Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina

Transcrição

Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO SÓCIO ECONÔMICO - CSE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONOMICAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
JEAN CARLOS KNOP
ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA
CATARINA
FLORIANÓPOLIS, SC
2013
JEAN CARLOS KNOP
ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA
CATARINA
Monografia submetida ao curso de Ciências
Econômicas da Universidade Federal de Santa
Catarina, como requisito obrigatório para a
obtenção do grau de Bacharelado.
Orientador: Prof. Dr. Arlei Luiz Faschinello
FLORIANÓPOLIS, SC
2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS
JEAN CARLOS KNOP
ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA
CATARINA
A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota 9,0 ao aluno Jean Carlos Knop na
disciplina CNM 7107 – Monografia, pela apresentação deste trabalho.
Banca Examinadora:
Prof.º Dr. Arlei Luiz Faschinello
Prof.º Gueibi Souza Peres
Prof.º Guilherme Valle Moura
FLORIANÓPOLIS, SC
2013
AGRADECIMENTOS
Agradeço o corpo acadêmico do curso de Economia da Universidade Federal de
Santa Catarina, em especial a meu professor orientador Dr. Arlei Luiz Fachinello, o qual,
sempre atencioso soube direcionar meus esforços e sanar todas as dúvidas prontamente.
Também por sua paciência e disponibilidade, bem como sua exigência para a elaboração de
um trabalho com qualidade.
A Deus, sempre presente em minha vida, me protegendo e guiando meus passos.
Pelo dom da vida e por tudo que me tem concedido e confiado, pois sem a força dele nada
somos.
Também a meus pais, Marise e Carlos Knop, por todo amor dedicado a mim e
sempre me apoiando na busca da realização de meus sonhos. Com liberdade ajudaram na
formação de meus valores e proporcionaram uma educação que considero de excelência. Eles
são aqueles que primeiro acreditaram em meu potencial, sabendo ser pacientes e sempre me
incentivando a estudar.
Aos meus irmãos, Ana Beatrice e Luiz Guilherme, os quais participaram ativamente
em todas as fases da minha vida,por serem meus grandes parceiros,me auxiliando naquilo que
sempre precisei.
Agradeço também meus amigos, os quais me proporcionaram momentos
maravilhosos nestes anos de convivência e me ajudaram sempre mostrando o valor da
amizade.
Por fim, agradeço a todas as pessoas e entidades que contribuíram para a construção
deste trabalho, seja fornecendo dados e sanando dúvidas, bem como pelo apoio dado.
“Os resultados provêm do aproveitamento das
oportunidades e não da solução dos
problemas. A solução dos problemas só
restaura a normalidade. As oportunidades
significam explorar novos caminhos”.
Peter Drucker
RESUMO
O ambiente econômico no qual a sociedade está inserida reflete distintos fatores que o fazem
estar em constante mudança. Mensurar o comportamento deste ambiente se faz necessário
frente à possibilidade de auxiliar no direcionamento de políticas públicas e privadas
aumentando as chances de estas serem bem sucedidas e com maior eficiência, causando um
impacto positivo na vida da população de uma localidade. Dada a importâcia que o segmento
industrial tem na economia do Estado de Santa Catarina, políticas macroeconômicas que
afetam a indústria impactam de maneira significativa toda a economia do Estado.
Acompanhar o desempenho da indústria é importante, pois permite analisar seu desempenho
ao longo do tempo, objetiva-se neste trabalho elaborar um indicador da atividade econômica
para o segmento industrial no Estado de Santa Catarina de forma a acompanhar a geração de
renda nessas atividades. É configurada nesta monografia a formação metodologica e material
utilizado para a formação do Índice de Atividade Econômica Industrial de Santa Catarina Iindus-SC. Este índice é formado a partir da ponderação de outros quatro índices elaborados
para quatro segmentos industriais representativos: indústria extrativa, indústria de
transformação, indústria de construção civil e a indústria de produção e distribuição de
eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Por fim, avalia-se se a validade deste índice
ao compará-lo com índices com propósitos semelhantes divulgados por institutos oficiais
brasileiros, considerando que o índice aqui formado apresenta uma nova metodologia distinta
das já existentes, cuja vantagem seria contemplar os quatro campos do segmento industrial
divulgando dados de maneira desagregada. Como resultado, obteve-se o índice de atividade
econômica industrial mensal desde janeiro de 1995 até dezembro de 2012 para o Estado de
Santa Catarina.
Palavras-chave: Economia Catarinense; Índice de Atividade Industrial; Formação de um
Índice Econômico.
ABSTRACT
The economic environment, in which the society takes part, reflects different factors that may
change constantly. Measurement of this environment's conduct is needed considering the
possibility of assisting and directing public and private actions, increasing their chances of
being successful and more efficiently, making a positive impact in the lives of the citizens. As
the industrial sector has a huge importance in the Santa Catarina’s economy, macroeconomic
actions that affects the industry will have a significant impact on the whole economic
performance of that state. Monitoring the performance of the industry is important because it
allows the analysis of it during a long period of time, so this paper’s main objective is the
development of an economic activity index for the industrial sector in the state of Santa
Catarina in order to measure the income generating rate by these activities. The methodology
and materials used to form the Industrial Economic Activity Index of Santa Catarina - Iindus
– SC are configured in this paper. This index is formed by the weighting of other four indexes
developed for four different representative industries: extractive industry, manufacturing
industry, construction industry and production and distribution of electricity, gas, water,
sewage and urban cleaning. Finally, the index formed by the methodology of this paper is
evaluated by comparing it with other similar index disclosed by official’s Brazilian institutes.
As a result, we obtained the rate of monthly industrial economic activity for the state of Santa
Catarina from January, 1995 till December, 2012.
Keywords: Santa Catarina economy; Industry activity index; Formation of an economic
index.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Diversidade Industrial de Santa Catarina................................................................. 40
Figura 2 - Participação dos setores industriais no valor adicionado bruto a preços básicos
(2002 - 2010) ............................................................................................................................ 43
Figura 3 - Itrans_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ..................................... 52
Figura 4 - Iconst_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) .................................... 55
Figura 5 - Ienerg_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) .................................... 57
Figura 6 - Iext_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ........................................ 59
Figura 7 - Iindust_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010) ................................... 60
Figura 8 - Crescimento mensal do Iindus_SC (não desazonalisado) ....................................... 61
Figura 9 - Comparação entre as taxas de crescimento trimestrais do Iindus_SC e PIM_PF-SC
(não desasonalizados) ............................................................................................................... 62
Figura 10 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do
ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC ................................................................................ 64
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição do PIB do Estado catarinense ............................................................. 41
Tabela 2 - Valor adicionado bruto a preços básicos por atividade econômica em Santa
Catarina (em milhões de reais) entre 2002 e 2010 ................................................................... 42
Tabela 3 - Ponderação adptada para o Índice de Atividade Industrial de Santa Catarina ........ 47
Tabela 4 - Participação das atividades da indústria de transformação no valor da
transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (2010) .................... 50
Tabela 5 - Ponderações das atividades componentes do Itrans-SC .......................................... 51
Tabela 8 - Frequência de variações entre Iindus_SC e PIM_PF-SC ........................................ 63
Tabela 7- Participação das atividades da indústria de transformação no valor da transformação
industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (1996 – 2011) - Dados gerais das
unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais pessoas ocupadas ............ 74
Tabela 8 - Coeficiente de correlação do VTI dos dados anuais entre 1996 e 2011 relacionando
os segmentos da industria de transformação e o segmento de fabricação de produtos de metal,
exceto máquinas e equipamentos ............................................................................................. 75
Tabela 9 - Iindust-SC - Índice de Atividade Industrial para Santa Catarina ............................ 76
Tabela 10 - Taxas de crescimento dos últimos doze meses do Iindus_SC............................... 80
Tabela 11 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a dezembro do
ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC ................................................................................ 80
Tabela 12 - Taxas de crescimento mensal do Iindus_SC ......................................................... 81
LISTA DE APÊNDICES
A – PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA –
REGIONAL (PIM-PF) ......................................................................................................... 70
APÊNDICE
APÊNDICE B – PARTICIPAÇÃO DAS ATIVIDADES DA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO NO VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL EM
PERCENTUAL PARA O ESTADO DE SANTA CATARINA ........................................... 74
APÊNDICE C – COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DO VALOR DE TRANSFORMAÇÃO
INDUSTRIAL ...................................................................................................................... 75
APÊNDICE D – RESULTADOS: ÍNDICE DE ATIVIDADE INDUSTRIAL PARA SANTA
CATARINA ......................................................................................................................... 76
APÊNDICE E – TAXAS DE CRESCIMENTO DO IINDUS_SC ............................................. 80
LISTA DE ANEXOS
Anexo A – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria extrativa conforme a
