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Rui Manuel Ferreira Encarte comercial da responsabilidade de «Página Exclusiva». Não pode ser vendido separadamente. Portugal Inovador Agosto I 3 Portugal Inovador Índice 11 Lisboa e Vale do Tejo (Região Oeste) 26 Ensino e Formação 45 Felgueiras 5 FCEL Excelência e rigor: receita prescrita para o sucesso 8 Thermoquímica Crescimento, inovação e melhoria contínua 12 Os Limas 56 Sabores tradicionais em mãos familiares 66 14 Transportes Florêncio & Silva Mediação Imobiliária Minho e Douro Litoral Pioneiros na distribuição EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE - Morada: Rua Augusto Lessa, nº 251 esc. 13 –4200 – 100 Porto * Telefones: 22 502 39 07 / 22 502 39 09 * Fax: 22 502 39 08 * Site: www.paginaexclusiva.pt * Email: [email protected] * Periodicidade: Mensal * Distribuição: Gratuita com o Jornal “ Público “ * Preço Unitário: 4€ / Assinatura Anual: 44€ ( 11 números ) Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios, e para quaisquer fins sem autorização do editor. A paginação é efetuada de acordo com os interesses editoriais e técnicos da Revista e o editor não se responsabiliza pelas inserções com erros ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. 4 I Agosto Portugal Inovador Rui Manuel Ferreira Excelência e rigor: receita prescrita para o sucesso Parceiros na vida e no trabaParceiros na vida e no trabalho, Eduardo Leite e Fernanda Castro, médicos dentistas, concluíram o curso no ano de 1988, altura em que a licenciatura em Medicina Dentária tinha os três primeiros anos comuns com a Faculdade de Medicina do Porto. Os últimos três anos eram então específicos na área da Medicina Dentária: “Saíamos da Faculdade cheios de vontade de trabalhar e o mercado era enorme”, refere Eduardo Leite. Quando decidiram montar a clínica, estes dois médicos dentistas comprometeram-se desde logo com o propósito de “apresentar as melhores condições possíveis de ambiente de trabalho e profissionais apostando em formação pós licenciatura e na melhor forma de potenciar as capacidades do seu trabalho”, Rui Manuel Ferreira É o diretor clínico da FCEL - Fernanda Castro & Eduardo Leite, que garante: “Não somos os melhores do mundo, mas trabalhamos para ser”. salienta Eduardo Leite. Com o decorrer dos anos e a crescente diferenciação em áreas específicas dentro da consulta de Medicina Dentária e das constantes e vertiginosas atualizações nos materiais e técnicas de abordagem nos variados tratamentos dentários, surgiu a necessidade de estes dois médicos dentistas procurarem fazer formações pós-graduadas nas áreas em que se sentiam mais atraídos e para as quais tinham maior apetência. O diretor clínico, Eduardo Agosto I 5 Portugal Inovador Dream Team Conforme nos refere o diretor clínico, a logística para encaminhar os pacientes para a consulta e posterior tratamento com outros colegas não foi fácil e envolveu tempo e dedicação: “O doutor e a doutora já não fazem todos os tratamentos? E os outros médicos dentistas são bons ou são novatos?”. São recorrentes inquietações dos pacientes. “Sim, os médicos dentistas podem fazer tudo, desde que se sintam com capacidade para tal, mas se existem colegas com formação, prática e capacidade muito acrescida, devido à dedicação em exclusivo a uma área da medicina dentária, com certeza vão executar os tratamentos de uma forma muito superior”, salienta Eduardo Leite, que faz questão de estar presente na primeira consulta e nas primeiras vezes em que um paciente da clínica é visto por outro colega de forma a transmitir toda a confiança. Ivan Toro é o médico dentista que assume na FCEL a parte Cirúrgica e de Reabilitação Oral, acompanhado por Eduardo. Com 6 I Agosto A oferta da FCEL estende-se a todas as vertentes da medicina dentária. Na Odontopediatria, a responsável é Marisa Martins, a mais nova da equipa, que com uma abordagem próxima aos mais pequenos gera uma empatia natural e garante um trabalho eficaz e um tratamento perfeito. Algo que se torna difícil com crianças se não existir confiança e cumplicidade entre o médico dentista e o pequeno paciente. A bata colorida, o sorriso e boa disposição sempre presente, além da forma como decora o próprio consultório traduzem no trabalho da médica dentista, Marisa Martins, a dedicação e a personalização do atendimento. Rui Manuel Ferreira formação em S. Paulo, o médico dentista de origem colombiana trabalha desde sempre na área da cirurgia e admite que foi o “desafio de trabalhar numa área difícil, que envolve conhecimentos muito precisos de Anatomia, Fisiologia e Estética – para que o trabalho seja impercetível e o resultado pareça natural”, que lhe deu a motivação para enveredar por esta área. A par de uma equipa que Ivan Toro classifica como “altamente treinada e atualizada” é o investimento em equipamentos e materiais de qualidade que ajuda a que todo o trabalho tenda para a perfeição. O reconhecimento do trabalho que Ivan e a sua equipa têm vindo a desenvolver nesta casa contribui para que a clínica seja cada vez mais uma referência na sua área de atividade. “Há um grande entrosamento. Temos as tarefas e as responsabilidades bem definidas e isto torna o desempenho mais eficiente. É bom para nós e é bom para os pacientes”, salienta Ivan. Rui Manuel Ferreira Leite, concluiu duas pós – graduações, uma em Endodontia no Instituto Superior de Ciências de Saúde do Norte e outra na área da Implantologia na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Fernanda Castro, diretora clínica adjunta, fez uma especialização em DTM – Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Mas porque, nas palavras de Eduardo Leite, “é difícil acompanhar a evolução das várias áreas da Medicina Dentária “, a Clínica FCEL – Fernanda Castro & Eduardo Leite Lda. conta com o acompanhamento do que considera ser a melhor equipa tanto em formação como em comportamento humano e social para com os seus pacientes. Já a Ortodontia na FCEL é assegurada pelas doutoras Ana Paula e Macarena Gonzalez. A dedicação única à área da prevenção e correção das anomalias da posição dos dentes na maxila e na mandíbula, os variados sistemas de correções ortodônticas hoje praticadas, alguns com total inovação, fazem com que estas duas médicas dentistas façam frequentemente formação no país e no estrangeiro para que o grau de satisfação das crianças, dos jovens e dos adultos que necessitam de correções ortodônticas seja satisfeito em todos os parâmetros. Macarena Gonzalez reforça a importância pedagógica de todo o processo, afirmando que “uma criança com uma correta higiene e saúde oral será um adulto com hábitos saudáveis”. É ainda nesse sentido que a Professora e Doutora Liliana Portugal Inovador Responsabilidade Social A forma como se implantaram na comunidade revela-se pelos mais de 25 anos de portas abertas na terra onde os dois diretores clínicos cresceram e pelo compromisso que a clínica mantém perante os seus pacientes – qualidade, seriedade, e ajuda. A FCEL cooperou várias vezes com programas gratuitos de rastreio a crianças do concelho, com palestras em vários locais para aconselhamento e estímulo às boas práticas de higiene dentária e saúde oral, trazendo algum foco para a importância de uma alimentação saudável. Eduardo Leite colaborou durante cerca de uma década com o Centro de Paralisia Cerebral de Guimarães na realização de cirurgias orais em bloco operatório de forma completamente benemérita e em prol dos jovens com esta terrível incapacidade. O mérito é-lhes reconhecido e a gratificação destes profissionais está na satisfação dos seus pacientes e na confiança que lhes é depositada. O investimento em bons materiais e o rigor do modus operandi mantém o nível de excelência: “Não somos os melhores do Mundo, mas gostaríamos de ser, e trabalhamos para ser”, admite Eduardo Leite. Rui Manuel Ferreira Castro, com prática exclusiva em Endodontia e Dentisteria, se foca na Medicina Dentária Conservadora. Apesar da evolução ao nível da Reabilitação Oral, não há nada que substitua de forma exata os nossos dentes. O grande objetivo da atualidade é, ou deveria ser, o de conservar os dentes o máximo de tempo possível”. Processo esse que começa na manutenção de uma boa saúde oral. Para isso, diz Liliana Castro, “e para realizar os tratamentos com a melhor qualidade possível, além da capacidade e formação contínua do médico dentista, os materiais utilizados e as últimas tecnologias disponíveis tem que acompanhar esta evolução”. Por isso, esta clínica está equipada com materiais de qualidade que permitem realizar as técnicas mais avançadas e atuais nas diversas áreas da medicina dentária. Com uma sala estritamente reservada ao processo de limpeza e esterilização dos materiais, a FCEL efetua além do protocolo necessário às boas práticas de esterilização, um controlo biológico do processo de forma a assegurar a sua total eficácia. Eduardo Leite Diretor Clínico Ivan Toro Cirurgia & Reabilitação Oral Liliana Castro Endodontia & Dentisteria Marisa Martins Odontopediatria Rui Manuel Ferreira Fernanda Castro Diretora Clínica Adjunta Macarena Gonzalez Ortodontia Ana Paula Ortodontia Manuela Forte Assistente de Consultório Liliana Mendes Assistente de Consultório Agosto I 7 Portugal Inovador Crescimento, inovação e melhoria contínua A Thermoquímica pertence ao restrito quadro de empresas portuguesas que nasceram, cresceram e se mantêm hoje na vanguarda do mercado pela persistência da sua génese familiar, assente na qualidade, na sustentabilidade e na inovação. É constituída por Maria de Lourdes Macieira, presidente do conselho de administração, e pelos filhos administradores Eugénia Pereira, Vasco Nuno Macieira, Francisco Macieira e Ana Macieira. Para além da administração, integram este núcleo uma excelente equipa de colaboradores que interagem diariamente nos respetivos departamentos/secções da empresa, que Lourdes Macieira denomina serem “como família”, dado que alguns estão presentes no projeto desde a primeira fase. “Esse é um dos segredos para conseguirmos manter a estabilidade e a qualidade do serviço junto dos clientes”, refere Vasco Macieira. É em Sobral de Monte Agraço, que a família Macieira dá continuidade a um trabalho que teve início há praticamente quatro décadas 8 I Agosto pela mão de José Vasco Macieira. Na época o seu core business centrava-se no fabrico e comercialização de produtos de limpeza na linha profissional destinados a áreas tão diversas como restauração, hotelaria, lavandarias, construção e industria. Com a entrada na Comunidade Económica Europeia as portas de Portugal abriram-se à globalização, que trouxe consigo, entre outros fatores, o desencadear de uma economia de consumo onde se destaca o surgimento de inúmeros espaços comerciais. Em 1984, a Thermoquímica alargou a sua atividade à produção de produtos de limpeza linha doméstica, tendo-se tornado também especialista na criação e desenvolvimento de produtos “marca branca” para as cadeias de grande distribuição, continuando presente. “Fomos crescendo com os nossos clientes”, refere Lourdes Macieira. “Apesar de não considerar fácil alcançar as parcerias com os grandes Grupos, complicado é mantê-las por décadas, num padrão de elevada exigência, com uma avaliação excelente todos os meses”, salienta Eugénia Pereira. Conscientes que o mercado deste tipo de produtos é cada vez mais exigente e competitivo, incentivados pelo aumento do poder de compra e pela proliferação do comércio, na década de 90 o crescimento da empresa foi fulgurante, de tal modo que conduziu, em 1997 à construção de uma nova unidade fabril, oferecendo assim condições de excelência para a produção e desenvolvimento de produtos de limpeza, modernizando-se ao nível de maquinaria e tornando-se assim mais competitiva na satisfação das necessidades dos seus clientes. Acreditando que a competitividade está aliada à Qualidade, a Thermoquímica obteve em 2003 a sua certificação de qualidade através da NP EN ISSO 9001:2000, dando assim aos seus clientes garantias mais sólidas de um serviço e produto de qualidade. Em 2009, o sistema de gestão da qualidade foi novamente auditado e transposto para a nova NP Portugal Inovador EN ISSO 9001:2008. Em 2015, a Thermoquímica prepara-se para a transição à nova NP EN ISSO 9001:2015 Investigação/ Conceção e Desenvolvimento Todo o processo de investigação, conceção e desenvolvimento tem início no Laboratório de Qualidade. “É o cérebro desta empresa”, explica Francisco Macieira. Todas as matérias-primas e matérias subsidiárias são controladas à entrada. Toda a produção assenta em elevados padrões de qualidade, de forma a cumprir a especificação do produto. Para além disso, “o Laboratório detêm igualmente a função de conceção e desenvolvimento de novos produtos”, esclarece Ana Macieira. Se os últimos anos apresentam resultados positivos, premiados com os títulos de PME Líder e Excelência, a Thermoquímica foca agora atenções no mercado da exportação com as marcas próprias Therkey e Therlimpa (dedicadas aos setores industrial e doméstico, respetivamente). “Nos últimos anos, tem intensificado esta trajetória com a presença em feiras nacionais e internacionais, como é o caso da SISAB; a FACIME, em Moçambique e FILDA, em Angola”. Eugénia Pereira adianta ainda que “a quota de exportação tem vindo a aumentar de forma relevante”. Conscientes da volatilidade dos mercados, o objetivo passa por entrar em novos meios, diluir os riscos de investimento e diversificar as áreas de negócio. Este último ponto “contempla a criação de uma linha de novos produtos”, deixa no ar Ana Macieira. Já em 2015 e porque os seus fornecedores são seus grandes parceiros, a Thermoquímica aderiu ao compromisso de pagamento pontual a fornecedores, tornando-se assim parte ativa de um movimento de responsabilidade social, na promoção de uma cultura de pagamento pontual e da competitividade da economia portuguesa. Futuro Em 2016, a Thermoquímica comemora 40 anos de existência. Dado que a visão empresarial desta família está focada na evolução e conquista de novos desafios, “está em curso o processo de ampliação das atuais instalações e a compra de novos equipamentos, que aumentam a capacidade de produção e armazenamento”, conclui Vasco Nuno Macieira. Tendo como missão, a total e constante satisfação dos seus clientes, a Thermoquimica desenvolve-se num ambiente de melhoria continua aliada aos seus próprios valores, que tem mantido ao longo da sua existência e que faz passar diariamente a todos os seus colaboradores para que não se esqueçam: “A Qualidade a todos diz respeito, a Qualidade de todos depende”. Agosto I 9 Portugal Inovador “A Ciência está demasiado longe da Economia” Entrevista ao professor Daniel Bessa, diretor geral da COTEC Portugal. desta cadeia de valor, a que se inicia na ciência e na investigação universitária, o país defronta-se com dificuldades sérias na fase final da cadeia de valor, de comercialização e de valorização do conhecimento. A Ciência está demasiado longe da Economia e há demasiada Economia não suportada por Ciência. Uma questão que toca, por exemplo, a carreira docente universitária, em que as atividades de transferência de tecnologia e de valorização do conhecimento são completamente ignoradas. Comparando com os países que nos são concorrentes, como estamos em termos de inovação? Esta questão encontra resposta no IUS - Innovation Union Scoreboard, feito publicar pela Comissão Europeia para monitorar o desempenho dos Estados-Membros em matéria de inovação. Os últimos resultados divulgados, já em 2015, posicionam Portugal como um “inovador moderado”, ligeiramente abaixo da média da UE (17.º entre os 28 Estados-Membros), muito próximo de países vizinhos e concorrentes diretos como Espanha e Itália. Trata-se de um resultado positivo, acima do que Portugal costuma conseguir em matérias económicas e afins. Numa perspetiva dinâmica, cobrindo um período de sete anos, Portugal foi, até 2014, o País da UE-28 cujo resultado global em matéria de inovação mais cresceu; perdemos esta posição em 2015, na sequência do período de dificuldades que temos vindo a atravessar, 10 I Agosto desde 2011, nomeadamente em matéria de financiamento, tanto do Estado como das empresas. O que falta para criar um clima que promova mais inovação? Se olharmos para a inovação como uma longa cadeia de valor, Portugal desempenha melhor a montante (condições, recursos) do que a jusante (resultados económicos propriamente ditos como o podem ser a intensidade tecnológica das exportações de mercadorias, a intensidade em conhecimento das exportações de serviços, a qualidade e o nível de remuneração do emprego que estamos a criar). Isto significa que existe um problema de eficiência, ou de produtividade no Sistema Português de Inovação, que só poderá resolver-se melhorando os nossos processos de inovação, tanto dentro das empresas como no Estado (políticas através das quais o Estado promove a inovação, sobretudo empresarial). Na parte mais qualificada Já agora, o que falta também para que os nossos exemplos de inovação sejam aproveitados de uma forma mais consequente em matéria de criação de riqueza? Numa entrevista recente à newsletter da COTEC Portugal, cuja leitura me permito recomendar, José Neves, fundador e CEO da Farfetch, afirmava que o nosso País até dispõe de tecnologia mas que nos faltam mínimos críticos em matéria de marketing, comercialização, comunicação e financiamento (refiro-me a financiamento especializado não ao crédito bancário mais comum). As empresas precisam de se posicionar melhor nas cadeias de valor internacionais, mais especializadas, procurando os melhores clientes e os melhores fornecedores, onde quer que se encontrem. Desse ponto de vista, qualquer política que se proponha promover o crescimento económico através de estímulos voluntaristas à procura interna, por maioria de razão se for financiada por dívida, pública ou privada, constitui um erro enorme, e um retrocesso. Portugal Inovador Agosto I 11 Portugal Inovador Sabores tradicionais em mãos familiares Foi há mais de vinte anos que o negócio tradicional de padaria encetado pela família Lima evoluiu para a produção de ultracongelados de padaria, pastelaria e salgados. Com distribuição nos mercados interno e de exportação, Os Limas garante o sabor típico de produtos tradicionais portugueses. Mário Lima, natural de Sobral de Monte Agraço, começou o seu negócio com uma padaria de fabrico próprio. Fernanda Jacinto, sua esposa, dedicava-se na época à parte de produção, que ainda hoje a cativa, mas foi em 1992 que o casal anteviu uma “outra oportunidade de negócio”. Depois de alguns testes e experiências, a aposta incidiu na tecnologia de ultracongelação rápida e na distribuição própria, a cargo de Mário Lima. Desde então, o negócio tem expandido significativamente, mantendo a estrutura familiar da qual a jovem Marta Lima, filha de Mário e Fernanda, faz também parte, 12 I Agosto integrando a administração da empresa. Partindo dos produtos ultracongelados de padaria, génese da empresa, foi perante a necessidade de alargarem as infraestruturas, que a família decidiu, há cerca de quinze anos, investir nos complementos de pastelaria e nos salgados. Para dar resposta à demanda, depois de passarem às novas instalações em 2000, remodelaram o antigo espaço e deram início ao fabrico de pastelaria e salgados: como exemplo pastel de nata, croissants, merendas de queijo e fiambre, folhados de carne os produtos dos Limas chegam agora a todo o país, assim como a Espanha, Angola, Brasil e à Irlanda. Com uma frota própria de veículos, recentemente renovada, e uma equipa de quase 60 funcionários – alguns já somam 20 anos de casa –, Fernanda conta que o crescimento foi sempre sustentável : “Compramos apenas quando temos capacidade para tal”. A evolução passa pela relação de confiança que mantêm com os revendedores locais, nacionais e estrangeiros, aos quais prestam assistência permanente; e pelo controlo de qualidade e manutenção de autenticidade Portugal Inovador dos produtos. Os critérios na aquisição das matérias-primas são rigorosos. Os Limas esforçam-se por consumir o produto nacional. A prioridade passa por nunca colocar em causa a qualidade. Reconhecimento “Temos que manter uma postura séria no mercado e respeitar toda a gente”, afirma Fernanda. “Os Limas é uma marca que tem um enorme valor para a família”, acrescenta. A credibilidade que se construiu ao longo dos anos no seio da empresa cotou de responsabilidade o trabalho que aqui se desenvolve. PME Líder desde 2009, já por duas vezes consecutivas receberam o estatuto de PME Excelência. O mérito recai também na equipa de profissionais d’Os Limas. Cada um deles com a sua função definida, conquistam aqui um espaço de crescimento profissional no seio da empresa. “Não seríamos nada se não fosse a nossa equipa de trabalho”, declaram. Isto porque, apesar de toda a tecnologia que envolve a ultracongelação, a