EQUIPA - Câmara Municipal de Santiago do Cacém

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EQUIPA - Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
EQUIPA
Promotor
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Descrição do Documento
Relatório de Património Cultural e
Natural
Versão
Data
Coordenação do Plano
5ª versão
junho de 2015
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Equipa do Plano
Equipa para elaboração do presente
volume – Património Cultural e
Natural
Urb. João Godinho
Eng. António Tojinha
Arq. Elsa Figueiredo Grade
Dra. Ana Malão
Eng. Jorge Penedo
Anabela Figueiredo
Dra. Sofia Tereso
Eng. Joaquim Pinheiro
Dra. Olívia Carvalho
Arq.João de Sousa
Fernanda Vale
José Matias
Com a colaboração de:
Dra. Luísa Gomes
Gentil Cesário
Arq.Ricardo Ambrósio
Ana Filipa Gonçalves
Versão Final
1
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ÍNDICE
EQUIPA ...............................................................................................................................1
ÍNDICE .................................................................................................................................2
ÍNDICE FIGURAS...................................................................................................................3
ÍNDICE QUADROS ................................................................................................................5
SIGLAS E ACRÓNIMOS..........................................................................................................7
1 - PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL ...............................................................................8
1.1 - PATRIMÓNIO CULTURAL CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO .......................... 10
1.1.1 - Monumentos Nacionais ............................................................................................ 10
1.1.2 - Imóveis de Interesse Público ..................................................................................... 13
1.1.3 - Imóvel de Interesse Municipal .................................................................................. 19
1.1.4 - Imóveis em Vias de Classificação .............................................................................. 20
1.2 - PATRIMÓNIO CULTURAL NÃO CLASSIFICADO .................................................................. 21
1.2.1 - Património Arqueológico .......................................................................................... 22
1.2.2 - Património Arquitetónico.......................................................................................... 56
1.2.3 - Centros Históricos ................................................................................................... 100
1.2.4 - Património Imaterial ............................................................................................... 106
1.3 - PATRIMÓNIO NATURAL ................................................................................................. 206
1.3.1 - Áreas Classificadas .................................................................................................. 207
1.3.2 - Outro Património Natural ....................................................................................... 211
1.3.3 - Outros Elementos Naturais ..................................................................................... 220
1.4 - INVESTIGADORES E PUBLICAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA LOCAL ....................................... 223
2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 250
4 - ANEXO........................................................................................................................ 307
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ÍNDICE FIGURAS
FIGURA 1 – IGREJA MATRIZ E CASTELO DE SANTIAGO DO CACÉM ............................................................ 11
FIGURA 2 – RUÍNAS DE MIRÓBRIGA .................................................................................................... 15
FIGURA 3 – PELOURINHOS DE SANTIAGO E DE ALVALADE ....................................................................... 16
FIGURA 4 – ANTIGA POUSADA DE SANTIAGO (ESQUERDA) E ERMIDA DE S. PEDRO (DIREITA)........................ 17
FIGURA 5 – IGREJA MATRIZ DE ALVALADE OU IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA OLIVEIRA ........ 17
FIGURA 6 - PALÁCIO DA CARREIRA (ESQUERDA) E QUINTA DOS OLHOS BOLIDOS (DIREITA) .......................... 18
FIGURA 7 – IGREJA DA MISERICÓRDIA DE SANTIAGO DO CACÉM .............................................................. 19
FIGURA 8– PONTE MEDIEVAL DE ALVALADE......................................................................................... 20
FIGURA 9 –IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA ............................................................................... 21
FIGURA 10 – ESCAVAÇÃO ARQUEOLÓGICA E ANTROPOLÓGICA NA IGREJA DA MISERICÓRDIA DE ALVALADE,
CMSC, 2011/2012................................................................................................................. 22
FIGURA 11 – LOCALIZAÇÃO DAS QUINTAS HISTÓRICAS NO CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM ................... 77
FIGURA 12 – MOINHO DO PANEIRO NO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E MOINHO EM VALE D’ÁGUA
(DIREITA)................................................................................................................................. 92
FIGURA 13 – CENTRO HISTÓRICO DE SANTIAGO DO CACÉM (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO HISTÓRICO DO
PPCHSC ............................................................................................................................... 101
FIGURA 14 – CENTRO HISTÓRICO DE ALVALADE (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO HISTÓRICO (DIREITA) ..... 103
FIGURA 15 – RUA DO CENTRO HISTÓRICO DO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E LIMITE DO CENTRO
HISTÓRICO DO CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ........................................................................... 106
FIGURA 16 – CARTA DE FORAL, OUTORGADO POR D. MANUEL I A SANTIAGO DO CACÉM EM 1510 ............ 106
FIGURA 17 – MANUEL JOÃO DA SILVA .............................................................................................. 118
FIGURA 18 – RELICÁRIO DE SANTO LENHO, MUSEU DE ARTE SACRA DE SANTIAGO DO CACÉM ................... 124
FIGURA 19 – SANTIAGO COMBATENDO OS MOUROS, IGREJA MATRIZ DE SANTIAGO DO CACÉM................. 126
FIGURA 20 – INTERIOR DA IGREJA DE SÃO BARTOLOMEU DA SERRA ....................................................... 127
FIGURA 21 – GRUPO CORAL DA CASA DO POVO DO CERCAL DO ALENTEJO.............................................. 133
FIGURA 22 – FOLHETO DE DIVULGAÇÃO DO TEATRO HARMONIA, 1933................................................. 136
FIGURA 23 – FESTA DA NOSSA SENHORA DA GRAÇA, SANTO ANDRÉ...................................................... 144
FIGURA 24 – MASTRO TRADICIONAL ................................................................................................ 148
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FIGURA 25 – PEREGRINO JUNTO À IGREJA MATRIZ DE SANTIAGO DO CACÉM ........................................... 151
FIGURA 26 – FEIRA DA ABELA, INÍCIO DOS ANOS 50 DO SÉCULO XX ....................................................... 157
FIGURA 27 – CERCAL DO ALENTEJO, ANOS 80 SÉC. XX......................................................................... 163
FIGURA 28 – A PESAGEM DA CORTIÇA NO INÍCIO DO SÉCULO XX............................................................ 167
FIGURA 29 – AVENIDA DA ESTAÇÃO, ERMIDAS-SADO, DÉCADA DE 60 DO SÉCULO XX ............................... 169
FIGURA 30 –MONTE DA FREGUESIA DE VALE D’ÁGUA ......................................................................... 174
FIGURA 31 – A “COMPANHA” NA COSTA DE SANTO ANDRÉ, ANOS 50 DO SÉCULO XX (ESQUERDA) E O
“ARRAIAL” E O “TIO CANIÇO”, COSTA DE SANTO ANDRÉ, MEADOS DO SÉC. XX (DIREITA) ................. 178
FIGURA 32 –PAINEL DE AZULEJOS DA ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTIAGO DO CACÉM .............. 183
FIGURA 33 – EDIFÍCIO DA SOCIEDADE INDUSTRIAL ALENTEJO E SADO, LDA., ANOS 50 DO SÉCULO XX ......... 185
FIGURA 34 – “OS TIRADORES DE CORTIÇA”, PAINEL DE AZULEJOS DA ESTAÇÃO CAMINHOS DE FERRO DE
SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................. 187
FIGURA 35 – “A FERRAR O BOI NO TRONCO”, OFICINA DO FERRADOR JOAQUIM CONTREIRAS, CERCAL DO
ALENTEJO, CERCA DE 1950 ...................................................................................................... 190
FIGURA 36 – ARTESÃO JÚLIO PEREIRA, SANTA CRUZ .......................................................................... 193
FIGURA 37 – SÍTIO ARQUEOLÓGICO DE MIRÓBRIGA ........................................................................... 195
FIGURA 38 – MUSEU MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ................................................................. 197
FIGURA 39 – EDIFÍCIO “HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO”, CENTRO HISTÓRICO DE SANTIAGO DO CACÉM ...... 199
FIGURA 40 – MUSEU DO TRABALHO RURAL, ABELA ........................................................................... 200
FIGURA 41 – MOINHO DA QUINTINHA – CUMEADAS – SANTIAGO DO CACÉM ........................................ 202
FIGURA 42 – ARQUIVO MUNICIPAL ................................................................................................. 203
FIGURA 43 – LIMITE DA RESERVA NATURAL DAS LAGOAS DE SANTO ANDRÉ E DA SANCHA (ESQUERDA) E LAGOA
DE SANTO ANDRÉ (DIREITA) ..................................................................................................... 209
FIGURA 44 – ZONA DE PROTEÇÃO ESPECIAL DA LAGOA DE SANTO ANDRÉ (ESQUERDA) E VISTA AÉREA DA LAGOA
(DIREITA)............................................................................................................................... 210
FIGURA 45 – SÍTIO REDE NATURA 2000 COMPORTA GALÉ (ESQUERDA) E PRAIA DA COSTA DE SANTO ANDRÉ
(DIREITA)............................................................................................................................... 211
FIGURA 46 – LIMITE DO SÍTIO REDE NATURA 2000 COSTA SUDOESTE, NO MUNICÍPIO DE SANTIAGO DO CACÉM
........................................................................................................................................... 211
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FIGURA 47 – MONTADO DE SOBRO E AZINHO NAS FREGUESIAS DO CERCAL DO ALENTEJO (ESQUERDA) E S.
DOMINGOS (DIREITA) .............................................................................................................. 214
FIGURA 48 – SOBREIRAIS ESTREMES NO LIVRAMENTO S. FRANCISCO DA SERRA (ESQUERDA) E SERRA DO
CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ................................................................................................ 215
FIGURA 49 – SISTEMAS AGRÍCOLAS E SILVOPASTORIS EM SÃO DOMINGOS (ESQUERDA) E CERCAL DO ALENTEJO
(DIREITA)............................................................................................................................... 216
FIGURA 50 – RIO SADO NA FREGUESIA DE ERMIDAS-SADO (ESQUERDA) E AFLUENTE/RIBEIRA DE S. DOMINGOS
NA FREGUESIA DE SÃO DOMINGOS ............................................................................................ 217
FIGURA 51 – VISTAS PARA A ZONA COSTEIRA A PARTIR DAS ROMEIRINHAS, SANTIAGO DO CACÉM (ESQUERDA) E
DO LIVRAMENTO, S. FRANCISCO DA SERRA (DIREITA).................................................................... 218
FIGURA 52 – ESPELHOS DE ÁGUA, BARRAGEM DE FONTE SERNE, S. DOMINGOS (ESQUERDA) E BARRAGEM DE
CAMPILLHAS, CERCAL DO ALENTEJO (DIREITA) ............................................................................. 219
FIGURA 53 – PRAIAS DA FONTE DO CORTIÇO (ESQUERDA) E PRAIA DA COSTA DE SANTO ANDRÉ (DIREITA) ... 220
FIGURA 54 – EUCALIPTOS DE VALE VERDE, SANTIAGO DO CACÉM ......................................................... 221
FIGURA 55 – PATRIMÓNIO NATURAL NO MUNICÍPIO DE SANTIAGO DO CACÉM ....................................... 222
FIGURA 56 – CASTELO DE SANTIAGO DO CACÉM, POR OCASIÃO DA EXPOSIÇÃO “NO CAMINHO SOB AS ESTRELAS
– SANTIAGO E A PEREGRINAÇÃO A COMPOSTELA”, JULHO DE 2007 ................................................ 249
ÍNDICE QUADROS
QUADRO 1 - PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE
SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................... 55
QUADRO 2 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO RELIGIOSO IDENTIFICADO PELO IGESPAR E PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 62
QUADRO 3 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO MILITAR IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO
CACÉM ................................................................................................................................... 64
QUADRO 4 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – PONTES, VIAS E MIRADOUROS - IDENTIFICADO PELO
IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ..................................................... 65
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QUADRO 5 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – EDIFÍCIOS PÚBLICOS E SOCIAIS - IDENTIFICADO PELO
IGESPAR E PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ..................................................... 69
QUADRO 6 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO - IDENTIFICADO PELO IGESPAR E
PELA CÂMARA MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM ...................................................................... 71
QUADRO 7 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – QUINTAS HISTÓRICAS - IDENTIFICADO PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 76
QUADRO 8 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – MONTES E HERDADES - IDENTIFICADO PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 81
QUADRO 9 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO CIVIL – FONTES E CHAFARIZES – IDENTIFICADO PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 87
QUADRO 10 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL IDENTIFICADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE
SANTIAGO DO CACÉM ............................................................................................................... 91
QUADRO 11 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL – MOINHOS DE VENTO - IDENTIFICADO PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 96
QUADRO 12 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO INDUSTRIAL – MOINHOS DE ÁGUA - IDENTIFICADO PELA CÂMARA
MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM .......................................................................................... 99
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SIGLAS E ACRÓNIMOS
CMSC – Câmara Municipal de Santiago do Cacém;
ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais
IGP – Instituto Geográfico Português;
IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico
IPPAR – Instituto Português do Património Arquitetónico;
PDM – Plano Diretor Municipal;
POOC – Plano de Ordenamento da Orla Costeira
PP – Plano de Pormenor;
PPCHSC – Plano de Pormenor do Centro Histórico de Santiago do Cacém
PU – Plano de Urbanização;
SWOT – Strenghts (pontos fortes), Weaknesses (pontos fracos), Opportunities (Oportunidades)
e Threats (Ameaças);
ZEP – Zona Especial de Proteção;
ZAM – Zonas de Atividades Mistas;
ZIL – Zona Industrial Ligeira;
IRHU – Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana;
PAP – Perímetro Altura do Peito.
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1 - PATRIMÓNIO CULTURAL E NATURAL
“A terra de um povo já não é um simples dado da natureza, mas uma porção de espaço
afeiçoado pelas gerações, onde se imprimiram, no decurso do tempo, os cunhos das mais
variadas influências. Uma combinação original e fecunda, de dois elementos: território e
civilização”.
(Ribeiro, Lautensach e Daveau, 1991)
“Qualquer criação tem por origem as tradições culturais mas apenas se desenvolve
plenamente em contacto com outras culturas.
É por esta razão que o património, em todas as suas formas, deverá ser preservado,
valorizado e transmitido às gerações futuras, como testemunho da experiência e das
aspirações humanas, de modo a fomentar a criatividade em toda a sua diversidade e
estabelecer um verdadeiro diálogo entre culturas”
Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural UNESCO, 2002, Art.º 7
Diversidade e identidade são as ideias mais fortes que se nos oferecem, quando nos detemos
sobre o património do Município de Santiago do Cacém.
O mar e a lagoa costeira, as serras e os cursos de água, as planícies interiores e o Rio Sado,
constituíram, desde sempre, recursos naturais relevantes e propiciaram a fixação humana no
território desde o Paleolítico.
Séculos de vida sustentaram, aqui, a comunhão com a natureza e uma construção incessante
de vivências e testemunhos que se reconhecem, de forma depurada, tanto nos espaços
urbanos como nos territórios rurais.
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Os sinais da história e as identidades próprias são facilmente percetíveis, como partes
dinâmicas de um todo que concorre para a ideia do Alentejo e integra a matriz do seu modo
cultural.
O conhecimento deste património local é ainda relativamente modesto, como o demonstra a
escassez dos estudos e trabalhos publicados e o diminuto conjunto de elementos classificados.
Tais insuficiências de conhecimento são sobretudo evidentes no âmbito arqueológico.
Contrariamente aos territórios vizinhos, o mapa municipal denota alguma escassez de vestígios
arqueológicos sinalizados, tudo indicando que tal resulta, não da sua inexistência, mas antes
da necessidade de prospeções que os identifiquem.
No âmbito do “património imaterial”, de natureza tão vasta e múltipla, são inúmeros os
recursos por conhecer e inventariar.
O estudo do património rural - onde o Município investiu de forma relevante na última década
– está numa fase inicial e repleta de novas oportunidades. Tanto no plano arqueológico como
histórico-cultural, a urgência impera, pois que o tempo esgotará, a breve prazo, os
testemunhos edificados e as memórias verbais.
Desta forma optou-se, no presente relatório, pelo relato exaustivo dos testemunhos
identificados, com consciência de alguma dissonância de conteúdos no que respeita à
importância relativa de muitos dos elementos apresentados.
Privilegia-se assim, a descrição da extensão e diversidade dos testemunhos já sinalizados ou
estudados mas, quase sempre, suscetíveis de aprofundamento. E isto com o intuito de facilitar,
na fase seguinte, o estabelecimento de prioridades quanto ao seu estudo e inventariação,
tendo em conta, não só a importância absoluta dos elementos patrimoniais como também a
sua fragilidade temporal e riscos de desaparecimento.
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A salvaguarda e valorização do património local constituem um recurso privilegiado, de curto,
médio e longo prazo, para o desenvolvimento socioeconómico do Município de Santiago do
Cacém.
1.1 - PATRIMÓNIO
CULTURAL
CLASSIFICADO
E
EM
VIAS
DE
CLASSIFICAÇÃO
O conjunto de Património que se encontra classificado reflete, genericamente, os testemunhos
conhecidos mais importantes da herança histórica do Município, com destaque para o Castelo
e a Igreja Matriz de Santiago do Cacém como Monumentos Nacionais e Miróbriga e cinco
outros imóveis como de Interesse Público. Com classificação de Interesse Municipal
encontramos a Ponte de Alvalade.
Em vias de classificação encontramos outros testemunhos, totalmente merecedores de
classificação.
1.1.1 - MONUMENTOS NACIONAIS
1
Castelo de Santiago do Cacém (1) – Monumento Nacional, Decreto-Lei n.º 16-10-1910, DG
136, de 23-06-1910, Zona Especial de Proteção, DG (II série), n.º 265, de 15-11-1949;
Igreja Matriz de Santiago do Cacém (2) – Monumento Nacional, Decreto-Lei n.º 16-06-1910,
DG 136, de 23-06-1910, Decreto-Lei n.º 8 518, DG 248, de 30-11-1922, Zona Especial de
Proteção, DG (IIª série), n.º 265, de 15-11-1949.
1
Número correspondente na representação cartográfica.
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Fonte: www.cm-santiago.pt e http://www.igespar.pt
Figura 1 – Igreja Matriz e Castelo de Santiago do Cacém
O Castelo de Santiago do Cacém é da época muçulmana. No século XVII/XVIII este
monumento foi descrito, pelos visitadores, em estado de ruína e na década de 30 do século
XX, iniciou-se a reconstrução deste imóvel. No recinto intramuros do Castelo é ainda possível
ver as ruínas do Paço da Alcáçova, da torre de menagem e da antiga mesquita cristianizada,
que deu lugar à primeira Igreja Matriz, antes da construção da atual. Este monumento alberga,
desde 1838, o cemitério público de Santiago. “A atual tipologia do castelo apresenta a forma
de um paralelogramo envolvido por nove torres e cubelos - a décima foi destruída em 1796,
quando se reedificou a igreja matriz - acedendo-se ao seu interior pela única porta subsistente,
onde se pode observar um conjunto brasonado que ostenta a cruz da bandeira ou estandarte
da Ordem de Santiago, a cruz espatária e um escudo de cavaleiro com as cinco quinas do reino.
O interior do castelo é dominado pelas ruínas do antigo espaço da alcaidaria ou alcaçar,
construção com origem nos séculos XIII/XIV e que foi remodelada nos séculos XV/XVI - espaço
onde também se encontra escondida uma tulha cerealífera medieval. A partir de inícios do
século XVI, o castelo começa a perder a antiga função defensiva para que fora dotado, facto
que acelerou a sua degradação. Em 1605 este já não era habitado, o que o degradava ainda
mais, circunstância que levou a que no ano de 1700 já se encontrasse em adiantado estado de
ruína. (...) A partir dos anos 30 do século XX o castelo sofreu grandes restauros efetuados pela
Direção Geral dos Serviços dos Monumentos Nacionais. Estas obras proporcionaram-lhe a atual
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configuração que conhecemos. Está classificado como Monumento Nacional desde 1910”.2
Este Castelo, também classificado como património arqueológico, tem um silo subterrâneo,
provavelmente islâmico, posto a descoberto por um abatimento de terras causado por uma
inundação no cemitério instalado no Castelo. Tem 3,30 m de diâmetro por 4,30 m de altura. O
interior está recoberto com argamassa de cal.
A Igreja Matriz de Santiago, que se localiza junto ao Castelo, é do século XIII. Com o terramoto
de 1755, e posteriormente, entre 1895 e 1912, com os incêndios anarquistas, este imóvel ficou
parcialmente destruído. Em 1930, tal como no Castelo, iniciam-se as obras de reconstrução.
Atualmente este monumento está aberto aos visitantes e alberga algumas exposições. “O
exterior do edifício destaca-se pelas imponentes linhas barrocas tardias, dirigidas por uma
orientação verticalista, que privilegiou a marcação externa das três naves, e pelo movimentado
frontão, de forte cariz cenográfico – com referências aos atributos do apóstolo Santiago. No
alçado lateral Sul, destaca-se um portal gótico dos séculos XIII/XIV, denominado de Porta do
Sol, onde prevalece uma figuração zoofitomórfica. No interior podem-se observar as abóbadas
manuelinas da antiga capela-mor e das naves laterais ou as arcadas quebradas, com a sua
hermética iconografia cristã. A par destes elementos, podem também ser vistos os altares
laterais, os azulejos do século XVII e o famoso alto-relevo gótico representando Santiago MataMouros, obra de escultura do século XIV, muito provavelmente oferecida por D.ª Vataça
Lascaris. A igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1910. A Direção Geral dos
Edifícios e Monumentos Nacionais tem vindo, nos últimos anos, a beneficiar esta igreja com
sucessivas obras de conservação e restauro. A Igreja Matriz alberga o núcleo museológico do
Tesouro da Colegiada onde se pode ver o relicário do Santo Lenho – uma obra notável que
também pertencia a D. Vataça Lascaris – e um espólio riquíssimo destinado a servir sobretudo
3
cerimónias litúrgicas. Em 2007, foi objeto de obras de manutenção” . Ambos os Monumentos
Nacionais estão também classificados como património arqueológico.
2
3
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
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1.1.2 - IMÓVEIS DE INTERESSE PÚBLICO
Sítio Arqueológico de Miróbriga (40) – Imóvel de Interesse Público - IIP, Dec. N.º 30 762, DG
225 de 26 setembro 1940, Dec. N.º 30 838, DG 254 de 01 novembro 1940 e Dec. N.º 32 973,
DG 175 de 18 agosto 1943, ZEP, DR 254 de 05 novembro 1991.
Pelourinho de Santiago do Cacém (3) – Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei n.º 23 122,
DG 231, de 11-10-1933, Zona Especial de Proteção, DG (II série), n.º 262, de 07-11-1956;
Pelourinho de Alvalade (4) – Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei n.º 23 122, DG 231, de
11-10-1933;
Antiga Pousada de Santiago do Cacém (5) – Imóvel de Interesse Público, Portaria n.º 82/2010,
DR, 2ª Série, n.º 18, de 27-01-2010, com Zona Especial de Proteção;
Ermida de São Pedro (6) – Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 383/2011, DR, 2.ª
Série, n.º 36, de 21-02-2011, com Zona Especial de Proteção;
Quinta dos Olhos Bolidos (8) – Imóvel de Interesse Público, Portaria n.º 740-EU/2012, DR, 2.ª
série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012;
Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém (9) – Monumento de Interesse Público, Portaria
nº 227/2013, DR, 2ª Série, nº 72, de 12.04.2013
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira (10) ou Igreja Matriz de Alvalade –
Monumento de Interesse Público, Portaria nº 227/2013, DR, 2ª Série, nº 72, de 12.04.2013.
Palácio da Carreira (12) – em vias de classificação, como Imóvel de Interesse Público, proposta
de 30-11-2010 da DRCAlentejo.
O Sítio Arqueológico de Miróbriga, localizado junto à Cidade de Santiago do Cacém, albergou
um povoado que surgiu durante o Bronze Final e a Idade do Ferro (séculos VI-I a.C.) e
permaneceu até ao século IV d.C. Estas ruínas estão referenciadas desde o século XVI por
André de Resende e estão assentes sobre uma elevação provida de estruturas defensivas,
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numa zona de visibilidade favorecida, o que permitia o controlo territorial de uma vasta
região, que conta com vários “recursos agrícolas, marítimos e mineiros, pelo que este povoado
4
terá desempenhado um papel comercial de relativo destaque” .
Na Época Romana o local sofreu uma considerável ampliação, mediante a execução de um
alargado programa construtivo. Assim, nesta altura, Miróbriga contava com um fórum, onde
estava erigido um templo provavelmente dedicado ao culto imperial e outro dedicado a Vénus.
Envolvendo o fórum localizavam-se as restantes edificações e a sul situava-se a área comercial
que contava com várias lojas (tabernae) e uma hospedaria. As termas surgem numa das zonas
mais bem conservadas de Miróbriga, eram constituídas por dois edifícios um para o uso
masculino e outro para o feminino e entre os séculos I e II d.C. surgem as restantes
construções (zona de entrada, sala de vestiário e jogos e uma zona para banhos frios –
frigidarium – e outra para banhos quentes – caldarium e tepidarium). Conta ainda com uma
ponte de arco único de volta inteira e o pavimento, constituído por lajes de calcário, é ainda o
original. O sistema de drenagem de águas pluviais é também visível.
A aproximadamente 1 km do Sítio Arqueológico de Miróbriga situam-se as ruínas do
hipódromo. Mede 370 m por 75 m e era dividido ao meio pela “spina” possuindo uma meta
em cada extremidade. O hipódromo servia para corridas de carros puxados por dois ou quatro
cavalos (bigas/quadrigas).
O Sítio Arqueológico começou a ser escavado em 1801, promovido pelo Bispo de Beja, D. Frei
Manuel do Cenáculo, e conta atualmente com um Centro de Acolhimento e Interpretação para
a explicação do complexo de Miróbriga, construído pelo IPPAR. “O Centro possui uma
exposição permanente sobre o sítio, organizada de forma temática, assim como uma sala para
5
acolhimento de grupos. O percurso da visita encontra-se devidamente sinalizado.” Está
classificado desde 1940, como Imóvel de Interesse Público, e está afeto à Direção Regional de
Cultura do Alentejo.
4
5
www.ippar.pt
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
14
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte www.alentejolitoral.pt
Fonte: www.esec-manuel-fonseca.rcts.pt/mirohis.htm
Figura 2 – Ruínas de Miróbriga
O Pelourinho de Santiago do Cacém foi construído entre 1844 e 1845, e substituiu o antigo
pelourinho do reinado de D. João V, destruído parcialmente pelo terramoto de 1755, e as
obras no Hospital Velho em 1899 destruíram o restante. O atual Pelourinho de Santiago
“resultou de uma encomenda que a Câmara Municipal fez ao canteiro José Miguel Rodrigues,
(…) a obra dava-se por concluída e a estrutura era montada no centro da Praça Conde do
Bracial. A estrutura da nova marca do poder municipal passou a assentar em três ordens de
degraus, que foram seguidos de um plinto retangular - epigrafado com a data de 1845 - e de
um fuste oitavado, prolongamento de um capitel liso, rematado por um globo dividido em
vários meridianos, que termina com uma cruz em ferro da Ordem de Santiago”. 6
O Pelourinho de Alvalade, construído no século XVI, “não é peça artística, como muitos outros,
pois consiste apenas n’um fuste de calcareo, encimado por um pequeno cone truncado. Está
colocado no ângulo N.E. do edifício dos antigos Paços do Concelho, hoje escola oficial, e
assenta sobre uma banqueta de 2,08 de alto, tendo o fuste 0,94 e o cone 0,64, n’um total de
6
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
15
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
3,66” (Padre Jorge de Oliveira, Nossa Terra, nº18 de 13 de março de 1932). Aquando do
terramoto de 1755, sofreu grandes danificações, pelo que perdeu parte da sua decoração.
As peças sobreviventes foram remontadas posteriormente, sobre um grande plinto quadrado
e em meados do século XX foi desmontado, sendo as peças guardadas. No início do século XXI
foi reconstruído e montado no centro da Praça.
Fonte: Equipa do PDM
Fonte: www.cm-santiago.pt
Figura 3 – Pelourinhos de Santiago e de Alvalade
A Antiga Pousada de Santiago do Cacém foi inaugurada em 1947, teve projeto de Miguel
Jacobetty Rosa, que também assinou a ampliação do edifício em 1969. Elemento integrante do
primeiro momento do conceito turístico de Pousada, o edifício de S.Tiago do Cacém apresenta
planta composta, irregular de três pisos.
A Ermida de São Pedro foi construída no século XVI, recebeu a pintura do altar-mor no século
XIX. Situa-se na encosta do Castelo de Santiago do Cacém e sofreu ruína com o terramoto de
1775, e foi incendiada pelos anarquistas em 1895. Esta ermida apresenta planta composta por
nártex, nave retangular, capela-mor quadrada e sacristia, também de secção quadrada,
adossada lateralmente. No nártex hoje sem cobertura, encontra-se o campanário, 4 escadas
de abobadilha e, a toda a volta, bancos para descanso dos fiéis.
Versão Final
16
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
“No seu interior pode ser observado um registo de azulejo de João Paulo II, da década de
7
oitenta do século XX, e a imagem do orago, um São Pedro do século XVIII.”
Fonte: equipa do PDM
Figura 4 – Antiga Pousada de Santiago (esquerda) e Ermida de S. Pedro (direita).
A Igreja Matriz de Alvalade ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira foi construída
no século XVI, ao estilo manuelino, sendo o altar-mor do século XVIII, em talha dourada.
Figura 5 – Igreja Matriz de Alvalade ou Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Oliveira
7
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
17
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
O Palácio da Carreira foi construído entre 1785 e 1808, e recebeu a sua rica decoração
pictórica e azulejar durante a primeira metade do século XIX.
A Quinta dos Olhos Bolidos situa-se na freguesia de Santa Cruz e data do século XVIII. É uma
antiga quinta senhorial que pertenceu ao bispo de Nanquim e ao seu sobrinho Frei Bernardo
Falcão Murzello (o autor das "Memórias da Antiga Miróbriga"). O seu nome advém da grande
abundância de água, os «olhos de água», que suportam um extenso sistema de rega que
alimenta fontes, cascatas, repuxo e tanques, nos jardins formais e nos pomares. O edifício
principal apesar da sua antiguidade, não possui elementos que o evidenciem. Os grandes
destaques da quinta são os jardins e os pomares, estruturados e sujeitos a uma composição
espacial que relaciona os seus principais elementos e zonas funcionais.
Figura 6 - Palácio da Carreira (esquerda) e Quinta dos Olhos Bolidos (Direita)
A Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém encontra-se incluída na Zona Especial de
Proteção (ZEP) do Pelourinho de Santiago do Cacém. O imóvel foi construído no início do
século XVI, ao estilo manuelino. O terramoto de 1755 danificou bastante o edifício, que foi
reedificado entre 1759 e 1769. Em 1895, o templo foi incendiado por anarquistas. Em todos os
séculos, incluindo o atual, sofreu obras, mantendo marcas dessas transformações.
Versão Final
18
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 7 – Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém
1.1.3 - IMÓVEL DE INTERESSE MUNICIPAL
Ponte Medieval de Alvalade (7) – Classificada como Imóvel de Interesse Municipal, Diário da
República N.º 236, de 2004-10-07, com Zona Especial de Proteção.
“Ponte medieval, sobre a qual se suspeita uma origem mais antiga, reconstruída no século XVI.
Edificada em alvenaria de tijolo e pedra, rebocada. É formada por um “tabuleiro relativamente
estreito, com guardas, que assenta em cinco arcos abatidos com quebra-correntes
semicilíndricos de remate cónico. Localizada em espaço peri-urbano, no antigo leito da ribeira
de Campilhas, próximo do local onde esta entrega as suas águas ao rio Sado. Esta ponte esteve
em tempos inserida numa via romana muito importante que estabelecia a ligação entre
Miróbriga e Pax Iulia (Beja) passando por Aljustrel (Vipasca).
Foi alvo de uma recuperação por parte da Câmara Municipal de Santiago do Cacém e da
Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (2001) ”. 8
8
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
19
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte: www.cm-santiago.pt
Figura 8– Ponte Medieval de Alvalade.
1.1.4 - IMÓVEIS EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO
Igreja, Casa de Romeiros e Fonte de Nossa Senhora da Graça (11) – em vias de classificação,
como Imóvel de Interesse Público, com proposta de classificação de 20-06-2008 da Direção
Regional de Cultura do Alentejo, tendo o prazo para a conclusão dos procedimentos relativos à
classificação de bens imóveis em curso sido prorrogado até 31 de dezembro de 2012 através
de despacho n.º 19338/2010, publicado no Diário da República, 2.ª serie, n.º 252, de 30 de
dezembro;
A Igreja da Nossa Senhora da Graça, localizada na freguesia de Santo André, foi edificada em
1744. O templo possui casas construídas originalmente para apoio aos peregrinos, como a
Casa de Romeiros, e para além disso conta com uma fonte e um tanque.
Versão Final
20
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 9 –Igreja de Nossa Senhora da Graça
1.2 - PATRIMÓNIO CULTURAL NÃO CLASSIFICADO
O património cultural do Município suscetível de proteção e valorização está muito para além
do modesto conjunto que se encontra classificado ou em vias de classificação.
Englobando um vasto conjunto de testemunhos de natureza diversa – da arqueologia ao
património arquitetónico, dos centros históricos ao património rural, das coleções
museológicas aos falares regionais – pretende-se de seguida identificar e caracterizar de forma
sucinta os elementos mais marcantes e identitários do Município.
Perante a morosidade dos processos de classificação vigentes constatamos a falta de
motivação por parte dos proprietários para promover a classificação do seu património
edificado.
Com vista a reforçar a sensibilização para a sua valorização, consideramos importante, no
presente âmbito do PDM, equacionar medidas de incentivo à proteção do património local,
material e imaterial, assentes em critérios de reconhecimento não excessivamente onerosos,
nem para o governo local nem para os proprietários, eventualmente, em vários casos, por via
de soluções no âmbito do turismo e de parcerias locais.
Versão Final
21
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.1 - PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO
Os vestígios arqueológicos do Município constituem parte integrante do Património Cultural
Português e são um recurso cultural, não renovável, essencial para a História.
Os sítios arqueológicos são testemunhos da história. A proximidade de recursos hídricos
importantes, como o rio Sado, a presença marítima a poucos quilómetros, a riqueza dos solos,
a possibilidade de obtenção de matérias-primas para a execução dos utensílios, foram grandes
motivos para a fixação de populações nesta região desde a Pré-História.
Figura 10 – Escavação arqueológica e antropológica na Igreja da Misericórdia de Alvalade, CMSC,
2011/2012
Contudo, em comparação com os territórios circundantes, observamos no Município alguma
escassez de vestígios arqueológicos, o que aponta para a vantagem de uma investigação mais
aprofundada.
Versão Final
22
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Existe, cada vez mais, a necessidade de conciliar a preservação do património arqueológico
com o desenvolvimento socioeconómico. Importa saber conciliar o novo e o existente, para
dar a conhecer às gerações vindouras a sua história, a sua memória, as suas pré-existências.
O Quadro Património Arqueológico identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém, que se apresenta de seguida, constitui a descrição dos sítios arqueológicos
já identificados no Concelho, aos quais se adicionaram elementos resultantes do levantamento
realizado no âmbito da presente caracterização, com vista à confirmação de alguns sítios, cuja
localização era incerta ou onde a fonte de informação deixava dúvidas.
Vários dos sítios e edifícios constantes no Quadro 1 e categorizados no âmbito do património
arqueológico, por conterem, ou haver notícia de vestígios arqueológicos no seu subsolo ou à
superfície, são igualmente apresentados noutros capítulos do presente relatório, em
conformidade com outros atributos da sua natureza e estado de classificação.
Os sítios arqueológicos foram enquadrados em três níveis de valoração, segundo os resultados
(média aritmética) dos seguintes critérios: singularidade por tipo de sítio; conhecimento do
sítio; densidade de ocupação; precisão da informação; proteção legal e estado de
conservação9.
Estes três níveis - que de seguida se apresentam - apontam o valor patrimonial e as medidas
de minimização necessárias e obrigatórias, que se terão de aplicar para cada um dos sítios,
tendo em conta o regulamento.
Sítios arqueológicos de nível 1 – áreas de valor patrimonial arqueológico elevado e
consolidado, com pré-existências já identificadas e de inegável valor e potencial patrimonial.
Para este nível são propostas trabalhos arqueológicos de diagnóstico prévio adequado e/ou
escavação do sítio.
9
A definição dos critérios de valoração e o valor por critério para cada sítio arqueológico, encontram-se no anexo deste relatório.
A atribuição dos critérios e a definição dos mesmos foram elaborados pelo IGESPAR.
Versão Final
23
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Sítios arqueológicos de nível 2 – áreas de potencial valor arqueológico elevado. Locais onde já
foram detetados testemunhos arqueológicos e onde se presume a existência de maior
densidade de vestígios. Os sítios que integram este nível deverão ser alvo de
acompanhamento arqueológico.
Áreas arqueológicas de nível 3 – áreas condicionadas de potencial valor arqueológico. Locais
onde as informações disponíveis indiciam a existência de vestígios arqueológicos. Neste nível
todos os sítios deverão ser confirmados e relocalizados através da prospeção arqueológica.
Versão Final
24
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Designação
Herdade de
Corona
N.º
Freguesia
1
Abela
Tipo
Achado
isolado
CNS
5898
Descrição
Inscrição praticamente ilegível. Localização
incerta.
Castelo Velho de
Corona
2
Abela
Povoado
O Castelo Velho da Corona identificado em
1998/9 por Jorge Vilhena e Emílio Ambrona
no âmbito das "Prospeções do território da
civitas de mirobriga" enquadradas no
projeto de "valorização das ruínas de
Miróbriga", direção de Filomena Barata
(IPPAR). O acesso ao povoado é barrado por
33064
um fosso escavado na rocha na zona mais
estreita do istmo de acesso ao
cabeço/península. O fosso poderá ter
profundidade maior que dois metros e
largura de 3-4, numa extensão de uns 15 a
20 metros, segundo informação do Dr. Jorge
Vilhena.
Vale de Zebro de
Baixo
3
Abela
Necrópole
Informação oral de 1982 refere o
33066 aparecimento de duas sepulturas em
1968/69. Localização incerta.
Versão Final
25
Cronologia
Fonte/Precisão
CMP
X (Long)
Y (Lat)
Valoração
Romano
Toponímica
517
167904,6
111717
3
II Idade do Ferro
Cartográfica
517
165576,9
112670,7
1
Indeterminado
Informação oral
518
172261
117710
3
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Gaspeia
4
Alvalade
Estação de Ar
Livre
632
Habitat de ocupação sazonal do Neolítico
Antigo. Foram detetadas várias estruturas
de combustão e exumado espólio (lítico e
cerâmico). Foram recuperadas taças de
calote e em forma de "saco" com decoração
impressa e incisa e indústria lítica sobre
sílex. A escavação foi feita pelo Museu de
Arqueologia e Etnografia do Distrito de
Setúbal.
Neolítico
Antigo/Mesolítico
Cartográfica
528
Idade do Bronze
Bibliográfica
528
3
Romano
Bibliográfica
528
3
Romano/Islâmico
Cartográfica
537
Herdade da
Defesa 1
5
Alvalade
Achado
isolado
1456
Tampa insculturada de sepultura, com
representação de espada e figura
ancoriforme. Foram também recuperados
dois machados de pedra. Localização
incerta.
Herdade da
Defesa 2
6
Alvalade
Sepultura
5902
Sepultura com um vaso de barro.
Herdade da
Defesa 3
7
Versão Final
Alvalade
Villa
Durante o acompanhamento arqueológico
dos trabalhos de modernização da linha do
sul no troço Ermidas do Sado/ Funcheira foi
identificada uma área onde foram
17020 recolhidos materiais maioritariamente de
cronologia romana. Trata-se de uma villa
cuja ocupação inicial terá sido no séc. I,
estendendo-se até ao séc. V. Foi alvo de
escavação arqueológica em 2002.
26
179232,7
179109
105482,7
99544
1
1
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Herdade da
Defesa 4
Herdade da
Defesa 5
Monte das
Gáspeas
8
9
10
Versão Final
Alvalade
Alvalade
Alvalade
Vestígios
diversos
Sítio de ocupação romana que se localiza a
600 m da villa da Herdade da Defesa 3. Tem
2
à volta de 1364 m de dispersão de
materiais à superfície. Os materiais
encontrados são maioritariamente de
construção (imbrices, láteres), alguma
cerâmica comum, um fragmento de dollia.
Ausência de tegulae.
Romano (?)
Bibliográfica
528
179097,1
100095
2
Villa (?)
No
âmbito
do
acompanhamento
arqueológico da linha do Sul, em 2002,
foram identificados em prospeção materiais
dispersos de época romana: fragmentos de
33022
dolium, material de construção, escória de
ferro, fragmentos de ânforas tipo Lusitana 2,
dolia. Poderá tratar-se da Pars rustica de
uma villa.
Romano
Cartográfica
528
179617,2
100751,9
2
Vestígios
diversos
No
âmbito
do
acompanhamento
arqueológico da linha do Sul, em 2002,
foram identificadas estruturas durante a
abertura de uma vala. No local observou-se
a existência de materiais de construção de
época romana e fragmentos de bojos de
ânforas. Por informação oral foi possível
saber que o sítio tinha já sido escavado há
30 anos atrás.
Romano
Cartográfica
528
175955,04
109811,15
2
5900
27
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Monte da
Corredoura
11
Versão Final
Alvalade
Vestígios
diversos
5901
No sítio da Corredoura foram detetados ao longo de cerca de 300 metros visíveis no
talude Este da linha de caminho de ferro estratos arqueológicos aparentemente
coevos com a ocupação neolítica do
povoado da Gaspeia (jazida pré-histórica
atribuível a finais do 6.º / primeira metade
do 5.º milénio a.C. - CNS 632) separados tão
só pela linha de água a Sul. Tal facto surgiu
também observado numa vala junto ao
Monte da Corredoura, que veio igualmente
a assinalar a presença de diversos
fragmentos de cerâmica de cronologias
proto-históricas - aparentemente da IDADE
DO FERRO. Por fim saliente-se ainda uma
mais antiga referência para o Monte da
Corredoura de igualmente vestígios
romanos não especificados.
Neolítico/Idade do
Ferro/Romano
28
Cartográfica
528
179138,9
105901,9
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Herdade de
Conqueiros
12
Versão Final
Alvalade
Villa
13
Situada na margem direita do rio Sado,
encontra-se bastante destruída até nos
pavimentos, tendo ficado apenas os
alicerces das estruturas. Provavelmente foi
abandonada em consequência de uma cheia
excecional do rio, tendo em conta os
calhaus rolados depositados junto da
estação.
Terá
sido
abandonada
voluntariamente ou pelo menos sem
destruição violenta. A cerca de 150 m a NE
da estação foram encontradas duas lápides
funerárias, possivelmente da necrópole da
villa.
Romano
29
Cartográfica
528
178718,3
107616,2
1
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Monte do Roxo
13
Versão Final
Alvalade
Villa
O sítio implanta-se numa zona de vale, de
terras muito férteis, sobranceira ao rio Sado.
Trata-se de uma villa romana, com
ocupação em época visigótica, islâmica e
moderna. Observou-se a existência de dois
fragmentos
de
cancelas
visigóticas
reaproveitadas. A mais completa encontrase diante da entrada da Capela do Monte,
24912
situada na zona norte. A segunda serve de
poial numa das entradas. Deste local são
provenientes outro fragmento de cancela e
um fragmento de mainel. O motivo
decorativo das cancelas tem por base
octofólios incertos em quadrados e
retângulos. Este local é conhecido desde,
pelo menos, finais do século XVIII.
Romano/Visigótico
30
Cartográfica
518
177799,6
113062,4
1
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Alvalade -Rua Dr.
António
Guerreiro
Fernandes
14
Versão Final
Alvalade
Achado
isolado
Uma empresa subcontratada pela EDP
esteve no núcleo histórico de Alvalade a
remodelar a rede de abastecimento de
energia. Segundo Luis Pedro Ramos, numa
vala na Rua Dr. António Guerreiro
Fernandes (nas traseiras da Casa do Povo de
Alvalade), em pleno passeio, fortuitamente
surgiu um recipiente cerâmico que guardava
um pequeno tesouro monetário, constituído
28470 por cerca de 70 moedas em prata, num
estado praticamente imaculado. Por
informação oral de habitantes de Alvalade
que as viram referem que as moedas são
quinhentistas e do reinado de D. João III. O
trabalhador que fez o achado ainda
ofereceu várias a alguns moradores, mas
ficou com a maioria do tesouro. Não foi
possível ver nenhuma. Informação de Luis
Pedro Ramos.
Moderno
31
Cartográfica
518
177065,5
108163,7
2
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Alvalade - Rua
25 de Abril
15
Versão Final
Alvalade
Achado
isolado
Por informação oral de um trabalhador,
aquando da construção do café "O
Pelourinho" no centro da vila de Alvalade
foram encontrados dois "potes" de grandes
33070 dimensões, espessos, com ossos e terra no
interior. Sabe-se que um deles foi partido,
mas o segundo mantém-se, segundo ele,
por baixo do passeio, junto a um dos pilares
do edifício.
Indeterminado
32
Cartográfica
518
177040,1
108203,6
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
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Alvalade do Sado
16
Versão Final
Alvalade
Núcleo de
povoamento
Nos inícios de 1755, a vila possuía 275 fogos
e 1208 habitantes. O terramoto do 1.º de
novembro desse ano, também se fez sentir
fortemente em Alvalade, provocando a
derrocada da maior parte dos edifícios
públicos da povoação, e grande número de
habitações. Regista-se também a presença
de vestígios arquitetónicos de época
romana. O núcleo urbano de Alvalade
apresenta características próprias de um
aglomerado concentrado a partir da zona
primitiva junto à igreja. A zona histórica
31883 apresenta em geral uma arquitetura popular
bem enquadrada no aglomerado e na
paisagem. A malha urbana do núcleo
histórico, de cariz medieval, onde se inclui a
Igreja matriz do século XV, tem como núcleo
central a Praça D. Manuel I, coração da vila.
Esta Praça representava o centro cívico da
povoação onde se localizavam as principais
instituições. Na Praça localizam-se o
Pelourinho Manuelino do século XVI, a
capela da Misericórdia do século XVI, de
influência maneirista e o edifício dos antigos
Paços do Concelho.
Romano/Medieval
Cristão
33
Bibliográfica
528
Os critérios
não se
aplicam
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Monte da Ameira
1
17
Versão Final
Alvalade
Villa e
necrópole
A primeira referência de vestígios da época
romana neste monte é já do Padre Jorge de
Oliveira. No seu caderno de apontamentos
refere a presença de vários materiais de
construção, cerâmicas brancas, vermelhas e
escuras, e mós. No âmbito do
acompanhamento arqueológico da linha do
Sul, em 2002, o sítio terá sido relocalizado. A
dispersão de materiais seria um pouco
superior a 1,5 ha. Atribuem uma cronologia
do Séc. I. A georreferenciação do sítio na
sequência do PDM não foi possível, por
causa da vegetação densa e rasteira da
zona.
Apareceram
apenas
alguns
fragmentos informes de cerâmica comum,
possivelmente romana, num caminho. Esses
materiais poderão ter sido arrastados de
outro sítio.
Romano
34
Cartográfica
528
176042
108267,3
2
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Monte da Ameira
2
18
Versão Final
Alvalade
Vestígios de
superfície
Pequeno sítio de ocupação romana
identificado junto ao monte da Ameira,
durante prospeções efetuadas por Jorge
Feio em 2003. Apareceram materiais de
construção romanos, inclusive opus
signinum. Por informação oral do feitor do
Monte da Ameira sabe-se que foram
33073
recolhidos no local machados de pedra
polida. Na sequência do PDM prospetou-se
a zona e não foram detetados quaisquer
materiais. De qualquer forma fica registado
que o feitor informou que durante a lavra é
possível ver uma grande quantidade de
material.
Romano
35
Cartográfica
528
175833,4
109647,6
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Monte da Ameira
4
Monte da Ameira
5
19
20
Versão Final
Alvalade
Alvalade
Muro
No caderno do Padre Jorge de Oliveira
aparece uma referência a materiais
romanos, tais como uma tegula, um
fragmento de asa de ânfora e cerâmica
amarela. Jorge Feio refere que encontrou
uma estrutura cujo aparelho é construído
por paredes de médias dimensões ligadas
33074
com argamassa de cal, situado no caminho
de acesso ao monte. Na sequência do PDM
o feitor do Monte da Ameira indicou-nos o
sítio, mas segundo ele, a estrutura só é
visível quando chove com intensidade. O
caminho de terra batida abre fendas com a
água, o que permite a visualização do muro.
Indeterminado
Cartográfica
528
175942,5
107633,5
2
Vestígios
superfície
Na sequência da revisão do PDM foram
identificados alguns materiais de construção
romanos numa zona de encosta, próxima a
33075
uma zona de pinheiros mansos, do lado
esquerdo do caminho de acesso ao Monte
da Ameira. Fica muito próximo do monte.
Romano
Cartográfica
528
175740,8
108929,9
2
36
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Monte Branco da
Ameira
Cerrado de Maria
Lança
21
22
Versão Final
Alvalade
Alvalade
Necrópole
A primeira referência de vestígios da época
romana é já do Padre Jorge de Oliveira. No
seu caderno de apontamentos refere a
presença de duas sepulturas romanas. Na
33025 primeira constatou que a caixa era feita por
imbrices e tegulae e a segunda por láteres,
sendo que esta última tinha um vaso,
destruído pelos trabalhadores agrícolas no
momento da descoberta.
Romano
Toponímica
518
175792,4
110952,7
3
Lagar (?)
Foi o Padre Jorge de Oliveira que, em 1924,
identifica estruturas do que acha ser um
lagar. A descrição que faz é de uma sapata
extensa de alvenaria e de um pavimento
33026 que parece ser, através da descrição de
camadas, de opus signinum. O atual
cemitério de Alvalade ocupa parte do
Cerrado de Maria Lança e poderá ter
afetado o possível sítio.
Romano
Bibliográfica
528
176902,6
107893,7
3
37
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figueira à
Metade
23
Alvalade
Estela
funerária
O sítio localiza-se na Herdade de
Conqueiros, sensivelmente a 200 metros da
villa romana. Será possivelmente a
necrópole da villa. Foram recolhidas três
estelas funerárias em grauvaque, que
33076 seriam depositadas na Casa do Povo de
Alvalade. As estelas foram detetadas
durante trabalhos agrícolas e foram
recolhidas pelos arqueólogos Clementino
Amaro e Manuel Rosivelt dos Santos que se
encontravam a escavar a villa.
Monte Espada
24
Alvalade
Achado
isolado
No Monte Espada foi recolhida uma ânfora
33027 do tipo Lusitana 2, completa. Pertence a
coleção particular.
