Lição 1 30 de Setembro a 06 de Outubro O Grande

Transcrição

Lição 1 30 de Setembro a 06 de Outubro O Grande
Lição 1
30 de Setembro a 06 de Outubro
O Grande Conflito: A Origem
Sábado à tarde
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Génesis 3:15; Apocalipse 12:1-17; Isaías 14:4-21; Ezequiel 28:1219; Isaías 53:6; Romanos 1:20-28; João 16:2.
VERSO ÁUREO: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te
ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Génesis 3:15.
PENSAMENTO-CHAVE: O tema do grande conflito é o conceito que emoldura e dá coesão às crenças
fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia.
“A NECESSIDADE É A MÃE DA INVENÇÃO”, diz o provérbio em língua inglesa. A palavra mãe nesta
afirmação, significa “a fonte”, “a força motriz”, “o fundamento”; é a necessidade, a carência de alguma
coisa que põe as pessoas em ação. Por exemplo, a necessidade de ar mais puro é a base, a força
motivadora, por detrás do movimento a favor de outras fontes de energia além das de origem fóssil. Tal como com as invenções físicas, um sistema de crenças também precisa de ter um fundamento, um
princípio que o explique.
Os Adventistas do Sétimo Dia professam um conjunto de 28 crenças fundamentais. Estas crenças têm
fundamento num conceito a que chamamos “o grande conflito”. Cada uma das 28 crenças fundamentais
aborda um aspeto específico deste conflito cósmico. As crenças que vão ser estudadas no decorrer deste
trimestre fazem mais sentido se vistas contra o pano de fundo do tema do grande conflito. Durante esta
semana, vamos ver alguns dos pontos-chave deste fundamento.
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 105 e 106; Atos 7; Parábolas de Jesus, cap. 10.
Comentário
A memória recorda o lar da sua [Satanás] inocência e pureza, a paz e o contentamento que eram seus
até se ter permitido murmurar contra Deus e ter inveja de Cristo. As suas acusações, a sua rebelião, as
suas mentiras para ganhar a simpatia e o apoio dos anjos, a sua obstinada persistência em não fazer
esforços para se reabilitar quando Deus lhe teria concedido o perdão – tudo se apresenta a ele de uma
forma bem viva. Revê a sua obra entre os homens e os seus resultados – a inimizade do homem para
com o seu semelhante, a terrível destruição de vidas, o aparecimento e a queda de reinos, a ruína de
tronos, a longa sucessão de tumultos, conflitos e revoluções. Recorda-se dos seus constantes esforços
para se opor à obra de Cristo, e para rebaixar cada vez mais o homem. Vê que as suas tramas infernais
foram impotentes para destruir os que depositaram confiança em Jesus. Ao olhar para o seu reino, o
fruto da sua luta, vê apenas fracasso e ruína. Tinha levado as multidões a crer que a cidade de Deus seria
uma presa fácil, mas sabe que isto é falso. Reiteradas vezes, no decorrer do grande conflito, foi derrotado
e obrigado a capitular. Conhece muito bem o poder e a majestade do Eterno.
O objetivo do grande rebelde foi sempre justificar-se, e provar que o governo divino era responsável pela
rebelião. Para esse fim aplicou todo o seu poderoso intelecto. Trabalhou deliberada e sistematicamente,
e com maravilhoso êxito, levando vastas multidões a aceitar a sua forma de ver quanto ao grande
conflito que há tanto tempo se vem desenvolvendo. Durante milhares de anos esse chefe conspirador
tem apresentado a falsidade em lugar da verdade. Mas agora é chegado o momento em que a rebelião
deve ser finalmente derrotada, e a história e o caráter de Satanás postos a descoberto. No seu último e
grande esforço para destronar Cristo, destruir o Seu povo e tomar posse da cidade de Deus, o
arquienganador foi completamente desmascarado. Os que se tinham unido com ele veem o fracasso
completo da sua causa. Os seguidores de Cristo e os anjos leais contemplam a extensão total das suas
intrigas contra o governo de Deus. Ele é objeto de uma aversão universal. – O Grande Conflito, pp. 556 e
557 (Ed. P. SerVir).
O CONFLITO E OS SEUS PROTAGONISTAS
Domingo, 01 de Outubro.
Ao longo de toda a História conhecida, as pessoas têm sentido que a humanidade está envolvida num
tipo qualquer de batalha, uma guerra, um confronto entre forças antagónicas. O poeta T. S. Elliot
escreveu: “Em todos os meus anos, uma coisa não se altera./ Por muito que a disfarcemos, esta coisa não
se altera:/ O confronto perpétuo entre Deus e o Mal.” – T. S. Elliot: The Complete Poems and Plays (T. S.
Elliot: Todos os Poemas e Peças. Nova Iorque, San Diego, Londres: Harcourt Brace & Company, 1952, p.
98). Por muito vulgar que seja esta ideia, as pessoas têm opiniões radicalmente diferentes a respeito do
teor do conflito, quem está nele envolvido, o que está em jogo e como vai terminar. No entanto, nós,
como Adventistas do Sétimo Dia, temos uma perspetiva decididamente espiritual a respeito desta
batalha, uma perspetiva que resulta da compreensão que temos da Bíblia e da forma como a Bíblia
retrata aquilo a que chamamos “o grande conflito entre Cristo e Satanás”.
Estude Génesis 3:15 e Apocalipse 12:1-17. Quem são os principais participantes neste conflito?
Embora, por vezes, sejam usados símbolos para referir os participantes, por que razão
acreditamos que os poderes aqui descritos são seres reais e literais? Quais seriam as
consequências em todo o sistema de crença se espiritualizássemos, e puséssemos de lado, a
realidade do grande conflito entre Cristo e Satanás e a parte que nele temos? Não é raro as pessoas utilizarem termos como o diabo ou os anjos, e até mesmo Deus, quando querem
dizer algo muito diferente do significado normalmente atribuído a estas palavras. Por exemplo, há
pessoas cujo interesse no uso da palavra Deus se centra apenas na função que essa palavra tem na
linguagem humana e na sociedade; não têm qualquer interesse em saber se “Deus”, em qualquer forma,
existe ou não.
A Bíblia ensina que estas personagens, quaisquer que sejam os símbolos usados para as descrever, são
entidades reais envolvidas num conflito real. É assim que os Adventistas do Sétimo Dia as compreendem.
