"Fasciculation potentials and earliest changes in motor unit
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"Fasciculation potentials and earliest changes in motor unit
"Fasciculation potentials and earliest changes in motor unit physiology in ALS." Mamede de Carvalho & Michael Swash. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2013;84:963– 968. O objetivo do trabalho foi estudar as anormalidades iniciais na fisiologia da unidade motora em pacientes portadores de esclerose lateral amiotrófica, e suas mudanças no tempo. Metodologia: os autores estudaram a eletromiografia de agulha concêntrica do músculo tibial anterior (TA) em três grupos de pacientes. Foram 73 pacientes portadores de ELA, 61 com força normal no músculo TA, 12 com força grau 4 pela escala do Medical Research Council; 10 pacientes portadores de fasciculação benigna; e 37 voluntários normais. Em todos os pacientes se avaliou a presença de potenciais de fasciculação, fibrilação/ondas positivas, quantificação dos potenciais de ação de unidades motoras e jitter. 26 pacientes com ELA se submeteram a exame neurofisiológico seriado. Resultado: Em pacientes com fasciculação benigna os potenciais de fasciculação foram de amplitude menor menos polifásica, e (p=0,003), tinham menos fases (p=0,007), morfologia duração semelhante quando comparados com potenciais de fasciculação de pacientes portadores de ELA com força normal no músculo TA. Dos 61 pacientes portadores de ELA com força normal no músculo TA, 42 (68,9%) mostravam potenciais de fasciculação no primeiro exame. Em pacientes com fraqueza no músculo TA já se obervavam alterações na amplitude, duração e morfologia do potencial de ação de unidades motoras. Em exames neurofisiológicos posteriores pacientes com TA normal passaram a apresentar fibrilações/ondas positivas, e alterações na morfologia dos PAUM. Segundo os autores os resultados enfatizam a importância da presença de potenciais de fasciculação como a primeira manifestação de ELA. Comentários: Este estudo, metodologicamente preciso, formaliza um conhecimento que era do discernimento de todos, mas que como dizem os autores “persistia alguma incerteza”. No mundo real não é tão necessário aplicar os seus resultados. Primeiro porque o diagnóstico de fasciculação benigna por critério clínico não é difícil. Os pacientes com essa condição quando chegam para consulta têm queixas que perduram por meses. No exame neurológico não há atrofias ou fraqueza muscular. As fasciculações ocorrem comumente nas panturrilhas. Outro dado interessante, os portadores de fasciculação benigna são muito conscientes dos seus sintomas, e por isso procuram o médico. Pacientes com ELA geralmente não relatam fasciculações. Eles vão ao médico pela fraqueza muscular sem aparente fundamento, e precisam ser perguntados sobre possíveis “movimentos espontâneos dos músculos”. Um segundo ponto, é que a ênfase sobre um sinal ou sintoma para confirmação de um diagnóstico, no caso fasciculação, ou tentativa de diagnóstico precoce com excesso de ferramentas diagnósticas, pode levar a sobrediagnóstico, um problema real enfrentado por muitas pessoas atualmente. Jovany Medeiros