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela Comissão
Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................................... 82
Anexo B – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de transformação
conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela
Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 82
Anexo C – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Construção Civil
conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela
Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 85
Anexo D – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Eletricidade e
Gás, e da indústria de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0) divulgada pela
Comissão Nacional de Classificação (CONCLA) .................................................................... 86
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
1.1
EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ......................................................... 14
1.2
OBJETIVOS ............................................................................................................. 16
1.2.1
Objetivo geral ....................................................................................................... 16
1.2.2
Objetivos específicos ............................................................................................ 16
1.3
2
JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 17
REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA .................................................................................. 19
2.1
NÚMEROS ÍNDICES PARA SÉRIES DE TEMPO ................................................ 19
2.1.1
Séries de tempo ..................................................................................................... 19
2.1.2
Números índices ................................................................................................... 25
2.1.3
Construção de um índice econômico .................................................................... 26
2.2
CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO SETOR INDUSTRIAL EM SANTA
CATARINA ......................................................................................................................... 36
3
METODOLOGIA
PARA
FORMAÇÃO
DO
ÍNDICE
DE
ATIVIDADE
ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA................................................... 44
4
3.1
MÉTODO ................................................................................................................. 44
3.2
MATERIAL ............................................................................................................. 45
RESULTADOS ............................................................................................................... 47
4.1
4.1.1
CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE .................................................................................. 47
Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do
Estado de Santa Catarina ................................................................................................. 48
4.1.2
Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do
Estado de Santa Catarina ................................................................................................. 53
4.1.3
Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e
distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa
Catarina ............................................................................................................................ 55
4.1.4
Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do Estado de
Santa Catarina.................................................................................................................. 57
4.1.5
Iindus_SC: Índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa
Catarina. ........................................................................................................................... 59
4.2
ADERÊNCIA DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA DO ESTADO DE
SANTA CATARINA A PIM_PF-SC (IBGE) .................................................................................. 61
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
APÊNDICES ........................................................................................................................... 70
ANEXOS ................................................................................................................................. 82
14
1
INTRODUÇÃO
O primeiro capítulo do trabalho tem por finalidade introduzir o leitor sobre o tema
abordado, bem como apresentar o objetivo geral e específico deste e sua justificativa.
1.1
EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA
As organizações, sejam públicas ou privadas, administram suas ações e direcionam
suas políticas de acordo com as informações inferidas do contexto que as circunda. Este
contexto se altera constantemente, seja através da revolução tecnológica, avanços
educacionais, mudanças nas estruturas familiares, demografia regional, influencias culturais,
entre outros. Todos estes fatores refletem na relação econômica de cada local. Portanto, tornase necessário o desenvolvimento de um índice que permita mensurar essas movimentações
com um maior grau de confiabilidade para que a tomada de decisão de empresas privadas bem
como a formulação de políticas públicas possam ser adequadas.
Segundo a FIESC (2012) a indústria de transformação catarinense é a quarta do país
em quantidade de empresas e a quinta em número de trabalhadores. Conforme o IBGE
(2013), Santa Catarina é o segundo Estado da federação em que a indústria tem a maior
participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Estado. Assim, políticas macroeconômicas
que afetam a indústria impactam de maneira significativa a nesta economia regional.
A origem do crescimento industrial no Estado catarinense, segunda Goulart Filho
(2002), se deu no fim do século XIX, quando a imigração tornou-se uma medida política
econômica deliberada pelo Governo Imperial no Brasil, o que levou a ocupação e a fundação
de novos núcleos coloniais diversificados espacialmente no território. Em cada núcleo
emergiu um padrão industrial que destacava diferentes segmentos de produção ao longo do
território. Uma combinação dos recursos naturais disponíveis e a mão de obra imigrante de
diversas descendências, cada qual com sua habilidade e cultura, fez crescer no Estado um
parque industrial diversificado.
Faz-se útil, então, a utilização de indicadores que possam representar e até antecipar
os movimentos da atividade econômica do Estado de Santa Catarina no segmento industrial.
Segundo Moraes e Portugal (2007) este tipo de indicador é conhecido na literatura econômica
15
como coincidente e antecedente devido a esta capacidade de captar e facilitar a análise do
desempenho histórico da economia bem como poder prever seus movimentos no curto prazo.
Os indicadores da atividade econômica (IAEs) são expressos em valores numéricos,
que representam um conjunto de dados estatísticos que apresentam, essencialmente,
informações que sinalizam e apontam o comportamento de determinadas variáveis
do sistema econômico de um país, região ou Estado. Eles são capazes de dar uma
ideia da situação de uma economia em determinado período ou data. Por assim ser,
tratam-se de indicadores de conjuntura, pois trazem as variações de curto e médio
prazos do comportamento de determinada variável econômica (NOGUEIRA;
SANTOS, 2012, p. 4).
Segundo o IBGE (2004), o objetivo dos índices de produção física é apresentar uma
estimativa do movimento de curto prazo do produto real da indústria. Sua importância deve-se
à capacidade de indicar o comportamento efetivo da produção real da indústria com um
mínimo de defasagem em relação ao período de referência, representando uma mensuração
preliminar da taxa de variação do componente industrial do Produto Interno Bruto – PIB.
Atualmente, para o Estado de Santa Catarina, existem duas principais instituições
que disponibilizam informações sobre o nível de atividade somente do segmento industrial. A
primeira delas, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga mensalmente a
“Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física – Regional” (PIM-PF), esta produz
indicadores de curto prazo, desde a década de 1970, relativos ao comportamento do produto
real das indústrias extrativa e de transformação. Esses indicadores revelam a variação mensal
da produção física da indústria brasileira apresentando as quantidades produzidas e vendidas e
os valores de produção e de vendas dos produtos e serviços industriais gerados. Seus
resultados divulgados em até seis semanas após o término do mês de referência.
A variável levantada pela pesquisa é a produção física de uma série de produtos
previamente selecionados e, sob determinadas hipóteses, considera-se que a mesma
serve como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado
da indústria (IBGE, 2004, p.10).
A segunda instituição, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
(FIESC) sob a metodologia desenvolvida pela Confederação Nacional da Industria (CNI),
disponibiliza mensalmente um relatório que mostra comportamento das vendas, o uso da
capacidade instalada, horas trabalhadas na produção e remunerações pagas na indústria
16
catarinense por setor de atividade. Esta pesquisa e aquela apresentada pelo IBGE são
complementares, pois estudam diferentes aspectos da atividade industrial no Estado.
Mesmo com a existência das informações divulgadas por estas duas instituições,
existem alguns fatores limitadores a este índice divulgado pelo IBGE. Surge com isso o
interesse em desenvolver um índice que mensure o comportamento industrial do Estado de
Santa Catarina que supere as limitações existentes as informações já divulgadas por outras
instituições e que permita um fácil acesso a suas informações para que todo interessado
consiga trabalhar com seus dados.
Neste trabalho buscar-se-á através de revisão bibliográfica a formação de uma
metodologia para formação de um índice de maneira que este permita monitorar o
desempenho econômico industrial do Estado, conciliando a rapidez na divulgação de
resultados e de atendimento a demanda cada vez maior de acompanhamento da evolução de
curto prazo da produção industrial. Consequentemente, o índice deve ter aderência às taxas de
crescimento divulgadas oficialmente pelo IBGE posteriormente, firmando seu grau de
confiabilidade, sendo útil como um indicador que venha a auxiliar na antecipação de choques
econômicos diversos na indústria de Santa Catarina.
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
Desenvolver um índice de atividade econômica para o segmento industrial do
EEstado de Santa Catarina que reflita o desempenho produtivo ao longo do tempo e que possa
servir para prospecção do valor adicionado do segmento industrial.
1.2.2 Objetivos específicos