A maior parte das doutrinas a estudar neste trimestre deixa de fazer sentido se os participantes
identificados no conflito não forem vistos como literais, facto este que, frequentemente, nos faz estar
claramente em oposição com a cultura prevalecente.
Na realidade, embora o secularismo tenha assumido muitas formas e feitios ao longo dos últimos dois
séculos, nada carateriza mais o secularismo do que a pressão para que seja eliminada do discurso
humano toda a linguagem conotada com um “outro mundo”. Com os êxitos da Ciência, as pessoas
nalgumas culturas estão cada vez mais inclinadas a pensar cientificamente sobre as coisas. Anjos e
demónios não se encaixam muito bem no modo científico de pensar. Daí que, nalgumas culturas
contemporâneas, se esteja a dar um desaparecimento gradual da crença no sobrenatural.
Até que ponto a sua própria cultura tem sido mais ou menos fortemente influenciada pelas
opiniões científicas e seculares? E até que ponto tem pessoalmente sido influenciado/a por isso?
Contra que aspetos desta tendência mundial devemos nós estar particularmente precavidos?
Comentário
Devemos conhecer o significado das palavras: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gén. 3:15). A inimizade que
existe no coração contra o pecado não tem uma existência natural, mas é uma inimizade que foi criada
através da ação do Espírito Santo. “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus, aos que creem no Seu nome” (João 1:12). O homem natural está em transgressão, e a sua
natureza está em harmonia com a do primeiro transgressor. Não há uma inimizade natural entre os
homens caídos e os anjos caídos; ambos são participantes do mesmo espírito pela indulgência no mal.
Conforme a lei da sinagoga de Satanás, no conflito do Mal contra o Bem, os homens caídos e os anjos
caídos unir-se-ão num companheirismo desesperado. Desde o início, Satanás tem trabalhado
continuamente para destronar o Criador, e sejam quais foram as divisões entre os homens maus e os
anjos maus, não há divisão na sua oposição a Deus. Estão unidos como cordas de ferro para se oporem
ao Criador e Redentor do homem. Satanás está determinado a corromper totalmente a natureza
humana ao anular os mandamentos de Deus. Ele dá origem a tradições, e através das suas máximas ele
consegue assimilar, na sua própria natureza, a natureza daqueles que não cedem à aliança com a Lei de
Deus. – Signs of the Times, 11 de junho de 1894.
A influência da mente sobre a mente, um poder tão forte para o bem quando é santificado, é igualmente
forte para o mal nas mãos daqueles que se opõem a Deus. Satanás usou este poder para instigar o mal
na mente dos anjos, e fez com que parecesse que ele queria o bem do Universo. Como querubim ungido,
Lúcifer, tinha sido altamente exaltado; era imensamente amado pelos seres celestiais, e a sua influência
sobre eles era forte. Muitos deles ouviram as suas sugestões e creram nas suas palavras. “E houve
batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava o dragão e os seus anjos.
Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus” (Apocalipse 12:7 e 8).
Expulso do Céu, Satanás estabeleceu o seu reino neste mundo, e, desde então, tem-se esforçado
incansavelmente para desencaminhar os seres humanos da sua fidelidade a Deus. Ele usa o mesmo
poder que usou no Céu – a influência da mente sobre a mente. Os homens tornam-se tentadores dos
seus semelhantes. Os sentimentos fortes e corruptores de Satanás são acariciados, e exercem um poder
magistral e persuasivo. Sob a influência destes sentimentos, os homens unem-se uns aos outros em
alianças. – Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 973.
A QUEDA DE LÚCIFER
Segunda, 02 de Outubro.
Embora a Bíblia não nos refira explicitamente quais as questões envolvidas no conflito entre Deus e
Satanás, podemos inferi-las a partir de algumas passagens pertinentes das Escrituras, como sejam Isaías
14:4-21 e Ezequiel 28:12-19. Nos contextos originais, estas passagens retratam reis pagãos de Tiro e de
Babilónia; mas, ao lerem-se atentamente, elas apontam pormenores que vão muito além da vida desses
antigos governantes do Próximo Oriente. Na realidade, elas apontam para a origem, a posição e a queda
de Satanás.
Em I Timóteo 3:6, Paulo adverte contra a ordenação de um novo converso, admoestando que esse
ato poderia levar a pessoa a tornar-se presunçosa e a cair na mesma condenação que o diabo. De
que modo a afirmação de Paulo lança luz sobre as duas passagens acima referidas, e em que
aspetos estas três passagens em conjunto nos ajudam a compreender algumas questões do
conflito?
Há, pelo menos, três problemas levantados nos textos citados acima: orgulho, cobiça e independência. O
Velho Testamento descreve um ser criado, dependente, que aspirava a ser todo-poderoso,
autossuficiente e independente. A independência é sempre independência de alguma coisa ou de
alguém. I João 3:8 diz que o diabo pecou desde o princípio; I João 3:4 define o “pecado” como iniquidade
[desrespeito pela Lei]. Acontece, então, que o pecado de Satanás se manifestou numa busca de
independência em relação a Deus e às Suas leis, e de supremacia, procurando ocupar o lugar de Deus
como governante do Universo. Ao recusar ficar sob a autoridade da Lei de Deus, Satanás demonstrou
que pretendia viver debaixo de um conjunto diferente de condições. Essa rebelião implicava também que
o sistema de leis no Céu não era o ideal, que havia alguma coisa errada com essas leis. Contudo, uma vez
que a Lei de Deus é um reflexo do Seu caráter, um defeito na Lei significaria um defeito no caráter de
Deus. Portanto, ele, o ser mais perfeito da criação, tinha uma proposta melhor e devia reinar e
estabelecer essas novas leis. E isso significava que Deus devia ser destronado, sendo a Sua glória e
majestade, e todos os Seus atributos transferidos para Satanás (Isa. 14:13 e 14). Em resumo, a rebelião
de Satanás foi, acima de tudo, contra o próprio Deus. Orgulho, cobiça, independência. O que é que estas palavras trazem à sua mente? Em que aspetos
estará qualquer um de nós em risco de cair nas armadilhas, por vezes muito subtis, que o orgulho,
a cobiça e a independência nos podem montar? Afinal de contas, dadas as condições aceitáveis, o
que é que há de mal com qualquer daqueles conceitos?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 107 e 108; Atos 8; Atos dos Apóstolos, cap. 11.
