Eu sou o Hip Hop
Transcrição
Eu sou o Hip Hop
Conteudo A NOSSA CAPA 16 Kool Kleva ”Eu sou o Hip-Hop” 10 “Num País tão rico, é injusto morrer a fome” MUKANDAS 4 Editorial DESTAQUES 8 Papetchulo 10 Mr. K CULTURA 6 Hip-Hop ALÉM FRONTEIRAS 23 Side Hill Asrafo Records Eavesdrop 5 De simples realizadores de espectáculos à musicos de sucesso 27 Racionais mc´s valete Dj Madkutz Public Enemy Side Hill EXCLUSIVO 12 Tribo Sul“Quem sabe o que quer, não aceita o que não quer” ENTREVISTAS 14 Carbono & Honório”O estado actual do Hip-Hop angolano é triste” 15 CF Kappa “No início era apenas curiosidade” Amak-Yeve “A Vida é um desafio” 18 Flagelo Urbano “Samplier não é roubar, é homenagear” 20 Marinela “É na dança onde encontro a minha paz” 25 23 “Se os homens são Mc´s, Nós somos as M´sas” 22 Velas raio X O regresso do arte “O Graffiti é uma Tubarão Branco Espontânea” 26 Lukeny “A primeira vez que tive contacto com aquela forma de recitar poesia, mudou a minha vida” NAS RUAS 4 Feedback 11 24 Zoom zooms 28 Zwelarazzi 30 Reviews Meu ponto de vista PERFÍL 6 Melo K 21 “Considero-me um produtor profissional, porque vivo disto” 24 Página Kontrário ZWELANDO 5 De simples realizadores de espectáculos à musicos de sucesso “Eu sou o Hip-Hop” 6 Mandambela 7 Filho de peixe é peixe 11 O Graffiti é uma arte Espontânea 19 Shorty Bang e Soloba 21 O pai do Sample 25 Se os homens são Mc´s Nós somos as M´sas 8 “Sempre tive a missão de chegar longe” 16 EQUIPA EDITORIAL Director Geral C.M. Faztudo Editor João Meia Carta do Editor Editor Adjunto Domingos Bernardo Numa sociedade que se distancia cada vez mais da verdade em prol de uma postura comprometida e silenciosa face ao Presente, de forma desleal e aniquiladora do Amanhã, esta pretende ser uma revista, de encontros, diálogos, divulgações e reflexões, entre membros e simpatizantes do movimento Hip Hop. Nele esperamos partilhar um pouco do dia-a-dia da comunidade Hip Hop nacional, com algumas passagens além fronteiras. Aqui, procuraremos divulgar a vida dentro e fora do movimento, nas suas pequenas grandes complexidades e, acima de tudo, falar da sua relação com o mundo e com o transcendente na profunda certeza da sua grandeza. Há, agora de certeza, com a publicação desta revista, um lugar para várias visões, expressão cultural, coerente e construtiva que pode não encontrar ouvidos noutro lado. Sinta-se em casa! Director Comercial Kennedy Neto Redatores Conceição José Balanga Sebastião Nogueira Amaral M. Faztudo Kombaniklotiko Pipocas Silvino João Dj Cavera Correspondentes Telma - Portugal Nelson Debrava - Cabo Verde Monisha Schoeman - Africa do Sul Jean Makhadi - Congo Brazzaville Ricardo de Sousa - Brazil Colunista Paulo Oscar Kudibanguela Colaboradores Flagelo Urbano Elizeu Tiago Mc. Fotógrafia Dj Cavera Masta Joy Graficos / Paginação Faztudo Media Alliança Camponesa Para a divulgação de suas ideias, álbum ou evento, contacta: [email protected] Feedbacks N os últimos anos o Hip-Hop tem vindo a crescer de forma positiva muito embora seja um crescimento quantitativo e menos qualitativo, mas a que se louvar os esforços que muitos tem feito em prol desta cultura, e para não esquecer louvamos também as massas que têm apoiado o movimento. Por esta razão a Zwela oferece a rubrica ” nas ruas “, onde o pessoal, quer seja activista ou não, elege desde a melhor música, álbum, ao melhor e pior MC no momento. Officio Angola Rua da Enana Bairro do Rocha Pinto Maianga - Luanda Nome: Dj B.F. Idade: 18 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Flagelo Urbano Melhor Música: Mentalidade “Afroman” Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman” Pior Mc: Megga Fofo Pior Álbum: Warrant B - Batalha Nome: Irene Domingos Idade: 20 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Sandocan Melhor Música: Angolan “Wonderfull One” Melhor Álbum: Tubarão Branco “Sandocan” Pior Mc: Vladimiro Cardoso Pior Album: Não têm Africa do Sul 18 Barrington Street, Observatory 7925 Cape Town 8001 Africa do Sul [email protected] www.alliancacamponesa.com Nome: Kem J. Idade: 28 Ocupação: Musico/Realizador Melhor Mc: Kool Klever Melhor Música: Ser negro “Guto” Melhor Álbum: Odyssea “SSP” Pior Mc: Big Nelo Pior Álbum: Warrant B - Batalha Nome: Ciclone aka 1 Maka Idade: 22 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Mc K Melhor Música: O silencio também fala “Mc K” Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman” Pior Mc: Mc Matita Pior Álbum: Não existe Nome: Yolanda M. B. Gonçalves Idade: 28 Ocupação: Estudante de Direito/Actriz Melhor Mc: Big Nelo Melhor Música: karga “Big Nelo” Melhor Album: “Big Nelo” Pior Mc: Father Mack Pior Álbum: Sangue, suor e lagrimas “Father Mack” Nome: Afele Idade: 22 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Dr Romeu Melhor Música: Atrás do prejuízo “Mc K” Melhor Álbum: 99% de amor “SSP” Pior Mc: Shak Shura Pior Álbum: Álbum dos Beautfull Nome: Nelson Faztudo Idade: 23 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Yanik Melhor Música: Mentalidade “Afroman” Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman” Pior Mc: Megga Fofo Pior Álbum: Cartas na mesa “kalibrados” Nome: Kinilson Idade: 20 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Brigadeiro 10 Pacotes Melhor Música: Folha Branca “Mc K” Melhor Álbum: Mentalidade “Afroman” Pior Mc: Vladimiro Cardoso Pior Álbum: Ainda não ouvi Nome: Aida P. Domingos Idade: 20 Ocupação: Estudante Melhor Mc: Yanik Melhor Música: Reeducação “Kid Mc” Melhor Album: Kooltivar “Kool kleva” Pior Mc: Cage One Pior Album: Eu sou o (A) “Malef” Nome: Fonseca Idade: 24 Ocupação: Estudante de Programação Melhor Mc: Kool kleva Melhor Música: Realista “Afroman” Melhor Álbum: kooltivar “Kool Kleva” Pior Mc: São muitos Pior Álbum: Ainda não ouvi Nome: Amax Idade: 20 Ocupação: Estudante/Professor Melhor Mc: Kool Kleva Melhor Música: Mentalidade “Afroman” Melhor Album: Kooltivar “Kool kleva” Pior Mc: Eddie Tussa Pior Album: Megga Fofu Nome: Elizeu Idade: 23 Ocupação: Estudante de Economia Melhor Mc: Mc K Melhor Música: Valoriza-te Palanca “Mc K” Melhor Álbum: Trincheiras de ideia “Mc K” Pior Mc: Megga Fofo Pior Álbum: Album de J.D. Angola + 244 923 310 384 + 244 922 318 256 + 244 923 643 847 + 244 926 211 155 [email protected] NUNES Anuncios / Publicidades + 244 923 643 847 [email protected] www.alliancacamponesa.com COMERCIAL Endereço Kamungo - Kibala, Kwanza Sul Angola - Kwanza Sul Tel: 923 306 388 912 414 047 923 347 901 De simples realizadores de espectáculos à músicos de sucesso Fruto de um trabalho de mais de 10 anos, os rapazes maravilhosos de Cacuaco, continuam a ser apesar das polivalências e mistura de ritmos, dos grupos de maior sucesso no mercado nacional. Por: Kombaniklotiko Em 1994 no bairro 4 de Fevereiro, Cacuaco, por Kaporal e Ikuma-full, dois então realizadores de espectáculos juntando se depois a C.Lau, D.Latoy e Hozone “que por motivos alheios deixou o grupo 4 anos depois”, os jovens conquistaram a simpatia do público de Cacuaco, com as suas maravilhosas actividades, daí o Wonderfull-one. Em 1995 os jovens começam com apoio de Tarcísio Vilela (T.Jay), a cantar temas da sua própria autoria, que viera a ser gravado no então estúdio futuro, as músicas “Unir o município e diga não a droga”, tornando notório nas ruas de Cacuaco, fortalecendo a ideia de levar avante o projecto wonderfull-One. Passado alguns anos a coisa ganha corpo e o grupo consegue passar nas rádios as suas músicas como: “cigana”, “não a droga” e Metre Beye “música dedicada ao malogrado mediador do processo de paz angolano” Em 1997, com o vídeo clip da música “cigana”, o grupo ruma para a conquista Nacional e internacional, mas tudo isso, era só o começo de 4 sonhos maravilhosos que passavam por gravar um CD e converterse no grupo mais badalado do país, sonho que viera a ser concretizado em 1999, com a publicação do álbum “Géneses” editado e marterizado em Portugal pela Energy Records, trouxe o sucesso que nem mesmo os jovens almejavam, com apenas oito (8) faixas musicais numa mistura entre rap, ragga e kizomba, o álbum tocou por Angola a fora com as música “rainha da beleza” e “Ela”, esta última levou o grupo a conquista do Top R. Luanda, como grupo revelação 2000, 2º-lugar no Top na RDP, 3º- lugar no top anual, em Moçambique. No âmbito da pacificação dos espíritos, fruto da situação que o país vivia na altura o grupo andou por várias províncias, prestando o seu calor humano para com as FAA e a população, particularmente nas províncias do Bié e Huambo. Quatro anos depois, o grupo desloca-se para São Paulo, Brasil e aí, concluem as gravações do disco “Polémica” com quinze (15) faixas musicais, que viera a ser editado na África do Sul. O álbum torna-se sucesso com a música “fim-de-semana”. De lá para cá, o grupo passou por fases menos boas, uma vez que viuse obrigado a perder o titulo de quarteto, tudo devido a saída de Ikumafull, tornando se em trio. Recentemente lancaram o 3º album “ 3 Dimensões “. Fotos: gentilmente cedida pelo grupo Wonderfull One ZWELA primeira revista de rap mwangole 5 Cultura Melo.k aka Hem4tozin4h Nascido foto) em na Jamaica D .J ig America rou para os E . Kool Herc, (n st 70 que , e foi no princ ados Unídos a d ip músical, ele inventou io da década a d uma gra que depois pa um novo estil e ssou ass o represe nde cultura, im a se n h volta d tada por milhõ ojé a mesma r es de ac o unive é ti rs muito D j Kook H o por isso é vistas em qu erc é o p ai do Hip e para -Hop... HIP-HOP A cultura hip hop é formada pelos seguintes elementos: O Rap (Mc e Dj), o Graffiti