44 anos acompanhando o educador
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44 anos acompanhando o educador
9912258812 44 ANOS ACOMPANHANDO O EDUCADOR www.fundacaoamae.com.br ANO 44 . Nº 379 MAIO . 2011 EDITORIAL EXPEDIENTE Foto: arquivo Colégio Logosófico Arquivo Col. Logosófico MAIO . 2011 . Nº 379 Capa de Renata Pimenta Av. Bernardo Monteiro, 861 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - CEP 30150-281 - MG - Brasil - Telefax: (31) 3224-5400 / 3224-6158 - www.fundacaoamae.com.br PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO AMAE: Lêda Botelho Martins Casasanta CONSELHO CURADOR: Ajax Gonçalves Ribeiro (Presidente), Ana Lúcia Amaral (Secretária), Audineta Alves de Carvalho de Castro, Fernanda Fernandes Sobreira Corrêa, José Leão Marinho Falcão Filho, Margarida Magda Machado Michel, Maria Auxiliadora Campos Araújo Machado, Raymundo Nonato Fernandes, Rosa Emília de Araujo Mendes CONSELHO DIRETOR: Diretora-Presidente: Lêda Botelho Martins Casasanta Diretora-Vice-Presidente: Maria Antonieta Bianchi Diretora Administrativo-Financeira: Helena Lopes Diretora de Relações Institucionais: Rui Cesar Rezende Souza Diretora de Publicações e Eventos: Albertina Salazar CONSELHO FISCAL: Francisco Liberato Póvoa Filho, Maria Odília Figueiredo De Simoni, Elza Marie Petrucelli Carayon Suplentes do Conselho Fiscal: Arlete Duarte Silva, Hortência Gatti Queiroga, Janice Lúce Martins Fortini EQUIPE EXECUTIVA: Célia Sanches, Cristina Elizabeth de Vasconcelos Ministerio, Flávia Duarte Carvalho, Gilda Pazzini Lodi, Maria da Anunciação Duarte Carvalho, Vera Lúcia Pyramo Costa Pimenta [email protected] Diretora e jornalista responsável: Cristina Elizabeth de Vasconcelos Ministerio - Reg. prof. MG 06124/SJP - cristina@ fundacaoamae.com.br Editoras: Célia Sanches, Vera Lúcia Pyramo Costa Pimenta Estagiária: Bárbara Diniz Ilustração: Mirella Spineli (31) 3482-0081/9184-8954 Projeto gráfico: Renata Pimenta (31) 3267-6762/8489-3851 Impressão: Gráfica Del Rey (31) 3369-9400 Conselho Editorial: Ailton Luiz Costa Moreira, Isa Teresinha Rodrigues da Silva, Lenita Ferreira de Oliveira, Mairy Barbosa Loureiro dos Santos, Magda Becker Soares, Marília Barcellos Guimarães Atendimento ao assinante: Rejane Pereira Lopes Av. Bernardo Monteiro, 861 - Santa Efigênia - Belo Horizonte - MG - Brasil- CEP 30150 - 281 -Telefax (31) 3224-5400 / 3224-6158 - [email protected] Nosso jeito de ser – A revista AMAE Educando é uma publicação da Fundação AMAE para Educação e Cultura. Escrita por professores para professores, com uma abordagem ligada à realidade vivida em sala de aula, a revista diferencia-se das publicações acadêmicas pela linguagem clara e objetiva, voltada, principalmente, para educadores de Educação Infantil e Ensino Fundamental. Suas oito edições anuais (quatro em cada semestre) são comercializadas por assinaturas. Ser professor é ser um pouco mágico. Algumas vezes, é preciso saber tirar “coelhos da cartola”, saber prender a atenção de uma plateia acostumada a grandes feitos. Surpreender, emocionar, divertir e, como uma consequência natural, ensinar. Nesta edição, publicamos algumas das magias que acontecem, muitas vezes anonimamente, nas escolas brasileiras. Em Belo Horizonte, (p. 8), alunos de dois anos percorrem os novos ambientes onde vão permanecer durante boa parte dos seus dias e se surpreendem com um viveiro vazio. A partir daí, foi só emoção, porque a aprendizagem se fez ludicamente, como em um bem montado espetáculo formado por diferentes atos. Em outra escola, em outro município, as “mágicas” aconteceram em um laboratório mirim, afinal, que outro lugar há mais fantástico? Onde mais o suco do repolho roxo batido no liquidificador muda de cor? Onde mais bolhas se desprendem de uma mistura que está em um potinho transparente? São as reações químicas (ou mágicas) ao alcance das crianças do primeiro período (p.30). E para quem acha que fantástico mesmo é ver crianças jogando xadrez como gente grande ou aprendendo matemática com o maior sorriso nos lábios é só ler as matérias publicadas nas páginas 18 e 44. Lidar com crianças pequenas, prepará-las para os deveres com um mundo cada vez mais complexo exige que saibamos quais são os direitos infantis, para fazer deles nossos aliados no processo ensino-aprendizagem. À página 20, uma profissional de renomada competência nos ajuda a conhecer melhor nossos pequenos alunos. E, como, graças a Deus, temos as crianças em todos os lugares, vamos conhecer também a trajetória da educação do campo, sua abrangência, suas diferentes concepções, seus equívocos, seus desafios, sua aliança com os movimentos sociais, sua história nem sempre fácil (p.40). E, por fim, torcer para que a educação do campo se firme como política pública, sem a necessidade de nenhuma mágica. AMAE educando - 379 . Maio . 2011 3 NESTA EDIÇÃO 5 6 EM FOCO 8 RELATO DE EXPERIÊNCIA A necessária reverência ao conhecimento 30 CIÊNCIAS NATURAIS 36 ARTE Um laboratório mirim onde os alunos dão os primeiros passos no estudo da química Ana Cristina Mendonça BOLETIM Notas sobre educação e cultura Arquivo Col. Logosófico Alunos recém-saídos do ambiente protetor do lar encontram muitas possibilidades de aprendizado após visitarem os ambientes escolares Como trabalhar as histórias em quadrinhos em três vertentes: contextualizar, apreciar e fazer 14 REPORTAGEM 18 EXTRACURRICULAR 40 PENSANDO A ESCOLA 20 EDUCAÇÃO INFANTIL 44 MATEMÁTICA 27 PSICOLOGIA O espaço dedicado aos museus, em Minas Gerais O rei dos jogos de estratégia torna-se uma paixão e inspira a criação de uma academia Os direitos infantis que não devem ser esquecidos, quando se almeja o sucesso pedagógico O conceito de família que se refere a um lugar socioafetivo Considerações sobre a educação do campo, desde o seu nascimento até os desafios atuais As relações entre jogos e conceitos matemáticos que, comprovadamente, melhoram o desempenho escolar ENCARTE Conte um conto Pinote e a vida real 4 AMAE educando - 379 . Maio . 2011 REL ATO DE EXPERIÊNCIA Fotos: Arquivo Col. Logosófico PERIQUITOS E MUITO MAIS Julieta Lima e Ana Gabriela Souza são graduadas em Pedagogia e professoras de Educação Infantil do Colégio Logosófico (Belo Horizonte – MG). Pequenos alunos iniciam sua vida escolar interagindo com o meio ambiente, fazendo inúmeras descobertas e firmando-se como sujeitos de um mundo ao qual devem respeito. 8 AMAE educando - 379 . Maio . 2011 Trabalhar com alunos de dois anos, recém-saídos do ambiente, geralmente caloroso e protegido do lar, exige dos professores, além de muitos conhecimentos da faixa etária, criatividade e boa vontade para atender as necessidades tão particulares desta idade. Já nos primeiros dias de aula, como parte da familiarização das crianças à escola, visitávamos os diversos ambientes que fariam parte do seu cotidiano. Um desses lugares foi o parquinho e elas ficaram muito interessadas nas tartarugas e no viveiro para pássaros, que estava vazio. Explicamos dizendo que antes moravam ali alguns periquitos e as crianças perguntaram onde eles estavam. Levantamos a possibilidade de voltar a ter periquitos nos viveiros, mas, antes, conversamos sobre os cuidados que os animais demandavam. Identificamos que havia um funcionário da escola que alimentava as tartarugas, mantendo o seu tanque limpo. Perguntamos às crianças quem cuidaria dos periquitos e as apresentamos à chefe de serviços gerais, que aceitou o encargo. No dia seguinte, sem a presença das crianças, colocamos os periquitos, providenciados por nós, no viveiro e continuamos, junto com os alunos, a exploração e reconhecimento dos no- vos ambientes. Fomos à biblioteca, ao pátio, à cantina, observamos o pé de manga e, finalmente, voltamos ao parquinho. Como as aves já estavam no viveiro, quando