Elaborar uma revisão bibliográfica acerca dos temas relacionados a construção de
um índice econômico, incluindo números índices, tendência e sazonalidade;
17

Estudar a formação e caracterização econômica do setor industrial em Santa
Catarina para identificar os principais setores que compõem a atividade industrial
do Estado;

Definir as atividades industriais que irão compor o índice e ponderação de cada
grupo indicador;

Desenvolver a metodologia de cálculo do índice de mensuração da atividade
econômica industrial em Santa Catarina;

Verificar a aderência do índice desenvolvido a outro índice existente com o
mesmo propósito e as taxas de crescimento divulgadas pelo IBGE.
1.3
JUSTIFICATIVA
A participação da atividade industrial na economia do estado de Santa Catarina tem se
destacado cada vez mais fazendo com que o parque industrial se destaque nacionalmente.
Segundo a FIESC (2012) a indústria de transformação catarinense é a quarta do país em
quantidade de empresas e a quinta em número de trabalhadores. Também, como mensionado
na parte introdutória deste trabalho, segundo dados do IBGE (apud FIESC, 2012) Santa
Catarina é o segundo estado com maior participação da indústria no seu Produto Interno
Bruto. Isto direcionou os olhos do pesquisador ao segmento industrial no estado.
Aprofundando os estudos no setor, percebe-se a falta indicadores de desempenho para
acompanhar a economia e realizar políticas adequadas para aproveitar as potencialidades do
segmento industrial em âmbito local, conforme destacam Nogueira e Santos (2012, p. 4):
Atualmente, os indicadores de atividade econômica estão centrados, em sua maioria,
em nível agregado de informações, principalmente no contexto espacial, pois
dependendo do indicador, este é construído congregando-se informações de diversos
espaços geográficos para apresentar a conjuntura econômica do país ou do estado
federado.
A economia local pode não apresentar as mesmas características que a nacional ou
aquela para qual existem indicadores agregados, seja Estado ou Região. A partir de janeiro de
2009 o Banco Central do Brasil passou a divulgar, no Boletim Regional o Índice de Atividade
Econômica Regional para o Estado de Santa Catarina (IBCR-SC), um índice mensal que
mede o comportamento dos setores agropecuário, industrial, comércio e serviços. Entretanto,
18
seus resultados são apresentados de maneira agregada e, além de Santa Catarina, somente para
alguns Estados e regiões do país.
Outro índice que mensura o comportamento industrial divulgado atualmente é a
PIM-PF para Santa Catarina, a qual possui como limitador o fato de se concentrar apenas na
produção da indústria de transformação. A metodologia para cálculo deste índice é encontrada
no Apêndice A deste trabalho. Com o desenvolvimento do índice de atividade econômica
industrial de Santa Catarina por este trabalho, poderá comparar-se este índice com a PIM-PF e
verificar em quemedida que se incluindo outros setores da indústria catarinense na base de
dados para o índice impactará em seu resultado.
Outro inconveniente dos índices que medem a atividade econômica atualmente, é que
estes possuem certa defasagem entre a coleta dos dados e a produção do indicador devido a
mensurar a conjuntura de um período anterior.
Diferentemente dos índices já existentes, o índice resultado deste trabalho será
desagregado, permitindo estudar cada um dos principais setores da economia industrial do
Estado de maneira separada ou em conjunto. Assim, são formados índices para os setores de
indústria extrativa; indústria de transformação; indústria de construção civil; e indústria de
produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de
Santa Catarina.
Assim, busca-se facilitar a definição de políticas públicas e tomada de decisão de
empresas privadas para potencializar o desenvolvimento não somente do setor industrial, mas
de maneira agregada toda a economia do Estado de Santa Catarina, através da oferta de um
indicador confiável que analisa e expõe a real situação da indústria local.
19
2
REVISÃO DA BIBLIOGRAFIA
Este capítulo compreende a revisão teórica dos conteúdos que são abordados ao
longo do trabalho. Os blocos de conteúdos abordados são: séries de tempo, tendência,
sazonalidade, formação estatística de um índice econômico e desenvolvimento econômico
industrial do Estado de Santa Catarina.
2.1
NÚMEROS ÍNDICES PARA SÉRIES DE TEMPO
2.1.1 Séries de tempo
Uma série temporal representa o comportamento de um conjunto de dados
observados ao longo do tempo a respeito de um fenômeno, o que caracteriza uma trajetória.
Pereira, Pais e Sales (1986) dizem que as observações vizinhas são, em geral, dependentes e o
estudo de uma série temporal consiste, então, em analisar e modelar esta dependência.
A análise de séries temporais é o procedimento através do qual os fatores
relacionados no tempo, que influenciam os valores observados na série temporal, são
identificados e isolados (KAZMIER, 2007, p.285). Ao serem identificados, eles são usados
para interpretar os valores históricos da série temporal e prever valores futuros.
Morettin e Toloi (2004) dizem que ao realizar uma análise de uma série temporal
podemos ter por objetivo: investigar o mecanismo gerador desta série; fazer previsões de
valores futuros da série; descrever o comportamento; e procurar periodicidades relevantes nos
dados. Para chegar ao objetivo ao estudar as séries, faz-se uso de métodos estocásticos, ou
seja, de probabilidade estatística.
O método mais simples de previsão de uma variável é aquele em que é usado para a
previsão justamente o último valor da variável. Ou seja, o valor da variável no período t é o
valor que ela possuía no período t - 1 mais um componente de erro. Esse processo é
conhecido como random walk ou, traduzindo, passeio aleatório (SARTORIS, 2003, p. 340).
A abordagem clássica a respeito das séries temporais diz que elas são influenciadas
por quatro componentes: tendência, flutuações cíclicas, variações sazonais e variações
irregulares. Já Morettin e Toloi (2004) dizem que as séries econômicas e financeiras
apresentam algumas características que são comuns a outras séries temporais, além da
20
tendência, e sazonalidade, como: pontos influentes (atípicos), heteroscedasticidade
condicional, e não-linearidade. Os conceitos de tendência e sazonalidade serão tratados na
próxima sessão. No que tange o conceito de pontos influentes, segundo Morretin e Toloi
(2004), pode-se dizer que são aquelas observações que por alguma razão, causam grandes
mudanças em alguns ou em todos os parâmetros do modelo no caso de serem omitidas do
conjunto de dados. A heteroscedasticidade condicional dos dados mostra que para cada
observação existe uma variância diferente, o que faz com que a volatilidade dos dados seja
maior. Já quanto a não-linearidade, esta tem a ver com o fato de que muitas séries respondem
de maneiras diferentes a choques grandes ou pequenos, positivos ou negativos.
As séries temporais podem possuir comportamento estacionário ou não. No primeiro
caso, uma série se desenvolve no tempo aleatoriamente ao redor de uma média constante.
Entretanto, o segundo caso é o mais encontrado, quando uma série possui características de
alguma forma não-estacionárias. No caso de séries econômicas e financeiras, geralmente
possuem alguma tendência, por exemplo, positiva ou negativa. Este conceito será detalhado
na próxima sessão.
Dada uma série temporal não estacionária, seja
uma variável econômica
observada ao longo do tempo, esta é tida como aleatória, pois não se pode prevê-la
perfeitamente tendo em vista que suas variações não são constantes. Segundo Hill, Griffiths e
Judge (2006) o modelo econômico que gera a variável de série temporal
é chamado de
processo estocástico ou aleatório.
Um processo estocástico (série temporal)
é estacionário se sua média e sua
variância são constantes ao longo do tempo, e a covariância entre dois valores da
série depende apenas da distância no tempo que separa os dois valores, e não dos
tempos reais em que as variáveis são observadas (HILL; GRIFFTHS; JUDGE, 2006,
p. 389).
Um primeiro passo na análise de uma série temporal é a construção de seu gráfico,
que revelará características importantes, como tendência, sazonalidade, variabilidade,
observações atípicas (“outliers”), etc. (MORRETIN; TOLOI, 2004, p.63). Eles também dizem
que a construção de modelos para descrever e analisar as séries temporais depende de alguns
fatores, como por exemplo, o comportamento do fenômeno ou o conhecimento a priori que
temos de sua natureza e do objetivo da análise. Também, depende da qualidade dos métodos
21
já existentes para estimação e disponibilidade de softwares para tal. Um dos métodos para
analisá-las é a construção de índices.
Um conjunto de observações de uma série temporal Zt pode ser decomposta como
uma soma ou multiplicação de três componentes não observáveis.
(1)
Sendo que:
e
e
representam a tendência e a sazonalidade da série respectivamente
é uma componente aleatória.
Removendo-se as componentes
e
o que sobrará é a componente aleatória ou
residual . A suposição normal é que
seja um processo estocástico puramente
aleatório (ruído branco), se bem que em alguns casos podemos considera-lo um
processo estacionário, digamos, com média zero e variância constante
(MORETTIN; TOLOI, 1981, p. 38).
Como os fatores tendência e sazonalidade contribuem de maneira muito forte para a
variância total da série, os mesmos precisam ser removidos a fim de que se possibilite a
análise dos efeitos causados pelas variáveis econômicas, buscando-se construir uma série livre
de sazonalidade. Segundo Morettin e Toloi (2004) as componentes tendência e sazonalidade
são bastante relacionadas e a influência da tendência sobre a componente sazonal pode ser
muito forte pois a especificação de uma depende da outra variável. Assim sendo, não se pode
isolar uma das componentes sem tentar isolar a outra. Segundo Souza, Samohyl e Miranda
(2008) a existência de tendência e sazonalidade produzirá discrepâncias cada vez maiores
com o passar do tempo quando ao se analisar uma série temporal com o objetivo de realizar
previsões. Portanto, faz-se necessário estudar cada um destes conceitos, verificar se estão
presentes nas séries e como anular sua influência.
22
Tendência
A tendência é definida como sendo a “direção” da série temporal e, portanto,
relaciona-se ao incremento ou ao decréscimo dos valores da mesma com o decorrer do tempo
de uma série temporal. A tendência é um componente de fácil visualização, pois sua presença
é percebida quando os valores da série aumentam ou diminuem em um determinado intervalo
de tempo. É importante ressaltar que existem diferentes tipos de tendência, porém as mais
comuns são a linear, a quadrática e a exponencial (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008,
p. 82).
Ela é verificada quando, segundo Manddala (2003), a partir da observação da nãoestacionariedade de uma série temporal, no sentido de que a média e variância dependem do
tempo e elas tendem a se afastar permanentemente de qualquer valor a medida que o tempo
passa, é percebida uma predominância desse movimento em uma direção. Assim, diz-se que
esta série possui uma tendência. De modo geral, a tendência em séries econômicas é causada
por fatores que são medidos durante longos períodos de tempo. Desta forma, exite também o
conceito de ciclo o qual está fortemente ligado à tendência e torna-se, portanto, muito difícil
de separar os dois, fazendo considerá-los juntamente.
Para verificar a existência de tendência nos dados de uma série temporal, além da
inspeção gráfica pela qual se pode verificar o comportamento da série visualmente, pode-se
utilizar métodos estatísticos, por exemplo, aqueles que têm como base a decomposição
clássica ou a suavização exponencial. Souza, Samohyl e Miranda (2008) apresentam a partir
do método de decomposição clássica, a identificação tendência de uma série através do
cálculo da média móvel. No caso de uma série mensal que se quer verificar a tendência nos
meses ao longo dos anos, este método consiste em cálcular as médias móveis (MM) dos dados
a cada doze meses e depois tirar a média de cada duas médias móveis chegando a média
movel centrada (MMC). O conjunto de todas as médias móveis centradas encontradas
expressarão a tendência da série temporal.
Temos assim que MM1 será a média dos valores dos doze primeiros mêses, por
exemplo, janeiro de 1990 a dezembro de 1990; já MM2 será a média de fevereiro de 1990 a
janeiro de 1991; MM3 será a média de março de 1990 a fevereiro de 1991; e assim por diante.
Obtendo as médias móveis, tem-se MMC1 como sendo a média de MM1 e MM2; MMC2 a
