LUANA PONTES BARROS LOPES - FAO

Transcrição

LUANA PONTES BARROS LOPES - FAO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
CISTO DE DESENVOLVIMENTO DO DUCTO
NASOPALATINO - RELATO DE CASO COM
PROSERVAÇÃO DE UM ANO
LUANA PONTES BARROS LOPES
MANAUS
2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
LUANA PONTES BARROS LOPES
CISTO DE DESENVOLVIMENTO DO DUCTO
NASOPALATINO - RELATO DE CASO COM
PROSERVAÇÃO DE UM ANO
Monografia
apresentada
à
disciplina de TCC II da
Faculdade de Odontologia da
Universidade
Federal
do
Amazonas,
como
requisito
parcial para obtenção de título
de Cirurgião-Dentista
Orientadora: Profª. Drª. Juliana Vianna Pereira
Co-Orientadora: Prof.ª Dr.ª Nikeila Chacon de Oliveira Conde
MANAUS
2011
LUANA PONTES BARROS LOPES
CISTO DE DESENVOLVIMENTO DO DUCTO
NASOPALATINO - RELATO DE CASO COM
PROSERVAÇÃO DE UM ANO
Monografia apresentada à
disciplina de TCC II da
Faculdade de Odontologia da
Universidade
Federal
do
Amazonas, como requisito
parcial para obtenção de título
de Cirurgião-Dentista.
Aprovado em 11 de novembro de 2011
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dr.ª Juliana Vianna Pereira, Presidente
Prof. José Eduardo Gomes Domingues, Membro
Prof. André Luiz Carvalho Barreiros, Membro
Dedico este trabalho a minha
avó Francisca, a minha tia
Rosângela e a minha mãe
Neurilene, por todo o apoio e
incentivo para que eu pudesse
alcançar meus objetivos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida e pela sabedoria, sem Ele nada seria possível.
À minha família por todo amor, carinho e apoio tornando possível a realização desta
etapa da minha formação.
Ao Pedro Henrique Monteiro pelo companheirismo e amor que tornou agradável todas
as etapas para a concretização desde trabalho.
À Juliana Vianna Pereira por toda orientação para a execução deste trabalho.
À Nikeila Chacon de Oliveira Conde e ao José Eduardo Gomes Domingues por toda a
orientação e ensinamentos adquiridos durante o período que foi realizado a atividade
curricular de extensão.
Ao Giorge Pessoa de Jesus pelos ensinamentos e realização da cirurgia de biópsia.
Ao Jeconias Câmara pelo apoio dado no departamento de Patologia e Medicina Legal.
Às minhas amigas Larissa, Monicque, Camila, Melina por todos os momentos
inesquecíveis que passamos juntas durante todo este período de formação acadêmica.
Em especial ao meu amigo Pedro Henrique Duarte, pessoa incrível que tornou nossa
convivência durante este período de graduação agradável e prazerosa.
RESUMO
O cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino é classificado como um cisto de
origem não-odontogênica, sendo o cisto de ocorrência mais comum desta classificação.
Sua patogênese é incerta e exibe um crescimento lento e assintomático. O objetivo deste
trabalho é relatar um caso clínico de cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino,
diagnosticado e tratado na clínica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal
do Amazonas. O paciente do gênero masculino procurou atendimento para a realização
de exame semiológico de rotina. Nos exames extra e intra-orais não foi observado
nenhuma alteração de normalidade na região palatina, na realização do odontograma foi
observado restaurações insatisfatórias nos dentes 11 e 21 e no dente 22 indicação para
extração. Foi realizado o exame radiográfico na região onde foi observado a presença de
imagem radiolúcida, em formato ovalado, com halo radiopaco e 1,5 cm no seu maior
diâmetro entre os ápices dos elementos 11 e 21. A lesão foi removida cirurgicamente
por enucleação e enviada para o exame histopatológico, onde foi confirmado o
diagnóstico de cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino com três tipos epiteliais:
epitélio pavimentoso estratificado, epitélio cúbico simples e epitélio pseudoestratificado. A proservação após um ano mostrou ausência de recorrência da lesão.
Palavras-chave: cistos de origem não-odontogênica, cisto do ducto nasopalatino.
SUMMARY
The nasopalatine duct cyst is classified as a non-odontogenic. Under this classification
that cyst is the most common occurrence. It’s pathogenesis is uncertain and displays a
slow and asymptomatic growing. The objective of this study is to report a case of
nasopalatine duct cyst, diagnosed and treated at the clinic of the Faculdade de
Odontologia- Universidade Federal do Amazonas. In the case report, the male patient
sought treatment for a routine session. At the extra and intra-oral examination no
abnormalities were observed; at the dental examination only unsatisfactory restorations
were observed in teeth 11 and 21 and at tooth 22 indicated for extraction. Radiographic
examination was conducted in the region where it was observed the presence of
radiolucent image between the roots of the elements 11 and 21. The lesion was
surgically removed by enucleation and sent for histopathological examination, observed
three types of epithelium: stratified squamous epithelium, cuboidal epithelium e
pseudoestratified epithelium, which confirmed the diagnosis of nasopalatine duct cyst.
After one year follow-up showed no recurrence of the injury.
Keywords: non-odontogenic cyst, nasopalatine duct cyst.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................
08
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................
10
3. OBJETIVO............................................................................................
35
4. RELATO DE CASO.............................................................................
36
5. DISCUSSÃO..........................................................................................
42
6. CONCLUSÕES.....................................................................................
48
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 49
APÊNDICES...............................................................................................
51
8
1.
INTRODUÇÃO
Os cistos de origem não odontogênica são considerados de ocorrência rara no
sistema estomatognático, desses o cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino é o
diagnosticado com maior frequência. Este cisto foi descrito pela primeira vez por Meyer
em 1914. Sua patogênese é de origem incerta, e acredita-se que este cisto origina-se da
proliferação de remanescentes epiteliais presentes no ducto palatino, estrutura
embrionária que une a cavidade nasal com a cavidade bucal na região do canal incisivo.
(VASCONCELOS et al., 1999; MARTINS et al., 2007; FRANCOLI et al., 2008;
BACHUR et al., 2009; PAVANKUMAR; SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010; SUTER et
al., 2011a)
O cisto do ducto nasopalatino é normalmente assintomático, de crescimento
lento. Seu diagnóstico geralmente é feito em exames clínicos e/ou radiográficos de
rotina. (MARTINS et al., 2007; FRANCOLI et al., 2008; PAVANKUMAR;
SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010; NELSON; LINFESTY, 2010; SUTER et al., 2011a).
Casos sintomáticos indicam infecção secundária da lesão. Os principais sinais e
sintomas citados são: drenagem, aumento de volume e dor. (MARTINS et al., 2007).
Este cisto pode ser observado em qualquer idade, com o máximo de incidência entre a
4ª e a 6ª década de vida, acomete principalmente as raças caucasianas e negras
(OLIVEIRA et al., 2009). A maioria dos trabalhos indicam predileção da lesão pelo
sexo masculino (FRANCOLI et al., 2008).
Apesar de seus achados clínicos e radiográficos serem bastante semelhantes
dentre os casos até então relatados na literatura, em virtude de sua localização
anatômica e proximidade com os incisivos centrais superiores, esta lesão é
frequentemente confundida com cistos periapicais, dificultando o seu diagnóstico e
decisão terapêutica (BACHUR et al., 2009). Seu diagnóstico diferencial pode ser feito
9
com: o cisto radicular, o alargamento do canal nasopalatino e queratocisto, porém dados
clínicos, radiográficos e histopatológicos levam a confirmação do diagnóstico
(MARTINS et al., 2007; FRANCOLI et al., 2008; OLIVEIRA et al., 2009).
A forma de tratamento desta lesão é cirúrgica, podendo ser pela técnica de
marsupialização seguida de enucleação (OLIVEIRA et al., 2009), ou somente em uma
sessão
por
enucleação
(PAVANKUMAR;
SHOLAPURKAR;
dependendo do tamanho da lesão e das estruturas envolvidas.
JOSHI,
2010),
10
2.
REVISÃO DE LITERATURA
Rodrigues; Barroso (1988) discutiram através de revisão de literatura a etiologia
dos cistos do ducto nasopalatino. Dentre os cistos fissurais, aqueles de origem não
odontogênica, na maxila podemos ter na linha média como: cistos nasopalatinos, cistos
palatinos medianos e cistos palatinos do recém nascido; e os laterais como: cistos
globulomaxilares e cistos nasolabiais. Por sua vez o cisto do ducto nasopalatino pode se
dividir em cisto do canal incisivo e da papila palatina. O cisto do canal incisivo possui
outras denominações como: nasopalatino, cisto do conduto palatino e cisto mediano da
maxila anterior; e é o mais comum cisto de origem não odontogênica. Porém suas
causas e patogênese não têm sido firmemente estabelecidas. Várias têm sido propostas
entres as principais: o trauma, diretamente ou indiretamente sobre o canal incisivo
podendo ser por próteses mal adaptadas, porém esta lesão não é tão frequente como esse
tipo de trauma o que enfraquece esta etiologia; infecções, estimulando os restos
epiteliais a proliferar, contudo não é possível esta possibilidade, pois nesta lesão
raramente ocorre comunicação bucal e nasal; retenção mucosa, com o bloqueio dos
ductos e acumulação da secreção podendo ser responsável pela expansão óssea, porém a
lesão tem início intra-ósseo, não se comunicando com a cavidade bucal sendo raro as
glândulas secretarem para dentro do ducto. Assim o mecanismo que provoca o disparo
do desenvolvimento espontâneo do cisto, ainda tem que ser identificado e que as
chances da ocorrência deste cisto pode ser por algum determinante genético.
