aborto na adolescência: revisão integrativa

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aborto na adolescência: revisão integrativa
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SOCIEDADE DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÂNIA - SECG
FACULDADE PADRÃO
CURSO DE ENFERMAGEM
DESIRRE FERNANDES NEVES DE JESUS
JANAINA ALVES LIMA
ABORTO NA ADOLESCÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA
GOIÂNIA, 2015
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DESIRRE FERNANDES NEVES DE JESUS
JANAINA ALVES LIMA
ABORTO NA ADOLESCÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA
Trabalho de conclusão do Curso de Graduação
em Enfermagem, apresentado a Sociedade de
Educação e Cultura de Goiás - Faculdade
Padrão, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Msc. Leidiane Maria de Souza
GOIÂNIA, 2015
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DESIRRE FERNANDES NEVES DE JESUS
JANAINA ALVES LIMA
ABORTO NA ADOLESCÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA
Trabalho de conclusão do Curso de Graduação
em Enfermagem, apresentado a Sociedade de
Educação e Cultura de Goiás - Faculdade
Padrão, como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovado em: 02/07/2015, por:
BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________
Prof.ª Msc. Leidiane Maria de Souza- Orientadora
__________________________________________________
Prof.ª Msc Margarida Coelho - Membro da Banca
__________________________________________________
Prof.ª Msc Adriana Caixeta - Membro da Banca
GOIÂNIA, 2015
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Dedicamos este trabalho de conclusão de
graduação a Deus, pois se não fosse por Ele
nada poderia ter se realizado e a nossas
famílias que de muitas formas nos incentivaram
e ajudaram para que fosse possível a
concretização deste trabalho.
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por sempre estar ao nosso lado nos
dando sabedoria e força.
Aos nossos pais e mães (Maria Regina de Jesus e Benedita Maria Izidoria,
Joana Darque Alves Queiroz e Jair de Lima Notto,) por sempre estarem conosco e
por acreditar em nosso potencial.
Agradecemos a Enf.ª Msc. Margarida Martins Coelho, professor Walmirton
Bezerra D’Alessandro pelos conselhos e suporte durante a elaboração deste
trabalho.
À nossa professora e orientadora Msc. Leidiane Maria de Souza por ter
compartilhado conosco seus conhecimentos durante a elaboração deste trabalho,
pela paciência e apoio.
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“Levantarei os meus olhos para os montes, de
onde vem o meu socorro. O meu socorro vem
do senhor que fez o céu e a terra. Não deixará
vacilar o teu pé: aquele que te guarda não
tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem
dormirá o guarda de Israel. O Senhor é quem
te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua
direita. O sol não te molesterá de dia nem a lua
de noite. O Senhor te guardará de todo mal;
guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua
entrada e a tua saída, desde agora e para
sempre." (SALMOS 121:1-8)
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RESUMO
A adolescência é caracterizada pela OMS nos períodos de 10 a 19 anos, já o ECA
com idade entre 12 a 18 anos. É o período em que se deixa de ser criança. Nessa
fase acontecem muitas transformações psicológicas, fisiológicas e comportamentais.
Com base nas literaturas percebe-se que a gravidez na juventude não se é
planejada e geralmente resultam em abortos. De acordo com o OMS aborto é a
eliminação do feto com menos de 500g e com período de gestação até 20 e 22
completas. Através do estudo pode se ressaltar a importância da educação sexual
para os jovens. O método utilizado para a realização deste estudo foram revisões
bibliográficas em ralação aos jovens quanto ao abortamento. Pois, quando jovem há
uma necessidade de buscar sua própria identidade, seja em grupos ou
isoladamente. A sexualidade muito a flor da pele faz com que os adolescentes
procurem nas relações sexuais as sensações de prazer e desejo. Muitas vezes as
conseqüências do ato sexual causam frustrações gigantescas na vida dos jovens
sobretudo nas meninas. Por não terem uma educação sexual, os adolescentes não
usam métodos anticoncepcionais e ficam vulneráveis a gravidez indesejada e
conseqüentemente o aborto, seja ele provocado ou espontâneo. O estudo tem como
objetivo restaurar nas bibliografias a relevância da acessão em saúde na juventude
juntamente com as intervenções de enfermagem para reduzir o exercício do aborto.
Contribuir para a o aprendizado e orientação de jovens em relação à gravidez
indesejada e o abortamento sob as práticas de saúdes oferecidas pela equipe de
enfermagem.
Palavras chaves: Aborto, Adolescente, Gravidez e Enfermeiro.
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ABSTRACT
Adolescence is characterized by WHO in periods of 10 to 19 years, since the ECA
aged 12-18 years. It is the period in which it ceases to be a child. In this phase
happen many psychological, physiological and behavioral changes. Based on the
literature it is clear that youth pregnancy is not planned and often result in abortions.
According to the WHO abortion of the fetus is the elimination of less than 500g and
gestation period after 20 and 22 completed. Through the study may highlight the
importance of sex education for young people. The method used for this study were
literature reviews in grating to young people about the abortion. For when young
there is a need to seek their own identity, either in groups or alone. Sexuality very
flower of the skin causes teens seek in sex sensations of pleasure and desire. Often
the consequences of sexual intercourse cause huge frustration in the lives of young
people especially girls. Why not have a sex education, teens do not use
contraception and are vulnerable to unwanted pregnancy and therefore abortion,
whether spontaneous or provoked. The study aims to restore the bibliographies the
importance of accession in health in youth along with the nursing interventions to
reduce the exercise of abortion. Contribute to learning and guidance of young people
in relation to unwanted pregnancy and abortion under the salute practices offered by
the nursing staff.
Key words: Abortion Abortion, Adolescent , Pregnancy and Nurse.
.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2. METODOLOGIA ................................................................................................... 12
3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 13
3.1 Adolescência ....................................................................................................... 13
3.2 Aborto .................................................................................................................. 18
3.3 Aborto e Adolescência......................................................................................... 26
3.4 Intervenções de Enfermagem frente ao aborto na Adolescência ........................ 29
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34
ANEXO A: IMAGENS ............................................................................................... 38
ANEXO 2: TABELAS ............................................................................................... 41
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1. INTRODUÇÃO
A OMS (Organização Mundial de Saúde) caracteriza adolescência entre os
períodos de 10 a 19 anos e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) com
idade entre 12 a 18 anos. É a fase em que se deixa de ser criança e passa a sofrer
transformações físicas, psicológicas, comportamentais e sociais. No entanto, a fase
de maturação sexual, onde geram vários conflitos familiares, que os levam a criarem
suas personalidades que determinaram seu modo de vida, onde junto com essas
mudanças também se acarretam novas responsabilidades, novos gostos, inúmeras
cobranças, e descobrem suas afinidades no campo profissional (MORAIS; SOUZA;
LIMA, 2010).
Ainda de acordo com os autores (2010):
A adolescência esta relacionada ao período de
mudanças, principalmente emocionais considerados por
muitos período de conflitos e/ ou de crise. Não devemos
comparar a adolescência como apenas uma
transformação do corpo, devemos olhar para o fundo de
cada ser em metamorfose e o considerar como longo
processo de existência da pessoa.
Segundo a autora supracitada no ano de 2010, foram realizados 38.771 mil
internações por abortamento espontâneo, por métodos médicos, e outras
conseqüências que terminaram no aborto com jovens entre 10 a 19 anos de idade.
