Alimentação Saudável na Esclerose Múltipla

Transcrição

Alimentação Saudável na Esclerose Múltipla
kriyacomunicacao.com.br l fev 2011
Coleção
Este material destina-se a pacientes com prescrição médica de Betaferon®,
atendidos pelo Serviço de Apoio Betaplus™
Consulte sempre o seu médico em caso de dúvidas sobre o seu tratamento e em caso de
urgência. Ele é o profissional mais adequado para responder seus questionamentos.
Na impossibilidade de contato com o seu médico, dirija-se a um hospital.
O conteúdo deste material é de inteira responsabilidade dos autores, não refletindo a opinião da Bayer.
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MAP-Number L.BR.SM.2011-03-18.0139
Alimentação Saudável
na Esclerose Múltipla
Alimentação Saudável:
a chave para uma vida plena
Princípios da
boa alimentação
Uma alimentação equilibrada e saudável é indispensável para a boa
saúde física e mental.
Uma alimentação equilibrada deve seguir alguns princípios fundamentais:
É por meio da alimentação que oferecemos ao nosso organismo todos
os nutrientes necessários para o nosso dia-a-dia. Ela interfere de forma
direta em nossa aparência pessoal, produtividade e equilíbrio
emocional, além de prevenir distúrbios relacionados à má nutrição e
auxiliar no tratamento de doenças como obesidade, diabetes e
hipertensão arterial.
É importante salientar que as necessidades nutricionais e calóricas não
são iguais para todo mundo, pois mudam de acordo com as
características de cada indivíduo. Portanto, as recomendações aqui
apresentadas variam de pessoa para pessoa, em função da composição
corpórea, atividade física, estado fisiológico e metabólico, sexo e idade
de cada um.
Referência bibliográfica:
VASCONCELOS, C. M. R; VASCONCELOS, E. M. R. Nutrição na Esclerose Múltipla.
Célia Maria Ribeiro de Vasconcelos
Nutricionista do Hospital da Restauração e do Centro de Referência para Atenção ao Portador
de Doenças Desmielinizantes Hospital da Restauração - Secretaria de Saúde do Estado de
Pernambuco, Prof.ª do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco –
Campus Pesqueira.
Eliane Maria Ribeiro de Vasconcelos
Prof.ª da Universidade Federal de Pernambuco UFPE – Departamento de Enfermagem.
Maria do Rosário de F. de A. Sá Barreto dos Santos
Prof.ª do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – Campus Pesqueira.
Edição e publicação: Bayer HealthCare e Kriya Comunicação.
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Variedade
É necessário variar os alimentos que ingerimos, ou seja, comer um
pouco de tudo, uma vez que não existe alimento completo. Isso evita a
carência de nutrientes essenciais e impede os excessos. É bom lembrar
que, se o estado fisiológico do indivíduo permitir, nenhum alimento é
proibido. Alguns alimentos, contudo, só devem ser consumidos de vez
em quando, como é o caso dos doces, salgadinhos, refrigerantes e
guloseimas em geral.
Qualidade
Precisamos estar atentos à boa qualidade do alimento. Para tanto,
devemos verificar se ele está em boas condições, apresentando um bom
sabor, odor, cor, textura, aroma e aspecto. Além disso, é imprescindível
que ele esteja em bom estado de higiene e conservação, ou seja, livre
de contaminação provocada por microorganismos prejudiciais ou por
substâncias tóxicas.
Quantidade
A quantidade ideal de alimento varia de pessoa para pessoa e também
de acordo com o sexo, idade, peso, altura, atividade física, estado
fisiológico (gravidez) e saúde. O peso corporal estável é sinal de
equilíbrio entre a quantidade de alimentos que ingerimos e o consumo
de energia do nosso corpo.
Equilíbrio
Para que a alimentação seja equilibrada, ela deve conter todos os
nutrientes na devida proporção.