empresa preza por manter um fabrico ainda de cunho tradicional. “Temos que mexer a massa e trabalhar manualmente para que o produto mantenha qualidade a que o nosso público está habituado”, sustenta a empresária. A política de proximidade denota-se não só para com os clientes, mas para com os funcionários através do reconhecimento do seu esforço e perante a presença da família Lima no dia a dia da empresa. A verdade é que tanto mãe como filha continuam a gostar de pôr as mãos na massa, e o pai, Mário Lima, dedica-se à vertente técnica no melhoramento da eficácia na produção e a tomar as decisões mais importantes que requerem alguma experiência. O plano é manter a gestão familiar e apostar nos parceiros de mercado. Mais do que confiar em números, para Os Limas é importante confiar em pessoas e garantir o sucesso dos seus produtos. Agosto I 13 Portugal Inovador Pioneiros na distribuição O Grupo Transportes Florêncio & Silva tem vindo, ao longo de décadas, a manter uma relação de confiança com as maiores cadeias de distribuição do país. O início deste percurso remonta aos anos 40. Nessa altura, Florêncio Luís Simões (pai dos atuais proprietários, António Luís Simões e Zeferino da Silva Simões) tinha começado com uma galera puxada por três mulas, fazendo assim o transporte de produtos hortícolas produzidos na zona da Malveira para a Praça da Figueira, em Lisboa. Os anos foram passando e as condições de trabalho foram mudando, através da compra dos primeiros camiões. A 30 de janeiro de 1968, com a obrigatoriedade da constituição de uma firma, foi então registada a Transportes Florêncio & 14 I Agosto Silva Lda. Os dois sócios eram Florêncio Luís Simões e o mais velho dos dois irmãos que a administram atualmente, Zeferino da Silva Simões. António Luís Simões substituiu o pai no lugar de sócio gerente já na década de 70. Foi também nesta década que a empresa começou a conhecer uma forte expansão. Logo em 1970 foi aberto em Lisboa aquele que podemos considerar o primeiro exemplo de uma loja de grande distribuição no país, que foi o primeiro supermercado Pão de Açúcar. Os Transportes Florêncio & Silva assumiram a posição de parceiro no transporte das suas mercadorias e foram crescendo juntamente com a cadeia. A partir daí, à medida que novos grandes grupos de distribuição se foram instalando no mercado nacional, esta empresa passou também a merecer a confiança destes, intensifican- Portugal Inovador Para além disso, as solicitações do mercado também implicaram o desenvolvimento físico da estrutura da empresa. A sede, no Vale Casal (Milharado, concelho de Mafra), inclui dois armazéns e parque de estacionamento da frota, com uma área coberta de oito mil metros quadrados e uma área total de cerca de 25 mil. Ao mesmo tempo, fazendo face à atividade logística e à sua expansão para o Norte do país, foram construídos três armazéns em Modivas (Vila do Conde) com uma área coberta de cerca de 21 mil metros quadrados e uma área total de 43 mil. do, com isso, o seu crescimento. António Luís Simões lembra que este crescimento foi algo de natural, porque “há 40 anos mais ninguém queria fazer distribuição. Hoje, com as melhorias no formato de trabalho, já há concorrência, mas antes era mesmo muito complicado e muito trabalhoso, portanto, nós éramos únicos”. Por terem sido os únicos, adquiriram um know-how que é também exceção neste tipo de trabalho, e através do rigoroso cumprimento das suas tarefas conquistaram uma carteira de clientes que, entre outros, inclui exemplos como o Grupo Jerónimo Martins, o Grupo Auchan, Makro, Dia Portugal, Recheio, Lidl, Aldi ou E. Leclerc. A proliferação de espaços comerciais que cada uma destas insígnias foi implementando em Portugal foi justificando também o alargamento da sua capacidade. Atualmente, os Transportes Florêncio & Silva apresentam números impressionantes como as cerca de 800 viaturas que compõem a sua frota (com uma média de idades que andará nos cinco anos) ou os 1340 funcionários que o Grupo emprega. Agosto I 15 Portugal Inovador Um concelho a visitar De 11 a 19 de setembro, têm lugar em Sobral de Monte Agraço as centenárias Festas e Feira de Verão. Como sempre a animação está garantida e o cartaz, este ano, conta com a assinatura da Câmara Municipal. visitas guiadas ao património, música, dança, teatro, cinema, atividades físico-desportiva, entre outras, realizadas ao longo do ano, e dinamizadas nos equipamentos culturais e desportivos do município, nomeadamente no Cine-Teatro, na Biblioteca Municipal, na Piscina Municipal e no Centro de Interpretação das Linhas de Torres. Festas e Feira de Verão – A Melhor Festa Acontece Aqui! Sobral de Monte Agraço situa-se na região oeste, a 40 km de Lisboa e a 30km da praia de Santa Cruz (Litoral Oeste) e está inserida numa das maiores regiões vinícolas de Portugal.Com um património natural e paisagístico de grande beleza não faltam apelos à descoberta de lugares, histórias e experiências improváveis. A origem destas terras remonta ao século XII e é corroborada permanentemente pela herança patrimonial e cultural que se manifesta nos locais e recantos mais inesperados. Segundo números indicativos dos últimos censos, em apenas duas décadas, a população verificou um aumento de 40%. Algo que José Alberto Quintino, presidente da Câmara, considera dever-se “ao nível dos serviços e à qualidade de 16 I Agosto vida garantida aos cidadãos”. Os preços da habitação “são apetecíveis comparativamente com os praticados em Lisboa, sendo que Sobral está muito próximo da capital, tendo acessos pela A10 e A8”. O município de Sobral de Monte Agraço tem “concretizado várias iniciativas e projetos no âmbito cultural”, refere José Alberto Quintino. Através do CILT – Centro de Interpretação das Linhas de Torres e do Circuito do Alqueidão é dado a conhecer o papel das Linhas de Torres na História de Portugal através de visitas guiadas e atividades de âmbito cultural e socioeducativas que abrangem diversos públicos. O concelho dispõe de uma oferta diversificada e de elevada qualidade, nomeadamente, exposições, colóquios, feiras do livro, As Festas e Feira de Verão, que enchem a vila de luz e cor, realizam-se de 11 a 19 de setembro. Durante uma semana têm lugar os mais diversos eventos de entrada livre. Este ano, a organização das Festas é da responsabilidade do município e do programa consta os DAMA, David Antunes & Midnight Band, Avô Cantigas, Fados com António Pinto Bastos, revista à portuguesa “Pró Diabo Kus Carregue”, 4 largadas de toiros ao uso de Pamplona, 2 touradas, recriação histórica, entre muitos eventos. “Queremos com isto valorizar e dar a conhecer as tradições, atrair novos visitantes e potenciar a economia local”, conclui José Alberto Quintino, endereçando um convite a todos os que queiram visitar Sobral de Monte Agraço e partilhar connosco estes momentos de Festa. Portugal Inovador Agosto I 17 Portugal Inovador Cunho artesanal em ferramentas inovadoras Há mais de três décadas no mercado, a Ferramentas Mateus preza-se pelos métodos de fabrico artesanal conjugado com inovação técnica. António Luis Mateus, formado em eletrotecnia na então Escola Técnico-Comercial, foi passando para segundo plano as funções no ramo de eletricidade para dar algum suporte à serralharia e metalomecânica. Num início que António Mateus classifica como “muito trabalhoso”, foi-se construindo sustentadamente um nome de referência no mercado. Em 1977 a Ferramentas Mateus dava os primeiros passos na conceção de ferramentas manuais e utensílios para a agricultura e construção civil, esta última que chegou a representar 80% da produção. António Mateus, natural de Sobral de Monte Agraço, confessa que é essa vertente de “pensar e conceber um produto” que mais o atrai. Hoje, atendendo aos novos moldes do mercado, a produção da empresa representa 20% do 18 I Agosto material vendido e a aposta voltou-se para a diversificação da oferta de materiais numa estratégia que visa alargar e dinamizar o leque de produtos. Das quatro mil peças, a Ferramentas Mateus aumentou o catálogo para doze mil e conta ainda com distribuição própria dos produtos. Com seis vendedores na rua, o empresário revela que é “de porta a porta, de drogaria a drogaria” que hoje em dia se trabalha. Do arame, à cola, até ao material elétrico, a empresa foi alargando a área de ação indo ao encontro das necessidades dos clientes, procurando dar assim resposta ao que considera ser o seu propósito. Desenvolvimento Esta nova dinâmica surge ainda no contexto da aquisição por parte de António Mateus, em colaboração com um sócio, de uma empresa a Norte do país de produção artesanal de ferramentas e forjados: a Xiroblota. De antigo cliente a atual gestor, António Mateus orgulha-se da expansão desta segunda empresa para o mercado externo. A atuar em Espanha, e, esporadicamente, em Angola e Moçambique, a Xiroblota exporta um volume de 60% da sua produção. Inovar com tradição Esta é uma forma de garantir a ampliação do leque de produtos e, ao mesmo tempo, a sua qualidade na Ferramentas Mateus. Empresa de estrutura familiar, o administrador garante que a política sempre foi a do popular termo de “não dar um passo maior do que a perna”. O empresário garante que “a procura incide na qualidade do material não com acabamento ou pintura detalhada, mas feito artesanalmente, na forja, um a um”, procurando, simultaneamente, conciliar os métodos de fabrico artesanal com as novas técnicas de produção. Deste modo, torna-se possível conseguir o equilíbrio entre a excelência da tradição e as possibilidades de inovação, garantindo uma capacidade de resposta adequada e uma postura competitiva. Portugal Inovador Tinta nacional com garantia assegurada É em Sobral de Monte Agraço que dois sócios desenvolvem fórmulas de tintas ajustadas às caraterísticas das superfícies, com uma marca própria que oferece confiança. Depois da bagagem adquirida ao longo de quase dez anos a colaborar numa multinacional alemã de tintas, foi em 1996 que Fernando Martinho, em sociedade com Carlos Pinto, abriram uma empresa própria no mercado de tintas. Inicialmente instalada em Mafra, a Mafra Tintas acabou por se mudar para Sobral de Monte Agraço, onde foram, nas palavras de Fernando Martinho, “bem recebidos” e licenciaram a sua atividade. Apesar da conjuntura e do abalo sentido recentemente no setor da construção civil, a empresa não sentiu quebras nas vendas, sobretudo com a aposta na remodelação e requalificação dos edifícios. Os sócios desenvolveram marca própria – a ISOSTIC – no sentido de “desenvolver fórmulas que dão mais garantia de qualidade, com as matérias-primas adequadas”. Esta é uma marca certificada com quase 20 anos no mercado, comercializada por revendedores fixos e é nessa base que a empresa se alicerça. Esta é uma opção própria, sendo que na ótica de Fernando Martinho “uma pequena estrutura pode não ter grandes meios para desenvolver, mas obriga a uma maior otimização de recursos e a uma maior aposta na qualidade e garantia da tinta”. O mercado assume-se competitivo, com grandes marcas a monopolizarem o cenário e por vezes com custos mais reduzidos. A resposta da ISOSTIC incide em “sistemas de estabilização a nível de fungos e recurso a pigmentos em função da exposição solar, o que permite uma maior conservação da tinta” , como nos explica Fernando Martinho. O sucesso da ISOSTIC assenta no passa a palavra, com muitos clientes a aparecerem por referência de terceiros. Sem comerciais na rua, o produto tem feito o seu papel e por mês é comercializada uma média de 50 mil litros, com a produção a aumentar nos meses de verão. A durabilidade de uma tinta ronda os seis a dez anos, e no caso desta existem casas que, pintadas há uma década sem segunda intervenção, podem comprovar a sua qualidade. A produção de tintas e o desenvolvimento das suas fórmulas requer análise detalhada de variáveis climáticas, de substratos, de níveis de exposição solar. Por esse motivo, para Fernando Martinho aqui a inovação recai em “agir sempre em função da natureza do problema”, e analisar as diferentes condições de diferentes locais, ajustando o produto. A ISOSTIC nasceu da experiência adquirida dos profissionais que todos os dias a desenvolvem e é, por isso, gratificante para estes empreendedores assistirem de forma próxima aos resultados positivos do seu trabalho. “Os anos vão passando e sentimo-nos bem com a maneira como temos trabalhado”, conclui o empresário. Agosto I 19 Portugal Inovador Firmar a tradição do leitão assado É pelas mãos de quem sabe e faz por gosto que o leitão assado ganha a qualidade e o sabor que lhe dão fama. A Leitão Sorridente garante o melhor tempero e o gosto tradicional aos seus clientes. Alentejano de gema, Evaristo Estudante rumou a terras lisboetas aos 18 anos. Há 30 que tem contato com o mercado de leitões e sempre fez parte dos seus sonhos gerir negócio próprio. Foi numa empresa familiar, nos Negrais, que aprendeu a arte de tratar o leitão e de trabalhar com rigor e garantia de qualidade. Desde 2011 que assumiu sozinho a gestão da Leitão Sorridente, nome com carga irónica que, segundo Evaristo Estudante, “faz com que as pessoas riam e comentem o tema; e o sorriso é o que nos dá autoestima”. Em tom de brincadeira se constrói um nome forte que é já referência no tão tradicional mercado do leitão assado com molho especial, molho esse que também aqui se produz. 20 I Agosto A máxima da Leitão Sorridente é “primar pela qualidade” já que esta é uma área cada vez mais competitiva, onde “só mesmo com um bom serviço é que se consegue sobreviver”, afirma o empresário. Numa visita guiada pela estrutura que mantém em Casal dos Caixeiros, o empresário mostra com orgulho um espaço completo, com todas as condições de higiene, equipado com salas de refrigeração, fornos e uma recém adquirida máquina de limpeza de grelhas. Todas as normas de controlo de qualidade são cumpridas, com zona de higienização e sala própria para a preparação da carne antes de ir ao forno. A qualidade do produto e o cuidado na confeção são para este profissional os únicos meios para se conseguir fidelizar todos aqueles que requisitam os seus serviços. Os clientes da Leitão Sorridente são parceiros fidelizados e o serviço abrange desde a restauração às grandes superfícies comerciais. O pico de vendas é aos finais de semana, altura em que daqui saem cerca de 50 leitões e em épocas especiais como o Natal e a Páscoa. Aqui assa-se o Leitão Saloio, o Leitão à Bairrada e a famosa Manta Saloia – costela de porco assado com tempero especial, tudo em forno a lenha. Com quatro carrinhas, a Leitão Sorridente para fazer distribuição Grande Lisboa, Ribatejo, Oeste e Margem Sul. Sobral de Monte Agraço é, para o alentejano, um “concelho calmo, onde as pessoas se ajudam e são acessíveis”. Evaristo Estudante revela, no entanto, que “é preciso estar sempre à procura de outro tipo de cliente”, e por isso mesmo a aposta da empresa incide também em concursos públicos e parcerias de negócio com superfícies comerciais. A longo prazo, Evaristo Estudante gostaria de alargar o espaço, aumentar o investimento e expandir a sua área de ação. Portugal Inovador De profissionais para profissionais! É este o slogan da Metalocachoeira, empresa que desde 1998 serve a indústria alimentar com uma oferta completa e inovadora. Nelson Reis e Vanda Reis são os responsáveis e falaram connosco sobre a atividade da empresa e as mais-valias com que esta dá resposta aos seus clientes. A sua origem data de 1998, altura em que se estabeleceu em condições bem mais modestas do que aquelas que apresenta hoje. Neste momento, a Metalocachoeira labora num espaço amplo e funcional que podemos encontrar na freguesia do Milharado, em Mafra. Nestas instalações trabalha uma equipa de nove elementos que com maquinaria devidamente atualizada para os trabalhos de metalomecânica, dá origem à produção, de equipamentos obedecendo às exigentes normas de Higiene e Segurança Alimentar. Esta oferta divide-se entre a produção própria da Metalocachoeira e outros produtos (uns importados, outros provenientes de fornecedores nacionais) destinados a auxiliar o trabalho de clientes como, Talhos, matadouros, Peixarias e Lares. Já os produtos internamente criados na empresa incluem equipamentos como vestiários, armários, lava mãos, caixotes de lixo, entre outros. A sua implantação no mercado tem uma amplitude nacional, com disponibilidade para equipar espaços por todo o país, ainda que a grande maioria destes trabalhos se concentre na região de Lisboa. O seu constante crescimento é uma consequência da capacidade de trabalho e grande experiência dos profissionais que a dirigem. Os seus clientes contam com um serviço integrado e diferenciado desde o planeamento de produção à venda dos seus equipamentos. “Procuramos sempre a melhor solução para os nossos clientes”. Agosto I 21 Portugal Inovador Trabalhar para a qualidade Olga Coelho e Miguel Coelho estiveram à conversa com a Portugal Inovador para nos falar sobre a Fábrica de Bolos de Santa Luzia. Com um percurso de 20 anos de história, o projeto cresce a cada dia que passa na perspetiva de oferecer aos seus clientes a maior qualidade nos seus produtos. Trabalho sólido Miguel Coelho começa por contar: “A empresa foi criada em 1982, mas não fui eu o fundador de toda esta estrutura. Vim para cá quando tinha apenas 16 anos e desempenhei a tarefa de pasteleiro; depois fui para a tropa e ausentei-me da atividade durante algum tempo, tinha 20 anos quando terminou esse período. Quando voltei, fui laborar para outra empresa, onde estive durante quatro anos. Com 24 anos de idade os gerentes da Fábrica de Bolos de Santa Luzia pediram-me que voltasse, fizeram-me uma proposta aliciante e eu aceitei”. Entre os 24 e os 29 anos, Miguel Coelho fazia parte da equipa e laborava com afinco e dedicação, algo que os patrões desde sempre valorizaram. “Quando completei os 29 anos os meus patrões decidiram que iam vender a fábrica, mas eu 22 I Agosto não queria abandonar o projeto, e esforcei-me para que pudesse ser eu a dar-lhe continuidade. O balanço que agora faço é muito positivo, mas pelo meio houve muito sacrifício envolvido”, observa o nosso interlocutor. Rigor e proximidade Destacando-se com diferenciação, laboram com qualidade e detalhe em todas as etapas do seu trabalho, verificando que “de entre todos os produtos que o pastel de nata, o mil folhas e a bola de Berlim são os mais procurados”. Apesar de se encontrarem sediados em Sobral de Monte Agraço, desenvolvem negócios fora dessa região: “Temos clientes também em Odivelas, em Lisboa, na Amadora, entre muitos outros locais”, clarificam. Definindo-se pela constante inovação e adaptação às diferentes necessidades do mercado, a aposta recai essencialmente nos cuidados com as matérias-primas, as exigências ao nível da segurança alimentar e os equipamentos utilizados. “Muitas vezes é o ambiente criado em torno da confeção que produz a qualidade”, traduzem. Quando questionados sobre o que os diferencia no mercado, os nossos entrevistados acabam por chegar à conclusão de que “na concorrência há amizade, aprendemos todos uns com os outros, partilhamos ideias e a relação revela-se muito boa”. Nessa perspetiva a formação interna é algo que os dois empresários também estimulam. “Somos, sobretudo, ambiciosos, neste momento contamos com dez funcionários, mas queremos continuar a crescer mais e melhor. Hoje sabemos que o segredo do nosso sucesso é fruto de muito trabalho e humildade”. Portugal Inovador A saúde aqui tão perto À sua disposição, na CEMED encontrará profissionais qualificados e um atendimento personalizado que faz a diferença. Para si e para a sua família. Tudo começou em nome de “um projeto pessoal”, porque Inês Jorge, médica formada em Medicina Dentária pela Universidade de Lisboa e docente nessa instituição, quis concretizar. O sonho tornou-se real em 2008, depois de sete anos de experiência acumulados na área. Foi nesse ano que a CEMED – Clínica Médica e Dentária abriu as portas na Malveira para dar resposta a diversas valências na área da saúde e se tornar, consequentemente, um espaço feito para “os pacientes e para as suas respetivas famílias”, explica a diretora clínica. Constituída, neste momento, por uma equipa de 45 colaboradores, a CEMED é uma clínica de referência que conta com um elevado número de valências, como a Medicina Dentária, Clínica Geral e Familiar, Pediatria, Ortopedia ou Ginecologia, entre muitas outras. Independentemente do tipo de serviço, existe a garantia de que o cliente é sempre atendido por um médico altamente especializado na área, capaz de aliar a sua competência profissional com um atendimento pessoal agradável e diferenciado. Segundo Inês Jorge, esta é, efetivamente, uma das características que melhor define a CEMED. “Temos um contacto muito próximo com as pessoas, desejamos as boas festas e os parabéns nos dias de aniversário”, exemplifica a diretora clínica. É