Versão Final
38
Romano
Bibliográfica
528
2
Romano
Bibliográfica
519
3
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Monte da Vinha
Monte da Sapa
25
26
Versão Final
Alvalade
Alvalade
Achado
isolado
Vaso encontrado em trabalhos agrícolas na
Herdade do Monte da Vinha. Foi doado em
junho de 2003 ao Museu Nacional de
Arqueologia. Trata-se de um vaso de forma
ovoide, ou em "fundo de saco", de colo alto
e cilíndrico, com 23,5 cm de altura e 18,9 cm
de diâmetro máximo, ostentando três asas
verticais e assimétricas da suspensão e
33077
decoração feita a partir de matriz impressa,
organizada em faixas paralelas e horizontais
marcando o início do bojo e asas. O vaso
encontra-se a ser estudado pelo Dr. Carlos
Tavares da Silva. Este vaso integra-se no
conjunto das mais antigas produções de
cerâmicas, características do Neolítico
Antigo do Mediterrâneo Ocidental.
Neolítico Antigo
Toponímico
528
178539
106857,6
3
Vestígios
diversos
Nota no caderno de apontamentos do Padre
Jorge de Oliveira que refere a descoberta de
algumas moedas de época romana. Jorge
33078
Feio fez prospeção no local e detetou alguns
materiais de época romana, bem como
cerâmica comum e bojos de ânfora.
Romano
Cartográfica
528
178170,28
107430,81
2
39
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Ponte Medieval
de Alvalade
Ermida de São
Roque
27
28
Alvalade
Alvalade
Ponte
A ponte é conhecida entre a população de
Alvalade como "Ponte Romana". No
33028
entanto, será da época Medieval, com
reconstruções de época Moderna.
Medieval
Cartográfica
528
176317,5
108757,5
1
Sepultura
A ermida de São Roque remonta ao último
terço do Séc. XV e surge referida na
visitação realizada em novembro de 1510. É
um pequeno edifício de uma só divisão, com
2
33079 cerca de 20 m , com paredes de taipa e um
pequeno altar também em taipa. Nos
registos paroquiais foi encontrada a
referência de um enterramento dentro da
ermida. Localiza-se na Herdade do Faial.
Medieval/Moderno
Toponímica
528
181896
111478
2
Indeterminado
Cartográfica
526
151794
101601,9
2
Romano/Moderno
Cartográfica
535
150947
92876,4
2
Faneca
29
Cercal
Indeterminado
Num rasgo lavrado, circundando um
pequeno monte, ocorrem fragmentos do
que parece ser escória de ferro (restos de
23359 fundição?).
São
acompanhados
por
cerâmica comum incaracterística e de
construção (ambas muito raras). O material
encontra-se concentrado em encosta suave.
Mandorelha 1
30
Cercal
Barragens
Estão identificadas duas barragens, uma
33080 possivelmente de época romana e uma
outra de época Medieval/Moderna
Versão Final
40
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Mandorelha 2
Herdade do Raco
31
32
Cercal
Cercal
Vestígios
diversos
Encosta próxima às barragens da
33081 Mandorelha 1 com muitas escórias à
superfície.
Indeterminado
Cartográfica
535
150949,7
92807,1
2
Necrópole
Frei Manuel do Cenáculo fala de uma
necrópole na Herdade do Raco e diz ter
aberto à volta de dez sepulturas. Numa das
sepulturas destaca o achado de uma
bracelete em bronze, à qual o Cenáculo
33014 atribui o «symbolo da aternidade figurada
na serpente circular (…)». A figura apresenta
duas cabeças de serpente em cada uma das
duas pontas do bracelete. Faz referência a
cerâmicas, vidros e objetos de adorno
noutras sepulturas.
Romano
Toponímica
545
153278,5
89274,4
3
Sítio paleolítico localizado no âmbito do
projeto de investigação "Levantamento
23200 arqueológico do Alentejo". Foi aberta uma
sondagem de onde foram recolhidas 35
peças líticas, das quais três são núcleos.
Paleolítico
Cartográfica
519
184879
113687
2
Cartográfica
505
148315,9
122679,6
2
Lagoa da Pedra
33
Ermidas do
Sado
Estação de Ar
Livre
Herdade do
Parral/Parral de
Baixo
34
Santa Cruz
Vestígios de
superfície
Versão Final
22497
Vestígios de material de construção romana Romano/Indetermina
e escória.
do
41
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Parral de Baixo 1
35
Santa Cruz
Villa
Herdade do
Sobral da Várzea
36
Santa Cruz
Depósito
Versão Final
O sítio localiza-se numa zona chamada de
Várzea dos Pereiros, em Parral de Baixo
(Herdade do Parral). Situa-se numa zona de
vale junto da ribeira do Forneco uma
concentração de material de construção
romano e alguma cerâmica comum bastante
33087
rolada. Segundo os proprietários, encontrase muito material quando se fazem as lavras
do terreno. Obteve-se também uma
Informação oral de uma habitante local que
muito próximo do local existe uma possível
necrópole nas proximidades.
25390
Depósito de objetos de bronze (escopros,
machados e foice).
42
Romano
Cartográfica
505
149672,5
122153,7
1
Idade do Bronze
Bibliográfica
505
148680,7
121494,2
3
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Santa Cruz (Torre
e Herdade do
Saragoçal,
Ademas,
Francisquinho
37
Santa Cruz
Vestígios
diversos
Estruturas (muros, sepulturas) e peças
arqueológicas (cerâmica, vidro, Inscrição)
dispersas por vasta área que engloba estes
topónimos. A inscrição funerária encontrada
no sítio Francisquinho alude a um
25392
mirobrigense céltico sepultado neste local.
Foi achada em 1957 conjuntamente com
numerosos materiais de época romana.
Encarnação (1984:233) suspeita da sua
autenticidade.
Torre Nova
38
Santa Cruz
Povoado
7575
Ribeira do
Nabarro
39
Versão Final
Santa Cruz
Vestígios de
superfície
Pequeno cabeço com ocupação préhistórica, no sopé do qual há diversos
abrigos rupestres com possível ocupação.
Plataforma aplanada em encosta suave
virada a Sul, ocupada por montado de sobro
e terreno limpo com boa visibilidade para
materiais e estruturas. A área de dispersão
29233
de materiais estende-se aproximadamente
num diâmetro de 50 m, onde se observa
cerâmica comum e de construção (tegulae e
imbrices)
43
Romano
Toponímica
505
149676,7
120652,9
3
Calcolítico
Cartográfica
505
150198,8
120900,4
1
Romano
Cartográfica
505
147806
121152,7
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Miróbriga
40
Versão Final
Santiago do
Cacém
Cidade
4
O sítio arqueológico de Miróbriga situa-se
nas proximidades da Cidade de Santiago do
Cacém.
Classificado como imóvel de interesse
público desde 1940, este sítio passou a estar
afeto afeto ao Instituto Português do
Património Arquitetónico e Arqueológico
desde 1982.
Encontra-se em pleno funcionamento o
Centro de Acolhimento e interpretação,
construído pelo IPPAR. Trata-se de um
extenso complexo arqueológico da época
romana que possui vários núcleos: área
comercial, termas, hipódromo, santuário e
zona habitacional. Este conjunto foi um
importante centro urbano no período
romano, assentando parcialmente sobre um
aglomerado mais antigo da Idade do Bronze
e do Ferro.
Romano
44
Cartográfica
516
151630
116000
1
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Hospital do
Espirito Santo
41
Santiago do
Cacém
Monte da Ortiga
do Meio
42
Santiago do
Cacém
Necrópole
Pomar dos
Mouros
43
Santiago do
Cacém
Formiga
44
Santiago do
Cacém
Versão Final
Necrópole/Ac
hado isolado
Antigo edifício fundado no Séc. XVI. O
terramoto danificou grande parte do
edifício, tendo sido posteriormente
reconstruido, mantendo atualmente a
fachada do século XVIII. Foi feita uma
intervenção arqueológica e antropológica
no âmbito do projeto de criação de um
Museu de arte sacra. As escavações
18085
decorreram na cave do edifício, onde se
localizava a necrópole medieval. Foram
exumados os enterramentos e recuperado o
espólio que os acompanhava. Neste mesmo
edifício foi recuperada uma Ara votiva a
"Esculapio", proveniente de Miróbriga, que
se encontrava na fachada lateral direita do
edifício.
Medieval/Romano
Cartográfica
517
150495
116675
1
4420
Foram encontrados no local dois sarcófagos
em arenito selados por tampas, ambos com
espólio osteológico, durante a construção
de uma pocilga.
Romano
Bibliográfica
516
147684
113610
1
Achado
isolado
4821
Capitel de calcário decorado por folhas de
acanto. Revela forte influência romana.
Alta Idade Média
Toponímica
516
150997,5
117048,3
3
Necrópole
5896
Necrópole que forneceu, entre outro
material, uma taça de vidro do século I d.C.
Romano
Bibliográfica
516
150704,6
115507,4
3
45
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Convento do
Loreto
45
Versão Final
Santiago do
Cacém
Convento
Convento de fundação franciscana erguido
no local onde existiria uma antiga ermida,
da mesma invocação. Não é certa a data da
sua fundação que oscila entre 1450-1460 e
1502. Em 1995, realizou-se uma intervenção
arqueológica que tinha como objetivo
implantar uma quadrícula que permitisse o
levantamento sistemático dos materiais
arqueológicos encontrados à superfície. A
10760
quadrícula, com a orientação N-S em
relação a toda a área do convento, permitiu
definir dois setores de intervenção: setor 1 –
área a sul da fachada, antiga portaria do
convento; setor 2 – área que rodeia a torre
ainda visível do convento. Foi impossível
fazer uma leitura espacial dos materiais de
superfície devido aos fenómenos de
deslizamento.
Medieval Cristão
46
Cartográfica
516
150198,2
112602,6
1
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Castelo de
Santiago do
Cacém
Aldeia dos Chãos
46
Santiago do
Cacém
Castelo
47
Santiago do
Cacém
Achado
isolado
Versão Final
1694
A construção do Castelo remonta
originalmente à ocupação muçulmana desta
zona do Alentejo. A atual tipologia do
Castelo apresenta a forma de um
paralelogramo envolvido por nove torres e
cubelos. O interior do Castelo é dominado
pelas ruínas do antigo espaço da alcaidaria
ou alcáçar, construção com origem nos
séculos XIII/XIV e que foi remodelada nos
séculos XV/XVI. No seu interior foi escavado
um silo, provavelmente islâmico, posto a
descoberto por um abatimento de terras
causado por uma inundação no cemitério
instalado no castelo medieval de Santiago
do Cacém. Tem 3,30 m de diâmetro por 4,30
m de altura. O interior está revestido por
argamassa de cal e saibro, reforçado por
cerâmica comum. No fim da escavação foi
entulhado com areia e selado. A sua
localização mantém-se assinalada.
Medieval/Islâmico
Cartográfica
516
Moeda romana encontrada durante
trabalhos de prospeção do Grupo de
Trabalhos de Arqueologia do Gabinete da
Área de Sines.
Romano
Informação oral
516
47
150355,5
116542,8
1
3
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Zambujeiro 2
Herdade da
Cascalheira
Areal
48
49
50
Versão Final
Santo André
Santo André
Santo André
Mancha de materiais e indícios de
estruturas soterradas. Foram detetados
bojos de cerâmica manual e de roda, alguns
Idade do
relativamente espessos (possivelmente
31503
Ferro/Contemporâne
pertencentes a grandes recipientes) e
o
outros finos e apresentam-se rolados. Foi
identificado um fundo plano de cerâmica de
torno lento
Cartográfica
505
147729
125148,5
2
Inscrição
A ara funerária aparece desenhada numa
folha solta de papel branco, incluída num
dos cimélios da coleção de Cenáculo
existente na Biblioteca eborense (Códice
25366 CXXVII/1-2, fls [1-1]). Estaria encastrada
numa azenha na Herdade da Cascalheira,
numa várzea fértil irrigada pela ribeira da
Cascalheira. Nunca se conseguiu descobrir a
sua localização.
Romano
Toponímica
505
146454
126725
3
Habitat
Habitat sobre área plana da margem
esquerda da ribeira do Areal. Materiais
25363 arqueológicos recolhidos à superfície:
indústria lítica sobre sílex e cerâmica de
fabrico manual.
Neolítico
Cartográfica
505
143018,7
122774,8
1
Mancha de
ocupação
48
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Cerradinha
51
Santo André
Habitat
Deixa-o-Resto
52
Santo André
Necrópole
Versão Final
Habitat em "ilha" de inverno da margem
esquerda da Lagoa de Santo André. Restos
muito destruídos de estruturas de habitat.
As escavações arqueológicas estiveram a
cargo do Grupo de Trabalhos de
Arqueologia do Gabinete da Área de Sines.
O
conjunto
cerâmico
encontrado
pertencente ao Horizonte de cerâmica com
decoração brunida do Bronze Final
comprova a integração da estação neste
período cronológico. Acresce ainda, o facto
25364
Idade do Bronze Final
das pastas e do tratamento das superfícies
da cerâmica não demonstrarem a perfeição
técnica atribuída à primeira fase do Bronze
Final (existente na Estremadura portuguesa
e em Huelva). A indústria lítica, a cerâmica e
a implantação geográfica permitem
pressupor que os elementos materiais aqui
encontrados
pertenceram
a
uma
comunidade de pescadores que se
dedicaram igualmente à pecuária e à
metalurgia.
Cartográfica
505
143276,1
125903,1
1
Necrópole de incineração, destruída, com
25365 urnas cinerárias, terra sigillata sudgálica,
lucerna e moeda de Augusto.
Toponímica
505
146010,2
122572,8
3
Romano
49
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Casas Novas
Pedra da Atalaia
Várzea do
Outeirinho
53
Santo André
54
São
Bartolomeu
da Serra
55
Versão Final
São
Bartolomeu
da Serra
Habitat
Escavação arqueológica de emergência do
Museu de Arqueologia e Etnografia do Bronze Final/Islâmico
Distrito de Setúbal, em 1996.
Povoado
1723
Situado numa elevação de encostas suaves
e de reduzidas dimensões. Trata-se de um
povoado da Idade do Ferro, registando-se
vestígios constituídos por fragmentos
cerâmicos dessa ocupação na superfície.
5897
Necrópole de época romana destruída.
Foram recolhidos fragmentos de opus
signinum e de uma mó. Localização incerta.
Segundo descrição de Leite de Vasconcelos,
havia sepulturas no sítio da Várzea do
Outeirinho, “e uma delas com púcaro de
barro à cabeceira. Fui a essa herdade, mas
já não vi nem paredes nem sepulturas, e
apenas vi pedaços de opus signinum
grosseiro, e uma mó chata de 0,56 m, com
orifício central; também vi, e trouxe para o
Museu, um rebolo achatado nos dois pólos,
que tem de circuito 0, 27 m (seria projétil?),
feito, ao que parece, de um calhau rolado,
como se induz de uns restos de polido.”
Vestígios
diversos
50
Informação oral
505
3
Idade do Ferro
Cartográfica
517
152939,5
118959
1
Romano
Toponímica
517
156016
118004
3
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Herdade das
Pereiras
Herdade das
Antas
56
São
Bartolomeu
da Serra
57
São Francisco
da Serra
Estela
Tampa sepulcral insculturada da época do
25403 Bronze. Está depositada no Museu
Municipal de Santiago do Cacém.
Tholos
Idade do Bronze
Cartográfica
517
160642,6
117195,4
2
4857
Sepultura de falsa cúpula. Intervencionado
em 1973 por Manuel F. dos Santos. Foi
encontrada uma placa de xisto. Não há
publicação.
Calcolítico
Toponímica
506
154432
128595
2
Situada numa área plana da margem
esquerda da ribeira da Cascalheira,
apresentando testemunhos da estruturação
interna original do habitat: empedrados,
fornos. Identificou-se ainda cerâmica
impressa, incisa e plástica do Neolítico,
indústria lítica sobre sílex e pedra polida
(machados e mós).
Neolítico Antigo
Cartográfica
505
148142
126220
1
Calcolítico
Bibliográfica
505
147971
126512
Destruído
Salema 1
58
São Francisco
da Serra
Estação de Ar
Livre
3327
Salema 2
59
São Francisco
da Serra
Monumento
megalítico
Monumento funerário destruído por uma
25400 exploração da pedreira junto do Monte da
Salema.
Versão Final
51
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Franciscos
60
Versão Final
São Francisco
da Serra
Mancha de
ocupação
No topo de um cabeço aplanado
encontram-se vestígios pouco frequentes de
fragmentos cerâmicos (de uso doméstico e
de
construção)
e
de
argamassas
esbranquiçadas, num diâmetro de cerca de
50 m. O cabeço encontra-se no interior de
Moderno/Contempor
13342 uma propriedade que era murada com
âneo
muros de adobe de forma sub-retangular,
dos quais ainda restam muitos troços, tendo
sido cortado pelo lado Norte por melhorias
realizadas no estradão de terra batida.
Provavelmente trata-se de vestígios de um
pequeno casal de construção em adobe.
52
Cartográfica
505
159383,1
124089,2
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Marco Branco
Palhota
61
62
Versão Final
São Francisco
da Serra
São Francisco
da Serra
Sepultura
Monumento
megalítico
Em 1978, Carlos Tavares da Silva e Joaquina
Soares identificaram, nas proximidades do
Monte do Marco Branco, uma sepultura
protomegalítica, de câmara ovalada,
fechada e sem corredor. A cista megalítica
apresenta planta sub-retangular, com
orientação aproximada de E-W, formada por
esteios grossos e estreitos de calcário e xisto
25394
grauváquico. Conservava ainda os restos de
uma cintura tumular constituída por blocos
de xisto e calcário. A escavação
arqueológica do Museu de Arqueologia e
Etnografia do Distrito de Setúbal permitiu
recolher na área do tumulus, um geométrico
trapezoidal em sílex. A sepultura foi
posteriormente destruída pelo proprietário.
Sepultura megalítica com câmara funerária
subtrapezoidal e corredor bem diferenciado.
Foi identificado espólio lítico e cerâmico.
25399 Escavações arqueológicas do Grupo de
Trabalhos de Arqueologia do Gabinete da
Área de Sines.
53
Neolítico
Cartográfica
505
148411
126143
Destruída
Neolítico
Cartográfica
505
147995,3
126893
1
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Enxacafres 2
63
São Francisco
da Serra
Anta
Monte Sardinha
64
São Francisco
da Serra
Necrópole
Versão Final
Anta de corredor com mamoa localizada no
topo de uma pequena elevação. Os esteios
sobressaíam à superfície encontrando-se a
sua posição perturbada por dois sobreiros.
Comprimento aproximado de 3,80 m;
29237 largura aproximada de 3 m e diâmetro
aproximado de 1,90 m, correspondendo o
diâmetro aproximado da mamoa a 13 m. A
anta foi desmantelada depois de ser
escavada para dar continuação à obra do
IP8.
Necrópole de incineração muito destruída.
Durante trabalhos agrícolas foram trazidos à
superfície alguns fragmentos de cerâmica
comum distribuídos por quatro grupos de
fabrico diferente; fragmentos de três
lucernas nomeadamente uma DresselLamboglia 20; um copo de vidro
transparente, copa em U, bordo, aresta viva,
decorado com linhas incisas e com 81 mm
33089
de diâmetro; um prego de ferro; escória de
ferro; carvões e cinzas que continham
pequenos fragmentos de osso. O estudo dos
materiais descritos anteriormente foi
realizado por Luísa Ferrer Dias e João Rosa
Viegas e permitiu confirmar a hipótese de se
tratar de uma necrópole romana com
incinerações, cujo “terminus post quem” é
reinado de Cláudio.
54
Neocalcolítico
Cartográfica
506
157122,7
124502,5
Escavada e
desmantelad
a
Romano
Bibliográfica
505
148952,7
125496
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figueirinha
65
São Francisco
da Serra
Vestígios
diversos
Situado a aproximadamente 700 metros
para Oeste da necrópole do Monte da
Sardinha,
em
terreno
denominado
«Figueirinha», Luísa Ferrer Dias e João Rosa
33088
Viegas
identificaram
à
superfície
abundantes vestígios do que teria sido uma
habitação romana. Destaca-se a observação
de cerâmica do séc. I.
Romano
Bibliográfica
505
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Quadro 1 - Património Arqueológico identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
55
148296,5
125468,6
2
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.2 - PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO
O património urbano construído – à exceção dos edifícios religiosos que se encontram em quase
todas as sedes de freguesia – apresenta maior expressão nos três mais antigos aglomerados do
Município, com relevância administrativa no passado: Alvalade, como sede de município, Cercal
do Alentejo como sede da Comenda do Cercal da Ordem de Santiago e Santiago do Cacém, como
ancestral sede do Município.
Efetivamente, é dentro das áreas delimitadas como Centros Históricos, que encontramos os
edifícios mais emblemáticos, com uma arquitetura mais elaborada, com maior nobreza de
materiais empregues na sua construção e com maior peso histórico e cultural.
Dentro dos aglomerados urbanos e em especial, nos Centros Históricos, o valor patrimonial
extravasa claramente o edifício religioso, a casa senhorial, ou a casa com determinado estilo
arquitetónico reconhecido, porque é a sua integração na envolvente edificada que lhe acrescenta
a importância patrimonial. Daí que, os edifícios de arquitetura mais vernácula, de volumetria e
decoração mais simples, sejam igualmente importantes e indispensáveis neste contexto.
A aprovação de Planos de Pormenor nas áreas delimitadas como Centros Históricos é de
primordial importância para salvaguardar a integridade destes conjuntos, sem se recorrer à
classificação integral dos edifícios com reconhecido valor patrimonial.
No âmbito do património arquitetónico rural, desde logo menos estudado, constatamos maiores
ameaças na sua salvaguarda. No caso do edificado civil, mais popular e pobre quanto a materiais e
técnicas, despojado de artifícios e embelezamentos, não tem sido prioridade para os requisitos de
classificação vigentes.
A pobreza dos materiais condiciona a sua fraca resistência e rápido desaparecimento, como é o
caso das construções em taipa, utilizada na esmagadora maioria dos tradicionais “montes” da
região. A criação de condições para a sua valorização pode ser uma verdadeira prioridade.
Versão Final
56
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.2.1 - Património Arquitetónico Religioso
Designação
Número
Freguesia
Tipologia
Descrição
Fonte
A sua construção remonta ao início do século XX, com
projeto de Augusto Fuschini, cuja construção se arrastou até
meados do mesmo século. Foi construída no estilo
neogótico, com uma grande torre sineira que lembra uma
catedral. A sua imagem arquitetónica foi inspirada na Sé de
Lisboa, iniciada igualmente nos inícios do século XX.
Igreja Paroquial de
Abela
13
Abela
Igreja
Capela Nova de São
Brissos
14
Abela
Capela
Foi mandada construir no monte da Quinta de Corona, nas
primeiras décadas do século XX.
CMSC
Memorial
Em 2006 a comunidade local prestou homenagem à Igreja e
à Santa, padroeira da Aldeia, que na década de 70 do séc. XX
foi demolida, perto do local onde hoje se encontra
implantado o Memorial. A Igreja terá sido construída no séc.
XIV, em honra da Santa que, segundo reza a lenda terá
aparecido junto à Ribeira de Corona, perto do local da sua
implantação. O marco é constituído por uma base circular
em calçada de vidraço branco, sobre a qual assenta um
tronco de pirâmide. São duas as faces que têm elementos
alusivos à memória da Igreja e da Santa, executados em
mármore branco. Numa das faces está representada a
fachada principal da Igreja, com um pequeno texto que a
identifica, bem como o século em que terá sido construída e
o século em que foi demolida. Na face oposta, é
representada a silhueta da fachada da Igreja e nela está
enquadrado um nicho em baixo relevo, representando à
escala natural a Santa, que se encontra na atual Igreja Matriz
de Abela. Abaixo desta, fica um texto alusivo à lenda do
aparecimento da Santa e a justificação para a construção da
antiga Igreja: “Junto à Ribeira de Corona “apareceu” às
gentes da Terra, Nossa Senhora A Bella e no local da sua
CMSC
Memorial a N. Sra. da
Abela
Versão Final
15
Abela
CMSC
57
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
“Aparição” foi construída uma Igreja em sua honra”.
Igreja da Misericórdia
de Alvalade
16
Alvalade
Igreja
Templo construído em 1570. No século XIX deixou de
funcionar como igreja, com a extinção da confraria da Santa
Casa da Misericórdia de Alvalade.
IGESPAR
Capela Nova de Nossa
Sr.ª do Roxo
17
Alvalade
Capela
A capela foi mandada construir cerca da segunda metade do
século XX e integra fragmentos de cancelas visigóticas.
CMSC
Ruínas da Ermida de
São Roque
18
Alvalade
Ermida
Foi edificada no final do século XV ou nos inícios de XVI.
CMSC
Capela da Bica Santa
19
Cercal do
Alentejo
Capela
Construída provavelmente no século XVI, sofreu obras no
arco triunfal e no altar-mor na segunda metade do século
XVIII. Em meados do século XX sofreu nova campanha de
obras.
CMSC
Igreja Matriz de
Cercal do Alentejo
20
Cercal do
Alentejo
Igreja
Construída no século XVIII, recebeu as pinturas murais no
último quartel do século XIX.
CMSC
Ruínas da Ermida de
Santo Isidoro
21
Cercal do
Alentejo
Ermida
Não se conhece a data da fundação da Ermida de Santo
Isidoro, que distava do Cercal cerca de meia légua (2,5 km).
No século XVIII já se encontrava arruinada, restando
atualmente do templo apenas as fundações.
CMSC
Igreja de Ermidas
22
ErmidasSado
Igreja
Na sequência do crescimento da povoação e após a sua
passagem a freguesia em 1953, houve a necessidade de a
dotar de templo adequado para a população residente.
CMSC
Cruzeiro
O cruzeiro foi erigido em 2006, junto à entrada nascente da
Igreja, como alusão à sua reconstrução após dois sismos, o
de 1755 e o de 1858 e à notável peça escultórica
representando Cristo crucificado, com a qual, por essa
ocasião, se presume, terá sido embelezado o altar. A
inscrição gravada no cruzeiro consta de: “Que o seu orago é
Santa Cruz na qual se acha esculpido um admirável Crucifixo
firmado sobre a mesma”. O Pároco de Santa Cruz em 25 de
maio de 1758”. A data de 3 de maio em que foi inaugurado o
cruzeiro, evoca o aparecimento, há muitos anos, da imagem
de uma santa, colocada numa oliveira perto da aldeia. Essa
imagem ainda se encontra dentro da Igreja e crê-se que a
mesma abençoa a festa anual da aldeia nessa mesma data.
CMSC
Cruzeiro da Igreja de
Santa Cruz
Versão Final
23
Santa Cruz
58
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Igreja Paroquial de
Santa Cruz
24
Santa Cruz
Igreja
Oratório dos Passos
da Paixão de Cristo na
Rua Dr. Francisco Beja
da Costa
25
Santiago do
Cacém
Oratório
Oratório dos Passos
da Paixão de Cristo na
Rua Padre António de
Macedo
26
Santiago do
Cacém
Oratório
Oratório dos Passos
da Paixão de Cristo no
Quintal da Igreja da
Misericórdia
27
Santiago do
Cacém
Oratório
Igreja construída no século XV. O batistério é da segunda
metade do século XVI. O púlpito, o altar-mor e os retábulos
datam da segunda metade do século XIX.
CMSC
Conjunto de oratórios ao ar livre, construídos entre 1708 e
1810, que se destinavam a marcar os Passos da Paixão de
Cristo na procissão homónima, ainda hoje têm a mesma
utilização.
IGESPAR
IGESPAR
Antiga Igreja do
Espírito Santo
28
Santiago do
Cacém
Igreja
Construída no século XIV, estava inicialmente ligada ao
hospital fronteiro. No século XVIII passou para a posse da
Ordem Terceira de S. Francisco, recebendo a atual fachada
barroca. Nos inícios do século XX, pertencia a D. Camila
Maldonado Passanha.
Capela de São Brás
29
Santiago do
Cacém
Capela
Capela, construída no século XVI, recebeu o retábulo em
estuque nos finais do século XIX.
IGESPAR
Capela de São
Sebastião
30
Santiago do
Cacém
Capela
Construída no século XVI, foi muito danificada pelo sismo de
1969, que obrigou à reconstrução da fachada principal.
IGESPAR
31
Santiago do
Cacém
Capela
Construída em 1630 pela Confraria das Almas, mantém hoje
a mesma função de capela funerária. Foi muito danificada
pelo terramoto de 1755 (recebendo então o altar-mor
pombalino) e pelo sismo de 1858.
CMSC
32
Santiago do
Cacém
Nos finais do século XVIII, surgem em Portugal, as primeiras
manifestações para a realização da prática dos
enterramentos fora dos locais de culto. Foi através do
decreto de 21 de setembro e 8 de outubro de 1835 e, com o
ministro Rodrigo da Fonseca Magalhães, que se legalizou a
CMSC
Capela das Almas
Cemitério no Castelo
de S. Cacém
Versão Final
59
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
criação de Cemitérios. O art.º 5.º do mesmo decreto refere
“que cada corpo deverá ser enterrado em cova separada, a
qual terá pelo menos cinco palmos de profundidade e será
separada das outras covas por um espaço de palmo e meio
por todos os lados.” (Silva, 2008). A repartição de Saúde
Pública foi criada através do diploma de 18 de setembro de
1844. Esta reforma estabelecia a obrigatoriedade de um
Cemitério em cada Concelho, e a proibição de enterrar os
mortos dentro de qualquer igreja ou capela da freguesia
onde houver Cemitério público e, a de fazer enterramentos
de cadáveres fora dele depois de estabelecido e benzido
(Silva, 2008). Foi no ano de 1838 que a Câmara Municipal de
Santiago do Cacém, cumprindo a Lei imposta pelo Reino,
instalou o cemitério público no interior do Castelo, e que é
utilizado até hoje. A construção de um novo cemitério é
matéria de interesse por parte da população, especialmente
no que respeita as decisões sobre transladações e futura
valorização histórica do atual cemitério. Este apresenta
túmulos e jazigos do século XIX de famílias e de
individualidades importantes na história de Santiago do
Cacém, que devem ser preservados e, porque não, visitáveis,
como acontece em muitos países da Europa do Norte.
Alguns dos túmulos mais importantes: Túmulo de José
Joaquim Salema de Andrade Guerreiro de Aboim e irmãos:
construído em meados do século XIX; Jazigo dos Condes de
Avillez: construído em finais do século XIX; Jazigo da Família
Jacinto Pais de Matos Moreira Falcão, meados do século XIX;
Túmulo de João Estaço: devido à demolição, no início da
década de 20 do século XX, da Igreja de Nossa Senhora do
Monte, a Câmara organizou, em 1923, a trasladação solene
dos restos mortais de João Estaço e do seu túmulo para o
Cemitério Público; Túmulo de João de Moura de Brito:
transladado da capela de Santo António, fundada pela
família Brito no século XVII. Na década de 30 do século XX, a
edilidade santiaguense resolveu demolir este templo e
transladar os restos mortais de João de Moura de Brito e o
seu túmulo para o cemitério público, onde atualmente se
encontra.
Jazigo dos condes de Avillez, no cemitério de Santiago do Cacém
Versão Final
60
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Jazigo da Família de Jacinto Pais de Matos Falcão, no cemitério de
Santiago do Cacém.
Cruzeiro da igreja
Matriz de S. Cacém
Capela de Nossa Sr.ª
do Monte
33
34
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Cruzeiro
Situado no exterior da Igreja Matriz, foi inaugurado no dia 1
de dezembro de 1940, aquando do oitavo centenário da
Independência e terceiro da Restauração de Portugal. No
frontal e na parte posterior do cruzeiro apresentam-se duas
inscrições com o seguinte texto: «CENTENÁRIO DA
INDEPENDÊNCIA III DA RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL 1940»
(parte frontal) e «CÂMARA MUNICIPAL 1940» (parte
posterior).
CMSC
Capela
O pequeno templo dedicado a Nossa Sr.ª do Monte resultou
de um projeto de 1956, da autoria do arquiteto italiano Luigi
d’Evilacqua. A capela constitui uma evocação à antiga Igreja
da Sr.ª do Monte, demolida no início dos anos 20 do século
XX.
CMSC
CMSC
Cruzeiro da Costa de
Sto. André
35
Santo André
Cruzeiro
Foi erigido em agosto de 1955 por iniciativa de José da
Costa, na altura funcionário municipal. Duas ordens de
degraus antecedem o plinto datado e epigrafado, onde
assenta uma imponente coluna de fuste oitavado, a que se
sobrepõe um globo encimado com uma cruz epigrafada da
Ordem de Santiago da Espada.
Igreja Paroquial de
Santo André
36
Santo André
Igreja
Foi construída no século XVI, sofreu danos elevados no
terramoto de 1755 e foi reconstruída entre 1815 e 1839.
Este imóvel tem um portal manuelino.
IGESPAR
Igreja Paroquial de
São Bartolomeu
37
São
Bartolomeu
da Serra
Igreja
Construída no século XV, foi reconstruída em finais do século
XVIII.
CMSC
Igreja Paroquial de
São Domingos
38
São
Domingos
Igreja
Construída no século XVI, foi bastante danificada com o
terramoto de 1755, sendo reconstruída ainda no século XVIII
CMSC
Versão Final
61
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Igreja Paroquial de
São Francisco
39
São
Francisco da
Serra
Igreja
Construída no século XVI, ainda nessa centúria começou a
receber as pinturas a fresco, cuja campanha continuou no
século seguinte.
CMSC
Ruínas da Ermida de
Nossa Sr.ª do
Livramento
40
São
Francisco da
Serra
Ermida
Foi construída em 1740, num local situado a 299 metros de
altura, de onde se descobre completamente a Serra da
Arrábida
CMSC
Igreja de Vale de Água
41
Vale d'Água
Igreja
Dedicada ao taumaturgo Santo António, a igreja foi fundada
em 13 de maio de 1989, tendo-lhe sido acrescentada a
capela mortuária em finais de 1996, inícios de 1997
CMSC
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 2 - Património Arquitetónico religioso identificado pelo IGESPAR e pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém
Na salvaguarda do património religioso edificado, de construção anterior ao século XIX, é
sobremaneira importante a abordagem multidisciplinar, nomeadamente a participação da
arqueologia nas intervenções de restauro ou remodelação que possam afetar o subsolo. Nestes
edifícios existe sempre a probabilidade de se detetarem enterramentos, tanto no seu interior
como no exterior, uma vez que, até meados do século XIX, as igrejas eram local de cemitério.
No caso do Município, são os seguintes os testemunhos edificados onde o estudo multidisciplinar
adquire maior relevância:
•
Igreja de N.ª Sra. da Conceição no Cercal e envolvente;
•
Ermida de Santo Isidoro no Cercal e envolvente;
Versão Final
62
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
•
Igreja de São Bartolomeu da Serra e envolvente;
•
Igreja de São Domingos e envolvente;
•
Igreja de São Francisco da Serra e envolvente;
•
Igreja de Santa Cruz e envolvente;
•
Capela de São Pedro em Santiago do Cacém;
•
Capela das Almas e envolvente em Santiago do Cacém;
•
Capela de São Sebastião e envolvente em Santiago do Cacém;
•
Igreja Paroquial de Santo André e envolvente em Santo André;
•
Igreja de Nossa Senhora da Graça e envolvente em Santo André;
•
Castelo de Santiago do Cacém e Igreja Matriz;
•
Hospital e Igreja do Espírito Santo e Igreja da Misericórdia e envolvente em Santiago do
Cacém;
•
Igreja da Misericórdia de Alvalade e envolvente, incluindo a Praça D. Manuel I;
•
Igreja Matriz de Alvalade e envolvente;
1.2.2.2 - Património Arquitetónico Militar
Designação
Torre da
Ordem de
Santiago
Versão Final
Número
Freguesia
Tipologia
42
Santiago
do Cacém
Torre de
atalaia
Descrição
Fonte
Torreão de datação incerta, provavelmente anterior
à decoração que apresenta. Hoje o acesso à torre
faz-se pelo edifício a sul mas, inicialmente, estava
ligada à vizinha Casa da Colegiada, como se pode
comprovar pelos vãos entaipados mas ainda visíveis
63
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
por onde os dois edifícios comunicavam. A
construção inicial do edifício que albergou a
Colegiada é anterior ao século XVI. A torre
apresenta-se decorada no topo por esgrafitados
alternando losangos e ovais, numa faixa que parece
esconder um anterior remate em ameias. Na sua
face Norte apresenta outro esgrafitado: uma cruz de
Santiago com moldura chanfrada, composta também
por losangos e ovais alternadas. Esta decoração
poderá remontar aos finais do século XVII ou, mais
provavelmente, à primeira metade do século XVIII.
Situa-se na Rua Dr. Manuel de Arriaga, no troço
entre a Rua Dr. Francisco Beja da Costa e Rua Padre
António Macedo.
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 3 - Património Arquitetónico Militar identificado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém
1.2.2.3 - Património Arquitetónico Civil
1.2.2.3.1 - PONTES, VIAS E MIRADOUROS
Designação
Número
Freguesia
Tipologia
Descrição
Fonte
Ponte do
Burdo
43
Cercal do
Alentejo
Ponte
Antiga ponte sobre o barranco do Burdo, constituída por
um único arco abatido.
CMSC
Ponte do
Cacém
44
Santiago
do Cacém
Ponte
A Ponte do Cacém localiza-se em Vale Verde, na freguesia
de Santiago do Cacém, vencendo um pequeno curso de
CMSC
Versão Final
64
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
água denominado Rio da Velha. Era parte integrante da
antiga estrada que ligava Santiago do Cacém a Sines. De
cronologia indefinida, remonta provavelmente aos séculos
XVI ou XVII. A referência mais antiga que se conhece
relativa ao imóvel consta de um livro de posturas da
autarquia, datado de 1680. As fundações da ponte
assentam parcialmente na rocha viva, afeiçoada para o
efeito. Vários silhares de cantaria aparelhada formam a
estrutura principal de suporte da ponte. O vão da ponte é
constituído por um arco ligeiramente abatido, construído
com tijoleira disposta em cutelo. O tabuleiro, com
aproximadamente quatro metros de largura é provido de
guardas em alvenaria com cerca de vinte centímetros de
altura.
Passeio das
Romeirinhas
Troço de
Estrada Real
45
46
Santiago
do Cacém
Foi criado em 1840, entre os Penedos, na zona da Central
Elétrica, e os arrabaldes de S. Pedro, onde se erguera o
coreto. Bordejado por bancos de alvenaria e por árvores,
este era o passeio romântico da Belle Époque, mirando os
pomares das quintas históricas e, mais além, o oceano. As
Romeirinhas faziam-se a pé ou de bicicleta, devagar e com
decoro, pelo final das tardes calmosas, quando a brisa
vinda do mar adoçava o sol inclemente, ao som dos
acordes da filarmónica que, do alto do coreto de S. Pedro,
Miradouro
encantavam os melómanos. O coreto do século XIX foi
substituído por outro, nos inícios do século XX, mas este
também não chegou aos nossos dias. Os passeios às
Romeirinhas foram desaparecendo dos hábitos da
“sociedade elegante” e dos santiaguenses, na segunda
metade do século XX. O local, com belíssimas tomadas de
vistas, foi recentemente requalificado, numa ótica de
retorno ao percurso pedonal ou em bicicleta,
secundarizando a utilização automóvel.
CMSC
Santiago
do Cacém
Localiza-se na encosta das Cumeadas, este troço da antiga
Estrada Real que ligava Santiago do Cacém a Alcácer do
Sal. Esta via era importante, atendendo às suas
características construtivas. Embora de cronologia
indefinida, poderá corresponder a um traçado medieval.
Pavimento em calçada irregular, com margens constituídas
por pedras de maiores dimensões, relativamente
aparelhadas e afeiçoadas. A via passa próximo da Capela
de S. Sebastião. Era a proteção contra a peste, à entrada
da vila.
CMSC
Estrada
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 4 - Património Arquitetónico civil – Pontes, Vias e Miradouros - identificado pelo IGESPAR e pela
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
65
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.2.3.2 - EDIFÍCIOS PÚBLICOS E SOCIAIS
Designação
Número
Freguesia
Tipologia
Casa dos
Magistrados de
Alvalade
47
Alvalade
Tribunal
Antigo
Açougue
48
Santiago do
Cacém
Açougue
Teatro da
Sociedade
Harmonia
49
Santiago do
Cacém
Teatro
Edifício do
Museu
Municipal
50
Santiago do
Cacém
Museu
Antigos Paços
do Concelho
51
Santiago do
Cacém
Câmara
Municipal
Edifício dos
Atuais Paços
do Concelho
52
Santiago do
Cacém
Câmara
Municipal
Edifício da
Administração
do Concelho e
Escola
Feminina
53
Santiago do
Cacém
Edifício
Versão Final
Descrição
Fonte
Local onde possivelmente residia o corpo jurídico
local, que no ano de 1708 era composto por dois
juízes residentes, com a ajuda dos respetivos
escrivães. Situada na Rua de S. Pedro, junto à Praça
D. Manuel I.
Construído em 1765, destinava-se à venda pública de
carne e peixe. Entre 1855 e 1856 foi remodelado,
passando a servir apenas para a venda de carne.
Situado no gaveto da Rua Manuel de Arriaga com a
Rua Marquês de Pombal.
Fundada em 1847, a Sociedade Harmonia só viria a
construir a sua sede em 1860. Em 1875, foi-lhe
acrescentado o edifício do Teatro. Destaca-se a
frontaria, de dois corpos arquitetónicos diferenciados
– realçada por uma cartela alusiva à fundação do
teatro, por uma balaustrada com as suas urnas e
vasos cerâmicos e pelo óculo de iluminação – e o
alçado lateral direito, com as suas portas
envidraçadas e o comprido terraço, com elegante
gradeamento em ferro fundido. Situada na Rua
Sociedade Harmonia.
Edifício da autoria do Eng.º Shiappa Monteiro foi
inaugurado em 1884 para Cadeia Comarcã e
funcionou como tal até 1968. Em 1972 passou a
albergar o Museu Municipal. Situado na Praça do
Município.
Foi construído em 1781 sobre outros edifícios
anteriores, por provisão da rainha D. Maria I. Em
meados do século XIX (entre 1858 e 1866), sofreu
obras profundas. Em 1900 foi substituído pelo atual
edifício dos Paços do Concelho. Situado na Praça
Conde do Bracial.
Construído nos finais do século XIX, com projeto
inicial do Eng.º Schiappa Monteiro, foi inaugurado
em 1900, mantendo ainda hoje a mesma função de
sede da autarquia. Situado na Av. D. Nuno Álvares
Pereira.
Edifício construído entre 1861 e 1862 destinava-se a
albergar diversos serviços municipais. A sua
arquitetura neoclássica, muito rica em pormenores
decorativos (cariátides, grinaldas, pilastras caneladas,
apainelados, etc...) recorre a elementos da tradição
clássica, utilizando-os com grande liberdade, dando
primazia ao efeito decorativo. Situado na Praça
Conde do Bracial.
66
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Hospício da
Ordem
Terceira de São
Francisco
54
Santiago do
Cacém
Hospício
Hospital Conde
do Bracial
55
Santiago do
Cacém
Hospital
Hospital do
Espírito Santo
56
Santiago do
Cacém
Hospital
Antigo Quartel
dos Bombeiros
57
Santiago do
Cacém
Edifício
Torre do
Relógio
58
Santiago do
Cacém
Torre
Versão Final
Construído em 1752, pela Ordem Terceira de S.
Francisco da Província dos Algarves, tornou-se
habitação particular no século XIX, depois da extinção
das ordens religiosas. Situado na Rua Sociedade
Harmonia.
Construído na segunda metade do século XIX, para
substituir o Hospital Velho, localizado na Praça Conde
do Bracial, no início do século XX ainda tinha apenas
um piso. Em meados do mesmo século recebeu o 1.º
andar, tendo sido posteriormente ampliado.
Foi recentemente recuperado para albergar valência
de cuidados continuados de saúde. Situado na Rua
do Hospital.
Construído no século XIV, num conjunto de edifícios
que incluía a antiga Igreja do Espírito Santo e as Casas
da Câmara. No século XVI o Hospital passou para a
Misericórdia. Situado na Praça Conde do Bracial.
Edifício eclético construído em 1931, no local onde
ficava a Capela de St.º António, com projeto do Arq.º
Rafael Castro, para albergar os Bombeiros de
Santiago do Cacém. Situado no gaveto da Rua Dr.
Francisco Beja da Costa com a Rua António José de
Almeida.
Foi construída entre 1667 e 1687, destinando-se a
receber o relógio. O exterior da torre, adossada às
antigas casas da Câmara, apresenta uma arquitetura
maneirista tardia, caracterizada por cunhais e porta
de acesso em aparelho rusticado e estrutura vertical
desequilibrada. O seu interior orienta-se por uma
escada disposta em torno de um poço central
quadrado – destinado aos pesos do relógio – que
depois se liga a vários patamares, até ao interior do
coruchéu coberto com abóbada de barrete de
clérigo. Situada no Beco da Misericórdia.
CMSC
CMSC
IGESPAR
CMSC
CMSC
67
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Escola “Conde
Ferreira”
59
Santiago do
Cacém
Escola
Antiga Casa do
Povo
60
Santiago do
Cacém/ Vale
Verde
Edifício
Casa de Povo
de Santiago do
Cacém
61
Santiago do
Cacém
Edifício
Mercado
Municipal de
Santiago do
Cacém
62
Escolas do
Plano dos
Centenários
63
10
Santiago do
Mercado
Cacém
Todas as
Freguesias
Escola
O Conde Ferreira, grande impulsionador da instrução
pública em Portugal, deixou um legado para a
construção de escolas em sedes de concelho, todas
construídas com base num único projeto. Na
generalidade, os edifícios são encimados “ por um
pequeno frontão, que lembra um campanário,
apresentando-se como contraponto da igreja, com a
qual procura concorrer, sendo um símbolo do
positivismo nascente, aliado do progresso e da
transformação social. O derramar do lux da instrução
aparecia como o instrumento fundamental da
erradicação das trevas da ignorância e da
superstição, uma forma de moralizar e civilizar o
povo. O novo templo dessa crença cívica era a
escola.” Situada na Rua Conde Ferreira.
Foi construída para “Casa do Povo”, após a
implantação da República, por um grupo de
voluntários da “Associação de Trabalhadores Rurais
de Santiago do Cacém”, criada em 1911. Encerrado
pouco depois, foi recuperado pelo Estado Novo por
volta de 1936-37, para ”Posto Escolar Masculino” e
“Casa do Povo”. O Posto terá funcionado poucos
anos e a Casa do Povo foi transferida para a vila,
ficando o edifício novamente votado ao abandono.
Elemento primário da organização corporativa do
trabalho rural do regime do Estado Novo, as Casas do
Povo foram criadas por decreto-lei de 1938. Trata-se
de um edifício do designado estilo “português
suave”, com elementos alusivos à arquitetura da
região. Situada na Rua 1.º de Maio.
“Arquitetura civil, movimento moderno. Mercado
municipal, no qual o jogo de volumes
paralelepipédicos brancos, as coberturas em terraço,
as paredes rasgadas por envidraçados resguardados
por palas de betão e grelhas pré-fabricadas e a total
ausência de elementos decorativos, apontam
claramente a sua inclusão no movimento
10
moderno”. Situado na Praça do Mercado.
O Plano dos Centenários foi lançado pelo governo de
Salazar, em 1940. Até ao final da década de 50, foram
construídos mais de 7000 edifícios escolares, num
total de mais de 12 000 salas de aula. A construção
de escolas continuou até meados da década de 60.
As escolas do Plano dos Centenários, cujo estilo
arquitetónico ficou conhecido como “Português
Suave”, incorporam características da arquitetura
tradicional da região onde se inserem. Das 69 escolas
ainda existentes no Município, 31 integram-se no
Plano dos Centenários, desenvolvidas a partir de
Plano de Intervenção no Património, 2011, Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
68
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Estações dos
caminhos de
ferro do
Município
64
São
Bartolomeu
da Serra
Estação
Ferroviária
65
ErmidasSado
Estação
Ferroviária
66
Santiago do
Cacém
Estação
Ferroviária
67
Alvalade
Estação
Ferroviária
projetos-tipo de Raul Lino, adaptados por outros
projetistas. Neste conjunto, encontramos edifícios de
9 modelos diferentes, com 1,2,4 e 8 salas de aula. Os
5 edifícios de 4 ou de 8 salas, com dois pisos, situamse nas sedes das Freguesias de Ermidas-Sado, Cercal
do Alentejo, Alvalade e Santiago do Cacém. As 18
escolas de duas salas (1 piso) localizam-se nas sedes
das Freguesias de S. Domingos, Abela e Vale de Água,
bem como noutras aldeias e aglomerados rurais. As 8
escolas com uma única sala de aula estão sediadas
em pequenos aglomerados e fora dos povoamentos.
Das 31 escolas tipificadas, 18 estão encerradas e
algumas delas já degradadas.
Constituindo o primeiro lanço do ramal de Sines, a
ligação ferroviária entre Ermidas e S. Bartolomeu da
Serra, foi inaugurada a 8 de abril de 1927, contando
com a honrosa presença do Presidente da República,
General Carmona.
A estação ferroviária de S. Bartolomeu da Serra
constitui pela beleza da sua arquitetura, pela
importância histórica e significado para a população
local, um património de inegável valor. Situada na Av.
25 de Abril.
Construída na herdade do Cartaxo, foi inaugurada no
dia 1 de agosto de 1915, aquando da abertura do
troço da linha férrea do Vale do Sado, entre Alvalade
e Lousal. Constitui como que a 1.ª pedra da futura
povoação. Situada na Av. Manuel Joaquim Pereira.
Inaugurada em 1934, possui uma rica coleção de
painéis de azulejos, assinados por Gilberto Renda,
realizados a partir de fotografias de José Benedito
Hidalgo de Vilhena, captadas nos inícios do século XX.
Situada na Rua da Estação dos caminhos de ferro.
No dia 23 de agosto de 1914 era inaugurado o troço
da Linha do Vale do Sado entre a Funcheira e
Alvalade. “…às 9,30 vê-se avançar lenta e majestosa,
sob um arco triunfal e uma nuvem espessa de
foguetes, que atroavam os ares, a primeira
locomotiva, as primeiras carruagens e os primeiros
passageiros. Os lenços de uns e outros saem,
instintivamente das algibeiras e esvoaçam, no ar
como pombas brancas, e o comboio entra, na
estação, sob uma trovoada de palmas e vivas ao som
do hino nacional.” Situada junto à ZIL de Alvalade.
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 5 - Património Arquitetónico Civil – Edifícios Públicos e Sociais - identificado pelo IGESPAR e pela
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
69
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.2.3.3 - EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO
Designação
Número
Casa
“A.P.C. 1930”
Freguesia
Tipologia
68
Cercal do
Alentejo
Misto
Casa
Comercial
69
Cercal do
Alentejo
Misto
Edifício com
frontão neoclássico
70
Cercal do
Alentejo
Casa
Edifício
“J.A.M.”
71
Cercal do
Alentejo
Misto
Vivenda
Maria Luiza
72
Cercal do
Alentejo
Casa
Casa dos
painéis de
azulejos
73
Cercal do
Alentejo
Casa
74
Santiago
do Cacém
Casa
75
Santiago
do Cacém
Casa
Casa das
Heras
Casa da
família
Lobo de
Vasconcellos
Fonte
Descrição
Edifício unifamiliar que constitui um bom exemplar de
Arte Nova, com friso naturalista com flores e animais.
Sobre a porta observa-se as inscrições “A.P.C.” e “1930”.
