acesso do link do Projeto Político Pedagógico do CEEBJA Dr
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acesso do link do Projeto Político Pedagógico do CEEBJA Dr
PROPOSTA PEDAGÓGICO- CURRICULAR EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CEEBJA “DR. FRANCISCO GUTIERREZ BELTRÃO” Ensino Fundamental - Fase II e Médio IBIPORÃ 2010 Sumário 1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.....................................................7 1.1 OBJETIVO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.......................................8 1.2 HISTÓRICO............................................................................................................9 1.3 PERFIL DO EDUCANDO...........................................................................................................................12 1.4 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO.............................................................................................................13 1.5 NÍVEL DE ENSINO.....................................................................................................................................15 1.5.1 Ensino Fundamental – Fase II...............................................................................................................15 1.5 2-Ensino Médio.........................................................................................................................................15 1.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL.............................................................................................................................15 1.7 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS...................................................................................16 1.8 FREQÜÊNCIA..............................................................................................................................................17 1.9 EXAMES SUPLETIVOS.............................................................................................................................17 1.10 CONSELHO ESCOLAR............................................................................................................................17 1.11 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO.......................................................................................................18 1.12 BIBLIOTECA ESCOLAR..........................................................................................................................18 1.13 LABORATÓRIO.................................................................................................19 1.14 RECURSOS TECNOLÓGICOS.................................................................................................................19 2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS...................................20 3 – INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS...............................................23 4 – MATRIZ CURRICULAR.......................................................................................23 4.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II...............................................................................................23 4.2 ENSINO MÉDIO..................................................................................................................................24 DISCIPLINAS............................................................................................................................24 5 – CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS....................................................................................................25 5.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO......................................................................26 5.2 - PROJETO VIVA-ESCOLA......................................................................................................................164 6 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO.................171 6.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO..............................................................................................................171 6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS................................................173 6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS..............................................................................................................174 6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS.......................................................................................................174 6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO ............................................................................................175 7 – REGIME ESCOLAR...........................................................................................175 7.1 ORGANIZAÇÃO........................................................................................................................................176 7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO................................................................................................................176 7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio..................................................................................176 7.3 MATRÍCULA.............................................................................................................................................176 7.4 MATERIAL DIDÁTICO............................................................................................................................178 MATEMÁTICA: .....................................................................................................179 01 DOMINÓ DE SUBTRAÇÃO........................................................................................................................179 03 DOMINÓS DE MULTIPLICAÇÃO................................................................................................................179 01 DOMINÓ DE TABUADA...........................................................................................................................179 06 JOGOS DE SEQÜÊNCIA LÓGICA/ TRÂNSITO................................................................................................179 01 CONJUNTO DE SÓLIDOS GEOMÉTRICOS.....................................................................................................179 03 CONJUNTOS DE BARRAS E MEDIDAS........................................................................................................179 02 CONJUNTOS DE NÚMEROS E SINAIS...........................................................................................................179 2 01 CONJUNTO DE BLOCOS LÓGICOS.............................................................................................................179 02 MATERIAL DOURADO............................................................................................................................179 01 RELÓGIO.............................................................................................................................................179 7.5 AVALIAÇÃO.............................................................................................................................................179 7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS..............................................................................................................181 7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO.............................181 7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO...............................................................................................................................182 7.9 ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO.............................................................................................................182 8 – CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS..........................182 8.1 RELAÇÃO DE RECURSOS FÍSICOS......................................................................................................182 8.2 RELAÇÃO DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO..........................................................................................184 8.3 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO........................................................................195 8.4 RELAÇÃO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS E TECNOLÓGICOS.....................................................197 9 – RECURSOS HUMANOS E RELAÇÃO DOS AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS, CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO..............................197 9.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS.......................................................................................197 9.1.1 Direção................................................................................................................................................197 9.1.2 Professor Pedagogo.............................................................................................................................199 9.1.3 Coordenações......................................................................................................................................201 9.1.4 Docentes...............................................................................................................................................203 9.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo.......................................................................................................205 9.2 RELAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS .................................................................................................................206 10 – PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO................................208 11 – BIBLIOGRAFIA.................................................................................................210 210 3 Ibiporã, 03 de novembro de 2010. Ofício nº. 076 Senhora chefe de Departamento O CEEBJA _ “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão” – Ensino Fundamental e Médio do município de Ibiporã, vem apresentar a Vossa Senhoria a Proposta Pedagógica do Curso de Educação de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental Fase II e Médio, contendo as devidas adequações, conforme o disposto nas Deliberações nº 04/99, nº 014/99 e nº08/00, do Conselho Estadual de Educação. Respeitosamente. Geneci Gonçalves Viana Diretora Exma. Srª. Sandra Regina Garcia Chefe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos 4 Ibiporã, 10 de Outubro de 2010. Ilmª.srª. Yvelise Freitas de Souza Arco - Verde MD. Secretária de Estado da Educação Requerimento Senhor Secretário de Estado da Educação Por meio deste instrumento, o CEEBJA – “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão” – Ensino Fundamental e Médio, de Ibiporã, vem requerer a Vossa Excelência o encaminhamento da Proposta Pedagógica do Curso E.J. A - Educação de Jovens e Adultos - Ensino Fundamental – Fase II e Médio, contendo as adequações, conforme o disposto nas Deliberações nº 004/99, nº 014/99 e nº 08/00 do Conselho Estadual de Educação, ao egrégio Conselho Estadual de Educação. Nestes termos pede deferimento Geneci Gonçalves Viana Diretora 5 IDENTIFICAÇÃO Identificação da instituição Formulário 01 1 – Denominação da instituição _CEEBJA – Dr. Francisco Gutierrez Beltrão - Ensino Fundamental e Médio 2 – Endereço completo Av. Engenheiro Beltrão , nº 65 3 – Bairro/Distrito 4 – Município Centro 6 – CEEP Ibiporã 7–Caixa Postal 8 – DDD 86.200.000 10 – Fax 043-3258 5014 -------------- 043 5 – NRE Londrina 9 – Telefone 3258-5014 11 – E-mail 12 – Site --------------------------- -------------------------------- 13 – Entidades mantenedoras 14 – CNPJ/MF Governo do Estado do Paraná 76.416.96 15 – Local e data 5/0001-21 16 – Assinatura Local, 09 de Setembro de 2005. Direção CURSOS AUTORIZADOS/RECONHECIDOS 6 Cursos autorizados / reconhecidos Formulário 02 1 – Cursos autorizados Cursos autorizados Número das autorizações Ensino Fundamental - E. J. A – Res. Nº. 1738/01 – Presencial DOE 15/08/01 Ensino Médio 2 – Cursos reconhecidos Cursos reconhecidos Ensino Fundamental – E. J. A – Número dos reconhecimentos Res. Nº1738/01 DOE15/08/01 Presencial Ensino Médio 3 – Observações 1 FORMA DE ORGANIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO O CEEBJA _ Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental se propõe trabalhar de maneira mais eficaz e organizada, através do esforço coletivo de todos os profissionais envolvidos e comprometidos com o processo educacional, para a construção de uma sociedade mais justa. Ressaltamos também a importância 7 de se observar os princípios e fins educativos previstos na L.D.B. 9394/96, Diretrizes Curriculares Nacionais, e na Deliberação e Portarias que as regulamentam. Portanto, nossa Proposta Pedagógica estará em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em seus Artigos: Como Art. 3º e Art. 32. Buscaremos também desenvolver uma prática educativa de acordo com as Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do Estado do Paraná. Na tentativa de se ter uma educação de excelência, a nossa escola procura ver o homem como sujeito de todo e qualquer tipo de saber histórico social, e proporciona a todos a chance do saber, organização e elaboração do conhecimento, aproveitando a sua cultura para integrar-se na sociedade sem destruir os seus princípios. Diante do mundo globalizado, que apresenta múltiplos desafios para o homem, a educação surge como uma condição necessária indispensável à humanidade na construção da paz, da liberdade e da justiça social. A nova concepção deve fazer com que todos possam descobrir, aprimorar e fortalecer seu potencial criativo. Desta forma, a educação de jovens e adultos deve ser pensada como um modelo pedagógico próprio, com o objetivo de criar situações de ensinoaprendizagem adequadas às necessidades educacionais de jovens e adultos, pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade e o reconhecimento de igualdade de todo e qualquer ser humano. Deve voltar-se para uma formação na qual os educandos trabalhadores possam, aprender permanentemente de forma critica, com responsabilidade individual e coletiva. 1.1 OBJETIVO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A Educação de Jovens e Adultos ainda reflete as sequelas de um passado perverso, em que a não obrigatoriedade e as condições sociais adversas e a inadequados fatores administrativos de planejamento, fizeram com que houvesse a evasão escolar e mantendo e aprofundando a distorção idade/série. Mesmo com a obrigatoriedade, o quadro sócio-educacional continua produzindo excluídos. Para analfabetos e iletrados a EJA possuem suas funções, tais como: Função Reparadora: não se refere apenas à entrada dos jovens e adultos no âmbito dos direitos civis, pela restauração de um direito a eles negado – o direito de uma escola de qualidade, mas também ao reconhecimento da igualdade ontológica de todo e qualquer ser humano de ter acesso a um bem real, social e simbologicamente importante, porém não podemos confundir a noção de reparação 8 com a de suprimento. Para tanto, é indispensável um modelo educacional que crie situações pedagógicas satisfatórias para atender às necessidades de aprendizagem específica de alunos jovens e adultos. Função equalizadora:relaciona-se à igualdade de oportunidades, que possibilite oferecer aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social,nos espaços da estética e nos canais de participação. Nessa linha, a EJA representa uma possibilidade de efetivar um caminho de desenvolvimento a todas as pessoas, de todas as idades, permitindo que jovens e adultos atualizem seus conhecimentos, mostrem habilidades, troquem experiências e tenham acesso a novas formas de trabalho e cultura. Função qualificadora: refere-se à educação permanente, com base no caráter incompleto do ser humano, cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não-escolares. Mais que uma função, é o próprio sentido da educação e jovens e adultos. Conclui-se que a EJA visa promover a inclusão social e a inserção no mercado de trabalho de jovens e adultos que não tiveram acesso à educação na idade própria, proporcionar condições para que essa parte da população construa sua cidadania e possa ter acesso à qualificação profissional, aumentar as taxas de escolarização. 1.2 HISTÓRICO A Escola Estadual “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão”, localizada à Av. Engenheiro Beltrão, 65, na região central de Ibiporã, circulada pelas ruas: José Bonifácio, D. Pedro II e Travessa Urgel Nalin. Os primeiros habitantes de Ibiporã, motivados pela cultura do café, aqui se fixaram com as famílias e sentiram necessidade de escolaridade tanto para as crianças como para os adultos. Daí a ideia de construir uma escola para sistematizar o ensino. Foi então, construída a escola no terreno doado pelo engenheiro e procurador da Companhia de Terras do Norte do Paraná, Dr. Francisco Gutierrez Beltrão. Para a realização desta construção foram utilizados recursos do Estado e ajuda do próprio doador, sendo inaugurada em 19 de abril de 1941. 9 Para homenagear o entusiasta do progresso e da educação de Ibiporã, o Estabelecimento recebeu o nome de Grupo Escolar “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão”. A Vila Ibiporã, pertencente ao município de Sertanópolis, recebera o grupo que contava com: 2 salas de aula, 2 salas para trabalhos administrativos (secretaria e direção), um modesto recinto para as necessidades fisiológicas. Este estabelecimento atendeu 147 alunos no ano de sua inauguração distribuído em três turnos de 3 horas cada turno. Assim eram compostas as turmas em 1941: 1ª série “A” 32 alunos 1ª série “B” 14 alunos 1ª série “C” 42 alunos 2ª série “A” 36 alunos 3ª série “A” 12 alunos 4ª série “A” 11 alunos TOTAL 147 ALUNOS Com o decorrer dos tempos a população foi aumentando, e o progresso atraiu novos habitantes para Ibiporã, o que levou a ampliação da escola para atender um número maior de estudantes em 1943, com 6 salas de aula, já com sanitários masculinos e femininos, atendendo a 11 turmas, em três turnos diurnos (por não haver energia elétrica), contando com um total de 373 alunos. Em 1956 fundou-se o Ginásio Estadual de Ibiporã, neste Estabelecimento, enfrentando algumas dificuldades com espaço físico atendendo mais 100 alunos. A terra roxa e fértil com excelentes resultados na cultura de café foi atração para os novos moradores aumentando consequentemente os estudantes, para atendê-los foram construídas mais 4 salas, corredores, pátio coberto, funcionando em 1958. Em 1959, criou-se a Escola Normal, em 1960 a Escola Estadual de Comércio de Ibiporã, já funcionava 1ª a 4ª séries e ginásio, com algumas turmas à noite atendendo ginásio e comércio. Atendendo assim, quatro, escolas distintas no mesmo Estabelecimento. 10 Ginásio, Magistério e 1ª a 4ª diurno, ginásio e comércio noturno. O espaço tornou-se insuficiente para atender a demanda, quando desmembrado, o ginásio passou para outro prédio, assim como a Escola Normal e o Comércio. Atos Oficiais para o funcionamento deste estabelecimento: Decreto nº6. 225/79 de 20/01/79 da Lei 5.692/71 - para I- Autorização do Funcionamento do Estabelecimento. II- Resolução nº 4.290/94; Reconhecimento do Estabelecimento. III- Reconhecimento do Curso nº 4.290/94 - Fase II Ensino Supletivo- E.J.A./99. Autorização para o funcionamento de uma Classe Especial - IV- Resolução 2.639/82 em outubro de 1982. V- Resolução 612/89 em 06/03/89 autorização para funcionamento de mais uma Classe Especial. VI- Resolução 585/95 e Deliberação 33/95 implantação Ciclo Básico de Alfabetização 4 anos. VII- Deliberação 001/96 CEE autoriza a criação pela SEED, do programa de Adequação Idade - Série: Correção de fluxo. a Resolução nº1. 553/97 SEED, de 24/04/97, que autoriza a criação do referido Programa na Rede Pública Estadual de Ensino de 1º Grau. VIII- Sala de Recurso. Em 1977, foram feitas algumas adaptações e construção de uma sala de aula, cozinha, refeitório, depósito de merenda, mais tarde construiu um gabinete dentário e quadra de jogos. Em 1996, deu-se início à construção de uma cobertura de 100m2 para refeitório, passando o pequeno e antigo refeitório para sala de vídeo, onde são atendidos mais de 1000 alunos nos três turnos ao longo da semana. Com o crescente interesse por parte da A.P.M. de implantação de 5ª a 8ª série, em 1997 foi enviado o projeto de implantação para 1998, que exigiu a montagem de laboratório, que em pouco tempo foi montado. Em 1998 desocupou-se a sala nº. 12, construindo uma para supervisão e professor, nas mesmas condições construiu-se uma sala para atender Classes Especiais, aproveitando o chão ladrilhado do pátio coberto; passando então a sala 11 nº12 a ter três espaços que são: dois para atender contra turno com 12 carteiras em cada sala e outro maior para funcionamento de uma sala do Recurso C.B.A. Em 1999 a escola atendeu os alunos distribuídos nas salas da seguinte forma: MANHÃ 09 04 01 TARDE 09 04 - NOITE - Recursos Classe - 01 - Especial Fase II - - 05 Supletivo E.J.A. - - 05 CBA Contra turno Sala de A partir do início do ano letivo de 2000 o Ciclo Básico de Alfabetização - 4 anos, foi municipalizado passando a Escola Estadual Dr. Francisco Gutierrez Beltrão, a ofertar apenas o curso de Educação de Jovens e Adultos - Fase II e E.J.A., no período noturno, ficando os alunos distribuídos nas salas da seguinte forma: NOITE Educação de Jovens e Adultos Fase II 03 Educação de Jovens e Adultos – E.J.A. 8 A partir do 2º semestre do ano 2000, a Escola Estadual “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão” – Ensino Fundamental passa a denominar-se: Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos “Dr. Francisco Gutierrez Beltrão – Ensino Fundamental de acordo com a Resolução nº. 1.626/2000 D.O.E. de 16/06/2000. Ofertando o curso de Educação de Jovens e Adultos E.J. A - Presencial no período noturno, com início das 19:00 às 22:35 horas. Com um total de 10 turmas. 1.3 PERFIL DO EDUCANDO 12 O Estabelecimento atende alunos da E.J. A – Presencial, sendo que na maioria trabalhadores, que vêm da luta diária, tem seu rendimento muito aquém do esperado. Os desajustes familiares e as carências refletem no seu rendimento acadêmico prejudicando assim o processo ensino – aprendizagem. Em pesquisa feita entre os alunos para caracterização da realidade da Escola, que após análise, concluiu-se que atendemos alunos da classe média, classe média baixa e carentes, a maioria pertencentes à classe de trabalhadora. A situação financeira, desemprego falta de moradia, injustiça social e violência ocupam os 6 (seis) primeiros lugares em números de citação pelos alunos e familiares em relação às dificuldades que encontram na vida. Muitos dos menores não moram com os pais e nem sempre estão felizes por ficar grande parte do tempo sem companhia, dado à sorte de um mundo cheio de perversidade e com muita facilidade de encontrar um caminho menos recomendado. Daí, a tentativa da Escola em mantê-los frequentando as aulas adquirindo conhecimentos para poder enfrentar o mundo, sabendo de suas responsabilidades exercendo a cidadania, assim reconhecendo seus direitos e deveres. Contamos ainda com alunos que tiveram problema com a justiça e são encaminhados à escola pela promotoria, mesmo não tendo interesse para os estudos. O medo da fome, de doenças e da morte está presente nos relatos dos alunos. Pela pesquisa constatou-se que 15% dos pais não possuem escolaridade, 67% concluíram o 1º Grau, apenas 2 % concluíram o 2º Grau, o ensino superior não houve respostas. Concluir que os profissionais comprometidos com a educação tem cada vez mais que buscar alternativas para motivar e serem motivados e desenvolver um trabalho complexo, que dependem de muita dedicação, em parceria com familiares e outros órgãos que possam ajudar na solução das dificuldades comprovadas e sem perder a esperança de comprometimento maior das autoridades, para alcançar os objetivos propostos que prima por uma Educação de Qualidade, garantindo ao educando conhecimentos fundamentais para sua vida e dignidade. 1.4 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO 13 Este estabelecimento de ensino tem como uma das finalidades, a oferta de escolarização de jovens, adultos e idosos que buscam dar continuidade a seus estudos no Ensino Fundamental ou Médio, assegurando-lhes oportunidades apropriadas, consideradas suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, mediante ações didático-pedagógicas coletivas e/ou individuais. Portanto, este Estabelecimento Escolar oferta Educação de Jovens e Adultos – Presencial que contempla o total de carga horária estabelecida na legislação vigente nos níveis do Ensino Fundamental e Médio, com avaliação no processo. Os cursos são caracterizados por estudos presenciais desenvolvidos de modo a viabilizar processos pedagógicos, tais como: - pesquisa e problematização na produção do conhecimento; - desenvolvimento da capacidade de ouvir, refletir e argumentar; - registros, utilizando recursos variados (esquemas, anotações, fotografias, ilustrações, textos individuais e coletivos), permitindo a sistematização e socialização dos conhecimentos; - vivências culturais diversificadas que expressem a cultura dos educandos, bem como a reflexão sobre outras formas de expressão cultural. Para que o processo seja executado a contento, serão estabelecidos plano de estudos e atividades. O Estabelecimento de Ensino deverá disponibilizar o guia de Estudos dos educandos, a fim de que este tenha acesso a todas as informações sobre a organização da modalidade. Organização Coletiva Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula o período, dias e horário das aulas, com previsão de início e término de cada disciplina, oportunizando ao educando a integralização do currículo. A mediação pedagógica ocorrerá priorizando o encaminhamento dos conteúdos de forma coletiva, na relação professor-aluno e considerando os saberes adquiridos na história de vida de cada educando. A organização coletiva destina-se, preferencialmente, àqueles que têm possibilidades de frequentar com regularidade as aulas, a partir de um cronograma pré-estabelecido. Organização Individual 14 A organização individual destina-se àqueles educandos trabalhadores que não têm possibilidades de frequentar com regularidade as aulas, devido às condições de horários alternados de trabalho e para os que foram matriculados mediante classificação, aproveitamento de estudos ou que foram reclassificados ou desistentes quando não há, no momento em que sua matrícula é reativada, turma organizada coletivamente para a sua inserção. Será programada pela escola e oferecida aos educandos por meio de um cronograma que estipula os dias e horário das aulas, contemplando o ritmo próprio do educando, nas suas condições de vinculação à escolarização e nos saberes já apropriado. 1.5 NÍVEL DE ENSINO 1.5.1 Ensino Fundamental – Fase II Ao se ofertar estudos referentes ao Ensino Fundamental – Fase II, este estabelecimento escolar terá como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, que consideram os conteúdos ora como meios, ora como fim do processo de formação humana dos educandos, para que os mesmos possam produzir e ressignificar bens culturais, sociais, econômicos e deles usufruírem. Visa, ainda, o encaminhamento para a conclusão do Ensino Fundamental e possibilita a continuidade dos estudos para o Ensino Médio. 1.5 2-Ensino Médio O Ensino Médio no Estabelecimento Escolar terá como referência em sua oferta, os princípios, fundamentos e procedimentos propostos nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer 15/98 e Resolução n.º 2 de 07 de abril de 1998/CNE e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos e nas Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica. 1.6 EDUCAÇÃO ESPECIAL A EJA contempla, também, o atendimento a educandos com necessidades educativas especiais, inserindo estes no conjunto de educandos da organização 15 coletiva ou individual, priorizando ações que oportunizem o acesso à permanência e o êxito dos mesmos no espaço escolar, considerando a situação em que se encontram individualmente estes educandos. Uma vez que esta terminologia pode ser atribuída a diferentes grupos de educandos, desde aqueles que apresentam deficiências permanentes até aqueles que, por razões diversas, fracassam em seu processo de aprendizagem escolar, a legislação assegura a oferta de atendimento educacional especializado aos educandos que apresentam necessidades educativas especiais decorrentes de: - deficiência mental, física/neuromotora, visual e auditiva; - condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos; e - super dotação/altas habilidades. É importante destacar que “especiais” devem ser consideradas as alternativas e as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem e participação de todos os alunos. (CARVALHO, 2001.) Desse modo, desloca-se o enfoque do especial ligado ao educando para o enfoque do especial atribuído à educação. Mesmo que os educandos apresentem características diferenciadas decorrentes não apenas de deficiências, mas, também, de condições socioculturais diversas e econômicas desfavoráveis, eles terão direito a receber apoios diferenciados daqueles normalmente oferecidos pela educação escolar. Garante-se, dessa forma, que a inclusão educacional realize-se, assegurando o direito à igualdade com equidade de oportunidades. Isso não significa o modo igual de educar a todos, mas uma forma de garantir os apoios e serviços especializados para que cada um aprenda, resguardando-se suas singularidades. 1.7 AÇÕES PEDAGÓGICAS DESCENTRALIZADAS Este Estabelecimento Escolar desenvolve ações pedagógicas descentralizadas, efetivadas em situações de evidente necessidade, dirigidas a grupos sociais com perfis e necessidades próprias e onde não haja oferta de escolarização para jovens, adultos e idosos, respeitada a proposta pedagógica e o regimento escolar, desde que autorizado pela SEED/PR, segundo critérios estabelecidos pela mesma Secretaria em instrução própria. 16 A implantação da APED se deu no início do ano letivo de 2007, onde são atendidos 56 alunos, na modalidade coletiva do Ensino Fundamental. A direção e a equipe pedagógica avaliou a necessidade dos pretendentes que têm que percorrer até 6 Km para estudarem na EJA sede, situada no Centro da cidade de Ibiporã. A disponibilidade de um espaço físico em escola pública na região dos interessados despertou o interesse nesta possibilidade. Foi então montada a proposta, enviada a SEED/PR e aprovada para duas turmas na Escola Municipal “Profª. Galdina Ferreira Gonçalves” instalada dentro do CAIC “Alberto Spiaci”. 1.8 FREQÜÊNCIA A carga horária prevista para as organizações individual e coletiva é de 100% (cem por cento) presencial no Ensino Fundamental – Fase II e no Ensino Médio, sendo que a frequência mínima na organização coletiva é de 75% (setenta e cinco por cento) e na organização individual é de 100% (cem por cento), em sala de aula. 1.9 EXAMES SUPLETIVOS Este Estabelecimento Escolar ofertará Exames Supletivos, atendendo ao disposto na Lei N.º94/96, desde que autorizado e credenciado pela Secretaria de Estado da Educação, por meio de Edital próprio emitido pelo Departamento de Educação e Trabalho, através da Coordenação da Educação de Jovens e Adultos. 1.10 CONSELHO ESCOLAR A gestão escolar da escola pública como decorrência do princípio constitucional da democracia e colegialidade, terá como órgão máximo de direção um Conselho Escolar. 1 - O órgão colegiado de direção será deliberativo, consultivo e fiscal, tendo como principal atribuição estabelecer a proposta pedagógica da escola, eixo de toda e qualquer ação a ser desenvolvida no estabelecimento de ensino. 17 2 - O órgão colegiado de direção será constituído de acordo com o princípio da representatividade, devendo abranger toda a comunidade escolar, cujos representantes nele terão, necessariamente, voz e voto. 3 - Poderão participar do órgão colegiado de direção representantes dos movimentos sociais organizados, comprometidos com a escola pública, assegurando-se que sua representação não ultrapasse 1/5 (um quinto) do colegiado. 4 - O órgão colegiado de direção será presidido pelo diretor do estabelecimento, na qualidade de dirigente da proposta pedagógica. 5 - O Conselho Escolar é normatizado por estatuto próprio. 1.11 MATERIAIS DE APOIO DIDÁTICO Serão adotados os materiais indicados pelo Departamento de Educação e Trabalho/ Coordenação de Educação de Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, como material de apoio. Além desse material, os docentes, na sua prática pedagógica, poderão utilizar outros recursos didáticos. 1.12 BIBLIOTECA ESCOLAR A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição de toda comunidade Escolar. A Biblioteca estará a cargo de profissional qualificado, de acordo com a legislação em vigor. A Biblioteca deverá ter regulamento próprio onde estará explicitada sua organização, funcionamento e atribuições do responsável. O regulamento da Biblioteca será elaborado pelo seu responsável, sob orientação da Equipe Pedagógica, com aprovação da Direção e do Colegiado. Compete ao responsável pela biblioteca: I. catalogar o acervo bibliográfico obedecendo às diretrizes e os critérios da ABNT; II. organizar e manter em dia a forma de registro de empréstimo e devolução do acervo bibliográfico; III. proporcionar ambiente próprio para o trabalho de leitura e pesquisa; 18 IV. colaborar com a equipe técnico pedagógica, providenciando material necessário; V. atender aos usuários da biblioteca com polidez e cortesia; VI. exercer as demais atribuições decorrentes de sua função. A Biblioteca constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo estará à disposição de toda comunidade Escolar. A Biblioteca estará a cargo de profissional qualificado, de acordo com a legislação em vigor. A Biblioteca deverá ter regulamento próprio onde estarão explicitados sua organização, funcionamento e atribuições do responsável. O regulamento da Biblioteca será elaborado pelo seu responsável, sob orientação da Equipe Pedagógica, com aprovação da Direção e do Colegiado. 1.13 LABORATÓRIO O laboratório, dentro do ensino das Ciências, é de suma importância, pois possibilita o confronto da teoria com a prática, fixando os conteúdos de forma concreta. Tornando assim o aprendizado eficiente e prazeroso. 1.14 RECURSOS TECNOLÓGICOS A Tecnologia sempre afetou o homem das primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor, que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças sociais e culturais – a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia. Facilitando nossas ações, nos transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos tecnológicos ora facilitam, ora nos assustam... E essa forma de interferência da tecnologia em nosso cotidiano caracteriza uma contribuição que ocorre naturalmente, mesmo que não estejamos dando conta disso. Trata-se de um processo que está mudando, entre outras coisas, o ensino, aproximando-o cada vez mais do próprio processo natural de difusão cultural. As chamadas novas tecnologias estão desterritorializando a instituição escolar: hoje, aprende-se não apenas no prédio físico da escola, mas em casa, em 19 qualquer lugar que se tenha acesso às informações. A tecnologia modifica a expressão criativa do homem, modificando sua forma de adquirir conhecimento e interferindo em sua cognição. Os recursos tecnológicos atuais, os novos meios digitais (multimídia, internet), trazem novas formas de ler, escrever e, portanto, de pensar e agir. A introdução de novas tecnologias e de todas as suas vertentes deve ser provocada, em suas origens, pela necessidade constatada de uma real mudança no processo educacional, 2 - FILOSOFIA E PRINCÍPIOS DIDÁTICOPEDAGÓGICOS A educação de adultos exige uma inclusão que tome por base o reconhecimento do jovem adulto como sujeito. Coloca-nos o desafio de pautar o processo educativo pela compreensão e pelo respeito do diferente e da diversidade: ter o direito a ser igual quando a diferença nos inferioriza e o de ser diferente quando a igualdade nos descaracteriza. Ao pensar no desafio de construirmos princípios que regem a educação de adultos, há de buscar-se uma educação qualitativamente diferente, que tem como perspectiva uma sociedade tolerante e igualitária, que a reconhece ao longo da vida como direito inalienável de todos. (SANTOS, 2004) A Educação de Jovens e Adultos – EJA, enquanto modalidade educacional que atende a trabalhador-estudante tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, de modo a que os educandos venham a participar política e produtivamente das relações sociais, com comportamento ético e compromisso político, através do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral. Tendo em vista este papel, a educação deve voltar-se para uma formação na qual os trabalhadores-estudantes possam: aprender permanentemente, refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez, a partir da utilização metodologicamente adequada de conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos. (KUENZER, 2000, p. 40) 20 Sendo assim, para a concretização de uma prática administrativa e pedagógica verdadeiramente voltada à formação humana, é necessário que o processo ensino-aprendizagem, na Educação de Jovens e Adultos seja coerente com. a) o seu papel na socialização dos sujeitos, agregando elementos e valores que os levem à emancipação e à afirmação de sua identidade cultural; b) o exercício de uma cidadania democrática, reflexo de um processo cognitivo, crítico e emancipatório, com base em valores como respeito mútuo, solidariedade e justiça; c) os três eixos articuladores do trabalho pedagógico com jovens, adultos e idosos – cultura, trabalho e tempo; Segundo as Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, as relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam uma proposta pedagógica pensada e estabelecida a partir de reflexões sobre a diversidade cultural, tornando-a mais próxima da realidade e garantindo sua função socializadora – promotora do acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando – e, sua função antropológica - que considera e valoriza a produção humana ao longo da história. A compreensão de que o educando da EJA relaciona-se com o mundo do trabalho e que através deste busca melhorar a sua qualidade de vida e ter acesso aos bens produzidos pelo homem, significa contemplar, na organização curricular, as reflexões sobre a função do trabalho na vida humana. É inerente a organização pedagógico-curricular da EJA, a valorização dos diferentes tempos necessários à aprendizagem dos educandos de EJA, considerando os saberes adquiridos na informalidade das suas vivências e do mundo do trabalho, face à diversidade de suas características. E ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná: I. A EJA deve constituir-se de uma estrutura flexível, pois há um tempo diferenciado de aprendizagem e não um tempo único para todos os educandos, bem como os mesmos possuem diferentes possibilidades e condições de reinserção nos processos educativos formais; II. O tempo que o educando jovem, adulto e idoso permanecerá no processo educativo tem valor próprio e significativo, assim sendo à 21 escola cabe superar um ensino de caráter enciclopédico, centrado mais na quantidade de informações do que na relação qualitativa com o conhecimento; III. Os conteúdos específicos de cada disciplina deverão estar articulados à realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculada ao mundo do trabalho, à ciência, às novas tecnologias, dentre outros; IV. A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de pensar, ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio da atividade reflexiva. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma a que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social; V. O currículo na EJA não deve ser entendido, como na pedagogia tradicional, que fragmenta o processo de conhecimento e o hierarquiza nas matérias escolares, mas sim, como uma forma de organização abrangente, na qual os conteúdos culturais relevantes, estão articulados à realidade na qual o educando se encontra, viabilizando um processo integrador dos diferentes saberes, a partir da contribuição das diferentes áreas/disciplinas do conhecimento. Por isso, a presente proposta e o currículo dela constante incluirá o desenvolvimento de conteúdos e formas de tratamento metodológico que busquem chegar às finalidades da educação de jovens e adultos, a saber: I.Traduzir a compreensão de que jovens e adultos não são atrasados em seu processo de formação, mas são sujeitos sócio-histórico-culturais, com conhecimentos e experiências acumuladas, com tempo próprio de formação e aprendizagem; II. Contribuir para a ressignificação da concepção de mundo e dos próprios educandos; III. O processo educativo deve trabalhar no sentido de ser síntese entre a objetividade das relações sociais e a subjetividade, de modo que as diferentes linguagens desenvolvam o raciocínio lógico e a capacidade de utilizar conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-históricos; 22 IV. Possibilitar trajetórias de aprendizado individual com base na referência, nos interesses do educando e nos conteúdos necessários ao exercício da cidadania e do trabalho; V. Fornecer subsídios para que os educandos tornem-se ativos, criativos, críticos e democráticos; Em síntese, o atendimento a escolarização de jovens, adultos e idosos, não se refere exclusivamente a uma característica etária, mas a articulação desta modalidade com a diversidade sociocultural de seu público, composta, dentre outros, por populações do campo, em privação de liberdade, com necessidades educativas especiais, indígenas, que demandam uma proposta pedagógica-curricular que considere o tempo/espaço e a cultura desses grupos. 3 – INDICAÇÃO DA ÁREA OU FASE DE ESTUDOS Propõe-se a oferta do curso de Educação de Jovens e Adultos no nível do Ensino Fundamental – Fase II e do Médio a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso ou continuidade em seus estudos. 4 – MATRIZ CURRICULAR 4.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II ESTABELECIMENTO: CEEBJA – “DR. FRANCISCO GUTIERREZ BELTRÃO – ENSINO”. FUNDAMENTAL E MÉDIO ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná 23 MUNICÍPIO: IBIPORÃ NRE: LONDRINA ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2007 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1452 H/A ou 1200/1210 HORAS DISCIPLINAS LÍNGUA PORTUGUESA ARTE LEM - INGLÊS EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA CIÊNCIAS NATURAIS HISTÓRIA GEOGRAFIA ENSINO RELIGIOSO* TOTAL Total de Total de Horas horas/aula 226 54 160 54 226 160 160 160 10 272 64 192 64 272 192 192 192 12 1200/1210 1440/1452 * DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATÓRIA PELO ESTABELECIMENTO DE ENSINO E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O EDUCANDO. 4.2 ENSINO MÉDIO MATRIZ CURRICULAR DO CURSO PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ENSINO MÉDIO ESTABELECIMENTO: CEEBJA –“DR FRANCISCO GUTIERREZ BELTRÃO” – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO ENTIDADE MANTENEDORA: Governo do Estado do Paraná MUNICÍPIO: IBIPORÃ NRE: LONDRINA ANO DE IMPLANTAÇÃO: 1º Sem/2010 FORMA: Simultânea CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO: 1440/1568 H/A ou 1200/1306 HORAS DISCIPLINAS L. PORTUGUESA E LITERATURA LEM – INGLÊS Total de Total de Horas horas/aula 174 208 106 128 24 ARTE FILOSOFIA SOCIOLOGIA EDUCAÇÃO FÍSICA MATEMÁTICA QUÍMICA FÍSICA BIOLOGIA HISTÓRIA 54 54 54 54 174 106 106 106 106 64 64 64 64 208 128 128 128 128 GEOGRAFIA 106 128 LÍNGUA ESPANHOLA* 106 128 1200/1306 1440/1568 TOTAL * LÍNGUA ESPANHOLA, DISCIPLINA DE OFERTA OBRIGATORIA E DE MATRÍCULA FACULTATIVA PARA O ALUNO. 5 – CONCEPÇÃO, CONTEÚDOS E SEUS RESPECTIVOS ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS. A Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná é uma modalidade de ensino da Educação Básica cuja concepção de currículo compreende a escola como espaço sociocultural que propicia a valorização dos diversos grupos que compõem, ou seja, considera os educandos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Esse currículo entendido, ainda, como um processo de construção coletiva do conhecimento escolar articulado à cultura, em seu sentido antropológico, constitui-se no elemento principal de mediação entre educadores e educandos e deve ser organizado de tal forma que possibilite aos educandos transitarem pela estrutura curricular e, de forma dialógica entre educando e educador tornar os conhecimentos significativos às suas práticas diárias. Nesta ótica o conhecimento se constitui em núcleo estruturador do conteúdo do ensino. Nesse enfoque, a organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos, prevendo a inclusão de diferentes sujeitos, necessita ser pensada em razão dos critérios de uma seleção de conteúdos que lhes assegurem o acesso aos conhecimentos historicamente construídos e o respeito às suas especificidades. 25 Após a definição das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica, a Educação de Jovens e Adultos do Estado do Paraná como modalidade da Educação Básica, passa a adotar os mesmos conteúdos curriculares previstos por essas diretrizes. No entanto, cabe ressaltar que a organização metodológica das práticas pedagógicas, dessa modalidade deve considerar os três eixos articuladores propostos nas Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos: Trabalho, Cultura e Tempo, os quais devem se articular tendo em vista a apropriação do conhecimento que não deve se restringir à transmissão/assimilação de fatos, conceitos, ideias princípios, informações etc., mas sim compreender a aquisição cognoscitiva e estar intrinsecamente ligados à abordagem dos conteúdos curriculares propostos para a Educação Básica. 