média de MM2 e MM3; e assim por diante. Desta maneira, pelo fato que o primeiro valor da
tendência será justamente o valor após a sexta observação da série original, o último valor
23
será o de seis peíodos anteriores à última observação, tendo em vista a impossibilidade
imposta pela falta de observações suficientes (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008, p.
84).
Outros métodos apresentados por Souza, Samohyl e Miranda (2008), que também
podem ser utilizados para fazer previsões, são aqueles através da suavização exponencial: os
métodos de suavização exponencial consistem em decompor a série em componentes
(tendência e sazonalidade) e suavizar seus valores passados, ou seja, dar pesos diferenciados
cujos valores decaem exponencialmente para zero quanto mais antigo for o ado, portanto,
valorizando os dados mais recentes.
Estes métodos de suavização exponencial podem ser classificados de acordo com as
componentes consideradas: tendência e sazonalidade, se estas existem e qual seu
comportamento. O comportamento pode ser nenhum (não existe), aditivo ou multiplicativo.
Com base nesses critérios, também de acordo com o comportamento das discrepâncias e
ajustamento dos dados, é eleito o método de suavição exponencial mais indicado para
identificar a tendência e sazonalidade na série e realizar previsões.
Sazonalidade
A sazonalidade é o movimento intra-anual sistemático, embora não necessariamente
regular, causado por variações do tempo ou das estações, do calendário, e da ocasião de
tomadas de decisão de consumo e produção pelos agentes econômicos (IBGE, 2004, p. 41).
Ela pode ser interpretada como sendo a representação de movimentos sistemáticos causados
por fenômenos não econômicos (THOMAS, WALLIS, 1971).
A sazonalidade, por sua vez, representa um padrão comumente identificável em
dados de séries temporais. Ela caracteriza as repetições com mesma intensidade e
duração em intervalos idênticos de tempo (diário, semanal, mensal, anual, etc.). A
análise desta característica é fundamental para a tomada de decisões tanto a nível
macro quanto a nível microeconômico, podendo estar presente, por exemplo, tanto
na estratégia adotada por algum governo como na estratégia de vendas ou produção
de empresas (SOUZA; SAMOHYL; MIRANDA, 2008, p. 87).
Alguns exemplos dos efeitos sazonais são: o aumento das vendas no comércio
devido às festividades natalinas, as safras de produtos agrícolas, o consumo de alguns tipos de
24
produtos somente em determinada época do ano, viagens de turismo são altamente
influenciadas pelos períodos de férias escolares e questão climática de acordo com as regiões,
entre outros.
Embora muitas séries de dados mensais e trimestrais exibam padrões sazonais, nem
todas o fazem. Por exemplo, não existe padrão sazonal observável nas taxas mensais
de juros ou de inflação. Além disso, séries que exibem padrões sazonais são
frequentemente ajustadas sazonalmente antes de serem informadas ao público. Uma
série sazonalmente ajustada é aquela que, em princípio, teve removidos seus fatores
sazonais. Ajustes sazonais podem ser feitos de diversas maneiras (WOOLDRIDGE,
2010, p.347).
Pode-se observar que nas séries sazonais ocorrem relações entre, por exemplo, meses
sucessivos em um ano particular e entre as observações para os mesmos meses em anos
sucessivos. Para Morettin e Toloi (2004), isto implica que séries sazonais são caracterizadas
por apresentarem correlação alta em “lags sazonais”, isto é, lags que são múltiplos de um
período. Assim, para conseguir extrair a sazonalidade de uma série será necessário destruir
esta correlação, ou pelo menos removê-la em grande parte.
Segundo Fávero, Oliveira e Ângelo (2003) existem alguns métodos para estimar a
sazonalidade de uma série, sendo o mais utilizado o método de médias móveis, o mesmo
utilizado para obtenção da tendência. Este método baseado em médias móveis é apropriado
quando se tem uma série temporal cuja componente sazonal varia com o tempo, ou seja, para
séries cuja sazonalidade é estocástica. Entretanto, também é aplicado usualmente mesmo para
o padrão sazonal constante.
A partir das indicações de Souza, Samohyl e Miranda (2008), após a identificação da
sazonalidade, para também retirar o componente sazonal da série através da decomposição
clássica deve-se obter a média dos dados deste resultado obtido para cada período em estudo.
Por exemplo, no caso de uma série mensal, agrupam-se os dados obtidos a partir da divisão
dos dados originais pela tendência por mês, e calcular a média para janeiro, outra para
fevereiro, e assim por diante. Esta média será chamada de índice sazonal multiplicativo, os
quais representam que, se, por exemplo, o índice sazonal multiplicativo para o mês de janeiro
foi de 1,25 a variável em estudo possui uma variação sazonal positiva em média de 25% em
relação a média móvel centrada daquele ano. Assim, divide-se ou diminui-se, dependendo se
a série for multiplicativa ou aditiva, esse índice pelo seu respectivo mês na série original,
obter-se-á a série livre de sazonalidade.
25
É necessário observar que, segundo Kazmier (2007), embora os valores resultantes
após a aplicação do método estejam nas mesmas unidades de medida dos originais, eles não
apresentam os dados reais. São na verdade valores relativos que devem ser utilizados somente
para efeito de comparação. Também, após análise, percebe-se que ainda existe uma tendência
de longo prazo nos dados desta série.
2.1.2 Números índices
Os números índices são proporções estatísticas idealizadas para comparar as
situações de um conjunto de variáveis em épocas ou locais diversos (HOFFMAN, 1991). Eles
representam a evolução de uma sequência de dados através de números que mantém a mesma
proporção entre si. Estas medidas estatísticas são frequentemente usadas por economistas e
administradores com o objetivo de comparar grupos de variações entre si e obter um quadro
simples e resumido das mudanças significativas em áreas relacionadas com preços de matéria
prima, preços de produtos acabados e volume físico de produção (FONSECA; MARTINS;
TOLEDO, 1985).
Em síntese, tem-se que números índices são usados para indicar variações relativas
em quantidades, preços ou valores de um artigo, ou grupo de artigos, durante certo período de
tempo. Eles sintetizam as modificações nas condições econômicas ocorridas em um espaço de
tempo, através de uma razão. Estes podem ser classificados como simples ou composto:
Quando lidamos com grandezas simples (um único item ou variável), o índice é
qualificado de índice elementar (ou simples); por outro lado, quando lidamos com
grandezas complexas (aquelas expressar por muitos valores), ele é dito índice
sintético ou composto (por sintetizar a variação global das variáveis por ele
avaliadas) (MILONE; ANGELINI, 1995, p.21).
Neste segundo caso tem-se a parte mais complexa do problema, uma vez que se
deseja uma expressão quantitativa para um conjunto de mensurações individuais, para as
quais não existe uma medida física comum (FARIAS; LAURENCEL, 2005).
Segundo Sartoris (2003), para formar um número índice, escolhe-se arbitrariamente
um valor de uma série temporal, atribuí-se ao dado do período temporal, por exemplo, do ano,
o valor de 100, pois este será o ano base. Assim, para encontrar o valor dos demais anos deve-
26
se executar uma regra de três simples e assim analisar a evolução destes, bem como comparar
dois períodos isoladamente.
Quanto a data base de cada índice, Sartoris (2003) diz que se pode classifica-lo como
sendo de base fixa ou base móvel. Sendo um índice de base fixa, cada índice é comparado
com o mesmo período base. Entretanto, quando este é de base móvel, significa que o a
variação do índice é mensurada em relação ao período imediatamente anterior. Para obter os
números índices de base fixa de um período a partir de um número índice de base móvel,
basta multiplicar o índice de base fixa do período anterior pelo índice de base móvel atual em
formato fracionário. De maneira inversa, para obter os números índices de base móvel de um
período a partir de um número índice de base fixa, basta dividir o índice do período de
interesse pelo índice do período imediatamente anterior. Em ambos os casos o resultado se
dará em fração, para obter resultados na forma percentual basta multiplicar o resultado por
cem.
A formulação geral de um número índice que gerará a relação estatística entre as
variáveis se dá segundo a fórmula abaixo. O valor posicionado no numerador pode ser
chamado de valor considerado (representado pela letra “c”), já aquele no denominador é o
valor-base ou referência (representado pela letra “b”).
(2)
Conforme observado na fórmula (2) o índice é multiplicado por cem, isso se dá
porque por convenção, geralmente os índices são dados na forma percentual, entretanto, sem a
especificação do sinal de percentagem no final do valor.
2.1.3 Construção de um índice econômico
Fonseca, Martins e Toledo (1985) apontam que qualquer que seja a finalidade que se
destinem os números-índices, na sua construção é essencial que sejam observadas questões
como: fixação do objeto de mensuração (o ponto de partida é a fixação exata daquilo que se
quer medir); escolha da fórmula, a qual depende intrinsecamente da lógica do sistema de
pesos escolhidos; escolha do regime, ou seja, o conjunto de bens e serviços que serão
27
incluídos no índice; escolha dos pesos que reflete a importância relativa das variáveis
consideradas.
Para a construção deste índice que formará uma série econômica, é necessário que
todos os dados estejam alinhados em questão de periodicidade dos dados, sazonalidade,
tendência, unidade de medida, entre outros. Uma tentativa de identificar critérios para avaliar
um índice são aqueles estabelecidos por Irving Fischer, apresentado por Sartoris (2003, p.
387):
i. Critério de identidade: se o período para o qual o índice é calculado é o mesmo do
período-base, então o valor do índice tem de ser igual a 1;
ii. Critério da homogeneidade: o valor do índice não deve ser alterado por alteração
nas unidades de medidas;
iii. Critério da proporcionalidade: se os preços relativos são todos iguais a um certo
valor, o índice também será;
iv. Critério da determinação: o índice não pode ser nulo, infinito ou indeterminado se
um único preço ou quantidade for nulo;
v. Critério da reversibilidade: se calcularmos o índice de março em relação a
fevereiro, por exemplo, e encontrarmos um aumento nos preços, quando
calculássemos o índice de fevereiro em relação a março (invertendo a ordem),
deveríamos encontrar uma queda que cancelaria o aumento encontrado
anteriormente. Isto é: I01 × I02 = 1.
A partir da avaliação da utilização dos critérios acima é possível, segundo Fischer,
identificar o grau de em que os resultados são confiáveis e condizentes com a realidade.
Hoffman (1991) apresenta as etapas que considera essenciais para a construção de
um índice:
i.
Escolha de uma amostra: quando não for possível trabalhar com todos os elementos
integrantes do fenômeno que se investiga, deve-se selecionar uma amostra de dados
representativa ao conjunto. Na seleção de dados também deve-se captar apenas dados
que tenham relação com o estudo, bem como estudar o peso relativo de cada variável e
a composição dos itens nos dados;
ii.
Escolha do período base: para a escolha do período base é importante que este não seja
um período considerado demasiadamente anormal em relação ao comportamento dos
períodos subsequentes, ou seja, é interessante escolher um período com estabilidade
econômica e também recente para efeitos de comparação. Uma dica dada pelo autor
para contornar o problema é, por exemplo no caso de uma série anual, não tomar como
base o valor referente a um ano e sim a média de vários anos consecutivos, conforme é
28
executado pelo IBGE na pesquisa PIM-PF que será abordada mais adiante neste
referencial teórico. Também deve-se lembrar que o período base pode ser alterado a
medida em que houver mudanças acentuadas no fenômeno em estudo, ou para permitir
a comparação de duas séries de índices que tenham bases diferentes. Para realizar essa
mudança de base basta dividir toda a série de números índicesoriginais pelo número
índice do período escolhido como nova base;
iii.
Escolha do método de cálculo: este deve ser realizado tendo em vista a finalidade do
índice e disponibilidade de dados.
No caso de índices simples, segundo Sartoris (2003), também chamados de relativos
de base fixa ou relativos de ligação (ou relativos de base móvel), que servem para medir a
variação de uma única variável econômica, tem-se como exemplos clássicos o índice de
preços, de quantidade e de valor.

