Mintie corporação

Transcrição

Mintie corporação
REVISTA DA ACIJ
Economia l Negócios l Tendências
Joinville, julho/agosto 2014. No14
R$ 10
Mais cor nos
seus negócios
Empresas apostam em projetos
baseados no conceito da economia
criativa, que propõe uma atuação
voltada à sociedade e à cultura
4
Visão Acij
O espírito do voluntariado
Moacir Thomazi , vice-presidente da Acij
Tendo alcançado, no dia 13 de julho, a respeitável idade de 122
anos, a Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville
(SCBVJ) é uma das nossas mais valorizadas instituições. Fruto
do espírito comunitário e de solidariedade ao coletivo, os bom­
beiros preservam e consolidam um dos valores mais genuínos
de nossa cidade, o espírito do voluntariado. Desde 1892, a socie­
dade preza pela ação espontânea e de respaldo permanente aos
desafios da comunidade.
Ao longo de doze décadas, é claro que a corporação conheceu
diferentes ciclos. Alguns de prosperidade, outros de esquecimento
e menor presença. Ainda assim, sempre contou com a reação ime­
diata dos joinvilenses, incansáveis em apoiar a instituição quando
necessário. Em decorrência de uma dessas crises, a dos incêndios
criminosos, em 1977/78, a Acij se encarregou de oferecer suporte
sistemático à instituição, sendo dela guardiã permanente.
Com a participação dos poderes públicos municipal e esta­
dual, e de mais de 30 mil pessoas que mensalmente contribuem
pela conta de luz, os voluntários continuam sendo modelo de
corporação em todo o país. Primeira na América Latina na mo­
dalidade de bombeiros voluntários, nossa corporação há décadas
é reconhecida como instituição de primeiro nível técnico e fun­
cional. Equipamentos de ponta, frota motorizada, distribuição es­
tratégica de unidades operacionais nos bairros mais populosos e
cerca de 1.700 pessoas diretamente envolvidas nas operações de
combate a incêndio, resgate e sinistros em geral: os bombeiros de
Joinville representam não apenas uma força pública de enorme
importância na defesa civil, mas um símbolo dos valores de vo­
luntariado, eficiência e segurança. Com orgulho, o lema “Todos por
um e um por todos”, criado ainda em 1892 pelo primeiro grupo de
voluntários, continua unindo os joinvilenses.
A SCBVJ é uma das instituições e empresas que já ultrapassa­
ram um século de existência em Joinville. Reportagem nesta edi­
ção, à página 34, discorre sobre a longevidade dessas organizações.
revista
TAMBÉM NESTA EDIÇÃO
4 Abre aspas
Três olhares sobre as
perspectivas da inovação
14 Objetos do desejo
Uma cozinha cada
vez mais hi-tech
18 Briefing
SAP diversifica portfólio e amplia presença regional
26 Em números
Um retrato do
empreendedor brasileiro
28 Conjuntura
Economia criativa ganha
espaço no mercado
40 Case
Conheça a estratégia de
crescimento da OpenTech
44 Performance
Setor de eventos comemora resultados com Expoville
48 Espaço Acij
Como foi a posse
da nova diretoria
56 Ponto e contraponto
O desafio de equilibrar
trabalho e vida pessoal
Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij)
Conselho editorial: Ana Carolina Bruske, Carolina Winter, Débora Palermo Melo, Diogo Haron, Simone Gehrke. Jornalista
responsável: Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS). Produção: Mercado de Comunicação. Editor: Guilherme Diefenthaeler (reg.
prof. 6207/RS). Reportagem: Letícia Caroline, Ana Ribas Diefenthaeler, Marcela Güther, Karoline Lopes, Mayara Pabst. Diagramação, ilustrações e infográficos: Fábio Abreu. Imagem da capa desta edição: ilustração de Fábio Abreu. Fotografia: Pe­
ninha Machado, assessorias de imprensa. Impressão: Impressora Mayer. Tiragem: 3,5 mil exemplares. Contato: revista21@
mercadodecomunicacao.com.br. Publicidade: César Bueno, (47) 9967-2587 e 3801-4897. Correspondência: Av. Aluisio Pires
Condeixa, 2550 - Joinville/SC. Site: www.acij.com.br. Twitter: twitter.com/acij. Facebook: www.facebook.com/acijjoinville
revista
3
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
Abre aspas
José
Varela
4
Rodrigo
Kede
Olhares sobre a
inovação nos negócios
Guilherme Diefenthaeler
João
Carlos
Brega
revista
Com 23 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento e quatro centros de
tecnologia, a Whirlpool Latin America é uma das três empresas mais ino­
vadoras do Brasil, conforme a Revista Época Negócios. Aliás, parcela expres­
siva da inteligência da companhia, voltada à reinvenção sistemática de ele­
trodomésticos e compressores, situa-se em Joinville. Também sinônimo de
inovação é a múltipla 3M, empresa dona de um histórico de criações que
abrange setores tão distintos quanto o farmacêutico, de energia, radiologia
e artes gráficas. Outro nome de vanguarda nessa matéria é o da IBM, que
em duas décadas, de 1993 a 2012, registrou nada menos de 67 mil patentes
só nos Estados Unidos, com investimentos anuais de US$ 6 bilhões em pes­
quisa e desenvolvimento.
Os executivos que respondem pelo desafio de manter as três empresas
na linha de frente da inovação compartilharam suas visões sobre o tema
com o público da Expogestão 2014. José Carlos Brega, administrador de
empresas com pós-graduação em Finanças pela Fundação Getulio Vargas
(FGV), é o presidente da Whirlpool Latin America. Graduado em Tecnologia
da Informação, o salvadorenho José Varela comanda a operação brasileira
da 3M. E o engenheiro mecânico Rodrigo Kede, com MBA em Finanças pelo
Instituto Brasileiro de Mercados de Capital, dirige a IBM no país. Os três
concederam, juntos, esta entrevista que sintetiza alguns de seus pontos de
vista sobre a relevância do investimento em inovação.
5
Como os srs. analisam o panorama
brasileiro da inovação?
Brega O Brasil vem crescendo bas­
tante e ganhando relevância neste
campo. Naturalmente que há toda
uma ansiedade natural, com a per­
cepção de que poderíamos fazer
muito mais, mas não se pode negli­
genciar o fato de que estamos avan­
çando. Para todos nós, empresas glo­
bais, o Brasil representa o segundo
ou terceiro mercado global.
Varela Inovação e tecnologia é o que
garante o crescimento dos paí­ses. E
no Brasil há um enorme interesse
em torno desses temas. É impres­
sionante a capacidade do brasileiro,
um povo muito alegre e com inicia­
tiva – dois componentes necessários
para a inovação. Se começar a listar,
o Brasil tem tudo: terra, água, sol,
petróleo, minerais. É um país com
um futuro brilhante. Fazemos in­
vestimentos como sociedade, como
empresa, e desenvolvemos o talento
inovador do brasileiro, combinado
com o empreendedorismo. Diante
disso, não tenho dúvidas, o país se­
guirá crescendo com rapidez.
Kede A IBM opera no Brasil há qua­
se 98 anos. O Brasil foi o primeiro
lugar fora dos Estados Unidos em
que a IBM abriu escritório. Inovação
está no nosso DNA, acreditamos
que é fundamental para o desen­
volvimento da sociedade. Nos úl­
timos 20 anos, o Brasil realmente
mudou de patamar e entrou no
cenário mundial da inovação. P&D
é algo que vai sair, cada vez mais,
de países em desenvolvimento. Se
o Brasil quer se tornar um país de­
senvolvido, tem que investir pesado
em educação e inovação.
Uma crítica recorrente diz respeito
à demora para o registro de
patentes no Brasil...
Varela É fato que a inovação está
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A revolução
Lançada em março, a tecnologia Wisemotion, da Embraco, é um bom
exemplo de como a empresa, controlada pela Whirlpool, enxerga a
inovação. Primeiro compressor sem óleo para aplicações residenciais
no mercado global, o Wisemotion promete revolucionar a refrigeração
doméstica, ampliando as possibilidades para o design de geladeiras,
do formato às funcionalidades. “Inovação tem que ser simples e perceptível para quem vai usar”, defende José Carlos Brega, presidente da
Whirlpool. A novidade permite variações mínimas de temperatura no
interior da geladeira e é mais eficiente, reduzindo gastos com energia
e riscos de desperdício de alimentos. Traz soluções mais modernas de
controle de ruído e é bem menor que os compressores tradicionais, o
que representa uma vantagem e tanto, ao permitir, por exemplo, a inclusão de uma gaveta de 20 litros para o adicionamento de produtos.
O desenvolvimento do Wisemotion envolveu cerca de 100 engenheiros
e pesquisadores, gerando mais de 80 patentes.
crescendo mais rápido do que a le­
gislação que a protege. Um ponto
necessário é acelerar o registro das
patentes. Isso leva tempo, sim, por­
que é preciso capacitar as pessoas
que analisam as patentes. No Brasil,
um registro pode levar oito ou dez
anos, enquanto em outros países
você põe uma patente como pen­
dente em um final de semana e o re­
gistro da patente sai em um ano. Tar­
dar seis ou oito anos para isso pode
fazer com que seu produto esteja
obsoleto quando obtém a patente.
Creio que o Brasil está no caminho,
mas vai tomar tempo. Um aspec­
to importante é o relacionamento
com a sociedade, esses vínculos com
pequenas empresas, empreendedo­
res etc. É preciso acelerar a parte de
propriedade intelectual. Até porque
as empresas colocam recursos e
expertise, mas não está claro quem
fica com a propriedade intelectual,
que é o ativo mais valioso das nossas
companhias.
Brega Temos uma parceria com a
UFSC há mais de 30 anos. Isso per­
mite que a Embraco seja, depois
da Petrobras, a empresa brasileira
com o maior número de patentes
depositadas nos Estados Unidos.
Quando se fala em inovação, você
pode até ter a inovação por aci­
dente, quando alguém nasce com
algum dom e tem uma sacada,
mas, dentro da troca de experiên­
cias do campo com a universidade,
aceleram-se as possibilidades. Para
inovar, a fórmula é a simplicidade,
não vamos reinventar a roda. Exis­
tem países com uma legislação
simples, que dá retorno, e é disso
que precisamos.
Qual a fatia do faturamento
que suas empresas destinam à
inovação?
Brega De 3% a 4% do nosso fatura­
mento anual é investido em desen­
volvimento de tecnologia e inovação
na América Latina. Todos somos
muito ansiosos, quando a gente vê
uma oportunidade, quer materia­
lizar logo o resultado. Mas não se
pode deixar de reconhecer o pro­
gresso que foi feito. Quero deixar um
reconhecimento público ao trabalho
do Finep, como agência de fomento;
é um pessoal técnico, que pensa; as
universidades, ao Ministério da Edu­
cação... É importante contextualizar
de maneira correta.
Varela A 3M investe 6% da receita
em pesquisa e desenvolvimento
em suas operações mundiais. Uma
tradição de vários anos. No Brasil,
há três anos, investia 3%. Apostou e
confia muito no país – tanto que, em
2013, duplicamos nosso laborató­
rio, nosso centro de clientes, nossas
plantas de pilotos, e duplicamos o
número de pesquisadores: já te­
mos 190. Com isso, chegamos a uma
margem de 5%, perto da referência
mundial da companhia. E queremos
continuar crescendo. Já temos pro­
dutos brasileiros que estão fazendo
sucesso e começam a ser exporta­
dos. Algo parecido ocorre nas prin­
cipais empresas brasileiras, fazendo
investimentos milionários em pes­
quisa e desenvolvimento. É preciso
aproveitar esta onda, que é muito
boa para o Brasil.
Kede A IBM investe cerca de 6% do
seu faturamento em P&D e faz isso
pelo menos desde que entrei na
companhia, há 21 anos. Temos 120
cientistas no Brasil e contamos com
todo o suporte do governo, princi­
palmente do Ministério da Ciência
e Tecnologia, para obter incentivos
FOTOS DIVULGAÇÃO
Dr. Watson
Sistema concebido por cientistas da IBM, o Watson, que leva o nome do fundador da companhia, responde
perguntas em linguagem natural, com velocidade, precisão e segurança. A tecnologia filtra vastas quantidades de dados e pode ser adaptada para resolver problemas e impulsionar avanços nos mais variados campos. Entre outros segmentos, é muito usado na área médica, para análise de casos clínicos e diagnósticos de
câncer feitos de forma automática. Uma inovação tão promissora que, neste ano, a IBM a transformou em
unidade de negócio, com aporte de US$ 1 bilhão, é destaque entre tantos cases de vanguarda da empresa
nos seus 103 anos de existência.
revista
7
e fundos de investimento. Há mui­
to trabalho por fazer, mas é preciso
reconhecer o suporte do governo
para criar o ambiente que pode
convencer a corporação a instalar
no Brasil, e não na Austrália ou na
Europa, por exemplo, um centro de
pesquisas. E esses investimentos
devem ser sistemáticos.
Varela Em anos bons ou ruins, você
tem que manter o investimento em
pesquisa e desenvolvimento. Se, em
um ano ruim, eliminar os investi­
mentos, mata a empresa no futuro.
É preciso imprimir uma cultura de
inovação – esta liberdade com que as
pessoas que estão em contato com
o cliente, com o mercado, podem de­
senvolver suas ideias, basea­das em
uma visão de empreendedorismo
que a companhia deve fomentar.
Qual o papel das pessoas nos
processos de inovação?
Kede Nada substitui o talento. São
as pessoas que fazem a diferença
entre o sucesso e o fracasso. Os ciclos
são cada vez mais curtos, as empre­
sas têm que se reinventar, e muitas
das coisas que a gente vendia há
dez anos, hoje não vende mais. Im­
portante considerar que vendemos
soluções de negócio para tornar
as empresas mais eficientes, e não
computadores ou softwares.
DIVULGAÇÃO
Tecnologia humanitária
O sistema biométrico Cogent, da 3M, adotado para situações como
identificação de eleitores e controle de fronteira, ajudou refugiados
da Turquia a encontrar suas famílias, na onda de manifestações
conhecida como Primavera Árabe. A tecnologia se baseia em características exclusivas do corpo de uma pessoa e foi adaptada para uso
nos campos de refugiados. Uma Identificação fotográfica pode ser
cruzada com as informações de impressão digital. A identificação é
utilizada para acessar serviços do campo, retirar alimentação e lençóis, visitar médicos e até mesmo localizar familiares que possam ter
se separado em diferentes campos.
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Falando em reinvenção, a Embraco
fez algo assim com o compressor,
quando lançou, neste ano, a
tecnologia Wisemotion. Como o sr.
avalia o impacto dessa novidade
no mercado?
Brega O Wisemotion é um compres­
sor que funciona sem óleo. Antiga­
mente, não se podia tombar a ge­
ladeira. Agora pode. Nossos clientes
poderão ter uma melhor utilização
do contêiner, aproveitando 100%
do espaço. O compressor menor vai
propiciar 20 litros a mais de capaci­
dade interna, com a mesma capa­
cidade externa. Foi uma tecnologia
desenvolvida em parceira com a
UFSC, no Brasil. Já foi lançado oficial­
mente nos Estados Unidos com um
sucesso muito grande. A gente de­
senvolveu esse compressor em con­
junto com nossos clientes, conforme
as necessidades que eles apresen­
taram. Não tem bala de prata, não
tem herói: é processo, é interação e
geração de conhecimento. Inovação
tem que ser simples e perceptível
para quem vai usar. Mas a empresa
precisa saber comunicar, não adian­
ta você ter uma maravilha e o mer­
cado não ficar sabendo. Outro ponto
está na visão e missão da empresa.
A Whirlpool preserva alimentos, não
faz geladeiras. A gente apoia aquele
cientista que está tentando des­
cobrir outra maneira de preservar
alimentos que não seja a geladei­
ra. Mas vai matar a geladeira? Não
tem problema. Meu objetivo não é
fabricar a geladeira, mas preservar
alimento. Não é lavar roupa, mas
cuidar da roupa. Essa mentalidade,
levando a experiência que o consu­
midor tem com a empresa, é o que
garante a longevidade. A Embraco
apoia investimentos em pesquisa
e desenvolvimento para fazer o sis­
tema de refrigeração que não usa
o compressor. Quero dominar essa
tecnologia, quero oferecer sistemas
de refrigeração.
revista
9
JONAS PÔRTO
Equipamento do laboratório de plasma da Udesc, que recebeu aporte via Fapesc, com apoio da Ciser
Ponte entre a
pesquisa e a inovação
Mayara Pabst
A busca pelo reconhecimento profis­
sional se sustenta em um conjunto
de atributos, mas, para quem quer
mesmo se sobressair no mercado de
trabalho, aprender a inovar é a ten­
dência da vez. Empresas procuram
plataformas que auxiliem na con­
dução de projetos e universidades
potencializam parcerias para criar
novas tecnologias. Dessa forma,
nascem e se ampliam iniciativas
que projetam o elo entre o mundo
corporativo e o acadêmico. De acor­
do com a Lei de Inovação (10.973/04),
a palavra em evidência consiste na
“introdução de novidade ou aper­
feiçoamento no ambiente produ­
tivo ou social que resulte em novos
produtos, processos e serviços”, e o
aprimoramento almejado passa a
ser descoberto no âmago do conhe­
10
cimento, na interface com institui­
ções de ensino e pesquisa.
A Universidade do Estado de
Santa Catarina (Udesc), em Joinvil­
le, aposta na parceria com empre­
sas da região para o desenvolvi­
mento de projetos inovadores. Com
essa proposta, criou o Núcleo de
Inovação Tecnológica e Captação de
Recursos Externos (Nitec). O órgão
atua na viabilização de alternativas
para projetos, gestão e assessoria
acadêmica e aproximação para o
desenvolvimento e transferência
de tecnologias, visando ao forta­
lecimento da universidade junto
a empresas públicas e privadas.
A partir da atuação do Nitec, será
rea­lizado um diagnóstico de toda
a estrutura nas á­reas de pesquisa e
inovação da Udesc, para apresentar
um portfólio de serviços às indús­
trias da região. Recentemente, foi
firmada parceria com a Ciser, via
edital de fomento da Fapesc. Para
o diretor de pesquisa e pós-gradu­
ação da universidade, Luiz Coelho, o
segmento de consultoria está cres­
cendo e a Udesc dispõe de capital
humano e um leque considerável
de equipamentos para projetar no­
vas parcerias.
A Lei da Inovação, criada em
2004, foi o principal marco no Brasil
que permitiu a relação entre univer­
sidade e empresa. Andréa Tamanine,
coordenadora do Núcleo de Inova­
ção e Propriedade Intelectual (Nipi)
da Univille, explica que, se o conhe­
cimento é produzido na academia e
o setor produtivo precisa ser forta­
lecido: é evidente a importância de
um ambiente propício para que os
dois agentes possam atuar em rede.
Os núcleos são responsáveis pela
gestão das políticas de inovação e,
revista
12
consequentemente, da proprieda­
de intelectual das instituições onde
atuam. “O Nipi é a porta entre a
empresa ou inventor independente
que pretenda estabelecer parceria
e a universidade, para pesquisa. O
núcleo faz a gestão do projeto, des­
de a concepção até a conclusão, com
o cuidado na proteção do resultado
obtido, assegurando os direitos das
partes”, relata Andréa.