5.1 ENSINO FUNDAMENTAL – FASE II E ENSINO MÉDIO DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Considerando-se as indicações das Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação de Jovens e Adultos que propõem o compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral, bem como o respeito à diversidade cultural, à inclusão e ao perfil do educando, o estudo da linguagem na organização da proposta pedagógica do ensino de Língua Portuguesa está pautado na concepção sociointeracionista, a qual dá ênfase ao uso social dos diferentes gêneros textuais. Nesse sentido, a escola está sendo entendida como um espaço onde se produz o conhecimento e tem por objetivo propiciar uma formação intelectual, cognitiva e política, por meio de pesquisas, leituras, estudos que favoreçam o respeito aos diferentes falares e aos saberes próprios da cultura do educando, preparando-o para produção de seu próprio texto, oral ou escrito, adequado às exigências dos diversos contextos sociais. O trabalho pedagógico proposto para as práticas de linguagem está fundamentado nos pressupostos teóricos de alguns estudiosos que entendem a linguagem como interação. 26 VYGOTSKY (1989) dedicou-se a estudos sobre a origem cultural das funções superiores do ser humano, isto é, o funcionamento psicológico, a partir da interação social e da relação linguagem-pensamento. Por isso, propõe que se estudem as mudanças ocorridas no desenvolvimento mental, inserindo o indivíduo num determinado contexto cultural, a partir da interação com os membros de seu grupo e de suas práticas sociais. Para esse autor, a cultura é uma espécie de palco de negociações. Seus membros estão em movimentação constante de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados. Nessa mesma direção, BAKHTIN (2003) afirma que os seres humanos apreendem a realidade e a constroem na medida em que se relacionam com o outro, atribuindo assim, sentido ao seu próprio viver, permeado pelo exercício efetivo da linguagem. Esse autor propõe o confronto dos diversos discursos a partir de temáticas do cotidiano, com ênfase na polifonia, dialogismo e polissemia. O primeiro constitui as diversas vozes do discurso oral e escrito; o segundo, consiste na interação do “eu” com o “outro”; por último, a polissemia, que compreende os diferentes significados da palavra, de acordo com a vivência sociocultural de cada sujeito. As ideias de BAKHTIN e FREIRE (2004) convergem, no sentido de que a prática pedagógica deve se dar numa relação dialógica, entre os sujeitos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Para FREIRE, a relação pedagógica consiste no diálogo entre educador e educando, como sujeitos mediatizados pelo mundo. As propostas teóricas dos autores citados valorizam o processo interativo como espaço de construção dos sentidos do texto, confrontando situações a partir do contexto histórico, político, filosófico, social, entre outros. Nessa perspectiva, GERALDI (2001, p. 41) identifica, historicamente, três concepções de linguagem: como expressão do pensamento, destacada nos estudos tradicionais; como instrumento de comunicação; como uma forma de interação humana. A linguagem como interação propõe estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam, e não simplesmente estabelecer classificações e dominar os tipos de sentenças. Portanto, o objeto de estudo da língua deve ser o texto oral e escrito produzido nas diversas situações de interação social. A partir desses pressupostos, Val (1993, p.3) estabelece como propriedades do texto, a unidade sociocomunicativa – interação social e a unidade semântica – 27 em que a coerência é o fator responsável pela unidade formal e material, ou seja, “pode-se definir texto ou discurso como ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica ou formal”. Essa autora afirma que, para o texto ser compreendido, precisa ser avaliado sob três aspectos: o pragmático, que se pontua em situação informal e comunicativa; o semântico, que depende da coerência; e o formal, que diz respeito à coesão. Ainda de acordo com a autora, “a textualidade é o conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas uma sequencia de frases” (VAL, 1993, p.5). Embasada em Beaugrande e Dressler, VAL relaciona sete fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: coerência, coesão, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, informatividade e intertextualidade. Portanto, pode-se afirmar que o texto, em suas diferentes formas de apresentação ou gêneros, se constrói no aspecto sociocomunicativa por meio dos fatores pragmáticos funcionais, em constante interação entre os sujeitos. Os gêneros, segundo BAKHTIN (1997, p.179), são caracterizados pelo conteúdo temático, pelo estilo e pela construção composicional, que numa esfera de utilização apresentam tipos relativamente estáveis de enunciados, tais como o conto, o relato, o texto de opinião, a entrevista, o artigo, o resumo, a receita, a conta de luz, os manuais, entre outros. A escolha do gênero depende do contexto imediato e, consequentemente, da finalidade a que se destina, dos destinatários e do conteúdo. O trabalho com a diversidade de gêneros textuais possibilita o confronto de diferentes discursos sobre a mesma temática e ainda, permite uma metodologia “interdisciplinar com atenção especial para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais” (MARCUSCHI, 2005, p.18). Além disso, contribui para que o educando perceba a organização e os elementos de construção dos diferentes gêneros ou tipos textuais para que o educando possa reconhecer a finalidade, as características e produzir textos, seja do tipo narrativo, descritivo, argumentativo ou expositivo, entre outros. A enunciação é dotada de tema e significação. O tema dá sentido na realização da enunciação, uma vez que ele é determinado não só pelas formas linguísticas, mas também pelos elementos não verbais da situação. Segundo Bakhtin (1986, p. 132) “ toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas também um 28 acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo não há palavra”. O tema e a significação indicam as particularidades de estilo e composição do enunciado, esclarecendo a que gênero pertence o texto, se é composto por um ou por diferentes tipos de discurso, considerando um acento de valor, ou seja, “convém discernir igualmente o grau de firmeza ideológica, o grau de autoritarismo e de dogmatismo que acompanha a apreensão do discurso” Bakhtin (1986, p.149). Nesse enfoque há que se considerar o contexto de produção e o conteúdo temático que o sujeito utiliza para produzir um texto, envolvendo os três mundos distintos, interiorizados por ele: o mundo físico, o mundo social e o mundo subjetivo, Assim, o contexto de produção ou a situação comunicativa exercem influências na forma como um texto se apresenta. Ler um texto, nessa perspectiva, significa perceber o contexto histórico, social, econômico, filosófico e político em que ele se insere, assim como a ideologia, a finalidade do texto, a posição do autor e o possível interlocutor, dentre outros elementos tais como a escolha pela linguagem utilizada, os elementos gramaticais e seus efeitos na construção do texto nos diferentes gêneros textuais nos momentos de reflexão sobre a língua. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A concepção assumida em Língua Portuguesa pressupõe ações pedagógicas pautadas na construção do conhecimento de forma crítica, reflexiva, engajada na realidade, de modo a privilegiar a relação teoria-prática, na busca da apreensão das diferentes formas de apresentação do saber. Nesse sentido, a organização do planejamento pedagógico pressupõe a reflexão sobre a linguagem a partir de temáticas que exploram os diferentes gêneros discursivos e tipos de textos, com o objetivo de analisar as práticas de linguagem, ou seja, leitura, análise linguística e produção textual. A prática de leitura pressupõe a análise de diferentes linguagens, seja na forma verbal ou não verbal: iconográfica (imagens, desenhos, filmes, charges, outdoors, entre outros), cinética (sonora, olfativa, tátil, visual e gustativa) e alfabética, nos diferentes níveis. 29 Os diferentes níveis de leitura constituem-se num meio para identificar, nos diversos gêneros, os elementos de construção do texto, localizar as informações explícitas, subentender as implícitas, fazer ligação entre o conhecimento do educando e o texto, bem como estabelecer relações intertextuais. Os gêneros textuais apresentados aos educandos precisam contemplar as possíveis situações de uso social da linguagem nas atividades propostas, tendo por objetivo identificar a finalidade do texto, a posição assumida pelo autor, o contexto social, político, histórico, econômico, filosófico, entre outros, com destaque para as variedades linguísticas, os mecanismos gramaticais e os lexicais na construção do texto. Nesse contexto, salienta-se a importância de apreender os dados sobre o autor (biografia), a fonte referencial (data, local, suporte de texto), além do interlocutor a quem se destina o texto. Os mecanismos gramaticais e lexicais não são estudados de forma descontextualizada ou com a intenção da apropriação da metalinguagem, mas a partir do texto para que o educando possa reconhecê-los como elementos de construção textual dos gêneros estilísticos e do cotidiano, uma vez que o objetivo do ensino da língua é orientar para o uso social da linguagem, de acordo com a norma padrão. Para isso, faz-se necessária a prática orientada da produção oral e escrita de textos dos diferentes gêneros do discurso. O desenvolvimento dessa prática é importante porque o texto do educando revela, além do conhecimento de mundo, os conteúdos aprendidos e os que devem ser priorizados no planejamento do educador. Para a seleção de conteúdos essenciais do Ensino Fundamental e Médio, bem como para as práticas de linguagem, foram utilizados os seguintes critérios: o perfil do educando da EJA; a diversidade cultural; a experiência social construída historicamente e os conteúdos significativos a partir de atividades que facilitem a integração entre os diferentes saberes. É importante destacar que embora os conteúdos sejam os mesmos para os dois níveis de ensino, o que difere é o grau de complexidade dos textos apresentados para a reflexão sobre a linguagem. A avaliação precisa ser entendida como instrumento de compreensão do nível de aprendizagem dos alunos em relação às práticas de linguagem: leitura, produção 30 de texto e análise linguística, para que o educador possa re-encaminhar seu planejamento. O processo avaliativo deve ser coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos. Desse modo, a avaliação deve ser dialética, ou seja, o educando confronta-se com o objeto do conhecimento, com participação ativa, valorizando o fazer e o refletir. Sendo assim, o erro no processo ensinoaprendizagem indica os conteúdos que devem ser retomados. Portanto, o trabalho com as práticas de linguagem deve partir das necessidades dos educandos. Para isso, é importante que o educador dê significado ao objeto do conhecimento, lance desafios aos educandos, incentive os questionamentos e exerça a função de mediador da aprendizagem, valorizando a interação. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Variedades linguísticas Norma culta, dialetos, gírias, regionalismos, outras formas de registros. Funções da linguagem. Linguagem verbal e não-verbal. Gêneros textuais ou discursivos Elementos da construção dos diferentes gêneros discursivos e tipos de textos (informativo, instrucional, poético, narrativo, carta, bilhete, sinopse, etc.) Análise do discurso: linguagem, aspecto formal, finalidade, estilo, ideologia, posição do autor, ideologia, contexto histórico, social, econômico, político, entre outros. Elementos coesivos e coerência textual: unidade temática, elementos lógicodiscursivos, tese, organização dos parágrafos, contexto discursivo, interlocutor, ideia central, sequencia lógica, progressão, retomada dos elementos coesivos, título como elemento coesivo entre outros. 31 Discurso direto e indireto. Recursos visuais, sonoros, olfativos, gráficos, etc. Relações referenciais: elipse, repetição, sinais de pontuação. Aspectos formais do texto: acentuação, pontuação, ortografia, paragrafação, título, legibilidade, aceitabilidade, entre outros. Ambiguidade como recurso de construção do texto. Ambiguidade como problema de construção do texto. Informações explícitas, implícitas e intertextualidade. Relações entre imagem e texto. Elementos Gramaticais na construção do texto Pontuação e seus efeitos de sentido na construção do texto: vírgula, ponto-evírgula, ponto final, ponto de interrogação, exclamação, dois pontos, aspas, parênteses, travessão, reticências, entre outros. Emprego da crase na construção do texto. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, verbo, preposição, conjunção, artigo, numeral, pronome, advérbio e interjeição na construção do texto. Sujeito e predicado na construção do texto. Vozes do verbo na construção do texto. Adjunto adnominal e complemento adnominal na construção do texto. Aposto e vocativo na construção do texto. Orações coordenadas, subordinadas, reduzidas e intercaladas na construção do texto. Concordância verbal e nominal na construção do texto. Colocação pronominal na construção do texto. Figuras de linguagem na construção do texto. Formação de palavras: prefixo, sufixo, radical, derivação e composição. Para o Ensino Médio devem ser acrescidos os seguintes conteúdos de Literatura: Arte literária e as outras artes. História e literatura. Os gêneros literários e os elementos/recursos que os compõem. 32 Periodização e estilos de época da literatura brasileira: O Quinhentismo brasileiro (literatura de informação), Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo e Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, vanguarda europeias, Pré-modernismos, Modernismo, Pós-modernismos. Os períodos literários e a relação com o período histórico, as artes e o cotidiano. REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail (In: VOLOSHINOV, V.N). Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar), Curitiba, 2004. FARACO, Carlos Alberto; CASTRO Gilberto de. Por uma teoria lingüística que fundamente o ensino de língua materna (ou de como apenas um pouquinho de gramática nem sempre é bom). In: Educar, n.15, Curitiba: UFPR, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática pedagógica educativa. 30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004. GERALDI, João Wanderlei (org.). O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2001. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário; GAYDECKZKA, Beatriz; BRITO Karim S. (Orgs.) Gêneros textuais: reflexões e ensino. União da vitória: Gráfica Kaygangue, 2005. 33 VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1993. VYGOTSKI, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. DISCIPLINA DE ARTE CONCEPÇÃO DO ENSINO DE ARTE Encontramos o ensino da Arte presente no Brasil desde o século XVI, com a ação dos jesuítas. A Arte era parte dos ensinamentos, cujo objetivo principal era a catequização dos grupos que aqui habitavam e que incluía a Retórica, a Literatura, a Escultura, a Pintura, a Música e as Artes Manuais. Com a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal e a posterior Reforma Educacional Brasileira (1792-1800) – Reforma Pombalina - o ensino da Arte tornou-se irrelevante e o Desenho, por exemplo, foi associado à Matemática na forma de Desenho Geométrico. Mesmo com o incentivo de D. João VI ao ensino da Arte no início do século XIX – o que resultou na Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro (1826) – nas escolas, o ensino ainda era influenciado pelo Iluminismo, priorizando a área científica. Essa visão foi ratificada na 1ª. Reforma Educacional do Brasil República em 1890, realizada por Benjamin Constant, cujo objetivo ainda era valorizar a Ciência e a Geometria. A partir de 1931, com a implantação do ensino da Música por meio do Canto Orfeônico, o ensino da Arte fez-se presente no primeiro projeto de educação pública de massa. No Paraná, em 1954, foi criada a Escola de Artes no Colégio Estadual, na cidade de Curitiba, envolvendo Artes Plásticas, Teatro e Música. O ensino da Arte somente passa a ser obrigatório nas escolas brasileiras em 1971, com a Lei 5692/71, porém, com conteúdo reduzido, fundado em uma visão tecnicista e entendendo o educador de Artes como um profissional polivalente, ou seja, aquele que deve dominar os conteúdos de Artes Plásticas e Música. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ratifica a obrigatoriedade do ensino da Arte 34 na Educação Básica, porém, a Arte passa a compor a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, abrangendo Música, Artes Visuais, Dança e Teatro. Esse breve passeio pela história nos dá uma ideia dos conceitos que permearam a educação de Artes no Brasil, abrangendo desde um caráter religioso, com a catequização dos nativos, até aquela com fim puramente tecnicista. Passamos de um extremo a outro, do “sensibilizador” para o “científico racional”. É importante frisar que a educação pública no Brasil até o início do séc. XX estava voltada para uma elite basicamente masculina. Verificamos também que, após a expulsão dos jesuítas, o pensamento iluminista e positivista foi preponderante no ensino público brasileiro. Atualmente, o trabalho na disciplina de Arte exige do educador reflexões que contemplem a arte efetivamente como área de conhecimento fundamental na formação dos educandos. Quando Regina Migliori (1993 p.14) propõe uma “perspectiva de abordagem global” como sendo “a possibilidade de lidarmos com tudo o que se nos apresenta e não somente com os aspectos artificialmente eleitos”, a ideia é que se busque uma nova leitura da realidade. O entendimento de Migliori nos remete para uma perspectiva de uma formação omnilateral,1 crítica e autônoma do educando e da educanda, ou seja, “temos que aprender a lidar com as divergências de forma não excludente” (MIGLIORI, 1993 p. 14). Quando privilegiamos a produção artística de um determinado grupo, povo ou etnia fragmentamos a realidade e automaticamente criamos um juízo de valor no qual os recortes do conhecimento que fazemos passam a ser os verdadeiros ou os únicos. “Essa visão fragmentados, geradores dos incluídos e excluídos, gera uma outra verdade cruel: a marginalidade que não é alternativa” (MIGLIORI. 1993 p.14). Isso implica que ao apresentarmos em nossa seleção de conteúdos curriculares outras vozes que estão presentes na ação histórica da construção do conhecimento, possibilitamos ao educando e a educanda outras leituras diferentes daquelas que vêm sendo oficialmente apresentadas. 1 Explicar omnilateralidade em função do trabalho e da educação nos reporta no tempo em que o homem tinha a necessidade de conhecimento do todo, ou seja, pensar o objeto, fazer o objeto e vender o objeto. Como na educação, que se preocupava com as ciências exatas, as artes, a sociologia, e o espiritual, quando os quatro eixos eram de extrema importância e tinham o mesmo peso em valor. 35 A Arte – fruto da percepção e da necessidade da expressão humana – revela a realidade interior e exterior ao homem e à mulher. Essa expressão artística é concretizada utilizando-se de sons, formas visuais, movimentos do corpo, representação cênica, dentre outras, que são percebidas pelos sentidos. Isso contribui para outras possibilidades de leituras da realidade e, portanto, com mais subsídios para repensá-la. O objetivo dessa proposta é gerar um ser reflexivo, autônomo e inserido criticamente na realidade em que vive. A Arte nos ajuda nesse processo, na medida em que nos fornece uma simbologia própria e, portanto, outras leituras do mundo que nos cerca. Segundo Isabel Marques 2: “Um dos elementos essenciais que caracteriza o ensino da Arte no ambiente escolar é o fato de que, na escola, temos a possibilidade de relacionar, questionar, experimentar, refletir e contextualizar os trabalhos artísticos a fim de que façam sentido em nossas próprias vidas e na construção da sociedade brasileira.” A discussão em torno da arte como linguagem pondera o entendimento de que a arte não apenas suscita sentimentos, mas pressupõe uma relação de transmissão e recepção de ideias, ou seja, de comunicação. Portanto, a Arte aqui é entendida como linguagem, que se utiliza de símbolos e de elementos próprios que estão presentes na Dança (movimento e não movimento), na Música (sons), no Teatro (dramatização) e nas Artes Visuais (forma e luz). Ler o produto artístico em suas diversas relações, nos diversos prismas e no que tange aos seus significados socialmente construídos pressupõe que o produto artístico como seja um “veículo portador de significado” (ver Bakhtin 1995, p.132). Nesse sentido, os símbolos são fundamentais para a vida social, pois é por meio deles que nos comunicamos e manifestamos nossa capacidade de sentir e de pensar. Na cultura escolar, os saberes são apropriados pela escola de maneira singular, dando-lhes um sentido pedagógico (Sacristan J.G., 2001). Na escola, esse trabalho, ressignifica os saberes e os conceitos científicos produzidos na sociedade. É com base nestes pressupostos que trataremos a Arte como linguagem. Linguagem artística. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS 2 Esta citação é transcrição da fala da Profª Dra Isabel Marques no Simpósio Estadual de Educação Artística, Paraná abril, 2005. 36 O encaminhamento metodológico para a disciplina de Artes do ensino fundamental e médio da Educação de Jovens e Adultos da rede pública do Estado do Paraná está fundamentado nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA, onde estão identificados três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Com base nesses eixos que norteiam o currículo na EJA, elegemos ARTE E ESTÉTICA, ARTE E IDENTIDADE e ARTE E SOCIEDADE como eixos específicos da disciplina de Artes, dos quais derivarão as temáticas propostas e os conteúdos que serão desenvolvidos em células de aula. ARTE E ESTÉTICA Hoje se utiliza o termo estética para indicar... no campo das belas artes, uma concepção especial, uma maneira de fazer, uma escola ou tendência determinada (Zamacois, 1986) A experiência estética se revela com a sensibilização, com a descoberta do olhar, um encontro com as emoções, libertando o ser para perceber o mundo em si e ao seu redor, permitindo um pensar filosófico, crítico e reflexivo. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, apresenta, dentre outros, os seguintes significados para a palavra estética: “1 - estudo das condições e dos efeitos da criação artística. 2- (...) estudo racional do belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem”. Partindo dessas definições e as ampliando, a Estética aqui é entendida como sendo “toda teoria que se refira à beleza ou à arte" (Pareyson, 1997, p. 2), sendo ela derivada de uma experiência filosófica ou concreta. E por ser uma reflexão sobre a experiência, inclui-se aqui o fazer artístico, que é a manipulação dos elementos da linguagem artística, presentes nas Artes Visuais, na Música, no Teatro e na Dança. Portanto, entendemos que ao adotar um eixo articulador para a disciplina de Educação Artística e Arte baseado no entendimento acima exposto, devemos possibilitar as experiências estéticas e compreender como aproximar e proporcionar o olhar estético para as produções artísticas e para o cotidiano. E assim sendo, “o educando da EJA torna-se sujeito na construção do conhecimento mediante a 37 compreensão dos processos de trabalho, de criação, de produção e de cultura.”(Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 30) ARTE E IDENTIDADE É comum ouvirmos falar de crise de identidade, mas o que é identidade e como essa identidade se revela a partir da arte que produzimos? A identidade está em crise? O que é identidade? É idêntico, igual, registro... Para o dicionário Houaiss identidade é: 1- estado que não muda <a identidade das impressões digitais> 2 consciência da persistência da própria identidade, 3- o que faz com que uma coisa seja a mesma que outra 4 - conjunto de características e circunstâncias que distinguem uma pessoa ou uma coisa e graças às quais é possível individualizá-la. A identidade singulariza e faz com que nos sintamos diferentes dos demais. Identificar pode ser aplicado a indivíduos e grupos, ou seja, tornar idêntico fazer (se) reconhecer, distinguir traços característicos como gosto, música, festas, folguedos, crenças de grupos urbanos, rurais, etnias e outros tantos que usam da linguagem artística para expressar-se e assinar suas características sociais, antropológicas e psicológicas. Diferentes modos de vida social são constituídos a partir das ideias que as pessoas têm sobre si, e das práticas que emergem dessas ideias e como afirma Candau (2002, p. 24), “identidade é um conceito polissêmico, podendo representar o que uma pessoa tem de mais característico ou exclusivo e ao mesmo tempo, indica que pertencemos ao mesmo grupo”, a identidade cultural de um indivíduo ou grupo permite que este seja localizado em um sistema social. Em um mundo onde as mudanças são rápidas, face à globalização e aos eventos tecnológicos e científicos vertiginosos, a arte é um dos elementos que faz parte da identidade dos povos. As mudanças globais aceleradas influenciam a identidade dos indivíduos e a sua manifestação artística. Podemos ver com Marques (2003, p. 157) que: Não se domina um país pela invasão territorial, mas principalmente pela superposição e diluição de repertórios culturais e sociais. Caso nossos repertórios 38 não estejam enraizados de forma significativa, ou seja, relacional, consciente e crítica, poderemos ser massacrados pela pasteurização de ideias estéticas. A nossa identidade pessoal e social é um importante mediador das relações com os demais. A proposta deste eixo temático na Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental e Médio do Estado do Paraná preocupa-se em uma educação pela arte que transmita significados que estão próximos da vida concreta do educando, produzindo aprendizagem. É um processo que mobiliza tanto os significados e os símbolos quanto os sentimentos e as experiências a que se propõe. Quando um indivíduo desenvolve sua percepção estética e tem consciência do poder destas representações, textos e imagens na produção das identidades compreendem a força persuasiva da arte, no sentido de criar e reforçar representações que possuímos como indivíduos e como identidade coletiva. ARTE E SOCIEDADE ... concernem à determinação social da atividade artística, seja do ponto de vista da finalidade social das obras – por exemplo, o culto religioso ou o mercado de arte – seja o lugar ocupado pelo artista – por exemplo, iniciado numa seita secreta, financiado por um mecenas renascentista, profissional liberal ligado ao mercado de arte, etc – seja das condições de recepção da obra de arte – a comunidade de fiéis, a elite cultivada e economicamente poderosa, as classes populares, a massa, etc. (CHAUÍ, 2003, p. 153) A arte não é uma produção fragmentada ou fruto de modelos aleatórios ou apartados do contexto social nem tampouco mera contemplação, e sim, uma ciência que trabalha com o conhecimento presente em diferentes instâncias sociais. A profunda relação entre arte e sociedade é possível na medida em que pensarmos a arte como construção social e não como um dom natural, talento ou mera produção. As pessoas são construções sociais que necessariamente influem e são influenciados pelo fazer e pensar arte. A música rap, por exemplo, constrói um determinado tipo de consciência social, propaga os conhecimentos de um grupo popular, que são absorvidos e muitas vezes até revivificados em outras formas artístico-cultural. A abordagem crítica e inter-textualizada é necessária para que no 39 cotidiano se problematizem as relações entre arte e sociedade e se permita, assim, a formação de sínteses pessoais enriquecedoras. Em outras palavras, o conceito de arte e sociedade abrange grandes temas da vida social como: a relação do homem com o trabalho; as relações de gênero; a ocupação do espaço urbano e outros. Também através deles podemos compreender, inclusive, a influência da indústria cultural, segundo a qual, muitas vezes a (pseudo) cultura de massa tenta impor uma ordem social passiva e alienada. Em contrapartida, o conhecimento da arte em seu aspecto social, deve desvelar-se de modo que o ser humano possa pertencer dialogar e transformar a realidade que o circunda. No que concerne à Educação de Jovens e Adultos, não podemos perder de vista as concepções de mundo e de sociedade que queremos construir e vivenciar com os educandos, pois o grande desafio do trabalho pedagógico em arte nos dias de hoje não se resume somente em aceitar e respeitar a diversidade, mas principalmente em trabalhar, partilhar, dialogar e recriar conjuntamente a fim de educar para uma sociedade mais justa e igualitária. “A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumentos de transformação de sua realidade social” (Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos, p. 31). Os temas de estudo são temas que direcionam, motivam e articulam a construção do conhecimento em arte, propiciando diferentes leituras de mundo, de cidadania participativa, reflexiva e crítica. O educador escolherá um tema de estudos abrangente e articulado entre os eixos – identificados na disciplina de Educação Artística e Arte e os indicados nas Diretrizes Curriculares para a EJA – de maneira a englobar o conteúdo que fará parte do planejamento da célula de aula. Os temas de estudo terão a flexibilidade necessária para que possam ser adequados ao contexto do educando e da educanda. Os temas de estudo são perpassados por um processo, denominado “validação”, ou seja, o tema só será adequado para continuar o planejamento se passar positivamente pelas seguintes perguntas: 1. É relevante? É importante? Para quem? Perpassa pelos eixos definidos nas Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA - Cultura, Trabalho e Tempo?; 2. Gera conhecimento em arte? Perpassa pelos eixos Arte e Identidade, Arte e Sociedade e Arte e Estética? 40 3. É abrangente? Contempla o local e o global (regional nacional e mundial)? É flexível? 4. É possível adequá-lo às necessidades dos educandos e educandas da EJA (Idade, condições físicas, espaciais, etc.)? Uma vez escolhido o tema de estudo, o próximo passo é a elaboração da célula de aula, que serão compostas por (MARQUES, 2001, p.91-102): - Textos – Repertórios. - Subtexto – Elementos da linguagem (conteúdos da disciplina). - Contexto – Elementos históricos, sociais e culturais. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se manifesta, ou seja: o som (Música), o movimento e o não movimento (Dança), a forma e a luz (Artes Visuais) e a dramatização (Teatro). Destes elementos básicos derivam-se os elementos de linguagem específicos da arte. Portanto, os conteúdos para o Ensino Fundamental e Médio devem contemplar os elementos de cada linguagem artística (Música, Teatro, Dança e Artes Visuais), sua articulação e organização. Esses elementos permitirão ao educando e a educanda ler e interpretar o repertório, assim como elaborar o seu próprio trabalho artístico. A leitura, interpretação e produção artística avalia a apreensão por parte do educando e da educanda dos conteúdos propostos na célula de aula. ARTES VISUAIS a) Forma Composição, Experimentação (como os elementos da linguagem visual se articulam?); Suportes (onde está proposta a ideia imagética?); 41 Espacialidade – bidimensionais e tridimensionais (como está projetada, composta ou representada no espaço?); Texturas / acabamentos (como se apresenta?); Movimento: dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam ritmo?). b) Luz Decomposição da luz branca; Cor /pigmento / percepção da cor Tons Valores / classificação das cores; Sombras e luz; Contraste. MÚSICA a) distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/ melodia). b) distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/ harmonia), c) qualidades do som e suas variações: • intensidade (dinâmica) • duração (pulsação/ ritmo) • altura (grave/ agudo) • timbre (fonte sonora/ instrumentação) d) estruturas musicais (organização e articulação dos elementos da linguagem musical/ forma musical). TEATRO a) Elementos dramáticos: 7 a personagem: agente da ação; 8 enredo: como desdobramento de acontecimentos, desenvolvidos pela personagem; 9 espaço cênico: local onde se desenvolve a ação cênica. b) Signos da Representação Teatral: IX- da personagem: X- visuais: figurinos, adereços, gestual; XI- sonoros: fala (entonação) 42 XII- do espaço cênico: visuais: cenário, adereços de cena, iluminação; sonoros: sonoplastia; c) Gêneros Teatrais: • Tragédia e suas características: a fatalidade, o sofrimento, o pesar; • Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco; • Drama e suas características: o conflito. DANÇA Elementos do Movimento: VI. corpo: articulações, superfícies, membros, tronco, quadril, cabeça. VII. espaço: kinesfera (amplitudes), progressões espaciais, tensões espaciais, projeções espaciais, orientação espacial, forma. VIII. ações: torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar, cair, expandir, recolher, saltar. IX. dinâmicas: peso, espaço, tempo, fluência. X. relacionamentos. REFERÊNCIAS CAMPOS, Neide P. A construção do olhar estético crítico do educador. Florianópolis: UFSC, 2002 CANDAU, Vera Maria (org.). Sociedade, educação e cultura: questões e propostas. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2002. CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003. BAKHTIN, Mikhail (Volochínov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 7ª ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BOURO, S.B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo: Educ/Fapesp/Cortez, 2002. FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino de Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1993. 43 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Portuguesa. 3ª ed. Curitiba: Positivo, 2004. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. _____________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8ª ed. São Paulo: Terra e Paz, 1998. _____________, A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1995. HOUAISS, Antônio e Vilar, M. de S. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed.Rio de Janeiro: Objetiva, 2001 LABAN, Rudolf. Domínio do Movimento. São Paulo: Summus, 1978. MARQUES, Isabel A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001 _________________. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MIGLIORI, R. Paradigmas e educação. São Paulo: Aquariana, 1993. OSTROWER, Fayga P. Universo da arte, 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1991. PAREYSON, L. Os problemas da estética. São Paulo. Martins Fontes, 1997. SACRISTAN J.G. A escolarização transforma-se em uma característica antropológica das sociedades complexas. In: A educação Obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre: ARTMED, 2001, p. 35-55 SANTAELLA, Lucia. (Arte) & (Cultura): Equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, 3ª. Ed, 1995. 44 SILVA, Tomas Tadeu. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. ZAMACOIS, Joaquin. Temas de estética y de historia de la música. Barcelona: Labor, 1986. DISCIPLINA DE FIILOSOFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO Esta Proposta Pedagógica Curricular para o Ensino de Filosofia na Educação de Jovens e Adultos foi elaborada tendo como referência as Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná e as especificidades desta modalidade de ensino que considera os educandos sujeitos de um processo histórico em que a experiência vivida fora do processo de educação institucionalizada constitui forte elemento formativo. As Diretrizes Curriculares de Filosofia pontuam que ao se tratar de ensino de Filosofia, é comum retomar a clássica questão a respeito da cisão entre Filosofia e filosofar. Ensina-se Filosofia ou a filosofar? Muitos citam Kant, para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que para ele não é possível separar a Filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo Hegel, não é possível conhecer o conteúdo da Filosofia sem filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo na medida em que reflete sobre ele. A prática da Filosofia leva consigo o seu produto não é possível fazer filosofias sem filosofar, nem filosofar sem filosofia, porque a Filosofia não é um sistema acabado, nem o filosofar apenas investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos (GALLO & KOHAN, 2000, p.184). Não é possível filosofar sem Filosofia e estudar Filosofia sem filosofar. Deste modo, entende-se que as aulas de Filosofia, na EJA, são espaços de estudo da Filosofia e do filosofar. A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como um conhecimento que possibilita ao educando da EJA o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. As Diretrizes Curriculares para o ensino de Filosofia no Estado do Paraná propõe que este ensino seja um espaço para criação de conceitos, unindo a Filosofia e o filosofar como atividades indissociáveis que dão vida a aula. Seguindo 45 essas Diretrizes, propomos que o trabalho pedagógico com a EJA tome esse ensino como criação e ressignificação de conceitos. Sobre a necessidade de pensar a Filosofia e o seu ensino com caráter de criação de conceitos, Deleuze & Guattari (1992) têm uma significativa contribuição. Mas o conceito é dado é criado, está por criar; não é formado, ele próprio se põe em si mesmo, auto posição (DELEUZE & GUATTARI, 1992, p, 20). Portanto, a Filosofia na EJA, em sua dimensão pedagógica, significa o espaço de experiência filosófica, o espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação da investigação e da criação de conceitos. Os conteúdos devem ser trabalhados na perspectiva de pensar problemas com significados histórico e social para os educandos, e serão estudados e analisados com auxilio de fragmentos de textos filosóficos, que devem fornecer subsídios para que o educando possa pensar o problema, pesquisar, fazer relações, ressignificar e criar conceitos. Por isso é importante não fazer apenas uma leitura histórica dos textos filosóficos, o que seria uma atualização de formas antigas que colocaria em risco a atividade filosófica. Ir ao texto filosófico ou à história da Filosofia não significa trabalhar numa perspectiva em que esses conteúdos passem a ser a única preocupação da aula de Filosofia. Eles são importantes na medida em que atualizam o problema filosófico a ser tratado com os educandos. O trabalho realizado em sala de aula deve assegurar para o educando da EJA, a experiência do “específico” da atividade filosófica. Este exercício poderá se manifestar em cada aula refazendo o percurso filosófico. O educador organiza a aula propondo problematizações, leituras filosóficas e análises de textos; organiza debates, propõe pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos. O ensino de Filosofia na EJA possui uma especificidade que se concretiza na relação com o educando com os problemas suscitados, com a busca de soluções nos textos filosóficos por meio do diálogo investigativo. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO 46 Na EJA, o trabalho pedagógico com os conteúdos específicos da Filosofia constitui-se em quatro momentos: a sensibilização; a problematização; a investigação; e a criação de conceitos. Em sala de aula, o início do conteúdo pode ser facilitado pela exibição de um filme ou de uma imagem; da leitura de um texto jornalístico ou literário; da audição de uma música; ou tantas outras possibilidades (atividades geralmente conduzidas, pelo educador, com o objetivo de investigar e mobilizar possíveis relações entre o cotidiano do educando e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido) damos o nome a essa etapa de sensibilização. Após a sensibilização, inicia-se o trabalho propriamente filosófico – a problematização, a investigação e a criação de conceitos. Não significa dizer que a sensibilização não possa ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. A problematização seria o segundo momento, quando o educador e educando levantam questões, identificam problemas e problematizam o conteúdo. Ë importante ressaltar que o recurso utilizado para a sensibilização seja o filme, a música, ou o texto, filosófico ou não, podem ser retomados a qualquer momento no trabalho em sala. Problematizando, o educador convida o educando da EJA a investigar o problema em questão, isto se dá por meio do diálogo investigativo. O diálogo investigativo a partir do texto e com o texto é o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o educando defronta-se com as diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções que já foram elaboradas, que não obstante, podem não resolver o problema, mas orientar a discussão. A aula de Filosofia na EJA deve estar na perspectiva de quem dialoga com a vida, por isso, é importante que a busca de resolução do problema se preocupe também com uma análise atual, fazendo uma abordagem contemporânea que remeta o educando a sua própria realidade. Desta forma, partindo de problemas atuais, estudados a partir da história da filosofia, do estudo dos textos clássicos, da abordagem realizada por outras ciências, e de sua abordagem contemporânea, o educando da EJA pode formular seus conceitos e construir seu discurso filosófico. Portanto, o texto filosófico que ajudou os filósofos do passado a entender e analisar filosoficamente o problema em questão deve ser trazido para o presente. O contemporâneo, no sentido de fazer entender o que ocorre hoje e como o educando pode, a partir da história da filosofia, entender os problemas da nossa sociedade. 47 Após esse exercício, o educando terá condições de perceber o que está implícito nas ideias e de com elas se tornam conhecimentos e por vezes ideologias, criando assim a possibilidade de argumentar filosoficamente, por meio de raciocínios lógicos um pensar coerente e crítico. É imprescindível que a aula de Filosofia seja permeada por atividades individuais e coletivas, que organizem e orientem o debate filosófico, dando um caráter dinâmico e investigativo ao ato de filosofar. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES As Diretrizes Curriculares de Filosofia para a Educação Básica do Estado do Paraná propõe seis conteúdos estruturantes, com possibilidades para a organização do ensino de Filosofia, de acordo com o número de aulas disponíveis no curso ou na matriz curricular. Esses conteúdos são conhecimentos de maior amplitude e relevância que, desmembrados em um plano de Ensino, deverão garantir conteúdos significativos ao educando da EJA. Estes conteúdos são: Mito e Filosofia; Teoria do Conhecimento; Ética; Filosofia Política; Estética; Filosofia da Ciência. 1. MITO E FILOSOFIA O homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria explicações. Na criação do pensamento está presente tanto o mito como a racionalidade, ou seja, a base mitológica enquanto pensamento por figuras; e a base racional, enquanto pensamento por conceitos são constituintes do processo de formação do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser considerado, pois é a partir dele que o homem desenvolve suas ideias, cria sistemas, inventa e elabora leis, códigos, práticas. Entender a conquista da autonomia da racionalidade (LOGOS) diante do mito marca o advento de uma etapa fundamental na história do pensamento e do desenvolvimento de todas as concepções científicas produzidas ao longo da história humana. Autores sugeridos: Jean-Pierre Vernant, Mircea Elíade, Moses Finley, Vidal Naquet. 1.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 1.1.1 O nascimento da Filosofia; 1.1.2 A vida cotidiana na sociedade grega; 48 1.1.3 O mito a origem de todas as coisas; 1.1.4 Mito e razão filosófica; 1.1.5 Senso comum e conhecimento filosófico; 1.1.6 Senso comum, conhecimento filosófico e conhecimento científico; 1.1.7 Ciência e senso comum. 2 TEORIA DO CONHECIMENTO Este conteúdo teoriza e problematiza o sentido, os fundamentos, a possibilidade e a validade do conhecimento. Evidencia os limites do conhecimento possibilitando perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas soluções relativas a seu tempo. Entre os clássicos que trataram do problema do conhecimento podemos citar: Aristóteles, Descartes, Hegel, Hume, Kant, Platão, Russell. 2.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 2.1.1 O problema do conhecimento; 2.1.2 Fundamentos do conhecimento; 2.1.3 Filosofia e método; 2.1.4 Racionalismo; 2.1.5 Empirismo; 2.1.6 Ceticismo; 2.1.7 Essência da política; 2.1.8 Política e poder; 2.1.9 Política e violência; 2.1.10 Política e liberdade subjetiva; 2.1.11 Política e sociabilidade; 2.1.12 Formas de governo; 2.1.13 Liberdade Política; 2.1.14 Crise da política contemporânea; 2.1.15 A função do político na contemporaneidade. 3 ÉTICA 49 Trata dos fundamentos da ação humana e dos valores que permeiam as relações intersubjetivas. Por ser especulativa e também normativa um dos grandes problemas enfrentados pela ética é a tensão entre o sujeito (particular) e a norma (universal). Outra grande questão está na fundamentação dos valores e das ações: razão ou paixões/desejos. A ética possibilita a problematização, análise e crítica dos valores, virtude, felicidade, liberdade, consciência, responsabilidade, vontade, autonomia, heteronomia, anomia, niilismo, violência, relação entre os meios e os fins. Alguns filósofos: Adorno, Aristóteles, Nietzsche, Scheler, Schopenhauer, Sêneca. 