Clinicamente os cistos nasopalatinos raramente produzem sintomas, eles são
descobertos acidentalmente em radiografias de rotina. Ocasionalmente estes cistos
podem manifestar edema, principalmente na parte anterior da região da linha média do
palato. Em alguns casos pontos de flutuação podem ser observados entre o palato e a
região vestibular dos incisivos. O abaulamento da cavidade nasal e distorção do septo
11
nasal na sua porção posterior têm sido descritas em alguns casos. A expansão cística
pode exercer pressão no nervo nasopalatino, sendo a causa de alguns casos ter alguma
sintomatologia, especialmente nos casos de infecção secundária. Ao exame radiográfico
a localização do cisto nasopalatino é na linha média do palato, pode se apresentar em
formato ovóide, formato de coração, dependendo do tamanho da lesão, pois quando esta
ainda está pequena a sobreposição da espinha nasal anterior sobre o cisto, este adquire o
formato de coração. É unânime a forma de tratamento desta lesão sendo o mais indicado
o tratamento cirúrgico da enucleação. Conclui-se que ainda hoje exista muita
controvérsias a respeito da etiologia do cisto nasopalatino, não sendo ainda nenhuma
firmemente estabelecida.
Vasconcelos et al. (1999) propuseram um estudo retrospectivo de 31 pacientes
diagnosticados com cisto do ducto nasopalatino pelo Laboratório de Patologia oral da
Universidade Federal de Minas Gerais, apresentaram dados desta série de casos e
compararam dados presentes na literatura. Foram revistas todas as biópsias feitas no
período de 1966-1997 registradas como cistos da maxila, os dados, incluindo idade,
sexo, raça, localização da lesão, sintomas pré-operatórios, radiografias e aparência da
lesão foram coletadas. Na avaliação histológica da lesão foram revistos os tipos e
características do epitélio da parede cística da lesão. Lesões associadas a imagens
radiográficas de calcificações e dentes não vitais foram descartadas. Foram avaliadas
12591 lesões no total, dentre essas 31 eram de cistos de desenvolvimento do ducto
nasopalatino, cerca de 0,25% de todas as lesões. Das lesões de cisto do ducto
nasopalalatino a maioria dos pacientes foram do sexo masculino, 24 casos, cerca de
77,4% dos cistos do ducto nasopalatino. Em 27 casos (87%) a lesão apresentava-se
assintomática. Todos os casos se apresentaram na linha anterior média da maxila, e de
acordo com a solicitação da biópsia todas as lesões se apresentaram como uma
12
radioluscência bem circunscrita, na linha média da maxila, com formato ovóide,
redondos ou em forma de coração. O epitélio cístico variou entre os casos, um tipo de
epitélio foi encontrado em 11 casos, dois tipos de epitélio foi encontrado em 12 casos e
a combinação em três casos. O epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado foi
identificado em 29 casos, este epitélio apresentou acantose e proliferação em 6 casos e
essas alterações foram associadas a reações inflamatória intensa e proliferação capilar
dentro da parede cística. O epitélio pseudoestratificado foi observado em 24 casos,
células calciformes estiveram presentes em 5 casos. O epitélio simples cuboidal foi
observado em 9 casos e o epitélio simples foi observado em 1 casos. Em trinta casos o
tratamento foi a excisão cirúrgica da lesão e em um casos foi realizada a técnica de
marsupialização, todos os casos foram acompanhados e nenhum apresentou recidivas.
Na análise dos casos nenhum fator etiológico significativo pode ser estabelecido.
Rangel-Garcia Jr; Ponzoni; Barioni (2000) apresentaram um caso clínico de um
cisto do ducto nasopalatino de grande extensão. Os autores relataram que a paciente de
22 anos de idade do sexo feminino procurou o Serviço de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP com queixa
principal de dor intensa e pulsátil na região anterior da maxila. No exame extrabucal
não foi observado nenhuma alteração, no exame intrabucal observou-se a região
vestibular anterior da maxila flutuante a palpação, sensível ao toque. Ao exame
radiográfico foi observado extensa imagem radiolúcida, medindo 6 cm no seu maior
diâmetro, bem delimitada, circunscrita por halo radiopaco, envolvendo a região anterior
de maxila e os elementos dentais 14 a 23, estendendo-se até ambos os seios maxilares e
fossa nasal. O incisivo lateral superior direito, apresentava-se em terapia endodôntica,
com curativo de demora no momento do exame. Os demais dentes envolvidos na lesão,
respondiam de forma positiva ao teste de vitalidade. Optou-se pela biópsia excisional
13
com enucleação total da lesão sob anestesia geral. Primeiramente foi realizado o
tratamento endodôntico dos elementos 13 a 23, cujos ápices estavam em íntimo contato
com a lesão. Foi realizada a punção aspirativa que revelou a presença de líquido
amarelo sanguinolento no interior da lesão. O acesso foi feito pela vestibular e durante a
osteotomia foi observado uma fina espessura do osso cortical vestibular e drenagem de
secreção purulenta que estava sob pressão na cavidade da lesão. O pós operatório
ocorreu com ausência de sintomatologia dolorosa em 6 meses de proservação. No
exame histopatológico observou-se cavidade cística revestida por epitélio, com a
cápsula formada por tecido conjuntivo fibroso contendo no seu interior feixes nervosos
e canais vasculares, havia uma grande quantidade de infiltrado inflamatório agudo. O
diagnóstico foi de cisto do ducto nasopalatino. Conclui-se que a identificação precoce
dos cistos da cavidade bucal, como o cisto do ducto nasopalatino e o correto manejo
terapêutico tem importância na prevenção de comprometimento de estruturas
anatômicas adjacentes.
Dutra et al. (2003) estudaram com base na revisão de literatura aspectos clínicos
e radiográficos do cisto do ducto nasopalatino. Este cisto, dentre os de origem não
odontogênico, é mais comum da maxila. Não possui uma etiologia conhecida, porém
possíveis causas podem estar associadas, como trauma e infecções. A faixa etária de
ocorrências deste cisto está entre a quarta e a sexta décadas de vida, porém há relatos na
literatura deste diagnóstico em pacientes atípicos, quanto ao gênero há uma prevalência
de ocorrência entre homens na proporção de 3:1. Clinicamente a maioria dos cistos do
ducto nasopalatino são assintomáticos e são geralmente detectados em exames
radiográficos de rotina, quando ocorre sintomatologia as ocorrências mais frequentes
são: edema, drenagem e dor a palpação. Radiograficamente este cisto apresenta-se como
uma área radiolúcida ovalada, arredondada ou em formato de coração, circunscrita por
14
um halo radiopaco, próximo a linha mediana região anterior da maxila e junto ao ápice
dos incisivos centrais, podendo ser interpretado como uma lesão periapical de origem
inflamatória. Para cisto em grande extensão, o exame de tomografia computadorizada
pode mostrar com mais detalhes o tamanho e a extensão da destruição óssea. O
diagnóstico diferencial inclui patologias como: cisto palatino mediano, cisto alveolar
mediano, tumores ósseos primários, cisto radiculares e queratocistos, além de ser apenas
o alargamento do forame incisivo com o diâmetro máximo de 6mm, considerado
normal. A terapêutica mais recomendada é a remoção cirúrgica pela técnica de
enucleação e a recidiva é rara. Outra técnica cirúrgica é a marsupialização indicada em
casos de lesões bastante extensas. Conclui-se que apesar do cisto do ducto nasopalatino
ser uma patologia bastante conhecida merece atenção dos profissionais para o seu
correto diagnóstico e adequado plano de tratamento, sendo difícil em casos onde a
dimensão do cisto está aumentada afetando estruturas anatômicas adjacentes, assim é
importante o conhecimento das características da lesão e os métodos auxiliares de
diagnóstico como: o teste de vitalidade pulpar, aspiração, radiografias e tomografias.
