Dia Mundial da Raiva - Secretaria da Saúde
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Dia Mundial da Raiva - Secretaria da Saúde
Dia Mundial da Raiva 2008 O Dia Mundial da raiva foi criado em 2006 por um grupo de pesquisadores e profissionais que formaram a “Alliance for Rabies Control”, que tinham como missão alertar sobre o perigo da raiva humana e animal, assim como as medidas que podem ser adotadas para prevenção e controle. Em 08 de setembro de 2007, foi comemorado pela primeira vez, tendo o envolvimento de aproximadamente 400.000 pessoas e pelo menos 74 países. Nesse ano de 2008, o dia será comemorado em 28 de setembro. Para maiores informações acessar o site: http://www.worldrabiesday.org A raiva é uma zoonose transmitida pela inoculação do vírus rábico, principalmente por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura de animais infectados. Apesar de sua letalidade ser de 100%, é uma doença imunoprevenível com um esquema de profilaxia eficaz, quando utilizada de maneira oportuna e correta, com aplicação de imunobiológicos (vacina, soro e imunoglobulina anti-rábica) adquiridos pelo Ministério da Saúde e oferecidos ao público pelo Sistema Único de Saúde. Conforme Portaria nº 05 de 21 de fevereiro de 2006 da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), todo caso suspeito ou confirmado de raiva humana é de notificação compulsória e imediata às Secretarias Estaduais da Saúde, e estas deverão informar, também de forma imediata, à SVS. Ainda, epizootias com ou sem mortes de animais que podem preceder a ocorrência de doenças em humanos ou que sejam consideradas de importância epidemiológica (incluindo a raiva), também são de notificação imediata. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se no mundo a ocorrência de cerca de 55.000 casos ao ano transmitido por cães, principalmente nos continentes asiático e africano. Conforme o Plano de Eliminação da Raiva Urbana nas Américas até o ano de 2009, acordado com a Organização Pan-Americana de Saúde, o Brasil vem conseguindo reduzir o número de casos humanos transmitidos por cães e gatos. Todavia nos anos de 2004 e 2005 ocorreu um aumento no número de casos humanos notificados devidos a surtos de raiva transmitidos por morcegos hematófagos no Pará e Maranhão. Em 2007, houve o registro de um caso de raiva humana transmitido por cão, no Estado do Maranhão, enquanto em 2008, até o momento, um caso transmitido por primata não humano no Estado do Ceará (Gráfico 1). PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Gráfico 1 – Casos de raiva humana notificados, segundo ano do início dos sintomas e animal agressor. Brasil, 1986 a 2008*: 80 70 60 50 40 30 20 10 19 86 19 87 19 88 19 89 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 - Cão Morcego Gato Silvestre terrestre Herbívoro Ignorado *Dados parciais até agosto de 2008 Observa-se que em 2002 foram notificados 635 cães e 85 gatos raivosos, sendo que em 2007 o número caiu para 83 cães e 4 gatos positivos para raiva, demonstrando um controle no ciclo urbano. Em contrapartida, houve maior detecção dos casos de raiva em espécies silvestres, onde em 2002 foram notificados 109 morcegos, 02 primatas não humanos e 28 canídeos silvestres e em 2007 passou para 134 morcegos, 05 primatas não humanos e 45 canídeos silvestres positivos para raiva (Gráfico 2). Vale salientar que mesmo havendo uma tendência para o controle da raiva canina, o risco de contrair a doença por outras espécies animais continua existindo. PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com Gráfico 2 – Casos de raiva animal notificados, segundo ano do início dos sintomas e espécie animal no Brasil, 2002 a 2008*: 1.600 1.400 1.200 1.000 800 600 400 200 2002 2003 Cão Gato 2004 Morcego 2005 Silvestre Terrestre 2006 2007 2008 Animais produção *Dados parciais. Sujeito a alterações. Uma das principais medidas de controle da raiva canina adotada no Brasil é a vacinação realizada em cães e gatos na forma de campanha. O