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Ed Editorial
Otimismo justificado
Desde a primeira edição, esta revista Canal Aberto adotou o otimismo como sua principal característica. Longe
de integrar o “coro dos contentes”, dos que enxergam
beleza em tudo, como a personagem Polyana da literatura, sempre confiamos que nosso mercado tinha um
grande potencial de crescimento e que havia muito a
fazer para aproveitar os espaços existentes. Pois bem, a
realidade está mostrando que estávamos certos.
Nas próximas páginas,
você vai ver que publicações internacionais de grande
credibilidade, como
o jornal inglês Financial Times e um suplemento do italiano La
Repubblica, destacam o Brasil como a grande aposta da
indústria mundial de cosmé-
ticos. Prevêem um grande boom nos próximos anos,
com o País chegando ao primeiro lugar em vendas desses produtos.
Estas previsões nos animam a continuar investindo e
contribuindo para o aprimoramento desse mercado,
de modo que, explorando o potencial de crescimento existente, possamos gerar mais empregos e renda,
fazendo nossa parte para que o Brasil avance,
social e economicamente.
E é isso que o leitor encontrará nas
próximas páginas. Com boas matérias sobre gestão, novos produtos
e as últimas informações sobre
legislação e tecnologia, acreditamos estar oferecendo um mix
completo, muito útil para o dia-adia de quem se interessa por nossa atividade. Leia e comprove.
Até a próxima edição.
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Ex Expediente
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Canal Expresso
Novos
produtos
SATEC
Venda valor,
Mercado
Coordenação de Publicação
Aline Campoli
Direção
Paulo Leal
Colaboração
Ana Paula Fidélis
Silvia Torres
Produção
TAG Comunicação de Tendência
14
Gestão
FILIAL GO
Via Primária 5-D Qd. 10 Mod. 01 S/N
DAIA
Anápolis-GO
Editor
Marcos Garcia de Oliveira
MTb 17.751
10
incrementam
linha cosmética
não preço
Ano 5 - Edição nº 16
6
Beleza
MATRIZ
R. Aquidabã, 1.144 - Méier
Rio de Janeiro-RJ
FILIAL SP
Rua Estácio de Sá, 530
Campinas-SP
As marcas e produtos citados na revista são de total propriedade e responsabilidade de seus fabricantes.
Co Conteúdo
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Setor de beleza
desperta o
interesse
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do mundo
Produto
O novo sabor
22
do rejuvenescimento
Aconteceu / Vai Acontecer
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Projeto Gráfico e Diagramação
Marina Proni e Larissa Borges
Revisão
Marianna Padilha
Impressão
Personal Grafik
Tiragem
08 mil exemplares
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Meio Ambiente
O que está
acontecendo
26
com o clima?
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Ce Canal Expresso
Revolução
nos tratamentos
de beleza
Aquaporinas. Você ainda vai ouvir falar
muito disso. Esse é o nome dos canais
que compõem o principal sistema de irrigação dos tecidos do corpo humano e
eles são a base de uma nova revolução
tecnológica nos tratamentos de beleza.
Foram descobertos pelo cientista norteamericano Peter Agre, que recebeu por
isso o Nobel de Química de 2003. Desde
a descrição do funcionamento desses canais, empresas de cosméticos de todo o
mundo deram início a uma corrida cujos
resultados vão trazer muitos benefícios
para homens e mulheres. As pesquisas
Setor
caminham no sentido de encontrar maneiras de prolongar o bom funcionamento das aquaporinas, evitando ou reduzindo a perda de eficácia que elas sofrem
com o passar dos anos, deixando a pele
seca e enrugada. A principal estratégia
em estudo é a produção de cremes com
proteínas sintéticas semelhantes às naturais. As aquaporinas, porém, são responsáveis pela irrigação de todos os órgãos
do corpo e a continuidade das pesquisas
pode resultar em ganhos para a saúde em
geral, prolongando a juventude e o bemestar geral.
resiste à RDC 57
Atendendo a pedido da Abrifar (Associação Brasileira dos Distribuidores de Insumos Farmacêuticos), a Justiça concedeu
liminar determinando que a Anvisa não
cobre a taxa para inspeção internacional
prevista na RDC 57 e que todo e qualquer pedido de registro de medicamento
importado seja feito sem cobrança de
taxa e publicado em 90 dias. De acordo
com o advogado da entidade, Rodrigo
Alberto Correia da Silva, a Abrifar participou ativamente do processo de consulta pública que antecedeu a publicação
da RDC 57/09 e da IN 15, “contudo nem
seus argumentos nem os das demais associações de classe foram considerados pela
Anvisa”.
Como resultado, explica o advogado, “a
RDC possui inviabilidades técnicas, ilegalidades e caracteriza forte barreira não tarifária especialmente considerando as taxas
que seriam recolhidas do setor privado e a
falta de recursos internos da Anvisa para
cumprir com agilidade com as inspeções internacionais de boas práticas de fabricação
requeridas para o registro dos insumos farmacêuticos ativos, ambas obrigações previstas nas citadas regulamentações”.
De acordo com ele, a Abrifar apoia o registro dos insumos farmacêuticos, porém
não da forma imposta, e buscou ativamente reabrir os debates com a Anvisa
sobre o tema. “Não sendo correspondida
e na premência dos impactos das novas
normas no mercado, não restou alternativa
além de buscar o Poder Judiciário por meio
de mandado de segurança”.
A resolução da Anvisa gerou a oposição
do setor de distribuição farmacêutica
por gerar custos inviáveis para as empresas e por tornar ainda mais demorados
os processos de registro de produtos.
Como destacou em artigo o presidente
da Associação Brasileira da Indústria de
Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), Carlos Gouvêa, medidas
como a RDC 57 ampliam cada vez mais o
universo regulatório da Anvisa, sem que
a agência tenha uma estrutura adequada
para suprir essas demandas. “Consta que
existem hoje em torno de 12 mil pedidos
de registro pendentes de análise pela Anvisa. Ou seja, são inúmeras empresas que
deixam de colocar no mercado produtos da
área médica, alimentícia, cosmética e saneantes, que poderiam movimentar positivamente a economia, com a consequente
geração de novos empregos”.
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Abuso
de medicamentos já assusta
As mortes de várias celebridades, como a
do cantor Michael Jackson e da atriz Brittany Murphy, chamaram a atenção para
o problema do abuso de medicamentos
e um relatório do Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, da
ONU, confirmou: o uso abusivo de remédios controlados cresce rapidamente
no mundo e já supera o consumo de heroína, cocaína e ecstasy juntos. O Brasil
foi citado no relatório como exemplo de
país que reduziu o consumo de medicamentos de tarja preta, principalmente os
anorexígenos usados de forma abusiva
contra a obesidade. Apesar da redução,
no ano passado o Brasil teria consumido
cerca de três toneladas desses produtos.
Sevil Atasoy, presidente da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), explicou que a tendência de
se substituir drogas ilegais por remédios
Brasil
sobe no
ranking
legais começou nos Estados Unidos e
agora chega à Europa, onde também foi
registrada uma queda no abuso de drogas ilícitas, como a cocaína. “As pessoas
acreditam que porque são remédios não
causam tanto mal quanto a heroína, por
exemplo”, disse Atasoy.
