1 Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem
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1 Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem
Logística: Organização, transporte, armazenagem e estocagem. Estudo de caso da Companhia Portuária de Vila Velha/ES Antonio Carlos Andrade Batista (UNES) [email protected] Diego Cordeiro Soares (UNES) [email protected] Jhonathan Passarello (UNES) [email protected] Resumo: O estudo tem por finalidade explicitar a importância da logística nos dias atuais. A logística tem papel fundamental nas empresas, no entanto, seu reconhecimento nas organizações se deu há poucos anos, quando começaram a valorizar a logística como processo facilitador para o desenvolvimento das atividades empresariais. Entende-se que a logística é a parte da empresa que tem por função planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenamento eficientemente; assim como ter a função de fornecer diversas informações, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. Pode-se dizer que logística é composta pelas seguintes atividades: comprar, receber, armazenar, separar, expedir, transportar e entregar o produto/serviço certo. Com relação aos métodos trata-se de uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso realizado na Companhia Portuária de Vila Velha/ES. Palavras-chave: Logística; Transporte; Armazenagem; Estocagem. 1. Introdução Com o desenvolvimento da globalização aliada ao surgimento de países emergentes na economia mundial - tais como China e Índia, as exportações cresceram consideravelmente assim, passando a ser um ponto forte da economia nacional. Para que este crescimento continue a se acentuar, se faz necessária à inovação, a montagem de estratégia para permitir o crescimento, o prazo competente e otimização de serviços (BALLOU, 1993, p. 23). Diante deste cenário, percebe-se a fragilidade e ineficácia em certas questões, principalmente, ligadas a logística, por exemplo: as rodovias em condições precárias e sem manutenção, as quantidades de linhas férreas inferiores às necessidades da demanda, altas tarifas portuárias e atendimento abaixo em relação aos melhores portos do mundo. Em contrapartida, os grandes exportadores não podem ficar aguardando pelas melhorias ou soluções e buscam, através dos terminais retro portuários, recursos para estocagem e armazenagem dos seus produtos. Na intenção de diminuição de custos e de uma necessidade operacional, as empresas embarcam seus produtos para estes terminais próximos ao porto, onde atracarão os navios, que transportarão os produtos até o costado do navio. Assim as questões referentes à organização, transporte, armazenagem e estocagem serão tratados neste estudo. O objetivo deste estudo é de analisar como os itens de organização, transporte, armazenagem e estocagem, podem atender as reais necessidades da CPVV. 1 Este estudo justifica-se por elucidar a importância da logística e suas fragmentações, pois a logística é uma ferramenta cada vez mais importante para as empresas num mercado competitivo. Isto ocorreu, pois a quantidade de mercadorias produzidas e consumidas aumentou muito, assim como o comércio mundial. Nos dias de hoje, com a globalização da economia, os conhecimentos de logística são de fundamental importância para as empresas. 2. Fundamentação Teórica A logística é a área da gestão responsável por prover informações, equipamentos e recursos para a execução de toda e qualquer atividade de uma empresa. Ou seja, proporcionar um maior controle e identificação de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento da qualidade no cumprimento dos prazos, disponibilidade constante dos produtos, programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovações tecnológicas, novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e adequação dos negócios, entre outros (CYRINO, 2010, p. 18). Assim, até 1950 não existia uma filosofia dominante para conduzir a logística. As empresas dividiam as atividades-chave da logística sob diferentes áreas: o transporte, a distribuição e os estoques, que estavam em gerências diferenciadas, tais como produção, finanças e marketing. Inicialmente, a atividade logística utilizou-se de muitos conceitos da logística militar, na Segunda Guerra Mundial. Segundo Ballou (2003, p. 29): Infelizmente, o exemplo militar somente influenciou as atividades logísticas empresarias alguns anos depois. Por volta de 1945 algumas empresas já haviam colocado transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente. As indústrias alimentícias foram pioneiras neste aspecto. De acordo com Ching (1999 apud SOUSA, 2012, p. 23), “[...] a logística sempre foi administrada pelas empresas e grande parte do aperfeiçoamento gerencial apareceu após as empresas