boletim - Diagrama Editorial

Transcrição

boletim - Diagrama Editorial
boletim
Informativo do
Projeto Água Quente
Número 7
São Carlos, Maio de 2008
Í
N
D
I
C
Água Quente
E
2
Editorial
3
Comunicados
4
Folia de reis
5
Lixo e Reciclagem
6
Requalificação
Ambiental
7
Ipê
8
Plantio Urbano
9
Seminário Petrobras
10
Dengue
11
Cooperativas
12
Encontro de Grupos
13
Seção Escola
14
TV Comunitária
15
Divirta-se
16
Fala-Povo
1° Plantio Urbano:
Arborizando as
ruas da bacia
No início de 2008, o Projeto Água
Quente deu início a uma nova
ação: a arborização urbana. NesParticipantes plantando
te primeiro momento o plantio
ocorreu nas calçadas e quintais da Av. Paulo VI, com a participação
dos agentes comunitários do projeto e de moradores da avenida e das
proximidades. Além do plantio também foram distribuídas mudas de
árvores e boletins comunitários aos passantes interessados. No futuro
esta atividade será reproduzida em outras regiões da Bacia. (Pág. 8)
Questão urbana: Lixo e Reciclagem
São Carlos produz em média
150 toneladas por dia de lixo.
Desse volume, segundo a Secretaria de Meio Ambiente,
aproximadamente 30% a 40%
é material reciclável. A destinação correta do lixo urbano é
um problema enfrentado pelas
Catador de reciclaveis
grandes cidades, mas existem
maneiras para contribuir na diminuição da poluição e a degradação
do meio ambiente. (Pág. 05)
Boletim Água Quente no 7
Editorial
A
lguns meses depois, estamos
nós aqui de volta. Engajados
que somos na tentativa de agrupar pessoas, na procura de constituir um veículo de comunicação que contribua para articular
os moradores da bacia hidrográfica do Córrego da Água Quente.
Para aqueles leitores atentos, de
fato o boletim passado saiu como
número seis e era o sexto, e este
sairá como número sete e é o sétimo, dizemos isso porque o primeiro boletim foi o número zero
e, portanto, o sexto deveria ter
sido o número 5, no fim, erramos
o número e acertamos a conta...
No momento nos encontramos
em um período pré-eleitoral, em
que sabidas disputas passam a ficar mais visíveis no dia a dia de
PROJETO ÁGUA QUENTE
Equipe Executora
Coordenadores
Daniel Marostegan e Carneiro
Renata Bovo Peres
Estagiários
Adriana Keiko Nishida Costa
Anna Kuhl
Raphael Ricardo Zepon Tarpani
Parceiros
Projeto Brotar
Projeto CESCAR
Contatos
Site do Projeto: http://aguaquente.teia.org.br
e-mail do Projeto:
[email protected]
Educadores
Ana Laura Herrera
Audrey Fernandes
Magaly Marques
Paola Maia Lo Sardo
Sara Monise de Oliveira
Thais Troncon Rosa
Apoio
Acquavit
COMDEMA São Carlos
Prefeitura Municipal de São Carlos
TEIA - Casa de Criação
www.teia.org.br
Fone/fax: (16) 3376-3110
Rua Rui Barbosa, 1950,
Cep 13560-330
Vila Elizabete - São Carlos/SP
Organizações Participantes
Catequese Madre Cabrini, Coopercook, Cooperlimp, Coral Rosa Mística,
EMEI Otávio de Moura, Grupo de Coroinhas da Igreja São Francisco de Assis, Grupo Sagrado Coração de Jesus, Aprendiz Grupo de Mães, Catequese
da Igreja São José Operário, Grupo de Oração da Capela Santa Luzia, Pastoral da Sobriedade, Poetas Anônimos, Projeto Meninos do Aracy, Projeto
Social Dona Marízia, Resgate Social.
Boletim Água Quente
Elaboração/textos: Ana Laura Herrera, Anna Kuhl, Audrey Fernandes,
Daniel Marostegan e Carneiro, Gabriel De Santis Feltran, Magaly Marques, Paola Maia Lo Sardo, Renata
Bovo Peres, Sabrina Maria de Amorim e Alunos das 8as séries da E.M.E.B.
Artur Natalino Deriggi, sob a orientação da professora Pietra Mori.
Edição: Anna Kuhl, Audrey Fernandes, Daniel Marostegan e Carneiro
Imagens: Anna Kuhl, Daniel Marostegan e Carneiro, Juliana Soares, Rafael Rolim, Sabrina Maria de Amorim
e Arquivo Pessoal – Asenildo Elisiário
da Silva
Autor da Tirinha: Silveira Neto
Retirado do site:
www.eupodiatamatando.com
2
Revisão de Textos
Carlos Alberto Gebara e Marta Maria Fuzato
Produção gráfica e diagramação
Beto & Guto Sguissardi
[email protected]
Tiragem
7.000 exemplares
todos. Pensando nisso, achamos
importante marcar uma posição
aqui, já que estamos conscientes
da proporção política que envolve nossa ação comunicativa. De
fato nossa atuação é política, o
que não significa que seja partidária. Consideramos que todas
as ações humanas são necessariamente políticas, e o importante é
conseguir diferenciar, analisar e
se posicionar perante os avanços
e retrocessos que envolvem nossa sociedade. Não podemos aceitar que violência, pobreza, desigualdade social, emprego, renda,
injustiça, saúde, educação, meio
ambiente, sejam tratados como
assuntos separados, quando na
realidade fazem parte de um
mesmo sistema, que pretende
manter cada um “em seu devido
lugar” para o privilégio de poucos e o prejuízo de muitos.
Caso você, ou seu grupo, tenha interesse em indicar um ponto de distribuição do boletim, ou queira contribuir para a produção dos próximos
conteúdos, entre em contato com a gente.
Reality show
V
amos supor, você está no Nordeste, você chega. Eu tenho
quatro ou cinco cômodos, ou eu
tenho um quintalzinho. Você chegou do Ceará, você não tem emprego, você não tem condições
de pagar aluguel pra uma família.
Que acontece?
A gente acaba dizendo: “- você
pega uma madeira, uma coisa.
você constrói um quartinho e um
banheiro, você vai morando. Depois, quando você tiver uma “condições” melhor, você acaba indo
pra outro lugar”. Mas isso não acaba. A família acaba morando junto. Aí depois, vai pegando material e vai construindo, e
isso vai ficando na favela. Só que depois a família
vai crescendo,
acaba casando,
acaba
tendo
filho. Você acaba construindo em cima de
sua casa para
que seu filho
more lá, e assim a gente
vai ficando...
eu costumo
dizer que
aqui na fa-
vela nós partilhamos tudo, até
aquilo que não temos, que é espaço. (...) Se você me pergunta quem
são essas pessoas que moram na
favela, a maioria são pessoas que
ganham um salário mínimo, que
não tem condições de sair daqui
pra nada, que o que ganham, mal
dá pra comer.◉
[Silmara, favela Maria Cursi,
zona leste de São Paulo].
