Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina
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Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO ECONÔMICO - CSE DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONOMICAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS JEAN CARLOS KNOP ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA FLORIANÓPOLIS, SC 2013 JEAN CARLOS KNOP ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA Monografia submetida ao curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharelado. Orientador: Prof. Dr. Arlei Luiz Faschinello FLORIANÓPOLIS, SC 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS JEAN CARLOS KNOP ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota 9,0 ao aluno Jean Carlos Knop na disciplina CNM 7107 – Monografia, pela apresentação deste trabalho. Banca Examinadora: Prof.º Dr. Arlei Luiz Faschinello Prof.º Gueibi Souza Peres Prof.º Guilherme Valle Moura FLORIANÓPOLIS, SC 2013 AGRADECIMENTOS Agradeço o corpo acadêmico do curso de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina, em especial a meu professor orientador Dr. Arlei Luiz Fachinello, o qual, sempre atencioso soube direcionar meus esforços e sanar todas as dúvidas prontamente. Também por sua paciência e disponibilidade, bem como sua exigência para a elaboração de um trabalho com qualidade. A Deus, sempre presente em minha vida, me protegendo e guiando meus passos. Pelo dom da vida e por tudo que me tem concedido e confiado, pois sem a força dele nada somos. Também a meus pais, Marise e Carlos Knop, por todo amor dedicado a mim e sempre me apoiando na busca da realização de meus sonhos. Com liberdade ajudaram na formação de meus valores e proporcionaram uma educação que considero de excelência. Eles são aqueles que primeiro acreditaram em meu potencial, sabendo ser pacientes e sempre me incentivando a estudar. Aos meus irmãos, Ana Beatrice e Luiz Guilherme, os quais participaram ativamente em todas as fases da minha vida,por serem meus grandes parceiros,me auxiliando naquilo que sempre precisei. Agradeço também meus amigos, os quais me proporcionaram momentos maravilhosos nestes anos de convivência e me ajudaram sempre mostrando o valor da amizade. Por fim, agradeço a todas as pessoas e entidades que contribuíram para a construção deste trabalho, seja fornecendo dados e sanando dúvidas, bem como pelo apoio dado. “Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos problemas. A solução dos problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam explorar novos caminhos”. Peter Drucker RESUMO O ambiente econômico no qual a sociedade está inserida reflete distintos fatores que o fazem estar em constante mudança. Mensurar o comportamento deste ambiente se faz necessário frente à possibilidade de auxiliar no direcionamento de políticas públicas e privadas aumentando as chances de estas serem bem sucedidas e com maior eficiência, causando um impacto positivo na vida da população de uma localidade. Dada a importâcia que o segmento industrial tem na economia do Estado de Santa Catarina, políticas macroeconômicas que afetam a indústria impactam de maneira significativa toda a economia do Estado. Acompanhar o desempenho da indústria é importante, pois permite analisar seu desempenho ao longo do tempo, objetiva-se neste trabalho elaborar um indicador da atividade econômica para o segmento industrial no Estado de Santa Catarina de forma a acompanhar a geração de renda nessas atividades. É configurada nesta monografia a formação metodologica e material utilizado para a formação do Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina Iindus-SC. Este índice é formado a partir da ponderação de outros quatro índices elaborados para quatro segmentos industriais representativos: indústria extrativa, indústria de transformação, indústria de construção civil e a indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Por fim, avalia-se se a validade deste índice ao compará-lo com índices com propósitos semelhantes divulgados por institutos oficiais brasileiros, considerando que o índice aqui formado apresenta uma nova metodologia distinta das já existentes, cuja vantagem seria contemplar os quatro campos do segmento industrial divulgando dados de maneira desagregada. Como resultado, obteve-se o índice de atividade econômica industrial mensal desde janeiro de 1995 até dezembro de 2012 para o Estado de Santa Catarina. Palavras-chave: Economia Catarinense; Índice de Atividade Industrial; Formação de um Índice Econômico. ABSTRACT The economic environment, in which the society takes part, reflects different factors that may change constantly. Measurement of this environment's conduct is needed considering the possibility of assisting and directing public and private actions, increasing their chances of being successful and more efficiently, making a positive impact in the lives of the citizens. As the industrial sector has a huge importance in the Santa Catarina’s economy, macroeconomic actions that affects the industry will have a significant impact on the whole economic performance of that state. Monitoring the performance of the industry is important because it allows the analysis of it during a long period of time, so this paper’s main objective is the development of an economic activity index for the industrial sector in the state of Santa Catarina in order to measure the income generating rate by these activities. The methodology and materials used to form the Industrial Economic Activity Index of Santa Catarina - Iindus – SC are configured in this paper. This index is formed by the weighting of other four indexes developed for four different representative industries: extractive industry, manufacturing industry, construction industry and production and distribution of electricity, gas, water, sewage and urban cleaning. Finally, the index formed by the methodology of this paper is evaluated by comparing it with other similar index disclosed by official’s Brazilian institutes. As a result, we obtained the rate of monthly industrial economic activity for the state of Santa Catarina from January, 1995 till December, 2012. Keywords: Santa Catarina economy; Industry activity index; Formation of an economic index. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Diversidade Industrial de Santa Catarina................................................................. 40 Figura 2 - Participação dos setores industriais no valor adicionado bruto a preços básicos (2002 - 2010) ............................................................................................................................ 43 Figura 3 - Itrans_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ..................................... 52 Figura 4 - Iconst_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) .................................... 55 Figura 5 - Ienerg_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) .................................... 57 Figura 6 - Iext_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ........................................ 59 Figura 7 - Iindust_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ................................... 60 Figura 8 - Crescimento mensal do Iindus_SC (não desazonalisado) ....................................... 61 Figura 9 - Comparação entre as taxas de crescimento trimestrais do Iindus_SC e PIM_PF-SC (não desasonalizados) ............................................................................................................... 62 Figura 10 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC ................................................................................ 64 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Composição do PIB do Estado catarinense ............................................................. 41 Tabela 2 - Valor adicionado bruto a preços básicos por atividade econômica em Santa Catarina (em milhões de reais) entre 2002 e 2010 ................................................................... 42 Tabela 3 - Ponderação adptada para o Índice de Atividade Industrial de Santa Catarina ........ 47 Tabela 4 - Participação das atividades da indústria de transformação no valor da transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (2010) .................... 50 Tabela 5 - Ponderações das atividades componentes do Itrans-SC .......................................... 51 Tabela 8 - Frequência de variações entre Iindus_SC e PIM_PF-SC ........................................ 63 Tabela 7- Participação das atividades da indústria de transformação no valor da transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (1996 – 2011) - Dados gerais das unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas ............ 74 Tabela 8 - Coeficiente de correlação do VTI dos dados anuais entre 1996 e 2011 relacionando os segmentos da industria de transformação e o segmento de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos ............................................................................................. 75 Tabela 9 - Iindust-SC - Índice de Atividade Industrial para Santa Catarina ............................ 76 Tabela 10 - Taxas de crescimento dos últimos doze meses do Iindus_SC............................... 80 Tabela 11 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC ................................................................................ 80 Tabela 12 - Taxas de crescimento mensal do Iindus_SC ......................................................... 81 LISTA DE APÊNDICES A – PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA – REGIONAL (PIM-PF) ......................................................................................................... 70 APÊNDICE APÊNDICE B – PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL EM PERCENTUAL PARA O ESTADO DE SANTA CATARINA ........................................... 74 APÊNDICE C – COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DO VALOR DE TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL ...................................................................................................................... 75 APÊNDICE D – RESULTADOS: ÍNDICE DE ATIVIDADE INDUSTRIAL PARA SANTA CATARINA ......................................................................................................................... 76 APÊNDICE E – TAXAS DE CRESCIMENTO DO IINDUS_SC ............................................. 80 LISTA DE ANEXOS Anexo A – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria extrativa conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................................... 82 Anexo B – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de transformação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 82 Anexo C – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Construção Civil conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 85 Anexo D – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Eletricidade e Gás, e da indústria de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 86 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ......................................................... 14 1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 16 1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 16 1.3 2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 17 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 19 2.1 NÚMEROS ÍNDICES PARA SÉRIES DE TEMPO ................................................ 19 2.1.1 Séries de tempo ..................................................................................................... 19 2.1.2 Números índices ................................................................................................... 25 2.1.3 Construção de um índice econômico .................................................................... 26 2.2 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO SETOR INDUSTRIAL EM SANTA CATARINA ......................................................................................................................... 36 3 METODOLOGIA PARA FORMAÇÃO DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA................................................... 44 4 3.1 MÉTODO ................................................................................................................. 44 3.2 MATERIAL ............................................................................................................. 45 RESULTADOS ............................................................................................................... 47 4.1 4.1.1 CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE .................................................................................. 47 Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do Estado de Santa Catarina ................................................................................................. 48 4.1.2 Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do Estado de Santa Catarina ................................................................................................. 53 4.1.3 Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina ............................................................................................................................ 55 4.1.4 Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do Estado de Santa Catarina.................................................................................................................. 57 4.1.5 Iindus_SC: Índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa Catarina. ........................................................................................................................... 59 4.2 ADERÊNCIA DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PIM_PF-SC (IBGE) .................................................................................. 61 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 65 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67 APÊNDICES ........................................................................................................................... 70 ANEXOS ................................................................................................................................. 82 14 1 INTRODUÇÃO O primeiro capítulo do trabalho tem por finalidade introduzir o leitor sobre o tema abordado, bem como apresentar o objetivo geral e específico deste e sua justificativa. 1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA As organizações, sejam públicas ou privadas, administram suas ações e direcionam suas políticas de acordo com as informações inferidas do contexto que as circunda. Este contexto se altera constantemente, seja através da revolução tecnológica, avanços educacionais, mudanças nas estruturas familiares, demografia regional, influencias culturais, entre outros. Todos estes fatores refletem na relação econômica de cada local. Portanto, tornase necessário o desenvolvimento de um índice que permita mensurar essas movimentações com um maior grau de confiabilidade para que a tomada de decisão de empresas privadas bem como a formulação de políticas públicas possam ser adequadas. Segundo a FIESC (2012) a indústria de transformação catarinense é a quarta do país em quantidade de empresas e a quinta em número de trabalhadores. Conforme o IBGE (2013), Santa Catarina é o segundo Estado da federação em que a indústria tem a maior participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Assim, políticas macroeconômicas que afetam a indústria impactam de maneira significativa a nesta economia regional. A origem do crescimento industrial no Estado catarinense, segunda Goulart Filho (2002), se deu no fim do século XIX, quando a imigração tornou-se uma medida política econômica deliberada pelo Governo Imperial no Brasil, o que levou a ocupação e a fundação de novos núcleos coloniais diversificados espacialmente no território. Em cada núcleo emergiu um padrão industrial que destacava diferentes segmentos de produção ao longo do território. Uma combinação dos recursos naturais disponíveis e a mão de obra imigrante de diversas descendências, cada qual com sua habilidade e cultura, fez crescer no Estado um parque industrial diversificado. Faz-se útil, então, a utilização de indicadores que possam representar e até antecipar os movimentos da atividade econômica do Estado de Santa Catarina no segmento industrial. Segundo Moraes e Portugal (2007) este tipo de indicador é conhecido na literatura econômica 15 como coincidente e antecedente devido a esta capacidade de captar e facilitar a análise do desempenho histórico da economia bem como poder prever seus movimentos no curto prazo. Os indicadores da atividade econômica (IAEs) são expressos em valores numéricos, que representam um conjunto de dados estatísticos que apresentam, essencialmente, informações que sinalizam e apontam o comportamento de determinadas variáveis do sistema econômico de um país, região ou Estado. Eles são capazes de dar uma ideia da situação de uma economia em determinado período ou data. Por assim ser, tratam-se de indicadores de conjuntura, pois trazem as variações de curto e médio prazos do comportamento de determinada variável econômica (NOGUEIRA; SANTOS, 2012, p. 4). Segundo o IBGE (2004), o objetivo dos índices de produção física é apresentar uma estimativa do movimento de curto prazo do produto real da indústria. Sua importância