Ao idealizar um produto inova­
dor, a universidade busca parcerias
que possam se interessar pelo tra­
balho em seus diferentes níveis de
maturidade. Geralmente, demanda
apoio financeiro para dar forma ao
produto. Contudo, muitas empresas
têm interesse apenas no trabalho
final, o que acaba criando um gar­
galo. “Precisamos de parcerias para
equipamentos e insumos, mas nos
estágios iniciais de cada projeto as
investidoras encontram fatores de
risco. Quando se fala em inovação,
arriscar faz parte do negócio”, rei­
tera a coordenadora do Nipi da Uni­
ville. Conforme Andréa, os núcleos
não são apenas uma estrutura bu­
rocrática, mas o espaço de intersec­
ção ideal para que a linguagem da
academia e da empresa sejam mu­
tuamente aprendidas.
12
Incubação de projetos
pode levar quatro anos
O Escritório de Desenvolvimento de
Projetos (EDP) da Univille auxilia os
professores com a prospecção de re­
cursos para projetos, divulgação de
editais e assessoria técnica. Já o Pro­
grama Estruturante de Empreen­
dedorismo, da mesma instituição,
prevê a capacitação, sensibilização
e assessoria técnica a alunos que
dão andamento a iniciativas dirigi­
das à inovação. O trabalho culmina
no Inovaparq, com a pré-incubação,
uma das novidades da plataforma.
Ali, durante seis meses, o acadêmi­
co pode especificar mais criterio­
samente seu projeto, aprofundar o
conceito de inovação por detrás de
sua ideia, avaliar as demandas de
mercado e outros fatores essenciais.
Depois, se aprovado, o estudante
empreendedor inicia o processo de
incubação, que dura aproximada­
mente quatro anos. O Inovaparq
conta com 11 empresas instaladas no
polo, cinco delas consolidadas, três
incubadas e outras três em processo
de aceleração. Ainda neste ano, será
lançada a proposta de incubação
não-residencial, por meio da qual
empresas não sediadas no Inova­
parq poderão contar com os serviços
oferecidos pela plataforma.
Iniciativas que emergem do
ambiente universitário geralmen­
te contam com suporte abrangen­
te, tanto em estrutura física quan­
to em recursos humanos, para o
desenvolvimento de pesquisas.
Alguns núcleos já se destacam no
processo de captação de recursos
e execução de projetos. O Núcleo
de Apoio a Projetos de Inovação
Tecnológica (Napit) da Unisociesc,
por exemplo, foi premiado com o
primeiro lugar no Prêmio Finep de
Inovação (2013) e no Prêmio Stem­
mer de Inovação (2012). “O Napit
apoia a gestão da inovação entre
a universidade e empresas parcei­
ras, possibilitando a ampliação de
projetos de pesquisa e cooperação
tecnológica. Já nos consolidamos
como uma instituição de desta­
que estadual e expandimos nossa
atua­ção nacional”, relata o coorde­
nador Júlio Dias do Prado.
revista
15
Objetos do desejo
DESIGN PREMIADO
Vencedora de vários prêmios nas categorias de de­
sign e inovação, como o The Spark Internacional De­
sign Awards, a torradeira KitchAid tem dupla função:
aquece pães de diversos tamanhos com suas fendas
extralargas (inclusive bagel), e ainda prepara sanduí­
ches quentes com o acessório de tostex. O produto
faz parte da Pro-Line, nova linha de eletroportáteis
da marca.
www.kitchenaid.com.br
R$ 899
PRODUTO tem
sete níveis de
tostagem
DUAS ALÇAS
robustas
permitem
transportá-lo até
a mesa ou utilizálo em diferentes
ambientes,
inclusive em áreas
externas
RECEITAS VIA SMARTPHONE
O famoso chef de cozinha inglês Jamie Oliver aju­
da a dar um toque profissional às refeições com
o aplicativo “Jamie’s 20 Minute Meal”. A ferra­
menta vem com pacote de degustação gratuito
e pacotes extras disponíveis para compra. A ideia
do aplicativo é que as pessoas consigam preparar
uma receita em até 20 minutos. O app é gratuito
no Google Play.
jamieoliver.com/apps
FOTOS DIVULGAÇÃO
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COZINHANDO DE UM JEITO DIFERENTE
Com infinitas possibilidades, o Vitro Grill Design
permite a experiência de novas técnicas para
cozinhar e é ideal tanto no ambiente doméstico
quanto no empresarial. Perfeito para preparar
alimentos variados, de forma saudável e sem gor­
dura, seu diferencial é a portabilidade. O produto
oferece ao usuário a escolha de cozinhar direta­
mente sobre sua superfície ou utilizar panelas
adequadas para vitrocerâmica. Feito em aço inox
com acabamento Scotch Brite e superfície vitro­
cerâmica, apresenta cinco níveis de aquecimento.
Seu comando é mecânico, por meio de manípulo.
Está disponível nas versões 127V ou 220V.
tramontina.com.br
R$ 1.999,90
UM TOQUE em
qualquer área
do produto
permite a
abertura do
misturador e,
com outro, o seu
fechamento
A FACILIDADE DE UM TOQUE
A tecnologia DocolPresence se alia ao design do misturador monocoman­
do Mangiare para dar mais praticidade à sua cozinha. Um toque aciona
o misturador. É mais liberdade aos amantes da culinária para as tarefas
gourmets, pois não é necessário que as mãos estejam livres para utilizá­
-lo. A função monocomando também permite deixar a temperatura da
água pré-regulada. Ainda possui ducha manual (a única parte do produ­
to que não desliga com o toque), bica com giro de 180° e possibilidade de
escolha do jato (arejado ou ducha).
docol.com.br
R$ 2.363,36
FOGÃO PORTÁTIL
O Cooktop Brastemp Gourmand traz a possibilidade de levar sua cozi­
nha para onde quer que você vá. Portátil, possui tecnologia de indução,
seis níveis de potência, botões touch e timer. Pode ser utilizado para pre­
parar todos os tipos de receita ou para manter as panelas aquecidas na
mesa. No sistema por indução, a própria panela promove calor quando
em contato com os indutores eletromagnéticos, chegando a economi­
zar 90% da energia utilizada em cozimento a gás.
brastemp.com.br
R$ 349
DICAS PARA A NOVA SEÇÃO DA REVISTA 21? ESCREVA PARA [email protected]
revista
15
Painel
ACIJ NA MÍDIA
Adorei a nota sobre o Hotel Sabri­
na, na edição de maio/junho. Obri­
gada por nos dar a oportunidade
de contar um pouquinho da nossa
história. Ficamos lisonjeados.
Sabrina Schmitz, gerente
do Hotel Sabrina
Parabéns! A Revista 21 conseguiu
sintetizar, de forma brilhante, o
bojo da situação das ferramenta­
rias brasileiras na reportagem “Lu­
zes no fim do túnel”, na edição 13.
Christian Dihlmann, presidente
da Associação Brasileira da
Indústria de Ferramentais
Parabenizo a equipe pela alta quali­
dade das matérias, que contribuem
para enriquecer a visão plural de
assuntos relevantes para o desen­
volvimento da região e do Brasil.
Raul Cavallari, Meta Gestão
Empresarial, de Joinville
Parabéns por este grande e espe­
cial Núcleo de Escolas de Educação
Profissional. Parabéns ao professor
Ronaldo e sucesso à professora
Carmem na próxima gestão.
Sandra Trapp, gerente de ensino
da Sociesc, cumprimentando o
núcleo pelo segundo lugar no
Prêmio Núcleo de Referência
Faltou dizer
Na reportagem sobre certificação de
instituições de saúde, na edição de
maio/junho, faltou referir o caso do
Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), reconhecido, em 2010, no
nível 1, como Organização Prestadora
de Serviços de Saúde Acreditada, pela
ONA. “A acreditação proporciona segurança e credibilidade aos clientes e
à sociedade”, disse, na época, o diretor
técnico do IOT, Valdir Steglich.
16
Blog do Loetz, 17/6
“A utilização das parcerias público­
-privadas como ferramentas para
o desenvolvimento da infraestru­
tura será tema de seminário no
dia 24, na Acij, em Joinville, pro­
movido pela Fiesc e KPMG. Charles
Schramm, sócio da KPMG Structu­
red Finance, Maurício Endo, sócio
da KPMG Infraestructure, e Ana
Beatriz Monteiro, sócia da Consul­
toria em Logística e Transportes
(CALT), vão fazer apresentações.”
Portal da Propaganda, 20/6
“O Núcleo de Agências de Propa­
ganda e Marketing da Acij, em
Joinville, passa por troca de presi­
dente. Darthanhan de Oliveira, di­
retor da agência Tellus Marketing
e Negócios, encerra seu mandato
e repassa o cargo a Gabriel Krieger,
diretor da agência Voük Comuni­
cação. A cerimônia de posse acon­
tece na terça-feira, 1º de julho, na
Sociedade Harmonia-Lyra.”
Notícias do Dia, 1/7
“O advogado João Martinelli assu­
mirá a presidência da Acij. A posse
ocorre nesta terça (1º), na Harmo­
nia-Lyra. Em entrevista, Martinelli
afirmou que vai dar continuidade
ao trabalho que vinha sendo exer­
cido por Mario Cezar de Aguiar.”
Site da Fiesc, 2/7
“Durante a posse da nova diretoria
da Acij, que ocorreu nesta terça­
-feira, o presidente da Fiesc, Glauco
José Côrte, e o superintendente do
Sesi, Fabrízio Machado Pereira, as­
sinaram termo de compromisso
para a implantação de duas novas
unidades do Sesi nas Zonas Sul e
Leste do município. Cerca de R$ 6,2
milhões foram investidos na com­
pra dos terrenos.”
Notícias do Dia, 8/7
“Inflação, taxa de juros e câmbio
têm sido sinônimos de proble­
mas para a classe empresarial.
Segundo o conselheiro da Marisol
e ministro do Planejamento e Or­
çamento no governo FHC, Antônio
Kandir, ‘temos uma inflação que
nos próximos dois meses vai es­
tourar o teto da meta (de 6,5%)’.
O político e economista esteve na
Acij para expor sua visão para o ce­
nário pós-eleitoral no Brasil.”
TENHO DITO
“A comunidade tem noção
de que o modelo atual de
transporte não é mais a
solução. As pessoas querem
redução do tráfego de
veículos, mais ciclovias e
um sistema integrado de
transporte coletivo”
Vladimir Constante
, PRESIDENTE DO IPPUJ,
SOBRE O RESULTADO DAS CONSULTAS PÚBLICAS REALIZADAS
PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE MOBILIDADE
CURSOS & EVENTOS
18 a 22 de agosto
Euromold Brasil: Feira
Mundial de Construtores
de Moldes e Ferramentas,
Design e Desenvolvimento
de Produtos
Expoville, Joinville
www.messebrasil.com.br
Interplast: Feira e
Congresso de Integração da
Tecnologia do Plástico
Expoville, Joinville
www.interplast.com.br
16 a 19 de setembro
PORTFÓLIO
O artista convidado para esta edição é Eberson Theodoro. Formado em
jornalismo, ele já atuou como repórter fotográfico nos jornais Notícias do
Dia e Gazeta de Joinville. Em 2012, iniciou uma nova etapa na carreira, com
a abertura de sua própria empresa. Hoje, Eberson atende clientes como
Univille, Revista Duo e Wendyl Models. Há cerca de dois anos, dedica-se
a dar aulas de fotografia. A imagem escolhida pelo fotógrafo integra um
projeto que busca misturar histórias de pessoas com as da cidade. Para
saber mais, acesse fotografiajoinville.blogspot.com.br.
“Um grande ganho cultural para a cidade. É um orgulho
poder integrar este projeto, que ajuda a fomentar a cultura”
Gilson Pohl, SPALLA NA ORQUESTRA CIDADE DE JOINVILLE E PROFESSOR DE VIOLINO SOBRE A ORQUESTRA JOVEM,
QUE FEZ SEU CONCERTO INAUGURAL NO DIA 21 DE JULHO
“Na saúde, comemoramos a abertura de 47 novos leitos
no Hospital São José. O avanço é o cumprimento do nosso
compromisso feito em campanha de ampliar em 30% a
capacidade da unidade. Aumentamos a capacidade do
hospital antes de completar quatro anos”
Udo Döhler, DURANTE A PLENÁRIA DA ACIJ REALIZADA NO DIA 21 DE JULHO. NA OCASIÃO, O PREFEITO PRESTOU
CONTAS DOS PRIMEIROS 18 MESES DE GOVERNO
revista
Powergrid Brasil: Feira e
Congresso de Energia
Expoville, Joinville
www.powergrid.com.br
Metalurgia 2014: Feira e
Congresso Internacional de
Tecnologia para Fundição,
Forjaria, Alumínio e
Serviços
Expoville, Joinville
www.metalurgia.com.br
22 a 25 de setembro
Simpemad: Simpósio
Educação Matemática em
Debate
Mercure Prinz, Joinville
simpemad.blogspot.com.br
25 de setembro
Congresso de Mobilidade
Unisociesc, Joinville
www.vdibrasil.com.br
25 a 27 de setembro
14o Congresso Catarinense
de Pediatria
Hotel Bourbon, Joinville
www.scp.org.br
FONTE: JOINVILLE E REGIÃO
CONVENTION & VISITORS BUREAU
17
CRISTINA PALMAKA
“Fazemos
transformações
em negócios”
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
Briefing
Santa Catarina ocupa posição relevante na estratégia de expansão da SAP,
líder mundial no mercado de aplicações de software empresarial. “E não só
pelo volume de negócios, mas pela qualidade das empresas que estão aqui”,
sublinha Cristina Palmaka, presidente da SAP Brasil, nesta entrevista, conce­
dida quando esteve em Joinville, para a Expogestão. Cada vez mais concen­
trada na computação em nuvem, a SAP Brasil divulgou, em julho, resultados
do segundo trimestre, destacando que a receita decorrente das aplicações
de negócios baseadas nesse formato alcançaram “forte crescimento, de três
dígitos” no período. Aqui, a síntese da entrevista de Cristina, que comanda a
SAP desde 2013 e tem mais de 25 anos de experiência no setor de tecnologia.
Terceiro mercado global
A SAP Brasil fechou 2013 como a
terceira subsidiária da companhia
do mundo, atrás dos Estados Uni­
dos e da Alemanha. Tem uma visi­
bilidade enorme, o que traz uma
grande responsabilidade e permite
os investimentos que são feitos no
Brasil. No ano passado, crescemos
de forma agressiva e continuamos
nessa jornada. Primeiro, porque o
mercado brasileiro ainda tem mui­
tas empresas que começam a ver o
valor da tecnologia dentro de seus
negócios. Sempre atuamos forte­
mente nas grandes empresas, sem­
pre foi o nosso caminho natural,
mas cada vez mais a gente partici­
pa de pequenas e médias empre­
sas, fazendo transformações em
negócios. E aí a nuvem é importan­
te, porque permite que a empresa
não precise fazer um desembolso
maior, mas consiga fazer isso como
um serviço, mensalmente, não de­
pendendo de uma infraestrutura
de TI muito expressiva. Para garan­
tir que a nossa solução seja leve,
18
permite menos customização, mas
a implementação é mais rápida.
Nas grandes e médias empresas,
a SAP tem uma liderança bastante
forte. Onde a gente ainda está cres­
cendo e recuperando esse espaço é
nas empresas menores. Agora, com
a nossa posição na nuvem, esse
crescimento tem atingido três dígi­
tos, mês a mês.
Novas áreas de negócios
Há um paradigma de que a SAP é
cara e só funciona nas grandes em­
presas, nunca é “para a minha em­
presa”. A melhor forma que temos
para atacar isso é com casos de su­
cesso. Mostrar clientes de referên­
cia de todos os portes falando que
nunca haviam considerado a SAP
e ficaram surpresos com o custo,
com a aderência e o impacto que
gerou nos negócios. Na região, te­
mos muitos clientes de referência.
O varejo é forte, e segue crescendo.
Na área de moda, quase todos são
nossos clientes. Alguns começaram
com a parte de ERP, contas a pagar,
a receber, contabilidade, mas o
principal diferencial que as empre­
sas estão vendo diz respeito a essas
nossas aquisições, em áreas como
RH e e-commerce, tanto b2c quan­
to b2b. São várias oportunidades
de portfólio que muitas empresas
nem sabem que a gente tem.
Santa Catarina
O crescimento exponencial que
tivemos no ano passado foi por
vários segmentos, mas o mais im­
pactante foi o que chamamos de
expansão geográfica. Há um ano,
a SAP decidiu colocar muito mais
energia nessa expansão. Em janei­
ro, criamos uma vice-presidência
com diretorias que cuidam de
re­
giões específicas. Temos duas
pessoas alocadas em Joinville e
expandimos muito a nossa pre­
sença física. Nada melhor do que
ter alguém da região, que conhece
e circula, que tem contato com as
oportunidades e está disponível.
Foi uma estratégia que começou
no ano passado e que está se con­
ESTUDO
Reservas de água
mapeadas em
Santa Catarina
Cristina, presidente da SAP, destaca importância do Sul como mercado
solidando. Estamos atingindo re­
sultados espetaculares, com cres­
cimento de nossa base de clientes
e mesmo em clientes antigos, com
os quais podemos aumentar a pro­
ximidade. Não tenho o percentual
de Santa Catarina, mas ressalto
que a região é importante não só
pelo volume mas pela qualidade
das empresas que estão aqui.
Clientes se expandem
Um dos clientes nossos de seis ou
sete anos atrás era uma média
empresa, e agora é uma empresa
de bilhões. Claro que não foi só a
SAP que ajudou nesse crescimen­
to. Foi a estratégia da própria cor­
poração, suas expansões, seus
negócios. Mas a gente adora ver
essa jornada em que há seis ou
sete anos a empresa já se preparou
para se estruturar e a gente poder
colaborar para esse crescimento.
É gratificante. Com vinte anos de
Brasil, já contamos uma história
de impacto nas organizações. Essa
é a maior missão.
revista
Setor de tecnologia
É a indústria do futuro, e a nossa
presença nos nossos clientes ajuda
a fomentar esse ecossistema. Com
relação à nossa presença física, co­
mercial, a gente até discutiu como
pode participar mais, colaborando
nesse direcionamento de Santa
Catarina para ser um polo de tecno­
logia. Vários de nossos parceiros de
inovação estão aqui. Não a tecnolo­
gia pela tecnologia, mas impactan­
do nos negócios.
Papel da universidade
É fundamental. Temos um laborató­
rio em São Leopoldo (RS) por meio de
uma parceria que mantemos com a
Unisinos. Esse processo de prepara­
ção dos profissionais desde a largada
é extremamente importante. Muita
gente nova vai fazer parte do nos­
so grupo de vendas. Poder educar,
associar-se a grandes universidades,
para contribuir na formação dessas
pessoas, é muito relevante. Fazendo
essa troca, oferecemos um auxílio
na formação profissional.
Um levantamento da quantida­
de e da qualidade das águas sub­
terrâneas de Santa Catarina. Foi o
trabalho desenvolvido no Mapea­
mento Hidrogeológico, conduzido
pelo Serviço Geológico do Brasil,
em parceria com a Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Eco­
nômico Sustentável. Ao longo do
estudo, foram mapeados apro­
ximadamente 7.300 poços, para
identificar a disponibilidade da
reserva hídrica dos aquíferos exis­
tentes em 10 regiões do Estado.
É a primeira vez que uma pesqui­
sa tão detalhada sobre o tema ocorre
na região. No total, foram investidos
quase R$ 4,3 milhões, com verbas
federais. O governo do Estado parti­
cipou com R$ 340 mil. O documento
vai auxiliar os órgãos públicos e a so­
ciedade na utilização dessas reser­
vas subterrâneas, dando subsídios
técnicos para que sejam exploradas
de forma sustentável.
A maior parte dos poços está
concentrada no Oeste e Meio Oes­
te de Santa Catarina. Esses locais
podem auxiliar na resolução de
problemas como contaminação
de mananciais superficiais e estia­
gens frequentes, que têm levado o
governo a intensificar a busca por
depósitos de água. Segundo Edison
Pereira de Lima, diretor da diretoria
de Recursos Hídricos do governo,
para as comunidades, as águas
subterrâneas podem suprir as ne­
cessidades de abastecimento, as­
sim como o consumo dos animais.
