MELHOR FILME - Uma História de Amor e Fúria

Transcrição

MELHOR FILME - Uma História de Amor e Fúria
VENCEDOR DO PRÊMIO DE
MELHOR FILME
Apresentação
“Viver sem conhecer o passado é viver no escuro”
Escrito e dirigido pelo premiado cineasta e roteirista Luiz Bolognesi (“Bicho de Sete Cabeças”, “As Melhores
Coisas do Mundo”, “Chega de Saudade”), “Uma História de Amor e Fúria” (2013) foi o primeiro longametragem de animação selecionado para Annecy e o primeiro a vencer a competição desde a criação do
Festival Internacional de Animação em 1960. Foi o primeiro filme de animação para adultos feito no Brasil e
também o primeiro a participar da Première Brasil, a mostra competitiva do Festival do Rio. Com produção
da Buriti Filmes e Gullane e distribuição da Europa Filmes, a animação traz Selton Mello, Camila Pitanga e
Rodrigo Santoro interpretando os personagens. O filme participou de diversos festivais, tais como: Mostra
Internacional São Paulo, Festival do Rio, Miami International Film Festival, Holland Animation Film Festival
Utrecht, Internationales Trickfilm Festival Stuttgart, Annecy Animated International Film Festival (Prêmio
de Melhor Longa Metragem), New York Brazilian Film Festival, Shanghai International Film Festival, Krakow
Summer Animation, 7° Festival CineMúsica (Prêmios de Melhor Mixagem, de Melhor Desenho de Som e de
Melhores Efeitos Sonoros), 4° BraPeq Brasil Film Fest (Prêmio de Melhor Filme Escolha do Júri), Denver Film
Festival, Fantoche Baden, Strasbourg European Fantastic Film Festival (Prêmio de melhor filme por escolha
da audiência), World Festival of Animated Film – Varna, Latin America Film Festival – Washington, Festival
Biarritz Amerique Latina, Montreal Int Festival of New Cinema, Banjalukanima – Bósnia, 6ª Mostra Cinema
Brasileiro na Rússia, 15 th Wiesbaden Int Festival of Animation, Latin Beat Film Festival – Tokyo (Prêmio de
Melhor Animação), MIA Animation – Miami, Stockholm International Film Festival, Brazil Film Fest – Toronto,
Auray Au Cinema Latin – França, Cinanima Portugal, Night of Animated Films – França, Museu do Cinema de
Frankfurt – Alemanha, ExpoToons – Buenos Aires, New York Int’l Children’s Film Festival.
Destinado ao público jovem e adulto, com traço e linguagem de HQ, o filme narra o amor entre Janaína e
um guerreiro indígena que, ao morrer, assume a forma de um pássaro. Durante seis séculos, a história
do casal sobrevive, atravessando quatro fases da história do Brasil: a colonização, a escravidão, o
regime militar e o futuro, em 2096, quando haverá uma guerra pela água. Em todos estes períodos, os
dois lutam contra a opressão.
Realizado durante os últimos seis anos, “Uma História de Amor e Fúria” é fruto de uma longa pesquisa com
profissionais das áreas de história e antropologia, a partir da qual o diretor e roteirista decidiu quais os pontos
da história do país seriam abordados. “Tenho muito interesse por história do Brasil e história em quadrinhos.
Como a minha formação é de roteirista, sei que a animação oferece possibilidades ilimitadas na narrativa.
Nosso cinema raramente se dedica a contar de uma maneira interessante e com viés de entretenimento e
reflexão os aspectos da nossa história”, destaca Luiz Bolognesi.
O longa-metragem foi realizado com técnicas de animação clássica: os personagens foram desenhados e
animados com lápis sobre papel, a partir das emoções oferecidas pela performance dos atores. Selton Mello,
Camila Pitanga e Rodrigo Santoro interpretaram o texto em estúdio e posteriormente a equipe do longa utilizou
a gravação como referência para seu trabalho, uma técnica que permite resultados mais sutis e expressivos,
valorizando o potencial do elenco e dos animadores. “Não podia errar na escolha do elenco, precisava de
grandes atores. Você não consegue extrair emoção, densidade e camadas de interpretação de profissionais
que não sejam, no mínimo, geniais”, enfatiza o diretor.
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Índice
02 - Apresentação
06 - Sinopse / Elenco / Ficha Técnica
08 - Diretor - Luiz Bolognesi
12 - Selton Mello
14 - Camila Pitanga
16 - Rodrigo Santoro
19 - Trilha Sonora
21 - Produção / Distribuição
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Sinopse
Ficha Técnica
“Uma História de Amor e Fúria” é um filme de animação que retrata o amor entre
um herói imortal e Janaína, a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Como
pano de fundo do romance, o longa de Luiz Bolognesi ressalta quatro fases da
história do Brasil: a colonização, a escravidão, o Regime Militar e o futuro, em
2096, quando haverá guerra pela água. Destinado ao público jovem e adulto com
traço e linguagem de HQ, o filme traz Selton Mello e Camila Pitanga dublando os
protagonistas. O longa conta ainda com a participação de Rodrigo Santoro, na
pele do chefe indígena e de um guerrilheiro.