Nos EUA, o abuso dos medicamentos “já é a segunda questão mais
importante do abuso de drogas,
depois da maconha”, afirma o
documento. O texto relata
que, em 2008, havia 6,2 milhões de norte-americanos
viciados em remédios. Em
vários países europeus, entre 10% e 18% dos estudantes usam sedativos obtidos sem receita médica.
Até 2013, o Brasil deve subir duas posições no ranking mundial do mercado
farmacêutico, passando para a oitava
posição e superando assim o Canadá e o
Reino Unido. A previsão é da IMS Health,
empresa que faz a auditoria das indústrias
farmacêuticas brasileiras, segundo a qual
Brasil, México, China, Índia, Rússia, Turquia e Coreia do Sul contribuíram com
O fim
51% no crescimento global do setor farmacêutico, contra apenas 16% em 2006.
Desde 2006, o mercado de genéricos no
Brasil é o que mais cresce no mundo. A
expectativa é que até 2011 a participação
dos genéricos no mercado farmacêutico
brasileiro seja de 25%.
dos vales-desconto
Está proibida a distribuição, por médicos, de cupons e vales-desconto para a
compra de medicamentos. O veto é do CFM (Conselho Federal de Medicina),
que considera esse método de fidelização de pacientes e dos médicos a
determinadas marcas contrário ao Código de Ética. De acordo com o CFM,
“o médico, ao se inserir como peça indispensável para esse tipo de promoção de
vendas da indústria farmacêutica, exerce a medicina como comércio, atuando em
interação com o laboratório”.
As relações desse tipo entre médicos e a indústria farmacêutica vêm sendo
combatidas pelo CFM e até pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), que recentemente proibiu laboratórios de dar brindes aos médicos.
O objetivo é evitar que gentilezas, como reformas de consultórios e patrocínio
de viagens turísticas, por exemplo, sejam recompensados pelo médico com
a prescrição costumeira de determinada marca de medicamento, às vezes
desnecessária.
Essas práticas, aliás, já eram condenadas pelo Código de Ética Médica. Mas
Carlos Vital, vice-presidente do CFM, afirma que às vezes é preciso criar novas
normas para não deixar dúvidas.
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Ce Canal Expresso
Vendas em queda
no atacado farmacêutico
O segmento de atacado farmacêutico,
responsável pela distribuição de medicamentos às farmácias e drogarias do
País, encerrou o ano com faturamento
total de R$ 16.272 bilhões, de acordo
com dados da Associação Brasileira do
Atacado Farmacêutico (Abafarma). O
resultado representa queda de 2,7% em
relação à receita de R$ 16.719 bilhões
apurada no ano anterior na pesquisa elaborada pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da Universidade de São
Paulo (USP).
O desempenho do segmento foi afetado
pela queda nas vendas de não medicamentos, que oscilou 12,5% no período,
para R$ 1.351 bilhão. As vendas de genéricos, por sua vez, continuaram a apresentar o melhor resultado do setor, com
retração de apenas 0,7%, para R$ 1.173
bilhão. As vendas de medicamentos em
geral somaram R$ 14.921 bilhões, retração de 1,7% sobre 2008.
Diante do ambiente adverso para a economia brasileira no ano passado e dos
reflexos da crise na política comercial
adotada pelas indústrias farmacêuticas, a
entidade classificou o resultado de 2009
como positivo. “A julgar pelas baixas margens operacionais e prazos de pagamento
engessados pela indústria ao longo do ano,
o resultado é altamente satisfatório”, afirmou em nota o presidente da Abafarma,
Luiz Fernando Buainain, que representa
as 23 maiores distribuidoras de medicamentos e itens de higiene, perfumaria e
cosméticos do Brasil, responsáveis por
80% da receita do setor.
Confusão no mercado
Continua a polêmica em torno da RDC
44 da Anvisa, que entre outras medidas,
proíbe a venda de produtos de conveniência pelas farmácias e drogarias e
restringe a comercialização de medicamentos, permitindo sua exposição
apenas atrás dos balcões. Decisões
contraditórias de diversas instâncias da Justiça, que ora desobriga o
segmento de cumprir a nova regulamentação e ora referenda a decisão
do órgão de vigilância, têm criado
muita confusão.
A Anvisa tem apertado a fiscalização e já esclareceu que as liminares obtidas por algumas redes de
farmácias só valem para suas associadas e, mesmo assim, referemse apenas à desobrigação de cumprir as Instruções Normativas IN
nº 9 e 10, que tratam da venda de
produtos alheios à saúde e da exposição dos medicamentos isentos de prescrição. Ao contrário
do que vem sendo divulgado
pelo setor farmacêutico varejista, a resolução está vigente e
deverá ser cumprida por todos os estabelecimentos do País. Nenhuma liminar
foi concedida pelo poder judiciário no
sentido de desobrigar o setor ao cumprimento integral da referida norma, diz
nota oficial do órgão.
Segundo Gustavo Trindade, chefe da
Unidade Técnica de Regulação da Anvisa, as liminares têm caráter precário e
a qualquer momento podem ser revogadas. Nesse caso, os estabelecimentos
ficarão sujeitos à fiscalização quanto ao
cumprimento das Instruções Normativas no dia seguinte.
O descumprimento da RDC 44/09 configura infração à legislação sanitária federal, estando o estabelecimento sujeito ao pagamento de multas, cujo valor
pode variar de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão.
As penalidades incluem ainda apreensão ou interdição de mercadorias e até
o cancelamento do alvará de funcionamento do estabelecimento comercial,
sem prejuízo das responsabilidades civil
e penal cabíveis.
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Be Beleza
Novos
produtos
incrementam
linha cosmética
Unindo conhecimentos milenares e tecnologia avançada, novos
itens estão à disposição das farmácias de manipulação, com muitos
benefícios para os tratamentos da pele e dos cabelos.
WASABI
BIOSALIX
Conhecidas há séculos, as propriedades
medicinais do wasabi, a raiz forte que
dá sabor à culinária japonesa, estão presentes no superantioxidante de mesmo
nome que a Pharma Nostra acaba de incluir em sua linha de cosméticos. Assim
como ele, diversos outros produtos que
trazem tecnologia avançada e ação efetiva
nos tratamentos de beleza passaram a fazer parte da nova linha, que assim oferece
inúmeras opções para atender às necessidades do público. É o caso de produtos
como o antiacne Biosalix, a cera aniônica Nostrawax CR2 e o Actiglucan, um
novo ingrediente ativo desenvolvido
especialmente para o tratamento
cosmético de peles sensíveis.
O antiacne Biosalix é composto de extrato de Salix Nigra ou Black Willow, rico em
ácido salicílico de origem natural. Este ativo apresenta maior eficácia do que o ácido
salicílico sintético, principalmente quando
atua na inibição de micro-organismos,
especialmente do Staphylococus aureus e
Propionium bacterium acnes, responsáveis
pela formação da acne. O produto é ideal
em formulações antiacne, pois apresenta baixa irritação e não é sensibilizante,
mesmo em peles mais agredidas, o que
o torna mais seguro do que o ácido salicílico sintético. Também pode ser utilizado como redutor de linhas finas por sua
capacidade de renovação celular. E ainda
como antioxidante, já que possui em sua
composição taninos (captores de radicais
livres) que ajudam na minimização da
peroxidação lipídica das membranas celulares. Biosalix é ideal para formulações
antiacne, inclusive para peles sensíveis.
