Caderno de Resumos e Programação
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Caderno de Resumos e Programação
CADERNO DE PROGRAMAÇÃO E Caderno de Resumos e RESUMOS Programação Universidade Federal do Maranhão Reitor: Prof. Dr. Natalino Salgado Filho Vice-Reitor: Antônio José Silva Oliveira Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva Diretor do Centro de Ciências Humanas: Prof. Francisco de Jesus Silva de Sousa Editora da Universidade Federal do Maranhão Prof. Dr. Sanatiel Pereira - Diretor Coordenação Geral Profª. Drª. Naiara Sales Araújo Santos Comissão Organizadora Docente Naiara Sales Araújo Santos – UFMA Evandro Abreu Figueredo Filho – UEMA/UFMA Everaldo dos Santos Almeida – FAMA/PITÁGORAS Francisco Wellinton Borges Gomes – UFPI João da Silva Araújo Junior – UFMA Manuela Maria Cyrino Viana – UFMA Mônica Fontenelle Carneiro – UFMA Rafael Campos Quevedo – UFMA Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA Comissão Organizadora Discente Dayane Andrea Rocha Brito – UFMA Fernanda Libério Pereira – UFMA Jucélia de Oliveira Martins – UFMA/ UNICEUMA Lívia Fernanda Diniz Gomes – UFMA Luan Passos Cardosos – UFMA Ludmila Gratz Melo – UFMA Mizraim Nunes Mesquita – UFMA Stéfanni Brasil da Silva – UFMA Comissão Científica Ilza Galvão Cutrim – UFMA Ivete Maria Martel da Silva – UFMA José Dino Cavalcante – UFMA Mônica da Silva Cruz – UFMA Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA Marília Cerveira - UFMA Colaboradores José de Ribamar Mendes Bezerra Tammys Loyola Rolim Tecnologia Thiago Henrique Dias de Araújo Organização deste volume Naiara Sales Araújo Santos Luan Passos Cardoso Stéfanni Brasil da Silva Mizraim Nunes Mesquita Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória: (1.:2014: São Luís, MA). Caderno de programação e resumos do I Encontro Nacional de Ficção Discurso e Memória: literatura, cinema, gêneros digitais e outros gêneros/ Organização, Naiara Sales Araújo Santos, Luan Passos Cardoso, Stéfanni Brasil da Silva, Mizraim Nunes Mesquita. – São Luís: Edufma, 2014. 215 f. ISBN: 978-85-7862-376-0 1. Literatura – Encontro científico 2. Artes – Encontro científico CDD 800.001 CDU 82:001.32 PROGRAMAÇÃO E RESUMOS SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................................... 6 PROGRAMAÇÃO GERAL ....................................................................................................... 8 CONFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 11 MINICURSOS ........................................................................................................................... 13 MESAS REDONDAS................................................................................................................ 16 COMUNICAÇÕES ORAIS ..................................................................................................... 22 SESSÃO DE PAINÉIS .............................................................................................................. 39 GRUPOS DE TRABALHOS.................................................................................................... 41 RESUMOS ................................................................................................................................. 46 APRESENTAÇÃO O I Encontro Nacional de Ficção, Discurso e Memória: Literatura, Cinema, Gêneros Digitais e outros Gêneros foi idealizado pelo grupo de estudos FICÇA - Ficção Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas na Era Digital (CNPq), da Universidade Federal do Maranhão. Em parceria com as instituições UFPI, UESPI, UEMA e FAMA e apoiados por universidades do Brasil inteiro, buscamos promover e ampliar as discussões e o intercâmbio de experiências entre acadêmicos e pesquisadores nacionais que se dedicam às temáticas aqui abordadas. Nossos objetivos giram em torno das diversas manifestações linguístico-literárias que envolvem as mais variadas áreas do conhecimento, por isso dizemos ser este um encontro interdisciplinar que reúne discussões promovidas não só por estudiosos e pesquisadores de Letras como também de História, Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, Comunicação social dentre muitas outras áreas que têm o discurso como objeto de estudo. Homenageamos neste evento aquele que se declarou Nacional na Ficção, no Discurso e na Memória, Ariano Suassuna. Suas reflexões em torno do “SER NACIONAL” estão presentes em muitos dos trabalhos apresentados neste encontro. Suas ideias influenciaram e influenciarão estudos que têm por objetivo analisar o impacto dos avanços tecno-científicos na linguagem e manifestações artísticas pós-modernas. Ninguém mais que Ariano Suassuna defendeu o direito e o dever de sermos Brasileiros no discurso e na memória, ou seja, o direito de sermos naturalmente Brasileiros, na Literatura, no Cinema e em todas as artes. Os organizadores 6 PROGRAMAÇÃO 7 PROGRAMAÇÃO GERAL DIA 17/09/2014 8h às 9h30 Credenciamento Minicurso Local: Hall do CCH 10h às 12h Solenidade e Conferência de Abertura Local: Auditório Setorial 14h às 16h Mesa Redonda Local: Auditórios Ribamar Carvaho e Mário Meireles, Sala PGCULT e Sala de Mestrado em História. 16h às 17h Conferência Local: Auditório setorial 17h às 18h30 Comunicações Orais Local: Salas CCH DIA 18/09/2014 8h - 9h30 Minicurso Local: Salas CCH Conferências Local: Auditório Setorial 10h45 às 12h Comunicações Orais Local: Salas CCH e Hall 14h às 15h30 Painéis Hall CCH 9h45 às 10h45 16h às 16h30 Lançamento de Livros Local: Auditórios Ribamar Carvaho e Mário Meireles, Sala PGCULT e Sala de Mestrado em História Local: Auditório Setorial 16h30 às 18h30 Comunicações orais e apresentações artísticas Local: Salas CCH e Hall 14h às 16h Mesa Redonda 8 DIA 19/09/2014 8h - 9h30 9h45 às 10h45 10h45 às 12h Minicurso Conferência Comunicações Orais 14h às 15h30 Painéis 14h às 16h Mesa Redonda 16h ás 17h30 Comunicações Orais 17h30 às 18h30 Conferência de Encerramento 18h30 Entrega de certificados e Coquetel de encerramento 9 Local: Salas do CCH Local: Auditório Setorial Salas CCH Hall CCH Local: Auditórios Ribamar Carvalho e Mário Meireles, Sala PGCULT e Sala de Mestrado em História. Salas CCH Local: Auditório Setorial Local: Auditório Setorial CONFERÊNCIAS 10 CONFERÊNCIAS 17/09 CONFERÊNCIA DE ABERTURA LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH HORARIO: 10:00h Tema: Augusto dos Anjos: A Pluralidade do Nós Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão – UFPB CONFERÊNCIA LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH HORARIO: 16h – 17h Tema: Critérios para o Estudo de Reelaborações de Gêneros em Redes Sociais Prof. Dr. Júlio César Araújo - PPGL/UFC 18/09 CONFERÊNCIA LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH HORARIO: 09h45 – 10h45 Prof. Dr. Rafael Vetromille-Castro – UFPel Tema: “Por que e para que aprendo línguas hoje? Características e a elaboração de materiais CALL” 19/09 CONFERÊNCIA LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH HORARIO: 09h45 – 10h45 Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ Tema: Vida Impura: Figurações Literárias do Pós-Humano CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO LOCAL: AUDITÓRIO SETORIAL – CCH HORARIO: 17h30 – 18h30 Profª. Drª. Sonia Maria Correa Pereira Mugschl – UFMA Tema: Literatura e Pesquisa 11 MINICURSOS 12 MINICURSOS HORÁRIO 8H – 9H30 1 - Representações Femininas no Cinema – sala 1, bloco 1, 1º andar Ministrante: Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho - UEMA 2 - Modernistas Transatlânticos: inovação estética nas obras de James Joyce e Ralph Ellison – sala 2, bloco 1, 1º andar Ministrante: Henry Mason - Fullbright/ISF 3 - Gêneros Digitais e Cibercultura: os novos tempos da escrita hipersemiotizada – sala 3, bloco 1, 1º andar Ministrante: Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando - FAMA/PITÁGORAS 4 - Tradução Intersemiótica: interfaces entre cinema e literatura – sala 1, bloco 1, térreo Ministrante: Prof. Dr. Francisco Wellinton Borges Gomes - UFPI 5 - Imagem especular, corpo e tecnologia: novas formas de simbolização? – sala 2, bloco 1, térreo Ministrante: Profª. Drª. Marilande Martins Abreu - DEPSAN/UFMA 6 – Literatura Discurso e Memória – sala 3, bloco 1, térreo Ministrantes: Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes - UEMA e Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa - UESPI/UEMA 7 - Ficção Distópica e Direito – sala 4, bloco 1, térreo Ministrantes: Prof. Me. Arnaldo Vieira Sousa - UNDB e Prof. Me. Vail Altarugio Filho 8 - Ficção para Mulheres: fotonovela e romance melasunga sala 1, bloco 1, 2º andar Ministrante: Prof. Me. Bruno da Silva Azevedo – UNDB 9 - Representação da Memória na Literatura: processos enunciativos – sala 2, bloco 1, 2º andar Ministrante: Profª. Drª. Silvana Maria Pantoja dos Santos - UESPI/UEMA 13 10 - Eros em Escombros: amor e perversão na literatura – sala PGCULT, bloco 2, térreo Ministrante: Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues 11 - Lectura en Lengua Extranjera - Español: notícias periodísticas eletrónica y tebeos – Núcleo de Espanhol, bloco 6, térreo Ministrante: Prof.ª Ma. María Francisca da Silva – UFMA 12 - Literature without Borders: A Mini-Course about Contemporary Migration Literature – NUPETS, bloco 2, 1º andar Ministrante: Shannon Welch – Fullbright/ISF 14 MESAS REDONDAS 15 MESAS REDONDAS 17/09 1 – Mesa Redonda Título: Transidiomaticidade e o ideal de língua pura: a língua inglesa em tempos de hibridizações culturais. Horário: 14h – 15h Local: Auditório Mário Meireles Profª. Drª. Marilande Martins Abreu – UFMA Profª. Ma. Andrea Teresa Martins Lobato – doutoranda – UEMA Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando – FAMA/PITÁGORAS 2 – Mesa Redonda Título: Tecnologias digitais e aprendizagem de línguas. Horário: 15h – 16h Local: Auditório Mário Meireles Prof. Dr. Júlio Araújo – PPGL/UFC Prof. Dr. João da Silva Araújo Júnior – UFMA Profª. Ma. Maria Nilza Silva Oliveira – UFMA 3 – Mesa Redonda Título: Língua(gem) e manifestações culturais populares. Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho Prof. Dr. José de Ribamar Mendes Bezerra – UFMA Profª Drª Conceição de Maria de Araújo Ramos – UFMA Profª. Drª. Maria de Fátima Sopas – UFMA Profª Ma. Marta Maria Portugal Parada – UFMA Profª. Ma. Cibelle Corrêa Béliche Alves – UFMA Profa. Drª. Georgiana Márcia Oliveira Santos – SEDUC/MA 4 – Mesa Redonda Título: Estudos Lexicais de Literatura Brasileira. Horário: 15h – 16h Local: Auditório Ribamar Carvalho Prof.ª Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão - UFPB Prof.ª Me. Clécia Maria Nóbrega Marinho – IFPB Prof. Dr. Carlos Alberto de Souza -UFCE Prof.Me. Paulo Alves – doutorando – UFPB 16 5 – Mesa Redonda Título: Educação, linguagem e tecnologia: desafios e perspectivas na pesquisa. 14h – 15h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Prof. Me. Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho – UFMA Profª. Ma. Heridan Guterres Pavão Ferreira – UFMA Prof. Esp. Jayron Lennon Costa Sousa – UFMA/UEMA 6 – Mesa Redonda Título: Aprendizagem de línguas mediada por computador. 15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Profª. Drª. Ana Cláudia Oliveira Silva – UFPI Profª. Drª. Veraluce Lima dos Santos – UFMA Prof. Dr. Rafael Vetromille Castro – UFPel 18/09 1- Mesa Redonda Título: Língua de Sinais na Era Digital: recortes do uso da escrita nas redes sociais. Horário: 14h – 15h Local: Auditório Mário Meireles Profª. Esp. Manuela Viana – UFMA Profª. Esp. Carmem Campos – UNDB Pablo de Jesus – ASMA (Associação dos Surdos do Maranhão) 2 – Mesa Redonda Título: A Voz do Colonizado Ibérico em Literaturas em África e América. Horário: 15h– 16h Local: Auditório Mário Meireles Profª. Ma. Eliana Pereira de Carvalho – UESPI Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI Profª. Ma. Sílvia Maria Fernandes Alves da Silva Costa – UESPI 3 – Mesa Redonda Título: Olhares linguísticos sobre a literatura regional. Horário: 16h – 17h Local: Auditório Mário Meireles Profª. Drª. Maria do Socorro Silva de Aragão - UFPB /UFC Prof. Me. Wellington Lopes – UFPB Prof. Me. José Robson Santiago – IFPB Prof. Me. Sandro Luís Sousa - IFRN 17 4 – Mesa Redonda Título: Literatura Afro-brasileira Contemporânea: memória e construção de identidades. Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho Prof. Dr. Elio Ferreira de Souza – UESPI Profª. Ma. Sueleny Ribeiro Carvalho – UEMA Prof. Me. Douglas Rodrigues de Sousa – doutorando – UnB 5 – Mesa Redonda Título: Literatura Infantil e Juvenil. Horário: 16h – 17h Local: Auditório Ribamar Carvalho Profa. Ma. Paula Fabrisia Fontinele de Sá – doutoranda – UnB Profª. Ma. Jandira Lopes Pereira – UESPI Profª. Ma. Elenice Maria Nery – UFPI 6 – Mesa Redonda Título: A Literatura Fantástica e Mágica nas Américas. Horário: 14h – 15h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Profª Drª Margareth Torres de A. Costa - UESPI Profª. Ma. Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT Profª. Ma. Soraya de Melo Barbosa Sousa – UESPI/UEMA Profª. Ma. Leonildes Pessoa Facundes – UEMA 7 – Mesa Redonda Título: H. P.Lovecraft e a Ficção Científica Brasileira. Horário: 15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Prof. Dr. Erick Felinto de Oliveira – UERJ Profª Drª. Naiara Sales Araújo Santos – UFMA 19/09 1 – Mesa Redonda Título: Modernidade e Paratopia: o discurso midiático nas fronteiras do tempo e do espaço. Horário: 14h – 15h Local: Auditório Ribamar Carvalho Profª. Drª. Marilande Martins Abreu – UFMA 18 Profª. Ma. Andrea Teresa Martins Lobato – doutoranda – UEMA Prof. Esp. Everaldo dos Santos Almeida – mestrando – FAMA/PITÁGORAS 2 – Mesa Redonda Título: Discurso, Memória e Regimes de Visibilidade: contornos identitários em gêneros. Horário: 15h – 16h Local: Auditório Ribamar Carvalho Profª. Drª. Ilza Galvão Cutrim – UFMA Profª. Drª. Mônica da Silva Cruz – UFMA Pofª. Drª. Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA Profª. Ma. Marília Cerveira – DELER/UFMA Prof. Me. Luís Rodolfo Cabral – DESTEC/IFMA-Campus Santa Inês; Grupo Santa Fé 3 – Mesa Redonda Título: Discurso, Sociedade e Cultura: olhares transversos sobre algumas práticas discursivas. Horário: 16h – 17h Local: Auditório Ribamar Carvalho Profª. Drª. Luciana Rocha Cavalcante – UFMA Profª. Drª. Suzana Maria Lucas Santos de Souza – UFMA Prof. Me. Antônio Augusto Machado – UFMA 4 – Mesa Redonda Títulos: Discursos Entrelaçados: uma análise interacionista de práticas discursivas. Horário: 14h – 15h Horário: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Profª. Ma. Eulália Vera Lúcia Fraga Leurquin – UFC Profª Drª. Monica Fontenelle Carneiro – UFMA Profª. Ma. Lena Lúcia Espíndola Rodrigues Figueirêdo – UECE 5 – Mesa Redonda Título: Discurso e Trabalho: práticas sociais, docentes e jurídicas. Horário: 15h – 16h Local: Sala PGCULT, bloco 2, térreo Profª. Drª. Ana Lúcia Rocha Silva – UFMA Prof. Dr. Eliúde Costa Pereira – SEDUC-MA Profª Drª. Paula Francineti Araújo – IFMA 6 – Mesa Redonda Título: A Análise do Discurso e a História Intelectual: confluências. 19 Horário: 14h – 15h Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo Profª. Drª. Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira – UFMA Prof. Esp. Rafael Aguiar dos Santos – UFMA Prof. Esp. Raimundo de Jesus Sousa Filho – IFMA Rafael Henrique Silva Barros – mestrando – UFMA 7 – Mesa Redonda Título: Os Contributos da Sátira Latina para a Literatura Universal Contemporânea. Horário: 15h – 16h Local: Sala Mestrado em História, bloco 1, térreo Prof. Esp. Evandro Abreu Figueredo Filho – UFMA Profª. Esp. Michelle de Sousa Bahury – IFMA Prof. Me. Joaquim de Oliveira Gomes – FAMA/PITÁGORAS 20 COMUNICAÇÕES ORAIS, PAINÉIS E GRUPOS DE TRABALHOS 21 COMUNICAÇÕES ORAIS EIXO TEMÁTICO 1: LITERATURA E DISCURSO PÓS-MODERNO Dia 17 Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Bloco 01 – sala 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Prof. José Ribamar Neres Costa Alice Ferreira Aragão (UFMA) e Érica Márcia Sousa Chagas (UFMA) – A Pósmodernidade e suas reflexões na narrativa Manfred Rommel Pontes Viana Mourão (UFPI) – Uma forma ambivalente? O romance de não-ficção em Norman Mailer Edilene Ferreira de Sena (UECE) – As concepções de amor na obra O Ensaio sobre a Cegueira José Ribamar Neres Costa (UFMA) – As temáticas inusitadas na prosa ficcional de José Ewerton Neto Francilurdes Brito da Silva Ribeiro – A literatura de autoria feminina em “Amor” de Clarice Lispector Camila Magalhães Linhares (UFPI) e Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI) – A importância do conto oral na transmissão da cultura regional em sala de aula Grupo 2: (16:00 - 17:30/ Bloco 01 – sala 02 – 1º Andar) – Coordenador(a): Prof. Rafael Quevedo Luiza Carvalho de Oliveira (UFMA) e Márcia Manir Miguel Feitosa (UFMA) – Identidade, Reflexividade e Segurança: uma análise da constituição da autoidentidade da personagem Billy Sánchez no conto O rastro do teu sangue na neve Karen Raquel Rodrigues Estevão (UFPI) e Jéssica Monteiro de Sousa Pereira (UFPI) – Lendo Gabriel García Marquez: operadores de leitura narrativa e crítica feminista em Crônica de uma morte anunciada Davi Galhardo Oliveira Filho (UFMA) – Modernidade e Identidade: breve ensaio acerca do fenômeno da multidão José Geraldo da Silva (UFV) – O despertar da mulher: Uma análise da conquista da maturidade e do encanto feminino em “Resto do Carnaval”, de Clarice Lispector Rafhael Borghato (UNESP) – O problema do trágico no romance conduzido pelo 22 tema do adultério Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: o resgate um diálogo esquecido Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª. Joyce Rodrigues Silva Gonçalves Francisca Marciely Alves Dantas (UFPI) – “A terceira margem do rio”: representação poética das interfaces existenciais do homem Antônia Cláudia de Carvalho Rocha (UESPI) – Literatura e Gênero: representações da figura feminina na obra “O Cortiço” de Aluísio Azevedo Elimar Barbosa de Barros (UESPI) e Algemira de Macedo Mendes (UESPI) – Corpos Subjulgados em “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra” Contos de Sônia Coutinho Vanessa Gonçalo de Sousa (UESPI) – Narrativas memorialísticas e a construção de identidade no conto “O Espelho” de Machado de Assis Lucelia de Sousa Almeida (UESPI) – Literatura e Memória: Reflexos da ditadura no Brasil em O Fantasma de Luis Buñuel, Maria Jose Silveira Joyce Rodrigues Silva Gonçalves (UFMG) – Menino de engenho e o engenho do romance autobiográfico. Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Auditório Coordenador(a): Profª. Maria do Perpétuo Socorro Ribamar Carvalho) – Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme (UFPI) – Noções de Crítica Literária Feminista e sua aplicação às quatro obras da Literatura Americana, Chicana, Pernambucana e Piauiense Antônia Ellen Alves dos Santos – O desnudar de Esther Greenwood em The Bell Jar de Sylvia Plath Crislane da Silva Santos (UFPI) e Lídia Raquel Ferreira da Silva (UFPI) – O perfil feminino no séulo XIX, analisado na obra “Senhora” de José de Alencar Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho (UFPI) – Realidade e Ficção em Crônica de uma Morte Anunciada Alessandro Barnabé Ferreira Santos (UFMA) – Do testemunho poético em Jorge Sena: mundividência e peregrinação 23 Samir Araújo Casseb (UFMA) – Arte narrativa e ética: uma discussão a partir da crítica à (pós) modernidade na literatura de Leon Tolstoi e Martin Buber Dia 19 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª. Aurenice Pinheiro Tavares Alexandro Almeida Lima Araújo (UEMA)- A literatura latina: usos e apropriações nos discursos historiográficos dos séculos XIX e XX Cláudia Letícia Gonçalves Moraes (UFMA) e Danielle Martins Leite Fernandes Lima (UFMA) – O resgate do discurso romântico através da intertextualidade: o romance histórico Dias e Dias, de Ana Miranda Gladson Fabiano de Andrade Sousa (UFMA) – Medianeiras: Arquitetura do sujeito na pós-modernidade. Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) e Edna Mafra Teixeira (UFMA) – Terra Sonâmbula: oralidade como mecanismo de ligação entre a tradição e a modernidade EIXO TEMÁTICO 2: LITERATURA E TEORIAS DO DISCURSO PÓSCOLONIAL Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT) – Coordenador(a): Profª. Leonildes Pessoa Facundes Lígia Maria Aguiar Souza (UFPI) – A existência feminina em um conto de Clarice Lispector Raimunda Maria dos Santos e Érica Rodrigues Fontes (UFPI) – Literatura, representação e diferença: a voz do subalterno em Auto da Compadecida de Ariano Suassuna Isabela Christina do Nascimento Sousa (UFPI) – Reflexões acerca da relação colonizador – colonizado em The Grass is Singing Cristina Gomes de Brito – Curral de Serras: A relação colonizador e colonizado na obra de Alvina Gameiro Pedro da Silva Pontes Neto (UFPI) – A metáfora do suicídio no conto fantástico “Voluntary Committal” de Joe Hill – Uma análise pós colonial 24 Rosa Áurea Ferreira da Silva (UFPI) – Aspectos da resistência feminina em Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane EIXO TEMÁTICO 3: LITERATURA INFANTIL JUVENIL Dia 18 Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – Bloco 01 – 1º andar) – Coordenador(a): Profª. Jane Adriane Gandra Jane Adriane Gandra (UEG) – As estratégias do contador de histórias em História Alegre de Portugal Priscila da Conceição Viégas (UESPI) – Leitura Literária – teorias e práticas para a autonomia do jovem leitor Lídia Clara Cutrim Lima (UEMA) – “O Essencial é Invisível aos Olhos”: A Formação do Leitor Crítico Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – O erotismo nos contos de fadas: destecendo a tradição ingênua Dia 19 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Auditório Ribamar Carvalho) –– Coordenador(a): Profª. Janete de Jesus Serra Costa Letícia França Lemos (UFMA) – Um conto que se conta: a simbologia em Branca de Neve, dos Irmãos Grimm Letícia Gantzias Abreu (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira (UFMA) – O crescimento da figura feminina nos contos de fada: uma análise feminista do papel da mulher nas histórias infantis Janete de Jesus Serra Costa (UFMA) – A poesia infantil e a formação do leitor literário Janeffer Desselman (UEPG) – Imagens do narrador e leitor de O pequeno príncipe Joice da Costa Barbosa (UFPI) – As marcas de oralidade presente na série “O diário de uma banana” EIXO TEMÁTICO 4: LITERATURA AFRODESCENDENTE Dia 17 25 Grupo 1: (17:00 -18:30/ Bloco 06 – sala 02 – Terreo – Nucleo de Espanhol) – Coordenador(a): Prof. Elio Ferreira Sousa Natália Regina Rocha Serpa (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) – A escrita da memória nas obras de Conceição Evaristo Régia Agostinho da Silva (UFMA) – “A Mente, essa ninguém pode escravizar”: Maria Firmina dos Reis e os personagens cativos em Úrsula (1859) Ana Carusa Pires Araujo (UEMA) – Identidade e Memória: um olhar sobre a mulher negra na sociedade do século XIX Ellen Karla Sousa da Silva (UEMA) – A identidade feminina moçambicana: Niketche, uma história de poligamia Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Joelma de Araújo Silva Resende (UFPI) – Memória e identidade em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo Rubenil da Silva Oliveira (UESPI) – Representações do negro gay na Literatura Afrobrasileira Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 - Bloco 02 – 2º andar) – Coordenador(a): Profª. Áurea Regina do Nascimento Santos Raimundo Silvino do Carmo Filho (UESPI) e Elio Ferreira Sousa (UESPI) – Memória e construção de identidades em “Minha Cor”, de Raquel Almeida Sebastião Alves Teixeira Lopes (UFPI) e Nilson Macêdo Mendes (UFPI) – Memória, identidade e nacionalismo étnico e cívico em Narrative of the life of Frederick Douglass, an American Slave, Written by Himself Denise de Paula Veras Aquino – MAYOMBE: a dessacralização de um herói Áurea Regina do Nascimento Santos (UESPI/IFPI) e Algemira de Macedo Mendes (UESPI) – Niketche – Uma história de poligamia, de Paulina Chiziane: O discurso da alteridade Ronyere Ferreira da Silva (UFPI) – Galhofas Escravistas: história e escravidão em escritos de Machado de Assis João Batista Sousa de Carvalho (UESPI) – Poesia e memória em “O mapa da tribo” de Salgado Maranhão. EIXO TEMÁTICO 5: LITERATURA E CINEMA Dia 17 26 Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala PGCULT) - Coordenador(a): Prof. Hermano de França Rodrigues Arlan Ferreira Santos (FAESF) – Dos filmes para os livros: leitores a partir do cinema? Alexandro Almeida Lima Araujo (UEMA) – As apropriações da literatura latina pelo cinema: as (re)leituras do filme Gladiador (2000), de Ridley Scott Luciano Sousa Oliveira (UFMA) – Relação comparativa entre o filme O Carteiro e o Poeta e o livro também intitulado O Carteiro e o Poeta, de Antônio Skármeta Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros (UFPI) – O devir-monstro de escritor em Naked Lunch Angeli Raquel Lucena de Farias (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB) – Corpos em êxtase, enlaces extraviados: trânsitos sado-masoquistas no cinema. Dia 18 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Núcleo de Espanhol) – Coordenador(a): Prof. Luis Rodolfo Cabral Joseane Mendes Ferreira (UFPI) – Entre o desejo proibido e o amor: Hamlet numa leitura fronteiriça entre literatura e cinema Elijames Moraes dos Santos (UESPI) – Da literatura ao Cinema: Uma leitura intersemiótica das projeções temporais em Lavoura Arcaica Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – Inter-relações em Literatura e Cinema: semelhanças e diferenças Lucas Rodrigues Cavalcante (UFPI) – O herói no processo de transposição da obra literária Primo Basílio para a película brasileira Leonardo Teófilo da Silva Santos (UESB) – A Hora da Estrela: Um olhar mais atencioso sobre a recriação cinematográfica da obra literária Bárbara Ruth Silva Barbosa (UFMA) e Thaiane Alves Mendonça (UFMA) – O Crime do Padre Amaro: da linguagem literária à cinematográfica Grupo 2: (16:30 - 18:00/ Sala NUPETS) – Coordenador(a): Profª. Silvia Maria Fernandes Vanessa Soeiro Carneiro (UFMA) – “Você é minha fada madrinha”: o arquétipo da Grande mãe em Malévola 27 Fernanda dos Santos de Oliveira (UNEB) – Da carnavalização em “Sargento Getúlio”: dos gêneros intercalados do romance à simultaneidade dos elementos fílmicos Joseane Aranha Dantas (UNESP) – Cinema superoitista maranhense e memória: apontamentos para uma História Rakel Pereira dos Santos (UNISC) – A importância do livro na ação dos personagens nos filmes “Fahrenheit 451” e “O Leitor” Roberth Christian Cutrim França (UFMA) e Denilson dos Santos Costa Guilhermino (UFMA) – Superman Returns: A intericonicidade na construção do herói Dia 19 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala PGCULT) –– Coordenador(a): Prof. Marcos Antônio Vilela. Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA/UFMA) – Literatura Infanto-Juvenil e a 7 arte: Dos livros para as telas de cinemas, divulgando a literatura e incentivando a leitura. Carlos Carvalho Macêdo (UFMA) e Nathana Diniz Santos (UFMA – São Bernardo) – Cinema: Um olhar sobre a realidade Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade (UESPI) – A relação entre a literatura e o cinema e as contribuições mútuas desses sistemas semióticos em uma relação de dialogismo, hipertextualidade, tradução e difusão cultural. Marcos Antonio Maia Vilela (UNEB) – A narrativa de ficção científica a partir do cinema expressionista alemão Monik Giselle Lira Monteiro (UFPB) e Hermano de França Rodrigues (UFPB) – Gozo em cena: encontros violentos com o outro Apoliana Santos (UFMA) e Lilyan Veloso Borralho (UFMA) – A figura do herói no filme Matrix Jurema da Silva Araújo (UESPI) – As vidas secas de Graciliano Ramos e Nelson Pereira dos Santos. EIXO TEMÁTICO 6: LITERATURA E OUTRAS ARTES Dia 17 28 Grupo 1: (17:00 -18:30/ Auditório Mário Meireles) – Coordenador(a): Profª. Andrea Teresa Martins Lobato Jefferson Maciel Moraes Gomes (UFMA) – Psicologia e Literatura: os resgates de um diálogo esquecido. Lívia Guimarães da Silva (UFPI) e Shisleny Machado Lopes (UFPI)– Literatura e tecnologia: análise estilométrica da obra Catatau. Marlzonni Marrelli Matos Maurício (UFT) – Nas linhas da perspectiva: o pensamento histórico na Literatura. Victória Ponciano Cortês (UFMA) – A ficção científica e o medo: A Tecnofobia no conto “O Feitiço e o Feiticeiro” de Ambrose Bierce. Thalita Ruth Sousa (UFMA) – Literatura e História: duas concepções, um caminho. Dia 18 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT) – Coordenador(a): Prof. Dino Cavalcante. Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa (UFPI) – Estética e estética no conto brasileiro de autores piauienses da geração 1970: uma leitura de “Madalena”, de Airton Sampaio. Elisângela Coelho Morais (UFMA) – A literatura e o poder na Idade Média. Douglas Barbosa Werneck (UFVJM) e Roberto Antônio Penedo do Amaral (UFVJM) – Decifrando Rosa: Apresentação e Análise do conto A menina de lá. Joaquim Lopes da Silva Neto (UFPI) – Sangue X Estado, em Antígona, de Sóflocles: Laços sanguíneos para além do até. Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionisíaco no Teatro Moderno de Tennessee Williams. Lisandra da Silva Souza (UFMA) e Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira (UFMA) – A transformação de Gregor: Espaço e Psique em A metamorfose. Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Poesia trágica e música: reflexões nietzschianas sobre os ditirambos dionisíacos e o heavy metal Dia 19 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala PGCULT) -– Coordenador(a): Profª. Manuela Viana Maria Lúcia Souza Maciel (PUC-SP) – “Eles eram muitos cavalos”: uma experiência do fora. 29 Shisleny Machado Lopes (UFPI) e Lívia Guimarães da Silva (UFPI) – Literatura Surda: o uso de tecnologias para expressões literárias em LIBRAS. Francisca Olane Rodrigues da Silva (UFPI) – Antonio Malhadas, o herói picaresco: uma análise da narrativa Aquiliniana. Danielle Castro da Silva (SEDUC-MA) – A poesia está morta? Da concepção, do parto e do funeral literário: a autoridade da parteira e a procriação dos frutos. Cristianne Silva Araujo Dias (UFPI) – O piano e as palavras: relações músicoliterárias em Os teclados e as árvores das palavras, de Teolinda Gersão EIXO TEMÁTICO 7: CINEMA E MEMÓRIA Dia 18 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História) – Coordenador(a): Profª Maria Izabel Barboza Marília Milhomem Moscoso Maia (UFMA) – Onde fica a casa do meu amigo: um olhar sobre a metáfora da infância no filme do Abbas Kiarostami. Wendell Emmanuel Brito de Sousa (UFMA) – Imagens de um passado escondido: cinema, memória e identidade no filme Caché (2005). Francisco Armando de Sousa Oliveira (UFPI) – Tarantino, Bastardos Inglórios e o pós-modernismo. Alexandre Wellington dos Santos Silva (UESPI) – Cinema, Educação e Anarquia: O Cinema du peuple. Wesley Leite Feitosa (UFMA) – Interpretação nietzschiana da trilha sonora de “Psicose”. Sonia Regina Abreu Moreira (UFMA) e Paula Fernanda Silva dos Santos (UFMA) – O sujeito pós-moderno visto pelas câmeras de TV: uma análise da sociedade do consumo no filme O Show de Truman. EIXO TEMÁTICO 8: GÊNEROS DIGITAIS Dia 17 Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala LECS) – Coordenador(a): Profª. Maria Nilza da Silva 30 João Alexandre Ferreira Ramos (Cultura Inglesa-PI) e Thalita Christina Cavalcante Arré – A utilização do potencial do IWB e os impecilhos enfrentados por professores ao usar determinados recursos oferecidos pelo mesmo no EFL em uma escola de idiomas em Teresina. Brena Freitas Rodrigues (Faculdade Estácio de São Luis) – A narrativa midiática no aplicativo da FIFA Geovana Oliveira Araujo (UFMA) – Tambor de Crioula de São Bernardo - MA: resinificando os traços da literatura oral através da cantoria afrodescendente. Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) – O uso da tecnologia na sala de aula como suporte pedagógico nas aulas de línguas inglesa: possibilidade e desafios. Dia 18 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Auditório Ribamar Carvalho) - Coordenador(a): Profª. Ana Carolina Sampaio Ana Paula Dos Santos Reinaldo Verde (Liceu Maranhense) – O uso do blog “Construindo hst” na disciplina História do Maranhão século XVII através do olhar dos alunos do 2º ano matutino do ensino médio do Liceu Maranhense Ana Carolina Sampaio Coelho (UNIRIO)– Nos labirintos do rizoma: literatura online e hipertexto Adriana Sousa de Alcântara (UEMA) – Os gêneros textuais digitais como prática mediadora das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA João Carlos da Cunha Moura (UNDB) – O CIDADÃO DE BEM: o discurso jurídico e a construção das subjetividades em blogs Maria Leonara Oliveira (UFMA) – Gênero e sexualidade em rede: um estudo acerca das sociabilidades envolvendo a figura da mulher na era digital. Dia 19 Grupo 1: (16:30 - 18:00/ Sala Mestrado em História) – Coordenador(a): Profª. Polyana Amorim Deislandia de Sousa Silva (UESPI) e Andressa Maria Abreu Pereira (UESPI) – Espaço da aula: o blog no processo educativo Juara Castro da Conceição (UFMA) e Bruna Rafaella Almeida da Costa (UFMA) – Novas estratégias e práticas interacionais no meio virtual 31 Polyana Amorim Chagas (UFMA) – Discurso e territorialidade na internet: como o sujeito representa sua identidade territorial nas plataformas online de interação social. Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho (UFMA) e Geovana Oliveira Araujo (UFMA) A figura da mulher Shakespeariana: o ontem e o hoje da mulher sobre a ótica das leis vigentes. Renália Rafaela Cunha Silva (UFMA) – A representação da mulher no mundo virtual: percepções acerca do discurso machista nas redes sociais EIXO TEMÁTICO 9: LITERATURA FANTÁSTICA E NARRATIVAS INSÓLITAS Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – bloco 01 – 1º andar) – Coordenador(a): Profª. Soraya de Melo Gladson Fabiano de Andarde Sousa (UFMA) – Os caminhos narrativos em O barril de amontilado e Venha ver o pôr-do-sol Valnecy Oliveira Corrês santos (UESPI) – Reconstruindo a enunciação no monólogo de Santiago em O velho e o mar Irla Fernanda e Silva Soares (UFPI)- Intersecção entre vigília e (sono) sonho, realidade e imaginário:o sobrenatural em A sentença de Wu Cheng’n Karine Macêdo Freitas (UFPI)e Luciana Talita Mágulas Pereira (UFPI) – Obras do diabinho da mão furada: do fantástico á realidade medieval Edson Moisés de Araújo Silva (UFRN) – As páginas da terra: o insólito em Terra sonâmbula de Mia Couto Aline Barbosa de Almeida (UFCG) – O real e o insólito: os atos de fingir no romance Memorial do convento de José Saramago João Margarida Evangelista Santos Filho (UFMA) – A metamorfose dos sentidos em Franz Kafka. Dia 19 Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 01 – bloco 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Profª.Michelle Bahury Deislândia de Sousa Silva (UESPI) – A fantasia na ficção amadora online: um 32 estudo narratológico proppiano Lucélia Magda Oliveira da Silva (UFMA) – O sobrenatural nos contos de Edgar Allan Poe Vanessa Soeiro Carneiro e Lívia Fernanda Diniz Gomes (UFMA) – meu querido demônio: a ironia presente em Cartaz de um diabo a seu aprendiz Luis Felipe Brandão de Souza (UFPI)– Diálogos dispóticos: os encontros do pessimismo entre Admirável mundo novo, 1984, Não verás país nenhum e O país das últimas coisas. Alana Yasmim dos Santos (UFPI) – A banalização da morte como crítica social em A nova Califórnia de Lima Barreto. Leonardo Silva Sousa (UFMA) – Soren Kierkegaard e o problema da existência no romance O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde Marcus Vinícius Souza e Souza – O Fantástico Visionário Calviniano, No Conto ‘‘O Horla’’ De Guy De Maupassant EIXO TEMÁTICO 10: DISCURSO E MEMÓRIA Dia 17 Grupo 1: (17:00 - 18:30/ Projeção I) – Coordenador(a): Prof. Ricardo Arraes Manoel Ricardo Arraes Filho (UFPI) – Batalhão Suez: História e memória dos soldados piauienses na primeira missão de paz da ONU (1957 – 1967) Liana Márcia Gonçalves Mafra (UEMA/IFMA) – Vozes silenciadas em Días y noches de amor y de guerra de Eduardo Galeano Camila Tavares dos Santos (UFMA) – Interdiscurso e memória discursiva nas produções textuais dos alunos do Projeto Entretextos Regilane Barbosa Maceno (UESPI) – Rompendo Barreiras, saindo da margem: O discurso patriarcal em Há Vinte Anos Luz, de Elsa Osório Francisca Jheine Andrade Cunha (UESPI) – O discurso memorialístico nas imagens da obra Rio Subterrâneo de O. G. Rego de Carvalho Claudiene Diniz da Silva (UFMG) – Conceitos de Discurso e Memória para Alain Berrendonner Grupo 2: (17:00 - 18:30/ Projeção II) – Coordenador(a): Prof. Marcus Baccega Géssica da Silva Pereira (UEMA) e Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA) – A memória da cidade pelo viés discursivo: Uma leitura da obra Noite Sobre 33 Alcântara de Josué Montello Maria Daíse de Oliveira Cardoso (UESPI) – Uma poética da memória: uma leitura de “Saudade”, de Da Costa e Silva Marcus Baccega (UFMA) – Retórica romanesca e construção da memória: a matéria cavaleiresca na Idade Média Joana Darc Rodrigues da Costa (UFMG) – Os sentidos de família no reconhecimento das uniões homoafetivas como instituto jurídico: uma análise enunciativa da decisão do STF Sarah Silva Froz (UEMA) – Histórias e memórias da arte de partejar Gisele Morais Alves – Identidade e Memória: a constituição do neoregionalismo literário brasileiro através das personagens femininas nas escrituras de Francisco Dantas Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Profª. Elenice Maria Nery Valéria Gomes Ignácio da Silva (PUC-SP) – Ficção, memória e testemunho na literatura pós-64 Ingrid Ravelly Soares da Silva (UESPI) – O resgate da memória Afrodescendente na obra Sol Sanguíneo de Salgado Maranhão Wagner Gonçalves Campos Neto (UFPI) – A Cidade nas Eltras: A construção da memória dos bairros de Teresina nas crônicas de Jônatas Batista Glaucia Lindoso Sarges (UEMA) – Literatura de cicatrizes: a escrita carcerária em Memórias de um Sobrevivente Thiago Venícius de Sousa Costa (UFPI) – Levante aos mortos e a crítica de Lima Barreto a municipalidade carioca no prelúdio republicano. Maria Aparecida Conceição Mendonça Santos e Vera Lúcia Rolim Salles (UFMA) – O corpo em transe: a moral sexual e os discursos sexistas elaborados sobre a mulher no final do século XIX e início do XX Grupo 2: (10:45 - 12:00/ Sala 03 – Bloco 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Profª. Eliana Pereira de Carvalho Luis Fernando Ribeiro Almeida (FAMA) – Interdiscurso, símbolos e imagens no fazer literário da Hileia euclidiana Edna Mafra Teixeira (UFMA) e Amanda Karina Gonçalves da Silva (UFMA) – A origem da palavra. 34 Fábio Henrique Pereira (UFMA) e Keila de Jesus Ribeiro Araujo (UFMA) – Do não-verbal ao verbal: o cinema mudo como recurso para produção textual na educação básica Maria de Fátima de Paiva Abreu (UESPI) – Influência do espaço psicológico na construção da memória na obra Angústia, de Graciliano Ramos Francisca das Chagas Carvalho Almeida (UESPI) – Espaço e memória: representações em Beira Rio Beira Vida de Assis Brasil Aline Hellen Santos de Souza (UFMA) – Fé, pureza e salvação: Dialogos entre a Demanda do Santo Graal e a Bíblia Sagrada. Dia 19 Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Sala 02 – Bloco 01 – 1º Andar) – Coordenador(a): Profa. Silvana Maria Pantoja dos Santos Withelo dos Santos Sousa (UEMA/CESTI) – Espaço e memória: representações na obra Cais da Sagração de Josué Montello José Ivan Bernardo Andrade (UESPI) – Discurso e representação da memória no texto literário: mutualidade na construção de sentidos no romance Sinfonia em branco, de Adriana Lisboa Gisele Morais Alves (UESPI) – Identidade e memória: A constituição do neoregionalismo literário brasileiro através das personagens femininas na escritura de Francisco Dantas Érica Pontes Moreira (CAPEM) – O discurso poético de Nauro machado Rafaela Cardoso Silva (UESPI) – Luiza Amélia de Queiroz e Francisca Montenegro no percurso memoralístico do século XIX Márcia A. G. Molina (UFMA) – Os intertextos em “A Cartomante” de Ivan Lins e Vítor Martins EIXO TEMÁTICO 11: O DISCURSO MIDIÁTICO Dia 17 Grupo 1: (17:00 -18:30/ Sala NUPETS) – Coordenador(a): Profa. Marília Cerveira Ruan Cláudio da Silva Rosa (UFMA) – A representação de São Luís pela televisão: uma análise da série “Os Colonizadores”. 35 Líssia Maria Costa Gomes Protázio (UFMA) – O Gênero Feminino pela Abordagem Midiática: Reconduzindo os padrões discursivos e reconstruindo identidades. Cibele Pereira da Silva Sousa (UFPI) e Adelane Brito Rodrigues (UFPI) – Aspectos discursivos encontrados em um episódio de quadrinho do personagem Zé Carioca. José Eduardo Fonseca Oliveira (UFMA) – A mídia como espaço pedagógico: as implicações dos discursos midiáticos nas constituições de sujeitos e subjetividades. Eline da Silva Reis Calaça Teixeira (UFPI) – Representação social do índio na Folha de São Paulo: o caso do índio Galdino no ataque de índios a engenheiro da Eletrobrás Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 01 – Bloco 01 – Terreo) – Coordenador(a): Profª. Mônica Cruz Irina Coelho Monte (UFPI) e Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro (UFPI) – A construção midiática das celebridades no Instagram: o caso Neymar durante a Copa do Mundo de 2014. Antônio Wilson de Andrade Silva (UFPI) e Karen Raquel Rodrigues Estevão (UFPI) – Representações políticas no discurso midiático: a contribuição do humor para a caracterização do candidato. Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – A construção da imagem do professor através do discurso midiático. Cláuberson Correa Carvalho (UFMA) – “30 dias para mudar sua vida”: um estudo sobre a oralidade no jornalismo de autoajuda. Jailiston Soares (UFMA) e Jefferson Matheus (UFMA) – Desenvolvimento sustentável em propagandas da Petrobras e do Banco do Brasil EIXO TEMÁTICO 12: ENSINO DE LÍNGUAS E TECNOLOGIAS Dia 17 Grupo 1: (17:30 - 18:30/ PGCULT II) – Coordenador(a): Profa. Ilanna Maria Izaias do Nascimento Elizabete Rocha de Sousa (UEMA) – Gêneros Discursivos e Letramento: Novas Perspectivas para o Ensino de Língua Inglesa na EJA 36 Maria do Socorro Gomes Macedo (UEMA) - Leitura e Produção Textual no Ensino Médio Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz (UFMA) – Atenção, cuidado com os fapes! Eles se dizem amigáveis, mas não são. Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma Abordagem de leitura interativa e aplicação prática no minicurso: “A leitura e as asas da liberdade” na Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC- UECE Ilanna Maria Izaias do Nascimento (IFMA) e Neuma Cristina Andrade Silva Cunha (IFMA) – O Wallwisher /Padlet como estratégia de Escrita de Língua Inglesa Angelo Roberto Silva Barros (FAEPI) – A abordagem triangular como possível estratégia básica para investigação e possibilidade de diversidade no ensino de língua portuguesa e sua literatura. Dia 18 Grupo 1: (10:45 - 12:00/ Sala 02 – Bloco 01 – Terreo) – Coordenador(a): Silvia Mônica Moura Lima Isael da Silva Sousa (UFPI) e Carla Mariana Veras Amaral Rodrigues (UFPI) – Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa Mediada Por Recursos Tecnológicos Otávio Augusto Soares Barros (UFPI) – Políticas Linguísticas Brasileiras e o uso do Inglês no Brasil: uma questão ainda não respondida Silvia Mônica Moura Lima (UFPI) - Remix de Hipermídias: Reflexões sobre o Desenvolvimento da Habilidade de Leitura na Disciplina de Inglês Instrumental. Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) - O Livro Didático e suas contribuições para o ensino de Língua Inglesa Joseane Cantanhede dos Santos (UFMA) – Itinerários culturais vivenciados pelos professores da rede municipal de ensino de São Luís – MA. Dia 19 Grupo 1: (16:00 - 17:30/ Núcleo de Espanhol) – Coordenador(a): Prof. João da Silva João da Silva Araújo Junior (UFMA) e Hannah Isabely Serra Ayres (UFMA) Gêneros Textuais Digitais Didatizados: Analisando Experiências em Livros Didáticos de Língua Portuguesa 37 Stephane Thayane dos Santos Serejo (UFMA) e Fabiana Albina Borges da Silva (UFMA) - A literatura aliada às mídias digitais para o incentivo das práticas de leitura e escrita dentro e fora da sala de aula: uma proposta para ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa. Maria Francisca da Silva (UFMA) - Ensino e Aprendizagem e em Ambiente Virtual em Licenciatura de Espanhol. Maria Francisca da Silva (UFMA) - Concepções do Professor de Espanhol como Língua Estrangeira: Um processo em construção. Myrian Cristina Cardoso Costa (UFMA) – As marisqueiras de Raposa: Um estudo semântico-lexical. Grupo 2: (16:00 – 17:30/ Sala do NUPETS – Bloco 2 – 1º andar) – Coordenador(a): Veraluce da Silva. Ana Claudia Menezes Araujo (UFPI) e Amanda Veloso Amorim Oliveira (UFPI) – A variação semântica-lexical em composição de rap: uma possibilidade de prática multiletrada e análise de fenômenos semânticos no ensino médio. Rayron Lennon Costa Sousa (UFMA) – O ensino de língua espanhola através da tecnologia: o uso do Whatsapp como espaço de mediação. Francisca Rayane Fernandes da Silva (UECE) – Uma abordagem de leitura interativa e aplicação prática no minicurso “A leitura e as asas da liberdade”, na Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC-UECE. Alexsandra Lins (UEMA) – O uso do celular em sala de aula: uma proposta para o ensino de língua inglesa. EIXO TEMÁTICO 13 – LINGUAGEM E CULTURA POPULAR / CINEMA E MEMÓRIA Dia 18 Grupo 1: (10:45 – 12:00/ Sala do NUPETS) – Coordenador(a): Profa. Conceição de Maria Araujo Ramos Edson Lemos Pereira (UFMA) e Conceição de Maria Araujo Ramos (UFMA) – A toponímia indígena do Maranhão em relatos de viajantes de viajantes do século XVII e XVIII: uma contribuição da memória. Jefferson Mateus Silva Santos (UFMA) e Jailiston Soares (UFMA) – A linguagem dos gamers – a variação diastrática na cultura dos jogos. 38 Camilla Maramaldo Ferreira Robson (UFMA) – A primeira pessoa do plural em mídia off-line maranhense no início do século XX. Leide Ana Oliveira Caldas (UFMA) – Maranhão 70: cinema superoitista no Maranhão Herasmo Braga de Oliveira Brito (UESPI) – Testemunhas históricas dos cineclubes em Teresina durante o período da Ditadura Militar. SESSÃO DE PAINÉIS Dia 18 (14:00 - 15:30/ Hall) – Monitor(a): Karoline Magalhães Conceição José de Ribamar Carvalho Júnior (IFMA) – Webquest: Estrutura e organização de uma ferramenta tecnológica motivacional para asa aulas de línguas estrangeiras. Pedro Henrique de Carvalho Costa (CEUMA) – O instante perdido: Versos e outras histórias. Adriano de Alcântara Oliveira Sousa – Letramentos digitais de língua inglesa: Possibilidades e desafios. Lenice da Silva Andrade (UFPA) – A personagem infantil e o insólito na narrativa cinematográfica O labirinto do fauno. Rennoly Grisnen Marques de Sousa (UFPI) – Monstros em suas ações e aparências. Nayara Rocha Mendonça (UFPI) – Tolkien e suas influencias para a criação do mundo ficcional no romance O senhor dos anéis: a sociedade do anel. Liama Samme Freitas da Silva (UFPI) – Percepções de pibidianos: na sua formação pré-serviço Edneide Maria Ferreira Santos (UEMA e UFMA) – A Literatura infanto-juvenil e a 7ª arte: o incentivo à leitura através da adaptação de obras para as telas de cinema Eliane Ferreira de Araújo Alves (UFPI) – O livro didático e suas contribuições para o ensino de língua inglesa Dia 19 (14:00 - 15:30/ Hall) – Monitor(a): Joanice da Silva Oliveira Tatiana Ribeiro Mendes da Silva (UFPI) – O uso da ludicidade na aquisição lexical 39 no ensino de língua inglesa na modalidade EJA Lorena Oliveira Neves (UFPI) e Amanda Karoline Batista Lages (UFPI) – A Cor Púrpura: Relações Culturais. Brenda Lima Pereira (UFPI) – A Écriture Féminine na obra “Mrs. Dalloway” de Virginia Woolf: reflexões sobre a voz da mulher moderna na sociedade. Thiago Victor da Silva Oliveira (UFPI) – O Apolíneo e o Dionísiaco no teatro moderno de Tennessee Williams. Camila Magalhães Linhares (UFPI) - O boteco dos deuses: uma análise semiolinguística acerca do humor e da religião nos discursos do blog “Um Sábado Qualquer” Ana Carolina Sousa Araújo (UFPI) e Nayne de Amorim Melo – A construção do imaginário medieval no telespectador contemporânea através da série “Game of thrones”. Marília Martha França Sousa (Faculdade Laboro) – O discurso visual da obra “Via Sacra da Identidade” da artista plástica maranhense Ana Borges e seus desdobramentos com a questão da memória na contemporaneidade. Renata de Paula Mury (UFPI) e Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva – Literatura x Cinema: uma análise detalhada sobre Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban Thalita Cardoso Desidério de Sousa (UFPI) – Tradução e perda de identidade do auto no processo de legendagem Amanda Karolina Batista Lages (UFPI) – A cor púrpura: relações culturais 40 GRUPOS DE TRABALHOS 18/09 1 – Mídia Sonora e Novos Territórios: Hibridismo e Memória (UFMA) Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª. Rosinete de Jesus Silva Ferreira Profª. Dra. Rosinete de Jesus Silva Ferreira - Rádio e suas transformações tecnológicas e sociais Prof. Me. Polyana Amorim Chagas - Rádio e novas territorialidades: análise dos espaços virtuais de produção radiofônica. Juara Castro - Rádio e novas territorialidades: análise dos espaços virtuais de produção radiofônica. Jefferson Saylon Lima de Sousa - Webrádio ou rádio web? Há diferença? 2 – Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI) Grupo 1 Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00 / Coordenador(a): Prof. Dr. Wander Nunes Frota Prof. Dr. Wander Nunes Frota - Herdeiro globalizado do regionalismo: Galileia, de Ronaldo Correia de Brito, neorregionalista ‘glocal’? Prof. Dr. André Pinheiro - Aspectos da condição urbana na poesia de Eucanaã Ferraz Prof. Me. Tiago Barbosa Souza - Planos e profundidades imagéticas em Margem de Manobra, de Claudia Roquette-Pinto Prof. Me. Jeymeson de Paula Veloso - A Fotografia Do Unicórnio: Pós-Modernismo em Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago Bárbara Laís da Silva Negreiros - “Meu Povo, Meu Poema” – As Muitas Vozes De Gullar Sob A Perspectiva Pós-Colonialista. 3 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI) Grupo 1 Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Me. Francisco Alves Filho Prof. Me. Francisco Alves Filho - Ação retórica de e-mails institucionais Prof. Dr. Franklin Oliveira Sousa - Perfis Institucionais no Twitter e Propósito 41 Comunicativo: Análise de Postagens. Prof. Ismaeal Paulo Cardoso Alves e Profa. Beatrice Nascimento Monteiro - Propósitos comunicativos e sequências tipológicas em postagens de perfis de tribunais de justiça brasileiros no twitter. Profª. Me. Lafity dos Santos Alves - Gênero Resenha em periódicos online da área de linguística: Por que a Forma sobrepõe o Conteúdo? 4 - O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA) Grupo 1 Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª. Joelma Reis Correia Profª. Drª. Joelma Reis Correia - Como usar a Linguagem Escrita para Criar Espaços de Interação e Interlocução entre as Crianças no Ciclo da Alfabetização? Profª. Me. Edith Maria Batista Ferreira - O Trabalho Com A Linguagem Escrita Com Crianças Pequenas: Considerações Sobre O Retrato Das Escolas Maranhenses Profª. Maria José Albuquerque Santos e Profa. Me. Francy Sousa Rabelo - O Ensino da Linguagem Escrita Da Criança Hospitalizada. Keyliane Freire Fonseca e Claudileude de Jesus Silva - A Produção de Textos no Ensino Fundamental: Entre Textos e Contextos. Elizabeth Oliveira de Castro e Verônica Cunha Rodrigues - O Exercício De Ler Em Voz Alta: Concepções e Contradições 19/09 1 – Gêneros Digitais à luz da Sociorretórica (UFPI) Grupo 2 Local: Sala 4, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Me. Francisco Alves Filho Prof. Me. Francisco Alves Filho Profª. Beatrice Nascimento Monteiro. Prof. Me. Bruno Diego de Resende Castro e Me. Leila Rachel Barbosa Alexandre - Perfis Organizacionais E Institucionais No Twitter: Uma Análise da Experiência de NãoRecorrência de Exemplares dos Gêneros. Prof. Me. Emanoel Barbosa de Sousa e Prof. Me. Maria Lourdilene Vieira Barbosa - O Processamento da Informação na Notícia Online: Quando A Fonte é o Fato 2 - Literatura Contemporânea de Língua Portuguesa (UFPI) 42 Grupo 2 Local: Sala 3, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr. Wander Nunes Frota Prof. Dr. Wander Nunes Frota Profª. Me. Carolina de Aquino Gomes e Me. Karine Costa Miranda - Reflexões acerca do Histórico e do Ficcional na Obra Memorial do Convento, De José Saramago. Prof. Me. Jhonatas Geisteira de Moura Leite - Um Livro de Ouro: o processo de ressignificação da história em Cidade Livre, de João Almino. Profª. Esp. Maria de Jesus Castro Oliveira - O Regionalismo Universal de Cinzas do Norte, de Milton Hatoum: Um construto literário. Me. Sharmilla O’Hana Rodrigues da Silva - O outro Eu como Inimigo: O Homem Duplo de Saramago e sua Adaptação para o Cinema 3 – Literatura e Psicanálise: estéticas da perversão (UFPB) Local: Sala do mestrado de História, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues Prof. Dr. Hermano de França Rodrigues - Gênero Resenha em periódicos online da área de linguística: Por que a Forma sobrepõe o Conteúdo? Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - Tons Embotados: Perversão e Feminilidade na Literatura. Monik Giselle Lira Monteiro - Notas sobre o Pecado: Ato e Tempo da Perversão. 4 – Livros, Leitura Digital e Partilha Literária (UFMA) Local: Sala 2, bloco 1, térreo Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª. Cassia Cordeiro Furtado Profª. Dra. Cassia Cordeiro Furtado - Livros Digitais, Sistemas Hipermidiáticos e Partilha Literária Para Leitores Infantis. Luciana Santos Sousa - A Avaliação da Usabilidade e da Experiência da Criança em Idade Escolar ao Interagir com Livros Digitais de Incentivo à Leitura e Produção Literária: Estudo de Caso Portal Biblon. Edilson Thialison da Silva Reis - Design e Formação de Leitores: Um Olhar para os Livros Digitais. 5 – O Ensino da Leitura e da Escrita como Processos Discursivos (UFMA) Grupo 2 Local: Sala 2, bloco 2, 2º andar Horário: 10:45 – 12:00 – Coordenador(a): Profª. Drª. Joelma Reis Correia 43 Prof.ª Dra. Joelma Reis Correia Vida Costa de Araújo e Daniela Barbosa dos Santos - O Exercício de Ler em Voz Alta: Concepções e Contradições. Chayene Cristina Santos Carvalho e Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - A Linguagem Escrita Em Livros De Educação Infantil. Joel Nascimento Oliveira - LEITURA BARBARIZANTE: ênfase aos aspectos técnicos ou a leitura como instrumentos emancipatórios? 6 – FICÇA - Ficção Científica, Gêneros Pós-modernos e Representações Artísticas na Era Digital (UFMA) Local: NUPETS, bloco 2, 1º andar Horário: 10:45 – 12:00/ Coordenador(a): Profª. Drª. Naiara Sales Araújo Santos Dayane Andréa Rocha Brito e Lívia Fernanda Diniz Gomes - La aura de Felipe, el consuelo de Llorente: um estudo do duplo masculino em Aura, de Carlos Fuentes Fernanda Libério Pereira e Mizraim Nunes Mesquita - “O Homem Duplicado”: a interpretação cinematográfica da obra saramaguiana Jucélia de Oliveira Martins - I, (Good or Bad) Robot?: a incidência do Complexo de Frankenstein na versão literária e cinematográfica do clássico Asimoviano Luan Passos Cardoso - Ciborgue: o cidadão pós-moderno Ludmila Gratz Melo - Reinventando Deuses: os arquétipos e os mitos em The Wicked + The Divine Stéfanni Brasil da Silva - Os monstros e nós: relações de alteridade em In The Flesh 44 RESUMOS 45 RESUMOS OS GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS COMO PRÁTICA MEDIADORA DAS INTERAÇÕES ENTRE O CANDIDATO AO PAES E A UEMA Adriana Sousa de Alcântara - UEMA Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. Estes gêneros surgem emparelhados a necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com as inovações tecnológicas, o que é facilmente percebível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais atualmente existentes em relação a sociedades anteriores à comunicação escrita. Vale ressaltar não são propriamente estas tecnologias que originam os gêneros e sim a intensidade dos usos destas e suas influências nas atividades comunicativas diárias. O presente trabalho objetiva investigar a produção de gêneros escritos digitais, encontrados no site da Universidade Estadual do Maranhão, como prática mediadora das interações entre o candidato ao PAES e a UEMA. Buscando explorar o tema, usamos os principais referenciais teóricos; Carolyn Miller, Charles Bazerman e Luiz Antônio Marcuschi. O Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior – PAES 2014 é destinado a selecionar candidatos, no limite das vagas ofertadas, para ingressar nos cursos de graduação da Universidade Estadual do Maranhão, nas modalidades presencial e a distância, para o primeiro e o segundo semestre do ano 2014. A pesquisa foi impulsionada para uma reflexão se há interação efetiva entre o candidato ao PAES e a UEMA, detentora desse processo seletivo, percebemos que esta interação é necessariamente por gêneros textuais digitais, ou seja, nesta relação, estes gêneros partem em frente, ordenando e estabilizando as atividades de comunicação e diálogo entre o candidato e a UEMA, tornando assim os gêneros textuais digitais como prática mediadora. Palavras chave: Gênero Textuais Digitais. Interação. Candidato. PAES. A BANALIZAÇÃO DA MORTE COMO CRÍTICA SOCIAL EM A NOVA CALIFÓRNIA DE LIMA BARRETO Alana Yasmim dos Santos - UFPI O proposto trabalho tem por objetivo analisar a crítica social presente no conto A Nova Califórnia (1910) do escritor Lima Barreto. A crítica social é um dos pilares das obras de Barreto, presente em Os bruzundangas e Recordações do Escrivão Isaías Caminha, por exemplo. Entretanto, em A Nova Califórnia, Barreto recorre à literatura especulativa para traçar a sociedade da época quanto ao desprendimento dos valores 46 morais diante do instinto ambicioso que o capitalismo incitava. A banalização da morte é um dos elementos que Barreto utiliza para apontar essa voracidade inerente ao homem. O trabalho utiliza como embasamento teórico textos de Bauman (Medo Líquido) e Rodrigues (Tabu da Morte), que exploram a questão do medo e da imagem da morte na sociedade, respectivamente. Botelho e Sevcenko darão suporte a respeito do realismo como produção literária de uma época de transição do Brasil, mas não necessariamente de sua mentalidade. Com um teor satírico, o conto possui uma narrativa que incomoda. Ademais, foram observadas as influências que Lima Barreto possuiu ao construir o personagem central, o cenário escolhido para a ambientação e os comportamentos/atitudes da população de Tubiacanga (Rio de Janeiro) em relação à morte. Em A Nova Califórnia, Barreto confirma claramente que desintegração do ser humano não ocorre necessariamente só no momento de sua morte. Palavras chave: Banalização. Morte. Sociedade. DO TESTEMUNHO POÉTICO EM JORGE DE SENA: MUNDIVIDÊNCIA E PEREGRINAÇÃO Alessandro Barnabé Ferreira Santos - UFMA Pretendo com esta comunicação tecer algumas linhas acerca do testemunho poético em Jorge de Sena, poeta português contemporâneo e já falecido, que assume central importância na cena literária da década de 50, em Portugal, por engendrar uma poética que é a um só tempo a negação das poéticas vigentes até então e a exata apropriação dos principais elementos que as compunham. Falo em especial, de um lado, da larga influência presencista, portanto, de sua concepção de arte pautada num forte esteticismo, e, na dimensão contrária, do neorrealismo, com sua concepção de arte que deve denunciar – “testemunhar” – os abusos e injustiças cometidos pela ditadura salazarista em Portugal. Ao acolher a preocupação formal, estética, na elaboração de poesia, mas rejeitar seu alheamento do mundo, e acolher a dimensão social da poesia, mas rejeitando o desleixo com a criação do verso, Jorge de Sena funda a poética do testemunho, fortemente ancorada no princípio da mundividência e da peregrinação, na medida em que somente a partir dos rastros de vivências por entre espaços infectos, portanto, da experiência vivida que modela sua mundividência é que o sujeito poético torna-se capaz de testemunhar este mesmo mundo no qual se insere. Uso, pois, para a tessitura destas linhas, os postulados de Eric Dardel (2011), Tuan (2013) e concepções da fenomenologia. Palavras chave: Poesia portuguesa. Jorge de Sena. Exílio. CINEMA, EDUCAÇÃO E ANARQUIA: O CINÉMA DU PEUPLE. Alexandre Wellington dos Santos Silva – UESPI 47 O presente artigo propõe expor o desenvolvimento do Cinéma du peuple, uma cooperativa cinematográfica anarquista iniciada em Paris no ano de 1913. Para isto, fazse necessário compreender as causas que possibilitaram a criação desta, uma vez que ela cumpria a dupla tarefa de ser uma ferramenta na instrução entre operários e crianças, assim como era uma resposta direta à produção cinematográfica até então desenvolvida. Desta forma, abrange os conceitos de memória e constrói uma perspectiva de História social do cinema. O trabalho se subdividirá em tópicos que confluem diretamente com o exposto acima: Discorrerá primeiramente a crítica anarquista ao cinema da época, apresentando as denúncias feitas pelos libertários em seus jornais e panfletos, observando o caráter lúdico do cinema, distanciando-se assim da função emancipatória que este potencialmente possuía. Em seguida, abordará a educação segundo os anarquistas, suas considerações acerca da função que deveria possuir, desde suas perspectivas teóricas até a utilização de obras cinematográficas como ferramenta de educação entre as classes despossuídas. Adiante, tratará de discorrer a experiência do Cinéma du peuple, que conciliava os preceitos educacionais defendidos pelos anarquistas, além da produção de um cinema social, voltado para a compreensão, conscientização e instrução de crianças e trabalhadores. A conclusão trará a colaboração que o Cinéma du peuple ofereceu em sua época para o público alvo que abrangia, dentro da função instrutiva que trazia e do que produzia, assim como reflexões acerca do que este pode nos proporcionar na atualidade. Palavras chave: Cinema. Memória. Educação. Anarquismo. A LITERATURA LATINA: USOS E APROPRIAÇÕES NOS DISCURSOS HISTORIOGRÁFICOS DOS SÉCULOS XIX E XX Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA A presente comunicação visa à relação da literatura latina e os discursos fomentados por pesquisadores durante o século XIX e XX acerca das camadas populares do período imperial romano. Os textos literários do principado romano (séculos I d.C ao II d. C.) são fontes documentais, que foram utilizadas por pesquisadores “classicistas”, e tratam de aspectos quotidianos de “setores subalternos” de Roma. Os textos da literatura latina, por exemplo, Sátiras, de Juvenal, Satíricon, de Petrônio, Cartas a Lucílio, de Sêneca, são exemplos de obras utilizadas por historiadores, que se debruçaram em analisar o quotidiano da sociedade romana através de um olhar aristocrático, haja vista, estes poetas satíricos e escritores, fizeram parte do seio elitista romano. Analisaremos, portanto, os aspectos que norteiam o comportamento social e moral das matronas, das prostitutas, dos gladiadores, do escravo, da nobreza e de membros da magistratura senatorial romana. Devemos, portanto, salientar a presença de termos pejorativos e de juízos de valor nas pesquisas de estudiosos alemães, por exemplo, Theodor Mommsen e Friedländer, que desqualificam a atuação política e social destes setores mais humildes da Roma imperial. 48 Palavras chave: Literatura latina. Principado romano. Historiografia dos séculos XIX e XX. AS APROPRIAÇÕES DA LITERATURA LATINA PELO CINEMA: AS (RE)LEITURAS DO FILME GLADIADOR (2000), DE RIDLEY SCOTT Alexandro Almeida Lima Araujo - UEMA O presente trabalho visa à discussão das apropriações da literatura latina feitas pelo cinema hollywoodiano. Especificamente nesta comunicação, nos deteremos em analisar o filme Gladiador, lançado no início do século XX, no ano de 2000, do diretor Ridley Scott e atuação de Russell Crowe. Com efeito, nos debruçaremos nos discursos que perpassam o filme, como, por exemplo, a política do pão e circo (panem et circenses), a escravidão na Roma imperial e a visão de uma plebs parasita do Estado e a distribuição de jogos públicos através da gladiatura romana. Russell Crowe interpreta um general, chamado Maximus, fiel ao imperador Marco Aurélio (Richard Harris). O referido imperador está muito velho e quer como sucessor o general Maximus. No entanto, Marco Aurélio tinha um filho, chamado Cómodo (Joaquin Phoenix), que, para galgar o Império Romano e se tornar imperador, decide assassinar seu pai e trair a amizade que tinha com Maximus. Cómodo manda executar Maximus, mas este “foge da morte” e se torna um escravo, e a posteriori, um gladiador à procura de vingança. Desta forma, precisa lutar na arena do Coliseu para (re)encontrar o então imperador da Roma do ano de 180 d. C.. Dessa maneira, discutiremos a influência da literatura latina nesta produção de 155 minutos, haja vista a expressão panem et circenses – evidenciada pela historiografia “classicista” e “tradicional”, dos séculos XIX e XX, como uma forma de manter o público cerceado e controlado com distribuições de “pão” e “circo” por parte dos Césares – é uma expressão cunhada por um poeta satírico latino chamado Décimo Júnio Juvenal (50-130 d. C.). Palavras chave: Literatura latina. Gladiador. Maximus. Período imperial romano. LUIZA AMÉLIA DE QUEIROZ E FRANCISCA MONTENEGRO NO PERCURSO MEMORIALÍSTICO DO SÉCULO XIX Algemira de Macedo Mendes - UESPI/UEMA Rafaela Cardoso Silva - UESPI O objetivo desta pesquisa é no final do século XIX, patriarcalista. Neste intuito cidade de Piracuruca-PI, e analisar obras literárias do estado do Piauí, especificamente que remetem ao discurso da mulher em seu contexto trabalhamos com as poetisas Luíza Amélia de Queiroz da Francisca Sá Vianna Montenegro, parnaibana, conhecida 49 como Chiquinha Monte Negro, como consta na Antologia das Escritoras Piauiense (2009), tendo como destaque a poética e a construção identitária de piauienses inovadoras quanto em relação ao seu período de produção. Em sua lira também nos é possível ver a transposição de elementos do romantismo como a religiosidade, e ao mesmo sua desilusão e súplica à sua condição como mulher, podendo em seu discurso ter uma forma de reconstrução discursiva por meio da poesia. Neste aspecto buscamos a representação de fragmentos da obra de Luiza Amélia “Flores Incultas” (1875) e sua aparição no Almanaque de lembranças luso brasileiro em 1856. E poesias de Francisca Montenegro extraídas do Almanaque da Parnaíba e em crônicas memorialísticas de Humberto de Campus. Para esta análise fora utilizado autores como Antônio Candido (1996), Clodoaldo Freitas (1998), Le Goff (1990) Castelo Branco (2001), Algemira Mendes (2004), Zinani (2013), Duarte (2012), Borges (2000), entre outros. Nesta abordagem levantamos algumas críticas feitas sobre as autoras e sua subjetividade, no intuito de contribuição para os estudos memorialísticos do gênero no Piauí. Palavras chave: Luíza Amélia. Francisca Montenegro. Literatura. Memória. Mulher Piauiense. A PÓS-MODERNIDADE E SUAS REFLEXÕES NA NARRATIVA Alice Ferreira Aragão - UFMA Érica Márcia Sousa Chagas - UFMA A pós-modernidade pode ser vista primeiramente como consequência de um novo momento do sistema capitalista que começou nos finais dos anos 40 do século XX no pós-guerra. As mudanças causadas por essa nova fase econômica afetaram diversas áreas da atividade humana: social, ideológica e cultural, criando-se novos hábitos, novas maneira de pensar e de ver o mundo. Diante desse novo momento da sociedade, a literatura, assim como as outras artes, não deixaria de refletir essas mudanças. As narrativas ganharam uma nova configuração. Com sentenças curtas ou incompletas, às vezes parecendo sem sentindo para o leitor. O texto perde a sequência linear tradicional e o que se encontra são alternâncias entre passado e presente, uma sequência sem direção definida. Além de uma mescla de vozes (“eu”, “ele”, “nós”) onde o leitor precisa ficar atendo para saber de que personagem se trata. Diante da fragmentação do texto, que permite que o mesmo possa ser interpretado de várias maneiras, o leitor tem maior participação na literatura, pois o texto deixa lacunas que podem ser preenchidas pelo leitor. A grande diversidade de temas e formas de expressão dificulta apontar uma estética definida na arte pós-moderna, pois não há uma referência a ser seguida. Antigos e novos estilos estão presentes. Essa “bagunça” da narrativa é reflexo exatamente da sociedade e do sujeito pós-moderno. Este artigo tem por objetivo discutir as características da narrativa pós-moderna. Palavras chave: Pós-modernidade. Narrativa. Intertextualidade. 