Junho 2014 - Junta de Freguesia dos Olivais

Transcrição

Junho 2014 - Junta de Freguesia dos Olivais
ano XXIV, mensal
distribuição gratuita
Diretora: Rute Lima
www.jfsmo.pt | [email protected]
Siza Vieira
O Hóquei era o seu sonho, mas acabou arquiteto
p. 3
EQUIPA
ESPAÇO PUBLICO
Brigada
Operacional
para intervenções
rápidas
CENTRO DE DIA
DOS OLIVAIS
10.º aniversário
Olivais em férias
Atividades abrangem 800 crianças por semana
p. 5
proporciona dia especial
Inscrições
foi com muita alegria que
se sopraram as velas desta
instituição
FESTIVAL
DE FOLCLORE
CAF
p. 11
2014/ 2015
p. 12
p. 8
p. 15
p. 7
JornalOlivais
Junho, 2014, n.º 255
ENTREVISTA
Padres Paulo Malícia e Vasco Oliveira
Paróquia de Santo Eugénio
Mega Pic-Nic com
desfile etnográfico
e ranchos
Reunião Junta de Freguesia
com intervenção do Publico
A próxima reunião da Junta de Freguesia com intervenção do
público terá lugar no dia 28 de Julho, pelas 19h30, mediante
inscrição prévia (até 48 horas de antecedência)
editorial |
JornalOlivais
Junho, 2014, n.º 255
ESCOLAS BÁSICAS
2
ADRIANO CORREIA DE OLIVEIRA e ARCO-IRIS
Rute Sofia Florêncio Lima
Presidente da Junta de Freguesia de Olivais
Pelouros: Organização e Recursos, Segurança
e Proteção Civil, Ação Social, Saúde e Prevenção
da Toxicodependência, Urbanismo e Habitação
Atendimento (por marcação): 6.ª feira, das 10h30
às 12h30. E-mail: [email protected]
| executivo
Informo todos os pais e encarregados
de educação de todas as crianças destas duas escolas, do Jardim de Infância
ao primeiro ciclo, que no próximo ano
letivo (2014/2015) a JFO irá assegurar a
Componente de Apoio à Família (CAF), a
exemplo do que é feito em todas as outras
escolas do ensino básico dos Olivais.
Tendo por base critérios rígidos de igualdade de tratamento no acesso ao serviço
público, bem como a necessidade da uniformização das atividades e dos preços
que cada agregado paga pelo serviço de
ocupação dos tempos extra curriculares,
torna-se imperativo promover e criar condições para que todas as nossas crianças e
respetivos agregados familiares usufruam
dos mesmos serviços, aos mesmos preços
e com a mesma qualidade.
Desta forma, informo que as inscrições
para a CAF se encontram abertas a partir
do dia 15 de Julho até ao dia 31 de Agosto,
pelo que solicito a todos os pais e encarregados de educação das escolas EB Adriano
Correia de Oliveira e EB Arco Iris que se dirijam entre as referidas datas à Junta de
Freguesia e procedam à inscrição dos seus
educandos. Mais informo que os monitores dos vossos educandos se manterão,
não só pelo excelente trabalho já desenvolvido de forma comprovada, como pela
importância da manutenção dos laços
afetivos entre as crianças e os seus tutores.
Abaixo descrimino tabela de preços praticados pela JFO em todos os outros equipamentos escolares, os quais serão adotados
também para estas duas escolas.
Em prol da igualdade de todos!
Em prol de um serviço público de qualidade! Aguardo por si!
CAF PRÉ-ESCOLAR
Horário
Acolhimento e/ou Prolongamento
(8h às 9h e 15h30 às 17h30)
Prolongamento II
(17h30 às 19h00)
Interrupções letivas *
(8h às 19h00)
CAPITAÇÃO
MENSALIDADE
Escalão A
€ 5,00
Escalão B
€ 15,00
Escalão C
€ 25,00
Escalão A
€ 5,00
Escalão B
€ 15,00
Escalão C
€ 25,00
Escalão A
*Acresce 1 €/dia à mensalidade
Escalão B
*Acresce 2 €/dia à mensalidade
Escalão C
*Acresce 2 €/dia à mensalidade
CAF – 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO
Horário
Acolhimento ou Prolongamento
(8h às 9h ou 17h30 às 19h00)
Acolhimento + Prolongamento
(8h às 9h e 17h30 às 19h)
Interrupções letivas/Férias escolares *
(8h às 19h00)
CAPITAÇÃO
MENSALIDADE
Escalão A
€ 5,00
Escalão B
€ 10,00
Escalão C
€ 15,00
Escalão A
€ 7,00
Escalão B
€ 20,00
Escalão C
€ 30,00
Escalão A
*Acresce 1 €/dia à mensalidade
Escalão B
*Acresce 2 €/dia à mensalidade
Escalão C
*Acresce 2 €/dia à mensalidade
| ficha técnica
JornalOlivais
Ano XXIV, mensal — distribuição gratuita
Junho, 2014, n.º 255
Diretora: Rute Lima
Hugo Miguel Mateus Gaspar
Tesoureiro
Pelouros: Espaço Público, Finanças e Património
Atendimento (por marcação): 5.ª feira, das 17h
às 19h. E-mail: [email protected]
Anabela Pereira da Silva
Secretário
Pelouro: Educação
Atendimento (por marcação): 2.ª feira, das 15h
às 19h. E-mail: [email protected]
Duarte Albuquerque Carreira
Pelouros: Desporto e Associativismo
Atendimento (por marcação): 4.ª feira, das 17h
às 19h. E-mail: [email protected]
Diretor de arte: Samuel Pereira
Redação: Cometa Mágico
Fotografia: José Filipe; Cometa Mágico
Propriedade e edição:
Junta de Freguesia de Olivais
Rua General Silva Freire, Lote C
1849-029 Lisboa
Telefone: 218 540 690 | Fax: 218 520 687
Email: [email protected] | Web: www.jfsmo.pt
Registo: 120411
Depósito Legal:57254/92
Tiragem: 18.000 exemplares
Por motivos de clareza ou de espaço, reservamos
o direito de selecionar os temas e publicar só o
que considerarmos de interesse coletivo.
Junta de Freguesia de Olivais
ATENDIMENTO: 2.ª a 6.ª das 9h às 17h30
Telefone: 218 540 690 | Fax: 218 520 687
E.: [email protected] | W.: www. jfsmo.pt
Atendimento Jurídico: 5.as feiras das
15h às 17h30 (gratuito/ com marcação)
Cátia Patrícia Pinto Rosas
Pelouros: Higiene Urbana, Amb. e Espaços Verdes
Atendimento (por marcação): 5.ª feira, das 17h
às 19h. E-mail: [email protected]
João Pedro Dias da Costa
Pelouros: Comércio, Serviços e Turismo,
Mobilidade e Transportes, Juventude
Atendimento (por marcação): 3.ª feira, das 9h30
às 12h30. E-mail: [email protected]
Ana Catarina de Jesus Crista
Pelouro: Cultura
Atendimento (por marcação): 2.ª feira, das 14h30
às 17h30. E-mail: [email protected]
Assistente Social: 4.as feiras das 15h às
17h30 (gratuito/ com marcação)
Contactos úteis:
PSP: 218 547 210 | Bombeiros: 218 533 632
EDP: 800 506 506 | EPAL: 800 222 425
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| em foco
JornalOlivais
EQUIPA ESPAÇO PÚBLICO
Brigada Operacional
para intervenções rápidas
A Junta de Freguesia passou a dispor de uma equipa operacional de quatro elementos cuja missão é responder com maior celeridade a necessidades pontuais
por toda a Freguesia, desde o arranjo da calçada à reparação de um muro .
A Presidente da Junta de Freguesia de
Olivais, Rute Lima, esclarece a lógica subjacente à criação desta equipa: “qualquer entidade pública quer prestar serviços no imediato, e esse é também o
nosso desejo”. Lembrando que “a reforma
administrativa da cidade deixou as juntas de freguesia com capacidade de gestão autónoma”, o que permite “uma ação
mais célere”, a Presidente refere como
“vantajoso” ter “uma equipa de pessoas
credenciadas a trabalhar no terreno,
pronta a avançar para realizar pequenos
trabalhos diários”.
“Estes trabalhos”, continua Rute Lima,
“podem ser um arranjo na calçada, um
pilarete que está torto, uma boca de rega
que tem uma rotura… desde que saímos
de casa até chegarmos ao nosso local de
destino encontramos sempre algo que
é preciso arranjar, e é por isso que precisamos desta equipa. Temos as ferramentas, os equipamentos e agora temos
o pessoal, sem depender de empresas
exteriores”.
Criada ainda no mês de Junho, no âmbito
da reforma administrativa da cidade de
Lisboa, esta Brigada Operacional “tem
um conjunto de competências técnicas e profissionais que lhe permite atuar
de forma rápida e eficaz, sempre que for
necessário, perante as necessidades identificadas pela Junta de Freguesia”, explica
o vogal com o pelouro do Espaço Público,
Hugo Gaspar.