Em geral a literatura mostra que a gravidez na adolescência não se é
planejada, em decorrência disso de modo inesperada e freqüentemente indesejada
é que boa parte delas, quase a metade, terminam em aborto provocado
(FRANCISCA, 2005).
O aborto é estabelecido pela OMS como a eliminação do concepto sem vida
com menos de 500g, e com período de gestação até 20 e 22 completas (ESTER,
2012).
Para a autora supracitada (2012), acredita-se que acerca de 19 milhões de
abortamentos executados anualmente no mundo 2,2 a 4.000.000 ocorram com
adolescentes. Pesquisas mostram que no Brasil na fase da adolescência ocorrem
entre 7 a 9% do total de abortos em mulheres de idade procriação, com a maior
parte entre 17 a 19 anos, ou seja, em adolescentes mais velhas.
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Para o Ministério da Saúde, a gravidez representa uma das principais
causas de morte de mulheres jovens entre 15 a 19 anos, seja por complicações na
própria gravidez, no parto ou pela pratica de aborto (FRANCISCA, 2005).
De acordo com Morais; Souza; Lima (2010) foram realizados 38.771 mil
internações por abortamento espontâneo, por métodos médicos, e outras
conseqüências que terminaram no aborto com jovens entre 10 a 19 anos de idade.
Nesta mesma linha de pensamento, Francisca (2005) a gravidez
indesejada é um problema universal que afeta mulheres, suas famílias e a
sociedade, e que pode advir de falha no método anticoncepcional, não utilização de
serviços de orientação sobre contracepção, e, mais dificilmente o estupro.
O número de abortos vem destacando-se sendo nos últimos anos,
principalmente entre as adolescentes, diante deste, percebe-se que há um déficit na
promoção de saúde ou orientação sexual dos mesmos, ou seja, existe necessidade
emergencial de políticas de saúde para prevenção deste ato ilegal.
Se houvesse um maior investimento nas políticas de promoção e
prevenção de saúde do adolescente poderia diminuir significativamente a
quantidade de registro desse ato?
Diante do relatado, faz-se necessário revisar na literatura a relevância do
papel do enfermeiro em promover a saúde em relação a não pratica abortiva. De
modo geral, nos estudos pesquisados percebe-se que há uma vulnerabilidade
elevada dos jovens com gravidez e o abortamento.
O estudo tem como objetivo restaurar nas bibliografias a relevância da
acessão em saúde na juventude juntamente com as intervenções de enfermagem
para reduzir o exercício do aborto. Contribuir para a o aprendizado e orientação de
jovens em relação à gravidez indesejada e o abortamento sob as práticas de saúdes
oferecidas pela equipe de enfermagem.
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2. METODOLOGIA
Trata de um trabalho de abordagem qualitativa, adotado como método a
revisão bibliográfica em base de dados virtuais e impressos. De acordo com Silva;
Silveira (2007), a pesquisa bibliográfica consiste no "conjunto de materiais escritos/
gravados,
mecânica
ou
eletronicamente,
que
contém
informações
já
elaboradas/publicadas por outros autores".
Para levantamento dos artigos foi realizado busca online em vários sites,
dentre eles o Scielo, usando os seguintes descritores de saúde (Decs):
Adolescência, aborto, cuidados de Enfermagem, Gravidez indesejada. Os critérios
de inclusão foram textos em português e disponível na íntegra.
Para avaliar danos decorrentes de gravidez indesejada e o aborto no
período da adolescência, foi realizado um estudo bibliovirtual, com revisão na
literatura.
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3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
3.1 Adolescência
A primeira idéia de adolescência que surge quando pensamos é a de
transformação. Alguns autores sublinham as transformações corporais denominada
de puberdade, que é caracterizada pelo crescimento rápido, surgimento de pêlos
pubianos, mudança de voz dos meninos e o aumento os seios nas meninas,
grandes quantidades de hormônios levando a explosão da sexualidade. Outros já
classificam transformações comportamentais como, suposta rebeldia, um certo
isolamento, apego exagerado a um certo grupo, além de episódios de depressão,
tristeza ou euforia (LEPRE, 2003).
De acordo com Lourenço (2006), ao longo da historia, o estudo sobre os
adolescentes e a cultura leiga produziu uma crença, hoje um tanto transparente, de
que esse é, por si, um período "problemático" do desenvolvimento humano. Onde o
adolescente é considerado um risco constante. A adolescência problemática causa
uma série de transtornos para a sociedade e está vulnerável a toda forma de risco
que se pode vivenciar. Ser adolescente torna-se um sinônimo de rebeldia,
irresponsabilidade, descompromisso e inconseqüência.
Para Eisenstein (2005), adolescência é um período de transição entre a
infância e a vida adulta, caracterizados por impulsos do desenvolvimento físico,
mental, emocional, sexual e social e pelos próprios estímulos do individuo em
alcançar o próprio objetivo no meio em que vive.
Para Daniel (1975), o desenvolvimento emocional dos adolescentes é
extremamente importante e devemos nos esforçar para não tratá-los como se ele ou
ela fosse muito jovem ou muito velho, do ponto de vista emocional, do que é na
realidade. É inútil separar o desenvolvimento emocional da adolescência em três
fases: inicial, médio e tardio. Um jovem que está no início da adolescência e está em
um período de rápido crescimento físico, busca libertar-se da família, começa a
aceitar a responsabilidade, em geral, começa a se afastar das influencias do lar no
rumo daquelas que recebe de um grupo de companheiros. Ainda se acha
ambivalente, muitas vezes exigindo mais liberdade do que pode suportar e, não raro,
regredindo a um grau de dependência que parece inadequado.
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Castro (2013) descreve que a perda dos rituais e a complexidade do mundo
atual exigem amadurecimento mais individualizado e problemático e que as
dificuldades enfrentadas não são apenas dos jovens. E a adolescência é onde tudo
acontece, são mudanças físicas, psicológicas, e comportamentais.
Para Eberling (2012), o período da adolescência está ligado a buscar
inconstante da identidade e da independência, contestações, rebeldia e mudanças.
A busca pela identidade é a grande responsável pelo conhecido "processo de
identificação", onde a adolescente busca identificar-se com seu grupo de amigos,
colegas e ídolos. O individuo deixou de ser criança, mas ainda não é um adulto.
De acordo com Davim et al., (2008), estar em um grupo significa algo sadio
para os adolescentes. Caso não pertença a um grupo pode ser um problema e
ocasionar um quadro de depressão. Quando não há adaptação no grupo, há
também dificuldade também de interação na escola.
Para Lepre (2003), quando há um encontro entre os iguais no mundo dos
diferentes é o que caracteriza a formação dos grupos de adolescentes, onde eles
terão livre expressão e poderão restaurar suas personalidades, mesmo que nesse
período seja em grupo.
Lourenço (2006), afirma que os adolescentes em seu grupo, seguem regras
e possuem comportamentos que os uniformizam com seus pares, seja no vestuário,
na linguagem, na preferência musical, entre outras coisas. Por temerem a não
aceitação, é justificada a obediência às regras grupais e a homogeneidade da turma.