Esta coluna traz, a cada número do
Boletim Água Quente, um trecho
de narrativas contemporâneas das
periferias das cidades obtidas por
Gabriel de Santis Feltran, pesquisador em ciências sociais. Contato:
[email protected]
Maio de 2008
Comunicados
Conheça a Oficina Cultural
de São Carlos
A Oficina Cultural Regional Sérgio Buarque de Holanda, que
leva o nome em homenagem ao historiador e ensaísta Sérgio Buarque de Holanda, foi inaugurada em novembro de 1990. Dispõe
em sua estrutura de ateliês, laboratório fotográfico e auditório.
Todos os meses a Oficina oferece palestras, oficinas, workshops
e exposições. No momento, a Oficina esta com inscrições abertas para workshops na área de teatro e artes visuais e oficinas na
área de literatura. A partir do dia 10 de junho estarão abertas as
inscrições para os Cursos de Férias.
Mais informações: 16 3372-8882 – Rua São Paulo, 745 Centro –
segunda a sexta-feira das 13 h às 21 h 30 e aos sábados das 13 h às
18 h – www.assaoc.org.br
Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda
Arraial Araciense
Dia 12 de julho, a partir das 20h, será realizado no Salão de Festas da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, o Arraial Araciense.
Barraquinhas, comida típica, bandeirinha e muito mais. A Igreja Guadalupe fica na Rua Hilário Martins Dias, no. 305, Cidade
Aracy I. Prestigie!
Curso de Geração de Renda para
Organizações Comunitárias
O curso apresentará uma visão geral sobre como estruturar
um processo de geração de renda, abordando temas como: contabilidade, organização comunitária, plano de negócios e planejamento.
Dia 6 de julho, domingo, das 14 h às 17 h na Escola Janete Lia.
O curso será gratuito e as inscrições deverão ser feitas na Teia.
Tel 3376-3110.
Arborize a sua rua!
Após o Evento “Arborizando as Ruas da Bacia”, muitos moradores ficaram interessados em “adotar” uma árvore também.
Se você ainda não adquiriu a sua, retire no Horto Florestal de
São Carlos de segunda à sexta-feira das 7h30 às 10h30 ou das 13h
às 15h que fica na Estrada Guilherme Scatena, perto do Parque
Ecológico. As mudas são gratuitas. Dúvidas entrem em contato
com o Horto através do 16 3361-8081.
Cursos Abertos ao Público
Uma dica para quem deseja realizar cursos rápidos são os cursos
de Corte e Costura e Alimente-se Bem oferecidos pelo SESI (Serviço Social da Indústria), com turmas abertas em todos os meses.
Alguns cursos são gratuitos e outros, com preços acessíveis a
toda população. Os cursos, na grande maioria, iniciam toda primeira semana de cada mês e tem duração de um mês, geralmente uma vez por semana.
Para saber mais você pode entrar em contato através do 16
3368-7133 ou na própria unidade na Rua Coronel José Augusto
de Oliveira Salles, 1325 – Vila Izabel.
http://aguaquente.teia.org.br
Site Projeto Água Quente
atualizado!
O site do Projeto Água Quente já se encontra com informações fresquinhas sobre o projeto, seus agentes, equipe,
grupos, últimas notícias e muito mais.
Divulgue entre seus amigos e comunidade.
Visite! Opine! Afinal, precisamos da sua opinião para manter a nossa comunicação atualizada.
Errata:
1. Em nossa última edição, ficaram faltando os créditos das imagens da matéria do
plantio em parceria com o Brotar. Estas imagens foram feitas por Camila de Carvalho
Alves.
2. Na matéria sobre rádio comunitária, ficou faltando o crédito a Henrique Ferraz,
que colaborou na elaboração deste material.
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Boletim Água Quente no 7
Folia de Reis, fé e cantoria
A
folia de reis é uma manifestação religiosa popular de
origem pagã, trazida ao Brasil pelos portugueses. A comemoração
ocorre entre o final e início de cada
ano, tendo como ponto culminante o dia 6 de janeiro, quando se comemora o dia dos Santos Reis. Essa
festa mistura fé, danças, encenações,
cantorias, violas e declamações de
trovas. São grandes encontros com
comes e bebes em que os fiéis louvam o Menino Jesus e a Bandeira
da Folia, fazem e pagam promessas. Geralmente, o peditório (visitas às casas para pedir donativos)
começa no dia 24 de dezembro e
termina no dia 6 de janeiro. Em
algumas regiões, é comum chamar
o evento de Folia de Reisado, com
algumas outras diferenças nos
personagens, nomes e cantorias.
Em São Carlos, existe um grupo
que todos os anos manifesta sua fé
por meio da Folia de Reis, o Grupo
Estrela Guia. Começou em 1986,
quando o atual mestre embaixador
da Folia de Reis, Seu Asenildo Elisiário da Silva, substituiu o antigo
mestre que havia falecido e assumiu a responsabilidade de cumprir
as promessas deixadas por seu antecessor. Juntou amigos e parentes
para realizar os peditórios, cantar
os versos e levar a bandeira da folia. Filho de uma família de violeiros, o mestre embaixador é cantador de versos desde os nove anos,
quando a folia passou em sua casa,
em uma fazenda na região do rio
Mogi. Seu filho, André Artur da
Silva, também é embaixador da
folia. Seu Asenildo admite que a
Folia de Reis é uma manifestação
cultural, mas para ele é uma tradição religiosa levada com muita fé.
As peregrinações do Grupo Estrela Guia geralmente se iniciam
no primeiro sábado de setembro
e seguem até o dia 6 de janeiro,
sempre aos sábados, totalizando
12 eventos. Começa cedo, pois foi a
maneira como a tradição se adaptou à correria do dia-a-dia dos peregrinos, que trabalham e às vezes
fazem apresentações em outros
lugares. Normalmente, tem início
por volta das quatro horas da tarde do sábado e vai até o amanhecer. O primeiro dia é o mais longo, e a bandeira e os instrumentos
ficam em uma casa escolhida e
avisada. As demais casas recebem
a visita de surpresa. A folia passa
por vários locais da região - uma
vila na usina Tamoyo, nas cidades
de Bocaina, Araraquara, Américo Brasiliense, Santa Lúcia e por
O bastião, palhaço da folia, durante as cantorias.
4
aí afora. Em São Carlos, a cidade inteira é percorrida. Cerca de
400 famílias são visitadas, numa
média de 15 a 25 casas por noite.
Os versos cantados durante as visitas são improvisados e com diversos temas: acordar a família, fazer
saudações, pedir donativos, fazer
pedidos e agradecimentos. Cada
casa tem seu costume e seus santos de devoção, aos quais os versos
se adequam. O mestre embaixador
canta na frente, seguido pelo embaixador, primeira voz e segunda
voz, contra-mestre e músicos que
tocam diversos instrumentos, entre
eles agogô, viola, violão, caixa, pandeiro, afoxé, zabumba e cavaquinho.
Os palhaços, ou bastiões (como
são chamados na região), são
os únicos fantasiados, com
uma farda diferente do resto
do pessoal, própria do grupo.