A Presidente conclui afirmando que
a Brigada Operacional “é uma solução mais eficaz e também mais económica”, na medida em que “poupa tempo
e dinheiro”. Permite ainda a realização
de trabalhos relacionados com a manutenção dos equipamentos sob alçada da
Junta de Freguesia de Olivais: “um problema elétrico na Junta de Freguesia, um
cano rebentado numa escola primária,
etc.” Para o futuro, fica um desejo: “ficaria bastante contente se conseguíssemos
criar uma segunda equipa operacional
para trabalhar connosco. É um objetivo
que estamos a avaliar, de acordo com a
evolução da execução orçamental”.
FREGUESIA DE OLIVAIS
MOBILIDADE E TRANSPORTES
Colocação
de corrimãos
na Freguesia
Sinalização recuperada
ou substituída em nome
da segurança rodoviária
No âmbito da segurança nos espaços
públicos, a Junta de Freguesia procedeu
à colocação de corrimãos e gradeamentos em diversos locais.
Hugo Gaspar, vogal com o pelouro do
Espaço Público, explica que “a colocação
de corrimãos corresponde à identificação de um conjunto de locais com necessidades nesta área e resulta de pedidos
feitos pelos olivalenses”. Estes locais são
a Avenida Francisco Luís Gomes, a Rua
Cidade de Cabinda, a Rua Cidade Vila
Cabral e a Rua General Silva Freire.
Reconhecendo que se encontra na
Freguesia um número significativo de
“pessoas com dificuldades de movimentação, nomeadamente a população
sénior e de mobilidade reduzida”, Hugo
Gaspar justifica a ação como “uma forma
de contribuir para uma melhor qualidade
de vida das pessoas”.
O vogal acrescenta ainda que “assim o
orçamento permita, mais destes equipamentos podem vir a ser colocados”.
Para o efeito, podem ser submetidos
pedidos por escrito aos serviços da Junta
de Freguesia.
A JFO procedeu à recuperação e/ ou
substituição de 92 sinais de trânsito
da Freguesia, um trabalho que ainda
não deu por terminado, para maior
segurança da população olivalense.
Além de a JFO ser uma das mais antigas de Lisboa, é também uma das áreas
geográficas em que as artérias mais
cresceram. “Temos uma pressão de trânsito muito grande, por isso temos de ter
muita atenção à sinalização de trânsito,
para garantir a maior segurança das pessoas”, aponta João Pedro Costa, vogal do
Pelouro da Mobilidade e Transportes. O
passar do tempo, as condições climatéricas e outros fatores deixaram muitos
sinais de trânsito a carecer de intervenção: “numa primeira fase recuperámos
55 sinais verticais, e numa segunda fase
mais 37. Eram sinais derrubados, danificados, vandalizados ou apenas impercetíveis, e procedemos à sua recuperação ou substituição”, explica o vogal.
Paralelamente a este levantamento,
também está a ser preparada a sobrelevação de algumas passadeiras, particularmente junto às escolas da Freguesia.
“Queremos obrigar os condutores a
reduzirem a velocidade nas zonas onde
há maiores fluxos no atravessamento de
crianças, e é um investimento que consideramos essencial”, conclui.
notícias |
JornalOlivais
1 OLIVAIS CUP
Torneio de futebol
jovem foi um sucesso
A primeira edição da Olivais Cup foi considerada um enorme sucesso por todas
as partes envolvidas na sua organização: o pelouro do Desporto da Junta de
Freguesia e os três clubes da Freguesia:
ADCEO, CCD Olivais Sul e Sport Lisboa
e Olivais. O torneio decorreu ao longo
de três dias, entre 20 e 22 de Junho, e foi
disputado nas instalações dos três clubes
organizadores, englobando os escalões de
iniciados, juvenis e juniores. O objetivo fundamental foi a promoção da formação desportiva, proporcionando ao mesmo tempo
um ambiente de são convívio competitivo entre diversas equipas de diferentes
origens. Foram convidados clubes de freguesias e municípios vizinhos, de que são
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exemplo o Alcochetense, Almada, Linda-aVelha, Alverca, Tenente Valdez, Lourel ou
Atlético do Cacém. Duarte Carreira, vogal
do Desporto da Junta de Freguesia, confessa-se “extremamente satisfeito com
a organização da Olivais Cup, depois do
convite feito pela JFO aos três clubes da
Freguesia”. Salientando a presença de
“mais de 500 jovens atletas, divididos por
21 equipas” que puderam “praticar futebol
nos três campos da Freguesia”, descreve a
competição como “um evento histórico,
desde logo pela dimensão que alcançou
na sua primeira edição e também porque
pela primeira vez estes três clubes, com
as rivalidades naturais que têm, organizaram um evento em conjunto”. O vogal sublinha que esta estreita colaboração entre
as coletividades “orgulha bastante a JFO
enquanto entidade promotora” e remata:
“a Olivais Cup tem tudo para continuar a
ser um sucesso nos próximos anos”.
Equipa organizadora do Olivais CUP 2014, com o vereador do Desporto da CML, Jorge Máximo, os vogais da JFO Duarte Carreira e Anabela Silva e os presidentes da ADCEO, SLO e CCD Olivais Sul.
2 AULAS DE INFORMÁTICA
Diplomas entregues
a todos os alunos
Com o fim do ano letivo terminam
também as aulas de informática promovidas pela Junta de Freguesia. Mais
de 80 alunos receberam um diploma de
participação que certifica os conhecimentos adquiridos.
O projeto “informática.pt”, ou seja, “para
todos”, permitiu a seis turmas de alunos
de idades variadas passar a dominar
um instrumento que nunca tinham tido
oportunidade de aprender a utilizar: o
computador.
Para assinalar a iniciativa, realizou-se no
dia 26 de Junho uma pequena festa de
encerramento do ano, que teve lugar no
auditório da Escola Secundária António
Damásio, precisamente a escola onde
decorreram as aulas. Nesta pequena cerimónia, que se seguiu a um lanche oferecido pela Junta de Freguesia, cada
um dos alunos recebeu um diploma das
mãos dos professores voluntários e da
vogal da Educação, Anabela Silva.
Rute Lima, Presidente da Junta de
Freguesia, lembrou a importância das
aulas de informática no âmbito da luta
contra a info-exclusão e garantiu que o
projeto voltará no próximo ano letivo.
Agradeceu ainda à Escola António
Damásio, na pessoa do seu Diretor,
António Pinto da Cruz, pela disponibilização das salas e pronta colaboração.
A ajuda dos professores voluntários
também não foi esquecida: são eles
Alcina Ventura, Ana Filipa Graça, Diogo
Castro, Idália Gomes e Luís Bonfim.
A Junta de Freguesia estende os seus
agradecimentos, além dos professores
voluntários do projeto “informática.pt”,
aos restantes voluntários que tornaram
possíveis outras iniciativas do Pelouro
da Educação: Ana Monteiro e Teresa
Maurício, voluntárias no apoio ao estudo
do 6.º ano, Fátima Coelho, voluntária
no apoio ao estudo do 9.º ano e Isabel
Veríssimo, voluntária na alfabetização
para idosos.
5
Junho, 2014, n.º 255
3 HÁ FADO NO CORETO
Paróquia de Olivais Sul
junta-se à festa
O último sábado do mês de Junho foi
dia de Festa no Coreto, inundando mais
uma vez a Praça Viscondessa dos Olivais
com o som da guitarra portuguesa e as
vozes do fado.
O Coreto de Olivais Velho foi novamente o “palco” onde todas as atenções
| notícias
se centraram, tendo os guitarristas João
Costa e José Lucas brindado os presentes com um desempenho de alto gabarito. Os fadistas convidados não desiludiram e souberam puxar pela animação
do público, dando um colorido especial à noite. A vogal da Cultura da Junta
de Freguesia de Olivais, Ana Crista, revelou-se bastante satisfeita com o evento,
que mais uma vez teve lugar “nesta praça
nobre da nossa Freguesia, tão propícia à
realização deste tipo de iniciativas”.
Participação da Paróquia
Ana Crista louva a presença da comunidade paroquial de Olivais Sul na exploração do bar: “consideramos importante
que, ao mesmo tempo que fazemos os
nossos eventos, possamos convidar instituições e entidades da Freguesia para
participarem ativamente nos eventos,
numa perspetiva de parceria em que
todos saem a ganhar”.
“Temos todo o gosto em ter connosco a
Paróquia de Nossa Senhora da Conceição
– Olivais Sul e de Santa Maria dos Olivais,
bem como o seu Agrupamento de
Escuteiros”, continua a vogal, “é um reforço
muito positivo dos laços institucionais”.
O Padre Bruno Machado, pároco da
Paróquia, salienta o “ambiente muito saudável, festivo, de bairro popular”.