O relatório está disponível
no site www.aguas.sc.br.
19
DIVULGAÇÃO
Jonatas (à dir.), com o professor João Beltrão, que orientou o projeto, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba
BOA IDEIA
Sofisticação na produção
de queijos em Santa Catarina
Uma ideia original pode revigorar o
ramo de queijos artesanais em Santa
Catarina. O estudante de adminis­
tração Jonatas Dieter Pershun, de
São Francisco do Sul, uniu a fabrica­
ção regional com a importação de
vinhos para criar um produto único:
o queijo fino produzido com vinhos
da uva chilena Carménère. O projeto,
orientado na Univille pelo professor
João Beltrão, foi finalista no 7o Prê­
mio Ozires Silva de Empreendedo­
rismo Sustentável, promovido pelo
Instituto Superior de Administração
e Economia da Fundação Getulio
Vargas (FGV) e entregue no Museu
Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Segundo o acadêmico, o consu­
mo de produtos premium no Brasil
se expande à medida que a classe
média busca mais sofisticação,
com diferenciais exclusivos. A pro­
20
posta é oferecer queijos com qua­
lidade superior e sabores inéditos.
“Esse é um segmento pouco explo­
rado pelas fabricantes nacionais,
tanto que grande parte dos queijos
finos vendidos no Brasil é impor­
tada. A oportunidade explora um
novo nicho e não conflita com as
grandes empresas de laticínios da
região”, relata Pershun.
O produto seria fabricado a par­
tir do método artesanal português
de produção do queijo Serra da Es­
trela, com a utilização de leite de
ovelha e a adição do vinho chileno
Carménère como ingrediente sin­
gular. A uva utilizada na produção
do vinho está praticamente extinta
na França, por conta de uma praga,
mas, devido a fatores específicos de
clima e geografia, ainda é produzida
no Chile, cenário que confiaria ainda
maior exclusividade ao produto fi­
nal, vendido no Brasil.
O berço para a produção dos
queijos é a cidade de Campo Alegre.
Além de o município possuir um
dos maiores rebanhos ovinos do
país e apresentar localização estra­
tégica, o ambiente acolhedor e de
natureza exuberante contribuiria
para uma imagem da marca, asso­
ciando o queijo à sua origem, histó­
ria e tradição regional. “A possibili­
dade criaria valor para a localidade,
que ampliaria seu potencial como
destino turístico gastronômico”,
explica o estudante.
O reconhecimento no Prêmio
de Empreendedorismo Sustentável
serviu como incentivo ao trabalho
de Jonatas, que concluiu a gradua­
ção em administração na metade
deste ano. O planejamento é seguir
na área do empreendedorismo. Ele
garante que, a partir da captação de
investimentos, dará continuidade à
proposta que nasceu no ambiente
acadêmico e pode render resultados
significativos na prática.
DIVULGAÇÃO
Inauguração da nova filial, que gerou 400 empregos diretos
VAREJO
Giassi amplia presença em Joinville
Há mais de 50 anos no mercado ca­
tarinense, a Rede Giassi inaugurou
sua 14ª loja, que, agora, atende a
Zona Sul de Joinville. A companhia,
segunda maior do Estado, entrou
em 2013 para o chamado “Grupo do
revista
Bilhão”, a seleta reunião de varejis­
tas brasileiros que superam a marca
de faturamento anual de R$ 1 bilhão.
A unidade, no bairro Bucarein, gerou
cerca de 400 empregos diretos, e o
novo time de funcionários passou
por treinamento especial. O grupo
apostou forte no segundo endereço
joinvilense, com espaço bem maior
para as cervejas artesanais e trata­
mento diferenciado para os produ­
tos orgânicos e sem lactose, que ga­
nharam novas indicações.
Com planos de abrir uma nova
loja por ano, a Rede Giassi tem
mais de 5 mil funcionários, está
em nove cidades catarinenses, é
a 22ª em faturamento no país e a
5ª do Sul, segundo a Associação
Brasileira de Supermercados. A re­
ceita, no ano passado, ultrapassou
R$ 1,2 bilhão. A trajetória do grupo
teve início em 1960, por iniciativa
de Zefiro Giassi, que, naquele ano,
em Içara, abriu seu primeiro co­
mércio. O empresário até hoje diri­
ge o negócio.
21
BANCO DE IMAGENS
DESBUROCRATIZAÇÃO
Mais agilidade
para liberação
de licenças
ambientais
Índice é muito superior à inflação, alertam entidades
ENERGIA
Anúncio do aumento
mobiliza empresas
O anúncio do índice médio de 22,6% aprovado pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) para o reajuste das tarifas de energia em Santa
Catarina, em vigor desde 7 de agosto, mobilizou a classe empresarial. De
pronto, a Acij divulgou nota alertando que não é possível o setor absor­
ver o ônus decorrente, pela natural inviabilidade de repassá-lo ao preço
dos produtos. “Há empresas em que o efeito do aumento no produto fi­
nal chega próximo de 5%”, diz a nota. “Fatalmente, com esse acréscimo, as
vendas cairão e o risco de desemprego é muito grande.”
Já no final de julho, quando a Celesc encaminhou à Aneel o primeiro
cálculo do aumento pleiteado, na faixa de 20,49%, os empresários reagi­
ram, questionando as razões para um patamar tão significativamente
superior à inflação do período. Em audiência com o presidente da Ce­
lesc, Cleverson Siewert, a diretoria da Acij reiterou a preocupação com as
consequências do reajuste. A associação bateu na tecla de que o índice é
“desproporcional”, e de que há riscos de vir a inviabilizar alguns setores. “A
Acij é de opinião de que o governo do Estado, como acionista majoritário
da Celesc, deveria suspender temporariamente o aumento da energia, no
percentual que excedesse ao da inflação, até que os efeitos deste ajuste
sejam mensurados na economia do Estado como um todo, e não apenas
nas contas financeiras da estatal”, afirmou a entidade, em nota.
No mesmo dia, o presidente da Fiesc, Glauco Côrte, abordou o proble­
ma em palestra, na Acij, sobre os fatores que vêm afetando a competiti­
vidade da indústria. Ao lembrar que o custo da energia elétrica em Santa
Catarina está acima da média brasileira, e até do que se pratica em paí­
ses como México, Japão e Estados Unidos, o dirigente alertou: “Já temos
a questão do gás, que também é caro e tem reflexos no setor industrial, e
agora o custo da energia. Se não houver cuidado, pode haver redução no
consumo em decorrência da queda na produção industrial”.
22
No meio do caminho tinha uma pe­
dra. Uma área de vegetação preser­
vada, o braço de um manancial ou
trechos de relevo irregular. Quando
um empresário planeja instalar seu
empreendimento em uma região
específica, um dos inúmeros fatores
a considerar é o ambiental. Preservar
e conservar devem ser prioridades,
desde o planejamento do projeto até
a construção da edificação. Quem
não levar em conta esses aspectos,
acaba sendo barrado pela legisla­
ção. Mas há um porém. Em Joinville,
mesmo empresas com tudo em dia,
adequadas à legislação e munidas
de estudos ambientais enfrentam
um problema: a novela da liberação
da licença ambiental.
No município, é comum empre­
sas esperarem longos meses ou até
anos para colocar a mão na licença,
que, diz a lei, deveria ser liberada
até 60 dias após a abertura do pro­
cesso. Para diminuir a dor de cabeça
de quem planeja instalar ou ampliar
seu negócio, a Fundação Municipal
do Meio Ambiente (Fundema) está
tomando uma série de providências.
Uma nova rotina de trabalho foi cria­
da no órgão, que contratou funcio­
nários para solucionar a demanda
reprimida de processos. O reforço foi
de 20% do efetivo, com a admissão
de analistas especializados. Para Ra­
fael Wolter, da consultoria Ambient,
a quantidade de processos acumu­
lados e a falta de técnicos qualifica­
dos são dois dos principais proble­
mas que atravancavam as licenças e
que, agora, podem ser minimizados.
DIVULGAÇÃO
Preservar áreas é o propósito da legislação, mas os procedimentos podem ser mais objetivos
Atenção a documentos pode facilitar o trâmite
“Considerando que o licenciamen­
to necessita de averiguação multi­
disciplinar, vistorias e diferentes
procedimentos, o processo conso­
me muito tempo. E também é
grande a rotatividade de técnicos
nos órgãos ambientais. Na maio­
ria das vezes, um único processo é
analisado por diferentes técnicos
até o parecer final”, observa o con­
sultor Rafael Wolter.
Além do reforço na equipe téc­
nica, o procedimento de conferir e
filtrar documentos antes de abrir
os processos promete agilizar as
liberações. Quando um empreen­
dimento solicita licenciamento,
um engenheiro recebe o caso e
verifica se todos os documentos
estão incluídos. Caso falte algum,
revista
o processo não é protocolado e o
requerente é orientado. Esse proto­
colo, sugestão da Acij, já está sendo
colocado em prática.
“Um licenciamento ambiental
de maior porte carece de um bom
estudo ambiental, medidas miti­
gadoras eficientes, levantamento
topográfico confiável, projeto de
drenagem, terraplanagem, inven­
tário florestal, entre outras inúme­
ras ações. Algumas consultorias
não conseguem encaminhar todas
essas providências, gerando o con­
flito de informações e dificultando
a análise pelo órgão ambiental. A
verificação dos documentos antes
da abertura do processo é uma me­
dida inicial, que pode agilizar o tra­
balho”, relata Wolter.
Para o diretor da Engeflora,
Amilcar Delaez, problemas como a
falta de profissionais técnicos ca­
pacitados não se restringem a Join­
ville. Em algumas cidades, contudo,
o impacto não é tão severo. Em São
Francisco do Sul, por exemplo, de
acordo com a prefeitura, geralmen­
te as liberações se resolvem entre
20 e 30 dias, dependendo do empre­
endimento. “O longo tempo para a
liberação das licenças acaba inibin­
do a instalação de empreendimen­
tos em Joinville, porque muitos em­
presários desistem. Sem a licença,
a empresa tem a atuação inviabili­
zada. Caso esse processo fosse mais
rápido, a instalação de empresas e
investimentos na região dariam um
grande salto”, relata Delaez.
23
DIVULGAÇÃO
INFRAESTRUTURA
Mais passageiros
usam aeroporto
de Joinville
230 mil pessoas voaram pelo Lauro Carneiro de Loyola no semestre
24
Mesmo antes de computar os nú­
meros do movimento no aeroporto
de Joinville em decorrência da en­
trada em funcionamento do ILS, a
cidade já se surpreendeu com um
salto significativo no vaivém de gen­
te pelos portões do Lauro Carneiro
de Loyola. E não é para menos: nos
primeiros seis meses deste ano, exa­
tas 230.429 pessoas passaram por
ali – um aumento de 36,9% na com­
paração com o primeiro semestre de
2013. Só a perspectiva de funciona­
mento do novo equipamento – que
garante mais segurança a pousos e
decolagens – já reforçou a confiança
dos joinvilenses, que hoje vão menos
a Curitiba e Navegantes para embar­
ques e desembarques.
O crescimento assume relevân­
cia ainda maior considerado o de­
sempenho de outras cidades cata­
rinenses: Joinville bateu Criciúma,
que cresceu 20,2%, e Navegantes,
que não chegou a ter 10% de incre­
mento. Se for incluída nesta lista a
capital do Estado, a liderança é ain­
da maior, já que Florianópolis teve
um decréscimo de 8%.
Embora ainda haja muito o que
fazer, as lideranças joinvilenses
já se mobilizam para sensibilizar
as companhias aéreas a operar
maior número de voos no Norte
EM ALTA
Passageiros embarcados e
desembarcados no primeiro
semestre de 2013 e 2014
230.489
167.873
2013
2014
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
INDÚSTRIA
ArcelorMittal anuncia
investimento recorde
Subsidiária da divisão de aços planos
da ArcelorMittal Brasil, especializa­
da na produção de laminados a frio
e galvanizados, a ArcelorMittal Vega
completou, em julho, 11 anos de ope­
ração em São Francisco do Sul, anun­
ciando investimento que, segundo
a companhia, será “um marco” em
sua história. O aporte total chega a
US$ 32 milhões. Pouco mais de me­
revista
tade será destinado a obras de me­
lhoria e aquisição de equipamentos,
o que deve representar um salto im­
portante na capacidade produtiva:
dos atuais 1,44 milhão de toneladas/
ano para 1,6 milhão. O outro foco é o
início da produção local de um aço
de alta resistência voltado à indús­
tria automotiva, o Usibor.
O projeto de ampliação, que leva o
catarinense. E para seguir acom­
panhando de perto as outras obras
previstas pela Infraero que ainda
aguardam solução, como o novo
terminal de cargas, o novo prédio
de bombeiros e, sobretudo, o novo
pátio de manobras, que permitirá
significativo aumento no volume
de operações simultâneas de ae­
ronaves. Sobre o incremento de
opções de destinos e oferta de voos
diários, a Acij enviou correspon­
dência às principais companhias
aéreas que operam no Estado,
procurando sensibilizá-las para
que incluam Joinville e região – e,
especialmente, o aeroporto local –
em suas estratégias de marketing,
associando-se à campanha para
ampliar o movimento de passagei­
ros no terminal.
US$ 420 milhões foram investidos
na instalação da unidade, no ano
2000, o maior do setor privado
da história de SC. Cerca de 60%
da produção da ArcelorMittal
Vega é destinada ao mercado
automotivo, principalmente para
a fabricação de carrocerias
nome de Vega Light, resulta em um
avanço significativo na trajetória
da fábrica, que praticamente dobra
a produção registrada no primeiro
ano de atividades, em 2003. Além
disso, já viabiliza a estrutura ne­
cessária para expansões futuras.
Quanto ao Usibor, de acordo com
a empresa, trata-se de uma evolu­
ção que promete estabelecer um
novo padrão de produção do aço. O
item faz parte de um conjunto de
soluções inovadoras que permitirá,
às montadoras, reduzir até 20% do
peso dos veículos, atendendo ao que
preconiza o novo regime automoti­
vo brasileiro, o Inovar Auto.
25
Em números
Quem é o
empreendedor no Brasil
SEXO
% da população
71 de cada 100 brasileiros que começam negócio próprio no Brasil são motivados por
oportunidades. As mulheres constituem a maioria entre empreendedores iniciais, mas
é o homem quem domina o empreendedorismo estabelecido. Essas e outras informa­
ções estão nos gráficos desta página, produzidos a partir da pesquisa Global Entrepre­
neurship Monitor (GEM) de 2013, que analisa anualmente dados de 69 países, entre
eles, o Brasil.
OPORTUNIDADE X NECESSIDADE
Entre os empreendedores iniciais, as oportunidades têm ganhado espaço frente à
necessidade como motivação para abrir um negócio no Brasil
OPORTUNIDADE
50%
Iniciais
17,2
17,4
Estabelecidos
18,6
12,6
% no grupo de empreendedores
50%
Iniciais
47,8
52,2
Estabelecidos
57,8
42,2
NECESSIDADE
50%
200242,4
200353,3
200452,3
200552,3
200650,9
200756,1
200866,7
200960,0
201067,3
201167,5
201269,2
201371,3
57,62002
46,7 2003
47,7 2004
47,7 2005
49,1 2006
43,9 2007
33,3 2008
40,0 2009
32,7 2010
32,5 2011
30,8 2012
28,7 2013
EVOLUÇÃO DOS EMPREENDEDORES
Distância entre empreendedores iniciais e estabelecidos era muito maior em 2002.
Dois grupos aumentaram participação sobre o total da população
EMPREENDEDORES INICIAIS
EMPREENDEDORES ESTABELECIDOS
17,3%
15,4%
13,5%
Divisão da população brasileira
48,1
51,9
ESCOLARIDADE
EMPREENDEDORES INICIAIS
EMPREENDEDORES ESTABELECIDOS
18%
17%
1,57%
faixa 1
16,2%
1,25%
1,34%
faixa 2
faixa 3
A FAIXA 1 INCLUI: NENHUMA EDUCAÇÃO FORMAL, PRIMEIRO GRAU
COMPLETO E INCOMPLETO E SEGUNDO GRAU INCOMPLETO; A FAIXA
2 INCLUI: SEGUNDO GRAU COMPLETO E SUPERIOR INCOMPLETO; A
FAIXA 3 INCLUI: SUPERIOR COMPLETO, ESPECIALIZAÇÕES E MESTRADO
INCOMPLETO. A FAIXA 4 (MESTRADO COMPLETO E DOUTORADO COM­
PLETO E INCOMPLETO) NÃO FOI INCLUÍDA PELO REDUZIDO NÚMERO
NA AMOSTRA
IDADE
Empreendedores iniciais são mais jovens.
Maior parte dos empreendedores estabe­
lecidos estão nas faixas etárias mais velhas.
Valores em %
EMPREENDEDORES INICIAIS
EMPREENDEDORES ESTABELECIDOS
7,8%
21,9
16,2
24,3
19,9
18,9
18,7
15,2
11,8
8,8
4,5
2002
26
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
18 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 54
55 a 64
revista
27
Conjuntura
Criatividade pode ser
protagonista nos negócios
Economia criativa traz novos conceitos de desenvolvimento sustentável,
prevendo cuidado com o meio ambiente e com a sociedade
Letícia Caroline
Um banco sustentável, voltado a apoiar empreeendi­
mentos que tenham como foco o desenvolvimento
positivo do meio ambiente, da cultura e da sociedade.
Parece incomum, mas esse modelo existe e é chama­
do de Triodos Bank, criado em 1980 por Peter Blom. Um
país que saiu da crise econômica de 2008 por meio da
cultura, onde 80% dos jovens estudam algum instru­
mento ou teoria musical. Esse lugar também existe. É
a Islândia, situada na região nórdica da Europa, com
320 mil habitantes. Um espaço virtual para que o ci­
dadão expresse suas vontades e necessidades, suge­
rindo ideias para que a cidade se torne mais inclusiva
e instigante. É a proposta do Sampa CriAtiva, atuante
em São Paulo. Uma empresa que promove concurso
28
de dança, investe na capacitação dos funcionários e
premia não só o vencedor, mas todos os participantes
da competição, com um fim de semana em Buenos Ai­
res. Não é brincadeira. Exemplos de economia criativa
despontam em várias partes do mundo, provocando
instituições públicas e privadas a conceber novos jeitos
de trabalhar, estimulando a criatividade e a inovação.
Engana-se quem pensa que o Brasil ficaria de fora des­
se roteiro. O quadro também se aprimora em Joinville,
e, mesmo que os projetos, muitas vezes, não tenham
sido inspirados diretamente nos princípios da econo­
mia criativa, demonstram potenciais criativos que fa­
zem os funcionários melhorar bem-estar, convivência
e, principalmente, gostar do lugar em que trabalham.
A competição que premiou funcionários com uma
viagem para a Argentina foi iniciativa do Laboratório
Catarinense que, em 2010, promoveu o “Bailar das es­
trelas” para estimular a criação de um programa de
dança dentro da organização. Não é de hoje que eles
se preocupam em inspirar sua equipe. Já há 15 anos,
foi montado o coral, que permanece ativo até hoje. As­
sim, durante três dias por semana, os trabalhadores
têm contato com a cultura, nos ensaios de dança ou de
canto. Além disso, podem sair em apresentações que
mesclam as duas artes, exibindo seu talento para a co­
munidade. Em pesquisa recente, organizada pelo setor
de Recursos Humanos, os participantes atestaram os
benefícios que a dança trouxe. Os principais: melhoria
do bem-estar, aumento da autoconfiança, autoestima
e disposição, alegria e diversão. “Quem não faz parte
também expressou que sentiu diferença nos colegas,
que se tornaram mais companheiros, melhorando ain­
da mais o ambiente de trabalho”, afirma Adriano Bors­
chein Silva, presidente da corporação.
