A Serviço das Comunidades
Transcrição
A Serviço das Comunidades
FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT Impresso Especial 9912259129/2005-DR/MG MITRA CORREIOS A Serviço das Comunidades JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ | ANO XXX - 288 | NOVEMBRO DE 2013 Fé e Vida União indissolúvel Editorial “Mais difícil que a necessidade de partir, é a obrigatoriedade do deixar. O sentimento de perda, a sensação de não ter tido tempo de realizar sonhos e esperanças. Estes são os sentimentos que hoje atormentam meu coração e que mais uma vez me convocam a uma atitude de fé, que exige abandono nas mãos grandes e invisíveis de Deus, que misteriosamente conduz nossa história. Mas neste grande êxodo, levo também sentimentos lindos, experimentados juntos, ao longo do ano de buscas, conflitos e realizações, que me permitem hoje afirmar: valeu a pena. Tudo foi uma grande experiência humana. Tão humana, que se tornou uma grande experiência de Deus.” Dom José Mauro Pereira Bastos Novembro, talvez por celebrar Todos os Santos e Finados, talvez por ser o mês que faz lembrar que o ano irá terminar em breve, faz o ser humano pensar no sentido e provisoriedade da vida. Faz pensar o fim de tudo... mas fim, não só enquanto término de algo, mas encontro de uma busca, causa de uma vida. Não é raro ouvir das pessoas que a sociedade de hoje caminha sem propósitos e referências. São projetos variados que transitam em todos os lugares, em todas as repartições. Mesmo assim, há um silêncio no ruidoso mundo que não sabe o que dizer e o que querer da vida. Se é descrédito, se é falta de fé... No futuro, poder-se-á entender. Não sem motivos, a Igreja proclamou o Ano da Fé, o qual será encerrado no próximo dia 24. Certamente, o papa emérito contemplou a necessidade do povo cristão encantar-se novamente com as razões de seu crer e envolver-se como os discípulos e apóstolos no anúncio do ressuscitado. Apesar da aparente ausência de Jesus e das palpáveis perseguições, mantiveram-se na alegria, no entusiasmo e na coragem de quem, por convicção, não perde o rumo e nem o remo do barco. O Evangelho continua o mesmo. E Cristo está presente. A Igreja, missionária da esperança, traz ao mundo a Boa Notícia de que nada é capaz de separar o amor de Jesus Cristo daqueles por quem se entregou, a humanidade inteira. Todas as formas de vida estão carregadas de beleza. Diariamente, Deus recria e ressuscita sua obra. O jornal COMUNHÃO deste mês oferece leituras sobre espiritualidade e sobre o agir da Igreja nestes tempos em que a Vida parece clamar, quase que taciturnamente, por sentido e plenitude. sua manipulação tem sido uma prática. Diante de tais fatos, muitos afirmam que a vida humana vale menos do que passarinhos e animais. No entanto, só o homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus, nosso Criador. Estamos prestes a encerrar o Ano da Fé. Fé em Deus, fé na vida, fé na ressurreição – mistério cristão a ser buscado; essa é nossa esperança. A fé ilumina toda a realidade humana, dá sentido, marca profundamente nosso modo de ser, de pensar e de existir. A fé antecipa, de certa forma, nosso modo de vivenciar a eternidade. Viver bem a vida humana já é eternizar. Viver bem a vida já é o investimento mais seguro que podemos fazer. Depois de uma vida bem vivida, marcada pelas virtudes do evangelho, receberemos a coroa imperecível. Nunca deveria existir contraposição entre vida humana - fé, com vida passageira, descartável, “vale enquanto dura”. Esse pensamento também já perpassa nossa sociedade. Muitos dizem que precisamos aproveitar a vida, sermos os gozadores, fazermos o que pudermos agora e con- cluem perguntando-se: O que é essa tal de vida eterna, de ressurreição e de vida com Deus? Só vale, portanto, aquilo que nos satisfaz no momento. Vejamos bem, esse precioso presente de Deus que é a Vida, precisa ser redescoberta, apresentada de maneira diferenciada. Só o encantamento poderá nos despertar a partir da ótica da fé e da esperança. A caridade é o fiel da balança que dá compreensão, valor e sentido à vida. Especulações não cabem no arcabouço do mistério da fé. Fé é expressão de acolhida. Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JP Revisão MYRTHES BRANDÃO Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA E DESIGN - www.bananacanelaedesign.com.br - (35) 3713-6160 Tiragem 3.950 EXEMPLARES Impressão GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO Redação Praça Santa Rita, 02 - Centro CEP. 37860-000, Nova Resende - MG Telefone (35) 3562.1347 E-mail [email protected] Os Artigos assinados não representam necessariamente a opinião do Jornal. Uma Publicação da Diocese de Guaxupé www.guaxupe.org.br A Voz do Pastor VIDA EM ABUNDÂNCIA! Preocupada com o dom maior recebido de Deus, a CNBB teve o cuidado de promover a “Semana da Vida”, no contexto da semana e do dia da criança e o dia dedicado ao nascituro ( 08/10). Por que uma semana da vida? Para levarmos em conta que a vida é o dom mais precioso que podemos receber de Deus. Para criarmos em nós a consciência de que é preciso vivenciá-la bem, protegê-la, para que se torne algo fundamental. Do começo ao fim, a vida humana precisa ser preservada. Muitas especulações vêm acontecendo e já, em alguns países, Expediente 2 Ilustração MARCELO A. VENTURA Conselho editorial PADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE HENRIQUE NEVESTON DA SILVA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FIGUEIREDO. Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades Opinião O SOFRIMENTO HUMANO À LUZ DO MISTÉRIO PASCAL DE CRISTO E SUAS IMPLICAÇÕES PASTORAIS Em nossa vida, somos passíveis de muitos acontecimentos. Um deles é o sofrimento. Percebo que o sofrimento e a dor são realidades inerentes ao homem. Ambos fazem parte da condição humana: são forças avassaladoras que nos abatem. Eles se espraiam e geram situações de isolamento e angústia que machucam as pessoas. Diante da dor e do sofrimento, questionamo-nos sobre seu sentido. No centro do mistério cristão, estão a cruz e a ressurreição de Jesus. Isso traz uma nova visão do sentido da vida humana, uma nova antropologia, fundada na fé, implicando, por conseguinte, uma teologia centrada na misericórdia de Deus, uma pastoral voltada para a acolhida solidária e para o seguimento de Jesus crucificado/ressuscitado, ou seja, uma visão concreta do papel do sofrimento na vida humana. Em Jesus, um Deus que não é da doença Em nossa existência, podemos nos aproximar de Deus e sentir que Ele é um Deus que ama; não é um Deus da doença, do sofrimento, embora sofrimento e doença ganhem sentido diante de Dele, a partir da cruz e da ressurreição de Jesus. É um Deus da vida, da graça. Nós, por graça Dele, somos conduzidos para a vida e vida plena (cf. Jo 10,10) e não, condenados ao sofrimento, à dor, à angústia, pois nossa redenção já aconteceu na cruz. O sofrimento pode ser compreendido na perspectiva cristã, a partir da cruz e da Ressurreição de Jesus, com o poder e a sabedoria de Deus que se revela no crucificado (Cf. 1Cor 1, 18-21). Apesar de o corpo humano ser um sistema de estruturas e funções como qualquer outro ser vivo que conhece- mos, ele não é redutível a um mero objeto de estudo das ciências nem a um mero instrumento da alma; também não é pura exterioridade. A corporeidade é uma dimensão da pessoa humana através da qual ela experimenta como próprios o prazer, a dor, o sofrimento ou as outras atividades do corpo. A corporeidade é tão própria do homem quanto a sua espiritualidade. Jesus, aquele que também é o Cristo, antes foi o de Nazaré. Não se podem separar essas dimensões. Logo, Jesus de Nazaré, que nasceu de Maria, conviveu com as diferentes multidões. Deixou-se tocar por elas, acolheu, usou de amor e compaixão para com todos, preferencialmente pelos pobres e marginalizados. Por meio da humanidade de Jesus, o amor e a misericórdia eram vivenciados. Muitos foram os curados por Ele, por meio de seu toque, por seu contato físico. Jesus era homem, sem, em momento algum, ter deixado de ser Deus. Por isso, Ele também foi capaz de dar novo significado e sentido às próprias ações humanas. Toda ação de Jesus é grandiosa e divina à medida que mais humana é. Jesus é um homem que se emociona, que se comove e que é Deus. Enfim, Ele demonstrou em sua corporeidade toda sua emotividade. Chorou com os que choravam, sentiu compaixão, celebrou a festa - como em Caná, impôs as mãos. Tudo isso era motivo de controvérsia com os judeus, que não conseguiam conceber a ideia de um Homem que se denominasse Filho de Deus e que tivesse tal atitude junto aos considerados pecadores. Também hoje, a humanidade de Jesus de Nazaré e sua prática devem nos suscitar questionamentos. Elas devem nos motivar e nos levar ao encontro das pessoas, daquelas que sofrem. O tempo da presença histórica de Jesus que se comunicava com seus amigos e com as multidões deve ser modelo a todos que desejam construir uma sociedade diferente, um mundo mais justo. Essa é a motivação do Evangelho e que o faz ser realmente uma boa notícia. No judaísmo, as doenças eram vistas em função do pecado do homem. Assim, segundo a lei de pureza, justificava-se a exclusão dos doentes da sociedade. Jesus de Nazaré, entretanto, perverte, subverte essa ordem. Ele coloca em xeque as normas vigentes com suas palavras e seus atos. As curas e os exorcismos eram sua forma de contestar a sociedade, as autoridades e, de modo privilegiado, resgatar a corporeidade humana. As curas não só restabeleciam fisicamente aqueles que estavam marginalizados, mas forçavam a sociedade à aceitação da pessoa em seu círculo, uma vez que, sendo curada, nada mais a tornava impura. Eis o perigo, uma condenação ideológica da sociedade e de suas estruturas. Os cristãos sempre perceberam Jesus como aquele que traz a salvação, entretanto, muitas vezes, essa salvação assumiu somente um caráter puramente espiritual: “salva tua alma!” A salvação, portanto, esteve desassociada da dimensão corpórea, da realidade física, da transformação histórico-social da realidade. Assim, multidões de marginalizados e excluídos foram postos à parte de uma vida com dignidade e seus corpos condenados à fatalidade. O sofrimento era a única forma de dar algum sentido a eles. Novembro/2013 Cristãos para a vida O discurso sobre Deus parte da sensibilização para o prazer de viver, de que a vida vale a pena ser vivida. O conhecimento de Deus se articula basicamente com a descoberta de si mesmo, envolvido no agir, na vida que é vivida à luz do sentido que o transcende. Como cristãos, somos chamados a responder ao amor com amor. Somos convidados a nos encantar e a despertar o gosto pela vida junto às pessoas, ajudando-as a redescobrirem a capacidade de sorrir, chorar, fazer as coisas, contemplar novas realidades, construir caminhos, mesmo que se encontrem impedidas de exercer em plenitude suas funções. Somos interpelados pela força mística da experiência realizada com Jesus, presente no irmão, a comprometemo-nos eticamente com sua promoção. O amor que não basta a si mesmo, mas busca outro amor, para viver e partilhar o que possui, confirmará no profundo do coração de todos aqueles que acreditam e renovam suas esperanças no Deus da vida, que estes sinais expressam a realidade do Reino de Deus, já presente em nosso meio e que se plenificará no futuro. E que, ao realizarmos pequenos gestos de amor que traduzem por si o desejo de viver coerentemente a missão que Jesus nos convida, estaremos construindo espaços de verdadeira comunhão, onde todos possam ter vida e vida em abundância. Por Pe. Juliar Nava, Camiliano, pároco da Paróquia São Francisco de Paula de Monte Santo de Minas 3 Notícias Seminário São José realiza II Simpósio Teológico Foto: Equipe de Comunicação do Seminário O Seminário São José realizou nos dias 04, 05 e 06 de outubro o II Simpósio Teológico sobre o Concílio Vaticano II, tendo como norte das reflexões deste ano a Missão Ad Gentes. O padre Sávio Corinaldesi, missionário italiano da Congregação Missionária Xaveriana, assessorou o encontro. A Missa de abertura foi presidida por padre Sávio. Na celebração da memória de São Francisco de Assis, o sacerdote enfatizou a figura do santo como Homem de Paz e, por isso, exemplo para aqueles que querem levar o Evangelho a todos os homens. Logo após, houve a primeira colocação do assessor sobre o mês missionário. Deixou clara a importância deste mês para a Igreja, sobretudo para a Igreja do Brasil. Segundo ele, ”vivemos em um importante momento histórico em que o nosso povo, outrora objeto da evangelização, é chamado agora a ser evangelizador, a ser missionário.” O segundo dia marcou-se pelas reflexões mais aprofundadas sobre o Concílio Vaticano II. Com uma introdução histórica da evangelização, partindo desde o Cristianismo Primitivo até o Concílio