Ao Jornal Olivais, o Padre Bruno
Machado confessa a necessidade de
dinamizar a comunidade paroquial de
Olivais Sul, revelando-se bastante satisfeito com o resultado da Noite de Fados.
5 MARCHAS NOS OLIVAIS
50 idosos e 140 crianças
desfilam trajados a rigor
Quase 200 marchantes, desde os mais
pequeninos aos mais idosos, percorreram as ruas dos Olivais, levando o espírito das Festas de Lisboa e a tradição
bairrista às pessoas com quem se cruzavam. Esta é já uma tradição de vários
anos, da iniciativa da Junta de Freguesia
dos Olivais, e merece o carinho dos olivalenses não só na altura do desfile, mas
igualmente no terminar do percurso com
uma pequena festa junto ao Mercado
da Encarnação Sul, em frente da sede
da Junta de Freguesia. De resto, o desfile passou por dentro das instalações do
Mercado, proporcionando um momento
especial aos seus clientes e comerciantes, e também pelo interior da sede da
Junta de Freguesia, como é costume.
Participaram no desfile cerca de 50 idosos de três centros de dia – Olivais, Santo
Eugénio e Nossa Senhora da Conceição –
que foram acompanhados por 140 crianças de sete escolas do 1.º ciclo, abrangidas pelo CAF (Componente de Apoio à
Família): Sarah Afonso, Paulino Montez,
Santa Maria dos Olivais, Escola n.º 36,
Alice Vieira, Vasco da Gama e Parque das
Nações. A Presidente Rute Lima descreve
o evento como “uma festa muito alegre”
e destaca o carácter intergeracional da
iniciativa, que “junta crianças e seniores
numa única parada”.
JornalOlivais
4 CENTRO DE DIA DOS OLIVAIS
10.º aniversário
proporciona dia especial
O Centro de Dia da Junta de Freguesia
dos Olivais comemorou em junho uma
década de existência. E foi com muita
alegria que se sopraram as velas desta
instituição que acolhe com tanto carinho os idosos olivalenses.
Esta é uma festa que se repete todos
os anos, mas não é todos os dias que se
comemoram números redondos, e como
tal impunha-se uma festa especial…
Foi no dia 1 de Junho de 2004 que foi
inaugurado o Centro de Dia da Junta de
Freguesia dos Olivais, localizado na Rua
Acúrcio Pereira. Helena Sobral é a diretora deste Centro desde o primeiro dia,
pelo que sentiu esta data de forma duplamente especial.
A maior surpresa da tarde não foi o
almoço – uma grelhada mista deliciosa –
nem o lanche variado com doces à mistura – que os idosos adoram… Foi a presença de três acordeonistas que fizeram
as delícias dos utentes do Centro de Dia,
verdadeiros apreciadores de um tipo de
música que lhes evoca as memórias de
outros tempos e dos locais do país de
onde são oriundos.
E as artes não se ficaram por aqui, com
a interpretação de uma peça de teatro,
“A Cinderela”, por parte dos idosos do
Centro de Dia, com direito a acompanhamento musical de um músico da Casa
da Cultura. A tarde foi correndo ao som
do acordeão e ao ritmo do bailarico, até
que se cantou os parabéns e se provou o
bolo de anos, na presença da Presidente
Rute Lima e de vários membros do seu
executivo.
6 “RELVINHAS”
Iniciativa entusiasma
as crianças
As crianças da Escola n.º 175 – Olivais
Norte puderam experimentar o contacto com a natureza de uma forma
bastante original: juntando a originalidade à reciclagem de materiais.
Uma parceria da Junta de Freguesia
com a Gebalis – Gestão dos Bairros
Municipais de Lisboa permitiu a realização de um workshop em que a missão foi a elaboração dos “Relvinhas”,
pequenos amigos engraçados de
cabelo verde, como se pode ver na
foto. Num ambiente de partilha e boa
disposição, as crianças adoraram a iniciativa e puderam constatar os “cabelos” dos seus relvinhas a crescer nos
dias seguintes.
notícias |
JornalOlivais
7 SANTOS POPULARES
Visitamos os arraiais
da Freguesia para
medir o pulso à festa
Junho, 2014, n.º 255
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de que “não ficamos atrás dos grandes arraiais da cidade de Lisboa”. Mais à
frente, esta mesma noite, temos karaoke
aberto à participação de todo o público.
Isto promete!
O mês de Junho é sinónimo de festas
populares, de alegria e festa, de sardinha assada, bifanas e enchidos na grelha. A Freguesia dos Olivais é pródiga
na oferta de alternativas para uma noite
muito bem passada!
Os Ingleses
O Pobrezinho
Os Forever
Na primeira paragem da noite, ainda
vemos muita gente a jantar. Ainda é possível conversar calmamente às mesas,
antes de as colunas de som inundarem
a Praça Casas Novas com os primeiros
acordes, mesmo em frente do Mercado
da Encarnação Sul. Este é o primeiro
ano que o Grupo de Amigos Os Forever
organiza um arraial de santos populares.
Pedro Costa, Presidente, conta-nos que “o
ambiente tem sido ótimo, muito agradável”, para confessar a seguir que “ultrapassou todas as expectativas”, dada a grande
afluência de pessoas, “mais do que a
organização estava à espera”.
Com uma panóplia de alternativas que
inclui farturas e churros, algodão doce,
serviço de mesas e de bar, e outros, Pedro
Costa tem a convicção profunda de que
“não vamos deixar mal a Freguesia” e
8 128.º ANIVERSÁRIO DA SFUCO
Associação mais
antiga da Freguesia
comemora 128 anos
A SFUCO – Sociedade Filarmónica
União e Capricho Olivalense fez a festa
de aniversário na sua sede, com uma
sessão solene, entrega de emblemas
aos associados mais antigos e um concerto da sua banda filarmónica.
Joaquim Silva, Presidente da SFUCO, não
escondeu a emoção neste dia tão especial, classificando-o como “histórico”: foi
o dia em que, na presença de dirigentes
e representantes de associações congéneres, bem como numerosos amigos e
familiares, a SFUCO não só assinalou o seu
aniversário como inaugurou uma placa
comemorativa de homenagem à Junta
de Freguesia dos Olivais e estreou o novo
fardamento da banda. Esta homenagem
foi frisada por Joaquim Silva ao convidar
a Presidente Rute Lima e o seu Executivo
a descerrar a placa, onde pode ler-se:
Seguimos para o Grupo Musical O
Pobrezinho, na Rua Chibuto, onde a festa
já está ao rubro. Inúmeros pares de dança
enchem o espaço em frente do palco,
rodopiando incansavelmente ao som
da música. Porfírio Martins, Presidente
da coletividade, diz-nos que a festa “está
com um bom espírito” e que “tem corrido
muito bem, com uma adesão bastante
boa”. Segundo as suas contas, já passaram pelo Pobrezinho “à volta de 1000 pessoas desde que começaram as festas”. E o
que procuram elas? Caldo verde, morcela,
chouriço, uma pinguinha… “só não correu bem no primeiro dia, em que choveu
tanto que acabamos por não fazer a festa”.
“O arraial é a alegria do povo, e esta zona
precisa bastante”, explica Porfírio Martins.
O Pobrezinho já tem santos populares
há cinco anos, sem interrupções. “Já toda
a gente procura o arraial daqui”, afirma
orgulhoso o responsável. “Aliás, Junho é
sinónimo de arraiais!”
“Homenagem e agradecimento à Junta
de Freguesia de Olivais pela colaboração
prestada à Sociedade Filarmónica União
e Capricho Olivalense”. Rute Lima aproveitou a oportunidade para saudar “todos os
dirigentes que já passaram pela SFUCO”,
a “associação mais antiga dos Olivais, verdadeiro exemplo de como os Olivais têm
história, vida e cultura”. Elogiando depois
o “esforço enorme” de quem mantém “esta
casa de portas abertas e a banda filarmónica a tocar com esta qualidade”, Rute Lima
lembrou que a SFUCO leva a Freguesia dos
Olivais “além-fronteiras”. Finalizou referindo: “é meu ponto de honra que a Junta
de Freguesia estará sempre ao lado da
SFUCO, numa relação não só de parceiros
institucionais mas também de amigos”.
Os sócios com 50, 40 e 25 anos de dedicação associativa foram premiados com
um pin comemorativo, tendo sido destacado Carlos Baltasar, o mais longevo dos
sócios, que leva já 81 anos de associado!
Seguiu-se um concerto, sempre muito
aplaudido, da banda dirigida pelo maestro Luís Ferreira.
A terceira paragem da nossa noite de
santos populares leva-nos à sede d’Os
Ingleses Futebol Clube, na Rua Acúrcio
Pereira, Olivais Sul. Manuel Almeida,
Tesoureiro do Clube, conta-nos o que já
esperávamos: “o ambiente tem sido bastante agradável, tem decorrido tudo sem
problemas”.