as crianças as perceberam fizeram uma grande festa. A professora de outra turma, que estava por lá, ensinou um versinho dos periquitos, que todos cantaram e dançaram. Periquito, periquito parece com seu papai. Voa para cima e para baixo, para frente e para trás. A bibliotecária havia separado gravuras de periquitos para as crianças e, para surpresa delas, as cores das aves das gravuras eram iguais às dos periquitos do viveiro. Isto deu oportunidade ao reconhecimento das cores pelos alunos. Vivemos outra situação interessante. Sempre cantamos uma música do folclore: Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho, voou, voou, voou, voou. A menina que gostava tanto do bichinho, chorou, chorou, chorou, chorou. Sabiá fugiu pro terreiro, foi pousar no abacateiro, e a menina pôs-se a chamar, vem cá sabiá, vem cá. Sabiá responde de lá: não chore que eu vou voltar. Resolvemos trocar a palavra sabiá por periquito, ao cantar a música, e aproveitamos para explicar que tanto o sabiá quanto o periquito eram aves e voavam. Propusemos às crianças que perguntassem em casa, para os pais, mais coisas sobre as aves e sobre alimentos para os periquitos. Um dia, passeando pelo pátio, uma criança manifestou: –Professora, olha a borboleta! Ela voa! Ela é passarinho. Com a observação, tivemos a ideia de comparar tudo o que tinha asa e voava. Desta brincadeira, saíram muitas curiosidades. As crianças falavam sobre aviões, insetos, brinquedos que voavam, aves... Do viveiro vazio ao texto coletivo AMAE educando - 379 . Maio . 2011 9 No dia seguinte, fizemos um quadro com o desenho de um pássaro, um inseto (mariposa) e um avião. Pedimos às crianças que falassem o que estavam vendo. Todas conseguiram identificar os desenhos. Incentivamos a turma a falar sobre o que sabiam. Neste momento, pudemos conversar que, na natureza, havia muitos seres. A borboleta, os pássaros e as pessoas eram alguns. Explicamos que Deus deu inteligência para o homem criar. Fomos, aos poucos, mostrando com comparações bem ao nível das crianças, as diferenças que existem entre as coisas criadas por Deus e as criadas pelo homem. Descobrimos, vendo um livro que havia na biblioteca da sala, que era possível fazer um pássaro de papel: um origami. Era uma dobradura muito difícil para as crianças mas, ainda assim, decidimos fazê-la na frente delas para que a conhecessem. Depois, cada uma fez um colorido em 10 AMAE educando - 379 . Maio . 2011 uma folha que, em seguida, foi transformada em pássaro. Trabalhamos, com uma apresentação em PowerPoint, com uma imensa quantidade de imagens de animais e objetos que voam, seres animados e inanimados. Ao passarmos as imagens, nos detínhamos em pequenos detalhes, fazíamos perguntas e as crianças participavam com muito interesse: O que é isso? O que faz? Quem o criou? A professora de Arte propôs às crianças amassarem jornais para fazer um grande pássaro. A seguir, ela lhe deu a forma, deixando os detalhes para a turma: cores, pés, olhos, bico, etc. Iniciamos o trabalho com os alunos usando fita crepe. Depois, fizemos uma mistura de água com cola, colando pedaços de papel branco, finalizando o formato de nosso pássaro. Tivemos uma grande surpresa: uma professora de outra turma, sabendo do nosso assunto sobre o que voa e o que não voa, trouxe dois pintinhos, numa grande caixa. Em roda, e sem que as crianças pudessem ver o conteúdo da caixa, deixamos que elas aproximassem o ouvido e muitas imitaram o som que ouviram. Soltamos os pintinhos na sala e elas se aproximaram e recuaram, misturando interesse e receio. Comparamos o pintinho e o periquito e identificamos algumas semelhanças (asas, bico e duas pernas) e algumas diferenças, como, por exemplo, as cores. Diver- timo-nos e aprendemos muito. Exploramos muitos aspectos: tamanho, cores, barulho que os pintinhos faziam. Pudemos descobrir que os pássaros voam, mas nem todas as