deve-se à capacidade de indicar o comportamento efetivo da produção real da indústria com um mínimo de defasagem em relação ao período de referência, representando uma mensuração preliminar da taxa de variação do componente industrial do Produto Interno Bruto – PIB. Atualmente, para o Estado de Santa Catarina, existem duas principais instituições que disponibilizam informações sobre o nível de atividade somente do segmento industrial. A primeira delas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga mensalmente a “Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física – Regional” (PIM-PF), esta produz indicadores de curto prazo, desde a década de 1970, relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Esses indicadores revelam a variação mensal da produção física da indústria brasileira apresentando as quantidades produzidas e vendidas e os valores de produção e de vendas dos produtos e serviços industriais gerados. Seus resultados divulgados em até seis semanas após o término do mês de referência. A variável levantada pela pesquisa é a produção física de uma série de produtos previamente selecionados e, sob determinadas hipóteses, considera-se que a mesma serve como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado da indústria (IBGE, 2004, p.10). A segunda instituição, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) sob a metodologia desenvolvida pela Confederação Nacional da Industria (CNI), disponibiliza mensalmente um relatório que mostra comportamento das vendas, o uso da capacidade instalada, horas trabalhadas na produção e remunerações pagas na indústria 16 catarinense por setor de atividade. Esta pesquisa e aquela apresentada pelo IBGE são complementares, pois estudam diferentes aspectos da atividade industrial no Estado. Mesmo com a existência das informações divulgadas por estas duas instituições, existem alguns fatores limitadores a este índice divulgado pelo IBGE. Surge com isso o interesse em desenvolver um índice que mensure o comportamento industrial do Estado de Santa Catarina que supere as limitações existentes as informações já divulgadas por outras instituições e que permita um fácil acesso a suas informações para que todo interessado consiga trabalhar com seus dados. Neste trabalho buscar-se-á através de revisão bibliográfica a formação de uma metodologia para formação de um índice de maneira que este permita monitorar o desempenho econômico industrial do Estado, conciliando a rapidez na divulgação de resultados e de atendimento a demanda cada vez maior de acompanhamento da evolução de curto prazo da produção industrial. Consequentemente, o índice deve ter aderência às taxas de crescimento divulgadas oficialmente pelo IBGE posteriormente, firmando seu grau de confiabilidade, sendo útil como um indicador que venha a auxiliar na antecipação de choques econômicos diversos na indústria de Santa Catarina. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral Desenvolver um índice de atividade econômica para o segmento industrial do EEstado de Santa Catarina que reflita o desempenho produtivo ao longo do tempo e que possa servir para prospecção do valor adicionado do segmento industrial. 1.2.2 Objetivos específicos Elaborar uma revisão bibliográfica acerca dos temas relacionados a construção de um índice econômico, incluindo números índices, tendência e sazonalidade; 17 Estudar a formação e caracterização econômica do setor industrial em Santa Catarina para identificar os principais setores que compõem a atividade industrial do Estado; Definir as atividades industriais que irão compor o índice e ponderação de cada grupo indicador; Desenvolver a metodologia de cálculo do índice de mensuração da atividade econômica industrial em Santa Catarina; Verificar a aderência do índice desenvolvido a outro índice existente com o mesmo propósito e as taxas de crescimento divulgadas pelo IBGE. 1.3 JUSTIFICATIVA A participação da atividade industrial na economia do estado de Santa Catarina tem se destacado cada vez mais fazendo com que o parque industrial se destaque nacionalmente. Segundo a FIESC (2012) a indústria de transformação catarinense é a quarta do país em quantidade de empresas e a quinta em número de trabalhadores. Também, como mensionado na parte introdutória deste trabalho, segundo dados do IBGE (apud FIESC, 2012) Santa Catarina é o segundo estado com maior participação da indústria no seu Produto Interno Bruto. Isto direcionou os olhos do pesquisador ao segmento industrial no estado. Aprofundando os estudos no setor, percebe-se a falta indicadores de desempenho para acompanhar a economia e realizar políticas adequadas para aproveitar as potencialidades do segmento industrial em âmbito local, conforme destacam Nogueira e Santos (2012, p. 4): Atualmente, os indicadores de atividade econômica estão centrados, em sua maioria, em nível agregado de informações, principalmente no contexto espacial, pois dependendo do indicador, este é construído congregando-se informações de diversos espaços geográficos para apresentar a conjuntura econômica do país ou do estado federado. A economia local pode não apresentar as mesmas características que a nacional ou aquela para qual existem indicadores agregados, seja Estado ou Região. A partir de janeiro de 2009 o Banco Central do Brasil passou a divulgar, no Boletim Regional o Índice de Atividade Econômica Regional para o Estado de Santa Catarina (IBCR-SC), um índice mensal que mede o comportamento dos setores agropecuário, industrial, comércio e serviços. Entretanto, 18 seus resultados são apresentados de maneira agregada e, além de Santa Catarina, somente para alguns Estados e regiões do país. Outro índice que mensura o comportamento industrial divulgado atualmente é a PIM-PF para Santa Catarina, a qual possui como limitador o fato de se concentrar apenas na produção da indústria de transformação. A metodologia para cálculo deste índice é encontrada no Apêndice A deste trabalho. Com o desenvolvimento do índice de atividade econômica industrial de Santa Catarina por este trabalho, poderá comparar-se este índice com a PIM-PF e verificar em quemedida que se incluindo outros setores da indústria catarinense na base de dados para o índice impactará em seu resultado. Outro inconveniente dos índices que medem a atividade econômica atualmente, é que estes possuem certa defasagem entre a coleta dos dados e a produção do indicador devido a mensurar a conjuntura de um período anterior. Diferentemente dos índices já existentes, o índice resultado deste trabalho será desagregado, permitindo estudar cada um dos principais setores da economia industrial do Estado de maneira separada ou em conjunto. Assim, são formados índices para os setores de indústria extrativa; indústria de transformação; indústria de construção civil; e indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina. Assim, busca-se facilitar a definição de políticas públicas e tomada de decisão de empresas privadas para potencializar o desenvolvimento não somente do setor industrial, mas de maneira agregada toda a economia do Estado de Santa Catarina, através da oferta de um indicador confiável que analisa e expõe a real situação da indústria local. 19 2 REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA Este capítulo compreende a revisão teórica dos conteúdos que são abordados ao longo do trabalho. Os blocos de conteúdos abordados são: séries de tempo, tendência, sazonalidade, formação estatística de um índice econômico e desenvolvimento econômico industrial do Estado de Santa Catarina. 2.1 NÚMEROS ÍNDICES PARA SÉRIES DE TEMPO 2.1.1 Séries de tempo Uma série temporal representa o comportamento de um conjunto de dados observados ao longo do tempo a respeito de um fenômeno, o que caracteriza uma trajetória. Pereira, Pais e Sales (1986) dizem que as observações vizinhas são, em geral, dependentes e o estudo de uma série temporal consiste, então, em analisar e modelar esta dependência. A análise de séries temporais é o procedimento através do qual os fatores relacionados no tempo, que influenciam os valores observados na série temporal, são identificados e isolados (KAZMIER, 2007, p.285). Ao serem identificados, eles são usados para interpretar os valores históricos da série temporal e prever valores futuros. Morettin e Toloi (2004) dizem que ao realizar uma análise de uma série temporal podemos ter por objetivo: investigar o mecanismo gerador desta série; fazer previsões de valores futuros da série; descrever o comportamento; e procurar periodicidades relevantes nos dados. Para chegar ao objetivo ao estudar as séries, faz-se uso de métodos estocásticos, ou seja, de probabilidade estatística. O método mais simples de previsão de uma variável é aquele em que é usado para a previsão justamente o último valor da variável. Ou seja, o valor da variável no período t é o valor que ela possuía no período t - 1 mais um componente de erro. Esse processo é conhecido como random walk ou, traduzindo, passeio aleatório (SARTORIS, 2003, p. 340). A abordagem clássica a respeito das séries temporais diz que elas são influenciadas por quatro componentes: tendência, flutuações cíclicas, variações sazonais e variações irregulares. Já Morettin e Toloi (2004) dizem que as séries econômicas e financeiras apresentam algumas características que são comuns a outras séries temporais, além da 20 tendência, e sazonalidade, como: pontos influentes (atípicos), heteroscedasticidade condicional, e não-linearidade. Os conceitos de tendência e sazonalidade serão tratados na próxima sessão. No que tange o conceito de pontos influentes, segundo Morretin e Toloi (2004), pode-se dizer que são aquelas observações que por alguma razão, causam grandes mudanças em alguns ou em todos os parâmetros do modelo no caso de serem omitidas do conjunto de dados. A heteroscedasticidade condicional dos dados mostra que para cada observação existe uma variância diferente, o que faz com que a volatilidade dos dados seja maior. Já quanto a não-linearidade, esta tem a ver com o fato de que muitas séries respondem de maneiras diferentes a choques grandes ou pequenos, positivos ou negativos. As séries temporais podem possuir comportamento estacionário ou não. No primeiro caso, uma série se desenvolve no tempo aleatoriamente ao redor de uma média constante. Entretanto, o segundo caso é o mais encontrado, quando uma série possui características de alguma forma não-estacionárias. No caso de séries econômicas e financeiras, geralmente possuem alguma tendência, por exemplo, positiva ou negativa. Este conceito será detalhado na próxima sessão. Dada uma série temporal não estacionária, seja uma variável econômica observada ao longo do tempo, esta é tida como aleatória, pois não se pode prevê-la perfeitamente tendo em vista que suas variações não são constantes. Segundo Hill, Griffiths e Judge (2006) o modelo econômico que gera a variável de série temporal é chamado de processo estocástico ou aleatório. Um processo estocástico (série temporal) é estacionário se sua média e sua variância são constantes ao longo do tempo, e a covariância entre dois valores da série depende apenas da distância no tempo que separa os dois valores, e não dos tempos reais em que as variáveis são observadas (HILL; GRIFFTHS; JUDGE, 2006, p. 389). Um primeiro passo na análise de uma série temporal é a construção de seu gráfico, que revelará características importantes, como tendência, sazonalidade, variabilidade, observações atípicas (“outliers”), etc. (MORRETIN; TOLOI, 2004, p.63). Eles também dizem que a construção de modelos para descrever e analisar as séries temporais depende de alguns fatores, como por exemplo, o comportamento do fenômeno ou o conhecimento a priori que temos de sua natureza e do objetivo da análise. Também, depende da qualidade dos métodos 21 já existentes para estimação e disponibilidade de softwares para tal. Um dos métodos para analisá-las é a construção de índices. Um conjunto de observações de uma série temporal Zt pode ser decomposta como uma soma ou multiplicação de três componentes não observáveis. (1) Sendo que: e e representam a tendência e a sazonalidade da série respectivamente é uma componente aleatória. Removendo-se as componentes e o que sobrará é a componente aleatória ou residual . A suposição normal é que seja um processo estocástico puramente aleatório (ruído branco), se bem que em alguns casos podemos considera-lo um processo estacionário, digamos, com média zero e variância constante (MORETTIN; TOLOI, 1981, p. 38). Como os fatores tendência e sazonalidade contribuem de maneira muito forte para a variância total da série, os mesmos precisam ser removidos a fim de que se possibilite a análise dos efeitos causados pelas variáveis econômicas, buscando-se construir uma série livre de sazonalidade. Segundo Morettin e Toloi (2004) as componentes tendência e sazonalidade são bastante relacionadas e a influência da tendência sobre a componente sazonal pode ser muito forte pois a especificação de uma depende da outra variável. Assim sendo, não se pode isolar uma das componentes sem tentar isolar a outra. Segundo Souza, Samohyl e Miranda (2008) a existência de tendência e sazonalidade produzirá discrepâncias cada vez maiores com o passar do tempo quando ao se analisar uma série temporal com o objetivo de realizar previsões. Portanto, faz-se necessário estudar cada um destes conceitos, verificar se estão presentes nas séries e como anular sua influência. 22 Tendência A tendência é definida como sendo a “direção” da série temporal e, portanto, relaciona-se ao incremento ou ao decréscimo dos valores da mesma com o decorrer do tempo de uma série temporal. A tendência é um componente de fácil visualização, pois sua presença é percebida quando os valores da série aumentam ou diminuem em um determinado intervalo de tempo. É importante ressaltar que existem diferentes tipos de tendência, porém as mais comuns são a linear, a quadrática e a exponencial (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008, p. 82). Ela é verificada quando, segundo Manddala (2003), a partir da observação da nãoestacionariedade de uma série temporal, no sentido de que a média e variância dependem do tempo e elas tendem a se afastar permanentemente de qualquer valor a medida que o tempo passa, é percebida uma predominância desse movimento em uma direção. Assim, diz-se que esta série possui uma tendência. De modo geral, a tendência em séries econômicas é causada por fatores que são medidos durante longos períodos de tempo. Desta forma, exite também o conceito de ciclo o qual está fortemente ligado à tendência e torna-se, portanto, muito difícil de separar os dois, fazendo considerá-los juntamente. Para verificar a existência de tendência nos dados de uma série temporal, além da inspeção gráfica pela qual se pode verificar o comportamento da série visualmente, pode-se utilizar métodos estatísticos, por exemplo, aqueles que têm como base a decomposição clássica ou a suavização exponencial. Souza, Samohyl e Miranda (2008) apresentam a partir do método de decomposição clássica, a identificação tendência de uma série através do cálculo da média móvel. No caso de uma série mensal que se quer verificar a tendência nos meses ao longo dos anos, este método consiste em cálcular as médias móveis (MM) dos dados a cada doze meses e depois tirar a média de cada duas médias móveis chegando a média movel centrada (MMC). O conjunto de todas as médias móveis centradas encontradas expressarão a tendência da série temporal. Temos assim que MM1 será a média dos valores dos doze primeiros mêses, por exemplo, janeiro de 1990 a dezembro de 1990; já MM2 será a média de fevereiro de 1990 a janeiro de 1991; MM3 será a média de março de 1990 a fevereiro de 1991; e assim por diante. Obtendo as médias móveis, tem-se MMC1 como sendo a média de MM1 e MM2; MMC2 a média de MM2 e MM3; e assim por diante. Desta maneira, pelo fato que o primeiro valor da tendência será justamente o valor após a sexta observação da série original, o último valor 23 será o de seis peíodos anteriores à última observação, tendo em vista a impossibilidade imposta pela falta de observações suficientes (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008, p. 84). Outros métodos apresentados por Souza, Samohyl e Miranda (2008), que também podem ser utilizados para fazer previsões, são aqueles através da suavização exponencial: os métodos de suavização exponencial consistem em decompor a série em componentes (tendência e sazonalidade) e suavizar seus valores passados, ou seja, dar pesos diferenciados cujos valores decaem exponencialmente para zero quanto mais antigo for o ado, portanto, valorizando os dados mais recentes. Estes métodos de suavização exponencial podem ser classificados de acordo com as componentes consideradas: tendência e sazonalidade, se estas existem e qual seu comportamento. O comportamento pode ser nenhum (não existe), aditivo ou multiplicativo. Com base nesses critérios, também de acordo com o comportamento das discrepâncias e ajustamento dos dados, é eleito o método de suavição exponencial mais indicado para identificar a tendência e sazonalidade na série e realizar previsões. Sazonalidade A sazonalidade é o movimento intra-anual sistemático, embora não necessariamente regular, causado por variações do tempo ou das estações, do calendário, e da ocasião de tomadas de decisão de consumo e produção pelos agentes econômicos (IBGE, 2004, p. 41). Ela pode ser interpretada como sendo a representação