análise de conjuntura temas de economia aplicada

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análise de conjuntura temas de economia aplicada
Nº 346 Julho / 2009
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICAS
issn 1234-5678
análise de conjuntura
Antonio Carlos Lima Nogueira analisa a produção de soja no Mato Grosso
sob os pontos de vista de financiamento, seguro rural,
tecnologia e logística.
Manuel Enriquez Garcia conclui, com base em dados do IBGE, que a
economia vem passando por uma lenta, porém firme, recuperação
do nível de atividade e emprego.
temas de economia aplicada
Dante Mendes Aldrighi, finalizando sequência de artigos, fala sobre como a
cooperação entre países do BRIC pode contribuir para alterar a atual balança
de poder em favor dos mesmos.
Raphael Rocha Gouvêa e Gilberto Tadeu Lima testam empiricamente se uma
mudança na composição dos setores relacionados ao comércio exterior afeta a
restrição externa ao crescimento.
Diva Benevides Pinho destaca o impacto do redesenho da economia global
na reestruturação do mercado da arte.
Danilo Freitas Ramalho da Silva defende a atual existência de um regime de
acumulação de capital com dominância da lógica da valorização financeira,
a qual elucidaria a atual crise.
Nº 346
JULHO DE 2009
INFORMAÇÕES FIPE É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL
DE CONJUNTURA ECONÔMICA DA FUNDAÇÃO
ANÁLISE DE CONJUNTURA
issn 1234-5678
agricultura ........................................................................................................................ 3
Antonio Carlos Lima Nogueira
emprego, salário e taxa de ocupação ........................................................................... 6
Manuel Enriquez Garcia
Hélio Nogueira da Cruz (Presidente)
Andrea Sandro Calabi
Juarez B. Rizzieri
Joaquim José Martins Guilhoto
Ricardo Abramovay
Simão Davi Silber
Vera Lucia Fava
TEMAS DE ECONOMIA APLICADA
8
CONSELHO CURADOR
........................... should BRIC countries prioritize trade and investment among
themselves? would this strategy be politically practicable?
DIRETORIA
DIRETOR PRESIDENTE
Carlos Antonio Luque
Dante Mendes Aldrighi
16 ..................... structural change, balance-of-payments constraint and growth: an
empirical exercise
DIRETOR DE PESQUISA
Eduardo Haddad
Raphael Rocha Gouvêa, Gilberto Tadeu Lima
21 .................................................................... emergentes “puxam” a economia global
e o mercado de arte
Diva Benevides Pinho
DIRETOR DE CURSOS
Cicely M. Amaral
PÓS-GRADUAÇÃO
23 ....................... sobre a existência de um regime de acumulação com dominância
financeira: sua lógica de valorização e a presença do capital fictício
Danilo Freitas Ramalho da Silva
Dante Mendes Aldrighi
SECRETARIA EXECUTIVA
Domingos Pimentel Bortoletto
PReparação de originais e revisão
Alina Gasparello de Araujo
EDITOR CHEFE
Gilberto Tadeu Lima
CONSELHO EDITORIAL
Heron Carlos E. do Carmo
Lenina Pomeranz
Luiz Martins Lopes
José Paulo Z. Chahad
Maria Cristina Cacciamali
Maria Helena Pallares Zockun
Simão Davi Silber
AS IDÉIAS E OPINIÕES EXPOSTAS NOS ARTIGOS SÃO DE RESPONSABILIDADE
EXCLUSIVA DOS AUTORES, NÃO REFLETINDO A OPINIÃO DA FIPE
ASSISTENTE
Maria de Jesus Soares
PROGRAMAÇÃO VISUAL E COMPOSIÇÃO
Sandra Vilas Boas
análise de conjuntura
Antonio Carlos Lima Nogueira (*)
agricultura: a soja no
Mato Grosso
Uma enquete disponível no site da Associação
dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso
(APROSOJA) oferece uma evidência sobre as fontes
de financiamento da próxima safra, ainda que a
coleta de respostas de 139 respondentes voluntários
não seja uma amostra estatisticamente representativa. A questão apresentada é: qual a principal fonte
de financiamento de sua próxima safra de soja? As
respostas são: troca por insumos (28%), trading (27%),
recursos próprios (22%), custeio oficial (BB) (14%),
outros bancos (9%).
Os percentuais nas duas primeiras posições são um
indício da volta gradual dos agentes privados da cadeia produtiva para o financiamento da soja (insumos
e trading), após a escassez de crédito provocada pela
crise financeira global. Em seguida, o percentual de
respondentes que utilizam recursos próprios revela
uma situação relativamente favorável de capitalização dos agricultores, visto que um a cada cinco
respondentes utilizará os recursos próprios como
fonte principal.
julho de 2009
Neste momento de incertezas sobre a evolução da
conjuntura global e da capacidade de recuperação da
economia brasileira, é interessante analisar a situação
do principal produto do agronegócio brasileiro em seu
maior Estado produtor. Conforme levantamento da
Companhia Brasileira de Abastecimento, a safra de
soja brasileira em 2009 deverá atingir 57 milhões de
toneladas, das quais 18 milhões (31%) são provenientes
do Mato Grosso. O desempenho da atividade nesta
região tem enorme influência na balança comercial
do agronegócio, por sua participação nas exportações,
assim como na economia do Estado, pelo volume
de recursos movimentados na cadeia produtiva e
pelo impacto da renda dos agricultores no consumo.
Neste artigo serão analisadas as condições atuais
de financiamento, seguro rural e tecnologia para a
atividade no Estado, com a identificação de algumas
transformações relevantes.
A baixa participação dos recursos públicos pode
indicar a expectativa com relação ao Plano Agrícola e Pecuário 2009-2010, divulgado em junho pelo
governo. Apesar do volume total de 107,5 bilhões de
reais (37% maior que no ano passado), com base na
experiência dos anos anteriores, muitos agricultores
podem considerar que não conseguirão os recursos
necessários em razão dos limites máximos disponíveis, insuficientes para empreendimentos de larga
escala característicos do Estado. Por outro lado, o
3
julho de 2009
governo divulgou a intenção de ampliar o acesso aos
recursos controlados para os médios agricultores,
com a alocação de R$ 5 bilhões para este segmento e
o aumento do limite de renda bruta anual para até R$
500 mil. Já os limites de crédito, que envolvem recursos
para custeio, investimento, comercialização e aquisição de máquinas e equipamentos, subiram de R$ 150
mil para R$ 250 mil. Portanto, pode ser que quando
esses recursos chegarem aos bancos, os agricultores
do Mato Grosso poderão conseguir mais recursos com
juros subsidiados do que esperam.
Conforme notícia divulgada pela mesma Associação,
os seguros contratados em Mato Grosso em 2008 para
a atividade agrícola foram 1.634, dos quais 1.492 operações são referentes à soja (91,3% do total). A quantidade registrada pela cultura da oleaginosa é 91,7%%
maior que a verificada em 2007, quando totalizou
778 apólices. A importância segurada totalizou R$
368,916 milhões em 2008, correspondente a uma área
de 350,315 mil hectares. Já o prêmio arrecadado, que é
o valor pago pelo produtor, somou R$ 10,774 milhões,
enquanto o valor subvencionado pelo governo federal
(o equivalente a 50% do prêmio pago pelo agricultor)
contabilizou R$ 5,291 milhões.
Apesar do avanço significativo, a área segurada
ainda é pequena em relação à área total de soja, de
5,8 milhões de hectares. O presidente da Associação,
Glauber Silveira da Silva, afirma que a baixa penetração do seguro é motivada pelo fato de ele estar
associado aos financiamentos por parte de bancos
oficiais. Como o governo condiciona a liberação de
crédito para financiar a safra à contratação do seguro
e os agricultores em Mato Grosso recorrem mais a
bancos internacionais e às tradings, o acesso ao seguro
acaba sendo menor.
O presidente informa que o crédito oficial disponibilizado pelo governo para Mato Grosso, de cerca de R$
3 bilhões para agricultura e pecuária, é insuficiente,
visto que para o Rio Grande do Sul é de R$ 11 bilhões.
Outro fator limitante é que os dados utilizados para
calcular o seguro, como por exemplo, quantidade de
sacas produzida por hectare, é o mesmo para todo
4
o País, o que acaba inviabilizando o seguro para os
produtores mato-grossenses, já que a produtividade
varia de um município para outro e ainda mais se
comparado a outras unidades da federação.
Um dos principais fatores para a produção agrícola é a
qualidade das sementes, considerando-se os aspectos
de produtividade e adaptação às condições locais.
Apesar da história de sucesso das variedades obtidas
com melhoramento convencional no Centro-Oeste,
principalmente com a atuação da Embrapa, a adoção
de sementes de organismos geneticamente modificados (OGMs) é uma tendência crescente no Brasil,
desde a aprovação da nova lei de biossegurança, em
2005.
Neste contexto de avanço da biotecnologia, observase que as sementes transgênicas representarão 55%
de todo o volume de sementes produzidas em Mato
Grosso para a safra 2009/2010. A produção prevista
pelas 34 sementeiras do Estado é de 7 milhões de
toneladas. Destas, 3,85 milhões de toneladas são de
sementes OGM. De acordo com a Associação dos
Produtores de Sementes do Estado, pelo menos 90%
das sementes produzidas para a próxima safra já foram comercializadas e estão nas mãos dos produtores
para serem semeadas a partir da segunda quinzena
de setembro nas lavouras mais precoces do Estado,
localizadas nas regiões de Lucas do Rio Verde, Sapezal
e Nova Mutum.