graças a pequenos gestos como este, bem como ao “horário muito extenso” em vigência na clínica, que a CEMED consegue “dar resposta à grande maior parte das urgências, quer da Malveira, quer do concelho de Mafra” e, inclusivamente, de concelhos limítrofes, como Torres Vedras. A preocupação continuada com o cliente e a ligação que se estabelece para com ele é, de facto, uma das virtudes que distingue a CEMED dos restantes espaços de prestação de serviços de saúde existentes na região. “Em situações mais críticas, fazemos o acompanhamento das pessoas 24 horas por dia, o meu telemóvel está sempre ligado”, explica Inês Jorge, numa alusão a um tipo de atendimento que, no entanto, “não é feito” por muitas estruturas de maior dimensão. Depois de um percurso de sete anos com um balanço bastante positivo, é de olhar fixo no futuro que encontramos a CEMED. “Estamos a tentar apostar numa grande diferenciação clínica”, refere a médica dentista, com a intenção de fornecer um número cada vez mais vasto de valências. Sempre com uma grande preocupação em acompanhar a evolução tecnológica, entre os outros objetivos futuros da CEMED encontra-se a vontade de continuar a investir na “inovação e nos novos equipamentos”. Mas também para o dia de amanhã fica a garantia de que se manterá o “melhor tratamento possível aos nossos clientes”, não só do ponto de vista técnico mas, acima de tudo, ao nível humano. Agosto I 23 Portugal Inovador O seu animal merece o melhor No passado mês de julho o Hospital Veterinário de Sintra completou dois anos de atividade sendo que, nas palavras da administradora Sofia Arrobas, “apresenta uma casuística muito interessante e desafiadora no dia a dia”. uma área interior bastante adequada, pensada para servir as necessidades dos animais de estimação, estando dividida em área de cães e gatos”. Realidade local O Centro Veterinário Sintra – Hospital Veterinário iniciou os seus serviços em março de 2013 como Clínica Veterinária e “rapidamente se tornou clara a necessidade de evoluir para serviço hospitalar com médico veterinário permanente, durante 24 horas, de modo a garantir um serviço completo aos animais de estimação e assegurar os cuidados permanentes que os animais internados, por doença ou situações de pós-cirúrgicos, necessitam, dando assim maior confiança e segurança aos donos”, introduz 24 I Agosto Sofia Arrobas. Este espaço nasceu da necessidade de um Hospital Veterinário com estas características na região de Sintra. A Portugal Inovador esteve no local e ficou a conhecer as amplas instalações situadas à face da EN 9, Km 17,4, Ral. As características da estrutura, “em termos de acessos, localização e espaço foram as ideias para acolher este projeto”, refere a administradora. Assim sendo, “o Hospital tem fácil acesso ao público, com estacionamento próprio, espaço exterior e Nos últimos meses temos procurado retratar a realidade vigente, em todas as regiões por onde passamos, no que concerne à consciência da população para os cuidados a ter com os animais de companhia. O diretor clínico do Hospital Veterinário de Sintra, Abel Almeida, apresentou-nos a dinâmica da região: “Sintra tem uma área mais urbana que contrasta com outra mais rural as quais diferem ao nível dos cuidados de saúde animal. Denoto no entanto que nos últimos anos, a zona rural está a ser habitada por pessoas que vêm da cidade para o campo, difundindo assim os hábitos de cuidados de saúde, habitualmente, mais enraizados nos centros urbanos”. Questionado sobre o desconforto que a classe médico-veterinária sente perante atos praticados por outros agentes promotores de saúde, que facilitam o acesso do Portugal Inovador Alerta O médico veterinário Abel Almeida alerta que em época de verão é “muito importante fazer a prevenção de doenças transmitidas pelas pulgas, carraças e outros vetores (mosquitos, etc…), de modo a evitar doenças futuras que ponham em causa a vida do seu animal”. É igualmente importante “não expor o animal a longos períodos de sol e disponibilizar-lhe água fresca e limpa”. público a medicação veterinária sem receita médica, Abel Almeida alerta que “deveria haver maior controlo à venda dos medicamentos sem receita, dado que por vezes há casos de intoxicações e lesões permanentes nos animais de estimação, devido à toma de produtos não adequados”. Com vista a oferecer um serviço cada vez mais especializado e que atenda às necessidades de donos e animais “o Hospital Veterinário de Sintra, apoia e investe na formação dos seus colaboradores, colocando ao dispor dos seus clientes, profissionais cada vez mais qualificados”, complementa a administradora. Sofia Arrobas reforça ainda que a missão de toda a equipa “é garantir a 100% os cuidados médico-veterinários aos animais de estimação, quer ao nível da prevenção, assim como do tratamento das variadas doenças”, sejam eles animais de pequeno porte ou exóticos. Cirurgia (Ortopedia, Neurocirurgia e tecidos moles), Endoscopia, Imagiologia (Radiologia, Ecografia e Ecocardiografia)”. Destacamos que o Hospital Veterinário de Sintra tem ao seu dispor “um serviço bastante inovador e único na região no âmbito da Laparoscopia e Endoscopia Flexível, que permite realizar cirurgias de mínima invasão com recuperação muito rápida e pouco dolorosa, à semelhança do que se passa em Medicina Humana”. Para além da parte clínica, o Hospital dispõe dos serviços de banhos e tosquias, assim como de um espaço complementar – a Mercearia dos Animais – onde os donos têm acesso a produtos e acessórios para os seus animais. Futuro Dinâmica, jovem e profissional a equipa do Hospital Veterinário de Sintra, liderada por Sofia Arrobas e Abel Almeida pretende marcar a diferença no setor da Medicina Veterinária. Com esse intuito está já em curso a criação de um Banco de Sangue Animal, que promete marcar a diferença na vida de muitos animais e respetivos donos. Se o investimento em Fisioterapia Animal é uma certeza, está também em vista a criação de um Hotel para animais de companhia, com especial interesse em comportamento e treino animal. Serviços Situado num amplo pavilhão, devidamente equipado e setorizado, o Hospital Veterinário de Sintra oferece excelentes condições para o exercício da prática médico-veterinária. Sofia Arrobas explica que todos os processos se iniciam com uma consulta de Medicina Geral “e, em caso de necessidade, o animal é reencaminhado para os serviços de especialidade – Oncologia, Fisioterapia, Comportamento Animal, Agosto I 25 Portugal Inovador 26 I Agosto Portugal Inovador Agosto I 27 Portugal Inovador Formação de excelência numa atividade com futuro A Escola de Aviação G Air Training Centre está presente em Ponte de Sôr e Tires. Para além de estar numa área com condições endógenas altamente privilegiadas para a prática do voo, está também equipada com condições de vanguarda para a formação nas diversas atividades ligadas à aviação civil. O diretor executivo do G Air Group, Nelson Ferreira, começa por nos oferecer uma análise acerca da realidade do setor da aviação, chamando a atenção para as vantagens da aposta na formação aeronáutica: “Se olharmos para a qualificação de uma pessoa não apenas como uma forma de realização pessoal, mas também como um investimento financeiro, é das vias mais interessantes. Já há 30 anos que a aviação se encontra em forte crescimento, registando uma evolução de cerca de 5 ou 6% por ano, e, aliado a isso, as carreiras são altamente bem remuneradas. Um piloto de linha aérea pode, facilmente, ganhar acima de 100 mil euros por ano, recuperando rapidamente o investimento na formação”. Segundo um artigo publicado no jornal britânico The Guardian 28 I Agosto ao qual nos faz referência, a profissão de piloto é, aliás, a segunda profissão mais bem paga do mundo. Uma realidade que nos explica: “Há uma grande falta de pilotos. Por exemplo, a Boeing estima que haja um défice de 556 mil novos pilotos que é necessário formar nos próximos anos, o que significa que se todas as escolas de formação no Mundo estivessem a formar a 100%, isso continuava a não ser suficiente. Conclui-se então que a lei da oferta e da procura joga a favor dos pilotos recém-formados e, embora não possa dizer que todos os pilotos que se formam encontram lugar imediatamente, os melhores pelo menos os que estão dentro da média encontram emprego muito rapidamente”. No meio de tudo isto, Portugal ocupa uma posição privilegiada que “a maior parte dos portugueses, provavelmente, desconhece”. Nelson Ferreira informa-nos que o país, e em particular o Alentejo, dispõe de condições únicas para o treino de formação aeronáutica: “Existem dois locais no Mundo que têm condições particularmente boas para a formação aeronáutica. Um é a Florida, o outro é Portugal. O Alentejo, especificamente, tem entre 3.000 a 3.200 horas de sol por ano e, naturalmente, para se treinar é vantajoso um clima ameno”. No caso específico da G Air Training Centre, as condições tornam-se ainda mais positivas se observarmos aquilo que os recentes investimentos proporcionaram. É um centro que se encontra dotado de “um excelente aeródromo, de excelentes equipamentos eletrónicos e Portugal Inovador de uma vasta frota”, o que o torna uma referência no plano internacional. “É a única escola portuguesa que tem este caráter internacional e multicultural”, sublinha. A percentagem de alunos nacionais é reduzida, andando entre os 30 a 40%, e uma grande quantidade são italianos, ingleses ou provenientes dos países árabes (a G Air treina pilotos da Emirates Aviation University e da Air Arabia). Atendendo a isso, o Grupo G Air, para além da utilização da sede em Ponte de Sôr, tem ainda uma base em Tires e, fora do país, em Bergamo, na Sardenha, no Dubai e em Omã. Estes pontos no estrangeiro destinam-se à etapa da formação teórica, sendo que estes formandos, na fase prática, estabelecem-se em Ponte de Sôr, onde estão garantidas as devidas condições de alojamento. Esta atratividade para com públicos internacionais é também facilmente explicável: “Nós iniciámos os cursos em julho de 2014 e 12 meses depois começámos a ter os primeiros pilotos licenciados. Esses 12 meses correspondem ao mínimo que a EASA (European Aviation Safety Agency) permite. A média que se encontra nas formações dadas pelas diferentes escolas será de dois anos, só que aqui, dadas as condições que temos, há a possibilidade de começarmos a voar às seis da manhã e de acabarmos às dez da noite. Ao mesmo tempo, temos este espaço aéreo, que é um espaço que nós próprios gerimos. São, portanto, condições como não existem em mais lado nenhum e essa perspetiva de que rapidamente possam acabar o curso e serem recompensados pelo investimento que fizeram é o que tem trazido para cá tantos alunos de fora do país”. Um projeto ambicioso Internamente, esta escola goza do estatuto de ter sido uma das duas mais antigas do país. Começou em 1979, sob a designação Aerocondor e é dessa origem que advém uma ampla experiência na formação de milhares de profissionais do ramo. Em 2013, a Aerocondor é adquirida pelo G Air Group e o seu funcionamento, nestes moldes, arranca em janeiro de 2014. Atualmente, tem cerca de 300 alunos, dos quais 150 na base de Ponte de Sôr, distribuídos por uma oferta formativa que inclui não só o treino de pilotos (quer na componente de avião, quer helicóptero), como também de assistentes de bordo, de operadores de voo e de técnicos de manutenção. Voltando à referência que já nos fez às condições que este grande investimento trouxe, Nelson Ferreira destaca-nos uma frota que é das maiores da Península Ibérica e que até ao final deste ano deverá estar próxima das 50 unidades. Já a área da formação em assistente de bordo dispõe, como exemplo, equipamentos que replicam uma situação de salvamento de emergência dentro de água, com uma piscina e mangas de evacuamento. No caso da formação em manutenção, o curso inclui dois anos de formação teórica e dois anos de formação on the job. O Grupo inclui, para além da escola de aviação, a empresa de manutenção aeronáutica, a G Air Maintenance, o que facilita a integração dessa componente e desses alunos. Por fim, além destas condições internas, a G Air tem celebrados protocolos com diversas universidades. “O nosso curso de piloto de linha aérea dá direito a créditos nas licenciaturas de Ciências Aeronáuticas e, para esse efeito, funcionamos em parceria com entidades como o ISEC (Instituto Superior de Educação e Ciências) ou a Lusófona, assim como a Buckinghamshire New University ou a Embry Riddle Aeronautical University. O requisito para se ser piloto é o 12º ano, mas as companhias cada vez mais procuram profissionais com o grau de licenciatura. Naturalmente, acoplar a formação de piloto com a licenciatura é algo que valoriza o currículo das pessoas. Por tal temos estas parcerias para que, enquanto o aluno treina para piloto está também a realizar parte de uma licenciatura”. Agosto I 29 Portugal Inovador Uma aposta de longa data no ensino Situado no distrito de Aveiro, Oliveira do Bairro é um dos municípios que assumiu o processo de descentralização de competências na área da Educação. Oliveira do Bairro é um município que tem “crescido em contraciclo” e que, historicamente, tem uma taxa de desemprego “muito abaixo da média nacional”. Trata-se, nas palavras do presidente da Câmara Municipal, Mário João Oliveira, de um município “de gente empreendedora e dinâmica”, situado numa região “turística, extremamente proativa e contributiva para a economia nacional”. Num concelho com estas características não poderia faltar um investimento cuidado e continuado na educação, sendo esta a “aposta principal” da autarquia. A comprová-lo está, por 30 I Agosto exemplo, a criação e requalificação de diversas infraestruturas ligadas ao ensino ao longo dos últimos anos, bem como os diversos projetos de solidariedade e de ocupação de tempos livres promovidos pela Câmara. E foi precisamente essa aposta contínua que levou o município de Oliveira do Bairro a assumir a descentralização de competências no ensino. Através deste processo, são transferidos para o município e respetivo agrupamento de escolas muitos dos aspetos outrora pertencentes ao Ministério da Educação e da Ciência como, por exemplo, a constituição dos horários e calendários escolares, ou parte da oferta curricular disponibilizada aos alunos. “O facto de estarmos mais próximos permitirá que façamos um melhor trabalho”, afirma Mário João Oliveira, acrescentando que esta é uma “aposta natural” num município que sempre colocou a tónica na qualidade do ensino. Bastante otimista está também a vereadora da Educação do município de Oliveira do Bairro. De acordo com Elsa Pires, a descentralização de competências permitirá que - através do diálogo entre a câmara, as instituições de ensino do município e “todas as forças locais que intervêm no mercado de trabalho” – se adeque melhor a oferta curricular às necessidades reais. Caso contrário, “criam-se falsas expectativas e contraria-se a entrada no mercado de trabalho”, refere. Portugal Inovador Ainda no âmbito do ensino, Oliveira do Bairro é um município que, recentemente, viu a sua oferta crescer ainda mais, à medida que ao agrupamento de escolas públicas e ao IPSB – Colégio Frei Gil se veio juntar o Instituto Profissional da Bairrada. Em funcionamento há um ano, esta é uma escola de referência empresarial que, para Elsa Pires, constitui uma “mais-valia” em termos de oferta formativa, dirigindo-se “a um nicho de mercado que não tem concorrência” e respondendo a necessidades muito específicas. Semelhante é a opinião de Mário João Oliveira, que descreve a importância dos investimentos na área da educação como “as melhores apostas que se podem fazer para o futuro”. E acrescenta: “é graças a essas apostas que continuamos a crescer, já que, para se fixar, o que as pessoas mais procuram é o fator emprego e o fator escola”, vaticina. Agosto I 31 Portugal Inovador Um projeto educativo ambicioso O Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro concentra todos os estabelecimentos de ensino público do concelho. A diretora, Júlia Gradeço, ajudou-nos a conhecer a sua realidade. Após a fusão entre dois agrupamentos anteriores e a assimilação da Escola Secundária local, esta instituição é agregadora de um total de onze unidades: a Escola Secundária de Oliveira do Bairro, a Escola Básica Dr. Acácio de Azevedo, a Escola Básica Dr. Fernando Peixinho, a Escola Básica da Mamarrosa e os Centros Escolares de Oliveira do Bairro, de Bustos, do Troviscal, de Vila Verde, da Palhaça, de Oiã Poente e de Oiã Nascente. Contrariamente ao que sucede na maioria dos casos, a sede encontra-se na Escola Básica Dr. Acácio de Azevedo. É uma escola que, com a intervenção do município, está a beneficiar de 32 I Agosto um processo de requalificação já em fase bastante adiantada, processo esse que se espera que passe também pela Escola Básica Dr. Fernando Peixinho e também pela Secundária. Esta última não foi abrangida pelos trabalhos da Parque Escolar, o que Júlia Gradeço assume ser “um problema que o agrupamento está a sentir”. A oferta é ambiciosa, contudo. Dentro dos cursos científico-humanísticos, o plano para 2015/2016 inclui as vertentes das Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e Ciências Socioeconómicas e apenas ficará em falta o curso de Artes Visuais por insuficiência de alunos. A via profissionalizante vai passar pela formação em Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade e pelo curso de Restauração, quer na variante de Cozinha/Pastelaria quer em Restaurante/Bar. As obras municipais vieram beneficiar este último curso, ao garantirem um novo pavilhão, com cozinhas pedagógicas. “Este ano estaremos muito bem equipados; até aqui tínhamos um edifício hoteleiro alugado mas agora iremos ter as condições ideais”, indica. Quanto à colocação destes formandos em estágios, a nossa entrevistada diz “não haver qualquer dificuldade, sendo que no caso da Restauração estão colocados em entidades de todo o país”. Fazendo também referência aos projetos de enriquecimento, a diretora refere-nos três áreas que concentram o essencial da Portugal Inovador aposta do agrupamento. Nas ciências, destaca, com orgulho, a ida de alunos deste agrupamento a Los Angeles para representarem Portugal na Intel ISEF 2014 (maior feira mundial de ciência para alunos do ensino secundário). Nas artes, dá relevo ao exemplo do coro musical de 150 alunos do 2º ciclo, que, anualmente, “dá dois espetaculos de grande escala”. Por último, o desporto escolar é também uma aposta tradicional deste conjunto de escolas. Agosto I 33 Portugal Inovador O teu futuro está aqui É este o lema do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré, garantido por uma articulação harmoniosa entre os diferentes ciclos e modalidades de ensino. Este agrupamento tem cerca de 2000 alunos, dos quais 800 estão concentrados na sua sede, a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré. Para além deste estabelecimento, há ainda cinco jardins de infância, seis escolas do 1º ciclo e uma do 2º. A diretora, Eugénia Pinheiro, entende que as valências oferecidas pelos estabelecimentos que integram o agrupamento garantem aos encarregados de educação a satisfação das suas necessidades. Todos os estabelecimentos do pré-escolar e 1º CEB têm valências como Prolongamento de Horário e a Componente de Apoio à Família. Além disso, menciona também a Iniciação à natação em todos os jardins de infância, a oferta, no 1º ciclo, do Inglês curricular na oferta complementar, a adesão à Programação no Ensino Básico assim como a “colaboração estreita com o município de Ílhavo na definição das atividades de enriquecimento curricular”. O 2º ciclo teve, neste último ano letivo, uma novidade. A Escola Básica da Gafanha da Nazaré passou a lecionar apenas esta etapa de ensino, deixando de incluir o 3º, o que Eugénia Pinheiro entende ter resultado numa melhoria significativa. “Conseguimos criar uma espécie de ninho em que os alunos transitam de um ambiente mais restrito, como é o primeiro ciclo, e não se espraiam logo para este mundo, ficando num ambiente mais personali34 I Agosto zado, acolhedor e ameno, apenas com 12turmas”, explica. Por fim, chegamos à escola que reúne a oferta de 3º ciclo e secundário e que, como já foi dito, é também sede deste agrupamento. A Secundária da Gafanha da Nazaré foi alvo de intervenção da Parque Escolar e é agora “um edifício muito agradável, muito luminoso e muito amplo, com todas as valências de que os alunos necessitam e que os pais podem desejar”. Passou a estar dotada de “laboratórios completamente equipados para as mais diversas áreas experimentais, uma excelente biblioteca, pavilhão e ginásio para a prática da Educação Física. O esforço para dar aos alunos e famílias uma resposta completa e diversificada encontra-se refletido na oferta formativa desta escola. No ensino secundário irão abrir turmas de Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades e também Ciências Socioeconómicas. Eugénia Pinheiro faz-nos um balanço positivo dos resultados. Em simultâneo, está também garantida a via profissionalizante com a oferta dos cursos de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos, Eletrónica, Automação e Computadores que “têm sido muito procurados e que são uma referência”, Receção e Secretariado. Os vocacionais do 3 º CEB e dual do secundário são implementados. A intenção passa, agora, por alargar a oferta do secundário. A educação de adultos encontra-se igualmente assegurada através de EFA escolar de nível secundário. Merecem igual destaque o apoio aos alunos em salas de estudo e os projetos em desenvolvimento, tais como os manuais digitais, visando o desenvolvimento integral dos alunos e um clima educativo de qualidade. Portugal Inovador Olhar no futuro e na empregabilidade O Agrupamento de Escolas de Sertã surgiu no ano letivo de 2003/2004 e conta com 1500 alunos e 150 docentes distribuídos pelos diversos níveis de ensino. Composto por 11 estabelecimentos, este é um agrupamento com uma oferta educativa variada que, tal como refere o diretor José Carlos Fernandes, contempla níveis de ensino desde “o pré-escolar até ao secundário regular”. Mas existe também espaço para cursos vocacionais e profissionais, em áreas como a Eletrotecnia, o Comércio ou a Multimédia – ofertas sempre com o olhar fixo na empregabilidade e nas necessidades da região. Um fator de destaque nesta oferta formativa é o curso profissional de Técnico de Eletrotecnia, “uma área que tem sido uma forte aposta desde há muitos anos” e que faz “parte do ADN do agrupamento”. Mas à tradição junta-se a empregabilidade: “Temos várias empresas sempre muito recetivas para fazer protocolos connosco, nomeadamente para a formação em contexto de trabalho”, explica José Carlos Fernandes. E acrescenta: “depois de concluírem o curso, muitos destes alunos ficam empregados, não só no concelho da Sertã, mas também nas áreas limítrofes”. Entre os locais de estágio, incluem-se empresas de referência como a EDP, a Celtejo ou o Grupo Palser. Mas também nas outras ofertas existem boas perspetivas de empregabilidade. O curso profissional deTécnico de Comércio, por exemplo, constitui uma “aposta recente” e tem-se revelado uma mais-valia, devido “ao conjunto significativo de empresas do setor a operar no concelho”. De igual modo, à disposição de qualquer estudante que conclua o nível secundário existem protocolos com instituições de ensino superior, como o Instituto Politécnico de Tomar e o Instituto Politécnico de Castelo Branco. Prova de que o Agrupamento de Escolas de Sertã se preocupa com a formação de toda a comunidade é o facto de esta instituição também incluir um Centro para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP). O balanço do seu primeiro ano de atividade é “bastante positivo” e a comprová-lo está o número de formandos já certificados com habilitações ao nível do 3º ciclo e do ensino secundário, afirma José Carlos Fernandes. Digna de nota é também a importância dada, por parte do agrupamento, ao desporto escolar, recompensada com “o sucesso conseguido” em modalidades como o voleibol, o badmínton, a ginástica aeróbica, a natação e o boccia. Outro dos projetos escolares é a psicomotricidade em meio aquático para alunos com necessidades educativas especiais. Já em termos de atividades extracurriculares, os discentes podem integrar clubes dedicados a áreas como a robótica, o teatro ou a música. Tudo isto em prol de uma escola moderna e atenta ao mercado de trabalho. Agosto I 35 Portugal Inovador Ao serviço do ensino em Ílhavo Lúcia Maria Rodrigues, diretora do Agrupamento de Escolas de Ílhavo, esteve em diálogo connosco acerca da realidade deste conjunto de escolas. Este agrupamento integra nove unidades, as quais cobrem todas as etapas de ensino que vão do Pré-Escolar ao final do Ensino Secundário. Os estabelecimentos são então a Escola S e c u n d á r i a D r. J o ã o C a r l o s Celestino Gomes (a sede) e as Escolas Básicas José Ferreira Pinto Basto (2º e 3º ciclos), da Nossa Senhora do Pranto, de Corgo Comum, da Légua, de Ílhavo, da Chousa Velha, da Gafanha d’Aquém e de Vale de Ílhavo. No total, este Agrupamento irá acolher de cerca de 1600 alunos, estando 500 concen- 36 I Agosto trados na sua escola-sede. É um espaço escolar onde estes jovens frequentam o 3º ciclo e o Ensino Secundário, estando distribuídos por uma oferta que a diretora nos passa a descrever. Dentro do Ensino Secundário, a oferta para a via regular centra-se nas Ciências e Tecnologias e nas Línguas e Humanidades. Lúcia Maria Rodrigues mostra-se, neste final de ano letivo, “muito agradada com as taxas de sucesso obtidas, sendo que, nomeadamente no exame nacional de Matemática A, registou-se uma média superior à nacional”. No entanto, diz-nos também que Portugal Inovador “a crise se tem feito sentir um pouco, e que as expetativas dos alunos em relação ao ingresso no Ensino Superior não estão a ser as de outrora”. Já na via profissionalizante, a oferta para 2015/2016 irá abarcar duas saídas: Técnico de Apoio à Gestão Desportiva e Técnico de Restauração (variante Cozinha/ Pastelaria). Sobre as mais-valias e qualidade que esta escola dá resposta à oferta profissional, a nossa interlocutora refere as parcerias com o tecido empresarial e comercial locais, dando ainda como exemplo o caso da Restauração, através do recurso a um protocolo celebrado com o Hotel de Ílhavo. Também com relevância em termos de uma futura capacitação profissional, é de referir a oferta de Ensino Vocacional, de 3º ciclo, com as três vertentes de Informática, Práticas Comerciais e Cozinha. Quanto aos projetos exteriores à oferta curricular que são dinamizados neste Agrupamento, a responsável refere-nos os casos do Desporto Escolar (ao qual aderem cerca de 400 alunos e onde se verificam sucessos de nível nacional, como no Ténis de Mesa), o Projeto Eco-Escolas, o Projeto de Promoção para Saúde e também os Clubes Europeu, de Iniciação à Robótica e de Teatro. Adianta-nos também que está a ser equacionado, já para o próximo ano, um Clube de Arte e Ciência, que “irá promover a interligação entre as duas vertentes”. Por fim, sintetizando aquela que considera ser a missão desta instituição, Lúcia Maria Rodrigues diz que este “pretende ser um agrupamento de excelência, que procura centrar a sua ação em torno dos valores da cidadania e que desenvolve um plano de atividades muito diversificado, permitindo aos alunos, muitos deles carenciados, experiências únicas de aprendizagem”. Ao mesmo tempo, não deixa de ressalvar o trabalho junto dos cerca de 130 alunos com necessidades educativas especiais, para os quais “é feito aqui um esforço grande de mobilização dos recursos humanos da escola, provendo nestes jovens o desenvolvimento de competências funcionais e de alguma autonomia”. Agosto I 37 Portugal Inovador Cinquenta anos ao serviço da educação em Ovar O Agrupamento de Escolas Ovar Sul foi constituído em 2012, mas assenta na tradição cinquentenária da sua sede, a Escola Secundária Júlio Dinis. Este estabelecimento completou esta idade no dia 26 de outubro do ano passado. Começou como colégio privado, por iniciativa de Maria Helena Meneses, figura ilustre da cidade e mãe de Luís Filipe Meneses. Nos anos 70, passa para a esfera pública e adquire a atual denominação já na década de 80. Como já foi referido, foi em 2012, mais concretamente em julho, que se chegou a esta atual organização administrativa. Para além da Secundária Júlio Dinis, este agrupamento gere ainda duas outras grandes escolas como a E.B. São Vicente Pereira e a E.B. Monsenhor Miguel de Oliveira. O diretor, Nuno Gomes, faz-nos um balanço 38 I Agosto acerca desta adaptação, chamando a atenção para “as identidades e culturas distintas” que havia entre estes diferentes estabelecimentos. “Houve um período de adaptação que foi necessário, em termos administrativos e burocráticos. Em relação à questão pedagógica, a linguagem é universal. Os professores poderiam ter culturas diferentes em determinados procedimentos pedagógicos, mas tudo isso se congregou e penso que se conseguiu arranjar uma plataforma de entendimento e de pontos comuns”, explica. Volvidos estes três anos, já se trabalha debaixo de uma “identidade de agrupamento” e a missão é clara e coerente: “Qualidade e equidade para todos os alunos”. Pegando no caso específico da respetiva sede, estes princípios são respeitados, através de uma forte integração entre a parte curricular e os projetos dinamizados pela comunidade. “Estamos a fazer não só o trabalho óbvio para o resultado e para o exame final, como também a tentar envolver estes alunos em projetos que lhes permitam uma melhor preparação para o ensino superior. Nomeadamente, a nível de metodologias de projeto e das chamadas soft skills, que é algo que eles vão aprendendo uns com os outros”, indica. Dentro deste espírito, Nuno Gomes ajuda-nos a perceber como as diferentes componentes da oferta letiva se cruzam com a tradição que a escola tem vindo a adquirir no âmbito destes projetos. Começando pelos cursos científico-humanísticos do ensino secundário, esta oferta contempla as áreas das Ciências e Tecnologias e das Línguas e Humanidades. “É nas Ciências e Tecnologias que temos tido uma tradição mais acentuada. Temos participações muito ativas e constantemente premiadas. Este ano, por exemplo, tivemos 12 projetos na Mostra de Ciência, no Museu da Eletricidade. No Projeto Jovens Cientistas, tivemos 14 projetos aprovados pelo Instituto da Juventude, em que um deles foi premiado em Milão. Também nas Olimpíadas internacionais da Biologia, um aluno nosso vai representar Portugal em Aahrus, na Dinamarca”, enumera. A beneficiar esta vocação muito própria desta comunidade escolar, esteve a recente reabilitação da Sala de Ciências da escola. Nas Línguas e Humanidades, Portugal Inovador Nuno Gomes refere que “já começa a haver alguns bons resultados, quer no Plano Nacional de Leitura, quer no Concurso Nacional de Leitura, assim como também nos próprios exames nacionais”. Já na via profissional, a oferta para 2015/2016 vai passar pelos cursos de Apoio à Gestão Desportiva, Turismo e Restauração (vertente Restaurante/Bar). A primeira das referidas formações é aquela em que a Secundária Júlio Dinis conta com uma tradição maior, que já vem dos antigos cursos tecnológicos e que tem sido um fator de atração para alunos de fora do concelho. Também aqui há um cruzamento com os resultados das outras atividades com o sucesso na organização de muitas provas de Desporto Escolar. A estreita ligação com a comunidade local tem sido uma vantagem e tem permitido facilitar a colocação destes alunos em contextos de trabalho: “Temos, por exemplo, uma parceria com a piscina municipal, onde muitos dos nossos formandos fazem os seus estágios. Também no que toca ao Turismo e à Restauração, felizmente, estamos constantemente a ser convocados para colocá-los nos eventos do município ou de outras instituições locais. Essa relação é muito valorizada”. Agosto I 39 Portugal Inovador Em busca de um futuro risonho O Agrupamento de Escolas Miguel Torga é composto por três estabelecimentos de ensino fortemente empenhados na garantia do melhor futuro para os seus estudantes: EB1/JI de Massamá, EB D. Pedro IV e a Secundária Miguel Torga. Sediado em Monte Abraão, Sintra e criado em 2012, este é um agrupamento que abrange cerca de 2850 alunos e perto de 230 docentes, com uma oferta educativa que começa aos quatro anos de idade, através do ensino pré-escolar, e cuja continuidade se mantém até aos 18 anos, com o ensino secundário. Sempre atento às características da população e às necessidades da zona geográfica em que se insere, o Agrupamento de Escolas Miguel Torga cedo sentiu a “necessidade de se adaptar”, explica José Carlos Cruz. Relativamente a este aspeto, o diretor mostra-se perentório: “Entendemos que as escolas devem ser uma etapa importante para os nossos alunos e que eles devem sair com uma ferramenta que lhes permita um bom futuro”. Por esse motivo, tão importantes para este agrupamento quanto as ofertas de ensino regular, são os 40 I Agosto cursos vocacionais (de 3º ciclo) e profissionais (nível secundário) que se encontram à disposição dos alunos. Entre uma vasta gama de opções, existem, por exemplo, os cursos de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, Técnico de Contabilidade, Técnico de Eletrotecnia, Técnico de Gestão de Equipamentos Informáticos e o de Técnico de Turismo, o qual abre portas no próximo ano letivo e que, na ótica de José Carlos Cruz, “à semelhança dos anteriores, também tem boas possibilidades de colocação dos alunos no mercado”. Acima de tudo, este é um agrupamento que coloca a tónica nas palavras ‘sucesso’ e ‘futuro’. É por esse motivo que existe “todo um conjunto de protocolos” entre a escola e mais de 60 empresas da região e zonas circundantes, nomeadamente para quem opte pelo ensino profissional. No que respeita ao curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva, por exemplo, os estágios podem ser realizados em entidades de referência como o Estádio Nacional do Jamor, em Oeiras, ou na instância turística da Penha Longa, que possui uma forte componente dedicada ao golfe. O Agrupamento de Escolas Miguel Torga é, inclusivamente, um dos poucos no país com um centro de formação de golfe em funcionamento. “Temos vários alunos que participam desde pequenos na modalidade, nomeadamente desde o 5º e 6º anos”, explica José Carlos Cruz. Quer isto dizer que a importância atribuída ao desporto escolar neste agrupamento é “bastante grande”, pois este “promove e integra as pessoas”, contribuindo para o seu sucesso, aponta o diretor. Entre as modalidades em destaque contam-se ainda o atletismo ou o futsal. Por outro lado, é comum ver alunos do agrupamento a singrar em diversas instituições de ensino superior do país, nomeadamente no Instituto Superior Técnico, Faculdade de Ciências, Medicina em Lisboa, mas também em outras universidades, nas mais variadas áreas. Pode dizer-se, por isso, que na tentativa de despertar o potencial de cada aluno, este é um agrupamento que lhe oferece a possibilidade de um futuro forte e risonho. Tradição e inovação Portugal Inovador Recuperando um legado de prestígio, o Complexo Termal do Cró, no concelho do Sabugal, procura posicionar-se como um player de excelência no turismo de saúde e bem-estar. A utilização deste balneário encontra agora um novo fator de dinamização, com a entrada em funcionamento do Cró Hotel Rural**** A primeira referência bibliográfica às Termas do Cró data de 1726, altura em que foi feito o primeiro inventário das águas medicinais no país. Eram referidos, então, os efeitos terapêuticos destes banhos e a necessidade de instalações que fizessem o seu aproveitamento. Esta resposta foi dada com a construção do primeiro balneário, em 1935, o qual se manteve em funcionamento até ao 25 de abril. Durante décadas, foi uma referência dentro do terma- lismo a nível nacional. Em 1980, a Câmara Municipal do Sabugal adquire o espaço e inicia o seu processo de reabilitação, que culminou, em 2011, na abertura do atual complexo. O que hoje encontramos neste lugar é um balneário que apresenta condições de vanguarda, destinadas a um serviço que cobre as áreas do termalismo clássico (com tratamentos de hidroterapia, imersão, duche e vapor), do bem-estar (massagens, exfoliações, envolvimentos, sauna e turco), da fisioterapia e também uma componente lúdica, apoiada por uma piscina aquecida hidrodinâmica e animada, com cerca de 160m2 de espelho de água. Fisicamente ligado a este edifício, está o novo Cró Hotel Rural, de quatro estrelas, que possibilita que os utilizadores do balneário tenham uma resposta em termos de alojamento, a uma unidade de excelência que até ao momento não se encontrava na região.Está capacitado com 30 quartos, restaurante e bar, sala de eventos para 240 pessoas sentadas e um auditório com 100 lugares. Segundo a administração da Natura Empreendimento, S.A. que gere tanto as termas como o hotel “o objetivo é potenciar os serviços realizados nas termas e também que as termas tragam clientes ao hotel e a toda a região”. A inauguração foi a 13 de junho e a abertura ao público deu-se durante o mês de julho, com a promessa de que seja também uma referência dentro da oferta hoteleira na região. Agosto I 41 Portugal Inovador Pescado de Aveiro para o Mundo Dedicada ao comércio de peixe fresco, a Peixovar tornou-se um caso de sucesso graças à sua atitude dinâmica e empreendedora. Sediada em Ovar, mas com uma filial na Lota da Docapesca da Gafanha da Nazaré (onde é desenvolvida a maior parte da atividade) e outra em Matosinhos, a Peixovar – Comércio de Peixe, Lda. nasceu em 2003 e é um verdadeiro caso de sucesso no setor. Afinal, trata-se de um projeto que começou quando ambos os sócios-gerentes se encontravam no desemprego, mas que, num percurso relativamente breve, alcançou já o estatuto de PME Líder e assumiu-se como uma referência, englobando, neste momento, uma equipa de 12 elementos. A gama de produtos que a Peixovar comercializa é, efetivamente, variada. “Temos todo o tipo de peixe” que passe “pelos nossos critérios rigorosos de qualidade”, explica João Ramos. Relativamente a este aspeto, o sócio-gerente é perentório: “Não nos preocupamos com a questão do preço, mas sim com a qualidade”. Entre o tipo de pescado vendido encontra-se não só o peixe fresco oriundo da costa portuguesa, mas também produtos importados de grande qualidade como, por exemplo, “a perca da Tanzânia ou do Uganda”, “o pargo 42 I Agosto e garoupa da Mauritânia” ou o “salmão da Noruega”. Fruto das suas parcerias comerciais, a Peixovar cedo assumiu a missão de “levar o peixe de Aveiro” até “vários pontos do Mundo”, sendo a grande responsável pela sua exportação. Não admira, por esse motivo, que esta seja uma empresa em contraciclo com o atual estado do setor, apresentando um balanço de “12 anos de crescimento, ano após ano” numa altura em que a tendência do mercado é negativa. Mas como é possível uma firma como a Peixovar ter chegado tão longe? Relativamente a este aspeto, João Ramos apresenta-nos uma hipótese. “Quando trabalhamos por dedicação e não por obrigação, torna-se muito mais fácil atingir os objetivos”. Mas, na opinião do nosso entrevistado, o grande segredo para o sucesso da Peixovar está na “equipa de colaboradores” que trabalham na firma criada por João Ramos e pela sua esposa e sócia, Maria Rodrigues. “Parte do sucesso desta empresa passa pela dedicação que eles têm tido connosco”, garante o sócio-gerente e, “sem eles, a Peixovar não teria chegado tão longe”. Importa referir que esta não é uma empresa focada apenas em rentabilizar para interesse próprio. Pelo contrário, faz parte da filosofia da Peixovar doar todos os produtos que não se vendem – mas que se encontrem ainda com a qualidade devida para consumo – a associações de solidariedade. “Não deixamos estragar, preferimos dar”, explica João Ramos. Mas a Peixovar preocupa-se também “em ajudar todos neste espaço geográfico”, apoiando, por exemplo, coletividades desportivas a nível local – como o Clube Desportivo da Gafanha da Nazaré – e marcando presença em “alguns dos eventos sociais locais”. Já relativamente ao futuro, há otimismo e muita vontade de crescer. “Enquanto empresa, não gostamos de ficar parados, temos que ir sempre à procura de novos desafios”. Assim sendo, entre os planos para 2016 está a entrada da marca Peixovar em franchising. Tudo aponta, por isso, para um futuro radiante e fresco. Portugal Inovador Agosto I 43 Portugal Inovador Kiwicoop de Portugal para o Mundo Sempre em crescimento, a Kiwicoop é uma cooperativa que, ao longo da sua história, tem lutado para garantir que o kiwi nacional se diferencie pela qualidade. Foi em 1988 que a Kiwicoop nasceu, assumindo desde o seu início um objetivo muito claro: “Rentabilizar melhor o kiwi em Portugal e na região”, explica-nos José Carlos Soares, diretor desta cooperativa, com sede em Oliveira do Bairro. Na sua génese, esteve “um conjunto de cerca de 70 associados” apostados em potencializar o trabalho dos kiwicultores portugueses e dessa fruta “então muito nova”. E foi, de facto, após um percurso repleto de dificuldades e reviravoltas que a Kiwicoop se tornou no nome de referência que é hoje. Atualmente, esta é uma cooperativa que reúne cerca de 320 associados, dotada de instalações com capacidade para “5000 toneladas de frio”. Mas os números não ficarão por aqui: “Estamos a iniciar a construção de novas instalações e vamos aumentar para o dobro 44 I Agosto a capacidade da Kiwicoop em termos de frio”, refere José Carlos Soares. Fruto da sua já longa história, bem como das potencialidades das suas produções, esta é uma cooperativa que vê os seus produtos dividirem-se entre o mercado nacional e estrangeiro, com este último