terem começado o reagrupamento das atividades”. É fato que os altos lucros ganho pelas empresas na década de 50 e 70 fizeram com que houvesse uma alavancagem na teoria e na prática da logística. Silva (2011, p. 38) menciona que: Os teóricos começaram a dizer que não bastava somente a relação compra e venda para o atendimento das demandas dos clientes, era necessário dar importância à distribuição, pois ela interferia diretamente nos custos da organização, tornando assim o argumento básico para que as empresas fizessem o reagrupamento lógico das atividades. Segundo Ching (1999 apud CARLINI, 2002, p. 89), o processo da evolução logística deu-se, quando se tratava do reagrupamento das atividades, assim sendo uma das principais consequências para o início da utilização da logística nas empresas. A logística constitui-se num verdadeiro paradoxo. É ao mesmo tempo uma das atividades econômicas mais antigas, bem como um dos conceitos gerenciais mais modernos. Desde que o homem abandonou a economia extrativista, e deu início às atividades produtivas organizadas, com produção especializada e troca dos excedentes com outros, surgiram três das mais importantes funções logísticas: estoque, armazenagem e transporte. 2 Também Gonçalves (2007, p. 37) salienta que a produção em excesso, transformou-se em estoque. Para garantir sua integridade, o estoque necessitava de uma boa armazenagem. E para que a troca pudesse ser realizada, era necessário transportá-la do local de produção ao local de consumo. Outro ponto a ser observado é o grande desafio da indústria, que por muito tempo, obteve altos índices de produtividade dos ativos no chão de fábrica. Hoje, a estratégia tem se demonstrado eficiente na melhoria da rentabilidade das empresas. Estas soluções compreendem a atividade de projeção de demanda, materiais e transporte, bem como a busca pela otimização da rede de suprimento e de distribuição, incluindo o esforço de gerar colaboração e integração dos participantes da cadeia de abastecimento. A aplicação destas funções no negócio é decisiva para se fazer projeções de produção com maior perspicácia e melhorias, num espaço de tempo mais curto (FILHO; MARTINS; 2001, p. 109). Assim, também podemos concordar que, as ferramentas de planejamento, além de prever com maior detalhe os níveis de demanda e suprimentos, trabalha com programação finita de recursos e capacidade. Os resultados positivos alcançados com a implantação de ferramentas de planejamento, as quais são: sistema operacional, sistema de informação, sistema físico e sistema de planejamento. Contudo, não costumam ser em curto prazo (FILHO; MARTINS; 2001, p. 110). No entanto, o maior desafio na implantação de ferramentas de planejamento está na mudança cultural que elas proporcionam às empresas. Como o foco destas ferramentas está centrado na simulação e otimização, elas exigem dos profissionais que trabalhem em planejamento uma postura muito mais analítica do que operacional. Andreuzza (2013, p. 09) salienta que isso, de certa forma, pode mexer com rotinas internas, tais como: processo de armazenamento, distribuição, entre outros. Assim, para o sucesso da implantação de ferramentas de planejamento, torna-se fundamental o envolvimento e a aceitação de todos os profissionais da empresa, visto que a logística está inserida em todo o contexto organizacional. Não é difícil achar casos em que estas novas ferramentas deixaram de ser utilizadas com todo o seu potencial devido a divergências internas. Para que esse tipo de divergência não ocorra dentro da empresa e para que não haja queda na produção e desenvolvimento de distribuição dos produtos várias empresas têm optado pela terceirização de serviços de logística através de contratos de risco (GURGEL, 2000, p. 67). A logística tem um propósito de providenciar níveis de serviço ou produto no melhor nível aos clientes a um custo razoável, fazendo com que suas atividades de transporte e armazenagem sejam facilitadas com o fluxo de produtos desde o ponto inicial de aquisição da matéria prima, até o consumo final, incluindo os fluxos de informação que colocamos produtos em movimentação (BALLOU, 1993, p. 31). De acordo com Ballou (1993.p. 32) “A missão da logística é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante correto e na condição desejada, ao menor custo possível”. Segundo Dias (1993, p. 132): [...] é a atividade que visa coordenar o fluxo de materiais, produtos e serviços, através do uso de equipamentos e mão de obra especializada, chegando sua 3 responsabilidade até o serviço de pós- venda, enfatizando a minimização de custos, a satisfação do consumidor e a vantagem competitiva. É uma atividade logística de extrema importância para as empresas porque contribui com boa parte dos custos logísticos. É