e o break. Rap rhythm and poetry, ou seja, ritmo e poesia, que é a expressão musicalverbal da cultura; Graffiti - que representa a arte plástica, expressa por desenhos coloridos feitos por graffiteiros, nas ruas das cidades espalhadas pelo mundo; Break dance que representa a dança. Os três elementos juntos compõe a cultura hip hop. Que muitos dizem que é a "CNN da periferia", ou seja, que o hip hop seria a única forma da periferia, dos guetos expressarem suas dificuldades, suas necessidades de todas classes excluídas... O termo hip hop, alguns dizem que foi criado em meados de 1968 por Afrika Bambaataa. Ele teria se inspirado em dois movimentos cíclicos, ou seja, um deles estava na forma pela qual se transmitia a cultura dos guetos americanos, a outra estava justamente na forma de dançar popular na época, que era saltar (hop) movimentando os quadris (hip)... Em meados dos anos 70 no Bronx , cidade de Nova Iorque, só existiam dois bons deejays conhecidos que eram Kool D.J. Herc e Kool Dee. Kool D.J. Herc foi o maior e mais seguido de todos os D.Js. do Bronx . De qualquer modo em meado dos anos 70 outro jovem D.J. que foi inspirado por kool D.J. Herc, Kool D.J. Dee, Disco King Mario, começou aparecer e crescer no cenário da música B.Beat chamado Afrika Bambaataa. Ele tinha algo de grandioso da música B.Beat de Kool Herc, ele começou a trazer novos discos e fazia as pessoas dançarem como um trovão, e decidiu de chamá-los de ZULU NATION. Nos próximos anos Bambaataa seria o responsável por várias gírias no movimento. Nesta mesma época apareceu outro D.J. com o nome de Grand Máster Flash, que ajudou a reformular o jeito de rimar em cima dos Break Beats. Não foram Sugarhill Gang, D.J. Hollywood ou Eddie Chebba e Kurts Blow que começaram a rimar em cima dessas batidas, foram realmente Grand Máster Flash, Mele mel, Kid Creole e Keith Cowbow que começaram o fenômeno das rimas. Se existe alguém responsável pela criação da música Break Beat, foram Kool D.J. Herc, Afrika Bambaataa e Grand Master Flash, os que vieram depois só ajudaram a construir o que chamamos de HIP-HOP... SABIAS QUE?... A primeira música de rap a surgir no Brasil foi "Kátia Flávia", em 1987, de autoria de Fausto Fawcett e Laufer? O primeiro graffiwriter a ganhar fama em New York, foi Taki 183? Em Portugal a primeira compilação de rap surgiu em 1994 com a designação de Rapública? Os primeiros a aparecerem a rimar em cima dos Break Beats foram: Grand Master Flash, Mele mel, Kid Creole e Keith Cowbow? Nelboy Das Burthas, que em 1994 abriu o primeiro programa de Hip Hop na Rádio Nacional? Tribo Sul foi o primeiro grupo africano de rap a participar do festival internacional Dance 4 Life? Donna Kelly, é co-fundadora do grupo Warrant B? Ali Bongo, presidente do Gabão, rappou ao longo dos discursos de campanha? 6 ZWELA primeira revista de rap mwangole Nome: Melo.k aka hem4tozin4h Idade: 24 anos Signo: carneiro Ídolo: Jesus Cristo Líder politico: Nelson Mandela Religião: Cristão Ocupação: MC / Produtor Crew: Tribo sul Bairro: Calenba2 3 Produtores: DH, DJ Cavera C, Mad kontrario 3 Mc´s: Eu, Sinik, Pipokhaz, 3 Grupos: …etc. … Hobbies: Musica, Cinema Pitéu: Feijoada Bebida: Gasosa Calçado: Ténis Adidas Perfume: Wednesday Grife: Diesel, Adidas Dama: Negra Cor: Azul e Vermelha Carro dos sonhos: BMW 728 Viagem dos sonhos: França e China Projectos: Edificar a Meia Records Ambições: Viver Numa Angola Sem dor Mandambela Numa sociedade onde a juventude despreza os seus valores culturais, Mandambela é talvez o único rapper angolano que consegue nas suas músicas, dizer não a língua de Camões. Após cerca de 10 anos como rapper o nigga continua firme nas ideias, trazendo no rap a sonoridade da língua Umbundo. Actualmente na África do sul, cumprindo as fases finais do seu álbum de estreia, que virá chamar-se “Tetuatiukila” (Havemos de voltar). Zwelando Filho de Peixe é Peixe Por: Pacarov T em se dito que filho de peixe é peixe, e Cavera C. é uma prova deste ditado, uma vez que sendo filho de Dj, quis o destino que o mesmo também fosse. Com 10 anos de Turntablismo e produção, Cavera C. é hoje dos Djs angolanos com maior divulgação a nível internacional, tendo representado Angola em mais de 20 Países, entre os quais mais de 47 concertos e festivais de Hip Hop como: OBS Fest, Hip-Hop Connected, Dance 4 Life, Grahmstown National Arts Festival, Wynberg Chest Carnival, The Coons Fest, Long Street Festival, etc. Como produtor trabalhou com centenas de artistas nacionais e internacionais espalhados por este mundo a fora como são os casos de: Granster, Seeve (Italia), Pluside, Tom D, Raphlex, Amoba, Kredit, Chris Judge, Dante, Flurid, LDG, Mc Gang, Nabis (Hungria), Mateus Pinguim, Dj Coringa, Mocambos (Brazil), Vandal, CK 2009 - Produziu o álbum do Garlic Brown – Friday the 13th (Rapper Sul Africano), 2009 - Produziu o projecto STOP VIOLENCE (Projecto onde reuniu rappers de varias nacionalidades em memoria as victimas dos ataques de Xenofobia na Africa do Sul), 2009 - Produziu o álbum de Side Hill - Fort d´nos peins (Grupo do Congo Brazzaville), 2008 - Produziu a Mixtape The underdog vol.1 (Projecto com participaçao de varios rappers), 2007 - Produziu a Mixtape Feel the beat vol.2, 2006 - Produziu a Mixtape Terror vision com Terror Mc (Mc Sul Africano), 2005 - Produziu a Mixtape Feel the beat vol.1 (Album instrumental), 2004 - Co- Produziu o álbum do Brown - Hanging in and Hanging on (Rapper de USA), 2004 - Co-Produziu a colectânea Parlamento de rua (Reppars Angolanos em Cape Town), 2004 - CoProduziu o álbum da TRIBO SUL - Grito de liberdade, 2003 - Co-Produziu single da TRIBO SUL - Reflexao do Musseque, 2002 - Co-Produziu o segundo single da TRIBO Flow (Canada), Bob (France), Anu D, Gekke C, Luna SUL - Grava mensagem, 1999 - Blix, Make Senze (Holanda), Mano (Japan), Tekupu Co-Produziu o Primeiro (Nova Zelandia), Telma Tvon e Makheda (Portugal), single TRIBO SUL - Faz Cosmic Crew (Republica Checca), Angel, Dan, Raffi, again Reedo, Sevi, Danny, Reimlifeissi e Michi (Suecia), Eklin, Elom, Bricce (Togo), Rapperholic, Hajila (Zimbabwe), 512 Collectives, Big Mouth, Razor Tang Tang, Billy B, Hustler Boys, Brown (USA), Bumble B, Oren (UK), Ben Sharpa, Archtypes, Nhati, Garlic Brown, Bradlox, Endz the otherness, Eavesdrop, Samuel, Criple Samaritan, Cyche (Africa do Sul) Side Hill (Congo Brazzaville) Intelektu, Denexl, etc... Actualmente é Dj da African Hip-Hop Radio (www.africanhiphopradio.com) e encontra-se a trabalhar na com o Pagina Kontrária, a Mixt ape “o meu lado esquerdo do peito”, o novo álbum da Tribo Sul, o projecto o Velho e o Rapaz, e a mix tape THE UNDERDOG VOL.2 (A LUTA CONTINUA...) ZWELA primeira revista de rap mwangole 7 “Sempre tive a missão de chegar longe” Nascido em Luanda, António Domingos Da Costa, vulgarmente conhecido por Papetchulo, 28 anos, desde puto que vem manifestando a sua veia artística, tornando se num dos ícones da música moderna angolana. Por: Kombaniklotiko Ostentando o pseudónimo de Nuno G, juntou-se a alguns amigos do bairro e formaram em 1992, o grupo de rap que viera a se chamar Putos do BK (Putos do bairro Kassequel), sendo os primeiros passos, os putos conseguiram por vários momentos erguer em bem alto o nome do bairro, uma vez que rapidamente conquistaram o então mercado complicadíssimo e discriminado do Hip Hop nacional. Tempo depois abandona os Putos do BK, forma junto de um outro amigo do bairro Mártires do Kifangondo, um outro grupo que em quase nada deu certo, até que apresentado por um dos elementos do Grupo Zona Kid, aos Warrant B, que na época chamavam-se Warrant Niggas, constituído por; Meiv, Donna Kelly, Cannibas e Edy Tussa. Como o grupo precisava de mais um elemento, propuseram testes a Nuno G, que apresentou um resultado por eles inesperado, e logo recebe o sim, tornando o grupo em quinteto, mas depois ficam sem a Donna Kelly. Rumando em busca de novos horizontes, Nuno G, imigra para as terras de Camões, onde por iniciativa de Pedro NZagi, é atribuído o nome de Papetchulo. Tempo depois reencontra os outros e juntos batem portas de varias editoras, mas viam-se rejeitados, alegando falta de qualidade, até que em 1999, são aceites pela Zé Orlando, editando o álbum “Batalha”. De regresso, a Luanda o grupo consagra-se como o segundo grupo de rap a publicar uma obra discográfica. Alguns anos depois gravam o álbum “Perfil adequado”. Álbum que traz o sucesso individual de Papetchulo, tudo graças a sua forma inigualável de dançar e das curtas passagens em algumas telenovelas da nossa televisão publica, bem como da sua indiscutível aparecia com a estrela norte americana do R&B “Usher”, recebe um carinho do povo, principalmente das meninas, tornando-se a par de Big Nelo, no artista mais cobiçado pelas fãs. Por decisão dos colegas, Papetchulo vê-se afastado do grupo, e parte logo com a edição do álbum “Papetchulo”, a uma carreira a solo. Apesar do mesmo ser reeditado, o álbum não teve o feedback esperado dos fãs, mas acima de tudo segundo o artista, o álbum permitiu-lhe por os pés no chão, deu-lhe varias viagens e muitos espectáculos. Agora em 2009, sob direcção artística de Big Boss e Sandocam, e edição da LS produções, lança o álbum “Te amo”, com 15 faixas músicas e um bónus track, recheado de pop, gheto zuck, r&b e rap, contou com participações de Eliei, Dji Tafinha, Dimensão, Neydi. Fotos: gentilmente cedida por Papetchulo Luanda, Kilamba Kiaxi, Golf, Subzona 10, Quarteirão Nº 48, Rua da Igreja Pentecostal, Contacto: 912 91 64 50 / 922 31 82 56 / 924 61 28 95 ZWELA primeira revista de