Vaticano II, padre Sávio apresentou os desafios que a difusão do Evangelho enfrentou, bem como o sentimento que dominava o mundo no período conciliar. “Para pensar a Missão no Concílio Vaticano II, é necessário saber que a maior atividade missionária do Concílio não foi a elaboração de nenhum documento, mas a experiência dos bispos no próprio Concílio.” No mesmo dia, em uma de suas colocações, enfatizou que o dever da missão é descobrir o Reino de Deus acontecendo na história de um povo: “O missionário não leva Cristo às pessoas, sua missão é descobrir juntamente com aquela comunidade, o Cristo que já habita no meio deles.” Padre Sávio Corinaldesi e seminaristas se encontram para aprofundamento missionário Ao fim da tarde, foi rezado o Terço Missionário. À estruturar o COMISE - Comissão Mis- manifestaram ao fim da Celebração noite, divididos em grupos, os se- sionária dos Seminaristas. Na Missa a gratidão, o carinho e a admiração minaristas discutiram a Ad Gentes e de Encerramento do II Simpósio Te- por padre Sávio, que proporcionou sua prática na Igreja atual. Seguiu- ológico, padre Sávio falou da impor- ricos momentos de partilha de exse um debate e a oração da Novena tância de conceber a evangelização periências de um vigoroso ministéMissionária. não como um sacrifício, uma obriga- rio com mais de 65 anos, pois comeNo último dia, destacou-se a im- ção, mas um privilégio daqueles que morava, naquela data, seu ingresso portância do trabalho missionário “fazem aquilo que deveriam fazer.” no seminário. Por Matheus Barbosa Ribeiro no seminário. Em sua derradeira coHouve uma avaliação positiva por locação, o assessor orientou como parte dos seminaristas, uma vez que Paróquia de Monte Santo promove retiro para jovens Nos dias 27, 28 e 29 de setembro, a Paróquia de São Francisco de Paula de Monte Santo de Minas realizou um retiro no seminário São Camilo, para os jovens que se preparam para a Crisma. Com a participação de 49 crismandos, o encontro denominado “TABOR”, iniciou-se às 18 horas da sexta-feira e culminou com a missa de acolhida na Igreja Matriz, às 19 horas do domingo. A metodologia adotada seguiu o itinerário catequético do Ver, Iluminar, Agir, Celebrar e Rever, sendo que cada tema foi desenvolvido de maneira bem dinâmica. Apresentou-se a proposta de realizar uma gincana e os jovens foram divididos em grupos. Os temas sugeridos foram trabalhados e apresentados em diversas formas de expressão, como teatro, dança, paródias, cartazes, pinturas, textos e depoimentos. Além disso, houve momentos de descontração e muita diversão, com realização de um “lual”, futebol e gincana bíblica. Não faltaram também oportunidades de espiritualidade, quando os jovens 4 Foto: Paróquia de Monte Santo Denominado Tabor, encontro anima jovens crismandos para vida cristã celebraram os momentos vividos no retiro. Tudo isso ficou a cargo da catequese paroquial e da Formação Cristã em Comunidade que coordenou o evento. Também houve a participação de outros membros da paróquia que auxiliaram nas diversas tarefas. Ressalte-se também o envolvimento do pároco, padre Juliar Nava que esteve sempre presente e atuou em cada etapa do retiro. No domingo, as famílias foram convidadas a comparecer ao Seminário São Camilo, onde tomaram ciência do que acontecera com seus filhos no encontro e convidados a uma maior partici- Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades pação na vida comunitária da Igreja. No que se refere aos jovens, pôde-se perceber o quanto ficaram surpreendidos com a forma como o retiro realizou-se. “Achei tudo maravilhoso, perfeito. Não achava que iria ser desse jeito. Era o que eu precisava e necessitava. Foi tudo feito com amor e carinho. Obrigado a quem trabalhou...”, disse Karina Carrara. Michel Costa demonstrou ter aproveitado muito bem a ocasião: “Eu gostei muito e agradeço pela oportunidade e pelo tratamento que os colaboradores tiveram com a gente. Espero que o ano que vem tenha mais e, com certeza, virei. Muito obrigado.” Letícia Pereira afirmou ter aprendido um pouco mais da convivência humana: “Adorei bastante. Fez-me refletir sobre o meu verdadeiro ‘eu’ e o ‘eu’ dos outros. Gostei de tudo.” A equipe organizadora acredita que a realização de retiros com jovens é meio muito eficaz em sua evangelização. Por Edon Borges, Maísa Borges e Tadeu Ferreira Paróquia de Pratápolis celebra abertura de ano jubilar mariano “De Santuário a Santuário, missionários da Aliança!” Foto: Paróquia de Pratápolis Pedro Alcides é o mais novo padre da diocese Foto: Cláudia Pereira Com este lema, a família de Schoenstatt do Brasil celebrará seu jubileu em 2014. No dia 18 de outubro último, festivamente houve a aber tura do ano jubilar na Paróquia do Divino Espírito Santo de Pratápolis. Todos os missionários da Mãe e R ainha Três Vezes Admirável par ticiparam de missa solene, oficiada por padre Aloísio M iguel Alves e à qual estava pre sente significativo número de famílias que recebe a capelinha da Mãe. Outras atividades terão lugar no decorrer deste ano, como pre paração ao Ano Jubilar em 2014. Por Maria da Glória Santos Rodrigues Missionários da Mãe e Rainha Três Vezes Admirável participaram de missa solene Arcebispo de Uberaba assessora Encontro dos Grupos de Reflexão Dia 29 de setembro, aconteceu em Guaxupé o quarto Encontro Diocesano dos Grupos de Reflexão. 575 pessoas de toda a diocese participaram do evento, sob assessoria de dom Paulo Mendes Peixoto, arcebispo de Uberaba, com sua vasta experiência de animação e organização dos Grupos nas paróquias por onde passou e de sua participação na redação dos roteiros em Caratinga, sua diocese de origem. Dom Paulo encantou a todos com sua simplicidade e com o calor da convivência com os Grupos de Reflexão. Trouxe preciosas reflexões, algumas destacadas das afirmações comentadas por ele: “Uma coisa muito importante no grupo é levar as pessoas a terem pensamento próprio, terem autoestima e não se deixarem ser objetos nas mãos dos outros. Outra im- portância do grupo é fazer com que as pessoas sejam construtoras de sua história. Na política, não se vendem e têm visão crítica diante do processo eleitoral. Os grupos de reflexão não são movimento e nem pastoral, mas todos que participam de movimentos e pastorais devem participar também deles.” Por Pe. José Luiz Gonzaga do Prado Foto: blog.sgcp.com.br Durante celebração festiva, em Nova Resende, padre Pedro é ordenado