1 Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem

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1 Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem
Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem. Estudo de caso da
Companhia Portuária de Vila Velha/ES
Antonio Carlos Andrade Batista (UNES) [email protected]
Diego Cordeiro Soares (UNES) [email protected]
Jhonathan Passarello (UNES) [email protected]
Resumo: O estudo tem por finalidade explicitar a importância da logística nos dias atuais. A
logística tem papel fundamental nas empresas, no entanto, seu reconhecimento nas
organizações se deu há poucos anos, quando começaram a valorizar a logística como
processo facilitador para o desenvolvimento das atividades empresariais. Entende-se que a
logística é a parte da empresa que tem por função planejar, implementar e controlar o fluxo e
armazenamento eficientemente; assim como ter a função de fornecer diversas informações,
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências
dos clientes. Pode-se dizer que logística é composta pelas seguintes atividades: comprar,
receber, armazenar, separar, expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo. Com
relação aos métodos trata-se de uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso realizado na
Companhia Portuária de Vila Velha/ES.
Palavras-chave: Logística; Transporte; Armazenagem; Estocagem.
1. Introdução
Com o desenvolvimento da globalização aliada ao surgimento de países emergentes na
economia mundial - tais como China e Índia, as exportações cresceram consideravelmente
assim, passando a ser um ponto forte da economia nacional. Para que este crescimento
continue a se acentuar, se faz necessária à inovação, a montagem de estratégia para permitir o
crescimento, o prazo competente e otimização de serviços (BALLOU, 1993, p. 23).
Diante deste cenário, percebe-se a fragilidade e ineficácia em certas questões,
principalmente, ligadas a logística, por exemplo: as rodovias em condições precárias e sem
manutenção, as quantidades de linhas férreas inferiores às necessidades da demanda, altas
tarifas portuárias e atendimento abaixo em relação aos melhores portos do mundo.
Em contrapartida, os grandes exportadores não podem ficar aguardando pelas
melhorias ou soluções e buscam, através dos terminais retro portuários, recursos para
estocagem e armazenagem dos seus produtos. Na intenção de diminuição de custos e de uma
necessidade operacional, as empresas embarcam seus produtos para estes terminais próximos
ao porto, onde atracarão os navios, que transportarão os produtos até o costado do navio.
Assim as questões referentes à organização, transporte, armazenagem e estocagem
serão tratados neste estudo.
O objetivo deste estudo é de analisar como os itens de organização, transporte,
armazenagem e estocagem, podem atender as reais necessidades da CPVV.
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Este estudo justifica-se por elucidar a importância da logística e suas fragmentações,
pois a logística é uma ferramenta cada vez mais importante para as empresas num mercado
competitivo. Isto ocorreu, pois a quantidade de mercadorias produzidas e consumidas
aumentou muito, assim como o comércio mundial. Nos dias de hoje, com a globalização da
economia, os conhecimentos de logística são de fundamental importância para as empresas.
2. Fundamentação Teórica
A logística é a área da gestão responsável por prover informações, equipamentos e
recursos para a execução de toda e qualquer atividade de uma empresa. Ou seja, proporcionar
um maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos
de entrega e aumento da qualidade no cumprimento dos prazos, disponibilidade constante dos
produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da
fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovações tecnológicas, novas
metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos
negócios, entre outros (CYRINO, 2010, p. 18).
Assim, até 1950 não existia uma filosofia dominante para conduzir a logística. As
empresas dividiam as atividades-chave da logística sob diferentes áreas: o transporte, a
distribuição e os estoques, que estavam em gerências diferenciadas, tais como produção,
finanças e marketing. Inicialmente, a atividade logística utilizou-se de muitos conceitos da
logística militar, na Segunda Guerra Mundial. Segundo Ballou (2003, p. 29):
Infelizmente, o exemplo militar somente influenciou as atividades logísticas
empresarias alguns anos depois. Por volta de 1945 algumas empresas já haviam
colocado transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente. As
indústrias alimentícias foram pioneiras neste aspecto.