50 O REAL E O INSÓLITO: OS ATOS DE FINGIR NO ROMANCE MEMORIAL DO CONVENTO DE JOSÉ SARAMAGO Aline Barbosa de Almeida - UFCG Entendemos que um escritor produz uma escrita literária que tem como referenciação a realidade, ou seja, mundo material, mas Todorov (2004) nos explica que dentro dessa representação há aberturas para aquilo que denominamos de incomum. Pensando assim, a presente pesquisa propõe analisar a recorrência dos atos de fingir no romance Memorial do Convento de José Saramago, a partir da ideologia de Wolgang Iser presente em seu texto “Os atos de fingir ou o que é fictício no texto ficcional”. Na narrativa do escritor português existe uma relação do que se supõe fantasia e do que se supõe realidade, pois há uma transgressão de limites. A mudança de plano da narrativa do real representado para a vertente do fantasioso se instala por meio do sobrenatural configurado na personagem Blimunda, que tem o dom de ver as pessoas por dentro e até mesmo de capturar as vontades humanas para fazer voar uma passarola. Nesse entre cruzar, o imaginário é compelido pelo fictício, no entanto, é elevado a assumir formas e imagens, o que por sua vez, torna-se uma abertura para o leitor, já que esse poderá experimentar uma relação leitor – texto pelo modo difuso de como essas formas e imagens do objeto de referência vão se projetando a partir da leitura. Com essas articulações do real, do fictício – fantasioso e o imaginário, podemos pensar o referido romance de José Saramago como uma narrativa que traz abordagens do insólito e que pesca o leitor pela isca do absurdo. O estudo parte de uma reflexão bibliográfica e analítica que tem como principais teóricos Iser (2002), Todorov (1981), Garcia (2012) e Reis (2012). Palavras chave: Atos de fingir. Imaginário. Insólito. Leitor. TERRA SONÂMBULA: ORALIDADE COMO MECANISMO DE LIGAÇÃO ENTRE A TRADIÇÃO E A MODERNIDADE Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA Edna Mafra Teixeira - UFMA Este trabalho tem como objetivo abordar a oralidade como mecanismo de ligação entre a tradição e a modernidade na obra Terra Sonâmbula do autor Mia Couto. A narrativa é composta de um conjunto de textos orais, “estórias” encaixadas, que seguem o enredo, são a maioria contos e parábolas, verifica-se que a oralidade e a escrita se complementam, pois na medida em que os textos orais são escritos não se perde mais, e ficam intactos os ensinamentos para as gerações futuras Em princípio pode-se dizer que o romance é uma tentativa de indicar um caminho para a construção da identidade do povo, e consequentemente do país moçambicano. Entrar na modernidade é em suma deixar de lado um mundo de oralidade, de tradições, e de crenças e isto em Moçambique, em África, gera divisão do eu, e descontentamento na 51 maioria da população em especial as pessoas mais velhas. A oralidade é marcante dentro do romance e serve de mecanismo de ligação entre a tradição e a modernidade na medida em que é através da oralidade que os ensinamentos, as tradições eram e são transmitidas em Moçambique, em África, mas com o tempo muitos conhecimentos foram se perdendo, e também foram sendo modificados de geração para geração, a escrita pode ser utilizada em benefício da tradição, da oralidade. Na narrativa, vê-se a importância da oralidade para transmissão da tradição moçambicana, os seus provérbios, crenças, cultos etc. A metodologia adotada para construção deste trabalho foi a análise da obra e pesquisas acerca da literatura moçambicana. Os resultados mostram que a modernidade e a tradição devem estar interligadas pela oralidade. O romance Terra Sonâmbula é uma narrativa de dor e de sofrimento, esperança, sonhos e acima de tudo de busca e de identidade do país moçambicano. Palavras chave: Modernidade. Tradição. Oralidade. Escrita. A ORIGEM DIVINA DA PALAVRA Amanda Karina Gonçalves da Silva - UFMA Edna Mafra Teixeira – UFMA Este trabalho tem como objetivo analisar a PALAVRA, que é um dos nove elementos abordados no artigo “Para uma teoria da Civilização Africana” Os nove elementos são a origem, a palavra, o fogo, o ritmo, o homem, o coletivo, a pragmática, a esperança e o negro. E são essenciais para manter a civilização africana de pé. Tendo em vista a PALAVRA enquanto unidade geradora e reveladora da vida. Sabe-se que para a civilização africana a palavra é considerada elemento sagrado, de origem divina. A PALAVRA (=Nommo) vai além da própria fala como meio de comunicação, ela é vista pela maioria dos povos africanos como detentora de poder e magia, criadora da vida e fundadora do mundo. O continente africano ainda é um continente de tradição oral, há uma valorização dos relatos orais porque a fala não é vista como apenas um instrumento de comunicação, mas como meio de manter, preservar os conhecimentos dos seus ancestrais. A tradição consiste na transmissão dos conhecimentos totais da vida e da África de geração a geração. Nas sociedades orais africanas o homem e a palavra se completam no testemunho. A confiança concentra-se no valor, respeito pela palavra e o homem. Acredita-se também na dualidade da palavra, que consiste em seu caráter destruidor e criacional das coisas no universo. Através de uma “simples palavra” pode-se desencadear uma guerra mundial. As pessoas precisam esta sempre em vigilância para não falar o que não devem “atropelar as suas próprias palavras” ou mentir. Como metodologia foram analizados o artigo “Para uma teoria da Civilização Africana”, e outros. Os resultados mostram que dentre os nove pilares de sustentação da civilização africana, a Palavra é um dos mais importantes, onde pode ser tirado o mais belo ensinamento de crença, tradição e confiança no outro. 52 Palavras chave: Crença. Elemento divino. Palavra. África. O USO DO BLOG CONSTRUINDO HST NA DISCIPLINA HISTÓRIA DO MARANHÃO SÉCULO XVII ATRAVÉS DO OLHAR DOS ALUNOS DO 2º ANO MATUTINO DO ENSINO MÉDIO DO LICEU MARANHENSE Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde – Liceu Maranhense Apesar de tantas inovações tecnológicas levadas a escola, ainda há uma centralização na aquisição de conteúdos de forma mecanicista por parte dos alunos, sendo o professor o centro do processo do ensino aprendizagem, utilizando uma metodologia tradicional, sem haver uma preocupação direcionada a utilização pedagógica das Tecnologias da informação e comunicação. Com a disseminação das TIC’s nas escolas, o computador passou a ser utilizado não só pela administração, mas também no processo ensino-aprendizagem. Acompanhado de uma gama de programas que misturam jogos e informações em tempo “real”, seu uso estar associado as mais variadas possibilidades de acesso a informações e ao conhecimento O termo Blog é uma construção derivada da união das palavras inglesas web (rede) e log. (diário de bordo), onde os viajantes velejadores registravam os eventos das viagens. Atualmente, o termo blog tornou-se uma abreviatura de web log, onde web remete a internet, e log e caracterizado pelos registros que são realizados pelo chamado “blogueiro”. O blogueiro seria o responsável pela construção do diário eletrônico ou blog.O Blog pedagógico, ancorado na Disciplina História, com o objetivo de fazer considerações acerca das implicações existentes no desenvolvimento, de ambientes virtuais de aprendizagem, direcionado ao contexto educativo, mediando o aluno como sujeito histórico, proporcionando habilidade de aprender a aprender, a pensar, a comunicar-se, a pesquisar e a agir; a compreender textos e documentos. Palavras chave: Blog. Educação. Interação. Historia. Liceu Maranhense. A VARIAÇÃO SEMÂNTICO-LEXICAL EM COMPOSIÇÕES DE RAP: UMA POSSIBILIDADE DE PRÁTICA MULTILETRADA E ANÁLISE DE FENÔMENOS SEMÂNTICOS NO ENSINO MÉDIO Ana Claudia Menezes Araujo - UFPI Ananda Veloso Amorim Oliveira - UFPI Este artigo tem como objeto de estudo as variações semântico-lexicais presentes nas composições de rap, com o objetivo de viabilizar uma reflexão sobre as possibilidades de trabalho com variação semântico-lexical, bem como com os multiletramentos no Ensino Médio. Utilizou-se como embasamento teórico, principalmente, Bagno (2007), Bortoni53 Ricardo (1995, 2004), Calvet (2002), Tarallo (2002), sobre variação linguística; Dionísio (2009), Rojo (2009), Rojo e Moura (2012), Cope e Kalantzis (2000), sobre multiletramentos e a respeito da cultura Hip Hop Souza (2011), Silva (2006) e Luz (2007). O corpus desta pesquisa constitui-se de quatro composições de rap dos grupos “Racionais”, do Rio de Janeiro-RJ e “A Irmandade”, de Teresina-PI e, como metodologia, optou-se por uma pesquisa qualitativa, a partir da qual se identificaram palavras e expressões em comum nas referidas composições; agruparam-se essas palavras e expressões por campo semântico e analisaram-se os seus significados dicionarizados paralelamente aos contextuais, demonstrando uma possível abordagem de ensino de Língua Portuguesa. Conclui-se que o conhecimento da variação semântico-lexical em composições de rap, no ensino de língua, pode ser significativo quando se utiliza a noção de campos semânticos, contrastando os significados dicionarizados e contextuais, assim como a variedade linguística característica do rap e a cultura Hip Hop, uma vez que esse gênero textual, que pode ser apresentado de forma impressa (texto escrito) e sonora, é apreciado pelos jovens do Ensino Médio e explora os processos de significação do texto, o que auxiliará no processo de compreensão textual, resultando em uma atividade prazerosa. Palavras chave: Ensino de Língua Portuguesa. Variação Linguística. Multiletramentos. Ensino Médio. ESPAÇO DA AULA: O BLOG NO PROCESSO EDUCATIVO Andressa Maria Abreu Pereira - UESPI Deislandia de Sousa Silva - UESPI Este artigo visa apresentar os resultados de um estudo que objetivou analisar 8 aulas de Língua Portuguesa publicadas no Espaço da Aula, link disponível no Portal do Professor do MEC, a fim de se verificar que propostas pedagógicas são sugeridas nesse espaço para o trabalho com o gênero blog. Partindo da concepção de que o blog é um gênero digital que pode servir como uma importante ferramenta a ser explorada na área da educação, o estudo procurou saber quais as atividades sugeridas no Espaço de Aula para o trabalho com gênero blog, em que contextos devem ser aplicados, que sugestões podem ser feitas para que haja um melhor trabalho com elas, e, principalmente, como podem ajudar os alunos a abrangerem seus conhecimentos sobre os gêneros digitais, mais especificamente, o blog. Neste trabalho foram utilizados os princípios teóricos de Marcuschi (2005; 2008), Miller (2009) e Gomes (2005; 2007), autores que contribuíram para compreensão acerca dos gêneros digitais e, também, das características e funcionalidades do blog. Através da análise do corpus foi possível verificar dois tipos de propostas de aulas: aulas voltadas para a criação de blogs, em que as atividades sugeridas funcionam como uma espécie de roteiro para nortear professores e alunos acerca dessa construção; e aulas direcionadas para a teoria e para a aplicação prática do conteúdo, com o objetivo de que os alunos realizem produções que expressem o conhecimento adquirido em sala. Os resultados obtidos evidenciam uma tomada de consciência pelos professores quanto à inserção do blog no contexto educacional, 54 servindo assim não só como recurso, mas também como estratégia de ensino e aprendizagem. Palavras chave: Espaço da aula. Blog. Educação. ARTE/EDUCAÇÃO PÓS-COLONIALISTA NO BRASIL: A ABORDAGEM TRIANGULAR NO DITO E NAS ENTRELINHAS, NO NÃO DITO, MAS IMPLÍCITO NO DISCURSO DE ARTE/EDUCADORES DA CIDADE DE SÃO LUÍS DO MARANHÃO Angelo Roberto Silva Barros – FAEPI O cubano Roberto Fernandez Retamar (1930-?) atualizou, na década de 1970, o conceito de antropofagia de José Oswald de Sousa Andrade (1890-1954), canibalizando-o, tornando-o pós-colonial na teoria e contra discursivo na prática. Como profetizou José Oswald de Sousa Andrade, hoje pode-se definir o póscolonialismo cultural no Brasil como antropofágico e canibalesco, pois este deglute, desconstrói e reorganiza as influências da Europa e dos Estados Unidos. Nem mais a dependência cultural, nem mais a busca inalcançável da originalidade modernista, mas adequação e elaboração em diálogo crítico com os países centrais. Foi assim que surgiu a abordagem que ficou conhecida no Brasil como “Metodologia Triangular”, uma designação infeliz, mas uma ação reconstrutora do Ensino das Artes e Culturas Visuais. Sistematizada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1987/1993), a Triangulação Pós-Colonialista do Ensino das Artes e Culturas Visuais no Brasil foi apelidada de metodologia pelos (arte/) educadores e, posteriormente, foi revisada, pela pesquisadora e educadora Drª. Ana Mae Barbosa, para “Proposta Triangular” ou “Abordagem Triangular”. A história da Arte/Educação no Brasil aponta que há uma dupla triangulação nesta proposta/abordagem epistemológica: primeiro, quanto à concepção dos componentes do ensino/aprendizagem, constituídos por criação (Fazer Artístico), leitura da obra de arte e contextualização e, depois, na gênese de sua sistematização, originada em uma tríplice influência, na deglutição de três outras abordagens epistemológicas: as Escuelas de Pinturas a1 Aire Libre mexicanas, o Critical Studies inglês e o Discipline Based Art Education (DBAE) americano. Este primeiro diálogo, portanto, apontou questões a discutir e provocou a curiosidade de se localizar e, de certa forma compreender melhor, quais foram as marcas/influências deixadas por essa proposta/abordagem nós arte/educadores. Destarte, interessou-se a essa pesquisa verificar no dito, no dito nas entrelinhas e no não dito no discurso de arte/educadores, da cidade de São Luís do Maranhão, a existência de possíveis marcas/influências desta proposta/abordagem na representação que possuem de sua ação docente e nas suas concepções de ensino de Arte, e quão fortes ou esmaecidas são. Palavras chave: Origem. Portuguesa. Literatura. Abordagem 55 Triangular. Apropriações. Língua A ABORDAGEM TRIANGULAR COMO POSSÍVEL ESTRATÉGIA BÁSICA PARA INVESTIGAÇÃO E POSSIBILIDADE DE DIVERSIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E SUA LITERATURA Angelo Roberto Silva Barros - FAEPI Israel Ferreira Santos - FAEPI Origem é o assunto dessa comunicação oral. Não aquela entendida como “gênese das coisas”, como o instante fixo e preciso de onde tudo começa. Trata-se da origem como um “turbilhão no rio do devir”, arrastando “em seu ritmo a matéria do que está em via de aparecer”. A origem abordada aqui não é remetida a um fato único em “existência nua” e “evidente”, mas a uma perturbação em certo “curso normal”, causa de aparições em restauro e incompletude, relacionadas a uma “Pré e Pós-História”. Nesta perspectiva, busca-se caminhar rumo ao encontro da origem de uma proposta, responsável, dentre outras ações, por uma reordenação conceitual, dialogal, multicultural e pós-moderna do ensino das artes e culturas visuais no Brasil. Apresenta-se, portanto, em linhas gerais, a “Abordagem Triangular”, sistematizada, no final dos anos de 1980, pela arte/educadora e pesquisadora Drª. Ana Mae Tavares Bastos Barbosa. E, por outro lado, acreditando-se na ideia de que a referida proposta não se baseia em conteúdos, mas em ações (Fazer/Ler/ Contextualizar), é que facilmente demonstrar-se-á suas possíveis apropriações/adaptações a diversos conteúdos da área de conhecimento/disciplina de Língua Portuguesa e sua Literatura. Palavras chave: Origem. Portuguesa. Literatura. Abordagem Triangular. Apropriações. Língua LITERATURA E GÊNERO: REPRESENTAÇÕES DA FIGURA FEMININA NA OBRA O CORTIÇO DE ALUÍSIO AZEVEDO Antônia Cláudia de Carvalho Rocha - UESPI Este artigo tem como objetivo, discutir em uma perspectiva pós-moderna, possíveis representações sobre a figura feminina na obra “O cortiço” de Aluísio Azevedo. Para isso, se fundamenta nas discussões sobre gênero como categoria que aliada ao estudo da literatura pode ser uma possibilidade de compreender na contemporaneidade como esse renomado autor da literatura construiu suas personagens literárias, especialmente, a representação das identidades femininas dentro desse romance. Como meio de construção do trabalho, realizou-se a leitura da obra assim como de outros autores que debatem literatura e literariedade de um texto, além das discussões em torno do estudo de gênero na pós-modernidade e os possíveis diálogos com as diversas áreas do conhecimento, inclusive com a literatura. O quadro teórico que subsidiou a escrita do trabalho tem dentre outras referências as pesquisas de Compagnon (2001), Cândido (2004), Felski (2003), Foucault (1976), Lauretis (1994), Scott (1990), Piscitelli (2009), 56 Soihet (1998), Rago (1997), etc. Palavras chave: Literatura. Gênero. Aluísio Azevedo. O DESNUDAR DE ESTHER GREENWOOD EM THE BELL JAR, DE SYLVIA PLATH Antônia Ellen Alves dos Santos O universo literário constitui uma das esferas nas quais a presença feminina foi silenciada ao longo da história. Com a manifestação da crítica feminista, aproximadamente na década de 70, a literatura de autoria de mulheres começou a conquistar seu devido espaço suscitando resgates de obras e interpretações sob a ótica da alteridade pelos pesquisadores no meio acadêmico. Autoras como Charlotte Bronte, Jane Austen, Virginia Woolf, Alice Walker, Sylvia Plath, entre outras, são nomes imprescindíveis no que diz respeito à tradição literária de autoria feminina de língua inglesa. Sob o pseudônimo de Victoria Lucas, a escritora norte-americana Sylvia Plath publica seu único romance The Bell Jar, em Londres, em 1963. O referido livro é considerado uma semi-autobiografia da supramencionada autora, no qual a protagonista, Esther Greenwood, reflete o descontentamento com relação à função exercida pelas mulheres na sociedade, bem como o seu conflito identitário. O objetivo do presente trabalho é apresentar uma análise dos perfis identitários da protagonista Esther Greenwood no decorrer da trama de The Bell Jar, à luz da crítica feminista e estudos de gênero. Para tanto, nos fundamentamos nos textos de Zolin (2009), Showalter (2007), Perrot (1994), Scott (1995), entre outros pesquisadores da área em questão. Palavras chave: Literatura de autoria feminina. Sylvia Plath. The Bell Jar. TARANTINO, BASTARDOS INGLÓRIOS E O PÓS-MODERNISMO Francisco Armando de Sousa Oliveira - UFPI Saulo Cunha de Serpa Brandão – orientador - UFPI A estética pós-moderna está tão inscrita no cinema de Tarantino que não chega a ser um desafio percebê-la, mas como pode o expectador leigo entender como essas ferramentas funcionam para fazer de filmes que, em sua maioria, a primeira vista, são apenas violentos e fortes, se tornarem uma obra de arte? Para isso é fundamental se entender o que é arte no pós-modernismo, e como o cinema, visto como meio artístico propriamente pós-industrial (BENJAMIN, 1983), ou pós-moderno, é influenciado por essa estética. Um dos diretores mais cultuados do cinema contemporâneo, conhecido no público leigo pela violência e humor em seus filmes, venerado na crítica pelos enredos sempre recheados de citações quer seja em cenas, músicas ou personagens, tem forte influência do momento artístico contemporâneo, a saber, o pós-modernismo. 57 Analiso aqui como a metaficção historiográfica e o pastiche, ferramentas da estética pós-moderna, estão presentes no filme Bastardos Inglórios (2009), de Tarantino, e como elas se articulam para formar, pelo menos, duas narrativas paralelas: uma para o público leigo e outra para os amantes da sétima arte. Ambos os conceitos que aqui resgato para trabalhar a obra cinematográfica serão vistos segundo a definição de Linda Hutcheon sobre o assunto. Enquanto a metaficção historiográfica está presente no resgate da temática da Segunda Grande Guerra, e na recriação desse cenário histórico para produzir o enredo ficcional do filme, o pastiche fica evidente no resgate da memória do cinema através da representação de personagens ficcionais dessa história e cenas que nos remetem ao próprio cinema. Palavras chave: Cinema. Historiográfica. Pastiche. Tarantino. Bastardos Inglórios. Metaficção NIKETCHE – UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE: O DISCURSO DA ALTERIDADE Áurea Regina do Nascimento Santos – UESPI/IFPI Algemira de Macêdo Mendes – UESPI O presente trabalho tem como objetivo investigar o romance “Niketche: uma história de poligamia”, da escritora moçambicana Paulina Chiziane, desvendando o universo feminino retratado no contexto enunciativo. Discute-se neste estudo a ruptura das tradições pós-coloniais e patriarcais presentes na narrativa de Chiziane, enquanto a autora desafia a condição de submissa, desvelando uma mulher que busca o seu lugar como sujeito que se reafirma e rejeita os valores patriarcais em voga em Moçambique. As personagens são apresentadas pela autora como seres de “fronteira” entre a tradição e os sistemas cultura impostos pelos colonizadores. Elas podem ser entendidas como representações dos dilemas culturais, históricos e sociais vivenciados pela mulher moçambicana na atualidade. Ao mesmo tempo em que Paulina Chiziane apresenta uma mulher sofrida, oprimida e subjugada do ponto de vista simbólico, ela também alimenta as personagens femininas de força, sabedoria e determinação. Para tanto, recorreremos à noção de local da cultura, cunhada por Homi Bhabha, bem como aos instrumentais usados pelos colonizadores para reorganizar a sociedade conquistada. Fixaremos nosso olhar nas re-configurações sofridas pelos grupos marginais, mais especificamente, as mulheres, e em como a tradição sobrevive ao novo formato social. Com uma narrativa densa, “Niketche” abusa da linguagem para dramatizar, aproximando-se da contação de estórias, que não poupa palavras para dar vida a situações, sentimentos e intenções. Palavras chave: Paulina Chiziane. Literatura pós-colonial. Escrita de autoria feminina. Poligamia. 58 CINEMA: UM OLHAR SOBRE A REALIDADE Carlos Carvalho Macêdo - UFMA Nathana Diniz Santos – UFMA Janine Alessandra Perini – orientadora Este trabalho centrou-se na análise no filme O contador de histórias de Luiz Villaça. O presente trabalho tem por finalidade propor uma discussão/reflexão a respeito de como o cinema trata a realidade, sem perder suas características enquanto meio artístico que é. Além disso, extrai dessa realidade, que por muitas vezes se mostra difícil, lições e aprendizados para o espectador. A escolha desse filme deu-se a partir de reuniões do projeto de extensão “Criação artística na UFMA”, na modalidade “Ciclo de filmes”, onde o mesmo tem o intuito de aproximar a comunidade ao meio acadêmico e viceversa. Essa modalidade tende um olhar mais crítico sobre o filme relacionando-o com a realidade do público-alvo que são os próprios moradores do município de São Bernardo - MA e alunos de graduação do Campus desta mesma localidade. Seguimos a linha do cinema enquanto veículo mediador da educação, contribuindo significativamente no desenvolver cognitivo, social e emocional do ser humano. E, faz-se interessante observar, ainda, o cinema sobre o prisma do movimento Cinema Novo, apontando suas características no filme em análise, fazendo, também, um panorama da história do cinema brasileiro a partir deste movimento, que revolucionou a maneira de pensar/fazer filmes no Brasil. Para este trabalho usou-se os estudos de Bernardet (1985?), Pimentel (2011) entre outros. Palavras chave: Cinema. Educação. Arte. 30 DIAS PARA MUDAR A SUA VIDA: UM ESTUDO SOBRE A ORALIDADE NO JORNALISMO DE AUTOAJUDA Cláuberson Correa Carvalho - UFMA As expressões “guia”, “tutorial”, “5 dicas”, “Aprenda a fazer” estão cada vez mais presentes no jornalismo. Parece que a nova tendência das segmentações do jornalismo é ensinar e orientar o leitor a fazer algo. Além de trazer abordagens factuais do universo que cobrem, as publicações começaram a produzir conteúdo sobre temas relacionados ao cotidiano e à vida em sociedade (moda, comportamento, beleza, trabalho, relacionamento, música). Ao resgatar tais temas, o jornalismo constrói seu discurso em aproximação ao campo da autoajuda. Nesse contexto, a linguagem tem papel estratégico: funciona como mediadora e potencializadora do caráter de autoajuda das publicações jornalísticas. Considerando tal cenário, esta pesquisa pretende analisar as marcas de oralidade verificadas nos textos da revista Capricho, principal publicação brasileira destinada a adolescentes de 13 a 16 anos das classes A e B. Defende-se a compreensão de oralidade para além da estrutura, do registro linguístico. No universo da 59 Comunicação, a oralidade configura-se enquanto estratégia textual/discursiva direcionada, cujo objetivo é promover o estreitamento e a interação entre os sujeitos envolvidos no processo de leitura. Sendo assim, utilizam-se, como referencial teórico, fundamentos do Jornalismo (RÜDIGER, 1996; TAVARES, 2007; SCALZO, 2009) e da Linguística (KOCH, 2012, 2013; MARCUSCHI, 2003; FÁVERO, ANDRADE, AQUINO, 2012; MAINGUENEAU, 2008). Quanto ao corpus do trabalho, coletaram-se três edições publicadas pela revista Capricho entre os meses de fevereiro e abril de 2014. Como resultado, identificaram-se diversos marcadores de oralidade, que denunciam as estratégias e as técnicas utilizadas pela referida revista no objetivo de persuadir e conquistar o público-alvo. Palavras chave: Discurso de autoajuda. Oralidade. Jornalismo de revista. Revista Capricho. Textualidade. O RESGATE DO DISCURSO ROMÂNTICO ATRAVÉS DA INTERTEXTUALIDADE: O ROMANCE HISTÓRICO DIAS E DIAS, DE ANA MIRANDA Cláudia Letícia Gonçalves Moraes - UFMA Danielle Martins Leite Fernandes Lima - UFMA O presente estudo intenta reconhecer as estratégias de reavivamento da memória e de reconstrução histórica no contexto da obra literária Dias & Dias (2002), de Ana Miranda, relevando os aspectos intertextuais utilizados pela autora para resgatar a temática lírico-amorosa vigente à época do autor biografado, o poeta romântico Gonçalves Dias. Dessa forma, o estudo enfoca a análise de uma obra literária contemporânea que tem como personagem principal um dos poetas mais engajados na luta pela afirmação da identidade nacional, pretendendo investigar obra e autor em seus papeis atuantes dentro deste contexto específico, destacando o diálogo entre textos como lastro teórico fundamental para a investigação literária. Para isso, é necessário investigar de que maneira a autora faz uma inserção no contexto da produção literária brasileira, pondo em relação o texto de suas obras com os textos que lhe dão origem através de diálogos, retomadas, alusões e outros recursos (KOCH, 2007). Pretende-se analisar a obra como uma biografia livre e romanceada da vida de Gonçalves Dias, investigando sobretudo como a autora faz uso da intertextualidade como prática moderna de discurso, não apenas referenciando outros autores, mas também tornando-os personagens centrais de seus romances históricos. Palavras chave: Discurso. Intertextualidade. Memória CONCEITOS DE DISCURSO E MEMÓRIA PARA ALAIN BERRENDONNER 60 Claudiene Diniz da Silva – UFMG Luiz Francisco Dias – orientador - UFMG Este trabalho tem como objetivo geral apresentar uma reflexão sobre alguns conceitos de Alain Berrendonner (1990, 2002a, 2002b), em especial as noções de discurso e memória. Esse autor se dedica ao estudo da Pragma-Sintaxe, uma linha teórica que se se interessa pela combinação que resulta das ações comunicativas exercidas sobre a memória discursiva. Berrendonner, que também se enquadra na perspectiva da Macro-Sintaxe, adota a noção de discurso sob o viés enunciativo, isto é, como uma atividade, uma construção por parte dos sujeitos falantes, e também um conjunto de representações publicamente partilhadas, denominado Memória Discursiva. Além dos conceitos de discurso e memória, Berrendonner apresenta dois conceitos que também merecem ser apresentados: liage e pointage. Tais conceitos são indispensáveis para as noções do teórico sobre cláusula, enunciações, períodos, texto e discursos. Dessa forma, essa pesquisa de cunho bibliográfico, tem a pretensão de propor uma reflexão sobre os pressupostos desse autor, mais especificamente discurso e memória. Palavras chave: Alain Berrendonner. Pragma-sintaxe. Discurso e memória. O PERFIL FEMININO NO SÉCULO XIX, ANALISADO NA OBRA SENHORA DE JOSÉ DE ALENCAR Crislane da Silva Santos - UFPI Lídia Raquel Ferreira da Silva - UFPI O presente trabalho tem por objetivo observar o perfil feminino na sociedade burguesa brasileira no século XIX a partir da análise do romance Senhora de José de Alencar, publicado em 1875. Este romance forma, juntamente com Lucíola (1862) e Diva (1864), o que Alencar denominou ―perfis de mulheres. A obra trata da história de Aurélia Camargo, uma jovem dividida entre o amor e o ódio por Fernando Seixas, o homem que a trocou por uma moça de dote mais atrativo. A protagonista era uma moça decente, mas ao passar por essa decepção amorosa torna- se vingativa e fria. Aurélia valoriza os sentimentos, mas usa o dinheiro para obter seu grande amor. No século XIX, houve um grande desenvolvimento da indústria e com isso a figura feminina libertou-se de várias atividades domésticas, pois tudo que era consumido em casa podia ser encontrado no centro urbano. O desenvolvimento do comércio trouxe a modernização da cidade do Rio de Janeiro. Nesse contexto passou a ser exigida das mulheres, solteiras e casadas, um comportamento adequado ao convívio familiar, contribuindo para a harmonia em suas casas. O casamento passou a ser visto como forma de ascensão social e de manutenção das posses. Os homens preocupavam-se em casar com moças ricas, deixando de lado os conceitos de amor presentes nas obras românticas, impossíveis de serem realizados devido ao contexto social. Essas observações sobre o perfil feminino no século XIX, o questionamento sobre a felicidade da mulher na realização de seu papel social e a crítica 61 feminista, servem como suporte para a análise da mulher na obra Senhora. Palavras chave: Senhora. Crítica Feminista. José de Alencar. O PIANO E AS PALAVRAS: RELAÇÕES MÚSICO-LITERÁRIAS, EM OS TECLADOS E A ÁRVORE DAS PALAVRAS, DE TEOLINDA GERSÃO Cristianne Silva Araújo Dias - UFPI Maria Elvira Brito Campos - UFPI Maria Elvira Brito Campos - orientadora - UFPI A presente pesquisa tem por objetivo investigar a construção das identidades feminina e nacional a partir das referências musicais que aparecem, respectivamente, nas obras Os Teclados e A Árvore das Palavras, de Teolinda Gersão. De forma mais específica, procura-se identificar a música como viés condutor da narrativa, por meio da identificação de metáforas musicais e de elementos como as onomatopeias, assonâncias, aliterações e metáforas, além de verificar a presença da “música de palavras” e “música verbal”, na linguagem musical que exalta a natureza, o resgate dos cantos e das danças, além de destacar compositores como Mozart e Beethoven. Como base teórica, referenciamos conceitos músico-literários, como os propostos por Solange Ribeiro de Oliveira, além dos conceitos de identidade, elaborados por Stuart Hall, e dos recursos estéticos da música na literatura, de Luiz Piva. A pesquisa consta com aspectos bibliográficos qualitativos com ênfase nos elementos musicais encontrados nas duas narrativas. Como forma de conclusão foi possível verificar a relação intrínseca entre a música e a construção das identidades feminina e nacional, através do contato da musicalidade na obra Os Teclados e da presença de metáforas musicais, que valorizam a beleza da natureza e dos costumes, de forma a resgatar os símbolos nacionais na obra A Árvore das Palavras. Palavras chave: Teolinda Gersão. A árvore das palavras. Os Teclados. CURRAL DE SERRAS: A RELAÇÃO COLONIZADOR E COLONIZADO NA OBRA DE ALVINA GAMEIRO Cristina Gomes de Brito - UFPI Wander Nunes Frota - orientadora - UFPI Este trabalho pretende investigar as marcas do colonialismo revelando como se perpetua a relação de poder entre colonizador versus colonizado. Como objeto para esta pesquisa 62 elegemos o romance Curral de serras (1980), da escritora piauiense Alvina Gameiro. Procurando sempre mostrar, nesta abordagem, possíveis semelhanças, ora proximidade, ora distanciamento, entre alguns personagens da obra piauiense com os de A tempestade, (1611) de William Shakespeare. Como objetivos específicos a proposta é observar que as semelhanças entre os personagens podem não ser frutos de apenas mera coincidência, por ver que a literatura nos concede múltiplos recursos criativos, seja no imaginário coletivo, seja no imaginário individual. E ainda que a relação colonizador e colonizado presente na obra pode ser fruto do forte poder colonizador arraigado na escritora piauiense. Também ressaltar possíveis referencias que Sheakespeare teve para escrever sua obra. Para tanto, buscamos compreender a obra à luz do colonialismo em Retamar (2000), bem como alguns autores por ele citado em sua obra. E a semelhança entre os personagens das obras em Shakespeare, (1611), também analisando a relação colonizador e colonizado. Palavras chave: Colonizador. Colonizado. Escritora Piauiense. A POESIA ESTÁ MORTA? DA CONCEPÇÃO, DO PARTO E DO FUNERAL LITERÁRIO: A AUTORIDADE DA PARTEIRA E A PROCRIAÇÃO DOS FRUTOS Danielle Castro da Silva - SEDUC - MA O texto literário é assim denominado de acordo com um momento específico na história, nascendo da especialização dos saberes e no intuito de elaborar distinções entre o estrato erudito da sociedade nascente e a burguesia – necessidade esta criada a partir da difusão de um antigo privilégio da nobreza: o "saber ler” (ABREU, 2003). Se os eruditos eram tidos como os detentores do conhecimento válido, chegou-se, pois, aos dias de hoje a um conceito de “literatura” mais ou menos cristalizado, difundindo nas Academias, de tal modo que a prática de determinadas técnicas de análise do poético torna-se naturalizada. O que é problemático e que se torna a discussão sempre corrente é a elaboração, o uso de novos gêneros literários que não estejam enquadrados nos clássicos padrões de gêneros, a revisitação de textos antes não considerados pela crítica, incluindo a poesia oral. Assim sendo, nos últimos anos, as correntes da crítica têm questionado esse modus operandi naturalizado a respeito da análise literária (PERRONE-MOISÉS, 2009), de modo que cada vez mais têm adotado a concepção de não haveria uma forma “correta” de análise, seguindo uma “ciência da literatura” e sua “vontade de verdade” (FOUCAULT, 2004), a partir do “signo naturalizado” (BARTHES, 2007), mas sim procuram buscar o texto que se quer explorar como mote que ensejará as escolhas da análise (EAGLETON, 2006), surgindo a ideia da “morte da literatura” nos moldes como tradicionalmente a conhecemos (Ibidem). Como resultado, verificou-se que o texto poético não erudito não consegue caber nos apertados padrões da crítica tradicional, o que acaba funcionando como controle cultural, realizado por uma parcela da sociedade, de modo que a análise da poesia oral, mais especificamente na canção popular, segundo estes moldes, perde muito da sua totalidade sígnica. Palavras chave: Teoria da Literatura. Crítica Literária. Poesia Oral. Canção Popular. 63 MODERNIDADE E IDENTIDADE: BREVE ENSAIO SOBRE O FENÔMENO DA MULTIDÃO Davi Galhardo Oliveira Filho - UFMA Há tempos estamos acostumados a viver em crise, diga-se de passagem, que não estar em crise na atual organização social pode por si só gerar uma crise. Dito isto, o problema central que aqui pretendemos tomar por nosso, gira em torno das seguintes noções: Moderno, Modernidade e Modernismo(s) e suas respectivas “anomalias”. Nesse sentido, a leitura e compreensão do conto de Edgar Allan Poe (1809 – 1849) intitulado “O Homem da Multidão” parece ser uma boa oportunidade de buscarmos “entender” tais fatores sob uma perspectiva Hermenêutica. Pretendemos neste breve ensaio salientar os pormenores constituídos nas chamadas “entrelinhas” do texto de Edgar Allan Poe, ou seja: as manifestações de características próprias do Capitalismo, presentes no enfoque dado pelo Poeta ao fenômeno da Multidão, a partir da perspectiva de Friedrich Schleiermacher (1768 – 1834) que situa-se na chamada Hermenêutica Moderna. Nesse sentido, a leitura do referido conto do Poeta Americano, perpassa portanto para além das fronteiras de suas linhas, pois, entender a pessoa e história de Edgar Allan Poe – onde está contido suas amarguras, decepções pessoais, dificuldades diversas, dentre tantos outros fatores – determina primordialmente na construção do seu discurso. A tentativa desta abordagem, a nosso ver é válida por buscar desvelar fatores que estavam de forma subjetiva no corpo estrutural da obra, mas que, no entanto encontram-se impossibilitados de vir à tona pela maneira como ela própria esta constituída. Vale lembrar ainda, que do entrelaçamento dos autores apontados aqui, podem surgir resultados diversos no que diz respeito a esta mesma discussão. O convite a esta aventura fica aqui em aberto. Palavras chave: Modernidade. Hermenêutica. Multidão. A TOPONÍMIA INDÍGENA DO MARANHÃO EM RELATOS DE VIAJANTES DO SÉCULO XVII E XVIII: UMA CONTRIBUIÇÃO DA MEMÓRIA Edson Lemos Pereira - UFMA Conceição de Maria de Araújo Ramos - UFMA A ocupação de determinado lugar físico pelo ser humano e a necessidade de se localizar no ambiente geográfico fazem com que o homem nomeie, por precisão, esses espaços, garantindo assim sua sobrevivência. Considerando a importância da toponímia para a preservação da memória de um povo, fez-se um recorte, no âmbito dos estudos 64 toponímicos maranhenses, que privilegia os topônimos de origem indígenas para, com base nesses estudos, examinar a história/memória do Estado. Convém ressaltar, que o Maranhão, como membro integrante do território que pertenceu, no século XVIII, ao Estado Colonial do Maranhão, possuía uma população indígena formada por cerca de 30 povos, aproximadamente 250.000 indivíduos, sendo assim um dos centros brasileiros de maior densidade de falares indígenas pertencentes a dois troncos linguísticos – Macro-Jê e Tupi-Guarani ou Macro-Tupi. O estudo adota os princípios teóricos e metodológicos da Onomástica, mais particularmente da Toponímia cujo objeto é o estudo dos nomes dos lugares, tendo como ponto de partida sua origem e significado, e objetiva descrever os nomes das localidades e de rios maranhenses, registrando assim o percurso onomástico desses topônimos, com vista ao resgate histórico de suas denominações, tendo por base os relatos de viajantes do século XVII e XVIII. Os dados revelam uma considerável presença indígena na toponímia maranhense da região investigada; alguns exemplos bastante emblemáticos podem ser notados Itapecuru-Mirim, Icatu, Jaguarema, Pindaré e Mearim. A amostra evidencia, assim, marcas incontestes de línguas indígenas no léxico toponímico do Estado, razão por que se faz necessário investigar essas marcas. Palavras chave: Onomástica. Toponímia de origem Indígena. Maranhão. ÉDIPO REVISITADO NA POESIA DE SUSANA THÉNON Eduarda Rocha Góis da Silva - UFAL Susana Souto Silva - UFAL Este trabalho realiza um estudo de três poemas da poeta, tradutora e fotógrafa argentina Susana Thénon (1935-1991), autora de Edad sin treguas (1958), Habitante de la nada (1959), De lugares extraños (1967), Distancias (1984), e Ova Completa (de 1987), que reelaboram a tragédia grega Édipo Rei. O primeiro poema foi publicado no livro De Lugares extraños, de 1967, e os dois últimos na obra Distancias, de 1984. A autora argentina ainda não teve sua obra traduzida para a língua portuguesa, portanto, os poemas aqui citados serão traduzidos livremente da língua espanhola. O objetivo desta análise é discutir aproximações e diferenças entre os poemas e a tragédia de Sófocles, a partir da reflexão acerca das relações existentes entre poesia e memória, com base nos estudos de Antoine Compagnon (2007) e Mikhail Bakhtin (2011), em diálogo com teóricos que pensaram a arte pós-moderna ou contemporânea (HUTCHEON 1991; DANTO 2010). O texto é pensado, portanto, como locus de reelaboração de leituras (BRITTO, 2001; KRISTEVA, 2012) realizadas por aquele que, ao produzir sua obra, inscreve-se em uma longa cadeia de enunciação (BAKHTIN, 2011). Com base nos teóricos referidos e na leitura dos poemas e da tragédia, busca-se refletir sobre a produção poética pós-moderna, através da análise da incorporação da leitura de Sófocles feita por Thénon, dando lugar a uma nova possibilidade de compreensão de Édipo Rei. Palavras chave: Poesia. Susana Thénon. Édipo. Escrita. Leitura. 65 A IDENTIDADE FEMININA MOÇAMBICANA: NIKETCHE, UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA Elen Karla Sousa da Silva - UEMA O presente estudo tem como objetivo analisar a identidade feminina moçambicana: Niketche, uma história de Poligamia. A preocupação com o universo feminino e o interesse pessoal em fazer um estudo da literatura africana, foi o ponto de partida para o surgimento desta pesquisa. Na realidade, assim como na literatura, a condição feminina tem sido construída, a partir de uma série de valores morais, determinados previamente por uma dominação patriarcal, atribuindo à mulher um lugar secundário e até mesmo inferior em muitas ocasiões. Dentro dessa perspectiva, buscou-se entender a formação da identidade feminina e sua relação com o sentimento de nacionalidade, questão de grande importância para os estudos de cunho feminista, contribuindo assim, para o entendimento social. A temática abordada, volta-se para o estudo da obra Niketche de Paulina Chiziane, a mais importante voz feminina Literatura Africana. A mesma, orgulha-se de ser pioneira no campo literário, haja vista que em Moçambique, nesta área, há um número maior de escritores. A temática de Poligamia, surge no intuito de favorecer uma discussão sobre a condição feminina, fornecendo uma diversidade cultural ampla de Moçambique, por meio dos costumes, tradições, convicções e rituais presentes nas comunidades distribuídas por todo o país. A história de Rami e das demais personagens femininas, se entrelaçam com os traços históricos de Moçambique. Palavras chave: Identidade. Gênero. Literatura Moçambicana. DA LITERATURA AO CINEMA: UMA LEITURA INTERSEMIÓTICA DAS PROJEÇÕES TEMPORAIS EM LAVOURA ARCAICA Elijames Moraes dos Santos - UESPI Socorro Baptista - UESPI Pretende-se, neste presente artigo, realizar uma análise da tradução intersemiótica da Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, no processo assumido da literatura ao cinema. Nesse ínterim, onde o tempo é evidenciado em ambos os sistemas semióticos, considerase as transformações do mesmo durante o percurso da narrativa, tanto no romance quanto no filme, assim como as operações que estabelece com o sujeito instaurado em ambas as narrativas. Desse modo, objetiva-se trabalhar sob a perspectiva temporal da obra traduzida, delineando as projeções desta linha tênue da linguagem utilizada para a construção do sistema semiótico em questão, com isso apontar os elementos verossímeis, por meio dos aspectos conjuntivos que sustentam as relações entre o original e o fílmico, assim como os disjuntivos que contribuem para a consolidação da autonomia do cinema de arte. Considera-se, ainda, neste artigo, o reconhecimento de como os conteúdos podem interagir durante a tradução, dado a proximidade dialógica 66 entre as obras. Processo este, resultante da semioticidade entre o texto e o novo signo, o filme LavourArcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho. Para tanto, tomaremos como base teória os estudos de Júlio Plaza, em Tradução Intersemiótica; Umberto Eco, em Tratado de Semiótica Geral; as pesquisas de Ana Maria Balogh sobre transmutações, com ênfase na literatura, cinema e tv; e, ainda, as implicações correspondentes ao nível das estruturas narrativas (conjunção e disjunção) sob a égide dos conceitos de Greimas e seus seguidores. Palavras chave: Literatura. Cinema. Tempo. Lavoura Arcaica. Tradução Intersemiótica. GÊNEROS DISCURSIVOS E LETRAMENTO: NOVAS PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA EJA Elizabete Rocha de Souza Lima - UNISINOS/UEMA Ana Maria Stahl Zilles - orientadora - UEMA As críticas ao ensino de Língua Inglesa (LI), nas escolas brasileiras, têm sido tão repetidas, que ao longo dos anos fortaleceram crenças que questionam tanto a utilidade do ensino dessa língua, quanto a capacidade dos professores responsáveis por tal ensino. Este trabalho que é resultado de uma pesquisa de campo do MINTER em Linguística Aplicada da UNISINOS/UEMA, orientado pela Professora Doutora Ana Maria Stahl Zilles, indica que novos rumos são possíveis. A pesquisa foi norteada por teóricos da Linguística Aplicada (CELANI, 1992; MARTELOTA, 2008; MENEZES, 2009), do letramento (STREET, 1984; KLEIMAN, 1995; ROJO, 2009; MAGALHÃES, 2012, SCHLATTER & GARCEZ 2012) e dos gêneros discursivos (BAZERMAN, 2007; FARACO, 2009; BAKHTIN, 2011; BONINI, MEURER & MOTA-ROTH, 2012). Os dados apresentados, nos resultados, foram gerados a partir de um projeto de letramento, desenvolvido em uma turma de Ensino Médio de EJA, no segundo semestre de 2013, no interior do Maranhão. Um dos objetivos da pesquisa foi elaborar e testar atividades, que promovessem o letramento em LI dos participantes da pesquisa, levando em consideração o uso da linguagem mediante os conteúdos dos gêneros discursivos presentes no livro didático de LI, usado por eles. Os resultados reforçam a relevância social e acadêmica deste estudo e mostram que através do gênero textual, selecionado, foi possível estabelecer uma relação com as práticas letradas do cotidiano dos participantes; propiciar o envolvimento deles em diversos eventos de letramento e verificar que eles, quando necessitaram participar de atividades que exigiam o uso da linguagem escrita, dentro ou fora da escola, conscientemente utilizaram diferentes gêneros discursivos, para agir socialmente. Palavras chave: Gêneros Discursivos. Língua Inglesa. Letramento IDENTIDADE PÓS-MODERNA E CORPORALIDADE NA PROSA RESIDUAL DE JOÃO GILBERTO NOLL 67 Fabiana Gomes de Assis - UFAL Objetivo, neste ensaio, refletir sobre a construção da personagem ficcional no projeto literário de João Gilberto Noll em diálogo com discursos provenientes dos estudos culturais, principalmente no que se refere à configuração das identidades no contexto contemporâneo. Tendo em vista a arbitrariedade da construção das categorias “mulher” e “homem”, na prosa nolliana, e a problemática dos gêneros identitários coerentes, assim como a presença constante do fragmentário, fugidio e residual, que são alguns termos relacionados à ideia de pós-moderno, as reflexões de Judith Butler (1990; 1993), Severo Sarduy (1979), Stuart Hall (2006) e Linda Hutcheon (1991) são centrais. No que diz respeito às abordagens sobre corpo, destaco David Le Breton (2007), Lars Svendsen (2010) e Sônia Weidner Maluf (2001) e em se tratando de teóricos que discutem exemplarmente sobre o discurso literário, Mikhail Bakhtin (2010), Italo Calvino (2009; 2011) e Terry Eagleton são basilares. Noll é um escritor brasileiro afinado com o pensamento contemporâneo que constrói vozes desafiadoras, personagens às voltas em espaços urbanos também fragmentados, onde o nomadismo é o fundamento dos laços efêmeros e os parâmetros de uma identidade pura e coerente se desfaz para dar lugar ao sujeito constituído por rasuras e inconstâncias. Sua obra, que foi traduzida para outros países, não apenas transgride barreiras geográficas, mas subverte também ideologias há muito desgastadas. Palavras chave: João Gilberto Noll. Identidade. Corpo. Gênero. O CRESCIMENTO DA FIGURA FEMININA NOS CONTOS DE FADA: UMA ANÁLISE FEMINISTA DO PAPEL DA MULHER NAS HISTÓRIAS INFANTIS Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA Letícia Gantzias Abreu - UFMA William Amorim de Sousa - orientador - UFMA Os Contos de fadas foram passando de geração para geração, desde muito tempo atrás e permanecem na vida das pessoas. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo principal mostrar e analisar a influência dos contos de fadas na vida das crianças. As personagens femininas possuem papéis centrais e de destaque dentro dos contos infantis (tais como Branca de neve, Cinderela, Bela adormecida, entre outros). A mulher teve um crescimento e destaque grandioso no último século em que seu papel foi muito além de mulher ideal para que as crianças pudessem se moldar nos padrões românticos e machistas. Com isso, a sociedade equilibrou-se em mostrar o novo papel que as mulheres estavam assumindo usando como instrumentos o cinema, propagandas e principalmente a literatura. Por meio da literatura, a pesquisa se focará em estudar o crescimento e análise das personagens femininas nas histórias infantis em que a mulher encontra novos interesses e novas morais para as crianças adequando-se aos seus diferentes contextos e analisar assim o progresso do papel da mulher na sociedade. Para 68 isso, usaremos autores não só de cunho feminista como Simone de Beauvoir e Virginia Woolf como também serão utilizados autores com uma perspectiva psicanalítica para estudar esse desenvolvimento tais como Sigmund Freud, Yi-Fu Tuan e Carl Gustav Jung. Vemos assim, que a imagem feminina acaba assimilando variados padrões de comportamento dentro de nossa sociedade. Portanto, a influência feminina nos contos de fadas torna-se uma temática importante a ser estudada tanto no âmbito da literatura infantil como no da psicanálise e também um estudo de valores dos meios que encontramos. Palavras chave: Literatura. Infantil. Feminismo. Mulher. Crescimento. A LITERATURA DE AUTORIA FEMININA EM AMOR DE CLARICE LISPECTOR Francilurdes Brito da Silva Ribeiro Tendo em vista determinados valores que se sobressaem com relação à situação da mulher na sociedade que se mostra machista, neste trabalho procurou-se analisar, de forma reflexiva, como a literatura que faz parte da escrita feminina pôde adquirir capacidade de incomodar o pensamento ideológico vigente ao ponto de se transformar numa forma de contestação através das suas produções. Essas contestações, particularmente no conto Amor, de Clarice Lispector tem natureza irônica em que a figura feminina passa por um despertar diante das situações inusitadas que geram sensações oscilantes entre, de um lado o instante mágico da percepção de sua condição e, de outro a sensação de felicidade mesmo que passageira diante do seu papel de pessoa referência para os demais membros de sua família, como se fosse uma espécie de portoseguro. Esse estudo busca confirmar o papel do caráter feminino no texto, crucial na literatura como ponto de equilíbrio com o seu “poder humanizador” que na citada obra de Clarice Lispector evidencia-se, conjugando a conscientização da mulher e da sua situação na organização social, servindo de enfrentamento na busca de integração entre os sexos. Palavras chave: Literatura. Literatura Feminina. Clarice Lispector. Conto. ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES EM BEIRA RIO BEIRA VIDA DE ASSIS BRASIL Francisca das Chagas Carvalho Almeida - UESPI Silvana Maria Pantoja - orientadora - UESPI O espaço no plano ficcional exerce importante papel, de modo a estabelecer relação com os demais elementos da narrativa. Assim, o presente trabalho objetiva analisar o espaço 69 da obra Beira rio beira vida do escritor piauiense Assis Brasil, para tanto, busca-se compreender as influências dos espaços sobre as memórias da personagem Luíza, procurando-se refletir sobre as formas como o espaço perpassa suas memórias. Segundo Pollak (1992, p.201-202) “[..]a memória deve ser entendida como fenômeno coletivo e social[..]existem lugares particularmente ligados a uma lembrança [..] com tanta força que se transforma praticamente em sentimento de pertencimento”. Desse modo, o trabalho justifica-se pela relevância do espaço no plano ficcional, já que este sustenta, por vezes, as ações das personagens, sendo a memória o ponto relevante para a reconstrução dos lugares de vivências individuais e coletivas. Constata-se que o trabalho traz um olhar diferenciado sobre a influência do espaço na constituição das memórias da personagem Luíza. Com isso pode-se perceber que a retomada do espaço pela memória da personagem deve-se a esse sentimento de pertencimento que faz com que o espaço representado na obra torne-se a parte central para as reflexões da mesma. Palavras chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação. O DISCURSO MEMORIALÍSTICOS NAS IMAGENS DA OBRA RIO SUBTERRÂNEO DE O. G. REGO DE CARVALHO Francisca Jheine Andrade Couto - UESPI A memória também é fonte de criação para a arte literária e é a partir dela que se criam formas de narrar em que os personagens se movimentam por meio de suas lembranças. Viver é recordar. Desse modo, a proposta deste estudo é refletir sobre as formas discursivas das propriedades do texto que podem suscitar uma reflexão sobre a memória. Neste caso, temos como objeto de estudo a obra Rio Subterrâneo de O. G. Rego de Carvalho, que aborda aspectos de construção da narrativa por meio das lembranças dos personagens. Por tanto, temos como questões norteadoras: Como os personagens relacionam-se com as lembranças? Qual a forma discursiva utilizada pelo narrador? Como os elementos do espaço são representados pela memória destes sujeitos? Averiguamos ainda como os recursos visuais são trabalhados pelo literato, na sua construção imagética e realista em sua prosa. Para tanto, faz-se necessário discorrer sobre a memória, técnica utilizada na literatura como recurso estético em que se busca representar verbalmente os objetos do mundo de modo a vincular personagens às imagens significativas que direcionam os personagens fragmentos pela própria memória. Assim, a palavra escrita é concebida como lugar de descoberta e formulação de imagens, visto que essa mesma palavra representada na obra literária aponta para novas possibilidades de representação artística. Por isso, utilizamos como suporte para a reflexão: Le Goff, Adorno, Henri Bergson,Walter Benjamin, entre outros. Palavras chave: Rio Subterrâneo. Imagem. Memória. Literatura. ANTONIO MALHADAS, O HERÓI PICARESCO: UMA ANÁLISE DA NARRATIVA AQUILINIANA 70 Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI Este trabalho é uma proposta de análise do personagem António Malhadas e de sua (des)construção no decorrer da narrativa O Malhadinhas (1922), de Aquilino Ribeiro. A novela aquiliniana apresenta intensas oscilações e dualidades do personagem no decorrer de sua movimentada saga. Tendo em vista o panorama da literatura portuguesa no início do século XX, somando-se a isso o estudo do personagem António Malhadas, verifica-se que o protagonista aquiliniano oscila entre o pícaro e o antipícaro, por carregar consigo características que ora o aproximam, ora o distanciam da figura típica do gênero picaresco desenvolvido na Espanha no século XVI e difundido no restante da Europa nos séculos seguintes. A novela aquiliniana O Malhadinhas apresenta evidências desse romance por perfilhar modalidades normalmente encontradas no estilo da picaresca, como: o tom mordaz; a linguagem rebuscada, elaborada minuciosamente, de forma realista e por vezes bem humorada. Diante disso, busca-se compreender o jogo dentro da narrativa, como uma forma de articular pólos antagônicos, a fim de revelar as estratégias utilizadas pelo autor para tecer a (des)construção do herói picaresco por assim apresentar circunstâncias de caráter problemático. Como base teórica utilizaremos os estudos de Flavio Kothe (1985), Martin Feijó (1984), Mario González (1994) e Vilares Gancho (2003). Palavras chave: Anti-herói. Novela picaresca. António Malhadas. UMA ABORDAGEM DE LEITURA INTERATIVA E APLICAÇÃO PRÁTICA NO MINICURSO A LEITURA E AS ASAS DA LIBERDADE, NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL-FECLESCUECE Francisca Rayane Fernandes da Silva - UESPI O presente trabalho teve como ponto fundamental a abordagem do processo de leitura, ação cognitiva de relevante importância na aprendizagem e aperfeiçoamento de todo e qualquer conhecimento e instrumento importante no desenvolvimento vocabular, social, intelectual, profissional e pessoal. Essa abordagem teve como objetivo, trabalhar especificamente sua modalidade interativa, processo dinâmico e processual entre leitor e autor mediado pelo texto, onde esse perdeu o caráter tradicional e reducionista de mero objeto de codificação de signos linguísticos a serem assimilados de forma mutável, e ganhou cunho interacional na recriação de novas ideias e sentidos, desenvolvidos a partir do conhecimento prévio do leitor e sua relação com o material linguístico presente no texto, tendo em vista o contexto histórico social, onde emissor, receptor e assunto estão inseridos , criando assim uma visão crítica e reflexiva sobre novas possibilidades de compreensão e interpretação sobre o ato de ler e como o mesmo pode ser desenvolvido e aprimorado. Como metodologia foi aplicada a elaboração, planejamento e execução de um minicurso baseado em estudos teóricos de KLEIMAN (2008), KRAMER (1998) e BAKHTIN (2000) como método fundamental houve o trabalho com 71 diversos gêneros textuais, presentes constantemente nas diversas situações comunicativas que envolvem nosso dia a dia. Tal prática foi voltada para alunos do ensino fundamental, especificamente do 8° e 9 ° ano, da E.E. F José Jucá, localizada na zona urbana do município de Quixadá, pertencente à rede pública de ensino da referida cidade. Como principais resultados houve a total e efetiva participação e integralização dos alunos na teoria e na prática nas aulas, concretizando e compreendendo que a leitura é uma prática social, que nos oferece benefícios inquestionáveis como, enriquecimento cultural, ampliação de condições de convívio em sociedade e interação com o meio em que vivemos e com as pessoas que nos cercam, forma de entretenimento e lazer, desenvolvimento de nossa criatividade e criticidade, melhor nível compreensivo e interpretativo enfim uma gama de recursos que contribuem efetivamente para nosso crescimento nas diversas esferas sociais e ampliação de nossa aprendizagem, que se desenvolve constantemente em uma rapidez incontrolável de forma diversa e crescente. Palavras chave: Leitura. Interatividade. Minicurso. Ensino fundamental. A FIGURA DA MULHER SHAKESPEARIANA: O ONTEM E O HOJE DA MULHER SOBRE A ÓTICA DAS LEIS VIGENTES Geovana Oliveira Araujo - UEMA Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA O presente trabalho surgiu a partir de estudos de clássicos de William Shakespeare na disciplina Tópicos de Literatura em Língua Inglesa do Curso de Licenciatura em Linguagens e Códigos na UFMA – Campus São Bernardo. O mesmo tem como objetivo de analisar a figura da mulher no século XV na Inglaterra, já que, as obras escritas pelo dramaturgo inglês William Shakespeare, fazem duras críticas à sociedade da época. Sendo assim, procura-se mostrar como a mulher era vista, como era tratada e qual o seu papel naquela sociedade. Pretende-se aprofundar as discussões no que tange as discussões de gênero tendo como base a obra “A Megera Domada”, na qual ele expressa um paradoxo que é a personalidade da mulher e mostra a submissão dela ao marido em outro ângulo não por ele ser homem e ter autoridade, mas, por ele amá-la e fazê-la feliz. Este trabalho tem como base teórica as leis vigentes em especial a Lei Maria da Penha fazendo uma comparação entre o ontem e o hoje e os estudos da pesquisadora Judith Batler. Utilizou-se como metodologia a análise documental, por dar uma maior amplitude à pesquisa, visto que se precisou buscar diversas fontes que contribuiriam com o estudo para além do texto original. Palavras chave: Mulher. Shakespeare. Lei Maria da Penha. TAMBOR DE CRIOULA DE SÃO BERNARDO - MA: RESINIFICANDO OS TRAÇOS DA LITERATURA ORAL ATRAVÉS DA CANTORIA AFRODESCENDENTE 72 Geovana Oliveira Araujo - UEMA Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA Este trabalho foi elaborado a partir dos estudos teóricos na disciplina Literatura Popular Brasileira que visava investigar os fenômenos existentes no âmbito de manifestações culturais que tinham afinidade com a literatura oral, selecionando o Tambor de Crioula da cidade de São Bernardo como objeto de estudo. O objetivo deste trabalho é demonstrar como o Tambor de Crioula bernardense se apoderou de tradições populares para introduzirem novos elementos na oralidade das práticas modernas do Tambor de Crioula e, como o improviso nas toadas se constitui uma das grandes peculiaridades desta manifestação cultural, que o difere dos demais num hibridismo que envolve o antigo e o novo. Buscamos um resgate da cultura afrodescendente numa nova roupagem da cultura oral bernardense. Como aporte teórico nos fundamentamos com obras de Cuche, Bosi e Cascudo. A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho teve como instrumentos de coleta de dados: a observação, que foi utilizada de duas formas, a do tipo sistemática e assistemática, bem como análise documental, e análise de conteúdo. Por se tratar de uma pesquisa ainda em curso, seus resultados ainda são parciais e, serão ainda, aprofundados na segunda parte da pesquisa que estará ligada a um projeto maior do grupo de pesquisa de Linguagens, culturas e identidades da UFMA – Campus São Bernardo. Palavras chave: Tambor de Crioula. Literatura oral. Canto afrodescendente. A MEMÓRIA DA CIDADE PELO VIÉS DISCURSIVO: UMA LEITURA DA OBRA NOITE SOBRE ALCÂNTARA DE JOSUÉ MONTELLO Géssica da Silva Pereira - UEMA Silvana Maria Pantoja dos Santos - UEMA Este trabalho tem como objetivo analisar a ressiginificação da memória da cidade pelo viés discursivo na obra Noite sobre Alcântara de Josué Montello. Para tanto, partiremos da compreensão de que em tempos de globalização as fronteiras tendem a ser eliminadas e se vive a forte tendência da homogeneização. Ademais, os espaços, tal como o tempo, são dotados de movências que tendem a arrastar referências, histórias memórias. Faz-se então, urgente uma preocupação com a memória urbana em todos os ramos do conhecimento, sobretudo no campo da pesquisa literária. O passado citadino é, então, visualizado na obra, a partir da relação que os personagens estabelecem com os espaços da urbe. Além disso, nesta pesquisa, a memória da cidade será representada a partir do lugar de enunciação do personagem central e analisada sob nova perspectiva, a de ser ressignificada a partir do olhar do presente. Esta obra agrega aspectos da cultura popular - festas, mitos - costumes e tradição, além da memória presente em elementos urbanizados de inesgotável valor patrimonial, tudo ressignificado pelas lentes da personagem central. O método de rememorar dá oportunidade aos sujeitos, de resignificar os fatos fazendo com que ocorra uma nova construção dos indivíduos diante da sociedade, por meio das lembranças individuais e coletivas. 