Manual_Modulo_Criatividade - Escoteiros do Brasil

Transcrição

Manual_Modulo_Criatividade - Escoteiros do Brasil
Criatividade requer a coragem de abandonar suas certezas.
Erich Fromm.
A mente intuitiva é um dom sagrado e a mente racional um servo fiel.
Criamos uma sociedade que venera o servo e que esqueceu o dom.
Albert Einstein.
Frequentemente, grandes ideias recebem
violenta oposição de mentes medíocres.
Albert Einstein.
A questão chave não é “Como promover a criatividade?”,
mas sim “Em nome de Deus, por que não são todos criativos?”.
Onde o potencial humano foi perdido? Como foi mutilado?
Portanto, eu penso que uma boa pergunta não deve ser
por que as pessoas criam, mas por que as pessoas não criam ou não inovam.
Nós devemos abandonar aquela postura de admiração frente a criatividade,
como se fosse um milagre quando alguém cria alguma coisa.
Abraham Maslow.
Criatividade é o tipo de processo de aprendizagem em
que o professor e o aluno estão localizados no mesmo individuo.
Arthur Koestler.
Quando estou trabalhando num problema,
eu nunca penso na beleza.
Eu somente penso em como resolver o problema.
Mas quando termino, se a solução não é bela
eu sei que ela está errada.
Buckminster Fuller.
Não há nada em uma lagarta que revele que
ela se transformará numa borboleta.
Buckminster Fuller.
É a tensão entre criatividade e ceticismo que produziu
as estonteantes e inesperadas descobertas da ciência.
Carl Sagan.
É preferível ter uma porção de ideias, e algumas delas se mostrarem erradas,
do que sempre estar certo por nunca ter ideias.
Edward de Bono.
Criatividade é a repentina interrupção da estupidez.
Edwin Land.
As coisas que mais tememos nas organizações – flutuações,
perturbações e desequilíbrios – são as fontes primárias da criatividade.
Margareth J. Wheatley.
Você vê coisas e diz “Por quê?”.
Mas eu sonho coisas que nunca existiram e digo “Por que não?”.
George Bernard Shaw.
Criatividade é a habilidade de ver relações
onde não existe nenhuma.
Thomas Disch.
Por Que Criatividade é tão
importante? Será que todos
nós somos criativos? É algo
que vem de berço ou se
aprende? Pode ser cultivada,
incentivada? Dá para ser
Criativo em uma Empresa
não Criativa? O que é afinal
Criatividade?
São muitas perguntas, grande parte delas
com várias respostas possíveis, e nenhuma
resposta pode ser considerada a "melhor".
Criatividade é o típico conceito que resiste
a definições e durante muito tempo temos
visto aparecer diversos livros e manuais
tentando apresentar visões pessoais (e
algumas vezes idiosincráticas) sobre o
assunto. Nosso enfoque neste pequeno
artigo é mostrar que Criatividade pode ser
encarada de uma maneira bastante
diferente das tradicionais e que essa forma
é mais fundamentada do que muitas
outras alternativas.
Criatividade de Vários Pontos de
Vista
Quando a coisa é difícil de definir ou
entender, um exercício interessante é
observá-la sob diversos ângulos. É o que
faremos aqui, através de enfoques
bastante distantes um do outro. Todos
tentam iluminar a questão "O que é
Criatividade?".
Sob o ponto de vista humano
Criatividade é a obtenção de novos
arranjos de idéias e conceitos já existentes
formando novas táticas ou estruturas que
resolvam um problema de forma incomum,
ou obtenham resultados de valor para um
indivíduo ou uma sociedade. Criatividade
pode também fazer aparecer resultados de
valor estético ou perceptual que tenham
como característica principal uma distinção
forte em relação às "idéias convencionais".
Sob o ponto de vista cognitivo
Criatividade é o nome dado a um grupo de
processos que procura variações em um
espaço de conceitos de forma a obter
novas e inéditas formas de agrupamento,
em geral selecionadas por valor (ou seja,
possuem valor superior às estruturas já
disponíveis,
quando
consideradas
separadamente). Podem também ter valor
similar às coisas que já se dispunha antes
mas representam áreas inexploradas do
espaço conceitual (nunca usadas antes).
Sob o ponto de vista neurocientífico
É o conjunto de atividades exercidas pelo
cérebro na busca de padrões que
provoquem a identificação perceptual de
novos objetos que, mesmo usando
"pedaços" de estruturas perceptuais
antigas,
apresentem
uma
peculiar
ressonância, caracterizadora do "novo
valioso", digno de atenção.
Sob o ponto de vista computacional
É o conjunto de processos cujo objetivo
principal é obter novas formas de arranjo
de estruturas conceituais e informacionais
de maneira a reduzir (em tamanho) a
representação de novas informações,
através da formação de blocos coerentes e
previamente inexistentes.
Como quase todas as definições, estas
são opacas e difíceis de entender, mas
servem para demonstrar como é vasto o
repertório de idéias que podem ser postas
em conjunto para tentar explicar o que é o
fenômeno criativo. Há, no entanto, uma
grande tendência em se "assustar" com
essas idéias e dessa forma evitar
compreendê-las, ficando com aquelas
noções batidas de "preparação, incubação,
insight". Não temos espaço neste artigo
para mostrar porque essas idéias velhas
não vão muito longe. Basta dizer que a
grande maioria dos autores de livros e
manuais de Criatividade se contentam em
expor "técnicas" com variações dessas
estratégias e com isso parecem se
satisfazer com as idéias que historicamente
tem sido usadas para explorar esse
assunto. No mínimo, isto pode ser dito
como muito pouco criativo da parte
deles. Temos que ser criativos para pensar
sobre criatividade.
Propomos pensar sobre Criatividade a
partir de outro enfoque: para ser mais
criativo, temos que entender porque o
cérebro humano é naturalmente criativo,
porque as crianças são espontaneamente
criativas.
Temos que compreender como funciona a
mente humana, em seus aspectos mais
cognitivos e perceptuais, não através de
"chutes" sobre como pensamos, mas sim
através do acompanhamento criterioso das
descobertas científicas acerca da mente e
do cérebro humanos. Nunca houve tantas
informações sobre esse assunto quanto