Número índice de preço (
): quando se calcula a razão entre o preço observado de
um artigo em um período qualquer ( ) e o preço do mesmo artigo no período base
(
):
(3)

Número índice de quantidade (
): quando se calcula a razão entre a quantidade
observada de um artigo em um período qualquer ( ) e a quantidade no período base
( ):
(4)

Número índice de valor (
): quando se calcula a razão entre o produto do preço pela
quantidade de um artigo em um período qualquer (
quantidade do mesmo artigo no período base (
) e o produto do preço pela
):
29
(5)
Estes índices são simples, porém de grande utilidade, sendo utilizado de forma
intensa no mundo empresarial, principalmente a fim de estudar o comportamento das
produções e de vendas dos produtos fabricados. Entretanto, os índices socioeconômicos mais
significativos são aqueles que espelham a variação no valor de uma série de variáveis
simultaneamente consideradas (MILONE; ANGELINI, 1995, p. 27). Desta maneira, foram
desenvolvidos os índices agregados (compostos), simples e ponderados aplicados a um
conjunto de variáveis socioeconômicas que procuram captar o efeito global.
Os índices simples apresentam algumas desvantagens, em especial a que se refere a
inexistência de pesos diferentes para cada utilidade que os compõe de acordo com
sua importância relativa. No caso dos índices ponderados, além da fórmula a ser
usada para interpretar as variações de preço e de quantidade dos bens, há o problema
do critério para a fixação dos pesos relativos de cada um deles. A ponderação
proposta pelos métodos mais usados baseia-se na participação de cada bem no valor
transacional total e é feita, em geral, segundo dois critérios: peso fixo na época
básica ou peso variável na época atual (FONSECA; MARTINS; TOLEDO, 1985, p.
173).
Os índices compostos, segundo Sartoris (2003), podem ser classificados em
agregados simples quando atribuem a mesma ponderação para todos os itens,
desconsiderando a importância relativa de cada um; e agregados ponderados que atribuem
ponderações diferentes para os itens, o que pode permitir dar maior ênfase às variações em
determinado item, sendo esta a forma mais utilizada.
30
2.1.3.1 Índices compostos simples
Os índices compostos simples geralmente fazem uso de média aritmética simples,
média geométrica e média harmônica. Segundo Fonseca, Martins e Toledo (1989) os mais
conhecidos são o índice de Bradstreet-Dutot e o índice de Sauerbeck. Estes autores explicam
os estes índices conforme abaixo:
Índice de Bradstreet-Dutot
Foi elaborado em 1738 e conhecido por sua simplicidade e notação Dt. Ele se dá a
partir da razão entre as médias aritmética simples dos dados selecionados no período t e
naquele tomado como base. Ou seja, é calculado como o quociente entre os somatórios dos
valores de um conjunto de variáveis em suas datas diferentes.
(6)
Onde:
e
representa a soma dos valores das variáveis de X na data considerada (t)
representa a soma dos valores das variáveis de X na data-base (b). Sua principal
restrição é a de que pode estar somando valores em unidades diferentes.
Índice de Sauerbeck
Devido a simplicidade do índice de Dutot, o índice de Sauerbeck foi desenvolvido
para contornar suas restrições. Isso seria possível se a variação dos valores de um conjunto de
variáveis fosse obtida por meio de uma média dos respectivos relativos. Para tanto, pode ser
utilizada a média aritmética
harmônica
(quando a distribuição dos relativos -
é normal),
(quando a distribuição dos inversos dos relativos é normal) ou geométrica
(quanto a distribuição dos logaritmos dos relativos é normal).
31

Média aritmética:
(7)
Onde
representa a soma de todas as relações entre cada variável na data
considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados.

Média geométrica:
(8)
Sendo
a multiplicação de todas as relações entre cada variável na data
considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados.