3.1 CONTEÚDO ESPECÍFICO 3.1.1 Ética e moral; 3.1.2 Concepções éticas; 3.1.3 O que é liberdade?; 3.1.4 Liberdade e autonomia; 3.1.5 Liberdade e determinismo; 3.1.6 Sociabilidade e reconhecimento; 3.1.7 Autoridade e autoritarismo; 3.1.8 Responsabilidade e liberdade; 3.1.9 Questões de gênero; 3.1.10 Diversidade e sociedade. 4 FILOSOFIA POLÍTICA Discute as relações de poder para compreender os mecanismos que estruturam e legitimam os diversos sistemas políticos. Ocupa-se na investigação sobre a necessidade humana da vida em comum, seja pela capacidade de autogoverno ou pela necessidade da existência de um poder externo e coercitivo. Problematiza conceitos como o de cidadania, democracia, soberania, justiça, igualdade, liberdade, público e privado, retórica, indivíduo e cidadão. Alguns pensadores clássicos: Aristóteles, Arendt, Gramsci, Hegel, Hobbes, J.S. Mill, Kant, Locke, Maquiavel, Marcuse, Marx, Montesquieu, Platão, Rousseau, Voltaire. 4.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 4.1.1 O preconceito contra política; 4.1.2 Os Gregos e a invenção da Política; 50 4.1.3 Nascimento da democracia; 4.1.4 Ética e Política; 4.1.5 Concepção liberal e Política; 4.1.6 Crítica de Marx ao liberalismo. 5 ESTÉTICA Compreender a sensibilidade, a representação criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo é objeto de conhecimento desse conteúdo. Voltada principalmente para a beleza e a arte, a estética está intimamente ligada à realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir, completar, alterar, apropriar-se do mundo enquanto realidade humanizada. Também estão em questão as diferentes concepções sobre a arte, as relações entre a arte e pensamento, arte e mercado, arte e sociedade. Alguns filósofos: Baumgarten, Hegel Hume, Dufrenne, Bachelard, Schiller, Eagleton, Kant, Benjamim, Adorno Rancière, Merleau-Ponty, Husserl, Paul Valéry. 5.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS 5.1.1 Pensar a beleza; 5.1.2 Estética ou Filosofia da Arte?; 5.1.3 Concepções de estética; 5.1.4 Concepções de Arte; 5.1.5 Arte como conhecimento; 5.1.6 Necessidade ou finalidade da Arte; 5.1.7 Arte e Política; 5.1.8 Crítica do gosto; 5.1.9 Arte e movimento: cinema, teatro e dança; 5.1.10 Perspectivas contemporâneas: Arte conceitual e suas perspectivas. 6 FILOSOFIA DA CIÊNCIA É o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências. Discute a provisoriedade do conhecimento científico e o relaciona com planos epistemológicos, ideológicos, políticos, econômicos, religiosos. Ciência e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo do empirismo e do pragmatismo da pesquisa aplicada, daí a necessidade de entendê51 las. Filósofos sugeridos: Bachelard, Feyerabend, Foucault, Granger, Habermas, Kuhn, Popper, Ricouer. 6.1 CONTEÚDOS ESPECÍFICOS: 6.1.1 O que é Ciência; 6.1.2 Revoluções científicas e progresso da ciência; 6.1.3 As conseqüências sociais e políticas da ciência; 6.1.4 Bioética: geral, especial e clínica; 6.1.5 Tendências da Bioética; 6.1.6 Bioética e Aborto; 6.1.7 Bioética e experiência Genética. AVALIAÇÃO DO ENSINO DA FILOSOFIA Para Kohan e Waksman, (2002), o ensino de Filosofia tem uma especificidade que deve ser levada em conta no processo de avaliação. Como prática, como discussão com o outro, como construção de conceito essa disciplina encontra seu sentido na experiência do pensamento filosófico. Entendemos por experiência esse conhecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir. A avaliação deve ser concebida na sua função diagnóstica; isto e não tem finalidade em si mesma, mas tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação no processo de ensino-aprendizagem, pela qualidade com que educadores, educandos e a própria instituição de ensino o constroem coletivamente. Apesar de sua inequívoca importância individual, no ensino de Filosofia, a avaliação não se resumirá a perceber quanto o educando assimilou do conteúdo presente, na história da Filosofia, do texto ou dos problemas filosóficos, nem a examinar sua capacidade de tratar deste ou daquele tema. O ensino da Filosofia é, acima de tudo, um grande desafio conforme salienta Langón (2003, p. 94): Ora, parece-me que a atividade filosófica do mestre consiste em gerar ou dar poder ao outro: isto quer dizer também fazê-lo responsável. Nisto reside a fecundidade, a atividade de “produzir” a capacidade de pensar, dizer e agir de outro, que implica a realização de pensamentos, palavras, ações diferentes das do mestre, que lhe 52 escapam ao querer e ao “controle” [...} Querer que o outro pense, diga e faça o que queira, isto não é um querer fácil. Ao avaliar, o educador deve ter profundo respeito pelas posições do educando, mesmo que não concorde com ela, pois o que está em questão é a capacidade de argumentar e de identificar os limites dessas posições. O que deve ser levado em conta é atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Assim, torna-se relevante avaliar a capacidade do educando da EJA trabalhar e criar conceitos sob os seguintes pressupostos: • Qual conceito trabalhou e criou/recriou; • Qual discurso tinha antes; • Qual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação da Filosofia se inicia com a sensibilização, com a coleta do que o educando pensava antes e o que pensa após o estudo. Com isso, torna-se possível entender a avaliação como um processo, não como um momento separado, visto em si mesma. REFERÊNCIA ASPIS, R. O professor de Filosofia: o ensino da Filosofia no Ensino Médio como experiência filosófica. CEDES. Campinas. n. 64, 2004. BACHELARD, G. O ar e os sonhos. Ensaios sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 1990. BORNHEIM, G. O sujeito e a norma. In NOVAES, Adauto. Ética. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. CHAUI, M. O retorno do teológico-político. In: Sérgio Cardoso (org.). Retorno ao republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004. CORBISIER, R. Introdução à filosofia. 2 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986, v.1. DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é a filosofia? Rio de Janeiro: Ed.34, 1992. 288p. (coleção Trans). GALLINA, S. O ensino da Filosofia e a criação de conceitos. CEDES. Campinas, n. 2004. GALLO, S.; KOHAN, W. O. (orgs). Filosofia no ensino médio. Petrópolis: Vozes, 2000. 53 HORN, G. B. Por uma mediação praxiológica do saber filosófico no ensino médio: análise e proposição a partir da experiência paranaense. Tese (Doutorado, FEUSP). São Paulo, 2002. LANGON, M. Filosofia do ensino de filosofia. In: GALLO, S.; CORNELLI, G.; DANELON, M. (org.) Filosofia do ensino de filosofia. Petrópolis: Vozes, 2003. LEPOLDO E SILVA, F. Por que Filosofia no segundo grau. Revista estudos avançados, v. 6, n. 14, 1992. KOHAN; WAKSMAN. Perspectivas atuais do ensino de filosofia no Brasil. In: FÁVERO, A; KOHAN, W. O.; RAUBER, J. J. Um olhar sobre o ensino de Filosofia. Ijuí: Ed. Da Unijuí, 2002. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Proposta curricular para o ensino de filosofia no 2º grau. Curitiba, 1994. RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005. REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: patrística e escolástica. São Paulo: Paulus, 2003. RIBEIRO, R. J. Último voo da andorinha solitária. Estado de São Paulo, 06 mar.. 2005. RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Coimbra: Almedina, 2001. SEVERINO, A. J. In: GALLO, S.; DANELON, M.; CORNELLI, G. (orgs.). Ensino de filosofia: teoria e prática. Ijuí: Ed. Unijuí, 2004. WOLFF, F. A invenção da política, In: NOVAES, A. (org.) A crise do estado nação. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. DISCIPLINA DE SOCIOLOGIA CONCEPÇÃO DO ENSINO Historicamente, a sociedade tem assumido, características capitalistas e a busca da compreensão destas, entre outras coisas, tem sido a preocupação da Sociologia para a sua consolidação como ciência. O período de conformação do capitalismo foi marcado por profundas mudanças na organização social que fizeram com que seus contemporâneos buscassem explicação para os fenômenos sociais com os quais conviviam. As antigas formas organizativas do mundo foram sucessivamente alteradas pelas experiências da Modernidade que propõe, entre outras coisas, a utilização da 54 razão como formatadora da realidade. Sendo assim, várias relações sociais cotidianas foram transformadas neste processo. O capitalismo com sua nova forma de organização das relações sociais e de trabalho, traz em seu bojo questões econômicas/culturais e precisam de respostas. Surgem então os pensadores da Sociologia que buscam dar conta destas questões através da elaboração de teorias explicativas dessa dinâmica social, sob diferentes olhares e posicionamentos políticos. Com Augusto Comte (1798-1857) surge o termo Sociologia, este autor buscará criar um método específico para o estudo da sociedade, já que acreditava que a ciência deveria usada na organização das mesmas e afirmando que a ordem levaria ao progresso. Émile Durkheim (1858-1917) irá utilizar-se de conceitos de Comte na elaboração e consolidação de uma ciência que tenta entender a sociedade e as relações sociais. Para Durkheim o sujeito faz parte da sociedade e a sociedade o compõe, então, a mesma só faz sentido se: “compreendida como um conjunto cuja existência própria, independentemente de manifestações individuais exerce sobre cada ser humano uma coerção exterior, a partir de pressões e obrigatoriedades porque, de alguma forma ela não “cabe” na sua totalidade, na mente de cada indivíduo” (SEED, 2006, p.21). sendo assim, a precedência da sociedade sobre os indivíduos faz com que a cooperação seja necessária à organização social. Tal cooperação só pode existir no consenso, daí caber à educação papel fundamental neste processo. Em Max Weber (1864-1920) a orientação vai num outro sentido, para ele o indivíduo prevalece sobre a sociedade. Ele estabelece a Sociologia Compreensiva que vai buscar entender a sociedade partindo da compreensão das ações individuais. Para ele “compreender a sociedade é analisar os comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação os outros, é compreender o agir dos homens que se relacionam uns com os outros, de acordo com um cálculo e uma finalidade que tem por base as regras”. (SEED, 2006, p.22). A Sociedade estaria marcada, então, pelo desenvolvimento da racionalidade, rumando a “burocratização”. Caberia, pois, a educação o papel de “(.) prover os sujeitos de conteúdos especializados, eruditos, e de disposições que os predisponham a ter condições – conduta de vida e conhecimento especializados – 55 necessários para realizar suas funções de perito na burocracia profissional” (SEED, 2006, p22). Outro autor relevante para o entendimento das sociedades é Karl Marx (18181883). Muito embora Marx não esteja preocupado com a constituição de uma ciência, suas reflexões são importantes para a compreensão das sociedades. Buscando compreender a sociedade capitalista e apontar uma direção para sua transformação, Marx desvenda os mecanismos de exploração e manutenção das relações sociais apontando para o fato das sociedades estarem divididas em classes, enunciou “(...) como lei de validade geral – que a história das sociedades é movida pela luta entre as classes sociais”. (SEED, 2006, p.21). Ainda de acordo com o autor, a educação é um mecanismo que, conforme seu conteúdo de classe, pode oprimir ou emancipar o homem. Desde então, a preocupação com a sociedade e as relações sociais tem sido a principal preocupação desta ciência, ou seja, entender, explicar e questionar os mecanismos de produção, organização, domínio, controle e poder institucionalizados ou não, que resultam em relações sociais de maior ou menos exploração ou igualdade, possibilitando aos indivíduos compreender e atuar de forma efetiva sobre a realidade que os cercam. É neste contexto que se faz necessária a introdução desta disciplina na Educação de Jovens e Adultos, tendo em vista que a mesma tem o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral, a Sociologia contribuirá no desempenho de tal tarefa, na medida em que propicia aos educandos a possibilidade de uma maior compreensão da sociedade onde o mesmo vive e sua atuação sobre a mesma. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO No ensino da Sociologia propõe-se que sejam redimensionados aspectos da realidade por meio de uma análise didática e crítica dos problemas sociais. É preciso, entretanto, levar em conta as particularidades da Educação de Jovens e Adultos, que tem por base o reconhecimento do educando como sujeitos do aprendizado, um compromisso com a formação humana e com o acesso à cultura geral. Sendo assim, os conteúdos específicos deverão estar articulados à 56 realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, vinculando ao mundo do trabalho, à ciência, as novas tecnologias, dentre outras coisas. Neste sentido, destacam-se os conteúdos específicos da disciplina não precisam ser trabalhados, necessariamente, de forma sequencial, do primeiro ao último conteúdo listado, podendo ser alterada a ordem dos mesmos sem problemas para compreensão, já que eles, apesar de estarem articulados, possibilitam sua apreensão sem a necessidade de uma “amarração” com os demais. Sugere-se, no entanto, que a disciplina seja iniciada com uma rápida contextualização do surgimento da Sociologia, bem como a apresentação de suas principais teorias na análise/compreensão da realidade. No ensino de Sociologia é necessária a adoção de múltiplos instrumentos metodológicos, instrumentos estes, que devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos textos (teóricos, temáticos, literários), sua análise e discussão, a apresentação de filmes, a audição de músicas, enfim, o que importa é que o educando seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever conhecimentos e a reconstruir coletivamente novos saberes. Por fim, o conhecimento sociológico deve ir além da definição, classificação, descrição e estabelecimento de correlação dos fenômenos da realidade social. É tarefa primordial do conhecimento sociológico explicar problemáticas sociais concretas e contextualizadas, de modo a desconstruir pré-noções e preconceitos que quase sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas à transformação social. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 1 – Conteúdo estruturante: O surgimento da Sociologia e Teorias Sociológicas. Conteúdos específicos: Modernidade (Renascimento; Reforma Protestante; Iluminismo; Revolução Francesa e Revolução Industrial). Desenvolvimento das Ciências; Senso comum e Conhecimento científico; Teóricos da sociologia: Comte, Durkheim, Weber, Engel e Marx; 57 Produção Sociológica. 2 – Conteúdo estruturante: O processo de socialização e as instituições sociais. Conteúdos específicos: Instituições familiares; Instituições escolares; Instituições religiosas; Instituições políticas, dentre outras. 3 – Conteúdo estruturante: Cultura e Indústria Cultural. Conteúdos específicos: Conceitos antropológicos de cultura; Diversidade cultural; Relativismo; Etnocentrismo; Identidade; Sociedade de consumo; Cultura de massa – cultura erudita e cultura popular; Questões de gênero e outras minorias. 4 – Conteúdo estruturante:Trabalho, produção e classes sociais; Conteúdos específicos: Salário e lucro Neoliberalismo; Reforma agrária; Reforma sindical; Toyotismo, Fordismo; Estatização e privatização; Parcerias público-privadas; Relações de mercado, entre muitos outros. 5 – Conteúdo estruturante: Poder, política e ideologia. Conteúdos específicos: Estado Moderno; Tipos de Estados; Conceito de poder; 58 Conceito de dominação; Conceito de Política; Conceito de ideologia. 6- Conteúdo Estruturante: Direitos, cidadania e movimentos sociais. Conteúdos específicos: Conceito moderno de direito; Conceito de movimento social; Cidadania; Movimentos sociais urbanos; Movimentos sociais rurais; Movimentos sociais conservadores. AVALIAÇÃO A avaliação, na disciplina de Sociologia, não pode ser confundida com um processo de técnico de medição, neste sentido é preciso repensar os instrumentos utilizados nesse processo, de modo que os mesmos reflitam os objetivos desejados no desenvolvimento do processo educativo, superando o conteudismo, numa perspectiva marcada pela autonomia do educando. Sendo assim, as práticas de avaliação em Sociologia, acompanham as próprias práticas de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica em debates, que acompanham os textos ou filmes, seja na produção de textos que demonstrem capacidade de articulação entre teoria e prática, seja na pesquisa bibliográfica, enfim, várias podem ser as formas, desde que se tenha como perspectiva, ao selecioná-las, a clareza dos objetivos que se pretendem atingir, no sentido da apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo educando. REFERÊNCIAS ALBORNOZ, S. O que é trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1989. ANTUNES, R. (Org.) A dialética do trabalho: Escritos de Marx e Engels. São Paulo: Expressão popular, 2004. AZEVEDO, F. Princípios de sociologia: pequena introdução ao estudo da sociologia geral. São Paulo: Duas Cidades, 1973. 59 BOBBIO, N. Estado, governo, sociedade: por uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. 5 ed. Petrópolis: Vozes, 1981. COELHO, T. O que é indústria cultural. 15ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. COMTE, A . Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. DURKHEIM, E. Sociologia. São Paulo: Ática, 1978. GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. GIDDENS, A . Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Artmed,2005. GOHN, M. G. (Org.) Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. Petrópolis: Vozes, 2003. LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. 12 ed. São Paulo: Brasiliense, 2000. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Sociologia. Curitiba, 2006. MARX, K. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. WEBER, M. Sociologia. São Paulo: Ática, 1979. DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - INGLÊS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) INGLÊS A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005) É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de 60 horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria. A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira. Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais, música pop e propaganda. Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as implicações político-ideológicas. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensinoaprendizagem. 61 Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolar frente à experiência social construída historicamente pelos educandos. Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir. Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais complexas e dependentes de contextos específicos. Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde. Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta, principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vem prontos na linguagem. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL No caso do ensino da Língua Inglesa na EJA, dadas as suas características, o trabalho parte da exploração de diversos gêneros textuais que propiciam a exposição do educando à língua dentro de um contexto, possibilitando a análise e estudo de sua estrutura, servindo também como ponte para o criar a interação entre as habilidades em cada contexto. 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) 62 Identificação de diferentes gêneros textuais, tais como: informativos, narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc. Identificação da ideia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc 1.1. Foco linguístico Substantivos. Adjetivos. Pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos e interrogativos. Verbo to be e there to be. (afirmativa interrogativa e negativa). Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular de verbos mais comuns) e futuro com will. Imperativo: afirmativa e negativa Preposições (in, on, at, from, to…) Advérbios de tempo, lugar e frequência. 1.2. Vocabulário básico Saudações, apresentações, horas, família, partes do corpo, cores, dias da semana, meses do ano, estações do ano, profissões, roupas, animais, locais públicos, condições do tempo (rainy, sunny, windy, cloudy / cold, hot, cool, warm), partes da casa, refeições, adjetivos, numerais (cardinal e ordinal). ENSINO MÉDIO 1. Textos (Escritos, orais, visuais, dentre outros) 63 Identificação de diferentes gêneros textuais tais como: informativos, narrações, descrições, poesias, tiras, correspondência, receitas, bulas de remédios, folders, outdoors, placas de sinalização, etc. Identificação da ideia principal de textos. (skimming) Identificação de informações específicas em textos. (scanning) Identificação de informações expressas em diferentes formas de linguagem (verbal e não verbal). Inferência de significados a partir de um contexto. Trabalho com cognatos, falsos cognatos, afixos, grupos nominais, etc Inferência de significados das palavras a partir de um contexto. (cognatos, etc...) 1.1. Foco Linguístico Tempos verbais: presente simples e contínuo, passado simples (regular e irregular) e contínuo e futuro com will e going to, nas formas afirmativas, interrogativas e negativas. Comparativo e superlativo. (graus dos adjetivos) Verbos Modais: Can, may, could, should, must. Substantivos contáveis e incontáveis. Some, any, no e derivados. 1.2. Vocabulário O vocabulário relacionado aos temas abordados nas unidades de estudo. REFERÊNCIAS PENNYCOOK, Alastair. English and the discourses of Colonialism. London: Routledge. 1999. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005. 64 GIMENEZ, Telma. Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental: Línguas Estrangeiras Modernas – Questões para Debate. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA Vivenciamos nos últimos quinze anos a afirmação gradativa do ensino da Educação Física numa perspectiva cultural e é a partir desse referencial que se propõe essa disciplina como área de estudo da cultura humana, ou seja, que estuda e atua sobre o conjunto de práticas ligadas ao corpo e ao movimento, criadas pelo homem ao longo de sua história. Trata-se, portanto, privilegiar nas aulas de Educação Física além da aprendizagem de movimentos, a aprendizagem para e sobre o movimento. Neste sentido, como enfatizam Taborda e Oliveira (apud PARANÁ, 2005, p.10) os objetivos da Educação Física devem estar voltados para a humanização das relações sociais, considerando a noção de corporalidade, entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas. Esse entendimento permite ampliar as possibilidades da intervenção educacional dos professores de Educação Física, superando a dimensão meramente motriz de uma aula, sem, no entanto negar o movimento como possibilidade de manifestação humana e, desse modo contemplar o maior número possível de manifestações corporais explorando os conhecimentos já trazidos pelos educandos e a sua potencialidade formativa. Segundo Soares et al (1992, p. 50) a Educação Física é conceituada como: (...) uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: o jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Esses conteúdos expressam um sentido/significado nos quais se interpenetram. A partir desse entendimento a proposta para a disciplina de Educação Física deve favorecer o estudo, a integração e a reflexão da cultura corporal de movimentos, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, 65 instrumentalizando-o para usufruir atividades proposta em beneficio da sua inserção social, levando-o a descobrir motivos e sentidos nas práticas corporais que favoreçam o desenvolvimento de atitudes positivas, contemplando assim todas as manifestações corporais e culturais, partindo da realidade local para as diferentes culturas. Cabe aos professores de Educação Física mediar o processo de ensinoaprendizagem deflagrado nas aulas de Educação Física quanto à construção de um ambiente que proporcione ao aluno a aprendizagem dos conteúdos significativos para o seu processo de conhecimento e desenvolvimento, incrementando sua capacidade para tomar decisões relacionadas à atividade física, isto é, movimento corporal humano. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS A Educação de Jovens e Adultos – EJA atende um público diverso (jovens, adultos, idosos, povos das florestas, ribeirinhos, indígenas, populações do campo, entre outros) que não teve acesso ou não pode dar continuidade à escolarização mesmo por fatores, normalmente, alheios a sua vontade. Esses educandos possuem uma gama de conhecimentos adquiridos em outras instâncias sociais, visto que, a escola não é o único espaço de produção e socialização de saberes. O atendimento a esses alunos não se refere, exclusivamente, a uma determinada faixa etária, mas a diversidade sócio-cultural dos mesmos. Se considerarmos que os educandos frequentadores dessa modalidade de ensino encontram-se em grande parte, inseridos no mundo do trabalho, é importante que o trabalho pedagógico nas aulas de Educação Física seja compatível com as peculiaridades dessa parcela de educandos. Desse modo, a aprendizagem do movimento deve ceder espaço às práticas que estejam direcionadas para e sobre o movimento, focalizando preponderantemente aspectos relacionados ao desenvolvimento de atitudes favoráveis à realização de atividades físicas e ao aprofundamento do entendimento de conceitos relacionados a essas atividades. Numa primeira aproximação, tendemos a nos precipitar na constatação da incompatibilidade quase paradoxal de se relacionar a Educação Física com adolescentes, adultos e até idosos na escolarização de Jovens e Adultos. Se nos apoiarmos, por exemplo, nas práticas tradicionais que enfatizam atividades como as 66 “bicicletas” do futebol ou os saques “viagem ao fundo do mar” do voleibol como referências absolutas das possibilidades de movimento corporal humano e como tipos de conteúdo e de aprendizagem presentes na Educação Física, de fato suas adequabilidades serão mínimas. Podemos assumir, portanto, que o propósito da intervenção do professor que atua no campo da Educação Física no contexto da EJA é potencializar as possibilidades de participação ativa de pessoas com demandas educacionais específicas, em programas com foco na atividade física/movimento corporal humano. Outrossim, há que se considerar que a sustentação para ações pedagógicas direcionadas ao processo de escolarização dessas pessoas encontrase em fase de construção, carecendo ainda da produção de conhecimento capaz de contribuir para a consolidação da participação da Educação Física nessa modalidade de ensino. Duas questões essenciais precisam nortear e servir de eixo orientador para o trabalho pedagógicos da disciplina de Educação Física com jovens e adultos: - Quem são os alunos da EJA? - Como pode ser desenvolvida a Educação Física para esses alunos? Compreendendo o perfil do educando da EJA, a Educação Física deverá valorizar a diversidade cultural dos educandos e a riqueza das suas manifestações corporais, a reflexão das problemáticas sociais e a corporalidade “entendida como a expressão criativa e consciente do conjunto das manifestações corporais historicamente produzidas” (PARANA, 2005), considerando os três eixos norteadores do trabalho com a EJA que são a cultura, o trabalho e o tempo 1. É, portanto, imprescindível que tempo, cultura e trabalho se manifestem na prática pedagógica do educador, expressando ideias e ações relacionadas a: sequenciação (organização do conteúdo em função do tempo escolar), comprometimento na condução do processo ensino-aprendizagem (efetivação da aprendizagem dos conteúdos) e avaliação do trabalho pedagógico (critérios de acompanhamento das consequências do processo ensino-aprendizagem), conforme representados na figura 1: Sequenciação 1 Tempo Cultura Comprometimento Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos no Estado do Paraná (versão preliminar). 67 Trabalho Avaliação Figura 1: relação dos eixos tempo, cultura e trabalho com a intervenção pedagógica. A Educação Física na Educação de Jovens e Adultos representa importante possibilidade de contato dos educandos com a diversidade da cultura corporal de movimento, sem perder de vista o papel da EJA, que segundo KUENZER (apud PARANÁ, 2005, p. 28) deve estar voltado para uma formação na qual os educandos-trabalhadores possam aprender permanentemente; refletir criticamente; agir com responsabilidade individual e coletiva; participar do trabalho e da vida coletiva; comportar-se de forma solidária; acompanhar a dinamicidade das mudanças sociais; enfrentar problemas novos construindo soluções originais com agilidade e rapidez. O planejamento das aulas para o perfil do educando da EJA necessita de um levantamento junto aos mesmos, de como foram suas aulas e experiências anteriores, para haver maior clareza de como o educador poderá planejar o trabalho pedagógico. Outra perspectiva a ser considerada é o trabalho com a cultura local, buscando a origem de suas práticas, transformações e diferenças em cada região. Desse modo, os conteúdos a serem abordados devem levar em conta as características peculiares do perfil de educador dessa modalidade de ensino, seja de caráter presencial ou semi-presencial. Os conteúdos que apresentamos – constituintes da cultura corporal de movimento – devem ser selecionados em função do projeto pedagógico elaborado pela escola, considerando os interesses dos alunos observados nas interações iniciais com o educador. Vários são os princípios que abrangem o ensino da Educação Física (BETTI, 2002), destacando-se: o Princípio da Inclusão que tem como meta a participação e 68 reflexões concretas e efetivas de todos os membros do grupo, buscando reverter o quadro histórico da área de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as práticas corporais, resultando na valorização exacerbada no desempenho e da eficiência, e consequentemente na exclusão do educando . O Princípio da Diversidade aplica-se à construção da aprendizagem na escolha de objetivos e de conteúdos, que ampliem as relações entre os conhecimentos da cultura corporal de movimento e o perfil dos sujeitos da aprendizagem. Com isso pretende-se legitimar as possibilidades de aprendizagem que se estabelece nas dimensões afetivas, cognitivas, motoras e socioculturais dos alunos. Já no Princípio da Autonomia a relação com a cultura corporal de movimento, não se dá naturalmente, mas é fruto da construção e do esforço conjunto de professores e alunos através de situações concretas e significativas. A busca da autonomia pauta-se na ampliação do olhar da escola sobre o nosso objeto de ensino e aprendizagem. Essa autonomia significa a possibilidade de construção pelo educando dos seus conceitos, atitudes e procedimentos, ao invés de simples reprodução e memorização de conhecimentos. Tais princípios precisam estar presentes ao se buscar uma aprendizagem significativa, entendida como a aproximação entre o conhecimento do educando e o construído ao longo do tempo, não perdendo de vista que os mesmos estão inseridos numa cultura e expressam uma aprendizagem social regida por uma organização política e social. O professor deve mediar o trabalho pedagógico para que o educando compreenda o seu “eu” e o relacionar-se com o outro, a partir do conhecimento do seu corpo, como instrumento de expressão e satisfação de suas necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar novas formas de expressão. A avaliação proposta para a EJA entende a necessidade da avaliação qualitativa e voltada para a realidade. Proceder a avaliação da aprendizagem clara e consciente, é entendê-la como processo contínuo e sistemático de obter informações, de perceber progressos e de orientar os alunos para a superação das suas dificuldades. Reforçando este pensamento Vasconcelos (apud PARANÁ, 1994, p. 44) diz que: 69 o professor que quer superar o problema da avaliação precisa a partir de uma autocrítica: abrir mão do uso autoritário da avaliação que o sistema lhe faculta e autoriza; rever a metodologia do trabalho em sala de aula; redimensionar o uso da avaliação (tanto do ponto de vista da forma como do conteúdo); alterar a postura diante dos resultados da avaliação; criar uma nova mentalidade junto aos alunos, aos colegas educadores e aos pais. Atualmente a perspectiva tradicional de avaliação cede espaço para uma nova visão que procura ser mais processual, abrangente e qualitativa. Não deve ser um processo exclusivamente técnico que avalia a práxis pedagógica, mas que pretende atender a necessidade dos educandos considerando seu perfil e a função social da EJA, com o reconhecimento de suas experiências e a valorização de sua história de vida. Isso se torna essencial para que o educador reconheça as potencialidades dos educandos e os ajude a desenvolver suas habilidades para que os mesmos atinjam o conhecimento na busca de oportunidades de inserção no mundo do trabalho e na sociedade. A avaliação deverá, portanto compreender formas tais como: a linguagem corporal, a escrita, a oral, por meio através de provas teóricas, de trabalhos, de seminários e do uso de fichas, por exemplo, proporcionando um amplo conhecimento e utilizando métodos de acordo com as situações e objetivos que se quer alcançar. Devemos levar em consideração que educandos idosos, ou com menos habilidades, os com necessidades especiais e o grau de desenvolvimento que possuem, bem como as suas experiências anteriores. Pautados no princípio que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, a avaliação precisa contemplar as necessidades de todos os educandos. Nesse sentido, sugere-se o acompanhamento contínuo do desenvolvimento progressivo do aluno, respeitando suas individualidades. Desse modo a avaliação não pode ser um mecanismo apenas para classificar ou promover o aluno, mas um parâmetro da práxis pedagógica, tomando os erros e os acertos como elementos sinalizadores para o seu replanejamento. Dentro dessa perspectiva, para que a avaliação seja coerente e representativa é fundamental que a relação entre os componentes curriculares se apoie em um diálogo constante. 70 É importante lembrar no princípio da inclusão de todos na cultura corporal de movimento. Assim, a avaliação deve propiciar um autoconhecimento e uma análise possível das etapas já vencidas no sentido de alcançar os objetivos propostos. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Os conteúdos são definidos como conhecimentos necessários à apreensão do desenvolvimento sócio-histórico das próprias atividades corporais e à explicitação das suas significações objetivas. Os mesmos foram estruturados de forma a garantir aprendizagens novas e significativas, despertando o interesse e a atenção dos educandos a consciência da necessidade de atitudes favoráveis a prática de atividades físicas ao longo da sua vida, valorizando a cultura corporal, logo “a cultura humana é uma cultura corporal, uma vez que o corpo realiza as intenções humanas” (FREIRE, 2003 p. 34). Desse modo a Educação Física deve considerar conteúdos e práticas que contemplem: I- a relação entre o conhecimento social e escolar do educando; II- a identidade e as diferenças sócio-culturais dos educandos na proposição das praticas educativas; III- ensino com base na investigação e na problematização do conhecimento; IV- as diferentes linguagens na medida em que se instituem como significativas na formação do educando; V- as múltiplas interações entre os diferentes saberes; VI- articulação entre teoria, prática e realidade social; VII- atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo. Baseado na perspectiva dos educadores propõe a articulação do trabalho docente em torno dos seguintes conteúdos: saúde, esportes, jogos, ginástica, dança e lazer. Ultrapassando a tendência dominante de conceber a saúde como investimento individual, o conteúdo deve oferecer condições de articular o individual com o cultural, social e político. Ou seja, a saúde é um bem que se adquire, além de, 71 pelas atividades físicas e corporais, por intermédio de: alimentação, saneamento básico, moradia, educação, informação e preservação do meio ambiente, enfim, o direito de acesso às condições mínimas para uma vida digna. Esse conteúdo permite compreender a saúde como uma construção que requer uma dimensão histórico-política e social. O esporte pode ser abordado pedagogicamente no sentido de esportes “da escola” e não “na escola”, como valores educativos para justificá-lo no currículo escolar da EJA. Se aceitarmos o esporte como prática social, tema da cultura corporal, devemos questionar suas normas resgatando os valores que privilegiam o coletivo sobre o individual, o compromisso da solidariedade e respeito humano, que se deve jogar com o outro e não contra o outro. Por isso esse conteúdo deve ser apresentado aos alunos de forma a criticá-lo, promovendo a sua resignificação, e sua adaptação a realidade que a prática cria e recria, colocando-o como um meio e não fim em si mesmo. Os jogos oportunizam ao jovem e ao adulto experimentar atividades prazerosas, que envolvam partilhas, negociações e confrontos que estimulem o exercício de reflexão sobre as relações entre as pessoas e os papéis que elas assumem perante a sociedade, bem como a possibilidade de resgatar as manifestações lúdicas e culturais. O estudo da ginástica pretende favorecer o contato do educando com as experiências corporais diversificadas, seu caráter preventivo, modismo, melhora da aptidão física, tem o objetivo de conscientizar os educandos de seus possíveis benefícios, bem como os danos causados pela sua prática inadequada ou incorreta. A dança a ser trabalhado na EJA contribui para o desenvolvimento, conhecimento e ritmo do corpo. Ao relacionar-se com o outro, cada gesto representa sua história, sua cultura, como manifestação de vida, por meio de um processo continuo de integração e relacionamento social. O estudo sobre o lazer proporciona reflexões a cerca do uso do tempo livre, com atividades que lhe propiciem prazer, descontração, alegria, socialização, conscientização clareza das necessidades e benefícios que serão adquiridos e que contribuam para o seu bem estar físico, mental e social. 72 SAÚDE • Definição de saúde. • Atividade física na produção de saúde. • Sedentarismo. • Postura. • Anabolizantes e suas conseqüências. • Controle de freqüência cardíaca. (Ensino Fundamental) - Definição de saúde. - Obesidade. - Stresse. SAÚDE (Ensino Médio) Hábitos alimentares. Ficaram definidos como temas LER e DORT. - Ergonomia. - Corpo do trabalhador e seus sacrifícios. - Controle de freqüência cardíaca. - Envelhecer com saúde. • Definições de esporte. ESPORTES (Ensino Fundamental e • História e origem. • Princípios básicos (fundamentos). • Táticas e regras. • Esporte como fenômeno global. • Atividades práticas. Médio) JOGOS - Definição de jogo. - Aspectos históricos sociais. - Tipos de jogos: jogos cooperativos, jogos recreativos/ jogos lúdicos, jogos intelectivos, jogos de dramatização e (Ensino Fundamental e Médio) jogos pré-desportivos. - Diferentes manifestações culturais. - Atividades práticas. 73 Os conteúdos propostos poderão ser distribuídos de forma informativa, prática ou teórica e poderão ser modificados de acordo com cada realidade. Os conteúdos esporte, jogos, dança, lazer e ginástica são comum ao Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, o conteúdo saúde mantêm a especificidade de cada ensino. CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO REFERÊNCIAS BETTI, M.; ZULIANI. L.R. Educação Física: uma proposta de diretrizes pedagógicas . Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Guarulhos I(I): 73-81.2002 COLL, C. 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PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná: Língua Estrangeira Moderna. Versão Preliminar. 2005. SANTO, D. L. Tendências e expectativas da educação física escolar. In: I Semana de Educação Física, 1993, São Paulo. Anais... São Paulo: Universidade São Judas Tadeu - Departamento de Educação Física, 1993. v. 1. SAVIANI, D. Escola e democracia. 35. ed. Campinas: Autores Associados, 2002. SOARES, C.L.; et all. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. SOUZA, E.S. VAGO. T. M. Trilhas e Partilhas: Educação Física na Cultura escolar e nas práticas sociais. Belo Horizonte: Ed. dos Autores 1997. ZABALA, A. Aprendizagem significativa: el professor como movilizador de lãs competências de sus alunos. In: SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO E SOCIEDADE, 6., 1997, São Paulo. Anais... São Paulo: Grupo Associação de Escolas Particulares, 1997. p.1-39. ________. (Org.). Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. BIBLIOGRAFIA SUGERIDA BETTI, M. Por uma teoria da prática. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v.3,n.2, p.73-127, dez. 1996. BRACHT, V.; PIRES, R.; GARCIA, S.P.; SOFISTE, A.F.S. A prática pedagógica em educação física: a mudança a partir da pesquisa-ação. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.23, n.2, p. 9-30, jan. 2002. 75 BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. http://www.ufop.br/graduação/idbtext.html.>. Disponível em: < Acesso em: 8 jan. 2001. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000. GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Implementação de programas de Educação Física escolar direcionados à promoção da saúde. Revista Brasileira de Saúde Escolar, Campinas, v. 3 n.1/4, p. 67-75, 1994. 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O ensino da Matemática, desde então, tem sofrido alterações na sua forma de organização e de conceber os conteúdos. Pode-se destacar as seguintes fases: até meados de 1960, prevaleceu a chamada “Matemática Tradicional”, em que predominava a valorização do conteúdo desvinculado da prática e com ênfase na memorização de regras. Depois, surgiu o “Movimento da Matemática Moderna”, cujo objetivo principal era a unificação dos vários campos da Matemática, tais como, a Aritmética, a Álgebra e a Geometria. O seu grande objetivo era o trabalho pedagógico por meio da linguagem dos conjuntos, mas que ficou reduzida a um simbolismo exagerado a ser memorizado pelo aluno. Os membros da comissão do Movimento da Matemática Moderna, por sua vez, assinalaram vários defeitos no currículo tradicional difundido, afirmando a importância de se abandonar o conteúdo tradicional em favor dos novos conteúdos, entre eles a álgebra abstrata, a topologia, a lógica simbólica e a álgebra de Boole. Vejamos como Morris Kline exemplifica como sugestão, uma aula de Matemática, nos moldes da Matemática Moderna: “A professora pergunta”: ― Por que 2 + 3 = 3 + 2? ― Porque ambos são iguais a 5 – respondem os alunos sem hesitar. ― Não, a resposta exata é porque a propriedade comutativa da soma assim o sustenta. ― A segunda pergunta é: Porque 9 + 2 = 11? Novamente os alunos se apressam a responder: ― 9 e 1 são 10 e mais um é 11. 