Seleção de Spodoptera frugiperda resistente às proteínas do Bt
Transcrição
Seleção de Spodoptera frugiperda resistente às proteínas do Bt
Resistência de Spodoptera frugiperda a Bt: Seleção, Herança e Manejo Eliseu José G. Pereira Departamento de Entomologia Universidade Federal de Viçosa Conteúdo da Palestra Introdução Plantas transgênicas Bacillus thuringiensis Milho Bt Manejo da resistência Seleção de linhagens resistentes em laboratório Ostrinia nubilalis - Nebraska Spodoptera frugiperda - Viçosa/Sete Lagoas Plantas Transgênicas Engenharia genética Introdução do gene Expressão da toxina Mesghenna (2011) Milho Bt: 2008/09 Cry1Ab 2009/10 Cry1F, Cry1A.105+Cry2Ab2, Vip3Aa Fonte: Céleres, 2011 Bacillus thuringiensis (Bt) Bactéria de solo, filoplano, etc. Proteínas inseticidas com toxicidade específica Cry 1 – Lepidoptera Cry 2 – Lepidoptera e Diptera Cry 3 – Coleoptera Cry 4 – Diptera Vip3 – Lepidoptera Fonte: Höfte & Whitely 1989, Knowles 1994, Schnepf et al. 1998, Maagd et al. 2001; Herman et al. 2002 Bt Como Inseticida ou Agente de Controle Biológico Formulações de 60 anos usadas por mais Não-tóxico para mamíferos e organismos não-alvo Estreito espectro de ação e deve ser engerido por larvas jovens Baixa persistência no campo Desvantagem superada pelo uso em plantas transgênicas Fonte: Beegle & Yamamoto 1992; Kennedy 2008 Benefícios e Riscos do Uso de Culturas Transgênicas Benefícios Riscos Fluxo (escape) gênico Uso de genes de resistência de espécies diferentes Redução no uso de inseticidas/fungicidas: nocivos ao homem e ao meio ambiente Redução das perdas devido às pragas Segurança alimentar: alergenicidade Organismos não-alvos Desenvolvimento de resistência nos insetos alvos Gould 1998, Andow, 2008, Buntin 2008, MacIntosh 2010 Redução no Uso de Inseticidas e Aumento de Produtividade em Algodão Bt na Índia Medias ± (desvio padrão). *Indica diferença significativa. Fonte: Qaim & Zilberman, 2007 Milho não-Bt x Milho Bt (Cry1F) Resistência de insetos ao milho Bt a campo O Risco de Resistência de Insetos a Plantas Transgênicas Alta adoção Alta persistência Alta exposição Intensa Pressão de Seleção Resistência a toxinas de Bt Grãos armazenados Plodia interpunctella McGaughey 1985 Campo Plutella xylostella Tabashnik et al. 1990 Casa de vegetação Trichoplusia ni Janmaat & Myers 2003 Resistência em Laboratório x Campo Seleção em laboratório 11/18 experimentos obtiveram resistência >10x Em 2 casos os insetos sobreviveram em plantas Bt Resistência a campo Traça das crucíferas, Plutella xylostella, a Dipel Resistência a plantas Bt ○ Busseola fusca África do Sul ○ Spodoptera frugiperda Porto Rico ○ Pectinophora gossypiella Índia Fonte: Van Rensburg 2007, Ferre et al. 2008, Storer et al. 2010 Mecanismos de Resistência Proteases Alteração na ativação ou Degradação da toxina Ligação ao Receptor Redução na afinidade, ou Redução No. sítios de ligação Outros Fonte: de Maagd et al. 2001, Ferré et al. 2008 Fatores que Afetam o Desenvolvimento da Resistência Bioecológicos e comportamentais Taxa de reprodução, mobilidade/dispersão, refúgio de exposição Genéticos Freqüência inicial de alelos de resistência, dominância, número de genes envolvidos, custo adaptativo da resistência Operacionais Características das plantas transgênicas Estratégias de manejo da resistência Fonte: Georghiou & Taylor 1977ab, Onstad 2008 Manejo da Resistência Manejo da Resistência Estratégias Refúgio Monitoramento Pesquisa Modelagem Herança da Resistência Sobrevivência e fitness Linhagens Resistentes Mecanismos de Resistência Base Molecular da Resistência Fonte: Adaptado de Roush & Tabashnik 1990, Mackenzie 1996, Onstad 2008 Resistência pode ser manejada Fonte: Siegfried et al. 2007 Estratégias de Manejo da Resistência Alta Dose/Refúgio Piramidamento de toxinas/Refúgio Moderada Dose/Refúgio/MIP Outras Importância de Linhagens Resistentes Falta de linhagens resistentes torna difícil: • Determinar o risco de resistência a culturas Bt • Validar premissas de estratégias de manejo • Testar se a resistência é recessiva Linhagens selecionadas