Direção: Luiz Bolognesi
Roteiro: Luiz Bolognesi
Empresa produtora: Buriti Filmes Ltda./Gullane Entretenimento S.A
Produção: Fabiano Gullane; Caio Gullane; Luiz Bolognesi; Laís Bodanzky; Marcos
Barreto; Debora Ivanov; Gabriel Lacerda
Distribuição: Europa Filmes
Fotografia: Anna Caiado e Daniel Greco
Elenco
Montagem: Helena Maura
Música: Rica Amabis/Tejo Damasceno/Pupillo
Interpretação: Selton Mello e Camila Pitanga
Participação Especial: Rodrigo Santoro
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Diretor
Luiz Bolognesi
Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e em Ciências Sociais pela Universidade São Paulo
(USP), premiado o roteirista Luiz Bolognesi é sócio-fundador da Produtora Buriti Filmes. Entre seus roteiros, destaca-se o
dos filmes “Chega de Saudade”, “Bicho de Sete Cabeças” e “As Melhores Coisas do Mundo”. Em 2012, ele finalizou a animação
“Uma História de Amor e Fúria”, assinando dessa vez direção e roteiro. Além disso, coordena os projetos socioculturais da
Associação Tela Brasil: Cine Tela Brasil e Oficina Tela Brasil.
Como surgiu o roteiro de ‘Uma História de Amor e Fúria’?
Quanto tempo levou para ‘Uma História de Amor e Fúria’ ficar pronto?
O roteiro une duas coisas que gosto muito: história do Brasil e história em quadrinhos.
Como a minha formação é de roteirista, sei que a animação oferece possibilidades
ilimitadas na narrativa. Se eu fizer um filme live action, não posso escrever uma
cena em que tenha uma guerra no século XVI entre Tupis e Tupinambás. Também não
posso descrever um Rio de Janeiro daqui a 60 anos com uma nave espacial voando
pela cidade. No desenho animado isso não é um problema. Esse foi o principal fator
que me atraiu para desenvolver um roteiro de animação.
Demorou muito. Tudo começou com uma grande pesquisa, na qual trabalhei com grandes
pesquisadores das áreas de história e antropologia. A partir daí, escolhi os quatro
momentos que queria abordar: a chegada dos europeus vista pelos índios, a revolução
negra, a resistência ao regime militar e uma perspectiva de visão do futuro. Comecei a
pesquisa em 2002, o primeiro tratamento do roteiro ficou pronto em 2004. Depois vieram
vários tratamentos, o último aconteceu em 2010. O filme ficou seis anos em produção, uma
característica absolutamente diferente dos filmes de live action.
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Este é seu primeiro longa como diretor. Por que escolheu uma animação para a
estreia? Como foi a experiência?
Para mim é muito atraente poder escrever uma história que viaja no tempo e tudo pode ser
viabilizado pela produção. Na animação, tanto faz se você escreve uma história que se passa
em um apartamento ou um filme que viaja por seis séculos. No live action, filmar dentro
de um apartamento é super barato, já inserir uma nave espacial voando pelo Rio é inviável
economicamente. A animação me permite transformar essa barreira do impossível em
algo absolutamente plausível. Fazer o desenho animado foi uma experiência extremamente
prazerosa por dois motivos: no live action, o diretor tem que resolver qualquer problema que
surja com muita rapidez, isso me angustia muito. No desenho, quando uma cena não fica boa,
tenho três semanas para solucionar a questão. O filme levou anos para ficar pronto, mas
combina com a minha personalidade fazer as coisas com calma, não me sinto bem diante
de crises que tenho que resolver em 20 minutos. Por outro lado, tinha o desafio de manter
uma equipe unida por tanto tempo. O fato de ser uma animação nacional para jovens era
uma proposta muito atraente, nenhum dos profissionais envolvidos largou o projeto no meio.
Consegui um grupo engajado e tive uma troca muito rica com um grupo bem mais jovem que eu.
Como o protagonista é imortal, toda vez que é atingido, vira um pássaro. Essa é uma
lenda existente na tribo dos Tupinambás?
É uma história inventada, mas adaptada a partir de um conjunto de lendas dos índios Tupi-Guarani,
entre eles, os Tupinambás. Pesquisei muitas histórias mitológicas e baseei a levada do filme nelas.
Índios que viram pássaros e outros animais são uma constante na mitologia indígena. Inclusive,
eles acreditam que quando a gente dorme nosso espírito vai para floresta e passa a noite dentro
do corpo de um bicho. Até hoje, eles falam sobre isso como se fosse verdade absoluta e não um
mito. Inspirei-me nessas histórias, mas dei uma mexida nelas, é uma mistura de tudo.
O Anhangá também é uma lenda existente?