A necessidade de mexer com o clima e a realidade
dentro da empresa se reflete lá fora. Com o instituto A
Fonte da Alegria, o Laboratório Catarinense mantém
projetos sociais, responsáveis por mudanças relevan­
tes na comunidade. É o caso do “Pelotão Mirim”, em
que meninos de 13 anos, em situação de vulnerabi­
lidade social, são escolhidos para atuar em parceria
com o 62º Batalhão de Infantaria, para onde vão de­
pois da escola e recebem reforço escolar, informática,
revista
entre outras atividades. “Não estamos em uma ilha,
não acreditamos que do portão da empresa para fora
nada compete a nós. Vivemos em sociedade e temos
que corresponder. Não adianta meu espaço ser mara­
vilhoso se eu não olhar pela coletividade que, afinal, é
construída por todos”, ressalta Adriano.
O interesse em mudar uma realidade, contribuin­
do para a vida das pessoas ao redor, levou a diretora co­
mercial da NSO Borrachas, Karla Rosane de Mello Kalef, a
abraçar um projeto nos países que fazem parte da Liga
dos Estados Árabes, mais especificamente no Sudão
(África). Em viagem de prospecção de negócios, a empre­
sária percebeu a realidade do país que emergia de guerra
recente. Circulando pelo interior do país, Karla observou
a necessidade de recolhimento e destinação sustentável
da grande quantidade de sobras de pneus existentes na
localidade. Devido às variações extremas de temperatu­
ra, já que lá é deserto, e ao peso dos veículos, a durabilida­
de do material é muito baixa. Foi detectada, então, uma
oportunidade de se aproveitar esses materiais por meio
de um processo de transformação, de modo que a viabili­
dade econômica ficaria alinhada com a consciência am­
biental e social. Dessa forma, surgiu uma parceria entre a
NSO e uma empresa sudanesa. “Eles farão o recolhimen­
to e processamento dos pneus e nós a entraremos com a
tecnologia e materiais necessários para transformá-los
em peças de borracha sustentáveis”, afirma Karla. Em
Joinville, a empresa mantém um espaço no Vila Nova –
bairro em que está sediada –, que recebe crianças de 6 a
14 anos, no período oposto da aula, para atividades diver­
sas. “Fazemos essas ações porque achamos que é nossa
responsabilidade. Quanto mais formação essas crian­
ças tiverem, menos serão aliciadas pela criminalidade e
mais contribuirão com o país”, atesta.
O desafio da economia criativa mobiliza empreen­
dedores de origens distintas. Depois de 36 anos dando
expediente no meio corporativo, Helga Tytlik largou
tudo para virar artista. Um tempo se passou até que
ela tentasse unir os dois conhecimentos e voltasse as
atenções para essa nova faceta da economia. “A eco­
nomia criativa é a valorização dos bens intangíveis,
com produção, circulação e demanda cultural, por
meio da inteligência e da criatividade”, ensina. Foi daí
que surgiu a Tucunaré Desenvolvimento Cultural, de­
dicada à assessoria empresarial e capacitação para o
trabalho com criatividade. São oito anos de experiên­
cia em disseminação de ideias, tanto junto ao poder
público quanto no privado, para que a sociedade abra
os olhos para essa nova maneira de atuação. Ao longo
desse tempo, Helga percebeu que Joinville passou por
uma mudança significativa.“Os empresários preci­
29
Clowns da Cia.
Cheios de Graça
são parceiros de
Helga Tytlik na
atuação criativa
da Tucunaré. No
destaque, Ana Carla
Fonseca, fundadora
da Garimpo Soluções
e um dos principais
nomes da área no
Brasil e no exterior
sam se conscientizar dos benefícios que a economia
criativa pode trazer para a organização”, reforça.
Quem já começou a explorar esse caminho, com o
acompanhamento da Tucunaré, foi a Cajadan, fabri­
cante de meias com base em Joinville. Dinorá Nass Alla­
ge, vice-presidente da organização, sensibilizou -se com
a novidade e deu vazão a um projeto para aproveitar
os resíduos de forma sustentável. O descarte de meias
será enviado ao bairro Itinga, em uma parceria com a
associação de moradores, para que as mulheres pro­
duzam bonecas artesanais. “Nosso principal objetivo
é criar condições de trabalho, bem-estar e desenvolvi­
mento para pessoas que têm acesso restrito à estimu­
lação de suas potencialidades”, ressalta Dinorá.
Mais que uma intervenção, o projeto pretende
tornar o grupo autossustentável, beneficiando a co­
munidade. “A economia criativa resgata sentimentos
como a satisfação do ser humano, ao mesmo tempo
em que propicia o desenvolvimento. É um desafio
imenso, mas que, compreendido inteiramente, poderá
trazer resultados imensuráveis”, prevê a empresária.
Para Helga, da Tucunaré, é necessária uma mudança
no pensamento, o que leva tempo. “A ideia é que as
soluções venham de dentro para fora, que os próprios
funcionários façam projetos, por meio de uma mu­
dança de pensamento. O conceito de competição é
substituído pelo pensamento coletivo, focado na evo­
lução de todos”, endossa.
30
FOTOS DIVULGAÇÃO
Doutora em urbanismo pela Universidade de São
Paulo (USP), Ana Carla Fonseca, uma das principais es­
tudiosas da área no Brasil, explica que a globalização e
as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) dei­
xaram os produtos e serviços cada vez mais parecidos e
com ciclos de vida mais curtos. “Capital e tecnologia con­
tinuam sendo importantes, mas são facilmente transfe­
ríveis pelo mundo. Com isso, o diferencial está na capaci­
dade humana de conceber e viabilizar produtos, serviços,
processos e propostas com valor agregado”, teoriza.
Depois de morar em Milão e Londres, cidades re­
conhecidas mundialmente por seus potenciais cria­
tivos, Ana Carla resolveu somar experiência ao co­
nhecimento de marketing e inovação para abrir as
portas do empreendimento que batizou de Garimpo
de Soluções, em 2003. “Vi nessa proposta uma gran­
de oportunidade de impulsionar o desenvolvimento
de cidades e países mundo afora”, conta, ressaltando
que o empreendimento é referência internacional em
geração de conteúdo para economia criativa, cidades
criativas e temas afins. Com atuação em 28 países e
em todos os Estados brasileiros, o projeto contabiliza
atuações em assessoria para governos, consultoria
para empresas privadas, palestras (em cinco línguas),
entre outras atividades.
Ana Carla também faz parte da organização da
Expogestão, como diretora de conteúdo, pois compar­
tilha da ideia da equipe de que a transformação das
revista
Grupo de dança e coral são algumas das atividades
utilizadas pelo Laboratório Catarinense para
estimular funcionários. No canto direito, Helga
Tytlik acompanha reunião do projeto do Itinga,
em parceria com a Cajadan
cidades só ocorre quando as pessoas têm acesso ao
que há de melhor no pensamento e na prática empre­
sarial mundial, ao debate acerca de seu potencial para
o contexto no qual atuam e à formação de redes de
pessoas e profissionais.
Esse só o começo de uma história que promete
ser longa. Para Joinville, Guilherme Gassenferth, ge­
rente de difusão cultural da Fundação Cultural, prevê
um “futuro brilhante” em relação à economia criati­
va, mas aponta para alguns requisitos que devem ser
atendidos a fim de que isso se torne realidade. São eles:
ofertar mais cursos no ensino superior das áreas cul­
tural, criativa e de humanas; ultrapassar o paradigma
de que a economia criativa depõe contra a indústria
e estimular a formação cultural a partir da educação,
abrangendo o indivíduo desde a infância. “Mais impor­
tante do que o benefício à indústria e à economia é que
a cultura e a criatividade favorecem a cidade”, defende
Gassenferth. “Cidade criativa é mais humana, inclusi­
va, inovadora, sustentável e feliz.”
31
Destaque para a diversidade cultural
Um novo paradigma econômico, que responde aos
desafios e às oportunidades do século 21. É como a Se­
cretaria de Economia Criativa do Governo Federal (SEC)
define o novo setor. Na visão do secretário Marcos An­
dré Carvalho, como os produtos e serviços passaram a
ser facilmente copiáveis, a diferenciação se torna uma
ferramenta para aumentar a concorrência, trazendo
valor agregado ao que é ofertado.
“No Brasil, o tema ainda é recente e está sendo tra­
balhado por diversas perspectivas. A SEC entende que a
economia criativa precisa convergir para um desenvolvi­
mento baseado na diversidade cultural, nosso maior ati­
vo”, salienta Carvalho. Entre as ações mantidas pela se­
cretaria, destacam-se a implantação de incubadoras do
Brasil Criativo, espaços de convívio e interação multiseto­
rial entre empreendedores, governos, bancos, universida­
des e sociedade civil, promovendo o compartilhamento
de experiências e fortalecimento de redes e coletivos. Já
está presente em 12 Estados: Acre, Bahia, Ceará, Goiás,
Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
além do Distrito Federal. O programa conta com investi­
mento de R$ 40 milhões e tem como princípios nortea­
dores a diversidade cultural e a inclusão social.
Outra ação é o Observatório Brasileiro de Economia
Criativa (Obec), que será responsável pela produção e
difusão de pesquisas, dados e informações sobre a eco­
nomia criativa brasileira. A ideia é que o Obec seja um
centro de convergência e fomente novos estudos sobre
o tema. Neste ano, o planejamento prevê o incentivo à
participação de empreendedores criativos brasileiros
no Mercado de Indústrias Culturais do Sul (Micsul) e
lançamento de dois editais, um para a promoção de
intercâmbios formativos e outro para apoio a arranjos
inovadores. Outra aposta da secretaria é a implantação
do programa “Cultura sem Fronteiras”, que pretende
oportunizar formação acadêmica, técnica, negocial e
artística aos agentes culturais e criativos.
Em Santa Catarina, evolução ainda é lenta
Ainda fora do mapa de investimentos do governo fe­
deral em economia criativa, Santa Catarina mantém
projetos relevantes. O Catarina Criativa envolve diver­
sas áreas, entre elas, a proposta de criação de uma ace­
leradora. De acordo com Carlos Somaggio, coordena­
dor executivo do projeto, o Ministério da Cultura deve
liberar a verba prevista por um edital da Secretaria de
Economia Criativa. O objetivo é acelerar dez empresas
32
das áreas de arquitetura, circo, dança, gastronomia,
moda, produção cultural, entre outras. “Santa Catarina
tem um enorme potencial para as indústrias criativas.
É uma vocação natural. Mas estamos atrás de vários
Estados em relação à existência de políticas públicas
estaduais para as indústrias criativas. Sem a contra­
partida do investimento local, limitamos a conquista
de verbas federais”, alega Somaggio.
revista
35
Gestão
Como romper a
barreira do século
Clube América entra para o rol das instituições e
empresas centenárias ainda atuantes em Joinville
Marcela Güther
O que pode acontecer em um sé­
culo? Guerras, revoluções, avanço
tecnológico, mudanças territoriais.
Uma geração envelhece, outra nas­
ce. As fotografias vão se desgastan­
do e adquirindo o tom amarelado
do passado. O papel, porém, não é o
único que desbota com o tempo. O
mesmo ocorreu com muitas empre­
sas e instituições da cidade – com o
passar dos anos, elas foram perden­
do o colorido até fechar as portas.
São raras as centenárias presentes
no cotidiano joinvilense. Mas exis­
tem. E carregam, como diferencial,
a experiência em renovação que só
uma história secular pode propor­
cionar a uma organização.
Em uma rua sem saída, lateral
da João Colin, no bairro América
(que antigamente era tido como
Centro), encontra-se o clube que o
34
batizou, o América Futebol Clube,
que, em 2014, completou 100 anos
de história, entrando para um rol
que tem nomes como as indústrias
Lepper e Döhler e instituições de
ensino ainda vigorosas. “A longevi­
dade de nosso clube se deve à sua
fanática torcida e aos colaborado­
res fiéis que, ao longo dos anos, vêm
contribuindo para o nosso sucesso”,
diz o presidente atual, João Barbosa,
que comanda a casa desde 2000,
quando os gestores enfrentavam
problemas e dívidas. “Com trabalho,
conseguimos vencer, pagamos os
credores e começamos obras e refor­
mas em toda a estrutura do Améri­
ca, que é referência na cidade.”
A instituição nasceu em 14 de
julho de 1914. A reunião de funda­
ção ocorreu na sala de espera do
Cinema Floresta, na época, locali­
zado na Rua do Príncipe, e contou
com 14 participantes. Cinco deles,
com mais dois novos sócios, inte­
graram a primeira diretoria. Devido
ao desempenho em campo e à crise
financeira que assolava os times
catarinenses nas décadas de 60 e
70, o América acabou se fundindo
ao Caxias Futebol Clube. Juntos,
os rivais formaram, em 1976, o JEC.
Mesmo com a fusão, o clube não
saiu da ativa e continua oferecendo
serviços aos frequentadores – atu­
almente, são 4 mil sócios, com o fu­
tebol amador como o ponto forte.
Os investimentos nos últimos
anos foram determinantes para a
manutenção e sobrevivência. Entre
as melhorias, estão a cobertura e
aquecimento da piscina, a criação
de uma sauna, a pavimentação do
pátio, além da implantação de res­
taurante e academia. “O América
saiu do ostracismo e veio para a rea­
lidade. Hoje é um clube acessível a
todas as camadas sociais”, aponta
Barbosa. De acordo com o presiden­
te, as principais mudanças foram
na democratização administrativa
e na aplicação dos recursos vindos
das mensalidades dos associados.
“O maior desafio é continuar equi­
librando as contas. As dificuldades
aumentam, mas existem pessoas
estudando alternativas. O impor­
tante é continuar trabalhando.”
Um dos principais problemas
enfrentados pelo América é a falta
de interesse pelos clubes sociais. O
fato também é apontado por Luiz
Silvio Perini, que está à frente da ad­
ministração da Sociedade Ginástica,
uma das casas de esporte e recrea­
ção mais antigas da cidade. “Antiga­
mente, o clube era necessário. Nas
décadas de 80 e 90, Joinville mudou
e as recreativas das empresas se tor­
naram fortes. Todas estão passando
por dificuldades para se manter pois
existem outros atrativos.”
Fundada em 1858, a Sociedade
Ginástica era palco não só de even­
tos esportivos, mas sociais e políti­
cos como concursos de miss e posse
de prefeitos. Tudo começou com a
ginástica olímpica. “Não havia outro
esporte. Os alemães jovens não po­
deriam mais ser soldados e usavam
a escola para manter a forma. Era
um meio de se preparar para com­
bate em guerra”, conta o presiden­
te de honra do clube, Benno Paust,
que administrou a sociedade por
18 anos. O clube teve como primeiro
presidente Heinrich Lepper e, após
10 anos de existência, já registrava
321 associados. Hoje, é composto de
oito mil sócios-proprietários. Mas
no máximo 300 estão ativos.
Entre as atividades oferecidas
hoje, a maior parte via parcerias, es­
tão aulas de dança gauchesca, xa­
drez, karatê, circo e futsal. Também
tem restaurante, salão, quadra de
squash e, recentemente, passou a
oferecer piscina térmica. Uma das
prioridades agora é resgatar fun­
dos para investir em melhorias na
parte esportiva, como a manuten­
ção das quadras, que já somam
mais de 150 anos.
revista
FOTOS: DIVULGAÇÃO
No alto, a piscina coberta e aquecida do América Futebol Clube, um
dos mais recentes investimentos da instituição. Na segunda, acima,
a equipe campeã de basquete juvenil da Sociedade Ginástica em
foto de 1956, quando o clube tinha 98 anos de existência
35
Comunidade dá
suporte ao Corpo
de Bombeiros
“Um por todos e todos por um” é um
dos lemas do Corpo de Bombeiros
Voluntários de Joinville. Criada em
1892, a instituição é uma das mais
veteranas em operação na cidade.
Na época de fundação, os 18 mil ha­
bitantes do município começaram a
se preocupar com os incêndios que
assolavam a região. Quando chamas
consumiram a residência e o esta­
belecimento comercial de Henrique
Walter, a comunidade se organizou
para criar a corporação. Até 1972, os
bombeiros foram apenas voluntá­
rios, mas, com o desenvolvimento
urbano de Joinville, uma equipe re­
munerada de plantão permanente
foi criada. O sistema permanece da
mesma forma: são 1.700 bombeiros
voluntários e 111 contratados.
Para Moacir Thomazi, na corpo­
ração desde 1998 e presidente desde
2008, o respaldo da comunidade foi
e continua sendo um dos principais
fatores a justificar a preservação
dos bombeiros por 122 anos. Não é à
toa que a principal fonte de receita
da instituição são seus 35 mil con­
tribuintes. “A corporação tem sido
considerada, entre as instituições, a
mais confiável, a que presta o me­
lhor atendimento. E faz o serviço de
forma voluntária, sem custo para
a população. O conjunto de tudo
isso fez com que sobrevivêssemos
por tanto tempo”, enfatiza. Nem a
Segunda Guerra Mundial obrigou
a organização a fechar. “Apesar de
inspirada no modelo alemão e insta­
lada numa cidade em que a maioria
das pessoas falava só alemão, ainda
assim, continuou funcionando. Em
Joinville, pelos registros que se tem,
foi a única instituição nesses moldes
que seguiu na ativa.”
36
Os principais desafios dos últi­
mos anos, segundo Thomazi, foram
os impasses com o Corpo de Bombei­
ros Militares de Santa Catarina em
relação à atuação dos dois modelos
de corporações na cidade. “Do pon­
to de vista institucional, esse deve
ter sido o período mais turbulento.
Porque, se não houvesse a união da
comunidade, poderiam ter criado
obstáculos legais ao funcionamen­
to das corporações voluntárias.”
Entre as vantagens desse formato,
o presidente chama atenção para o
custo: “Em 2013, o governo do Estado,
gastou menos R$ 2 milhões com os
bombeiros voluntários, dinheiro que
foi dividido entre as 36 corporações
durante o ano. Só com os bombeiros
militares, em folha de pagamento, o
governo gastou R$ 220 milhões”.
Os investimentos mais recentes
foram a compra de uma plataforma
elevatória com alcance de 18 anda­
res, a construção do centro de treina­
mento, a substituição de ambulân­
cias, a implantação de software de
gestão e a modernização do sistema
de vistorias. Recentemente, a décima
unidade da corporação, inteiramen­
te formada por voluntários, foi insta­
lada no Aventureiro. “Agora a meta é
ampliar a sede. Esse prédio é um dos
mais bonitos que existem na cidade,
queremos deixá-lo do mesmo modo
que foi construído”, informa Thoma­
zi. A construção em frente à corpora­
ção, onde fica a parte administrativa,
vai virar museu. “Já temos o dinheiro
em caixa, só estamos discutindo as
especificações do projeto. Queremos
que esteja pronto em 2015”, prevê.
PENINHA MACHADO E ARQUIVO
Cenas da corporação, que é uma das mais confiáveis de Joinville:
serviço voluntário e respeitabilidade pública garantiram a evolução
FOTOS: DIVULGAÇÃO
“A necessidade
é a mãe da
inovação”
Santos Anjos nasceu em 1907: segundo a diretoria, longevidade
é resultado dos princípios cristãos e da inovação constante
Tradição em ensino
Na Avenida Juscelino Kubitschek,
coração de Joinville, no lado opos­
to ao da Catedral Diocesana, exis­
te um colégio centenário. Criado
pelo padre José Sundrup em 1907,
o Colégio dos Santos Anjos, uma
das instituições mais antigas da
cidade, nasceu como escola pa­
roquial e foi assumido pela Con­
gregação das Irmãs da Divina
Providência em 1909. Até hoje, a
sociedade religiosa é que admi­
nistra a escola: são cinco irmãs da
Divina Providência que continu­
am atuando na instituição, que,
por sua vez, é conduzida por ges­
tão participativa.
