Resumo Sinais Vitais - PROFESSOR RICARDO MONTES

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Resumo Sinais Vitais - PROFESSOR RICARDO MONTES
Escola Secundária Morgado Mateus – Vila Real
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/ Resumo 1 de CHSB / Prof. Ricardo Montes
Cuidados Humanos e de Saúde Básicos
Ano Lectivo 2009/2010
Sinais Vitais
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e o
acompanhamento da evolução do quadro clínico de uma pessoa. Na obtenção dos sinais vitais devemos
considerar as seguintes condições:
● Condições ambientais, tais como temperatura e umidade no local, que podem causar variações
nos valores;
● Condições pessoais, como exercício físico recente, tensão emocional e alimentação, que também
podem causar variações nos valores.
Existem vários sinais vitais, no entanto, existem 3 principais:
I – Temperatura;
II – Pulso;
III – Respiração.
I - Temperatura:
A temperatura reflecte a relação entre o calor produzido e o calor perdido pelo
corpo, e é normalmente registada em graus célsius. O índice normal de temperatura é
de 37ºC, admitindo-se variações de até 0,6ºC para mais ou para menos. As crianças têm
temperaturas mais altas que os adultos, porque seu metabolismo é mais rápido. Tem-se
observado que a temperatura do corpo é mais baixa nas primeiras horas da manhã, e
mais alta no final da tarde ou no início da noite.
A temperatura corporal está directamente relacionada com a actividade
metabólica, nomeadamente:
a) Sono e repouso;
b) Idade;
c) Exercício físico;
d) Emoções;
e) Factores hormonais;
f) Roupa;
g) Alimentação.
A temperatura é medida utilizando-se termómetros. A medição pode ser efectuada via axilar, oral e
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rectal.
Locais de verificação (procedimentos):
1. Axilar
Diminuir a temperatura do termómetro;
Secar as axilas;
Colocar o termómetro e deixá-lo de 5 a 7 minutos;
Aferir a temperatura na altura dos olhos, segurando-o pela haste;
Variação normal: 35,8ºC a 37ºC.
Vantagens
Fácil aceitação;
Não há a necessidade de ser individual, podendo ser desinfectado entre aferições.
Desvantagens.
Pode sofrer alterações com presença de humidade na axila.
2. Boca (debaixo da língua)
Realizar a limpeza do termómetro;
Colocar o termómetro sob a língua, mantendo os lábios cerrados.
A temperatura varia entre 36,3ºC a 37,4ºC
Vantagens.
Acessível;
Confortável para a pessoa;
Fornece leitura exacta da temperatura superficial.
Desvantagens.
Contra-indicada para crianças menores de 3 anos, idosos, pessoas inconscientes, com distúrbios
mentais;
Relativamente ineficaz logo após o acto de fumar e de ingerir líquidos quentes ou gelados.
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3. Rectal
O termómetro deve ser lubrificado e colocado em decúbito lateral, inserido cerca de 3,5 cm no
pessoa adulta
Deve ser lavado com sabão e água corrente após o uso
É considerada a mais fidedigna
Oscila entre 37º a 38ºC
Pulso:
É o nome dado à dilatação pequena e sensível das artérias, produzida pela corrente sanguínea.
Envolve a determinação da frequência cardíaca (número de batimentos por minuto), o seu ritmo padrão e
a sua regularidade, assim como o volume de sangue bombeado em cada batimento.
Pode ser influenciado por: exercício, febre, dor aguda, ansiedade, dor intensa não aliviada, drogas,
hemorragia, posições posturais.
Locais para verificação do pulso:
-Artéria radial
-Artéria Carótida
-Artéria Femoral
Frequência fisiológica:
Homem: 60 a 70 bpm
Mulher: 65 a 80 bpm
Adultos – 60 a 100 bpm;
Crianças – 80 a 120 bpm;
Bebés – 100 a 160 bpm
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Procedimentos para Palpação do Pulso:
1) Relaxar a pessoa. Para palpar o pulso radial, manter o braço da vítima descansando
confortavelmente, preferencialmente cruzando a parte inferior do tórax.
Para o pulso carotídeo, palpar a cartilagem tireóide no pescoço (maça de Adão) e deslizar os dedos
lateralmente até sentir o pulso.
2) Usar dois ou três dedos para encontrar e sentir o pulso. Usar somente a ponta dos dedos e nunca
o polegar (usando o polegar o examinador poderá sentir o seu próprio pulso digital).
3) Evitar muita pressão. Pressionar forte poderá interromper o pulso da vítima.
4) Sentir e contar o pulso durante 30 ou 60 segundos (se contar por 30 segundos, multiplicar por
dois). Usar um relógio que marque os segundos.