77 ― Está errado! – exclama a professora. – A resposta exata é que pela definição 2, 9 + 2 = 9 + (1 + 1) [...] . Vê-se, portanto, neste exemplo que as propriedades dos Números Naturais, Teoria dos Conjuntos, se sobrepõe ao algoritmo da adição, Aritmética, no mesmo conjunto numérico. No caso, essa sobreposição faz com que a professora classifique as respostas indicadas pelos alunos como erradas, e, logo a seguir, a mesma reforça novamente a resposta correta através da propriedade comutativa. (PETRONZELLI, 2002, pp.40-1) Com o advento da Lei 5692/71, a ênfase passou a ser a metodologia, justificada pela necessidade do aluno poder desenvolver toda sua potencialidade, ou seja, valorizou-se a manipulação de materiais concretos, relegando-se a segundo plano a fase de automação, priorizando-se o atendimento à criança em sua fase de desenvolvimento, mas descuidando-se da sistematização dos conhecimentos matemáticos sócio-históricos acumulados pela humanidade. A grande dificuldade dos professores foi, então, a passagem do concreto para o abstrato, o que é fundamental para a matemática. Na atual proposta pedagógica para a EJA, procura-se a interação entre o conteúdo e as formas. A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética - teoria e prática - entre o conhecimento matemático aplicado no processo de produção da base material de existência humana e as manifestações teóricometodológicas que estruturam o campo científico da própria Matemática. Dessa forma, o ensino da Matemática deve ser concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência como obra decorrente do modo de cada sociedade - Grega, Feudal, Moderna – produzir a vida. Concebida desta forma, a Educação Matemática desempenhará um papel fundamental na aquisição da reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas, ou seja, a Matemática deve ser vista, como uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural e social da humanidade. Ao revelar a Matemática como uma produção humana, demonstrando as necessidades e preocupações das diferentes culturas em diferentes épocas e ao relacionar os conceitos matemáticos de hoje com os construídos no passado, o educador permite que o educando reflita sobre as condições e necessidades que 78 levaram o homem a chegar até determinados conceitos, ou seja, o educador estará proporcionando no processo de ensino-aprendizagem a reflexão da construção da sobrevivência dos homens e da exploração do universo, dessa forma, estará caracterizando a relação do homem com o próprio homem e do homem com a natureza. O produto do desenvolvimento da humanidade pode ser demonstrado através da historicidade. Isto indica que ao trabalhar nos bancos escolares a abstração, o conhecimento sistematizado e teórico, o educando entenderá o avanço tecnológico, a elaboração da ciência, a produção da vida em sociedade. Portanto, a abordagem histórica da matemática permite ao educando jovem, adulto e idoso, compreender que o atual avanço tecnológico não seria possível sem a herança cultural de gerações passadas. Entretanto, essa abordagem não deve restringir-se a informações relativas a nomes, locais e datas de descobertas, e sim ao processo histórico, viabilizando com isso a compreensão do significado das ideias matemáticas e sociais. Mas, além de compreender que o conhecimento matemático é sócio-histórico, faz-se necessário que o educando estabeleça relações entre os elementos internos da própria Matemática – conteúdos escolares – e os conceitos sociais. Esse conhecimento prescinde de um tratamento metodológico que considere a especificidade da Educação de Jovens e Adultos - EJA e deve constituir o ponto de partida para todo o ensino-aprendizagem da Matemática, ou seja, os educandos devem ter oportunidades de contar suas histórias de vida, expor os conhecimentos informais que têm sobre os assuntos, suas necessidades cotidianas, suas expectativas em relação à escola e às aprendizagens em matemática. Embora, os jovens, adultos e idosos, com nenhuma ou pouca escolaridade, dominem algumas noções básicas dos conteúdos matemáticos que foram apreendidas de maneira informal nas suas vivências, a EJA tem a função de transformar essas noções elementares, conceitos espontâneos, em conceitos científicos, fazendo o educando dominar a Linguagem Matemática e suas Representações, os Conceitos Matemáticos e Sociais, os Cálculos e os Algoritmos, a História da Matemática e a Resolução de Problemas. A compreensão e apreensão desses pressupostos metodológicos por parte dos educandos e dos educadores, dão significado aos conteúdos escolares a serem ensinados e estudados. Embora seja importante considerar que esses significados 79 também devem ser explorados em outros contextos, como por exemplo, nas questões internas da própria Matemática e em problemas históricos. Desconsiderar esses pressupostos metodológicos na Educação de Jovens e Adultos uma prática centrada no desenvolvimento do pensamento linear e fragmentada, numa concepção de ciência imutável, estabelecendo definitivamente o rompimento entre o lógico e o histórico, entre o conteúdo e as formas, entre a teoria e a prática, entre a lógica formal e a lógica dialética, entre a totalidade e as unidades, enfim, entre o mundo social e natural. A Educação Matemática deve ter, então, os seus pressupostos bem definidos e delimitados, uma vez que a teoria se desdobra em “prática científica”: Ao professor, como um profissional do ensino, é dada a responsabilidade não só de dominar a teoria como a de inscrevê-la no universo de um cotidiano que a justificaria (...). As abstrações reunidas na teoria, organicamente dispostas em definições e conceitos, devem transitar por um caminho inverso. O professor precisa demonstrar a utilidade ou funcionamento do sistema teórico no real. A teoria precisa transmutar-se em dados ou exemplos concretos, que garantam, justifiquem ou expliquem o já defendido (hipoteticamente) no discurso. Nesse sentido, a teoria precisa desmembrar-se, na voz do professor, no relato de múltiplas interações ou mediações que repõem o problema no rastro de sua solução. (NAGEL, pp. 3-4, 2003) (Grifos nossos) Nessa perspectiva, há de se considerar como ponto de partida a construção do conhecimento, os saberes desenvolvidos no decorrer da vivência dos educandos, que se manifestam em suas interações sociais e compõem suas bagagens culturais, que são frequentemente desconsiderados na prática pedagógica da EJA. No entanto, a superação desses saberes e a incorporação dos conceitos científicos são trabalhos que a escola deve planejar e executar. É importante enfatizar que, os conteúdos matemáticos quando abordados de forma isolada, não são efetivamente compreendidos nem incorporados pelos educandos como ferramentas eficazes para resolver problemas e para construir novos conceitos, pois, é perceptível que o conhecimento só se constrói plenamente quando é mobilizado em situações diferentes daquelas que lhe deram origem, isto é, quando é transferível para novas situações. Isto significa que os conhecimentos 80 devem ser descontextualizados, abstraídos, para serem novamente contextualizados, isto é, fazer a transposição didática. Nesse sentido, a educação matemática para o educando jovem, adultos e idoso deve ter como objetivo a reversão do atual quadro em que se encontra o ensino da Matemática, ou seja, a definição dos conteúdos anteriormente fragmentados deve ser visto em sua totalidade, sem o qual não é possível querer mudar qualquer prática pedagógica consistente. Dessa forma, é necessário que o ensino de Matemática e o seu significado seja restabelecido, visto que, o ensino e a aprendizagem de Matemática devem contribuir para o desenvolvimento do raciocínio crítico, da lógica formal e dialética, da coerência e consistência teórica da Ciência – o que transcende os aspectos práticos. Com isso faz-se necessário repensar o ensino de Matemática, pois o processo de emancipação política e social da humanidade está diretamente ligado ao domínio do conhecimento. Ele é parte constitutiva da elaboração do pensamento reflexivo. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Para dimensionar o papel da Matemática na formação do jovem, adulto e idoso é importante que se discuta a natureza desse conhecimento, suas principais características e seus métodos particulares, e ainda, é fundamental discutir suas articulações com outras áreas do conhecimento. As diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do conhecimento teórico, no entanto, é de fundamental importância que o(a) educador(a) tenha clareza que, sem o qual, não é possível mudar qualquer prática pedagógica de forma significativa. Com isso, só se tem conseguido mudanças superficiais no que se refere à reposição de conteúdos, por meio de estratégias metodológicas tradicionais que não levem os educandos a uma transposição didática. É perceptível que, a mera seleção de conteúdos não assegura o desenvolvimento da prática educativa consistente. É necessário garantirmos, como dissemos anteriormente, a relação entre a teoria e a prática, entre o conteúdo e as formas, entre o lógico e o histórico. 81 Portanto, é de suma importância que o educador se aproprie dos encaminhamentos metodológicos do ensino da Matemática, e acrescente, esses elementos a reflexão pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Nessa perspectiva, a contextualização do saber é uma das mais importantes noções pedagógicas que deve ocupar um lugar de maior destaque na análise da didática contemporânea. Trata-se de um conceito didático fundamental para a expansão do significado da educação escolar. O valor educacional de uma disciplina expande na medida em que o aluno compreende os vínculos do conteúdo estudado com uma contextualização compreensível por ele(...). “O desafio didático consiste em fazer essa contextualização sem reduzir o significado das ideias matemáticas que deram ao saber ensinado.” (PAIS, 2001, pp. 26-27). De forma equivocada, a abordagem de determinados conceitos fundamentais na construção do conhecimento matemático é muitas vezes suprimida ou abreviada, sob a alegação de que não fazem parte do cotidiano dos educandos. Tal concepção de ciência e de conhecimento viabiliza na escola uma visão reducionista da Matemática, cuja importância parece ficar restrita a sua utilidade prática; ao pragmatismo. Nesse contexto, a noção de contextualização permite ao educador uma postura crítica priorizando os valores educativos, sem reduzir o seu aspecto acadêmico (PAIS, 2001, p.27). O processo de seleção dos conteúdos matemáticos escolares envolve um desafio, que implica na identificação dos diversos campos da Matemática e o seu objeto de estudo; processo de quantificação da relação do homem com a natureza e do homem com o próprio homem. No entanto, não devemos deixar de identificar os conteúdos escolares matemáticos que são socialmente relevantes para a EJA, pois os mesmos devem contribuir para o desenvolvimento intelectual dos educandos. As Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, versão preliminar, em seu capítulo “Orientações Metodológicas”, aponta quatro critérios para a seleção de conteúdos e das práticas educativas. São eles: 82 . a relevância dos saberes escolares frente à experiência social construída historicamente. . os processos de ensino e aprendizagem, mediatizados pela ação docente junto aos educandos. . a organização do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividades que permitem a integração entre os diferentes saberes. . as diferentes possibilidades dos alunos articularem singularidade e totalidade no processo de elaboração do conhecimento. Nessa forma de organização curricular, as metodologias são meios e não fins para se efetivar o processo educativo. É preciso que essas práticas metodológicas sejam flexíveis, e que adotem procedimentos que possam ser alterados e adaptados às especificidades da comunidade escolar. Nessa perspectiva, é de suma importância evidenciar que o ensinoaprendizagem de Matemática sejam permeados pela(os): História da Matemática; Resolução de Problemas; Conceitos Matemáticos e Sociais; Linguagem Matemática e suas Representações; Cálculos e/ou Algoritmos; Jogos & Desafios. Estes elementos devem permear a Metodologia de Ensino da Matemática, pois eles expressam a articulação entre a teoria e a prática, explicitando no ato pedagógico a relação entre o signo, o significado e o sentido dos conteúdos escolares nos diversos contextos sociais e históricos. É importante enfatizar que a relação de conteúdos não deve ser seguida linearmente, mas desenvolvida em conjunto e de forma articulada, proporcionando ao educando a possibilidade de desenvolver a capacidade de observar, pensar, estabelecer relações, analisar, interpretar justificar, argumentar, verificar, generalizar, concluir e abstrair. Dessa forma, serão estimulados a intuição, a analogia e as formas de raciocínio indutivo e dedutivo. Os conteúdos matemáticos presentes no ensino fundamental, a serem ensinados nas escolas de EJA, estão organizados por eixos. são eles: números e operações, geometria, medidas e tratamento de informação, que compreendem os elementos essenciais da organização curricular. Os eixos e seus respectivos conteúdos deverão ser trabalhados de forma articulada. esta relação pode ser viabilizada entre os eixos e/ou entre os conteúdos. É importante ter clareza da especificidade de cada eixo, bem como, que estes não devem ser trabalhados de maneira isolada, pois, é na inter-relação entre os 83 conteúdos de cada eixo, entre os eixos de conteúdos e entre os eixos metodológicos, que as ideias matemáticas ganham significado. Os conteúdos matemáticos presentes no Ensino Médio, a serem ensinados nas escolas de EJA, deverão propiciar o desenvolvimento de conceitos: numéricos, algébricos, geométricos e gráficos e da mesma forma, devem ser trabalhados como um conjunto articulado. Isso significa que o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. Nesse contexto, a avaliação em Matemática na EJA deve permitir ao educador fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos da apreensão do conhecimento pelo educando, estabelecendo inter-relações entre o conhecimento matemático e o contexto social. É fundamental que a avaliação seja coerente com a metodologia utilizada pelo educador, bem como, com o objetivo que se pretende alcançar, visto que, esta tem a finalidade de fornecer informações do processo de desenvolvimento do educando - a ele mesmo e ao educador. Essas informações permitem ao educador, uma reflexão crítica sobre a sua prática pedagógica, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos, uma vez que os educandos possuem diferentes tempos de aprendizagem. O processo avaliativo deve ser um recurso pedagógico, que considera erros e acertos como elementos sinalizadores para seu replanejamento, ou seja, toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento matemático. No que se refere à avaliação em matemática, considerando o perfil do educando jovem, adulto e idoso, pontua-se alguns indicativos a serem contemplados pelos educadores: 1 considerar todas as formas de raciocínio, ou seja, os procedimentos/métodos utilizados pelo educando para resolver uma determinada situação-problema; 2 resultado não é o único elemento a ser contemplado na avaliação matemática, pois, mesmo que este não esteja de acordo, ele pode ter utilizado-se de métodos coerentes, equivocando-se em apenas parte do processo de desenvolvimento do raciocínio matemático. 84 3 erro deve ser considerado como ponto de partida para rever caminhos, compreendendo todo o processo de construção do conhecimento matemático. Portanto, a avaliação da aprendizagem matemática considerada como mecanismo diagnóstico, deverá englobar todas as instâncias que compõem a escola: currículo, planejamento, metodologia, conteúdos, o educando, o educador e a própria escola. Entendida como processo, a avaliação deverá possibilitar uma constante elaboração e re-elaboração não só do conhecimento produzido, mas da ação pedagógica como um todo. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL Números e Operações Construção do conceito de número (IN, Z, Q, I e R): classificação e seriação. Conjuntos numéricos: abordagem histórica. Algoritmos e operações. Raciocínio Proporcional. Porcentagem. Grandezas diretas e inversamente proporcionais. Regra de três. Juros simples e composto. Expressar generalizações sobre propriedades das operações aritméticas. Potenciação e radiciação. Traduzir informações contidas em tabelas e gráficos em linguagem algébrica e vice-versa. Operações com monômios e polinômios. Equações de 1º e 2º graus. Sistema de equações de 1º grau – com duas variáveis. Cálculo Mental e Estimativa. Geometria 85 Conceitos de: direção e sentido; paralelismo e perpendicularismo. Reconhecimento dos sólidos (faces, arestas e vértices). Classificação dos sólidos (poliedros e corpos redondos). Conceituação dos poliedros. Identificar poliedros e polígonos: cubo – quadrado. paralelepípedo – retângulo. pirâmide – triângulo. Trabalhando a relação de figuras espaciais e percepção espacial. Noção de planificação (espaço para o plano). Planificação – construção das figuras espaciais (plano para o espaço). Identificar - faces, arestas e vértices. Identificar figuras planas. Classificação dos polígonos. Ângulos - construção Soma dos ângulos internos de um polígono. Classificação de triângulo quanto aos lados e ângulos. Ampliação e redução de figuras (percepção e criatividade). Ângulos notáveis (articulado com simetria e a construção de gráficos de setores). Relações entre figuras espaciais e planas. Decomposição e composição de figuras. Congruência e semelhança: figuras planas, triângulos. Simetria (conceitos/aplicações). Teorema de Tales. Teorema de Pitágoras. Medidas de Tempo: calendário, relógio e relações com o sistema de numeração decimal uso das medidas de tempo e conversões de Temperatura (Corporal e Climática). Sistema Monetário e sua relação com SND. 86 conversões e relação entre as principais moedas: real, dólar, euro, pesquisa de mercado. Medidas de: ângulos. comprimento. superfície. capacidade. volume. Razão entre áreas de figuras semelhantes. Perímetro e área de figuras planas. Cálculo de volume de alguns sólidos geométricos. Medidas de Massa. Tratamento de Informação Probabilidade: experimentos e situações-problema. Estatística: problematização, coleta, organização, representação e análise de dados Medidas de posição. Análise Combinatória: agrupamentos e problemas de contagem. Porcentagem, linguagem gráfica com análise quantitativa. ENSINO MÉDIO Números e Álgebra Organização dos Campos Numéricos. Razão e Proporção. Regra de três simples e composta. Possibilidade de diferentes escritas numéricas envolvendo as relações entre as operações: números decimais em forma de potência de 10, notação científica e potências de expoente negativo. Radicais em forma de potência. 87 A potenciação e a exponenciação. Propriedades da potenciação. A linguagem algébrica: fórmulas matemáticas e as identidades matemáticas. Decodificação, codificação e verificação de equações de 1º e 2º graus. Sistema de Equações (com duas variáveis). Funções Função afim. Função quadrática. Sequencias. Progressão Aritmética. Progressão Geométrica. Noções de: - Matrizes; - Determinantes; - Sistemas Lineares (3x3). Geometria e Trigonometria Relações entre formas: - espaciais e planas; - planas e espaciais. Representação geométrica dos números e operações. Geometria Espacial e Plana: Relações entre quadriláteros quanto aos lados e aos ângulos, paralelismo e perpendicularismo. Congruência e semelhança das figuras. Propriedades de lados, ângulos e diagonais em polígonos. Ângulos entre retas e circunferências e ângulos na circunferência. Reta e plano no espaço, incidência e posição relativa. Sólidos geométricos: representação, planificação e classificação. Cilindro, cone, pirâmide, prismas e esfera. 88 Cálculo de volumes e capacidades. Geometria Analítica: o ponto (distância entre dois pontos e entre ponto e reta) a reta (distância entre retas) a circunferência. Trigonometria: Ângulos, processo de triangulação, triângulo retângulo, semelhança de triângulos. As razões trigonométricas e o triângulo retângulo. Leis do seno e co-seno. Tangente como a razão entre o seno e o co-seno. Construção de tabelas de senos, co-senos e tangentes de ângulos. Cálculos de perímetros e áreas de polígonos regulares pela trigonometria. Ciclo Trigonométrico – Trigonometria da 1ª volta. Gráfico de funções trigonométricas. Tratamento de Informação Estatística: Gráficos e tabelas Medidas e tendência central Polígonos de frequência Aplicações Análise de dados Sistematização da contagem: Princípio multiplicativo; Análise Combinatória; Probabilidade: Probabilidade de um evento; 89 União e intersecção de eventos; Probabilidade condicional Relação entre probabilidade e estatística Noções de Matemática Financeira: Porcentagem; Juro composto; Tabela Price (aplicação e construção). Referências Matemática: livro do estudante: ensino fundamental/coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 Matemática: matemática e suas tecnologias: livro do professor: ensino fundamental e médio/ coordenação Zuleika de Felice Murrie. – Brasília: MEC: INEP, 2002 BICUDO, M. A. V. e GARNICA, ª V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. BOYER, C. B. História da matemática. Tradução: Elza F. Gomide. São Paulo> Edgard Blucher, 1974 BRASIL, Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental, 2002 – Proposta Curricular para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental: 5ª a 8ª série: introdução. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1994. FONSECA, Maria da Conceição F.R. Educação Matemática de Jovens e Adultos: especificidades, desafios e contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 90 FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MATO GROSSO DO SUL, Secretária de Estado de Educação. Subsídios de matemática. V, 8ª: 1 ed. Campo Grande: 2000. MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da matemática. São Paulo: Graal, 1973. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação de jovens e adultos no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental no Estado do Paraná – DCE. Versão preliminar. Jan/2005. PAIS, L. C. Didática da matemática – uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. SMOLE, K. S., DINIZ, M. I. Ler escrever e resolver problemas. Porto Alegre: ARTMED, 2001. NAGEL, Lízia Helena. Em questão: profissionalismo no ensino. Maringá: UEM, 2003(texto digitado) PETRONZELLI, Vera Lúcia Lúcio. Educação Matemática e a aquisição do conhecimento matemático: alguns caminhos a serem trilhados, 2002. (Dissertação de Mestrado, UTP) 166p. DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NATURAIS CONCEPÇÃO DO ENSINO DE CIÊNCIAS A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com as discussões realizadas com os professores da rede pública estadual de ensino, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Ciências, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem de Ciências no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, no qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos 91 educandos de buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Ciências no contexto escolar. Para tanto, deve-se reconhecer que a ciência é diferente da disciplina escolar ciência. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultado, que possa explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultado, aliás, planejado, para que o estudante possa entender o que é conhecido. A ciência sabe como procurar, mas não conhece resultados de antemão. O ensino, ao contrário, conhece muito bem quais são os objetivos a encontrar, mas as discussões de como proceder para alcançá-los apontam para diferentes caminhos. Existe, portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Nessa perspectiva, a disciplina de Ciências tem como fundamento o conhecimento científico proveniente da ciência construída historicamente pela humanidade. Os fatos cotidianos e os conhecimentos adquiridos ao longo da história podem ser entendidos pela interação das várias áreas do conhecimento, revelando a importância da Química, da Física, da Biologia, da Astronomia e das Geociências, que se complementam para explicar os fenômenos naturais e as transformações e interações que neles se apresentam. Os fenômenos não são explicados apenas por um determinado conhecimento, portanto, é importante estabelecer as relações possíveis entre as disciplinas, identificando a forma com que atuam e as dimensões desses conhecimentos, pois o diálogo com as outras áreas do conhecimento gera um movimento de constante ampliação da visão a respeito do que se estuda ou se conhece. Outro aspecto a ser desenvolvido pelo ensino de Ciências na EJA é a reflexão sobre a importância da vida no Planeta. Isso inclui a percepção das relações 92 históricas, biológicas, éticas, sociais, políticas e econômicas, assim como, a responsabilidade humana na conservação e uso dos recursos naturais de maneira sustentável, uma vez que dependemos do Planeta e a ele pertencemos. O caminho evolutivo da ciência promoveu o avanço tecnológico que deve ser discutido no espaço escolar, de tal maneira que o educando possa compreender as mudanças ocorridas no contexto social, político e econômico e em outros meios com os quais interage, proporcionando-lhe também o estabelecimento das relações entre o conhecimento trazido de seu cotidiano e o conhecimento científico e, partindo destas situações, compreender as relações existentes, questionando, refletindo, agindo e interagindo com o sistema. Essa relação entre ciência e tecnologia, aliada à forte presença da tecnologia no cotidiano das pessoas, já não pode ser ignorada no ensino de Ciências, e sua ausência aí é inadmissível. Consideram-se, ainda, os efeitos da ciência/tecnologia sobre a natureza e o espaço organizado pelo homem, o que leva à necessidade de incluir no currículo escolar uma melhor compreensão do balanço benefício-malefício da relação ciênciatecnologia (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.68-69). É importante que o educando tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário possibilitar ao educando perceber os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que ele possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustam a vida. O conjunto de saberes do educando deve ser considerado como ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. As Ciências Naturais são compostas de um conjunto de explicações com peculiaridades próprias e de procedimentos para obter essas explicações sobre a natureza e os artefatos materiais. Seu ensino e sua aprendizagem serão sempre balizados pelo fato de que os sujeitos já dispõem de conhecimentos prévios a respeito do objeto de ensino. A base de tal assertiva é a constatação de que participam de um conjunto de relações sociais e naturais prévias a sua escolaridade 93 e que permanecem presentes durante o tempo da atividade escolar (DELIZOICOV; ANGOTTI; PERNAMBUCO, 2002, p.131). Dessa forma, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Ciências na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e espaço e, no estudo na disciplina de Ciências, como uma das formas de resgate e de construção de melhores possibilidades de vidas individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e de aprendizagem adequada à realidade do educando da EJA, em consonância com as Diretrizes Curriculares Estaduais propostas para esta modalidade de ensino. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de mais nada, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, quais formas de agrupamento, sequenciação, meios didáticos e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquirido previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando: 94 1- que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida, o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; 2- as experiências dos educandos no mundo do trabalho; 3- a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, ainda, o tempo pedagógico e o tempo físico; 4- as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. Nesse aspecto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de Ciências de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos dos conteúdos com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode acontecer a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada" (SAVIANI, 1993, p.26). As dúvidas são muito comuns na disciplina de Ciências, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Ciências é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Ciências. Quando elaborada individual ou coletivamente 95 deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. Uma estratégia comum em Ciências é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Devese considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como lugares alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório devem ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66), propõe que ele deve ser utilizado como uns dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual dos mesmos, através da criticidade, do posicionamento perante as conhecimentos. Os conteúdos situações-problemas e da busca por mais podem ser organizados sem a rígida sequencia 96 linear proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. O ensino de Ciências na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, deve-se respeitar e valorizar o perfil e a realidade dos educandos da EJA em todos os seus aspectos oportunize o acesso e a permanência no sistema escolar. Há necessidade, tanto por parte do educador, quanto da comunidade escolar, de conhecer o universo desses educandos, suas histórias de vida e suas trajetórias no processo educativo, visto que, cada um seguirá seu próprio caminho, dentro dos seus limites. Portanto, a avaliação tem como objetivo promover um diálogo constante entre educador e educandos, visando o seu êxito nos estudos e, de modo algum, a sua exclusão do processo educativo. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS 97 É indispensável que a organização dos conteúdos da disciplina de Ciências na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e à experiência cotidiana destes, procurando apresentar os conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Ao pensar nessa organização, o educador deve priorizar os conteúdos que possam ter significado real à vida dos educandos, possibilitando-lhes a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno. Dessa forma, o ensino de Ciências não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo de aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos essenciais da disciplina de Ciências, contempla: Universo. Sistema Solar. Planeta Terra. Matéria e Energia. Materiais, Átomos e Moléculas. Ligações, Transformações e Reações Químicas. Tipos de Energia, Movimentos, Leis de Newton. Calor, Ondas, Luz, Eletricidade e Magnetismo. Água, Ar e Solo. Desequilíbrios Ambientais. Biosfera. Ecossistemas. Seres Vivos. Organismo Humano. Saúde e Qualidade de vida. Biotecnologia. Ciência, Tecnologia e Sociedade. 98 REFERÊNCIAS BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. BORGES, R. M. R. Em debate: cientificidade e educação em Ciências. Porto Alegre: SE/CEC/RS, 1996. CANIATO, R. O céu. São Paulo: Ática, 1990. _____. O que é astronomia. São Paulo: Brasiliense, 1981. _____. A terra em que vivemos. Campinas: Papirus, 1985. CHASSOT, A. I. Catalisando transformações na educação. Ijuí: Editora Unijuí, 1994. _____. Para que(m) é útil o ensino? Canoas: Editora da ULBRA, 1995. _____.A ciência através dos tempos. São Paulo: Moderna, 1994. CHASSOT, A. I. & OLIVEIRA, R. J. (Org.) Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: Unisinos, 1998. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A. Metodologia do ensino de Ciências. São Paulo: Cortez, 1992. DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. .A.; PERNAMBUCO, M. A. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2003. GIL-PEREZ, D. & CARVALHO, A. M. P. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez. HAMBERGER, A. I. & LIMA, E.C. A. S. Pensamento e ação no ensino de ciências. São Paulo: Instituto de Física, 1989. KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: EPU/USP, 1987. OLIVEIRA, Renato José de. A escola e o ensino de ciências. São Leopoldo: Unissinos, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. 99 SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2001. SAVIANI, Dermeval. A filosofia na formação do educador. In: _______. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. STENGERS, Isabelle. Quem tem medo da ciência? São Paulo: Siciliano, 1989. DISCIPLINA DE BIOLOGIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE BIOLOGIA A Educação de Jovens e Adultos - EJA, no Estado do Paraná, de acordo com suas Diretrizes Curriculares e em consonância com o documento apresentado como a segunda proposta preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais para o ensino Médio de Biologia da Rede Estadual de Ensino do Paraná, apresenta os fundamentos teóricos, metodológicos e avaliativos do ensino de Biologia, que norteiam a elaboração da proposta curricular desta disciplina. Partindo do pressuposto que a ciência não se constitui numa verdade absoluta, pronta e acabada, é indispensável rever o processo de ensino e aprendizagem da Biologia no contexto escolar, de modo que o modelo tradicional de ensino dessa disciplina, na qual se prioriza a memorização dos conteúdos, sem a devida reflexão, seja superado por um modelo que desenvolva a capacidade dos educandos em buscar explicações científicas para os fatos, através de posturas críticas, referenciadas pelo conhecimento científico. É necessário distinguir os campos de atuação da ciência, seus contextos e valores, como também, os objetivos dispensados à disciplina de Biologia no contexto escolar. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia - Ensino Médio, desta Secretaria de Estado da Educação, “é objeto de estudo da Biologia o fenômeno vida em toda sua diversidade de manifestações. Esse fenômeno se caracteriza por um conjunto de processos organizados e integrados, quer no nível de uma célula, de 100 um indivíduo, ou ainda, de organismos no seu meio. Um sistema vivo é sempre fruto da interação entre seus elementos constituintes e da interação entre esse mesmo sistema e os demais componentes de seu meio. As diferentes formas de vida estão sujeitas as transformações que ocorrem no tempo e no espaço, sendo, ao mesmo tempo, transformadas e transformadoras do ambiente”. Nas Diretrizes, ainda, afirma-se que “ao longo da história da humanidade várias foram as explicações para o surgimento e a diversidade da vida, de modo que os modelos científicos conviveram e convivem com outros sistemas explicativos como, por exemplo, os de inspiração filosófica ou religiosa. Elementos da História e da Filosofia tornam possível, aos alunos, a compreensão de que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e os contextos sociais, econômicos e políticos. É possível verificar que a formulação, a validade ou não das diferentes teorias científicas está associada a seu momento histórico.” As Diretrizes do Ensino Médio para a disciplina de Biologia consideram que “o conhecimento do campo da Biologia deve subsidiar a análise e reflexão de questões polêmicas que dizem respeito ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e a utilização de tecnologias que implicam em intensa intervenção humana no ambiente, levando-se em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa. Sabe-se que desde o surgimento do planeta Terra, a espécie humana, ou Homo sapiens, não foi o ser predominante, e muito menos, o ser vivo mais importante dentre todos os diversos seres vivos que por aqui passaram. Por outro lado, ao longo deste processo de humanização, que durou aproximadamente três milhões de anos, o homem criou a linguagem, a escrita e a fala, diferenciando-se de todas as demais formas de vida. Isso possibilitou ao homem a socialização, a organização dos espaços físicos, a fabricação de instrumentos utilitários e o início das atividades agrícolas”. Ressaltam também, “o papel da Ciência e da sociedade como pontos articuladores entre a realidade social e o saber científico. Cabe aos seres humanos, enquanto sujeitos históricos atuantes num determinado grupo social, reconhecerem suas fragilidades e buscarem novas concepções sobre a natureza (...) É preciso que estes sujeitos percebam que sua sobrevivência, enquanto espécie depende do equilíbrio e do respeito a todas as formas de vida que fazem do planeta o maior ser vivo conhecido”. 101 É importante que o educando jovem e adulto tenha acesso ao conhecimento científico a fim de compreender conceitos e relações existentes entre o ambiente, os seres vivos e o universo, numa concepção flexível e processual, por meio do saber questionador e reflexivo. Da mesma forma, se faz necessário que perceba os aspectos positivos e negativos da ciência e da tecnologia, para que possa atuar de forma consciente em seu meio social e interferir no ambiente, considerando a ética e os valores sociais, morais e políticos que sustentam a vida. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O conjunto de saberes do educando deve ser considerado o ponto de partida para o processo de ensino e aprendizagem, estabelecendo relações com o mundo do trabalho e com outras dimensões do meio social. Conforme as Diretrizes Curriculares para a disciplina de Biologia- Ensino Médio – SEED-PR, “na escola, a Biologia deve ir além das funções que já desempenha no currículo escolar. Ela deve discutir com os jovens instrumentalizando-os para resolver problemas que atingem direta ou indiretamente sua perspectiva de futuro”. As Diretrizes, ainda, consideram que para a discussão de todas estas características socioambientais e do papel do ensino formal de Biologia, as relações estabelecidas entre professor-aluno e aluno-aluno são determinantes na efetivação do processo ensino-aprendizagem, e para isto, há necessidade de leitura e conhecimento sobre metodologia de ensino para que as aulas de Biologia sejam dinâmicas, interessantes, produtivas, e resultem em verdadeira aprendizagem. Ressaltam também que, “pensar criticamente, ser capaz de analisar fatos e fenômenos ocorridos no ambiente, relacionar fatores sociais, políticos, econômicos e ambientais exige do aluno investigação, leitura, pesquisa. No ensino de Biologia, diferentes metodologias podem ser utilizadas com este propósito. A metodologia de investigação, por exemplo, permite ao aluno investigar a realidade buscando respostas para solucionar determinados problemas”. Na medida em que se acredita numa Ciência aberta, inacabada, produto da ação de seres humanos inseridos num contexto próprio relativo ao seu tempo e 102 espaço e, ainda na disciplina de Biologia, como forma de resgate e de construção de melhores possibilidades de vidas individuais e coletivas, há que se optar por uma metodologia de ensino e aprendizagem adequada à realidade do aluno da EJA. Segundo RIBEIRO (1999, p.8), criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de tudo, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, qual forma de agrupamento, sequenciação, meio didático e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. Nessa perspectiva, destaca-se a importância de propiciar aos educandos, a compreensão dos conceitos científicos de forma significativa, ou seja, que o conhecimento possa estar sendo percebido em seu contexto mais amplo, não somente nos afazeres diários, mas na forma de perceber a realidade local e global, o que lhe permitirá posicionar-se e interferir na sociedade de forma crítica e autônoma. Para tanto, o educador da EJA deve partir dos saberes adquirido previamente pelos educandos, respeitando seu tempo próprio de construção da aprendizagem, considerando que o educador é mediador e estimulador do processo, respeitando, de forma real, como ponto de partida o conjunto de saberes trazidos pelos educandos; - as experiências dos educandos no mundo do trabalho; - a necessária acomodação entre o tempo e o espaço do educando, - o tempo pedagógico e o físico, visto que os mesmos interferem na sua “formação” científica; - as relações entre o cotidiano dos educandos e o conhecimento científico. Nesse contexto, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização podese dar a partir de uma problematização, ou seja, em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade ( ...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.26)”. As dúvidas são muito comuns na disciplina 103 de Biologia, devendo ser aproveitadas para reflexão sobre o problema a ser analisado, e assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização, sem reduzir os conteúdos apenas à sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Biologia é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento da Ciência, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo. É importante salientar o uso criativo das metodologias pelo educador, que será indispensável em todos os momentos do seu trabalho, bem como o olhar atento e crítico sobre a realidade trazida pelos educandos. A busca de soluções para as problematizações constitui-se em referência fundamental no ensino de Biologia. Quando elaborada individual ou coletivamente deve ser registrada, sendo valorizados os saberes trazidos pelos educandos e a evolução do processo de aprendizagem. É importante lembrar que a cultura científica deve ser incentivada mesmo que de forma gradual, respeitando o tempo de cada grupo ou indivíduo. .Uma estratégia comum em Biologia é a utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório. É importante que seja definido com clareza o sentido e o objetivo dessa alternativa metodológica, visto que muitas vezes, situações muito ricas do cotidiano são deixadas de lado em detrimento do uso do laboratório. Devese considerar a possibilidade de aproveitamento de materiais do cotidiano, assim como espaços alternativos, situações ou eventos para se desenvolver uma atividade científica. A utilização de experimentos e práticas realizadas em laboratório deve ser vistas como uma atividade comum e diversificada e que não abrem mão do rigor científico, devendo ser acompanhada pelo professor. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...) a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. 104 Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como uns dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar na organização dos conteúdos, o educador deve priorizar aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir das relações entre os diversos saberes, estimular a autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequencia lineares proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade dos mesmos, bem como a coerência dos mesmos no processo educativo. O processo avaliativo precisa ser reconhecido como meio de desenvolver a reflexão, de como vem ocorrendo o processo de aquisição do conhecimento por parte do educando. A verificação da aquisição do conhecimento deve ser ponto de partida para a revisão e reconstrução do caminho metodológico percorrido pelo educando e, principalmente, pelo educador. O ensino de Biologia na EJA deve propiciar o questionamento reflexivo tanto de educandos como de educadores, a fim de que reflitam sobre o processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, o educador terá condições de dialogar sobre a sua prática a fim de retomar o conteúdo com enfoque metodológico diferenciado e estratégias diversificadas, sendo essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. Partindo da ideia de que a metodologia deve respeitar o conjunto de saberes do educando, o processo avaliativo deve ser diagnóstico no sentido de resgatar o conhecimento já adquirido pelo educando permitindo estabelecer relações entre esses conhecimentos. Desta forma, o educador terá possibilidades de perceber e 105 valorizar as transformações ocorridas na forma de pensar e de agir dos educandos, antes, durante e depois do processo. A avaliação não pode ter caráter exclusivamente mensurável ou classificatório, visto que o ensino de Biologia deve respeitar e valorizar a realidade do educando em todos os seus aspectos, principalmente naqueles que deram origem à sua exclusão do processo educativo. CONTEÚDOS – BIOLOGIA ENSINO MÉDIO A proposta de sugestão de conteúdos básicos para a elaboração do currículo da disciplina de Biologia na Educação de Jovens e Adultos – EJA, fundamenta-se nas “Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná– SEED – PR. É importante considerar que a organização dos conteúdos curriculares da disciplina de Biologia na EJA tem o objetivo de contemplar as necessidades e o perfil dos educandos desta modalidade de ensino da Educação Básica. Segundo as Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, os conteúdos básicos são entendidos como os saberes mais amplos da disciplina que podem ser desdobrados nos conteúdos pontuais que fazem parte de um corpo estruturado de saberes construídos e acumulados historicamente e que identificam a disciplina como um campo do conhecimento. Dentro da perspectiva dos conteúdos escolares como saberes, o termo "conteúdo" não se refere apenas a fatos, conceitos ou explicações destinados aos alunos para que estes conheçam, memorizem, compreendam, apliquem, relacionem, etc. Hoje, o critério que decide se certos conhecimentos concretos devem ser incluídos no currículo não se restringe ao seu valor epistemológico e aceitação como conhecimento válido: a relevância cultural, o valor que lhe é atribuído no âmbito de uma cultura particular em um determinado momento histórico, entra em cena. Segundo as Diretrizes, estabelecer os conteúdos básicos para o ensino de Biologia requer uma análise desse momento histórico, social, político e econômico que vivemos; da relevância e abrangência dos conhecimentos que se pretendem serem desenvolvidos nessa modalidade de ensino; da atuação do professor em sala de aula; dos materiais didáticos disponíveis no mercado; das condições de vida dos 106 alunos e dos seus objetivos. A decisão sobre o que e como ensinar Biologia no Ensino Médio deve ocorrer de forma a promover as finalidades e objetivos dessa modalidade de ensino e da disciplina em questão. Não se trata de estabelecer uma lista de conteúdos em detrimento de outra por manutenção tradicional ou por inovação arbitrária. Referimo-nos aos conceitos e concepções que têm a ver com a construção de uma visão de mundo; outros práticos e instrumentais para a ação, e ainda aqueles que permitem a formação de um sujeito crítico. Precisaremos estabelecer conteúdos básicos que, por sua abrangência, atendem às realidades regionais e, ao mesmo tempo garantem a identidade da disciplina. Na proposta, elaborada a partir das discussões com os professores do Ensino Médio Regular, propõe-se ampliar a integração entre os conteúdos básicos, destacando os aspectos essenciais sobre a vida e a vida humana que vão ser trabalhados por meio dos conhecimentos científicos referenciados na prática. As sugestões de conteúdos básicos estão descritos a seguir: ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO IMPLICAÇÕES PROCESSO DE BIODIVERSIDADE MODIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS DOS SERES VIVOS DOS AVANÇOS BIOLÓGICOS NO CONTEXTO DA VIDA Organização celular e molecular: I- II- 5membrana, citoplasma e núcleo 6divisão celular tecidos Os seres vivos e o Ambiente Saúde Biomas terrestre e Aquáticos Ecossistemas Ciclos Biogeoquímicos Desequilíbrio Ambiental urbano e rural Origem e evolução da Vida Origem espécies Genética, Embriologia, Fisiologia comparada das Ciência e saúde Pesquisas científicas Biológicas Bioética Biotecnologia 107 Ainda no que consta nas Diretrizes Curriculares de Biologia – Ensino Médio – SEED-PR, há a justificativa para a organização e distribuição dos Conteúdos básicos, descrita a seguir: Os Conteúdos básicos de Biologia ao mesmo tempo agrupam as diferentes áreas da Biologia e proporcionam um novo pensar sobre como relacioná-los sem que se perca de vista o objetivo do ensino da disciplina no Ensino Médio. A nova proposta pretende modificar a estrutura firmada pela trajetória que o ensino de Biologia vem atravessando nestas últimas décadas. Estabelece os conteúdos básicos e um novo olhar de forma a relacioná-los com seus conteúdos pontuais sob os pontos de vista vertical, transversal e horizontal, procurando uma lógica dialética que leve o professor a integrá-los e relacioná-los de maneira que o aluno não tenha mais uma visão fragmentada da biologia. Organização e distribuição dos seres vivos O estudo acerca da organização dos seres vivos, iniciou-se com as observações macroscópicas dos animais e plantas da natureza. Somente com o advento da invenção do microscópio por Robert Hooke século XVII, com base nos estudos sobre lentes de Antonie von Leewenhoeck, o mundo microscópico até então não observado foi evidenciado à luz da Ciência e da Tecnologia. A descoberta do mundo microscópico colocou em xeque várias teorias sobre o surgimento da vida e proporcionou estudos específicos sobre as estruturas celulares. Como exemplos desta influência tem-se o estudo da anatomia das células das plantas pelo holandês Jan Swammerdam e, o aperfeiçoamento das Teorias Evolucionistas ambas no séc. XVII. No séc. XIX, à luz destas descobertas e Teorias, o alemão Christian Heineich Pander e o estoniano Karl Ernst von Baer desenvolveram estudos sobre a embriologia que estabeleceram as bases para estudos da Teoria Celular. Hugo von Mohl descobriu a existência do núcleo e do protoplasma da célula; Walther Fleming estudou o processo de mitose nos animais e Eduard Strasburger estudou este processo nas plantas. Assim, como relatam GAGLIARD & GIORDAN (apud BASTOS, 1998, p 255)... a relação entre o nível microscópico e o macroscópico é um conceito básico: 108 uma vez que o aluno tenha adquirido poderá entender que a compreensão de todos os fenômenos de um ser vivo requer um conhecimento dos níveis moleculares subjacentes. Justifica-se este conteúdo básico por ser a base do pensamento biológico sobre a organização celular do ser vivo, relacionando-a com a distribuição dos seres vivos na Natureza, o que proporcionará ao aluno compreender a organização e o funcionamento dos fenômenos vitais e estabelecer conexões com os demais conteúdos básicos da disciplina. Biodiversidade A curiosidade humana sobre os fenômenos naturais e a necessidade de caçar para se alimentar e vestir, tentar curar doenças, entre outras atividades vitais, fizeram com que o homem passasse a estudar e observar a Natureza. Tem-se registros deste conhecimento biológico empírico das atividades humanas, através das representações de animais e plantas nas pinturas rupestres realizadas nas cavernas e também de alguns manuscritos deixados pelos Babilônios por volta do ano 1800 a.C. A organização dos seres vivos começou a ser registrada em documentos com o Filósofo Aristóteles, que viveu no século IV a.C. e através de suas observações ele escreveu o livro “As Partes dos Animais”. Seu discípulo Teofasto deteve-se mais aos estudos das plantas, iniciando uma pré-classificação dos vegetais agrupando-as em espécies afins. Pelos seus estudos detalhados dos órgãos vegetais e descrição dos tecidos que as formam, Teofasto é considerado o fundador da anatomia vegetal. Percebe-se que as primeiras áreas da Biologia foram a zoologia e a botânica, não só pela curiosidade e necessidade, mas também pela facilidade de observação. Justifica-se estudá-las pelos mesmos motivos dos povos antigos que seria conhecer a diversidade de plantas e animais que habitam a Terra, qual sua utilidade para a nossa sobrevivência e a sobrevivência de todos os seres vivos. Além destes aspectos, há a necessidade de se estudar outras implicações decorrentes da história da humanidade que permeiam hoje as atividades agrícolas, de manejo de Florestas, o mau uso dos recursos naturais, a destruição das espécies de animais e vegetais, a construção de cidades em lugares impróprios para habitação, como também, a influência da tecnologia em nosso cotidiano. Esclarecer que ao estudar a Biodiversidade estaremos diante de grandes desafios diante do progresso científico. 