Segundo Eberling (2012), as transformações se resumem em mudanças
emocionais e corporais, onde aparece o desejo sexual e outros interesses
envolvendo a área afetiva e social e também, novas formas de se relacionar consigo
mesmo e com o mundo a sua volta. Mudanças drásticas no corpo produzem
sentimentos de rejeição, desconfiança e ansiedade. Os distúrbios alimentares são
bem comuns, muitos engordam e outros quase não comem por estarem
dependentes da imagem corporal.
Para Daniel (1975), existem inúmeros conflitos em casa ou na escola, mas
geralmente estes são de curta duração. Os jovens mal entrados na adolescência
acham-se primeiramente interessados em suas imagens corporais e, em geral,
possuem uma imagem corporal realista, assim preparando o caminho para o
posterior desenvolvimento psicológico. Novos impulsos, particularmente na área
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sexual, aparecem e existe uma inquietude que muitas vezes é enigmática para o
jovem. Devido ao interesse corporal, há o desejo de comprovar a própria
normalidade e faz-se necessária a freqüente reafirmação, em geral através da
comprovação com companheiros do mesmo sexo.
Segundo Cruz (2007), devido à tendência para desafiar e questionar as
normas, provocam transformações em casa, na escola e no meio onde vive. Eles
discordam dos pais em relação às idéias, crenças e valores, costumam criar conflitos
entre as gerações, causando então lutas a respeito de regras e relacionamentos.
De acordo com Lourenço (2006), a adolescência é o período da vida onde
mais que questiona a normalidade. Nessa etapa evolutiva do adolescente há uma
evolução significativa do sob o ponto de vista do intelectual caracterizada pelo
aparecimento da lógica, que se permite a teorização acerca de grandes
modificações que ocorrem no mundo exterior. Isso facilita a critica, as contestações
e as reivindicações. A capacidade de fantasiar sustenta os movimentos de
experimentação e a busca de uma particular identidade.
De acordo com Eberling (2012), os namoros e as paixões avassaladoras
geram duvidas e frustrações sendo vinculados sempre imaturos e conflituosos. Na
relação com os pais, há uma importante mudança que exige o afastamento por parte
do filho adolescente, que "abandona" seus pais na infância, buscando consolidar sua
independência através da identificação em um determinado grupo.
Segundo Daniel (1975), os jovens em meio à adolescência encontram-se
provavelmente, no clímax da luta com pais e outras pessoas, na tentativa de
controlar seu próprio destino e tornar-se livre e responsável. Eles reagem com
grande intensidade e muitas vezes são incoerentes, e um grupo de companheiros,
mais do que os pais, estabelece os padrões de comportamento, vestuário e outras
características. Em geral esses adolescentes estabelecem imagens corporais reais
que agora demandam muita atenção para torná-los mais atraentes em relação ao
sexo oposto.
De acordo com o autor supracitado Daniel (1975), na adolescência
pequenas conquistas os deixa entusiasmados e alegres. Vários momentos são
marcados pela euforia de sucesso pleno e felicidade, quando o mesmo acredita ser,
saber e fazer tudo, julgando-se onipotente e indestrutível. Porem, aleatoriamente,
diante de pequenas frustrações, sentem-se deprimidos, angustiados, solitários,
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isolando-se nos seus espaços, negando qualquer forma de contato com familiares e
amigos.
Segundo Cruz (2007), o relacionamento entre pais e filhos do mesmo sexo
tem uma forte ligação sobre os processos de identificação de gênero nessa fase da
vida. Suas opiniões sobre homem e mulher estarão fortemente ligadas. E isso
influencia em futuros relacionamentos com o sexo oposto.
Para Eberling (2006), o acolhimento, a compreensão e o afeto dos pais é de
extrema importância neste processo. E cabe a entender que amar, compreender e
acolher não significa ausência de regas e limites. É possível amar, acolher e
compreender exercendo a devida autoridade.
De acordo com Lepre (2003), a construção da identidade é pessoal e social,
porque acontece através das trocas entre o individuo e o meio que está inserido. A
identidade não deve ser vista como algo estático e imutável, como se fosse uma
armadura para a personalidade,mas sim algo que está em desenvolvimento sempre.
Segundo Eisenstein (2005), o inicio da adolescência é caracterizado com as
mudanças corporais e se concretiza quando o individuo consolida seu crescimento e
sua personalidade, obtendo progressivamente sua independência econômica, além
da integração em seu grupo social.
Para Root et al., (1975), na fase da adolescência é também a fase de
puberdade, onde durante todo o desenvolvimento ocorrem profundas alterações
hormonais. O individuo torna-se capaz da reprodução, isto é, os gametas já são
produzidos e transportados através de um sistema reprodutor maduro.
Segundo Davim et al., (2008), as transformações físicas da adolescência
demarcam o inicio do fenômeno individual e variável da puberdade em torno de 8 a
14 anos de idade. A puberdade tem como característica o crescimento somático,
mudanças que proporcionam a maturação sexual, onde começam as funções do
corpo adulto, novas formas físicas e estéticas.
De acordo com Castro (2003), o marco principal da adolescência menor, é
de 10 aos 14 anos, onde surge o aparecimento da puberdade. Mudanças biológicas
da puberdade são iniciadas por interações complexas do sistema gônadal e adrenal
e pelo eixo hipotalâmico- hipofisário.
Para Eisenstein (2005), a puberdade é um fenômeno biológico onde ocorrem
mudanças morfológicas e fisiológicas. Essas mudanças corporais são conhecidas
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como fenômenos da pubarca ou adrenarca e gonadarca são parte de um processo
contínuo e dinâmico que tem inicio na vida fetal e termina na maturação da mulher e
do homem e de sua capacidade de fecundação, através da ovulação e
espermatogênese, assim garantindo a perpetuação da espécie humana.
De acordo com autor supracitado (2005), é importante observar que ocorre
uma vulnerabilidade enorme do tempo de inicio, duração e progressão do
desenvolvimento puberal, com as marcantes diferenças entre os sexos, grupos
étnicos e sociais de uma população, fatores de estado nutricional, fatores familiares,
ambientais, e contextuais.
Segundo Martins et al., (2012), durante a vida dos seres humanos passamos
por varias fases de crescimento e amadurecimento, as quais se observa a
maturação do individuo. E nesse período possui conflitos, questionamentos e
curiosidades relacionados à identidade sexual.
Para Tay (2013), a sexualidade do adulto é somente uma parte de sua vida.
Ela começa na adolescência com o aparecimento dos hormônios no inicio da
puberdade.
De acordo com autor supracitado Tay (2013), a menarca é caracterizada
pela primeira menstruação da adolescente, quando isso ocorre o termo vulgar que
se usa é “ficou mocinha”, e ocorre por volta dos 12 anos de idade, sendo que existe
uma diferença maior para meninas com menos de 12 anos que moram em áreas
urbanas do que as meninas que moram em áreas rurais.
Segundo Castro (2013), entre os 14 e 17 anos ocorre a fase da adolescência
intermediaria, onde ocorrem dois grandes e importantes eventos biológicos: os
meninos finalmente alcançam e ultrapassam a altura e peso das meninas e primeira
menarca (primeira menstruação) já ocorreu na maioria das meninas.
Para Silva (2005), no Brasil a estimativa de jovens que tornam-se
sexualmente ativos é de quatro milhões.