O presidente desta associação, Elton Hamer, estima
que a demanda fique em cerca de 7 milhões de toneladas de sementes para o Estado. Estes números, se
confirmados, representarão o mesmo volume de grãos
comercializados para o plantio da safra 2008/2009. A
saída para a falta de algumas variedades pode estar na
substituição por outras ou mesmo a aquisição de cultivares vindos de outras regiões do País. O presidente
acredita que não faltará material para atender aos produtores, ainda que alguns não encontrem o portfólio
desejado, com as variedades mais concorridas.
O presidente da APROSOJA considera que o principal
problema está justamente na oferta de algumas varie-
dades apropriadas à região. Para ele, o produtor deve
buscar estas variedades em outras regiões, mas que,
por enquanto, o mercado estaria normal e não haveria
riscos de comprometer a produção. A crescente adoção
das sementes transgênicas pode oferecer benefícios
diretos de redução nos custos de produção nos itens
de defensivos, uso de máquinas e mão de obra, no caso
das variedades de primeira geração, com resistência a
herbicida. Além dessas vantagens, deve-se considerar
a redução nos impactos ambientais referentes ao uso
de água e de emissão global de carbono, seja nas cadeias produtivas dos defensivos, seja nas atividades
agrícolas.
Tomczyk relata que a ferrovia já está trabalhando em
seu limite e que nos momentos de pico existe pouca
diferença nos valores cobrados pela ferrovia e pelas
transportadoras rodoviárias. A expectativa era de que
o transporte ferroviário reduzisse em até 30% o frete
para o transporte de grãos até o porto de Santos. Pela
distância do Estado até este porto e o de Paranaguá
seria necessário um volume muito maior de investimentos em infraestrutura, principalmente em transporte. O diretor também cita as hidrovias como um
meio de transporte eficaz para a região. Para ele, seria
necessário “destravar” o sistema de hidrovias e mais
investimentos em eclusas, dragagens, balizamentos
dos canais e de portos, visto que existem deficiências
em todas as fases do transporte hidroviário.
julho de 2009
Outro tema relevante para o desempenho da produção de soja no Estado é a logística. O custo dos fretes
para transporte de grãos em Mato Grosso continua a
ser um dos principais problemas para os produtores.
Conforme o relato de Ricardo Tomczyk, diretor administrativo da Aprosoja, mesmo após a implantação
da Ferronorte, ferrovia que teria vindo baratear o
transporte de grãos no Centro-Oeste, os custos continuam altos. Para ele, a Ferronorte tornou-se uma
grande esperança para o produtor, mas a produção
agrícola no Estado aumentou muito e rapidamente.
Aparentemente, o investimento realizado na Ferronorte tornou-se insuficiente diante da demanda por
transporte.
O panorama apresentado sobre a produção de soja
em Mato Grosso revela uma alta complexidade, pelas
enormes dimensões envolvidas, seja em distâncias,
tamanho das propriedades e volumes de produção.
Entretanto, aparentemente existe uma tendência de
melhoria nas condições de produção, nas áreas de
crédito, com as deliberações do plano agrícola e a
expectativa da volta dos agentes privados; na área de
seguro, em que a quantidade de contratos segue em
crescimento e na área de tecnologia, com a crescente
adoção de variedades transgênicas. Os problemas de
logística ainda persistem, mas já foram dados alguns
passos com a Ferronorte. Esses movimentos parecem
indicar que o Estado segue em condições de se manter
na posição de liderança na produção de soja.
(*) Mestre em Administração pela FEA-USP.
(E-mail: [email protected]).
5
Manuel Enriquez Garcia (*)
julho de 2009
emprego, salário e taxa de ocupação
Com a divulgação dos dados do PIB − Produto
Interno Bruto, referentes ao segundo trimestre de
2009, não restaram mais dúvidas de que a economia
brasileira está em recessão técnica, isto porque, por
dois trimestres consecutivos, ocorreu um recuo da
produção em termos físicos. Sob a ótica da oferta
global, e na comparação com o último trimestre de
2008, a produção nacional, em termos reais, registrou
uma queda de -0,8%, devido principalmente ao forte
recuo observado na indústria (-3,1%), seguida pela
agropecuária (-0,5%). Já o setor serviços amenizou
o quantum da queda, uma vez que apresentou uma
elevação de 0,8%. Sob a ótica da demanda, as despesas
de consumo das famílias tiveram crescimento de 0,7%,
no primeiro trimestre deste ano, em face do quarto
trimestre de 2008. As despesas de consumo da administração pública registraram incremento positivo de
0,6%, enquanto a formação bruta de capital fixo− o
investimento produtivo − amargou queda de 12,6%
no primeiro trimestre de 2009, o maior recuo desde
o início da série base de comparação (1996). Em igual
período de comparação, observaram-se variações
negativas, tanto por parte das exportações de bens
e serviços (-16,0%) como das importações de bens e
serviços (-16,8%).
Embora tecnicamente em recessão, a economia brasileira vem registrando incrementos sucessivos na
produção física industrial, embora insuficientes para
que o País saia do estágio recessivo. Assim, em maio
deste ano, e segundo o IBGE, a produção industrial
registrou incremento positivo de 1,3% em face do
mês anterior, descontadas as influências sazonais.
Deve- se registrar que esse foi o quinto resultado
positivo consecutivo nessa mesma comparação,
conseguindo-se, desse modo, uma expansão de 7,8%
nos cinco primeiros meses de 2009. Diz o Instituto
que em comparação com maio de 2008, a produção
industrial experimenta um recuo de -11,3%, mantendo
6
uma sequência de sete meses consecutivos de taxas
negativas nessa base de comparação. No acumulado
do ano, a produção industrial amarga uma queda de
-13,8% até maio, enquanto no acumulado de 12 meses
o recuo é igual a -5,1%, o menor patamar observado
desde o início da série histórica (1991).
Por sua vez, na comparação com maio de 2008, os
dados coletados pelo IBGE informam que ocorreu
uma retração de -11,3%, refletindo o comportamento observado em 22 das 27 atividades pesquisadas.
Dentre essas 22 atividades que registraram recuos
na produção física, destacam-se máquinas e equipamentos, com queda de -28,0%, veículos automotores,
com incremento negativo de -17,6%, metalurgia básica,
com recuo de -24,5% e material elétrico e de comunicações, com variação negativa de -34,4%. Já dentre
as cinco atividades que apresentaram crescimento no
produto industrial, destacam-se farmacêutica, com
elevação de 15,7%, e bebidas, com aumento de 6,2%.
Por sua vez, dentre as categorias de uso, os bens de
capital registraram recuo de -22,8%. Os dados do IBGE
apontam para reduções em todos os grupamentos,
com destaque para bens de capital para uso misto,
com queda de 26,4%, pressionados principalmente
por equipamentos para telefonia celular e produtos
de informática; bens de capital para uso industrial,
com incremento negativo de -34,1%; para transporte,
com recuo de -8,6%; para construção, que amargou
queda de -60,5%; e para energia elétrica, com variação
negativa de -30,6%. Por sua vez, a produção de bens
de consumo duráveis registrou queda de -13,7% em
relação a maio de 2008, influenciada pelo menor
volume produzido de automóveis (-8,4%) e de eletrodomésticos (-11,1%), principalmente a “linha marrom”
(-34,0%), já que a “linha branca” registrou incremento
positivo de 0,9%. A categoria de bens intermediários,
ainda na comparação de maio de 2009 com igual mês
do ano anterior, apresentou recuo de -13,8%. Este
recuo foi ocasionado principalmente pelos resultados
negativos observados nos segmentos de atividades
de metalurgia básica (-24,5%), indústrias extrativas
(-14,2%), outros produtos químicos (-12,3%), veículos
automotores (-24,2%) e borracha e plástico (-20,3%).
Por último, quanto às categorias de uso, a redução da
produção industrial de -1,8% no segmento de bens de
consumo semi e não duráveis foi o reflexo das quedas
no produto físico registradas em vários segmentos,
em particular o de semiduráveis (-12,6%) e alimentos
e bebidas para consumo doméstico (-2,4%).