Ele é o grande antagonista do nosso personagem principal. Existem várias histórias sobre essa
entidade da floresta, que é uma espécie de Deus indígena, o senhor dos mortos. Dizem que ele
vive em uma lagoa com cobras e sapos e à noite sai em busca de pessoas de alma fraca e as
seduz para a morte. O Anhangá é tão presente na nossa história, que no Rio de Janeiro existe
a Pedra de Anhangá. Em São Paulo, temos a Rodovia de Anhanguera e uma universidade com
o mesmo nome. Essa figura mítica é tão forte, que está presente até hoje no nosso dia a dia.
Como foi feita a escolha de Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro para dublar
os personagens?
Os atores gravaram tudo em dois dias sozinhos, em um estúdio de som. É um processo muito
diferente do filme live action, onde eles têm o apoio de cenário, figurino e de outro ator para
contracenar. Na escolha do elenco, não podia errar, precisava de grandes atores. Você não
consegue extrair emoção, densidade e camadas de interpretação de profissionais que não sejam,
no mínimo, geniais. Fui ousado em convidar quem queria e, o grande barato, é que eles aceitaram.
Como você define o protagonista?
Ele é um raro personagem com caráter épico e mítico no cinema brasileiro. A gente conta
a história do Brasil a partir da mitologia Tupinambá e, ao mesmo tempo, humanizamos o
protagonista com valores contemporâneos para criar uma empatia com o espectador. A
imortalidade não é uma escolha dele, é quase uma punição. Ele chega a abrir mão dela de tão
insuportável que é esse peso. Foi imposto um destino glorioso ao nosso herói sem que ele
estivesse preparado. Ele é um homem muito leal e apaixonado, que está sempre lutando por
valores simples, como buscar a felicidade ao lado da mulher que ele deseja. Porém, o tempo
todo é atravessado por alguma coisa violenta da história do Brasil que exige que ele retome
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seu caminho do início. É um personagem que está fadado a lutar insistentemente, mesmo sem
tem certeza de que vai vencer.
E Janaína?
A Janaína é uma síntese da mulher brasileira. Síntese de uma feminilidade que no Brasil
poucas vezes foi tratada em sua condição heroica. Diferente do personagem feito pelo Selton,
ela não tem consciência da imortalidade. Ela não tem essa dimensão épica, quando morre,
morre mesmo, mais ainda assim continua sendo uma lutadora. Janaína provoca o herói a
continuar na batalha até quando ele desiste, assim como faz a mulher brasileira.
Como você avalia a história de amor dos dois?
É um amor romântico, superforte, eles estão sempre focados um no outro. Ao mesmo tempo
é um relacionamento muito cotidiano e realista porque o casal vive as dificuldades do dia a
dia. Sobretudo, é uma grande aposta no amor, em tempos em que as pessoas vivem apenas
aventuras. É uma prova de que pode haver aventura e amor dentro de uma mesma relação.
O filme retrata várias fases da história do Brasil. Por que abordar esse tema? Você
tem interesse na história do país?
Sempre gostei muito da história do Brasil. O nosso cinema não se dedica muito a contar
de uma maneira interessante, com viés de entretenimento e reflexão, aspectos da nossa
história, como os americanos e franceses fazem muito bem no cinema deles. Queria falar do
Brasil de uma maneira que conquistasse o jovem. A história desse país é repleta de amor e fúria.
A visão do futuro no filme é, de certa forma, pessimista. Você realmente acredita que
será dessa forma?
Acho que a visão que o filme traz do futuro é um prognóstico realista e assustador. A questão da
água já é debatida hoje, muito se fala que a crise dos próximos 50 anos será a falta de água doce.
É um prognóstico baseado nos grandes debates atuais. O que a gente projeta para o futuro
é a realidade que vemos hoje no Brasil, um país de abismos, onde uma elite tem acesso aos
grandes confortos da vida e uma grande massa não tem acesso à quase nada. Se a gente não
fizer nada agora, o cenário será esse. Criamos um Rio de Janeiro verticalizado, onde os prédios
são ligados por trens. Há ainda uma cidade antiga, que ficou abandonada lá embaixo no meio da
água estragada por lixo industrial. Outra coisa assustadora que o filma mostra é que em 2096
a Amazônia vira um deserto e o nosso Presidente da República é um pastor evangélico. O Rio
torna-se a cidade mais segura do mundo porque é controlada por milícias particulares muito
violentas, os conflitos são resolvidos por uma estrutura militar barra pesada.
Qual o público alvo do filme?
São jovens e adultos. Pega dos 12 anos até os adultos de 88 que se interessem pela história
do Brasil e que gostam de uma história bem contada. Os amantes de HQ e desenho animado
também são nosso público. Não é para um público infantil, acredito que seja de 12 anos em diante.
Esse é a primeira animação a participar da mostra competitiva no Festival do Rio. Você
esperava ser selecionado? Acha que este fato pode trazer mais visibilidade ao filme?
Desejava muito ser selecionado, mas sabia que seria muito difícil porque não há tradição
de animações participarem de mostras competitivas. Aliás, “Uma História de Amor e Fúria”
talvez seja a primeira em todos os festivais do Brasil. É um fato inédito, estamos muito felizes
por termos participado do Festival do Rio. Temos consciência de que é um marco. Esse fato
coloca pela primeira vez um filme de animação brasileiro no mesmo patamar de um filme de
arte. Isso abre muitos portões para a animação brasileira.
