Baianas de acarajé recebem certificado do curso de

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Baianas de acarajé recebem certificado do curso de
Secretaria de Promoção da Igualdade Racial - Governo da Bahia -
Baianas de acarajé recebem certificado do curso de empreendedorismo
Notícias
Postado em: 24/02/2016 13:50
A iniciativa resultou de parceria do Governo do Estado com o Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac) em atendimento à solicitação da ABAM.
As baianas de acarajé que participaram do curso de empreendedorismo na Secretaria de Promoção
da Igualdade Racial (Sepromi), em Salvador, entre outubro e novembro do ano passado, receberam
os certificados nesta quarta-feira (24). A iniciativa resultou de parceria do Governo do Estado com o
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em atendimento à solicitação da Associação
das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam). Foram contempladas 60
profissionais da área, entre elas Célia Maria Nascimento, que começou a trabalhar no ofício com 17
anos de idade. Hoje ela tem 67 e sustenta a família – quatro filhos e dois netos – com a atividade
em Itapuã. “Eu lavava roupa de ganho, mas depois pedi ajuda para ter meu tabuleiro, vender
acarajé e dar comida aos meus”, contou. O que mais chamou a sua atenção no curso foi o módulo
de qualidade no atendimento. “Foi uma experiência única que vai melhorar o nosso trabalho”,
concluiu. Já Mônica Lisboa, 37 anos, que herdou o ponto de sua mãe na praia de Jardim de Alah,
achou interessante a aula de boas práticas na manipulação de alimentos. “Aprendi muitas coisas,
principalmente em relação à higiene, saber como manejar a salada, por exemplo. Seria bom se
todas as baianas de acarajé fizesse esse curso”. Segundo a representante do Senac, Cleópatra
Moraes, “o cuidado com a compra do material, armazenamento, preparo e distribuição é
fundamental para evitar danos à saúde. Multiplicadoras de conhecimento A baiana de acarajé
Angelimar Trindade, 58 anos, que trabalha no bairro IAPI, também considerou a iniciativa positiva e
pretende compartilhar o conhecimento com outras profissionais. “Temos a responsabilidade de
multiplicar o que aprendemos em sala de aula. Vou levar as informações adquiridas para minha
família, vizinhança, mostrar a forma correta de fazer. O aprendizado não é só para o tabuleiro, mas
para a vida inteira”, disse. Para a presidente da ABAM, Rita Santos, a parceria foi estratégica e
precisa ter continuidade. “Estimamos que exista em Salvador de 3 a 4 mil baianas. Então não
formamos nem 10% desse número. Por isso, a necessidade de realizar mais capacitações e
contemplar, inclusive, o interior. Profissionais de aproximadamente 20 municípios já procuraram a
associação para receber o curso”. Outro tema abordado na capacitação foi empreendedorismo e
mercado de trabalho. Resistência Ao apresentar a Lei 13.208/2014, que instituiu a Política Estadual
de Fomento ao Empreendedorismo de Negros e Mulheres, Elísia Santos, da Sepromi, destacou as
baianas como “exemplos de resistência”. Ela informou que o foco inicial das ações para o
cumprimento da resolução será Salvador e Recôncavo, e que já existe uma comissão composta por
diversas secretarias para desenvolver iniciativas voltadas aos segmentos. O coordenador de
Promoção da Igualdade Racial, Sérgio São Bernardo, disse que a experiência das baianas de
acarajé serve de modelo para outras áreas por “conseguir avançar e consolidar o negócio sem
perder a identidade cultural e religiosa”. Ele também apontou a necessidade de pensar estratégias
em conjunto para desenvolver outras ações, como fontes de financiamento. Patrimônio Imaterial As
baianas de acarajé, que começaram a mercar – comprar e produzir para revender – no período da
escravidão, são Patrimônio Imaterial da Bahia. O ofício também consta no livro de Registro Especial
dos Saberes e Modos de Fazer, consolidando uma tradição no estado, além de ser Patrimônio
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Imaterial Brasileiro.
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