a assumir cerca de 40% do volume de faturação, com especial destaque para Espanha. O objetivo da Kiwicoop passa, no entanto, pela aposta continuada no mercado internacional. “Estamos a desenvolver esforços para diversificar a nossa oferta” e chegar a regiões como a América do Norte ou o Brasil, “que podem ser mais-valias em termos de preço e onde possamos mostrar a nossa qualidade”, explica o diretor da cooperativa. A qualidade é, na opinião de José Carlos Soares, um dos trunfos do kiwi produzido em Portugal. Sendo esta uma fruta “que exige latitudes muito próprias” para ser devidamente plantada e explorada, o nosso país – e, em particular, a região da Bairrada – conta com “uma conjugação de condições” favoráveis, como as características do solo e do clima. O resultado é “uma diferença tremenda em termos do sabor do kiwi”, pelo facto de as referidas características possibilitarem a sua colheita na maturação certa. Enquanto embaixadora deste produto, a Kiwicoop tem marcado também presença em diversas iniciativas de referência, como Feiras em Berlim ou em São Paulo, com uma consciência bem definida do estado deste mercado a nível mundial, bem como das potencialidades dos produtos portugueses. “Não conseguimos competir com países como Itália ou a Nova Zelândia em termos de quantidade”, reconhece José Carlos Soares, antes de acrescentar, todavia, que o que a Kiwicoop realmente pretende “é fazer uma diferenciação positiva e valorizar o nosso kiwi nos mercados que efetivamente o façam.” Uma atitude, um produto e uma cooperativa de referência. Portugal Inovador Agosto I 45 Portugal Inovador Cultura de honestidade e confiança Há cerca de 40 anos, Mário Teixeira deixou o serviço de empregado de balcão para se dedicar inteiramente ao papel de mediador de seguros. Do porta a porta ao escritório próprio, o negócio é hoje gerido pelos três filhos. “Andava no liceu e já acompanhava o meu pai”, lembra Rui Teixeira, que em conjunto com os irmãos, Carlos e Paulo, gere atualmente a Mário Teixeira – Mediação de Seguros Lda. A semente está na mercearia do avô, pai de Mário Teixeira, que já atuava em tempos idos na negociação de seguros. Trabalhando enquanto mediador exclusivo da então denominada Metrópole – atual Zurich – o volume de negócios de Mário Teixeira foi crescendo o que lhe permitiu deixar o trabalho e instalar-se num escritório montado pela própria agência. A par da função de agente, Mário Teixeira era também funcionário da seguradora e foi em 2003 que se afastou dessa posição para abrir 46 I Agosto o seu gabinete próprio, em sociedade com os filhos. Rui Teixeira já vinha dando apoio ao pai desde os anos 90, tendo sido também ele mediador independente da mesma entidade; Paulo Teixeira já atuava também no ramo; e Carlos Teixeira, depois de concluir o curso de Gestão, veio unir-se ao negócio. Na altura em que se especializaram, há cerca de 20 anos, “era obrigatório o curso de mediador, hoje são as próprias seguradoras que credenciam os seus representantes”, informa Rui Teixeira. Com as alterações à legislação, a formação por conta é uma constante e no gabinete os irmãos assumem papel de parceiros de confiança: “Antes de tudo o resto o nosso lema é trabalhar com honestidade”, salienta Paulo Teixeira. Todos os detalhes e implicações dos contratos são informações transparentes dos mediadores para com os clientes e Rui Teixeira assume que prefere “não fechar contratos a ter problemas no futuro”. Hoje com o gabinete aberto ao lado do espaço antes ocupado pelo escritório do pai – um dos primeiros balcões de seguros de Felgueiras – a Mário Teixeira – Mediadores de Seguros, Lda., trabalha com empresas locais e clientes particulares, que aos olhos de Rui Teixeira “estão cada vez mais informados e exigentes”. Por isso mesmo, além de aqui trabalharem em maior volume com a seguradora suíça, cooperam com outras entidades para que consigam sempre dar a melhor resposta ao cliente. “São muitos anos a servir bem”, acrescenta Rui Teixeira. A imagem desta casa foi construída ao longo de anos de prestação de serviços eficazes e credíveis e segue debaixo do olhar atento de Mário Teixeira, rosto conhecido na cidade. O plano dos irmãos passa por manter a estrutura familiar da firma como chave para garantir a qualidade no atendimento. Já há projeto de remodelação das instalações e, enquanto perdurar o gosto e a dedicação pelo trabalho que desempenham, o sucesso está garantido. Portugal Inovador Investimentos rentáveis numa produção consolidada A indústria de calçado é um manifesto caso de sucesso na cidade de Felgueiras. Nesse mesmo concelho, mais concretamente na freguesia de Caramos, fomos conhecer mais um desses exemplos que na perspetiva de Lucília Machado não deixa de ser desafiante e ao mesmo tempo convidativo. Foi em setembro de 2008 que a jovem empresária decidiu criar um novo projeto para a sua vida: a Bravideia. Hoje com sete anos de atividade vê as suas raízes serem fortalecidas, cada vez com maior amplitude e segurança, num mercado que se afirma com grande impacto em Portugal e no Mundo. “Nunca pensámos que iríamos alcançar este patamar, começámos com uma equipa de três pessoas e hoje somos já 48, fomos evoluindo gradualmente”, confessa. Dedicados essencialmente ao corte e costura em regime de subcontratação, a Bravideia vem aqui espelhar uma parcela da realidade do pequeno empresário que se afirma em conjunturas menos favoráveis. “Cada vez mais a mão de obra qualificada é uma necessidade primária, mas depois há também todo o investimento nas máquinas que dão a possibilidade de aumentar a produção em qualidade”, são essas as estratégias que segundo Lucília Machado veem nortear o desenvolvimento e aperfeiçoamento de toda uma indústria. A possibilidade de substituir o equipamento obsoleto por máquinas mais modernas e produzir a partir daí um maior número de modelos é encarada como uma mais valia não só na qualidade do produto como na própria rentabilidade do mercado. “Enquanto que antes produzíamos 300 pares por dia, atualmente esse número aumentou para o dobro, tentamos por isso investir sempre nas máquinas”, reforça. Porém esta aposta nos recursos materiais não faz em momento algum descurar os recursos humanos. Tendo como base um espírito de entreajuda todas as pessoas desenvolvem um trabalho de equipa perseverante. Lucília Machado conta ainda com o grande apoio de Bruno Silva e da sua irmã, Cristina Machado. A valorização das diferentes competências permite-lhes crescer num clima de aprendizagem mútuo. “Não há hierarquias, trabalhamos todos com o objetivo de crescer, gosto muito do meu grupo, somos muito unidos”, salienta. O rigor no cumprimento dos prazos, a matéria-prima aplicada, e os segmentos para os quais estão direcionados concretiza igualmente um grande enfoque no planeamento das suas estratégias. “Os modelos que executamos destinam-se mais ao público masculino, num estilo mais jovem”, determina. Numa abordagem final a nossa interlocutora revela-nos alguns dos projetos que já têm em mente para um futuro próximo: “Temos alguns planos, mas vivemos um dia de cada vez. Queremos criar melhores condições. As pessoas que trabalham connosco são desta zona e por isso ponderamos permanecer e continuar a crescer em Felgueiras”, findam. Agosto I 47 Portugal Inovador Atitude positiva sobre o mercado José Lopes, ligado a diversos setores de atividade, foi acompanhando ao longo do seu percurso profissional diferentes realidades. Atualmente, a visão expansiva que afirma sobre o tecido empresarial e o seu projeto – a Frilixa – assume um papel preponderante na região. Sediada em Lixa, esta empresa dedica-se essencialmente à conceção, produção e comercialização de equipamentos de refrigeração, interagindo com os setores da hotelaria, pastelaria, talhos e charcutaria. O nosso interlocutor começa por retratá-la com entusiasmo: “Estive sempre ligado a outros ramos (têxteis, artes manuais, metalúrgica, automóveis), mas em 1988, decidi investir noutra indústria. Naquela época, muitos empresários apostaram no calçado, eu quis abarcar um negócio completamente diferente. Após um estudo de mercado, lancei-me neste investimento por constatar que era uma lacuna na região e no próprio país. Comprei os primeiros pavilhões e fomos crescendo. Atualmente, sei que foi uma aposta ganha não só aqui como noutros países, e o nosso produto chega hoje aos cinco cantos do Mundo”. 48 I Agosto “Muitos e variados” foram as palavras com que José Lopes caracterizou esses produtos. Dentro dessa variedade, podemos encontrar murais e vitrines distribuídos pelas diferentes categorias. Os grandes Grupos nacionais com que trabalham fazem com que de ano para ano as suas vendas para o mercado interno representam um valor cada vez mais significativo. “Há três anos, tínhamos uma quota de apenas 6%, chegou em anos anteriores a ser 4%, porém o ano passado o crescimento foi expansivo, e atingimos os 17%”, elucida. No mercado internacional o maior volume de negócios é atingido em países como a Inglaterra, a França – “que desde o ano passado tem tido também um crescimento muito forte” –, a Espanha, a Holanda e Israel. “Estamos muito presentes no mercado europeu, no total são 30 países para os quais exportamos os nossos produtos”, informa. Observando numa perspetiva global toda a atividade, José Lopes constata que Itália foi a pioneira nesta indústria, mas muitos outros se seguiram, e Portugal tem vindo a destacar-se pela qualidade. Progresso Todo este percurso de franca expansão permitiu-lhe acompanhar diferentes conjunturas e quando a Portugal Inovador crise parecia desencadear algumas dificuldades, a Frilixa viu aí uma oportunidade de negócio. “Recentemente, criei oito postos de trabalho e tenho jovens que veem com ideias novas, métodos diferentes, com conhecimentos profundos, o que vem enriquecer ainda mais todo o investimento. Para chegarmos a bom porto é necessária essa continuidade, tendo em conta todo o seu suporte, sabendo de antemão que a senhora da limpeza desenvolve um papel tão importante como o técnico mais graduado”, vinca. Na base desta filosofia de proximidade a formação é assim promovida, tendo em vista a inovação e a qualidade, exigências que o mercado nutre, na procura contínua de proporcionar maior valor na relação de qualidade - preço. Na Frilixa essa constante afirmação passará sempre pelo investimento nos equipamentos, na aposta em designs atrativos, funcionais e fiáveis e na procura e interação com bons parceiros de negócio. “Nem sempre é fácil encontrar mão de obra qualificada, e por isso desenvolvemos parcerias com instituições de ensino de forma a estimular os alunos a vir estagiar para aqui”, indica. No futuro, os 70 funcionários que integram a equipa pretendem continuar a assumir o seu compromisso com a qualidade que lhes é reconhecida, mas com a ambição de uma maior expansão. “Queremos continuar a aumentar a nossa capacidade de produção, o ano passado tivemos um crescimento na ordem dos 17%, e pretendemos continuar a crescer de forma sustentada”, conclui. Agosto I 49 Portugal Inovador A motivação “é o sucesso dos alunos” A equipa de profissionais da Academia Nota 20, sediada na Lixa, tem conquistado a confiança dos pais e motivado dezenas de alunos. Formada pela Escola de Educação do Porto em Ensino Básico, na variante de Português e Francês, “a Reforma do Sistema Educativo” conduziu Fabienne Teixeira a um novo desafio pessoal e profissional: a Academia Nota 20. Apaixonada pela sua profissão, Fabienne Teixeira faz-se acompanhar por um grupo de professores que partilha a sua forma de estar e viver o ensino. O dia a dia, passado entre a sala de estudo e a sala de lazer, assenta num contrato de confiança em que os bons resultados escolares são a meta a alcançar. “Preocupamo-nos com os alunos e com o seu aproaveitamento. Somos extremamente exigentes: este espaço não é um depósito de crianças, os meninos têm horas para tudo, mas vêm cá para trabalhar. Naturalmente, aqueles que entram por vontade própria vêm motivados para estudar e alcançar boas notas, motivação que aumenta à medida que veem o seu esforço ser recompensado”, explana. A Academia Nota 20 presta acompanhamento ao estudo diário a alunos dos 1º, 2º e 3º ciclos de ensino, divididos por duas salas de estudo: uma 50 I Agosto só para alunos do 1º ciclo que são acompanhados por uma professora de 1º ciclo; e outra para 2º e 3º ciclos com acompanhamento de Fabienne Teixeira, nas disciplinas de Português e Francês, uma professora de Matemática e Ciências e um professor de Inglês. Esse apoio consiste na orientação dos alunos no que refere à realização dos trabalhos de casa, complementado com fichas de reforço para colmatar as suas principais dificuldades, assim como na preparação para os diferentes momentos de avaliação. Para além deste serviço, a Academia Nota 20 disponibiliza explicações individuais ou em grupo com professores de todas as áreas de ensino para alunos até ao 12º ano. Ao fim de semana, as portas abrem para o Atelier de Inglês, onde são desenvolvidas as competências da disciplina do 1º ciclo. Todo este método de trabalho tem conduzido a taxas de sucesso de relevo, principalmente quando falamos de alunos que entraram na Academia com resultados menos favoráveis: “Temos uma taxa de sucesso dos alunos de 100% no 1º ciclo e 8º ano e nos restantes anos a mesma está acima dos 75%”, revela a responsável. Aprender em férias Durante as férias, também é importante reforçar o estudo, por isso “durante duas horas, três dias por semana”, na Academia Nota 20 alia-se a diversão aos livros. Fora desse contexto, é proporcionado aos jovens atividades tais como: aulas de educação física e de Hip Hop acompanhadas por professores das áreas que se deslocam ao espaço, idas à piscina, workshops (culinária, trabalhos manuais, expressão dramática), piqueniques e aulas de educação física ao ar livre. Para o próximo ano letivo Fabienne Teixeira prepara já uma série de iniciativas que passam pela rentabilização do espaço, através da organização de festas de aniversário durante os fins de semana. Nas férias, mediante a adesão de pais e alunos, prevê-se a organização de passeios, parques temáticos e outros locais de interesse. “Pretendemos que cada menino tenha a possibilidade de vivenciar estas experiências, por isso tentaremos que o preço seja o mais acessível possível”. Em final de conversa, Fabienne Teixeira deixa o apelo aos pais para que estejam atentos e recorram a ajuda para o acompanhamento escolar dos seus filhos logo no início do ano letivo: “A partir de dia 1, trabalhamos todas as manhãs fazendo fichas de diagnóstico que resumem as matérias do ano transato e que facilitam o início do ano dos alunos”. Portugal Inovador Especialistas em telecomunicações A Hospitel está presente na Lixa, Vila Meã, Amarante e Chaves começando já a ser reconhecida como uma marca. Apoiada num amplo know-how, disponibiliza as melhores soluções aos seus clientes, quer particulares quer empresariais. Como é de fácil dedução, o que podemos esperar destes profissionais é que funcionem como um verdadeiro hospital das telecomunicações. Foi essa a vocação inicial que Gil Carvalho quis impor à sua empresa, mas rapidamente foi dando uma resposta mais versátil ao seu público. Neste momento, atua nas áreas da reparação de telemóveis e de todo o tipo de equipamentos informáticos, e no comércio de telecomunicações, com destaque para o software empresarial Winmax. Este alargamento da sua atividade foi evoluindo em simultâneo com a sua estrutura. Em 2004, tinha começado no espaço que ainda hoje tem na Lixa. Em 2007, abriu uma segunda loja, com características semelhantes, em Vila Meã e, mais recentemente, instalou um posto em Amarante e outro em Chaves. A equipa também foi aumentado até chegar às 11 pessoas que a compõem presentemente. Sobre este crescimento, Gil Carvalho considera que foi “um processo lento mas sustentável”. Acrescentando, entende que foi conseguido através de uma forte preocupação em desempenhar um trabalho “sincero e honesto”, através do qual se tenta “fazer de cada cliente um amigo”. Ao mesmo tempo, há uma tentativa de ir acompanhando as inovações. O nosso entrevistado destaca-nos, dentro das soluções empresariais, o software de gestão Winmax, que coloca “entre os melhores do mercado”. Nomeia, como vantagens, o facto de ter sido “dos primeiros programas a comunicar guias de transporte automáticas”, dos ficheiros não se perderem e de executar sempre as atualizações, estando acessível a partir de qualquer browser de internet e de qualquer terminal de telemóvel, com mobilidade total. Na região Norte, apenas estão certificados a Hospitel e outro agente no Porto. O crescimento, conforme nos diz, poderia ser ainda mais acentuado não fossem as dificuldades que se verificam no setor. Gil Carvalho chama a atenção para os constrangimentos que são colocados pelos operadores, nomeadamente a nível dos cortes no mapa comissional. Explicando, refere que, “como o valor da receita para o operador tem caído bastante, têm reduzido as comissões e, tendo em conta que continuamos com a mesma estrutura, salários e rendas, isso é uma grande dificuldade”. Agosto I 51 Portugal Inovador Colorindo a sua casa A Flores do Marão conta já com quase seis anos de história. Nazaré Moreira, atenta ao mercado da Lixa, vem agora falar-nos sobre esse percurso. Aprendizagem “Sempre gostei muito de flores e de plantas. Quando pensei abrir este espaço, verifiquei que na Lixa havia várias floristas, mas nenhuma comercializava plantas”, começa por contar. Os seis anos de atividade têm-lhe permitido acompanhar e evoluir gradualmente numa constante adaptação ao mercado local. Naturalmente, há dias melhores e piores, mas o seu projeto tem sido uma aposta ganha e tem estabelecido uma proximidade com o público da Lixa. A contribuir para isso têm estado os valores com que garante encarar o seu negócio todos os dias: “Trabalho, honestidade e simpatia”. Sobre a oferta que aqui tem, há plantas e flores para todos os gostos e todas as alturas, ainda que a aposta seja mais forte nas plantas de interior. Dentro destas, destaca-nos alguns exemplos como os antúrios e orquídeas. Ao mesmo tempo, mostra-se igualmente capaz de preparar casamentos e outros eventos. 