No interior paulista, os bastiões representam os reis magos. Por isso,
não podem ser reconhecidos, não
devem mostrar o rosto nem ter a
identidade revelada, a não ser em
frente a um presépio, pois encenam a fuga dos reis magos que se
disfarçaram de mendigos para não
serem pegos pelos guardas do rei
Herodes. São guardiões da bandeira e levam facão e espada para
se defender. Em outras regiões, os
palhaços têm outros nomes, como
marungo ou alferes, e podem ter
outras representações. Em alguns
locais do norte, por exemplo, os
palhaços personificam os soldados
de Herodes, e não os reis magos.
Para definir quem é quem na folia, é preciso aprender e se preparar durante as peregrinações. Para
poder assumir outros cargos, não
há uma hierarquia rígida quanto à
idade: um jovem pode ser mestre
embaixador, se estiver preparado.
No terceiro domingo de setembro,
também acontece o Encontro Regional da Folia de Reis na cidade
de São Carlos. Vale a pena prestigiar!
Folia de Reis na Bacia
No Bairro da Cidade Aracy, existem grupos de Folia de Reis, que
estão parados no momento. Na
1° edição do Projeto Água Quente, havia a participação do grupo
Estrela do Oriente, representado
pelo Seu Antonio e sua esposa Elvira. Existe também o grupo do
Seu Benedito, que se apresentou
no último Encontro Regional de
Folia de Reis.
Mestre Embaixador e os músicos cantam os versos.
Maio de 2008
Lixo e reciclagem
Vamos reciclar o lixo
Um fato muito importante é reciclar o lixo. Mas como reciclar, e o
que é que se pode reciclar?
Muitas pessoas já estão reciclando, mas às vezes de maneira inadequada e sem nenhum cuidado e higiene.
Então vamos aprender como?
Primeiro, vamos separar o lixo: papel, plásticos, latas, vidros, descartáveis, pilhas e até baterias. Latas, vidros, garrafas pet devem ser
bem lavadas antes de ir para o lixo. Por quê? Porque senão atraem e
juntam insetos, ratos e até o mosquito da dengue.
Não vamos mais poluir o meio ambiente com esses lixos que podem ser reaproveitados e que geram renda para muitas pessoas que
estão desempregadas e vivem dessa reciclagem.
Nós devemos cobrar dos órgãos públicos a coleta seletiva de lixo
reciclável, pois ainda é um projeto que esta engatinhando nos meios
públicos.
Enquanto não se tem a coleta seletiva, vamos separando o lixo, pois
sempre tem quem vem apanhá-lo.
Vamos contribuir para a melhora do nosso planeta, pois afinal, é
aqui que vivemos. Então, vamos reciclar.
*Texto produzido por Sônia Maria F. de Paula, agente do Projeto Água Quente
Catador de recicláveis
E
m praticamente todos os
produtos que consumimos
nas nossas ações diárias existe
a produção de resíduos. Dessa
forma, quanto mais consumimos maior será o volume de
resíduos produzidos.
O destino de todo este resíduo produzido é um grave
problema ambiental, que atualmente não temos condições de
resolver. O máximo que temos
condições de fazer hoje é: primeiro - diminuir a produção de
resíduos, consumindo menos
e evitando o uso de materiais
descartáveis; segundo – reaproveitar o resíduo, utilizando
mais de uma vez todo tipo de
material descartável e optando
pelo uso de materiais duráveis;
terceiro – reciclar os resíduos,
o que normalmente depende
de uma estrutura industrial e
que, portanto, dificilmente po-
demos fazer em casa.
São considerados RESÍDUOS RECICLÁVEIS aqueles
que: podem ser transformados;
que têm mercado e; que têm
valor econômico. Para citar um
exemplo, fraldas descartáveis
que levam aproximadamente
450 anos para se decompor, são
recicláveis (visite www.knowaste.com), mas no Brasil não há
essa tecnologia (ainda) e nem
um destino alternativo nos lixões e aterros sanitários para
fraldas descartáveis. Logo, fraldas descartáveis no Brasil não
são resíduos recicláveis.
Este exemplo também é bom
para demonstrar que não há
“receita de bolo”, o que fazem
no Japão é diferente do que fazem no Canadá, que é diferente
do que podemos fazer em São
Carlos. Devemos ter coerência
com a realidade, isto é, a reali-
dade social, ambiental e econômica local.
Deixamos aqui algumas dicas que servem para pensarmos sobre, e então, começarmos a mudar algumas atitudes
nossas, dentro de casa, na rua,
na escola ou no trabalho:
• Reduzindo o desperdício:
comprando produtos com
menor quantidade de embalagem, pegando o mínimo
possível de sacolinhas plásticas no mercado e tendo uma
caneca em mãos para não
usar copos descartáveis, já
diminuímos a quantidade de
resíduos que produzimos;
• Reutilizando materiais: garrafas PET para fazer vasos
ou guardar óleo de cozinha
que não deve em hipótese
alguma ser jogado em ralos
ou pias, e posteriormente entregar em alguma instituição
que receba para a produção
de sabão caseiro;
• Separando recicláveis para
a coleta seletiva: armazenar
apenas materiais limpos é o
mais importante como latas
de molho, caixinhas de leite e
outros. Sacos plásticos como
de arroz, feijão, sal, etc são
recicláveis. Se ficar na dúvida coloque na reciclagem, as
pessoas que trabalham com
isso separam depois.
Uma informação importante,
caso no seu bairro ainda não
tenha a Coleta Seletiva, combine com algum catador a entrega do material. Desta forma,
o material separado não ficará
na sua lixeira na calçada, correndo o risco de ser misturado
com resíduos não recicláveis.
Reciclar não é difícil, basta se
acostumar!! O meio ambiente e
os catadores agradecem!
5
Boletim Água Quente no 7
Um exemplo de requalificação ambiental
Córrego Tijuco Preto
O que é
requalificação?
É a transformação de um lugar
para que ele possa ter um novo
uso, uma nova utilidade. Por
exemplo, uma área verde abandonada que vira uma praça ou
um parque, um casarão velho
que vira um centro cultural.
O
córrego Tijuco Preto, localizado no centro de São
Carlos, apresenta diversos problemas ambientais como: áreas
de inundações, depósitos de lixo
e entulho, travessias precárias
de carros e pedestres, nascentes
canalizadas, desmatamentos, vazamentos de esgotos e falta de espaços de lazer.
Esses problemas são conseqüências do modo como a cidade
foi crescendo, não considerando
a presença dos rios e os escondendo sempre que possível.
Atuando pela transformação de
parte desses problemas, o Ministério Público exigiu uma proposta da Prefeitura Municipal para a
melhoria ambiental das margens
do Tijuco Preto. A partir disso,
foi desenvolvido um Projeto de
Requalificação Ambiental para
uma parte do córrego que vai da
nascente até a Rua Rui Barbosa,
chamado PróTijuco.
Diversos setores do município
participaram deste projeto: Poder Público, Universidade de São
Paulo, Empresas, Organizações
Não Governamentais e também
alguns moradores locais.