Situado no gaveto do Largo augusto Fuschini com a Rua
Sebastião Sobral Figueira.
Edifício de comércio e habitação unifamiliar, estilo Arte
Nova, revestido a azulejo verde. Situado no gaveto da Rua
Teófilo Braga com a Rua Sebastião Sobral Figueira.
Edifício unifamiliar neoclássico, com frontão de cor rosa.
Situado na Rua Sebastião Sobral Figueira, em frente ao
Largo Augusto Fuschini.
Edifício misto de comércio e habitação unifamiliar, estilo
neoclássico. Sobre a porta observa-se a inscrição “J.A.M.”
Situado na Rua da Parreira.
Edifício de habitação unifamiliar, bom exemplar do
modernismo. Situada na Rua Teófilo Braga.
Edifício unifamiliar tipo “casa portuguesa”, com vários
painéis de azulejos de qualidade. Situada no gaveto da
Rua General Humberto Delgado com a Rua Centenários da
Independência.
Segunda habitação do Prior Bonifácio foi construída (ou
reconstruída) entre 1803 e 1804.
Remonta ao século XVI, foi reconstruída em finais do
século XVIII pelo Prior Bonifácio Gomes de Carvalho.
Situada na Rua Condes de Avillez.
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Os arcos góticos no interior do edifício indicam que ele foi
construído na Idade Média, no entanto, foi adquirido e
transformado em 1733, pela Colegiada da Igreja Matriz.
Foi a antiga residência dos freires da Ordem de Santiago.
Situada no gaveto da Rua Padre António Macedo com a
Rua Dr. Manuel de Arriaga.
Casa da
Colegiada
76
Santiago
do Cacém
Casa
CMSC
Moldura com Espada da Ordem de Santiago e cartela epigrafada
de 1733, Casa da Colegiada, Centro Histórico de Santiago do
Versão Final
70
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Cacém
Casa da
Poetisa Alda
Guerreiro
77
Santiago
do Cacém
Casa
Casa do
Jardim de
inverno
78
Santiago
do Cacém
Casa
Casa Amarela
79
Santiago
do Cacém
Casa
Palacete
Falcão
80
Santiago
do Cacém
Palacete
Palacete
Aboim e
Parreira de
Lacerda
81
Santiago
do Cacém
Palacete
Palácio e
Tapada dos
Condes de
Avilez
82
Santiago
do Cacém
Palácio
Vivenda
estilo Arte
Nova
83
Santiago
do Cacém
Chalé
Edifício de habitação do século XIX foi a residência do
pintor Manuel do Espírito Santo Guerreiro e da sua filha, a
poetisa Alda Guerreiro Machado. O seu interior encontrase ricamente decorado com pinturas a fresco. Situada no
gaveto da Rua da Misericórdia, rua dr. Manuel de Arriaga
e Rua Dr. Francisco Beja da Costa.
Casa localizada junto ao Palácio da Carreira. Possui uma
fachada (a tardoz) muito elaborada e ricamente decorada,
que corresponde ao espaço do Jardim de inverno,
também ele decorado, com molduras ovais em estuque
trabalhado. Situada no gaveto da Rua Poetisa Alda
Guerreiro com a Rua Pedro Álvares Cabral.
Edifício mandado construir pelo advogado António Pereira
de Carvalho em finais do século XIX, inspirado na igreja
vizinha (hoje desaparecida) de Nossa Senhora do Monte.
Em 1922 recebeu a garagem cujo portal possui cantarias
decoradas. Situada na Rua João de Deus.
A mais elegante fachada neoclássica de Santiago do
Cacém surgiu neste edifício no século XIX, provavelmente
enquanto serviu de residência ao 2.º conde de Bracial.
Situado na Praça Conde do Bracial.
Tal como a maioria dos edifícios da zona alta do Centro
Histórico de Santiago do Cacém, foi construído
inicialmente na Idade Média, como demonstra o portal
gótico ainda existente no logradouro do edifício. As
fachadas públicas foram provavelmente tratadas ao longo
do século XIX, tendo recebido o último piso nos inícios do
século XX. Situado na Praça Conde do Bracial.
O Palácio dos Condes de Avilez foi construído na segunda
metade do século XIX. Nos inícios do século XX foi murada
e plantada a tapada (com espécies exóticas). Foi
igualmente no início do século XX, que foram construídos
os edifícios da tapada: Casa de Chá, Capela de S. Jorge e
Estufa Neogótica. A tapada, que possui ainda uma gruta
artificial e torreões na muralha, foi concebida dentro do
espírito do romantismo, evocando nos seus espaços e
edifícios a Idade Média e o século XVI. Situa-se entre a Rua
Condes de Avillez e o Castelo.
Edifício estilo Arte Nova, em bom estado de conservação,
com friso de azulejo naturalista floral enquadrado com um
jardim da época. Situada no gaveto da Av. D. Nuno Álvares
Pereira, com a RuaD. Filipa de Lencastre.
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
IGESPAR
CMSC
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 6 - Património Arquitetónico Civil – Edifícios de Habitação - identificado pelo IGESPAR e pela
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
71
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.2.3.4 - QUINTAS HISTÓRICAS
Com alguma especificidade destacam-se igualmente as “quintas históricas”, assim denominadas
por constituírem conjuntos edificados e paisagísticos de qualidade arquitetónica e patrimonial
onde, à produção agrícola e pecuária, se aliam componentes de recreio e lazer.
Conforme descreve Francisco Lobo de Vasconcellos, a propósito das quintas históricas que
rodeiam Santiago do Cacém:
“Importa ter em conta que, apesar da sua componente de recreio e lazer, eram, acima de tudo,
propriedades agrícolas, com uma forte componente produtiva, rentáveis enquanto a agricultura,
neste caso a fruticultura, assim o foi. Apesar da sua importância, estavam integradas numa
paisagem e num território mais vasto, em conjunto com outras explorações agrícolas, com uma
grande ligação e interdependência, que, em alguns casos ainda, hoje subsiste, nas relações
familiares, de entreajuda, da gestão de águas, caminhos, unidade paisagística, etc.”11
A maioria das quintas do Município, denominadas “históricas”, localizam-se em redor de Santiago
do Cacém, numa região que o mesmo autor designa como “Vale de Santiago” e que,
“aproximadamente compreende a parte sul da freguesia de Santa Cruz e a parte sudoeste da
freguesia de Santiago do Cacém. É uma área de cerca de 2600 ha, relativamente plana, com
altitudes que variam entre os 163 e os 73 metros”.12
A sua diferenciação, nomeadamente em relação aos montes e às herdades, pode evidenciar-se
pela presença de algumas características, partilhadas por todas elas:
11
As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º Encontro
de História do Alentejo Litoral, 2009
12
As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º Encontro
de História do Alentejo Litoral, 2009
Versão Final
72
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
•
“Um acesso cenográfico, de aproximação, quase que a preparar para o que se iria
encontrar, um engenhoso aproveitamento e gestão da água, que ao longo do seu
percurso, serve para animar os componentes decorativos: repuxos, espelhos de água.
•
Utilização de tanques como bacias de retenção, mas existindo quase sempre um que se
destaca, com uma grande carga decorativa, um elemento focal da paisagem.
•
Tirando a Quinta de S. João e talvez o Rio da Figueira, em que as casas têm alguma
imponência, a ênfase está no jardim, na sua decoração e espécies arbóreas.
•
Nunca perdem a sua função de quinta de produção, com os pomares e hortas integrados
na paisagem e quase que fazendo parte do jardim.
•
Um grande cuidado nas espécies arbóreas e arbustivas, com exemplares de grande
raridade, espécies exóticas, que fazem parte da cenografia e composição do espaço”. 13
13
“As Quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para um inventário “ – Francisco Lobo de Vasconcellos, Atas do 2º
Encontro de História do Alentejo Litoral, 2009.
Versão Final
73
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Designação
Quinta da
Mandorelha
Quinta das
Relvas
Quinta dos
Olhos Bolidos
Número
86
88
8
Freguesia
Cercal do
Alentejo
S.
Bartolomeu
Santa Cruz
Tipologia
Descrição
Fonte
Quinta
Quinta já referida na Idade Média, à qual se associa lenda
com o mesmo nome, destacam-se aqui a água, as fontes
e o verde da intensa paisagem arbórea e arbustiva, pelo
que foi local de festas e passeios populares até meados
do século XX. Possui uma azenha, atualmente em ruinas.
CMSC
Quinta
Quinta senhorial mandada construir entre finais do século
XVIII e a 1.ª metade do XIX, pelo capitão-mor de Santiago
do Cacém José Joaquim Salema Guerreiro de Aboim. A
casa da quinta tem fachada barroca e o moinho (em
cantaria) está datado de 1833.
CMSC
Quinta
Antiga quinta senhorial nos arredores de Santiago do
Cacém tem cerca de 40 ha e compõe-se de casa com
capela. A primeira notícia conhecida sobre a quinta data
de 1706. O seu grande destaque são os jardins e os
pomares, bem como a água, que tem origem num
sistema de minas, com condutas subterrâneas, que
conduzem a um tanque que suporta o sistema de rega.
CMSC
Quinta da
Ortiga
89
Santiago do
Cacém
Quinta
Quinta de S.
João
90
Santiago do
Cacém
Quinta
Versão Final
Situada nas Relvas Verdes, a cerca de 3 km de Santiago do
Cacém, é referenciada em vários documentos desde
1680. Com dimensão considerável, apresentava uma
forte componente agrícola, com extensos pomares,
olivais, e vinhas, para além da parte florestal. A sua área
de lazer desenvolve-se ao longo de um eixo de
aproximação que atravessa o ribeiro e num tanque,
passando pela casa e pela capela. Nesta zona situavam-se
os jardins formais e as hortas de apoio à casa e partiam
dois caminhos pergolados, ladeados por caleiras de água,
com vários tanques, que se prolongavam até um moinho,
entretanto desaparecido. Foi expropriada pelo Gabinete
da Área de Sines na década de 70 do séc. passado, tendo
sido utilizada pelo Estado para usos diversos. Atualmente
encontra-se em processo de devolução aos seus antigos
proprietários.
Situa-se e cerca de 2 km de Santiago do Cacém, tem
atualmente cerca de 26 ha e compõe-se de casa senhorial
com capela, da primeira metade do séc. XVIII, talvez o
conjunto edificado mais imponente e melhor conservado
das quintas históricas do Município. A quinta possui
grande abundância de água, com origem principal num
poço de feições mouriscas, que alimenta por gravidade e
sistema de caleiras, numerosos tanques de rega. Os seus
jardins e pomares constituem outro dos seus destaques.
Foi sede do morgadio de S. João.
74
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte: Postal ilustrado de foto de H. Vilhena, edição F. Duarte,
1.º quartel do séc. XX.
Portal de entrada da Quinta de S. João, arredores de Santiago
do Cacém
Quinta do
Meio (ou de
São José)
Quinta do
Pomar
Grande
Versão Final
91
92
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Quinta
Quinta
Pertenceu, até 1975, à Quinta de S. João, com a qual
partilha a mesma cronologia. Os seus elementos notáveis
são o portão (com arco de volta perfeita em pedra
rusticada), o tanque com a pequena casa de Fresco e a
fonte barroca, datados e decorados.
Nos arredores de Santiago do Cacém, o “Pomar Grande”
constituiu uma das mais emblemáticas casas agrícolas da
região. Para além da casa senhorial, construída em 1824,
possui vários conjuntos de instalações agrícolas, de que
se destacam a fábrica de moagem para uso exclusivo da
casa, o lagar de azeite “tipo Veraci”, garagens, armazéns,
celeiros e adegas. Um pouco mais distantes, dispõem-se
as cavalariças, um parque de manutenção e criação de
vacas e um “cortelhado” para criação de suínos em larga
escala. Em frente à casa de habitação dispunha-se um
jardim, embelezado por um pátio e um enorme tanque.
Mais acima existem canis, capoeiras com várias secções e
coelheiras “de luxo”. Da sua produção agrícola destacavase a laranja dos extensos pomares que deram o nome à
quinta e que se exportava para o estrangeiro e Lisboa. A
extensa vinha, de grande qualidade, produzia vinhos
brancos, tintos e moscatéis. O seu apogeu produtivo teve
lugar no século XIX e primeira metade do século XX.
Entrou depois em progressivo declínio, associado às
mudanças nas políticas agrícolas e consequente perda de
rentabilidade. Apresenta, na atualidade, profundos sinais
75
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
de degradação.
Quinta da
Azenha (ou
Assenha) de
Baixo
Monte da
Vinha
Quinta da
Fonte Santa
93
Santiago do
Cacém
Quinta
94
Santiago do
Cacém
Quinta
95
Santiago do
Cacém
Quinta
Quinta do Rio
da Figueira
96
Santiago do
Cacém
Quinta
Herdade do
Canal
97
Santiago do
Cacém
Quinta
Quinta que pertenceu à família Passanha, nos inícios do
século XX fornecia frutas e leite à vila de Santiago do
Cacém. A casa senhorial, de dois pisos, tem uma
arquitetura muito interessante.
Antiga quinta senhorial nos arredores de Santiago do
Cacém, cuja casa de habitação se destaca pelo seu
interesse arquitetónico.
Localizada na zona do Fidalgo, defronte da Quinta do Rio
da Figueira, supõe-se ter pertencido à Comenda da
Ordem de Santiago. Aparece referida desde 1799 e até à
década de 70 do séc. XX pertenceu aos mesmos
proprietários da Quinta do Rio da Figueira, com a qual
comunga a organização em socalcos encaixados no vale,
onde se localizam tanques, condutas de água e uma fonte
que dá o nome à quinta. Possui um interessante conjunto
de edifícios dos séculos XIX e inícios do XX.
Antiga quinta de recreio, que pertenceu aos Condes de
Avillez, passou a fazer parte do património do Município
na década de 80 do séc. XX – após ter sido expropriada
pelo Gabinete da Área de Sines – e foi recuperada como
parque verde urbano. Já nada resta do palacete outrora
existente, cujos registos fotográficos evidenciam
elementos pombalinos. Permanecem alguns testemunhos
dos antigos jardins formais – ao longo do ribeiro que deu
nome à quinta – a fonte e os tanques, bem como uma
azenha, ainda não recuperada. O conjunto edificado e os
jardins
estendiam-se ao
longo de socalcos,
proporcionando um forte efeito cénico.
Situada na zona do Fidalgo, junto a Santiago do Cacém,
pertenceu à família Teixeira de Aragão (do arqueólogo e
numismata Augusto Teixeira de Aragão). A casa senhorial,
de um único piso, possui todos os vãos rematados em
arcos de volta perfeita.
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 7 - Património Arquitetónico Civil – Quintas Históricas - identificado pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém
Versão Final
76
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 11 – Localização das Quintas Históricas no concelho de Santiago do Cacém
1.2.2.3.5 - MONTES E HERDADES
A desertificação da área rural, o abandono das habitações tradicionais isoladas e as políticas
agrícolas têm contribuído para o abandono e desaparecimento deste património, identidade
desta região.
Versão Final
77
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
No caso de Santiago do Cacém, este património arquitetónico apresenta uma riqueza tipológica
fora do comum, uma vez que abrange a planície litoral mais fresca e húmida e a serra e a planície
interior de clima continental seco.
A importância destes edifícios e conjuntos vai muito para além da riqueza arquitetónica do
detalhe e da nobreza dos materiais empregues, valendo pela marca que criaram na região,
definidora da arquitetura do Alentejo.
Neste âmbito há que destacar não só os simples “Montes” – com uma humilde habitação e
pequenos anexos contíguos, como os mais completos complexos agrícolas, as Herdades, com
todo um conjunto de edifícios de habitação do proprietário e dos trabalhadores assalariados, de
infraestruturas e anexos, adequados à dimensão e importância da propriedade.
A designação de “Monte” atribui-se às construções isoladas em área rural, geralmente
implantadas em pequenas elevações do terreno natural, formadas por uma ou mais habitações e
por edifícios destinados aos animais e alfaias de lavoura, para além do forno para cozedura do
pão.
São construções de piso térreo, normalmente caiadas de cor branca, de planta retangular
alongada, de processo construtivo muito simples, normalmente com paredes em taipa, que
suportam o telhado com estrutura de madeira, revestido a telha cerâmica de canudo com duas
águas e geralmente em telha vã (sem forro ou teto).
Na generalidade dos casos a implantação do edifício faz-se dispondo o eixo longitudinal no
sentido Norte-Sul, ficando a porta voltada a nascente. Quando existe uma segunda porta esta
encontra-se na fachada oposta à primeira e também localizada no compartimento de entrada que
serve de sala e cozinha. Os quartos localizam-se a cada um dos lados da sala.
As paredes dos compartimentos raramente chegam ao telhado. A abertura de vãos ao exterior é
nula ou mínima, reduzindo-se à porta de entrada e a janelas de reduzidas dimensões, nem
sempre servindo todos os compartimentos.
Versão Final
78
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
A título de exemplo, são identificados alguns imóveis e conjuntos que não esgotam o valioso
património do Município de Santiago do Cacém.
Versão Final
79
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Designação
Quinta de Corona
Herdade do Roxo
Herdade de Monte Silva
Número
84
85
87
Freguesia
Abela
Alvalade
ErmidasSado
Tipologia
Descrição
Fonte
Conjunto
A maior propriedade agrícola do Concelho e uma das
maiores do Litoral Alentejano, pertenceu aos Guedes
de Miranda, senhores de Murça, antes de passar (no
século XIX) para a posse dos condes de Bracial. Nela
ficava a Ermida de S. Brissos, cuja tradição dizia ter
sido a morada do santo ermitão.
CMSC
Conjunto
Herdade agrícola e local onde ficava a sede da
paróquia do Roxo (séculos XVI / XVII - XIX). Ligado à
vizinha aldeia de Ermidas, mas também à génese da
freguesia de Ermidas-Sado e à história de Alvalade.
CMSC
Casa
Antiga propriedade de Manuel Joaquim Pereira,
benemérito de Ermidas-sado, já documentada na
carta de Portugal de 1877, confina com a atual vila.
Trata-se de uma casa agrícola que, até meados do
século XX detinha grande importância local.
Apresenta um conjunto edificado em elevado estado
de degradação, constituído pela casa principal, do
lavrador, com a sua chaminé e dois fornos, as
dependências dos serviçais, nas traseiras e as casas
do gado, no caminho para a fonte.
CMSC
CMSC
Monte da Borbolega
98
Alvalade
Conjunto
Edifício de piso térreo com telhado de quatro águas,
beirados funcionando como palas sobre os vãos e
telhados de quatro águas no remate superior das
imponentes chaminés, tipo “Casa Portuguesa”,
constituído por várias habitações dispostas em
banda.
Casa Principal da
Herdade do Faial
99
Alvalade
Casa
Edifício com características senhoriais, de dois pisos
com telhados de quatro águas.
CMSC
Conjunto
Edifício de piso térreo com telhado de duas águas,
destinado a várias habitações em banda. Caracterizase pelo facto de ter apenas portas de entrada no
alçado principal, com total ausência de janelas.
Também conhecido como Monte das Sete Chaminés.
CMSC
Monte das Fontainhas
Versão Final
100
Cercal do
Alentejo
80
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Edifício de piso térreo com telhado de duas águas,
caracterizando-se pelo grande número de habitações
dispostas em banda, com escassas janelas.
Monte do Porto de Beja
101
Alvalade
Conjunto
CMSC
Fonte: Postal ilustrado, edição CMSC, foto de Luís Pavão.
Monte do Porto de Beja, Alvalade, anos 80 do séc. XX
Casa da Cortiça
102
Santo
André
Casa
Monte dos Lentiscais
103
Vale de
Água
Conjunto
Trata-se de um caso raro da utilização da cortiça
como material de construção. Esta habitação rural,
apresenta as paredes exteriores construídas com
pedaços de cortiça, alguns dos quais com mais de
0.20m de espessura, ligados entre si por terra negra
da várzea de Sto. André, onde se localiza.
Edifício de piso térreo com telhado de duas águas,
constituído por habitação e anexos, caracterizado
pela existência de uma chaminé de grandes
dimensões, profusamente decorada com motivos
geométricos.
CMSC
CMSC
Fonte: www.igespar.pt e Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Quadro 8 - Património Arquitetónico Civil – Montes e Herdades - identificado pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém
1.2.2.3.6 - FONTES E CHAFARIZES
Atendendo à importância social, histórica e cultural que as fontes sempre tiveram para o meio
rural e os chafarizes para o meio urbano do Município, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém
elaborou um levantamento abrangendo todo o território concelhio, mostrando as diferentes
tipologias que caracterizam este património, descrevendo a sua arquitetura de uma forma
resumida, tal como os materiais utilizados na sua construção.
Versão Final
81
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
A arquitetura diversificada e de cariz popular das fontes, essenciais à vida quotidiana, construídas
ao longo de séculos pelas populações, quando o espaço rural apresentava uma maior ocupação
humana, contrasta em absoluto, com uma arquitetura erudita e muito mais elaborada dos
chafarizes em meio urbano.
“Para caracterizar os exemplares existentes no município optou-se pela utilização de conceitos
arquitetónicos que refletissem o sentido popular e prático, religioso ou erudito das construções
que captam e distribuem a água, nalguns casos seguramente há vários séculos.”14
Designação
Número
Freguesia
Tipologia
Descrição
Fonte
Exemplar notável de arquitetura de utilidade pública,
este fontanário barroco do séc. XVIII - XIX, localizado
em pleno campo, possui um portal decorado por três
arquivoltas, uma cornija muito danificada e um pesado
nicho a rematar a construção.
Com um pé-direito superior às suas congéneres, esta
fonte apresenta uma grande abóbada de berço, um
conjunto de seis frestas e janelas e um vão bem
rasgado no pano mural da fachada principal.
Fonte Santa de
Abela
104
Abela
Fonte
Fonte da Fataca
105
Abela
Fonte
Fonte de
Martinhanes
(Martim Anes)
106
Abela
Fonte
De construção circular, é constituída por paredes de
alvenaria rebocada, cúpula hemisférica em tijolo
rebocado e poço em aparelho fuste.
CMSC
Fonte
A cobertura da fonte é constituída por uma abóbada de
berço, assente sobre duas paredes laterais e uma
fundeira, cobrindo uma enorme pia de cantaria e
cimento. À direita localiza-se um conjunto formado por
tanque e lavadouro.
CMSC
CMSC
Fonte do
Arneiro da Vinha
107
Abela
CMSC
CMSC
Chafariz de
Abela
108
Abela
Chafariz
Construído pela CMSC em 1952, localiza-se no largo
principal de Abela. Apresenta o alçado principal
constituído por blocos de cantaria aparelhada,
incluindo um lajedo boleado, uma pia boleada e um
corpo central avançado, rematado por um minúsculo
frontão circular.
Fonte e
Lavadouro da
Bica
109
Alvalade
Fonte/Tanque
Lavadouro e fonte ricamente decorada com azulejos
Arte Nova, construída em 1918 pelo caminho de ferro.
CMSC
Fonte do
Salgado
110
Cercal do
Alentejo
Fonte
Está localizada na herdade do Salgado e constitui um
dos mais característicos exemplares ainda em uso da
arquitetura utilitária.
CMSC
14
Sobral, Carlos, in “Rota das fontes”, Câmara Municipal de Santiago do Cacém (Não Editado)
Versão Final
82
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Chafariz da Rua
Aldegalega
Chafariz do
Largo Augusto
Fuschinni
111
Cercal do
Alentejo
112
Cercal do
Alentejo
Chafariz
Chafariz de espaldar, datado de 1921, mistura
elementos neoclássicos e Art Déco.
CMSC
Chafariz
Construído pela Câmara Municipal de Santiago do
Cacém no ano de 1947. É uma peça despojada,
utilizando a pedra de cantaria em abundância, nos
tanques, coruchéus chanfrados e escudo de face dupla.
CMSC
CMSC
Chafariz do
Largo da
Castanheirinha
113
Cercal do
Alentejo
Chafariz
Construído pela CMSC em 1947, apresenta planta em
Cruz Grega, terminando dois braços em forma boleada
e dois em forma quadrada. A estrutura é constituída
por três sólidos blocos de pedra aparelhada. Possui
dois bebedouros em cantaria de forma boleada.
Chafariz do
Largo 1.º de
Maio
114
ErmidasSado
Chafariz
Chafariz construído em 1943 pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém, no centro do largo mais
importante da povoação. Possui decoração Art Déco.
CMSC
Fonte da Quinta
da Laranjeira
115
Santa Cruz
Fonte
A fonte apresenta um paredão fundeiro recortado e
rematado em frontão circular e um prolongamento de
muros laterais que cintam o espaço envolvente.
CMSC
Fonte da Casa
Telhada
116
Santa Cruz
Fonte
A fonte é de grande antiguidade pois já vem citada em
1758, na "Memória Paroquial" da Freguesia de Santa
Cruz.
CMSC
Fonte
A fonte está inserida numa construção que apresenta
uma planta em U invertido, com paredes laterais altas
e grossas e parede fundeira com nicho, contendo a
imagem de Santo António. A bica em cantaria despeja
o precioso líquido que corre em abundância para uma
enorme vieira, também em cantaria.
CMSC
Fonte
A fonte está envolvida por um tanque circular em
pedra, assentando num alto tambor circular e num
cálice ou taça invertida com revestimento de folhagem,
elemento que aqui surge sobrepujado por uma cabaça,
da qual a água jorrava em abundância.
CMSC
CMSC
IGESPAR
Fonte de Santo
António da
Quinta dos
Olhos Bolidos
Fonte do Jardim
da Quinta dos
Olhos Bolidos
117
118
Santa Cruz
Santa Cruz
Chafariz de
Santa Cruz
119
Santa Cruz
Chafariz
O chafariz está inserido numa construção, do tipo
alpendre, que é rematada por um frontão escalonado
de coroamento circular. No seu tímpano encontra-se
um registo de seis azulejos com a imagem de S. José
com o Menino e uma placa toponímica com versos que
convidam, quem passa, a beber a água pura do
chafariz.
Chafariz da
Senhora do
Monte
120
Santiago do
Cacém
Chafariz
Construído em 1772, foi remodelado e ampliado em
meados do século XIX. Integra memorial à Igreja da Sr.ª
do Monte, constituído por lápide e azulejo.
Versão Final
83
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Chafariz do
Fidalgo
Chafariz do largo
25 de Abril
Fonte da Quinta
do Meio
Fonte Santa de
Santiago do
Cacém
Fonte do Rio da
Figueira
Versão Final
121
122
123
124
125
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Fonte
Construído em data incerta (o site do IHRU, indica o
século XVII), em meados do século XIX foi remodelado
e ampliado.
CMSC
Chafariz
Construído em cantaria, data de 1938 este chafariz ao
estilo Estado Novo. Apresenta duas bicas que vertem
água para uma única bacia envolvendo a coluna. A face
voltada ao largo exibe as armas municipais. No lado
oposto, uma cartela datada e com as iniciais CM. O
topo é rematado por quatro brasões estilizando as
armas nacionais.
CMSC
Fonte
Esta fonte constitui um dos mais belos e completos
exemplares do Concelho, sendo o conjunto formado
pela fonte, tanque e pérgula. Possui a arca de água sob
o chão de uma pequeníssima “casa de fresco”, à qual
se acede por uma esguia porta lateral. Esta construção
abre para o exterior através de dois arcos geminados,
de feição tardo mudéjar, assentes sobre um painel, no
qual se inscreve um lavabo rococó em mármore
cinzento com a data de 1777.
CMSC
Fonte
Localizada na herdade da Fonte Santa, apresenta-se
inserida num muro de suporte de terras. Destaca na
sua frontaria os dois “ouvidos”, (nichos) dos púcaros, o
arco de volta perfeita do vão, a cobertura em abóbada
de berço e as pinturas que revestem o interior.
CMSC
Fonte
O acesso à fonte faz-se a coberto de uma frondosa
pérgula assente sobre doze grossas colunas. Acede-se
ao interior do edifício descendo-se sete degraus em
cantaria. A abóbada de berço suportada por grossas
paredes laterais permite uma cobertura de duas águas,
camufladas por um frontão ricamente decorado,
exibindo ao centro um nicho com um pequeno painel
de azulejos, representando S. Jorge a combater o
dragão. A fonte é pavimentada por grandes lajes de
pedra, existindo lateralmente dois poiais e uma janela
do lado direito. O interior é parcialmente revestido a
azulejaria com motivos florísticos e religiosos,
destacando-se o painel de S. João Batista a revestir o
fundo do nicho onde se localiza a bica da água.
CMSC
84
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte do Rio de Figueira, Parque Rio da Figueira, Santiago do
Cacém
Fonte do
Convento do
Loreto
Chafariz da
Quinta de S.
João
Fonte da Sr.ª da
Graça
Fonte dos
Olheiros
Versão Final
126
127
128
129
Santiago do
Cacém
Santiago do
Cacém
Santo André
Santo André
Fonte
Chafariz
De planta retangular, apresenta uma robusta cobertura
em abóbada de berço assente sobre fortes muros, um
vão com a forma aproximada de arco de ferradura e
um largo poço da nascente. É de salientar ainda o
cruzeiro colocado na parede do fundo e o tanque, com
uma bica em cantaria de recorte setecentista.
O chafariz possui uma planta quadrada, sobre a qual
assentam as quatro paredes que formam a arca de
água. Esta era alimentada pelo exterior por um cano
que está colocado no vértice da própria cobertura
piramidal, a qual assenta sobre uma pronunciada
cimalha.
CMSC
CMSC
Fonte
A fonte localiza-se junto à Igreja de N.ª Senhora da
Graça, rodeada por frondosa vegetação. O recinto é
murado, apresentando lateralmente dois poiais e
pavimento em calçada. A fachada é rematada por
frontão triangular, rasgado superiormente, sendo a
fonte coberta por uma abóbada de berço.
CMSC
Fonte
A fonte apresenta uma cobertura em abóbada de
berço apoiada em três paredes, um poial baixo e
corrido, onde se encontra inscrita a data de 1957 e um
poço com paredes de lajes.
CMSC
85
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Chafariz do
Monte das
Relvas
Fonte de
Dourados
Fonte do Monte
Alto
130
São
Bartolomeu
da Serra
131
São
Bartolomeu
da Serra
132
São
Domingos
Chafariz
O chafariz do Monte das Relvas era, provavelmente,
alimentado por intermédio de um aqueduto de que
atualmente apenas restam algumas arcadas meio
soterradas junto à EN 121. Possui enormes
semelhanças com o remate do frontão do monte e
utiliza a folhagem de acanto na sua decoração.
CMSC
Fonte
Apresenta uma arquitetura tradicional muito
interessante, onde se destacam a implantação no solo,
os muros laterais de suporte de terra em pedra xistosa,
a forma circular do poço em alvenaria “insossa” e,
finalmente, a cobertura de mó de moinho, certamente
de moinho de água. Verifica-se ainda que a fonte
abastecia, por uma caleira, um antigo tanque situado a
jusante, exemplar de grande interesse.
CMSC
Fonte
A fonte apresenta uma planta retangular e uma
estrutura com fortes paredes de tijoleira e alvenaria,
elementos que se repetem na abóbada de berço que
cobre todo o espaço.
CMSC
Fonte do Vale
de Olheiro 2
133
São
Domingos
Fonte
Chafariz do
Largo 25 de
Abril
134
São
Domingos
Chafariz
135
São
Francisco da
Serra
136
São
Francisco da
Serra
Fonte do
Sobrado
Fonte do Cabo
Fonte do Pé do
Meio
Fonte do Vale
de Arramas
Versão Final
137
São
Francisco da
Serra
138
São
Francisco da
Serra
A construção apresenta uma planta quadrangular e
uma estrutura de fortes paredes em alvenaria de tijolo,
nalgumas zonas ainda com o reboco original. A
cobertura é em abóbada de berço e o poço da
nascente em alvenaria não rebocada.
Construído pela Câmara Municipal em 1952, é
constituído por blocos de pedra calcária bujardada a
pico fino, apresentando duas pias de cantaria em meio
círculo. Os alçados frontais e posteriores são revestidos
a azulejos de cor branca.
CMSC
CMSC
Fonte
A arquitetura da fonte é constituída por três paredes
com cobertura em abóbada, por um tanque com
travamento na diagonal em pedra para retenção da
água e uma pequena pia em cantaria tosca.
CMSC
Fonte
Utilizando pedra da região, a fonte foi toda construída
abaixo do nível do solo. Uma escadaria descendente
em curva para a esquerda dá acesso ao interior da
fonte e à bica de água.
CMSC
Fonte
A fonte constitui uma das mais genuínas construções
da freguesia. A sua estrutura construtiva é composta
por paredes laterais muito grossas, sendo a parede
fundeira de orientação enviesada. A abóbada de berço
proporciona exteriormente uma cobertura de duas
águas.
CMSC
Fonte
A fonte apresenta uma cobertura em abóbada de
berço, que parte de impostas existentes nas paredes
laterais. Do lado esquerdo a fonte foi protegida por um
muro lateral com a forma de L.
CMSC
86
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Chafariz de São
Francisco
139
São
Francisco da
Serra
Chafariz
Localizado na periferia da aldeia, apresenta uma planta
em L, situando-se maioritariamente abaixo do nível do
solo. A construção é formada por um conjunto de
muros laterais que desembocam num frontão circular
datado de 1933. O acesso faz-se por uma escadaria que
dá para um pequeno pátio rodeado de poiais corridos.
Fonte dos
Nascedios
140
Vale d'Água
Fonte
É uma forte construção de planta retangular, caiada de
branco, com paredes em alvenaria de grande grossura
e cobertura de abóbada de berço.
CMSC
Fonte da
Saragoça
141
Vale d'Água
Fonte
Situada na propriedade da Saragoça – Vale de Água, é
constituída por uma interessante construção de xisto,
de planta circular.
CMSC
CMSC
Fonte: Sobral, Carlos; “Inventário das fontes das freguesias do concelho de Santiago do Cacém”, Câmara Municipal de
Santiago do Cacém.
Quadro 9 - Património Arquitetónico Civil – Fontes e Chafarizes – identificado pela Câmara Municipal de
Santiago do Cacém
1.2.2.4 - Património Arquitetónico Industrial
Designação
Obra de Rega dos
Vales de
Campilhas e de S.
Domingos
Versão Final
Número
*
Freguesia
Cercal do
Alentejo
Tipologia
Obra de
Rega
Descrição
Fonte
A Obra de Rega dos Vales de Campilhas e de S. Domingos,
levada a cabo na década de 50 do século XX no âmbito da obra
de fomento hidroagrícola, constituiu um marco decisivo no
desenvolvimento do Município e da região. Para além dos novos
recursos de aproveitamento agrícola decorrentes do regadio, a
Obra de Rega viabilizou o abastecimento de energia elétrica às
freguesias do interior do Município e concelhos limítrofes,
permitiu o funcionamento de estações elevatórias para o
abastecimento de água, induziu melhorias nas acessibilidades e
assegurou o controlo de cheias. A barragem de Campilhas,
projetada e construída a cargo da Junta Autónoma das Obras de
Hidráulica Agrícola, foi inaugurada a 18 de julho de 1954
viabilizando a obra de rega, que se desenvolveu
progressivamente, sob a gestão da então designada Associação
de Regantes e Beneficiários de Campilhas e São Domingos,
criada em 1938 e com alvará do Ministério da Economia de 15
de junho de 1954. A Obra de Rega comporta, para além da
albufeira, um sistema de distribuição de água por gravidade,
constituído por canais principais e secundários, em betão,
trapezoidais e retangulares, pontes e sifões, rede de enxugo
87
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
para drenagem de excedentes e duas estações elevatórias.
“A zona irrigada desenvolve-se por 1935 ha de estreitas e
compridas várzeas ao longo dos vales da ribeira de Campilhas
(1417 ha), São Domingos (400ha) e do Sado (118 ha). A água
armazenada numa barragem de terra construída no leito da
ribeira de Campilhas, no sítio de Pego Longo, depois de acionar
uma central elétrica de pé de barragem com a potência de
400Kw, é conduzida pelo canal condutor geral que, através das
diferentes tomadas e regadeiras a leva a vivificar as terras
irrigadas. Depois de atravessar S. Domingos, o condutor geral
bifurca-se, dirigindo-se um ramo para poente para alimentar
uma estação elevatória, onde a água é bombada, para uma
parte regar as várzeas do curso inferior de S. Domingos e a
restante, depois de ser novamente bombada em segunda
estação elevatória, ir irrigar as várzeas do curso médio desta
ribeira, a jusante da povoação do mesmo nome. O outro ramo
do condutor geral, continuando para norte, vem regar as
várzeas de Campilhas até Alvalade e depois de atravessar o
Sado, em sifão, rega ainda a várzea da margem direita deste
rio”. In, Vida Rural – Semanário da Lavoura, n.º 530 – 13-VII1963
A referida central hidroelétrica, encerrada em 1970, por motivos
operacionais e tecnológicos, mantém-se cuidadosamente
preservada, sendo hoje, em conjunto com o edifício que a aloja,
um precioso exemplar da arquitetura industrial da segunda
metade do século XX.
Desde logo a elevada adesão ao regadio por parte da lavoura da
região marcou o sucesso desta obra de rega. Com níveis de
utilização acima dos 80 %, Campilhas sempre foi apresentada
como um exemplo a seguir, até porque aqui se cultiva o arroz, o
milho e tomate, com níveis de produtividade acima das médias
nacionais e mundiais. Volvido mais de meio século sobre a sua
promoção, o Aproveitamento Hidroagrícola de Campilhas e S.
Domingos evoluiu e modernizou-se, sempre sob a gestão da
Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto
Sado.
O sucesso desta obra de rega deve-se ao trabalho e empenho
dos agricultores que tiveram desde logo a coragem de assumir a
gestão da obra de rega, de todos os bons agricultores que por
aqui têm passado e desenvolvido um trabalho notório em seu
proveito, da região e do Pais. Indissociável da história do
Município, constitui um testemunho de indiscutível valor
histórico e patrimonial.
Versão Final
88
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Posto de Culturas
Regadas D.
Manuel Castello
Branco
142
Alvalade
Estação
Agrária
Fábrica de Cortiça
e Habitação,
Gonçalves &
Douradinha, Lda.
143
ErmidasSado
Fábrica
Antiga Central
Elétrica
144
Santiago
do Cacém
Central
Elétrica
Fábrica de
Moagem de José
Mateus Vilhena
145
São
Domingos
Fábrica
Versão Final
“Estação Experimental”, situada na várzea do Sado, nas
imediações de Alvalade. Trata-se de um conjunto de instalações
rurais, cuja parte central se abre para um pátio amplo,
delimitado por casões, oficinas e armazéns. Foi criado por
despacho ministerial de 22 de janeiro de 1937. Por iniciativa e
voluntarismo dos seus técnicos, o topo das instalações foi
ocupado com alfaias agrícolas e o equipamento da antiga
manteigaria. Do mesmo modo, no escritório, velhos mapas,
fotografias e estudos técnicos, oferecem outras memórias de
um percurso de mais de meio século em torno da água, como
motor do desenvolvimento agrícola. Está-se perante um
protomuseu de sítio.
Conjunto de edifícios construídos entre a 1.ª metade e meados
do século XX, com rica composição dos alçados do edifício
administrativo e de habitação, utilizando elementos da Art
Déco, como as pilastras estilizadas, com capitéis substituídos por
barras canelas, platibandas escalonadas, gradeamentos de ferro
em espinha ou quadrícula, com sujeição de todos os elementos
decorativos a uma regra geral de composição ortogonal.
Edifício construído na década de 1930, com projeto que alguns
atribuem a Raul Lino. Edifício de arquitetura eclética e
modernista, de caráter utilitário (destinava-se a albergar a
central elétrica da vila) demonstra a reutilização da arquitetura
tradicional, com os cunhais, pináculos e grelhas de tijoleira,
tratados com a simplificação da arquitetura modernista.
O edifício da moagem foi construído por volta de 1925, numa
cerca em S. Domingos, onde já existia um pequeno moinho com
um casal de mós.
O seu proprietário, José Mateus Vilhena, que até então realizava
trabalhos de debulha e moagem de trigo, com recurso às mós
tradicionais, movidas a vento ou a vapor, investiu de forma
decisiva no desenvolvimento do seu negócio familiar. O novo
edifício, de rés do chão e 1ª andar, acolheu a nova fábrica de
moagem de ramas, com a maioria dos equipamentos em
madeira e acionada por um motor a gasóleo, sendo os
movimentos feitos por correias de transmissão, ligadas a quatro
eixos horizontais, com vários tambores de diferentes
dimensões. A fábrica de moagem funcionou até 1982 e chegou a
ser, segundo os proprietários, a de maior movimento do Distrito
de Setúbal.
Atualmente a parte do edifício que compreende a padaria, a
antiga habitação e os dois celeiros da fábrica, tem projeto
aprovado para unidade de turismo rural.
O projeto contempla também a musealização desta antiga
unidade moageiro, como núcleo museológico, sobre a história
do local e espaço de preservação da memória de grande parte
da população de S. Domingos.
89
CMSC
CMSC
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Lagar de azeite de
S. Domingos
146
São
Domingos
Lagar
Casa Beja da Costa
147
Santiago
do Cacém
Casa
148
Santiago
do Cacém
Casa Pereira
Varela
Versão Final
Casa
Fonte: CMSC; Fábrica de moagem de José Mateus Vilhena, S.
Domingos
O lagar de azeite, localizado na malha urbana da aldeia de São
Domingos, ocupa dois pavilhões mandados construir para o
efeito por José Miguel de Jesus, seu proprietário, tendo iniciado
a laboração em 1957. A partir de 1965, o lagar passou a ser
gerido por António Páscoa de Jesus, por falecimento de seu pai.
Deixou de funcionar em 1994, empregando nos meses de
novembro e dezembro dez trabalhadores.
O primeiro pavilhão apresenta três compartimentos distintos: a
casa da lenha e dos motores que acionavam os equipamentos
mecânicos; um espaço destinado à lavagem da azeitona e a casa
das tulhas, onde, depois de pesada, a azeitona ficava
depositada.
O segundo pavilhão alberga o coração do lagar. A sala onde está
instalado o moinho onde a azeitona era esmagada e as duas
prensas, onde a massa colocada em seiras era espremida,
passando o azeite e a água russa aos tanques de decantação,
localizados num nível inferior, no compartimento contíguo,
onde também se encontram as caldeiras para o aquecimento de
água. No terceiro compartimento estão instalados os depósitos
de azeite e o escritório. O quarto e último espaço, apresenta
dois níveis distintos: o superior para armazenamento de seiras
ou capachos, e o inferior, onde era depositado o bagaço da
azeitona, que se destinava à alimentação dos porcos. Os
equipamentos do lagar foram construídos pela conceituada
Fundição “F. J. SOARES MENDES” do Rossio d’ Abrantes.
Edifício neoclássico, construído no final do séc. XIX com algumas
intervenções interiores do primeiro quartel do séc. XX (Arq. Raul
Lino). De características palacianas, tinha anexa a “Courela
Grande”, fortemente arborizada que funcionava como local de
desporto e lazer da familia, servindo ainda para produção
agrícola.
Edifício construído no séc. XVIII, caracterizado pela nobreza e
simplicidade de linhas. De salientar o conjunto de cinco
varandas que compõe o piso superior da fachada principal, bem
como a cantaria trabalhada que guarnece a porta principal.
90
CMSC
CMSC
CMSC
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Casa Fernando
Peres
149
Santiago
do Cacém
Casa
Vila Nogueira
150
Santiago
do Cacém
Vila
Rede Molinológica
do Município
151-230
Todas
Moinhos
Edifício construído no séc. XVIII, com intervenções posteriores
efetuadas no séc. XIX, nomeadamente a colocação de
balaustrada, ao gosto da época. Caracteriza-se pela sua
imponência, ao nível da volumetria com 3 pisos, quer pela
dimensão e ritmo dos vãos.
Vila construída na primeira metade do séc. XX, sofre uma
intervenção para aproveitamento da cobertura no final do
mesmo século. Fachada com influência típica do final da arte
nova, principio do modernismo, caracterizada pelos inúmeros
elementos decorativos estilizados, ao longo da platibanda, friso
e guarnecimento de vãos. Possui na platibanda a inscrição “Vila
Nogueira – 1930”
Estão identificados no concelho 80 moinhos, divididos por
tipologias diferentes. No que respeita aos Moinhos de Vento,
identificam-se 50 de torre fixa, 1 giratório de madeira e 1
“Americano” que esteve montado numa das torres fixas.
Quanto aos Moinhos de Água, encontramos 27 de rodízio e 2
azenhas.
CMSC
CMSC
CMSC
* - Sem representação cartográfica
Quadro 10 - Património Arquitetónico industrial identificado pela Câmara Municipal de Santiago do
Cacém
1.2.2.4.1 - REDE MOLINOLÓGICA
O Município de Santiago do Cacém apresenta grande riqueza ao nível do património molinológico,
não só pelo elevado número de moinhos ainda existentes, como igualmente pela sua diversidade
tipológica.
Encontram-se atualmente identificados 80 moinhos, sendo 51 de vento e 29 de água,
caracterizados por cindo tipologias diferentes.
Registamos, de seguida, os moinhos existentes – de vento e de água – bem como a sua
localização, tipologia, fonte energética, época de construção e estado de conservação.
Versão Final
91
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 12 – Moinho do Paneiro no Cercal do Alentejo (esquerda) e moinho em Vale D’Água (direita)
Versão Final
92
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
MOINHOS DE VENTO
“A distribuição dos moinhos de vento no território assenta basicamente num eixo Norte – Sul, com
uma incursão a Nascente entre Santiago do Cacém e Abela, correspondendo à mancha de serra“15.
Moinhos de torre fixa – “A tipologia dominante nos moinhos de vento da região corresponde ao
moinho de torre mediterrânica. Trata-se de uma torre fixa, tronco-cónica, construída em alvenaria
de pedra e cal, pedra e barro ou taipa, constituída por piso térreo, sobrado e por vezes sótão.
O aparelho motor externo é composto por um capelo giratório acionado por um sistema de tração
por sarilho; mastro com oito varas, quatro velas triangulares ou latinas; espias e travadoiras. O
mecanismo de transmissão e de moagem é composto pelo mastro e entrosga, carreto, veio e
segurelha que transmitem o movimento à mó andadeira fazendo-a girar sobre a mó fixa ou
pouso”.16
Designação
Moinho do
Barão
Moinho da
Ervideira
Moinho do
Luzio
Moinho de
Vale de
Pulgas
Moinho do
Coelho
Número
Freguesia
Localização
Tipologia
Fonte
energética
Data de
construção
Data de
desativação
Anterior a
1891
Anterior a
1890
Anterior a
1867
Estado de
conservação
151
Abela
Foros do
Barão
Torre fixa e
Americano
Vento
152
Abela
Ervideira
Torre fixa
Vento
153
Abela
Luzio
Torre fixa
Vento
154
Abela
Vale de
Pulgas
Torre fixa
Vento
Anterior a
1848
155
Abela
Monte do
Coelho
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Bom
Moinho da
Olhalva
156
Alvalade
Herdade da
Olhalva
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Degradado
Moinho do
Paneiro 1
157
Cercal do
Alentejo
Paneiro
Torre fixa
Vento
1847
Bom
Moinho do
Paneiro 2
158
Cercal do
Alentejo
Paneiro
Torre fixa
Vento
1852
Bom
Moinho da
Atalaia
159
Cercal do
Alentejo
Atalaia Sonega
Torre fixa
Vento
1844
Utilização
atual
Degradado
Degradado
1992
Habitação
Degradado
15
Moagem
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios,
nº1, Setúbal, 2004
16
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, n.º,
Setúbal, 2004
Versão Final
93
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Moinho do
Saboia
160
Cercal do
Alentejo
Sonega
Torre fixa
Vento
Moinho Vale
Pocinho
161
Cercal do
Alentejo
Herdade do
Pocinho
Torre fixa
Vento
Anterior a
1890
Ruína
Moinho das
Teimosas
162
Cercal do
Alentejo
Teimosas
Torre fixa
Vento
1963
Em
recuperação
Moagem
Moinho das
Sesmarias
163
Cercal do
Alentejo
Herdade das
Torre fixa
Sesmarias
Vento
Anterior a
1877
Recuperado
Habitação
Moinho do
Outeiro
164
Cercal do
Alentejo
Outeirinho
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Degradado
Moinho das
Silveiras
165
Cercal do
Alentejo
Silveiras
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Ruína
Moinho da
Fonte Santa
166
Cercal do
Alentejo
Fonte Santa
de Cima
Torre fixa
Vento
Degradado
Moinho da
Castanheira
167
Cercal do
Alentejo
Castanheira
Torre fixa
Vento
Bom
Habitação
Moinho do
Salgadinho
168
Cercal do
Alentejo
Torre fixa
Vento
Bom
Habitação
Moinho da
Cotovia
169
Cercal do
Alentejo
Torre fixa
Vento
Aprox. 1922
Moinho do
Pedrógão
170
Santo
André
Pedrógão
Torre fixa
Vento
Anterior a
1868
Degradado
Moinho do
Cabeço
171
Santo
André
Aldeia de
Santo André
Torre fixa
Vento
Anterior a
1868
Bom
Moinho das
Relvas
172
São
Herdade das
Bartolomeu
Torre fixa
Relvas
da Serra
Vento
1833
Degradado
Moinho da
Moita
173
São
Moinho da
Bartolomeu
Moita
da Serra
Torre fixa
Vento
Anterior a
1890
Em
recuperação
Moinho da
Azinheira
174
São
Herdade da
Bartolomeu
Azinheira
da Serra
Torre fixa
Vento
Moinho do
Tio Chiné
175
Santa Cruz
Casa
Telhada
Torre fixa
Vento
176
Santa Cruz
Barrada
Torre fixa
Vento
1954
177
Santa Cruz
Herdade dos
Torre fixa
Carvalhais
Vento
Anterior a
1877
Degradado
178
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Ruína
Moinho da
Cerca Velha
179
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Bom
Moinho do
Carneirinho
180
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Moinho do
Bregue
181
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Bom
Habitação
Moinho da
Estrada
182
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1813
Bom
Depósito de
água
Moinho Novo
da Barrada
Moinho do
Porto
Cordeiro
Moinho da
Perna Grande
Versão Final
Herdade
Salgadinho
Cotovia Aldeia do
Cano
Ruína
1978
Habitação
Degradado
1970
Armazém
agrícola
Bom
Habitação e
atelier
Ruína
94
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Moinho da
Fome Aguda
183
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Bom
Moinho da
Tumba
184
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Ruína
Moinho da
Senhora do
Monte
185
Santiago do Senhora do
Cacém
Monte
Torre fixa
Vento
Anterior a
1813
Moinho da
Quntinha
186
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1813
Bom
Moagem
Moinho dos
Celões
187
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1813
Razoável
Mirante
Moinho de
Pau
188
Santiago do
Fidalgo
Cacém
Giratório de
Vento
madeira
Moinho do
Casoto
189
Santiago do
Cumeadas
Cacém
Torre fixa
Vento
Moinho da
Campa
190
Santiago do Moinho da
Cacém
Campa
Torre fixa
Moinho dos
Chãos
191
Santiago do Aldeia dos
Cacém
Chãos
192
Anterior a
1940
Habitação
Ruína
Ruína
Anterior a
1877
Recuperado
Habitação
Vento
Bom
Adaptado a
alojamento
turístico
Torre fixa
Vento
Degradado
Santiago do
Cacém
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Degradado
193
Santiago do Vale das
Cacém
Traves
Torre fixa
Vento
Anterior a
1850
Degradado
Moinho da
Aldeia
194
São
Francisco
da Serra
São
Francisco da
Serra
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Degradado
Moinho dos
Lobaes
195
São
Francisco
da Serra
São
Francisco da
Serra
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Recuperado
Habitação
Moinho do
Outeiro do
Vento
196
São
Francisco
da Serra
Outeiro do
Vento
Torre fixa
Vento
Bom
Habitação
Moinho da
Cruz de João
Mendes
197
São
Francisco
da Serra
Cruz de João
Torre fixa
Mendes
Vento
1881
Bom
Habitação
Moinho do
Outeiro do
Marco
198
São
Francisco
da Serra
Roncão
Torre fixa
Vento
Anterior a
1877
Degradado
Arrumos
Moinho do
Marmeleiro
199
São
Francisco
da Serra
Detrás da
Pedra
Torre fixa
Vento
Anterior a
1799
Bom
Armazém
Moinho de
Vale de Água
200
Vale de
Água
Rua José
Brissos
Pereira
Torre fixa
Vento
Razoável
Armazém
Moinho das
Quereiras
201
Vale de
Água
Arneirinho
Torre fixa
Vento
Bom
Habitação
Moinho
Queimado
Moinho de
Vale das
Traves
Versão Final
Anterior a
1877
1972
95
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Quadro 11 - Património Arquitetónico industrial – Moinhos de Vento - identificado pela Câmara
Municipal de Santiago do Cacém
Como exemplos de recuperação e valorização patrimonial deste conjunto, destacamos:
•
O Moinho da Quintinha, nas Cumeadas, Santiago do Cacém, cuja reabilitação integral –
edifício e mecanismos – permitiu a sua reabertura como Pólo Museológico Municipal,
realizando moagem tradicional de cereais.
