos no ambiente virtual.
Palavras chave: Convergência. Rádio. Internet. Memória.
O DISCURSO POÉTICO DE NAURO MACHADO
Érica Pontes Moreirab - CAPEM
Nauro Machado nasceu em São Luís no dia 02 de agosto de 1935. Suas poesias têm como
objetivo expor o homem na sua substância, o indivíduo em foque. O mesmo mostra o
homem, no seu interior, retratando suas angustias e como este vive ao meio de todas essas
situações que o rodeiam. Vai identificar o ser como nunca dantes revelado, sondando através
dos recônditos da alma humana, numa perspectiva psicológica e para isto utiliza-se da
memória para compreender o ser em questão, utilizando também o monólogo que é expresso
através do seu discurso. Abordar-se-á também neste, a crítica fenomenológica, visto que esta
é a que mais se adéqua no escritor, pois traz consigo a busca pela existência do ser, como o
autor se coloca na obra e quais são as inferências que fazemos do texto. Utilizando-se do
escritor Maurice Halbwachs que retrata a memória; Terry Eagleton e Salvatore que tratam
do fenômeno da fenomenologia. Nos poemas de Machado observa-se que o mesmo opta
pela vinculação entre a sua sensibilidade e a realidade histórico –social da sua época e do
seu meio. Uma característica permanente em sua obra é a de revelar a verdade existencial do
ser, utilizando para isto seus poemas que se movem em uma esfera de incertezas e angustias,
revelando suas origens e voltando para si mesmo, sendo que poesia e mundo se envolvem
revelando o homem através da palavra. Há uma permanência em sua temática pelo
desespero, por saber as verdades do mundo, dos problemas filosóficos –existenciais da vida
e da morte, da contestação das coisas, ou seja, do seu estado, manifestando sua angustia
através das suas indagações que são vistas em todo o seu discurso poético. Percebe-se na
obra de Nauro três temas mais importantes na sua composição: DEUS, MORTE E SEXO.
Palavras chave: Discurso. Poesia. Homem.
178
O PROBLEMA DO TRÁGICO NO ROMANCE CONDUZIDO PELO TEMA DO
ADULTÉRIO
Rafhal Borgato - UNESP
O gênero romance encontra o apogeu de sua forma no século XIX, por meio do estilo de
representação crítico-analítica da realidade desenvolvido por Gustave Flaubert a partir de
Madame Bovary. O tema do adultério tornou-se, então, o centro das atenções não apenas
por meio deste autor, mas também de seus contemporâneos, como Eça de Queiroz, Thomas
Hardy, Alexandre Dumas Filho e Liév Tolstói. Com isso, é trazido à discussão o papel
reduzido da mulher no modelo de sociedade burguesa e, através do elemento trágico,
compõe-se um painel das contradições da sociedade em questão. Tal forma de composição
foi posta em segundo plano durante a primeira metade do século XX, período de
questionamento das possibilidades de representação mimética da literatura e das formas
tradicionais dos gêneros literários. No entanto, os anos finais do século XX e início do
século XXI, com sua multiplicidade de formas (herança, justamente, dos questionamentos
do início do século passado), traz novamente à tona formas de representação que pareciam
sepultadas pelos muitos “ismos” do início do século XX. Proponho discutir a questão da
retomada dessa forma de representação mimética na obra do escritor americano
contemporâneo Jonathan Franzen, atendo-me mais especificamente ao livro Liberdade.
Neste romance, é posto em cena o tema do adultério, que, dessa vez, não se constitui como
elemento trágico (desvelador das contradições da sociedade burguesa em seu auge), mas
como um gatilho para a discussão do cenário atual das relações familiares na sociedade
ocidental. Estabeleço uma comparação entre o romance de Franzen e a forma da
representação em Anna Kariênina, a fim de traçar um paralelo entre a concepção da
narrativa mimética no século XIX e no século XXI.
Palavras chave: Tolstói. Franzen. Trágico.
AS CONCEPÇÕES DE AMOR NA OBRA O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Edilene Ferreira de Sena - UECE
Júlio César Dinoá do Nascimento – UECE
O presente trabalho trata as concepções de amor na obra Ensaio Sobre a Cegueira do
renomado escritor português José Saramago. Abrange alguns aspectos humanísticos que
estão a se perder na contemporaneidade com o advento das fortes influências do capitalismo,
aspectos como amor matrimonial entre um homem e uma mulher, amor maternal na
ausência de uma mãe biológica, da beleza interna, a compaixão e o amor pelo ser
desconhecido, a luta pela felicidade, etc. Tenta-se expor de forma comparativa partes do
livro como situações que realmente poderiam vir a ocorrer, demostrando que a humanidade
perdeu drasticamente aspectos e sentimentos para que pudessem minimamente serem
nomeados como humanos. Dessa forma, As concepções de amor na obra o ensaio sobre a
cegueira proporciona uma reflexão sobre o amor e a relevância desse sentimento para a
sociedade que visa principalmente o externo e as aparências, trazendo à tona que ser um ser
humano não é ser meramente biológico, mas humanístico e racional. O ser como ser deve
179
antes de tudo agir como tal para que possa ser auto denominado ser humano. A vida e sua
vivência não se restringe a quase nada, mas o nada pode ser ressaltado como o amor, o
princípio básico para nossa sobrevivência e de terceiros.
Palavras chave: Amor. Concepções. Cegueira.
MENINO DE ENGENHO E O ENGENHO DO ROMANCE AUTOBIOGRÁFICO
Joyce Rodrigues Silva Gonçalves - UFMG
Este artigo pretende analisar a obra Menino de Engenho, de José Lins do Rego a partir do
estudo das características do gênero autobiográfico e das narrativas de memórias. O trabalho
pretende ainda utilizar outros romances autobiográficos do autor, mais especificamente os
que compõem o ciclo da cana-de-açúcar (Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo, Usina e
Fogo Morto), em que José Lins se aproveita de sua própria experiência para elaborar suas
produções literárias. A obra Meus Verdes Anos também será evocada para fazermos um
paralelo entre autobiografia e ficção autobiográfica. Essas obras do autor datam da década
de 1930, quando alguns escritores, os da segunda fase modernista, enveredaram suas obras
por caminhos regionalistas, arraigados às terras de suas origens. Meio avesso aos colegas
engajados no movimento de 1922, os modernistas de 30 trilharam por uma tendência telúrica
em busca de uma verdadeira essência nacionalista: a vida simples e retratada com forte tom
realista. Enquanto a semana de arte moderna buscou uma libertação artístico-literária, o
romance de 30 consolidou essa busca. Alguns escritores que se destacaram na década nessa
fase estavam diretamente relacionados com a política e as questões sociais. Outros
preferiram uma literatura mais descontraída e por vezes intimista, como o fez José Lins do
Rego, o que não exclui a representação de mazelas sociais dos engenhos pintados em suas
obras, ainda que de forma velada, sutil. José Lins do Rego utilizou em suas representações
literárias sua própria experiência de vida. As obras selecionadas serão analisadas a partir do
viés memorialístico, em que se pretende identificar, ou pelo menos inferir, o que é
experiência vivida e o que é representação literária, ou ainda, o complexo recurso que é a
ficcionalização partindo de uma experiência vivida.
Palavras chave: Menino de Engenho. Autobiografia. Memória. Ficção.
O USO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA COMO SUPORTE
PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA: POSSIBILIDADES E
DESAFIOS
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
Geovana Oliveira Araujo - UFMA
O presente trabalho surgiu a partir de observações feitas em sala de aula com relação ao
desenvolvimento da oralidade dos alunos nas aulas de inglês, percebendo que os alunos
180
pouco praticavam fora da sala de aula e o grande contingente de alunos em sala não
propiciava um acompanhamento mais próximo da maioria, decidiu-se fazer uso de algo que
estivesse próximo da realidade dos mesmos, entrou em cena os celulares e câmeras
portáteis como suporte pedagógico. Tendo em vista esta introdução tecnológica, decidiu-se
pesquisar que impacto teria o uso dos novos recursos. Desta forma a pesquisa objetiva: 1)
analisar como o aluno recebe e faz uso das novas tecnologias em sala de aula, 2) mensurar
o avanço conseguido pelos alunos ao longo de dois períodos tendo contato com as novas
ferramentas pedagógicas e, por fim, identificar que tipos de atividades os alunos mais se
adaptaram ao longo desses dois períodos utilizando tecnologia em sala de aula. A
metodologia utilizada foi o estudo de caso, do tipo etnográfico tendo como instrumentos de
coleta de dados a observação que foi de forma sistemática e assistemática e a análise
documental. Como a pesquisa ainda se encontra em andamento, pode-se perceber um
ganho acentuado no que diz respeito à pronúncia das palavras e a desenvoltura com
atividades que levassem em consideração a complexidade em que as pessoas vivem e se
comunicam no dia a dia.
Palavras chave: Ensino de línguas. Tecnologia educacional. Suporte pedagógico
GÊNERO E SEXUALIDADE EM REDE: UM ESTUDO ACERCA DAS
SOCIABILIDADES ENVOLVENDO A FIGURA DA MULHER NA ERA DIGITAL
Maria Leonara Oliveira - UFMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA
A grande rede dispõe de recursos multimídia onde usuários podem discutir assuntos dos
mais diversos gêneros, dentre eles, cultural, política e atualidades, possibilitando novas
formas de sociabilidade e comunicação entre os indivíduos. O presente trabalho tem por
objetivo analisar a figura feminina no espaço virtual, partindo de estereótipos criados,
muitas vezes depreciativos, do preconceito gerado dentro dessa rede, desvalorização da
figura feminina e análise das postagens que emergem dos textos publicados. O material
utilizado para a pesquisa se deu por textos jornalísticos nas redes sociais, fotos e
comentários nessa rede. Tendo como aporte teórico para dada pesquisa os seguintes
autores: Bourdieu, Castells, Lévy, Butler, dentre outros. Dessa forma, constatamos na
pesquisa que o modo em que os dados são apresentados na internet gera uma identidade
para cada usuário, a figura feminina no espaço virtual ganhou por sua vez uma identidade
machista, preconceituosa. Isso acontece pela maneira em que sua imagem é comentada e
compartilhada em redes sociais jornais dentre outros, chegando ao um ponto em que as
postagens não dialogam, ou seja, texto e fotos tomam vetores diferentes no todo,
confundido o leitor e o induzindo ao erro.
Palavras chave: Sociabilidades. Redes Sociais. Preconceito.
ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES NA OBRA CAIS DA SAGRAÇÃO DE
JOSUÉ MONTELLO
181
Withelo dos Santos Sousa - UEMA
A relação entre memória e espaço tem despertado o interesse de diferentes pesquisadores nos
últimos tempos. Essa relação apresenta fios condutores que perpassam o sujeito em suas
vivências individuais e sociais. Acontecimentos do passado podem ser rememorados a partir de
situações cotidianas ou do contato do sujeito com elementos citadinos que apresentem marcas
de referências. Se a memória depende da relação entre homem e mundo, então podemos pensar
a cidade como espaço de influência no processo de rememoração, possibilitando uma
ressignificação do passado através desses espaços. Pensar os espaços da cidade como nichos
que guardam as referências e comportam os afetos é dar a eles papel relevante nas relações
sociais. Dessa forma, este trabalho tem com objetivo analisar na obra Cais da Sagração de
Josué Montello a memória da cidade que se inscreve em gretas, fissuras e ruínas. Daremos
relevância, nessa pesquisa, a ressignificação da memória da cidade, a partir do lugar de
enunciação e das circunstancias adotadas pelo sujeito poético. Constatamos que diante das
rápidas transformações da paisagem urbana, com tendência a modificar os espaços de
referência, a memória citadina contribui para a consolidação da memória particular e coletiva.
Palavras-Chave: Cais da Sagração. Espaço. Memória.
LITERATURA DE CICATRIZES: A ESCRITA CARCERÁRIA EM MEMÓRIAS DE
UM SOBREVIVENTE
Glaucia Lindoso Sarges - UEMA
Há tempos a literatura universal alude a história da crueldade humana, ou dito de outro
modo: todo ato criminoso encerra certo ritmo narrativo. O encarceramento, por ser uma
cessão de liberdade, tem no fluxo narrativo, um meio para a fabulação de novas
possibilidades, reconfigurando assim, a interioridade do apenado. A partir desta experiência
prisional nas prisões paulistas, surge a literatura carcerária, que se apresenta com forte teor
testemunhal marcada pelo ambiente violento onde vive. Afirma Seligmann-Silva (2004)
que a violência deixa seus traços não apenas nas histórias contadas, mas na escolha das
palavras, na sintaxe e no tom marcadamente oralizado dos relatos autobiográficos. Tendo
como referência, esta imagem do cárcere, o presente trabalho irá debruçar-se na conciliação
da literatura- como supremo instante da fuga imaginativa- nos confins escuros da prisão, de
modo a endossar Jorge Luis Borges e a ideia de que os porões são propícios à narrativa. A
despeito de outros autores, o narrador em questão será Luiz Alberto Mendes, que em seu
livro Memórias de um Sobrevivente (2001) relata um submundo extremamente
desperançoso das prisões, de modo que a voz do encarcerado será a manifestação de uma
oralidade e de uma corporeidade, ou seja, um verdadeiro encontro entre a cultura oral e
escrita. As memórias do ex-presidiário apontam decisivamente para uma guinada redentora,
devotada à descoberta dos livros no intuito de superar o sistema penal inquisidor, que
apenas serve para eliminar os excluídos.
Palavras chave: Memória. Cárcere. Narrativa.