de movimentos sistemáticos causados por fenômenos não econômicos (THOMAS, WALLIS, 1971). A sazonalidade, por sua vez, representa um padrão comumente identificável em dados de séries temporais. Ela caracteriza as repetições com mesma intensidade e duração em intervalos idênticos de tempo (diário, semanal, mensal, anual, etc.). A análise desta característica é fundamental para a tomada de decisões tanto a nível macro quanto a nível microeconômico, podendo estar presente, por exemplo, tanto na estratégia adotada por algum governo como na estratégia de vendas ou produção de empresas (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008, p. 87). Alguns exemplos dos efeitos sazonais são: o aumento das vendas no comércio devido às festividades natalinas, as safras de produtos agrícolas, o consumo de alguns tipos de 24 produtos somente em determinada época do ano, viagens de turismo são altamente influenciadas pelos períodos de férias escolares e questão climática de acordo com as regiões, entre outros. Embora muitas séries de dados mensais e trimestrais exibam padrões sazonais, nem todas o fazem. Por exemplo, não existe padrão sazonal observável nas taxas mensais de juros ou de inflação. Além disso, séries que exibem padrões sazonais são frequentemente ajustadas sazonalmente antes de serem informadas ao público. Uma série sazonalmente ajustada é aquela que, em princípio, teve removidos seus fatores sazonais. Ajustes sazonais podem ser feitos de diversas maneiras (WOOLDRIDGE, 2010, p.347). Pode-se observar que nas séries sazonais ocorrem relações entre, por exemplo, meses sucessivos em um ano particular e entre as observações para os mesmos meses em anos sucessivos. Para Morettin e Toloi (2004), isto implica que séries sazonais são caracterizadas por apresentarem correlação alta em “lags sazonais”, isto é, lags que são múltiplos de um período. Assim, para conseguir extrair a sazonalidade de uma série será necessário destruir esta correlação, ou pelo menos removê-la em grande parte. Segundo Fávero, Oliveira e Ângelo (2003) existem alguns métodos para estimar a sazonalidade de uma série, sendo o mais utilizado o método de médias móveis, o mesmo utilizado para obtenção da tendência. Este método baseado em médias móveis é apropriado quando se tem uma série temporal cuja componente sazonal varia com o tempo, ou seja, para séries cuja sazonalidade é estocástica. Entretanto, também é aplicado usualmente mesmo para o padrão sazonal constante. A partir das indicações de Souza, Samohyl e Miranda (2008), após a identificação da sazonalidade, para também retirar o componente sazonal da série através da decomposição clássica deve-se obter a média dos dados deste resultado obtido para cada período em estudo. Por exemplo, no caso de uma série mensal, agrupam-se os dados obtidos a partir da divisão dos dados originais pela tendência por mês, e calcular a média para janeiro, outra para fevereiro, e assim por diante. Esta média será chamada de índice sazonal multiplicativo, os quais representam que, se, por exemplo, o índice sazonal multiplicativo para o mês de janeiro foi de 1,25 a variável em estudo possui uma variação sazonal positiva em média de 25% em relação a média móvel centrada daquele ano. Assim, divide-se ou diminui-se, dependendo se a série for multiplicativa ou aditiva, esse índice pelo seu respectivo mês na série original, obter-se-á a série livre de sazonalidade. 25 É necessário observar que, segundo Kazmier (2007), embora os valores resultantes após a aplicação do método estejam nas mesmas unidades de medida dos originais, eles não apresentam os dados reais. São na verdade valores relativos que devem ser utilizados somente para efeito de comparação. Também, após análise, percebe-se que ainda existe uma tendência de longo prazo nos dados desta série. 2.1.2 Números índices Os números índices são proporções estatísticas idealizadas para comparar as situações de um conjunto de variáveis em épocas ou locais diversos (HOFFMAN, 1991). Eles representam a evolução de uma sequência de dados através de números que mantém a mesma proporção entre si. Estas medidas estatísticas são frequentemente usadas por economistas e administradores com o objetivo de comparar grupos de variações entre si e obter um quadro simples e resumido das mudanças significativas em áreas relacionadas com preços de matéria prima, preços de produtos acabados e volume físico de produção (FONSECA; MARTINS; TOLEDO, 1985). Em síntese, tem-se que números índices são usados para indicar variações relativas em quantidades, preços ou valores de um artigo, ou grupo de artigos, durante certo período de tempo. Eles sintetizam as modificações nas condições econômicas ocorridas em um espaço de tempo, através de uma razão. Estes podem ser classificados como simples ou composto: Quando lidamos com grandezas simples (um único item ou variável), o índice é qualificado de índice elementar (ou simples); por outro lado, quando lidamos com grandezas complexas (aquelas expressar por muitos valores), ele é dito índice sintético ou composto (por sintetizar a variação global das variáveis por ele avaliadas) (MILONE; ANGELINI, 1995, p.21). Neste segundo caso tem-se a parte mais complexa do problema, uma vez que se deseja uma expressão quantitativa para um conjunto de mensurações individuais, para as quais não existe uma medida física comum (FARIAS; LAURENCEL, 2005). Segundo Sartoris (2003), para formar um número índice, escolhe-se arbitrariamente um valor de uma série temporal, atribuí-se ao dado do período temporal, por exemplo, do ano, o valor de 100, pois este será o ano base. Assim, para encontrar o valor dos demais anos deve- 26 se executar uma regra de três simples e assim analisar a evolução destes, bem como comparar dois períodos isoladamente. Quanto a data base de cada índice, Sartoris (2003) diz que se pode classifica-lo como sendo de base fixa ou base móvel. Sendo um índice de base fixa, cada índice é comparado com o mesmo período base. Entretanto, quando este é de base móvel, significa que o a variação do índice é mensurada em relação ao período imediatamente anterior. Para obter os números índices de base fixa de um período a partir de um número índice de base móvel, basta multiplicar o índice de base fixa do período anterior pelo índice de base móvel atual em formato fracionário. De maneira inversa, para obter os números índices de base móvel de um período a partir de um número índice de base fixa, basta dividir o índice do período de interesse pelo índice do período imediatamente anterior. Em ambos os casos o resultado se dará em fração, para obter resultados na forma percentual basta multiplicar o resultado por cem. A formulação geral de um número índice que gerará a relação estatística entre as variáveis se dá segundo a fórmula abaixo. O valor posicionado no numerador pode ser chamado de valor considerado (representado pela letra “c”), já aquele no denominador é o valor-base ou referência (representado pela letra “b”). (2) Conforme observado na fórmula (2) o índice é multiplicado por cem, isso se dá porque por convenção, geralmente os índices são dados na forma percentual, entretanto, sem a especificação do sinal de percentagem no final do valor. 2.1.3 Construção de um índice econômico Fonseca, Martins e Toledo (1985) apontam que qualquer que seja a finalidade que se destinem os números-índices, na sua construção é essencial que sejam observadas questões como: fixação do objeto de mensuração (o ponto de partida é a fixação exata daquilo que se quer medir); escolha da fórmula, a qual depende intrinsecamente da lógica do sistema de pesos escolhidos; escolha do regime, ou seja, o conjunto de bens e serviços que serão 27 incluídos no índice; escolha dos pesos que reflete a importância relativa das variáveis consideradas. Para a construção deste índice que formará uma série econômica, é necessário que todos os dados estejam alinhados em questão de periodicidade dos dados, sazonalidade, tendência, unidade de medida, entre outros. Uma tentativa de identificar critérios para avaliar um índice são aqueles estabelecidos por Irving Fischer, apresentado por Sartoris (2003, p. 387): i. Critério de identidade: se o período para o qual o índice é calculado é o mesmo do período-base, então o valor do índice tem de ser igual a 1; ii. Critério da homogeneidade: o valor do índice não deve ser alterado por alteração nas unidades de medidas; iii. Critério da proporcionalidade: se os preços relativos são todos iguais a um certo valor, o índice também será; iv. Critério da determinação: o índice não pode ser nulo, infinito ou indeterminado se um único preço ou quantidade for nulo; v. Critério da reversibilidade: se calcularmos o índice de março em relação a fevereiro, por exemplo, e encontrarmos um aumento nos preços, quando calculássemos o índice de fevereiro em relação a março (invertendo a ordem), deveríamos encontrar uma queda que cancelaria o aumento encontrado anteriormente. Isto é: I01 × I02 = 1. A partir da avaliação da utilização dos critérios acima é possível, segundo Fischer, identificar o grau de em que os resultados são confiáveis e condizentes com a realidade. Hoffman (1991) apresenta as etapas que considera essenciais para a construção de um índice: i. Escolha de uma amostra: quando não for possível trabalhar com todos os elementos integrantes do fenômeno que se investiga, deve-se selecionar uma amostra de dados representativa ao conjunto. Na seleção de dados também deve-se captar apenas dados que tenham relação com o estudo, bem como estudar o peso relativo de cada variável e a composição dos itens nos dados; ii. Escolha do período base: para a escolha do período base é importante que este não seja um período considerado demasiadamente anormal em relação ao comportamento dos períodos subsequentes, ou seja, é interessante escolher um período com estabilidade econômica e também recente para efeitos de comparação. Uma dica dada pelo autor para contornar o problema é, por exemplo no caso de uma série anual, não tomar como base o valor referente a um ano e sim a média de vários anos consecutivos, conforme é 28 executado pelo IBGE na pesquisa PIM-PF que será abordada mais adiante neste referencial teórico. Também deve-se lembrar que o período base pode ser alterado a medida em que houver mudanças acentuadas no fenômeno em estudo, ou para permitir a comparação de duas séries de índices que tenham bases diferentes. Para realizar essa mudança de base basta dividir toda a série de números índicesoriginais pelo número índice do período escolhido como nova base; iii. Escolha do método de cálculo: este deve ser realizado tendo em vista a finalidade do índice e disponibilidade de dados. No caso de índices simples, segundo Sartoris (2003), também chamados de relativos de base fixa ou relativos de ligação (ou relativos de base móvel), que servem para medir a variação de uma única variável econômica, tem-se como exemplos clássicos o índice de preços, de quantidade e de valor. Número índice de preço ( ): quando se calcula a razão entre o preço observado de um artigo em um período qualquer ( ) e o preço do mesmo artigo no período base ( ): (3) Número índice de quantidade ( ): quando se calcula a razão entre a quantidade observada de um artigo em um período qualquer ( ) e a quantidade no período base ( ): (4) Número índice de valor ( ): quando se calcula a razão entre o produto do preço pela quantidade de um artigo em um período qualquer ( quantidade do mesmo artigo no período base ( ) e o produto do preço pela ): 29 (5) Estes índices são simples, porém de grande utilidade, sendo utilizado de forma intensa no mundo empresarial, principalmente a fim de estudar o comportamento das produções e de vendas dos produtos fabricados. Entretanto, os índices socioeconômicos mais significativos são aqueles que espelham a variação no valor de uma série de variáveis simultaneamente consideradas (MILONE; ANGELINI, 1995, p. 27). Desta maneira, foram desenvolvidos os índices agregados (compostos), simples e ponderados aplicados a um conjunto de variáveis socioeconômicas que procuram captar o efeito global. Os índices simples apresentam algumas desvantagens, em especial a que se refere a inexistência de pesos diferentes para cada utilidade que os compõe de acordo com sua importância relativa. No caso dos índices ponderados, além da fórmula a ser usada para interpretar as variações de preço e de quantidade dos bens, há o problema do critério para a fixação dos pesos relativos de cada um deles. A ponderação proposta pelos métodos mais usados baseia-se na participação de cada bem no valor transacional total e é feita, em geral, segundo dois critérios: peso fixo na época básica ou peso variável na época atual (FONSECA; MARTINS; TOLEDO, 1985, p. 173). Os índices compostos, segundo Sartoris (2003), podem ser classificados em agregados simples quando atribuem a mesma ponderação para todos os itens, desconsiderando a importância relativa de cada um; e agregados ponderados que atribuem ponderações diferentes para os itens, o que pode permitir dar maior ênfase às variações em determinado item, sendo esta a forma mais utilizada. 30 2.1.3.1 Índices compostos simples Os índices compostos simples geralmente fazem uso de média aritmética simples, média geométrica e média harmônica. Segundo Fonseca, Martins e Toledo (1989) os mais conhecidos são o índice de Bradstreet-Dutot e o índice de Sauerbeck. Estes autores explicam os estes índices conforme abaixo: Índice de Bradstreet-Dutot Foi elaborado em 1738 e conhecido por sua simplicidade e notação Dt. Ele se dá a partir da razão entre as médias aritmética simples dos dados selecionados no período t e naquele tomado como base. Ou seja, é calculado como o quociente entre os somatórios dos valores de um conjunto de variáveis em suas datas diferentes. (6) Onde: e representa a soma dos valores das variáveis de X na data considerada (t) representa a soma dos valores das variáveis de X na data-base (b). Sua principal restrição é a de que pode estar somando valores em unidades diferentes. Índice de Sauerbeck Devido a simplicidade do índice de Dutot, o índice de Sauerbeck foi desenvolvido para contornar suas restrições. Isso seria possível se a variação dos valores de um conjunto de variáveis fosse obtida por meio de uma média dos respectivos relativos. Para tanto, pode ser utilizada a média aritmética harmônica (quando a distribuição dos relativos - é normal), (quando a distribuição dos inversos dos relativos é normal) ou geométrica (quanto a distribuição dos logaritmos dos relativos é normal). 31 Média aritmética: (7) Onde representa a soma de todas as relações entre cada variável na data considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados. Média geométrica: (8) Sendo a multiplicação de todas as relações entre cada variável na data considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados. Média harmônica: (9) Onde é a soma de todas as relações inversas entre cada variável na data considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados. 32 2.1.3.2 Índices compostos ponderados Conforme notado anteriormente, o principal problema inerente a todos os números índices agregados simples em análise (Badstreet-Dutot, Sauerbeck de média aritmética, geométrica ou harmônica) é que se assume em suas estimativas que todos os produtos que compõem a cesta de artigos têm o mesmo peso relativo, não são ponderados, o que na maior parte das situações é inadequado. Portanto, foram elaborados os índices agregados ponderados. As médias ponderadas adoram, como fator de ponderação, a frequência absoluta dos relativos. Essa possibilidade estatística de ponderação nem sempre é relevante do ponto de vista econômico. Em termos econômicos, a importância relativa (ou peso) de cada produto ou serviço no total das receitas ou despesas dos agentes econômicos, na maior parte das vezes, é bem mais importante do que a frequência absoluta dos respectivos relativos. (MILONE; ANGELINI, 1995, p.21) Desta maneira, faz-se necessário adotar um fator de ponderação, para tanto deve-se estabelecer critérios. Por exemplo, no caso de um índice de valor para uma cesta de produtos, o fator de ponderação é dado pelo conjunto de bens, agrupados em itens e subitens assemelhados, que caracteriza as preferências de um consumidor médio em um dado instante do tempo; tais bens e sua importância relativa são obtidos mediante um levantamento amostral de preços e quantidades consumidas em um grupo social. Também, segundo Milone e Angelini (1995), deverá ser definida a data levada em conta para a ponderação. Foram desenvolvidos por dois estatísticos alemães os doisprimeiros métodos para estimar índices compostos ponderados: Laspeyres e Paasche, propostos na década de sessenta. Fonseca, Martins e Toledo (1989) apresentam estes índices da seguinte maneira: Índice de Laspeyres Este índice foi proposto por Laspeyres em 1864, sendo calculado através da média aritmética ponderada dos relativos, adotando-se como fator de ponderação a participação relativa de cada item no valor total dos bens consumidos na data base. 33 (10) Onde, representa o peso de cada item avaliado na data base e representa a relação entre o valor de cada item no período t em relação a data base. Índice de Paasche Paasche, dez anos após Laspeyres ter proposto seu índice, sugeriu duas alterações na metodologia daquele índice, criando um novo. A primeira delas seria que para cálculo do fator ponderação, a data tomada como referência para tal seria a data considerada. A segunda seria que se calculasse a média harmônica dos relativos ao invés da média aritmética. (11) Onde, representa o peso de cada item avaliado na data considerada e representa a relação entre o valor de cada item na data base em relação ao período t. Também vale notar que a soma das ponderações deve totalizar 1. Algumas restrições iminentes dos índices de Laspeyres e Paasche são apontadas pelos autores. Milone e Angelini (1995) destacam como a mais importante que eles só podem ser usados para avaliar datas próximas e regiões assemelhadas, isso se dá porque na formulação destes índices existe a impossibilidade de exclusão ou substituição de variáveis que perderam a importância relativa com o passar do tempo ou se diferenciam para as regiões, bem como não é possível incluir outras que surgiram ao longo do tempo de estudo. Tendo em vista que ainda não existe um índice considerado perfeito, com o passar do tempo foi-se tentando aperfeiçoa-los. A partir dos índices de Laspayeres e Paasche surgiram proposições famosas de metodologia para elaboração de um índice: o índice de Fisher; índice de Drobish; e o índice de Divisia. 