Comentário
A mudança da perfeição de caráter para o pecado e a apostasia ocorreu até mesmo no Céu. O coração
de Lúcifer exaltou-se por causa da sua beleza; a sua sabedoria corrompeu-se por causa do seu
esplendor. A exaltação própria é a chave da rebelião, e desvenda o tema moderno da santificação.
Satanás declarou que não tinha necessidade das restrições da Lei, que era santo, sem pecado e incapaz
de fazer o mal; e aqueles que se gabam de santidade e de um estado sem pecado, enquanto transgridem
a Lei de Deus, enquanto pisam voluntariamente o Sábado do Senhor, são aliados ao lado do primeiro
grande rebelde. Se os anjos consagrados e santos se tornassem profanos e ímpios pela desobediência à
Lei de Deus, e deixassem de ter lugar no Céu, pensam vocês, homens, que, redimidos pelo sangue do
Cordeiro, seriam recebidos na glória aqueles que transgridem os preceitos da Lei que Cristo veio
magnificar e honrar pela Sua morte na cruz? Adão e Eva estavam no Éden e caíram do seu estado
elevado e santo ao transgredirem a Lei de Deus, e perderam o seu direito à Árvore da Vida e às alegrias
do Éden. – Signs of the Times, 28 de abril de 1890. Foram o orgulho e a ambição que levaram Lúcifer a queixar-se do governo de Deus, e procurar subverter
a ordem que tinha sido estabelecida no Céu. Desde a sua queda que o seu objetivo tem sido comunicar
às mentes humanas o mesmo espírito de inveja e descontentamento, a mesma ambição de posições e
honras. – Patriarcas e Profetas, p. 359 (Ed. P. SerVir).
Os anjos tinham sido criados cheios de bondade e amor. Eles amavam-se uns aos outros imparcialmente
e o seu Deus acima de todas as coisas, e através deste amor eram levados a fazer a Sua vontade. A Lei de
Deus não era um jugo pesado para eles; mas era um deleite cumprir os Seus mandamentos, ouvir a voz
da Sua palavra. Porém, neste estado de paz e pureza, o pecado teve origem naquele que tinha sido
perfeito de todas as maneiras. Sobre ele o profeta escreve: “Elevou-se o teu coração, por causa da tua
formosura, corrompeste a tua sabedoria, por causa do teu resplendor” (Eze. 28:17). O pecado é uma
coisa misteriosa e inexplicável. Não havia razão para a sua existência. Tentar explicá-lo é tentar encontrar
uma razão para ele, e isso seria justificá-lo. O pecado apareceu num Universo perfeito, algo que se
revelou ser inescusável e extremamente pecaminoso. A razão para o seu surgimento ou
desenvolvimento nunca foi e nunca poderá ser explicada, mesmo naquele último grande dia, quando o
Juiz Se sentar e os livros forem abertos, quando cada homem for julgado de acordo com as ações
praticadas no corpo, quando os pecados do povo de Deus arrependido e santificado forem colocados no
bode expiatório, o originador do pecado. Naquele dia será evidente para todos que não existe e nunca
existiu nenhuma causa para o pecado. Na condenação final de Satanás e dos seus anjos e de todos os
homens que, finalmente, se identificam com ele como transgressores da Lei de Deus, toda a boca se
deterá. Quando se perguntar às hostes da rebelião, desde o primeiro grande rebelde ao último
transgressor, porque é que transgrediram a Lei de Deus, eles ficarão sem palavras. Não terão uma
resposta para dar, nenhuma razão a apontar que tenha o mínimo valor. – Signs of the Times, 28 de abril
de 1890.
A ARMA DE DEUS
Terça, 03 de Outubro.
“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Génesis 3:15. De que modo é o grande conflito revelado neste
texto?
A linguagem codificada que se encontra em Génesis 3:15, com que aqui se anuncia o grande conflito, dános uma ideia das regras de combate de Deus neste conflito. Podemos perceber que o conflito, que tinha
precisamente principiado na Terra entre a serpente e a mulher, ia evoluir de modo a envolver os
seguidores dos beligerantes iniciais: a “semente” da mulher e a “semente” da serpente. Em devido tempo,
como sabemos, o conflito atingiria o seu ponto alto no confronto mortal entre Satanás e um descendente
masculino da mulher, Jesus de Nazaré. A arma especial de Deus era Jesus – que viria lutar em favor da
mulher – sofrer “feridas”, mas que acabaria por desferir um golpe mortal à serpente. A arma por
excelência foi um ato de sacrifício feito por Jesus, um ato de amor abnegado.
Como é que os seguintes textos nos ajudam a compreender algumas das questões envolvidas no
grande conflito? De que modo é que o plano da salvação está no centro de tudo isto?
Compare Génesis 4:4 com Hebreus 11:4 Compare Génesis 12:3, 22:18 com Gálatas 3:16 Compare Êxodo 25:8 com Hebreus 4:2 Compare Isaías 53:6 com Romanos 5:8
Mateus 16:18, 18:16-20
Hebreus 8:1 e 2 Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 109 e 110; Atos 9:1-18; Atos dos Apóstolos, cap. 12.
Comentário
Após a transgressão da Lei de Deus, os nossos primeiros pais foram chamados à presença de Deus. “E
chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi,
porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore
de que te ordenei de que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela
me deu da árvore, e comi. E disse o Senhor Deus à mulher: Porque fizeste isto? E disse a mulher: A
serpente me enganou, e eu comi. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita
serás mais que toda a besta, … E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua
semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gén. 3:9-15). Esta profecia refere-se não só
à inimizade entre Cristo e Satanás, mas também à inimizade que existe entre o mundo e os seguidores
do Redentor do mundo. Cristo era Aquele especial que deveria ferir a cabeça da serpente; mas a profecia
também inclui todos aqueles que vencerão o inimigo pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu
testemunho. Nas palavras dirigidas à serpente está delineado o grande e interminável conflito que tem
sido travado no mundo desde o início do pecado. A Terra é o campo de batalha do conflito, e o resultado
do conflito, embora traga perda temporal para os seguidores de Cristo, trará ruína eterna para Satanás,
os anjos e homens maus que se unem ao inimigo no conflito contra Cristo.