De acordo com Barros; Albuquerque (2005), a experiência sexual das
adolescentes está caracterizada atualmente no mundo todo, mesmo em sociedades
mais rígidas, cada vez mais cedo. O não uso de contraceptivo está relacionado a
iniciação precoce da vida sexual. Os meios de comunicação são responsáveis por
grande parte das informações que os adolescentes possuem. Enquanto os pais se
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calam a escola tenta pregar orientações unicamente científicas e a mídia banaliza o
sexo transformando-o em mercadoria.
Segundo Raul et al., (1975), hoje podemos encontrar adolescentes férteis
com menos idade, no entanto elas não estão prontas para serem mães ou pais se
olharmos do ponto de vista social, educacional ou financeiro.
Para o autor supracitado (1975), o médico deve ter cuidado ao avaliar a
sexualidade do jovem. Devido ao risco de gravidez indesejada, ou até óbito seguido
a complicações dessa gravidez, são utilizados métodos anticoncepcionais. Existem
alguns métodos de anticoncepção dentre eles os orais, onde existem cerca de 25
tipos diferentes de pílulas, os injetáveis, mas à não realização do sexo, a abstinência
ainda é o melhor método anticonceptivo.
Para Alves (2011), por dia 23 crianças ou jovens entre 10 e 19 anos, se
tornam mães. São menores e jovens que mesmo antes de se tornarem
independentes, já assumem a responsabilidade de criar outra criança.
3.2 Aborto
Para Silva Júnior (2011), o aborto é a eliminação ou expulsão prematura do
feto ou embrião do útero, terminando em sua morte. O estagio fetal se dá desde a
concepção até a 8° semana de gestação onde as primeiras estruturas do organismo
começam a se desenvolver.
Segundo Castro (2005), aborto vem do latim “abortu” que é o ato de abortar,
é um parto prematuro, é um produto imperfeito. É um dos assuntos mais
controversos da sociedade em que vivemos. Ao longo da história usavam-se esse
método para controle populacional, essencial para mulheres acima de 40 anos.
Alguns pensadores das épocas passadas eram a favor do aborto.
De acordo com o autor supracitado (2005) o aborto é um tema
extremamente polêmico e delicado, relacionados às ciências polêmicas.
Para Vieira (2010), o abortamento é caracterizado pela medicina como o
nascimento de um feto com menos de 500g, ou antes, de 20 semanas completas de
gestação no momento da eliminação do útero, não possuindo nenhuma
possibilidade de vida.
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Segundo Rebouças; Dutra (2011), o ato de abortar é a ejeção do útero, de
forma provocada ou espontânea do embrião antes que se torne possível de vida. O
feto é considerado inviável antes da 20° semana concluída de vida.
De acordo com Freire; Chatelard (2009), as mulheres que nunca sofreram
aborto se relacionam com o feto de forma diferente das mulheres que já tiveram a
experiência da dor do aborto espontâneo. A incerteza de ter a gravidez concluída
estabelece uma nova interação entre mãe e concepto. Algumas gestantes ficam
preocupadas com a freqüência com que os bebês se movimentam.
Para Martins et al., (2012), o ato de abortar é a interrupção da gravidez
quando a gestante faz a extração, prematura de seu embrião, resultando na morte
do mesmo. O abortamento pode ser espontâneo ou induzido.
Segundo Silva Júnior (2011), o aborto pode ser representado de duas
formas, espontâneo ou induzido. Onde o espontâneo ocorre de forma natural ou
acidentalmente, por conta de alterações cromossômicas ou então malformação
uterina ou infecções no embrião. Já o aborto induzido que é o mesmo que
provocado por uma conduta humana.
De acordo com Barini et al., (2000), o nome de aborto espontâneo recorrente
(AER) é devido a história reprodutiva de três ou mais abortos sucessivos
espontâneos, uma situação que representa um desgaste emocional na vida da
mulher.
Para Sedicias (2007), o aborto espontâneo pode ocorrer até a 20° semana
de
gestação.
Algumas
causas
do
abortamento
sem
indução
são:
mau
posicionamento do útero; alterações hormonais; infecções; malformações do feto;
radiação; uso de drogas; uso de medicamentos de maneira errada; problemas
emocionais; exposições a substancias tóxicas; idade avançada da mãe; grupos
sanguíneos diferentes entre mãe e feto.
Segundo Noguez et al., (2008), o abortamento natural é considerado como
uma perda fetal involuntária ocorrida antes de 20 semanas de gestação. E os riscos
considerados que levam a essa perda são: condições socioeconômicas e
demográficas (renda familiar, escolaridade, idade e cor), condições de moradia (tipo
de casa, se há sistema sanitário, água tratada).
Ainda para o autor supracitado (2008) outros aspectos considerados de risco
são: fatores ambientais, hábitos pessoais (tabagismo passivo ou ativo, quantidade
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de cigarros fumados por dia, consumo de bebidas alcoólicas), história reprodutiva
pregressa (idade da menarca, primeira gestação, quantidade de filhos), histórico de
natimortos, de prematuros, e de recém-nascidos com baixo peso e por ultimo
morbidades (doenças sexualmente transmissíveis e histórico de outras doenças.
Para Filho (2006), dentre as alterações de caráter imunológico, o fator alto
imune aparece como a primeira causa de aborto espontâneo. Em cerca de 85% dos
casos esse problema pode ser explicado pela dificuldade do organismo feminino em
se adaptar à gravidez. Então desta forma o sistema imunológico da mulher produz
resposta “agressora” e não “protetora” em relação ao embrião. Por sua vez o
embrião é visto como um intruso e precisa ser combatido.
Segundo Rodrigues; Hoga (2006), também há relação com homens o
abortamento. Os sentimentos vividos pelos homens que dividem a experiência
desse exercício vetado com suas respectivas parceiras quando provocado, sentemse abalados emocionalmente e muitos dizem que ocorrem diferentes formas de
conseqüências, inclusive o uso abusivo de álcool. Alguns relatam mudanças no
sentimento pela mulher que resulta no termino do relacionamento. E quando é um
procedimento espontâneo, causa o amadurecimento e a união do casal.
De acordo com Souza et al., (2001), o aborto provocado é uma questão
conhecida por todos, um procedimento ilegal em nosso país, um típico caso de
discussão quanto ao fundamento ético,um problema, porém, de saúde pública pela
freqüência em que ocorre, sendo que no Brasil representa a quarta morte maternal,
devido a adversidades.
Para Correia et al., (2011), não há diferença entre realizações de aborto em
países desenvolvidos ou em desenvolvimento, ambos são similares. Mas o índice de
pratica inseguro se sobrepõe em países, onde a situação socioeconômica é mais
precária, onde a quantidade de abortos induzidos ou provocados é em grande
escala quando comparados a abortamentos espontâneos, ocasionando um
problema de saúde pública.
Segundo Pereira et al., (2012), o freqüente aumento de gestações
interrompidas é questão de saúde pública, devido as conseqüências na saúde da
mulher e os gastos com internações e procedimentos hospitalares, já que a
realização do abortamento é uma das maiores causas de morte materna no Brasil, e
21
a curetagem é o segundo procedimento mais realizado pelos obstetras em unidades
de internação da rede pública de serviços de saúde.
De acordo com Domingos e Merighi (2010), essa conduta de expulsão fetal
ainda constitui em um grande problema de saúde publica em pleno século XXI e é
um dos temas de mais complexidade nas discussões que envolvem a área da saúde
da mulher e, especificamente a morte dessas mães. Onde envolvem uma polêmica
que articula inúmeras posições e conflitos pessoais, religiosos, culturais e sociais.
