Oficinas de Ecologia Sonora

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Oficinas de Ecologia Sonora
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Projeto Caminhos Sonoros
Encontros com professores da rede municipal de ensino de Mairiporã
Dias 21, 28 de março e 04 de abril
Ecologia Acústica
Profs. Marisa Fonterrada
e Moacir Carnelós
EMENTA – Neste curso, realizado com professores da rede municipal de Mairiporã
durante 3 encontros de 4 horas cada, pretende-se aproximar os professores das questões
ligadas à Ecologia e à sustentabilidade, pelo viés da Ecologia Acústica, de modo que eles
possam acompanhar e apoiar o que será desenvolvido com alunos a partir de abril de
2011.
Com isso, pretende-se que eles sejam nossos parceiros nas atividades a serem
desenvolvidas em escolas de Mairiporã, com crianças que estudam na rede pública, tal
como descrito no projeto Caminhos Sonoros.
No que se refere especificamente à Ecologia Acústica, seu principal objetivo é a
conscientização de todos os envolvidos – alunos e professores – de que habitamos um
mundo sonoro e que os sons que nos rodeiam têm significados. Haverá momentos
dedicados à teoria e reflexão, aliado a outros, em que a prática predominará, e nos quais
serão desenvolvidos trabalhos de oficinas de escuta e criação sonoro-musicais.
Complementando as atividades, serão apresentadas músicas de locais e épocas
variadas, como exercício de sensibilização musical.
Conteúdos
Nos Encontros, serão desenvolvidos os seguintes conteúdos:
A paisagem sonora. O indivíduo e o som; o som da comunidade; eu produzo sons; eu
escuto. Nós produzimos e escutamos sons. A percepção do lugar. O lugar como território.
A evolução tecnológica no lugar. A paisagem sonora de Mairiporã. Percepção sonora:
como escutar? O que escutamos? De que modo o som nos afeta? Memória sonora: os
sons da nossa história pessoal e coletiva. Os sons do espaço que habitamos ou no qual
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O mundo soa. Vamos ouvir?
Marisa Fonterrada
Moacir Carnelós
Escuta o mato crescer em paz,
Escuta o mato crescer
Escuta o mato
Escuta...
Borzeguim - Tom Jobim
O que faz um texto sobre som num livro que trata de ecologia e sustentabilidade?
Desde meados da década de 1970, a pesquisa realizada pelo compositor e educador
musical canadense R. Murray Schafer alertou o mundo para a necessidade de se tomar
consciência do que significam para a escuta as rápidas alterações ocorridas nos últimos
séculos. Desde a Revolução Industrial, dizia ele, quando as máquinas, a eletricidade, as
fábricas e a rápida urbanização trouxeram ao mundo um número enorme de novos sons,
rompeu-se o equilíbrio até então existente entre os seres vivos e o ambiente sonoro. Os
resultados de suas pesquisas foram apresentados em seu livro A afinação do mundo
(2001) e mostraram a urgente necessidade de se trabalhar a sensibilidade auditiva do ser
humano, para que este pudesse ter consciência das alterações pelas quais estava
passando a “paisagem sonora” mundial e, assim, contribuir para a melhoria de sua
qualidade.
A proposta de voltarmos nossa atenção para o som ambiental e sua relação com a
vida é muito próxima de outras, na área de Ecologia – a relação entre os seres vivos e o
meio ambiente – e, por esse motivo, ocupa um importante lugar nesta coletânea e discute
o espaço da ecologia acústica e da sensibilização auditiva, para a construção coletiva
de um mundo melhor. Por essa razão, este texto, ao mesmo tempo, informa e convida: o
mundo soa. Vamos ouvir?
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1. Som e escuta
Tudo no mundo está em movimento. E tudo que se move vibra o ar. O mundo vibra
e nós, em qualquer lugar que estejamos, intencionalmente ou não, podemos captar essa
vibração. Quando as vibrações se situam entre 20 e 20.000 ciclos por segundo, nossas
orelhas as percebem como som.
Como o mundo soa o tempo todo, é impossível ficar em absoluto silêncio. Habitar
um mundo sonoro é nossa condição perene, mas os sons estão tão arraigados à nossa
vida que mal nos damos conta deles. Não lhes dispensamos muita atenção. Apesar disso,
os sons sempre presentes criam, em cada lugar, uma paisagem – a paisagem sonora,
que é o resultado da soma de todos os sons em cada espaço. Como os espaços diferem
entre si, cada paisagem sonora é singular e soa de modo peculiar, diferente de qualquer
outra.
Será que conhecemos bem a paisagem sonora do lugar que habitamos? Ou no
qual trabalhamos? Provavelmente, não, pois não estamos habituados a escutá-la com
cuidado. Então, é hora de perguntar:
– Como é a paisagem sonora da minha rua? Do meu bairro? Da minha casa?