Aponta apenas que “a afluência podia
ser maior, mas de qualquer das formas
tem corrido muito bem”. Esta é uma festa
que já leva décadas de tradição na coletividade: “já perdemos a conta aos anos
dos arraiais… desde 1983 que fazemos
esta festa”. No entanto, não se realizou
em 2010 nem em 2011. “Voltamos a apostar nos santos populares nos últimos dois
anos e não estamos arrependidos”, nota
Manuel Almeida. “Reparamos que as pessoas agora vêm mais tarde, cerca das 22h/
23h, para dar um pezinho de dança, mais
que outra coisa”, conclui. Encontramos
Susana Oliveira na Quermesse da festa,
e perguntamos como está a correr.
“Está a sair muito, as pessoas participam bastante”, conta. “Os nossos brindes são todos doados pelos moradores
dos Olivais e pelos sócios. Temos sempre uma quermesse nos santos populares, um misto de tradição com angariação de fundos. Este ano melhorou muito
em relação ao ano passado e ao anterior,
agora é para manter”.
ADCEO
E chegamos ao nosso último destino da
noite, nas instalações da ADCEO, bairro
da Encarnação. Aí encontramos António
Felizardo, Presidente da coletividade,
muito satisfeito com o sucesso da festa.
“Este ano, temos uma equipa fantástica,
com 25 pessoas todos os dias e uma alegria enorme”, explica-nos. “As pessoas
gostam de vir aqui à noite comer a sua
sardinha e beber a sua sangria, brincar
um bocadinho… Chega o mês de Junho
e regressa a alegria dos arraiais”.
E o que define o arraial da ADCEO?
“Boa comida, principalmente”, responde
António Felizardo. “Pelo que se diz, é aqui
na ADCEO que se come melhor”, atira
com um sorriso. “O baile também tem
corrido bem, com muita gente”.
Em seguida, confessa-nos que acaba
de ter uma visita de uma equipa de fiscalização da Câmara, que elogiou a organização… “é um motivo de orgulho
para a coletividade. Olivais sem Santos
Populares já não é Olivais!”
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Junho, 2014, n.º 255
| publicidade institucional
JornalOlivais
Inscrições CAF
2014/ 2015
15 de julho a 30 de agosto
na Junta de Freguesia, das 9h às 17h30
solicite o NOVO Regulamento, Fichas de Inscrição
e Nota Explicativa
Escola Adriano Correia de Oliveira
Escola Alice Vieira
Escola Arco-Íris
Escola Paulino Montez
Escola Santa Maria dos Olivais
Escola Sarah Afonso
Escola EB1 36
Rua General Silva Freire, Lote C – 1849-029 Lisboa | Telefone 21 854 06 90 | Fax 21 852 06 87 | E-mail: [email protected]
JornalOlivais
São poucos, muito poucos os que não
Siza Vieira decidiu então dar algum créconhecem o nome de Siza Vieira. Uns dito aos pedidos familiares, e como que
conhecem-lhe a obra, outros reconhe- matando vários coelhos de uma cajadada
cem-lhe o mérito, outros haverá que o só, inscreveu-se na escola de Belas Artes
reconhecem pela polémica. O que é difí- do Porto, onde havia pintura, escultura
cil é ficar-lhe indiferente. Em boa regra e arquitetura. Inscreveu-se em arquiteÁlvaro Siza Vieira, não é muito dado a falar tura que como ele diz “embora não muito,
de si mesmo, mas desta vez, a conversa sempre era um pouco mais respeitável,
foi longa e Siza abriu o livro da vida numa pensando que depois, de forma pacífica
conversa distendida onde sem nunca dei- mudaria de curso, uma vez que a “casa”
xar de escrevinhar e desenhar nas folhas era a mesma.
em branco à sua frente, acabou por conCerto é que Siza nunca mais inverteu a
tar segredos.
marcha, viveu em Belas Artes momentos
Poucos serão os que sabem, que o pri- muito bons estimulantes e interessantes
meiro Pritzker português, espécie de na escola que o acolheu. Acabou mesmo
nobel da arquitetura, recebido em 1992… por se interessar pela arte e pela arquipela sua vasta obra como arquiteto é um tetura e por aí ficou. Não que a escultura
talento que o país e a arquitetura pode- tenha ficado definitivamente para trás
riam ter perdido, se ele tivesse cumprido pois, de quando em vez, Siza ainda faz
outros sonhos: o de ser hoquista. Sim, isso uma perninha “de vez em quando ainda
mesmo. Siza Vieira adorava ser hoquista, faço uma peça ou outra, mas a minha prochegou a jogar federado, mas um pro- fissão é mesmo a arquitetura”. Uma profisblema sério na retina levou os médicos a são que abraçou sobre grandes influências
afastá-lo do sonho. Digamos que a vista e e fortes tempos de mudança. Em 1949, a
a vida lhe trocaram as voltas e por isso ele faculdade de Belas Artes do Porto, data da
deslizou para outros caminhos. Caminhos entrada de Siza Vieira na instituição, tinha
que pairavam no ar e já lhe estariam na o seu corpo docente com elevado limite
alma, mas que ele desconhecia.
de idade, tendo por isso sido chamada
Álvaro era uma criança e desde cedo gente jovem para o corpo docente. Para
começou a desenhar, ao colo de um tio diretor foi chamado um jovem recusado
que muito o estimulava a desenhar, diz em Lisboa de seu nome “Mestre” Carlos
Siza “não saber porquê, porque o tio não Ramos assim se lhe refere Siza Vieira “ele
desenhava nada, se calhar eu seria o subs- escolheu e muito bem gente recém-fortituto para a sua falta de habilidade”. E nes- mada como o arquiteto Távora, o arquitas coisas de falta e habilidade hoje Siza teto Felgueiras mais tarde Arnaldo Araújo,
Vieira não se escusa a dar opinião: “muita enfim um conjunto de jovens à procura
gente diz que não tem jeito nenhum para da modernidade, algo difícil de conseguir
o desenho e desiste disso, mas no fundo pelos condicionalismo que então eram
o desenho treina-se e aprende-se, não é vividos. Alguns, como o arquiteto Távora,
assim uma vocação, ou pelo menos não tinham contactos no estrangeiro. “Ora o
só isso”. Para o arquiteto não há pessoas entusiasmo e essa abertura ao exterior
inaptas para o desenho, “repare, todas as numa escola pequena como era a nossa
crianças – a não ser em caso de doença na altura traziam em direto e quase ao
– fazem desenhos maravilhosos, a um vivo nesse período rico e fecundo do fim
ponto tal que dizia o Picasso que levou da guerra o que demais novo corria pelo
anos a aprender a desenhar como uma mundo. Era o tempo das grandes discriança com total e livre espontaneidade. cussões e debates sobre a reconstituiO que acontece é que depois há os filtros ção das cidades europeias. O tempo em
como é o caso das escolas onde come- que surge um vento de esperança e optiçam a desenhar muito mal porque são mismo que levava a que dentro da escola
enjeitados assim com uns tiques como o do Porto se vivessem momentos muito
de desenhar temas, o que as faz perder a estimulantes”. Talvez como diz Siza seja
espontaneidade. É isso que está errado, por esses momentos, que apesar de haver
porque as crianças desenham natural- bons arquitetos em todo o pais, os frutos
mente bem. Podem não ser o Picasso mas de grande qualidade de arquitetos que
lá que desenham bem, desenham!”
há no Porto.
Recuando no tempo, a verdade apesar
No Porto, em Belas Artes, respirava-se
de tudo é que a arquitetura estava bem jovialidade e modernidade, era fácil tralonge da cabeça do pequeno Álvaro, “em balhar antes do 25 de Abril com todo esse
miúdo queria ser cantor rock, bombeiro, bichinho de liberdade que já lhe estava
cantor de ópera, sei lá mais o quê, queria incutido pelas relações com o exterior?
ser o que todos os
“De uma certa
Todas as crianças fazem desenhos
miúdos queriam
forma era menos
ser, atraídos por maravilhosos. Acontece é que depois há difícil, mas por
alguma ideia….”
os filtros como é o caso das escolas onde outro lado faziaEm determinada
começam a desenhar muito mal, como -se muito pouco.
altura e já depois
Obras
públicas
de vencido o des- o de desenhar temas, o que as faz perder eram algo que não
a espontaneidade.
gosto do hóquei,
havia e a que se
“queria ser esculfazia era feita por
tor mas não fui por aí, é que na altura um grupo já com experiencia e boa aceihavia a ideia de que a vida de escultor tação em todos os sentidos.
era muito boémia e de muita miséria, de
“Eu comecei a trabalhar mesmo antes de
modo que a família muito preocupada acabar o curso, e comecei como todos por
com isso, pediu-me que por favor isso não uma casinha encomendada por alguém
e tal….”
da família ou conhecido da família,
grande reportagem |
portanto era muito pouco. A minha primeira obra foi em Matosinhos foram
umas casas de gente conhecida da minha
família. Foi para mim, um período muito
intenso, todos os dias, como não tinha
outro trabalho, ia á obra, falava com os
pedreiros os carpinteiros, aprendi muito
com essa obra”. Foi a obra que mais gostou de fazer? “Não, não diria isso, sabe nós
ao longo da vida vamos fazendo várias
obras, mas no nosso espirito é como se
fosse uma obra só”. “Mas deixe-me que
recue um pouco e lhe diga que antes do
25 de Abril não havia o peso burocrático
que hoje existe e que é brutal, esta coisa
de meter um projeto e esperar pela aprovação durante meses ou até anos não
havia. Não havia este peso que hoje há,
para o bem e para o mal, de regulamentos a cumprir e esta fobia de regulamentação em mudança mensalmente, a tal
ponto de que com um trabalho quase
acabado, sai nova regulamentação e é
preciso modificá-lo, nisso estamos piores
que antes.