também uma atividade essencial, pois as empresas necessitam movimentar suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Esta atividade deve ser sempre acompanhada para que não ocorram empecilhos, como por exemplo: greve, falta de equipamento, falta de pessoa, entre outros; fazendo com que os mercados deixem de ser atendidos e os produtos permaneçam no canal de distribuição podendo deteriorar-se ou tornarem-se obsoletos (BALLOU, 1993, p. 34). Conforme Ballou (1993. p. 34): Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviários, ferroviário, e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade de veículos. Com relação à logística do transporte de cargas, de acordo com Arnold (1999, p. 383): Vias: são os caminhos nos quais as transportadoras operam. Incluem o direto de circulação, mais qualquer leito de estrada, trilhos ou outras instalações físicas necessárias ao direito de circulação. Terminais: são lugares onde as transportadoras carregam e descarregam os produtos e fazem conexões entre o serviço de retirada e entrega local e o serviço de filas. Outras funções desempenhadas nos terminais são pesagem; conexão com outras rotas e transportadoras; rotas dos veículos; despachos e manutenção, além da administração e serviços burocráticos. Veículos: são de vários tipos utilizados em todos os meios de transporte, exceto na tubulação. Servem como unidades de carregamento e força para transportar os produtos pelas vias. Geralmente, as transportadoras possuem os veículos, ou têm acesso a eles por meio de arrendamento mercantil. Os efeitos da infraestrutura sobre as condições gerais de eficiência da economia são bastante evidentes. A disponibilidade de uma infraestrutura adequada gera ganhos de eficiência ao sistema produtivo, e não só às empresas individualmente. Isso porque ocorre aumento da produção do produto final, incrementando a produtividade, ao mesmo tempo em que reduz o custo por unidade de insumo (FILHO; MARTINS, 2001). Produtividade mais elevada, por sua vez, traduz-se em elevação da remuneração dos fatores, o que estimula o investimento e o emprego. Além do mais, um nível adequado de infraestrutura pode provocar um crowding in ou de complementaridade, à medida que permite condições atrativas a novos investimentos privados (FILHO; MARTINS, 2001, p. 111). Assim, nesse cenário, a infra-estrutura de transporte tem uma variedade de efeitos benéficos sobre a sociedade, tais como: aqueles referentes à disponibilidade de bens, à extensão dos mercados, à concorrência, aos custos das mercadorias, à especialização geográfica e à renda da terra (FILHO; MARTINS, 2001, p. 111). Outra função atribuída ao transporte é a possibilidade de expandir mercados. Fair e Williams (apud FONSECA, 2009, p. 78) destacam que o sistema de transporte eficiente permite produção em larga escala para grandes mercados. Viabiliza com maior racionalidade produtiva ao apresentar maior mercado potencial, o que permite produzir numa escala compatível mais eficiente economicamente, o que não seria possível sem se vislumbrar maior demanda. Para tanto se requer transporte de baixo custo, confiabilidade e rapidez. 4 Conforme Locklin (apud FILHO; MARTINS, 2001, p. 115): Uma vez que permite às sociedades acesso a produtos produzidos fora de seus ambientes, o sistema de transporte tem importante papel potencial de romper monopólios, provocados pelo isolamento geográfico, na produção e na comercialização de mercadorias. Os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. Todas as empresas precisam manter estoques, frequentemente, os estoques constituem uma parte substancial dos ativos totais. A administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle do estoque, deste estágio da matéria-prima até o produto acabado entregue os clientes. Como o estoque resulta da produção ou a apoia, os dois não podem ser administrados separadamente e, portanto devem ser coordenados (ARNOLD, 1999, p. 385). Na produção por lotes, o propósito básico dos estoques é separar o suprimento da demanda. Segundo Arnold (1999, p. 385), o estoque serve como um armazenamento intermediário entre: Oferta e demanda. Demanda dos clientes e produtos acabados. Produtos acabados e a disponibilidade dos componentes. Exigências de uma operação e resultado da operação anterior. Peças e materiais necessários ao início da produção e fornecedores de materiais. Obviamente, a análise de cada decisão em relação ao estoque devem-ser embasadas, nos conceitos de cadeia de suprimentos, anteriormente apresentado. Contudo, deve-se mencionar o critério comum e abrangente, que é a existência de custos opostos, caracteriza por um custo por estocar "muito" e, também, por um custo por estocar "pouco", maior parte dos esquemas racionais de gerenciamento de materiais baseia-se na identificação e determinação da melhor alternativa na decisão de quanto estocar (ARNOLD, 1999, p. 386). Em consequência do exposto, deparamo-nos com duas questões primordiais, segundo Arnold (1999, p. 395): primeiro: quando ou com que frequência deve-se pedir o material? Segundo: quantas unidades devem ser encomendadas em cada pedido?”