Exercício – Agora, você está sendo convidado a ouvir e a tomar contato com a
paisagem sonora do lugar em que estiver. Fique numa posição confortável. Feche os
olhos e faça silêncio. Aquiete a mente; respire fundo e pausadamente, enquanto se
prepara para ouvir. Não faça mais nada – simplesmente, ouça. Dirija sua atenção aos
sons. Intensamente, com cuidado, ouça tudo que está soando à sua volta. Anote
mentalmente o que está ouvindo. Se estiver compartilhando este exercício com outras
pessoas, quando terminarem, conversem sobre o que ouviram. Dividam a experiência.
Vocês perceberão que a escuta não é igual para todos; cada pessoa ouve de um jeito.
2. Reconhecendo diferenças e peculiaridades
Depois de observar que o mundo esta cheio de sons, vamos perceber como são,
pois eles diferem muito entre si. Podem ser graves como o apito de um navio, ou agudos
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como o canto de passarinhos. Quem determina se o som é grave ou agudo é a
quantidade vibrações que ocorre em um corpo sonoro, que pode ser um objeto, um
instrumento, uma pessoa, um animal... O número de vibrações por segundo determina a
freqüência do som. Os sons podem, também, ser curtos como uma pancada seca; ou
longos como o ronco de um motor. Nesse caso, estamos falando de duração. E podem
ser fortes como o estrondo do trovão, ou fracos como o som dos dedos roçando uma
folha de papel. Essas qualidades são classificadas como intensidade. Além dessas
propriedades, os sons têm outra, que nos permite saber a sua origem, mesmo sem ver o
objeto, ser vivo ou fenômeno que o produz e é conhecida como timbre, que pode ser
reconhecido como “a cara do som”. Quando, ao atender ao telefone, você reconhece
quem ligou pelo som da voz que lhe chega à orelha, é o timbre que lhe dá a informação.
Também, quando ao ouvir um CD, sabe que instrumentos estão tocando, é o timbre que o
faz reconhecê-los.
Alguns sons são constantes na paisagem – nunca param de soar. O som dos
pneus dos carros numa avenida movimentada parece nunca se acabar. E há outros que
surgem de repente e logo se vão, como os aviões que passam sobre a nossa cabeça e
desaparecem no céu. Há também os sons intermitentes, que soam, se interrompem e
recomeçam. Um bom exemplo é o do motor da geladeira, do qual só nos damos conta,
quando se interrompe, de tão acostumados que estamos com ele. E há, ainda os sons
que se repetem monotonamente, como o da goteira, ou do pingo d´água.
Cada ambiente tem seus próprios sons característicos, que funcionam como
verdadeiras assinaturas sonoras. Eles dependem das pessoas e de seus hábitos de vida,
da paisagem natural, das construções, dos meios de transportes,
do clima, dos tipos de trabalho realizados no local, dos hábitos da população.
Exercício – Vamos novamente escutar sons do ambiente. Só que agora, vamos pensar
em como eles se apresentam a nós: fortes, fracos, graves, agudos, curtos, longos.
Vamos, também, identificar quem ou o que os produz, somente ouvindo e os
reconhecendo pelo timbre. E, também, perceber se os sons são contínuos na paisagem,
se ocorrem apenas algumas vezes durante o tempo da escuta, se são intermitentes, isto
é, se vêm e vão, ou se soam monotonamente. Se estiver fazendo o exercício com mais
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alguém, compartilhem a experiência de escuta.
3. Outras características do som
Além de os sons serem diferentes entre si, a paisagem sonora não é constante. Ela
está em contínua transformação, porque os sons que a compõem vêm e vão. Nessa
movimentação, podemos perceber que algumas transformações são cíclicas, isto é, são
próprias de um determinado tempo, mas não de outro. Elas se modificam à medida que o
tempo passa, para retornar depois, interrompendo e reiniciando o ciclo.
Os sons da noite diferem dos sons do dia. Num lago, às primeiras horas da manhã,
predominam os sons de pássaros e aves aquáticas. Numa tarde de verão, o predomínio é
das cigarras nas árvores que o circundam. E à noite, o mesmo lago soa diferente, pois os
pássaros e as cigarras se calam e cedem espaço a criaturas noturnas; é a hora dos
sapos, grilos e corujas. A cada momento, o mesmo lago apresenta diferentes paisagens
sonoras. A cidade é barulhenta quando o dia nasce e as pessoas vão para o trabalho ou a
escola. Depois, o seu som diminui, ou cede lugar a outros sons, até que tudo recomeça
ao final do dia, quando todos voltam pra casa...