•
O Moinho da Cerca Velha, também nas Cumeadas, Santiago do Cacém, adaptado para
habitação e atelier da pintora Chloë Mac Millan e integrado nos Roteiros dos Moinhos da
Europa através do programa “Euromills”.
•
Moinhos do Paneiro, localizados em Vale Seco, foram reabilitados e encontram-se
integrados num empreendimento de turismo rural.
MOINHOS DE ÁGUA
Localizam-se sobretudo na bacia hidrográfica da Lagoa de Santo André, onde se julga que o
descasque de arroz terá contribuído para a construção de algumas unidades. Estão igualmente
presentes no rio Sado, a norte de Ermidas-sado, na ribeira de Corona e ainda a sul, na envolvente
do Cercal do Alentejo.
“Os moinhos de água caracterizam-se pela posição da roda hidráulica. Horizontal (moinhos de
rodízio e rodete) e vertical (azenhas)”17.
Moinho de rodízio – Tido como o moinho hidráulico mais antigo, julga-se que terá sido
introduzido no território português pelos romanos.
“Em 1868 existiam no concelho 34 moinhos de água.
17
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1,
Setúbal, 2004
Versão Final
96
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Estes moinhos são construídos em alvenaria de pedra e cal, comportando um ou dois pisos,
cobertura constituída por estrutura de madeira, coberta por telha mourisca ou de canudo,
equipados com um ou dois casais de mós.
Nestes engenhos, o eixo vertical do rodízio é o próprio eixo motor da mó andadeira (...).
Quando o moleiro pretendia moer ou descascar arroz, levantava um pouco a comporta da represa
e a água era então conduzida através de um canal inclinado (...) saindo pela seteira com a pressão
suficiente para acionar o rodízio. Este funcionava numa pequena caverna que, por ser escura,
húmida e soturna, era conhecida por inferno”18.
Designação
Moinho dos
Álamos
Moinho da
Estalagem
Nova
Moinho do
Furadouro
Número
Freguesia
Localização
Tipologia
Fonte
energética
Data de
construção
Data de
desativação
Estado de
conservação
202
Abela
Álamos
Rodízio
Água
Anterior a
1891
Degradado
203
Abela
Abela
Rodízio
Água
Anterior a
1782
Bom
204
Abela
Furadouro
Rodízio
Água
Anterior a
1877
Degradado
205
Alvalade
Herdade da
Boa Vista
Rodízio
Água
Anterior a
1889
206
Cercal do
Alentejo
Vale
Travessinho
Rodízio
Água
Ruína
207
Cercal do
Alentejo
Sesmarias
Rodízio
Água
Bom
Moinho da
Mandorelha
208
Cercal do
Alentejo
Quinta da
Mandorelha
Azenha
Água
Ruína
Moinho do
Raco
209
Cercal do
Alentejo
Herdade do
Raco
Rodízio
Água
Moinho da
Gamitinha
210
ErmidasSado
Herdade do
Monte Novo
Rodízio
Água
Anterior a
1857
Ruína
Moinho da
Gamita
211
ErmidasSado
Saturninha
Rodízio
Água
Anterior a
1877
Degradado
Moinho da
Boa Vista
Moinho de
Vale
Travessinho
Moinho das
Sesmarias
Aprox. 1953
Utilização
atual
Habitação
Habitação
Degradado
18
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1,
Setúbal, 2004
Versão Final
97
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Moinho Novo
212
Santo
André
Moinho da
Laranjeira
213
Santo
André
Moinho do
Seco
Moinho da
Pereira
214
215
Santo
André
Santo
André
Anterior a
1813
Galiza
Rodízio
Água
Granja das
Laranjeiras
Rodízio
Água
Seco
Rodízio
Água
Herdade da
Pereira
Rodízio
Água
Rodízio
Água
Anterior a
1877
Anterior a
1813Ampli.1930/40
Anterior a
1761
Anterior a
1868
Sede da
Delegação
Regional
Quercus
Bom
Ruína
Degradado
Moinho do
Barranco
216
São
Bartolomeu
da Serra
Moinho das
Pereiras
217
São
Bartolomeu
da Serra
Herdade das
Pereiras
Rodízio
Água
Anterior a
1878
Ruína
218
Santa Cruz
Vale Coelhos Rodízio
Água
Anterior a
1813
Degradado
219
Santa Cruz
Sobral da
Várzea
Rodízio
Água
Anterior a
1813
Ruína
220
Santiago do
Cacém
Azenha de
Baixo
Rodízio
Água
Anterior a
1888
221
Santiago do
Cacém
Azenha do
Meio
Rodízio
Água
Anterior a
1877
222
Santiago do
Cacém
Rio da Velha
Rodízio
Água
Degradado
Azenha do Rio
da Figueira
223
Santiago do
Cacém
Copeira de
propulsão
superior
Água
Ruína
Moinho da
Ortiga
224
Santiago do
Cacém
Rodízio
Água
Anterior a
1799
Moinho dos
Escaravelhos
225
Santiago do
Cacém
Herdade do
Mº dos
Rodízio
Escaravelhos
Água
Anterior a
1758
Moinho do
Barranco
226
São
Francisco
da Serra
Moinho do
Barranco do
Livramento
Rodízio
Água
Moinho do
Rego
227
Vale de
Água
Rego
Rodízio
Água
Moinho do
Rego de Baixo
228
Vale de
Água
Rego de
baixo
Rodízio
Água
Moinho do
Bravo
229
ErmidasSado
Rodízio
Água
Ruína
Moinho do
Vale das Eiras
230
Abela
Vale de Eiras
- Monte da
Rodízio
Rosa
Água
Ruína
Moinho do
Cachucho
Moinho do
Sobral da
Várzea
Moinho da
Azenha de
Baixo
Moinho da
Azenha do
Meio
Moinho do
Rio da Velha
Parque
Urbano do
Rio de
Figueira
Quinta da
Ortiga
Ruína
Ruína
Anterior a
1782
Fonte: Levantamento realizado pela Câmara Municipal de Santiago do Cacém
Versão Final
98
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Quadro 12 - Património Arquitetónico industrial – Moinhos de Água - identificado pela Câmara Municipal
de Santiago do Cacém
Como exemplares particularmente interessantes ao nível dos moinhos de água do Município,
destacamos:
•
O Moinho da Gamita – “Próximo da localidade de Vale da Eira, na freguesia de Ermidassado, num cenário de grande beleza natural, localiza-se na margem esquerda do rio Sado
(...). Trata-se de um importante exemplar do nosso património molinológico. Evidencia
uma tipologia mista rodízio/rodete. Edifício de um só piso, construído em alvenaria de
pedra e cal, apresenta uma interessante arquitetura pensada para as grandes cheias
(...)”19.
•
A Azenha do Rio da Figueira - situada no Parque do Rio da Figueira, em Santiago do
Cacém, o conjunto é formado pela azenha e pelo aqueduto, a primeira em ruínas, o
segundo muito degradado. Considerada por especialistas como um exemplar raro: “No
piso inferior, entre a parede exterior poente e a parede lateral esquerda do
compartimento da roda hidráulica, corre a linha de água que alimentava a azenha. (...) No
piso superior, a sala de moagem, armazém, compartimento da roda hidráulica e uma
passagem superior sobre a mesma, estabelecendo ligação entre a sala de moagem e o
armazém. A cobertura era de quatro águas, em estrutura de madeira, coberta com telha
mourisca ou de canudo. Adossado a norte, localiza-se o aqueduto, que transportava a
água do barranco do Rio da Figueira, desviada a montante, conduzindo-a à caixa de água
localizada ao nível da cobertura (...)”20
19
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1,
Setúbal, 2004
20
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios, nº1,
Setúbal, 2004
Versão Final
99
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.3 - CENTROS HISTÓRICOS
Fundado em tempos imemoriais, o concelho de Santiago do Cacém integra hoje onze Freguesias e
distribui-se por uma vasta área, desde a Faixa Litoral ao Baixo Alentejo interior.
Ao longo dos tempos, o seu mapa administrativo sofreu várias alterações. Para além de Santiago
do Cacém, também Alvalade foi sede de concelho ao longo de três séculos, de um território
correspondendo, grosso modo, às atuais Freguesias de Alvalade e Ermidas – Sado.
Cercal do Alentejo deteve igualmente importantes funções de centralidade, nomeadamente a
cabeça de comenda da Ordem de Santiago, tendo sido, em vários períodos, séria candidata a
capital do Concelho que foi o de Vila Nova de Milfontes, em meados do século XIX.21.
São precisamente estes aglomerados, localizados em áreas outrora de grande produção agrícola
que, por inerência das funções que exerceram obtiveram maior desenvolvimento urbano e,
consequentemente, maior concentração de infraestruturas, equipamentos e edifícios,
administrativos, religiosos e civis.
As suas condições de centralidade facilitaram a fixação dos proprietários rurais mais abastados e,
consequentemente, a construção das suas casas, normalmente de arquitetura mais rica e de
maior qualidade patrimonial.
É precisamente em Santiago do Cacém, Alvalade e Cercal do Alentejo que se encontram os
Centros Históricos do Município.
1.2.3.1 - Centro Histórico de Santiago do Cacém
O Centro Histórico de Santiago do Cacém “localiza-se na encosta Este do cerro do Castelo,
edificação atribuída ao período islâmico que forma um conjunto monumental com a Igreja Matriz
do séc. XIII, ambos monumentos nacionais. O antigo centro nevrálgico da cidade, estendendo-se
21
“Vila Nova de Milfontes, História” – António Martins Quaresma – Ed. J. Freguesia de V. N. Milfontes, dezembro de 2003.
Versão Final
100
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
harmoniosamente pela encosta voltada ao sol nascente, constitui um valioso património
arquitetónico com as suas ruas estreitas e íngremes e casas senhoriais.”22 No Centro Histórico de
Santiago do Cacém encontra-se o Pelourinho de Santiago, os Antigos Paços do Concelho, a Igreja
da Misericórdia de Santiago do Cacém e o Hospital do Espírito Santo, entre outro património
arquitetónico e arqueológico. Este Centro Histórico, conta com um Plano de Pormenor, que visa
requalificar o centro histórico através da manutenção e recuperação do edificado e espaços
públicos.
Fonte: CMSC
Figura 13 – Centro Histórico de Santiago do Cacém (esquerda) e Limite do Centro Histórico do PPCHSC
1.2.3.2 - Centro Histórico de Alvalade
“Alvalade é abraçada por um rio, conhecido ao tempo dos Romanos como Callipus, e a partir,
provavelmente da ocupação islâmica, como Sadão (…). Conhece-se vestígios da ocupação humana
desde o Mesolítico no território do Sado, que nos remetem a essa relação mais estreita com o rio,
onde as populações vão buscar os seus recursos alimentares e, a partir das sociedades nómadas e
agrícolas do Neolítico, mós, enxós, vasos cerâmicos falam-nos de uma terra cedo domesticada,
22
Plano de Intervenção no Património, Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 2011
Versão Final
101
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até aos nossos dias, com a presença dos grandes montes, das cearas, e mais recentemente dos
arrozais até ao consequente desenvolvimento das grandes obras hidráulicas para o regadio,
efetuadas já no século XX, e que apenas reforçam a razão de ser da fixação das pessoas (…).
O cruzamento de vias em Alvalade, já em período romano, a quantidade de uillae situadas em seu
redor, associada à fertilidade dos solos, sobretudo os da várzea do Sado e à abundância de água,
permitem que alguns arqueólogos suspeitem que ali tenha existido um uicus.
Da ponte medieval se suspeita uma origem mais antiga, mas nenhum dos elementos construtivos
existentes na mesma o permite confirmar. Contudo, ela marcava as saídas do aglomerado urbano,
apontando caminhos para os lados de Aljustrel, onde as minas eram o grande recurso, ou então
bifurcando para o litoral, escoador de produtos agrícolas e fornecedor de pescado, abrindo as
portas às exportações (…)
Da presença árabe lhe ficou provavelmente o nome. Pertenceu à Ordem de Santiago da Espada
que, na matriz, ainda conserva as insígnias. Ao tempo de D. Manuel, em 1510, recebeu foral,
tendo-se erguido o pelourinho que lhe conferia a autonomia concelhia.
O concelho, que chegou a ter duas freguesias, a do Roxo a Norte e a da Vila a Sul, manteve a sua
autonomia até ao século XIX. (…) O concelho extinguiu-se em 1836, tendo sido incorporado em
Messejana. Em 1855 o concelho de Messejana foi também extinto, transitando para o concelho de
Aljustrel. Finalmente, em 1871, passou para o concelho de Santiago do Cacém, onde se mantém
até à atualidade”.23
O Centro Histórico de Alvalade corresponde à dimensão da vila há mais ou menos cem anos atrás.
Inclui, evidentemente, o seu núcleo mais antigo, onde se notam vestígios arquitetónicos de época
romana.
“A Rua de Lisboa, onde teriam sido erguidas as primeiras casas, na proximidade da Igreja Matriz,
do século XV, templo que teria vindo a ser por diversas vezes remodelado, mas que corresponde
23
Artigo “O Património é um recurso: Alvalade do Sado, o meu testemunho”, Maria Filomena Barata, 2011, www.setubalnarede.pt
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do ponto de vista simbólico à fundação matricial, com o antigo cemitério no seu adro e como que
24
projetando-se sobre as várzeas amplas e férteis de Campilhas e do Sado.”
“A malha urbana do núcleo histórico, de cariz medieval tem como núcleo central a Praça D.
Manuel I, coração da vila. Representava o centro cívico da povoação onde se localizavam as
principais instituições. Na Praça D. Manuel I localizam-se o Pelourinho Manuelino do século XVI, a
Igreja da Misericórdia do século XVI, de influência maneirista e o edifício dos antigos Paços do
Concelho.”25
Figura 14 – Centro Histórico de Alvalade (esquerda) e Limite do Centro Histórico (direita)
1.2.3.3 - O Centro Histórico do Cercal do Alentejo
24
25
Plano de Intervenção no Património, 2011 Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
www.igespar.pt
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“A Aldeia do Cercal, cuja primeira referência escrita data de 1274, constitui-se como núcleo
populacional de trabalhadores rurais, sem pólo aglutinador específico, uma vez que não nasceu
em torno de um ponto militar específico, ou de qualquer mosteiro ou convento (…).
O Cercal foi sempre terra d´El Rei – não sendo couto, honra ou concelho, embora se situasse na
esfera de influência dos Espatários. A reforma administrativa do Antigo Regime integrou-o no
Concelho de Vila Nova de Milfontes, embora como freguesia separada, em 1855 integrou o de
Odemira e em 1875, por decreto régio, passou ao de Santiago do Cacém. Por este facto, não havia
juiz ou Câmara sediados. Alguns autores referem ter sido cabeça de concelho entre 1836 e 1855
(…).
O núcleo histórico, original, apresenta um traçado sinuoso e serpenteante, que desemboca
repentinamente nos cabos do povo, nos terrenos aráveis ou olival, dos quais apenas as fiadas de
casas nos separam.
Traçado orgânico e também racional, uma vez que otimiza a ligação direta às terras de cultivo,
formando nesse processo vias de comunicação onde se foram implantando as construções em
banda, permitindo assim, uma vizinhança, sociabilidade e interajuda prontas e também o quintal
traseiro, tão importante para guardar alfaias, animais ou para as culturas mimosas – formando
assim a outra característica da urbanidade do Cercal.
Construções em banda, definidoras de espaço-canal confluentes em pontos-de-encontro, como o
entroncamento, o cruzamento, o largo. No seu cerne a confluência das ruas cria o logradouroquintal, antevisão do quarteirão ortogonal citadino-burguês. O quintal desenvolve-se radialmente
na direção dos terrenos agrícolas.
A malha é, deste modo, potenciadora e fruto da atividade económica secularmente predominante
no Cercal – a agricultura. Na verdade este núcleo primitivo e mais sedimentado, está
inclusivamente arredado de um pólo aglutinador tradicional – a igreja, só mais recentemente
rodeada pelo povoado, pois segundo testemunho do Padre Cardoso, «a paróquia dedicada a
Nossa Senhora da Conceição está fora do povo».
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Deve, em tempos mais recuados, ter disposto de um largo maior ou rossio, cujo vestígio
toponímico ainda existe, possivelmente ocupado pelo quarteirão irregular, estranho a esta malha
radial – estruturada e definida pelo quotidiano da população rural.
A ocupação em banda espraiou-se também ao longo das vias mais importantes de ligação aos
outros povoados, mormente em direção a Sul, na estrada que ligava o Algarve a Setúbal, em bom
26
funcionamento já desde o tempo de D. Maria.”
26 Estudos de Caracterização para o Plano de Urbanização de Cercal do Alentejo - 1.ª fase; Vasco da Cunha, arquitetura e planeamento
urbanístico, Lda., 1999. (não editado).
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Figura 15 – Rua do Centro Histórico do Cercal do Alentejo (esquerda) e Limite do Centro Histórico do
Cercal do Alentejo (direita)
1.2.4 - PATRIMÓNIO IMATERIAL
Figura 16 – Carta de Foral, outorgado por D. Manuel I a Santiago do Cacém em 1510
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Genericamente definida como o “conjunto dos traços distintivos, espirituais e materiais,
intelectuais e afetivos, que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”, a cultura e os
direitos culturais constituem um imperativo ético, inseparável dos Direitos Humanos e das
liberdades fundamentais, um “dever sagrado” das nações, e assim reconhecidos por algumas
delas pelo menos desde 1945, aquando da Constituição da UNESCO.
Questão central para a identidade e relacionamento harmonioso entre pessoas e grupos, a
diversidade cultural, património comum da humanidade, é inseparável, em contextos
democráticos, da assumpção de políticas de inclusão e participação dos cidadãos, em prol da
coesão social e da paz.
Assegurar e promover as expressões culturais, significa ampliar a criatividade e os recursos
intelectuais e espirituais dos indivíduos e dos grupos sociais.
No âmbito da Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial, a UNESCO define o
património
cultural imaterial como
sendo “as
práticas,
representações,
expressões,
conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais
que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos
27
reconheçam como fazendo parte integrante de seu património cultural”.
Nos termos do Decreto-Lei nº139 / 2009 de 15 de junho, que estabelece o regime jurídico de
salvaguarda do património imaterial, os seus domínios de salvaguarda são:
•
As tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do património cultural
imaterial;
27
•
As expressões artísticas e manifestações de caráter performativo;
•
As práticas sociais, rituais e eventos festivos;
Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial – UNESCO, Paris, 17 de outubro de 2003, in www.cultura-alentejo.pt
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•
Os conhecimentos e práticas relacionadas com a natureza e o universo;
•
As competências no âmbito de processos e técnicas tradicionais.
O presente subcapítulo constitui a primeira oportunidade de apresentação geral e conjunta dos
diversos domínios que respeitam ao património imaterial do território municipal, em
conformidade com o ordenamento jurídico entretanto constituído.
Sujeito a numerosas insuficiências e mesmo omissões, procura apresentar de forma inclusiva, as
áreas patrimoniais cujo conhecimento é ainda muito fragmentado e incipiente, a par de outras,
onde a investigação e as metodologias de salvaguarda se encontram mais sistematizadas.
O intuito é sinalizar não só as realidades como, sobretudo, as potencialidades, suscitar interesses
de investigação para as múltiplas áreas ainda escassamente abordadas, cujo conhecimento
constituirá um precioso enriquecimento cultural para o Município.
Dá-se igualmente primazia ao registo e identificação dos trabalhos produzidos, ao longo dos
tempos, pelos diversos investigadores que, no âmbito da edilidade e de outras entidades oficiais
ou por iniciativa particular, contribuíram para o conhecimento e reflexão sobre a história local.
Tais estudos e trabalhos, cujas publicações e autorias procuramos identificar de forma tão
exaustiva quanto possível, constituem o subcapítulo 1.2.4 do presente relatório.
1.2.4.1 - Tradições e Expressõs Orais
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1.2.4.1.1 - CRIAÇÃO LITERÁRIA
“Quase toda a criação literária de autores alentejanos traz a forte dedada do social, também é
certo, do metafísico e do místico, conotados com a infinitura do espaço vazio (…) terra do pão e
dos homens sem pão”.28
28
Urbano Tavares Rodrigues in Luís Filipe Maçarico, “A personalidade poética do alentejano”, Arquivo de Beja, Vol. X – série III. 1999.
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Alda Guerreiro Machado
Alda Guerreiro Machado nasceu em 1878 em Santiago do Cacém e faleceu em 1943 (?).
“Foi, ainda antes da proclamação da República, uma defensora entusiasta do ensino popular.
As suas composições poéticas, muitas delas marcadas por um profundo lirismo, mas donde a
dimensão social e cívica não está arredada, encontram-se, tal como outros escritos, espalhados
por jornais da época como a Enciclopédia da Família, o Alvanéo, A Folha de Sines, Nossa Terra,
Renovação, Portugal Feminino.”29
Manuel da Fonseca
Escritor português, vulto destacado do Neorrealismo, nasceu a 15 de outubro de 1911, em
Santiago do Cacém, e morreu a 11 de março de 1993, em Lisboa.
Partiu ainda jovem para Lisboa para realizar estudos secundários, tendo desempenhado
posteriormente na capital diversas atividades profissionais no comércio, na indústria e no
jornalismo. Antes de colaborar em Novo Cancioneiro, com Planície, coleção onde se afirmariam
algumas coordenadas da estética poética Neorrealista, numa primeira fase editou, em 1940, Rosa
dos Ventos, obra pioneira do neorrealismo poético português, nascida do convívio com um grupo
de jovens escritores, entre os quais Mário Dionísio, José Gomes Ferreira, Rodrigues Miguéis,
Manuel Mendes e Armindo Rodrigues, unidos numa "obstinada recusa de ser feliz num mundo
agressivamente infeliz, uma ânsia de dádiva total e o grande sonho de criar uma literatura nova,
radicada na convicção de que, na luta imensa pela libertação do Homem, ela teria um papel
estimável a desempenhar contra o egoísmo, os interesses mesquinhos, a conivência, a indiferença
perante o crime, a glorificação de um mundo podre".30
29
30
João Madeira. 1985. Alda Guerreiro. Recolha poética. Coleção Memória 2. Sant’yago Associação Cultural.
DIONÍSIO, Mário - prefácio a “Obra Poética” de Manuel da Fonseca, 1984.
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Manuel da Fonseca utiliza como matéria-prima dos seus textos o povo e a geografia do Alentejo.
Em Cerromaior, mais do que em qualquer outro escrito, Manuel da Fonseca usa a cidade que o
viu nascer como cenário da sua obra: “Até o título que me foi sugerido pelo cerro do castelo novo,
novo de mil anos, entenda-se que é o chão de Santiago, vila onde a minha experiência encontrara,
e recriava agora, as personagens. Cercado de cerros, que vão de roda em anfiteatro com o lugar
do palco largamente aberto sobre a planície e o mar, o cerro de Santiago é de todos o mais alto.
Daí o título: Cerromaior.”31
Usando de toda a liberdade da ficção, recria Santiago do Cacém a partir quer da realidade do
tempo em que decorre a ação (anos 30 do séc. XX, mais precisamente, o período da Guerra Civil
de Espanha), quer das suas memórias de infância. Estas paisagens descobrem-se a cada passo da
obra, cheias de vida e cor, podendo ser identificadas e explicadas em vários recantos da cidade de
Santiago do Cacém: o Jardim Municipal, com a Cadeia (atual Museu Municipal), o Largo, a
Sociedade Harmonia, o Castelo.
Bibliografia: rosa dos ventos, poemas Lisboa, 1940; Planície, poemas Coimbra, 1941; Aldeia Nova,
contos, Lisboa, 1942; Cerromaior, romance. Lisboa, 1943; O Fogo e as Cinzas, contos, Lisboa, 1953;
Nortada, contos. Lisboa, 1955; Seara de Vento, romance. Lisboa, 1958; Poemas Completos: rosa
dos ventos, Planície, Poemas dispersos Lisboa, 1958 (inclui obras anteriores e poemas inéditos,
Lisboa, 1969); Um Anjo no Trapézio, contos. Lisboa, 1968; Tempo de Solidão, conto. Lisboa, 1969;
Manuel da Fonseca: Antologia Poética (Org. e pref. Fernando L. Soares) Lisboa, 1976; Obra
Poética, Lisboa, 1984, reedição de Poemas Completos (aumentada); Antologia de Fialho de
Almeida – seleção de textos e introdução, Beja, 1984; Crónicas Algarvias. Lisboa, 1986; Bairro de
Lata: antologia de 12 histórias. Lisboa, 1986; À Lareira, nos Fundos da Casa onde o Retorta tem o
Café, contos. Lisboa, 2000; O Vagabundo na Cidade. Lisboa, 2001; Pessoas na Paisagem. Lisboa,
2002.
José da Fonte Santa
31
Manuel da Fonseca, Prefácio de Cerromaior, Editorial Caminho, 1981.
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José Jacinto Romão Guerreiro, conhecido por José da Fonte Santa, nasceu em 1925 e faleceu em
1998.
“ (...) Natural de Colos, poeta, prosador e desenhador, iniciou a sua vida literária no 1º número do
Caderno Encontros, publicado em Santiago do Cacem em 1957/58, de parceria com Eduardo
Olímpio, Casimiro de Brito, Carolina Lima Vaz e Domingos Carvalho e foi colaborador do jornal A
Planície. Colaborou ainda nas revistas Ocidente, em 1958, e na Cooperação no ano seguinte.
Frequentou as tertúlias lisboetas do café Portugal e do café Gelo nos anos 50. Publicou a novela,
Silêncio Quebrado, em 1954.
32
A sua poesia está dispersa em páginas literárias de jornais e outras publicações periódicas.”
Eduardo Olímpio
Eduardo Olímpio nasceu em Alvalade a 24 de janeiro de 1933.
Depois de um longo período de "experimentador de profissões", de onde se destacam as de
caixeiro, livreiro, tradutor e editor, passou a dedicar-se à escrita a tempo inteiro, sendo autor de
prosa e poesia, incluindo literatura infantil.
Para além da obra publicada, possui uma vasta colaboração em jornais e revistas, nomeadamente
na Planície, Diário do Alentejo, Imenso Sul, Diário Popular, Diário de Lisboa, Diário de Notícias,
República, A União, Cadernos do Meio-Dia, Colóquio Letras, Ínsula, Sílex, O Escritor, Sol XXI e
Sirgo, entre outros.
Bibliografia: As Esmolas do Mendigo, Ed. Autor, 1954; Enlouqueço Amanhã, Ed. Autor, 1964; O
Franco-atirador e outros poemas, Ed. Autor, 1965; Uma Porta para o Alentejo, A. M. D. Beja, 1980;
Como quem leva ao ombro a vida toda, Ed. Caminho, 1983; Memória Arável, Universitária Editora,
2000; Às cavalitas do tempo, crónicas, Prelo Editora, Lisboa, 1974; Um girassol chamado Beatriz,
crónicas, Prelo Editora, 1975, Didática Ed., 1980, Lisboa; António dos olhos tristes, novela, Prelo
32
Eduardo Raposo. Informação Municipal, CMSC, outubro - dezembro. 1998.
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Ed.1975, Didática Editora, 1980, Editorial Caminho, 1989, Ed. O Escritor, 1996, Lisboa; A menina
da carreira de Manique, crónicas, Ed. Maria da Fonte, 1978, Lisboa; Éramos oito na Pensão
Celeste, romance, Ed. O Escritor, 1994, Lisboa; Dava respostas lindas, contos, Ed. O Escritor, 1997,
Lisboa; Moça querida, contos, Ed. O Escritor, 2005, Lisboa; O gato Tarzan, contos, Prelo Editora,
Lisboa, 1974, Lisboa; Ternura, memórias, Ed. Maria da Fonte, 1978, Lisboa; A Senhora Dona Casa e
o Senhor Automóvel, conto, Plátano Editora, 1980, Lisboa; O comboio do Estoril, poesia, Plátano
Editora, 1980, Lisboa.
1.2.4.1.2 - POESIA POPULAR
“A poesia é uma forma de expressão que serve tanto ao grande pensador cheio de sabedoria
como ao rural analfabeto, que viva isolado do mundo, no seu modesto lugarejo.” 33
A Cantiga ou Quadra
A modalidade de poesia popular praticada no Alentejo resume-se quase exclusivamente à
chamada “cantiga” ou “quadra”de “40 pontos”.
Cada cantiga é constituída por um mote de 4 “pontos” (versos) e 4 “décimas” de 10 “pontos”
(versos). Cada verso do mote repete-se no último verso da décima respetiva.
As “cantigas” mais apreciadas eram as “cantigas de Afundamento”, isto é, as que tratavam de
assuntos sérios e que o poeta demonstrava a sua “filosofia” sobre determinado tema, numa serie
de “cantigas”.
Alguns dos “afundamentos” mais usados pelos poetas populares eram por exemplo; a crítica
social, a campa, a História, os astros, o mar, a primavera, as flores e os pássaros, o Amor, a
velhice… Enfim, tudo o que impressionava as pessoas, conforme a sua vivência. (...)
33
Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo”, in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de
Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p. 273.
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“Era costume nesta espécie de poesia popular, o poeta inventar duas personagens, geralmente
contrárias e estabelecer entre elas o diálogo, pondo na boca de cada um a sua cantiga (...).”
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O Despique
“ (...) Esta poesia não ficou escrita porque era toda improvisada. O seu autor acabava de cantar os
seus versos e acabava por esquece-los.
(...) Aos serões, em dia de festa ou aos domingos, juntava-se um grupo de amigos. Bebiam uns
copos, “ alegravam-se”. E era certo aparecer o “ despique”. Um dos elementos dava o “ponto”,
isto é a rima, e todos os parceiros tinham de cantar os seus versos empregando o “ ponto” dado.
As rimas mais fáceis eram o “ ponto de grão”, isto é, as palavras terminadas em “ao” e o “ ponto
de ar”.
Quando um parceiro pisava o “ponto”, quer dizer, repetia uma palavra que na rima obrigatória já
tivesse sido cantada, era “multado” com o pagamento de uma rodada de copos, para todos
beberem.
“Sempre que fosse possível, a canção do despique era acompanhada à guitarra ou à viola.”34
A poesia popular no Município
Apresentar, de forma exaustiva, a poesia e os poetas populares do Município, constitui, por si só,
uma tarefa quase infindável, dada a extensão e riqueza deste domínio, onde a memória oral é
ainda - em muitos casos - o único registo existente.
Para além de Manuel José Santinhos e José Pedro Guerreiro, o Rei dos Malhadais que, pela sua
importância, se destacam, muitos outros poetas populares contribuíram para a inquestionável
riqueza cultural do Município e do Alentejo neste domínio.
São numerosas as publicações -muitas vezes editadas pelos próprios ou pelas autarquias locais que se encontram disponíveis nas bibliotecas do Município.
34
Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo” in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de
Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p.274,275.
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A investigação e o conhecimento deste domínio – a que Manuel João da Silva deu um contributo
essencial – encontram-se, em grande parte por desenvolver.
Manuel José Santinhos, o poeta do Tojal
«A água da minha fonte
Dou eu a quem a vá buscar
Nunca por mim foi vendida
E há queixumes lá no monte
Que a têm ido comprar
Em nome de outra bebida»
“Manuel José Santinhos, mais conhecido por Manel Zé do Tojal, nascido em 24 de dezembro de
1905, no Tojal de Baixo da Ribeira de Baleizão, Freguesia de Santo André, Santiago do Cacém.
Com menos de 10 anos começou a ajudar no pastoreio. Aos 11 anos fez o primeiro poema – que se
lembre – para ser recitado numa venda; como prémio, obteve um rebuçado.
Foi boieiro, ganhão e um dos bons porcariços, abegão, servente de pedreiro, cadeireiro, cesteiro,
seareiro, agricultor e um profanista afamado.
Embora não o reivindique, decididamente, é Poeta e grande. (...)
A sua fonte de inspiração é o mundo rural e os seus habitantes nas suas múltiplas atividades e
facetas.”35
“E, em todo o Portugal meridional, será Manuel João Santinhos, o poeta do Tojal, o elo que
permitirá reconstituir toda a cadeia entre a poesia popular alentejana e o fado de Lisboa. Será
35
Vítor M. Bastos e Maria Celeste M. Rodrigues, texto de contra – capa in “Memória das Gentes do Lugar, Manuel José Santinhos,
poeta popular ”, Edição CMSC, 1991.
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esse o seu grande mérito: ter mantido intacto o legado fadista operário, anarquista, socialista e
republicano.
Entender, pois, a poesia, ou melhor, os fados do poeta do Tojal é entender uma parcela da história
não só do fado, mas também deste imenso sul português.”36
José Pedro Guerreiro, “ O Rei dos Malhadais” ou o “ Rei do Carvão”
“José Pedro Guerreiro, o Rei dos Malhadais ou o Rei do Carvão, como a si próprio se chamava,
nasceu em S. Francisco da Serra, concelho de Santiago de Cacém, em 1887, aí vindo a falecer em
1950.
Carvoeiro de profissão, “O Rei” como era conhecido entre as gentes de S. Francisco foi, sem
dúvida, um dos melhores poetas populares alentejanos.
Cantador de décimas exímio, oferece-nos dezenas de composições a que hoje apenas temos
acesso por via da tradição oral, que as manteve no essencial.
A sua facilidade de memorização, a sua capacidade de entendimento e o seu poder de
improvisação permitiam que, com extraordinária rapidez, elaborasse as suas composições que
versavam os mais variados temas – da natureza à religião, aspetos autobiográficos, assuntos
sociais ou episódios e personagens com quem se relacionava de perto”.37
1.2.4.1.3 - MANUEL JOÃO DA SILVA: “O PASTOR DE PALAVRAS”
Manuel João da Silva, professor do 1º ciclo, nasceu em Sines em 1923. Residiu desde 1960, até ao
seu falecimento, em 23 de abril de 2002, em Santiago do Cacém.
36
Paulo Lima in “O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX . XX, O contexto do profanista, Manuel José Santinhos”, Edição Tradisom,
pág. 153
37
João Madeira. 1985. José Pedro Guerreiro. O Rei dos Malhadais recolha de Cantigas. Coleção Memória 2. Sant’yago Associação
Cultural.
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Fonte: CMSC
Figura 17 – Manuel João da Silva
Começou a trabalhar na agricultura (monda do trigo) aos 9 anos de idade, continuando como
trabalhador rural até aos 25 anos.
Foi mais tarde professor do 1º ciclo do ensino básico e um autodidata que procurou sempre saber
um pouco mais para melhor ensinar.
Após o 25 de Abril começou a escrever sobre a vida dos trabalhadores rurais e outros dados
etnográficos da região do Litoral Alentejano.
Manuel João da Silva desenvolveu um vasto trabalho no âmbito do levantamento histórico e
etnográfico do Município de Santiago do Cacém, que patrocinou a maioria dos seus trabalhos.
O universo inesgotável do património oral da região – tanto ao nível dos falares regionais como da
poesia popular-foram a preocupação central das suas pesquisas, registos e estudos, com o intuito
de contribuir para o conhecimento e preservação do património cultural da sua região:
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“Assim se perdeu tudo com a morte do autor.
A não ser as “quadras” que ficaram na “cabeça” de algum admirador do poeta.
Conscientes dessa perda irreparável, e não querendo que ela continue a registar-se, nos poetas
que conhecemos, vimos desde há anos a esta parte, recolhendo toda a espécie de poesia que nos é
possível”
38
Um “pastor de palavras”, como lhe chamou Paulo Lima, que assim ilustrou a forma como se
dedicou aos seus trabalhos:
“O Professor Manuel João da Silva foi, em muitos aspetos, o último erudito local. Ou melhor o
último amador nas etnográficas transtaganas. E assumimos amador não no sentido daquele que
pouco sabe, mas sim daquele que ama o que viveu e se esforça para partilhar um momento que já
não existe, (...) Ao contrário de muitos dos seus pares, a sua obra não retrata de forma
arqueológica coisas do passado etnográfico. Tudo está vivo e é contado de forma bela e simples,
como só os que viveram plenamente as coisas podem contar”. 39
Bibliografia: Riqueza tradicional dos Falares Regionais, Ed. CMSC, 1989, Santiago do Cacem; O
Mastro da Fonte do Lobo, Ed. CMSC, 1988, Santiago do Cacém; Pobrezinhos e Malteses de Porro e
Manta, Ed. CMSC, 1996, Santiago do Cacém; Como era a Vida em Casa do Lavrador: Boieiros e
Ganhões, Ed. CMSC, 2001, Santiago do Cacém; Os lobos: várias histórias dos lobos que existiam na
região, contadas conforme a linguagem popular da época, Ed. CMSC, 2006, Santiago do Cacém;
Toponímia das Ruas de Santiago de Cacém: breve história, Ed. CMSC, 1992, Santiago do Cacém;
Ermidas no Tempo e no Espaço, Ed. J.F. Ermidas-sado, 1997, Ermidas-sado; Feiras tradicionais do
Município de Santiago do Cacém, Ed. Colibri/CMSC, 2004, Lisboa;
38
Manuel João da Silva, “ Poesia Popular, História do Povo contada pelo Povo” in O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX, de
Paulo Lima. Ed. Tradisom. 2004, p.274,275.
39
Paulo Lima, “Manuel João da Silva, pastor de palavras”, in “Feiras Tradicionais do Município de Santiago do Cacém”, edição Colibri –
CMSC, 2004.
Versão Final
119
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.2.4.1.4 - AS LENDAS LOCAIS
Elementos chave do imaginário coletivo das sociedades e grupos, reconstruídas desde tempos
imemoriais, as lendas constituem um importante veículo de transmissão, tradicionalmente oral,
de modelos de comportamento, de valores e de conceções do mundo.
Lenda de Nossa Senhora, A Bela
“Conta a Lenda que junto à Ribeira de Corona “apareceu” às gentes da terra, Nossa Senhora, A
Bela, e no local da sua aparição foi construída uma igreja em sua honra”.
40
Lenda da Mandorelha / Lenda da casa das heras
“A lenda diz-nos que uma rapariga foi presa na “casa das heras”, tendo seu pai lançado a chave
da porta para a queda da água, sendo este o sinal de que a rapariga jamais sairia de lá com vida.
Nos primeiros tempos de cativeiro ouvia-se a rapariga cantar e via-se pentear junto da abertura
que dava para as águas revoltas e os campos verdejantes. Depois calou-se e não deu mais sinal de
vida. Muitos anos depois alguém conseguiu entrar na casa e a única coisa que viu foi o chão gasto
pela rapariga, de tanto andar o mesmo percurso. Tentou encontrar vestígios da falecida, mas
nada viu. E não se sabe se ela se atirou às águas. Apenas se sabe que a partir dai, num certo dia
do ano, a rapariga aparece à janela a pentear-se com pente de Ouro.
Conta a história, que em tempos remotos, vivia nesta casa uma jovem rapariga, que durante a
noite vagueava pelos caminhos circundantes e que ao romper da aurora se transformava em
serpente, regressando a casa e refugiando-se nas heras. Há quem diga, que a determinada hora
do dia, quem visitasse esta casa quebraria o encantamento, que o destino reservou a esta jovem.
A chamada “Casa das Heras” é na realidade uma azenha arruinada de planta semicircular com
dois pisos, que seria acionada por uma roda hidráulica vertical exterior.
40
Gentes e Culturas / Freguesia de Abela, Edição LASA, 2004
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
O edifício localiza-se a jusante da segunda barragem da Mandorelha e utilizaria a água aí
represada para a moagem”.41
A Lenda da Senhora do Livramento
“Conta a lenda que há muitos, muitos anos, existiu um jovem pastor que guardava o seu rebanho
num monte situado nas proximidades de Santiago do Cacém, e numa aldeia próximo de Santiago
do Cacém, que se chama São Francisco. Certo dia ao conversar com um pastor seu vizinho, esse
disse-lhe que o cabelo de uma cabra se podia transformar numa cobra. Informou-o da forma como
ele o poderia fazer. Ora bem, cheio de curiosidade, o pastor pensou logo em fazer essa
experiência, é claro, a curiosidade mata o gato. Então o que é que ele faz? Introduziu um cabelo
duma cabra numa cana e todos os dias lá deitava umas gotas de leite das cabras. Passado algum
tempo, aconteceu o que o pastor esperava, o cabelo tinha-se realmente transformado em cobra.
Bem, o tempo foi-se passando, passando, todos os dias ordenhava uma cabra para alimentar o
bicho, a cobra, porque até sentia um grande carinho pelo animal, porque tinha sido ele que lhe
tinha dado a vida. A cobra foi crescendo, crescendo e passou a andar por ali, naqueles matos.
Andava em liberdade. E quando o pastor a queria ver, bastava assobiar, um assobio quadrado e
ela aparecia ao pé do pastor. Ela aparecia-lhe logo ali ao pé, para ele a alimentar, para tomar a
refeição de leite. O pastor como teve de ir cumprir o serviço militar, teve que deixar o seu rebanho
e a amiga cobra. (...) Bem, passados alguns anos regressou à terra, e como tinha já uma certa
saudade da cobra, porque tinha sido ele que lhe tinha dado a vida, foi passear a esses sítios, onde
dantes ia passear com o seu rebanho. Ali por aqueles campos. E como levava um companheiro,
um amigo seu, contou-lhe o que tinha acontecido relativamente à cobra. Oh, o amigo é claro, não
acreditou, duvidou um pouco da história. E ele disse: - Ah não acredita? Então vais ver, se ela
andar aqui por perto, vai aparecer imediatamente. E soltou o tal assobio quadrado. Ao ouvir o
sinal a cobra dirigiu-se para o local. Foi ter com o pastor que lhe tinha dado a vida. Bem, aquilo
começou a ouvir-se um barulho, a terra tremia, parecia tipo um tremor de terra. E a cobra ao
chegar à frente do pastor, verificando que este não tinha leite para lhe dar, tentou atacá-lo. (...).
41
Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Se nossa senhora me livrar e eu for capaz de matar esta cobra, mandarei aqui construir uma
capela, que será dedicada a nossa senhora do Livramento. Ele deu com a vara na cobra, e ela
morreu, morreu logo, teve morte instantânea. Foi esta lenda que deu origem à construção da tal
capelinha e o que é certo é que ainda existem as ruínas”.
42
A Lenda da Fundação do Castelo de Santiago do Cacém
Conta a lenda que ”durante a ocupação Árabe, foi dono desta região um proprietário mouro,
muito rico de terras e outros haveres. Tinha esse senhor dois filhos e uma filha. Já muito velho,
sentindo aproximar-se a morte, um dia chamou os filhos para junto de si e disse-lhes:
- Estou velho e doente. Sei que não posso durar muito. Mas antes de morrer, queria que vocês
repartissem os bens que possuo, de modo que todos ficassem satisfeitos e amigos. Morrerei feliz
se fizerem o que vos peço.
Então, como era costume na época, o filho mais velho tirou para si as terras que pretendia. O
segundo filho procedeu do mesmo modo com a parte restante. Apesar disso enormes
propriedades ficaram para a irmã, uma gentil moura, linda como os amores.
- Ficaste satisfeita, minha filha?
Sim meu pai, mas não quero propriedades. Acho mais necessário ter um castelo para nossa
defesa. Para mim apenas quero o terreno que se possa cobrir com a pele de um boi.
Grande foi a admiração do pai e dos irmãos.
Apresentaram-lhe a pele que pedia para que pudesse demarcar a parte da sua herança.
A jovem mandou cortar a pele em tiras muito finas e com elas limitou o perímetro da área do
terreno que pretendia.
42
Manuel João da Silva, 2003. In Gentes e Culturas / Freguesia de S. Francisco. Edição LASA.
Versão Final
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Depois disto vieram três dias de intenso nevoeiro.
Passado este tempo o nevoeiro dissipou-se e aparece o castelo de Santiago do Cacém, no lugar
traçado pela nossa gentil Mourinha onde hoje ainda o podemos admirar“ (recolha de Manuel João
da Silva)”43.
A Lenda da Princesa Bizantina D. Vataça
Conta a lenda que uma nobre mulher chamada Bataça Lascaris, fugindo do mediterrâneo oriental,
comandava aguerrida esquadra por ela mesmo armada. Desembarcou em Sines e à frente do
exército marchou para Sul e atacou a vila islâmica, governada por um certo Kassen e tomou o
castelo no dia de Sant’lago (25 de julho) e por isso lhe pôs o nome de Sant’Iago de Kassen (Júlio
Gil em “ Os Mais Belos Castelos de Portugal”) 44.
1.2.4.1.5 - TOPONÍMIA DE SANTIAGO DO CACEM
“A toponímia estabelece uma estreita relação com o património cultural de um povo, e a sua
preservação constitui a perpetuação do histórico (aí envolvidos todos os aspetos físico geográficos
e sócio – histórico - culturais inerentes) e dos valores desse mesmo grupo”. 45
Vários investigadores se debruçaram sobre o estudo da toponímia no Município de Santiago do
Cacém, nomeadamente António Jacinto Maria de Vilhena, professor dos Institutos Industrial e
Comercial de Lisboa, que em 1938 publicou o Roteiro da Vila de S. Tiago de Cacém.46
Igualmente José António Falcão, através da publicação “Toponímia do Município de Santiago do
Cacém” 47 e Batalha Gouveia sobre o Topónimo Santiago do Cacém.48
43
Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado
Plano de Intervenção no Património, CMSC, 2010, não editado
45
Alexandre Melo de Sousa “Como aplicar a toponímia sala de aula”, in www.filologia.org.br
46
Roteiro da Vila de S. Tiago de Cacém, Edição Sociedade Industrial de Tipografia, Lda. agosto de 1938
47
Toponímia do Município de Santiago do Cacém”, Santiago do Cacém, 1979
48
Os nomes das terras – Santiago do Cacém” -Arquivo de Beja, Vol I, série II, outubro/84
44
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Também Manuel João da Silva escreveu sobre a toponímia local, trabalhos que foram editados
sob o título “Toponímia das ruas de Santiago do Cacém – Breve história”.49
1.2.4.2 - Expressões Artísticas e Manifestações de Caráter Performativo
1.2.4.2.1 - A ARTE SACRA NO MUNICÍPIO
O património religioso assume relevância especial no contexto do património cultural do
Município, tanto ao nível arquitetónico (1.1 - Património Classificado e Em Vias de Classificação)
como documental e de arte sacra.
Figura 18 – Relicário de Santo Lenho, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém
Este espólio, pertencente às Paróquias, Santa Casa da Misericórdia e outras instituições
eclesiásticas e, nalguns casos, a coleções particulares, tem vindo a merecer, por parte da Diocese
de Beja e do seu Departamento do Património Histórico e Artístico, um intenso trabalho de
estudo, salvaguarda e valorização, que muito tem contribuído para a valorização cultural do
Alentejo e do Município em particular:
“O concelho de Santiago do Cacém possui um amplo e diversificado património histórico-artístico
de caráter sacro e religioso. Integrando peças que vão desde os tempos da Antiguidade Tardia até
49
Toponímia das ruas de Santiago do Cacém – Breve história”. Edição CMSC, 1992
Versão Final
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ao século XX, constitui ele um extraordinário repositório de documentos sobre a história da Igreja
na região, os valores culturais e das mentalidades e os próprios ritmos de desenvolvimento da
nossa comunidade”50
Os objetos visitáveis integram os espólios das Igrejas do Concelho, o Museu Municipal de Santiago
do Cacém e, sobretudo, o Tesouro da Colegiada de Santiago do Cacém – Pólo da Rede de Museus
da Diocese de Beja, situado na Igreja Matriz de Santiago do Cacém.
A importância da arte sacra no Município justificou igualmente a fundação, em 1986, do “Museu
de Arte Sacra de Santiago do Cacém”, por iniciativa do Departamento do Património Histórico e
Artístico da Diocese de Beja. Este Museu aguarda financiamento para reabilitação do edifício do
Hospital do Espírito Santo, que constituirá a sua sede, e consequente abertura ao público.
Entretanto, parte do seu acervo encontra-se patente ao público no Pólo museológico do Tesouro
da Colegiada.
De forma não exaustiva, nomeiam-se, de seguida, alguns dos testemunhos mais representativos
da arte sacra local:
•
“Santiago Combatendo os Mouros” – Mestre do Retábulo de Santiago, século XIV (inícios),
alto-relevo de calcário policromado, Igreja Matriz de Santiago do Cacém: “Levemente
requebrada no sentido da direita, a cabeça do apóstolo guerreiro desenha uma mandorla.
(...) Aqui e ali ainda se encontram alguns pequenos vestígios da camada de ouro que os
cobriu. Eis a imagem da bem-aventurança celeste, tal como a espiritualidade do Gótico a
concebeu no seu mais elevado grau.”51
50
51
José António Falcão, Arte Sacra do Concelho de Santiago do Cacém, in Roteiro da Exposição – CMSC, 1990
José António Falcão, “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006.
