FARMA 9 - RATOS Daher Mariana
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FARMA 9 - RATOS Daher Mariana
TRATAMENTO COM ÓLEO DE PRÍMULA (Oenotherabiennis) DA INFLAMAÇÃO INDUZIDA EM RATOS DIAS, Daher Ferreira (UNITRI)[email protected] GARVIL, Mariana Pacifico (UNITRI) Correspondência: [email protected] Resumo: O objetivo desse artigo foi avaliar visualmente o efeito antiinflamatório e cicatrizante do óleo de Prímula após aplicação em escoriações. O método utilizado foi a indução, por lâmina cirúrgica, de uma escoriação de 01 cm2 no dorso de ratos e cicatrização por segunda intenção. Foram usados 30 ratos sendo 15 fêmeas e 15 machos. Os mesmos foram divididos proporcionalmente em 03 grupos: controle utilizando vaselina líquida, óleo de prímula uso tópico e solução tópica cicatrizante à base de dexpantenol. O grupo tratado com óleo de prímula teve um resultado positivo em relação à velocidade de cicatrização e a um crescimento rápido de pêlo no local da ferida. No grupo tratado com dexpantenol a velocidade de cicatrização foi semelhante ao do óleo de prímula, mas o crescimento de pêlos ocorreu de forma mais lenta. No grupo controle a evolução do processo cicatricial e o crescimento da pelagem ocorreu de forma mais lenta do que nos grupos prímula e dexpantenol. Palavras-chave: óleo de Prímula, inflamação, cicatrização. 1 INTRODUÇÃO A capacidade de cicatrização é inerente a todo organismo vivo (VITA JÚNIOR, 2007). Na Grécia antiga, Hipócrates já realizava estudos sobre a cicatrização de feridas, observando que os tecidos vivos tinham um poder de reparação natural (MAGALHÃES et al., 2008). Ferida pode ser definida como qualquer alteração da integridade anatômica da pele resultante de qualquer tipo de trauma, seja por agentes mecânicos, térmicos, químicos ou bacterianos (MAGALHÃES et al., 2008; TAZIMA et al., 2008). O processo de cicatrização começa imediatamente após a lesão (MAGALHÃES et al., 2008). De acordo com Mendonça e Coutinho-Netto(apud CLARK1996) este processo tem sido convenientemente dividido em três fases que se sobrepõem de forma continua e temporal: inflamatória, proliferativa e de remodelagem. Tazimaet al. (2008) afirmam que a fase inflamatória inicia-se no exato momento da lesão. O sangramento traz consigo plaquetas que além de serem essenciais a formação do coágulo, também secretam múltiplos mediadores, incluindo fatores de crescimento liberados na área lesada, além de glicoproteínas adesivas como a fibronectina e trombospondina, que são importantes constituintes da matriz extracelular provisória (MENDONÇA;COUTINHO-NETTO apud CLARK 1996). Segundo Tazimaet al. (2008), algum mediadores bioquímicos de ação curta existem, como a histamina e a serotonina e os de ação mais duradoura como a leucotaxina, bradicinina e prostaglandina. A prostaglandina favorece a exsudação vascular, estimula a mitose celular e a quimiotaxia de leucócitos. Ainda segundo os autores acima, os macrófagos que foram atraídos para a área lesada, também fazem a ativação dos elementos celulares das outras fases da cicatrização, tais como fibroblastos e células endoteliais e ainda secretam fatores quimiotáticos e citocinas necessárias que estimulam a formação do tecido de granulação (MENDONÇA;COUTINHO-NETTO apud CLARK 1996). A segunda fase do processo de cicatrização é chamada fase proliferativa. Inicia-se por volta do 3º dia após a lesão, perdura por 2 a 3 semanas e é composta por três eventos importantes que sucedem o período de maior atividade da fase inflamatória: neo-angiogênese, fibroplasia e epitelização (VITA JÚNIOR, 2007; TAZIMA et al., 2008). Neo-angiogênese é o processo de formação de novos vasos sanguíneos a partir de vasos preexistentes (MENDONÇA;COUTINHO-NETTO 2008). Sua formação é importante para que haja continuidade no processo de cicatrização, pois garante o suprimento sanguíneo aos fibroblastos responsáveis pela síntese de colágeno (TAZIMA et al., 2008). Na fibroplasia ocorre a síntese de colágeno pelos fibroblastos. Tanto a força quanto a resistência da cicatriz