Para Miguel (2012), a alternativa de interrupção da gravidez, por decisão da
mulher, coloca em pauta discussões cruciais sobre o estado da cidadania e a
democracia. O que se leva a crer é que se trata de uma questão polêmica, dadas a
controvérsias éticas e as paixões religiosas. Defensores da legalização do aborto ou
de sua criminalização se encontram nos mais diversos partidos.
Segundo Porto e Grossi (2006), cerca de metade dos 50 milhões de abortos
realizados no mundo a cada ano são feitos sem nenhuma segurança. O fato de
existirem interdições a pratica não evita que sejam realizados, apenas o tornam
clandestinos, colocando a vida da mulher em risco. Esse problema social causa
polêmica e posicionam campos opostos de grupos que se autodenominam
defensores do direito à escolha por parte da mulher e outros que criminalizam
diretamente essa ação.
De acordo com Vieira (2010), devido à criminalização pode se caracterizar
insegura e é uma figura na lista de principais causas de obituários maternos no país.
O aborto varia entre a terceira e a quarta causa de morte materna. Estima-se que a
mortalidade materna é um dos grandes problemas de saúde pública.
Para Silva e Andreoni (2012), o Ministério da Saúde, no Brasil, informou que
o ato de provocar o aborto representa sim a quarta causa de morte materna e a
hemorragia uterina é a terceira. Mas no que tudo indica o aborto são as grandes
causas dessas hemorragias uterinas.
Segundo Rebouças e Dutra (2011), o abortamento é considerado a quarta
causa de morte materna no Brasil, sendo responsável por respectivamente 11% dos
óbitos.
De acordo com Pereira et al., (2012), por causa de vários medos que a
mulher sofre, a eliminação do embrião é sempre realizada clandestinamente, tendo
em vista que para muitas mulheres com pouco recurso financeiro sempre optam por
22
praticas inseguras e de péssimas condições. Estimam-se que 70 e 80 mil mulheres
morrem por conta do abortamento inseguro, e que 95% destes sejam feitos em
países em desenvolvimento. Consideram-se ainda que 20% das mortes maternas no
mundo todo sejam frutos de atos ilegais e, portanto, inseguros.
Para Correia et al., (2011), alguns fatores orgânicos que comprometem o
abortamento são a expulsão parcial do feto, as infecções, perfurações e lesões
traumáticas no útero, ulcerações das alças intestinais, infarto do útero e anexos
(ovários, trompas de Falópio), intoxicações causadas por substâncias tóxicas
ingeridas para provocar o aborto, complicações renais e cardíacas. Os riscos vão de
acordo com o crescimento intra-uterino, a complicação mais severa é sem duvidas a
morte da mulher, de todo modo a histerectomia em conseqüência também é outro
fator grave que acomete a mulher.
Segundo Domingos e Merigli (2010), o aborto provocado apresenta um sério
problema de saúde mundial, pois é o motivador do alto índice de mortalidade ligado
ao abortamento. Atualmente no Brasil as condições inseguras da realização desse
exercício causam a incidência de cerca de 12,5%
das mortes de mulheres em
período gestacional.
De acordo com Silva e Andreoni (2012), as mulheres mais afetadas são as
que possuem menos escolaridade, são de baixa renda, negras e carentes. Nesses
grupos encontram-se as mais vulneráveis ao risco do aborto inseguro. Por lei, estão
previstas punições drásticas tanto para quem realiza, quanto para quem se dispõe a
essa atividade, por se caracterizar um crime contra a vida. No Brasil, só é consentido
quando há risco iminente para a genitora ou quando seja fruto de estupro.
Para Pereira (2012), existem vários fatores que contribuem para a decisão
da mulher em interromper a gravidez, embora haja varias situações pela qual a
mulher possa estar passando esse ato é baseado em uma rede de motivos e não
apenas só um. Os motivos são distintos desde a questão financeira, se há mais
filhos vivos, se existe violência sexual conjugal, até o pensamento de perda de
autonomia, pois com o nascimento de um outro ser o seu estilo de vida pode mudar.
Segundo Souza et al., (2001), é comum esse habito em todas as classes
sociais, estado civil, idades, porém, dependendo da situação financeira, os riscos
são maiores ou menores. A clandestinidade transforma esse método em uma fonte
lucrativa, garantindo a impunidade de quem pratica tal ato.
23
Para Rebouças e Dutra (2011), as razões para pratica abortiva são
variáveis, podem ser a situação socioeconômica, incluindo a pobreza, falta de
suporte do parceiro e desemprego, preferências de construção familiar, como tardar
a maternidade ou deixar um espaço maior entre as gravidezes. Problemas
relacionados ao relacionamento com o marido ou parceiro, risco à saúde da mãe ou
do bebê, estupro ou incesto.
De acordo Silva Júnior (2011), existe cinco métodos abortivos mais
utilizados no mundo todo que dependem da idade gestacional que são: dilatação e
curetagem que se realiza da 6° até a 16° semana onde o feto é desmembrado com
uma cureta (instrumento em forma de colher com bordas cortantes) e junto com a
placenta despedaçada é jogado em um recipiente. Sucção que também se realiza
entre a 6° até a 16° semana, onde feto é sugado através de um tubo por um
aparelho 29 vezes mais potente que um aspirador de pó e o crânio do mesmo por
não passar pelo o tubo é esmagado com uma pinça.
Segundo o autor supracitado (2011) ainda existem os métodos de
envenenamento salino que é realizada após o feto ter 16 semanas, que causa morte
por desidratação e hemorragia no cérebro e outros órgãos, além de produzir
queimaduras graves na pele do mesmo. A histerotomia é realizada entre 24° a 38°
semanas que se trata de uma cesariana que tem por objetivo matar ou deixar a
morte o bebê. E por ultimo, o aborto químico que é a ingestão de medicamentos
abortivos como o citotec.
Para Barros e Albuquerque (2005), outros medicamentos usados para o
aborto são mais utilizados na região norte do Brasil, por exemplo: reguladores de
fluxo menstrual chamados de “coquetel” feito com mistura de drogas com atividade
hormonal, Misoprostol, Arruda, Quebra-Pedra, Cabacinha, Erva de Bicho.
De acordo com o autor supracitado Barros e Albuquerque (2005) não
existem substâncias próprias para limpar o útero grávido, mas as substâncias
usadas são para a pratica são geralmente tóxicas e causam envenenamento no
organismo da gestante causando uma conseqüência leve como a morte do ovulo,
feto e embrião. Essas substâncias podem ser de origem mineral ou vegetal tais
como jalapa, o sene, a sabina, o quino, o centeio espigado. Ingerindo certas doses
desses medicamentos podem levar a dores gástricas e abdominais, diarréias,
24
vômitos e nos casos mais graves, complicações hemorrágicas, respiratórias,
circulatórias e urinarias podendo levar a morte.
Para Sedicias (2007), algumas infusões e chás feitos com plantas medicinais
consumidas durante a gravidez podem ocasionar complicações na gestação levando
a expulsão do feto. Dentre essas plantas destacam-se: aloe vera (chamada de
babosa) catuaba, angélica, jarrinha, arnica, erva de santa maria, canela, lágrima de
nossa senhora, mirra, copaíba, trombeta, cravo dos jardins, erva grossa, erva
andorinha,hera, erva de macaé, azedaraque, hortelã, guaco, noz moscada, quebra
pedra, peônia, jaborandi, transagem, erva de bicho, beldroega,pessegueiro, romã,
cascara sagrada, ruibarbo, salsaparrilha, jurubeba, ipê.
