priscila dorea ensaio
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priscila dorea ensaio
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM HUMANINADES HACA36 – ESTUDOS DAS CULTURAS DOCENTE: AGNES MARIANO DISCENTE: PRISCILA DÓREA Culturas de Convergência: A cultura participativa do mundo das Fanfictions Junho/2015 1. INTRODUÇÃO Sabe quando você está no cinema, o filme termina e você começa a imaginar que, se você tivesse escrito aquele roteiro, o final não seria daquele jeito, a mocinha teria ficado com o segundo cara do triângulo amoroso, dois personagens que não se conheciam dariam bons melhores amigos e o vilão teria uma história mais triste? Ou então aquele seu cantor preferido, pelo qual você sente um louco amor e que você queria muito conhecer. Ou até mesmo personagens de histórias completamente diferentes e que você acha que combinaram realmente bem em uma história em conjunto. Viagem demais? Imaginação demais? Não, não para o mundo das fanfics. Aqui, nem o céu é um limite. 2 2. HENRY JENKINS E A CONVERGÊNCIA Henry Jenkins é pesquisador de mídia e professor de Comunicação, Jornalismo e Artes Cinematográficas na University of Southern California, e em uma de suas mais importantes obras, Cultura da Convergência (Convergence Culture) de 2009, ele explica o termo Cultura de Convergência, termo que integrou o mundo por meio dele. Para Jenkins convergência é: "O fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, a cooperação de múltiplos mercados midiáticos e o comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam." A necessidade de ter e saber mais é inerente ao público, que faz das várias plataformas de mídia um meio de conseguir isso. Seja através dos criadores originais ou através de outros membros do público. Para os criadores originais "se eles querem mais, eles vão ter", então o público é bombardeado de forma estratégica com vários conteúdos adicionais do produto original, e, enquanto recebe todo esse material, ao sentir que falta algo que queria, esse público imagina que "se eles não vão me dar isso, eu mesmo vou criar", e então colocam a mão na massa. Uma forma simples de entender? Imagine que você gosta muito de um filme, quer muito uma camisa com sua frase preferida para usar na estreia do segundo da série, mas apesar de os produtores lançarem várias camisas com estampas do filme, você nunca acha uma com aquela frase em especial, o que você faz? Simples: compra uma camisa, uma caneta de tecido e escreve a frase nela e até mesmo arrisca um desenho. O exemplo parece fraco? Apenas pense um pouco e você vai enxergar o ponto que quero chegar, o ponto chave da Convergência de Cultura tratado nesse texto: os fãs criando produtos. Mas para melhor entender esse processo de convergência culturas, vamos nos aprofundar mais na teoria de Jenkins, onde ele dividiu esse convergir em três partes que, inicialmente, parecem ser distintas, mais são intrinsecamente interligadas. 3 3. TIPOS DE CONVERGÊNCIA Acho importante frisar que, apesar dos exemplos, não devemos nos ater apenas a eles, tais narrativas abarcam os mais diversificados tipos de produtos, a frase "nem o céu é um limite" usada na introdução desse texto é a realidade dessa convergência, não se limita apenas a fanfics. Narrativa Transmídia São as narrativas onde o espectador é estimulado a explorar conteúdos adicionais por meio de outras plataformas midiáticas. O produto tem um universo tão interessante e complexo que cria uma enorme abertura para a interação do público em fóruns de discussão ou nas próprias redes sociais. Criando teorias e revendo a obra atrás de pistas para o derradeiro desfecho. O mangá1 Neon Genesis Evangelion 2, por exemplo, é uma obra onde o autor criou uma história tão complexa que, mesmo hoje, anos depois de sua publicação, as teorias e grupos de discussão permanecem ativos, não apenas sobre teorias a cerca do desenrolar da história, mas também toda a discussão psicológica que você encontra na interação dos personagens. Esses grupos permitem que haja uma verdadeira troca de ideias e conhecimentos, abrindo a oportunidade para verdadeiras teorias, ainda mais se a história original não foi finalizada pelo autor. Um episódio notável sobre isso ocorreu em 2005 quando J. K. Rowling, autora da série Harry Potter, publicou o sexto livro da série, Harry Potter e o Enigma do Principe (Harry Potter and the Half-Blood Prince), onde um bilhete deixado por um misterioso R.A.B. deixou o protagonista e seus fãs imensamente intrigados 3. Talvez mais seus fãs do que o próprio Harry, e estou inclusa nesse grupo de fãs. Os grupos de discussão foram à loucura, repassando