Atletas de ponta

Quando todos
participam
tudo se realiza
Mala Direta Postal
Básica
9912246476/2009-DR/MG
Cocatrel
CORREIOS
Órgão de divulgação da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas Ltda.
ANO XXVIII
Nº 345
Novembro/2014
Gente da Terra
Atletas de ponta
De brincadeira de criança à profissão levada a sério. Gustavo Mesquita e
Miguel Dixini são dois jovens trespontanos que despontaram no cenário brasileiro do ciclismo. Eles correm na categoria BMX e já acumulam várias vitórias e
boas colocações no ranking nacional.
Gustavo já chegou a ser campeão mundial na categoria Junior Men, em 2011 e
Miguel, além de títulos, compõe hoje a
seleção brasileira de BMX e está no
caminho para uma vaga nos Jogos
Olímpicos do Rio, em 2016.
Página 12
TRÊS PONTAS-MG
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INFORMATIVO COCATREL
NOVEMBRO/2014
Opinião
Previsão da Conab traz dose de amadorismo
A expectativa anunciada pela Conab, de quase
49 m ilhões de sacas de
café, a serem produzidas em
2015, trouxe uma dose de
amadorismo, seja na metodologia usada para chegar
a esse numero, seja pelo
reflexo que esta divulgação
pode ter no mercado.
Não digo, a principio,
que o número possa ser alto
ou baixo, mas, com absoluta certeza, afirmo que não é
através de aplicação de índices percentuais, de expansão ou retração, calculados
por séries históricas, que se
chega a um volume de safra em termos confiáveis.
Nós, técnicos, que vimos trabalhando com a lavoura cafeeira por continuados 46
anos, quase uma vida inteira, sabemos que série histórica vale só pra trás, pra
frente temos que ver como
se encontram as lavouras,
agora na época da florada.
Os responsáveis pela
expectativa poderiam até
chegar a esse número ou
mesmo mais do que isso,
desde que fossem ao campo e, com certeza, verificariam que a definição deste
número pouco tem a ver
com a realidade. Senão vejamos. O efeito da falta de
chuvas, que se abateu sobre as principais áreas cafeeiras do centro-sul, primeiro no início do ano de
2014, prejudicou a granação
dos frutos e dificultou a nutrição das plantas e, assim,
as lavouras, em sua maioria, sofreram stress acentuado no pós-colheita.
A continuidade de
poucas chuvas fez com que,
agora em setembro, já se
acumulasse um déficit na
faixa de 150-200 mm, que
agrava a situação de desfolha das plantas. Assim, se al-
guém solicitasse um trabalho sobre a expectativa de
safra futura de café, o lógico seria fazer uma análise do
que está acontecendo em
cada região. Nessa avaliação, vemos que a região do
Triângulo/Alto Paranaíba em
Minas Gerais e o Estado de
São Paulo, especialmente
sua principal área cafeeira,
a Mogiana, sofreram em função da carg a alta e do
stress hídrico.
Em consequência, a
capacidade produtiva dos
cafezais, nestas condições,
deve cair muito para 2015.
As lavouras do Sul de Minas
vêm, também, prejudicadas
pela estiag em e, deste
modo, podem produzir, em
2015, no máximo, igual a
2014, isto depois da perda.
A cafeicultura de montanha,
da Zona da Mata de Minas
e do Sul do Espírito Santo,
de café arábica, deve ter
O "Informativo Cocatrel" é uma publicação mensal da Assessoria de
Comunicação Social da Cocatrel dirigida a seus associados.
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Quadro Social (em 30/11/2014)
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aumento de produção, pois
em 2014 produziu pouco e
estão retornando muitas áreas podadas em 2013.
A Bahia deve, por outro lado, reduzir um pouco
sua produção de arábica,
pois, neste ano, a safra foi
alta e houve seca, embora
um pouco menos grave do
que nas regiões cafeeiras
do centro-sul. O Paraná,
pela recuperação da geada,
por sua vez, pode melhorar
para 2015. Neste processo
de combinação entre as diferentes regiões, observando as condições das lavouras, seu nível de enfolhamento, verifica-se que umas
diminuindo outras aumentando, acaba acontecendo
um empate no arábica.
Nesse tipo de café, a
expectativa seria de um volume de 27-29 milhões de
sacas para 2015. Como a
safra do conilon, por en-
quanto, mostra boa expectativa, à semelhança do que
ocorreu neste ano, pode-se
supor que ela venha a ocorrer de forma semelhante a
2014, ou seja, na faixa de
13-15 milhões de sacas. Embora seja muito cedo pra
qualquer expectativa, vemos
que a lógica indica que poderemos ter uma safra global, em 2015, na faixa de 4044 milhões de sacas, baixa
semelhante à da atual safra.
Nossa opinião poderia, perfeitamente, ser substituída por um levantamento
por amostragem em campo,
sobre fotos a éreas, como
fazíamos no passado, por
longos anos. Hoje não dispomos de equipe e nem de
recursos. Que saudades
dos velhos tempos.
* José Braz Matiello é
engenheiro agrônomo da
Fundação Procafé.
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INFORMATIVO COCATREL
Demanda global por café
deverá crescer 2,5% ao ano
até o final da década
Os lucros do mercado cafeeiro
estão atraindo novos grupos econômicos internacionais que investem em novos consumidores, redes de cafeterias
e no mercado de consumo doméstico.