tivemos nos últimos dez anos.
Criatividade Auxilia Percepção e
Vice Versa
A Ciência Cognitiva estuda, entre outras
coisas, como o cérebro humano
desenvolve
progressivamente
sua
capacidade perceptual. Uma criança
aprende com o tempo a perceber
expressões faciais de seus pais quando eles
estão, por exemplo, zangados ou
impacientes. A percepção é uma atividade
contínua do cérebro e para identificar os
diversos objetos e eventos que uma
criança tem que lidar, muito de seu
aprendizado
depende
decorrelacionar coisas que acontecem em
frente a seus olhos, ouvidos e mãos. Para
executar essa correlação a criança precisa
ser ativa, precisa interagir com o ambiente
e testar seus limites, precisa verificar se
aquilo que aconteceu ontem também vai
acontecer hoje. Isto é, na essência, um dos
procedimentos
fundamentais
da
Criatividade, o desenvolvimento (através
de testes e observação) de uma capacidade
perceptual apurada através da atitude
ativa.
Com o tempo, a criança se desenvolve e vai
querer atingir novos objetivos.
Agora ela já está mais apta a atuar sobre o
mundo e teve tempo de desenvolver um
aparelho
perceptual
suficientemente
poderoso para ajudá-la na tentativa de
satisfazer seus anseios. Um deles pode ser,
por exemplo, alcançar aquele bolo que está
ali sobre a mesa. Sua percepção lhe
informa que um banquinho próximo à
mesa lhe daria suporte para quase alcançar
o topo dela. Falta apenas um pouco mais.
Então, sua criatividade vai impeli-la a
observar ao redor e ver se há algo mais que
possa lhe "fornecer" o tipo de suporte de
que necessita para elevá-la além da altura
do banco. Ao encontrar uma caixa de
brinquedos, um "estalo" ocorre: se
colocada sobre o banquinho, isto lhe
permitirá atingir a mesa e assim saborear o
bolo.
Este ato criativo no caso da criança tem
dois componentes que eu gostaria de
destacar. O primeiro é a solução
inovadora (a criança não "sabia" desta
solução, ela a concebeu, principalmente
porque sua percepção "juntou partes").
Mas há também o fator "risco", pois
qualquer adulto que estivesse presente iria
desincentivar a criança porque talvez a
caixa de brinquedos sobre o banquinho
fosse instável e assim a criança poderia
cair. Temos aqui dois itens que influenciam
bastante a criatividade:
1) A necessidade de um lado (em conjunto
com
a
habilidade
perceptual)
fornecem impulso
positivo para
o
desenvolvimento de soluções criativas.
Para ser criativo, devemos ter claro em
nossa mente o objetivo (mesmo que vago e
incerto) que queremos atingir.
2) A crítica dos pais fornece reforço
negativo (neste caso, apropriado), pois há
a imposição de uma regra que "corta" o
fluxo criativo de pensamento (essa regra,
na verdade, só tem significado para os pais,
para a criança não significa nada, pois ela
não sabe do perigo de cair de apoios
instáveis, só irá aprender quando cair uma
vez).
Obviamente, a regra dos pais é bem-vinda
pois evita um acidente desagradável. Mas
se os pais não esclarecem à criança o
porquê da regra, isto fará sobrar em sua
pequena mente apenas a parte negativa da
regra, aquela que tolhe a iniciativa sem
dizer qual a causa disso. É fundamental
que todos nós entendamos o porquê das
coisas.
Além disso, se a regra é apresentada a
nós sem nenhuma explicação convincente,
então ela pode ter sido desenvolvida por
força de generalizações imperfeitas. O
mundo evolui, descobrimos novas coisas a
todo o instante. Confiar cegamente nas
regras antigas significa desprezar o
potencial criado pelas descobertas
recentes.
Quando adultos, mantemos boa parte
dessas restrições
impostas
sem
explicação em nossas cabeças.
Esta é mais uma das observações que
fazemos para justificar porque temos que
entender as coisas. Não basta sabermos
sobre fatos, temos que captar a essência
de suas interligações. Em outras palavras,
em vez de ensinar a nossas crianças o
nome dos afluentes do rio Amazonas (e de
cobrar esses nomes em provas, valendo
nota!), elas deveriam ser expostas ao ciclo
de eventos que ocorrem por causa da
chuva, deslocamento de águas dos rios
para os mares e posterior evaporação.
Elas nos colocam regras, normas,
procedimentos, padrões, bloqueios que
agem como os pais originais agiram em
relação à criança. À primeira vista, isto
pode parecer tão útil quanto a situação
original da criança: as regras e
procedimentos foram desenhados porque
eles deram certo no passado (evitam
quedas dolorosas). As regras que nos
ensinaram na escola e na faculdade
também tiveram certo cuidado em sua
confecção. Então como justificar a
criatividade (quebra de regras) neste caso?
Vamos nos concentrar agora no porque é
necessário quebrar regras.
Criatividade e
Potencialidade
Expansão
de
A grande diferença entre as regras dos pais
em relação à criança e as regras e
procedimentos aprendidos na faculdade e
no trabalho em relação aos adultos vem do
fato de que os pais da criança estão
totalmente certos de que há um risco alto
em se apoiar em uma caixa de brinquedos
instável. Já as regras dos adultos são
apenas coisas que funcionaram bem até
hoje.
Entretanto, não há ninguém que consiga
justificar porque elas irão funcionar bem
amanhã (isto é parte de uma discussão
filosófica sobre a justificação de
procedimentos indutivos).
Esse conhecimento (conhecimento causal)
é muito mais importante do que nomes e
dados factuais, pois permite a pessoa
pensar sobre as coisas e usar o
pensamento para melhorar sua vida (via
criatividade!).
Há utilidade também em dividirmos a
criatividade em duas áreas (como faz
Margaret
Boden):
a
criatividade
psicológica, na qual aquilo que é inventado
é novidade para a pessoa, mas não para a
humanidade (ou seja, alguém já fez isso no
passado) e a criatividade histórica, na qual
a criação é inédita em termos universais.
As crianças tem em geral criatividade
psicológica, é novo para elas mas já foi
feito muitas vezes no passado. Mas como
adultos em geral estamos à cata de
criações históricas, coisas que nunca foram