73 Palavras chave: Memória. Discurso. Espaço. OS CAMINHOS NARRATIVOS EM O BARRIL DE AMONTILADO E VENHA VER O PÔR-DO-SOL Gladson Fabiano de Andrade Sousa - UFMA O presente trabalho tem por finalidade apresentar, através do cotejo dos contos O barril de montilado de Edgar Allan Poe e Venha ver o pôr-do-sol de Lygia Fagundes Telles, os caminhos narrativos que traçam cada autor para se chegar ao que o próprio Poe definiu, no século XIX, como sendo o principal objetivo do contista que é o efeito de totalidade. Na história dos estudos críticos sobre conto, Poe goza de prestígio como o inventor do conto moderno, sendo, a partir de então, feita uma tradição do conto à Poe, com seu estilo de começo, meio e fim bem definidos e intensos. Lygia Fagundes Telles, paulista, contista já consagrada apresenta-se não apenas como herdeira de tal estilo, mas renovadora, adicionando elementos pessoais a tal estrutura. Como pressupostos, além das observações de Poe a respeito da estrutura do conto, apresentamos Ricardo Piglia, para o qual na arte do conto apresenta-se duas histórias paralelas, uma em superfície, outra em profundidade. Por fim, devemos salientar que não somente as semelhanças entre as estruturas narrativas devem ser elucidadas, mas também as diferenças, pois estas marcam a renovação no estilo do gênero. Palavras chave: Lygia Fagundes Telles. Edgar Allan Poe. Efeito de totalidade. MEDIANEIRAS: ARQUITETURA DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE Gladson Fabiano de Andrade Sousa - UFMA A Análise do Discurso busca através das considerações textuais e extratextuais, desvelar as ideologias imersas no discurso, para isso, ressalta as condições de produção do enunciado. Assim faz-se necessário, pela natureza interdisciplinar da AD, buscarmos suportes teóricos em diversas áreas do conhecimento. No intento delinear as principais características do indivíduo na chamada pós-modernidade, utilizamos o filme Medianeiras (2011) do diretor argentino Gustavo Torreto. Neste encontramos dois jovens que moram em Buenos Aires, os quais apresentam sintomas daqueles que vivem em grandes metrópoles, como a latente sensação de insegurança, solidão em meio a multidões, estresse, depressão, entre outros, além das relações artificiais, tanto em redes sociais quanto fora destas, que estes estabelecem. Vemos um cenário singular no filme: a metrópole não é usada apenas como cenário, mas também como metáfora para a identidade dos seus moradores e para as relações que os mesmos estabelecem entre si. Nesta relação entre indivíduo e ambiente entramos no campo da Geografia Humanística. Deste campo utilizamos o geógrafo chinês Yi-Fu Tuan com seus postulados a respeito 74 da Topofilia e Topofobia, e as considerações que ele classifica como Paisagem do Medo – ilhas de perturbações dos sentidos e sensações humanas, formadas pela aglomeração cada vez maior e mais conflituosa dos indivíduos nas grandes cidades. Na análise das relações entre as personagens invocamos Zygmunt Bauman e seus postulados sobre as condições do ser humano na pós-modernidade. Temos ainda, atravessando toda a malha analítica, o conceito de heterotopia do linguista francês Michael Foucault, elucidando as simultaneidades de tempos e espaços no filme. Tento em vista a análise discursiva da obra, adotamos a concepção de sujeito discursivo postulado por Mikhail Bakhtin; sujeito este imerso em um determinado contexto sócio-histórico-cultural, e, que em seu processo de enunciação, denuncia determinada posição ideológica de vozes heterogêneas. Palavras chaves: Discurso. Identidade. Pós-modernidade. ÉTICA E ESTÉTICA NO CONTO BRASILEIRO DE AUTORES PIAUENSES DA GERAÇÃO 1970: UMA LEITURA DE MADALENA, DE AIRTON SAMPAIO Gustavo Ruy Ribeiro Lustosa - UFPI A literatura, enquanto elaboração estética e cultural, relaciona-se com a vida, seja dialogando com o leitor (de acordo com as teorias da recepção), seja se configurando como palco de interações sociais (ficcionais) que problematizam dados pontos das relações intersubjetivas entre personagens. Alfredo Bosi (1996) afirma que há conceitos que, inicialmente, pertencem à dimensão ética e não à estética, mas que há a possibilidade da “translação de sentidos”, sendo ela passível de surpreendentes resultados, desde que o narrador explore suficientemente “uma força catalisadora da vida em sociedade: os seus valores”, ou seja, os valores podem permear a narrativa. Assim, compreendemos a narrativa ficcional como uma zona de convergência de elementos atinentes à realidade humana, elementos esses que são passíveis de análise. Seguindo essa linha e servindo-nos de conceitos filosóficos como os de ética e estética em Nicola Abbagnano (2007), procuramos tecer uma análise do conto Madalena, do ficcionista piauiense Airton Sampaio (1996), buscando verificar como o autor trabalha esteticamente relações éticas entre as personagens do mencionado texto ficcional, partindo da forma como, na narrativa, são moldados os personagens e compreendendo as cadeias causais envolvidas nas ações das mesmas. Dessa forma, esboça-se um panorama das interações subjetivas, atentando para as relações de poder existentes entre personagens e as formas como se dão as mesmas. Palavras chave: Literatura. Ética. Estética. GÊNEROS TEXTUAIS DIGITAIS DIDATIZADOS: ANALIZANDO EXPERIÊNCIAS EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA 75 João da Silva Araújo Júnior - UFMA Hannah Isabely Serra Ayres - UFMA Este estudo, ainda em andamento, analisa a didatização de gêneros textuais digitais (GTD) em livros didáticos (LD) destinados ao ensino de língua portuguesa (LP) com o objetivo de avaliar o tratamento dado nesses materiais instrucionais às especificidades linguísticas desses gêneros e a preocupação das propostas didáticas em promover práticas comunicativas por meio deles. Para a compreensão dos GTD nos baseamos na abordagem enunciativa de Bakhtin (2000), que concebe os GT como enunciados relativamente estáveis desenvolvidos dentro de determinadas esferas da comunicação humana e gerados de acordo com as necessidades comunicativas de tais esferas. Como modelo didatização nos orientamos pela proposta de Schneuwly e Dolz (2002), que concebe um modelo didático de GT que privilegia as características ensináveis dos gêneros e a comunicação por meio deles. Para a análise descritiva das propostas foram considerados os seguintes critérios: tratamento das peculiaridades linguísticas dos GTD e o incentivo das propostas para que o aluno comunique-se por meio do gênero trabalhado. A análise, até agora realizada, de LD utilizados no ensino médio, e das propostas didáticas que eles apresentam revela que eles não oferecem amostras autênticas dos GTD, sendo raras as referências às particularidades linguísticas de gêneros como fóruns virtuais, chats e e-mails, e que esses gêneros são em muitos casos abordados de forma descontextualizada e como pretexto para o tratamento de questões relativas à gramática e ao léxico. Com relação ao estímulo ao uso dos desses gêneros para a comunicação, foi possível constatar que apenas algumas das propostas buscam conduzir o aluno à prática comunicativa no meio digital. Essas constatações, ainda preliminares, implicam a necessidade de que sejam revistos os critérios para a abordagem de GT em livros didáticos de LP. Palavras chave: Gêneros textuais digitais. Didatização. Livro didático. GOZO EM CENA: ENCONTROS VIOLENTOS COM O OUTRO Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB Hermano de França Rodrigues - UFPB A pós-modernidade, com seus paradigmas culturais, sustenta e promove subjetivações cada vez mais negligentes no que diz respeito à adesão à lei, ao Outro, à metáfora paterna. Há muito, a neurose alquebra-se ante o gozo luxurioso da perversão e, com esta, assistimos ao espetáculo do ódio e da violência, sem nenhuma resistência. O cinema, como arte, alberga em seus perímetros representações desse tempo, que nega a autoridade, desconhece as frustrações e lança ao ostracismo as tristezas. Advém, daí, nossa proposta de pesquisa: analisar o enquadre cinematográfico, especificamente o filme Baixio das Bestas, em busca de compreender a correlação entre luxúria (social e sexual) e violência. Para tanto, recorreremos aos fundamentos psicanalíticos (pós)freudianos, numa investigação que considera a subjetividade em seus vínculos com 76 mandamentos da Cultura. A película, em questão, retrata de forma imperativa o domínio masculino sobre a mulher, a qual é colocada numa posição de fragilidade e subserviência, tornando-se, assim, um corpo prostituído, em todas as dimensões do caráter. Em outros termos, o feminino sucumbe ao status de objeto, de fetiche e, nessa condição, é alvo do desejo mortífero daquele que detém (ou que acredita ter) a sua posse. Sofre, sem relutar, as investidas de um ódio que não conhece limites. Palavras chave: Cinema. Violência. Perversão. O WALLWISHER/PADLET COMO ESTRATÉGIA DE ESCRITA DE LÍNGUA INGLESA Ilanna Maria Izaias do Nascimento - UFMA Neuma Cristina Andrade Silva Cunha - UFMA A necessidade de inclusão das novas tecnologias no currículo de letramento e nas práticas escolares torna-se imprescindível nos dias de hoje, pois estas fazem parte da vida dos alunos, os quais vivem em um mundo cada vez mais conectado. Dessa forma esta pesquisa trata-se de um estudo de caso, de caráter qualitativo, pois investigou o uso da ferramenta wallwisher/padlet, ferramenta da web 2.0, como estratégia de ensinoaprendizagem da escrita em Língua Inglesa. O estudo desenvolveu-se com alunos do curso de Guia de Turismo Integrado ao Ensino Médio do IFMA-Campus Alcântara, tendo como objetivo a apresentação de um recurso complementar às aulas presenciais, promovendo a interação entre alunos e professor para o ensino e aprendizagem da Língua Inglesa, com a finalidade de desenvolver habilidades linguísticas, principalmente a da escrita e o letramento digital. As análises foram apoiadas sob a ótica da Teoria da Atividade (TA), PAIVA (2011), MARCUSCHI (2001) e SOARES (2002). Com base nos conhecimentos adquiridos, pode-se verificar a integração da Tecnologia da Informação e da Comunicação no ensino-aprendizagem de inglês, através da socialização da ferramenta wallwisher/padlet, a qual é uma ferramenta prática para o uso de hipertextos, pois potencializa a leitura e promove uma escrita colaborativa em meio digital, possibilitando a reflexão e análise dos conteúdos estudados em sala de aula e melhorando consideravelmente a aprendizagem de Língua Inglesa devido ao uso da Língua em experiências diversificadas de comunicação fazendo o aprendiz a ser o autor de seus textos e interagir com os recursos disponível na web 2.0. Palavras chave: Língua Inglesa. Ensino - Aprendizagem de Inglês. Wallwisher/padlet. Gêneros Digitais. A CONSTRUÇÃO MIDIÁTICA DAS CELEBRIDADES NO INSTAGRAM: O CASO NEYMAR DURANTE A COPA DO MUNDO DE 2014 77 Irina Coelho Monte – UFPI Fiama Cutrin de Oliveira Ribeiro - UFPI Este é um artigo acerca do contrato de comunicação estabelecido em trocas sociais que envolvem o perfil do jogador Neymar no Instagram e seus seguidores. Para tanto se discute as especificidades situacionais (finalidade, identidade, dispositivo) e discursivas (legitimidade, credibilidade e captação) na qual se inscrevem as postagens produzidas pelo perfil. O objetivo é compreender a construção destes contratos fundamentados em uma situação que envolve o futebol, considerado a paixão a paixão nacional, e um jogador construído não só dentro de campo, mas também a partir da mídia. Do perfil do jogador busca-se realizar um estudo de caso a partir da imersão neste universo e em seguida as análises partirão da coleta de dados referentes às postagens no período da Copa do Mundo, ocorrida entre os meses de junho e julho de 2014. O caminho a ser percorrido envolve as interações midiáticas na sociedade, passando pelas celebridades enquanto processos midiáticos até chegar ao discurso, especificadamente, na Semiolinguística, proposta por Charaudeau (2008). A escolha da perspectiva teórica é pautada na ideia de que o ato da linguagem ultrapassa as regras da gramática normativa e torna-se uma peça fundamental para pensar a complexidade que é a vida social. Serão aliados os fatores psicossociais aos componentes linguísticos para tratar da subjetividade no discurso como algo indissociável da situação sócio-histórica. Palavras chave: Análise do discurso. Celebridades. Redes Sociais. INTERSECÇÃO ENTRE VIGÍLIA E SONO (SONHO), REALIDADE E IMAGINÁRIO: O SOBRENATURAL EM A SENTENÇA DE WU CHENG’EM Irla Fernanda e Silva Soares - UFPI Tendo em vista que o conto A sentença, de Wu Cheng’em, pertence ao grupo de textos literários que possuem como marca distintiva o insólito, bem como as reações por estes suscitadas no leitor implícito, este trabalho discorre sobre a definição dos gêneros fantástico, estranho, maravilhoso – com ênfase na percepção dos acontecimentos estranhos, por parte do leitor implícito. Nessa perspectiva, este conto utiliza-se do expediente da Literatura Fantástica, pelo inexplicável (pelo menos racionalmente) da situação que sustenta a narrativa. Entretanto, não podemos dizer que o conto é pertencente ao gênero fantástico só pela existência do elemento sobrenatural, afinal de contas, o que caracteriza o fantástico em uma narrativa não é o sobrenatural propriamente dito, mas sim a forma como este é percebido no universo textual pelo leitor implícito, como aponta Todorov (2004). Com embasamento nos estudos do supracitado autor, Lobo (2012), Nogueira (2007), Santos (2007) e outros este trabalho objetiva analisar o sobrenatural no conto em questão, levando em consideração tanto a percepção do insólito como a própria natureza deste, haja vista que na narrativa trabalhada, o insólito, possui um caráter distinto do habitual. Com isso, se conclui que o texto analisado é pertencente ao gênero vizinho ao fantástico - o maravilhoso – uma vez que nos deparamos com um mundo novo em que criaturas sobrenaturais podem existir, e 78 existem. Estas criaturas são capazes de estabelecer um diálogo como no mundo humano, e estabelecem; tudo pode se corresponder e se corresponde (ainda que por ordem sobrenatural), não nos causando nenhuma surpresa, pois tudo neste mundo é simplesmente belo, ou melhor, maravilhoso. Palavras chave: A sentença. Insólito. Fantástico. Maravilhoso. ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA MEDIADO POR RECURSOS TECNOLÓGICOS Isael da Silva Sousa - UFPI Carla Mariana Veras Cruz Rodrigues - UFPI Naziozenio Antonio Lacerda - orientador - UFPI Os recursos tecnológicos são importantes ferramentas para acentuar as oportunidades de ensino aprendizagem, bem como a autonomia dos alunos em relação à busca de novas formas de conhecimento, sendo a escola a instituição responsável por promover essa educação vamos dar destaque para a contribuição dos recursos tecnológicos e em especial o computador para uma área mais específica: o ensino de Língua Portuguesa. Temos como objetivo identificar se o professor de Língua Portuguesa utiliza em sua prática pedagógica os recursos tecnológicos, destacando a relevância dos mesmos para o processo de ensino e aprendizagem. Fundamentamos nosso trabalho na visão de Borges Neto (2011), Silva (2009), Seegger (2012), Oliveira (2000) e outros, que observam que o uso dos recursos tecnológicos e em destaque o computador nas aulas de Língua Portuguesa torna o momento de ensino e aprendizagem mais atrativo e dinâmico, para isso é indispensável que o professor adquira conhecimentos precisos para saber lidar com as tecnologias em sala de aula como forma de melhor qualificar sua prática pedagógica. Para realização do trabalho realizamos uma entrevista semiestruturada com professores de Língua Portuguesa de uma escola Particular da zona sul de Teresina-PI, realizamos também uma observação efetiva na sala de aula atentando se o professor utiliza os recursos tecnológicos no momento da aula e qual sua habilidade em relação ao manuseio dos equipamentos tecnológicos, e por fim, aplicamos um questionário com os alunos do 1º, 2º e 3º ano efetivamente matriculados no ensino médio regular da escola privada já citada. Os resultados evidenciam que é preciso que o professor de Língua Portuguesa tenha objetivos claros e definidos em relação ao uso dos recursos tecnológicos, pois os mesmos não podem ser utilizados apenas como um mero passatempo, sem nenhuma intenção, pelo contrário devem fazer parte do planejamento do professor. Palavras chave: Língua Portuguesa. Recursos tecnológicos. Docente. AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM HISTÓRIA ALEGRE 79 DE PORTUGAL Jane Adriane Gandra - UEG A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim. Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela fundação de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta narrativa é o fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens sempre são vistas como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se elucide questões obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de Chagas, na opinião de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de imprimir uma certa vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas apresentações sobre o assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que Pinheiro Chagas enlaça o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco nem rigor histórico, nem o cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito menos o suspense e o interesse pela estória narrada. Palavras chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias. Público Infantil. Historiografia. A POESIA INFANTIL E A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO Janete de Jesus Serra Costa – SEDUC/MA A poesia infantil é o gênero literário em que o eu-poético manifesta o ser, o ver e o sentir através de arranjos específicos da linguagem literária, que se expressa por meio da multissignificação, dos recursos estilísticos, do ritmo, da sonoridade, da musicalidade e da imagística. Nesse sentido, a poesia destinada à infância se apresenta rica e com temáticas diversificadas, encontrando maior ressonância no espírito infantil porque está fundamentada na sensibilidade e na fantasia, com ampla exploração dos sentimentos e da sensorialidade, onde o ritmo e as rimas se coadunam à ludicidade da criança. A linguagem transpõe os sentidos óbvios e imediatos, impregnada de simbologia e imagens expressa o não-dito, indo além da racionalidade e do consciente. A partir desses pressupostos pode-se afirmar que as especificidades da poesia infantil encontram lugar no imaginário da criança, abrangendo o seu universo de forma lúdica e prazerosa. Assim, contribui efetivamente para o desenvolvimento da competência leitora, por 80 conseguinte para a formação do leitor literário, à medida que possibilita a fruição e o deleite estético. Nessa perspectiva, o presente estudo justifica-se como reflexão teórica acerca da relevância da poeticidade para a formação do gosto pela leitura literária. Para tanto, buscou-se em pesquisadores como Colomer (2003), Cosson (2012), Cademartori (2012), dentre outros, o embasamento da pesquisa bibliográfica que sustenta a abordagem reflexiva sobre a temática proposta. Palavras chave: Poesia infantil. Leitura. Leitor literário. O EROTISMO NOS CONTOS DE FADAS, DESTECENDO A TRADIÇÃO INGÊNUA Janete de Jesus Serra Costa – SEDUC/MA Quem nunca ouviu falar ou não conhece os contos de fadas? Eis um gênero que parece unir em torno de si as mais diferentes pessoas, crianças e adultos, de todas as culturas, idades, lugares e etnias. Consagrados como clássicos da literatura infantil universal, os contos de fadas são atemporais e imodificáveis, portanto, permitem-nos a leitura polissêmica como uma prática circular que interliga tempos e espaços, autores e leitores numa comunicação solidária. Perante o onírico, o maravilhoso, o fantástico, o simbólico e o imaginário desse gênero literário, é possível desvendar questões inerentes à complexidade do ser humano, porque representam verdades humanas imutáveis. Para alguns críticos literários é um gênero narrativo que encontra, geralmente, sua fonte inspiradora na vida, assim, enquanto expressão da condição e existências humanas a partir de sua linguagem multifacetada e multiplicidade de sentidos transcreve questões históricas, sociológicas, filosóficas, ideológicas, bem como questões ligadas à sexualidade. A fim de tratar dessa última questão compreende-se o erotismo como o velamento, a sugestão e a provocação do desejo sem a exposição dos órgãos genitais, buscando desconstruir a leitura ingênua e superficial desse gênero literário infantil. Para o presente estudo selecionou-se a leitura literária dos contos Branca de neve e Chapeuzinho vermelho (Grimm, 2012), bem como para a pesquisa bibliográfica que fundamenta a crítica literária os postulados teóricos de Alberoni (1997), Corso (2006), Chauí (1998), Bettelheim (2007), dentre outros. Palavras chave: Contos de fadas. Erotismo. Sexualidade. IMAGENS DO NARRADOR E LEITOR DE O PEQUENO PRÍNCIPE Janeffer Desselman - UEPG Publicado originalmente em 1943, nos Estados Unidos, e em 1946 na França, O 81 pequeno príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, pode ser considerado um “best-seller duradouro” devido as inúmeras reedições que recebeu desde a sua primeira publicação. Segundo Ana Elisabeth Cavalcanti (2011, p.12) já foram vendidos mais de 200 milhões de exemplares de O pequeno príncipe no mundo todo, desde o seu lançamento. Ainda de acordo com a articulista, a obra foi eleita como o melhor livro de literatura do século XX em uma enquete realizada junto a leitores franceses. Visto por muitos leitores como obra destinada para crianças, O pequeno príncipe é alocado em muitas livrarias nas estantes destinadas à literatura infanto-juvenil. Acreditamos, no entanto, que o texto também se destina aos leitores adultos. De acordo com Michel Quesnel, Exupéry inaugura um tipo singular de escrita com O pequeno príncipe. Portanto a obra ultrapassa a simples divisão entre literatura infantil e literatura para adultos. Quem seria então o leitor visado por esse texto? A criança? O adulto? São essas as questões que motivaram o presente trabalho, fruto da pesquisa de conclusão de curso. O objetivo não é estudar os leitores de carne e osso que a obra atingiu ao longo dos últimos 70 anos, mas observar através do próprio texto, o leitor inscrito na própria narrativa. Para tal, analisaremos as imagens do leitor de O pequeno príncipe e o narrador, considerando-o na complexidade que o divide entre adulto e criança. Palavras chave: Leitor. Narrador. Criança. Adulto. PSICOLOGIA E LITERATURA: O RESGATE DE UM DIÁLOGO ESQUECIDO Jefferson Maciel Moraes Gomes - UFMA Jean Marlos Pinheiro Borba – orientador - UFMA A literatura tem como uma de suas características a capacidade de descrever e permitir ao leitor um contato privilegiado com as vivências humanas. A partir de tal prerrogativa, os textos literários deveriam ser apreendidos enquanto claros recursos de reflexão e compreensão do ser humano – especialmente no curso de Psicologia, o qual está atrelado ao cuidado com o que pertence pura e essencialmente ao homem. Porém, em vez de uma aproximação, o que tem sido notado é um distanciamento e estranhamento acerca da interface Psicologia-Literatura. Diante disso, propõe-se um debate sobre o resgate e fortalecimento dos diálogos, evidentemente possíveis, entre Psicologia e Literatura, por intermédio do suporte orientador da Fenomenologia do filósofo alemão Edmund Husserl. Para tanto, é exposto, por meio de algumas das ideias de pensadores da Psicologia, das Letras e Literatura, as maneiras através das quais esses campos de sabedoria podem interagir e dialogar em favor, sobretudo, da ampliação das possibilidades de se compreender o fenômeno (psicológico) humano. Palavras chave: Psicologia. Literatura. Fenomenologia. Fenômeno Humano. REALIDADE E FICÇÃO EM CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA 82 Jéssica Catharine Barbosa de Carvalho - UFPI O presente trabalho tem como objetivo apresentar alguns aspectos que levam o leitor a confrontar a realidade e a ficção no romance Crônica de uma Morte Anunciada, do escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, publicado em 1981, analisando as características do enredo e destacando até que ponto pode-se confirmar a veracidade dos fatos apresentados e em que momento os artifícios literários são utilizados para compor a obra de forma fictícia, partindo de alguns trechos da obra que apresentam semelhanças entre o enredo da história e fatos reais colhidos pelo o autor. Neste estudo, analisaremos ainda elementos voltados para as construções mentais identificadas com período medieval presentes na obra, descritos especialmente através dos personagens Pedro e Pablo Vicário, que através do assassinato do protagonista buscam lavar a honra da família. Realizamos este trabalho mediante leitura da obra em questão, confrontando com escritos biográficos sobre o autor, bem como estudos que versam sobre os conceitos de realidade e ficção nas criações literárias. Como embasamento teórico utilizamos trabalhos dos autores Saldivar (2000), Ferreira (2009), Coutinho (2008), Gallagher (2009), Hamburger (1975), entre outros. Como resultado parcial do estudo, podemos evidenciar o fato de que o autor, através dos artifícios literários, une aspectos ficcionais e factuais de forma que aproxima o seu trabalho como jornalista e como literato. Palavras chave: Realidade. Ficção. Garcia Márquez. POESIA E MEMÓRIA EM O MAPA DA TRIBO DE SALGADO MARANHÃO João Batista Sousa de Carvalho - UESPI Elio Ferreira de Sousa – orientador - UESPI O presente artigo tem o objetivo de analisar a relação do homem com a temporalidade e com a memória na poesia do poeta caxiense Salgado Maranhão, tendo como referência poemas selecionados a partir da obra O mapa da tribo, editada em 2013. O sujeito humano na contemporaneidade se vê diante da constante necessidade de revisitar sua história pessoal e coletiva, utilizando-se, para tanto, da memória, que se apresenta como um importante mecanismo de reinterpretação e reconfiguração do ser e do tempo. Busca-se verificar que circunstâncias do universo individual e social do momento presente do sujeito lírico estão relacionadas com a evocação do passado e com o impulso de retorno às origens. A análise também se volta para questões de identidade, haja vista o forte esforço de autoafirmação de um sujeito lírico movido pelo desejo de construção de uma mitologia pessoal, revelando, assim, sua singularidade no mundo e ao mesmo tempo seu pertencimento a um grupo étnico e social marcado historicamente pela resistência contra a injustiça, o silenciamento e o esquecimento. Verificar-se-á ainda como a memória poética é articulada conforme as intenções do autor, enfim, como a linguagem da poesia se apresenta nesse jogo de memória e identidade. O referencial teórico se apoia em Bosi (2000), Candau (2012), Halbwachs (2004), Pedrosa (2011), 83 dentre outros. Palavras chave: Memória. Poesia. Salgado Maranhão. O mapa da tribo. O CIDADÃO DE BEM: O DISCURSO JURÍDICO E A CONSTRUÇÃO DAS SUBJETIVIDADES EM BLOGS João Carlos da Cunha Moura - UNDB Este trabalho pretende ser uma forma de analisar a constituição de uma figura social a partir dos discursos presentes na sociedade, em especial o discurso jurídico. Chama a atenção o fato de ser o “cidadão de bem” uma identidade almejada, no sentido de “querer ser”. O objetivo é investigar a construção da identidade do “cidadão de bem”, figura do discurso jurídico que surge como a identidade a ser constantemente alcançada, a partir do estudo das formas de subjetivação dos sujeitos estabelecidos em notícias e comentários de blogs (na internet), dentro da análise do discurso foucaultiana. Traçado esse pequeno espaço no qual se apresentam os sujeitos falantes, analisa-se um caso de grande repercussão no meio social e, consequentemente, virtual, ocorrido em São Luís, Maranhão: uma mulher dispara com arma de fogo contra um indivíduo que lhe tenta roubar um montante em dinheiro na porta de um banco. A metodologia consiste em comparar a notícia conforme veiculada em dois blogs de grande acesso na cidade, bem como de um portal de notícias de acesso de massa, no qual o texto espera-se passar por filtros intermediários, como editores, redatores etc., com espaço para comentários sobre a notícia. Palavras chave: Cidadão de bem. Identidade. Discurso. Internet. SANGUE X ESTADO, EM ANTÍGONA, DE SÓFOCLES: LAÇOS SANGUÍNEOS PARA ALÉM DO ATÉ Joaquim Lopes da Silva Neto - UFPI O presente trabalho visa desenvolver uma discussão sobre os aspectos da transgressão do limite presente no conflito entre o sangue (aspecto familiar – Antígona) e o Estado (Pólis – Creonte), na tragédia grega Antígona, de Sófocles. Será dedicado a este trabalho, entender que laços de sangue, Antígona usou como argumentos para ousar desafiar o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando entendimentos lacanianos, dentre outros teóricos que debruçaram seus estudos em função desta narrativa trágica. O suporte para esta análise está embasado nos estudos de Jacques Lacan, ao passo que será abordado um viés psicanalítico, bem como de Bárbara Freitag, para entendermos se a filha de Édipo é considerada vítima ou heroína dentro do mundo trágico de Sófocles. Pretende-se, portanto, uma reflexão sobre um olhar não feminista na tragédia de Sófocles, ainda que o confronto entre Antígona e Creonte seja, na maioria dos estudos, 84 considerado uma espécie de revolução feminina, principalmente nos aspectos gregos vigentes na época em que a contenda fora travada. O foco desse trabalho é refletir sobre a tragédia num ponto de vista do desejo de Antígona contra o desejo de Creonte. A ser lembrado que ela defende até a sua morte a consumação em honrar sua família (laços sanguíneos) através do sepultamento do irmão Polinices, enquanto Creonte, seu tio, defensor da lei do Estado, busca o cumprimento arbitrário das prerrogativas legais e uma espécie de vingança pelo sobrinho que traíra, em sua opinião, a pátria. Assim sendo, entender-se-á que laços de sangue, Antígona usou como argumentos para ousar desafiar o próprio tio, irmão de sua mãe Jocasta. Buscando entendimentos lacanianos, dentre outros teóricos que debruçaram seus estudos em função dessa narrativa trágica. Palavras chave: Antígona. Lacan. Tragédia. Sófocles. TRANSPOSIÇÃO FÍLMICA: O PERCURSO DA LITERATURA AO CINEMA, EM A INVENÇÃO DE HUGO CABRET Joaquim Lopes da Silva Neto - UFPI O presente trabalho visa desenvolver uma discussão sobre o processo de transposição da literatura para o cinema. O texto-base para essa análise será o livro do escritor americano Brian Selznick, A Invenção de Hugo Cabret, considerado “um tutorial da arte cinematográfica”. Buscando meios para que se possa compreender os meios de representação do percurso de transposição fílmica, partindo do referencial que, no caso, é um livro literário, de modo a percorrer os processos de produção e adaptação, até o momento em que se poderá ter a percepção da viagem que o hibridismo cultural que as artes envolvidas proporcionarão fundidas na sétima arte. Nessa análise, feita através desse trabalho, buscar-se-á demonstrar a importância da figura do roteirista cinematográfico, na condição de adaptador de texto, transformando-o em linguagem apropriada para a execução fílmica, bem como da funcionalidade do diretor de cinema, que nessa adaptação é o americano Martin Scorsese. Para analisar esse processo de adaptação fílmica de um texto literário, nos embasaremos nas teorias de José Carlos Avellar, Walter Benjamin, Anna Maria Balogh, Edgar Morin, dentre outros, objetivando entender as ferramentas utilizadas para que o texto escrito passe por esse processo de adaptação, bem como na narrativa de Brian Selznick, A invenção de Hugo Cabret. Palavras chave: Transposição fílmica. Hugo Cabret. Literatura. Cinema. O DESPERTAR DA MULHER: UMA ANÁLISE DA CONQUISTA DA MATURIDADE E DO ENCANTO FEMININO EM RESTOS DO CARNAVAL, DE CLARICE LISPECTOR José Geraldo da Silva – UFV 85 Aparecida Ribeiro - orientadora Falar da conquista da maturidade é falar de caminhos, é falar da travessia entre fases da vida. É em um desses caminhos que ganha vida a personagem feminina de Clarice Lispector, em seu conto “Restos de carnaval”. Em um momento em que os sentimentos se afloram, ela encontra, no ambiente carnavalesco, um terreno fértil para sua afirmação pessoal e libertação de sonhos e fantasias. Falar de encanto é falar de uma menina com sonhos de mulher. É falar de uma mulher com aspecto e medos de menina. É falar de beleza em construção. Beleza externa e beleza interna. Beleza que precisa ser fecundada e que não acontece sem a atmosfera adequada, sem a interação social. A personagem trava intenso diálogo consigo mesmo e com a sociedade complexa que a envolve como um útero, visando a sua libertação e sua transformação. Analisar a personagem de Restos de Carnaval é perceber a metamorfose que cada mulher enfrenta para se aflorar. É como ver bem de perto e com riqueza de detalhes, o desabrochar de uma rosa. O encanto também se faz presente na festa do Carnaval. Cores, música, acessórios e personagens vão costurando a identidade da menina-mulher. A própria roupagem da personagem, feita de restos, é símbolo das várias marcas presentes na figura feminina e porque não dizer, na mulher brasileira. Palavras chave: Conquista. Maturidade. Encanto. Mulher. DISCURSO E REPRESENTAÇÃO DA MEMÓRIA NO TEXTO LITERÁRIO: MUTUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS NO ROMANCE SINFONIA EM BRANCO, DE ADRIANA LISBOA José Ivan Bernardo Andrade - UESPI Raimunda Celestina Mendes da Silva – orientadora - UESPI A representação da Memória do trauma a partir da elaboração de um discurso cujo dialogismo é instaurado como um jogo entre autor e leitor, marcado pelos implícitos que desafiam constantemente a imaginação dos leitores no processo de construção de sentidos. Assim é o romance Sinfonia em Branco, de Adriana Lisboa, cuja narrativa conta a trajetória de vida das personagens Clarice e Maria Inês. No centro dos acontecimentos está o estupro sofrido pela primeira e testemunhado pela segunda. O evento gera um trauma nas duas irmãs, marcando suas vidas e determinando como elas se relacionariam com o mundo e com a família. Pretende-se abordar o discurso literário presente na referida obra como ato de enunciação mútua, percebendo o papel dinâmico do leitor nos processos de construção de sentidos a partir dos vestígios e indícios textuais indicados pela autora. O principal objetivo dessa comunicação é contribuir para uma reflexão crítica sobre o discurso literário como ato cooperativo, no qual autores e leitores estão envolvidos numa relação dialógica, dentro de um específico plano de conteúdo e de expressão. Em suma, considerando a estética da recepção, será evidenciado que o ato de ler torna-se uma espécie de elaboração. Algumas abordagens 86 (MAINGUENAU, 1996; BAKHTIN, 1993; BERGSON 1999; ECO, 1985; JAUSS, 1994; FREUD, 2013) serão revisitadas, no sentido de ampliar as reflexões sobre leitura literária, reconhecendo-se as possíveis conexões entre literatura e elementos da filosofia, da psicanálise e análise do discurso. Palavras chave: Literatura. Leitor. Memória. Discurso O CRIME DO PADRE AMARO: DA LINGUAGEM LITERÁRIA À CINEMATOGRÁFICA Bárbara Ruth Silva Barbosa - UFMA Thaiane Alves Mendonça - UFMA Este trabalho visa realizar um estudo comparativo entre o romance O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós, e sua adaptação para o cinema, o filme que leva o mesmo nome, do diretor Carlos Carrera. Comparando a mesma história, apresentada em linguagens diferentes, livro e filme, verificamos quais são os pontos de aproximação e de distanciamento da linguagem, levantando questões como: a relação entre literatura e cinema; a adaptação do texto literário para o roteiro cinematográfico; os aspectos técnicos da linguagem cinematográfica (enquadramento, movimentos da câmera, focalização, diálogos, trilha sonora, entre outros), procurando evidenciar o modo como a linguagem literária e seus recursos narrativos foram transpostos para o cinema. A análise revela que a adaptação cinematográfica transporta a trama para espaço e época diversos, fazendo necessárias mudanças de conflitos e temas, mas que no essencial mantém-se fiel ao texto queirosiano, demonstrando que os gêneros não se repelem: aproximam-se, ampliando as possibilidades de leituras significativas. AS TEMÁTICAS INUSITADAS NA PROSA FICCIONAL DE JOSÉ EWERTON NETO José Ribamar Neres Costa - UFMA Nas letras brasileiras, há alguns autores cujas narrativas podem ser consideradas inusitadas pelo seu teor, pelos assuntos tratados. É o caso, por exemplo, de Erico Verissimo (Incidente em Antares), Jorge Amado (A morte e a morte de Quincas Berro Dágua), Murilo Rubião (O Pirotécnico Zacarias) e J.J. Veiga (Os cavalinhos de Platiplanto). No Maranhão, poucos são os prosadores que se dedicam a narrações com temáticas que possam ser consideradas inusitadas, ou seja, que fujam à expectativa primeira do leitor, levando-o a uma realidade que destoe do senso de normalidade aceitável pela maioria das pessoas. Entre esses autores estão José Sarney, Ariel Vieira de Morais e José Ewerton Neto. Poeta, cronista, romancista e contista, Ewerton Neto se notabiliza em sua prosa por retratar situações e personagens que fogem ao comum, 87 como é o caso de um demônio que inventa um suco que dá prazer sexual às mulheres (O Infinito em suas mãos), um homem que ganha a vida “suicidando” pessoas cm problemas (O Ofício de Matar), um cidadão que passa a conviver maritalmente com uma porca (A morte dos Mamonas Assassinas e outros contos), um homem obcecado por encontrar alguém com quem é sempre confundido (Ei, você conhece Alexander Guaracy?), um narrador representado por um artefato para o prazer feminino (A ânsia do prazer) são alguns dos temas abordados por esse autor. Neste trabalho não se pretende fazer diferenças entre as teorias do realismo mágico, maravilhoso, fantástico ou extraordinário, mas apenas comprovar com base em alguns autores que o autor apresenta características que remetem à ideia do inusitado. Palavras chave: Literatura maranhense. Prosa contemporânea. Narrativas inusitadas O CULTO E O INCULTO, DE ORICÃO A CODÓ: VARIAÇÕES SOCIOCULTURAIS EM O ANJO DO QUARTO DIA José Robson do Nascimento Santiago – IFPB Maria do Socorro Silva de Aragão - orientadora Neste trabalho nos propomos a identificar as variações socioculturais nas falas das personagens do romance O anjo do quarto dia, de Gilvan Lemos. Partimos de pressupostos segundo os quais a língua varia de acordo com diversos critérios de amostragem numa pesquisa sociolinguística. Neste sentido, tomamos por base as teorias de Coseriu (1987) sobre as tarefas da sociolinguística, quando fala das variações diastráticas e diafásicas; as considerações de Aragão (2005) sobre a relação linguagemcultura e consideramos também o que preceitua Preti (1992) sobre os níveis de fala, compreendendo, além disso, a língua como reflexo da cultura de um povo, que nesse caso é o do agreste pernambucano. Para verificar tal diversidade, selecionamos falas dos personagens Oricão, Amísio, Codó e suas tias. Essas falas representam usuários da língua com diferentes níveis de escolarização, classes sociais, sexo e idades. Nelas buscamos vocábulos que reflitam a estrutura sociocultural da localidade onde ocorre a história contada na obra, cidade fictícia do Logrador. Este trabalho é, na verdade, uma amostragem preliminar de uma pesquisa de doutorado, que visa contribuir para estudos sobre os falares regionais registrados em obras literárias do Nordeste. Um dos objetivos da pesquisa busca, portanto, a identificação de varações diastráticas nas falas das personagens e outro visa a verificar variações de estilo de um mesmo personagem conforme a situação. Palavras chave: Variação. Falares regionais. Literatura nordestina. Sociolinguística. ITINERÁRIOS CULTURAIS VIVENCIADOS PELOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SÃO LUÍS-MA 88 Joseane Cantanhede dos Santos - UFMA A cultura representa componente indispensável para a composição da memória coletiva de uma nação. Assim, esta pesquisa estuda as representações culturais dos professores que atuam no 1º e 2º ciclo do ensino fundamental das escolas municipais de São Luís – MA. Além de refletir sobre os caminhos trilhados na descoberta de informações, elaboração do conhecimento, leituras individuais e coletivas, assim como a visitação/familiaridade com os diversos espaços de cultura e de memória (bibliotecas, museus, galerias de artes, praças, teatros, cinemas e outros acervos/bens culturais de caráter físico), exaltando a experiência vivida, que se manifesta na linguagem, nas tradições, nos modos que utilizam esses bens e espaços de cultura. Fez-se uso de narrativas autobiográficas com a amostra de seis professores. Evidenciam-se os saberes vivenciados pelos professores enquanto aluno/formação escolar, relação com a família, vida social e cultural. Ao analisar as práticas educativas sob um ângulo social e cultural, a partir da sua trajetória de vida pessoal e profissional, este professor é convidado a reconhecer-se como sujeito histórico, direcionando sua história cotidiana para a autorreflexão e a produção de memórias, muitas vezes esquecidas, silenciadas, não estimuladas, inibindo a construção de processos formativos e autoformativos. Foi possível averiguar que a formação de professores na perspectiva cultural apresenta desafios, descompassos ideológicos, metodológicos, dificultando ações mais concretas dos educadores em sua prática diária. As limitações/restrições relatadas pelas professoras no processo de uso e acesso aos espaços de memória e cultura existentes na cidade nos leva à reflexão de quão necessário é promover a ampliação do repertório cultural dos professores, para que possam propiciar uma rica mediação cultural entre seus alunos. Palavras chave: Prática docente. Acervo cultural – professores. Memória – professores. ENTRE O DESEJO PROIBIDO E O AMOR: HAMLET NUMA LEITURA FRONTEIRIÇA ENTRE LITERATURA E CINEMA Joseane Mendes Ferreira - UFPI Saulo Cunha de Serpa Brandão - orientador - UFPI O presente trabalho trata de uma análise comparativa entre literatura e cinema, tendo como foco os desejos de Hamlet, personagem da obra homônima. Hamlet é considerada por muitos críticos a peça de maior esplendor do dramaturgo inglês Shakespeare. Ela tem por data o ano de 1601 e embora tenha sido estudada por muito tempo, por abordar temas atemporais, ainda oferece espaço para outras reflexões. Compreende-se que Hamlet se apresenta, mais de quatro séculos após sua criação, como um texto atual, recriada muito comumente por outras formas de arte, a exemplo do cinema. Nesse estudo, será discutida 89 a relação de Hamlet diante de dois de seus objetos de desejo: a mãe e Ofélia, objetivando relacionar a obra literária de Shakespeare à adaptação fílmica, de 1990, também intitulada Hamlet, do diretor italiano Franco Zeffirelli. O filme recria o texto original através de uma sequência direta de trechos selecionados que melhor se adequam ao apelo imagético do texto fílmico. A pesquisa, de caráter bibliográfico, está fundamentada à luz da psicanálise nas teorias de Lacan. Também foram realizadas análises intersemióticas entre os textos literário e fílmico. Com o foco de estudo que o trabalho privilegiou, percebe-se que em ambos os textos, literário e fílmico, Hamlet aparece envolto ao complexo de castração e que tanto a mãe quanto Ofélia são objetos que faltam a Hamlet. Conclui-se que Hamlet perde a mãe e Ofélia respectivamente para o tio e para a morte e consequentemente não realiza nem o desejo e nem o amor. Palavras chave: Literatura. Cinema. Desejos. Hamlet REPRESENTAÇÕES POLÍTICAS NO DISCURSO MÍDIATICO: A CONTRIBUIÇÃO DO HUMOR PARA A CARACTERIZAÇÃO DO CANDIDATO Antonio Wilson de Andrade Silva - UFPI Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI O presente trabalho se propõe a analisar a relação entre o discurso midiático e o discurso político, levando em consideração que este se subdivide em discurso humorístico, que também é levado em conta na execução deste trabalho. Para isso, serão analisados os vídeos da campanha eleitoral do candidato Firmino Filho nas eleições para prefeito de Teresina em 2012. Os vídeos não eram exibidos tão somente durante a propaganda eleitoral gratuita, mas durante a grade da programação dos canais locais. Eles tinham o objetivo de usar o humor para que as farpas políticas fossem suavizadas ao telespectador, fazendo com que o candidato Firmino Filho tivesse uma boa imagem perante a população, proporcionando a degradação do candidato da oposição. Para chegar ao objetivo, serão levados em conta os pressupostos de Patrick Charaudeau em suas obras Discurso midiático e Discurso político onde afirma que a política se utiliza da mídia de forma que o telespectador crie fidelidade com o candidato. Nos vídeos observaremos aspectos de persuasão, posturas ideológicas e a participação do discurso humorístico, que conjuntamente com os outros elementos semiolinguísticos, contribuem de maneira positiva nas propostas do candidato. Com isso, percebemos que o discurso humorístico complementa o discurso político que utiliza o discurso midiático como forma de afirmação de sua postura. Palavras chave: Discurso midiático. Discurso político. Humor. LENDO GABRIEL GARCÍA MARQUEZ: OPERADORES DE LEITURA NARRATIVA E CRITICA FEMINISTA EM CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA 90 Jessica Monteiro de Sousa Pereira - UFPI Karen Raquel Rodrigues Estevão - UFPI Tendo como embasamento teórico Teoria Literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas, Bonnici e Zolin (2009), a presente comunicação pretende estabelecer um diálogo entre a obra Crônica de uma Morte Anunciada, de Gabriel García Márquez, e a crítica feminista propagada por Kate Millet em Sexual Politics (1970), ao tempo em que utiliza os operadores de leitura da narrativa reunidos por Arnaldo Franco Júnior (2009) para ler a obra de Márquez. Para consecução do objetivo, pretende-se apresentar uma reflexão fundamentada na mediação entre os pressupostos do Formalismo Russo e do PósEstruturalismo. Como metodologia de trabalho discorre-se sobre o enredo da obra aqui analisada; segue-se para a discussão sobre os aspectos de maior importância da narrativa, acentuando os momentos de clímax, de modo a melhorar a análise interpretativa do texto; e por fim, disserta-se sobre a polêmica envolvendo o patriarcalismo contido no texto, apresentado na forma de uma síntese crítica feminista, bem como suas influências e a percepção de uma tendência já principiada a sua suplantação. Com isso, pretende-se demonstrar como García Márquez utiliza os aspectos narrativos para prender o leitor à obra e como estes aspectos dialogam com temáticas de valores relacionados à honra e a vingança, encaixando-se assim, nos temas de obras pós-moderna. Palavras chave: Tendências. Feminismo. Pós-moderna. OBRAS DO DIABINHO DA MÃO FURADA: DO FANTÁSTICO À REALIDADE MEDIEVAL Karine Macêdo Freitas - UFPI Luciana Talita Mágulas Pereira - UFPI Alcione Corrêa Alves - orientadora - UFPI O presente trabalho propõe uma interpretação das concepções medievais predominantes no século XVIII, disseminadas pela Igreja Católica, a respeito da figura do diabo e do cristão genuíno, na novela Obras do Diabinho da Mão Furada. Embora a autoria da obra seja questionada, concordamos com a maioria dos especialistas, que a autoria de fato é de Antônio José da Silva, uma vez que, é possível identificar características do mesmo dentro da obra. A fim de criticar a sociedade, os valores éticos e morais da época, o autor recorreu ao fantástico, mesclando o cômico e o irreal, aspectos estes que nortearam esta pesquisa. Partindo desses pressupostos, o presente estudo objetiva identificar o processo de construção identitária das personagens protagonistas, o soldado Peralta e seu companheiro endiabrado. Para tanto, proporemos uma análise da obra sob a ótica da Teoria da Residualidade, tal como proposta por Roberto Pontes (2006): segundo o autor, nada na cultura e na literatura é original, mas remanescente e logo, residual. Como resultado parcial do estudo, podemos perceber que Antônio José da 91 Silva une aspectos fantásticos e factuais como artifício na construção da identidade de suas personagens. A presente investigação foi desenvolvida no âmbito do Projeto de Pesquisa Teseu, o labirinto e seu nome, atualmente contemplada com financiamento do edital Pibic/ CNPq-AF 2013/2014. Palavras chave: Obras do Diabinho da Mão Furada. Construções identitária. Fantástico. DO NÃO-VERBAL AO VERBAL: O CINEMA MUDO COMO RECURSO PARA A PRODUÇÃO TEXTUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA Fábio Henrique Pereira - UFMA Keila de Jesus Ribeiro Araujo - UFMA Mônica da Silva Cruz – orientadora - UFMA Pesquisas têm demonstrado que práticas de leitura e escrita podem ser estimuladas pelo contato dos alunos com distintos gêneros textuais, isso porque sua estrutura organizacional permite trabalhar a maioria das questões relativas à língua, em todos os seus aspectos (MARCUSCHI, 2008). Neste trabalho, apresenta-se um relato de experiência de práticas de ensino de leitura e produção textual elaborada a partir do filme “Tempos Modernos”, de Charles Spencer Chaplin (1936). Compreendido como um gênero discursivo (BAKHTIN, 2010), o filme possibilita aos educandos a ampliação da percepção de mundo, a realização de suas próprias leituras, discussões a respeito dos temas apresentados nesse tipo de produção artística, e ainda desencadeia ideias, que ao serem redigidas, passam a expressar o entendimento do escritor acerca de determinados temas, colocando-o sempre dentro de uma ordem discursiva. O discurso, na visão de Fernandes (2008), é um objeto constituído pela língua, história e por ideologias. Tendo em vista esses aspectos, analisam-se redes discursivas (intertextos e interdiscursos) que atravessam o dizer dos alunos em suas produções textuais, no Projeto de Extensão Entretextos, do DELER-UFMA. A pesquisa volta-se para a análise de quatro produções escritas, selecionadas aleatoriamente. Utilizaremos como pressupostos teóricos os estudos de Bakhtin (2010), Marcucshi (2008) e Fernandes (2008). Palavras chave: Cinema. Produção Textual. Discurso. MARANHÃO 70: MEMÓRIA E CINEMA SUPEROITISTA Leide Ana Oliveira Caldas - UFMA O presente estudo busca discutir as manifestações de produções de realizadores maranhenses de cinema da estética superoitista na década de 1970, através de uma abordagem cultural. O ponto de partida da problematização configura-se na perspectiva singular de uma história “recente” ou do “Tempo Presente” da história do Maranhão, permitindo-nos contactar pessoalmente com “testemunhos diretos”, personagens 92 importantes na construção da memória do “fazer fílmico” específico, localizado e colocado em evidência na contramão do esquecimento/silenciamento em relação aos discursos fílmicos hegemônicos de identidade no Brasil no período citado. O olhar empírico volta-se a uma tarefa de tecer e discutir uma memória da atividade cinematográfica local através de interpretações de mundo e de olhares no tempo e espaço das produções e seus autores, constituindo fontes inesgotáveis na correnteza da história. Para tal atuação metodológica temos como perspectiva os autores Pollak e Hall. O uso da câmera Super 8 passou a ser uma posição político-estética artística conhecida como estética superoitista no Brasil, passando de objeto de consumo a ferramenta de democratização de expressão artística amadora ou alternativa em relação às produções profissionais de 35mm (cinema) e 16mm (televisão). A intencionalidade maranhense de produção cinematográfica parte discursivamente da década referida. Todos se enquadram na categoria curta-metragem, logo podemos detectar essa experiência cinematográfica como parte estética e espaço de gêneros e suas linguagens. Através de entrevistas com realizadores e acesso a levantamentos sobre os temas das obras, percebe-se explicitamente a realização destas com discursos experimentais e documentais de cunho social e ficcional. Palavras chave: História. Cinema. Memória. Superoito. Identidade. SØREN KIERKEGAARD E O PROBLEMA DA EXISTÊNCIA NO ROMANCE O RETRATO DE DORIAN GRAY DE OSCAR WILDE Leonardo Silva Sousa - UFMA Luciano da Silva Façanha - orientador A presente comunicação tem como objetivo analisar a personagem Dorian Gray, principal figura do romance O retrato de Dorian Gray do escritor Irlandês Oscar Wilde (1854 —1900) junto á filosofia existencial do pensador dinamarquês SörenAabyeKierkegaard (1813 – 1855). Através de conceitos como desespero, estádio e angústia do filósofo existencialista, será feita a análise reflexiva acerca da personagem principal do romance de Oscar Wilde: Dorian Gray, um jovem rapaz orgulhoso, arrogante e narcisista, que ama a si próprio mais do que tudo situado em uma Londres Vitoriana, recheada de valores puritanos. Através da reflexão filosófica em Kierkegaard, analisarei a existência da personagem que se direciona para a estética, um dos diversos estádios de vida segundo o legado do filósofo existencialista, através de obras do filósofo como Conceito de Angústia, Diário do Sedutor e Desespero Humano (Doença até a morte). O esteta é constantemente ameaçado pelo sentimento de tédio e por isso tenta de forma desesperada alimentar os sentidos, direcionando sua vida para a intensa satisfação dos sentidos e da alma. A busca estética pelo novo conduzirá este esteta a um conflito consigo mesmo, direcionando o indivíduo ao que Kierkegaard chama de doença mortal: O sentimento de inadequação e desequilíbrio existencial. Palavras chave: Estético. Desespero. Angústia. Esteta. 93 UM CONTO QUE SE CONTA: A SIMBOLOGIA EM BRANCA DE NEVE, DOS IRMÃOS GRIMM Letícia França Lemos - UFMA Maura Cristina de Melo Silva - UFMA A literatura infantil e juvenil é considerada muito importante, por oferecer uma série de conteúdos que possibilitam às crianças e aos jovens o contato desde cedo com a literatura. Há diversos representantes, dos quais se podem citar os Irmãos Grimm, bastante conhecidos pelos vários contos que compilaram, que sempre levam uma lição e até hoje continuam sendo apreciados por muitas pessoas. Dentre estes, pode-se mencionar Branca de Neve que se tornou muito conhecido, com várias adaptações, inclusive para o cinema. Percebe-se que esse conto apresenta um valor humanitário, visto que nele estão presentes alguns sentimentos, como por exemplo, o amor e a bondade; além disso, possui muitos símbolos durante toda sua condução, sendo que cada um deles retrata uma característica importante para o entendimento do enredo. Os símbolos permitem que o tema abordado transmita um maior sentido, eles constituem parte fundamental no conto e estabelecem ligação com as personagens e com os fatos que ocorrem. Tendo em vista a grande importância da simbologia na literatura, o trabalho em questão tem como objetivo analisar os símbolos do conto Branca Neve, a fim de proporcionar uma relação com os acontecimentos que giram em torno da narrativa e deixar visível que, quando realizada uma leitura simbólica, a interpretação se faz mais significativa. Palavras chave: Branca de Neve. Simbologia. Interpretação. VOZES SILENCIADAS EM DÍAS Y NOCHES DE AMOR Y DE GUERRA DE EDUARDO GALEANO Liana Márcia Gonçalves Mafra - UEMA/IFMA José Henrique de Paula Borralho – UEMA/PPGHEN A proposta objetiva apresentar histórias vividas em épocas de violência e repressão presentes na obra Días y noches de amor y de guerra, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, estabelecendo um diálogo entre literatura, história e memória, demonstrando que a literatura latino-americana ficou marcada pelo terror e intolerância dos regimes ditatoriais na América Latina. A obra será explorada no ponto de vista dos sujeitos dominados – vencidos – não contemplados pela versão oficial da História, pois Galeano narra histórias e resgata a memória dos “anos de chumbo” na América Latina, tecendoas com os fios de sua experiência pessoal, social e política. E como Walter Benjamin, compreende que se deve ouvir e saltar os “ecos de vozes que emudeceram”. Assim, Días y noches de amor y de guerra relata em suas micronarrativas a repressão, a violência do Estado e as consequências das ações ditatoriais sobre os cidadãos do Uruguai, país de origem de Galeano, mas não se limitam a esse contexto, pois o cenário extrapola o âmbito uruguaio para se tornar uma experiência comum aos países latino-americanos, 94 trilhando e ultrapassando caminhos que representarão as consequências das ações ditatoriais da América Latina – abuso de poder, exílio, censura, atos avassaladores de agressão aos direitos políticos e sociais, perseguições, torturas e mortes não esclarecidas –, bem como as contradições da História e a fragilidade da memória na preservação dos acontecimentos. A memória, defendida nos escritos de Galeano, impede que a verdade se oculte, resgatando-a através da voz dada aos povos afetados pelo tempo histórico; vozes silenciosas e silenciadas, considerando que para o autor a voz do oprimido continua soando no tempo, até que alguém ouça, a resgate e a apresente para a posteridade: “Para os navegantes com desejo de vento, a memória é o ponto de partida”. Palavras chave: Literatura. Memória. Eduardo Galeano. A EXISTÊNCIA FEMININA EM UM CONTO DE CLARICE LISPECTOR Lígia Maria Aguiar Souza - UFPI Propomos analisar a personagem feminina Ana do conto Amor de Clarice Lispector pela perspectiva existencialista através de sua situação narrada ao longo do texto. Percebemos nesse conto que à Ana, cabe a reprodução, o cuidado com a casa, filhos e esposo, esse conjunto de atividades que é compreendido como uma obrigação feminina, advinda da sua natureza de mulher. Ana tem uma vida rotineira, ela escolheu agradar às outras pessoas, ela é reflexiva e introspectiva. Ela está totalmente livre, é a única responsável pelo que faz de si mesma. Ela é levada pela situação que ela mesma se submeteu, ela age de maneira extremamente correta com a família e com o lar, ela é exilada no seu próprio ser. Necessita-se frisar que destacaremos no decorrer deste trabalho características existenciais nessa personagem e enfatizaremos como Ana se sente em relação a sua importância no mundo quando ela olha para si mesma diante da sua realidade. Para discorrermos sobre o assunto proposto, teremos como base os pensamentos de Satre (1970) quando ele afirma que o ser humano é o conjunto dos seus atos. E Beauvoir (1970) quando ela define de maneira singular a situação da mulher que tem como todo ser humano, uma liberdade autônoma. É válido ressaltar ainda que este trabalho também servirá como fonte de pesquisa para estudos posteriores. Palavras chave: Ana. Existencialismo. Mulher A TRANSFORMAÇÃO DE GREGOR: ESPAÇO E PSIQUE EM A METAMORFOSE Flávia Louise Nogueira da Cruz Silveira - UFMA Lisandra da Silva Souza - UFMA William Amorim de Sousa – orientador - UFMA Franz Kafka, autor da obra A Metamorfose, inovou a literatura ao transformar Gregor 95 Samsa em um ser de aspecto monstruoso, explorando assim a essência e reflexões mais profundas do íntimo humano. Ainda que transformado, Gregor adapta sua personalidade e gostos à sua nova condição física. Sua consciência, ainda humana, molda-se ao ambiente ao seu redor, que cada vez mais passa a interiorizar sua metamorfose outrora externa. Ou seja, as mudanças decorrentes da metamorfose no plano físico passam a se expandir para o psicológico, tornando sua aparência um dos seus maiores tormentos, refletindo-se em sua própria existência. A percepção humana e a psique mantem uma relação estreita com o espaço. O quarto de Gregor tem característica dúbia tanto de prisão (como forma de condenar sua condição física excludente socialmente), como de ambiente acolhedor e refúgio do que lhe resta de humanidade. Devido às memórias incutidas em cada objeto e a forma em que o mesmo as organiza, o leitor tem noção do crescente questionamento existencial que cada vez mais se reflete nas ações e pensamentos do personagem. Através dos autores Yi-Fu Tuan, Carl Gustav Jung, Sigmund Freud, o trabalho visa analisar a influência do espaço na vida do ser humano e o seu poder de transformação do psicológico. Entrarão em debate as transformações psicológicas acarretadas pela mudança física e sua característica moldadora da própria essência. Palavras chave: Percepção. Espaço. Psique. Metamorfose. Kafka. O GÊNERO FEMININO PELA ABORDAGEM MIDIÁTICA: RECONDUZINDO OS PADRÕES DISCURSIVOS E RECONSTRUINDO IDENTIDADES Líssia Maria Costa Gomes Protázio - UFMA Diante do advento dos fenômenos contemporâneos, a mulher tem alcançado cada vez mais fôlego na conquista de espaços significativos no mercado de trabalho que antes eram destinados apenas ao público masculino. Nesse sentido, a mulher do século XXI é uma mulher virtuosa por ser múltipla, tendo em vista a sua ampla capacidade síncrona de desenvolver várias funções do dia-a-dia. Deste modo, elas demonstram lidar habilmente com tarefas que se estendem entre cuidar das atribuições do lar e cuidar da carreira profissional. No entanto, ainda há muito que ser debatido e cristalizado sobre a figura feminina e suas equivalências na nossa sociedade que, embora implicitamente, relaciona a mulher a ideias equivocadas, sobretudo, nos meios de comunicação. O discurso midiático é um forte fio condutor dessa ideologia que produz enunciados ocultos dos seus reais processos de origem que circunstancia a camuflagem dos elementos de enunciação através do uso predominante da terceira pessoa que, como se sabe, é a forma verbal da não pessoa e garante aos repertórios discursivos uma estratégia de padronização referencial dos enunciados, uma credibilidade da narração dos fatos que independem do lugar da fala do enunciador. Tais intentos podem ser atentamente percebidos em algumas campanhas publicitárias que ainda retratam a mulher como altamente sexual e submissa e o homem, como dominante e agressivo, nessa proporção, 96 perpetuam representações distorcidas e estereotipadas sobre o gênero feminino gerando um efeito interpretativo nas pessoas, seja ele real ou potencial (C.S. PEIRCE, 1993). A relevância desse trabalho, portanto, se justifica pela necessidade de discutir e ressignificar as abordagens subliminares que reforçam negativamente a figura da mulher a partir do discurso midiático através de exposição verbal e recursos audiovisuais. Nessa acepção, a finalidade dessa atividade é demonstrar como os vestígios deixados desse ambiente semântico linguístico-discursivo produzem sentidos depreciativos à construção da identidade feminina. Palavras chave: Mulher. Discurso midiático. Estereótipo. Identidade. O HERÒI NO PROCESSO DE TRSANPOSIÇÃO DA OBRA LITERÁRIA PRIMO BASILIO PARA A PELÍCULA BRASILEIRA Lucas Rodrigues Cavalcante - UFPI Já são comuns as adaptações de obras literárias para películas, algumas até importadas de um país para outro, como é o caso do Livro Primo Basílio que é uma obra de origem portuguesa, escrita por Eça de Queiroz, e é recriado em forma de película no Brasil na direção de Daniel Filho. A heroína Luiza habita os dois meios, através de Joseph Campbell, pode-se analisar o comportamento da heroína, pela obra O Herói de Mil Faces, dialogando com os aspectos que definidos por “típicos” trabalhados por Umberto Eco na obra Apocalípticos e Integrados, embasado no olhar pautado na transposição de cinema com Tânia Pellegrini em “Literatura, cinema e televisão” e a visão de O que é Cinema por Jean-Claude Bernadet, junto ao conceito de equivalência de Fisher-Lichte, enfim, muito se discute sobre a heroína, transposição de películas, este trabalho procura entender essa transposição da heroína Luiza construída no signo literário e recriada na imagem cinematográfica. Palavras chave: Herói, Luiza, personagem, cinema, película. O SOBRENATURAL NOS CONTOS DE EDGAR ALLAN POE Lucélia Magda Oliveira da Silva - UFMA A partir do Romantismo, o medo já não é mais, necessariamente, suscitado por criaturas sobrenaturais, como vampiros, lobisomens e bruxas. Dessa corrente literária em diante, o homem torna-se o objeto central do sobrenatural, do surreal, atormentado por seus próprios demônios, pela sua consciência, por suas angústias, paixões e pela incerteza diante dos acontecimentos. Assim, “A Metamorfose”, de Franz Kafka e os contos de Edgar Allan Poe são um marco na reconfiguração da literatura fantástica. Diante disso, 97 este estudo visa fazer uma breve análise do sobrenatural, levando em consideração os aspectos da literatura romântica gótica em prosa, tomando como objeto de análise os contos de Edgar Allan Poe, discutindo a influência desse tipo de literatura na obra deste autor, buscando compreender o porquê deles fascinarem tanto as pessoas que os leem, e qual a sua importância para a literatura atual. Para tanto, servirão como base para pesquisa os livros “O Horror Sobrenatural na Literatura”, de Howard Phillips Lovecraft (2007); “Introdução à Literatura Fantástica”, de Tveztan Todorov (2012); e “Histórias Extraordinárias”, de Edgar Allan Poe (2011), bem como outras obras deste mesmo autor. As primeiras conclusões do estudo apontam que há um número cada vez maior de leitores de obras do gênero Terror, pois como Lovecraft afirma na sua obra supracitada, “a emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o tipo de medo mais antigo e mais poderoso é o medo do desconhecido”, o que causa curiosidade, espanto e fascinação. Palavras chave: Gótico. Literatura Fantástica. Poe. Lovecraft. Todorov. RELAÇÃO CAOMPARATIVA ENTRE O FILME O CARTEIRO E O POETA E O LIVRO TAMBÉM INTITULADO O CARTEIRO E O POETA, DE ANTÔNIO SKÁRMETA Luciano Sousa Oliveira - UFMA Jackson Douglas Silva - UFMA A questão de adaptação cinematográfica de obras literárias é uma constante polemica existente há décadas e que persiste ainda hoje. De fato, muitos teóricos renomados tem debatido esta questão por todo esse tempo incansavelmente. O presente artigo tratará dessas questões relacionadas com a obra fílmica O carteiro e o poeta, de 1994, adaptado do livro de mesmo nome do poeta chileno Antônio Skármeta. Trará a tona alguns elementos que se inter-relacionam tanto no filme quanto na obra literária. Buscará realizar uma abordagem sólida a cerca do processo de adaptação realizado no filme e a correlação existente entre ambos. Seguindo esta linha de raciocínio, Timothy Corrigan (1999), em sua obra, afirma que uma boa adaptação está organizada em quatro estruturas complementares: a contextualização histórica, a questão das hierarquias culturais tradicionais, o processo de adaptação em si e a intertextualidade. O filme, pode-seafirmar que soube captar a essência da obra literária de Skármeta e transmiti-la ao seu público de maneira eficiente, ainda que contenha algumas distinções especificas do texto. Este abstraiu do texto literárioa temática abordada sublimemente pelo autor e transmitiu isso ao público com imagens de forma intensa. Nesse aspecto, percebem-se elementos de uma boa adaptação de um livro para o cinema. Pode-se dizer que houve uma transferência de elementos da obra para o filme, o que proporcionou o excelente roteiro e o bom desfecho, isso seguindo a linha de raciocínio do teórico Brian McFarlane, o qual afirma “que há elementos facilmente transferíveis do romance “transfer” para o cinema e dos que exigem maior criatividade (“adaptationproper”). Palavras chave: Literatura e cinema. Pablo Neruda. Skármeta. 