109 O significado científico, econômico e ético do estudo da diversidade biológica deve ser compreendido pelos alunos, não só como análise de espécimes mas entendendo que a observação e sistematização do observado é uma atividade científica relevante que se consolida nos sistemas de classificação e na taxionomia. (KRASILCHIK, 2004) Processo de modificação dos seres vivos No século XVII com a invenção do microscópio pelo holandês Antonie van Leewenhoock (ROOSI, 2001), a biologia chamada celular e molecular teve um grande avanço significativo em suas descobertas. Marcelo Malpighi examinou grande quantidade de tecidos animais e vegetais, Robert Hooke descobriu a estrutura celular, e os primeiros microrganismos, inicialmente denominados animálculos, foram observados (ROSSI, 2001). Houve muitos avanços tecnológicos decorrentes do advento do microscópio, inclusive a formulação de novas teorias sobre o surgimento da vida, colocando à prova teorias tão dogmáticas como foi a Teoria da Geração Espontânea. Diferentes ideias transformistas foram se consolidando entre os cientistas, mas o grande marco para o mundo científico e biológico foi a publicação do livro “Origens das Espécies” de Charles Darwin, no século XIX. Foi também, na mesma época que Louis Pasteur, demonstrou o papel desempenhado pelos micro-organismos no desenvolvimento de doenças infecciosas e realizou estudos sobre a fermentação. No século XX com o advento da invenção do microscópio eletrônico foi possível em 1953, a descoberta do DNA (ácido desoxirribonucleico), material químico que constitui o gene. Foram desenvolvidas técnicas de manipulação do DNA, que permitem modificar espécies de seres vivos; produzir substâncias como a insulina, através de bactérias; criação de cabras que produzem remédios no leite; criação de plantas com toxinas contra pragas e, de porcos com carne menos gordurosa. Além disso, a terapia gênica tem sido bastante estudada com fins de eliminar doenças geneticamente transmitidas. A Biologia ajuda a compreender melhor essas e outras técnicas que podem transformar a nossa vida e aprofundar o conhecimento que temos de nós mesmos. Daí a importância do seu estudo, dar o mínimo de conhecimento a todas as 110 pessoas, para que elas possam opinar e criticar a utilização dessas técnicas, uma vez que o controle delas e a aplicação destas descobertas científicas são funções importantes da própria sociedade. Implicações dos avanços biológicos no contexto da vida Os avanços científicos atuais permitiram que a genética e a biologia molecular alcançassem uma formidável capacidade tecnológica, que se torna cada vez mais efetiva, como, por exemplo, em poder-se modificar substancialmente um vírus, bactérias, plantas, animais e os próprios seres humanos. (SIDEKUM, 2002) Esse acelerado desenvolvimento científico e tecnológico nos deixa atordoados, sem saber exatamente até onde podemos chegar e do que realmente podemos nos apropriar, mas por outro lado, estes avanços nos proporcionam um enorme conhecimento sobre a natureza, nos colocando muitas vezes acima dela. É importante o estudo da biotecnologia, dos avanços científicos e de suas implicações éticas e morais na sociedade, para que os estudantes no caso, de biologia, possam discutir questões como nutrição, saúde, emprego e preservação do ambiente que indiretamente influenciam suas vidas. A análise de fenômenos biotecnológicos serve também para diminuir a divisão entre a escola e o mundo em que os estudantes vivem, na medida em que estes podem constatar as relações entre a pesquisa científica e a produção industrial ou a tecnologia tradicionalmente usada em sua comunidade. A busca das raízes científicas destas tecnologias tradicionais e de maneiras de aprimorá-las, a fim de que melhor sirvam à necessidade de elevar a qualidade de vida é uma forma de vincular o ensino à realidade em que vive o aluno. (KRASILCHIK, 2004, p. 186) Quanto às questões éticas, a atual discussão sobre a manipulação genética do ser humano provoca inúmeras controvérsias sobre o uso da tecnologia (biotecnologia) e as perspectivas de mudanças de valores morais. Para CHAUÍ, 1995, “nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral” e movidos pela sensibilidade, somos capazes de reagir, de questionar, de nos manifestar contra ou a favor de determinadas atitudes para procurar esclarecer ou resolver problemas. Porém, questões sobre aborto, eutanásia, clonagem, transgenia, geram dúvidas quanto à decisão a ser tomada e põem à prova, além do nosso senso moral, nossa consciência moral, “... pois exigem que decidamos o que fazer, que justifiquemos para nós mesmos e para os outros as razões de nossas decisões e 111 que assumamos todas as consequências delas, porque somos responsáveis por nossas decisões”. (CHAUÍ, 1995). Caberá ao professor de Biologia indicar temas de discussão ética e auxiliar o aluno na análise “à luz dos princípios, regras e direitos alternativos, além de levar em conta a avaliação intuitiva do aluno” (KRASILCHIK, 2004). REFERÊNCIAS BAPTISTA, G.C.S. Jornal a Página da Educação, ano 11, nº 118, dez 2002, p.19. BASTOS, F. História da Ciência e pesquisa em ensino de ciências. In: NARDI, R. Questões Atuais no Ensino de Ciências. São Paulo: Escrituras, 1998. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. _____. Manual de Orientações Curriculares do Ensino Médio, MEC, Brasília, 2004. BERNARDES, J.A .& FERREIRA, F. P. de M. Sociedade e Natureza. In: CUNHA, S.B. da & GUERRA, A.J.T. A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. CARRETRO, Mario. Construir y enseñar las ciencias experimentales. Aique Grupo Editor. Argentina. FRIGOTTO, Gaudêncio, CIAVATTA, Maria. Ensino Médio: ciência, cultura e trabalho. Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Brasília: MEC, SEMTEC, 2004. KRASILCHIK, Myriam. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. revisado e ampliado. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. _____. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. KUENZER, A. Z. Ensino Médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2002. MEC/SEB – Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília, 2004. MORIN, E. O Pensar Complexo e a Crise da Modernidade. In: GUIMARÃES, M. A formação de Educadores a Ambiental Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. 112 RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores associados, 1993, p.20-28. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Departamento de Ensino Médio. Texto elaborado pelos participantes do “I e II Encontro de Relações (Im) pertinentes”. Pinhais (2003) e Pinhão (2004). SIDEKUM, A. Bioética: como interlúdio interdisciplinar. Revista Centro de Educação. vol.27,n.º 01. Edição 2002, disponível em www.ufsm.br/ce/revista/index.htm DISCIPLINA DE FÍSICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA FÍSICA Os princípios que norteiam a proposta da elaboração do currículo da disciplina de Física para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, baseiam-se na Fundamentação Teórico-metodológica, contida na parte da “Introdução” das “Orientações Curriculares de Física – Texto Preliminar - Ensino Médio”, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná-SEED – PR. O processo ensino-aprendizagem em Física tem sido objeto de pesquisas por aqueles que se interessam ou se identificam com esse objeto. Parece haver um certo consenso que "... a preocupação central tem estado na identificação do estudante com o objeto de estudo. Em outras palavras, a questão emergente na investigação dos pesquisadores está relacionada à busca por um real significado para o estudo dessa Ciência na educação básica - ensino médio" (ROSA & ROSA, 2005, p.2). Os livros didáticos, de uma maneira geral, apresentam um discurso que mostra uma preocupação com a Física como uma ciência que permite compreender uma imensidade de fenômenos físicos naturais, que seriam indispensáveis para a formação profissional ou como subsídio para a preparação para o vestibular e a compreensão e interpretação do mundo pelos sujeitos-educandos. No entanto, neles a ênfase recai nos aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos e 113 conceituais, privilegiando a resolução de “Problemas de Física” que, quase sempre, se traduzem em exercícios matemáticos com respostas prontas. Esse discurso tem norteado o trabalho de muitos professores e, mais que isso, as estruturas curriculares por eles organizadas. Não é leviano afirmar que as estruturas curriculares se valem dos livros didáticos para se organizarem. A opção de tal e tal livro didático determinará, a princípio, a constituição das disciplinas que assumem seu espaço curricular, demarcado pelo tempo (número de aulas) e profundidade. Mesmo que o discurso didático do professor seja amplo, abrangente e propicie contextualizações, em geral, ele fará uso de exercícios e problemas do livro didático e sua avaliação terá como base a literatura disciplinar do livro adotado. É importante lembrar que os livros didáticos dirigidos ao Ensino Médio refletem o mesmo enfoque disciplinar presente no meio universitário, levando os professores a consolidarem, na sua prática pedagógica, o estilo reprodutivista e disciplinar adquirido em sua formação. (...) Os currículos de Física nos cursos de graduação também colaboram para a manutenção do conhecimento físico ensinado nos moldes ditados internamente pelas disciplinas. (...) Certamente este indicador pode ser estendido, sem muitas ressalvas, à maioria dos cursos de formação de professores de Física e para a maioria das licenciaturas em ciências. O peso de uma tradição disciplinar, historicamente constituída, se impõe fortemente aos currículos dos cursos universitários, entre outros motivos, pela sua proximidade (mesmo que virtual) com as comunidades de produtores de conhecimento. (PIETROCOLA; ALVES; PINHEIRO, s/d, p. 6-7) Nessa perspectiva, ... via de regra, os conteúdos acabam por ser desenvolvidos como se estabelecessem relações com eles mesmos, sendo desconsideradas as diversas relações com outros tópicos da própria Física e de outros campos de conhecimento(GARCIA; ROCHA; COSTA, 2001, p. 138). Essa concepção faz com que o ensino de física se transforme num ensino livresco, descontextualizado em sua história, não permitindo a compreensão de que a ciência é uma construção humana, com todas as implicações que isso possa ter, inclusive os erros e acertos decorrentes das atividades humanas, levando o estudante 114 ... a ter uma ideia distorcida do que é a Física e quase sempre ao desinteresse pela matéria. Os estudantes devem ser levados a perceber que os modelos dos quais os pesquisadores lançam mão para descrever a natureza são aproximações válidas em determinados contextos, mas que não constituem uma verdade absoluta. Muitas vezes ideias como as de partícula, gás ideal, queda livre, potencial elétrico e muitas outras são apresentadas sem nenhuma referência à realidade que representam, levando o estudante a julgá-los sem utilidade prática. Outras vezes modelos como o de um raio luminoso, de átomo, de campo, de onda eletromagnética, etc., são apresentados como se fossem entes reais. (ALVARES, 1991, p. 42). Assim, a Física deixa de ser mais um instrumento para a compreensão do mundo, não permitindo ao aluno o acesso à compreensão conceitual e ao formalismo próprio deste campo de conhecimentos, essencial para o desenvolvimento de uma cultura em ciência, tendo em vista que "... um número elevado dos estudantes brasileiros, ou, não tem acesso aos estudos superiores, ou, segue cursos para os quais a Física não tem caráter propedêutico" (ALVARES, 1991, p. 25). Além disso, apesar do incentivo que deve ser dado à carreira universitária, esta deveria ser mais uma possibilidade e não o objetivo principal do ensino desta disciplina no nível médio. Também parece haver um consenso entre os professores em torno da ideia de que a Física é uma ciência experimental. No entanto, apesar de enfatizarem esse caráter experimental da matéria e a importância dessa consideração no sentido de contribuir para uma melhor compreensão dos fenômenos físicos, é comum ... adotarem textos que, além de não apresentarem uma só sugestão de experimento a ser realizado pelo professor ou pelos seus alunos, tratam os assuntos sem nenhuma preocupação com seu desenvolvimento experimental. Ou, outros, que se dizem preocupados com um curso voltado para a compreensão dos conceitos, escolherem textos que tratam matematicamente os tópicos abordados, sem trabalharem aspectos cognitivos da aprendizagem. (Ibidem, 1991, p. 25) Assim, ... como um empreendimento humano, a ciência é falível, ela pode degenerar ou pode responder as supremas aspirações dos homens. Como parte da sociedade, 115 a Ciência também está aberta a influências externas, como qualquer atividade social, pode ser bem ou mal usada. (KNELLER, 1980, prefácio da obra) Deriva-se daí que a Ciência não é neutra visto que o cientista faz parte de um contexto social, econômico e cultural, influenciando e sendo influenciado por esse contexto, fato que não pode ser ocultado de nossos estudantes. Isso significa mostrar que a ciência não está pronta nem acabada e não é absoluta, mas, revelar aos nossos estudantes “... como é penoso, lento, sinuoso e, por vezes, violento, o processo de evolução das ideias científicas” (PONCZEK, 2002, p. 22). Se o conhecimento físico é ou foi produzido pelos sujeitos sociais que vivem ou que viveram num determinado contexto histórico, então, ele faz parte da cultura social humana e, portanto, é um direito dos estudantes conhecê-lo. Alem disso, se queremos contribuir para a formação de sujeitos que sejam capazes de refletir e influenciar de forma consciente nas tomadas de decisões, não podemos deixá-los alheios às questões relativas à Ciência e à tecnologia. Por isto é importante buscarmos o entendimento das possíveis relações entre o desenvolvimento da Ciência e da tecnologia e as diversas transformações culturais, sociais e econômicas na humanidade decorrentes deste desenvolvimento que, em muitos aspectos, depende de uma percepção histórica de como estas relações foram sendo estabelecidas ao longo do tempo. Mas, considerando que também as tecnologias são historicamente construídas e entendendo que ... tecnologia refere-se à forma específica da relação entre o ser humano e a matéria, no processo de trabalho, que envolve o uso de meios de produção para agir sobre a matéria, com base em energia, conhecimento e informação. (...) refere-se a arranjos materiais e sociais que envolvem processos físicos e organizacionais, referidos ao conhecimento científico aplicável. No entanto, a tecnologia não é propriedade neutra ligada à eficiência produtivista, e não determina a sociedade, da mesma forma que esta não escreve o curso da transformação tecnológica. Ao contrário, as tecnologias são produtos da ação humana, historicamente construídos, expressando relações sociais das quais dependem, mas que também são influenciados por eles. Os produtos e processos tecnológicos são considerados artefatos sociais e culturais, que carregam consigo relações de poder, intenções e interesses diversos. (OLIVEIRA, 2001, p. 101-102) 116 Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Física deve partir do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções espontâneas a respeito de ciência. Em primeiro lugar, de acordo com MOREIRA (s/d, p.2), devemos abandonar o papel de ser apenas transmissores de conhecimentos e passarmos a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do saber físico, mas que precisam do professor como mediador. O autor parte do pressuposto que o objetivo do ensino é compartilhar, professor e aluno, significados e promover a aprendizagem significativa. Mas, isso acontecerá somente quando o educando internalizar esses significados de maneira não arbitrária e não literal, quando as novas informações adquirirem significado por interação com o conhecimento prévio do aluno e, simultaneamente der significados adicionais, diferenciarem, integrarem, modificarem e enriquecerem o conhecimento já existente. Em segundo, é preciso considerar que os sujeitos constroem suas ideias, sua visão do mundo tendo em vista os objetos a que têm acesso nas suas experiências diárias e nas suas relações afetivas. Segundo Novak, citado por MOREIRA (1999), os seres humanos fazem três coisas: pensam, sentem e atuam (fazem). Ou seja, ao se pensar uma metodologia de ensino para a Física é preciso ter em vista o que os estudantes já conhecem. Esta ideia remete aos estudos das concepções espontâneas ou ideias alternativas dos sujeitos: (...) Os estudos realizados sob essa perspectiva revelaram que as ideias alternativas de crianças e adolescentes são pessoais fortemente influenciadas pelo contexto do problema e bastantes estáveis e resistentes à mudança, de modo que é possível encontrá-las mesmo entre estudantes universitários (...). Realizadas em diferentes partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em relação a cada conceito investigado. (MORTINER, 1996, p.2) O educando será apresentado a princípios, concepções, linguagem, entre outros elementos utilizados pela Física, em que o discurso do professor deve permitir que ele perceba as diferenças entre a sua forma e a forma utilizada pela ciência para explicar um determinado fenômeno. Esse processo contribuirá para que o educando reformule as suas ideias tendo em vista a concepção científica. Assim, espera-se que esteja re-elaborando seus conceitos, mas não necessariamente, que 117 abandone suas ideias espontâneas. Poderá estar negociando ou adequando sua interpretação e linguagem ao contexto de utilização. Ou seja, seus conceitos serão mais elaborados ou menos elaborados, ou mais próximos do científico quanto maior for a necessidade ou interesse deste sujeito em utilizar esses conhecimentos no contexto da comunidade científica. Entendemos, então, que a Física deve educar para cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de um sujeito crítico, "... capaz de compreender o papel da ciência no desenvolvimento da tecnologia. (...) capaz de compreender a cultura científica e tecnológica de seu tempo" (CHAVES & SHELLARD, 2005, p. 233). Cabe colocar aqui que a cidadania da qual estamos falando não é a cidadania para o consumo, não é a cidadania construída através de intervenções externas, doações da burguesia e do Estado moderno, mas, a cidadania que se constrói no interior da prática social e política de classes. Estamos entendendo que a ... nossa maneira de estar no mundo e com o mundo, como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. (...) Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. (FREIRE, 1996, p.31) Por isso entendemos que a contribuição da Física no Ensino Médio é a contribuição para a formação dos sujeitos através das ... lutas pela escola e pelo saber, tão legítimos e urgentes (...). Por este caminho nos aproximamos de uma possível redefinição da relação entre cidadania e educação (...) a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. (ARROYO, 1995, p.79) ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Apesar dos avanços científicos e tecnológicos, o conhecimento físico na EJA ainda é tratado como enciclopédico, resumindo-se a um aparato matemático que, normalmente, não leva a compreensão dos fenômenos físicos e ainda, acaba por distanciar o interesse dos educandos pela disciplina. 118 Nessa perspectiva o ensino de Física apresenta conceitos simplificados e reduzidos, bem como, leis e fórmulas desarticuladas do mundo vivencial. Além disso, é tratado como um campo de conhecimentos acabados, como verdades absolutas, fruto de alguns gênios da humanidade, contribuindo para que os educandos tornem-se passivos em sala de aula. É preciso repensar os aspectos metodológicos, para que propiciem condições de ensino que aproxime educadores e educandos da aventura da descoberta, tornando o processo de ensino e aprendizagem prazeroso, criativo e estimulador. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de tudo, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, qual forma de agrupamento, sequenciação, meio didáticos interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p 7-8) A partir desse pressuposto, para romper com o modelo tradicional de ensino é necessário rever os meios de apresentação dos conteúdos, priorizando os conceitos físicos e optando por metodologias de ensino que se adaptem às necessidades de aprendizagem dos educandos. (...), não vemos como necessário, no momento, grandes alterações nos conteúdos tradicionais, mas sim, na forma como eles serão desenvolvidos. Entendemos que o avanço nos conhecimentos de Física deverá ser dado por uma inovação na metodologia de trabalho e não em termos de conteúdos. (GARCIA; ROCHA;COSTA, 2000, p.40) Na reflexão desenvolvida com professores de Física da Educação de Jovens e Adultos, identificaram-se algumas estratégias para o desenvolvimento metodológico da disciplina de Física, considerando que essas estratégias metodológicas podem contribuir para o ensino e a aprendizagem dos educandos. Dessa forma, deve ser levada em conta a formação do professor, o espaço físico, os recursos disponíveis, o tempo de permanência do educando no espaço escolar e as 119 possibilidades de estudo fora deste, para que as estratégias metodológicas possam ser efetivadas. Os indicativos discutidos com os professores contemplam: A abordagem da Física enquanto construção humana No desenvolvimento dos conteúdos é necessário abordar a importância da Física no mundo, com relevância aos aspectos históricos, o conhecimento enquanto construção humana e a constante evolução do pensamento científico, assim como, as relações das descobertas científicas com as aplicações tecnológicas na contemporaneidade. A história da física não se limita à história de seus protagonistas. Antes ao contrário: é uma história do pensamento em que ideias surgem e desaparecem em que pensamentos, muitas vezes completamente despropositados na época em que aparecem, tomam forma e ultrapassam as barreiras profissionais contemporâneas. Afinal, a física é hoje – num mundo em que a tecnologia permite revoluções e promete saídas para ao mais graves problemas – uma das manifestações de maior transparência de nossa cultura. (BARROS, 1996, p.7) O papel da experimentação no ensino de Física O uso da experimentação é viável e necessário no espaço e tempo da EJA, mesmo que seja por meio de demonstração feita pelo educador, ou da utilização de materiais alternativos e de baixo custo, na construção ou demonstração dos experimentos. Assim, “quando o aluno afirma que um imã atrai todos os metais, o professor sugere que ele coloque essa hipótese à prova com pedaços de diferentes metais. Por mais modesta que pareça esta vivência, é rica em ensinamentos” (AXT, s/d, p.78). O lúdico – Brinquedos e jogos no ensino de Física 120 Por meio desta estratégia de ensino o educando será instigado a pesquisar e propor soluções, visto que a ludicidade “... decorre da interação do sujeito com um dado conhecimento, sendo, portanto subjetiva. Seu potencial didático depende muito da sensibilidade do educador em gerar desafios e descobrir interesses de seus alunos.” (RAMOS; FERREIRA, 1993, p.376) O cuidado com os conceitos e definições em Física O educando traz ideias e contextos para as coisas, para compreender e atuar no mundo. Essas ideias podem ser aproveitadas como ponto de partida para a construção do conhecimento científico, mas será necessário fazer a transposição destes conceitos espontâneos ou do senso comum para o conhecimento científico, com os cuidados necessários. Atualmente o entendimento do ensino de física é fortemente associado às ideias de conceitos espontâneos. Tais ideias indicam que quando as pessoas vêm para a escola, elas já têm um contexto para as coisas. Por outro lado, à medida que vamos inserindo os assuntos na sala de aula, queremos que o aluno vá montando aquela estrutura que nós temos, ligando os conceitos da forma como nós o fazemos. Entretanto, à medida que vamos ensinando, ele vai fazendo as ligações que quer. (...). Que pode, que consegue. E assim, os mesmos conceitos podem ser ligados de maneiras diferentes, em estruturas diferentes. É comum pensarmos que a lógica, a maneira de raciocinar, de inserir algo em contextos mais amplos, utilizados por nós, professores, para construirmos nossas estruturas, seja algo absoluto, algo transcendental. Mas não é. A lógica depende do contexto em vigor. (...), sempre achamos que com a informação que fornecemos aos alunos eles farão as ligações que nós fizemos, mas isso não é necessariamente verdade. Não há nada que nos assegure que o aluno faz as ligações que nós gostaríamos que ele fizesse. O que dizemos em sala de aula pode ser interpretado de várias maneiras diferentes. (ROBILOTTA; BABICHAK, 1997, p.22) O cotidiano dos alunos/contextualização 121 O educador deve ser o responsável pela mediação entre o saber escolar e as experiências provenientes do cotidiano dos educandos, as quais devem ser aproveitadas no processo da aprendizagem. Quanto mais próximos estiverem o conhecimento escolar e os contextos presentes na vida pessoal e no mundo no qual eles transitam, mais o conhecimento terá significado. Contextualizar o ensino significa incorporar vivências concretas e diversificadas, e também, incorporar o aprendizado em novas vivências. (SEED-PR, 2000, s/d) O papel do erro na construção do conhecimento Os erros e acertos no processo de ensino e aprendizagens devem ser considerados como elementos sinalizadores para a reconstrução dos conceitos e melhor compreensão dos conteúdos. Cabe ao educador administrar este processo no qual os educandos da EJA necessitam de apoio, principalmente pelo processo diferenciado de estudo e o tempo que permanecem no espaço escolar. É essencial valorizar os acertos e tornar o erro como algo comum, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. O incentivo à pesquisa e a problematização É importante incentivar os educandos para que ampliem seus conhecimentos por meio de pesquisa, como atitude cotidiana e na busca de resultados. Para tanto, será útil distinguir entre pesquisa como atitude cotidiana e pesquisa como resultado específico. Como atitude cotidiana, está na vida e lhe constitui a forma de passar por ela criticamente, tanto no sentido de cultivar a consciência crítica, quanto no de saber intervir na realidade de modo alternativo com base na capacidade questionadora. (...). Como resultado específico, pesquisa significa um produto concreto e localizado, (...), de material didático próprio, ou de um texto com marcas científicas. (...). Os dois horizontes são essenciais, um implicando o outro. No segundo caso, ressalta muito mais o compromisso formal do conhecimento reconstruído, enquanto o primeiro privilegia a prática consciente. (DEMO, 1997, p. 12-13) 122 A problematização consiste em lançar desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade. (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada” (SAVIANI, 1993, p.25-26). As dúvidas são ocorrências muito comuns na Física, porém, poderão ser aproveitadas para as reflexões sobre o problema a ser analisado. Os recursos da informática no ensino da Física O uso da informática na educação vem se tornando uma ferramenta cada vez mais importante e indispensável para o enriquecimento das aulas teóricas e à melhor compreensão dos estudos elaborados. A familiarização do educando com o computador se faz necessária dentro da escola, visto que a tecnologia se faz presente nos lares, no trabalho e aonde quer que se vá. É necessário o mínimo de entendimento sobre as tecnologias usuais e como se utilizar desta ferramenta para ampliar os conhecimentos. O uso de textos de divulgação científica em sala de aula Os textos científicos encontrados em jornais, revistas, sites e em outros meios de divulgação científica, podem conter conteúdos significativos ao ensino de Física e serem explorados de diversas formas. Deve-se ter o cuidado de estar selecionando textos validados por profissionais da área e que tenham cunho científico, observando a existência de erros conceituais ou informações incorretas. A utilização do material de apoio O ensino da Física não deve estar apenas pautado no uso do material didático fornecido pela entidade mantenedora, é fundamental utilizar-se de outros recursos, como os apontados anteriormente, para enriquecer as aulas e tornar o 123 processo de ensino mais harmonioso e agradável. Assim, o material deve servir de apoio, tanto ao educador como ao educando, ao lado de alternativas de ensino e aprendizagem que complementem o conhecimento proposto. CONTEÚDOS DE FÍSICA – ENSINO MÉDIO Considerando-se a amplitude dos conhecimentos físicos, é necessário pensar a importância e essencialidade dos conteúdos, visando contemplar aprendizagens significativas aos educandos da EJA. Para isso, é indispensável que a organização dos conteúdos na proposta curricular esteja vinculada ao espaço e ao tempo de estudo dos educandos e a experiência cotidiana destes, procurando apresentar esses conteúdos como instrumentos de melhor compreensão e atuação na realidade. Para a maioria dos educandos da EJA, como também ... para uma grande parte da população, os conhecimentos de Física do Ensino Médio têm grande possibilidade de serem os únicos dessa disciplina aos quais os alunos terão acesso pela via escolar. Percebemos, então, a pertinência e necessidade de reorganização dos componentes curriculares de física - entendida aqui a ideia de currículo como sendo algo muito mais amplo do que mera listagem de conteúdos de tal forma que possam dar conta, tanto das demandas de continuidade dos estudos e das de natureza profissional como, e principalmente, daquelas exigidas pela vida no seu dia-a-dia. (GARCIA; ROCHA; COSTA, 2000, p. 139-140) Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, àqueles que possam ter significado real à vida dos educandos. Os conteúdos devem possibilitar a percepção das diversas abrangências sobre um determinado fenômeno, portanto, o ensino não pode se restringir apenas ao livro didático ou ao material de apoio. “A seleção de conteúdos é tarefa do professor; ele pode produzir uma unidade de ensino que não existe no livro ou deixar de abordar um de seus capítulos, pode realizar retificações ou propor uma abordagem diferente” (BIZZO, 2000, p.66). Considerando-se ainda as Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos e as especificidades desta modalidade de ensino, principalmente no que tange ao tempo de ensino do educador e o tempo da 124 aprendizagem dos educandos, a proposta de conteúdos básicos da disciplina de Física, segue o disposto a seguir. INTRODUÇÃO À FÍSICA Campo de estudo e atuação da Física. História da Física. A Física contemporânea e suas aplicações tecnológicas. MECÂNICA Movimentos retilíneos. Movimentos curvilíneos. Movimento circular uniforme. Queda-livre. Os Princípios da Mecânica (Leis de Newton). Energia. Trabalho. Potência. Impulso e quantidade de movimento. A Gravitação Universal. A Hidrostática. FÍSICA TÉRMICA Fenômenos térmicos. O calor e a temperatura. O fenômeno da dilatação nos sólidos, líquidos e gases. As mudanças de estado físico da matéria. Trocas de calor. Transmissão de calor. Comportamento térmico dos gases. As Leis da Termodinâmica. ONDULATÓRIA Fenômenos ondulatórios. Ondas mecânicas e eletromagnéticas. Natureza ondulatória e quântica da luz. ÓPTICA 125 Fenômenos luminosos. Princípios da Óptica Geométrica. Aplicações do fenômeno da reflexão e refração da luz. Lentes e instrumentos ópticos de observação. Espelhos. A óptica e o olho humano. ELETRICIDADE E MAGNETISMO Fenômenos elétricos e magnéticos. Aspectos estáticos e dinâmicos da eletricidade. A Lei de Coulomb. O campo elétrico. Potencial elétrico. A corrente elétrica. Geradores e circuitos elétricos. O campo magnético. Indução magnética. ENERGIA Energia e suas transformações. Fontes e tipos de energia. Energia, meio ambiente e os potenciais energéticos do Brasil. A energia elétrica nas residências. REFERÊNCIAS ALVARES. B.A. Livro didático – análise e reflexão. In: MOREIRA, M. A.; AXT, R. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra 1991, p.18-46. ARROYO, M. G. Educação e exclusão da cidadania. In: BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel G.; NOSELLA, PAULO. Educação e cidadania: quem educa o cidadão? 5 ed. São Paulo: Cortez, 1995. (Coleção questões de nossa época) AXT, Rolando. O Papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: MOREIRA, Marco Antonio. AXT, Rolando. Tópicos em Ensino de Ciências. Porto Alegre: Sagra, s/d. 126 BARROS, Henrique Lins. In: BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1996. Prefácio da obra. BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. CHAVES, A.; SHELLARD, R.C. Física para o Brasil: pensando o futuro. São Paulo: Sociedade Brasileira de Física, 2005. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 1997. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) GARCIA, N. M. Dias; ROCHA, V. Jazomar ; COSTA, R. Z. Visneck. Física. In: KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino Médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. MOREIRA, M.A. Teorias da aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999. MOREIRA, M. A. Revalorização do professor e aprendizagem significativa: dois fatores importantes para a reconstrução da escola pública. Texto digitalizado, s/d2. MORTIMER, F. E. Construtivismo, Mudança Conceitual e Ensino de Ciências: para onde vamos? Investigações em Ensino de Ciências. V.1, n.1, abril de 1996. In: http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/. Acesso em 07/06/2005. OLIVEIRA. M. R.N. S. Do mito da tecnologia ao paradigma tecnológico; a mediação tecnológica nas práticas didático-pedagógicas. In: Revista Brasileira de Educação, set/ou/nov/dez, 2001, n.18. Reunião anual da ANPED, 24º. Caxambu: ANPED, p.101-107. RAMOS, Eugênio M. de França. FERREIRA, Norberto Cardoso. O desafio lúdico como alternativa metodológica para o ensino de física. In: Atas do X SNEF, 25-29/ janeiro, 1993. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade, vol. 20, n.68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. ROBILOTTA, Manoel Roberto. BABICHAK, Cezar Cavanha. Definições e conceitos em Física. In: Cadernos Cedes, ano XVIII, no. 41, junho/ 97, p. 35 – 45. ROSA, C. W. da ROSA, A. B. da. Ensino de Física: objetivos e imposições no ensino médio. Revista Eletrónica de Ensenãnza de las Ciencias. Vol.4, nº 1, 2005. 127 SEED-PR. Proposta pedagógica e autonomia da escola. Set, 2000, texto digitalizado. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p. 20-28. PIETROCOLA, M.; ALVES, J. de P.F.; PINHEIRO, T. de F. Pratica disciplinar de professores de ciências. htttp://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n2/v8_v8_n2_a3.html. In: Acesso em 09/06/2005. DISCIPLINA DE QUÍMICA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA A consolidação da Química como ciência foi um dos fatos que permitiu o desenvolvimento das civilizações, determinando maneiras diferenciadas no modo de viver. A Química está inserida nas ações e nos recursos utilizados nas diversas atividades diárias das pessoas e, segundo BIZZO (2002, p.12), o domínio dos fundamentos científicos hoje em dia é indispensável para que se possa realizar tarefas tão triviais como ler um jornal ou assistir à televisão. Da mesma forma, decisões a respeito de questões ambientais, por exemplo, não podem prescindir da informação científica, que deve estar ao alcance de todos. Assim, a Química fundamenta-se como uma ciência que permite a evolução do ser humano nos aspectos ambientais, econômicos, sociais, políticos, culturais, éticos, entre outros, bem como o seu reconhecimento como um ser que se relaciona, interage e modifica, positiva ou negativamente, o meio em que vive. A Química como ciência contempla as tradições culturais e as crenças populares que despertam a curiosidade por fatos, propiciando condições para o desenvolvimento das teorias e das leis que fundamentam as ciências. BIZZO (2002, p.17), afirma que a ciência não está amparada na verdade religiosa nem na verdade filosófica, mas em certo tipo de verdade que é diferente dessas outras. Não é correta a imagem de que os conhecimentos científicos, por serem comumente fruto de 128 experimentação e por terem uma base lógica, sejam “melhores” do que os demais conhecimentos. Tampouco se pode pensar que o conhecimento científico possa gerar verdades eternas e perenes. 129 Desta forma, é importante considerar que o conhecimento químico não é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. A Química, trabalhada como disciplina curricular do Ensino Médio, deve apresentar-se como propiciadora da compreensão de uma parcela dos resultados obtidos a partir da Química como ciência. A ciência realizada no laboratório requer um conjunto de normas e posturas. Seu objetivo é encontrar resultado, que possam explicar o desconhecido. No entanto, quando é ministrada na sala de aula, requer outro conjunto de procedimentos, cujo objetivo é alcançar resultado esperado aliás planejado, para que o estudante possa entender o que é conhecido. (...) Existe, portanto uma diferença fundamental entre a comunicação de conhecimento em congressos científicos, entre cientistas, e a seleção e adaptação de parcelas desse conhecimento para ser utilizado na escola por professores e alunos. (BIZZO, 2002, p.14) Essa percepção deve fazer parte do trabalho pedagógico realizado nas escolas e conforme MALDANER (2000, p.196), compreender a natureza da ciência química e como ela se dá no ensino e na aprendizagem passou a ser um tema importante, revelado a partir das pesquisas educacionais, principalmente as pesquisas realizadas na década de 1980 sobre as ideias alternativas dos alunos relacionadas com as ciências naturais. No âmbito da pesquisa educacional, mais ligado à educação científica, estava claro, já no início dos anos 90, que era fundamental que os professores conhecessem mais o pensamento dos alunos, bem como, a natureza da ciência que estavam ensinando. No entanto, isso não era prática usual nos cursos de formação desses professores. Tal consideração vem de encontro com a forma com que muitos educadores têm trabalhado esta disciplina, priorizando fatos desligados da vida dos educandos, em que os educadores abordam, principalmente, os conteúdos acadêmicos, enfatizando a memorização, o que torna a disciplina desvinculada da realidade dos seus alunos e sem significação para sua vida. 130 Considerando que uma das funções do aprendizado dos conhecimentos químicos na escola deve ser a de perceber a presença e a importância da Química em sua vivência, para DELIZOICOV | et.al.| (2002, p.34), a ação docente buscará constituir o entendimento de que o processo de produção do conhecimento que caracteriza a ciência e a tecnologia constitui uma atividade humana, sócio- historicamente determinada, submetida a pressões internas e externas, com processos à e resultados ainda pouco acessíveis maioria das pessoas escolarizadas, e por isso passíveis de uso e compreensão acríticos ou ingênuos; ou seja, é um processo de produção que precisa, por essa maioria, ser apropriado e entendido. Assim, é importante que o ensino desenvolvido na disciplina de Química na EJA, possibilite ao educando, a partir de seus conhecimentos prévios, a construção do conhecimento científico, por meio da análise, reflexão e ação, para que possa argumentar e se posicionar criticamente. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Considerando os encaminhamentos metodológicos contidos na proposta pedagógica de ensino para a disciplina de Química no Ensino Médio Regular, faz-se necessário refletir as especificidades do trabalho com a Química na Educação de Jovens e Adultos (EJA), considerando as Diretrizes Curriculares Estaduais para essa modalidade de ensino da educação básica. Nesse sentido, para o trabalho metodológico com essa disciplina, uma alternativa seria partir da sequencia: “fenômeno–problematização–representação-explicação” (MALDANER, 2000, p.184). Para o autor, 131 episódios de alta vivência dos alunos passariam a ser importantes no processo de ensino e aprendizagem e não obstáculo a ser superado (...) O importante é identificar situações de alta vivência comum ao maior número possível de alunos e a partir delas começar o trabalho de ensino. (MALDANER, 2000, p. 184) Nessa ótica, não cabe ao educador apresentar apenas fórmulas, classificações, regras práticas, nomenclaturas, mas sim, trabalhar conteúdos com os quais o educando venha a apropriar-se dos conhecimentos de forma dinâmica, interativa e consistente, respeitando os diferentes tempos de aprendizagem e propiciando condições para que o mesmo perceba a função da Química na sua vida. Criar novas formas de promover a aprendizagem fora dos limites da organização tradicional é uma tarefa, portanto, que impõem, antes de tudo, um enorme desafio para os educadores (...), romper o modelo de instrução tradicional implica um alto grau de competência pedagógica, pois para isso o professor precisará decidir, em cada situação, qual forma de agrupamento, sequenciação, meio didático e interações propiciarão o maior progresso possível dos alunos, considerando a diversidade que inevitavelmente caracteriza o público da educação de jovens e adultos. (RIBEIRO, 1999, p.8) Conforme SCHNETZLER (2000) citada em MALDANER (2000, p. 199), “Aprender significa relacionar”. A aprendizagem dos vários conceitos químicos terá significado somente se forem respeitados os conhecimentos e as experiências trazidos pelo educando jovem e adulto, de onde sejam capazes de estabelecer relações entre conceitos micro e macroscópicos, integrando os diferentes saberes – da comunidade, do educando e acadêmico. Segundo FREIRE (1996, p.38), “a educação emancipatória valoriza o ’saber de experiência feito’, o saber popular, e parte dele para a construção de um saber que ajude homens e mulheres na formação de sua consciência política.” 