No dia 28 de setembro, a Diocese de Guaxupé acolheu em seu presbitério mais um padre. Em um momento forte de oração e alegria, o diácono Pedro Alcides de Sousa foi ordenado sacerdote na Paróquia Santa Rita de Nova Resende, pela imposição das mãos de Dom José Lanza Neto, bispo diocesano. Escolheu como lema de sua ordenação: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi” (Jo 15, 16). Em sua homilia, o bispo disse da arte de carregar a cruz e do amor recebido por quem se dispõe a levá-la. Ressaltou também as dificuldades vencidas pelo ordenando e sua força em viver uma vida de oração. O neossacerdote Pedro é o quinto padre ordenado este ano na Diocese. Aos novos padres: força, fé e coragem neste novo itinerário. Por Douglas Ribeiro Lima Dom Paulo disse sobre importância e metodologia dos Grupos de Reflexão Novembro/2013 5 Notícias Encontro Setorial de MECE’s reúne mais de 500 participantes No dia 20 de outubro, os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECE’s) do Setor Passos participaram do 5º Encontro Setorial, o qual proporcionou palestras, reflexões e momentos de espiritualidade. Alguns padres do setor prestigiaram o evento realizado em Itaú de Minas. Mais de quinhentos MECE’s foram acolhidos pelos voluntários da Paróquia Santa Teresinha. Padre Dirceu Soares Alves, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Passos, refletiu com os participantes sobre a temática central do encontro:“Deus, esse desconhecido”, falando sobre a revelação e a presença de Deus na vida de homens e mulheres. Para o padre, diante das decepções causadas pelos vários segmentos da sociedade, o cristão da atualidade precisa ser portador desta Boa Notícia, ser sal e luz para o mundo ou não se é cristão. Participaram do evento, com suas contribuições nos momentos de espiritualidade e de reflexão, os padres: Robison Inácio (Paróquia São Benedito – Passos), Vítor Aparecido Francisco (Paróquia São João Batista – São João Batista do Glória), César Acorinte (Paróquia Santa Teresinha – Itaú de Minas) e Glauco Siqueira dos Santos (Paróquia Sagrada Família e Santos Reis – Guaxupé). O encerramento foi às 15 horas, com a Santa Missa presidida pelo padre José Néres, assessor setorial do grupo. Logo após a celebração, o coordenador setorial dos MECEs, Geilton Xavier de Mattos, agradeceu aos colaboradores e participantes e distribuiu kit’s, que continham mensagem de agradecimento, documentário sobre o Vaticano e as palestras do dia, em áudio. Por Portal Boa Nova Notícias Foto: www.guaxupe.org.br Palestras e momentos de espiritualidade marcaram o evento do Setor Passos Presbíteros se encontram para reflexão Foto: www.guaxupe.org.br Encontro oportunizou reflexões sobre o tema do próximo Encontro Nacional de Presbíteros Na quinta-feira, 17 de outubro, a Diocese de Guaxupé realizou reunião geral para seu clero, com o objetivo de apresentar e discutir o tema do próximo Encontro Nacional de Presbíteros, que ocorrerá em fevereiro de 2014, em Aparecida (SP). O evento que realizará sua 15ª edição, refletirá sobre as propostas conciliares e suas implicações para os ministros ordenados “Concílio Vaticano II e os presbíteros no Brasil – Testemunhos de fé, esperança e caridade” e traz como lema: “Estai sempre prontos a dar razão da esperança a quem pedir” (Cf. 1Pd 3,15). Por Equipe de Comunicação Diocesana NOVO SITE DA DIOCESE Rádio da Família, uma emissora da Diocese de Guaxupé. 820 AM. Ao vivo também pela internet: www.radiodafamilia.com.br 6 Acompanhe diariamente a Voz do Pastor, com dom José Lanza Neto e outras Jornal Comunhão - A programações religiosas, além das grandes celebrações diocesanas. Serviço das Comunidades Juventudes E agora, o que virá? Perspectivas para a juventude diocesana “Recordo meu sonho da juventude: partir missionário para o longínquo Japão. Mas Deus me mostrou que meu território de missão estava muito mais perto: na minha pátria. Ajudemos os jovens a perceberem que ser discípulo missionário é uma consequência de ser batizado, é parte essencial do ser cristão, e que o primeiro lugar onde evangelizar é a própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família e os amigos. Não poupemos forças na formação da juventude! São Paulo usa uma bela expressão, que se tornou realidade na sua vida, dirigindo-se aos cristãos: ‘Meus filhos, por vós sinto de novo as dores do parto até Cristo ser formado em vós’ (Gl 4, 19).” Homilia do Papa Francisco na Catedral do Rio de Janeiro JMJ - 27 de julho de 2013 Em Madri, em 2011, com o anúncio da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, o país e especialmente nossa Diocese de Guaxupé já se preparavam para este momento inigualável. A mobilização ocorreu ao organizar o “Bote Fé”, celebração que acolheu a Cruz Peregrina e o ícone de Nossa Senhora, símbolos oficiais da JMJ; organização e celebração da Campanha da Fraternidade 2012: Juventude e fraternidade e, por fim, ao elaborar o material do Tríduo Missionário e motivar sua utilização nas paróquias. Estas tornaram-se espaços centrais para vivenciar a JMJ nas comunidades e preparar os jovens que foram ao Rio de Janeiro. Em meio a estas organizações, a Equipe Diocesana de Pastoral e o Setor Diocesano da Juventude também preparavam o caminho a ser percorrido pós-JMJ. Nossa Igreja está “recheada” de eventos de massa, os quais têm sua importância, mas não podem ser ponto de “estacionamento”. É necessário formação e preparação dos jovens para que levem a todos os espaços que ocuparem e passarem a tão sonhada Civilização do Amor, aspecto destacado por sua Santidade, o Papa Francisco na fala acima. É nesta perspectiva que a Diocese de Guaxupé, por meio do Setor Diocesano da Juventude proporcionou, nes- te segundo semestre, duas formações aos jovens das diversas expressões juvenis diocesanas. A primeira refere-se ao Encontro Diocesano de Coordenadores de Grupos de Jovens, realizado no dia 25 de agosto, no prédio da cúria, com a presença de aproximadamente 120 jovens, quando foi estudado o documento 103 da CNBB: Pastoral Juvenil no Brasil: Identidade e horizontes em consonância com as ações nacionais pós JMJ. O segundo projeto realizado foi o 1º Curso de Dinâmica para Líderes – CDL – aplicado pela equipe do Centro de Capacitação para Juventude – CCJ – liderada por Padre Jorge Boran, referência na evangelização juvenil no Brasil. Eis alguns objetivos centrais da formação: Fazer opção pessoal por