98 INTERDISCURSO, SÍMBOLOS E IMAGENS NO FAZER LITERÁRIO DA HILEIA EUCLIDIANA Luis Fernando Ribeiro Almeida – FAMA Consagrado por sua obra-prima, Os Sertões (1902), o escritor fluminense Euclides da Cunha apresenta uma face que é pouco conhecida do grande público leitor. Porém, nos últimos anos de sua vida, ele se aventurou em uma jornada na então pouco conhecida floresta amazônica e relatou para o público das grandes metrópoles o que era a vasta área verde em que, segundo ele próprio, o homem chegou como intruso. Não poderia imaginar o naturalista alemão Humboldt (1799-1804) que ao nomear essa região de hileia em alusão à palavra grega hilaea, que significa mata virgem, essa paisagem pudesse fascinar tanto Euclides da Cunha que em carta endereçada ao escritor e amigo Coelho Neto em 10-03-1905 escrevesse: “Nada te direi da terra e da gente. Depois, aí, e num livro: ‘Um Paraíso Perdido’, onde procurei vingar a Hileia maravilhosa de todas as brutalidades que a maculam desde o século XVII” (TOCANTINS, 1978, p. 32). Infelizmente, por questões pessoais o escritor veio a falecer em 1909 e deixara inacabado o seu “livro vingador”. Contudo, ficaram para a posteridade alguns escritos que têm por tema as peculiaridades dessa região do país, assim “no cenário amazônico destacam-se o nomandismo, a mobilidade e o desenraizamento da população” (LIMA, 2009, p. 37). É possível destacar nesses escritos euclidianos a recorrência do interdiscurso, que para Charaudeau e Maingueneau (2004, p. 286) refere-se “ao conjunto das unidades discursivas [...] com os quais um discurso particular entra em relação implícita ou explícita”. No que diz respeito ao uso de imagens e símbolos a análise desses aspectos está pautada em Orlandi (2002, p. 27) ao afirmar que se deve “vê a produção dos objetos simbólicos em movimento, como parte de uma história em que sujeito e sentidos se constroem”. Palavras chave: Interdiscurso. Imagens. Símbolos. Euclides da Cunha DIÁLOGOS DISTÓPICOS: OS ENCONTROS DO PESSIMISMO ENTRE ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, 1984, NÃO VERÁS PAÍS NENHUM E O PAÍS DAS ÚLTIMAS COISAS Luis Filipe Brandão de Souza - UFPI Francisco de Assis Nascimento - orientador A linguagem do pessimismo se confunde com a história da escrita. No século XX essa linguagem encontrou um formato que é a sua potência, as distopias. Em um misto de ficção científica e ensaio político, as distopias são a expressão desesperada de um mundo angustiado, exagerando pessimismos em um grito de alerta. Neste trabalho investigaremos os diálogos que atravessam várias obras distópicas, de temporalidades distintas, em busca de uma problemática comum ao longo do século XX, como as 99 distopias literárias se comunicam com a história. Como método usaremos leituras baseadas em Carlo Ginzburg, Paul Ricoeur, Arthur Herman, Jean Starobinski, Walter Benjamin e Michel de Certeau para operarmos dentro do campo da História e Literatura uma história do pessimismo, investigando os sinais presentes nas obras Admirável Mundo Novo (1932) de Aldous Huxley, 1984 (1948) de George Orwel, Não verás país nenhum (1982) de Ignácio de Loyola Brandão e No país das Ultimas coisas(1987) de Paul Auster, procurando o uma espécie de fio que nos guie através dos pessimismos presentes em livros que percorrem o século XX como um atestado de seus sentimentos. Palavras chave: História. Literatura. Pessimismo. IDENTIDADE, REFLEXIVIDADE E SEGURANÇA: UMA ANÁLISE DA CONSTITUIÇÃO DA AUTOIDENTIDADE DA PERSONAGEM BILLY SÁNCHEZ NO CONTO O RASTRO DO TEU SANGUE NA NEVE Luiza Carvalho de Oliveira - UFMA Marcia Manir Miguel Feitosa - UFMA O presente artigo aborda o processo de formação da identidade na contemporaneidade, considerando os fatores psicológicos e sociais que o influenciam, a partir da análise da constituição da autoidentidade da personagem Billy Sánchez no conto O rastro do teu sangue na neve, de Gabriel García Márquez. A partir das concepções provenientes dos Estudos Culturais (Hall, 2003; Giddens, 2002), utiliza o conto de García Márquez e a própria experiência do escritor como exilado na Europa como plano de fundo para a análise das relações interculturais que se estabelecem naquele continente entre seus compatriotas e os latino-americanos. Assim, sem a pretensão de fazer uma análise literária, mas trazer à tona uma forma particular do escritor de descrever a sua história e a sua gente, faz uma interpretação do Realismo Fantástico de García Márquez como sendo uma expressão da identidade latino-americana. Com base nos conceitos de relação pura, identidade, autoidentidade e reflexividade do eu de Antony Giddens, que aborda a constituição das identidades na pós-modernidade, e a partir da análise da trajetória de vida das personagens Billy Sánchez e Nena Daconte, descreve como os sentimentos de abandono, solidão e morte servem de estímulo para a reconstrução do percurso biográfico e a consequente reafirmação do sentido de identidade da personagem Billy Sánchez. Palavras chave: Identidade. Reflexividade. Segurança Ontológica. Literatura. UMA FORMA AMBIVALENTE? O ROMANCE DE NÃO-FICÇÃO EM NORMAN MAILER Manfred Rommel Pontes Viana Mourão - UFPI Saulo Cunha de Serpa Brandão - UFPI 100 Este trabalho visa problematizar o gênero literário (ou paraliteráio) “romance de nãoficção” tendo como foco de análise o livro The armies of the night (1968), do escritor norte-americano Norman Mailer. Boa parte das leituras deste gênero, nascido nos EUA dos anos 60 e com larga proeminência no mercado editorial desde então, ressalta a relação que a literatura tem com o jornalismo, gerando paradoxos para defini-lo. Portanto, a nossa proposta é apresentar traços sócio-históricos da época de composição deste livro, como as ressaltadas pelo Novo Jornalismo de Tom Wolfe e do Jornalismo Literário de Norman Sims e Mark Kramer ou dos paradigmas da pós-modernidade (JAMESON, 1984 e PERLOFF, 1989), com vistas a rever conceitos que abalizam a noção de gênero na contemporaneidade, pela reciprocidade que ressaltamos haver entre o texto e o contexto em que os discursos estão inseridos. Usaremos como base para nosso trabalho autores como Rildo Cosson (2002), Suzanne Bragatto (2007), Cynthia Belgini Andretta (2013), Tom Wolfe (1995) entre outros. Enfim, admitimos haver uma relação explicitamente política na composição deste gênero, haja vista a atmosfera da contracultura, dos movimentos libertários e da oposição do povo americano à guerra do Vietnã. Com isso, procuraremos mostrar a ligação destes fatores na composição do livro de Mailer, atentando para o debate da relação ideológico-cultural aviltada pelo gênero. Palavras chave: Gêneros do discurso. Norman Mailer. Romance de não-ficção. OS INTERTEXTOS EM A CARTOMANTE DE IVAN LINS E VITOR MARTINS Márcia A.G. Molina - UFMA Temos como objetivo, neste trabalho, avaliar a letra de música “Cartomante” de Ivan Lins e Vitor Martins, gravada no final do período de ditadura militar, para verificar como teceram seu discurso, naquela instância tão peculiar no contexto histórico brasileiro. Verificaremos os intertextos constantes na letra da canção, ou seja, as relações “invisíveis” por meio das quais seus autores contaram-nos aquela história, “sem dizer”, expressando esteticamente seu real posicionamento frente àquela situação. Avaliaremos também como se manifesta o ethos e como se dá a construção da cenografia, entendendo com Chartier (2002, p.2) que a obra, o artista, o filósofo só existem dentro de uma rede de relações visíveis ou invisíveis que definem a posição de cada um em relação à posição dos outros, ou seja, ou posição social, em relação a uma posição estética. Embasamos nossas análises nos pressupostos tanto da Linguística Textual e da Análise do Discurso de Linha Francesa (AD), quanto da Histórica Cultural, lembrando Bourdieu (in CHARTIER, opus cit, p.2) os campos têm suas próprias regras, princípios e hierarquias. São definidos a partir dos conflitos e das tensões no que diz respeito à sua própria delimitação e constituídos por redes de relações ou de oposições entre os atores sociais que são seus membros. Assim, na sequência, faremos uma breve incursão àquele momento histórico. Ao final das análises pudemos constatar que os autores utilizaram a metáfora dos naipes do baralho para dizer o que queriam, sem serem flagrados pela censura. Observamos também que, para que assim fizessem, construíram um cenário adequado para que isso pudesse ocorrer. 101 Palavras chave: Cartomante. Naipes do Baralho. Intertextos. Ditadura Mulitar A NARRATIVA DE FICÇÃO CIENTÍFICA A PARTIR DO CINEMA EXPRESSIONISTA ALEMÃO Marcos Antonio Maia Vilela - UNEB Analisar a narrativa de ficção científica na contemporaneidade consiste primordialmente na verificação das imagens produzidas na tela do cinema. Em uma publicação introdutória sobre o gênero na literatura, Braúlio Tavares (1986) discorria sobre o paradoxo existente entre a facilidade de reconhecimento de uma história de ficção científica e sua conceituação enquanto gênero. Admitindo a possibilidade de que as diversas linguagens, em suas mais variadas expressões textuais, podem engendrar uma complexa rede de referências a partir de diálogos estudados no campo da intertextualidade, o presente trabalho estará voltado para a análise de três produções do cinema do expressionismo alemão, a saber: Das Kabinett des Doktor Caligari (1920), de Robert Wiene; Der Golem, wie er in die Welt kam (1920), filme de Paul Wegener e Das Testament des Dr. Mabuse (1933), de Fritz Lang. A despeito da ausência de claras indicações que as obras derivavam de produções literárias, pode-se identificar nos filmes citados certa aproximação com temas de interesse da ficção científica daquela época, a exemplo do descortinamento do desconhecido e do mistério através da investigação, a criação de autômatos e outras ferramentas com finalidades de substituir a figura humana, dentre outros. Sabe-se a partir de Nazário (2002) que a República de Weimar foi um grande laboratório de experiências estéticas no cinema, destacando-se a presença de artistas plásticos na concepção dos cenários, maquiagem e iluminação que realçavam as cenas, atribuindo um tom ainda mais dramático aos personagens. Considerando as referências teóricas no contexto dos estudos interartes, propõe-se analisar as formas narrativas presentes nos filmes e sua relação transdisciplinar a partir de uma rede de referências textuais presente nas mais diversas produções literárias do período em foco. Desta maneira, a narrativa de ficção científica se apresentará ainda mais ampla, absorvendo temas que foram recriados conforme pode-se verificar nas produções cinematográficas em destaque. Palavras chave: Ficção Científica. Narrativas. Literatura e Cinema. Expressionismo Alemão. RETÓRICA ROMANESCA E CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA: A MATÉRIA CAVALEIRESCA NA IDADE MÉDIA Marcus Baccega - UFMA 102 Esta comunicação pretende rediscutir, a partir de um enfoque que resgata o Rhetoric Turn dos anos 1990 no campo das Ciências Humanas, a gesta das narrativas cavaleirescas medievais. Os grandes ciclos de cavalaria são, por excelência, o lugar da memória em que se percebem a confluência, oposição e compromisso entre os discursos retóricodisciplinares vinculados ao Papado e à nobreza feudal de espada. Com efeito, tanto o projeto de configuração de uma Militia Christi como a “reação folclórica” (Jacques Le Goff) da aristocracia laica, vale dizer, o antagonismo entre a Reforma Pontifical e sua pretendida plenitudo potestatis e, de outro lado, a tentativa de afirmação do Império, das realezas locais e dos cavaleiros laicos, encontram sua representação estilizada nas narrativas romanescas e novelescas a respeito dos feitos de armas e bravura. O intuito desta apresentação será propor a (re)leitura, a partir da ideia de gênero retórico e formação discursiva (Michel Foucault), da produção escrita em vernáculo da Alta Idade Média e do período centro-medieval. Pretende-se suscitar a conclusão de que tais escritos, longe da ficção, constituem narrativas identitárias consideradas verídicas pelos atores sociais em questão. Palavras chave: Cavalaria. Cultura escrita. Retórica. Literatura medieval. O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA DE GUY DE MAUPASSANT Marcus Vinícius Souza e Souza O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento fantástico se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a realidade. Em meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se desenvolveu ao longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os séculos XVIII e XI, os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi o período em que os filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar os fenômenos ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos aspectos do conto enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a forma oral a escrita, apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no conto em apreciação. ‘‘O Horla’’ de Guy de Maupassant foi publicado na frança em 1887, nele é narrada a história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de um estranho ser, motivo pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa, mediante às figuras médicas que representam à razão, em oposição a figura do protagonista. Por fim as figuras médicas corrompem-se por antes terem certeza de que o ser descrito trata-se de loucura e posteriormente duvidam das próprias leis do inadmissível, assim gerando ambigüidades pela possibilidade de aceitar ou não os fatos narrados. 103 Palavras chave: Conto. Fantástico. Maupassant. INFLUÊNCIA DO ESPAÇO PSICOLÓGICO NA CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA NA OBRA ANGÚSTIA, DE GRACILIANO RAMOS Maria de Fátima de Paiva Abreu - UESPI Silva Maria Pantoja dos Santos – orientadora - UESPI A compreensão sobre memória envolve a aquisição e conservação de informações e vivências acumuladas ao longo da vida. No presente trabalho temos como objetivo demonstrar a influência do espaço psicológico nas ações do personagem central da obra Angústia de Graciliano Ramos. O espaço exerce influência na construção da memória do personagem Luis da Silva, que é atormentado por suas lembranças e age em função delas, influenciando de maneira positiva e/ou às vezes negativa suas relações sociais. O espaço pode representar diversas possibilidades que podemos reconhecer na narrativa. Como demonstra Lins (1976, p. 76.) “é o espaço que nos situa acerca das relações sociais, econômicas, psicológicas” podendo até mesmo definir a classe social dos personagens. A metodologia utilizada será a pesquisa bibliográfica, de cunho qualificativo, tendo como base teórica (Lins, 1976), (Borges, 2009), (Le Goff, 2003), (Pollak, 1992), (Bosi, 1994), dentre outros. Diante disso, podemos constatar que o espaço é um dos principais elementos da narrativa ficcional, e na obra em questão isso é evidenciado quando o personagem se encontra atormentado com suas lembranças tais como as de sua infância, que são recorrentes a fatos presenciados pelo personagem, de modo que tudo é levado ao conhecimento do leitor via espaço psicológico. Palavras chave: Literatura. Espaço. Memória. Representação. “BONECA”: UMA DESCONSTRUÇÃO DO “RACISMO À BRASILEIRA” Maria do Desterro da Silva Oliveira - NEPA/UESPI Elio Ferreira - NEPA/UESPI A trajetória de Cuti (Luiz Silva) está diretamente relacionada ao sentimento de negritude, embasado na reivindicação pelo direito à cidadania enquanto negro e brasileiro, na solidariedade e irmandade entre os negros de todos os lugares, nações e continentes, que moveu a criação do Movimento Negro Unificado – MNU (1978), dos Cadernos Negros e do Quilombhoje, em São Paulo, e de movimentos sociais e culturais negros de outros lugares do Brasil. Dentre os diversos contos antológicos de notáveis recepções de autoria de Cuti, despertando interesse e destaque junto ao leitor comum e à crítica literária, chamamos atenção para os contos “Boneca” e “O batizado”, incluídos no livro Negros em contos. Neste trabalho, faremos a análise do conto “Boneca”, cuja narrativa trata de episódios que há muito nos deixa intrigado, quanto à ausência ou quase 104 total ausência de bonecas negras nas casas ou lojas de brinquedos infantis do Brasil. Esta situação é, no mínimo, constrangedora, quando tentamos presentear uma criança com uma boneca preta. No conto “Boneca”, Cuti dá o troco em forma de riso vexatório e carnavalizado, assim como já o fizera Luiz Gama no poema “Bodarrada”. Ao expor o preconceito racial da sociedade brasileira, o poeta dos Cadernos Negros trata essa relação de forma irônica, criando um mal-estar ao expor o ridículo do “racismo à brasileira”, dissimulado pelos balconistas e proprietários de uma loja de brinquedos a que se dirige para adquirir uma boneca preta. Isso depois do jovem pai/protagonista, de trinta e três anos, peregrinar pelos centros comerciais e lojas da cidade para realizar o desejo inabalável de comprar uma boneca preta de presente de Natal para a filha, sem obter o esperado sucesso. Palavras chave: Literatura negro-brasileira. Literatura Afrodescendente. Cuti. Boneca. Identidade de dentro. NOÇÕES DE CRÍTICA LITERÁRIA FEMINISTA E SUA APLICAÇÃO À QUATRO OBRAS DA LITERATURA AMERICANA, CHICANA, PERNAMBUCANA E PIAUIENSE Maria do Perpétuo Socorro Rêgo e Reis Cosme - UFPI O trabalho tem por objetivo apresentar noções de Crítica Literária Feminista abordando alguns teóricos e pensadores que examinavam a situação da mulher através dos tempos. A ´parte teórica inclui os seguintes autores: A Inglesa Mary Wolstencraft (século XVIII) e a sua “Reivindicação dos Direitos da Mulher”; Karl Marx (século XIX) e o conceito da mulher “camarada”; o Feminismo existencialista de Simone de Beauvoir (século XX); O Patriarcado de Freud; o simbolismo de Lacan; a Semiótica Maternal em Kristeva e por último Derrida e sua proposta de uma “écriture feminine”. Na parte prática essas teorias foram aplicadas às seguintes obras literárias:” O Grande Gatsby” (do Americano F. Scott Fitzgerald); “La Frontera/Borderlands” (da “Chicana” Glória Anzaldua); “O Auto da Compadecida” (do Pernambucano Ariano Suassuna); e “O Manicaca” (do Piauiense Abdias Neves). Essa aplicação mostra que mesmo os autores sendo na maioria do Gênero Masculino (só Glória Anzaldua é do Gênero Feminino) abordam a mulher de uma maneira machista e ou Liberada, Feminista. Sendo assim percebemos que o Feminismo pode ser visto de maneira velada ou exposta conforme a “écriture masculine” ou “feminine”. Palavras chave: Crítica literária feminista. Machismo. Feminino, “écriture feminine”. “ELES ERAM MUITOS CAVALOS”: UMA EXPERIÊNCIA DO FORA Maria Lucia Souza Maciel - PUC-SP 105 Maria José Gordo Palo – orientadora - PUC-SP Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário, predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros textuais. Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento tal como é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência já notada, por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das almas do mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço para uma experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero configura-se mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à essa nova linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as linguagens artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance publicado em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos no reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora, se já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma escrita que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia blanchotiana desse fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à verdade, ao real, buscamos compreender em que medida e sob quais condições extratextuais o “romance” de Ruffato consagra-se como experiência do fora. Destacamos sobretudo alguns aspectos: a ausência de tempo e espaço específicos; no lugar de um, vários narradores se misturam e confundem o leitor; o enredo é dissipado como um recurso a ampliar a margem de abertura para situações outras; a escrita que se assimila a um aglomerado de linguagens (receitas, anúncios de jornais, sonoridades da rua, página negra) justapostas, situadas sobre um plano, assim como se fazia na pintura cubista. Na obra, no entanto, a tela é a cidade de São Paulo, que funciona como uma colagem. Palavras chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem. O DISCURSO VISUAL DA OBRA “VIA SACRA DA IDENTIDADE” DA ARTISTA PLÁSTICA MARANHENSE ANA BORGES E SEUS DESDOBRAMENTOS COM A QUESTÃO DA MEMÓRIA NA CONTEMPORANEIDADE Marília Martha França Sousa - Faculdade Laboro Quando se fala em discurso o pensamento rapidamente é levado a associá-lo a linguagem verbal ou escrita. No entanto, a linguagem artística tem como matéria-prima a imagem, sendo está um componente central da comunicação, ou seja, a imagem produzida por meio da obra de arte é uma forma de discurso em que o artista dialoga com o público através do seu trabalho. Para a autora Ana Mae Barbosa, a arte é uma 106 linguagem aguçadora dos sentidos, transmite significados que não podem ser transmitidos por intermédio de nenhum outro tipo de linguagem, tais como a verbal e a científica. É nesse sentido que a obra “Via Sacra da Identidade” da artista plástica maranhense Ana Borges é analisada. Trata-se de uma obra múltipla de tendência artística neo-expressionista. (O neo-expressionismo é uma tendência da arte contemporânea onde o artista utiliza diversos materiais não convencionais como louças, palha, madeira, aço, objetos pessoais. Traz como abordagem expressiva a emoção, sexualidade, psicologia, memória, identidade). Em “Via Sacra da Identidade” a artista retorna ao tempo através da memória para elaborar a estrutura visual da obra, utilizando objetos do seu universo pessoal. A temática abordada se reporta ao resgate da memória pessoal e coletiva. Tal questão é discutida a partir da necessidade em se conservar o passado como meio de construção da identidade, uma vez que, atualmente o que se prega é a instantaneidade dos acontecimentos do presente, a ausência do passado como referência construtiva na formação humana e o louvor ao futuro. A memória portanto surge como elemento a ser repensado e conservado, pois revela experiências, é o suporte para tomadas de decisões como comenta Ilya Prigogine, ao dizer que “as decisões humanas dependem das lembranças do passado”. Nessa perspectiva a imagem torna-se um veículo de discurso visual dinâmico entre o artista e o público. Palavras chave: Discurso. Imagem. Via Sacra da Identidade. Memória. ONDE FICA A CASA DO MEU AMIGO: UM OLHAR SOBRE A METÁFORA DA INFÂNCIA NO FILME DE ABBAS KIAROSTAMI Marília Milhomem Moscoso Maia - UFMA A infância e o ser criança sempre será uma grande incógnita para nós adultos, pois não temos a mesma capacidade que a criança tem de “olhar” o mundo sem pré-julgar, analisar ou elaborar hipóteses que nos impedem de ver a simplicidade dos objetos, o que seria para o poeta Caeiro: “saber ver sem estar a pensar”. Ver tudo como se fosse à primeira vez, tal qual uma criança que conhece o mundo por intermédio das sensações. É por essa simplicidade de ver as coisas e a liberdade que a criança tem de experimentar novas experiências, sua qualidade emocional ou perceptiva, que o diretor iraniano Abbas Kiarostami usa protagonistas infantis como metáfora para descortinar ideologias e posicionamentos políticos em seu país. O objetivo desta comunicação é analisar o filme (ou longa-metragem) “Onde fica a casa do meu amigo” de Abbas Kiarostami explicitando as ações do personagem Ahmed para compreender o uso das estruturas internas subjetivas proposta pelo cineasta iraniano que conta uma história coletiva de censuras e privações em seu país. Ademais Kiarostami nos conduz a uma sociedade adultocêntrica, que não vê e não ouve a criança. Para fomentar esta análise fazemos uso da teoria de representação de Chartier (s.d) juntamente com as contribuições de Bourdieu (1998), entre outros teóricos. Palavras chave: Infância. Criança. Metáfora. Cinema iraniano 107 NAS LINHAS DA NARRATIVA: O PENSAMENTO HISTÓRICO NA LITERATURA Marlzonni Marrelli Matos Mauricio - UFT A relação entre a Literatura e a História, apesar de turbulenta, é deveras promissora. A literatura é concebida como arte por parte de alguns dos críticos e teóricos literários (podemos falar também por parte de alguns filósofos, em especial, dos pósestruturalistas), mas, não obstante, é concebida como testemunho histórico por parte alguns dos historiadores. A priori essa questão parece-nos de pouco importância, uma vez que essa problemática surge da divergência teórica e axiológica de campos intelectuais distintos. Todavia, independentemente da escola literária do escritor, a Literatura tem por intenção a apreciação do mundo externo, mesmo que pelos domínios da ficção (as estruturas narrativas não conduzidas pelo rigor científico, ou seja, as estruturas narrativas pautadas em perspectivas relativistas, despojadas de qualquer compromisso para com os fatos históricos). Isso é um fator importantíssimo para o profissional da História, pois a narrativa literária, mesmo inserida no campo artístico, tem por finalidade produzir uma representação de uma dada realidade e/ou coisa. Assim, devemos atentar-nos à elaboração e, por conseguinte, a apreensão das mesmas, tendo em mente que a produção, a locução e, por fim, a análise são inerentes à narrativa e são igualmente inseparáveis – pois é a esfera vetor truste do autor para com o seu leitor, encadeada de um discurso/linguagem (onusto de símbolos) e formadora de imagens e representações. Portanto, a Literatura não é mero reflexo da realidade, ela é parte (cardinal) desta. Por fim, a proposta desse trabalho concerne pluralidade da narrativa literária em relação com as outras áreas do conhecimento (interdisciplinaridade). Logo, problematizar as tensões teóricas, ao contrário do que muitos pensam, não empobrecem, ou sequer, minimizam importância da Literatura e do literato em seu ofício. Pois a Literatura e História não se sobrepõem, mas se completam. Palavras chave: Literatura. História. Narrativa. Representação. AS MARISQUEIRAS DE RAPOSA: UM ESTUDO SEMÂNTICO-LEXICAL Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA Conceição de Maria de Araújo Ramos – orientadora - UFMA A língua possui uma função social, pois transmite mais do que simples informações, possibilita a interação e a perpetuação de uma cultura ao longo da história. A sociolinguística, ciência que estuda a língua em uso no seio das comunidades de fala, correlacionando aspectos linguísticos e sociais, possibilita estudos acerca do léxico, nos quais se põe em evidência coordenadas linguísticas e sociais. Nesse sentido, ao estudarse o léxico−nível da língua que melhor e mais imediatamente reflete valores, 108 sentimentos, ideias, visão de mundo de um grupo social−contribui-se para a preservação do patrimônio linguístico-cultural da sociedade. Na perspectiva da sociolinguística, analisa-se como a língua se relaciona com a atividade econômica de uma comunidade específica, por meio do estudo do léxico das marisqueiras do município de Raposa, no Maranhão. Estas profissionais constituem uma classe trabalhista formada por mulheres de pescadores e há pouco tempo passaram a ser reconhecidas como marisqueiras para fins legais. Estudar o falar dessas profissionais a fim de compreender o ambiente social e físico no qual estão inseridas, identificando qual a relação entre sua atividade e seu léxico e qual a importância dessa atividade para comunidade compõe o objetivo da pesquisa. Como resultado deste estudo, produziu-se um glossário com termos do universo laboral da atividade marisqueira que engloba as seguintes áreas temáticas: produtos, instrumentos de trabalho, técnicas artesanais de mariscagem e pessoas envolvidas com a atividade. Palavras chave: Sociolinguística. Léxico. Glossário POLÍTICAS LINGUÍSTICAS BRASILEIRAS E O USO DO INGLÊS NO BRASIL: UMA QUESTÃO AINDA NÃO RESPONDIDA Otávio Augusto Soares Barros - UFPI Ana Cláudia de Oliveira Silva - orientadora – UFPI Este trabalho é o começo de uma pesquisa de conclusão de curso e traz como ideia o importante papel que a língua possui quando se trata da identidade cultural de uma determinada sociedade. Assim relacionando esse fato ao reconhecimento que o estudo da língua inglesa vem recebendo ultimamente, acha-se necessário estudar a relação entre a política linguística brasileira e o uso da língua inglesa nessa sociedade nas últimas décadas, chegando assim à pergunta problema: Quais as políticas linguísticas brasileiras organizadas no país nas últimas décadas (caso existam) que agem sobre a questão do uso da língua inglesa pela sociedade brasileira? Para responder foco no que muitos pesquisadores discutem no Brasil sobre a falta de uma política linguística atuante que relacione o ensino e uso de língua estrangeira, principalmente o inglês, com a língua portuguesa (Rajagopalan, 2004; Bohn, 2003). Faço um paralelo com a questão do ensino de língua inglesa no país, tendo como base Souza (2011) e Silva (2012) que afirmam que esse processo é insusceptível pelo fato de não haver uma política de ensino no país que trate o ensino de língua como um objetivo que tem que ser alcançado também por parte da escola. Bohn (2003) também trata desse assunto, mostrando para nós que a questão do ensino de uma língua estrangeira, nunca foi muito levada a sério no Brasil. O mesmo argumenta sobre o papel que o governo brasileiro desempenha enquanto fomentador de tais políticas de ensino e como os mesmos as integram na sociedade. Então é através desses pesquisadores que tentarei chegar à conclusão de que a falta de uma política linguística ou a ineficácia de uma existente possui um papel importante para o uso da língua inglesa no nosso país, se configurando como fator intrínseco a 109 sociedade. Palavras chave: Políticas linguísticas. Ensino de língua estrangeira. Sociolinguística. A METÁFORA DO SUICÍDIO NO CONTO FANTÁSTICO VOLUNTARY COMMITTAL DE JOE HILL - UMA ANÁLISE PÓS COLONIAL Pedro da Silva Pontes Neto - UFPI Para Émile Durkheim, sociólogo francês, o suicídio é um ato executado de forma consciente pela vítima, e que tem como resultado a morte. Assim, mesmo com o passar do tempo, tal tema nunca deixou de ser, por falta de um vocábulo que melhor o caracterize, tabu, e continua causando desconforto até os dias de hoje. No presente artigo buscar-se-á analisar o conto fantástico de Joe Hill, intitulado “Voluntary Committal”, o qual faz parte da coletânea do mesmo autor chamada “20th Century Ghosts” de 2008, procurando perceber a forma pela qual o suicídio se manifesta no conto acima citado onde a temática é abordada de uma maneira tão sutil que somente após um minucioso exame é possível inferir que o labirinto constituído de caixas de papelão pelo qual se entra e nunca mais se sai é uma bela metáfora para aqueles que escolhem o caminho sem volta do autocídio. O conto se utiliza de elementos fantásticos que beiram o gótico, o que confere uma característica sombria a pequena estória. O diminuto número de personagens permite que o autor os explore de forma complexa. Assim teremos Nolan Lerner o narrador do conto, Morris, irmão mais novo do narrador da estória e aquele que constrói os labirintos de papelão e por fim, Ed Prior melhor amigo do narrador. As obras pós coloniais, como a que irá ser trabalhada, procuram abordar das mais variadas maneiras os anseios e as angustias recorrentes nos sujeitos pós coloniais. Aqui, para que se possa entender a metáfora do suicídio, serão aplicados os conceitos explanados por Homi Bhabha em seu livro “O local da Cultura” e nas “Reflexões sobre o exilio” de Edward Said. Palavras chave: Suicídio. Metáfora. Voluntary committal. Pós colonial. DISCURSO E TERRITORIALIDADE NA INTERNET: COMO O SUJEITO REPRESENTA SUA IDENTIDADE TERRITORIAL NAS PLATAFORMAS ONLINE DE INTERAÇÃO SOCIAL Polyana Amorim Chagas - UFMA A internet instaurou um novo modelo de comunicação, a comunicação mediada por computador (Primo, 2006), que já está consolidada entre aqueles que têm acesso contínuo (seja em casa, no trabalho ou por dispositivos móveis) à esse novo meio. Com ela, vieram novos processos de consumo e produção de informação e o conceito de 110 desterritorialização (Levy, 1999), pautado principalmente no fato da internet ser um meio sem fronteiras físicas, onde o acesso a conteúdos é ilimitado e irrestrito. Busca-se aqui, no entanto, como objetivo geral, perceber a manifestação da territorialidade no contexto na internet a partir do discurso e da identidade, tendo em vista que nesse novo modelo comunicacional, o sujeito não consome apenas a informação (aspecto do modelo de comunicação de massa). O processo de consumo na web perpassa pelos pilares de interação e colaboração – a chamada web 2.0 – e transforma o sujeito em produtor e distribuidor de informações, além de consumidor. E, já que o sujeito também produz informações, analisaremos perfis que utilizam plataformas de interação social online no seu dia a dia. Como base teórica, para cumprir as metas deste trabalho, utilizaremos a análise do discurso (Orlandi, 2003), também os conceitos de identidade (Hall, 2006), território (Haesbaert, 2007) e ciberterritorialidade (Amorim, 2012) para entender como e sob quais circunstâncias se manifestam os marcadores discursivos relacionados à territorialidade do sujeito. Palavras chave: Cibercultura. Interação social online. Identidade. Discurso. Territorialidade. LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA DO JOVEM LEITOR Priscila da Conceição Viégas - UESPI A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras “Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na cidade de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo Rubens Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da pesquisa e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola – PNBE/2013. Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos supracitados, pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura literária, buscando incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da rede pública por meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressalta-se, ainda, o ponto primordial desta investigação que é a discussão a respeito das práticas da leitura literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste tipo de leitura. Deste modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014) elabora-se uma proposta didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva (2010), tendo como suporte a elaboração de procedimentos metodológicos para que assim se desenvolva o processo de leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do Ensino Médio. E, por conseguinte, evidencia-se o letramento literário com o argumento de enfatizar o valor da literatura juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na formação do jovem leitor. 111 Palavras chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil. LITERATURA, REPRESENTAÇÃO E DIFERENÇA: A VOZ DO SUBALTERNO EM AUTO DA COMPADECIDA DE ARIANO SUASSUNA Raimunda Maria dos Santos - UFPI Érica Rodrigues Fontes – orientadora - UFPI Este estudo parte da hipótese de que, sob o ponto de vista dos estudos culturais, os personagens da peça Auto da Compadecida de Ariano Vilar Suassuna (1955) representam o sujeito nordestino envolvido num processo de desestabilização de uma cultura imposta pelo colonialismo. A peça servirá neste trabalho para suscitar discussões sobre literatura e representação do sujeito subalterno. O texto teatral compõe-se de ações que simulam a inversão de valores num contexto em que o poder prevalece. João Grilo, por ser pobre, se acha humilhado e, na condição de sujeito subordinado apresentase ousado, sobretudo, diferente. E, considerando que o contexto é de uma sociedade de cultura imposta e em processo de modernização, a análise terá foco nos personagens e em seus pensamentos e ações. Para tanto, busca-se um embasamento teórico de autores que tratam da questão da formação identitária e da submissão do sujeito em uma sociedade constituída sob parâmetros coloniais. Este trabalho pretende então analisar, a partir de um estudo sobre identidade cultural em tempos modernos, o personagem João Grilo da peça tragicômica suassuniana, em relação à inversão de valores, tentando responder a pergunta: Até que ponto os personagens da peça Auto da Compadecida representam a tensão existente numa sociedade em decorrência de uma identidade construída a partir da concepção de diferença? Palavras chave: Literatura. Identidade cultural. Sujeito diferente. Subordinação. REPRESENTAÇÃO FEMININA EM TERRAS PROIBIDAS DE LUÍZA LOBO Raimunda Maria Chaves Correia - UESPI José Wanderson Lima Torres - UESPI Pretende-se investigar as representações femininas na obra Terras Proibidas, de Luíza Lobo, verificando a posição ocupada pelas mulheres na sociedade oitocentista, tanto aquelas que se conformam e/ou supostamente aceitam a dominação do patriarcado, como Maria, Ambrósia, Maria Paula e Ana e aquela que se opõe a esse modelo social – Eliza, que é considerada irregular por recusar a dominação dos homens e enveredar por caminhos e ações que as demais mulheres não ousariam trilhar. Por meio da caracterização das primeiras é que se pode perceber a força da sociedade patriarcal na 112 determinação e criação de estereótipos da imagem de mulher, mas há também aquela que não aceita a dominação patriarcal. A obra traz, dentre outras abordagens, as relações sociais entre homem e mulher, com uma narrativa bem orquestrada que nos permite uma reflexão sobre as imposições sociais a que a mulher se encontra exposta, às amarras formais, que na maioria das vezes a impede de esboçar atitudes que ameace a harmonia social. A ficção será examinada conforme as teorias de Michelle Perrot (2012), Saffioti (2004), Elódia Xavier (2001), Cristina Ferreira Pinto (1990), Judith Buttler (1987) e Foucault (1988), que direcionam suas proposições para as relações de poder no discurso, gênero e os processos de construção da identidade feminina. Palavras chave: Representação feminina. Estereótipos. Terras proibidas MEMÓRIA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES EM MINHA COR, DE RAQUEL ALMEIDA Raimundo Silvino do Carmo Filho - UESPI Elio Ferreira de Sousa - UESPI A literatura afro-brasileira, entendida como aquela cujo autor assume sua condição de negro, seu passado histórico, ou sua condição de colonizado, tem sido um espaço no qual autores e autoras transmitem suas visões acerca das relações sociais e suas condições culturais a partir do lugar político no qual os mesmos estão inseridos. Isso resulta de uma tomada de consciência histórica e política cujos antecedentes nos remetem a vozes como: Domingos Caldas Barbosa, no século XVIII, Antônio Gonçalves Dias, Luís Gonzaga Pinto da Gama, ambos no século XIX, dentre outros. Essa literatura tem gerado uma reflexão e um entendimento de que o negro africano e seus descendentes em estado de diáspora têm histórias e sentimentos, contrapondo-se assim ao discurso que negava tais características. Nesse contexto, este trabalho examina as relações entre memória e identidade no conto: Minha cor, de Raquel Almeida, integrante dos Cadernos Negros. Assim, propomo-nos a refletir sobre as implicações da memória na construção de identidades afrodescendentes dentro do contexto atual do negro no século XXI, como a afrodescendência se relaciona com a(s) identidade (s) contemporânea(s) cuja característica é a “fragmentação do sujeito moderno” (HALL, 2011). Nesse sentido, este trabalho é simpático ao entendimento de que a (re)construção de identidade(s) negra(s) faz parte de um processo longo, que tem suas origens com o sistema de colonização europeia e a invasão às terras africanas. Por isso, os afrodescendentes e afro-brasileiros vêm (re)construindo suas histórias, seus mitos, suas lendas procurando, com isso, (re)configurar suas identidades. Palavras chave: Memória. Identidades. Afrodescendência. Cadernos negros. “A MENTE, ESSA NINGUÉM PODE ESCRAVIZAR”: MARIA FIRMINA DOS 113 REIS E OS PERSONAGENS CATIVOS EM ÚRSULA (1859) Régia Agostinho da Silva – UFMA Os personagens cativos no romance Úrsula de Maria Firmina dos Reis (1825-1917) escritora mulata maranhense, são o alvo dessa pesquisa, pensando como Maria Firmina construiu imagens da e contra a escravidão no Brasil oitocentista através de sua pena e de seus personagens: Preta Suzana, o escravo Túlio, o velho Antero entre outros, construindo assim uma fala dissonante sobre as representações dos cativos no período, colocando-os como seres pensantes e capazes de questionar o próprio cativeiro, pois a “mente, ninguém pode escravizar”. Desta forma procura-se através da interpretação da fonte literária perceber como se construiu no Maranhão uma literatura afrodescendente, uma escrita negra num mundo branco, marcado por uma leitura de mundo, para e construído por brancos, Maria Firmina dos Reis situa-se dessa maneira como uma das primeiras escritoras mulatas do país a lançar um romance em 1859 e isto nos leva a crer que por ser mulata, a também professora de primeiras letras, Maria Firmina dos Reis, construiu uma nova forma de olhar e pensar a escravidão, estabelecendo talvez uma escrita solidária com aqueles que partilhavam de sua cor de pele, embora não partilhassem de sua condição de mulata livre. Ao perceber isto insistimos na condição da construção de uma literatura afrodescendente marcada pelo olhar de escritores negros e ou mulatos. Palavras chave: Escravidão. Maranhão. Representação ROMPENDO BARREIRAS, SAINDO DA MARGEM: O DISCURSO PATRIARCAL EM HÁ VINTE ANOS, LUZ, DE ELSA OSÓRIO Regilane Barbosa Maceno - UESPI Élio Ferreira - orientador - UESPI No discurso patriarcal, a mulher é colocada na posição de alteridade. Desse modo, é considerada parte da natureza e, como tal, deve ser possuída e domesticada. Ela margeia as relações e está sempre silenciada pela “lei do pai”. Mas, com os ideais feministas, esse cenário vem sendo transformado significativamente, as mulheres estão adquirindo, pouco a pouco, seu reconhecimento enquanto sujeito social atuante. Há vinte anos, Luz é um romance memorialista, pois está carregado de memória do período nefasto da ditadura argentina. A obra está prenhe de inquietações política, de denúncia social do passado que reclama reconhecimento, reparação. O rapto de bebês aparece na obra como emblema do horror absoluto da história nacional, guardada na memória nacional, embora no subterrâneo do passado, e a busca incomensurável pela verdade transforma o romance numa metáfora do próprio país, e também num mecanismo de denúncia e ruptura de silêncios. Nesse sentido, o estudo busca analisar a representação da mulher e as relações de poder na obra da argentina Elsa Osório, Há vinte anos, Luz, bem como o 114 papel da memória na construção da identidade das mulheres ficcionalizadas e a relação entre a ficção e a história na tessitura da obra. Para tanto, o trabalho será estruturado com os aportes teóricos de Perrot, Burdieu, Butler, Saffioti, Zolin, Hall, Freitas entre outros que se fizerem necessário. Palavras chave: Elsa Osório. Patriarcalismo. Feminismo. Há vinte anos, Luz. BATALHÃO SUEZ: HISTÓRIA E MEMÓRIA DOS SOLDADOS PIAUIENSES NA PRIMEIRA MISSÃO DE PAZ DA ONU (1957-1967) Manoel Ricardo Arraes Filho - UFPI Esta apresentação objetiva analisar a participação de militares brasileiros especialmente piauienses na primeira Missão de Paz da ONU. Conhecida como Força de Emergência das Nações Unidas (UNEF I) essa Força militar internacional foi enviada ao Egito entre 1957 e 1967. A análise será feita a partir de dois corpus documentais autônomos e complementares: os depoimentos orais e as imagens fotográficas. Mais recentemente, foi agregada outra fonte de interpretação à serviço da História: o cinema. Para tanto realizamos um documentário contando a participação dos piauienses na Missão. Cremos que, metodologicamente, a incorporação das fontes visuais aos relatos de História Oral e o cruzamento entre eles, são importantes para o estudo das sensibilidades, das representações sociais e do impacto que os mecanismos culturais do Oriente Médio exerceram sobre esses militares, durante sua permanência, naquela operação de paz. Palavras chave: ONU. Missões de Paz. Exército. Faixa de Gaza. Oriente Médio. CAVALEIROS MEDIEVAIS NO SERTÃO NORDESTINO Romildo Biar Monteiro - UFC Elizabeth Dias Martins - UFC O presente trabalho pretende analisar os resíduos mentais da Idade Média em dois romances regionalistas, O Sertanejo (1875), de José de Alencar e O Cabeleira (1876), de Franklin Távora, que são perceptíveis, principalmente, no caráter e na conduta dos personagens Arnaldo e José Gomes, nos quais observamos aproximações com a figura do cavaleiro medieval. O que torna nossa análise relevante é a compreensão da importância do legado medieval para a formação do mosaico cultural nordestino. Para tanto, pautamo-nos na Teoria da Residualidade, proposta teórico-investigativa sistematizada por Roberto Pontes e desenvolvida pelos pesquisadores do Grupo de Pesquisa Estudos de Residualidade Literária e Cultural, do Diretório de Pesquisas do CNPq desde 2001. A teoria em questão busca encontrar a função do imaginário popular 115 no fazer literário, ao revelar substratos mentais que foram ao longo dos tempos incorporados, e que são empregados, pelo autor, na criação do texto literário. Nessa perspectiva, trabalhamos com os conceitos de resíduo, mentalidade, hibridação cultural e cristalização. Enfim, nosso trabalho intenta mostrar, pelo viés da residualidade, os resíduos perceptíveis no imaginário sertanejo pertencentes a uma mentalidade que assemelha-se imenso ao dos cavaleiros medievais, a partir da compreensão do modo como se articulam os heróis de ambas as narrativas. Palavras chave: Residualidade. Mentalidade. O Sertanejo. O Cabeleira. Cavaleiro medieval. ASPECTOS DA RESISTÊNCIA FEMININA EM NIKETCHE: UMA HISTÓRIA DE POLIGAMIA, DE PAULINA CHIZIANE Rosa Áurea Ferreira da Silva - UFPI A obra Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane é reconhecida pela abordagem singular que esta autora moçambicana faz da mulher e como está ganha voz através dos ecos da personagem narradora Rami, a qual após descobrir a traição do marido Tony, que possui, além dela, mais quatro mulheres, resolve reverter a situação a seu favor e a favor das outras mulheres. Chiziane propõe um olhar mais apurado para a questão da mulher colonizada e como esta colonização relegou à mulher um papel de subalternidade na sociedade patriarcal moçambicana. Sabe-se que a língua portuguesa é a língua utilizada pelos autores moçambicanos para escreverem suas obras, por ser a língua oficial de Moçambique e, portanto, possui maior expressão nacional, apesar de não ser a mais falada. Diante do exposto, pretende-se abordar um dos aspectos observados na obra, que é o apoderar-se da linguagem do colonizador para construir um discurso de resistência. Seguindo esta lógica, pretende-se discutir alguns aspectos desta obra da autora moçambicana pós-colonial, em que, na condição de literata, possibilita espaços para que a mulher subalterna tenha voz. Para isto, a autora evoca séculos de tradição herdados do colonialismo e coloca-se contra esta tradição, a qual obliterou a mulher, relegando a está um patamar inferior na hierarquia patriarcal. Com o objetivo de provocar reflexões acerca do assunto tratado, abordaremos os pressupostos teóricos de Spivak (2010) e Bonnici e Zolin (2005). Palavras chave: Chiziane. Colonizado. Subalterno. Resistência. INTER-RELAÇÕES EM LITERATURA E CINEMA: SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI Esse estudo possui o intento de analisar as inter-relações entre literatura e cinema, 116 estabelecendo pontos de interseção e especificidades entre esses dois sistemas estéticos, assim como análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas. Dessa forma, para uma abordagem no âmbito comparativo entre Literatura e Cinema, propõese compreender as peculiaridades e as semelhanças existentes entre esses dois sistemas, por meio de uma reflexão sobre Intertextualidade e dialogismo, pois a teoria da comparação mostra que a literatura é produzida por um constante diálogo de textos que pode ocorrer com empréstimos, trocas e retomadas. Os princípios teóricos propostos estão pautados pela concepção de diálogo referendado por Bakhtin, e intertextualidade ou transtextualidade, apontados por Gerard Genette. Trataremos ainda a relação da literatura e cinema com ênfase na estrutura narrativa, uma vez que é consenso entre diversos teóricos que a aproximação mais evidente entre Cinema e Literatura é a narratividade, entre eles Randal Johnson, Haroldo de Campos, Michel do Espírito Santo, Claude Bremond, entre outros. A comunicação centra-se em apresentar semelhanças e diferenças entre literatura e cinema, longe de esgotar as possibilidades de comparação, o objetivo central é discutir algumas possibilidades interpretativas e conceituais sobre essas duas linguagens representativas distintas. Palavras chave: Literatura. Cinema. Dialogismo. Transtextualidade. A RELAÇÃO ENTRE A LITERATURA E O CINEMA E AS CONTRIBUIÇÕES MÚTUAS DESSES SISTEMAS SEMIÓTICOS EM UMA RELAÇÃO DE DIALOGISMO, HIPERTEXTUALIDADE, TRADUÇÃO E DIFUSÃO CULTURAL Rosa Camila Portela Cavalcante Andrade - UESPI Feliciano José Bezerra Filho - UESPI No mundo globalizado, no qual o cinema é uma forma de comunicação atraente e de grande adesão do público em geral, percebe-se que é importante explorar esse veículo de informação e comunicação como forma didática, para promover o interesse em obras literárias. Tem-se, portanto, como pressuposto, a utilização do cinema como um instrumento a serviço da propagação de obras literárias. Este trabalho busca discutir as relações existentes entre cinema e literatura, a aproximação entre esses dois sistemas estéticos e a análise das contribuições dessas diferentes modalidades artísticas de modo que elas apareçam conjugadas, uma influenciando a outra. Assim como a literatura, o cinema apresenta-se como uma arte de grande adesão nas diversas camadas sociais, merecendo atenção dos estudiosos em literatura comparada, no que se refere à relação entre o literário e o cinematográfico, pois cada vez mais um empresta elementos constitutivos do outro. Dessa forma, este trabalho foi organizado estabelecendo semelhanças, diferenças e peculiaridades de cada área estudada. Palavras chave: Cinema. Literatura. Ensino. REPRESENTAÇÕES DO NEGRO GAY NA LITERATURA AFRO117 BRASILEIRA Rubenil da Silva Oliveira - UESPI Elio Ferreira de Souza – UESPI Esse artigo visa uma análise das representações do sujeito negro e gay apresentadas na literatura afro-brasileira, além de buscar desconstruir as imagens acusatórias da difamação e preconceito com que os homossexuais negros eram e são vistos pela sociedade brasileira e pela crítica literária acadêmica. As mudanças nas leis associadas às conquistas dos direitos civis dos homossexuais e do negro e o espaço encontrado na Crítica dos estudos culturais têm ajudado a diminuir a intensidade da negação da literatura canônica à literatura de temática homoerótica e negra. Porém, quando relacionadas essas duas temáticas ainda se nota que a produção é escassa, tanto no que se refere ao volume de obras em circulação quanto ao número de estudiosos e publicações da crítica literária acadêmica. Para isso, tomou-se como referencial o romance “Bom-crioulo”, de Adolfo Caminha e o conto “A seiva da vida”, do escritor negro Éle Semog, o primeiro é considerada pela crítica literária brasileira como sendo o primeiro romance que trata da temática homoerótica, uma vez que a obra “Um homem gasto”, de Ferreira Leal não conquistou notoriedade e a segunda, um relato da homossexualidade no fim do século XX. O recorte metodológico segue a abordagem qualitativa de pesquisa, centrado na pesquisa do tipo bibliográfica. As imagens representativas dos negros gays na literatura afro-brasileira sempre foram reforçadas por estereótipos negativos que desumanizam a etnia e a orientação sexual, uma vez que sempre foram tratados de modo animalesco pela sociedade, além de marcados como agentes da degeneração social. Portanto, a representação do negro homossexual é um contraponto à ideia do negro como sujeito masculinizado e viril, porém, no que diz respeito à força e até mesmo ao papel do macho, ambas as narrativas apresentam o negro gay como exercendo o papel de sujeito ativo da relação homoerótica. Palavras chave: Homossexualidade. Negro. Estereótipo. Adolfo Caminha. Éle Semog. HISTORIAS E MEMORIAS DA ARTE DE PARTEJAR Sarah Silva Froz - UEMA Tatiana Raquel Reis Silva - UEMA Este trabalho visa mostrar o universo das parteiras tradicionais/leigas da FEPTEMA (Federação das Parteiras Tradicionais do Maranhão) localizada na área Itaqui Bacanga, região periférica de São Luís. As histórias das parteiras revelam as emoções, os medos e as aventuras vivenciadas no dia-dia. De acordo com relatos, o parto demonstra-se tão importante quanto à própria prática de partejar, foi possível observar que a relação travada entre parteira e parturiente é mais complexa do que a relação médico/paciente. 118 Acredita-se que nada é mais importante do que a história contada pelos seus participantes, por isso este trabalho parte das narrativas das próprias parteiras, na tentativa de reproduzir os seus gestos, lagrimas e risos. Assim, através de suas memórias, histórias de vida e de suas vivencias objetiva-se conhecer a atuação dessas mulheres ao realizarem o seu dom profissional. Este trabalho tem como norte teórico os trabalhos de Soraya Fleisher (2007), Marina Pereira (2009), e Maria Djair Dias (2007), no tocante a utilização da história oral e no trabalho com as problemáticas da memória, destaca-se Pollack (1989), Ferreira (2000) e Meihy (2002). Palavras chave: Parteiras. Mulheres. Memorias. História oral. LITERATURA SURDA: O USO DE TECNOLOGIAS PARA EXPRESSÕES LITERÁRIAS EM LIBRAS Shisleny Machado Lopes - UFPI Lívia Guimarães da Silva - UFPI Para Moura (2013) a inclusão tem se tornado um paradigma dentro da educação e, vivendo em uma sociedade ouvinte, percebe-se que os Surdos muitas vezes não encontram oportunidades para desenvolver seu potencial cognitivo. O qual, atualmente, pode ser estimulado através da tecnologia. Segundo Vaz (2012) o uso da tecnologia na educação tem tido grande popularização, e é crescente a utilização de softwares educacionais. Ainda nas palavras do autor, as tecnologias que modificam o pensamento e as ações do homem, principalmente a internet, mostram-se instrumentos atraentes, que, bem utilizados, permitem estratégias pedagógicas novas e mais efetivas, como os ambientes virtuais de aprendizagem. Com embasamento neste, Coscarelli (1998), Moura (2013), Gomes (2010) e outros autores. Este trabalho objetiva analisar o uso da tecnologia no ensino de literatura para surdos. Para isto, realizamos um levantamento de alguns artefatos tecnológicos, segundo Valadares (2004) são ambientes informatizados de ensino e aprendizagem, que podem ser utilizados por professores como mediadores no desenvolvimento de expressões literárias por parte dos surdos. Com isso, destacamos os aspectos significantes no desenvolvimento da poesia e prosa por meio do uso de recursos midiáticos pela comunidade surda e concluímos que há tecnologias que podem trabalhar e melhorar o processo de aprendizagem, sua relação com o professor e colegas, auxiliar a agregar e compartilhar conhecimentos literários. Palavras chave: Tecnologia. Literatura. LIBRAS. REMIX DE HIPERMÍDIAS: REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA HABILIDADE DE LEITURA NA DISCIPLINA DE INGLÊS INSTRUMENTAL Sílvia Mônica Moura Lima - UFPI Beatriz Gama Rodrigues - UFPI 119 Os textos digitais são construtos potencialmente explorados em nossa cultura contemporânea. Através de tecnologias digitais como o computador e aparatos móveis, que nos permitem não somente assistir e ler textos verbais e imagéticos, mas também enunciar através de torpedos, postagens de imagens e vídeos em redes sociais, além de fazer fotomontagens, colagens de textos, isto é remixes, e agir socialmente através dos mesmos. Entre um clique e outro, a leitura de hipertextos é um mergulho em imbricações de nós hipertextuais ou hipermodais (quando associados a imagens, sons e vídeos) que exigem uma postura eminentemente ativa do leitor durante sua navegabilidade, pois, durante sua compreensão, utiliza estratégias cognitivas e metacognitivas. Esta apresentação tem como objetivo discutir reflexões realizadas durante a pesquisa de mestrado que vem sendo desenvolvida numa disciplina de inglês instrumental da UFPI. Nosso suporte teórico foi embasado nas leituras de Coscarelli (2005); Rojo (2009,2012,2013); Levy (1993); Gomes (2011); Koch (2007); dentre outros. Nosso corpus é composto por observações participantes; relatos de experiência e remixes realizados pela professora e alunos. A partir da análise preliminar dos resultados, observamos indícios que as atividades com remixes de hipermídias são profícuas para o desenvolvimento da habilidade de leitura em língua inglesa. Palavras chave: Remix. Hipermídias. Leitura. Ensino. Inglês. O GÊNERO CHARGE E A ANÁLISE DE SEU DISCURSO NA WEB Susy Nathia Ferreira Gomes - UFMA Alexandre Guida Navarro - UFMA O objeto de estudo deste trabalho é a charge em sua concepção textual e discursiva, veiculada em diferentes mídias da web, e como estas se apropriaram dos acontecimentos e deram sentidos aos mesmos através de suas produções, procurando identificar os principais elementos políticos e estéticos, reconhecendo sua historicidade e determinando sua condição de signo ideológico, utilizando como referência as charges que ilustraram a Copa do Mundo ocorrida no Brasil em 2014, e as principais repercussões que ocorreram em torno do evento e que protagonizaram algumas discussões em blogs e redes sociais. A charge crítica, impressiona e provoca risos, não sendo apenas um gênero jornalístico e discursivo, como também considerado artístico e histórico e não poderia deixar de se influenciar pelos mesmos critérios de uma notícia. Isso significa afirmar que a charge toma parte do processo de agendamento dos temas midiáticos, colaborando com a discussão pública e com o processo de formação da opinião. Desenvolvido sob a perspectiva da Análise do Discurso de linha francesa, uma corrente de estudos que estabelece a relação existente entre língua/sujeito/história ou língua/ideologia, objetiva apresentar reflexões sobre as condições de produção 120 constituintes da charge, bem como investigar como os efeitos de sentido gerados se materializam no presente gênero por meio dos discursos. Palavras chave: Charge. Gênero discurso. Análise do discurso. Mídia. Copa. A UTILIZAÇÃO DO POTENCIAL DO IWB E OS EMPECILHOS ENFRENTADOS POR PROFESSORES AO USAR DETERMINADOS RECURSOS OFERECIDOS PELO MESMO NO EFL EM UMA ESCOLA DE IDIOMAS EM TERESINA João Alexandre Ferreira Ramos - Cultura Inglesa - PI Thalita Christina Cavalcante Arré - Cultura Inglesa - PI A utilização do “Interactive White Board” (IWB), no ensino de língua estrangeira, é parte de uma série de iniciativas utilizadas em uma determinada escola idiomas em Teresina, a fim de desenvolver o uso da informação e das comunicações (TIC) no ensino/aprendizagem de língua inglesa. O uso do IWB apresenta desafios e oportunidades para que professores e alunos possam amenizar deficiências tais como a ausência de um ambiente real para interação na língua alvo. Este estudo é resultado de uma pesquisa realizada através da aplicação de questionário fechado com professores que trabalham com o IWB há pelo menos um ano a fim de coletar dados a respeito da utilização do potencial do quadro digital e quais empecilhos os professores dessa intuição de ensino enfrentam ao utilizar os recursos disponíveis através do IWB listados na pesquisa. O estudo também tem como papel enfatizar a importância da formação continuada de professores, mesmo após a familiarização com o IWB uma vez que os mesmos precisam desenvolver competências técnicas e pedagógicas específicas para o uso eficaz do mesmo. Palavras chave: IWB. Interactive White Board. TIC. EFL. Quadro Digital. LITERATURA E HISTÓRIA: DUAS CONCEPÇÕES, UM CAMINHO Thalita Ruth Sousa - UFMA Naiara Sales Araújo Santos – orientadora - UFMA A história e a literatura são concepções que norteiam tanto a vida social quanto individual dos seres humanos; ultrapassam o tempo, se deixando influenciar por ele e/ou influenciando-o de forma marcante. Apesar de tratarem de pontos de vista diferentes da vida humana e do mundo, elas se entrelaçam e rompem suas fronteiras de forma a serem 121 indivisíveis em alguns pontos. Objetiva-se então, aqui, demonstrar essas diferenças e as uniões que as fazem tão intrínsecas, expondo além das influências mútuas, a manipulação que se sujeitam. Para tanto, tem-se como fundamentação teórica as percepções de Aristóteles em sua obra intitulada Arte Poética, onde o historiador é desvendado e comparado com o poeta – o literato; e, para demonstrar a relação intricada formada pela união dos ideais literários e históricos, assim como as vantagens e as desvantagens da mesma, utiliza-se as concepções de Roger Chartier e Patrícia Martin Alves do Prado. Estes pontos de vista podem ser exemplificados através da manipulação criada pelo Main Kapf de Adolf Hitler e de um comparativo entre as obras O Diário de Anne Frankie, da jovem escritora Anne Frankie e A menina que roubava livros, de Marcus Suzak, pois estes últimos mostram a influência da literatura na história – e viceversa; olhando assim um só fato histórico, o Nazismo, através de todos os pontos de vista abordados neste trabalho. Palavras chave: Literatura. História. Influência. LEVANTE AOS MORTOS E A CRÍTICA DE LIMA BARRETO A MUNICIPALIDADE CARIOCA NO PRELÚDIO REPUBLICANO Thiago Venícius de Sousa Costa - UFPI O presente trabalho tem como objetivo discutir a percepção de Lima Barreto sobre a atuação da Administração Municipal do Rio de Janeiro durante a Primeira República. E aqui particularmente a cerca das críticas que faz sobre o desempenho da edilidade carioca nas regiões suburbanas. Desse modo, estaremos apontando alguns aspectos que para o autor seriam os deveres fundamentais da municipalidade, em face uma série de controvérsias que lhes tornaria tão inepta quanto à organização da política republicana no país, com gastos em superficialidades e obras sem interesse público. Que serviriam antes para alimentar as presunções dos graúdos da burocracia nacional e externar as fachadas do país pelos “arremedos parisienses”. Essa discussão será feita a partir de análises de seus artigos e crônicas, reunidos em quatro obras publicadas pela Editora Brasiliense, em 1956, Feiras e Mafuás, Coisas do Reino de Jambon, Marginália e Vida urbana. Desse modo, dentre das possibilidades que poderíamos tratar sobre a temática, estaremos apontando como Lima Barreto se utiliza do fantástico da literatura para dar margem a essas questões, quando concede voz a personagens mortos para cobrarem medidas pragmáticas a municipalidade. Onde em algumas situações essa abordagem pode figurar um trajeto fúnebre de um morto até cemitério municipal de Inhaúma, que durante o percurso se depara com uma série de problemas na pavimentação, que impedem de algum modo que chegue ao seu destino. É nesses termos que o inesperado ocorre, quando o morto é obrigado a voltar à vida e protestar contra o prefeito sobre a eminencia desses problemas. Palavras chave: Administração Municipal. Lima Barreto. Subúrbios 122 FICÇÃO, MEMÓRIA E TESTEMUNHO NA LITERATURA PÓS-64 Valéria Gomes Ignácio da Silva - PUC-SP Maria Rosa Duarte de Oliveira - PUC-SP A análise da produção literária que ocorreu no período do regime militar brasileiro apresenta-se, com o amparo de 50 anos de distância do golpe de 1964, como oportunidade de entendimento das transformações que caracterizam a ficção da época. Ao articular ficção e memória, no exame de alguns dos mais singulares romances da década de 1970 e da atualidade, pretende-se refletir especialmente sobre o fenômeno literário do testemunho, enquanto território que conjuga a memória, as interdições impostas pela arbitrariedade, violência e censura, mas também a contingência da representação artística. Dois romances avultam no recorte do relato de teor testemunhal: Em câmara lenta, de Renato Tapajós, e K. – Relato de uma busca, de Bernardo Kucinski. Ambos têm como referência a militância política do pós-64, caráter memorialista e um narrador na busca da verdade sobre uma pessoa próxima. As obras nos trazem um guerrilheiro urbano que ambiciona reconstituir as circunstâncias da morte da companheira e um senhor que persegue informações sobre a filha desaparecida. Nesses relatos de teor testemunhal, na cisão entre uma potência e uma impotência de dizer, situa-se um sujeito determinado a significar o trauma. Para isso, vale-se não apenas da linguagem poética – negatividade – na representação do indizível, mas também do deslocamento do foco narrativo, da fragmentação, da suspensão da linearidade temporal e principalmente de índices de ausência. Observa-se que essa literatura não deixa de ambicionar a construção de uma memória coletiva, valendo-se do ‘como se’ que caracteriza a composição fictícia numa relação também compromissada com o real, a memória e o histórico. O sujeito da memória cumpre um papel social que o historiador não cumpriu e essa memória, constitutiva da identidade, impõe a necessidade de uma reorganização da dificuldade social de lidar com a própria história. Como a literatura acolhe essa manifestação? Palavras chave: Testemunho. Memória. Ficção. Literatura pós-64. RECONSTRUINDO A ENUNCIAÇÃO NO MONÓLOGO DE SANTIAGO EM O VELHO E O MAR Valnecy Oliveira Corrêa Santos - UESPI Este trabalho investiga o dialogismo presente em todo ato de linguagem. Segundo Bakhtin (1981), há diálogo em toda comunicação humana, processo no qual o “eu” sempre pressupõe a existência do outro. Nesse contexto, a questão que se busca responder é como favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor quando se trabalha com alunos do 8º ano do ensino fundamental? A hipótese que se defende é a de que a análise do dialogismo na obra a partir dos pressupostos bakhtinianos favorece esse encontro. Para 123 tanto, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência da autora acerca da análise do dialogismo no monólogo estabelecido por Santiago - personagem do romance do livro O Velho e o Mar de Ernest Hemingway com os alunos do 8º do ensino