Segundo Martins (2012), existem diversos tipos de remédios abortivos,
caseiros e não caseiros, por exemplo: o citotec. Algumas supostas plantas de efeito
abortivo são usadas para diferentes formas de eliminação como a aloe vera, que
provoca hemorragia e por isso não se deve usar durante a gravidez. Outras plantas
cujos nomes são: catuaba, sene, trombeta, erva grossa, erva de Macaé, jaborandi,
romã e várias outras.
De acordo com Pereira et al., (2012), o processo de abortamento é
relacionado a uma serie de sentimentos que se apresentam de forma desencadeada
desde a descoberta de que está grávida, passando por um período que envolve a
decisão de aniquilar o feto até após o ato concluído. Tais sentimentos como: medo
de morrer, tristeza e alívio.
Para Silva Júnior (2011), existem conseqüências físicas como laceração do
colo do útero, lesão nos intestinos dentre outras, mas principalmente psicológicas
onde desencadeiam flashbacks do momento do ato causando crises histéricas,
sentimento de culpa, visões ou sonhos de crianças, causa também dificuldade de se
relacionar com outras pessoas, ansiedade, medo de outra gravidez, baixa estima por
ter destruído seu próprio filho, depressão, e fica nove vezes mais vulnerável ao
suicídio.
Segundo Tapajós (2011), o aborto é sempre um processo traumático, sendo
ele espontâneo ou induzido. Pois está ligado ao processo da existência feminina,
então, um abortamento modifica a vida de qualquer mulher. Por sua vez é comum
existir o sentimento de culpa depois de perder ou eliminar um filho. Pode surgir
25
também a tristeza, arrependimento, depressão e dificuldade de se relacionar com
outras pessoas.
De acordo com Lima (2013), o sentimento de culpa gera inúmeras
conseqüências negativas as quais por diversas vezes nem imaginamos. E toda
culpa gera uma forma de se compensar, e de varias formas isso poderá ocorrer e
nenhuma delas será saudável. Por exemplo, satisfazer todos os desejos de uma
criança, sem impor limites. A culpa também gera autopunição, surgem desejos
inconscientes de causar sofrimentos em si mesma, “se eu cometi um erro devo
pagar por isso” .
De acordo com Barros e Albuquerque (2005), no Brasil, o ato de provocar o
abortamento é legalmente permitido se houver necessidade exclusivamente de
salvar a vida da mulher ou se a mesma for vitima e estupro.
Para Rebouças e Dutra (2011), durante muito tempo no Brasil o abortamento
foi considerado pela alta sociedade e pela igreja Católica como um descontrole
moral, devido ao seu crescente número. Então, surgiu a necessidade de criar uma
legislação que proibisse tal exercício, colocando em vigor a Lei nº. 2.848 de 1940 de
acordo com o código penal.
Para Miguel (2012), no Brasil o debate sobre essa temática é fortemente
influenciado pela igreja católica que criminaliza essa prática acusando o aborto de
ser o carro-chefe de uma batalha moral. Nossa legislação só permite descontinuar a
gestação se tenha sido fruto de estupro ou coloque em risco de morte a vida da
mulher, aparados no Código Penal de 1940.
Segundo Domingos e Merigli (2010), no Brasil o código penal Brasileiro que
prevê a prática legal do aborto foi promulgado em 1940, apenas quando não outra
forma de salvar a vida da gestante ou quando a gravidez é conseqüência de estupro
ou incesto. E em alguns casos isolados de má formação congênita em que a
interrupção da gestação é autorizada pela justiça.
Para Matos (2014), houve dois plebiscitos para votar a descriminalização do
aborto. O primeiro ocorreu em 1998, sem sucesso. O segundo em 2007, saindo
vencedora a proposta de descriminalização até a 10° semana de gestação, sendo
legalizado pela Lei n.° 16/2007, de abril de 2007, que entrou em vigor a partir de 22
de abril do mesmo ano.
26
Segundo Silva Junior (2011), não pode punir o médico que realiza o ato para
salvar a vida da mãe ou se essa gestação for conseqüência de abuso sexual. E pelo
ECA a Lei nº 8.069/90 do art. 7° prevê que “ A criança e o adolescente tem direito a
vida e a saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitem o
nascimento e o desenvolvimento.”
Para o autor supracitado (2011), o nosso código penal (Decreto-lei nº
2.848/40) prevê como crimes: provocar o aborto em si mesma ou consentir que
outros lhe provoque (art. 142); provocar aborto sem o consentimento da gestante
(art. 125); e provocar o abortamento com o consentimento da gestante (art. 126). E o
art. 127, relacionam as causas de aumento de pena.
De acordo com Barros e Albuquerque (2005), a penalidade para mulheres
que se submetem de forma ilegal, varia de 1 a 10 anos de prisão, essa pena se
duplica para aqueles que praticam ou auxiliam (Código Penal Art. 126-129, Decreto
Lei n° 2848 de 7 de dezembro de 1941 e 1969). E mesmo com tais leis que proíbem
e punem os praticantes do aborto, estimativas apontam mais de 3 milhões de
abortamento por ano.
3.3 Aborto e Adolescência
Segundo Souza et al., (2001), o abortamento na adolescência só se torna
útil enquanto não se tornou pública a gestação da mesma. Desta forma, a sociedade
não oferece garantias do exercício da sexualidade das jovens e elas não são
conscientizadas das conseqüências que a sua liberdade sexual pode lhe trazer,
podendo se tornar traumática.
Para Silva e Andreoni (2012), quando o jovem entre 14 e 25 anos mora
sozinho a chance de ocorrer abortos se quadruplicam. Os adolescentes mais velhos
são menos propensos a situações de aborto, a cada ano que se passa na vida dos
mesmos a chance de se optar pelo aborto se reduz 17%. Mas ainda assim uma
gravidez indesejada pode terminar em abortamento induzido.
De acordo com Souza et al., (2001), uma pesquisa realizada em toda a
América Latina, aponta que no Brasil a taxa anual é de 3,7 abortos para cada 100
mulheres, na faixa etária a partir dos 15 anos.
Segundo Correia et al., (2011), em 2004 na cidade de Maceió a população
feminina entre 10 e 19 anos eram de 344.221. E nesse mesmo ano foram realizadas
27
1327 internações para realização de curetagens. Levando em consideração a
quantidade de meninas entre 10 e 19 anos foram calculados o número de 864
gestações e cerca de 10% desse valor foram terminadas abortos provocados, no
total de 86.
Para Correia et al., (2011), em um estudo realizado nas escolas de Maceió,
Alagoas com estudantes de 12 a 19 anos, com base nas curetagens realizadas em
internações pós abortos, perceberam que pouco mais de 65% das entrevistadas não
conheciam nenhuma complicação do aborto provocado e as complicações mais
citadas foram a morte e a esterilidade.
De acordo com Faria et al., (2012), na pesquisa realizada com oito
adolescentes entre 15 a 19 anos que foram internadas em situações de
abortamento, 7 eram mães solteiras e moravam com os pais ou parente, e uma era
casada e morava com o esposo. A idade gestacional variou de entre cinco a oito
semanas. Apenas uma das adolescentes relatou ter provocado o ato por imposição
de sua mãe e as demais relataram abortos espontâneos. Todas foram internadas e
submetidas a tratamento para aborto e curetagem.