Jesus Cristo; Despertar para o compromisso e a consciência crítica (discernir valores e contra valores); Capacitar para o trabalho de equipe; Facilitar o autoconhecimento; Adquirir as habilidades de comunicação interpessoal; Formar líderes e Fazer experiência de igreja-comunidade. O CDL diocesano ocorreu nos dias 27 a 29 de setembro, no centro de formação dos Irmãos do Sagrado Coração, na cidade de Paraguaçu e contou com a participação de 38 cursistas, das seguintes expressões juvenis: PJ, TLC, RCC e seminaristas que vieram dos setores Alfenas, Areado, Guaxupé, Cássia e São Sebastião do Paraíso. O processo de continuidade se dará por meio da oferta para alguns jovens do CDL Nacional (2º nível), que será realizado entre os dias 14 a 17 de novembro, em São Paulo. No ano de 2014, com a equipe capacitada e formada, terá início o processo de capacitação de novas lideranças juvenis a nível setorial, por meio dessa metodologia libertadora, que proporciona aos jovens serem protagonistas do processo e não meros telespectadores. Ajuda-os a descobrirem-se seres sociais, eclesiais e com ferramentas qualificadas para o trabalho em seus grupos, realizando a síntese proposta por Paulo Freire: “não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” O próximo passo das ações pósJMJ será a Celebração do Dia Nacional da Juventude Diocesana, no dia 03 de novembro, nas paróquias de Guaxupé, Novembro/2013 com o tema “Juventude e Missão” e o lema “Jovem: levante-se, seja fermento!”, que propõe um caminho missionário para os jovens da Igreja do Brasil e de nossa Diocese. Este ano, o DNJ está com um novo formato, seguindo a proposta da JMJ em realizar catequeses para grupos menores em cada paróquia da cidade, com o intuito de estabelecer maior comunhão entre os jovens que vêm de várias realidades sociais, pastorais, movimentos e novas comunidades. Sigamos as palavras do Profeta Jeremias: “Quanto a você, jovem [grifo meu], arregace suas mangas, levantese e diga a eles tudo o que eu mandar. Não tenha medo!” (1,17). ALGO SOBRE MISSÃO: Canção “Mestre, onde moras?” Filmes: “A missão” e “Paulo de Tarso” Oração da Missão Continental Site Missão Jovem Site Mundo e Missão Por Darlene Andrade Silva, catequista e coordenadora do Grupo JOTA na Paróquia Nossa Senhora Aparecida em Serrania – Setor Alfenas, integrante do Espaço das Juventudes Setorial 7 Entrevista Fé e espiritualidade para novos dias Termina o Ano da Fé. Mas não a fé. Ela chega mais fortalecida após este período valioso que o papa Bento XVI proclamou em 2012. Conhecer de fato Deus, revelado em Jesus Cristo, entrar em seu amor, ir ao mais íntimo de sua existência, descobri-Lo nas estradas do mundo... Talvez seja essa a essência de ser cristão nos dias de hoje. Dom Aloísio Jorge Pena Vitral, bispo de Teófilo Otoni (MG), durante retiro do clero da diocese, 02 a 05 de setembro, concedeu ao COMUNHÃO esta entrevista, em que abre o coração para falar de espiritualidade, pastoral, sentido da vida, desafios dos dias atuais . O que é uma espiritualidade para nossos dias? Dom Aloísio: A primeira coisa que penso é que a espiritualidade precisa ser encarnada, porque Jesus Cristo mergulhou fundo no coração humano e na realidade. O universo ficou cristificado. O cotidiano, a partir daí, é uma realidade bonita de ser vista e vivida. Só chegamos ao céu, passando pela terra. É necessário um olhar de simpatia para tudo aquilo que é humano. Às vezes, a gente pensa que temos de ser pessoas bravas ou raivosas. Defensores de doutrinas, nosso olhar e nossa palavra saem pesados. Então, conforme o poema de Adélia Prado, “falar de Deus com brandura, porque é tão difícil ser criatura, bem o sabeis.” Deixar essa realidade penetrar no coração da gente e a gente penetrar no coração da realidade. Assim nos tornamos pessoas cordiais. O batimento de nosso coração fica de acordo com o batimento do coração da realidade. E ficamos inteiros em tudo o que fazemos. Espiritualidade é algo de nosso cotidiano, algo de nosso dia “ a dia. É em Jesus Cristo e por causa Dele que nós vamos mergulhar na realidade e transformá-la de acordo com os critérios da fé. O que nos tem faltado neste caminho? Dom Aloísio: Preciso dizer o que penso e o que sinto. Não tenho a menor dúvida de que necessitamos desesperadamente de uma vida de profundidade e oração. A oração tira as escuridões, as fragmentações, a falta de inteireza, os obstáculos. Ela flui. Quando a gente entra num estado de atenção e vigilância, percebe que pra chegar a um determinado ponto, é preciso dar uma volta. Talvez não ir direto, mas encontrar um pouco o caminho. Orar é ficar diante da Presença, com a realidade na qual eu vivo e deixar o próprio Espírito tocar, Ele vai falar, Ele que dará o toque. Precisamos de uma oração silenciosa (que é escuta, não é só falar). Por exemplo, há algum tempo, em uma Adoração ao Santíssimo, um grupo tinha uma hora para permanecer diante Dele; seis folhas frente e ver- (. . . ) conforme o poema de Adélia Prado, ‘falar de Deus com brandura, porque é tão difícil ser criatura, bem o sabeis. ’ Deixar essa realidade penetrar no coração da gente e a gente penetrar no coração da realidade. 8 “ Orar é ficar diante da Presença, com a realidade na qual eu vivo e deixar o próprio Espírito tocar, Ele vai falar, Ele que dará o toque so foram preparadas para aquele momento. Às vezes, não é o muito saber que satisfaz a alma... é preciso o silêncio, é preciso escutar. A palavra obedecer vem de audire, obediência, escuta. Eu preciso escutar para ser obediente, para ter ouvido de discípulo. Falta um pouco isso pra nós. Estamos em uma sociedade do barulho, as pessoas têm dificuldade de fazer silenciamento, de estar diante do sagrado, diante do mistério. Então trazemos todas as pessoas machucadas, aquelas que encontramos durante o dia para o nosso momento orante. E aquela realidade é sedimentada dentro de nós e nos comprometemos com ela, porque chegamos naquilo que é essencial, Deus e o irmão. Fazemos a experiência de que somos amados; fazemos experiência do amor e com esse mesmo amor, vamos amar. O senhor disse o que tem nos faltado neste caminho de espiritualialidade. Mas o que é essencial hoje? Dom Aloísio: Bom, eu tenho duas perguntas. O que é o essencial? Onde eu encontro o essencial? São questões a serem feitas durante a vida da gente, porque, às vezes, nos deixamos levar por uma sociedade de mercado, que é pior que uma economia