fundamental. Nesse relato, a autora expõe como trabalhou a obra, tendo como base o dialogismo presente na enunciação. Trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, de cunho qualitativo, em que são assumidos autores como: Bakhtin (1981), Benveniste (1995) Brait (2005, 2005 e 2013), Bronckart (2012) Fiorin (1996), entre outros. O relato de experiência mostra que estes pressupostos teóricos são fundamentais para a prática docente, quando se trabalha a leitura na perspectiva da mediação pedagógica e configuram-se como um bom caminho a ser seguido para favorecer o encontro dialógico entre o texto e o leitor. Palavras chave: Dialogismo. Enunciação. Leitura. Literatura. Ensino-aprendizagem. “VOCÊ É MINHA FADA MADRINHA”: O ARQUÉTIPO DA GRANDE MÃE EM MALÉVOLA Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA Maura Cristina de Melo Silva - orientadora – UFMA Os contos de fada permeiam o imaginário popular e encantam tanto crianças quanto adultos há várias gerações. Eles foram capazes de sobreviver através dos séculos até a contemporaneidade porque estão sempre em um constante processo de modificação e reinvenção. Um outro motivo para isso é a construção arquetípica de seus enredos sendo que um arquétipo bastante comum nos contos de fada é o da mãe má, ou mãe terrível como denominam os psicólogos junguianos. A Branca de Neve, Cinderela ou O sapatinho de vidro, A bela adormecida do bosque, O pequeno polegar, João e Maria são alguns exemplos de contos de fada nos quais esse arquétipo pode ser encontrado. Em contraposição a mãe má existe a mãe boa, ambas representam as facetas dualísticas do que Jung chama de “Grande Mãe”. Este trabalho tem como objetivo traçar um paralelo entre literatura e cinema ao analisar como o filme Malévola (uma releitura do conto A bela adormecida) aborda o arquétipo da “Grande Mãe” ao trabalhar em seu enredo não só a figura da mãe má, mas também – e principalmente – a figura da mãe boa (a quem nem sempre os contos de fada dão muito destaque). Para tanto, far-se-á uso das teorias de psicólogos junguianos. Palavras chave: Contos de fada. Literatura. Cinema. Arquétipo. Grande mãe. MEU QUERIDO DEMÔNIO: A IRONIA PRESENTE EM CARTAZ DE UM DIABO A SEU APRENDIZ Vanessa Soeiro Carneiro - UFMA Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA 124 Naiara Sales Araujo Santos – orientadora - UFMA Entre os diversos trabalhos de Clive Staples Lewis, poeta e escritor, encontra-se o livro Cartas de um diabo a seu aprendiz, publicado em 1942. Nessa obra de caráter epistolar, Lewis analisa o comportamento humano em diversas situações cotidianas, colocando em destaque o difícil processo de aproximação com Deus. Em lugar de seguidas cartas com conselhos tradicionais, similares às encontradas no Novo Testamento da Bíblia cristã – em especial as escritas por Paulo, direcionadas a Timóteo – Lewis opta por utilizar-se da ironia para inverter todo o contexto, sem deixar de enviar a mensagem evangelizadora já característica de suas obras anteriores. O livro é composto por uma compilação das correspondências escritas por Fitafuso, demônio e subsecretário do departamento de tentação, para seu sobrinho Vermebile, também demônio, porém na classe inferior de tentador júnior. Nelas, o demônio sênior orienta seu aprendiz quanto a como afastar do Inimigo (Deus) seu “paciente”, que é uma representação dos seres humanos em geral. A partir da situação inusitada que a obra apresenta, objetiva-se nesse trabalho analisar como a ironia se faz presente e como o autor consegue transpor esse elemento da retórica para uma obra de caráter exclusivamente escrito. Para tanto, utilizaremos como base as definições literárias de ironia da escritora e crítica canadense Linda Hutcheon em suas obras Teoria e Política da Ironia (2000) e Teoria da Paródia (1985), sem deixar de dialogar com o ponto de vista de outros autores, tais como Mikhail Bakhtin e Beth Brait à medida que se fizerem necessários. Palavras chave: Carta. Diabo. Ironia. Tentação. A FICÇÃO CIENTÍFICA E O MEDO: A TECNOFOBIA NO CONTO O FEITIÇO E O FEITICEIRO DE AMBROSE BIERCE Victoria Ponciano Côrtes - UFMA Naiara Sales Araujo Santos - orientadora – UFMA A ficção científica nasceu no século XIX com a obra “Frankenstein” de Mary Shelley e marcou a introdução da ciência dentro do campo artístico e literário, sendo influenciada de perto pelos avanços tecnológicos e levando a nova mentalidade científica para dentro da literatura. Sua proliferação, no entanto, ocorreu apenas no século XX, mas foi tão bem sucedida em seu objetivo que a noção de “ficção científica” se enraizou na mentalidade da época e se tornou um referencial constante em nosso cotidiano, fazendo com que se criasse a sensação de que a literatura está cada vez mais próxima da realidade. Todas as inseguranças humanas em relação aos avanços científicos são externalizadas e refletidas nas obras do gênero, revelando as novas preocupações e anseios de uma sociedade cada vez mais dependente da tecnologia. Levando tais informações em consideração, este artigo analisará a tecnofobia presente no conto de Ambrose Bierce “O feitiço e o feiticeiro” e tentará explicar esse súbito medo dos avanços tecnológicos, sobretudo no que 125 diz respeito à robótica, focando-se na maneira como tal medo permitiu a substituição do elemento sobrenatural pelo elemento científico nos contos de terror, levando ao surgimento do gênero. Para isso será tomado como base os conceitos defendidos por Paul K. Alkon, Félix Bodin, Darko Suvin, Samuel Delany, Isaac Asimov, entre outros. Palavras chave: Ficção cientifica. Tecnologia. Ciência. Tecnofobia. Literatura. O DEVIR-MONSTRO DO ESCRITOR EM NAKED LUNCH Vinicius Macêdo Barreto de Negreiros - UFPI Baseado na obra homônima de William S. Burroughs, o filme Mistérios e Paixões (Naked Lunch) de David Cronenberg (1991) torna a fronteira entre humano e inumano assim como memória e esquecimento ainda mais diáfana. Este artigo tem como objetivo mostrar o devir-escritor de Bill Lee nesse filme. O filme mostra um escritor na busca por “inspiração”. A partir dos estudos de Platão, mas revisitado por Jacques Derrida sobre o phármakon – um termo ambíguo que significa escritura e que pode ter um caráter tanto benéfico quanto maléfico para a memória – de Gilles Deleuze e Félix Guattari sobre como criar um corpo sem órgãos e de como se realiza o devir-escritor de Bill, este trabalho mostra que o escritor é um feiticeiro capaz de tudo para prosseguir escrevendo. Por exemplo, quando Bill decide usar inseticida na busca por “inspiração” é conduzido a Interzone, uma espécie de agência secreta governamental, e uma vez nesse local, Bill se confronta com seu próprio corpo sem órgãos, ele é testemunha dos seus próprios monstros, do seu gozo impossível, da sua sombra e do seu reflexo. Escrever é seu devir, fruto de seu desejo insaciável, porque só o escritor comporta os mais diversos animais dentro dele e só ele pode ter acesso a essa “fauna” pessoal e, que através da escrita, libertá-los. Palavras chave: Naked Lunch. Phármakon. Corpo sem órgãos. Devir-escritor. IMAGENS DE UM PASSADO ESCONDIDO: CINEMA, MEMÓRIA E IDENTIDADE NO FILME CACHÉ Wendell Emmanuel Brito de Sousa - UFMA O presente trabalho visa estabelecer uma discussão entre cinema, memória e identidade a partir do filme Caché (2005) dirigido por Michael Haneke. O filme, vencedor da Palma de Ouro em Cannes, conta a história de uma família francesa que passa a receber videos sobre os seu cotidiano e desenhos macabros. A busca pelo autor das misteriosas mensagens leva o casal a perceber que o misterioso autor conhece mais sobre o passado da família do que eles imaginam. Uma das principais características do cinema do diretor 126 alemão é uma revisão crítica do passado já estruturado por uma memória oficial. No tratar do filme, Haneke utiliza a história de uma família francesa, para desencadear uma reflexão sobre o colonialismo francês, e, por conseguinte, desenterrar memórias subterrâneas do mesmo processo de colonialismo francês em território africano primeira metade do século XX. Para esta reflexão utilizo os conceitos de Pollak de memória oficial e memória subterrânea para discutir essas disputas pela memória que alegoricamente aparecem na ficção, ou como a tradução do título do filme para o português evidencia, está escondido. Além do diálogo com os conceitos propostos por Pollak, para entender a crítica a memória construída sobre a colonização e a própria identidade francesa, trabalho com o conceito de manipulação da memória de Paul Ricoeur. Segundo o filósofo, as memórias são construções humanas, portanto, passiveis de manipulação. Essas memórias produzem identidades, alicerçadas a partir de relações de poder. A busca por apresentar esses conceitos chaves, visa o entendimento crítico do filme Caché (2005), evidenciando as problemáticas levantadas pelo diretor dentro da ficção. Palavras chave: Cinema. Memória. Identidade INTERPRETAÇÃO NIETZSCHIANA DA TRILHA SONORA DE PSICOSE Wesley Leite Feitosa - UFMA Trata-se de uma discussão sobre a ‘relação’ entre o jovem Nietzsche e o a trilha sonora utilizada no filme Psicose. Observa-se no filme Psicose, dirigido por Alfred Hitchcock, que o suspense gerado pelo filme tem como principal causa sua trilha sonora, e fundamentando no pensamento de Nietsche, especialmente em seu livro O Nascimento da Tragédia, essa música se caracteriza como uma música dionisíaca, pois é capaz de provocar um sentimento de tensão em quem assiste. Nietzsche em seu primeiro livro afirma que a arte sofre influência de duas pulsões artísticas, denominadas de apolínea (referindo-se ao deus Apolo da mitologia grega), e dionisíaca (referindo-se ao deus Dionísio da mitologia grega). E sua investigação sobre a tragédia grega, aponta através de sua fundamentação em A. Schlegel, que o coro trágico tinha papel importante para o envolvimento do público com a peça teatral, pois através da música dionisíaca “o homem é incitado à máxima intensificação de todas as suas capacidades simbólicas”. Essencialmente o filme necessita da música para provocar pavor, e envolver o público com o filme, pois a música contida nele representa ‘chave’ importante no drama e no trágico, capaz de despertar uma sensação que o filme apenas com a pura representação de imagens não conseguiria proporcionar, principalmente em Psicose, já que Hitchcock em suas cenas não mostrava todos os detalhes da ação, não continha muita “cientificidade”. A canção estimula o público à um estado que é característico da música dionisíaca. “a música dionisíaca, em particular, excitava nele espantos e pavores”. Palavras chave: Música. Tragédia. Suspense. 127 REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO COLONIZADOR-COLONIZADO EM THE GRASS IS SINGING Isabela Christina do Nascimento Sousa - UFPI A Rodésia foi uma das colônias britânicas do século XX e as fazendas de colonos eram onde muitos nativos, embora não recebessem a denominação de escravos, eram, por lei, obrigados a trabalhar recebendo pouquíssimo em troca. Uma elite branca dominava a maioria negra que era submetida às suas leis e interesses. É nessa atmosfera que se passa The Grass is singing (1950), primeiro romance da escritora de língua inglesa Doris Lessing. No romance a personagem Mary Turner, ao entrar em contato com os nativos que são empregados pelo seu marido, faz emergir em seu comportamento todas as características e artifícios do opressor colonial. Ela objetifica todo aquele outro que se localiza no lugar que ela reconhece como oposto ao dela, qualificando como ilegítimos seus costumes e sua língua, enquanto os nega o acesso a qualquer manifestação da cultura da “civilização branca”. Quando o colonizador, por um instante, e, por acaso, olha para o colonizado como ser humano, a relação mestre-servo está ameaçada, sendo precisamente o que acontece com Mary que vê essa relação entrar em colapso à medida que ela é forçada a perceber seu servo, Moses, não apenas como um animal selvagem, mas sim, como uma pessoa e é invadida por um sentimento de culpa que ela se nega a reconhecer. Através deste trabalho, propõe-se analisar como se dá a construção da identidade dos personagens inscritos no ambiente colonial, a partir das ideias de Homi K. Bhabha, assim como os conflitos que surgem no momento em que essas identidades (colonizador-colonizado) são ameaçadas de dissolução e quais negociações de poder e sentido são geradas durante esse processo. Palavras chave: Colonizador. Colonizado. Identidade. AS ESTRATÉGIAS DO CONTADOR DE HISTÓRIAS EM HISTÓRIA ALEGRE DE PORTUGAL Jane Adriane Gandra - UEG A história alegre de Portugal, de Manuel Pinheiro Chagas, na época de sua publicação em 1880, foi classificada como historiografia de divulgação, pois era destinada a instruir os portugueses sobre o passado nacional. Embora o mote para esta estória tenha sido o fato histórico, este livro projetado como um paradidático conquistou o leitor mirim. Nesse jogo de conquista, habilmente, o autor se utiliza de elementos dialógicos na narrativa para quebrar a monótona continuidade da História oficial. Para isso, Chagas inventou um narrador, chamado João Agualva, professor aposentado, que – cansado de repetir histórias da carochinha – decidiu narrar a um grupo de camponeses, em dez aprazíveis sessões, as inúmeras peripécias do povo português, começando pela fundação de Portugal até a contemporaneidade do autor. Outra particularidade desta narrativa é o fato de que as dúvidas que vão apresentando os ouvintes/personagens sempre são vistas como mero pretexto para que se conte um outro episódio ou se elucide questões 128 obscuras da História nacional. Sobre esta singularidade na obra de Chagas, na opinião de Campos Matos, “[...] os diálogos não deixam, por vezes, de imprimir uma certa vivacidade ao conjunto” (MATOS, 1998, p. 33). Feitas as devidas apresentações sobre o assunto, este estudo pretende analisar a forma criativa com que Pinheiro Chagas enlaça o elemento factual à ação romanesca não colocando em risco nem rigor histórico, nem o cunho moralístico – próprio dos contos infantis – muito menos o suspense e o interesse pela estória narrada. Palavras chave: História Alegre de Portugal. Pinheiro Chagas. Estratégias Literárias. Público Infantil. Historiografia. LEITURA LITERÁRIA: TEORIAS E PRÁTICAS PARA A AUTONOMIA DO JOVEM LEITOR Priscila da Conceição Viégas - UFPI A comunicação oral pretende apresentar os pressupostos teóricos e práticos das obras “Círculos de Leitura e Letramento Literário” (2014), Rildo Cosson, visto que esta embasa a pesquisa que por hora objetiva investigar os processos que envolvem o incentivo à leitura literária, sobretudo a práxis de Clubes da Leitura, em uma instituição de ensino público estadual que compreende a educação básica de nível médio na cidade de São Luís-MA e, ainda, “Crônicas para se ler na escola” (2010), Marcelo Rubens Paiva, que atua como obra-piloto para que se desenvolva os procedimentos da pesquisa e que também é participante do Plano Nacional Biblioteca na Escola – PNBE/2013. Desta forma, ao se discutir acerca dos elementos primordiais dos títulos supracitados, pesquisa-se a concepção e a evolução dos discentes quanto à leitura literária, buscando incentivar a leitura literária de discentes de instituições de ensino da rede pública por meio da implantação do projeto intitulado Clube da Leitura. Ressalta-se, ainda, o ponto primordial desta investigação que é a discussão a respeito das práticas da leitura literária, demonstrando-se a escola como cenário do diálogo deste tipo de leitura. Deste modo, ao se entender a teoria inferida por Cosson (2014) elabora-se uma proposta didática pautada em crônica selecionada do título de Paiva (2010), tendo como suporte a elaboração de procedimentos metodológicos para que assim se desenvolva o processo de leitura crítica e autônoma em alunos de 2º ano do Ensino Médio. E, por conseguinte, evidencia-se o letramento literário com o argumento de enfatizar o valor da literatura juvenil, visto que ela desempenha papel relevante na formação do jovem leitor. Palavras chave: Leitura literária. Clube da Leitura. Literatura juvenil. “O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS”: A FORMAÇÃO DO LEITOR CRÍTICO Lídia Clara Cutrim Lima - UEMA A busca incessante pelo conhecimento e pela informação tem sido uma das principais marcas da sociedade moderna. Sendo assim, a literatura infanto-juvenil é um instrumento peculiar no processo de construção e reconstrução desse conhecimento, 129 uma vez que seu escopo primeiro é a conscientização da sociedade para a importância e valorização do homem como um ser capaz de transformar o mundo a partir dos conteúdos adquiridos através das várias leituras que faz. Com essa aquisição, ele será capaz de se tornar um leitor crítico, onde possibilita uma visão ampla e complexa da sociedade e não uma simples decodificação de signos linguísticos. Partindo desse pressuposto, a fase em que se desenvolve tal habilidade é dividida em quatro etapas: a primeira é a leitura superficial, uma decodificação apenas para observar as palavras desconhecidas de modo a inseri-las em seu vocabulário; a segunda é a compreensão do que o texto e seu autor quer transmitir; a terceira é a interpretação de ideias inseridas explicita e/ou implicitamente encadeando uma série de conceitos a serem aplicados; e a quarta é a absorção das informações citadas anteriormente, que o leitor será capaz de fazer analogias com os acontecimentos a sua volta, tendo mais consciência de suas ações por ter aprendido a fazer suas próprias análises e tirar suas conclusões. É nesse contexto, que abordaremos a obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry como pilar de iniciação no desenvolvimento crítico leitor da criança, visto que é uma obra que preza pela representação imagética, aproximando o leitor da narrativa, com riqueza em metáforas e comparações, exercitando assim, a criticidade infanto-juvenil e contribuindo de modo singular para a formação interpretativa do leitor. Para fundamentar este trabalho, utilizamos as concepções de Leitura de Kleiman (2002) e a abordagem sobre a literatura infantil de Coelho (2004). Palavras chave: Educação. Leitura crítica. Literatura infanto-juvenil. AS MARCAS DE ORALIDADE PRESENTES NA SÉRIE O DIÁRIO DE UM BANANA Joice da Costa Barbosa - UFPI É de fácil compreensão de todos que o processo de aquisição da escrita se dá muito depois do processo de oralidade, visto que quando um indivíduo é inserido no universo de letramento ela já fazia uso da língua em sua modalidade oral. Por esta razão, consideramos que é natural que os textos escritos apresentem marcas de oralidade e, ainda, que tais marcas, possam ser usadas intencionalmente como um recurso na construção de um texto escrito. Neste trabalho, analisaremos as marcas de oralidade encontradas na série O Diário de uma banana, do autor norte-americano Jeff Kinney. Este autor apresenta em seus escritos uma narrativa com traços semelhantes ao de um diálogo, uma conversação, que se dirige de forma clara e direta ao leitor e que é intercalada com ilustrações, HQ’s, balões de falas, entre outros. Temos como ponto de partida o fato desta série tratar-se de uma obra infanto-juvenil, na qual, os recursos e mecanismos utilizados em sua construção tornam-na mais atrativa, expressiva, de fácil leitura e compreensão. Portanto, pretende-se neste trabalho mostrar que a série em estudo está carregada de marcas de oralidade e expressividade por ter como público alvo os leitores juvenis. Palavras chave: Oralidade. Literatura. Infantojuvenil. Diário de um banana. 130 A ESCRITA DA MEMÓRIA NAS OBRAS DE CONCEIÇÃO EVARISTO Natália Regina Rocha Serpa - UESPI Elio Ferreira Sousa - UESPI Os escritos literários de autoria e de conteúdo afrodescendente, na maioria dos casos, levam em consideração as memórias das lutas, Das tradições de seu povo. Dizendo isso, não entendemos que todos os textos dessa origem sejam sempre textos autobiográficos, mas são produções onde o ficcional se mistura de tal maneira com as memórias reais que nos faz parecer que o autor está sempre a contar as suas próprias experiências. É importante dizer que tal fato não diminui o valor literário desses textos, pois esses autores dos quais falamos, produzem e reproduzem memórias, tradições e conhecimentos por meio dos significados e pelas representações que dão sentido às suas experiências e aquilo que são. Nossa pesquisa intenta demonstrar que ainda há um longo caminho a ser percorrido e a partir da análise das obras “Becos da memória” e Ponciá Vicêncio, ambos de Conceição Evaristo, percebemos que ainda falta reconhecimento por parte do movimento literário ocidental. Nesse sentido, nossa pesquisa, considera que a produção literária da referida autora emerge no cenário literário como uma contribuição para o (re) conhecimento e a valoração das expressões culturais e das memórias do povo negro. Palavras chave: Literatura. Memória. Identidade. IDENTIDADE E MEMÓRIA: UM OLHAR SOBRE A MULHER NEGRA NA SOCIEDADE DO SÉCULO XIX Ana Carusa Pires Araujo - UEMA Conhecer a arte literária de Maria Firmina dos Reis se configura na determinação e combate de uma mulher que estava inserida no século XIX, que é sinônimo de luta e coragem, além de uma mulher, era mulata, bastarda e nascida no ceio de uma sociedade patriarcal e escravocrata. Provavelmente a precocidade feminista, política e artística dessa autora, foi um dos motivos que fez com que a sociedade maranhense, desejasse o seu completo anonimato, pois era considerada inculta para a elite da época. Uma afronta à sociedade elitista, abastada e “culta”. Diante de tantos trabalhos vindos de uma mulher tão à frente de seu tempo e tão importante para nossa literatura, como pode estar tão esquecida? A questão é que exatamente por estar à frente de seu tempo, sua obra atingiu a elite escravocrata oitocentista, indo de encontro aos interesses dos senhores de escravos, sendo assim, o conto “A Escrava” foi escolhido para ser trabalhado sob a perspectiva da identidade e da memória da voz da personagem negra. A autora expressa as qualidades do homem negro, portador de sentimentos bons e virtudes, fortes o suficiente para lhe fazer superar a dor, causada pela humilhante condição de cativo, agindo com mansidão mesmo que não seja durante todo o tempo. Um bom sentimento capaz de provocar nele, atitudes de abnegação na vontade de ajudar o próximo e até sacrificar a própria vida, mesmo que em favor de um “branco”. Pretende-se mostrar a 131 voz da escrava Joana, relembrando o seu passado, tendo esta, o direito a falar sobre si mesma, bem como o reflexo da autora dentro do conto, na condição de negra. Para fundamentar este estudo, tomamos por base, as concepções de Duarte (2004) a noção de Memória, apresentada por Le Goff (2003) e os conceitos de Identidade, desenvolvido por Hall (2003). Palavras chave: Literatura Afrodescendente. Memória. Identidade. MEMÓRIA E IDENTIDADE EM PONCIÁ VICÊNCIO, DE CONCEIÇÃO EVARISTO Joelma de Araújo Silva Resende - UFPI Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI A presente pesquisa tem como objetivo investigar a presença da memória em Ponciá Vicêncio, romance da escritora mineira Conceição Evaristo, a partir das reminiscências que a personagem principal tem do seu avô, que, segundo dizem, teria deixado uma herança para ela. Descendente de escravos africanos, Ponciá Vicêncio tem uma vida miserável e inesperadamente resolve morar na cidade, em busca de uma vida diferente. Casa-se e tem sete filhos, mas todos morrem. Em meio a todos os acontecimentos, Ponciá Vicêncio sempre se lembra do avô, com quem, segundo dizem, se parece muito. Como base teórica para a pesquisa recorre-se, dentre outros, a Zonabend (1989), que acredita que a memória individual estrutura-se a partir das relações com parentes; ou seja, o sujeito não procura a si, mas enxerga-se enquanto produto de sua descendência. Também se recorre a Halbwachs (1990), que afirma que a memória familiar constitui-se como uma memória coletiva, em que só é guardado o que está vivo na consciência daqueles que a mantém. Recorre-se ainda a Sobral (1995), que defende que na família a memória tem o primeiro lugar de manifestação, ou seja, é no meio familiar que se localizam os aspectos formadores da identidade do ser. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico no campo da crítica literária com forte diálogo interdisciplinar com a História e Sociologia, em especial no que diz respeito aos estudos da memória em sua relação com a construção de identidades. Percebe-se que a memória de Ponciá Vicêncio é estruturada a partir de suas relações familiares, principalmente o contato que teve com o avô, apesar de ter sido por um curto tempo; ela rememora somente o que para ela ainda está vivo, no caso, o avô, e a partir dessas lembranças, a personagem tenta construir sua identidade. Palavras chave: Literatura brasileira. Conceição Evaristo. Ponciá Vicêncio. Memória. MEMÓRIA, IDENTIDADE E NACIONALISMO ÉTNICO E CÍVICO EM NARRATIVE OF THE LIFE OF FREDERICK DOUGLASS, AN AMERICAN SLAVE, WRITTEN BY HIMSELF Sebastião Alves Teixeira Lopes - UFPI Nilson Macêdo Mendes Junior - UFPI 132 O presente artigo tem como tema a memória, a identidade e o nacionalismo étnico e cívico presentes na obra, Narrative of the life of Frederick Douglas, an American slave written by himself, romance autobiográfico no qual o escritor estadunidense afroamericano descreve sua trajetória de vida desde suas primeiras memórias infantis que ele dá a entender serem individuais, mas que na verdade trazem em seu bojo as memórias da coletividade na qual se encontrava inserido e que ele julga serem de seus sete anos de idade até o momento em que ele consegue escapar para o norte dos Estados Unidos. O objetivo é apontar como a memória individual e coletiva exerce influência para construir uma identidade cultural e por último uma identidade nacional. O trabalho foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica quantitativa e qualitativa no campo da análise literária. O resultado estabeleceu as conexões entre memória, identidade e nacionalismo. Palavras chave: Memória. Identidade. Nacionalismo. Frederick Douglass. MAYOMBE: A DESSACRALIZAÇÃO DE UM HERÓI Denise de Paula Veras Aquino Esta pesquisa foca-se na obra de literatura africana Mayombe, produção do escritor angolano Pepetela, e consiste em apontar a dessacralização do herói angolano ao longo da narrativa. Tomar conhecimento dessas possibilidades nos permite compreender o processo de fixação da identidade negra angolana. O texto permite que se identifiquem as modificações nos traços e comportamentos dos “heróis” da guerrilha. Considera-se pertinente ainda analisar a relação entre nacionalismo, identidade e nação, teorias iniciais sobre o “herói romântico”. O referencial teórico versa em autores como Mia Couto, Robson Lacerda Dutra, Ana Paila Klauck, Vladimír Otrísal, Pepetela, Lourenço Joaquim da Costa Rosário, Carmen Lúcia Tindó Ribeiro e Tomaz Tadeu da Silva. A obra literária trabalhada não só resgata, mas cria uma identidade cultural através de heróis fictícios que retratam aos angolanos um ideal de nação a ser buscado, todavia esses heróis já não carregam consigo os caracteres dos heróis clássicos, eles são imperfeitos, tocáveis e atingíveis. Conclui-se, em uma primeira abordagem, que em Mayombe podemos captar traços de dessacralização dos heróis dos movimentos de libertação nacional, entretanto observamos ainda que as diferenças raciais, sociais e culturais podem ser superadas, no âmbito da narrativa de Pepetela, se forem trabalhadas em favor de um ideal comum. Palavras chave: Identidade. Herói. Angola. Pós-Colonialismo. Pepetela. GALHOFAS ESCRAVISTAS: HISTÓRIA E ESCRAVIDÃO EM ESCRITOS DE MACHADO DE ASSIS Ronyere Ferreira Da Silva - UFPI 133 O presente trabalho possui como objetivo analisar a presença de temáticas históricas em escritos de Machado de Assis, aqui abordamos em especial a Escravidão negra ocorrida no Brasil. Para este estudo, utilizamos como objeto de análise o livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, publicado em 1881, além da série de crônicas BONS DIAS, impressa com um pseudônimo do literato no periódico Gazeta de Notícias, na província do Rio de Janeiro às vésperas da promulgação da abolição da escravidão no Brasil. Neste estudo, partimos da perspectiva de que os escritos de Machado de Assis referemse constantemente à história do Brasil, com o intuito de interpretá-la de forma crítica e sistematizada. Ainda destacamos de forma sucinta os debates sobre as formas de conceber e analisar os textos do criador de Dom Casmurro e as críticas de Sílvio Romero e Sergio Buarque de Holanda a uma possível alienação social de Machado de Assis e dos escritores românticos. Para esta análise, utilizamos obras de Chalhoub (1990; 2003), Eugênio (2013), Gledson (1998), Cano (1998; 2008), entre outros. Como conclusões parciais, destacamos que o literato fez amplo uso de seu ângulo privilegiado de cronista social e romancista para interpretar a história do Brasil em seus textos, reforçando assim o entendimento de que a lógica histórica oferece contribuição significante para o entendimento dos escritos literários do século XIX. Palavras chave: Machado de Assis. História. Literatura. Escravidão. DOS FILMES PARA OS LIVROS: LEITORES A PARTIR DO CINEMA? Arlan Ferreira Santos - FAESF Desde a década de 80 a leitura, mais especificamente a literária, vem sofrendo uma constante desvalorização, e entre os jovens estudantes é cada dia mais intenso e notório esse desapego, o que configurou a justificativa maior desse documento, que aponta e defende o uso da sétima arte pelos docentes como um eficaz instrumento na modificação dessa realidade. Resultado de uma pesquisa qualitativa-quantitativa aplicada em uma escola da rede pública estadual da cidade de Poção de Pedras, MA, com alunos do 3º ano do Ensino Médio, o estudo foi pautado, principalmente, na aplicação de dois questionários iniciais, um voltado aos alunos, visando ao atestado de como estes viam a leitura, bem como qual a importância que conferiam à leitura literária; e o outro direcionado às docentes que lecionam a disciplina de Língua Portuguesa na unidade de ensino, agindo conforme o sugerido por Zilberman (1982), ao dizer que é somente em Língua Portuguesa que há preocupação específica com o ensino da leitura. Na sequência passou-se à exibição de quatro filmes, dois clássicos nacionais, A hora da estrela, de Clarice Lispector e, Morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto; e dois clássicos estrangeiros, Forrest Gump, de Winston Groom e A lenda do cavaleiro sem cabeça, originado do conto de Washington Irving. Durante as exibições, iam-se tecendo comentários comparativos sobre a obra escrita e a cinematográfica, o que instigou os alunos a quererem saber mais sobre os escritos originais. Logo após, um segundo questionário fora aplicado à turma, constatando o que autores como Mascarello, Napolitano e Sirino defendem: o correto uso do cinema em sala de aula, além do natural prazer que pode conferir às aulas de literatura, pode ser usado com total mérito na busca pela retomada da leitura de muitos jovens estudantes que com gosto algum a tem visto. 134 Palavras chave: Cinema. Leitura. Literatura. Pesquisa. CORPOS EM ÊXTASE, ENLACES EXTRAVIADOS: TRÂNSITOS SADOMASOQUISTAS NO CINEMA Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB Hermano de França Rodrigues - UFPB Em seu trabalho Uma criança é espancada − uma contribuição ao estudo da origem das perversões sexuais, publicado em 1919, Freud traz mais um subsídio ao estudo da perversão. O artigo versa sobre o processo da fantasia na dinâmica perversa e analisa o encontro dos pares opostos (suplementares na lógica derridariana), quais sejam, o sadismo e o masoquismo, denominando o que ficaria conhecido, em sua metapsicologia, como a pulsão sadomasoquista. Neste encontro (im)perfeito, o Pai da Psicanálise compreendeu que, na dimensão fantasmática e pulsional, o encontro se secciona em três tempos, onde o sádico assume a condição de masoquista, retornando ao plano sádico, e vice-versa. No cinema, vários personagens mimetizam, com as devidas diferenças, o enlace perverso dos opostos. Este trabalho, respaldado nos constructos epistemológicos da psicanálise freudiana, objetiva analisar o filme o Juiz do SM, de 2009, buscando explicar o funcionamento do par sadismo-masoquismo na subjetivação de determinados personagens, numa correlação entre psiquismo e estruturas sociais. Em termos de enredo, a artefato fílmico retrata fatos reais de uma família belga, cuja matriarca, acometida pela depressão, guarda em si o desejo e fantasia de ser acorrentada, chicoteada, queimada, porém não consegue compartilhar seus anseios com seu marido, um homem que combate, em seu trabalho, práticas consideradas, por ele, imorais. Palavras chave: Cinema. Perversão. Psicanálise. A HORA DA ESTRELA: UM OLHAR MAIS ATENCIOSO SOBRE A RECRIAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA OBRA LITERÁRIA Leonardo Teófilo da Silva Santos - UESB A literatura exerce grande influência nas produções cinematográficas. Gêneros literários, tais como romances, peças de teatro, contos e revistas em quadrinhos estão sendo adaptados para o cinema com muita frequência. Devido a constância deste fenômeno, podemos observar que o público e a crítica tendem a comparar o produto literário com o produto fílmico, considerando somente a questão da fidelidade, de forma que a análise tende a ser geralmente negativa em relação a obra fílmica. Para que isso não ocorra, não devemos ignorar dois aspectos relevantes na construção das obras: o contexto sociocultural em que a obra e a produção audiovisual estão inseridas e o fato de que os esquemas literário e fílmico são diferentes entre si, uma vez que cada um possui suas peculiaridades. A partir da análise literária/fílmica de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, irei discorrer um pouco sobre fidelidade, recriação, estrutura da obra, 135 enredo e etc. No texto literário, o leitmotive, o estímulo para a criação de uma nova obra acaba servindo como “background” para uma também nova aventura cinematográfica, tomando como base os recursos técnicos da linguagem e as próprias finalidades da sétima arte. Assim, o presente artigo focaliza a necessidade de um olhar mais atencioso sobre a recriação cinematográfica da obra literária, que não baseia-se apenas em uma mera transposição de linguagens, mas surge como um novo produto oriundo da relação leitor-cineasta com o texto original. Palavras chave: Adaptação. Cinema. A Hora da Estrela. Clarice Lispector. DA CARNAVALIZAÇÃO EM SARGENTO GETÚLIO: DOS GÊNEROS INTERCALADOS DO ROMANCE À SIMULTANEIDADE DOS ELEMENTOS FÍLMICOS Fernanda Santos de Oliveira - UESB O presente trabalho propõe uma reflexão acerca do filme Sargento Getúlio, baseado numa narrativa literária, sob o prisma do repertório teórico do russo Mikhail Bakhtin focando em dois conceitos-chave: a carnavalização e o grotesco. A partir de uma (re)leitura do universo de Bakhtin, pretende-se aproximar esses dois conceitos para, em seguida, experimentar sua aplicabilidade no filme Sargento Getúlio, de Hermano Penna. Partindo do pressuposto de que todo filme é um texto, pretende-se analisar a presença da carnavalização na construção do texto fílmico; verificar como ocorreu a transposição do texto literário para o texto fílmico, bem como a importância da carnavalização e do grotesco, como elementos estruturadores, organizacionais e estabelecedores de unidade de sentido. A partir dessa compreensão, procura-se entender como esses elementos carnavalizantes são capazes de dar expressão ao texto fílmico, de forma que se atualiza e redistribui em novos significados. Dessa forma, será necessário analisar o modo operante dessa carnavalização, procurando entender a linguagem, os símbolos e as alegorias em Sargento Getúlio. Nesta linha, pretende-se demonstrar como o cinema é capaz de recuperar e recriar o processo de carnavalização abordado por Bakhtin, possibilitando através de reverberações polifônicas. Enfim, a sublimação do grotesco e a inversão carnavalesca se tornam espetáculo e possibilitam uma releitura dessacralizadora na intersecção entre a literatura e o cinema. Palavras chave: Sargento Getúlio. Literatura. Cinema. Carnavalização. CINEMA SUPEROITISTA MARANHENSE E MEMÓRIA: APONTAMENTOS PARA UMA HISTÓRIA Joseane Aranha Dantas - UNESP A bitola super-8 mm surge nos anos 60 como suporte de baixo custo e alternativo em relação aos formatos mais sofisticados como o 16 e 35 mm. Apesar do perfil amadorístico dessa bitola, ela atendia às necessidades de novos realizadores e curiosos 136 em realizar filmagens, pois não era necessária nenhuma cultura técnica para manipulála. No Maranhão, assim como em outros estados do norte e nordeste do país, a bitola super-8 foi utilizada amplamente. E apesar das impossibilidades técnicas e econômicas foram produzidos em todo o estado, 94 filmes nesse formato. Embora boa parte dessas produções tenha sido realizada no gênero documentário, é possível observar ficções e vídeos experimentais, dois deles, premiados em festivais do formato Super 8: Maré Memória II(1974), de Murilo Santos e Periquito Sujo (1979), de Euclides Moreira. Ambos são poemas adaptados Maré Memória de Jose Chagas e Poema Sujo de Ferreira Gullar. Para o âmbito dessa comunicação, interessa-nos compreender as motivações e interesses, e a intencionalidade de documentar como construção da memória nas produções fílmicas realizadas pelo cineasta Murilo Santos, principal articulador e entusiasta do Super 8. Seus filmes tratam de temas relacionados à religiosidade, festas e manifestações populares, adaptação de poemas, conflitos agrários, questões ambientais, costumes e práticas cotidianas das cidades do interior do estado e da capital. Palavras chave: Super 8. Cinema maranhense. História. Memória. A IMPORTÂNCIA DO LIVRO NA AÇÃO DOS PERSONAGENS NOS FILMES FAHRENHEIT 451 E O LEITOR Raquel Pereira dos Santos - UNISC Este trabalho visa mostrar a relação que a ficção tem com o livro quando este se torna mais um personagem em meio a trama que se desenrola nas narrativas Fahrenheit 451 e O leitor. O método interpretativo foi instrumento utilizado na análise das obras de ficção. Fez-se uso dos livros e dos filmes para a compreensão dos personagens – no caso, os personagens leitores e o livro. Por isso, buscou-se primeiramente explicar um pouco sobre a adaptação de textos literários para o cinema. Quando o livro torna-se tão importante no movimento da história, subentende-se a existência de leitores, outros personagens que giram em torno dele, que estão em contato direto com o objeto. O filme Fahrenheit 451 e O Leitor, adaptações de obras literárias, mostram esses personagens leitores e a relação destes com a leitura em suas vidas. Tanto em um como em outro a leitura provoca transformação e crescimento pessoal dos personagens em um mundo que não parece ser tão favorável à leitura. No primeiro, há a proibição do livro em uma sociedade fictícia. No segundo, em um período entre guerras, momento em que a leitura não era bem vista, o livro torna-se refúgio da triste e cruel realidade que rodeia os personagens. Assim, estes por sua vez não são apenas leitores pela capacidade que têm de ler e compreender, mas pela existência de um terceiro elemento, motivo de desejo e prazer: o livro. Palavras chave: Narrativas. Filmes. Leitura. Livro. Personagem. A LITERATURA INFANTO-JUVENIL E A 7ª ARTE: O INCENTIVO À LEITURA ATRAVÉS DA ADAPTAÇÃO DE OBRAS PARA AS TELAS DE CINEMA Edneide Maria Ferreira Santos - UEMA/UFMA 137 A literatura infanto-juvenil não está presente somente nos textos escritos e na voz dos contadores de histórias. Com o surgimento de diferentes fontes de informação, essa literatura se expandiu das páginas dos livros para outros tipos de linguagens artísticas, como a música, o teatro, a dança e principalmente o cinema. Uma das formas se de trabalhar os clássicos da literatura infanto-juvenil na escola, além da leitura, é por meio da linguagem cinematográfica, pois ao se utilizar recursos audiovisuais que abordam o enredo e remetem aos personagens de forma visual, os contos, as fábulas, os poemas e outros símbolos ligados à literatura Infanto-Juvenil funcionam como uma importante ferramenta para o ensino-aprendizagem de crianças e adolescentes. O cinema é um valioso aliado na divulgação da literatura, pois muitas das vezes, mesmo sem ter lido a obra, o cinema dá aos seus telespectadores a oportunidade de aproximá-los da obra e convidá-los a ler o livro. Tendo como embasamento teórico Duarte, Rosália que fala sobre o Cinema e Educação e Coelho, Nelly Novaes que em seu Panorama Histórico da Literatura Infantil-Juvenil traça um perfil da narrativa de Defoe, o presente trabalho pretende apresentar sugestões de como trabalhar a leitura literária a partir da adaptação da obra Robson Crusoé, de Daniel Defoe, veiculada nos cinemas. Assim procura abordar sobre a influência que essas duas linguagens exercem na formação de leitores, mostrando que o telespectador pode a vir se tornar leitor da obra, além de apontar de que forma a adaptação fílmica de obras infantil e juvenil vem fazendo com que várias gerações se maravilhem e adquiram uma postura crítica, seja no formato de livros ou nas telas de cinema. Palavras chave: Literatura Infanto-Juvenil. Cinema. Leitura. A FIGURA DO HERÓI NO FILME MATRIX Apoliana da Conceição dos Santos - UFMA Neste presente trabalho tem por principal objetivo destacar de maneira clara e concisa a figura do herói no filme Matrix, a origem. Nossa proposta é apresentar a dualidade do herói, como um sujeito híbrido. No decorrer do filme Matrix observa-se no protagonista Neo uma hibridização que o faz estar em constante conflito, típico do homem pósmoderno, segundo a visão de Stuart Hall, a identidade, então, molda [...] o sujeito ao meio. As novas (várias) identidades são, por vezes, contraditórias. A nova concepção do sujeito se caracteriza pelo provisório, variável e problemático, alguém como não tendo uma identidade fixa, essencial ou permanente. É uma fantasia, afirma Hall (2003), considerar a identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente. Diante disso, observa-se que um dos principais conflitos vividos pela personagem Neo é aceitar-se como o Messias devido ao seu conflito de identidade. Nossa base teórica será Stuart Hall, Angelica Höffer, Glória Maria Palma, entre outros. Palavras chave: Literatura. Cinema. Matrix NAS LINHAS DA NARRATIVA: O PENSAMENTO HISTÓRICO NA 138 LITERATURA Marlzonni Marrelli Matos Maurício - UFT A relação entre a Literatura e a História, apesar de turbulenta, é deveras promissora. A literatura é concebida como arte por parte de alguns dos críticos e teóricos literários (podemos falar também por parte de alguns filósofos, em especial, dos pósestruturalistas), mas, não obstante, é concebida como testemunho histórico por parte alguns dos historiadores. A priori essa questão parece-nos de pouco importância, uma vez que essa problemática surge da divergência teórica e axiológica de campos intelectuais distintos. Todavia, independentemente da escola literária do escritor, a Literatura tem por intenção a apreciação do mundo externo, mesmo que pelos domínios da ficção (as estruturas narrativas não conduzidas pelo rigor científico, ou seja, as estruturas narrativas pautadas em perspectivas relativistas, despojadas de qualquer compromisso para com os fatos históricos). Isso é um fator importantíssimo para o profissional da História, pois a narrativa literária, mesmo inserida no campo artístico, tem por finalidade produzir uma representação de uma dada realidade e/ou coisa. Assim, devemos atentar-nos à elaboração e, por conseguinte, a apreensão das mesmas, tendo em mente que a produção, a locução e, por fim, a análise são inerentes à narrativa e são igualmente inseparáveis – pois é a esfera vetor truste do autor para com o seu leitor, encadeada de um discurso/linguagem (onusto de símbolos) e formadora de imagens e representações. Portanto, a Literatura não é mero reflexo da realidade, ela é parte (cardinal) desta. Por fim, a proposta desse trabalho concerne pluralidade da narrativa literária em relação com as outras áreas do conhecimento (interdisciplinaridade). Logo, problematizar as tensões teóricas, ao contrário do que muitos pensam, não empobrecem, ou sequer, minimizam importância da Literatura e do literato em seu ofício. Pois a Literatura e História não se sobrepõem, mas se completam. Palavras chave: Literatura. História. Narrativa. Representação. A LITERATURA E O PODER NA IDADE MÉDIA Elisangela Coelho Morais - UFMA A observação das obras, escritas entre os séculos XII e XIII, que buscavam transmitir os ideais da cavalaria e eram usadas como um meio de alcançar um público concentrado nas cortes que procurava através dessas produções se reconhecer por meio da imagem idealizada de perfeição heróica reforçada por elas. Esse ideal foi construído em benefício da nobreza feudal que se apropria e resignifica elementos para a manutenção de seu poder e influência. Essa classe que busca se diferenciar das demais e por isso cria uma série de leis e regras que deveriam ser seguidos e conhecidos por todos de sua categoria. As obras utilizadas neste trabalho fazem o papel de moralizadoras e perpetuadoras da ordem vigente, ação essa defendida pela Igreja, estas produções são instrumentos para incutir na mente do público valores e moldes de comportamento que o distinguiria e o auto identificaria, além de pacificar suas ações violentas, seja pela força de sua fala que potencializa a nobreza como ramo socialmente dominante, mas também mantenedor da ordem, reduzindo assim o descontentamento da Igreja. As 139 narrativas seguem a modalidade literária que tem como característica principal a valorização do espírito guerreiro e dos laços feudais, produzidas no chamado período cortês onde a França será palco de um movimento chamado literatura cortesã, que buscava entre outras coisas fortalecer e efetivar seu poder de classe, a região de desenvolvimento da cortesia mostra transformações político sociais determinantes para o crescimento cultural nos séculos posteriores. As produções desse movimento se distinguirão pela valorização do amor e da cortesia, da formação sócio-cultural da nobreza, além da exaltação da mulher e da sensualidade. Nota-se nessas obras que a participação da Igreja fica menos evidente, além de serem observados também as características e valores da cavalaria expressos em cada uma das produções. Palavras chave: Literatura. Poder. Idade Média. DECIFRANDO ROSA: APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DO CONTO A MENINA DE LÁ Douglas Barbosa Werneck - UFVJM Roberto Antônio Penedo do Amaral - UFVJM O trabalho aqui exigido é o de realizar um exercício interdisciplinar de apresentação, análise e interpretação do conto A menina de lá, do escritor mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967). Publicado em sua obra Primeiras Estórias (2005), apresenta-nos elementos narrativos literários que tangencia inúmeras áreas do conhecimento humano. Utilizando como referencial teórico e metodológico para isto, a ontologia quebrada de Paul Ricoer (1913- 2005) trilhando o seu itinerário hermenêutico sobre a linguagem: do plano semântico, ao plano reflexivo e deste, ao plano existencial. Exercitando o movimento dialético de compreensão e explicação e o de explicação à compreensão proposto pelo hermeneuta francês, lançamos aqui, através de dicionários, léxicos, simbologia e interpretações, à prática do que Ricoer chamou de “a dinâmica da leitura interpretativa”, entendendo que uma obra “é mais que uma sequência linear de frases; é um processo cumulativo, holístico” (RICOER, 1987). Rosa, apresenta-nos no conto, a história de Nhinhinha, “E ela, menininha, por nome Maria, Nhinhinha dita, nascera já muito para miúda, cabeçudota e com olhos enormes” (ROSA, 2005), menina de lugarejo interiorano que possuía “poderes” sobrenaturais. Até que ponto a literatura é capaz de fazer com que o leitor se identifique com a narrativa posta e a partir desta identificação ele se forma e/ou se reforma enquanto ser humano? Qual a importância de nos lançarmos a “decifrar” estes grandes artistas da literatura trazendo-os para o diálogo com os mais diversos públicos e leitores? Essas são algumas das questões mobilizadoras com as quais nos lançamos a este trabalho objetivando: uma interpretação interdisciplinar e necessariamente holística do conto contemplado; à formação de novos leitores; a apresentação da obra de João Guimarães Rosa; a contribuição para a fortuna crítica roseana; e a formação do ser enquanto humano a partir da sua identificação verossímil para com a obra literária. Palavras chave: Contos. Ficções. Guimarães Rosa. Literatura. 140 POESIA TRÁGICA E MÚSICA: REFLEXÕES NIETZSCHIANAS SOBRE OS DITIRAMBOS DIONISÍACOS E O HEAVY METAL Leonardo Silva Sousa - UFMA Trata-se de reflexão filosófica de orientação nietzschiana sobre a relação entre tragédia, poesia e música. Pretende-se abordar nesse trabalho o ditirambo dionisíaco, que são hinos entoados em louvor ao Deus Dionísio, sobre o ditirambo ático que tem como precursor o poeta Eurípides, bem como a decadência da tragédia proporcionada por este poeta e pela tradição socrática. O espectador do ditirambo mergulha na intensa realidade dionisíaca esquecendo-se da realidade cotidiana e imergindo-se subsequentemente na esfera do uno-primordial. É especialmente no ditirambo dionisíaco que o homem é conduzido a manifestar todas as suas capacidades simbólicas, com a essência de sua natureza que se expressa por via simbólica. A crítica nietzschiana observa, contudo, que este fenômeno tem sua morte decretada com o aparecimento do poeta Eurípides e com a tradição socrática estendida ao longo da história seja nas artes, moral ou política. Diante dessas reflexões, pretende-se apontar para a possibilidade um novo ditirambo a Dionísio na contemporaneidade, ilustrando esse fenômeno artístico com a produção musical do grupo de Heavy Metal Metallica, em especial, a canção The Call of Ktulu. A reflexão estética ora implementada direciona-se para a tensão poética dos versos ditirâmbicos e da sua aproximação com a tensão musical presente no heavy metal. Evidencia-se nesta ilustração como tragédia, poesia e música se unificam em tensões discursivas comuns. Palavras chave: Poesia ditirâmbica. Ditirambo dionisíaco. Tensão. Música “ELES ERAM MUITOS CAVALOS”: UMA EXPERIÊNCIA DO FORA Maria Lúcia Souza Maciel - PUC-SP Parece comum atribuir à literatura dita contemporânea o caráter fragmentário, predominantemente composto por uma estrutura formada por distintos gêneros textuais. Isso assinala, entre outras coisas, a impossibilidade de narrar o acontecimento tal como é, e traz à discussão a precariedade da escrita. Também reitera uma tendência já notada, por exemplo, em Oswald de Andrade, no livro O perfeito cozinheiro das almas do mundo, de 1918: a de se conceber uma ‘não-obra’, isto é, de se abrir espaço para uma experiência do fora de que fala Blanchot, cuja especificidade do gênero configura-se mais como um fator delimitador e menos como um arranjo consistente à essa nova linhagem criativa que dilui toda e qualquer fronteira existente entre as linguagens artísticas. Desse modo, identifica-se em Eles eram muitos cavalos, romance publicado em 2001, de autoria do escritor brasileiro Luiz Ruffato, aspectos significativos no reconhecimento dessa modalidade de escrita que roça o roteiro cinematográfico, o diário, as artes plásticas, a colagem e a linguagem cotidiana das grandes cidades. Ora, se já não faz sentido denominar uma obra literária como Eles eram muitos cavalos, de romance ou de qualquer outra terminologia, resta-nos falar em experiência, e esta, por sua vez, ocorre pelas margens, pelas formas de trazer o mundo somente à esfera do ficcional, pelas beiradas, fora de qualquer realidade apreendida? Trata-se de uma escrita que se dá pela e na margem distinta do domínio histórico? Na ideia blanchotiana desse 141 fora tão dentro, centrado em qualquer coisa alheia ao ideal, à verdade, ao real, buscamos compreender em que medida e sob quais condições extratextuais o “romance” de Ruffato consagra-se como experiência do fora. Destacamos sobretudo alguns aspectos: a ausência de tempo e espaço específicos; no lugar de um, vários narradores se misturam e confundem o leitor; o enredo é dissipado como um recurso a ampliar a margem de abertura para situações outras; a escrita que se assimila a um aglomerado de linguagens (receitas, anúncios de jornais, sonoridades da rua, página negra) justapostas, situadas sobre um plano, assim como se fazia na pintura cubista. Na obra, no entanto, a tela é a cidade de São Paulo, que funciona como uma colagem. Palavras chave: Romance contemporâneo. Experiência do fora. Colagem. MEMES E FILMES: UMA ANÁLISE INTERICÔNICA Roberth Christian Cutrim França - UFMA Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de produção dos discursos e do humor do gênero discursivo memes a partir de sua relação com determinadas produções fílmicas ou comerciais, tais como “O sexto sentido” ou uma propaganda o “Bomnegocio.com”. Tais gêneros textuais circularam na rede social Facebook e outros espaços enunciativos virtuais durante a Copa do Mundo, realizada no Brasil. Em outros termos, como material de análise, tomamos recortes de alguns memes que circulam em nosso contexto de cultura e que podem indicar essa relação dialógica e intericônica, buscando refletir sobre a produção do sentido e, principalmente, sobre a construção do humor presentes no gênero discursivo em análise. Buscando-se refletir sobre a produção, circulação e recepção dos sentidos, o trabalho se inscreve em uma perspectiva dialógico-histórica para a qual se mobilizam conceitos, tais como, dialogismo e intericonicidade, uma vez que tais conceitos remetem ao fato de que os discursos não acontecem isoladamente, mas em uma cadeia discursiva, em uma rede de sentidos. Assim, consideramos as seguintes relações como constitutivas dos discursos visuais e do ininterrupto processo dialógico entre os memes e produções fílmicas/comerciais: a relação de imagens do filme com outras imagens, com outros textos visuais, com outros contextos e com outros gêneros. Palavras chave: Memes. Produções fílmicas. Intericonicidade. SUPERMAN RETURNS: A INTERICONICIDADE NA CONSTRUÇÃO DO HÉROI Roberth Christian Cutrim França - UFMA Denilson dos Santos Costa Guilhermino - UFMA Neste trabalho, propõe-se uma reflexão sobre o modo de construção de sentido no filme Superman Returns, traduzido para o português como “Superman - O Retorno”. Para essa reflexão, tomou-se como objetivo de investigação o modo como se dá a relação existente entre a narrativa de Superman returns e outas narrativas historicamente assentadas, sobretudo a católico-cristã, isto é, objetiva-se uma buscar pistas sobre o 142 como o filme revisita uma velha história, sobretudo, a narrativa bíblica sobre a figura de um herói messiânico e salvador (isto é, a figura mitológica de Jesus Cristo). Para isso, tomou-se como material de análise recortes de duas cenas do filme que nos remetem a duas imagens que circulam em nosso contexto de cultura e que podem indicar essa relação dialógica, em outros termos, detemo-nos nos enunciados que contem o fato que é objeto de análise, a fim de tornar visível como o texto sincrético se insere na cadeia inter-icônica e histórica (social) que o constitui como tal. Por isso, busca-se refletir sobre o que se esconde por trás de todo aparato tecnológico da produção cinematográfica a partir do conceito de estrutura profunda e de “neogeneri” (novos gêneros), desenvolvido pelo crítico Flávio René Kothe e pela crítica Anna Carla Russo, respectivamente. Assim, consideramos a seguinte relação como constitutivas da narrativa fílmica e do ininterrupto processo dialógico entre literatura e cinema: a relação entre imagens do filme e outras imagens, outros textos verbais e fílmicos, outros contextos, bem como outros gêneros. Palavras chave: Intericonicidade. Neogeneri. Estrutura profunda. Produção fílmica. O SUJEITO PÓS-MODERNO VISTO PELAS CÂMERAS DE TV: UMA ANÁLISE DA SOCIEDADE DO CONSUMO NO FILME O SHOW DE TRUMAN Sonia Regina Abreu Moreira - UFMA Paula Fernanda Silva dos Santos - UFMA O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise sobre o filme O Show de Truman a partir da idéia de sujeito pós- moderno, evidenciando seus aspectos sociais e ideológicos e de que forma a sociedade de consumo se configura nesse cenário onde o sujeito se torna um produto do mercado e perde sua individualidade passando a ser objeto de consumo do próprio sistema. O conceito de pós-modernidade está atrelado a ideia de uma sociedade pluralista e fragmentada permeada pela cultura de massa, logo as tecnologias é quem dominam o mundo e consequentemente o homem se vê escravo desse sistema, pois já não se valoriza o pensamento cognitivo, ele passa a ser controlado por imagens e pelo consumismo desenfreado. Tomando como referência as questões de cunho filosófico, literário e ideológico que o filme apresenta. Pretendemos mostrar como a mídia e o seu poder de manipulação influenciam o comportamento das pessoas através dos meios de comunicação, entre eles a televisão. O uso das imagens é o que vem transformar a vida do personagem Truman em um reality show, o que configura o próprio espetáculo da vida tão propagado pela mídia e que limita os indivíduos a sedução que a sociedade de consumo exerce sobre estes. Tais pressupostos nos levam a refletir sobre o vazio no qual o homem pós- moderno está submetido e, portanto se caracteriza como sujeito que tem sua identidade fragmentada e perde sua individualidade. Palavras chave: Pós- modernidade. Consumismo. Sujeito. 143 AS PÁGINAS DA TERRA: O INSÓLITO EM TERRA SONÂMBULA, DE MIA COUTO Edson Moisés de Araújo Silva - UFRN A humanidade sempre tem a realidade como ponto de partida para a produção de obras artísticas, mesmo quando estas são apresentadas com um aparente distanciamento daquilo que é considerado real. Por isso, defendemos a tese de que as produções literárias de caráter fantástico trabalham com o irreal para expor possibilidades de compreensão da própria realidade através de eventos que poderiam ter ocorrido (ARISTÓTELES, 2012). Nessa trilha, este trabalho analisa o romance Terra sonâmbula (2007), de Mia Couto, sob um olhar integrativo entre as questões socioculturais e os procedimentos discursivos utilizados na composição da narrativa. Nesse sentido, notamos a ocorrência do insólito como uma via de mediação para alcançar um ponto de encontro e, principalmente, diálogo entre a tradição e a contemporaneidade. É através do discurso fantástico que a memória é trazida para elucidar e proporcionar fundação para a realidade presente. Com tal direcionamento, apresentamos uma leitura fundamenta na distinção entre gênero e discurso fantástico (PAES, 1985; SARTRE, 2005; TODOROV, 2012), bem como as noções do insólito ficcional (GARCÍA; BATALHA, 2012). Com base em tais perspectivas, propomos uma leitura da produção literária e, especificamente, dos discursos mais absurdos ou fantasiosos para uma compreensão mais nítida de certos aspectos de nossa estrutura social. Palavras chave: Discurso. Insólito. Narrativa. A METAMORFOSE DOS SENTIDOS EM FRANZ KAFKA João Margarida Evangelista Santos Filho - UFMA Essa pesquisa tem como foco analisar a negação do sujeito pelo próprio sujeito e por seu ambiente de assimilação. Para isso buscamos na literatura elementos que nos possibilitem a compreensão dessa problemática. Com perspicaz tendência sur-realista a obra A metamorfose de Franz Kafka constrói personagens que se encontram no mundo arrebatado por suas angústias, aparentemente, sem saber que finalidades tomar para suas vidas. Por outro lado, o insólito se constitui na narrativa como o plano onde se assentam opiniões críticas e contestadoras. O espaço da obra é hermético, o tempo é mesclado por sucessões cronológicas e apreensões fenomenológicas do tempo – os sonhos e as impressões da consciência de Samsa, o que a nosso ver des-ordena as experiências dos personagens, as quais seguem ao longo da narrativa meta-morfoseando suas impressões, valores, credos. Nesse sentido, provocando um mergulho no mundo fantástico a obra transita por uma narração lenta e detalhada preenchendo com suspense e agonia a atmosfera vivenciada pelo leitor, levando-o a sentimentos de repulsa, aversão e incompreensão que se mesclam de forma cruciante. Para fundamentar nossas hipóteses buscamos em Freud apreender condições que possibilitam o aparecimento insólito. Em seu ensaio “O estranho”, Freud atribui o surgimento do insólito a uma espécie de regresso em si e à sigilosa familiaridade do fenômeno, por conseguinte, acenando não ser este novo ou totalmente remoto. 