Como se pode notar, os dados publicados pelo IBGE
até este momento apontam para uma lenta, porém
julho de 2009
O IBGE, em outra pesquisa, a mensal de emprego,
registra que a taxa de desocupação em maio de 2009
foi de 8,8%, ligeiramente inferior à de abril (8,9%),
contudo, com alta de 0,9% na comparação com maio
de 2008. Os dados do IBGE registram, também, que
o contingente de pessoas ocupadas, estimado em 21
milhões em maio de 2009, para o total das seis regiões
metropolitanas, apresentou-se estável em relação a
abril de 2009; todavia, apresentou queda de -6,0%
em face de igual mês de 2008, na indústria extrativa,
de transformação e distribuição de eletricidade, gás
e água, e alta de 4,4% em educação, saúde, serviços
sociais, administração pública, defesa e seguridade social. O número de trabalhadores com carteira assinada
permaneceu estável em relação a abril de 2009 e cresceu 3,4% em relação a igual mês de 2008. Quanto ao
rendimento médio real habitualmente recebido pelos
trabalhadores, o IBGE relata que, para o agregado das
seis regiões metropolitanas, em maio de 2009 o valor
foi estimado em R$1.311,70 (um mil trezentos e onze
reais e setenta centavos), registrando um incremento
negativo de -1,1% em relação a abril de 2008 e elevação
de 3,0% em relação a igual mês de 2008.
firme recuperação do nível de atividade e do emprego
na economia brasileira. De fevereiro a maio deste ano,
o setor industrial acumulou crescimento de 4,2%, graças à forte recuperação do setor de bens de consumo
duráveis (22,7%), bens intermediários (3,7%) e bens de
consumo semi e não duráveis (3,2%). Das categorias de
uso, a única exceção ao crescimento foi o setor de bens
de capital, que amarga recuo de -5,9% nesse mesmo
período de comparação. Por outro lado, os dados do
IBGE sugerem que a trajetória do nível de atividade
e emprego em 2009 está fortemente associada ao
crescimento da demanda doméstica, posto que o setor
exportador continua dependendo da recuperação da
economia mundial.
(*) Professor da FEA-USP.
(E-mail: [email protected]).
Os artigos da seção Análise de Conjuntura foram escritos entre 06 e 08/07/2009.
7
temas de
economia aplicada
Dante Mendes Aldrighi (*)
julho de 2009
should BRIC countries prioritize
trade and investment among
themselves? would this strategy be
politically practicable?
As argued in the first part of this paper, which was published in the previous issue of this economic bulletin
(Aldrighi, 2009), BRIC countries’ coordinated initiatives seem to be feasible and worthwhile if directed
to shift the balance of power in global policymaking
between developed and developing countries. However, concerning intra-bloc issues, particularly trade
and investment, the scope for mutual cooperation
looks more uncertain.
Preferential trade arrangements (PTAs), such as free
trade areas or customs unions, are more likely to
enhance efficiency and national welfare, (i) the closer
geographically their member countries; (ii) the higher
the trade barriers among them before the PTA and the
lower the PTA’s trade barriers against imports from
non-member countries; (iii) the more developed the
trade among member countries before the PTA; and
(iv) the more competitive their economies before the
PTA, but potentially complementary after its implementation. Bearing in mind these conditions, what
would probably be the net effect on Brazil’s welfare
of a preferential trade agreement with Russia, China
and India? Would trade creation prevail over trade
diversion?
8
Let us begin by examining the overall economic struc1
ture of the BRIC countries. Being abundantly endowed
with natural resources and land, Brazil is an important
producer and exporter of agricultural goods, minerals, and crude oil (See Table 1). Nonetheless, it has a
diversified and fairly developed manufacturing sector
and is internationally competitive in some industries.
China’s astonishing economic growth in the last two
decades has largely relied on exports of manufactured
goods, fuelling massive imports of raw materials (iron
ore, oil, and gas) and food. Albeit India is amid BRIC
countries the economy whose agriculture accounts
for the highest share in the GDP, more than 63% of its
merchandise exports are comprised of manufactured
goods, which is higher than the corresponding share
for Brazil but much lower than for China. On top of
unskilled labor-intensive goods (such as textiles), India
also exports steel, petrochemicals and ships. In the
1990s, this country emerged as a competitive global
supplier of services, notably of information technology.
Its revenues in commercial services exports reached
US$ 91.8 billion in 2007, against less than US$ 23 billion
for Brazil. Most of its labor force is, however, still concentrated on the agricultural sector. Poor in oil and
gas, India is, as China, a net importer of commodities,
reason for which it has run successive trade deficits in
the last years. Russia’s economic growth, in turn, has
been heavily dependent on exports of oil, gas, grain,
and other natural resources. Domestic demand appears
to be more relevant in Brazil and India than in Russia
and China.
Brazil
China
30.0
20.0
47.2
India
3.2
3.4
93.2
6.0
23.3
70.6
11.0
24.3
63.6
6.8
22.0
70.9
4.4
40.2
46.3
endowments and production and trade structures
(Brazil and Russia are rich in natural resources and
leading commodity exporters, unlike China and
India, which need to import oil and other commodities), the removal of protectionist barriers in their
intra-bloc trade might lead to trade creation in some
table 1 – merchandise trade composition (percentage) –
2007
EXPORTS
Agricultural goods
Fuels/minerals
Manufactures
IMPORTS
Agricultural goods
Fuels/Minerals
Manufactures
Although the four countries have different factor
manufacturing industries. As for the other conditions to a welfare-enhancing PTA, geography is very
unfavorable to Brazil, ongoing trade barriers among
Russia
the BRIC countries are not higher as compared with
6.6
72.5
19.4
those against other countries, and current intra-BRIC
trade flows are trifling, except those between China
2
and the other three countries (See Table 2). Hence,
12.0
3.7
83.1
one cannot take for granted that a free trade area
among BRIC countries is bound to increase welfare
Source: World Trade Organization (Country Profiles, April 2009)
and efficiency.
table 2 – BRIC countries’ merchandise trade by main destinations/origins – 2007
Brazil
China
India
Russian Fed.
M
X
M
X
M
X
M
EU (27)
25.2
22.2
20.1
11.6
21.7
14.8
47.6
43.6
USA
15.8
15.7
19.1
China
6.7
10.5
4.3
12.2
Argentina
9.0
8.6
Hong Kong
Japan
13.8
6.5
6.5
11.2
15.1
8.4
14.0
South Korea
10.9
Taiwan
10.6
Un.Ar.Emirates
Saudi Arabia
6.4
9.9
7.6
Belarus
4.9
Ukraine
4.5
But even if a PTA could improve BRIC countries’
national welfare, its potential distributive impact
within each country would trigger strong political
resistance against its establishment. Those that would
lose in the economic domain with the trade agreement would attempt to triumph in the political arena,
selling the public the idea that their own specific
claims coincide with national interests. In practice,
disentangling situations where trade protection has
well-grounded economic rationale from those where
julho de 2009
X
6.7
its motivation stems from specific groups’ interests is
far from easy.
Trade rows between Brazil and China are a case in
point. Many Brazilian entrepreneurs and analysts
argue that China is a real threat to Brazilian manufacturing. For them, unless active trade and industrial
policies are adopted, Brazil runs the risk of having
both domestic and foreign markets for its manufactures crowded out by Chinese competition, forcing
9
julho de 2009
the country to restrict its exports to raw materials and
agricultural commodities. As manufacturing is the
main vehicle by which technological progress is absorbed in a developing country, so the argument goes,
Brazilian economy’s long-term perspectives would be
gloomy. In fact, in a large spectrum of goods, China’s
international competitiveness relies not only in its
comparative advantage in labor-intensive products,
but also in state-led policies and strategies. Besides
endeavoring to reduce the overall costs of doing
business and to upgrade the technology of products
and processes, 3 the Chinese government has systematically adopted aggressive policies to bolster exports,
ranging from lending at below-market interest rates
for foreign purchasers of Chinese manufacturing, to
tax rebate, to exchange rate manipulation.
It is not difficult to collect evidence consistent with the
widespread belief that Brazil holds a “colonial” trade
pattern with China, a fortiori in the ongoing global
crisis. The share of unmanufactured, low value-added
goods in Brazil’s exports to China increased from 68%
to 78% from 2000 to 2008, at the expense of manufactured products, whose share fell from 19% to 6%.
Soybeans, iron ore, and crude oil account for nearly
85% of Brazilian exports to China while 97% of Chinese exports to Brazil embrace manufactured goods,
mainly electronics.4 Moreover, Brazilian imports from
China have increased at a faster pace than its exports
to China (see Table 3). 5 On the other hand, exports
to China have allowed Brazil to run increasing trade
surplus in the first months of 2009, with China replacing the USA as Brazil’s main trade partner.
table 3 – Brazil’s trade with China – US$ billion
Exports
Imports
2000
1.086
1.222
2005
6.835
5.355
2007
10.749
12.618
2008
16.403
20.040
Source: Brazil’s Ministry of Development, Industry and Foreign
Trade.
An eloquent manifestation of dissonance in BrazilChina trade relationships is the great number of Brazilian antidumping measures in force against Chinese
10
6
products — 23 out of a total of 62. In addition, eight
out of the 18 requests for dumping consultation Brazil
submitted to the WTO were against imports from
China (India’s dumping complaints against Chinese
products are even greater). China was among the
exporter countries of all the eleven imported goods
investigated for dumping practices by Brazil’s Ministry of Development, Industry, and Foreign Trade in
April 2009 (India appeared as an exporter for two
of those goods). 7 Chinese officials, in turn, have
criticized Brazil for its excessive use of antidumping
measures and for the delay in officially recognizing
China as a “market economy.” Brazil had committed
in 2004 to confer that status to China but has not yet
implemented this recognition, what allows it to use
data on costs from other countries for investigating
practices of dumping by Chinese exporters.
Iron ore and steel, too, separate China and Brazil.