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Fonte: CMSC
Figura 19 – Santiago Combatendo os Mouros, Igreja Matriz de Santiago do Cacém
•
“Santiago Maior ” – Escultura madeira policromada e dourada, Escola Portuguesa, século
XVIII, Igreja Matriz do Cercal do Alentejo;
•
“S. Bartolomeu” – escultura de pedra policromada, século XIV, Paróquia de São
Bartolomeu da Serra: “S. Bartolomeu sustenta o livro na mão esquerda, segurando ao
mesmo tempo uma cadeia que acorrenta o demónio. A mão direita aponta a figura
diabólica. Apresenta vestígios de policromia e tem a cabeça desligada do corpo. Pequena
imagem de paróquia rural, cumpre a sua função de combate às forças do Mal e aos
inimigos da Fé, aqui simbolizados pelo demónio acorrentado. Pela época a que pertence,
liga-se à conjuntura que produziu o relevo da igreja matriz de Santiago do Cacém. Citada
nas visitações da Ordem, foi substituída por nova imagem após o terramoto de 1755” 52
52
José António Falcão e Fernando António Batista Pereira in “A Imagem gótica da Igreja de São Bartolomeu da Serra, Edição D.P.H.A.
da Diocese de Beja, 1996”
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 20 – Interior da Igreja de São Bartolomeu da Serra
•
“São Brás” – escultura de pedra policromada século XIV, Museu Municipal de Santiago do
Cacém;
•
“Nossa Senhora da Conceição” – Bento Coelho da Silveira, 1680, óleo sobre tela, Igreja
Matriz de Alvalade: “A representação da Mãe de Deus no papel de combatente pela fé
católica, aniquilando o dragão, símbolo de heresia, tornou-se uma imagem
suficientemente poderosa para impressionar os mais céticos e aprofundar a devoção
mariana que, desde a Idade Média, se fazia sentir em crescendo. (...).”53
•
“Adoração dos Pastores” de Francisco de Campos, 1550 /1560, óleo sobre madeira,
Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém: “Ponto de encontro de muitos caminhos, este
53
José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006.
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
painel ilustra à perfeição a arte maior de Francisco de Campos, mestre flamengo radicado
em Portugal e que foi referência fundamental da primeira geração da nossa pintura
maneirista”54
•
“O Cristo de Santa Cruz”, Igreja Paroquial de Santa Cruz: “Obra saída da orbita da oficina
de um escultor flamengo e que é portadora de uma qualidade superior dentro do
panorama da escultura do Sul (…). A sua realização pode ter ocorrido até cerca de 1530,
como resultado de uma provável encomenda dos vizinhos da paróquia (...). Em pleno
século XVIII, correndo o ano de 1758, era descrita pelo pároco de Santa Cruz, com
consideração e deslumbramento, sendo-lhe rendida homenagem nas seguintes palavras:
«Que o seu orago he Santa Crux, no qual se acha esculpi/do hum admirável crucifixo
firmado sobre a mesm/a Crux e tudo de pedra, que tem de altura quatro palmos» (…)”55
•
“A Adoração do Santíssimo Sacramento de S. Francisco da Serra”, finais do século XVI/
inícios do século XVII, fresco da Igreja Paroquial de S. Francisco da Serra; No caso da
pintura da edícula do altar-mor da igreja de S. Francisco da Serra (…) “encontramos uma
presença central da custodia com a hóstia no altar-mor, sendo intencional a sua
representação como um sol radiante, certamente modelada a partir de uma peça de
ourivesaria, e o emolduramento circular destacado para a reforçar, composto pela descida
do Espírito Santo (pomba envolta em resplendor) e pelos vários querubins. Além disso,
também as duas figuras seculares que seguram turíbulos de incenso purificador (…)
contribuem para a glorificação do tema. A data para a execução desta interessante
representação iconográfica pode ser apontada para o último quartel do século XVI /
primeiras décadas do século XVII e atribuída a um pintor regional, dadas as evidentes
dificuldades formais que apresenta, devendo ser das poucas que restam sobre esta
54
55
José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006.
Carlos Manuel V. N. Sobral in Gentes e Culturas, “ Freguesia de Santa Cruz, Edição LASA, 2003
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temática. No entanto não deixa de ser uma obra valorizadora do património fresquista do
Alentejo”. 56
•
“Adoração dos Pastores” e “Adoração dos Reis Magos”, José de Escobar, finais do século
XVI / inícios do século XVII, óleo sobre madeira, Museu de Arte Sacra de Santiago do
Cacém: “ Os dois painéis epi-maneiristas que o operoso mestre eborense José Escobar
realizou para um desmembrado retábulo de Santiago do Cacém, datáveis da transição do
século XVI para o XVII, constituem um bom testemunho da produção pictural tridentina no
Alentejo meridional”.57
•
“Senhor Morto” – Escola Portuguesa, século XVII, escultura de madeira policromada,
Igreja Matriz do Cercal do Alentejo: “(...) Aqui o corpo sem vida de Cristo guarda-se em
caixão próprio, com tampo de forma abaulada, que está colocado num aposento atrás do
retábulo do altar-mor (...) De mãos cruzadas sobre o peito, num sinal de anuência face á
vontade do Pai, e tendo o rosto ainda marcado pelo ricto doloroso, a figura jacente é, no
vigor das suas formas, um impressionante testemunho das capacidades expressivas dos
nossos imaginários do Tardo-Maneirismo.”58
•
“Relicário do Santo Lenho” - Trabalho português, século XIV (inícios), chapa do reverso da
cruz interior; Século XVI (final) / século XVII (inícios), relicário; Prata, vidro, rubis, quartzos,
madeira, cera, lacre, osso, cobre, papel; Tesouro da Colegiada/ Igreja Matriz de Santiago
do Cacém. “O relicário do Santo Lenho chegou praticamente íntegro aos nossos dias,
tendo escapado a diversas vicissitudes (...) Confiada durante mais de cinquenta anos à
guarda de uma família cristã e hoje adstrita ao Museu de Arte Sacra de Santiago do
Cacém, a peça continua a ser um dos sinais fundamentais da identidade deste Concelho”59
56
Carlos Manuel V. N. Sobral in Gentes e Culturas, “ Freguesia de S. Francisco da Serra, Edição LASA, 2003
José António Falcão, “Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Parte II do Tomo II, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000.
58
José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006.
59
Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Parte II do Tomo II, D.P.H.A. da Diocese de Beja, 2000.
57
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•
“Casula” – trabalho italiano, século XVIII (finais), veludo, seda algodão, Museu de Arte
Sacra de Santiago do Cacém: “Este sebasto do dorso de uma casula da Colegiada de
Santiago do Cacém, (...) ostenta uma cartela com a figuração do Agnus Dei. A combinação
das variações das diferentes cores das sedas e dos pontos sobre o fundo de veludo define
magistralmente o desenho de base e o seu preenchimento, como se se tratasse de uma
pintura feita com tecidos”.
•
“Nossa Senhora da Conceição” – Escola Portuguesa, século XVIII (finais), escultura de
madeira policromada, dourada e estofada, Igreja Matriz de Santiago do Cacém: “ (...). Sem
se afastar, nas suas linhas gerais, da opção figurativa então em voga, mas oferecendo
uma síntese entre modernidade e tradição em que ainda pervivem as reminiscências da
imaginária seiscentista, projeta – dentro de certa elementaridade plástica – um peculiar
sentido da expressividade mística do tema”.60
•
“Ex-voto marítimo” – trabalho português, início do século XIX, madeira, cortiça, papel e
rede, Igreja Paroquial de Santo André: “De acordo com a tradição que ainda hoje faz vir
lágrimas aos olhos das pessoas antigas da freguesia que a sabem narrar, o referido
Francisco Caniço saiu um dia para a pesca num barco de que era um dos responsáveis,
com mar bonançoso, mas este começou subitamente a ficar revoltoso, sulcado por vagas
de grande altura. (...) Não obstante as dificuldades, lograram regressar todos sãos e
salvos. Em sinal de gratidão, o mestre satisfez o voto, construindo ele mesmo (com a
ajuda de familiares) uma réplica em escala reduzida da embarcação, que foi depois
entregar, juntamente com outros óbolos, à igreja paroquial (...) ”61
•
“Serviço dos Santos Óleos” – marca de garantia da Contrastaria de Lisboa e marca do
ourives Manuel Pinto de Lima, 1938, prata, Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém:
“Este conjunto de alfaias destinadas á unção com os Santos Óleos – Santo Crisma, Óleo
dos Catecúmenos e Óleo dos Enfermos – representa um dos momentos altos da
60
61
José António Falcão, in “As Vozes do Silêncio, Imaginária Barroca da Diocese de Beja”, ESTAR editora.
José António Falcão in “ As Formas do Espírito, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Tomo II, Beja 2003.
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ourivesaria lisboeta da década de 1930. (...) Não menos importante foi o seu significado
para Santiago do Cacém: depois dos momentos difíceis vividos durante a I República, a
comunidade cristã local conheceu um período de renascimento que se traduziu na
aquisição de diversas peças litúrgicas, incluindo as presentes”.62
1.2.4.2.2 - PATRIMÓNIO FOTOGRÁFICO – JOSÉ BENEDITO HIDALGO DE VILHENA
“José Benedito Hidalgo de Vilhena, de descendência espanhola pelo lado materno, nasceu em
1870 e morreu em 1943. Viveu o crepúsculo do estado liberal. Tempo de convulsões, assistiu ao
entusiasmo e às expectativas que a República trouxe aos trabalhadores da terra; conheceu o
esvaziar dramático dessas ilusões e o chegar da Ditadura Militar, e, por fim, a institucionalização
do Estado Novo de Salazar. (...)
Como fotógrafo deixou-nos um importante legado, infelizmente muito disperso e fragmentado. A
tradição oral aponta-o como fotógrafo premiado. Um segundo lugar num concurso nacional de
fotografia, cujo vencedor inevitável teria sido o próprio rei D. Carlos, também ele, como se sabe,
amante da fotografia”
63
“Em José Benedito Hidalgo de Vilhena não é o retrato que predomina, mas o instantâneo, mesmo
que um instantâneo suscitado.
Hidalgo de Vilhena preferiu à pose do retrato oficial ou de família, a fotografia – documento,
testemunho histórico de um tempo e de um espaço próprios.
As fotografias constituem, por isso, documentos insubstituíveis para um conhecimento mais amplo
e mais profundo de Santiago do Cacém, nas décadas de viragem do século.
Somo-lhes, hoje, devedores desse conhecimento.
62
63
José António Falcão in “A a Z Arte Sacra da Diocese de Beja”, DPHA da Diocese de Beja, 2006
João Madeira, Portfólio José Benedito Hidalgo de Vilhena
Versão Final
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Dos seus documentos, verdadeiras imagens-texto ficaram-nos os ambientes, os rostos, os gestos,
elementos que nos envolvem, que nos suscitam emoções.”
64
1.2.4.2.3 - O CANTE ALENTEJANO
“O Cante é o nosso património mais valioso, um elemento aglutinador das espiritualidades
alentejanas, uma verdadeira argamassa que nos liga a todos e cada um de nós, a um imaginário
sócio cultural coletivo e, por essa via, constitui-se como um verdadeiro farol da nossa
65
identidade”.
Grupo Coral da Casa do Povo de Cercal do Alentejo
O Grupo Coral do Cercal do Alentejo nasceu a 1 de maio de 1974, com o intuito de interpretar e
dignificar a “moda alentejana”. Conta atualmente com 20 elementos, todos homens, com idades
compreendidas entre os 48 e os 76 anos.
As “modas” ou “corais majestosos” “são canções a duas, três ou quatro vozes, «feitas» pelo povo
alentejano, e cantadas por grupos de cantadores, simples ou mistos, em geral constituídos só por
homens, que se reúnem espontaneamente, especialmente nos dias de festa, para esse fim”.66
64
Fotografias de José Benedito Hidalgo de Vilhena 1870/1943, Associação Cultural de Santiago do Cacém
J.F. Colaço Guerreiro in, Moda – Associação do Cante Alentejano, 2002 /http:// cantoalentejano.com
66
Ernesto Veiga de Oliveira in Música Popular Polifónica Vocal – O Cante Alentejano, http:// cantoalentejano.com
65
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 21 – Grupo Coral da Casa do Povo do Cercal do Alentejo
1.2.4.2.4 - OS GRUPOS FOLCLÓRICOS LOCAIS
"Um grupo folclórico (ou rancho folclórico, etnográfico) é por inerência da sua constituição uma
força ao serviço da investigação, defesa e promoção dos valores patrimoniais da comunidade em
que se insere, no campo específico das tradições orais. Orais e não só, na medida em que estas se
67
articulam com registos escritos e materiais.”
O Rancho Folclórico Ninho de uma Aldeia
O Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia foi criado em fevereiro de 1978, em S. Bartolomeu da
Serra, concelho de Santiago do Cacém.
“A intenção do Grupo é ser digno representante das tradições da região em que se encontra
inserido. O Rancho apresenta hoje, na sua totalidade, músicas recolhidas no nosso concelho.
Exemplo disso são as Valsas, as Meias-Passadas, Palminhas, Bailes de Roda, Corridinhos Rasteiros,
e, não podia deixar de ser Valsas Mandadas, música que só se dança nos concelhos de Santiago do
Cacém e Grândola.
As canções que acompanham algumas das músicas são também elas recolhidas no concelho de
Santiago do Cacém – Ricotum, Vai de Centro ao Meio, Palminhas, etc.
Os seus trajes são reproduções fiéis da forma de trajar de há mais de 80/90 anos no concelho de
Santiago do Cacém.
67
António Magalhães Cabral, Grupos de Folclore e Música Popular e Tradicional, in www.folcoreonline.com
Versão Final
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Apresenta os trajes de trabalho: Pastor, Vaqueiro, Ceifeira de Trigo, Ceifeira de Arroz, Padeira,
Tirador de Cortiça, Taqueira e Molheiros;
E trajes domingueiros e de cerimónia, tais como: Noivos, Padrinhos de Casamento, Marchante,
Traje de Ver a Deus e Trajes Domingueiros e de Romaria.
O Rancho leva a efeito, anualmente, um Festival de Folclore, que traz ao concelho de Santiago,
Ranchos Folclóricos de outras regiões, fazendo assim o intercâmbio de culturas e tradições e
patrocinando às populações das freguesias onde se realizam os Festivais, momentos de grande
68
espetáculo”.
O Grupo de Dança da Valsa Mandada do Centro de Dia de S. Francisco da Serra
“O grupo de Dança da Valsa Mandada do Centro de Dia de S. Francisco da Serra tem como
objetivo preservar a tradição e a identidade cultural das gentes de S. Francisco da Serra.
A Valsa Mandada, o “baile mandado” a “mandadinha” é uma dança típica que se dança em roda,
ao som dos mandos de um dos pares, desde há duas centenas de anos, nas chamadas “funções”,
ou seja, nos bailes realizados em casas particulares, quando se contratava um acordeonista para
animar a festa.
Dançava-se sobretudo no Litoral Alentejano, nas “ funções” que não eram mais do que bailes,
festas organizadas em casas particulares, nos montes., eram frequentemente organizadas no
inverno. No verão, bailava-se nas “ Festas dos Mastros”, nas “Festas das Fontes”, nas festas de
celebração da quinta-feira da Assunção, do 1º de maio. Era uma dança popular, do povo para o
povo com um objetivo recreativo e social.
As várias “modas” ou “toques” como o da “valsa mandada”, o”toque e meia”, as “palminhas”, a “
meia passadinha, o “corridinho”, o “ corridinho da azenha”, a “ marcha da entrada” e “ marcha de
saída” são interpretados, alguns, em forma de roda (em par), e outros em forma de quadrilha (em
68
Folheto de divulgação do Rancho Folclórico Ninho de Uma Aldeia
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grupo). Por seu turno, determinado tipo de “mandos”, contribuem para compor a coreografia. Um
aspeto característico desta dança é o facto de incluir “mandadores” que vão ditando os “ mandos”
que os restantes elementos do grupo tem de dançar. (...) A música serve a dança. O que se dança
na música é o ritmo e não a melodia. O acompanhamento musical, proporcionado pelos
acordeões ou mesmo por realejos, pelas concertinas, de 2 ou 4 escalas, é essencialmente
rítmico”69
1.2.4.2.5 - O MOVIMENTO ASSOCIATIVO, PATRIMÓNIO SOCIAL DO MUNICÍPIO
“ (...) Ao longo de 150 anos, as associações, vivendo do empenhamento, da conjugação de
vontades e de inteligências de gerações de dirigentes, de animadores, de militantes associativos,
no mais puro e límpido sentido que o termo pode ter, foram como barcas flutuando, naufragando,
ressurgindo no vendaval do tempo”.70
A Sociedade Harmonia
A Sociedade Harmonia constitui a primeira entidade associativa do Município. Sediada no centro
histórico de Santiago do Cacém, mantém a sua atividade após mais de 165 anos de vida:
“A sua criação em 1847, ou talvez antes, simboliza como que o abrir de um novo tempo, o
arranque da contemporaneidade encarado de um ponto de vista social (...) Velhas e novas
aristocracias, negociantes e proprietários endinheirados, alicerçam uma nova noção de
comunidade numa ideia de progresso e de desenvolvimento a que a paz regeneradora dará
expressão ao longo do terceiro quartel do século XIX, fechando as feridas que o processo de
institucionalização do liberalismo político gerara, com o cortejo de guerras civis, revoluções e
tumultos”. 71
69
Teresa Castro Roque, 2004. In Gentes e Culturas, “ Freguesia de S. Francisco da Serra. Edição LASA.
João Madeira, 2000, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos
Locais 1.
71
João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais
1, 2000.
70
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Fonte: CMSC
Figura 22 – Folheto de divulgação do Teatro Harmonia, 1933
Com o objetivo de promover o convívio entre sócios, a leitura, a música, o teatro e os “ jogos
permitidos por lei”, a Sociedade Harmonia inaugurou a sua nova sede e o seu teatro nos anos
sessenta do século XIX:
“É o tempo das operetas – “Amor e Ódio, em 1897, “No reino das flores” em 1899 (...). É também
o tempo da atuação da banda (...).
A identidade da Sociedade Harmonia está assim marcada pelo seu caráter de elite, mas também
por uma atividade que desde cedo deixou de se restringir a um pequeno número de associados ou
a uma atividade como mera sala de encontro, de convívio e de jogo. As atividades primeiro
musicais mas, depois e fundamentalmente, ligadas ao teatro e ao canto, como ao cinema, e, em
menor escala, também à dança, constituem um traço definitório claro, que lhe permitiu que fosse
durante largas décadas e não obstante as conjunturas, os circunstancialismos ou os regimes
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políticos, um pólo cultural de importância fundamental em Santiago do Cacém mas, desde a
viragem do século um pólo entre outros, ainda que porventura o mais importante”
72
As Bandas de Música em Santiago do Cacém
“Antes de 1920, houve em Santiago do Cacém, 2 bandas de música conceituadas, a Harmonia
pertencente à Sociedade Harmonia e a Recreativa, pertencente à Sociedade recreativa ou
Pantanas (…). Nos meados de 1924, é criada a atual banda, com a direção entre outros de António
Jacinto Costa, que por volta de 1920, cria a Tuna Musical. A banda teve a sua primeira atuação no
palco da Sociedade Harmonia, no Natal de 1924 e a primeira saída à rua, no 1º de janeiro de
1925. Funcionou durante vários anos, no Salão da Sociedade Harmonia, com o nome de
Filarmónica União Artística. Por divergências com a Direção da Harmonia, foi intimada a sair das
suas instalações, passando por diversas casas, até ficar na atual sede da Sociedade Recreativa,
ficando como Filarmónica União Artística da Sociedade Recreativa (…)”.73
De Santiago para as aldeias
“Mais tarde, uns bons anos mais tarde, é que se começarão a constituir outras associações,
também nas aldeias, mas adquirindo a forma de clubes desportivos. O Sporting Clube Abelense,
em 1933, a Sociedade União Desportiva e Recreativa Cercalense, em 1936, o União Sport Clube,
em 1938, o S. Domingos Futebol Clube, em 1939, a Sociedade Recreativa de S. Francisco em 1952,
entre outras mais recentes.
(...) Está por fazer a história (...) (de) todo o processo de construção das identidades associativas,
do fervor clubístico que é parcela ou expressão da identidade comunitária, que em meados do
72
João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais
1, 2000.
73
António Cipriano. Alguns apontamentos sob a existência de Bandas de Música em Santiago. Gentes e Culturas, “ Freguesia de
Santiago do Cacém. Edição LASA, 2004
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século está a atingir os meios pequenos, pois se são de clubes de aldeia que se trata na maior
74
parte dos casos“.
O associativismo de classe
Quanto ao povo mais pobre e mais humilde, “esses terão antes, nas associações de classe, o local
das suas novas sociabilidades, num contexto embebido num caldo cultural de cariz radical,
largamente influenciado pelas ideias anarquistas e anarcossindicalistas, mas exteriores à vila,
como que envolvendo-a, cercando-a, com as importantes, embora fugazes, associações de
trabalhadores rurais nos Escatelares ou em Santo André, mas também no Cercal ou em
S. Domingos.” 75
Ao mesmo tempo que o Estado Novo controlava os movimentos autónomos do associativismo,
através de uma apertada tutela politico administrativa dissuasora de qualquer foco de desordem,
surgiam no Município as Casas do Povo, como tentativa de afirmação da doutrina corporativista
do Estado:
“Na constelação dos organismos corporativos, marcando o terreno dos meios rurais, concebiam-se
as Casas do Povo, com pretensões de eficácia plena na prevenção da conflitualidade e exprimindo
o enlace entre assalariados e proprietários, entregando a sua direção aos grandes proprietários e
repousando a gestão diária em funcionários burocráticos da estrita confiança política“. (...)
“Na realidade o movimento de criação de Casas do Povo em Santiago do Cacém, imposto, como
por todo o País, de cima para baixo, estende-se por um período dilatado de tempo a partir dos
anos trinta. A Casa do Povo de Santiago do Cacém cria-se em 1937, a do Cercal em 1939, a de S.
74
João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais
1, 2000.
75
João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais
1, 2000.
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Domingos e da Abela em 1942 e a de Alvalade em 1943. A quadrícula do terreno ficará assim
76
praticamente coberta” (...)
76
João Madeira, “Janelas de luz no negrume da vila, 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém” in Cadernos de Estudos Locais
1, 2000.
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O associativismo na democracia
As profundas alterações na sociedade portuguesa decorrentes da Revolução de abril de 1974 e da
nova ordem democrática permitiram novos horizontes ao associativismo local, cuja investigação
histórica se encontra por fazer.
Destacam-se contudo, pela sua relevância, os movimentos protagonizados pelas associações de
moradores, sobretudo nas zonas rurais do Município, cuja intervenção se orientou especialmente
para a melhoria das condições de vida das comunidades locais, mas com um papel igualmente
relevante na valorização das identidades locais, de que são exemplo as festas populares
tradicionais. Este movimento gerou ainda um vasto conjunto de património edificado,
maioritariamente concretizado com trabalho voluntário e apoio das autarquias locais, composto
por uma vasta rede de salões comunitários, vulgarmente designados “Casas de Convívio”.
1.2.4.2.6 - OUTRAS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS NA ATUALIDADE
Nos domínios da música, artes plásticas, dança, teatro, entre outros, encontramos vários
intérpretes e criadores com estreitas ligações ao Município, alguns com projeção internacional,
como é o caso de António Chainho, mestre da guitarra portuguesa, H. Mourato, pintor, ou o
Grupo de Teatro Ajagato.
Não sendo possível incluir uma descrição rigorosa e exaustiva das obras e dos seus autores,
optamos pela simples sinalização deste domínio, cuja importância patrimonial não é menor que
as restantes áreas assinaladas.
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1.2.4.3 - PRÁTICAS SOCIAIS, RITUAIS E EVENTOS FESTIVOS
1.2.4.3.1 - OS CULTOS RELIGIOSOS E AS FESTIVIDADES POPULARES
O culto dos Santos
“Exemplos a imitar e a venerar mas também intermediários privilegiados no relacionamento entre
o Céu e a Terra, os santos ocuparam – sobretudo a partir dos finais da Idade Média – um lugar de
relevo na vida quotidiana das populações do Baixo Alentejo. Com efeito, quer oferecendo um
amparo quando surgem situações difíceis, quer pautando o avanço do calendário, quer ainda
servindo de pretexto para a realização de festividades e romarias, eles são sempre uma presença
próxima e acessível“. 77
O culto de Santiago
Em Santiago do Cacém, o culto de Santiago, Apóstolo (Santiago Maior), Peregrino e Guerreiro
(Santiago Mata Mouros) adquire uma amplitude histórica e religiosa de extrema relevância,
dando o nome à sede do Município e à sua Igreja Matriz e fixando o seu feriado municipal no dia
25 de julho, dia litúrgico do santo.
“O apóstolo Santiago Maior, filho de Zebedeu e Salomé e irmão de São João Evangelista, nasceu
na Galileia. Pescador, tornou-se um dos discípulos mais destacados de Jesus. Sofreu o martírio em
Jerusalém no ano 44. A tradição aponta-o com o evangelizador da Península Ibérica e diz ter
recebido em Saragoça a aparição de Nossa Senhora do Pilar. Desde os meados do século IX que
lhe é prestado o culto em Santiago de Compostela, local para onde terão sido levadas as suas
relíquias.
77
Introdução de Parte V - A Corte Celestial, in “Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja, Tomo III, D.P.H.A. da Diocese de
Beja, 2000.
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Santiago aparece geralmente representado como apóstolo, peregrino ou guerreiro. Este último
tipo, o mais difundido no Sul de Portugal, recorda a lenda da sua aparição na batalha de Clavijo,
em 834, triunfando sobre os Mouros. Padroeiro das Espanhas, deu também nome a uma Ordem
militar que teve importante papel na Reconquista. Os seus principais atributos são a vieira, o
bastão, o chapéu e a cabaça de peregrino, a que se juntam por vezes o livro (símbolo dos
apóstolos) e a palma (símbolo dos mártires). Como cavaleiro, empunha uma espada.”78
O culto do Santo Lenho
“ (...) D. Vataça fez reedificar, presumivelmente ao redor de 1315, a igreja matriz de Santiago do
Cacém, a principal povoação dos territórios que recebera, em 1310, por escambo com a Ordem de
Santiago da Espada. Mais tarde dotou-a de diversos fragmentos do Santo Lenho, além de vestígios
de ossos de um ou vários santos cuja identidade se desconhece, combinação habitual nas
estaurotecas coevas (...). Estas relíquias foram alvo, desde a época medieval, de intenso culto na
região, o que levou a atribuir o nome de Santa Cruz, decerto por influência da donatária, a uma
pequena paróquia rural localizada nas imediações de Santiago do Cacém”. (...).
“A expansão do culto das relíquias no séc. XVI levou a que, em data indeterminada da mesma
centúria, se instituísse a Confraria do Santo Lenho, que ficou com a responsabilidade da capela da
mesma invocação. (...)
Em ocasiões de calamidade pública, especialmente nos anos em que a agricultura perigava por
escassez de chuva, era costume fazer-se uma procissão com o relicário do Santo Lenho, a
requerimento dos lavradores (...) Os habitantes do termo de Santiago do Cacém tinham uma fé
inquebrantável na intervenção das relíquias durante estas circunstâncias dramáticas (...)”79
78
Exposição no caminho sob as estrelas – Santiago e a peregrinação a Compostela / Igreja Matriz, memória descritiva da Exposição, in
www.presidencia.pt/ arquive.
79
José António Falcão, Relicário do Santo Lenho in “ Entre o Céu e a Terra, Arte Sacra da Diocese de Beja”, Tomo II, D.P.H.A. da Diocese
de Beja, 2000.
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O culto a Nossa Senhora
Presente desde a fundação de Portugal, o culto mariano está fortemente entrosado na cultura
alentejana, constituindo, segundo D. Manuel Franco Falcão, Bispo Emérito de Beja, “a mais clara
expressão de religiosidade popular das gentes da Diocese de Beja”. 80
No Município subsistem algumas expressões desta devoção, que em épocas passadas adquiriu
grande relevância, marcando decisivamente as vivências sociais destas comunidades.
São diversas as igrejas e santuários em honra de Nossa Senhora, povoadas com as imagens que
concretizam as suas múltiplas invocações: N.ª Sr.ª da Conceição no Cercal do Alentejo e Nossa Sr.ª
da Bica na mesma freguesia, Nossa Senhora – A Bela na Abela, Nossa Sr.ª do Livramento em S.
Francisco da Serra, N.ª Sr.ª do Monte em Santiago do Cacém ou N.ª Sr.ª da Graça perto de Santo
André.
O seu culto integrava, tradicionalmente, festividades anuais, por vezes com romarias, quase
sempre com missa e procissão com a imagem.
Reportando-se à primeira metade do século XX, Maria Assunção Vilhena documentou desta forma
as Festas de Nossa Senhora da Graça e as Festas de Santa Cruz:
Festa da Nossa Senhora da Graça
“ … Aquela romaria que sempre conheci com grande afluência de gente de todas as idades. (…)
Víamos pagar as promessas (…). A festa começou por se realizar na 2ª oitava de Pentecostes mas
depois mudou para o último domingo do citado mês.
Na minha infância, a maior parte das pessoas tinham como meio de transporte carros de besta,
que estacionavam na parte sul do recinto, cada um procurando a melhor sombra, onde, depois da
missa, se comiam abundantes farnéis. Do lado norte, as principais estruturas ficavam feitas de
80
In Rosa Mystica Nossa Senhora na Arte do Sul de Portugal, Exposição no Tesouro da Catedral de Ratisbona, dezembro 1999 fevereiro
2000
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véspera: um coreto de madeira, onde a banda da vila tocava e a barraquinha da quermesse. Uns
ao lado dos outros, arrumavam-se, de manhã, os carros de vinho da Vidigueira, os carros das
mulheres das pataniscas de bacalhau e os vendedores de pirolitos. O centro do recinto era
destinado à procissão que, antes de recolher, dava a volta à capela. Esta estava enfeitada com
lindas flores e a imagem da Senhora chegava ao fim do dia com as mãos cheias de fitas de várias
cores, cada uma representando uma graça recebida. Nas paredes interiores estavam expostos
muitos ex-votos (…).
Fonte: CMSC
Figura 23 – Festa da Nossa Senhora da Graça, Santo André
Na bonita galilé, sobre uma mesa, estavam as fogaças, a maior das quais era a da Juíza que
constava de vários pratos dentro de um grande tabuleiro: uma galinha assada, um pão, uma
garrafa de vinho do Porto, um bolo grande bem decorado, um prato de fritos, etc.. Quando se
fazia o leilão, a luta era renhida entre os jovens que queriam comprar aquela fogaça para se irem
banquetear. Era geralmente depois da missa que começava o leilão, por vezes interrompido por
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causa da procissão que começava pelas 3 ou 4 horas. (…) O andor com a imagem da Senhora
enfeitado com lindas flores, era seguido por várias crianças vestidas de anjo. A banda tomava
parte na procissão tocando música sacra (…). Para o cortejo passar, tinha-se preparado com
antecedência uma passadeira de verdura – junco, junça e rosmaninho – que ao ser pisada exalava
um cheiro fresco, agradável (…).
A comissão da festa era formada pela Juíza e por alguns senhores e meninas da vila. No fim de
cada festa, o celebrante costumava anunciar quem tinha sido escolhido para organizar a festa do
ano seguinte.
Meninas da vila, com saquinhos ou cestinhos, vendiam pequenas medalhas com a efígie da
Senhora da Graça presas num lacinho de fita de seda com um pequeno alfinete que pregavam na
lapela dos homens ou nas blusas das senhoras”.81
Festa de Santa Cruz
“ … O povo venera com mais fé Nossa Senhora, cuja imagem usa manto de cetim azul com galão
dourado, substituído, de vez em quando, por voto feito por alguns fiéis. (…) A festa constava de
missa, procissão, quermesse, leilão de fogaças e foguetes morteiros”. 82
As festividades populares
Refletindo, em geral, o cruzamento de influências diversas, onde a religiosidade se mistura com
outras dimensões culturais, as festividades populares constituem elementos fortemente
identitários das comunidades locais.
A título não exaustivo, referem-se mais alguns dos eventos festivos no Município, nos finais do
século XIX e no desenrolar do século XX.
81
82
M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997.
M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997.
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O Bôdo do Espírito Santo
Em 1921, o Semanário local “O Petizinho”, dedicou a 1.ª página a esta festividade da vila de
Santiago do Cacém que, à data, havia já sido interrompida há cerca de quarenta anos:
“Era por excelência a festa mais ruidosa que aqui se fazia, em que havia muita fé, muita devoção e
muita alegria (...).Constava o bôdo do seguinte:
Talvez com uns 10 ou 12 dias de antecedência era preparada uma casa, que ainda hoje existe na
rua das Almas, onde foi a loja do mestre Inácio, e ahi se peneirava e amassavam grandes
quantidades de pão, e pelas senhoras mais distintas da vila, eram confecionados os fartes (bolos
especiais para este bodo). Pelos dias seguintes iam chegando carradas de lenha que os lavradores
ofereciam (...).
Tudo trabalhava com afam e entusiasmo e no sábado chegava o gado que deveria ser abatido e
que em alguns anos foram mais de quinze vacas; eram enchocalhadas e enfeitadas com fitas e
flores e depois de presas por cordas, eram corridas pelas ruas da vila seguidas de enorme turba de
rapazio (...) e depois de bem corridas para que o sangue não congelasse eram levadas ao
matadouro e ali mortas, e aquele sangue quente, que d´elas brotava a jorros, era por tanta gente
aproveitado, uns para curar uma chaga, outros para alivio de uma dor, enfim o sangue do Divino
Espírito Santo, era com grande fé, o remédio para muito mal.
Chega porém o domingo e no referido quintal a que já aludi vae grande balbúrdia na confeção do
bodo; talvez mais de vinte azados são colocados ao lume de enormes fogueiras, ao som do
rataplam dum tambor, e a um azado especial vão nessa tarde as senhoras da vila provar o cozido.
Armam-se depois grandes mezas na praça Conde Bracial e ahi era servido o bodo, por senhoras e
cavalheiros que S. Thiago tinha de mais distinto e prelongava-se esta festa quasi sempre até terçafeira onde toda a gente então ia em romaria à senhora da Graça, em muitas carretas todas elas
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enfeitadas de grinaldas de flores e assim terminava sempre com muita alegria, muita música e
muita devoção”.83
Festas de S. Pedro
Em Santiago do Cacém, nos anos 30/40 do século XX:
“Era véspera da Festa do Santo – 28 de junho – ao fim do dia. (…) Fiquei espantada quando ouvi
música de acordeão, acompanhando um homem que cantava quadras aos santos populares.
Havia um grande movimento de gente, de um lado para outro, debaixo dos arcos com muitos
balões acesos mesmo antes de escurecer. Ouvia-se o estralejar de bombas e rabisca – pés e o
coreto, de alvenaria com claraboias, (…), estava preparado para a banda se exibir.”84
Os Mastros de promessa
“O mastro de promessa é uma festa que se realiza nos meios rurais, onde se mistura o profano do
baile com o religioso da prece, onde se paga a promessa ao Santo que “ouviu” as pessoas em hora
de aflição.
Os Santos a quem se usava prometer mastros eram: Santo António, S. João, S. Pedro, Santo
Amaro, S. Sebastião, Santa Maria, Nossa Senhora das Neves, Nossa Senhora do Livramento.”85
O Mastro de Santo António-“Em Vale de Água realizam-se todos os anos as festas do Mastro de
Santo António, nos dias 12 e 13 de junho. O mastro vai ao ar no dia 12 de junho, antes das 17
horas e mantém-se até ao final das festas, que acaba com um almoço oferecido a todos aqueles
que aqui trabalharam. O mastro tem armação própria. Tem bandeiras, com imagens de Santo
António e de Nossa Senhora. Os enfeites foram feitos em tecido de cor vermelha e branca.”86
83
“O Petizinho Semanário Literário e de Anúncios”, nº7, de 15.5.1921.
M. Assunção Vilhena, “Gente do Monte / Recordações da Infância”, ed. autor, Santiago do Cacém, 1997.
85
Manuel João da Silva. 1993. O Mastro da Fonte do Lobo. Riqueza dos Falares Regionais II, 2ª Ed. CMSC.
86
Fonseca Santos, In Gentes e Culturas / Freguesia de Vale de Água. Edição LASA, 2003
84
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Fonte: CMSC
Figura 24 – Mastro Tradicional
As Festas de S. Romão
As festividades tinham lugar no dia 9 de agosto e eram o evento mais importante da pequena
comunidade agrícola e piscatória da Costa de Santo André.
“Na véspera de S. Romão, pelo entardecer, começavam a chegar à praia, vindos a pé, de carroça e
a cavalo, centenas de pessoas de aldeias próximas, de freguesias e concelhos vizinhos, que se iam
espalhando pela areia da praia, enfrentando o mar agreste e assim esperavam o nascer do sol. No
dia seguinte, havia mais gente na praia, e todos, novos e velhos, homens e mulheres, passeavam à
beira do mar e molhavam os pés, eles de calças pelos joelhos e elas de saias arregaçadas.
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O resto do dia passava-se comendo e bebendo, conversando na praia e, pela noitinha, iam
desaparecendo, também aos grupos, tal como tinham aparecido”.87
O Cortejo de Oferendas a favor do Hospital Conde do Bracial
Em folheto divulgativo de 1946, os organizadores do evento – Meza da Misericórdia e Comissão
Municipal de Assistência – apresentam, deste modo, a “manifestação coletiva de Caridade”, a ter
lugar no dia 11 de agosto, em Santiago do Cacém:
“Eis a organização do Cortejo: À frente, uma numerosa cavalgada, na qual tomarão parte
algumas amasonas e cavaleiros da vila que se apresentarão com os seus trajes a rigor; segue-selhes a Meza da Misericórdia conduzida em carruagens tiradas por fogosas parelhas de cavalos;
desfila depois a Corporação dos Bombeiros Voluntários no máximo da sua força (...) depois surgirá
o carro da Caridade, no qual a figura da rainha D. Leonor, que foi a fundadora das Misericórdias,
nos aparecerá simbolizado por uma linda rapariga (...) incorpora-se depois a Filarmónica União
Artística desta vila, que irá executando alegres marchas; a seguir vem o Carro da Saudade, assim
chamado, porque transportará as oferendas dos filhos da terra que vivem ausentes (...) passa
depois o carro da Academia, tripulado por alunas e alunos do Colégio de S. José (...); agora é a vez
dos desportistas locais, que num carro caprichosamente decorado, veem trazer uma afirmação de
entusiasmo e mocidade ao cortejo (...); novo carro vistosamente enfeitado vai agora surgir, é a
Orquestra Lusa, novo, mas já famoso agrupamento musical (...)
Começam depois a desfilar as freguesias do Concelho. Vem na vanguarda a freguesia da Abela,
logo seguida da de Alvalade, representadas pelas suas Comissões locais e que acompanham os
seus carros de oferendas; depois vem o Cercal do Alentejo com a sua embaixada grandiosa, a
fazer a demonstração do seu grande valor material e artístico (...); Santo André promete surpresas
interessantes na sua apresentação; S. Bartolomeu, Santa Cruz e S. Domingos têm agora o seu
lugar trazendo os seus valores para brilho do cortejo; e a fechar o desfile das freguesias vem a de
87
Gentes e Culturas – Freguesia de Santo André – Edição LASA, outubro de 2004
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S. Francisco da Serra, que prometeu enviar o seu Grupo Folclórico sob a direção de Manuel
Malhadais.
Após a passagem das freguesias, vem um lindo carro, cheio de arte e bom gosto, alusivo à
Indústria e Comércio, traz na cauda os carros com oferendas destas atividades locaes, depois é o
rosário interminável dos carros das casas agrícolas, e todos aqueles veículos que transportam
oferendas, e por ultimo a fechar o cortejo, um interessantíssimo carro alusivo ao ornamento
característico da nossa cumeada “os Moinhos”. (...)
À noite, no recinto das festas dos Bombeiros Voluntários, realiza-se grandioso festival em honra
dos forasteiros, revertendo o producto líquido a favor do Hospital Conde do Bracial”.
1.2.4.3.2 - O CAMINHO DE SANTIAGO
“O Caminho de Santiago é constituído pelos diferentes itinerários utilizados, ao longo dos séculos,
pelos peregrinos a Santiago de Compostela, sulcando praticamente toda a Europa, de Norte a Sul
e de Este a Oeste. A peregrinação ao túmulo de Santiago marcou, logo a partir dos seus
primórdios, no século IX, a identidade europeia. Atingiu o apogeu na transição da Idade Média
para a época moderna. Após alguns momentos de crise, voltou a ganhar vigor na segunda metade
do século XX. Hoje permanece bem presente no quotidiano do velho continente, adquirindo uma
dimensão internacional cada vez mais notória e sendo percorrido por milhões de pessoas todos os
anos.
Declarado Primeiro Itinerário Cultural Europeu (1987) e Património da Humanidade em Espanha
(1993) e França (1998) o Caminho de Santiago, embora fiel a raízes plurisseculares, não deixa de
ser uma realidade em constante evolução”. 88
88
In http://www.snpcultura.org
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Fonte: CMSC
Figura 25 – Peregrino junto à Igreja Matriz de Santiago do Cacém
“Por aqui (Igreja Matriz de Santiago do Cacém) passam, desde a Idade Média, peregrinos a
caminho de Compostela. Uns vinham do Promontorium Sacrum (Promontório de Sagres), outros
vinham de Espanha e atravessavam o Alentejo, zona mais plana e segura que a meseta ibérica.
Alguns eram gente importante, mas a maioria era gente anónima, despojada de bens, com lugar
“reservado” na missa para trás da coluna que ainda tem gravado na pedra PAUCI, pobres, em
latim.” 89
Santiago do Cacém e a Igreja Matriz, referências do Caminho
“A região de Santiago do Cacém possui uma profunda vinculação ao culto de Santiago Apóstolo,
ao Caminho de Santiago e à Ordem Militar de Santiago de Espada (aqui estabelecida desde o
século XIII até à sua extinção, em 1834).
O Caminho de Santiago constituiu, após a queda do Império Romano, uma estrutura fundamental
para a circulação de pessoas, bens e ideias por todo o continente europeu.
89
Costa, José Constantino – Igreja Matriz de Santiago do Cacém ”, in Revista Itinerante nº 3, 2010.
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Santiago do Cacém deve o seu nome e boa parte da sua prosperidade precisamente à ligação à
devoção de Santiago Maior e à passagem dos peregrinos, que tinham na igreja matriz desta
localidade (notável edifício da época gótica, encastrado no conjunto do castelo e da autoria de um
arquiteto aragonês ou catalão) um santuário complementar no seu itinerário para Compostela e
dispunham de outras infraestruturas de acolhimento, como o Hospital do Espírito Santo. A Ordem
Militar de Santiago, que recebeu extensos territórios na região após a Reconquista, tomou
também a seu cargo a proteção e o apoio espiritual aos peregrinos, cuja circulação significava
riqueza e importância política e religiosa, mas exigia também assistência.
O segmento do Caminho de Santiago que passava pelo Alentejo Litoral caiu no esquecimento a
partir das invasões francesas, nos inícios do século XIX, mas tem-se notado um gradual
recrudescimento da passagem dos peregrinos, sobretudo a pé, a cavalo e de bicicleta, que vêm
solicitar na igreja matriz de Santiago do Cacém e noutros templos da zona a aposição da
“Compostelana” (carimbo que atesta a passagem, para poderem obter benefícios espirituais) no
Passaporte do Peregrino”.90
“A partir da década de 90 “começaram a surgir, de novo, os peregrinos a Santiago do Cacém (…).
Com o incremento da passagem dos peregrinos, veio a consciência de que se estava perante o
regresso de um fenómeno plurissecular e, em virtude disso, a necessidade de investigações
profundas. Os diversos estudos realizados a partir de 1993 puseram a descoberto um segmento do
Caminho, vindo do antigo “ Promontorium Sacrum”, o Cabo de São Vicente, que entrava no
Alentejo em Odeceixe, continuava por Odemira e Cercal e tinha uma referência primordial em
Santiago do Cacém. (…).
A igreja Matriz de Santiago do Cacém, referência do Caminho, tornou-se célebre pelas relíquias do
Santo Lenho que a princesa bizantina D. Vataça Lescaris, neta do imperador de Niceia, nela
depositou em inícios do século XIV. Devota do apóstolo, esta nobre senhora contribuiu para
incrementar o seu culto, fazendo reedificar a matriz e dotando-a, além dos preciosos fragmentos
90
Exposição no caminho sob as estrelas – Santiago e a peregrinação a Compostela / Igreja Matriz, memória descritiva da Exposição, in
www.presidencia.pt/ arquive.
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da Cruz de Cristo e outras relíquias, de alfaias preciosas. Deve-se-lhe também, provavelmente, a
ereção do hospital do Espírito Santo, destinado ao acolhimento dos pobres viandantes. A igreja de
Cacém constituiu, em várias épocas, um centro difusor do culto de Santiago, existindo variados
testemunhos históricos e artísticos que apontam nesse sentido. Se a devoção ao “Mata – Mouros”
se encontra patente no alto-relevo encomendado c. 1330 a Telo Garcia, obra – prima da arte do
tempo de D. Dinis, nos trabalhos de valorização do monumento que tiveram lugar em 2007
identificámos, lavrada num arco da nave sul, a efígie do apóstolo como peregrino. O facto de estar
situado justamente no alinhamento da antiga capela do Santo Lenho, onde os transeuntes vinham
venerar as relíquias da Vera Cruz, não deixa de ser expressivo. Este percurso litoral continuava por
Grândola e, transposto o rio Sado, tinha uma referência importante em Alcácer (...) ” 91
Do Cercal do Alentejo a Santiago do Cacém
“ (...). O percurso faz a ligação entre duas localidades do Baixo Alentejo – mais concretamente
entre as suas igrejas matrizes – com inúmeras referências à passagem de peregrinos: Cercal e
Santiago do Cacém. A maior parte do Caminho decorre em zonas agrícolas, com pisos de terra,
com paisagens de grande beleza e com largos horizontes. Também tem uma componente forte de
alcatrão, pela antiga Estrada Real, estreita, arborizada e muito agradável de percorrer, devido à
paisagem circundante.
É uma etapa de grande extensão, com um pouco mais de 31 km (...)”.92
1.2.4.3.3 - OS JOGOS TRADICIONAIS
Os jogos tradicionais constituem um elemento precioso para o conhecimento da cultura local,
sendo eles próprios “factos sociais totais”, que refletem a cultura e organização social das
comunidades, as suas relações sociais, tradições, mitos e superstições, expectativas e interesses.
91
92
José António Falcão, “Caminhos de Santiago, caminhos do mundo”, in Revista Itinerante nº 3, 2010.
In revista Itinerante, nº3, 2010.
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Dos escassos estudos identificados sobre este domínio, regista-se o profundo entrosamento das
atividades lúdicas com o trabalho rural, no início do século XX, mesmo nos momentos festivos ou
de descanso:
“A ceifa do centeio ou do trigo era um trabalho muito cansativo, feito manualmente, durante
horas a fio, debaixo de um sol ardente. Todavia, (…) ainda havia disposição entre os rapazes e
raparigas do rancho para cantarem ou realizarem brincadeiras e partidas humorísticas durante a
faina, bem com organizarem jogos e bailaricos após o trabalho.”93
A maioria dos trabalhos rurais coletivos desenvolvia-se com momentos lúdicos, por vezes
indissociáveis da atividade laboral. Havia jogos da monda, da ceifa e da malha, da apanha da
azeitona ou da matança do porco.
Momentos de aprendizagem e de expressão criativa, os jogos constituíram, na época em causa,
uma importante oportunidade de diálogo cultural para os nossos antepassados:
“Quando permaneciam nas Herdades (os Beirões), em grupos de 12 ou 15, animavam e alegravam
muito os Montes pois que, nos dias santificados, pelos Santos, Natal, Ano Novo, Reis, Carnaval e
Páscoa, organizavam folguedos alegres com as suas danças, cantares, jogos característicos,
inteiramente distintos dos do folclore alentejano. Foram eles que, em grande parte, ajudaram a
desbravar a charneca alentejana que passou à História” 94
Em contextos mais urbanos, nas vilas e nas aldeias, os jogos eram igualmente, à época, uma
constante nas tabernas e cafés, nas sociedades recreativas, nas feiras e eventos festivos e até nos
serões familiares.
A título de exemplo, transcreve-se uma descrição do jogo popular “ Carolino”:
“Este jogo popular fora em tempos muito jogado em S. Domingos.
93
94
Mário Cameira Serra, “O Jogo e o Trabalho”, Edições Colibri. Inatel, 2ª edição, 2004
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado.
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Quase todas as tabernas e cafés tinham este jogo para ocupação dos clientes, já que na altura
poucas eram as formas de entretenimento.
Com regras muito simples, este jogo é fácil de disputar, consiste basicamente em colocar as
malhas de metal em cima da tábua do jogo ou fazê-las introduzir nos buracos, cada um com
pontuação correspondente, podendo ser disputado por várias pessoas ao mesmo tempo.
O objetivo dos jogadores é tentar fazer maior pontuação, não podendo exceder os 24 pontos.
Se algum dos jogadores ultrapassar essa pontuação, manda a regra que volte aos 15 pontos e daí
volte novamente a fazer pontuação que lhe permita ganhar ou ficar melhor pontuado.” 95
1.2.4.3.4 - AS FEIRAS TRADICIONAIS
“As feiras tradicionais, pelo menos aquelas que preservam de algum modo a sua identidade,
continuam a ser um mostruário de antigos usos e costumes das gentes locais, do seu passado
histórico e das suas tradições. São, por assim dizer, um livro aberto para todos os estudiosos da
nossa cultura tradicional”96
As feiras constituíram uma das mais importantes instituições do período medieval em Portugal e
quase sempre se relacionavam com as festividades religiosas.
Segundo Manuel João da Silva, até ao final da primeira metade do século XX, as feiras tradicionais
do Município desempenharam funções socioeconómicas fundamentais:
“Cidade, vila ou simples povoação, a feira é sempre o principal acontecimento da localidade. Era a
feira que punha as populações isoladas em contacto com os progressos. Ali, juntavam-se milhares
de pessoas, com interesses diversificados: era o pregão dos vendedores, o lamento dos mendigos,
a roda dos “ cavalinhos”, as gargalhadas da multidão. (...)
95
96
Marco Cardita in “ Gentes e Culturas, “ Freguesia de São Domingos. Edição LASA, 2004.
Carlos Gomes, “ Feiras Tradicionais conservam velhas usanças” in www.folclore-online.com
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A feira durava de dois a três dias. Entre os feirantes, havia o negociante ambulante, caso dos
paneiros, os tendeiros, os louceiros, isto é negociantes que compravam mercadorias na fábrica e
vinham vender na feira e os donos de oficinas, que produziam mercadorias para vender nas
feiras.”97
No Município de Santiago do Cacém eram três as feiras mais características e mais antigas da
região: a Feira da Abela, entretanto interrompida, a Feira do Monte, em Santiago do Cacém e a
Feira de Santo André.
“(...) O luxo dos lavradores era levar à feira a junta de bois mais gorda e bonita. Era o que se podia
chamar uma exposição de gado.
Aí se vendiam os produtos da terra, mas também os produtos algarvios: alcofas, capachos, sacos
de empreita para os cereais. Os alentejanos com os molins, as albardas, as pigarças, as cangas…
vários apetrechos que os lavradores precisavam para a sua lavoura. E mais: as mantas de Castro
Verde, os safões, as pelicas o calçado …
A feira era um pequeno mundo, onde estava representada a sociedade de então: o rico lavrador, o
pobre mendigo, o “carteirista”, os artesãos, os feirantes profissionais, o cigano”. 98
A Feira do Monte – “Nesse tempo ainda se realizava no dia 8 de setembro. Realizou-se na
chamada courela da Feira.