O consumo de café em cápsulas está virando uma febre e a procura por cafés
de alta qualidade cresce a cada ano. As
máquinas para uso doméstico estão cada vez mais sofisticadas, práticas e baratas, estimulando o consumidor a investir na compra de cafés sofisticados.
A Nespresso acaba de lançar no Brasil
uma edição especial de café arábica
“maragojype” a quatro reais por cápsula, aproximadamente seiscentos e sessenta reais por quilograma de café.
A demanda mundial cresce e
este ano o Brasil vai bater seu recorde
histórico de volume exportado. Nosso
consumo interno também será recorde. Enquanto isso, o cafeicultor brasileiro, responsável pela produção de
38% da matéria prima que abastece esse grande negócio, luta todos os anos
para fechar suas contas, sofrendo com
secas, geadas, pragas e problemas trabalhistas. Quando por um problema climático sério, como o deste ano, sua
produção cai e as cotações sobem um
pouco, logo surgem números e analistas prontos para provar que as cotações estão muito altas! Se aproximando dos dois dólares por libra peso na
ICE!
Lucro é para os outros. O cafeicultor tem de se contentar em pagar suas contas.
Por: Escritório Carvalhaes
Fonte: Notícias Agrícolas
CENTRO ADMINISTRATIVO: AV. RIO DAS VELHAS, 205 BAIRRO BEATRIZ - PABX: (34) 3242.3717 . www.tdimaquinas.com.br e-mail: [email protected] - ARAGUARÍ/MG
FILIAL: ESTRADA MUNICIPAL CTP 050, 391 BAIRRO QUATIS - TEL: (35) 3265-2176 . www.tdimaquinas.com.br e-mail: [email protected] - TRÊS PONTAS/MG
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INFORMATIVO COCATREL
Embrapa Café e Emater
intensificam transferência de
tecnologia em MG
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Produtores de café
aproveitam alta no preço para
diminuir prejuízo da seca
Lavouras de café de Minas Gerais sofreram muito com
a estiagem. Com a produção em queda, os preços subiram.
A busca por cafés de qualidade
aumenta cada vez mais no mercado
mundial, incentivando a pesquisa científica a firmar parcerias que viabilizem
soluções tecnológicas inovadoras para
o desenvolvimento sustentável do agronegócio café brasileiro. E a qualidade do
café depende de escolhas realizadas por
todos os elos da produção, da semente
à xícara. Ciente disso, a Embrapa Café,
coordenadora do Consórcio Pesquisa
Café, firmou convênio de cooperação
técnica, executado em 2013 e 2014, com
a Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais - Emater-MG para capacitação
de técnicos e extensionistas em transferência de tecnologias a cafeicultores
de Minas Gerais.
Resultados alcançados
Por meio dessa parceria, tecnologias sustentáveis desenvolvidas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café foram
transmitidas a 200 extensionistas da
Emater em 2013 e 2014. Esses, por sua
vez, repassaram o conhecimento técnico e científico adquirido para 3.550 cafeicultores de associações/cooperativas
em 206 municípios do estado de Minas
Gerais. No total, até o final do convênio,
serão realizadas 10.650 assistências
técnicas. O objetivo da ação conjunta
entre Embrapa Café e Emater-MG é qualificar o serviço de cooperação técnica e
extensão rural para o atendimento às demandas do mercado e dos produtores
de café de Minas Gerais, de forma a promover o desenvolvimento da atividade no
setor. Além disso, espera-se também que
a parceria entre as instituições agregue
qualidade ao produto e renda aos produtores de todos os portes
O café em Minas
O Estado de Minas Gerais possui o maior parque cafeeiro (cerca de 1
milhão de hectares plantados) do País
e responde por mais de 50% da produção brasileira de café. O agronegócio
café, além de expressivo economicamente para o Estado, tem ainda grande
importância social, pois gera mais de 4
milhões de empregos diretos e indiretos
(FAEMG-2012). A safra de 2014 está
estimada em cerca 22,6 milhões de sacas de café, das quais 10,7 milhões
serão provenientes do Sul e Centro-Oeste de Minas; 5,6 milhões do Cerrado
Mineiro (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste); 5,3 milhões da Região
da Zona da Mata, Rio Doce e Central e
quase 0,76 milhão do Norte de Minas,
Jequitinhonha e Mucuri (Conab, Set/
2014).
Fonte: café point
Aviso
O Sindicato dos Produtores Rurais de Três Pontas anuncia que o
firmou convênio com um advogado e dois engenheiros agrônomos, com
descontos especiais, para melhor atender seus associados.
Então, se você é associado e tem dúvidas jurídicas ou com questões de engenharia como a reserva legal, registro CAR (Cadastro Ambiental Rural) ou outras necessidades da área, estaremos à disposição
para atendê-los.
Procure-nos na Av. Oswaldo Cruz, 392 - Centro - Três Pontas, ou
nos telefones: (35) 3265-1664 e (35) 8853-4949.
As lavouras de café de Minas Gerais sofreram muito com a estiagem. Com
a produção em queda, os preços subiram, mas nem todos os produtores se
beneficiaram dessa alta. Em Três Pontas, no sul de Minas, a lavoura de café
arábica ocupa uma área de 300 hectares
na fazenda do agricultor Guilherme Vilela
Miranda.
