O novo acordo ortográfico da língua portuguesa

Transcrição

O novo acordo ortográfico da língua portuguesa
O NOVO ACORDO
ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA
PORTUGUESA
O que muda e o que não muda
Apresentação elaborada por Regina Machado de
Souza.
Mestranda em Educação do Programa de PósGraduação em Educação
Membro do Grupo de Pesquisa “Práticas Sociais e
Processos Educativos”.
- Material apresentado na disciplina “Educação e Saúde”,
ministrada por Maria Waldenez de Oliveira, para 2º ano de
Enfermagem
Junho-2013
Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa de 1986/1990

Mais recente tentativa de promover a unificação do
português entre os oito países que o adotam
oficialmente:
• A medida, segundo o Ministério da
Portugal;
 Brasil;
 Angola;
 Cabo Verde;
 Guiné-Bissau;
 Moçambique;
 São Tomé e Príncipe;
 Timor-Leste;

Educação (MEC) deve facilitar o processo de
intercâmbio cultural e científico entre os
países e ampliar a divulgação do idioma e
da literatura em língua portuguesa. As regras
passam a valer definitivamente a partir de 1º
de janeiro de 2013.
• Português – falado por 240 milhões de
pessoas, sendo a 6ª língua mais falada do
mundo;
- O Novo Acordo atingirá cerca de 0,5% do
total de palavras, no Brasil
Países lusófonos
Alfabeto



O alfabeto passará a ter 26 letras, sendo incluídas
as letras: K, W e Y
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
Emprego de letra minúscula nos nomes de meses,
dias da semana, estações do ano e pontos
cardeais:
 janeiro,
junho, segunda, quinta, outono, inverno, sul,
sudeste, oeste.
Letras maiúsculas e minúsculas

Emprego facultativo da letra minúscula :

Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica, com
exceção do primeiro e dos nomes próprios (maiúscula):


Nos nomes que designam domínios do saber e formas afins:


Memórias Póstumas de Brás Cubas ou Memórias póstumas de Brás
Cubas; Casa-Grande e Senzala ou Casa-grande e senzala;
História do Brasil ou história do Brasil; Português ou português;
Arquitetura ou arquitetura.
Em logradouros, templos e edifícios:

Estrada das Figueiras ou estrada das Figueiras; Igreja do Rosário ou
igreja do Rosário; Palácio do Governo ou palácio do Governo.
Trema: ¨

O trema foi eliminado da língua portuguesa:
 linguiça
 Cinqüenta  cinquenta
 Tranqüilo  tranquilo
 Aqüífero  aquífero
 Bilíngüe  bilíngue
 Lingüiça
 Observação:
permanece apenas nos nomes próprios
estrangeiros e em seus derivados:
 Müller,
mülleriano, Bündchen, Führer.
Hífen: 
Eliminação do hífen quando:
 1)
A vogal final do prefixo é diferente da vogal inicial
do segundo elemento:
 extraescolar
 Auto-aprendizado  autoaprendizado
 Auto-estima  autoestima
 Extra-escolar
 2)
Prefixo termina em vogal e segundo elemento iniciase por consoante (dobra-se com “s” e “r”):
 extracurricular
 Ultra-sonografia  ultrassonografia
 Anti-religioso  Antirreligioso
 Extra-curricular
Hífen: 
Não se usa o hífen quando:
 3)
Houve perda da noção de composição de palavras
composta:
 paraquedas
 Manda-chuva  mandachuva
 Pára-choque  parachoque
 Toca-fitas  tocafitas
 Pára-quedas
 4)
O prefixo termina por consoante e o segundo
elemento se inicia com vogal:
 Hiperatividade,
interestadual, hiperacidez
Hífen: 
Manutenção do hífen quando:

1) O segundo elemento inicia-se com “h”:


2) O prefixo termina com consoante e o segundo elemento
se inicia com a mesma consoante:


Anti-higiênico, sobre-humano, anti-histórico, pré-história, semihospitalar
Inter-racial, sub-bibliotecário, inter-relacionado, sub-base
3) O prefixo termina com vogal e o segundo elemento se
inicia com a mesma vogal:
Antiinflacionário  anti-inflacionário
 Microondas  micro-ondas
 Supra-auricular  supra-auricular

Hífen: 
Manutenção do hífen em:

Palavras compostas formadas por:





Substantivos: arco-íris, decreto-lei, tio-avô, sul-africano;
Adjetivos: bom-senso, mal-estar, azul-escuro;
Numeral: primeiro-ministro, segunda-feira;
Verbo: guarda-chuva, porta-retrato, conta-gotas;
Para os prefixos circum- e pan-, com o segundo elemento iniciado
por vogal, “m” ou “n”; para sub-, com o segundo elemento iniciado
por “r”; em qualquer condição para os prefixos: além-, recém-,
bem-, sem-, ex-, vice-, pós-, pré-, pró-, grã-, grão-:

Pan-africano, circum-navegação, pan-mágico; sub-raça, sub-ramo; alémmar, recém-nascido; bem-vindo, sem-terra, ex-diretor, vice-presidente,
pós-graduação, pré-escolar, pró-reitoria, grã-fina, grão-duque.
Mudanças na acentuação
REVISANDO:
 Ditongo é o encontro de dois tons: uma vogal (“a”, “e”,
“o”) e uma semi-vogal (“i”, “u”):

Ditongo aberto
Diz-se que o ditongo é aberto quando une-se uma vogal de
timbre aberto a uma semivogal ou vice-versa: céu, ideia,
pai, rói, sarau, etc.