em laboratório Alta Dose/Refúgio Fonte: Monsanto Co. A Estratégia da Alta Dose/Refúgio e suas Pressuposições Alta Dose/Refúgio Alelos de resistência são raros Acasalamento aleatório Resistência é recessiva Assegurar resistência funcionalmente recessiva (i.e., insetos RS não sobrevivem exposição) Falta de linhagens resistentes dificulta validação Seleção em Laboratório Fonte: Monsanto Co. Dominância da Resistência Recessiva Codominante Dominante Mortalidade (%) 100 75 SS RS RS RS RR 50 25 0 0,1 Fonte: Roush & Mckenzie 1987 1 10 Dose de toxina 100 1000 Dominância Efetiva ou Funcional Baixa Dose Alta Dose Mortalidade (%) 100 75 RS SS RR 50 25 0 0,1 Fonte: Roush & Mckenzie 1987 1 10 Dose 100 1000 Seleção para resistência a Bt em Ostrinia nubilalis Seleção com Cry1F - EUA incorporada na dieta de criação Exposição durante desenvolvimento larval 80 30 60 20 40 Sel. 20 0 10 Cry1F 0 10 20 Geração de seleção 30 0 Fonte: Pereira et al. 2008a Conc. Cry1F (mg/L dieta) Sobrevivência (%) Toxina Herança da Resistência a Cry1F Autossômica Recessiva SS S♀xR♂ 99 S♂xR♀ % Mortalidae 90 D < 0,11 70 50 30 RR 10 1 1 10 100 1000 Cry1F Concentration, ng/cm2 Fonte: Pereira et al. 2008b 10000 Teste para Herança Monogênica Resposta consistente com herança monogênica Mortalidade (%) RS (F1) 100 80 RC 60 40 20 RR 0 1 10 100 1000 10000 Concentração de Cry1F, ng/cm2 Fonte: Pereira et al. 2008b Teste de Recessividade da Resistência % Sobrevivência 50 a 40 30 Peso larval (mg) 30 a a 25 ab a 20 b 15 20 10 10 e d c 0 SS RS RR Isolinha SS RS RR TC1507 Tratamentos Fonte: Pereira et al. 2008b b 5 0 d SS RS RR Isolinha c SS RS RR TC1507 Tratamentos Espectro de Resistência Cruzada Suporta a combinação de Cry1F/Cry1Ab para O. nubilalis CL50 (ng/cm2) 250 200 * * >12,000 Controle Selecionada 150 100 50 0 Cry1Ac Fonte: Pereira et al. 2008a Cry1Ab Cry9c Proteína de Bt Cry1F Teste de Recessividade da Resistência % Sobrevivência 50 a a 40 Peso larval (mg) 30 a ab 25 b 30 20 b b b 15 20 10 10 c c 0 5 c c 0 SS RS RR Isolinha SS RS RR TC1507 Tratamentos Fonte: Pereira et al. 2008b SS RS RR Isolinha SS RS RR TC1507 Tratamentos Resistência a Cry1F em O. nubilalis Selecionada em Laboratório Resistência>3000x; Monogênica, Baixa sobrevive em milho-Cry1F recessiva, autossômica resistência cruzada a Cry1Ac Nenhuma resistência cruzada a Cry1Ab Mecanismo ainda não esclarecido Fonte: Pereira et al. 2008a b, 2010a b Seleção em Laboratório para Resistência a Cry1F em S. frugiperda Milho não-Bt x Milho Bt (Cry1F) Seleção para Resistência a Cry1F Coleta insetos Nov/2010: Iraí (96) e Matozinhos (121) 5 gerações, sem exposição – EMBRAPA Seleção (Abril 2011): híbrido 30F35 Pioneer – Cry1F Cruzamento de 144 adultos (40 e 64) de Iraí e Matozinhos IrmaC Controle mantida com dieta artificial IrmaD IrmaF 1ª - 3 dias Tempo 2ª - 6 dias integral em 3ª - 8 dias milho Cry1F 4ª - 10 dias 5ª - tempo integral Evolução de Resistência Laboratório Limitada diversidade genética Exposição a baixas doses Resistência poligênica? Campo Ilimitada diversidade genética Exposição a altas doses Resistência monogênica? Distribuição original Proporção da População A B Distribuição após seleção A B Concentração de Inseticida Adaptado de McKenzie 1996 Resistência em S. frugiperda em laboratório Resposta à seleção em laboratório Resistência autossômica e recessiva incompleta Não há evidência de resistência cruzada ao milho Cry1Ab e Cry1A.105 + Cry2Ab2 compatibilidade dessas toxinas para MRI Não foi detectado custo adaptivo associado à resistência no desempenho larval Linhagem resistente IrmaF importante ferramenta ao manejo de resistência Considerações Finais Resistência ao milho Bt: problema sério Para manejá-la é preciso compreendê-la Pesquisa: estratégias e táticas Implementação: esforço conjunto Formação de profissionais Manejo preventivo e adaptivo Linhagens resistentes Validação e Monitoramento Agradecimentos Dra. Simone Martins Mendes, Embrapa Milho e Sorgo Dr. José Magid Waquil Dr. Blair Siegfried FAPEMIG, CAPES, CNPq Pioneer Hi-Bred e Dow AgroSciences Universidade Federal de Viçosa