Há outros sons que são eventuais, quando entram de repente na paisagem sonora
e não se repetem mais. Um estouro, uma brecada súbita, por exemplo, podem ilustrar
essa categoria.
Embora sempre presentes, os sons não são constantes; modificam-se de acordo
com a hora, a estação do ano ou os dias da semana. Desse modo, servem como
indicadores do tempo e do espaço. Alguém atento, ao ouvir os sons do ambiente, pode
obter muitas informações acerca do local: o burburinho de uma feira livre, o movimento de
entrada e saída dos alunos de uma escola, o som mais ou menos intenso do tráfego, os
cantos e orações em uma igreja nos indicam o dia da semana, as horas, ou que é dia da
festa do padroeiro.
As alterações da paisagem sonora dependem dos hábitos de quem habita o lugar.
Mas há outros fatores que causam mudanças. Podem ser, por exemplo, os fenômenos
naturais, como a chuva ou o vento, ou máquinas que operam num período do dia e não
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em outro. Cada som que se inicia ou pára de soar provoca mudanças na paisagem
sonora. Por esse motivo, ela é perene, mas está em constante mutação. Será que nos
damos conta dessas mudanças? Conseguimos percebê-las?
Exercício – Escute os sons do seu ambiente. Perceba se eles se modificam no
decorrer do tempo, ou se as transformações ocorrem num determinado período do dia, ou
em certo dia da semana. Isso o ajudará a ter consciência da paisagem sonora do
ambiente em que está e a se familiarizar com ela. Habitue-se a conversar sobre isso com
outras pessoas de suas relações. Isso ajuda a trazer para a consciência os sons, como
são percebidos por nós e o lugar que ocupam na paisagem sonora.
4. Como o som nos afeta?
Agora que você está familiarizado com a paisagem sonora do ambiente em que
passa grande parte do seu tempo, pense em como ela o afeta. Será que os sons que
você escuta o incomodam? Irritam? O deixam tenso? Ou lhe trazem emoções positivas,
de alegria, relaxamento, boas lembranças?
Em primeiro lugar, vamos falar dos sons que nos desagradam ou nos fazem mal,
mesmo que não tenhamos consciência disso, pois não é preciso estar consciente de um
som para que ele nos provoque emoções negativas ou mesmo danos à saúde. Mesmo
sem se dar conta de que um determinado som o incomoda, o corpo reage e essas
reações são as mais variadas: elevação da pressão arterial, aumento do estresse,
cansaço, impaciência, indisposição para o diálogo, insônia, ou mesmo, surdez.
Diferentemente do estímulo visual, que se pode evitar apenas fechando os olhos
ou desviando o olhar de uma cena indesejada, o estímulo auditivo ultrapassa barreiras e
penetra em nosso espaço sem pedir licença. Então, é importante que se aprenda a ouvir
melhor os sons que nos rodeiam para nos prepararmos para aceitá-los ou rejeitá-los,
acolhendo-os, saindo de perto, ou mesmo, eliminando-os de nossas vidas.
A grande questão é: se o ambiente em que vive provoca em você sensações de
desconforto, o que pode fazer? É possível interferir na paisagem sonora? Eliminar um
som indesejado?
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Preste atenção nos sons que você produz. Está contente com eles? Existe algum
de que não goste? Você poderia alterá-lo ou eliminá-lo? Isso, muitas vezes, é possível,
mas há sons que não se consegue suprimir, pois isso não depende da vontade ou de
decisões individuais. Nesse caso, alguns recursos podem ajudar a diminuir seus efeitos
no ambiente: janelas e portas à prova de sons, revestimento de paredes e chão com
materiais isolantes. Há, também, aparelhos que diminuem a propagação de sons, ou a
reverberação. Se você enfrenta uma situação semelhante, procure se informar.
Exercício – fique em silêncio, observe os sons e o que provocam em você. Será
que consegue relacionar reações semelhantes às acima descritas por algum som do seu
ambiente?
Identifique em seu entorno um som que o incomode. Se ele for provocado por
alguém em especial, procure-o. Converse com essa pessoa; explique a ela o seu mal
estar. Vocês podem encontrar soluções a partir do diálogo: alternância de horários,
diminuição de volume, etc..
Faça uma ação positiva: retire um som indesejado de seu ambiente.
5. Influência do som no bem estar de indivíduos e comunidades.
Não são apenas os aspectos negativos que predominam na paisagem sonora. Sua
influência no bem-estar dos indivíduos e comunidades não pode ser subestimada. Do
mesmo modo que pode provocar sensações desagradáveis, o som é capaz, também, de
trazer prazer e emocionar. Alguns sons têm um poder especial de nos provocar
sensações positivas, referentes a algum lugar ou alguém de que gostamos
especialmente.