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Nutrição e Esclerose Múltipla
A Esclerose Múltipla pode levar a deficiências neurológicas e sintomas
que interferem com as necessidades nutricionais do indivíduo. Um
exemplo é a fadiga, que pode ser agravada por uma dieta inadequada.
O ideal é que os pacientes que sofrem de fadiga se alimentem em
pequenas porções e com mais frequência, em vez de fazer refeições
maiores. Também é aconselhável ter alimentos congelados ou
pré-cozidos que possam ser rapidamente preparados e consumidos na
ocasião em que esse sintoma estiver presente.
Para os pacientes que possuem disfagia (dificuldade para deglutir), a
dica é dar preferência aos líquidos (sucos, caldos de carne, caldos de
vegetais, leite enriquecido) e alimentos pastosos (sopas cremosas,
cremes, mingaus, vitaminas, purês, papas, pudins etc.). Se o paciente
apresentar risco de engasgo, é aconselhável que os alimentos sejam
oferecidos em uma consistência pouco fluida (purês). Portanto, é
indicada a utilização de um espessante (substância que tem a
capacidade de aumentar a viscosidade de um alimento, principalmente
os líquidos).
Em casos de bexiga neurogênica (incontinência urinária com urgência
e freqüência), é aconselhável a ingestão de líquidos ao longo do dia.
Pela manhã, a quantidade de líquido deve ser maior, ao contrário da
noite, quando essa quantidade deve ser menor, garantindo um sono
mais tranquilo. Em hipótese alguma deverá ser reduzida a ingestão de
líquidos para diminuir a frequência urinária, pois isso pode aumentar o
risco de infecção do trato urinário e provocar o aparecimento ou
agravamento da constipação intestinal.
Pacientes que apresentam dificuldade de locomoção ou se cansam
facilmente acabam reduzindo sua atividade física diária, o que pode
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levar ao ganho de peso e até mesmo à obesidade. Portanto, é importante adotar uma dieta com aporte calórico adequado ao seu nível
de atividade, ou seja, não consumir mais calorias do que gasta.
A constipação intestinal (prisão de ventre), outro sintoma
comum aos pacientes com Esclerose Múltipla, também
é agravada pela falta de atividade física, além do
estresse, irregularidade no horário das
refeições, falta de atendimento
ao reflexo da evacuação, uso
abusivo de laxantes,
diminuição na ingestão de
líquidos e dieta pobre em
fibras.
Portanto, é
recomendado
aumentar a ingestão
de fibras, adicionando
farelo de cereais aos
alimentos ou
consumindo mais
grãos integrais em
lugar da farinha
refinada (as
principais fontes
naturais de fibras
dietéticas são
verduras, legumes,
cereais integrais e
as frutas).
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Alimentação fora de casa
Preparando os alimentos em casa
Quem trabalha fora e precisa almoçar em restaurantes, ou gosta de sair
para jantar nos momentos de lazer, precisa estar atento às opções do
cardápio para fazer uma boa escolha.
Evite frituras. Sempre que possível, prepare os alimentos grelhados,
cozidos ou assados, e no caso dos legumes, para melhor aproveitamento
de suas propriedades, cozinhe-os no vapor. Prefira os óleos ricos em
gordura poli-insaturada, tais como óleo de canola, girassol e milho.
Nas saladas, é recomendável o consumo de azeite de oliva, pois é rico
em gordura monoinsaturada, que ajuda na prevenção de doenças do
coração.
Optar por uma refeição saudável não significa renunciar ao prazer de
comer bem. Porém, quem faz as refeições fora de casa com frequência,
precisa de atenção redobrada para não ter sua saúde prejudicada.
Os restaurantes conhecidos como self-service, ou “por quilo” são uma
boa opção, já que apresentam vantagens como preço acessível e variedade de opções. Inicie suas refeições pelas saladas, pois assim elas são
melhor aproveitadas pelo organismo. Como são pouco calóricas e proporcionam sensação de saciedade, fazem com que você acabe comendo
menos dos alimentos mais calóricos, com a vantagem de possuírem
grande quantidade de fibras e vitaminas.