182
NOS LABIRINTOS DO RIZOMA: LITERATURA ONLINE E HIPERTEXTO
Ana Carolina Sampaio Coelho - UNIRIO
O presente estudo discute, a partir da imagem do Rizoma, de Deleuze e Guatarri, aspectos
relacionados à criação de narrativas hipertextuais online. Observamos como a lógica do
Rizoma, isto é, a de um sistema anti-hierárquico, onde todos os pontos que constituem a
rede estão interligados sem obedecer a uma ordem definida, se articula com as
características da Internet e sua arquitetura em rede. Propomos uma discussão sobre como o
recurso do hipertexto, recorrente nas obras Ficções, de Jorge Luís Borges e O Jogo da
Amarelinha, de Júlio Cortázar, por exemplo, torna-se característica fundamental na
literatura que tem como suporte as plataformas online. Pensamos sobre as características de
obras nascidas especificamente no meio digital a partir de reflexões de Janet Murray,
Katherine Hayles, dentre outros. Com isso, procuramos investigar as potencialidades deste
novo meio de produção de narrativas e as possibilidades de criações com a articulação de
palavras, imagens e sons. Com este trabalho procuramos promover uma discussão em torno
da literatura online, para que ela possa começar a ser percebida como parte integrante da
tradição literária. Por fim, discutimos as implicações entre literatura e cultura digital a
partir de narrativas digitais criadas por alunos do curso de Letras da UNIRIO, como
resultado da disciplina de Literatura e Cultura Digital.
Palavras chave: Rizoma. Literatura online. Hipertexto. Criação Literária.
A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO MUNDO VIRTUAL: PERCEPÇÕES
ACERCA DO DISCURSO MACHISTA NAS REDES SOCIAIS
Renália Rafaela Cunha Silva - UFMA
Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho – orientador - UFMA
Atualmente é notório o preconceito que a mulher sofre num mundo ainda machista, mesmo
com todo espaço conquistado ao longo do tempo, desde a conquista do voto à atuação no
mercado de trabalho. As formas de preconceito vêm aumentando cada vez mais com a
evolução tecnológica, ou seja, hoje em dia a tecnologia se apresenta como facilitadora e até
mediadora do preconceito, seja contra a mulher ou contra outras minorias, emergindo mais
facilmente na internet e, mais precisamente nas redes sociais. Nesse sentido, este trabalho
busca refletir sobre investidas preconceituosas em posts e similares nas redes sociais
envolvendo a mulher, analisando o contexto social e formas de expressão encontradas. Tal
investigação terá como base inicial para a construção da pesquisa, que contará com as
seguintes etapas: a introdução na rede, a busca por dados, a escolha e, por fim, a análise
destes em torno da temática já apresentada. A fundamentação teórica a ser usada para a
análise dos dados terá em seu bojo pesquisas desenvolvidas por Alex Primo, Manuel
Castells e Gustavo Cardoso, além de estudos referente à linguagem e formas de discurso
acordado às perspectivas de Ingedore Villaça Koch, Mônica Magalhães dentre outros
autores que abracem a mesma linha de pesquisa, proporcionando, assim, um melhor
183
desenvolvimento do trabalho em destaque, considerando o uso da linguagem utilizada,
formas de expressão, – presença ou não de ‘emotions’, imagens, etc. – as premissas –
Maior (Postagem inicial) e Menor (Comentários) – presentes nos textos, bem como o
propósito comunicativo dos interlocutores, além da intensidade ou não da repercussão
obtida.
Palavras chave: Preconceito. Tecnologia. Redes Sociais. Linguagem.
NOTAS SOBRE O PECADO: ATO E TEMPO DA PERVERSÃO
Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB
Os Ensinamentos judaico-cristãos seccionaram o Ocidente, de modo que, até os dias atuais,
muitos sujeitos temem ser designados de pecadores. A transgressão aos mandamentos
sagrados institui a falta, o afastamento a/de Deus e, dessa forma, cria-se a culpa e o
imperativo do perdão. Sob esse ângulo, surge o questionamento se tal lógica traduz um
afrontamento à desobediência à lei ou se estamos, quiçá, diante de um arcabouço
conceptual perverso, capaz de estigmatizar corpos e identidades. Ao pecado atribui-se o
topos de corrosão da Lei Divina. É um ato de perversão moral, estabelecido há séculos, que
devota uma mácula para quem o comete. Este conceito, todavia, sofreu alterações no
decurso histórico. A título de ilustração, Dante Alighieri, nos nove círculos do inferno,
classifica a luxúria como um pecado leve, justificado pelo contexto histórico da idade
média. Freud, no século XIX atribui destaque à sexualidade e as diversas formas de
perversões sexuais, hoje definidas pela psicopatologia moderna como parafilias. Este
estudo propõe uma análise evolutiva do conceito de pecado, especificamente da luxúria, a
partir de um trajeto em textos literários, das mais diversas épocas. Tentaremos
compreender a relação entre o eterno devir do homem quanto sujeito e as coerções
religiosas que marcam, de forma indelével, sua subjetividade. Como bases teóricas,
recorreremos a estudos historiográficos, sociológicos e, sobretudo, psicanalíticos.
Palavras chave: Literatura. Pecado. Perversão.
TONS EMBOTADOS: PERVERSÃO E FEMINILIDADE NA LITERATURA
Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB
A palavra perversão, do latim pervertere, significa “pôr de lado”, “pôr-se à parte”. Seu
estudo remonta à medicina do século XIX, que lhe impôs um enquadre psiquiátrico e
psicopatológico, definindo-a como desvio social ou anomalia sexual. Essa caracterização,
saturada de conceitos morais, esfacelou-se ante a ciência psicanalítica. Freud, a partir da
publicação dos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, em 1905, atribui à perversão
um lugar na constituição da subjetividade humana. Desde os primeiros anos de vida,
destaca o mestre vienense, vivenciamos uma sexualidade perversa polimorfa,
184
descentralizada, a serviço das pulsões que percorrem todo o corpo. Em sua metapsicologia,
Freud inscreve as estruturas da personalidade e, nestas, situa o perverso em oposição ao
neurótico, posto que o recalque parece não atuar naquele. Com efeito, estabelece-se uma
identidade que desconhece limites, movida a energia pulsional e ao imperativo do gozo,
renegando a realidade e desmentindo a castração. No campo da arte, a Literatura hospeda
personagens perversos, cujas atuações são as mais diversas possíveis. Assim, este trabalho
tem como objetivo examinar, na literatura ocidental contemporânea, o funcionamento
perverso que acomete, por questões de ordem subjetiva e cultural, determinados
personagens. Como corpus, selecionamos textos do Marques de Sade e a trilogia Cinquenta
tons de cinza, de Christian Grey.
Palavras chave: Literatura. Perversão. Cinquenta tons de cinza
ATAQUES À LEI: SULCOS PERVERSOS NA LITERATURA
Hermano de França Rodrigues - UFPB
A literatura, segundo Freud, tem a propriedade de reverberar os impasses da condição
humana. Em suas redes simbólicas, desenham-se as condutas, os desejos e as interdições
que acompanham o corpo social, nas mais diversas épocas e lugares, em (des)obediência
aos códigos impostos pela Cultura. Estamos sempre no limiar da lei, subordinando-se ao
sofrimento decorrente de suas amarras, alucinando-se por desconhecer as metáforas que a
regem ou burlando os seus imperativos, como uma alternativa para obter o tão almejado
gozo. Este último arranjo compõe a complexa subjetivação do indivíduo perverso, cujo
discurso e funcionamento deixam entrever os impulsos destrutivos do ódio, expressos na
violência desmedida ao outro, na busca incessante de um gozo a mais. Cada tempo
recepciona, a seu modo, a perversão. Em cada espaço, o desejo perverso faz uso de certas
máscaras e insígnias. Em cada tempo e espaço, as vítimas continuam a exercer, na lógica
repetitiva do thanatos, o status de fetiche e de objeto. Essa dinâmica pode ser vislumbrada
no tecido literário, de modo a tornar visíveis, a partir dos significantes, múltiplas nuances
desse EU que nega a alteridade, ao sustentar e entreter o seu ódio. Nossa pesquisa,
alicerçada nos fundamentos psicanalíticos (pós)freudianos, busca examinar, em textos do
romanceiro português, as engrenagens simbólicas da perversão, numa correlação entre
cultura e subjetividade.
Palavras chave: Literatura. Perversão. Alteridade.
A LINGUAGEM ESCRITA EM LIVROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Chayene Cristina Santos Carvalho - UFMA
Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - UFMA
185
Este trabalho tem por objetivo analisar a concepção de linguagem que fundamenta as
atividades retiradas do livro Linguagem, das autoras Maria Eduarda Noronha e Maria
Luíza Soares, publicado pela editora Prazer de Ler, no ano de 2010, voltado para crianças
de Educação Infantil, na faixa etária de 4 anos. Discute-se, inicialmente, o que se
compreende por linguagem, bem como as concepções que dão sustentação a muitos
materiais de escrita utilizados com crianças pequenas. Propõe-se que a escola da infância
rompa com uma concepção de linguagem escrita voltada exclusivamente para o ensino das
letras, das sílabas e das palavras soltas, cuja ênfase é alfabetização, portanto, sem
significado para criança e vazio de sua função social, ou seja, trabalhe a escrita com o fim
para o qual foi criada. Apoiamo-nos em teóricos como Vygotsky (1995), Bakhtin (1995) e
as estudiosas da escrita como Mello (2009) e Smolka (2012) para a análise das atividades,
os/as quais defendem a necessidade de pensar o ensino da linguagem como interação e
enunciação. Conclui-se que as atividades presentes no livro em questão não levam em
consideração a linguagem como forma de expressão, realidade que precisa ser
transformada, através da descontaminação da escola da infância dos procedimentos típicos
do ensino fundamental.
Palavras chave: Linguagem. Linguagem Escrita. Educação Infantil.
A CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM PRESENTE NO LIVRO DA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Daniela Barbosa dos Santos - UFMA
Vida Costa de Araujo - UFMA
Este trabalho tem como objetivo identificar a concepção de linguagem presente no livro
didático: Pranchetas de experimentação, da editora Positivo, voltado para crianças da
Educação Infantil, mais especificamente do Maternal I. Inicialmente, discute-se sobre as
duas correntes linguísticas que direcionaram e ainda direcionam o trabalho com a leitura e a
escrita em sala de aula: a primeira, caracterizada como subjetivista idealista, define a fala
como sendo individual, ou seja, parte do interior do sujeito; a segunda, objetivista abstrata,
defende que a língua opõe-se ao sujeito enquanto norma indestrutível, logo o indivíduo só
pode aceitá-la como tal. Aborda-se, ainda, a concepção Bakhtiniana que se contrapõe a tais
correntes, uma vez que para Bakhtin (2010) o estudo da fala se realiza na interação entre os
sujeitos, portanto, a sua teoria é da interação verbal, o dialogismo. Além de Bakhtin (2010),
autores como Silva e Leite (2013), Marato (2000) e Mello (2007, 2012) foram
fundamentais para análise dos dados. Conclui-se que a concepção de linguagem presente
no livro da educação infantil tem sido direcionada em torno da concepção de linguagem
definida como objetivista abstrata, pois não se observa uma preocupação em torno de como
a criança compreende a linguagem escrita, e nem se busca encaminhar de forma adequada
as crianças no processo de leitura e escrita.
Palavras chave: Concepções de Linguagem. Educação Infantil. Linguagem Escrita
186
O EXERCÍCIO DE LER EM VOZ ALTA: CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES
Elizabeth Oliveira de Castro - UFMA
Verônica Cunha Rodrigues - UFMA
O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre a prática da leitura em voz alta,
abordando um conceito de leitura que vai muito além da decifração do código linguístico.
No primeiro momento, busca-se mostrar que as concepções de leitura evoluem de acordo
com as modificações sociais, seu desenvolvimento histórico e cultural. Em seguida,
aponta-se as relações e diferenças entre a oralidade, escrita, leitura e locução, a partir da
visão que considera o ato de ler como a transmissão vocal de um texto lido. Para a
realização desta pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com o apoio em autores
como Bajard (2001), Bakhtin (1988), Vigotsky (2001), Arena (s/d), dentre outros, por
defenderem que uma palavra só é considerada como tal quando apresenta-se carregada de
sentido. Conclui-se que a compreensão do texto lido precede a transmissão vocal, pois esta
exige que o/a leitor/a tenha uma performance adequada e se posicione perante o texto lido,
portanto, pode ser uma ótima aliada no ensino da leitura se estiver clara a diferença entre a
leitura e locução. Porém, a prática ainda vivenciada em muitas escolas, não considera a
priori, o ato de atribuir sentido ao texto, ou seja, a articulação da relação entre pronunciar,
ler e fazer locução.
Palavras chave: Leitura. Locução. Oralidade.
A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: ENTRE TEXTOS E
CONTEXTOS
Claudileude de Jesus Silva - UFMA
Keyliane Freire Fonseca - UFMA
187
O presente trabalho objetiva discutir as vivências sobre a prática de produção textual escrita
nas turmas de ensino fundamental do 1º ao 3º ano da Escola Comunitária Frei Osvaldo,
durante o 2º semestre de 2013. A motivação para a sua escrita decorreu da vivência do
projeto Brincando com os Gêneros, para o qual foi construída uma sequência didática que
buscou explorar todas as etapas de produção de um texto escrito: preparação para a escrita,
escrita propriamente dita e revisão do texto (CURTO; MORILLO; TEIXIDÓ, 2000). A
metodologia utilizada contou com a observação não participante para a coleta de dados. A
análise da produção dos textos construídos em sala de aula, considerando os diferentes
gêneros textuais, foi realizada a partir dos pressupostos da teoria da enunciação e dos
gêneros discursivos sustentados na perspectiva de linguagem de Bakhtin (1995) estudados
durante as discussões promovidas pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Leitura e Escrita na
perspectiva Dialógica (GLEPDIAL), da Universidade Federal do Maranhão. O estudo
apontou como resultados que houve uma alteração significativa nas práticas pedagógicas
das professoras ao centrarem seu trabalho no planejamento da produção escrita, incidindo
positivamente no desejo de expressão por parte dos alunos e na qualidade de sua produção
textual. Mostrou ainda que o ato de escrever passou a ser compreendido como um processo,
indo além de atividades pontuais.
Palavras chave: Ensino fundamental. Produção de texto. Pratica pedagógica.