52 I Agosto Tendo crescido em contacto com a natureza, a nossa interlocutora facilmente ganhou um interesse pela área. “Fazer ramos e arranjos é uma arte e, como fui criada numa Quinta na Lixa, aprendi a gostar de criar”. A formação que entretanto foi adquirindo permitiu-lhe trabalhar com outros conhecimentos e novas ideias: “Temos de jogar com o que gostamos e com aquilo que o cliente gosta, conjugando as cores das flores, com sensibilidade. Sempre que surge oportunidade procuro ir a workshops para acompanhar as novidades, como por exemplo também ao nível de materiais”, salienta. Daqui para a frente, as suas perspetivas continuam a ser de crescimento e atualização. “Quero continuar a trabalhar, cada dia melhor e desejo também que todos os negócios melhorem, porque se a economia nacional se desenvolver todos nós beneficiamos”, finda. Portugal Inovador A arte da Serralharia nas mãos de quem sabe De aprendiz a mestre de serralharia, António Silva leva hoje a arte de trabalhar metais além fronteiras. Foi com 14 anos que António Silva começou, em Felgueiras, a trabalhar numa serralharia local. Conta-nos que foi mais tarde, em 1987, que decidiu “tentar a sorte” e montar a sua própria empresa. Contando inicialmente com três colaboradores, a Silsouto viveu nos anos 90 o impulso da construção civil e o crescimento tornou-se evidente. A equipa aumentou para oito o número de funcionários e a aposta incidiu nas pranchas metálicas, nos andaimes e outros tipos de trabalho associados à construção. Com as novas caraterísticas do mercado, António Silva assume que “foi necessário diversificar para garantir a oferta e para responder às exigências da procura”. A empresa passou a contar com alvará que permitiu o acesso a concursos públicos e focou-se em trabalhos de chapa, automatismos, gradeamentos e, sobretudo, no fabrico de naves industriais. António Silva garante: “Ouvimos o cliente. O que ele pedir, nós executamos”. Foi com essa dinâmica que o trabalho da Silsouto expandiu começando por chegar às Ilhas. Através de clientes com empreendimentos nos Açores, o empresário acabou por ser contactado para trabalhar em estruturas como a do Museu da Baleia, ou ainda num pavilhão de uma reconhecida multinacional automóvel no Faial. Num contexto de aumento da emigração, há cerca de seis anos António Silva começou a ter clientes portugueses a trabalhar fora do país, que o requisitavam para serviços, e, atualmente, grande parte dos seus parceiros são empresas estrangeiras, sobretudo de origem francesa. A verdade é que para António Silva, “há trabalhos que marcam” e a qualidade do serviço prestado torna-se uma referência e acaba por falar por si. A obra começa em Portugal, sendo depois encaminhada em contentores para o país de destino. A equipa segue posteriormente para a montagem, já que “as máquinas não fazem tudo”. Hoje o volume do negócio no estrangeiro representa para esta empresa de construções metálicas cerca de 50%, e o empresário assume: “Por vezes não temos capacidade de resposta, mas por enquanto prefiro manter a empresa neste patamar”. Em prol de um crescimento sustentado, a Silsouto aposta nas certificações de segurança no trabalho, de responsabilidade civil, e, enquanto PME certificada pelo IAPMEI, mantem uma política de honestidade e seriedade em cada compromisso de trabalho. No que diz respeito ao ofício, António Silva privilegia a aprendizagem na oficina, num trabalho manual criativo e de precisão, em que cada peça se torna única às mãos destes profissionais. “A maquinaria ajuda, mas a serralharia artística é manual”, conclui. Agosto I 53 Portugal Inovador A simplificar a vida dos Felgueirenses Contingências da vida conduziram André Mendes, na altura estudante de Direito no Porto, a abraçar este projeto familiar, dando continuidade ao trabalho anteriormente desenvolvido pelo pai. A Euromarante faz contabilidades públicas (POCAL) em parceria com a Fresoft (empresa de programação informática) que criou um programa de contabilidade, de forma a facilitar a gestão das autarquias locais. A Euromarante foi criada em 1997 e começou por estar sediada em Amarante, mas com o crescimento do tecido empresarial na Lixa, “vimos aqui um nicho de mercado interessante e resolvemos mudar-nos de armas e bagagens para esta zona em 2002”, começa por referir André Mendes. Este empresário com formação em seguros, está de momento a realizar a licenciatura em Contabilidade, por forma a estar por dentro de todos os processos contabilísticos no seu escritório. Os serviços que a Euromarante oferece aos seus clientes baseiam-se nas áreas de Consultoria, Contabilidade, Auditoria e, mais recentemente, os Seguros. Sempre atentos às sugestões 54 I Agosto e necessidades do mercado têm procurado novas valências e formações, tal foi o caso dos seguros. A carteira de contactos repleta de conhecimentos no setor empresarial – essencialmente pequenas e médias empresas – tornou este passo “uma excelente aposta”, visto que introduziu mais um serviço que auxilia em muito a vida de todos os felgueirenses. “Temos clientes fidelizados e temos conseguindo captar novos contactos”, afirma André Mendes, que de momento aposta também no Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais (POCAL) que visa a criação de condições para a integração consistente da contabilidade orçamental, patrimonial e de custos numa contabilidade As principais áreas de atuação são: • Gestão Orçamental; • Plano Plurianual de Investimentos; • Elaboração do Plano de Contas; • Relação Económica / Pocal; • Registo de Vencimentos. moderna, por forma a constituir um instrumento fundamental de apoio à gestão das autarquias locais. “A contabilidade baseia-se na confiança”, sendo que esta é a postura que caracteriza André Mendes e a sua equipa, constituída por duas técnicas de contabilidade e um contabilista. As perspetivas para o futuro da Euromarante “são boas”; André Mendes pretende que o crescimento da sua empresa seja sempre sustentado, tendo sempre em linha de conta a satisfação dos seus clientes, tanto os que já estão fidelizados como os que poderão chegar. Portugal Inovador “Qualidade e bem-estar aliados ao bom gosto” A Criações Virgínia é uma empresa que se dedica à criação de têxteis para o lar com os olhos postos na inovação. “O meu avô já trabalhava nos bordados manuais e a minha mãe dedicou-se também a eles”, começa por contar-nos Virgínia Correia, proprietária e gerente da Criações Virgínia – Indústria de Bordados, Unipessoal, Lda. “Cresci num ambiente de negócio”, resume a nossa entrevistada, em alusão a uma atividade que sempre esteve presente no seu ambiente familiar. Não admira, por isso mesmo, que uma vez concluídos os estudos tenha sido nesta área que Virgínia Correia se decidiu afirmar. Assim sendo, a nossa entrevistada funda, em 2003, a Criações Virgínia. Exclusivamente dedicada à confeção de têxteis para o lar, esta é uma firma com um “leque variado de produtos” no seu catálogo. São comercializados jogos de cama e banho; artigos de bebé, napperons e toalhas de altar, entre outros produtos. Embora liderado pela dupla composta por Virgínia Correia e pelo marido e vendedor António Teixeira, este é um negócio que promete prolongar-se pelas próximas gerações, continuando uma tradição familiar. Isto porque também o filho, João Pinto, decidiu abraçar a Criações Virgínia depois de terminar os estudos, contribuindo para a inovação da empresa. Esta é uma firma que, efetivamente, cedo decidiu apostar na diferença e na inovação. Existem, por isso, diversas opções à escolha do cliente, consoante o tipo de ma- terial, as características do bordado e o preço. Mas, independentemente do artigo, há uma série de garantias que define todos os produtos com o selo da Criações Virgínia. Entre elas, “honestidade” e “qualidade”, já que o compromisso e respeito para com o cliente é um valor fulcral; bem como a vontade de apostar, continuamente, na “inovação”. Inicialmente focada no mercado português, a Criações Virgínia é uma empresa que deu por si, fruto das oscilações no setor, a marcar uma presença cada vez mais forte em clientes associados a mercados internacionais, nomeadamente o francês e o dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, com destaque para Angola. Mas as expectativas para o futuro passam, tal como refere António Teixeira, por “tentar explorar o mercado nacional” com uma nova ênfase, procurando manter, todavia, “a internacionalização”. Agosto I 55 Portugal Inovador 56 I Agosto Portugal Inovador “Clientes para toda a vida” Da primeira geração Remax em Portugal, a Agência de Almada marca posição no Sul do Tejo. Fundada em 2001, a Remax Almada apresenta resultados notórios assentes num crescimento sustentado, que, mesmo depois da quebra no setor, levou no ano passado esta agência imobiliária aos melhores registos de sempre. “Desde 2011 que fomos recuperando da crise do mercado e, em 2014, registámos um crescimento de 60% no volume de negócio”, revela Vítor Martins, broker Remax. Este valor foi já ultrapassado no primeiro semestre do corrente ano, reforçando as perspetivas para o final de 2015. A aposta constante no crescimento do negócio, na formação de colaboradores e no apoio ao cliente é, para Vítor Martins, a chave dos resultados: “A nossa proposta é encontrar a melhor solução para o cliente, formando os melhores profissionais”. Com uma forte imagem de marca, a Remax Almada trabalha com cerca de 40 agentes, numa agência de 200m2 e um recente back office preparado para a formação contínua dos seus colaboradores. Para além da compra e venda de imóveis, o propósito na Remax Almada é, segundo Vítor Martins enquanto broker, “encontrar, formar e motivar pessoas que o queiram fazer”. Apostar em Almada “O nosso principal trabalho no mercado é a angariação de imóveis, e nessa fase qualificamos as pessoas, o imóvel, fazemos um estudo de mercado e apresentamos propostas”, adianta o empresário. O investimento em reabilitação faz-se já sentir nas principais cidades do país, e Almada dá os primeiros passos: “O pequeno investidor tem apostado na recuperação das casas”, ressalva Vítor Martins. A par da abertura da Banca ao crédito à habitação e aos investimentos que já se fazem sentir nesse sentido, a opinião do gerente é de que “Almada tem um potencial fantástico: a proximidade com Lisboa, a linha de costa, todo o património” são alguns dos elementos que tornam atrativo o investimento na região. A procura do estrangeiro faz-se sentir e a Remax Almada marca presença em feiras internacionais de imobiliário, desempenhando um papel importante na promoção da zona. A agência conta com alguns negócios associados aos Golden Visa, de procura chinesa, mas também inglesa e francesa. Ainda assim, é o cliente português quem se afirma no negócio local. Para além do mercado de arrendamento, o cliente que, na ótica de Vítor Martins, “estava a adiar uma decisão por insegurança, hoje está mais otimista e aposta na compra de uma habitação permanente”. Começa a denotar-se uma certa inversão na tendência da procura e a Remax Almada está aberta à partilha de negócios para colmatar a sua oferta: “Fazemo-lo com frequência dentro e fora da rede. Isso traz mais clientes satisfeitos e mais probabilidades de sucesso”, adianta Vítor Martins. Há 14 anos a operar no setor, Vítor Martins considera: “Estamos na melhor altura para aproveitar este mercado” tendo sempre em conta a filosofia da casa de “procurar clientes para toda a vida: o pai, o primo, o filho. Este é um negócio de pessoas”. Agosto I 57 Portugal Inovador Equipa vencedora Na edição de Agosto, damos-lhe a conhecer o trabalho desenvolvido pela Remax Trust em Setúbal, através do discurso da broker, Fernanda Loureiro. com uma equipa de 35 pessoas. “Acompanhada por uma equipa de excelentes comerciais, com um elevado espírito de equipa, dinâmicos, proativos e com um acompanhamento ao cliente 5 estrelas, por uma excelente coordenadora, Mara Sousa, que assegura toda a parte de coordenação da agência e uma diretora comercial, Sandra Afonso, que com o seu elevado profissionalismo, acompanha os consultores mais novos, permite-me num espaço de dois anos, abrir mais duas lojas”. Crescer em contraciclo Fernanda Loureiro define-se como “uma empreendedora nata”. Tendo aceitado colaborar numa multinacional, ainda nos tempos em que frequentava a Universidade de Direito, durante mais de uma década aí desempenhou inúmeras funções, mais centradas na área de Recursos Humanos. Autodidata, sempre apostou na procura de conhecimento em diversas áreas, tendo especial aptidão para o contacto direto com o público. “Em 2009, resolvi mudar de vida”, conta-nos. “Precisava de um novo desafio que me fizesse sair do escritório, então despedi-me e vim para a Remax Trust”. Não sabia ao certo qual a função que viria desempenhar, mas aliciada “pela liberdade de horários, pelo trabalho assente no contacto com o público e pela posssibilidade de ser dona do próprio negócio”, arriscou. Na Remax Trust nasceu para o mundo da mediação imobiliária 58 I Agosto tendo sido largamente premiada, até que, em 2013, enfrenta mais um desafio: propôs à sua diretora de agência a aquisição da Remax Trust em sociedade com o marido. “Entrei no projeto com toda a garra, apoiada por uma equipa que cresceu comigo”. De 11 comerciais, hoje são 29 e o compromisso, já assumido, passa por chegar ao final de 2015 Apesar do mercado em recessão e a consequente queda do setor da construção civil, desde 2008 “somos líderes em Setúbal e o Grupo Remax tem crescido todos os anos”, afirma Fernanda Loureiro. Qual a razão para este sucesso? Questionámos. “Adaptamo-nos ao mercado, somos mais proativos e fomos ao encontro dos clientes”, responde a profissional. Nos anos de plena Portugal Inovador crise económica, a Remax Trust atendeu a um número crescente de “investidores com dinheiro na mão. Pessoas com capital que decidiram investir em casas obtendo daí rendimento”. Em 2014 “cerca de 80% das transações realizadas pela Remax Trust foi em numerário”. Hoje denota-se a abertura da Banca que já procura as empresas de mediação imobiliária, “embora com maior critério de seleção na cedência de crédito e analisando ao pormenor a taxa de esforço de cada interessado”. De modo a proteger os seus clientes – vendedores – e a facilitar a procura de casa aos compradores, a equipa da Remax Trust tem um diretor financeiro, Emanuel Silva, que reúne os dados de cada processo e faz a pré-aprovação do crédito de modo a “poupar tempo e não criar expectativas vãs aos intervenientes no negócio”. Investimento Atuando para um mercado mediano, um dos objetivos de Fernanda Loureiro e da equipa da Remax Trust passa por “elevar a fasquia e abarcar um mercado mais alto”. Hoje o ressurgimento da economia alicia investidores nacionais e internacionais. “Nos primeiros, destacamos os que compram casa para reabilitar e colocar no mercado do arrendamento; outros que compram e colocam logo a arrendar”. Do mercado externo surgem imigrantes (“franceses e um número crescente de russos”) que aproveitam os benefícios fiscais cedidos pelo Estado português para adquirirem segunda habitação em Portugal. E, por último, um número considerável de investidores em alta escala que adquire imóveis para apostar em projetos, maioritariamente, ligados ao turismo. “Estamos a lutar para conseguir satisfazer este público mais exigente. Temos muito produto. Mesmo na baixa de Setúbal ainda há muito a fazer e a reabilitar”, assegura a broker. Certificação Energética “Considera que o novo sistema de certificação energética dos edifícios veio beneficiar os compradores e/ou os proprietários?”; – “Não, de todo. Concordo com a certificação energética em edifícios novos, sendo que é inconcebível que até as ruínas necessitem de certificação”, responde a empresária recordando os primeiros meses, após a saída do decreto-lei n.º 118/2013, quando os mediadores se faziam acompanhar da lei para comprovar que a medida era um imperativo legal e não uma vontade da agência imobiliária. “Depois vimo-nos confrontados com outro desafio que teve que ver com a questão da promoção que, se numa primeira fase só era necessário apresentar a certificação no ato da escritura, a partir de dezembro de 2013 começou a ser necessário para promoção e divulgação do imóvel. Foi muito complicado mudar a mentalidade das pessoas, porque muitas delas vendem o imóvel para realizar capital e esse investimento inicial é, por vezes, muito complicado de suportar. É irracional implementar essa regra, logo após terem sido retirados os incentivos às energias renováveis… Para além de que, no caso da compra para reabilitar, é necessário o certificado para a venda e após a reabilitação”. Confiança Após ter trabalhado numa multinacional, hoje Fernanda Loureiro veste a camisola pela Remax: “Quando temos a ambição de crescer, temos que estar nos melhores, só assim vale a pena, aprendo e cresço todos os dias com a minha equipa”, reforça. Sendo que cada Remax tem gestão independente, “a filosofia de cada loja é extremamente importante”. “Profissionalismo, transparência, honestidade, excelência, espírito de equipa e diversão” são os valores da Remax Trust, diariamente presentes no escritório da nossa entrevistada, em Setúbal. Agosto I 59 Portugal Inovador Mediar por vocação Foi há cerca de três meses que Ana São José assumiu a liderança da Era Palmela e pelo centro histórico já se encontram sinais da sua presença. Exemplo de determinação, a atual gerente da agência da rede Era em Palmela, Ana São José, decidiu mudar de vida e investir no setor imobiliário. De dona de casa passou a estudante, e optou por licenciar-se em Gestão Imobiliária, setor em que haviam já trabalhado alguns membros da sua família: “Sempre gostei desta área. Concluir a licenciatura foi fundamental para ter uma visão diferente do negócio e potenciar a minha vocação”, assume a gestora. O contato com este universo e a partilha com colegas experientes na área levaram Ana São José à aposta no franchising Era: “Este é um projeto sobre o qual me debruçei numa análise profunda. Mas logo à partida identifiquei a filosofia da empresa com a minha maneira de ser”, adianta a nossa entrevistada. No início, admite ter existido um impasse quanto à zona do país a explorar. Hoje, assume prontamente que Palmela foi a escolha acertada: “É uma pérola rara. Temos 60 I Agosto a praia, a Serra da Arrábida, uma gastronomia fantástica, há imensa coisa para descobrir e muitos programas que cada vez trazem mais pessoas à Vila.” Admitindo as vantagens que isso traz à sua atividade, a procura pela segunda habitação tem-se feito sentir e mais do que o interesse estrangeiro por parte de ingleses, franceses e americanos, no investimento em Palmela começa a crescer a procura interna: “O investidor português está a ganhar confiança no mercado”, defende a gestora, natural da região. Para este impulso em muito contribui a aposta na reabilitação do parque habitacional de Palmela. No entanto, na perspetiva de se fidelizarem os traços arquitetónicos originais dos imóveis, são impostas restrições aos proprietários, que, no parecer de Ana São José “pode em muitos casos tornar-se uma condicionante: não alterar a estrutura, não mexer na fachada, são imposições que acabam por afetar a venda”. Mas porque a missão desta equipa se prende com dar ao seu cliente uma resposta eficaz, o trabalho da Era Palmela passa por direccionar os interesses do investidor para onde puder garantir o cumprimento dos seus critérios. Algo que se passa, segundo Ana São José, no mercado do arrendamento: “Em Palmela não há tanta oferta de arrendamento que satisfaça a procura. Por isso, direccionámos o cliente para onde temos hipótese de arrendar, como é o caso de um empreendimento nos Portais da Arrábida”, constata. A Era Palmela opta assim por trabalhar parcerias caso haja interesse por parte do cliente. Esta agência está, segundo Ana São José, “sempre disponível para quem quer trabalhar em regime aberto”. As potencialidades da exclusividade dão, no entanto, outro tipo de margem ao cliente, uma vez que “isto implica uma série de vantagens – sobretudo em termos de marketing e divulgação – que dão um tratamento diferente ao imóvel e aumentam a sua possibilidade de venda”, assume a gestora, salientando a importância desta política. Portugal Inovador dores, de ter visão e ir mais além” que a gerente se identificou acima de tudo, e é por isso que a aposta nos recursos humanos tem aqui um papel fundamental. Para a gerente da Era Palmela, “um dos grandes problemas deste setor muitas vezes está na falta de coesão de uma equipa”. Garante que isso foi algo que aprendeu ao longo do tempo e na sua formação, e que é por esse mesmo motivo que aqui se pratica um recrutamento cuidado: “Somos uma máquina dentro da Era e todos temos de trabalhar no mesmo sentido. Temos determinados objetivos e para alcançá-los é preciso uma equipa coesa”. Com cinco colaboradores até à data, Ana São José admite a necessidade de aumentar o número de colaboradores com o aumento do volume de negócio. No entanto, e porque nas palavras da gerente, “este é um setor sobretudo de pessoas”, as decisões têm de ser ponderadas, e a equipa desta agência tem de se construir para ficar. Para a gestora, esta é uma estratégia que funciona, já que “na Era Palmela se está a criar uma equipa fantástica”, assume. Somar e Seguir Com gosto claro pelo trabalho que desenvolve e um orgulho nítido no seu projeto, para Ana São José o negócio “superou as expetativas”. Apesar do pouco tempo que leva na Era Palmela, a gerente ambiciona expandir direção a outras lojas, já que a sua opinião é a de que “este é um franchising que funciona muito bem” e para quem, como ela, gosta de lidar com pessoas, é “o negócio ideal”. O valor de Equipa Este é um trabalho onde a confiança do cliente se conquista pelo profissionalismo dos seus colaboradores, num mercado onde Ana São José defende ter lugar uma “aprendizagem permanente”. Foi com a filosofia da Era assente “numa vontade de criar empreendeAgosto I 61 Portugal Inovador Divulgação imobiliário de Lisboa e do Oeste Três irmãos partilhando a paixão pela Engenharia, decidiram unir esforços e apresentar ao mercado português um projeto no âmbito da mediação imobiliária, absolutamente arrojado e inovador. Adriano, Bruno e Ulisses Marinho conduzem a Alvarez Marinho, engenharia e imobiliária, empresa que marca a diferença no setor imobiliário, atraindo uma classe económica média/alta. A aposta na imagem e a pujança empregue por estes três jovens engenheiros de Torres Vedras faz da Alvarez Marinho uma das mais promissoras empresas portuguesas no ramo imobiliário, dentro e fora de portas. O projeto iniciou-se em 2006, quando os três, já formados, se depararam com uma realidade distinta daquela que lhes havia sido apresentada. “O mercado tinha mudado e tivemos que nos ir adaptando até encontrar um caminho diferente”, inicia Adriano Marinho, responsável pela Contabilidade e organização administrativa da empresa. “Conseguimos trabalhar em Engenharia, mas de uma maneira diferente”, continua. Inicialmente, optaram por direcionar a sua ação para os projetos 62 I Agosto de construção, fiscalizações e as avaliações, mas rapidamente tiveram que procurar alternativas, dado o volte-face que o mercado viveu em 2009. “Encontrámos uma oportunidade na mediação imobiliária, nomeadamente na parceria com a Banca, através da mediação de imóveis das retomas”, continua Ulisses Marinho, responsável pelos departamentos comercial, de marketing e publicidade. “Esta tendência adveio também por parte de clientes ligados à construção que nos solicitaram