. Para responder estas questões se faz necessário, entender o sentido dos custos que mencionamos antes. Em relação à primeira pergunta, é preciso que se tenha o conhecimento de quanto custa com frequência ou não, para assim verificar o que será mais viável. Na segunda questão, para abordar a questão de quantidade a ser encomendada, é necessário também que toda organização trabalhe em harmonia, com informações precisas, do que é necessário comprar, em qual peridiocidade, entre outros (ARNOLD, 1999, p. 396). A armazenagem refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques. Envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém (BALLOU, 1993, p. 40). Há algum tempo, o conceito de ocupação física se concentrava mais na área do que na altura. Em geral, o espaço destinado à armazenagem era sempre relegado ao local menos adequado. Com o passar do tempo, o mau aproveitamento do espaço tornouse um comportamento antieconômico. Não era mais suficiente apenas guardar a 5 mercadoria com o maior cuidado possível. Racionalizar a altura ocupada foi à solução encontrada para reduzir o espaço e guardar maior quantidade de material. A armazenagem dos materiais assumiu, então, uma grande importância na obtenção de maiores lucros (BRITO, 2011, p. 36). Os termos armazenagem e estocagem são freqüentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas, alguns autores preferem distinguir os dois, referindo-se à guarda de produtos acabados como armazenagem e à guarda de matérias-primas como estocagem (BALLOU, 1993, p. 40). Koch (2013, p. 04) fala que A armazenagem aparece como uma das funções que se agrega ao sistema logístico, pois na área de suprimento é necessário adotar um sistema de armazenagem racional de matérias-primas e insumos. No processo de produção, são gerados estoques de produtos em processo, e, na distribuição, a necessidade de armazenagem de produto acabado é, talvez, a mais complexa em termos logísticos, por exigir grande velocidade na operação e flexibilidade para atender às exigências e flutuações do mercado. De acordo com Bastos (2001, p. 17): A funcionalidade destas instalações dependerá da estrutura de distribuição adotada pela empresa. Podendo ser classificadas em dois grandes grupos: Estruturas escalonadas – uma rede de distribuição escalonada típica possui um ou mais armazéns centrais e um conjunto de armazéns; ou centros de distribuição avançados próximos das áreas de mercado. Estruturas diretas - são sistemas de distribuição e que os produtos são expedidos de um ou mais armazéns centrais diretamente para os clientes. Armazenagem (LAMBERT, 1998 apud BALLOU, 1993, p. 46), “refere-se ao espaço físico destinado a receber, guardar e proteger a mercadoria da forma mais adequada”. Estoque são todas as mercadorias armazenadas e atua como amortecedor durante o período de ressuprimento (BALLOU, 1993, p. 47). O conceito de armazenagem foi estabelecido quando o homem-primitivo viu que era possível guardar para o futuro os produtos que excedia a sua necessidade, ou ainda para efetuar trocas com outros homens, de produtos que não obtinham (BALLOU, 1993, p. 47). Armazenagem de materiais é um componente essencial para o desenvolvimento de um conjunto de atividades logísticas. Devido a maior parte dos produtos não serem produzidos no local onde são consumidos ocorre que os custos de armazenagem sejam significativos (BALLOU, 1993, p. 47). Silva (2006, p. 123) diz que armazéns ou centrais de distribuição executam um papel chave para aumentar a eficiência da movimentação de mercadorias. Permitem a compensação eficaz dos custos de estocagem com menores custos de transporte, ao mesmo tempo em que mantém ou melhoram o nível do serviço. A manutenção de estoque é uma atividade-chave da logística pois agem como amortecedores, entre a oferta e a demanda, podendo assim ter controle na disponibilidade de produtos. A atividade manutenção de estoque deve ser bem administrada para que os custos sejam mantidos em níveis mais baixos possíveis e ao mesmo tempo controlar a disponibilidade desejada pelos clientes (ARNOLD, 1999, p. 409). 