Elliott; Franzese; Pitman (2004) reportaram dois diferentes casos clínicos de
cisto do ducto nasopalatino. No primeiro caso clínico um paciente do sexo masculino de
69 anos de idade descobriu em uma tomografia computadorizada uma lesão cística na
linha média da maxila anterior. Na sua consulta inicial, o paciente relatou que
descontinuou o uso da sua prótese total superior, porque esta já não se encaixava
adequadamente. Ele negou que tivesse qualquer área de edema, dor ou drenagem na
cavidade oral. Ao exame físico não foi notado qualquer proeminência óssea na região da
maxila anterior. Ao exame de tomografia computadorizada foi observado uma lesão
cística de forma ovóide na maxila anterior medindo 2 cm de diâmetro, foi feita a
aspiração com uma agulha fina um fluido cor de palha. O paciente então foi submetido a
15
remoção cirúrgica da lesão pela técnica de enucleação e o espécime foi encaminhado
para o exame histopatológico que revelou um epitélio escamoso com infiltrado
inflamatório. Foi observado no pós cirúrgico uma área de deiscência na região da
maxila anterior, e após 5 meses de proservação não foi observado qualquer sinal de
recidiva e o paciente pode usar suas próteses normalmente. No segundo caso clínico
uma paciente de 17 anos de idade do sexo feminino se apresentou ao ambulatório com a
queixa principal de inchaço no palato há 9 meses, ela negou a drenagem da lesão na
cavidade oral, no exame clínico foi observada uma massa flutuante dolorosa na região
de maxila anterior. Na endoscopia nasal foi observado o assoalho da cavidade nasal
direita elevada. A tomografia computadorizada confirmou todos os achados, revelando
uma lesão na linha média de maxila anterior, com formato ovóide envolvendo palato
duro estendendo-se superiormente ao longo do septo nasal, causando obstrução da
cavidade nasal direita, medindo no seu maior diâmetro 2,8 cm. A paciente foi submetida
à cirurgia, foi feita a marsupialização do cisto através de uma abordagem sublabial
transnasal. Os achados histopatológicos revelaram uma combinação de epitélio
escamoso e respiratório com infiltrado inflamatório. A paciente não teve complicações
no pós operatório e não apresentou recidivas em 3 meses de proservação. Conclui-se
que o cisto do ducto nasopalatino é o cisto de origem não odontogênica mais comum
que acomete a cavidade oral, seu tratamento de escolha é a enucleação com baixos
índices de recidivas, porém a marsupialização está indicada em alguns casos.
Igreja et al. (2005) apresentaram um caso clínico de um cisto do ducto
nasopalatino de grande extensão, onde a conduta clínica foi a marsupialização inicial,
seguida de proservação até que ocorresse uma neoformação óssea no local e posterior
enucleação da lesão. Os autores relataram que o paciente do gênero masculino de 37
anos de idade, cor branca, apresentou-se com a queixa de aumento de volume no palato,
16
segundo o paciente o aumento inicialmente atingia somente o palato e posteriormente
estendeu-se para a região anterior dos incisivos centrais, causando deformidades faciais.
Ao exame extrabucal foi observado aumento de volume com apagamento do sulco
nasolabial e ligeiro levantamento da asa do nariz direita, a área apresentava-se
avermelhada com sinais de inflamação e dor à palpação. No exame intrabucal, o
aumento atingia o fundo do vestíbulo na região anterior direita e todo o palato duro,
clinicamente a coroa dos elementos 11 e 21 estavam apinhadas, havia dor à percussão
vertical e horizontal nos incisivos e canino direito. Todos os dentes envolvidos
responderam normalmente ao teste de sensibilidade. Nos exames rediográficos
observou-se uma imagem radiolúcida com o halo radiopaco bem delimitado, expansiva
na região da linha média estendendo-se até os segundos pré-molares sugestivo de cisto
do ducto nasopalatino. Foi feita uma punção aspirativa da lesão e foi coletado um
líquido turvo sanguinolento, houve a diminuição do volume da área e foi colocado um
dreno na região para manter a descompressão da área. Após 15 dias o paciente retornou
sem dor e com diminuição do edema na região, planejou-se uma biópsia incisional com
marsupialização da lesão por vestibular, houve muita drenagem sob pressão. O exame
histológico foi compatível com o cisto do ducto nasopalatino. As suturas foram
mantidas, nesse período houve redução clínica do volume da lesão além da diminuição
da sintomatologia, o paciente foi orientado para higienização da lesão com soro
fisiológico. Nos retornos subseqüentes foram feitas radiografias registrando a
diminuição da lesão cística, o paciente vem sendo proservado com melhora acentuada
do quadro clínico e neoformação óssea na região, aguardando o melhor momento para
enucleação cirúrgica da lesão. Conclui-se que nesta apresentação clínica do cisto do
ducto nasopalatino com grande extensão e volume, sugerem outras hipóteses
diagnósticas, orientando para o planejamento cirúrgico inicial com a marsupialização e
17
confirmação do diagnóstico, acompanhamento clínico até o momento favorável à
enucleação da lesão diminuindo assim complicações trans e pós operatórias.
Martins et al. (2007) apresentaram um caso clínico de um cisto do ducto
nasopalatino que foi diagnosticado com bases clínicas, radiográficas e histopatológicas.
Relatou-se que paciente M.A.C., 22 anos, sexo feminino, leucoderma foi encaminhada
em virtude de um achado radiográfico na região anterior da maxila, na anamnese não foi
relatado nenhum histórico de trauma na região, ao exame físico extra e intrabucal
notava-se tecido cutâneo e mucoso íntegro não foram encontrados quaisquer sinais de
tumefações. Porém nos exames radiográficos, panorâmico e periapical revelaram uma
lesão radiolúcida, unilocular, bem delimitada, com formato de pêra situada próximo a
região apical dos incisivos centrais superiores. Com tais achados clínicos e
radiográficos formulou-se a hipótese diagnóstica de cisto do ducto nasopalatino. Foi
feita uma biópsia excisional e o material foi enviado para o exame anatomopatológico, e
o seu resultado revelou fragmentos de tecido conjuntivo denso intensamente
colagenizado revestido parcialmente por epitélio cuboidal, em algumas regiões ciliado.
Na cápsula foram observados feixes de tecido nervoso, pontos de calcificação distrófica,
tecido muscular e células adiposas. O diagnóstico histopatológico confirmou a hipótese
de cisto do ducto nasopalatino. Foram realizados controles clínicos pós-operatório de 7
e 15 dias com excelente recuperação. Controle radiográfico panorâmico e periapical
após 3 anos da remoção cirúrgica da lesão mostrou tecido ósseo reparado e sem sinais
de recidiva da lesão. Conclui-se que o cisto do ducto nasopalatino apesar de ser
assintomático e ter crescimento lento deve ser investigados nos exames de rotina e
tratados cirurgicamente, pois seu crescimento pode ocasionar alterações nos dentes
subjacentes, expansão óssea e dor.
18
Francoli et al. (2008) realizaram um estudo retrospectivo observacional de 22
casos de cistos de desenvolvimento do ducto nasopalatino no período de 36 anos na
Universidade de Barcelona (1970-2006), descrevendo suas características clínica e
patológicas e discutindo as possíveis etiologias, incidência, diagnóstico e tratamentos
desta lesão. Foram pesquisados os dados de todos os pacientes como: idade, gênero,
raça, doenças antecedentes, possível etiologia, tamanho e forma da lesão, sintomas,
tratamento realizado e histologia da lesão, também foram observadas as radiografias
panorâmicas e tomografia computadorizada de todos os pacientes. Os resultados obtidos
foram que em 22 casos diagnosticados de cisto de desenvolvimento do ducto
nasopalatino, 22 pacientes eram caucasianos (12 homens e 10 mulheres), as idades
atingidas foi de 16-73 anos (média de 46 anos de idade) e o pico de incidência foi 50-60
anos de idade. Apenas 7 pacientes apresentaram histórico de doença antecedente: 4 com
hipertensão arterial, 2 com doença pulmonar crônica obstrutiva, 3 com úlcera
gastrointestinal, 2 com alta taxa de colesterol no sangue e apenas um paciente com
história de 3 ataques cardíacos. Quantos aos hábitos nocivos, 6 pacientes fumavam
cerca de 20 cigarros por dia e 9 pacientes fumavam cerca de 4 a 10 cigarros por dia, 8
pacientes relataram consumir álcool moderadamente. Sobre as possíveis etiologias das
lesões: 4 pacientes usavam prótese total superior que apresentavam algum desequilíbrio
de adaptação, 8 pacientes tinham histórico de infecção crônica do incisivo central
superior secundária a um trauma, problema periodontal ou tratamento endodôntico
insatisfatório, 2 pacientes tinham
rinite bacteriana crônica e 8 pacientes não
apresentavam qualquer patologia associada a lesão. Foi observada a vitalidade do dente
incisivo central superior em 14 casos. Em 8 casos foi necessário tratamento endodôntico
por necrose pulpar. Na imagem da radiografia foi observada a média de tamanho de 14
mm, em 10 casos a lesão estava em formato de coração e em 12 casos na forma oval.
19
Conclui-se que o cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino tem origem incerta, e
seu pico de incidência é entre a quinta e a sexta década de vida, não apresenta
predileção por sexo ou raça e seu diagnóstico e remoção cirúrgica deve ser feito
precocemente.