a venda direta das casas”. Da mediação, à compra e reabilitação de imóveis foi um passo. Hoje abrangem tudo o que rodeia o setor da construção: desde projeto, construção, fiscalização, avaliação, mediação e certificação energética. Num setor que ficou aberto a todas as iniciativas. “Desde 2013 qualquer pessoa pode fazer mediação, o que nos deixa preocupados. Se antigamente era preciso capaci- dade técnica e formação, hoje está facilitado o acesso a esta função”, levanta Bruno Marinho, diretor comercial da equipa composta por nove elementos. Adriano Marinho alerta que a atuação de muitas empresas, que viram nesta área uma oportunidade de negócio, estraga um mercado que tem tudo a ganhar com a concorrência leal e a partilha de negócios: “Estamos a passar por uma fase negativa na mediação e considero que se não atuarmos, podemos vir a sofrer com as consequências”. Um ramo que envolve conhecimentos, pesquisa e acompanhamento constante “não passa só por mostrar casas”, sublinha. Método A Alvarez Marinho integra uma equipa altamente qualificada que garante um trabalho sério, exigente e permanente, que aposta na fidelização dos colaboradores, transmitindo ao cliente a segurança, a credibilidade e a honestidade necessárias. “A Alvarez Marinho tem um objetivo que não se reflete apenas nos números, é nossa ambição crescer sustentadamente: fazer boas vendas, bons negócios, com a certeza que servimos dois lados – o cliente que compra e o cliente que vende”, ressalva Ulisses Marinho. Apesar do desenvolvimento verificado, os nossos entrevistados não deixam de estar presentes nas atividades comerciais da empresa, “realizando visitas e efetuando mediação”, quer na zona de Torres Vedras, quer em Lisboa, onde têm Portugal Inovador escritório na zona do Parque das Nações. Atendendo a um público generalista, não receiam ser associados a uma venda de gama média/alta: “atualmente, dispomos de uma carteira mista de imóveis, temos imóveis da banca (retalho) imóveis de particulares e imóveis de luxo, em relação aos imóveis de luxo sentimos necessidade de procurar outros mercados, à procura de clientes”, refere Bruno Marinho. Falamos de investidores vindos de países como o Brasil, a China, a Rússia que, vêm à procura de “um clima excelente, segurança, boa comida e belas praias. Dispomos de diversos imóveis, que podem ser enquadrados no programa Golden Visa”. É neste âmbito que a Alvarez Marinho tem surpreendido com a aposta em novas tecnologias que permitem ao investidor externo, mesmo à distância, conhecer os imóveis ou espaços em que está interessado. Todas as fotografias partilhadas no site da empresa são da autoria da Alvarez Marinho, que fazem questão de registar as melhores paisagens e os melhores ângulos. Para alargar a sua capacidade “de ser os olhos do cliente à distância”, a Alvarez Marinho adquiriu um drone que permite gravar e fotografar vistas aéreas, alargando assim todos os dados que chegam ao investidor. No futuro é intenção destes jovens facultar visitas guiadas online aos espaços para compra e arrendamento. Arrendamento O arrendamento surgiu nas áreas de negócio da Alvarez Marinho “por necessidade do mercado” e, segundo Ulisses Marinho, “essa necessidade obrigou a ter cuida- dos redobrados”. Assim todos os processos são acompanhados ao pormenor. “Não fazemos arrendamentos de maneira leviana, temos que dar garantias ao nosso cliente sendo exigida uma caução que é devidamente restituída no final do negócio, se verificada a conformidade do estado do imóvel. Para proteger também o arrendatário, no início e no final do contrato, visitamos o local para fazer o levantamento das condições, garantido assim que o imóvel é entregue nas melhores condições”. Quanto aos proprietários que têm residência no exterior, a Alvarez Marinho faz a gestão total do arrendamento, facilitando assim a vida dos proprietários. Em final de conversa fica a certeza deixada por estes três jovens empreendedores: “O nosso interesse é crescer, assentes numa marca de confiança”. Agosto I 63 Portugal Inovador Crescimento sustentado na confiança Sérgio Santos apresentou-se ao mercado imobiliário, nomeadamente de Torres Vedras, há seis anos, tendo colaborado com uma marca internacional com forte presença em Portugal. Em 2014, decidiu dar origem à Oeste Soluções. Grande parte da sua experiência advém da colaboração numa multinacional do ramo imobiliário. Aí bebeu todo o conhecimento e aprendeu a encarar e a interpretar as oscilações do mercado. Em 2014, deu azo ao desafio profissional de criar um projeto próprio assente na experiência apreendida, mas com um cunho mais familiar. “Queria aplicar todo o meu conhecimento, mas numa estrutura muito mais pequena”, refere. A Oeste Soluções é uma marca indissociável do seu líder, porém Sérgio Santos faz questão de destacar a importância dos seus colaboradores: “Temos crescido em função do mercado. Tenho uma equipa fantástica de 11 comerciais que me permite acreditar que o futuro será traduzido em crescimento”, revela. E de facto tal tem-se verificado. Se a primeira loja de Torres Vedras abriu em setembro 2014, em maio de 2015 surge um segundo espaço na cidade. Em 64 I Agosto junho, a Oeste Soluções alarga a sua presença à Lourinhã e, já este mês estende-se à Amadora. Questionado sobre a razão que permite este sucesso, o responsável é perentório: “O mais importante são as pessoas, não as marcas”. Porquê? Porque após a sua saída a carteira de contactos naturalmente foi construída com clientes que não quiseram deixar de ser acompanhados por si. “Se o agente comercial transmite confiança o cliente mantem-se. Este é um negócio entre pessoas e tem que existir um bom relacionamento”, reforça. Panorama Conhecedor do mercado de Torres Vedras, o profissional denota que comparativamente com os anos anteriores “houve uma maior abertura da Banca à cedência de crédito à habitação”, facto que já se reflete na procura. “O mercado de Torres cresceu havendo já falta de habitação nova de tipologia T2 e T3”. Os imóveis usados apresentam grandes lacunas e os preços estão inflacionados. Quanto ao mercado de arrendamento, “existe também muita procura, mas falta de oferta”. Relativamente a investidores, Sérgio Santos afirma existirem, mas “estão informados, têm noção do estado do mercado e compram pelo preço justo”. Experiência Dado que o critério de seleção dos comerciais assenta na experiência e no conhecimento efetivo dos (outros) mercados – Lourinhã e Amadora – onde a Oeste Soluções marca presença, a filosofia da empresa e o método de trabalho são “garantidamente” uniformes em todas as filias. Os planos de futuro de Sérgio Santos passam por alargar o seu raio de ação com a abertura de outras filiais e o objetivo passa também por “nos próximos cinco anos ser líder de mercado em Torres Vedras”, conclui. Portugal Inovador Mediar na linha da praia Liderselect é a mediadora imobiliária que lhe permite comprar, vender ou arrendar casa em Torres Vedras, mais especificamente na envolvência da Praia de Santa Cruz. para que, quando decidem procurar casa, solicitem inicialmente uma avaliação em termos de financiamento, essa é a forma mais célere de se conseguir dar continuidade ao processo de compra. Os imóveis da Banca são um nicho de mercado cada vez mais pesquisado por potenciais compradores, na medida em que a sua aquisição poderá ser beneficiada por condições especiais de financiamento, reduzindo substancialmente a taxa de esforço das famílias. Nem sempre existem retomas bancárias com as características e localizações idealizadas”. Teve origem em 2006 por iniciativa de Liliana Marcos, licenciada em Direito. Apoiada pelo pai, experiente profissional na área da construção civil, a nossa entrevistada pensou em criar um projeto próprio onde pudesse aliar esse conhecimento à sua formação universitária. Assim nasce a Liderselect, em novembro de 2006, na Urbanização Vale Nogueira, em Silveira, Torres Vedras. Liliana Marcos recorda que a entrada no setor “não foi fácil, a concorrência era feroz na área de Santa Cruz”. Centrada nesta região (Silveira, Santa Cruz, A-dos-Cunhados) a Liderselect tem uma carteira de empreendimentos para habitação. Se nos primeiros anos se verificava alguma procura para “segunda habitação, depois o mercado mudou totalmente e os clientes aparecem com o intuito de adquirir a primeira casa”, refere. Entre compra e arrendamentos, estes integram todas as faixas etárias, verificando-se um menor nível de informação relativamente ao mercado por parte do público mais novo. “Alerto os casais mais jovens Certificação Energética A obrigatoriedade de apresentação do certificado energético na compra ou arrendamento da habitação, implementada em 2014, veio trazer algum transtorno para muitos dos proprietários que não olharam para essa medida com agrado, principalmente devido aos custos que lhe estavam associados. Mediante a sua experiência, Liliana Marcos considera que em termos práticos esta não foi bem aplicada, não trazendo mais-valia direta a quem compra habitação, principalmente de mais imóveis com mais vinte anos. “Penso que não podemos com- parar uma casa construída há dez anos, com outra mais recente. Considero que de facto essa medida não é relevante para o cliente. Entre a escolha de uma casa com classificação C e outra com classificação D, o investidor olha para o preço não para a classificação”. A formação de Liliana Marcos em Direito confere-lhe uma excelente capacidade para analisar toda a documentação e acompanhar de forma exímia os cliente no processo de aquisição ou arrendamento de habitação. Analisando o estado do setor nos anos mais recentes, 2012 e 2013 foram os que apresentaram menores índices de rentabilidade, “mas entretanto o mercado tem vindo a reagir de forma positiva”. Trabalhar com dedicação, apostando num serviço personalizado é a chave do sucesso da Liderselect e da jovem empresária Liliana Marcos. Agosto I 65 Portugal Inovador 66 I Agosto Portugal Inovador Palco de mediação, arquitetura e interiores Carlos Dantas, diretor geral da PREDIMED BRAGA e master da rede na zona Norte, apresenta-nos os contornos desta mediadora imobiliária que promete surpreender o mercado. A convite da PREDIMED PORTUGAL, Carlos Dantas avançou para este projeto que designa como “diferente e arrojado”. Um modelo de negócio que tem “um respeito máximo e proximidade ao cliente, assim como flexibilidade no trabalho”, define. Dentro da rede, a PREDIMED BRAGA destaca-se por um conceito de mediação imobiliária, que passa pela criação de parcerias em diferentes âmbitos: “Porque não aproveitar este espaço para exposições de fotografias ou concertos? Braga precisa disso, temos que ser diferentes, inovar e criar uma simbiose de vários projetos”, afirma Carlos Dantas. Com a estagnação da construção nova, o mercado imobiliário alia-se à reabilitação urbana. Preparada para disponibilizar as melhores soluções, a PREDIMED BRAGA criou uma parceria com a Best of Living, uma empresa bracarense que procede à realização de projetos de arquitetura, obras de remodelação e decoração de interiores. “Projetos chave-na-mão que têm o intuito de oferecer aos clientes um produto exclusivo, inovador, que se ajuste à especificidade das suas necessidades”, apresenta Cátia Alves, decoradora de interiores. Neste sentido, a PREDIMED tem o cliente, o produto, e a Best of Living reabilita, decora em qualquer parte do país ou do Mundo. “Acreditamos nesta parceria que será apresentada ao público num evento a decorrer no próximo mês nas instalações da PREDIMED BRAGA”, divulga Jaymar Delgado, arquiteto da Best of Living. “A vontade de criar motivou-nos a transcender o mercado de mobiliário por medida. Reinventamo-nos e agora apresentamo-nos como uma empresa talhada para uma abordagem mais abrangente à conceção de espaços e ambientes personalizados”, reforça. Cada vez mais o setor imobiliário tem que estar preparado para o mercado global, “por isso a PREDIMED nasce focada no futuro, utilizando todas as ferramentas que existem. Estamos a criar parcerias com os maiores portais nacionais e internacionais de modo a que possamos prestar um serviço acrescido na qualidade”, salienta Carlos Dantas. nos orgulha, sendo a prova de que estamos a desenvolver um trabalho reconhecido”. A PREDIMED BRAGA fica assim responsável por lançar, desenvolver e formar toda a rede a Norte de Aveiro. “Um desafio que vamos encarar com muito empenho. Neste momento, temos cinco lojas a Norte e o objetivo, até final de 2015, passa por chegar às 12”, revela Carlos Dantas lançando o desafio: “Na PREDIMED o associado não precisa de ter uma loja específica de mediação. Por exemplo, um escritório de contabilidade ou de seguros pode associar-se a esta atividade. Estamos aqui para colaborar, ser parceiros de uma forma low-cost, promovendo a sustentabilidade dos projetos”. Sendo associados, os parceiros da PREDIMED não necessitam de ter licença AMI, trabalhando sob ao abrigo do seu master. “Esta é uma boa oportunidade para jovens empreendedores”, desafia o nosso entrevistado. Master Norte É com orgulho no trabalho realizado desde janeiro de 2014, que Carlos Dantas anuncia o convite recebido por parte da PREDIMED PORTUGAL para assumir a posição de master a Norte. “Aceitámos o desafio que muito Agosto I 67 Portugal Inovador Línguas que aproximam o mundo Oferecendo uma vasta gama de cursos, o BabeliUM é o local ideal para aprimorar a sua competência noutros idiomas. Criado em 2009, o BabeliUM – Centro de Línguas é um organismo tutelado pelo Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) da Universidade do Minho que tem “uma missão nobre”, explica Cristina Álvares, diretora do projeto: o objetivo assumido é o de “promover e desenvolver a política do multilinguismo da Universidade do Minho” e contribuir para a “internacionalização” e “abertura ao Mundo” quer desta instituição de ensino, quer da própria região envolvente. O nome BabeliUM, esclarece Cristina Álvares, faz alusão à Torre de Babel, embora lhe dê “um sentido inverso”. Isto porque “na história da Bíblia, a diversidade linguística é um castigo divino, mas nós entendemos essa mesma diversidade cultural como um bem, uma dádiva”, afirma. Sediado no campus de Gualtar da Universidade do Minho (Braga), mas contando também com instalações no polo de Azurém dessa instituição (Guimarães), este é um Centro de Línguas com uma vasta oferta de cursos para um público diver68 I Agosto sificado. De facto, as portas do BabeliUM abrem-se “ao público em geral”, não se circunscrevendo à comunidade universitária – motivo pelo qual, no ano de 2014, “mais de 2000 pessoas” frequentaram as suas aulas. Uma oferta vasta Uma das grandes áreas de intervenção deste organismo são os cursos de línguas estrangeiras. Entre os idiomas lecionáveis en- contram-se o alemão, o espanhol, o francês, o inglês, o italiano, o japonês ou o russo. Por sua vez, as aulas funcionam em regime de turma, uma vez que “a aprendizagem da língua funciona muito melhor, é mais rápida e mais eficaz se houver pelo menos 12 pessoas envolvidas”, num ambiente que promova a interação. A maioria dos cursos funciona semestralmente, havendo variantes de 48 e 30 horas. Já para o período de verão estão reservados cursos intensivos. Mas independentemente da variante escolhida, todas as formações ministradas pelo BabeliUM possuem correspondência com o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, proporcionando, por isso, uma certificação válida em todo o mundo. Outra das valências mais requisitadas do BabeliUM está no seu curso de Português – Língua Estrangeira, muito procurado não apenas por alunos vindos dos quatro continentes, principalmente da Ásia, que fazem programas de intercâmbio na Universidade do Minho, como Portugal Inovador também por professores, investigadores e visitantes e empresários que imigram para Portugal por motivos de ordem profissional. Porquê aprender línguas? O investimento neste tipo de competências é uma mais-valia para qualquer pessoa, garante Cristina Álvares. Um dos argumentos a favor está na “internacionalização acelerada de tudo, desde as instituições, as empresas, aos indivíduos e ao emprego”. Existem “relatórios e estatísticas que mostram que a empregabilidade aumenta consoante a competência em línguas estrangeiras”, explica a diretora do BabeliUM. Relativamente a este aspeto, a também vice-presidente do ILCH sublinha que mesmo quem não tenha intenção de emigrar por motivos profissionais deve investir no conhecimento em línguas, uma vez que este é um requisito cada vez mais exigido também pelos empregadores nacionais. Serviços de tradução Outra das funcionalidades disponíveis no BabeliUM são os serviços de tradução, que podem ser encomendados para diversos fins, desde a conversão de artigos científicos, documentos oficiais, relatórios técnicos, websites e várias outras categorias de textos para um idioma estrangeiro, até à legendagem de obras, sem esquecer a revisão ou a peritagem linguística, por exemplo. Caso para dizer que tudo o que o BabeliUM proporciona nos aproxima, passo ante passo, do mundo que existe lá fora. Agosto I 69 Portugal Inovador Equipa motivada incrementa inovação A Clínica Fisiátrica Alto Minho (CFAM), localizada nas vilas de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca assume como objetivo o acesso à prestação de cuidados de saúde na área da Medicina Física e Reabilitação de qualidade/excelência, com eficiência e eficácia asseguráveis (cuidados de saúde adequados e em tempo útil), visando a obtenção de ganhos de saúde para a população de A.V. e P.B. e o aumento das acessibilidades. Junto de Regina Soares e a sua equipa de profissionais, fomos conhecer o percurso que alavanca todo esse trabalho. É na possibilidade de articular a Medicina Física e de Reabilitação (designada no senso comum por fisioterapia) a outras áreas do conhecimento e chegar mais próximo da realidade envolvente, que os profissionais atuam junto da comunidade. Sob essa perpetiva Regina Soares valoriza a cultura de multidisciplinaridade e do bom relacionamento de trabalho e a componente Humanização nos Serviços de Saúde. “A vertente psicológica e o apoio que nós damos aos utentes no ato terapêutico, são também muito importantes, promovendo a excelência na Reabilitação Biopsicossocial”, salienta. Seguindo uma ótica de prestação de serviços centralizada no utente e garantido uma maior qualidade, leva a que a nossa interlocutora avalie todo o trajeto da clínica sob uma evolução positiva. “Não é um processo fácil”, garante, mas a possibilidade de crescer junto de profissionais de diferentes áreas e acompanhar o progresso da ciência e suas acessibilidades em Arcos de 70 I Agosto Valdevez e Ponte da Barca motiva-a a avançar para novos rumos. Há 20 anos o Alto Minho sofria com a carência de fisiatras, fisioterapeutas e praticamente a inexistência de terapeutas ocupacionais e terapeutas da fala. “Essa lacuna verificava-se um pouco por todo o país, mas mais na região do Alto Minho, e o fator distância também interferia. Atualmente, os acessos vieram beneficiar a implementação de projetos nesta zona, e nesse ponto de vista tudo se tornou mais fácil”, observa. Constatando que o progresso na área da saúde em Portugal, nomeadamente na Medicina Física e de Reabilitação foi evoluindo gradualmente, a região do Alto Minho, e mais concretamente a CFAM acompanhou essas alterações e paulatinamente foi crescendo junto da sua população. Quando iniciou a sua atividade há duas décadas não se encontravam neste espaço, “foi aos poucos que começamos a pensar noutra estrutura. Faz dois anos que estamos aqui e em Ponte da Barca estamos há três”, abrevia. Ambas as regiões, apesar de ligadas pela sua proximidade, acolhem características diferentes. Regina Soares assiste a essa diversidade e procura chegar mais perto das neces- sidades dos utentes através desse contacto. “Eu estou aqui para receber as pessoas/os utentes e ouvi-las e é através deste feedback que tentamos melhorar”. Esse aperfeiçoamento desenvolve-se lado a lado com a formação diferenciada e a cultura de multidisciplinariedade e do bom relacionamento que fazem parte da realidade da clínica. Com uma equipa de 15 pessoas, podemos aqui conhecer a fisioterapeuta Eduarda Bota, “que faz a reabilitação do pavimento pélvico, são poucos no distrito os fisioterapeutas com formação específica nesta área”, o fisioterapeuta Jacinto Gomes, “que intervém de forma brilhante na área da Traumatologia e Traumatologia no Desporto”, o fisioterapeuta Fernando Abreu, na área da Pediatria e Neurologia. Entre outros fisioterapeutas encontramos uma terapeuta ocupacional, duas terapeutas da fala, quatro auxiliares técnicas de fisioterapia/massagistas de recuperação, uma rececionista/ administrativa e dois fisiatras, nomeadamente António Lima da Costa e Helena Duro (diretora técnica). O trabalho de equipa de Reabilitação quando articulado com outras especialidades “nomeadamente a