listas e listas de personagens, lendo e relendo o bilhete deixado por ele, tentando descobrir quem era o tal R.A.B., e semanas depois, teorias e buscas concluídas, os fãs chegaram a uma conclusão, e em uma entrevista um repórter disse isso à autora, e como resposta ela riu e perguntou: "Eles chegaram a CONCLUSÃO?". O mistério só foi resolvido um pouco mais de um ano depois, com o livro seguinte. A transmídia é essa capacidade de criar um universo ficcional tão complexo, que seus espectadores se encontram na necessidade de buscar mais, e isso cria a... Inteligência Coletiva Essa produção de conteúdo e o seu compartilhamento entre os membros é a Inteligência Coletiva, onde pessoas se juntam a outras pessoas por meio de gostos em comum, para discutir e debater sobre o assunto. Jenkins diz que "o que consolida uma inteligência coletiva não é a posse do conhecimento – que é relativamente estática -, mas o processo social de aquisição do conhecimento – que é dinâmico e participativo -, continuamente testando e reafirmando os laços sociais do grupo social". Podemos exemplificar e entender um pouco como funciona a inteligência coletiva por meio dos fandoms. Fandom é uma palavra de origem inglesa, que se refere ao conjunto de fãs de um determinado programa da televisão, pessoa ou fenômeno em particular. Se intitular participante de um fandom era mais comum aos fãs de séries literárias, filmes ou 1 Revista em quadrinho japonesa Neon Genesis Evangelion (1994-2013) de Yoshiyuki Sadamoto 3 Um exemplo dessa discussão (http://forum.potterish.com/viewtopic.php?t=29476) 2 4 animações japonesas, já que suas atividades básicas incluíam a criação de cosplay4, fanzines5, doujinshis6, fanfilms7, fanarts8 e fanfictions. Porém o termo se popularizou e hoje é usado para representar uma maior gama de grupos de fãs, com bastante ênfase no mundo musical. No final de 2014, o site do programa TVZ divulgou uma lista dos fandoms com maior quantidade de membros: 01. 02. 03. 04. 05. 06. 07. 08. 09. 10. 11. 12. 13. 14. 15. PotterHeads (Harry Potter) Beliebers (Justin Bieber) Lovatics (Demi Lovato) Smilers (Miley Cyrus) Rihanna Navy (Rihanna) KatyCats (Katy Perry) Wildcats (High School Musical) Beyhive (Beyonce) RBDmaniacos (RBD) Directioners (One Direction) Selenators (Selena Gomez) Parawhores (Paramore) Mahomies (Austin Mahone) Britney Army (Britney Spears) Hooligans (Bruno Mars) 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. TNKIDS (Justin Timberlake) Anymaniacos (Anahí) Perronitos (Maite Perroni) Harmonizers (Fifth Harmony) Swifties (Taylor Swift) Gleeks (Glee) Clanessas (Clara e Vanessa) Luanetes (Luan Santana) Dulcetes (Dulce Maria) Mixers (Little Mix) Hunters (Supernatural) Prisioners (The Wanted) Victorians (Victoria Justice) Anitters (Anitta) Pniners (P9) A mídia tomou conhecimento do poder que esses grupos tem sobre o produto que eles discutem, a comum frase "estou aqui por causa de meus fãs" que ouvimos tantas pessoas falarem não é apenas para atribuir alguns pontos de humildade, é uma realidade. Os fãs tornam seus fandoms partes de sua vidas, pensando e discutindo sobre eles e criam ainda mais a partir disso, e é disso que surge a... Cultura Participativa Os fãs participam dessas narrativas, e toda a transmídia produzida por meio da inteligência coletiva, nas discussões e ideias criadas, principalmente através da internet, ganharam tanta evidência nos últimos anos que motivaram a relaboração das práticas da indústria, onde cada vez mais se busca realizar os desejos dos fãs e uma maior interação deles com a obra. A cultura participativa é a apropriação de elementos pertencentes a esse produto que eles não produziram originalmente, mas que sentem ser seu, e a partir dessa apropriação, eles criam algo deles. E um bom exemplo disso são as fanfictions. 4 Cosplay é a abreviação de costume play, e pode se traduzir por "representação de personagem a caráter", "disfarce" ou "fantasia", onde fãs se fantasiam como seus personagens preferidos. (Ver Anexo) 5 Fanzines revista em quadrinhos feita por fãs de modo mais amadora e despretensiosa. 6 Doujinshi é um termo japonês para publicações independentes, muito semelhante as fanzines. 