Scolozzi et al. (2008) apresentaram um caso clínico incomum de uma criança de
7 anos de idade que foi diagnosticado com cisto do ducto nasopalatino. Os autores
relataram um caso de paciente do sexo masculino de 7 anos de idade que procurou o
serviço de odontologia com queixa principal de uma “massa” com crescimento lento na
região anterior do seu palato, o paciente relatou que não sentia dor e que não havia
drenagem no local. Relatou também que a “massa” havia sido descoberta através de
exames radiográficos feitos devido ao mau posicionamento dos incisivos centrais
superiores. Ao exame intrabucal foi observado uma lesão de coloração azul violáceo,
macia, indolor, flutuante na região anterior do palato medindo cerca de 2 cm no seu
maior diâmetro, os incisivos centrais superiores permanentes estavam deslocados para
mesial e com presença de mordida cruzada anterior, os elementos estavam vitais e não
havia dor a percussão. Ao exame radiográfico a lesão se apresentava extensa, bem
delimitada, simétrica e radiolúcida na região mediana da maxila anterior, medindo
aproximadamente 2 cm de diâmetro, as raízes dos dentes incisivos superiores não
apresentavam reabsorção. Na tomografia computadorizada observou o tamanho da lesão
cística de 2,5 cm na horizontal, 1,7 cm na vertical e 1,5 cm na sagital, apresentava
também expansão da cortical óssea pela palatina e pela vestibular. A hipótese
diagnóstica foi de cisto do ducto nasopalatino baseado nas evidências clínicas e
radiográficas. Sob anestesia local foi feita a remoção cirúrgica pela técnica de
enucleação e o material foi enviado para a análise histopatológica, não houve
complicações pós operatórias. O exame histopatológico revelou uma parede cística
20
fibrosa, parcialmente revestida por epitélio escamoso estratificado e parcialmente por
epitélio respiratório em alguns lugares aparência de epitélio pseudoestratificado,
presença de células do tecido mucoso, glandular e nervoso em algumas áreas. O
diagnóstico de cisto do ducto do nasopalatino foi confirmado, o paciente foi proservado
por 2 anos sem recidiva. Conclui-se que o diagnóstico cisto do ducto nasopalatino em
pacientes pediátricos deve ser mantido como diagnóstico diferencial de lesões da região
anterior da maxila mesmo sendo incomum em paciente desta faixa etária.
Tanaka et al. (2008) apresentaram um caso clínico de cisto do ducto do
nasopalatino de grande extensão com protusão nasolabial mostrando suas características
na tomografia computadorizada e imagem da ressonância magnética. Os autores
relataram que um paciente do sexo masculino de 39 anos de idade procurou
atendimento queixando-se de inchaço na região nasolabial, ele relatou que o inchaço era
indolor e que havia notado o inchaço alguns meses antes. O exame radiográfico revelou
a presença de uma extensa lesão cística na região entre os incisivos centrais superiores.
No exame extrabucal havia protusão vestibular de ambas bases nasais, o lábio superior
também foi projetado para vestibular mas não houve nenhuma alteração sensorial, ao
exame intrabucal havia um grande inchaço na região de mucosa labial superior e havia
inchaço na região palatina, ambos indolores. Esses inchaços estavam flutuantes a
palpação e aparentavam ser duas lesões distintas, porém tinha a suspeita de ser uma
única lesão cística de grande extensão. Ao exame radiográfico foi observado uma lesão
radiolúcida, bem delimitada, arredondada envolvendo o ducto nasopalatino e os ápices
dos incisivos superiores. Não havia deslocamento nos incisivos centrais superiores nem
tratamento endodôntico. No exame de tomografia computadorizada foi observada uma
lesão cística de 3 cm no seu maior diâmetro, havia presença de reabsorção do osso do
assoalho nasal, incluindo a espinha nasal anterior, além da cortical da maxila anterior e
21
do palato. Na ressonância magnética, a lesão apareceu bem delimitada com
hiperintesidade homogênea em T2, mostrou também notável expansão extra óssea para
a cavidade nasal e face anterior, lateralmente a lesão também se expandia para o osso
maxilar e complexo nasolabial. Com base nestes resultados foi feita a hipótese
diagnóstica de um extenso cisto do ducto nasopalatino e foi planejada a remoção
cirúrgica por enucleação. Primeiramente foi feito o tratamento endodôntico em todos os
incisivos superiores, a remoção cirúrgica foi feita sob anestesia geral, o cisto era
preenchido por um líquido seroso amarelado e suas paredes finas foram facilmente
destacadas dos tecidos moles. O material foi enviado para a análise histopatológica e
confirmou o diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino, com a parede cística formada
de epitélio colunar ciliado e escamoso estratificado. O pós operatório ocorreu sem
complicações. Conclui-se que em casos onde há grande extensão da lesão, devem ser
observados os exames radiológicos minuciosamente para ser traçado o melhor plano de
tratamento.
Bachur et al. (2009) reportaram 4 casos clínicos de cistos do ducto nasopalatino
com enfoque em suas características microscópicas e de diagnóstico diferencial,
buscando informações relevantes para a prática odontológica. Foram incluídos no
estudo 4 casos diagnosticados histologicamente com cisto do ducto nasopalatino entre
2005 e 2008. Informações demográficas, clínicas e radiográficas foram obtidas a partir
dos registros laboratoriais. Todas as lâminas foram revisadas na coloração de
hematoxillina e eosina sob microscopia ótica e as informações referentes ao tipo de
epitélio de revestimento e aos componentes histológicos do tecido capsular foram
avaliadas para cada caso. Como resultados foram obtidos que os 4 casos diagnosticados
todos acometeram homens, com idade variando dos 41 aos 72 anos de idade. Todas as
lesões eram assintomáticas e foram descobertas em radiografias de rotina ou realizada
22
para o planejamento de tratamento odontológico nos incisivos superiores, apenas em um
caso havia aumento de volume palatino associado à lesão. A imagem radiolúcida nas 4
lesões mostrou-se bem delimitada localizada entre os incisivos centrais superiores, com
tamanho variando entre 1 a 4 cm. Todos os casos foram tratados com procedimentos
cirúrgicos conversadores, sob anestesia local, com remoção completa das lesões. Em
todos os casos pode-se observar o revestimento epitelial do lúmen cístico, sendo que em
dois casos mais de um tipo epitelial estava presente. Foram observados epitélio
pavimentoso estratificado não queratinizado (3 casos), esse epitélio tinha duas camadas,
uma de células cuboidais basais e uma camada luminal de células cilíndricas. O outro
caso foi observado epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado e foi observado
também epitélio cuboidal simples em 1 caso. Com relação à cápsula de tecido
conjuntivo denso, foram observadas presença de estruturas glandulares em 2 casos e de
vasos e nervos calibrosos em 1 caso. Em 2 casos apresentavam áreas de inflamação
focal na cápsula. Conclui-se que estes cistos acometem preferencialmente homens,
devem ser considerados como possibilidades diagnósticas nas áreas radiolúcidas na
linha média, devem ser tratados por enucleação cirúrgica simples e a avaliação
microscópica do material removido, mostrando revestimento epitelial, que é
fundamental para o diagnóstico correto.
Gulinelli et al. (2009) apresentaram um caso clínico de um cisto do ducto
nasopalatino em paciente do sexo masculino, 55 anos de idade, encaminhado com a
queixa principal de dor e aumento volumétrico na região anterior do palato. Durante a
anamnese o paciente relatou ser etilista e tabagista. Ao exame físico extrabucal havia
simetria facial. Ao exame intrabucal foi observado aumento volumétrico nodular
palatino e vestibular de aproximadamente 2 cm de diâmetro, eritematoso, consistência
mole à palpação, dolorido, localizado na região mediana do palato duro. Os elementos
23
11 e 21 estavam ausentes. Os elementos 13, 22 e 23 responderam positivamente ao teste
de vitalidade pulpar, estando apenas o 12 com resposta negativa. Os tecidos
periodontais estavam com alterações patológicas e a higiene bucal do paciente era
insatisfatória. Ao exame radiográfico foi observada uma imagem radiolúcida,
circunscrita, bem definida e de formato oval, foi observado também tratamento
endodôntico satisfatório no elemento 12. Foi sugerido como diagnóstico diferencial
cisto radicular, cisto residual e cisto do ducto nasopalatino. Foi realizada a punção
aspirativa e foi obtido um líquido amarelado, posteriormente o cisto foi enucleado sob
anestesia local, optou-se pelo acesso vestibular. A peça foi removida e enviada para o
exame histopatológico que revelou um epitélio estratificado pavimentoso nãoqueratinizado, células inflamatórias e tecido conjuntivo cronicamente inflamado,
compatível com o cisto do ducto nasopalatino. O paciente foi proservado e não foi
observado nenhuma alteração clínica ou radiográfica. Conclui-se que o diagnóstico
deste cisto é obtido inicialmente pelos aspectos clínicos e radiográficos e confirmado
pelo exame histopatológico, ressaltando a importância de realizar teste de vitalidade
descartando a hipóteses de outras lesões que necessitam de intervenção endodôntica.
Oliveira et al. (2009) apresentaram um caso clínico de um cisto do ducto
nasopalatino, cuja conduta foi marsupialização seguida de enucleação como tratamento
cirúrgico desta lesão, abordando as dificuldades de diagnóstico e da conduta terapêutica
preconizada em sua resolução. Os autores relataram que o paciente do gênero
masculino, melanoderma compareceu a clínica queixando-se de um abaulamento na
região anterior da maxila. Na anamnese foi relatado que há aproximadamente um ano os
elementos 11 e 21 foram submetidos a tratamento endodôntico. Durante a inspeção
extrabucal foi observada a presença de assimetria facial com discreta elevação do lábio
superior, no exame intrabucal foi observado um abaulamento das corticais ósseas
24
vestibular e palatina referente aos incisivos centrais, foram solicitados tomografia
computadorizada e radiografia oclusal como exames de imagem, nos quais constatou-se
a presença de área radiolúcida, compatível com uma lesão osteolítica na região de
incisivo superiores, e também a presença de deslocamento dentário e tratamento
endodôntico insatisfatório nos elementos 11 e 21. Os testes de vitalidade pulpar foram
negativos para os incisivos centrais superiores, e punção aspirativa positiva para líquido.