Reumatologia e Ortopedia”, revela-se frutífero e “faz Portugal Inovador com que os utentes confiem em nós e nos procurem”, vinca. Existe também a ligação com os médicos de família que vem fortificar ainda mais esses laços, “criamos duas equipas que trabalham em sistema rotativo nos dois espaços pertencentes à clínica e os utentes encontram-se muito familiarizados connosco”, acrescenta. Refere ainda que “é essencial implementar uma política de qualidade que vise esbater a falta de articulação entre serviços, melhorando a qualidade de vida dos utentes que recorrem aos mesmos, promovendo o seu envolvimento em ocupações significativas e a reintegração socioprofissional, o envelhecimento ativo e minimizando custos”. Elevar a qualidade Numa ótica de inovação e empreendedorismo vinca “investimos sempre em equipamentos topo de gama para evoluirmos enquanto profissionais da área, mas na prática da nossa atividade é muito importante a qualidade das mãos. É com as mãos que fazemos o nosso trabalho. Boas mãos geram bons resultados”. A equipa multidisciplinar da Clínica Fisiátrica Alto Minho atua numa atitude centrada no utente, cultura de excelência e do cuidar. É para esta equipa um desafio diário, a sua intervenção com uma dinâmica assente na motivação e uma “cultura interna de multidisciplinaridade e do bom relacionamento no trabalho”, maximizando a reabilitação biopsicossocial. Agosto I 71 Portugal Inovador Braga veste com glamour A Flor de Maracujá abriu em setembro de 2008 na cidade de Braga. Hoje, situada na Rua de São Marcos, bem no coração da cidade, o projeto alarga-se a novos públicos. Mercado Online A paixão por moda conduziu Margarida Bessa, licenciada em Português, a trocar as salas de aula por um projeto criado à sua imagem, onde a elegância e o contacto com o público a acompanham dia a dia. “Porque é que surgiu o projeto?”, questionámos. “Porque gosto de roupa, gosto de moda, gosto deste contato com o público”. Um atendimento personalizado, pensado com tempo para “ver, experimentar e decidir”. “Como é que se chama, deseja um café?”, é deste modo que todas as clientes entram no espírito da Flor de Maracujá. A elegância do espaço permite que as peças de roupa e os acessórios, escolhidos a dedo pela nossa entrevistada, tenham lugar de destaque. “Diferenciamo-nos também pela diversidade de 72 I Agosto marcas e estilo, atendemos a mãe e a filha, pessoas de diferentes gerações, mas que têm em comum o gosto por vestir bem”, afirma. Falamos de inúmeras marcas de vestuário, calçado e acessórios. Morena Rosa, Gisele, Super Trash, Just’or, Colcci, Sahoco, Jessica Simpson, Drosophyla, entre muitas outras. Moda portuguesa, italiana, brasileira, holandesa, uma grande variedade que consegue agradar a todas as idades e estilos. Sempre atenta às marcas que vão surgindo, Margarida Bessa verifica que um crescente número de clientes está fidelizado, muito devido “ao bom atendimento, à qualidade e à exclusividade das peças. Quem quiser vestir bem e diferente, sabe que aqui encontra”. Direcionada também para uma mulher dinâmica que sabe o que quer, mas que tem pouco tempo para visitar as lojas de comércio tradicional, a Flor de Maracujá aposta nas redes sociais onde com regularidade apresenta as novas peças e procede a encomendas. Com o objetivo de chegar a um maior número de pessoas, até ao final deste ano, a Flor de Maracujá vai abri um novo espaço em Leça da Palmeira. Empreendedora e proativa Margarida Bessa prepara já o ano de 2016, com novos planos novamente, Braga. “Em meados do início de março vamos marcar presença num centro comercial da cidade”, revela. Portugal Inovador “Uma marca portuguesa que ouve os clientes” É com estas palavras que João Azevedo nos dá a conhecer a John Tweed, uma marca de vestuário masculino. Os artigos produzidos com matérias primas 100% naturais privilegiam a qualidade, aliada ao preço, imprimindo um cunho autenticamente nacional. Foi em setembro de 2013, na zona do Aviz, que o conceito começou a fazer parte do dia a dia dos portuenses. “Queríamos conceber uma marca clássica a um preço que os clientes considerassem justo”, explica. João Azevedo cedo verificou que a localização, apesar de ir ao encontro do seu público-alvo, era vista como uma zona “elitista, sendo necessária maior exposição”. Foi esse o fator que levou a que um ano depois, em julho de 2014, encontrássemos a John Tweed na Baixa do Porto. Numa ação mais centralizada, a comunicação online começou a revelar-se uma prioridade: “Começámos por trabalhar no facebook e sentimos que muitos dos nossos clientes estavam fora da Invicta, nessa perspetiva pensámos que faria sentido construir o nosso próprio website”. A interação nesses espaços desenvolve hoje um forte elo com o seu público, conquistando e retendo a fidelização de um número cada vez maior de pessoas. Após o lançamento do website foi Braga a cidade eleita pelo empresário. “É uma cidade dinâmica, sendo que tínhamos já indicadores de que alguns dos clientes que nos visitavam no Porto eram bracarenses”, observa. Hoje, com três espaços abertos ao público (dois no Porto e um em Braga) a marca nacional reúne características como simplicidade, versatilidade e atualidade, destinando-se essencialmente a um público entre os 30-70 anos. “Inicialmente, trabalhávamos numa linha clássica, gradualmente fomos ouvindo as opiniões dos nossos clientes e começámos a vender peças mais casual; dessa forma o cliente pode vestir John Tweed de domingo a domingo e não só de segunda a sexta”, resume. John Tweed apresenta-se assim como uma marca flexível e fiel ao seu conceito, que pretende estar próxima das pessoas, na disponibilidade de igualmente desenvolver parcerias locais. Neste núcleo de iniciativas, João Azevedo e a equipa de sete profissionais que o acompanha, ambicionam continuar ativos e dinâmicos nos seus projetos. Neste momento, a abertura de uma nova loja começa já a ser estruturada. “Estamos a trabalhar nisso, o mercado tem um espaço para nós em Lisboa”, elucida. Ainda assim não esconde que a expansão poderá, um dia mais tarde, chegar à nossa vizinha Espanha. “Quando começámos a trabalhar no conceito, o nosso objetivo passou por criar um nome que fosse europeu, tendo em vista rumar para outros mercados. Por isso mesmo, queremos continuar a ouvir o cliente com vista à melhoria e à expansão”, conclui. Agosto I 73 Portugal Inovador Sushi no coração de Braga Dilson Viana está em Portugal há 22 anos e é um profissional com grande experiência na restauração. É também um fã da cidade dos Arcebispos e foi há pouco mais de um ano que resolveu abraçar o projeto Sushi Lapa. “Se compararmos a cidade a um corpo humano, este local é o coração” “Sempre tive a intenção de trabalhar aqui, porque considero isto um paraíso. É uma cidade pequena e segura, onde o povo é acolhedor e simpático, mas que tem tudo”, introduz. Se vir para Braga já foi uma felicidade, maior ainda foi a felicidade de vir para um dos seus espaços mais bonitos. O Sushi Lapa está localizado numa das alas da Arcada de Braga, no piso acima do conhecido Café Astória. Como o nosso entrevistado gosta de dizer, “se compararmos a cidade a um corpo humano, este local é o coração”. O nome Sushi Lapa deve-se, evidentemente, à proximidade com a Capela da Lapa, não deixando também de haver aqui um elemento nostálgico para com 74 I Agosto as suas origens. Dilson Viana é mineiro embora criado no Rio de Janeiro, e o nome “Lapa” remete-o, ao mesmo tempo, para “a malandragem carioca dos Arcos da Lapa”. Uma feliz coincidência, portanto. Sobre o espaço, é uma casa com capacidade para 45 pessoas, onde o tradicional da pedra coexiste com o moderno do aço, passando pela arte de inspira- ção pop de Pedro Guimarães. Sobre o sushi, Dilson Viana diz-nos que “cada sushiman” traz a sua história para o prato. Ora, no caso do Sushi Lapa este é nepalês e já trabalhou em Itália, no Dubai e no Algarve. Agora, é em Braga que vai contando a sua história, entre menus de sushi diferentes. As entradas podem ser Camarões Mistos, Spring Rolls de Camarão, Sopa de Miso ou Giosas. Como tudo isto não poderia deixar de ser acompanhado por uma bebida, o responsável aproveita para destacar a especialidade da casa, que é a sangria de espumante com pepino, uva e canela. Conduza com um parceiro de confiança Portugal Inovador No âmbito do setor automóvel, estivemos presentes na F2car, reconhecido stand localizado na região do Porto. Paulo Carneiro é a cara deste projeto criado a 25 de abril de 2008. O que começou por ser um stand multimarca, em Vila Nova de Gaia, é hoje uma empresa certificada que merece a confiança e a fidelidade de um vasto número de clientes de Norte a Sul do país. “Em 2009, abri a primeira oficina em Rio Tinto e a partir daí fomos crescendo”, introduz o nosso entrevistado, que vê o seu negócio alcançar outras dimensões. Em 2011, a F2car inaugura um pavilhão na Rua São Rosendo, no Porto, ano em que alcançou a certificação ISO 9001. Oferecendo aos seus clientes a garantia de assistência em todas as áreas do setor automóvel – oficina, chaparia, pintura, mecânica e comercialização de automóveis –, a F2car é parceira de confiança da Banca, trabalhando “com financiamento bancário na modalidade de 120 meses, com taxas imbatíveis e oferta de dois anos de garantia com revisão” no seu espaço. “Fazemos a gestão de frotas, revisões de viaturas, mantendo a qualidade e garantia de marca. Temos preços e métodos de pagamento especiais para frotas, com descontos competitivos nas peças e mão de obra”, informa o empresário. Contando com o conhecimento de Paulo Carneiro e de uma equipa composta por colaboradores com vasta experiência, a oficina, open space, da F2car permite ao cliente acompanhar todo o plano de revisão da viatura. Dados revelados, recentemente, demonstram que o número de veículos vendidos em Portugal tem aumentado, Paulo Carneiro corrobora essa informação. Trabalhando noutras áreas, e sendo a F2car reconhecido patrocinador de diversos eventos e modalidades amadoras na região do Porto, acaba por ter o retorno desta projeção sendo, naturalmente, recomendado por atuais clientes. “Temos tido um crescimento gradual; em 2015 já ultrapássamos a fasquia dos 100 carros, número extremamente positivo para um stand”, revela. Paulo Carneiro é um empreendedor que encara as novas tecnologias como um parceiro fundamental no incremento do seu negócio. “Não po- demos falar de limites de atução dada a proliferação da internet. O mercado mudou muito, hoje em dia é o cliente que compra através de pesquisa, não somos nós que vendemos. Por isso, temos que estar no mercado de forma competitiva, aproveitando todas as vantagens que as tecnologias de informação nos oferecem”, expõe. Futuro Como já foi referido, a F2car marca presença em inúmeros eventos desportivos na região do Porto. Já no dia 8 de agosto associa-se à Arena de Matosinhos para apresentar a Kickboxing Night, evento de promoção dos desportos de combate. O nosso entrevistado não deixa igualmente de convidar todos os nossos leitores a marcarem presença, no dia 20 de setembro, na Praça da Corujeira, na Campanhã, na homenagem “ao grande campeão português de boxe, Alcino Palmeira”. A filosofia da F2car “passa por crescer, de modo centralizado, por forma a oferecer todas as garantias de assistência e qualidade de trabalho a todos os clientes”. Nesse sentido, até final de 2015 está projetada a abertura de um novo espaço de stand e serviços rápidos, na região do Porto. Agosto I 75 Portugal Inovador 76 I Agosto Portugal Inovador Agosto I 77 Portugal Inovador “O objetivo passa por manter a estabilidade” A DrogMat Lda. situa-se na freguesia de Irivo, concelho de Penafiel. Criada no ano de 2007, como empresa limitada, foi no ano de 2003 que apareceu a título pessoal pela mão de António Ferreira, atual sócio gerente. Depois de ter cumprido serviço militar, António Ferreira voltou às suas raízes e começou a trabalhar por conta própria desde 1999 até 2003, quando tomou posse de um negócio familiar iniciado pelo seu pai. No mesmo ano, adquiriu o seu primeiro veículo para prestação de serviços – a distribuição de materiais de construção civil – e, mais tarde, um carro com grua, exercendo mais acentuadamente a sua atividade profissional. Serviços e valências Sempre focado na estabilidade, esta empresa centraliza os seus serviços na comercialização por grosso de materiais de construção civil (exceto madeira), retalho e equipamentos sanitários. Para além disso, a DrogMat também se dedica à venda de churrasqueiras e possui o serviço de drogaria. “Algo que nos diferencia de 78 I Agosto outras empresas do setor na região é o serviço de transporte de mercadorias”, valoriza António Ferreira, salientando o facto de que “as pessoas já sabem que temos os materiais que precisam e procuram-nos, porque estamos sempre disponíveis com meios próprios”. Como principal valência, a DrogMat privilegia a comercialização de produtos com forte reconhecimento do mercado, tais como a Neuce (do qual é agente direto), DeWalt, Stanley, UHU, Margon, Heller, AEG, Bellota, Boltherm, BlackDecker, Umbelino Monteiro, Lógica, Siroflex, Cimpor e Secil. Apoio ao cliente Atualmente, a DrogMat conta com três colaboradores, incluindo o seu administrador, que dão o total apoio aos clientes. “Na sua maioria particulares, contudo existem algumas empresas da área da construção civil que trabalham também diretamente com a DrogMat”, refere o sócio gerente, afirmando que “a grande fatia de clientes são pontuais”. Valores como a credibilidade e a confiança são sempre transmitidos a todos os visitantes. “Somos uma equipa especializada na área e procuramos sempre ajudar o cliente, oferecendo-lhe os melhores produtos e os serviços mais adequados. É muito importante compreender as suas reais necessidades”, destaca António Ferreira. Objetivos futuros Com a queda so setor da construção civil, o cenário nem sempre se apresenta favorável. Todavia, a DrogMat procura as melhores soluções com vista à estabilidade. “Sonhamos sempre um pouco mais, mas temos que andar a par da situação do mercado atual”, conclui o entrevistado. Futuramente, António Ferreira pretende que a DrogMat mantenha o leque diversificado de serviços que presta e equaciona abraçar as novas tecnologias, possivelmente através da criação de uma página na internet. Portugal Inovador Automóveis de confiança Luís Santos é administrador da LMS Automóveis, empresa situada no concelho de Paredes, desde 2003. Localizada no centro da cidade a partir de 2012, a aposta atual recai na comercialização de carros de gama média alta. cliente e, mediante a qualidade, tentar responder às suas necessidades, com a total garantia do sucesso do negócio”, salienta o empresário. Fidelizar o cliente “A empresa nasceu com poucos recursos, mas fomos crescendo e evoluindo, conforme as possibilidades e as amplitudes dos negócios”. É assim que Luís Santos resume a criação e a evolução da LMS Automóveis. Juntamente com o entrevistado, a empresa conta com mais três colaboradores (dois vendedores e um contabilista) “trabalhando diariamente com satisfação para dar a conhecer a quem nos procura as maiores novidades do mercado”. Para além do espaço em Paredes, existe outro na zona da Torre, em Termas de S. Vicente, cujos horários de funcionamento são das 09h30 às 19h30 de segunda a sábado e das 14h30 às 19h00 ao domingo. Objetivos e serviços “O mercado automóvel é instável, contudo temos conseguido uma faturação positiva, que varia entre um milhão e um milhão e meio de rendimento global”, refere Luís Santos. Quanto a serviços, a LMS Automóveis concentra a sua atividade na venda e reparação de automóveis, um serviço único e exclusivamente reservado aos seus clientes. Para além disso, é parceira do Grupo Baviera, com quem trabalha frequentemente na avaliação e comercialização de automóveis de gama média alta. “O objetivo tem sido crescer, evoluir e satisfazer quem nos procura. Tentamos ter o maior número possível de viaturas para ir ao encontro das necessidades dos nossos clientes”, atalha o sócio gerente da LMS Automóveis. Trabalhar em parceria com concessionários faz parte do quotidiano desta empresa de Paredes, com vista a aumentar o stock de automóveis e “fazer o melhor negócio entre preço e qualidade”. A maior recompensa dos funcionários da LMS Automóveis é ver o cliente feliz com o bom negócio feito, visto que outro dos objetivos passa por “provocar um impacto de interesse ao “Transmitimos muita transparência e deixamos sempre o cliente à vontade, inclusive quando tenciona experimentar um carro e trazer algum profissional de mecânica para dar uma opinião e o ajudar na melhor escolha. Aqui, a confiança é a virtude do negócio”, reforça. Neste stand de automóveis, um meio de inovação e fidelização do cliente é “comercializar viaturas nacionais e carros com menos quilómetros possíveis”, atraindo ainda mais a confiança de quem recorre à LMS Automóveis para a compra de um veículo. A LMS Automóveis está presente em todo o território nacional, através da sua página na internet. “É a partir do nosso site que obtemos cerca de 70% do nosso número de vendas”, conclui Luís Santos, que considera que este meio de comunicação tem um impacto rentável para o negócio. Agosto I 79 Portugal Inovador Nas margens do Rio Paiva O Rio Moment’s & Country House é um moderno e atrativo empreendimento turístico, localizado no lugar de Várzea, junto ao Rio Paiva. Distingue-se por ser um alojamento rural de grande classe, que tem vindo a alargar e a prestigiar a oferta turística no concelho de Castelo de Paiva. Marcos Cunha Jorge e a sua esposa Cristina Alves, mentores deste projeto, realçam que “a abertura deste espaço é um orgulho para o concelho, traduzindo-se numa mais-valia para a dinâmica turística que se deseja ver consolidada no município paivense”. O empreendimento – uma “country house”, com dois espaços distintos: a Casa da Várzea e a Casa do Rio, com 13 quartos com decoração singular, sala de refeições, jacuzzi, piscina descoberta e uma ampla área de jardins, com cascata, passadiço e zonas de lazer, assim como um acesso direto a uma zona de praia fluvial no Rio Paiva – mantém 80 I Agosto as suas características rurais com um toque de classe e modernidade em harmonia com a envolvência do rio. Segundo Marcos Cunha Jorge este espaço distingue-se “pela tranquilidade e sossego do campo, havendo espaço para fazer desportos em águas bravas, ir à pesca, fazer BTT, Trail e ainda caminhadas nos passadiços do Paiva”. É possível que nas noites de fim-de-semana, durante os meses de verão, haja serviço de bar e restaurante aberto ao público em geral, potenciando que mais turistas tenham oportunidade de conhecer este bonito espaço hoteleiro agora apresentado. Para o futuro, os promotores deste emblemático empreendimento, pretendem que “o Rio Moment’s & Country House seja um espaço de requinte, evidenciado num turismo de qualidade, potencializando atratividade e trazendo mais turistas ao concelho”. Portugal Inovador Referência gastronómica em Penafiel O Restaurante Mozinho oferece aos seus visitantes a melhor cozinha regional e o convívio num ambiente familiar e harmonioso. tanto de dia como de noite, deixa claro que o Mozinho é um caso de sucesso, tendo cativado o público de toda a zona de Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira e Lousada. A ideia, contudo, passa por não ficar por aqui e Berta Gomes aponta como próximo passo o alargamento da casa. É um passo que irá ser dado em breve, possivelmente no ano que vem, e que promete fazer do Mozinho um espaço de referência também para a organização de casamentos e batizados. Este espaço, que tem origem num negócio familiar, está situado na freguesia de Galegos e abriu a 1 de maio de 2010. Na altura, foi com “garra e vontade de aprender” que Berta Gomes, juntamente com o irmão e a mãe, fez avançar este projeto idealizado pelo pai. A nossa entrevistada explica-nos o que se pode esperar do Mozinho, começando por uma oferta de pratos dentro da qual se destacam “a picanha, os naquinhos com fruta, o grelhado misto, o bacalhau assado na brasa, o cozido à portuguesa, o pica no chão e as carnes assadas no forno, como o cabrito, a vitela e o lombo”. Nos dias da semana, há uma oferta de pratos do dia que são servidos a uma média de 150 a 200 pessoas. O espaço, cuja decoração alia o rústico e o moderno, atinge o seu auge às sextas e sábados. São as noites de música ao vivo, em que a animação é garantida pelo cantor residente JB To Jones e bailarinas que são também residentes. Conforme nos conta a responsável, é sobretudo ao sábado que “a casa fica sobrelotada (a capacidade é de 130 pessoas) e trabalha até às três ou quatro da manhã, porque as pessoas gostam de vir e ficar por aqui”. A dinâmica que aqui se vive, Agosto I 81 Portugal Inovador 82 I Agosto Portugal Inovador Agosto I 83 Portugal Inovador 84 I Agosto
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