Ele conta que em 2013 colheu onze
mil sacas. Este ano, menos de oito mil.
Isso é reflexo da seca que fez a produção cair cerca de 20% na região que mais
cultiva essa variedade no país. Com a
oferta em baixa, os preços sobem. Desde janeiro, o café teve uma valorização
em torno de 74%. Em janeiro, a saca
estava cotada, em média, a R$ 276. Agora, está perto de R$ 480.
Apesar dos preços melhores, o
cafeicultor reclama dos custos de produção. "Eu tive que melhorar o custo de produção, mecanizar mais e ter outra maneira pra ver se tenho lucro", diz. Ele vendeu parte da safra em setembro, quando
recebeu em torno de R$ 450 a saca. O
restante está conseguindo estocar a espera de preços ainda melhores.
A história dele é bem diferente de
outros agricultores, que têm produção pequena e tiveram que vender logo, como
Guido Reguim Filho. Nas lavouras dele,
em Varginha, a produção média dos 15
hectares plantados caiu de 500, 600 sa-
cas para 230 este ano. Para poder honrar com os compromissos, ele não pode
esperar. Teve que vender toda a safra logo
após a colheita, já no fim de agosto.
"Vendi minha saca em torno de R$
370. Eu não esperei porque meus compromissos chegaram. Os compromissos
de insumos, de combustível, compromissos da própria casa. Então, como eu vivo
da monocultura do café, chegou a hora
de saldar os compromissos".
A safra menor e a necessidade dos
produtores de vender logo refletiram também no volume estocado nas cooperativas da região. Em Varginha, a cooperativa recebeu 40% menos do que no ano
passado e só tem conseguido manter as
vendas regulares graças ao estoque que
sobrou de 2013.
"Nós passamos com estoque alto.
Nós passamos com mais de um milhão
de sacas de um ano para o outro. Isso
ajudou realmente o produtor a ter uma
renda melhor, porque ele conseguiu vender café a preços melhores do que estava em 2013", explica o presidente da cooperativa Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro.
Segundo o levantamento da Conab, o país colheu 32 milhões de sacas
de café arábica este ano - 16% a menos
do que em 2013, que já foi um ano de
safra curta.
Fonte: Globo Rural
Máquinas agrícolas deverão ser
emplacadas a partir de janeiro
Medida vale para veículos que transitam em
vias públicas fabricados após agosto de
A partir de janeiro de 2015, todos os tratores e máquinas agrícolas que trafegam em vias públicas deverão ser emplacados. A decisão foi
divulgada no Diário Oficial da União
e vale para veículos fabricados depois de agosto de 2014. Veículos anteriores a essa data estão liberados
do emplacamento.
O Congresso Nacional manteve o veto de Dilma Rousseff ao projeto
3.312/2012 do deputado federal Alceu
Moreira (PMDB-RS), que acabava com
o licenciamento, emplacamento e imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para maquinário agrícola. A votação aconteceu na
última terça (25/11).
A Frente Parlamentar Agropecuária vai tentar reverter a decisão, já que
eleva custos para os produtores.
A documentação e cobrança de
taxas serão de responsabilidade dos
governos estaduais. Aos tratoristas,
será exigida a Carteira Nacional de Habilitação "categoria B".
Anfavea
A vice-presidente da Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ana Helena de Andrade, considerou positivo o emplacamento obrigatório e lembrou que a medida está prevista no Código de Trânsito Brasileiro.
"O emplacamento contribui para a
segurança do operador e de outros veículos e pessoas. Além disso, protege os proprietários, bancos e seguradoras ao aumentar a segurança jurídica e garantir o legítimo reconhecimento da propriedade", completou Ana Helena, em nota enviada pela
assessoria da Anfavea.
Fonte: Globo Rural
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Sede própria do CCCMG é inaugurada em Varginha
Fotos: Luiz Valeriano - ASCOM CCCMG
Mais de 150 pessoas, dentre
elas associados e lideranças políticas e
cafeeiras, participaram da solenidade de
inauguração da sede própria do Centro
do Comércio de Café do Estado de Minas
Gerais - CCCMG, no dia 28 de novembro. O local compreende cerca de 900
metros² de área construída, com dois andares que abrigam salas de laboratório
de classificação e degustação, auditório,
biblioteca e setores administrativos.
O investimento para construção
foi de aproximadamente R$ 1 milhão. As
obras começaram em maio de 2013 e finalizaram em novembro de 2014.
O terreno da nova sede foi uma
doação da Prefeitura Municipal, aprovada através de Projeto de Lei pela Câmara
Municipal e sancionada pelo Município. A
unidade fica localizada à Rua do Comér-
cio de Café, 185, no Bairro Industrial Reinaldo Foresti, em Varginha (MG). Nesta
região se concentra os maiores negociadores e empresas do agronegócio de café do Brasil.
A sede própria vai proporcionar
melhores condições de trabalho e fluidez da prestação de serviço em prol do
setor cafeeiro, como é o caso da emissão de laudos de classificação e certificados de origem. Também será iniciada
a implantação de novos cursos como inglês, contábil e fiscal, além do tradicional
curso de classificação e degustação de
café verde. A unidade tem a função de
contribuir para toda a cadeia do agronegócio, unindo forças para o fortalecimento da classe.