É importante aprender a ouvir e identificar os sons que nos fazem bem; para isso, é
preciso ficar atento ao ambiente sonoro que nos cerca. E perguntar: o que tal som
provoca em mim? Gosto dele ou não? Eu o quero por perto?
A paisagem sonora é produto de um conjunto de fatores e os sons que a compõem
são provocados pelos seres e pelas coisas que estão naquele lugar. Sendo assim, é
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preciso tomar consciência de que somos todos co-responsáveis pela paisagem sonora de
cada lugar. Com certeza, não se pode moldar todos os sons do ambiente ao bel prazer,
mas pode-se contribuir para a beleza do ambiente acústico, introduzindo nele sons que
possam nos trazer bem-estar.
Exercício – Identifique os sons de seu entorno que lhe causam emoções e
sensações positivas, sons de que gosta, que o deixam animado, isto é, cheio de vida. É
preciso cultivar esses sons, dar espaço para eles.
Em silêncio, procure locais, em seu trajeto cotidiano, que provoquem em você
sensações agradáveis, de conforto, bem-estar, repouso.
Faça uma ação positiva: introduza em sua vida um som agradável.
6. Memória sonora
Desde o nascimento tomamos contato com os sons do nosso entorno. Por isso ele
é tão importante, pois nos dá as primeiras referências sonoras do espaço que habitamos.
O otorrinolaringologista francês Dr. Alfred Tomatis, especialista em questões ligadas à
escuta, informa que o feto começa a ouvir sons do ambiente aos 4 meses e meio de
gestação. Esses sons são transmitidos ao feto pelo líquido amniótico. Depois do
nascimento, quando a audição passa do meio aquático para o aéreo, o bebê continua a
ouvir os sons ambientais e isso o vai ajudando a compor o seu ambiente, que, aos
poucos, vai se tornando familiar. Assim, são construídas as referências auditivas do ser
humano que, junto a outros canais de percepção, ajudam a modelar o seu sentido de
pertencimento a um lugar. Os sons ouvidos na infância têm fortes significados, pois
ajudam a construir o mundo do recém-nascido e durante toda a vida permanecem na
mente da pessoa, mesmo que não conscientes.
Qualquer pessoa, com um pouco de esforço, pode se lembrar dos sons de sua
infância: a passagem do trem em determinadas horas, os sons da chuva no telhado, a voz
da mãe que cantava para que os filhos adormecessem. Essas lembranças fazem parte da
história de vida de todos nós; por essa razão, a escuta de sons que estiveram presentes
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nas experiências auditivas de cada um tem o poder de evocar as mesmas sensações
sentidas na infância.
Exercício – agora um exercício de memória. Coloque-se numa posição
confortável, em silêncio. Feche os olhos e tente lembrar-se dos sons que compunham a
paisagem sonora do seu ambiente, na infância. Algumas perguntas podem ajudar: quais
são os primeiros sons de que se lembra em sua vida? Que tipo de emoções esses sons
provocavam em você? Alegria? Medo? Conforto? Registre mentalmente suas lembranças.
Se estiver com outras pessoas, compartilhe com elas a experiência.
Agora, pense nesses sons. Eram produzidos por animais ou fenômenos da
natureza? Por máquinas? Tinham ligação com alguém de sua família que é ou era
importante para você? Há alguma música nessas lembranças? Ao ouvi-la hoje, que tipo
de emoção ela desperta em você?
7. Mudanças da paisagem sonora no decorrer da história
Além das modificações sonoras que você pode identificar nos ambientes que
freqüenta, pense agora nas grandes transformações ocorridas no decorrer da história. A
cada mudança nos hábitos de uma sociedade corresponde uma alteração na paisagem
sonora.
Na pré-história e na Antiguidade predominavam os sons naturais. Os produzidos
pelos seres humanos estavam em equilíbrio com os sons da natureza e a vida da
comunidade se pautava pelas informações dadas por esses sons. E é assim que ocorre
ainda hoje, nas sociedades orais e nas pequenas comunidades, onde os sons da
natureza e os produzidos pelos habitantes estão em equilíbrio.
Durante o processo civilizatório, gradativamente, esse equilíbrio foi se perdendo.
Com a mudança do homem do meio rural para as cidades, outros sons foram se
incorporando à vida. Os sons naturais perderam espaço para os sons humanos e os
produzidos por máquinas: cascos de cavalos nos pisos de pedra, armas brancas,
seguidas, mais tarde, por armas de fogo, sinos de igreja, máquinas tomaram conta do
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ambiente e introduziram novos sons à paisagem sonora.