Associando conhecimentos milenares às novas tecnologias, o
Wasabi é um extrato de Wasabia japonica, uma raiz forte nativa do Japão rica em um grupo
de compostos chamados glucosinatos e a enzima myrosinase.
Além de sua comprovada atividade superantioxidante, o Wasabi apresenta também atividades
bacteriostática e fungistática, o que o
torna ideal em produtos para pele e cabelos pré-sol. De fato, a próxima geração de
produtos para o cuidado da pele antes e
pós-sol será uma combinação inteligente
e bem equilibrada de filtros solares, antioxidantes e superantioxidantes.
NOSTRAWAX CR2
Já o Nostrawax CR2 é uma cera autoemulsionante não-iônica ideal para formulações do tipo O/A, com excelentes
resultados na produção de cremes, loções, géis-creme, condicionadores capilares, produtos solares, infantis e muitos
outros. De fácil manipulação, é compatível com todos os ativos cosméticos e
farmacêuticos que toleram emulsões
não-iônicas e é uma ótima opção para estabilizar formulações com hidroquinona.
Além disso, é totalmente compatível com
gomas e produtos gelificantes usados em
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cosméticos.
ACTIGLUCAN
Melhora comprovada – Para quem
tem pele sensível, o Actiglucan pode ser
uma solução inovadora. Com ação antiirritante e imunomoduladora comprovadas e oferecendo melhora de todos
os sintomas associados à pele sensível, o
Actiglucan é um novo ingrediente ativo
desenvolvido especialmente para o tratamento cosmético de peles sensíveis, sensibilizadas e com vermelhidão. Composto
por aloe vera, betaglucano, glicerina e
ácido hialurônico (componentes eficazes
no tratamento de peles sensíveis e com
barreira cutânea danificada), o Actiglugan age como anti-inflamatório, ativador
do sistema imune, hidratante, reparador,
cicatrizante, antioxidante e antiestresse.
Entre suas propriedades, estão a inibição
da produção de citocinas pró-inflamatórias, a melhora da barreira cutânea, efeito
corticoide like e a manutenção da maciez
e da hidratação da pele, além de estimular
o colágeno III. É indicado para produtos
voltados a peles sensíveis, pós-barba, pósdepilatórios e calmantes, entre outros
produtos.
BIOSILÍCIO
Com ação regeneradora e reestruturante da pele, o Biosilício é o silício orgânico
obtido por processos biotecnológicos,
Os
utilizando-se Saccharomyces cerevisa como
substrato. O silício
orgânico é um oligoelemento
presente
no organismo e tem
propriedade remineralizadora dos tecidos
duros (ossos), sendo
considerado um agente antienvelhecimento
natural para as paredes das artérias, pele
e cabelos, além de
contribuir também
para reforçar as células do sistema imunológico.
Vantagens
de Actiglucan
• Reduz de maneira rápida e eficaz todos os
sintomas da pele reativa, tais como eritema,
prurido, fricção, pinicamento, queimação,
aquecimento e formigamento;
• Além de melhorar a função barreira cutânea, Actiglucan hidrata a pele profundamente, deixando-a com aspecto mais saudável;
• Apresenta aceitação cosmética elevada,
proporcionando um toque suave, macio e
agradável.
Apesar de sua importância
como um cimento natural que
participa da arquitetura da derme, esse oligoelemento vai ser perdido pelo ser humano ao longo da vida,
a partir já do nascimento. É na faixa
entre os 25 e 60 anos, porém, que
ocorre decréscimo de até 80% do
silício na pele, deixando-a mais
fina, frágil e suscetível a rugas. A
reposição de silício se torna então essencial para restabelecer
as funções vitais do organismo,
reequilibrando a comunicação celular, amenizando o prejuízo com a
perda natural desse oligoelemento,
diferenciais do Biosalix
• Produto natural
• Excelente capacidade de renovação celular
• Mais eficaz que o ácido salicílico sintético
• Pode ser usado como antioxidante, pois tem taninos
(captores de radicais livres) em sua composição
• Em formulações antiacne, apresenta baixa irritação
• Não é sensibilizante, mesmo em peles mais agredidas
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Be Beleza
além de devolver até 40% da firmeza e
tonicidade da pele, reduzindo a flacidez e
fortalecendo cabelos e unhas. E isso pode
ser feito também com um suprimento em
tratamentos cosméticos.
Deve-se ressaltar, ainda, que além das indesejáveis marcas do envelhecimento na
pele, a carência de silício no organismo
humano pode causar numerosas doenças
degenerativas, incluindo o mal de Alzheimer. Portanto, é de extrema importância
a sua reposição. Foi descoberto recentemente que o silício está envolvido na estrutura do AMP cíclico, sendo importante
também para o tratamento da celulite.
Além disso, é um dos componentes mais
importantes para o cabelo, pois participa
de uma etapa importantíssima da reconstituição da fibra capilar e luta contra o seu
envelhecimento.
COFFEA ACTIVE
Outro produto bastante conhecido de
todos que vem ganhando uma nova aplicação na cosmética é o café. O Coffea
Active, extrato aquoso de café, traz para
os tratamentos de beleza as propriedades
diuréticas, antirreumáticas, eliminadora de ácido úrico e digestiva da bebida.
Também apresenta ação cardiotônica,
antiastênica e expectorante. A cafeína
traz ainda propriedades emagrecedoras
(lipolítica), como todos os derivados das
xantinas. A atividade emagrecedora é
devida a ação das xantinas na lipólise dos
triglicerídeos estocados nos adipócitos
por inibição da enzima fosfodiestearase.
Uma avaliação dos efeitos da cafeína na
microcirculação e no edema nas coxas e
nádegas utilizando imagem espectral por
polarização ortogonal e parâmetros clínicos teve como resultado, após um mês
de tratamento, redução estatisticamente
significativa da circunferência das coxas
em mais de 80% dos casos e redução da
circunferência do quadril em 67,7%.
A cafeína pode ser usada como adjuvante
em alguns medicamentos para tratamento de alergias e inibidores de apetite. Em
cosméticos, o café possui propriedades
tonificantes e suavizantes (anti-inflamatório). Rico em ácidos fenólicos, o grão
apresenta atividade antisséptica, antioxidante e captora de radicais livres. O óleo
de café tem ação protetora contra os
raios UV e possui propriedades lipolíticas
Extrato Aquoso
de Café traz para
os tratamentos
de beleza as
propriedades
diuréticas,
antirreumáticas,
eliminadora
de ácido úrico
e digestiva da
bebida.
Wasabi Extract
Antecipando a próxima geração de produtos para a pele, antes e pós-sol, o Wasabi Extract
traz uma combinação inteligente e bem equilibrada de filtros solares, antioxidantes e “superantioxidantes”.
Superantioxidante – Os isothiocianatos do Wasabi extract demonstraram ser o mais ativo isothiocianato disponível. Concentrações de 1 a 3 ppm demonstraram ser ideais para a atividade de “superantioxidantes”.
Antimicrobiótico – Os isothiocianatos também são bacteriostáticos e fungistáticos. Foi relatada
ainda, em estudos, atividade contra Salmonella typhimurium e Listeria moncytogenes.
Uso em Cosméticos – Traz benefícios à pele e aos cabelos. Quando usado em concentrações de 1-5%, oferece proteção antioxidante à pele. Nas formulações, em concentrações de 1-5%, confere propriedades fungicidas e reduz os níveis de conservantes.