34 Índice de Fisher Este índice foi elaborado a partir do estudo dos índices de Laspayeres e Paasche. Milone e Angelini (1995) dizem que Fisher ao comparar aqueles índices percebeu que um superestimava e outro subestimava o verdadeiro índice de variação da variável considerada, concluindo então que um novo índice deveria situar-se entre aqueles dois. Desta maneira, seu índice é basicamente a média geométrica entre o índice de Laspayeres e Paasche. (12) Índice de Drobish Seguindo a ideia de Fischer, Fonseca, Martins e Toledo (1989) dizem que Drobish tentou simplificar o índice ao instituir que ao invés da média geométrica, deveria ser utilizada a média aritmética entre os índices de Laspayeres e Paasche para gerar um índice ideal, tendo em vista que este deveria entrar entre os dois. (13) Índice de Divisia O índice de Divisia, segundo Fonseca, Martins e Toledo (1989), se aproxima da conceituação do princípio de Laspeyres, tomando para ponderação um sistema de pesos fixos na data base. Assim este calcula uma média geométrica ponderada das relações das variáveis. (14) Conforme refletido anteriormente, nenhum dos índices é perfeito. Uma maneira de verificar a qualidade dele é através dos critérios de Fisher apresentados anteriormente, entretanto, nem todos os índices apresentados satisfazem todas as propriedades. Segundo 35 Milone e Angelini (1995) deve-se escolher a metodologia a ser utilizada em vista dos dados e recursos técnicos disponíveis no momento do cálculo. 36 2.2 CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO SETOR INDUSTRIAL EM SANTA CATARINA Para chegar no atual nível econômico, o Estado de Santa Catarina passou por algumas mudanças em seu padrão de crescimento. Goularti Filho (2002) caracteriza a formação econômica do Estado a partir de 1880 em quatro períodos: Os anos de 1880 a 1945 caracterizam-se pela origem e crescimento do capital industrial; os anos de 1945 a 1962 foram marcados pela diversificação e ampliação da base produtiva; o terceiro período começa depois de 1962, quando há a integração e a consolidação da indústria catarinense; e o último período inicia-se em 1990, a partir da abertura comercial e financeira e da desregulamentação da economia com o esfacelamento do Estado. (GOULARTI FILHO, 2002, p. 977) Nas últimas duas décadas do século XIX a imigração tornou-se uma medida política econômica deliberada pelo Governo Imperial no Brasil. Com isso, houve um maior fluxo imigrante ao Estado de Santa Catarina levando a ocupação e a fundação de novos núcleos coloniais diversificados espacialmente no território. Até então, Goularti Filho (2002) destaca que havia uma concentração de imigrantes no que ele chama de eixo Norte-Vale, representando o maior número de imigrantes nas Regiões Norte (principalmente Joinville) e Vale do Itajaí (com maior representatividade na cidade de Blumenau). A ocupação pelos imigrantes, primeiro os italianos, seguidos dos poloneses e dos alemães, no sul da província iniciou-se em 1877. Eles desembarcaram em Desterro e desceram até Laguna e Tubarão, estabelecendo-se próximos aos rios, onde fundaram os primeiros núcleos coloniais. Mesmo com a presença de alguns municípios e vilas, ao longo do litoral sul e de núcleos coloniais mais no Interior, a região passou a ter um destaque econômico somente com o início das atividades carboníferas e com o início da construção da ferrovia pós 1880. (Dall'Alba, 1983 apud GOULART FILHO, 2002, p 980.). Além da vinda de imigrantes estrangeiros para as regiões Norte, Sul e Vale do Itajaí, no início do século XX iniciou-se um movimento migratório proveniente do Rio Grande do Sul para o Oeste catarinense, caracterizando assim uma mudança sócio demográfica no Estado que possibilitou o desenvolvimento econômico. Até aproximadamente o ano de 1945 o padrão hegemônico em Santa Catarina era o da pequena propriedade o qual, desta maneira, ditava o ritmo de grande parte da economia 37 catarinense. Foi neste período que se originaram e cresceram em Santa Catarina as indústrias madeireira, alimentar, carbonífera e têxtil. Também houve o nascimento das indústrias metalmecânica e moveleira, estas entretanto partiram para um crescimento mais acelerado somente nos anos posteriores. O crescimento de inúmeras pequenas atividades manufatureiras deve ser entendido pelo parcelamento da propriedade, pelo alto grau de difusão tecnológica dos adventos da Primeira Revolução Industrial (facilidade da cópia) e pela tradição dos imigrantes, que eram provenientes de regiões industriais da Alemanha e de regiões industriais e agrárias da Itália. (GOULART FILHO, 2002, p. 982). Desta maneira, até a década de 1960, o setor têxtil, madeireiro e alimentar foram os de maior representatividade na economia catarinense, sendo que a presença de indústrias com mais de 80 trabalhadores era possível de ser verificada em vários setores, mas representava uma pequena parcela no conjunto, tanto na produção como na geração de emprego (GOULART FILHO, 2002, p. 982). Tais indústrias foram impulsionadas pelo aumento de seus preços pois além do crescimento do consumo interno houve um grande crescimento das exportações de têxteis e alimentos para outros Estados, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, sendo alguns deles também exportados para outros países principalmente vizinhos latino-americanos como Argentina e Uruguai. Também, a colonização das diferentes regiões do Estado e o consumo industrial impulsionaram a indústria madeireira. A expansão da renda do complexo exportador pós 1918 estimulava o surgimento, no entremeio, dos setores tradicionais, segmentos mais dinâmicos (metal mecânico, químico, papel), que se estenderam até 1933, quando começou, efetivamente, a ser pensado um projeto "nacional" de industrialização. Em Santa Catarina, a indústria originária está no segmento extrativo — erva-mate, madeira e carvão —, alimentar — farinha, açúcar e derivados de suínos — e têxtil. Além desses setores manufatureiros, também se destacava a pecuária extensiva nos Campos de Lages (GOULART FILHO, 2002, p. 985). A crise econômica mundial de 1929 levou mais adiante a uma alteração no modelo econômico brasileiro, levando o padrão de acumulação do mercantil-agrário-exportador para o industrial. O capital-dinheiro que estava concentrado nas mãos dos pequenos capitalistas que transformou-se rapidamente em capital-industrial, fazendo assim com que nascesse o grande capital industrial em Santa Catarina. Ou seja, com a crise estes tiveram que buscar novos setores para investir seu capital e encontraram na atividade industrial uma opção, a qual 38 ainda era prejudicada devido a limitada capacidade de importar e pelas fracas bases técnicas e financeiras nacionais. Em Santa Catarina, devido à baixa capacidade de acumulação (excluindo os têxteis), à desintegração econômica e à falta de aporte financeiro, o período de ampliação e diversificação do capital industrial iniciou-se somente na segunda metade dos anos 40. Até então, o destaque ficava por conta das indústrias madeireira, ervateira, carbonífera, de alimentos e têxtil, ou setores tradicionais, com pouca capacidade de difusão tecnológica a jusante e a montante, sendo que os três primeiros estão ligados à disponibilidade de recursos naturais. O núcleo mais dinâmico concentrava-se em Joinville — que surgiu antes de 1945 —, estava em fase de consolidação e era composto por pequenas oficinas mecânicas e funilarias, portanto, incapaz de imprimir um ritmo acelerado à economia catarinense.(GOULART FILHO, 2002, p. 987) Assim sendo, a partir de meados da década de 1940 houve uma diversificação da base produtiva catarinense, além do tradicional setor têxtil, o setor de alimentos transformouse na agroindústria, o setor madeireiro diversificou-se também nas indústrias de papel e papelão. Também surgiram outras indústrias como a cerâmica, metal mecânica, plástico, materiais elétricos e indústrias ligadas ao setor de transporte. Zanela, Bortoluzzi e Orlowski (2010) destacam também o incentivo para industrialização catarinense causado devido ao processo de substituição de importações ocorrido no período de 1945 a 1957, quando foram privilegiados os bens de consumo imediato, e 1957 a 1961, com ênfase aos bens intermediários, de capital e de consumo durável. Com uma maior dedicação do Estado nacional brasileiro voltada ao desenvolvimento industrial do país o Estado de Santa Catarina também foi beneficiado. Alguns planos foram lançados pelo governo na época, dentre eles o Plano de Metas (1961-1965) e o Projeto Catarinense de Desenvolvimento (1971-1974) buscando o desenvolvimento de quatro grandes áreas: financeira, transportes, energia e telecomunicações. Assim, grandes industrias puderam se desenvolver no Estado. O padrão de crescimento alterou-se a partir de 1962, com o novo sistema de crédito, com os investimentos em energia e transporte e com a consolidação do setor eletro-metal-mecânico, liderado pelas médias e grandes indústrias. Mesmo nos setores tradicionais, várias firmas se consolidaram, incorporaram outras marcas, tornando-se líderes nacionais. Internamente, o movimento geral da indústria catarinense passou a ser conduzido por grandes e médias empresas nos setores de alimentos (Sadia, Perdigão, Chapecó, Coopercentral, Seara e Duas Rodas), eletro-metal-mecânico (Tupy, Cônsul, Embraco, WEG, Kohibach, Busscar e Duque), cerâmico (Eliane, 39 Cecrisa, Icisa, Portobello e Cesaca), têxtil-vestuário (Hering, Artex, Karsten, Teka, Sulfabril, Maiwee, Renaux, Buettner, Cremer, Marisol, Maiwee e Dõhier), papel e celulose (Klabin, Igaras, Irani, Trombini e Rigesa), madeireiro (Sincol, Adami, Battistella e Fuck), carbonífero (CBCA, CCU, Metropolitana, Criciúma, Catarinense e Próspera), moveleiro (Cimo, Artefama, Rudnick e Leopoldo), plástico (Hansen — Tigre e Cipla —, Canguru e Akros) e porcelanas e cristais (Oxford, Schimitz, Ceramarte, Blumenau e Hering). (GOULART FILHO, 2002, p. 989) A partir da década de noventa houve uma alteração relevante na composição econômica de Santa Catarina. Pode-se dizer que ocorreu um ajuste do Brasil às políticas propostas pelo Consenso de Washington e com essa abertura o grande capital multinacional se fez cada vez mais presente, bem como houve uma redução das atividades estatais. As principais consequências desse processo que Goulart Filho (2002) cita foram relacionadas reestruturação da indústria cerâmica (fortemente abalada pelas importações), desmonte do setor carbonífero (impulsionado pelo governo Collor que liberou a importação do carvão metalúrgico e desobrigou as siderúrgicas estatais a comprarem o carvão nacional), reestruturação patrimonial no complexo eletro-metal-mecânico (efeito da entrada do Brasil na chamada “década perdida" havendo uma estagnação econômica), a retração no segmento têxtil-vestuário (este o setor mais atingido em Santa Catarina com o processo de abertura comercial através da diminuição dos impostos de importação do segmento e valorização cambial que levou a uma grande queda das exportações e aumento das importações) e a desnacionalização no complexo agroindustrial (resultado da sobrevalorização cambial e a facilitação da entrada do capital externo para adquirir ativos nacionais). Assim sendo, percebe-se que a indústria catarinense pode ser desenvolvida num primeiro momento devido à imigração e formação de um mercado local, e posteriormente impulsionada pelo desenvolvimento de outros Estados brasileiros, bem como em menor escala pelas exportações ao exterior. Desta maneira foram formados alguns polos industriais regionais no Estado, fazendo com que algumas indústrias se tornassem predominantes naquelas regiões. Os polos industriais e a representatividade de cada região do Estado podem ser visualizadas na imagem abaixo. 40 Figura 1 - Diversidade Industrial de Santa Catarina Fonte:FIESC (2012), adaptado pelo autor 41 Tal diversificação do parque industrial catarinense é apontada por Zanela, Bortoluzzi e Orlowski (2010) como consequência de vários fatores como: recursos naturais disponíveis, disponibilidade de mão-de-obra e colonização de imigrantes de diversas descendências, os quais trouxeram consigo sua habilidade e cultura. Nos últimos tempos, a exemplo do Brasil, esta economia vem passando por transformações em face de mudanças expressas pela abertura do mercado, desregulamentação econômica, decisões de investimentos empresariais, internacionalização da base produtiva, especialização produtiva, intensificação da relação universidade-empresa, entre outros aspectos (FEPESE, 2013). Atualmente, o Estado de Santa Catarina tem elevada importância econômica no Brasil. Segundo dados do IBGE (2011) em 2010 o produto interno bruto (PIB) estadual, o qual expressa a produção de bens e serviços do território, foi de R$ 152,5 bilhões, sendo a indústria a responsável por cerca de 34% deste. Tal valor representou naquele ano 4,04% do PIB do Brasil e 24,50% da região sul do país. Também, segundo o CENSO 2010 divulgado pelo IBGE, a população catarinense era de 5.766.914, cerca de 3,0326% da população total brasileira, que era de 190.163.229 em 2010. Este PIB elevado em relação a quantidade de habitantes se reflete na qualidade de vida e desenvolvimento acelerado do Estado. O produto interno bruto catarinense é composto por três categorias: agropecuária, indústria e serviços. Ele é apresentado na Tabela 1. Tabela 1 - Composição do PIB do Estado catarinense 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Agropecuária 8,2 8 8,8 9 9,7 6,9 8 6,7 Indústria 33,6 32,7 35,6 33,4 35,9 34,5 34,4 34,1 Indústria extrativa Indústria de transformação Prod e distrib. eletric. e gás, água e esgoto e limpeza urb. Construção civil 1,6 26,1 1,1 4,8 1,7 24,5 1 5,4 2 26,1 2,9 4,6 0,4 24,7 3,8 4,5 0,4 26 4,5 5 0,3 24,4 4,9 4,8 0,4 23,3 5,7 5,1 0,5 22,5 5,3 5,7 Serviços 58,2 59,4 55,6 57,6 54,4 58,6 57,5 59,2 Comércio Intermed. financeira, seguros e previdência e serv. relac. Adm., saúde e educação pública e seguridade social Outros serviços 11,5 2,5 10,1 34,2 12,5 2,6 10,8 33,6 11,3 3,2 10,2 30,9 10,6 5 11 31 12,2 3,5 9,9 28,8 14,4 4,5 10,9 28,9 15,2 4,1 11,1 27,1 15,7 4,7 11,5 27,3 Total Fonte:IBGE (2013), adaptado pelo autor 100 100 100 100 100 100 100 100 42 Esta série é composta historicamente pela predominância do setor de serviços, que no período em estudo apresentado sempre se mostrou com mais de 50% do valor gerado na economia deste Estado, no qual se destaca o setor de comércio. Ao longo destes anos, a variação de proporções entre estes setores econômicos não se deu de forma volúvel, nota-se, com auxílio da tabela acima, uma perda de espaço do campo agropecuário para a indústria e serviços. Focando-se no setor industrial, este é composto por quatro subgrupos principais no Estado: indústria extrativa; indústria de transformação, produção e distribuição elétrica e gás, água e esgoto e limpeza urbana; e por fim a construção civil. Segundo dados das contas regionais divulgadas pelo IBGE (2013), o valor adicionado bruto1 a preços básicos por atividade econômica em Santa Catarina nos últimos anos, é apresentado na Tabela 2. Tabela 2 - Valor adicionado bruto a preços básicos por atividade econômica em Santa Catarina (em milhões de reais) entre 2002 e 2010 Extração Mineral 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 191 188 283 263 260 288 424 391 621 Transformação 12 079 14 214 17 805 18 301 19 916 22 141 24 886 25 285 29 453 Construção Civil 2 199 2 843 3 428 3 508 3 911 4 736 5 461 5 948 7 476 Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana 1 879 2 080 3 093 3 245 4 015 5 455 6 061 5 590 6 978 Total 16 348 19 324 24 610 25 316 28 103 32 619 36 833 37 214 44 528 Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor Os dados foram compilados para valores proporcionais para verificar sua participação dentro do setor industrial de Santa Catarina conforme tabela e gráfico que se seguem: 1 Segundo o IBGE (2013) entende-se como valor adicionado bruto a contribuição ao produto interno bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor bruto de produção e o consumo intermediário absorvido por essas atividades. 