rap mwangole 9 “Num País tão rico, é injusto morrer a fome” Após ter fechado os negócios em cartas na mesa, Mister K, leva em Bons Ventos a sua carreira a solo e continua sendo uma das principais vozes no panorama Hip Hop nacional. Por: Kombaniklotiko Z -Quem é o Mister K? MK- Mister k ou simplesmente Katila é o meu nome real apenas aumentei o Mister pra ser compativél com as coisas que eu penso. Z -Como te defines como Rapper? MK- Sou um rapper polivalente. Z -Como e quando foi os seus primeiros passos? MK- Os meu primeiros passos foram como B.boy e fazendo play back dos Kris Kross e M.c Hammer. Z -Quais foram as suas influencias? MK- As minhas maiores influençias foram Kris Kross, Wu tang clan, Onix, KRS One, Flip Mod Squad e como muitos angolanos S.S.P. Z -Conta-nos como é que apareces nos Kalibrados? MK- Não foi programado, aconteceu naturalmente. Z -Qual é a sua opinião sobre o beef? MK- O beef é salutar quando é bem feito e quando realmente existem razões para acontecer mas infelizmente existem pessoas que fazem pra ganhar atenção. Z -Como anda a sua relação em torno do grupo? MK- Com os Kalibrados?... ahahahahahhhhhh…. Normal. Z -Se tiveres que escolher entre o álbum Negócio Fechado e Cartas na Mesa, qual deles escolherias? MK- Negocio fechado. Z -Porque? MK- Porque estavamos sempre juntos, suavamos juntos, havia poucos negocios e muito amor a música. Z -Diz-se pelas ruas que saíste dos Kalibrados, porque o Negócio não era Fechado na mesa (havia injustiças nas divisões das receitas do grupo), qual é o seu comentário? MK- Não foi pelo que as pessoas dizem mas sei que a verdade um dia virá a tona, o que posso adiantar é que ninguém saí de um sítio onde esta tudo bem. Z -Qual é a sua ligação com a FIRMES? MK- Eu a firmes somos compalheiros já a algum tempo, o disco firmes foi um negócio que fechamos, o tempo esgotou e cada um esta na sua mas a amizade continua. Z -Fala-se em álbum solo de Mister K, podes descrever este álbum? MK- O ábum está para breve. Será um álbum versatíl com conteúdo forte e com uma identidade própria, e sairá pela minha Produtora, a Bons Ventos Produtora. Z -Ouvindo as suas músicas, facilmente identifica-se alguma violência nas palavras. O termo Gangster, diz-lhe alguma coisa? MK- Diz-me muito. Tem graças que respeito muito pessoas que fazem quase tudo pra sobreviver porque num País tão rico como o nosso, é injusto morrer a fome, claro que não estou a falar de gangster que rouba pobre e mata por prazer. Quando digo que sou gangster o que tento transmitir é que eu tenho atitude, sou homen com H, e faço muito pra sobreviver, podia dizer hustler mas gangster soa melhor. Z -Sente-se realizado como Rapper? MK- Sim, a evolução é notoria tipo B.I.G, ahahahahahahhhhhhh… agora o que quero mesmo é me tornar grande no mundo do negocio. Z -Que conselho deixas a quem pretende ser Rapper? MK- Ser rapper não é tao facil quanto parece é preciso primeiro nos cultivar-mos, termos mente aberta, praticar, respeitar, investigar, ser humilde e verdadeiro acima de tudo. 10 ZWELA primeira revista de rap mwangole Zwelando “O Graffiti é uma arte Espontânea” Por: Sebastião Nogueira A 25 anos, o mundo testemunhou o nascimento de Lourenço Joaquim, no qual a arte de pintar o baptizou de K7D. Apaixonado pelo lápis no cheiro da tinta, aderiu Artes Plásticas como formação académica no Instituto Médio de Artes Plásticas. Mas foi no ano de 2003 que ingressou as fileiras do hip-hop, abençoando as paredes com peças lindas de graffiti. Em apenas 11 minutos em que se efectuou a entrevista, K7D, enquanto respondia pintava a parede que no final resultou no belíssimo graffiti com os dizeres "ZWELA". Assim como vocês podem apreciar abaixo. ZWELA primeira revista de rap mwangole 11 Quem sabe o que quer, não aceita o que não quer. Para muitos chamados de angolan Public Enemy, muito devido aos seus conteúdos líricos e a agressividade nas palavras. Tribo sul é dos poucos grupos de rap estrangeiro que nas terras de Mandela vem se expressando, tornando num dos grupos angolano com maior representação além fronteiras. Exclusivo Por: Abdul Faye, para a Concret jungle Magazine, gentilmente cedido para a Zwela. Traduzido por: Pacarov. Z - O que é a Tribo sul? TS - É uma carruagem de sobreviventes unidos na luta. Z - Que luta? TS - A luta contra a desigual idade social, violência, drogas, fome, epah… tu sabes. Z - Quantos sobreviventes estão nesta luta? TS - Como grupo começamos 3, fomos a 4, ficamos 3, agora crew somos tipo uns 30 o que…, na realidade é apenas 1. Z - Quanto tempo nesta luta? TS - Começamos de forma individual e como é lógico cada um ao seu tempo e lugar, o mais antigo é o Pipokahz que aldraba ter começado após a carnificina de 77. Z - Que tipo de arma usam? TS - Tudo que seja possível, desde a caneta, papel, microfone, etc. Z - Como é que se uniram como grupo? TS - Tudo começou em 1999, por First page, Cavera C. e Checcovara. A quando da morte dos Soldados de rua (Mano Merk e N.G. Rap) em Cape town.. Z - Que diferença existe entre Tribo sul grupo e Tribo sul crew? TS - O grupo é o Fist page, Cavera C. e Mata Joy. A crew é a família toda. Z - Quais são as vossas influencias? TS - Varias, cada elemento provavelmente terá a sua resposta. Mas acabamos sempre nos igualando em nomes como Steve Biko, Nito Alves, Mandela, entre outros. Z - É sabido que vocês não são sul-africanos. Qual é na realidade a vossa origem? TS - Ya, o grupo é composto por 3 Angolanos, mas a crew tem 2 Tanzanianos, 2 sul-africanos, 1 americano, 3 congoleses de Brazaville 1 colombiano e uns tantos angolanos. Estamos na Africa do sul, Brazaville, Tennese e Miami (USA) e Tanzânia. Z - Esta distancia não fere o vosso trabalho? TS - Não, porque cada soldado tem sabido preencher as suas trincheiras. Z - Qual é a vossa ligação com Mizchief? TS - Apenas amigos, o resto é só trabalho tipo… ele mais recentemente faz props para o novo projecto do Cavera. Z - Sendo angolanos o que vos trouxe cá? TS - Como muitos angolanos negamos pegar em armas e lutar por uma causa injusta, vimo-nos obrigados a violar fronteira em busca de refúgio. Z - Como foram recebidos? TS - Será que algum estrangeiro é bem tratado aqui? Z - Quais são as dificuldades que enfrentaram? TS - É difícil ser refugiado, principalmente quando estas distante da família e amigos, e quando este País é o País do apartheid. Z - Como é que vocês se definem como grupo? TS - Guerreiros e verdadeiros. Z - De onde surgi o nome angolan Public Enemy? TS - Não sei, e das vezes que ouvi ser chamado assim julguei ser desprezo. Z - É verdade que vocês têm ligações políticas com a oposição? TS - Isto é que oiço dizer, mas não acredito que eles teriam a coragem de no mínimo aceitar uma fatia de bolo vindo de nós. Z - Quando no Grito de liberdade vocês solicitam um novo presidente, qual era a intenção? TS - Talvez é por nos sentirmos cansado com arroz branco todos os dias, enquanto os outros comem o que apenas vimos em revistas e televisão. Z - Mas a oposição fez uso desta música na altura das campanhas eleitoras? TS - Felicidades para eles… ah,ah,ah,ah,ah… talvez por isso perderão. Z - Até quanto vocês vão conseguir manter este radicalismo? TS - Até se conseguir fazer os homens compreenderem que o homem tem direito a vida, amor, pão, água, luz e liberdade acima de tudo. Z - O impacto que vocês fazem aqui “Africa do sul” é o mesmo no vosso País? TS - Não e acredito que nem sequer nos conhecem. Z - A tempos foi publicado um artigo num dos jornais criticando a vossa atitude a quando do problema de xenofobia. O que aconteceu? TS - Epah… não sei de que artigo te referes. A única coisa que sei é que nem tu aceitarias ficar sentado a espera que alguém viesse te matar, a malta só usou a defesa. Z - Como é que tudo acabou? Apercebe-me que tiveram presos. TS - O mundo acompanhou, dizem que tudo acabou mas a luta contínua. Z - Como é vossa relação com a comunidade angolana? TS - Infelizmente a comunidade esta dividida em duas “a nossa dos refugiados e a outra dos famosos estudantes”. Para os refugiados somos um orgulho, Herois, e espelho, enquanto que muito dos estudantes negam a nossa existência. Z - E com artistas sul-africanos? TS - Fixe, na medida do possível, principalmente com aqueles que aceitam os nossos ideias. Z - Para quando Tribo sul no awards do Kora, MTV ou Channel O? TS - Quando Deus quiser, mas nós nem sequer temos vídeo por isso nem nos imaginamos na MTV ou Channel O. Um dia destes quem sabe... Z - Quando foi publicado o álbum Grito de Liberdade? E para quando o próximo? TS - Saiu em 2004, o próximo grito continua em forno tudo porque ainda continua acesas as chamas do Grito de Liberdade. Z - Vários grupos já juraram tanta fidelidade e hoje estão totalmente transformados. Já alguma vez sonharam com tal possibilidade? TS - Quem sabe o que quer, não aceita o que não quer. Z - Vocês continuam independentes ou são assinados? TS - Esta difícil combinar as ideias, mas existe um ou outro pretendente, oferecendo o mundo nos tirando a liberdade. Z - Como é que vocês conseguem se manter na luta durante todo este tempo sem novo disco? TS - Nós não lutamos apenas com discos no mercado. Alias provavelmente a malta tem estado, tanto como grupo como crew em vários featurings e mixtapes, dentro e fora do continente. Z - Vocês têm no grupo o Dj Cavera C. que por sinal é um nome sonante no que o Hip-Hop Africano diz respeito. Qual é o beneficio que vocês tiram disto? TS - Há mais benefícios para o Hip- Hop Africanos. Z - Como é que se sentiram quando foram chamados para