aves voam. Todos os pássaros são aves, mas nem toda ave é pássaro. Casas de pássaros e de gente Pensávamos em finalizar o estudo com a confecção de uma maquete: uma árvore com o nosso pássaro perto. Contamos a novidade para os alunos. Percebemos que eles não mostraram interesse. Um deles perguntou: –Onde o passarinho vai morar? No parquinho? Detectamos que faltavam ainda algumas informações. E precisávamos dá-las. Começamos nossa conversa perguntando onde as crianças moravam. Após as respostas, descobrimos que os pássaros não moram em casas. Eles moram... em árvores, em buracos, em casa de pau, em pedra, em viveiros, etc. Preparamos uma sequência com gravuras nas quais apresentávamos um ninho com o papai passarinho e a mamãe passarinho. O ninho estava construído em uma árvore. Conversamos sobre quem havia construído o ninho, botado os ovos e o que aconteceria. A casa do passarinho é o ninho e a casa do menino é a casa. Para fixar a descoberta de que os passarinhos nascem em ninhos, propusemos às crianças que encontrássemos, em revistas, imagens de pássaros diversos. Cada uma escolheu a que mais gostou e depois fomos ao pátio da escola colher gravetos que se transformaram em uma linda colagem na qual cada uma construiu um ninho na sua gravura. Descobrimos, também, que, no laboratório da escola, havia uma casa de joão-de-barro e a levamos para passar uma temporada em nossa sala. As crianças queriam introduzir a cabeça dentro da entrada da casa, olhavam dentro daquele buraco escuro e faziam observações. Conversamos que, naquela casinha, um dia nasceu um joão-de-barro que cresceu, voou e foi construir outra casinha. As crianças ficaram entusiasmadas. Queriam pegar e apertar, mas a casa era frágil. Combinamos que, no dia seguinte, assistiríamos a um filme sobre o joãode-barro. Afinal, como ele constrói a casa? As crianças assistiram ao filme sem piscar. As gravuras eram bem reais e mostravam as casas e o famoso construtor. Pudemos conversar sobre a inteligência do homem que constrói casas e a do criador, nos processos da natureza. Alimentos de pássaros e de gente Num dia, no momento do lanche, recordei com os alunos que os pássaros também se alimentam. Eles comem muitas coisas: alpiste, plantinhas, bichinhos e foi aí que um aluno disse que a galinha do sítio do vovô comia milho. Isto nos deu mais um motivo para dar continuidade ao projeto. Decidimos pedir, por escrito, que cada criança trouxesse uma espiga de milho com palha. Pensávamos em aproveitar a palha, depois de seca, para fazer um ninho. Conforme combinado, as crianças trouxeram as espigas. Fizemos uma rodinha e obser- AMAE educando - 379 . Maio . 2011 11 vamos suas características e suas partes. Depois de observarem, elas fizeram o registro. Algumas crianças que já conheciam milho disseram que a palha e o “cabelo” não eram comestíveis e confirmamos que, para cozinhá-lo, era preciso limpá-lo. Propusemos às crianças que o descascassem. Distribuímos os milhos e elas se divertiram e se esforçaram muito. Com a nossa ajuda, conseguiram terminar. Um momento engraçado foi quando nos demos conta de que um dos alunos não estava só descascando o milho, mas também comendo! No dia seguinte, combinamos, com o pessoal da cantina, cozinhar o milho. Por questões de higiene e segurança, não levamos as crianças para ver o cozimento, mas fotografamos e mostramos a elas. Na hora do lanche, as espigas cozidas foram deixadas na sala e as dividimos em três pedaços para servir às crianças. Todos experimentaram e pediram para repetir. 12 AMAE educando - 379 . Maio . 