LEITURA BARBARIZANTE: ÊNFASE AOS ASPECTOS TÉCNICOS OU A
LEITURA COMO INSTRUMENTOS EMANCIPATÓRIOS?
Joel Nascimento Oliveira - UFMA
Este trabalho tem por objetivo analisar o ensino da leitura a partir das perspectivas
barbarizante e emancipatória. Para tanto, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico
fundamentada em Adorno (1995) e Bakhtin (1995), onde a produção intelectual destes
autores fornece elementos que contribuirão para a construção de uma escola que investe na
formação de sujeitos autônomos, cuja leitura é fator imprescindível. Os resultados da
pesquisa apontam que o ensino da leitura pautado somente nos meandros gramaticais,
trabalhando a palavra como um sinal – e não como um signo (BAKHTIN, 1995), conduz à
barbárie, tornando-se um obstáculo para a emancipação do sujeito, visto que diminui sua
capacidade discursiva. Revelou ainda que a educação não deve caminhar para o
adestramento, reduzindo o caráter e a força simbólica da linguagem em seus aspectos
técnicos, mas deve priorizar a formação de indivíduos autônomos, capazes de se opor e
resistir às forças coercitivas da ideologia dominante, podendo contribuir assim para a
construção de uma sociedade emancipada. Para isso, a leitura, entendida enquanto
atribuição de sentido, é mola propulsora desta transformação social, visto que exige um
exercício reflexivo capaz de favorecer uma leitura para além das linhas, para além do
aparente. O trabalho pretende discutir inicialmente os pressupostos do que estamos
chamando de leitura barbarizante e de leitura emancipatória, conforme referencial
anunciado. Em seguida, aponta as implicações destas perspectivas para a prática docente,
refletidas nas escolhas metodológicas do/a professor/a, e consequentemente para a
formação de sujeitos leitores e escritores.
188
Palavras chave: Leitura. Barbárie. Emancipação.
O ENSINO DA LINGUAGEM ESCRITA DA CRIANÇA HOSPITALIZADA
Francy Sousa Rabelo - UFMA
Maria José Albuquerque Santos - UFMA
A produção da escrita em crianças ainda se constitui como um desafio para o/a professor/a
apesar dos enfoques teóricos abrangentes sobre este assunto. Quando a criança encontra-se
em estado de hospitalização, este desafio torna-se mais complexo, portanto, este estudo
visa discutir o processo de produção da linguagem escrita em crianças hospitalizadas pela
atuação do projeto de extensão “Estudar, uma ação saudável”, desenvolvido na Unidade
Materno Infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão HUUFMA. O trabalho tem aporte teórico-metodológico em Fonseca (2003), Matos (2009),
Bakhtin (2009) e Lerner (2002), com geração de dados no uso da observação participante e
da análise documental, como relatórios e caderno de registros do projeto que registram as
vivências das práticas de escritas das crianças hospitalizadas. Mesmo com o afastamento da
escola e/ou tratamento de saúde prolongado, a hospitalização tem sido redimensionada pelo
movimento pedagógico da produção de leitura e de escrita para as crianças hospitalizadas.
Lerner (2003) afirma que aprende-se a escrever, escrevendo, este fato, se constatou, na
produção de textos via cartas e recontos de histórias, o que possibilitou a construção de
novos significados (BAKHTIN, 2009), ressignificando o espaço em que estão inseridas. As
atividades pedagógicas desenvolvidas no projeto aludido valorizam as formas de linguagem
que medeiam a construção de conhecimento da criança hospitalizada, bem como,
minimizam os efeitos negativos advindos da hospitalização e promovem o
desenvolvimento da linguagem escrita destacando a livre expressão e o diálogo.
Palavras chave: Linguagem. Práticas de escrita. Criança hospitalizada.
O TRABALHO COM A LINGUAGEM ESCRITA COM CRIANÇAS PEQUENAS:
CONSIDERAÇÕES SOBRE O RETRATO DAS ESCOLAS MARANHENSES
Edith Maria Batista Ferreira - UFMA
O presente trabalho resulta de uma pesquisa exploratória realizada durante a disciplina
“Linguagem, oralidade e escrita”, ministrada no Curso de Especialização na Docência na
Educação Infantil, promovido pelo Núcleo de educação Infantil da UFMA (NEI-UFMA).
Participaram da pesquisa, denominada “Retratos do trabalho com a linguagem na escola”,
vinte e seis professoras de dezenove escolas de quatro municípios maranhenses, sendo duas
de São José de Ribamar, quatro da Raposa, uma de São Mateus e doze de São Luís. Tem
por objetivo discutir como a linguagem escrita tem sido trabalhada junto às crianças
pequenas. Entendendo a linguagem escrita como um instrumento cultural complexo e que
sua apreensão não pode se dar de forma simplificada, recorremos aos estudos de Bakhtin
(1995), Vygostsky (2013) e Smolka (2007, 2009, 2012) para fundamentar nossa análise. Os
resultados da pesquisa apontam que as atividades voltadas para o trabalho com a linguagem
escrita se repetem entre as crianças de 3 a 5 anos, cuja centralidade está na exploração do
189
aspecto técnico em detrimento do uso da linguagem escrita como forma de interação e
comunicação entre as pessoas. Revelou ainda que a Creche, assim como a pré-escola, está
sendo impregnada de atividades do ensino fundamental, deixando em segundo plano as
atividades que estimulam o desejo de expressão, fundamentais para a formação de atitudes
leitora e produtora de textos.
Palavras chave: Crianças pequenas. Linguagem escrita. Interação.
COMO USAR A LINGUAGEM ESCRITA PARA CRIAR ESPAÇOS DE
INTERAÇÃO E INTERLOCUÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS NO CICLO DA
ALFABETIZAÇÃO?
Joelma Reis Correia - UFMA
Este trabalho tem por objetivo discutir como a organização do ensino da linguagem escrita
no Ciclo da Alfabetização pode possibilitar momentos de interação e interlocução, de modo
a criar nas crianças a necessidade de se apropriar desse objeto cultural. Para tanto, no
primeiro momento, discute-se, a forma como o ensino do ato de ler e escrever tem sido
trabalhada em muitos espaços escolares, evidenciando a primazia por uma concepção de
linguagem que prioriza o aspecto técnico da língua em detrimento do sentido. No segundo
momento, tendo por fundamentação a teoria da enunciação de Bakhtin (1995), defende-se a
perspectiva do dialogismo como princípio constitutivo da linguagem, por considerar o
ensino do ato de ler e escrever como práticas sociais e culturais. Autores como Mikhail
Bakhtin (1995, 2003), Vigotski (1995) e estudiosos da área da leitura e da escrita, Frank
Smith (1999, 2003), Josette Jolibert (1994), Jolibert e Jacob (2006), Elie Bajard (2006)
serviram como lentes para dar fundamentação ao trabalho. Conclui-se que as atividades
voltadas para o ensino inicial da leitura e da escrita só contemplam o dialogismo como
princípio constitutivo quando se prioriza o uso de textos reais, bem como uma metodologia
que aproxime os/as alunos/as destes materiais pelo sentido, portanto, como prática cultural.
Palavras chave: Alfabetização. Linguagem. Dialogismo.
A LITERATURA FANTÁSTICA E O INSÓLITO NO BRASIL
Soraya de Melo Barbosa Sousa – UEMA/UESPI
Até pouco tempo, nos estudos entre acadêmicos brasileiros, e entre a crítica hegemônica
brasileira, a literatura fantástica e seus subgêneros foram deixados à sombra. Todorov
(2010) já considerava que o gênero fantástico “teve uma vida relativamente breve”.
Entretanto, estudos contemporâneos como Roas (2012) apresentam questionamentos sobre
a existência desse gênero, na contemporaneidade, de forma a considerar não
necessariamente o sobrenatural como seu elemento caracterizador, mas elementos que
subvertem a condição de normalidade da ordem estabelecida que, segundo França (2012)
190
encarnam os “monstros morais” existentes na sociedade pós-moderna. Essa transgressão
reflete a opressão do homem pelo homem, fazendo da literatura uma arte emancipadora
que provoca no leitor o sentimento de resistência, ao questionar sobre os conflitos
orquestrados na ficção e que se insinuam na sociedade em que ele se insere. Propõe-se,
nesta pesquisa, compreender a partir de estudos recentes, realizados na universidade
brasileira, a presença do fantástico e do insólito na literatura brasileira para analisar a obra
Os crocodilos, de Assis Brasil, na perspectiva do insólito.
Palavras chave: Fantástico. Insólito. Os Crocodilos.
LITERATURA FANTÁSTICA E A REINVENÇÃO DA HISTÓRIA NA AMÉRICA
LATINA
Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT
O presente artigo objetiva pensar criticamente acerca da importância da Literatura fantástica
nos países periféricos da América Latina a partir de uma análise da novela Aura, de autoria
do autor mexicano Carlos Fuentes. Propomo-nos trazer à tona o conflito modernizador que o
autor tece, nessa obra, através das dicotomias passado/presente, antigo/moderno,
real/imaginário, escrita/oralidade. Para alcançar o objetivo proposto, municiamo-nos da
teoria de Tzvetan Todorov (1975) e de Selma Calasans (1988) acerca do insólito e do
fantástico; também tomamos algumas considerações acerca da história, da novela e do
romance hispano-americano, tecidos por Bella Josef (1982/1992) e pelo próprio Carlos
Fuentes. A hipótese levantada é que o autor utiliza essas dicotomias, com o fim de – por
meio da linguagem - fazer aflorar o esforço dos escritores hispano-americanos para pôr em
xeque os discursos hegemônicos legitimados na história.
Palavras chave: Aura. Carlos Fuentes. Literatura fantástica. Modernidade
AS MARCAS ENUNCIATIVAS NOS CONTOS FANTÁSTICOS
Leonildes Pessoa Facundes - UEMA
Soraya De Melo Barbosa Sousa - UEMA/UESPI
Este estudo tem como objetivo analisar a contribuição de certos números de elementos
linguísticos, úteis ao estudo dos textos, como recursos na construção ficcional da Literatura
fantástica, utilizados pelo sujeito enunciador nos textos literários, a partir de uma abordagem
enunciativa da linguagem. O referencial teórico desta pesquisa está fundamentado para as
concepções do Fantástico em Todorov (1975), Chiampi (1980), Carpentier (1949), Reis
(2000) Melo (2005). E, para abordagem enunciativa da linguagem, Benveniste (1995),
Maingueneau (1996), Bakhtin (2003), e outros. Os dados analisados mostraram que, a partir
de certos acontecimentos sobrenaturais presentes nas narrativas, que possam causar o medo,
o susto, o horror e a desconfiança de sua existência por parte do narrador, do personagem ou
191
do leitor, podem ser inseridos dentro do universo fantástico e construídos com as marcas
linguísticas que são reguladas pelo gênero de discurso a que se refere.
Palavras-chaves: Linguística. Literatura. Fantástico. Enunciação.
OS SENTIDOS DE FAMÍLIA NO RECONHECIMENTO DAS UNIÕES
HOMOAFETIVAS COMO INSTITUTO JURÍDICO: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA
DA DECISÃO DO STF
Joana Drac Rodrigues da Costa - UFMG
Com o interesse de observar como as mudanças sócias forçam às mudanças no âmbito
jurídico, este artigo tem como objetivo discutir sobre os sentidos de família construídos
enunciativamente no processo que levou à histórica decisão do STF, a qual veio a reconhecer
a união homoafetiva como entidade familiar. Acreditamos que seja pertinente, ainda que de
maneira introdutória, trazer tal discussão tendo em vista que embora se trate de uma decisão
unânime, divergentes são os argumentos e justificativas nos votos dos ministros da suprema
corte. Considerando a enunciação como um acontecimento histórico-social da produção do
enunciado, sustentamos nossas discussões a partir do aparato teórico-metodológico da
Semântica Histórica da enunciação, proposto por Eduardo Guimarães (1995; 2002) e seus
companheiros (Orlandi, Pecheux, Dias). Sob esse olhar, analisamos o texto da Revista
Trimestral de Jurisprudência do STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277, publicado
em jan/mar de 2012. Nessa perspectiva, analisamos os sentidos dos enunciados levando em
conta as posições dos sujeitos da enunciação que lhes são constitutivas e as condições
enunciativas que influenciam na sua construção; a relação de paráfrase e polissemia
estabelecida no texto; as formações nominais usadas para designar o relacionamento em
questão e, por fim, identificamos as relações discursivas que sustentam/legitimam as
designações que ocorrem com o nome família, tais como casamento, união estável, entidade
familiar configurando suas relações semânticas na constituição da formação nominal. Com
isso, pretendemos estabelecer os sentidos de família construídos nesse embate sobre o
reconhecimento das uniões homossexuais.
Palavras chave: Sentidos. Família. Entidade familiar. União-homoafetiva.
O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO APRENDIZADO DE LÍNGUA
BRASILEIRA DE SINAIS
Maria Nilza Silva Oliveira - UFMA
Objetiva-se neste espaço refletir sobre as tecnologias digitais e aprendizagem de línguas,
tendo como recorte a aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS. Para reflexão
192
recorreu-se aos pressupostos da pesquisa bibiliográfica, bem como os estudos de Lengel
(2013), Quadros e Finger (2013), Quixaba (2013), Moran (2007), Santaella (2004) e
outros. Constata-se que na atualidade têm-se incorporado massivamente recursos
tecnológicos no ensino e na aprendizagem de línguas, principalmente, de línguas
estrangeiras, tanto na modalidade oral quanto sinalizada. Existem diferentes programas
computacionais que auxiliam na aprendizagem destas línguas. Acredita-se que, com a
diminuição dos custos dos equipamentos tecnológicos e com o acesso à internet via banda
larga, com conexão sem fio ou não, como também a democratização dos dispositivos
móveis, vivenciamos oportunidades nunca antes praticadas para potencializar a
aprendizagem da LIBRAS. Os desenvolvedores de programas têm, a cada ano, favorecido
esse cenário, com suas criações, atendendo às diversas áreas desde softwares para o
entretenimento aos pedagógicos, até dicionários, auxiliando assim, a aprendizagem de
sinais. Entretanto, sabe-se que grande parte da comunidade que usa a LIBRAS ainda não
consegue ter disponível as tecnologias digitais, mas é inegável que com a popularização
destes recursos nos ambientes acadêmicos essas possibilidades ampliaram-se. Mediante
este desenho, pergunta-se, quais critérios podem ser adotados para selecionar sites e
aplicativos para a aprendizagem de LIBRAS? É possível aprender LIBRAS com o Hand
Talk, ProDeaf, Rybená, dicionários digitais e outros recursos digitais disponíveis?