Desde o final do século XIX e no século XX, com a industrialização, a invenção de
motores e a eletricidade, a intensidade da paisagem sonora aumentou muito. Foi a
primeira vez na história em que se constatou desequilíbrio no ambiente sonoro, pelo
predomínio dos sons de máquinas sobre os naturais e humanos. Esse desequilíbrio,
desde então, embora não tenha surgido somente agora, passou a caracterizar a
paisagem sonora da atualidade, pela intensidade que assumiu nesse período, levando à
poluição sonora.
A legislação existente a respeito do som ambiental só contempla o excesso de
volume. Por isso, ela restringe a intensidade sonora em locais onde o silêncio é requerido,
como perto de hospitais, por exemplo, ou em horários em que o som possa incomodar ou
prejudicar o descanso da população. Mas ela não trata de outras particularidades do som,
que podem causar desconforto como, por exemplo, os sons repetitivos que, mesmo que
de baixa intensidade, podem tornar-se muito irritantes. E também não se refere aos que
podem trazer conforto, relaxamento ou alegria, que deveriam, por isso, ser estimulados.
Hoje, as paisagens sonoras estão perdendo suas peculiaridades e se parecem
umas com as outras, pelo fato de a homogeneização dos hábitos e a cultura de massa
predominarem. Os sons naturais e da cultura local, como a língua, por exemplo, são os
que permanecem peculiares, mas ainda proliferam os sons que marcam um processo
civilizatório de caráter universal, tais como os do tráfego, de motores, a música
transmitida pelos meios de comunicação, entre outros.
Exercício – Procure fotos ou pinturas que reproduzam diferentes paisagens.
Imagine como elas devem soar. Procure comparar paisagens de diferentes épocas e
espaços, atentando para as diferenças que provocam na sonoridade desse espaço. Esse
é um bom exercício de imaginação.
Converse com pessoas de diferentes idades e tente colecionar os relatos dos sons
que marcaram suas vidas. Será interessante compará-los e verificar, pelo depoimento das
pessoas ouvidas, como o mundo se transformou e como os sons podem dar testemunho
dessas transformações.
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8. Mudanças da paisagem sonora no espaço
As alterações da paisagem sonora em diferentes espaços é facilmente atestada ao
se comparar diferentes culturas. As peculiaridades de cada lugar – vegetação, condições
climáticas, fauna, flora, língua, cultura local – determinam os sons do ambiente. Uma das
maneiras mais evidentes de se comprovar essa diversidade é ouvir a música de
diferentes povos e culturas. Como na sociedade de massa a tendência à uniformização
afeta, também, a música, que tende a não se diferenciar mais grandemente de país a país
ou, mesmo, de um local para o outro, o melhor testemunho dessa diversidade vem da
chamada música étnica.
A música étnica é aquela praticada por diferentes povos. Ela é uma fonte de
possibilidades de compreensão, não apenas de si mesma, mas da cultura de cada lugar.
Em geral, não é dissociada da vida, mas acompanha e pontua os acontecimentos
cotidianos e especiais, assim como suporta crenças e rituais, lendas, mitos e celebrações.
A música étnica raramente ocorre como manifestação isolada, mas se alia ao movimento,
à dança, ao uso de máscaras, a roupas especiais, pinturas corporais e adereços. Ela está
presente em cada situação da comunidade – no nascimento, na morte, no plantio, na
colheita, na caça, na pesca, na guerra, nas celebrações de paz. Para aprofundar o
conhecimento dessa temática, recomenda-se a leitura do livro Outras terras, outros sons,
cujas autoras, Berenice Almeida e Magda Pucci (2003), dedicam um bom espaço à
explicação do conceito de música étnica. O livro é acompanhado por um CD que inclui
exemplos da música de várias etnias.
Exercício – Dedique-se à escuta de música de diferentes povos e descubra quão
variadas podem ser as manifestações artísticas dessas culturas e de que modo refletem o
espaço onde se situam. Hoje é possível baixar na internet muitos exemplos interessantes
e, assim, ampliar a experiência de escuta de outras culturas e verificar sua diversidade.
9. Silêncio.
Até agora, falamos de som, mas não falamos de silêncio. Por um lado, podemos
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dizer que o silêncio é o oposto do som, a ausência da vibração. Quando o corpo sonoro
não está em vibração, não produz som. Mas, como tudo está perenemente em
movimento, vibrando, a sua falta significa morte. Então, silêncio é morte e se opõe ao
som, que é vida.
Essa é uma possibilidade de interpretação do silêncio, mas há outras; na vida
acelerada que vivemos, há excesso de informação sonora. Um ruído constante cansa,
produz estresse e traz a necessidade de repouso do sistema auditivo e da mente. Nesse
caso, o silêncio atua como um repositor de energias e, portanto, de vida.