Várias autoridades participaram da solenidade de abertura e fizeram
emocionados discursos, dentre eles o diretor de patrimônio do CCCMG, Marcos
Mendes Reis; o presidente da Cooxupé,
Carlos Paulino; o presidente do
CCCMG, Archimedes Coli Neto; o prefeito de Varginha, Antônio Silva; o deputado federal, Carlos Melles; e o deputado federal e presidente do ConselhoNacional do Café (CNC), Silas Brasileiro. A
placa, que oficializou a inauguração do
local, foi descerrada por Archimedes Coli Neto, que falou sobre a importância da
entidade ter sua sede própria. “Um marco histórico para toda a cafeicultura nacional”, afirma.
A Cocatrel e outras empresas
receberam certificados de agradecimento por colaborarem na construção e
edificação desta nova sede.
Outro momento de grande emo-
ção foi na inauguração do novo auditório
da entidade, que recebeu o nome de
Orostrato Olavo Silva Barbosa. Senhor
Olavo Barbosa, como era conhecido, foi
um grande incentivador da criação do
CCCMG. Pecuarista e fundador de uma
das mais importantes fazendas produtoras de leite do país, a Fazenda Bela Vista,
Olavo Barbosa também foi fundador da
Exportadora de Café Guaxupé. Quem
descerrou a placa foi a neta do senhor
Olavo, Flávia Barbosa Paulino da Costa,
que se emocionou muito com a homenagem.
O laço de descerramento foi desatado por Archimedes e o presidente do
Conselho dos Exportadores de Café do
Brasil (CeCafé), João Antônio Lian.
Fonte: Ascom CCCMG
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Artigo Técnico
Agricultura de precisão x Agricultura convencional
A agricultura tem passado por
momentos de mudanças. Há alguns
anos foram lançados no mercado diferentes equipamentos para coleta de diversos tipos de dados, que têm nos feito
pensar sobre a evolução da assertividade em relação ao manejo e de como isso pode fazer com que a lucratividade
seja efetivamente maximizada. A coleta
de dados é o primeiro passo para criar
parâmetros e estabelecer metas, indiferentemente de qual método de agricultura iremos seguir.
Acredito que, para se fazer
agricultura de precisão ou agricultura convencional, teríamos que utilizar
as informações geradas a partir de dados coletados com critérios sérios e responsáveis de amostragens, coletadas
pelos equipamentos que temos disponíveis hoje na fazenda (e isso não tem nada a ver com a quantidade de equipamentos que temos e, sim, com o aproveitamento da informação que estamos
coletando) para medirmos o desempenho, estabelecermos metas e, então,
avaliarmos o quão eficaz foram as decisões tomadas com os dados anteriormente coletados. Isso vai muito além
das amostragens e mapas de fertilidades.
Medir. Essa é a palavra para estabelecer qualquer referência, meta e
autoavaliação, pois, não se gerencia o
que não se mede. Os parâmetros de in-
terpretação são bastante conhecidos,
tais como, sacas de café/ha (hectare),
sacas de milho/soja/feijão/ha, números
d e a n i m a i s / h a , q u i l o s d e l e ite/animal/ano, intervalo entre partos,
etc. Dentre tantos exemplos, dentro de
cada atividade, temos em nossas mentes números ideais e sabemos ou até conhecemos produtores que conseguem,
usando suas ferramentas, resultados
bastante satisfatórios. É preciso dar o
primeiro passo em direção à melhoria.
Segundo o professor Alfredo Sheid da
Ufla, das dez prioridades do mundo, cinco delas estão diretamente ligadas à
agricultura (energia / água / alimento /
meio ambiente / pobreza) e temos
alguns fatores favoráveis que nos auxiliam a nos candidatarmos de forma segura rumo à sustentação deste pilar, como
ganhos em produtividade, potencial
para expansão e “disponibilidade” de
água. Para tanto, temos que quebrar
muitos paradigmas. O primeiro é acreditar que temos vocação para agricultura,
que somos competitivos, somos capazes e juntos somos fortes. Segundo é
buscar ferramentas que nos auxiliam na
tomada de decisões. O terceiro é termos
metas desafiadoras, mas possíveis de
serem alcançadas. Quando estabelecemos metas baseadas em dados ou parâmetro que não são inerentes à propriedade, corremos o risco de ficarmos estagnados por subestimarmos nossa ca-
pacidade, ou frustrados e desanimados
por pularmos etapas e superestimarmos
nossa realidade.
Outro desafio é estabelecer qual
ferramenta usar ou qual equipamento
comprar, pois será ele o responsável por
gerar o dado que servirá de referência para estabelecer as metas de melhoria. Aí
entra o conhecimento específico. Conhecer a fazenda e a situação dela faz com
que consigamos eleger essa prioridade.
Sabendo onde precisamos melhorar, teremos o indicativo de quais equipamentos estão disponíveis no mercado e quais
poderão, ou não, nos auxiliar no processo de melhoria contínua da fazenda.
Outro fator interessante é estabelecermos metas a curto, médio e longo
prazo. Por exemplo, como queremos estar em 2025? Quais as estratégias sugeridas?
- Valorizar as diversas gerações
e suas diferenças;
- Atenção aos paradigmas
atuais;
- Rever nossos comportamentos
sobre ideias diferentes (diminuir resistência)
- Ver o futuro como novas oportunidades;
- Sintonizar com novos padrões
éticos (cooperação total, troca de ideias
bem sucedidas e sustentabilidade).