Whereas Brazil is a leading producer of iron ore,
China is a thirsty consumer of this commodity. When
the global economy was thriving, Vale do Rio Doce, a
giant Brazilian mining company, had the edge to set
prices. Conversely, during the ongoing international
economic downturn, China Iron and Steel Association has been tough in negotiating with Vale the
price agreement for 2009/10. The dispute has been
deadlocked since January: that association requiring
a cut ranging from 40% to 50% in iron ore prices and
Vale offering just a 20% reduction. Exports to China
account for more than 40% of Vale’s revenue.
Brazilian steelmakers, in turn, have been losing share
to China not only in their own domestic market but
also in other Latin America countries. In the last
two years, while Chinese exports to these markets
increased by 90%, Brazilian exports fell by 38%. 8 The
mounting imports of Chinese steel has recently led
the Brazilian government to adopt the demand of
steelmakers such as CSN and Usiminas to reactivate
the tariffs against imported steel (up to 14%), nullified
since 2005.
Also contentious are the imports of textiles from China. Expired in December 2008 the voluntary export
restraint on textiles it had agreed with Brazil in 2006,
China refused to renegotiate. As a result, Brazilian
imports from China increased more than 230% for
shirts, 280% for sweaters, and 147% for silk.
Analogously, trade rows between China and Brazil occur in agricultural products and meat. Chinese authorities have recurrently rebutted Brazilian exporters’
allegations that they face a disguised protectionism
in the form of unjustifiable sanitary and red tape barriers against beef and pork. For China’s Agriculture
Vice-Minister, Brazilian exporters should improve
Another major stumbling block to BRIC countries’
trade cooperation lies in China’s exchange rate policy,
managed with a view to keeping the yuan undervalued. Both developed and developing countries have
blamed it for the resulting artificial competitive advantage benefiting Chinese products. Chinese exchange
rate policy has been also considered as one of the root
causes of the ongoing financial crisis. It is argued that
the accumulation of trade surplus allowed China to
purchase huge amounts of dollar-denominated assets,
contributing to keep low the interest rates in the U.S.
and thus fueling the mortgage bubble.
Despite the disappointing achievements so far, there
seems to be large potential for Chinese investment in
Brazil, given the two countries’ economic complementarities. China holds mountainous foreign reserves
and needs food, fuel, and raw materials; Brazil is
abundant in natural resource (oil, minerals, and land)
and needs financing for investing in infrastructure,
mining, agribusiness (ethanol and bio-diesel), and
exploration of pre-salt oil fields. Thus, China would
benefit from undertaking direct investment in Brazil
in such projects as plants for processing soybeans, railroads, mining, and offshore oil extraction. However,
Chinese officials and entrepreneurs have complained
about the several hurdles hindering investment in
Brazil, asking for the elimination of red tape requirements to open a firm and facilitation to visa concession
for Chinese employees.9
julho de 2009
their beef quality to have access to Chinese markets.
Although China had agreed to liberalize the imports
of chicken from Brazil in 2004, only in May 2009,
during the visit of President Lula to China, Brazilian
chicken producers were authorized to export to the
Chinese market. Brazilian beef exporters have similar difficulties to have access to the Russian market.
Agriculture separates India from Brazil, inasmuch as
New Delhi is politically committed to protect Indian
small rice farmers. This split was made explicit during
the last Doha trade round talk. Furthermore, these
two countries are likely to become rivals in software
services, business in which India has shown strong
competitive advantages since the 1990s. Brazilian
government’s efforts to catch up began in 2005, when
it implemented a policy targeted to bolster this sector.
Probably as a consequence of incentives and subsidies,
Brazil is now considered as an attractive market for
investments in that business.
Regarding flows of investment, they have been negligible between Brazil and each of the other three
countries. On the occasion of the visit of Brazil’s President to China in 2004, Beijing committed to invest
in several projects in Brazil, such as the building of
a steel plant through a joint venture involving Vale
and Baosteel, which would invest US$ 4 billion. As
Table 4 testifies, this and other promises of Chinese investments have not yet materialized. Baosteel
cancelled its joint project with Vale in 2008. More
recently, again during a visit of President Lula da
Silva to China, China Development Bank agreed to
lend US$ 10 billion to Petrobras, which committed to
export 150,000 barrels to the state-owned Sinopec in
2009, volume to be increased to 200,000 barrels from
2010 to 2018.
table 4 – flows of investment between Brazil and China
(in US$ million)
China in Brazil
2005
7.6
Brazil in China
77.2
2005
6.7
95.5
2007
24.3
85.0
2008
38.4
15
Source: Ministry of Development, Industry and Foreign Trade
11
trade payments with trade partners’ domestic currencies
China recently signed currency swap agreements
with Argentina, Indonesia, South Korea, Hong Kong,
Malaysia and Belarus, allowing these countries to
settle their trade payments with China in renminbi.
On the occasion of the London Summit, President
Lula proposed to his colleague Hu Jintao that Brazil
and China use their domestic currencies in bilateral
trade.
The alleged rationale for currency swaps or reciprocal
credit — by which bilateral trade is settled in, or financed through, trade partners’ own domestic currencies
— is that they could counter the drying up of credit
julho de 2009
in strong currencies, reduce the reliance on the U.S.
currency, and lower transaction costs (administrative
and currency exchange fees).
In September 2008, Brazil and Argentina agreed to
trade in local currencies. Through the “Sistema de
Pagamentos em Moeda Local” (SML), importers and
exporters in Brazil and in Argentina are allowed to
make and receive payments in their local currencies.
There is no currency exchange between the exporter
or importer and her financial institution or between
financial institutions and Brazil’s central bank, all
transactions being conducted in reais. For example,
a Brazilian importer of Argentine goods can pay in
reais in an authorized financial institution for the deal
contracted in pesos. However, trade in local currency
has accounted for less than 1.5% of the total bilateral
trade between the two countries. As exports through
the SML involve no currency exchange, one disadvantage of this mechanism for Brazilian exporters
is that they cannot borrow through cheaper export
credit lines such as Adiantamento sobre Contrato de
Câmbio (ACC) and Adiantamento sobre Cambiais
Entregues (ACE).
With respect to China’s effort to promote the use of its
currency in international trade transactions, its impact
will be irrelevant as long as the renminbi continues
to be not fully convertible. Currently, there is no
incentive for foreigners to hold renminbi, which has
12
no liquidity outside China, nor any offshore foreign
exchange market trading it. Further uncertainties over
the Chinese currency as a vehicle for international
trade are associated with the government’s firm intent of keeping it artificially devalued as well as with
the incipient, shallow, and state interference-prone
Chinese financial markets. The move toward convertibility would reduce, in turn, the scope for Beijing to
manage the exchange rate and the capital flows. Given
the uncertain impacts on trade and on the value of its
foreign reserves, the Chinese government is unlikely
to relinquish before long the current tight control on
those key economic variables.
The proposal for settling bilateral trade in yuan and
real has been strongly criticized by Brazilian manufacturers and exporters. They refute the need and
purported benefits of that arrangement, arguing that
neither Brazil nor China faces international liquidity
dearth, and that it would just boost Brazilian imports
from China, whose exports to developed countries are
plummeting. Indeed, besides other systemic competitive advantages (such as better infrastructure, lower
taxes, and more flexible labor markets), Chinese exporters benefit from an elastic supply of cheap credit,
unlike their Brazilian counterparts.
concluding remarks
Brazil, Russia, India, and China were first lumped
together in 2001 by a Goldman Sachs economist,
who envisaged as a common denominator for these
large emerging economies the high potential for fast
growth. Together they comprised, in 2008, 42% of the
world’s population, 14.6% of the world GDP (20% in
PPP), 14.1% of the exports and 11.6% of the imports
in the world trade, and held nearly 40% of global currency reserves (US$ 2.8 trillion). From 2000 to 2008,
BRIC countries accounted for about 30% of all the
increase in world output.
More recently, these four countries have tried to act
in unison aiming to have more clout on the global
political and economic decision-making. This leads
to the question of if their commonalities go beyond
their large size, potential for high economic growth,
and motivation for having a greater say in global
policymaking. Differences among them abound.
Economically, Brazil and Russia are large producers and exporters of oil, minerals, and agricultural
products, unlike China and India, which are net
importers of most of these commodities. Trade disputes have been recurrent among them. Chinese
products are charged with antidumping measures
by Brazil and India, while these two countries have
been on different sides in the Doha trade talks about
liberalization in agricultural markets. Brazil has had
trade row over market access with Russia (beef) and
China (beef and pork). Russia has not yet joined the
WTO.
Although their multidimensional differences and sometimes contradictory priorities and interests cast some
doubts on the prospects for BRIC countries’ concerted
actions, there seems to be enough room for rewarding
joint approaches to rebalancing international power
away from rich countries towards developing countries. Working together, BRIC countries are likely to
speed up the reform of global political and financial
bodies, conquering “a greater voice and representation” and eliminating developed countries’ current
monopoly in managing international economic
and political affairs. Coordinated efforts may also
facilitate the overhaul of the international financial
system, creating conditions for the emergence in the
If rivalries in several economic dimensions among
BRIC countries are to prevail over their complementarities, could there be other type of motivation driving
them to a strategic alliance? If so, would that alliance
be composed of equal partners or would one of them
take on the leadership? China appears to be the natural candidate for leader, given its huge amount of
foreign reserves and importance as trade partner for
the other three countries. Leadership involves privileges and also responsibilities, what raises the question
whether China would be willing to bear the burden
leadership implies, subordinating economic goals to
political strategies.
julho de 2009
Differences are also expressive on the political level.