Observa-se que apesar das dificuldades de acesso as ferramentas digitais e a internet
enfrentadas pelos surdos, as tecnologias digitais têm auxiliado na aprendizagem da
LIBRAS.
Palavras chave: Tecnologias digitais. Aprendizagem Línguas, Língua brasileira de sinaisLIBRAS.
A CONSTRUÇÃO DA VISÃO DE MUNDO NO LÉXICO DO QUILOMBO
JAMARY DOS PRETOS, TURIAÇU-MA
Georgiana Márcia Oliveira Santos - SEDUC
Esta pesquisa, de natureza empírica, descritiva e qualitativa, objetiva identificar e analisar
especificidades denominativas e, principalmente, especificidades semântico-conceptuais no
léxico do quilombo Jamary dos Pretos, situado no município de Turiaçu/MA, a fim de
identificar, especialmente, os traços semânticos atribuídos, ampliados ou suprimidos por
esse grupo para construir semioticamente sua singular visão de mundo. Mais
especificamente, analisam-se as relações léxico-semânticas e, sobretudo, as semânticoconceptuais estabelecidas em 24 unidades lexicais distribuídas nos campos semânticos
territorialidade, tipo humano, ritual/espiritualidade, alimentação, ação, doença, lazer,
vestuário, modo. Para tanto, fundamenta-se nas orientações teórico-metodológicas da
Semiótica, da Etnolinguística e, principalmente, da Etnoterminologia e baseia-se em um
corpus oral constituído por 24 entrevistas realizadas com quilombolas e com não
quilombolas, esmiuçando-se, mediante uso de fichas etnoterminológicas, as diferentes etapas
do processo de conceptualização lato sensu dessas unidades lexicais. Como resultado da
análise etnoterminológica dos dados desta pesquisa, apresentamos uma panorâmica da visão
de mundo específica do quilombo Jamary dos Pretos, a qual revela as particulares raízes
étnico-culturais, históricas e organizacionais dos sistemas de significação desse quilombo,
atestando, por conseguinte, que as especificidades denominativas e conceituais do léxico
desse grupo convertem-se em signos-símbolos de sua axiologia.
193
Palavras chave: Língua. Cultura. Etnoterminologia. Quilombo Jamary dos Pretos.
A LÍNGUA DE SINAIS NA ERA DIGITAL: RECORTES DO USO DA ESCRITA NAS
REDES SOCIAIS
Manuela Maria Cyrino Viana - UFMA
O surdo que em sua maioria nasce em lares ouvintes e que não consegue se comunicar nem
com seus pares naturalmente, vive isolado em seu mundo do silêncio. Com o aprendizado da
língua de sinais inicia a socialização e com ela aprimora a comunicação nas escolas e em
comunidades surdas. Com o advento da internet e com ela o acesso as redes sociais, o surdo
inicia uma nova descoberta e encontra uma oportunidade de estabelecer a comunicação
como o mundo que o cerca. Neste contexto a língua portuguesa escrita insere-se como uma
segunda forma de comunicação e como proposta de aumento do vocabulário. Assim
percebemos a importância de apresentar a relação do surdo usuário de língua de sinais como
primeira língua e as redes sociais, demonstrando a influência que a mesma estabelece na
vida deste sujeito, as dificuldades/facilidades por ele encontradas na escrita do português,
bem como a sua compreensão ao navegar pelos sites.
Palavras chave: Língua de Sinais. Redes Sociais. Inclusão Social.
A INTERFACE DA PSICOLOGIA COM A COMUNICAÇÃO NAS REDES
SOCIAIS
Carmen Cristiana Viégas Campos - UNDB
O processo de interação entre indivíduos sempre foi permeado de peculiaridades. O ser
humano utiliza-se da comunicação oral, escrita e também corporal para estabelecer este
processo; que muitas vezes acontece de forma trabalhosa, dado as características
comportamentais como timidez, baixo autoestima e a dificuldade de interagir e se expor ao
outro que podem gerar barreira na comunicação e nos relacionamentos. Buscam auxilio e
ajuda nos acompanhamentos terapêuticos para superar ou diminuir os entraves nesta
atividade. As redes sociais são ferramentas e estratégias de comunicação que surgiram para
facilitar e dinamizar essa ação, impulsionando e potencializando a capacidade de ampliar a
rede de relacionamentos. Facebook, whatsapp, twitter, line, instagram são indispensáveis, e
se tornaram parte das relações pessoais e profissionais, nesse cotidiano em que o tempo é
cada vez mais escasso e valioso. Tornando essa comunicação mais rápida e acessível. Mas
isto não faz com que substituam o contato físico ou o tornem menos relevante. Existem
certas distancias entre as pessoas que precisam ser trabalhadas. As redes sociais podem se
tornar um espaço fundamental na tarefa contra qualquer tipo de preconceito em exercer esse
contato com as pessoas, respeitando-se até a dificuldade que também faz parte do jeito de ser
de muito de nós.
Palavras chave: Comunicação. Redes sociais Relacionamentos.
194
EXPERIÊNCIA DIGITAL COM A LINGUA DE SINAIS NAS REDES SOCIAIS
Pablo José Corrêa de Jesus – ASMA
O uso e difusão da língua de sinais têm sido possível por meio dos espaços digitais. As redes
sociais como orkut, facebook, whatsApp, twitter, oovoo e skype, ocupam lugar de destaque
na preferência dos surdos. Objetiva-se neste estudo refletir sobre a língua de sinais na era
digital, tendo como recorte o uso da escrita nas redes sociais. Para esssa reflexão, recorreuse aos estudos de: Stumpf, Quadros, Leite (2014); Mill (2013); Quixaba (2013); Santaella,
Lemos (2010); Grassi (2010); Quadros (2004) e outros. A comunicação tendo como base a
língua de sinais, favorece a comunicação entre as comunidades de surdos, a escrita em
língua portuguesa e o uso de comunicação sinalizada tem fortalecido o contato entre estes
grupos. Sabemos que apesar das novas tecnologia oferecerem ferramentas que favorecem a
conectividade em rede, os surdos enfrentam muitas dificuldades em entender os textos em
língua portuguesa, acessar internet, ausência de legenda nos vídeos e quando aparecem na
maioria das vezes comprometem o entendimento, em função disso, preferem usar as redes
sociais que disponibilizam vídeos, onde eles podem interagir em língua de sinais. Acreditase que as novas tecnologias oferecem meios para atualização de informações, estudo, lazer,
trocas de conhecimento e fortalecimento da comunidade surda por meio da interação que
estas oferecem. Os dicionários, videos, aplicativos para celulares têm contribuido para que
os surdos aprofundem o conhecimento tanto da línguagem escrita quanto da língua de sinais.
Pensa-se que quanto mais tiverem contato com a língua de sinais mais possibilidades terão
de interação e compreensão dos textos escritos.
Palavras-chave: Língua de sinais. Escrita. Redes sociais. Comunicação. Comunidade surda.
AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM DA
LÍNGUA
Veraluce da Silva Lima – UFMA
Abordagem das redes sociais como instrumentos de aprendizagem da língua materna.
Buscamos apresentar a linguagem produzida na internet, mais especificamente, no
Facebook, como um conteúdo de ensino-aprendizagem da língua materna, tendo nas redes
sociais um instrumento pedagógico que pode ser explorado pelo professor, para trabalhar a
língua produzida nessas redes que, mesmo tendo na escrita sua forma de expressão
predominante, essa língua tem características específicas de uma comunicação face a face,
apresentando-se impregnada de improvisações, gírias, desapego à rigidez da norma padrão.
É uma língua híbrida, permeada de símbolos, signos, abreviações, elementos
paralinguísticos, dentre outros fenômenos. O trabalho é fruto de reflexões feitas pelo Grupo
de Pesquisa Tecnologia e Ensino – GPTECEN, da Universidade Federal do Maranhão, sobre
195
a aceleração contínua das tecnologias, no dia a dia da sociedade contemporânea e a língua
empregada na internet. Apresentamos considerações sobre a língua utilizada no Facebook,
rede social que tem crescido no mundo inteiro e é muito utilizada pelos alunos da Educação
Básica. Apresentamos, também, considerações sobre o trabalho que o professor pode
desenvolver no ensino-aprendizagem da língua, empregando as redes sociais como recursos
pedagógicos, no espaço escolar.
Palavras chave: Redes sociais. Língua da internet. Aprendizagem da língua.
A VIOLÊNCIA DO COLONIALISMO E A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DAS
ANTIGAS TRADIÇÕES EM A VARANDA DO FRANGIPANI, DE MIA COUTO
Elenice Maria Nery - UFPI
Neste trabalho, pretende-se discorrer sobre a herança deixada pela violência do colonialismo
e a luta pela manutenção das tradições do povo moçambicano no romance A varanda do
frangipani de Mia Couto. Nessa obra, Couto retrata a situação do país vinte anos depois da
independência, a partir da narração de um carpinteiro, que volta ao território dos vivos no
corpo de um inspetor de polícia, contratado para investigar a morte do diretor da Fortaleza
de São Nicolau (local escolhido para abrigar os velhos, durante a guerra). Apoiados nos
pressupostos teóricos de Bonnici (2005), Hall (2003), Tutikiani (2006), Bhabha (1998),
Chaves (2005), Bosi (2005), dentre outros, percebe-se que, com o fim da guerra civil, o que
sobrou no país foramfragmentos de memórias, heranças e contradições de um país novo e ao
mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. O contato com os
velhos do asilo levam o inspetor a questionar os depoimentos colhidos sobre a morte do
diretor, pois a seu modo, cada um tinha uma justificativa para o crime. Até descobri que o
verdadeiro culpado não era uma pessoa e sim a própria guerra, que, neste contexto, parece
representar um fio condutor na construção identitária nacional de ex-colônias, como
Moçambique.
Palavras-chave: Colonialismo. Tradição. Varanda do frangipani. Mia Couto.
EPÍSTOLAS DE FRADIQUE MENDES: DO CÂNONE À REESCRITA
Eliana Pereira de Carvalho - UESPI
Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes (1997), do angolano José
Eduardo Agualusa, apresenta uma reescrita do romance epistolar: A Correspondência de
Fradique Mendes (1900), do consagrado Eça de Queiroz. Esta apresentação tem como
objetivo verificar as aproximações e distanciamentos entre as escritas de um e de outro
escritor, o angolano e o português, verificando-se a temporalidade de cada um: a reescrita
pós-colonial de Agualusa em Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes
e o discurso colonial de Eça de Queiroz em A Correspondência de Fradique Mendes,
196
enfatizando-se assim as questões sobre o cânone e a reescrita. Diversos conceitos foram
importantes para a condução do trabalho, entre os quais literatura pós-colonial, cânone
literário, reescrita e diáspora. A fundamentação teórica da pesquisa contou, dentre outros,
com os estudos de Bhabha (2007), Bonnici (1998; 2000; 2004; 2005), Gilroy (2001),
Glissant (2005), Rediker (2011) e Serrano e Waldman (2008) na área dos Estudos Culturais
e do Pós-Colonialismo. O estudo de Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique
Mendes (1997) revelou que o romance de Agualusa se coloca como reescrita pós-colonial
pela subversão ao cânone literário, A correspondência de Fradique Mendes (1900), de Eça
de Queiroz. Como reescrita, Agualusa usufrui a lacuna deixada pelo romance do escritor
português para lançar na África a personagem Fradique Mendes. Dessa forma, o escritor
angolano abre uma porta para problematizar a colonização portuguesa e a diáspora negra.
Palavras chave: Literatura Angolana. Literatura Portuguesa. Pós-colonialismo.
A VOZ COLONIAL EM: “AUTOBIOGRAFÍA DE UM ESCLAVO”, DE JUAN
FRANCISCO MANZANO
Sílvia Maria Fernandes Alves da Silvia Costa - UESPI
O presente trabalho evidencia a voz do negro na obra Autobiografía de um esclavo, de Juan
Francisco Manzano, narrativa colonial cubana do século XIX, fornecendo subsídios sobre a
literatura afro-descendente cubana, além de contribuir para os estudos sobre as literaturas
pós-coloniais, ou melhor, as literaturas ditas marginalizadas, inseridas no hibridismo
cultural. Fundamentou-se este trabalho em material bibliográfico, que proporcionou suporte
teórico para a discussão em torno da voz do negro cubano até meados do século XIX,
levando para um diálogo com Frantz Fanon, Homi Bhabha, Edward Said e outros em
temáticas sobre identidade, hibridização cultural, negritude, estereótipos raciais etc. Para
isso, empreendeu-se a releitura desconstrutora dos discursos hegemônicos metropolitanos e
refletiu-se sobre os silêncios dos discursos envolvidos, o do colonizador e o do colonizado.
Constatou-se que dessa mescla de culturas, surge uma nova nacionalidade, o início de uma
relação identitária decorrente de um povo de cultura hibridizada que busca ascensão em
meio a uma dicotomia entre metrópole e colônia, colonizador e colonizado, ibérico e
americano, civilizado e “bárbaro”, centro e margem, branco e negro, lutando tanto para
assimilar quanto para resistir à cultura do conquistador branco. Nota-se que a voz colonizada
que ecoa no meio desse binarismo é marcante na obra Autobiografía de un esclavo, uma voz
que se expressa usando os valores e as concepções impostas pelo colonizador branco, mas se
fazendo diferente, resistindo, opondo e subvertendo as pressões do colonialismo, inventando
a identidade negra. Contudo, percebe-se que em Cuba, o negro é estereotipado, sendo
inferiorizado, ridicularizado, violentado, reificado, animalizado, sofrendo atrocidades – sob
a sujeição imposta pelos espanhóis – e é quem recebe o nome de “bárbaro”.