7 Fanfilms são produções independentes relacionadas a uma obra existente criado por fãs. 8 Fanart é uma obra de arte baseada em um personagem, fantasia, item ou história que foi criada por fãs. 5 4. FANFICTIONS O que são as fanfictions? As fanfictions (ou apenas fanfics) são uma narrativa ficcional baseada em personagens ou características de um trabalho de ficção já existente, produzido por fãs dessa obra. Quando a internet se popularizou muitos autores desse tipo de história encontraram uma forma de divulgar suas ideias sobre as obras que gostavam. Inicialmente as publicações eram comumente feitas em blogs ou fóruns, mas não demorou a serem criados sites especializados, tanto para fandoms específicos quanto para todos os fandoms possíveis9. Nessas fanfics você se encontra livre para escrever o que quiser sobre qualquer coisa que queira que aconteça na trama. Você se apropria de uma história e a modifica até o ponto que desejar. Algumas informações básicas Ficwriter é como se denomina o escritor ou escritora de fanfic, normalmente você delimita o shipper ou shippers de sua fanfic, que são os casais ou simplesmente duplas de personagens que você vai manter algum foco durante a história. O shipper pode ser cannon, um par que já exista na obra original (ex.: Hermione e Rony, de Harry Potter) ou fannon, um que você cria (ex.: Hermione e Snape). A grande maioria dos ficwriters procura por beta-readers, que são pessoas que corrigem erros ortográficos e possíveis problemas na trama das fanfics antes do autor publicar a história. Tipos de fanfictions A lista do que podemos considerar "tipos de fanfics" é realmente extensa, aqui vamos citar apenas as seis mais básicas, que dizem mais a respeito do modo como elas podem ser escritas: Longfic: são as fanfics longas, além de muitos capítulos, a história tende a ter reviravoltas na trama e muitas vezes continuações. Ex.: Collide da Nyuu D10, que tem 77 capítulos. Shorfic: histórias mais curtas, com 4 ou 5 capítulos. Ex.: Photograph da Nyuu D11, uma história de 4 capítulos. OneShot: são as que tem apenas um capítulo, e a história começa e termina ali. Ex.: Ti Amo da Toynako12 POV: point of view (ponto de vista), durante o capítulo o autor indica qual personagem está narrando. Ex.: Apple da Miss Lali Diggory13, em que os capítulos se dividem em narrações de vários personagens. 9 Lista de sites que hospedam fanfics em anexo. Collide (http://fanfiction.com.br/historia/57527/Collide) 11 Photograph (http://fanfiction.com.br/historia/99935/Photograph/) 12 Ti Amo (http://fanfiction.com.br/historia/317415/Ti_Amo) 13 Apple (http://www.floreioseborroes.net/fics/ver/41579) 10 6 Interativas: nelas os autores modificam o código HTML dos sites de hospedagem e possibilitam que os leitores escolham os nomes e até características dos personagens. Ex.: Biology da Veeh14 Universo Alternativo: ela se passa num mundo diferente do original da série, mas utilizando os personagens já existentes na história. Ex.: Green Eyes da Amy Lupin15, onde Harry Potter é um estudante universitário sem nada de magia no sangue (assim como os outros personagens). Essa histórias com o universo alternativo criaram grande ênfase no mundo das fanfics, por muitas vezes se aproximarem bastante da realidade, elas deram bastante enfase aos autores. 14 15 Biology (http://www.fanficobsession.com.br/fanfics/f/ficbiology.html) Green Eyes (https://www.fanfiction.net/s/2582195/1/Green-Eyes) 7 5. O RECONHECIMENTO DAS FANFICTIONS O que antes era visto apenas como um meio de ler e escrever histórias com os personagens que você gosta se tornou um modo de mostrar o seu trabalho para o mercado editorial. Nem todas as fanfics são espetacularmente boas, mas muitas alcançam tal fama entre os leitores que as editoras começaram a se dar conta dessa literatura marginal que conquista tantos fãs. Um exemplo de grande impacto é a trilogia 50 tons de cinza (Fifty Shades Of Grey) da E L James que, antes de ganhar as livrarias, era uma fanfic da saga Crepúsculo (Twilight) da Stephenie Meyer. O mesmo que ocorreu um pouco antes com a série Os Instrumentos Mortais (The Mortal Instruments) da Cassandra Claire, que antes eram fanfics de Harry Potter. Atualmente a antiga fanfic que está tomando as livrarias é a série After da Anna Todd, que antes era uma fanfic da banda One Direction. Além dessas, muitas outras fanfics viraram livros publicados, muitas vezes sem deixar claro seu passado na internet, o ponto importante é que esses escritores que antes eram visto apenas como fãs de uma série, foram descobertos bons o bastante para terem seus livros publicados. 