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ENTREVISTAS ELENCO
Selton Mello
Selton Mello está de volta às origens. O ator iniciou sua carreira como dublador ainda na infância e emprestou a voz para
personagens como Ralph Macchio, de “Karatê Kid”; Kusco, de “A Nova Onda do Imperador”; Kanai, de “Irmão Urso”, entre outros.
Em “Uma História de Amor e Fúria”, ele dá vida a um guerreiro imortal que atravessa quatro épocas da história do Brasil atrás
de Janaína, seu grande amor. Mello começou a atuar na TV aos sete anos e não parou mais. No cinema, participou algumas das
mais importantes produções da Retomada, como “O Auto da Compadecida” (2000), “Lavoura Arcaica” (2001); “Meu Nome Não é
Johnny” (2008) e “Jean Charles” (2009). Estreou como diretor de longa-metragem em 2008, com “Feliz Natal”, e em 2011 lançou
o premiado “O Palhaço”. Em 2012 dirigiu a série televisiva “Sessão de Terapia”, exibida pelo canal pago GNT.
Como surgiu o convite para participar do filme?
E como foi a experiência no estúdio?
O convite veio do Luiz Bolognesi, um super roteirista brasileiro, de quem sou muito
próximo. Sou amigo também da mulher dele, a Laís Bodanzky, um casal muito
talentoso e que tenho grande admiração e acompanho o trabalho há anos. Nunca
havíamos trabalhado juntos e quando o Luiz resolveu fazer uma animação foi uma
excelente oportunidade para isso. O verdadeiro guerreiro imortal é ele, porque fazer
animação é uma trabalheira insana! Ele se aventurou e fez um belo filme.
Adorei fazer a voz do personagem principal, até porque tenho na minha formação uma
importante passagem como dublador, que durou da minha infância até meus 20 e poucos
anos. Tudo o que tem a ver com dublagem é bom para eu relembrar um período rico da
minha trajetória.
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Qual a diferença deste filme para seus trabalhos anteriores como dublador?
Apesar de ter trabalhado como dublador profissional grande parte da minha vida, nesse filme vivi uma experiência diferente. No
universo da dublagem, a gente diz que vai “correr atrás das bocas”, e em “Uma História de Amor e Fúria” foram os desenhistas
que “correram” atrás do meu trabalho. Isso foi raro e inédito para mim. Não fiz uma dublagem, fiz uma sessão de atuação
para o Luiz baseada em desenhos estáticos, eu não sabia o que aquilo ia virar exatamente. Fui dirigido pelo Bolognesi e, assim,
sentindo qual era a melhor maneira de fazer. A dublagem foi feita em várias etapas: gravamos a primeira leva para permitir que
os animadores pudessem começar o trabalho, um ano depois eles já estavam com o esboço de algumas cenas animadas e o Luiz
foi sentindo o que precisava melhorar no roteiro. Acho que foram três ou quatro sessões e na última ele já tinha o roteiro final,
e a gente refez coisas com mais convicção de atuação.
Quem é seu personagem?
Ele é um guerreiro imortal e atravessa quatro gerações: começa como um índio, depois vira o líder dos escravos, na terceira
etapa estamos na época da ditadura militar e ele é uma figura importante nesse cenário e, por fim, o filme se passe em um Rio
de Janeiro futurista. Nessas quatro fases da história do Brasil ele está sempre em busca de justiça e de Janaína, que é o amor
da sua vida. Eu e Luiz trabalhamos algumas nuances para o personagem porque ele é um espírito, mas em cada época tem uma
nuance, ora está mais velho, ora mais novo, cada vez ele tem um jeito específico de se expressar. Existem sutilezas nessas
quatro passagens para diferenciar, apesar de ser o mesmo espírito.
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ENTREVISTAS ELENCO
Camila Pitanga
Com 15 filmes no currículo, Camila Pitanga estreou no cinema aos seis anos em “Quilombo” (1984), longa-metragem de Cacá Diegues
que tinha entre os protagonistas o pai da atriz, Antônio Pitanga. Após participar de produções como “Caramuru – A Invenção do
Brasil” (2001), “Redentor” (2004) e “Saneamento Básico, o Filme” (2007), Camila estrelou “Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus
Lindos Lábios” (2011). Agora, a atriz conta uma história 100% brasileira, emprestando sua voz a Janaína, uma índia que, durante 600
anos, supera até a morte para viver uma história de amor ao lado de um guerreiro tupinambá. Forte e determinada, a personagem
reencarna em quatro fases da história do Brasil: colonização, escravidão, regime militar e no futuro, em 2096. Em todos estes
períodos, o guerreiro e Janaína se reencontram, e ele precisa reconquistar a amada toda vez que ela reencarna.
Como surgiu o convite para participar do filme?
O que mais te atraiu no projeto?
Recebi um telefonema do Luiz Bolognesi, e assim que ele me apresentou o projeto fiquei
apaixonada. Embarquei completamente naquela emoção que ele tinha em poder falar
da história do país e também pela ideia desbravadora de fazer animação no Brasil.