Siza Vieira adianta um exemplo crítico e
recente: “O parque escolar cumpriu todos
os regulamentos, tinham obviamente
mesmo que os cumprir, ar condicionado
em todas as escolas, aparelhagem de
Junho, 2014, n.º 255
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segurança dos incêndios etc., etc., chegou-se ao primeiro mês de uso os diretores de algumas dessas escolas não tinham
dinheiro para pagar a eletricidade. Por
estas e por outras é que eu acho que as
coisas deveriam entrar no campo do bom
senso em desprimor da regulamentação desenfreada”. Situações que Abril e a
Comunidade Europeia criaram.
Abril de 74 apanha Siza Vieira como
ele diz com graça “na cama, lembro-me
muito bem de um amigo telefonar às
tantas da madrugada e de me dizer liga
o rádio, eu pensei que ele estava ficando
tolo, mas enfim era um bom amigo, liguei
a rádio e ouvi a musica que estava a dar
e percebi que tinha havido um golpe de
estado. Uma mudança política estava em
curso ou em perspectiva. E pronto, levantei-me logo, fui para rua, para a Av. Dos
Aliados, onde houve assim uns conflitos e uns tiros… Eu meti-me num beiral
de uma casa e reconheci que não estava
fadado para revoluções ativas. Voltei para
casa e fiquei a ouvir rádio”.
Depois desta emissão de rádio a vida
de Siza volta a mudar-lhe a carreira. Até
então Siza Vieira tinha levado a cabo
alguns equipamentos e pequenas habitações e até feito uma agência bancária,
Junho, 2014, n.º 255
| grande reportagem
JornalOlivais
com Siza levaram a cabo arranjos na praça diz mesmo que a crise é nacional, geral e
da Av. Dos Aliados, era um coro sem fim, que obviamente afeta necessariamente
não de críticas mas de insultos e houve a arquitetura, “porque, antes de mais, há
“grande” manifestação de 23 pessoas con- crise de trabalho, não há dinheiro, não se
tra o projeto que ainda estava entaipado. constrói, não há projetos. É uma crise que
Siza Vieira desvaloriza essas reações está a afetar profundamente muita gente,
“não acho que seja uma maldição minha, a preocupar muitas gerações e a fazer
isso acontece porque há uma reação sur- parar as novas gerações, porque realpresa quando aparece uma obra minha mente encontrar trabalho aqui não é fácil,
que tem algo de especial que não é a emigrar é a solução para muitos, arquirepetição da média do que se constrói do tetos incluídos porque não se realizam
espirito do que se constrói é só isso que aqui por falta de meios e condições. Eu
se passa. Depois
próprio já pensei
há também as Emigrar é a solução para muitos, arquitetos em fechar o atereações daqueles
incluídos porque não se realizam aqui por lier. A ver vamos
que têm objetivos
até quando vamos
falta de meios e condições. Eu próprio já aguentar”.
menos claros. Que
objetivos são esses pensei em fechar o atelier. A ver vamos até
Siza Vieira não
não sei, é antipaconsegue ou não
quando vamos aguentar
tia ou podem ser
diz qual a obra em
outras coisas não sei não me interroguei que mais se revê, ele revê-se em todas por
sobre a matéria tão profundamente”.
todas as razões (mesmo naquelas que vê
Álvaro Siza Vieira não parece incomo- serem destruídas, ou descuidadas) pordar-se demasiado com os críticos ou não que tal como diz “necessito de todas para
fosse ele o arquiteto mais premiado em a continuidade do trabalho na totalidade
Portugal. Um dado que para Siza é natural do trabalho já feito. Para ele tudo é um
uma vez que começou a trabalhar muito todo, não há arquitetura de esquerda ou
cedo “já tenho muita idade, tem a ver com de direita, há arquitetura ponto, muito
isso”. Isso é modéstia sua Sr. Arquiteto? embora reconheça que existem arquite“Não é modéstia não, é uma constata- tos ligados aos regimes políticos. “Bom,
ção, olhe por exemplo o arquiteto Souto isso faz parte da história, foi sempre
Moura esta no meio da idade, é natu- assim, mas não considero que haja uma
ral que venha ater mais prémios que eu, arquitetura revolucionária nem o seu conassim tenha tempo para isso.” “A propó- trário, a arquitetura para mim é uma arte
sito dos prémios deixe-me dizer-lhe que que tem muito a ver com as outras artes,
há grandes arquitetos anteriores a mim, a arquitetura é da mesma família, tem
mais velhos que não tiveram prémios muito a ver com a música, tem a ver com
porque não os havia. Só há pouco tempo o ballet, com o cinema, com os raciocínios
houve este boom de prémios. Mas na que levam à conceção da criação arquitegeração anterior à minha houve grandes tónica. ”Repare que num filme há um perarquitetos que não tiveram prémio algum curso, a câmara vai seguindo, pode cortar
ou tiveram um ou dois, pois só havia o e retomar, há um percurso, há uma linha
Prémio Valmor em Lisboa, havia o Prémio de passeio, num filme há variações como
Gulbenkian e só depois de Portugal estar há na musica e como há na arquitetura”.
na Europa vieram outros”.
Siza Vieira sempre em linha vai bebendo
E para si que importância tem o Pritzker? dessas artes uma aprendizagem contí“Muita claro, é importante dar a conhe- nua. No cinema, Cidadão Kane “é um dos
cer o premiado de uma forma mais vasta, seus preferidos “é um filme extraordinário
pode criar condições de acesso a traba- que já vi não sei quantas vezes, depois há
lho, faz bem ao ego, fica-se muito satis- um profundo Casablanca pela atmosfera
feito, alguns são monetários e a satisfa- que cria pela beleza da Ingrid Bergman”.
ção ainda é maior, mas não são para mim Mas nos gostos cinematográficos do
obsessão. Mas os prémios, alguns, tam- arquiteto podem contar-se também filbém têm os seus inconvenientes, por mes italianos do neorrealismo do-pós
exemplo numa primeira fase Portugal fica guerra como Roma Cidade Aberta ou o
contente com o prémio, cria-se uma ale- Milagre de Milão. Em relação à música, o
gria igual à que se gera quando um clube que mais ouve é jazz “gosto muito tamde futebol ganha uma taça europeia, bém, acho que tem muito a ver com a
mas depois há o reverso da medalha. Em arquitetura, porque o jazz que mais aprePortugal, o gozo que dá a algumas pes- cio, não é muito vanguardistas, aquilo
soas chumbarem um prémio Pritzker”. Ou que gosto profundamente tem uma parseja, fica-se mais exposto? “Sim, mas são titura e há em muitos casos uma melodia,
coisas momentâneas, antes do prémio a partir disso começa-se a fazer improviPritzker quando fiz o projeto Chiado apa- sos. Os meus preferidos são o Bill Holliday
reci na TV não sei quantas vezes porque e o Miles Davis.
havia um grande interesse naquele traApesar destes gostos Siza Vieira nunca
balho e a pessoas ficaram a conhecer-me. trabalha com música, mas não dispensa
Claro que quando ia a um restaurante ouvi-la ao deitar, liga o rádio e mesmo
tinha meio mundo a olhar para mim. que a música seja muito interessante
Aliás uma aparição na TV nesse aspecto sabe que acaba sempre por adormecer
é quase uma calamidade, porque a gente em boa companhia.
pensa que ninguém vê o programa mas
Por último, Sr. Arquiteto tem mesmo
depois descobre que meio mundo o viu.” mau feitio como dizem? “Devo ter, se
O que mais que meio mundo já viu é a assim o dizem, mas consigo abri uma
crise que se instalou no país, Siza Vieira exceção e comportei-me bem, de resto
não deixa por mãos alheias a sua opinião, tenho mesmo mau feitio”.