5) Anotar a frequência, o ritmo e o volume do pulso, bem como a hora da medição.
Exemplo: Pulso - 72, regular, cheio, 10h50min.
Numa pessoa com problemas cardíacos, o ideal é medir o pulso durante um minuto. Sentir o pulso
de uma criança muito pequena também é bastante difícil: o pescoço de comprimento curto e, algumas
vezes, rico em gordura, torna difícil localizar o pulso carotídeo, sendo recomendável que seja pesquisado o
pulso braquial. Com o crescimento torna-se possível a palpação dos vasos periféricos.
Respiração:
Respiração é o processo através do qual ocorre troca gasosa entre a atmosfera e as células do
organismo. A frequência respiratória, por intermédio do ritmo, profundidade e som, reflecte o estado
metabólico do corpo, a condição do diafragma e dos músculos do tórax fornecendo O2 ao trato
respiratório e alvéolos. Pode ser influenciada pelos seguintes factores:
a) Idade
b) Medicamentos
c) Stress
d) Exercício
e) Altitude
f) Sexo
g) Posição corporal
h) Febre
A respiração é crítica para a sobrevivência do organismo. O cérebro sofrerá lesões irreversíveis
(necroses) no máximo 6 minutos após a interrupção da respiração. Após 10 minutos, a morte cerebral é
quase certa.
A avaliação da respiração inclui a frequência respiratória (movimentos respiratórios por minuto –
mrpm). Para verificar a respiração, flexionar a cabeça da vítima para trás, colocar o ouvido próximo à boca
da pessoa, e ao mesmo tempo observar o movimento do tórax. Ouvir e sentir se há ar a sair pela boca e
pelas narinas da pessoa com problemas. Ver se o tórax se eleva, indicando movimento respiratório.
Se não há movimentos respiratórios, isso indica que houve paragem respiratória.
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Valores normais:
Adultos – 12 a 20 movimentos respiratórios por minuto (mrpm);
Crianças – 20 a 30 mrpm;
Bebés – 30 a 60 mrpm
Procedimentos para analise da Respiração:
1) Se possível, estando a vítima consciente, colocar o braço da
mesma cruzando a parte inferior do tórax. Segurar o pulso da mesma
enquanto se observa a respiração, como se estivesse a medir o pulso
radial.
2) Aproximar a face ao rosto da vítima, olhando para o seu tórax.
Com o tacto da pele do seu rosto e com a sua audição tentar perceber o movimento da corrente de
ar mobilizada pela respiração e com a visão tentar observar os
movimentos de subida e descida do tórax e/ou do abdómen.
3) Contar os movimentos respiratórios durante um minuto (usar um
relógio com marcação de segundos). Ao mesmo tempo observar o
carácter e o ritmo da respiração.
4) Anotar a frequência respiratória, o carácter, o ritmo e a hora.
Exemplo: Respiração normal, 16 mrpm, 10h50min.
Em crianças muito pequenas, o movimento torácico é menos evidente que nos adultos e,
usualmente, ocorre próximo ao abdómen. A mão colocada levemente sobre a parte inferior do tórax e
superior do abdómen poderá facilitar a contagem da actividade respiratória. Por causa do pequeno volume
e da reduzida força do fluxo de ar, a análise da respiração em crianças também é bastante complicada.
Respiração artificial
É o processo mecânico empregado para restabelecer a respiração que deve ser ministrado
imediatamente, em todos os casos de asfixia, mesmo quando houver parada cardíaca.
A respiração artificial é feita de três modos:
a) boca-a-boca
b) boca-máscara
c) por aparelhos (entubamento)
A máscara de respiração é indicada para preservar quem socorre do contágio de doenças.
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Procedimentos
Os procedimentos são os seguintes:
- deitar a vítima de costas sobre uma superfície lisa e firme;
- retirar da boca da vítima próteses (dentaduras, aparelhos de correção, se possível) e restos de
alimentos, desobstruindo as vias aéreas;
- elevar com delicadeza o queixo da vítima, estabilizando a coluna cervical (é importante o cuidado
com a medula e que a vítima não se movimente);
- tapar as narinas com o polegar e o indicador e abrir a boca da vítima completamente;
- a partir dai o socorrista deverá respirar fundo, colocar sua boca sobre a boca da vítima (sem deixar
nenhuma abertura) a soprar COM FORÇA por duas vezes seguidas , até encher os pulmões, que se
elevarão;
- afastar-se, tomar novamente ar e repetir a operação em média 12 vezes por minuto, de maneira
uniforme e sem interrupção (ou seja, a cada 5 segundos a pessoa deve repetir a operação).

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