Palavras chave: Desconstrução. Literatura cubana. Pós-colonialismo.
“LÁ VEM O NAVIO NEGREIRO”: POESIA AFRO-BRASILEIRA
CONTEMPORÂNEA: IDENTIDADE E RESISTÊNCIA
197
Douglas Rodrigues de Sousa - UnB
Em Pele negra máscaras brancas, Frantz Fanon diz que o negro é uma criação do branco.
Essa criação ocorreu de maneira opressora e castradora dos desejos do ser negro, incutindo
neste um sentimento constante de inferioridade diante do outro, do branco. Tudo isso
resultou de um projeto em que “a civilização branca, a cultura europeia, impuseram ao negro
um desvio existencial” (FANON, 2008, p. 30). Entre a ação e a passividade Fanon propõe ao
negro o seu posicionamento diante dos infortúnios sofridos pela cor de sua pele. Essa ação,
proposta por Fanon, está na superação da origem dos seus conflitos, no entendimento acerca
do que é ser negro, e do entendimento e aceitação consciente de si. É a partir dessa conquista
da identidade negra que poetas e poetisas afro-brasileiros vão se rebelar contra as opressões,
discriminações e espoliações sofridas na sociedade fruto de uma origem escravocrata,
construindo na literatura um novo painel identitário de suas origens, cultura e crenças. Sendo
assim, com a conquista da identidade, grupos historicamente excluídos vão encontrar
mecanismos de se auto-afirmarem nesse contexto adverso. Procuramos nesta comunicação
apresentar um painel das mais recentes produções e seus autores da poesia afro-brasileira.
Palavras chave: Literatura Afrodescendente. Identidade. Poesia.
AS BRUXAS DE CHARLES PERRAULT E PIERRE GRIPARI
Paula Fabrisia Fontinele de Sá - UnB
A bruxa foi o ser ao qual, ao longo do tempo, mais se atribuiu malignidade e ligação com o
demônio. A partir da Idade Média, a mulher passou a ser considerada a maior pecadora, a
origem de todas as ações nocivas ao homem, à natureza e aos animais. A partir dessa
concepção, a personagem da bruxa foi passando, progressivamente, da representação
histórica para a representação literária, perdurando no imaginário pela força dos símbolos
que a caracterizavam. Nessa perspectiva, apresentar-se-á a personagem bruxa em quatro
contos da literatura infantil francesa, tendo como suporte teórico, principalmente, a História
e a Crítica Literária. Nesse sentido, este trabalho discutirá como os contos dos escritores
Charles Perrault e Pierre Gripari representam a personagem bruxa para o contexto social da
criança dos séculos XVII e XX, retratando suas possíveis interpretações. A partir dessa
análise, se discute a ambiguidade da mulher representada no âmbito da literatura infantil,
geralmente, como causa do Bem e do Mal. Além disso, ao confrontar os contos, se
investigam as mudanças no perfil da personagem bruxa, bem como a significação da sua
presença nas histórias selecionadas. Em suma, serão apontados aspectos que revelam o
processo de ficcionalização da personagem bruxa, objetivando discutir as particularidades da
sua representação para o leitor-criança de diferentes épocas.
Palavras chave: Bruxa. Contos de fadas. Charles Perrault. Pierre Gripari.
IGUAL E DIFERENTE: UMA ANÁLISE DA OBRA A TERRA DOS MENINOS
PELADOS, DE GRACILIANO RAMOS
198
Jandira Lopes Pereira - UESPI
A análise que é proposta neste trabalho sobre o conto A terra dos meninos pelados, do
alagoano Graciliano Ramos, escrita em 1937 para concorrer a um prêmio de literatura
infantil, criado pelo Ministério da Educação, fundamenta-se na Teoria das representações
sociais, cujos estudos iniciados por Serge Moscovici e aprofundados por Denise Jodelet
chegaram ao Brasil no início dos anos oitenta para fortalecer o debate em torno da questão
da alteridade. As relações que cotidianamente os seres humanos estabelecem entre si
pressupõem um conjunto de percepções que se tem sobre o outro. Essas relações estão
calcadas em suposições que se fazem sobre aqueles que cercam todos os indivíduos, como o
EU que se representa dentro do mundo social que se compartilha. Os conceitos de relação e
ser humano, tanto quanto os questionamentos sobre identidade e diferença, são
fundamentais nas discussões sobre a alteridade que animam a teoria das representações
sociais e estão presentes também na trajetória de Raimundo, personagem central de A terra
dos meninos pelados. Quando se representa “o outro”, tenta-se afastá-lo do “eu”, tentativa
vã, pois só se constrói uma identidade, uma representação no mundo social em presença do
outro. Constata-se que os seres humanos são igualdade e diferença a um só tempo e por toda
a vida. Esse é o caminho que se trilha rumo à alteridade.
Palavras chave: Identidade. Alteridade. Literatura Infantil.
A CONSTRUÇÃO DO COMPORTAMENTO LEITOR NO CONTEXTO DOS
NOVOS ARRANJOS FAMILIARES
Elenice Maria Nery - UFPI
É sabido que as crianças aprendem muito com os exemplos vistos em casa, sejam eles
positivos ou negativos. Não é novidade também que a família é um dos espelhos no qual as
crianças se projetam. Dentre os exemplos aludidos, cita-se o hábito de leitura e a
importância de os pais compartilharem com seus filhos emoções e surpresas sentidas diante
de um texto. Neste sentido, este trabalho propõe uma reflexão sobre a construção do
comportamento leitor no contexto familiar pós-moderno, destacando a importância da
integração escola-família no processo de construção identitária da criança. Esse olhar sobre
o papel das novas famílias na formação leitora da criança é embasado, sobretudo, nas
indicações teóricas de Abramovic (1995), Kramer (2000), Zilberman (2003), Cagliari
(1999), Bauman (2007, 2003, 2005), dentre outros que reforçam a ideia de que esse processo
de formação depende de práticas que estão além dos muros das escolas e das páginas dos
livros isolados em um canto qualquer da casa. Trazer a literatura para o âmbito da família,
em tempos pós-modernos, constitui tarefa delicada para quem, provavelmente, há tempos,
percebeu a paradoxal relação entre o avançado conhecimento teórico sobre a infância e a
incapacidade da família e da escola em saber lidar com o crescimento intelectual dessa nova
geração. Por isso, novas linguagens devem ser consideradas já que as práticas de leitura não
estão condicionadas ao contexto escolar.
199
Palavras-chave: Comportamento leitor. Família. Pós-modernidade
LINGUISTICA E ANÁLISE LITERÁRIA FANTÁSTICA E MÁGICA: UMA
PERSPECTIVA ENUNCIATIVA
Leonildes Pessoa Facundes – UEMA
Este estudo tem como objetivo analisar e contribuir com certos números de elementos
linguísticos úteis ao estudo dos textos como recursos na construção ficcional da Literatura
fantástica e mágica, utilizados pelo sujeito enunciador nos textos literários, a partir de uma
abordagem enunciativa da linguagem.
O referencial teórico desta pesquisa está
fundamentado para as concepções do Fantástico e do Mágico em Todorov (1975), Chiampi
(1980), Carpentier (1949), Melo (2005). E, para abordagem enunciativa da linguagem,
Benveniste (1995), Maingueneau (1996) Bakhtin (2003), e outros. Os dados analisados
mostraram que, a partir de certos acontecimentos sobrenaturais presentes nas narrativas, que
possa causar o medo, o susto, o horror e a desconfiança de sua existência pode ser inserida
dentro do universo fantástico e mágico, construídas, por um lado, com as marcas linguísticas
que são reguladas pelo gênero de discurso a que se refere.
Palavras chave: Linguistica; Literatura; Fantástica; Mágico; Enunciação.
A SÁTIRA NA LITERATURA INGLESA
Michelle de Sousa Bahury – IFMA
O vocábulo “sátira” pode ser usado como uma das mais antigas formas de representação
dramática em Roma. Apesar de o termo não ser de origem romana, a sátira era utilizada
como forma de ridicularizar o grotesco sobre as pessoas, a época e seus costumes. O
objetivo principal era provocar uma mudança social a partir da crítica com efeito cômico, e
com o passar do tempo, a mesma apresentou-se como poesia e prosa. Na verdade, o objetivo
da sátira é criticar as mazelas da sociedade, o que deu origem à expressão latina: castigat
ridendo moris, ou "castigar os costumes pelo riso". A paródia pode estar relacionada com a
sátira, pois de forma exagerada ridiculariza o tema e estilo da obra parodiada. È importante
citar que sátira e paródia não são sinônimas, levando em consideração que a primeira nem
sempre é humorística - por vezes chega a ser trágica, e a última é, inevitavelmente de caráter
cômico. Assim, podemos observar que na Literatura Inglesa, na Era Vitoriana (1837 –
1901), a sátira esteve presente nas obras de Charles Dickens sob o viés social. Através da
obra “Oliver Twist” (1838), por exemplo, Dickens denuncia o retrato da sociedade vigente
da Inglaterra realçando as desigualdades sociais, epidemias, desemprego, falta de
infraestrutura e principalmente a exploração do trabalho infantil. Assim, o órfão Oliver
Twist é o porta voz da delinquência causada pelas condições precárias de vida. Algumas
técnicas de sátira (hipérbole) também podem ser observadas em obras como As Viagens de
200
Gulliver de Jonathan Swift (1726), na primeira parte da obra, na ilha de Liliput, onde há uma
sátira diminutiva. Hoje ainda podemos perceber que grandes obras literárias fazem parte do
cenário cinematográfico, o que com o auxílio do som, imagem e outros tantos efeitos
especiais trazem o leitor mais próximo da sátira ou paródia.
Palavras chave: Sátira. Literatura Inglesa. Denúncia Social.
A CIDADE COMO ESPAÇO DO DESLOCAMENTO DISCURSIVO
Ilza Galvão Cutrim – UFMA
O Grupo de Pesquisa em Linguagem e Discurso do Maranhão-GPELD (CNPq-UFMA) vem
desenvolvendo pesquisas sobre identidades locais em diferentes espaços discursivos, a partir
do olhar da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa. O trabalho que propomos para
este simpósio vincula-se às discussões da AD e apresenta a cidade como lugar de
discursividades. Toda cidade constitui-se de um espaço que produz sentidos e possibilita
interpretações a partir dos diversos elementos que a compõem. Vista como espaço de
deslocamento, do ir e vir, da pressa, uma cidade produz regras no dia a dia de sua população,
que vive em função de seu ritmo e, a partir de então, passa a discursivizá-la O discurso
urbano tem uma memória peculiar, desenvolve-se em um espaço próprio, que se constitui
por relações entre seres que se significam e significam as relações que sustentam a própria
existência deste espaço. (ORLANDI, 2004). Tendo a cidade de São Luís, capital
maranhense, e os sujeitos que habitam esse espaço como foco de nossa discussão propomos
alguns questionamentos: que discursos/dizeres a população local constrói sobre a cidade? De
que lugar(es) os sujeitos, ao se inscreverem nesse espaço inconcluso e polifônico que é a
cidade, falam? Na tentativa de responder a essas questões, selecionamos, para nossas
análises, alguns enunciados da comunidade local publicados no jornal O Estado do
Maranhão, num excerto comemorativo dos 401 anos de São Luís.
Palavras chave: Sujeito. Discurso. Cidade.
MOVIMENTOS DE MEMÓRIA E REGIMES DE VISIBILIDADE NO JORNAL O
ESTADO DO MARANHÃO – EDIÇÃO ESPECIAL SÃO LUÍS 400 ANOS
Mônica da Silva Cruz – UFMA
Esta pesquisa, fundamentada em postulados da Análise do Discurso (AD) francesa, fundada
por Pêcheux, de base foucaultiana, avalia movimentos de memória e de visibilidade
instaurados pelo jornal O Estado do Maranhão, na edição de comemoração dos 400 anos de
São Luís (MA). O aniversário se deu em 8 de setembro de 2012 e foi amplamente divulgado
pela imprensa local. A questão que aqui se coloca diz respeito às memórias e identidades
construídas para a cidade de São Luís, nesse momento, no jornal impresso O Estado do
Maranhão, periódico considerado, atualmente, um dos mais importantes do Estado. O
trabalho centra-se no princípio de que o dizer e o olhar estão submetidos a uma ordem de
201
natureza diversa que dita o que pode ser dito ou visto por uma sociedade, em uma dada
época, observação apoiada na obra A ordem do discurso, de Michel Foucault (1999). O
corpus da pesquisa constitui-se de textos verbais e não-verbais tais como a imagem da capa
da Revista Especial distribuída pelo Jornal, no dia 8 de setembro de 2012, e seu editorial; e a
obra A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles (1860). Os procedimentos
metodológicos incluíram pesquisa bibliográfica, seleção de edições do Jornal O Estado do
Maranhão, análise e discussão dos dados. Os resultados demonstram que um regime de
verdade determinou quais identidades deveriam ser mostradas ou não nesses textos que
narraram os 400 anos da capital maranhense.
Palavras chave: Discurso. Memória Identidade.