Russia and China are permanent members of the
United Nations Security Council and Brazil and India
aspire to be. China is reluctant to support the Security
Council’s enlargement for fear of Japan joining it. Brazil, unlike the other three countries, has no nuclear
weapons. In several other dimensions (geographic,
cultural etc.), Brazil seems to be more distant from the
RIC than each of the RIC from each other. As pointed
out before, there is massive evidence in international
trade research that distance matters to trade. Perhaps
distance, in its broader meaning, may encumber other
types of interaction and make “BRIC” less likely to
vindicate than RIC.
future of a global reserve currency whose stability
will not depend on the policies and vagaries of any
particular country. In this sense, China, Brazil and
Russia’s intent to buy bonds denominated in special
drawing rights issued by the International Monetary
Fund may be a first step, however symbolic, to reduce
the current overreliance of the international monetary system on the U.S. currency, notwithstanding
the amounts represent less than, respectively, 2.5%,
5%, and 2.5% of their reserves. Needless to say that
the dollar will still prevail as the dominant international
reserve currency for a long period. One reason is that
most of countries would doubly lose if the dollar suffered
a sharp devaluation — by reducing competitiveness with
respect to American goods and, being their reserves
mostly held in dollar, by high capital losses. Nearly 60%
of China’s US$ 2 trillion reserves are held in dollardenominated securities. Another reason is that there lacks
an immediate alternative, and the election of a new global
reserve currency is a complex, path-dependent, political
and economic process.
references
Aldrighi, D. Cooperation and coordination among BRIC
countries: potential and constraints. Boletim Informações Fipe,
n. 345, jun. 2009. Disponível para acesso irrestrito em: <http://www.
fipe.org.br/publicacoes/downloads/bif/2009/6_bif345.pdf>.
Leamer, Edward E. A flat world, a level playing field, a small
world after all, or none of the above? A review of Thomas L
Friedman’s The World is Flat. Journal of Economic Literature,
v. 45, n. 1, p. 83-126, 2007.
13
appendix – BRIC countries: basic indicators (2007)
Brazil
India
Russia
Population (million)
Surface area
(1,000 sq. km)
GDP (current US$ bi)
191.6
1,318.3
1,124.8
142.1
8,514.9
9,598.1
3,287.3
17,098.2
1,313.4
3,205.5
1,176.9
1,290.1
GDP in PPP (current US$ bi)
1,833.6
7,055.1
3,092.1
2,088.2
GNI per capita, (current US$)
5,860
2,370
950
7,530
GNI / capita, PPP (current intern. $)
9,270
5,420
2,740
14,330
6
11
18
5
Industry, VA (% of GDP)
29
49
30
38
Services, etc., VA (% of GDP)
66
40
52
57
Current account balance (US$ bi)
1.55
371.8
-9.4
76.2
Merch. exports, FOB (US$ billion)
160.6
1,218.6
147.0
354.4
Merch. imports, FOB (US$ billion)
126.6
955.9
216.8
223.5
Share in world total exports (%)
1.15
8.71
1.05
2.53
Share in world total imports (%)
0.89
6.70
1.52
1.57
Commercial services exports (US$ bi)
22.6
121.6
91.8
39.1
Commercial services imports (US$ bi)
34.7
129.2
77.6
57.8
Share in world total exports (%)
0.67
3.63
2.74
1.17
Share in world total imports (%)
1.11
4.14
2.49
1.85
Exp. of goods and serv. (% of GDP)
14
42
21
30
Imp. of goods and serv. (% of GDP)
12
32
24
22
High-tech exports (% of manufactured. exp.)
12
30
5
7
34.6
138.4
22.9
55.1
18
43
39
25
152
35
33
29
22
22
72
15
Agriculture, VA (% of GDP)
julho de 2009
China
FDI, net inflows (current US$ bi)
Gross capital formation (% of GDP)
Time required to start a business (days)
Mortality rate, under-5 (per 1,000)
Source: World Development Indicators database, April 2009 (World Bank) and WTO
1 See Appendix for BRIC countries’ basic indicators.
2 Leamer (2007) points out that one of the few things economists know about international trade is that it declines
dramatically with distance. As the simple average of import
duties for agricultural goods in India is significantly higher
than those for the other types of goods, removing trade barriers would probably clear the way to imports of agricultural
goods from Brazil. Even being neighbors, Russia accounted
for only 2% of China’s trade in 2008. In that year, Brazil’s
exports were less than 1.3% of China’s total imports. For
Brazil, India and Russia, China is included among their four
main sources of imports and of their four main destinations
of exports. Contrariwise, none of these three countries appears amidst the top exporters to, nor the top importers from,
China. See Table 2.
14
3 Chinese firms benefit from a favorable tax regime (China’s
total tax revenue relative to the GDP is around 16%, less than
half of Brazil’s), flexible labor markets, reliable infrastructure,
and availability of cheap credit for investment. Roberto
Nicolsky (Folha de São Paulo, May 5th) points out that, over
the period 2005-2008, the United States Patent and Trademark
Office issued 389 patents for Brazil, 2044 for India, and 4311
for China. As compared with the former four-year period
(2001-04), these figures represent an increase of 81% for India
and 92% for China, and a decrease of 12% for Brazil.
4 In 2008, soybeans and derivatives and iron and derivatives
represented, respectively, 32% and 33% of Brazil’s exports to
China. It should be noted, however, that minerals and agricultural goods have enlarged its share in Brazil’s overall exports,
particularly to the USA. In April 2009, the share of those goods
in Brazil’s exports overcame that of manufacturing for the first
time since 1978. The imports of more technology-intensive
products, in turn, have been increasing, denting Brazil’s
trade balance. Electronic and electrical products caused a
trade deficit in 2008 of US$ 23.4 billion, chemicals, of US$ 23.6
billion, and machines and equipments, of US$10.9 billion.
8 There is also evidence that China has crowded out Brazilian exports to Argentina in products such as paper, shoes,
pharmaceuticals, toys, and garment.
9 It should be noted that BRIC countries are also competitors
for attracting foreign capital and investment.
5 According to Brazilian official statistics, China’s trade surplus
with Brazil more than doubled in 2008 — from US$ 1.9 billion
in 2007 to US$ 3.6 billion. The Chinese government alleges,
however, that China ran trade deficits with Brazil in 2007
(US$ 7.58 billion) and in 2008 (US$ 1.849 billion). The huge
discrepancy results from the inclusion of freight and insurance costs in Chinese statistics.
6 The USA and India rank second as targets for Brazilian antidumping measures, each with eight products. See Brazil’s
Ministry of Development, Industry, and Foreign Trade.
7 Among the products investigated, there were viscose (fiber
and yarns), tires for car and bicycle, pens, and shoes. No
wonder that similar trade disputes occur between China
and India. According to Amir Kazmin (Financial Times, June
15th), India’s Federation of Chambers of Commerce and
Industry has pushed for more stringent safety and quality
requirements and faster anti-dumping investigations against
Chinese goods. The Indian industries more affected by the
“typical Chinese predatory pricing” included processed
food, light engineering, building materials, heavy engineering, chemicals and textiles. In January, India had imposed a
temporary ban on the import of Chinese toys, reverted after
Beijing threatened to take the dispute to the WTO.
(*) Professor do Departamento de Economia da FEA-USP.
(E-mail: [email protected]).
julho de 2009
15
Raphael Rocha Gouvêa (*)
Gilberto Tadeu Lima (**)
structural change, balance-of-payments
constraint and growth: an
empirical exercise
julho de 2009
1. introduction
There is both theoretical and empirical support for
the view that aggregate demand plays an important
role in determining economic growth in the long
run. One major argument is that the accumulation of
productive capacity in te rms of capital and labor is
influenced by demand, so that potential output is, to
some extent, demand-determined. In this tradition,
a forceful Keynesian demand-oriented approach that
emphasizes the external constraints on growth is the
so-called theory of ‘balance-of-payments-constrained
(hereafter BOPC) growth’. According to Thirlwall
(1979), given that real exchange rates are constant
(or vary negligibly) and that trade must be balanced
in the long run, there is a very close correspondence
between the growth rate of output and the ratio of
exports’ growth to the income elasticity of demand for
imports. This result became known in the literature
as “Thirlwall’s Law”.
It should be stressed that the BOPC growth approach,
despite being demand-oriented, does acknowledge
the importance of supply characteristics of goods.
Observed differences in the income elasticities of
demand for exports and imports reflect the non-price
characteristics of goods and, therefore, the structure
of production. Indeed, several authors have incorporated the idea that structural change may affect the
income elasticities of imports and/or exports in their
models. Meanwhile, one of the most important contributions to the demand-oriented theories of output
growth that systematically incorporated structural
change is the structural economic dynamics (SED)
16
approach developed by Pasinetti (1981, 1993). One
major implication of the SED approach is that changes
in the structure of production lead to changes in the
rate of growth, due, for instance, to different sectoral
rates of demand growth that could be produced by
differences in the sectoral income elasticities.