De acordo com Ching (1999 apud SOUSA, 2012, p. 23), “[...] a logística sempre foi
administrada pelas empresas e grande parte do aperfeiçoamento gerencial apareceu após as
empresas terem começado o reagrupamento das atividades”. É fato que os altos lucros ganho
pelas empresas na década de 50 e 70 fizeram com que houvesse uma alavancagem na teoria e
na prática da logística.
Silva (2011, p. 38) menciona que:
Os teóricos começaram a dizer que não bastava somente a relação compra e venda
para o atendimento das demandas dos clientes, era necessário dar importância à
distribuição, pois ela interferia diretamente nos custos da organização, tornando
assim o argumento básico para que as empresas fizessem o reagrupamento lógico
das atividades.
Segundo Ching (1999 apud CARLINI, 2002, p. 89), o processo da evolução logística
deu-se, quando se tratava do reagrupamento das atividades, assim sendo uma das principais
consequências para o início da utilização da logística nas empresas. A logística constitui-se
num verdadeiro paradoxo. É ao mesmo tempo uma das atividades econômicas mais antigas,
bem como um dos conceitos gerenciais mais modernos. Desde que o homem abandonou a
economia extrativista, e deu início às atividades produtivas organizadas, com produção
especializada e troca dos excedentes com outros, surgiram três das mais importantes funções
logísticas: estoque, armazenagem e transporte.
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Também Gonçalves (2007, p. 37) salienta que a produção em excesso, transformou-se
em estoque. Para garantir sua integridade, o estoque necessitava de uma boa armazenagem. E
para que a troca pudesse ser realizada, era necessário transportá-la do local de produção ao
local de consumo. Outro ponto a ser observado é o grande desafio da indústria, que por muito
tempo, obteve altos índices de produtividade dos ativos no chão de fábrica. Hoje, a estratégia
tem se demonstrado eficiente na melhoria da rentabilidade das empresas.
Estas soluções compreendem a atividade de projeção de demanda, materiais e
transporte, bem como a busca pela otimização da rede de suprimento e de distribuição,
incluindo o esforço de gerar colaboração e integração dos participantes da cadeia de
abastecimento. A aplicação destas funções no negócio é decisiva para se fazer projeções de
produção com maior perspicácia e melhorias, num espaço de tempo mais curto (FILHO;
MARTINS; 2001, p. 109).
Assim, também podemos concordar que, as ferramentas de planejamento, além de
prever com maior detalhe os níveis de demanda e suprimentos, trabalha com programação
finita de recursos e capacidade. Os resultados positivos alcançados com a implantação de
ferramentas de planejamento, as quais são: sistema operacional, sistema de informação,
sistema físico e sistema de planejamento. Contudo, não costumam ser em curto prazo
(FILHO; MARTINS; 2001, p. 110).
No entanto, o maior desafio na implantação de ferramentas de planejamento está na
mudança cultural que elas proporcionam às empresas. Como o foco destas
ferramentas está centrado na simulação e otimização, elas exigem dos profissionais
que trabalhem em planejamento uma postura muito mais analítica do que
operacional.
Andreuzza (2013, p. 09) salienta que isso, de certa forma, pode mexer com rotinas
internas, tais como: processo de armazenamento, distribuição, entre outros. Assim, para o
sucesso da implantação de ferramentas de planejamento, torna-se fundamental o
envolvimento e a aceitação de todos os profissionais da empresa, visto que a logística está
inserida em todo o contexto organizacional. Não é difícil achar casos em que estas novas
ferramentas deixaram de ser utilizadas com todo o seu potencial devido a divergências
internas.
Para que esse tipo de divergência não ocorra dentro da empresa e para que não haja
queda na produção e desenvolvimento de distribuição dos produtos várias empresas têm
optado pela terceirização de serviços de logística através de contratos de risco (GURGEL,
2000, p. 67). A logística tem um propósito de providenciar níveis de serviço ou produto no
melhor nível aos clientes a um custo razoável, fazendo com que suas atividades de transporte
e armazenagem sejam facilitadas com o fluxo de produtos desde o ponto inicial de aquisição
da matéria prima, até o consumo final, incluindo os fluxos de informação que colocamos
produtos em movimentação (BALLOU, 1993, p. 31).