Siza Vieira
9
O Hóquei era o seu sonho,
mas acabou arquiteto
mas Abril trouxe um projeto novo o SAL
(Serviço Ambulatório de Apoio Local),
Siza Vieira foi então desafiado para o projeto e não lhe voltou as costas. Tratava-se
de um programa de estudantes de arquitetura dependente do governo para restauração de bairros pobres de bairros
sociais e outros pontos do País. Era o
tempo das associações de moradores.
“Era com eles que debatia vivamente os
projetos as mudanças e funcionalidades
das casas, mas a verdade é que ao fim de
uns meses, tal era enriquecedor o projeto
para ambas as partes que a dada altura já
se discutia a cidade. Foi um período rico
em boas experiências que deveria ter
continuidade. Mas abruptamente o projeto acabou. Acabou porque o governo
descobriu um desvio de armas para a
esquerda e o projeto acabou assim sem
mais nem menos, porque outros valores se levantaram. “Mas a verdade é que
graças a ele comecei a minha internacionalização por assim dizer”. Quem tinha
trabalhado no projeto por cá ficou marginalizado, mas a verdade é que o projeto SAL recebeu a devida atenção fora de
Portugal, porque se falava muito de participação e o tema era um tema de arquitetura europeia. “Daí ter primeiro convites
para a Alemanha mais concretamente
Berlim, depois Holanda tendo tido aí
hipóteses de trabalho muito interessante
e hipóteses de construir noutros países.
Ah sim a minha vida mudou muito a partir de 74, mas eu não!
A internacionalização trouxe outro tipo
de problemas a Siza Vieira, “lá fora há
a mania da especialização”. Siza Vieira
estava à data conotado como o tipo da
habitação social, foi-lhe difícil libertar-se
do rótulo teve de o fazer através de concursos, não que não gostasse da construção económica mas queria vivenciar
outras experiências. Digamos que o 25 de
Abril abriu-lhe portas e fechou-lhe outras.
O ser assumidamente de esquerda tem
alguma vezes feito dele um arquiteto
mal amado, coisa sem importância “serei
mal amado para uns e bem amado por
outros”. Mas sente esse peso? “ Às vezes
sinto mas não reduzo isso a ser um arquiteto mal-amado”.
Certo é que cada obra de Siza Vieira faz
sempre ou quase sempre notícia de jornal. O restaurante da Boa Nova foi um dos
casos, choveram críticas na altura, dizia-se que era o único edifício que tinha as
traseiras na fachada, mais recentemente
quando com Souto Mouro em conjunto
opinião |
JornalOlivais
Espaço Público
Muito para fazer. Muito será feito.
Hugo Gaspar
Vogal do Espaço Público
Estão a decorrer diversas empreitadas
ao nível de calcetamento, colocação
de pilaretes e corrimãos
Um pouco por todo o lado na nossa freguesia o espaço público tem vindo a ser
intervencionado, respondendo desta
forma não só aos pedidos da população
mas também dando seguimento a um
dos compromissos que foram assumidos com todos os Olivalenses nas últimas
eleições autárquicas.
Muito existe para fazer. Muito será por
isso mesmo feito.
Os pedidos são muitos e variados e nem
sempre a Junta de Freguesia dos Olivais
tem os meios e sobretudo as competências para os resolver. Refiro por exemplo o estado de alguns pavimentos que
sabemos necessitarem de intervenção,
mas cuja responsabilidade é da Câmara
Municipal de Lisboa. Também da responsabilidade da autarquia é a iluminação pública. Temos feito grande pressão
para que os problemas relacionados com
estas áreas sejam resolvidos, e não a deixaremos de fazer até obtermos uma resposta satisfatória.
A Junta de Freguesia dos Olivais, em
resultado da transferência de competências do município de Lisboa, tem neste
momento no seu quadro de pessoal uma
equipa que será fundamental para que
o espaço público seja requalificado. Têm
sido vistos em diversos pontos da freguesia e os resultados do seu trabalho além
Caminhada
Calendário
CAMINHADAS 2014
Viver
Olivais
caminhar connosco!
AVÓS eVenha
NETOS
Natureza, Exercício, Saúde e Convívio!
Domingo, 21 de Setembro
Parque Ecológico do Gameiro – Vila de Mora
Saída da Junta de Freguesia às 08h00 e regresso pelas 15h30
Almoço: Estilo pic nic em que cada participante terá que levar o seu
farnel preferencialmente em mochila individual.
Recomendações: calçado/vestuário cómodo e leve, chapéu para a
cabeça, água (min. 1 litro) e protetor solar.
A Caminhada está acessível a todos os Avós e Netos com condição
física normal. O percurso escolhido tem uma extensão aproximada de
4 Km e desenvolve-se em passadiço de madeira com piso plano, na
zona envolvente ao Parque Ecológico do Gameiro, em Mora. A caminhada culminará com a visita ao Fluviário de Mora.
Limite máximo de 50 participantes e é reservada aos residentes na
freguesia. As inscrições dos não residentes ficarão condicionadas às
vagas existentes.
Carecem de inscrição prévia e têm um custo de 2,5€ por participante,
referente ao seguro de atividade, pagos no dia da caminhada. O transporte em autocarro é assegurado pela autarquia.
A inscrição dos avós implica obrigatoriamente a inscrição de um/a
neto/a.
As inscrições podem ser feitas presencialmente nos serviços da autarquia, ou enviando um email para [email protected] , onde conste
o nome, morada, número de BI/CC, data de nascimento e telefone de
contato. Informações disponíveis em www.jf-olivais.pt ou através do
número 21 854 06 90.
de serem visíveis, tem merecido rasgados
elogios por parte da população.
Em simultâneo estão a decorrer diversas
empreitadas ao nível de calcetamento,
colocação de pilaretes e corrimãos. Mais
uma vez realço que os pedidos são muitos e que não é possível responder imediatamente a todos. Mas a todos daremos
resposta. Dentro das possibilidades dos
nossos recursos humanos e financeiros.
Os desafios que temos pela frente ao
nível do espaço público são difíceis.
Com realismo não sei se os conseguiremos resolver na sua totalidade a todos.
Existe um factor que não conseguimos
Junho, 2014, n.º 255
10
controlar e que se prende com a falta de
civismo de uma minoria que prejudica
todos os outros: estacionamento abusivo nos passeios que danifica as calçadas, vandalização e furto de pilaretes e
diverso mobiliário urbano. Custos acrescidos que se tornam um entrave no alargamento do nosso raio de ação.
Mas este é o nosso objetivo: neste mandato melhorar de uma forma inequívoca
a imagem da nossa freguesia ao nível do
espaço público. Ao concretizá-lo sabemos estar a prestar um serviço de grande
valor. Para os Olivais e para os Olivalenses.
11
Junho, 2014, n.º 255
| publicidade institucional
JornalOlivais
entrevista |
JornalOlivais
Padres Paulo Malícia
e Vasco Oliveira
Paróquia de Santo Eugénio
Junho, 2014, n.º 255
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Os dois responsáveis da Paróquia de Santo Eugénio têm ambos origens olivalenses. Foi esta a Freguesia que os viu crescer, partir para o Seminário e que os acolheu
como párocos, depois de iniciado o exercício do seu ministério.
JO – Comecemos pelas apresentações:
quem são, de onde vêm, há quanto
tempo foram ordenados sacerdotes e
há quanto tempo estão na Paróquia de
Santo Eugénio?
Vasco Oliveira – Tenho 48 anos, fui ordenado em 1992 e estou na Paróquia há três
anos. Fiz um percurso pela zona Oeste do
Patriarcado, nomeadamente nas Caldas
da Rainha. Tenho raízes olivalenses, aliás,
foi deste Agrupamento de Escuteiros que
parti para o Seminário…
Paulo Malícia – Nasci aqui no bairro há
47 anos, fui ordenado em 29 de Junho
de 1997. Estive três anos na Paróquia de
Alcoentre, depois fui para a coordenação
da Catequese do Patriarcado, estive quatro anos em Roma a estudar e estou desde
este ano aqui na Paróquia de S. Eugénio.
JO – Queremos focar nesta entrevista a
ação social da Paróquia. Em que se traduz esta ação social e que formas toma
concretamente?
Párocos - A Paróquia tem em primeiro
lugar o seu grande braço social, que é o
Centro Social Paroquial de Santo Eugénio,
onde estão à volta de 100 crianças. Tem
duas valências para a infância: ATL e jardim infantil, com apoio ao estudo e ocupação de tempos livres e atividades de
pré-escolar. Durante o Verão, com a interrupção letiva, o Centro continua em
funcionamento com atividades formativas ou recreativas. O acesso é comparticipado pela Segurança Social, dependendo do escalão do agregado familiar.
JO – E em termos de assistência alimentar?