6 A maioria das empresas mantêm um grande número de itens em estoque. Para se ter controle razoável, é útil classificar de acordo com sua importância. Geralmente, essa classificação baseia-se na utilização anual em valores monetários, mas outros critérios podem ser utilizados, tais como: quantidade, valor, grau de controle, tamanho do estoque, procedimentos e constância de reposição. De acordo com Viana (2002, p. 144), as classes da Curva ABC podem ser definidas assim: Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com atenção especial. Classe B: grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C. Classe C: grupos de itens menos importantes que justificam pouca atenção. (2002, p. 144). Com relação ao transporte sabe-se que é uma atividade logística de extrema importância para as empresas porque contribui com boa parte dos custos logísticos. É também uma atividade essencial, pois as empresas necessitam movimentar suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. Esta atividade deve ser sempre acompanhada para que não ocorram empecilhos, como por exemplo: greve, falta de equipamento, falta de pessoa, entre outros; fazendo com que os mercados deixem de ser atendidos e os produtos permaneçam no canal de distribuição podendo deteriorar-se ou tornarem-se obsoletos. Conforme Ballou (1993. p. 24): Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviários, ferroviário, e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade de veículos. 3. Metodologia de Pesquisa Inicialmente, este trabalho apresenta uma pesquisa bibliográfica embasado em livros, artigos científicos, entre outros, ao qual buscou definições e conceitos relacionados à logística, estoque, armazenagem e transporte, a fim de promover a difusão das informações e o claro entendimento das questões abordadas (FACHIN, 2003, p. 89). A seguir, estruturou-se um estudo de caso, pois a pesquisa foi restrita a uma Companhia Portuária da Grande Vitória, no Estado do Espírito Santo. Segundo Fachin (2003), é o processo de estudo intensivo que leva em consideração, principalmente a compreensão, como um todo, do assunto investigado. O universo foi a empresa pesquisada, que é a Companhia Portuária de Vila Velha (CPVV). O tamanho da amostra foi de 01 (um) supervisor. Os dados foram coletados através de questionário. Para Marconi e Lakatos (2005, p. 203) o questionário é um "[...] instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito sem a presença do entrevistador". Finalmente, pretende-se associar a fundamentação teórica com os dados da realidade apresentada no estudo de caso, realizando análises e comparações que permitam atingir o objetivo geral do estudo. 7 4. Análise dos Resultados: estudo de caso da CPVV Nas águas tranquilas da baía de Vitória e com fácil acesso ao mar aberto, a Companhia Portuária Vila Velha – CPVV inaugurou, junto ao maior complexo portuário do Espírito Santo, o primeiro terminal portuário privativo do Brasil. O fato ocorreu em 24 de novembro de 2000, numa cerimônia oficial com a presença do Excelentíssimo Sr. Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República Federativa do Brasil naquele período. Atualmente, a CPVV destina-se exclusivamente a oferecer apoio off-shore as necessidades da indústria de petróleo na exploração, no desenvolvimento e na produção da região (CPVV, 2013). Os acessos são feitos por meio Marítimo (Canal de acesso ao Porto de Vitória); Rodoviário (BR 101/262 Rod. Carlos Lindemberg – Estrada de Capuaba) e Ferroviário (Companhia Vale do Rio Doce – CVRD e Ferrovia Centro Atlântica – FCA) (CPVV, 2013). Os serviços oferecidos são: Operação 24 horas por dia, 7 dias na semana, 365 dias no ano; abastecimento de água potável; abastecimento de óleo diesel; apoio logístico para transporte terrestre entre a base e outras localidades; armazenagem em áreas alfandegadas; instalação para inspeção de tubos; controle e identificação de materiais; fornecimento de equipamentos para manuseio de carga; profissionais treinados, seguindo rigorosamente as especificações da API para estocagem, manuseio e transporte de equipamento e materiais destinados a atividade petrolífera; gestão de resíduos com equipamentos e aterros licenciados e certificados pelos órgãos ambientais (CPVV, 2013). De acordo com a Portaria ANP n° 251/2000, a disponibilidade da CPVV é de 3 tanques com capacidade total de 1.500 m³. O terminal encontra-se com 100% de sua capacidade contratada. (CPVV, 2013). O entrevistado ao ser indagado acerca da importância da logística na CPVV o disse que ela é essencial, até mesmo porque o porto vive disso, pois ela que é responsável por colocar as mercadorias certas no lugar certo. Ballou (1993.p. 32) corrobora com o entrevistador ao falar que “a missão da logística é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante correto e na condição desejada, ao menor custo possível”. Acerca do estoque o mesmo mencionou que este é um dos grandes problemas, pois se a mercadoria fica muito tempo parada o porto paga multa por isso. Arnold (1999, p. 385) fala que a administração de estoques é responsável