Foi realizado o retratamento endodôntico dos elementos 11 e 21 e não obteu-se melhora
clínica com este procedimento. Foi constatado então que se tratava de uma lesão de
origem não odontogênica, a remoção cirúrgica então foi proposta, inicialmente com a
técnica de marsupialização e biópsia e após a enucleação da lesão. O resultado da
biópsia foi compatível com cisto do ducto nasopalatino, o paciente foi orientado a fazer
irrigações com soro fisiológico, tendo consultas periódicas para avaliação, após 12
meses foi realizada a enucleação da lesão e foi confirmado o diagnóstico
histopatológico de cisto do ducto nasopalatino. O paciente foi orientado a fazer uso de
analgésicos e antiinflamatórios e a sutura foi removida após dez dias. Conclui-se que o
cisto do ducto nasopalatino apesar de ser o cisto mais comum entre os de origem não
odontogênica, apresenta dificuldades no seu diagnóstico e a falta de conhecimento da
sua etiopatogenia pode resultar em erros diagnósticos e da conduta terapêutica.
Cicciù et al. (2010) relataram um caso clínico raro de um cisto do ducto
nasopalatino bilateral. Os autores relataram que um paciente de 35 anos de idade do
sexo masculino se apresentou com a queixa principal de inchaço e elevação da região
nasolabial do lado direito e esquerdo. Ao exame intrabucal foi feita a palpação e uma
massa flutuante foi observada e se entendia desde área vestibular dos incisivos até o
assoalho nasal. Ao exame radiográfico e de tomografia computadorizada foi observado
duas diferentes imagens radiolúcidas localizadas na região periapical dos incisivos
25
centrais superiores. Com base na evidência clínica e radiográfica foi suspeitado um cisto
do ducto nasopalatino tendo como diagnóstico diferencial um ceratocisto odontogênico.
Antes da cirurgia foi feito tratamento endodôntico de todos os incisivos superiores,
porque suas raízes estavam situadas nas proximidades com os cistos. Os cistos foram
enucleados sob anestesia geral e enviados para o exame histopatológico que confirmou
a hipótese diagnóstica de cisto do ducto nasopalatino, foi observado microscopicamente
uma parede cística de tecido conjuntivo fibroso com a presença de epitélio colunar mais
um infiltrado inflamatório crônico. Não houve complicações no pós operatório e após
dois anos de proservação a lesão não apresentava sinais de recidiva. Conclui-se que o
cisto do ducto nasopalatino é o cisto mais comum de origem não odontogênica, e que
pode ser considerado como hipótese diagnóstica quando presente bilateralmente, sendo
confirmado o diagnóstico obrigatoriamente com o exame histopatológico.
Conte Neto et al. (2010) apresentaram um caso clínico de um cisto do ducto
nasopalatino que ocorreu nas proximidades de uma lesão inflamatória tratado
cirurgicamente pela técnica de enucleação. Os autores relataram que um paciente do
sexo feminino com 33 anos de idade, no exame radiográfico feito para o tratamento
odontológico dos dentes incisivos anteriores, foi observado uma lesão radiolúcida na
região de linha média do palato, bem delimitada, em forma de coração com
aproximadamente 6 mm de diâmetro, foi observado também nos incisivos central e
lateral direito tratamento endodôntico insatisfatório e imagens radiolúcidas irregulares
na região apical destes elementos. Primeiramente ela foi submetida ao retratamento
endodôntico dos elementos 11e 12 para fins protéticos. Após feito o retratamento
endodôntico, aproximadamente 6 meses, foi feito novo exame radiográfico e a imagem
radiolúcida em forma de coração, bem delimitada continuava na linha média da maxila
anterior, porém a imagem radiolúcida irregular na região periapical dos elementos 11 e
26
12 haviam regredido. A paciente então foi encaminhada para um serviço especializado
onde na anamnese ela relatou não sentir dor na região, inchaço, parestesia ou drenagem
da lesão. Ao exame extrabucal não foi observado nenhuma assimetria, ao exame
intrabucal a paciente tinha uma boa higiene e não sentia nenhuma dor a palpação ou
tinha qualquer edema na região da lesão, foi feito o teste de vitalidade nos elementos 21
e 22 e estes se apresentaram vitais. A paciente foi submetida então a cirurgia de
enucleação da lesão, com hipótese diagnóstica de cisto do ducto nasopalatino. Após a
biópsia excisional, a lesão foi encaminhada para a análise histopatológica que revelou
uma lesão cística com epitélio cuboidal e respiratório, tecido conjuntivo denso
associado com células do tecido nervoso, circulatório, glândulas salivares e células
inflamatórias crônica. Foi confirmado o diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino. E
após 3 anos de acompanhamento foi observado radiograficamente a completa formação
óssea no local da lesão, sem sinais de recidiva. Conclui-se que o cisto do ducto
nasopalatino é o mais comum cisto não odontogênico, assintomático, sendo descoberta
a lesão em exame radiográficos de rotina, seu tratamento cirúrgico apresentam poucas
complicações trans e pós operatórias e a lesão tem baixo grau de recidiva.
Nelson; Linfesty (2010) revisaram um caso de cisto do ducto nasopalatino em
um homem de 41 anos de idade, apresentando os achados radiológicos e histológicos da
lesão. O paciente se apresentou ao seu dentista para um exame de rotina odontológico.
Ao exame radiográfico foi encontrada uma lesão na região de maxila anterior. O
paciente relatou não ter sentindo qualquer sintomatologia dolorosa na região ou edema
na área, e os dentes associados foram testados e estavam vitais. Ao exame radiográfico
panorâmico e periapical foi observado área de radioluscência na linha média anterior da
maxila, bem circunscrita, em formato de coração, devido à sobreposição da espinha
nasal. Não foi observada reabsorção radicular dos elementos 11 e 21. O exame
27
histológico com hematoxilina e eosina demonstrou um cisto revestido por epitélio
escamoso estratificado, pseudoestratificado e epitélio cuboidal. A parede do cisto estava
constituída de tecido conjuntivo fibrovascular com artérias, veias, nervos e glândulas
salivares menores. Conclui-se que o tratamento do cisto do ducto nasopalatino está na
completa remoção da lesão, geralmente por acesso palatal, seu diagnóstico clínico deve
ser feito com auxílio de exames radiográficos, onde esta lesão se apresenta de forma
clássica. A recidiva desta lesão é rara.
Noleto et al. (2010) apresentaram um caso clínico de cisto do ducto nasopalatino
em paciente pediátrico tratado com sucesso pela técnica da enucleação. Os autores
relataram que o paciente do sexo masculino de 10 anos de idade, estava sendo
submetido a exames radiográficos para o início de tratamento ortodôntico, quando foi
observada imagem radiolúcida, unilocular, bem delimitada por um halo radiopaco, com
aproximadamente 1,8 cm no seu maior diâmetro, localizada na região anterior da
maxila, situada na linha média entre os ápices dos elementos 11 e 21. Durante a
anamnese nenhum dado relevante foi encontrado. Ao exame intrabucal nenhuma
alteração relevante foi observada. Foi realizada a biópsia excisional da lesão sob
anestesia local, e após o exame histopatológico revelou-se uma cavidade cística
revestida por epitélio pavimentoso estratificado e epitélio ciliar pseudoestratificado
ciliado e esses aspectos microscópicos confirmaram a hipótese diagnóstica de cisto do
ducto nasopalatino. O caso foi proservado e após 18 meses foi feito novo exame
radiográfico revelando uma neoformação óssea no local da lesão. Conclui-se que o cisto
do ducto nasopalatino é uma lesão de prognóstico favorável e que o seu tratamento por
enucleação é de baixa morbidade e eficaz no tratamento neste tipo de lesão.
Pavankamur; Sholapurkar; Joshi (2010) apresentaram um caso clínico de cisto
do ducto nasopalatino discutindo suas características clínicas e patológicas, sua
28
etiologia, diagnóstico, tratamento e prognóstico. Os autores relataram que um paciente
do sexo feminino de 35 anos, se apresentou com queixa de inchaço na região mediana
do palato, entre os incisivos centrais há aproximadamente um ano. Relatou também que
notava que o inchaço aumentava lentamente. A história clínica da paciente não continha
dados relevantes. Ao exame clínico revelou-se uma área edemaciada na região mediana
do palato, com aproximadamente 1 cm de diâmetro, flutuante à palpação. O teste de
vitalidade pulpar mostrou que os elementos 11 e 21 eram vitais. O exame radiográfico
periapical da área apresentou radiolucidez em forma de coração com uma margem
radiopaca localizada entre as raízes dos elementos 11 e 21, na radiografia oclusal
observou-se uma radioluscência arredondada com uma margem radiopaca na mesma
região. O diagnóstico clínico foi de cisto do ducto nasopalatino. A excisão cirúrgica da
lesão então foi proposta ao paciente. O procedimento cirúrgico foi realizado sob
anestesia local, a cápsula cística e o conteúdo forma removidos e a lesão foi
completamente enucleada, e a sutura realizada. Os espécimes foram enviados para a
microscopia e os achados histopatológicos revelaram tipos de células escamosas e do
trato respiratório, infiltrada por células inflamatórias. A confirmação histológica foi de
cisto do ducto nasopalatino. A evolução pós-operatória foi sem complicações e não
houve recidiva da lesão até um ano de acompanhamento. Conclui-se que este cisto é de
origem incerta, com pico de incidência na quarta a sexta década de vida. São
assintomáticos na ausência de infecções. O seu diagnóstico é baseado nas características
da lesão, exame clínico e exames complementares.