A idéia do Projeto foi a transformação desta área em um Parque Linear com ciclovias, passeios de pedestres, espaços de
lazer, iluminação, bancos, plantio de árvores, áreas de retenção
de água etc. Esta idéia valoriza o
córrego Tijuco Preto e afasta a
possibilidade da construção de
avenidas marginais muito próximas às suas margens, algo proibido pelo Código Florestal brasileiro mas muito praticado ao longo
dos anos.
Deste Projeto, apenas o trecho
onde o córrego estava enterrado
foi executado, entre as ruas Monteiro Lobato e Totó Leite. Para
esta primeira intervenção foi exigido que toda a parte tamponada
do córrego fosse aberta, buscando deixá-lo mais próximo do seu
estado anterior.
Foi proposto então um canal
aberto e pesquisadas técnicas de
menor impacto ambiental, chamadas Ecotécnicas. Para isso foram utilizados materiais como
madeira, pedras e biomanta com
hidrossemeadura.
Esta parte do projeto executivo foi desenvolvida pela empresa Silva Leme Engenharia e pela
organização Teia – Casa de Criação.
Biomanta é uma manta de fibra natural (sisal ou coco) que
impede a erosão das margens
do córrego no início da obra.
Hidrossemeadura é um jato
em alta pressão de um líquido
constituído por sementes, fertilizantes químicos, orgânicos
e colantes naturais.
Para quem quiser saber mais
informações sobre este Projeto,
entrar em contato com Renata
ou Eduardo na Teia, 3376-3110,
[email protected].
Vista atual da área
Agentes visitam Córrego Tijuco Preto
Em 2005 os Agentes do Projeto Água Quente foram conhecer a obra com
o engenheiro responsável Paulo Silva Leme, que explicou toda a tecnologia
utilizada.
Esta proposta é considerada um exemplo muito positivo para a cidade
e para o meio ambiente, pois utiliza materiais mais sustentáveis e ecologicamente corretos. Além disso, pretende transformar uma área abandonada,
escondida e evitada em um local agradável de lazer e convívio.
Mas ainda há muito o que fazer para a finalização de todo Parque Linear
pensado. É muito importante que os moradores locais conheçam, se aproximem da proposta e se envolvam com a continuidade deste processo para que
a requalificação seja realmente implementada.
Agentes do Projeto Água Quente visitando a obra do Tijuco com o
Engenheiro Paulo Silva Leme.
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Maio de 2008
Ipê: a árvore de
muitas cores
N
o inverno, é fácil encontrarmos nas ruas de São Carlos
árvores floridas e muitas delas são
os ipês carregados de flores amarelas, roxas, rosas ou brancas. O
ipê é uma espécie de árvore que
produz farta floração nas mais variadas cores e com uma madeira
dura e resistente.
Para se plantar um ipê deve-se
saber que ele é espaçoso e algumas espécies, como o ipê-roxo,
pode chegar a até 30m de altura
e ter copas frondosas chegando a
ter cerca de 5 m de copa.
É uma espécie que pode ser utilizada para arborizaçao urbana,
principalmente pelo fato de possuir
raiz piovante, ou seja, raiz central
para baixo, o que contribui para
que as calçadas não sejam danificadas. Mesmo assim é recomendada
para plantio aonde haja bastante
espaço para cima, ou seja, locais
sem perigo de atingir redes elétricas e que não tenha calçadas estreitas, sendo esta uma espécie mais
indicada para quintais e praças.
Os ipês costumam florir depois
de 05 anos do plantio da muda, se
bem cuidado, sem podas drásticas, cortes no tronco e desde que
esteja em solo fértil, com boa oferta de água e nutrientes.
Floração
Na época de floracão perde totalmente as folhas para dar lugar
às flores das mais variadas cores.
De julho a setembro florescem e
de setembro a outubro frutificam.
Porém, isto também depende do
tipo do ipê. Os diversos tipos de
ipê recebem os nomes conforme
as cores de suas flores ou madeira,
como ipê-roxo, ipê-amarelo, ipêbranco e ipê-rosa. O ipê-roxo é o
primeiro a florir no ano.
As flores por sua exuberância
atraem abelhas e pássaros, principalmente beija-flores que são importantes agentes polinizadores.
Os ipês, assim como muitas
outras espécies, além da função
paisagística, principalmente em
arborizações urbanas, proporcionam benefícios a todos, como a
proteção contra ventos, a diminuição da poluição sonora, a absorção de parte dos raios solares,
o sombreamento, a ambientação
a pássaros e a absorção da poluição atmosférica, neutralizando os
seus efeitos.
Ipê Branco
Curiosidades do Ipê
• O ipê foi considerado a Árvore Nacional Brasileira até 1978, antes
da lei no. 6507 declarar o Pau-Brasil;
• Possui propriedades medicinais, principalmente sua casca;
• É apreciado pela qualidade de sua madeira que é resistente ao apodrecimento e por servir para fins ornamentais e decorativos;
• Tem a madeira preferida por músicos na fabricação de arcos de
violino;
• O ipê é da Família Bignoniaceae, nativo da região que vai do norte
do México até o norte da Argentina;
• Tem origem no cerrado e por este motivo não precisa de muita
água, apenas no começo do seu plantio;
• Em tupi-guarani ipê significa “árvore de casca grossa”.
Ipê Amarelo
7
Boletim Água Quente no 7
Projeto Água Quente realiza seu 1o Plantio Urbano
a Prefeitura através da Secretaria
Municipal de Desenvolvimento
Sustentável, Ciência e Tecnologia
que forneceu os tutores de proteção para as mudas e o Horto Florestal que doou parte das mudas.
O acompanhamento das
mudas plantadas
Agentes entregam muda para moradora
N
o dia 16 de fevereiro, o Projeto Água Quente realizou seu
primeiro plantio em área urbana.
Um pouco diferente dos outros
plantios realizados pelo Projeto,
para a realização do plantio nas
ruas, a equipe e os agentes comunitários do Água Quente realizaram entrevistas com moradores
da Avenida Paulo VI e travessas,
no Jardim Cruzeiro do Sul, para
informar e levantar os interesses
em plantar árvores em frente às
suas casas, estabelecimentos comerciais ou até nos quintais.
Verificaram também os possíveis locais de plantio e as espécies
adequadas junto com os moradores, para que todos conhecessem as
principais regras da arborização urbana de forma que as árvores, com
o passar do tempo, não causem
problemas tais como atrapalhar a
passagem de pedestres, não atinjam as redes elétricas, de água e esgoto, assim como não escondam as
placas de sinalização, o que poderia
causar acidentes e preocupações.
A ação buscou e contou com a
participação de diversas pessoas
da comunidade, principalmente
8
dos moradores da própria avenida,
os quais literalmente “adotaram”
as mudas que foram plantadas, tomando para si a responsabilidade
de cuidar delas, aguando-as e protegendo-as. No mesmo dia foram
distribuídas mudas para os moradores de outras ruas interessados
em plantar em suas casas.