UM SALVADOR NA POLÍTICA: ASPECTOS DISCURSIVOS DA CAMPANHA DE
ROSEANA SARNEY AO GOVERNO DO ESTADO
Luís Rodolfo Cabral - IFMA
Este trabalho apresenta uma breve discussão sobre a construção discursiva da trajetória
messiânica da candidatura de Roseana Sarney ao Governo do Estado do Maranhão a partir
da análise dos editoriais do jornal O Estado do Maranhão¸ publicados entre abril de 2009 e
dezembro de 2010. Constitui o corpus da pesquisa os editoriais do jornal O Estado do
Maranhão, cujo contexto de produção corresponde a um período de efervescência política no
estado do Maranhão. Além de se considerar o período delineado como de efervescência
política, dado à mudança de líder de governo, dois outros pontos justificam também o
recorte metodológico proposto: a) o jornal Estado do Maranhão e um dos troncos do Sistema
Mirante, grupo de empresas de comunicação do Maranhão afiliado a rede Globo. Sob a
presidência de Teresa Sarney Murad, e um dos jornais de maior circulação em todo o estado;
b) o então governador Jackson Lago teve seu diploma cassado, em marco de 2009, por
decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu também pela diplomação de Roseana
Sarney Murad, segunda colocada no pleito de 2006. Apresentamos um breve preâmbulo
sobre a organização política e administrativa daquele dispositivo midiático que veicula os
editoriais coletados. Com a metodologia proposta, pudemos conduzir um gesto de
interpretação dos dados que nos permitiu montar uma trajetória mítico-messiânica da
candidatura de Roseana Sarney, atendendo aos passos de um Messias, conforme Girardet
(1987): poder, apelo, martírio e glória.
Palavras chave: Discurso. Trajetória Messiânica. Política.
OS TOPÔNIMOS INSCRITOS EM OS TAMBORES DE SÃO LUÍS: ALGUNS
ASPECTOS DISCURSIVOS
Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA
202
Esta apresentação volta-se para reflexões acerca dos topônimos inscritos na obra Os
tambores de São Luís de Josué Montello. Dado que é possível “interrogar a linguagem, não
na direção a que ela remete, mas na dimensão que a produz” (Foucault, 1995), os estudos
toponímicos, como instrumento de investigação linguística e antropocultural, favorecem que
uma determinada configuração espacial possa ganhar existência pela atividade de
linguagem, ao fazer referência a uma realidade concreta e materializável que se apresenta
envolta em um simbolismo particular. Nesse contexto é que se constrói o processo
nominativo dos topônimos como uma prática discursiva do sujeito que se delineia no ato
batismo do enunciador e resulta em uma construção histórico-cultural na qual o topônimo
passa a atuar como lugar de memória que se faz presente em determinado momento da
história. Assim, os topônimos, como uma forma de resgate da memória de um lugar,
revelam importantes dados do seu processo de formação, dentre os quais, os aspectos
históricos, políticos, econômicos, religiosos e as relações de poderes que demarcam a
identidade cultural de um povo. Pretende, ainda, discutir, considerando o posicionamento do
sujeito, a noção de espaço como uma exterioridade que ultrapassa o aspecto físico-espacial e
aponta para uma exterioridade histórica e socioculturalmente produzida que é constitutiva da
subjetividade do sujeito discursivo.
Palavras chave: Estudos Toponímicos. Discurso. Literatura Maranhense.
MARCAS DISCURSIVAS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS
Antônio Augusto Machado - UFMA
No presente trabalho, procuraremos fazer uma reflexão sobre as diversas possibilidades que
as Histórias em Quadrinhos (doravante HQ) apresentam, por meio de estratégias linguísticodiscursivas que operam para a veiculação de sentidos do texto. As HQs são um Gênero
textual bastante popular, devido à sua linguagem dinâmica, versátil e acessível a todas as
idades e níveis sociais. Constituindo-se uma forma narrativa apreciada no mundo inteiro e
que conquistou um amplo espaço na cultura do Século XX, as HQs ainda são um fenômeno
da sociedade contemporânea que estabelecem uma profunda ligação com o contexto social
em que estão inseridas. Com uma linguagem própria, que associa texto e imagem, narrados
em sequência, daí resultando a alcunha de arte sequencial, as HQs promovem efeitos de
sentido, veiculam ideologias, valores; problematizam preconceitos e estabelecem um
enfoque em áreas temáticas como a ficção científica, o humor, a aventura, o terror, o
universo infantil, a literatura, a cultura nipônica (mangás), a história, o contexto político, a
(auto)biografia, entre outros. Verifica-se uma certa incipiência quanto à abordagem do
referido corpus no âmbito da pesquisa acadêmica, ainda cercado por certos estereótipos.
Isso, portanto, é que nos motiva a fazer uma incursão nesse sentido, por um viés linguístico,
e apoiado pela Análise do Discurso, buscando considerações que corroborem com a visão de
Maingueneau (2001) para categorias de análise como Polifonia e cena enunciativa. Em
suma, verificaremos porque as HQs nos apresentam como um veículo discursivo- narrativo
de possibilidades infinitas.
Palavras chave: HQs. Gênero discursivo. Polifonia. Análises.
203
ENFOQUE DISCURSIVO DA EAD FACE À ORALIDADE
Luciana Rocha Cavalcante – UFMA
Nesta apresentação analisaremos o lugar da oralidade nos discursos que tratam da EAD nos
cursos de licenciatura em Letras com formação em língua estrangeira, para que sejam
investigadas as Concepções de Lingua(gem) e de Ensino que norteiam esse fazer
pedagógico. Na oportunidade, destacaremos a habilidade oral na busca do desenvolvimento
da competência comunicativa pelo aprendiz em um idioma estrangeiro através das
tecnologias de informação e comunicação adotadas na atualidade. Ressaltaremos a
importância da língua estrangeira para o aprendiz como ferramenta que possibilita a
interação do mesmo na sociedade e, enquanto sujeito histórico-social do seu falar, ao
entender e ser entendido em sua área específica de interesse. Nesse contexto, a linguagem
torna-se elemento central para a sociabilidade humana, intrínseca à ação do homem, dotada
de efeitos de sentido em função do espaço social e dos sujeitos que a compõem. Dessa
forma, não devemos estudá-la fora da sociedade e da cultura, uma vez que os processos
constitutivos da linguagem são histórico-sociais, o que vem determinar que nessa relação
não podemos considerar nem a sociedade como dada, nem a linguagem como produto: elas
se constituem mutuamente. (ORLANDI, 1996). Nosso estudo fundamenta-se nas categorias
inerentes à Análise do Discurso como discurso, sujeito e memória à luz dos estudos de
Pêcheux (1988,1997 e 1999) e Foucault (1999 e 2008). Esta pesquisa revelou que a
oralidade ocupa um lugar secundário nessa modalidade de ensino nos cursos de Letras, em
virtude, principalmente, de problemas de infraestrutura tecnológica, pela substituição das
atividades orais por escritas e pela carga horária reduzida para a realização de atividades
interativas que necessitam das habilidades de ouvir, interpretar e falar.
Palavras-chave: Oralidade. Concepção de língua(gem). Ensino de línguas estrangeiras.
Ensino a distância. Discurso. Sujeito.
UM OLHAR SOBRE A DISCURSIVIDADE DO SUJEITO NO ATO DE NOMEAR
Suzana Maria Lucas Santos de Souza – UFMA
O presente trabalho destina-se a abordar questões inerentes à designação de pessoas,
considerando-se aspectos que extrapolam o indivíduo a ser nomeado, como a atitude, o gesto
e os valores daquele que nomeia. Dar nome, nos lembra Guimarães (2005), torna-se um
meio de inscrever intrínsecas relações sócio históricas e culturais. A escolha de um nome é
geralmente influenciada por alternativas, tendências e características de determinados
discursos veiculados em uma dada época. Nessa perspectiva, defende-se que atribuir um
nome a alguém é um processo enunciativo em que diferentes enunciações se inscrevem. O
antropônimo não pode ser pensado apenas a partir de seu caráter estrutural, mas configura-se
em um signo, por natureza cultural, sempre associado a um valor (BAKHTIN, 2006).
204
Destaca-se, particularmente, a opção pelos nomes estrangeiros, sobretudo os advindos da
língua inglesa, e suas motivações por parte do sujeito designador, que, por sua vez, atribui
ao idioma importado valores simbólicos associados à concepção de poder, de força, de
verdade. O universo contemplado na pesquisa foram escolas da rede pública da cidade de
São Luís, MA. A temática investigada abrange questões de identidade e questões de
interinfluência entre as línguas, pois uso de prenomes estrangeiros tem implicações para
além das fronteiras de uma mera nomeação.
Palavras-chave: Designação de pessoas. Processo enunciativo. Relações sócio históricas e
culturais. Língua inglesa.
MICHEL PÊCHEUX E QUENTIN SKINNER: POR UMA TEORIA DA
INTERPRETAÇÃO
Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira - UFMA
Neste trabalho, traçaremos o itinerário de Michel Pêcheux no âmbito da Análise do Discurso
Francesa, enfocando os autores e contextos sócio-históricos que o influenciaram.
Abordaremos o seu projeto de análise de discurso, unindo a linguística e a História.
Analisaremos a sua concepção de sujeito, discurso e linguagem. Neste sentido, será
considerada a inserção de Michel Pêcheux nas três fases da Análise do Discurso, a sua teoria
materialista do discurso e os conceitos de formação discursiva, formação ideológica,
interdiscurso, sentido e memória discursiva. Apontaremos alguns pontos de confluências
entre a concepção de interpretação de texto de Michel Pêcheux e a de Quentin Skinner,
particularmente a teoria de interpretação de textos de Skinner denominada de
contextualismo linguístico no interior da História Intelectual.
Palavras-chave: Michel Pêcheux, Quentin Skinner, Interpretação.
LOVECRAFT E OS LIMITES DO PENSAMENTO
Erick Felinto de Oliveira - UERJ
Desde pelo menos a publicação do célebre ensaio de Michel Houellebecq (H.P. Lovecraft:
Contre le Monde, Contre la Vie, 1991), a obra do escritor norte-americano H.P. Lovecraft
vem experimentando uma curiosa passagem dos universos da cultura popular e massiva para
os domínios mais sofisticados do pensamento contemporâneo. Considerado pelo filósofo
argentino Fabián Ludueña como pensador que “traça um horizonte com que a filosofia atual
deve medir-se para aspirar a permanecer na existência do pensar” (H.P. Lovecraft: la
disyunción en el Ser, 2013, p. 15), Lovecraft se tornou, na verdade, o herói de todo um
movimento filosófico nascido nos últimos 20 anos, o Realismo Especulativo. Tema da obra
de Graham Harman Weird Realism: H.P. Lovecraft and Philosophy (2012), o autor foi
também adotado como referência fundamental por jovens filósofos como Nick Land, Reza
Negarestani, Ben Woodard e Eugene Thacker. Este último, em seu brilhante ensaio In the
Dust of This Planet: the Horror of Philosophy (2011), vê Lovecraft como pensador que
205
aborda o horror da vida e seu problemático estatuto nos horizontes da ciência e da filosofia.
O objetivo desta comunicação será oferecer um panorama das releituras contemporâneas do
escritor no quadro de uma filosofia da cultura e de uma ontologia pós- ou trans-humanista.
Nesse panorama, o escritor de Providence surge como criador da primeira grande mitologia
efetivamente pós-humana, na qual a matéria e as entidades não-humanas assumem primazia
cosmológica. Em que sentido - eis a pergunta-chave - Lovecraft pode efetivamente ser
considerado um pensador que tematiza questões vitais para o presente e para o futuro do
pensamento? Em que medida seria ele uma das principais forças dirigentes de uma
manifestação essencialmente contemporânea ("pós-moderna"?) e “planetária” do horror?
LOVECRAFT E A FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
Naiara Sales Araújo Santos - UFMA
A Ficção Científica Brasileira tem suas primeiras manifestações no início do século XX
influenciada por tendências anglo-americanos que se baseavam, sobretudo, em estrapolações
da biologia e da astronomia. De acordo com a pesquisadora norte-americana, Elizabeth
Ginway (2005), “a ficção científica, como um gênero associado ao primeiro mundo torna-se
uma mistura curiosa, no Brasil”. Ao mesmo tempo em que apresenta um projeto de
resistência, também mostra-se adepta ao processo de modernização. Em meio ao tumulto e
contradições gerados pelos avanços tecnológicos, a ficção científica brasileira, com
frequência, projeta mitos brasileiros de identidade herdados do passado, para uma sociedade
do futuro. Nessa perspectiva, na década de 90, escritores brasileiros utilizaram o gênero para
refletir sobre os impactos do processo de modernização e avanços tecnológicos na sociedade
e cultura brasileira. Em meio a contextos nacionais, mas inspirados em tendências
internacionais, escritores como Marcia Kupstas e Carlos Orsi elaboram sua crítica
utilizando-se de elementos muitos próximos a aqueles utilizados por Lovecraft em seus
contos de fantasia e horror. O objetivo desta comunicação é fazer uma análise comparativa
das obras O Demônio do Computador de Márcia Kupstas e Tempos de Fúria de Carlos Orsi
à luz da Filosofia do Cosmicismo empregada pelo escritor Norte Americano H.P Lovecraft.
CIBORGUE: O CIDADÃO PÓS-MODERNO
Luan Passos Cardoso - UFMA
A evolução da tecnociência, desde 1950, tem levado a humanidade a repensar a forma como
os seres humanos interagem em sociedade, discutindo sobre quais são os limites físicos e
intelectuais da raça humana. Essas reflexões se tornaram mais evidentes quando a literatura,
o cinema e as instituições políticas perceberam que a união entre a máquina e o ser humano
é uma fusão inevitável. Diante desta nova possibilidade social eis que surge o ciborgue, uma
criatura constituída de partes orgânicas e partes robóticas, possuindo habilidades e
características que fogem a certas regras do “limite humano”. Obras como: Frankenstein,
Cyborg Citizen, O Homem-Máquina. Manifesto Ciborgue, entre outras, argumentam sobre
qual seria o lugar dos ciborgues, dos seres humanos, da ciência e da política num mundo
206
futuro que parece estar cada vez mais presente. O objetivo deste artigo, alicerçado pelas
ideias do professor Chris Hables Gray e da cientista Donna J. Haraway, é traçar o limiar
dessas discussões expondo os principais pontos que definem o que são os ciborgues, como
será uma sociedade formada por essa nova forma de vida, como a sociedade atual observa as
possibilidades bélicas inclusas na questão ciborgue e se os atuais avanços tecnológicos,
principalmente na criação da Inteligência Artificial – IA, virão para melhorar a qualidade de
vida ou se contribuirão para a aniquilação da sociedade como a conhecemos.