tentadas (ao menos na exata situação
contextual em que estamos). Portanto,
estamos à procura justamente de criações
para as quais não existem regras definidas
previamente, ou seja, as regras atuais não
valem. Entende porque temos que quebrar
regras?
Portanto, Criatividade serve muito para
explorarmos o desconhecido, e para isso
precisamos
ter
em
mente
que frequentemente vamos errar. Tentar
e errar faz parte do processo criativo e um
dos pontos básicos para ampliarmos nosso
potencial
criativo
é
justamente
reconsiderar nosso "medo" de errar, talvez
transformando a palavra em "testar".
Veja que a cada "teste" malsucedido que
fazemos
conseguimos novos
elementos para nosso aparelho perceptual
(mais ligações de causa/efeito, mais
identificação de correlações, mais microregras unindo partes do problema a outras
partes, mais conhecimento sobre partes
montando um todo, etc). Por isso se diz
que muito se aprende com os erros. Eles
enriquecem nossa percepção de forma que
possamos ter melhores chances desimular
o mundo em nossas mentes em futuras
situações.
Criar é Ter Inteligência Para
Simular
Uma das características mais marcantes
dos "seres inteligentes" que habitam este
planeta é a habilidade de aprender e
antever consequências de atos imaginados.
Isto nos permite fazer "modelos" do
mundo.
Conseguimos
"rodar"
um
programa simulador em nossa mente. Uma
criança desde cedo aprende a entender o
que significa a força da gravidade e a partir
daí irá ganhar uma forma virtual de testar
mentalmente uma determinada ação física,
verificando se ela é segura ou não antes de
executá-la.
As
crianças
acabam
descobrindo que se colocar o dedinho no
fogo a consequência é dor lancinante.
Depois disso, elas podem antever a
consequência do ato de estender seu
dedinho mental no fogo virtual e sentir
assim o efeito virtual correspondente, sem
ter que passar pelo efeito físico.
Passamos boa parte de nossa vida
aprendendo como melhorar nossa
simulação do mundo exterior. Modelamos
o mundo físico, modelamos as emoções
das pessoas com as quais convivemos,
modelamos
a
empresa
em
que
trabalhamos, o governo, nossos vizinhos,
nosso carro, o trânsito, etc. Boa parte de
nosso raciocínio é meramente uma
simulação de grandes cadeias causais (isto
causa aquilo que causa aquilo...). Podemos
dizer que essa sequência de inferências são
representantes das "regras" que usamos
no dia-a-dia, equivalentes às regras mais
simples como aquela que diz que quando
vou atravessar uma rua, devo olhar para os
dois lados. Essa regra é tão forte que chega
ao
caráter
de
comportamento
condicionado. Tudo isto é muito, muito
útil, pois poupa-nos tempo, automatiza
procedimentos rotineiros, aumenta nossas
margens de acerto e evita erros fatais. Há
poucas (se é que há alguma!) vantagem em
ser criativo no atravessar a rua.
Mas há um lado ruim dessa tática: essas
regras
também
nos fazem
ficar
acomodados e por isso evitamos procurar
novas possibilidades. Para sermos criativos,
temos que estar dispostos a quebrar
(mesmo que apenas mentalmente) várias
dessas sequências pré-programadas e
dessa forma rodar nossa simulação do
mundo com um conjunto alterado de
regras. Mas para que mesmo fazer isso?
Vamos rever essa idéia.
O Estalo Perceptual
Aposto que todos os leitores já ouviram
falar (ou mesmo já tiveram) o famoso
"aha!" ou o "eureka". São expressões que
exprimem o momento em que as coisas se
"encaixam" de um jeito ideal mostrando
seu valor imediatamente. Chamo a isso de
"estalo perceptual". Por que?
Porque esse estalo aparece devido ao
nosso treinamento perceptual para
reconhecer coisas valiosas. Quando as
coisas se juntam, há um momento onde
identificamos uma espécie de "objeto"
como se tivessemos reconhecido a face de
um velho amigo que não vemos há muito
tempo. Na realidade, em termos
neurocientíficos é exatamente isso o que
ocorre.
Essa
é
uma
atividade
essencialmente cognitiva e que mostra a
importância de cultivarmos habilidades
perceptuais.
Ainda há muito a se falar sobre este tópico
e caso você esteja interessado em maiores
informações, você pode me contatar no email abaixo. Veja também a página do meu
seminário sobre criatividade que trata
desses assuntos com maior profundidade,
em especial como podemos fazer para
alterar as regras que conhecemos e assim
obter maiores chances de estalos
perceptuais.
Nós humanos somos os únicos seres
inteligentes deste planeta capazes de uma
profunda auto-reflexão. Para ser mais
criativos, temos que levar esse autoconhecimento um passo adiante.
Temos que conhecer como funcionam
nossos cérebros para poder não apenas
nos deleitar com esse conhecimento, mas
também
para potencializar nossas
capacidades e assim ampliar o alcance de
nossas melhores intenções humanísticas.
Criatividade: Dádiva de
Deus ou habilidade
aprendida?
Marcello Pinheiro – Brasil:
Criatividade é algo que qualquer um pode
desenvolver. Certamente, aqueles que
realmente perseguem o objetivo (99%
trabalho duro + 1% talento) podem ter
mais sucesso do que aqueles que são
talentosos. A diferença fundamental está
em até que ponto estamos apaixonados
pelo que fazemos.
Peter Kovacs – Nice, França
O único diferenciador entre pessoas
criativas e não criativas é que as pessoas
criativas pensam que são criativas. Não
criativas pensam que não o são. Nós todos
nascemos para ser criativos, é uma dádiva
que somente temos de aprender como
recuperá-la. Nas escolas aprendemos como
não ser criativos, mas alguns resistiram.
André Munhões – Brasil
Apostaria na resposta: ambos. Acredito
que todos nós temos certo tipo de dom
inato, ou seja, que nascemos com ele.
Porém, a vida nos sugestiona e nos desafia
às nossas próprias percepções, ela nos
impulsiona através dos problemas a
potencializar o dom da criatividade. Você
até pode nascer com este dom, mas se este
dom não for trabalhado, como um jarro de
barro nas mãos de um oleiro, será infértil,
infrutífero.
Walter Sargent – New York
Eu gosto do que Rick Jarow e Julia Cameron