entrarem no palco do Festival Dance 4 life? TS - Foi apenas mais um show, embora não sermos reconhecidos temos sido embaixadores da música angolana em vários festivais internacionais. Z - Conta-nos o incidente que vocês viveram na Tanzânia? TS - Eu não estive, mas segundo apercebe-me o grupo foi invadido em palco, a quando um ligeiro corte de energia. Felizmente foi feito justiça. Z - Para quando um regresso definitivo a Angola? Esta para breve, mas o Page vive praticamente em Angola. Z - Props? TS - Mantêm firme. Para todos que acreditam no poder da palavra vão enfrente e recordem que a liberdade não se mendiga. ZWELA primeira revista de rap mwangole 13 O estado actual do Hip-Hop angolano é triste E m passagem numa das noites de Bahia, Zwela cruzou-se com Carbono e Honório, dois Mc´s, produtores, gráfico designer, que preocupados com o rumo do Hip Hop nacional, manifestaram ao Zwela os seus pontos de vista. Eis a entrevista. Por: joão Meia Z -Qual é o seu ponto de vista em relação ao que o Bahia nos oferece? Carbono - Não deixa de ser verdade que o Bahia é uma casa que de certa forma promove a cultura Hip-hop, mais propriamente o Rap que é a parte cantada da cultura Hip Hop, promove de certa forma mas também com muita futilidade a mistura. Epah… vê-se bom Mc´s mas também vê-se uma camada de Mc´s sem conteúdo mas epah… em cômputo geral é o Hip Hop e pelo menos, já é alguma coisa que se faz. Honório - … É triste mais dá para se remediar. Z -Qual é a apreciação em torno do Rap feito em Luanda? Carbono - Ahahahahhhh… Honório - Nos últimos tempos tem se notado mais uma certa divulgação para o lado do Hip Hop mais dançante, mais realidade o verdadeiro Hip Hop esta de certa forma parado. Tem o Kid Mc que lançou recentemente um álbum real, mas epah… de momento não se aponta alguém que esteja exactamente a fazer sucesso com o verdadeiro Rap, tal como o Carbono disse há muita futilidade a ser divulgada mas em contra partida têm um espaço e infelizmente o fazem em nome do Hip Hop. Z -Qual é a sua comparação do Rap feito hoje e o Rap feito a 10 anos atrás? Carbono - Esta pergunta dá-me um gosto imenso em responder porque sinceramente o que se viveu a anos atrás foi muito mais fervoroso em relação ao que se vive hoje. Hoje o Hip Hop ganhou um espaço de vazio muito grande, naquela altura se as pessoas procuravam dinheiro para viver o Hip Hop ou para comprar computador, microfone ou mesmo para gravar uma musica e fazer do bom Rap, hoje as pessoas tem tudo isto com muito mais facilidade e não se faz bom Rap. Acredito que isto é um bocado da nossa cultura própria de angolano que esta muito misturada com a falta de disciplina, falta de comunhão, falta de elevação espiritual, as coisas estão muito mais ligadas aos valores físicos. Honório - Quando não tínhamos condições tínhamos Mc´s, hoje temos condições e não temos Mc´s. Z - Soubemos que tu tens uma experiência de Rap vivida em Cuba. Qual é a comparação com o Rap feito em Angola? Carbono - Mano, se os angolanos tivessem a fazer aquele Rap que se faz em Cuba, podes crer que Angola seria uma das maiores potencialidades de Africa. Z - Como é que tu defines o underground? Honório -O underground acima de tudo é uma vivência é um estilo de vida. Z -Todo Mc tem que necessariamente ser underground? Honório - Não necessariamente, até porque os critérios variam de pessoa à pessoa, mas independentemente disto o estilo de música tem a capacidade de definir o Mc. Carbono - Acho que não depende totalmente do Mc, e podemos ter como exemplo alguns rappers na USA, que são underground nas suas ideologias, mas depois a media lhes pegou e lhes lançou nas massas, ficando massificados e perdem o verdadeiro sentido do termo underground. Z -Props para quem quer ser Mc e pretende seguir os vossos passos. Carbono - Todo mundo tem direito de escolher uma arte, um modo de vida, mas acho que quem quer ser rapper, deve primeiro ser original, original, acima de tudo originalidade nos temas. Honório - Deve necessariamente se impor porque apesar de tudo, tem muito a ver com dedicação, é necessário muita força de vontade e recordar sempre que não existe sucesso sem sacrifício. Entrevista A Vida é um desafio No início era apenas curiosidade Enquanto homem aparece "vestido" de Cláudio Fernando Kiala, jovem de 17 anos, estudante de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Católica, membro da União dos Escritores Angolanos, e conhecido nas lides do movimento Hip Hop por CFK. É por muito considerado o futuro do Rap nacional e o mais jovem e talentoso Mc dos palcos do hiphopmwangole. Por: kombaniklotiko Z - Quanto tempo estas no Hip Hop? C - Bem comecei com 14 anos e no passado mês de Agosto fiz 17, epah… são agora três anos. Z -Quando entraste para o movimento já tinhas noção dos passos ou acabaste por conhecer já dentro dela? C -No princípio só quis mesmo era fazer Rap. Mas na verdade não compreendia quase nada, foi já dentro dela que comecei a dar conta do recado. Z -Porque é que entre os 4 elementos do Hip Hop, tu escolheste logo ser Mc? C -Eu sempre conheci o graffity, o B. boy, o Dj, mas não sabia que eles faziam parte do movimento. Alias eu via o Hip Hop, apenas como o Rap. Z -Agora que compreendes, como defines a cultura em 4 palavras? C -Cultura e fonte de liberdade de expressão. Z -Determinado rapper assumiu ser o Hip Hop em pessoa. Como é que justificas esta afirmação? C -Como já disse, o Hip Hop é liberdade de expressão e cada artista tem o direito de dizer o que sente. Aliás eu próprio tenho uma música com o título “sou o Hip Hop”. Z -Mas como é possível, uma pessoa ser o Hip Hop? C -Eu acho que quando a pessoa se entrega de tal forma a cultura, a mesma passa a fazer parte de ti e daí, tu não passas a fazer nem viver o Hip Hop. Tu passas a ser o Hip Hop. Z -A crítica lhe considera como o futuro do Rap nacional, como é que encaras esta responsabilidade? C -… Enfim, eu faço o meu trabalho apenas por gostar e não para atingir alguma meta, mas é bom saber que apesar de fazermos por amor, as pessoas nos encaram com este respeito. Só tenho mesmo é agradecer. Z -Que opinião tens sobre o beef? C -O Hip Hop é liberdade de expressão. Mas como humano, acho que os rappers têm muito para falar por cima dos beats, alias a tantos problemas no mundo como é o caso de pessoas a morrer de fome, crianças a serem abordadas, etc… eu acho que em vez de estarmos a nos beefar, devíamos aproveitar para fazer músicas com temas mais construtivas. Z -Qual é a sua ligação com X da questão? C -Eu e o X temos muito em comum, ele é muito parecido comigo ou vice-versa, no que se refere a ideias, pensamentos, etc. Tudo começou em apenas uma música, antes da mixtape que fizemos juntos em 2008 e logo nasceu uma ligação muito forte que felizmente dura até hoje. Z -Para quando um álbum de CFK? C -Esta a caminho. Z -Com quem estas a trabalhar? C -Estou a trabalhar com pessoas com quem sempre admirei, alias nunca esperei que um dia eu viria a trabalhar com tais pessoas tipo, Mad, DH, CMC, etc…, moçambicanos como o Payol Sonoro e Soul foul brothers, rappers angolanos tipo Edu Zip, Kool Kleva, Lukeny, X da questão, Lil Jorge, Kennedy e Da Buz, Azagaya, Bob tha rage sense, Ikonoklasta, Valete, etc. Z -Qual é a sua ligação com o movimento fora de Angola? C -De certa forma a mixtape abriu-me muitas portas, ela não foi só ouvida no País, como fora dela, as pessoas ouviram e foram mandando props, como é caso de alguns manos na Tuga e em Moçambique. Z -O que é que achas do Rap feito na Lusofónia? C -É fixe, mas acho que me identifico muito com o Rap moçambicano. Eles são puros e bwé criativos. Z -Props para quem quero seguir os seus passos. C -Não desistam, a vida é dura, vamos encontrar obstáculos, vão nos obrigar a desistir, mas peço para não desistirem. Caso seja um sonho, que vá em frente e que se for curiosidade, então que faça com responsabilidade, acima de tudo, continuem a ouvir os meus trabalhos. I ntroduzido pelo Prollema Sul, em 2000 no Jornal da Periferia, Amak-Yeve transformou numa das vozes Rap mais ouvida do Rocha Pinto e com Desafio projecta a sua carreira solo. Por: Amaral Z - Quem é Amak-Yeve? A – sou um peregrino, músico, Hip Hop activista, filho de um reverendo. Z – Onde foi que roubaste este nome? A - Abrevie Adriano Mendes Afonso Kanga. YEVE vem de Mendelieve, que o people na escola costumava chamar me em vez de Mendes, gostei e passei apenas a usar Yeve que posteriormente descobri que em Kikongo significa Bênção. Z – Quando é que te incorporaste nas fileiras do Hip-Hop? A – finais de 1996. Z - Quais são os maiores problemas que afectam o desenvolvimento do hip-hop Angolano? A - Acredito ser o boicote por parte da media, as facadas por parte dos Mc´s, produtores, gravadoras e muito mais, sou de opinião que se não haver união entre os homens que defendem a bandeira do hip-hop então não teremos desenvolvimentos. Z - Qual é o teu ponto de vista com relação ao beef? A - Os beefs devem existir, desde que não se diz "vai para aquilo, a tua v###a é assado ou cozido", pois quanto bem feito deixa muitos a reflectirem, lembro me ter ouvido um beef contra um outro Mc, mas senti que também me afectava embora não tivera sido direccionado a mim mas conforme disse um bom beef apenas ajuda o movimento a crescer. Z - Já alguma vez tiveste envolvido em beef? A – Sim, já tive em beefs com o Xtigma e o Kussi. Z – Ouve se nos bastidores que estas a trabalhar no teu primeiro álbum a solo? A - O meu álbum chamar se a " O DESAFIO", conta com produções de DH, Mad Contrario, Level