de mercado. O mercado Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades de tal forma assumiu o coração das pessoas que não tem mais espaço e ficamos muito com a coisa secundária, ficamos com o banho de loja. Nossas cidades são verdadeiras disneylândias. É preciso divertimento, mas não é só isso. Então, o que é o essencial? Onde encontro o essencial? Diante dessas duas perguntas, também tenho duas respostas. O essencial é Jesus Cristo, porque quem vê Jesus, vê o Pai. E quem me leva a esse encontro é o Espírito Santo. Então, é sempre uma relação na Trindade. E o Evangelho... é preciso no cotidiano ter um tempo para se relacionar com ele, não é apenas uma leitura, porque vou ao encontro de alguém. Evidentemente, toda Sagrada Escritura, pois conhecer a Sagrada Escritura é conhecer Jesus Cristo. O Evangelho é a Palavra de Jesus que transforma nosso coração, que forja a profecia dentro de nós. É preciso pausas, paradas, saber que não somos fazedores de coisas. Somos filhos amados de Deus. Com nossa fragilidade, somos escolhidos para nos colocar a serviço. Todos tememos o término da vida, é o medo atual. Como, enquanto cristãos, podemos trabalhar em nós essa realidade a ajudar os outros? Dom Aloísio: A gente só tem medo da morte porque tem medo da vida. “ Às vezes, não é o muito saber que satisfaz a alma. . é preciso o silêncio, é preciso escutar. Quando perco o medo da vida, perco o medo da morte. Eu sinto que a nossa sociedade tem medo da vida. Por exemplo, uma senhora tem em sua casa quatro tetrachaves na porta de entrada. Só que ela trancou o medo dentro da casa dela. Então, no fundo, é o medo da vida. Se a gente perder o medo da vida, saboreá-la e fizer com que todos a tenham em abundância, é como uma luz que chega num quarto escuro. Quando fazemos uma experiência bonita da existência, percebemos que se veio a morte, veio. Quando a vida chega em abundância, o medo da morte acaba. A morte se tornou apenas uma passagem, pois Jesus a venceu, de volta à casa de onde viemos. Gosto muito daquela figura do casulo, da lagarta e da borboleta. O casulo se torna para a lagarta o caixão. Mas para a borboleta é o berço. A “metamorfose” da morte vai fazer com que eu possa voar. Em sua opinião, quais são as prioridades de uma pastoral aberta à humanidade? Dom Aloísio: Meu irmão, eu tenho pra mim que com esses 50 anos do Concílio Vaticano II, a prioridade da Igreja é ouvir as aspirações profundas do coração humano. A Igreja se encontra neste mundo, nesta realidade. Todos nós carregamos aspirações, desejos. Eu gosto da expressão de que nenhuma pessoa é profana, elas são sagradas, porque Jesus Cristo deu a vida por todas. É a gente encostar o ouvido, e não só o ouvido físico, mas o do coração, no batimento deste coração. Por isso, mais uma vez, eu preciso de uma oração profunda, de um silenciamento. Não sou exemplo pra ninguém, mas tive a graça de poder atender muitas pessoas, quando eu estava em Belo Horizonte, como padre. Aproximadamente 70 pessoas por semana. Ali era o momento em que eu podia escutar e minha intervenção era relativamente muito pequena. Minha homilia de domingo era o reflexo daquilo que eu tinha escutado. Então, penso que é perceber os desejos, a gente anunciar que as pessoas não estão sozinhas, nos colocar ao lado de cada uma, principalmente daquela que mais sofre, que está mais ferida, mais distante. O papa Francisco traz uma grande palavrinha, a cultura do encontro. Tomar um café com um amigo, fazer visita a um hospital, ir até a prisão, dar um telefone pra quem há muito tempo não falamos, reatar laços dissolvidos, ter um olhar de simpatia para a humanidade. Às vezes, a gente tem um olhar não de simpatia, mas de antipatia, deixa essa realidade tomar conta de nosso coração e, por isso, nos tornamos intolerantes. A gente quer que o outro seja como a gente o deseja que seja. Às vezes, pedimos do outro o infinito que ele não pode dar. Só Deus pode dar... Por Pe. Gilvair Messias “ Quando perco o medo da vida, perco o medo da morte. Novembro/2013 9 CATEQUESE A catequese e a caridade “Meus irmãos, se alguém diz que tem fé, mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso a fé poderá salvá-lo? Assim também é a fé: sem as obras, ela está completamente morta. Como vocês estão vendo, o homem é justificado pelas obras e não somente pela fé. De fato, do mesmo modo que o corpo sem o espírito é cadáver, assim também a fé: sem as obras ela é cadáver” (Tg 2, 14.17.24.26). Lendo a citação acima, percebemos de forma muito clara uma coisa: a ênfase de São Tiago na ação do cristão. Não que ele despreze a fé, longe disso. Sua intenção é tão evidente que apenas alguns versículos do trecho de Tg 2, 14-26 são o suficiente para nos falar, da forma mais direta possível, sobre a urgência da ação. FÉ E AMOR A fé é fundamental, mas pode morrer. Como? Ficando apenas nela mesma, uma fé intimista, desligada do mundo, que não me leva a agir, que me faz tão voltado para o “eu e Deus”, que acabo me esquecendo que essa relação, se a quero realmente no amor, deve ser sempre “eu, o próximo e Deus”. Afinal, como vou chegar a Deus sem passar pelo meu próximo? “Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’ e, no entanto, odeia seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (I Jo 4, 20). No dia 4 de outubro, celebramos a festa do santo mais popular no mundo inteiro: São Francisco de Assis. O que o fez tão santo, chegando a tão grande reconhecimento? Logicamente que sua fé, suas orações e seu conhecimento da Palavra de Deus foram importantes, mas não o fundamental. O “Pobrezinho de Assis” é tão lembrado justamente por suas ações. Rico, fez-se pobre; sua vida confortável a trocou por outra, andarilha, junto dos mais necessitados, para os quais não deu apenas “dó e piedade”, mas sua presença mesmo, sua luta diária, seu trabalho. Passou fome com os famintos, tomou chuva com os desabrigados e 10 assim encontrou o caminho mais direto que leva para Deus: servi-lo na pessoa do próximo. Ou seja, Francisco fez exatamente aquilo que nós, muitas vezes, falamos, mas não fazemos: ele tomou para sua vida o modelo maior de amor, Jesus Cristo e seguiu seus passos, “tomou sua cruz” e o acompanhou. Esta reflexão nos leva obrigatoriamente a voltarmos o pensamento sobre nossa prática catequética. Afinal, o que vem sendo minha catequese? Um encontro bonito, com muita oração, animação, leituras bíblicas e metodologias