2011 No dia seguinte, a professora apareceu com uma lata de milho. Mostrou para as crianças e elas identificaram que aquilo também era milho. Comparamos a lata com a palha e o milho do dia anterior. A lata passou de mão em mão e todos apertaram e viram como ela é dura. Surgiu, então, a dúvida: como é que vamos tirar o milho daqui de dentro? Depois de muitas observações e sugestões, deixamos a questão em aberto e combinamos com as crianças que elas perguntariam aos pais. No dia seguinte, continuava a questão. A maioria não havia perguntado em casa, então, aproveitamos o horário da chegada, com muitos pais em sala, para voltar a mostrar a lata. Um dos alunos apareceu com a foto de um abridor de latas. Conseguimos um abridor de latas e, sob as palmas das crianças, abrimos a lata. Colocamos o milho em copinhos e elas finalmente comeram! Um dos milhos que havia sido trazido e que não havia sido cozido ficou guardado em um plástico úmido e, com isso, mofou. Aproveitamos para mostrá-lo às crianças. Elas identificaram que não poderíamos comê- lo porque ele estragou e comparamos com o da lata, que continuava bom. Contamos a elas que, para comer o milho depois de muito tempo, sem ele estragar, era necessário colocá-lo dentro da lata, na fábrica, com um produto para que ele durasse mais tempo e pudesse ser comido depois. OPINIÃO Descobrimos que um funcionário da escola, o Adriano, sabia desenhar muito bem e pedimos a ele que fizesse para nós uma sequência que mostrasse desde o milho no milharal até a produção em série das latas de milho. Nesse ponto, a palha que as crianças haviam trazido de casa já havia secado. Conseguimos uma bacia, forramos com jornal e enchemos de palha. Agora, nosso grande pássaro tinha um ninho! E onde ficaria o ninho? Propusemos novamente a construção da maquete: sugerimos uma árvore para ficar o ninho. Elas mesmas coloriram o papel craft que seria o tronco e depois as frutinhas para a copa da árvore, recortada anteriormente. Nossa maquete ficou linda e enfeitou a sala até o final do projeto, colaborando para que o assunto estivesse sempre presente. Muitas vezes, pudemos observar as crianças olhando-a, conversando entre elas sobre o pássaro e mostrando aos pais, na chegada, que elas é que tinham feito aquilo tudo. Certo dia, andando pelo pátio, uma criança achou uma pipoca no chão. Vendo seu interesse, prometemos que, depois, comeríamos pipoca. Passados dois dias, exploramos muito o pacote de pipoca para micro-ondas, em sala de aula. Recordamos do milharal, do milho. Conversamos sobre o que estaria dentro do saco. Descobrimos que não era pipoca. Era o milho da pipoca. Decidimos ir para o refeitório. Quando chegamos, exploramos mais este espaço. A professora pegou o saco de pipoca, leu as instruções e colocou-o dentro do micro-ondas. Enquanto esperávamos, cantávamos a música da pipoca. Coloquei o milho na panela de pipoca, pus sal e óleo para a pipoca não queimar, liguei o fogo para esquentar minha panela e a pipoca começou a estourar. Era um tal de poc popoc poc poc popoc poc poc! Resultados do estudo Voltamos para a sala. Todos os alunos estavam felizes. Sentíamos que, a cada dia, aprendiam algo novo. E o mais importante: estávamos todos levando para a própria vida a prática de cada conhecimento. Registramos esse dia especial fazendo uma colagem com pipoca. Recebemos um envelope com as gravuras pedidas ao Adriano e as mostramos aos alunos. As crianças manusearam, com muito cuidado, o material. Na semana seguinte, planejamos que, através da sequência lógica, iríamos escrever um texto coletivo e explicamos o que era. À medida que a professora apresentava as cenas, as crianças iam lendo as gravuras e falando a respeito. Não acreditamos quando chegamos ao final da última gravura. Estava pronto o nosso texto coletivo, com a participação de todos. Decidimos que culminaríamos o projeto com a confecção de um livro, que representaria o resultado de um estudo que proporcionou, (e proporciona até hoje) descobertas significativas para as crianças: a relação homem/natureza e a importância de Deus em tudo o que está na natureza. AMAE educando - 379 . Maio . 2011 13
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