Kronico, Cavera C. e Condutor, muito embora solicitei ainda muitos outros e terá participações de rappers como DNXEL, Edu ZP, Spike e Back, Kinganda, Introspectivo, Kennedy e o Da Bull(Muralha), Djamila Miranda, Male F e a Vani, será clássico, espécie de um casamento entre Hi-Tech e Talib Kwally. Z - Mensagem para aqueles que o seguem e admiram. A – Paz, amor para todos e sucessos nos afazer diários, para os Mc´s peço humildade e simplicidade acima de tudo. ZWELA primeira revista de rap mwangole 15 A nossa capa Em term mas em teos de vendas está bem rmos de c poder líric onsciência o não esta e assim... tão bem Z- Quem é o Kool Kleva dentro do movimento hip-hop? KK- Não deverias ter feito esta pergunta, hahahahahah... bem, sou alguém que ajudou a começar o hip-hop em Angola, para melhor dizer sou dos pioneiros do movimento, em particular do Rap. Z- Quando é que o Kleva surgi no movimento hip-hop? KK- Escrevi a minha primeira letra em 1989, na altura estudava no Ngola Kiluange. Mas antes já eu estava no Break Dance. Z- Qual é a diferença entre o Hip-Hop e o Rap? KK- Hip-Hop é cultura. Rap é apenas um dos elementos desta cultura. Z- Sendo o pioneiro do Movimento, o que dizes a respeito da afirmação “o hip-hop começou aqui” SSP? KK- Se calhar eles pensaram que quando começaram estavam sozinhos, ou que o hip-hop começou com disco, eu sou contra esta opinião. Z- Qual é a comparação entre o tempo antes e depois do ´99% de Amor? KK- Antes havia bom Rap e depois durante um tempo tudo era ´99% de Amor, mas anos mas tarde e até agora já é algo completamente diferente. Z- Numa das tuas músicas dizes ser o Hip Hop em pessoa. Como é que justificas esta afirmação? KK- Eu disse isto porque eu represento todos os elementos da cultura hip-hop, por isso considero-me Hip-Hop em pessoa. Z- Algumas pessoas dizem que o Rap está a perder as suas identidades? KK- Eu acho que é como tudo, o tempo passa e as coisas evoluem. Z- Que apreciação fazes do movimento actualmente? KK- Em termos de vendas está bem mas em termos de consciência e poder lírico não esta tão bem assim. Z- Se tiveres que dividir o Hip-Hop em três etapas diferentes de acordo ao tempo como será? KK- Ouve fase que o Rap era muito pop, depois ouve outra faze que era muito pro nacionalista e agora parece muito americanizado. Z- Será que já é possível falarmos de nova e velha escola do Hip Hop em Angola? Ante durant s havia bom R e um t empo ap e depo de Am tudo era ´9 is 9% or... KK- Eu pertenço a Velha Escola, e a muitos putos por aí que se inspiram em mim, de certeza que são da nova escola. Z- Quem são os elementos do movimento que já mais devem ser esquecidos? KK- Eu não deveria ser esquecido, o Nel Boy, Mc K, SSP, etc. Z- Quem é o melhor Mc de momentos? KK- Eu sou o melhor Mc do momento, hahahahahaa… fora de brincadeiras, acredito ser o X da Questão. Z-A palavra Kooltivar diz-lhe alguma coisa? KK- Kooltivar? É título do meu álbum. Z- Faz uma resenha desta obra discografica Kooltivar? KK- Fiz o álbum de formas a exprimir o que sentia na altura, transmitindo as minhas emoções e ao mesmo tempo uma Autobiografia. Z- Qual é a sua relação com a LS produções? KK- Pertenço a Cérebro Records, a LS Producoes apenas editou o meu álbum, visto que naquela altura eu não tinha dinheiro suficiente para levar o álbum a industria, então surgiu assim a LS. Z- Últimas palavras para seus admiradores e aos nossos leitores, e para aqueles que pretendem ser rapper? KK- Isto faz mal, mas se gostam muito, então procurem ler mas ler mesmo muito, e informar-se, e não importa a língua em estiveres a cantar devem conhecer bem a língua. 16 ZWELA primeira revista de rap mwangole “ Eu sou o Hip Hop” Nelson Rosa Fernando Bernardo, 36 anos de idade, pai de Rashid e Ricardo, formado em História e linguística, tradutor e interprete, radialista e promotor de eventos. É para muitos pioneiro do Movimento que lhe apradrinhou de Kool Kleva. A Zwela, teve a oportunidade de com ele conversar. Por: Kombaniklotiko o cresceu O Rap angolan tidade e perdeu muito em quan alidade... bastante em qu BANO FLAGELO UR “Samplier não é roubar, é homenagear” Eu não optei pelo Rap, o rap é que optou por mim, tal como a vida nos escolhe para sermos mensageiros da verdade e lutar pelos direitos dos mais fracos e oprimidos. Por: Silvino João Z - Quem é Flagelo Urbano? FU - Flagelo Urbano aka Mein Sana in Corpore Sano aka Saint Offici aka O Eremita Urbano aka Sawallia é um Mc e produtor que está no movimento desde a segunda metade 1994. Fui na província de Benguela onde comecei a dar os primeiros passos como B - boy, e só em 1996 aventurou-me na elaboração dos primeiros versos que acabariam por ser gravados já após a minha mudança para Luanda. Z - Porque optaste pelo rap e não um outro estilo? FU - Eu não optei pelo Rap, o rap é que optou por mim, tal como a vida nos escolhe para sermos mensageiros da verdade e lutar pelos direitos dos mais fracos e oprimidos. Z - Um dos elementos fundamentais da música é o instrumental e na maior parte das vezes os produtores não recebem o crédito que na realidade merecem, no teu ponto de vista qual será o motivo? FU - O Motivo reside na ausência de senso de profissionalismo e respeito pelo trabalho dos produtores. O instrumental é um dos elementos mais importantes na música rap, tens razão. Há álbuns que vendem muitas cópias devido aos beats que o compõe, há beats que fazem verdadeiros clássicos mesmo que o artista que sentou neles não seja tão bom assim. Mas a verdade é que muitos artistas e principalmente na banda o pessoal não tem noção destes factos e reduz o produtor num mero elaborador de beats que não merece promoção. Lamento que seja assim! Z - Quem são as tuas fontes de inspiração no que diz respeito a produção? Porque? FU - já gostei muito do RZA, mas ultimamente tenho me decepcionado muito com as cenas dele. Ultimamente inspirar me em Kev Brown, Ill Mind, Nikolay, 9th wonder, oddisee, M-Phases, e outros. Porque na minha opinião são bons produtores. Z - Que diferença existe entre plágio e sample? FU - Ao contrário do que um tal radialista tenta fazer transparecer, existe sim uma diferença apesar de algumas vezes criar alguma confusão ao ponto de levar os menos atentos a não saber exactamente qual é a diferença. Sample é uma frase do vocábulo Inglês que quer dizer “amostra”. Samples são arquivos de sons, vozes, batidas e instrumentos muito usados pelos Djs e Produtores na composição de músicas electrónicas. Estes 18 arquivos são na sua maioria pedaços de músicas de outros artistas. Plágio é o acto de assinar, fazer parecer ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza em que contenha extractos, elementos ou outras situações que pertençam a uma qualquer outra pessoa sem com isso colocar os devidos créditos para o autor original da mesma obra. Z - Muitos dizem que os sampliadores são frutos da falta de originalidade. O que tem a dizer com relação a isto? FU - Acho burrice pensar que samplier é falta de originalidade. Rap é ritimo musical de um movimento cultural e qualquer movimento cultural tem suas particularidades, características que o torna diferente de outros movimentos culturais. E o uso de sample (Extractos de outras músicas) é uma dessas particularidades. O rap nasceu com os sound sistems, repetições ininterruptas (loops) de outras músicas e isso é Rap. Z - Que musico sonhas um dia produzir? E porque? FU - Na banda já realizei o meu sonho que é de trabalhar com os melhores Mc´s do circuito underground. Agora fora do país gostaria de ver o Common sense sentar num beat meu. Um dia quem sabe! Z – Qual dos beats produzidos por ti, pode ser facilmente identificado pelo povo? FU - Vitima do sensacionalismo e Atrás do prejuízo, que fizeram parte do álbum do Mc K. Z - O que tens a dizer a respeito do rap Angolano? FU - O Rap angolano cresceu muito em quantidade e perdeu bastante em qualidade. Hoje os Mc´s estão mais preocupados com noites, fama, mulheres e dinheiro. A maior parte só deseja aparecer no Tchilar, Flash e hora quente. Artistas que ontem defendiam ideais de mudança, de igualdade e o discurso consciente, hoje são os maiores representantes do bling. Poucos Mc´s conseguem surpreender pela positiva com seus versos e skills. Mas apesar de todos estes factos negativos devo dizer que os produtores melhoraram muito, Hoje não podemos nos queixar das produções nem dos produtores, esses têm feito um trabalho digno de aplausos. Z – Ultimas dicas para o pessoal? FU - É Preciso levar o Hip Hop a sério. E ter noção de que os nossos actos podem se reflectir em alguém de forma positiva ou negativa. ZWELA primeira revista de rap mwangole Zwelando Shorty Bang e Soloba Por: C.M. F. Há 16 anos atrás Solaba e Short Bang, conheceram-se no estúdio Futuro do Mr Paul, um dos poucos estúdios que produzia música Rap nos meados da década 90. Alguns anos depois, em busca de novos horizontes, ambos reencontram-se em Cape Town – Africa, e traçaram planos para a estruturar o que é hoje chamado de Mabuala Produções. Uma produtora com raízes acentuada no hip-hop, Reggae e Ragga, mas com capacidade versátil. ZWELA primeira revista de rap mwangole 19 Entrevista É na dança onde encontro a minha paz Acompanhando o irmão que na altura era instrutor de Capoeira, Marinela António Chiqueque do Nascimento, 17 anos de idade, natural de Benguela, aproveitando se dos movimentos da Capoeira, desenvolveu o amor pela dança mas foi ano de 2001, 2002 que se afirma como BGirl. Eis a entrevista: Por: C. M. F. Z - Fale nos da sua trajectória? M - O meu amor pela dance