Dentre as espécies de árvores
plantadas e distribuídas estavam
os famosos ipês, símbolo nacional,
resedás brancos e roxos, caliandras e flamboianzinhos. Também
plantaram e distribuíram árvores
frutíferas como amoreiras, pitangueiras, goiabeiras e tamarindeiros. Em cada árvore plantada foi
colocado um tutor para proteção
e condução, junto com uma placa
informativa que apresenta o nome
popular da árvore para que todos
possam reconhecê-las. No total, 80
mudas foram plantadas nas calçadas e mais de 100 distribuídas.
A ONG Ramudá que tem experiência em arborização urbana na
cidade de São Carlos por desenvolver o “Projeto Rua Viva”, auxiliou na ação desde o planejamento
até a execução. Outra parceira foi
A atividade não termina com
o plantio, pois a parte mais difícil
começa após o plantio. Por esse
motivo o Projeto Água Quente
está acompanhando o desenvolvimento das mudas, auxiliando
os moradores, trocando informações importantes, tirando dúvidas,
ajudando com as podas de condução das mudas e com o controle
de formigas e fungos que podem
acometê-las. A poda no início
do desenvolvimento das mudas é
Agente preparando local para plantio
muito importante, pois a situação
ideal é conduzir a árvore desde jovem, quando tem maior facilidade de regeneração e cicatrização,
orientando seu crescimento para
adaptar-se ao espaço: calçada, fiação, placas, toldos, etc.
Em levantamento realizado pelos agentes comunitários do projeto, verificou-se que as mudas, 3
meses depois do plantio, estão
em ótimas condições devido a
atenção e aos cuidados dos moradores e da comunidade em geral em aguá-las e até protegê-las
com a construção de cercados. A
participação dos moradores na
manutenção das mudas está sendo, e sempre será, essencial para
o sucesso da ação de arborização
urbana estimulada pelo Projeto e
realizada pela comunidade da Bacia do Água Quente.
Maio de 2008
IPTU Verde
Em São Carlos, a nova lei do IPTU oferece a possibilidade de descontos
no valor da anuidade. Um incentivo econômico para o benefício ambiental
de forma que todos os moradores que tiverem árvores na calçada em frente
à residência e/ou quem possuir áreas permeáveis no terreno de sua casa (jardins e gramados, por exemplo) poderão solicitar descontos no IPTU.
O requerimento de desconto do IPTU Verde deverá ser solicitado até o
final de 2008 para que seja inspecionado pela Prefeitura e abatido do IPTU
2009.
O contribuinte pode requerer o desconto pela internet, acessando o endereço www.saocarlos.sp.gov.br ou diretamente nas unidades do SIM (Serviços Integrados do Município), no Centro na esquina das ruas Major José
Inácio e Dona Alexandrina ou na Vila Prado na Rua Bernardino de Campos,
de segunda à sexta-feira, das 8h30 às 16h30. A solicitação também pode ser
feita na Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia, na
Rua General Osório, 1.138, Centro.
Para o preenchimento das informações é indispensável que o contribuinte esteja com o carnê de IPTU em mãos, tanto para a solicitação via Internet
quanto nas unidades do SIM e da SMDSCT.
Próxima ação
A próxima atividade de MANUTENÇÃO do plantio urbano
será realizada dia 21 de junho na
Avenida Paulo VI. Além da poda
e reposição de mudas mortas ou
doentes, estão programadas outras atividades, como oficina de
produção de mudas para arborização urbana, doação de mudas,
entre outras que serão realizadas
na Praça Maraci Cristiane de Nardo. Toda comunidade está convidada a participar.
Placa de identificacão da muda
Poda de Condução
Poda de Condução é o nome
dado à poda adotada em mudas e
árvores jovens com o objetivo de
conduzir seu crescimento e adequá-las às condições do local onde
se encontram plantadas. Esta ação
indispensável pretende ajudar a
deixar o tronco das árvores retos
e em haste única, livre de brotos e
a copa da árvore com seus galhos,
elevada acima de 1,80 metros para
que não atrapalhe a passagem dos
pedestres e dos veículos.
Projeto Água Quente participa
de Seminário organizado
pela Petrobras
P
articipantes de projetos de
todo Brasil, reuniram-se no
Rio de Janeiro entre os dias 11 e 13
de março para o 3º Seminário do
Programa Petrobras Ambiental.
O objetivo deste evento foi a
integração e a troca de experiências dos 63 projetos que recebem
patrocínio da Petrobras para a
realização de suas ações socioambientais. O Projeto Água Quente
é um desses projetos e está na sua
segunda edição iniciada em 2007.
Durante os três dias do Seminário houve apresentações da equipe do Programa Petrobras Ambiental e também apresentações
de alguns projetos sobre os temas:
formação de redes, sustentabilidade, boas práticas adotadas, divulgação e comunicação, educação
ambiental, replicabilidade e relacionamento com a comunidade.
Os projetos são experiências
que vêm trabalhando com diversos tipos de comunidades: populações urbanas, trabalhadores
rurais, professores, pescadores,
educadores ambientais etc.
A maioria deles, assim como o
Projeto Água Quente, trabalham
com grupos de Agentes Multiplicadores que atuam como ponte
entre projeto, grupos e população
em geral, visando expandir conhecimentos e ações para a melhoria
da qualidade de vida das comunidades envolvidas.
Os representantes dos projetos
mostraram também uma grande
preocupação em não dependerem
exclusivamente de um patrocinador e a necessidade de buscarem
alternativas para isso, como busca
de outros patrocínios e estratégias
de geração de renda.
A participação em encontros
deste tipo é muito importante
para o Projeto Água Quente, pois
mostra que existem ações parecidas sendo realizadas em diversas
partes do Brasil e que podemos
levar e divulgar nossa experiência,
aprender e trocar coletivamente.
Equipe Projeto Água Quente divulgando o projeto
9
Boletim Água Quente no 7
Dengue
Parece que o mosquitinho
chegou e não quer ir mais
embora.
A
culpa não é do mosquito. A
Dengue é causada por um vírus e esse vírus é transmitido por
um mosquitinho chamado Aedes
aegypti, que é do tamanho de um
grão de arroz. O mosquito pica
uma pessoa doente, se contamina
e transmite o vírus quando pica
outra pessoa. Não se pega com
contato íntimo, espirro ou objeto
do doente.
Como não existem formas conhecidas de combate ao vírus,
devemos combater o mosquito inibindo a sua reprodução,
com a colaboração e participação de todos, não só do poder público, mas de todos os
cidadãos.
Uma vez por semana no mínimo é importante verificar
todos os possíveis focos do
mosquito transmissor (os criadouros – locais que acumulam
água limpa) e removê-los. Os
que não puderem ser removidos devem ser limpos ou
tratados colocando produtos
alternativos como sal grosso,
detergente ou desinfetante.
Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de
Vigilância
Epidemiológica,
São Carlos registrou até o começo de maio deste ano, 16
casos confirmados de Dengue,
dos quais 13 foram contraídos
em outros municípios e 3 em
São Carlos. Durante todo o
ano, o Departamento realiza
visitas aos imóveis e em pontos estratégicos como borra10
charias, depósitos de ferro-velho e materiais de construção,
cemitérios, entre outros. Esta
é a forma: prevenir para não
ser pego de surpresa!