Segundo Goodnews (2010), existe uma prevalência muito grande de abortos
provocados durante a puberdade, a quantidade é maior do que em todas as faixas
etárias. Pouco mais de um quarto dos abortamentos ocorrem em mulheres entre 15
a 19 anos que engravidam e decidem descontinuar a gestação.
Para Catherin (2010), o abortamento e as complicações no parto são a 5°
causa de mortes entre as adolescentes ou total de 6% do total de óbitos entre as
jovens. Cerca de 140 meninas tem a gestação interrompida por dia, estima seis
meninas entram processo de aborto a cada hora.
De acordo com Mathias (2011), desde 1980 a quantidade de jovens grávidas
entre 15 e 19 anos aumentou 15%, sendo que a metade das 700 adolescentes que
se tornam mães por ano no Brasil, mais da metade realizam o aborto, sendo que
essa pratica quase sempre da maneira mais perigosa. Muitas meninas utilizam
métodos que outras amigas alegaram dar certo, que podem ser desde
medicamentos até objetos pontiagudos que atravessam o canal do útero.
Segundo Souza et al (2001), na fase jovem uma gestação é sempre
considerada de alto risco, porque desencadeia uma série de complicações para a
gestante e o feto, pelas as alterações biológicas, psicológicas, sociais e culturais que
28
podem surgir a qualquer instante. Sendo assim, essas complicações ou a prática
clandestina do aborto é considerada que a gravidez é uma das principais causas de
morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
Para Silva e Andreoni (2012), as gestações ocorrem de forma inesperada,
intempestiva, e por conseqüência disso a maioria das jovens sempre optam pelo
aborto provocado. As complicações na gravidez e no parto são a causa de morte
mais comum entre as adolescentes de 15 a 19 anos existindo uma forte relação
entre a gestação precoce e os abortos praticados em condições inapropriadas.
Estima-se que cerca de 3 milhões de abortos induzidos sejam praticados por jovens
e na grande maioria em clínicas médicas sanitárias irregulares.
Segundo Correia et al., (2011), a infecção é considerada uma complicação
do aborto induzido, internações e mortalidade são menos encontradas em países
onde o abortamento é legalizado. A mortalidade e a hemorragia são as
complicações que mais preocupam as adolescentes com faixa etária de 12 a 14
anos, enquanto as maiores de 15 anos o que se destaca é esterilidade. O que se
leva pensar que as jovens mais novas se preocupam mais com suas próprias vidas
e as mais velhas tem mais preocupação na possibilidade de não poderem ter filhos
no futuro.
De acordo com Correia et al., (2011), para uma parte das adolescentes estar
grávida significa realizações e felicidade, e que o feto é um fruto de um momento de
prazer quando desejada. Mas, para a grande maioria quando o exame mostra o
resultado positivo de gravidez é motivo de tristeza, medo, insegurança e até mesmo
desespero, pois a maternidade não estavam em seus planos e a decisão de ser mãe
ou não, não é fácil.
Para o autor supracitado (2011), sendo a gravidez uma decisão difícil, o
abortamento se torna a única saída para as jovens. E nesse desafio, elas arriscam
suas vidas, quando decidem descontinuar a gestação utilizando todos os métodos
que estão em suas condições. Geralmente esse período é vivenciado apenas por
elas de forma solitária e clandestina, ou com pressão psicológica de seus parceiros
e familiares. Mas, o sentimento de abandono não necessariamente quer dizer que
estão sozinhas, mas sim porque as pessoas mais próximas como seus pais e
parceiros são os primeiros a propor essa alternativa.
29
Segundo Correia et al., (2011), as adolescentes não conhecem o próprio
corpo, assim como o resultado dos seus atos sexuais. As jovens em grande maioria
não conhecem as complicações que um aborto provocado pode acarretar. Como
não há o uso corretamente dos métodos de contraceptivos, o aborto destaca-se
como uma saída para a gravidez indesejada da fase da juventude.
Para Goodnews (2010), a adolescente quase sempre é surpreendida por
uma gestação repentina e não sabe como agir diante dela ou comunicar uma
pessoa mais experiente e próxima de sua confiança. Na maioria das vezes essa
pessoa de confiança é a própria mãe.
De acordo com Faria et al., (2012), os valores e conhecimentos recebido da
família e pessoas mais próximas ressurgem
com a situação vivida pelas
adolescentes diante da gravidez e do abortamento, sobre o que é socialmente aceito
como conduta correta causando insegurança em seus sentimentos.
Segundo Mathias (2011), quase metade dos casos as jovens comunicam as
amigas, mãe e namorados antes de realizar o aborto, mas principalmente as amigas
mais velhas que influenciam na decisão de eliminar o feto. A gravidez precoce
assusta a jovem que teme ser julgada moralmente, prefere não ir ao médico, que
muitas vezes é o mesmo medico de sua mãe, então por isso elas resolvem se abrir
com suas amigas e buscam o auxilio em farmácias.
Para o autor supracitado (2011), as jovens se sentem acuadas, sem saber
pra quem pedir ajuda e o que escolher diante das pressões causadas pela
sociedade em relação a ser mãe solteira e a ilegalidade do aborto.
Então as
mesmas resolvem pelo auto-aborto, utilizando injeções anticoncepcionais, chás,
superdosagens de remédios e se não resolver o problema elas recorrem a
procedimentos mais invasivos de maior risco.
3.4 Intervenções de Enfermagem frente ao aborto na Adolescência
Para Noguez et al., (2008), em relação ao abortamento na fase jovem é
importante destacar a importância do profissional enfermeiro para a saúde coletiva,
pois acreditasse que o mesmo representa como um sujeito educador e promotor de
saúde. Reconhecendo os fatores de risco para a sociedade em especial à saúde da
mulher, na prevenção da gravidez na adolescência e de desfechos gestacionais
30
desfavoráveis como prematuridade e o baixo peso ao nascer, abortos e a prevenção
de DST's.
Segundo Silva et al., (2005), o estudo apresentado por ele demonstra que os
jovens são despreparados para a vida sexual sadia e, diante do risco que os
mesmos correm com as doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada
e o aborto, reforça a importância de programas educativos para a população de
adolescentes, principalmente os de baixa renda.
De acordo com Strefling et al., (2015), em um estudo realizado, em um
determinado grupo de enfermeiros poucos tinham por finalidade a busca do histórico
do abortamento, como características induzidas e ilegais ou de forma espontânea e
legal, com o intuito de identificar a visão e as percepções das mulheres sobre o
abortamento
Para Carvalho e Paes (2014), a visão de integralidade é um princípio
doutrinário pelo SUS, onde o conceito é complexo e multidisciplinar. Quando se trata
de mulheres submetidas ao aborto, são de extrema importância uma abordagem
integrativa do cuidado e a promoção de saúde para que sejam evitadas novas
práticas de abortamento inseguro.
Segundo Mariutti; Almeida e Panobianco (2007), o cuidado não se deve
limitar apenas em ações de intervençes a saúde, deve aliar a sabedoria com a
prática de saúde juntamente com a tecnologia. Os cuidados de enfermagem
percebidos pelas mulheres acometidas ao aborto é julgado como "normal" e "básico"
por se tratar de procedimentos técnicos no cuidado apenas voltado para o corpo
físico como: ajudar na realização de higiene pessoal, administrar remédios prescritos
e aferir pressão.