Média harmônica:
(9)
Onde
é a soma de todas as relações inversas entre cada variável na data
considerada e aquela da data base; n representa a quantidade de itens considerados.
32
2.1.3.2 Índices compostos ponderados
Conforme notado anteriormente, o principal problema inerente a todos os números
índices agregados simples em análise (Badstreet-Dutot, Sauerbeck de média aritmética,
geométrica ou harmônica) é que se assume em suas estimativas que todos os produtos que
compõem a cesta de artigos têm o mesmo peso relativo, não são ponderados, o que na maior
parte das situações é inadequado. Portanto, foram elaborados os índices agregados
ponderados.
As médias ponderadas adoram, como fator de ponderação, a frequência absoluta dos
relativos. Essa possibilidade estatística de ponderação nem sempre é relevante do
ponto de vista econômico. Em termos econômicos, a importância relativa (ou peso)
de cada produto ou serviço no total das receitas ou despesas dos agentes
econômicos, na maior parte das vezes, é bem mais importante do que a frequência
absoluta dos respectivos relativos. (MILONE; ANGELINI, 1995, p.21)
Desta maneira, faz-se necessário adotar um fator de ponderação, para tanto deve-se
estabelecer critérios. Por exemplo, no caso de um índice de valor para uma cesta de produtos,
o fator de ponderação é dado pelo conjunto de bens, agrupados em itens e subitens
assemelhados, que caracteriza as preferências de um consumidor médio em um dado instante
do tempo; tais bens e sua importância relativa são obtidos mediante um levantamento
amostral de preços e quantidades consumidas em um grupo social. Também, segundo Milone
e Angelini (1995), deverá ser definida a data levada em conta para a ponderação.
Foram desenvolvidos por dois estatísticos alemães os doisprimeiros métodos para
estimar índices compostos ponderados: Laspeyres e Paasche, propostos na década de sessenta.
Fonseca, Martins e Toledo (1989) apresentam estes índices da seguinte maneira:
Índice de Laspeyres
Este índice foi proposto por Laspeyres em 1864, sendo calculado através da média
aritmética ponderada dos relativos, adotando-se como fator de ponderação a participação
relativa de cada item no valor total dos bens consumidos na data base.
33
(10)
Onde,
representa o peso de cada item avaliado na data base e
representa a
relação entre o valor de cada item no período t em relação a data base.
Índice de Paasche
Paasche, dez anos após Laspeyres ter proposto seu índice, sugeriu duas alterações na
metodologia daquele índice, criando um novo. A primeira delas seria que para cálculo do
fator ponderação, a data tomada como referência para tal seria a data considerada. A segunda
seria que se calculasse a média harmônica dos relativos ao invés da média aritmética.
(11)
Onde,
representa o peso de cada item avaliado na data considerada e
representa
a relação entre o valor de cada item na data base em relação ao período t. Também vale notar
que a soma das ponderações
deve totalizar 1.
Algumas restrições iminentes dos índices de Laspeyres e Paasche são apontadas
pelos autores. Milone e Angelini (1995) destacam como a mais importante que eles só podem
ser usados para avaliar datas próximas e regiões assemelhadas, isso se dá porque na
formulação destes índices existe a impossibilidade de exclusão ou substituição de variáveis
que perderam a importância relativa com o passar do tempo ou se diferenciam para as regiões,
bem como não é possível incluir outras que surgiram ao longo do tempo de estudo.
Tendo em vista que ainda não existe um índice considerado perfeito, com o passar do
tempo foi-se tentando aperfeiçoa-los. A partir dos índices de Laspayeres e Paasche surgiram
proposições famosas de metodologia para elaboração de um índice: o índice de Fisher; índice
de Drobish; e o índice de Divisia.
34
Índice de Fisher
Este índice foi elaborado a partir do estudo dos índices de Laspayeres e Paasche.
Milone e Angelini (1995) dizem que Fisher ao comparar aqueles índices percebeu que um
superestimava e outro subestimava o verdadeiro índice de variação da variável considerada,
concluindo então que um novo índice deveria situar-se entre aqueles dois. Desta maneira, seu
índice é basicamente a média geométrica entre o índice de Laspayeres e Paasche.
(12)
Índice de Drobish
Seguindo a ideia de Fischer, Fonseca, Martins e Toledo (1989) dizem que Drobish
tentou simplificar o índice ao instituir que ao invés da média geométrica, deveria ser utilizada
a média aritmética entre os índices de Laspayeres e Paasche para gerar um índice ideal, tendo
em vista que este deveria entrar entre os dois.
(13)
Índice de Divisia
O índice de Divisia, segundo Fonseca, Martins e Toledo (1989), se aproxima da
conceituação do princípio de Laspeyres, tomando para ponderação um sistema de pesos fixos
na data base. Assim este calcula uma média geométrica ponderada das relações das variáveis.
(14)
Conforme refletido anteriormente, nenhum dos índices é perfeito. Uma maneira de
verificar a qualidade dele é através dos critérios de Fisher apresentados anteriormente,
entretanto, nem todos os índices apresentados satisfazem todas as propriedades. Segundo
35
Milone e Angelini (1995) deve-se escolher a metodologia a ser utilizada em vista dos dados e
recursos técnicos disponíveis no momento do cálculo.
36
2.2
CARACTERIZAÇÃO ECONÔMICA DO SETOR INDUSTRIAL EM SANTA
CATARINA
Para chegar no atual nível econômico, o Estado de Santa Catarina passou por
algumas mudanças em seu padrão de crescimento. Goularti Filho (2002) caracteriza a
formação econômica do Estado a partir de 1880 em quatro períodos:
Os anos de 1880 a 1945 caracterizam-se pela origem e crescimento do capital
industrial; os anos de 1945 a 1962 foram marcados pela diversificação e ampliação
da base produtiva; o terceiro período começa depois de 1962, quando há a
integração e a consolidação da indústria catarinense; e o último período inicia-se em
1990, a partir da abertura comercial e financeira e da desregulamentação da
economia com o esfacelamento do Estado. (GOULARTI FILHO, 2002, p. 977)
Nas últimas duas décadas do século XIX a imigração tornou-se uma medida política
econômica deliberada pelo Governo Imperial no Brasil. Com isso, houve um maior fluxo
imigrante ao Estado de Santa Catarina levando a ocupação e a fundação de novos núcleos
coloniais diversificados espacialmente no território. Até então, Goularti Filho (2002) destaca
que havia uma concentração de imigrantes no que ele chama de eixo Norte-Vale,
representando o maior número de imigrantes nas Regiões Norte (principalmente Joinville) e
Vale do Itajaí (com maior representatividade na cidade de Blumenau).
A ocupação pelos imigrantes, primeiro os italianos, seguidos dos poloneses e dos
alemães, no sul da província iniciou-se em 1877. Eles desembarcaram em Desterro
e desceram até Laguna e Tubarão, estabelecendo-se próximos aos rios, onde
fundaram os primeiros núcleos coloniais. Mesmo com a presença de alguns
municípios e vilas, ao longo do litoral sul e de núcleos coloniais mais no Interior, a
região passou a ter um destaque econômico somente com o início das atividades
carboníferas e com o início da construção da ferrovia pós 1880. (Dall'Alba, 1983
apud GOULART FILHO, 2002, p 980.).
Além da vinda de imigrantes estrangeiros para as regiões Norte, Sul e Vale do Itajaí,
no início do século XX iniciou-se um movimento migratório proveniente do Rio Grande do
Sul para o Oeste catarinense, caracterizando assim uma mudança sócio demográfica no
Estado que possibilitou o desenvolvimento econômico.
Até aproximadamente o ano de 1945 o padrão hegemônico em Santa Catarina era o
da pequena propriedade o qual, desta maneira, ditava o ritmo de grande parte da economia
37
catarinense. Foi neste período que se originaram e cresceram em Santa Catarina as indústrias
madeireira, alimentar, carbonífera e têxtil. Também houve o nascimento das indústrias metalmecânica e moveleira, estas entretanto partiram para um crescimento mais acelerado somente
nos anos posteriores. O crescimento de inúmeras pequenas atividades manufatureiras deve ser
entendido pelo parcelamento da propriedade, pelo alto grau de difusão tecnológica dos
adventos da Primeira Revolução Industrial (facilidade da cópia) e pela tradição dos
imigrantes, que eram provenientes de regiões industriais da Alemanha e de regiões industriais
e agrárias da Itália. (GOULART FILHO, 2002, p. 982).
Desta maneira, até a década de 1960, o setor têxtil, madeireiro e alimentar foram os
de maior representatividade na economia catarinense, sendo que a presença de indústrias com
mais de 80 trabalhadores era possível de ser verificada em vários setores, mas representava
uma pequena parcela no conjunto, tanto na produção como na geração de emprego
(GOULART FILHO, 2002, p. 982). Tais indústrias foram impulsionadas pelo aumento de
seus preços pois além do crescimento do consumo interno houve um grande crescimento das
exportações de têxteis e alimentos para outros Estados, principalmente Rio de Janeiro, São
Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, sendo alguns deles também exportados para outros países
principalmente vizinhos latino-americanos como Argentina e Uruguai. Também, a
colonização das diferentes regiões do Estado e o consumo industrial impulsionaram a
indústria madeireira.
A expansão da renda do complexo exportador pós 1918 estimulava o surgimento, no
entremeio, dos setores tradicionais, segmentos mais dinâmicos (metal mecânico,
químico, papel), que se estenderam até 1933, quando começou, efetivamente, a ser
pensado um projeto "nacional" de industrialização. Em Santa Catarina, a indústria
originária está no segmento extrativo — erva-mate, madeira e carvão —, alimentar
— farinha, açúcar e derivados de suínos — e têxtil. Além desses setores
manufatureiros, também se destacava a pecuária extensiva nos Campos de Lages
(GOULART FILHO, 2002, p. 985).
A crise econômica mundial de 1929 levou mais adiante a uma alteração no modelo
econômico brasileiro, levando o padrão de acumulação do mercantil-agrário-exportador para
o industrial. O capital-dinheiro que estava concentrado nas mãos dos pequenos capitalistas
que transformou-se rapidamente em capital-industrial, fazendo assim com que nascesse o
grande capital industrial em Santa Catarina. Ou seja, com a crise estes tiveram que buscar
novos setores para investir seu capital e encontraram na atividade industrial uma opção, a qual
38
ainda era prejudicada devido a limitada capacidade de importar e pelas fracas bases técnicas e
financeiras nacionais.
Em Santa Catarina, devido à baixa capacidade de acumulação (excluindo os têxteis),
à desintegração econômica e à falta de aporte financeiro, o período de ampliação e
diversificação do capital industrial iniciou-se somente na segunda metade dos anos
40. Até então, o destaque ficava por conta das indústrias madeireira, ervateira,
carbonífera, de alimentos e têxtil, ou setores tradicionais, com pouca capacidade de
difusão tecnológica a jusante e a montante, sendo que os três primeiros estão ligados
à disponibilidade de recursos naturais. O núcleo mais dinâmico concentrava-se em
Joinville — que surgiu antes de 1945 —, estava em fase de consolidação e era
composto por pequenas oficinas mecânicas e funilarias, portanto, incapaz de