Uma pessoa com sintomas
da Dengue, não deve tomar
nenhum medicamento, deve
procurar imediatamente um
posto de saúde para hidrata-
Afirma ela que na homeopatia NÃO EXISTE nenhuma
VACINA, nem contra dengue
nem qualquer outra doença
viral. As vacinas atuam estimulando uma resposta do
corpo com produção de anticorpos específicos contra um
agente específico. Não existe
isto na homeopatia. Segundo ela, a homeopatia, quando
praticada correta e adequadamente, atua estimulando a
“energia vital” de todo ser vivo
estimulando que cada pessoa
tenha o seu corpo e mente
funcionando regularmente, o
que melhora as respostas do
corpo a quaisquer agravos
como vírus, bactérias e outros.
ção e confirmação do caso.
“Temos alguns medicamentos
Muitas notícias sobre Dengue
que atuam estimulando uma
circulam por aí, recentemente
melhor resposta para uma ou
uma delas falava sobre uma
outra situação, por exemplo,
vacina homeopática, o que
alguns melhoram situações
deixou muitas pessoas con- de febre, tosse e diarréia, mas
fusas. Por isso, procuramos a não “imuniza” qualquer pesDra. Telma Nery, médica que
soa contra esta ou aquela situconfia, acredita e pratica a Ho- ação”, conta ela.
meopatia há mais de 10 anos. Com a proximidade do inverno a tendência é a diminuição
das chuvas e, portanto, o acúmulo de água é menor, dificultado a procriação do mosquito.
Mas, ATENÇÃO, estudos relatam a adaptação do mosquito a temperaturas inferiores
às descritas por especialistas,
portanto é possível encontrar
o mosquito em pleno inverno.
Para solucionar este problema
é essencial que cada um faça
a sua parte. A dengue pode
até matar, então não podemos
deixar de lembrar que ela existe. Faça sua parte!
O que é Cooperativa
C
onta a história que o cooperativismo e a primeira
cooperativa do mundo surgiram em 1884, quando um grupo de tecelões em uma fábrica
do norte da Inglaterra, se reuniram para enfrentar a pressão
dos capitalistas e os negociantes intermediários que não
obedeciam ao princípio da
justiça do trabalho.
A idéia era criar um sistema
econômico que tivesse como
base a ajuda mútua, a solidariedade humana, a cooperação,
a honestidade e o esforço coletivo. O intuito da cooperativa
era promover uma mudança
estrutural que pudesse resultar em melhores condições de
trabalho.
No Brasil, o cooperativismo
iniciou-se no começo do século XIX. Atualmente, o cooperativismo é regulamentado por
leis especiais e subordinado ao
Sede da Cooperlimp
Conselho Nacional de Cooperativismo. A Lei do Cooperativismo Brasileiro regulamenta as cooperativas de trabalho,
como formá-las e outras questões pertinentes.
Entende-se que cooperativa é a associação de pessoas ou grupos de profissionais
de uma mesma área, formando uma entidade própria. Todos os integrantes são sócios e
com o mesmo poder de voto.
A união dessas pessoas deve
satisfazer a aspirações e necessidades econômicas, sociais e
culturais comuns.
O cooperativismo tem como
princípios: adesão voluntária e livre, gestão democrática e participação econômica dos membros, autonomia e
independência, educação, formação e informação, intercooperação e interesse pela comunidade.
?
Maio de 2008
Coopercook no II encontro de grupos da bacia
Muitas cooperativas atuam
no setor de prestação de serviços, área que gera o maior número de postos de trabalho do
mercado. É o caso das duas cooperativas que fazem parte do
Projeto Água Quente: a Cooperlimp, que atua no setor de
limpeza, e a Coopercook, no
setor de alimentação, ambas
fundadas no bairro do Gonzaga, na Bacia do Água Quente.
Não há restrições quanto ao
tipo de serviço que uma cooperativa pode oferecer. Para ser
fundada, é necessária a união
de no mínimo 20 pessoas. O
estatuto criado deve conter os
objetivos, determinar como
será a administração e a divisão de tarefas, as despesas e lucros dentro da cooperativa e
para seus cooperados. As cooperativas, assim como empresas, pagam alguns impostos.
Em São Carlos, existe a INCOOP – Incubadora Regional de Cooperativas Populares, com a finalidade de
colaborar em empreendimentos ­econômicos, coletivos e
autogestionários. Visite o site
www.incoop.ufscar.br e obtenha mais informações sobre
os projetos e trabalho desenvolvidos por eles.
11
Boletim Água Quente no 7
III ENCONTRO DE GRUPOS
“Socializando e integrando ações na região do Córrego Água Quente”
O
Projeto Água Quente tem
como um de seus principais
objetivos fortalecer a interlocução
e o diálogo com diferentes setores atuantes na região da Bacia
Hidrográfica do Córrego Água
Quente. Acreditamos que a mobilização e a articulação entre vários
grupos potencializa discussões e
ações direcionadas à melhoria da
qualidade de vida e das condições
socioambientais da região.
Nesse sentido, o Projeto vem
propondo a realização de uma série de encontros setoriais e coletivos com o intuito de promover um
espaço de debates e de integração
entre diversos grupos sociais. Em
agosto de 2006, aconteceu o I Encontro, em que os participantes
puderam discutir temáticas como
cooperativismo e economia solidária, ações culturais e assistenciais, etc. No ano passado, em dezembro, realizamos o II Encontro,
cujo objetivo foi debater, de forma
Credenciamento do encontro
12
integrada, uma série de questões
relacionadas à realidade social,
econômica e ambiental dos bairros da região, tais como a história
da ocupação da Bacia, as condições de moradia, de transporte, o
problema da poluição e do desmatamento, dentre outras.
Dando continuidade a esta iniciativa que, como se vê, vem sendo
desenvolvida desde nossa primeira
edição, no último dia 18 de maio, o
Projeto realizou o III Encontro de
Grupos da Região do Córrego Água
Quente, cujo tema foi “Socializando e integrando ações na região do
Córrego Água Quente”. O III Encontro de Grupos, que aconteceu
na EMEB Janete Lia, funcionou
como um espaço para que diversos grupos, associações e organizações da região apresentassem
suas experiências de ação, visando
o fortalecimento da rede que envolve a comunidade, sendo possível aprofundar contatos e diálogos
para que futuros trabalhos sejam
desenvolvidos coletivamente.
Além da apresentação da experiência do próprio Projeto Água
Quente, o Encontro contou com a
presença de outros 10 grupos convidados, que também apresentaram seus trabalhos – Cooperlimp,
Coopercook, Projeto Madre Cabrini, Projeto Meninos do Aracy,
Projeto Social Dona Marízia, Ponto de Cultura “Teia das Culturas”,
ONG Espaço Cidadão, EMEB
Janete Lia, EMEB Artur Natalino
Deriggi, Associação de Moradores
do Jd. Cruzeiro do Sul –, dando o
ponta-pé para o desenvolvimento
de um rico debate sobre possíveis
formas de integração entre diferentes ações e atividades. Na parte da manhã, registramos ainda
a presença de representantes de
alguns outros grupos, totalizando
cerca de 110 pessoas.