Araujo and Lima (20 07 ) derived a balance-ofpayments equilibrium growth rate analogous to
Thirlwall’s (1979) within a Pasinettian multi-sector
macrodynamic framework. The resulting formula,
which they call the Multi-Sectoral Thirlwall’s Law,
asserts that a country’s growth rate of per capita
income is directly proportional to the growth rate of
its exports, with such proportionality being inversely
(directly) related to sectoral income elasticities of demand for imports (exports). These elasticities, in turn,
are weighted by coefficients that measure the share of
each sector in total exports and imports, respectively.
Therefore, a major implication of the Multi-Sectoral
Thirlwall’s Law is that changes in the composition
of demand or in the structure of production, which
are not reflected in changes in income elasticities
but come through changes in the share of each
sector in aggregate exports or imports, also matter
for economic growth. Given the income elasticites
of exports and imports, TL implies that a country’s
growth rate will rise only when the growth rate of
world income increases, whereas the Multi-Sectoral
Thirlwall’s Law implies that a country can still raise
its growth rate even when such a raise in growth of
world income does not occur, provided it is able to
change the sectoral composition of exports and/or
imports accordingly.
In this context, this paper intends to contribute to
the empirical literature on BOPC growth by investigating how structural change, identified with
change in the sectoral composition of exports and/or
imports, affects the extent of the external constraint.
This is done by testing both the original and a multisectoral version of Thirlwall’s Law for a sample of
Latin American (Argentina, Brazil, Colombia and
Mexico) and Asian (South Korea, Malaysia, Philippines and Singapore) countries over the period
1962-2006.
2. data description
Trade data come from the United Nations Commodity
Trade Statistics Database (COMTRADE). As far as
the Multi-Sectoral Thirlwall’s Law is concerned, the
choice of the level of sectoral aggregation should be
based upon both theoretical and empirical considerations. Arguably, this choice should allow not only
the capturing of some theoretically relevant impacts
of structural change on the extent of the balance-of-
payments constraint, but also the meeting of technical
requirements regarding sample size, homogeneity of
data series and the number of parameters to be estimated. As changes in the sectoral income elasticities of
exports and imports have a significant technological
dimension to them, we used Lall’s (2000) technological classification. Lall (2000) classified trade data
at three-digit SITC (Standard International Trade
Classification) revision 2 by their technological intensity. As SITC rev.2 data were available only after
the 1980s, Lall’s classification was adapted to data
at three-digit SITC rev. 1, since at this revision, data
were available after 1962. This scheme is shown in
Table 1.1 The other variables used in the estimations
are individual gross domestic product (gdp), world
gross domestic product (gdpw) and individual real
exchange rate. The gdp series come from the World
Development Indicators (WDI) and real exchange
rates were constructed using data from International
Financial Statistics IMF. 2 Given the inexistence of sectoral price indexes for the whole time span, we used
the aggregate real exchange rate (rer) as a proxy for
the sectoral real exchange rates.
table 1 – technological classification
Classification
Fresh fruit, meal, rice, cocoa, tea, coffee, wood, coal, crude, petroleum, gas
Manufactured Products
Resource-based manufactures
Agro/forest-based products
Prepared meats/fruits, beverages, wood products, vegetable, oils
Other resource-based products
Ore concentrates, petroleum/rubber products, cement, cut gems, glass
julho de 2009
Primary Products
Examples
Low-Technology manufactures
Textile/fashion cluster
Textile fabrics, clothing, headgear, footwear, leather manufactures, travel goods
Other low technology
Pottery, simple metal parts/structures, furniture, jewellery, toys, plastic products
Medium Technology manufactures
Automotive products
Passenger vehicles and parts, commercial vehicles, motorcycles and parts
Medium technology process industries
Synthetic fibres, chemicals and paints, fertilizers, plastics, iron, pipes/tubes
Medium technology engineering industries
Engines, motors, industrial machinery, pumps, switchgear, ships, watches
High-Technology manufactures
Other high technology
Office/data processing/telecommunications equip, TVs, transistors, turbines, powergenerating equipment
Pharmaceuticals, aerospace, optical/measuring instruments, cameras
Other transactions
Electricity, cinema film, printed matter, "special" transactions, gold, art, pets
Eletronics and electrical products
Source: Lall (2000, p. 341).
17
3. empirical results
The following equations were estimated:
ln M t = π ln gdpt + ψ ln rert (1)
ln M it = π i ln gdpt + ψi ln rert (2)
ln X it = β i ln gdpwt + ηi ln rert (3)
π i , ψi , β i e ηi are the parameters to be estimated, i = 1, 2,..., 6 refers to sectors and the other
where
julho de 2009
variables were defined above.
As the series used in the estimations can be generated by a non-stationary process, OLS regression
could be spurious. Because of the low power of the
ADF test, we also tested if the series have a unit root
using the KPSS test. All series used in the paper are
integrated of order one, so that we used Johansen’s
methodology to test if the series are cointegrated, that
is, if at least one cointegration vector exists. When the
null hypothesis of cointegration was not rejected,
we estimated a vector error correction to obtain the
income and price elasticities. In the case of rejection,
which happened only for Argentina’s imports of
sector others, these elasticities were obtained by OLS
in first differences.
The results for the imports function, equation (1),
show that the real exchange rate is significant only
for the Latin American countries. This is not a surprising result, since the low or no significance of the
real exchange rate has been recurrently found in
similar exercises. The results for the sectoral imports
functions, equations (2) and (3), show that the income
variables are significant at 5% for all sectors and for
all countries. The real exchange rate seems to play a
major role in determining sectoral imports in some
countries. Indeed, for all Brazilian sectors the real
exchange rate is significant at 5% and the relation has
the expected sign. For Argentina, Mexico, Philippines
and Singapore, in at least three sectors the terms of
trade are significant. Moreover, there is no case of real
exchange rate being significant but with the relation
18
not having the expected sign. When the values of income elasticities are compared between sectors of the
same country, the technology-intensive sectors have
higher income elasticities than the resource-based
sectors. For imports, however, these differences are
much lower than for exports.
In both regions the world income is the most important variable determining sectoral exports. Indeed,
it was only for the sector others in the Brazilian and
Philippine cases that this variable was not significant
at 5% in a t-test. However, for some countries and
sectors the real exchange rate is not significant and
for some sectors – Argentina’s htech and other; Mexico’s
ltech, htech and others and Malaysia’s ltech and mtech
– it is significant but the relation has the wrong (i.e.
negative) sign. When we compare the values of income elasticities of exports among sectors of the same
country, we realize that the results support Engel’s
Law, since sectors with higher levels of technology
have higher elasticities. In some cases, however, low
or medium-technology sectors have a higher elasticity
than sectors with higher levels of technology. But there is no case in which the income elasticities are higher
for resource-based sectors than technology-intensive
sectors. Comparing the sectoral income elasticities of
exports among the sample countries, it is noted that,
in technology-intensive sectors, income elasticities in
Asian countries are higher than in Latin American
countries (except for Mexico).
Having estimated the income elasticities of imports,
both aggregate and sectoral, and the sectoral income
elasticities of exports, we then calculated the BOPC
growth rate, for each country, according to the original
Thirlwall’s Law and the Multi-Sectoral Thirlwall’s Law.
Then, in order to test the validity of these models, we
compared the actual rates of growth with the predicted
ones. This comparison was conducted by calculating
the t-statistics for the null hypothesis that the actual
growth rates are equal to those predicted by the model.
The results reported in Table 2 show that only in the
case of South Korea it is possible to reject the equality
between the growth rate given by Thirlwall’s Law and
the actual growth rate. These results confirm previous
studies including (sometimes among others) some of
our sample countries. Holland, Vieira and Canuto
(2004) also found supporting empirical evidence for the
original Thirlwall’s Law for the same Latin American
countries for the periods 1965-1996 and 1950-2000, respectively. Bértola, Higachi and Porcile (2002) found that
the original Thirlwall’s Law is a good predictor of the
Brazilian growth experience in the 1890-1973 period,
while Carvalho and Lima (2009) found supporting
evidence for an extended (to include capital flows and
terms of trade) version of Thirlwall’s Law using Brazil
data for the 1930-2004 period. Meanwhile, Hussain
(1999), using data from 1970 to 1990, found supporting
evidence for an extended (to include capital flows)
version of Thirlwall’s Law for Malaysia, and for both
such an extended and the original version of Thirlwall’s
Law for South Korea and Philippines. While Ansari,
Hashemzadeh and Xi (2000) found that the original
Thirlwall’s Law is a good predictor of growth in Malaysia and Philippines in the 1970-1996 period, Perraton
(2003), using data for the 1973-1995 period, found evidence for Thirlwall’s Law for Argentina, Brazil, South
Korea, Malaysia and Philippines. Though for some
countries the multi-sectoral version of Thirlwall’s Law
presented a higher absolute error than the aggregate
version, for both groups of countries the absolute mean
error was lower for the multi-sectoral version, implying
that, at least in a mean sense, the multi-sectoral model
fits better than the aggregate model.
table 2 – estimated original and multi-sectoral Thirlwall’s Law (1962-2006)
Income Growth
Rate (1)
TL
(2)
Absolute Error
|1-2|
Per capita Income Growth
Rate(3)
MSTL
(4)
Absolute Error|3-4|
Argentina
2.70
3.24
0.54
1.30
1.16
0.13
Brazil
4.33
4.83
0.50
2.22
1.94
0.28
1.92
0.03
Country
Colombia
4.14
3.66
0.48
1.95
Mexico
4.38
3.78
0.60
2.09
2.51
0.42
Mean
3.89
3.88
0.53
1.89
1.88
0.22
8.01
7.46
0.55
5.81
3.14
2.67
6.59
6.81
0.22
3.95
3.59
0.36
Singapore
a
Malaysia
Korea
7.40
15.26
7.86
5.93
2.80
3.13
Philippines
3.97
3.67
0.30
1.41
2.25
0.84
Mean
6.49
8.30
2.23
4.27
2.94
1.75
†: Rejects the equality between actual and predicted income growth rates at 5% significance.
a
julho de 2009
†
: over the period 1964-2006.