Quais os desafios? Preservar o
meio ambiente (água, flora, fauna), segu-
rança alimentar, longevidade, qualidade
de vida e saúde.
Quais as tendências? Orgânicos, transgênicos, agricultura de precisão, certificação, renovação na gestão
rural (se não podemos evitar as mudanças, devemos procurar novos caminhos). Inovar é a exploração com sucesso de novas ideias, gerando impacto
significativo nos nossos negócios em
nossas vidas. Inovação nos pede conhecimento, informação, sinergia e tomada
de decisão por caminhos diferentes.
Portanto, a entrada de um novo
ano nos convida a novos desafios e devemos aproveitar este momento eufórico e
nos estimularmos para algo diferente.
Dessa maneira, podemos seguir evoluindo seja quais forem nossas condições,
pequenos ou grandes, mas, sempre integrando todos os conhecimentos da área
agrícola na busca pela maximização da
lucratividade no campo.
Feliz Natal e Próspero Ano Novo!
Denilson Esteves de Oliveira
Eng. Agrônomo responsável pelo
Laboratório da Cocatrel
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Café e Saúde
Para refletir
Bebida do bem: saiba 12 benefícios do
café para a sua saúde
Boas notícias: você pode,
sim, se deliciar com uma xícara (ou
mais) de café durante o dia. A bebida tem muitos benefícios, ela aumenta os níveis de energia, queima gordura e é uma ótima fonte de
antioxidantes. A seguir, confira todas as vantagens do café para o
seu corpo - e mente!
Se engana quem pensa
que o café é um grande vilão da
saúde. Na verdade, o líquido pode
ser um aliado do seu corpo e mente. A versão americana da Marie
Claire listou 12 vantagens da bebida para você tomá-la de manhã, depois do almoço e o longo do dia
sem sentir culpa.
1. Aumenta os níveis de energia e
faz você se sentir menos cansada.
2. Ajuda a queimar gordura por causa da cafeína e eleva a taxa metabólica em até 11 %.
3. Ao contrário dos refrigerantes, o
café não contribui para o aumento
da pressão arterial.
4. Eleva a adrenalina na corrente
sanguínea, o que significa que você
estará mais apta a praticar atividades físicas.
5. O café é uma grande fonte de
antioxidantes, os quais protegem
sua pele, sistema imunológico,
coração, olhos e outras partes do
seu corpo.
6. Pessoas que bebem café com
frequência têm menos chances de
desenvolver diabetes tipo 2, Alzheimer e Parkinson.
7. Apenas o cheiro do café ajuda a
diminuir o estresse.
8. É uma bebida com pouquíssimas calorias.
9. O café ajuda o seu cérebro a
trabalhar de forma mais eficiente.
10. Mulheres que bebem café têm
bem menos chances de desenvolver câncer de pele.
11. Beber café durante o dia diminui em 21% os risco de desenvolver doenças de coração.
12. A bebida irá deixá-la mais feliz
e age como um antidepressivo (fraco).
Fonte: Marie Claire
Relatório Quebra-Safra 2014 e 2015 / Município de Três Pontas
Declaramos que as condições climáticas ocorridas no
município de Três Pontas em
2014 nunca foram tão graves,
comparáveis ou mais impactantes que as piores geadas já ocorridas.
A média pluviométrica
anual no município de Três Pontas é aproximadamente 1.600
mm, onde até o fechamento do
mês de outubro, tínhamos apenas 500 mm acumulados no ano
de 2014, ou seja, menos de 1/3
da média, já que no mês de fevereiro entramos em déficit hídrico,
temperatura batendo acima de
35ºC com média diária passando de 22ºC para 24ºC, um aumento de 2ºC na média. Com isto,
não foi possível que as plantas
realizassem o ciclo fenológico,
principalmente a expansão e a
granação dos frutos, nem mesmo realizarem fotossíntese, tendo uma queda na taxa fotossintética de 64%, no momento de
maior pico, às 9:00 horas da
manhã, de acordo com o professor fisiologista Dr. José Donizeti
Alves, em artigo publicado em
13/08/2014 pela UFLA.
Tudo isto refletiu direta-
9
mente na colheita 2014, onde
grãos mal formados (descolamento do pergaminho) chochos,
fava pequena e de menores densidades, interferiram diretamente
na produtividade das lavouras,
quebra média de 44% em relação
a estimativas feitas pela Conab e
técnicos da região. Em casos de
lavouras de 1ª e 2ª safra, a quebra
chegou a inacreditáveis 80 a 90%.
O município deixou de colher mais
de 250 mil sacas de 60 kg de café
arábica beneficiado, interferindo
ainda na qualidade final do produto com muitos defeitos, levando à
depreciação do café, com perda
aproximada de 100 milhões de
reais, o que reflete diretamente na
renda dos cafeicultores e no comércio da região.
Para o ano de 2015 os prejuízos também já estão consolidados em números talvez mais expressivos do que relatados acima
pois, o crescimento dos nós já foi
30% abaixo da média e as plan-
tas estão florando (set/out/nov)
em déficit hídrico em torno de
200 a 270 mm, método Thorthwait & Mather, números obtidos pelo Ministério da Agricultura, com temperatura normal, lavouras estão com alta desfolha
e chegando ao ponto de murcha permanente. Podemos afirmar, com certeza, que com o
quadro desenhado até agora
não será mais possível recuperar a safra de 2015 e que as
perdas, infelizmente serão altíssimas, maiores que em 2014,
como já relatado também por fisiologistas da UFLA e UFV.
