Informe Epidemiológico do Programa da Raiva no Estado
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Informe Epidemiológico do Programa da Raiva no Estado
JANEIRO a ABRIL/2012. A raiva apresenta dois grupos básicos de transmissão: o urbano e o rural. O urbano ocorre principalmente entre cães e gatos, e o rural, entre morcegos, macacos e raposas. Na zona rural, a doença afeta animais de produção como bovinos, eqüinos e outros. Na vigilância da raiva, os dados epidemiológicos contidos na Ficha de Investigação, padronizadas pelo Sinan, constituem em instrumento fundamental para os profissionais de saúde, na decisão da conduta de profilaxia adequada a ser adotada e em tempo oportuno. Em relação à raiva animal, as vacinações de rotina e de campanha, bloqueio de foco e envio de amostras de animais para diagnóstico, são ações importantes para o controle da raiva animal e consequentemente, da raiva humana. Assim, a integração entre assistência médica e a vigilância epidemiológica são imprescindíveis para o controle dessa zoonose. Tabela 1. Série histórica de casos de raiva no Estado da Bahia – 2007/2011. 2007 2008 2009 2010 2011 Humanos* 0 0 0 0 0 Cão 03 01 05 00 01 Gato 00 00 00 00 00 QNH 00 01 00 01 01 QH 03 06 03 04 00 Bovinos 54 75 84 29 25 Raposa 07 08 02 03 06 Fonte: SVS/MS *O estado da Bahia está sem casos de raiva humana desde 2004. Asinino 01 02 02 00 00 Ovino 01 02 05 01 01 Caprino 01 00 00 00 01 Equino 07 13 08 02 05 Muar 00 01 00 00 00 Total 77 108 109 40 40 A população precisa conhecer algumas providências de prevenção da doença e divulgá-las, já que, em função do desmatamento crescente, a migração dos animais silvestres para as cidades por falta de alimento também tem aumentado, expondo pessoas e animais que vivem em áreas urbanas. Medidas a serem adotadas frente a casos de raiva • Deve-se organizar um bloqueio de foco, a ser iniciado em até 72 horas e finalizado em até 7 dias após a notificação, em um raio de 5 km em área urbana e 12 km em área rural, não sendo necessário aguardar resultados de exames laboratoriais para confirmação do caso suspeito. O bloqueio inclui vacinação de cães e gatos casa a casa e busca ativa de pessoas expostas. • Toda pessoa com histórico de exposição deve procurar assistência médica e, conforme avaliação, receber vacinação ou soro vacinação ou, ainda, acompanhamento durante o período de observação de 10 dias do cão ou gato. O diagnóstico laboratorial de animal positivo indica o ingresso do transmissor numa determinada área e à circulação viral, possibilitando a difusão da doença para novas áreas. O monitoramento permite a visualização das áreas de maior ou menor risco de ocorrência da raiva, bem como das áreas onde a doença já está presente. Uma vez que o município não envia amostras de animais para o diagnóstico da raiva, será caracterizada como “área silenciosa”. As metas propostas para a PAVS/2012 são: Monitorar a circulação do vírus da raiva na população canina, com envio de 0,2% da população canina estimada; vacinar mínimo de 80% da população canina e felina na campanha, respectivamente; realizar 100% dos esquemas profiláticos pós exposição de soro vacinação contra a raiva em todas as pessoas agredidas por morcego e monitorar a circulação do vírus da raiva na população de morcegos enviando 100% das amostras com suspeita de doença neurológica para diagnóstico laboratorial, obtidas através de vigilância passiva. Recomenda-se que 0,2% de amostras da população de cães de cada Município sejam enviadas regularmente ao laboratório para o monitoramento da circulação do vírus rábico. No 1º quadrimestre, foram enviadas para o diagnóstico da raiva no LACEN, 180 amostras. Destas, foram diagnosticados 12 casos de Raiva Animal, sendo 10 bovinos e 02 raposas nas Macrorregiões Centro Leste, Macrorregião Sudoeste, e Macrorregião Leste e Macrorregional Oeste. AÇÕES DE PREVENÇÃO Considerando o baixo número de animais vacinados na rotina devido à interrupção no fornecimento pelo Ministério da Saúde e as baixas coberturas vacinais alcançadas