O Senhor diz: “... porei inimizade entre ti e a mulher.” A inimizade não existe como facto natural. Logo
que Adão pecou, ele passou a estar em harmonia com o primeiro grande apóstata e em guerra com
Deus; e se Deus não tivesse intercedido em favor do homem, Satanás e o homem teriam formado uma
aliança contra o Céu, e teriam levado a cabo uma oposição unida contra o Deus dos exércitos. Não há
uma inimizade natural entre os anjos maus e os homens maus; ambos são maus através da transgressão
da Lei de Deus, e o Mal estará sempre aliado contra o Bem. Os homens e os anjos caídos associam-se
num companheirismo desesperado. A profecia da inimizade entre a serpente e a semente da mulher foi
o primeiro indício que Satanás teve de que Deus iria providenciar uma forma de salvação para a raça
caída. Satanás tinha calculado que iria induzir os homens a aliarem-se a ele, tal como ele tinha induzido
os anjos; e, através desta aliança desesperada, ele não hesitaria em fazer guerra contra o Céu, e procurar
destronar o Senhor dos exércitos. – The Youth’s Instructor, 11 de outubro de 1894. Quando Adão e Eva foram colocados no jardim do Éden, eram inocentes e sem pecado, estavam em
perfeita harmonia com Deus. A inimizade não tinha uma existência natural no seu coração. Mas quando
transgrediram, a sua natureza deixou de ser sem pecado. Tornaram-se maus, pois tinham-se colocado do
lado do inimigo caído, fazendo exatamente aquilo que Deus tinha especificado que não deveriam fazer.
Se não tivesse havido nenhuma intervenção por parte de Deus, o homem teria formado uma firme
aliança com Satanás contra o Céu. Mas quando foram proferidas as palavras: “E porei inimizade entre ti e
a mulher, e entre a tua semente e a sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”
(Gén. 3:9-15), Satanás soube que embora tivesse conseguido fazer os seres humanos pecarem, embora
os tivesse levado a acreditarem na sua mentira, e a questionarem Deus, embora tivesse conseguido
corromper a natureza humana, tinham sido tomadas providências para que os seres humanos, que
tinham caído, pudessem sair beneficiados e a sua natureza renovada à semelhança de Deus. Ele viu que
a tentação, a que os tinha submetido, iria ter uma reação nele, e que ficaria numa posição em que não
poderia ser vencedor. – Testimonies to the Church Containing Letters to Physicians and Ministers, p. 6. O COMBATE DE SATANÁS
Quarta, 04 de Outubro.
Se prestou atenção ao estudo de ontem, terá percebido a progressão na forma como Deus Se
manifestou e à Sua verdade no meio do grande conflito. Deus atuou por intermédio dos serviços
religiosos patriarcais e do santuário israelita, por meio da morte expiatória sacrificial de Cristo, por meio
da Igreja e por meio do ministério pessoal de Cristo no santuário celestial.
No entanto, Satanás tem atuado incansavelmente para subverter os planos do Senhor. A maior parte do
grande conflito tem sido, e está a ser, combatida nestas mesmas questões.
Por exemplo, o sistema sacrificial praticado pelos patriarcas, e nos serviços religiosos do santuário de
Israel, foi apontado por Deus para lembrar à humanidade o Criador e para conservar viva a esperança da
redenção.
De que modo procurou Satanás usurpar e destruir a verdade sobre o plano da salvação, sobretudo
o que está revelado no sistema sacrificial? Veja Rom. 1:20-28; Deut. 32:17 e 18.
É claro que a incarnação de Cristo, o Seu ministério na Terra e a Sua morte expiatória sacrificial na cruz
foram as partes centrais do plano que Deus escolheu para derrotar Satanás no grande conflito. A morte
de Cristo seria a garantia da eliminação de Satanás, que atuou incansavelmente contra Cristo.
O que é que estes textos (Mat. 2:1-18, 4:1-11, 16:21-23, 27:39-42) nos dizem sobre as maneiras pelas
quais Satanás trabalhou contra Jesus?
Cristo, após a Sua morte e ressurreição, estabeleceu a Sua Igreja na Terra para proclamar à humanidade
perdida as boas novas da salvação. Satanás, desde o início da Igreja, decidiu enfraquece-la e destrui-la. As
passagens seguintes demonstram algumas das táticas de Satanás contra a Igreja (Ver Atos 5:17 e 18,
7:54-60; II Tes. 2:1-4; I Tim. 4:1; II Ped. 2:1; Apoc. 12:13-17).
Entretanto, o livro de Hebreus fala-nos de um verdadeiro santuário no Céu, onde Cristo entrou após a
Sua ascensão (Heb. 4:14-16, 9:24), desempenhando uma função sacerdotal em favor da humanidade
pecadora (Heb. 7:27). Em Daniel 8:11-14, podemos ver a atividade de Satanás em relação com o
ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial e a sua tentativa de usurpação desse ministério.
Ler I Pedro 5:8 e 9 e ficar com uma perceção intelectual desse aviso é uma coisa; outra coisa
diferente é viver de facto esse aviso na nossa vida diária. Como é que, de facto, resistimos ao
diabo? Quantas vezes, no decorrer de um simples dia, estamos cientes dos esforços de Satanás
contra nós?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 111-113; Atos 9:19-30; Atos dos Apóstolos, cap. 13.
Comentário
Quando Cristo, como anjo orientador e protetor, condescendeu em conduzir os exércitos de Israel pelo
deserto até Canaã, Satanás foi provocado, pois sentiu que o seu poder não os podia controlar tão bem.
Mas ao ver que os exércitos de Israel eram facilmente influenciados e incitados à rebelião pelas suas
sugestões, esperava levá-los a murmurar e a pecar, o que traria sobre eles a ira de Deus. E ao ver que os
homens se submetiam ao seu poder, tornou-se ousado nas suas tentações, incitando ao crime e à
violência. Através das artimanhas de Satanás, cada geração estava a tornar-se mais fraca nas suas
capacidades físicas, mentais e morais. Isto encorajou-o a pensar que poderia ter sucesso na sua guerra
contra Cristo em pessoa quando Ele Se manifestasse. Ele tem o domínio da morte. – Review and Herald, 3
de março de 1874.