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Biohydrata é
indicado em
todos os tipos
de formulação
em que a
hidratação é fator
preponderante.
peradoras da perda de lipídeos da fibra
capilar, o Ômega Active pode ser aplicado em skin care; tratamento das condições inflamatórias da pele; tratamento
antiaging; peles secas e ressecadas e tratamento coadjuvante da dermatite atópica e psoríase.
devido ao conteúdo duplo de bases xantínicas (cafeína e teobromina).
Associação positiva – O Extrato Aquoso de Café pode ser usado em aplicações
como cremes e loções para massagem,
creme anticelulite, produtos para drenagem linfática, géis redutores e hidratantes
corporais, entre outros. É indicado para
associações com vários produtos. Com
o Nano Slimming, resulta em um ótimo
conteúdo ativo para cremes anticelulíticos. Se adicionado Cidren M5, torna-se
um perfeito creme de massagem drenante. Também pode ser manipulado com a
Base Nanobase com ativo nanossomado
com alto poder de penetração cutânea,
tornando-se um poderoso redutor de
medidas. Também por sua ação antioxidante, é indicado para cremes hidratantes/antienvelhecimento de uso
diário tanto para rosto quanto para
o corpo.
KERATINA VEGETAL
Uma alternativa para a queratina de origem animal, valorizando o apelo dos produtos 100%
naturais, a Keratina Vegetal é
um hidrolisado de proteína do
milho, trigo e soja, com aplicação em produtos de tratamento
capilar e para pele, como auxiliar
na manutenção da hidratação e proteção da fibra capilar e fortalecimento da
pele, deixando-os macios e saudáveis. É
indicado com concentração de uso de
1 a 5%, em cremes e loções corporais,
xampus, condicionadores, máscaras de
tratamento capilar, cremes para mãos e
unhas, entre outros.
ÔMEGA ACTIVE
O Ômega Active é um novo ingrediente dermocosmético destinado ao tratamento capilar e cutâneo que, devido à
sua composição rica em ácidos graxos
essenciais, possui destacada atividade
hidratante, protetora, antiaging e antiinflamatória. Com propriedades recu-
YOGURT DERMAL
Também integra a nova linha de cosméticos da Pharma Nostra o Yogurt
Dermal, fator de respiração celular, que
proporciona benefícios como aumento
da captação de oxigênio para um metabolismo celular mais eficiente; migração
de fibroblastos; produção de colágeno;
aumento de mensageiros celulares; e a
produção de Heat Shock Proteins. Graças ao aumento do colágeno, pode-se
obter uma pele mais firme, impedindo a
formação de novas rugas e minimizando
as já existentes.
BIOHYDRATA
Para a hidratação da pele, uma boa alternativa é o Biohydrata, que contém uma
mistura sinérgica de PcaNa e lactato de
sódio, com poder umectante potencializado. É indicado em todos os tipos de
formulação em que a hidratação é fator
preponderante na eficácia do produto,
cremes faciais, corporais, dermatológicos, infantis, pós-sol, etc. Em produtos
para o cabelo, é indicado em xampus hidratantes, cremes leave-on, sprays hidratantes, produtos de tratamento para cabelos quimicamente agredidos e outros.
BIOSELÊNIO
O Bioselênio, por sua vez, é um ativo
biodisponível que age profundamente
na pele, indicado em hidratantes com
filtros, produtos de tratamento de uso
diário e em todas as formulações em
que se deseja neutralizar os radicais livres. As propriedades captoras dos radicais livres do Bioselênio o tornam um
excelente componente de formulações
para a proteção da pele (como protetores solares, antioxidantes, antiaging,
etc) ampliando a eficácia da formulação.
É possível obter cosméticos completos
e eficazes para minimizar os efeitos causados pela exposição à radiação solar,
visto que o Bioselênio auxilia a neutralização dos radicais livres formados pelas
radiações UVA e UVB.
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Sa SATEC
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Proteja-se
IR 3535, repelente de insetos
também é eficaz contra o
mosquito da dengue.
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Tween 20 – Polissorbato 20
1,50
Propilenoglicol
4,00
Água qsp
100,00
Preparo:
1) Misturar as fases A e B separadamente.
2) Incorporar a fase B vagarosamente na fase A e agitar até
obtenção de uma mistura homogênea e clara.
pH (21°C): 6,7
COMPATIBILIDADES:
Nostrabase Xampu sem sal
Ativos testados
Extratos glicólicos: a 5% boa viscosidade, a 10% baixa a viscosidade porém ao adicionar 0,5% de fragrância a viscosidade volta ao normal.
Proteínas, Silicones, Keratina Líquida em concentrações usuais.
Cetoconazol 2% (ao adicionar o ativo, a viscosidade baixa bastante, ao
ajustar o pH para 5,5 com ácido cítrico, sol. 50%, a viscosidade volta ao
normal).
Dependendo dos ativos adicionados, a viscosidade tende a aumentar. Para
ajustar à viscosidade adequada, pode-se adicionar água deionizada até 15%.
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SUPERANTIOXIDANTE
O SUPERANTIOXIDANTE JAPONÊS QUE VAI
REVOLUCIONAR SUAS FORMULAÇÕES.
A próxima geração de produtos para o cuidado da pele antes e pós-sol terá
antioxidantes e “superantioxidantes”.
“Atividade de Superantioxidantes”
extract
demonstraram ser o mais ativo antioxidante disponível.
Vantagens:
USO EM COSMÉTICOS
Benefícios - Pele e Cabelos:
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“antioxidante” à pele.
Benefícios - Formulações:
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&&
à formulação e reduz os níveis de conservantes.
Para mais informações, solicite literatura completa.
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Sintonia com o futuro
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Ge Gestão
Venda valor,
não preço
Por Josiane Cozaro.
Se você não encontrar argumentos que façam do seu produto a única solução para o
seu cliente, o preço acabará sendo sempre um problema.
Desenvolver e enfatizar os diferenciais
de seus produtos é hoje tarefa básica de
qualquer empresa que pretenda permanecer no mercado e se destacar entre
seus concorrentes. E cabe aos profissionais de venda das empresas um papel
importante nesse processo. São eles os
principais responsáveis pela consolidação
do conhecimento desses diferenciais entre os clientes. Cabe aos vendedores, no
dia-a-dia, deslocar a questão preço para
segundo plano, ressaltando aspectos
como qualidade, agilidade e compromisso na entrega, resultados e outros aspectos da relação custo-benefício.
Você já se preocupou em enumerar
quantos concorrentes dividem o quarteirão com a sua empresa e qual o foco que
o seu concorrente dá aos seus produtos
e serviços? Quantos clientes você atende
que buscam a qualidade acima de qualquer preço ou o preço sem se preocupar
com os diferenciais do produto? Você já
analisou qual o principal produto de sua
empresa e os benefícios que ele pode
trazer para o negócio de seu cliente?
Pois bem, é bom começar a briga conhecendo muito bem o seu concorrente,
diferenciando cada um de seus clientes
e, acima de tudo, conhecendo bem a sua
empresa e a sua linha de produtos, enumerando os diferenciais que efetivamente farão a diferença nas argumentações
quando o assunto for o “preço”. Aliás,
é bom considerar também que preço
nem sempre é apenas o valor pelo qual
sua empresa vende o produto, mas sim
o peso desse valor no resultado final do
cliente.