E há, ainda, outro aspecto do silêncio: sua faculdade de se compor com o som
para produzir determinados efeitos. Na fala e na música, o silêncio age em conjunto com
o som e o separa, pontua e carrega expressão. Há uma sequência constituída de sons e
silêncios intercalados. Os silêncios são pausas e contêm a expressão; as pausas
expressivas trazem consigo muitos significados. Na fala, o silêncio expressa coisas não
ditas. Nesse caso, se não ressoa no ar, ressoa na alma. Bate fundo.
Na música, o silêncio também atua com os sons e organiza as durações,
articulando o ritmo; desse modo, traz “balanço”, provoca interesse, faz cesuras, desvela
expressões e, como na fala, ressoa na alma. O silêncio equilibra, ajuda a organizar,
ordena, expressa. Alivia tensões e quando assim faz, é agente de paz.
Mas nem todos sentem paz com o silêncio e se incomodam com o barulho;
algumas pessoas, não obstante o que foi dito, sentem-se adaptadas ao ruído ambiental e
não o percebem como um peso. Ao serem expostas ao silêncio, podem sentir
desconforto. Por que isso acontece? O silêncio nos expõe a nós mesmos, experiência
que, às vezes, assusta. Mas, se conseguirmos enfrentar o desconforto inicial, logo nos
daremos conta de que a experiência do silêncio é positiva; livra a mente de excessos,
ajuda a trazer equilíbrio, paz, organização. Fazer orações, meditar, relaxar, preparar-se
para dormir, são atividades mais bem realizadas em silêncio.
Exercício – Busque locais silenciosos. Procure perceber as sensações que esse
lugar lhe provoca. Fique quieto por alguns momentos. Anote mentalmente que sensações
o silêncio traz a você.
Organize sozinho ou com amigos um passeio sonoro. Escolha um lugar silencioso.
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Durante o passeio, não conversem e tentem não produzir sons ao andar. Se houver mais
pessoas, procurem manter uma distância razoável entre si, de modo a não ouvir passos
ou ruídos de outras pessoas do grupo. Prestem atenção no que escutam no ambiente. Ao
voltar, troquem impressões e informações.
10. O som e seu significado em textos, poemas e canções
Neste segmento, foram registrados fragmentos de textos em prosa e verso de
compositores e poetas brasileiros que se referem a sons em suas produções artísticas.
Esses sons retratam aspectos da natureza, refletem sentimentos, relatam situações,
registram hábitos da comunidade, fazem crítica social. Os textos escolhidos foram criados
por poetas sensíveis, de escuta aguçada. Ao examiná-los, podemos perceber que
refletem a época em que foram escrito e o interesse e o estado de espírito de quem
escreve.
No primeiro exemplo a relação com a natureza é romantizada, ao se conferir a um
fenômeno natural um atributo humano. Nele, o vento fala e conta histórias:
E o vento que fala nas folhas
Contando as histórias
Que são de ninguém
Dindi - Tom Jobim e Aloysio de Oliveira
1959
No segundo exemplo, a cigarra, eterna cantadora, considera seu canto fonte de
felicidade:
Sou feliz cigarra cantadeira,
canto a vida, canto a luz,
pois quem canta, canta a vida inteira,
faz os sonhos mais azuis.
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Cantiga da cigarra A cigarra e a formiga – Braguinha
s.d.
Também mostrando sons naturais, o poeta se abre para a onomatopéia e ouve
frases e histórias no cantar dos sapos, atribuindo significado lingüístico ao coaxar.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Os sapos – Manuel Bandeira
1918
Como Bandeira, Manoel de Barros mostra sua afinidade de poeta com os sons da
natureza:
“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas - é de poesia que estão
falando”.
Concerto a céu aberto para solos de ave
1991
Em seguida, mais um exemplo de evocação de sons naturais, em que o autor retrata
o nascer do dia, através de seus sentidos: sensações tácteis (caminhar a pé), visuais (no
escurinho, antes do romper da aurora), auditivas (ouvindo pássaros “de ouvir sem se
ver”). É o conhecimento do mundo que chega ao poeta pela sua sensibilidade.
“Anda que levantei, a pé caminhei em redor do arrancho, antes do
romper das horas d’alva. Saí no grande orvalho. Só os pássaros,
pássaro de se ouvir sem se ver.”
Grande Sertão: Veredas – João Guimarães Rosa
1956
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Na canção apresentada a seguir, os sons são ouvidos como música e têm função
de arauto, ao anunciar a chegada e o final do dia.