Aí se vendiam os produtos da terra: os melões, as uvas, as melancias e o feijão de Santo André, as
“frutas do ar” dos Escatelares, de Santa Cruz e do Cercal. O feijão amarelo vindo de Alvalade,
colhido nas várzeas do Roxo.
Da Vidigueira vinham os enormes carros toldados (ou de canudo). Traziam o afamado vinho
branco daquela região, muito apreciado pelas bocas sequiosas dos feirantes. (…) O artesanato
97
98
Manuel João da Silva 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC
Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais, Ed Colibri/CMSC.
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alentejano também estava ali bem representado. Os molins, as albardas, as pigarças, os
tamoeiros, as brochas, as cangas …Vários apetrechos que os lavradores precisavam para a sua
lavoura. (…)”99
A Feira da Abela – “ (…) Até há cerca de 30 ou 40 anos, era a mais importante do Baixo Alentejo, e
de características vincadamente tradicionais. (…)
Enchiam-se carretas de molhos de folha (palha de milho), gorpelhas de palha de trigo, molhos de
aveia seca para o gado. A arca ia bem fornecida do melhor mantimento que havia na casa. É que,
incluindo os dias da viagem e estada na feira, as pessoas estavam fora de casa, às vezes, mais
duma semana. (…)
Dia 3 de outubro. (…) A pequena povoação da Abela sumia-se abafada pelas grandes barracas dos
circos, dos restaurantes, dos sapateiros, dos tendeiros…”100.
Fonte: Casa do Povo de Abela
Figura 26 – Feira da Abela, início dos anos 50 do século XX
99
Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC.
Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC
100
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A Feira de Santo André – “Como era a última feira do ano, que se realizava no concelho, e vinha
no princípio do inverno, as pessoas lembravam-se que tinham de comprar as coisas que
precisavam, principalmente os agasalhos. (…) - Que produtos da freguesia se vendiam na feira?
- O feijão, batata – doce e, principalmente, o vinho que era a mercadoria mais afamada.
Os lavradores pegavam nos seus carros de bestas, com uns barris de vinho e colocavam-se no
recinto da feira. Ao lado, vendiam-se tremoços e as pataniscas.
Cada agricultor trazia o melhor vinho que colhia, e assim arranjar clientela para vender o resto da
colheita.
Além destes produtos, ainda se vendiam objetos do artesanato local: cadeiras de palhinha, cestos
e cabazes de cana e verga. Outros produtos da região muito apreciados eram alcomonias e
rebuçados de pinhão, fabricados em Santo André e Santa Cruz”.101
1.2.4.3.5 - MEDICINA POPULAR, CRENÇAS E SUPERSTIÇÕES
Em 1945 afirmava-se, a propósito da medicina popular no Baixo Alentejo:
“É quase infindável a série de «orações, rezas e benzeduras» a que o povo recorre para encontrar
remédio para os seus males, quer físicos quer morais. (...) É vulgar ouvir dizer que fulano está
«desmanchado» e vai ou foi «amanhar-se» ao «vertuoso». (...)”102
Tradicionalmente, existia todo um universo de crenças, que permanentemente ameaçavam as
pessoas. Uma das mais temidas era o “mau-olhado”, com toda uma série de sintomas e
malefícios. A “doença” típica provocada pelo mesmo era o “quebranto”, onde o atingido
apresentava perda da vivacidade, olhos lacrimejantes, sonolência entre outros. A cura implicava
muitas benzeduras.
101
102
Manuel João da Silva, 2004. Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais. Ed. Colibri/CMSC.
Joaquim Roque, “Aspetos da medicina popular no Baixo Alentejo – As rezas e as benzeduras” in Boletim do Arquivo de Beja, 1945
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Existiam benzeduras para quase tudo: «cobreiro», «sapão», «mau-olhado» e «quebranto»,
«espinhela caída», dor de cabeça, tal como rezas com os mais diversos objetivos: para conseguir
casamento, para dormir, para ser feliz, para abrandar os mais exaltados.
O “Lavrador dos Pereiros”
Manuel José da Silva, o “Lavrador dos Pereiros”, curandeiro afamado em todo o Alentejo e não
só, nasceu a 13 de fevereiro de 1891 e faleceu a 6 de fevereiro de 1965.
No Monte dos Pereiros, perto da Aldeia do Cano, freguesia do Cercal do Alentejo, onde viveu, o
“Lavrador dos Pereiros” dividia o seu tempo entre os trabalhos agrícolas e o tratamento dos
doentes, que incessantemente procuravam o seu saber e intuição, como “amanhador de ossos” e
curandeiro.
“Era um homenzarrão alto e forte, cara cheia, mãos papudas, o cinto apertando-lhe as calças
quase ao fundo da barriga saliente, sempre de cigarro ao canto da boca (...)
Ele nunca abrira um livro, nunca andara na escola, não sabia que havia tratados de Osteologia
nem aparelhos de Radioscopia. Sabia apenas, pelo menos era isso que ele afirmava, que “ver o
corpo de uma pessoa e ver o porco aberto era o mesmo”103
“Durante uma longa vida viu parar à sua porta centenas de carros, carrinhas, e não poucos
automóveis que lhe levavam doentes com fraturas – de braços, pernas, costelas (...).
O julgamento de «Ti Manel dos Prêros», por exercício ilegal de Medicina, levou a Santiago do
Cacém a maior assistência que até então fora vista no tribunal, com centenas de pessoas que não
couberam na sala (...). O funeral reuniu um dos maiores acompanhamentos de que ali há
memória”.104
Alguns dos seus dezoito filhos continuaram a sua vocação, praticando a medicina popular.
103
104
Machado Guerreiro, A. in “Alentejo tinha sombras - Contos”, Edição Câmara Municipal de Odemira, 1991.
Machado Guerreiro, A. in “Colos - Alentejo, elementos monográficos”, Edição Câmara Municipal de Odemira, 1987.
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1.2.4.4 - COMPETÊNCIAS NO ÂMBITO DE PROCESSOS E TÉCNICAS TRADICIONAIS
1.2.4.4.1 - OS TRABALHOS RURAIS NA VIRAGEM DOS SÉCULOS XIX-XX
As memórias de então mostram como era diversa a paisagem e a geografia humana na região e
no concelho, como testemunha o Padre Jorge de Oliveira, nos seus estudos sobre Alvalade:
“Quem percorresse esta região (...) encontrá-la-ia de «grenha e hirsuta barba intonsa»... nem o
arvoredo nem o chão eram limpos (...).
As azinheiras e os sobreiros estavam afogados no matagal, geralmente composto de estevas,
torga, urze, lentiscos e tojos que ascendiam a boa altura não podendo descortinar-se de fora o que
lá se passava por dentro. As raras veredas que por lá se encontravam só eram conhecidas dos
pastores e dos caçadores.
Compreende-se que grenha e barba tão mal tratadas deveriam ter seus parasitas... e não eram
poucos: lobos, raposas, ginetes, gatos-bravos, javalis, texugos, coelhos e lebres, libernes e também
alados: bufos, milhafres, corujas, mochos, perdizes, pombos, rolas, noitibós, etc. ”105
Nos primeiros anos do séc. XX, “com a lei que valorizou o trigo, os proprietários abastados
começaram a fazer a limpeza nos terrenos e no arvoredo e, os que não dispunham de meios para
custear as despesas, davam as terras para limpeza a trabalhadores ou seareiros, em troca de
lenha e de uma ou duas colheitas. Foi assim que o Alentejo mudou de aspeto”.106
A charneca – imensidão de terrenos incultos e matos – foi progressivamente dando lugar às
“terras novas”, limpas e cultivadas, sobretudo com trigo, mas também com aveia, centeio,
cevada, fava, milho, tremoços, grão-de-bico e feijão.
A mão de obra local tornou-se insuficiente para as crescentes campanhas agrícolas e, do Algarve e
das Beiras, chegavam ranchos de homens e mulheres à procura de trabalho.
105
106
”Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
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Os trabalhadores das Beiras, conhecidos pelo seu labor, vinham para os trabalhos da ceifa - os
“ratinhos” - bem como para a limpeza das terras e preparação das sementeiras: os…”alcobias ou
galegos”.
No advento do século XX, a mecanização era ainda incipiente, sobretudo nas pequenas herdades.
A grande maioria dos trabalhos era executada de forma manual e com a ajuda dos animais:
“O ferro lanceolado do arado romano, que lavra o solo, na ocasião das sementeiras, alterna com
as relhas das charruas que preparam o alqueive; o ronceiro e gemebundo carro manchego, de
origem remontíssima, arrastando-se pelas estradas ao impulso de pachorrentos bois, desvia-se da
sua diretriz para dar passagem à potente e resfolegante viadora a vapor, os toscos arneiros de
pele de porco, com que os nossos avós joeiravam os cereais, cederam o lugar a ótimos crivos de
metal (...) as ceifeiras tentam suplantar-se às foices manuais (...) e os ecos dos manguais, são
abafados pelos silvos e roncos das locomóveis e debulhadoras que, a dois passos de distância
107
laboram em igual mister, num afã assombroso, inacreditável há cem anos”
Os trabalhos rurais implicavam, então, um vasto conjunto de conhecimentos, ao nível das técnicas
e operações agrícolas, suportadas num universo de alfaias e equipamentos, que exigiam
aprendizagem e experiência.
As Searas
As culturas de cereais implicavam múltiplos serviços, concretizados através de um razoável
número de funções, as mais exigentes a cargo dos homens, outras específicas das mulheres. As
raparigas e os rapazes desempenhavam as tarefas mais simples, num processo de aprendizagem
prática que os levaria, mais tarde, ao domínio das funções mais complexas:
107
José da Silva Picão, “Através dos Campos, usos e costumes agrícolo – alentejanos”, Publicações D. Quixote, 1983
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“Serviços culturais – Constam dos seguintes: lavouras propriamente ditas, gradagem, desmoita,
108
adubação, sementeira, monda, ceifa, acarretos e debulha (...) “.
A título de exemplo, no que concerne apenas às lavouras:
“As lavouras executam-se com charrua ligeira, de aiveca móvel ou com o arado romano. Com
charrua nos «ferros» do alqueive. Somente com o arado, por ocasião da sementeira. Charruas ou
arados, cada qual é puxado por uma junta de bois ou por uma parelha de muares. As juntas
dirigem-nas os ganhões, o boieiro e o abegão, com o auxílio da aguilhada. Das parelhas cuidam os
almocreves, guiando-as com as arreatas e um pequeno chicote – a bengaleta – no cabo da
arrilhada.” 109
Fonte: José Matias
108
109
José da Silva Picão, “Através dos Campos, usos e costumes agrícolo – alentejanos”, Publicações D. Quixote, 1983
José da Silva Picão, “Através dos campos, usos e costumes agrícola – alentejanos” Publicações D. Quixote, 1983
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Figura 27 – Cercal do Alentejo, anos 80 séc. XX
Ao longo de cada ciclo agrícola, as sementeiras, mondas, ceifas e debulhas constituíam os
momentos mais marcantes, onde o trabalho, geralmente coletivo, supunha permanente
entreajuda e grande exigência física:
•
As sementeiras e as mondas – Em outubro terminava a limpeza das terras e, com a
charrua, começava a preparação da sementeira do trigo e restantes cereais. Logo que a
planta “vingava”, começava a monda das ervas daninhas, com pequenos sachos. Estes
trabalhos decorriam até março ou abril, a cargo das mulheres, raparigas e rapazes.
•
As ceifas - Em maio começavam a ceifa da aveia e da cevada, também a das favas,
seguindo-se a do trigo. Era trabalho de homens que, ao longo do séc. XX, sobretudo em
campanhas de pequena dimensão, passou a ser também executado pelas mulheres.
•
As debulhas – decorriam de finais de junho a setembro, após o transporte dos cereais
para as eiras. Estes eram debulhados “a trilho” ou à máquina. Depois de debulhados e
recolhidos em sacos eram pesados e “tirada a maquia” da debulha, conduzidos ao celeiro.
A moagem dos cereais: os moinhos e as fábricas
Já abordada no ponto 1.2.2 enquanto património arquitetónico, os moinhos constituíram um
suporte tecnológico essencial ao desenvolvimento rural:
“O aproveitamento da água e do vento como forças motrizes representou um progresso
extraordinário no setor moageiro. Os modelos anteriores ficaram praticamente limitados à
satisfação das necessidades domésticas (...) ”110
110
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios,
n.º1, Setúbal, 2004
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“Em Portugal, nos séculos XII e XIII são referidos moinhos de vento pertencentes a alguns
mosteiros, tendo-se verificado a difusão dos moinhos de torre no país, apenas nos séculos XVI e
XVII.
O Padre António de Macedo e Silva refere a existência de 35 moinhos de vento no concelho de
111
Santiago do Cacém no ano de 1868”.
.
“Eram escolhidos os serros mais elevados, onde não existissem obstáculos aos corredores dos
ventos dominantes, para assim os moleiros poderem tirar maior rendimento dos seus engenhos.
As freguesias de Santiago do Cacém e Cercal do Alentejo são as que registam uma maior
concentração de moinhos. Na periferia da cidade de Santiago do Cacém, na zona das Cumeadas,
localiza-se a cintura moageira pré-industrial”.112
“Relativamente aos moinhos hidráulicos no nosso município, muito há ainda para investigar.
Temos no entanto referência da sua existência no primeiro quartel do século XVIII: «Em 1724, o
Moinho da Cascalheira pertence ao Capitão António Dias Borralho, de Sines». Em 1868 existiam
no concelho 34 moinhos de água”. 113
No concelho, os moinhos permaneceram como a única forma de moagem dos cereais ao longo de
todo o século XIX, uma vez que as novas soluções assentes na tecnologia dos motores a vapor,
que progrediam já nos meios urbanos portugueses, se mostravam ainda muito pouco lucrativas
nas zonas rurais, com povoamentos dispersos.
Na tentativa de aumentar a sua rentabilidade, alguns proprietários locais adaptaram motores a
vapor nos moinhos tradicionais.
111
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios,
n.º1, Setúbal, 2004
112
José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002
113
José Matias, “Património molinológico do concelho de Santiago do Cacém”, in MUSA, museus, arqueologia & outros patrimónios,
nº1, Setúbal, 2004
Versão Final
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“O Moinho é a faceta mais importante e completa do património popular edificado,
representando a conjugação de conhecimentos ancestrais do ponto de vista etnológico,
“numerosos exemplos de aplicação prática da física, em especial da mecânica”, domínio de
materiais e técnicas tradicionais de construção. Com o tempo, estas máquinas artesanais
114
tornaram-se obsoletas e pouco rentáveis, pela introdução das moagens tradicionais (...)”
Ao longo da primeira metade do séc. XX a abertura de fábricas de moagem progrediu, ao mesmo
tempo que alguns moinhos e azenhas ainda laboravam.
Em junho de 1949, no “Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém”, dava-se conta
dos seguintes elementos:
Descasque de arroz – na campanha de 1946-47 havia em atividade no concelho de Santiago do
Cacém 3 instalações com menos de 21 operários cada, sendo: 1 fábrica com a capacidade de
laboração de 64 quintais em 8 horas de trabalho; 1 moinho e 1 azenha, cada uma delas com a
capacidade de 4 quintais no mesmo tempo.
Moagem de farinhas em rama – também na campanha de 1946-47 verificou-se uma atividade de
59 instalações (8 fábricas, 34 moinhos e 17 azenhas) com um total de 80 casais de mós e uma
capacidade média de laboração, expressa por 51 toneladas de trigo farinado. Estas instalações
produziram um total de 3457 toneladas de farinha de trigo e 691 toneladas de milho ou centeio
encorporado.
“Moagem de farinhas espoadas – registou-se, no mesmo ano, a existência de atividade de uma
fábrica no Concelho, classificada, quanto ao nº de operários, no grupo dos de 21 a 50. Trata-se de
uma importante fábrica existente em Ermidas – Gare.”115
Os Montados e a Cortiça
114
115
José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002
Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado.
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Património incontornável do Município de Santiago do Cacém, os sobreirais e os montados
adquiriram maior valor produtivo em harmonia com o aproveitamento das “terras novas”, no
início do séc. XX, ao mesmo tempo que a criação pecuária se diversificou:
“No arvoredo, composto de sobreiros e azinheiras encontra-se o rendimento da cortiça e a bolota
e a lande para a engorda dos suínos.
A erva dos prados e o restolho das terras semeadas engordam numeroso gado vacum e lanígero,
do qual se aproveita a lã e o leite para a indústria dos tecidos e lacticínios. O gado vacum é
116
vendido para o talho, aproveitando-se algum para os trabalhos da lavoura.”
A atividade corticeira local
“Constitui a cortiça, incontestavelmente, uma das maiores riquezas do Concelho. De elementos
fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, referentes a 1946, pode deduzir-se o seguinte
quadro comparativo da cortiça extraída (...) do qual se conclui ser este Concelho, em números
redondos, o produtor de 1/3 da produção total do Distrito de Setúbal e 1/20 da de todo o
continente.” 117
A produção e extração de cortiça constituem assim, neste Município, domínios tradicionais onde
o trabalho rural há muito se especializou, exigindo domínio de competências técnicas, que são
adquiridas não só com a prática, mas também com a imprescindível orientação e ensino dos mais
velhos, geralmente de pais para filhos.
A tiragem de cortiça
“A tiragem da cortiça processou-se entre 25 de maio e 25 de julho, num horário de 9 horas de
trabalho de 2ª a 6ª feira; 8 horas aos sábados e domingos, com apenas um dia de descanso (tipo
empreitada); a companha é de 30 trabalhadores (homens e mulheres) já que é necessária uma
116
117
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado.
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“coqueira” – cozinheira, uma “marcadora” – marca o ano da tiragem, e uma “taqueira” –
apanhadora dos tacos ou restos de cortiça. Dos 30 tiradores de cortiça, A.G. tem 67 anos e o mais
jovem R.L., tem 16 anos, sendo o trabalho desenvolvido por uma “parelha”, um mais idoso com
118
um mais jovem ao lado.”
Fonte: Hidalgo Vilhena, 1.º quartel do séc. XX
Figura 28 – A pesagem da cortiça no início do século XX
A indústria corticeira
Contudo, o Alentejo Litoral veio a constituir igualmente uma zona de sediação da indústria
corticeira – a partir de finais do século XIX e até aos anos 60/70 do século XX – em consonância
com o importante pólo que se desenvolveu na margem sul do estuário do Tejo e até à
transferência geográfica do setor, do Sul para o Norte do país.
118
Raul Oliveira, Adiafa, in Gentes e Culturas, Freguesia de S. Domingos, Caderno Temático nº 8, LASA, 2004.
Versão Final
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Tal como nos concelhos limítrofes de Sines e Grândola, Santiago do Cacém albergou, na primeira
metade do século XX, algumas unidades industriais corticeiras, operando sobretudo ao nível da
preparação.
No “Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém”, registam-se no Concelho, em 1947,
22 fábricas de cortiça em atividade, sendo 20 preparadoras e 2 transformadoras, com um total de
401 operários.
No anuário 1945/1946 do “Guia Profissional Corticeiro” encontramos ainda, para além dos
inventários das unidades fabris, o registo da atividade de negociante de cortiça que, no ano em
causa, detinha 10 elementos.
A localização destas indústrias predominava em Santiago do Cacém e arredores e também em
Ermidas-Sado.
Igualmente em Alvalade, Cercal do Alentejo e Abela se sediavam, à época, algumas unidades.
Apoiada no interface ferroviário entretanto concretizado, Ermidas-Sado foi, efetivamente, um
ponto importante da indústria corticeira local:
(...) Em 1938 Ermidas-Sado já contava com cerca de onze empresas do setor (...) Numa época em
que a mesma estava a declinar na região algarvia, em detrimento da Península de Setúbal, muitos
foram os algarvios que para aqui vieram, em busca de melhor sorte, trazendo consigo o
conhecimento do trabalho da cortiça (...) O período áureo da cortiça em Ermidas-Sado, foi sem
dúvida o que vai de 1941 a 1960, período onde se registou um quase “êxodo” algarvio para
Ermidas-Sado. É também durante este período que algumas fábricas se dedicaram á
transformação, e nomeadamente ao fabrico de rolha (...) Em 1959 Ermidas – Sado teria entre
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fábricas e pequenas oficinas/armazéns, cerca de dezoito firmas dedicadas á atividade corticeira
119
(...).
Fonte: Revista Alentejana, junho de 1965
Figura 29 – Avenida da Estação, Ermidas-Sado, década de 60 do século XX
O setor corticeiro local contava, na década de 40 do século XX, com uma secção do Sindicato dos
Operários Corticeiros do Distrito de Setúbal sediada em Santiago do Cacém, “que no Concelho
conta 360 sócios e 450 contribuintes”.120
Segundo Américo Leal, este setor constituiu um dos primeiros pólos de organização do
proletariado na sub-região: “Contra a ação exploradora e repressiva da classe patronal que o
operariado corticeiro do Alentejo Litoral se vinha insurgindo e tentando organizar a sua ação
reivindicativa no Estado monárquico, no inicio do século XX há uma explosão de pequenas ações
reivindicativas, incluindo greves, que envolveram, na indústria corticeira, os rolheiros manuais, os
quadradores, recortadores e enfardadores (...) É em dezembro de 1907 que se conhece a primeira
greve, a dos corticeiros na Sociedade de Cortiças Lda. de Santiago do Cacém, por os recortadores
119
Paulo Alexandre N. Gomes – “caminhos de ferro e indústria na origem e desenvolvimento de Ermidas-Sado” in Cadernos de
Estudos Locais, nº 1, 2000, Associação Cultural de Santiago do Cacém
120
Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado.
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se negarem a receber a cortiça pesada para o recorte, medida patronal destinada a aumentar a
produtividade, mas com o trabalho a ser pago à jorna.”
121
121
Américo Leal, “A luta da classe operária e das populações do Alentejo Litoral no século XX – contribuição para a história dos
acontecimentos” in http://mundosdotrabalho.upp.pt/wp-content/uploads/2011/04/Americo-Leal.pdf
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O Olival e a Vinha
Com menor importância económica, o olival e a vinha constituem, contudo, elementos ancestrais
da cultura portuguesa com marcas profundas no Alentejo e no Município.
O Olival e o Azeite
“Em fins de novembro começa a fazer-se a apanha da azeitona já caída e da outra, varejada ou
ripada, serviço geralmente feito por mulheres, raparigas e rapazes e por alguns homens que
tenham de subir às oliveiras. Antes de começar o varejo da azeitona são estendidos no chão largos
panos de linhagem e daí é apanhada a azeitona que, depois de cirandada e separada das folhas, é
recolhida em sacos indo para o lagar que a fábrica com pequena demora, visto que os lagares
locais usam já a moenda e a pressão do bagaço por processos modernos, pelo que a salga só é
empregada na azeitona reservada para o fim da safra. Feito o azeite e tirada a maquia, vem para
casa em talhas de folha ou bidons”
122
Promovida na Península Ibérica pelos Romanos, Visigodos e Árabes, a cultura da oliveira e a
produção do azeite entrosou-se profundamente na vida quotidiana e espiritual dos nossos
antepassados: na medicina tradicional, na higiene e beleza, foi também um elemento essencial
nos ritos religiosos.
Assegurava ainda importantes funções de combustível para a iluminação, lubrificante de
ferramentas e alfaias e impermeabilizante de fibras têxteis.
No Município subsistem as instalações de vários lagares de azeite entretanto desativados, no
Cercal do Alentejo, Alvalade, S. Domingos, Ermidas-sado e Santiago do Cacém (Lagar da Azenha,
próximo de Valverde).
O Lagar da Abela, ainda se mantém em laboração reduzida.
122
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
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O Lagar do Parral
Apenas um deles, o Lagar do Parral, na Freguesia de Santa Cruz, acompanhou a evolução dos
tempos e continua a produzir azeite, desde 1908:
Conforme relato do filho do fundador “ (...) meu pai era um pequeno proprietário, tinha pouco
rendimento, no ano de 1908 construindo um lagar de azeite com duas prensas italianas, sistema
manual, que foi uma obra moderna naquela época (…) Aos 14 anos, fui com os muares trabalhar
para o lagar, porque nessa época a azeitona era moída num engenho puxado a animais (…)
continuou com a sua faina agrícola e com a laboração de um lagar de azeite sistema manual, que
lhe coube de herança de seus pais, que trabalhou com ele até ao ano de 1963, e foi nesse ano que
remodelou o lagar e montou prensas hidráulicas. (…).
Em 1983, o lagar sofreu uma nova remodelação, tendo sido retirado o moinho de galgas e
instaladas duas novas prensas, um moinho de martelo, uma batedeira, um encapachador e
desencapachador, um lavador de azeitonas e uma centrifugadora. Em 1996, o lagar foi
modernizado, desde a receção da azeitona até ao armazenamento do azeite”. 123
A Vinha e o Vinho
Reportando-nos, novamente ao início do séc. XX, segundo o relato do Padre Jorge de Oliveira:
“Em outubro faz-se a vindima que dura, mais ou menos, segundo o volume da colheita (...).
Colhidas as uvas, os proprietários que possuem ovinos metem-nos nas vinhas para lhe comerem as
parras das cepas, fazendo-se a poda em novembro, depois a cava que é feita com o charrueco e
com um só animal, quando os alinhamentos das cepas são largos, ou à enxada, quando são
estreitos”124
123
124
Manuel João António Nunes, “Lagar de Azeite do Parral” in Gentes e Culturas / Freguesia de Santa Cruz. Edição LASA., 2003
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado.
Versão Final
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A produção de vinho no Município era tradicionalmente dominada por produções familiares, com
pequenas adegas, nomeadamente nas Freguesias Santa Cruz e Santo André.
Perto de Santiago do Cacém, a Adega do Pomar Grande, inserida numa das principais quintas
agrícolas do Município, constituía uma referência de destaque. A sua produção vinícola foi extinta
há pouco mais de uma década.
Duas das mais importantes adegas tradicionais do Município – a Adega de Conqueiros, Freguesia
de Alvalade e a Adega do Cebolal, Freguesia de Vale de Água – chegaram aos nossos dias,
mantendo a sua laboração e inclusive, valorizando-a.
Nos anos 30/40 do séc. XX, a Adega de Conqueiros era assim descrita: “Salienta-se, entre todas, a
vinha de Conqueiros, pela sua grande área e por ser dotada de grande adega que trabalha
segundo os modernos processos da enologia, fabricando boa aguardente, vinhos licorosos e de
pasto que são vendidos em grande escala”. 125
A vinha do Cebolal foi impulsionada por Caio Loureiro, que arrendou a Herdade no ano de 1900.
Para os seus trabalhos recorria, na altura, ao pessoal da Beira Alta, “ os Ratinhos”, assim
chamados pela forma do chapéu bicórneo que usavam. Formando ranchos, também conhecidos
pela malta, vinham até ao Cebolal todos os anos ocupar-se da limpeza da herdade, da “ cava da
vinha” e da tirada da cortiça.
Em 2008 e após a reestruturação das instalações de vinificação, a Adega do Cebolal iniciou um
novo ciclo, com o objetivo de reforçar a qualidade dos seus vinhos. Nos dias de hoje, apenas esta
adega produz, no Município, vinhos engarrafados.
1.2.4.4.2 - SISTEMAS TRADICIONAIS DE CONSTRUÇÃO
A taipa nos “montes” alentejanos
125
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
Versão Final
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“Ao muçulmano invasor, deve-se, em boa parte, o mérito de ter desenvolvido e aplicado esta
tecnologia nesta região. As fracas pluviosidades, a ausência de pedra, os reduzidos custos de
construção e a existência abundante de terra com características adequadas, foram fatores
importantes para o desenvolvimento e disseminação da construção em taipa no Alentejo e
Algarve, (...) desde o período islâmico. Genericamente esta tecnologia milenar consistia num
sistema de cofragem através de taipais, que se enchiam com barro, cuja argamassa era depois
batida e compactada fortemente com maços, ao que se seguia um período de secagem. Através
de blocos individuais, ou feita diretamente na parede como acontecia em Alvalade, as taipas eram
assentes sobre fundações de pedra, a fim de evitar o efeito corrosivo que as humidades
ascendentes produziam neste tipo de estruturas. Cada fiada era intercalada com uma camada de
pequenas pedras. Por fim, o alvanel aplicava um reboco nas paredes com uma argamassa de cal e
areia fina. A pintura a cal finalizava a construção, cuja cobertura era geralmente em telha vã.”126
Fonte: CMSC
Figura 30 –Monte da freguesia de Vale D’Água
As Cabanas de colmo da Costa de Santo André
126
Luís Pedro Ramos In www.infalvalade.com
Versão Final
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As cabanas de colmo surgiram com os primeiros pescadores oriundos da zona de Aveiro, que no
início do século XX se instalaram na área a Norte da Lagoa de Santo André. O designado “arraial”,
da comunidade piscatória, era constituído pelas habitações, erigidas com materiais de origem
vegetal, aproveitando os recursos disponíveis no local: madeira, caniço e estorno.
Para além destas, o crescimento do arraial também se fazia com armazéns para guardar as redes
e outros utensílios e com barracões onde pernoitavam os malteses de passagem pelo local e que
ajudavam ao puxar das redes durante a safra.
“As cabanas apresentam uma planta quadrangular e telhado de duas águas. A porta principal
localiza-se geralmente numa das empenas, preferencialmente voltada para nascente.
O seu interior era composto por duas divisões, a casa - de - entrada, divisão que ligava
diretamente com o exterior e funcionava como cozinha e sala, incluindo uma área de fogo
(inicialmente uma lareira, depois fogão); e o quarto, compartimento onde se localizava a área de
dormir.
Estas duas divisões eram servidas por pequenas janelas, cuja função principal era o arejamento.
A estrutura de suporte das cabanas, eram prumos de pinho enterrados na areia com intervalos de
60 cm, onde apoiavam as traves de suporte à cobertura, e eram pregados elementos horizontais,
canas e ripas de madeira que permitiam colocar o revestimento exterior e interior.
No revestimento exterior eram utilizadas espécies vegetais características do mato envolvente:
caniço, estorno, camarinheiras, entre outras.
Interiormente estas construções eram forradas de madeira e caiadas de branco, a caiação anual
permitia embelezar e limpar a casa, bem como conservar os materiais. (…)
Versão Final
175
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A partir de meados do século passado, assiste-se à decadência deste povoamento, no fim da
década de 60 apenas cerca de dez famílias mantinham este modo de vida”. 127
127
Ana Isabel Marcelo Escoval, “ O Homem, a Terra e a Lagoa” in Cadernos do Património
Versão Final
176
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Paredes de cortiça
Não fazendo parte das soluções construtivas tradicionais mais frequentes na região ou no país, a
utilização de cortiça na construção de paredes pode ainda hoje ser observada num pequeno
edifício de habitação localizado na Várzea de Santo André, Freguesia de Santo André.
“ O que diferencia esta construção é o facto de as paredes exteriores terem sido fabricadas com
pedaços de cortiça, alguns dos quais com mais de 0.20 m de espessura, ligados entre si por terra
negra da Várzea de Santo André, onde a mesma se localiza. As paredes têm cerca de 0,60 a 0,70
m de espessura e as fundações são de alvenaria ordinária. (...) Várias intervenções ao longo dos
tempos têm substituído a cortiça por outros materiais”.128
1.2.4.4.3 - ATIVIDADE MINEIRA
As minas da Serra do Cercal
“A Freguesia do Cercal foi uma importante região mineira, com explorações provavelmente desde
o período Romano, mas com registos conhecidos apenas desde 1874.
As minas de maior valor eram as da “ Serra da Mina”, “ Toca do Mocho” e “Serra de Rosalgar”
onde existiam cinco milhões de toneladas de minério, com 50% de ferro e 12% de manganês.
Daqui saiu muito ferro para a construção da ponte sobre o Rio Tejo. Junto dos filões de ferro,
apareceram filões de barita, que foram utilizados na indústria das tintas...”129
As minas em S. Francisco
“Explorou-se chumbo, desde 1709, na herdade das Minas, da freguesia de S. Francisco, numa mina
de galena.
128
Fernando da Silva Pinho, “ Paredes de edifícios antigos em Portugal – principais soluções construtivas”, in revista Materiais de
Construção
129
“Gentes e Culturas – Freguesia do Cercal do Alentejo”, Caderno Temático n.º 1, abril 2003/ LASA.
Versão Final
177
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A mina foi passando sucessivamente de mão e por ser fraco o seu rendimento, a exploração tem
tido largas intermitências, nunca nela se registando apreciável atividade” 130
1.2.4.4.4 - A PESCA: NA LAGOA, NO MAR E NO RIO
Os pescadores da Costa de Santo André
A pesca na Lagoa de Santo André, já regulada em posturas municipais no séc. XVIII, fazia-se então
por arrendamento à Câmara Municipal, com o compromisso de cumprimento do período de
defeso e em consonância com a abertura anual da Lagoa ao mar. Era também obrigação do
rendeiro, no tempo próprio de pesca, a venda semanal de peixe na vila de Santiago do Cacém.
Fonte: particular, cedida ao Museu Municipal para a exposição “O Homem, a Terra e a Lagoa”, 2002.
Figura 31 – A “companha” na Costa de Santo André, anos 50 do século XX (esquerda) e O “arraial” e o
“Tio Caniço”, Costa de Santo André, meados do séc. XX (direita)
Contudo, não só a pesca na Lagoa mas também a pesca no mar, constitui um aspeto singular da
história do Município:
“A memória oral faz remontar ao século XIX o estabelecimento dos primeiros pescadores na Costa
de Santo André, junto do local onde, ano após ano, o cordão dunar era rompido à força de homens
e de animais para que a “lagoa fosse ao mar”. Aí, um pouco mais a norte, abrigados pela duna dos
ventos finos e cortantes, se fixaram as primeiras famílias vindas do litoral centro, das zonas de
Aveiro, Murtosa, Ílhavo.
130
Anteplano de Urbanização da Vila de S. Tiago do Cacém – Câmara Municipal de S. Tiago de Cacém, junho de 1949, não editado
Versão Final
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(...) Os pescadores enfrentavam, com os seus barcos de proa alta e revirada, a braveza do mar
encapelado para lançarem grandes redes que, depois, eram puxadas em arrasto para terra. Preso
nas redes vinha o peixe que era desmalhado no areal, desproporcionalmente repartido entre
donos da companha, pescadores de aluguer e ajudas da praia. Era a arte da xávega.
(...) a velha arte da xávega e do arraial que a enquadrou já nada resta. Subsiste, por enquanto, a
memória individual e social, porventura o maior património a cuidar e a valorizar”131.
A abertura da Lagoa ao mar
A renovação da água lagunar, necessária à utilização agrícola das terras húmidas adjacentes,
repete-se anualmente com a “abertura da lagoa ao mar”. Este procedimento, de grande
importância para as comunidades locais ligadas à agricultura e à pesca, constitui um evento que
atrai muitos curiosos.
A abertura é atualmente realizada por meios mecânicos sendo no passado concretizada à força de
braços e com a ajuda de animais. Num registo de 1747 da autoria de P. Luiz Cardoso, descreve-se:
“Esta lagoa está contígua com o mar Oceano, e só a divide hum banco de arêa, que quando he
mais grosso, terá cincoenta passos: este se rompe quasi todos os annos, à custa de grande
trabalho, e despeza dos moradores, no mez de março, para que as terras circumvisinhas da
mesma lagoa se semeem, que ordinariamente são inundadas das suas águas, ou das correntes de
alguns regatos, que para ella correm, ou das ondas do mar, que continuamente se lanção por
cima das suas margens: quando a lagoa se despeja para o mar, fica huma barra capaz de
entrarem, não só barcas do alto, mas ainda navios de alto bordo; e neste tempo que permanece
aberta, que muitas vezes são seis, sete e oito mezes, he grande a copia de peixe, que lhe entra em
cardumes e de que então se vê enriquecida. Continuamente se pesca nela , principalmente de
inverno, e todas as terras circumvisinhas de quatro e mais léguas se socorrem do seu pescado ”132
131
132
Dina Nunes Calado, 2004 in Gentes e Culturas / Freguesia de Santo André, Edição LASA.
P. Luiz Cardoso, Dicionário Geográfico, MDCCXLVII
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A pesca no Rio Sado
Nas primeiras décadas do séc. XX, era tradição das populações marginais das ribeiras realizar uma
ou duas pescarias anuais:
“ As ribeiras são, geralmente, muito piscosas. No verão, o curso de água suspende-se e reduz-se
aos pegos, onde o peixe se recolhe e reproduz. Depois das primeiras águas, ligada e estabelecida a
corrente, combina-se a pescaria feita com redes, tresmalhos e outras artes de pesca. Apanhavamse muitas dezenas de quilos de barbos, robalos e pardelhas que eram distribuídos pelos
improvisados pescadores. Em local aprazado era feita grande caldeirada (...). Outros também aqui
se dedicavam à pesca de cágados de que faziam excelente sopa. Havia também no Sado, entre os
Coitos e o Porto Ferreira, moluscos de água doce, de concha muito parecida com a do mexilhão
(...).”133
1.2.4.4.5 - OS TRANSPORTESOS TRADICIONAIS, O 1º AUTOMÓVEL E O COMBÓIO
Pelo virar do século “as estradas eram poucas e mal conservadas, praticamente só existiam para
ligação aos grandes centros. A maior parte delas, cheias de buracos, eram autênticos carreiros”134
Os veículos mais comuns na região, utilizados nas zonas rurais e nos trabalhos do campo, eram
rebocados por juntas de bois ou por muares: o carro cantador, a carreta de bois, o carro
alentejano ou de parelha, o carro churrião ou de molas e o carro de varais ou carrinha.
“Todos se compõem de quatro peças principais: leito, eixo e duas rodas, peças que se constituem
com outras subsidiárias (...) umas de madeira de diferentes qualidades, predominando o azinho e
o sobro; outras de ferro, como é vulgar em todo o País”.
O carro cantador ou chião – considerado o mais antigo de todos os veículos usados na lavoura,
herança dos romanos, era muito robusto e podia transportar cargas enormes, pelos piores
133
134
Subsídios para a Monografia de Alvalade – Padre Jorge de Oliveira, não editado
Joaquim de Brito Nobre, “ Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de 1992
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caminho. Era rebocado por uma, duas ou três juntas de bois. De madeira de azinho ou sobro, “as
suas duas pesadas rodas não tinham massas (cubos) nem raios nem pinas, pois eram feitas de
partes inteiriças, fixadas por peças de ferro solidamente pregadas. Ao contrário dos outros carros,
as suas rodas não giravam sobre o eixo; eram fixadas ao mesmo, girando o eixo sobre umas
chumadeiras fixadas nos limões”. O som do atrito provocado pelo funcionamento do eixo valeulhe o nome de carro cantador ou chião.135
A carreta de bois – mais ligeiro que o anterior (o chião), com o leito de estrutura idêntica, e
munido de rabicho, assemelha-se também ao carro alentejano. Podia ser rebocado por uma junta
de bois ou por uma parelha.
O carro alentejano ou carro de parelha – considerado por alguns como “o melhor da geração dos
carros de tração animal”, de madeira de azinho ou de sobro e com acessórios em ferro, possuía
duas grandes rodas e permitia o transporte de todo o género de mercadorias pelos piores
caminhos. A sua carga normal rondava os 1.000 kg e era rebocado exclusivamente por muares.
Era igualmente utilizado para transporte de pessoas, altura em que era adaptado com acessórios
específicos que melhoravam a comodidade dos passageiros, nomeadamente toldos e cortinas,
cadeiras, bancos e até um colchão de lã, nomeadamente para o transporte de doentes.
Carro churrião ou de molas – com estrutura idêntica ao carro alentejano, destinava-se em
exclusivo ao transporte de pessoas, para trânsito em estradas e caminhos. Tinha travão e
lanternas à frente, alimentadas por velas de estearina. Com toldo impermeável e cortinados
vistosos, o seu interior era estofado e tinha bancos almofadados. Decorado de forma garrida, a
parelha de muares que o puxava era sempre a melhor da casa, luxuosamente arreada.
Carro de varais ou carrinha – puxado por uma só besta, diferia dos restantes por conter varais em
vez de varas e servia para transportar comida, na época da ceifa, ir à moagem trocar o trigo por
farinha, transportar água e hortaliças, e também o próprio lavrador, nas suas deslocações pelo
campo.
135
Joaquim de Brito Nobre, “Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de 1992
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“Havia ainda as carinhas ligeiras (chamadas aranhas ou charretes) sem caixa de carga e
equipadas com boas molas no leito e no assento, proporcionando aos seus ocupantes uma ótima
comodidade. Geralmente eram rebocadas por gado cavalar que as puxavam com
desembaraço.”136
O primeiro automóvel em Portugal
“Foi em 1895 que Portugal teve o primeiro contacto com o automóvel. Adquirido em Paris pelo
Conde Jorge de Avilez, o "Panhard et Levassor" dá entrada em Portugal, tornando-se assim no
primeiro carro a circular nas estradas portuguesas. Despachado na Alfândega de Lisboa, foi
desencaixotado e preparado para a viagem até Santiago do Cacém, local onde habitava o Conde
de Avilez.
A velocidade máxima era da ordem dos 15 km/hora, durante o trajeto, foram muitas as
peripécias, entre elas relata-se o atropelamento de um burro, lá chegou ao seu destino, "Santiago
do Cacém". Entre as muitas viagens que o senhor Conde de Avilez fez, encontram-se as idas a Beja
e Évora. "Imaginem só a dureza dessas mesmas viagens, pois as estradas da época nada tinham a
ver com as dos dias de hoje e o carro possuía rodados de madeira e aros de ferro".
Em 1901 o Conde de Avilez vendeu o Panhard et Levassor ao Senhor Mariano Sodré de Medeiros
por setecentos mil réis, mas não se sentindo satisfeito com as performances do carro, acabou por
o dar à troca por um "Decauville", vendido por João Garrido, do Porto”.137
O “caminho de ferro”: a Linha do Vale do Sado e o Ramal de Sines
As primeiras décadas do séc. XX trouxeram o “caminho de ferro” ao Município: a linha do Vale do
Sado chegou, em 1915, a Alvalade e a Ermidas e em, 1936, concretizou-se a parte final do Ramal
136
Joaquim de Brito Nobre, “ Messejana d´algum dia...” in Cadernos Culturais II, Edição Junta de Freguesia de Messejana, abril de
1992
137
José Barros Rodrigues, 2004, “O Trem do Conde, História do Primeiro Automóvel que entrou em Portugal”. Ed. Caleidoscópio –
Edição e Artes Gráficas, S.A.
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de Sines, que passou a ligar Sines, Santiago do Cacém, Abela, S. Domingos e S. Bartolomeu da
Serra a Ermidas-sado e à linha de Vale do Sado:
“Finalmente, em 14 de setembro de 1936, foi aberta à exploração a parte do ramal de Sines,
compreendida entre Santiago do Cacém e Sines, na extensão de 17 quilómetros,
aproximadamente. A inauguração realizou-se com grande solenidade, tendo sido fretado, pela
Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Sines, um comboio especial, para transporte
dos seus numerosos convidados (...) O comboio inaugural foi esperado, na estação de caminho de
ferro de Sines (...) por muitos elementos oficiais e não oficiais, e por uma enorme multidão de
povo”. 138
Fonte: CMSC
Figura 32 –Painel de azulejos da Estação de Caminho de Ferro de Santiago do Cacém
Nos últimos anos do século XIX já a cobertura ferroviária da sub-região, e nomeadamente a
ligação Interior - Litoral, ou seja, Beja – Sines, constituía uma demanda para novas oportunidades
de desenvolvimento, por via do aproveitamento do Porto de Sines e do transporte marítimo, para
o escoamento das produções locais, em especial minérios e cortiça, mas também as produções
138
A de Vilhena - “Ramal de Sines ou linha férrea de Ermidas-Sado a S. Tiago de Cacém e Sines”, 1937
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agrícolas e o pescado. Na publicação sobre o Ramal de Sines de A. de Vilhena, é citado um parecer
da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses que, à data, opinou: “É esta linha, desde há
muito, solicitada pelos povos da região (...) Ela é um natural complemento da linha do Vale do
Sado, na sua função de servir a região, talvez a mais rica em todo o país em produção de cortiça.
(...) Além da cortiça, há na região jazigos mineiros, que já têm tido exploração, não continuada,
exatamente por causa da dificuldade de transportes”.139
Às perspetivas animadoras de desenvolvimento socioeconómico – malgrado os tempos de crise
económica e política – e de forma indissociável, o “caminho de ferro” veio proporcionar ao
Município um segundo grande benefício, o nascimento de Ermidas-Sado:
“Ermidas-Sado existe porque um dia, em 1898, algures num Ministério em Lisboa se decidiu
construir a via-férrea do Vale do Sado, incluindo esta já o ramal para Sines. O seu objetivo era não
só servir as populações da região, bem como encurtar, no mínimo em 60 km, a distância para o
Algarve” (...) possibilitando “ (...) a melhor ligação entre a mais rica zona agrícola do Baixo
Alentejo, os barros de Ferreira do Alentejo/Beja, com o litoral, nomeadamente Sines e o seu porto
de águas fundas”.140
No contexto do movimento industrial, Ermidas-Sado desenvolveu-se, atraindo unidades
industriais e armazéns, associadas não só ao setor corticeiro como à atividade mineira e da
moagem de cereais.
139
A de Vilhena - “Ramal de Sines ou linha férrea de Ermidas-Sado a S. Tiago de Cacém e Sines”, 1937
Paulo Alexandre N. Gomes – “Caminhos de ferro e indústria na origem e desenvolvimento de Ermidas-Sado” in Cadernos de
Estudos Locais, nº 1, 2000, Associação Cultural de Santiago do Cacém
140
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Fonte: Guia do Forasteiro, setembro de 1956
Figura 33 – Edifício da Sociedade Industrial Alentejo e Sado, Lda., anos 50 do século XX
1.2.4.4.6 - OS OFÍCIOS TRADICIONAIS E O ARTESANATO LOCAL
“O artesão é o depositário da memória gestual e tecnológica da sua comunidade. O artesão –
artífice – artista é o transmissor dos ritos e imagens, da cultura não escrita, da cultura cujas raízes
mergulham no inconsciente coletivo, por vezes nas zonas mais cinzentas da formação da
humanidade, em que a mão-instrumento-ferramenta define o humano”.141
Resistindo à passagem do tempo, integrando e assimilando elementos novos, continuam a ser
desenvolvidas no Município atividades tradicionais, centradas no artesanato e recorrendo, em
muitos casos, a técnicas ancestrais.
Às funções utilitárias, somam-se sempre funções ornamentais, que expressam vocabulários
organizados ao longo dos milénios em estreita ligação com as atividades agropastoris e rurais: “As
incisões na madeira feitas á faca estão talvez entre as mais antigas técnicas decorativas, cuja
origem se perde no mesmo longínquo passado de onde vieram a roca e o cossoiro que decoram
141
Cláudio Torres, “ Uma velha cultura serrenha” in Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo - Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio
Torres – Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984
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(...). Um certo tipo de ornamêntica é dominante nos trabalhos de tecelagem, madeira e barro.
Sente-se o mesmo ritmo decorativo nos entrançados da lã e nos traços de pincel que decoram a
cerâmica, onde a «espiga com silva» e o losango balbuciam a mesma linguagem “ 142
O barro e a cortiça
Testemunhando culturas e tecnologias ancestrais, os objetos em barro e cerâmica, por vezes
fortemente decorados, constituem elementos centrais do ambiente rural local, mas também do
urbano e religioso. Desde a tradicional taipa e telha de “canudo”, nos edifícios, aos utensílios e
esculturas: alguidares, cântaros, tachos e panelas, vasos, presépios e imagens religiosas e
decorativas.
A cortiça – material nobre e de utilização ancestral pela sua resistência, flexibilidade e qualidades
térmicas e acústicas excecionais – está presente em todos os objetos do quotidiano local, ligados
ao trabalho, tanto nas alfaias agrícolas como nas artes de pesca e ofícios tradicionais. Sendo a sua
aplicação mais antiga para peças vedantes de vasilhas, aplicou-se tradicionalmente na construção
de edifícios, no mobiliário (berços, esteiras de camas, cadeiras e bancos) e utensílios domésticos
(tarros, coxos, vasilhas diversas, molduras, miniaturas). Constitui um dos materiais mais utilizados
no artesanato local dos nossos dias.
Ofícios e técnicas tradicionais
Não sendo possível uma descrição exaustiva, ou sequer representativa, dos ofícios e técnicas
tradicionais da cultura local – muitos deles implícitos nas secções anteriores do presente
subcapítulo - mesmo assim sinalizam-se alguns dos mais relevantes:
Tiradores de cortiça
142
Cláudio Torres, “ Uma velha cultura serrenha” in Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo - Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio
Torres – Cadernos do Campo Arqueológico de Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984
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A técnica permaneceu quase invariável desde há três mil anos até aos nossos dias e concretiza-se
no período estival.
Fonte: CMSC
Figura 34 – “Os tiradores de cortiça”, painel de azulejos da Estação Caminhos de Ferro de Santiago do
Cacém
“Com a ajuda de um machado, os «tiradores» golpeiam a cortiça de uma forma linear para a
poderem despegar das árvores sem as ferir (...) através de grupos de operadores especialmente
treinados para o efeito. Essas equipas constituem uma estrutura muito particular e tradicional que
envolve um capataz que coordena o trabalho, um grupo que se encarrega da extração
propriamente dita – normalmente constituído apenas por homens – outro, responsável pelo
carrego, e ainda um outro, pelo empilhamento da cortiça no campo, operação que, para ser bem
feita, também exige alguma experiência.”143
Moleiros
143
In “ Tiradores de cortiça”, Revista Rubra nº 7
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“Durante séculos, o moleiro foi considerado uma personagem importante no meio rural. (...)
apesar de ser uma vida dura, era melhor do que andar a lavrar, a cavar ou a ceifar. (...)
Contrariamente ao inverno, o verão traz consigo ventos propícios à prática da moagem. O
moleiro tinha, então, que recuperar o tempo perdido, moendo dia e noite se o tempo ajudasse.
O maquinismo da moagem exigia muita atenção. Era deitar o grão no tegão, ensacar a farinha,
dar um jeito na aliviadoura se a mó não estava a dar boa farinha. O picar das mós era uma tarefa
árdua (...) O moleiro, utilizando apenas alguns acessórios de madeira, levantava a mó e, com um
jeito de mestre, deixava-a cair suavemente sobre o cavalo, peça semelhante a um cavalete,
utilizada para suportar a mó a ser picada. De picadeira em punho, ia abrindo regos de aresta viva,
naquela roda de produzir pão. Picagem terminada, voltava a mó andadeira a ser colocada sobre a
fixa. (...) Para além das já mencionadas, há sempre uma peça que é necessário substituir, aquela
vela de pano que se rasgou e tem de ser remendada, a entrosga que necessita de afinação...”144
Cesteiros e Cadeireiros
“Nesta região, mãos hábeis, maioritariamente masculinas, entrelaçam num ritual que passa de
geração em geração, o bunho ou buínho com que tecem os assentos dos mochos e cadeiras e o
salgueiro, a verga, a cana, ou o vime com que se fabricam os diferentes tipos de cesto.
Os cestos em fibras vegetais foram, até à utilização do plástico, os recipientes usados no
transporte de matérias sólidas.