Párocos – O apoio alimentar é prestado
através da Conferência de São Vicente de
Paulo. Temos um grupo bastante dinâmico aqui na Paróquia, sob a invocação
do Divino Espírito Santo. Por um lado, os
Vicentinos visitam as pessoas com mais
necessidade, que precisam de algum
apoio e orientação. Por outro, fazem
mensalmente a distribuição dos cabazes
de alimentos vindos do Banco Alimentar
Contra a Fome por cerca de 100 famílias da zona de influência da Paróquia
(Encarnação e Olivais Norte). Já têm ajudado em reparações, melhoramentos e
reconstrução de casas degradadas. Ainda
no que diz respeito ao apoio alimentar,
estamos a apoiar desde a primeira reunião o Projecto Refood, que inclui as três
paróquias da Freguesia dos Olivais (Santo
Eugénio, Olivais Sul e Santa Maria dos
Olivais). É um projeto de não-desperdício alimentar que está a dar os primeiros
passos nos Olivais e que conta com paroquianos nossos entre os seus voluntários.
JO – Falaram nas visitas e apoio ao
domicílio. Mas não é só a Conferência
Vicentina a realizar este serviço…
Párocos – Temos um grupo chamado
Legião de Maria, um grupo de senhoras
que faz um importante serviço de visita
a pessoas idosas, doentes, sozinhas...
Algumas pessoas, não estando doentes, estão já impedidas de sair de casa. As
senhoras da Legião de Maria visitam-nas,
acompanham-nas e levam, por vezes, a
sagrada comunhão, prolongando assim
a vida cristã de quem por uma ou outra
limitação já não pode fazê-la como antes.
Os ministros extraordinários da comunhão também fazem este serviço de
acompanhamento dos doentes.
JO – Estamos a falar de que números?
Quantas pessoas estão envolvidas diretamente nestas ações?
Párocos – Na Legião de Maria existe uma
distinção entre membros ativos e auxiliares, mas serão à volta de 30 pessoas em
atividade permanente. Temos depois
outras ajudas um pouco mais pontuais,
mas regulares, como a participação nas
Campanhas do Banco Alimentar, quer
ao nível do Agrupamento de Escuteiros
como do Movimento Juvenil. Estes
jovens serão também à volta de 30. Para
além da participação nas Campanhas do
Banco Alimentar (BA), desenvolvem eles
próprios ações de solidariedade, nomeadamente no apoio a uma casa de acolhimento de crianças que visitam com regularidade, e outras atividades pontuais. O
Agrupamento de Escuteiros tem mais de
100 elementos e animadores.
JO – Nos dias que correm, qual é a
importância da ação social no seio da
Igreja e em especial da Paróquia de
Santo Eugénio?
Párocos – A ação social é essencial, sobretudo neste momento em que a situação
atual não é favorável. Temos pessoas a
bater-nos à porta quase diariamente,
alguns porque precisam de alimentos,
outros que pedem assistência financeira… Temos tido a sorte de ter alguns
paroquianos que, sensíveis a isso, partilham através da Paróquia alguns valores para ajuda concreta a famílias necessitadas. À medida que vamos detetando
necessidades vamos encaminhando
para as entidades que podem auxiliar. Pela conjuntura que vivemos, esta
ajuda é mais fundamental que nunca.
Concretamente nesta Paróquia temos
de ter consciência de que estamos numa
zona algo envelhecida.
Padre Vasco Oliveira (esq.) e Padre Paulo Malícia (dir.)
JO – E como veem a responsabilidade
por parte da Igreja de dar uma resposta
a estas necessidades?
Párocos – A Igreja não vive apenas para
a Liturgia, para as celebrações, procissões, etc. Vive para a ação concreta com
as pessoas que dela precisam, que dela se
abeiram. Esta não é uma ação secundária, antes pelo contrário, é um serviço fundamental que a Igreja presta não apenas
aos cristãos, porque não fazemos esse
tipo de distinção, mas a toda a população que nos procura. Estamos a chegar a
um milhão e 100 mil pessoas na Diocese
de Lisboa que passam pela ação social da
Igreja, desde os cuidados hospitalares à
assistência alimentar. Há-de ser sempre
uma área prioritária porque é um mandato do Senhor.
JO – Diriam que a Paróquia de Santo
Eugénio tem um olhar atento à procura
dessas situações...
Párocos – Um olhar muito atento, sim,
quer aos que passam necessidades económicas, quer aos que vivem sozinhos ou
isolados, por só terem ajuda ou acompanhamento pontual por parte da família.
A Paróquia tem de facto um olhar muito
preocupado. Um exemplo específico é o
das recolhas alimentares da Catequese,
em que as crianças trazem géneros alimentares que oferecem para distribuição
pelas famílias carenciadas. Incentivamos
a partilha e a solidariedade desde o início
da caminhada cristã, de uma forma muito
concreta.
JO – Qual é o sucesso da sensibilização
dos mais novos? Têm integrado esta responsabilidade de cuidar dos mais velhos?
Párocos – Têm. Ainda há pouco tempo
os Escuteiros se envolveram numa ação
de melhoramento da casa de um idoso.
Também o Movimento Juvenil e um ou
outro acólito que participam na distribuição dos cabazes do BA, e o exemplo das angariações de alimentos pela
Catequese, como referimos há pouco. Há
uma permanente atenção a essa questão,
não é algo que nos passe ao lado. Não é
porque temos um grupo de senhoras que
faz a visita aos doentes que consideramos que o assunto está entregue.
JO – Para finalizar, falemos da relação
com a Junta de Freguesia de Olivais.
Párocos – Vemos a JFO como uma entidade
que nos pode ajudar a resolver alguns problemas. Por exemplo, a nossa Conferência
de São Vicente de Paulo, está a servir-se
do espaço do Centro Social Paroquial, mas
pela dimensão da ajuda que dá nos dias
de hoje, aquele espaço é já muito exíguo.
Temos tentado ver com a JFO se conseguimos encontrar algum espaço ampliado
para essa ajuda. O mesmo se passa com
os Escuteiros, que contam com um efetivo
alargado e precisam de um espaço para
desenvolver as suas atividades. Estamos no
meio de um jardim público, não podemos
crescer para os lados. Precisamos de mais
salas, mais espaço de arrumação e não há
verba para obras. Sem dúvida que um dos
problemas que temos hoje é o espaço disponível para todas as nossas atividades.
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Junho, 2014, n.º 255
| cartoon
Fado
ESCOLA DE
Junta de Freguesia de Olivais
Aulas de Canto,
Guitarra Portuguesa,
Viola
INSCRIÇÕES ABERTAS
Informe-se na Junta de Freguesia de Oivais
JornalOlivais
sugestões do mês |
Junho, 2014, n.º 255
14
COMER?
SAIR?
JornalOlivais
FESTA DE VERÃO
PADARIA E PASTELARIA DE FABRICO PRÓPRIO
26 de Julho
Pastelaria Sorraia
Encontro Moto Clube de Lisboa
Quem resiste a um bom croissant, uma napolitana de chocolate ou a uma merenda
mista? Quem não gosta do pão acabado de sair do forno? A Pastelaria Sorraia, situada
na Praça Cidade do Luso, exibe uma montra de fazer crescer água na boca. Tem fabrico
próprio e serviço de esplanada, com vista para a Praça, dominada pela representação
da cabeça e chapéu de Fernando Pessoa, inaugurada aquando do centenário do seu
nascimento. Visite-a à hora que quiser: pelo lanche, ao pequeno-almoço, ou apenas
para um cafezinho…
VISITAR?
COMPRAR?
O Moto Clube de Lisboa promove uma “Grande Festa de Verão 2014” a decorrer no dia
26 de Julho, a partir das 15 horas, junto à sua sede, na Rua Américo de Jesus Fernandes,
junto à Av. Berlim. A música e os petiscos não vão faltar, estando a animação da festa
a cargo de duas bandas convidadas: Os Brilhantina e Cão Zarolho. Traga a sua família
e aproveite para abanar o capacete nesta festa onde o rock terá atenção privilegiada,
em português e não só.
Praça Cidade do Luso
FRESCURA E QUALIDADE
MOMENTOS DE DESCONTRAÇÃO
Mercado da Encarnação Norte
Quiosque Café & Letras
A sugestão para este mês leva-nos até ao Mercado da Encarnação Norte. Com uma
oferta alimentar vasta, podemos encontrar de tudo no Mercado: peixe fresco, carne,
fruta, legumes, congelados, ovos, padaria, charcutaria, mercearia e cafetaria/pastelaria. Mas a oferta não se esgota aqui, porque também está à sua disposição um conjunto de lojas, desde o vestuário e a lavandaria ao cabeleireiro, estética e atelier de
costura. Comprar no Mercado é uma forma de apoiar o comércio tradicional, apostando na qualidade e na proximidade.
Situado entre o Jardim da Biblioteca dos Olivais e a Quinta Pedagógica, o Quiosque
Café & Letras é um espaço privilegiado para descontrair na esplanada ou nos poufs à
sombra das árvores e provar algumas iguarias especiais. O menu variado inclui bruschetta com queijo chèvre e mel, gaspacho com presunto, tapas alentejanas com pão e
azeitonas, ou ainda algo mais substancial, como salada de grão com pimentos e atum.