na Campanha de Vacinação, no ano de 2011, Salvador vem implementando ações de vacinação antirrábica animal em áreas consideradas de risco para a circulação do vírus. A atividade foi iniciada no dia 16/04 nas áreas limítrofes de Salvador e Simões Filho através de parceria estabelecida entre os dois Municípios e nas áreas de fronteiras com os Municípios de Simões Filho e Lauro de Freitas. Programa Célula Mãe: já esterilizou mais de nove mil animais de rua, entre cães e gatos carentes, desde a sua fundação em 2006, no município de Salvador. ATUALIDADES SOBRE A RAIVA O Estado de Mato Grosso está em alerta, devido a um caso de Raiva Humana ocorrido no município de Tapurah, que levou a morte uma jovem de apenas 21 anos de idade, supostamente contraída, por ter tido contato direto com um animal silvestre infectado, uma espécie de veado, que teria aparecido em seu quintal, com sintomas da doença, onde ela tentou prestar socorro e acabou se contaminando (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2012a). Confirmado caso de raiva humana em um homem de 41 anos, no Canadá, importado da Republica Dominicana nos últimos quatro meses. Até o momento não foi confirmado como o paciente contraiu a doença. O último caso de raiva humana registrado em Toronto havia ocorrido em 1931 em uma garota de 13 anos (CBCNEWS, 2012). A assessoria da Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) confirmou o primeiro caso de raiva canina na cidade depois de 11 anos (Folha.com). O Rio Grande do Sul enfrenta o segundo pior surto de raiva bovina desde a década de 80, quando a doença espalhou-se pelo Estado. Com 23 focos detectados apenas entre janeiro e março em 12 municípios da região Sul, a estimativa da Secretaria da Agricultura é que 1,4 mil animais tenham morrido com o vírus transmitido por morcegos hematófagos. Em todo o ano de 2011, foram 48 focos. Diante da gravidade do quadro, desde o mês passado, a Secretaria intensificou a revisão dos refúgios, a captura e o combate aos morcegos. Somente em março, 1.072 foram capturados. E o raio de atuação onde há registros de focos também foi ampliado, de 12 para 20 km (CORREIO DO POVO apud RURALPECUARIA, 2012). Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina não realizam campanhas de vacinação contra a raiva porque não ocorre a circulação do vírus da raiva canina há mais de 20 anos. A estratégia adotada nesses estados é a vacinação de rotina dos animais domésticos em Centros de Controle de Zoonoses e outras unidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012b). A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento está preocupada com o surto de raiva em herbívoros que atingiu o Paraná neste ano. Até agora, em 2012, os técnicos da SESAB registraram 41 focos da doença e 47 mortes. O surto atinge, principalmente, propriedades rurais de cidades do interior do Estado (MINISTÉRIO DA SAÙDE, 2012) Referências: CBCNEWS. Rabies diagnosed in Toronto man. Disponível em: http://www.cbc.ca/news/canada/toronto/story/2012/04/16/torontorabies-case896.html. Acessado em: 8 de maio de 2012. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tapurah: Caso de raiva humana é detectado. In: Atualidades sobre a Raiva. N.2, 3 pág. 2012a MINISTÉRIO DA SAÚDE. Surto de raiva herbívora assusta a população. In: Atualidades sobre a Raiva. N.2, 3 pág. 2012b RURALPECUÁRIA. Rio Grande do Sul enfrenta o segundo pior surto de raiva bovina desde a década de 80. Disponível em: http://www.dihitt.com.br/barra/rio-grande-do-sul-enfrenta-o-segundo-pior-surto-de-raiva-bovina-desde-a-decada-de-80. Acessado em: 08 de maio de 2012. Equipe técnica Secretaria de Saúde do Estado da Bahia - Diretoria de Vigilância Epidemiológica Contato: Tel./Fax.: (71) 3116-0060 E-mail: [email protected] Maria de Fátima Sá Guirra Coordenadora CEI Fátima Cristina de Souza Coordenadora GT RAIVA Rosane Barreto Marques Enfermeira Lucas de Medeiros Silva Médico Veterinário Bruno Milen Varjão Estagiário de Medicina Veterinária
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