nasceu de pequenina, na altura o meu irmão era instrutor de Capoeira, imitando os movimentos, comecei a dar os meu primeiros toques e inocentemente casei-la com o Hip Hop. Uma vez que era vitima e apaixonada dos vídeo clipes americanos que passavam nos programas televisivo. Z - Como é que os teus pais encaram tudo isto? M - Graças a Deus os meus pais apoiam-me bastante, eles dão me o maior apoio possível. Z - Quais são as dificuldades que tens encarado? M - Acredito que não são tantas. Z - O Hip-Hop tem sido mais representado na vertente rap, a que se deve no seu ponto de vista a escassez de Break dancers e de outros elementos? M - Acredito que não é fácil ser Break Dancer, uma vez que quase nada temos como escola e nem sequer existem incentivos, embora haja muita gente disposta a aprender, mas a falta de infraestruturas, torna as coisas mas difíceis. Z - Fala um pouco do estado actual do Break Dance em Angola? M - Já tivemos tempos melhores, mas acredito que aos poucos estamos a desenvolver, visto que já existe muitos grupos e muitos B-boys e B-girls, apesar de continuarem escondidos por falta de actividade. Z – O que é que achas do Bounce? M - É uma mais valia, pois só vem para incentivar e valorizar os dançarinos. Mais programas do género deveriam existir. Z – Porque é que não concorreu ao concurso? M - Escreve-me, mas infelizmente a hora marcada para o casting coincidiu com as provas no Colégio. Da próxima lá estarei. Z - Mensagem para o pessoal. M - Lutem e não desistam, para a frente e o caminho. 22 ZWELA primeira revista de rap mwangole Zwelando O PAI DO SAMPLE “Considero-me um produtor profissional, porque vivo disto” Por: Conceição José Balanga C láudio Van-Dúnem aka Raiva o Pai do Sample, 23 anos, rapper e produtor, começou a sua trajectória, quando estudava no IMIL (Makarenko) em 2001, conheceu um colega, de nome Vlady Producer que o ensinou a produzir. Notando que ele tinha mesmo gosto que o raiva o gosto pelo underground e formaram um grupo. Nesta altura Raiva ainda não produzia apenas cantava, então decidiram fazer um CD, com o Vlady na produçao e o Raiva no Microfone que nem Gangstarr, Guru e Dj Premier que eram as suas maiores inspirações. O Vlady deu-lhe algumas dicas (uma tecnicas), e assim Raiva começou a fazer beats e mostrava-lhe, já que ele o tinha dado o programa, sendo um jovem inteligente aperfeiçou a técnica. Deste modo, foi produzindo e depois conheçeu um amigo que se tornou irmão (Boni), a quem mostrou os beats e ele tinha um Grupo na altura (Supremo Regimento) e fizeram um CD, com poucas condições, mas o fizeram com muito amor e dai, foram surgindo outras propostas para produzir para outros grupos como rappers e outros Mc's undergrounds por ai fora, foi tornandose conhecido pela sua característica de produzir beats pesados com especialidade em sample dai o nome Pai do Sample, gravou uma colectanea mais tarde chamada 3 visão na qual participaram Wima Nayobe, Mc K, Boni, DC, Black Sam, Mestre Samanhonga, Mr Al...etc... Foi conhecendo e ajudando trocando experiências com outros produtores muitos na qual ajudou a montar os estúdios, Lançou a mixtape com o j killa e nessa mixtape participaram varios artistas como. Vui Vui, Edu Zp, Legião, Mr K.... como produtor já trabalhou com Supremo Regimento, Kid MC, Raf Tag, Big Nelo, Papetchulo, Mc K, Supremos, Spike e Beq, Wonderfull 1, Malefuck, Luzidios, CMC, Zona 5, Firmes, Kill Point, R e p t i l e , D j i Ta f i n h a e m u i t o s o u t r o s . 2007 Lançou o seu primeiro album Kamikaze, onde produziu a maioria das músicas excepto uma que foi produzida por Boni, e na mesma obra trabalhou com varios artistas tais como: Reptile, Eliei, Kadaff, Erick Shyne. Lil Kiss, Paulo C a b o n d a e n t r e o u t r o s . Actualmente ocupado a trabalhar na produção do seu segundo álbum a solo e no disco dos Wonderfull one. Fotos: gentilmente cedida pelo Raiva ZWELA primeira revista de rap mwangole 21 Entrevista VELAS RAIO-X Z - Que diferença existe entre o rap e o hip-hop? V - A diferença é que o hip-hop é cultura, e o rap é apenas um estilo musical, que representa a cultura hip-hop. Z - Sera que as radios tenhem promovido o hip-hop de forma eficaz? V - As radios em particular os programas de hiphop e seus radialistas não tenhem feito o seu trabalho quando fala-se de promoção do hip-hop nacional. Tudo por causa da corrupção e descriminação dos radialistas, quero com isto dizer se não fores da city e não tiveres dinheiro para pagar os apresentadores dos tais programas então ninguem passa a tua musica, se és do guetto e não tens um certo prestigio no movimento ninguem passa a tua musica. A media não respeita a voz do guetto. Z - No teu ponto de vista qual é o melhor programa de hip-hop em Angola e porque? V - O melhor programa de hip-hop é o "BIG SHOW CIDADE". Apesar das suas falias mas numa escala de 10 dou-lhes 8, porque eles tenhem tentado promover o rap de todas as áreas e vertentes, muito embora tambem eles tenhem os seus favoritos que acabam sempre por ser os multi-plays. Z - Nos ultimos anos o hip-hop tem sido assolado com uma ser de conflitos(beefs), que muita das vezes acabam em violência, o que tens a dizer com respeito aos beefs? V - Condeno a violência, pois hip-hop é amor mas sou de acordo com o beef desde que seje construtivo. e acredito que eles ajudam os mc's a dispertarem e irem alem, pois cada um teu o seu ponto de visto. Z - Para ti qual é a melhor musica rap de todos os tempos, e porque? V - Sem sombra de duvidas a melhor musíca de todos os tempos é o son "DEMOCRACIA" da "TRIBO SUL". Democrácia é uma musica completa, desda a produção ao conteúdo lirico, e o flow, se tu sentares e ouvires a musíca veras que não estou a exagerar, os manos nesta musíca mostraram muita consciência, e um grande nivel intelectual, acima de tudo muita inteligência, algo que esta a faltar no nosso hip-hop. Z - Sera que o hip-hop em Angola é bem representado? V - O nosso hip-hop não esta completo, so temos mc's não temos dj's, b-boys nem graffiteiros. 22 ZWELA primeira revista de rap mwangole Além fronteira Side Hill Crew Por: Jaak Makhadi B razzaville congoleses, Stomeph, K-Loy Stress e Dj Leym, inspirados por Patrice Lumumba, Jomo Kenyata, Public Enemy, Krs One, Martin Luther King, Malcolm X, e muitos outros revolucionários, decidiram por meios do rap soltar a voz em protesto e formaram o grupo Side Hill. Apesar de não ter ainda álbum no mercado, o grupo firma-se no underground, expressa-se musicalmente com conteúdos político, sócio cultural e educativa, e têm vindo a divulgar as suas músicas por meios de shows e mixtapes. Em 2008 participaram no Wynberg Carnaval Fest na Africa do Sul, festival que contou com a participação de rappers provenientes de vários países de Africa, Europa e dos Norte americanos, The Roots, Talib Kwali, Mos Def, Geru tha Demager e Dead prés, o trio fui considerado grupo promessa e teve a oportunidade de conhecer o Dj Cavera C, produtor angolano que viera um ano depois ter a responsabilidade de produzir o ˝ Fort dans nos peines ˝, primeiro álbum do grupo que será lançado brevemente, pela 9Km Concept Records. Os angolanos estão no caminho certo Eavesdrop é uma rapper sul-africana que vive atrás do microfone desde o final da década 90, mas foi apenas descoberta nos palcos do Natinal Arts Festival e em seguida uma das poucas raparigas do estilo rap a fazer parte do curso Red Bull Music Academy em 2005. Encontrando no Hip Hop a ferramenta para se expressar artisticamente e encontrar o seu lugar na sociedade. Por: Silvino João Z - Quanto tempo estas na cultura Hip-Hop? E - Desde o principio da década de 90 Z - O que é que aprendeste com o Hip-Hop? E - Aprendi a identificar o meu lugar na sociedade. Z - O que achas do conflito entre comercias e undergrounds? E - Acredito que é devido o poder lírico de um e o modo de vida do outro, mas acredito que quanto mas conflitos, mas barreiras criamos entre nós e cada vez tornaremos tudo mas complicado. Z - Existe separação entre rap feito por negros, o rap feito por mestiços, rap feito por brancos e o rap feito por estrangeiros, o que tem causado tais separações? E - Acredito que estas separações dão se devido a ignorância por parte de tais pessoas que praticam estas cenas, e acredito que se fossemos mais reais isto não existiria. Se calhar são frutos do apartheid. Z - O que tens a dizer a respeito do rap angolano? E - Os Angolanos são muito fortes embora a maior parte das vezes não entendo as líricas devido o português, mas grupos como Tribo Sul que a maior parte das vezes aparece em inglês sei que estão no caminho certo. Mas também gost de ouvir Kalibrados, Big Nelo e Intelektu. Z – Ouvi que foste convidada a trabalhar com as 3 Flows (grupo feminino de rap angolano), qual é a verdade nisto? E - Acredito que trabalharemos juntos num projecto do Dj Cavera C. mas não sei na realidade quem são as meninas. Z - Para quando uma visita a Angola ? E - Futuramente irei para lá visto que conheci muito boa gente provenientes daquela terra. Z – Então até la…? E – Não tem makas o tempo vai chegar. Z – Últimas palavras. E – Espero que a tradução transmite tudo o que acabei de dizer. Paz e amor para todos os angolanos. Asrafo Records: Sciencia e Consciência Por: ELOM 20ce O rap togoles está no seu ponto mas alto, após o surgimento do grupo Asraf Tribe que apesar de ter já mais de 10 anos de caminhada e não ter álbum no mercado, e viver apenas de projectos e mixtapes, criou em 2007 a Asrafo Record, e publicou a mixtape "Rock the mic Vol.1" com presenças de CK