Preços aviltados e práticas predatórias
dos concorrentes, em geral nos fazem
perder o sono e acordar sempre com a
sensação de que temos que matar um
leão por dia. Mas calma, nem tudo está
perdido! O primeiro passo é posicionar
a sua empresa e mostrar ao cliente que
o preço é apenas um aspecto de uma
questão mais ampla. Os compromissos
que você deve firmar com relação aos
seus produtos ou à sua empresa estão
ligados a fatores essenciais para o consumidor moderno. São fatores como qualidade da matéria-prima; resultados com
o produto acabado; utilização de alta
tecnologia; prazos de entregas; prazos
maiores de garantia; eficiência no atendimento ao cliente; rapidez na solução dos
problemas; equipes de profissionais altamente capacitados; necessidade de zelar
pela boa imagem da empresa; rapidez no
atendimento; imagem da empresa; nível
de confiabilidade e por aí vai.
Se você não encontrar argumentos que
façam do seu produto a única solução
para o seu cliente, o preço acabará sendo
sempre um problema. Não entre numa
guerra de preços sem antes certificar-se
de que não existe mais nada a fazer. E,
principalmente, de que a sua empresa
tem fôlego para aguentar o prejuízo.
O preço é, sem dúvida, um fator importante na negociação e pesa muito na
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decisão final do cliente, porém ele deve
ser justo e não atropelar o mais importante numa negociação: a satisfação final
do cliente. A precificação do seu produto
tem que ter agregados todos os investimentos e compromissos assumidos pela
sua empresa. Você só conseguirá evitar
a guerra de preços com os concorrentes
se conseguir que os clientes atentem não
apenas para os produtos e seus preços,
mas para tudo que eles verdadeiramente
proporcionam.
Compreenda o que exatamente o cliente entende como benefício e verifique se
os seus produtos apresentam estes benefícios. Chame a atenção do seu cliente
para os detalhes que vão além do preço.
Permita que o seu cliente fale sobre os
seus motivos e necessidades para adquirir esse produto.
Esta técnica pode mostrar a ele que o barato pode sair caro e que um erro, que
poderá estar cometendo deixando de
comprar um produto que resolve os seus
problemas por outro mais barato, pode
afetar diretamente o seu bolso e principalmente suas necessidades reais.
As objeções fazem parte da vida de uma
empresa. Então, ao invés de temê-las,
não seria mais inteligente aprendermos a
conviver com elas e pensar de que forma
estas podem nos ser úteis?
O primeiro passo é não ter medo de falar sobre preço. Deixe claro que o preço
não será o foco da negociação. Demonstre confiança no que está negociando
e não perca tempo com os serviços ou
produtos que estão fora das possibilidades do seu cliente. Promova interesse
para que o cliente se motive em ouvir
os benefícios do produto, já que o
item preço ficou um pouco de
lado. Confie em você, na sua
equipe de profissionais e
acima de tudo no seu
produto e empresa.
A tarefa é complexa, mas certamente
os resultados são
muito mais eficientes do que centrar
a argumentação só
nos preços, pois em
geral há um concorrente disposto a baixar cada vez mais os
seus.
É importante lembrar também que a sua
percepção de valor não é necessariamente a percepção de valor
do seu cliente. É importante que, antes
de mais nada, você defina qual o público que pretende atingir e molde os seus
produtos e serviços para um consumidor
específico. Há os que querem preço e os
que buscam o que vai além de um preço
atraente, ou seja, produtos que promovam resultado, eficácia e segurança.
Quando se trata de atender públicos
exigentes, a tarefa é muito mais fácil do
que parece, pois o consumidor exigente
é aquele que busca sempre o algo mais e
que não se deixa levar pela oferta tentadora do preço baixo.
Algumas informações são muito importantes para extrair do relacionamento
com o cliente negociações baseadas em
valor e não preço (as necessidades de
compras atuais e futuras; os motivos que
os levam a comprar de você e, muitas
vezes, porque aceitam pagar mais caro
pelos produtos e serviços que você vende; o que aconteceria caso a sua empresa parasse de lhes fornecer; o que você
tem que é importante para eles ou para
os clientes deles). Faça o relacionamento
trabalhar a seu favor. Quanto maior for
o número de clientes fiéis, maior será o
número de clientes propensos a pagar
pelos seus serviços e seus produtos mais
do que pagariam a outros concorrentes.
No dia-a-dia, conhecemos muitos consumidores insatisfeitos com os serviços
e produtos oferecidos por algumas empresas, mas muitos destes não estão dispostos a pagar mais caro por isso. Sendo
assim, deixe estes clientes para o concorrente e busque aqueles que realmente
valorizam os bons serviços e diferenciais
que a sua empresa está disposta a oferecer.
Portanto, não se esqueça do mais importante: crie e evidencie compromissos
que diferenciem o seu produto da concorrência ou nada mais terá para negociar do que PREÇO.
Aceite as objeções, faça concessões sem
desvalorizar o seu produto e todo o investimento depositado em sua empresa.
Pense nisso, boa sorte!
Josiane Cozaro é Gerente
Comercial da Pharma
Nostra Rio de Janeiro.
Graduada em Comunicação Social pela PUC Campinas com MBA em Gestão
Empresarial pela FGV Rio
de Janeiro.
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Me Mercado
Setor de beleza
desperta o interesse
Os negócios relacionados aos produtos cosméticos crescem sem
parar no Brasil e até publicações estrangeiras já prevêem um boom
neste setor nos próximos anos.
A ascensão de uma nova classe média no
Brasil vem ajudando a criar um boom no
mercado de cosméticos, que já é o terceiro maior do mundo, atrás apenas dos
Estados Unidos e do Japão. A notícia foi
publicada em janeiro pelo conceituado
jornal inglês Financial Times e chamou
mais uma vez a atenção para o vibrante
mercado da beleza do Brasil, que vem
crescendo em média 10% ao ano desde
meados dos anos 1990. As razões desse
crescimento sustentado são muitas, variando desde o conhecido culto ao corpo observado em todos os segmentos
da sociedade brasileira até a evolução da
renda média registrada no País desde o
Plano Real, em 1994. O resultado desse
crescimento sustentado, porém, é conhecido: um grande número de oportunidades, para empreendedores de todas
as classes de renda, está se abrindo em
todas as regiões.
Todo esse potencial, aliás, já desperta o
interesse de muitos outros países. Além
do mundo
do Financial Times, também a revista
italiana “D-La Repubblica”,
suplemento do jornal
La Repubblica, um dos
mais lidos do país, publicou em janeiro uma
reportagem de seis
páginas sobre o segmento de cosméticos
no Brasil. A matéria foca
a tradição brasileira para a
indústria de beleza, destacando o fato de o setor empregar
3,5 milhões de pessoas, além da
ampla presença de matéria-prima oriunda da Amazônia. Outro
ponto abordado foi uma pesquisa
da Avon, mostrando que no País o
investimento em beleza não é considerado um luxo, mas sim, uma prática
cotidiana e necessária.
A matéria do jornal inglês, por sua vez,
faz parte de uma série sobre os chamados países Bric (Brasil, Rússia, Índia e
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China), considerados as novas potências
emergentes que até 2035 superariam as
economias do G7, o grupo das sete nações mais industrializadas do planeta.
