operatório - ISAPG - Instituto Sul Americano de Pós

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operatório - ISAPG - Instituto Sul Americano de Pós
Modalidade: Comunicação Oral - slides
Eixo Temático
GT: Artes Visuais
Epistemologia, Politica Educaciional, práticas educativas em Artes Visuais: realidade latino americana
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA CRIATIVIDADE DO
PACIENTE VALVOPATA NO PERÍODO PRÉ E PÓSOPERATÓRIO
Jacqueline M.D.L.Alves (USP, São Paulo, Brasil)
RESUMO
A criatividade é um fenômeno inerente ao ser humano. Existem várias linhas de
investigação a respeito do processo criativo, modalidades da produção criativa,
características da personalidade criativa e tipos de ambientes facilitadores da
criatividade. Todos esses caminhos nos levam ao entendimento da importância
dessa habilidade para o crescimento do indivíduo. Partindo do pressuposto que a
criatividade assegura a saúde mental do indivíduo, e que período de estresse pode
afetar essa habilidade, esse estudo se faz necessário para quantificar, identificar e
analisar a criatividade antes e após o impacto da cirurgia de portadores doenças
valvares. Objetivo: quantificar a criatividade do valvopata no pré e pós-operatório.
Método: aproximadamente 300 pacientes portadores de doença valvar,
acompanhados no Instituto do Coração, na faixa etária entre 18 a 75 anos e durante
o período pré e pós operatório participarão da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa
que desenvolverá uma abordagem quantitativa-qualitativa. Os pacientes serão
informados sobre o estudo e seus objetivos e, após assinatura do Termo de
Consentimento, serão aplicados dois testes de criatividade – Teste de Pensamento
Criativo de Torrance e Teste de Personalidade Wartegg, associados a um
questionário de perfil socioeconômico e um de insuficiência cardíaca (Kansas City).
Os testes serão repetidos após 90 dias do pós-operatório. Analise estatística
comparativa dos períodos citados será realizada ao término da coleta de dados.
Descritores: Arte Educação; Criatividade; Psicologia, pré e pós-operatório.
ABSTRACT
Creativity in the pre and postoperative period of valvular heart surgery; São Paulo,
2013.
Creativity is an inherent human phenomenon. There are several ways to investigate
the creative process, modes of creative production, characteristics of the creative
personality, and types of environments that facilitate the creativity. All these paths
lead us to understand the importance of this skill for the individual growth. Assuming
that creativity ensures the mental health, and that this skill could be affected during
stress this study will quantify, identify and analyze creativity before and after the
valvular heart surgery. Objective: To quantify the creativity of patients with valvular
heart disease in the preoperative and postoperative period. Methods: approximately
300 patients with valvular heart disease from the Heart Institute (InCor), aged
between 18-75 years, and during the pre and postoperative periods. This is research
will develop a quantitative and qualitative approach. Patients will be informed about
the study and its objectives and, after signing the informed consent form, two tests of
creativity will be applied: Torrance Test of Creative Thinking and Wartegg Drawing
Test. A questionnaire related to the socioeconomic profile and Heart Failure
symptoms (Kansas City) will also be applied. These tests will be repeated after 90
days postop. Comparative statistical analysis of the mentioned periods will be
undertaken at the end of data collection.
Descriptors: Education Art , Creativity , Psychology, preoperative and postoperative
period.
1 Introdução
Durante a Antiguidade a criatividade era considerada inspiração divina. Na
filosofia platônica, a criatividade estava no mundo das ideias, o mundo superior que
enviava ideias para a Terra. O próprio Platão declarava ser o artista, no momento da
criação, agente de um poder superior, perdendo o controle de si mesmo 1. Até hoje,
persiste a ideia de que o artista é inspirado por um ser supremo. Outra tradição do
Velho Mundo concebe a criatividade como forma de loucura. A espontaneidade seria
um acesso dessa falta de sanidade. Teorias essas que vivem até hoje no consciente
coletivo.
No século XVIII, fim do período Renascentista, pensadores como Kant
associavam criatividade à genialidade. Era de se esperar, afinal foram testemunhas
das obras de Da Vinci, Vassari e Michelangelo. Ao escrever sobre o gênio, Kant, em
sua Crítica do Juízo2, entende ser a criatividade um processo natural, que cria suas
próprias regras, sendo imprevisível e, por isso, não pode ser ensinada formalmente.
No século seguinte, uma das conclusões da teoria de Darwin foi que a criatividade
humana é uma manifestação inerente à vida, já que a evolução orgânica é
fundamentalmente criadora por gerar novas espécies3.
Apesar de essas teorias filosóficas persistirem na cultura ocidental até hoje,
vale ressaltar, que desde o século XIX, surgiram as teorias psicológicas, como o
Associacionismo, nascida na Inglaterra e Estados Unidos com forte impacto em
nossos dias e a Analise Fatorial, onde encontraremos a bissociação4. Essas duas
teorias serão utilizadas como base para a revalidação deste estudo.
1
Dicionário de Filosofia
2
Emmanuel Kant
3
Michael Rose
4
Kneller
A teoria do Associacionismo diz que o pensamento criador é um processo de
tentativas e erros, combinando ideias até chegar a uma que se ache a certa para o
problema. Deriva, portanto, de ativação de conexões mentais. A segunda, ou seja, a
analise fatorial, baseia-se em conclusões de diversas ciências como a psicologia, a
fisiologia, a neurologia, a genética e consiste na conexão de níveis de experiências
ou sistemas de referências.
Toda atividade criadora pressupõe uma estrutura de hábitos ordenados de
pensamento e comportamento5. Mas o hábito reduz o homem à condição de
automação. Para o ato criador é necessário que seja estabelecido conexões entre
dimensões de experiências antes não relacionadas. O resultado pode ocorrer em
três momentos: o humor, a ciência e a arte. Se ocorrer uma colisão de duas ideias
antagônicas, teremos o humor. Se a ocorrência for uma fusão de ideias, teremos
uma nova síntese intelectual. Mas se for uma confrontação, teremos uma
experiência estética, ou seja, a arte. Os três momentos falam da criatividade, sendo
que o ato criador pode ocorrer em campos diferentes e que, estes, podem dar
suporte a nossa pesquisa.
2. Desenvolvimento
A Criatividade é de fato inerente ao homem e quanto mais estímulos obtém,
mais ela é desenvolvida. Pesquisadores descobriram que, dependendo do ambiente
e do tipo de convivência, cada indivíduo desenvolve a criatividade à sua maneira 6.
As características das pessoas criativas perpassam pelo inconformismo,
independência de julgamento, alta motivação, impulsividade e espontaneidade,
sendo, também, sinônimo de saúde mental e de auto realização7.
No ambiente psicanalítico a teoria da criatividade é entendida como uma ação
que se origina num conflito dentro do inconsciente8. Se a solução de uma questão
reforça a atividade pretendida, teremos um comportamento criador simples, mas, ao
contrário, se for reprimida surgirá uma neurose, então a solução em questão virá da
ação neurótica surgindo a criatividade. Assim, tanto a pessoa criativa como a pessoa
neurótica são impelidas pela mesma força do inconsciente para criar, as duas ações
criadoras surgiram do conflito, só que de maneiras diferentes. A pessoa criativa não
é dominada pelas produções do seu inconsciente, simplesmente ela faz uso da
criatividade. Já a neurose tende a estrangular a criatividade que acontecerá também,
mas de forma diferente com uma dose de sofrimento. No comportamento criativo
uma pessoa sente dignidade, bem estar emocional, prazer em realizar, mesmo na
neurose. Durante a criação, seu intelecto e seu sentimento encontram-se em
harmonia, com renovado vigor9 podendo gerar benefício orgânico com implicações
clínicas. Assim, possivelmente o desenvolvimento do processo criativo, influencia em
diferentes comportamentos frente a situações de estresse, resultando em melhor
prognóstico, aos mais criativos.
5
Paul Torrance
6
Eysenck
7
Solange Wechsler
8
Noemi M. Kon
9
Erick Fromm
Por outro lado, é sabida a influência da sociedade sobre o processo criativo,
muitas vezes, controlando impulsos e impondo regras de convivência, negando-lhe
uma realização criativa. Ao se negar a criação inata, poderá ocorrer uma
insatisfação. Situações como angústia, frustrações e estresse poderão aflorar.
Consequentemente, alguma parte do corpo irá reagir a esse tipo de situação,
resultando no seu mau funcionamento, ou na falta de saúde (doença)10.
A sociedade também entende que a autoexpressão criadora é muitas vezes o
único meio de bem-estar emocional e, por isso, permite que seja criado centros de
reabilitação que resgatem o potencial criador. Assim, entendendo as necessidades
criadoras do homem, a sociedade moderna permite que ele crie, ao mesmo tempo
que se defenda das inovações resultando num equilíbrio11.
Portanto, sendo a criatividade uma habilidade geradora de ideias em que o
desenvolvimento permite o crescimento do potencial criador12, observaremos, dentro
das teorias citadas, como o doente crônico enfrenta o estado de falta de saúde, a
partir de um comportamento criador.
Nessa pesquisa pretendemos investigar a união da ciência e da arte em um
mesmo patamar, já que um dia elas estiveram juntas. A medicina é a ciência que
estuda patologias e a arte é a expressão do ser humano no ato criador 13. Sendo a
criatividade inerente ao ser humano é necessário desenvolvê-la a partir de estímulos
ao longo da vida14. Julgamos importante quantificar o nível de criatividade do
paciente valvopata e identificar como se adapta ao estresse observado em dois
momentos, isto é, no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca.
Supomos que a criatividade pode sofrer transformações quando a pessoa
desenvolve-a para passar da fase “angustiante” (pré-operatório) para “tranquilizante”
(pós-operatório). A criatividade pode permitir melhor adaptação ao ambiente 15,
buscando o equilíbrio do bem estar nesse momento de mal estar.
Organização Mundial de Saúde afirma que não exite definição “oficial” de saúde
mental. Mas que este termo é usado para descrever o nivel de qualidade de vida
cognitivo ou emocional. Podendo ser, saúde mental como a capacidade de reagir
aos estressses e voltar ao equilibrio do corpo. Entendendo que doença fisica e
mental fazem parte de um corpo, que ela é integral, a OMS diz que saúde é o estado
de completo bem estar físico, mental e social. Quando falamos de pacientes
valvopatas, estamos especificamente descrevendo pessoas que tem uma doença
física e que as mesmas (não necessariamente) não são doentes mentais. Mas que
se essas pessoas desenvolverem a sua criatividade poderão ajudar ao seu corpo
nos periodo pré e pós operatório e a se recuperar da cirurgia.
Desta forma, a pesquisa, pode ser útil como um novo parâmetro para
observar como reage o paciente valvopata, se há ou não bloqueio de sua
criatividade, nesses dois momentos significativos e diferentes do tratamento. O
comportamento criativo gera dignidade, amor e bem estar, consequentemente,
10
Nise Silveira
11
FaygaOstrower, 1987
12
Fayga Ostrower, 1990
13
Rudoph Arnheim
14
José Predebon
15
Amit Goswami
respostas poderão gerar motivação para praticar atividades que despertem a
sensibilidade mental16. O estudo é um importante passo para estabelecer novos
conceitos de tratamento e prescrição de atividades cerebrais17.
O perfil epidemiológico18 criativo do paciente valvopata pode ir além das
diferentes alterações sistêmicas, locais e temporais e fornecer dados adicionais
sobre o tema para futuras comparações e avaliações.
Com vistas nas teses sobre criatividade, podemos dizer que estamos diante
de um assunto importante para o desenvolvimento do ser humano, em qualquer fase
da vida. Até hoje encontramos pesquisas nas áreas de educação, psicologia e
recursos humanos e em sua maioria acredita-se que o individuo tem mais
probabilidade de uma melhor Qualidade de Vida, quando este busca desenvolver a
sua criatividade. E é com base nessa literatura que entendemos a importância desta
tese na área de saúde por nos apresentar um olhar diferente para os pacientes com
criatividade a cima da média.
2.
OBJETIVO
Objetivo primário:
Quantificar a criatividade em grupo de pacientes valvopatas em programação
cirúrgica em dois momentos clínicos: no pré e no pós-operatório.
Objetivos secundários:
1. Avaliar a influência do nível educacional sobre a criatividade.
2. Avaliar a influência da atividade laboral sobre a criatividade
3. Avaliar a influência de diferentes faixas etárias sobre a criatividade
3.
MÉTODO
O estudo será desenvolvido na Unidade Clínica de Valvopatias (UniVal) do
Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (InCor, HC-FMUSP). O protocolo será encaminhado
para avaliação e aprovação da Comissão Científica do InCor e do Comissão de Ética
para Análise de Projetos de Pesquisa do HCFMUSP (CAPPEsq).
Os pacientes serão selecionados da fila de espera para cirurgia cardíaca de
forma consecutiva e convidados a participar do estudo. As características do estudo
serão explicadas. Os procedimentos do estudo serão detalhados e, os pacientes que
concordarem com a participação no protocolo, assinarão o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
Serão aplicados os seguintes métodos: quantitativo (estudos transversais e
longitudinais) e qualitativo (delineamento individuado- observacional-longitudinalestudos prospectivos) para diferentes testes e questionários. A estratégia utilizada
será explanatória sequencial. Tendo como objetivo a quantificação do nível de
criatividade do paciente e de como ele lida com a ausência de saúde com vistas às
análises de dados19.
16
Eunice Alencar
17
Gardner
18
Araújo
19
John W. Creswell
O procedimento da coleta será: Estatísticos para os testes psicológicos na
pesquisa quantitativa; Etnográfico para os questionários na pesquisa qualitativa;
Comparativo no que desrespeito aos dois tipos de pesquisa. Buscando a
concomitância entre os dois momentos da pesquisa no estudo do fenômeno que é a
criatividade do paciente em situação de ausência de saúde20.
A análise dos discursos será feita através da metodologia do Discurso do
Sujeito Coletivo para pesquisa qualitativa21.
3.1 Cálculo Amostral
A proposta do estudo é saber se a situação de estresse acarreta alterações
no nível de criatividade do indivíduo. Para tanto, serão avaliados pacientes que
serão submetidos à cirurgia de válvula antes do procedimento e categorizados em
mais ou menos criativos, sendo feita uma reavaliação desses pacientes 90 dias após
a cirurgia. Um "estudo piloto" mostrou que os percentuais de mais criativos e menos
criativos foram praticamente semelhantes (50% cada) e espera-se que após
passado o estresse da cirurgia o nível de maior criatividade aumente para pelo
menos 60% dos pacientes. Com confiança de 95% e poder de 80%, baseado no
cálculo de amostra para o teste McNemar (Cohen, 1992), a amostra necessária para
se provar a mudança no percentual de maior criatividade sugerida é de 250
pacientes. Dado que os pacientes podem morrer com o procedimento serão
avaliados ao menos 300 pacientes para garantir a amostra necessária ao final do
estudo22.
3.2 Critérios de inclusão:
Pacientes valvopatas em programação cirúrgica na faixa etária de 18 a 75
anos.
3.3 Critérios de exclusão:
1. Pacientes iletrados,
2. Pacientes com dificuldades motoras para o desenho ou a escrita
Serão aplicados dois testes e dois questionários, no período pré-operatório
(até 30 dias da procedimento cirúrgico). Já no período pós-operatório (90 a 105 dias
após a cirurgia), serão aplicados apenas os dois testes e o questionário de Kansas
City, de novo, não sendo necessário o socioeconômico. Para a aplicação, dos testes
e dos questionários, serão entregues ao paciente uma prancheta (para apoio) e mais
lápis de cor, hidrocor, lápis preto, borracha e apontador. O paciente poderá utilizar
qualquer um desses materiais para desenvolver o seu trabalho.
Os testes e os questionários estão descritos abaixo:
3.4 Teste do Pensamento Criativo de Torrance23
20
Martins
21
Lefèvre
22
Cohen
23
Weschsler
O Teste de Torrance é constituído por três atividades, que são elas:
construindo, complementando e desenhando objetos ou figuras usando linhas, retas.
O tempo de aplicação é livre, porém será computado.
Tratando-se de forma de levantamento, a correção do instrumento é realizada
conforme proposta de Wechsler (2004), o que possibilita a avaliação de 7
indicadores (ou características) criativas. São elas:
Fluência: o número de ideias, sentenças e associações que uma pessoa pode
pensar quando apresentado a uma palavra, conceito ou problema.
Variedade e flexibilidade: a diversidade de diferentes soluções que uma pessoa
pode encontrar quando solicitada a explorar os diferentes usos de alguma coisa ou a
criar soluções para um problema.
Originalidade: a habilidade de desenvolver soluções potenciais que outras pessoas
não conseguiram pensar.
Elaboração: a habilidade de formular uma ideia, de expandi-la e transformá-la numa
solução concreta.
Sensibilidade a problemas: habilidade de reconhecer o desafio central dentro de
uma tarefa, bem como das dificuldades associadas a este desafio.
Redefinição: capacidade de ver um problema conhecido sob uma perspectiva
completamente diferente.
Tolerância à ambigüidade: capacidade de aceitar e trabalhar ao mesmo tempo com
múltiplas causas ou respostas a um problema ou desafio singular.
Abaixo a prancha do Teste de Torrance
Exemplos de criatividade
<http://w.ci.esapl.pt/sofia/Inova%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 2 jul. 2011, 16:34:54. 5.
Anexos: 1. O teste de Torrance.
Para usar ou combinar uma figura, o paciente pode aumentá-la, reduzi-la,
alterar sua cor ou reproduzi-la várias vezes. Na combinação, o paciente pode usar
duas ou mais figuras. O objetivo é fazer com que o paciente tente obter figuras
criativas e originais.
3.5 Teste de Personalidade Wartegg
O Teste de Complemento de Desenhos, o Wartegg é uma técnica projetiva
gráfica de personalidade que, através de uma série de traços ou estímulos iniciais,
leva o indivíduo a produzir desenhos, explorando a estrutura da personalidade em
relação às funções básicas de emoção, imaginação e dinamismo (Wartegg, 1987). O
tempo de aplicação é livre, sendo que, de modo geral, varia entre 15 a 20 minutos.
Para a aferição, será utilizada a escala de mensuração da criatividade nos
desenhos, a qual será composta por itens explanados no Manual de Criatividade 24 A
folha de protocolo do Wartegg apresenta oito quadrados, considerados como
“campos”, sendo que em cada um deles há um esboço de desenho, chamado “sinal
arquétipo”, ou “estimulo inicial”, os quais estimulam diferentes domínios da
personalidade. É necessário que o examinado construa, em cada um dos “campos”,
um desenho conforme as características gestálticas de cada estimulo, possuindo
cada um desses um significado e uma interpretação diferente.
Wartegg direcionou o teste para o diagnostico em camadas, baseado nos
pressupostos da Gestalt e nos arquétipos de Jung. O autor criou um sistema
tipológico, elaborando um esquema de funções básicas da personalidade – emoção,
imaginação, intelecto e energia (ação) – cada um com duas características em
oposição. A emoção pode ser entendida como forma na qual o indivíduo posicionase frente à estimulação afetiva do meio e como estas influenciam o seu
relacionamento e reações emocionais, sendo que pode ser dividida entre retraída
(introversão) e expansiva (extroversão). O intelecto diz respeito à forma da pessoa
voltar-se para a realização e concretização das ideias. A energia (ação) refere-se à
“força” que o ser humano dirige para a realização das atividades, podendo ser
percebida de forma dinâmica ou controlada. Já a imaginação, pode ser percebida
como a capacidade psíquica de produzir imagens, subdividida entre combinatório,
baseada na realidade visível, e criadora, focada na realidade fantasiosa (Freitas,
1993).
Ao realizar o Teste de Wartegg, são possíveis duas abordagens: a
abordagem projetiva e abordagem expressiva. De acordo com Freitas (1993), a
abordagem projetiva considera os estímulos no seu significado de tratamento e
seletividade. Cada estimulo provoca uma impressão no examinado e proporcionam
um impulso a concretizar a impressão percebida, utilizando impressões do passado,
experiências e fantasias, as quais são expressas no desenho um significado
específico, relacionado com uma determinada parte da personalidade. Já a
abordagem expressiva é observada como foram executados os desenhos, ou seja,
nível de forma, pressão, tipo de linha, tamanho e expansão gráfica.
Verificaremos no instrumento suas características diretas:
multidisciplinado.blogspot.com630 × 320Pesquisa por imagem
Teste Wartegg
24
Freitas, AML
O Teste de Wartegg descreve, em cada campo de desenho, uma
característica da criatividade e da personalidade. São eles: 1º ego, eu, auto-estima;
2º fantasias, afetividade; 3º ambição, metas e objetivos 4º angústia, e como lida com
conflitos; 5º energia vital, transposição de obstáculos; 6º criatividade; 7º
sensibilidade; 8º sociabilidade.
3.6 Questionário Socioeconômico (Anexo A)
O questionário visa identificar o perfil do paciente com objetivo de levantar
informações socioeconômicos e demográficos para uma melhor visibilidade e
consolidação das informações características do paciente. Promovendo melhores
condições de discussão sobre o tema. Tais fatores serão para entender e explicar o
desempenho, impactos e eficácias da intervenção cirúrgica.
3.7 Questionário sobre Insuficiência Cardíaca - Kansas City (Anexo B)
Este questionário será utilizado para avaliar o grau de descompensação
clínica (insuficiência cardíaca) do paciente antes e após o procedimento cirúrgico.
O questionário de cardiomiopatia Kansas City é um instrumento auto
administrado, de 23 itens que quantifica a função física, sintomas (frequência,
gravidade e mudança recente), função social, auto eficácia e conhecimento e
qualidade de vida. Este instrumento foi desenvolvido e validado por John Spertus,
diretor do Instituto do coração de América Mid, é, também, Professor de medicina na
Universidade de Missouri-Kansas City.
O KCCQ é uma medida de status de saúde válida confiável e responsiva para
pacientes com Insuficiência Cardíaca e pode servir como desfecho clinicamente
significativo na pesquisa cardiovascular. As pontuações, do questionário, são
transformadas para uma escala de 0-100, em que escores mais altos refletem
melhor estado de saúde. Por questões de brevidade, apenas as características de
desempenho da nota de resumo são apresentadas nesta discussão25.
Questionário - perfil socioeconômico
Identificação do paciente
n°ficha: ______
1. Nome completo:______________________________________________
2. Natural: ______________________________nasc:_____/______/______
3. Endereço:_______________________________________________nº___
Bairro:__________________cidade:____________________UF:______
4. Telefone:_______________
5.
9
Idade:_____
6.
Sexo: __
Estado Marital: ( ) solteiro(a)
25
Green C,
7.
Etnia:___
( )casado(a)
8.
Filhos______
( ) separado(a)
( ) divorciado(a)
10.
( ) companheiro(a)
( ) viúvo(a)
Escolaridade: ( ) analfabeto(a) ( )1º grau ( ) 2ºgrau ( ) 3º grau
( ) pós graduação
( ) incompleto ( ) completo
11. Profissão:______________________________________________________
12. Estrutura familiar (quem mora com você – citar grau de parentesco – pai mãe,
filho..)_______________________________________________
13. Quantas pessoas trabalham na casa? _____
14. Religião: _________________________ praticante ( ) sim ( ) não
15. Você se acha uma pessoa criativa? ( ) sim
( ) não
16. Fez algo criativo na ultima semana? ( ) sim
( ) não
O que?
17. Fez algo criativo no último mês?
( ) sim
( ) não
O que?
18. Fez algo criativo no último ano?
( ) sim
( ) não
O que?
19. Já participou de alguma oficina de artes? ( ) sim
( ) não
20. Quanto tempo você já tem de tratamento?______ alguma cirurgia?______
21. Você gostaria de participar do grupo de pesquisa ( )
22. Assinatura do próprio ou Responsável:
Data: _____/______/______
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Pesquisadora Colaboradora: HCFMUSP. http//lattes.cnpq.br/7205340745355860