Em santa visão, o profeta contempla Josué, o sumo-sacerdote, “vestido de vestidos sujos” (Zac. 3:3),
diante do Anjo do Senhor, suplicando a misericórdia de Deus em favor do seu povo, que está em
profunda aflição. Satanás está à Sua mão direita, para Lhe resistir. Por isso Israel tinha sido escolhido
para preservar na Terra o conhecimento de Deus. Tinham sido, desde que existiam como nação, o objeto
especial da inimizade de Satanás, e ele estava determinado a promover a sua destruição. Não lhes podia
fazer nenhum mal enquanto fossem obedientes a Deus; por isso usou todo o seu poder e astúcia para
induzi-los a pecarem. Enganados pelas suas tentações, tinham transgredido a Lei de Deus, separando-se
assim da Fonte da sua força, tendo ficado à mercê dos seus inimigos pagãos tornando-se suas presas.
Foram levados em cativeiro para a Babilónia, e ali permaneceram por muitos anos. No entanto, não
foram abandonados pelo Senhor. Enviou-lhes os Seus profetas, com repreensões e advertências. O povo
foi despertado para reconhecer a sua culpa, humilharam-se perante Deus e voltaram para Ele com
verdadeiro arrependimento. Então o Senhor enviou-lhes mensagens de encorajamento, declarando que
os livraria do cativeiro e os restauraria ao Seu favor. Era isto que Satanás estava decidido a impedir. Um
remanescente de Israel já tinha regressado à sua terra, e Satanás procurava agir entre as nações pagãs,
que eram seus agentes, para destruí-los completamente. – Review and Herald, 2 janeiro de 1908.
A história do Antigo Testamento apresenta referências ocasionais à sua existência e ação. Mas foi
durante o tempo em que Cristo esteve sobre a Terra que, da maneira mais notável, os espíritos maus
manifestaram o seu poder. Cristo tinha vindo para executar o plano idealizado para a redenção do
homem, e Satanás decidiu fazer valer o seu direito de governar o mundo. Tinha sido bem-sucedido ao
estabelecer a idolatria em toda a parte do globo, exceto na Palestina. Cristo tinha vindo ao único local
que não tinha cedido completamente ao domínio do tentador, para derramar sobre o povo a luz do Céu.
Ali, dois poderes rivais pretendiam a supremacia. Jesus estendia os Seus braços de amor, num convite a
todos os que quisessem encontrar n’Ele perdão e paz. As hostes das trevas viram que não possuíam
domínio ilimitado, e compreenderam que, se a missão de Cristo fosse bem-sucedida, o seu governo
estaria prestes a terminar. Satanás enfurecia-se como um leão acorrentado e, numa atitude de desafio,
exibia o seu poder tanto sobre o corpo como sobre a mente dos homens. – O Grande Conflito, p. 429 (Ed.
P. SerVir).
Satanás assaltou Cristo com as suas mais cruéis e subtis tentações. Foi, porém, repelido em cada conflito.
Aquelas batalhas foram travadas em nosso favor. Aquelas vitórias tornam possível a nossa vitória. Cristo
dará força a todos os que a procurem. Sem o consentimento próprio, ninguém poderá ser vencido por
Satanás. O tentador não tem poder para governar a vontade ou forçar a alma a pecar. Pode angustiar,
mas não contaminar. Pode causar aflição, mas não a degradação. O facto de Cristo ter vencido deve
incutir nos Seus seguidores coragem para combater vigorosamente na luta contra o pecado e Satanás. –
O Grande Conflito, p. 425 (Ed. P. SerVir).
DESTINOS
Quinta, 05 de Outubro.
“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os
deuses a quem serviram os vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em
cuja terra habitais: porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” Josué 24:15. De que modo
este texto nos revela o que é, em muitos aspetos, a questão mais importante no grande conflito?
A profecia dá-nos uma panorâmica das cenas finais do conflito entre Deus e Satanás. Durante um
período de 1260 anos (Dan. 7:25, 12:7; Apoc. 11:2, 12:14, 13:5), Satanás perseguiu, esporádica mas
persistentemente, o povo de Deus. Num último grande confronto, descrito em Apocalipse 12 e 13,
Satanás emprega dois poderes terrenos: uma criatura semelhante a um leopardo (Apoc. 13:1-10) e uma
outra com dois chifres (Apoc. 13:11-17). E estas empregam todas as táticas de Satanás que foram
analisadas na secção de ontem.
Apocalipse 14 é uma descrição do contra-ataque de Deus face à manobras de Satanás, o qual é
posto em ação durante as últimas fases da luta de modo a pôr fim ao conflito. O que é que
Apocalipse 14:6-13 nos diz sobre as maneiras como algumas das questões do grande conflito se
vão tornar manifestas?
Na perspetiva de Deus, é necessária uma clara proclamação das questões envolvidas no conflito (aqui,
representada como sendo feita por três anjos) antes do conflito terminar. A humanidade precisa de ser
inteligentemente informada a fim de as pessoas poderem tomar a sua decisão acerca das questões em
causa.
No confronto final, haverá pessoas que permanecerão leais a Deus. Em Apocalipse 14, estas são
simbolizadas pelo número 144 000, possivelmente um número representativo das inumeráveis multidões
de todas as nações da Terra (Apoc. 7:4). Estas pessoas, porém, permanecem obedientes aos
mandamentos de Deus numa altura de grande perturbação e estão dedicadas de todo o coração à
adoração do seu Deus Criador. Recebem a aprovação de Deus e saem vitoriosas com Ele, enquanto os
impenitentes são destruídos na ceifa que se segue (Apoc. 14:14-20). O certo é que um dia este grande
conflito vai terminar.
Uma coisa sobre o grande conflito: ninguém pode ser neutro. Ou se está de um lado ou do outro.
Qualquer um pode pretender estar do lado do Senhor (veja João 16:2); como é que se sabe, de
certeza, que realmente estamos? Leve as suas respostas para a classe no Sábado.
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 114 e 115; Atos 9-11; Atos dos Apóstolos, cap. 14.