43 Figura 2 - Participação dos setores industriais no valor adicionado bruto a preços básicos (2002 - 2010) 11,49 10,76 12,57 12,82 14,29 13,45 14,71 13,93 13,86 13,92 16,72 16,46 15,02 15,67 14,52 14,83 15,98 16,79 73,89 73,56 72,35 72,29 70,87 67,88 67,56 67,94 66,15 1,17 0,97 1,15 1,04 0,93 0,88 1,15 1,05 1,39 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana Construção Civil Transformação Extrativa Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor Com auxílio do gráfico fica evidente a participação majoritária do setor da indústria de transformação no valor adicionado por este segmento econômico. Em seguida estão os setores de construção civil e de produção e distribuição de eletricidade e gás, água e esgoto e limpeza urbana. A indústria extrativa tem se mostrado ao longo dos anos com participação próxima a um por cento. 44 3 METODOLOGIA PARA FORMAÇÃO DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA Neste capítulo é apresentada a metodologia para formação do índice de atividade econômica de Santa Catarina, ou seja, o método adotado e esclarecimento sobre as variáveis estudadas. Também, é indicado o material utilizado, ou seja, são apresentadas as fontes de dados adotadas para estimar o índice. 3.1 MÉTODO Para formação do índice de atividade econômica industrial de Santa Catarina, representado pela sigla Iindust_SC, será adotada a metodologia proposta por Laspeyres, pelo qual este indicador será formado a partir de outros índices para os principais setores que compõem a atividade industrial catarinense e a cada um destes será dado um peso relativo. Seu produto será um índice base fixa mensal (número-índice) que compara a produção do mês de referência do índice com a média mensal produzida no ano base da pesquisa. O Iindus_SC se constitui, portanto, em um indicador de periodicidade mensal que incorpora a trajetória das variáveis consideradas como proxies para o desempenho dos setores da economia industrial. Conforme visualizado no segundo capítulo, os principais institutos de pesquisa brasileiros, bem como o sistema de contas nacionais classificam a atividade econômica industrial em quatro subgrupos: indústria extrativa, indústria de transformação, indústria de construção civil e a indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Desta maneira, para a formação do índice aqui proposto deverse-á contemplar estes quatro campos, primeiramente identificado indicadores para estes e formando um índice exclusivo para cada qual, os quais serão chamados da seguinte maneira: Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do o Estado de Santa Catarina; Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do o Estado de Santa Catarina; Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do Estado de Santa Catarina; Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina. 45 Portanto, para a formação do índice de atividade econômica do segmento industrial para o nível geográfico representado pelo Estado de Santa Catarina será dado um peso para cada um dos quatro segmentos mencionados acima. Este peso é dado com base na representatividade no valor adicionado bruto no ano de 2010. Toma-se como referência o ano de 2010 devido a este ser o mais atual tendo seu valor adicionado bruto divulgado pelo instituto IBGE. Após definida a ponderação que cada subíndice terá na formação do Iindust_SC, torna-se necessária a busca com base teórica de proxies que representem cada um destes segmentos e que seus dados sejam passíveis de obtenção com a periodicidade requerida mensal, bem como no prazo de menos de doze semanas a partir do final do último mês que irá compor o índice. Podem havem mais de uma proxy que represente o setor, quando isso ocorrer deverá ser estudado o método mais adequado para ponderar as participações de cada uma delas no índice. Por fim, a partir da série de dados das proxys definidas para cada setor, estas serão transformadas em número índice ao dividir cada valor da série de cada período pelo valor da base e multiplicar por cem. A base será a média dos índices mensais do ano de 2010. 3.2 MATERIAL As técnicas de pesquisa se relacionam à forma de conduzir a investigação, compreendendo a definição de etapas, as regras adotadas desde a eleição do tema até a manipulação e análise das informações levantadas e elaboração do relatório final (MUNHOZ, 1989, p.27). As técnicas de coleta utilizadas para a realização desse trabalho são levantamento de dados através de fontes secundárias, obtidos através de pesquisa bibliográfica, pesquisa eletrônica e levantamento e estatístico. A pesquisa bibliográfica ocorreu em livros, periódicos e jornais disponíveis na biblioteca central da Universidade Federal de Santa Catarina, bem como na biblioteca central da Universidade do Estado de Santa Catarina. As fontes encontradas eletronicamente são bases de dados do portal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), bem como artigos dispostos em meio virtual. Os levantamentos estatísticos se valeram de disposições em sites de informação oficial, buscou-se utilizar na formação do índice dados com origem em órgãos governamentais, entidades públicas e privadas e 46 institutos de pesquisa oficiais brasileiros como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Banco Central e Ministérios. A partir de então, no capítulo a seguir, são descritos para as quatro atividades econômicas que compõem o segmento industrial os indicadores e ponderações utilizados para constituição de cada um deles. Para os itens que compõem cada indústria este trabalho adotou a lista de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), cuja versão atualmente utilizada pelo IBGE é a 2.0, desenvolvida pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA). Esta listagem completa com os subcomponentes de cada item encontra-se no anexo A, B, C e D deste trabalho. 47 4 4.1 RESULTADOS CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE O primeiro passo para a construção do Iindus_SC é a definição da ponderação de cada um dos índices que o compõerão: Iext_SC; Itrans_SC; Iconst_SC; e Ienerg_SC. O critério para ponderação, conforme abordado anteriormente, será com base na representatividade no valor adicionado bruto no ano de 2010. Assim sendo, a ponderação será dada através da seguinte fórmula: (15) Onde: é o peso relativo a cada grande segmento; o valor adicionado bruto associado a cada segmento representa o valor total, ou seja, a soma do valor adicionado bruto de cada grande segmento da atividade industrial catarinense. Realizando o cálculo para cada um dos segmentos obteve-se os seguintes pesos: Tabela 3 - Ponderação adptada para o Índice de Atividade Industrial de Santa Catarina Setor Ponderação Extrativa 0,0139 Transformação 0,6615 Construção Civil 0,1679 Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana 0,1567 Total Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor 1,00 O índice de atividade econômica industrial com base fixa mensal será formado a partir da soma dos pesos de cada segmento que o compõe (ponderação acima) multiplicado por seus respectivos índices para cada mês em estudo. Temos então a fórmula geral para 48 composição do índice de atividade econômica do segmento industrial para o Estado de Santa Catarina: (16) Substituindo-se os pesos, temos a seguinte fórmula geral: (17) Ao final obter-se-á o índice de atividade econômica para o segmento industrial de Santa Catarina com uma periodicidade mensal a partir do ano de 1995. A seguir é apresentado como foi construído cada índice que irá compor o Iindus_SC. 4.1.1 Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do Estado de Santa Catarina A indústria de transformação é aquela que transforma matéria-prima em um produto final ou intermediário. Ela compreende as atividades que envolvem a transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes com a finalidade de se obterem produtos novos. Segundo a Comissão Nacional de Classificação, formada pelo IBGE (2004), como resultado desta indústria tem-se materiais, substâncias e componentes transformados, que são insumos produzidos tanto nas atividades agrícolas, florestais, de mineração, da pesca e produtos, quanto em outras atividades industriais. As atividades da indústria de transformação são, frequentemente, desenvolvidas em plantas industriais e fábricas, utilizando máquinas movidas por energia motriz e outros equipamentos para manipulação de materiais. É também considerada como atividade industrial a produção manual e artesanal, inclusive quando desenvolvida em domicílios, assim como a venda direta ao consumidor de produtos de produção própria, como, por exemplo, os ateliês de costura. Além da transformação, a renovação e a reconstituição de produtos são, geralmente, consideradas como atividades da indústria (IBGE, 2004). Através da pesquisa industrial anual sob a ótica da empresa (PIA-Empresa) realizada pelo IBGE, fazendo uso das tabelas 1987 e 1848 disponibilizadas no Sistema IBGE de 49 Recuperação Automática (SIDRA), é possível obter as participações de cada subitem que compõe a indústria de transformação de Santa Catarina conforme o CNAE 2.0 referente ao valor da transformação industrial adicionado pelas empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas (Tabela 7, em apêndice). O Valor da Transformação Industrial é dado pela diferença entre Valor Bruto da Produção Industrial e o Custo das Operações Industriais. No caso do segmento industrial, o valor bruto da produção industrial é dado como a soma de vendas de produtos e serviços industriais (receita líquida industrial), variação dos estoques dos produtos acabados e em elaboração, e produção própria realizada para o ativo imobilizado. Para o cálculo dos custos das operações industriais, o IBGE (2013) leva em conta os custos ligados diretamente a produção industrial, como, por exemplo, o consumo de matérias-primas, materiais auxiliares, componentes, compra de energia elétrica, consumo de combustíveis, peças e acessórios. Também são considerados os serviços industriais e de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos ligados à produção prestados por terceiros. Assim sendo, para o ano de 2010 adotado como base para as ponderações, tem-se a seguinte ordem dos grupos mais importantes na indústria de transformação catarinense elegendo como parâmetro o valor da transformação industrial descritos na Tabela 4. 50 Tabela 4 - Participação das atividades da indústria de transformação no valor da transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (2010) Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) 10 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 14 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 27 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 13 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 28 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 22 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO 24 METALURGIA 23 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 25 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 17 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 29 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA 20 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS 31 FABRICAÇÃO DE MÓVEIS 12 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO 11 26 FABRICAÇÃO DE BEBIDAS FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS 32 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS 33 15 MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOMOTORES PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS PARA VIAGEM E CALÇADOS 18 IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES 21 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO E DE BIOCOMBUSTÍVEIS 30 19 Total Participação em 2010 (%) 16,13 13,05 9,27 8,15 6,60 6,08 5,63 4,59 4,29 4,12 3,67 3,28 2,42 2,40 2,27 1,93 1,38 0,97 0,90 0,83 0,77 0,59 0,59 0,08 100,00 Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor Devido a disponibilidade de dados para criação do índice e representatividade de cada grupo de atividades industriais, será adotado o critério de somente incluir no Itrans-SC as atividades que representaram em 2010 mais de 3,0% no valor de transformação industrial, o que leva a uma representação de 84,86% das atividades industriais do Estado. A participação dos grupos selecionados por esse critério é apresentada na Tabela 5. 51 Tabela 5 - Ponderações das atividades componentes do Itrans-SC Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) 10 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 14 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 27 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS 13 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 28 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 22 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO 24 METALURGIA 23 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS 25 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 17 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 29 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA Total Participação Ponderação em 2010 Itrans-SC 16,13 19,02 13,05 15,38 9,27 10,93 8,15 9,60 6,60 7,77 6,08 7,16 5,63 6,64 4,59 5,40 4,29 5,06 4,12 4,85 3,67 4,33 3,28 3,86 84,86 100,00 Fonte: Elaborado pelo autor Definidos os segmentos utilizados para cálculo do Itrans-SC e dadas as ponderações acima, faz-se necessário a definição de proxies representativas de cada um dos itens. Para os itens: fabricação de produtos alimentícios; confecção de artigos do vestuário e acessórios; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; fabricação de produtos têxteis; fabricação de máquinas e equipamentos; fabricação de produtos de borracha e de material plástico; metalurgia; fabricação de produtos de minerais não-metálicos; fabricação de celulose, papel e produtos de papel; fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias; fabricação de produtos de madeira; será utilizada a série de produção física industrial (PIM-PF SC) calculada pelo IBGE, a qual obtém um índice mensal representativo para cada um destes segmentos. A metodologia utilizada pela pelo IBGE no desenvolvimento da PIM-PF SC é apresentada no Apêndice A. Como para a fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos, os dados da PIM-PF não estão disponíveis, foi utilizado outro setor de atividade como proxy. Observa-se que na data base adotada pelo IBGE (média de 1998 a 2000) para o índice físico de produção industrial este item não fazia parte dentre os 80% mais importantes no valor de transformação industrial, critério adotado pelo IBGE para compor o índice, portanto, buscouse outra maneira de representá-lo. Utilizando os dados da pesquisa industrial anual pela ótica da empresa (IBGE, 2012), calculou-se com auxílio do software Gretl o grau de correlação entre o valor da transformação 52 industrial dos segmentos que compõem a indústria de transformação segundo o CNAE 2.0 e o segmento de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos para os dados disponíveis entre os anos de 1996 e 2007. Desta maneira, obteve-se que um coeficiente de correlação positivo em 0,9921 com o segmento fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (a tabela completa com a matriz de correlação está disposta no item Tabela 8 nos apêndices deste trabalho). Quando verificada o coeficiente de correlação da primeira diferença, este também foi o setor que melhor correspondeu ao segmento de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentocom uma correlação de 0,8166, sendo, 5% valor crítico (bilateral) = 0,5140 para n = 15. Portanto, definiu-se como proxy utilizada para o índice deste segmento o índice disposto pela PIM-PF para Santa Catarina do segmento fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. Por fim, divide-se todos os índices pela média dos índices dos meses do ano de 2010 para que este seja a base 100, seguindo-se a metodologia adotada para os outros índices. O Itrans_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo a metodologia definida neste trabalho é apresentado na Figura 3. A série histórica formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho. Figura 3 - Itrans_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 Fonte: Elaborado pelo autor abr/12 jul/11 out/10 jan/10 abr/09 jul/08 out/07 jan/07 abr/06 jul/05 out/04 jan/04 abr/03 jul/02 out/01 jan/01 abr/00 jul/99 out/98 jan/98 abr/97 jul/96 out/95 jan/95 40,00 53 4.1.2 Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do Estado de Santa Catarina A transformação de insumos tais como cimento, tijolos, tintas, cabos elétricos, materiais para saneamento e estrutura, dentre outros, direcionadas à construção pesada ou de edificações, caracteriza a indústria de construção civil. Este setor, segundo Vergna (apud MONTEIRO; COSTA; ROCHA, 2010), se difere dos demais tendo em vista que seus resultados são projetos únicos e há uma significativa complexidade de relacionamentos ao longo da cadeia produtiva. A construção pesada abrange atividades ligadas à construção de infraestrutura, por exemplo, obras de construção de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, além da construção de centrais de abastecimento de água, instalação de redes de esgoto e pavimentação de ruas, vinculadas à estrutura urbana (MONTEIRO; COSTA; ROCHA, 2010, p. 358). Desta maneira, o principal investidor nesse tipo de construção é o governo. Já o subsetor de edificações abrange a construção de edifícios residenciais, comerciais e para o setor público, além das reformas e manutenções correntes. Pode-se dizer que a indústria de construção civil impulsiona e condiciona muitos outros setores economicos, pois ela, segundo Teixeira e Carvalho (2005), produz infraestrutura