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moncarrapacho, algarve
Vila Monte
RESORT
Perto da praia mas ao mesmo
tempo longe de tudo, no meio da
natureza, é um lugar povoado de
lendas de Mouras Encantadas, um
hotel de ar marroquino com um
restaurante de cozinha gourmet,
Spa, membro da Relais Chateaux
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D.R.
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Oliveiras, alfarrobeiras, figueiras, de
aspecto centenário, misturam-se
com palmeiras, ciprestes, chorões,
para dar sombra e descanso às
Confesso que estava renitente em voltar ao Algarve, uma região que não visitava há 15 anos, por achá-la, de ano para
ano, mais estragada, devastada por magotes de turismo de massas e por uma urbanização desenfreada. “Vais ver que é um
Algarve diferente o que vais conhecer!” – disse-me Miguel Júdice, presidente do Grupo Lágrimas Hotels & Emotions.
Fiquei convencida e resolvi então ir em direcção ao Sul. Perto da praia mas ao mesmo tempo longe de tudo, no meio da
natureza, é um lugar povoado de lendas de Mouras Encantadas, um hotel de ar marroquino com um
restaurante de cozinha gourmet, Spa, membro da Relais Chateaux.
A história do Vila Monte começou há 20 anos, quando um alemão de nome Adolf comprou por aqui uma casa.
Com o tempo começou a adquirir as casas ao lado para poder receber os amigos. Um dia resolveu transformá-las num
hotel que, há 4 anos, foi comprado pelo grupo Lágrimas Hotels & Emotions. Mudaram e reformaram tudo sob o cuidado da
arquitecta e decoradora Cristina Santos Silva. Objectos foram trazidos de Marrakech dando-lhe um ar mágico e exótico.
Estava um dia lindo quando ali cheguei. O ar é puro, puríssimo, e cheirava a campo. O check in é feito num edifício central,
o Souk, onde funciona a Recepção que é, ao mesmo tempo, uma enorme sala onde funciona também um bar com uma lareira
de chaminé alta, ao centro, num tom azul Marjorelle. Acompanham-me de seguida até ao quarto, a suite Sultão, que fica no
Riad. O edifício, por fora, mais parece uma casa no meio da Toscana. Entro pela porta imensa de madeira, aberta em duas, de
dimensões de portão. Um pátio com uma fonte no centro onde água murmura e buganvílias roxas trepando pelas paredes me
trazem lembranças das casas do norte de África. O Riad tem 19 quartos (1 suite, 4 superiores e 14 standards), todos a convergirem
para o pátio interior. Além do Riad, existe ainda a Vila Índigo, com 5 quartos (1 suite, 2 superiores e 2 standards), numa mistura
de art decô com um tom hollywoodesco; a Orangerie, com 25 suites (1 master suite, 16 suites superiores e 8 junior suites), todas
voltadas para o pomar de laranjeiras com varandas para as traseiras – é aqui que fica a Suite Vizir, a mais imponente do hotel; e
o edifício Kasbah, onde se encontra o Spa, com 5 quartos (2 suites e 3 standards). O resort possui um campo de Pitch & Put
com 3 buracos, um driving range, diversos putting green e um campo de ténis de relva sintética.
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espreguiçadeiras que se espalham
em redor da tranquila piscina, e são
poiso ao sem fim de pássaros que
se ouvem chilrear
Desço para comer qualquer coisa leve na área da piscina
principal (há mais três espalhadas pelo hotel). Oliveiras,
alfarrobeiras, figueiras, de aspecto centenário, misturam-se
com palmeiras, ciprestes, chorões, para dar sombra e
descanso às espreguiçadeiras que se espalham em redor
da tranquila piscina, e são poiso ao sem fim de pássaros
que se ouvem chilrear. Fico-me por aqui, deixando
que a preguiça me invada, entre as árduas tarefas de um
mergulho na piscina, folhear um livro ou, simplesmente,
fechar os olhos e relaxar ao som da natureza.
A meio da tarde vou conhecer o Kasbah Spa. Escondido no
fundo do jardim, por entre muitas árvores, uma enorme
e trabalhada porta de madeira marroquina convida-nos a
entrar neste espaço que é uma evasão do corpo e espírito.
O ambiente e as cores são totalmente magrebinas. Tapetes,
pufes, mesas baixas, almofadas no chão, grandes lanternas.
Sou recebida por Heidy Gomez, a Spa Manager. Para lá
da entrada e da sala de repouso, as salas de tratamento e
um espaço mágico chamado de “Banho árabe”, a lembrar
os de Córdova ou Granada: uma piscina de água quente e
um Hammam fazem as delícias de quem ali se instala.