Ditongo fechado
Quando se une uma vogal de timbre fechado a uma semivogal, diz-se que há um ditongo fechado: meu, doido, teia,
muito, cãimbra, mãe, pão, etc;
Mudanças na acentuação


Paroxítonas: palavras que têm a maior inflexão de voz
na penúltima sílaba
Regras de acentuação (palavras terminadas em):
UM X/U/R/I N/ÃO dá L/Ã!
 OM, PS! EI, ditongo crescente*!



* (Semi-vogal+vogal = ia, ie, io, ua, ue, uo)
Álbum, médiuns, tórax, vênus, bônus, fêmur, revólver, táxi,
biquíni, hífen, gérmen, órgão, sótão, ágil, volátil, ímã, órfãs,
iândom, elétrons, bíceps, secretária, barbárie, escritório,
água, tênue, contínuo.
Mudanças na acentuação

Eliminação do acento:
 1)
Agudo: Nos ditongos abertos “éi” e “ói” das
palavras paroxítonas:
 ideia
 Assembléia  assembleia
 Paranóico  paranoico
 Jibóia  jiboia
 Idéia
 Observação:
as oxítonas (com acento na última sílaba) e os
monossílabos tônicos terminados em “éis”, “éu”(s) e “ói”(s),
(anéis, chapéu(s), troféu(s), corrói, herói(s), sóis) continuam
com acento.
Mudanças na acentuação

Eliminação do acento:
 2)
Agudo: nas palavras paroxítonas com “i” e “u”
tônicos precedidos de ditongo:
 feiura
 Baiúca  baiuca
 Sauípe  Sauipe
 Feiúra
 Observação:
a acentuação mantém-se nas palavras que
apresentam as condições descritas na regra, mas são
proparoxítonas (maiúsculo, feiíssimo, cheiíssimo) ou possuem
“i”/ “u” não precedidos de ditongo (cafeína, saída, saúde,
país, viúvo, saúva)
Mudanças na acentuação

Eliminação do acento:
 3)
Agudo: palavras paroxítonas que possuam “u”
tônico precedido das letras “g” ou “q”, seguidas de “e”
ou “i”:
 averigue
 Argúi  argui
 Obliqúe  oblique
 Averigúe
 4)
Circunflexo: nos encontros vocálicos –oo:
 voo
 Enjôo  enjoo
 Abençôo  abençoo
 Vôo
Mudanças na acentuação

Eliminação do acento:
 5)
Circunflexo: nos encontros vocálicos –ee:
 creem
 Dêem  deem
 Vêem  veem
 Lêem  leem
 Crêem
 Observação:
Não confundir com os acentos que marcam o
plural nos verbos ter, vir e seus derivados. Eles continuam
como são: têm, vêm, retêm, intervêm, convém/abstém (2ª e
3ª pessoas do singular), convêm/abstêm (3ª pessoa do
plural).
Mudanças na acentuação

Eliminação do acento diferencial:

6) Agudo e circunflexo nas palavras homógrafas:
Pára (verbo parar) e para (preposição);
 Pêlo (substantivo), pélo (verbo pelar) e pelo (preposição);
 Pêra (substantivo), péra (substantivo) e pera (preposição arcaica);

Observação: Continua obrigatório o acento que diferencia: pôde
(3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) e pode
(3ª pessoa do singular do presente do indicativo); pôr (verbo) e
por (preposição).
 Opcional nos casos de dêmos e demos; fôrma e forma.

Considerações finais






Propõem uma unificação parcial, não solucionando o
“problema” das diferenças ortográficas dos lusófonos;
Falta de um debate mais amplo e democrático em relação às
mudanças (monopolizadas por acadêmicos);
Podem ser gerados equívocos linguísticos, confusões e
dificuldades de aprendizagem;
Acordo não reduz o número de regras, além de continuar
mantendo várias exceções;
Intercâmbio cultural, pedagógico e administrativo;
Unificação ortográfica  Contribui com a identidade
linguística lusófona.
Considerações finais

“Mais importante do que um novo acordo ortográfico
preocupado meramente com a unificação gráfica do
idioma e imposto a seus utentes de modo unilateral, uma
política linguística responsável deve empenhar-se no
sentido de promover a difusão da língua portuguesa
mundialmente, valorizar seu legado cultural, por meio de
uma ação diplomática dos países lusófonos e,
principalmente, promover ações conjuntas de caráter
pedagógico, no sentido de conferir aos habitantes dos
territórios que têm o português como língua oficial
condições de adquirirem a tão almejada competência
linguística no próprio idioma” (SILVA, 2008, p.58)
Referências


SILVA, Maurício. O novo acordo ortográfico da língua portuguesa:
o que muda, o que não muda. São Paulo: Contexto, 2008.
Materiais de apoio e complementação:

Sobre o Acordo:




http://www.slideshare.net/Flaviacristina74/slides-novo-acordo-ortogrfico
http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/ultima-chamada-novoacordo-ortografico-passa-valer-2013-682954.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2008/reformaortografica/mu
dancas.shtml
Sobre paroxítonas e ditongos:


http://www.lpeu.com.br/q/5gs0u
http://www.gramaticaonline.com.br/texto/795/Parox%C3%ADtonas

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