têm a dizer sobre criatividade. Eles
defendem que cada um de nós é
naturalmente criativo. Jarow indaga, “e se
a criatividade não for algo que fizemos,
mas um modo de ver?”. O talento criativo
não é um clube exclusivo. Isto é como
pensar que somente certas pessoas podem
ser singulares. O que acontece é que
algumas pessoas aceitam e expressam sua
singularidade e outras não. Criatividade é
como um raro presente que nos
concedemos: a permissão para sermos nós
mesmos. Nossa singularidade continua a
ser o ponto principal.
Rosana Zenezi Moreira – Brasil
Jairo, eu acho que a criatividade pode ser
desenvolvida. As pessoas nascem com a
mente aberta, mas no decorrer da vida
podem tornar-se mentes fechadas. Isso
ocorre por que elas não exercitam alguns
potenciais internos.
Certa vez li que muitas pessoas delegam
suas vidas para outras pessoas tomarem
conta e, com isso deixam de pensar.
Algumas vezes, elas se deixam aprisionar
por toda a vida, mas outras fazem suas
próprias escolhas e superam as barreiras.
Este é um momento interior de
criatividade. Este momento é chamado de
“salto qualitativo”. Depois deste momento,
as pessoas podem ler, treinar e praticar,
enfim,
desenvolver
suas
próprias
competências e explorar a criatividade que
têm em suas mentes. Obviamente, há
pessoas que nascem com um dom especial,
mas em meu ponto de vista e, segundo
textos que li, o mais comum é
desenvolvermos a criatividade. É o mesmo
que a inteligência emocional, podemos
aprender a desenvolvê-la.
Adail Muniz Retamal – Brasil
Eu penso que todas as pessoas são
criativas! Talvez nem todas criem um vídeo
de propaganda divertido, nem um produto
revolucionário. Mas preste atenção como
todos sobrevivem… As pessoas têm de ser
muito criativas para ganhar a vida. Nossas
crianças são muito criativas também.
Observe-as!
Em minha opinião, o maior problema
começa na escola. Geralmente, as escolas
são destruidoras da criatividade. Mas
algumas pessoas são tão criativas que
conseguem escapar das armadilhas
escolares e não permitem que os estragos
sejam muito grandes.
Existem muitas escolas de criatividade. Eu
realmente aprecio o trabalho de Edward
De Bono (Os Seis Chapéus Pensantes,
Pensamento Lateral, etc.). Também faço
uso extensivo dos Processos de Raciocínio
da TOC (Teoria das Restrições), propostos
por Eliyahu Goldratt, que me fornecem
uma gama de ferramentas para ser criativo
de forma metódica.
Em resumo: o Criador é muito Criativo,
assim como nós Suas Criaturas, criadas à
Sua imagem e semelhança. E nós podemos
desenvolver nossa Criatividade pelo resto
de nossas vidas! Só depende de nós
mesmos!
Olli Kuismanen – Finlândia
Certamente, algumas pessoas têm
tendências naturais que as tornam mais
criativas do que outras. Eu vejo pelo menos
duas dimensões:
1.
Com que facilidade uma pessoa
gera novas idéias (isso está mais
relacionado à dimensão do ceticismo
interno que mata as idéias, antes
mesmo delas serem expressas).
2.
Qual é tendência natural da pessoa
em externalizar suas idéias. Isto está
diretamente relacionado ao perfil
extrovertido-introvertido.
Os
extrovertidos são mais facilmente
considerados criativos porque eles
expressam em voz alta cada idéia
maluca que têm
.
A chave real é que qualquer um pode
aprender a ser criativo, se a definição
significar a habilidade de criar algo
realmente novo e ser capaz de escapar dos
modelos de pensamento. Diferentes tipos
de personalidade requerem diferentes
tipos de métodos e habilidades.
Concluindo, a criatividade pode ser
desenvolvida, algo como um treinamento
reverso para superar as habilidades
baseadas na lógica ensinadas nas escolas.
Karl Garrison – San Diego, California
Bem, falemos sobre a pequena criatividade
e a grande Criatividade. Certamente, todos
nós temos a pequena criatividade – fazer
bolinhos em forma de coração no dia dos
namorados,
criar
belos
convites,
apresentações impressionantes ou tocar
um instrumento musical. O treinamento
pode melhorar isto muito, assumindo que
há interesse, pois as pessoas que não são
criativas geralmente não valorizam esta
habilidade e não a desenvolvem.
Mas é ridículo dizer que todos podem ter a
grande
Criatividade,
mesmo
com
treinamento. É como a inteligência:
certamente pode-se treinar as pessoas
para que façam as coisas melhores, mas o
verdadeiro gênio é muito raro. De forma
similar, poucas pessoas podem ser super
criativas e gerar idéias super inovadoras e
capazes de mudar o mundo. Você deve ter
uma habilidade inata, contudo o ambiente
determinará se você crescerá de modo a
usar efetivamente esta dádiva.
Se você prefere chamá-lo de uma dádiva
divina ou genética, eu deixo o debate para
os filósofos, embora eu esteja quase certo
da resposta.
Omar Bitar – Malta
Todos podem ser criativos, mas nem todos
conseguem expressar sua criatividade
efetivamente, e muitos poucos conseguem
implementar suas idéias criativas. Ao invés
de se preocupar se uma pessoa é ou não
criativa, necessitamos verificar se o
ambiente, seja na esfera pessoal ou na
organizacional, permite que a criatividade
se expresse! Não é suficiente recrutar
pessoas criativas, se a organização não tem
processos ou estruturas que direcionem e
dêem suporte ao desenvolvimento da
criatividade, em primeiro lugar.
Eileen Bonfiglio – Palm Beach, Florida
A verdadeira criatividade é uma dádiva.
Podemos aprender o pensamento lateral
para entender e empregar as técnicas de
criatividade? Sim. Isto é o mesmo que
criatividade natural? Não.
Frank Ruiz – Stockton, Califórnia
Eu diria AMBOS. É uma dádiva e é uma
habilidade adquirida. Assim como algumas
pessoas têm um talento natural para tocar
piano, outras têm que gastar anos de
aprendizado para alcançar o talento
natural. Em ambos os casos, se uma dádiva
ou não, tem que ser usada e cultivada.
Como todo recurso, a criatividade tem de
ser usada, esticada e pressionada para
crescer e ser aprimorada.
Vaughan Woods – Singapura
Eu penso que a criatividade é inata. A
aplicação bem sucedida da criatividade,