Não podemos deixar de
destacar outras perdas agregadas como soja, milho, 50% em
2014 e atraso do plantio 2015.
O prejuizo também já é consolidado para o hortifrúti e para pastagens, inclusive com mortalidade de animais, situações que jamais foram presenciadas pelos
agricultores e pecuaristas.
Lição de Vida
Um jovem foi se candidatar a um alto cargo em uma grande empresa . Passou na entrevista inicial e estava indo ao
encontro do diretor para a entrevista final. O diretor viu seu CV,
era excelente. E perguntou-lhe:
- Você recebeu alguma bolsa na escola? - o jovem respondeu
- Não.
- Foi o seu pai que pagou pela sua educação?
- Sim - respondeu ele.
- Onde é que seu pai trabalha?
- Meu pai faz trabalhos de serralheria.
O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos. O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.
- Você já ajudou seu pai no seu trabalho?
- Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e
lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas
melhor do que eu.
O Diretor lhe disse:
- Eu tenho um pedido: quando você for para casa hoje, vá e lave
as mãos de seu pai. E venha me ver amanhã de manhã.
O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho
era alta!
Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixálo lavar suas mãos.
Seu pai se sentiu estranho, feliz, mas com uma mistura
de sentimentos e mostrou as mãos para o filho. O rapaz lavou
as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que ele
percebeu que as mãos de seu pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando ele a tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos trabalhando todos os dias para pagar seus estudos. As contusões nas mãos eram o preço que
seu pai teve que pagar por sua educação, suas atividades
escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em
silêncio organizando e limpando a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.
Na manhã seguinte, o jovem foi encontra-se com o Diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele
perguntou:
- Você pode me dizer o que você fez e aprendeu ontem em sua
casa?
O rapaz respondeu:
- Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e
organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje... Por
ajudar o meu pai agora eu percebo o quão difícil e duro é para
conseguir fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância
e o valor de ajudar a família.
O diretor disse:
- Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Quero contratar uma
pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa
que conhece os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e
que não coloca o dinheiro como seu único objetivo na vida.
Você está contratado.
Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente
dado a ela o que quer, desenvolve uma mentalidade de "Tenho
direito" e sempre se coloca em primeiro lugar. Ignora os esforços de seus pais.
Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos
filhos?
Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, educação de ponta, uma televisão de tela grande... Mas
quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por
favor, o faça experimentar isso também. Depois de comer, que
lave os pratos com seus irmãos e irmãs. Não é porque você
não tem dinheiro para contratar alguém que faça isso; é porque você quer amar do jeito certo. Não importa o quão rico você
é, você quer entender. Um dia, você vai ter cabelos brancos
como a mãe ou o pai deste jovem.
O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o
esforço e ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.
(Tradução da postagem de Adri Gehlen Korb)
Colaboração Berenice Pieve Brito
10
INFORMATIVO COCATREL
NOVEMBRO/2014
Curiosidade
Plantas medicinais
Lúpulo
Mandioca Gigante
O lúpulo é uma planta medicinal, também conhecida como
Engatadeira, Pé-de-galo ou Vinha-do-norte, muito utilizada para
fazer cerveja, mas que também
pode ser usada na preparação de
remédios caseiros para tratar distúrbios do sono, por exemplo.
O seu nome científico é
Humulus Lupulus e pode ser comprada em lojas de produtos naturais e farmácias de manipulação.
Para que serve: o Lúpulo serve
para ajudar no tratamento de agitação, ansiedade e perturbações
do sono, atuando também como
anti-espasmódico em caso de cólicas menstruais.
Propriedades: as propriedades
do Lúpulo incluem sua ação calmante, antiespasmódica e sonífera.
Modo de uso: as partes usadas
do Lúpulo são os seus cones, que
são semelhantes a flores, para fazer cerveja ou chás.
Chá: Colocar 1 colher (de chá) de
lúpulo em uma xícara de água fervente e deixar descansar por
aproximadamente 10 minutos.
Coar e beber antes de dormir.
Efeitos colaterais: os efeitos colaterais do Lúpulo incluem sonolência e diminuição da libido,
quando consumido em excesso.
Contra indicações: o Lúpulo está contraindicado durante a gravidez e amamentação, assim como para pacientes com diabetes
ou câncer.
Recebemos esta foto do associado Vicente Sérgio de Oliveira que colheu esta curiosa mandioca, da espécie Baiana,
em sua propriedade “Boa Vista dos Campos. Segundo ele,
foi necessário arrancar a mandioca com a ajuda de um trator.