Uma das fases mais difíceis,
ao longo da trajetória 106 anos,
foi decorrência da construção da
Avenida JK, em 1975, em que uma
parte do patrimônio da escola foi
desapropriada pelo poder público.
Na visão da diretora Adelina Dal­
mônico, o colégio se preservou du­
rante todo esse tempo devido aos
revista
princípios cristãos, ao carisma das
irmãs e à inovação. “Várias adapta­
ções são realizadas todos os anos
para melhoria e atualização. Por
exemplo, na área pedagógica, o
colégio ampliou significativamen­
te o seu currículo, aumentando o
número de aulas do ensino médio
e fundamental, introduzindo um
maior número de aulas de línguas
e empreendedorismo e investin­
do na formação na área de artes
e produção textual. Também abri­
mos o ensino de turno integral.”
De 1907 a 2014, o salto foi além
da contagem dos anos: o Santos
Anjos foi inaugurado com 32 alu­
nos e atingiu a marca de 1.700 es­
tudantes. “Não temos mais vagas.
A procura por matrículas é gran­
de, temos até uma lista de espe­
ra, para a educação, infantil, prin­
cipalmente. Neste ano, estamos
estudando um plano diretor para
novas ações, visando ao futuro”,
diz a diretora.
A trajetória secular das empresas
catarinenses se deve, principal­
mente, aos imigrantes da Europa,
provenientes em sua maioria da
Alemanha e da Itália e que vieram
ao Sul do país procurando melhores
condições de vida. Havia recursos e
demandas no Estado, ao contrário
do que ocorria na Europa, que, em
meio à segunda onda da Revolução
Industrial, iniciada após 1850, perdia
profissionais devido à substituição
de mão de obra por máquinas.
Os rápidos processos de urba­
nização e industrialização do Brasil,
diz o historiador Apolinário Ternes,
contribuíram para a evolução dos
negócios. A socióloga Valdete Dau­
femback ainda destaca a cultura
empreendedora – em especial, a
germânica, dedicada ao trabalho
e ao desenvolvimento da econo­
mia familiar – como fator decisivo
para que hoje existam empresas
longevas na região. “Os imigrantes
eram acostumadíssimos a traba­
lhar muito. Deixavam o dinheiro
concentrado na mão de uma pes­
soa, o pai. Quando chegaram aqui,
habituaram-se à figura do patrão,
também uma pessoa que geren­
ciava”, explica.
As centenárias nascidas no sé­
culo 19, segundo Ternes, criaram
um molde para negócios do co­
meço do século 20. “Foram líderes
empresariais que trouxeram não
apenas a visão de ‘mercado nacio­
nal’, como também de organização
da produção nos métodos de Fayol
e Henry Ford. Já naqueles tempos,
tinham preocupação com inovação
e qualidade de produto, fatores que
distinguiram os negócios e criaram
marcas fortes ainda hoje.”
37
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Imagens da indústria têxtil Lepper, que completou 107 anos em
maio: pioneirismo dos fundadores e gestão já na quinta geração
A longevidade é de família?
No cenário da imigração alemã é
que surgiu a indústria Lepper, que,
em maio, completou 107 anos. Ges­
tão e inovação são itens apontados
pela presidente da empresa para a
consolidação da marca. “No início
da sua trajetória, fabricava tecidos.
Na década de 70, pródiga para a in­
dústria, foi pioneira na fabricação
de toalhas de mesa rendadas. Hoje,
é líder na fabricação de roupões e
tem um dos melhores portfólios
voltados ao público infantil”, infor­
ma Maria Regina de Loyola Alves,
que trabalha no grupo há 39 anos.
Ela faz parte da quinta geração da
família Loyola à frente da empresa,
tendo sucedido seu pai, José Henri­
que Carneiro de Loyola, em 2010. “A
longevidade é resultado de gestões
que sempre estiveram atentas ao
seu momento e buscaram uma li­
derança e posicionamento que ga­
rantisse a permanência no merca­
do”, evidencia. De acordo com Maria
Regina, o maior desafio da empresa,
38
agora, é sobreviver à alta carga tri­
butária e ao “Custo Brasil”.
A maioria das empresas antigas
era familiar, porém, isso não é regra
para ter vida longa. Muitos negó­
cios geridos por familiares podem
ser vendidos, incorporados a outras
sociedades ou se tornar compa­
nhias abertas. Segundo artigo pu­
blicado na revista norte-americana
Family Business Review, a dimensão
da gestão de uma empresa familiar
envolve diversos estágios de desen­
volvimento: fundação, expansão e
maturidade. Na maturidade, estão
os maiores desafios e principais
preocupações, como estrutura de
capital e modelo de gestão. O que
determina a permanência do em­
preendimento familiar são fatores
que envolvem governança, família
e processo de sucessão.
Uma pesquisa da PwC, publica­
da em 2013, ouviu 2 mil organiza­
ções e mostrou que, para 63% das
entrevistadas, as empresas fami­
liares são mais empreendedoras do
que as demais. Entre as brasileiras,
50% acreditam que seus negócios
têm a habilidade de se reinventar
a cada nova geração. “As empresas
devem se adaptar às novas circuns­
tâncias. Às vezes, as familiares são
tão centradas, tão concentradas,
que não se abrem para a moder­
nidade”, anota a socióloga Valdete
Daufemback. “As empresas que
estão prevendo o futuro, que inves­
tem não como se fosse um gasto,
podem ter vida mais longa.”
Segundo o historiador Apoliná­
rio Ternes, a Lepper e a Döhler, ambas
do setor têxtil e de gestão e controle
familiar, são exemplos que soube­
ram se inovar tecnologicamente e
avançar com equilíbrio através das
transformações do século 20. “São
marcas fortes e reconhecidas e tive­
ram processos de sucessão de muito
êxito, fatores que explicam, na outra
ponta, o desaparecimento de nomes
tradicionais”, ressalta.
DIVULGAÇÃO
Dez organizações centenárias
Sociedade Ginástica
1858
Sociedade Harmonia-Lyra
1858
Igreja da Paz
1864
Döhler1881
Grupo H. Carlos Schneider
1881
Bombeiros Voluntários de Joinville
1892
Hospital São José
1906
Lepper1907
Colégio dos Santos Anjos
1907
Indústrias Colin
1913
América Futebol Clube
1914
Quase lá
Hospital Dona Helena
62° Batalhão de Infantaria
Com 320 anos completados em março, a Casa da Moeda do Brasil é uma
das instituições mais antigas em atividade, com 3 mil empregados
Como se preservar no mercado
O hotel Nisiyama Onsen Keiunkan,
um spa de águas termais localiza­
do em Hayakawa, no Japão, é a mais
veterana empresa mundial ainda
em atividade. Fundado em 705, já
teve mais de 50 proprietários em 13
séculos de existência. Ao que parece,
o Japão é exemplo de longevidade
também no mundo corporativo.
Dentre as 11 empresas mais antigas
do planeta com mais de mil anos de
operação, sete são japonesas, dos
ramos de hotelaria, fabricação de
sacos de papel, artigos religiosos e
construção. No Brasil, para citar al­
gumas instituições longevas, sobres­
saem-se os Correios (1663), a Casa
da Moeda (1694), o Banco do Brasil
(1808), a Ypióca, (1846), a Bohemia
(1853), a Universidade Mackenzie
(1870), a indústria têxtil Cedro e Ca­
choeira (1872), o jornal O Estado de S.
Paulo (1875) e as empresas Hering e
Karsten (ambas de 1880).
Para o consultor Celso Campos,
da Apex Executive Search, o segredo
revista
de uma empresa está diretamen­
te relacionado à administração.
“Quando começam, na maioria das
vezes, as empresas são familiares,
seja administradas por apenas uma
família ou mais de uma. O sucesso
corporativo se dá quando as famí­
lias estão preparadas para a gestão,
fazendo planos para o futuro”, diz.
Os negócios se perpetuam quando
são bem geridos, o que requer cons­
tante atua­lização de seus líderes. “A
preparação das gerações seguintes é
um dos fatores-chave. Nesse proces­
so, é importante que a geração ante­
rior observe se a pessoa a que está
se delegando o comando dentro da
família quer realmente continuar a
trabalhar com aquilo.”
Um dos fatores de insucesso é
que os pais praticamente exigem
que os filhos deem sequência ao que
eles fazem. “Foi mais ou menos o que
aconteceu com a Ford e a Colgate”,
exemplifica. Em outros casos, como
a Mangels, fornecedora de rodas de
1916
1922
liga leve de alumínio para monta­
doras com fábrica em São Bernar­
do do Campo (SP), por exemplo, as
gerações anteriores estabeleceram
que qualquer pessoa da família que
assumir um cargo precisa ter expe­
riência no mesmo posto em alguma
outra empresa. Convém frisar que
gestão familiar não necessaria­
mente deixa de ser profissional. “A
Weg teve gestão familiar por dé­
cadas. Mesmo com a morte de um
dos fundadores, a família foi pre­
parada para assumir o conselho de
administração. E depois veio a pro­
fissionalização da gestão”, recorda
Campos. Para uma empresa se per­
petuar, é preciso ter parâmetros
claros de gestão. “O estatuto deve
ser alinhado à modernidade. A di­
reção deve ser dada por profissio­
nais que tenham preparo técnico
e vivência prática, o que proporcio­
na uma visão sistêmica moderna
e mais holística.” O consultor dá
outra dica: “As pessoas têm que se
sentir parte da equipe, saber que
podem contar com a empresa. Ou
seja, além da gestão familiar, pre­
cisa-se fazer a manutenção da cul­
tura, do comprometimento, do en­
gajamento dos profissionais para
com a direção e vice-versa.”
39
Case
Alfredo Zattar comanda a empresa que começou com cinco funcionários
e hoje tem 550: “Somos um prestador de serviços que agrega valor”
Expansão monitorada
no caminho certo
Depois de conquistar o mercado regional como
referência no ramo de gestão logística, a pioneira
OpenTech planeja crescer pelo Brasil afora
Para se lançar a longas distâncias,
trilhar um percurso concreto e che­
gar ao destino almejado, a OpenTech
aposta em inovação, treinamento
e olhar visionário. Com 13 anos de
atuação no ramo de gestão logís­
tica e gerenciamento de riscos em
transportes, a empresa conquistou
o mercado catarinense e tem pla­
nos para expandir sua abrangência
Brasil afora. Destaca-se pela varie­
dade de serviços que disponibiliza
aos clientes e a tecnologia aplicada
a cada um deles, reconhecimento e
qualidade construídos com anos de
investimentos em pesquisa, desen­
volvimento e capacitação.
40
A perspectiva de reinventar e
otimizar a rotina de trabalho este­
ve presente no âmago da empre­
sa desde sua criação, em 2001. A
OpenTech nasceu pequena, com
apenas cinco funcionários, e, como
uma das pioneiras do setor em
Santa Catarina, passou a suprir a
demanda dos grandes empreende­
dores da região. O principal serviço
era o monitoramento de cargas de
alto valor agregado, como metais,
alimentos e remédios. Como es­
ses carregamentos começaram a
ser mais controlados, ocorrências
de roubo e furtos se tornaram fre­
quentes também com produtos de
menor valor. Atualmente, transpor­
tadoras que trabalham com cargas
acima de R$ 70 mil já são clientes e
exigem o rastreamento.
Em outro nicho, um setor de
software existe na empresa desde
sua fundação. Enquanto o moni­
toramento de veículos era encara­
do como carro-chefe da operação,
o desenvolvimento da tecnologia
abria as portas para novas opor­
tunidades de negócio. O departa­
mento formulou um sistema que
automatizou inúmeras funções,
melhorou a resposta do operador
e ajudou a diminuir o risco de rou­
bos. O programa integrador reúne
diferentes tecnologias em uma só,
propiciando maior agilidade no
trabalho. Com o passar dos anos,
percebeu-se a necessidade de o
cliente ir além do rastreamento
veicular. Foi então que o sistema,
até então utilizado internamen­
te, começou a ser ofertado como
serviço à parte. Informações como
tempo de carregamento e descar­
regamento do caminhão e controle
de temperatura da carga foram for­
necidas em programas específicos,
embasando de forma mais concre­
ta o controle do transporte. “Essas
informações viraram receita para o
transportador. A princípio, o cliente
pagava para não ser roubado, mas
não ganhava nada com isso. Com
a disponibilização desses outros
dados, temos um diferencial em
mãos: somos encarados como pres­
tador de serviços que agrega valor”,
relata o presidente da OpenTech,
Alfredo Zattar.
O investimento no setor de
softwa­
res segue tendência nacio­
nal em ascensão. De acordo com o
relatório da Associação Brasileira
das Empresas de Software (Abes),
em 2012, o país avançou sua parti­
cipação na área em 8,7%. O Brasil se
posiciona entre os sete principais
mercados de tecnologia da informa­
ção no ranking mundial, perspecti­
va alinhada à inovação presente na
OpenTech. A atuação está concentra­
da nas regiões de São Paulo e Rio de
Janeiro, devido à proximidade com
Santa Catarina, ao mesmo tempo
em que funcionários em 14 Estados
representam e comercializam ser­
viços. Os cinco colaboradores que
deram vida ao empreendimento se
multiplicaram e hoje mais de 550
atuam nos ramos de gestão logística
e monitoramento. Na sede, em Join­
ville, dos cerca de 300 profissionais,
70 trabalham com desenvolvimento
de softwares, criando novas tecnolo­
gias para o aprimoramento.
Os principais sistemas oferta­
dos são voltados a rastreamento e
monitoramento de veículos, gestão
de riscos, aumento da produtivida­
de, informatização da manutenção
da frota de veículos, gerenciamento
da jornada de trabalho e gerencia­
mento de pagamentos. O software
para prevenção de acidentes da
OpenTech é um dos destaques, por
ser pioneiro no país no ramo de
revista
DIVULGAÇÃO
Equipe do setor de software da companhia: programa que era usado
internamente passou a ser oferecido como novo serviço ao mercado
contenção de riscos. A partir desse
sistema, o motorista é previamente
orientado e tem controlado o seu
tempo de jornada e a velocidade na
qual o caminhão trafega. Quando
o motorista infringe alguma das
determinações, é contatado para
que atenda às orientações exigidas
para uma viagem segura.
A capacitação da equipe de tra­
balho e o treinamento de motoris­
tas são duas das principais verten­
tes para a contenção e prevenção
de riscos. Por essa razão, além dos
softwares de gestão, também foi
criada a Universidade Opentech. A
iniciativa, lançada no início deste
ano, oportuniza a qualificação de
colaboradores e motoristas, contri­
buindo diretamente para a preven­
ção de acidentes e a melhoria na
operacionalização do trabalho. “Os
motoristas não têm tempo para
ficar em uma sala de aula, por isso
desenvolvemos esta plataforma
online, que eles podem acessar de
qualquer local. Os cursos são via
web e têm módulos flexíveis, carac­
terísticas adaptadas às necessida­
des de quem trabalha na estrada”,
relata Zattar.
As modalidades abrangem di­
ferentes temas, como prevenção
de acidentes, direção defensiva e
utilização de equipamentos. Ao
fim da capacitação, o aluno passa
por uma prova e recebe certificado.
Segundo Zattar, os clientes que uti­
lizam a Universidade OpenTech já
constataram uma diminuição nos
índices de acidentes e problemas no
percurso do transporte, causados
por infrações de motoristas. “Em
um mercado no qual faltam profis­
sionais, na prática, os contratantes
estão preocupados em conseguir
motoristas que saibam dirigir e não
comprovam as demais exigências
para a profissão. Nesse contexto,
quando o motorista é capacitado,
passa a entender melhor o cenário
no qual trabalha. A função da Open­
Tech é fazer com que eles estejam
cientes e cumpram todos os proce­
dimentos para uma viagem segu­
ra”, relata o presidente.
41
Inovação e ampliação de mercado
A direção da OpenTech está satis­
feita com o desempenho da com­
panhia. Não é por menos. Seu cres­
cimento médio anual se situa na
faixa dos 30% e a aquisição de no­
vos negócios do ramo da tecnologia
permanece em estudos, para garan­
tir maior abrangência de mercado
no país. Hoje, a Opentech atende
mais de 800 clientes e, dentre eles,
nomes de peso como Alcoa, AmBev,
Marisa, Goodyear e Seara. A previ­
são de faturamento para 2014 bate
em R$ 50 milhões. A empresa inves­
te em novas tecnologias e se pre­
para, aos poucos, para as novas de­
mandas do mercado. Recentemente,
lançou um backup em site externo,
ampliando seu sistema de segu­
42
rança e armazenamento de dados.
Com o investimento de mais de R$ 1
milhão, o backup garante o triplo da
capacidade para armazenamento e
gerenciamento de informações. Ao
sinal de qualquer problema em um
dos sites, o backup manterá a conti­
nuidade da prestação do serviço.
No ramo da inovação, o desen­
volvimento de iscas eletrônicas é
um projeto. As iscas são equipa­
mentos implantados juntos às
cargas, para que, no caso do extra­
vio de materiais, o carregamen­
to continue sendo monitorado.
“Pensamos tanto em aprimorar os
serviços já oferecidos que, às vezes,
é difícil ir além. Mas, sim, temos
buscado a inovação e a proposta da
isca eletrônica é um dos casos”, re­
lata Alfredo Zattar.
Para ampliar o mercado de
atua­ção, o investimento na cap­
tação de novos clientes e parcei­
ros também tem se intensifica­
do. No mês de maio, a empresa
promoveu o 1º Encontro Nacional
de Canais, evento que estreitou o
relacionamento entre represen­
tantes comerciais, redirecionou
estratégias e preparou o time para
um novo modelo de abordagem
comercial. No modelo de vendas
indiretas, o parceiro atua com a
própria influên­cia em sua região e
a OpenTech disponibiliza a tecno­
logia que pode ser aproveitada por
empreen­dimentos.
Desafios na estrada
A expansão da OpenTech como
empresa logística está em per­
manente desenvolvimento e, na
rotina diá­ria, um esforço natural
é voltado também à superação
de obstáculos. Um dos principais
desafios é equilibrar o ritmo fre­
nético do mercado e as deman­
das operacionais de segurança de
cada transporte. A exigência de
reduzir, ao máximo, os prazos de
entrega é cada vez mais presente,
ao passo que o baixo estoque do
varejo determina que os cami­
nhões cheguem rápido ao destino.
Em contrapartida, motoristas de­
vem respeitar os próprios limites e
estar atentos às questões de segu­
rança na rodovia.
revista
“Em determinados casos, o
motorista precisa parar em um
ponto da viagem para descan­
sar ou aguardar o dia amanhecer
para trafegar em trechos mais pe­
rigosos. Só que, muitas vezes, eles
desrespeitam as orientações para
entregar a carga no prazo estipu­
lado. Para evitar essa situação, in­
vestimos em treinamento, tenta­
mos conscientizar os motoristas e
organizamos a rotina de trabalho
de maneira que casos como esses
não se tornem frequentes”, relata
Alfredo Zattar.