econômica sem os quais as atividades primárias, secundárias e terciárias nao podem funcionar adequadamente. Também, ela tem grande poder de alavancagem nos setores que lhe proporcionam insumos. Sendo este um setor que suas ações impactam em outros setores, ele também é utilizado como instrumento de política pública: A construção civil representa instrumento direto de política pública que pode favorecer a geração de emprego e multiplicação de renda; diminuição das disparidades regionais; indução ao crescimento econômico; incentivo às inversões privadas; aumento da competitividade da economia; atração ao capital externo; geraçãode divisas; elevaçãodo desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e melhoria do bem-estar social. (TEIXEIRA; CARVALHO, 2005, p. 23) Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE versão 2.0), o setor da Construção Civil é dividido em: construção de edifícios, obras de infra-estrutura, e serviços especializados para construção. Cada um destes segmentos se subdivide em outros itens que a compõe expressos em detalhe no Anexo D. 54 A construção se caracteriza por possuir uma produção manufatureira devido a grande parte dos trabalhos ser feita pela própria mão de obra do trabalhador. Além de ser intensa em trabalho, a mão de obra com menor qualificação é absorvida em larga escala por esse setor. A produtividade na construção é muito mais sensível e dependente do braço operário e de seu saber difundido na estrutura dos ofícios. Desta maneira, utilizou-se como proxy para formação do índice de atividade econômica da indústria de construção civil do Estado de Santa Catarina - Iconst-SC o número de pessoas empregadas neste segmento. Através da pesquisa de Relação Anual de Informações Sociais – RAIS 2011, e seu relatório de principais resultados para o Estado de Santa Catarina, obteve-se o número de trabalhadores empregados no setor de construção civil naquele ano. Atualizaram-se estes dados através do saldo de pessoas empregadas em cada setor, calculado pela diferença entre o número de contratações e demissões no setor, dados dispostos pelo Ministério do Trabalho e Emprego através Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Assim pode ser obtido o estoque de empregos formais na construção civil para cada mês a partir de janeiro de 1995 até dezembro de 2012. Tal procedimento também é adotado pelo Banco Central na formação de seu índice de atividade econômica para o Estado. Com a criação desta nova série temporal, para elaboração de um índice base fixa definiu-se como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo assim, cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice que o representa. O Iconst_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo a metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 4. A série histórica formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho. 55 Figura 4 - Iconst_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 abr/12 jul/11 out/10 jan/10 abr/09 jul/08 out/07 jan/07 abr/06 jul/05 out/04 jan/04 abr/03 jul/02 out/01 jan/01 abr/00 jul/99 out/98 jan/98 abr/97 jul/96 out/95 jan/95 40,00 Fonte: Elaborado pelo autor 4.1.3 Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina O setor da indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana é importante pois ele fornece insumos e condições de infra-estruturais para que a indústria de transformação possa funcionar adequadamente, desde a extração dos insumos, funcionamento dos equipamentos, produção e ao transporte por exemplo. Segundo a resolução do CNAE 2.0, esta indústria envolve as atividades de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica, de fornecimento de gás e a produção e distribuição de vapor e de água quente através de uma rede permanente de linhas, tubulações e dutos (instalações de infra-estrutura). Cada segmento que compõe essa indústria está expresso em detalhe no item Anexo C. Focando-se no consumo de energia elétrica por parte da indústria, um estudo realizado por Alampi e Melazzo (2009) mostrou que das cidades do Estado de São Paulo que juntas representavam 10% das cidades com maior consumo de energia elétrica industrial entre 2002 e 2006, aproximadamente 75% destas apresentaram uma correlação positiva maior do 56 que 0,7 entre o consumo de energia elétrica e o valor do produto interno bruto destes municípios naqueles anos. Pode-se dizer também que a energia é um dos elementos condicionantes da localização das instalações industriais. Segundo Estall e Buchanan (1976, apud Alampi; Melazzo, 2009, p. 8): Temos que considerar a importância de suprimentos energéticos reais e imediatamente possíveis para a indústria e seus efeitos sobre a sua localização. [...] Deve-se ter em mente que essas fontes de energia podem ser utilizadas, quer diretamente, quer indiretamente, pela indústria. Em outras palavras, a indústria moderna muitas vezes tem uma opção tanto do tipo da fonte de energia primária a utilizar como da forma em que utilizá-la. A utilização direta implica uma localização seja no local da exploração, seja num ponto ao qual a fonte energética pode ser levada economicamente. Empregada indiretamente, a fonte de energia primária é transformada em energia sob outra forma, que pode ser mais conveniente ou barata de usar ou transportar. Portanto, para este segmento elegeu-se como proxy o consumo mensal de energia elétrica por parte da indústria em Santa Catarina. A série adotada para elaboração de seu índice é o consumo industrial mensal de energia elétrica - MWh (cativo + livre) sob a área de concessão da Celesc Distribuição S.A. na rede (MWh) no Estado de Santa Catarina. Esta série histórica é divulgada pelo departamento de comunicação, através de solicitação por e-mail, da empresa Celesc - Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A., a qual é a maior empresa de comercialização e distribuição de eletricidade neste Estado. Estes dados foram fornecidos de janeiro de 1995 até o mês de dezembro de 2012. Da mesma maneira realizada com o Iconst-SC,a partir da série temporal do consumo de energia elétrica pelo segmento industrial para o Estado de Santa Catarina, seu comportamento é mensurado através da elaboração de um índice base fixa no qual definiu-se como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo assim, cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice que o representa. O Ienerg_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo a metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 5. A série histórica formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho. 57 Figura 5 - Ienerg_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 abr/12 jul/11 out/10 jan/10 abr/09 jul/08 out/07 jan/07 abr/06 jul/05 out/04 jan/04 abr/03 jul/02 out/01 jan/01 abr/00 jul/99 out/98 jan/98 abr/97 jul/96 out/95 jan/95 40,00 Fonte: Elaborado pelo autor 4.1.4 Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do Estado de Santa Catarina A indústria extrativa é caracterizada principalmente por extrair as matérias-primas da natureza, seja ela na ordem vegetal, animal ou mineral, sem que ocorra alteração significativa nas suas propriedades elementares. Sua importância para o setor industrial é dada pois ela é fornecedora de grande quantia de insumos para seu processamento. Segundo a resolução do CNAE 2.0, esta indústria envolve as atividades de extração de carvão mineral, extração de petróleo e gás natural, extração de minerais metálicos, extração de minerais não-metálicos, e atividades de apoio à extração de minerais. Cada segmento que compõe essa indústria está expresso em detalhe no Anexo A. Conforme apresentado anteriormente na Figura 2, este setor historicamente apresenta uma participação dentre setores industriais no valor adicionado bruto a preços básicos de apenas entre 0,88% e 1,39% na indústria de Santa Catarina. Contudo, neste setor pode ser destacada atualmente a extração de minerais como a argila, madeira e carvão. Registra-se a implantação de setores industriais vinculados a proximidade com os recursos naturais importantes como a argila para o segmento de minerais nãometálicos, em especial para produção de cerâmica de revestimento e estrutural; e 58 madeira para fabricação de móveis, com extensão para transformação em papel e celulose. Da mesma forma, em aproveitamento dos limites dados pela pequena propriedade agrícola explora-se sistema de produção integrado voltado a produção de alimentos, com destaque para os derivados de aves e suínos. (SILVA et al., 2013, p. 07) Como forma de mensurar o desempenho da indústria extrativa e elaboração indice de atividade econômica da indústria extrativa do o Estado de Santa Catarina (Iext-SC) foi seguido o mesmo critério utilizado na formação do Iconst-SC e adotado como proxy SC o número de pessoas empregadas neste segmento. Através da pesquisa de Relação Anual de Informações Sociais – RAIS 2011, e seu relatório de principais resultados para o Estado de Santa Catarina, obteve-se o número de trabalhadores empregados na indústria extrativa naquele ano. Atualizando estes dados através do saldo de pessoas empregadas em cada setor, calculado pela diferença entre o número de contratações e demissões no setor, dados dispostos pelo Ministério do Trabalho e Emprego através Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Assim pode ser obtido o estoque de empregos formais na indústria extrativa para cada mês a partir de janeiro de 1995 até dezembro de 2012. Com base nesta série temporal, para elaboração de um índice base fixa definiu-se como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo assim, cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice que o representa. Este índice, entre janeiro de 1995 e agosto de 2013 elaborado segundo a metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 6. A série histórica formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho. 59 Figura 6 - Iext_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 abr/12 jul/11 out/10 jan/10 abr/09 jul/08 out/07 jan/07 abr/06 jul/05 out/04 jan/04 abr/03 jul/02 out/01 jan/01 abr/00 jul/99 out/98 jan/98 abr/97 jul/96 out/95 jan/95 40,00 Fonte: Elaborado pelo autor 4.1.5 Iindus_SC: Índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa Catarina. Por fim, utilizando a fórmula (18) elaborada anteriormente, multiplicando-se os pesos de cada índice mensal por seu respectivo valor, obtém-se a série Iindus_SC. O índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa Catarina mensal entre janeiro de 1995 e agosto de 2013 elaborado segundo a metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 7. A série formada pelo Iindust_SC é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho. 60 Figura 7 - Iindust_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 abr/12 jul/11 out/10 jan/10 abr/09 jul/08 out/07 jan/07 abr/06 jul/05 out/04 jan/04 abr/03 jul/02 out/01 jan/01 abr/00 jul/99 out/98 jan/98 abr/97 jul/96 out/95 jan/95 40,00 Fonte: Elaborado pelo autor Este índice também pode ser apreentado em taxas de crescimento mensais, conforme apresentado na Figura 8 a seguir, elaborada com fonte na série exposta na Tabela 12 nos apêndices deste trabalho. Percebe-se que as menores taxas de crescimento se expressam nos meses de dezembro e janeiro bem como suas maiores taxas de crescimento mês a mês se dá em outubro. Isso nos dá uma noção da sensibilidade que existe na produção industrial catarinense. Destaca-se o mês de dezembro que em todos os anos estudados apresentou uma alta taxa negativa de crescimento mensal da indústria. Existem também, alguns anos que fogem em alguns pontos ao padrão sazonal, entretanto a maior parte possui o mesmo comportamento ao longo dos anos. 61 Figura 8 - Crescimento mensal do Iindus_SC (não desazonalisado) 0,15 0,1 0,05 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez -0,05 -0,1 -0,15 1995 1999 2003 2007 2011 1996 2000 2004 2008 2012 1997 2001 2005 2009 2013 1998 2002 2006 2010 Média Fonte: Elaborado pelo autor 4.2 ADERÊNCIA DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA A PIM_PF-SC (IBGE) Uma forma de comparação entre o Iidus_SC e a PIM_PF-SC, índice oficial do IBGE que mensura o desempenho da industria catarinense, é constrastar suas taxas de crescimento, optou-se então pela comparação trimestral dos índices. O resultado é apresentado na Figura 9 abaixo. 62 Figura 9 - Comparação entre as taxas de crescimento trimestrais do Iindus_SC e PIM_PF-SC (não desasonalizados) 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% abr/13 jul/12 out/11 jan/11 abr/10 jul/09 out/08 jan/08 abr/07 jul/06 out/05 jan/05 abr/04 jul/03 out/02 jan/02 abr/01 jul/00 jan/99 out/99 abr/98 jul/97 out/96 -10,00% jan/96 -5,00% abr/95 0,00% -15,00% -20,00% -25,00% Iindus_SC PIMPF-SC Fonte: Elaborado pelo autor Aparentemente os dois índices comparados apresentam movimentos com intensidades iguais, então é interessante analisar as diferenças entre as variações mensais de crescimento. Para tanto, subtraiu-se da taxa de crescimento mensal do Iindus_SC o valor da taxa de crescimento mensal da PIM_PF-SC para cada mês. Obtevê-se assim a série mensal de variações entre os índices, e com auxílio do software Gretl pode-se verificar a frequência absoluta e relativa de cada intervalo de variações apresentado na tabela a seguir. 63 Tabela 6 - Frequência de variações entre Iindus_SC e PIM_PF-SC Frequencia Frequencia absoluta relativa Intervalo Menor que -7,55% 1 0,45% -7,55% até -6,48% 5 2,24% -6,48% até -5,41% 4 1,79% -5,41% até -4,35% 4 1,79% -4,35% até -0,03% 9 4,04% -0,03% até -2,21% 9 4,04% -2,21% até -1,14% 25 11,21% -1,14% até -0,01% 48 21,52% -0,01% até 1,00% 43 19,28% 1,00% até 2,07% 31 13,90% 2,07% até 3,14% 25 11,21% 3,14% até 4,20% 8 3,59% 4,20% até 5,27% 9 4,04% 5,27% até 6,34% 1 0,45% Maior que 6,34% 1 Fonte: Elaborado pelo autor 0,45% Com isso, pode-se observar que em cerca de 77% dos meses referêntes ao período estudado a variação entre as taxas de crescimento do Iindus_SC e da PIM_PF-SC vão de 2,21% a 3,14%. Utilizando o software Gretl obteve-se que as taxas de crescimento mensais dos índices Iindus_SC e PIM_PF-SC entre fevereiro de 1995 e agosto de 2013, detém um coeficiente de correlação de 0,94056548. Isso mostra que o comportamento dos dois índices é muito próximo e indica a qualidade do índice aqui desenvolvido. Na Tabela 10 em apêndice, é possível ver o crescimento acumulado dos últimos doze meses de cada período. Ao comparar-se o índice de dezembro de cada ano com seu índice do mesmo mês do ano anterior, sendo este um índice base fixa, obter-se-á a taxa de crescimento dos doze meses que o antecedem, o qual seu gráfico é apresentado a seguir para o Iindus_SC e PIM_PF-SC. 64 Figura 10 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% -5,00% 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 -10,00% -15,00% PIM_PF-SC Iindus_SC Fonte: Elaborado pelo autor Visualizando os dados na Tabela 11 em anexo, que deu origem ao gráfico anterior, é possível visualizar que a disparidade entre os dois índices aumenta quando comparadas as taxas acumuladas anualmente. Entretanto, na maior parte dos casos elas permanecem muito próximas e seguem na mesma direção. Com este dado, é possível visualizar, segundo o índice por este trabalho formado, quanto a economia industrial catarinense cresceu anualmente. Vale ressaltar que a metodologia de cálculo e componentes dos dois índices são distintas. A PIM_PF-SC utiliza apenas dados a indústria de transformação, bem como, dentro desta própria indústria, o Iindus_SC incluiu um subsetor a mais do que a PIM_PF-SC. O Iindus_SC contempla os quatro setores da indústria, incluindo além da indústria de transformação, a índustria extrativa, de contrução civil e produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, mostrando-se, a partir destes últimos testes e análise um índice confiável. Desta maneira, considera-se esperado que existissem variações entre os dois índices, o que indica o Iindus_SC como um indicador qualificado para mensurar o desempenho da economia industrial catarinense. 