NOVEMBRO/2014
INFORMATIVO COCATREL
11
Oportunidades
Para anunciar gratuitamente nesta coluna, basta entregar as informações
para Maísa, na Administração. Como se
trata de uma prestação de serviço aos associados, não publicaremos anúncios de
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Índice de Chuvas
Dados comparativos (em mm³)
Ano
2012
2013
2014
Dados pluviométricos
Jan Fev Mar Abr Mai
Jun
321 76,5 110 85 56
151
529 197,4 159 32,4 70,6 23,6
30,6 48
101 141,4 27,4 8,8
Ano Jan
2012 287
2013 510
2014 78
de Três Pontas
Jul
Ago Set
Out Nov Dez
16
0
53,5 68 217 152,5
12,2 2,8 70,2
95 156 210,8
38,0 14,2 23,6 35,7 224,8
Dados pluviométricos de Nepomuceno
Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
68 122 38 44
96,5 20
0
36
97 207 60,5 95
7
28
0
109
175 110 64
2
5
55
0
18
Dados pluviométricos de Santana da Vargem
Ano Jan Fev Mar Abr Mai
Jun Jul Ago Set
2012 352,5 112,5 149 42,5 55,5 125 14
0
48,5
2013 596 200 190
57 79,5 19,5 14
2,5 73,5
2014 25
45,5 112,5 132,5 12,5
5
50
2,5 21,50
Ano Jan Fev Mar
2012 357,5 87,5 90
2013 447 180 145
2014 80
35
47,5
Dados pluviométricos de Coqueiral
Abr Mai Jun Jul
Ago
87,5 45
85 27,5
0
92,5 85
25
30
7,5
97,5 4,3 6,2
28,6 5
Set
50
82,5
45,5
Out
35,5
97
47,5
Nov Dez
156 206
251 153,5
298,5
Out Nov Dez
39,5 145 132,5
102 235 150
51,0 244
Out
50
95
80
Nov Dez
172,5 126
240 177,5
213
Dados pluviométricos de Carmo da Cachoeira
Ano Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Out Nov Dez
2012 238 59 130,5 43
51 139,5 7
0
25
60 157,5 242
2013 554 158,5 167 59
56
14
37
0
59,5 79,5 250,5 122,5
2014 99 27,5 114 82,5 21
5
55
15 24,5 43
273
Fonte: Depto. de Assistência Técnica Cocatrel
12
Gente da Terra
Velocidade e adrenalina
Quem, principalmente meninos, que quando criança, nunca subiu numa bicicleta para disputar corrida
com os amigos? Quem nunca tentou fazer rampinhas para tentar superar seus limites? Foi assim que uma brincadeira de criança virou profissão para dois jovens trespontanos, Gustavo Mesquita Silva e Miguel Dixini Vilela.
Ambos começaram a correr ainda meninos e hoje acumulam títulos e estão entre os melhores pilotos brasileiros de BMX.
O BMX, também conhecido como bicicross, surgiu graças à admiração de jovens norte-americanos pelo
MotoCross. A vontade de imitar as manobras dos ídolos
aliada à falta de dinheiro para adquirir as motos fizeram
com que bicicletas fossem utilizadas em pistas de terra.
Nasceu, então, o Bicycle Moto Cross, ou simplesmente
BMX. Bem mais barato e fácil de ser praticado que sua
modalidade inspiradora, o BMX cresceu rapidamente, especialmente entre os jovens. A modalidade passou a ser
um esporte olímpico em 2008.
Gustavo e Miguel iniciaram suas carreiras praticamente juntos. “Eu tinha 7 anos e o Gustavo,13. Ele era
da turma do meu irmão e eu estava sempre com eles. Na
época, víamos cartazes e descobríamos as provas que
aconteceriam na região e geralmente meu pai nos levava
para competir”, explica Miguel.
Miguel Dixini Vilela, 20 anos, é filho de Ney Grandini Vilela e Gleida Dixini Vilela. Segundo ele, o apoio e incentivo dos pais foram muito importantes no início de sua
carreira. “Comecei a correr em uma pistinha que tinha perto de casa, aos 7 anos. Em 2002 fui para a minha primeira
competição, em São Lourenço. Em 2003 participei dos
campeonatos regionais e em 2004 fui para competições
no estado de São Paulo”. Em 2008 Miguel sofreu alguns
acidentes que o fizeram parar por um tempo, mas ele não
desistiu. “Foi em 2010 que voltei e decidi levar o esporte
realmente a sério. Aos 16 anos entrei para o Clube de Ciclismo São José dos Campos”, conta Miguel. Mas foi no
ano seguinte que Miguel começou a se destacar. “Em
2011 fui campeão paulista na categoria Júnior”. A partir de
2012 muitos outros títulos começaram a chegar e ele passou a ser observado pelos técnicos da seleção brasileira.
“Fui vice-campeão pan-americano, campeão brasileiro,
campeão antecipado da Copa Brasil e vice-campeão dos
Jogos Regionais de São Paulo”. A primeira vez que Miguel foi convocado para uma copa do mundo foi em abril
de 2013. Neste ano ele foi campeão pan-americano na categoria Elite Man, a principal do esporte, e ainda conquistou outros títulos.
O Gustavo teve uma trajetória um pouco mais
complicada. Segundo ele, seus pais Geraldo Francisco
da Silva e Maria do Carmo Mesquita Silva não deram muito apoio quando ele estava começando a disputar as primeiras corridas. “Meus pais não aprovavam muito porque
achavam que o BMX não me daria futuro algum. Mas com
o tempo eles foram percebendo que fui conseguindo me
virar sozinho, terminei meus estudos e hoje eles torcem
muito por mim”.
Depois de muita luta, tendo que conciliar o trabalho com os treinos para conseguir ir às competições, Gustavo teve seus momentos de glória. “Em 2008 ganhei todos os campeonatos que disputei, inclusive o Brasileiro.