Um cesto começa pelo fundo. O fundo define a forma e o tamanho do cesto. Do fundo parte a
armação, a estrutura em torno da qual as mãos rudes do cesteiro vão construindo o pano, dando
corpo ao cesto. A técnica apurada e a rapidez dos gestos na manufatura destes artefactos
utilitários constituem uma arte.
144
José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002
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Os cadeireiros são normalmente trabalhadores rurais que nas horas livres se dedicam a este ofício.
O bunho, apanhado junto das ribeiras, é seco e, posteriormente, são empalhadas as cadeiras com
145
perfeição invejável, preceito muito antigo na região”.
145
Palmo a Palmo, Artesanato, Artes decorativas, Produtos Tradicionais, Santiago do Cacém, Edição CMSC,2004.
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Ferradores
Ferrador e ferreiro eram duas “artes” inseparáveis.
Com o animal (cavalos, mulas ou bois de trabalho) preso a uma argola ou a um cepo, as
ferraduras velhas eram despegadas com o “despegador” e as tenazes. Depois, com um formão
especial e uma grosa, cortavam e limavam-se os cascos. Em seguida era colocada a ferradura,
pregada com cravos, cujas pontas eram cortadas, deixando-se uma que era rebatida com um
ferro e revirada com o martelo.
Fonte: José Contreiras
Figura 35 – “A ferrar o boi no tronco”, oficina do ferrador Joaquim Contreiras, Cercal do Alentejo, cerca
de 1950
Tecedeiras
Ocupação de raparigas e mulheres, as tecedeiras recebiam a aprendizagem como um legado da
família e, por vezes, o tear como dote de casamento.
“O processo de aprendizagem era (e é) faseado: começava-se pela urdura; seguiam-se as mantas
de retalhos, as toalhas de linho e de linha, as mantas de trabalho, as mantas «graves» e, por fim,
Versão Final
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as colchas de «carapulo». Tudo isto durante cerca de um mês em que a aprendiza era sujeita a
longos períodos de trabalho”
146
Para além das técnicas no tear, os trabalhos de tecelagem tradicionais implicavam também o
domínio da preparação da lã e do linho, bem como os tingimentos.
Nos teares familiares as mulheres realizavam um conjunto variado de peças de agasalho e uso
doméstico, nos quais se destacam as mantas de retalhos (realizadas com aproveitamentos de
trapos velhos) e as mantas de lã.
Estas últimas apresentavam diversos tipos de padrões e cuidados decorativos, conforme se
destinavam a simples mantas de trabalho (dos maiorais e camponeses) ou eram mantas de
agasalho e de enfeite (mantas de fusis, de quadradinhos, de barras, de losangos).
Para além das mantas, destacam-se igualmente as colchas de lã e de aparelho (estas últimas para
enfeitar os animais nos dias festivos), os cobertores, os alforges, as toalhas, os lençóis e os sacos,
realizados com lã e linho.
Tanoeiros
Nesta região fabricava-se essencialmente vasilhame para guarda e transporte de vinho e azeite e
também pequenos objetos de uso corrente, como baldes de poço e de picota para regar as
hortas, celhas, balseiros para curtir azeitonas, canecos, tinas e pipas.
Na oficina aprendiam-se os vários ofícios e coexistiam diversas categorias profissionais: mestre
capataz, tanoeiro, serrador – mecânico, serrador manual, servente e aprendiz.
A arte da tanoaria começa na escolha e no período de corte da madeira. Esta deve ser cortada em
pleno inverno para evitar que se comuniquem ao vinho os gostos e aromas das resinas, mais
146
Ângela Luzia, Isabel Magalhães e Cláudio Torres, Mantas Tradicionais do Baixo Alentejo / Cadernos do Campo Arqueológico de
Mértola, nº 1, edição C.M. Mértola, 1984.
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intensivos no verão. As madeiras mais utilizadas na tanoaria local são o carvalho, o castanho e o
freixo.
Latoeiros
Para a produção de utensílios domésticos e do trabalho (funis, aros para queijos, regadores,
cântaros paro o vinho, almotolias e enxofradeiras, candeias e lampiões, caldeiras e cilindros)
utilizava-se tradicionalmente o zinco, o cobre e o latão.
As ferramentas do latoeiro são a bigorna, a máquina de quinar, a prancha, os martelos, o maço,
os alicates, o maçarico, o compasso, o esquadro, o raspador, o barão quadrado, as tesouras e as
limas. As peças nascem a partir de moldes de papel, que são depois riscados na chapa, e cortados.
De seguida, passa-se na máquina de quinar e molda-se a peça, soldando-se as diferentes partes.
Quando estas partes são redondas são feitas na bigorna.
Utiliza-se ainda a máquina de passar para fazer os frisos.
Miniaturizar o real
Miniaturizar o real constitui um ato comum a todas as culturas. Através da construção de
miniaturas, o homem do campo e o artífice encontram-se com o seu imaginário e com as
memórias ligadas ao trabalho. Ao fazer miniaturas, o artesão revive e revisita o passado,
esforçando-se por representá-lo com toda a perfeição e realismo.
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Fonte: CMSC
Figura 36 – Artesão Júlio Pereira, Santa Cruz
Por todo o concelho de Santiago do Cacém, podemos apreciar miniaturas e objetos decorativos
representando animais, alfaias e cenas da vida rural, fabricados em madeira e cortiça, esculpidos
ou recortados a canivete.
1.2.4.4.7 - GASTRONOMIA TRADICIONAL
No Município de Santiago do Cacém, como em todo o Alentejo Litoral, a proximidade do mar e a
Lagoa de Santo André proporcionam grande diversidade gastronómica já que, aos pratos
tradicionais da cozinha alentejana, se juntam vários outros, de peixe, nomeadamente o ensopado
de enguias e a caldeirada.
A gastronomia da região é, para além disso, tradicionalmente sazonal. Em novembro, dezembro e
janeiro, altura da “matança do porco”, destacavam-se as carnes e os enchidos. O porco é
temperado com massa de pimentão e, não raras vezes, conservado e cozinhado na sua própria
manteiga. Entre os enchidos, predominam as linguiças e os chouriços de sangue, que se
encontram à venda em todos os talhos da região. Em muitas padarias e mercearias estão
disponíveis os bolos de torresmos.
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Os borregos eram mortos na Páscoa e confecionados como ensopado, assado no forno ou então
guisado com ervilhas.
A esta tradição juntam-se as recorrentes sopas ou açordas, onde o pão se combina com as
verduras e as ervas aromáticas: coentros, orégãos, poejos, hortelã e muitos mais.
O pão, de trigo, é – como em todo o Alentejo – a componente essencial e presente em todos os
pratos.
Vários pratos de caça e de aves de capoeira fazem igualmente parte do nosso património
gastronómico, a que se juntam os vinhos da região, o mel de rosmaninho, os queijos de cabra e
ovelha.
Na doçaria destacam-se as “alcomonias”, doce tradicional de origem árabe, em forma de losango,
confecionado com uma massa conseguida a partir de farinha torrada, pinhão e mel. De confeção
semelhante, os rebuçados de pinhão e mel, apresentam-se embrulhados em coloridos papéis.
De referir ainda os licores (de poejo e outros), as argolinhas de massa frita, as filhós e “popias
caiadas” de Alvalade, o bolo da massa do pão e, ligadas às festividades dos santos populares, as
alcôncoras e as cachamorras.
1.2.4.5 - PATRIMÓNIO MUSEOLÓGICO E ARQUIVISTICO
1.2.4.5.1 - O SITIO ARQUEOLÓGICO DE MIRÓBRIGA
O Sitio Arqueológico de Miróbriga foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1940 (ver
Capítulo 1.1 - Património Classificado e em Vias de Classificação).
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 37 – Sítio Arqueológico de Miróbriga
“As ruínas da Miróbriga romana, que se estendem por mais de 12 ha, incluem restos de edifícios
de habitação, calçadas pavimentadas, um hipódromo, balneários, uma ponte e um fórum. A
ocupação romana do oppidum deve ter-se dado no século II a.C. Miróbriga deverá ter sido
promovida à categoria de município no século I d.C., durante a dinastia flaviana, quando a política
de fomento económico e de desenvolvimento urbanístico na Hispânia recebeu novo impulso.
Nessa altura já controlaria um vasto território.
As razões que motivaram o seu abandono não foram ainda determinadas, mas os vestígios
arqueológicos indiciam uma gradual desativação a partir do século IV d. C., correspondendo,
possivelmente, ao fenómeno similar de decadência de outras cidades num império já conturbado.
No entanto, os materiais arqueológicos comprovam que Miróbriga foi ocupada, pelo menos, até
aos séculos V-VI.
Assentando num aglomerado anterior fortificado, a urbanização romana deve ter-se adaptado à
ocupação anterior e à topografia do local, pelo que não apresenta as características ortogonais do
modelo ideal de urbanismo romano. No entanto, a construção dos templos do fórum, no terceiro
ou quarto quartel do século I d.C., bem como a edificação dos balneários conferem a Miróbriga um
cariz marcadamente latino. Um templo, provavelmente dedicado ao culto imperial, detém uma
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posição privilegiada e centralizada no fórum. Este templo foi, nas campanhas de D. Fernando de
Almeida, nos anos 60 e 70, objeto de restauro e reconstrução apresentando, nos nossos dias, um
aspeto cenográfico que domina toda a praça pública. Esta praça era ladeada de inúmeras
construções, cuja função deverá corresponder às comuns a um fórum provincial de pequenas
dimensões – basílica e cúria.
Nos declives que contornam o fórum desenvolvem-se as zonas comerciais com as respetivas lojas –
termopolia ou tabernae.
Os balneários de Miróbriga são compostos de dois edifícios distintos: Este e Oeste, que se
deveriam destinar respetivamente a homens e mulheres. Os compartimentos que os compõem são
os comuns a todo o mundo romano: zona de entrada, com salas para massagens, vestiário –
apodyterium; zona fria – frigidarium; zona aquecida – tepidarium e caldarium. As salas aquecidas
das Termas Oeste apresentam, para além do sistema subterrâneo, paredes duplas para circulação
do ar quente. Uma latrina, implantada nas Termas Oeste, deve ter servido os dois edifícios.
Nas proximidades das termas situa-se uma ponte de um só arco quase perfeito, construída em
opus incertum, aparentemente regularizado por fiadas de xisto.
O Hipódromo de Miróbriga é, até ao presente, o único exemplo de planta totalmente conhecida de
uma construção deste tipo, em Portugal. Medindo aproximadamente 369 x75 m, poderia ter
bancadas de madeira”.
147
O Centro Interpretativo de Miróbriga
O Sitio possui um centro de acolhimento e interpretação, com exposição permanente, auditório,
receção, cafetaria, salas de trabalho e laboratório e destina-se ao apoio aos trabalhos
arqueológicos e ao acolhimento dos visitantes.
147
Filomena Barata, “O Sitio Arqueológico de Miróbriga” in Revista Estudos do Património n.º 1, 2001.
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1.2.4.5.2 - O MUSEU MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM
Localizado na Praça do Município em frente aos Paços do Concelho e tendo de permeio o jardim
público, o Museu está instalado desde 1972 no edifício que outrora foi Cadeia Comarcã.
Fonte: CMSC
Figura 38 – Museu Municipal de Santiago do Cacém
Notável exemplar da arquitetura civil oitocentista com projeto de Chiapa Monteiro, neste edifício
funcionou a cadeia, até à construção do novo Tribunal, em 1968. Em 1972, e após obras de
conservação e adaptação, abriu de novo as suas portas como Museu Municipal.
A fundação do Museu teve lugar em março de 1931, quando o Presidente da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal de Santiago do Cacém propôs a criação do Museu Municipal,
bem como a nomeação do Dr. João da Cruz e Silva para a presidência da respetiva Comissão de
Instalação. A instalação das coleções viria a concretizar-se, então, na sala da secretaria, no edifício
da Câmara Municipal.
As coleções de arqueologia e de numismática constituem as maiores referências do Museu, sendo
que o núcleo arqueológico tem, como origem essencial, os objetos encontrados em Santiago do
Cacém e Miróbriga.
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O núcleo numismático inclui a coleção exumada em Miróbriga e moedas de outras proveniências.
As moedas expostas seguem o programa do Dr. João Cruz e Silva que valorizou dois grandes
grupos numismáticos: o núcleo romano e o núcleo português. Desenvolve-se seguindo critérios
cronológicos, destacando-se as diferentes séries e centros emissores.
O Museu apresenta igualmente diversas coleções etnográficas, valorizando, por um lado, a
cultura alentejana, (sendo a área da cozinha a referência máxima) e, por outro, mostrando as
vivências dos grandes proprietários, com destaque para os núcleos provenientes da “ Casa
Avillez”.
A história do próprio edifício está refletida no Museu, através da presença da rede de segurança,
tão característica das prisões portuguesas e da reconstituição de uma cela prisional.
1.2.4.5.3 - O TESOURO DA COLEGIADA DE SANTIAGO DO CACÉM, IGREJA MATRIZ DE
SANTIAGO DO CACÉM
O Tesouro da Colegiada de Santiago do Cacém constitui um pólo da Rede de Museus da Diocese
de Beja, patente ao público na Igreja Matriz de Santiago do Cacém, classificada como Monumento
Nacional em 1910.
“Numa iniciativa conjunta, a Câmara Municipal de Santiago do Cacém e o Departamento do
Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja uniram esforços, para a organização do núcleo
museológico do Tesouro da Colegiada, que abriu as suas portas ao público no dia 25 de julho de
2002, com o objetivo de dar a conhecer um espólio secular, entrosando com a história da igreja
matriz.
A igreja matriz de Santiago do Cacém faz parte do circuito do castelo desta povoação,
documentando a devoção dos freires da Ordem de Santiago de Espada ao seu patrono, o apóstolo
Santiago Maior. Desde a sua fundação até 1834, existiu aqui uma Colegiada de freires espatários.
A existência desta colegiada, uma das mais ricas do Alentejo, favoreceu uma intensa atividade
pastoral e cultural que se traduziu na encomenda de numerosas alfaias e outras obras de arte que
Versão Final
198
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a igreja foi acumulando ao longo dos séculos. Para tal contribuiu decisivamente D. Vataça, que
ofereceu à igreja o alto-relevo de Santiago Combatendo os Mouros, obra-prima da escultura
trecentista, e um conjunto de fragmentos do Santo Lenho, mais tarde reunidos em relicário
próprio. A Colegiada reuniu assim um espólio notável, destinado a servir sobretudo nas principais
cerimónias litúrgicas, conhecido pela designação de “Tesouro”.” 148
1.2.4.5.4 - O MUSEU DE ARTE SACRA DE SANTIAGO DO CACÉM
“O Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém foi fundado em 1986 por iniciativa do
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, na sequência de um
protocolo de colaboração subscrito entre esta entidade e a Paróquia de Santiago do Cacém. Tem a
sua sede no Hospital do Espírito Santo, na Praça Conde de Bracial, em pleno centro histórico de
Santiago do Cacém. Este monumento foi alvo de um projeto de reabilitação, realizado pelo Arqt.º
Eduardo Souto Moura em 2000, que está aprovado pelas autoridades competentes e aguarda
financiamento para poder ser levado a efeito.
Fonte: CMSC
Figura 39 – Edifício “Hospital do Espírito Santo”, centro histórico de Santiago do Cacém
148
Santiago do Cacém – Informação Municipal, 2002
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Constituiu-se, para tal, um consórcio entre a Diocese de Beja, o Município de Santiago do Cacém e
o Instituto Português de Museus. O Museu funciona, a título provisório, na Igreja Matriz de
Santiago do Cacém, partilhando instalações com o Tesouro da Colegiada de Santiago, e faz parte
da Rede de Museus da Diocese de Beja desde a fundação desta estrutura, em 2001. Tem
promovido o inventário e a salvaguarda dos bens culturais religiosos do concelho e do
arciprestado de Santiago do Cacém”.149
1.2.4.5.5 - O MUSEU DO TRABALHO RURAL NA ABELA
O Museu do Trabalho Rural foi inaugurado no dia 1 de maio de 2008, constituindo um passo
decisivo para a valorização do património rural do Município. Localizado na praça principal da
Abela, num edifício da Junta de Freguesia, destina-se a ilustrar a vida rural do concelho.
Fonte: CMSC
Figura 40 – Museu do Trabalho Rural, Abela
149
http://pt.wikipedia.org/Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacém
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200
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
O edifício foi construído no início da década de quarenta do século XX, tendo albergado uma
Escola e um Posto Médico e, mais tarde, o quartel da Guarda Nacional Republicana.
Trata-se de um pólo museológico do Museu Municipal, que apresenta uma exposição
permanente – “Memória e Identidade – Alfaia agrícola tradicional” – sugerindo um percurso que
acompanha o ciclo agrolaboral e as operações específicas que lhe estão associadas em cada fase,
desde a lavra, a cava, o desterroar e as sementeiras no inverno, as mondas, as regas e demais
cuidados com as colheitas na primavera, as ceifas, as debulhas e o armazenamento dos cereais no
verão.
A alfaia agrícola é apresentada em grande proximidade, espacial e lógica, com os transportes e
sistemas de atrelagem, estes últimos indispensáveis, por exemplo, à própria tração do arado e do
trilho.
1.2.4.5.6 - O MOINHO DA QUINTINHA
Situado nas Cumeadas, em Santiago do Cacém, este moinho integra a cintura moageira da
periferia do núcleo urbano de Santiago do Cacém e constitui, na atualidade, um pequeno museu
do sítio, onde é possível observar uma recuperação rigorosa e funcional do edifício e das vivências
do moinho, incluindo o mecanismo de moagem e o trabalho do moleiro.
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte: CMSC
Figura 41 – Moinho da Quintinha – Cumeadas – Santiago do Cacém
“Monumento às técnicas ancestrais de moagem, o moinho da Quintinha é, no início do século XXI,
o único moinho escola conhecido em Portugal”. 150
Está integrado nos roteiros dos Moinhos da Europa através do programa “Euromills”, está
representado no Museu do Moinho Vitorino Nemésio em Penacova e faz parte das visitas de
estudo dos Cursos de Molinologia Portuguesa ministrados pela TIMS – Portugal.
1.2.4.5.7 - O ARQUIVO MUNICIPAL DE SANTIAGO DO CACÉM
O Arquivo Municipal de Santiago do Cacém é constituído por um vasto acervo documental de
natureza pública e privada de inegável valor e interesse para a história do Município e das suas
gentes. Os vários conjuntos documentais que o integram assumem-se como testemunhos do
conhecimento do passado, que pode ser compreendido quer através de uma reflexão sobre os
seus produtores, quer através da análise das funções dos documentos nas relações internas e
externas estabelecidas por aqueles.
150
José Matias, Moinhos de Vento do Concelho de Santiago do Cacém, Edição Colibri, 2002
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Os 27 fundos documentais à guarda do Arquivo Municipal foram produzidos por entidades de
natureza diversa: pública, privada, pessoas singulares e coletivas, e possuem diferentes
proveniências: administração pública (Administração do Concelho de Santiago do Cacém, Câmara
Municipal de Santiago do Cacém, Juntas de Paróquia, Escola Conde Ferreira,), famílias (Manuel
Espírito Santo Guerreiro e Alda Guerreiro, Condes de Avilez), indivíduos (Coronel Carlos Vilhena,
Francisco Duarte, Irene Reis Gancho, Policarpo Godinho, Maria da Conceição Vilhena), empresas e
associações (Sociedade Harmonia de Santiago do Cacém, Empresa de Concentrados de Alvalade,
Sociedade de Cortiças), Irmandades e Confrarias. (V. Roteiro de Findos e Coleções / site da CMSC).
E, a informação constante destes fundos assumiu ao longo dos tempos distintas formas de escrita
sobre diferentes suportes.
O património arquivístico custodiado pelo Arquivo Municipal toca, de um modo ora veemente
ora ténue e delicado, a vida politica, económica, social e cultural do Município Santiaguense e dos
seus Homens, sendo por isso verdadeiramente adotado pela comunidade, tornando-se a sua
memória. Este património considerado nas suas vertentes instrumental, cultural e científica é
alvo de uma política de salvaguarda. Neste sentido, o Arquivo Municipal
promove a sua
aquisição, organização, descrição, preservação, divulgação e acessibilização.
Fonte: CMSC
Figura 42 – Arquivo Municipal
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1.2.4.5.8 - PROJETOS EM CURSO
De entre um vasto conjunto de projetos museológicos que constituem novas oportunidades de
valorização do território mas que ainda não obtiveram condições de concretização, sinalizam-se
os seguintes, onde existem já trabalhos prospetivos adiantados, ou projetos em curso:
Pólo Arqueológico de Alvalade
A criação de um Pólo de Arqueologia do Museu Municipal, na vila de Alvalade, é uma aspiração
que remonta a 1981, prevendo-se a sua instalação na Igreja da Misericórdia de Alvalade, edifício
dos finais do século XVI.
O projeto teve início em 2009, no âmbito das comemorações dos 499 anos da concessão do Foral
à Vila de Alvalade por D. Manuel I, através da exposição “Alvalade no Tempo, Historiografia do
Médio e Alto Sado”, que se traduziu numa retrospetiva historiográfica e arqueológica da
investigação e dos investigadores que estudaram a Freguesia de Alvalade ao longo dos anos.
A exposição decorreu em paralelo com a “Feira Medieval de Alvalade”, importante evento de
recriação histórica local, que festeja a concessão do foral manuelino e resulta de uma organização
local que integra as principais instituições de Alvalade.
No âmbito do projeto foram feitas escavações arqueológicas e antropológicas da necrópole da
Igreja da Misericórdia, acompanhadas de perto pela população e visitantes, acompanhadas de
programas de sensibilização para a salvaguarda do património, dos quais se destacam os ateliers
infantis de arqueologia.
Igualmente no âmbito das comemorações do foral, o Município levou a cabo, em 2010, uma
exposição dedicada aos 500 anos do Foral da Vila de Alvalade e aos trabalhos de antropologia
biológica, que permitiu dar a conhecer os objetivos desta ciência nos trabalhos de escavação da
necrópole da Igreja.
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“Coleção visitável” na antiga fábrica de moagem de José Mateus Vilhena em S. Domingos.
“José Mateus Vilhena acabou com o gado e a lavoura, quando decidiu adquirir uma cerca em S.
Domingos, no local onde existia um pequeno moinho, pertença dos Miguéis e que funcionava com
uma caldeira a vapor, que se usava nas debulhadoras fixas. Nesse local, construiu uma moagem,
151
por volta do ano de 1925, que chegou a ser a de maior movimento do Distrito de Setúbal. (...)”
No âmbito do projeto de recuperação da antiga moagem de S. Domingos para instalação de um
empreendimento de turismo rural, consideraram os proprietários propor à autarquia uma
parceria de colaboração, com vista á constituição de uma pequena unidade museológica dedicada
á memória do sítio.
O projeto encontra-se em desenvolvimento, com o apoio da Câmara Municipal de Santiago do
Cacém e da Junta de Freguesia de S. Domingos.
151
Fonseca Santos, in “Fábrica de Moagem de José Mateus Vilhena”, Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos, Caderno temático
nº 8, LASA, 2004.
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Valorização do espólio do Posto de Culturas Regadas D. Manuel Castello Branco em Alvalade
“Estação Experimental”, situada na várzea do Sado, nas imediações de Alvalade. Trata-se de um
conjunto de instalações rurais, cuja parte central se abre para um pátio amplo, delimitado por
casões, oficinas e armazéns.
Foi criado por despacho ministerial de 22 de janeiro de 1937.
Por iniciativa e voluntarismo dos seus técnicos, o topo das instalações foi ocupado com alfaias
agrícolas e o equipamento da antiga manteigaria. Do mesmo modo, no escritório, velhos mapas,
fotografias e estudos técnicos, oferecem outras memórias de um percurso de mais de meio
século em torno da água, como motor do desenvolvimento agrícola. Está-se perante um
protomuseu de sítio.
A Junta de Freguesia de Alvalade encetou contactos com os responsáveis do Ministério da
Agricultura no sentido da avaliação conjunta de ações e projetos em prol da salvaguarda e
valorização museológica do sítio e do seu acervo.
1.3 - PATRIMÓNIO NATURAL
Assistimos hoje a uma mudança global dos processos ecológicos, capaz de pôr em causa o
equilíbrio dos sistemas ambientais mais elementares, a água, a atmosfera, o solo e a
biodiversidade. Estes desequilíbrios causados nos ecossistemas e na biosfera influenciam
diretamente a vida das pessoas.
A preocupação com as causas ambientais e a constatação que os recursos naturais não são
inesgotáveis levou as sociedades a interiorizarem a necessidade de fazer esforços para, se não
reverter, pelo menos, amenizar os impactos causados.
Nesta oportunidade, pretende-se identificar os valores do património natural e paisagístico, com
vista à sua sistematização e incremento do ordenamento e valorização do território, através da
promoção e utilização racional dos recursos. A definição de redes coerentes de zonas e elementos
Versão Final
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notáveis permitirá, no futuro, perspetivar novas medidas de conservação e combater situações de
degradação.
A diversidade biológica, ou biodiversidade, refere-se à multiplicidade e variabilidade de vida,
incluindo a variabilidade genética dentro das populações e espécies, a variabilidade de espécies
da flora, da fauna e de microrganismos, a variabilidade de funções ecológicas desempenhadas
pelos organismos nos ecossistemas, a variabilidade de comunidades, habitats e ecossistemas
formados pelos organismos.
1.3.1 - ÁREAS CLASSIFICADAS
Com relevo especial e com estatutos de proteção já estabelecidos, temos no Município de
Santiago do Cacém várias áreas classificadas:
A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha;
A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André;
O Sítio Rede Natura 2000 Comporta/Galé;
O Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste.
1.3.1.1 - A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha
A Reserva Natural das Lagoas de Santo André e Sancha “é constituída essencialmente por um
conjunto de ecossistemas litorais e sub-litorais, incluindo como elemento fundamental os sistemas
lagunares de Santo André e da Sancha. Marginando ambas as lagoas ocorre um conjunto
diversificado de ecossistemas aquáticos e ribeirinhos influenciados, em maior ou menor grau,
pelas águas doces e salobras, incluindo pequenas áreas de sapal, salgueirais, caniçais, juncais,
urzais palustres e pastagens húmidas. A classificação como Área Protegida teve como principal
objetivo a conservação do elevado valor ecológico destas duas zonas húmidas e das suas áreas
envolventes, nomeadamente enquanto áreas importantes para a reprodução, invernada e
Versão Final
207
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
migração de aves. O estatuto de proteção visa também a proteção do complexo dunar envolvente
e da faixa marítima adjacente que alberga uma fauna marinha característica”152. A elevada
produtividade do ecossistema lagunar revela-se na forte tradição histórica da atividade piscatória,
assinalada desde meados do século XVIII, que levou à fixação de uma comunidade de pescadores
do litoral centro (Aveiro, Murtosa e Ílhavo). Na atualidade a pesca envolve entre 30 a 50
pescadores, que se dedicam sobretudo à captura da enguia (Anguilla anguilla). A importância
socioeconómica da pesca na Lagoa e a importância desta atividade tradicional para a cultura e
identidade local é simultaneamente uma ameaça e uma oportunidade tanto para a preservação
do ecossistema da Lagoa quanto para a projeção desta área protegida enquanto fator de
desenvolvimento económico, nomeadamente através do turismo. A pesca da enguia é também
um elemento de valorização cultural da Reserva, contribuindo para a conservação do seu
património histórico e cultural.
152
http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-LagoasSAndre/A+Reserva/Porque+foi+classificado/
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 43 – Limite da Reserva natural das Lagoas de Santo André e da Sancha (esquerda) e Lagoa de Santo
André (direita)
1.3.1.2 - A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André
A Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André (PTZPE0013) é constituída por uma lagoa
costeira separada do mar por uma estreita faixa de dunas e cuja profundidade média anual é de
1,8 m. Nas margens existe uma vegetação palustre dominada por Phragmites australis, Scirpus
maritimus, Scirpus lacustris, Spartina versicolor e Tamarix africana.
É uma das mais importantes zonas húmidas nacionais para as aves, sendo de destacar a presença
de Pato-de-bico-vermelho e Galeirão. Possui grande valor para a passagem de passeriformes
migradores transarianos, ciconiiformes e limícolas.153
Fonte: CMSC
153
Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. II – Fichas de ZPE e glossário de orientações de gestão
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 44 – Zona de Proteção Especial da Lagoa de Santo André (esquerda) e vista aérea da Lagoa (direita)
1.3.1.3 - O Sítio Rede Natura 2000 Comporta/Galé
O Sítio Comporta/Galé (PTCON0034), na sua zona sul compreende uma faixa costeira constituída
por um sistema dunar bem desenvolvido e estabilizado. Os habitats psamófilos estão muito bem
representados e é observável a sequência de dunas desde o mar ao interior, incluindo as
depressões intradunares.
A flora é de elevado valor, com diversas espécies prioritárias (Armeria rouyana, Linaria ficalhoana
e Thymus camphoratos) endemismos lusitanos e ainda outras espécies protegidas.
Quanto à fauna, destaca-se a presença de boga-portuguesa (Chondrostoma lusitanicum) e de
lontra (Lutra lutra). 154
Fonte: CMSC
154
sectorial da Rede Natura 2000, Vol. I – Relatório e Fichas de Sítios da Lista Nacional
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Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 45 – Sítio Rede Natura 2000 Comporta Galé (esquerda) e praia da Costa de Santo André (direita)
1.3.1.4 - O Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste
O Sítio Costa Sudoeste (PTCON0012) é uma área litoral de qualidade paisagística e ecológica
extraordinária, sendo no Município de Santiago do Cacém constituída pelas cabeceiras do sistema
hidrográfico do Mira. 155
Fonte: CMSC
Figura 46 – Limite do Sítio Rede Natura 2000 Costa Sudoeste, no Município de Santiago do Cacém
1.3.2 - OUTRO PATRIMÓNIO NATURAL
Para além das áreas classificadas, existem outros territórios e elementos de inegável valor, tanto
do ponto de vista da conservação da natureza, como histórico, cultural, paisagístico e até
identitário.
155
Plano sectorial da Rede Natura 2000, Vol. I – Relatório e Fichas de Sítios da Lista Nacional
Versão Final
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Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.3.2.1 - As Paisagens
As paisagens desde sempre sofreram modificações. Antes de qualquer ação humana, a ação
natural dos elementos operou transformações que criaram as realidades geográficas sobre as
quais se implantaram as atividades humanas.
A paisagem é, pois, o resultado das transformações operadas pelo Homem sobre a natureza, para
colmatar as suas necessidades e o seu desenvolvimento. A sua preservação significa a salvaguarda
de valores históricos, culturais e naturais, que são a chave da identidade dos lugares e das suas
populações.
Contribuindo de forma marcante para a construção das culturas locais e para a consolidação da
sua identidade, a paisagem é igualmente um elemento fundamental na qualidade de vida das
populações. 156
No Município de Santiago do Cacém são de especial importância as seguintes unidades de
paisagem:
O montado de sobro e azinho;
O sobreiral estreme das encostas das serras;
O troço do médio Sado bem como as suas ribeiras afluentes;
As vistas para as zonas costeiras, tomadas a partir do Passeio das Romeirinhas, Cerro
da Inês, Livramento e outros sítios destacados;
156
Os espelhos de água das barragens de Campilhas e Fonte Serne;
As praias.
Convenção Europeia da Paisagem, Conselho da Europa 2000.
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.3.2.1.1 - O MONTADO DE SOBRO E AZINHO
O montado de sobro e azinho deve ser relevado não apenas pela sua importância geográfica no
Município mas também pela sua importância socioeconómica, biofísica, faunística e florística e,
ainda, pela tradição e importância dos sistemas agrossilvopastoris na região mediterrânica.
O uso múltiplo dos povoamentos de sobreiro e azinheira tem um elevado valor para a
conservação da diversidade biológica e “uma das explicações possíveis para o maior índice de
diversidade dos montados resulta da existência de diferentes tipos de “sub-habitats” que
arrastam, cada um deles, cortejos distintos de espécies, os quais somados originam um número de
espécies sempre superior aos dos habitats considerados “naturais””157
Neste mosaico de paisagem deverá ser sempre conjugada a permanência dos povoamentos e do
sistema cultural com a conservação da biodiversidade.
“O montado corresponde à imagem de marca da paisagem agrária do Alentejo. É um tipo de
paisagem, inteiramente construído, em que todos os traços se devem à história agrária e ao
trabalho humano, que transformaram a brenha mediterrânea”. 158
Fonte: CMSC
157
158
Avaliação dos planos territoriais face às dinâmicas de desenvolvimento do concelho de Santiago do Cacém – Sidónio Pardal
Evolução da paisagem de Montado no Alentejo Interior ao longo do séc. XX – Denise de Brum Ferreira
Versão Final
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Figura 47 – Montado de Sobro e Azinho nas freguesias do Cercal do Alentejo (esquerda) e S. Domingos
(direita)
1.3.2.1.2 - OS SOBREIRAIS ESTREMES DAS ENCOSTAS DA SERRA
Os sobreirais estremes das encostas da serra são um tipo de paisagem caracterizador da região de
Santiago do Cacém.
As serras de Grândola e do Cercal estendem-se na direção Norte-Sul e fazem a transição entre a
planície litoral e a planície cerealífera do interior, apresentando bosque de sobro e sub-bosque de
matos, em que a densidade e variedade do coberto com espécies florísticas e faunísticas
interessantes se devem a intervenções humanas pouco degradadoras.
Estas serras surgem como ilhas de relevo por contraste com as planícies envolventes e que,
devido à proximidade do mar, criam condições ecológicas específicas.
O seu clima, de influência atlântica, é mais moderado do que na planície interior, para o qual a
serra constitui uma barreira à passagem das massas de ar carregadas de humidade vindas do mar.
Devido às diferenças de temperatura e precipitação, a vegetação apresenta características
próprias.
Os densos sobreirais estendem-se por vales e encostas, sob os quais se desenvolve um matagal
mediterrânico riquíssimo, onde aparecem medronheiros (Arbutus unedo), aroeiras (Pistacia
lentiscus), gilbardeiras (Ruscus aculeatus), entre outros. De destacar o aparecimento do carvalhoportuguês (Quercus faginea) junto às linhas de água, o que revela a influência atlântica no clima.
Aqui desenvolve-se uma densa vegetação ripícola, habitat de diversas espécies de aves e
mamíferos.
Os povoamentos suberícolas, para além da sua função produtiva direta, produzem bens e
prestam importantes serviços ecológicos à sociedade que – por não terem mercado no sentido
económico do termo - dificilmente se podem contabilizar.
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 48 – Sobreirais Estremes no Livramento S. Francisco da Serra (esquerda) e Serra do Cercal do
Alentejo (direita)
1.3.2.1.3 - OS SISTEMAS AGRÍCOLAS E SILVOPASTORIS ASSOCIADOS À CULTURA
CEREALÍFERA
Os sistemas agrícolas e silvopastoris associados à cultura cerealífera são um tipo de paisagem
caracterizadora do interior do Município, constituindo a continuação para Este e para Sul da área
de montado de sobro. Trata-se de uma das paisagens mais identitárias do Alentejo que, no
Município de Santiago do Cacém, se revela muito bem integrada em mosaicos de sequeiro e
regadio, entrecortado pelas áreas de montado, traduzindo-se em riqueza e diversidade
paisagística.
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 49 – Sistemas agrícolas e silvopastoris em São Domingos (esquerda) e Cercal do Alentejo (direita)
1.3.2.1.4 - O TROÇO DO MÉDIO SADO E SUAS RIBEIRAS AFLUENTES
O troço do médio Sado e suas ribeiras afluentes constituem a encosta suave que desce da Serra
de Grândola em direção ao vale do Sado e se prolonga para Este até ao limite do Município, onde
o montado de sobro se associa a superfícies agrícolas de sequeiro. É percorrida por uma rede
hidrográfica intercetada por albufeiras, que permitem a rega das várzeas das ribeiras de
Campilhas, S. Domingos e Corona a Oeste, e Messejana e Roxo a Este do Sado.
O povoamento rural é concentrado em montes e em compactos aglomerados urbanos distantes
uns dos outros.
Os usos e costumes são consistentes com as características biofísicas do território e com a sua
história, e transmitem sensações de calma e tranquilidade. Nos pontos mais altos e abertos, a
sensação de amplitude do território e de domínio sobre o horizonte longínquo é bastante
marcado.
A peneplanície cerealífera é constituída por paisagens de horizontes baixos onde se vislumbram
os contrastes de luz e as cambiantes cromáticas devido à sua ampla abrangência visual e de onde
se realçam as cambiantes de cor ao longo do ano.
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 50 – Rio Sado na Freguesia de Ermidas-Sado (Esquerda) e afluente/ribeira de S. Domingos na
Freguesia de São Domingos
1.3.2.1.5 - AS VISTAS PARA A ZONA COSTEIRA
As vistas para a zona costeira podem ser desfrutadas a partir de pontos proeminentes do
território, de entre os quais se destacam o Passeio das Romeirinhas, Castelo de Santiago do
Cacém, Cerro da Inês, Livramento, Convento, Moinho Queimado, cabeços da Serra do Cercal,
entre outros.
Os pontos elevados e abertos para o horizonte são locais de elevado valor cénico e sensorial,
permitindo uma leitura ampla do território e uma sensação de anfiteatro banhado por uma luz
especial, em que os ventos e brisas nos trazem a presença e o cheiro de mar.
Como elemento especial e singular de referenciação temos a Área Industrial de Sines, nova
componente visual tecnológica que já se entranhou na paisagem e no quotidiano das populações.
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 51 – Vistas para a Zona Costeira a partir das Romeirinhas, Santiago do Cacém (esquerda) e do
Livramento, S. Francisco da Serra (direita)
1.3.2.1.6 - OS ESPELHOS DE ÁGUA
Os espelhos de água mais marcantes do Município são as albufeiras das barragens de Campilhas,
Fonte Serne e Daroeira e a Lagoa de Santo André.
A presença destes espelhos de água de dimensão apreciável empresta à paisagem uma nova
configuração e enriquece, diversifica e valoriza a beleza natural do território.
As barragens e as suas albufeiras - além das funções como reservatórios de água para a
agricultura e como reguladores dos caudais dos cursos de água - têm bastante interesse para a
exploração da sua vertente turística e porque são locais chave de concentração de biodiversidade,
por possuírem inúmeros espaços de orla ou charneira e pela amenização do clima que
proporcionam.
Nas suas margens joga-se um permanente confronto, em que o verde das galerias ripícolas se
digladia com os reflexos prateados e acobreados das massas de água, para deleite dos
transeuntes.
A Lagoa de Santo André tem um elevado interesse em termos paisagísticos, devido à dinâmica de
formas, cores, cheiros, texturas e atividades que se sucedem ao longo do ano.
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte: CMSC
Figura 52 – Espelhos de Água, Barragem de Fonte Serne, S. Domingos (esquerda) e Barragem de
Campillhas, Cercal do Alentejo (direita)
1.3.2.1.7 - AS PRAIAS
As quatro praias do Município de Santiago do Cacém - Costa de Santo André, Porto das Carretas,
Areias Brancas e Fonte do Cortiço - são parte integrante do extenso (mais de 60 km) areal
arqueado que liga Troia a Sines. Aqui a planície litoral é separada do Oceano por um longo e bem
conservado cordão dunar onde, a espaços, espreitam arribas areníticas.
No caso da Costa de Santo André, a praia apresenta ainda a singularidade de ser banhada por um
lado, pelo Oceano e por outro pela Lagoa.
Três destas praias, Porto das Carretas, Areias Brancas e Fonte do Cortiço, têm ainda a
particularidade de estarem incluídas na área da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e
Sancha.
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Fonte: CMSC
Figura 53 – Praias da Fonte do Cortiço (esquerda) e Praia da Costa de Santo André (direita)
1.3.3 - OUTROS ELEMENTOS NATURAIS
Algumas árvores apresentam características excecionais e chamam a nossa atenção. Por motivos
variados conseguem sobreviver à passagem do tempo, tornando-se autênticas lendas vivas,
fortemente unidas ao homem e à sua envolvente.
Os seres vivos maiores e mais velhos que se conhecem são árvores. No Município de Santiago do
Cacém existem alguns exemplares ou conjuntos de árvores notáveis, no entanto, este património
não foi, ainda, sistematizado e devidamente estudado e catalogado.
Desta forma, é, a título de exemplo, referido o conjunto de eucaliptos de Vale Verde.
Os eucaliptos de Vale Verde
Os Eucaliptos de Vale Verde constituem um conjunto de três árvores - uma delas centenária - que
pelo seu porte, desenho e interesse, encerram um património de valor ecológico, paisagístico e
cultural.
Versão Final
220
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Ernesto Goes já referenciava a maior destas árvores como tendo 8,44 m de PAP (a 1,30 m do solo)
e uma copa frondosa com 32 m de diâmetro.159
Este conjunto é também um património excecional do ponto de vista da proteção dos recursos
genéticos.
Fonte: CMSC
Figura 54 – Eucaliptos de Vale Verde, Santiago do Cacém
159
Arvores Monumentais de Portugal
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Figura 55 – Património Natural no Município de Santiago do Cacém
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
1.4 - INVESTIGADORES E PUBLICAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA LOCAL
•
A. Marcos G. de Carvalho
Tufos Calcários quaternários de Santiago do Cacém. Lisboa, Ed. Finisterra. 1973.
•
A. M. Dias Diogo
Ânforas romanas de Miróbriga, Arquivo de Beja, Vol. X. 1999.
•
A. Pedro de Azevedo
Cercal. Grutas. Arqueólogo Português, v. 3. Lisboa. 1897.
•
António Martins Quaresma
Sines: séculos XIX e XX. In Catálogo da exposição instalada no Museu de Sines, Sines, Município
de Sines, 2009 (no prelo).
De Milícia de Cristo a Entidade Senhorial. Notas sobre a Ordem de Santiago da Espada no
Litoral Alentejano. In Catálogo da exposição No caminho sob as estrelas (julho – outubro
2007), dir. José António Falcão, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico da
Diocese de Beja (no prelo).
O Alentejo Meridional: Mito e Realidade. In Entre o Céu e a Terra: Arte Sacra da Diocese de
Beja (dir. José António Falcão), vol. I, Beja, Departamento do Património Histórico e Artístico
da Diocese de Beja, 2000.
Sines no Trânsito da Época Medieval para a Época Moderna. In Da Ocidental Praia Lusitana,
Vasco da Gama e o seu Tempo, Lisboa, Comissão Nacional para Comemorações dos
Descobrimentos Portugueses, 1998
Forte do Pessegueiro. Guerra, religião e poder. In Atas do I Encontro de História do Litoral
Alentejano, Sines, Centro Cultural Emmerico Nunes, 2009.
Versão Final
223
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Rio Mira: Características Físicas e Navios de Comércio. In II Congresso Sobre o Alentejo.
Semeando Novos Rumos, II, Beja, maio 1987.
Importância Histórica do Rio Mira como Via de Penetração no Interior – Séculos XIX e XX. In I
Congresso Sobre o Alentejo. Semeando Novos Rumos, I, Évora, 1985.
Porto Covo. O Iluminismo no litoral alentejano, conferência apresentada, em 5 de junho de
2009, no ciclo de conferências, sob o tema Arquitetura e Urbanismo na Época Pombalina, org.
Espaço e Memória, Oeiras, 5 de junho de 2009.
Entre aplausos e lamentos: a chegada do caminho de ferro a Odemira, colóquio para assinalar
os 120 anos da construção do troço ferroviário Casével – Amoreiras, em Amoreiras-Gare, 2 de
maio de 2008, promovido pelo Município de Odemira e Associação de Desenvolvimento Local
de Amoreiras.
Porto Covo. O Iluminismo no litoral alentejano, Sines, Museu de Sines e Câmara Municipal de
Sines, no prelo.
Forte do Pessegueiro, Sines, Museu de Sines e Câmara Municipal de Sines, 2009.
Cerealicultura e farinação, no concelho de Odemira. Da baixa Idade Média à Época
Contemporânea, Odemira, Município de Odemira, 2009.
Alexandre Massai: a “Escola Italiana” de Engenharia Militar no Litoral Alentejano (séculos XVI e
XVII), Sines, Centro Cultural Emmerico Nunes, 2007.
Odemira Histórica. Estudos e Documentos, Odemira, Município de Odemira, 2006.
Vila Nova de Milfontes. História, V.N. de Milfontes, Junta de Freguesia, 2003.
Rio Mira. Moinhos de Maré, Aljezur, Suledita, 2000.
Colos. Contributo para a sua História, Odemira, Câmara Municipal de Odemira, 1999.
Versão Final
224
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
A Barca de Odemira, Odemira, Câmara Municipal de Odemira, 1993.
•
António Jacinto Maria de Vilhena
Roteiro da Vila de Santiago do Cacém, Lisboa. 1938.
Ramal de Sines – Subsídios para a sua Construção. Lisboa. 1937.
•
Américo Lazaro Leal
O rosto da Reforma Agrária. Lisboa. Avante. 2005. Col. Resistência.
•
Alfredo Duro
História do primeiro automóvel entrado em Portugal. Lisboa. Ed. Autor. 1955.
•
Ana Barceló y Cármen Labarata
Lápides Árabes em el Museo de Santiago do Cacém (Portugal), Al-quantara, revista de estudios
árabes, Madrid, 1951.
•
Ana Durão Machado
Casas e Cozinhas : uma breve abordagem sobre a arquitetura doméstica no Concelho de
Santiago do Cacém (não publicado), 2004.
Alfaiates e costureiras: um olhar sobre o engenho da agulha e do dedal. Cadernos do
património, 2 Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Museu Municipal.
2008.
A barbearia: a arte de barbear e pentear. Cadernos do património, 1 Santiago do Cacém:
Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Museu Municipal. 2008.
•
Batalha Gouveia
Os Nomes das Terras de Santiago do Cacém. Arquivo de Beja, v.2, Beja. 1984.
•
Carlos Soares
Versão Final
225
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém (Breves notas para a sua História). Ed. Santa
Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém.
Famílias Antigas de Santiago do Cacém. Alguns Falcões na Santa Casa da Misericórdia. In Anais
da Real Sociedade Arqueológica Lusitana, 2.ª Série – 2.º Volume, ed. Real Sociedade
Arqueológica Lusitana. 1988.
•
Carlos Sobral
Ao Encontro do Nosso Património Histórico. Igreja de Abela, in «Informação Municipal do
Município de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do
Cacém, n.º 5, março de 1999.
Ao Encontro do Nosso Património. Alvalade, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 6,
junho de 1999.
Ao Encontro do Nosso Património. Cercal do Alentejo, in «Informação Municipal do Município
de Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º
7, outubro de 1999.
Ao Encontro do Nosso Património. Ermidas-Sado, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 8,
janeiro de 2000.
Santiago do Cacém. De Miróbriga ao Castelo, in «Centros Históricos», Ed. Associação
Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico, An. I, 2.º ser., n.º 3, Abr./junho de 2000.
Ao Encontro do Nosso Património. Santo André, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 9,
maio de 2000.
Versão Final
226
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Ao Encontro do Nosso Património. Santiago do Cacém, in «Informação Municipal do Município
de Santiago do Cacém», Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 10, setembro de
2000.
Ermidas de Alvalade (Séculos XVI a XX), in «Notícias de Beja», Beja, n.º 3622, 21 setembro de
2000.
Ao Encontro do Nosso Património. Santa Cruz, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 11,
dezembro de 2000.
Pero a Caminho, ou o Caminho Que Leva ás Casas, de João Lourenço, Guia de
Percursos/Alentejo, Ed. Esdime, 2000 (colaborador para as Freguesias de Abela, S. Domingos,
S. Bartolomeu e Santiago do Cacém).
Ao Encontro do Nosso Património. S. Domingos, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal, n.º 12, março de 2001.
Manuel José Santinhos (Ti Manel Zé do Tojal), in «O Canto do Tojal», Folheto da Exposição,
Escola Básica do 1.º Ciclo, Santo André, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, abril de
2001.
Ao Encontro do Nosso Património. S. Francisco, in «Informação Municipal do Município de
Santiago do Cacém», Santiago do Cacém, Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém, n.º 13,
maio de 2001.
Património Edificado de Santiago do Cacém. Breve Inventário, Lisboa, Ed. Edições
Colibri/Câmara Municipal de Santiago do Cacém, julho de 2001.
Diferentes abordagens Didáticas ao Alto - Relevo de Santiago Matamouros da Igreja Matriz de
Santiago do Cacém, in «Cadernos de Estudos Locais», Ed. Associação Cultural de Santiago do
Cacém, n.º 2 (não publicado).
Versão Final
227
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Medalha Comemorativa dos 100 anos do Automóvel em Portugal, in «Catálogo da I Mostra de
Medalhística - Santarém 2001», Ed. Câmara Municipal de Santarém, 2002.
Património Edificado de Cercal, in «Gentes e Culturas - Freguesia de Cercal do Alentejo», n.º 1,
Ed. LASA, 2003.
Uma obra de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do
concelho de Santiago do Cacém: O Cristo de Santa Cruz, in «Gentes e Culturas - Freguesia de
Santa Cruz», n.º 2, Ed. LASA, 2003.
Duas obras de referência para o conhecimento do património artístico das freguesias do
concelho de Santiago do Cacém: A Adoração do Santíssimo Sacramento de S. Francisco da
Serra e A Árvore de Jessé de S. Francisco da Serra, in «Gentes e Culturas - Freguesia de S.
Francisco da Serra», n.º 3, Ed. LASA, 2003.
O Monte das Relvas (S. Bartolomeu da Serra) - Analogias arquitetónicas com outros edifícios
do centro histórico de Santiago do Cacém, in «Gentes e Culturas- Freguesia de S. Bartolomeu
da Serra», n.º 5, Ed. LASA, 2004.
A Porta do Sol - Ensaio sobre o seu simbolismo e iconografia, in «Gentes e Culturas - Freguesia
de Santiago do Cacém», n.º 6, Ed. LASA, 2004.
Os muros da nossa paisagem, in «Cena's», n.º 4, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2005.
Capelas, atalaias, e outros topónimos que tais, in «Cena's - Publicação Cultural», n.º 5, Vila
Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2005.
A Patrimónia - História com Histórias em Santiago, Ed. Câmara Municipal de Santiago do
Cacém, 2005 (coautor).
As Fontes, in «Cena's-Publicação Cultural», n.º 6, Vila Nova de Santo André, Ed. Ajagato, 2006
(a publicar).
Versão Final
228
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Chapas de Companhias de Seguros do Centro Histórico de Santiago do Cacém, Ed. Câmara
Municipal de Santiago do Cacém e Companhia de Seguros Fidelidade - Mundial S.A., 2006.
A Importância da Localização da Igreja de S. Pedro na Construção Administrativa do Extinto
Concelho do Cercal, in «MUSA. Museus, Arqueologia e Outros Patrimónios», Ed. Fórum
Intermuseus do Distrito de Setúbal Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal,
2006.
•
Caderno de Património, n.º 0. (coord. C.M.S.C.). O Homem a Terra e a Lagoa. Ed.
Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
•
Cadernos de Estudos Locais. /cord. João Madeira). Ed. Associação Cultural de Santiago
do Cacém. 2000.
• Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares
O monumento megalítico da Palhota (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 2-3, 1976-77.