65 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente trabalho buscou-se desenvolver um índice de atividade econômica para o setor industrial do Estado de Santa Catarina. A partir de metodologia apresentada foram obtidos índices para cada um dos quatro setores desta economia idustrial: indústria extrativa, indústria de transformação, indústria de construção civil e indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Os quatro índices foram ponderados transformaram-se no índice agregado para toda economia industrial do Estado. Os dados utilizados formaram uma série mensal de índices de janeiro de 1995 até dezembro de2012. Esta pesquisa foi limitada por alguns fatores: ela se deu somente no contexto do Estado de Santa Catarina, bem como para o setor produtivo industrial, excluindo-se outros campos econômicos. Os dados avaliados foram selecionados somente a partir do ano de 1995, período a partir do qual alcançamos a estabilização econômica. Ela também se limitou a proposição de um novo índice econômico para a atividade industrial a partir de dados secundários, expostos por órgãos oficiais do Brasil. O Iindus_SC apresentou pontos positivos frente aos índices já existentes por permitir o estudo da economia industrial catarinense de forma desagregada. Primeiro, em âmbito regional, por utilizar dados exclusivamente do Estado de Santa Catarina. E em segundo ao permitir o estudo individualizado de cada um dos quatro setores componentes da indústria, representadas aqui pelos índices Iext_SC (indústria extrativa); Iconst_SC (indústria de contrução civil); Ienerg_SC (indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana); Itrans_SC (indústria de transformação). Sendo que, para o Itrans_SC, por ser formado por distintos subsetores que o compõe, existe a possibilidade de verificar o comportamento individual de cada um destes. Assim sendo, pode-se cada um dos setores que compõem a indústria catarinense e como estes impactam na economia geral industrial. Conforme observado, perceberam-se distintos comportamentos dos componentes de cada um destes quatro índices. No geral, existe uma tendência a crescimento da indústria no Estado, sendo que esta foi interrompida em alguns momentos. A sazonalidade também é fortemente observada, dadas as condições de queda produtiva ao final e início do ano, e aceleração da produção a partir do segundo semestre. Com base nos testes, indicou-se a confiabilidade do índice Iindus_SC tendo em vista seu grau de aderência as taxas de crescimento divulgadas pela PIM_PF-SC (IBGE). Bem como o Iindus_SC detém uma metodologia que contempla de maneira mais completa os 66 diversos segmentos econômicos industriais representativos no Estado, e com ponderações baseadas em dados atuais, o que justifica sua diferenciação nas taxas de crecimento em relação ao índice divulgado pelo IBGE. A possibilidade de analisar o índice de maneira desagregada também é sua principal vantagem em relação ao ICBR-SC, divulgado pelo Banco Central. Deixo como recomendações para trabalhos futuros o desenvolvimento de índices de atividade econômica para o segmento agropecuário e serviços, que por fim podem ser podenderados juntamente com o Iindus_SC aqui criado, somados gerando um índice agregado para toda atividade econômica de Santa Catarina, produzindo dados mensais e com um período curto para apresentar seus resultados. A apresentação do índice para entidades do Estado e a nível brasileiro, como a FIESC, IBGE e CAGED, para que possa ser facilitada a cooperação para obtenção de dados para formação do Iindus_SC. Neste ponto, também se enquadra a negociação com a CELESC para o fornecimento mais ágil dos dados do ano corrente e assim possa-se utilizar para este ano atual os dados realizados, e não projeções. Também, é interessante o aprofundamento nos estudos em técnicas estatísticas de previsão para poder projetar os índices aqui obtidos e realizar previsões para o comportamento de cada segmento industrial a partir dos dados do Iindus_SC. 67 REFERÊNCIAS ALAMPI, Evandro Filie; MELAZZO, Everaldo Santos. Consumo de energia elétrica e o comportamento da produção industrial: uma análise a partir da economia paulista. Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/area05/5007_Alampi_Evandro.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2013. BANCO CENTRAL. Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Relatório de inflação, Brasília, p. 24-28. Mar. 2010. BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/caged/>. Acesso em: 20 ago. 2013. BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Relação Anual de Informações Sociais. Disponível em: <http://www.rais.gov.br/>. Acesso em: 19 ago. 2013. CONCLA. 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Ele apresenta seus dados através de umíndice de volume físico de produção, cuja metodologia foi elaborada na década de setenta e em 2002 foi reformulada para atender as normas consolidadas das pesquisas anuais de empresa eproduto feitas pelo IBGE e que está inserida no programa de modernização das estatísticas econômicas deste mesmo instituto. A variável levantada pela pesquisa é a produção física de uma série de produtos previamente selecionados e, sob determinadas hipóteses, considera-se que a mesma serve como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado da indústria. Logo, o objetivo não é o de gerar informações para cada um dos produtos, mas calcular a taxa de variação mensal da produção das atividades produtivas industriais1. Para tal, faz-se necessário definir um sistema de ponderação que permita agregar as informações de quantidade produzida, relacionando-as ao desempenho da atividade industrial (IBGE, 2004, p. 10). A formação do índice depende da coleta de dados através da seleção de cerca de 3.700 empresas em todo país que fornecerão informações a respeito da produção mensal de aproximadamente de 830 tipos de produtos fabricados. Os produtos e os informantes são selecionados pelo critério geral departicipação no mercado, segundo os grupamentos de atividades industriaisque o sistema de indicadores se propõe representar (IBGE, 2004, p. 11). Este índice é desenvolvido sob dois enfoques: o nacional, desagregado em 27 atividades, e o regional, porsua vez detalhado para as atividades mais representativas da indústria da cada região ou Estado selecionado. Assim, calcula-se o índice para a indústria nacional e para aquelas unidades da federação cuja participaçãoé de, no mínimo, 1% no total 71 do valor da transformação industrial, ou seja: Amazonas, Pará,Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, SãoPaulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, bem como para a totalidade da região Nordeste do país. Ele é exposto mensalmente, divulgado num prazo não maior do que seis semanas a partir do mês de referência. Para cada região para qual o índice é elaborado, seleciona-se uma série de produtos a serem pesquisados de acordo com a estrutura industrial, sendo selecionadas aquelas atividades que em conjunto representam pelo menos 80% da industrial local, tendo como referênciaa média do triênio de 1998-2000 do Valor da Transformação Industrial. Estes produtos são selecionados a partir da pesquisa do IBGE: PIA-Empresa e PIA-Produto, a qual busca informações sobre a produção industrial detalhadamente de cada Estado da federação anualmente. Para o Estado de Santa Catarina, as atividades pesquisadas são: produtos alimentícios; têxteis, vestuários e acessórios; madeira, celulose e papel; borracha e plástico; produtos de minerais não-metálicos; metalurgia básica; máquinas e equipamentos; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; fabricação e montagem de veículos automotores. Neste Estado foram selecionados 113 produtos para terem sua produção avaliada. Para a coleta de informações, são selecionadas empresas informantes sobre a produção de cada atividade industrial. Estas são selecionadas a partir do critério de que as unidades locais juntas são responsáveis por no mínimo 70% da produção. Elas podem fornecer as informações mensalmente pelo site da pesquisa (www.pim-pf.ibge.gov.br) ou pelo questionário impresso. Para a formação do índice, a cada atividade industrial é atribuída um peso. Este é dado a partir da relação entre o valor da transformação industrial associado ao produto nonível geográfico estudado e o valor da transformação industrial da indústria geral naquela região. Este cálculo foi realizado para os anos de 1998, 1999 e 2000, e a média dos pesos para cada produto será o peso utilizado na formulação até hoje. Temos então que: (15) 72 Sendo: é o peso relativo a cada produto/ atividade; o valor da transformação industrial associado ao produto em determinada região; representa o valor da transformação da indústria geral. Assim, o índice de quantum, aquele com base fixa mensal, será formado a partir da soma dos pesos de cada atividade multiplicado por suas respectivas variações nas quantidades produzidas entre o período estudado e a data base. (16) Onde: é o peso relativo a cada produto/ atividade; é a variação da quantidade produzida entre o período inicial e aquele estudado. E o relativo entre as quantidades produzidas doproduto “i” nos períodos t e 0 é calculado da seguinte maneira: (17) Onde: é a quantidade produzida do produto “i” no período t; é a quantidade produzida do produto “i” no período inicial/ base (0). Já o cálculo do índice mensal pode ser realizado a partir da relação entre dois índices: (18) 73 Assim obtém-se o índice de atividade de um período em relação a data base (base fixa em janeiro de 2002); o índice mensal que compara este ao mesmo mês do ano anterior; o índice acumulado que compara os dados acumulados no ano, desde o primeiro mês até aquele em estudo, com o mesmo período do ano anterior; e o índice acumulado nos últimos doze meses e sendo comparado com os dos doze meses imediatamente anteriores. 0,14 2,88 0,80 100 3,94 0,18 3,27 0,85 100 FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAM ENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS AUTOM OTORES FABRICAÇÃO DE M ÓVEIS FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS M ANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE M ÁQUINAS E EQUIPAM ENTOS Total 29 30 31 32 33 13,21 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOM OTORES, REBOQUES E CARROCERIAS 15,20 FABRICAÇÃO DE M ÁQUINAS E EQUIPAM ENTOS 3,45 28 3,94 1,10 FABRICAÇÃO DE M ÁQUINAS, APARELHOS E M ATERIAIS ELÉTRICOS 27 2,15 FABRICAÇÃO DE EQUIPAM ENTOS DE INFORM ÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E ÓPTICOS 26 1,38 1,35 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M ETAL, EXCETO M ÁQUINAS E EQUIPAM ENTOS 25 5,58 5,53 M ETALURGIA 24 5,79 5,81 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M INERAIS NÃO-M ETÁLICOS 23 Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor 100 100 - 0,80 2,76 0,26 100 - 0,77 2,62 0,20 4,72 13,38 3,67 1,54 3,07 100 - 0,97 2,84 0,33 4,70 13,56 4,29 1,42 3,04 1,24 4,79 100 - 0,65 3,85 0,34 3,49 14,27 4,62 1,48 2,91 1,26 5,17 5,21 0,68 1,69 0,06 1,16 6,15 6,48 0,64 100 - 0,99 3,09 0,39 3,58 10,24 4,67 1,40 2,77 1,63 4,42 5,47 0,63 2,08 0,07 1,17 6,60 5,35 0,65 6,78 100 - 0,73 2,95 0,30 3,86 9,95 5,35 1,02 3,36 3,36 4,20 5,77 0,62 2,10 0,14 0,99 6,95 6,49 0,76 7,13 7,35 100 - 0,79 2,51 0,40 4,61 9,72 6,00 1,18 3,35 3,28 4,12 5,48 0,68 1,94 0,16 1,36 5,18 5,09 0,77 8,09 7,22 2,19 1,57 24,30 2005 100 - 0,84 2,12 0,60 4,66 10,11 6,28 1,21 3,68 3,56 4,03 5,38 0,64 1,73 0,10 1,42 5,53 4,71 0,82 7,40 7,69 3,49 1,71 22,29 2006 100 0,69 1,39 2,10 0,48 4,62 8,15 9,29 1,49 4,48 4,21 4,44 6,47 0,25 2,61 0,04 0,78 5,37 3,88 0,78 8,49 7,36 3,27 1,78 17,56 2007 100 0,84 0,85 2,07 0,52 5,35 6,90 9,77 1,74 4,98 4,32 4,66 6,39 0,63 2,75 0,09 0,57 4,91 3,05 0,80 8,59 7,44 3,23 1,92 17,62 2008 100 0,81 0,97 2,37 0,97 3,53 7,02 9,76 1,72 3,97 5,02 4,82 6,40 0,67 2,50 0,09 0,63 4,45 2,91 0,79 9,87 8,26 3,33 2,49 16,65 2009 100 0,90 0,97 2,40 0,83 3,67 6,60 9,27 1,38 4,29 5,63 4,59 6,08 0,59 2,42 0,08 0,59 4,12 3,28 0,77 13,05 8,15 2,27 1,93 16,13 2010 100 0,80 0,91 1,75 0,93 4,25 6,64 9,88 1,50 4,70 6,48 4,40 5,76 0,61 2,56 0,13 0,68 5,24 2,74 0,77 10,83 6,91 2,59 1,59 17,36 2011 INDÚSTRIA - 0,73 2,66 0,20 4,29 11,48 2,79 1,10 1,97 1,57 5,25 5,78 0,75 1,58 0,06 1,05 5,77 5,08 0,47 7,38 7,30 1,74 1,14 23,72 2004 DA 4,04 11,30 4,36 1,08 2,57 2,12 5,46 6,49 1,00 1,33 0,07 1,38 6,59 4,30 0,59 8,49 8,63 3,09 1,21 26,41 2003 ATIVIDADES 4,31 1,06 2,13 1,61 6,10 6,56 0,94 1,38 0,05 1,20 6,04 5,35 0,56 9,12 9,12 1,67 1,11 21,10 2002 DAS 6,71 1,06 1,09 0,02 1,43 5,53 4,18 0,51 9,80 10,25 2,52 1,62 20,55 2001 PARTICIPAÇÃO 0,91 1,06 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE M ATERIAL PLÁSTICO 22 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARM OQUÍM ICOS E FARM ACÊUTICOS 21 1,09 1,05 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍM ICOS 20 0,04 0,03 FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO E DE BIOCOM BUSTÍVEIS 19 1,41 1,58 IM PRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES 18 5,01 5,55 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL 17 3,92 3,90 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M ADEIRA 16 0,45 10,44 9,29 2,77 1,30 18,00 2000 – 9,78 2,96 1,27 21,55 1999 B 1,89 1,14 21,54 1998 APÊNDICE 0,56 15 9,95 PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS PARA VIAGEM E CALÇADOS 11,23 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS 14 9,81 10,73 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS 1,74 1,54 13 1,12 0,82 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUM O 12 23,34 FABRICAÇÃO DE BEBIDAS 11 19,12 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIM ENTÍCIOS 10 1997 Classificação Nacional de Atividades Econômicas 1996 (CNAE 2.0) 74 DE TRANSFORMAÇÃO NO VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL EM PERCENTUAL PARA O ESTADO DE SANTA CATARINA Tabela 7- Participação das atividades da indústria de transformação no valor da transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (1996 – 2011) Dados gerais das unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas 75 APÊNDICE C – COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DO VALOR DE TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL Tabela 8 - Coeficiente de correlação do VTI dos dados anuais entre 1996 e 2011 relacionando os segmentos da industria de transformação e o segmento de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Segmento Coeficiente de Correlação 25 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1,0000 27 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 0,9921 20 Fabricação de produtos químicos 0,9902 22 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 0,9880 23 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 0,9836 15 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 0,9799 29 Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 0,9759 13 Fabricação de produtos têxteis 0,9688 24 Metalurgia 0,9677 26 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 0,9572 11 Fabricação de bebidas 0,9491 32 Fabricação de produtos diversos 0,9440 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 0,9388 12 Fabricação de produtos do fumo 0,9283 30 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores 0,9254 17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 0,9195 10 Fabricação de produtos alimentícios 0,8886 21 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 0,8591 31 Fabricação de móveis 0,8446 19 Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 0,8366 28 Fabricação de máquinas e equipamentos 0,8194 16 Fabricação de produtos de madeira 0,6804 18 Edição, Impressão e reprodução de gravações 0,5926 Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor através do software Gretl. Sendo: 5% valor crítico (bilateral) = 0,4973 para n = 16 76 APÊNDICE D – RESULTADOS: ÍNDICE DE ATIVIDADE INDUSTRIAL PARA SANTA CATARINA Seguindo a metodologia adotada, obteve-se como resultado os seguintes índices: Iext-SC, Itrans-SC, Iconst-SC e Ieletr-SC, que ponderados formaram o Iindust-SC. Tabela 9 - Iindust-SC - Índice de Atividade Industrial para Santa Catarina Índice/ Período jan/95 fev/95 mar/95 abr/95 mai/95 jun/95 jul/95 ago/95 set/95 out/95 nov/95 dez/95 jan/96 fev/96 mar/96 abr/96 mai/96 jun/96 jul/96 ago/96 set/96 out/96 nov/96 dez/96 jan/97 fev/97 mar/97 abr/97 mai/97 jun/97 jul/97 ago/97 set/97 out/97 nov/97 dez/97 jan/98 fev/98 mar/98 abr/98 mai/98 jun/98 jul/98 Iext-SC (100 = média 2010) 72,10 71,50 70,85 71,43 71,08 71,80 73,11 73,42 73,70 74,34 75,96 75,10 74,77 74,30 73,83 72,72 71,07 71,39 66,47 66,19 65,91 65,97 66,27 65,50 66,28 66,48 67,20 67,88 68,63 69,72 71,24 71,94 72,72 72,38 72,83 72,52 72,76 73,30 72,72 72,75 72,92 72,91 72,50 Itrans-SC (100 = média 2010) 77,14 78,69 89,53 76,56 85,80 78,67 85,57 88,45 81,46 88,37 81,17 70,57 68,99 77,57 78,22 77,26 82,06 77,89 91,47 92,49 88,83 93,67 91,55 75,36 76,29 80,33 82,39 85,85 83,58 89,44 94,36 91,09 97,62 102,88 93,61 77,90 73,78 80,77 87,71 83,20 85,26 84,37 96,33 Iconst-SC (100 = média 2010) 53,17 53,11 53,28 53,76 53,97 53,80 53,62 53,37 53,19 53,17 52,96 52,16 52,73 52,92 53,09 53,51 53,87 53,91 54,06 54,27 54,65 54,90 55,37 54,84 55,05 55,18 55,64 56,64 56,68 56,99 57,04 57,34 58,03 57,92 57,52 56,38 56,87 57,41 57,93 58,44 59,55 59,91 59,98 Ieletr-S (100 = média 2010) 40,76 48,27 54,55 47,04 50,20 49,43 47,80 44,85 46,86 50,56 48,42 45,27 39,64 51,52 45,86 49,44 53,15 46,35 51,52 53,65 48,90 48,67 54,90 49,16 43,31 54,85 52,54 56,49 56,34 53,42 55,70 56,27 55,59 59,32 52,04 53,79 44,23 56,23 55,01 56,62 54,41 55,66 58,09 Iidust-SC (100 = média 2010) 67,35 69,53 77,70 68,03 74,67 69,82 74,12 75,52 71,19 76,34 71,23 63,58 61,74 69,31 68,87 68,85 72,64 68,83 78,58 79,62 76,52 79,72 79,38 67,67 67,41 71,92 73,01 76,10 74,59 78,07 81,71 79,70 84,04 88,08 80,75 70,43 66,30 72,89 77,38 74,73 75,94 75,60 83,90 77 ago/98 set/98 out/98 nov/98 dez/98 jan/99 fev/99 mar/99 abr/99 mai/99 jun/99 jul/99 ago/99 set/99 out/99 nov/99 dez/99 jan/00 fev/00 mar/00 abr/00 mai/00 jun/00 jul/00 ago/00 set/00 out/00 nov/00 dez/00 jan/01 fev/01 mar/01 abr/01 mai/01 jun/01 jul/01 ago/01 set/01 out/01 nov/01 dez/01 jan/02 fev/02 mar/02 abr/02 mai/02 jun/02 jul/02 ago/02 set/02 out/02 nov/02 dez/02 jan/03 fev/03 mar/03 abr/03 mai/03 72,58 72,62 71,90 71,29 69,84 68,07 67,79 67,89 68,62 68,62 69,09 68,31 68,62 69,44 69,92 71,33 71,70 72,99 74,01 74,34 75,72 76,78 77,17 78,62 79,79 77,41 76,84 76,00 75,37 75,31 75,49 75,35 76,00 76,13 76,48 76,02 75,92 75,37 75,00 74,90 74,04 74,12 74,59 73,71 73,74 74,44 74,17 73,15 73,31 73,63 73,87 74,52 73,63 74,26 71,09 71,00 71,05 72,19 90,48 92,52 95,57 95,54 78,14 74,49 80,23 91,01 83,44 87,06 89,35 88,65 91,92 92,30 94,27 95,40 84,99 78,32 87,79 94,01 85,40 94,78 89,10 94,90 102,48 93,95 98,88 101,86 86,95 82,66 87,41 96,24 89,87 101,25 99,04 109,08 118,26 108,44 120,67 106,93 86,75 79,52 79,64 83,15 88,49 88,60 84,44 91,81 92,24 91,91 104,81 98,59 80,29 