À tarde, após o almoço coletivo oferecido pelo Projeto, instru-
mentos de comunicação comunitária foram explorados, com o
objetivo de fortalecer ainda mais
o contato e a interlocução entre os
grupos. Foram desenvolvidas oficinas de rádio e fanzine (pequeno
jornal feito à mão), potencializando a troca e a circulação de informações.
É importante lembrar que este
encontro, assim como os outros
já realizados, integra um conjunto
de atividades de articulação entre
grupos setoriais e de ampliação
da participação dos moradores
da Bacia na discussão sobre os
problemas e potencialidades ali
presentes. Portanto, ainda este
ano, no segundo semestre, o Projeto pretende promover mais um
encontro de grupos e também um
fórum, que deve funcionar como
um espaço ampliado de participação para a elaboração de diretrizes
e prioridades de ações de transformação socioambiental na região.
Grupo participando da oficina de fanzine
12
Maio de 2008
Seção Escola
Pensando no Futuro
I
magine o mundo de amanhã.
Será que nós estamos preocupados com o futuro de nosso planeta?
“Água” nos faz lembrar “vida”.
Além disso, percebemos que só
em dizer “água” muitas palavras
relacionadas com ela vêm em nossas cabeças. Portanto, deveríamos
lidar com a água como se ela valesse ouro.
Em alguns lugares do mundo
há guerras para se conseguir uma
pequena quantidade de água. No
Brasil, a água é a nossa maior riqueza natural. Será que algum dia
teremos que brigar por ela? Do
jeito que as coisas andam, é muito
provável que sim.
Temos que valorizar cada gota
d’água! Preservá-la é obrigação de
todos!
O mundo inteiro está se esbaldando com o pouco de água potável que nos resta. É triste saber que
muitos pensam que a água nunca
vai acabar... E não vai mesmo! A diferença é que está sobrando água, só
que esta é poluída! Contaminada!
Os mais velhos deveriam incentivar os mais jovens a diminuir o
desperdício da água, assim como
diminuir sua poluição. Cada litro
de água potável desperdiçada significa um tempo a menos de nossa
sobrevivência. Se não prezarmos
por ela, o planeta que nos abriga
entrará em declínio e morrerá.
Para diminuirmos a possibilidade de água saudável acabar, ou
pelo menos dela durar um pouquinho mais, basta tomarmos algumas atitudes:
• não jogar lixo nos rios e nas
matas ciliares;
• reutilizar água que foi usada
para lavar roupas para lavar calçadas;
• não deixar torneiras pingando
e sempre verificar se há vazamentos nos canos;
• diminuir o tempo no chuveiro,
entre várias atitudes.
É muito provável que todos vocês já saibam de tudo isso. Mas
não vale somente “saber” – é preciso também “fazer”.
Nós não podemos ficar sentados
esperando que a cura ou a solução
caia do céu, assim como a chuva!
Precisamos salvar nosso bem tão
preciso que está doente: nossa incolor, insípida e inodora ÁGUA.
Este texto foi escrito pelos alunos
das 8as séries do Ensino Fundamental regular da E.M.E.B.
Artur Natalino Deriggi, sob a
orientação da professora de Ciências, Pietra Mori.
Alunos das 8as séries da E.M.E.B. Artur Natalino Deriggi
13
Alunos das 8as séries da E.M.E.B. Artur Natalino Deriggi
O Jogo
O
“Água e Qualidade de Vida”
s alunos das 8as séries da
E.M.E.B. Artur Natalino
Deriggi tiveram oportunidade de
aprender brincando com o jogo
sobre “Água e Qualidade de Vida”.
Isso ocorreu nas aulas de Ciências sob orientação da professora
Pietra Mori.
Aprender brincando é muito
mais divertido! Além de o jogo
ter conteúdos que os alunos já
conhecem, ele também ensina
e educa. As regras são simples:
a professora faz uma série de
perguntas de múltipla escolha e
os alunos, divididos em grupos,
discutem qual seria a resposta
correta e, ao sinal de um apito,
levantam placas com as letras A,
B, C, D e E, correspondentes às
cinco possíveis respostas para as
perguntas feitas. A cada acerto
o grupo move uma peça em um
tabuleiro, sendo que vence o grupo que chegar primeiro até a casa
final.
O jogo tem por objetivos ajudar o aluno a compreender e ter
ciência da importância da água
e sua relação com a qualidade de
vida das pessoas, saber os efeitos
da qualidade da água sobre seu
cotidiano e entender seu próprio
papel na conservação deste recurso. Além disso, o jogo apresenta
enfoque sobre as propriedades
físico-químicas da água, sua atuação e presença nos organismos e
no meio ambiente e a qualidade
de vida que ela pode oferecer.
A utilização de “Água e Qualidade de Vida” como recurso metodológico contribuiu muito para
a transformação do ensino de
Ciências num processo eficiente e motivante para os alunos e
professora. Todos se envolveram
muito com a atividade e gostaram bastante do jogo. Depois da
brincadeira, redigiram o texto
“Pensando no Futuro” (veja-o ao
lado). Espera-se que, brincando,
o “saber” signifique realmente
uma mudança no “fazer”, ou seja,
que a teoria expanda-se e passe a
fazer parte do dia-a-dia de todos.
13
Boletim Água Quente no 7
TV Comunitária:
transparência e inclusão
Equipamentos de gravação
O
Boletim Água Quente, como
um meio de comunicação,
tem a preocupação de discutir
permanentemente o tema da “comunicação na comunidade”. Nas
edições passadas já discutimos
boletins e rádios comunitárias,
agora vamos falar das TVs Comunitárias.
A montagem e manutenção de
uma TV Comunitária é algo um
pouco mais complicado do que
uma rádio comunitária, já que
produzir e manipular vídeos atualmente exige equipamentos mais
complexos e caros. De qualquer
forma, os princípios que norteiam
a idéia de uma TV comunitária são
os mesmos: o conteúdo da programação é que faz a diferença.
No Brasil existem dois tipos
básicos de sinais de TV: o sinal
aberto, de uso gratuito – caso das
emissoras mais conhecidas, como
a TV Globo, SBT, Bandeirantes,
Record, Cultura, entre outras; e o
sinal pago – canais ligados a distribuições privadas de TV a cabo
14
Gravação
ou de outra tecnologia, como a
NET e a SKY, entre outros.
Aqui nos interessa discutir os
canais de sinal aberto, que são de
uso gratuitos. O sinal em si, isto
é, o direito de transmitir, é uma
concessão pública, o que coloca a
discussão da necessidade de que
as transmissões abertas atendam
aos interesses públicos. O que
muitas vezes não é observado na
programação dos grandes canais
comerciais de TV aberta. Entre os
canais de sinal aberto existem: os
comerciais, os educativos e os comunitários.