Ocupação da II Idade do Ferro da Pedra da Atalaia (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica,
4, 1978.
Uma jazida do Bronze Final na Cerradinha (Lagoa de Santo André, Santiago do Cacém). Setúbal
Arqueológica, 4, 1978.
Alguns aspetos do Neolítico antigo do Alentejo Litoral. Atas da I Mesa Redonda sobre o
Neolítico e o Calcolítico em Portugal. Porto: GEAP, 1979.
Cerâmica pré-romana de Miróbriga (Santiago do Cacém). Setúbal Arqueológica, 5, 1979.
GONÇALVES, V. S.; PINHO MONTEIRO, J.; SOARES, J.; FERRER DIAS, L.– Descobertas
arqueológicas no Sul de Portugal. Setúbal/Lisboa: MAEDS e UNIARQ. 1980.
Pré-história da Área de Sines. Lisboa: Gabinete da Área de Sines. 1981.
Versão Final
229
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Des structures d’habitat du Neolithique ancien au Portugal. In Le Neolithique ancien
mediterraneen. Actes du Colloque Internacional de Prehistoire (Archeologie en Languedocnºspecial). Montpellier. 1982.
Contribuição para o estudo do Megalitismo do Alentejo Litoral. A sepultura do Marco Branco
(Santiago do Cacém). O Arqueólogo Português, 1 (S. IV), 1983.
Les communautés du Néolithique Ancien dans le Sud du Portugal. Prémières Communautés
Paysannes en Méditerranée Occidentale. Actes du Colloque International du C.N.R.S.,
Montpellier, 1983), Paris, 1987.
FERREIRA, E. J.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P. - O património arqueológico do Distrito de Setúbal.
Subsídios para uma carta arqueológica. Setúbal: Associação de Municípios do Distrito de
Setúbal. 1993.
De Miróbriga a Santo André pelos domínios da Arqueologia. Da Arqueologia à História. Pelo
caminho das pedras. Santiago do Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1997.
Protomegalitismo no Sul de Portugal: inauguração das paisagens megalíticas, In V. S.
GONÇALVES (ed.), Muitas antas, pouca gente?. Atas do I Colóquio Internacional sobre
Megalitismo (Trabalhos de Arqueologia, 16), 2000.
Territórios da Pré-história em Portugal. Setúbal e Alentejo Litoral. Tomar: Centro de Préhistória do Instituto Politécnico de Tomar. 2006.
•
Clementino Amaro
BARRETO, Manuel Rosivelt dos Santos. Villa Romana da Herdade dos Conqueiros, (Alvalade
Sado). Informação Arqueológica, 2, Lisboa, 1982.
•
Cónego António Rebelo dos Anjos
A Igreja Matriz de Sant’Iago de Cacém (Apontamentos Histórico – litúrgicos). Santiago do
Cacém, Tip. A Gráfica. 1933.
Versão Final
230
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
•
Dina Nunes Calado
Pescadores e Pesca na Costa de Santo André. In História, n.º 41, janeiro. 2002.
Pescadores e Pesca na Costa de Santo André. In Gentes e Culturas, Freguesia de Santo André.
Edição LASA. 2004.
•
Fernando D Almeida
Nota sobre os restos do circo romano de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Revista
de Guimarães, Guimarães, 73, 1963
Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Setúbal, Junta Distrital de Setúbal.
1964.
O Santuário romano campestre de Miróbriga dos Célticos, Revista Guimarães, Guimarães, 78,
1968.
A Arte Visigótica em Portugal. O Arqueólogo Português. Vol. 4. Lisboa. 1962.
•
Fonseca Santos
Direção e autoria de artigos nos cadernos temáticos “Gentes e Culturas”. Freguesias de
Santiago do Cacém. 2003 – 2004. Ed. LASA.
•
Francisco Fernandes Lopes
Bataça e Mirobriga. Atas do XII Congresso Luso-Espanhol para o progresso das Ciências. Tomo
III. Lisboa. 1950.
•
Francisco Lobo de Vasconcellos
José de Benedito Hidalgo Vilhena. O Inicio do século através de um pioneiro da fotografia. Atas
do 1.º Encontro de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. 2008.
Versão Final
231
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
As quintas em redor de Santiago do Cacém – elementos para o seu inventário in Atas do 2.º
Encontro de História do Alentejo Litoral. Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. Sines, dezembro
de 2010.
•
Gentil José Cesário
Casas de Terra – Coautoria de artigo, publicado em Caderno de Estudos Locais 1, 2000,
Santiago do Cacém, páginas 4 a 12, edição Associação Cultural de Santiago do Cacém.
Memórias do Passado, Momentos do Presente – Catalogo da exposição homónima, patente na
Feira do Monte/2007 (1 a 2 de setembro de 2007), lançado no dia 1 de setembro de 2007,
edição CMSC (DCI).
Açúcar, Pimenta e Canela, Retrato de Santiago do Cacém ao Tempo do Foral Manuelino –
coautoria do catálogo da exposição com o mesmo nome, em conjunto com Dr.ª Luísa Gomes
(Arquivo Municipal), lançado do dia 14 de setembro de 2010, edição CMSC.
1755, O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém – Livro lançado no dia 28 de
fevereiro de 2009, edição JFSC.
1808, Santiago do Cacém e a 1.ª Invasão Francesa – Livro lançado no dia 9 de julho de 2010,
edição JFSC
1755, O Terramoto de Todos os Santos em Santiago do Cacém – artigo publicado na revista
MUSA, lançada no dia 13 de novembro de 2010, publicação MAEDS.
1808, Santiago do Cacém e a resistência aos franceses – artigo publicado nas Atas do 2.º
Encontro de História do Alentejo Litoral, lançadas no dia 29 de janeiro de 2011, publicação
Centro Cultural Emmerico Nunes.
• Jeanette – Smit Nolen
Alguns fragmentos de paredes finas de Mirobriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 2-3, 1976-77.
Ampurian gray wore from Miróbriga, Conimbriga, Coimbra, 18, 1979.
Versão Final
232
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
• Joaquim Alberto da Paz
Alguns Aspetos petrográficos das rochas carbonatadas do MALM inferior da região de Santiago
do Cacem – Sines. Lisboa, Comunicações dos Serviços Geológicos de Portugal. 1971.
• João da Cruz e Silva
Apontamentos e Considerações sobre as Pesquisas Arqueológicas Realizadas desde 1922 nos
Concelhos de S. Tiago do Cacem, Sines e Odemira. Arquivo de Beja, 1,2,3, Beja, 1, 1944. 1945.
1946.
As Moedas. Livro de Registo das Moedas e Medalhas, Museu Municipal de Santiago do Cacém.
1938. Manuscrito.
Concelho de Santiago do Cacém: Notícia Histórica, Baixo Alentejo.
•
João Esteves
Alda Guerreiro Machado. Dicionário no Feminino (séculos XIX – XX). Ed. Livros Horizonte. 2005.
•
João Madeira
Alda Guerreiro e os 'modernos princípios da pedagogia' em Santiago do Cacém. Santiago do
Cacém. Centro de Formação Contínua de Professores - Santiago do Cacém, Sines e
Grândola, 1995
ABREU, Laurinda As associações de classe dos trabalhadores rurais em Santiago do Cacém
(1910-1914) ; Escrituras matrimoniais em Setúbal no século. Setúbal : SALPA - Associação para
a Salvaguarda do Património Cultural e Natural da Região de Setúbal, DL 1988. - (Património
Ensaio ; 3) Ensaio galardoado com o Prémio Almeida Carvalho 1985-86 Edição subsidiada pela
Câmara Municipal de Santiago do Cacém
A Greve dos Corticeiros de Sines em 1908. História, n.º 87, janeiro. 1986.
E se inventássemos um mar de volta....Cena's. – N.º 3 (primavera - verão 2004), 1974
Versão Final
233
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Anarquistas nos campos do sul. In: Memória Alentejana : boletim informativo. – N.º 11
(inverno 2003)
Os anos novecentos portugueses. In: História. - Ano 22, Série 3, n.º 23 (março 2000)
Os ceifeiros de arroz vieram à vila. In: Cena's. – N.º 9-10
Chegada do comboio a Sines : o "extremar de campos”. In: História. - Ano 24, série 3, n.º 52
(janeiro 2003).
A Cidade Nova. In:Cena's. – N.º 7 (inverno 2006-2007).
Os comboios chegaram tarde a Sines. In: Memória Alentejana: boletim informativo. – N.º 3
(outono 2001).
Corticeiros de Sines: um pequeno e dinâmico núcleo proletário. In: Memória Alentejana:
boletim informativo. – N.º 3 (outono 2001).
Escola liberal. In: Cena's. – N.º 12.
Estava um 'cante' do mais lindo. In: Cena's. – N.º 2 (outono - inverno 2003).
A exposição das searas no porvir. In: História. - Ano 20, (Nova série), n.º 1 (abril 1998).
Uma história local do PCP ou o «real e determinante papel dos comunistas»? In: História. - Ano
19, (Nova série), n.º 33 (julho 1997).
Janelas de luz no negrume da vila : 150 anos de associativismo em Santiago do Cacém. In:
Cadernos de estudos locais. – N.º 1 (2000). - p. 45-54 Comunicação apresentada nos colóquios
"150 anos de Associativismo em Santiago do Cacém", novembro de 1997, janeiro de 1998.
Mondadeiras de arroz nas várzeas alagadas de Brescos. In: Cena's. – N.º 5 (primavera - verão
2005).
Versão Final
234
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
A morte e o mito nos campos do Sul. In: História. - ISSN 0870-4538. - Ano 25, série 3, n.º 66
(maio 2004).
Pasmo na vila e nas aldeias: um conde de "Locomóvel". In: Arquivo de Beja. - ISSN 0873-3422. Série 3, vol. 5 (agosto 1997).
Ranchos de fora nos campos de arroz de Alcácer. In: Memória Alentejana: boletim informativo.
– N.º 5 (verão 2002).
Tempos de Sol Nascente: Sol Nascente. Da cultura republicana e anarquista ao Neorrealismo.
In: Nova Síntese. - ISSN 1646-5989. – N.º 2-3 (2007-08).
•
J. A. Ferreira de. Almeida
Três Lucernas do Museu de Santiago do Cacém”, o Arqueólogo Português, Nova série I, Lisboa,
1951.
Introdução ao estudo das lucernas romanas em Portugal. O Arqueólogo Português. Lisboa. 2
(N.S.). 1953.
•
José António Falcão
Duas paisagens românticas no património alentejano. In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. –
N.º 87 (Nov. 2008), p. 102-103
A a Z : Arte Sacra da Diocese de Beja. Beja : Departamento do Património Histórico e Artístico
da Diocese de Beja, 2006.
Achega para o estudo da atividade do entalhador António da Fonseca em Santiago do Cacém:
a construção do retábulo-mor da igreja da misericórdia em 1742. Santiago do Cacém : Santa
Casa da Misericórdia, 1995. - (Estudos e documentos ; 1)
Arte Sacra do concelho de Santiago do Cacém: roteiro da exposição. pref. [de] Ramiro
Francisco Guiomar Beja. - Santiago do Cacém : Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1990
Versão Final
235
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Santiago do Cacém, 1980.
As estrelas de Santiago. In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. – N.º 75 (Set. 2007), p. 96-98
Fontes sobre o segundo retábulo da Igreja de Nossa Senhora do Monte (Santiago do Cacém).
Ferreira do Zêzere : Centro de Estudos Históricos e Etnológicos, 1986
Igreja matriz de Santiago Maior (Santiago do Cacém). In: Mais Alentejo. - ISSN 0874-5056. – N.º
79 (Fev. 2008), p. 90-91
Pintores que trabalharam para a Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém.
Lisboa : [s.n.], 1986 Vol. 1: 1707-1708, 1710-1711
Referência acerca da capela de Santo António de Santiago do Cacém em 1689. In: Anais da
Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 93-96
Toponímia do município de Santiago do Cacém. Santiago do Cacém : [s.n.], 1979
José António Falcão em colaboração com:
CARDOSO, Carlos Lopes, e outro. Santo António e as alminhas populares / In: Anais da Real
Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 197-220
Carlos Lopes, e outro Santo António e as alminhas populares : apêndice documental :
ilustrações.In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol.
2 (1988), p. 239-244.
Epigrafia romana do concelho de Santiago do Cacém I : a ara funerária da Herdade da
Cascalheira (Santo André) / José António Falcão, Jorge M. Rodrigues Ferreira, Amílcar Guerra,
Versão Final
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Arnaldo Espírito Santo In: Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. Série 2, vol. 2 (1988), p. 37-48 Fundo Local
Gentes e culturas: freguesia de Santo André / [textos de] Fonseca Santos, José António Falcão,
Dina Nunes Calado, Albano Miguel, João Madeira, Celina Dhanani, Teresa Chaves, Raul
Oliveira. - [1.ª ed.]. - Vila Nova de Santo André: LASA-Liga dos Amigos de Vila Nova de Santo
André, 2004. - (Caderno temático; 11).
PEREIRA, Fernando António Batista, e outro Pintura maneirista do distrito de Setúbal I : duas
adorações da igreja matriz de Santiago do Cacém atribuídas a José de Escovar.In: Anais da Real
Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 2 (1988), p. 155-186.
PEREIRA, Fernando António Batista. O alto-relevo de Santiago combatendo os mouros da igreja
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Arqueológica Lusitana. In: Arquivo de Beja. - Série 2, vol. 2 (1983-1985), p. 189-193
CONESA, Jaime Coll. Fragmentos de azulejos mudéjares provenientes das ruinas do convento
de Nossa Senhora do Loreto (Santiago do Cacém). In: Anais da Real Sociedade Arqueológica
Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 2 (1988), p. 91-102.
PEREIRA, Fernando António Batista. A imagem gótica da Igreja de São Bartolomeu da Serra
(Santiago do Cacém). Beja: Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de
Beja, 1996. - (Monografias; 2) ISBN 972-8354-01-0
FERREIRA, Jorge M. Rodrigues. Marcas lapidares da igreja matriz de Santiago do Cacém (I) In:
Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitana. - ISSN 0870-7766. - Série 2, vol. 1 (1987), p. 6176.
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237
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(Baixo Alentejo - Diocese de Beja). - Évora: [s.n.], Separata de: Igreja Eborense, n.º 10, 1986, p.
182-192.
José António Falcão e a compilação de Textos:
Décimas populares do Alentejo / [compil. de] José António Falcão. - Braga : Gabinete de
Estudos Históricos de Santiago do Cacém, 1980. - (Biblioteca de Etnografia & Etnologia ; 1).l
José António Falcão e a direção de publicações:
BEJA. Diocese. Departamento do Património Histórico e Artístico Entre o Céu e a Terra : arte
sacra da diocese de Beja / dir. de José António Falcão. - Beja: Departamento do Património
Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2000 Vol. 1: Estudos Vol. 2: Catálogo - Núcleos I, II, III
Vol. 3: Catálogo - Núcleos IV e V Catálogo da exposição "Entre o Céu e a Terra - Arte Sacra da
Diocese de Beja", convento de São Francisco, Beja, 1998 ISBN 972-8354-04-5
BEJA. Diocese. Departamento do Património Histórico e Artístico As formas do espírito: arte
sacra da diocese de Beja / dir. de José António Falcão. - Beja: Departamento do Património
Histórico e Artístico da Diocese de Beja, 2003 Vol. 1: Estudos e Catálogo: Núcleo I - O
Crepúsculo Vol. 2: Catálogo: Núcleo II - A Noite Vol. 3: Catálogo: Núcleo III - A Aurora. Catálogo
da exposição "As Formas do Espírito - Arte Sacra do Sul de Portugal", Palácio Nacional da
Ajuda, Lisboa, 2003 ISBN 972-8354-07-X
As formas do espírito: arte sacra da diocese de Beja: roteiro do serviço educativo / textos [de]
José António Falcão, José Alberto Ribeiro, Susana Flor; il. [de] Catarina Félix. - [Beja] :
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, [2003]. Roteiro infantil
da exposição "As Formas do Espírito - Arte Sacra da Diocese de Beja", Palácio Nacional da
Ajuda, Lisboa, 2003 ISBN 972-8736-73-8
•
Jorge Feio
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A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º encontro de História do
Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.2009.
Vestígios da Cristianização do Concentus Pacensis - As Basilicae de São Bartolomeu (Alvito) e
Monte do Roxo (Alvalade, Santiago do Cacém). Vipasca, Arqueologia e História, n.º 2, 2.ª série,
2007.
•
José Barros Rodrigues
O Trem do Conde, História do Primeiro Automóvel que entrou em Portugal. Ed. Caleidoscópio –
Edição e Artes Gráficas, S. 2004.
•
José de Encarnação
Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo da Romanização. Coimbra.
1984.
• José Carlos Quaresma
Terra sigillata africana, hispânica, foceense tardia e cerâmica africana de cozinha de Mirobriga
(Santiago do Cacém). Conimbriga. XXXVI, 1999.
Terra sigillata africana D e foceense tardia das escavações recentes de Miróbriga (Chãos
Salgados, Santiago do Cacém). Revista Portuguesa de Arqueologia. vol. 2. N.º 2, 1999.
Terra sigillata sudgálica num centro de consumo: Chãos Salgados, Santiago do Cacém
(Miróbriga?). (Trabalhos de Arqueologia; 30). Lisboa: IPA (tese de mestrado em Pré-História e
Arqueologia, consultável on-line em 2003. http://www.ipa.min-cultura.pt/).
Les fabriques des sigillées hispaniques provennantes de La Rioja et Andújar (s. I-II d.C.) à Chãos
Salgados, Santiago do Cacém - Mirobriga?- (Portugal), Rei Cretariae Romanae Fautorum. Ata
40, 2008.
Economia antiga a partir de um centro de consumo lusitano. Terra sigillata e cerâmica africana
de cozinha em Chãos Salgados (Mirobriga?), Dissertação de doutoramento apresentada à
Versão Final
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Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Edição policopiada, 2009. (tese de
doutoramento em Arqueologia, consultável on-line em http://repositorio.ul.pt/R/?func=dbinjump-full&object_id=20859)
Une hypothèse d’importation de vaisselles d’ Henchir es-Srira et de Sidi Aïch à Chãos Salgados
(Mirobriga?), Portugal ?, Rei Cretariae Romanae Fautores. Ata 41, 2010.
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Cau Ontiveros, P. Reynolds e M. Bonifay, eds. - Late Roman Pottery: solving problems of
typology and chronology. European Science Foundation.
(no prelo) - Chãos Salgados (Mirobriga?): génese, evolução e abandono de uma cidade
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(no prelo) - Romanização: adaptações culturais e ambientais em Chãos Salgados (Mirobriga?).
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(no prelo) - Escavações de 2004 e 2005 na área da ponte de Chãos Salgados (Mirobriga?):
estratigrafia, arquitetura e materiais de um setor público da cidade romana. MUSA.
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240
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2004.
• José Olívio Caeiro
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SOREN, D. E BIERS, W., Santiago do Cacém, Informação Arqueológica – 1981. Lisboa.
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• Padre Luiz Cardoso
Alvalade e S. André. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa. Officina Sylviana, e da Academia
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Cercal e S. Cruz. Diccionário Geográfico. Tomo I, Lisboa. Officina Sylviana, e da Academia Real.
1747.
• Luís Pedro Ramos
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• Luísa Ferrer Dias
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• Luísa Ferrer Dias J. R. Viegas
Necrópole lusitano - romana de Monte Sardinha (S. Francisco da Serra), Setúbal Arqueológica,
2-3: 1976-77.
• Luísa Gomes
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coautoria do catálogo da exposição com o mesmo nome, em conjunto com Gentil Cesário
lançado no dia 14 de setembro de 2010, edição CMSC.
• Manuel João da Silva
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Toponímia das ruas de Santiago do Cacém: breve história Santiago do Cacém. Santiago do
Cacém. Câmara Municipal Santiago do Cacém. 1992.
Como era a vida em casa do lavrador: Boieiros e Ganhões. Riqueza dos falares regionais IV.
Edições Colibri / Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2001.
Feiras tradicionais do Município de Santiago do Cacém. Riqueza dos falares regionais V.
Edições Colibri / Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2004.
Pobrezinhos e Malteses de Porro e Manta. Riqueza dos falares regionais III. Ed. Câmara
Municipal de Santiago do Cacém. 1996.
O Mastro da Fonte do Lobo. Riqueza dos falares regionais II. 2.ª Ed. Santiago do Cacém:
Câmara Municipal Santiago do Cacém. 1993.
Os Lobos. Riqueza dos falares regionais VI. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém. 2006.
Riqueza tradicional dos falares regionais. Riqueza dos falares regionais I. 3.ª ed. Santiago do
Cacém: Câmara Municipal de Santiago do Cacém, 1989.
Versão Final
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• Manuel Heleno
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• Maria Adelaide Garcia Pereira
Subsídio para o estudo da terra sigillata de Miróbriga, Atas do II Congresso Nacional de
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Maria da Conceição Vilhena
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Ventos de Mudança em Santiago do Cacém. Ed. Colibri e Câmara Municipal de Santiago do
Cacém. 2006.
Por Santiago do Cacém, viajando na divagação. Ed. Colibri. 2008.
ALCOMONIAS – Uma reminiscência da doçaria árabe, Arquipélago (História), 2.ª série, vol. IV.
2000.
Vataça, a Comendadeira de Santiago do Cacém (no reinado de D. Dinis). Atas do 1.º Encontro
de História do Alentejo Litoral. Edição Centro Cultural Emmerico Nunes. 2008.
As Invasões Francesas no Litoral Alentejano (1808). Atas do 2.º Encontro de História do
Alentejo Litoral. Ed. Centro Cultural Emmérico Nunes. Sines, dezembro de 2010.
• Maria de Lourdes da Costa Arthur
Meróbriga. Santiago do Cacém (Portugal), Cesaraugusta, Zaragoza, 57-58, 1983.
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• Maria Elizabeth Figueiredo Neves Cabral
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Versão Final
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Mirobriga: una ciudad romane en la Lusitania Atlántica, Revista de Arqueologia, 145, Madrid.
1993.
A cidade romana de Miróbriga, Almadan, 2, Almada. 1993
O Território de Miróbriga, Atas do XV Congresso Internacional de Arqueologia Clássica, 2,
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A propósito do Touro esculpido de Miróbriga, Vipasca, 3, Aljustrel. 1994.
As habitações de Miróbriga e os ritos domésticos romanos, Revista Portuguesa de Arqueologia,
Vol. 2, n.º 2. 1999.
Trabalhos arqueológicos na Ponte Romana de Miróbriga – Balanço dos últimos trabalhos de
investigação e valorização de Miróbriga, Vipasca, 8, Aljustrel. 1999.
Miróbriga, Roteiros da Arqueologia Portuguesa. 2001.
O Sítio Arqueológico de Miróbriga, Estudos/Património, IPPAR – Departamento de Estudos, n.º
1, 2001.
•
Maria Isabel Sousa Pereira
SILVA, Teófilo: Moedas romanas do Museu Municipal de Santiago do Cacém, Câmara
Municipal de Santiago do Cacém. Santiago do Cacém, 2007.
Tesouro do Monte Cavaleiro. Algarve. Ata Numismática, 21, 22 e 23. Barcelona. (Homenagem
ao Dr. Leandro Villaranga). 1991. 1992.1993.
Versão Final
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O Museu e a Coleção de Moedas: Santiago do Cacém. Pelo Caminho das Pedras. Santiago do
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A circulação Monetária em Miróbriga. Atas II Congresso de Arqueologia Peninsular. Alcalá. 4.
1996.
• Maria Luísa Abreu Nunes
Moedas romanas de Miróbriga, Atas das II Jornadas Arqueológicas, Lisboa, 1972, Associação
dos Arqueólogos Portugueses, Lisboa, 2. 1974.
• Mário Fortes
Ruinas Romanas de Miróbriga. Qualidade visual da paisagem: programa preliminar, Lisboa.
1977.
Ruínas Romanas de Miróbriga. Da idealização à paisagem, Caderno de Estudos Locais, ed.
Associação Cultural de Santiago do Cacém. 2000.
• Matos Gago
Jogos e brincadeiras do Alentejo Litoral na Obra de Manuel da Fonseca. Ed. Câmara Municipal
de Santiago do Cacém. 1997.
• Padre Jorge de Oliveira
O Duque da Terceira em Alvalade. In Nossa Terra, n.º 9, novembro 1931.
A Misericórdia de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 16, janeiro 1932.
O Foral de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 20, abril 1932.
A Comenda de Alvalade. In Nossa Terra, n.º 24, junho 1932.
Alvalade Antiga. In Nossa Terra, n.º 26, julho 1932.
• Paulo Alexandre P. N. Gomes
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Ermidas-Sado: História de uma Povoação Contemporânea (Monografia Sócio – Histórica 1915
– 1970). Ed. Junta de Freguesia de Ermidas-Sado. 2000.
• Paulo Lima
O Fado Operário no Alentejo, séculos XIX – XX. Ed. Tradisom. 2004.
• Pe. António Macedo Silva
O Castello de Santiago do Cacém. O Panorama, 1843.
Annaes do Municipio de Sanct - Yago de Cassem. Typografia de Sousa Porto & Vaz. Beja. 1866.
Annaes do Municipio de Sant´Lago do Cacem. Beja. 1866.
• Salete da Ponte
As fíbulas de Miróbriga, Setúbal Arqueológica, Setúbal, 5, 1979.
• Sérgio Pereira Bento
e outro. A Tulha do pátio do Castelo de Santiago do Cacém. Anais da Real Sociedade
Arqueológica Lusitana, 2.ª série, II. 1988.
Versão Final
246
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• Sousa Viterbo
S. Thiago de Cacém. A Ordem de Santiago e a música religiosa nas Igrejas pertencentes à
mesma Ordem. Coimbra. Imp. Da Universidade. 1912.
• Susana Helena Correia
Estação Arqueológica de Miróbriga (Santiago do Cacém): Balanço de uma Investigação e
Perspetiva de Intervenções Futuras. Anais da Real Sociedade Arqueológica Lusitano, Santiago
do Cacém. 1987.
Miróbriga, Roteiros de Arqueologia Portuguesa. Instituto Português do Património Cultural de
Lisboa. 1990.
e OLIVEIRA José Carlos. Intervenção Arqueológica do Serviço Regional da Arqueologia da Zona
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• R. William Biers
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Missouri – Columbia 1981-86, British Archaeological Reports – International Series, 451,
Oxford. 1988.
BIERS, Jane C.; SOREN, David .Excavations at Mirobriga – The 1982 Season, Muse, Missouri, 16,
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et alii : Investigações em Mirobriga (Santiago do Cacém) – Portugal, 1981, Arquivo de Beja,
Beja, 1 (S.2), 1984.
DARLING, Janina K.; MIKSICEK, Charles; SOREN, David: Mirobriga: a Portuguese-American
project in southern Portugal, Muse, 18, Missouri-Columbia. 1984
• Autores Vários
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Encontro sobre a Lagoa de Santo André. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 1993.
O Estado do Património. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 1998.
Cadernos de Estudos Locais. Ed. Associação Cultural de Santiago do Cacém. 2000.
A Zona Costeira do Alentejo. Porto. Ed. Associação Eurocoast – Portugal. 2000.
Euromills, The Exhibition. (Catálogo da exposição). 2002.
O Homem a Terra e a Lagoa. Ed. Câmara Municipal de Santiago do Cacém.
Gentes e Culturas, Freguesia do Cercal do Alentejo. Caderno Temático n.º 1. LASA. 2003.
Gentes e Culturas, Freguesia de Santa Cruz. Caderno Temático n.º 2. LASA. 2003.
Gentes e Culturas, Freguesia de S. Francisco da Serra. Caderno Temático n.º 3. LASA. 2003.
Gentes e Cultura, Freguesia de Abela. Caderno Temático n.º 4. LASA. 2004.
Gentes e Culturas, Freguesia de S. Bartolomeu da Serra. Caderno Temático n.º 5. LASA. 2004
Gentes e Culturas, Freguesia de Santiago do Cacém. Caderno Temático n.º 6. LASA. 2004.
Gentes e Culturas, Freguesia de Vale de Água. Caderno Temático n.º 7.LASA. 2004.
Gentes e Culturas, Freguesia de São Domingos. Caderno Temático n.º 8. LASA. 2004.
Gentes e Culturas, Freguesia de Alvalade. Caderno Temático n.º 9. LASA. 2004.
Gentes e Culturas, Freguesia de Ermidas – Sado. Caderno Temático n.º 10. LASA. 2004.
Gentes e Cultura, Freguesia de Santo André. Caderno Temático n.º 11. LASA. 2004.
Miróbriga – O Tempo ao Longo do Tempo. Catálogo da Exposição. Câmara Municipal de
Santiago do Cacém. 2010.
Versão Final
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Fonte: CMSC
Figura 56 – Castelo de Santiago do Cacém, por ocasião da exposição “No Caminho Sob as Estrelas – Santiago e a
Peregrinação a Compostela”, julho de 2007
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2 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PORTAL REGIONAL DO ALENTEJO LITORAL, <www.alentejolitoral.pt>
INSTITUTO DE GESTÃO DO PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO E ARQUEOLÓGICO, <www.igespar.pt>
Património Arqueológico
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ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.
ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo
da Romanização, Coimbra.
FERREIRA, C., 1993. O Património Arqueológico do Distrito de Setúbal. Subsídios para uma
carta
arqueológica.
Associação
de
Municípios
do
Distrito
de
Setúbal.
javascript:AbreBibliografia(23975);
2 - Castelo Velho de Corona (Abela)
VILHENA, JORGE; RODRIGUES, JOSÉ, 2008. O grande fosso: a escavação arqueológica no
cineteatro Camacho Costa e o Cerro do Castelo de Odemira na Idade do Ferro Tardia, Atas do
1.º Encontro de História do Alentejo Litoral, p. 204-214.
3 - Vale de Zebro de Baixo (Abela)
Informação oral
Versão Final
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4 - Gaspeia (Alvalade)
FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P. (1993): O Património Arqueológico do
Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do
Distrito de Setúbal, Setúbal.
SILVA, T., SOARES, J. (1982): Des structures d´habitat du Neolithique ancien au Portugal”,
Actes du Colloque international de Prehistoire, Montpellier, 1981, p. 17-18.
SILVA, T., SOARES, J. (1987): Les communautés du Néolithique ancien dans le sud du Portugal,
Premiéres Communautés Paysannes en Mediterranée Occidentale (Actes du Colloque
International du C.N.R.S., Montpellier, 1983, Paris, p. 663-671.
5 - Herdade da Defesa 1 (Alvalade)
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VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1908. Estudos sobre a época do bronze em Portugal. V. Lápide
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VIANA, ABEL, 1945. Museu de Beja: alguns objetos da Idade do Bronze, da Idade do Ferro e da
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VIANA, ABEL, 1962. Algumas noções elementares de arqueologia prática, Beja. p. 51-52.
Versão Final
251
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
6 - Herdade da Defesa 2 (Alvalade)
ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.
LOPES, E. A. C., 1913. Aquisições do Museu Etnológico Português, O Arqueólogo Português,
Lisboa, 18: 131-165.
7 - Herdade da Defesa 3 (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
SOUSA, VANESSA; CARVALHO, LUÍS, 2002. Relatório final dos trabalhos arqueológicos
realizados no sítio Herdade de Defesa 3, Santiago do Cacém.
8 - Defesa 4 (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
9 - Defesa 5 (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
10 - Monte das Gáspeas (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
11 - Monte da Corredora (Alvalade)
ALARCÃO, JORGE DE, 1987. Portugal Romano, Editorial Verbo.
Versão Final
252
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
SAA, M., 1962 As grandes vias da Lusitânia. O itinerário de António Pio, Lisboa, Tipografia da
Sociedade Astoria, Lda, Vol.4.
12 - Herdade de Conqueiros (Alvalade)
ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.
AMARO, CLEMENTINO; BARRETO, MANUEL, 1979. Villa Romana da Herdade de Conqueiros,
Alvalade, Informação Arqueológica, II, Lisboa.
ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacenses. Subsídios para o estudo
da romanização, Dissertação de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia apresentada à
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2 vol.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do
Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do
Distrito de Setúbal, Setúbal.
13 - Monte do Roxo (Alvalade)
DELGADO, MANUEL J. 1947. Sisenando Mártir e Beja sua Pátria (por D. Frei Manuel do
Cenáculo), Arquivo de Beja, Vol. IV, Fascs. III e IV, julho/dezembro, p. 352-363.
FEIO, JORGE, 2007. Vestígios da Cristianização do Concentus Pacensis - As Basilicae de São
Bartolomeu (Alvito) e Monte do Roxo (Alvalade, Santiago do Cacém). Vipasca, Arqueologia e
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SANTOS, MICHELLE; FEIO, JORGE, 2002. EIA – Linha de Caminho de Ferro do Sul – Troço
Ermidas do Sado – Funcheira.
Versão Final
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VASCONCELLOS, J. LEITE, 1895. Antiguidades romanas do Roxo (S. Tiago do Cacem). O
Archeologo Portugues, Vol. I, Imprensa Nacional, Lisboa: 339-340.
VIANA, ABEL, 1946. Arqueologia do Baixo Alentejo na obra do Bispo pacense, D. Frei Manuel
do Cenáculo Vilas-Boas, Arquivo de Beja, Jan./junho, Vol. III, Fasc. I e II, p. 118-127.
14 - Alvalade do Sado-Rua Dr. António Guerreiro Fernandes (Alvalade)
Informação oral de Luís Pedro Ramos (página web www.alvalade.info)
15 - Alvalade – Rua 25 de Abril (Alvalade)
Informação oral do Sr. Augusto, um dos trabalhadores que ajudou na construção do edifício do
café “O Pelourinho”.
16 - Alvalade – núcleo de povoamento (Alvalade)
www.alvalade.info
17 - Monte da Ameira 1 (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
18 - Monte da Ameira 2 (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
19 - Monte da Ameira 4 (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
Versão Final
254
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
20 - Monte da Ameira 5 (Alvalade)
Identificado na sequência da georreferenciação dos sítios do Monte da Ameira aquando da
revisão do PDM (2011).
21 - Monte Branco da Ameira (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
22 - Cerrado de Maria Lança (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
23 - Figueira à Metade (Alvalade)
ALARCÃO, Jorge de, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.
AMARO, CLEMENTINO; BARRETO, MANUEL, 1979. Villa Romana da Herdade de Conqueiros,
Alvalade, Informação Arqueológica, II, Lisboa.
ENCARNAÇÃO, J. D’, 1984. Inscrições romanas do conventus pacenses. Subsídios para o estudo
da romanização, Dissertação de Doutoramento em Pré-história e Arqueologia apresentada à
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2 vol.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
Versão Final
255
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do
Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do
Distrito de Setúbal, Setúbal.
24 - Monte Espada (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
25 - Monte da Vinha (Alvalade)
Notícia do Boletim Informativo do Grupo de Amigos do Museu Nacional de Arqueologia – “O
MNA recebe acervos notáveis: Vaso do Monte da Vinha e espólio da Gruta do Correio-Mór” –
janeiro de 2005, n.º 5.
26 - Monte da Sapa (Alvalade)
Caderno de apontamentos do Padre Jorge de Oliveira.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
27 - Ponte Medieval de Alvalade (Alvalade)
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
28 - Ermida de São Roque (Alvalade)
Livro da “Visitação” de novembro de 1510.
FEIO, JORGE, 2009. A ocupação romana em torno de Alvalade: novos dados, Atas do 1.º
encontro de História do Alentejo Litoral. Centro Cultural Emmerico Nunes.
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256
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www.alvalade.info
29 - Faneca (Cercal)
Não se conhece nenhuma publicação.
30 - Mandorelha 1 (Cercal)
Não se conhece nenhuma publicação.
31 - Mandorelha 2 (Cercal)
Informação oral de José Matias – CMSC
32 - Herdade do Raco (Cercal)
DELGADO, MANUEL J., 1947. Sisenando Mártir e Beja sua Pátria (por D. Frei Manuel do
Cenáculo), Arquivo de Beja, Vol. IV, Fascs. III e IV, julho/dezembro, p. 229-231/352-356.
VASCONCELLOS, J. LEITE DE, 1895. Antiguidades romanas da herdade do Raco (S. Tiago do
Cacem). O Archeologo Português, Vol. I, Imprensa Nacional, Lisboa, p.338-339.
VIANA, ABEL, 1946. Arqueologia do Baixo Alentejo na obra do Bispo pacense, D. Frei Manuel
do Cenáculo Vilas-Boas, Arquivo de Beja, Jan./junho, Vol. III, Fasc. I e II, p. 118-127.
33 - Lagoa da Pedra (Ermidas do Sado)
ARIANE BURKE – Levantamento Arqueológico do Alentejo
34 - Herdade do Parral/Parral de Baixo (Santa Cruz)
FERREIRA, J.; SILVA, C. T.; LOURENÇO, F. S.; SOUSA, P., 1993. O Património Arqueológico do
Distrito de Setúbal – Subsídios para uma Carta Arqueológica, Associação de Municípios do
Distrito de Setúbal, Setúbal.
Versão Final
257
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
35 - Parral de Baixo 1 (Santa Cruz)
VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo
Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 315.
Versão Final
258
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REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
36 - Herdade do Sobral da Várzea (Santa Cruz)
VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo
Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 316-317.
37 - Torre e Herdade do Saragoçal, Ademas, Francisquinho (Santa Cruz)
ALARCÃO, JORGE DE, 1968. Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conímbriga,
Coimbra, 7, p. 7-39.
ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd. 4.
ALMEIDA, FERNANDO, 1964. Ruínas de Miróbriga dos Célticos (Santiago do Cacém), Setúbal,
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ENCARNAÇÃO, J. D’., 1984. Inscrições romanas do conventus pacensis. Subsídios para o estudo
da Romanização, Coimbra.
VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo
Português, Vol. XIX, Imprensa Nacional, Lisboa, p. 317.
38 - Torre Nova (Santa Cruz)
Não se conhece nenhuma publicação.
39 - Ribeira do Nabarro (Santa Cruz)
Não se conhece nenhuma publicação.
40 - Miróbriga (Santiago do Cacém)
ALARCÃO, JORGE DE, 1968. Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conimbriga,
Coimbra, 7, p. 7-39.
Versão Final
259
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VASCONCELLOS, JOSÉ LEITE DE, 1914. Excursão à Estremadura Transtagana, O Archeologo
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41 - Hospital do Espírito Santo (Santiago do Cacém)
INÁCIO, ISABEL (…): Relatório da intervenção arqueológica no Hospital do Espírito Santo,
Santiago do Cacém.
Versão Final
264
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
42 - Monte da Ortiga do Meio (Santiago do Cacém)
CORREIA, S., OLIVEIRA, C., 1992. Sarcófagos do Monte da Ortiga do Meio - Santiago do Cacém.
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Antropologia e Etnologia. Porto. 32 [Homenagem a Ernesto Veiga de Oliveira], p. 315-334.
“Dois Sarcófagos no Monte da Ortiga do Meio” in Diário do Alentejo, 11 de junho de 1987.
43 - Pomar dos Mouros (Santiago do Cacém)
ALMEIDA, F., 1962. Arte Visigótica em Portugal, O Arqueólogo Português, Lisboa, 4 (N.S.): 5278.
44 - Formiga (Santiago do Cacém)
ALARCÃO, JORGE DE, 1968: Vidros romanos de museus do Alentejo e Algarve, Conimbriga,
Coimbra, 7: 7-39.
ALARCÃO, JORGE DE, 1988. Roman Portugal, Warminster, Aris & Phillips Ltd.
45 - Convento do Loreto (Santiago do Cacém)
Não se conhece nenhuma publicação.
46 - Silo do Castelo de Santiago do Cacém (Santiago do Cacém)
BENTO, S. P., 1988. A Tulha do pátio do Castelo de Santiago do Cacém. Anais da Real
Sociedade Arqueológica Lusitana, 2ª série, II: 67-72.
47 - Aldeia dos Chãos (Santiago do Cacém)
Não se conhece nenhuma publicação.
48 - Zambujeiro 2 (Santo André)
Não se conhece nenhuma publicação.
Versão Final
265
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49 - Herdade da Cascalheira (Santo André)
FALCÃO, JOSÉ A.; FERREIRA, JORGE M. R.; GUERRA, AMÍLCAR; SANTO, ARNALDO E., 1988.
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53 - Casas Novas (Santo André)
Não se conhece nenhuma publicação.
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57 - Herdade das Antas (São Francisco da Serra)
Não se conhece nenhuma publicação.
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59 - Salema 2 (São Francisco da Serra)
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60 - Franciscos (São Francisco da Serra)
Não se conhece nenhuma publicação.
61 - Marco Branco (São Francisco da Serra)
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62 - Palhota (São Francisco da Serra)
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63 - Enxacafres 2 (São Francisco da Serra)
Prospeção 2005 – A anta foi posteriormente escavada no âmbito das obras do IP8, mas ainda
não existe publicação.
64 - Monte Sardinha (São Francisco da Serra)
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65 - Figueirinha (São Francisco da Serra)
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4 - ANEXO
Critérios e Níveis de Valoração do Património Arqueológico
O património arqueológico encontra-se reconhecido na legislação nacional e internacional em
vigor e, como tal, acarreta consequências ao nível da sua proteção. Os sítios arqueológicos têm
um valor relativo que pode ser quantificado e que só reforça a sua proteção.
Todas as regiões possuem a sua própria cultura e a sua própria história. Quando estes dois
conceitos são reconhecidos e valorizados oferecem à sua população o sentido de identidade,
permitindo uma ponte entre o passado e o futuro (Real e Branco, 2009).
Cada vez mais existe uma maior consciência de que o ordenamento do território e os estudos
de impacte ambiental não entravam o desenvolvimento, antes pelo contrário, proporcionamno.
Para que a atribuição de um valor patrimonial não seja empírica e subjetiva, devem-se explicar
todos os critérios que levaram ao resultado da valoração final de um sítio arqueológico. Esse
valor final corresponderá a uma medida de minimização de impacte.
Antes de qualquer análise de valoração deve caracterizar-se cada situação fazendo consulta
bibliográfica, consulta de bases de dados, recolha de informação oral e análise toponímica e
fisiográfica da cartografia (Real e Branco, 2009).
A inventariação dos sítios arqueológicos existentes na área de incidência direta e indireta de
um projeto deve conter as bases necessárias à atribuição de um valor patrimonial (Real e
Branco, 2009).
Desta forma, para este trabalho de revisão do PDM baseámo-nos nos seguintes critérios de
valoração (adaptado de Fernández Cacho, 2008):
Versão Final
307
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Singularidade por tipo de sítio: equaciona a importância que o sítio referenciado pode assumir
numa escala regional, relacionando com os demais conhecidos a nível tipológico:
Singularidade por Tipo de sítio
Valoração
Indeterminado
0
Achado Isolado/notícia de sepultura/estrutura/necrópole
não confirmada no terreno
1
Vestígios de superfície/vestígios diversos/mancha de
ocupação
2
Estruturas (pontes, barragens, etc.)
3
Povoado/Estação de ar livre/necrópoles/antas/villas
4
Conhecimento do sítio: equaciona o conhecimento real do sítio arqueológico, aplicando
valores distintos entre se é conhecido apenas por documentos, se a sua localização suscita
dúvidas, se tem valor relevante ou se foi escavado.
Conhecimento do sítio
Valoração
Conhecido de informação oral/informação oral antiga e pouco
precisa/documental/material
1
Sítios conhecidos no terreno que suscitam dúvidas de localização
2
Sítios conhecidos no terreno de valor relevante
3
Sítios bem conhecidos e sítios escavados
4
Versão Final
308
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Densidade de ocupação: equaciona o número de períodos históricos documentados em cada
um dos sítios arqueológicos, valorizando os que apresentam um maior potencial a nível
estratigráfico.
Densidade de ocupação
Valoração
Indeterminado
0
1 período cronológico
1
2 períodos cronológicos
2
3 ou mais períodos cronológicos
3
Precisão da informação: equaciona os conhecimentos disponíveis sobre o sítio referenciado.
Precisão da informação Valoração
Sem informação
0
Informação oral
1
Toponímica
2
Bibliográfica
3
Cartográfica
4
Proteção legal: equaciona se existe algum tipo de proteção legal sobre o local.
Proteção legal Valoração
Versão Final
309
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Inventariado
1
Classificado
2
Estado de conservação: equaciona o estado de conservação atual do Monumento/Sítio.
Estado de conservação Valoração
Indeterminado
0
Parcialmente destruído
1
Médio
2
Bom
3
Restauro
4
Aos critérios utilizados aplica-se a média aritmética e quanto maior for o total obtido, maior o
nível de valoração e, consequentemente, maior será o valor patrimonial atribuído ao sítio
arqueológico.
Portanto, os sítios arqueológicos foram enquadrados em três níveis de valoração, segundo os
resultados a média aritmética. Estes três níveis apontam o seu valor patrimonial e para as
medidas de minimização necessárias e obrigatórias que se terão de aplicar para cada um dos
sítios, tendo em conta o regulamento.
Sítios arqueológicos de nível 1 – áreas de valor patrimonial arqueológico elevado e
consolidado, com pré-existências já identificadas e de inegável valor e potencial patrimonial.
Versão Final
310
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Para este nível são propostas trabalhos arqueológicos de diagnóstico prévios adequadas e/ou
escavação do sítio.
Sítios arqueológicos de nível 2 – áreas de potencial valor arqueológico elevado. Locais onde já
foram detetados testemunhos arqueológicos e onde se presume a existência de maior
densidade de vestígios. Os sítios que integram este nível deverão ser alvo de
acompanhamento arqueológico.
Áreas arqueológicas de nível 3 – áreas condicionadas de potencial valor arqueológico. Locais
onde as informações disponíveis indiciam a existência de vestígios arqueológicos. Neste nível
todos os sítios que deverão ser confirmados e relocalizados através da prospeção
arqueológica.
Para os núcleos de povoamento existentes no Quadro 1 não foram aplicados os critérios de
valoração, porque eles próprios integram uma área considerada como “centro histórico” com
medidas de proteção definidas em regulamento.
São ainda consideradas zonas de potencial arqueológico todas as igrejas não classificadas e de
construção anterior ao século XIX, assim como o seu perímetro envolvente .
No Quadro seguinte contam os valores atribuídos para cada critério, por sítio arqueológico.
Versão Final
311
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
Versão Final
312
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
N.º
Designação
Singularidade
por tipo de
sítio
Conhecimento
do sítio
Densidade
de
ocupação
Precisão da
informação
Proteção legal
Estado de
conservação
Total da
valoração
Nível de valoração
atribuído
1
Herdade de Corona
1
1
1
2
1
0
6
3
2
Castelo Velho de Corona
4
3
1
4
1
2
15
1
3
Vale de Zebro de Baixo
1
1
0
1
1
0
4
3
4
Gaspeia
4
4
2
4
1
1
16
1
5
Herdade da Defesa 1
1
1
1
3
1
0
7
3
6
Herdade da Defesa 2
1
1
1
3
1
0
7
3
7
Herdade da Defesa 3
4
4
2
4
1
2
17
1
8
Defesa 4
2
2
1
3
1
0
9
2
9
Defesa 5
4
2
1
4
1
0
12
2
10
Monte das Gáspeas
0
2
11
Monte da Corredora
2
3
3
4
1
1
14
2
12
Herdade de Conqueiros
4
4
1
4
1
1
15
1
Versão Final
313
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
13
Monte do Roxo
4
4
2
4
1
0
15
1
14
Alvalade do Sado-Rua Dr.
António Guerreiro Fernandes
1
3
1
4
1
0
10
2
15
Alvalade - Rua 25 de Abril
1
2
0
4
2
1
10
2
16
Alvalade do Sado
4
3
2
4
2
0
15
Os critérios não se
aplicam
17
Monte da Ameira 1
2
2
1
3
1
0
9
2
18
Monte da Ameira 2
2
2
2
3
1
0
10
2
19
Monte da Ameira 4
3
1
0
3
1
0
8
2
20
Monte da Ameira 5
2
2
1
4
1
0
10
2
21
Monte Branco da Ameira
1
1
1
1
1
0
5
3
22
Cerrado de Maria Lança
1
1
0
3
1
0
6
3
23
Figueira à Metade
1
2
1
3
1
1
9
2
24
Monte Espada
1
1
1
1
1
0
5
3
Versão Final
314
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
25
Monte da Vinha
1
1
1
1
1
0
5
3
26
Monte da Sapa
2
2
1
3
1
0
9
2
27
Ponte Medieval de Alvalade
3
4
1
4
2
4
18
1
28
Ermida de São Roque
1
3
1
3
1
0
9
2
29
Faneca
0
3
0
4
1
0
8
2
30
Mandorelha 1
3
3
0
4
1
1
12
2
31
Mandorelha 2
2
2
0
4
1
0
9
2
32
Herdade do Raco
1
1
1
2
1
0
6
3
33
Lagoa da Pedra
2
4
1
4
1
1
13
2
34
Herdade do Parral/Parral de
Baixo
2
2
1
4
1
0
10
2
35
Parral de Baixo 1
4
4
1
4
1
1
15
1
36
Herdade do Sobral da Várzea
1
1
1
3
1
0
7
3
37
Santa Cruz (Torre e Herdade
do Saragoçal, Ademas,
Francisquinho
2
1
1
2
1
0
7
3
38
Torre Nova
4
4
1
4
1
1
15
1
Versão Final
315
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
39
Ribeira do Nabarro
2
3
1
4
1
0
11
2
40
Miróbriga
4
4
3
4
2
4
21
1
41
Hospital do Espirito Santo
4
4
2
4
2
2
18
1
42
Monte da Ortiga do Meio
4
4
1
4
1
1
15
1
43
Pomar dos Mouros
1
1
1
2
1
0
6
3
44
Formiga
1
1
1
3
1
0
7
3
45
Convento do Loreto
4
4
1
4
1
2
16
1
46 Castelo de Santiago do Cacém
4
4
2
4
2
4
20
1
47
Aldeia dos Chãos
1
1
0
1
1
0
4
3
48
Zambujeiro 2
2
3
2
4
1
0
12
2
49
Herdade da Cascalheira
1
1
1
2
1
0
6
3
50
Areal
4
4
1
4
1
1
15
1
51
Cerradinha
4
4
1
4
1
2
16
1
52
Deixa-o-Resto
1
1
1
2
1
0
6
3
Versão Final
316
Revisão do Plano Diretor Municipal de Santiago do Cacém
REL AT ÓRIO DE P AT RIM ÓNIO CULT UR AL E N AT UR AL jun ho 2015
53
Casas Novas
0
1
0
1
1
0
3
3
54
Pedra da Atalaia
4
4
1
4
1
1
15
1
55
Várzea do Outeirinho
2
1
1
2
1
0
7
3
56
Herdade das Pereiras
1
4
1
4
1
0
11
2
57
Herdade das Antas
4
2
1
2
1
0
10
2
58
Salema 1
4
4
1
4
1
2
16
1
59
Salema 2
0
Destruído
60
Franciscos
12
2
61
Marco branco
0
Destruída
62
Palhota
16
1
63
Enxacafres 2
64
Monte Sardinha
4
2
1
3
1
0
11
Escavada e
Desmantelada
2
65
Figueirinha
2
2
1
3
1
0
9
2
2
4
3
4
1
1
4
1
4
1
2
0
Fonte: IGESPAR
Quadro 13 – Critérios de valoração por sítio arqueológico.
Versão Final
1
317