Na hora da sobremesa, o ideal é optar por uma fruta no lugar dos doces. Porém, não substitua as refeições por frutas ou sucos. As frutas não
sustentam e não são suficientes para suprir as necessidades do organismo, e os sucos podem ser calóricos e abrir o apetite.
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Lembre-se sempre de não comer um só tipo de alimento. Varie seu
prato diariamente, mas tome cuidado com os excessos.
Outra dica importante é não ficar muito tempo sem se alimentar. O
ideal é fazer várias refeições ao dia, sendo as três maiores (café da
manhã, almoço e jantar) intercaladas por um lanche leve ou uma fruta.
Massas e pães são fontes de energia importantes, mas não abuse nas
quantidades. Dê preferência aos pães integrais, que são nutritivos, ricos
em fibras e vitaminas do complexo B, que mantêm os níveis de energia
no organismo.
O que não pode faltar no seu prato
Seja em casa ou nos restaurantes, há alimentos que sempre devem fazer
parte da sua refeição:
• Saladas cruas e cozidas, temperadas com pouco sal, vinagre e quantidade
moderada de azeite de oliva;
• Frutas, em vez de doces e outras sobremesas mais calóricas;
• Prefira alimentos grelhados, cozidos no vapor ou refogados com pouco óleo;
• Em cada refeição, escolha um só alimento que contenha carboidrato - tais
como arroz, batata, pão ou macarrão – Não coma dois desses alimentos ao
mesmo tempo.
• Evite molhos cremosos ou muito condimentados.
• Retire a pele de aves, gorduras visíveis das carnes e o couro dos peixes,
pois contêm muito colesterol.
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Menos quantidade,
mais qualidade
Não se esqueça dos
exercícios físicos
A principal regra da boa alimentação é valorizar a qualidade dos
nutrientes que ingerimos, sem abusar na quantidade de alimento. Os
carboidratos (pão, batata, arroz, massas etc.) são o grupo alimentar
mais importante, por serem a principal fonte de energia. Eles devem
representar cerca de 60% do total de calorias diariamente ingeridas.
As gorduras, embora importantes, devem ser consumidas com muita
moderação, devendo representar, apenas, 20% do total de calorias
ingeridas, dando preferência sempre às gorduras de origem vegetal.
Uma boa alimentação é
importante, mas não basta.
É necessário também evitar
o sedentarismo praticando
atividades físicas adequadas
às suas condições de saúde.
Consulte um médico para
averiguar quais exercícios são
os mais adequados. Por meio
de uma dieta com poucas
gorduras, associada a atividades
físicas regulares, é possível
reduzir o mau colesterol, ou
LDL (normalmente associado
à arteriosclerose e às doenças
coronarianas), e aumentar o
bom colesterol, ou o HDL.
As fibras, presentes nos vegetais, frutas e cereais, são fundamentais
para o bom funcionamento do aparelho digestivo, e devemos consumir
cerca de 30 gramas de fibras por dia. A água também é imprescindível
para o bom funcionamento metabólico, portanto, é necessário tomar
de 8 a 10 copos por dia.
Outro benefício de se
praticar atividades físicas é o
controle da pressão arterial,
principalmente com exercícios
aeróbicos, como corrida lenta,
bicicleta e natação, associados
a uma dieta com pouco sal.
Para completar, associe
técnicas de relaxamento à sua
rotina de exercícios, que
ajudam a reduzir o estresse.
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Confira os benefícios dos principais nutrientes
NUTRIENTE
FONTES
São responsáveis pelo
crescimento e manutenção
dos tecidos, cicatrização de
ferimentos, renovação das
células envelhecidas e formação dos músculos, órgãos,
ossos, hormônios, células do
sangue, anticorpos e enzimas.