Faitarone et al. (2011) descrevem quatro casos clínicos em que o diagnóstico
inicial de lesões detectadas em exames radiográficos foi de periodontite apical porém
após o exame histopatológico e exame de imagem tridimensional foi estabelecido o
diagnóstico final de cisto do ducto nasopalatino. No primeiro caso clínico um paciente
29
de 49 anos de idade do sexo masculino, procurou um endodontista queixando-se de
desconforto a palpação no elemento 21, ao exame clínico foi observado a presença de
restaurações, e ao exame radiográfico o elemento apresentava tratamento endodôntico,
foi pedido o exame de tomografia computadorizada sendo observado na imagem
radiolucidez na região periapical do elemento e outra imagem radiolúcida circunscrita
na região de linha média da maxila anterior sendo tomada a decisão de remover a lesão
pela técnica de enucleação e após os exames histopatológicos foi confirmado o
diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino. No segundo caso clínico um paciente do
sexo masculino com 28 anos de idade procurou um endodontista para tratar os dentes 11
e 12 que apresentavam mobilidade e histórico de trauma. No exame clínico foi
observado restaurações provisórias e nenhuma anormalidade no tecido periodontal de
sustentação, o paciente não apresentava sintomas espontâneos ou inchaço, e a
mobilidade dos elementos estava dentro dos limites normais, não havia dor a palpação
na região. Ao exame radiográfico os elementos apresentaram obturação do canal
radicular com curativo de demora e radiolucidez na região periapical dos elementos, não
havia reabsorções radiculares. Foi feito então uma tomografia computadorizada para
auxiliar na escolha do melhor tratamento, foi observado uma extensa área de
radiolucidez periapical associada ao elemento 11 e uma imagem radiolúcida bem
delimitada na região de linha média da maxila anterior. A decisão de tratamento tomada
foi de primeiro remover pela técnica de enucleação a lesão e depois obturar os canais
dos dentes, e o resultado da análise histopatológica confirmou o diagnóstico de cisto do
ducto nasopalatino. No terceiro caso clínico paciente com 32 anos de idade do sexo
masculino foi encaminhado ao endodontista para retratar o canal dos elementos 11 e 12,
ao exame clínico não apresentava nenhuma estrutura anormal, sem sinais de edema e o
paciente relatava não ter sintomatologia espontânea ou a palpação. Ao exame
30
radiográfico o elemento 11 apresentava o canal radicular tratado e uma área radiolúcida
na região periapical bem delimitada de aproximadamente de 2 cm de diâmetro. O
paciente também relatou de sofrido trauma na região, foi feita então a tomografia
computadorizada e foi observado uma área radiolúcida bem delimitada na região de
linha média da maxila anterior, a decisão de tratamento então foi a remoção de lesão
pela técnica da enucleação e o resultado da análise histopatológica confirmou o
diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino. No quarto caso clínico um paciente do sexo
masculino de 53 anos de idade procurou um endodontista para avaliar o elemento 12
que apresentava desconforto durante a palpação. Ao exame clínico apresentava
restaurações e uma fístula na região vestibular, o paciente não apresentava
sintomatologia espontânea e inchaço. Ao exame radiográfico o elemento 12 tinha o
canal radicular obturado, e uma área radiolúcida associada de aproximadamente 1 cm de
diâmetro, o paciente relatou que o canal havia sido tratado há 5 anos atrás. Foi feita uma
tomografia computadorizada que revelou a presença de uma área radiolúcida na região
de linha média da maxila bem delimitada, a lesão foi removida cirurgicamente pela
técnica de enucleação e ao exame histopatológico foi confirmada o diagnóstico de
granuloma dental. Conclui-se que o uso de novas ferramentas para o diagnóstico, como
a tomografia computadorizada, fornecem imagens detalhadas em alta definição de
estruturas orais e ajudam a forma uma hipótese diagnóstica e um plano de tratamento,
porém o diagnóstico final destas lesões periapicais somente é fornecido com o exame
histopatológico.
Suter et al. (2011a) propuseram um estudo retrospectivo para avaliar as
dimensões do cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino, histologicamente
confirmados, e o envolvimento de estruturas anatômicas vizinhas, como estruturas
remanescentes do canal nasopalatino, usando tomografia computadorizada. Neste
31
estudo foram avaliados também uma possível correlação entre as dimensões medidas do
cisto e a idade e sexo do paciente, sintomas pré-operatórios e complicações pósoperatórias. Inicialmente foram selecionados 521 pacientes, entre janeiro de 2005 a
janeiro de 2010, que foram tratados cirurgicamente e obtiveram o diagnóstico
histopatológico de cisto maxilar, a partir destes dados todos os pacientes tratados para
cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino foram elegíveis, e os critérios de
inclusão para o estudo foi o diagnóstico definitivo de cisto do ducto nasopalatino e uma
análise pré-operatória de tomografia computadorizada. Com base nestes critérios, 25
pacientes foram incluídos no estudo. Como resultado foi observado que, dos 25
pacientes, 17 eram homens e 8 eram mulheres, o mais novo tinha 7 anos de idade e mais
idoso 76 anos. Para análise estatística foram divididos em dois grupos, um com
pacientes com idade igual ou superior a 50 anos, e outro com pacientes com idade
inferior a 50 anos, o primeiro grupo com 13 pacientes e uma média de dimensão do
cisto de 10,8 mm e o segundo com 12 pacientes com a média de 14,2 mm de dimensão
do cisto. Não houve correlação estatística significante entre as dimensões do cisto e a
idade ou gênero dos pacientes.
Sintomas pré-operatório foram registrados em 12
pacientes dos 25 incluídos, o sintoma mais comum foi o edema em 8 pacientes e 4
pacientes se queixaram de dor apenas. Não houve correlação estatística significativa
entre a dimensão do cisto e os sintomas pré-operatórios. Não houve complicações pósoperatórias em 17 pacientes, enquanto 8 pacientes tiveram: infecção de ferida operatória
(1 caso), desvitalização dos incisivos centrais (2 casos), fístula pós-operatória (2 casos),
excesso de material obturador do canal radicular realizado no pós-operatório (1 caso),
parestesia localizada no palato (2 casos). Conclui-se que a dimensão cística não se
relaciona com a idade, gênero do paciente ou sintoma apresentado, porém a dimensão
do cisto aumenta correlaciona-se com as complicações pós-operatórias.
32
Suter et al. (2011b) apresentaram dois casos clínicos de cisto do ducto
nasopalatino de grande extensão que foram mau interpretados como lesões ósseas de
origem endodôntica. No primeiro caso clínico um paciente de 17 anos de idade do sexo
masculino foi encaminhado pelo clínico geral com a queixa principal de sensação de
pressão difusa na maxila anterior por um período de 3 meses, o paciente relatou que
sentia dificuldade de respirar pelo nariz, os incisivos centrais superiores tinha histórico
de trauma há aproximadamente 3 anos atrás, o elemento 11 havia sofrido uma
subluxação, enquanto os elementos 12, 21 e 22 apenas uma concussão e fratura de
esmalte, após 6 meses foi feito o tratamento endodôntico do elemento 21, foi feito uma
radiografia periapical e havia um cisto na região periapical dos dentes 11 e 21. Ao
exame extrabucal foi observada a protusão do lábio superior e do assoalho da cavidade
nasal, ao exame intrabucal foi observado edema na região vestibular dos incisivos e dor
à palpação naquela área, na radiografia panorâmica foi observado uma grande
radioluscência que se estendia na região periapical do elemento 12 até o 23, na
tomografia computadorizada a lesão media 4 cm no seu maior diâmetro, o osso cortical
vestibular e palatal havia sido reabsorvido, a lesão se estendia para a cavidade nasal e
havia sinais de reabsorção na região apical das raízes dos elementos 12, 11, 21 e 22.
Com base nestes dados foi planejada uma cirurgia de marsupialização da lesão enviando
uma amostra de tecido e o fluido da punção aspirativa para que fosse feito o exame
histopatológico e fosse confirmada a hipótese diagnóstica. O exame histopatológico
revelou uma parede de epitélio escamoso estratificado e epitélio
colunar ciliado, além
de células do tecido nervoso, muscular e infiltrado inflamatório o que confirmou o
diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino. Foi planejada então a cirurgia de enucleação
da lesão cística, antes foi feito o tratamento endodôntico nos elementos 12, 11 e 22 em
sessão única. Sob anestesia geral foi enucleada a lesão cística, na cavidade da lesão foi
33
colocado osso autógeno da crista ilíaca misturado com material aloplástico e coberto por
uma membrana de colágeno, seguida da sutura. O pós operatório foi sem complicações
e após um ano de proservação não houve recidivas. No segundo caso clínico um
paciente de 42 anos de idade do sexo masculino havia procurado um serviço de
emergência, pois sua prótese parcial removível superior não estava se encaixando
adequadamente, com suspeita de um cisto de origem endodôntica o paciente foi
encaminhado. Ao exame extrabucal havia protusão do lábio superior, e ao exame
intrabucal havia um inchaço palatal e vestibular era visível, havia dor a palpação e a
lesão era flutuante. O paciente apresentava somente os elementos 18, 14, 13, 23 e 25
com comprometimento periodontal e com lesões de cárie. Desde os elementos 14 e 13
havia sido tratados endodonticamente. Ao exame radiográfico foi observada uma
imagem radiolúcida na região da linha média da maxila anterior, na tomografia
computadorizada foi observada uma reabsorção do osso cortical vestibular e palatal.