De acordo com Ballou (1993.p. 32) “A missão da logística é colocar as mercadorias ou
os serviços certos no lugar e no instante correto e na condição desejada, ao menor custo
possível”.
Segundo Dias (1993, p. 132):
[...] é a atividade que visa coordenar o fluxo de materiais, produtos e serviços,
através do uso de equipamentos e mão de obra especializada, chegando sua
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responsabilidade até o serviço de pós- venda, enfatizando a minimização de custos, a
satisfação do consumidor e a vantagem competitiva.
É uma atividade logística de extrema importância para as empresas porque contribui
com boa parte dos custos logísticos. É também uma atividade essencial, pois as empresas
necessitam movimentar suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.
Esta atividade deve ser sempre acompanhada para que não ocorram empecilhos, como por
exemplo: greve, falta de equipamento, falta de pessoa, entre outros; fazendo com que os
mercados deixem de ser atendidos e os produtos permaneçam no canal de distribuição
podendo deteriorar-se ou tornarem-se obsoletos (BALLOU, 1993, p. 34).
Conforme Ballou (1993. p. 34):
Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das
alternativas populares são os modos rodoviários, ferroviário, e aeroviário. A
administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao
método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade de veículos.
Com relação à logística do transporte de cargas, de acordo com Arnold (1999, p. 383):
Vias: são os caminhos nos quais as transportadoras operam. Incluem o direto de
circulação, mais qualquer leito de estrada, trilhos ou outras instalações físicas
necessárias ao direito de circulação.
Terminais: são lugares onde as transportadoras carregam e descarregam os produtos
e fazem conexões entre o serviço de retirada e entrega local e o serviço de filas.
Outras funções desempenhadas nos terminais são pesagem; conexão com outras
rotas e transportadoras; rotas dos veículos; despachos e manutenção, além da
administração e serviços burocráticos.
Veículos: são de vários tipos utilizados em todos os meios de transporte, exceto na
tubulação. Servem como unidades de carregamento e força para transportar os
produtos pelas vias. Geralmente, as transportadoras possuem os veículos, ou têm
acesso a eles por meio de arrendamento mercantil.
Os efeitos da infraestrutura sobre as condições gerais de eficiência da economia são
bastante evidentes. A disponibilidade de uma infraestrutura adequada gera ganhos de
eficiência ao sistema produtivo, e não só às empresas individualmente. Isso porque ocorre
aumento da produção do produto final, incrementando a produtividade, ao mesmo tempo em
que reduz o custo por unidade de insumo (FILHO; MARTINS, 2001).
Produtividade mais elevada, por sua vez, traduz-se em elevação da remuneração dos
fatores, o que estimula o investimento e o emprego. Além do mais, um nível adequado de
infraestrutura pode provocar um crowding in ou de complementaridade, à medida que permite
condições atrativas a novos investimentos privados (FILHO; MARTINS, 2001, p. 111).
Assim, nesse cenário, a infra-estrutura de transporte tem uma variedade de efeitos
benéficos sobre a sociedade, tais como: aqueles referentes à disponibilidade de bens,
à extensão dos mercados, à concorrência, aos custos das mercadorias, à
especialização geográfica e à renda da terra (FILHO; MARTINS, 2001, p. 111).
Outra função atribuída ao transporte é a possibilidade de expandir mercados. Fair e
Williams (apud FONSECA, 2009, p. 78) destacam que o sistema de transporte eficiente
permite produção em larga escala para grandes mercados. Viabiliza com maior racionalidade
produtiva ao apresentar maior mercado potencial, o que permite produzir numa escala
compatível mais eficiente economicamente, o que não seria possível sem se vislumbrar maior
demanda. Para tanto se requer transporte de baixo custo, confiabilidade e rapidez.
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Conforme Locklin (apud FILHO; MARTINS, 2001, p. 115):
Uma vez que permite às sociedades acesso a produtos produzidos fora de
seus ambientes, o sistema de transporte tem importante papel potencial de
romper monopólios, provocados pelo isolamento geográfico, na produção e
na comercialização de mercadorias.
Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa mantém, seja para vender
ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. Todas as empresas
precisam manter estoques, frequentemente, os estoques constituem uma parte substancial dos
ativos totais. A administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle do
estoque, deste estágio da matéria-prima até o produto acabado entregue os clientes. Como o
estoque resulta da produção ou a apoia, os dois não podem ser administrados separadamente
e, portanto devem ser coordenados (ARNOLD, 1999, p. 385).
Na produção por lotes, o propósito básico dos estoques é separar o suprimento da
demanda. Segundo Arnold (1999, p. 385), o estoque serve como um armazenamento
intermediário entre:

Oferta e demanda.

Demanda dos clientes e produtos acabados.

Produtos acabados e a disponibilidade dos componentes.

Exigências de uma operação e resultado da operação anterior.

Peças e materiais necessários ao início da produção e fornecedores de
materiais.
Obviamente, a análise de cada decisão em relação ao estoque devem-ser embasadas,
nos conceitos de cadeia de suprimentos, anteriormente apresentado. Contudo, deve-se
mencionar o critério comum e abrangente, que é a existência de custos opostos, caracteriza
por um custo por estocar "muito" e, também, por um custo por estocar "pouco", maior parte
dos esquemas racionais de gerenciamento de materiais baseia-se na identificação e
determinação da melhor alternativa na decisão de quanto estocar (ARNOLD, 1999, p. 386).
Em consequência do exposto, deparamo-nos com duas questões primordiais, segundo
Arnold (1999, p. 395): primeiro: quando ou com que frequência deve-se pedir o material?
Segundo: quantas unidades devem ser encomendadas em cada pedido?”.
Para responder estas questões se faz necessário, entender o sentido dos custos que
mencionamos antes. Em relação à primeira pergunta, é preciso que se tenha o conhecimento
de quanto custa com frequência ou não, para assim verificar o que será mais viável. Na
segunda questão, para abordar a questão de quantidade a ser encomendada, é necessário
também que toda organização trabalhe em harmonia, com informações precisas, do que é
necessário comprar, em qual peridiocidade, entre outros (ARNOLD, 1999, p. 396).
A armazenagem refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques.
Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação
do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém (BALLOU,
1993, p. 40).
Há algum tempo, o conceito de ocupação física se concentrava mais na área do que
na altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local
menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornouse um comportamento antieconômico. Não era mais suficiente apenas guardar a
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mercadoria com o maior cuidado possível. Racionalizar a altura ocupada foi à
solução encontrada para reduzir o espaço e guardar maior quantidade de material. A
armazenagem dos materiais assumiu, então, uma grande importância na obtenção de
maiores lucros (BRITO, 2011, p. 36).
Os termos armazenagem e estocagem são freqüentemente usados para identificar
coisas semelhantes. Mas, alguns autores preferem distinguir os dois, referindo-se à guarda de
produtos acabados como armazenagem e à guarda de matérias-primas como estocagem
(BALLOU, 1993, p. 40).
Koch (2013, p. 04) fala que
A armazenagem aparece como uma das funções que se agrega ao sistema logístico,
pois na área de suprimento é necessário adotar um sistema de armazenagem racional
de matérias-primas e insumos. No processo de produção, são gerados estoques de
produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem de produto
acabado é, talvez, a mais complexa em termos logísticos, por exigir grande
velocidade na operação e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do
mercado.
De acordo com Bastos (2001, p. 17):
A funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada
pela empresa. Podendo ser classificadas em dois grandes grupos:

Estruturas escalonadas – uma rede de distribuição escalonada típica possui
um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns; ou centros de
distribuição avançados próximos das áreas de mercado.

Estruturas diretas - são sistemas de distribuição e que os produtos são
expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes.
Armazenagem (LAMBERT, 1998 apud BALLOU, 1993, p. 46), “refere-se ao espaço
físico destinado a receber, guardar e proteger a mercadoria da forma mais adequada”.
Estoque são todas as mercadorias armazenadas e atua como amortecedor durante o
período de ressuprimento (BALLOU, 1993, p. 47).
O conceito de armazenagem foi estabelecido quando o homem-primitivo viu que era
possível guardar para o futuro os produtos que excedia a sua necessidade, ou ainda para
efetuar trocas com outros homens, de produtos que não obtinham (BALLOU, 1993, p. 47).