132 Para que isso se evidencie no ambiente escolar, para a disciplina de Química, considera-se a afirmação de MALDANER (2000, p. 187), de que “o saber escolar deve permitir o acesso, de alguma forma, ao conhecimento sistematizado. Assim ele será reconstruído e reinventado em cada sala de aula, na interação alunos/professor, alunos/alunos e, também, na interação com o entorno social”. Dessa forma, o ensino da disciplina de Química deve contribuir para que o educando jovem e adulto desenvolva um olhar crítico sobre os fatos do cotidiano, levando-o a compreensão dos mesmos de forma consciente, dando-lhe condições de discernir algo que possa ajudá-lo, daquilo que pode lhe causar problemas. Nesse sentido, ressalta-se a importância de trabalhar a disciplina de forma contextualizada, ou seja, com situações que permitam ao educando jovem e adulto a inter-relação dos vínculos do conteúdo estudado com as diferentes situações com que se deparam no seu dia-a-dia. Essa contextualização pode-se dar a partir de uma problematização, ou seja, lançando desafios que necessitem de respostas para determinadas situações. “A essência do problema é a necessidade (...), um obstáculo que é necessário transpor, uma dificuldade que precisa ser superada, uma dúvida que não pode deixar de ser dissipada.” (SAVIANI, 1993, p.26) As dúvidas são muito comuns em Química, devendo ser aproveitadas para a reflexão sobre o problema a ser analisado. Sendo assim, para o educador, o desafio consiste em realizar esta contextualização sem reduzir os conteúdos apenas a sua aplicação prática, deixando de lado o saber acadêmico. Um aspecto importante a ser considerado no trabalho com a disciplina de Química é a retomada histórica e epistemológica das origens e evolução do pensamento na ciência Química, propiciando condições para que o educando perceba o significado do estudo dessa disciplina, bem como a compreensão de sua linguagem própria e da cultura científica e tecnológica oriundas desse processo, pois as diversas contingências históricas têm levado os professores a deixar de lado a importância do saber sistematizado, resultando numa prática pedagógica pouco significativa. 133 É fundamental mencionar, também, a utilização de experimentos e as práticas realizadas em laboratório como um dos recursos a serem utilizados no trabalho docente, a fim de que o educando possa visualizar uma transformação química, inserindo conceitos pertinentes e estabelecendo relações de tal experimento com aspectos da sua vivência. Segundo BIZZO (2002, p.75), é importante que o professor perceba que a experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante bom aprendizado. (...)... a realização de experimentos é uma tarefa importante, mas não dispensa o acompanhamento constante do professor, que deve pesquisar quais são as explicações apresentadas pelos alunos para os resultados encontrados. É comum que seja necessário propor uma nova situação que desafie a explicação encontrada pelos alunos. Nesse sentido, um aspecto importante a ser considerado é o fato de que o educador não deve se colocar como o verdadeiro e único detentor do saber, apresentando todas as respostas para todas as questões. Conforme BIZZO (2002, p.50), o professor deveria enfrentar a tentação de dar respostas prontas, mesmo que detenha a informação exata, oferecendo novas perguntas em seu lugar, que levassem os alunos a buscar a informação com maior orientação e acompanhamento. Perguntas do tipo “por quê?” são maneiras de os alunos procurarem por respostas definitivas, que manifestem uma vontade muito grande de conhecer. Se o professor apresenta, de pronto, uma resposta na forma de uma longa explicação conceitual, pode estar desestimulando a busca de mais dados e informações por parte dos alunos. Ao proceder dessa forma, o educador leva o educando a pensar e a refletir sobre o assunto trabalhado, estimulando-o a buscar mais dado e informações. 134 Um outro aspecto a ser considerado no trabalho docente, é a utilização do material de apoio didático como uma das alternativas metodológicas, de tal forma que não seja o único recurso a ser utilizado pelo educador. MALDANER (2000, p. 185), afirma que é por isso que não é possível seguir um “manual” de instrução, do estilo de muitos livros “didáticos” brasileiros originados dos “cursinhos”. prévestibulares”, para iniciar o estudo de química no ensino médio. A lógica proposta nesses “manuais” é a da química estruturada para quem já conhece a matéria e pode servir, perfeitamente, de revisão da matéria para prestar um exame tão genérico como é o exame vestibular no Brasil.(...) O que seria adequado para uma boa revisão da matéria, característica original dos “cursinhos pré-vestibulares”, tornou-se programa de ensino na maioria das escolas brasileiras. A respeito do livro didático, BIZZO (2002, p. 66) propõe que ele deve ser utilizado como uns dos materiais de apoio, como outros que se fazem necessários, cabendo ao professor, selecionar o melhor material disponível diante de sua própria realidade, onde as informações devem ser apresentadas de forma adequada à realidade dos alunos. Ao pensar os conteúdos a serem trabalhados, o educador deve priorizar os essenciais, ou seja, aqueles que possam ter significado real à vida dos educandos jovens e adultos. Os conteúdos trabalhados devem possibilitar aos mesmos a percepção de que existem diversas visões sobre um determinado fenômeno e, a partir dessa relação, poderem constituir a sua própria identidade cultural, estimulando sua autonomia intelectual. Os conteúdos podem ser organizados sem a rígida sequencia lineares proposta nos livros didáticos. Para tanto, deve ser avaliada a relevância e a necessidade desses conteúdos, assim como a coerência dos mesmos para o processo educativo. CONTEÚDOS DE QUÍMICA – ENSINO MÉDIO 135 O programa de Química contempla os seguintes conteúdos, considerados essenciais para a conclusão da disciplina de Química no Ensino Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos. Matéria e substâncias Estrutura Atômica Reações Químicas Estequiometria Funções Orgânicas e Inorgânicas Estudo dos Gases Ligações Químicas Radioatividade Ligações entre as moléculas Propriedade coligativas Tabela periódica e periodicidade Eletroquímica Equilíbrio Químico Soluções Termoquímica 136 É importante ressaltar que cabe ao educador, a partir da investigação dos conhecimentos informais que os educandos têm sobre a Química, sistematizar as estratégias metodológicas, planejando o que será trabalhado dentro de cada um dos conteúdos mencionados anteriormente, qual a intensidade de aprofundamento, bem como a articulação entre os mesmos ou entre os tópicos de cada um. Para a organização dos conteúdos é indicado que seja utilizada a problematização, cujo objetivo consiste em gerar um tema para contextualização. Os temas são baseados em fatos locais, regionais, nacionais ou mundiais, que possam refletir sobre os acontecimentos que relacionam a Química com a vida, com o ambiente, com o trabalho e com as demais relações sociais. A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que possam ser trabalhados, independentemente da sequencia usual presente nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como as formas como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver metodologias que visem evitar a fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina. A partir do contexto abordado, devem ser selecionados os conteúdos que possam ser trabalhados, independentemente da sequencia usual presente nos livros didáticos da disciplina. Nesse sentido, ao organizar os conteúdos, bem como, as formas como serão desenvolvidas as atividades para aprofundamento e avaliação, o educador terá condições de desenvolver metodologias que visem evitar a fragmentação ou a desarticulação dos conteúdos dessa disciplina. Na perspectiva que se propõe, a avaliação na disciplina de Química vem mediar a práxis pedagógica, sendo coerente com os objetivos propostos e com os encaminhamentos metodológicos, onde os erros e os acertos deverão servir como meio de reflexão e reavaliação da ação pedagógica como um todo. É essencial valorizar os acertos, considerando o erro como ponto de partida para que o educando e o educador compreendam e ajam sobre o processo de construção do conhecimento, caracterizando-o como um exercício de aprendizagem. 137 Nessa ótica, a avaliação deve considerar que a cultura científica é repleta de falhas, de pontos de vista diferenciados e, muitas vezes, sem consenso. A avaliação é sempre uma atividade difícil de realizar. Toda avaliação supõe um processo de obtenção e utilização de informações, que serão analisadas diante de critérios estabelecidos segundo juízos de valor. Portanto, não se pode pretender que uma avaliação seja um processo frio e objetivo; ele é, em si, subjetivo, dependente da valorização de apenas uma parcela das informações que podem ser obtidas. Essas características são importantíssimas para que possamos compreender a utilidade e os limites da avaliação e como ela pode ser utilizada pelo próprio professor para reorientar sua prática. (BIZZO, 2002, p.61) Assim, ao avaliar, o educador deve superar o autoritarismo, o conteudismo e o ato de avaliar como objeto de punição, perpassando por vários caminhos, fundamentados na concepção teórica e no encaminhamento metodológico da disciplina de Química, estabelecendo uma perspectiva de torná-la reflexiva, crítica, que valoriza a diversidade e reconhece as diferenças, voltada para a autonomia do educando jovem, adulto e idoso. REFERÊNCIAS BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002. DELIZOICOV, D., ANGOTTI, J. A. & PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química. Ijuí: Editora Unijuí, 2000. RIBEIRO, Vera Masagão. A formação de educadores e a constituição da educação de jovens e adultos como campo pedagógico. Educação & Sociedade. v.20, n. 68, Campinas: UNICAMP, dez, 1999. SAVIANI, Dermeval. Do senso comum à consciência filosófica. Campinas: Autores Associados, 1993, p.20-28. 138 DISCIPLINA DE HISTÓRIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DE HISTÓRIA A História é um conhecimento construído pelo ser humano em diferentes tempos e espaços. É a memória que se tornou pública, em geral, expressão das relações de poder. De acordo com BEZERRA, (2003 pg. 42) “o objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços”. Diferentes historiadores e sujeitos históricos contam a História a partir de sua visão de mundo. Nesse sentido não há uma verdade única, mas sim aquela que foi tecida por um grupo social. Trata-se de um conhecimento científico, que precisa ser interpretado. Hoje, por exemplo, a História busca os diversos aspectos que compõem a realidade histórica e tem nisso o seu objeto de estudo, deixando de lado uma História que a partir do século XIX privilegiava o fato político, os grandes feitos e os heróis em direção a um progresso pautado pela invenção do estado-nação que precisava ser legitimado. Nesse contexto, é criada a disciplina de História que tinha como função legitimar a identidade nacional. Até a década de 80, do século XX, a disciplina de História manteve seu conteúdo eurocêntrico e sua divisão quadripartite, até hoje presente no currículo de muitos cursos universitários. Numa outra perspectiva algumas universidades, começaram a abrir espaço ao estudo da História Oriental e da História da África. No entanto, essa é uma prática bem recente. A História trata de toda ação humana no tempo em seus múltiplos aspectos: econômicos, culturais, políticos, da vida cotidiana, de gênero, etc. Para se perceber como sujeito da História, o educando precisa reconhecer que essa ação transforma a sociedade, movimenta um espiral de mudanças, na qual há permanências e rupturas. O homem/mulher como sujeito da História deve ser conhecedor dos porquês, dos problemas, das ideias, das ideologias e que só com uma visão holística do mundo e da sociedade ele se entenderá como cidadão ativo e conhecedor de seus direitos e de seus deveres. 139 Na Educação de Jovens e Adultos deve-se levar em consideração o fato de que os seus educandos possuem maior experiência de vida e que essa modalidade tem como finalidade e objetivos o compromisso com a formação humana e o acesso à cultura geral. A diversidade presente na sala de aula, a partir dos diferentes perfis sociais, deve ser utilizada a favor do trabalho pedagógico no ensino de História. Pode-se recorrer às diferenças para estabelecer comparações, levantar diferentes concepções de mundo e ainda buscar trabalhar com o respeito e a aceitação das diferenças. É preciso que o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos seja dinâmico e que o educando perceba que a História não está sepultada, mas em constante transformação. Nesse sentido, pode-se tomar sempre como ponto de partida e de chegada o próprio presente, onde estão inseridos educandos e educadores. Há que se considerar que o passado explica o presente, mas também o presente explica o passado. Isso não significa, no entanto, que se possa abrir mão do rigor na interpretação do passado, pois não se pode incorrer em anacronismos ou em posturas teleológicas. É preciso estimular o interminável diálogo entre o presente e o passado levando em consideração as especificidades de cada contexto histórico. É fundamental que o educador de História não atue como reprodutor de um conhecimento pronto, de uma coleção inesgotável de fatos do passado. Mas, que torne possível desconstruir na sala de aula os múltiplos olhares da História, criar argumentos que possam concordar ou discordar de um autor, tomar posição diante do que já ocorreu e ainda está ocorrendo. Não se pode ser um cidadão pleno sem que se realize uma análise crítica dos caminhos percorridos pelo homem/mulher ao longo da história. Por fim, reconhecer que esses sujeitos são produtores de signos e utopias, capazes de transformar a natureza e escrever sua própria História. Portanto, a História é uma construção coletiva em que todos os sujeitos tem um papel principal e suas ações são de suma importância para uma participação consciente na transformação da sociedade e do mundo em que vivem. 140 ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com as contribuições da historiografia, nas últimas décadas a aprendizagem histórica se efetiva quando o conhecimento passa a ser experiência para o educando no sentido de que ele se aproprie do que aprendeu para ler e explicar o seu mundo. No mundo contemporâneo um constante (re) pensar sobre a cultura escolar é fundamental para acompanhar as mudanças que ocorrem quotidianamente e que implicam diretamente na vida de educandos e educadores. Nesse sentido, a partir de discussões teórico-metodológicas significativas e que colocam o educando na centralidade do processo ensino-aprendizagem, pretende-se contribuir para uma prática de qualidade e de reflexão nas ações pedagógicas. Para isso, propõem-se a abordagem dos conteúdos a partir de temáticas, no ensino de História, para os educandos (as) da Educação de Jovens e Adultos rompendo, dessa forma, com a narrativa linear e factual num diálogo permanente com a realidade imediata sobre a qual se constituem os diversos saberes. Pretendese com isso priorizar uma prática pautada na associação ensino-pesquisa e no uso de diferentes fontes e linguagens. Nessa perspectiva, exige-se uma abordagem problematizadora dos conteúdos de História, em que educadores e educandos possam dialogar e nesse diálogo, propiciar condições de pensar, argumentar e fundamentar suas opiniões através dos conteúdos socialmente significativos relacionados ao contexto político e social, reconhecendo a pluralidade étnica e cultural onde esses sujeitos estão inseridos. Esta problematização deve propiciar uma análise crítica da realidade social, distinguindo-se da “educação bancária” em que o educador apresenta os conteúdos aos educandos, impondo-lhes um saber desprovido de reflexão (FREIRE, 1987). É impossível, ensinar tudo a todos, desta forma se faz necessário a seleção e a escolha de conteúdos essenciais que possibilitem o êxito no processo ensino141 aprendizagem e permitam satisfazer as necessidades dos educandos, respeitando suas especificidades, objetivando sua formação humanista e a busca de sua autonomia intelectual e moral. Considerando a concepção do ensino de História pautada pela linha da cultura, optou-se por três eixos articuladores: Cultura, Trabalho e Tempo, que também orientam o documento das Diretrizes Curriculares para EJA no Estado do Paraná. Esses eixos estabelecem relações entre si e articulam-se às temáticas que por sua vez articulam-se aos conteúdos, sendo que o eixo Tempo, presente nessa concepção, refere-se ao tempo histórico. Os conteúdos selecionados foram organizados em quatro temas plurais no Ensino Fundamental: Identidade e Cultura; Estado e Relações de Poder; Terra e Propriedade; Cidadania e Trabalho e três temas para o Ensino Médio: Diversidade Cultural; Relações de Poder e Movimentos Sociais; Mundo do Trabalho e Cidadania . É importante que na abordagem desses conteúdos o educador crie situações de aprendizagem, que respeitem o perfil dos educandos da EJA e possibilitem o diálogo entre os conceitos construídos cientificamente e a cultura do educando, considerando a sua História de vida, o ambiente cultural e a identidade do grupo. A abordagem pode ser realizada partindo do não conhecido ao conhecido ou do conhecido ao conhecido de outra forma. Os conteúdos não devem ser trabalhados de forma isolada ou compartimentada, o estudo deve se dar de forma abrangente no tempo e no espaço, como por exemplo, no que refere as questões sociais, as contradições, a Histórica local, conteúdos estes que estabeleçam relação entre o local e o global e possibilitem aos educandos, compreender as semelhanças e diferenças, as permanências e as rupturas do contexto histórico. Transformar os conteúdos em “situações problemas” é imprescindível para demonstrar a relevância do que se vai estudar. O questionamento deve levar a reflexão crítica e permanente, possibilitando a construção de saberes socialmente significativos para que o educando interfira no sentido de transformar a sociedade, em que vive. Dessa forma o ensino de História será sempre possibilidade e nunca determinação. 142 É essencial no processo ensino-aprendizagem que a teoria esteja em sintonia com a prática, respeitando os níveis de compreensão dos educandos sobre a própria realidade. Em suma, esse processo deve contribuir para formar um educando leitor e escritor, que se aproprie dos conhecimentos históricos, a partir da leitura, análise e interpretação de diversas linguagens, bem como da produção de textos orais e escritos, que valorizem o fazer e o refletir. Também é importante que o educando da EJA possa ampliar a sua leitura de mundo percebendo-se como sujeito da História na busca da autonomia e da cidadania. ORGANIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS ENSINO FUNDAMENTAL 143 TEMAS CONTEÚDOS - ENSINO FUNDAMENTAL TERRA E PROPRIEDADE NOS DIFERENTES PERÍODOS HISTÓRICOS O ESTADO E AS ELAÇÕES DE PODER CIDADANIA E TRABALHO CULTURA TRABALHO TEMPO IDENTIDADE CULTURAL EIXOS ORIENTADORES CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem um sujeito histórico, atuação do sujeito histórico-memória. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: conceito de ciência histórica, como o historiador reconstrói a história ? Diferentes temporalidades, fontes históricas, patrimônio cultural, a origem do homem e o começo dos tempos. ENCONTRO ENTRE DIFERENTES CULTURAS: o Paraná no Século XV, ocupação do espaço Paranaense, o domínio cultural e político europeu, principais etnias, dominação e resistência, patrimônio cultural paranaense. Culturas Afro-brasileira e indígena. DIFERENTES MODOS DE DISTRIBUIÇÃO DA TERRA: Capitalista, socialista, primitiva, feudal e escravista. CONCENTRAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL: Capitanias hereditárias, sesmarias, reduções, engenhos, rendeiros/meeiros. Quilombos, comunidades indígena, leis de terras, imigração européia. TENTATIVAS DE REFORMA AGRÉRIA NO BRASIL REPÚBLICA: Plano de metas,reforma de base, ditadura militar, proposta de Tancredo Neves, a questão da terra nos governos; Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Solva. CONFLITOS AGRÁRIOS PELA TERRA NO BRASIL: Canudos, Contestado, ligas camponesas,demarcação de terras indígenas, luta dos povos da floresta, movimento dos trabalhadores rurais sem terra. ESTADO NEOLIBERAL: origem, emprego, flexibilização dos direitos, neoliberalismo no Brasil. ESTADO DITATORIAL E TOTALITÁRIO: ditadura militar no Brasil, ditadura na América espanhola, princípios fundamentais do totalitarismo, contexto da Segunda Guerra. ESTADO POPULISTA: o populismo no Brasil e na América espanhola. ESTADO ENTERVENCIONISTA: revolução de 1930, Crise de 1929, Constituição de 1934. ESTADO OLIGARQUICO: Coronelismo, Revolução Federalista no Paraná, Tenentismo. ESTADO LIBERAL CLÁSSICO: Século das Luzes, Imperialismo, Primeira Guerra Mundial. FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL: O Estado Absolutista, O poder da Igreja no Brasil Colônia. Separação entre Estado e Igreja no Brasil. CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de Cidadania e Trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CIDADANIA EM OUTRAS SOCIEDADES:: Sociedade Árabe, sociedade chinesa, Grécia e Roma, Servidão Feudal. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, Revoluções burguesas e iluminismo, formação da classe operária, relação capital e trabalho. Apartheid. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA BRASILEIRA: trabalho escravo e infantil, movimentos operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988. 144 TEMAS RELAÇÕES DE PODER E MOVIMENTOS SOCIAIS MUNDO DO TRABALHO E CIDADANIA CULTURA TRABALHO TEMPO CULTURAL CONTEÚDOS – ENSINO MÉDIO DIVERSIDADE EIXOS ORIENTADORES CONSTRUÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO: o homem/mulher como sujeitos históricos da identidade e alteridade História local. PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO HISTÓRICO: história como ciência, natureza e cultura, diferentes temporalidades, fontes históricas, as primeiras civilizações, patrimônio cultural. DIFERENTES CULTURAS: dominação e resistência na formação da sociedade brasileira, o mundo árabe, a comosvisão africana, cultura oriental, os diversos Brasis. RELAÇÃO COLONIZADOR/COLONIZADO NA AMÉRICA: domínio cultural e político europeu, assimilação e aculturação. HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL E NOS ESTADOS UNIDOS: trabalho escravo. Formas de resistências, movimentos abolicionistas, guerra de secessão. LIBERALISMO E NEOLIBERALISMO: Estado liberal clássico, as ideias iluministas, a partilha do mundo. Primeira Guerra Mundial. SÉCULO XX MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS: formação dos Estados totalitários, o mundo emguerra, descolonização afro- asiática, movimentos sociais no pós-guerra, conflitos culturais na América espanhola. FORMAÇÃO DO ESTADONACIONAL: emancipação política das colônias americanas, a construção do estado brasileiro, o período republicano. LUTAS PELA POSSE DA TERRA: conflitos agrários pela posse da terra no Brasil e na América espanhola, conflitos árabe-israelense. CIDADANIA E PARTICIPAÇÃO: Conceitos de cidadania e trabalho, direitos civis, políticos e sociais. CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: o humanismo no renascimento cultural, revoluções burguesas e iluminismo, Apartheid, o leste europeu, sociedade árabe, sociedade chinesa. DESAFIOS E OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA NO SÉCULO XXI: movimento operários e sociais, a Constituição cidadã de 1988, a paz no mundo, desigualdade social. MUNDO DO TRABALHO: flexibilização do emprego, trabalho escravo e infantil, relação capital e trabalho, movimentos sindicais, a tecnologia no mundo globalizado. 145 REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe (Org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1998. BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa, Portugal: Europa-América, 1997. CABRINI, Conceição et. al. O ensino de história: revisão urgente. São Paulo: Brasiliense, 1986. DAVIES, Nicholas (Org.). Para além dos conteúdos no ensino de história. Niterói: Eduff, FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1987. KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. SILVA, Marcos A. da (Org.). Repensando a história. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1984. SILVA, Thelma Nobre Machado Bittencourt & RABELLO, Heloisa de Jesus. O ensino da história. Niterói, RJ: Eduff, 1992. EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA, AFRICANA E INDÍGENA. O ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias e asiáticas. A proposta pedagógica busca garantir que a organização dos conteúdos de todas as disciplinas da matriz curricular contemple, obrigatoriamente ao longo do ano letivo, a História e Cultura Afro-brasileira, Africana e Indígena na perspectiva de proporcionar aos alunos uma educação compatível com uma sociedade democrática, multicultural e pluriétnica. Na busca da valorização da cultura afrobrasileira e indígena entende-se que trabalhar de forma contextualizada será mais eficaz na correção de desigualdades raciais e sociais, com vistas a corrigir 146 desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória. Sabemos que não será através da imposição de conteúdos que conseguiremos desconstruir os preconceitos, as mentalidades racistas e discriminadoras secular, mas sim através de estudos significativos e estratégias pedagógicas que nos auxiliem na compreensão da importância das questões relacionadas à diversidade étnico-racial e também em como lidar positivamente com elas. Portanto será trabalhada de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento da Educação Básica. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Para identificar a produção do conhecimento, o saber negro africano nas práticas cotidianas é necessário situar qual o referencial de conhecimento/saber utilizado. Desta feita, a cultura e as práticas culturais são elaboradas cotidianamente, transformando o conhecimento em experiência de aprendizagem, do mesmo modo que a própria experiência vivida se transforma em conhecimento. Aprende-se por meio da socialização. Em todos os momentos da existência, na relação com o outro e nas ações vividas é que nos constituímos. Essa constituição é elaborada constantemente e se revela nas mínimas coisas. Assim, pormenores normalmente considerados sem importância e triviais carregam muitos elementos importantes que nos permitem captar a realidade. Considerar os mais diversos elementos presentes nas práticas, como a alimentação,, o vestuário, a oralidade, a gestualidade, sonoridade, odores ou sabores, são sinais que permitem decifrar a diversidade e complexidade da realidade histórica da população afro-brasileira. O patrimônio cultural da população negra é composto de bens materiais e imateriais, que são expressões dessas comunidades, nos mais diferentes aspectos: objetos, costumes, canções, rituais, encontrados na religião, na culinária, nos modos de tecer e de vestir. Uma retomada de vozes que ficaram silenciadas por opressões históricas é fundamental e necessária para uma compreensão democrática de educação. O primeiro movimento para essa escuta é o reconhecimento da existência de espaços outros que não o da educação formal, como portadores de saberes. Para isso, é necessário tomar como imprescindível para o entendimento desses saberes os nexos entre educação e cultura, considerando que uma não 147 existe sem a outra, ambas sendo alimentadas e alimentando-se na arte e na memória. OBJETIVOS/CONTEÚDOS: − Realizar com os alunos estudos e pesquisas de países que falam a língua portuguesa. O que os unem? Quais as razões? Atualmente como estão estes países? Qual a composição étnica? Diferença do Português falado e escrito entre eles. Exemplos: Na alimentação: vatapá, acarajé, caruru, canjica, etc. Na música: os instrumentos musicais, maracá, cuíca, atabaque, reco-reco, agogô. Na religião: umbanda e candomblé. − Após debates em sala, a partir de textos trabalhados com os alunos, solicitar que produzam textos sobre temas como: o racismo no Brasil, a presença do negro na mídia, políticas afirmativas, cotas, mercado de trabalho, etc. − Trabalhar com as implicações da carga pejorativa atribuída ao termo negro e outras expressões do vocabulário. − Realizar com os alunos estudos de obras literárias de escritores negros como Cruz e Souza; Lima Barreto; Machado de Assis: Solano Trindade, etc. Destacando a contribuição do povo negro à cultura nacional. − Trabalhar a leitura e interpretação de letras de músicas relacionadas à questão racial. − Trabalhar com os gêneros musicais do samba e rap.Realizar estudos de obras brasileiras que discutam, abordem questões relacionadas a cultura afrobrasileira: Macunaíma, Mário de Andrade; Casa Grande e Senzala, Gilberto Freyre; O Escravo, Castro Alves; Sermões do Pe. Antônio Vieira etc. − Situar a África como um continente dividido em países com línguas e culturas diversas, assim como são a Europa, a América e a Ásia. − Resgatar e recuperar a presença das personalidades negras em nossa sociedade para todos a participação da população negra na construção da história, a presença negra nas artes, na música, na religião, na moda e na dança. − Instituir a história africana e o seu papel na história resgatando a participação deste povo dentro dos ciclos econômicos vivenciados, analisando a mão de obra negra na produção de riqueza para os povos “dominantes” como o ciclo do açúcar, da mineração, do ouro, da borracha, do café. 148 − − Analisar pesquisas relacionadas ao negro e mercado de trabalho no país. − Realizar com os alunos pesquisas de dados no município com relação à população negra. − Analisar dados do IBGE sobre a composição da população brasileira e por cor, renda e escolaridade no país e no município. − Estudo das danças e suas manifestações corporais na cultura Afro- Brasileira. − As manifestações corporais expressas no folclore brasileiro. − A capoeira, seus significados e sentidos no contexto histórico-social, como elemento da cultura, corporal. − Estudo das características biológicas (biotipo) dos diversos povos. − Desmistificação das teorias racistas, destituindo de significado a pseudo “superioridade” racial. − Estudar as influências das celebrações religiosas das tradições afros na cultura do Brasil. − Construir um novo olhar sobre a história nacional e regional/local, ressaltando a contribuição dos africanos e afros descendentes na constituição da nação brasileira. Etc. DISCIPLINA DE GEOGRAFIA CONCEPÇÃO DO ENSINO DA GEOGRAFIA Atualmente, a grande velocidade com que vem ocorrendo as transformações no espaço planetário, tem levado a escola a rever conceitos e metodologias, pois esses refletem diretamente nos elementos fundamentais do ensino da Geografia. Para iniciar a reflexão sobre o ensino de Geografia se colocam algumas questões: O que é Geografia? Para que serve? Como ensinar Geografia? Para responder a essas questões, faz-se necessário esclarecer que a Geografia como ciência, sofreu ao longo da história profunda transformação, tanto em nível teórico quanto metodológico. Até as primeiras décadas do século XX, predominavam nas escolas concepções tradicionais e os livros se limitavam a uma Geografia puramente descritiva e enumerativa, tipo catálogo. Os educandos eram 149 obrigados a memorizar listas intermináveis de nomes e números, ou confundiam a Geografia com a topografia e a cartografia. Esta Geografia tradicional, centrada na observação e na descrição principalmente do quadro natural estrutura-se em três aspectos: os físicos, os humanos e os econômicos. Os aspectos físicos, nesta concepção, são considerados os mais importantes. Abrangem especialmente a hidrografia (rios, bacias hidrográficas, redes fluviais e tudo o que se refere ao mundo das águas); o relevo (planícies, planaltos, serras – ou seja, as formas da superfície terrestre); o clima (calor, frio, geada, neve e estados do tempo em geral); e a vegetação (florestas, campos, cerrados, caatinga e temas relacionados à distribuição das espécies vegetais pela superfície terrestre). Os aspectos humanos referem-se ao homem “inserido” no quadro natural, como se a paisagem tivesse sido moldada para recebê-lo e fornecer-lhe suas “dádivas”, ou seja, seus recursos: solo, água, animais, vegetais e minerais, por exemplo. Por fim, na parte econômica busca-se explicar como o homem explora e transforma o ambiente por meio das atividades econômicas, expressas pela seguinte ordem: extrativismo, agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços e meios de transporte – a circulação no território. Observa-se que, na Geografia tradicional, o ensino desenvolve-se por meio de blocos (Geografia física, humana e econômica) que não se relacionam nem internamente, nem entre si, desarticulados no espaço e no tempo. Na Geografia física, por exemplo, não é estabelecida uma relação entre clima, solo, relevo e hidrografia, fazem-se uma descrição sem correlações entre os elementos. Com tudo isso, segundo MORAES (1993, p.93), no Brasil, “a partir de 1970, a Geografia Tradicional está definitivamente enterrada; suas manifestações, dessa data em diante, vão soar como sobrevivências, resquícios de um passado já superado”. Assim, se faz necessário repensar o ensino e a construção do conhecimento geográfico, bem como a serviço de quem está esse conhecimento. Qual o papel do ensino de Geografia na formação de um cidadão crítico da organização da realidade socioespacial. A partir da compreensão do espaço geográfico como “um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas, de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como quadro único no qual a história se dá”, Santos (1996, p.51), propõe uma concepção de geografia que possibilite ao 150 educando desenvolver um conhecimento do espaço, que o auxilie na compreensão do mundo, privilegiando a sua dimensão socioespacial. Para MORAES (1998, p.166), “formar o indivíduo crítico implica estimular o aluno questionador, dando-lhe não uma explicação pronta do mundo, mas elementos para o próprio questionamento das várias explicações. Formar o cidadão democrático implica investir na sedimentação no aluno do respeito à diferença, considerando a pluralidade de visões como um valor em si”. Nesse contexto, a Geografia explicita o seu objetivo, de analisar e interpretar o espaço geográfico, partindo da compreensão de que o espaço é entendido como produto das múltiplas, reais e complexas relações, pois, como mostra SANTOS (2001, p.174) “vive-se em um mundo de indefinição entre o real e o que imagina-se dele”. E, em conformidade com RESENDE (1986, p.181) “é preciso reconhecer a existência de um saber geográfico, que é próprio do educando trabalhador, um saber que está diretamente ligado com sua atitude intelectiva, respondendo sempre ao seu caráter social, objetivo, de um todo integrado, um espaço real”. Desse modo, à Geografia escolar cabe fornecer subsídios que permitam aos educandos compreenderem a realidade que os cercam em sua dimensão espacial, em sua complexidade e em sua velocidade, onde o espaço seja entendido como o produto das relações reais, que a sociedade estabelece entre si e com a natureza. Segundo CARLOS (2002, p.165) “A sociedade não é passiva diante da natureza; existe um procedimento dialético entre ambas que reproduz espaços e sociedades diferenciados em função de momentos históricos específicos e diferenciados. Nesse sentido, o espaço é humano não porque o homem o habita, mas porque o produz”. Compreender as contradições presentes no espaço é o objetivo do conhecimento geográfico, ou seja, perceber além da paisagem visível. Torna-se urgente, assim, romper com a compartimentalização do conhecimento geográfico. Neste sentido, faz-se necessário considerar o espaço geográfico a partir de vários aspectos interligados e interdependentes, os fenômenos naturais e as ações humanas, as transformações impostas pelas relações sociais e as questões ambientais de alcance planetário, não desprezando a base local e regional. Nesse contexto, o homem passa a ser visto como sujeito, ser social e histórico que produz o mundo e a si próprio. Segundo CAVALCANTI (1998, p.192) “O ensino de geografia deve propiciar ao aluno a compreensão de espaço geográfico na sua concretude, nas suas contradições, contribuindo para a formação 151 de raciocínios e concepções mais articulados e aprofundados a respeito do espaço, pensando os fatos e acontecimentos mediante várias explicações”. O ensino de Geografia comprometido com as mudanças sociais revela as contradições presentes na construção do espaço, inerentes ao modo como homens e mulheres transformam e se apropriam da natureza. Nesta perspectiva, há que se tornar possível ao educando perceber-se como parte integrante da sociedade, do espaço e da natureza. Daí a possibilidade dele poder (re)pensar a realidade em que está inserido, descobrindo-se nela e percebendo-se na sua totalidade, onde se revelam as desigualdades e as contradições. Sob tal perspectiva, o ensino de Geografia contribui na formação de um cidadão mais completo, que se percebe como agente das transformações radio espaciais, reconhecendo as temporalidades e o seu papel ativo nos processos. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS Percebe-se que a prática metodológica no tocante ao ensino de Geografia, tem sido assentada em aulas expositivas, na leitura de textos e em questionários com respostas pré-determinadas, tendo como objetivo a memorização dos conteúdos. Porém, tal prática tem se mostrado insuficiente para que se concretize a construção do conhecimento geográfico. Portanto, faz-se necessário repensar a metodologia para que, de fato, se assegurem os objetivos a que a disciplina de Geografia se propõe. É preciso que o educando se perceba enquanto sujeito, como produto e ao mesmo tempo transformador do espaço, por meio de suas ações e até mesmo de suas omissões. É importante que a escolha da metodologia possibilite ao educando mecanismos de análise e reflexão sobre sua condição. Segundo FREIRE (1983, p.61): “não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados”, portanto, é importante a valorização dos saberes que os educandos possuem e que foram acumulados ao longo de suas existências. Esses saberes devem ser o ponto de partida para a construção de outros saberes. No caso da Geografia, tais pressupostos se tornam mais evidentes e necessários. 152 A realidade dos educandos deve ser valorizada e a metodologia deve tornar os conteúdos significativos para que, por intermédio do diálogo, se busque explicitar e oportunizar a observação, a análise e a reflexão, categorias essenciais para o desenvolvimento de “um olhar geográfico” da realidade, ou seja, do mundo vivido. Nessa perspectiva a problematizarão surge como metodologia para a abordagem dos conteúdos ou temas. Problematizar significa levantar questões referentes ao tema e ao cotidiano dos educandos, o que implica em expor as contradições que estão postas, buscar explicações e relações e construir conceitos. Exemplo: ao trabalhar o tema “Indústrias no Brasil”, escolher uma indústria local e questionar: • Qual a necessidade de termos uma indústria na nossa cidade? • Quais mudanças foram provocadas por sua instalação? • Qual a sua importância para o município, estado, país? • Qual sua importância para a população? • Por que ela se instalou nessa região? • Como é seu processo produtivo? • Qual impacto vem causando no ambiente? Se não houver indústria local, problematizar a razão disso e questionar se é necessário uma indústria para garantir qualidade de vida na comunidade ou na cidade. A problematização pressupõe que se estabeleça o diálogo, ou seja, que o educando seja ouvido, o que significa envolve-lo na construção do conhecimento. Considerando a concepção do ensino de Geografia, numa perspectiva crítica e dialética e tendo em vista que no seu encaminhamento metodológico é fundamental considerar os saberes que os educandos trazem consigo, vinculados a sua história de vida, optou-se pela organização do currículo de Geografia, em três grandes eixos: Espaço, Relações Sociais e Natureza. Esses eixos estabelecem relações entre si e permitem a compreensão da totalidade do espaço geográfico. Vale ressaltar, que a totalidade aqui não é a soma, mas o conjunto da formação socioespacial. A compreensão da migração campocidade, por exemplo, só ganha sentido quando a ela se relaciona à estrutura fundiária, a questão da má distribuição das terras, a industrialização das grandes metrópoles, a periferização e a qualidade de vida em si. 153 O conjunto dos eixos, o Espaço, as Relações Sociais e a Natureza articulamse as temáticas expostas no quadro de conteúdos. Dessa maneira, os conteúdos selecionados, devem ser trabalhados nas suas inter relações, rompendo-se com a compartimentalização e com a linearidade do conhecimento geográfico, possibilitando a explicitação do processo de produção do espaço pelas sociedades. Cabe ao professor, como mediador na construção do conhecimento, criar situações de aprendizagem, tomando como ponto de partida as experiências concretas dos educandos no seu local de vivência, seja uma área rural, uma aldeia indígena ou no meio urbano, de modo a permitir a re-significação de sua visão de mundo. Nessa perspectiva, para que a avaliação cumpra o seu papel como parte integrante do processo ensino-aprendizagem, se faz necessário definir o objetivo da atividade avaliativa e o conteúdo a ser avaliado. E ainda utilizar instrumentos diferenciados, analisar e qualificar os resultados, para que a partir deles o educando possa refletir e opinar sobre os saberes construídos e os conhecimentos organizados e para que o educador possa rever a sua prática pedagógica. A avaliação deve contemplar situações formais e informais e utilizar diversas linguagens. Os objetos da avaliação no ensino de Geografia são os três eixos mencionados: Espaço, Relações Sociais e Natureza. A partir deles, utilizar-se-á da descrição, da representação, da interpretação, da localização e da análise para a compreensão das transformações que se processam no espaço e na maneira como homens e mulheres organizam e produzem o espaço por eles vivido. Dessa forma, o educador deve encaminhar as ações do dia-a-dia, possibilitando a construção de conceitos e, ao mesmo tempo, acompanhando o desenvolvimento da aprendizagem dos educandos, para que, de fato, possa se efetivar a construção da sua autonomia e cidadania plena. 154 CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA Ensino Fundamental e Médio Os conteúdos propostos são os mesmos para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. A abordagem dos conteúdos deve ser diferenciada nos níveis de ensino a partir do grau de aprofundamento e de complexidade dos textos. Os conteúdos devem ser trabalhados em diferentes escalas: local, regional, nacional e mundial. Porém é necessário que o educador perceba que o espaço geográfico só pode ser entendido em sua totalidade, sendo que os recortes de análise espacial, devem ser apenas procedimentos operacionais para decompor o espaço, para depois recompô-lo, sobretudo para facilitar a compreensão do educando. TEMÁTICA RELAÇÃO CIDADE-CAMPO ORGANIZAÇÃO SOCIOESPACIAL CIDADANIA ESPAÇO RELAÇÕES SOCIAIS NATUREZA EIXOS CONTEÚDOS DEMOGRAFIA: dinâmica da população, pirâmide etária, padrão de vida, movimentos migratórios. ATIVIDADES ECONÔMICAS: cadeias produtivas, redes de distribuição, transporte e comunicação, espaço agrícola, fontes de energia, comércio, indústria, turismo, circuitos produtivos, Divisão Internacional do Trabalho, flexibilização do trabalho, economia solidária. POLÍTICAS PÚBLICAS: agricultura familiar reforma agrária, assistência social, educação, meio ambiente, habitação, cultura, saúde. URBANIZAÇÃO: expansão urbana, infra-estrutura, plano diretor urbano. AGRÁRIA: estrutura fundiária, modernização do campo, conflitos no campo, agricultura familiar, políticas agrárias. GEOPOLÍTICA: organização socioespacial, fronteira, estado, nação, território, territorialidade . REPRESENTAÇÃO SOCIOESPACIAL: Planeta Terra, localização espacial, orientação, coordenadas geográficas, cartografia. QUESTÕES SOCIOAMBIENTAIS: degradação ambiental, desenvolvimento sustentável, qualidade de vida. 155 REFERÊNCIAS CARLOS, Ana Fani A. A Geografia brasileira hoje: Algumas reflexões. São Paulo: Terra Livre/AGB, vol. 1, nº 18, 2002. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos, (org.) Geografia em sala de aula: Práticas e Reflexões. Porto Alegre, RS: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/AGB, 1999. CAVALCANTI, L.S. Geografia: escola e construção de conhecimentos. Campinas: Papirus, 1998. FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. MORAES, Antonio C R. Geografia: Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1993. MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1981. RESENDE, M.S. A Geografia do aluno trabalhador. São Paulo: Loyola, 1986. RODRIGUES, Neidson. Por uma nova escola. São Paulo: Cortez, 1987. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _______ Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001. DISCIPLINA DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) - ESPANHOL CONCEPÇÃO DO ENSINO DE LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) ESPANHOL A Língua Estrangeira Moderna - LEM - é um espaço em que se pode ampliar o contato com outras formas de perceber, conhecer e entender a realidade, tendo em vista que a percepção do mundo está, também, intimamente ligada às línguas que se conhece. Ela se apresenta também como um espaço de construções discursivas contextualizadas que refletem a ideologia das comunidades que a produzem. Desta maneira, o trabalho com LEM parte do entendimento do papel das línguas nas sociedades como mais do que meros instrumentos de acesso à informação: as LEM são também possibilidades de conhecer, expressar e transformar modos de entender o mundo e construir significados. (SEED, 2005) 156 É um instrumento de inclusão social a partir do momento em que oportuniza o acesso a outras comunidades e conhecimentos, permitindo o alargamento de horizontes e a expansão das capacidades interpretativas e cognitivas dos educandos. Através da LEM se reconhece a diversidade cultural, e torna-se possível oportunizar o educando a vivenciar criticamente a cultura do outro ao mesmo tempo em que valoriza a própria. A LDB 9394/96, estabelece o caráter compulsório de uma língua estrangeira a partir da 5a série do Ensino Fundamental, facultando ao Ensino Médio a possibilidade da inclusão de uma segunda língua estrangeira. Segundo Gimenez (2005), a língua se constitui como um espaço de comunicação intercultural, exercendo “o papel de mediadora das relações entre pessoas de diferentes línguas maternas.”, tendo em vista que existem, aproximadamente, mais de 300 milhões de falantes nativos e mais de 1 bilhão de usuários no mundo todo, sendo a língua principal em livros, jornais, aeroportos e controle de tráfego aéreo, negócios internacionais e conferências acadêmicas, ciência, tecnologia, medicina, diplomacia, esportes, competições internacionais, música pop e propaganda. Partindo desse pressuposto, a LEM é um instrumento para que o educando seja capaz de construir e não somente consumir o conhecimento oferecido por outros, propiciando “reflexões sobre a relação entre língua e sociedade e, consequentemente, sobre as motivações subjacentes às escolhas lingüísticas em situações de comunicação (oral e escrita).” (PARANÁ, 2005). Ao serem expostos às diversas manifestações da língua na sociedade, os educandos podem entender as implicações político-ideológicas. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho a ser desenvolvido com a língua segue uma abordagem onde a língua é vista como instrumento de interação, investigação, interpretação, reflexão e construção, norteada pelos três eixos articuladores: cultura, trabalho e tempo. Nessa concepção, levar-se-á em consideração a realidade do educando, valorizando sua bagagem de conhecimentos e respeitando suas necessidades e características individuais, na certeza de que o adulto aprende melhor e desenvolve maior autonomia e responsabilidade quando se vê envolvido no processo ensinoaprendizagem. 157 Há que se pensar que ao ensinar uma LEM deve-se buscar a autenticidade da Língua, a articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes escolar frente à experiência social construída historicamente pelos educandos. Para a definição das metodologias a serem utilizadas, é necessário levar em conta que o educando é parte integrante do processo e deve ser considerado como agente ativo da aprendizagem, visto que ele traz saberes e estes vão interagir com os saberes que ele vai adquirir. Na busca desta interação, deve-se buscar uma metodologia que leve em consideração que as habilidades da LEM – leitura, escrita, compreensão oral e compreensão auditiva – não são únicas, elas interagem de acordo com o contexto e precisam ser vistas como plurais complexas e dependentes de contextos específicos. Deve-se levar em conta, ainda, que a língua não pode ser entendida como algo fechado ou abstrato, na forma de uma gramática, onde toda a transformação, o aspecto vivo da LEM, sua capacidade de se transformar em contextos diferentes, toda diversidade da LE se perde. Portanto, as metodologias a serem aplicadas devem levar em conta, principalmente, o contexto em que estão sendo aplicadas, de acordo com as necessidades regionais, que levem o educando a criar significados, posto que estes não vem prontos na linguagem. AVALIAÇÃO Avaliar, no dicionário Aurélio, significa: determinar a valia ou o valor de; apreciar ou estimar o merecimento de; fazer a apreciação; ajuizar. Avaliar implica em apreciação e valoração. No entanto, a avaliação escolar está inserida em um amplo processo, o processo de ensino/aprendizagem. A avaliação da aprendizagem em Língua Estrangeira Moderna está articulada aos fundamentos teóricos explicitados nestas Diretrizes e na LDB n. 9394/96. Ao propor reflexões sobre as práticas avaliativas, objetiva-se favorecer o processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, nortear o trabalho do professor, bem como propiciar que o aluno tenha uma dimensão do ponto em que se encontra no percurso pedagógico. Conforme analisa Luckesi (1995, p. 166), A avaliação da aprendizagem necessita, para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a construção da aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que 158 isso aconteça é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de autoridade, que decide sobre os destinos do educando, e assuma o papel de auxiliar o crescimento. Essa concepção orienta que as intervenções pedagógicas ultrapassem o conteúdo trabalhado, de forma que os objetivos de ensino explicitados nestas Diretrizes sejam alcançados. É importante, neste processo, que o professor organize o ambiente pedagógico, observe a participação dos alunos e considere que o engajamento discursivo na sala de aula se faz pela interação verbal, a partir da escolha de textos consistentes, e de diferentes formas: entre os alunos e o professor; entre os alunos na turma; na interação com o material didático; nas conversas em Língua Materna e Língua Estrangeira; no próprio uso da língua, que funciona como recurso cognitivo ao promover o desenvolvimento de ideias (Vygotsky, 1989). Colaboram como ganhos inegáveis ao trabalho docente, a participação dos alunos no decorrer da aprendizagem e da avaliação, a negociação sobre o que seria mais representativo no caminho percorrido e a consciência sobre as etapas vencidas. O texto trabalhado apenas em sua linearidade é uma prática comum nas escolas. Por isso, é uma das principais preocupações, alterar esta realidade. Pretende-se formar um leitor ativo, ou seja, capaz de produzir sentidos na leitura dos textos, tais como: inferir, servindo-se dos conhecimentos prévios; levantar hipóteses a respeito da organização textual; perceber a intencionalidade, etc. Não se trata, portanto, de testar conhecimentos linguístico-discursivos de textos – gramaticais, de gêneros textuais, entre outros –, mas sim, verificar a construção dos significados na interação com textos e nas produções textuais dos alunos, tendo em vista que vários significados são possíveis e válidos, desde que apropriadamente justificados. Segundo Ramos (2001), é um desafio construir uma avaliação com critérios de entendimento reflexivo, conectado, compartilhado e autonomizador no processo ensino/aprendizagem, que nos permita formar cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos. Com o propósito de encarar este desafio, busca-se em Língua Estrangeira Moderna, superar a concepção de avaliação como mero instrumento de medição da apreensão de conteúdos. Espera-se que subsidie discussões acerca das dificuldades e avanços dos alunos, a partir de suas produções. 159 Percebe-se, também, como bem sucedido o ensino/aprendizagem, quando todo o trabalho desenvolvido com os alunos é retomado em discussões e analisados tanto pelo educador quanto pelo educando. Na Educação Básica, a avaliação de determinada produção em Língua Estrangeira considera o erro como efeito da própria prática, ou seja, como resultado do processo de aquisição de uma nova língua. Considera-se que, nesse processo, o que difere do simples aprender, é o fato de que adquirir uma língua é uma aquisição irreversível. Sendo assim, o erro deve ser visto como fundamental para a produção de conhecimento pelo ser humano, como um passo para que a aprendizagem se efetive e não como um entrave no processo que não é linear, não acontece da mesma forma e ao mesmo tempo para diferentes pessoas. Refletir a respeito da produção do aluno, o encaminhará à superação, ao enriquecimento do saber e, nesse sentido, a ação avaliativa reflexiva cumprirá a sua função. A avaliação, enquanto relação dialógica concebe o conhecimento como apropriação do saber pelo aluno e pelo professor, como um processo de ação-reflexão-ação, que se passa na sala de aula através da interação professor/aluno carregado de significados e de compreensão. Assim, tanto o professor quanto os alunos poderão acompanhar o percurso desenvolvido até então, e identificar dificuldades, planejar e propor outros encaminhamentos que busquem superá-las. O processo avaliativo não se limita apenas à sala de aula. O projeto curricular, a programação do ensino em sala de aula e os seus resultados estão envolvidos neste processo. A avaliação deve estar articulada com os objetivos e conteúdos definidos a partir das concepções e encaminhamentos metodológicos destas Diretrizes. As explicitações dos propósitos da avaliação e do uso de seus resultados podem favorecer atitudes menos resistentes ao aprendizado de Língua Estrangeira e permitirem que a comunidade, não apenas escolar, reconheça o valor desse conhecimento. CONTEÚDO ESTRUTURANTE: DISCURSO COMO PRÁTICA SOCIAL CONTEÚDOS BÁSICOS: textos: Escritos, orais, visuais, dentre outros: Identificação de diferentes gêneros textuais tais como: informativos, narrações, descrições, poesias, tiras, correspondências, receitas, bulas de remédios, folder, outdoors, placas de sinalização, cartão, curriculum vitae, letras de músicas, trava160 línguas,autobiografia, poemas, cartazes,classificado,exposição oral, diálogo, discurso argumentativo, resumo,anúncio de emprego, sinopses de filmes, mapas, manual técnico, desenho animado. saudações, apresentações, horas,família, cores, dias da semana, estações do ano, animais, locais públicos,condições do tempo, refeições, adjetivos, numerais, (cardinal e ordinal). Abordagem Técnico-Metodológica: É importante que o professor: LEITURA: − Propicie práticas de leituras de textos de diferentes gêneros; − Considere os conhecimentos prévios dos alunos; − Formule questionamentos que possibilitem inferências sobre o texto; − Utilize textos não-verbais diversos: gráficos, fotos, imagens, mapas e outros; − Relacione o tema com o contexto atual; − Oportunize a associação das ideias dos alunos sobre o texto; − Conduza leituras para a compreensão das partículas conectivas; − Estimule leituras que suscitem no reconhecimento de estilo próprio de diferentes gêneros; ESCRITA: − É importante que o professor: − Planeje a produção textual a partir da delimitação tema, do interlocutor, intenções, intertextualidade, aceitabilidade, informatividade, situacionalidade, temporalidade e ideologia; − Proporcione o uso adequado de palavras e expressões para estabelecer a referência textual; − Conduza a utilização adequada das partículas conectivas; − Acompanhe e encaminhe a re-escrita textual: revisão dos argumentos das ideias, dos elementos que compõe o gênero. ORALIDADE É importante que o professor: - Selecione discursos de outros para análise dos recursos da oralidade, como: cenas de desenhos, programas infanto-juvenis, entrevistas, reportagem entre outros: − Oriente sobre o contexto social de uso do gênero oral e selecionado: 161 − Prepare apresentações que explorem as marcas linguísticas típicas da oralidade em seu uso formal e informal; − Organize apresentações de textos produzidos pelos alunos levando em consideração a: aceitabilidade, informatividade, situacionalidade finalidade do texto; REFERÊNCIAS ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1999 BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2004. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer n. 04/98, de 29 de janeiro de 1998. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental. Relatora Conselheira: Regina Alcântara de Assis. Diário Oficial da União, Brasília, p.31, 15 abr. 1998. BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. BUSNARDO, J. BRAGA, D. B. Uma visão neo-gramsciana de leitura crítica: contexto, linguagem e ideologia. Ilha do Desterro. Florianópolis: UFSC, 2000. p. 91-114. COOK, G. Applied linguistics. Oxford: Oxford University Press. 2003. FARACO, C. A . Português: língua e cultura – manual do professor. Curitiba: Base, 2005. FARACO, C. A. (org.) Diálogos com Bakhtin. Curitiba: UFPR, 2001. FARACO, C. A. Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. 1 ed. Curitiba: Criar edições, v1, p.13-43, 2003. FERNÁNDEZ, G. E. Objetivos y diseño curricular en la enseñanza del ELE. 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Análise linguistíca no ensino médio: Um novo olhar, um novo objeto. In: BUNZEN, C. (Org.) Português no ensino médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006, p. 207. 163 MEURER, J. L. O trabalho de leitura crítica: recompondo representações, relações e identidades sociais. Florianópolis: UFSC, 2000. p.155-171. MOITA LOPES, L. P.; ROJO, R. H. R. Linguagens, códigos e suas tecnologias. In: Brasil/ DPEM Orientações curriculares do ensino médio. Brasília: MEC, 2004, p.14PEREIRA, C.F. As várias faces do livro didático de língua estrangeira. In: SARMENTO, S.; MULLER, V. (orgs.). O ensino de língua estrangeira: estudo e reflexões. Porto Alegre: APIRS, 2004. PICANÇO, D. C. L. História, memória e ensino de espanhol (1942-1990). Curitiba: UFPR, 2003. PICANÇO, D. C. L. A língua estrangeira no país dos espelhos. In: Educar em Revista, Curitiba, 2002. RAMOS, PC A avaliação desmistificada. São Paulo: Artmed, 2001. RODRIGUES, Rosângela Hammes. 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Buenos Aires: Nueva Visión, 2003. 5.2 - PROJETO VIVA-ESCOLA Resolução nº 3683/2008 e Instrução nº 017/2008 - SUED/SEED Atividade: Ginástica Geral Núcleo de conhecimento/disciplinas contempladas: Expressivo Corporal 164 Justificativa A maioria dos alunos do EJA é adulta que trabalham em serviços pesados, domésticos, são sedentários e 10% dos alunos apresentam LER por trabalhos de esforço repetitivo como na digitação. Os alunos mostram ter muitas dores nas costas, nas articulações e desânimo. A evasão escolar muitas vezes está ligada nesses problemas apresentados pelos alunos. A ginástica é essencial para os alunos se conscientizarem da importância de ter uma boa qualidade de vida. Fundamentação Teórica: O ACSM (2003, p. 4) descreve os benefícios da atividade física regular e/ou do exercício físico onde se pode destacar: - menor ansiedade e depressão; - sensações de bem-estar aprimoradas; - melhor desempenho nas atividades laborativas, recreativas e desportivas. Tais benefícios reforçam a afirmação de Barros (1998, p. 33) quando ela ressalta a importância do movimento para o ser humano, dizendo que todo ser humano tem no movimento uma necessidade natural e espontânea, indispensável à vida. O homem contemporâneo, impelido pelo progresso da máquina, já não se move e se desloca do mesmo modo que seu antepassado. O movimento corporal apresenta-se, então, como uma necessidade a mais no conjunto de atividades da vida atual. Objetivos Conscientizar os alunos da importância de atividade física para ter uma boa qualidade de vida. O benefício da prática física os animará a continuar a estudar, assim diminuirá a evasão escolar. Encaminhamento Metodológico: Fazer um cadastro de cada aluno: - Se o aluno é sedentário ou não; - Trabalho, sua carga horária; - Que tipo de trabalho; - Teste ergométrico; - Se apresenta algum problema de saúde. 165 Baseado neste cadastro elaborar aulas de ginástica que deverão ser aulas recreativas, alegres, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos alunos com alongamento, relaxamento e ginástica laboral. Infraestrutura Quadra esportiva da escola; - Sala de aula. Recursos materiais: Som; - Cd; - Colchão; - Bastão. O valor dos gastos será mais ou menos de R$500,00 para os colchões, som e os CDs. Depois de adquiridos o gasto será apenas de energia elétrica. Resultados Esperados: Espera-se que ao final do semestre e ano os alunos tenham melhorado sua qualidade de vida e sua disposição física. Critérios de Participação: O projeto deverá ser executado o ano inteiro, no entanto as turmas poderão ser divididas por semestres, devido a rotatividade de alunos na EJA. As aulas serão ministradas todos os dias, no pré turno das 18h00minh às 18h50minh. Critérios, Estratégias e instrumentos de Avaliação: A avaliação será mensalmente, fazendo anotações sobre cada aluno, das mudanças ocorridas na vida após a prática de atividade física. Plano de Trabalho Docente: Desfragmentação da ginástica geral/ginástica para todos em ginástica aeróbica, artística, rítmica, acrobática e trampolim. Tipos e características; Técnicas; Avaliação física; Condicionamento físico. Distinguir e criticar as diferentes modalidades de ginástica; Vivenciar e analisar os diferentes tipos de ginástica esportiva; Conhecer a importância da avaliação física na prática dessas atividades; Analisar um programa de condicionamento físico através da ginástica. Conceito de ginástica, exercício físico e atividades físicas; Tipos, características e finalidades; Alongamento e flexibilidade; Corridas e caminhadas. 166 Distinguir atividade física de exercícios físicos; Analisar os tipos, as características e as finalidades das diversas ginásticas; Distinguir alongamento de flexibilidade; Conhecer a importância do alongamento e da flexibilidade para a qualidade de vida; Vivenciar e analisar exercícios de alongamento para os diversos grupos musculares; Conhecer os princípios científicos para a prática de corridas e caminhadas; Vivenciar as corridas e caminhadas como forma de lazer. O corpo na ginástica Objetivos da prática de ginástica (estética, saúde, hipertrofia condicionamento, dentre outros); Efeitos do exercício sobre o corpo; Uso de anabolizantes. Analisar os efeitos da atividade física no funcionamento do organismo; Analisar os objetivos da prática da ginástica; Analisar os riscos e benefícios do uso de anabolizantes. Ginástico como fenômeno sociocultural Ginástica escolar e ginástica em academias; Influências externas na prática da ginástica; Ginástica para o lazer. Diferenciar, analisar e criticar as diversas formas de ginástica; Analisar e criticar as influências externas sobre a prática da ginástica (mídia, família, escola, colegas); Analisar a condição de ginástica como lazer. Bibliografia: BARROS, Daisy. “Corpo Expressivo”. IN: VARGAS, Ângelo L.S. Reflexões sobre o corpo. Rio de Janeiro: Sprint: 1998. COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA DO ESPORTE. Manual de pesquisa do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. ________. Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 5.3- Título: English course at the School of Life Disciplina que a proposta vincula : Inglês Núcleo de Conhecimento: CIENTÍFICO – CULTURAL 167 Atividade: ATIVIDADES LITERÁRIAS Justificativa: O ensino de estratégias de leitura e escrita para língua inglesa é muito mais eficiente quando observamos o envolvimento do aluno de forma descomprometida com notas e cobranças para aprovação. Além disso, o uso da internet com eficiência em busca de conhecimentos adicionais, torna-se muito mais real, deixando de ser algo inatingível. O indivíduo passa a ser cidadão do mundo globalizado, não mais apenas daquele espaço reservado que é sua comunidade local. Esta atividade foi escolhida devido a grande dificuldade e a resistência encontrada ao apresentar textos nas atividades de ensino de língua inglesa. Com a oportunidade de ofertar um projeto à comunidade decidiu-se optar por algo que fosse, além de prazeroso, elevar a auto estima dos alunos e os apresentar algo que pudessem ampliar seus horizontes e situá-los dentro do mundo globalizado. Para tanto usaremos os conteúdos apresentados nas diretrizes curriculares onde serão enriquecidos nas aulas. Com a proposta pretende-se obter ao final do ano uma melhoria na compreensão de textos de língua inglesa. Despertar a participação nas aulas de língua, além de dar condições aos alunos de uma leitura eficiente. Conteúdos: Algumas leituras devem ser feitas detalhadamente, outras, de forma mais geral. Ao lermos, fazemos uma “recriação do significado” (Kleiman, 1989). É como Widdowson (1979,1984)diz: “o significado não é intrínseco ao texto, mas é construído pelos participantes do discurso”. O leitor é “ativo, ele planeja , decide, coordena habilidades e estratégias, traz para o texto expectativas, informações, ideias, crenças, selecionam pistas significativas, formulam ou confirmam hipóteses”, diz Nunes (1997). Mas é sem dúvida alguma, o professor que irá desempenhar, segundo a estudiosa, um papel de destaque tanto em LM como em LE nessa tarefa de motivar os seus alunos para a importância da leitura e da escrita. Nutall (1987:23) diz que: O anúncio em inglês que aparece no jornal diário; a entrevista para uma vaga em uma determinada empresa. Por conseguinte, os textos escolhidos por esse professor deverão ter o compromisso de mostrar quaisquer dos propósitos autênticos da escrita: informar, entreter etc. Ele, o texto deve passar uma mensagem. De acordo com a DCE: “As reflexões discursivas e ideológicas dependem de uma interação primeira com o texto. Considerando que as práticas discursivas são influenciadas umas pelas outras, não se trata de privilegiar a prática 168 da leitura, visto que na interação com o texto pode haver uma complexa mistura da linguagem escrita, visual e oral. Numa concepção discursiva de língua, as práticas de oralidade, escrita e leitura não são segmentadas, pois elas não se separam em situações concretas de comunicação”. (2008 p.58). Por essa razão todo o foco será em desenvolver as capacidades discursivas do aluno numa visão holística da língua/Nunes, M.B.C. “Redescobrindo o papel do professor de leitura em LE”. In:Ensino de Segunda língua: redescobrindo as origens. (Org.Celani), Educ, 1997. /NUTTAL. C. Teaching reading Skills in a foreign langage. London: Heinemann, 1982./WIDDOWSON,H.G. Explorations in Aplied Linguistics.Oxford: OUP,1995. Objetivos: Com a proposta pretende-se obter ao final do ano uma melhoria na compreensão de textos em língua inglesa. Despertar a participação nas aulas de línguas, além de dar condições aos alunos de uma leitura eficiente. Encaminhamentos Metodológicos: Os trabalhos serão conduzidos de forma a incentivar a leitura, escrita e a oralidade. Primeiramente identificar o gênero textual em língua portuguesa da preferência dos alunos e assim introduzir as comparações das estruturas e apresentar as estratégias de leitura. Usando os diversos gêneros textuais, motivá-los a buscar a comparação das informações dadas no texto. Depois de desmistificar toda a relação com a LE, interagir com os colegas, desenvolvendo as capacidades apreendidas. Aplicar dinâmicas de Grupo e ainda possibilitar situações onde o aluno arrisque o que já sabe na produção de pequenos textos (defesa de sua tese ou ainda posicionamento crítico sobre algum tema polêmico) leitura e escrita com significação. Trabalhar os tempos verbais característicos de cada texto e vocabulário específico de cada tema. A escolha destas estratégias se deu pela facilidade com que se pode apresentar um texto e levar o aluno a uma rápida leitura e compreensão, mesmo não dominando por completo a LE oralmente. Com isso despertar a necessidade de se aperfeiçoar a cada dia, oralmente, pois a constância do uso é que leva a apropriação do saber linguístico. Infraestrutura: 169 Estas aulas serão desenvolvidas em umas das salas de aula do estabelecimento de ensino onde a EJA está instalada, no pré-turno (18h às 19h). Os recursos necessários para desenvolver esta proposta são: Sala de aula com TV pen drive; Laboratório de Informática; Quadro de giz; Resultados Esperados: Com a proposta pretende-se obter ao final do ano, uma melhoria significativa na leitura, escrita e compreensão de textos de língua inglesa. Critérios de Participação: Os alunos matriculados na EJA poderão participar, de ambas as modalidades e níveis fundamental e médio. Professor Participante: Mônica Priscila de Almeida Assunção RG: 0050550141 Disciplina de Formação: Inglês Plano de Trabalho Docente: Conteúdo Estruturante: O discurso como prática social, que tratará a língua inglesa de forma dinâmica, por meio das práticas de leitura, oralidade e escrita. Conteúdo básico: Experimentar, na aula de inglês, formas de participação que lhes possibilitem estabelecer relações entre ações individuais e coletivas. Usar a língua em situações de comunicação oral e escrita. Compreender que os significados são sociais e historicamente construídos e, possíveis de transformação na prática social. Ter maior consciência sobre o papel da língua na sociedade. Reconhecimento da função social do texto. Dominar leituras e escrita de textos. Interpretar textos diversos. Justificativa: Propiciar ao aluno múltiplas e variadas oportunidades de ler, compreender e interpretar textos e enunciados pertinentes, dentro de uma visão da língua como ferramenta útil no seu dia a dia. Capacitar o aluno a apropriar-se da língua estrangeira de maneira crítica, estimulando sua percepção do idioma pela compreensão e produção de enunciados. Propiciar o aumento do vocabulário pela leitura e interpretação de textos de diferentes tipos. Mobilizar, reconhecer e aplicar habilidades de leitura e interpretação textual com ou sem uso do dicionário. Reconhecer e usar estratégias de inferência a partir de cognatos, layout, palavra-chave, skimming e scanning. Identificar os diversos níveis de reconhecimento textual para ler, compreender e interpretar textos: tópico, assunto, tema, campo semântico. Levantar pontos principais do texto: detalhar, predizer, associar, marcar o texto, inferir, analisar, identificar; ler gráficos, tabelas, rótulos. Reconhecer gêneros textuais. Utilizar recursos linguístico-estrutural como 170 grupos nominais, estrutura frasal, verbos auxiliares e modais, inferência lexical e tempos verbais. Encaminhamentos metodológicos e recursos didáticos Metodologia : Aulas expositivas e dialogadas; exercícios contextualizados, exercícios de tradução com aplicação dos tópicos desenvolvidos em sala a partir dos textos, e com o apoio da língua materna; Exercícios individuais, em duplas e em pequenos grupos; Leitura e levantamento de vocabulário; Uso de trecho de filmes, séries, musicas e de textos de natureza variadas em que se pode identificar e aplicar o conteúdo aprendido. Leitura de revistas especializadas e de textos gerais de fontes diversas. Sites e publicitações em inglês; Recursos: TV pendrive, DVD,CDs de áudio, material xerografado. Avaliação: A avaliação diagnóstica nos propiciará entender o conteúdo que os alunos apresentam sobre o projeto e suas especificidades: Observação do trabalho individual e/ou grupos em sala de aula; aferição do grau de compreensão e de aplicação dos tópicos desenvolvidos; - Avaliação de interpretação de texto: skimming/ scanning – Leitura e desenvolvimento das atividades; - Avaliações escritas; -Atividades de reconhecer o gênero textual trabalhado, bem como vocabulário. Referências SEED-PR Diretrizes Curriculares Básicas-Língua Estrangeiras. Paraná 2008. 6 - PROCESSOS DE AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E PROMOÇÃO 6.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO A avaliação é compreendida como uma prática que alimenta e orienta a intervenção pedagógica. É um dos principais componentes do ensino, pelo qual se estuda e interpreta os dados da aprendizagem. Tem a finalidade de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos educandos, diagnosticar os resultados atribuindo-lhes valor. A avaliação será realizada em função dos conteúdos expressos na proposta pedagógica. Na avaliação da aprendizagem é fundamental a análise da capacidade de reflexão dos educandos frente às suas próprias experiências. E, portanto, deve ser entendida como processo contínuo, descritivo, compreensivo que oportuniza uma atitude crítico-reflexiva frente à realidade concreta. 171 A avaliação educacional, nesse Estabelecimento Escolar, seguirá orientações contidas no artigo 24, da LDBEN 9394/96, e compreende os seguintes princípios: • investigativa ou diagnóstica: possibilita ao professor obter informações necessárias para propor atividades e gerar novos conhecimentos; • contínua: permite a observação permanente do processo ensinoaprendizagem e possibilita ao educador repensar sua prática pedagógica; • sistemática: acompanha o processo de aprendizagem do educando, utilizando instrumentos diversos para o registro do processo; • Abrangente: contempla a amplitude das ações pedagógicas no tempoescola do educando; • permanente: permite um avaliar constante na aquisição dos conteúdos pelo educando no decorrer do seu tempo-escola, bem como do trabalho pedagógico da escola. Os conhecimentos básicos definidos nesta proposta serão desenvolvidos ao longo da carga horária total estabelecida para cada disciplina, conforme a matriz curricular, sendo avaliados presencialmente ao longo do processo ensinoaprendizagem. Considerando que os saberes e a cultura do educando devem ser respeitados como ponto de partida real do processo pedagógico, a avaliação contemplará, necessariamente, as experiências acumuladas e as transformações que marcaram o seu trajeto educativo, tanto anterior ao reingresso na educação formal, como durante o atual processo de escolarização. A avaliação processual utilizará técnicas e instrumentos diversificados, tais como: provas escritas, trabalhos práticos, debates, seminários, experiências e pesquisas, participação em trabalhos coletivos e/ou individuais, atividades complementares propostas pelo professor, que possam elevar o grau de aprendizado dos educandos e avaliar os conteúdos desenvolvidos. 172 É vedada a avaliação em que os educandos sejam submetidos a uma única oportunidade de aferição. O resultado das atividades avaliativas será analisado pelo educando e pelo professor, em conjunto, observando quais são os seus avanços e necessidades, e as consequentes demandas para aperfeiçoar a prática pedagógica. 6.2 PROCEDIMENTOS E CRITÉRIOS PARA ATRIBUIÇÃO DE NOTAS α) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; β) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar. Na disciplina de Ensino Religioso, as avaliações realizadas no decorrer do processo ensino aprendizagem não terão registro de nota para fins de promoção e certificação. χ) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero);para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero),em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual. δ) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; ε) para os educandos que cursarem 100% da carga horária da disciplina, a média final corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); φ) os resultados registrados em das avaliações documentos dos próprios, educandos a fim de deverão que ser sejam 173 asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; γ) o educando portador de necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. η) Na disciplina de Língua Espanhola, as avaliações serão realizadas no decorrer do processo ensino-aprendizagem, sendo registradas 04 (quatro) notas para fins de cálculo da média final; ι) No Ensino Fundamental-fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação escolar, por não ser objeto de retenção. 6.3 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 6.4 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS 174 O aluno poderá requerer aproveitamento de estudos realizados com êxito, amparado pela legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar, por meio de cursos ou de exames supletivos, nos casos de matrícula inicial, transferência e prosseguimento de estudos. 6.5 CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO Para a classificação e reclassificação este estabelecimento de ensino utilizará o previsto na legislação vigente, conforme regulamentado no Regimento Escolar. 7 – REGIME ESCOLAR O Estabelecimento Escolar funcionará, preferencialmente, no período noturno, podendo atender no período vespertino e/ou matutino, de acordo com a demanda de alunos, números de aula e capacidade, com a expressa autorização do Departamento de Educação e Trabalho da Secretaria de Estado da Educação. As informações relativas aos estudos realizados pelo educando serão registradas no Histórico Escolar, aprovado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná. O Relatório Final para registro de conclusão do Curso, será emitido pelo estabelecimento de ensino a partir da conclusão das disciplinas constantes na matriz curricular. Este Estabelecimento Escolar poderá executar ações pedagógicas descentralizadas para atendimento de demandas específicas - desde que autorizado pelo Departamento de Educação e Trabalho, da Secretaria de Estado da Educação – em locais onde não haja a oferta de EJA e para grupos ou indivíduos em situação especial, como por exemplo, em unidades sócio-educativas, no sistema prisional, em comunidades indígenas, de trabalhadores rurais temporários, de moradores em comunidades de difícil acesso, dentre outros. 175 7.1 ORGANIZAÇÃO Os conteúdos escolares estão organizados por disciplinas no Ensino Fundamental – Fase II e Médio, conforme dispostas nas Matrizes Curriculares, em concordância com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contidas nos Pareceres n.º e 04/98-CEB/CNE para o Ensino Fundamental e Resolução n.º 03/98 e Parecer n.º 15/98 - CEB/CNE para Ensino Médio e com as Deliberações nº 01/06, nº04/06, nº07/06 e nº 03/08, todas do Conselho Estadual de Educação. 7.2 FORMAS DE ATENDIMENTO A educação neste Estabelecimento Escolar é ofertada de forma presencial, com as seguintes ofertas: a) Organização coletiva e individual para o Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio, em todas as disciplinas, sendo priorizadas as vagas para matrícula na organização coletiva. b) a disciplina de Língua Espanhola será ofertada somente na organização coletiva. 7.2.1 Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio No Ensino Fundamental – Fase II e Ensino Médio considerar-se-á 100% da carga horária total estabelecida. 7.3 MATRÍCULA Para a matrícula no Estabelecimento Escolar de Educação de Jovens e Adultos: a) b) a idade para ingresso respeitará a legislação vigente; será respeitada instrução própria de matrícula expedida pela mantenedora; 176 c) o educando do Ensino Fundamental – Fase II e do Ensino Médio, poderá matricular-se de uma a quatro disciplinas simultaneamente; d) no Ensino Fundamental – Fase II, a disciplina de Ensino Religioso é de matrícula facultativa para o educando; e) no Ensino Médio, a disciplina de Língua Espanhola é de matrícula facultativa para o educando e entrará no cômputo das quatro disciplinas que podem ser cursadas concomitante; f) poderão ser aproveitadas integralmente disciplinas concluídas com êxito por meio de cursos organizados por disciplina,por exames supletivos, série(s) e de período(s)/ etapa(s)/ semestre(s) equivalente(s) à conclusão de série(s) do ensino regular, mediante apresentação de comprovante de conclusão, conforme regulamentado no Regimento Escolar; g) os jovens, adultos e idosos, que não participaram do processo de escolarização formal/escolar; bem como o educando desistente do processo de escolarização formal/escolar, em anos letivos anteriores, poderão ter seus conhecimentos aferidos por processo de classificação, definidos no Regimento Escolar; h) será considerado desistente, na disciplina, o educando que se ausentar por mais de 02 (dois) meses consecutivos, devendo a escola,no seu retorno, reativar sua matrícula para dar continuidade aos seus estudos, aproveitando a carga horária cursada e os registros de notas obtidos,desde que o prazo de desistência não tenha ultrapassado 02 (dois) anos, a partir da data de matrícula inicial. i) O educando desistente, por mais de dois anos, a partir da data de matrícula inicial na disciplina, no seu retorno, deverá fazer matrícula inicial na disciplina, podendo participar do processo de classificação. j) Educando desistente da disciplina de Língua Espanhola, por mais de 02 (dois) meses consecutivos ou por mais de dois anos, a contar da data de matrícula inicial, no seu retorno, deverá reiniciar a disciplina sem aproveitamento da carga horária cursada e os registros de notas obtidos, caso opte novamente por cursar essa disciplina. No ato da matrícula, conforme instrução própria da mantenedora, o educando será orientado por equipe de professor-pedagogo sobre: a organização dos 177 cursos, o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar, a duração e a carga horária das disciplinas. O educando será orientado pelos professores das diferentes disciplinas, que os receberá individualmente ou em grupos agendados, efetuando as orientações metodológicas, bem como as devidas explicações sobre os seguintes itens que compõem o Guia de Estudos: • a organização dos cursos; • o funcionamento do estabelecimento: horários, calendário, regimento escolar; • a dinâmica de atendimento ao educando; • a duração e a carga horária das disciplinas; • os conteúdos e os encaminhamentos metodológicos; • o material de apoio didático; • as sugestões bibliográficas para consulta; • a avaliação; • outras informações necessárias. 7.4 MATERIAL DIDÁTICO O material didático, indicado pela mantenedora, constitui-se como um dos recursos de apoio pedagógico do Estabelecimento Escolar da Rede Pública do Estado do Paraná de Educação de Jovens e Adultos. LÍNGUA PORTUGUESA: 06 Jogos de Dominó/ Associação de Idéias 08 Jogos Alfabeto/ Silábico 06 Jogos Vão formar palavras 10 Jogos Memória/Antônimo EDUCAÇÃO FÍSICA: 20 Jogos de Xadrez GEOGRAFIA: 01 Caixa / Caminho das Rochas/ Geologia na Escola 178 MATEMÁTICA: 04 Pirâmides 01 Tronco de Pirâmide 04 Prismas 01 Cone 02 Cilindros 01 Esfera 01 Tronco de Cone 01 Tetraedro 01 Ortoedro 01 Cubo 01 Octaedro 01 Dodecaedro 01 Dominó de Subtração 03 Dominós de Multiplicação 01 Dominó de Tabuada 06 Jogos de Seqüência Lógica/ Trânsito 01 Conjunto de Sólidos Geométricos 03 Conjuntos de Barras e Medidas 02 Conjuntos de números e sinais 01 Conjunto de Blocos Lógicos 02 Material Dourado 01 Relógio ARTE 15 Fantoches 7.5 AVALIAÇÃO a) avaliação será diagnóstica, contínua, sistemática, abrangente, permanente; b) as avaliações utilizarão técnicas e instrumentos diversificados, sempre com finalidade educativa; 179 c) para fins de promoção ou certificação, serão registradas 02 (duas) a 06 (seis) notas por disciplina, que corresponderão às provas individuais escritas e também a outros instrumentos avaliativos adotados, durante o processo de ensino, a que, obrigatoriamente, o educando se submeterá na presença do professor, conforme descrito no regimento escolar; d) a avaliação será realizada no processo de ensino e aprendizagem, sendo os resultados expressos em uma escala de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero); e) para fins de promoção ou certificação, a nota mínima exigida é 6,0 (seis vírgula zero), em cada disciplina, de acordo com a Resolução n.º 3794/04 – SEED e freqüência mínima de 75% do total da carga horária de cada disciplina na organização coletiva e 100% na organização individual. f) o educando deverá atingir, pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero) em cada registro da avaliação processual. Caso contrário terá direito à recuperação de estudos. Para os demais, a recuperação será ofertada como acréscimo ao processo de apropriação dos conhecimentos; g) a media final de cada disciplina, corresponderá à média aritmética das avaliações processuais, devendo os mesmos atingir pelo menos a nota 6,0 (seis vírgula zero); h) os resultados das avaliações dos educandos deverão ser registrados em documentos próprios, a fim de que sejam asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do educando; i) o educando com necessidades educativas especiais, será avaliado não por seus limites, mas pelos conteúdos que será capaz de desenvolver. j) para fins de certificação e acréscimo da carga horária da disciplina de Língua Espanhola, o educando deverá atingir a média mínima 6,0 (seis vírgula zero) e frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina; 180 k) no Ensino Fundamental-fase II, a disciplina de Ensino Religioso será avaliada no processo de ensino e aprendizagem, não tendo registro de notas na documentação escolar, por não ser objeto de retenção. l) para fins de acréscimo da carga horária da disciplina de Ensino Religioso, na documentação escolar, o educando deverá ter frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) do total da carga horária da disciplina. 7.6 RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS A oferta da recuperação de estudos significa encarar o erro como hipótese de construção do conhecimento, de aceitá-lo como parte integrante da aprendizagem, possibilitando a reorientação dos estudos. Ela se dará concomitantemente ao processo ensino-aprendizagem, considerando a apropriação dos conhecimentos básicos, sendo direito de todos os educandos, independentemente do nível de apropriação dos mesmos. A recuperação será também individualizada, organizada com atividades significativas, com indicação de roteiro de estudos, entrevista para melhor diagnosticar o nível de aprendizagem de cada educando. Assim, principalmente para os educandos que não se apropriarem dos conteúdos básicos, será oportunizada a recuperação de estudos por meio de exposição dialogada dos conteúdos, de novas atividades significativas e de novos instrumentos de avaliação, conforme o descrito no Regimento Escolar. 7.7 APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, CLASSIFICAÇÃO e RECLASSIFICAÇÃO Os procedimentos de aproveitamento de estudos, classificação e reclassificação estão regulamentados no Regimento Escolar e atenderão o disposto na legislação vigente. 181 7.8 ÁREA DE ATUAÇÃO As ações desenvolvidas pelo Estabelecimento Escolar Estadual que oferta a Educação de Jovens e Adultos limitam-se à jurisdição do Estado do Paraná, do Núcleo Regional de Educação, podendo estabelecer ações pedagógicas descentralizadas, desde que autorizadas pela mantenedora. 7.9 ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO Este Estabelecimento Escolar, em consonância com as orientações da SEED, oportunizará o estágio não-obrigatório, como atividade opcional, desenvolvimento no ambiente de trabalho, conforme a Lei Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. 8 – CONDIÇÕES MATERIAIS E RECURSOS TECNOLÓGICOS 8.1 RELAÇÃO DE RECURSOS FÍSICOS Recursos físicos Formulário 03 1 – Número de ambientes pedagógicos - Salas de aula: 11 2 – Área destinada a ambientes - Laboratório -01 pedagógicos (m²) 629,70 m² - Biblioteca - 01 3 – Número de ambientes administrativos 4 – Área destinada a ambientes administrativos (m²) - Secretaria: 01 - Coordenação - 01 - Direção –01 - Orientação – 01 88,44m² - Sala dos Professores - 01 182 5 – Relação dos ambientes administrativos Ambiente Área (m²) - 01 Sala de Professores 38,44 - 01 sala de coordenação 12,50 - 01 sala de direção 12,55 - 01 secretária 25,00 6 – Área destinada à biblioteca (m²) 7 - Área destinada ao laboratório 30,00 m² 8 – Complexo higiênico-sanitário Banheiro Sexo ao qual se N° Pias N° Mictórios destina Banheiro n° 01 Banheiro n° 02 Banheiro n° 03 Sanitários [ X ] Masculino [ ] Feminino [ ] Masculino 04 - 06 - 06 [ X ] Feminino 04 [ ] Masculino 01 - 01 [ X ] Masculino 02 - 02 [ X ] Feminino 02 [ X ] Feminino Banheiro n° 04 N° Vasos 02 9 – Utilização compartilhada de recursos físicos, quando for o caso: 183 - Banheiro nº 03 – localizado na dependência do refeitório, destinado às merendeiras - Banheiro nº 04 - localizado na Quadra Poliesportiva – 01- masculino e 01 feminino 10 – Observações: Na quadra Poliesportiva contém 01 sala – para guardar material de esportes 8.2 RELAÇÃO DE ACERVO BIBLIOGRÁFICO Língua Portuguesa ANDRADE, José Roberto; MARTIN, Jairo Fernando. Português prático e teórico: comunicação e expressão. São Paulo: Ed. do Brasil, 1981. 191 p. BIANCHINI, Orlando; CUNHA, Maria Antonieta Antunes. O domínio da linguagem. São Paulo: FTD. 1988. 159 p. 7 exemplares. CADORE, Luís Agostinho. Português de todo dia. São Paulo: Ática, 1989. 175 p. 3 exemplares. 6 exemplares. CARDOSO, Eloisa G.; DONADIO, Miriam G. Português - projeto alternativo: a prática da leitura e da escrita. São Paulo: Ed. do Brasil, 1989. 223 p. 2 exemplares. DANTAS, José Maria de Souza; NASCENTES, Paulo. Português falando e escrevendo. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1989. 148 p. 3 exemplares. FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto de. Linguagem nova. São Paulo: Ática, 1994. 232 p. 2 exemplares. FERREIRA, Luís Antônio. Aulas de português. São Paulo: Ática, 1989. 200 p. 4 exemplares. FERREIRA, Reinaldo Mathias. Português: supletivo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1993. 192 p. 2 exemplares. GUINDASTE, Reny Maria Gregolin et al. Português. Curitiba: Módulo, 1994. 28p. JUNQUEIRA, Sônia. Português em sala de aula: 5ª série. 6. ed. São Paulo: Ática, 1991. 208 p. 7 exemplares. 184 MACHADO, Ignez de Carvalho. Português: uma língua brasileira. 2. ed. São Paulo: Scipione, 1989. 127 p. 3 exemplares. MUNIZ, Regina Maria de Azevedo. Português: criando e recriando. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1988. 143 p. 4 exemplares. NERY, Alfredina et al. Ponto e contraponto: português: descobrindo o mundo. São Paulo: Ed. do Brasil, 1990. 163p. NERY, Alfredina et al. Ponto e contraponto: português: homem - ser social. São Paulo: Ed. do Brasil, 1990. 175 p. PROENÇA FILHO, Domício. Comunicação em português. São Paulo: Ática, 1989. 32 p. 2 exemplares. SARGENTIM, Hermínio. Redação: curso básico. São Paulo: IBEP, 198_. 79 p. 2 exemplares. SILVA, Antônio de Siqueira e; BERTOLIN, Rafael. A construção da linguagem. São Paulo: IBEP, 198_. 288 p. SILVA, Izaías Branco da. Português fundamental: comunicação em língua portuguesa série. São Paulo: IBEP, 198?. 158 p. TESOTO, Lídio. Texto e contexto: produção de texto. São Paulo: Ed. do Brasil, 1986. 224 p. 2 exemplares. ARTES BARDOTTI, Sérgio. Os Saltimbancos. São Paulo: Polygram, 198-. 42 p. 5 exemplares. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização. Centro Cultural. A ação cultural: fazendo arte. Rio de Janeiro; CECUT, 1978. 16 p. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Fundação Movimento Brasileiro de Alfabetização. Centro Cultural. A ação cultural: vale tudo em banda rítmica. Rio de Janeiro; CECUT, 1980. 15 p. CANTELE, Bruna R. Arte, etc. et al.: ensino básico de educação artística. São Paulo: IBEP, 199-. 349 p.v. 3. COTRIM, Gilberto Vieira. Trabalho dirigido de educação musical: 1º grau. 8. ed. São Paulo: Saraiva 1989. 206 p.v. 2. 185 CRIAÇÃO E TÉCNICAS PARA PINTURA EM VIDROS. São Paulo: Mundi, 198-. 28 p.nº 2. GABRYELLE, Thayanne. A conquista da arte: educação artística para 5ª e 6ª séries. São Paulo: Ed. do Brasil, 1993. 232 p. GRABRYELLE, Thayane. A coquista da arte: educação artística para 7ª e 8ª séries. São Paulo: Ed. do Brasil, 1993. 