Com base nos achados clínicos e radiográficos foi dado o diagnóstico de cisto do ducto
nasopalatino tendo o cisto radicular residual como um diagnóstico diferencial. Na
primeira cirurgia foi feita a extração de todos os remanescentes dentários na maxila e foi
feita a marsupialização para confirmar o diagnóstico. O exame histopatológico revelou
na parede do cisto células ciliadas do epitélio respiratório, além de células do tecido
nervoso e muscular, sendo assim confirmado o diagnóstico de cisto do ducto
nasopalatino. Uma prótese total imediata foi adaptada e a segunda cirurgia foi planejada
sob anestesia geral para a enucleação da lesão, na cavidade da lesão foi colocado osso
autógeno da crista ilíaca coberto por membrana de colágeno. O pós operatório ocorreu
sem complicações com consolidação dos enxertos. Após um ano de proservação não
havia recidivas e o paciente fazia uso de uma prótese total superior nova. Conclui-se
que o cisto do ducto nasopalatino em grande extensão pode resultar na reabsorção das
34
estruturas ósseas e ápices de dentes e até mesmo expandir para regiões anatômicas
vizinhas como a cavidade nasal, além de trazer maiores complicações como abcessos,
infecções, fístulas ou parestesia.
35
3.
OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de cisto de
desenvolvimento do ducto nasopalatino, que foi diagnosticado e tratado na clínica
odontológica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Amazonas,
buscando evidências na literatura sobre suas etiologias, características clínicas e
radiográficas e melhor tratamento indicado para a lesão.
36
4.
RELATO DE CASO
Paciente J.C.P., 71 anos, gênero masculino, leucoderma, compareceu à clínica de
Diagnóstico Bucal da Faculdade de Odontologia da UFAM para a realização de um
exame semiológico de rotina. Na anamnese relatou ter sido diagnosticado com enfisema
pulmonar e bronquite crônica, e foi submetido a uma cirurgia de angioplastia para a
colocação de stent, relatou também fazer tratamento para bronquite e controle do
colesterol. Em tratamentos odontológicos anteriores já realizou extrações e tratamentos
endodônticos, sem maiores complicações. Relatou também ter fumado por 48 anos. No
exame clínico extrabucal não foi observado nenhuma assimetria facial ou tumefações
visíveis. No exame intrabucal também não foi observado sinais de edema na cavidade
bucal ou qualquer alteração nos tecidos moles da região do palato (figura 1). Durante o
odontograma foram observadas restaurações insatisfatórias nos elementos 11 e 21; resto
radicular do elemento 22 indicado para a extração. Exames imaginológicos
complementares foram solicitados para investigação. A radiografia periapical da região
mostrou uma imagem radiolúcida entre os elementos 11 e 21 (figura 2), foi realizada
então uma radiografia oclusal total de maxila e confirmou-se a presença de uma lesão
radiolúcida, bem delimitada, circunscrita com halo radiopaco, em formato oval, de
aproximadamente 1,5 cm no seu maior diâmetro, sugestivo de cisto do forame incisivo
(figura 3). Foram feitos testes de sensibilidade nos elementos envolvidos pela lesão e o
resultado foi positivo, testes de palpação na região vestibular e palatal também foram
feitos sem sintomatologia dolorosa.
37
Figura 1 - vista oclusal da maxila
Figura 2 - radiografia periapical dos
elementos 12, 11 e 21, revelando a
presença de imagem radiolúcida
localizada entre os incisivos
centrais, em formato ovalado,
medindo 1,5 cm
38
Figura 3 - radiografia oclusal total de maxila confirmando
imagem radiolúcida localizada na linha média no palato
anterior, bem delimitada, circunscrita por um halo
radiopaco, em formato ovalado, medindo 1,5 cm no seu
maior diâmetro
O paciente então foi encaminhado para a Atividade Curricular de Extensão
(ACE) Estomato: Diagnosticando e Tratando, onde foi planejada a remoção da lesão por
enucleação.
Foram solicitados exames pré operatórios de hemograma, coagulograma, tempo
de protrombina e tempo de tromboplastina parcialmente ativada, todos estavam nos seus
valores normais. Foi pedido também um parecer médico quanto à saúde sistêmica do
paciente para que o procedimento cirúrgico de enucleação pudesse ser feito no momento
mais oportuno.
Durante o procedimento foi tomados todos os cuidados quanto ao
posicionamento da cadeira odontológica pela condição sistêmica do paciente, foi feita a
anestesia de bloqueio do nervo infraorbitário bilateral e técnica infiltrativa no palato
com a solução anestésica de cloridrato de lidocaína a 2% com epinefrina 1:100.000, o
acesso foi feito pelo palato, e a lesão removida por enucleação (figura 4), com
realização de síntese final. Para o controle da dor e inflamação pós operatória foi
39
prescrito para o paciente paracetamol 500mg por 1 dia, ibuprofeno 600mg por 2 dias e
amoxicilina 500mg por 5 dias. O fragmento foi encaminhado para o Departamento de
Patologia e Medicina Legal da UFAM, para análise histopatológica.
O laudo histopatológico teve como diagnóstico cisto de desenvolvimento do
ducto nasopalatino, a lesão cística era revestida por três tipos de epitélios: epitélio
pavimentoso estratificado constituído por células cúbicas, epitélio cúbico simples e
epitélio pseudoestratificado com células cilíndricas altas. A cápsula era constituída por
tecido conjuntivo fibroso denso com fibras colágenas dispostas aleatoriamente, havia
presença de infiltrado inflamatório crônico, vasos sanguíneos de diversos calibres,
estruturas nervosas e áreas de calcificações distróficas (figura 5).
40
A
B
C
D
E
F
G
Figura 4 – Enucleação cística; A: incisão intrasulcular do acesso a lesão pela palatina; B:
rebatimento do retalho; C: remoção do epitélio que reveste a lesão; D, E, F: curetagem da
cavidade cística; G: peça removida e enviada para o exame histopatológico
41
A
C
B
D
Figura 5 – Imagem microscópica do exame histopatológico; A: presença de
epitélio ora pavimentoso estratificado, ora cúbico simples (aumento 10x);
B: idem A (aumento 20x); C: presença de epitélio pseudoestratificado e
epitélio pavimentoso estratificado (aumento 20x); D: presença de epitélio
pavimentoso estratificado (aumento 20x)
O paciente compareceu após sete dias para a remoção da sutura, relatou não ter
sintomatologia dolorosa no local que estava em processo de cicatrazição normal.
Após um ano de proservação, com acompanhamento clínico e radiográfico, não
houve sinais de recidivas e pode ser observada discreta formação óssea no local.
Figura 6 - Proservação em 1 ano, com persistência do halo radiopaco, medindo
1,5cm no seu maior diâmetro, porém com presença de imagem radiopaca no
interior da lesão, sugestivo de neoformação óssea
42
5.
DISCUSSÃO
É unânime na literatura que o cisto do ducto nasopalatino é um cisto de origem
não odontogênica e dentre estes cistos é o de ocorrência mais comum na cavidade bucal
(RODRIGUES; BARROSO, 1988; VASCONCELOS et al., 1999; RANGEL-GARCIA
Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; DUTRA et al., 2003; ELLIOTT et al., 2004; IGREJA
et al., 2005; MARTINS et al., 2007; FRANCOLI et al., 2008; SCOLOZZI et al., 2008;
TANAKA et al., 2008; BACHUR et al., 2009; GULINELLI et al., 2009; OLIVEIRA et
al., 2009; CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; NELSON; LINFESTY,
2010; NOLETO et al., 2010; PAVANKAMUR; SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010;
FAITARONE et al., 2011; SUTER et al., 2011a; SUTER et al., 2011b). Originando-se
a partir de remanescentes epiteliais embrionários presentes no ducto nasopalatino
(RODRIGUES; BARROSO, 1988; VASCONCELOS et al., 1999; RANGEL-GARCIA
Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; DUTRA et al., 2003; GULINELLI et al., 2009;
CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; NELSON; LINFESTY 2010;
NOLETO et al., 2010; PAVANKAMUR; SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010; SUTER et
al., 2011b). Sua etiologia ainda não é firmemente estabelecida na literatura, porém
alguns estudos apontam para o trauma na região do canal incisivo, infecções bacterianas
e proliferação epitelial espontânea (RODRIGUES; BARROSO, 1988; RANGELGARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; DUTRA et al., 2003; GULINELLI et al.,
2009; CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; NELSON; LINFESTY, 2010;
NOLETO et al., 2010; PAVANKAMUR; SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010; SUTER et
al., 2011a). No caso clínico apresentado não foi relatado qualquer histórico de trauma
na região, e o resto radicular presente na região não tinha qualquer relação com a lesão.