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explanation of international growth rate differences. Banca
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julho de 2009
1 We refer to each group as follows: prim (primary products),
rrnn (resource-based manufactures), ltech (low-technology
manufactures), mtech (medium-technology manufactures),
htech (high-technology manufactures) and others (other
transactions). Meanwhile, x was used to refer to exports and
m to imports.
20
2 Real exchange rates are defined as the product between
official exchange rate period average (national currency/US
dollar) and the ratio of USA whole sale price index (WPI)
and countries’ consumer price index (CPI). In the cases of
Brazil and Korea, WPI was used instead of CPI because of
data availability.
(*) Mestrando em Economia das Instituições e do Desenvolvimento
no IPE-FEA-USP. (E-mail: [email protected]).
(**) Professor Titular do Departamento de Economia da FEA-USP.
(E-mail: [email protected]).
Diva Benevides Pinho (*)
emergentes “puxam” a economia global
e o mercado de arte
Nosso planeta continua refletindo os múltiplos efeitos
da recente crise financeira com epicentro nos países
mais desenvolvidos − EUA e Europa.
E assim, ficam evidentes os graves riscos de “contaminação” de turbulências econômicas, políticas e sociais em
um mundo globalizado que utiliza modernos meios de
comunicação, em tempo real, pelas infovias da Web.
São evidentes, também, as profundas mudanças
geográficas da nova economia mundial que atualmente está sendo redesenhada.
Assim, os 22 países classificados como ‘emergentes’,
segundo o índice da Morgan Stanley Capital International, fecharam o primeiro semestre do ano com
uma participação total de 24% no valor das ações
negociadas no mundo todo (eram 18% em 2008).
Entre os emergentes, destaca-se o chamado Efeito
Ásia, constante do Relatório do International Finance
Institute, distribuído no início de julho aos bancos e
instituições financeiras que compõem seus 375 integrantes. E na Ásia, a China e, em seguida a Índia,
estão na dianteira graças sobretudo ao crescimento
de sua produção.
O Brasil, que já esteve na dianteira da China, agora
sinaliza recuperação, embora lenta: a produção industrial física aumentou 1,3% em maio de 2009, em
comparação com o mês imediatamente anterior.
julho de 2009
Nesse novo contexto, o Mercado de Arte, que já não
é predominantemente anglo-saxão, torna-se multicultural e multipolar com o fortalecimento de novos
e importantes polos em países emergentes. Assim,
paralelamente a Londres e Nova York, destacam-se
Hong Kong (China) e Dubai (Emirados Árabes Unidos) no atendimento à crescente demanda de ricos
colecionadores e investidores da China, Índia e Rússia.
E outros polos tendem a incorporar a demanda de
novos ricos de outros populosos países do Oriente e
de alguns países da América Latina e da África.
Do ponto de vista econômico, recentes indicadores dos
países em desenvolvimento comprovam o aumento
da produção, a recuperação das taxas de emprego e
de crédito e a valorização das bolsas de valores.
Os BRICs1 – Brasil, Rússia, Índia e China – até agora
Para a economista Clara McAndrew (Relatório – Globalização e Mercado de Arte em 2008), a China é o terceiro
grande mercado nacional de arte, depois dos EUA e
do Reino Unido, e Hong Kong um importante polo
mercantil de arte, ao lado de Londres e Nova York;
a Índia é um promissor mercado de arte em rápida
ascensão, e Dubai um importante líder do mercado
de arte no Oriente Médio.
A Internet, um grande “aproximador” de investidores
e colecionadores de arte do mundo inteiro, também
oferece a todos a oportunidade de participar de leilões
virtuais “presenciais” pela Web.
citados como uma simples figura de retórica criada no
mundo de investimentos de Wall Street – começam
a ser incorporados a rearranjos institucionais que
se redesenham após a crise que explodiu no núcleo
principal do capitalismo mundial.
Assim, a Rússia já está incluída no grupo dos países
mais desenvolvidos do mundo – o G-8 (ex-G-7),
enquanto a China destaca-se na dianteira dos emergentes asiáticos.
Na reunião em Áquila (Itália, 2009), a presença do G-8,
do G-5 (África do Sul, Brasil, China, Índia, México) e
21
do Egito comprova que esses países sentem a necessidade de compartilhar valores e responsabilidades
mútuas na busca de respostas aos atuais problemas
do mundo inteiro.
de 2009, estimulada pela renovação dos estoques e
pela crescente demanda asiática.
Aliás, todos os “Gs”, inclusive o G-20, estão preocupados com a multipolaridade, o multilateralismo comercial e a crescente interdependência entre os países, a
reavaliação das instituições financeiras internacionais
e a reforma das estruturas de governança global, além
de outros graves e crônicos problemas como a fome, a
Inspira otimismo o crescimento da economia e dos
mercados (inclusive de arte) “puxados” pelos países
emergentes. Mas permanece a preocupação: será que
estes países conseguirão acelerar seu desenvolvimento
e expandir o mercado de arte ainda que os países ricos
continuem em recessão ou estagnados?
balanço geral
proteção ambiental, o terrorismo, o tráfico de pessoas
e de drogas etc.
julho de 2009
Prevê-se que os países emergentes terão grande importância em uma futura ordem mundial, sobretudo
se conseguirem incorporar bilhões de pessoas (principalmente da Ásia) na economia de mercado.
1 O acrônimo BRIC (cujo som lembra ‘tijolo’, em inglês) foi
usado em 2001 pelo economista Jim O’Neill, do Banco Goldman Sachs, em relatório a respeito da necessidade de uma
base mais sólida (“novos tijolos”) para a retomada internacional de um crescimento acelerado.
O PIB dos emergentes, dentro de uma década, talvez
seja superior ao dos atuais países desenvolvidos, mas
possivelmente estes últimos países ainda dependam
de estímulos “artificiais”, como elevados aumentos das
despesas públicas e trilionárias injeções de capital no
mercado via bancos centrais.
Persiste, porém, a dúvida – será que, nos dias atuais, a
recuperação da produção industrial resulta apenas de
reposição de estoques “queimados” nos piores meses
da crise, entre outubro de 2008 e janeiro de 2009?
Nos EUA, principalmente, apesar de várias medidas
para recuperar a economia, ainda não surtiram efeito
as ações para estabilizar o mercado de crédito voltado
a empresas e consumidores, nem para deter a queda
dos preços das residências, nem os despejos por falta
de pagamento das prestações, que continuam elevadas. Aliás, o plano governamental de março de 2009,
para refinanciar até 5 milhões de dívidas imobiliárias,
teve pequeno sucesso até a metade de junho de 2009:
apenas 20 mil casos foram bem-sucedidos.
O Japão tem sido apontado como exceção entre os
países desenvolvidos porque sua produção industrial
cresceu mais do que o previsto no segundo trimestre
22
(*) Professora Emérita da FEA-USP, economista e advogada, autora
de Mercado de Arte - Ensaio de Economia da Arte (São Paulo:
EseTeca, 2009), membro das Associações dos Amigos do Museu
de Arte Contemporânea/USP (AAMAC) e do Departamento
de Economia da FEA-USP (AMEFEA).
(E-mail:[email protected]).
Danilo Freitas Ramalho da Silva (*)
sobre a existência de um regime de
acumulação com dominância
financeira: sua lógica de valorização
e a presença do capital fictício
1. introdução
A crise hipotecária iniciada nos EUA em meados
de 2007 transformou-se, no final de 2008, em uma
crise econômica em escala mundial. Este é o evento
mais importante na economia nos últimos tempos
e, com certeza, deflagra problemas fundamentais
na reprodução do sistema socioeconômico em que
vivemos. Chesnais (2008) classifica essa crise como
uma importante mudança de curso na economia; uma
crise tipicamente financeira, com origem nos Estados
Chesnais (2005) define o regime de acumulação
contemporâneo como “financeirizado”, com “dominância financeira” ou ainda “patrimonial”, sem que
a distinção entre esses três termos seja teoricamente
fundamental. De acordo com o autor, o capital não
é capaz de garantir sua reprodução através, apenas,
de seu movimento de acumulação autônomo e endógeno. Dois processos interligados há mais de trinta
Dessa forma, baseados na interpretação de Chesnais
tanto da crise hipotecária dos Estados Unidos como
do regime de acumulação atual, poderíamos inferir
que essa é, de fato, uma crise estrutural do regime
de acumulação com dominância financeira. Antes
disso, porém, é necessário que investiguemos com
mais detalhes uma das hipóteses fundamentais do
nosso diagnóstico, qual seja, a própria existência (ou
não), hoje, de um regime de acumulação com dominância financeira. Nessa investigação ficará clara a
importância da lógica de valorização financeira do
capital e o papel central do capital fictício no processo
de acumulação.
julho de 2009
Unidos, com grande capacidade de contágio para a
economia mundial e com consequências maléficas
para a atividade econômica, principalmente dos países
da OCDE. Segundo o autor, as crises financeiras do
tipo desta com a qual estamos nos defrontando são
resultado das contradições do processo de formação
das taxas de lucro das empresas, bem como das condições de realização do valor e da mais-valia. O fato
de que as crises financeiras se formam de maneira
“independente” do setor produtivo é, por sua vez,
consequência da acumulação de capital-dinheiro e da
formação de capital fictício. Além disso, essas crises
têm suas origens nas relações sociais de produção e
de propriedade e no tipo de política utilizada pelos
governos para contê-las.
anos seriam responsáveis pelo estabelecimento do
atual regime institucional internacional de dominação do capital; seriam eles o ressurgimento de uma
forma específica de acumulação de capital (regime
“financeirizado”), na qual predominaria a valorização
através de aplicações financeiras, e a implementação
de políticas de liberalização, de desregulamentação
e de privatização.