“O negócio da beleza está virando
cabeças no Brasil”, diz o título da
reportagem, que relata o caso
de um salão de beleza na favela Paraisópolis, em São
Paulo, gerenciado por um
ex-funcionário de um salão
de luxo num shopping center
da cidade e que afirma preferir o negócio na favela por
ser mais rentável.
Beleza na favela – O jornal comenta que, apesar de
as condições de vida nas favelas ainda ser difícil, muitos de seus
moradores vêm se tornando novos consumidores, com os 20 milhões de pessoas
que deixaram a pobreza nos últimos seis
anos. Segundo o FT, a elevação das vendas no Brasil, em conjunção com a crise
econômica nos Estados Unidos, fez com
que as vendas da Avon no país se tornassem as maiores do mundo – ainda assim,
com um volume de cerca de R$ 3 bilhões,
bem abaixo dos R$ 4,9 bilhões de receita
da líder do setor no país, a Natura.
A reportagem cita especialistas para
comentar sobre algumas das possíveis
explicações para a popularidade dos
produtos de beleza no Brasil, entre elas
a grande proporção da população em
cidades com praia e o clima quente,
que levaria muitas pessoas a tomarem dois ou mais banhos por dia,
consequentemente aumentando o
consumo de produtos como sabonete, xampus e condicionadores.
A Associação Brasileira da Indústria de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) estima que os investimentos superem os US$ 100 milhões ao
ano. Segundo dados do Instituto Data
Popular, o potencial consumidor de
baixa renda no mercado de cosméticos
cresceu em média 10,7% nos últimos
anos. Outro lado positivo: o segmento é
um dos que mais geram oportunidades
de trabalho, dando empregos a 3,4 milhões de pessoas.
De acordo com a Abihpec, a indústria de
cosméticos, tradicionalmente dominada
pelos países desenvolvidos, está crescendo rapidamente no Brasil, embora de
modo discreto, quase silencioso. Com
forte vocação social, representa ótimas
oportunidades para as micro e pequenas
empresas e é capaz de gerar muitos empregos e postos de trabalho em todas as
O segmento
é um dos que
mais geram
oportunidades
de trabalho,
dando
empregos a
3,4 milhões de
pessoas.
“O negócio da
beleza está
virando cabeças
no Brasil”, diz
o título da
reportagem.
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Me Mercado
A indústria de
cosméticos, produtos
de higiene pessoal
e perfumaria, está
representada no
Brasil por cerca de
duas mil empresas,
sendo que pouco
mais de 10% podem
ser consideradas de
grande porte.
regiões do País. E, para completar, valoriza nossa biodiversidade, nossos hábitos
e valores, com seus produtos voltados à
beleza, ao bem-estar e à saúde.
A indústria de cosméticos, produtos de
higiene pessoal e perfumaria, está representada no Brasil por cerca de duas
mil empresas, sendo que pouco mais de
10% podem ser consideradas de grande
porte e apresentam faturamento líquido
de impostos acima de R$ 100 milhões,
correspondendo a 70% das vendas do
setor. O restante, ou 88,3% das empresas da indústria da beleza, são micro, pequenas e médias, e estão presentes em
praticamente todas as unidades da Federação.
beleza cheguem ao mercado brasileiro por ano. Como exemplo, basta dizer que, no momento, o País
conta com 800 marcas de xampu
devidamente registradas na Anvisa.
Os canais de distribuição utilizados
por essa cadeia produtiva são apontados como os grandes responsáveis por
sua vocação social. “Essa é uma indústria
que se diferencia das outras atividades industriais. Usamos diversos canais para distribuir nossos produtos, gerando trabalho
e renda para muitas famílias”, afirma João
Carlos Basílio, presidente da Abihpec.
Xampus, cremes capilares, faciais, depiladores, maquiagem, perfumes, entre
tantos outros itens, chegam ao mercado por meio da distribuição tradicional
(atacado e lojas de varejo), de venda
direta (evolução do conceito de vendas
domiciliares) e de franquia (lojas especializadas e personalizadas). “Só na venda direta, trabalha um exército formado
por 1,6 milhão de pessoas”, revela Basílio.
A remuneração individual de cada “soldado da beleza” é de um salário mínimo
e meio, em média, estima.
Além da venda direta, a geração de
empregos e postos de trabalho ocorre
no comércio tradicional. Atualmente,
existem 370 mil pontos de venda para
os produtos desse segmento no País, entre farmácias,
drogarias, mercearias, supermercados, lojas, etc.,
segundo a Abihpec. Os
preços variam entre R$ 3
e R$ 300. Sessenta e dois
por cento do faturamento do
setor no mercado nacional está
ligado aos produtos de higiene
pessoal.
Os gargalos do setor são vários e dependem da articulação com instituições
parceiras para resolvê-los, acreditam
os líderes do setor. A maior dificuldade
apontada está relacionada com o atendimento às exigências das normas sanitárias nos âmbitos federal, estadual e
municipal. A questão das embalagens e
dos rótulos, especialmente para exportação, é outra preocupação do setor. A
agregação de tecnologia de ponta e da
nanotecnologia, que possibilitará a incorporação dos princípios ativos da biodiversidade brasileira aos cremes, xampus, entre outros, é fundamental. Linhas
especiais de crédito e política tributária
diferenciada são outras reivindicações
da indústria da beleza.
Os números traduzem a força do setor:
no período de 2000 a 2004, o crescimento médio deflacionado foi de 8,2%,
enquanto o PIB amargava o crescimento
de apenas 2,6%, e a indústria em geral
apresentava o índice de 2,4% (nos anos
2001, 2002 e 2003).
Lançamentos – Segundo dados da Anvisa, são registrados, em média, 25 produtos por dia ou 500 ao mês no setor
de cosméticos, higiene pessoal e perfumaria, em âmbito nacional. A licença do
órgão federal é obrigatória e tem validade de cinco anos. Atualmente, estima-se
que cerca de sete mil itens da indústria da
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Pr Produto
O novo sabor
do rejuvenescimento
Oriunda dos Himalaias, onde é consumida há milênios, a fruta Goji Berry
é um potente antioxidante, muito eficaz nos tratamentos de beleza.
O que têm em comum as mulheres da
antiga nobreza chinesa e celebridades
como Madona, Broke Shields, Liz Hurley
e outras igualmente famosas? A resposta
é Goji Berry. Separadas por séculos de
história, as nobres chinesas de três mil
anos atrás e as celebridades de hoje utilizam – e não se incomodam de divulgar
isso – produtos à base dessa pequena
fruta, nativa dos Himalaias, no Extremo
Oriente, em seus tratamentos de beleza
e rejuvenescimento. Relativamente rara
e com resultados comprovados em séculos de utilização por homens e mulheres,
a Goji Berry é hoje muito procurada por
consumidores de países como Canadá e
Estados Unidos.
Também conhecida pelo nome científico
de Lycium barbarum L., pertence à família das solanáceas e tem a aparência de
um pequeno tomate-morango, de cor
vermelha viva que, segundo a tradição ti-
betana, é tão sensível e delicada que não
deve ser tocada pela mão humana, pois,
quando isso acontece, ela se torna mais
escura, quase negra e perde qualidades.