Nós até temos uma tradição, mas não em grande escala de produção de animação.
Além da história em si, o desafio de fazer várias personagens em uma só porque ela
atravessa o tempo. Tentei em cada história dar uma marca diferente para a Janaína.
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Quem é sua personagem?
Ela sempre se chama Janaína, mesmo nascendo e morrendo em vários tempos. No desenho, os traços remetem sempre
à mesma mulher, mas na verdade, ela é múltipla. Tentei compor para a primeira delas, que é uma índia, com inocência,
ingenuidade, uma coisa mais leve. Parece que a personagem é uma só, e que vai amadurecendo ao longo do tempo. No primeiro
momento, ela está mais pura, virgem das maldades, ainda não tem nenhuma marca de defesa. Quando vamos para a época da
Balaiada, Janaína é mãe, tem um tônus diferente, tem uma espreita. Ela vê a filha sendo levada, e vai à luta. Na ditadura, ela
é uma ativista, já está na guerra e isso confere uma atitude diferente. No futuro, ela é a seta de revolta, de fúria, de guerra.
Percebo essa curva dramática ao pensar como um personagem só.
Como foi o processo de interpretação na animação?
O desafio era grande. Sentava numa sala e tinha que dar conta do grito, da corrida, do arfar e tentar dar o máximo de veracidade
sem estar vendo as cenas. Isso é o barato da dublagem porque você empresta toda a sua expressão para sua voz. Foi um grande
exercício de atuação. Muitas vezes a gente fazia várias tomadas com a mesma frase estabelecendo possibilidades de relação com
os outros personagens ou com determinada ação.
Você chegou a contracenar com o Selton Mello ou com o Rodrigo Santoro?
Não, não contracenamos em nenhum momento. Em algumas cenas eu tive a referência da voz do Selton para me guiar. Na verdade
tivemos várias fases. No começo, a gente tinha as referências dos desenhos e chegamos a gravar a parte dos índios em Tupi.
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ENTREVISTAS ELENCO
Rodrigo Santoro
Um dos atores brasileiros de maior projeção no exterior, Rodrigo Santoro começou a atuar em novelas e séries de TV, mas logo
em seu primeiro longa-metragem, “Bicho de Sete Cabeças” (2001), com roteiro de Luiz Bolognesi e direção de Laís Bodanzky, foi
premiado nos principais festivais do país. Após uma pequena participação em “As Panteras: Detonando” (2003), Santoro investiu
na carreira internacional e participou de importantes produções, como “300” (2006), “Che” (2008), “Eu te Amo Phillip Morris”
(2009) e “O que Esperar Quando Você Está Esperando” (2012). No cinema nacional, Santoro pode ser visto em longas como “Os
Desafinados” (2008), “Meu País” (2011), “Heleno” (2012).
Como recebeu o convite para participar da animação?
Como você avalia a experiência de dublar?
O Luiz Bolognesi e a Laís Bodanzky são família. Comecei minha história no cinema
com eles, “Bicho de Sete Cabeças” é um trabalho absolutamente marcante na minha
vida e nós ficamos amigos depois disso. Não os vejo o quanto gostaria, mas criamos
uma relação de muito carinho e respeito. Quando ele fez o convite para “Uma História
de Amor e Fúria”, eu nem li o roteiro e topei porque gostei da ideia e queria voltar a
trabalhar com eles. O Luiz me explicou que seria uma participação dando voz a dois
antagonistas; um é cacique Tupinambá e o outro, um universitário que se envolve
com a guerrilha na época da ditadura.
Essa é a terceira vez que trabalho com dublagem e cada vez gosto mais do processo
porque é divertido, mas, ao mesmo tempo, muito desafiador, já que sua voz é seu único
instrumento. Enquanto você está fazendo o trabalho, está se expressando também através
do seu corpo, por isso é interessante quando filmam ou quando o próprio animador pode
assistir, assim ele pega algumas dicas enquanto o ator está interpretando. Talvez o mais
óbvio ao interpretar o cacique Tupinambá fosse fazer uma voz grossa por ele ser um
cara grandão e forte, mas acho que o mais importante é você encontrar a humanidade do
personagem para aproximar o espectador e não correr o risco de fazer uma caricatura. O
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grande desafio de trabalhar com a voz é ter a sutileza e o entendimento de que aquilo precisa transmitir sentimento. Às
vezes detalhes pequenos como colocar um silêncio ou uma respiração faz com que o desenho viva.
Dublagem é um trabalho mais solitário do que o de contracenar?
O Luiz me colocou para eu escutar um pouco do trabalho do Selton e da Camila, para que eu entendesse quem eram
os personagens, mas não nos encontramos. Cada um faz seu personagem e depois o engenheiro de som faz o diálogo
existir. Nesse sentido, é um trabalho solitário, mas você tem a companhia do diretor e dos técnicos. Imagino que para o
diretor deva ser muito interessante porque ele trabalha com uma imagem e faz o casamento das vozes com o corpo do
personagem, faz aquilo tudo funcionar. Estou cada vez mais interessado em explorar o universo da animação.