Tem alvorada,
Tem passarada
Ao alvorecer
Sinfonia de pardais
Anunciando
O anoitecer
Ave Maria no Morro – Herivelto Martins
1943
Os pardais são novamente evocados em outra música, que traz cenas da cidade
de São Paulo:
Ponto Chic, madrugadas tão vazias
E uma média com pão
Ao som dos pardais
Com samba do Adoniram.
Ao contrário do exemplo de Herivelto, em que os pardais anunciam o anoitecer, estes
alertam para o nascer do dia; são arautos da mudança de luz – do dia para a noite, da
noite para o dia.
Na mesma música, o bucólico amanhecer paulista retratado acima, regado a média
com pão, samba e canto de pardais ao fundo, tem como contraponto
... as sirenes tão fatais
Que a cidade tem demais
Documentário –
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Claudio Carina, Carlos Takaoka, Sergio Lopes
1983.
Nessa canção, a relação com os sons não é a mesma dos primeiros exemplos, que
revelavam um sabor nostálgico de natureza. Agora, embora esse sabor ainda esteja
preservado na cena que evoca sons de pássaros e a música do sambista, já se introduz a
angústia das sirenes, anunciadoras da insegurança, do desespero da vida urbana.
O próximo exemplo evoca o som de sinos.
Sino que tange com mágoa dorida
Recordando sonhos da aurora da vida
Ave Maria - Erothides de Campos
1924
Historicamente, os sinos tiveram grande relevância na vida das comunidades, pois
desempenhavam funções importantes, pontuando a vida cotidiana, ao anunciar funções
religiosas ou fatos ocorridos no local. Neste caso, o som dos sinos atua diretamente na
memória do autor; seu badalar, nostalgicamente, traz de volta o passado, recordando um
tempo feliz.
Em seguida, outra música que evoca o tempo passado, desta vez, sem nostalgia,
mas com humor e alegria:
Todo domingo
Havia banda
No coreto do jardim
E já de longe
A gente ouvia
A tuba do Serafim
Mas houve um dia
Que entrou um gato
Na tuba do Serafim
E o resultado
Desta “melodia”
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Foi que a tuba cantou assim.
Tem gato na tuba - Braguinha e Alberto Ribeiro
1948
Além do humor contido na descrição da entrada de um gato na tuba, a música
exerce o papel de crônica social, relatando uma situação urbana do início e meados do
século XX, quando a população das cidades tinha por hábito ir à praça, para ouvir a
banda tocar nos finais de semana.
No próximo exemplo, o mundo de um morador de rua é trazido à tona, por suas
percepções:
Meu cortinado é o vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
Que o salário ainda não viu.
O orvalho vem caindo - Noel Rosa e Kid Pepe
1933
Aqui, há três coisas a se destacar:
- a situação do morador de rua, poeticamente vista por ele mesmo;
- o sinal sonoro dado pelo apito do guarda, que atua como despertador;
- a crítica sócio-política, presente na referência do autor ao salário não pago ao
guarda, que o coloca, embora empregado, na mesma condição do desempregado que
mora na rua.
No próximo texto, o som está relacionado ao trabalho e marca o início e o final da
jornada:
Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos
Eu me lembro de você.
Três apitos - Noel Rosa e Orestes Barbosa
1933
Neste caso, o som também é sinal: as fábricas costumavam apitar em horas certas,
indicando o horário de entrada, do almoço e da saída dos trabalhadores, ao final do
expediente. Provavelmente, a amada do protagonista é a operária que tem a vida
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regulada pelos apitos da fábrica, os quais, também, são sinais para ele pois, ao ouvi-los,
já sabe que vai vê-la passar.
Na próxima música, de época posterior, a cena cotidiana é bem mais tensa e evoca
as dificuldades da vida na cidade grande:
O dia subiu sobre a cidade
Que acorda e se põe em movimento
Um despertador bem barulhento
Badala bem dentro ao meu ouvido
...
Dias de Santos e Silvas – Luiz Gonzaga Junior
1981
E o próximo texto mostra o progresso e o desenvolvimento, tão buscados na
contemporaneidade, e as perdas que provocam. O silêncio sumiu, afogado em barulho...
Antes de existir computador existia tevê
antes de existir tevê existia luz elétrica
antes de existir luz elétrica existia bicicleta
antes de existir bicicleta existia enciclopédia
antes de existir enciclopédia existia alfabeto
antes de existir alfabeto existia a voz
antes de existir a voz existia o silêncio
...
O silêncio – Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes
1996
Além da evocação da natureza, do registro dos sons da cidade, com suas
máquinas e objetos barulhentos, das sensações que provocam, há, também, no
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cancioneiro brasileiro, exemplos que dão destaque especial à voz humana e à
importância de cantar.
Eu quero apenas olhar os campos
Eu quero apenas cantar meu canto
Eu só não quero cantar sozinho
Eu quero um coro de passarinhos,
quero levar o meu canto amigo
a qualquer amigo que precisar...