pouco importa se ela for pequena, é
aprendida.
Robin Cole Hamilton – Londres, United
Kingdom
Quando crianças, nós somos criativos sem
limitações, um estado que o mundo adulto
faz tudo para erradicar, na medida em que
crescemos e somos educados para a
conformidade e a pensar “normalmente”.
Esta criatividade na juventude é uma
dádiva da natureza, eu diria. Preservá-la ou
redescobri-la é um ato de vontade antes
que uma habilidade, e freqüentemente
requer pouco mais do que a capacidade de
não se aborrecer por estar errado, ser
extravagante ou não convencional.
Infelizmente, para muitos de nós, o desejo
de não ser muito diferente sobrepuja
outros instintos mais produtivos.
Ray Miller – Cincinnati
Eu considero que cada um tem a “dádiva”,
nem sempre reconhecida ou em uma
forma reconhecível. O que nós comumente
reconhecemos como criatividade é a
habilidade mental de ver as coisas de um
modo particular, que guarda na mente o
que foi feito, o que é possível e que não foi
pensado antes. Em alguma extensão, a
curva normal se aplica aqui como em todo
empreendimento
humano.
Algumas
pessoas são incrivelmente criativas, outras
nem tanto.
E eu penso que, independentemente do
nível de criatividade que você tem, ela
pode ser fortalecida e desenvolvida, se
dada a oportunidade, o suporte e o
interesse.
Raj Aphale – India
Ambas. Eu sou um estudante da música
clássica indiana e eu tenho testemunhado
isso. No mundo dos negócios, eu tenho
observado esta combinação também.
Algumas pessoas nascem com a
criatividade, e a combinação certa de
treinamento e ambiente pode ajudar este
florescimento. Algumas pessoas não
abençoadas com a criatividade podem
tentar arduamente, podem atingir alguma
altura, mas não grandes alturas.
É como o diamante. Tem que ser um
diamente primeiro (nascimento), depois
tem que ser cortado e lapidado
adequadamente (treinamento e prática)
para que sua beleza apareça, e finalmente,
tem de ser colocado numa bela base de
ouro ou platina (cultura organizacional), de
forma que o melhor do diamante seja visto
e apreciado por todos.
Zulkifly Jamaludin – Malasia
Eu estou certo que cada um tem sua
própria habilidade para ser criativo.
Provavelmente, ele ou ela precise de
orientação para ser capaz de enxergar seu
potencial a ser liberado. Como humanos,
nós estamos sempre sujeitos a falhas na
nossa vida diária.
Howard Halpern – Toronto, Canadá
A resposta é “sim”. É tanto uma dádiva de
Deus, como uma habilidade adquirida. É
um dom que muitos têm, poucos têm a
coragem de usar; é uma habilidade que
pode ser desenvolvida por treinamento e
prática.
O que é aprendido pelo treinamento e
prática não é uma dádiva de Deus menor
do que o dado para nós no nascimento.
Tudo o que somos capazes de obter é uma
dádiva de Deus, porque a capacidade de se
submeter ao treinamento e a habilidade de
praticar são ambas dádivas de Deus.
Todas as coisas boas são dádivas, e não há
esta coisa como uma dádiva que não venha
de Deus. Dando crédito a Deus, sua
personalidade superior, o oposto do ego, a
personalidade inferior, é o melhor caminho
para asegurar que você continue a receber
dádivas, das quais as mais valiosas não são
as materiais.
Pensar criativo
Hoje em dia, quando a inovação
permanente se tornou um dos fatores
essenciais para o sucesso e sobrevivência
das organizações, a expressão “pensar fora
da caixa” (thinking outside the box) se
tornou o mantra de muitos profissionais
dedicados à criatividade e inovação.
Pensar fora da caixa significa pensar
diferente, de forma não convencional,
romper com os paradigmas e ideias
dominantes.
A necessidade de escapar do pensamento
convencional para se obter soluções
inovadoras, foi clara e objetivamente
ressaltada por Einstein: “Os problemas não
podem ser resolvidos no mesmo nível de
pensamento que os criou.”
Mas como escapar da caixa? Como levar
nosso raciocínio para outro nível de
pensamento? A resposta está nas
perguntas que fazemos, no modo como
formulamos nossos desafios. Para escapar
da caixa precisamos de perguntas
vigorosas que somente podem ser
respondidas
fora
dos
paradigmas
dominantes, muito além das restrições
impostas pela maneira atual de pensar.
Perguntas cujas respostas explorem novos
caminhos e possibilidades, e não que
justifiquem as suposições e limitações da
situação vigente. Perguntas tímidas
fornecem respostas dentro da caixa,
perguntas vigorosas libertam nossa
imaginação.
Por que não fazemos boas
perguntas?
Se fazer boas perguntas é essencial,
porque não dedicamos mais tempo e
energia na criação de perguntas criativas e
desafiadoras? As principais razões estão na
nossa educação e nas práticas gerenciais
de muitas organizações.
A cultura que orienta nossa educação
focaliza mais o aprender a “resposta
certa”, através da memorização de
respostas prontas, ao invés de valorizar a
arte de formular a “pergunta certa”.
Testes, exames e concursos reforçam o
valor de ter a resposta certa. Professores
dogmáticos se preocupam mais em
disseminar suas convicções do que
desenvolver as habilidades de raciocinar e
questionar em seus alunos. Alguém já
disse: “Não é a resposta que nos ensina,
mas a pergunta.”
As práticas gerenciais nas organizações não
mostram muita tolerância para as mentes
criativas e questionadoras. Essas práticas
valorizam mais aqueles que agem rápido e
dentro das regras estabelecidas, mesmo
que as causas dos problemas permaneçam
intocadas e as “soluções” tenham efeitos
transitórios. O ritmo rápido dos negócios
reduz o tempo disponível para explorar
novas possibilidades e oportunidades de
inovação. O futuro acaba sacrificado pela
correria do dia a dia, as urgências não
deixam espaço para as coisas importantes
e as perguntas inovadoras não são
formuladas.
O que faz uma pergunta vigorosa
e desafiadora?
As boas perguntas são aquelas que nos
dirigem para fora da caixa e nos levam a
explorar novos caminhos, a dar asas a
nossa imaginação e procurar respostas não
convencionais. Uma pergunta vigorosa:

Desperta a curiosidade.

Estimula a reflexão e a criatividade.

Revela e desafia as suposições e
crenças da situação vigente.

Abre
novas perspectivas e
possibilidades.

Gera energia e movimento.

Canaliza a atenção e promove a
investigação.

Promove novas abordagens e a
cooperação entre pessoas e equipes.

Dá origem a mais perguntas.
A arquitetura das perguntas
vigorosas
As perguntas vigorosas podem aumentar
drasticamente a qualidade da reflexão,
inovação e ação em nossas organizações,
no nosso trabalho e em nossas vidas. Elas
têm o poder de se espalharem por toda a
organização e de provocar mudanças
profundas e em larga escala.
Assim sendo, o conhecimento da estrutura
básica de formulação de uma pergunta
vigorosa é uma habilidade essencial para se
explorar todo o seu potencial. De acordo
com os estudos de Eric E. Vogt e sua
equipe, as perguntas vigorosas têm três
dimensões: construção,
escopo
e
suposições. Cada dimensão contribui para a
qualidade das ideias, do aprendizado e do
conhecimento que surgem da pergunta
vigorosa e desafiadora.
Dimensão 1: A construção da pergunta
O modo como a pergunta é construída
pode fazer uma diferença enorme na
abertura ou fechamento de nossas mentes
na consideração de novas possibilidades.
Uma pergunta pode ser fechada, levando a
somente duas opções, sim ou não, ou pode
ser aberta, abrindo uma ampla janela para
uma grande variedade de respostas.
A figura a seguir mostra as formas mais
usuais de palavras interrogativas que
podemos utilizar na construção de uma
pergunta.
As perguntas menos vigorosas estão na
base da pirâmide e se tornam mais
vigorosas à medida que caminhamos para
o topo.
Pra ilustrar, considere a seguinte sequência
de perguntas:

Você está satisfeito com nossos
serviços?

Quando você teve a maior
satisfação com nossos serviços?

O que em nossos serviços você
considera mais satisfatório?

Por que será que nossos serviços
têm seus altos e baixos?

Como podemos melhorar nossos
serviços aos clientes?
À medida que nos movemos da pergunta
sim/não para perguntas cada vez mais
abertas e vigorosas, as questões tendem a
estimular pensamentos mais reflexivos e
instigantes. As questões baseadas nas
perguntas mais vigorosas provocam
pensamentos mais criativos e profundos.
Uma nota de precaução: o uso do
interrogativo por que deve ser feito com
cuidado para evitar posições defensivas
por parte dos respondentes. A pergunta
deve ser estruturada de forma a gerar
curiosidade e o desejo de esclarecer as
causas do problema analisado, ou de
explorar
possibilidades
ainda
não
pensadas. Uma variação útil é o por que
não?

Dimensão 2: O escopo da pergunta
Esclarecendo ou alterando as suposições,
podemos mudar o contexto da pergunta e
criar novas oportunidades de inovação.
Compare as duas perguntas seguintes:

Como podemos nos tornar a
melhor seção do grupo escoteiro?

Como podemos nos tornar a
melhor seção para o grupo escoteiro?
Além dos cuidados na escolha das palavras
para construir a pergunta, é também muito
importante a adequação do escopo da
questão às nossas necessidades. Considere
as três perguntas a seguir:

Como podemos melhorar a
qualidade da atividade?

Como podemos melhorar a
qualidade de nossa seção?

Como podemos melhorar a
qualidade de nosso grupo escoteiro?
Neste exemplo, as perguntas ampliam
progressivamente o escopo do desafio,
considerando sistemas cada vez mais
abrangentes. Para tornar suas perguntas
vigorosas e objetivas, defina o escopo do
modo mais preciso possível para mantê-lo
dentro de limites realistas e conforme as
necessidades da situação em que esteja
trabalhando. Não vá além e nem fique
aquém do necessário.
Dimensão 3: As suposições embutidas
na pergunta
Quase todas as perguntas que fazemos
trazem embutidas, de forma explicita ou
implícita, suposições que podem ou não
ser compartilhadas pelo grupo envolvido
na exploração de novas ideias.
Para formular perguntas vigorosas, é
importante estar ciente das suposições e
usá-las adequadamente. É sempre
aconselhável examinar a pergunta e
identificar as suposições e crenças
embutidas e como elas podem ajudar ou
dificultar a exploração de novos caminhos
de pensamento. As boas perguntas:

Ampliam as perspectivas e
estimulam a cooperação entre os
envolvidos.

Não incluem soluções e nem
direcionam ou limitam a exploração de
alternativas.
Não incluem suposições ou
suspeitas de erros e culpas e evitam
atitudes defensivas.
Uma pequena mudança altera totalmente
as regras do debate. A primeira pergunta
isola o debate dentro dos limites da seção.
A segunda pergunta permite ampliar o
debate e trazer contribuições de todos as
outras seções do grupo escoteiro e de
pessoas de fora.
Pelo entendimento e consideração
consciente das três dimensões das
perguntas vigorosas, podemos aumentar o
poder desafiador de nossas perguntas e,
como resultado, melhorar e aumentar
nossa habilidade de gerar ideias criativas e
inovadoras. Boas perguntas nos ajudam a
romper os bloqueios mentais, incentivam a
criatividade, promovem a cooperação, nos
levam a múltiplas respostas e criam
variadas alternativas. Perguntas fracas e
tímidas nos mantêm prisioneiros das
formas tradicionais de pensar e fornecem
respostas convencionais e óbvias.
Bloqueios
intelectuais
comunicação
Bloqueios a Criatividade
Bloqueios mentais são obstáculos que nos
impedem de perceber corretamente o
problema ou conceber uma solução. Pela
ação destes bloqueios nós nos sentimos
incapazes de pensar algo diferente, mesmo
quando nossas respostas usuais não
funcionam mais. Alguns bloqueios são
criados por nós mesmos: temores,
percepções, preconceitos, experiências,
emoções, etc.
Outros são criados pelo ambiente:
tradição, valores, regras, falta de apoio,
conformismo, entre outros. Os bloqueios
mentais podem ser classificados em cinco
categorias:
Bloqueios culturais
Barreiras que impomos a nós mesmos,
geradas por pressões da sociedade, cultura
ou grupo a que pertencemos. Eles nos
levam à rejeição do modo de pensar de
pessoas ou grupos diferentes. Alguns
destes bloqueios:

Nós não pensamos ou agimos
deste jeito aqui.

Nosso jeito é o certo.

Respeitamos nossas tradições.

Não se mexe em time que está
ganhando.
Bloqueios
organizacionais
ambientais
e
Resultantes das condições e do ambiente
de trabalho (físico e cultural):

Distrações no ambiente de
trabalho,
reais
ou
imaginárias
(interrupções, ruídos, telefone, e-mail).

Ambiente de trabalho opressivo,
inseguro, desagradável.

Atitudes inibidoras à expressão de
sentimentos, emoções, humor e
fantasia.

Autoritarismo, estilos gerenciais
inibidores.

Falta de apoio, cooperação e
confiança.

Rotina estressante e inibidora.
e
de
Inabilidade para formular e expressar com
clareza problemas e idéias. Podem resultar
de vários fatores:

Falta de informação e pouco
conhecimento sobre o problema ou
situação analisada.

Informação
incorreta
ou
incompleta.

Fixação profissional ou funcional,
isto é, procurar soluções unicamente
dentro
dos
limites
de
sua
especialização ou campo de atividade.

Crença de que para todo problema
só há uma única solução válida.

Uso inadequado ou inflexível de
métodos para solução de problemas.

Inabilidade para formular e
expressar com clareza problemas e
idéias.
Bloqueios emocionais
Resultantes do desconforto em explorar e
manipular idéias. Eles nos impedem de
comunicar nossas idéias a outras pessoas.
Alguns exemplos:

Medo de correr riscos; desde
criança somos ensinados a ser
cautelosos e não falhar nunca.

Receio de parecer tolo ou ridículo.

Dificuldade em isolar o problema.

Desconforto com incertezas e
ambigüidades.

Negativismo: procura prematura
de razões para o fracasso, por que não
vai dar certo.

Inabilidade para distinguir entre
realidade e fantasia.
Bloqueios de percepção
Obstáculos que nos impedem de perceber
claramente o problema ou a informação
necessária para resolvê-lo. Inabilidade para
ver o problema sob diversos pontos de
vista. Exemplos:

Estereótipos: ignorar que um
objeto pode ter outras aplicações além
de sua função usual. Gutenberg
adaptou a prensa de uvas para


imprimir livros; Santos Dumont usou a
corda de piano para substituir as
pesadas e grossas cordas usadas nos
balões.
Fronteiras imaginárias: projetamos
fronteiras no problema ou na solução
que não existem na realidade.
Sobrecarga de informação: excesso
de informações e de detalhes que
restringem a solução que pode ser
considerada.
Os bloqueios são paredes invisíveis que nos
impedem de sair dos estreitos limites do
cubículo que construímos ao longo dos
anos. Os tijolos desta parede são feitos de
nossos medos, frustrações, ansiedades e
imposições da sociedade, família, colegas e
superiores. Quando se sentir paralisado e
incapaz de pensar diferente, relaxe e
procure enxergar estes tijolos. A
consciência dos bloqueios mentais já é
meio caminho andado no desenvolvimento
de suas habilidades criativas.
Heurística
Somos fortemente condicionados pelo
ambiente em que vivemos e por nossas
experiências e emoções. Identifique e
procure mudar os modos inibidores como
você tende a perceber, definir e examinar
os problemas e decisões que enfrenta.
10 Atitudes de pessoas
criativas
Nada pode impedir uma pessoa com a
atitude mental correta de realizar seu
objetivo; nada na terra pode ajudar uma
pessoa
com
a
atitude
mental
errada.Thomas Jefferson.
Criatividade não é meramente uma
questão de técnicas e habilidades, mas
sobretudo de uma atitude mental no trato
de problemas e de idéias. Mesmo para
alguém
versado
nas técnicas
de
criatividade (Brainstorming, Mapa Mental,
SCAMPER, TRIZ, etc.), sem uma atitude
mental correta, estas técnicas não
produzirão resultados. Para serem eficazes,
as técnicas de criatividade precisam ser
acompanhadas de atitudes que nos levem
a ver o mundo sob diferentes perspectivas
e a trilhar caminhos nunca antes tentados.
Algumas atitudes mentais essenciais para o
pensamento criativo são apresentadas a
seguir.
1. Curiosidade
Criatividade requer uma disposição
permanente para investigar, procurar
entender e obter novas informações sobre
as coisas que nos cercam. Para se tornar
uma pessoa mais criativa você deve
aprender a perguntar “por quê?” e“e
se…?” e incorporar estas perguntas ao seu
modo de vida. Infelizmente, com a
maturidade perdemos aquela atitude
inquisitiva da infância, quando não
dávamos trégua aos nossos pais, querendo
saber o porquê sobre tudo. Faz-se
necessário estimular a volta desta
curiosidade natural, anulada pela escola,
pela família e pelas empresas.
2. Confrontando desafios
As pessoas criativas não fogem dos
desafios
mas
os
enfrentam
perguntando“como eu posso superar
isto?”. Elas têm uma atitude positiva e
vêem
em
cada
problema
uma
oportunidade de exercitar a criatividade e
conceber algo novo e valioso.
3. Descontentamento construtivo
As pessoas criativas têm uma percepção
aguda do que está errado no ambiente em
volta delas. Contudo, elas têm uma atitude
positiva a respeito desta percepção e não
se deixam abater pelas coisas erradas. Ao
contrário,
elas
transformam
este
descontentamento em motivação para
fazer algo construtivo. Santos Dumont era
um entusiasta dos balões mas não estava
satisfeito com suas limitações e não
descansou até inventar uma aeronave
dirigível.
4. Mente aberta
Criatividade requer uma mente receptiva e
disposta a examinar novas idéias e fatos.
As pessoas criativas têm consciência e
procuram se livrardos preconceitos,
suposições e outros bloqueios mentais que
podem limitar o raciocínio. Quem vê um
celular apenas como um telefone, jamais
pensaria em agregar ao aparelho outras
utilidades como fotografia, GPS, e-mail e
MP3.
5. Flexibilidade
As pessoas muito criativas são hábeis em
adotar diferentes abordagens na solução
de um problema. Elas sabem combinar
idéias, estabelecer conexões inusitadas e
gerar muitas soluções potenciais. Elas
adoram olhar as coisas sob diferentes
perspectivas e gerar muitas idéias.
6. Suspensão do julgamento
Imaginar e criticar ao mesmo tempo, é
como dirigir com o pé no freio. As pessoas
criativas sabem que há um tempo para
desenvolver idéias e outro para julgá-las.
Elas têm consciência que toda idéia nasce
frágil e precisa de tempo para maturar e
revelar seu valor e utilidade antes de ser
submetida ao julgamento.
7. Síntese
Olhe as árvores, sem perder a visão da
floresta. A capacidade de se concentrar nos
detalhes sem perder de vista o todo é uma
habilidade fundamental das pessoas
criativas. A visão do todo lhe dá os
caminhos para estabelecer conexões entre
informações e idéias aparentemente
desconexas.
8. Otimismo
Henry Ford resumiu bem as conseqüências
de nossas atitudes: Seja acreditando que
você pode, seja que não pode, você
estará provavelmente certo. Pessoas que
acreditam que um problema pode ser
resolvido acabam por encontrar uma
solução. Para elas nenhum desafio é tão
grande que não possa ser enfrentado e
nenhum problema tão difícil que não possa
ser solucionado.
9. Perseverança
As pessoas muito criativas não desistem
facilmente de seus objetivos e persistem
na busca de soluções, mesmo quando o
caminho se mostra longo e os obstáculos
parecem intransponíveis. Com muita
freqüência, a procura de uma solução
criativa requer determinação e paciência.
Ouçamos o Professor Sir Harold Kroto,
prêmio Nobel de Química: Nove entre dez
de meus experimentos falham, e isto é
considerado um resultado muito bom entre
os cientistas.
10. Eterno aprendiz
Freqüentemente, a solução criativa nasce
de combinações inusitadas, estabelecendo
analogias e conexões entre idéias e objetos
que não pareciam ter qualquer relação
entre si. A matéria prima para estas
analogias e conexões são os fatos
observados e os conhecimentos e
experiências anteriores que a pessoa traz
consigo. É através de seu patrimônio
cultural que cada pessoa pode dar seu
toque de originalidade. Este patrimônio
cultural nasce e se alimenta de uma atitude
de insaciável curiosidade e de prazer em
aprender coisas novas.
Quais destas atitudes mentais caracterizam
sua maneira de lidar com seus desafios?
Quais são seus pontos fortes? Quais
atitudes você precisa desenvolver para
fortalecer sua criatividade? Focalize
naquelas que você considera essenciais
para o aprimoramento de sua criatividade
e prepare um plano de ação. Mas tenha
sempre em mente que atitudes não são
mudadas de um dia para outro. Isto requer
disciplina, paciência e perseverança. Pode
ser difícil, mas o prêmio é alto.

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