8 6. UM POUCO DE MINHA FICWRITER INTERIOR Comecei a escrever fanfics depois de muito ler as de outros autores, e assim como muitas pessoas, as minhas primeiras foram da série Harry Potter, tanto lidas quanto escritas, e era simplesmente incrível. Acho que recomendaria isso a todos, escrever sobre algo que gosta. Criar suas histórias em cima de personagens já criados é apenas alguns passos antes de criar um mundo seu. Comecei a escrever sozinha, usando Harry e Hermione como casal, e Lily e James, os pais de Harry. Usava músicas, poema, fanarts e mais músicas para me inspirar, histórias longas, curtas, loucas e outras totalmente cannon. Então eu continuava a ler muitas de outras pessoas, horas e mais horas das minhas madrugadas, lembro que cheguei ao ponto de não achar mais alguma que me interessasse ou que eu ainda não tivesse lido, então fui procurando outros shippers, que antes me pareciam absurdos: Draco e Ginevra, Blaise e Luna... Draco e Harry. Eu procurava novos sites, e embarca em novos fandoms: Naruto, Merlin, 300, Tokyo Hotel... Eram histórias baseadas em filmes, séries, quadrinhos, bandas e em nada... Descobri as fanfics intituladas Originais, histórias de ficwriters que não se inspiravam em nada, usavam apenas sua imaginação e criavam suas histórias... Eram livros disfarçados, certamente. Então eu comecei a corrigir fanfics de outras autoras, e era quase tão maravilhoso quanto escrever as minhas, conheci pessoas realmente incríveis que não vejo como poderia conhecer de outro modo: Lucied Budne que mais parecia uma máquina e escrevia uma fanfic atrás da outra; Lizzie que escrevia, cantava e gravava as próprias músicas temas da história; Priscilla Valmont que adorava lobos e bruxos e tudo mais que viesse; Gabe que tinha uma personagem com meu nome em minha homenagem e a Miss Lali Diggory, de quem eu era incondicionalmente fã e que demorei uns bons minutos tomando coragem para escrever um email me oferecendo para ser beta-reader de sua última fanfic, Apple, e a culpada por minha explosão de felicidade quando aceitou que eu fosse sua beta. Era incrível, simplesmente sensacional. No meio disso tudo eu criava capas para todos elas e para mais outras, além das minhas, e também foi no meio disso tudo que comecei a escrever a minha primeira fanfic em conjunto, uma ideia que começou de forma tão simples e levemente inocente, apenas juntando três garotas de cidades diferentes, mas com o mesmo amor por um fandom. Horas e mais horas planejando, criando personagens, lugares, trilhas e personalidades, longas madrugadas criando um roteiro com o qual tudo que queríamos encaixar ali, colocando nós mesmas naquelas linhas. Era um processo cansativo, muitas vezes estressante, mas imensamente gratificante depois de você receber os resultados, pessoas e mais pessoas comentando, elogiando, opinando e teorizando sobre suas histórias. Já perdi a conta de quantas vezes reli esses comentários e o quanto eles me incentivavam a continuar a escrever, mais e mais, imaginando o que mais eles gostariam de ler, tentar encaixar os desejos deles no roteiro. Nunca me esqueço do trecho de um comentário que recebi numa antiga fanfic sobre os pais de Harry em que uma garota disse: "Eu adoro a forma como você descreve o amor"... Eu fiquei tão extasiada por causar esse efeito em alguém que não me cabia em felicidade. É um mundo fascinante que sinto falta, e que hoje em dia eu mal encontro tempo ou inspiração para aproveitar, mas um mundo ao qual eu sempre tenho a esperança de voltar quem sabe agora mesmo, daqui a poucos segundos depois de fechar esse arquivo. Talvez já tenha chegado a hora de voltar lá. 9 ANEXOS (Cosplays) Elsa e Anna da animação Frozen Sasuke, Kakashi, Naruto e Sakura do anime Naruto 10 ANEXOS (Sites de Fanfictions) FanficAddiction >> http://fanficaddiction.com.br Fanfic Obsession >> http://www.fanficobsession.com.br Fanfiction.Net >> https://www.fanfiction.net Fictionpress.Net >> https://www.fictionpress.com Floreios e Borrões >> http://www.floreioseborroes.net Nyah! Fanfiction >> https://fanfiction.com.br Social Spirit >> https://socialspirit.com.br/fanfics/ WattPad >> https://www.wattpad.com 11 REFERÊNCIAS JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Rio de Janeiro, Editora Aleph, 2009. SANTAELLA, Lucia. Cultura e artes do pós-moderno: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo, Paulus Editora, 2003. Connexart: A arte na era da convergência. Disponível em <https://connexart.wordpress.com/2015/04/10/a-arte-na-era-da-convergencia/> Acesso em: 21/07/2015 Wikipedia: Cosplay. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cosplay> Acesso em: 22/07/2015 Wikipedia: Fanzine. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fanzine> Acesso em: 22/07/2015 Wikipedia: Doujinshi. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Dōjinshi> Acesso em: 22/07/2015 Wikipedia: FanFilm. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fan_film> Acesso em: 22/07/2015 Wikipedia: Fanart. Disponível em <https://pt.wikipedia.org/wiki/Fanart> Acesso em: 22/07/2015 Wikipedia. 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