são determinados pela velocidade, quantidade e qualidade da deposição do colágeno (TAZIMA et al., 2008). Durante o processo de epitelização, que ocorre nas primeiras 24 a 36 horas após a lesão, os fatores de crescimento epidérmicos estimulam a proliferação de células do epitélio. Essas células epiteliais migram, a partir das bordas, sobre a área cruenta da ferida e dos folículos pilosos próximos, 2 induzindo a contração e a neoepitelização da ferida e, assim, reduzindo a sua superfície. Os queratinócitos, localizados na camada basal da epiderme residual ou na profundidade de apêndices dérmicos, revestidos de epitélio, migram para recobrir a ferida (TAZIMA et al., 2008). A última fase do processo de cicatrização tem início durante a 3ª semana. É chamada de remodelagem ou maturação. Primeiramente a ferida sofre um processo de contração, provocado pela ação de miofibroblastos (MENDONÇA;COUTINHO-NETTO 2008), em seguida as fibras de colágeno são realinhadas aumentando a resistência da cicatriz. A fase de maturação dura toda a vida da ferida, embora seja mais aguda durante as primeiras seis a oito semanas (TAZIMA et al., 2008). A Oenotherabiennisé conhecida como Prímula ou “eveningprimrose” = estrela da tarde. Este nome provém da característica de suas flores abrirem ao entardecer. Nativa da América do Norte foi introduzida na Europa no século XVII como planta ornamental. Era alimento de índios americanos que faziam também extratos ou infusões adstringentes e sedativas (TESKE, 1995). A planta Prímula é constituída por fitosterol, oenoterina, taninos, compostos flavônicos e mucilagens (TESKE, 1995) e seu óleo é obtido por extração por solvente das sementes da planta (BAYLES;RICHARD 2009). De acordo com Bayles e Richard (2009), as sementes da prímula são ricas em ácidos gordos essenciais (AGEs), incluindo o ácido linoléico (ômega6) e ácido gama-linolênico-(GLA). Os efeitos terapêuticos do óleo de prímula são atribuídos à ação direta de ácidos graxos essenciais que o compõem em células imunológicas, bem como seu efeito indireto sobre a síntese de eicosanóides (por exemplo, as prostaglandinas, citocinas, mediadores de citocinas). Segundo Teske(1995) a prímula tem ação hepatoprotetora, antiinflamatória, sedativa, antiespasmódica, demulcente, nutritiva, adstringente suave, vulnerária, anticoagulante, suplemento nutricional, vasodilatadora. O ácido linolênico existente no óleo é um intermediário na síntese das prostaglandinas, em especial a E1 que regula os hormônios sexuais femininos. Ele também reduz a perda de água, aumenta a tolerância aos raios ultravioleta, mantêm a elasticidade e controla a oleosidade da pele, intervém nos mecanismos vasodilatadores e inibe a agregação plaquetária (BAYLES;RICHARD 2009). O presente trabalho tem por objetivo avaliar o efeito cicatrizante e antiinflamatório do óleo de prímula, após indução de uma ferida por lâmina cirúrgica em ratos, submetendo-os ao tratamento tópico com este óleo e acompanhando a evolução diária do processo inflamatório/cicatricial nos mesmos. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais Os materiais utilizados (Figura 1) foram fornecidos pelo Centro Universitário do Triângulo, sendo provenientes dos laboratórios de farmacotécnica e de fisiologia do curso de farmácia. O óleo de prímula, a solução de dexpantenol e a vaselina líquida foram adquiridos comercialmente 3 em estabelecimento farmacêutico, todos com registro no Ministério da Saúde, lote e prazo de validade dentro das especificações legais (Tabela 1). Neste estudo foram escolhidos os animais de linhagem Wistar (Rattus novergicus albinus) por ser de pequeno porte, de fácil aquisição e padronização no que diz respeito à idade, peso, sexo, alojamento, alimentação, cuidados de limpeza e manipulação experimental. Eles ainda apresentam muito boa resistência à manipulação e agressão cirúrgica, às infecções e podem ser utilizados em amostras significativas, para constituição subgrupal, tendo possibilidade de anestesia por via inalatória, conforme o experimento. • Óleo