Qual foi a impressão que teve ao assistir ao filme pronto?
A primeira vez que vi o filme fiquei muito bem impressionado com tudo: com a qualidade técnica e com a própria
história. Segui o casal, viajei na história e, principalmente no final, senti essa história de amor verdadeiro. É um trabalho
muito bonito, e une uma série de características do Luiz que conheci, um cara que tem o que dizer. O filme faz uma
viagem pela história do Brasil sem ser didático e panfletário, além de levar o espectador a seguir uma história de amor
durante séculos. Acho que animação tem o desafio de aproximar o espectador ao desenho.
Existe alguma cena que você goste mais?
Gosto do filme como um todo, mas se tiver que escolher um momento acho que é a parte final, quando o casal está
junto antes do voo. É um momento romântico no melhor sentido porque ele atravessou séculos procurando esse grande
amor. Também gosto muito da parte dos índios porque sempre fui muito intrigado com essa parte da história do Brasil.
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Trilha Sonora
A difícil missão de criar a trilha sonora de um longa-metragem que se passa em diferentes épocas da história brasileira
– inclusive no futuro – ficou a cargo do coletivo Instituto, criado em 2001 por Rica Amabis, Tejo Damasceno e Daniel Ganja
Man. Os temas criados para compor o universo de “Uma História de Amor e Fúria” mesclam ritmos regionais e elementos
eletrônicos, a partir de sons de diferentes instrumentos, pesquisados e processados à exaustão no estúdio.
“A gente tentou usar os instrumentos de época de outra maneira, porque assim como a história não é real, de um
personagem que atravessa gerações, a gente também não precisava ser tão literal na feitura da trilha. Tentamos manipular
ao máximo os instrumentos que usamos, mesmo os de época, para criar uma sonoridade diferente”, destaca Rica Amabis.
Responsáveis por trabalhos de expoentes da nova geração da música brasileira, como Nação Zumbi, Otto, Cidadão
Instigado e Rappin’ Hood, os integrantes do Instituto tiveram de deixar a imaginação livre para compor uma trilha sonora
que abrangesse quase 600 anos de história, mesclando realidade e ficção.
“O exercício maior é justamente o início e o fim. O que vai tocar no futuro? A gente não sabe, qualquer coisa pode ser a
música de 2060, 2090”, observa Damasceno.
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Produção
Com o lançamento de “Uma História de Amor e Fúria”, a Buriti reforça a parceria
de mais de uma década com a Gullane, que rendeu os longas-metragens “Bicho de
Sete Cabeças” (2001), “Chega de Saudade” (2008), “As Melhores Coisas do Mundo”
(2010)” e a série de documentários para a TV “Lutas.doc” (2009).
“Uma das grandes qualidades deste longa é ser uma obra única, tanto pela história,
quanto pelo personagem que atravessa diversas épocas do Brasil, durante 600
anos. Optamos por narrar através do ponto de vista dos que perderam as guerras
e batalhas, e não dos vencedores”, ressalta Fabiano.
“Por ser um longa inteiro animado, ‘Uma História de Amor e Fúria’ é uma novidade
para todos nós. Não trabalhar com atores foi um desafio enorme, animação dá
muito trabalho. Estou muito contente com o resultado do filme por diversos motivos, mas o principal é que acredito que ele vá fazer o Brasil olhar para dentro de si
e entender as características de sua formação. Apesar de ser pouco feito no Brasil,
o público gosta muito de animação. Acho que esse gênero tende a crescer muito no
país”, prevê Caio Gullane.
Para Laís Bodanzky, da Buriti Filmes, o desejo em comum de lançar “Uma História
de Amor e Fúria” e a paixão pelo Brasil uniu os profissionais das duas empresas. A
cineasta e produtora conta que toda a equipe pode opinar e intervir no processo,
deixando uma assinatura coletiva ao fim do trabalho.
Animado com o novo projeto, Fabiano Gullane conta que produzir uma animação é
mais difícil do que um live action, mas que o processo é muito divertido e prazeroso.
Por ser estreante no gênero, o produtor foi descobrindo as dificuldades e pensando
em soluções durante o processo. Ele enfatiza ainda que o maior objetivo de um
produtor é criar algo único e original, que não se pareça com outros filmes, e “Uma
História de Amor e Fúria” conseguiu esse feito.
“Toda a equipe viveu o sonho do Luiz de contar essa história. Ele trouxe o projeto
para a Buriti como um sonho dele, chegou com muita determinação. Como ele é
roteirista, viu que poderia realizar, de fato, todas as viagens e possibilidades que
passam pela cabeça dele. O Luiz tem um lado, que nem todo mundo conhece, que é
a paixão pela história do Brasil. No filme, ele conseguiu reunir três antigos desejos:
contar partes da trajetória do nosso país, com roteiro e direção assinados por ele.
A Buriti é uma casa acolhedora para um projeto desafiador como esse. Combina
com o perfil da empresa ter projetos diferenciados, ousados e com a intenção de
reinventar a linguagem do cinema. Só uma pessoa com muita determinação como
o Luiz poderia comandar isso”.