206 p. MARCHESI JUNIOR, Isaías. Atividades de Educação Artística: 1º grau. 5. ed. São Paulo: Ática, 1993. 144p. v.1. MARCHESI JÚNIOR, Isaías. Atividades de Educação Artística: 1º grau. 5. ed. São Paulo: Ática, 1993. 152 p.v. 2. MARCHESI JÚNIOR, Isaías. Atividades de Educação Artística: 1º grau. 5. ed. São Paulo: Ática, 1993. 176 p.v. 3. MARCHESI JUNIOR, Isaías. Atividades de Educação Artística: 1º grau. 5. ed. São Paulo: Ática, 1993. 160p. v.4. OLIVEIRA, Malaí Guedes de. Hoje é dia de arte: educação artística, 6. São Paulo: IBEP, 198-. 126p. 2 exemplares OLIVEIRA, Malaí Guedes de. Hoje é dia de arte: educação artística, 8. São Paulo: IBEP, 198-.125p. XAVIER, Natália, AGNER, Albano. Viver com arte: educação artística. São Paulo: Ática, 1984. 48 p.v. 1. XAVIER, Natália; AGNER, Albano. Viver com arte: educação artística. 3. ed. São Paulo: Ática, 1984. 56 p.v. 3. Língua Estrangeira Moderna – Inglês ARNS, Otília. We learn English. 13. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1976. 149 p.v. 1. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today. 10. ed. São Paulo: Nacional, 1979. 157 p. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today. 12. ed. São Paulo: Nacional, 1979. 156 p.v. 1. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English Today. 8ª ed. São Paulo: Nacional, 1977. 156 p.v. 1. 186 ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today. São Paulo: Nacional, 198?. 136 p.v. 1. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today. São Paulo: Nacional, 198?. 153 p.v. 2. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today: Book 3. São Paulo: Nacional, 198?. 154 p. ARRUDA, Cordélia Canabrava. English today new series: Book 4. São Paulo: Nacional, 198?. 154p. ARRUDA, Cordélia Canabrava. Fundamental English. São Paulo: Nacional, 1982. 136 p.v. 2. ARRUDA, Cordélia Canabrava. Fundamental English: 5ª série. São Paulo: Nacional, 198?. 136 p.v.1. AUN, Eliana; et al. English on top: Book 3. São Paulo: Saraiva, 1991. 112 p. AUN, Eliana; et al. English on top: Book 4. São Paulo:Saraiva, 1991. 112 p. AUN, Eliana; et al English Point. Book 3. 4. ed. São Paulo Saraiva,1989. 120 p. AUN, Eliana; et al. English Point. Book 4. São Paulo: Saraiva, 198?. 128 p. AUN, Eliana; et al. English Point. Book 4. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1984. 62 p.v. 1. AUN, Eliana; et al. English Point: 6ª série. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1984. 64 p. AZEVEDO, Dirce Guedes de. Do it. São Paulo: FTD, 1985. 64 p. Book 2. AZEVEDO, Dirce Guedes de; GOMES, Ayrton de Azevedo. Do it. São Paulo: FTD, 1985. 64 p.v. 1. AZEVEDO, Dirce Guedes de; GOMES, Ayrton de Azevedo. Do it. Book 4. São Paulo: FTD, 1985. 79 p. AZEVEDO, Dirce Guedes; GOMES, Ayrton de Azevedo. Do it: Book 3. São Paulo: FTD, 1985.64 p. CAMARGO, Thaís Godoy. Living, learning, loving to tell about Brazil. São Paulo: Ed. do Brasil, 1987. 96 p.v. 1. CAMARGO, Thais Godoy; MELO, Valdomiro M. Living, learning and loving to tell about Brazil. São Paulo: Ed. do Brasil, 1987. 120 p. Book 2. 187 CAMARGO, Thais Godoy; MELO, Valdomiro m. Living, Learning and loving to tell about Brazil: Book 3. São Paulo: Ed. do Brasil, 1987. 112 p. ELY, Alexandre. A new approach to english. 8ª ed. São Paulo: Ática, 1975. 189 p.v. 1. FIGUEIREDO, Luciane Cassela de, SILVEIRA, Marília de Figueiredo. Let’s speak english. 2ª ed. Book 4. São Paulo: Ática, 1993. 96 p. FIGUEIREDO, Luciane Cassela de; SILVEIRA, Marília de Figueiredo. Let’s Speak English. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1993. 112 p. v. 1. FIGUEIREDO, Luciane Cassela de; SILVEIRA, Marília de Figueiredo. Let’s Speak. 2. ed. São Paulo: Ática, 1993. 104 p. FIGUEIREDO, Luciane Cassela de; SILVEIRA, Marília de Figueiredo. Let’s Speak English. 2. ed. Book 3. São Paulo: FTD, Ática, 1993. 112 p. FONSECA, João. New Spoken English. São Paulo: Nacional, 197?. 273 p. v. 1. FOSTER, David. You can learn english. São Paulo: Ed. do Brasil, 1985. 144 p. HOLLAENDER, Arnon; VARELLA, Vidal Filho. Paulo: Saraiva, 1979. 223 What about learing. 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MARQUES, Amadeu. A new time for English: Book 3. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1990. 112 p. MARQUES, Amadeu. A new time for English: Work Book 3. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1990. 61 p. MARQUES, Amadeu. Time for english. 4ª ed. Book 4. São Paulo: Ática, 1987. 120 p. MEGALE, Lafayette. A Brazilian to english. São Paulo: FTD, 198?. 128 p.v. 1. MEGALE, Lafayette. A Brazilian Wy to English. São Paulo: Ftd, 198?. 133 p. book 2. MEGALE, Lafayette. A Brazilian Wy to English: Book 3. São Paulo: FTD, 199?. 128 p. MEGALE, Lafayette. English Patterns. São Paulo: FTD, 1973. 129 p. v. 1. MEGALE, Lafayette. English Patterns. São Paulo: FTD, 1973. 149 p. v. 1. MEGALE, Lafayette. English Patterns. São Paulo: FTD, 1974. 160 p. v. 2. MEGALE, Lafayette; FERNANDES, Therezinha. An easy game called english: Book 4. São Paulo: FTD, 198?. 127 p. SAMARA, Samira; Biojone, Lúcia do Nascimento de Souza. Basic Skills. São Paulo: Saraiva 1984. 120 p. v. 2. SCHWARTZ, Stephen Lee; SCHWARTZ, Sinclei F. English two: 6ª série. São Paulo: Lisa, 1973. 155 p. SCHWARTZ, Stephen Lu; SCHWARTZ, Sinclei F. São Paulo: Lisa, 1973. 99 English one: 5ª série. p.v. 1. SILVA, Antonio de Siqueira e, BERTOLIN, Rafael. Dynamic English. São Paulo: IBEP, 198?. 128 p.v. 2. SILVA, Antonio de Siqueira e, BERTOLIN, Rafael. New dynamic. São Paulo: IBEP, 199?. 209 p.v.2. SILVA, Antonio de Siqueira e; BERTOLIN, Rafael. New dynamic English: Book 2 São Paulo: IBEP, 198?. 63 p. 189 SILVA, Antonio de Siqueira e; BERTOLIN, Rafael. New dynamic english: Book 3. São Paulo: IBEP, 198?. 61 p. SILVA, Antonio de Siqueira e; BERTOLIN, Rafael. New dynamic. São Paulo: IBEP, 199?.193 p.v. 3. SILVA, Antonio de Siqueira e; BERTOLIN, Rafael. New dynamic. Book 4. São Paulo: IBEP, 198?. 227 p. SILVA, Antonio de Siqueira; BERTOLIN, Rafael. New Dynamic. São Paulo: IBEP, 199? 203 p.v. 1. 2 exemplares. SILVA, Moacyr Cardoso da. Beginning at the Beginning.São Paulo: IBEP,198?. 88 p.v. 1. SILVA, Paulo Tarso. English is a Show. Book 3. São Paulo: Ed. do Brasil, 1982. 127 p. WRIGHT, Audrey L.; MCGIBBIBRAY, James H. Let’s Clarn English. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1968. 160 p.v. 1. 2 exemplares. ZAHAR, Vera. Easy way to english. São Paulo: Ática, 198?. 96 p. v. 1. ZAHAR, Vera. Easy way to English. São Paulo: Ática, 198?. 96 p. Book 2. ZAHAR, Vera. Easy way to English: Book 3. São Paulo: Ática, 198?. 96 p. ZAHAR, Vera. Easy way to English: Book 4. São Paulo: Ática, 198?. 96 p. LITERATURA ADONIAS, Filho.............................................Corpo vivo AJZENBERG, Bernardo..............................Efeito Suspensório ALLENDE, Isabel ............................................Gabriela, Cravo e Canela AMADO, Jorge................................................Mar Morto AMARAL, Maria Adelaide........................Ó Abre alas ANDRADE, Carlos Drumond Andrade.........Antologia Poética ANDRADE, Mário de.....................................Melhores Poemas de Mário de Andrade ANDRADE, Mário de....................................Macunaíma: O Herói sem Nenhum Caráter ANDRADE, Oswaldo de.............................O Rei da Vela ANTONIO, João...............................................Patuléia- Gente da Rua ANTUNES, Arnaldo....................................Psia ANTUNES, Arnaldo....................................40 Escritores ASSIS BRASIL, Luiz Antonio de .............Cães da Província 190 BARBOSA, Frederico.................................Cinco Século de Poesia BARROS, Manoel de ..................................Gramática Expositiva do Chão BORGES, Jorge Luiz..................................História Universal da Infância _________________ ..................................Ficção _________________ ..................................O Aleph BRAFF, Menalton......................................A Sombra do Cipreste __________________ ......................................Que Enchente me Carrega ? BRAGA, RUBEM............................................200 Crônicas Escolhidas BRANDÃO, Ignácio de Loyola............Não Verás País Nenhum _________________________ ............Cadeiras Proibidas BRASIL, Frnacisco de Almeida ......O Caboclo e a Cigana BRITO, Antonio Carlos de ................... Cacaso Lero-lero BUARQUE, Chico .........................................Fazenda Modelo BUENO, Alexei .............................................Grandes Poemas do Romantismo Brasileiro CAMPOS, Paulo Mendes ..........................Artigo Indefinido-Crônicas Lirerárias CAMUS, Albert ............................................O Estrangeiro CARRERO, Raimundo .................................Somos Pedras que se Consomem CARVALHO, Bernardo ................................Onze CASCUDO, Luiz da Câmara .......................Antologia do Folclore Brasileiro-V.1 _______________________ .......................Antologia do Folclore Brasileiro- V.2 _______________________ .......................Contos Brasileiros CONY, Carlos Heictor ..................................Quase Memória: Quase-Romance CAROLINA, Cora ..............................................O Tesouro da Casa Velha _______________ ..............................................História da Casa Velha da Ponte COUTINHO, Sonia.............................................Mil Olhos de uma Rosa DRUMMOND, Roberto...................................Sangue de Coca-Cola DURAS, Marguerite .......................................O Amante da China do Norte ÉLIS, Bernardo .................................................Os Melhores Contos de Bernardo Elis ENDE, Michael ...................................................A História Sem Fim ESQUIVEL, LAURA...............................................Como Água Para Chocolate FERNANDES, MILLÔR..........................................Liberdade Liberdade FERREIRA HOLANDA, Aurélio Buarque de ....Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial – Vol. 1 – das origens ao fim da Idade Média 191 ...........Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial – Vol. III – O Romantismo ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial – Vol. I ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial-Vol.V – O Realismo. ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial- V.VI- Caminhos Cruzados ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial-V.VIII-No Liminar do Século XX. ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial-V.IX- Tempo de Crise. ............Mar de Histórias: Antologia do Conto Mundial- Vol.X- Após-guerra. FONSECA, Rubem... Feliz Ano Novo _______ (vários autores). ............Os Cem melhores contos Brasileiro do Século FRANÇA JUNIOR, Oswaldo .......................................Os Dois Irmãos. GAARDER, Jostein.........................................................O Mundo de Sofia GARCIA MARQUEZ, Gabriel ...................................Doze contos peregrinos _________________________ .................................Crônica de Uma Morte Anunciada GATTAI, Zélia ..............................................................Anarquista Graças a Deus. GOMES, Roberto ........................................................Alegres Memórias de um Cadáver GROOM, Winston....................................................Forrest Gump: O Contador de História GRUNEWALD, Joselino…………………………Grandes Sonetos da Nossa Língua GUILAR, Ferreira ..................................................Toda Poesia (1950-1999 ) HESSE, Hermann.........................................................Demian HONÓRIO, José Carlos ...............................................O Céu Nu e a Biruta JAPIASSU, Ricardo .......................................................A Coroa de Tebas KEROUAC, Jack..............................................................Livro dos Sonhos KIEFER, Charles ............................................................A Face do Abismo KING, Stephn………………………………………….A Espera de Um Milagre KLINK, Amyr ....................................................................Cem Dias Entre o Céu e o Mar 192 LIMA, Jorge de ................................................................Poesia Completa: V. único-III LINS, Paulo ........................................................................Cidade de Deus LISPECTOR, Clarice .......................................................UMA Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres. LUNARDI, Adriana..........................................................Vésperas MACHADO, Antonio de Alcântara................... Brás, Bexiga e Barra Funda e Laranja de China MEIRELES, Cecilia............................................................Crônicas de Viagem _________________ ............................................................Flor de Poemas MELO NETO, João Cabral de .....................................A Educação Pela Pedra e Depois ________________________ ......................................Serial e Antes MENDES, Murilo................................................................Poemas (I925-l929); e, Bumba-meu-Poeta (1930) MIRANDA, Ana......................................................................Dias e Dias MONTELLO, Josué ................................................................Labirinto de Espelhos MORAES, Vinicius de .........................................................Livro de Soneto __________________ .......................................................Para Viver um Grande Amor MURICONI, Italo ............................................................Como e por que Ler a Poesia Brasileira do Século XX NERUDA, Pablo ......................................................................A Barcarola NOVAES, Carlos Eduardo ................................................O Imperador da Ursa Maior PATATIVA DO ASSARÉ............................................................Antologia poética PATE, Alexs ...............................................................................Amistad PENA, Martins .........................................................................Comédia PESSOA, Fernando ..................................... Antologia Poética de Fernando pessoa _________________.....................................Poesias Coligidas: Quadras ao Gosto Popular; Novas Poesias Inéditas POLO, Marco .............................................................................O livro das Maravilhas: A Descrição do Mundo PONTE PRETA, Stalisnaw............................O Melhor de Stanislaw Ponte Preta: Crônicas Escolhidas PRATA, Mario .............................................................................Besame Mucho ____________ ............................................................................Minhas Tudo 193 QUEIROZ, Raquel de ................................................................Memorial de Maria Moura RAMOS, Graciliano .................................................................S. Bernardo _________________ .................................................................Angustia _________________ .................................................................S. Bernardo _________________ .................................................................Vidas Secas _________________ .................................................................Entre a Seca e a Garoa RIBEIRO, João Urbano ............................................................Sargento Getúlio SABINO, Fernando ...................................................................O Encontro Marcado _______________ ...................................................................Amor de Capitu SAINT-EXUPÉRY, Antoine de …………………………… Vôo Noturno SANT’ANNA, Affonso Romano de ............. Intervalo Amoroso e Outras Poesias SARAMAGO, José ..............................................O Conto da Ilha Desconhecida SCHLEE, Aldyr Garcia ……………………………………..Contos de Futebol SCLIAR, Moacyr ......................................... História para quase todos os Gostos SEPÚLVIDA, Luiz .......................................Um Velho que Lia Romance de Amor. SILVA, Deonisio da ......................................................Os Guerreiros do Campo. SKÁRMETA, Antonio ....................................................O Carteiro e o Poeta. SOUZA, Cruz e ..........................................................................Faróis. STHEL, Monica ..........................................................As mais Belas Lendas da Mitologia. SUASSUNA, Ariano................................................................ Teatro Moderno. TELLES, Lygia Fagundes ...............................Melhores Contos de Lygia Fagundes Telles TORGA, Miguel .......................................................................Bichos. TREVISAN, Dalton...............................................................Em Busca de Curitiba Perdida ________________ ………………………………………..Novela Nada Exemplares. ________________..............................................................III Ais. ________________ ..............................................................O Vampiro de Curitiba. ________________ ..............................................................Cemitério de Elefantes. ________________ ..............................................................Vozes do Retrato. VARELLA, Dauzio ................................................................Estação Carandiru. VEIGA, José Jacinto ..........................................................Os Cavalinhos de Platinado. _________________ ..........................................................Sombras de Reis Barbudos. 194 VERÍSSIMO, Luiz Fernando ...........................................Comédia para se Ler na Escola. _______________________ .....................................As Mentiras que os Homens Contam VERÍSSIMO, Luiz Fernando .......................................... O Nariz. WILLER, Claudio ...............................................................Volta. 8.3 RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE LABORATÓRIO 1- 02 pç almofariz com pistilo, 180 ml - Chiarotti 2- 02 pç balão volumétrico de vidro com rolha polietileno de 250 ml Thermex 3- 02 pç balão volumétrico de vidro com rolha polietileno de 400 ml Thermex 4- 05 pç bastão de vidro (baguete) 5mm x 300mm - Thermex 5- 05 pç becker forma baixa de 100 ml - Thermex 6- 05 pç de vidro forma baixa de 250 ml - Thermex 7- 05 pç de vidro forma baixa de 600 ml - Thermex 8- 01 pç bureta graduada de 50ml, com torneira de vidro - AVL 9- 01 pç capsula de evaporação de porcelana média de 75 ml x 80mm Chiarotti 10-01 pç densímetro de 0.700 a 1000 - Arka 11-01 pç densímetro de 1500 a 2.000 - Arka 12-02 pç Erlemeyer de vidro graduado, boca estreita 50 ml - Thermex 13-02 pç 14- Erlemeyer de vidro graduado, boca estreita 250ml - Thermex 02 pç funil analítico de haste longa lisa 300 mm - Thermex 15-01 pç funil de decantação de 250ml, com rolha de torneira de vidro Thermex 16-01 pç Kitasato de 250 ml, saída superior - Thermex 17-02 pç pipeta graduada de 2ml - Bocaina 18-02 pç pipeta graduada de 5ml - Bocaina 19-02 pç pipeta graduada de 10 ml - Bocaina 20-02 pç pipeta volumétrica de 5ml - Bocaina 21-02 pç pipeta volumétrica de 25 ml - Bocaina 22-02 pç proveta vidro graduado sem tampa de 50 ml - Labglas 23-01 pç proveta vidro graduado sem tampa de 100 ml - Labglas 24-01 pç proveta vidro graduado sem tampa de 250 ml - Labglas 195 25-02 pç Termômetro de - 10ºC + 110ºC - Arba 26- 10 pç tubo de ensaio 1,5 x 15 cm - Fiolax 27-10pç tubo de ensaio 2,5 x 20cm - Fiolax 28-05 pç vara de vidro de 6mm x 50mm - Lene 29-02 pç vidro de relógio 80 mm - Labglas 30-01 pç lápis demográfico vermelho - Mitsubishy 31-03 pç placas de petri - 1000 x 20 - Anumbra 32-01 pç pincel de pelo fino nº 2 - Tigre 33-01 cx papel filtro qualificativo 90mm, com 100 discos - Kablin 34-01 pç lamina 26 x 76 x 1,2mm cx. com 50 unidades - Herka 35- 01 pç escova para tubo de ensaio 15 mm - Weinberger 36-01 pç caixa de etiqueta gomada medida (70mmx32mm), cx. com 120 etiquetas - Pimaco. 37-01 pç etiqueta gomada pequena (70mmx23mm) cx. com 160 etiquetas 38- 01 pç laminulas para microscópio de 20 mm x 20 mm - Herka 39-01 pç condensador para destilação com serpentim, 400mm sem junta AVL 40- 01 pç condensador para destilação liebing - 400 mm junta - AVL 41-04 pç rolha de borracha com diâmetro condizente para erlemeyer 125 ml Soinarbo 42- 04 pç de rolha de borracha com diâmetro para condensador 400 mm Soinarbo 43-04 pç rolha de borracha com diâmetro condizente para balão 250ml Soinarbo 44-04 pç rolha de borracha com furo para vara de vidro a ser usada em erlemeyer 250 ml - Soinarbo 45- 04 pç rolha de borracha com furo para vara de vidro a ser usada em condensador de 400 mm – Soinarbo 46-04 pç rolha de borracha com furo para termômetro (10º - 10ª + 110ºC) a ser usado em balão volumétrico 500 ml - Soinarbo 47-05 pç rolha de cortiça com diâmetro para erlemeyer 250 ml - Avant 48-05 pç rolha de cortiça com diâmetro para balão volumétrico 500 ml – Avant 196 8.4 RELAÇÃO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS E TECNOLÓGICOS 04- Vídeos Cassete 03 – Televisores 01 - Antena Parabólica 03 – Aparelhos de Som 03 - Retro projetores 11- Televisores Multimídia 01- Televisor Paulo Freire 16 -Computadores – Paraná Digital 01 - Máquina Fotográfica Digital 9 – RECURSOS HUMANOS E RELAÇÃO DOS AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS, CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO. 9.1 ATRIBUIÇÕES DOS RECURSOS HUMANOS De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos. 9.1.1 Direção Compete ao Diretor: 197 VIII- submeter o Plano Anual de trabalho à aprovação do Colegiado; IX- convocar e presidir as reuniões do Colegiado, tendo direito a voto, somente nos casos de empate nas decisões ocorridas em assembléia; X- elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e submeter à apreciação e aprovação do Colegiado; XI- elaborar e submeter a aprovação do Colegiado as diretrizes específicas da administração do Estabelecimento, em consonância com as normas e orientações gerais emanadas da Secretaria de Estado da Educação; XII- elaborar e encaminhar a Secretaria de Estado da Educação, as propostas de modificações, aprovadas pelo Colegiado; XIII- submeter o calendário escolar à aprovação do Colegiado; XIV- instituir grupos de trabalho ou comissões encarregados de estudar e propor alternativas de solução, para atender aos problemas de natureza pedagógica, administrativa e situações emergenciais; XV- propor à Secretaria de Estado da Educação, após aprovação do Colegiado, alterações na oferta de serviços de ensino prestados pela escola, extinguindo ou abrindo cursos, ampliando ou reduzindo o número de turnos e turmas e a composição das classes; XVI- propor à Secretaria de Estado da Educação, após aprovação do Colegiado, a implantação de experiências pedagógicas ou de inovações de gestão administrativa; XVII- coordenar a implementação das diretrizes pedagógicas emanadas da Secretaria de Estado da Educação; XVIII- aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela Secretaria de Estado da Educação; XIX- analisar e aprovar o Regulamento da Biblioteca Escolar, e encaminhar ao Colegiado para aprovação; XX- manter o fluxo de informações entre o estabelecimento e os órgãos de administração Estadual de ensino; XXI- supervisionar a exploração da Cantina Comercial, onde estas tiverem autorização de funcionamento, respeitada a lei vigente; XXII- cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao Colegiado e aos órgãos da administração: reuniões ,encontros, grupos de estudo e outros eventos; 198 XXIII- exercer as demais atribuições decorrentes deste Regimento e no que concerne à especificidade de sua função; XXIV- supervisionar as atividades relacionadas a Regularização de vida escolar; XXV- supervisionar a programação e a execução de todas as ações que envolvam o processo ensino – aprendizagem. Ao diretor compete também: - Acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina. - Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. 9.1.2 Professor Pedagogo III- Subsidiar a Direção com critérios para a definição do Calendário Escolar, organização das classes, do hgrário semanal e distribuição de aulas; IV- Elaborar com o Corpo Docente, a Proposta Pedagógica do estabelecimento de Ensino em consonância com as diretrizes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação; V- Assessorar e avaliar a implementação dos programas de ensino e dos projetos pedagógicos desenvolvidos no Estabelecimento de Ensino; VI- Elaborar o Regulamento da Biblioteca Escolar, para garantia do seu espaço pedagógico; VII- Orientar o funcionamento da Biblioteca Wscolar, juntamente com seu responsável; VIII- Acompanhar o processo de ensino, atuando junto aos alunos e pais, no sentido de analisar os resultados da aprendizagem com vistas a sua melhoria; 199 IX- Subsidiar o Diretor e o Colegiado com dados e informações relativas aos serviços de ensino prestados pelo Estabelecimento e o rendimento do trabalho escolar; X- Promover e coordenar reuniões sistemáticas de estudo e trabalho para o aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido nos serviços de ensino; XI- Elaborar com o Corpo Docente os planos de recuperação contínua a serem proporcionados aos alunos com aproveitamento insuficiente,dispondo codições que lhe possibilitem a apreensão dos conteúdos básicos; XII- Analisar, elaborar e emitir parecer juntamente com o professor da disciplina, um plano próprio, flexível e adequado sobre adaptação de estudos, em casos de recebimento de trnsferências, de acordo com a legislação vigente; XIII- Participar do processo pedagógico de classificação, reclassificação e aproveitamento de estudos dos alunos, conforme legislação vigente; XIV- Propor à Direção à Direção a implementação de projetos de enriquecimento curricular a serem desenvolvidos pelo Estabelecimento e coordena-los, se aprovados; XV- Coordenar o processo de seleção dos livros didáticos, se adotados pelo Estabelecimento obedecendo às diretrizes e os critérios estabelecidos pela Secretaria de Estado da Educação; XVI- Instituir uma sistemática permanente de avaliação do Plano Anual do estabelecimento de Ensino, a partir do rendimento escolar, de consultas e levantamentos junto à comunidade; XVII- Participar sempre que convocado, de cursos, seminários, reuniões, encontros, grupos de estudo e outros eventos; O professor pedagogo tem funções no contexto pedagógico e também no administrativo, tais como: - Orientar e acompanhar a elaboração dos guias de estudos de cada disciplina; - Coordenar e acompanhar ações pedagógicas descentralizadas e exames supletivos quando, no estabelecimento, não houver coordenação (ões) específica(s) dessa(s) ação (ões). 200 - Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina. - Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. 9.1.3 Coordenações As Coordenações de Ações Pedagógicas Descentralizadas – Coordenação Geral e Coordenação Itinerante, bem como a Coordenação de Exames Supletivos, têm como finalidade a execução dessas ações pelo Estabelecimento Escolar, quando autorizadas e regulamentadas pela mantenedora. Cabe ao(s) Coordenador(es) de Ações Pedagógicas Descentralizadas: Coordenador Geral - Receber e organizar as solicitações de Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Organizar os processos dessas Ações para análise pelo respectivo NRE. - Elaborar os cronogramas de funcionamento de cada turma da Ação. - Digitar os processos no Sistema e encaminhar para justificativa da direção do Estabelecimento. - Acompanhar o funcionamento de todas turmas de Ações Pedagógicas Descentralizadas vinculados ao Estabelecimento. - Acompanhar a matrícula dos educandos e a inserção das mesmas no Sistema. - Organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Organizar as listas de freqüência e de notas dos educandos. - Enviar material de apoio didático para as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas. - Responder ao NRE sobre todas as situações dessas turmas. - Organizar o rodízio dos professores nas diversas disciplinas, garantindo o atendimento aos educandos de todas as turmas. - Orientar e acompanhar o cumprimento das atividades a serem executadas durante as horas-atividade dos professores. 201 - Realizar reuniões periódicas de estudo que promovam o intercâmbio de experiências pedagógicas e a avaliação do processo ensino- aprendizagem. - Elaborar materiais de divulgação e chamamento de matrículas em comunidades que necessitam de escolarização. - Acompanhar a ação dos Coordenadores Itinerantes. - Tomar ciência e fazer cumprir a legislação vigente. - Prestar à Direção, à Equipe Pedagógica do Estabelecimento e ao NRE, quando solicitado, quaisquer esclarecimentos sobre a execução da escolarização pelas Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua coordenação. - Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. Coordenador Itinerante Acompanhar o funcionamento in loco das Ações Pedagógicas - Descentralizadas. - Atender e/ou encaminhar as demandas dos professores e dos educandos. - Verificar o cumprimento do horário de funcionamento das turmas. - Observar e registrar a presença dos professores. - Atender à comunidade nas solicitações de matrícula. - Solicitar e distribuir o material de apoio pedagógico. - Solicitar e distribuir as listas de freqüência e de nota dos educandos. - Encaminhar as notas e freqüências dos educandos para digitação. - Acompanhar o rodízio de professores, comunicando à Coordenação Geral qualquer problema neste procedimento. - Solicitar e organizar a documentação dos educandos para a matrícula. - Acompanhar o funcionamento pedagógico e administrativo de todas as turmas das Ações Pedagógicas Descentralizadas sob sua responsabilidade. - Participar das reuniões pedagógicas e da hora atividade, juntamente com os professores. - Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. Coordenador de Exames Supletivos 202 - Tomar conhecimento do edital de exames. - Fazer as inscrições dos candidatos, conforme datas determinadas no edital. - Verificar o número mínimo de candidatos inscritos para que os exames possam ser executados. - Digitar, no sistema, a inscrição dos candidatos. - Conferir a inserção das inscrições dos candidatos no Sistema por meio da emissão de Relatório de Inscritos. - Solicitar credenciamento de outros espaços escolares, quando necessário, para execução dos exames. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, as provas em Braille e as ampliadas, das etapas à serem realizadas, quando for o caso. - Solicitar, por e-mail ou ofício, com o conhecimento do NRE, para o DEJA/SEED, autorização para a realização de quaisquer bancas especiais. - Comunicar ao NRE todos os procedimentos tomados para realização dos Exames. - Receber os materiais dos Exames Supletivos nos NREs. - Capacitar a(s) equipe(s) de trabalho do Estabelecimento para a realização dos Exames Supletivos, quanto ao cumprimento dos procedimentos, em especial a organização e o preenchimento dos cartões-resposta. - Acompanhar a aplicação das provas, para que transcorram com segurança e tranqüilidade, em conformidade com os procedimentos inerentes aos Exames. - Divulgar as atas de resultado. 9.1.4 Docentes Compete ao Corpo Docente: I- elaborar com a Supervisão de Ensino, Orientação Educacional e a Coordenação Pedagógica, a Proposta Pedagógica do Estabelecimento 203 de Ensino, em consonância com as diretrizes pedagógicas da Secretaria de Estado da Educação; II- escolher juntamente com a Supervisão de Ensino, Orientação Educacional e a Coordenação Pedagógica livros e materiais didáticos comprometidos com a política educacional da Secretaria de Estado da Educação; III- desenvolver as atividades de sala de aula, tendo em vista a apreensão do conhecimento pelo aluno; IV- proceder ao processo de avaliação, tendo em vista a apropriação ativa e crítica do conhecimento filosófico-científico pelo aluno; V- promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos, seminários e outros eventos, tendo em vista o seu constante aperfeiçoamento profissional; VI- assegurar que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminativo de cor, raça, sexo, religião e classe social; VII- estabelecer processos de ensino-aprendizagem resguardando sempre o respeito humano ao aluno; VIII- manter e promover relacionamento cooperativo de trabalho, com seus colegas, com alunos, pais e com os diversos segmentos da comunidade; IX- participar da elaboração dos Planos de recuperação a serem proporcionados aos alunos, que obtiverem resultados de aprendizagem abaixo dos desejados; X- proceder a processos coletivos de avaliação do próprio trabalho e da escola com vistas ao melhor rendimento do processo ensino- aprendizagem; XI- decidir sobre o cotejamento de conteúdos no aproveitamento de estudos; XII- abster-se de levar ao conhecimento do aluno, informações que sejam de competência da direção, coordenação e secretaria; XIII- observar os prazos previstos, pela secretaria para registrar e entregar dados, sobre aproveitamento e assiduidade dos alunos; XIV- prestar colaboração à realização de atividades extra curriculares do Estabelecimento de Ensino. Aos docentes cabe também: 204 Definir e desenvolver o seu plano de ensino, conforme orientações das - Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA e da proposta pedagógica deste Estabelecimento Escolar. Conhecer o perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos. - - Utilizar adequadamente os espaços e materiais didático-pedagógicos disponíveis, tornando-os meios para implementar uma metodologia de ensino que respeite o processo de aquisição do conhecimento de cada educando jovem, adulto e idoso deste Estabelecimento. - Organizar, acompanhar e validar a Avaliação da Apropriação de Conteúdos por Disciplina. - Executar a Avaliação Institucional conforme orientação da mantenedora. O docente suprido neste Estabelecimento de Ensino deverá atuar na sede e nas ações pedagógicas descentralizadas, bem como nos exames supletivos. Deverá atuar em todas as formas de organização do curso: aulas presenciais coletivas e individuais. 9.1.5 Secretaria e Apoio Administrativo Compete ao Secretário: I- cumprir e fazer cumprir as determinações dos seus superiores hierárquicos; II- distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da Secretaria aos seus auxiliares; III- redigir a correspondência que lhe for confiada; IV- organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de serviço, circulares, resoluções e demais documentos; V- rever todo o expediente a ser submetido a despacho do Diretor; VI- elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridades competentes; VII- apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser assinados; VIII- organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar e o registro de assentamentos dos alunos, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação: a) da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno; b) da autenticidade dos documentos escolares; 205 IX - coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula, transferência, adaptação, classificação, reclassificação, aproveitamento de estudos e conclusão de curso; X– zelar pelo uso adequado e conservação dos bens materiais distribuídos À Secretaria; XI- comunicar à Direção toda irregularidade que venha a ocorrer na secretaria XII-_ Manter atualizado o sistema de acompanhamento do educando, considerando a organização da EJA prevista nesta proposta. De todos os profissionais que atuam na gestão, ensino e apoio pedagógico neste Estabelecimento Escolar na modalidade Educação de Jovens e Adultos, exigir-se-á o profundo conhecimento e estudo constante da fundamentação teórica e da função social da EJA, do perfil de seus educandos jovens, adultos e idosos; das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais de EJA; bem como as legislações e suas regulamentações inerentes à Educação e, em especial, à Educação de Jovens e Adultos. 9.2 Relação dos Recursos Humanos NOME Pessoal Auxiliar de Serviços - Gerais FUNÇÃO FORMAÇÃO Maria Aparecida de Souza Messaggi Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio Silvana Nunes Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio Tais Soares de Oliveira Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio Anibal dos Reis Auxiliar de Serviços Gerais Ensino Médio Rildo R. da Silva Auxiliar de Serviços Gerais Fundamental incompleto Pessoal Técnico-Administrativo e Especialista NOME Geneci Gonçalves Viana Gilberto Fernades Nogueira FUNÇÃO Diretora FORMAÇÃO História/Esp. Met. Ens. História Assistente EducacionalSecretário Economia/Geografia/Esp. Ambiental Análise 206 Sirlene A. dos Pedagoga Santos Zaniboni Pedagogia/ Hábil. Supervisão de Ens. Esp. Ed.Especial – D.M. Leonilda Costa Tavares Clarisse Carlos de Almeida Janaina Rodrigues Camargo Pedagogia/Habil. Supervisão Ensino/Esp. Educação Especial- DM Ensino Médio Pedagoga Assistente Educacional Assistente Educacional de Licenciatura Plena- Letras NSINO FUNDAMENTAL – FASE II NOME Sandra A. M. Furihata Maria Ap. dos Santos Lorena Lúcia Uilli Reginaldo Ricardo da Silva Lorena Lucia Uilli Ana Leia A. Raimundo Amaro Zilda Madalena M.Fernandes FUNÇÃO Docente/L. Port. FORMAÇÃO Letras/Ad. Sup. E Orientação Ed. Docente/Arte Ed. Artística/ Esp. Didática e Met. Do Ensino Docente Ed. Física/ Docente/LEMLicenciatura Plena em Português e Inglês Inglês e respectivas literaturas Docente /Educ.Fís. Educação Física Docente/Mat. Ciências/Hab.em Matemática/Esp. Ed. Matemática Docente/Ciências Vinicius Emanuel Docente/História Rodrigues Pedro Oliveira de Docente/Geografia Vasconcellos Ciências/Hab. Em Matemática/Esp. Adm. Supervisão E Orientação História/ Esp. História Social Licenciatura em Geografia ENSINO MÉDIO NOME Sandra A. M. Furihata Mônica Priscila Almeida Assunção Maria Aparecida dos Santos Robson Marlon Betiati Eder de Almeida Sueli de Araújo Lauro Lorena Lucia Uilli FUNÇÃO Docente/L. Portuguesa Docente/Inglês Docente/Arte Docente/Arte Docente/Filosofia Docente/Sociologia Docente /Educ.Física FORMAÇÃO Letras/Ad. Sup. E Orientação Ed. Licenciatura em Letras – Hab.L.Portuguesa e Língua Inglesa Moderna e suas respectivas literaturas. Ed. Artística/ Esp Didática e Metodologia de Ensino Bacharel em Arte Cênica. Esp. Medologia da Ação Docente. Licenciatura em Filosofia/ Esp. em Metodologia do Ensino Superior. Ciências Sociais Esp. em Supervisão e Orientação Escolar. Educação Física 207 Fernanda Ap. Proença Stein Ana Leia A. Raimundo Amaro Raquel M. dos Santos Docente/Educação Licenciatura Plena-Educação FísicaFísica Esp. em Educação especial Docente/Matemática Ciências/Hab.em Matemática/Esp. Ed. Matemática Docente/Matemátic a Luciana Docente/Química Conceição Macedo Raquel M. dos Docente/Física Santos Vanessa Docente/Biologia Bocato de Campos Inês Moreno Docente/Biologia Batista Carlos Docente/História Henrique L. Pimentel Pedro Oliveira Docente/Geografia de Vasconcellos Licenciatura em Ciências Hab. Em Física Mat. e Química Esp.em Matemática.Licec. em Pedagogia, Esp. em Orientação,Supervisão e Direção. Licenciatura em Química/Mestrado em Química Licenciatura em Ciências Hab. Em Física Mat. e Química Esp.em Matemática.Licec. em Pedagogia, Esp. em Orientação,Supervisão e Direção. Licenciatura Plena em Ciências Biológica/ Esp. Em Auditoria da Gestão e Planejamento Ambiental Ciências Biológicas/Hab. Em Biologia- Esp. em Didática e Metodologia do Ensino. História/ Esp. História Social Licenciatura em Geografia 10 – PLANO DE AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO A concepção de avaliação institucional explicitada pela SEED/PR, afirma que esta “deve ser construída de forma coletiva, sendo capaz de identificar as qualidades e as fragilidades das instituições e do sistema, subsidiando as políticas educacionais comprometidas com a transformação social e o aperfeiçoamento da gestão escolar e da educação pública ofertada na Rede Estadual.” (SEED, 2004, p.11) Neste sentido, a avaliação não se restringe às escolas, mas inclui também os gestores da SEED e dos Núcleos Regionais de Educação, ou seja, possibilita a todos a identificação dos fatores que facilitam e aqueles que dificultam a oferta, o acesso e a permanência dos educandos numa educação pública de qualidade. 208 Aliado a identificação destes fatores deve estar, obrigatoriamente, o compromisso e a efetiva implementação das mudanças necessárias. Assim, a avaliação das políticas e das práticas educacionais, enquanto responsabilidade coletiva, pressupõe a clareza das finalidades essenciais da educação, dos seus impactos sociais, econômicos, culturais e políticos, bem como a re-elaboração e a implementação de novos rumos que garantam suas finalidades e impactos positivos à população que demanda escolarização. A avaliação institucional, vinculada a esta proposta extracurricular, abrange todas as escolas que ofertam a modalidade Educação de Jovens e Adultos, ou seja, tanto a construção dos instrumentos de avaliação quanto os indicadores dele resultantes envolverão, obrigatoriamente, porém de formas distintas, todos os sujeitos que fazem a educação na Rede Pública Estadual. Na escola – professores, educandos, direção, equipe pedagógica e administrativa, de serviços gerais e demais membros da comunidade escolar. Na SEED, de forma mais direta, a equipe do Departamento de Educação de Jovens e Adultos e dos respectivos NRE’s. A mantenedora se apropriará dos resultados da implementação destes instrumentos para avaliar e reavaliar as políticas desenvolvidas, principalmente aquelas relacionadas à capacitação continuada dos profissionais da educação, bem como estabelecer o diálogo com as escolas no sentido de contribuir para a reflexão e as mudanças necessárias na prática pedagógica. Considerando o que se afirma no Documento das Diretrizes Curriculares Estaduais de EJA que “... o processo avaliativo é parte integrante da práxis pedagógica e deve estar voltado para atender as necessidades dos educandos, considerando seu perfil e a função social da EJA, isto é, o seu papel na formação da cidadania e na construção da autonomia.” (SEED, 2005, p.44), esta avaliação institucional da proposta pedagógico-curricular implementada, deverá servir para a reflexão permanente sobre a prática pedagógica e administrativa das escolas. Os instrumentos da avaliação institucional serão produzidos em regime de colaboração com as escolas de Educação de Jovens e Adultos, considerando as diferenças entre as diversas áreas de conteúdo que integram o currículo, bem como as especificidades regionais vinculadas basicamente ao perfil dos educandos da modalidade. Os instrumentos avaliativos a serem produzidos guardam alguma semelhança com a experiência acumulada pela EJA na produção e aplicação do Banco de Itens, porém sem o caráter de composição da nota do aluno para fins de 209 conclusão. A normatização desta Avaliação Institucional da proposta pedagógicocurricular será efetuada por meio de instrução própria da SEED. Como se afirma no Caderno Temático “Avaliação Institucional”, “cada escola deve ser vista e tratada como uma totalidade, ainda que relativa, mas dinâmica, única, interdependente e inserida num sistema maior de educação. Todo o esforço de melhoria da qualidade da educação empreendido por cada escola deve estar conectado com o esforço empreendido pelo sistema ao qual pertence. (SEED, 2005, p.17) Em síntese, repensar a práxis educativa da escola e da rede como um todo, especificamente na modalidade EJA, pressupõe responder à função social da Educação de Jovens e Adultos na oferta qualitativa da escolarização de jovens, adultos e idosos. 11 – BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Maria Conceição Pereira de. Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos, a Grande Conquista, Arte & Cultura, 1999, 1ª Edição. BRZEZINSKI Iria. LDBEN Interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, 1997. CARNEIRO Moaci Alves. LDBEN fácil. Petrópolis, RJ : Vozes, 1998. (5ª) Conferência Internacional sobre Educação de Adultos (V CONFINTEA). Conselho Estadual de Educação - PR • Deliberação 011/99 – CEE. • Deliberação 014/99 – CEE. 210 • Deliberação 005/98 - CEE. • Deliberação 008/00 – CEE. • Deliberação 011/99 – CEE. • Deliberação 014/99 – CEE. • Deliberação 005/98 - CEE. • Deliberação 008/00 – CEE. • Indicação 004/96 – CEE. • Parecer 095/99 – CEE (Funcionamento dos Laboratórios). • Conselho Nacional de Educação • Parecer 011/2000 – Diretrizes Curriculares Nacionais de EJA. • Parecer 004/98 – Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. • Parecer 015/98 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. • Resolução 03/98 – CEB. Constituição Brasileira – Artigo 205. DELORS, J. Educação: Um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília, DF : MEC : UNESCO, 1998. DEMO, Pedro. A Nova LDBEN – Ranços e Avanços. Campinas, SP: Papirus, 1997. DRAIBE, Sônia Miriam; COSTA, Vera Lúcia Cabral; SILVA Pedro Luiz Barros. Nível de Escolarização da População. mimeog. DI PIERRO; Maria Clara. A educação de Jovens e Adultos na LDBEN. mimeog. 211 DI PIERRO; Maria Clara. Os projetos de Lei do Plano Nacional de Educação e a Educação de Jovens e Adultos. mimeog. Decreto 2494/98 da Presidência da República. Decreto 2494/98 da Presidência da República. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LDBEN nº 9394/96. OLIVEIRA, Thelma Alves de, et al. Avaliação Institucional (Cadernos Temáticos). Curitiba: SEED – PR, 2004. Parâmetros Curriculares Nacionais 1º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais 2º segmento do Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais Ensino Médio. Plano Nacional de Educação – Educação de Jovens e Adultos. SILVA, Eurides Brito da. A Educação Básica Pós-LDBEN. SOUZA, Paulo N. Silva & SILVA, Eurides Brito da. Como entender e aplicar a nova LDBEN. SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Eurides Brito da. Como entender e Aplicar a Nova LDBEN. SP, Pioneira Educ., 1997. 1ª Edição. 212