Para Souza et al., (2001), as medidas preventivas podem evitar a repetição
da prática abortiva ou postergar uma outra gestação indesejada, sendo que a
maioria das jovens realizam o aborto pela primeira vez. É realizado então um
trabalho educativo para esclarecer dúvidas sobre a sexualidade, contracepção, os
riscos e as complicações a que estão sujeitas ao se submeterem ao aborto.
De acordo com Correia et al., (2011), os abortos são realizados com mais
freqüência por mulheres jovens, portanto pode se concluir que poucas dessas
adolescentes conhecem corretamente as complicações do aborto provocados sendo
31
então necessários maiores esclarecimentos preventivos e educacionais que podem
ser realizadas pela equipe de enfermagem.
Segundo Silva e Andreoni (2012), a falta de contraceptivos eficazes aumenta
a chance de ocorrer uma gravidez indesejada, e por conseqüência o aborto
provocado. É de grande importância que se invistam recursos para a implementação
de métodos contraceptivos eficazes destinados às mulheres na fase jovem onde
começa a vida reprodutiva
De acordo com Pereira et al., (2012), para os profissionais de saúde é
essencial saber lidar com as adolescentes em abortamento, tendo em vista
estabelecer uma relação de afeto, respeito e empatia, contribuindo para um melhor
enfrentamento desse momento delicado. Acolher e ouvir essas jovens devem estar
presentes na vida desses profissionais de saúde, independentemente de suas
opiniões em relação ao aborto. Saber ouvir pode evitar maléficos à saúde mental
dos mesmos.
Para Santos e Strefling (2015), julgamentos morais e colocar as jovens que
realizaram o aborto em situações de reprovação não resolvem o problema, é
fundamental que os profissionais de saúde acolham essas adolescentes de forma
que se sintam protegidas e que superem esse momento difícil em sua vida.
Segundo o autor supracitado (2015), cabe ao enfermeiro no momento da
procurando prestar o cuidado de forma integral, principalmente no que se refere
admissão dessas jovens deve se atentar para as especialidades desse atendimento
planejamento reprodutivo e prevenção de novos abortos.
De acordo com Barros e Albuquerque (2005), outras formas que os
profissionais de enfermagem podem usar na prevenção e promoção de saúde do
abortamento na adolescência são: discussão ampla na sociedade para evitar a
repetição ou diminuir significativamente a prática abortiva, orientação contraceptiva
adequada a essas adolescentes, promoção da auto-estima, incentivar a dialogo com
as famílias
De acordo com Cruz (2007), apesar de não ser obrigatória, a participação da
família no atendimento ao adolescente é fundamental para educação sexual dos
jovens. O enfermeiro juntamente com a sua equipe deve evitar uma postura
autoritária e mostrar para a família e o jovem que juntos podem encontrar uma
melhor forma de enfrentar essa fase da vida.
32
De acordo com Faria et al., (2012), existe uma necessidade do enfermeiro
em ajudar no resgate dos valores familiares, principalmente no que diz respeito á
comunicação interpessoal entre pais e filhos, com intuito de ter uma relação social
com confiança e reciprocidade. Os jovens precisam encontrar no seio familiar
abertura para conversar sobre qualquer questão. Outro cuidado importante dos
profissionais de saúde é atenção voltada para a adolescente no momento da
internação, pois tem que se levar em consideração as necessidades manifestadas
pelas jovens.
Para Domingos e Merigli (2010), o tratamento as mulheres acometidas pelo
aborto deve ser de modo humanizado pelos profissionais de saúde, devendo ser
demonstrado por meio do respeito à opção pelo abortamento. O enfermeiro como
profissional de saúde deve, portanto prestar os seguintes cuidados: acolhimento,
informação e aconselhamento para que reduza tal prática.
De acordo com Souza et al., (2001), o tratamento humanizado pelos
profissionais de saúde é imprescindível, baseado no respeito e no método praticado
pela adolescente, o período de internação é uma oportunidade para ouvir a jovem e
promover o conhecimento em relação o ato de abortar.
33
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os dados do estudo, pode-se concluir que, os jovens são
muito vulneráveis a vida sexual insegura, podendo ocasionar gravidez indesejada e
abortos provocados ou espontâneos.
As medidas preventivas adotadas pelos profissionais de saúde, e em
especial o enfermeiro e sua equipe podem reduzir significativamente a prática do
abortamento inseguro, com à pratica de promoção e educação sexual que logo
resultará na prevenção dos jovens, principalmente nas áreas de baixa renda onde os
mesmo são mais suscetíveis aos riscos.
Concluímos que ainda há muito que se revisar em relação ao aborto na fase
jovem. Que é necessário buscar novas idéias de planejamento e cuidado para a
promoção e prevenção da prática abortiva.
34
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38
ANEXO A: IMAGENS
Imagem 1: Adolescentes
Fonte:
Ascom/Saúde.
Disponível
http://siteantigo.saude.al.gov.br:82/categorias/atencaoasaude/atencaobasica/saudedoadol.
Acesso em maio. 2015.
em:
39
Imagem 2: Aborto
Fonte: Monografias.com. Disponível em: http://www.monografias.com/trabajos100/causas-delaumento-abortos-ultimos-diez-anos-argentina/causas-del-aumento-abortos-ultimos-diez-anosargentina.shtml . Acesso em maio. 2015.
Fonte: Viver santamente. Disponível em: http://agnussanctus.blogspot.com.br/2014/11/quemdefende-o-aborto-ja-matou-crianca.html. Acesso em maio. 2015.
40
Imagem 3: Aborto e Adolescência
Fonte:
Barros,
2011.
O
tempo
de
Marta.
Disponível
em:
http://tempodemarta.blogspot.com.br/2011/01/os-pais-e-gravidez-na-adolescencia.html. Acesso em
maio. 2015.
Fonte:
Alves,
2011.
Igualdade
e
fraternidade
para
todos.
Disponível
http://ticopiancopb.blogspot.com.br/2011/09/reportagem-especial.html . Acesso em maio. 2015.
em:
41
ANEXO 2: TABELAS
Tabela 1: Motivações para o aborto
MOTIVAÇÕES PARA O ABORTO
VITIMA DE
ABUSO
FAMILIA A
1%
FAVOR DO
ABORTO
0%
ESTETICA
PARCEIDO A 3%
FAVOR DO
NÃO QUER
ABORTO
QUE 1%
SAIBAM
QUE
PRATICAVA
SEXO
2%
OUTRAS RAZOES
9%
NÃO ESTÁ PRONTA
28%
SEM FORMAÇÃO
10%
NÃO SE
CONSIDERA
MADURA
11%
NÃO QUER SER
MÃE SOLTEIRA
13%
CONDIÇÃO
FINANCEIRA
22%
Fonte: SILVA JUNIOR, 2011. Aborto: causas, conseqüências e alternativas.
42
Tabela 2: formas de aborto induzido
FORMAS DE ABORTO INDUZIDO
60
57
50
40
30
20
10
12,5
10,6
8,7
4,5
2,6
1,9
0,7
0,4
1,1
0
Fonte: SILVA JUNIOR, 2011. Aborto: causas, conseqüências e alternativas.

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