diferenciadas ou um encontro bonito, com muita oração, animação, leituras bíblicas, metodologias diferenciadas e compromisso de vida, que leva meus catequizandos a agirem efetivamente conforme a caridade (o que, logicamente, parte mais do meu exemplo do que de minhas palavras)? Perceberam? Há aqui uma diferença enorme de ação catequética, uma diferença que faz toda a diferença. O CATEQUIZANDO E O MUNDO Nossos catequizandos estão inseridos no mundo, não vivem nas nuvens, junto aos anjos do céu. Seu mundo é formado de ações concretas, que lhes pedem posicionamentos concretos. E como nós, catequistas, os estamos ajudando a lidar com essas situações? Basta que se acesse qualquer meio de comunicação social ( o que hoje é a coisa mais fácil do mundo) para nos depararmos com elas. A violência, as drogas, o consumismo, o descaso com a saúde e com o ensino públicos, a violência doméstica, o homossexualismo, o estupro, o aborto, a lógica do mercado, que nos grita incessantemente que é “natural” que haja pessoas passando fome, enquanto outras consomem muito além de suas necessidades. Então, o que fazer? Como se posicionar diante dessas situações? Em primeiro lugar, vamos nos ater ao sentido da palavra “caridade”. Caridade significa amor, mas não um amor platônico, do tipo “Eu queria tanto ajudar aquelas pessoas, mas não posso fazer nada”, mas amor ativo, pronto para se doar, que sabe que não pode resolver todos os problemas do mundo, mas que pode começar a fazer sua parte, no aqui e agora. Na narrativa da multiplicação dos pães e peixes, tanto Mateus (cap. 15) quanto Marcos (cap. 8) dizem que Jesus teve “compaixão” da multidão que o seguia e tinha fome. Ter compaixão, fazer-me apaixonado pela causa do outro, capaz de lutar até as últimas forças pelo ser amado, ou seja, o próximo que de mim necessita. É essa a consciência que precisamos formar em nós mesmos, seguida de uma ação efetiva, com “a cara e a coragem”, recebendo em nosso meio aquelas pessoas que ninguém mais quer receber, os pobres e doentes, os drogados e as prostitutas, a mulher que abortou e que acredita que, por isso, Deus lhe virou as costas, o jovem que abandonou os estudos porque crê que nenhum futuro bom Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades o aguarda; é saindo às ruas e arrecadando alimentos para os necessitados e, o melhor de tudo, indo entregar esse alimento e também o outro, o alimento da palavra amiga e do ouvido pronto a escutar. É agindo assim que estarei fazendo a minha parte, no meu “aqui e agora”. Você já parou para se perguntar sobre o porquê de você neste aqui e agora? Por que você não nasceu em outro país, ou cem anos atrás ou à frente, por que não em outra família, mais ou menos rica, mais ou menos instruída, mais ou menos participante na comunidade eclesial? Talvez porque é justamente aí que Deus quer contar com sua ajuda. “Onde Deus me plantou aí devo florir.” CATEQUESE E TESTEMUNHO Uma vez que me conscientizei disso e transformei essa consciência em prática, agora sim, fica mais fácil pensar a questão da caridade em relação aos meus catequizandos. A sabedoria popular nos diz que “as palavras convencem, mas os exemplos arrastam.” Ou seja, se desejo que meus catequizandos passem a agir de forma caridosa, solidária, pondo a “mão na massa”, sendo fermento na sociedade, preciso ser para eles um modelo, não de perfeição, mas de disposição para com a vontade do Pai. Jamais devo buscar ser o sol, pois este é Cristo, mas posso refleti-lo com minhas ações e palavras. Nas comunidades de jovens, costumávamos cantar uma música chamada ”Balada da Caridade”. Ela fala sobre diversas situações sociais em que a vida humana, concreta, está ameaçada. Ouvir essa música e depois discutir sua letra com os catequizandos pode ser a motivação para se propor uma ação concreta. Pode-se, a partir disso, levar o grupo a fazer um levantamento de pessoas em condições semelhantes que vivem em nossa paróquia e, logicamente, realizar uma ação concreta quanto a isso. Afinal, amar se aprende de um único jeito: amando. Por José Oseas Mota, catequista e professor em Guaxupé Comunicações Comemorações de Novembro Natalício 02 Pe. Bruce Éder Nascimento O3 Mons. José dos Reis 04 Pe. Luiz Gonzaga Lemos 05 Pe. Darci Donizetti da Silva 06 Pe. Paulo Sérgio Barbosa 07 Pe. Norival Sardinha Filho 13 Pe. Jorge Eugênio da Silva 20 Pe. Henrique Neveston da Silva 23 Pe. Antônio Garcia 30 Pe. Álvaro Alves da Silva Ordenação 09 Pe. André Aparecido da Silva 09 Pe. Fernando Alves da Silva 09 Pe. João Batista da Silva 14 Pe. Maurício Marques da Silva 21 Pe. Claudionor de Barros 25 Pe. Antônio Carlos Maia 31 Pe. Moisés Campos Gonçalves 10 11 13 14 17 Vigário Paroquial: Pe. Pedro Alcides de Sousa Data: 05 de outubro Paróquia: Sagrada Família e Santo Antônio, Machado-MG Pároco: Pe. César Acorinte Data: 15 de outubro Paróquia: Santa Terezinha do Menino Jesus, Itaú de Minas-MG Pároco: Pe. Marcelo Nascimento dos Santos Data: 17 de outubro Paróquia: Nossa Senhora Aparecida, Conceição Aparecida-MG Agenda Pastoral de Novembro 7 8-10 9 Voz do Leitor Nomeações Diocese: Reunião do Conselho de Presbíteros em Guaxupé Diocese: Encontro Vocacional no Seminário São José, em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana da Formação de Leigos em Guaxupé Reunião da Coord. Diocesana dos Grupos de Reflexão em Guaxupé Reunião do Setor Juventude em Guaxupé Reunião Diocesana do Serviço de Animação Litúrgica em Guaxupé Oficinas de Comunicação em Guaxupé Setor Areado: Encontro dos MECEs Setores Alfenas e Areado: Reunião dos Presbíteros Setor Passos: Reunião dos Presbíteros Diocese: Reunião do Conselho de Formação Presbiteral em Guaxupé Diocese: Reunião com os Agentes do SAV É sempre com alegria que recebo o jornal COMUNHÃO da Diocese de Guaxupé. Infelizmente, aqui na África, não temos nem as condições materiais nem as técnicas para uma realização tão bonita. Parabéns à equipe toda de redatores. Lendo os artigos, tenho uma “leitura espiritual” ou um “banho eclesial” que me faz bem e me ajuda na missão. Obrigado pelo envio regular.Vamos em frente, “guiados pelo sopro de Deus”, como escreveu Dom Lanza no mês de outubro e gerando comunidades de amor e alegria. Com meu abraço amigo; Ir. Michel Perron, SC, missionário em Gagnoa, Costa do Marfim 21 Setor Guaxupé: Reunião dos Presbíteros 22-24 Assembleia de Avaliação da Pastoral da Criança 23 Diocese: Encontro Diocesano para Animadores da CF 2014 em Guaxupé Setores (Cássia, Paraíso, Passos e Guaxupé): Reunião dos Coord. Paroquiais da Catequese 24 Cristo Rei – Encerramento do Ano da Fé 9º Cenáculo Diocesano da RCC Setores (Alfenas, Areado e Poços): Reunião dos Coord. Paroquiais da Catequese Setor Alfenas: Encontro dos MECEs Encontro da Mãe Rainha no Santuário, em Poços 28 Setores Cássia e Paraíso: Reunião dos Presbíteros em Jacuí NOVO SITE DA DIOCESE Rádio da Família, uma emissora da Diocese de Guaxupé. 