Comentário
O Senhor diz ao povo da Terra: “escolhei hoje a quem sirvais” (Jos. 24:15). Todos estão agora a decidir o
seu destino eterno. Os homens precisam de ser despertados para compreender a solenidade do tempo,
a proximidade do dia em que terminará o período de graça para os seres humanos. Deus não dá ao
homem nenhuma mensagem cinco, dez ou vinte anos antes de terminar a História desta Terra. Ele não
quer dar a nenhum ser vivo um pretexto para adiar a preparação para o Seu aparecimento. Não quer
que ninguém diga o mesmo que o servo infiel: “O meu Senhor tarde virá” (Mat. 24:48), pois isto conduz a
uma negligência imprudente das oportunidades e dos privilégios concedidos para nos prepararmos para
esse grande dia. Todo aquele que diz ser um servo de Deus é convidado a realizar o Seu serviço como se
cada dia fosse o último. – Review and Herald, 27 de novembro de 1900.
Cada pessoa tem um Céu a ganhar, e um inferno a evitar. E os anjos estão todos prontos para vir em
auxílio da alma tentada e provada. Ele, o Filho do infinito Deus, resistiu ao teste e à provação em nosso
favor. A cruz do Calvário ergue-se vividamente diante de cada alma. Quando o caso de todos for julgado,
e eles [os perdidos] forem entregues a sofrer por causa do desprezo que deram a Deus e da
desconsideração da Sua honra na sua desobediência, ninguém terá uma desculpa, ninguém teria
necessidade de haver perecido. Foi-lhe dado a escolher quem seria o seu príncipe – Cristo ou Satanás.
Toda a ajuda que Cristo recebeu, cada homem pode receber na grande prova. A cruz ergue-se como um
penhor de que ninguém precisa de se perder, de que é providenciada abundante ajuda para cada alma.
Podemos vencer os agentes satânicos, ou podemos unir-nos aos poderes que procuram neutralizar a
obra de Deus no nosso mundo! – Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 96.
Haverá um conflito renhido entre os que são leais a Deus e os que desprezam a Sua Lei. A reverência à
Lei de Deus tem sido subvertida. Os líderes religiosos estão a ensinar doutrinas que são mandamentos
de homens. Assim como ocorreu nos dias do antigo Israel, acontece nesta era do mundo. Mas, por causa
da prevalência da deslealdade e da transgressão, aqueles que acariciaram a Lei de Deus haverão de
demonstrar agora menos respeito por ela? Será que vão unir-se aos poderes da Terra para ignorá-la? Os
fiéis não serão arrastados pela corrente do mal. Não desprezarão aquilo que Deus colocou à parte como
sagrado. Não seguirão o exemplo de esquecimento de Israel; trarão antes à lembrança o modo como
Deus lidou com o Seu povo em todas as épocas, e trilharão o caminho dos Seus mandamentos.
A prova sobrevirá a cada um. Existem apenas dois lados. Em qual deles está? – Testemunhos Para a
Igreja, vol. 8, p. 120.
Sexta, 06 de Outubro.
ESTUDO ADICIONAL: Leia de Frank B. Holbrook, “The Great Controversy” (O Grande Conflito), pp. 9691008, em Raoul Dederen (ed.), Handbook of Seventh-day Adventist Theology (Manual de Teologia
Adventista do Sétimo Dia).
“A Bíblia explica-se a si mesma. Textos devem ser comparados com textos. O estudante deve aprender a
ver a Palavra como um todo, e bem assim a relação das suas partes. Deve obter conhecimento do seu
grandioso tema central, do propósito original de Deus em relação a este mundo, da origem do grande
conflito e da obra da redenção. Deve compreender a natureza dos dois princípios que contendem pela
supremacia, e aprender a delinear a sua operação através dos relatos da História e da profecia, até à
grande consumação. Deve ver como este conflito penetra em todos os aspetos da experiência humana,
como em cada ato da sua vida ele próprio revela um ou outro daqueles dois princípios antagónicos; e
como, quer queira quer não, ele está mesmo agora a decidir de que lado do conflito estará.” – Ellen G.
White, Educação, pp. 189 e 190.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Na citação do livro Educação transcrita acima, Ellen G. White escreve que o grande conflito entra
em todas as fases da experiência humana. Até que ponto isto tem sido verdade na sua experiência
pessoal? A compreensão que tem da questão básica do grande conflito tem sido uma fonte de
força ou de frustração, ao debater-se com assuntos da vida diária no mundo de pecado e
sofrimento?
Há quem fale de um “atraso” na Segunda Vinda de Cristo. Com a quantidade de injustiça e de
sofrimento sem sentido que há no mundo, parece que cada dia de vida adicional na Terra é um dia
a mais. Peça aos membros da classe que, partindo do ponto de vista do chamado “atraso”, falem
das suas perspetivas individuais a respeito da questão de fundo do grande conflito. Até que ponto podemos estar confiantes acerca da resolução final do conflito entre o bem e o
mal? O que é que lhe dá pessoalmente a certeza de que, no fim, o mal será vencido? Que razões
temos para acreditar nisso? Até que ponto, por exemplo, a profecia de Daniel 2 ajuda a dar-nos a
certeza sobre o desfecho final?
Recapitulem, na classe, as respostas à pergunta final da secção de quinta-feira. A resposta é
particularmente relevante devido à nossa compreensão de quem vão ser exatamente os
perseguidores nos últimos dias. Então, como é que podemos ter a certeza de que vamos estar do
lado certo?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Salmos 116-118; Atos 12; Atos dos Apóstolos, cap. 15.
Moderador
Texto-Chave: Génesis 3:15
Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai:
Aprender: A delinear os acontecimentos do grande conflito entre Deus e Satanás e as formas como ele
afeta cada aspeto da vida e do sistema de crenças do cristão.
Sentir: A importância eterna que tem a escolha individual neste grande conflito.
Fazer: Aceitar o sacrifício de Cristo em seu favor e cooperar na divulgação deste evangelho como parte
essencial do grande conflito.
Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: O Quadro Geral
Que acontecimentos críticos tiveram lugar até ao momento presente, e que acontecimentos vão ocorrer
no futuro, os quais erradicarão o mal do cosmos?
Em que aspetos o conflito entre o bem e o mal afeta tudo o que tanto cristãos como não cristãos fazem e
pensam no decorrer da vida diária?
II. Sentir: Escolhas para a Eternidade
Que papel desempenham as decisões de cada dia no traçar do destino eterno?
Por que razão é tão importante proteger as oportunidades de cada um para escolher entre o caminho de
Deus e o caminho de Satanás, bem como educar outros a respeito das escolhas eternas que Deus os
chama a fazer?
III. Fazer: Cooperar com Agentes Divinos
Por que razão é fundamental que, diariamente, aceitemos o sacrifício de Cristo?