Fui convidado para dar uma entrevista em São Paulo e fiz
um apelo ao narrador para dizer que eu estava precisan-
Gustavo Mesquita: campeão
mundial na categoria Júnior Man.
NOVEMBRO/2014
INFORMATIVO COCATREL
do de uma equipe. A entrevista repercutiu e três equipes
demonstraram interesse. A melhor delas foi a de São José
dos Campos e desde então estou lá. Era uma equipe sem
muita tradição no BMX. Neste mesmo ano ela contratou
mais dois pilotos. Chegamos a vice no paulista e a equipe
passou a ter mais reconhecimento”.
Apesar de tantas vitórias, foi em 2011 que Gustavo viveu um de seus melhores momentos. “Sempre sonhei em ser campeão brasileiro. Depois daquela conquista, meu objetivo era conseguir ir a um mundial e ficar entre
os oito colocados. Tentei por 3 anos mas não consegui patrocínio para viajar. Até que em 2011, mais uma vez foquei
no meu sonho e fiz o meu melhor. Vinha de treinos fortíssimos e vitórias em eventos nacionais e internacionais. Faltando um mês para o evento, recebi a notícia que eu mais
desejava: iria ao mundial”. Gustavo não só foi ao mundial
como saiu de lá como campeão de sua categoria. “Foi a
melhor sensação de todas”!
Além do mundial, neste mesmo ano Gustavo conquistou o título do Campeonato Brasileiro da CBC, Copa
do Brasil, campeonato Latino-americano e Panamericano. E os títulos não pararam por aí. Gustavo continua sendo um dos principais pilotos do Brasil e terminou
2014 em 2º do ranking nacional.
Mas nem tudo se resume a vitórias. O BMX é considerado um esporte radical, de muito contato com seus
adversários. Consequência disso é uma série de lesões
que de vez em quando aparecem para assombrar a vida
Miguel Dixini: campeão pan-americano
na categoria Elite Man.
dos atletas. “Em 2008 tive uma fase difícil porque quebrei
as duas pernas , o pé e o dedo, em momentos diferentes
do ano. Passei quase 6 meses engessado. Foi muito difícil porque, os 14 anos, meus amigos todos na escola, brincando, correndo e eu tive que ficar um mês sem nem mesmo ir à escola”, conta Miguel. Em 2014 Miguel sofreu outra lesão que o tirou de competições importantes. Ele quebrou o pé e está em fase de recuperação. “Quando a gente está num período bom e machuca é muito sofrido porque sabemos o caminho que teremos que percorrer novamente para voltar ao nosso melhor. É muito duro”. Gustavo também já teve muitas lesões, mas este ano ele quebrou a clavícula e quase desistiu do esporte. “Tive muito
apoio e solidariedade das pessoas e do chefe da minha
equipe. Não vou desistir nunca”.
Em 2014 Miguel passou uma temporada com a
seleção brasileira nos Estados Unidos. Foi lá que ele quebrou o pé e acabou tendo que retornar mais cedo para casa. Sobre a seleção, ele explica que “o objetivo de todo piloto é ser campeão mundial, não necessariamente estando na seleção. Mas a seleção facilita sua participação em
competições importantes. Hoje a copa do mundo tem corridas em cinco países diferentes e fica muito caro. Estando na seleção isso tudo é custeado e facilita nossa participação”.
Miguel tem grandes chances de disputar os Jogos Pan-americanos em 2015 e os Jogos Olímpicos do
Rio em 2016.
Tanto Gustavo quanto Miguel fazem parte da
mesma equipe, o Clube de Ciclismo São José dos Campos. Eles sentem um enorme carinho pela equipe, mas
possuem uma pontinha de frustração por não conseguir
representar Três Pontas nas competições mundo afora.
“Somos campeões e não conseguimos apoio suficiente
para levarmos o nome de Três Pontas conosco”. Eles residem em Três Pontas mas precisam fazer seus treinamentos em Varginha, por causa das péssimas condições da
pista da cidade. “Precisaríamos de uma pista com boa estrutura para treinar. Isso seria bom não só para gente
mas, por estarmos em visibilidade, teríamos credibilidade
para indicar algumas pessoas para seguir no esporte.
Tem muita gente com talento começando por aqui, mas infelizmente não temos estrutura para treinamento”.
Atualmente Miguel e Gustavo estão conseguindo viver do esporte, apesar do pouco patrocínio que possuem. Eles sabem que a carreira é curta, em média um ciclista compete em alto nível até os 33 anos, e ainda querem fazer uma faculdade. Ambos pretendem cursar Educação Física e atuar na área de treinamento para atletas.
Um ponto que consideram positivo depois que se tornaram profissionais é que aprenderam a ter disciplina e foco. “Vivemos em função do desempenho. Acordamos e
dormimos pensando no treino e em como podemos melhorar”, contam.
Apesar do BMX não ter tanta tradição e visibilidade, ele é um esporte que merece nosso apoio e seus atletas, reconhecimento. Que os sonhos destes meninos não
se apaguem, que as lesões não os façam desistir e que outros tantos títulos importantes sejam conquistados ao longo dos anos que estão por vir. “Reconheçam a queda e
não desanimem. Levantem, sacode a poeira e deem a volta por cima sempre!” Boa sorte!
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Disputa de um campeonato de BMX