2. o regime de acumulação com dominância finan ceira: tese de Chesnais
O livro A Finança Mundializada, organizado por Chesnais (2005), deve ser entendido como o corolário teórico de um programa de pesquisa iniciado pelo autor
em 1994 com a publicação de A Mundialização do Capital
e seguido, em 1996, pelo livro A Mundialização Financeira. Esse programa de pesquisa teve com objetivo
interpretar a configuração do sistema capitalista na
década de 1990, motivado pelas reformas neoliberais
dos anos 1980 e pela tão aclamada globalização dos
23
julho de 2009
anos 1990. A princípio, a questão fundamental do
autor, exposta em seu primeiro livro, dizia respeito à
predominância da internacionalização dos grandes
grupos industriais transnacionais. No entanto, no
final do livro, já estava claro para o próprio autor o
papel central do capital-dinheiro no processo de acumulação e sua ascendência sobre o capital industrial.
O livro seguinte dedicou-se, pois, a estudar a gênese,
os atores e os mecanismos de funcionamento do que
o autor convencionou chamar de “mundialização
financeira”, dando ênfase ao novo regime salarial,
à distribuição de renda entre os países e no interior
dos próprios, à repartição da poupança mundial entre
investimentos e aplicações financeiras e ao próprio
regime de acumulação.
A conclusão dessa pesquisa e o arremate teórico estão
sintetizados no primeiro capítulo do terceiro livro da
série, Finança Mundializada. Nesse capítulo, Chesnais
enuncia sua tese sobre a dominância financeira e traz
à tona a categoria marxiana “capital portador de juros”
− identificada com o “capital financeiro” ou, simplesmente, “finança” − para explicá-la. Segundo o autor,
esse capital se valoriza dentro da esfera financeira, sob
a forma de juros, empréstimos, dividendos e ações,
enfim, fruto de lucros provenientes de especulação
bem-sucedida.
Para Chesnais (2005), esse “capital portador de juros”
não foi levado ao centro das relações econômicas e
sociais por si só; ele ressurgiu nos anos 80, levado
pela liberalização do movimento de capitais e pela
desregulamentação e desbloqueio dos sistemas
financeiros dos Estados mais poderosos. Sua composição provém, basicamente, da centralização de
lucros não reinvestidos das empresas e da poupança
das famílias, sendo esses geridos pelos novos grupos
proprietários-acionistas com o objetivo de maximizar
o valor acionário das empresas, segundo a lógica de
valorização financeira; seriam esses, portanto, os chamados investidores institucionais (fundos de pensão,
fundos mútuos, sociedades de seguros, bancos que
administram sociedades de investimento).
Segundo Chesnais (1998), o processo de desenvolvimento da chamada mundialização financeira pode ser
24
dividido em três períodos. No início dos anos 1960,
formou-se em Londres um mercado interbancário
muito singular que tinha como propósito negociar
dólares provenientes dos lucros das empresas norteamericanas com sede na Europa (mercado de eurodólares). Com a criação desse mercado, e impulsionado
pela especulação contra a libra e o dólar, na década de
1970 – e consequente fim do regime de câmbio fixo –,
a finança começou a ganhar espaço importante no cenário internacional, o que acabou sendo sacramentado
com o endividamento dos países do Terceiro Mundo
– alimentado pelo fluxo de petrodólares. O segundo
período da mundialização financeira começou em
1980, com a ascensão de Tatcher e Volcker na Inglaterra e EUA, respectivamente, e com o fim do controle
internacional de capitais. Durante a década de 1980,
houve ainda a formação do mercado de bônus das
dívidas públicas desses países e o crescimento do mercado de derivativos, o que abriu grande espaço para
o desenvolvimento da finança. Em 1986, teve início
a última etapa desse processo com a interligação dos
mercados acionários aos mercados de câmbio e dívida
pública, nas quais a finança já transitava livremente.
Para completar o processo, ocorreu a incorporação
dos mercados dos países emergentes nesse mercado
financeiro mundial, no começo da década de 1990.
Outra característica importante do capital portador de
juros – além de sua lógica de valorização financeira –,
enunciada por Chesnais (2005), é a sua exterioridade
em relação à produção. Ela implica uma oposição entre
finança e indústria, capitalista financeiro e capitalista
ativo; identifica o juro com a mais-valia obtida pela
simples posse do capital e confere ao capital portador
de juros um caráter de subtração da produção. Segundo Chesnais (2005), a finança conseguiu alojar a exterioridade da produção no próprio cerne dos grupos
industriais, e a propensão do capital portador de juros
para demandar da economia “mais do que ela pode
dar” seria outra consequência da sua exterioridade
à produção, resultante da insaciabilidade da finança
quanto ao nível de suas punções.
Chesnais (2005) dá o nome de “capital portador de
juros” para o “capital portador de juros” de Marx combinado ao “capital fictício”. Em uma nota do tradutor,
na introdução do livro de Chesnais (2005), é dito que
o termo capital de placement teria sido traduzido como
“capital portador de juros” pela própria indicação do
autor, e que ele significaria uma combinação do capital
portador de juros, como definido por Marx, com o
capital fictício, sendo que o aspecto especulativo e rentista seriam predominantes em seu comportamento.
De acordo com Chesnais (2008), o capital fictício
serve como fio condutor para caracterizar a história
econômica dos países industriais avançados nas últimas décadas. Nesse período, ele tomou proporções
gigantescas, do mesmo tamanho dos riscos que impõe
ao sistema financeiro internacional ao prometer lucros
que não pode entregar – são puramente ilusórios. Esse
capital toma o corpo de títulos emitidos de empréstimos, títulos emitidos para financiamento de empresas
e crédito criado pelos bancos, acumulados por quase
quarenta anos.
referências
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Xamã, 1998.
______. O capital portador de juros: acumulação, internacionalização, efeitos econômicos e políticos. In: CHESNAIS, F. (org.)
Finança mundializada. São Paulo: Boitempo, 2005.
______. El fin de um ciclo: alcance y rumbo de la crisis financeira. Texto
retirado do Blog da Crise, originalmente publicado na revista
Carré Rouge/La brèche, n. 1 (dez. 2007-jan.-fev.2008), 2008.
MARX, K. O Capital. Livro III. São Paulo: Abril Cultural, 1983
[1894] (Coleção “Os Pensadores”).
julho de 2009
O próprio Marx chama a atenção para o papel fundamental do capital fictício ao analisar as partes
constitutivas do capital bancário e ressaltar que a
forma “capital portador de juros” possibilitaria aos
rendimentos financeiros serem provenientes de
um capital ou não, sempre aparecendo, entretanto,
como juro de capital. Isso seria uma representação
puramente ilusória do capital. Impulsionado pelo
desenvolvimento do sistema de crédito, o crescimento
do capital portador de juros daria a impressão de que
o capital estaria de multiplicando, quando, na verdade, seria o mesmo capital em diferentes mãos e sob
diferentes formas, sendo a maior parte desse capital
puramente fictícia.
Com isso, pretende-se corroborar a tese de Chesnais
(2005) sobre a existência, hoje, de um regime de acumulação de capital com dominância financeira. No
entanto, para sermos mais rigorosos, é preciso dizer
que o que existe hoje é um regime de acumulação
com dominância da lógica da valorização financeira
nas atividades produtivas, exemplificado pela proeminência da valorização acionária em detrimento do
lucro nas empresas; ao mesmo tempo, é um regime
de acumulação com dominância da valorização financeira, exterior à esfera produtiva, no que se refere à
acumulação de “capital fictício”, na forma de “capital
portador de juros”, e se realiza por meio de rendimentos provenientes de títulos públicos, mercados
secundários de títulos e crédito, mercado de câmbio
e derivativos.
3. considerações finais
O que este artigo pretendeu com o resgate das ideias
de Marx, expostas no Livro III de O Capital, acerca do
“capital portador de juros” e do “capital fictício” foi
colocá-los em primeiro plano na análise do regime
de acumulação capitalista atual. Em especial, dar o
destaque devido ao “capital fictício” como uma das
formas de valorização do “capital portador de juros”.
(*) Mestre e doutorando do IPE-USP.
(E-mail: [email protected]).
25