144 Palavras chave: Franz Kafka. Experiência. Sujeito. A FANTASIA NA FICÇÃO AMADORA ONLINE: UM ESTUDO NARRATOLÓGICO PROPPIANO Deislandia de Sousa Silva - UESPI A literatura fantástica define-se como narrativas que usam magias e fatos sobrenaturais como elementos principais, constituindo, assim, eventos que dificilmente aconteceriam em um mundo real. Em meados do século XX houve uma crescente discussão em seu entorno, sobretudo, a partir da publicação do livro Morfologia do Conto Maravilhoso, de Vladimir Propp, no qual estão presentes os resultados de seus estudos nos contos folclóricos russos. Partindo dessa concepção de fantástico, este trabalho teve por objetivo analisar os contos amadores de fantasia disponíveis no site Recanto das letras (www.reacantodasletras.uol.br), por entender que esses escritores já têm uma visibilidade no meio em que se apresentam por isso faz-se necessário um estudo detalhado do que eles escrevem. Para este estudo utilizou-se os princípios teóricos de Propp (2010), Todorov (1939), Rodrigues (2007) autores que contribuíram para compreensão dos conceitos relacionados à narratologia e operadores de leitura narratológica. Desse modo, adotou-se como procedimentos metodológicos uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, cujo corpus foi constituído de 30 contos inseridos na categoria Fantasia presente no site acima citado, a fim de apreender os principais conceitos relacionados a narratologia proppiana, observar os operadores de leitura dessas narrativas e confrontar as estruturas encontradas nos contos selecionados dentro do corpus supracitado com as estruturas encontradas nas teorias estudadas. A partir da análise dos contos foi possível observar que grande parte dos escritores amadores se preocupa em escrever seus contos segundo o conceito de literatura fantástica, que suas narrativas possuem parcialmente as funções e esferas de ações presentes nos estudos de Propp, que algumas das narrativas se correlacionam quanto à temática proporcionando aos leitores a oportunidade de reflexão acerca do assunto tratado. Palavras chave: Literatura Fantástica. Narratologia. Ficção amadora online. O FANTÁSTICO VISIONÁRIO CALVINIANO, NO CONTO O HORLA, DE GUY DE MAUPASSANT Marcus Vinícius Souza e Souza - UVA O estudo em questão tem por finalidade proporcionar melhores explicações para fenômenos de caráter sobrenaturais, caracterizando o gênero fantástico e sua funcionalidade, inserindo-o ao texto de apreciação. O presente trabalho restringe-se à análise de um único conto, em que se busca identificar de que forma o elemento fantástico se constrói e se desconstrói na narrativa, apresentando liames sutis com a 145 realidade. Em meio a isso, traça-se a historicidade do gênero, mostrando como ele se desenvolveu ao longo dos anos, assim remetendo-se ao período de transição entre os séculos XVIII e XI, os quais foram demarcados pela tendência do cientificismo, pois foi o período em que os filósofos passaram a desprezar explicações religiosas para explicar os fenômenos ocorridos através da ciência. Neste estudo serão abordados diversos aspectos do conto enquanto narrativa que se propaga ao longo do tempo, desde a forma oral a escrita, apontando as vertentes do fantástico visionário de Ítalo Calvino no conto em apreciação. O Horla, de Guy de Maupassant foi publicado na França em 1887, nele é narrada a história de um homem que diz sentir a sua volta a presença de um estranho ser, motivo pelo qual passa a ser visto como louco durante a narrativa, mediante às figuras médicas que representam à razão, em oposição a figura do protagonista. Por fim as figuras médicas corrompem-se por antes terem certeza de que o ser descrito trata-se de loucura e posteriormente duvidam das próprias leis do inadmissível, assim gerando ambiguidades pela possibilidade de aceitar ou não os fatos narrados. Palavras Chave: Conto. Fantástico. Maupassant A REPRESENTAÇÃO DA FUNDAÇÃO DE SÃO LUÍS PELA TELEVISÃO: UMA ANÁLISE DA SÉRIE OS COLONIZADORES Ruan Cláudio da Silva Rosa - UFMA O ano de 2012 foi marcado por um intenso investimento do governo de São Luís em festividades ocorridas, por exemplo, na semana de comemoração dos 400 anos da capital, no carnaval, no São João e na virada do ano. No transcorrer do referido ano, houve a elaboração de uma vasta propaganda acerca do quarto centenário da cidade, na qual há a produção de uma série de reportagens desenvolvidas pela TV Mirante, intitulada “Os colonizadores”. Inicialmente, o processo de criação das reportagens se dá com o envio de um grupo de profissionais para a França, que demonstraram o caminho percorrido pelo Senhor de La Ravardiere e o processo de fundação da França Equinocial. As reportagens foram criadas na intenção de ilustrar os vínculos existentes entre a França e São Luís, bem como no sentindo de legitimar o discurso da fundação francesa. Baseando-se nos conceitos de apropriação e representação, de Roger Chartier, a proposta deste trabalho consiste em refletir de que forma a representação feita pelas reportagens puderam ser apropriadas para a crítica ou legitimação da fundação de São Luís pelos franceses. Considerando o debate historiográfico sobre a fundação, este trabalho encontra-se imerso em uma reflexão que tentará compreender o lugar do historiador na era da imagem. Além disto, no intuito de entender a relevância da mídia, em um mundo cada vez mais caracterizado pelo culto à cultura audiovisual, usar-se-á como base a compreensão do autor Giovanni Sartori, acerca da influência da televisão na formação cultural do homem contemporâneo, dispostas em sua obra Homo Videns. Palavras chave: Representação. Televisão. Fundação. São Luís. ASPECTOS DISCURSIVOS ENCONTRADOS EM UM EPISÓDIO DE QUADRINHO DO PERSONAGEM ZÉ CARIOCA 146 Cibele Pereira da Silva Sousa - UFPI Adelane Brito Rodrigues - UFPI O presente artigo visa, em primeiro lugar, fazer uma breve exposição acerca da análise do discurso e, em seguida, analisar os aspectos discursivos encontrados em um quadrinho do personagem Zé Carioca, criado pelo animador e cartunista norteamericano Walt Disney, durante uma visita ao Brasil. O trabalho se detém no episódio intitulado Papagaio Letrado, que ocupa sete páginas da edição 2.397 da revista desse personagem, publicada em 2013 pela Editora Abril. Utilizamos a teoria do discurso, fundamentada nos pressupostos teóricos de Eni Orlandi (2007) e Helena Brandão (2004). Desse modo, o intuito do presente artigo é apresentar algumas aplicações dos conceitos de abordagem intersemiótica, ideologia, dispersão discursiva, interdiscurso, memória discursiva e intradiscurso, presentes no quadrinho analisado, em comparação a aspectos análogos observados nas produções literárias de cunho oral. Observa-se uma possível interdiscursividade entre Zé Carioca e o personagem Macunaíma, de Mário de Andrade, que pode ser apontado como um estereótipo do malandro carioca e, extensivamente, do povo brasileiro. Dessa forma se estabelece uma relação com a ideia de arquétipo do sujeito esperto e aproveitador. O que se pode concluir é que o referido quadrinho traz em si a ideologia do autor retratada nas vozes dos personagens e intermediada pelo discurso social, que funciona dentro de estruturas arquetípicas comuns da Literatura Oral. Palavras chave: Aspectos discursivos. Quadrinhos. Zé Carioca. Literatura Oral. Arquétipo. A MÍDIA COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO: AS IMPLICAÇÕES DOS DISCURSOS MIDIÁTICOS NA CONSTITUIÇÃO DE SUJEITOS E SUBJETIVIDADES José Eduardo Fonseca Oliveira - UFMA Investiga-se nessa pesquisa os mecanismos de operação da mídia televisiva na construção/constituição de sujeitos e subjetividades, utilizando-se como uma das ferramentas de análises, os discursos. Considera-se que a mídia televisiva ao produzir discursos, imagens, significações e representações está ensinando formas de ser e estar no mundo, pois esses discursos se configuram enquanto saberes sistematizados. É inegável a contribuição da mídia televisiva no aprendizado dos modos de existência e sobre os comportamentos na sociedade contemporânea, tanto que a televisão cria e reforça processos de inclusão e exclusão, se configurando assim como um lugar de formação. Toma-se como principal referencial teórico nessa pesquisa, Michel Foucault e suas análises construídas sobre a abordagem analítica dos discursos. Foucault observa que o discurso é o espaço em que saber e poder se articulam, ou seja, nenhum discurso é natural, ele está circunscrito a interesses políticos e comerciais que coadunam com específicos momentos históricos. A relação dos discursos com dado momento histórico é imprescindível no pensamento de Foucault, pois a produção do discurso é controlada, selecionada, organizada e redistribuída por procedimentos que visam determinar o que pode ou não ser dito em determinado momento histórico, e essa produção social de sentidos, a partir da mídia televisiva, produz identidades. As identidades são, pois, construções discursivas, que hoje se materializam fora dos espaços tradicionais de 147 formação, se entronizando em espaços não formais onde a televisão se configura com um dos mais importantes. Assim, esses discursos que “educam”, “ensinam” a partir da mídia televisiva é aquilo que Foucault denomina de governamentalidade, ou seja, o governo de si e do outro por meio de técnicas e dispositivos que produzem identidades. Palavras chave: Discurso. Educação. Mídia. Identidade. REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO ÍNDIO NA FOLHA DE SÃO PAULO: CASO DO ÍNDIO GALDINO E DO ATAQUE DE ÍNDIOS A ENGENHEIRO DA ELETROBRAS Eline da Silva Reis Calaça Teixeira - UFPI De acordo com Melo (2003, p. 2375) “a imagem do índio na mídia está focada em um tema maior, relacionado à violência”, seja ele praticante ou vítima de atos violentos. Com base nisto, dois acontecimentos que tiveram grande repercussão nos meios de comunicação do país nos levaram a propor uma análise sobre a abordagem dada a esses fatos levando em consideração a presença da figura do índio enquanto vítima da violência e enquanto agressor. Neste estudo pretendemos fazer uma análise do discurso da mídia impressa (aqui representada pelo jornal Folha de São Paulo), com o intuito de apontar a participação da mesma no processo de construção da imagem do índio no caso do índio Galdino e no ataque de índios a engenheiro da Eletrobras. A Semiótica Peirceana e a Análise de Discurso fundamentada na perspectiva de Pêcheux são as correntes teóricas que vão fornecer os recursos metodológicos que utilizaremos nesta pesquisa com o objetivo de identificar os elementos semiótico-discursivos que nos permitam responder a seguinte questão: qual a representação social que a Folha de São Paulo apresenta para seus leitores sobre a figura do índio nos dois casos em estudo? O corpus a ser analisado é composto por textos jornalísticos que se enquadrem nos gêneros textuais reportagem e notícia que tenham sido veiculados no jornal Folha de São Paulo no período de 21 a 25 de abril de 1997, para o assassinato do índio Galdino e no período de 21 a 25 de maio de 2008, para o ataque de índios a engenheiro da Eletrobras. Uma análise preliminar do corpus aponta para uma representação da figura do índio enquanto sujeito sem voz junto aos meios de comunicação de massa. Nesse sentido, o discurso do/sobre o índio é legitimado por outras instituições autorizadas a falar sobre ele. Palavras chave: Índio. Mídia. Representação social. Semiótica. Análise de Discurso. A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO PROFESSOR ATRAVÉS DO DISCURSO MIDIÁTICO Myrian Cristina Cardoso Costa - UFMA 148 O presente trabalho propõe uma discussão acerca das possíveis implicações na construção da imagem do professor pela mídia. Como as imagens que estão sendo pregadas pela mídia acarretam em visões depreciativas do professor? Discursos sem fundamentos sobre a docência têm atingido a sociedade e os próprios professores que sem argumentos não conseguem defender sua imagem. Para entendermos com se estabelece essa relação da mídia e imagem de determinado grupo social, faz-se necessário compreender como se compõe o discurso midiático. Segundo Rodrigues, uma das principais características desse discurso é a sua cadeia ininterrupta, com encadeamento de enunciados que se apresentam de forma acabada e que esconde suas origens (RODRIGUES, 1995). Em relação à imagem do docente é possível levantar algumas hipóteses que levam a tal construção, a primeira delas é de origem histórica e consiste na perda do prestígio sócio-econômico da profissão ocasionada pelo processo de desprofissionalização que ocorreu no Brasil. A segunda é a análise superficial realizada pelos veículos comunicativos sobre a educação, os dados coletados e as entrevistas, extremamente tendenciosas, são realizadas com especialistas de entidades públicas com elevado nível de titulação, por isso são considerados aptos a fornecerem esses dados, ou ainda com órgãos educacionais que fornecem dados quantitativos, desconsiderando a realidade do trabalho do professor e propagando um discurso de eterna desqualificação, sem propor soluções. Essa ideia de desprestigio ligada a mídia hegemônica, resulta na construção de estereótipos sobre a imagem e atuação do professor, que acaba sendo vista pela sociedade de modo geral, inclusive pela própria classe. Este discurso intencional desqualifica o agente de formação por meio da mídia, que manipula a opinião pública a favor dos seus interesses. Palavras chave: Imagem. Mídia. Professor. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM PROPAGANDAS EMPRESARIAIS: ANÁLISE DISCURSIVA DE PROPAGANDAS DA PETROBRAS E DO BANCO DO BRASIL Jailiston Soares - UFMA Jefferson Matheus - UFMA O interesse em desenvolver uma pesquisa voltada para o discurso do desenvolvimento sustentável surge ao ver como as propagandas empresariais mobilizam os diversos sentidos da sustentabilidade, do crescimento econômico, do novo paradigma mundial que rege as relações dentro do mundo dos negócios, das ideologias voltadas para uma competitividade mercantilista. O que se percebe nesses textos que fazem circular sentidos sobre um desenvolvimento sustentável é, dentre outras coisas, uma preocupação por parte da sociedade civil organizada, dos governos e principalmente do mundo empresarial, em organizar políticas voltadas para esse tema. Há atualmente, a ideia de comunidade global no mundo, que combate por exemplo, ao racismo, à discriminação de gênero, ao trabalho escravo e também à degradação do meio ambiente, através das práticas do desenvolvimento sustentável, além disso, há também em paralelo, a inquieta proposta das grandes organizações em mostrar seus trabalhos para a sociedade em geral através das diversas mídias. Portanto este trabalho traz em sua amplitude uma proposta de analisar o discurso, baseado nos conceitos da análise de 149 discurso de matiz francesa, ante o recorrente conceito do desenvolvimento sustentável, que também é por vezes denominado como sustentabilidade, muito utilizado no final do século XX e início do século XXI, cuja diferença entre esses dois termos/conceitos nos empenharemos em explicitar ao longo do nosso trabalho. O discurso do desenvolvimento sustentável em propagandas empresariais está muito presente na atualidade, a análise rigorosa dos enunciados poderá dar-nos o entendimento das ideologias presentes, visto que só através do entendimento das ideologias presentes no discurso é que poderemos pensar em medidas que favoreçam a criação de um pensamento pautado no linguístico, voltado para o desenvolvimento de uma sociedade mais observadora e consciente, possibilitando que essa mesma sociedade transponha os limites da condição imaginária imposta pelas as ideologias. Palavras chave: Propagandas. Desenvolvimento Sustentável. Discurso. LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO MÉDIO Maria do Socorro Gomes Macedo - UEMA Este estudo aborda práticas de leitura e produção textual escrita no ensino médio. Especificamente, uma prática de letramento escolar realizada em uma turma de 1ª série, de uma escola pública de Imperatriz – Maranhão. Entende-se que compreender textos lidos como uma prática letrada equivale ao entendimento das mensagens abordadas e possibilidade de uso de conhecimento na produção escrita e nas práticas sociais. O objetivo deste trabalho é analisar as práticas de leitura e produção textual escrita, de alunos do ensino médio e verificar se elas estão vinculadas à aprendizagem de forma que contribuam para a integração da realidade do mundo com o universo do aluno. Para a fundamentação deste trabalho apoiou-se, principalmente, nos PCN (1999), nos Referenciais Curriculares do Ensino Médio – Maranhão (2007), nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006); em Dolz (2010), Guimarães e Kersch (2012) e Kleiman (1989,1993, 2011). Para a pesquisa, utilizou-se o método qualitativo interpretativista com análise documental. Os resultados revelaram que há um distanciamento do que é desenvolvido – prática de leitura e produção textual escrita –, da aprendizagem; das práticas dos alunos. Dessa forma, ficou evidenciada a necessidade de realização de um trabalho, que capacite os alunos às diversas práticas sociais letradas. Palavras chave: Leitura. Produção Textual. Escrita. Letramento. ATENÇÃO, CUIDADO COM OS FAPES! ELES SE DIZEM AMIGÁVEIS, MAS NÃO SÃO Lorena Angin Yannina Camusso Ortiz - UFMA O trabalho é baseado em uma pesquisa que explica cada um dos falsos cognatos termos de línguas distintas que possuem certa semelhança fonética e léxica - algumas 150 vezes chamados falsos amigos. Contida no título, a expressão FAPES é um neologismo que significa “Falsos Amigos em Português e Espanhol” e avalia o desempenho dos profissionais de comunicação, sem intenção de ter um caráter pedagógico. A pesquisa tratou dos diversos aspectos que associam e separam o espanhol e o português a partir do ponto de vista sincrônico-semântico. Como se sabe, o espanhol e o português são línguas de origem latina que têm muito em comum. Talvez seja isso que permita o fácil entendimento entre os usuários das línguas, porém pode criar grandes confusões no processo comunicativo. Sabemos, como profissionais da área, que o nosso papel é muito importante na hora de enviar uma mensagem aos receptores dos veículos de comunicação, já que este processo não deve ser somente eficiente, mas também claro. Em consequência, o que acontece quando o público desconhece a linguagem original de um entrevistado ou quando acredita conhecê-la e a utiliza com um significado inadequado? É aí que o comunicador deve estar bem informado e ciente das variações semânticas que existem entre as línguas. Aproveitando a realização da Copa do Mundo de futebol, observamos muitos comunicadores fazendo interpretações inadequadas em relação ao texto original e outras que ficaram estranhas ao nosso ouvido, porque simplesmente apresentam uma tradução literal das palavras, mas não das expressões em si. Nesse sentido, a pesquisa demonstra que a utilização dos falsos cognatos representa uma problemática importante a ser avaliada pelos profissionais de comunicação quando da interpretação de falas do espanhol para o português e vice-versa. Também são apresentadas listas dos falsos cognatos utilizados pelos usuários de ambas as línguas. Palavras chave: Falsos cognatos. Semântico. Sincrônico. O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratório, que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para aquisição de título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para estudo a forma como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino, ou seja, a aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O propósito do artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8° ano do ensino fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a) professor(a) para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a prática de ensino desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este objetivo se desdobra em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD) para o ensino da língua estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma professora acerca do livro didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino e aprendizagem subjacente em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será necessário aplicação de questionário e observação da prática de ensino do professor. Fundamentados por Dias (2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros, procuraremos compreender, à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na utilização do livro didático, bem como sua contribuição para a aprendizagem dos educandos. 151 Palavras chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático. A LITERATURA ALIADA AS MÍDIAS DIGITAIS PARA O INCENTIVO DAS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA DENTRO E FORA DA SALA DE AULA: UMA PROPOSTA PARA ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA Stephane Thayane dos Santos Serejo - UFMA Fabiana Albina Borges da Silva - UFMA Com o advento da tecnologia houve o aumento do espaço para os leitores e autores na REDE, muitos sites contribuem para a formação de novos leitores e escritores, outros possuem obras raras ou pouco publicadas digitalizadas e as distribuem gratuitamente, alguns vendem livros usados a preços simbólicos, outros promovem a troca e assim por diante. As mídias digitais fazem parte da vida e do cotidiano do homem contemporâneo, pois tornou-se uma necessidade estar conectado a tudo e com todos, e muito dessa comunicação acontece através da escrita, é muito comum as pessoas utilizarem as mídias sociais para narrar suas experiências, relações sociais e pessoais. Observando estes novos hábitos do homem e a quantidade de material literário que a internet traz facilmente ao alcance de todos, que pensamos em analisar as vantagens dessa união de literatura e mídias digitais para o ensino de língua portuguesa, focando nas práticas de leitura e escrita. O objetivo é trabalhar a literatura promovendo a leitura de obras clássicas de autores brasileiros dentro e fora da sala de aula, utilizando o livro impresso ou digital e fazer com que os alunos escrevam, comentem, produzam resenhas das obras lidas e as publiquem, compartilhando sua escrita, através de blogs e outras redes sociais. Com isso apendendo-se a ler, a escrever e a pensar. Propomos falar sobre a gama de possibilidades de leitura e consumo de literatura que a internet pode nos proporcionar, sobre a importância da literatura para o aprendizado de língua portuguesa, pensar o papel do professor e sua metodologia diante desta nova perspectiva de ensino e refletir sobre como podemos inserir as mídias digitais com a função de promover e incentivar a leitura e a escrita. Palavras chave: Mídias Digitais. Literatura. Língua portuguesa. Leitura. Escrita. ENSINO E APRENDIZAGEM EM AMBIENTE VIRTUAL EM LICENCIATURA DE ESPANHOL Maria Francisca da Silva - UFMA O presente artigo tem como objetivo analisar os processos de leitura e construção de conhecimento aplicados aos acadêmicos de curso de Licenciatura de Espanhol e Literatura Hispâncas, desenvolvidas e sua implicação no processo de aprendizagem significativa. Para atingir a tal objetivo, obedeceram-se as seguintes etapas: perceber as práticas de leituras realizadas pelos acadêmicos em ambiente virtual; realizar um estudo dos registros no AVA como requisito de verificação da compreensão leitora e de 152 aprendizagem durante disciplina do curso; e, analisar as intervenções docentes, relacionando-os com os aspectos expostos por teóricos que pesquisam sobre as práticas de leitura e aprendizagem significativa. O quadro teórico usado sobre leitura e texto foram às autores Kleiman (2002), Kato (1997; 2010), Coracini (2002), sobre análise do discurso e gêneros textuais Charaudeau (2009), Marcuschi (2002) e Pauliukonis (2002). Diante das análises, destaco a relevância do sujeito que atua com acadêmicos em qualquer nível de ensino no tocante a leitura.Urge uma constante necessidade de revisão dos conceitos e atividades realizadas em ambiente virtual, pois o ensino, mediado pelas tecnologias, necessitam de um novo repensar sobre o ensino e aprendizagem em ambientes virtuais. Constato ainda, que o processo de leitura se constrói com vários aspectos a serem privilegiados no momento da abordagem do texto. Palavras chave: Leitura. Ambiente Virtual. Análise do Discurso. Gêneros Textuais. CONCEPÇÕES DO PROFESSOR DE ESPANHOL LÍNGUA ESTRANGEIRA: UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO Maria Francisca da Silva - UFMA A identidade do professor de Espanhol como Língua Estrangeira no Centro de Línguas Aberto à Comunidade CLAC – UFRJ, com uso do referencial teórico sobre identidade, sujeito e ensino de língua estrangeira. O ponto de partida desta pesquisa surge na medida em que busco entender o processo de construção identitária do professor de Espanhol como Língua Estrangeira – E/LE. A presente pesquisa surgiu pela necessidade de se analisar os processos identitários do professor do CLAC no ensino de E/LE. Parti do pressuposto de que o professor do CLAC encontra-se em processo de formação e docência, demonstrando uma identidade fragmentada e em constante estágio de modificações, proporcionado pela dinâmica da docência e formação. Destaco como objetivo analisar as práticas identitárias construída pelo professor de espanhol como língua estrangeira no Centro de Línguas da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A metodologia usada foram os conceitos de identidade e sujeito relacionado ao processo ensino de língua estrangeira, assim como, o uso da entrevista através de tópicos serviu de suporte. A abordagem de questões identitárias requer um posicionamento sobre os conceitos de identidades já postulados por pesquisadores como Bauman (2005), Coracini (2007), Signorini (2006), Serrani-Infante (2007), conversam com o corpus recolhido durante entrevista com profissional do CLAC. Palavras chave: Identidade. Sujeito. Ensino de Língua Estrangeira. O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ATRAVÉS DA TECNOLOGIA: O USO DO WHATSAPP COMO ESPAÇO DE MEDIAÇÃO Rayron Lennon Costa Sousa - UFMA 153 O ensino de Línguas Estrangeiras no Brasil, por muito tempo, esteve estacionado em metodologias que mais amedrontavam os alunos que ensinavam, perpassando por métodos tradicionais, como por exemplo, o “Gramática-tradução” que mantinha estreita relação com a “Decoreba”. Métodos esses que na visão de mundo e de ensino significativo de Línguas Estrangeiras e não exerceram efeitos positivos sobre os alunos. Com o advento das Tecnologias, a inserção da internet na sala de aula e o uso de celulares que hoje são tão presentes na vida de alunos e professores observou-se uma mudança tanto no jeito das pessoas se relacionarem entre si, como nas relações no contexto da educação formal. Propõem-se discutir o panorama atual do uso da tecnologia no ensino de língua estrangeira no Brasil, em especial o de Língua Espanhola, com o objetivo de analisar os recursos tecnológicos utilizados pelo professor de língua estrangeira, no ensino da área. Apresenta-se, para tanto, um breve histórico do desenvolvimento das tecnologias buscando-se evidenciar possibilidades e dificuldades de seu uso, para fins pedagógicos. Propõe-se enfocar, de modo especial, o uso do aplicativo WhatsApp como espaço de mediação virtual de ensino de Língua Espanhola, espaço este que vêm conquistando adeptos, que buscam a renovação de seus processos de ensino-aprendizagem; a utilização de materiais autênticos e atualizados e o acesso a diferentes pontos de vista no desenvolvimento, assim como da aquisição e disponibilização de materiais diversos que contribuem com uma perspectiva mais crítica e conectada com a sociedade atual no ensino de línguas estrangeiras. Palavras chave: Ensino. Língua Espanhola. Tecnología. O USO DO CELULAR EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Alexsandra Lins - UEMA “As máquinas dominam as comunicações no mundo moderno. O ambiente linguístico tem sido recriado artificialmente e o professor e o livro têm sido forçados a se integrarem a esses novos meios de transmissão.” (Kelly, 1969). Desde os meados do século XX, há uma preocupação com o desenvolvimento tecnológico no meio social e como ela vem mudando o comportamento humano, impactando com antigos valores, criando outros valores e novas tendências, além disso, a tecnologia tem se tornado indispensável para as ciências e para o desenvolvimento educacional. No entanto, a realidade nos mostra que o acesso a tecnologia ainda é limitado e isso também limita a atuação do professor em sala de aula, pois o mesmo é cobrado a se atualizar e renovar suas práticas. No ensino de Língua Inglesa, por exemplo, é de suma importância a utilização de ferramentas que auxilie professor e aluno no processo ensinoaprendizagem, porém, o professor de línguas é um dos profissionais que mais sofre por falta de material e acesso a ele. Partindo desse pressuposto, este trabalho tem como finalidade propor práticas e atividades com o uso de celular e aplicativos, focando principalmente o ensino de pronúncia nas aulas de Língua Inglesa, oferecendo ao professor a oportunidade de inovar e ao aluno, de aprender cada vez mais. Palavras chave: Tecnologia. Língua Inglesa. Pronúncia. 154 A LINGUAGEM DOS GAMERS – A VARIAÇÃO DIASTRÁTICA NA CULTURA DOS JOGOS Jefferson Mateus Silva Santos - UFMA Jailiston Soares - UFMA A sociedade está segmentada em diversas classes, logo, dividida em múltiplos nichos culturais, cada um unido por um ou mais determinantes, tais como idade, sexo, ocupação, etnia entre tantos outros que fomentam ainda mais essas divisões e interação entre esses diversos grupos. Baseado nos estudos de William Labov e Mikhail Bakhtin, o trabalho busca mostrar a influência que esses fatores geram no modo de falar e expressar de um determinado grupo de locutores e a relevância para os estudos sociolingüísticos dentro da proposta da cultura popular da internet. Usando o método de observação em campo de pesquisa dos cybercafés (ou lan houses), o estudo é focado na variação diastrática da linguagem dos gamers ou pessoas que tem como rotina a prática dos jogos, sejam eles de consoles ou PC, de títulos online ou offline. O objetivo do trabalho é gerar conhecimento das práticas comunicativas e sociais desse grupo, evidenciando o caráter mutatório e adaptável da língua inserida dentro da rede digital de informações e explicar as origens e transformações do vocabulário presente na rotina dos falantes, tais como os empréstimos lingüísticos, a criação de novos vocábulos verbais e nominais, alterações de palavras já existentes entre outros fenômenos decorrentes e comuns dessa comunidade. Palavras chave: Variação. Diastrática. Gamers. MAPEANDO O NÓS E O A GENTE NA MÍDIA IMPRESSA NO MARANHENSE Camilla Maramaldo Ferreira Robson - UFMA No tocante à referência à primeira pessoa do plural é notório o processo de transformação sofrido pelo português brasileiro contemporâneo. A exemplo, a reestruturação no quadro do sistema pronominal do Português do Brasil e o encaixamento de formas inovadoras no subsistema dos pronomes pessoais. Nesse sentido, o emprego da forma a gente em concorrência com o pronome nós para designar a primeira pessoa do plural tem sido tema de vários trabalhos, LOPES (1993), MENON (1995), TAMANINE (2002), VIANNA (2006) e FERREIRA (2010) que se preocupam com as complexas questões de natureza pronominal. Entretanto, em se tratando da alternância nós/ a gente, é notória a escassez de pesquisas concluídas nesse âmbito nas regiões norte-nordeste –, um dos fatores motivacionais para esta pesquisa. Portanto, sob o enfoque teórico da Sociolinguística variacionista, este trabalho investiga a alternância nós/a gente como forma de representação da primeira pessoa do plural no português do Maranhão em mídia impressa no início do século XX. É sabido, pois que, no que concerne os estudos do “nós” e do a gente com base na língua oral, está havendo uma expansão da forma inovadora em detrimento do pronome nós para designar a primeira pessoa do plural. Espera-se, com o desenvolvimento desta pesquisa, contribuir para uma melhor descrição da realidade linguística do Brasil e especialmente do Maranhão. 155 Palavras chave: Mídia impressa. Maranhão. Pronomes pessoais. OS TESTEMUNHOS HISTÓRICOS DOS CINECLUBES EM TERESINA DURANTE O PERÍODO DA DITADURA MILITAR Herasmo Braga de Oliveira Brito - UESPI As abordagens que giram em torno do cinema não ficam restritas apenas aos universos estéticos e técnicos das obras. Outros elementos apresentam-se como relevantes para o debate sobre o cinema. Marc Ferro destaca a singularidade dos filmes como testemunho. Testemunho esse de grande valia, pois ele não se submete ao aprisionamento de qualquer instituição. Nem mesmo o Estado consegue domá-lo. Pensando dessa maneira é que desde da década de 20 do século passado, mais precisamente, a partir do movimento histórico cinematográfico do impressionismo francês, as análises sobre o cinema deixam sua subcondição, pois eram tidos como algo menor, e passam a ganhar a simpatia e adeptos do meio intelectual. É a partir desse momento que são iniciados a formação de cineclubes com intuito não só de divulgação das obras, mas, sobretudo, cultivar uma cultura cinéfila aliada à construção de uma comunidade crítica social. Pensando assim, observamos o cinema como um importante instrumento de formação crítica sob a égide dos cineclubes existentes no período da ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970. Os filmes exibidos nos cineclubes na cidade de Teresina, associados à leitura de obras literárias funcionavam como catalisadores dos debates acerca do contexto sócio-histórico de censura e repressão. Eles funcionavam, portanto, como diretrizes norteadoras das discussões realizadas de oposição ao período ditatorial brasileiro. Investigar, portanto, como se desenvolveram e como atuavam os cineclubes durante este período conturbado da nossa história é de vital importância não só para os dados cinematográficos e históricos, mas para perceber as inúmeras contribuições proporcionadas no desenvolvimento das nossas elites intelectuais, como também, o uso dos cineclubes como meios de reflexão e de enfrentamento as mazelas como o cerceamento da liberdade. Palavras chave: Cinema. História. Memória. Cineclubes. Ditadura militar. WEBQUEST: ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DE UMA FERRAMENTA TECNOLÓGICA MOTIVACIONAL PARA AULAS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS José de Ribamar Carvalho Júnior - IFMA Os avanços tecnológicos direcionados a área educacional, o vasto conteúdo disponibilizado no ambiente da internet, a facilidade e disponibilidade de acesso instantâneo a rede mundial de computadores proporciona um aumento significativo na eficiência das metodologias e estratégias que buscam um jeito mais interessante de ensinar e principalmente de aprender. Estes recursos potencializam a interação entre o professor, o aluno e as ferramentas tecnológicas responsáveis pela sistematização deste 156 processo favorecendo também as práticas de leitura na internet. Assim, este trabalho se propõe a apresentar os resultados de uma pesquisa realizada no IFMA- Campus São Raimundo das Mangabeiras com alunos da 1ª série do curso de Agropecuária integrado ao Ensino Médio com o objetivo de investigar os impactos causados pelo uso da ferramenta tecnológica denominada WEBQUEST como fonte motivacional para prática da leitura e escrita de gêneros digitais sendo empregada como instrumento de pesquisa orientada na internet que visa acessar diferentes tipos de textos e contextos, motivar os interlocutores do processo de ensino/aprendizagem, desenvolver a autonomia através da pesquisa, promover o trabalho de autoria, dinamizar a leitura e escrita em língua estrangeira e possibilitar que os participantes possam construir a aprendizagem transformando informação em conhecimento utilizando para isso o regime da cooperação e colaboração. Palavras chave: Tecnologia. Webquest. Metodologia de ensino. Língua estrangeira. O INSTANTE PERDIDO – VERSOS E OUTRAS HISTÓRIAS Pedro Henrique de Carvalho Costa - CEUMA Após o desenvolvimento das tecnologias e o avanço da internet, é possível notar que, cada vez mais, as pessoas imprimem um “DNA” no ambiente digital, no qual, criam relações, buscam entretenimento e desenvolvem atividades que oferecem integração e aceitação social. Nesse contexto, mudanças culturais estão ocorrendo, principalmente, na forma de consumo. Um dos exemplos é o caso da empresa Amazon que mudou a forma de como compramos livros, serviços ou outros objetos. Segundo Bezos, citado por Stone (2014, p. 20), “Não é a Amazon que está acontecendo no mercado literário. É o futuro que está acontecendo no mercado literário”. O projeto que desenvolvemos, atualmente, se concretiza nas redes sociais. Nele, são postados, diariamente, versos, histórias e ilustrações produzidas por sete autores. A ideia principal é contar histórias e descrever momentos em forma de versos, poesias, músicas e outros tipos de artes, em perspectivas diferentes, mas que se integram no resultado final. O perfil que nasceu em dezembro de 2013 tem, hoje, por volta de 1000 seguidores, 70% mulheres, 30% homens, sendo a maioria (52%) da faixa etária de 18 - 24 anos. Todos esses dados revelam que o nosso objetivo, tornar o projeto em um livro, poderá ser alcançado se continuar prosperando e apresentando os mesmos níveis atuais de crescimento, podendo, assim, provar que uma ideia não necessariamente depende de uma plataforma física e que a internet pode ser uma boa solução. Palavras chave: Verso. Ilustração. Música. Blog. Poesia. LETRAMENTOS DIGITAIS NOS MATERIAIS DIDÁTICOS DE LÍNGUA INGLESA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS Adriano de Alcântara Oliveira Sousa 157 Estudos recentes envolvendo letramentos apontam novas formas. Os recursos midiáticos têm encorajado professores a ressignificar suas práticas pedagógicas de ensino de língua inglesa, notadamente aquelas que oferecem possibilidades de novos letramentos digitais. Contudo, o uso de material didático com tecnologias digitais é um desafio enfrentado por muitos profissionais da área citada acima. Desse modo, procura-se trazer uma discussão sobre a possibilidade de utilização de mídias digitais que ampliem o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos aprendizes da língua alvo. Este estudo tem por objetivo principal proporcionar uma reflexão ao professor de inglês sobre o seu fazer pedagógico de agente produtor de materiais de ensino de leitura e escrita que possam ser adaptados ao contexto e a necessidade dos seus alunos para melhorar as referidas habilidades lingüísticas. A partir de uma revisão da literatura, exploraremos ideias para criar materiais de ensino de língua inglesa que possam promover o desenvolvimento do aprendizado aproveitando as vantagens das tecnologias digitais (MOTTERAM, 2011; WARSCHAUER, 1998; TOMLINSON, 2011, entre outros). Por fim, faremos uma reflexão sobre o uso de mídias digitais consideradas como não didáticas (realia), mas que podem ser transformadas em materiais didáticos para o ensino da língua inglesa e também o efeito provocado por esses materiais na motivação do aluno. Palavras chave: Tecnologias Digitais. Materiais Didáticos. Ensino de Língua Inglesa. A PERSONAGEM INFANTIL E O INSÓLITO NA NARRATIVA CINEMATOGRÁFICA O LABIRINTO DO FAUNO Lenice da Silva Andrade - UFPA O presente trabalho é produto do subprojeto As personagens infantis em narrativas de catástrofe que está vinculado ao projeto de pesquisa Representações da Infância em Narrativas da Catástrofe. Temos por objetivo analisar a constituição do protagonismo infantil e a presença do insólito na narrativa cinematográfica “O labirinto do fauno”. Acompanhamos a história de Ofélia, garota delicada e sonhadora de 13 anos, que viaja com a mãe, Carmen, grávida de alto risco, para um posto militar ao norte do seu país, a Espanha. A narrativa se passa na década de 1944, no fim da guerra civil espanhola, mas os guerrilheiros ainda lutavam pelo fim do regime fascista. Chegando ao local, a menina encontra Vidal, cruel capitão do exército franquista, novo marido de Carmen e que não sente afeto algum pela enteada. É através de Ofélia que o insólito é instaurado na narrativa, pois ela ao encontrar um labirinto onde reside um fauno, passa a viver entre dois mundos. O insólito vai estar presente, consistindo em uma marca evidente do plano do maravilhoso, mas contudo ele não fica restrito ao plano do maravilhoso, ele acaba por invadir o plano histórico. No desenrolar dessa missão, Ofélia desloca-se constantemente entre a realidade sangrenta imposta pela ditadura franquista e sua realidade individual, localizada no interior da guerra. Palavras chave: Insólito. Personagem. Infância. 158 MONSTROS EM SUAS AÇÕES E APARÊNCIAS Rennoly Grisnen Marques de Sousa - UFPI Este trabalho pretende analisar os personagens Dr. Victor Frankenstein e sua criação (sem nome), do livro Frankenstein da escritora inglesa Mary Shelley, para buscar identificar em que aspectos tais personagens podem ser considerados monstros tanto pela visão estética (na qual monstro é aquela criatura que tem a aparência feia e causa sensação de estranhamento ao ser humano) quanto pelas ações praticadas por eles (que, em sua maioria, são pecados e/ou vícios humanos elevados ao extremo, como a ira, a vaidade, a ambição etc.). Como ponto de partida desse trabalho, iremos apresentar algumas definições do que é um “monstro”, que características físicas tornam um ser em monstro e que ações podem ser consideradas monstruosas. Outra etapa será entender a utilidade do monstro em uma obra literária, o que eles representam e sua importância. A partir desse ponto analisaremos as características dos personagens, Dr. Frankenstein e a sua criatura, e veremos se suas aparências e suas ações são, de fato, monstruosas. E por fim, o entendimento do papel desses personagens, (um cientista tentando criar vida e um ser ou monstro criado a partir de seus experimentos), será de grande importância para observar a função do monstro na literatura num contexto de progresso cientifico muito rápido, como estava ocorrendo na sociedade inglesa do século XIX. Palavras chave: Monstros. Frankenstein. Ações Monstruosas. TOLKIEN E SUAS INFLUÊNCIAS PRA A CRIAÇÃO DO MUNDO FICCIONAL NO ROMANCE O SENHOR DOS ANÉIS: A SOCIEDADE DO ANEL Nayara Rocha Mendonça - UFPI Este pôster tem por objetivo analisar a caracterização da Terra-Média realizada por J. R. R. Tolkien em O senhor dos Anéis: A sociedade do anel a partir do contexto sóciohistórico em que o autor viveu, identificando os possíveis elementos dessa época no romance. O gênero de fantasia é dominado por sua forma medievalista, especialmente desde o sucesso mundial da trilogia O Senhor dos Anéis do escritor, professor e filólogo britânico John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J.R.R. Tolkien. A narrativa do romance ocorre em um tempo e espaço imaginário, denominado de Terra Média, que é um mundo fictício inspirado no contexto histórico-social em que o escritor estava inserido, mais especificamente, numa Europa mitológica – o lugar é habitado por humanos e por outras raças: Elfos, Anões e Orcs. Tolkien nomeou este lugar a partir da expressão do inglês moderno, Middle-Earth (Terra-Média), derivado do inglês antigo, Middangeard, o reino onde os humanos vivem na mitologia Nórdica e Germânica. Os dados foram coletados através do estudo e análise de fontes documentais capazes de fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema, e análise e discussão dos dados. Com esta pesquisa, espero contribuir para uma melhor compreensão da literatura 159 fantástica e sua importância para o mundo da literatura através da obra O senhor dos Anéis: A sociedade do Anel, de Tolkien. Palavras chave: Terra-Média. Influências. Literatura Fantástica. J.R.R. Tolkien. O Senhor dos Anéis. PERCEPÇÕES DE PIBIDIANOS NA SUA FORMAÇÃO PRÉ-SERVIÇO Liama Samme Freitas da Silva - UFPI Este pôster tem por objetivo analisar a contribuição do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) na formação de docentes de Língua Inglesa na escola estadual Unidade Escolar Professor Joca Vieira, em Teresina (PI). O PIBID tem por objetivo contribuir para a formação de futuros docentes através da sua participação ativa no contexto escolar. Visa à valorização do profissional através de experiências vivenciadas pelos mesmos durante sua formação, possibilitando uma reflexão de como as teorias precisam ser associadas com a prática. (Cf. UFPI, 2014). O interesse por essa temática surgiu em função da necessidade de acompanhar e analisar até que ponto o PIBID beneficia o docente em pré-serviço ao proporcionar experiências em sala de aula a partir do momento em que os alunos ingressam no Projeto. Na realização da abordagem teórica, utilizei os seguintes teóricos: Almeida Filho (1999); Abrahão (1999); Rodrigues (2007) e Cavalcanti e Moita Lopes (1991). Esta pesquisa é de caráter qualitativo porque se enquadra nas normas metodológicas de natureza social, que requerem uma observação dos participantes para melhor compreender o contexto pesquisado. Apresentarei minhas reflexões a partir das análises dos dados coletados através de questionários semiestruturados. Nos questionários, os participantes refletiram sobre a influência das experiências vividas como bolsistas do PIBID em sua formação como professores de línguas. Espero que a análise desenvolvida venha a contribuir para uma melhor reflexão sobre a formação do profissional de ensino de línguas em préserviço. Palavras chave: Formação em pré- serviço. PIBID. Língua Inglesa. O LIVRO DIDÁTICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Eliane Ferreira de Araújo Alves - UFPI O presente artigo é resultado trabalho de uma pesquisa qualitativa, do tipo exploratório, que se encontra em andamento e será apresentada como requisito para aquisição de título de licenciado em Letras inglês. Elegemos como problema para estudo a forma como o(a) professor(a) explora o livro didático em sua prática de ensino, ou seja, a aproximação ou não desta prática com a abordagem subjacente ao livro. O propósito do artigo é Investigar de que forma o livro didático de língua Inglesa do 8° ano do ensino fundamental de uma escola pública de Teresina é utilizado por um(a) professor(a) para 160 o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos educandos e se a prática de ensino desse docente está de acordo com o que é proposto no livro. Este objetivo se desdobra em três outros específicos: Conhecer as orientações do (PNLD) para o ensino da língua estrangeira (inglês); compreender as concepções de uma professora acerca do livro didático que ela utiliza; e, conhecer as concepções de ensino e aprendizagem subjacente em um livro didático de língua inglesa. Para tanto, será necessário aplicação de questionário e observação da prática de ensino do professor. Fundamentados por Dias (2004), Carocini (1999) e Tomlinson (2011), dentre outros, procuraremos compreender, à luz do pensamento destes teóricos, as implicações na utilização do livro didático, bem como sua contribuição para a aprendizagem dos educandos. Palavras chave: Ensino de Língua. Língua Estrangeira. Livro Didático. O USO DA LUDICIDADE NA AQUISIÇÃO LEXICAL NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA MODALIDADE EJA Tatiana Ribeiro Mendes da Silva - UFPI Este pôster tem o objetivo de analisar a contribuição da utilização de atividades lúdicas em sala de aula na aquisição lexical em Língua Inglesa de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola pública localizada na cidade de Timon do estado do Maranhão. Na tentativa de observar o desenvolvimento no processo ensino – aprendizagem de língua inglesa com alunos da modalidade EJA com relação aos jogos didáticos aplicados em sala, procuramos responder ao seguinte questionamento: Quais as contribuições que os jogos Memory Game, Bingo, Hangman, Mime game, Who am I? e Board game trazem para a aquisição de vocabulário na língua inglesa desses alunos? Como embasamento teórico para este estudo temos: HUIZINGA (2010); SZUNDY (2005), CASTILHO E TONUS (2008), RODRIGUES (2007), BERNABEU E GOLDSTEIN (2012), SANTOS (2008), MENHING (2005) e MOLINA (2007). A metodologia utilizada para estudo é de natureza qualitativa com aspectos quantitativos, onde se inclui também a pesquisa-ação. Apresentarei algumas reflexões elaboradas a partir das observações e análise dos dados obtidos através de questionários objetivos e semiestruturados respondidos pelos alunos da escola pesquisada. Esperamos que esta pesquisa proporcione oportunidades de ressignificação do ensino de língua estrangeira com adultos ao se tratar do estudo de vocabulários e a da ludicidade como um fator crucial no processo ensino-aprendizagem. Palavras chave: Aquisição lexical. Língua Inglesa. EJA. Lúdico. A COR PÚRPURA: RELAÇÕES CULTURAIS Lorena Oliveira Neves - UFPI Amanda Karoline Batista Lages - UFPI 161 O presente artigo visa identificar e relacionar as diferenças entre Raça, Etnia, Identidade e Hibridismo Cultural estudados na disciplina Etnia e Diversidade Cultural na Literatura Norte-Americana, com base na literatura de minoria, que aborda produções de grupos marginalizados dentro da sociedade americana (nativos ou estrangeiros). Dentre elas estão compreendidas: a literatura afro, a nativa, a hispano e asiático-Americana ministrada pela professora Sharmilla O’hanna Rodrigues da Silva, na Universidade Federal do Piauí. Como forma de exploração e explicitação dos conceitos vistos e acima mencionados, selecionamos como embasamento de pesquisa a obra “A Cor Púrpura” escrita pela autora norte-americana Alice Walker (1982), se configurando como uma das obras mais conhecida da literatura afro-americana e, por conseguinte da autora citada. Ao observarmos a mesma, associamos os conceitos dispostos com a vida dos personagens focando principalmente na personagem Celie, considerada a principal da estória e utilizamos tais conceitos para dar responsabilidade aos fatos trágicos ocorridos na vida dos personagens. No trabalho, ao mesmo tempo em que essas associações discorrem pelo texto, explicitaremos os fatos na narrativa. Concluímos a partir disso que as reflexões dos aspectos propostos nos fizeram compreender o porquê de determinadas atitudes no âmbito da obra que ainda estão enraizados na nossa sociedade, tais como o preconceito racial, de gênero, o machismo e abusos físicos. Palavras chave: A Cor Púrpura. Raça. Etnia. Identidade. Hibridismo Cultural. A ÉCRITURE FÉMININE NA OBRA MRS. DALLOWAY DE VIRGINIA WOOLF: REFLEXÕES SOBRE A VOZ DA MULHER MODERNA NA SOCIEDADE Brenda Lima Pereira - UFPI Este pôster tem o objetivo de analisar a écriture féminine na obra “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf. A écriture féminine é um termo desenvolvido pelo filósofo francês Jaques Derrida, que dá uma esperança à escrita das mulheres ao propor uma escrita essencialmente feminina na qual a mulher poderia desprender-se da linguagem masculina e expressar-se de forma livre, libertando seu pensamento, sentimento, opinião e a sua voz. Para isso buscamos refletir sobre a construção da escrita feminina na obra “Mrs. Dalloway”, pois nela Virginia Woolf trata do papel da mulher na sociedade utilizando uma linguagem escrita propriamente feminina. Sob a luz das teorias das francesas Simone de Beauvoir e Hélène Cixous, procuramos entender como a escrita feminina ganha voz na obra desta autora. A escolha de “Mrs. Dalloway”, uma das obras mais conhecidas da autora, deve-se ao fato de que Virginia Woolf desenvolve através da técnica literária peculiar do fluxo de consciência, que tenta reproduzir no texto o complexo processo do pensamento, uma crítica sobre a sociedade aristocrática da época e, principalmente, trata do papel da mulher inserida nessa sociedade utilizando uma linguagem escrita essencialmente feminina. Essa escrita tão peculiar faz de Virginia Woolf uma precursora do feminismo no século XIX. Palavras chave: Écriture feminine. Mrs. Dalloway. Virginia Woolf. 162 O APOLÍNEO E O DIONISÍACO NO TEATRO MODERNO DE TENNESSEE WILLIAMS Thiago Victor da Silva Oliveira - UFPI Neste trabalho propomos refletir sobre a maneira que as personagens Blanche e Stella DuBois da peça: Um bonde chamado Desejo de Tennessee Williams são apresentadas, partindo de um aporte filosófico, utilizando conceitos consagrados por Nietzsche, Apolíneo e Dionisíaco, trazendo uma nova perspectiva ao drama americano do século XX, aproximando os universos de Tennessee Williams e Nietzsche gradualmente através de perspectivas antropológicas, morais e psicológicas. Nosso objetivo é de mostrar a possibilidade de uma fusão de horizontes; o que propomos é um diálogo entre as duas áreas de pesquisa, tentando entender a obra em questão por uma ótica diferenciada, levando em consideração o contexto histórico de produção da obra e os aportes teóricos que apresentamos quanto aos conceitos Nietzschianos supracitados e à historicidade do termo Tragédia. Buscamos instigar o leitor a indagar se os “tipos” das personagens em questão estão próximos de sua realidade, possibilitando a ele uma reflexão de sua posição no mundo, e se a “tragédia do homem comum” é tão dolorosa quanto qualquer outra. Através das análises e reflexões feitas notamos uma confluência de ideias entre o teatro de Tennessee Williams e a primeira fase da filosofia de Nietzsche, que é fortemente destacada ao usarmos os conceitos Apolíneo e Dionisíaco como chaves de leitura, percebendo a silhueta há muito perdida do herói trágico. Palavras chave: Tragédia Moderna. Tennessee Williams. Nietzsche. Apolíneo. Dionisíaco. A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO MEDIEVAL NO TELESPECTADOR CONTEMPORÂNEO ATRAVÉS DA SÉRIE GAME OF THRONES Ana Carolina Sousa Araújo - UFPI Nayne de Amorim Melo - UFPI No contexto da sociedade medieval regida pelo sistema feudalista, surgiu uma instituição feudal denominada “cavalaria medieval”, formada por cavaleiros da nobreza que deveriam seguir um código de cavalaria. Os ideais “cavalheirescos” foram incorporados pela literatura, sendo esses caracterizados principalmente pela coragem e honra dos cavaleiros, vistos como guerreiros honrados que faziam o possível para seguir o código. O cavaleiro medieval é admirado por sua conduta até os dias atuais e a sociedade medieval ainda chama a atenção por suas peculiaridades. É possível encontrar recursos atuais tais como filmes, séries, livros, jogos, entre outros, que possuem o cenário centrado na Idade Média. Um exemplo recente do cenário medieval é a série intitulada “Game of Thrones”. Esta, por sua vez, possui características marcantes do período medieval tais como cavaleiros, relações feudalistas, monarquia, batalhas, divisão de classes, entre outros aspectos. A partir desse pressuposto viemos por meio desta pesquisa analisar a primeira temporada da série “Game of Thrones” a fim de verificar se há e como estão apresentados os aspectos da sociedade e literatura medieval com foco nos ideais cavalheirescos abordados na literatura do período em questão, e a 163 partir desse estudo observar como é construído o imaginário medieval para o telespectador contemporâneo através da série. Palavras chave: Código de cavalaria. Cenário medieval. Game of thrones. LITERATURA X CINEMA: UMA ANÁLISE DETALHADA SOBRE HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN Renata de Paula Mury - UFPI Barbara Francisca Pires Castelo Branco Silva - UFPI É sabido que desde o surgimento do cinema, livros foram uma fonte inspiradora para a indústria cinematográfica, onde suas histórias tentam ser recontadas de forma mais fiel possível a fim de agradar os leitores/espectadores. Tratando-se de versões e adaptações, é praticamente impossível transformar um livro em um filme que seja cem por cento fiel, já que na maioria das vezes, a produção de determinadas cenas e detalhes são de difícil reprodução, o que por vezes faz como que os fãs sintam-se insatisfeitos com o resultado das adaptações. De acordo com Stam (2006), o termo para adaptação enquanto “leitura” de um livro, sugere que qualquer texto pode gerar uma infinidade de leituras, que serão inevitavelmente parciais, pessoais, conjunturais, ou com interesses específicos. A saga Harry Potter (J.K. Rowling) é um fenômeno literário infanto-juvenil que surgiu na segunda metade dos anos 90 e que logo chamou atenção de produtores cinematográficos, que obtiveram os direitos de adaptação do primeiro livro pouco tempo após seu lançamento. Ao longo de uma década, todos os livros foram reproduzidos no cinema, sendo que nem todos conseguiram seguir sua respectiva versão literária no que diz respeito à fidelidade. O que mais se aproximou de tal fato foi o terceiro livro, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, cujo presente trabalho o usará como foco, analisando minuciosamente fatos mencionados no livro e filme e observando similaridades e diferenças entre ambos. Palavras chave: Cinema x literatura. Versão e adaptação. Intertextualidade. TRADUÇÃO E PERDA DE IDENTIDADE DO AUTO NO PROCESSO DE LEGENDAGEM Thalita Cardoso Desidério de Sousa - UFPI O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de produção de legendas no Brasil (Inglês-Português) em filmes de cinema e séries de TV e verificar de que modo elas colaboram para a manutenção ou alteração dos significados do texto de partida. Verifica-se como ou que fatores fazem com que a tradução perca a ideia original do texto nas traduções audiovisuais; isto é, estuda-se o processo de produção de legendas e como eles influenciam nos mecanismos de manutenção e alteração dos sentidos do texto original. Para isso, utiliza-se, principalmente, as ideias de Roman Jakobson e Lawrence Venuti para compreender melhor as definições de tradução, bem como de Lina 164 Alvarenga e Vera Lúcia Santiago Araújo que discorrem minuciosamente sobre o processo de legendagem e outros autores que discutem esses assuntos. Na tradução audiovisual (legendagem/dublagem) inúmeros fatores influenciam o ato tradutório. Há fatores como aspectos culturais e de cotidiano, personalidade e outras informações que devem ser levadas em consideração, mas que esbarram nas limitações impostas na tradução. A legendagem, por exemplo, impõe dois limites básicos, o número de caracteres que cabem na tela e o tempo de leitura necessária, proporcional ao número de caracteres. Ao se produzir legendas deve-se ter o cuidado de calcular o número de caracteres da legenda de acordo com o tempo disponível. Palavras chave: Tradução. Legendagem. Filmes. Seriados. RÁDIO E SUAS TRANSFORMAÇÕES TECNOLÓGICAS E SOCIAIS Rosinete de Jesus Silva Ferreira - UFMA Propomos discutir o rádio e suas possibilidades de inserção em plataformas que vão além das ondas hertizianas, ou seja, a mídia rádio em um contexto de transformação que inclui som, voz e imagem. Esse novo contexto em que o veículo se insere apresenta nova perspectiva de narrativa, gênero, interação, território e visual. Por consequência desse momento radiofônico a nossa proposta é também compreender o lugar de memória do rádio no mundo atual. Palavras chave: Rádio. Memória. Tecnologia. RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES: ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA. Juara Castro - UFMA A comunicação pretende analisar como a mídia sonora – rádio – no ciberespaço é reconfigurada de forma a não ser apenas audível, mas também visual. Essas produções radiofônicas não são tão fluídas como as tradicionais e acabam fazendo do discurso do rádio uma memória para meio, que atualmente baseia-se ainda mais na recepção, agregando imagem e som. Utilizando o conceito de fato social de Durkheim e Chartier (1988) que considera um mesmo material escrito, lido ou encenado possui significados diferentes dependo do suporte midiático, da época e da comunidade em que acontece. Dessa forma, o imaginário e as representações sociais em torno do rádio mudaram ao longo do tempo. O rádio, por exemplo, atravessa uma crise de identidade, pois não podemos reconhecê-lo e classificá-lo apenas por um suporte técnico. De certo, esta mídia sonora vive um momento de continuidade e descontinuidade, onde vários formatos de programas entram em desuso e outros emergem, tornando o rádio não só um reprodutor sonoro, mas consolidando uma linguagem dita “efêmera” como memória social. Os paradoxos pós-modernos que tribalizam o ciberespaço tornando-o um âmbito 165 de necessidades passionais e afetivas fazem emergir uma segmentação da produção radiofônica que expõe uma diferente territorialidade na Internet. No processo de socialização e dessocialização do sujeito frente à cultura participativa, o rádio representa este trânsito entre a busca pelas informações banais ou de utilidade pública que caracterizam essa nova ordem social e consumidora. Palavras chave: Discurso. Memória. Rádio. WEBRÁDIO OU RÁDIO WEB? HÁ DIFERENÇA? Jefferson Saylon Lima de Sousa – UFMA Webrádio ou rádio web? há diferença? Graças a esse questionamento presente nos encontros e rodas de estudo e pesquisa sobre o novo cenário do rádio surgiu a proposta de discutir sobre o processo de produção e consumo do rádio digital a partir da existência das duas nomenclaturas (rádio web – webrádio), atentando para o (s) novo(s) formatos que estão disponíveis na internet. A proposta buscar entender porque alguns teóricos fazem usos distintos para essas duas expressões, quando que em sua maioria buscam falar sobre essa prática virtual de transmissão de áudio via streaming. Propomos discutir o rádio e suas possibilidades de inserção em plataformas que vão além das ondas hertizianas, ou seja, a mídia rádio em um contexto de transformação que inclui som, voz e imagem. Esse novo contexto em que o veículo se insere apresenta nova perspectiva de narrativa, gênero, interação, circulação, produção de conteúdo e território visual. A web aponta um diferencial para o contexto de produção do rádio? Há novas linguagens envolvidas nisso? Esses são questionamentos que podem ajudar a responder a questão inicial sobre a diferença entre webrádio e rádio web, além de apresentar mais formas de se analisar essa nova vertente midiática pertinente ao processo da cibercultura. Palavras chave: Rádio Digital. Web Rádio. Rádio Web. RÁDIO E NOVAS TERRITORIALIDADES: ANÁLISE DOS ESPAÇOS VIRTUAIS DE PRODUÇÃO RADIOFÔNICA Polyana Amorim Chagas - UFMA A comunicação pretende analisar o ciberespaço enquanto novo espaço de produção radiofônica, focando nos aspectos que compõem este território, as práticas sociais estabelecidas e relações identitárias que se formam. Palavras chave: Rádio. Cibersspaço. Práticas Sociais. Relações Identitárias. ASPECTOS DA CONDIÇÃO URBANA NA POESIA DE EUCANAÃ FERRAZ 166 André Pinheiro - UFPI Não é preciso muito esforço para perceber que a obra do poeta carioca Eucanaã Ferraz tem uma configuração eminentemente urbana. Com efeito, uma rápida leitura já é suficiente para mostrar que a cidade constitui o seu mais relevante objeto poético. Melhor ainda, a cidade desempenha a grandiosa função de organizar toda a sua expressão lírica. Sempre ligados à representação de uma experiência de vida, os espaços citadinos presentes na obra de Ferraz transmitem a sensação de ser um objeto demasiado íntimo. Em outra linha, o poeta costuma empregar o espaço como uma espécie de resistência às normas do sistema dominante. Assim, a própria cidade passa a ser encarada como imagem da subversão de uma ordem. Evidentemente, com um panorama urbano tão denso e variado, a cidade acabou se transformando em um objeto de grande expressividade poética. Dessa forma, o principal objetivo deste trabalho é fazer uma análise da condição urbana presente na lírica de Eucanaã Ferraz, privilegiando um tipo de abordagem dialética que busca vincular questões de ordem social ao tecido estrutural do texto. Pretendemos mostrar que a variada representação da cidade operada pelo poeta corresponde ao desejo de captar a totalidade dos fatos urbanos. Nas mãos de Eucanaã Ferraz, cada pequeno espaço representado corresponde à vivência de uma sociedade inteira. Dor, medo, felicidade, tradição, tecnologia, saudade, miséria... tudo pode ser captado através de um componente espacial. Palavras chave: Condição Urbana. Abordagem Dialética. Poesia. MEU POVO, MEU POEMA – AS MUITAS VOZES DE GULLAR SOB A PERSPECTIVA PÓS-COLONIALISTA Bárbara Laís da Silva Negreiros - UFPI Nesta apresentação, por meio de uma discussão acerca da perspectiva pós-colonial como práxis e de abordagens relacionadas à literatura calibanesca, analisa-se a poesia de Ferreira Gullar e suas múltiplas vozes para a identificação do pobre – que aparece, ora como pessoa de pobreza metafísica, ora pobreza material – e da indigência nordestina, em um viés que passa por obras nas quais essas temáticas se manifestam de maneiras diferentes; sendo estas obras: Romances de Cordel (1960); Luta Corporal (1975); Poema Sujo (1975); Na vertigem do dia (1980). O contexto teórico que será utilizado como embasamento irá se utilizar de diálogos e conceitos vistos nas obras de Retamar (Todo Caliban); Edward Said (Reflexões sobre o exílio e outros ensaios); Stuart Hall (A identidade em questão e Quem precisa de identidade?) e João Luiz Lafetá (Nas dimensões da noite); propondo debater acerca da definição de cânone – também sob a perspectiva política -, ainda relacionando-os à produção do autor e principalmente perceber como a abordagem desses temas sociais, entre outros, avançam e amadurecem durante o percurso que irá das obras engajadas da década de 60 até a sua particularização poética pós-exílio, o que apropriadamente, de maneira inversa, propõe e/ou expõe exatamente a voz de seu povo através de seus poemas. Palavras chave: Engajamento. Cânone. Literatura calibanesca. 167 DESSACRALIZAÇÃO E RISO EM CAIM, DE JOSÉ SARAMAGO Carolina de Aquino Gomes - UFPI O romance Caim se enquadra, de acordo com Ana Paula Arnaut, numa terceira fase da produção literária de José Saramago, caracterizada como a dos romances fábulas, em que se percebe na narrativa uma comicidade mais englobante e por consequência uma maior leveza tanto na escolha dos temas quanto no modo como o relato é construído. Em Caim, Saramago apresenta uma visão bem humorada e dessacralizadora de algumas narrativas bíblicas, revisitando episódios que se confrontam com a tradição cristã, tornando o discurso cômico e, por vezes, questionador da conduta divina. Desde a revisitada história da expulsão de Adão e Eva do paraíso, pode-se perceber que Deus é retratado de forma mais humana. Para esse efeito, o autor mantém, sobretudo, uma linguagem cômica que leva os leitores ao riso ou ao estranhamento do sagrado retratado por Saramago. Perante esse quadro, propõe-se uma análise dos efeitos cômicos em Caim, de José Saramago, com base nos três conceitos de comicidade trabalhados por Henri Bergson, como os cômicos de situação, de palavras e de caráter. Ao verificar a maneira como o riso ácido de Saramago recai sobre as tradicionais histórias bíblicas, percebe-se um efeito discursivo que confirma a célebre máxima de Molière, “ridendo castigat mores”, pois o riso leva o homem a refletir criticamente diante da realidade e a repensar pontos de vista ético-morais. Palavras chave: Comicidade. Discurso. Literatura Portuguesa. A FOTOGRAFIA DO UNICÓRNIO: PÓS-MODERNISMO EM ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, DE JOSÉ SARAMAGO Jeymeson de Paula Veloso - UFPI O presente trabalho objetiva realizar uma leitura do romance Ensaio sobre a cegueira (1995), do escritor português José Saramago buscando demonstrar a presença do paradigma estético-literário do pós-modernismo dentro da obra. Para tanto, utilizaremos os estudos teóricos de Jean-François Lyotard, Fredric Jameson, Andreas Huyssen, Stanley Aronowitz, Stuart Hall, dentre outros, para discutir a pós-modernidade como um novo momento sócio-político-cultural. Posteriormente, estreitamos o debate para o estudo do pós-modernismo como um novo momento na seara estético-cultural, nos apoiando nos trabalhos de Linda Hutcheon e Ana Paula Arnaut, apresentados em contraponto à crítica de Terry Eagleton. Fundamentado nos teóricos citados, abordaremos as características pósmodernistas identificadas em Ensaio sobre a cegueira, tais como: a narrativa autorreflexiva; a mescla genológica entre ensaio e romance; a crítica aos metarrelatos (Ciência, Razão e Religião); a aproximação entre cultura elitista e cultura popular; a intertextualidade e a questão dos excêntricos. Verifica-se que o conjunto dessas características, embora abordadas separadamente, estão intimamente entrelaçadas, concorrendo para a fragmentação da narrativa e para sua leitura como uma obra pósmodernista. O trabalho basear-se-á, eminentemente, em pesquisa bibliográfica com análise interpretativa da obra e aplicação dos conceitos que versam sobre o tema em questão a fim 168 de demonstrar a plausibilidade da leitura do romance pelo viés do pós-modernismo. Palavras chave: Pós-modernidade. Paradigma estético-literário. Literatura Portuguesa. UM LIVRO DE OURO: O PROCESSO DE RESSIGNIFICAÇÃO DA HISTÓRIA EM CIDADE LIVRE, DE JOÃO ALMINO Jhonatas Geisteira de Moura Leite - UFPI Este trabalho objetiva analisar o papel da memória no processo de ressignificação da história da formação de Brasília em Cidade Livre, quinto romance de João Almino. Para isso, a pesquisa baseia-se nos estudos sobre a força das representações históricas na ficção, de Chartier (2011), nos trabalhos sobre a produção do conhecimento histórico, de Jenkins (2013), e no conceito de memória, de Le Goff (2003). A partir dessas contribuições, averigua-se, pois, as conexões de ordem histórica e de natureza ficcional nas reminiscências da infância do protagonista, João Almino, nos relatos e anotações no Livro de Ouro do seu pai adotivo e nas informações dadas pelos seguidores de seu blog, que participam no processo de construção do pano de fundo da narrativa. Dessa forma, a pesquisa constata, sobretudo no romance, que nenhum relato consegue resgatar o passado tal qual ele era e que o passado que se conhece é sempre condicionado pelas impressões pessoais no presente. Portanto, a história está constantemente sujeita a um processo de ressignificação, uma vez que, como se pode perceber na obra, sobretudo nos discursos de João Almino e de seu pai, assim como o sujeito é produto do passado, ele, o passado conhecido (a história), é artefato do sujeito. Palavras chave: Memória. Discurso. Ressignificação. REFLEXÕES ACERCA DO HISTÓRICO E DO FICCIONAL NA OBRA MEMORIAL DO CONVENTO, DE JOSÉ SARAMAGO Karine Costa Miranda - UFPI José Saramago, escritor português, tem de modo assinalado o histórico e o ficcional fundidos em vários de seus textos, como Memorial do Convento (1982), A jangada de pedra (1986), História do Cerco de Lisboa (1989) e O ano da morte de Ricardo Reis (1984), entre outras narrativas. Assim sendo, ele acaba por incumbir-se da História, ficcionalizando-a e levantando questões tão pós-modernas quanto as consideradas por Linda Hutcheon em seu estudo Poética do pós-modernismo. Este trabalho pretende elucidar alguns questionamentos acerca da obra Memorial do Convento, no que se refere aos limites entre a ficção e a história. A fim de perceber as características pós-modernas que permeiam a obra em estudo, propõe-se pensar o romance em questão como memorialístico, a partir dos estudos de Jacques Le Goff, e como metaficção historiográfica, por meio dos estudos realizados por Linda Hutcheon. Em Memorial do Convento os fatos 169 históricos são ficcionalizados com o intuito de desestabilizar as verdades consideradas pela História oficial. Saramago apresenta em seu texto personagens consagrados pelo discurso histórico, assim como vão surgindo figuras que protagonizam o texto, contribuindo para revelar a necessidade de reescrever o passado. Desse modo, objetiva-se, ainda, atestar a importância da memória no processo de revisitação da História de Portugal. Palavras chave: Memória. História e Ficção. Saramago. O REGIONALISMO UNIVERSAL DE CINZAS DO NORTE, DE MILTON HATOUM: UM CONSTRUTO LITERÁRIO Maria de Jesus Castro de Oliveira - UFPI O objetivo deste trabalho é analisar os recursos utilizados para propiciar a passagem do regionalismo ao universalismo na obra Cinzas do norte, de Milton Hatoum, verificando a importância do regionalismo universal do autor. Na obra existe uma representação da cultura original do Brasil, especialmente da cultura do norte do país (amazônica, paraense, acreana etc), com seus mitos, lendas e modos de ser particulares, mas estes temas não estão na obra mencionada como uma saída para as culturas erudita e/ou de massa, mas como um caminho, uma alternativa tão relevante, verdadeira e útil quanto qualquer outra forma de ver o mundo. Na obra Milton Hatoum não coloca o regional como se fosse mais importante do que os conflitos gerais das culturas. Não é um regionalismo ideológico, mas sútil, que aborda temas tipicamente humanos e mostra uma Manaus que cresce desordenadamente, sendo uma área com várias culturas, com diferentes formas de ver e entender o mundo, com conflitos familiares, pobreza, exploração, preconceitos, questões políticas, ditadura, devastação da floresta etc. Numa realidade que emula outras cidades e regiões brasileiras. A literatura de Milton Hatoum chama atenção para o universalismo das diferenças, para o regionalismo universal da cultura humana e, consequentemente, da cultura brasileira. Palavras chave: Cultura. Universalismo. Regionalismo. O OUTRO EU COMO INIMIGO: O HOMEM DUPLO DE SARAMAGO E SUA ADAPTAÇÃO PARA O CINEMA Sharmilla O’hana Rodrigues da Silva - UFPI Certo dia, ao assistir a um filme recomendado por um amigo, o professor Tertuliano Máximo Afonso percebe-se idêntico a um dos atores, Antonio Claro. Após se encontrarem, “trocam” suas vidas por alguns instantes, mas um acidente torna a permuta permanente. Este é o enredo de O homem duplicado, do português José Saramago, publicado em 2002. Sendo assim, o objetivo deste artigo é analisar Enemy, adaptação para o cinema do citado romance, a partir da temática do duplo, metáfora da perda de identidade. A pesquisa é dividida em etapas, nas quais discutimos a teoria presente no texto de Saramago e verificamos as transformações realizadas na passagem do texto escrito para o audiovisual. 170 A adaptação é um processo de reconstrução textual em que o indivíduo insere suas interpretações e experiências. Além disso, recursos técnicos exigem cortes na estória e permitem efeitos diversos. Logo, a versão fílmica de O homem duplicado se configura como uma leitura diferente – neste caso, do diretor canadense Denis Villeneuve. Por fim, acredita-se que as artes não se repelem, mas se completam e que a proximidade entre elas contribui na reprodução e na reconstrução de significados. Ainda que produtos de narrativas reconhecidas e assimiladas, as adaptações são obras autônomas e originais, de linguagens diferentes, que comunicam de formas diferentes. Palavras chave: Adaptação Cinematográfica. Duplicidade. Literatura Portuguesa. PLANOS E PROFUNDIDADES IMAGÉTICAS EM MARGEM DE MANOBRA, DE CLAUDIA ROQUETTE-PINTO Tiago Barbosa Souza - UFPI A segunda parte do livro Margem de Manobra, de Claudia Roquette-Pinto – No agora da tela – é composta por poemas que se relacionam a cores, pintura, fotografia, e esboçam mundos íntimos em meio à correria, à violência e ao turbilhão de emoções encontrados nas outras partes da obra. Esses poemas narram acontecimentos através de uma visualidade, da montagem de figuras de certa forma paralisadas, como que arrebatadas, imagens congeladas, iminentes ou consequentes. Numa plasticidade radiante e visualmente marcante, em que se sobrepõem diversos elementos, como sobre uma tela, vai-se construindo no poema uma coesão imagética. Esses elementos já não se detêm na superfície da forma, mergulham na ideia: tempo, sentimentos, histórias e personagens encontram profundidade nessas telas, como espectros refletidos numa superfície. É o que se observa em poemas como “Em Sarajevo”, na superfície do qual são depositadas imagens que deixam entrever outras histórias, situam os acontecimentos reportando a contextos desconexos em tempo e espaço, de modo que as figuras que antes se posicionavam em mosaico agora parecem se encontrar umas dentro das outras. Este trabalho propõe discutir a relação imagética observada na obra de Roquette-Pinto, com base em estudiosos como Fredric Jameson, em contraponto às formas de padronização do homem na contemporaneidade. Palavras chave: Visualidade. Poemas. Imagem. HERDEIRO GLOBALIZADO DO REGIONALISMO: GALILEIA, DE RONALDO CORREIA DE BRITO, NEORREGIONALISTA ‘GLOCAL’? Wander Nunes Frota - UFPI Apesar de negar veementemente que sua obra seja herdeira do regionalismo ou representativa do neorregionalismo, Ronaldo Correia de Brito surge no romance em 2008, com o premiado Galileia, sob os auspícios do grande selo editorial Alfaguara, da editora Objetiva, do Rio de Janeiro, já tendo tido bastante êxito com seus contos e sua dramaturgia. 171 Escritor de origem cearense radicado no Recife, médico psiquiatra, dramaturgo e contista premiado no Brasil e no estrangeiro, Correia de Brito continua vivendo no Recife, enquanto seus livros viajam o Brasil e o exterior. Como quase todos os autores da safra contemporânea, Correia de Brito não vive exclusivamente da literatura que produz e sente desprezo para com a crítica que o identifica e rotula, sem seu consentimento, ora como “regionalista” ora como “neorregionalista”. O presente trabalho não polemiza seu “regionalismo” propriamente dito, mas sim, busca uma compreensão sócio-histórica do pejo sobre o termo “regionalismo” em Galileia, ao identificar algumas passagens da obra nas quais se nota a posição do autor, através de seus personagens, se apresentando claramente contrária a uma visão do regional em meio aos topoi “globalizados” expostos por narradores que já saíram do sertão e que voltaram. Portanto, o presente trabalho procura mostrar como e entender por que o romance Galileia justifica o desdém de seu autor à crítica literária que o coloca simplesmente como “regionalista” e/ou “neorregionalista”, como para apagar os merecidos e inquietantes rastros de “glocalismo” em sua obra, vividos por meio de seus personagens. Palavras chave: Regionalismo. Neorregionalismo. Glocalismo. UMA POÉTICA DA MEMÓRIA: UMA LEITURA DE SAUDADE, DE DA COSTA E SILVA Maria Daíse de Oliveira Cardoso - UESPI A poética de Da Costa e Silva, escritor nascido em Amarante-PI, é marcada, visivelmente, pelo registro das reminiscências dos momentos vividos na infância, entre outras lembranças. Essa escrita dacostiana possibilita uma análise pelo viés da memória, tendo em vista que é possível averiguar a relação entre o discurso ficcional da literatura e a realidade vivida pelo autor piauiense. Em específico, no poema “Saudade” é recorrente a representação de imagens que evocam a terra natal, os ritos religiosos da mãe, a prática do vaqueiro, os aspectos geográficos de Amarante e outros. O sujeito lírico busca reter o tempo passado por intermédio dos registros escritos, evocando os comportamentos e ambientes de sua infância. Esses aspectos são perceptíveis não somente pelo encadeamento – relação semântica – das palavras, mas pela própria estrutura do poema, a exemplo da construção do ritmo poético, fato que nos auxilia na compreensão do intercâmbio entre memória e poesia. Partindo dessas ideias, o presente trabalho objetiva analisar a relação entre os registros memorialistas e a escrita poética. Almeja-se também compreender a representação das imagens projetadas na construção do discurso poético e, por fim, verificar os elementos estruturais que compõe a tessitura do poema. Como pressuposto teórico, utilizaremos os conceitos elaborados pelos seguintes estudiosos; Maurice Halbwachs (1990), Le Goff (2012), Alfredo Bosi (2000), Antonio Candido (2006), Octávio Paz (2012). Palavras chave: Memória. Estruturação poética. Da Costa e Silva. 172 IMPORTÂNCIA DO CONTO ORAL NA TRANSMISSÃO DA CULTURA REGIONAL EM SALA DE AULA Camila Magalhães Linhares - UFPI Francisca Olane Rodrigues da Silva - UFPI Tiago Barbosa Souza - orientador - UFPI A cultura popular costuma se constituir de elementos próprios de sua tradição. Há muito tempo a identidade dessa cultura é propagada e difundida através da oralidade, em forma de narrativas. Este trabalho tem como objetivo avaliar os resultados da abordagem do conto oral em sala de aula como meio de introduzir e debater diversos assuntos e instigar a curiosidade dos alunos sobre a história e a cultura da região Nordeste do Brasil. Propõe-se a aplicação de atividades de compreensão e produção de textos de cunho oral em sala de aula, seguida da reflexão dos resultados em relação aos gêneros da cultura oral. Através desse método, espera-se que os alunos possam aprender sobre o folclore, costumes e tradições que permeiam o local onde vivem. De acordo com pesquisadores como Duarte e André (2008), em experiências feitas em sala de aula, “pudemos perceber que as crianças de nove a quatorze anos gostam de ouvir contos de literatura infantil lidos em voz alta. Quando a história é boa, os alunos cessam a agitação para ouvir”. Dessa forma, além de uma ferramenta de envolvimento dos alunos, o conto provoca a difusão da cultura de um povo em seus diferentes aspectos e leva-nos a refletir sobre sua importância e o valorar não só como documento histórico, mas como processo evolutivo do pensamento humano na sua formação identitária, constituindo assim, uma excelente ferramenta para a educação, não apenas por ser relativamente curto e de fácil compreensão, mas pelo arsenal de informação que eles trazem. Palavras chave: Conto. Oralidade. Cultura regional. Ensino. A TERCEIRA MARGEM DO RIO: REPRESENTAÇÃO POÉTICA DAS INTERFACES EXISTENCIAIS DO HOMEM Francisca Marciely Alves Dantas - UFPI O presente estudo objetiva analisar o conto “A terceira margem do rio” (1962) do escritor João Guimarães Rosa por meio de uma abordagem interdisciplinar entre Literatura e Filosofia. Inserido na publicação das “Primeiras Estórias” (1962), o referido conto permite a visualização da condição humana e seus anseios em uma perspectiva existencialista. Nesse sentido, orientado pelo princípio da liberdade, Sartre enfatiza que o homem está condenado a ser livre e tem que arcar com as consequências advindas de suas decisões. O confronto existencial, condensado a partir do processo de escolha, causa no ser estranhamento e conflito engendrando interrogações que o lançam ao embate de si por si mesmo. Tema discutido desde a Antiguidade, partindo da filosofia socrática, a responsabilidade do homem diante das suas escolhas contempla um estágio autêntico do “viver humano”, desvendando a condição plena de existir. E são esses vislumbramentos existenciais que perfazem o percurso ontológico do homem que serão elucidados através da postura dos sujeitos ficcionais frente 173 às situações-limite que lhe são impostas, deflagrando o que podemos caracterizar de subjetivismo ontológico do ser. Com o intuito de se alcançar o objetivo aqui proposto serão utilizadas as obras O ser e o nada (2008) e O existencialismo é um humanismo (2007) do filósofo francês Jean-Paul Sartre. Palavras chave: Conto. Existencialismo. João Guimarães Rosa. NARRATIVAS MEMORIALÍSTICAS E A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE NO CONTO O ESPELHO DE MACHADO DE ASSIS Vanessa Gonçalo de Sousa - UESPI Este trabalho visa à relação entre a memória individual e o processo de construção da identidade coletiva no contexto social inserido no conto o Espelho escrito por Machado de Assis. Neste conto a narrativa não é linear, o narrador inicia em terceira pessoa e em seguida em primeira pessoa, registrando uma narrativa memorialística do personagem Jacobina que em primeiro momento é narrador em segundo é o próprio personagem. Por meio dessa é possível uma análise e a construção da identidade individual conforme grupos sociais e a duplicidade desta no espelho. No próprio conto afirma que o ser humano possui duas almas, uma voltada para o interior e a outra para exterior, este jogo de antíteses é representado pelo espelho. A análise do conto será dialogada com Stuart Hall (2001), Woodward (2000) e Ricoeur (2012), pois estes não veem a identidade como unificada e sim constitui da descentralização do ser conforme as forças externas e característica do contexto social inserido. Pois conforme Ricoeur (2012) a memória garante a continuidade temporal do ser constituindo a identidade e Hall (2001) em que o movimento do homem não é unificado, homogêneo e idêntico, mas que se fragmenta por diversas culturas como resultados de mudanças estruturais e institucionais. Palavras chave: Memória. Identidade. Espelho. ARTE, NARRATIVA E ÉTICA: UMA DISCUSSÃO A PARTIR DA CRÍTICA À (PÓS)MODERNIDADE NA LITERATURA DE LEON TOLSTOI E MARTIN BUBER Samir Araújo Casseb - UFMA Bárbara Duarte de Souza - UFMA O escritor russo Leon Tolstoi define arte não apenas como um vetor para o prazer, um consolo ou entretenimento, mas sim como força propulsora do bem, da fraternidade, da ética, do progresso e do aperfeiçoamento do homem. Neste sentido, o pensamento de Tolstoi acerca da arte, nestes tempos de cegueira ética e de regressão estética em um mundo desencantado tal como diagnosticado por Max Weber, Walter Benjamin e Theodor Adorno, coloca-a como um meio pelo qual se é capaz de promover a resistência não-violenta e a retomada do sentido da vida; atinente a este pensamento, a socióloga Kátia Mendonça considera a arte como experiência estética e como experiência ética. Para discutirmos a relação entre arte e ética aqui apresentada consideramos a literatura, a arte-narrativa do filósofo Martin Buber, pois, 174 como define Newton A. von Zuben, a existência dialógica é considerada o fenômeno central da obra de Buber e sua contribuição para uma ontologia da vida humana, neste sentido, as histórias dos Rabis hassídicos dos séculos XVIII e XIX coligidas por Buber tonaram-se referência para o existencialismo contemporâneo já que elas retomam a percepção de um olhar ontológico para a Relação, para o Encontro Dialógico do homem com a natureza, com o Outro e com a espiritualidade. Portanto, a arte-narrativa buberiana, aquém do individualismo contemporâneo, desvela da penumbra das relações instrumentais cotidianas o homem como ser dia-logal e inter-humano, e nesse sentido, torna-se uma referência estética/ética de fomento da paz através da arte. Palavras chave: Arte. Narrativa. Ética. Leon Tolstoi. Martin Buber. INTERDISCURSO E MEMÓRIA DISCURSIVA NAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ALUNOS DO PROJETO ENTRETEXTOS Camila Tavares dos Santos - UFMA Vanessa de Jesus Araújo - UFMA Ilza Galvão Cutrim - orientadora - UFMA Mônica da Silva Cruz - orientadora - UFMA O texto escrito, enquanto componente da esfera comunicativa, é constituído essencialmente por mecanismos dialógicos que incidem, segundo uma perspectiva bakhtiniana, no constante diálogo de um texto com outros que o precedem. Dessa forma, o interdiscurso e a memória discursiva são meios que reforçam esse diálogo e, por se constituírem de elementos indispensáveis para a produção textual, apresentaremos neste trabalho uma análise de contos produzidos pelos cursistas do projeto de extensão da UFMA, Entretextos. Objetivando fortalecer o interesse dos alunos pela escrita e leitura e entendendo a linguagem como interação inscrita no social, o Projeto Entretextos atende a alunos da rede pública de ensino oferecendo oficinas de leitura e produção de textos abrangendo gêneros textuais diversos. Para efeito de análise, dentre as atividades realizadas no decorrer das aulas sobre o gênero conto, uma foi escolhida por se destacar pela articulação e estruturação dos enunciados tendo por parâmetro o gênero proposto. Por meio desta análise, pôde-se observar que os alunos, enquanto sujeitos inseridos em um contexto histórico-social, apresentam em suas produções discursos que permeiam seu cotidiano, expressos principalmente pelo meio midiático, como o discurso da moda e da beleza para regerem o sentido e a argumentação de seus textos dando às produções caracteres interdiscursivos. Palavras chave: Conto. Gênero textual. Interdiscursividade. Memória discursiva. IDENTIDADE E MEMÓRIA: A CONSTITUIÇÃO DO NEOREGIONALISMO LITERÁRIO BRASILEIRO ATRAVÉS DAS PERSONAGENS FEMININAS NA ESCRITURA DE FRANCISCO DANTAS Gisele Morais Alves –UESPI 175 Herasmo Braga de Oliveira Brito – UFRNJ/UESPI A problematização social brasileira passa a compor as narrativas dos romancistas dos anos 30 e 40 do século XX. (CANDIDO, 2006). A partir do Realismo e do Naturalismo problemas sociais começaram a despontar. Atribui-se assim ao escritor nesse momento uma função social, e as obras por serem verossímeis são inseridas em um contexto cultural machista. As personagens femininas não tiveram participação protagonista na maioria das obras. Sendo assim, suas direções nas narrativas estavam atreladas às normas masculinas e não havia autonomia delas nas personagens femininas. Porém, a partir das produções de novas obras regionalistas que passam a configurar o novo regionalismo brasileiro a partir de 1970, as personagens acompanham as mudanças sociais ocorridas nos últimos tempos e elas passam a exercer não só as funções protagonistas nas obras, mas também uma participação autônoma dentro dos enredos. Um ponto a ser considerado reside no fato que essa presença da autonomia da personagem feminina nas obras do Novo Regionalismo Brasileiro nos ajuda a perceber que houve a ampliação não só da presença, mas intensificação das problematizações sociais nas produções literárias brasileiras sem conduzir com isso, perdas nas qualidades das obras. O objetivo dessa pesquisa é Investigar a configuração do novo regionalismo brasileiro a partir da autonomia das personagens femininas e os aspectos da urbanidade tomando como ponto de partida a produção de Francisco Dantas nos romances, Coivara da Memória, Os Desvalidos e Cartilha do Silêncio. Nessas obras há uma grande autonomia das personagens femininas no enfrentamento das questões sociais impostas. Assim, o propósito de pesquisa versa sobre a constituição desse neoregionalismo brasileiro através das ações que se desenvolvem dentro do cenário urbano com a autonomia feminina frente ao poder do patriarcalismo imposto pela sociedade. Palavras chave: neoregionalismo. Identidade. Memória. Autonomia feminina. O RESGATE DA MEMÓRIA AFRODESCENDENTE NA OBRA SOL SANGUÍNEO DE SALGADO MARANHÃO Ingrid Ravelly Soares da Silva - UESPI Silvana Maria Pantoja dos Santos - UESPI Durante muito tempo a mão de obra negra movimentou a economia brasileira. Foram mais de trezentos anos de escravidão, sofrimento e de luta pela liberdade. Em Sol Sanguíneo, Salgado Maranhão remonta a trajetória dos negros no Brasil de forma poética através de uma dicção arraigadamente pessoal, sua marca registrada, resgatando, assim, a memória afrodescendente. Através do uso do domínio da linguagem, artisticamente recriada pelo autor, do tratamento das formas fixas e livres, da capacidade de expressar com sutileza e precisão linguísticas sentimentos e percepções da realidade das coisas, da existência humana e da sociedade o autor trata das questões sociais de uma forma verdadeira e poética. Diante disso, o trabalho em questão busca apontar dentro da obra as características que marcam a 176 ressignificação da memória afrodescendente na obra Sol Sanguíneo utilizando como base a noção de memória coletiva elencada por Maurice Halbwachs(2004) que determina como memória coletiva as lembranças de um povo ou sociedade e que são transmitidas através das gerações, articulando e localizando as lembranças em quadros sociais comuns. A obra em questão dá subsídios suficientes para a realização de tal análise, pois traz questões sociais envolvendo a cultura afrodescendente após a chegada dos africanos no Brasil, Além disso, há também a busca pelo resgate histórico da época em que a escravidão era vigente no Brasil. Palavras chave: Memória. Discurso. Literatura afrodescendente. CORPOS SUBJUGADOS EM CORDÉLIA, A CAÇADORA E NA PENUMBRA: CONTOS DE SÔNIA COUTINHO Elimar Barbosa de Barros - UESPI Algemira de Macedo Mendes - UESPI Este trabalho visa analisar os contos “Cordélia, a Caçadora” e “Na Penumbra” publicados no livro Os Venenos de Lucrécia (1978) da escritora baiana Sônia Coutinho a partir dos pressupostos teóricos da crítica feminista e das relações de Gênero. Nessa obra a autora convida o leitor a penetrar nos bastidores de universos familiares e entrar em contato com personagens que sobrevivem a traumas e conflitos interiores advindos ora da convivência com o outro - um outro de conduta humana discutível - ora das próprias incertezas diante das escolhas de vida. Numa escrita marcada por lacunas, sussurros e gemidos, Sônia Coutinho personifica tipos humanos em situações conflituosas, promovendo reflexão sobre decepções amorosas, frustrações íntimas, perversão, sensação de solidão ou abandono. Nos contos em análise, muitos desses conflitos são evidenciados e, em contextos enunciativos diferentes, é possível identificar, em relevo na escrita de ambos, a subjugação do corpo feminino como um elemento de similitude que marca a trajetória de personagens femininas na urbi brasileira apresentada nesses dois contos, nos quais a memória traz a lume marcas de dor e desejo de transformação. Para fundamentar essa análise, nos apoiaremos nas teorias desenvolvidas por: Perrot (2012), Saffioti (2004), Bourdieu (2010), Butler (2003), Bakhtin (1990), Branco (1991) Foucault (2013), Izquierdo, 2004, Levi (1990), dentre outros. Palavras chave: Sônia Coutinho. Corpo. Subjugação. NOVAS ESTRATÉGIAS E PRÁTICAS INTERACIONAIS NO MEIO VIRTUAL Juara Castro - UFMA Bruna Almeida - UFMA Analisa-se a mídia rádio suas transformações sociais e tecnológicas estabelecidas a partir 177 do advento das tecnologias e do conceito de convergência proposto por Henry Jenkins (2008), em seu livro Cultura da Convergência. De acordo com o autor, a partir do cruzamento entre as novas e velhas mídias, o produtor e o consumidor passam a interagir de maneira inesperada. O produtor transforma o papel comunicacional verticalizado e o espectador passa a consumir um conglomerado de produtos midiáticos. É nesse momento que a pesquisa nos interessa. Com o avanço da popularização da internet, as mídias começaram a passar por um o processo de adaptação e sinestesia para as redes sociais. Se antes havia o pensamento que com a revolução digital as novas mídias iriam substituir as antigas o pensamento da convergência acredita que as novas e as antigas mídias vão interagir cada vez mais e de forma complexa. É visível o papel da oralidade nos meios audiovisuais, e hoje, todos os meios utilizam os recursos disponíveis para a construção da sua memória. Dito de outra forma, nossa investigação está em torno das transformações relacionadas ao contexto de produção, ou seja, o surgimento de modos diferenciados de gêneros e conteúdo, assim como compreender novos hábitos de consumo que envolve os produtos radiofônicos no ambiente virtual. Palavras chave: Convergência. Rádio. Internet. Memória. O DISCURSO POÉTICO DE NAURO MACHADO Érica Pontes Moreirab - CAPEM Nauro Machado nasceu em São Luís no dia 02 de agosto de 1935. Suas poesias têm como objetivo expor o homem na sua substância, o indivíduo em foque. O mesmo mostra o homem, no seu interior, retratando suas angustias e como este vive ao meio de todas essas situações que o rodeiam. Vai identificar o ser como nunca dantes revelado, sondando através dos recônditos da alma humana, numa perspectiva psicológica e para isto utiliza-se da memória para compreender o ser em questão, utilizando também o monólogo que é expresso através do seu discurso. Abordar-se-á também neste, a crítica fenomenológica, visto que esta é a que mais se adéqua no escritor, pois traz consigo a busca pela existência do ser, como o autor se coloca na obra e quais são as inferências que fazemos do texto. Utilizando-se do escritor Maurice Halbwachs que retrata a memória; Terry Eagleton e Salvatore que tratam do fenômeno da fenomenologia. Nos poemas de Machado observa-se que o mesmo opta pela vinculação entre a sua sensibilidade e a realidade histórico –social da sua época e do seu meio. Uma característica permanente em sua obra é a de revelar a verdade existencial do ser, utilizando para isto seus poemas que se movem em uma esfera de incertezas e angustias, revelando suas origens e voltando para si mesmo, sendo que poesia e mundo se envolvem revelando o homem através da palavra. Há uma permanência em sua temática pelo desespero, por saber as verdades do mundo, dos problemas filosóficos –existenciais da vida e da morte, da contestação das coisas, ou seja, do seu estado, manifestando sua angustia através das suas indagações que são vistas em todo o seu discurso poético. Percebe-se na obra de Nauro três temas mais importantes na sua composição: DEUS, MORTE E SEXO. Palavras chave: Discurso. Poesia. Homem. 178 O PROBLEMA DO TRÁGICO NO ROMANCE CONDUZIDO PELO TEMA DO ADULTÉRIO Rafhal Borgato - UNESP O gênero romance encontra o apogeu de sua forma no século XIX, por meio do estilo de representação crítico-analítica da realidade desenvolvido por Gustave Flaubert a partir de Madame Bovary. O tema do adultério tornou-se, então, o centro das atenções não apenas por meio deste autor, mas também de seus contemporâneos, como Eça de Queiroz, Thomas Hardy, Alexandre Dumas Filho e Liév Tolstói. Com isso, é trazido à discussão o papel reduzido da mulher no modelo de sociedade burguesa e, através do elemento trágico, compõe-se um painel das contradições da sociedade em questão. Tal forma de composição foi posta em segundo plano durante a primeira metade do século XX, período de questionamento das possibilidades de representação mimética da literatura e das formas tradicionais dos gêneros literários. No entanto, os anos finais do século XX e início do século XXI, com sua multiplicidade de formas (herança, justamente, dos questionamentos do início do século passado), traz novamente à tona formas de representação que pareciam sepultadas pelos muitos “ismos” do início do século XX. Proponho discutir a questão da retomada dessa forma de representação mimética na obra do escritor americano contemporâneo Jonathan Franzen, atendo-me mais especificamente ao livro Liberdade. Neste romance, é posto em cena o tema do adultério, que, dessa vez, não se constitui como elemento trágico (desvelador das contradições da sociedade burguesa em seu auge), mas como um gatilho para a discussão do cenário atual das relações familiares na sociedade ocidental. Estabeleço uma comparação entre o romance de Franzen e a forma da representação em Anna Kariênina, a fim de traçar um paralelo entre a concepção da narrativa mimética no século XIX e no século XXI. Palavras chave: Tolstói. Franzen. Trágico. AS CONCEPÇÕES DE AMOR NA OBRA O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA Edilene Ferreira de Sena - UECE Júlio César Dinoá do Nascimento – UECE O presente trabalho trata as concepções de amor na obra Ensaio Sobre a Cegueira do renomado escritor português José Saramago. Abrange alguns aspectos humanísticos que estão a se perder na contemporaneidade com o advento das fortes influências do capitalismo, aspectos como amor matrimonial entre um homem e uma mulher, amor maternal na ausência de uma mãe biológica, da beleza interna, a compaixão e o amor pelo ser desconhecido, a luta pela felicidade, etc. Tenta-se expor de forma comparativa partes do livro como situações que realmente poderiam vir a ocorrer, demostrando que a humanidade perdeu drasticamente aspectos e sentimentos para que pudessem minimamente serem nomeados como humanos. Dessa forma, As concepções de amor na obra o ensaio sobre a cegueira proporciona uma reflexão sobre o amor e a relevância desse sentimento para a sociedade que visa principalmente o externo e as aparências, trazendo à tona que ser um ser humano não é ser meramente biológico, mas humanístico e racional. O ser como ser deve 179 antes de tudo agir como tal para que possa ser auto denominado ser humano. A vida e sua vivência não se restringe a quase nada, mas o nada pode ser ressaltado como o amor, o princípio básico para nossa sobrevivência e de terceiros. Palavras chave: Amor. Concepções. Cegueira. MENINO DE ENGENHO E O ENGENHO DO ROMANCE AUTOBIOGRÁFICO Joyce Rodrigues Silva Gonçalves - UFMG Este artigo pretende analisar a obra Menino de Engenho, de José Lins do Rego a partir do estudo das características do gênero autobiográfico e das narrativas de memórias. O trabalho pretende ainda utilizar outros romances autobiográficos do autor, mais especificamente os que compõem o ciclo da cana-de-açúcar (Doidinho, Banguê, O Moleque Ricardo, Usina e Fogo Morto), em que José Lins se aproveita de sua própria experiência para elaborar suas produções literárias. A obra Meus Verdes Anos também será evocada para fazermos um paralelo entre autobiografia e ficção autobiográfica. Essas obras do autor datam da década de 1930, quando alguns escritores, os da segunda fase modernista, enveredaram suas obras por caminhos regionalistas, arraigados às terras de suas origens. Meio avesso aos colegas engajados no movimento de 1922, os modernistas de 30 trilharam por uma tendência telúrica em busca de uma verdadeira essência nacionalista: a vida simples e retratada com forte tom realista. Enquanto a semana de arte moderna buscou uma libertação artístico-literária, o romance de 30 consolidou essa busca. Alguns escritores que se destacaram na década nessa fase estavam diretamente relacionados com a política e as questões sociais. Outros preferiram uma literatura mais descontraída e por vezes intimista, como o fez José Lins do Rego, o que não exclui a representação de mazelas sociais dos engenhos pintados em suas obras, ainda que de forma velada, sutil. José Lins do Rego utilizou em suas representações literárias sua própria experiência de vida. As obras selecionadas serão analisadas a partir do viés memorialístico, em que se pretende identificar, ou pelo menos inferir, o que é experiência vivida e o que é representação literária, ou ainda, o complexo recurso que é a ficcionalização partindo de uma experiência vivida. Palavras chave: Menino de Engenho. Autobiografia. Memória. Ficção. O USO DE TECNOLOGIA NA SALA DE AULA COMO SUPORTE PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LÍNGUA INGLESA: POSSIBILIDADES E DESAFIOS Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA Geovana Oliveira Araujo - UFMA O presente trabalho surgiu a partir de observações feitas em sala de aula com relação ao desenvolvimento da oralidade dos alunos nas aulas de inglês, percebendo que os alunos 180 pouco praticavam fora da sala de aula e o grande contingente de alunos em sala não propiciava um acompanhamento mais próximo da maioria, decidiu-se fazer uso de algo que estivesse próximo da realidade dos mesmos, entrou em cena os celulares e câmeras portáteis como suporte pedagógico. Tendo em vista esta introdução tecnológica, decidiu-se pesquisar que impacto teria o uso dos novos recursos. Desta forma a pesquisa objetiva: 1) analisar como o aluno recebe e faz uso das novas tecnologias em sala de aula, 2) mensurar o avanço conseguido pelos alunos ao longo de dois períodos tendo contato com as novas ferramentas pedagógicas e, por fim, identificar que tipos de atividades os alunos mais se adaptaram ao longo desses dois períodos utilizando tecnologia em sala de aula. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, do tipo etnográfico tendo como instrumentos de coleta de dados a observação que foi de forma sistemática e assistemática e a análise documental. Como a pesquisa ainda se encontra em andamento, pode-se perceber um ganho acentuado no que diz respeito à pronúncia das palavras e a desenvoltura com atividades que levassem em consideração a complexidade em que as pessoas vivem e se comunicam no dia a dia. Palavras chave: Ensino de línguas. Tecnologia educacional. Suporte pedagógico GÊNERO E SEXUALIDADE EM REDE: UM ESTUDO ACERCA DAS SOCIABILIDADES ENVOLVENDO A FIGURA DA MULHER NA ERA DIGITAL Maria Leonara Oliveira - UFMA Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho - UFMA A grande rede dispõe de recursos multimídia onde usuários podem discutir assuntos dos mais diversos gêneros, dentre eles, cultural, política e atualidades, possibilitando novas formas de sociabilidade e comunicação entre os indivíduos. O presente trabalho tem por objetivo analisar a figura feminina no espaço virtual, partindo de estereótipos criados, muitas vezes depreciativos, do preconceito gerado dentro dessa rede, desvalorização da figura feminina e análise das postagens que emergem dos textos publicados. O material utilizado para a pesquisa se deu por textos jornalísticos nas redes sociais, fotos e comentários nessa rede. Tendo como aporte teórico para dada pesquisa os seguintes autores: Bourdieu, Castells, Lévy, Butler, dentre outros. Dessa forma, constatamos na pesquisa que o modo em que os dados são apresentados na internet gera uma identidade para cada usuário, a figura feminina no espaço virtual ganhou por sua vez uma identidade machista, preconceituosa. Isso acontece pela maneira em que sua imagem é comentada e compartilhada em redes sociais jornais dentre outros, chegando ao um ponto em que as postagens não dialogam, ou seja, texto e fotos tomam vetores diferentes no todo, confundido o leitor e o induzindo ao erro. Palavras chave: Sociabilidades. Redes Sociais. Preconceito. ESPAÇO E MEMÓRIA: REPRESENTAÇÕES NA OBRA CAIS DA SAGRAÇÃO DE JOSUÉ MONTELLO 181 Withelo dos Santos Sousa - UEMA A relação entre memória e espaço tem despertado o interesse de diferentes pesquisadores nos últimos tempos. Essa relação apresenta fios condutores que perpassam o sujeito em suas vivências individuais e sociais. Acontecimentos do passado podem ser rememorados a partir de situações cotidianas ou do contato do sujeito com elementos citadinos que apresentem marcas de referências. Se a memória depende da relação entre homem e mundo, então podemos pensar a cidade como espaço de influência no processo de rememoração, possibilitando uma ressignificação do passado através desses espaços. Pensar os espaços da cidade como nichos que guardam as referências e comportam os afetos é dar a eles papel relevante nas relações sociais. Dessa forma, este trabalho tem com objetivo analisar na obra Cais da Sagração de Josué Montello a memória da cidade que se inscreve em gretas, fissuras e ruínas. Daremos relevância, nessa pesquisa, a ressignificação da memória da cidade, a partir do lugar de enunciação e das circunstancias adotadas pelo sujeito poético. Constatamos que diante das rápidas transformações da paisagem urbana, com tendência a modificar os espaços de referência, a memória citadina contribui para a consolidação da memória particular e coletiva. Palavras-Chave: Cais da Sagração. Espaço. Memória. LITERATURA DE CICATRIZES: A ESCRITA CARCERÁRIA EM MEMÓRIAS DE UM SOBREVIVENTE Glaucia Lindoso Sarges - UEMA Há tempos a literatura universal alude a história da crueldade humana, ou dito de outro modo: todo ato criminoso encerra certo ritmo narrativo. O encarceramento, por ser uma cessão de liberdade, tem no fluxo narrativo, um meio para a fabulação de novas possibilidades, reconfigurando assim, a interioridade do apenado. A partir desta experiência prisional nas prisões paulistas, surge a literatura carcerária, que se apresenta com forte teor testemunhal marcada pelo ambiente violento onde vive. Afirma Seligmann-Silva (2004) que a violência deixa seus traços não apenas nas histórias contadas, mas na escolha das palavras, na sintaxe e no tom marcadamente oralizado dos relatos autobiográficos. Tendo como referência, esta imagem do cárcere, o presente trabalho irá debruçar-se na conciliação da literatura- como supremo instante da fuga imaginativa- nos confins escuros da prisão, de modo a endossar Jorge Luis Borges e a ideia de que os porões são propícios à narrativa. A despeito de outros autores, o narrador em questão será Luiz Alberto Mendes, que em seu livro Memórias de um Sobrevivente (2001) relata um submundo extremamente desperançoso das prisões, de modo que a voz do encarcerado será a manifestação de uma oralidade e de uma corporeidade, ou seja, um verdadeiro encontro entre a cultura oral e escrita. As memórias do ex-presidiário apontam decisivamente para uma guinada redentora, devotada à descoberta dos livros no intuito de superar o sistema penal inquisidor, que apenas serve para eliminar os excluídos. Palavras chave: Memória. Cárcere. Narrativa. 182 NOS LABIRINTOS DO RIZOMA: LITERATURA ONLINE E HIPERTEXTO Ana Carolina Sampaio Coelho - UNIRIO O presente estudo discute, a partir da imagem do Rizoma, de Deleuze e Guatarri, aspectos relacionados à criação de narrativas hipertextuais online. Observamos como a lógica do Rizoma, isto é, a de um sistema anti-hierárquico, onde todos os pontos que constituem a rede estão interligados sem obedecer a uma ordem definida, se articula com as características da Internet e sua arquitetura em rede. Propomos uma discussão sobre como o recurso do hipertexto, recorrente nas obras Ficções, de Jorge Luís Borges e O Jogo da Amarelinha, de Júlio Cortázar, por exemplo, torna-se característica fundamental na literatura que tem como suporte as plataformas online. Pensamos sobre as características de obras nascidas especificamente no meio digital a partir de reflexões de Janet Murray, Katherine Hayles, dentre outros. Com isso, procuramos investigar as potencialidades deste novo meio de produção de narrativas e as possibilidades de criações com a articulação de palavras, imagens e sons. Com este trabalho procuramos promover uma discussão em torno da literatura online, para que ela possa começar a ser percebida como parte integrante da tradição literária. Por fim, discutimos as implicações entre literatura e cultura digital a partir de narrativas digitais criadas por alunos do curso de Letras da UNIRIO, como resultado da disciplina de Literatura e Cultura Digital. Palavras chave: Rizoma. Literatura online. Hipertexto. Criação Literária. A REPRESENTAÇÃO DA MULHER NO MUNDO VIRTUAL: PERCEPÇÕES ACERCA DO DISCURSO MACHISTA NAS REDES SOCIAIS Renália Rafaela Cunha Silva - UFMA Marcelo Nicomedes dos Reis Silva Filho – orientador - UFMA Atualmente é notório o preconceito que a mulher sofre num mundo ainda machista, mesmo com todo espaço conquistado ao longo do tempo, desde a conquista do voto à atuação no mercado de trabalho. As formas de preconceito vêm aumentando cada vez mais com a evolução tecnológica, ou seja, hoje em dia a tecnologia se apresenta como facilitadora e até mediadora do preconceito, seja contra a mulher ou contra outras minorias, emergindo mais facilmente na internet e, mais precisamente nas redes sociais. Nesse sentido, este trabalho busca refletir sobre investidas preconceituosas em posts e similares nas redes sociais envolvendo a mulher, analisando o contexto social e formas de expressão encontradas. Tal investigação terá como base inicial para a construção da pesquisa, que contará com as seguintes etapas: a introdução na rede, a busca por dados, a escolha e, por fim, a análise destes em torno da temática já apresentada. A fundamentação teórica a ser usada para a análise dos dados terá em seu bojo pesquisas desenvolvidas por Alex Primo, Manuel Castells e Gustavo Cardoso, além de estudos referente à linguagem e formas de discurso acordado às perspectivas de Ingedore Villaça Koch, Mônica Magalhães dentre outros autores que abracem a mesma linha de pesquisa, proporcionando, assim, um melhor 183 desenvolvimento do trabalho em destaque, considerando o uso da linguagem utilizada, formas de expressão, – presença ou não de ‘emotions’, imagens, etc. – as premissas – Maior (Postagem inicial) e Menor (Comentários) – presentes nos textos, bem como o propósito comunicativo dos interlocutores, além da intensidade ou não da repercussão obtida. Palavras chave: Preconceito. Tecnologia. Redes Sociais. Linguagem. NOTAS SOBRE O PECADO: ATO E TEMPO DA PERVERSÃO Monik Giselle Lira Monteiro - UFPB Os Ensinamentos judaico-cristãos seccionaram o Ocidente, de modo que, até os dias atuais, muitos sujeitos temem ser designados de pecadores. A transgressão aos mandamentos sagrados institui a falta, o afastamento a/de Deus e, dessa forma, cria-se a culpa e o imperativo do perdão. Sob esse ângulo, surge o questionamento se tal lógica traduz um afrontamento à desobediência à lei ou se estamos, quiçá, diante de um arcabouço conceptual perverso, capaz de estigmatizar corpos e identidades. Ao pecado atribui-se o topos de corrosão da Lei Divina. É um ato de perversão moral, estabelecido há séculos, que devota uma mácula para quem o comete. Este conceito, todavia, sofreu alterações no decurso histórico. A título de ilustração, Dante Alighieri, nos nove círculos do inferno, classifica a luxúria como um pecado leve, justificado pelo contexto histórico da idade média. Freud, no século XIX atribui destaque à sexualidade e as diversas formas de perversões sexuais, hoje definidas pela psicopatologia moderna como parafilias. Este estudo propõe uma análise evolutiva do conceito de pecado, especificamente da luxúria, a partir de um trajeto em textos literários, das mais diversas épocas. Tentaremos compreender a relação entre o eterno devir do homem quanto sujeito e as coerções religiosas que marcam, de forma indelével, sua subjetividade. Como bases teóricas, recorreremos a estudos historiográficos, sociológicos e, sobretudo, psicanalíticos. Palavras chave: Literatura. Pecado. Perversão. TONS EMBOTADOS: PERVERSÃO E FEMINILIDADE NA LITERATURA Angeli Raquel Raposo Lucena de Farias - UFPB A palavra perversão, do latim pervertere, significa “pôr de lado”, “pôr-se à parte”. Seu estudo remonta à medicina do século XIX, que lhe impôs um enquadre psiquiátrico e psicopatológico, definindo-a como desvio social ou anomalia sexual. Essa caracterização, saturada de conceitos morais, esfacelou-se ante a ciência psicanalítica. Freud, a partir da publicação dos Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade, em 1905, atribui à perversão um lugar na constituição da subjetividade humana. Desde os primeiros anos de vida, destaca o mestre vienense, vivenciamos uma sexualidade perversa polimorfa, 184 descentralizada, a serviço das pulsões que percorrem todo o corpo. Em sua metapsicologia, Freud inscreve as estruturas da personalidade e, nestas, situa o perverso em oposição ao neurótico, posto que o recalque parece não atuar naquele. Com efeito, estabelece-se uma identidade que desconhece limites, movida a energia pulsional e ao imperativo do gozo, renegando a realidade e desmentindo a castração. No campo da arte, a Literatura hospeda personagens perversos, cujas atuações são as mais diversas possíveis. Assim, este trabalho tem como objetivo examinar, na literatura ocidental contemporânea, o funcionamento perverso que acomete, por questões de ordem subjetiva e cultural, determinados personagens. Como corpus, selecionamos textos do Marques de Sade e a trilogia Cinquenta tons de cinza, de Christian Grey. Palavras chave: Literatura. Perversão. Cinquenta tons de cinza ATAQUES À LEI: SULCOS PERVERSOS NA LITERATURA Hermano de França Rodrigues - UFPB A literatura, segundo Freud, tem a propriedade de reverberar os impasses da condição humana. Em suas redes simbólicas, desenham-se as condutas, os desejos e as interdições que acompanham o corpo social, nas mais diversas épocas e lugares, em (des)obediência aos códigos impostos pela Cultura. Estamos sempre no limiar da lei, subordinando-se ao sofrimento decorrente de suas amarras, alucinando-se por desconhecer as metáforas que a regem ou burlando os seus imperativos, como uma alternativa para obter o tão almejado gozo. Este último arranjo compõe a complexa subjetivação do indivíduo perverso, cujo discurso e funcionamento deixam entrever os impulsos destrutivos do ódio, expressos na violência desmedida ao outro, na busca incessante de um gozo a mais. Cada tempo recepciona, a seu modo, a perversão. Em cada espaço, o desejo perverso faz uso de certas máscaras e insígnias. Em cada tempo e espaço, as vítimas continuam a exercer, na lógica repetitiva do thanatos, o status de fetiche e de objeto. Essa dinâmica pode ser vislumbrada no tecido literário, de modo a tornar visíveis, a partir dos significantes, múltiplas nuances desse EU que nega a alteridade, ao sustentar e entreter o seu ódio. Nossa pesquisa, alicerçada nos fundamentos psicanalíticos (pós)freudianos, busca examinar, em textos do romanceiro português, as engrenagens simbólicas da perversão, numa correlação entre cultura e subjetividade. Palavras chave: Literatura. Perversão. Alteridade. A LINGUAGEM ESCRITA EM LIVROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL Chayene Cristina Santos Carvalho - UFMA Jorgiana Cristine Pontes Nascimento - UFMA 185 Este trabalho tem por objetivo analisar a concepção de linguagem que fundamenta as atividades retiradas do livro Linguagem, das autoras Maria Eduarda Noronha e Maria Luíza Soares, publicado pela editora Prazer de Ler, no ano de 2010, voltado para crianças de Educação Infantil, na faixa etária de 4 anos. Discute-se, inicialmente, o que se compreende por linguagem, bem como as concepções que dão sustentação a muitos materiais de escrita utilizados com crianças pequenas. Propõe-se que a escola da infância rompa com uma concepção de linguagem escrita voltada exclusivamente para o ensino das letras, das sílabas e das palavras soltas, cuja ênfase é alfabetização, portanto, sem significado para criança e vazio de sua função social, ou seja, trabalhe a escrita com o fim para o qual foi criada. Apoiamo-nos em teóricos como Vygotsky (1995), Bakhtin (1995) e as estudiosas da escrita como Mello (2009) e Smolka (2012) para a análise das atividades, os/as quais defendem a necessidade de pensar o ensino da linguagem como interação e enunciação. Conclui-se que as atividades presentes no livro em questão não levam em consideração a linguagem como forma de expressão, realidade que precisa ser transformada, através da descontaminação da escola da infância dos procedimentos típicos do ensino fundamental. Palavras chave: Linguagem. Linguagem Escrita. Educação Infantil. A CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM PRESENTE NO LIVRO DA EDUCAÇÃO INFANTIL Daniela Barbosa dos Santos - UFMA Vida Costa de Araujo - UFMA Este trabalho tem como objetivo identificar a concepção de linguagem presente no livro didático: Pranchetas de experimentação, da editora Positivo, voltado para crianças da Educação Infantil, mais especificamente do Maternal I. Inicialmente, discute-se sobre as duas correntes linguísticas que direcionaram e ainda direcionam o trabalho com a leitura e a escrita em sala de aula: a primeira, caracterizada como subjetivista idealista, define a fala como sendo individual, ou seja, parte do interior do sujeito; a segunda, objetivista abstrata, defende que a língua opõe-se ao sujeito enquanto norma indestrutível, logo o indivíduo só pode aceitá-la como tal. Aborda-se, ainda, a concepção Bakhtiniana que se contrapõe a tais correntes, uma vez que para Bakhtin (2010) o estudo da fala se realiza na interação entre os sujeitos, portanto, a sua teoria é da interação verbal, o dialogismo. Além de Bakhtin (2010), autores como Silva e Leite (2013), Marato (2000) e Mello (2007, 2012) foram fundamentais para análise dos dados. Conclui-se que a concepção de linguagem presente no livro da educação infantil tem sido direcionada em torno da concepção de linguagem definida como objetivista abstrata, pois não se observa uma preocupação em torno de como a criança compreende a linguagem escrita, e nem se busca encaminhar de forma adequada as crianças no processo de leitura e escrita. Palavras chave: Concepções de Linguagem. Educação Infantil. Linguagem Escrita 186 O EXERCÍCIO DE LER EM VOZ ALTA: CONCEPÇÕES E CONTRADIÇÕES Elizabeth Oliveira de Castro - UFMA Verônica Cunha Rodrigues - UFMA O presente trabalho tem por objetivo discutir sobre a prática da leitura em voz alta, abordando um conceito de leitura que vai muito além da decifração do código linguístico. No primeiro momento, busca-se mostrar que as concepções de leitura evoluem de acordo com as modificações sociais, seu desenvolvimento histórico e cultural. Em seguida, aponta-se as relações e diferenças entre a oralidade, escrita, leitura e locução, a partir da visão que considera o ato de ler como a transmissão vocal de um texto lido. Para a realização desta pesquisa utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com o apoio em autores como Bajard (2001), Bakhtin (1988), Vigotsky (2001), Arena (s/d), dentre outros, por defenderem que uma palavra só é considerada como tal quando apresenta-se carregada de sentido. Conclui-se que a compreensão do texto lido precede a transmissão vocal, pois esta exige que o/a leitor/a tenha uma performance adequada e se posicione perante o texto lido, portanto, pode ser uma ótima aliada no ensino da leitura se estiver clara a diferença entre a leitura e locução. Porém, a prática ainda vivenciada em muitas escolas, não considera a priori, o ato de atribuir sentido ao texto, ou seja, a articulação da relação entre pronunciar, ler e fazer locução. Palavras chave: Leitura. Locução. Oralidade. A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL: ENTRE TEXTOS E CONTEXTOS Claudileude de Jesus Silva - UFMA Keyliane Freire Fonseca - UFMA 187 O presente trabalho objetiva discutir as vivências sobre a prática de produção textual escrita nas turmas de ensino fundamental do 1º ao 3º ano da Escola Comunitária Frei Osvaldo, durante o 2º semestre de 2013. A motivação para a sua escrita decorreu da vivência do projeto Brincando com os Gêneros, para o qual foi construída uma sequência didática que buscou explorar todas as etapas de produção de um texto escrito: preparação para a escrita, escrita propriamente dita e revisão do texto (CURTO; MORILLO; TEIXIDÓ, 2000). A metodologia utilizada contou com a observação não participante para a coleta de dados. A análise da produção dos textos construídos em sala de aula, considerando os diferentes gêneros textuais, foi realizada a partir dos pressupostos da teoria da enunciação e dos gêneros discursivos sustentados na perspectiva de linguagem de Bakhtin (1995) estudados durante as discussões promovidas pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Leitura e Escrita na perspectiva Dialógica (GLEPDIAL), da Universidade Federal do Maranhão. O estudo apontou como resultados que houve uma alteração significativa nas práticas pedagógicas das professoras ao centrarem seu trabalho no planejamento da produção escrita, incidindo positivamente no desejo de expressão por parte dos alunos e na qualidade de sua produção textual. Mostrou ainda que o ato de escrever passou a ser compreendido como um processo, indo além de atividades pontuais. Palavras chave: Ensino fundamental. Produção de texto. Pratica pedagógica. LEITURA BARBARIZANTE: ÊNFASE AOS ASPECTOS TÉCNICOS OU A LEITURA COMO INSTRUMENTOS EMANCIPATÓRIOS? Joel Nascimento Oliveira - UFMA Este trabalho tem por objetivo analisar o ensino da leitura a partir das perspectivas barbarizante e emancipatória. Para tanto, foi feita uma pesquisa de cunho bibliográfico fundamentada em Adorno (1995) e Bakhtin (1995), onde a produção intelectual destes autores fornece elementos que contribuirão para a construção de uma escola que investe na formação de sujeitos autônomos, cuja leitura é fator imprescindível. Os resultados da pesquisa apontam que o ensino da leitura pautado somente nos meandros gramaticais, trabalhando a palavra como um sinal – e não como um signo (BAKHTIN, 1995), conduz à barbárie, tornando-se um obstáculo para a emancipação do sujeito, visto que diminui sua capacidade discursiva. Revelou ainda que a educação não deve caminhar para o adestramento, reduzindo o caráter e a força simbólica da linguagem em seus aspectos técnicos, mas deve priorizar a formação de indivíduos autônomos, capazes de se opor e resistir às forças coercitivas da ideologia dominante, podendo contribuir assim para a construção de uma sociedade emancipada. Para isso, a leitura, entendida enquanto atribuição de sentido, é mola propulsora desta transformação social, visto que exige um exercício reflexivo capaz de favorecer uma leitura para além das linhas, para além do aparente. O trabalho pretende discutir inicialmente os pressupostos do que estamos chamando de leitura barbarizante e de leitura emancipatória, conforme referencial anunciado. Em seguida, aponta as implicações destas perspectivas para a prática docente, refletidas nas escolhas metodológicas do/a professor/a, e consequentemente para a formação de sujeitos leitores e escritores. 188 Palavras chave: Leitura. Barbárie. Emancipação. O ENSINO DA LINGUAGEM ESCRITA DA CRIANÇA HOSPITALIZADA Francy Sousa Rabelo - UFMA Maria José Albuquerque Santos - UFMA A produção da escrita em crianças ainda se constitui como um desafio para o/a professor/a apesar dos enfoques teóricos abrangentes sobre este assunto. Quando a criança encontra-se em estado de hospitalização, este desafio torna-se mais complexo, portanto, este estudo visa discutir o processo de produção da linguagem escrita em crianças hospitalizadas pela atuação do projeto de extensão “Estudar, uma ação saudável”, desenvolvido na Unidade Materno Infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão HUUFMA. O trabalho tem aporte teórico-metodológico em Fonseca (2003), Matos (2009), Bakhtin (2009) e Lerner (2002), com geração de dados no uso da observação participante e da análise documental, como relatórios e caderno de registros do projeto que registram as vivências das práticas de escritas das crianças hospitalizadas. Mesmo com o afastamento da escola e/ou tratamento de saúde prolongado, a hospitalização tem sido redimensionada pelo movimento pedagógico da produção de leitura e de escrita para as crianças hospitalizadas. Lerner (2003) afirma que aprende-se a escrever, escrevendo, este fato, se constatou, na produção de textos via cartas e recontos de histórias, o que possibilitou a construção de novos significados (BAKHTIN, 2009), ressignificando o espaço em que estão inseridas. As atividades pedagógicas desenvolvidas no projeto aludido valorizam as formas de linguagem que medeiam a construção de conhecimento da criança hospitalizada, bem como, minimizam os efeitos negativos advindos da hospitalização e promovem o desenvolvimento da linguagem escrita destacando a livre expressão e o diálogo. Palavras chave: Linguagem. Práticas de escrita. Criança hospitalizada. O TRABALHO COM A LINGUAGEM ESCRITA COM CRIANÇAS PEQUENAS: CONSIDERAÇÕES SOBRE O RETRATO DAS ESCOLAS MARANHENSES Edith Maria Batista Ferreira - UFMA O presente trabalho resulta de uma pesquisa exploratória realizada durante a disciplina “Linguagem, oralidade e escrita”, ministrada no Curso de Especialização na Docência na Educação Infantil, promovido pelo Núcleo de educação Infantil da UFMA (NEI-UFMA). Participaram da pesquisa, denominada “Retratos do trabalho com a linguagem na escola”, vinte e seis professoras de dezenove escolas de quatro municípios maranhenses, sendo duas de São José de Ribamar, quatro da Raposa, uma de São Mateus e doze de São Luís. Tem por objetivo discutir como a linguagem escrita tem sido trabalhada junto às crianças pequenas. Entendendo a linguagem escrita como um instrumento cultural complexo e que sua apreensão não pode se dar de forma simplificada, recorremos aos estudos de Bakhtin (1995), Vygostsky (2013) e Smolka (2007, 2009, 2012) para fundamentar nossa análise. Os resultados da pesquisa apontam que as atividades voltadas para o trabalho com a linguagem escrita se repetem entre as crianças de 3 a 5 anos, cuja centralidade está na exploração do 189 aspecto técnico em detrimento do uso da linguagem escrita como forma de interação e comunicação entre as pessoas. Revelou ainda que a Creche, assim como a pré-escola, está sendo impregnada de atividades do ensino fundamental, deixando em segundo plano as atividades que estimulam o desejo de expressão, fundamentais para a formação de atitudes leitora e produtora de textos. Palavras chave: Crianças pequenas. Linguagem escrita. Interação. COMO USAR A LINGUAGEM ESCRITA PARA CRIAR ESPAÇOS DE INTERAÇÃO E INTERLOCUÇÃO ENTRE AS CRIANÇAS NO CICLO DA ALFABETIZAÇÃO? Joelma Reis Correia - UFMA Este trabalho tem por objetivo discutir como a organização do ensino da linguagem escrita no Ciclo da Alfabetização pode possibilitar momentos de interação e interlocução, de modo a criar nas crianças a necessidade de se apropriar desse objeto cultural. Para tanto, no primeiro momento, discute-se, a forma como o ensino do ato de ler e escrever tem sido trabalhada em muitos espaços escolares, evidenciando a primazia por uma concepção de linguagem que prioriza o aspecto técnico da língua em detrimento do sentido. No segundo momento, tendo por fundamentação a teoria da enunciação de Bakhtin (1995), defende-se a perspectiva do dialogismo como princípio constitutivo da linguagem, por considerar o ensino do ato de ler e escrever como práticas sociais e culturais. Autores como Mikhail Bakhtin (1995, 2003), Vigotski (1995) e estudiosos da área da leitura e da escrita, Frank Smith (1999, 2003), Josette Jolibert (1994), Jolibert e Jacob (2006), Elie Bajard (2006) serviram como lentes para dar fundamentação ao trabalho. Conclui-se que as atividades voltadas para o ensino inicial da leitura e da escrita só contemplam o dialogismo como princípio constitutivo quando se prioriza o uso de textos reais, bem como uma metodologia que aproxime os/as alunos/as destes materiais pelo sentido, portanto, como prática cultural. Palavras chave: Alfabetização. Linguagem. Dialogismo. A LITERATURA FANTÁSTICA E O INSÓLITO NO BRASIL Soraya de Melo Barbosa Sousa – UEMA/UESPI Até pouco tempo, nos estudos entre acadêmicos brasileiros, e entre a crítica hegemônica brasileira, a literatura fantástica e seus subgêneros foram deixados à sombra. Todorov (2010) já considerava que o gênero fantástico “teve uma vida relativamente breve”. Entretanto, estudos contemporâneos como Roas (2012) apresentam questionamentos sobre a existência desse gênero, na contemporaneidade, de forma a considerar não necessariamente o sobrenatural como seu elemento caracterizador, mas elementos que subvertem a condição de normalidade da ordem estabelecida que, segundo França (2012) 190 encarnam os “monstros morais” existentes na sociedade pós-moderna. Essa transgressão reflete a opressão do homem pelo homem, fazendo da literatura uma arte emancipadora que provoca no leitor o sentimento de resistência, ao questionar sobre os conflitos orquestrados na ficção e que se insinuam na sociedade em que ele se insere. Propõe-se, nesta pesquisa, compreender a partir de estudos recentes, realizados na universidade brasileira, a presença do fantástico e do insólito na literatura brasileira para analisar a obra Os crocodilos, de Assis Brasil, na perspectiva do insólito. Palavras chave: Fantástico. Insólito. Os Crocodilos. LITERATURA FANTÁSTICA E A REINVENÇÃO DA HISTÓRIA NA AMÉRICA LATINA Aurenice Pinheiro Tavares - UESPI/IPMT O presente artigo objetiva pensar criticamente acerca da importância da Literatura fantástica nos países periféricos da América Latina a partir de uma análise da novela Aura, de autoria do autor mexicano Carlos Fuentes. Propomo-nos trazer à tona o conflito modernizador que o autor tece, nessa obra, através das dicotomias passado/presente, antigo/moderno, real/imaginário, escrita/oralidade. Para alcançar o objetivo proposto, municiamo-nos da teoria de Tzvetan Todorov (1975) e de Selma Calasans (1988) acerca do insólito e do fantástico; também tomamos algumas considerações acerca da história, da novela e do romance hispano-americano, tecidos por Bella Josef (1982/1992) e pelo próprio Carlos Fuentes. A hipótese levantada é que o autor utiliza essas dicotomias, com o fim de – por meio da linguagem - fazer aflorar o esforço dos escritores hispano-americanos para pôr em xeque os discursos hegemônicos legitimados na história. Palavras chave: Aura. Carlos Fuentes. Literatura fantástica. Modernidade AS MARCAS ENUNCIATIVAS NOS CONTOS FANTÁSTICOS Leonildes Pessoa Facundes - UEMA Soraya De Melo Barbosa Sousa - UEMA/UESPI Este estudo tem como objetivo analisar a contribuição de certos números de elementos linguísticos, úteis ao estudo dos textos, como recursos na construção ficcional da Literatura fantástica, utilizados pelo sujeito enunciador nos textos literários, a partir de uma abordagem enunciativa da linguagem. O referencial teórico desta pesquisa está fundamentado para as concepções do Fantástico em Todorov (1975), Chiampi (1980), Carpentier (1949), Reis (2000) Melo (2005). E, para abordagem enunciativa da linguagem, Benveniste (1995), Maingueneau (1996), Bakhtin (2003), e outros. Os dados analisados mostraram que, a partir de certos acontecimentos sobrenaturais presentes nas narrativas, que possam causar o medo, o susto, o horror e a desconfiança de sua existência por parte do narrador, do personagem ou 191 do leitor, podem ser inseridos dentro do universo fantástico e construídos com as marcas linguísticas que são reguladas pelo gênero de discurso a que se refere. Palavras-chaves: Linguística. Literatura. Fantástico. Enunciação. OS SENTIDOS DE FAMÍLIA NO RECONHECIMENTO DAS UNIÕES HOMOAFETIVAS COMO INSTITUTO JURÍDICO: UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DA DECISÃO DO STF Joana Drac Rodrigues da Costa - UFMG Com o interesse de observar como as mudanças sócias forçam às mudanças no âmbito jurídico, este artigo tem como objetivo discutir sobre os sentidos de família construídos enunciativamente no processo que levou à histórica decisão do STF, a qual veio a reconhecer a união homoafetiva como entidade familiar. Acreditamos que seja pertinente, ainda que de maneira introdutória, trazer tal discussão tendo em vista que embora se trate de uma decisão unânime, divergentes são os argumentos e justificativas nos votos dos ministros da suprema corte. Considerando a enunciação como um acontecimento histórico-social da produção do enunciado, sustentamos nossas discussões a partir do aparato teórico-metodológico da Semântica Histórica da enunciação, proposto por Eduardo Guimarães (1995; 2002) e seus companheiros (Orlandi, Pecheux, Dias). Sob esse olhar, analisamos o texto da Revista Trimestral de Jurisprudência do STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277, publicado em jan/mar de 2012. Nessa perspectiva, analisamos os sentidos dos enunciados levando em conta as posições dos sujeitos da enunciação que lhes são constitutivas e as condições enunciativas que influenciam na sua construção; a relação de paráfrase e polissemia estabelecida no texto; as formações nominais usadas para designar o relacionamento em questão e, por fim, identificamos as relações discursivas que sustentam/legitimam as designações que ocorrem com o nome família, tais como casamento, união estável, entidade familiar configurando suas relações semânticas na constituição da formação nominal. Com isso, pretendemos estabelecer os sentidos de família construídos nesse embate sobre o reconhecimento das uniões homossexuais. Palavras chave: Sentidos. Família. Entidade familiar. União-homoafetiva. O USO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO APRENDIZADO DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS Maria Nilza Silva Oliveira - UFMA Objetiva-se neste espaço refletir sobre as tecnologias digitais e aprendizagem de línguas, tendo como recorte a aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais–LIBRAS. Para reflexão 192 recorreu-se aos pressupostos da pesquisa bibiliográfica, bem como os estudos de Lengel (2013), Quadros e Finger (2013), Quixaba (2013), Moran (2007), Santaella (2004) e outros. Constata-se que na atualidade têm-se incorporado massivamente recursos tecnológicos no ensino e na aprendizagem de línguas, principalmente, de línguas estrangeiras, tanto na modalidade oral quanto sinalizada. Existem diferentes programas computacionais que auxiliam na aprendizagem destas línguas. Acredita-se que, com a diminuição dos custos dos equipamentos tecnológicos e com o acesso à internet via banda larga, com conexão sem fio ou não, como também a democratização dos dispositivos móveis, vivenciamos oportunidades nunca antes praticadas para potencializar a aprendizagem da LIBRAS. Os desenvolvedores de programas têm, a cada ano, favorecido esse cenário, com suas criações, atendendo às diversas áreas desde softwares para o entretenimento aos pedagógicos, até dicionários, auxiliando assim, a aprendizagem de sinais. Entretanto, sabe-se que grande parte da comunidade que usa a LIBRAS ainda não consegue ter disponível as tecnologias digitais, mas é inegável que com a popularização destes recursos nos ambientes acadêmicos essas possibilidades ampliaram-se. Mediante este desenho, pergunta-se, quais critérios podem ser adotados para selecionar sites e aplicativos para a aprendizagem de LIBRAS? É possível aprender LIBRAS com o Hand Talk, ProDeaf, Rybená, dicionários digitais e outros recursos digitais disponíveis? Observa-se que apesar das dificuldades de acesso as ferramentas digitais e a internet enfrentadas pelos surdos, as tecnologias digitais têm auxiliado na aprendizagem da LIBRAS. Palavras chave: Tecnologias digitais. Aprendizagem Línguas, Língua brasileira de sinaisLIBRAS. A CONSTRUÇÃO DA VISÃO DE MUNDO NO LÉXICO DO QUILOMBO JAMARY DOS PRETOS, TURIAÇU-MA Georgiana Márcia Oliveira Santos - SEDUC Esta pesquisa, de natureza empírica, descritiva e qualitativa, objetiva identificar e analisar especificidades denominativas e, principalmente, especificidades semântico-conceptuais no léxico do quilombo Jamary dos Pretos, situado no município de Turiaçu/MA, a fim de identificar, especialmente, os traços semânticos atribuídos, ampliados ou suprimidos por esse grupo para construir semioticamente sua singular visão de mundo. Mais especificamente, analisam-se as relações léxico-semânticas e, sobretudo, as semânticoconceptuais estabelecidas em 24 unidades lexicais distribuídas nos campos semânticos territorialidade, tipo humano, ritual/espiritualidade, alimentação, ação, doença, lazer, vestuário, modo. Para tanto, fundamenta-se nas orientações teórico-metodológicas da Semiótica, da Etnolinguística e, principalmente, da Etnoterminologia e baseia-se em um corpus oral constituído por 24 entrevistas realizadas com quilombolas e com não quilombolas, esmiuçando-se, mediante uso de fichas etnoterminológicas, as diferentes etapas do processo de conceptualização lato sensu dessas unidades lexicais. Como resultado da análise etnoterminológica dos dados desta pesquisa, apresentamos uma panorâmica da visão de mundo específica do quilombo Jamary dos Pretos, a qual revela as particulares raízes étnico-culturais, históricas e organizacionais dos sistemas de significação desse quilombo, atestando, por conseguinte, que as especificidades denominativas e conceituais do léxico desse grupo convertem-se em signos-símbolos de sua axiologia. 