Que oportunidades estão acessíveis todos os dias para partilhar o evangelho?
Quais são as melhores maneiras de cooperar com os agentes celestiais na divulgação da mensagem do
evangelho nestes últimos dias?
Sumário:
O grande conflito entre o bem e o mal tem afetado a vida de todos os seres no Universo. A questão
essencial centra-se na escolha de cada pessoa entre Deus e Satanás.
CICLO DA APRENDIZAGEM
1.º PASSO – MOTIVAR!
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: A vida é uma luta constante entre o bem e o mal, entre
Cristo e Satanás. Ao estudarmos este conflito e as maneiras como ele influencia a nossa vida e o nosso
destino, a questão central a considerar deve ser: De que lado escolhemos nós estar – no de Cristo ou no
de Satanás?
Só para o Moderador: Numa época que se recusa a admitir a necessidade de uma lealdade moral e
espiritual a Deus, é fundamental reconhecer que estamos envolvidos numa guerra espiritual autêntica. O
foco central da nossa lição esta semana é compreender esta guerra e a forma como iremos obter a
vitória.
Atividade de Abertura: Gautama, herdeiro do trono de Kapilavastu, no antigo Nepal, era o único objeto
do amor e da preocupação do seu pai. O rei protegia o príncipe de qualquer conhecimento ou
experiência de dor, sofrimento e morte. Só que um dia, em jovem, o príncipe afastou-se do palácio e,
pela primeira vez, viu as aflições da velhice, da doença e da morte. Extremamente perturbado, Gautama
abandonou o palácio, a jovem esposa e o filho de ambos, e vagueou pelas florestas, suportando anos de
sofrimento que se impunha a si mesmo, de jejuns e meditação, até que um dia declarou ter encontrado a
resposta para a questão do mal. Foi assim que nasceu o Buddha, cujo ensino essencial foi este: a
resposta para o problema do sofrimento está na renúncia de todo o desejo e anseio de sensualidade.
Esta é uma resposta. O Hinduísmo apresenta outra: a morte não é apenas uma porta para uma nova
forma de vida no ciclo infindável da reincarnação. Alguns negam a realidade do pecado, enquanto outros
veem a morte como o fim normal de um processo biológico.
Mas o que diz a Bíblia sobre as origens, e a solução, da dor, do sofrimento e da morte? Ver Gén. 3:1-23;
Rom. 5:12; 6:23; Isa. 14:12-15; Apoc. 12:1-4; 20:7-15.
Para reflexão: Segundo os textos acima, e segundo outras passagens, a dor, o sofrimento e a morte são
resultado de quê? Onde é que se originou o pecado e como é que ele veio a resultar no conflito
conhecido como o grande conflito entre Deus e Lúcifer? Quando é que o grande conflito vai terminar, e
qual será o resultado final?
2.º PASSO – ANALISAR!
Só para o Moderador: Dirija a classe numa breve recapitulação do grande conflito, no que diz respeito à
sua natureza, origem, aos seus protagonistas e conclusão final.
COMENTÁRIO BÍBLICO
Ao longo da história cristã, nenhuma outra igreja compreendeu, como compreendeu a Igreja Adventista
do Sétimo Dia, a importância do tema do grande conflito no estudo do problema do pecado e da sua
destruição final. A série em cinco volumes de Ellen G. White, “O Conflito dos Séculos”, começa com as
palavras “Deus é amor” e termina com as palavras “Deus é amor”. Entre estes dois momentos, as mais de
3000 páginas de narrativa traçam a história do grande conflito entre Cristo e Satanás, proporcionando
um comentário alargado sobre a história da Redenção, desde a origem do pecado até à restauração final
da justiça, conforme é apresentada na Bíblia. A lição de hoje revê a origem, a natureza e a conclusão do
grande conflito.
I. O Grande Conflito: A sua Origem
“E houve batalha no céu” (Apoc. 12:7). A expressão em si é um paradoxo e um mistério. Como é que é
possível haver guerra no Céu – o lugar onde está o trono de Deus (Isa. 66:1) e onde a santidade, a justiça,
o amor e a paz habitam em absoluto? A palavra batalha [algumas versões dizem “guerra”] indica que
surgiu alguém no Céu contrário à vontade de Deus. Apocalipse 12:7-9 identifica este rebelde como sendo
“o dragão”, “o grande dragão”, “a antiga serpente, chamada o Diabo e Satanás”. Mais ainda, a mesma
passagem diz que Satanás e os seus anjos combateram contra “Miguel e os seus anjos” (v. 7). Miguel, um
nome que é usado unicamente em passagens apocalípticas (ver Dan. 10:13, 21; 12:1; Judas 9; Apoc. 12:7)
para representar Cristo em conflito direto com Satanás, sai vencedor nesta guerra. A vitória levou à
expulsão de Satanás e das suas hostes, desterrados para a Terra, onde a velha serpente enganou Adão e
Eva e mergulhou o mundo no pecado (Gén. 3:1-15). Foi desta forma que começou o grande conflito, um
conflito cósmico entre Cristo e Satanás, entre as forças do bem e as do mal.
Pense Nisto: Agir de forma contrária à vontade de Deus, como fez Lúcifer, é um ato de guerra contra o
trono de Deus. Por que razão Deus não exterminou simplesmente o pecado e Satanás logo que surgiram
os primeiros sinais de rebelião, e antes de esta se transformar numa guerra total, cujo primeiro combate
veio a terminar com a expulsão de Satanás e dos seus anjos rebeldes para esta Terra? O que é que a
resposta revela sobre a justiça e a misericórdia de Deus?
II. O Grande Conflito: A sua Natureza
Várias passagens bíblicas, como Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:12-17; Génesis 3:1-15; Apocalipse 12:1-17,
revelam alguns dos aspetos básicos do grande conflito.
O primeiro é que o grande conflito é uma guerra entre uma criatura e o Criador por causa do caráter de
amor e da soberania de Deus. Pela sua própria essência, o relacionamento Criador-criatura contém
intrinsecamente uma linha delimitativa. O Criador concede vida, amor e comunhão ao ser criado, e este
deve corresponder com amor, obediência e louvor. Pisar essa linha delimitativa é rebelião. Foi esse um
dos primeiros pecados de Lúcifer, além de inveja e ambição profana. Vangloriava-se ele, “serei
semelhante ao Altíssimo” (Isa. 14:14). Esta vanglória levou à arrogância, ao orgulho e à iniquidade, tendo
tudo acabado por culminar numa revolta contra a autoridade de Deus.