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otalmente envolvida pelo ambiente mágico do Spa, vejo a lista dos
tratamentos, que é imensa, desde massagens como a sugestiva e romântica
Amendoeiras em Flor (para dois) inspirada na lenda do amor do Rei IbnAlmudin e da Rainha Gilda, passando pela Quiromassagem, Relaxamento,
Pedras Quentes, Reflexologia, Drenagem Linfática, Ayurvédica, Reiki,
Tailandesa, shiatsu. Ou, ainda, uma série de tratamentos de rosto e corpo. A
minha paixão por tudo o que é árabe leva-me a escolher o Ritual de Sabão
Negro com Massagem Hidratante, numa viagem aos países do Norte de
África, aos vapores do Hammam, aos mistérios e aromas do Médio Oriente.
Começo pelo Banho Árabe, na pequena piscina com água a 30 graus. Um
espaço, por agora, só meu, todo feito de pequenos ladrilhos em tons azul. A
luz, ténue, salta de uma imensa lanterna colocada em cima da piscina, onde
apenas se ouve o gotejar suave da água a cair em baixo, na piscina.
De seguida, já no Hammam, é-me aplicado o savon noire pelo corpo.
Escondido no fundo do jardim, por
entre muitas árvores, uma enorme
e trabalhada porta de madeira
marroquina convida-nos a entrar
no spa, um espaço de verdadeira
evasão do corpo e espírito
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ico-me, languidamente, entre os vapores, durante 15 minutos. Já num dos gabinetes segue-se o envolvimento em rassoul (uma argila
vermelha marroquina misturada com um óleo da marca L’orientaliste e água de rosas). Enquanto relaxo envolta nesta mistela oriental,
fazem-me uma massagem facial e capilar. Depois de um duche, volto para uma massagem final com um óleo L’Orientaliste à minha
escolha. Flor-de-Laranjeira, claro! Quando acabo o tratamento, bebo um chá de menta, estiraçada nas almofadas espalhadas pelo chão da
sala de repouso. Saio do Spa, inebriada de odores, com o corpo a flutuar e a pele macia. O entardecer está magnífico, cheira a Algarve,
ao Algarve dos meus tempos de infância. Apenas se ouve o chilrear dos pássaros e o coachar das rãs.
Os dias, no Verão, são compridos. Ainda vou a tempo de acompanhar o anoitecer na imensa varanda do Restaurante. O
Orangerie, f ica no edifício com o mesmo nome. Um laranjal, de inspiração andaluza, conduz-nos até ao restaurante, ao fundo.
Lá dentro, candelabros enormes lembram os das mesquitas da Tunísia. Escolhemos uma mesa na imensa varanda e ficamos a desfrutar da noite
estrelada que começa a chegar, com o mar a adivinhar-se, lá ao fundo, e a serra algarvia, do outro lado. O conceito da “cozinha relais” é o de
aproveitar o ambiente em que se encontra hotel, a região, misturando depois, e concluindo numa gastronomia divina. Por aqui há alfarroba,
medronha, figueiras, laranjeiras, oliveiras. Faz-se azeite, secam-se figos, azeitonas britadas. Os produtos biológicos que se encontram na horta
do hotel são inúmeros: alecrim, medrões, salsa, hortelã, coentros, louro, amêndoas e laranjas, claro. A laranja tem que estar sempre presente,
por ser um produto local e pelo restaurante levar o nome de Orangerie. A cozinha é sazonal, e o hotel vai absorvendo tudo o que o campo
lhe dá. O Chef costuma explorar, normalmente, um ou dois produtos por ano nos seus delírios gastronómicos. Estamos no ano da alfarroba!
E, com ela, são feitos inúmeros pratos. Fora disso, o peixe fresco vem do mercado de Olhão, o marisco da Ria Formosa, o mel da Serra de
Monchique... O jantar é divino! Pela mesa passam vários tipo de sabores inesquecíveis, em pratos como camarão confitado com laranja do sul
com puré de cenoura algarvia; Crème de griseles; tornedó de vitela com legumes grelhados e molho de amêndoa amarga; Parfait de figo com
gelado de cardamomo e leite de soja... não falando do Amuse Bouche, dos Petit Fours e da variedade de pão feito na hora.
Quando volto para o quarto, encontro na mesa de cabeceira um papelinho a desejar-me bons sonhos e a previsão do tempo para o dia
seguinte: “Sol, Temperatura Máxima 27.º C”. Adormeço a pensar que, amanhã pela manhã, darei um pulo a Tavira, um mergulho na Praia
do Barril, mas que depressa voltarei para este oásis de tranquilidade para desfrutar da calma, da gastronomia, e das deliciosas massagens com
aromas a Flor-de-laranjeira, Jasmin ou Rosa do Atlas. E que não me posso esquecer de ligar ao Miguel Júdice e dar-lhe razão: estou sem
dúvida num Algarve diferente. Um Algarve a que apetece voltar.
Sítio dos Caliços, Moncarapacho, Algarve, Portugal · Tel. + 351 289790 790 · www.vilamonte.com · www.relaischateaux.com · O Vila Monte faz parte da cadeia
Relais Chateaux e fica a cerca de 25 Km do Aeroporto de Faro e a 10 minutos de carro de Tavira · A HS agradece a colaboração do Vila Monte Resort
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