pelo planejamento e controle do estoque, desde estágio da matéria-prima até o produto acabado entregue os clientes. Com relação à armazenagem o entrevistado mencionou que é funcional, desde que o estoque esteja dentro dos limites da infra-estrutura do porto. Ballou (1993, p. 47) corrobora ao dizer a armazenagem de materiais é um componente essencial para o desenvolvimento de um conjunto de atividades logísticas. Devido à maior parte dos produtos não serem produzidos no local onde são consumidos ocorre que os custos de armazenagem sejam significativos. No que diz respeito ao transporte o entrevistado afirmou que é rápido e muito eficiente, atende às necessidades da CPVV. Ballou (1993, p. 24) menciona que uma atividade essencial, pois as empresas necessitam movimentar suas matérias-primas ou de seus produtos acabados de alguma forma. 5. Conclusões 8 Sabe-se que a logística tem um propósito de providenciar níveis de serviço ou produto no melhor nível aos clientes a um custo razoável, fazendo com que suas atividades de transporte e armazenagem sejam facilitadas com o fluxo de produtos desde o ponto inicial de aquisição da matéria prima, até o consumo final, incluindo os fluxos de informação que colocamos produtos em movimentação. Entende-se que os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa mantém, seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. Todas as empresas precisam manter estoques. Frequentemente os estoques constituem uma parte substancial dos ativos totais. Já a armazenagem refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques, envolve problemas como localização, dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém. O objetivo deste estudo foi analisar como os itens como organização, transporte, armazenagem e estocagem que podem atender às reais necessidades da CPVV. Desta forma, entende-se que dentre os itens analisados o que representa uma ameaça é o estoque, pois como mencionado se a mercadoria fica parada tempo acima do estimado o porto paga multa, por isso, acredita-se que a CPVV deve investir na organização e treinamentos de seus colaboradores de forma a tentar amenizar esta problemática. Nota-se, também, que o objetivo do estudo foi alcançado, uma vez que este artigo apresentou de forma sistematizada a importância da logística e os elos que a compõem. Este estudo não tem a pretensão de fazer críticas e sim, fomentar novas ideias acerca da função logística. Referências ANDREUZZA, M. G. S. B. Planejamento estratégico. Disponível em: , http://www2.uefs.br/consultejr/Material%20para%20download/Equipe%2001/Planejamento%20Estrat%C3%A9 gico.pdf > Acesso em 17. Março. 2013 ARNOLD. J. R. R. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 1999. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. São Paulo: Atlas, 1993. BASTOS, M. A. N. A gestão da logística em empresas de rocha ornamentais: um estudo de caso comparativo. Rio de Janeiro: FGV, 2001 BRITO, S. C. G. A importância da armazenagem dos estoques. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes, 2011. CARLINI, G. A logística integrada como ferramenta para a competividade em uma agroindústria. Porto Alegre: UFRG, 2002. CYRINO, C. S. R. A importância da logística para a redução de custos na indústria de papelão ondulado. Rio de janeiro: Instituto a Vez do Mestre, 2010 DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: Uma Abordagem Logística. São Paulo: Atlas, 1996. FERREIRA, C. Logística reversa: aspectos importantes para a administração de empresas. Disponível em: < http://www.guialog.com.br/ARTIGO402.htm > Acesso em 17. Marc. 2013. FILHO. J. V. C; MARTINS. R. S. Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2001. FONSECA, R. C. Gerenciamento da logística com tendência para terceirização. Rio de Janeiro: Centro Paula Souza, 2009. 9 GONÇALVES, L. C. A. A logística de distribuição e o serviço ao cliente: o caso da empresa jornalística o globo. Rio de Janeiro: Candido Mendes, 2007. KOCH, A. Logística de armazenagem, distribuição e gestão de estoques. Disponível em: < http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_9599/artigo_sobre_logistica_de_armazenagem,_distribui%C3%87 %C3%83o_e_gest%C3%83o_de_estoques > Acesso em 17. Marc. 2013. SILVA, J. C. C. A importância da armazenagem e distribuição para a cadeia logística. Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes, 2006. SILVA, A. W. A. A utilização da metodologia QFD na aquisição de produtos aeroespaciais. São Paulo: Universidade de Taubaté, 2011. SOUSA, P. T. Logística interna: o princípio da logística organizacional está na administração dos recursos materiais e patrimoniais (AMRP). Revista Científica FacMais, Volume. II, Número 1. Ano 2012/2. 10
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