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Produtoras
Fundada em 1997 por Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi, a Buriti Filmes é uma produtora especializada em conteúdo audiovisual para
o cinema e televisão. Com atenção tanto nos festivais como no circuito comercial, suas obras conquistaram reconhecimento da
crítica e do público. Em seu currículo, somam-se mais de 70 prêmios nacionais e internacionais.
Na ficção, destacam-se as produções “As Melhores Coisas do Mundo” (2010), que foi selecionado em mais de 25 festivais; “Chega de
Saudade” (2008), coprodução com a ARTE, que foi exibido na França, Alemanha, Romênia e em toda América Latina pela HBO; além de
“Bicho de Sete Cabeças” (2000), coprodução com a Fabrica Cinema (itália), recebeu mais de 40 prêmios internacionais, que, mais
tarde, foi considerado um marco na história do cinema brasileiro. Os filmes foram exibidos na televisão, na Rede Globo, além de
exibições nos principais canais a cabo e em outras plataformas como o pay-per-view.
No campo dos documentários os destaques são: “Lutas.doc” (2009), série de cinco episódios produzida para a TV Brasil; “Guerra
dos Paulistas” (2002), documentário produzido para TV Cultura e “Cine Mambembe” (1999), recebeu diversos prêmios no Brasil e
no Exterior.
A produtora também é responsável pelos projetos socioculturais da Associação Tela Brasil: o Cine Tela Brasil, que possui duas salas
de cinema itinerantes que exibe filmes brasileiros; e a Oficina Tela Brasil, que reúne jovens para a produção de curtas-metragens.
Atualmente a produtora se prepara para lançar seu novo longa-metragem, a animação “Uma História de Amor e Fúria”. E produz o
documentário “Mulheres Olímpicas” para o canal ESPN.
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Produtoras
Fundada em 1996, a Gullane é uma produtora de conteúdo para cinema e televisão que mantém participação ativa no
crescimento do audiovisual brasileiro.
Suas obras conquistaram reconhecimento da crítica e de um público cada vez maior. A qualidade técnica e artística
identificada em cada produção tornou-se referência, garantindo à Gullane um espaço conceituado no mercado
cinematográfico.
Sua dedicação na produção é igualmente aplicada nas etapas de lançamento em festivais e no circuito comercial.
Esse empenho permitiu à Gullane acumular mais de 100 prêmios em sua carreira, além de ter seus filmes nas
seleções oficiais dos mais importantes festivais de cinema do mundo, como os de Cannes, Veneza e Berlim.
Além de produções próprias, a Gullane amplia a carteira de projetos com parcerias importantes no Brasil e no
exterior, com a busca de financiamento e venda de filmes brasileiros junto ao mercado estrangeiro e com a realização
de coproduções internacionais. Essas ações se refletem na ampla divulgação das obras e em uma rede formada por
talentos de diversas partes do mundo.
Por seu perfil empresarial, seu histórico criativo e seu expressivo volume de realizações audiovisuais, a Gullane está
posicionada hoje entre as principais produtoras de conteúdo do Brasil.
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Distribuidora
A Europa Filmes é uma empresa brasileira que atua no mercado de distribuição de
filmes em cinema, home-vídeo e TV desde 1990 e tem como diretor Wilson Feitosa.
Com um amplo repertório de títulos, do longa-metragem de ação ao filme restrito
aos circuitos de arte, do blockbuster norte-americano ao independente, do ganhador
do Oscar à coprodução nacional, a empresa garante um lugar especial entre as
distribuidoras independentes e, ano após ano, oferece o melhor serviço aos seus
parceiros e consumidores.
A Europa Filmes levou às salas de cinema produções que foram unanimidade entre
público e crítica, tais como “O Paciente Inglês” (indicado a 11 Oscar e ganhador de
9 estatuetas, entre elas a de Melhor Filme, Diretor e Atriz), “Traffic” (vencedor de
4 Oscar, incluindo melhor diretor para Steven Soderbergh), “O Pianista” (vencedor
de 3 Oscar: Ator, Roteiro Adaptado e Diretor), “Menina de Ouro”, de Clint Eastwood,
vencedor de 4 Oscar (incluindo Melhor Filme), “O Segredo de Brokeback Mountain”,
de Ang Lee (vencedor de 3 Oscar), “Fahrenheit 11 de Setembro”, de Michael Moore
(ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes), “A Vida dos Outros e Infância
Roubada” (vencedores do Oscar de filme estrangeiro), entre outros.
Em 2009, distribuiu no Brasil o grande vencedor do Oscar Quem “Quer Ser Um
Milionário?”, que teve 10 indicações e que ganhou oito estatuetas (Melhor Filme,
Direção, Roteiro Adaptado, Fotografia, Mixagem de som, Edição, Trilha Sonora
Original e Canção Original).