Origem animal: carnes (boi,
frango, porco, peixe), ovo,
leite e derivados (queijo,
coalhada, iogurte, requeijão);
Carboidratos
Fornecem energia para o corpo movimentar-se, executar
trabalhos e viver, favorecendo o funcionamento do
coração e dos pulmões.
Açúcar, mel, melado,
amido,aveia, arroz, milho, farinhas, pães, biscoitos, batata,
mandioca, macaxeira (aipim),
feijões, inhame, bolos.
Gorduras
Desempenham um importante papel no transporte
das vitaminas lipossolúveis e
na produção de hormônios.
Mantêm a temperatura do
corpo estável, pois funcionam
como um isolante térmico.
Protegem os nervos e órgãos
internos contra choques e
lesões.
Gema de ovo, carnes, frutos do
mar, creme de leite, manteiga,
queijos, leite integral, cacau,
coco, amêndoa, óleos e
margarina.
Ajuda na absorção do ferro,
no processo de cicatrização,
no tratamento das infecções
urinárias e na manutenção
da composição celular. Fortalece o sistema imunológico.
Vegetais folhosos (brócolis,
couve, folha de mostarda e
nabo), caju, goiaba, limão,
laranja, abacaxi, morango,
manga, acerola, pimentão e
tomate.
Fortalece a visão, é antioxidante, aumenta a resistência
às infecções respiratórias,
mantém a pele, os cabelos e
as unhas saudáveis, auxilia
na cicatrização de ferimentos
e na prevenção de doenças,
promove o crescimento ósseo.
Fígado, rins, peixes, leite,
gema de ovo, óleo de bacalhau, manteiga, vegetais
de pigmentação amarela
(cenoura, abóbora), nabo,
couve-flor, tomate, alface,
pêssego, mamão, manga, laranja, milho, centeio, cevada
e óleos vegetais.
Proteínas
Vitamina C
Vitamina A
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FUNÇÃO
Vitamina B12
Interfere formação dos glóbulos vermelhos do sangue,
das células nervosas e de
várias proteínas.
Carnes, ovos, produtos
derivados do leite, frutos do
mar e peixes frescos.
Vitamina D
Auxilia o organismo a usar
adequadamente o cálcio
e o fósforo, diminuindo a
probabilidade de osteoporose. Favorece a absorção
da vitamina A e estimula o
sistema imunológico.
Óleo de fígado de bacalhau,
margarina, manteiga, peixe,
leite e cereais.
Vitamina E
É antioxidante, diminui a
fadiga, retarda o envelhecimento, facilita a absorção da
vitamina A.
Óleos de soja, arroz, algodão,
milho e girassol. Gérmen de
trigo, gema de ovo, vegetais
folhosos, legumes, frutas
secas e carne.
Cálcio
É essencial para o crescimento e manutenção dos ossos e
dentes. Controla também a
condução dos impulsos nervosos e a contração muscular.
Leite, laticínios e vegetais
folhosos verdes, como couve,
brócolis, agrião e espinafre.
Selênio
É antioxidante e ajuda a
manter os músculos sadios.
Alguns estudos sugerem que
esse mineral pode proteger o
organismo contra o câncer.
Frutos do mar, leite, manteiga, castanha de caju, pão
integral, aveia, carne e peixe.
Zinco
Age na formação de tecidos
novos, ou seja, nos casos de
recuperação de cirurgias,
queimaduras e ferimentos. É
fundamental para a saúde do
sistema imunológico, e sua
falta pode causar perda de
apetite, redução do olfato e
paladar.
Frutos do mar, carnes magras,
ovos, sementes de abóbora,
leite, feijão, pão integral,
nozes, trigo e café.
Potássio
É responsável pela manutenção do equilíbrio hídrico, um
importante fator na atividade neuromuscular.
Leite e derivados, pescado, mariscos, melaço, hortaliças, leguminosas, mel, cereais integrais,
frutas secas, ovos, carnes, aves,
fígado e outras vísceras.
Origem vegetal: feijão,
lentilha, ervilha, soja, grãode-bico.
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