Os canais comerciais pautam
sua programação pelo interesse
em aumentar seus rendimentos, o
que muitas vezes afasta sua programação de um conteúdo que
responda ao papel informativo e
educativo de um meio de comunicação que tem uma concessão
pública. Já os canais educativos,
normalmente procuram se pautar
pelos interesses públicos de informação e comunicação, um exem-
plo no estado de São Paulo é a TV
Cultura. Os canais comunitários
normalmente se pautam pelos interesses da comunidade a que seu
sinal abrange, portanto, são canais
com um caráter mais local.
Algumas emissoras locais retransmitem parte da programação
de canais educativos. A rigor, são
TVs locais normalmente destinados a universidades, prefeituras e
fundações. Na programação das
TVs educativas, há uma abertura
para programas de conteúdo comunitário. Por lei, ficou estabelecido que 15% dos programas sejam produzidos localmente. Nesse
espaço, são inseridos programas,
em geral chamados de “comunitários” e com apoio cultural local.
Nas TVs locais do estado de São
Paulo, a maioria dos programas é
veiculada normalmente no período noturno, após as 22 horas. Geralmente, os 15% do total de horas
destinados a produções locais não
conseguem ser ocupados, ficando
em alguns casos com apenas 4 ou
5 horas de utilização por semana.
Em grande parte, os programas
produzidos localmente são de
entrevistas focadas em temas de
interesse geral da cidade, incluindo saúde, política, educação, lazer,
cultura e outros.
As emissoras nem sempre são
transparentes quanto à inclusão
da comunidade na programação,
e os espaços geralmente são tratados como privados. A maior ambição da TV comunitária é envolver a comunidade diretamente no
processo de criação da mensagem,
participando em diversos níveis da
produção audiovisual: definir temas e roteiros, editar, atuar como
ator ou apresentador, dar depoimentos e entrevistas, etc. Para isso,
é necessário haver sempre diálogo entre quem faz e quem assiste;
debater e discutir conteúdos para
que as demandas da comunidade sejam atendidas. Em qualquer
meio de comunicação comunitária, o importante é que a população participe de sua construção.
E
S
!
A
T
DIVIR
PARA COLORIR
Doce de Casca de Maracujá
m o d o d e p r e pa r o
Você sabia? A casca de maracujá é rica em proteína e minerais.
ingredientes
3 cascas de maracujá ✓
1 xícara (chá) de açúcar ✓
1 ½ xícara (chá) de água ✓
¼ xícara (chá) de suco de maracujá ✓
canela em casca a gosto ✓
Descasque os maracujás, aproveitando apenas a parte branca da fruta. Corte-os ao meio e retire a polpa.
Reserve. Corte as cascas em tiras finas. Deixe de molho na água de um dia para o outro. Faça uma calda
com açúcar, água e o suco de maracujá feito da polpa. Acrescente a canela em casca, adicione as cascas
escorridas e deixe cozinhar até que fiquem macias.
Sirva gelado.
Tempo de Preparo: 30 minutos
Rendimento: 6 porções
*Receita do Programa Alimente-se Bem oferecido pelo SESI
15
Boletim Água Quente no 7
Sofia Denari
Estudante
Tem vezes que eu vou à praça,
mas não tem brinquedo. Ai eu
brinco na casa das minhas amigas e ando de bicicleta na frente
da Igreja Madre Cabrini.
F ala
povo
Charles Santos Paulino
Mecânico
Por ter um horário de trabalho
que às vezes exige que eu esteja
em horários variados na empresa, acabo não tendo horários flexíveis para ficar pelo bairro que
moro. Mas mesmo assim acabo
por freqüentar mais o centro
da cidade por falta de opção no
bairro.
Severino José da Silva “Tobias”
Manutenção
Vou para o forró no centro. Aqui
até tem, mas como já estou por
lá fica mais fácil.
Elza Dias
Aposentada
Eu faço ginástica na Igreja Madre Cabrini e caminho em volta
da área onde está sendo construído o Centro Comunitário. Uma
vez ou outra alguém promove alguma coisa. Acho que teria que
ter um lugar para trabalhar com
crianças enquanto os pais trabalham, ensinar a convivência, harmonia e a se respeitar.
Vânia Jesus de Souza
Atendente
Saio de fim de semana, gosto de
bailes, mas vou para outros lugares por falta de opções no bairro
em que moro.
Patrocínio:
16
Q
Lazer
uando pensamos em lazer, logo vem
em nossas mentes questões como ter
tempo livre, descanso e divertimento. Seria
bom se pelo menos uma vez por semana
tivéssemos um momento em que pudéssemos unir os três. Mas às vezes temos um
e não temos o outro. Temos o tempo livre,
mas não temos opção de divertimento. Temos a opção de divertimento, mas não temos o dia de descanso.
Nos tempos de hoje é normal associarmos lazer com ir ao shopping, tempo livre
em poder dormir até mais tarde e dia de
descanso em dia para cuidar da casa e dos
filhos. Por outro lado, opções às vezes é o
que menos temos. Às vezes longe da residência, sem fácil acesso ou até mesmo fora
do alcance dos nossos bolsos.
Seria ótimo se todos nós tivéssemos opções de lazer e/ ou diversão próximas às
nossas casas e de fácil acesso. Ou que opções de lazer fossem levadas até nossos
bairros, como teatro e cinema itinerantes,
atividades culturais para crianças em praças, entre outros. Enfim, algumas destas
atividades já são oferecidas na região da
Bacia, mas sabemos a que público estão
sendo direcionadas? Se são oferecidas de
forma proporcional à demanda por atividades de lazer e cultura na região? E de que
forma vêem sendo divulgadas na região?
Lazer e Diversão são direitos de todos nós,
mas temos que demonstrar sempre nosso
interesse em que aconteçam
Alex Moura de Oliveira
Pintor
Infelizmente o bairro não oferece nada, vou mais em festas do
que fico aqui. Durante a semana
fico batendo papo na rua com os
amigos. A praça que havia, destruíram. Seria interessante ter
salões de baile, quadra de futebol... mas também, se tiver ninguém cuida.
Maria do Carmo S. Fernandes
Dona de Casa
Geralmente saio do bairro mesmo tendo que pegar ônibus,
porque aqui não tem nada para
fazer. Vou a pesque-pague, no
zoológico...
Lucas Barbosa
Estudante
Para me divertir eu jogo futebol
na rua de casa que é tranqüilo.
Não gosto de empinar pipa, mas
ando de bicicleta. Tem uma praça, mas não vou lá porque meu
pai acha perigoso. Tá bom porque só gosto mesmo de jogar
(sic).
Letícia T. da Silva
Acompanhante de Idoso
Acabo não fazendo nada na região por falta de tempo, pois trabalho à noite e tenho que cuidar
dos meus filhos e da casa durante o dia. Até tinha um parquinho
no Gonzaga que dava para ir,
mas as crianças acabaram com
tudo.
Tamires Marcondes
Estudante
Às vezes oferecem uns shows
como o que teve no mês passado.
Eu fico em casa namorando e de
vez em quando vamos até o shopping porque não tem o que fazer
por aqui. Mas acabo tendo que
voltar antes das 10 horas porque
depois disso não tem ônibus.

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