Por isso, a colheita é feita sacudindo-se
os ramos da Goji e recolhendo o fruto
em malhas de bambu, sendo em seguida
as bagas transportadas, lavadas e postas
para secar à sombra e depois embaladas,
sem nunca serem tocadas. O seu sabor
único é uma mistura entre noz-suave,
tomate-morango frutado, amoras e cerejas, libertando um particular aroma à
fresca fragrância de nozes tostadas.
Já bastante conhecida e utilizada no
Oriente, a Goji despertou o interesse da
ciência ocidental pela sua riqueza nutritiva e antioxidante, que supera em muito outros alimentos conhecidos. Entre
os constituintes ativos do Goji Berry, os
mais preciosos e bem estudados até o
momento têm sido o seu exclusivo grupo
A ciência moderna
tem sugerido
um mecanismo
rejuvenescedor para
os polissacarídeos
do Goji Berry por
meio do seu poder
de absorção de
radicais livres.
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de glicoconjugados, que compõem cerca
de 5% a 8% da fruta desidratada. Coletivamente chamados de Polissacarídeos
do Goji Berry (LBP), as concentrações
ativas desses glicoconjugados têm sido
os indicadores do status medicinal desse
produto natural.
A ciência moderna tem sugerido um
mecanismo rejuvenescedor para os polissacarídeos do Goji Berry por meio do
seu poder de absorção de radicais livres.
Contudo, as pesquisas clássicas no campo do envelhecimento limitam-se aos
mecanismos celulares geradores de
oxidação e suas respectivas defesas
antioxidantes, negligenciando principalmente o papel da matriz extracelular como participante ativa
desse processo. Fibrilas de colágeno fragmentado, por exemplo, são
aspectos de pele humana envelhecida. Elas prejudicam seriamente
as propriedades mecânicas da
pele e a função das células que
residem na derme. Considerando que a MMP-1 (metaloproteinase-1) seja uma enzima da matriz
extracelular que catalisa as etapas iniciais
da degradação de colágeno fibrilar, a sua
inibição pode significar uma força aliada
na luta contra o envelhecimento.
Um estudo muito interessante corroborou a noção de que os polissacarídeos
do Goji podem ser de grande interesse
nos processos que envolvem a expressão
excessiva da MMP-1 na pele, como o envelhecimento e os cânceres (Estelles et
al, 2000). Uma fração de LBP foi aplicada
a um modelo de expansão de pele humana intacta para exibir possíveis efeitos
protetores sobre a derme, local onde a
expressão da MMP-1 é mais proeminente. Neste sistema, os polissacarídeos do
Goji inibiram a expressão da MMP-1 de
modo seletivo, sem afetar outras metaloproteinases testadas. Essa inibição foi
forte e fisiologicamente relevante porque
a mesma concentração de LBP bloqueou
a expansão da pele, um evento associado
ao incremento da expressão de MMP-1.
Zhao e colegas (2005) foram mais além
e encontraram que os polissacarídeos do
Goji Berry protegem os fibroblastos submetidos a condições sub-ótimas, preservando a sua morfologia de maneira muito
semelhante à morfologia dos fibroblastos
incubados em condições ótimas. Estes
resultados são consistentes com achados
prévios da mesma equipe num sistema
de cultura de túbulo seminífero, em que
a mesma fração de polissacarídeo exibiu
efeito antiapoptótico e protetor da morfologia celular.
Gráfico 1: Quantificação do número de células em meios
com e sem polissacarídeos do Goji Berry
1000.0
950.0
Proliferação celular
900.0
850.0
800.0
750.0
700.0
650.0
600.0
550.0
500.0
A
B
B+P
LbGp5
100μg/ml +
glucosidase
Fonte: Zhao, H. et al. Lycium barbarum glycoconjugates: effect on human skin and cultured dermal fibroblasts. Phytomed, 12: 131-137, 2005.
Comentário: um estudo mostrou que os polissacarídeos do Goji Berry são capazes de estimular o crescimento
dos fibroblastos mesmo em condições desfavoráveis. Um meio de cultura pobre em nutrientes (B) adicionado dos
polissacarídeos (B+P) manteve o crescimento celular normalizado quando comparado com o meio adequado para
a proliferação de fibroblastos (A).
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Pr Produto
Os
Embora o mecanismo básico de ação
permaneça indeterminado, a equipe de
Zhao acredita que LBP age pela interação com o fator de crescimento de fibroblastos ou com os receptores de adesão
da superfície celular. Levando em conta
que os polissacarídeos do Goji também
são antioxidantes eficientes, eles podem
manifestar seus efeitos, pelo menos parcialmente, protegendo as células fibroblásticas dos danos causados pelos radicais livres.
benefícios
do Goji Berry
• Protege o corpo do envelhecimento e aumenta a longevidade (conhecido como a fruta da longevidade entre os tibetanos)
• Promove a energia e o bem-estar em geral
• Fortifica e mantém o sistema imunológico saudável
• Previne e combate vários tipos de câncer
• Combate a inflamação e a artrite
• Baixa o colesterol
Ademais, o fato dos fibroblastos cultivados em condições sub-ótimas terem
secretado quantidades normais de colágeno tipo I na presença de LBP (vide gráfico 2), mostra que os polissacarídeos do
Goji Berry não somente são capazes de
inibir a morte das células, como também
ajudam a manter normais as suas funções metabólicas. Isto pode contribuir de
modo mais amplo com os tratamentos
antiaging.
• Equilibra os níveis de pressão do sangue
• Reduz os níveis de glicose no sangue
• Melhora a catarata, a visão turva e a audição
• Fortalece e apoia o funcionamento do fígado e dos rins
• Mantém o sistema nervoso saudável
• Protege a pele dos danos causados pelo Sol
• Combate a formação de celulite
• Ajuda em dietas para perda de peso
• Aumenta a libido e o desempenho sexual
Gogi Berry promove a energia
e o bem-estar em geral.
• Promove a fertilidade
Gráfico 2: Quantificação de colágeno tipo I
produzido por fibroblastos cultivados em meios
com e sem polissacarídeos do Goji Berry
700.0
650.0
600.0
Colágeno I
550.0
500.0
450.0
400.0
350.0
300.0
250.0
200.0
A
B
B+P
Fonte: Zhao, H. et al. Lycium barbarum glycoconjugates: effect on human skin and cultured dermal fibroblasts. Phytomed, 12: 131-137, 2005.
Comentário: quando o meio enriquecido com os polissacarídeos do Goji Berry (B+P) foi quantificado em termos
de colágeno tipo I, pôde-se notar que o metabolismo dos fibroblastos foi preservado. A quantidade de colágeno
produzido pelos fibroblastos do meio enriquecido (B+P) foi comparável à do grupo de controle (A).
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Ma Meio Ambiente
O que está
acontecendo com o clima?
A mudança climática, no mundo todo, é um fato incontestável. O
que não se sabe ainda é até onde vão essas mudanças e se elas
foram mesmo provocadas pela ação humana.
Nos primeiros meses do ano, a região
Sudeste viveu dias trágicos, com dezenas
de mortes e milhões de prejuízos para
as populações de cidades grandes, como
São Paulo, e também as de cidades pequenas, como São Luis do Paraitinga. Na
América do Norte e na Europa, temperaturas baixíssimas também provocaram
mortes e prejuízos, agravados em países
como a Espanha e a França por tempestades muito violentas. E a isso se acresce
fortes terremotos, que nada têm a ver
com a situação climática, mas parecem
contribuir para aumentar a preocupação
de todos com os fenômenos naturais.