81,04 82,00 82,39 77,53 82,18 61,62 61,81 61,40 61,80 60,38 61,38 60,91 59,97 60,39 59,91 59,92 60,64 61,32 62,13 62,43 61,98 60,31 60,94 60,88 61,81 62,86 63,05 63,33 63,46 63,99 64,04 64,18 63,99 62,79 63,08 63,89 64,89 65,95 66,12 66,23 66,45 67,73 68,27 68,49 68,31 66,51 67,07 66,94 67,12 67,69 68,06 68,59 69,08 68,80 68,81 69,42 69,49 67,21 67,65 67,77 67,31 67,70 68,02 56,31 56,67 56,61 54,59 56,27 45,24 56,67 58,54 57,83 59,25 57,20 59,64 58,97 60,98 59,31 57,55 60,79 51,21 60,49 65,68 62,59 63,11 63,27 63,51 63,90 63,29 65,86 66,99 61,78 52,32 60,34 70,65 69,06 66,55 67,95 68,51 64,88 66,14 64,91 70,83 64,00 57,22 70,11 68,91 75,62 67,19 71,62 72,20 72,71 67,98 72,22 69,33 67,71 60,42 74,52 76,13 71,83 69,46 80,03 81,47 83,40 83,12 71,62 67,61 73,12 80,39 75,35 77,89 79,09 79,12 81,29 82,01 83,11 83,53 76,87 71,08 78,80 83,89 77,90 84,24 80,56 84,48 89,66 83,89 87,57 89,68 78,79 74,51 79,05 86,67 82,40 89,56 88,35 95,11 100,82 94,60 102,54 94,34 79,61 73,86 75,94 78,09 82,78 81,60 79,62 84,66 84,98 84,02 93,33 88,78 76,03 75,47 78,29 78,72 74,90 77,67 78 jun/03 jul/03 ago/03 set/03 out/03 nov/03 dez/03 jan/04 fev/04 mar/04 abr/04 mai/04 jun/04 jul/04 ago/04 set/04 out/04 nov/04 dez/04 jan/05 fev/05 mar/05 abr/05 mai/05 jun/05 jul/05 ago/05 set/05 out/05 nov/05 dez/05 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 mar/08 72,73 73,81 73,74 74,01 73,86 73,75 73,50 73,91 74,41 74,73 75,15 75,53 76,08 76,93 77,99 78,89 78,70 79,33 79,20 81,17 81,51 82,62 82,76 83,42 83,97 86,43 86,48 87,41 87,99 87,97 87,37 87,00 87,31 88,12 88,50 88,48 88,68 88,66 88,36 89,30 90,01 89,63 87,73 87,03 87,54 88,13 88,38 89,11 89,71 90,04 90,86 90,97 91,36 92,12 92,31 92,65 93,36 94,61 79,79 84,99 84,81 92,72 99,07 91,91 77,80 76,61 81,23 93,16 87,97 92,41 95,88 102,64 105,27 105,88 103,78 100,62 85,93 84,40 86,19 95,58 92,77 93,94 97,21 93,13 97,61 93,34 96,28 98,44 84,81 86,14 88,13 98,46 84,27 97,29 94,22 94,54 98,95 95,04 98,70 98,99 83,20 87,79 88,81 98,41 91,36 104,56 100,70 102,23 108,27 99,50 112,36 106,42 86,45 90,40 96,48 96,86 68,45 68,00 67,51 67,16 67,07 66,85 65,18 65,97 66,45 66,35 66,77 67,01 67,55 67,87 67,90 67,94 67,47 66,98 65,48 66,52 66,79 66,58 67,36 67,85 68,35 68,77 69,05 70,09 70,92 70,93 69,93 70,94 70,68 70,78 71,41 71,59 71,58 72,11 72,87 73,70 73,95 73,42 71,63 72,94 73,13 73,85 75,42 75,85 76,63 77,65 78,10 78,54 79,25 80,04 78,52 80,63 81,55 83,08 72,26 71,36 70,40 74,25 78,31 72,72 74,77 63,88 78,53 86,20 78,32 83,12 79,38 83,24 85,06 79,94 80,82 84,29 81,66 70,63 83,91 87,87 84,39 85,82 85,44 85,68 87,55 80,50 83,40 83,51 82,11 73,68 83,27 90,39 85,14 85,91 87,05 88,92 89,39 85,36 88,31 87,90 84,47 76,92 87,81 92,83 89,25 88,03 98,17 95,26 94,06 91,60 95,61 94,90 89,95 78,83 96,01 99,92 76,61 79,84 79,49 85,27 90,09 84,44 75,15 72,79 78,23 87,31 82,72 86,45 88,27 93,40 95,45 95,07 93,74 92,11 81,74 79,20 82,51 89,32 87,05 88,14 90,34 87,78 91,08 87,34 89,89 91,34 81,92 81,65 84,43 92,40 82,30 91,07 89,22 89,81 92,92 89,86 92,79 92,83 81,52 83,59 86,00 93,27 88,31 96,94 96,11 96,84 100,74 94,63 103,88 99,99 85,75 86,98 93,86 95,00 79 abr/08 mai/08 jun/08 jul/08 ago/08 set/08 out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 jul/09 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 jan/11 fev/11 mar/11 abr/11 mai/11 jun/11 jul/11 ago/11 set/11 out/11 nov/11 dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12 95,98 101,31 96,95 100,04 98,27 100,18 100,78 108,28 101,73 106,67 102,85 106,68 103,82 108,53 105,78 95,46 106,05 74,94 106,88 74,66 107,11 72,39 107,40 86,01 107,85 83,28 108,27 89,02 106,60 94,23 104,17 101,98 100,42 98,27 99,21 101,33 98,23 112,17 98,78 105,88 98,31 90,62 98,16 93,24 98,86 91,51 99,93 108,34 99,54 100,30 99,52 103,82 99,48 100,04 99,87 100,86 100,03 98,26 100,62 98,63 100,66 105,41 101,56 106,14 101,79 93,46 102,97 95,21 103,40 97,05 103,14 105,36 104,06 88,93 104,05 95,62 104,77 93,14 102,43 91,51 102,19 98,47 101,75 93,21 101,53 93,38 102,19 93,86 102,23 80,15 103,04 80,05 104,64 86,83 105,43 90,58 106,24 82,15 106,36 90,52 106,80 83,48 107,90 85,48 107,83 90,21 108,64 81,30 108,83 91,12 108,74 90,31 108,41 77,55 Fonte: Elaborado pelo autor 85,05 85,92 87,56 89,14 91,36 92,57 92,77 92,21 89,53 91,90 92,11 93,07 93,80 93,43 93,94 95,11 95,19 95,13 95,44 96,06 93,28 96,06 97,32 95,12 97,55 98,03 99,23 100,63 102,48 103,51 104,40 104,53 101,13 104,58 106,19 106,63 108,83 110,02 110,63 112,66 114,17 115,08 115,36 115,22 110,61 113,81 114,44 114,97 116,81 117,28 117,68 118,83 118,81 118,79 118,39 117,14 113,02 98,69 96,64 95,95 102,15 99,88 99,47 101,29 96,13 83,11 72,38 90,34 93,25 90,79 90,75 89,59 92,72 90,86 91,56 96,52 96,74 95,37 80,47 95,71 104,13 100,80 106,69 99,49 103,76 102,54 101,50 101,40 102,83 100,69 88,39 99,28 106,72 101,66 104,32 103,44 101,94 105,42 101,87 107,19 103,68 104,15 89,42 105,15 113,65 106,04 112,35 105,56 109,24 112,89 107,13 112,81 112,09 107,16 98,10 97,10 97,37 104,00 102,97 103,13 104,68 95,17 79,10 77,64 79,00 88,63 86,57 90,30 93,62 99,41 96,62 98,73 106,71 102,70 91,92 91,78 93,25 105,34 99,91 103,24 99,81 101,26 99,66 99,93 104,54 105,29 96,00 95,82 99,02 105,75 94,48 99,52 97,86 96,85 102,25 98,35 99,35 99,10 89,33 87,51 94,58 98,50 92,05 98,65 93,01 95,12 98,81 92,02 99,35 98,48 88,57 80 APÊNDICE E – TAXAS DE CRESCIMENTO DO Iindus_SC Tabela 10 - Taxas de crescimento dos últimos doze meses do Iindus_SC 1995 1996 Jan (%) Fev (%) Mar (%) Abr (%) Mai (%) Jun (%) Jul (%) Ago (%) Set (%) Out (%) Nov (%) Dez (%) - - - - - - - - - - - - 6,02 5,44 7,49 4,43 11,44 6,44 13,42 3,98 0,10 9,83 10,48 1,72 4,08 2,68 0,42 - 3,06 - 5,32 2,94 1,68 1,58 - 8,32 - 0,32 - 11,37 1,20 - 2,72 - 1,41 1997 9,19 3,78 6,02 1998 - 1,65 1,35 5,98 - 1,79 1,81 - 3,16 1999 1,98 0,31 3,89 0,83 2,57 4,61 - 5,70 0,66 - 0,35 0,49 7,34 2000 5,13 7,77 4,36 3,39 8,15 1,86 6,77 10,29 2,29 5,37 7,37 2,49 2001 4,83 0,32 3,32 5,77 6,32 9,66 12,58 12,45 12,77 17,09 5,20 1,04 2002 2003 2004 - 0,88 - 3,93 - 9,90 2,17 3,09 - 3,54 - 0,07 10,52 2,68 0,45 - 8,89 - 9,88 - 10,98 - 15,71 - 11,18 - 8,98 - 5,89 - 4,49 0,80 - 9,52 - 4,82 - 3,78 - 5,69 - 6,46 10,92 10,44 11,31 5,24 1,95 15,21 16,98 20,07 1,48 - 3,46 - 4,89 - 1,16 11,49 4,04 9,08 8,77 2,35 - 6,02 - 4,58 - 8,13 - 4,10 - 0,84 0,23 2005 8,80 5,47 2,30 2006 3,09 2,33 3,45 - 5,46 3,32 - 1,23 2,32 2,02 2,89 3,23 2007 2,37 1,86 0,94 7,30 6,44 7,72 7,82 8,41 5,30 11,95 2008 4,06 9,13 1,85 11,08 0,16 1,32 7,39 2,22 8,98 2009 - 10,74 - 15,83 - 6,70 - 11,75 - 7,00 - 3,85 - 4,41 - 6,17 - 4,27 2010 18,21 18,04 2011 4,40 6,19 2012 18,86 15,41 14,33 6,61 1,86 0,39 - 5,44 - 3,60 - 1,96 - 4,36 3,15 1,63 - 0,49 7,72 5,18 0,77 - 4,82 - 7,75 1,94 7,92 16,20 1,22 - 2,03 2,52 4,44 2,59 - 1,57 - 4,97 - 5,87 - 6,94 - 8,68 - 4,48 - 6,86 - 2,57 - 0,87 - 4,96 - 1,79 - 3,37 - 6,44 - 0,00 - 0,62 - 0,85 Fonte: Elaborado pelo autor Tabela 11 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC PIM_PF-SC Iindus_SC PIM_PF-SC Iindus_SC 1996 4,67% 6,44% 2005 -4,17% 0,23% 1997 4,58% 4,08% 2006 -1,56% -0,49% 1998 1999 -1,03% 1,68% 2007 1,82% 5,18% 7,45% 7,34% 2008 -10,44% -7,75% 2000 1,88% 2,49% 2009 12,45% 16,20% 2001 -2,41% 1,04% 2010 5,20% 4,44% 2002 -2,17% -4,49% 2011 -8,52% -6,94% 2003 -3,34% -1,16% 2012 -3,93% -0,85% 2004 15,23% 8,77% Fonte: Elaborado pelo autor 81 Tabela 12 - Taxas de crescimento mensal do Iindus_SC Jan (%) Fev (%) Mar (%) Abr (%) Mai (%) Jun (%) Jul (%) Ago (%) Set (%) Out (%) Nov (%) Dez (%) - 3,24 11,76 -12,45 9,76 -6,49 6,15 1,89 -5,73 7,24 -6,69 -10,75 1996 - 2,89 12,25 -0,63 -0,02 5,51 -5,24 14,16 1,32 -3,90 4,19 -0,43 -14,75 1997 - 0,38 6,69 1,51 4,22 -1,98 4,67 4,66 -2,47 5,45 4,81 -8,33 -12,78 1998 - 5,87 9,95 6,15 -3,42 1,61 -0,44 10,98 -4,61 1,80 2,36 -0,33 -13,84 1999 - 5,59 8,14 9,94 -6,27 3,36 1,54 0,04 2,75 0,88 1,34 0,50 -7,97 2000 - 7,53 10,86 6,46 -7,14 8,13 -4,36 4,86 6,13 -6,43 4,39 2,40 -12,14 2001 - 5,43 6,09 9,64 -4,93 8,69 -1,36 7,65 6,01 -6,17 8,39 -7,99 -15,62 2002 - 7,22 2,82 2,83 5,99 -1,42 -2,42 6,33 0,38 -1,13 11,07 -4,87 -14,36 2003 - 0,74 3,73 0,55 -4,85 3,70 -1,36 4,22 -0,44 7,27 5,66 -6,27 -11,01 2004 - 3,13 7,47 11,61 -5,26 4,52 2,09 5,82 2,19 -0,40 -1,40 -1,73 -11,26 2005 - 3,11 4,18 8,26 -2,54 1,25 2,49 -2,83 3,76 -4,11 2,92 1,61 -10,31 2006 - 0,34 3,41 9,44 -10,93 10,65 -2,03 0,66 3,46 -3,29 3,26 0,03 -12,18 2007 2,53 2,89 8,45 -5,32 9,77 -0,85 0,76 4,02 -6,07 9,78 -3,75 -14,24 2008 1,44 7,90 1,22 3,26 -1,02 0,29 6,80 -0,99 0,15 1,51 -9,09 -16,88 2009 - 1,85 1,74 12,19 -2,33 4,31 3,68 6,18 -2,80 2,18 8,09 -3,76 -10,50 2010 - 0,15 1,60 12,97 -5,16 3,33 -3,32 1,46 -1,58 0,26 4,62 0,71 -8,82 2011 - 0,18 3,34 6,80 -10,66 5,34 -1,67 -1,03 5,58 -3,81 1,01 -0,25 -9,86 2012 - 2,04 8,08 4,14 -6,55 7,18 Fonte: Elaborado pelo autor -5,72 2,27 3,88 -6,87 7,96 -0,87 -10,06 1995 82 ANEXOS Anexo A – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria extrativa conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) B - Indústrias extrativas 05 Extração de carvão mineral 05.0 Extração de carvão mineral 06 Extração de petróleo e gás natural 06.0 Extração de petróleo e gás natural 07 Extração de minerais metálicos 07.1 Extração de minério de ferro 07.2 Extração de minerais metálicos não-ferrosos 08 Extração de minerais não-metálicos 08.1 Extração de pedra, areia e argila 08.9 Extração de outros minerais não-metálicos 09 Atividades de apoio à extração de minerais 09.1 Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural 09.9 Atividades de apoio à extração de minerais, exceto petróleo e gás natural Anexo B – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de transformação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) C - Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 10.1 Abate e fabricação de produtos de carne 10.2 Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado 10.3 Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais 10.4 Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais 10.5 Laticínios 10.6 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais 10.7 Fabricação e refino de açúcar 10.8 Torrefação e moagem de café 10.9 Fabricação de outros produtos alimentícios 83 11 Fabricação de bebidas 11.1 Fabricação de bebidas alcoólicas 11.2 Fabricação de bebidas não-alcoólicas 12 Fabricação de produtos do fumo 12.1 Processamento industrial do fumo 12.2 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 13.1 Preparação e fiação de fibras têxteis 13.2 Tecelagem, exceto malha 13.3 Fabricação de tecidos de malha 13.4 Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis 13.5 Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 14.1 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 14.2 Fabricação de artigos de malharia e tricotagem 15 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 15.1 Curtimento e outras preparações de couro 15.2 Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro 15.3 Fabricação de calçados 15.4 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material 16 Fabricação de produtos de madeira 16.1 Desdobramento de madeira 16.2 Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis 17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel 17.1 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 17.2 Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão 17.3 Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado 17.4 Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado 18 Impressão e reprodução de gravações 18.1 Atividade de impressão 18.2 Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos 18.3 Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte 19 Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 19.1 Coquerias 19.2 Fabricação de produtos derivados do petróleo 19.3 Fabricação de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos 20.1 Fabricação de produtos químicos inorgânicos 20.2 Fabricação de produtos químicos orgânicos 20.3 Fabricação de resinas e elastômeros 20.4 Fabricação de fibras artificiais e sintéticas 20.5 Fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários 20.6 Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 20.7 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins 84 20.9 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos 21 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 21.1 Fabricação de produtos farmoquímicos 21.2 Fabricação de produtos farmacêuticos 22 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico 22.1 Fabricação de produtos de borracha 22.2 Fabricação de produtos de material plástico 23 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos 23.1 Fabricação de vidro e de produtos do vidro 23.2 Fabricação de cimento 23.3 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais semelhantes 23.4 Fabricação de produtos cerâmicos 23.9 Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos 24 Metalurgia 24.1 Produção de ferro-gusa e de ferroligas 24.2 Siderurgia 24.3 Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura 24.4 Metalurgia dos metais não-ferrosos 24.5 Fundição 25 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 25.1 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada 25.2 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras 25.3 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais 25.4 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas 25.5 Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições 25.9 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente 26 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 26.1 Fabricação de componentes eletrônicos 26.2 Fabricação de equipamentos de informática e periféricos 26.3 Fabricação de equipamentos de comunicação 26.4 Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo 26.5 Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e relógios 26.6 Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação 26.7 Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos 26.8 Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas 27 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 27.1 Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos 27.2 Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos 27.3 Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica 27.4 Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação 27.5 Fabricação de eletrodomésticos 27.9 Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente 28 Fabricação de máquinas e equipamentos 85 28.1 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão 28.2 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral 28.3 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária 28.4 Fabricação de máquinas-ferramenta 28.5 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção 28.6 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico 29 Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 29.1 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 29.2 Fabricação de caminhões e ônibus 29.3 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores 29.4 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores 29.5 Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores 30 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores 30.1 Construção de embarcações 30.3 Fabricação de veículos ferroviários 30.4 Fabricação de aeronaves 30.5 Fabricação de veículos militares de combate 30.9 Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente 31 Fabricação de móveis 31.0 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos 32.1 Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes 32.2 Fabricação de instrumentos musicais 32.3 Fabricação de artefatos para pesca e esporte 32.4 Fabricação de brinquedos e jogos recreativos 32.5 Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos 32.9 Fabricação de produtos diversos 33 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 33.1 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos 33.2 Instalação de máquinas e equipamentos Anexo C – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Construção Civil conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) F - Construção 41 Construção de edifícios 41.1 Incorporação de empreendimentos imobiliários 41.2 Construção de edifícios 42 Obras de infra-estrutura 42.1 Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais 42.2 Obras de infra-estrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos 86 42.9 Construção de outras obras de infra-estrutura 43 Serviços especializados para construção 43.1 Demolição e preparação do terreno 43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções 43.3 Obras de acabamento 43.9 Outros serviços especializados para construção Anexo D – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Eletricidade e Gás, e da indústria de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) D - Eletricidade e gás 35 Eletricidade, gás e outras utilidades 35.1 Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica 35.2 Produção e distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas 35.3 Produção e distribuição de vapor, água quente e ar condicionado E - Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação 36 Captação, tratamento e distribuição de água 36.0 Captação, tratamento e distribuição de água 37 Esgoto e atividades relacionadas 37.0 Esgoto e atividades relacionadas 38 Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais 38.1 Coleta de resíduos 38.2 Tratamento e disposição de resíduos 38.3 Recuperação de materiais 39 Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 39.0 descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos