SBA - Sociedade Brasileira de Anestesiologia

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SBA - Sociedade Brasileira de Anestesiologia
SBA
SBA | Nota da Redação
Nota da Redação
Por Airton Bagatini*
A nova Anestesia
em Revista para
você
Uma revista com um layout diferente, mais leve, mas com
o mesmo foco: nos interesses dos associados.
“Para ser grande, sê inteiro/Nada teu exagera ou exclui/Sê
todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes/Assim, em cada lago
a lua toda brilha, porque alta vive...” (Fernando Pessoa)
Nesta edição da Anestesia em Revista, a diretoria da
SBA tem a honra de apresentar a seus associados o novo
layout de nosso informativo. Acreditamos que esta versão
mais moderna, clara e com visual leve e elegante está em
consonância com os veículos atuais. Isso ocorreu pela
observação, através de nosso planejamento estratégico,
da necessidade de contratação de uma assessoria de
marketing e pela credibilidade que a Diretoria deposita
neste meio de divulgação. Sem dúvida, subimos mais
um degrau na escalada que se iniciou há 62 anos, com a
primeira Diretoria da SBA.
Você perceberá também que algumas colunas estão
disponíveis apenas em nosso site (www.sba.com.br):
Novos Membros e Obituários. Em contrapartida, novos
editoriais farão parte desta revista a partir de 2011, como
Qualidade de Vida e Entrevistas Pingue-Pongue, com
renomados especialistas de nossa área de interesse.
Com este novo formato, buscamos mais que
modernidade: queremos conquistar novos espaços de
discussão e interação com nosso público.
Ah, e o Fernando Pessoa? Bom, do poema, compreendi
assim: devemos ser inteiros em tudo que fazemos (pela
SBA), pois lá em cima, a lua (SBA) toda brilha para nos
iluminar.
Um ótimo 2011 para todos nós!
*Editor responsável por esta publicação.
Nota da Redação
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Expediente
Foto do Sumário: quadro pintado por Robert Hincley (1853-1941) da 1ª anestesia em 16/10/1846 no
Massachusetts General Hospital em Boston-EUA, doado a Boston Medical Library em 1903.
Conselho Editorial: Carlos Eduardo Lopes Nunes, Nádia Maria da Conceição Duarte,
Sylvio Valença de Lemos Neto, Henri Braunstein, Edno Magalhães,
José Mariano Soares de Moraes e Airton Bagatini
Diretor Responsável: Airton Bagatini
Projeto Gráfico: ag.totem
Diagramação: Ito Oliveira Lopes e Wellington Lopes
Equipe Editorial: José Bredariol Jr., Marcelo Marinho, Marcelo Sperle, Mercedes Azevedo e Rodrigo Matos
Jornalista Responsável: Eliane Belleza
Impressão e Acabamento: MasterGraph - Tiragem 9000 - Distribuição Gratuita
Cadastre seu e-mail na SBA
Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ
CEP 22251-080 | Tel.: (21) 2537-8100 - Fax: (21) 2537-8188
Os artigos publicados na Anestesia em revista são de inteira responsabilidade dos seus respectivos autores
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Sumário
Editorial
Os ciclos e as oportunidades, Carlos Eduardo Lopes Nunes
Artigos
Agitação no despertar da anestesia em crianças, Mário J Conceição
WFSA Comitê de Assuntos Científicos, Philippe Scherpereel
O reconhecimento da especialização é indispensável, Renato Ângelo Saraiva
Nota de esclarecimento da SBA
Obrigação de resultado em cirurgias, Antônio Ferreira Couto Filho
CET da Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, 40 anos, José Roberto Nociti
Especial 57º CBA
57º CBA contou com mais de 3 mil participantes
Atividades associativas desenvolvidas no 57º CBA
Aprovados nas provas da SBA
Notícias
Médico anestesista toma posse na Academia de Medicina do Rio de Janeiro
Brasil na presidência da Associação Médica Mundial
Regionais
SAESP inaugura nova sede
Mês de festa para a Coopanest-PE
Sargs conquista mais autonomia para anestesiologistas gaúchos
V Jornada Amazonense de Anestesiologia
Opinião
Reivindicações, ações e planejamento para 2011
Calendário Científico
Responsabilidade Social
Biodiversidade & Biotecnologia, Juliana B. Klein
Cultura
Amor e Felicidade são sonhos da humanidade, Fernando Pessoa
SBA
Editorial
SBA | Editorial
Por Carlos Eduardo Lopes Nunes*
Os ciclos e as
oportunidades
Perseverança e ânimo têm
feito maravilhas em todas as épocas.
George Washington, 1776.
• Como pode ser constatado neste número, a Anestesia
em Revista mudou. A nova diagramação e o novo layout,
facilmente perceptíveis, foram concebidos para tornar mais
dinâmica e atrativa a divulgação das matérias nela contidas,
mas esse não é um fim em si mesmo. As alterações na forma
deste veículo de comunicação da SBA fazem parte de um
processo bem maior, em que a palavra-chave é futuro, não só
da Anestesia em Revista, mas da SBA inteira.
Ao tomar como referencial aquele 25 de fevereiro de 1948,
em que um grupo de médicos visionários, interessados em
desenvolver a anestesiologia no Brasil, fundou a SBA, veremos
claramente que evoluímos muito: eram 33 fundadores, hoje
somos 9 mil associados; o ensino da especialidade era feito
de maneira quase pessoal e tutorial, sem estrutura de ensino
definida, hoje temos 90 centros de ensino e treinamento, 26
centros de especialização em tratamento da dor, cursos de
educação a distância, videoaulas, biblioteca virtual, a Revista
Brasileira de Anestesiologia – trilíngue e indexada ao Medline
desde 2007 – e livros anuais, além de uma infinidade de
eventos organizados por nossas regionais em todo o país.
6 | Anestesia em revista
A preocupação de nossos fundadores na área de
defesa profissional, por exemplo, limitava-se à luta pelo
reconhecimento da anestesiologia como especialidade médica.
Hoje temos o exemplo bem sucedido de diversas Coopanest,
que, aglutinadas na Federação Brasileira de Cooperativas de
Anestesiologia (Febracan), passaram a ter assento no Conselho
de Defesa Profissional da SBA. Discutimos honorários,
tanto no SUS e sua tabela como na dita saúde suplementar,
através da luta pela universalização da Classificação Brasileira
Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Hoje
somos ouvidos – e, às vezes, enfrentamos duras reuniões – no
Ministério da Saúde e no MEC, fato impensável por nossos
fundadores em razão da pouca expressão que tínhamos
inicialmente perante os governos. Nosso reconhecimento
como especialidade médica e a força de nossa estrutura
são hoje tão grandes que a SBA tem sido reeleita por suas
congêneres, por sucessivas vezes, para ocupar um assento
no Conselho Deliberativo da Associação Médica Brasileira.
Hoje temos a Certificação ISO 9001 e investimos horas de
trabalho em planejamento estratégico e adequação da SBA às
demandas gerenciais do mundo atual.
Percorremos toda essa evolução, é verdade, mas se pararmos
para analisar sob uma ótica histórica, em que o ciclo de análise
seja medido não em anos, mas em décadas, todo o nosso
engrandecimento pautou-se nas mesmas premissas vigentes
na época da assembleia de fundação da SBA. Estas deverão
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permanecer para sempre como os mais sólidos pilares de nossa
instituição, mas, no contexto atual, talvez tenhamos que repensar
e buscar novos paradigmas. É como se o modelo vigente e a
concepção do que seja uma sociedade de especialidade médica
tivessem dado todas as ferramentas disponíveis para nosso
crescimento e, ainda, as demandas de nossos associados, dos
governos – seus ministérios e agências reguladoras –, das demais
entidades médicas e da sociedade civil em geral continuassem,
como continuam, a exigir mais agilidade, eficiência, versatilidade,
dedicação e recursos. Talvez o contexto atual imponha uma
reformulação da SBA, mas disso não temos certeza ainda.
Entretanto, temos absoluta certeza de que não podemos deixar
passar o momento de iniciar essa discussão. Nem que seja para
concluir que nossa estrutura deve ficar como está; que o cenário
descrito aqui não justifica nenhuma mudança estrutural. O que
não podemos é perder o momento e o passar da História.
É aí que entra a mudança na Anestesia em Revista, que é
a ponta desse grande iceberg da adaptação aos tempos.
Com a intervenção de nossas assessorias de marketing
e de imprensa, passamos a implementar mudanças de
forma, primeiro nesta revista e, a seguir, em nosso portal
eletrônico, que têm como objetivo facilitar a comunicação
com os médicos anestesiologistas, como medida inicial,
que visa basicamente à melhoria da comunicação interna
da SBA com ela mesma. O sócio precisa saber o que a SBA
tem e faz, enquanto a Diretoria da sociedade – sua instância
executiva por definição – precisa divulgar as demandas
atuais e saber o que o sócio quer. Já no Congresso Brasileiro
de Anestesiologia deste ano, iniciamos um trabalho de
branding (muito sucintamente, branding é o gerenciamento
e a consolidação de uma marca perante determinado
mercado) para detectar as vontades e perspectivas de
SBA | Editorial
O sócio precisa saber o que
a SBA tem e faz, enquanto a
Diretoria da sociedade precisa
saber o que o sócio quer
nossos sócios e consolidar a marca SBA entre eles. Tudo
isso como passos iniciais, quase preparatórios, para
uma grande discussão sobre o que somos e para onde
queremos ir. Será a partir daí que poderemos decidir sobre
a necessidade ou não de mudanças estruturais na SBA.
Há outras sociedades de anestesiologia no mundo, das quais
podemos obter preciosas experiências, que já deflagraram
processos de reestruturação, sendo os exemplos mais notáveis
o da American Society of Anesthesiologists (ASA) e o da
Sociedad Colombiana de Anestesiología y Reanimación
(Scare). Uma já era enorme e, mesmo assim, sentiu necessidade
de se adaptar aos novos ventos do século XXI; a outra, bem
menor que nós em número de sócios, tornou-se referência tão
forte em termos de estrutura e serviços gerais prestados a seus
associados e à classe médica colombiana que acabou por ter uma
capacidade muito maior do que a nossa de influir nas políticas de
saúde e no ensino da especialidade em seu país.
Enfim, há vários caminhos e modelos. Desde não alterar nossa
estrutura e apenas continuar crescendo no ritmo atual até uma
mudança organizacional e de paradigma, que multiplique
nossos horizontes de serviços para os sócios e sua satisfação
com a sociedade. Tudo dependerá de ampla discussão, cuja
produtividade ficará atrelada enormemente à melhoria da
comunicação interna entre todas as partes que compõem a SBA.
A mudança na Anestesia em Revista e, em breve, no portal
é preparatória para um projeto muito maior: a necessária
adaptação às novas demandas dos sócios, dos tempos e de
nosso crescimento. n
*O autor é presidente da SBA.
Editorial
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SBA
Artigos
SBA | Artigos
Por Mário J. Conceição*
Agitação no
despertar da
anestesia em
crianças
• A pergunta que nos fazemos diante do problema
elencado no título é: seria a agitação no despertar, após
a anestesia geral em crianças, fenômeno desses nossos
tempos? A resposta está longe de ser simples. Sim e não
se confundem quando analisamos possíveis causas ou
examinamos os relatos do passado, quando o halotano
era soberano na anestesia geral em crianças. Muitos
saudosistas ainda insistem que ele era o anestésico ideal
para pacientes pediátricos, desde a indução (inalatória)
até a recuperação ou o despertar, como se prefere hoje.
Bem, nem tanto ao mar nem tanto à terra, afinal, o
halotano caiu em desuso mundo afora, por conta de
seus efeitos adversos. Efeitos como a brutal depressão
cardiocirculatória ou a toxicidade hepática, para citar dois
deles.
Substituir paradigmas e submeter-se a treinamentos
novos é parte essencial do processo chamado atualização.
Todavia, todos nós sabemos como é difícil abandonar
conceitos e condutas com os quais estamos habituados,
apesar de todas as evidências que contestam essa
afirmativa. Lembro a falácia de nossa especialidade: “A
8 | Anestesia em revista
melhor técnica é aquela com a qual o anestesiologista está
acostumado.” Existe nesse assunto bobagem maior?
A agitação do despertar é assunto para muitas perguntas
ainda sem respostas e muitas respostas sem contraprovas
sólidas. Ela é fenômeno que traz consequências
para a família do paciente, os profissionais de saúde
encarregados do pós-operatório e a própria integridade
física da criança.
A agitação do período pós-operatório em crianças se
manifesta de várias formas, desde choro e irritabilidade até
desassossego e desorientação. Nos casos mais graves, existe
o risco de automutilação ou acidentes, como queda do leito.
Inexistem instrumentos padronizados e universalmente
aceitos para medir ou predizer o grau de agitação de crianças
após a anestesia. Bem mais de uma dezena de escalas foi
desenvolvida na tentativa de mensurar e caracterizar o
fenômeno. A etiologia e as formas sugeridas para lidar com o
efeito adverso são fontes das mais controvérsias.
Na literatura, existe indefinição sobre o termo mais
apropriado para descrever o problema. A maioria
dos trabalhos utiliza indiscriminadamente os termos
“delírio”, “excitação” e “agitação” para descrever o mesmo
fenômeno. Isso por causa da grande heterogeneidade da
apresentação clínica.
Delírio é uma síndrome psiquiátrica complexa que
inclui distúrbio de percepção, alucinação e agitação
psicomotora. Como se torna pouco prática a avaliação
completa do estado psicológico da criança no fim do
ato anestésico-cirúrgico, o termo delírio é substituído
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SBA | Artigos
A agitação no despertar de
pacientes pediátricos está longe
de uma solução definitiva
por agitação ou excitação. A agitação do despertar é
caracterizada por desconexão e/ou falta de atenção com
o ambiente ao redor, desorientação e outras alterações,
incluindo hipersensibilidade a estímulos e hiperatividade
motora.1 Na verdade, essa agitação se caracteriza por
estado de desassossego moderado e desorientação, ao
contrário do delírio, sem distúrbios comportamentais
significativos.
sem irritar as vias aéreas, o sevoflurano tornou-se o
novo paradigma para a indução inalatória de crianças.
Entretanto, possui pouco efeito analgésico residual.
Nos estudos que comparam anestesia geral em crianças
com halotano, isoflurano e sevoflurano, o halotano leva
clara vantagem quanto ao aparecimento da agitação
no despertar.9 O que pesa contra o sevoflurano nesse
aspecto?
Esse comportamento costuma ocorrer nos primeiros 30
minutos da recuperação anestésica, é autolimitado (de 5
a 15 minutos) e, na maioria das vezes, se resolve de forma
espontânea. Existem relatos, porém, de comportamento
agressivo com mais de 24 horas de duração.2,3 Muitos
fatores são associados com a agitação do período pósoperatório, como o temperamento da criança e o nível de
ansiedade no pré-operatório,4 emprego de sevoflurano,5
idade6 e procedimentos otorrinolaringológicos.7
Além desses, a dor também pode estar implicada no
aparecimento da agitação, ainda que em crianças seja
difícil separar manifestação de dor do comportamento
agitado no pós-operatório.8 Acrescente-se que o
tratamento eficiente para a dor é incapaz de suprimir a
agitação.8
Estudos recentes em eletrofisiologia e técnicas de biologia
molecular identificaram o locus coeruleus como um
dos alvos moleculares do efeito excitatório no sistema
nervoso central (SNC) dos anestésicos inalatórios. Esses
estudos deram conta de que o sevoflurano e o isoflurano
excitam os neurônios do locus coeruleus.10 Acontece
que os neurônios dessa região são a maior fonte de
noradrenalina no SNC. Se o isoflurano e o sevoflurano
provocam descargas de noradrenalina no SNC, essa pode
ser sólida evidência para explicar a agitação provocada por
esses agentes. Esses estudos foram conduzidos em ratos,
e sua extrapolação para nossas crianças é “forçar a barra”.
Mas, me desculpem os saudosistas, uma novidade da
anestesia moderna vem se revelando a melhor forma de
tratar (ou atenuar) a agitação do despertar em crianças: a
dexmedetomidina.11 O fato ring your bells ou seria mera
coincidência? Só o tempo e novas pesquisas dirão.
O anestésico geral surge como vilão importante no
aparecimento e na gravidade da agitação. Daí a história
dos tempos modernos, tendo-se como foco os agentes
anestésicos inalatórios empregados na atualidade, como
o sevoflurano e o desflurano. Esses agentes anestésicos
apresentam coeficiente de partição sangue/gás baixo.
O fato proporciona indução e recuperação rápidas. Por
essas propriedades e por ser destituído de odor intenso,
A agitação no despertar de pacientes pediátricos está
longe de uma solução definitiva. Porém, alguns fatos são
conhecidos:
1. dor, despertar muito rápido, ansiedade, tipo de
temperamento da criança e tipo de procedimento
Artigos
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SBA
SBA | Artigos
Artigos
cirúrgico são fatores associados, mas não necessariamente
desencadeantes;
5. Konig MW, Varughese AM, Brennen KA et al. Quality
of recovery from two types of general anesthesia for
ambulatory dental surgery in children: a double-blind,
randomized trial. Ped Anesth, 2009;19:748-755.
2. os recursos farmacológicos tradicionais apresentam
resultados controversos (propofol, midazolam e
cetamina);
6. Tripi PA, Palermo TM, Thomas S et al. Assessment of
risk factors for emergence distress and postoperative
behavioural changes in children following general
anesthesia. Pediatr Anesth, 2004;14:235-240.
3. sevoflurano, isoflurano e desflurano excitam os centros
no SNC liberadores de noradrenalina, promovem
despertar rápido e têm baixo poder anestésico;
7. Voepel-Lewis T, Malviya S, Tai AR et al. A prospective
cohort study of emergence agitation in the pediatric
postanesthesia care unit. Anesth Analg, 2003;96:16251630.
4. alfa-2 agonistas serão os fármacos mais indicados no
controle do problema?12,13
A anestesia desses nossos dias parece ter intensificado
o problema, mas também busca e apresenta possíveis
soluções. A fila anda. n
Referências
8. Vlajkovic G, Sindjelic RP. Emergence delirium in children:
many questions, few answers. Anesth Analg, 2007;104:8491.
9. Kuratani N, Oi Y. Greater incidence of emergence
agitation in children after Sevoflurane anesthesia as
compared with halothane: a meta-analysis of randomized
controlled trials. Anesthesiology, 2008,109:225-232.
10. Yasui Y, Masaki E, Kato F. Sevoflurane directly excites
locus coeruleus neurons of rats. Anesthesiology,
2007;107:992-1002.
1. Sikich N, Lerman J. Development and psychometric
evaluation of the pediatric anesthesia emergence
delirium scale. Anesthesiology, 2004;100:1138-1145.
11. Dahmani S, Stany I, Brasher C et al. Pharmacological
prevention of Sevoflurane and desflurane related
emergence agitation in children: a meta-analysis of
published studies. Br J Anesth, 2010;104:216-223.
2. Holzki J, Kretz FJ. Changing aspects of Sevoflurane
in paediatric anaesthesia. 1975-1999. Paediatr
Anaesth,1999;9:283-286.
12. Ibacache ME, Munoz HR, Brandes V et al. Single-dose
dexmedetomidine reduces agitation after Sevoflurane
anesthesia in children.Anesth Analg, 2004;98:60-63.
3. Moore JK, Moore EW, Elliot RA et al. Propofol and
halothane versus Sevoflurane in paediatric day-case
surgery: induction and recovery characteristics. Br J
Anesth, 2003;90:461-466.
13. Guler G, Akin A, Tosun Z et al. Single-dose
dexmedetomidine reduces agitation and provides smooth
extubation after pediatric adenotonsillectomy. Pediatr
Anesth, 2005;15:762-766.
4. MacLaren JE,Thompson C, Weinberg M et al. Prediction
of preoperative anxiety in children: who is most
accurate? Anesth Analg, 2009;108:1777-1782.
10 | Anestesia em revista
*O autor é professor de técnicas cirúrgicas e anestésicas
da Furb-SC e do Hospital Infantil Joana de Gusmão
– Florianópolis – SC.
SBA
Artigos
SBA | Artigos
Por Philippe Scherpereel*
WFSA – Comitê
de Assuntos
Científicos
• O comitê executivo da World Federation of Societies
of Anaesthesiologists (WFSA) em 2008 fundou um
Comitê de Assuntos Científico ad hoc para promover
a estratégia da WFSA no campo da comunicação
científica e da pesquisa. Esse comitê tem como objetivo
cooperar com todos os outros comitês WFSA, mas,
mais especificamente, com o de Educação, Publicação,
Segurança e Qualidade da Prática da Anestesiologia. É
importante salientar que o objetivo não é desenvolver
programas científicos e de pesquisa específicos da WFSA,
mas facilitar a cooperação entre os centros de países
desenvolvidos e em desenvolvimento, colaborando, dessa
forma, com as sociedades nacionais membros da WFSA.
A WFSA não possui capacidade financeira ou vocacional
para financiar tais programas. Para isso, normalmente,
utiliza o auxílio de universidades, organizações de
pesquisa governamentais e sociedades nacionais. Por
outro lado, uma organização como a WFSA, que atua no
mundo inteiro, não pode estar ausente do componente
científico da especialização em anestesiologia.
Philippe Scherpereel
Atualmente, a pesquisa é predominantemente acessível
às nações mais ricas e a algumas emergentes, nas quais
está intimamente relacionada com o progresso científico
e se caracteriza como um dos fatores mais poderosos na
melhoria da qualidade da formação médica.
O desenvolvimento científico de uma nação precisa
de pesquisadores e/ou professores para produzir
especialistas, com vistas à formação em nível PhD na
especialidade, fato que, embora pareça extremamente
difícil, implica a estruturação de programas de
pesquisa que promovam projetos e a publicação de
trabalhos metodologicamente competentes em jornais
internacionais indexados.
Artigos
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Sem acesso à investigação e à comunicação científica,
esses professores não terão possibilidade de treinar
especialistas nas regiões do mundo nas quais eles não
têm acesso a esse tipo de suporte, como o proposto
pelo Comitê de Assuntos Científicos, capaz de oferecer
a experiência de seus membros para aconselhar esses
jovens colegas sobre a possibilidade de promover
contatos úteis.
Um dos principais objetivos do Comitê Científico da
WFSA é ajudar, após solicitação, os comitês científicos
de congressos regionais, internacionais e mundiais de
anestesia e cuidado intensivo, para construir um programa
científico e selecionar conferencistas para os temas
estabelecidos.
Por outro lado, o comitê tem como finalidade avaliar
a qualidade científica de programas para os quais os
promotores desejem obter o reconhecimento WFSA
e o uso de seu logotipo. Muitos organizadores de
congressos desejam ser endossados pela WFSA, mas
a federação deve ter cuidado e apoiar somente as
atividades científicas que ofereçam todas as garantias
de elevada qualidade e ética. O número desse tipo de
aplicação é atualmente limitado, mas a etiqueta da
qualidade da WFSA pode ser buscada, cada vez mais,
em um futuro próximo. Para endossar uma reunião e
conceder seu logotipo, o Comitê Científico da WFSA
precisa de dados suficientes sobre os temas, os tópicos e
os palestrantes selecionados.
12 | Anestesia em revista
SBA | Artigos
Um dos principais objetivos
do Comitê Científico da WFSA
é ajudar, após solicitação,
os comitês científicos de
congressos regionais
Como anteriormente citado, o comitê tenta tornar
mais fácil a cooperação entre as equipes de pesquisa
de vários países que trabalham nas mesmas áreas,
estimulando e propiciando a troca de metodologias
e técnicas entre os pesquisadores. Esse fato pode
ser fundamental no relacionamento entre os
países desenvolvidos e os em desenvolvimento,
que apresentam objetivos bem determinados com
grupos internacionais, como a Organização Mundial
de Saúde. Nessa perspectiva, o comitê atuará como
uma ponte entre os países diferentes, fornecendo a
experiência clínico-científica em matérias, inclusive
economia no cuidado da saúde, organização de
estruturas assistenciais em anestesiologia clínica e
avaliação da prática profissional nessa especialidade.
O comitê científico está constituído da seguinte
forma: Philippe Scherpereel (chairman), da
França, e um co-chairman, Rob McDougall, da
Austrália, eleitos pelo Comitê Executivo da WFSA.
Os oito membros que compõem o comitê são
selecionados pelo comitê executivo, considerando
sua representação geográfica e o conceito científico
individual. Durante o período 2008-2012, os
membros do Comitê de Assuntos Científicos são:
Carlos Bonofiglio, da Argentina, membro do Comitê
Científico Local de 2012 WCA; François Clergue,
da Suíça; Gastão Duval Neto, do Brasil; Fauzia Khan,
do Paquistão; Yehia Khater, do Egito; Konstantin
Lebedinski, da Rússia; Steven Shafer, dos Estados
Unidos; e Ximin Wu, da China.
SBA
SBA | Artigos
Artigos
O comitê vai ser convocado durante todos os encontros
do World Congress of Anesthesiology e uma reunião
intermediária ocorrerá quando a oportunidade existir. A
incapacidade de se encontrar face a face durante longos
períodos é um dos argumentos para a realização de
reuniões em outros congressos. A comunicação ocorre,
normalmente, por e-mail; mas, se necessário, poderá ser
realizada por Skype, teleconferência ou videoconferência.
A conexão com as seções regionais e as sociedades
nacionais é também muito importante e é, atualmente,
assegurada pelo membro do comitê da área geográfica da
WFSA, mas, no futuro, se o comitê estiver desenvolvendo
suas atividades mais intensamente, um correspondente
indicado pelas sociedades nacionais poderá constituir
uma rede de comunicação mais efetiva e permanente.
Ele ajudará a identificar bons conferencistas em vários
campos de especialização, especialmente quando da
realização do congresso mundial, reunirá dados para
as equipes de pesquisa e estabelecerá a ligação entre o
indivíduo, a sociedade e o comitê científico.
Como todos os outros comitês da WFSA, o comitê
científico deve notificar ao grupo de gerência e ao comitê
executivo toda decisão importante e tem de informar
regularmente suas atividades.
Ao começar como comitê ad hoc, o comitê científico tem
potencial para se tornar permanente, sendo chamado para
desempenhar um papel cada vez mais importante dentro
da WFSA, especialmente durante eventos como o World
Congress of Anesthesiology.
Desde sua criação, o comitê científico tentou atingir
seus objetivos, apesar dos limitados meios de suporte.
Entre as atividades desenvolvidas com sucesso, vale
ressaltar a organização de simpósios WFSA durante
congressos regionais, sempre muito prósperos.
Alguns deles foram realizados no Congresso Saarc,
no dia 7 de fevereiro de 2009, em Karachi, Paquistão;
no Congresso da África 2009, em Nairóbi, Quênia;
no Congresso Clasa, em Manágua, Nicarágua, em
novembro de 2009. Em junho de 2010, o Simpósio
WFSA, durante o Congresso de Euroanestesia em
Helsinque – Na Prevenção da Dor Pós-operatória
–, que teve a participação de Henrik Kehlet, Martin
Tramer e Francis Bonnet e foi presidido por Angela
Enright e Philippe Scherpereel, foi um sucesso, com
mais de 400 participantes. Em setembro de 2010,
outro Simpósio WFSA – Segurança na Anestesia
– ocorreu em Moscou, durante o Congresso da
Federação Russa.
Dois simpósios estão em preparação para 2011:
um durante o congresso, que vai ocorrer em
Damasco, e o segundo em Amsterdã, durante
a Euroanestesia 2011 – que abordará o tema
Bem-estar Ocupacional do Anaestesiologista –,
com a participação de Gastão Duval Neto, do
Brasil; Roger Moore, ASA Past President; e Pirjo
Lindfors, da Finlândia. Esses simpósios fortalecem
a conexão entre a WFSA e suas seções regionais. As
primeiras tentativas demonstram que esse objetivo
pode ser conseguido.
Artigos
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13
‘
O comitê científico fundou linhas de atuação para a
WFSA, para reuniões e congressos. Apesar de a WFSA
ser incapaz de apoiar financeiramente essas organizações,
o comitê científico pode endossar os que solicitam um
patrocínio WFSA. O endosso da reunião, que permite o
uso do logotipo WFSA nos anúncios e no programa, só
poderá ocorrer se as listas dos tópicos e dos palestrantes
forem enviadas ao comitê com suficiente antecedência e
se o programa cumprir critérios científicos e éticos. Tais
listas podem ser encaminhadas à secretaria da WFSA, que
as expedirá para a avaliação do comitê científico.
A ajuda a comitês científicos foi limitada, até agora, à
cooperação com o Comitê Científico Local de 2012
WCA. O Comitê Científico da WFSA atua como um
consultor que fornece sugestões para o programa e as
listas de potenciais palestrantes que vêm do mundo
inteiro.
O comitê científico produziu algumas ferramentas para
assegurar a qualidade científica, a gerência dos riscos
e a avaliação da prática profissional dos professores,
preceptores e dos chefes de departamentos de anestesia
ligados a WFSA. Tais ferramentas já estão disponíveis
no site da WFSA e também serão distribuídas por
meio de CD-ROM, produzido pela Federação, para as
sociedades membros da WFSA. Elas são, principalmente,
constituídas de material didático indicado pela Comissão
Educacional para ser usado em ensino e treinamento em
anestesiologia.
SBA | Artigos
A primeira subvenção do
comitê permitiu a abertura de
um centro de diagnóstico de
hipertermia na Rússia
Os objetivos do Comitê Científico da WFSA foram
limitados até agora pela falta de fundos financeiros, mas
graças à subvenção oferecida pela atual presidente da
WFSA, em memória de seu marido, o CD-ROM pôde
ser realizado. Outras doações permitiriam que o comitê
desse suporte a pesquisadores jovens de países em
desenvolvimento, possibilitando que tomassem parte em
programas de pesquisa e treinamento em serviços, com
a intenção de publicar pesquisas originais em periódicos
internacionais de elevada qualidade técnico-científica.
A primeira subvenção do comitê permitiu que um
colega russo, de São Petersburgo, abrisse um centro de
diagnóstico de hipertermia na Rússia.
Apesar de sua criação recente, o Comitê Científico
da WFSA demonstrou a necessidade de a federação
adotar uma política científica que possa ser fortemente
desenvolvida no futuro. Isso depende das atividades
que a WFSA vai realizar. Uma decisão importante
seria promover um congresso anual ou bienal, com a
programação sob a responsabilidade do comitê científico,
acrescido da ajuda dos comitês de especialista existentes
(obstétrico-pediátrico etc.).
A WFSA tem o principal papel de trabalhar no campo da
cooperação com seções regionais e com as sociedades
nacionais, não competindo, mas trazendo grande e efetivo
suporte na comunicação científica aberta a todos os países
do mundo, especialmente àqueles que necessitam de
“uma mãozinha”. n
*O autor é presidente do Comitê de Assuntos Científicos da WFSA.
14 | Anestesia em revista
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Por Renato Ângelo Saraiva*
O reconhecimento
da especialização
é indispensável
• Reconhecimento da especialização é indispensável para
formação de massa crítica, produção científica de alto
nível e tecnologia.
Em artigo editorial recentemente publicado na
Anestesia em Revista, em fevereiro de 2010, o dr.
Edno Magalhães chama atenção para um assunto de
grande importância na medicina brasileira. Destaca
a necessidade de se preocupar mais durante a
especialização em anestesiologia, pois nesse período o
médico é preparado para exercer sua prática clínica, e
para isso faz-se necessário mais controle e assistência
a ele através dos CETs. Existem muitos instrumentos
que podem ser aplicados depois de serem devidamente
analisados.
Lembro que em 1983, o dr. Nociti, comigo e com o
dr. Paes Leme, implantou as provas para a avaliação
do aprendizado dos ME1 e ME2, instrumentos
que serviam para confirmar os dados informados
nos relatórios dos CETs e também orientavam os
instrutores a rever periodicamente seus programas de
ensino.
Renato A. Saraiva
Nossa produção científica, embora seja a maior na
América Latina e nos países lusófonos, ainda é pequena e
o nível ainda é baixo quando relacionamos ao número de
médicos especialistas no país.
Nós não estamos mal, temos vários eventos anuais
e um periódico bilíngue com periodicidade
bimestral regular, no entanto, nosso percentual
de especialistas com formação completa (TSA) é
baixo. O percentual de TSAs em relação ao total
de anestesiologistas talvez não ultrapasse os 20%.
Nos países mais desenvolvidos, essa estatística fica
em torno dos 70%. Então, eles já fizeram tradição
cultural, têm massa crítica, que é um grande número
de pessoas com conhecimento profundo sobre os
assuntos que envolvem suas atividades, logo, haveria
naturalmente mais possibilidades de desenvolver
produção científica de alto nível e também
tecnologia.
Artigos
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15
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Como se consegue isso? Para fazer a tradição cultural,
é indispensável o reconhecimento do especialista
com formação e qualificação (titulação) completa
(em anestesiologia seria o TSA). O que significa
reconhecimento? Seria a população como um todo,
através de seus representantes, o Congresso Nacional,
reconhecer e prestigiar o trabalho desenvolvido pelas
sociedades médicas ligadas à Associação Médica
Brasileira (AMB) em formar e qualificar os médicos
especialistas.
O que poderia ser feito? O Congresso Nacional
poderia aprovar uma lei que reconhecesse que o
médico especialista com TSA (maior titulação em
anestesiologia) tem qualificação completa para exercer a
prática clínica sem a necessidade de exame de avaliação,
ou seja, nos concursos e nos processos seletivos, os
portadores do TSA seriam dispensados de provas
teóricas e práticas e fariam apenas as entrevistas. A
exemplo do que já é praticado nos Estados Unidos e na
Inglaterra, onde os médicos com a maior qualificação, o
Board Certified (BC), nos Estados Unidos, e a Fellow of
Faculty of Anaesthetists (FFA), na Inglaterra, não têm
necessidade de prestar exames para ocupar qualquer
função da prática clínica. Isso é um incentivo necessário.
Aqui nós todos ouvimos, com frequência, a pergunta:
para que serve o TSA?
Hoje já existe valorização natural da especialização
(residência); os processos seletivos estão exigindo
16 | Anestesia em revista
residência médica completa. Quando tivermos
o reconhecimento público do título maior de
especialista, certamente, conquistaremos mais
incentivo para a qualificação com o TSA e,
consequentemente, mais condições de chegar à
tradição cultural e à criação de massa crítica para a
produção científica de alto nível e tecnologia.
Prestem atenção a uma realidade: temos 350 mil
médicos e 180 escolas médicas. A Inglaterra tem em
torno de 100 mil médicos e 20 escolas médicas. Nós
compramos deles equipamento, medicamento e livro.
O que vendemos para eles? Em anestesia, podemos
ver claramente isso. Compramos deles vários livros
clássicos (Churchill Davidson, Nunn, Mashin),
medicamentos (propofol, relaxantes musculares,
halotano) e equipamento (máscara laríngea, tubos
traqueais, instrumentos especiais). O que vendemos?
Nada ainda.
Somos mais de 10 mil anestesiologistas, e eles, menos
de cinco mil. Como isso se explica? Eles já conseguiram
a tradição cultural, com todos os incentivos aos
profissionais qualificados, e nós ainda não chegamos lá.
Quem sabe, um dia chegaremos. Para isso, temos que
começar a trabalhar. A SBA poderia acionar a AMB para ir
ao Congresso Nacional. n
*O autor foi presidente da SBA no ano de 1981.
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Nota de
esclarecimento
• Esclarecemos que a SBA apoia a essência da mensagem
contida no texto do Dr. Renato Saraiva, cujo intuito
foi nitidamente a valorização do Título Superior em
Anestesiologia (TSA) e o aumento da produção científica
da SBA.
Entretanto, é necessário esclarecer que, por meio da
Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que
uniformizou a emissão de títulos de especialistas médicos
no país, os referidos títulos são emitidos conjuntamente
pela Associação Médica Brasileira e pelas sociedades de
especialidades médicas, por poder outorgado pelo CFM,
sendo reconhecido somente um título por especialidade.
Por determinação do CFM, esse título é o padrão único
de reconhecimento de médicos especialistas no Brasil.
Em nosso caso, trata-se do Título de Especialista em
Anestesiologia (TEA).
O TSA, embora seja realmente um título, não tem
materialidade externa à SBA, não sendo considerado uma
etapa acima do TEA em outras instituições, como órgãos
públicos, por exemplo. Mesmo na SBA, o TSA não é
provido de superioridade em relação ao TEA no que diz
respeito à prática da especialidade em si, pois na descrição
estatutária das categorias de sócios não consta a figura
do TSA. O portador do TSA é, por força de estatuto, um
sócio ativo como os demais.
O TSA é um título que permite a seu portador ser
instrutor credenciado de um centro de ensino e
treinamento da SBA, além de ser pré-requisito para
ocupar cargos no Departamento Científico e na Diretoria
da SBA. A palavra “superior” – tão geradora de equívocos
conceituais nesse caso – refere-se, portanto, a uma
exigência a mais para ensinar a especialidade, em nome
da SBA, num centro de ensino e treinamento, e para
ocupar certos cargos na estrutura da SBA, mas não há
superioridade conceitual para a prática da especialidade.
Embora tenhamos todo o interesse em valorizar o TSA,
esclarecemos que sua utilização em instâncias externas,
como concursos públicos, é improvável, pois feriria a lei
maior que, nessa matéria, é a Resolução do CFM. n
Diretoria da SBA
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Por Antônio Ferreira Couto Filho*
Obrigação de
resultado em
cirurgias
• Parece impossível mas é verdade. A afirmação do título
não corresponde à realidade científica, tampouco está na lei
brasileira. Em relação à parte científica, é inquestionável que
um procedimento cirúrgico é, por si só, invasivo e requer
centro cirúrgico, equipe de sala, equipamento e material
esterilizado. Isso porque se trata de atos humanos, passíveis
de variáveis, tanto para melhora quanto para intercorrência
e/ou complicação. Esta pode estar em uma tipificação
legal de culpa (negligência, imprudência e imperícia) ou
decorrente de outros fatores que independem da atuação
do médico. Portanto, nunca se deve concluir que o médico
se compromete com o resultado.
Ficamos estarrecidos pela maneira como juristas,
julgadores, enfim, o mundo jurídico brasileiro em geral
ainda se permite conviver com essa ignomínia. Desconheço
uma lei que defina a obrigação de meio e de resultado.
Apenas foi transcrita na doutrina pátria uma teoria de
René Demogue, na França, em 1935, na qual se exigia a
obrigatoriedade de resultado para o transportador, em
razão de que o transportado deveria ter sua integridade
física preservada durante aquele serviço de transporte,
desde o embarque até o desembarque no destino, sob
pena de se “presumir” culpa do transportador. Isso foi o
suficiente para “adequarem” tal teoria na relação médico
paciente e “passarem” a exigir que o médico tenha a
obrigação de obter o resultado que “satisfaça” o paciente em
18 | Anestesia em revista
todos os seus anseios. Logicamente olvidando toda a sorte
de álea que ceifa a vida humana e sua inerente efemeridade
normalmente em sala de cirurgia.
É muito comum conhecermos sentenças que trazem
em seu bojo essa mitológica afirmação, a qual deve fazer
tremer até René Demogue. O que sabemos, nós os
operadores do direito, sobre cicatrização, processos de
tumoração, reações alérgicas etc.?
A culpa é da própria responsabilidade subjetiva, a qual,
aliás, determina o próprio Código do Consumidor
(artigo 14, § 4º). Fica, então, a reflexão: exigir obrigação
de resultado é modificar para pior a responsabilidade
subjetiva do médico!
Ao serem verificados os erros, a lei brasileira, que mesmo
antes da Lei Consumerista já estava apta a puni-los, poderia
continuar servindo-se simplesmente da aplicação do Código
Civil Nacional. Quase duas décadas de Código de Defesa do
Consumidor e o que se experimentou na sociedade brasileira
foi uma avalanche de processos em desabalada aventura
jurídica. Uma quase loteria judicial, com a desvalorização do
instituto da gratuidade de Justiça e a banalização dos danos
morais em detrimento dos esculápios.
O Código do Consumidor é bom remédio jurídico, mas
se presta, entretanto, apenas a inibir ou minimizar os
danosos efeitos gerados pelas disparidades econômicas.
Diante da relação médico-paciente, tornou-se um
remédio que dizima a boa relação entre o profissional da
medicina e seu assistido, vez que antagoniza os atores e
gera pânico. O tempo provou essa assertiva. n
*O autor é advogado.
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Por José Roberto Nociti*
Cet da Santa
Casa de
Misericórdia de
Ribeirão Preto,
40 anos
• Está completando 40 anos de atividade ininterrupta o
Centro de Ensino e Treinamento em Anestesiologia SBA da
Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto (SCMRP). Com
efeito, o credenciamento foi outorgado pelo então presidente
da SBA, dr. Valdir Cavalcanti Medrado, em 10 de janeiro de
1970, após vistoria e aprovação dos relatórios realizados pelos
drs. Walter Silva Machado e William Smith Serra, designados
para tal fim pela Comissão de Ensino e Treinamento.
Constituíam, na ocasião, o Serviço de Anestesiologia
da SCMRP os drs. Benedito Ignácio Barbosa (chefe do
serviço), Manoel Emboaba Costa Neto, Sérgio Neves
Zuccolotto, Maria Octavia Pichioni Villa, João Ferreira
Machado Filho e José Roberto Nociti, a quem foi
conferida a credencial de responsável. Ao grupo inicial
juntaram-se, ao longo dos anos, os drs. Carlos Alberto
Cagnolati, Antônio Marcos Machado Nunes, Paulo Sérgio
Mateus Marcelino Serzedo, Eduardo Barbin Zuccolotto,
Carlos André Cagnolati, Eduardo Helfenstein, Daniel
Carlos Cagnolati, Cláudia Regina Bologna Gomes da
Silva, Clóvis Tadeu Bueno da Costa, Raquel de Oliveira e
Thiago de Freitas Gomes.
À medida que foi alargando seu campo de atuação e
oferecendo novas oportunidades de ensino, o CET-SBA
passou a contar, além do hospital sede, com mais três hospitais
afiliados, devidamente credenciados pela SBA após vistoria e
aprovação dos relatórios: a Clínica de Excelência em Cirurgia
Ambulatorial (Cecam), a Clínica Raul Gonzalez de Cirurgia
Plástica e o Hospital Especializado de Ribeirão Preto (Herp).
Ao longo desses 40 anos, o CET-SBA foi responsável pelo
preparo de 213 médicos especialistas em anestesiologia,
dos quais 189 já formados e 24 em formação. Eles estão
distribuídos por praticamente todos os estados do Brasil e
em alguns países (Portugal, Espanha e Bolívia).
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Sempre foi uma constante na formação dos
especialistas a observância dos padrões científico,
ético e de defesa profissional ditados pela SBA.
Como resultado, vários ex-residentes, por terem
desenvolvido qualidades inatas para tal, têm ocupado
cargos nas diretorias e comissões permanentes da
SBA, na presidência, nas diretorias de regionais
e na direção científica de congressos brasileiros
de anestesiologia, responsáveis por CETs-SBA,
entre eles: José Abelardo Garcia de Meneses (BA),
Adhemar Chagas Valverde (BA), Antônio Argolo
Sampaio Filho (BA), Onofre Alves Neto (GO), Ana
Maria Menezes Caetano (PE), Jucimar Carneiro
Alves (AM), Roque Soriano (AL), Márcio José
Santos (AL), Geraldo Ferreira Filho (RN), Gilvan de
Carvalho (RN), Paulo César Monte Duarte (RN),
Douglas Flávio Porsani (PR), Luiz Roberto de Souza
(PR), Roberto Tsuneo Sato (PR), Antônio Bedin
(SC), Viviane França Martins (SP) e Ivan Tomaz
Pereira (MG).
Nesse período, o CET-SBA da SCMRP publicou
199 artigos de pesquisa científica, dos quais 171
no Brasil (a grande maioria na Revista Brasileira
de Anestesiologia) e 28 no exterior. Alguns desses
trabalhos merecem ser citados por terem sido
pioneiros na época da publicação, constituindo, a
partir de então, técnicas rotineiras na prática clínica até
os dias atuais:
• Morfina peridural no controle da dor pós-operatória.
Rev Bras Anestesiol, 1982; 32:57-64.
20 | Anestesia em revista
• Morfina intratecal no alívio da dor pós-operatória. Rev
Bras Anestesiol, 1983; 33:2612-264.
• Sufentanil em infusão venosa contínua para cirurgias
abdominais. Rev Bras Anestesiol, 1995; 45:235-243.
• Estudo não comparativo sobre o sevoflurano na
anestesia de pacientes adultos ambulatoriais. Rev Bras
Anestesiol, 1995; 45:147-154.
• Estudo comparativo sobre sevoflurano e halotano
na indução e manutenção de anestesia pediátrica
ambulatorial. Rev Bras Anestesiol, 1995; 45:215-223.
• Sedação com propofol durante anestesia peridural. Rev
Bras Anestesiol, 1996; 46:259-266.
• Ropivacaína a 0,75% e 1% em anestesia peridural para
cirurgia: estudo comparativo. Rev Bras Anestesiol,
1998; 48:169-176.
• Ropivacaine in peribulbar block: a comparative study
with bupivacaine. Acta Anaesthesiol Scandinavica,
1999; 43:799-802.
• Intraocular pressure and ropivacaine in peribulbar
block: a comparative study with bupivacaine. Acta
Anaesthesiol Scandinavica, 2001; 45:600-602.
• Estudo comparativo entre ropivacaína a 0,5%
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e bupivacaína a 0,5% ambas hiperbáricas, na
raquianestesia. Rev Bras Anestesiol, 2002; 52:659-665.
• Ropivacaína em bloqueio peridural torácico para
cirurgia plástica. Rev Bras Anestesiol, 2002; 52:156165.
• Dexmedetomidina associada a propofol em sedação
durante anestesia local para cirurgia plástica. Rev Bras
Anestesiol, 2003; 53:198-208.
• Anestesia regional venosa (Bier) – uma nova opção:
ropivacaína. Anestesia de A a Z, 2004; V (1):11-12.
• No campo da educação continuada, o CETSBA da SCMRP organizou e realizou, entre
1995 e 2006, 14 simpósios que contaram com
conferencistas de renome na anestesiologia
brasileira e foram frequentados por ex-residentes
e especialistas de todo o país. Os temas desses
simpósios foram os mais diversos: Anestesia e
Coração, Obesidade Mórbida, Cirurgia Plástica,
Pediatria, Geriatria, Oftalmologia, Segurança em
Anestesia.
A partir de janeiro de 2005, o CET-SBA da SCMRP
foi credenciado também pela Comissão Nacional
de Residência Médica (MEC) como residência em
anestesiologia, com o desenvolvimento de um programa
de ensino único de especialização (SBA) e de residência
(MEC), ambos com direito a título de especialista em
Corpo clínico do CET-SBA da SCMRP: Da esquerda para a direita, sentados:
Eduardo Helfenstein, Cláudia Regina B. G. Silva, Daniel Cagnolati e Clóvis
Tadeu B. Costa. Em pé: Carlos Alberto Cagnolati, Eduardo B. Zuccolotto, José
R. Nociti, Paulo Sérgio M. M. Serzedo e Carlos André Cagnolati
anestesiologia reconhecido pelo Conselho Federal de
Medicina.
Este breve histórico mostra por que os componentes do
corpo clínico do CET-SBA da SCMRP sentem orgulho,
pois veem assim cumpridos os objetivos do ensino da
anestesiologia segundo os padrões de excelência ditados
pela SBA e por suas regionais. n
*O autor é responsável pelo CET-SBA e
presidente da SBA em 1990.
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SBA
SBA | Especial 57º CBA
Especial 57º CBA
57º CBA contou
com mais de
3 mil participantes
Solenidade de
abertura do 57º CBA
Discurso do presidente da
Comissão Executiva
Dr. Gastão Duval Neto
• Entre os dias 20 e 24 de novembro, a atenção dos médicos
anestesiologistas de todo o país concentrou-se em Porto
Alegre, onde se realizou o 57º Congresso Brasileiro de
Anestesiologia (CBA), o último e maior evento anual do
calendário científico da SBA. Não faltavam motivos para
22 | Anestesia em revista
o interesse. A comissão científica do evento, presidida pelo
Dr. Luiz Alfredo Jung, foi extremamente feliz na seleção
dos cerca de 420 temas abordados, a grande maioria
deles relacionada diretamente com a prática diária da
anestesiologia brasileira e mundial.
Especial 57º CBA
Foram cerca de 3 mil participantes, entre médicos
anestesiologistas e estudantes, que compartilharam
conhecimento e discutiram as melhores práticas da
especialidade, com foco no tema central do congresso:
A Anestesia em 2010: Avanços e Desafios da Década.
A presença de convidados internacionais, que assinam
algumas das mais profícuas e colaborativas produções
científicas da especialidade, concedeu maior brilhantismo
ao 57º CBA, organizado pela SBA e pela Sociedade de
Anestesiologia do Rio Grande do Sul (Sargs), tendo o
Dr. Gastão F. Duval Neto na presidência da Comissão
Executiva.
A partir do tema central do evento, descortinaram-se,
através das dezenas de eixos de debates, discussões
sobre algumas questões que os anestesiologistas têm
enfrentado em sua atividade diária. Como garantir mais
qualidade e segurança aos processos e procedimentos
de anestesia? Como assegurar a saúde ocupacional
do anestesiologista? Quais as novidades no que se
refere a dor? Durante o evento, a SBA, na Assembleia
Represemtantes, criou uma comissão para discutir a
qualidade em anestesiologia. O CBA também dedicou
momentos generosos para a discussão dos rumos do
ensino da especialidade e da defesa do profissional
anestesiologista.
“A SBA, que sempre se caracterizou pela preocupação
com a formação profissional e atualização científica, tem
visto com satisfação o florescer de discussões sobre esses
temas. Sem se esquecer da preponderância científica que
naturalmente deve haver num CBA, têm sido mantidos
SBA | Especial 57º CBA
SBA
espaços de discussão desses aspectos, cujo interesse
crescente confirma sua pertinência”, afirmou o presidente
da SBA, Dr. Carlos Eduardo Lopes Nunes.
Além dos debates e das aulas, o 57º CBA também contou
com uma feira de fornecedores, com 55 expositores,
que movimentou o Centro de Eventos da Federação
das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), local do
congresso, além de uma agenda social que promoveu a
integração entre os médicos anestesiologistas.
O próximo Congresso Brasileiro de Anestesiologia será
realizado em Fortaleza, no Ceará, entre os dias 10 e 14 de
novembro de 2011. n
Vista panorâmica da área de exposições
Especial 57º CBA | 23
SBA
SBA | Especial 57º CBA
Especial 57º CBA
Atividades
associativas
desenvolvidas no
57º CBA
Presidentes da CE.57º CBA - Gastão Duval Neto e da SBA - Carlos Eduardo
Nunes
• Durante o 57º Congresso Brasileiro de Anestesiologia,
em Porto Alegre, foram desenvolvidas várias atividades
associativas. Entre elas as provas para obtenção do Título
Superior em Anestesiologia; Título de Especialista em
Anestesiologia e Certificado de Atuação na Área de Dor.
Realizadas reuniões da diretoria da SBA; Comissão de
Saúde Ocupacional; Comissão de Honorários Médicos;
Reunião de Diretoria da SBA
24 | Anestesia em revista
Comissão de Ensino e Treinamento com Responsáveis
por CET do país; Comissão de Normas Técnicas e
Segurança em Anestesia; Conselho Editorial da Revista
Brasileira de Anestesiologia; Comitê de Dor com
coordenadores dos centros credenciados para formação
em Dor; Conselho Superior e Conselho de Defesa
Profissional.
Especial 57º CBA
SBA | Especial 57º CBA
SBA
Comissão de Normas Técnicas: Fernando Squeff Nora (RS)
Comissão de Honorários Médicos: Carlos Eduardo
Aragão de Araújo (BA)
Comissão de Sindicância de Processos
Administrativos: Cícero Evandro Soares (MA) e Maria
Lúcia Bomfim Arbex (BA)
Comissão de Saúde Ocupacional: Antenor de Muzio
Gripp (TO)
Comissão de Educação Continuada: Pedro Thadeu
Galvão Vianna (SP)
Reunião da Comissão de Honorários Médicos com o dir. do Deptº de Defesa Profissional
Foram realizadas as Assembleias Geral, de Representantes
e da Febracan. As deliberações das duas primeiras
assembléias encontram-se publicadas, na íntegra, no
portal da SBA. Acesse www.sba.com.br, no link Legislação
da SBA, no campo Deliberações das Assembleias.