A estrada é o caminho para
que o trabalho seja concluído da
maneira que o cliente exige, mas
pode ser o empecilho das ope­
rações. Além das situações de
engarrafamento, que por vezes
impedem que a carga seja entre­
gue no prazo, as condições de con­
servação das rodovias brasileiras
são fatores preocupantes. No país,
cerca de 65% da movimentação
de cargas corre pelas estradas. É
aí que está o problema: de acor­
do com uma pesquisa da Confe­
deração Nacional do Transporte
(CNT), realizada em 2013, o estado
geral das rodovias brasileiras teve
uma piora no último ano. De toda
a extensão avaliada, 63,8% apre­
sentou alguma deficiência no pa­
vimento, na sinalização ou na ge­
ometria da via. Em 2012, o índice
havia sido de 62,7%.
43
Performance
A alavanca da Expoville
Dois anos depois da terceirização, número de
eventos sediados no complexo dá salto de 65%
Reportagem publicada na Revista
21 em 2012 mostrava o otimismo do
poder público e do empresariado
com a anunciada terceirização da
Expo­ville, sob o argumento de que
a gestão privada poderia dar o gás
que a prefeitura não conseguiria
para o maior complexo de eventos
de Joinville, que sofria desgaste em
sua estrutura por absoluta falta de
investimentos. Dois anos depois da
concessão ao consórcio Viseu-Caex,
a primeira etapa da série de obras
programadas para a modernização
do empreendimento foi concluída e
44
o melhor reflexo dos avanços regis­
trados está nos números: segundo
os administradores, o espaço vai re­
ceber um total de 130 eventos até o
final do ano, ou 65% a mais que os
79 promovidos em 2013, entre feiras,
congressos, festividades, formaturas
e encontros corporativos.
Entregue em meados do ano
passado, a fase um exigiu inves­
timentos de R$ 12 milhões e teve
como ponto alto a transformação
da antiga Expoville em centro de
convenções, com capacidade para
4.540 pessoas em área de 4 mil
metros quadrados, entre auditório
e 13 salas contíguas. “Tivemos um
ano de muito trabalho para apre­
sentar o novo centro ao mercado,
fazendo visitas e ações comerciais,
destacando os diferenciais do equi­
pamento, como infraestrutura ver­
sátil, amplos espaços, ambiente cli­
matizado e localização estratégica”,
ressalta Luciano Coradi, diretor do
Viseu-Caex. Produto desse esforço,
o local foi contemplado pelo Prêmio
Caio 2013, principal premiação do
segmento de eventos corporativos
e turismo de negócios do país, com
o troféu Jacaré de Bronze, como o
terceiro melhor pavilhão de feiras e
exposições da Região Sul.
Em maio, o lugar passou por um
teste importante, ao hospedar a Ex­
pogestão, que nas edições anteriores
se dividia entre o Centreventos e o
Expocentro Edmundo Doubrawa,
pouco apropriados para um evento
dessa natureza. “Realizar a Expoges­
tão na Expoville foi um dos grandes
diferenciais desta edição, oferecendo
aos congressistas um espaço maior,
mais confortável e prático”, avalia
nota da organização. “A localização,
às margens da BR-101, contribuiu
para facilitar os deslocamentos de
boa parte dos visitantes. Com estru­
tura completa de comunicação, cli­
matização e amplo estacionamento,
o novo endereço da Expogestão fez
com que os profissionais se sentis­
sem em casa.”
O próximo teste será com uma
grande feira de negócios, a Inter­
plast, da indústria plástica, entre 18 e
22 de agosto. A feira vai utilizar uma
área total de 15 mil metros quadra­
dos. Como a ampliação do Megacen­
tro Wittich Freitag, pavilhão de feiras,
só deve ficar pronta em 2016, a admi­
nistração do complexo providenciou
a montagem de uma enorme ten­
da de 4.200 metros quadrados, que
se compõe aos 11.400 da área para
atender às necessidades do evento.
Além disso, vão funcionar ambientes
de negócios nas salas de convenções.
Richard Spirandelli, diretor da Messe
Brasil, que organiza a Interplast, está
satisfeito com a qualificação dos
serviços prestados no pavilhão e, em
particular, com o redimensionamen­
to da rede elétrica do local, “fator
chave para o sucesso da exposição
de máquinas e equipamentos em
feiras técnicas, nas quais o consumo
de energia é muito pesado”. Só não
gostou da protelação das obras da
área de exposições: “O cronograma
indicava que, primeiro, seria amplia­
do o Megacentro. Preocupa-nos o
fato de não termos, no curto prazo,
uma alternativa para abrigar o cres­
cimento das feiras”.
No conjunto, a nova estrutura da
Expoville é vista pela presidente do
Joinville Convention Bureau, Aurea
Pirmann, como “um marco”, com re­
revista
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Dança circular, yoga, bicicleta, skate, atividades para a criançada:
joinvilenses redescobriram o Parque Expoville; na outra
página, imagem de feira de negócios: estrutura qualificada
flexos em toda a região. “As mudan­
ças contribuem para fortalecermos
a competitividade do município
no cenário nacional e até interna­
cional, permitindo captar eventos
que, em passado recente, seriam
improváveis”, sublinha a executiva,
entusiasmada com o despertar da
cidade para o potencial do setor de
serviços: “Joinville passou a ser sede
de eventos científicos, técnicos e de
negócios que movimentam toda
uma cadeia produtiva, envolvendo
mais de 50 segmentos”. Na mesma
linha, o presidente da Fundação Tu­
rística, Raulino Esbiteskoski, salienta
o impacto econômico decorrente da
vinda de público de outras cidades,
para participar de feiras e congres­
sos, por exemplo. Para ele, a conces­
são da Expoville é benéfica, também,
por desonerar a prefeitura com
a manutenção do local, “além de
aprimorar a exploração comercial e
garantir o investimento em melho­
rias” no complexo, aumentando a
visibilidade de Joinville no cenário
nacional de eventos.
Enquanto isso, a partir dos recur­
sos aplicados desde a terceirização,
a Expoville retoma o status de espa­
ço de lazer. Até o final do ano, deve
ser reinaugurado o restaurante do
Moinho, operado pela Opa Bier, e já
está aberta uma filial do Totens, para
almoço e jantar. Ao mesmo tempo,
a empresária Francine Olsen refor­
mou a antiga casa enxaimel, onde
abriu uma agência que vende pas­
seios pela cidade, e investiu em um
pacote de atividades de fim de se­
mana que inclui aluguel de bicicleta,
skate, parque infantil e o tradicional
pedalinho no lago, além de novida­
des como prática de yoga gratuita,
nas tardes de sábado, e dança circu­
lar, uma vez por mês. “A aceitação
do projeto foi incrível, parece que o
joinvilense estava mesmo precisan­
do de algo assim”, comemora Fran­
cine, empenhada em tirar do papel
o projeto de uma “floresta encan­
tada”, que vai trabalhar a educação
ambiental, nas trilhas vizinhas ao
complexo. “Só falta um parceiro”,
anuncia. Quem se habilita?
45
Desfiando a
malha burocrática
Um dos entraves que costumam ser
apontados pelos organizadores de
eventos, ao lado da questão estru­
tural, a burocracia está no alvo das
recentes mudanças na legislação
municipal. A nova lei ajusta algumas
regras e procedimentos que, na ava­
liação de Aurea Pirmann, do Conven­
tion Bureau, tendiam a inviabilizar
a realização de eventos, tamanha
a dificuldade em conseguir o aval
necessário dos órgãos públicos. Um
exemplo: nas leis anteriores, mesmo
que o estabelecimento já tivesse li­
beração para eventos, quando outro
produtor ou empresa fosse utilizar o
espaço, teria que retirar toda a docu­
46
mentação de novo. “Isso não incen­
tivava os locais a buscar a liberação
definitiva, tendo em vista que esta
não poderia ser aproveitada quando
houvesse locação para terceiros”, ex­
plica Ari Vieira Junior, da Secretaria
de Desenvolvimento Econômico.
A nova legislação foca nas com­
petências do município e no apro­
veitamento de liberações já concedi­
das, dando vantagens competitivas
aos locais devidamente estabeleci­
dos e que estejam com tudo em dia.
“Com a simplificação dos trâmites
pertinentes à realização de eventos,
Joinville conta com mais um aspec­
to positivo para a captação”, assina­
la Raulino Esbiteskoski, da Fundação
Turística. Para Aurea Pirmann, só
mudar a lei não basta. “É necessário
maior alinhamento entre os órgãos
envolvidos com as liberações. Afinal,
estão em jogo inúmeros benefícios
para o município”, chama atenção
a dirigente. “Orientação e apoio
aos organizadores de eventos são
fundamentais para que possam de­
senvolver seus negócios.” De outra
parte, a presidente do Convention
Bureau se empenha em conscien­
tizar as empresas da cidade quanto
à importância da “room tax”, con­
tribuição facultativa paga pelos
hóspedes e que ajuda a bancar as
atividades da entidade. Relevante
para complementar a arrecadação,
a verba vem caindo e hoje anda na
casa dos R$ 5 mil/mês.
revista
49
Espaço Acij
No discurso, o novo presidente, João Martinelli, destacou reivindicações nas áreas de segurança e saúde
POSSE
Demandas da comunidade,
pleitos da nova diretoria
Uma lista de cobranças com deman­
das de forte impacto social marcou o
discurso de posse do novo presiden­
te da Acij, o advogado João Marti­
nelli. Dirigindo-se ao público forma­
do por autoridades e empresários,
no palco da Sociedade Harmonia­
-Lyra, ele pontuou as principais prio­
ridades da nova gestão e ressaltou
as recentes conquistas que tiveram
envolvimento da associação, como o
ILS instalado no aeroporto, as obras
na Avenida Santos Dumont e na
Rua Dona Francisca, entre outras
48
ações. “Pediremos mais segurança,
pois Joinville é a ‘Manchester Cata­
rinense’, a cidade da indústria, e nós
temos apenas 48 câmeras públicas
de monitoramento. Continuaremos
insistindo para esse número chegar
a 400. Na saúde, vamos pedir mais
um hospital estadual de referência
que ajude o São José. Na educação,
cobraremos para que as obras da
UFSC ganhem ritmo maior. Vamos
pedir também a redução da tarifa do
transporte coletivo. E, em todos esses
pleitos, nos apoiaremos em nossos
núcleos”, afirmou o novo presidente.
A solenidade, no dia 1o de julho,
contou com as presenças de associa­
dos e parceiros da Acij, do governa­
dor Raimundo Colombo, do prefeito
Udo Döhler e dos senadores Luiz
Henrique e Paulo Bauer. Além de
Martinelli, que substitui o empre­
sário Mario Cezar de Aguiar, foram
eleitos os integrantes do conselho
fiscal, com mandato até 2015. Meta­
de dos integrantes dos conselhos de­
liberativos e superior foi renovada,
com atuação até 2016. Na mesma
noite, foi entregue o Prêmio Núcleo
de Referência. Núcleo de Agências de
Propaganda e Marketing em primei­
ro lugar, Escolas de Educação Profis­
sional em segundo e Imobiliárias na
terceira colocação.
MAX SCHWOELK
Núcleos têm
nova gestão
Na mesma solenidade, os núcleos
da Acij deram posse aos seus no­
vos presidentes. No Conselho dos
Nú­
cleos, assumiram o novo pre­
sidente e o novo vice. Foram apre­
sentados, ainda, os coordenadores
do Gestão Compartilhada, inicia­
tiva que aproxima empresários
atuantes em regiões estratégicas
da cidade. Durante o jantar, houve
a posse da diretoria da Sociedade
Corpo de Bombeiros Voluntários
de Joinville e a assinatura do go­
vernador Raimundo Colombo no
convênio para instalação de 50 câ­
meras de vigilância e parceria para
instalação de seis bases de video­
monitoramento.
NOVA DIRETORIA
Mandato jun/2014 a jun/2015
Presidente
João Joaquim Martinelli
Vice-presidentes
Moacir Gervázio Thomazi
Maria Regina L.R. Alves
Mario Cesar de Aguiar
Jaime Grasso
Carlos Rodolfo Schneider
Roberto H. Campos
Ovandi Rosenstock
Luiz Tarquinio S.Ferro
Ingo Dobrawa
Marcelo Hack
Paulo Nascentes
Clayton Salfer
Moacir Bogo
Evair Oening
Cesar Pereira Dohler
Diretora administrativa
Heleny Meister
Autoridades prestigiaram a solenidade que marcou a troca de
comando da entidade e contemplou os núcleos empresariais
que se destacaram no último ano com o Prêmio Núcleo de
Referência: destaques do período foram para agências de
propaganda e marketing, educação profissional e imobiliárias
revista
Diretora financeira
Ana Bruske
Diretor de relacionamento
com o associado
Andre Chedid Daher
49
FEITO EM JOINVILLE
Parceria também em Itapoá
Localizado no porto de Itapoá, o Clif
é um centro logístico integrado de
multiserviços de logística de im­
portação e exportação. A empresa
optou pela cidade ao observar o po­
tencial de crescimento dos negócios
na Região Norte do Estado. “Acredi­
tamos que nossa decisão de investir
em Itapoá foi acertada, pois estamos
presentes em um dos portos mais
modernos da América Latina, que
dispõe de estrutura para receber na­
vios de grande porte, já que seu ca­
nal de acesso principal tem mais de
14,5 metros de profundidade”, apon­
ta Carlos Rosa, sócio-diretor do Clif. A
empresa tornou-se parceira da Acij
em julho de 2013, pela representati­
vidade da entidade no cenário join­
vilense. “A Acij tem como slogan ‘sua
empresa mais forte’, e trabalha para
isso, por meio de ações e programas
que visam à simplificação do siste­
ma tributário, à redução da carga de
impostos, à melhoria constante da
infraestrutura, à eficiência na gestão
pública, à diminuição da burocracia
e ao desenvolvimento e assimilação
crescentes de conhecimento e novas
tecnologias.” O Clif conta com 60
funcionários e ocupa uma área total
de 127 mil metros quadrados². É nesse
espaço privilegiado que a empresa
oferece uma grande variedade de
serviços que inclui desde o recebi­
mento e armazenagem de mercado­
rias até o monitoramento de tempe­
ratura de contêineres, etiquetagem,
controle de estoque e transporte
rodoviário.
www.oclif.com.br
Estrada José Alves, 721
Bairro Jaguaruna - Itapoá
(47) 3130-7200
[email protected]
Clif está presente em um dos mais modernos portos do país
50
Restaurante fica na área central
de Joinville e aceita o Util Card
Qualidade
e sabor
Comida saudável, com base em
carnes e peixes grelhados, é a pro­
posta central do restaurante Santo
Sabor. Os destaques do bufê são o
bife à parmegiana, o salmão gre­
lhado e a costela suína com molho
barbecue. Diariamente, são servi­
das mais de 20 opções de pratos
quentes, entre peixes, carnes, mas­
sas, sopas e risotos. A proprietária,
Danielle Sell da Silva, ressalta as
sopas especiais do cardápio de in­
verno. Localizado na Travessa Ser­
gipe, entre as ruas Princesa Izabel e
15 de Novembro, o restaurante está
aberto de segunda a sábado, das
11h às 14h30. Para facilitar o aten­
dimento ao cliente, o Santo Sabor
aceita o Util Card e cartões de cré­
dito e débito.
Santo Sabor
www.facebook.com/
RestauranteSantoSabor
Travessa Sergipe, 46
(47) 3027-2331
[email protected]
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Equipe da CwCI posa com a camiseta da campanha em favor do São José
Há 30 anos
com a Acij
A CwCI Construções tem 32 anos de
história, 30 deles como associada à
Acij. A empresa realiza serviços de
construção, incorporação e gerencia­
mentos de imóveis à venda. Ao todo,
construiu mais de 50 edifícios em
Joinville, Jaraguá e Piçarras. Fernan­
da Wolf, analista comercial, aponta
as vantagens da parceria com a as­
sociação. “Acreditamos no potencial
do associativismo para o desenvol­
vimento de uma empresa, indepen­
dente do seu tamanho ou estágio
de maturidade. Já ganhamos muito
nessa parceria, por meio de network,
palestras, cursos e outros benefí­
cios”, revela.
A CwCI promove gestão de resí­
duos, para minimizar os impactos na
execução de seus empreendimen­
tos. Os projetos preveem a inclusão
de rampas e sanitários adaptados
para portadores de necessidades es­
peciais. Em todos eles, são implanta­
dos sistemas de aproveitamento da
água da chuva.
www.cwci.com.br
Rua Sete de Setembro, 23
(47) 3433-4711
[email protected]
Furgões Joinville tem duas fábricas, em Joinville e Garuva, e também faz serviços de manutenção
Investimento
em qualificação
Em 1988, o engenheiro Udo Skowas­
ch fundou a HS Comércio de Veículos
e Transportes. Com investimento
em tecnologia e qualificação, desen­
volveu, nos anos 90, uma marca de
furgões para sobrechassis e semirre­
boques. De lá para cá, novos produ­
tos foram lançados. Hoje, a Furgões
Joinville conta com duas fábricas, em
revista
Joinville e Garuva.
A empresa realiza também ser­
viços de manutenção e reforma em
implementos de todas as marcas.
Dentre os serviços, estão alonga­
mentos e encurtamentos de chassis,
adaptações de terceiro eixo, platafor­
mas eletro-hidráulicas e reformas.
Quem trabalha com transporte sabe
que a durabilidade do produto preci­
sa ser garantida em meio às adver­
sidades da estrada, para que a mer­
cadoria consiga chegar ao destino
em perfeitas condições, sendo fun­
damental ter um equipamento de
qualidade. Justamente por investir
nesse item, a empresa consegue se
manter entre as líderes em emplaca­
mentos de veículos novos no estado
de Santa Catarina, uma prova do re­
conhecimento do trabalho.
www.furgoesjoinville.com.br
BR 101, Km 26
(47) 3464-1133
[email protected]
51
PENINHA MACHADO
Dona do Restaurante Rebelo, Neuza garante que capricha na cozinha
POR QUE ACIJ
Entidade bate
a marca dos
1.500 associados
Neuza da Silva Rebelo ganhava a
vida vendendo salgadinhos e caldo
de cana com o marido quando re­
solveu se matricular em um curso
52
de confeiteira, já que não dava con­
ta do volume de encomendas dos
clientes. No dia em que foi fazer a
inscrição, descobriu que as vagas
estavam todas preenchidas. A al­
ternativa que encontrou foi o curso
para cozinheiras. A partir de então,
viu sua vida mudar. Além do que
aprendia nas aulas, os funcionários
das empresas próximas ao seu esta­
belecimento questionavam sobre as
opções que ela poderia oferecer para
o almoço. Assim nasceu o Caldo de
Cana e Restaurante Rebelo, há dois
anos. Entre os diferenciais do local,
Neuza destaca o gostinho caseiro da
comida. “Não quero me gabar, mas
cozinho muito bem”, conta. Ainda
em expansão, o restaurante se tor­
nou, em junho, o associado 1.500 da
Acij. Entre os motivos que levaram à
parceria, Neuza ressalta a facilidade
que os clientes agora têm ao pagar
com o Util Card, que, segundo ela,
era uma solicitação constante.
No primeiro semestre, o número
de associados cresceu 13%. Além
das áreas já tradicionais, foram
desenvolvidos serviços como Util
Card (gestão de benefícios), Uti­
plan (gestão de planos de saúde),
Boa Vista (gestão de crédito) e XML
(gestão de documentos). Até o início
de agosto, a entidade computava
exatos 1.545 associados, dos setores
de serviços (60%), comércio (19%) e
indústria (21%), e provenientes de
Santa Catarina, Paraná, São Paulo,
Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Norte, Pernambuco e Espírito Santo.
Outra novidade: a partir de setem­
bro, a Acij vai aten­
der associados
e não-associados com o serviço de
certificação digital. Contatos com
Laiza, pelo telefone (47) 3461-3354.