820 AM. Ao vivo também pela internet: www.radiodafamilia.com.br Acompanhe diariamente a Voz do Pastor, com dom José Lanza Neto e outras programações religiosas, além das grandes celebrações diocesanas. 9º CENÁCULO DIOCESANO "Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" 24 NOV I Jo 5, 4b Ginásio Municipal de Juruaia Diocese de Guaxupé ENTRADA GRÁTIS o Comunidades . Lançando redes, gerand 1916 - 2016 Pregação: Lázaro Praxedes Animação: Banda Arkanjos Realização www.guaxupe.org. br No mesmo endereço, mas de cara nova. Com novos conteúdos, mais notícias e informações. Compartilhe! Informações: www.rccguaxupe.com.br Novembro/2013 11 Pastoral dos Adolescentes Paróquia São Sebastião de Areado Início A Pastoral dos Adolescentes (PA) da Paróquia São Sebastião de Areado nasceu em 2000, através da iniciativa de Pe. Antônio Donizeti e de alguns membros da paróquia. A ideia do grupo era de organizar uma equipe que realizasse um encontro com os adolescentes, bem parecido com o trabalho do Perseverança (presente em muitas cidades da Diocese), porém de uma maneira bem mais efetiva e voltada para um grupo mais numeroso de jovens. O projeto emplacou rápido e, com muito apoio da juventude, a partir do dia 25 de Junho de 2000, os Encontros de Adolescentes começaram a todo vapor. Os primeiros aconteceram em capelas, nos bairros ou mesmo na Matriz, até que começaram a ser organizados no Centro Catequético da Paróquia. Inicialmente, os Encontros realizavam-se no quarto sábado do mês, na parte da manhã, para adolescentes de 11 e 12 anos e, na parte da tarde, para os jovens de 13 e 14 anos. A partir de 2003, passaram a acontecer apenas na parte da tarde com o grupo reunido (11 a 14 anos). Metodologia A Pastoral dos Adolescentes sempre se preocupou em dar continuidade ao trabalho pós Primeira Eucaristia, quando geralmente o adolescente tende a distanciar-se da Igreja por, muitas vezes, falta de incentivo familiar, social e, até mesmo, pela ausência desse tipo de trabalho. Trabalhamos com a catequese básica para adolescentes, baseada em documentos e subsídios fornecidos pela Diocese e pela Paróquia e, não menos importante, por material 12 adquirido através da internet. Procuramos sempre mesclar a realidade evangelizadora com atividades bastante divertidas e atraentes como gincana, teatros, danças, show de talentos, festas temáticas (de acordo com a época do ano). Há a abordagem de temas clássicos como “Drogas e perigos que a vida o f e r e c e ”, “Descobertas e amadurecimento”, “Ser apóstolo nos dias de hoje” e o desenvolvimento do tema da Campanha da Frate r n i d a d e, contando sempre com o apoio de nosso Pároco, das Irmãs, de agentes de pastorais e membros da comunidade para palestras e desenvolvimento de projetos. Tudo isso de uma forma que possa chamar a atenção do adolescente e atraí-lo para os encontros. Agentes e adesão A Implantação do trabalho não encontrou obstáculos. Vários catequistas e jovens voluntários e engajados no serviço catequético fizeram parte da obra nesses anos. A Equipe está sempre se renovando. Atualmente pode-se dizer que 90% dos membros já frequentaram os Encontros e amam a obra. Esses integrantes já são adjacentes ou provenientes de outras pastorais (catequéticas ou não) ou Movimentos e estão acostumados e, principalmente, preparados e em constante treinamento, aprendizado e exercício com a realidade cristã para a qual trabalhamos. O resultado sempre foi maravilhoso quanto ao público atingido. A presença dos adolescentes marcou bastante a trajetória da Pastoral, sendo muito participativa tanto em quantidade quanto em qualidade. Até 2004/2005, a média de participantes era de 50 a 80 jovens (tendo chegado à incrível marca de 150 adolescentes presentes). Porém, o maior desafio do grupo (e também o que está se tornando cada vez mais gritante) é a adequação da forma de atuação com as mudanças da vida social do adolescente. Infelizmente, é um pouco complicado para a equipe competir com tudo o que o mundo oferece como lazer, práticas de diversão e entretenimento para o jovem catequizando nos mesmos horários dos encontros. Porém, procuramos sempre perseverar na fé e acreditar na messe que o Senhor propôs para esta comunidade, entregando essa vontade para que seja sempre fortificada e inspirada pelo seu Santo Espírito. O adolescente permanece desde a sua saída da Primeira Eucaristia até o ingresso na Catequese para Jornal Comunhão - A Serviço das Comunidades a Crisma (o que seria, mais ou menos, o período de 11 aos 14 anos). Hoje, como já foi dito, os Encontros de Adolescentes continuam mensalmente, aos sábados, no horário das 14 horas às 17 horas, no Centro Catequético. Geralmente o último Encontro do ano acontece das nove da manhã às 15 horas, com a celebração da Santa Missa e almoço e é um encontro voltado a festividades, ação de graças e confraternização. Sempre que possível, levamos o evento para a zona rural, para facilitar a participação dos jovens lá residentes. Elaboramos um cronograma, os enfeites, músicas, peças teatrais e apresentações diversas e fazemos a divulgação (através dos avisos paroquiais nas Missas, propaganda volante, nas escolas e através dos perfis da pastoral nas redes sociais), mensalmente, aos sábados, no horário das 14 às 17 horas, no Centro Catequético com o modelo e na forma de trabalho já mencionados. A PA também se ocupa com outras atividades tanto paroquiais quanto comunitárias, quando assim requisitada, através de apresentação de teatros, música, palestras e muitas outras atividades.
Documentos relacionados
1 DIOCESE DE GUAXUPÉ
expediente Diretor geral DOM JOSÉ LANZA NETO Editor e Jornalista Responsável PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA - MTB: MG 17.550 JP Revisão MYRTHES BRANDÃO Projeto gráfico e editoração BANANA, CANELA E D...
Leia mais1 DIOCESE DE GUAXUPÉ
e fortalece os vínculos fraternos. Caminhemos com olhos fixos em Cristo Jesus!
Leia mais