Armazenagem de materiais é um componente essencial para o desenvolvimento de um
conjunto de atividades logísticas. Devido a maior parte dos produtos não serem produzidos no
local onde são consumidos ocorre que os custos de armazenagem sejam significativos
(BALLOU, 1993, p. 47).
Silva (2006, p. 123) diz que armazéns ou centrais de distribuição executam um papel
chave para aumentar a eficiência da movimentação de mercadorias. Permitem a compensação
eficaz dos custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo tempo em que
mantém ou melhoram o nível do serviço.
A manutenção de estoque é uma atividade-chave da logística pois agem como
amortecedores, entre a oferta e a demanda, podendo assim ter controle na disponibilidade de
produtos. A atividade manutenção de estoque deve ser bem administrada para que os custos
sejam mantidos em níveis mais baixos possíveis e ao mesmo tempo controlar a
disponibilidade desejada pelos clientes (ARNOLD, 1999, p. 409).
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A maioria das empresas mantêm um grande número de itens em estoque. Para se ter
controle razoável, é útil classificar de acordo com sua importância. Geralmente, essa
classificação baseia-se na utilização anual em valores monetários, mas outros critérios podem
ser utilizados, tais como: quantidade, valor, grau de controle, tamanho do estoque,
procedimentos e constância de reposição. De acordo com Viana (2002, p. 144), as classes da
Curva ABC podem ser definidas assim:
Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com atenção
especial.
Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C.
Classe C: grupos de itens menos importantes que justificam pouca atenção. (2002, p.
144).
Com relação ao transporte sabe-se que é uma atividade logística de extrema
importância para as empresas porque contribui com boa parte dos custos logísticos. É também
uma atividade essencial, pois as empresas necessitam movimentar suas matérias-primas ou de
seus produtos acabados de alguma forma. Esta atividade deve ser sempre acompanhada para
que não ocorram empecilhos, como por exemplo: greve, falta de equipamento, falta de pessoa,
entre outros; fazendo com que os mercados deixem de ser atendidos e os produtos
permaneçam no canal de distribuição podendo deteriorar-se ou tornarem-se obsoletos.
Conforme Ballou (1993. p. 24):
Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das
alternativas populares são os modos rodoviários, ferroviário, e aeroviário. A
administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao
método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade de veículos.
3. Metodologia de Pesquisa
Inicialmente, este trabalho apresenta uma pesquisa bibliográfica embasado em livros,
artigos científicos, entre outros, ao qual buscou definições e conceitos relacionados à
logística, estoque, armazenagem e transporte, a fim de promover a difusão das informações e
o claro entendimento das questões abordadas (FACHIN, 2003, p. 89).
A seguir, estruturou-se um estudo de caso, pois a pesquisa foi restrita a uma
Companhia Portuária da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo. Segundo Fachin
(2003), é o processo de estudo intensivo que leva em consideração, principalmente a
compreensão, como um todo, do assunto investigado.
O universo foi a empresa pesquisada, que é a Companhia Portuária de Vila Velha
(CPVV). O tamanho da amostra foi de 01 (um) supervisor. Os dados foram coletados através
de questionário.
Para Marconi e Lakatos (2005, p. 203) o questionário é um "[...] instrumento de coleta
de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por
escrito sem a presença do entrevistador".
Finalmente, pretende-se associar a fundamentação teórica com os dados da realidade
apresentada no estudo de caso, realizando análises e comparações que permitam atingir o
objetivo geral do estudo.
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4. Análise dos Resultados: estudo de caso da CPVV
Nas águas tranquilas da baía de Vitória e com fácil acesso ao mar aberto, a Companhia
Portuária Vila Velha – CPVV inaugurou, junto ao maior complexo portuário do Espírito
Santo, o primeiro terminal portuário privativo do Brasil. O fato ocorreu em 24 de novembro
de 2000, numa cerimônia oficial com a presença do Excelentíssimo Sr. Fernando Henrique
Cardoso, Presidente da República Federativa do Brasil naquele período. Atualmente, a CPVV
destina-se exclusivamente a oferecer apoio off-shore as necessidades da indústria de petróleo
na exploração, no desenvolvimento e na produção da região (CPVV, 2013).