One, Easy Mo, Eklin, Elom 20ce e muitos outros rappers togoles, Asraf Tribe tem como pilotos Eklin, Eazy Mo, Bricca, Elom 20ce, Trez e Gomo Gomo, identificado por uma linguagem revolucionária, Asrafo, traz nas suas músicas aquilo que não é divulgado nas rádios, jornais, revistas e TVs, recentemente atribuídos o titulo de embaixadores do projecto da criação de um Estados Unidos da América e foram recentemente convidados como representantes de Africa, a participar no festival Real Hip-Hop em Nova York. Actualmente tem nos Estúdios os projectos Rock the Mic Vol.2, Bricce – Profisionel Vol.1, e o Álbum Thomas Sankara, em memoria do grande activista Africano. ZWELA primeira revista de rap mwangole 23 Zoom Zooms Azagaia candidato a deputado Celder procura Gatunos de Flow O rapper Azagaia, autor de Babalaze, um dos álbuns mais polémico em Moçambique nos últimos tempos, que inclui hits como As mentiras da Verdade, Povo no Poder e Combatentes da Fortuna, aparece em primeiro lugar na lista dos candidatos á Assembleia da República pelo MDM, para a província de Maputo. Celder manifesta-se insatisfeito por não conseguir agarrar os gatunos de flow no show de apresentação do álbum kooltivar, apois o sinal de Mc k, Kool Klever teve de receber o mic a Celder. Pagina Kontraria GATUNOS DE FLOW, GATUNOS DE FLOW... Signo: Capricórnio Idolo: Yokenny (meu filho) Líder politico: Nelson Mandela Religião: Cristão Ocupação: MC / Import and Export Manager Crew: FL Gang Bairro: Golf 1 / Golf 2 Mr K voando a solo no Boeng 27 Mr K voando a solo em Boeng 27. Hobbies: Musica, Cinema e Basketbal A quando show de apresentação do albom kooltivar que contou entre vários convidados, e participação especial de Valete, emocionado Kleva decretou o 4 de Outubro de 2009 c o m o d i a d a independência do Hip Hop em Angola. Será que isto pega? Zangado com o estado actual do movimento, Carbono o C.E.O, da CCC, sai as ruas Guns Blazing “disparando forte e feio contra todos Mc´s”. 3 Mc´s: Eu, Commom sense, Reptile 3 Grupos: Tribo Sul, Racionais Mc´s, Dealema Kleva decreta Independência do Hip Hop Angolano Carbono beefa tudo e todos 3 Produtores: Premier, DJ Cavera C, PZ Pitéu: Calulu Bebida: Água Calçado: Ténis Nike Perfume: Prada Kalahari rompe Mc Buchecha Kalahari na foto, rompe Mc Buchecha, apos um debate em torno das diferenças entre Lionel Messi e o Cristiano Ronaldos. Grife: DKNY Dama: Negra Cor: Preto e Branco Carro dos sonhos: Bentley Viagem dos sonhos: Canada Projectos: Meu lado esquerdo do Peito (Mix tape Vol 1. PJ e Dj Cavera) Ambições: Make lot of Money Até que enfim… Após saída de Mr Kapa, Laton larga Fruit Loops, Reason, MPC e pega os Mics para abrir a música. “I am sorry Boy”. Uma das novas musicas dos Kalibrados. CF Kappa aprova nos teste No show de apresentação do álbum Kooltivar, CF kappa aprova nos testes de Valete “Agora sim és um Mc”. Kid Mc vs Djitafinha Kid Mc & Djitafinha em beefs grandes, muito embora em alguns corridores alguns dizem ser uma cena combinada , se é combina ou não o Zwela garante ter os dois na proxima edição. Para a divulgação de suas ideias, álbum ou evento, contacta: [email protected] 24 ZWELA primeira revista de rap mwangole “Se os homens são Mc´s Nós somos as M´sas” S weet girl, Capapinha e D e l s a y, s ã o 3 meninas entre os 19 e 21 anos de idade, estudantes, descobertas pela Nova Tela na mão do produtor Jenny Boss, que no passado ano levou a cabo um casting com a participação de 75 concorrentes todas raparigas, com 3 fases eliminatórias, na qual apurou-se 3, que formam hoje as 3 Flows. Desde então, no suporte de amigos, colegas, família e principalmente do produtor Jenny Boss, as meninas têm feito do estúdio a segunda casa, aproveitando para produzir e compor as músicas do single “medalha de ouro”, extracto do álbum “entrega de troféus”, que a principio será o primeiro álbum do grupo. Após experiências adquiridas com o projecto Igual á 3, mixtape lançado pelo grupo nos meados do ano, com a participação de Red Neutro, Divino Magno, Soloba, Samuel e o radialista Eurico José. Fruto do sucesso conquistado nos corredores Hip Hop, as meninas têm feito aparições em vários programas de Rádios, Televisão, Shows e como maior destaque, participaram do álbum “RC 15 anos” projecto de Miguel Neto, em comemoração aos 15 anos de RC, na grelha de programação da LAC. “A primeira vez que tive contacto com aquela forma de recitar poesia, mudou a minha vida” A cerca de 6 anos que na companhia de Kleva, Lukeny têm estado a ser o coração do movimento Hip Hop em Luanda, com produção de eventos. Zwela foi ao encontro dele e teve o prazer de o entrevistar. Por: joão Meia “ Z - Quem é o Lukeny dentro do Movimento Hip Hop? L - Eu sou apenas mais um impulsionador da Cultura que esta a dar o seu contributo desde os últimos 6 anos, com o Artes ao vivo que e o primeiro evento de spoken word em Angola, e com o Eclectismo Poetico que é o maior evento de rap nos últimos 5 anos em Angola uma vez que acontece todas as sextas do ano. Z - Qual tem sido o seu contributo em torno do Movimento? L - O meu contributo em torno do movimento primeiro foi acabar com o playback em Luanda com os meus dois eventos (Artes ao vivo e Eclectismo Poético), o nosso Hip Hop foi vítima de play back durante muito tempo. Z - Em tuas palavras como defines o Hip Hop? L - É a nossa cultura, a nossa forma de viver, falar, andar, vestir, e também a nossa maneira de responder all the bull shits we are facing in this world today. Z - A palavra Artes ao vivo, diz-lhe alguma coisa? L - Meu primeiro filho, foi o primeiro evento que criei em Luanda, é um evento Microfone aberto spoken Word. Fiz parte de um evento do género em Louisiana e a primeira vez que tive contacto com aquela forma de recitar poesia, mudou a minha vida, e hoje vamos a caminho de 6 anos. Z - Qual é na realidade o objectivo deste evento? L - Incentivar os jovens a se expressarem artisticamente, e observar mais uma vez que um bom poeta é um bom observador. Z - A quanto tempo vens levando a cabo este evento? L -Artes ao vivo a caminho de 6 anos, o Eclectismo poético a caminho de 5 anos. 26 Z -Das poucas vezes que consegui assistir o evento, senti apenas a presença de MC´s, porque? Porque não os outros elementos do Hip Hop? L - Temos mais MC´s porque o Espaço Bahia pequeno e seria complicado, fazer graffitti ai dentro, e por os B. boys a saltarem naquele palco de madeira, mas durante esses 5 anos nos fizemos um dos melhores eventos de Hip Hop intitulado Hip Hop Luanda, no Chá de Caxinde, com os melhores graf writters, e b-boys, e foi altamente, só que depois saímos e fomos parar no Bahia, onde infelizmente o espaço não ajuda. Z - Que opinião tens do rap feito antes e depois Eclectismo Poético? L - Sempre foi bom mais agora com tem tido mais divulgação. Z - Diz-se que o Eclectismo Poético, é um espaço apenas para underground. Qual é o seu comentário? L - Estão enganados, o Eclectismo poético e o Artes ao vivo já agora são eventos que valorizam a arte da palavra, valorizamos a boa música com boa poesia. Z - O que é que falta para um maior desenvolvimento do Hip Hop Angolano. L - Investimento irmão. Z - Que conselho deixas a quem nunca teve a oportunidade de assistir o evento? L - Vêm nos ver com olhos de ver, e não vêm só numa sexta ou numa terça, vêm sempre. ZWELA primeira revista de rap mwangole Além fronteiras Public Enemy Racionais MC's Grupo brasileiro, Formado por Mano Brown, Ice Blue, Edy Rock e KL Jay, surgiu no final da década 80, cuja ideologia é divulgar a desigualdade social brasileira. Usando linguagem periférica, com expressões típicas das comunidades pobres com o objectivo de comunicar-se de forma mais eficaz com o público de baixa renda. As letras do grupo fazem um discurso contra a opressão à população marginalizada, crime, pobreza, preconceito social e racial, drogas, consciência política, etc., e procuram passar uma postura contra a submissão e a miséria. Apesar de actuar essencialmente na periferia paulista, de adoptar uma postura antimedia e se recusar a participar de grandes festivais, o grupo vendeu durante a carreira cerca de 1 milhão de cópias de seus álbuns, somente com distribuição do próprio grupo (nas bancas de jornal, bailes, clubes, quadras, shows e camelôs). Num concerto realizado no final de 1994, o grupo foi preso pela polícia sob acusação de incitação à violência, uma vez que teor como violência policial é frequente nas letras do grupo. Em cerimónia de premiação do Video Music Brasil, da MTV Brasil, Mano Brown provocou a plateia presente no evento, dizendo que a mãe dele, já teria lavado roupa de muitos dos presentes e ressaltou que o público dos Racionais MC's continuaria sendo o da periferia. Hoje com mais de 21 anos, o grupo conta com 6 álbum de originais, 2 ao vivo, 3 colectâneas e 1 DVD. Igual a si mesmo, continua a ser dos melhores grupos de Hip Hop. Public Enemy, é um grupo conhecido pelas suas letras de temática política, críticas à media e pelo seu activismo nas causas da comunidade negra dos EUA. Estudante de design gráfico e fã de Hip Hop, Chuck D (Carlton Douglas Ridenhour), cria na companhia de (William Jonathan Drayton Jr.), Professor Griff (Richard Griffin) que viera a ser afastado em 1989, após supostas declarações anti-semitas dadas ao jornal "The Washington Post", Terminator X (Norman Rogers) e Dj Lord (Lord Aswod) o Public Enemy em 1982. Com objectivos de modernizar as bases e batidas do rap e levar para o género as discussões políticas e sociais dos EUA. A banda conta com Terminator X. Em 1987, o grupo