Palavras chave: Política. Tecnociência. Ciborgue.
I, (GOOD OR BAD) ROBOT?: A INCIDÊNCIA DO COMPLEXO DE FRANKENSTEIN
NA VERSÃO LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA DO CLÁSSICO ASIMOVIANO
Jucélia de Oliveira Martins – UFMA/UNICEUMA
O presente estudo comparativo foi elaborado a partir da leitura do livro “Eu, robô” de Isaac
Asimov e de sua adaptação fílmica (de mesmo nome), lançado em 2004 sob a direção de
Alex Proyas. Este estudo visa investigar a incidência e a forma como é abordado o
“Complexo de Frankenstein” na obra literária e na versão cinematográfica. E ainda,
demonstrar a influência que este “complexo” exerceu e exerce sobre outras produções
fílmicas. Para alcançar tal fim, será usado como suporte teórico principal os conceitos e
explicações formuladas pelo próprio Asimov sobre diversas questões que permeiam o
mundo da ficção científica (principalmente aquelas correlatas à robótica); assim como as
opiniões de diversos críticos literários e cinematográficos, roteiristas e professores, como
Arlindo Machado, Jacques Aumont, Fernando Mascarello, Anthony Burgess, Terry
Eagleton, Muniz Sodré, Marcos Rey, James Naremore, Tzvetan Todorov, Donna J.
Haraway, Heitor Capuzzo, Julio Jeha e outros. Embasado nas teorias levantadas pelos
autores citados, este trabalho também pretende demonstrar, de forma fundamentada, o papel
da Literatura para o engrandecimento do Cinema, a impossibilidade de se realizar uma
adaptação fílmica completamente fiel à obra adaptada e a importância da originalidade para
se definir se um filme faz parte do cinema arte ou indústria.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Asimov. Adaptação. Fidelidade.
“O HOMEM DUPLICADO”: A INTERPRETAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA OBRA
SARAMAGUIANA
Fernanda Libério Pereira - UFMA
Mizraim Nunes Mesquita - UFMA
A obra “O Homem Duplicado” de José Saramago, publicada em 2002, suscita várias
questões relativas à (des)construção identitária do homem pós-moderno. Encontramos no
livro um homem que, em um dado momento, descobre-se imerso em uma rede de dúvidas
207
sobre sua própria existência, quando confrontado com a possibilidade de ter um duplo, outro
homem dotado de características físicas idênticas às suas. Nesta obra, bem como na
produção saramaguiana em geral, a narrativa é reconhecidamente densa, provocativa e
repleta de simbologias, que enriquecem as possibilidades interpretativas do leitor sobre as
diversas temáticas que a permeia. Por conta disso, não faltam motivações para levar às telas
dos cinemas as complexas tramas elaboradas pelo autor, como o que ocorreu com “Ensaio
Sobre a Cegueira” (2008) e “Embargo” (2010), dirigidos respectivamente pelo brasileiro
Fernando Meirelles e pelo português Antônio Ferreira. Neste trabalho pretendemos discutir
de que maneira as metáforas presentes no livro “O Homem Duplicado” foram representadas
na adaptação fílmica, intitulada “Enemy”, realizada pelo diretor canadense Denis
Villeneuve, lançada em 2013. Para fomentar a discussão serão ponderadas as considerações
de Stuart Hall sobre o conceito de identidade na pós-modernidade, juntamente à
contribuição de Madalena Aparecida Machado no que tange a forma como Saramago
compreendeu e representou o homem pós-moderno. Para tratar sobre o processo de
adaptação do romance de Saramago para o cinema, contamos com as contribuições de James
Naremore, Robert Stam, Naiara Sales Araújo, entre outros.
Palavras chave: Literatura. Cinema. Saramago.
OS MONSTROS E NÓS: RELAÇÕES DE ALTERIDADE EM IN THE FLESH
Stéfanni Brasil da Silva - UFMA
Nos últimos anos a temática de zumbis tem estado cada vez mais presente nas produções
televisivas e cinematográficas. Tal fixação por zumbis, monstros e vampiros sempre atraiu a
curiosidade de estudiosos em discutir a relação que o ser humano tem com o corpo
monstruoso – e o que isso representa. In The Flesh, seriado britânico transmitido pela BBC,
encontramos uma sociedade que, diferentemente do famoso The Walking Dead, sobreviveu
a um apocalipse zumbi, conseguindo reestruturar a ordem social. Cientistas que viam estes
espécimes como verdadeiros objetos de estudo, criaram a Nortriptilina, um medicamento
que repara as ligações cognitivas dos seus cérebros, trazendo suas memórias de volta e
reabilitando-os à sociedade. Kieren Walker é um adolescente que toma esse medicamento e
agora é um Portador da Síndrome do Falecimento Parcial, nome desse fenômeno que fazia
as pessoas se alimentarem de outras inconscientemente. Dirigido por Dominic Mitchel, o
seriado trata da ressocialização dos portadores da síndrome, das dificuldades encontradas, a
reação das famílias e da sociedade nesse processo de reabilitação. Encontrar-se assim face a
face com aquele ser monstruoso que outrora destruíra suas casas, faz com que alguns vivos
se sentem ameaçados e os discriminam, chegando até mesmo a matá-los. Quem são eles? O
que se tornaram? Quem somos nós? Este trabalho pretende discutir a construção da
identidade, da alteridade e da diferença em In The Flesh e como isso é abordado, tomando
como base teórica Stuart Hall, a fim de mostrar que se torna cada vez mais difícil e delicado
separar o monstruoso do humano.
Palavras chave: Monstros. Diferença. Identidade.
208
LA AURA DE FELIPE, EL CONSUELO DE LLORENTE: UM ESTUDO DO DUPLO
MASCULINO EM AURA, DE CARLOS FUENTES
Dayane Andréa Rocha Brito - UFMA
Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA
Dentre as diversas obras do escritor mexicano Carlos Fuentes, um dos maiores autores da
literatura de língua espanhola, a novela Aura se destaca pelo surpreendente jogo de
identidades e duplos, sendo mais proeminente entre as análises até então realizadas acerca da
obra a duplicidade existente entre Aura e Consuelo. Está presente na história, no entanto,
outro duplo não tão explorado, porém igualmente interessante: Felipe Montero, historiador
contratado por Consuelo e apaixonado por Aura, e Llorente, general e falecido marido de
Consuelo. Diversos elementos componentes da narrativa corroboram para interpretação de
que Montero é o duplo de Llorente: a similaridade entre o perfil e dormitório das duas
personagens, a lembrança que Montero tem de detalhes da casa que não existem na época
que lá se instala (porém presentes na época em que viveu Llorente), a missão do jovem
historiador de revisar e finalizar as memórias do general, a narração em segunda pessoa, a
desconstrução da identidade do jovem Felipe em direção ao retorno do general à medida
que, nas lembranças deste último, descobre a si mesmo. Objetivando comprovar a existência
do duplo entre as duas personagens masculinas da obra, esse trabalho utiliza como suporte
teórico autores que transitam pela psicologia e psicanálise, tais como Sigmund Freud e Carl
Gustav Jung, pelo estudo dos duplos e da literatura fantástica, tais como Carl Francis
Keppler e Tzvetan Todorov, respectivamente.
Palavras chave: Duplicidade. Literatura fantástica. Aura.
REINVENTANDO DEUSES: OS ARQUÉTIPOS E OS MITOS EM THE WICKED +
THE DIVINE
Ludmila Gratz Melo - UFMA
A cada noventa anos, doze deuses encarnam em seres humanos. Eles sempre desempenham
papéis influentes em cada uma dessas encarnações, sua geração de deuses é amada, invejada
e seguida por multidões. No ano de 2014, eles encarnaram como estrelas do universo pop.
Por mais sugestiva que essa forma escolhida possa parecer, essa é a premissa de The Wicked
+ The Divine, quadrinho publicado pela Image Comics e produzido pelo roteirista britânico
Kieron Gillen e pelo desenhista, também britânico, Jamie Mckelvie. O material mistura
deuses mitológicos, arquétipos da música pop, além de fazer referência clara a figuras
conhecidas do gênero musical. Neste trabalho, pretende-se explorar a relação entre os
arquétipos utilizados e os mitos nos quais eles tomaram forma dentro da obra. Para trabalhar
com o conceito de arquétipo, será utilizada como base a teoria do psicólogo suíço Carl Jung.
Será também feita uma análise dos arquétipos utilizados na construção das personagens do
quadrinho. Para compreender os mitos apresentados dentro da obra foi feita uma leitura
209
introdutória nos trabalhos de Joseph Campbell, além de outros pesquisadores dos campos de
estudos míticos.
Palavras chave: Quadrinho. Arquétipo. Mito.
PERFIS INSTITUCIONAIS NO TWITTER E PROPÓSITO COMUNICATIVO:
ANÁLISE DE POSTAGENS
Franklin Oliveira Silva - UFPI
A sociedade acostumou-se, após o surgimento das novas mídias em seu cotidiano, a acessar
uma quantidade imensurável de conteúdos de forma quase instantânea. A própria estrutura da
web é construída de forma a possibilitar a visualização de inúmeras mensagens em um curto
espaço de tempo. Dentro desse contexto, o twitter constitui-se como uma ferramenta de
interação online que tem sido muito utilizada pela maioria das instituições públicas e privadas
com propósitos comunicativos diversos. Com mensagens rápidas de no máximo 140
caracteres e com o uso de recursos como links, imagens, áudios e vídeos; os tweets
(mensagens postadas no twitter) podem revelar propósitos que muitas vezes não são
declarados. Discutimos, neste trabalho, possíveis propósitos comunicativos imbricados nas
postagens do twitter institucional dos Governos de Estados do Nordeste do Brasil e as
estratégias utilizadas para alcançar esses propósitos. Utilizamos como base teórica a noção de
propósito comunicativo apresentada por Swales (1990, 2004) e Askehave e Swales (2001), e
os estudos sobre perfis institucionais no Twitter, desenvolvidos por Castro (2012) e Viana
(2013) e sobre o enunciado do Twitter (TEIXEIRA, 2012). Coletamos para esta pesquisa 10
postagens de todos os perfis dos estados nordestinos, acessadas no dia 21 de fevereiro de
2014, entre as 7h e as 9h, nas quais analisamos os recursos utilizados na divulgação de
informações desses perfis institucionais. Identificamos, entre outros recursos, o uso de links,
fotos, linguagem dialogada, e enunciados superconcisos com linguagem da internet. Para
medir a interação com os seguidores, utilizamos a ferramenta métrica Kred disponível na
internet. Após a análise das marcas linguística e não linguísticas das postagens coletadas,
observamos como propósitos mais evidentes: a promoção dos governantes ou do próprio
governo de forma comedida, anunciando obras e ações; a divulgação de eventos relacionados
a esporte, lazer e cultura, além de serviços de utilidade pública; a tentativa de interação com
os seguidores.
Palavras chave: Perfis Intitucionais. Redes Sociais. Postagens. Comunicação.
PROPÓSITOS COMUNICATIVOS E SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS EM
POSTAGENS DE PERFIS DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS NO
TWITTER
Ismael Paulo Cardoso Alves - UFPI
Beatrice Nascimento Monteiro - UFPI
210
Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma relação entre propósitos comunicativos e
sequências tipológicas em postagens de perfis de tribunais de justiça no Twitter. Nossa
pesquisa dialoga com outros trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa Cataphora,
como os de Alexandre (2012), Castro (2012) e Viana (2013). Seguindo esses trabalhos,
entendemos o Twitter como um conjunto de affordances, que são as possibilidades e as
restrições comunicativas oferecidas pelo meio. Como conjunto de affordances, o Twitter
funciona como um locus no qual se instanciam diferentes gêneros. No caso, nossa análise
incide sobre o gênero perfil institucional de tribunais de justiça. Buscamos analisar propósitos
comunicativos explícitos e implícitos desses perfis, tomando como explícitos aqueles que são
declarados pela instituição e como implícitos aqueles que, embora não sejam declarados, são
inferíveis pelo conteúdo das postagens. Além disso, estabelecemos uma relação entre os
propósitos identificados e as sequências tipológicas presentes nas postagens. Nosso aporte
teórico são os estudos sobre gênero e affordances de Miller (2012), propósito comunicativo de
Swales (2009) e sequências tipológicas de Adam (2009). Para desenvolver nossa análise,
selecionamos cinco perfis de clubes de tribunais de justiça, dos quais analisamos 10 postagens
e as suas respectivas descrições da Bio. A partir de nossa análise, verificamos que o propósito
comunicativo de divulgar atividades da instituição efetiva-se por meio de sequências
narrativas, argumentativas, descritivas e explicativas; enquanto o propósito de promover a
instituição ocorre de maneira escamoteada através da sequência narrativa.
Palavras chave: Twitter. Perfis de Tribunais de Justiça. Affordances
GÊNERO RESENHA EM PERIÓDICOS ONLINE DA ÁREA DE LINGUÍSTICA:
POR QUE A FORMA SOBREPÕE O CONTEÚDO?
Lafity dos Santos Alves - UFPI
Francisco Alves Filho - UFPI
211
A resenha é um gênero recorrente nos meios acadêmicos e utilizados frequentemente
como forma de contato com novas teorias (VIAN Jr e IKEDA, 2009). Ademais, atende à
função social de avaliar e descrever um livro publicado ou traduzido recentemente por
uma especialista de um determinado campo do conhecimento, além de ajudar a atualizar
os leitores e suprir sua falta de tempo para ler textos inteiros (CARVALHO, 2002).
Diante disso, o objetivo desta pesquisa é descrever a estrutura esquemática das resenhas
publicadas em periódicos online da área de linguística, procurando explicações para o
funcionamento desse gênero que circula em revistas virtuais de nosso país e que fazem
parte do mundo acadêmico dos profissionais, sejam eles, alunos ou professores, de Letras.