As tostas, torradas, sandes e pastelaria também não faltam, nem os salgadinhos. O jardim acolhedor convida à leitura, e existe um ponto de bookcrossing disponível para os
leitores mais ávidos.
Comércio local
Aberto das 10h às 20h
15
Junho, 2014, n.º 255
| em destaque
Olivais em férias
Atividades abrangem 800 crianças por semana
Já teve início o “Olivais em Férias”, o
projeto que promove a ocupação dos
tempos livres das crianças olivalenses
ao longo de todo o Verão, até ao recomeço das aulas.
Trata-se de uma alteração do conceito
do programa de ocupação de férias, procurando dar uma resposta às necessidades das famílias dos Olivais que encontram problemas na altura de deixar os
seus filhos seguros e ocupados com atividades lúdicas e formativas durante este
período. “Pensámos essencialmente no
bem-estar das famílias e, claro está, na
diversão e formação das crianças”, explica
a Presidente Rute Lima. Um dos fatores que revela esta preocupação com as
famílias e que expõe o carácter social da
iniciativa é a oferta de algumas das refeições, sempre que as atividades têm lugar
nas escolas.
O programa foi, por isso, reformatado,
de modo a abranger o máximo de famílias e de crianças possível. Para isso estão
a ser utilizados os equipamentos sob
a alçada da Junta de Freguesia: quatro
Férias dos Idosos
Seniores olivalenses gozam sete semanas de praia
JornalOlivais
das sete escolas do primeiro ciclo existentes na Freguesia que, nas palavras de
Rute Lima, “servem de «quartéis-generais» onde os pais deixam as crianças de
manhã e onde as vão buscar ao fim da
tarde”, mas que não esgotam o leque de
atividades disponíveis.
Um projeto conjunto de todos os
Pelouros
Iniciado a 30 de Junho, o Olivais em
Férias estende-se até 12 de Setembro,
ocupando todo o dia (das 8h30m às
18h30m). O programa de atividades inclui
idas à praia pelo menos duas vezes por
semana, atividades desportivas, culturais, intergeracionais, lúdico-expressivas
e ainda relacionadas com o ambiente e
espaços verdes, num esforço transversal a todos os Pelouros da Autarquia.
Conforme explica a Presidente: “por
exemplo, o pelouro da Intervenção Social
tem programadas ações intergeracionais
com as crianças e os idosos de todos os
Centros de Dia da nossa Freguesia… Na
área da Cultura são fomentadas atividades que têm a ver com a música, o teatro e a expressão dramática, a dança, etc.
No âmbito do Desporto são feitas atividades desportivas tanto nos equipamentos
escolares como no exterior, em parques
públicos ou nas instalações dos clubes da
Freguesia. Também integrámos os pelouros do Comércio, do Ambiente e Espaços
Verdes”…
No total, são cerca de 800 crianças por
semana envolvidas nas atividades, facto
que revela em si próprio a qualidade da
oferta de atividades.
Os meses de são sinónimo de praia.
Para os seniores olivalenses não há
dúvida que assim é: todas as semanas,
um grupo de 100 idosos vai à praia com
a Junta de Freguesia.
Mais duas semanas em Setembro
Esta é uma iniciativa que se repete na
Freguesia de Olivais desde há vários anos
e que regista sempre muita procura.
A praia do Tamariz continua a reunir o
consenso dos inscritos que, por um custo
reduzido (6€ por semana), saem de casa
todas as manhãs e aproveitam o sol da
“Linha”.
Este é um dos objetivos do projeto, que
segundo a Presidente Rute Lima “visa tirar
os nossos seniores de casa neste período
mais quente do ano” e “acaba por ser uma
forma de prevenção das doenças típicas
do envelhecimento”.
Os números não enganam: “conseguimos ter 100 pessoas a ir à praia todas
as semanas, ou seja, todas as semanas
vai um grupo diferente de olivalenses”,
explica Rute Lima. “Saem de manhãzinha,
pelas 8h, regressam à hora do almoço e
têm a tarde por sua conta”.
Para aproveitar os últimos raios do sol
de Verão, a Junta de Freguesia vai promover uma nova colónia de férias de praia
para seniores na primeira quinzena de
Setembro. “Aí já será uma atividade de dia
inteiro, com praia no período da manhã,
almoço numa entidade parceira nossa e
um passeio de tarde”, explica Rute Lima.
Este passeio poderá ser uma visita cultural, recreativa, ou outra que encaixe na
programação.
O período de inscrições para duas
semanas em Setembro decorre nos
dias 4, 5 e 6 de Agosto, na sede da
Junta (horário das 9h às 17h30).
Estão disponíveis 75 vagas,
mas existe a possibilidade de
aumentar o número de veículos
de transporte de modo a garantir
a presença do maior número de
pessoas possível.
JornalOlivais
agendafreguesia
Junho, 2014, n.º 255
16 DE JULHO
Consultadoria de Beleza
Casa da Cultura — 19h30 às 21h
“Consultadoria de Beleza II: Dicas de Automaquilhagem”. Entrada livre.
26 DE JULHO
20 DE JULHO
Prova de pesca desportiva
Barragem de Campilhas
O Grupo de Pesca e Desporto de Santa Maria
dos Olivais convida todos os aficionados da
pesca para mais uma prova. Para mais informações, contactar o grupo.
26 DE JULHO
Feira Alternativa e Arte Urbana
“HÁ JAZZ NO CORETO”
Praça Viscondessa dos Olivais — 15h
O Largo do Coreto recebe a primeira edição
da Feira Alternativa e arte urbana. Às 19h30,
concerto de Jazz no mesmo local.
26 DE JULHO
Dia da Conservação da Natureza e Dia dos Avós
Festival de Folclore
18 DE JULHO
Vale do Silêncio — 15h
No âmbito do Dia dos Avós, Mega Pic-Nic com
desfile etnográfico e ranchos.
Vale do Silêncio
Uma fotografia de família nos espaços verdes dos Olivais. Mais informações e inscrições
através do endereço: [email protected].
Conversas de café
Casa da Cultura — 21h
Este mês a conversa será sobre “Desporto e
Associativismo”. O convidado é o Vogal da
Junta de Freguesia Duarte Carreira. Vai um
café? Entrada livre.
16
FREGUESIA DE OLIVAIS
26 DE JULHO
Festa de Verão do Moto Clube Lisboa
Rua Américo de Jesus Fernandes
O Moto Clube de Lisboa faz a sua“Grande Festa de
Verão 2014” , junto à sua sede, na Rua Américo de
Jesus Fernandes, perto da Av. Berlim. Participação
das bandas “Os Brilhantina” e “Cão Zarolho”.
PELOURO DE AÇÃO SOCIAL
O
P
M
A
C
A
I
A
R
P
SÉNIOR 2014
19 DE JULHO
FINS-DE-SEMANA DE JULHO
Apresentação de livros Infantis
Quinta Pedagógica
Casa da Cultura — 17h
Apresentação dos livros infantis: “As crónicas
do capitão galo” de Jorge Ferreira com ilustrações de Patrícia Manique e “ Uma aventura na
quinta dos malmequeres” de Nazaré Lobato
com ilustrações de Vanda Nascimento.
Atividades pensadas para as famílias
Com os seguintes destaques: Oficina de Cerâmica e Yoga Sámkhya no dia 12 de Julho O Ciclo do Pão e Farmácia Rural no dia 19 de Julho
e Dia dos Avós no dia 26 de Julho, com programa específico.
INSCRIÇÕES
ABERTAS
DIAS 4, 5 e 6 DE AGOSTO 2014 das 9:00h às 17:30h
TODO O MÊS DE JULHO
Atividades de Verão
MC Línguas, Explicações, Traduções
A MC Línguas, Explicações, Traduções promove atividades de ocupação de tempos livres
ao longo de todo o mês de Julho, de segunda
a sexta, incluindo praia/ piscina, trabalhos manuais, passeios, visitas a museus e sessões de
cinema. Contactos: 218 969 207 / 962 583 973.
Documentos: Bilhete de Identidade, Nº. de Contribuinte ou Cartão Cidadão
Convidamos todas as instituições
da Freguesia a anunciarem os seus
eventos na “Agenda da Freguesia”.
Manhã Praia do Tamariz/Estoril,
Almoço e à Tarde Passeio pelo Campo
20 DE JULHO
II Encontro de Motorizadas e Motas
Café Central da Encarnação
Concentração no Café Central da Encarnação,
bucha no Parque Urbano de Sta. Iria e almoço
no Bar da Encarnação, com animação musical
e gincana. Uma organização XF-17 Alfacinha.
01 a 05 de Setembro 2014
08 a 12 de Setembro 2014
Valor € 10,00 p/pessoa
Viver
Olivais
Enviar e-mail ([email protected])
com: data, horário, local, título, peq.
resumo e imagem (opcional),
até ao dia 28 de Julho.