A partir de 1995, a Europa Filmes começa a investir, com recursos do Artigo 3°
da Lei do Audiovisual, em filmes brasileiros como “Pequeno Dicionário Amoroso” e
“Menino Maluquinho 2”. O trabalho da distribuidora foi fundamental para o sucesso e
crescimento recente do cinema brasileiro, participando de dezenas de produções, tais
como “Olga”, “O Invasor”, “Tainá”, “Estorvo”, “Central do Brasil”, “Memórias Póstumas
de Brás Cubas”, “Os Normais – O Filme”, “Garotas do ABC”, “Espelho D’Água”, “Seja
o Que Deus Quiser!”, “Durval Discos”, “Benjamim”, “Cabra-Cega”, “Vida de Menina”,
“Árido Movie”, “Casseta & Planeta – Seus Problemas Acabaram”, “A Grande Família
- O Filme” e “Ó Paí, Ó”. Em 2010, a distribuidora lançou “Lula – O Filho do Brasil”.
No mercado de home-vídeo, a Europa Filmes é a distribuidora independente que mais
apoia o cinema do país: são mais de 100 títulos no catálogo. É recordista no segmento
em vendas diretas às locadoras de filmes nacionais, com mais de 65 mil unidades
dos filmes “Os Normais – O Filme” e “Olga”, sendo a pioneira no mercado de homevídeo na chamada fase da retomada do cinema nacional, a partir do lançamento de
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“Carlota Joaquina”, “O Quatrilho” e “Central do Brasil”, em meados dos anos 1990.
Sempre ligada com as tendências do mercado, a Europa Filmes apresenta também,
em seu acervo, grandes produções internacionais de entretenimento como os
filmes “Fomos Heróis” e “Do Que as Mulheres Gostam” (com Mel Gibson), “Um
Homem de Família” (estrelado por Nicolas Cage), “Casamento Grego”, “Anjos da
Noite – Underworld”, “Deu a Louca na Chapeuzinho”, “Os Irmãos Grimm”, “O Som do
Coração” e muitos outros.
Documentários internacionais e brasileiros, peças de teatro filmadas, curtasmetragens, shows e outras diversas atividades culturais estão presentes nos DVDS
da Europa Filmes. O trabalho de larga escala da distribuidora no varejo atinge vendas
anuais em torno de 2 milhões de discos. Além disso, a empresa é fornecedora destes
e de outros títulos de seu acervo para canais abertos e de TV paga.
A Europa Filmes está sintonizada com as novas tecnologias e janelas do mercado,
sendo uma das pioneiras no lançamento no mercado brasileiro de títulos da nova
mídia de alta definição do home-vídeo, o Blu-Ray, considerado o substituto do DVD. Em
2008 inaugurou o formato High Bit-Rate DVD, com versões de alguns de seus filmes
com melhor compressão de imagem e som, aproveitando ao máximo a mídia DVD. Da
mesma forma, mantém investimentos e parcerias para oferecer filmes e conteúdo
através da internet e mobile. Desde 2006, muitos dos DVDs do varejo da Europa
Filmes trazem como extra a versão do filme em MP4, para serem vistos em players
de mão, como o iPod. Atualmente, a distribuidora está em negociação com a i-Tunes e
NetFlix, empresas que passaram a disputar este novo mercado de difusão audiovisual.
Com grande participação nos principais festivais de cinema do mundo, a Europa
Filmes é presença constante na AFM de Los Angeles, Festival de Cannes, Festival
de Berlim, Toronto, Veneza e outros para a aquisição de títulos para lançamento no
Brasil e na América Latina.
Em 2009, o braço internacional da Europa Filmes foi mais longe. A empresa distribuiu,
no Brasil, “Home – Nosso Planeta, Nossa Casa”, um documentário que estreou nos
cinemas de mais de 50 países simultaneamente no dia 5 de junho, dia mundial do
meio-ambiente. Dirigido pelo fotógrafo Yann Arthus-Bertrand e produzido por Luc
Besson, trata-se de um registro inédito de nosso planeta feito todo do céu, e que
discute um tema tão importante quanto urgente: a sustentabilidade.
Com grandes sucessos para as crianças, como “Deu a Louca na Chapeuzinho”,
filmes da série “Pokémon” e muitos outros, a Europa Filmes também fez parte de
um resgate muito importante e querido do humor brasileiro: Os Trapalhões. Foram
lançados 39 longas-metragens do quarteto que tanto encantou as crianças e adultos
deste país em DVD a preços populares nas lojas de todo o país.
Além dos Trapalhões, a memória do cinema brasileiro permanece viva nas coleções
da Atlântida e Herbert Richers. São dezenas de títulos em DVD com alguns dos
maiores astros da história do nosso cinema, como Oscarito, Grande Otelo, José
Lewgoy e muitos outros.
A partir do segundo semestre de 2011, Wilson Feitosa também assume a
administração da Vinny Filmes, lançando até hoje, em cinema e home-video, mais
de 14 títulos em cinema, como “Uma Doce Mentira”, “Não Tenha Medo do Escuro”,
“A Condenação”, “Os Nomes do Amor”, “11-11-11”, “Habemus Papam” e “Diário de Um
Jornalista Bêbado”.
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