Eu quero apenas... Roberto Carlos
1974
E também:
Não precisa de dinheiro para ouvir meu canto
Sou canário do reino, canto em qualquer lugar;
Em qualquer rua, de qualquer cidade,
Em qualquer praça de qualquer país,
Levo meu canto puro e verdadeiro
Eu quero que o mundo inteiro se sinta feliz.
Canário do Reino - Carvalho/Zapata
1972
Nos dois exemplos, o canto humano é dotado de poder, razão pela qual é capaz de
trazer ajuda a quem precisa [quero levar o meu canto amigo a qualquer amigo que
precisar] e tornar as pessoas felizes: [levo meu canto puro e verdadeiro, quero que o
mundo inteiro se sinta feliz].
Além disso, ambos evocam o cantar dos pássaros, como ideal de canto, como se
vê em “eu quero um coro de passarinhos” e “sou canário do reino”. Parece que o
esgotamento provocado pelos sons intensos da cidade evoca novamente a natureza, com
a metáfora da voz de pássaros.
Esse esgotamento também se mostra no último exemplo, em que Tom Jobim,
com os ouvidos cansados dos sons da cidade, retorna à natureza e, simplesmente, nos
convida a escutar:
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Escuta o mato crescer em paz,
Escuta o mato crescer
Escuta o mato
Escuta!
Borzeguim - Tom Jobim
1981
Exercício - Procure mais exemplos de músicos e poetas que ouvem seu ambiente
e o expressam com propriedade em seus poemas e letras de música. Procure perceber
que importância ou significados o autor atribui a esses sons.
Exercite sua capacidade de expressão. Crie sons com sua voz, corpo ou com objetos
cujos sons você considera interessantes. Crie, também, pequenos textos em prosa ou
verso, em que o som esteja presente. Tente identificar a função que desempenha.
Fazendo isso, você está se tornando mais sensível aos sons de seu ambiente e, assim,
pode contribuir decisivamente palra a melhoria da paisagem sonora, que ecoará a vida
saudável que a consciência ecológica proporciona.
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Referências Bibliográficas
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Phonodisc/Continental, 1988.
Marisa Trench de O. Fonterrada – Professora Livre Docente em Técnicas de
Musicalização pela UNESP, Doutora em Antropologia e Mestre em Psicologia da
Educação (PUICSP, Universidade McGill – Canadá). Bacharel em Mùsica pelo Instituto
Musical de São Paulo. Docente do Programa de Pós-graduação em Música do Instituto de
Artes da UNESP e Ex-Diretora do Instituto de Artes da UNESP. Coordenadora do Grupo
de Estudo e Pesquisa em Educação Musical – GEPEM Projeto “Educação Musical pela
Voz”, Projeto Permanente da Pró-Reitoria de Extensão da UNESP e Regente do Grupo
CantorIA.
Membro fundador de The World Forum for Acoustic Ecology – WFAE e do Fórum Latinoamericano de Educação Musical – FLADEM. e da ABECAM – Associação Brasileira de
Estudos Canadenses. Membro da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM e
de The Wolf Project, um projeto canadense de integração arte e natureza. Tem trabalhado
há muitos anos com o compositor e educador canadense R. Murray Schafer, de quem
traduziu vários livros. Autora de livros e artigos, entre os quais se destacam: De tramas e
fios – um ensaio sobre música e educação (2005, 2008), O lobo no labirinto – uma
incursão à obra de Murray Schafer (2004), Música e meio ambiente – a ecologia sonora
(2004). Tradutora de A afinação do mundo (São Paulo, ed. da UNESP, 2001), O ouvido
pensante (São Paulo: Ed. da UNESP, 1991/1996) e Educação Sonora (São Paulo:
Melhoramentos, no prelo) de Murray Schafer.
Moacir Carnelós Filho - Nascido em São Paulo no ano de 1968, vive e trabalha em
Mairiporã – SP. Mestre em Biotecnologia pela USP- SP, sua linha de pesquisa específica
é a Ecologia Acústica, compreendendo estudo da paisagem sonora como bio-indicador
ambiental. Trabalhou de 2002 a 2008 como consultor independente para a Petróleo
Brasileiro S.A. - Petrobras, na gestão de projetos de pesquisa e também na pesquisa de
monitoramento ambiental na Amazônia, baseado em sistemas robóticos autônomos. Foi
colaborador da produtora Silente de eventos musicais e multimeios. Professor convidado
no curso de Pós-Graduação em Arteterapia do
Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo. Professor na UMAPAZ (PMSP), no curso de
pós-graduação em Arte, Ecologia e Sustentabilidade.
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