de Prímula • 30 ratos (sendo 15 fêmeas e 15 machos); • Vaselina • Algodão; • Solução à base de dexpantenol • Béquer; • 01 Barbeador manual com 10 • Paquímetro lâminas • Molde de silicone de 1cm2 • 20 lâminas de bisturi; • Espuma de carimbo • Balança analítica; • 01 pincel de tinta permanente preta para marcação dos machos • Éter Etílico (C2H5OC2H5) a 97,5% de pureza (fabricante: • 01 pincel de tinta permanente Chemco Indústria e Comércio Ltda.) vermelha para marcação das fêmeas Figura 1. Materiais utilizados. Tabela 1: Identificação dos medicamentos utilizados na pesquisa Produto Fabricante Registro Ministério Lote Validade da Saúde Óleo de Prímula Biogel MS - 5.0835.0034 L. 110018 V. 04/14 Solução à base Bayer MS - 1.0100.0013 L. V. 08/14 de Dexpantenol 1108015 Vaselina líquida ADVFarma MS – 1.0021.04 L. 041150 V. 04/13 4 Métodos Amostras Foram feitas análises com 30 ratos da linhagem Wistar (Rattus novergicus albinus), sendo 15 machos e 15 fêmeas, todos provenientes do Biotério do Centro Universitário do Triângulo, com 12 semanas de idade e peso variando de 151-230 gramas. Os animais foram mantidos em gaiolas plásticas padrão, forradas com serragem de pinho. Todos em ambiente com umidade e temperatura controlada a 22ºC, em ciclo circadiano e com acesso a água e alimentação a base de ração ad libitum. Anestesia e procedimento de tricotomia Os procedimentos anestésicos foram realizados da mesma forma em todos os animais. O método utilizado foi a anestesia inalatória (Figura 2), obtida a partir de uma máscara artesanal confeccionada com béquer de 100mL contendo algodão hidrófilo embebido em éter etílico. Nesta, foi inserido o segmento cefálico dos animais para que por meio da inalação ininterrupta do éter etílico o nível de anestesia fosse atingido. Os mesmos foram considerados anestesiados pela imobilidade do corpo, ausência de reflexos palpebrais, mas com frequência e amplitude respiratória constante. A manutenção anestésica foi obtida afastando-se a máscara, mas mantendo-a em nível da cavidade nasal dos animais. Depois de anestesiados, utilizando um aparelho de barbear, foi realizada a tricotomia de uma área de aproximadamente 4 cm2 da região dorsal anterior dos animais, estendendo-a da região cervical à escapular. Figura 2. Máscara improvisada em béquer para anestesia inalatória. Após a tricotomia Os animais foram mantidos em decúbito ventral. Utilizando um molde confeccionado em silicone e tinta para carimbo, foi delimitada uma área de 1 cm2 na região dorso cranial dos animais à altura da escápula, onde foi feita a escoriação com lâmina cirúrgica por meio de movimentos de raspagem, visando a remoção da pele do local sem, no entanto, atingir a camada muscular (Figura 3). 5 Esta região foi escolhida para realização da lesão por dificultar o acesso dos animais à ferida, não permitindo que os mesmos pudessem lamber ou esfregar as patas sobre a mesma, o que poderia interferir na evolução do processo cicatricial. Figura 3. Momento da escoriação com lâmina cirúrgica. Depois de realizada a escoriação, utilizou-se um paquímetro para verificar se o diâmetro da lesão estava dentro da medida indicada. Em seguida, cada animal foi pesado individualmente e recebeu uma marcação à tinta na calda. Tal marcação possibilitou a identificação de cada rato e o acompanhamento da evolução de seu quadro ao longo de toda pesquisa. Padronizou-se que a marcação seria feita em forma de anéis desenhados com pincel de tinta permanente na calda de cada rato, sendo de cor preta para machos e vermelha para fêmeas. O número de anéis, variando de 01 a 05, possibilitou a identificação dos 05 elementos de cada caixa (Figura 4). Figura 4. Rata identificada por meio de marcação na calda. 