Para tanto, faremos uso dos pressupostos teóricos de gênero dos Estudos Retóricos de
Gêneros (MILLER, 2009; DEVITT, 2004). Metodologicamente, faremos nossas análises
atentando para os movimentos retóricos do gênero resenha, uma vez que “os movimentos
retóricos de textos pertencentes a um mesmo gênero ajudam a verificar a existência de
regularidades na organização da informação” (PARÉ e SMART, 1994), o que possibilita
encontrar explicações para o funcionamento de um dado gênero. Ao analisarmos os
movimentos retóricos do gênero em questão, verificou-se uma ênfase na descrição e uma
recorrente ausência de apreciação negativa de uma dada obra resenhada. Assim a resenha
é vista apenas como um espaço em que se fala, se expõe um produto de forma positiva,
servindo mais como um lugar de propaganda, de venda de um produto do que um espaço
em que também se possa discordar de uma determinada ideia exposta na obra.
Palavras chave: Resenha. Periódicos. Linguística.
PERFIS ORGANIZACIONAIS E INSTITUCIONAIS NO TWITTER: UMA
ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DE NÃO-RECORRÊNCIA DE EXEMPLARES DOS
GÊNEROS
Bruno Diego de Resende Castro – UFPI
Leila Rachel Barbosa Alexandre - UFPI
Este trabalho é decorrente de pesquisas realizadas sobre o Twitter no núcleo Cataphora,
nas quais defende-se que esse sistema de comunicação online serve à construção de
diversos gêneros. Esses diversos gêneros estão ligados à diversidade de função, forma,
conteúdo e esferas da atividade humana que constituem os perfis e ainda às exigências
próprias do meio em que se realizam, no caso o Twitter. Considerando estes pressupostos,
observaremos o fenômeno dos perfis institucionais e organizacionais no Twitter que,
embora tenham que construir uma imagem confiável e séria da empresa ou instituição,
usam configurações de forma e conteúdo que tendem à pessoalidade — inclusive com
traços de humor típicos de outros tipos de perfis —, numa aparente contradição em
relação ao objetivo que se espera que eles cumpram. Nesse caso, ao invés de buscar os
traços de recorrência nos perfis analisados, buscaremos as características que os fazem
diferentes e, por isso mesmo, possíveis incentivadores de uma futura prática recorrente,
no caso de obterem sucesso com suas ações comunicativas. Para subsidiar nosso trabalho
utilizaremos como base teórica principal as ideias de Miller (2009 [1984]) e Devitt (2004)
sobre gêneros retóricos, que nos possibilitam analisar as práticas linguageiras no seu uso
cotidiano, em situações reais de comunicação. Nossa pesquisa também baseia-se em
Castro (2012), Alexandre (2012) e Alves Filho et al (2013) para entender o
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funcionamento dos gêneros no Twitter. O corpus utilizado nessa pesquisa advém dos
estudos realizados no núcleo Cataphora, focando-se nas experiências de perfis
organizacionais e institucionais que mostrem uma atividade de produção de conteúdo
diferente do que se costuma observar recorrentemente nos outros perfis do mesmo tipo.
Palavras chave: Twitter. Núcleo Cataphora. Perfis organizacionais e institucionais.
O PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO NA NOTÍCIA ONLINE: QUANDO A
FONTE É O FATO
Emanoel Barbosa de Sousa – UFPI
Maria Lourdilene Vieira Barbosa - UFPI
Segundo Van Dijk (1990 [1988]), a estratégia mais fácil de reprodução do material
selecionado pelo jornalista é a literal. Nesse caso, o autor se reporta ao jornalismo
impresso, cuja limitação de tempo e espaço interfere bastante na produção noticiosa. No
caso da notícia online ou webnotícia, as condições de espaço e tempo são diferenciadas,
algo que tem contribuído para que a utilização ou processamento do texto-fonte seja
também diferenciado. Discutimos, neste trabalho, a importância do texto-fonte para o
funcionamento social da notícia online. Para isso, analisamos casos de notícias publicadas
em portais jornalísticos, examinando estratégias de retextualização, com base em
Marcuschi (2010 [2000]) e Gomes (1995), realizadas pelo jornalista para o processamento
da informação que constitui a base dessas notícias. Para explicar o efeito retórico da
utilização dessas estratégias no gênero notícia online e a importância dessas para o que é
realizado através desse gênero, empregamos a teoria sociorretórica de gêneros,
considerando as noções de ação social, situação retórica e propósito comunicativo, com
base em Miller (2009 [1984]), Bazerman (2009) e Swales (1990). As análises apontam
que o processamento da informação na notícia online está intimamente relacionado ao
meio de circulação desse gênero, a internet. Dessa forma, muito mais do que servir como
fonte, o texto que fundamenta a notícia funciona como um documento “comprobatório”
do fato, no sentido de que a presença deste na notícia atua sobremaneira como uma
estratégia retórica que dá ao leitor a impressão de que o mesmo está tendo acesso direto e
imediato ao fato apresentado, ou seja, à verdade. Logo, na internet, o efeito retórico
criado para que as notícias veiculem socialmente como fatos é intensificado pela
possibilidade dada ao leitor de ter acesso ao texto-fonte, embora isso também seja parte
de uma manipulação estratégica para levar o mesmo a crer ou acreditar nisso.
Palavras chave: Webnotícia. Processamento da Informação. Retórica.
AS VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS E NELSON PEREIRA DOS
SANTOS
Jurema da Silva Araújo - UESPI
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O nordeste, tal qual o pensamos hoje: terra seca, assolada pela fome, inerte e insólita não é
uma paisagem natural, tampouco representa a genealogia de um povo. Esse nordeste é o
testemunho do processo histórico de exploração econômica sob a qual se erigiu um
território marcado pelas desigualdades sociais. Tendo como referência esses apontamentos
históricos, buscamos, neste estudo, analisar as narrativas de um nordeste brasileiro
particular, o da pecuária, veiculado na novela Vidas Secas, de Graciliano Ramos (1997) e
na sua adaptação fílmica por Nelson Pereira dos Santos (1963). Analisamos equivalências
entre a narrativa literária e a fílmica, ficando patente, pois, que ambas se complementam e
que, embora com suportes distintos, elas narram um tipo de nordeste muito particular: o
nordeste da seca. Assim, como pano de fundo, refletiremos sobre a relação entre cinema e
literatura, seus elos e seus confrontos. Depreendemos da leitura destas narrativas que elas
se estruturam a partir de dois sentidos: os silêncios e as movências. O sentido de constante
movência converge, especialmente, para o debate sobre a reforma agrária, inferido por
Graciliano e apreendido por Nelson pereira dos Santos. Como referenciais teóricos,
recorremos aos estudos de Celso Furtado (2000), Linda Gualda (2010), Dione Moraes
(2006), Anelise Corseuil (2005), dentre outros.
Palavras chave: Vidas Secas. Literatura e Cinema. Nordeste brasileiro
LIVROS, LEITURA DIGITAL E PARTILHA LITERÁRIA
Cassia Furtado - UFMA
No contexto contemporâneo presencia-se o impacto da web 2.0 na rotina dos indivíduos,
com isso, aspectos culturais estão passando por mutações históricas, a exemplo das práticas
da leitura e escrita. Privilegiando as pessoas e suas relações, a web social amplia as
possibilidades de leitura e escrita, com a inclusão dessas práticas também em media digital,
como wikis, blogs e redes sociais. E as crianças e jovens são modelos para a sociedade do
que atualmente é prática de leitura e escrita, em vários media e simultaneamente. Considerase que a web 2.0, notadamente as plataformas sociais, podem expandir as oportunidades de
leitura e escrita e, dessa maneira, ser parceira do livro tradicional no incentivo a essas
práticas. As plataformas sociais, por valorizarem o contributo coletivo, oportunizam aos
leitores a leitura interativa, contato entre leitores, entre leitor e autor e capacidade de
expressão, além de serem instrumentos relevantes para aquisição de informações sobre o
texto literário. Assim, o uso de tais ferramentas pelos atores sociais proporcionam estímulo
a leitura. Apresenta-se o Portal Biblon, biblioteca digital de literatura infantil em língua
portuguesa, que permite a formação de uma rede social de leitores e escritores entre os
utilizadores, a partir das interações proporcionadas em torno do texto literário. A plataforma
conta com livros da literatura infantil, na faixa etária dos 6 aos 10 anos, escritos no Brasil e
em Portugal, cujo títulos encontram-se em domínio público. A plataforma foi elaborada por
uma equipe interdisciplinar do Departamento de Comunicação e Arte-DECA, da
Universidade de Aveiro e foi objeto da pesquisa da Doutora Cassia Furtado, por ocasião do
seu doutorado na referida universidade. A partir do segundo semestre do corrente ano, o
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Biblon será utilizado por escolas do ensino fundamental da rede pública, em São Luís, sendo
alvo de pesquisa patrocinada pela FAPEMA, cujo objetivo principal é analisar a introdução
de livros digitais e novos sistemas hipermidiáticos no incentivo a leitura, criação, expressão
e partilha literária, como potencializadores dos processos ensino, aprendizagem e de criação
de conhecimento para alunos do ensino fundamental, assim como também, mapear o
processo de interação e partilha ocasionada entre os leitores infantis.
Palavras chave: Plataformas sociais. Portal Biblon. Leitura Interativa.
A AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA EXPERIÊNCIA DA CRIANÇA EM
IDADE ESCOLAR AO INTERAGIR COM LIVROS DIGITAIS DE INCENTIVO À
LEITURA E PRODUÇÃO LITERÁRIA: ESTUDO DE CASO PORTAL BIBLON
Luciana Santos Sousa - UFMA
A presente pesquisa inseri-se na linha de pesquisa Design e Produtos Multimídias do
Programa de Pós-Graduação em Design, tendo como objetivo: levantar revisão de literatura
referente ao livro digital e sua influência nos dias atuais sobre os nativos digitais;
compreender o design de interação nos livros digitais voltados para a criança; estudar a
interação homem-computador, de modo especial, analisar o processo cognitivo da criança
com o sistema e com interfaces que possibilitam acesso e a produção de textos digitais;
propor mudanças/evoluções na interface e/ou usabilidade do Portal Biblon e apresentar uma
prototipação com sugestões para uma nova versão do Portal Biblon, com melhorias em sua
interface e usabilidade. A pesquisa terá como temática o design de interação, a usabilidade,
livros digitais e nativos digitais. De acordo com Norman (2006), “design centrado no
usuário é uma filosofia baseada nas suas necessidades e nos seus interesses, que dá atenção
especial à questão de fazer produtos compreensíveis e facilmente utilizáveis”. Segundo
Jakob Nielsen (1993) a “usabilidade é um atributo de qualidade que avalia quão fácil uma
interface é de usar”, ou “a medida de qualidade da experiência de um usuário ao interagir
com um produto ou um sistema”. Com base nos autores, considera-se imprescindíveis que
os produtos interativos sejam alvo de estudo de usabilidade, antes, durante e após o término
do seu processo, através de avaliações. Dessa forma, percebe-se a importância do teste de
usabilidade para avaliar a eficácia da interface do Portal Biblon no momento em que as
crianças estão interagindo com ele, para que se possam compreender os pontos que
podem/devem ser melhorados. A revisão de literatura terá base nos autores: ALTY, J. L.
(1991); PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen (2013); NIELSEN, Jakob.
(1993) e NORMAN, Donald A. (2006).
Palavras chave: Portal Biblon. Design. Usabilidade.
DESIGN E FORMAÇÃO DE LEITORES: UM OLHAR PARA OS LIVROS DIGITAIS
Edilson Thialison da Silva Reis - UFMA
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A leitura é instrumento para cidadania, fundamental na sociedade, destaque para a sociedade
do século XXI, cada vez mais letrada. Dessa forma, a leitura está interligada no processo de
construção do conhecimento, envolvendo vários processos e um conjunto de atores. Nesse
contexto encontramos profissionais que atuam como mediadores, dentre os quais o designer.
Para compreender a relação entre design e formação de leitores, Frascara (2002), aponta
para a necessidade de abandonar o paradigma do Design como “construção de gráficos,
produtos, serviços, sistemas e ambientes e pensá-los como meios para as pessoas agirem,
realizarem seus desejos e satisfazer suas necessidades”. Dessa forma, o autor desmaterializa
o objeto do design, e passa a pensá-lo como mediador de um processo de interação.
Jackeline e Alexandre Farbiarz (2004) sugerem utilizar o design como uma estratégia de
envolvimento para a leitura e para o diálogo com os leitores. Diante a tantas inovações,
notadamente com introdução dos livros digitais no campo da leitura literária, surge o
problema da pesquisa: qual o papel do designer como mediador da leitura literária de livros
digitais infantis? Considera-se que o designer, ao gerenciar a linguagem visual utilizada na
elaboração de livros digitais, deve ter como objetivo facilitar o processo perceptivo,
minimizando obstáculos que acabam dificultando a leitura e compreensão. Assim, o
designer interfere diretamente nesse processo, e passa a ser não mais um profissional que
contribui com o processo, mas sim um profissional responsável pela formação daquele leitor
em potencial, ou seja, assume automaticamente o papel de formador de leitor. A pesquisa
inserida na Linha Design e Produtos Multimídias, do Programa de Pós-Graduação em
Design, terá como objeto analisar o papel do designer, como mediador do processo de leitura
digital e a análise terá como objeto os livros infantis que constituem o acervo da biblioteca
digital do Portal Biblon. Para a revisão de literatura serão utilizados alguns autores como:
Frascara (2002), Fascioni (2007), Flusser (2007), Hendel (2003), Levy (2009), Marinho
(2001), Villas-Boas (2000), Smaniotto (2014), Farbiarz (2004).
Palavras chave: design. Formação de Leitores. Processo de Leitura.
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ORGANIZAÇÃO
REALIZAÇÃO
PARCEIROS
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