Confira o resultado das eleições das
Comissões Permanentes, Comitês, Diretoria,
Secretário do Conselho de Defesa Profissional
e Conselho Fiscal:
Comissões
Comissão de Ensino e Treinamento: Marcius Vinícius
Mulatinho Maranhão (PE) e Paulo Sérgio Gomes Lavinas (RJ)
Comissão Examinadora do Título Superior em
Anestesiologia: Antônio Carlos Aguiar Brandão(MG) e
José Fernando Bastos Folgosi (GO)
Comissão de Estatuto, Regulamentos e Regimentos:
José Roberto de Rezende Costa (MG) e Paula Fialho
Saraiva Salgado (SP)
Comitês
Anestesia Ambulatorial: Ivani Rodrigues Glass (SE)
Anestesia Cardiovascular e Torácica: Kleber Machareth
de Souza (MS)
Anestesia Loco-Regional: Roberto de Araújo Ruzi (MG)
Anestesia em Obstetrícia: Gilvan da Silva
Figueiredo (BA)
Anestesia em Pediatria: Débora de Oliveira
Cumino (SP)
Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado:
Emílio Carlos Del Massa (SP)
Anestesia Venosa: Cristiano Dalmina (RS)
Hipertermia Malígna: Luiz Bomfim Pereira da Cunha (RJ)
Via Aérea Difícil: Bruno Mendes Carmona (PA)
Medicina Perioperatória: Florentino Fernandes Mendes (RS)
Anestesia em Transplante de Órgãos: Bruno Salomé de
Morais (MG), Fabio Scalet Soeiro (SP) Rodrigo Pereira
Diaz André (RJ)
Distúrbios do Sono: Mary Neide Romero (CE), Celso
Schmalfuss Nogueira (SP), Fábio Vinícius Benevenuto
Feltrim (MS)
Dor: Irimar de Paula Posso (SP)
Especial 57º CBA | 25
SBA
SBA | Especial 57º CBA
Especial 57º CBA
Diretoria Executiva gestão 2011
Presidente: Nádia Maria da Conceição Duarte (PE)
Vice-Presidente: José Mariano Soares de Moraes (MG)
Secretário Geral: Ricardo Almeida de Azevedo (BA)
Tesoureiro: Sylvio Valença de Lemos Neto (RJ)
Diretor do Departamento Científico: Oscar Cesar Pires (SP)
Diretor do Departamento de Defesa Profissional:
Antônio Fernando Carneiro (GO)
Diretor do Departamento Administrativo: Airton
Bagatini (RS)
Presidente da SBA,
eleita para a gestão
2011, Nádia Maria da
Conceição Duarte
Diretoria eleita gestão 2011 - da esquerda para a direita:
Ricardo Azevedo, José Mariano,
Nádia Duarte, Sylvio Lemos, Airton Bagatini, Fernando
Carneiro e Oscar Pires
26 | Anestesia em revista
SBA
SBA | Especial 57º CBA
Especial 57º CBA
Secretário do Conselho de Defesa
Profissional
Sebastião Monte Neto (RN)
Conselho Fiscal
Efetivo: Ronaldo Queiroz Gurgel (SE)
Suplente: Rosângela Massuia de Amorim (AL)
Conselho Superior
Ainda durante o 57º CBA, o Conselho Superior da SBA
deliberou que a Presidência deste Conselho, durante o
ano de 2011, ficará sob a responsabilidade do Dr. Carlos
Eduardo Lopes Nunes. n
Reunião do Conselho de Defesa Profissional
251 associados participaram das assembleias geral e de representantes
Especial 57º CBA | 27
Especial 57º CBA
SBA | Especial 57º CBA
SBA
Aprovados nas
provas da SBA
Título Superior em
Anestesiologia
Novos portadores do TSA:
Alberto Hajime Shinohara
Alexandre Rosa Chaves Sampaio
Ana Carla Giosa Fujita
Carlos Eduardo Menegusse Andrade
Chrislaynne Florêncio de Sousa
Claudia Biasi de Britto Pereira Tabet
Cleyverton Garcia Lima
Daniel Cosme Fernandes de Melo
Eduardo Bianchini
Fernanda de Castro Rincon
Gisela Magnus
Guilherme Barros da Silva Santos
Gustavo Gregorin Coelho
Idelberto do Val Ribeiro Junior
Jaderson Wollmeister
José Carlos Rodrigues Nascimento
José Daniel Braz Cardone
José Ricardo Paz
Karinny Shintani Peterson
Luis Antônio Borges
Maisa Ribeiro Araújo
Marcelo Grisólia Gonçalo
Marcelo Pena Moreira de Oliveira
Matheus Felipe de Oliveira Salvalaggio
Patrícia Santiago Dantas de Oliveira
28 | Anestesia em revista
Patrícia Wajnberg Gamermann
Patrick Augusto Gama Lima de
Oliveira
Paulo Ricardo Rabello de Macedo Costa
Raffael Pereira Cezar Zamper
Ronaldo Alves de Souto
Vera Maria Silveira de Azevedo
Viviane Borges Passos Mineiro
Aprovados na prova escrita:
Adalgiso Feijo Malaguez
Affonso Nilton Walmor Sell Ribeiro Neto
Alexandre Fabricio Martucci
Aloisio Vieira Fernandes
Ana Karla Alves Arraes
Ana Lucia Herzog Veit
Ana Paula de Souza Vieira Santos
Andre Carnevali da Silva
Andre Marques Mansano
Bernardo Rafael Skorek
Bruno Emanuel Oliva Gatto
Bruno Goncalves Preza
Bruno Gusmao de Oliveira
Bruno Luis de Castro Araujo
Bruno Tadashi Misumi
Cairo Ferreira Aleixo de Paula
Camerine Domingues da Silva
Camila de Melo Matos Lins
Camilo Ernesto Viana Fritz
Carmen Maria Caricio Fonseca
Cassio de Sousa Freitas
Cesar Augusto Martins Patti
Cesar de Araujo Miranda
Chiara Scaglioni Tessmer Gatto
Christiano Matsui
Cinthia Indelli Araujo Moraes Barros
Claudemar Antonio de Freitas
Cristina Clebis Martins
Daniel Adans Wenzinger
Daniel Kishi
Daniel Moser Queiroz
Daniel Regis D Albuquerque
Demiam Gui
Denerval Dias da Silva Junior
Diogo Bruno Amorim Pontes de Oliveira
Ed Carlos Rey Moura
Eduardo Motoyama Almeida
Elio Ferreira de Oliveira Junior
Erick Augusto Ramalho e Silva
Erik Igor Pinelli
Erlandson Silva Evangelista
Eugenio Mizuta
Fabio Rocha Cargnin
Fabiola Leite Nogueira
Fabricio Batistella Zasso
Felipe Pagio Coelho
Felipe Penner Falcao
Felipe Ribeiro da Silva Camargos
Fernando Chagas Patrao Neto
SBA
Fernando Henrique M. C.Zylbersztejn
Flavio Conti Carlotti
Francisco Savio Alves Arcanjo
Gabriela Chagas Freitas de Andrade
Germano Pinheiro Medeiros
Gilson Pereira dos Santos Junior
Giovanni Menezes Santos
Glenio Bitencourt Mizubuti
Graciana Zerbini de Araujo
Guilherme Oliveira Campos
Guilherme Passebon Soares
Gustavo Henrique Meurer
Heladio Ximenes Memoria
Hugo Dias Caminha
Joao Victor Lopes Damasceno
Joel Gianelli Paschoal Filho
Jose Breno Ribeiro Nobrega
Juarez Mundim Ribeiro
Juliana Piechnik
Karina Leal Costi
Klaus Filus Weber
Laudinely Martins de Oliveira
Leandro Aurelio da Silva Santana
Leandro Marques Correa
Livia Pereira Miranda Prado Banzato
Lucas Coutinho de Sa Oliveira
Luciano Totti Dykyj
Luis Fernando Regis Simoes
Luiz Gustavo de Menezes Rodrigues
Marcelo Waldir Mian Hamaji
Marcia Adriana Dias M.Moreira
Marcia Fernandes Ferreira
Marcos Cardoso Costa
Marcos Grijo Pitangui
Marcos Vinicius Manso Junior
Marden Fernando Miranda Ramos
Mariana Limeira Teixeira
Matheus Fecchio Pinotti
Mauricio Sperotto Ceccon
Mauricio Teruo Shimatai Sazaki
Max Goncalves Xerez
Melissa Nespeca Mendes
Michelle Reis de Lucena
Monique Villa Real Ayala
Muriel Grando
Nely Marjollie Guanabara Teixeira
Norberto Chella Junior
Patricia Rodrigues da Silva
Patrick Raoul Erasmo Dias Laporte
Paulo Jose Irigon Pereira
Paulo Lima Pereira Junior
Paulo Magalhaes Gomes Ramacciotti
Rafael de Macedo Coelho
Raphael de Almeida Carvalho
Raphael de Cerqueira Campos
Regina Celia Vasques Prieto
Reginaldo Shin-Iti Goto
Renata Fatureto Borges Watanabe
Reniere Augusto Jones da Silva
Ricardo Uema
Roberta Teixeira Leite
Roberta Vergara da Silva
Rodrigo Marques dos Santos Laia Franco
Rodrigo Montebello de Araujo
Rodrigo Rodrigues Alves
Rodrigo Santos Fortunato
Ronaldo Antonio da Silva
Sang Ken Kim
Tadeu Ferreira de Morais Carvalho
Tatiana Goldgaber Borges
Tomaz Gonzalez Passos Estrela
Victor Antonio Teixeira Alves
Victor Emanuel Puppin Pinto
Vinicius Goncalves Vieira
Viviane Brasil Sardao
Wellington Machado Luchi
SBA | Especial 57º CBA
Especial 57º CBA
Título de Especialista em
Anestesiologia
Novos portadores do TEA:
Alessandra de Stefano Carvalho
Alexandre Roza
Benito Duarte Majeski
Eduardo Singolani Vaccari Tezini
Igor Rodrigues Pereira Machado
Larissa Acioli de Castro Lopes
Letícia Lopes Mello de Oliveira
Milton Fujii
Nina Paes Leme
Rodrigo Henrique de Jesus Temoteo
Willian Alves da Rocha
Certificado de Atuação
na Área de Dor
Novos portadores do CAAD:
Alysson Bruno Oliveira Santos
Eric Benedet Lineburger
Fabio Vinicius Benevenuto Feltrim
Flavio Silva Ferreira
Hee Sun Kim
Jorge Taqueda Neto
Luis Gustavo Baaklini
Marcello Oliveira D Ottaviano
Marcelo Boeing
Marcos Aristoteles Borges
Marcus Aurelio Santos Pires
Monia Di Lara Dias
Paulo Bruno Catalao de Albuquerque
Pedro Luis Vaz de Lima Mattos
Renata da Cunha Ribeiro
Rita Zambonato
Selma Westphal Rodrigues Olea Correa
Thiago de Freitas Gomes
Viviane Alves Teixeira
Welma Rezende Fuso de Assis
Especial 57º CBA | 29
SBA
SBA | Notícias
Notícias
Médico anestesista
toma posse na
Academia de
Medicina do Rio de
Janeiro
Em seu discurso, Jaime Araújo destacou com orgulho a SBA
• Membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia
(SBA), Jaime Pinto de Araújo Neto tomou posse, no dia
25 de outubro, da cadeira 42 da Academia de Medicina
do Rio de Janeiro, na qual ainda não houve nenhum
ocupante anestesiologista. Na solenidade, realizada no
Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), em Botafogo,
Rio de Janeiro, estavam presentes o secretário municipal
de Saúde do Rio, Hans Dohnan, e o presidente da SBA,
Carlos Eduardo Nunes. Em seu discurso, Jaime se referiu,
orgulhoso, à SBA como “a minha sociedade”.
30 | Anestesia em revista
Em seu currículo constam os seguintes títulos: membro
atuante de ensino de anestesia no Rio de Janeiro; membro
do conselho editorial da revista Anestesia em Revista, da
Sociedade Brasileira de Anestesia (SBA); membro titular
da Associação de Medicina Intensiva Brasileira; membro
da banca examinadora do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) e diretor científico da Sociedade de Anestesiologia
do Rio de Janeiro. n
SBA
SBA | Notícias
Notícias
Brasil na
presidência
da Associação
Médica Mundial
• José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB, foi
eleito, por aclamação, para presidir a Associação Médica
Mundial (WMA) em 2012. O pleito ocorreu em 16 de
outubro, durante a assembleia geral da WMA, realizada
em Vancouver, Canadá. É a terceira vez que um brasileiro
assume o cargo máximo na entidade. O cirurgião
catarinense Antônio Moniz de Aragão presidiu a WMA em
1961 e o dermatologista paulista Pedro Kassab, em 1976.
Amaral representa o Brasil como integrante do conselho
da WMA desde 2005 e, há três anos, preside o Comitê de
Assuntos Médicos Sociais (SMAC). Ele foi responsável
por trazer ao Brasil relevantes discussões sobre pesquisas
clínicas, como a revisão da Declaração de Helsinque
(agosto de 2008), o uso de placebo em pesquisa médica
associada ao tratamento (janeiro de 2010) e o Seminário
Internacional de Resiliência Médica (agosto de 2010).
Com a realização da conferência Doutores do Ambiente,
em novembro de 2009, ajudou a disseminar a Declaração
de Deli sobre saúde e mudança climática. Dana Hanson,
presidente da WMA na época, compareceu ao evento e
realizou a palestra de abertura. Yoram Blachar, presidente
da WMA em 2008, também visitou o Brasil nesse ano, na
abertura da versão brasileira do Curso de Formação de
Lideranças Médicas, adaptação de uma iniciativa da WMA.
Ainda no âmbito internacional, atualmente, Amaral preside
também a Comunidade Médica de Língua Portuguesa
(CMLP), cargo assumido em março deste ano, durante o
IV Congresso da CMLP, realizado na cidade de Maputo,
em Moçambique. Ao representar o Brasil na Confederação
Médica Latino-americana e do Caribe (Confemel) e no
Fórum Ibero-americano de Entidades Médicas, Amaral
tem trabalhado pela integração das instituições de
representação médica nesse contexto.
O recém-eleito presidente da WMA é especialista em
anestesiologia e medicina intensiva; professor titular da
disciplina de anestesiologia, dor e medicina intensiva
da Universidade Federal de São Paulo; desde 1994, é
responsável, no Hospital São Paulo (Unifesp), pelos
centros de ensino e treinamento da Associação de
Medicina Intensiva Brasileira e da Sociedade Brasileira de
Anestesiologia.
Gomes do Amaral foi reeleito presidente da Associação
Médica Brasileira para a gestão 2008-2011 e apresenta
destacado trabalho em defesa da qualidade da assistência
e da dignidade profissional do médico, dos projetos de
lei para regulamentar o exercício da profissão e para
implementar o Plano de Carreira, Cargos e Salários e
ainda da consolidação do sistema de hierarquização
Notícias
|
31
‘
de procedimentos médicos. Ele também presidiu da
Associação Paulista de Medicina no período 1999-2005.
Durante seu discurso, Gomes do Amaral falou sobre
o desafio de presidir a WMA, entidade que congrega
representantes de 96 países: “Trata-se não apenas de
expressar a visão individual construída ao longo de anos
de debate e intenso convívio com os senhores, mas,
sobretudo, de expressar o pensamento comum dos 96
países que integram a WMA”, destacou.
SBA | Notícias
O desafio é, sobretudo, de
expressar o pensamento
comum dos 96 países que
integram a WMA
Ele também destacou a importância da convivência com
os ex-presidentes da Associação Médica Mundial. “Tive o
privilégio de conhecer e acompanhar o brilhante trabalho
de Yank Coble, Kgosi Letlape, Nachiappan Arumugam, Jón
Snædal, Yoram Blachar e Dana Hanson. Convivi com Pedro
Kassab e Jaroslav Blahos (República Tcheca), distintos
colegas que tão bem expressam o espírito empreendedor
desta instituição.” Presidente eleito da Associação Médica
Mundial, Amaral será empossado em solenidade agendada
para a próxima assembleia da WMA, que ocorrerá em
Montevidéu, Uruguai, em outubro de 2011. n
José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB,
foi eleito para presidir a Associação Médica Mundial
(WMA) em 2012. É a terceira vez que um brasileiro
assume o cargo máximo na entidade
32 | Anestesia em revista
SBA
SBA | Regionais
Regionais
Saesp inaugura
nova sede
Para melhor acessibilidade, Saesp troca
antiga casa de Tarsila do Amaral por
cobertura triplex no bairro da Liberdade.
• A Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo
(Saesp) tem novo endereço. Depois de 37 anos no bairro
de Perdizes, em uma espaçosa casa que já pertenceu à
pintora Tarsila do Amaral, a sede mudou para o bairro da
Liberdade, zona central da cidade.
A inauguração oficial, dia 5 de novembro, contou com
a presença de entidades médicas importantes, como
a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), a
Associação Paulista de Medicina (APM), o Sindicato dos
Médicos de São Paulo (Simesp) e o Conselho Regional
de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Autoridades como Jorge Carlos Machado Curi,
presidente da APM; Cid Célio Jayme Carvalhaes,
presidente do Simesp; Renato Azevedo, vice-presidente
do Cremesp; e Airton Bagatini, diretor do Departamento
Administrativo da SBA, compareceram à solenidade,
que teve também a inauguração de uma galeria para
homenagear os ex-presidentes da Saesp.
A galeria é um resgate da memória da própria sociedade,
que foi fundada há 60 anos. Apenas como registro
A inauguração da nova sede da Sociedade de Anestesiologia do Estado de
São Paulo contou com a presença de várias autoridades médicas, entre elas:
Renato Azevedo, do CREMESP; Desiré Carlos Callegari, da SAESP; Jorge Carlos
M. Curi, da APM; Cid Célio J. Carvalhaes, do SIMESP e Airton Bagatini, da SBA
histórico, vale lembrar que a anestesiologia em São Paulo
apresenta uma trajetória de evolução permanente. Com
a criação do Departamento de Anestesia da Associação
Paulista de Medicina, em 1950, os especialistas de São
Paulo passaram a respirar a atmosfera associativa. A
primeira diretoria desse departamento foi presidida pelo
doutor Reynaldo Figueiredo Neves. Desse braço forte do
associativismo médico de São Paulo nasceu, em 1969, a
Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, que
teve como primeiro presidente João Brenha Ribeiro.
Aliás, o atual presidente da sociedade, Desiré Carlos
Callegari, enaltece João Brenha Ribeiro e os demais
ex-presidentes pelos esforços realizados. Lembra que
era um sonho de todos, assim como do conjunto dos
colegas anestesiologistas, tornar a sede mais acessível.
“Procuramos um centro onde houvesse metrô e grandes
hospitais próximos, que pudesse ter acesso mais
tranquilo, com estacionamento rotativo para que nossos
associados possam frequentar mais a sede”, explica.
Regionais
|
33
SBA
SBA | Regionais
Regionais
Essa mudança de sede tem valor simbólico,
representa também uma alteração estrutural da
própria Saesp, que busca modernização e adequação
aos novos tempos da parte administrativa. Só para
ter uma ideia, nas novas instalações, há sala com
computador para consulta à internet, que o associado
pode utilizar sempre que necessitar, e uma biblioteca
adaptada à tecnologia virtual, que aumenta a oferta
de serviços da sociedade.
Mês de festa para
a Coopanest-PE
“Nossa perspectiva é permitir maior contato com o
associado”, ressalta Desiré.
A nova sede
A sede da Saesp – localizada à Rua Maestro Cardim,
1.293, bairro da Liberdade, capital paulista – ocupa a
cobertura triplex no 13º andar de um prédio moderno,
com fácil acesso à região da Avenida Paulista e próximo
a hospitais como Beneficência Portuguesa e Hospital do
Coração (HCor).
Os três andares da sede estão divididos em
recepção, estoque, copa e a biblioteca Centro de
Conhecimento Carlos Parsloe no primeiro deles.
O segundo andar engloba a área administrativa,
como a secretaria, o Departamento Científico e,
futuramente, o Departamento de Eventos, além
de uma sala de reunião. No terceiro andar, estão
localizadas as salas da presidência e de reunião de
Diretoria da Saesp.
A decoração do ambiente é moderna, com diversas
paredes de vidro que valorizam a entrada de luz
natural. n
34 | Anestesia em revista
Jose Antonio, Nádia Duarte e Francisco Brito
• Nos dias 15 e 16 de outubro, a Coopanest-PE teve dois
bons motivos para comemorar. O primeiro marcou a
inauguração do Anexo Operacional II, segunda grande
ampliação da cooperativa em cinco anos. No dia seguinte,
o restaurante Spettus Boa Viagem foi palco de um jantar
dançante em homenagem ao Dia do Médico Anestesista e
aos 34 anos dessa cooperativa.
O Anexo Operacional II oferece um serviço pioneiro
no estado e de fundamental importância: salas para
consultas pré-anestésicas. A iniciativa possibilita
maior conhecimento entre médico e paciente, com
o consequente estabelecimento de uma relação de
confiança, permite o esclarecimento de dúvidas sobre
o procedimento e a avaliação das condições clínicas do
paciente com base em seu histórico de saúde e assegura
um lugar adequado para a assinatura do consentimento
livre e esclarecido.
SBA | Regionais
A inauguração ocorreu na sede da Coopanest-PE, com
a presença dos cooperados e seus familiares, além de
representantes de outras entidades médicas, como os
doutores Nádia Duarte (SBA), Célia Costa (Hospital
Dom Hélder Câmara e Febracan), Francisco Brito
(Saepe) e José Tenório (Simepe). No dia 16, a partir
das 20h30, no restaurante Spettus, com a participação
da Orquestra Toque Musical e do cooperado e diretor
da Coopanest-PE, Dr. Valdir Rizzuto, nos vocais, foi
celebrado o Dia do Médico Anestesista e os 34 anos da
cooperativa.
Sargs conquista
mais autonomia para
anestesiologistas
gaúchos
A história da Coopanest-PE começou em 9 de julho
de 1976, com a razão social Sociedade Cooperativa
de Serviços Médicos Hospitalares de Anestesia
de Pernambuco, com a adesão e o trabalho de 53
anestesistas. Atualmente, com um total de 387
cooperados, a Coopanest-PE tem uma organização
administrativa moderna e transparente, sendo uma
das maiores cooperativas médicas de Pernambuco
e do Brasil, motivo de orgulho para os médicos
pernambucanos e exemplo para o cooperativismo
brasileiro. n
Operadoras de planos de saúde não poderão
influenciar na escolha de fármacos para
procedimentos anestésicos
• O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio
Grande do Sul (Cremers) deu parecer positivo, elaborado
pela Câmara Técnica de Anestesiologia, à reivindicação
da Sociedade de Anestesiologia do Rio Grande do Sul
(Sargs) referente à padronização de anestésicos realizados
de forma unilateral pelas operadoras de saúde.
“Esse foi um passo importante para a anestesiologia
gaúcha, pois oferece mais autonomia ao anestesiologista
no exercício de sua profissão. Esperamos que outras
regionais também possam usufruir essa conquista”,
afirmou o presidente da Sargs, Daniel Volquind.
Alegria e descontração
De acordo com a decisão da entidade, as operadoras
de planos de saúde não poderão exigir um grupo
específico e limitado de fármacos para ser utilizados em
procedimentos anestésicos. Conforme o parecer, não há
justificativa para as operadoras de saúde ou instituições
afins atuarem dessa forma. Portanto, devem permitir o
uso de qualquer fármaco indicado com precisão pelo
Regionais
|
35
SBA
SBA | Regionais
Regionais
médico anestesiologista assistente e considerado essencial
de acordo com as evidências científicas mais recentes.
No caso do auditor da operadora de saúde discordar
ou ter alguma dúvida em relação aos fármacos usados,
sua atuação deve ser norteada pela Resolução CFM nº
1.614/2001, que destaca a função do auditor médico.
Em seu artigo 8º, o documento apresenta: “É vedado ao
médico, na função de auditor, autorizar, vetar, bem como
modificar, procedimentos propedêuticos e/ou terapêuticos
solicitados, salvo em situação de indiscutível conveniência
para o paciente, devendo, neste caso, fundamentar e
comunicar por escrito o fato ao médico assistente.”
Da Consulta
Solicitamos seu parecer com relação aos questionamentos
abaixo:
1) - O relatório de anestesia, onde o anestesiologista registra o
seu ato anestésico pode ser usado pelas empresas de segurosaúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho
médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob
a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços
médicos-hospitalares como instrumento de verificação do
uso de medicamentos, equipamentos, materiais e duração de
cirurgias, já que os anestesiologistas assinam uma folha de sala
onde estão registrados todos estes itens?
Para chegar a esse parecer, a Câmara Técnica levou em
consideração o Código de Ética Médica e a Resolução
1.802/2006 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Embasada nisso, questionou se as operadoras de saúde
podem criar uma lista de fármacos para ser utilizados em
anestesiologia, não aceitando os que não constarem dessa lista
ou negando-se a pagar as contas que contenham esses itens.
Em caso afirmativo, o anestesiologista pode ser
responsabilizado pelo hospital e/ou empresas de segurosaúde, de medicina de grupo, cooperativas de trabalho
médico, empresas de autogestão ou outras que atuem sob
a forma de prestação direta ou intermediação dos serviços
médicos-hospitalares, por eventualmente não registrar
algum destes itens no relatório de anestesia?
A Câmara também considerou, para a tomada de
decisão, aspectos importantes, como a prática médica,
as condições de trabalho e de atendimento, a autonomia
profissional, a atualização profissional e o progresso
científico em benefício do paciente.
2) - As empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo,
cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão
ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou
intermediação dos serviços médicos-hospitalares podem se
negar a respeitar a autonomia do médico em relação à escolha
de métodos diagnósticos e terapêuticos argumentando que o
plano de saúde do paciente não cobre tais procedimentos?
Consulta ao CREMERS
Conheça a íntegra da consulta realizada pela Sociedade de
Anestesiologia do Rio Grande do Sul (SARGS), através
de sua Câmara Técnica de Anestesiologia, ao Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do
Sul (CREMERS) - Coordenação Geral das Câmaras
Técnicas.
36 | Anestesia em revista
3) - As empresas de seguro-saúde, de medicina de grupo,
cooperativas de trabalho médico, empresas de autogestão
ou outras que atuem sob a forma de prestação direta ou
intermediação dos serviços médicos-hospitalares podem
adotar diretrizes ou protocolos médicos e exigir dos
profissionais que sigam tais orientações? n
SBA
SBA | Regionais
Regionais
V Jornada
Amazonense de
Anestesiologia
• A Associação de Anestesiologia do Estado do
Amazonas (ASSAEAM) realizou, nos dias 28 e 29
de outubro de 2010, a V Jornada Amazonense de
Anestesiologia e, paralelamente, o I Workshop de Via
Aérea Difícil do Estado do Amazonas e Suporte Básico
de Vida (BLS).
O evento contou com as relevantes contribuições da Sociedade
de Anestesiologia do Estado de Pernambuco (Saepe), da
Sociedade Paranaense de Anestesiologia (SPA) e de renomados
anestesiologistas, entre eles destacam-se: Waston Silva, Cristina
Roichman, Luciana Lima e Ronaldo Souto, de Pernambuco;
Clóvis Corso e Daniela Bianchi, do Paraná; Leonardo Duarte
e Débora Cumino, de São Paulo; Marcelo Marçal, de Goiás;
Macius Pontes, da Bahia e Wagner William, Plínio Monteiro,
Fábio Queiroz, Sydnei Chalub e Shirley Monteiro, de Manaus.
O sucesso do evento se deu pela grande oferta de
equipamento obtido com empresas parceiras, como
ZMED e LMA; pela estrutura física cedida pela
Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado
do Amazonas (FCECON), por causa de congressistas
aplicados e, principalmente, de palestrantes brilhantes.
A V Jornada Amazonense de Anestesiologia foi o palco de
um verdadeiro intercâmbio científico, social e associativo
dos anestesiologistas do Brasil. n
Equipe de Organizadores, Instrutores e Participantes do I Workshop de Via Aérea Difícil do Estado do Amazonas
Regionais
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37
SBA
Opinião
SBA | Opinião
Por Airton Bagatini*
Reivindicações,
ações e
planejamento
para 2011
• O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio
Grande do Sul (Cremers) elaborou um parecer sobre
o questionamento da Sociedade de Anestesiologia do
Rio Grande do Sul (Sargs) em relação à legalidade das
operadoras de saúde em criar um rol de fármacos para ser
utilizados em anestesiologia, não aceitando aqueles que
estão fora dessa lista ou negando-se a pagar as contas que
contenham esses itens (veja a matéria “Sargs conquista
mais autonomia para anestesiologistas gaúchos”).
Diminui-se, assim, o cabresto que as operadoras de saúde
exercem sobre os médicos (rogamos que esta matéria seja
divulgada e usada como instrumento de luta em favor
da autonomia do exercício da anestesiologia de acordo
com padrões científicos, e não com o viés econômico do
intermediário do Sistema de Saúde).
Também somos vitimados por uma ação inocente que
tomamos no passado, em aceitar o fato de que nosso
relatório de anestesia (ficha de anestesia) fosse usado pelas
38 | Anestesia em revista
instituições hospitalares e pelos planos de saúde como
folha de débito de sala cirúrgica. No início, inocente, não
nos prejudicava e estávamos ajudando a controlar os gastos
dos hospitais. Hoje se tornou obrigação. Quantas vezes
ouvimos, com ar inquisitivo: “O senhor não colocou na
ficha esse fármaco!” Viramos o bandido da história.
Informo que estão em estudo, na Câmara Técnica do
Cremers, os questionamentos descritos na matéria da
página 36. Aguardamos, ansiosamente, esse parecer
positivo, para colocar mais um tijolinho nessa escalada de
resgate da dignidade médica.
Já na Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA),
estamos avançando com a ideia de planejar o futuro
a médio e a longo prazos. Não estamos pensando
unicamente no ano em curso, agora temos um norte e
mais agilidade para enfrentar novos desafios. Realizamos
a medida e a análise de cada ação feita, e assim vamos
minimizando a repetição dos erros do passado. Dois meses
antes da posse da futura Diretoria, já temos conhecimento
de onde estamos e aonde queremos chegar em dezembro
de 2011. Concomitantemente, colocamos em prática o
realinhamento do planejamento estratégico e as comissões,
os comitês e o corpo editorial da Revista Brasileira de
Anestesiologia já estão cientes dos objetivos e das metas
delineadas para os próximos anos. n
* O autor é Diretor Administrativo da
Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA).
SBA | Calendário Científico
SBA
Calendário Científico
2011
XXXV JONNA
17 a 19 de março
Grande Hotel SERHS
Natal / RN
2012
Asa Annual Meeting - 2012
13-17 de outubro
Washington, DC - USA
46ª JOSULBRA - Jornada Sul Brasileira de
Anestesiologia
14 a 16 de abril
Joinville - SC
8º Congresso Paulista de Anestesiologia - COPA
26 a 29 de maio
São Paulo - SP
Euroanaesthesia
11-14 de junho
Amsterdam - NL
45ª JASB - Jornada de Anestesiologia do Sudeste
Brasileiro
23 a 25 de junho
Belo Horizonte - MG
42ª JABC - Jornada de Anestesiologia do Brasil
Central
25 a 27 de agosto
Campo Grande - MS
24ª JORBA - Jornada Baiana de Anestesiologia
24 a 25 de setembro
Salvador - BA
Asa Annual Meeting
15-19 de outubro
Chicago, IL - USA
58º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
10 a 14 de novembro
Fortaleza - CE
15th World Congress of Anaesthesiologists
25 a 30 de março
Buenos Aires - Argentina
59º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
Belo Horizonte/MG
2013
Asa Annual Meeting
12-16 de outubro
San Francisco, CA - USA
60º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
Aracaju / SE
2014
Asa Annual Meeting - 2014
11-15 de outubro de 2014
New Orleans, LA - USA
61º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
Recife / PE
2015
Asa Annual Meeting - 2015
24-28 de outubro de 2015
San Diego, CA - USA
62º Congresso Brasileiro de Anestesiologia
Florianópolis / SC
Calendário Científico
|
39
Responsabilidade Social
Por Juliana B. Klein*
SBA | Responsabilidade Social
SBA
Biodiversidade
versus
biotecnologia
• O termo biodiversidade foi introduzido nos anos 1980 por
naturalistas preocupados com a destruição dos ecossistemas
e das espécies que os habitam, tornando necessária a
conscientização da sociedade para que tomasse medidas de
proteção e recuperação do meio ambiente.
A conservação da biodiversidade nos países que têm sua
economia voltada para a agricultura e a exploração dos
recursos naturais é primordial, pois é seu instrumento
de produção. Essa realidade implica a utilização desses
recursos de forma sustentável, para que esses países
possam se desenvolver econômica e socialmente e
garantir, a longo prazo, tal diversidade, indispensável para
manter os processos de evolução do mundo vivo.
Se admitirmos que a extração e a utilização dos recursos
naturais – ou seja, a erosão desenfreada da biodiversidade
– resultam, principalmente, de atividades ligadas ao
desenvolvimento, que acarretam impacto profundo no
meio ambiente, torna-se primordial a elaboração de
estratégias globais para manter a melhor utilização desses
recursos vivos naturais, através de medidas sustentáveis
que possam ajudar nosso planeta.
40 | Anestesia em revista
Fauna, flora, biodiversidade e a engenharia genética para entender a
biotecnologia
Para que se possam buscar as causas e as soluções para os
problemas que afetam a biodiversidade, é fundamental
uma visão mais abrangente da distribuição do território,
não objetivando apenas as áreas protegidas, mas, também,
as zonas rurais ou seminaturais, como florestas, campos,
cercas-vivas e terrenos incultos, em diversos estados de
sucessão ecológica, ecossistemas aquáticos ou costeiros.
A ameaça à biodiversidade é constante: alguns estudos
mostram que cerca de 12,5% das espécies de plantas
conhecidas estão sob risco de extinção. Alguns biólogos
‘
dizem que quase 20% de todas as espécies viventes podem
desaparecer em 30 anos. Sendo assim, a conservação da
diversidade biológica torna-se preocupação global, a julgar
pelas muitas estratégias para o uso sustentável dos recursos
naturais que estão sendo implantadas.
As novas tecnologias, como no caso das biotecnologias,
evidencia a diversidade biológica e genética como
matéria-prima básica para os avanços observados nessa
área, pois variados produtos utilizados pela população
– desde alimentos até artigos farmacêuticos – têm sua
fonte na biodiversidade brasileira.
O termo biotecnologia é designado para toda aplicação
tecnológica que use sistemas biológicos e/ou organismos
vivos e seus derivados para realizar ou modificar produtos
ou procedimentos para determinado uso específico. A
utilização da biotecnologia tem ocorrido com base na visão
sustentável, o que a torna uma aliada importantíssima à
diversidade genética do meio ambiente.
De modo geral, a biotecnologia funciona quando
organismos vivos, ou até partes deles, são utilizados
para confecção ou modificação de produtos, seja
por meio do aperfeiçoamento de plantas ou animais
ou da descoberta de micro-organismos de uso
potencial específico. Com isso, entende-se que para
SBA | Responsabilidade Social
Não é mera coincidência que a
ameaça à diversidade biológica
estivesse entre os tópicos mais
importantes discutidos na ONU
a biotecnologia o que realmente tem valor não é a
diversidade da natureza, mas as informações contidas
nela, que, por intermédio de ferramentas como
a engenharia genética, a codificação de genes e a
clonagem, possibilitam o desenvolvimento e a produção
de itens, independentemente de sua origem.
É importante salientar que a contribuição, para
a humanidade, do desenvolvimento das novas
biotecnologias representa um grande avanço, num
momento em que o espúrio interesse econômico e
estratégico e a megadiversidade confluem.
Não é mera coincidência que a ameaça à diversidade
biológica estivesse entre os tópicos mais importantes
discutidos na Conferência Mundial da ONU para o
Desenvolvimento Sustentável. Envolver a sociedade em
geral e as comunidades rurais em práticas sustentáveis,
mostrando que esta é a única forma de manter as
atividades econômicas gerando riquezas a longo prazo, e
firmar uma base científica e de infraestrutura nas áreas de
conhecimento científico tecnológico são desafios a serem
vencidos pelas organizações ambientais nos dias de hoje,
na tentativa de apoio sólido, político e jurídico. n
*A autora é bióloga, mestranda do programa de
mestrado em ciências farmacêuticas
pela Univali, Itajaí, em Santa Catarina.
Responsabilidade Social
|
41
SBA
Cultura
Por Fernando Pessoa*
Amor e Felicidade
são sonhos da
humanidade
“ Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo ...
“Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se
quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele
se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
*Fernando António Nogueira Pessoa (1888-1935, Lisboa),
poeta e escritor português.
Pessoa é considerado junto de Luís Vaz de Camões um dos
mais importantes poetas de língua portuguesa.
42 | Anestesia em revista
|
43
44 | Anestesia em revista

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