O segundo é que o grande conflito é uma luta para conseguir fidelidade, lealdade. Pertencemos a Deus
ou a Satanás? “Em vez de procurar fazer com que Deus fosse supremo nos afetos e na lealdade das Suas
criaturas, o seu esforço era conquistar para si o seu serviço e homenagem. E, cobiçando a honra que o
infinito Pai tinha conferido ao Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou ao poder que era prerrogativa,
unicamente, de Cristo.” – Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 412 e 413. O terceiro é que o grande conflito é uma guerra universal que afeta cada indivíduo, até que este conflito
termine com a destruição de Satanás (Apoc. 20:7-10). Desde que Satanás introduziu este conflito cósmico
na história da raça humana, através do engano de Adão e Eva (Gén. 3:1-15), toda a criação se tornou o
campo de batalha de Cristo e Satanás. Ninguém pode escapar a esta luta, e todos se podem apropriar da
vitória disponível por intermédio de Cristo. O cristão “deve compreender a natureza dos dois princípios
[Cristo e Satanás] que contendem pela supremacia, e aprender a delinear a sua operação através dos
relatos da História e da profecia, até à grande consumação. Deve ele ver como esse conflito penetra em
todos os aspetos da experiência humana; como em cada ato da sua própria vida ele próprio revela um
ou outro daqueles dois princípios antagónicos; e como, quer queira quer não, ele está mesmo agora a
decidir de que lado do conflito será achado.” – Ellen G. White, Educação, pp. 189 e 190.
Pense Nisto: Um pensamento solene: cada ato da vida revela de que lado do grande conflito estamos –
no de Cristo ou no de Satanás. Procure verdadeiramente compreender todas as implicações deste
pensamento. Por que razão é um engano fatal acreditar noutra coisa qualquer que não nesta realidade?
Por que razão não é possível haver nenhum terreno neutro neste conflito, e o que é que esta verdade diz
sobre todos – quer pequenos quer grandes, ricos ou pobres, livres ou escravos – estarem envolvidos?
III. O Grande Conflito: A sua Conclusão
O conflito cósmico tem a sua origem na acusação feita por Satanás de que Deus é arbitrário, que o Seu
amor é falso e que a Sua Lei não pode ser cumprida. Embora o conflito no Céu fosse resolvido quando
Cristo esmagou as suas raízes e Satanás foi expulso para a Terra, o arqui-inimigo de Deus continua o
conflito aqui na Terra, onde espera enganar toda a raça humana e tornar-se o governante deste mundo.
Decidiu ele que se não pudesse ser senhor desta Terra obtendo o poder de criação, ele sê-lo-ia
enganando os habitantes da Terra e voltando-os contra Deus. Deus, no entanto, não deixou esta Terra
desprotegida e, na verdade, tinha um plano para enfrentar essa contingência do inimigo: Cristo “o qual,
na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes
últimos tempos por amor de vós; e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos, e lhe deu
glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus” (I Pedro 1:20 e 21). Mediante a Sua Cruz e a
Ressurreição, Cristo alcançou a vitória final sobre o pecado e Satanás. O conflito, porém, aguarda a sua
consumação no final do milénio, quando pecado e pecadores deixarem de existir e o próprio diabo for
lançado “no lago de fogo” (Apoc. 20:7-10).
Pense Nisto: Na secção dois, lemos em Ezequiel 28:12-17 como Lúcifer em tempos caminhava entre as
pedras de fogo no Céu. O que quer que essas pedras possam significar, uma coisa é clara. Lúcifer andava
incólume no meio delas, sem se queimar e invulnerável às chamas. Ele era “à prova de fogo”. Contudo, na
consumação final do grande conflito, Satanás será inflamável e vai arder até deixar de existir. Este
contraste contém uma lição espiritual para nós. O nosso Deus é um fogo consumidor. Temos duas
alternativas: deixar que Ele nos refine na fornalha das aflições neste período probatório, expurgando a
escória do nosso caráter até que brilhe o ouro puro da Sua imagem, ou recusar aceitar e ter de vir a
suportar o processo de refinação no lago de fogo. Ambas as escolhas destruirão pelo fogo o pecado que
haja em nós. Uma, porém, consome só o pecado e resulta em vida eterna; a outra consome-nos e
termina em morte eterna. Que proteção nos dá Deus presentemente, tal como deu aos três amigos de
Daniel, para nos fazer à prova de fogo na fornalha da aflição, enquanto os fogos purificam e refinam?
3.º PASSO – PRATICAR!
Só para o Moderador: A Bíblia é o grande manual sobre o tema do grande conflito entre Cristo e
Satanás. Pelos fracassos e triunfos de muitas das personagens bíblicas, pelos altos e baixos na história de
Israel, pelas advertências e pelas bênçãos divinas, pela vida, morte e ressurreição de Jesus, e pelos
acontecimentos finais da História da Terra, devemos crer que Deus tem o controlo da História e que Ele
levará os que n’Ele confiam ao inevitável triunfo.
Perguntas para Aplicação:
Porque é que o estudo do grande conflito é importante para a vida cristã?
José. David. Ester. Pedro. Judas. De que modo estas personagens ilustram o facto de os seres humanos
estarem muito envolvidos no grande conflito?
4.º PASSO – APLICAR!
Só para o Moderador: Para todo o ser humano assaltado pelos poderes do pecado e de Satanás, a Cruz
é a garantia de triunfo. Enfatize esta lição junto da classe da maneira mais poderosa que consiga.
Atividade: Leia, na classe, a citação que se segue. Analisem a esperança que Satanás tinha de conseguir
a vitória e a forma como essa esperança foi desfeita. Que motivo leva Satanás a continuar a persistir,
embora saiba que, no fim, vai ser destruído?
“Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás triunfou. Teve a ousadia de esperar que o Salvador não
retomaria de novo a Sua vida. Reclamava o corpo do Senhor e pôs a sua guarda à volta do túmulo,
procurando manter Jesus preso. … Quando viu Jesus sair em triunfo, compreendeu que o seu reino
chegaria ao fim e que ele devia finalmente morrer.” – Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p.
670. 

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