DIVULGAÇÃO
“Poder participar de um grupo de
empresas e profissionais, da mesma área
de atuação, é extremamente enriquecedor
e gratificante. Além de networking e
capacitação, eu me encanto muito em
poder compartilhar anseios e demandas,
e pela essência do associativismo que é a
união de forças. Isso faz toda a diferença”
Ana Carolina Brüske, diretora administrativa da Azimute
Novos associados, até julho/2014
COSMOS VIAGEM E TURISMO
RESTAURANTE EMPÓRIO DO SABOR
RESTAURANTE OPINIÃO
APOIO LOGÍSTICA
AUTO POSTO AVENTUREIRO
BARI VEICULOS – CONCESSIONÁRIA HYUNDAI
BATISTA E MEIRA ADVOGADOS
TUFI MOUSSE ARQUITETURA
CCLEAN SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
CLÍNICA VITTACOR
AMENDOIM CANDY
CONEXÃO RH JOINVILLE
CVF TRADING
RESTAURANTE MEZZA
REFRIGERAÇÃO MEIRA
CAFÉ CIDADE DO SUL
DONA ZENY DOCES E SALGADOS
CLINISER CENTRO DE ESTÉTICA E PODOLOGIA
ELOAH ACAUAN PHOTO E DESIGN
EMPREGADOR RECURSOS HUMANOS
DELL ANNO MÓVEIS
DROGARIA PREÇO POPULAR
FBM
FHAIZER
FLENIK ADVOGADOS
FOREST TOOLS FERRAMENTARIA
GALUPPO RESTAURANTE
GENITE CENSI
HUSSEIN & ANTUNES CONSULTORIA JURÍDICA EMPRESARIAL
revista
47 34331959
47 30261980
47 34322933
47 32044100
47 34374802
47 30335100
47 30321006
47 34226157
47 34369200
47 30292234
47 34327713
47 30239687
47 30277700
47 34370590
47 34263355
47 32275492
47 34730310
47 34549751
47 30276913
47 30295253
47 34340202
47 34228154
47 30435080
47 34254862
47 30293032
47 99713507
47 38043123
47 34184583
41 30199315
HYOSUNG
IMMOBI IMÓVEIS
JL CALDEIRARIA
D PRETA MODA FEMININA E MASCULINA
ITÁLIA VEÍCULOS
KAY PACHA TECNOLOGIA
KMJ COBRANÇAS
DMIRA EVENTOS
LINX
LXB COMPANY
MAC DISTRIBUIDORA DO VESTUÁRIO
TOP REPRESENTAÇÕES
ELETRON ENGENHARIA ELÉTRICA
MECÂNICA MÁRCIO
PAULINI VEÍCULOS
ANNA LAVANDERIA
MASTERPHONE
MD MANUTENÇÃO INDUSTRIAL E COMERCIAL
MEDITERRÂNEO SHAWARMA
MENDONÇA FIGUEIREDO ADVOCACIA
SUPERMERCADO FLORIANI
MERCADO CONSTANT
MERCADO CAMPOS
MERCADO PONTO DA VILA
MERCADO QUERUBIM
EMPÓRIO & FRIOS
CLÍNICA GATO REI
MN ORGANIZAÇÃO CONTÁBIL
SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS
MULTILOG
NAPERON EVENTOS LOCAÇÃO DE MATERIAIS
RESTAURANTE VIAPIANA
CALDO DE CANA REBELO
NILTONS RESTAURANTE
SUPERMERCADO REAL
MERCADO 5 ESTRELAS
PANIFICADORA PRINCESA
PAREXGROUP S/A
PAULO HARRY SCHMALZ
PLASTSERV
POLLO FERRAMENTARIA
PRIME CENTRO DE BELEZA
PROSPECTA CONTACT CENTER
QPS CONSULTORIA EMPRESARIAL
RD12 INOVACAO MULTIPLATAFORMA
REGINALDO MADEIRA
ROESLER MARCHESINI SALLES ADVOC CONSULT
CONFEITARIA AMOR DE CAFÉ
POSTO RUDNICK
RESTAURANTE DO ARI
SAMMAR FRESAGEM INDUSTRIAL
SANDRA FISCHER ADVOGADOS ASSOCIADOS
ECOBIG ENERGIA
FARMÁCIA COPACABANA
SIGOSTA TEXTIL
SECOVI NORTE SC
SOKIT
DELIVERY DE FRUTAS
COTTON CANDY
SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS
APOITEC DO BRASIL
TRENTINI CONTABILIDADE
USINAGEM VIEIRA
V-BIO ENGENHARIA
AGÊNCIA NEODIN DINÂMICA
HYANNIS SOLUÇÕES EMPRESARIAIS
SAVANA VEICULOS
V12 LOUNGE DE EVENTOS
VF ODONTOLOGIA
VIKINE PÃES E DOCES
VMG AIRES
YELO STAGE
47 30259647
47 38012422
47 34352794
47 99094020
47 34637356
47 34317317
47 30287574
47 30431830
47 40090900
47 34338888
47 34228840
47 40095690
47 30273106
47 34377679
47 34369951
47 34351924
47 91290000
47 34324793
47 30257824
47 30284946
47 34730057
47 34392597
47 34736383
47 30343634
47 34391531
47 32278898
47 38040010
47 34330211
47 30274488
47 33415000
47 30257088
47 34522100
47 34356790
47 34371176
47 34390707
47 34230377
47 30257005
47 21013974
47 34220962
47 34190889
47 30263181
47 32271024
47 30255997
47 34656599
47 88446411
47 34294793
47 30280656
47 34675816
47 34316013
47 99565721
47 30271492
47 30292003
47 99096035
47 34654340
47 34720681
47 34221264
47 30233984
47 34325754
47 38042477
47 30264744
47 34265129
47 34355630
47 34650037
47 30295672
47 34370035
47 38014310
47 34635560
47 30291212
47 32277720
47 30432522
47 34897200
47 34331233
53
NÚCLEOS
Mulheres e jovens comemoram
Com apoio do BRDE, o Núcleo de Mu­
lheres Empresárias da Acij realizou,
em 13 de agosto, evento que marcou
os 19 anos de atividades do grupo.
O ponto alto foi a palestra da dire­
tora de operações da Termotécnica,
Regina Zimmermann. A executiva
abordou os desafios da sua trajetória
profissional, com passagens por Pe­
trobras, Basf e Akros/Amanco. Falou,
também, sobre gestão de pessoas
e retenção de talentos. Ao final, Re­
gina foi presenteada com um dos
quadros da artista Ariane Kreling,
expostos durante o evento. Logo de­
pois, as participantes conheceram a
campanha dos 20 anos do Núcleo de
Mulheres Empresárias, para 2015.
Recentemente, outro grupo co­
memorou aniversário com palestras,
jantar na Casa Suíça e campanha
publicitária: foi o Núcleo de Jovens
Empresários, que completou 15 anos
em maio, com mais de 100 partici­
pantes ativos. O presidente Danilo
Conti, que assumiu neste ano, afir­
ma que o foco do trabalho é propor­
cionar oportunidades de negócios
e ser reco­nhecido como gerador de
ideias e lideranças. O grupo é como
uma escola que possibilita o desen­
volvimento profissional e pessoal.
“O reconhe­cimento da Acij e da co­
munidade, das entidades ligadas ao
setor empresarial e de profissionais
de diversas áreas coroa a nossa atu­
ação”, avalia. Conti, que aos 17 anos
se tornou sócio de uma empresa
de hospe­dagem – com participação
de 15% na sociedade – e aos 20 ven­
deu sua parte e montou a Agencia
iZi, entende que é preciso preservar
e estimular a inovação dos jovens.
“Garantir condições para que flores­
çam novas vocações de empresários,
com seus negócios de sucesso que
propiciam prosperidade. Os empre­
endedores garantem uma sociedade
de crescente bem-estar e de melhor
qualidade de vida para mi­lhões de
pessoas em todo o planeta”, afirma.
PALESTRA
Filósofo fala
sobre confiança
“Confiança é palavra que circula
fácil nos espaços profissionais e
no discurso corporativo. Ninguém
participa do jogo do mercado sem
alguma convicção a respeito do
que consegue ou não fazer. Não há
liderança possível ao comunicar
um hipotético ‘zero de certeza’ so­
bre o próprio comportamento, di­
ante das situações para as quais
importará encontrar solução. Con­
fiar não é uma deliberação moral
ou jurídica, pois não se pode obrigar
uma pessoa a confiar em outra.” É
assim que Clóvis de Barros Filho
apresenta a palestra “Confiar Para
Liderar Novos Desafios”, que traz
para Joinville no dia 21 de agosto,
às 20h, no Hotel Bourbon. O evento
é uma realização do Núcleo Digital
e conta com o patrocínio da TeleAlarme, Caixa Econômica Federal e
54
Clóvis de Barros Filho é professor da USP
Orbenk. Doutor pela Universidade
de Paris e pela Escola de Comuni­
cações e Artes da USP, Clóvis atua
no mundo corporativo desde 2005,
por meio de seu escritório, o Espaço
Ética, e tem como clientes algumas
das maiores organizações do Brasil.
Suas palestras são dirigidas a em­
presas e instituições, abordando te­
mas contemporâneos que reforçam
a compreensão do que acontece no
ambien­te profissional e na vida de
cada um.
(47) 3461-3344 ou no site da Acij.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Kandir, ex-ministro do Planejamento; Brega, da Whirlpool; prefeito Udo Döhler
e presidente da Fiesc, Glauco Côrte, abriram ciclo de reuniões da nova gestão
GESTÃO
Presenças graduadas para
trocar ideias com o associado
Proporcionar ao associado a opor­
tunidade de ouvir exposições rele­
vantes sobre temas que afetam o
mundo dos negócios. É o objetivo
da diretoria com a presença de
convidados de primeira linha nas
tradicionais reuniões de segundafeira. Desde o início de julho, es­
tiveram na entidade, para esses
diálogos, o ex-ministro do Plane­
jamento do governo FHC, Antonio
Kandir, o presidente da Whirlpool
Latin America, João Carlos Brega, o
prefeito Udo Döhler e o presidente
da Fiesc, Glauco José Côrte. Em ago­
sto, a Acij abriu uma série de encon­
revista
tros especiais para debater com os
candidatos ao governo do Estado.
“Queremos conhecer as propostas
que eles têm para Joinville e como
pretendem governar o Estado”, an­
tecipa o presidente João Martinelli.
A associação aproveitará para en­
tregar aos candidatos as propostas
da classe empresarial.
Na primeira palestra da nova
gestão, Antonio Kandir, que é sócio
da GG Investimentos, desenhou
um quadro de dificuldades para
a economia nacional, antevendo
diferentes perspectivas no caso de
vitória de cada um dos presiden­
ciáveis. Análise da conjuntura atu­
al também orientou a fala de João
Carlos Brega. Entre os fatos posi­
tivos do momento atual, ele lem­
brou a alta taxa de emprego e o ta­
manho do mercado brasileiro, cada
vez mais promissor. De outra parte,
criticou a falta de planejamento
e direcionamento das políticas
econômicas do governo federal,
salientando que faltam acordos
bilaterais que possam fortalecer
o país, econômica e tecnologica­
mente. Na semana seguinte, o
prefeito Udo Döhler apresentou as
obras e realizações dos primeiros
18 meses de gestão, com destaque
para as áreas de saúde e educação,
e o presidente da Fiesc fechou o
mês de julho discorrendo sobre
os empecilhos para a competitivi­
dade empresarial.
55
Ponto e contraponto
Como lidar com o ritmo
acelerado das empresas
modernas e manter
uma vida equilibrada?
Determine prioridades: você é dono da sua existência
Marliane Stapait Garbe
Psicóloga na Clínica
Curumim, de Joinville
Durante séculos, trabalhamos para criar ferramentas
e métodos objetivando melhorar o dia a dia, otimizar
nosso tempo e aprimorar nosso desempenho. Tudo para
que pudéssemos ter mais tempo livre. Ocorre que, ao
contrário do que esperávamos, tais ferramentas facilita­
ram nosso dia a dia, mas nos colocaram diante de outro
dilema: qual é, de verdade, a informação e a funcionali­
dade de que necessitamos?
Somos seres sociais e dependemos instintivamente
das nossas relações. Assim, à medida que nos informa­
mos, temos mais sede de informação. À medida que nos
mantemos antenados com o presente, queremos proje­
tar mais, planejar melhor, tornarmo-nos mais eficientes.
É nesse momento que deparamos com a necessidade
de interação livre, pessoal. Não só a que nos interessa
cientificamente, profissionalmente ou para suprir nossa
curiosidade, mas aquela da qual dependemos para nos
posicionar diante da sociedade, que mostra quem so­
mos. Sem dúvida, é a que nos causa mais distração.
A empresa moderna, ambiente dinâmico, exagera­
56
do, demasiado focado em números e resultados finan­
ceiros, nos coloca diante de um cenário conflitante. Um
cenário onde nossas vidas pessoais, antes apenas nos
nossos pensamentos, estão ali, juntamente com nosso
dia a dia profissional, diante dos nossos olhos, dos toques
dos nossos dedos, na palma das nossas mãos. Relacionar­
-se e interagir de forma saudável nestes dois ambientes,
profissional e pessoal, tão instantaneamente e tão dire­
tamente, requer bom-senso e educação.
Saber medir a dosagem de informação, a hora certa
de vê-la e a importância real que deve ser dada a ela é
fundamental para não se sentir sufocado pela imensi­
dão de material disponível nos dias de hoje. Na empre­
sa moderna, é preciso: ouvir muito mais, saber filtrar,
compilar e classificar a informação. Deixá-la à mão para
o momento certo de utilizá-la. Não existe mais quase
nenhuma informação exclusiva, tudo o que temos está
ao alcance de todos. Inteligentes são aqueles que qualifi­
cam tudo isso que está posto.
Seja forte, organize, determine prioridades, coordene
seu dia. Você é dono da sua vida. É preciso sabedoria e au­
toconhecimento para equilibrar a vida. É você quem es­
colhe qual informação quer, quando e como. Lembre-se:
é você quem manda no seu celular, no seu tablet, no seu
computador, não é ele que o domina. Tempo para você é
tempo para as coisas que mais ama, não para aquelas
que outros querem que você ame.
ILUSTRAÇÃO: FÁBIO ABREU
Atividade física pode ser antídoto ao estresse
Pedro Jorge Cortes Morales
Professor do Departamento
de Educação Física da Univille
Qualidade de vida tem sido resumida aos benefícios que
o dinheiro pode proporcionar, mas não é bem disso que
se trata. As grandes demandas resultantes das necessi­
dades nas empresas geram outra necessidade: mais e
mais trabalho, proporcionando um ambiente que, mui­
tas vezes, não é nada favorável à qualidade de vida. Pelo
contrário, favorece o surgimento de estresse. O estresse
tem sido considerado um vilão que produz diferentes re­
sultados. Ainda não é, pelo menos oficialmente, classifi­
cado como doença pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), mas atinge um percentual substancial (90%) da
população mundial.
Inúmeras doenças estão, direta e indiretamente,
associadas ao termo junto ao ambiente profissional.
Falta de atenção, queda de rendimento, alergias e ou irri­
tações, enxaquecas, depressão e obesidade são fatores
citados pela comunidade médica e científica como resul­
tantes do estresse. O estresse, se controlado, pode gerar
fatores positivos até mesmo no ambiente de trabalho.
Compreender os fatores de risco que possibilitam uma
revista
adequação ao que pode ser estresse positivo ou negati­
vo. As diferentes situações que empresários e funcioná­
rios vivem permitem o entendimento sobre o quanto o
estresse poderá vir a ser prejudicial. As crises momen­
tâneas, ou até mesmo de média duração, pelas quais a
empresa passa proporcionam diferentes situações que
certamente criarão um ambiente propenso ao estresse.
Mas tem um meio termo? Um questionamento que
poderia levar a inúmeras discussões, principalmente
quando se levanta que a qualidade de vida está, sim, as­
sociada à prática de exercícios físicos regulares. A carga
expressiva de trabalho requer um período de relaxa­
mento adequado, promovendo equilíbrio na balança
emocional e fisiológica.
Exercício físico ou esporte é uma ferramenta que
pode atender essa necessidade de forma objetiva. Não
há uma modalidade específica a produzir melhor de­
sempenho, mas existe uma atividade que melhor se
encaixa a cada uma das pessoas. Um dia carregado de
preocupações pode facilmente ser deixado para trás em
alguns minutos em uma bicicleta, uma corrida, uma
dança, exercícios mais vigorosos. A qualidade de vida
resultante da prática de exercícios físicos está relacio­
nada à continuidade, à proporcionalidade e à relação de
aplicabilidade dentro de conceitos técnicos. Nesse caso,
sugere-se que seja, quando possível, acompanhado ou
orientado por profissional de educação física.
57
Planejamento, escolhas certas e amor à família
Raquel Schiavini Schwarz
Jornalista
No Dia das Mães, a escola da minha filha convidou, de
forma confidencial, os pais a escrever as principais ca­
racterísticas sobre suas esposas. Às vésperas da data,
cheguei à escola para deixar Lara e me surpreendi com
um grande painel, fotos de todas as mães e cartinhas
dependuradas. Fui direto à minha: “Uma excelente mãe,
uma grande profissional e uma linda mulher”. Ressalva­
do o exagero, eu me dei conta de que é possível, sim, ter
um emprego, ser mãe, zelar pela casa, curtir os amigos e
manter uma vida equilibrada.
É fato que as empresas estão exigindo cada vez mais
de seus colaboradores. Não quer dizer mais tempo no
trabalho, mas foco na produção de qualidade, que faça
a diferença. E isso se consegue com planejamento, orga­
nização e criatividade. Tenho me exercitado para, cada
vez mais, direcionar as energias a grandes apostas que,
no meio jornalístico, significam as melhores matérias,
aquelas que vão render capa do jornal e fazer com que o
leitor dedique seu (cada vez mais curto) tempo para ler e
usufruir do conteúdo. Precisa disciplina, é quase que um
58
exercício diário de fazer as escolhas certas. Nem sempre
acerto, por isso a necessidade de treinar, de maneira a in­
corporar essa cultura.
Pensando em extrair o melhor do seu colaborador,
as empresas têm investido em formação de gestores,
oferecendo acesso a ferramentas e a workshops para
lidar com as competências pessoais e profissionais a
fim de acelerar nosso desenvolvimento. Isso se reflete
na relação de trabalho e nos acertos. Em uma repor­
tagem sobre estresse no trabalho, chamaram-me a
atenção as dicas para controlar a ansiedade repas­
sadas pela diretora de comunicação da Associação
Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), Rita Passos:
identifique suas fontes de estresse, estabeleça priori­
dades, conte com o outro, decida, respire profunda e
lentamente e mantenha bons hábitos.
Acrescentaria: viva intensamente a vida em família,
aproveite os momentos juntos para passear, descubra
um novo lugar, planeje uma viagem e faça coisas sim­
ples, como plantar uma mudinha atrás de casa, preparar
um bolo com a ajuda descoordenada da filha de 2 anos...
Não sou modelo da mulher moderna, como Sarah Jes­
sica Parker no filme “Não Sei como Ela Consegue”, mas
procuro trabalhar com responsabilidade e bom-senso,
tentando me atualizar para acompanhar a transforma­
ção dos negócios da empresa. E, fora dela, aproveito cada
minuto ao lado das pessoas que amo.
revista
65
Cabeceira
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
Gente Márcio Atalla
“Não há passe de mágica”
Mais sobre
Márcio Atalla
www.marcioatalla.com.br
www.bemstar.com.br
60
Vamos malhar? A prática rotineira da atividade física – um tanto esquecida nestes
tempos de corre-corre em outras áreas – faz um bem enorme para o corpo e, por tabela,
melhora a motivação, a disposição e a integração social. No ambiente empresarial, re­
duz o risco de acidentes e as faltas ao trabalho, entre outros benefícios. É o que prega o
professor Márcio Atalla em suas palestras sobre saúde, bem-estar e qualidade de vida.