6 Na medida em que o procedimento foi realizado, os 30 ratos foram sendo divididos em 06 grupos, sendo 03 grupos de machos e 03 grupos de fêmeas: 02 grupos receberam aplicação tópica de duas gotas do óleo de prímula; 02 grupos controle receberam aplicação tópica de duas gotas de vaselina líquida e os 02 grupos restantes receberam aplicação de duas gotas uma solução cicatrizante a base de dexpantenol. No total, foram constituídos grupos de 05 animais em cada caixa, todas sendo devidamente identificadas (Figura 5). Figura 5. Caixas com a identificação de cada grupo de animais. As aplicações foram realizadas duas vezes ao dia, o acompanhamento e a análise da evolução do processo cicatricial em cada um dos grupos foi feita durante 23 dias, período em que o crescimento da pelagem se deu por completo em todos os grupos. Após este período todos os ratos foram sacrificados. RESULTADOS E DISCUSSÃO Evolução dos animais O procedimento em todos os animais transcorreu sem complicações. Não havendo óbitos ou quaisquer outros eventos dignos de nota. Todos se recuperam bem da anestesia e as avaliações clínicas diárias mostraram adequada recuperação e manutenção do estado de saúde geral, presença de atividade física e disposição para alimentar-se em todos os grupos. A aplicação tópica em todos os grupos ocorreu duas vezes ao dia sendo realizada de segunda a sábado. Alguns animais do grupo controle apresentaram um amolecimento das fezes a partir do 4º dia do experimento, entretanto não houve nenhuma mudança de comportamento ou disposição dos mesmos e o quadro se normalizou a partir do 9º dia. 7 Evolução do processo cicatricial O processo de reparação da lesão e crescimento do pêlo foi acompanhado até o final em todos os grupos. A análise visual (Figura 6) mostrou que no 3º dia os grupos que receberam óleo de prímula e solução de dexpantenol apresentavam redução no rubor e da presença de tecido de granulação na lesão, indicando diminuição da resposta inflamatória no local da lesão e início da fase proliferativa. No grupo controle a redução desses sinais ocorreu no 5º dia. Figura 6. Sinais inflamatórios grupos: prímula (Caixa I), controle (Caixa II), dexpantenol (Caixa III). No grupo com o óleo de prímula a lesão diminuiu gradativamente ao longo do tempo. No 6º dia a lesão já estava completamente fechada, sem quaisquer sinais de inflamação. O grupo com dexpantenol também apresentou melhora na cicatrização, mas sem crescimento de pêlos. No grupo controle o local da lesão ainda apresentava eritema e descamação (Figura 7). Este quadro de descamação persistiu na maioria dos elementos do grupo controle até o 9º dia. 8 Figura 7. Evolução da cicatrização grupos: prímula (Caixa I), controle (Caixa II), dexpantenol (Caixa III). 12 A figura a seguir (Figura 8) mostra que no 9º dia o processo cicatricial estava bastante adiantado tanto no grupo com óleo de prímula quanto no grupo com dexpantenol, ambos com a lesão já fechada e apresentando crescimento da pelagem. No grupo controle, embora a cicatrização tenha evoluído, ainda não havia iniciado o crescimento de pêlos. Figura 8. Cicatrização nos grupos: prímula (Caixa I), controle (Caixa II), dexpantenol (Caixa III). Após o 9º dia o grupo com óleo de prímula apresentou um rápido crescimento da pelagem. O grupo com dexpantenol também apresentou aumento no crescimento de pêlo, mas em menor intensidade, já no grupo controle ocorreu o início do crescimento de pêlos. No 15º o grupo com óleo de prímula já apresentava pelagem cobrindo toda a área da lesão (Figura 9). Nos demais grupos, todo o processo de crescimento dos pêlos finalizou no 17º. 9 Figura 9. Crescimento dos pêlos no local da lesão durante o 13º e o 15º dias nos grupos: prímula (Caixa I), controle (Caixa II), dexpantenol (Caixa III). Os resultados obtidos no experimento demonstraram que o óleo de prímula exerce ação estimulante sobre o processo de cicatrização quando comparado com a vaselina e com a solução de dexpantenol (Tabela 2). Tabela 2: Evolução do processo cicatricial Grupo 3º dia 6º dia Óleo de Redução dos Cicatrização Prímula sinais da lesão e inflamatórios início do crescimento de pêlos Solução de Redução dos Cicatrização 9º dia Aumento do crescimento de pêlos no local Início 13º dia Crescimento total de pêlos no local do Aumento do 10 Dexpantenol Vaselina líquida sinais inflamatórios