A faixa etária acometida na maioria dos casos desta lesão está estabelecida entre
a quarta e sexta décadas de vida (VASCONCELOS et al., 1999; DUTRA et al., 2003;
43
ELLIOTT et al., 2004; IGREJA et al., 2005; FRANCOLI et al., 2008; TANAKA et al.,
2008; BACHUR et al., 2009; GULINELLI et al., 2009; NELSON; LINFESTY, 2010;
FAITARONE et al., 2011). E o gênero prevalente é o masculino em uma proporção de
3:1 (DUTRA et al., 2003; ELLIOTT et al., 2004; IGREJA et al., 2005; FRANCOLI et
al., 2008; GULINELLI et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2009; CICCIÙ et al., 2010).
Neste caso clínico apresentado, tanto a idade quanto o paciente se aproxima da média
encontrada na literatura. Porém na literatura podemos encontrar relatos de pacientes
com esta lesão na primeira e segunda décadas de vida, não sendo um achado incomum
(RANGEL-GARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; MARTINS et al., 2007;
SCOLOZZI et al., 2008; NOLETO et al., 2010). Scolozzi et al. (2008) e Noleto et al.
(2010) em seus estudos relataram casos clínicos de cisto do ducto nasopalatino que
foram descobertos em exames radiográficos de rotina em pacientes pediátricos de 7 e 10
anos de idade respectivamente.
Os achados clínicos do presente relato de caso estão de acordo com a literatura, a
lesão é assintomática, geralmente detectada em um exame radiográfico de rotina, com
crescimento lento e sem haver comprometimento pulpar dos dentes envolvidos, neste
caso os incisivos (RODRIGUES; BARROSO, 1988; DUTRA et al., 2003; ELLIOTT et
al., 2004; SCOLOZZI et al., 2008; NELSON; LINFESTY, 2010). Contudo não é raro
achar na literatura casos onde este cisto se apresentada com sintomatologia, esses
sintomas se apresenta devido ao aumento de volume, com flutuação do tecido do palato
ou da região vestibular na maxila anterior (RANGEL-GARCIA Jr; PONZONI;
BARIONI, 2000; GULINELLI et al., 2009; SUTER et al., 2011b). Alguns casos
apresentam drenagem para a cavidade bucal devido a infecções secundárias (RANGELGARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000). A literatura também cita alguns casos onde
houve envolvimento das raízes dos incisivos superiores sendo necessário o tratamento
44
endodôntico deste grupo de elementos antes da enucleação da lesão (RANGELGARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; TANAKA et al., 2008; OLIVEIRA et al.,
2009; CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; SUTER et al., 2011b).
Radiograficamente o cisto do ducto nasopalatino se apresenta como uma
imagem radiolúcida, ovalada ou arredondada ou formato de coração, bem delimitada,
circunscrita por um halo radiopaco maior que 6 mm no seu maior diâmetro, localizada
na linha média anterior da maxila (ELLIOTT et al., 2004; MARTINS et al., 2007;
SCOLOZZI
et
al.,
2008;
NELSON;
LINFESTY,
2010;
PAVANKAMUR;
SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010). Assim a história clínica e os testes de vitalidade são
de grande importância para distinguir a lesão cística de uma lesão periapical de origem
inflamatória (FAITARONE et al., 2011; SUTER et al., 2011b). No presente caso
clínico o exame de imagem se assemelha ao descrito na literatura onde pode se observar
na radiografia oclusal de maxila uma imagem radiolúcida de aproximadamente 1,5 cm
no seu maior diâmetro, bem delimitada, circunscrito por halo radiopaco, localizada na
linha média do palato na porção anterior, em formato ovóide. No entanto alguns casos
na literatura relatam que esta lesão em grandes proporções pode não
apresentar
localização na linha média e seu formato perde a forma ovóide, podendo reabsorver
raízes de elementos adjacentes e se expandir para estruturas anatômicas vizinhas como a
cavidade nasal, confundindo assim o seu diagnóstico (RANGEL-GARCIA Jr;
PONZONI; BARIONI, 2000; TANAKA et al., 2008; CICCIÙ et al., 2010; SUTER et
al., 2011b). Em casos onde a lesão observada na região atinge grandes dimensões e até
estruturas anatômicas vizinhas a literatura recomenda exames imaginológicos de
tomografia computadorizada, auxiliando no plano de tratamento (RANGEL-GARCIA
Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; TANAKA et al., 2008; CICCIÙ et al., 2010;
FAITARONE et al., 2011; SUTER et al., 2011b).
45
O diagnóstico diferencial do cisto de desenvolvimento do ducto nasopalatino na
literatura inclui algumas patologias como o cisto radicular apical nos elementos
incisivos centrais superiores ou queratocisto (BACHUR et al., 2009; CICCIÙ et al.,
2010; CONTE NETO et al., 2010; FAITARONE et al., 2011). Por isso a importância de
se realizar teste de vitalidade pulpar eliminando a possibilidade diagnóstica de cisto
radicular apical (CONTE NETO et al., 2010; FAITARONE et al., 2011). Ainda assim,
na literatura consta alguns casos clínicos onde a lesão se encontrava em grandes
dimensões e com várias hipóteses diagnósticas, sendo feito o tratamento endodôntico de
todos os elementos envolvidos mesmo com o teste de vitalidade sendo positivo
(RANGEL-GARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000; TANAKA et al., 2008;
OLIVEIRA et al., 2009; CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; SUTER et
al., 2011b). Também há a possibilidade do diagnóstico ser apenas o alargamento do
ducto nasopalatino relatado na literatura dentro da normalidade quando se encontra no
diâmetro de até 6 mm (RODRIGUES; BARROSO, 1988). No caso clínico relatado não
houve hipóteses diagnósticas diversas pois a lesão se apresentou na forma clássica
descrita na literatura tanto ao exame clínico quanto ao radiográfico.
No caso clínico apresentado o plano de tratamento tomado foi à remoção
cirúrgica por enucleação. A literatura aponta para a enucleação como tratamento de
escolha para o cisto do ducto nasopalatino, apresentando baixo índice de recidiva e de
complicações pós operatórias (RANGEL-GARCIA Jr; PONZONI; BARIONI, 2000;
MARTINS et al., 2007; SCOLOZZI et al., 2008; TANAKA et al., 2008; GULINELLI
et al., 2009; CICCIÙ et al., 2010; CONTE NETO et al., 2010; PAVANKAMUR;
SHOLAPURKAR; JOSHI, 2010; FAITARONE et al., 2011). Entretanto podem-se
encontrar casos na literatura onde foi optado inicialmente o tratamento por
marsupialização, devido a lesões extensas e comprometimentos de estruturas
46
anatômicas vizinhas, confirmando desta forma a hipótese diagnóstica de cisto do ducto
nasopalatino e posteriormente realizando a enucleação da lesão cística quando está se
encontra em proporções menores (IGREJA et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2009;
SUTER et al., 2011b).
Ao exame histopatológico o cisto do ducto nasopalatino constitui uma cavidade
cística revestida por epitélios variados, como o epitélio pavimentoso estratificado não
queratinizado, epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, epitélio cilíndrico e
colunar simples sendo o primeiro o mais comum; muitas vezes está presente mais de um
tipo de epitélio na mesma lesão (RODRIGUES; BARROSO, 1988; VASCONCELOS et
al., 1999; DUTRA et al., 2003; BACHUR et al., 2009). Vasconcelos et al. (1999)
afirma que em sua série de estudo de 31 casos de cisto do ducto nasopalatino em 93%
estava presente o epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado sozinho ou
associado a outro epitélio. A literatura estudada mostra também a presença de epitélio
respiratório, acredita-se que isto se dá devido à expansão da lesão para a cavidade nasal
(TANAKA et al., 2008; SUTER et al., 2011b). O cisto do ducto nasopalatino devido a
sua localização no canal incisivo constantemente apresenta na microscopia células
nervosas, musculares, vasculares e glandulares. É freqüência comum também ser
observado no exame histopatológico deste cisto infiltrado inflamatório crônico, com
linfócitos,
plasmócitos
e
histiócitos
(RODRIGUES;
BARROSO,
1988;
VASCONCELOS et al., 1999; DUTRA et al., 2003; TANAKA et al., 2008; BACHUR
et al., 2009; SUTER et al., 2011b).
No caso clínico apresentado a hipótese diagnóstica da lesão de cisto do ducto
nasopalatino foi dada devido ao exame clínico criterioso, auxiliado de exames
radiográficos. Com esses achados e baseado na literatura consagrada a respeito desta
lesão cística foi traçado um plano de tratamento, realizado sem intercorrências. O
47
diagnóstico de cisto do ducto nasopalatino foi confirmado pelo exame histopatológico.
E o paciente continua sendo proservado após um ano da remoção cirúrgica sem
recidivas.
48
6.
CONCLUSÕES
Baseado em evidências da literatura e no caso clínico relatado, conclui-se que:

O correto diagnóstico do cisto do ducto nasopalatino depende de
um bom exame clínico auxiliado pelo exame radiográfico e aliado ao
conhecimento das características patológicas da lesão.

O plano de tratamento deve ser traçado de acordo com a dimensão
da lesão, podendo ser por descompressão ou enucleação, apresentando poucas
complicações durante e após tais procedimentos.

A proservação é fundamental, mesmo quando a lesão como a do
caso relatado, apresentar baixo índice de recidivas.
49
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51
APÊNDICES
A – Autorização do paciente para a utilização do seu caso clínico para fins acadêmicos.
52
B – Laudo do exame histopatológico dado pelo Departamento de Patologia e Medicina
Legal
da UFAM.

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