193 Palavras chave: Língua. Cultura. Etnoterminologia. Quilombo Jamary dos Pretos. A LÍNGUA DE SINAIS NA ERA DIGITAL: RECORTES DO USO DA ESCRITA NAS REDES SOCIAIS Manuela Maria Cyrino Viana - UFMA O surdo que em sua maioria nasce em lares ouvintes e que não consegue se comunicar nem com seus pares naturalmente, vive isolado em seu mundo do silêncio. Com o aprendizado da língua de sinais inicia a socialização e com ela aprimora a comunicação nas escolas e em comunidades surdas. Com o advento da internet e com ela o acesso as redes sociais, o surdo inicia uma nova descoberta e encontra uma oportunidade de estabelecer a comunicação como o mundo que o cerca. Neste contexto a língua portuguesa escrita insere-se como uma segunda forma de comunicação e como proposta de aumento do vocabulário. Assim percebemos a importância de apresentar a relação do surdo usuário de língua de sinais como primeira língua e as redes sociais, demonstrando a influência que a mesma estabelece na vida deste sujeito, as dificuldades/facilidades por ele encontradas na escrita do português, bem como a sua compreensão ao navegar pelos sites. Palavras chave: Língua de Sinais. Redes Sociais. Inclusão Social. A INTERFACE DA PSICOLOGIA COM A COMUNICAÇÃO NAS REDES SOCIAIS Carmen Cristiana Viégas Campos - UNDB O processo de interação entre indivíduos sempre foi permeado de peculiaridades. O ser humano utiliza-se da comunicação oral, escrita e também corporal para estabelecer este processo; que muitas vezes acontece de forma trabalhosa, dado as características comportamentais como timidez, baixo autoestima e a dificuldade de interagir e se expor ao outro que podem gerar barreira na comunicação e nos relacionamentos. Buscam auxilio e ajuda nos acompanhamentos terapêuticos para superar ou diminuir os entraves nesta atividade. As redes sociais são ferramentas e estratégias de comunicação que surgiram para facilitar e dinamizar essa ação, impulsionando e potencializando a capacidade de ampliar a rede de relacionamentos. Facebook, whatsapp, twitter, line, instagram são indispensáveis, e se tornaram parte das relações pessoais e profissionais, nesse cotidiano em que o tempo é cada vez mais escasso e valioso. Tornando essa comunicação mais rápida e acessível. Mas isto não faz com que substituam o contato físico ou o tornem menos relevante. Existem certas distancias entre as pessoas que precisam ser trabalhadas. As redes sociais podem se tornar um espaço fundamental na tarefa contra qualquer tipo de preconceito em exercer esse contato com as pessoas, respeitando-se até a dificuldade que também faz parte do jeito de ser de muito de nós. Palavras chave: Comunicação. Redes sociais Relacionamentos. 194 EXPERIÊNCIA DIGITAL COM A LINGUA DE SINAIS NAS REDES SOCIAIS Pablo José Corrêa de Jesus – ASMA O uso e difusão da língua de sinais têm sido possível por meio dos espaços digitais. As redes sociais como orkut, facebook, whatsApp, twitter, oovoo e skype, ocupam lugar de destaque na preferência dos surdos. Objetiva-se neste estudo refletir sobre a língua de sinais na era digital, tendo como recorte o uso da escrita nas redes sociais. Para esssa reflexão, recorreuse aos estudos de: Stumpf, Quadros, Leite (2014); Mill (2013); Quixaba (2013); Santaella, Lemos (2010); Grassi (2010); Quadros (2004) e outros. A comunicação tendo como base a língua de sinais, favorece a comunicação entre as comunidades de surdos, a escrita em língua portuguesa e o uso de comunicação sinalizada tem fortalecido o contato entre estes grupos. Sabemos que apesar das novas tecnologia oferecerem ferramentas que favorecem a conectividade em rede, os surdos enfrentam muitas dificuldades em entender os textos em língua portuguesa, acessar internet, ausência de legenda nos vídeos e quando aparecem na maioria das vezes comprometem o entendimento, em função disso, preferem usar as redes sociais que disponibilizam vídeos, onde eles podem interagir em língua de sinais. Acreditase que as novas tecnologias oferecem meios para atualização de informações, estudo, lazer, trocas de conhecimento e fortalecimento da comunidade surda por meio da interação que estas oferecem. Os dicionários, videos, aplicativos para celulares têm contribuido para que os surdos aprofundem o conhecimento tanto da línguagem escrita quanto da língua de sinais. Pensa-se que quanto mais tiverem contato com a língua de sinais mais possibilidades terão de interação e compreensão dos textos escritos. Palavras-chave: Língua de sinais. Escrita. Redes sociais. Comunicação. Comunidade surda. AS REDES SOCIAIS COMO INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA Veraluce da Silva Lima – UFMA Abordagem das redes sociais como instrumentos de aprendizagem da língua materna. Buscamos apresentar a linguagem produzida na internet, mais especificamente, no Facebook, como um conteúdo de ensino-aprendizagem da língua materna, tendo nas redes sociais um instrumento pedagógico que pode ser explorado pelo professor, para trabalhar a língua produzida nessas redes que, mesmo tendo na escrita sua forma de expressão predominante, essa língua tem características específicas de uma comunicação face a face, apresentando-se impregnada de improvisações, gírias, desapego à rigidez da norma padrão. É uma língua híbrida, permeada de símbolos, signos, abreviações, elementos paralinguísticos, dentre outros fenômenos. O trabalho é fruto de reflexões feitas pelo Grupo de Pesquisa Tecnologia e Ensino – GPTECEN, da Universidade Federal do Maranhão, sobre 195 a aceleração contínua das tecnologias, no dia a dia da sociedade contemporânea e a língua empregada na internet. Apresentamos considerações sobre a língua utilizada no Facebook, rede social que tem crescido no mundo inteiro e é muito utilizada pelos alunos da Educação Básica. Apresentamos, também, considerações sobre o trabalho que o professor pode desenvolver no ensino-aprendizagem da língua, empregando as redes sociais como recursos pedagógicos, no espaço escolar. Palavras chave: Redes sociais. Língua da internet. Aprendizagem da língua. A VIOLÊNCIA DO COLONIALISMO E A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DAS ANTIGAS TRADIÇÕES EM A VARANDA DO FRANGIPANI, DE MIA COUTO Elenice Maria Nery - UFPI Neste trabalho, pretende-se discorrer sobre a herança deixada pela violência do colonialismo e a luta pela manutenção das tradições do povo moçambicano no romance A varanda do frangipani de Mia Couto. Nessa obra, Couto retrata a situação do país vinte anos depois da independência, a partir da narração de um carpinteiro, que volta ao território dos vivos no corpo de um inspetor de polícia, contratado para investigar a morte do diretor da Fortaleza de São Nicolau (local escolhido para abrigar os velhos, durante a guerra). Apoiados nos pressupostos teóricos de Bonnici (2005), Hall (2003), Tutikiani (2006), Bhabha (1998), Chaves (2005), Bosi (2005), dentre outros, percebe-se que, com o fim da guerra civil, o que sobrou no país foramfragmentos de memórias, heranças e contradições de um país novo e ao mesmo tempo profundamente ligado às tradições e aos mitos ancestrais. O contato com os velhos do asilo levam o inspetor a questionar os depoimentos colhidos sobre a morte do diretor, pois a seu modo, cada um tinha uma justificativa para o crime. Até descobri que o verdadeiro culpado não era uma pessoa e sim a própria guerra, que, neste contexto, parece representar um fio condutor na construção identitária nacional de ex-colônias, como Moçambique. Palavras-chave: Colonialismo. Tradição. Varanda do frangipani. Mia Couto. EPÍSTOLAS DE FRADIQUE MENDES: DO CÂNONE À REESCRITA Eliana Pereira de Carvalho - UESPI Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes (1997), do angolano José Eduardo Agualusa, apresenta uma reescrita do romance epistolar: A Correspondência de Fradique Mendes (1900), do consagrado Eça de Queiroz. Esta apresentação tem como objetivo verificar as aproximações e distanciamentos entre as escritas de um e de outro escritor, o angolano e o português, verificando-se a temporalidade de cada um: a reescrita pós-colonial de Agualusa em Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes e o discurso colonial de Eça de Queiroz em A Correspondência de Fradique Mendes, 196 enfatizando-se assim as questões sobre o cânone e a reescrita. Diversos conceitos foram importantes para a condução do trabalho, entre os quais literatura pós-colonial, cânone literário, reescrita e diáspora. A fundamentação teórica da pesquisa contou, dentre outros, com os estudos de Bhabha (2007), Bonnici (1998; 2000; 2004; 2005), Gilroy (2001), Glissant (2005), Rediker (2011) e Serrano e Waldman (2008) na área dos Estudos Culturais e do Pós-Colonialismo. O estudo de Nação crioula: a correspondência secreta de Fradique Mendes (1997) revelou que o romance de Agualusa se coloca como reescrita pós-colonial pela subversão ao cânone literário, A correspondência de Fradique Mendes (1900), de Eça de Queiroz. Como reescrita, Agualusa usufrui a lacuna deixada pelo romance do escritor português para lançar na África a personagem Fradique Mendes. Dessa forma, o escritor angolano abre uma porta para problematizar a colonização portuguesa e a diáspora negra. Palavras chave: Literatura Angolana. Literatura Portuguesa. Pós-colonialismo. A VOZ COLONIAL EM: “AUTOBIOGRAFÍA DE UM ESCLAVO”, DE JUAN FRANCISCO MANZANO Sílvia Maria Fernandes Alves da Silvia Costa - UESPI O presente trabalho evidencia a voz do negro na obra Autobiografía de um esclavo, de Juan Francisco Manzano, narrativa colonial cubana do século XIX, fornecendo subsídios sobre a literatura afro-descendente cubana, além de contribuir para os estudos sobre as literaturas pós-coloniais, ou melhor, as literaturas ditas marginalizadas, inseridas no hibridismo cultural. Fundamentou-se este trabalho em material bibliográfico, que proporcionou suporte teórico para a discussão em torno da voz do negro cubano até meados do século XIX, levando para um diálogo com Frantz Fanon, Homi Bhabha, Edward Said e outros em temáticas sobre identidade, hibridização cultural, negritude, estereótipos raciais etc. Para isso, empreendeu-se a releitura desconstrutora dos discursos hegemônicos metropolitanos e refletiu-se sobre os silêncios dos discursos envolvidos, o do colonizador e o do colonizado. Constatou-se que dessa mescla de culturas, surge uma nova nacionalidade, o início de uma relação identitária decorrente de um povo de cultura hibridizada que busca ascensão em meio a uma dicotomia entre metrópole e colônia, colonizador e colonizado, ibérico e americano, civilizado e “bárbaro”, centro e margem, branco e negro, lutando tanto para assimilar quanto para resistir à cultura do conquistador branco. Nota-se que a voz colonizada que ecoa no meio desse binarismo é marcante na obra Autobiografía de un esclavo, uma voz que se expressa usando os valores e as concepções impostas pelo colonizador branco, mas se fazendo diferente, resistindo, opondo e subvertendo as pressões do colonialismo, inventando a identidade negra. Contudo, percebe-se que em Cuba, o negro é estereotipado, sendo inferiorizado, ridicularizado, violentado, reificado, animalizado, sofrendo atrocidades – sob a sujeição imposta pelos espanhóis – e é quem recebe o nome de “bárbaro”. Palavras chave: Desconstrução. Literatura cubana. Pós-colonialismo. “LÁ VEM O NAVIO NEGREIRO”: POESIA AFRO-BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA: IDENTIDADE E RESISTÊNCIA 197 Douglas Rodrigues de Sousa - UnB Em Pele negra máscaras brancas, Frantz Fanon diz que o negro é uma criação do branco. Essa criação ocorreu de maneira opressora e castradora dos desejos do ser negro, incutindo neste um sentimento constante de inferioridade diante do outro, do branco. Tudo isso resultou de um projeto em que “a civilização branca, a cultura europeia, impuseram ao negro um desvio existencial” (FANON, 2008, p. 30). Entre a ação e a passividade Fanon propõe ao negro o seu posicionamento diante dos infortúnios sofridos pela cor de sua pele. Essa ação, proposta por Fanon, está na superação da origem dos seus conflitos, no entendimento acerca do que é ser negro, e do entendimento e aceitação consciente de si. É a partir dessa conquista da identidade negra que poetas e poetisas afro-brasileiros vão se rebelar contra as opressões, discriminações e espoliações sofridas na sociedade fruto de uma origem escravocrata, construindo na literatura um novo painel identitário de suas origens, cultura e crenças. Sendo assim, com a conquista da identidade, grupos historicamente excluídos vão encontrar mecanismos de se auto-afirmarem nesse contexto adverso. Procuramos nesta comunicação apresentar um painel das mais recentes produções e seus autores da poesia afro-brasileira. Palavras chave: Literatura Afrodescendente. Identidade. Poesia. AS BRUXAS DE CHARLES PERRAULT E PIERRE GRIPARI Paula Fabrisia Fontinele de Sá - UnB A bruxa foi o ser ao qual, ao longo do tempo, mais se atribuiu malignidade e ligação com o demônio. A partir da Idade Média, a mulher passou a ser considerada a maior pecadora, a origem de todas as ações nocivas ao homem, à natureza e aos animais. A partir dessa concepção, a personagem da bruxa foi passando, progressivamente, da representação histórica para a representação literária, perdurando no imaginário pela força dos símbolos que a caracterizavam. Nessa perspectiva, apresentar-se-á a personagem bruxa em quatro contos da literatura infantil francesa, tendo como suporte teórico, principalmente, a História e a Crítica Literária. Nesse sentido, este trabalho discutirá como os contos dos escritores Charles Perrault e Pierre Gripari representam a personagem bruxa para o contexto social da criança dos séculos XVII e XX, retratando suas possíveis interpretações. A partir dessa análise, se discute a ambiguidade da mulher representada no âmbito da literatura infantil, geralmente, como causa do Bem e do Mal. Além disso, ao confrontar os contos, se investigam as mudanças no perfil da personagem bruxa, bem como a significação da sua presença nas histórias selecionadas. Em suma, serão apontados aspectos que revelam o processo de ficcionalização da personagem bruxa, objetivando discutir as particularidades da sua representação para o leitor-criança de diferentes épocas. Palavras chave: Bruxa. Contos de fadas. Charles Perrault. Pierre Gripari. IGUAL E DIFERENTE: UMA ANÁLISE DA OBRA A TERRA DOS MENINOS PELADOS, DE GRACILIANO RAMOS 198 Jandira Lopes Pereira - UESPI A análise que é proposta neste trabalho sobre o conto A terra dos meninos pelados, do alagoano Graciliano Ramos, escrita em 1937 para concorrer a um prêmio de literatura infantil, criado pelo Ministério da Educação, fundamenta-se na Teoria das representações sociais, cujos estudos iniciados por Serge Moscovici e aprofundados por Denise Jodelet chegaram ao Brasil no início dos anos oitenta para fortalecer o debate em torno da questão da alteridade. As relações que cotidianamente os seres humanos estabelecem entre si pressupõem um conjunto de percepções que se tem sobre o outro. Essas relações estão calcadas em suposições que se fazem sobre aqueles que cercam todos os indivíduos, como o EU que se representa dentro do mundo social que se compartilha. Os conceitos de relação e ser humano, tanto quanto os questionamentos sobre identidade e diferença, são fundamentais nas discussões sobre a alteridade que animam a teoria das representações sociais e estão presentes também na trajetória de Raimundo, personagem central de A terra dos meninos pelados. Quando se representa “o outro”, tenta-se afastá-lo do “eu”, tentativa vã, pois só se constrói uma identidade, uma representação no mundo social em presença do outro. Constata-se que os seres humanos são igualdade e diferença a um só tempo e por toda a vida. Esse é o caminho que se trilha rumo à alteridade. Palavras chave: Identidade. Alteridade. Literatura Infantil. A CONSTRUÇÃO DO COMPORTAMENTO LEITOR NO CONTEXTO DOS NOVOS ARRANJOS FAMILIARES Elenice Maria Nery - UFPI É sabido que as crianças aprendem muito com os exemplos vistos em casa, sejam eles positivos ou negativos. Não é novidade também que a família é um dos espelhos no qual as crianças se projetam. Dentre os exemplos aludidos, cita-se o hábito de leitura e a importância de os pais compartilharem com seus filhos emoções e surpresas sentidas diante de um texto. Neste sentido, este trabalho propõe uma reflexão sobre a construção do comportamento leitor no contexto familiar pós-moderno, destacando a importância da integração escola-família no processo de construção identitária da criança. Esse olhar sobre o papel das novas famílias na formação leitora da criança é embasado, sobretudo, nas indicações teóricas de Abramovic (1995), Kramer (2000), Zilberman (2003), Cagliari (1999), Bauman (2007, 2003, 2005), dentre outros que reforçam a ideia de que esse processo de formação depende de práticas que estão além dos muros das escolas e das páginas dos livros isolados em um canto qualquer da casa. Trazer a literatura para o âmbito da família, em tempos pós-modernos, constitui tarefa delicada para quem, provavelmente, há tempos, percebeu a paradoxal relação entre o avançado conhecimento teórico sobre a infância e a incapacidade da família e da escola em saber lidar com o crescimento intelectual dessa nova geração. Por isso, novas linguagens devem ser consideradas já que as práticas de leitura não estão condicionadas ao contexto escolar. 199 Palavras-chave: Comportamento leitor. Família. Pós-modernidade LINGUISTICA E ANÁLISE LITERÁRIA FANTÁSTICA E MÁGICA: UMA PERSPECTIVA ENUNCIATIVA Leonildes Pessoa Facundes – UEMA Este estudo tem como objetivo analisar e contribuir com certos números de elementos linguísticos úteis ao estudo dos textos como recursos na construção ficcional da Literatura fantástica e mágica, utilizados pelo sujeito enunciador nos textos literários, a partir de uma abordagem enunciativa da linguagem. O referencial teórico desta pesquisa está fundamentado para as concepções do Fantástico e do Mágico em Todorov (1975), Chiampi (1980), Carpentier (1949), Melo (2005). E, para abordagem enunciativa da linguagem, Benveniste (1995), Maingueneau (1996) Bakhtin (2003), e outros. Os dados analisados mostraram que, a partir de certos acontecimentos sobrenaturais presentes nas narrativas, que possa causar o medo, o susto, o horror e a desconfiança de sua existência pode ser inserida dentro do universo fantástico e mágico, construídas, por um lado, com as marcas linguísticas que são reguladas pelo gênero de discurso a que se refere. Palavras chave: Linguistica; Literatura; Fantástica; Mágico; Enunciação. A SÁTIRA NA LITERATURA INGLESA Michelle de Sousa Bahury – IFMA O vocábulo “sátira” pode ser usado como uma das mais antigas formas de representação dramática em Roma. Apesar de o termo não ser de origem romana, a sátira era utilizada como forma de ridicularizar o grotesco sobre as pessoas, a época e seus costumes. O objetivo principal era provocar uma mudança social a partir da crítica com efeito cômico, e com o passar do tempo, a mesma apresentou-se como poesia e prosa. Na verdade, o objetivo da sátira é criticar as mazelas da sociedade, o que deu origem à expressão latina: castigat ridendo moris, ou "castigar os costumes pelo riso". A paródia pode estar relacionada com a sátira, pois de forma exagerada ridiculariza o tema e estilo da obra parodiada. È importante citar que sátira e paródia não são sinônimas, levando em consideração que a primeira nem sempre é humorística - por vezes chega a ser trágica, e a última é, inevitavelmente de caráter cômico. Assim, podemos observar que na Literatura Inglesa, na Era Vitoriana (1837 – 1901), a sátira esteve presente nas obras de Charles Dickens sob o viés social. Através da obra “Oliver Twist” (1838), por exemplo, Dickens denuncia o retrato da sociedade vigente da Inglaterra realçando as desigualdades sociais, epidemias, desemprego, falta de infraestrutura e principalmente a exploração do trabalho infantil. Assim, o órfão Oliver Twist é o porta voz da delinquência causada pelas condições precárias de vida. Algumas técnicas de sátira (hipérbole) também podem ser observadas em obras como As Viagens de 200 Gulliver de Jonathan Swift (1726), na primeira parte da obra, na ilha de Liliput, onde há uma sátira diminutiva. Hoje ainda podemos perceber que grandes obras literárias fazem parte do cenário cinematográfico, o que com o auxílio do som, imagem e outros tantos efeitos especiais trazem o leitor mais próximo da sátira ou paródia. Palavras chave: Sátira. Literatura Inglesa. Denúncia Social. A CIDADE COMO ESPAÇO DO DESLOCAMENTO DISCURSIVO Ilza Galvão Cutrim – UFMA O Grupo de Pesquisa em Linguagem e Discurso do Maranhão-GPELD (CNPq-UFMA) vem desenvolvendo pesquisas sobre identidades locais em diferentes espaços discursivos, a partir do olhar da Análise do Discurso (AD) de vertente francesa. O trabalho que propomos para este simpósio vincula-se às discussões da AD e apresenta a cidade como lugar de discursividades. Toda cidade constitui-se de um espaço que produz sentidos e possibilita interpretações a partir dos diversos elementos que a compõem. Vista como espaço de deslocamento, do ir e vir, da pressa, uma cidade produz regras no dia a dia de sua população, que vive em função de seu ritmo e, a partir de então, passa a discursivizá-la O discurso urbano tem uma memória peculiar, desenvolve-se em um espaço próprio, que se constitui por relações entre seres que se significam e significam as relações que sustentam a própria existência deste espaço. (ORLANDI, 2004). Tendo a cidade de São Luís, capital maranhense, e os sujeitos que habitam esse espaço como foco de nossa discussão propomos alguns questionamentos: que discursos/dizeres a população local constrói sobre a cidade? De que lugar(es) os sujeitos, ao se inscreverem nesse espaço inconcluso e polifônico que é a cidade, falam? Na tentativa de responder a essas questões, selecionamos, para nossas análises, alguns enunciados da comunidade local publicados no jornal O Estado do Maranhão, num excerto comemorativo dos 401 anos de São Luís. Palavras chave: Sujeito. Discurso. Cidade. MOVIMENTOS DE MEMÓRIA E REGIMES DE VISIBILIDADE NO JORNAL O ESTADO DO MARANHÃO – EDIÇÃO ESPECIAL SÃO LUÍS 400 ANOS Mônica da Silva Cruz – UFMA Esta pesquisa, fundamentada em postulados da Análise do Discurso (AD) francesa, fundada por Pêcheux, de base foucaultiana, avalia movimentos de memória e de visibilidade instaurados pelo jornal O Estado do Maranhão, na edição de comemoração dos 400 anos de São Luís (MA). O aniversário se deu em 8 de setembro de 2012 e foi amplamente divulgado pela imprensa local. A questão que aqui se coloca diz respeito às memórias e identidades construídas para a cidade de São Luís, nesse momento, no jornal impresso O Estado do Maranhão, periódico considerado, atualmente, um dos mais importantes do Estado. O trabalho centra-se no princípio de que o dizer e o olhar estão submetidos a uma ordem de 201 natureza diversa que dita o que pode ser dito ou visto por uma sociedade, em uma dada época, observação apoiada na obra A ordem do discurso, de Michel Foucault (1999). O corpus da pesquisa constitui-se de textos verbais e não-verbais tais como a imagem da capa da Revista Especial distribuída pelo Jornal, no dia 8 de setembro de 2012, e seu editorial; e a obra A primeira missa no Brasil, de Victor Meirelles (1860). Os procedimentos metodológicos incluíram pesquisa bibliográfica, seleção de edições do Jornal O Estado do Maranhão, análise e discussão dos dados. Os resultados demonstram que um regime de verdade determinou quais identidades deveriam ser mostradas ou não nesses textos que narraram os 400 anos da capital maranhense. Palavras chave: Discurso. Memória Identidade. UM SALVADOR NA POLÍTICA: ASPECTOS DISCURSIVOS DA CAMPANHA DE ROSEANA SARNEY AO GOVERNO DO ESTADO Luís Rodolfo Cabral - IFMA Este trabalho apresenta uma breve discussão sobre a construção discursiva da trajetória messiânica da candidatura de Roseana Sarney ao Governo do Estado do Maranhão a partir da análise dos editoriais do jornal O Estado do Maranhão¸ publicados entre abril de 2009 e dezembro de 2010. Constitui o corpus da pesquisa os editoriais do jornal O Estado do Maranhão, cujo contexto de produção corresponde a um período de efervescência política no estado do Maranhão. Além de se considerar o período delineado como de efervescência política, dado à mudança de líder de governo, dois outros pontos justificam também o recorte metodológico proposto: a) o jornal Estado do Maranhão e um dos troncos do Sistema Mirante, grupo de empresas de comunicação do Maranhão afiliado a rede Globo. Sob a presidência de Teresa Sarney Murad, e um dos jornais de maior circulação em todo o estado; b) o então governador Jackson Lago teve seu diploma cassado, em marco de 2009, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu também pela diplomação de Roseana Sarney Murad, segunda colocada no pleito de 2006. Apresentamos um breve preâmbulo sobre a organização política e administrativa daquele dispositivo midiático que veicula os editoriais coletados. Com a metodologia proposta, pudemos conduzir um gesto de interpretação dos dados que nos permitiu montar uma trajetória mítico-messiânica da candidatura de Roseana Sarney, atendendo aos passos de um Messias, conforme Girardet (1987): poder, apelo, martírio e glória. Palavras chave: Discurso. Trajetória Messiânica. Política. OS TOPÔNIMOS INSCRITOS EM OS TAMBORES DE SÃO LUÍS: ALGUNS ASPECTOS DISCURSIVOS Teresinha de Jesus Baldez e Silva – UFMA 202 Esta apresentação volta-se para reflexões acerca dos topônimos inscritos na obra Os tambores de São Luís de Josué Montello. Dado que é possível “interrogar a linguagem, não na direção a que ela remete, mas na dimensão que a produz” (Foucault, 1995), os estudos toponímicos, como instrumento de investigação linguística e antropocultural, favorecem que uma determinada configuração espacial possa ganhar existência pela atividade de linguagem, ao fazer referência a uma realidade concreta e materializável que se apresenta envolta em um simbolismo particular. Nesse contexto é que se constrói o processo nominativo dos topônimos como uma prática discursiva do sujeito que se delineia no ato batismo do enunciador e resulta em uma construção histórico-cultural na qual o topônimo passa a atuar como lugar de memória que se faz presente em determinado momento da história. Assim, os topônimos, como uma forma de resgate da memória de um lugar, revelam importantes dados do seu processo de formação, dentre os quais, os aspectos históricos, políticos, econômicos, religiosos e as relações de poderes que demarcam a identidade cultural de um povo. Pretende, ainda, discutir, considerando o posicionamento do sujeito, a noção de espaço como uma exterioridade que ultrapassa o aspecto físico-espacial e aponta para uma exterioridade histórica e socioculturalmente produzida que é constitutiva da subjetividade do sujeito discursivo. Palavras chave: Estudos Toponímicos. Discurso. Literatura Maranhense. MARCAS DISCURSIVAS NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Antônio Augusto Machado - UFMA No presente trabalho, procuraremos fazer uma reflexão sobre as diversas possibilidades que as Histórias em Quadrinhos (doravante HQ) apresentam, por meio de estratégias linguísticodiscursivas que operam para a veiculação de sentidos do texto. As HQs são um Gênero textual bastante popular, devido à sua linguagem dinâmica, versátil e acessível a todas as idades e níveis sociais. Constituindo-se uma forma narrativa apreciada no mundo inteiro e que conquistou um amplo espaço na cultura do Século XX, as HQs ainda são um fenômeno da sociedade contemporânea que estabelecem uma profunda ligação com o contexto social em que estão inseridas. Com uma linguagem própria, que associa texto e imagem, narrados em sequência, daí resultando a alcunha de arte sequencial, as HQs promovem efeitos de sentido, veiculam ideologias, valores; problematizam preconceitos e estabelecem um enfoque em áreas temáticas como a ficção científica, o humor, a aventura, o terror, o universo infantil, a literatura, a cultura nipônica (mangás), a história, o contexto político, a (auto)biografia, entre outros. Verifica-se uma certa incipiência quanto à abordagem do referido corpus no âmbito da pesquisa acadêmica, ainda cercado por certos estereótipos. Isso, portanto, é que nos motiva a fazer uma incursão nesse sentido, por um viés linguístico, e apoiado pela Análise do Discurso, buscando considerações que corroborem com a visão de Maingueneau (2001) para categorias de análise como Polifonia e cena enunciativa. Em suma, verificaremos porque as HQs nos apresentam como um veículo discursivo- narrativo de possibilidades infinitas. Palavras chave: HQs. Gênero discursivo. Polifonia. Análises. 203 ENFOQUE DISCURSIVO DA EAD FACE À ORALIDADE Luciana Rocha Cavalcante – UFMA Nesta apresentação analisaremos o lugar da oralidade nos discursos que tratam da EAD nos cursos de licenciatura em Letras com formação em língua estrangeira, para que sejam investigadas as Concepções de Lingua(gem) e de Ensino que norteiam esse fazer pedagógico. Na oportunidade, destacaremos a habilidade oral na busca do desenvolvimento da competência comunicativa pelo aprendiz em um idioma estrangeiro através das tecnologias de informação e comunicação adotadas na atualidade. Ressaltaremos a importância da língua estrangeira para o aprendiz como ferramenta que possibilita a interação do mesmo na sociedade e, enquanto sujeito histórico-social do seu falar, ao entender e ser entendido em sua área específica de interesse. Nesse contexto, a linguagem torna-se elemento central para a sociabilidade humana, intrínseca à ação do homem, dotada de efeitos de sentido em função do espaço social e dos sujeitos que a compõem. Dessa forma, não devemos estudá-la fora da sociedade e da cultura, uma vez que os processos constitutivos da linguagem são histórico-sociais, o que vem determinar que nessa relação não podemos considerar nem a sociedade como dada, nem a linguagem como produto: elas se constituem mutuamente. (ORLANDI, 1996). Nosso estudo fundamenta-se nas categorias inerentes à Análise do Discurso como discurso, sujeito e memória à luz dos estudos de Pêcheux (1988,1997 e 1999) e Foucault (1999 e 2008). Esta pesquisa revelou que a oralidade ocupa um lugar secundário nessa modalidade de ensino nos cursos de Letras, em virtude, principalmente, de problemas de infraestrutura tecnológica, pela substituição das atividades orais por escritas e pela carga horária reduzida para a realização de atividades interativas que necessitam das habilidades de ouvir, interpretar e falar. Palavras-chave: Oralidade. Concepção de língua(gem). Ensino de línguas estrangeiras. Ensino a distância. Discurso. Sujeito. UM OLHAR SOBRE A DISCURSIVIDADE DO SUJEITO NO ATO DE NOMEAR Suzana Maria Lucas Santos de Souza – UFMA O presente trabalho destina-se a abordar questões inerentes à designação de pessoas, considerando-se aspectos que extrapolam o indivíduo a ser nomeado, como a atitude, o gesto e os valores daquele que nomeia. Dar nome, nos lembra Guimarães (2005), torna-se um meio de inscrever intrínsecas relações sócio históricas e culturais. A escolha de um nome é geralmente influenciada por alternativas, tendências e características de determinados discursos veiculados em uma dada época. Nessa perspectiva, defende-se que atribuir um nome a alguém é um processo enunciativo em que diferentes enunciações se inscrevem. O antropônimo não pode ser pensado apenas a partir de seu caráter estrutural, mas configura-se em um signo, por natureza cultural, sempre associado a um valor (BAKHTIN, 2006). 204 Destaca-se, particularmente, a opção pelos nomes estrangeiros, sobretudo os advindos da língua inglesa, e suas motivações por parte do sujeito designador, que, por sua vez, atribui ao idioma importado valores simbólicos associados à concepção de poder, de força, de verdade. O universo contemplado na pesquisa foram escolas da rede pública da cidade de São Luís, MA. A temática investigada abrange questões de identidade e questões de interinfluência entre as línguas, pois uso de prenomes estrangeiros tem implicações para além das fronteiras de uma mera nomeação. Palavras-chave: Designação de pessoas. Processo enunciativo. Relações sócio históricas e culturais. Língua inglesa. MICHEL PÊCHEUX E QUENTIN SKINNER: POR UMA TEORIA DA INTERPRETAÇÃO Maria Izabel Barboza de Morais Oliveira - UFMA Neste trabalho, traçaremos o itinerário de Michel Pêcheux no âmbito da Análise do Discurso Francesa, enfocando os autores e contextos sócio-históricos que o influenciaram. Abordaremos o seu projeto de análise de discurso, unindo a linguística e a História. Analisaremos a sua concepção de sujeito, discurso e linguagem. Neste sentido, será considerada a inserção de Michel Pêcheux nas três fases da Análise do Discurso, a sua teoria materialista do discurso e os conceitos de formação discursiva, formação ideológica, interdiscurso, sentido e memória discursiva. Apontaremos alguns pontos de confluências entre a concepção de interpretação de texto de Michel Pêcheux e a de Quentin Skinner, particularmente a teoria de interpretação de textos de Skinner denominada de contextualismo linguístico no interior da História Intelectual. Palavras-chave: Michel Pêcheux, Quentin Skinner, Interpretação. LOVECRAFT E OS LIMITES DO PENSAMENTO Erick Felinto de Oliveira - UERJ Desde pelo menos a publicação do célebre ensaio de Michel Houellebecq (H.P. Lovecraft: Contre le Monde, Contre la Vie, 1991), a obra do escritor norte-americano H.P. Lovecraft vem experimentando uma curiosa passagem dos universos da cultura popular e massiva para os domínios mais sofisticados do pensamento contemporâneo. Considerado pelo filósofo argentino Fabián Ludueña como pensador que “traça um horizonte com que a filosofia atual deve medir-se para aspirar a permanecer na existência do pensar” (H.P. Lovecraft: la disyunción en el Ser, 2013, p. 15), Lovecraft se tornou, na verdade, o herói de todo um movimento filosófico nascido nos últimos 20 anos, o Realismo Especulativo. Tema da obra de Graham Harman Weird Realism: H.P. Lovecraft and Philosophy (2012), o autor foi também adotado como referência fundamental por jovens filósofos como Nick Land, Reza Negarestani, Ben Woodard e Eugene Thacker. Este último, em seu brilhante ensaio In the Dust of This Planet: the Horror of Philosophy (2011), vê Lovecraft como pensador que 205 aborda o horror da vida e seu problemático estatuto nos horizontes da ciência e da filosofia. O objetivo desta comunicação será oferecer um panorama das releituras contemporâneas do escritor no quadro de uma filosofia da cultura e de uma ontologia pós- ou trans-humanista. Nesse panorama, o escritor de Providence surge como criador da primeira grande mitologia efetivamente pós-humana, na qual a matéria e as entidades não-humanas assumem primazia cosmológica. Em que sentido - eis a pergunta-chave - Lovecraft pode efetivamente ser considerado um pensador que tematiza questões vitais para o presente e para o futuro do pensamento? Em que medida seria ele uma das principais forças dirigentes de uma manifestação essencialmente contemporânea ("pós-moderna"?) e “planetária” do horror? LOVECRAFT E A FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA Naiara Sales Araújo Santos - UFMA A Ficção Científica Brasileira tem suas primeiras manifestações no início do século XX influenciada por tendências anglo-americanos que se baseavam, sobretudo, em estrapolações da biologia e da astronomia. De acordo com a pesquisadora norte-americana, Elizabeth Ginway (2005), “a ficção científica, como um gênero associado ao primeiro mundo torna-se uma mistura curiosa, no Brasil”. Ao mesmo tempo em que apresenta um projeto de resistência, também mostra-se adepta ao processo de modernização. Em meio ao tumulto e contradições gerados pelos avanços tecnológicos, a ficção científica brasileira, com frequência, projeta mitos brasileiros de identidade herdados do passado, para uma sociedade do futuro. Nessa perspectiva, na década de 90, escritores brasileiros utilizaram o gênero para refletir sobre os impactos do processo de modernização e avanços tecnológicos na sociedade e cultura brasileira. Em meio a contextos nacionais, mas inspirados em tendências internacionais, escritores como Marcia Kupstas e Carlos Orsi elaboram sua crítica utilizando-se de elementos muitos próximos a aqueles utilizados por Lovecraft em seus contos de fantasia e horror. O objetivo desta comunicação é fazer uma análise comparativa das obras O Demônio do Computador de Márcia Kupstas e Tempos de Fúria de Carlos Orsi à luz da Filosofia do Cosmicismo empregada pelo escritor Norte Americano H.P Lovecraft. CIBORGUE: O CIDADÃO PÓS-MODERNO Luan Passos Cardoso - UFMA A evolução da tecnociência, desde 1950, tem levado a humanidade a repensar a forma como os seres humanos interagem em sociedade, discutindo sobre quais são os limites físicos e intelectuais da raça humana. Essas reflexões se tornaram mais evidentes quando a literatura, o cinema e as instituições políticas perceberam que a união entre a máquina e o ser humano é uma fusão inevitável. Diante desta nova possibilidade social eis que surge o ciborgue, uma criatura constituída de partes orgânicas e partes robóticas, possuindo habilidades e características que fogem a certas regras do “limite humano”. Obras como: Frankenstein, Cyborg Citizen, O Homem-Máquina. Manifesto Ciborgue, entre outras, argumentam sobre qual seria o lugar dos ciborgues, dos seres humanos, da ciência e da política num mundo 206 futuro que parece estar cada vez mais presente. O objetivo deste artigo, alicerçado pelas ideias do professor Chris Hables Gray e da cientista Donna J. Haraway, é traçar o limiar dessas discussões expondo os principais pontos que definem o que são os ciborgues, como será uma sociedade formada por essa nova forma de vida, como a sociedade atual observa as possibilidades bélicas inclusas na questão ciborgue e se os atuais avanços tecnológicos, principalmente na criação da Inteligência Artificial – IA, virão para melhorar a qualidade de vida ou se contribuirão para a aniquilação da sociedade como a conhecemos. Palavras chave: Política. Tecnociência. Ciborgue. I, (GOOD OR BAD) ROBOT?: A INCIDÊNCIA DO COMPLEXO DE FRANKENSTEIN NA VERSÃO LITERÁRIA E CINEMATOGRÁFICA DO CLÁSSICO ASIMOVIANO Jucélia de Oliveira Martins – UFMA/UNICEUMA O presente estudo comparativo foi elaborado a partir da leitura do livro “Eu, robô” de Isaac Asimov e de sua adaptação fílmica (de mesmo nome), lançado em 2004 sob a direção de Alex Proyas. Este estudo visa investigar a incidência e a forma como é abordado o “Complexo de Frankenstein” na obra literária e na versão cinematográfica. E ainda, demonstrar a influência que este “complexo” exerceu e exerce sobre outras produções fílmicas. Para alcançar tal fim, será usado como suporte teórico principal os conceitos e explicações formuladas pelo próprio Asimov sobre diversas questões que permeiam o mundo da ficção científica (principalmente aquelas correlatas à robótica); assim como as opiniões de diversos críticos literários e cinematográficos, roteiristas e professores, como Arlindo Machado, Jacques Aumont, Fernando Mascarello, Anthony Burgess, Terry Eagleton, Muniz Sodré, Marcos Rey, James Naremore, Tzvetan Todorov, Donna J. Haraway, Heitor Capuzzo, Julio Jeha e outros. Embasado nas teorias levantadas pelos autores citados, este trabalho também pretende demonstrar, de forma fundamentada, o papel da Literatura para o engrandecimento do Cinema, a impossibilidade de se realizar uma adaptação fílmica completamente fiel à obra adaptada e a importância da originalidade para se definir se um filme faz parte do cinema arte ou indústria. Palavras chave: Literatura. Cinema. Asimov. Adaptação. Fidelidade. “O HOMEM DUPLICADO”: A INTERPRETAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA OBRA SARAMAGUIANA Fernanda Libério Pereira - UFMA Mizraim Nunes Mesquita - UFMA A obra “O Homem Duplicado” de José Saramago, publicada em 2002, suscita várias questões relativas à (des)construção identitária do homem pós-moderno. Encontramos no livro um homem que, em um dado momento, descobre-se imerso em uma rede de dúvidas 207 sobre sua própria existência, quando confrontado com a possibilidade de ter um duplo, outro homem dotado de características físicas idênticas às suas. Nesta obra, bem como na produção saramaguiana em geral, a narrativa é reconhecidamente densa, provocativa e repleta de simbologias, que enriquecem as possibilidades interpretativas do leitor sobre as diversas temáticas que a permeia. Por conta disso, não faltam motivações para levar às telas dos cinemas as complexas tramas elaboradas pelo autor, como o que ocorreu com “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008) e “Embargo” (2010), dirigidos respectivamente pelo brasileiro Fernando Meirelles e pelo português Antônio Ferreira. Neste trabalho pretendemos discutir de que maneira as metáforas presentes no livro “O Homem Duplicado” foram representadas na adaptação fílmica, intitulada “Enemy”, realizada pelo diretor canadense Denis Villeneuve, lançada em 2013. Para fomentar a discussão serão ponderadas as considerações de Stuart Hall sobre o conceito de identidade na pós-modernidade, juntamente à contribuição de Madalena Aparecida Machado no que tange a forma como Saramago compreendeu e representou o homem pós-moderno. Para tratar sobre o processo de adaptação do romance de Saramago para o cinema, contamos com as contribuições de James Naremore, Robert Stam, Naiara Sales Araújo, entre outros. Palavras chave: Literatura. Cinema. Saramago. OS MONSTROS E NÓS: RELAÇÕES DE ALTERIDADE EM IN THE FLESH Stéfanni Brasil da Silva - UFMA Nos últimos anos a temática de zumbis tem estado cada vez mais presente nas produções televisivas e cinematográficas. Tal fixação por zumbis, monstros e vampiros sempre atraiu a curiosidade de estudiosos em discutir a relação que o ser humano tem com o corpo monstruoso – e o que isso representa. In The Flesh, seriado britânico transmitido pela BBC, encontramos uma sociedade que, diferentemente do famoso The Walking Dead, sobreviveu a um apocalipse zumbi, conseguindo reestruturar a ordem social. Cientistas que viam estes espécimes como verdadeiros objetos de estudo, criaram a Nortriptilina, um medicamento que repara as ligações cognitivas dos seus cérebros, trazendo suas memórias de volta e reabilitando-os à sociedade. Kieren Walker é um adolescente que toma esse medicamento e agora é um Portador da Síndrome do Falecimento Parcial, nome desse fenômeno que fazia as pessoas se alimentarem de outras inconscientemente. Dirigido por Dominic Mitchel, o seriado trata da ressocialização dos portadores da síndrome, das dificuldades encontradas, a reação das famílias e da sociedade nesse processo de reabilitação. Encontrar-se assim face a face com aquele ser monstruoso que outrora destruíra suas casas, faz com que alguns vivos se sentem ameaçados e os discriminam, chegando até mesmo a matá-los. Quem são eles? O que se tornaram? Quem somos nós? Este trabalho pretende discutir a construção da identidade, da alteridade e da diferença em In The Flesh e como isso é abordado, tomando como base teórica Stuart Hall, a fim de mostrar que se torna cada vez mais difícil e delicado separar o monstruoso do humano. Palavras chave: Monstros. Diferença. Identidade. 208 LA AURA DE FELIPE, EL CONSUELO DE LLORENTE: UM ESTUDO DO DUPLO MASCULINO EM AURA, DE CARLOS FUENTES Dayane Andréa Rocha Brito - UFMA Lívia Fernanda Diniz Gomes - UFMA Dentre as diversas obras do escritor mexicano Carlos Fuentes, um dos maiores autores da literatura de língua espanhola, a novela Aura se destaca pelo surpreendente jogo de identidades e duplos, sendo mais proeminente entre as análises até então realizadas acerca da obra a duplicidade existente entre Aura e Consuelo. Está presente na história, no entanto, outro duplo não tão explorado, porém igualmente interessante: Felipe Montero, historiador contratado por Consuelo e apaixonado por Aura, e Llorente, general e falecido marido de Consuelo. Diversos elementos componentes da narrativa corroboram para interpretação de que Montero é o duplo de Llorente: a similaridade entre o perfil e dormitório das duas personagens, a lembrança que Montero tem de detalhes da casa que não existem na época que lá se instala (porém presentes na época em que viveu Llorente), a missão do jovem historiador de revisar e finalizar as memórias do general, a narração em segunda pessoa, a desconstrução da identidade do jovem Felipe em direção ao retorno do general à medida que, nas lembranças deste último, descobre a si mesmo. Objetivando comprovar a existência do duplo entre as duas personagens masculinas da obra, esse trabalho utiliza como suporte teórico autores que transitam pela psicologia e psicanálise, tais como Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, pelo estudo dos duplos e da literatura fantástica, tais como Carl Francis Keppler e Tzvetan Todorov, respectivamente. Palavras chave: Duplicidade. Literatura fantástica. Aura. REINVENTANDO DEUSES: OS ARQUÉTIPOS E OS MITOS EM THE WICKED + THE DIVINE Ludmila Gratz Melo - UFMA A cada noventa anos, doze deuses encarnam em seres humanos. Eles sempre desempenham papéis influentes em cada uma dessas encarnações, sua geração de deuses é amada, invejada e seguida por multidões. No ano de 2014, eles encarnaram como estrelas do universo pop. Por mais sugestiva que essa forma escolhida possa parecer, essa é a premissa de The Wicked + The Divine, quadrinho publicado pela Image Comics e produzido pelo roteirista britânico Kieron Gillen e pelo desenhista, também britânico, Jamie Mckelvie. O material mistura deuses mitológicos, arquétipos da música pop, além de fazer referência clara a figuras conhecidas do gênero musical. Neste trabalho, pretende-se explorar a relação entre os arquétipos utilizados e os mitos nos quais eles tomaram forma dentro da obra. Para trabalhar com o conceito de arquétipo, será utilizada como base a teoria do psicólogo suíço Carl Jung. Será também feita uma análise dos arquétipos utilizados na construção das personagens do quadrinho. Para compreender os mitos apresentados dentro da obra foi feita uma leitura 209 introdutória nos trabalhos de Joseph Campbell, além de outros pesquisadores dos campos de estudos míticos. Palavras chave: Quadrinho. Arquétipo. Mito. PERFIS INSTITUCIONAIS NO TWITTER E PROPÓSITO COMUNICATIVO: ANÁLISE DE POSTAGENS Franklin Oliveira Silva - UFPI A sociedade acostumou-se, após o surgimento das novas mídias em seu cotidiano, a acessar uma quantidade imensurável de conteúdos de forma quase instantânea. A própria estrutura da web é construída de forma a possibilitar a visualização de inúmeras mensagens em um curto espaço de tempo. Dentro desse contexto, o twitter constitui-se como uma ferramenta de interação online que tem sido muito utilizada pela maioria das instituições públicas e privadas com propósitos comunicativos diversos. Com mensagens rápidas de no máximo 140 caracteres e com o uso de recursos como links, imagens, áudios e vídeos; os tweets (mensagens postadas no twitter) podem revelar propósitos que muitas vezes não são declarados. Discutimos, neste trabalho, possíveis propósitos comunicativos imbricados nas postagens do twitter institucional dos Governos de Estados do Nordeste do Brasil e as estratégias utilizadas para alcançar esses propósitos. Utilizamos como base teórica a noção de propósito comunicativo apresentada por Swales (1990, 2004) e Askehave e Swales (2001), e os estudos sobre perfis institucionais no Twitter, desenvolvidos por Castro (2012) e Viana (2013) e sobre o enunciado do Twitter (TEIXEIRA, 2012). Coletamos para esta pesquisa 10 postagens de todos os perfis dos estados nordestinos, acessadas no dia 21 de fevereiro de 2014, entre as 7h e as 9h, nas quais analisamos os recursos utilizados na divulgação de informações desses perfis institucionais. Identificamos, entre outros recursos, o uso de links, fotos, linguagem dialogada, e enunciados superconcisos com linguagem da internet. Para medir a interação com os seguidores, utilizamos a ferramenta métrica Kred disponível na internet. Após a análise das marcas linguística e não linguísticas das postagens coletadas, observamos como propósitos mais evidentes: a promoção dos governantes ou do próprio governo de forma comedida, anunciando obras e ações; a divulgação de eventos relacionados a esporte, lazer e cultura, além de serviços de utilidade pública; a tentativa de interação com os seguidores. Palavras chave: Perfis Intitucionais. Redes Sociais. Postagens. Comunicação. PROPÓSITOS COMUNICATIVOS E SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS EM POSTAGENS DE PERFIS DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA BRASILEIROS NO TWITTER Ismael Paulo Cardoso Alves - UFPI Beatrice Nascimento Monteiro - UFPI 210 Este trabalho tem por objetivo estabelecer uma relação entre propósitos comunicativos e sequências tipológicas em postagens de perfis de tribunais de justiça no Twitter. Nossa pesquisa dialoga com outros trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo de Pesquisa Cataphora, como os de Alexandre (2012), Castro (2012) e Viana (2013). Seguindo esses trabalhos, entendemos o Twitter como um conjunto de affordances, que são as possibilidades e as restrições comunicativas oferecidas pelo meio. Como conjunto de affordances, o Twitter funciona como um locus no qual se instanciam diferentes gêneros. No caso, nossa análise incide sobre o gênero perfil institucional de tribunais de justiça. Buscamos analisar propósitos comunicativos explícitos e implícitos desses perfis, tomando como explícitos aqueles que são declarados pela instituição e como implícitos aqueles que, embora não sejam declarados, são inferíveis pelo conteúdo das postagens. Além disso, estabelecemos uma relação entre os propósitos identificados e as sequências tipológicas presentes nas postagens. Nosso aporte teórico são os estudos sobre gênero e affordances de Miller (2012), propósito comunicativo de Swales (2009) e sequências tipológicas de Adam (2009). Para desenvolver nossa análise, selecionamos cinco perfis de clubes de tribunais de justiça, dos quais analisamos 10 postagens e as suas respectivas descrições da Bio. A partir de nossa análise, verificamos que o propósito comunicativo de divulgar atividades da instituição efetiva-se por meio de sequências narrativas, argumentativas, descritivas e explicativas; enquanto o propósito de promover a instituição ocorre de maneira escamoteada através da sequência narrativa. Palavras chave: Twitter. Perfis de Tribunais de Justiça. Affordances GÊNERO RESENHA EM PERIÓDICOS ONLINE DA ÁREA DE LINGUÍSTICA: POR QUE A FORMA SOBREPÕE O CONTEÚDO? Lafity dos Santos Alves - UFPI Francisco Alves Filho - UFPI 211 A resenha é um gênero recorrente nos meios acadêmicos e utilizados frequentemente como forma de contato com novas teorias (VIAN Jr e IKEDA, 2009). Ademais, atende à função social de avaliar e descrever um livro publicado ou traduzido recentemente por uma especialista de um determinado campo do conhecimento, além de ajudar a atualizar os leitores e suprir sua falta de tempo para ler textos inteiros (CARVALHO, 2002). Diante disso, o objetivo desta pesquisa é descrever a estrutura esquemática das resenhas publicadas em periódicos online da área de linguística, procurando explicações para o funcionamento desse gênero que circula em revistas virtuais de nosso país e que fazem parte do mundo acadêmico dos profissionais, sejam eles, alunos ou professores, de Letras. Para tanto, faremos uso dos pressupostos teóricos de gênero dos Estudos Retóricos de Gêneros (MILLER, 2009; DEVITT, 2004). Metodologicamente, faremos nossas análises atentando para os movimentos retóricos do gênero resenha, uma vez que “os movimentos retóricos de textos pertencentes a um mesmo gênero ajudam a verificar a existência de regularidades na organização da informação” (PARÉ e SMART, 1994), o que possibilita encontrar explicações para o funcionamento de um dado gênero. Ao analisarmos os movimentos retóricos do gênero em questão, verificou-se uma ênfase na descrição e uma recorrente ausência de apreciação negativa de uma dada obra resenhada. Assim a resenha é vista apenas como um espaço em que se fala, se expõe um produto de forma positiva, servindo mais como um lugar de propaganda, de venda de um produto do que um espaço em que também se possa discordar de uma determinada ideia exposta na obra. Palavras chave: Resenha. Periódicos. Linguística. PERFIS ORGANIZACIONAIS E INSTITUCIONAIS NO TWITTER: UMA ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DE NÃO-RECORRÊNCIA DE EXEMPLARES DOS GÊNEROS Bruno Diego de Resende Castro – UFPI Leila Rachel Barbosa Alexandre - UFPI Este trabalho é decorrente de pesquisas realizadas sobre o Twitter no núcleo Cataphora, nas quais defende-se que esse sistema de comunicação online serve à construção de diversos gêneros. Esses diversos gêneros estão ligados à diversidade de função, forma, conteúdo e esferas da atividade humana que constituem os perfis e ainda às exigências próprias do meio em que se realizam, no caso o Twitter. Considerando estes pressupostos, observaremos o fenômeno dos perfis institucionais e organizacionais no Twitter que, embora tenham que construir uma imagem confiável e séria da empresa ou instituição, usam configurações de forma e conteúdo que tendem à pessoalidade — inclusive com traços de humor típicos de outros tipos de perfis —, numa aparente contradição em relação ao objetivo que se espera que eles cumpram. Nesse caso, ao invés de buscar os traços de recorrência nos perfis analisados, buscaremos as características que os fazem diferentes e, por isso mesmo, possíveis incentivadores de uma futura prática recorrente, no caso de obterem sucesso com suas ações comunicativas. Para subsidiar nosso trabalho utilizaremos como base teórica principal as ideias de Miller (2009 [1984]) e Devitt (2004) sobre gêneros retóricos, que nos possibilitam analisar as práticas linguageiras no seu uso cotidiano, em situações reais de comunicação. Nossa pesquisa também baseia-se em Castro (2012), Alexandre (2012) e Alves Filho et al (2013) para entender o 212 funcionamento dos gêneros no Twitter. O corpus utilizado nessa pesquisa advém dos estudos realizados no núcleo Cataphora, focando-se nas experiências de perfis organizacionais e institucionais que mostrem uma atividade de produção de conteúdo diferente do que se costuma observar recorrentemente nos outros perfis do mesmo tipo. Palavras chave: Twitter. Núcleo Cataphora. Perfis organizacionais e institucionais. O PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO NA NOTÍCIA ONLINE: QUANDO A FONTE É O FATO Emanoel Barbosa de Sousa – UFPI Maria Lourdilene Vieira Barbosa - UFPI Segundo Van Dijk (1990 [1988]), a estratégia mais fácil de reprodução do material selecionado pelo jornalista é a literal. Nesse caso, o autor se reporta ao jornalismo impresso, cuja limitação de tempo e espaço interfere bastante na produção noticiosa. No caso da notícia online ou webnotícia, as condições de espaço e tempo são diferenciadas, algo que tem contribuído para que a utilização ou processamento do texto-fonte seja também diferenciado. Discutimos, neste trabalho, a importância do texto-fonte para o funcionamento social da notícia online. Para isso, analisamos casos de notícias publicadas em portais jornalísticos, examinando estratégias de retextualização, com base em Marcuschi (2010 [2000]) e Gomes (1995), realizadas pelo jornalista para o processamento da informação que constitui a base dessas notícias. Para explicar o efeito retórico da utilização dessas estratégias no gênero notícia online e a importância dessas para o que é realizado através desse gênero, empregamos a teoria sociorretórica de gêneros, considerando as noções de ação social, situação retórica e propósito comunicativo, com base em Miller (2009 [1984]), Bazerman (2009) e Swales (1990). As análises apontam que o processamento da informação na notícia online está intimamente relacionado ao meio de circulação desse gênero, a internet. Dessa forma, muito mais do que servir como fonte, o texto que fundamenta a notícia funciona como um documento “comprobatório” do fato, no sentido de que a presença deste na notícia atua sobremaneira como uma estratégia retórica que dá ao leitor a impressão de que o mesmo está tendo acesso direto e imediato ao fato apresentado, ou seja, à verdade. Logo, na internet, o efeito retórico criado para que as notícias veiculem socialmente como fatos é intensificado pela possibilidade dada ao leitor de ter acesso ao texto-fonte, embora isso também seja parte de uma manipulação estratégica para levar o mesmo a crer ou acreditar nisso. Palavras chave: Webnotícia. Processamento da Informação. Retórica. AS VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS E NELSON PEREIRA DOS SANTOS Jurema da Silva Araújo - UESPI 213 O nordeste, tal qual o pensamos hoje: terra seca, assolada pela fome, inerte e insólita não é uma paisagem natural, tampouco representa a genealogia de um povo. Esse nordeste é o testemunho do processo histórico de exploração econômica sob a qual se erigiu um território marcado pelas desigualdades sociais. Tendo como referência esses apontamentos históricos, buscamos, neste estudo, analisar as narrativas de um nordeste brasileiro particular, o da pecuária, veiculado na novela Vidas Secas, de Graciliano Ramos (1997) e na sua adaptação fílmica por Nelson Pereira dos Santos (1963). Analisamos equivalências entre a narrativa literária e a fílmica, ficando patente, pois, que ambas se complementam e que, embora com suportes distintos, elas narram um tipo de nordeste muito particular: o nordeste da seca. Assim, como pano de fundo, refletiremos sobre a relação entre cinema e literatura, seus elos e seus confrontos. Depreendemos da leitura destas narrativas que elas se estruturam a partir de dois sentidos: os silêncios e as movências. O sentido de constante movência converge, especialmente, para o debate sobre a reforma agrária, inferido por Graciliano e apreendido por Nelson pereira dos Santos. Como referenciais teóricos, recorremos aos estudos de Celso Furtado (2000), Linda Gualda (2010), Dione Moraes (2006), Anelise Corseuil (2005), dentre outros. Palavras chave: Vidas Secas. Literatura e Cinema. Nordeste brasileiro LIVROS, LEITURA DIGITAL E PARTILHA LITERÁRIA Cassia Furtado - UFMA No contexto contemporâneo presencia-se o impacto da web 2.0 na rotina dos indivíduos, com isso, aspectos culturais estão passando por mutações históricas, a exemplo das práticas da leitura e escrita. Privilegiando as pessoas e suas relações, a web social amplia as possibilidades de leitura e escrita, com a inclusão dessas práticas também em media digital, como wikis, blogs e redes sociais. E as crianças e jovens são modelos para a sociedade do que atualmente é prática de leitura e escrita, em vários media e simultaneamente. Considerase que a web 2.0, notadamente as plataformas sociais, podem expandir as oportunidades de leitura e escrita e, dessa maneira, ser parceira do livro tradicional no incentivo a essas práticas. As plataformas sociais, por valorizarem o contributo coletivo, oportunizam aos leitores a leitura interativa, contato entre leitores, entre leitor e autor e capacidade de expressão, além de serem instrumentos relevantes para aquisição de informações sobre o texto literário. Assim, o uso de tais ferramentas pelos atores sociais proporcionam estímulo a leitura. Apresenta-se o Portal Biblon, biblioteca digital de literatura infantil em língua portuguesa, que permite a formação de uma rede social de leitores e escritores entre os utilizadores, a partir das interações proporcionadas em torno do texto literário. A plataforma conta com livros da literatura infantil, na faixa etária dos 6 aos 10 anos, escritos no Brasil e em Portugal, cujo títulos encontram-se em domínio público. A plataforma foi elaborada por uma equipe interdisciplinar do Departamento de Comunicação e Arte-DECA, da Universidade de Aveiro e foi objeto da pesquisa da Doutora Cassia Furtado, por ocasião do seu doutorado na referida universidade. A partir do segundo semestre do corrente ano, o 214 Biblon será utilizado por escolas do ensino fundamental da rede pública, em São Luís, sendo alvo de pesquisa patrocinada pela FAPEMA, cujo objetivo principal é analisar a introdução de livros digitais e novos sistemas hipermidiáticos no incentivo a leitura, criação, expressão e partilha literária, como potencializadores dos processos ensino, aprendizagem e de criação de conhecimento para alunos do ensino fundamental, assim como também, mapear o processo de interação e partilha ocasionada entre os leitores infantis. Palavras chave: Plataformas sociais. Portal Biblon. Leitura Interativa. A AVALIAÇÃO DA USABILIDADE E DA EXPERIÊNCIA DA CRIANÇA EM IDADE ESCOLAR AO INTERAGIR COM LIVROS DIGITAIS DE INCENTIVO À LEITURA E PRODUÇÃO LITERÁRIA: ESTUDO DE CASO PORTAL BIBLON Luciana Santos Sousa - UFMA A presente pesquisa inseri-se na linha de pesquisa Design e Produtos Multimídias do Programa de Pós-Graduação em Design, tendo como objetivo: levantar revisão de literatura referente ao livro digital e sua influência nos dias atuais sobre os nativos digitais; compreender o design de interação nos livros digitais voltados para a criança; estudar a interação homem-computador, de modo especial, analisar o processo cognitivo da criança com o sistema e com interfaces que possibilitam acesso e a produção de textos digitais; propor mudanças/evoluções na interface e/ou usabilidade do Portal Biblon e apresentar uma prototipação com sugestões para uma nova versão do Portal Biblon, com melhorias em sua interface e usabilidade. A pesquisa terá como temática o design de interação, a usabilidade, livros digitais e nativos digitais. De acordo com Norman (2006), “design centrado no usuário é uma filosofia baseada nas suas necessidades e nos seus interesses, que dá atenção especial à questão de fazer produtos compreensíveis e facilmente utilizáveis”. Segundo Jakob Nielsen (1993) a “usabilidade é um atributo de qualidade que avalia quão fácil uma interface é de usar”, ou “a medida de qualidade da experiência de um usuário ao interagir com um produto ou um sistema”. Com base nos autores, considera-se imprescindíveis que os produtos interativos sejam alvo de estudo de usabilidade, antes, durante e após o término do seu processo, através de avaliações. Dessa forma, percebe-se a importância do teste de usabilidade para avaliar a eficácia da interface do Portal Biblon no momento em que as crianças estão interagindo com ele, para que se possam compreender os pontos que podem/devem ser melhorados. A revisão de literatura terá base nos autores: ALTY, J. L. (1991); PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen (2013); NIELSEN, Jakob. (1993) e NORMAN, Donald A. (2006). Palavras chave: Portal Biblon. Design. Usabilidade. DESIGN E FORMAÇÃO DE LEITORES: UM OLHAR PARA OS LIVROS DIGITAIS Edilson Thialison da Silva Reis - UFMA 215 A leitura é instrumento para cidadania, fundamental na sociedade, destaque para a sociedade do século XXI, cada vez mais letrada. Dessa forma, a leitura está interligada no processo de construção do conhecimento, envolvendo vários processos e um conjunto de atores. Nesse contexto encontramos profissionais que atuam como mediadores, dentre os quais o designer. Para compreender a relação entre design e formação de leitores, Frascara (2002), aponta para a necessidade de abandonar o paradigma do Design como “construção de gráficos, produtos, serviços, sistemas e ambientes e pensá-los como meios para as pessoas agirem, realizarem seus desejos e satisfazer suas necessidades”. Dessa forma, o autor desmaterializa o objeto do design, e passa a pensá-lo como mediador de um processo de interação. Jackeline e Alexandre Farbiarz (2004) sugerem utilizar o design como uma estratégia de envolvimento para a leitura e para o diálogo com os leitores. Diante a tantas inovações, notadamente com introdução dos livros digitais no campo da leitura literária, surge o problema da pesquisa: qual o papel do designer como mediador da leitura literária de livros digitais infantis? Considera-se que o designer, ao gerenciar a linguagem visual utilizada na elaboração de livros digitais, deve ter como objetivo facilitar o processo perceptivo, minimizando obstáculos que acabam dificultando a leitura e compreensão. Assim, o designer interfere diretamente nesse processo, e passa a ser não mais um profissional que contribui com o processo, mas sim um profissional responsável pela formação daquele leitor em potencial, ou seja, assume automaticamente o papel de formador de leitor. A pesquisa inserida na Linha Design e Produtos Multimídias, do Programa de Pós-Graduação em Design, terá como objeto analisar o papel do designer, como mediador do processo de leitura digital e a análise terá como objeto os livros infantis que constituem o acervo da biblioteca digital do Portal Biblon. Para a revisão de literatura serão utilizados alguns autores como: Frascara (2002), Fascioni (2007), Flusser (2007), Hendel (2003), Levy (2009), Marinho (2001), Villas-Boas (2000), Smaniotto (2014), Farbiarz (2004). Palavras chave: design. Formação de Leitores. Processo de Leitura. 216 ORGANIZAÇÃO REALIZAÇÃO PARCEIROS 217