da lesão sem crescimento de pêlos Presença dos Presença dos sinais sinais inflamatórios inflamatórios e descamação da pele no local crescimento de pêlos no local Cicatrização das lesões sem crescimento de pêlos crescimento de pêlos no local Início do crescimento de pêlos O poder cicatrizante do óleo de prímula parece estar relacionado à sua constituição, rica em ácido linoleico e ácido gama-linolênico. Trata-se de um grupo de ácidos graxos essenciais presentes em grande quantidade na constituição da pele e que são capazes de modular processos inflamatórios e proliferativos. A observação macroscópica indicou significativa redução nos sinais inflamatórios, em especial a hiperemia e o edema, partir do 2º dia de tratamento no grupo com óleo de prímula. Os resultados visualizados nos permitem sugerir que a aplicação tópica do óleo de prímula parece ter aumentado a concentração de ácido gama-linolênico no local da lesão. Este ácido é precursor do ácido araquidônico que, uma vez metabolizado pelas enzimas 5-lipoxigenase e cicloxigenase dá origem a leucotrienos (LTB4, LTC4, etc.), prostaglandinas da série 2 (PGE2, PGF2 etc.) e tromboxano A2, compostos que por suas características bioquímicas, aceleraram o processo inflamatório na lesão. Ressalta-se também os efeitos estimulantes e quimiotáticos do ácido linoleico sobre migração de neutrófilos e macrófagos (MARQUESet al., 2004). Os macrófagos são as principais células responsáveis pela sequência da reparação tecidual, pois liberam citocinas como: fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), o TGF-β, o fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e o fator de crescimento epidérmico (VEGF) que ativam os fibroblastos e as células endoteliais. Estas células são fundamentais para formação do tecido de granulação, constituído por macrófagos, colágeno, fibronectina e ácido hialurônico, que recobrem a lesão e dão a base para a reparação tecidual. Pôde-se observar no 3º dia a formação do tecido de granulação nos ratos que foram tratados com óleo de prímula. Do 3º ao 6º dias houve a progressiva reparação da área lesada, tanto no grupo com óleo de prímula quanto no grupo com dexpantenol. O processo de epitelização foi visível no grupo com óleo de prímula já no 6º, com a completa remoção da crosta formada pelo tecido de granulação, indicando que os ácidos linoleico e gama-linolênico presentes na prímula foram capazes de induzir, modular e acelerar a fase proliferativa da cicatrização. A observação dos ratos no 9º constatou a completa reparação tecidual no grupo tratado com óleo de prímula, inclusive com crescimento de pelagem no local. O grupo tratado com dexpantenol apresentou cicatrização da lesão, 11 mas sem crescimento de pêlos. O grupo controle (vaselina) ainda não apresentava no mesmo período a completa reparação tecidual. Os ratos tratados com dexpantenol apresentaram crescimento de pêlos no 11º e recuperação total da pelagem no 15º dia. O grupo controle apresentou recuperação da pelagem no 17º dia. Os resultados demonstrados neste estudo, do ponto de vista macroscópico, nos permite concluir, que a utilização tópica do óleo de prímula foi capaz de acelerar o processo cicatricial de lesões superficiais nas espécies estudadas. Tanto a cicatrização da pele quanto o crescimento de pêlos ocorreram em um intervalo de tempo significativamente menor do que em comparação com outros grupos acompanhados. Faz-se necessária a ampliação dos estudos, com a utilização de grupos maiores e com a análise microscópica das lesões, para que seja possível comprovar a ação da prímula sobre as células envolvidas no processo de cicatrização. 12 REFERÊNCIAS BAYLES, Bryan; USATINE, Richard. Evening primrose oil. American Family Physician, v. 80, n. 12, p. 1405-1408, 2009.Disponível em:< http://www.aafp.org/afp/2009/1215/p1405.html>. Acesso em 3 fev 2012. BRASILEIRO FILHO; Geraldo. Bogliolo: Patologia geral. 6 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S. A, 2000. 1328p. 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