Afinal de contas, pensamos, a natureza
se revoltou contra os estragos que vêm
sendo provocados pelos humanos?
Durante os últimos anos, essa tese vinha
ganhando espaço, com um número crescente de pessoas (com conhecimento
de causa ou não)
encontrando na
ação do homem
as razões para
tantas
mudanças no clima. Mais
recentemente,
no
entanto, essa onda começa a perder força,
com o surgimento de
inúmeras opiniões contrárias a essa tese e até
denúncias de que cientistas
antes respeitados deram um
“jeitinho” em suas estatísticas para
reforçar seu ponto de vista. Até mesmo
as conclusões do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática,
órgão da ONU voltado para a discussão
das questões climáticas) já foram colocadas em cheque.
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Contudo, apesar de toda polêmica, há
um fato incontestável. O clima da Terra
está mudando e ninguém sabe com certeza até onde vão essas mudanças. Há
quem continue acreditando que o culpado por essas mudanças é o homem.
Outros preferem atribuí-las aos ciclos
naturais do planeta. E há também os que
dão razão aos dois grupos.
José Marengo, pesquisador do Centro
de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia (Inpe), afirma que parte do
processo de aquecimento do planeta é
resultado de um longo ciclo natural. Geólogos afirmam que a Terra ainda está
saindo da última era glacial, que se encerrou há 20 mil anos. Há registros de
aumentos esporádicos de temperatura
desde 150 mil anos atrás. Mas essas mudanças climáticas foram aceleradas por
intervenções humanas. Os gases poluentes, que saem das chaminés das fábricas e
do escapamento dos automóveis, fazem
a atmosfera terrestre reter mais calor do
Sol. É o chamado efeito estufa. Hoje, a
concentração desses gases na atmosfera
é a mais alta desde que os dinossauros
habitavam a Terra. Em consequência disso, os cinco anos mais quentes desde que
as medições começaram, há um século e
meio, aconteceram nas últimas duas décadas. Em 1998, a temperatura média da
Terra foi de 14,56 graus Celsius, recorde
absoluto. O segundo ano mais quente da
História foi 2002.
Ao longo do século XX, a temperatura
média global aumentou 0,6 grau Celsius.
A variação aparentemente pequena é resultado de uma média entre regiões que
esquentaram muito e outras que até esfriaram um pouco. Essa conta pode ser
entendida mais facilmente em locais extremamente frios, como a Antártida. No
interior do continente gelado, a tempe-
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ratura caiu
1 grau nos
últimos 15 anos.
Já na Península Antártica, que se projeta para
a América do Sul, a elevação térmica foi
de 2,5 graus nos últimos 50 anos. Ao contrário do que popularmente se imagina,
o efeito estufa não provoca um aquecimento generalizado em todos os pontos
do planeta. As mudanças disparadas pelo
homem desequilibram o clima e provocam alterações surpreendentes, como
ondas de frio em Nova York e Moscou.
Por trás do mistério estão perturbações
nas grandes correntes marinhas, que influenciam o clima nos continentes. Situada na mesma latitude que o Canadá, a
Inglaterra tem um inverno mais ameno
graças a uma corrente que traz águas
quentes para o litoral britânico.
Tentar entender o clima hoje é como
procurar o início de um novelo de lã,
comparam os pesquisadores. Para complicar, os meteorologistas observaram
que a elevação da temperatura da Terra aumenta a frequência e a intensidade
do El Niño, nome dado ao aquecimento
acima do normal nas águas do Oceano
Pacífico. Ele afeta os padrões climáticos
de várias partes do mundo e geralmente acontece em intervalos de
dois a sete anos. Na década passada, esse fenômeno se manifestou
seis vezes. Quando surge, provoca chuvas fortes em regiões
normalmente mais secas. Também tem o poder de enfraquecer frentes frias. Isso, na prática,
significa invernos mais quentes,
como o que ocorreu no Rio de
Janeiro em 2002. Nesse período, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a média
das temperaturas máximas em
Em 1998, a
temperatura
média da Terra foi
de 14,56 graus
Celsius, recorde
absoluto. O
segundo ano mais
quente da História
foi 2002.
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Ma Meio Ambiente
E, como sempre,
essa é uma
atitude que deve
começar em casa,
na educação
dos filhos e
na correção
de eventuais
comportamentos
danosos ao
ambiente.
junho foi a mais alta dos últimos dez anos:
30,3 graus Celsius. Em julho, caiu um
pouco, para frescos 26,7 graus.
Uma das consequências mais apavorantes do aquecimento global é a elevação
do nível dos mares. Há quem acredite
que o oceano subirá um metro neste
século, mas cientistas respeitados falam
em elevação bem menor. De qualquer
modo, o processo já começou. Há trabalhos publicados pelo Instituto Oceanográfico da USP que confirmam a elevação do oceano na costa brasileira. Nas
medições feitas em Cananeia, litoral de
São Paulo, de 1955 a 1990, constatouse uma elevação de 4,1 milímetros por
ano. Outro relatório, feito na cidade de
Santos, entre 1944 e 1989, aponta uma
elevação média de 1,1 milímetro por
ano. Parece pouco, mas o mar não sobe
lenta e gradualmente na praia, como a
maré montante. A subida dos oceanos
é sentida pelo aumento na intensidade e
na frequência das ressacas. Nos dias mais
fortes, já invadem as pistas da Avenida
Vieira Souto, na orla carioca.
A invasão das águas é uma amostra dos
impactos que os pesquisadores
brasileiros começam a traçar
para o País. Embora cientistas sérios avisem
que ainda é muito
cedo para prever
todas
as conse-
-quências
das mudanças
e que inclusive não se dispõe, no Brasil,
de dados suficientes para essas previsões,
alguns pesquisadores já iniciaram suas especulações. Para eles, a massa verde contínua que constitui a Amazônia deverá
ser invadida pelo cerrado e o que se verá
no mapa serão ilhas de florestas cercadas
por áreas áridas. E o cenário catastrófico
prossegue: com a elevação dos mares, a
água salgada poderá se infiltrar nos lençóis
freáticos de muitos rios, tornando-os um
pouco mais salobros. Na Mata Atlântica,
a maior diferença seria observada no Paraná. As típicas araucárias ficariam restritas apenas às regiões serranas. Com mais
calor e chuva, doenças endêmicas mudarão de lugar, atingindo outras regiões que
tivessem seu microclima alterado. Um exemplo seria o agreste
nordestino, onde passaria a chover
com mais frequência. Ali poderiam surgir mais casos de cólera, transmitida pela
água, e de leptospirose, cujo vetor são os
roedores de regiões sujas e inundadas.
Seja qual for o cenário, no entanto, o fato
é que as mudanças climáticas tendem a
trazer prejuízos para todos. Assim, cabe
às pessoas, empresas, governos e ONGs
trabalhar para tentar entender o que
está acontecendo e o que pode ser feito
para corrigir ou atenuar os efeitos dessas mudanças. E, como sempre, essa é
uma atitude que deve começar em casa,
na educação dos filhos e na correção de
eventuais comportamentos danosos ao
ambiente. Quanto maior for a contribuição de cada um para a preservação do
ambiente, menor será o risco de estarmos contribuindo para o agravamento da situação.
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