Os acessos são feitos por meio Marítimo (Canal de acesso ao Porto de Vitória);
Rodoviário (BR 101/262 Rod. Carlos Lindemberg – Estrada de Capuaba) e Ferroviário
(Companhia Vale do Rio Doce – CVRD e Ferrovia Centro Atlântica – FCA) (CPVV, 2013).
Os serviços oferecidos são: Operação 24 horas por dia, 7 dias na semana, 365 dias no
ano; abastecimento de água potável; abastecimento de óleo diesel; apoio logístico para
transporte terrestre entre a base e outras localidades; armazenagem em áreas alfandegadas;
instalação para inspeção de tubos; controle e identificação de materiais; fornecimento de
equipamentos para manuseio de carga; profissionais treinados, seguindo rigorosamente as
especificações da API para estocagem, manuseio e transporte de equipamento e materiais
destinados a atividade petrolífera; gestão de resíduos com equipamentos e aterros licenciados
e certificados pelos órgãos ambientais (CPVV, 2013).
De acordo com a Portaria ANP n° 251/2000, a disponibilidade da CPVV é de 3
tanques com capacidade total de 1.500 m³. O terminal encontra-se com 100% de sua
capacidade contratada. (CPVV, 2013).
O entrevistado ao ser indagado acerca da importância da logística na CPVV o disse
que ela é essencial, até mesmo porque o porto vive disso, pois ela que é responsável por
colocar as mercadorias certas no lugar certo. Ballou (1993.p. 32) corrobora com o
entrevistador ao falar que “a missão da logística é colocar as mercadorias ou os serviços
certos no lugar e no instante correto e na condição desejada, ao menor custo possível”.
Acerca do estoque o mesmo mencionou que este é um dos grandes problemas, pois se
a mercadoria fica muito tempo parada o porto paga multa por isso. Arnold (1999, p. 385) fala
que a administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle do estoque, desde
estágio da matéria-prima até o produto acabado entregue os clientes.
Com relação à armazenagem o entrevistado mencionou que é funcional, desde que o
estoque esteja dentro dos limites da infra-estrutura do porto. Ballou (1993, p. 47) corrobora ao
dizer a armazenagem de materiais é um componente essencial para o desenvolvimento de um
conjunto de atividades logísticas. Devido à maior parte dos produtos não serem produzidos no
local onde são consumidos ocorre que os custos de armazenagem sejam significativos.
No que diz respeito ao transporte o entrevistado afirmou que é rápido e muito
eficiente, atende às necessidades da CPVV. Ballou (1993, p. 24) menciona que uma atividade
essencial, pois as empresas necessitam movimentar suas matérias-primas ou de seus produtos
acabados de alguma forma.
5. Conclusões
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Sabe-se que a logística tem um propósito de providenciar níveis de serviço ou produto no
melhor nível aos clientes a um custo razoável, fazendo com que suas atividades de transporte
e armazenagem sejam facilitadas com o fluxo de produtos desde o ponto inicial de aquisição
da matéria prima, até o consumo final, incluindo os fluxos de informação que colocamos
produtos em movimentação.
Entende-se que os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa mantém, seja para
vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. Todas as
empresas precisam manter estoques. Frequentemente os estoques constituem uma parte
substancial dos ativos totais. Já a armazenagem refere-se à administração do espaço
necessário para manter estoques, envolve problemas como localização, dimensionamento de
área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e
configuração do armazém.
O objetivo deste estudo foi analisar como os itens como organização, transporte,
armazenagem e estocagem que podem atender às reais necessidades da CPVV.
Desta forma, entende-se que dentre os itens analisados o que representa uma ameaça é o
estoque, pois como mencionado se a mercadoria fica parada tempo acima do estimado o porto
paga multa, por isso, acredita-se que a CPVV deve investir na organização e treinamentos de
seus colaboradores de forma a tentar amenizar esta problemática. Nota-se, também, que o
objetivo do estudo foi alcançado, uma vez que este artigo apresentou de forma sistematizada a
importância da logística e os elos que a compõem. Este estudo não tem a pretensão de fazer
críticas e sim, fomentar novas ideias acerca da função logística.
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