lança seu primeiro álbum, "Yo! Bum Rush the Show". No ano seguinte, aparecem com "It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back". Com os sucessos "Don't Believe the Hype" e "Rebel without a Pause", o disco é sucesso de crítica e faz do Public Enemy uma mega banda além dos limites do Hip Hop com a música "Fight de Power", que fez parte da trilha sonora do filme "Faça a Coisa Certa" (89), realizado por Spike Lee e com "Fear of a Black Planet" publicado em 1990 e "Apocalypse e The Enemy Strikes Black" em 1991. Em 1992, causam polémica com o clipe "By the Time I Get to Arizona", que protestava contra o Arizona, um dos dois estados dos EUA que não consideravam feriado a data de aniversário do líder negro Martin Luther King. A partir daí, a banda levou alguns anos para reaparecer no mercado de discos e só em 1998 lança o álbum "He Got Game" e nos finais do ano passado o mais recente álbum. Public Enemy é por muitos o pai dos textos políticos em música rap. Dj Madkutz Madkutz, DJ/Produtor, filho de Pai angolano e Mãe portuguesa, nascido em Lisboa e criado na Margem Sul, entrou no movimento pelas portas do "Graffiti". Poucos anos depois, começou o seu percurso como DJ e logo depois como produtor, estriando se no mercado nacional no álbum "Portfólio" de Royalistick. Produzindo o tema "Underground" com a participação de NGA & Valete. Música considerado clássico pela critica. Para além da produção, criou a "Madkutz TV", projecto da inteira exclusividade do MySpace Portugal onde Mad kutz mostra o seu ambiente profissional rodeado de nomes como Pacman (Da Weasel), NGA, Tekilla, Sam The Kid, Raptor, etc... Valete Português com descendência São-Tomense, Valete desde cedo criou as suas opiniões políticas, chegando mesmo a pertencer à Juventude Comunista Portuguesa, mas acabou por desistir pouco tempo depois. E começou a fazer Rap em 1997, junto de Sam the Kid e o Vinagre, formaram o Projecto Secreto. Tempo depois formou com Adamastor, O Canal 115 e mais tarde a Horizontal Records. Manifestando essencialmente contra as correntes neo-liberais, mostrando um claro cariz político de extrema-esquerda, Actuou com Canal 115 durante 2 anos, até que fez um interregno para se dedicar mais aos estudos, licenciado-se em Ciências da Comunicação. Para poder gerir e conduzir o álbum à sua maneira, rejeitando assim a submissão à vontade das editoras que com ele se manifestaram interessadas em colaborar, em 2002, lançou de forma independente o álbum Educação Visual. Valete, que antes deste álbum era mais conhecido como um Freestyler e Battle Mc, mostrou uma linha de Rap de cariz social que muitos não lhe reconheciam. Em 2006 lançou o álbum Serviço Público. Actualmente divide o tempo entre a preparação do álbum Homo Libero, “ a sair nos próximos tempos”, uma carreira profissional como empregado no departamento comercial de uma empresa de recursos hídricos e a gestão de uma panificadora, que em 2007 abriu em São Tomé e Príncipe e empenha-se em fazer crescer o Bloco de Esquerda, acreditando que daqui a uns anos poderá ser um partido importante. ZWELA primeira revista de rap mwangole 27 Zwelarazzi und andergro Back e V O poder d Mad Kontr ário a música ! O rap feminino está no ar o ctos Produ gik Zoolo Brada Josef misturan do uns tracks Estamos Hostil ... atacando ga tunos de flows o! Que apreciaçã Kalahari, Kuvumba, Cesar, Dj Cavera, Shorty Bang e Dk nessa Feka (no Dj Samu rai anim ns manos meio) e u ando o pe ssoal Ngan ga W a Mb ote em livre trans ito Papetchulo e a Mu stafa Shuara ...300 + Cavalos Ninguém toca na m akete dele ravilha! Que ma i ta Fara Jah Ras ... Sejam bem vin dos Mc K adm do iran er de o pod CF K Xtremo Signo em peso Nayobe no Squarmof mic Mc Buchecha em studio e Pagina Nelinho e o seu Filipe Kontraria Raftag e C rts... _Dor em tshi arbono Observa_A Das Primeir o (Segundo Hochifu e um mano a direita) e un s manos Masta K aproveita as Dj Pelé nos pratos Toni Graph e Bitsun Tá fixe! Cypher fora do Sistas na casa em Xtrilho arada Reais Cam Jazzm Guda ática em p eso n o Bah ia Elinga repleto O mano continua Terrivel Aprovei te e adq uira o s eu... k efuc Mal O Mamb o Húmid o Xtremo Signo, Bruno Kwest e Lil Jorge show vendas Reviews MONO STEREO PROJECTO INOVAÇÃO. Torres Gémeas Mix tape Vol.1 Tribo sul - Grito de Liberdade S Triple S/FL ( lable ) Música e Consciência ( lable ) Inovação esta ideia parte desde o principio da emergência excessiva de insanidade musical logo artística que ao longo dos tempos vem ganhando um lote de terra,isto devido a improductividade de certos artistas e a falta de crença pelo obvio dos mesmos. Esta cd single foi gravado de forma e independente e conta com a produção de grandes nomes do HipHop nacional como Flagelo urbano,Tucho Millions e Levell Khroniyko. Inovar é necessário para que as sementes cresçam. Pagina Kontraria e Morpheus, Uma apresentação da S triple S e FL, juntos mostram o Rap que pouca gente conhece, o Rap do Golf 2 / Golf 1 Street, duro e puro. Querendo mostrar apenas as TORRES GEMEAS que são a mix tape não teve participação de nenhum outro Rapper. Tiveram, todo o apoio dos nossos niggas, como Red B, Killa crack, PZ, Man G, First page, Dj Cavera C, e o Genny Boss …Para saberem como e de onde surgiu a ideia escutem as track interludio I e II. Produzido por Cavera C, com a participação de artistas sulafricanos, zimbabueanos e tanzanianos, publicado com 14 músicas entre os 22 dígitos em 2004. Nos temas sente-se a presença de líricas politicamente duras, onde salta logo aos ouvidos temas como “why? ”, “ensino, “próximo presidente”, “look how we living”, “peace and justice”, bem como “é necessário” entre outros, que independentemente de tudo, serviram como escada para os êxitos que o grupo tem tido nos últimos 3 anos, no mercado sul africano, como alem fronteiras. O álbum faz-nos recordar nomes como Dead Prés ou o lendário Public Enemy. J.M Meu ponto de vista Por: Paulo Oscar Produção Produção Produção Conteúdo Lirico Conteúdo Lirico Conteúdo Lirico Flow Flow Flow Geral Geral Geral Album do mês Mentalidade Nem tudo que bate na radio, bate na rolote, nos becos, nos musseques, nos taxis, nas janelas abertas, nas chopas, nos caldos, nas esquinas, e nas farras, segundo uma pesquisa por efectuada ate ao momento o album que encontra-se a bater nas rollote e Mentalidade de Yanick Afroman. Este álbum espelha um exemplo de persistência e coragem, feito com muita seriedade. Revela uma vida distribuída em paginas soltas. No mentalidade Yanick descreve e relato aquilo que muito vivem e ignoram que assim vivem, criando um mundo ilusorio envolta deles, iludindo-se com luxus que não possuem, e muitas das vezes acabando em desilusão, bom album para ouvir, por isso mereceu ser eleito album do mês no nosso top dos albums que estão a bater nas rollotes e janela abertas. Produção com grande prazer que me vou debruçar sobre os gurus do Rap a nível do conteúdo em emitir a sua mensagem. Eles, de quem falarei seus nomes e os álbuns, que bem ouvidos mudam a perspectiva de encarar a realidade que anda a volta de nós, dando-nos a perceber que não se pode analisar um facto sob apenas um quadrante e que a vida é muito bela para ser vista com animosidade, dentre os tantos discos já lançados destacarei trés para esta edição: Keita Mayanda “O Homem e o Artista”, Kool kleva “Kooltivar”, Afromen “ Mentalidade”. Tenho pena que pouca gente consome os dois primeiros, já que habitam no mundo da revolução profunda, tocando o eu de cada um, nas líricas que no crepitar das sua vozes entoam um sentido perfeito da ligação entre o espírito e o matéria, que faz espécie aos ouvidos entupidos por algumas banalizações de músicas comercias, embora eu reconheça que dentro desta variante comercial, existe quem canta bem, por isso compreendo ser uma questão de opção de estilo. Vale apena ouvir os poetas acima, porque eles alimentam as consciências vazias e perdidas na candonga de vidas baratas e fácil, ou seja rejuvenescem o espírito. Eis a apreciação: É O Homem e o Artista Despertar de um amanhã brilhante que não está apenas para a geração já existente como a por existir. Neste trabalho, Mayanda, espelha a sociologia no pragmatismo da vida nas suas várias mutações. De um mundo devassado pelo materialismo, ele e o seu álbum apareceram num momento certo, por ser uma linda lição de sentimento verdadeiro, sentimento que é aconselhado a todos seres humanos e que nem todos são capazes, por não conseguirem vencer as pequenas diferenças e os pequenos orgulhos. Conteúdo Lirico Flow Geral Dope websites e blogs por visitar: www.alliancacamponesa.com www.africanhiphop.com www.africanhiphopradio.com www.club-k.net 30 www.madtapes.blogspot.com www.lusohiphop.blogspot.com www.geralhiphop.blogspot.com www.hiphopangolano.blogspot.com ZWELA primeira revista de rap mwangole Kooltivar Este álbum espelha um exemplo de persistência e coragem, feito com muita seriedade. Revela uma vida distribuída em paginas soltas. É uma pena que este álbum não teve a distribuição muito menos a divulgação que merecia. Mentalidade Este álbum descreve o dia-a-dia de cada angolano. É de longe um dos melhores álbuns já publicados, uma vez que ele traz o passado, presente e futuro de qualquer ouvinte. Não é atoa que deste álbum saiu a maior enchente da compra de discos assim como a maior enchente de um show ao vivo já visto no pais. BREVEMENTE O FUTURO DO TEU FILHO COMEÇA AQUI Luanda, Kilamba Kiaxi, Golf, Subzona 10, Quarteirão Nº 48, Rua da Igreja Pentecostal, Contacto: 912 91 64 50 / 922 31 82 56 / 924 61 28 95