A demanda por esse tipo de informação vem crescendo: só no último ano, Atalla falou
em mais de 100 eventos corporativos. Na Expogestão, em maio, o tema foi a busca do
equilíbrio entre a atenção crescente ao trabalho e a expectativa de uma vida saudável.
Especializado em treinamento de atletas, já trabalhou com tenistas e jogado­
res de vôlei, antes de se lançar a um empreendimento próprio que batizou de Bem
Star, com a proposta de “levar qualidade de vida ao maior número de pessoas que
conseguisse atingir”. Em 2006, a ideia virou seriado de TV, no canal por assinatu­
ra GNT. Três anos depois, comandou um reality-show em 13 episódios, mostrando
a experiência de seis sedentários que aceitaram virar o disco para ganhar saúde. O
nome e os métodos de 0Atalla se popularizaram a partir de 2010, quando sua ideia
de um programa na televisão aberta que desafiasse celebridades a rever seus hábi­
tos alimentares e a se movimentar mais atraiu os produtores do Fantástico, na Rede
Globo. Intitulado “Medida Certa”, o programa teve versões com os apresentadores
Zeca Camargo e Renata Ceribelli, com o ex-jogador Ronaldo – que perdeu 17 quilos
ao longo da série – e, na última, com Fábio Porchat e Preta Gil contra César Menoti e
Gaby Amarantos, desta vez em uma disputa entre as duplas. Autor de dois livros em
que discorre sobre seu método, Atalla, que protagonizou campanhas publicitárias
da Unimed e do Laboratório Catarinense durante sua estada em Joinville, deu entre­
vista para a Revista 21. Confira as principais ideias do professor.
É possível conciliar
Nas palestras ao público corporativo, eu me sinto confortável e prestando
um serviço. Sinto que consigo transmitir a informação e mais do que isso,
dar alternativas para que eles coloquem o corpo em movimento dentro
da realidade de vida deles. Hoje, existe uma preocupação maior dos em­
presários e das empresas. A pergunta mais comum é como conciliar as
atividades físicas com a vida corrida. Também ouço muito mito em rela­
ção à alimentação, o que mostra certo desespero em resolver a situação
de maneira mágica, o que não é possível.
Diminuir a inatividade
Tenho sido chamado por empresas, na maioria para dar uma palestra
inicial num programa de qualidade de vida. É importante a empresa in­
vestir numa boa avaliação diagnóstica e focar em diminuir a inatividade,
por meio de atividades físicas não programadas, como acumular passos,
subir escadas, diminuir tempo sentado etc. É mais barato e eficiente. Alia­
do a isso, algumas atividades programadas, como corrida, academia etc.,
desde que afinadas com os desejos e necessidades dos colaboradores.
Você é a prioridade
Como buscar o ponto de equilíbrio entre a rotina pesada do mundo dos
negócios e atividades voltadas à saúde? Colocando-se como prioridade e
principalmente fazendo a pessoa entender qual é sua rotina e pensar em
maneiras práticas de incorporar mais movimento e de maneira viável e
com prazer.
Baixa eficiência
Do jeito que estão sendo implementados, os programas empresariais
voltados a estimular atividades físicas têm eficiência pequena. Pode
ser bem melhor se existir uma avaliação diagnóstica do que querem e
precisam os colaboradores. Também ver o que é viável dentro do meio
ambiente da empresa. Falta focar no movimento não programado na
empresa, é mais barato e eficiente.
Obesidade e sedentarismo
Para alguém que foi atleta, parar e engordar é normal. Existe certa ressa­
ca, mas passa. Com o tempo, a atividade física precisa ser incorporada ao
cotidiano e encarada de forma diferente, não mais pelo rendimento, mas
pela saúde. Obesidade tem muito mais relação com sedentarismo, e me­
nos do que as pessoas imaginam com fast food. A obesidade é um reflexo
de um estilo de vida que não está equilibrado, com pouco movimento e
alimentação desequilibrada, é preciso mudar esse padrão, caso contrário
a situação só vai piorar. Isso passa por políticas de saúde pública.
Pesquise sobre o autor
Meu livro “Sua Vida em Movimento” vendeu mais de 30 mil exemplares e
o “Medida Certa”, mais de 70 mil exemplares. Estou escrevendo o próximo
livro, em parceira com a nutricionista da minha equipe. Vamos abordar
mais a alimentação. Existem muitos livros, uns com base científica outros
sem nenhuma base confiável, o que acaba disseminando vários mitos. O
leitor precisa pesquisar mais sobtre o autor para escolher algum.
revista
Conheça os livros
de Márcio Atalla
Medida Certa
Editora Globo
Zeca Camargo e
Renata
Ceribelli
narram, em forma
de diário, os bas­
tidores do quadro
televisivo “Medida Certa”, exibido
no Fantástico em 2011. A proposta
do reality show foi mostrar ao es­
pectador que é possível emagre­
cer sem dietas e exercícios físicos
radicais. Os dois apresentadores
foram desafiados a entrar em for­
ma em apenas 90 dias por meio
de um programa de reeducação
alimentar. Marcio Atalla, que coor­
denou o quadro, também discorre
sobre sua metodologia no livro. A
obra mostra o que não foi captado
pelas câmeras, como, por exemplo,
as principais dificuldades e desa­
fios enfrentados durante o perío­
do, as maiores mudanças geradas
com a adoção dos novos hábitos e
a repercussão nacional do “Medi­
da Certa”.
Sua Vida em
Movimento
Editora Paralela
Quem nunca adiou
uma dieta com a
promessa de come­
çar na segunda-fei­
ra? Ou deixou de se matricular na
academia por falta de tempo? Neste
pequeno manual de saúde e bem­
-estar, Atalla traz como tema a pre­
guiça – o principal fator que adia os
planos de uma vida mais saudável.
O educador físico mostra que, com
poucas alterações na rotina, é possí­
vel fazer grandes mudanças, frisan­
do que não há desculpas para per­
manecer no sedentarismo. Sempre
há tempo para se exercitar e manter
a alimentação saudável.
61
Quebre as Regras,
Reinvente
Sangue
Verde
Seth Godin
Editora Agir, 2012 David Gonçalves
Edição do autor “Seja quem começa o processo”, prega o autor deste livro,
considerado um dos maiores especialistas em empreen­
dedorismo pela Business Week e, para mim, uma das
mentes mais brilhantes no mundo dos negócios. Com
foco no mundo profissional, Godin começa o livro aler­
tando sobre como construímos nossas carreiras e em­
presas: seguimos caminhos já traçados, receitas prontas,
histórias dos bem-sucedidos. Mas o que ele defende é
que pouquíssimos começam do zero ou criam sua pró­
pria história, suas próprias regras.
Claro que há possibilidade de falhas. Para Godin, é co­
mum aos iniciadores de processos cometerem erros.
Mas ele afirma que, “por serem tão raros, aqueles que
criam e tentam são supervalorizados”, mesmo com a
expectativa de falhas. Acrescenta que não são apenas os
chefes que têm responsabilidade de criar: os emprega­
dos devem perguntar menos e fazer mais.
A principal mensagem do livro é “arrisque mais”. Pensar
em como sair de sua rotina, em como inovar dentro do
que você faz, destacar-se dentre os outros profissionais,
independente de sua posição. O livro é inspirador, assim
como as palestras que ele deu, todas com legendas em
português. Recomendo procurar no Google e devorar.
Gabriel Ishida, coordenador de Social Intelligence
na DP6, criador do blog Midializado e co-criador do
projeto Atlas Media Lab
62
Uma citação que não cabe neste livro é a tradicional, e
meio medrosa, “qualquer semelhança é mera coincidên­
cia”, pois não é de semelhanças ou de coincidências que
o livro trata: seus personagens existiam e existem na
imensidão da Amazônia vasta e verde, machucada pela
ganância, destruída pela insensatez, sangrando pelas ar­
térias que desenham mapas de cobiça e de morte.
O autor diz que apelou a todos os santos e demônios
para produzir o romance. Parece que atenderam, pois
suas páginas retratam a maldade suprema que a falta
de escrúpulos pode inocular no coração do homem, e a
bondade de entrega feita de amor e determinação. No
meio disso, os homens, seus sonhos e desgraças, a selva e
as árvores caídas. Ao olharmos um bracelete de ouro, não
imaginamos a miséria que o recolheu da terra. “Sangue
Verde” a desnuda, assim como denuncia, sem panfleta­
gem, a invasão da selva para pastagens ou campos de
cultivo, mesmo que isso signifique morte.
Corrupção e burocracia, no dia a dia de um território
em que a lei depende dos mais fortes e menos honestos,
perpassam as páginas, embora haja esperança de jus­
tiça, personificada no juiz Rodolfo, inimigo do senador
Bambico. Não faltam romances, mas mesmo esses carre­
gam um peso, como se o calor, a terra e os acontecimen­
tos que os cercam os tornassem densos e tensos.
Donald Malschitzky, escritor
O Livro
da Economia
Vários autores
Editora Globo Lançado no final do ano passado, este livro foi escrito
por um grupo de economistas, professores, jornalistas e
analistas financeiros para apresentar as bases da ideia
principal que serviu para pautar a evolução e as diversas
teorias da economia no mundo todo. A publicação é far­
tamente ilustrada e começa com informações históricas
sobre a criação e entendimento da humanidade sobre o
dinheiro, o comércio, as especulações e as crises financei­
ras sob a ótica dos principais nomes da área.
Essa trajetória é oferecida ao leitor em seis partes:
O Futuro. Seis Desafios
para Mudar o Mundo
Al Gore
Editora HSM Continua repercutindo o livro em que o ex-vice-presiden­
te norte-americano aborda os principais problemas am­
bientais com que a humanidade terá de lidar para garan­
tir sua sobrevivência. Em mais de 500 páginas, o autor
discorre, em detalhes, sobre os temas que elenca como os
principais embates que o planeta terá de enfrentar: as al­
terações climáticas, a diminuição dos recursos naturais,
a revolução digital, a globalização da economia, as ciên­
cias da vida e as mudanças no equilíbrio global do poder.
revista
“Iniciem o comércio (400 a.C.-1770)”, “A Era da Razão
(1770-1820)”, “Revoluções industrial e econômica (18201929)”, “Guerra e depressões (1929-1945)”, “Economia no
pós-guerra (1945-1970)” e “Economia contemporânea
(1970-presente)”. Cada uma destaca teorias econômicas
dos mais renomados pensadores, de Aristóteles a John
Maynard Keynes, passando por Max Weber, John Stuart
Mill, Vilfredo Pareto, Joseph Schumpeter e Paul Krugman.
O livro deslinda conceitos complexos como o da
“mão invisível do mercado”, de Adam Smith, e o “valor­
-trabalho”, de Karl Marx, além de apontar momentos
marcantes como o surgimento do primeiro banco, o de
Florença, em 1397, das primeiras cédulas impressas (Ban­
co da Escócia, 1696), criação do FMI (1944) e o surgimento
do conceito dos Tigres Asiáticos pelo acordo Japão-Coreia
do Sul, 1965.
Lançada no Brasil pela HSM, a publicação causa furor
e inquietação, além de promover reflexões cotidianas:
que planeta vou deixar para meus filhos e netos? Que
tipo de cidade quero para viver a minha velhice? Quais
deveriam ser as prioridades dos governos? Para Al Gore,
o mundo está totalmente despreparado para as mudan­
ças que vive – e menos, ainda, para as que estão por vir.
Ele analisa as possibilidades tecnológicas e as mu­
danças sociais que provocam novos tipos de relações e
comportamentos a partir da internet e das redes sociais,
além de refletir sobre os principais avanços tecno­lógicos
que exerceram forte impacto, por exemplo, na migração
do emprego do campo para a cidade e da indústria para
os serviços. Um livro para quem gosta de se comunicar
com – e interagir com, e melhorar – o seu entorno.
63
EDUARDO HOFFMAN
Integrantes da banda lançaram em julho seu primeiro trabalho, com registro de 14 músicas
Gente Banda Miopia
Som joinvilense
mistura psicodelia e
personagens excêntricos
A cena musical de Joinville continua se expandindo. Há
pouco, os joinvilenses foram apresentados aos morado­
res de “Maniacópolis”, cidade criada pela banda Miopia,
que dá nome ao primeiro CD do grupo. O som, com to­
ques experimentais, resgata raízes do funk, um pouco
da psicodelia dos anos 70 e o suingue do reggae, baião
e forró.
Lançado em julho, no Teatro do Sesc, o disco traz 14
canções, apresentando personagens excêntricos como
um assassino em série, uma freira má, um menino obe­
so suicida, entre outros, que ajudam o ouvinte a refletir
sobre assuntos polêmicos e atuais. O projeto teve patro­
64
cínio do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela
Cultura (Simdec) para finalizar 30% das gravações no es­
túdio Toca Records, do produtor Ronaldo Ramos Gomes,
além de masterizar e prensar o álbum.
Na estrada desde 2005, a Miopia conta com três inte­
grantes: Ferns Henke (vocal e contrabaixo), Navi Almeida
(guitarra, escaleta, voz) e Maurício Sedlak (bateria, per­
cussão). A gravação teve parceria de Tom Saboia (maste­
rização das faixas), Marcos Maia (prensagem) e o ilustra­
dor gaúcho Fill Chapeleta, responsável pelo encarte do
álbum. “O show foi muito bacana, levamos a cidade ma­
níaca para o palco, com projeções que surpreenderam o
público. Agora é tentar mostrar o trabalho para outras
regiões, participar de festivais e, com a venda dos CDs,
voltar para o estúdio”, conta o guitarrista Navi Almeida.
“Maniacópolis” está sendo vendido por R$ 10. Encomendas
pelo e-mail [email protected] ou no Facebook:
www.facebook.com/miopiabanda. Também à venda nas
lojas Arte Maior, Rock Total e Graves e Agudos.
Top 5 Filmes sobre política
A Queda! As Últimas Horas de Hitler
DRAMA, 2004, DIRIGIDO POR OLIVER HIRSCHBIEGEL
Os últimos dias de Adolf Hitler, ditador
nazista responsável pela morte de seis
milhões de judeus em campos de con­
centração. A história narra suas decisões
nos últimos momentos até o suicídio.
O Último Rei da Escócia
DRAMA, 2006, DIRIGIDO POR KEVIN MACDONALD
Nicholas Garrigan (James McAvoy) é um
médico escocês que vai para Uganda
ajudar um país que precisa de seu traba­
lho. Lá conhece o líder recém-empossado
do país Idi Amin (Forest Whitaker). Obcecado pela cultu­
ra e a história da Escócia, Amin se afeiçoa a Nicholas e lhe
oferece a oportunidade de ser seu médico particular. Ele
aceita, o que faz com que passe a frequentar o círculo de
um dos mais terríveis ditadores da África.
Hunger
DRAMA, 2008, DIRIGITO POR STEVE MCQUEEN
Em 1981, o jovem Davey Gillen, membro
do IRA, é preso na Irlanda do Norte. Assim
como os demais presos políticos, ele se
recusa categoricamente a usar unifor­
mes comuns. Sob os olhares atentos do vigia Raymond
Lohan, Davey compartilha o cárcere com outro preso po­
revista
lítico, Gerry Campbell, que lhe ensina a conseguir artigos
de contrabando e a se comunicar com o mundo exterior
através do líder Bobby Sands. Quando a direção da prisão
insiste no uso dos uniformes, os detentos iniciam uma
violenta rebelião e decidem fazer greve de fome.
O que é Isso, Companheiro?
DRAMA, 1997, DIREÇÃO DE BRUNO BARRETO
Fernando (Pedro Cardoso) e César (Selton
Mello) abraçam a luta armada contra a
ditadura militar no final da década de 60
e se alistam a um grupo guerrilheiro de
esquerda. Em uma ação, César é ferido e capturado. Fer­
nando planeja o sequestro do embaixador americano no
Brasil, Charles Burke Elbrick (Alan Arkin), para negociar a
liberdade de César e de outros companheiros. Baseado
no livro homônimo de Fernando Gabeira.
Persépolis
ANIMAÇÃO, 2007, DIRIGIDO POR VINCENT PARONNAUD E
MARJANE SATRAPI
Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma
garota iraniana de 8 anos que sonha se
tornar uma profetisa para salvar o mun­
do e acompanha os acontecimentos que levam à queda
do xá e seu regime brutal. Tem início a nova República Is­
lâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e
agir. Isso faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o
que a incentiva a se tornar uma revolucionária.
65
Rita
Santana
1
Educação ambiental pode
começar com uma pequena
iniciativa, no microcosmo
da escola, para colher frutos
generosos no futuro. Foi o
que disse a consultora Rita
Silvana Santana em palestra
acompanhada por dezenas
de professores joinvilenses
interessados na matéria,
durante o lançamento do
22º Prêmio Embraco de
Ecologia, em julho. Mestre
em engenharia ambiental
pela UFSC, doutoranda em
educação pela Universidade
de Brasília (UnB), Rita tem
participado de projetos com
organismos internacionais
como Unesco, com o
Ministério da Educação
e com o Instituto Chico
Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), por
intermédio do Instituto de
Pesquisas Ecológicas (IPÊ).
66
2
3
Como a sra. avalia o envolvimento das empresas
brasileiras com a educação ambiental?
Tem empresas que trabalham com o tema, sim, tanto em parceira com
ONGs quanto com o governo, buscando estas iniciativas. São diferen­
tes, não tão longas quanto o Prêmio Embraco, muito específico para
escolas, o que faz toda a diferença. O Prêmio Embraco vem evoluindo de
forma contínua a cada ano.
Qual o grande desafio da empresa
que se volta para a temática ambiental?
Nem sempre a questão surge por uma responsabilidade socioambien­
tal. Muitas vezes, decorre de uma demanda de compensação ambiental
ou por uma visibilidade da chamada economia verde. Mas há empresas
que assumem o desafio de levar esse trabalho adiante. O grande desafio
é manter a coerência entre o que a empresa faz, em seu trabalho de edu­
cação ambiental, e a prática real da organização. Muitas vezes, financia
um trabalho de educação ambiental, mas polui, degrada, não dialoga
com a comunidade, desenvolve um produto danoso. Essa coerência tem
sido tendência. Vejo um processo de transição. A partir do momento em
que a empresa percebe que há lacuna e vai tentando mudar, algumas
conseguem fazer isso mais rápido e outras estão em passos mais lentos.
Não se restringe mais a uma simples campanha ou uma distribuição de
materiais, como era antes, quando achavam que isso era suficiente. Tem
havido ações mais contínuas e respostas do trabalho desenvolvido.
Qual tem sido a grande preocupação de gestores
de escolas que se focam na questão ambiental?
Dar conta da coerência e do processo burocrático. Ter apoio da comuni­
dade escolar – muitas vezes, ele se sente isolado. Mais efetividade das
políticas públicas, o que passa por recursos, equipes e condições de tra­
balho, envolvendo materiais, articulação com a secretaria etc. A questão
financeira não é a principal. Às vezes, a escola recebe o recurso, mas não
executa porque não tem quem execute, a equipe é reduzida. Outra coisa é
o suporte das secretarias de educação. Tem uma cadeia de questões para
se resolver que não sé específica da sustentabilidade, mas da condição
da escola pública. Dinheiro existe, mas ainda é pouco. Porque a mudança
para a sustentabilidade não é pontual. Mas, junto a isso, precisa de quali­
dade para desenvolver. Os dois pontos andam juntos.
MARCELO CAETANO/DIVULGAÇÃO
3 perguntas
revista
81
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