Ministério da Saúde subsidia financeiramente duas campanhas anuais, sendo a principal realizada no segundo semestre de cada ano e é denominada de Campanha Nacional. Atinge a todos os estados com exceção do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo que este último realiza somente vacinações nos municípios de fronteira com o Paraguai. Proporciona ainda, uma segunda campanha denominada de Campanha de Intensificação que é realizada no primeiro semestre, em municípios considerados de risco para raiva. Na campanha nacional de 2007 foram vacinados 18.967.689 cães e 4.288.466 gatos, totalizando 23.256.155 animais, com cobertura vacinal canina de 94,09%. Na campanha de intensificação de 2007 foram vacinados 3.707.306 cães e 1.197.499 gatos, totalizando 4.904.805 animais, com cobertura vacinal canina de 77,99%, realizada em 14 Estados brasileiros. São atendidos no Brasil, cerca de 400.000 atendimentos anti-rábicos ao ano, apresentando uma curva crescente ao decorrer dos anos, representando um alto custo. No ano de 2007, foram adquiridas pelo Ministério da Saúde, 1.800.000 doses de vacina anti-rábica humana em cultivo de célula, 194.000 ampolas de soro heterólogo e 15.000 ampolas de imunoglobulina, representando um custo total de R$ 43.372.882,00. Assim sendo, cabe neste momento em que se chama a atenção para a doença Raiva em todo o mundo, que algumas orientações básicas são pertinentes para PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com serem lembradas aos profissionais da área e bem como às pessoas interessadas no tema. Diante disso temos o seguinte: 1. ao ser agredido por animais, deve-se lavar imediatamente a ferida com água e sabão em abundância e imediatamente procurar assistência médica, pois somente o profissional de saúde poderá realizar avaliação do paciente, e se necessário indicar o tratamento profilático anti-rábico humano; 2. é importante destacar que ao ser mordido por animais silvestres (tais como os morcegos, macacos, sagüis, raposas), mesmo que ferimentos pequenos, o tratamento profilático anti-rábico humano é imprescindível e deve ser buscado o mais rápido possível; 3. desestimular a criação de animais silvestres em domicílio; 4. estimular a posse responsável, ou seja, não deixar seus cães e gatos soltos nas ruas; passear com seu cão sempre com uso de coleira e guia; cuidar bem de seu animal, consultando o médico veterinário e aplicando as vacinas recomendadas; optar pela castração, caso não queira se responsabilizar pelos filhotes; 5.existem duas principais formas clínicas de sinais e sintomas de raiva nos cães e gatos: - se o seu animal apresentar comportamento agressivo, inquietação, anorexia para deglutição, latido rouco e posterior paralisia, coma e morte em até 10 dias (forma furiosa); - se o seu animal procurar isolar-se em locais escuros, apresentar paralisia e evoluir para morte em até 10 dias (forma paralítica). Nesses casos, informar a Secretaria Municipal de Saúde imediatamente, para que seja recolhido o animal e seja realizado exame para diagnóstico de raiva. Maiores informações sobre a doença podem ser acessadas no guia de vigilância epidemiológica no site: www.saude.gov.br/svs ou enviar um email para: [email protected] Marcelo Yoshito Wada1; Ricardo Teixeira Vianna1; Thiago de Souza Teixeira1; Rosângela Rosa Machado2; Ana Nilce Maia Elkhoury1; Eduardo Pacheco Caldas1; Karla Maria Carmona Queiroz3; Carla Magda S. Domingues4 1. Coordenação de Vigilância das Doenças Transmitidas por Vetores e Antropozoonoses/ Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde 2. Coordenação Geral de Laboratórios/ Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde 3. Programa Nacional de Imunização/ Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde 4. Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis/ Secretaria de Vigilância em Saúde/ Ministério da Saúde PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com
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