imprimir um ritmo acelerado à economia catarinense.(GOULART FILHO, 2002, p.
987)
Assim sendo, a partir de meados da década de 1940 houve uma diversificação da
base produtiva catarinense, além do tradicional setor têxtil, o setor de alimentos transformouse na agroindústria, o setor madeireiro diversificou-se também nas indústrias de papel e
papelão. Também surgiram outras indústrias como a cerâmica, metal mecânica, plástico,
materiais elétricos e indústrias ligadas ao setor de transporte.
Zanela, Bortoluzzi e Orlowski (2010) destacam também o incentivo para
industrialização catarinense causado devido ao processo de substituição de importações
ocorrido no período de 1945 a 1957, quando foram privilegiados os bens de consumo
imediato, e 1957 a 1961, com ênfase aos bens intermediários, de capital e de consumo
durável.
Com uma maior dedicação do Estado nacional brasileiro voltada ao desenvolvimento
industrial do país o Estado de Santa Catarina também foi beneficiado. Alguns planos foram
lançados pelo governo na época, dentre eles o Plano de Metas (1961-1965) e o Projeto
Catarinense de Desenvolvimento (1971-1974) buscando o desenvolvimento de quatro grandes
áreas: financeira, transportes, energia e telecomunicações. Assim, grandes industrias puderam
se desenvolver no Estado.
O padrão de crescimento alterou-se a partir de 1962, com o novo sistema de crédito,
com os investimentos em energia e transporte e com a consolidação do setor eletro-metal-mecânico, liderado pelas médias e grandes indústrias. Mesmo nos setores
tradicionais, várias firmas se consolidaram, incorporaram outras marcas, tornando-se
líderes nacionais. Internamente, o movimento geral da indústria catarinense passou a
ser conduzido por grandes e médias empresas nos setores de alimentos (Sadia,
Perdigão, Chapecó, Coopercentral, Seara e Duas Rodas), eletro-metal-mecânico
(Tupy, Cônsul, Embraco, WEG, Kohibach, Busscar e Duque), cerâmico (Eliane,
39
Cecrisa, Icisa, Portobello e Cesaca), têxtil-vestuário (Hering, Artex, Karsten, Teka,
Sulfabril, Maiwee, Renaux, Buettner, Cremer, Marisol, Maiwee e Dõhier), papel e
celulose (Klabin, Igaras, Irani, Trombini e Rigesa), madeireiro (Sincol, Adami,
Battistella e Fuck), carbonífero (CBCA, CCU, Metropolitana, Criciúma, Catarinense
e Próspera), moveleiro (Cimo, Artefama, Rudnick e Leopoldo), plástico (Hansen —
Tigre e Cipla —, Canguru e Akros) e porcelanas e cristais (Oxford, Schimitz,
Ceramarte, Blumenau e Hering). (GOULART FILHO, 2002, p. 989)
A partir da década de noventa houve uma alteração relevante na composição
econômica de Santa Catarina. Pode-se dizer que ocorreu um ajuste do Brasil às políticas
propostas pelo Consenso de Washington e com essa abertura o grande capital multinacional se
fez cada vez mais presente, bem como houve uma redução das atividades estatais. As
principais consequências desse processo que Goulart Filho (2002) cita foram relacionadas
reestruturação da indústria cerâmica (fortemente abalada pelas importações), desmonte do
setor carbonífero (impulsionado pelo governo Collor que liberou a importação do carvão
metalúrgico e desobrigou as siderúrgicas estatais a comprarem o carvão nacional),
reestruturação patrimonial no complexo eletro-metal-mecânico (efeito da entrada do Brasil na
chamada “década perdida" havendo uma estagnação econômica), a retração no segmento
têxtil-vestuário (este o setor mais atingido em Santa Catarina com o processo de abertura
comercial através da diminuição dos impostos de importação do segmento e valorização
cambial que levou a uma grande queda das exportações e aumento das importações) e a
desnacionalização no complexo agroindustrial (resultado da sobrevalorização cambial e a
facilitação da entrada do capital externo para adquirir ativos nacionais).
Assim sendo, percebe-se que a indústria catarinense pode ser desenvolvida num
primeiro momento devido à imigração e formação de um mercado local, e posteriormente
impulsionada pelo desenvolvimento de outros Estados brasileiros, bem como em menor
escala pelas exportações ao exterior. Desta maneira foram formados alguns polos industriais
regionais no Estado, fazendo com que algumas indústrias se tornassem predominantes
naquelas regiões. Os polos industriais e a representatividade de cada região do Estado podem
ser visualizadas na imagem abaixo.
40
Figura 1 - Diversidade Industrial de Santa Catarina
Fonte:FIESC (2012), adaptado pelo autor
41
Tal diversificação do parque industrial catarinense é apontada por Zanela, Bortoluzzi
e Orlowski (2010) como consequência de vários fatores como: recursos naturais disponíveis,
disponibilidade de mão-de-obra e colonização de imigrantes de diversas descendências, os
quais trouxeram consigo sua habilidade e cultura.
Nos últimos tempos, a exemplo do Brasil, esta economia vem passando por
transformações em face de mudanças expressas pela abertura do mercado,
desregulamentação econômica, decisões de investimentos empresariais,
internacionalização da base produtiva, especialização produtiva, intensificação da
relação universidade-empresa, entre outros aspectos (FEPESE, 2013).
Atualmente, o Estado de Santa Catarina tem elevada importância econômica no
Brasil. Segundo dados do IBGE (2011) em 2010 o produto interno bruto (PIB) estadual, o
qual expressa a produção de bens e serviços do território, foi de R$ 152,5 bilhões, sendo a
indústria a responsável por cerca de 34% deste. Tal valor representou naquele ano 4,04% do
PIB do Brasil e 24,50% da região sul do país. Também, segundo o CENSO 2010 divulgado
pelo IBGE, a população catarinense era de 5.766.914, cerca de 3,0326% da população total
brasileira, que era de 190.163.229 em 2010. Este PIB elevado em relação a quantidade de
habitantes se reflete na qualidade de vida e desenvolvimento acelerado do Estado. O produto
interno bruto catarinense é composto por três categorias: agropecuária, indústria e serviços.
Ele é apresentado na Tabela 1.
Tabela 1 - Composição do PIB do Estado catarinense
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
Agropecuária
8,2
8
8,8
9
9,7
6,9
8
6,7
Indústria
33,6
32,7
35,6
33,4
35,9
34,5
34,4
34,1
Indústria extrativa
Indústria de transformação
Prod e distrib. eletric. e gás, água e esgoto e limpeza urb.
Construção civil
1,6
26,1
1,1
4,8
1,7
24,5
1
5,4
2
26,1
2,9
4,6
0,4
24,7
3,8
4,5
0,4
26
4,5
5
0,3
24,4
4,9
4,8
0,4
23,3
5,7
5,1
0,5
22,5
5,3
5,7
Serviços
58,2
59,4
55,6
57,6
54,4
58,6
57,5
59,2
Comércio
Intermed. financeira, seguros e previdência e serv. relac.
Adm., saúde e educação pública e seguridade social
Outros serviços
11,5
2,5
10,1
34,2
12,5
2,6
10,8
33,6
11,3
3,2
10,2
30,9
10,6
5
11
31
12,2
3,5
9,9
28,8
14,4
4,5
10,9
28,9
15,2
4,1
11,1
27,1
15,7
4,7
11,5
27,3
Total
Fonte:IBGE (2013), adaptado pelo autor
100
100
100
100
100
100
100
100
42
Esta série é composta historicamente pela predominância do setor de serviços, que no
período em estudo apresentado sempre se mostrou com mais de 50% do valor gerado na
economia deste Estado, no qual se destaca o setor de comércio. Ao longo destes anos, a
variação de proporções entre estes setores econômicos não se deu de forma volúvel, nota-se,
com auxílio da tabela acima, uma perda de espaço do campo agropecuário para a indústria e
serviços.
Focando-se no setor industrial, este é composto por quatro subgrupos principais no
Estado: indústria extrativa; indústria de transformação, produção e distribuição elétrica e gás,
água e esgoto e limpeza urbana; e por fim a construção civil. Segundo dados das contas
regionais divulgadas pelo IBGE (2013), o valor adicionado bruto1 a preços básicos por
atividade econômica em Santa Catarina nos últimos anos, é apresentado na Tabela 2.
Tabela 2 - Valor adicionado bruto a preços básicos por atividade econômica em Santa
Catarina (em milhões de reais) entre 2002 e 2010
Extração Mineral
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
191
188
283
263
260
288
424
391
621
Transformação
12 079 14 214 17 805 18 301 19 916 22 141 24 886 25 285 29 453
Construção Civil
2 199
2 843
3 428
3 508
3 911
4 736
5 461
5 948
7 476
Produção e distribuição de
eletricidade e gás, água,
esgoto e limpeza urbana
1 879
2 080
3 093
3 245
4 015
5 455
6 061
5 590
6 978
Total
16 348 19 324 24 610 25 316 28 103 32 619 36 833 37 214 44 528
Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor
Os dados foram compilados para valores proporcionais para verificar sua
participação dentro do setor industrial de Santa Catarina conforme tabela e gráfico que se
seguem:
1
Segundo o IBGE (2013) entende-se como valor adicionado bruto a contribuição ao produto interno bruto pelas
diversas atividades econômicas, obtida pela diferença entre o valor bruto de produção e o consumo intermediário
absorvido por essas atividades.
43
Figura 2 - Participação dos setores industriais no valor adicionado bruto a preços
básicos (2002 - 2010)
11,49
10,76
12,57
12,82
14,29
13,45
14,71
13,93
13,86
13,92
16,72
16,46
15,02
15,67
14,52
14,83
15,98
16,79
73,89
73,56
72,35
72,29
70,87
67,88
67,56
67,94
66,15
1,17
0,97
1,15
1,04
0,93
0,88
1,15
1,05
1,39
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
Construção Civil
Transformação
Extrativa
Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor
Com auxílio do gráfico fica evidente a participação majoritária do setor da indústria
de transformação no valor adicionado por este segmento econômico. Em seguida estão os
setores de construção civil e de produção e distribuição de eletricidade e gás, água e esgoto e
limpeza urbana. A indústria extrativa tem se mostrado ao longo dos anos com participação
próxima a um por cento.
44
3
METODOLOGIA
PARA
FORMAÇÃO
DO
ÍNDICE
DE
ATIVIDADE
ECONÔMICA INDUSTRIAL DE SANTA CATARINA
Neste capítulo é apresentada a metodologia para formação do índice de atividade
econômica de Santa Catarina, ou seja, o método adotado e esclarecimento sobre as variáveis
estudadas. Também, é indicado o material utilizado, ou seja, são apresentadas as fontes de
dados adotadas para estimar o índice.
3.1
MÉTODO
Para formação do índice de atividade econômica industrial de Santa Catarina,
representado pela sigla Iindust_SC, será adotada a metodologia proposta por Laspeyres, pelo
qual este indicador será formado a partir de outros índices para os principais setores que
compõem a atividade industrial catarinense e a cada um destes será dado um peso relativo.
Seu produto será um índice base fixa mensal (número-índice) que compara a produção do mês
de referência do índice com a média mensal produzida no ano base da pesquisa.
O Iindus_SC se constitui, portanto, em um indicador de periodicidade mensal que
incorpora a trajetória das variáveis consideradas como proxies para o desempenho dos setores
da economia industrial. Conforme visualizado no segundo capítulo, os principais institutos de
pesquisa brasileiros, bem como o sistema de contas nacionais classificam a atividade
econômica industrial em quatro subgrupos: indústria extrativa, indústria de transformação,
indústria de construção civil e a indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás,
água, esgoto e limpeza urbana. Desta maneira, para a formação do índice aqui proposto deverse-á contemplar estes quatro campos, primeiramente identificado indicadores para estes e
formando um índice exclusivo para cada qual, os quais serão chamados da seguinte maneira:

Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do o Estado de
Santa Catarina;

Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do o
Estado de Santa Catarina;

Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do
Estado de Santa Catarina;

Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e distribuição
de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina.
45
Portanto, para a formação do índice de atividade econômica do segmento industrial
para o nível geográfico representado pelo Estado de Santa Catarina será dado um peso para
cada um dos quatro segmentos mencionados acima. Este peso é dado com base na
representatividade no valor adicionado bruto no ano de 2010. Toma-se como referência o ano
de 2010 devido a este ser o mais atual tendo seu valor adicionado bruto divulgado pelo
instituto IBGE.
Após definida a ponderação que cada subíndice terá na formação do Iindust_SC,
torna-se necessária a busca com base teórica de proxies que representem cada um destes
segmentos e que seus dados sejam passíveis de obtenção com a periodicidade requerida
mensal, bem como no prazo de menos de doze semanas a partir do final do último mês que irá
compor o índice. Podem havem mais de uma proxy que represente o setor, quando isso
ocorrer deverá ser estudado o método mais adequado para ponderar as participações de cada
uma delas no índice.
Por fim, a partir da série de dados das proxys definidas para cada setor, estas serão
transformadas em número índice ao dividir cada valor da série de cada período pelo valor da
base e multiplicar por cem. A base será a média dos índices mensais do ano de 2010.
3.2
MATERIAL
As técnicas de pesquisa se relacionam à forma de conduzir a investigação,
compreendendo a definição de etapas, as regras adotadas desde a eleição do tema até a
manipulação e análise das informações levantadas e elaboração do relatório final (MUNHOZ,
1989, p.27). As técnicas de coleta utilizadas para a realização desse trabalho são levantamento
de dados através de fontes secundárias, obtidos através de pesquisa bibliográfica, pesquisa
eletrônica e levantamento e estatístico.
A pesquisa bibliográfica ocorreu em livros, periódicos e jornais disponíveis na
biblioteca central da Universidade Federal de Santa Catarina, bem como na biblioteca central
da Universidade do Estado de Santa Catarina. As fontes encontradas eletronicamente são
bases de dados do portal de Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), bem como artigos dispostos em meio virtual. Os levantamentos estatísticos se
valeram de disposições em sites de informação oficial, buscou-se utilizar na formação do
índice dados com origem em órgãos governamentais, entidades públicas e privadas e
46
institutos de pesquisa oficiais brasileiros como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Banco Central e Ministérios. A partir de então, no capítulo a seguir, são descritos
para as quatro atividades econômicas que compõem o segmento industrial os indicadores e
ponderações utilizados para constituição de cada um deles.
Para os itens que compõem cada indústria este trabalho adotou a lista de
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), cuja versão atualmente utilizada
pelo IBGE é a 2.0, desenvolvida pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA). Esta
listagem completa com os subcomponentes de cada item encontra-se no anexo A, B, C e D
deste trabalho.
47
4
4.1
RESULTADOS
CONSTRUÇÃO DO ÍNDICE
O primeiro passo para a construção do Iindus_SC é a definição da ponderação de
cada um dos índices que o compõerão: Iext_SC; Itrans_SC; Iconst_SC; e Ienerg_SC. O
critério para ponderação, conforme abordado anteriormente, será com base na
representatividade no valor adicionado bruto no ano de 2010. Assim sendo, a ponderação
será dada através da seguinte fórmula:
(15)
Onde:
é o peso relativo a cada grande segmento;
o valor adicionado bruto associado a cada segmento
representa o valor total, ou seja, a soma do valor adicionado bruto de
cada grande segmento da atividade industrial catarinense.
Realizando o cálculo para cada um dos segmentos obteve-se os seguintes pesos:
Tabela 3 - Ponderação adptada para o Índice de Atividade Industrial de Santa Catarina
Setor
Ponderação
Extrativa
0,0139
Transformação
0,6615
Construção Civil
0,1679
Produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana
0,1567
Total
Fonte: Contas Regionais (IBGE, 2013), adaptado pelo autor
1,00
O índice de atividade econômica industrial com base fixa mensal será formado a
partir da soma dos pesos de cada segmento que o compõe (ponderação acima) multiplicado
por seus respectivos índices para cada mês em estudo. Temos então a fórmula geral para
48
composição do índice de atividade econômica do segmento industrial para o Estado de Santa
Catarina:
(16)
Substituindo-se os pesos, temos a seguinte fórmula geral:
(17)
Ao final obter-se-á o índice de atividade econômica para o segmento industrial de
Santa Catarina com uma periodicidade mensal a partir do ano de 1995. A seguir é apresentado
como foi construído cada índice que irá compor o Iindus_SC.
4.1.1 Itrans_SC: Índice de atividade econômica da indústria de transformação do
Estado de Santa Catarina
A indústria de transformação é aquela que transforma matéria-prima em um produto
final ou intermediário. Ela compreende as atividades que envolvem a transformação física,
química e biológica de materiais, substâncias e componentes com a finalidade de se obterem
produtos novos. Segundo a Comissão Nacional de Classificação, formada pelo IBGE (2004),
como resultado desta indústria tem-se materiais, substâncias e componentes transformados,
que são insumos produzidos tanto nas atividades agrícolas, florestais, de mineração, da pesca
e produtos, quanto em outras atividades industriais.
As atividades da indústria de transformação são, frequentemente, desenvolvidas em
plantas industriais e fábricas, utilizando máquinas movidas por energia motriz e
outros equipamentos para manipulação de materiais. É também considerada como
atividade industrial a produção manual e artesanal, inclusive quando desenvolvida
em domicílios, assim como a venda direta ao consumidor de produtos de produção
própria, como, por exemplo, os ateliês de costura. Além da transformação, a
renovação e a reconstituição de produtos são, geralmente, consideradas como
atividades da indústria (IBGE, 2004).
Através da pesquisa industrial anual sob a ótica da empresa (PIA-Empresa) realizada
pelo IBGE, fazendo uso das tabelas 1987 e 1848 disponibilizadas no Sistema IBGE de
49
Recuperação Automática (SIDRA), é possível obter as participações de cada subitem que
compõe a indústria de transformação de Santa Catarina conforme o CNAE 2.0 referente ao
valor da transformação industrial adicionado pelas empresas industriais com 5 ou mais
pessoas ocupadas (Tabela 7, em apêndice).
O Valor da Transformação Industrial é dado pela diferença entre Valor Bruto da
Produção Industrial e o Custo das Operações Industriais. No caso do segmento industrial, o
valor bruto da produção industrial é dado como a soma de vendas de produtos e serviços
industriais (receita líquida industrial), variação dos estoques dos produtos acabados e em
elaboração, e produção própria realizada para o ativo imobilizado. Para o cálculo dos custos
das operações industriais, o IBGE (2013) leva em conta os custos ligados diretamente a
produção industrial, como, por exemplo, o consumo de matérias-primas, materiais auxiliares,
componentes, compra de energia elétrica, consumo de combustíveis, peças e acessórios.
Também são considerados os serviços industriais e de manutenção e reparação de máquinas e
equipamentos ligados à produção prestados por terceiros.
Assim sendo, para o ano de 2010 adotado como base para as ponderações, tem-se a
seguinte ordem dos grupos mais importantes na indústria de transformação catarinense
elegendo como parâmetro o valor da transformação industrial descritos na Tabela 4.
50
Tabela 4 - Participação das atividades da indústria de transformação no valor da
transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (2010)
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0)
10
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
14
CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
27
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
13
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS
28
FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
22
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO
24
METALURGIA
23
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS
25
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
17
FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL
29
FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS
16
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA
20
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS
31
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS
12
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUMO
11
26
FABRICAÇÃO DE BEBIDAS
FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA, PRODUTOS ELETRÔNICOS E
ÓPTICOS
32
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS
33
15
MANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE, EXCETO VEÍCULOS
AUTOMOTORES
PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO, ARTIGOS PARA
VIAGEM E CALÇADOS
18
IMPRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES
21
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS
FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO PETRÓLEO E DE
BIOCOMBUSTÍVEIS
30
19
Total
Participação em
2010 (%)
16,13
13,05
9,27
8,15
6,60
6,08
5,63
4,59
4,29
4,12
3,67
3,28
2,42
2,40
2,27
1,93
1,38
0,97
0,90
0,83
0,77
0,59
0,59
0,08
100,00
Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor
Devido a disponibilidade de dados para criação do índice e representatividade de
cada grupo de atividades industriais, será adotado o critério de somente incluir no Itrans-SC as
atividades que representaram em 2010 mais de 3,0% no valor de transformação industrial, o
que leva a uma representação de 84,86% das atividades industriais do Estado. A participação
dos grupos selecionados por esse critério é apresentada na Tabela 5.
51
Tabela 5 - Ponderações das atividades componentes do Itrans-SC
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0)
10 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
14 CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
27 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS, APARELHOS E MATERIAIS ELÉTRICOS
13 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS
28 FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
22 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE MATERIAL PLÁSTICO
24 METALURGIA
23 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS NÃO-METÁLICOS
25 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL, EXCETO MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
17 FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL
29 FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORES, REBOQUES E CARROCERIAS
16 FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA
Total
Participação Ponderação
em 2010
Itrans-SC
16,13
19,02
13,05
15,38
9,27
10,93
8,15
9,60
6,60
7,77
6,08
7,16
5,63
6,64
4,59
5,40
4,29
5,06
4,12
4,85
3,67
4,33
3,28
3,86
84,86
100,00
Fonte: Elaborado pelo autor
Definidos os segmentos utilizados para cálculo do Itrans-SC e dadas as ponderações
acima, faz-se necessário a definição de proxies representativas de cada um dos itens.
Para os itens: fabricação de produtos alimentícios; confecção de artigos do vestuário
e acessórios; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos; fabricação de produtos
têxteis; fabricação de máquinas e equipamentos; fabricação de produtos de borracha e de
material plástico; metalurgia; fabricação de produtos de minerais não-metálicos; fabricação de
celulose, papel e produtos de papel; fabricação de veículos automotores, reboques e
carrocerias; fabricação de produtos de madeira; será utilizada a série de produção física
industrial (PIM-PF SC) calculada pelo IBGE, a qual obtém um índice mensal representativo
para cada um destes segmentos. A metodologia utilizada pela pelo IBGE no desenvolvimento
da PIM-PF SC é apresentada no Apêndice A.
Como para a fabricação de produtos de metal - exceto máquinas e equipamentos, os
dados da PIM-PF não estão disponíveis, foi utilizado outro setor de atividade como proxy.
Observa-se que na data base adotada pelo IBGE (média de 1998 a 2000) para o índice físico
de produção industrial este item não fazia parte dentre os 80% mais importantes no valor de
transformação industrial, critério adotado pelo IBGE para compor o índice, portanto, buscouse outra maneira de representá-lo.
Utilizando os dados da pesquisa industrial anual pela ótica da empresa (IBGE, 2012),
calculou-se com auxílio do software Gretl o grau de correlação entre o valor da transformação
52
industrial dos segmentos que compõem a indústria de transformação segundo o CNAE 2.0 e o
segmento de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos para os dados
disponíveis entre os anos de 1996 e 2007. Desta maneira, obteve-se que um coeficiente de
correlação positivo em 0,9921 com o segmento fabricação de máquinas, aparelhos e materiais
elétricos (a tabela completa com a matriz de correlação está disposta no item Tabela 8 nos
apêndices deste trabalho). Quando verificada o coeficiente de correlação da primeira
diferença, este também foi o setor que melhor correspondeu ao segmento de fabricação de
produtos de metal, exceto máquinas e equipamentocom uma correlação de 0,8166, sendo, 5%
valor crítico (bilateral) = 0,5140 para n = 15. Portanto, definiu-se como proxy utilizada para o
índice deste segmento o índice disposto pela PIM-PF para Santa Catarina do segmento
fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos.
Por fim, divide-se todos os índices pela média dos índices dos meses do ano de 2010
para que este seja a base 100, seguindo-se a metodologia adotada para os outros índices. O
Itrans_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo a metodologia
definida neste trabalho é apresentado na Figura 3. A série histórica formada por este índice é
apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho.
Figura 3 - Itrans_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010)
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
Fonte: Elaborado pelo autor
abr/12
jul/11
out/10
jan/10
abr/09
jul/08
out/07
jan/07
abr/06
jul/05
out/04
jan/04
abr/03
jul/02
out/01
jan/01
abr/00
jul/99
out/98
jan/98
abr/97
jul/96
out/95
jan/95
40,00
53
4.1.2 Iconst_SC: Índice de atividade econômica da indústria de construção civil do
Estado de Santa Catarina
A transformação de insumos tais como cimento, tijolos, tintas, cabos elétricos,
materiais para saneamento e estrutura, dentre outros, direcionadas à construção pesada ou de
edificações, caracteriza a indústria de construção civil. Este setor, segundo Vergna (apud
MONTEIRO; COSTA; ROCHA, 2010), se difere dos demais tendo em vista que seus
resultados são projetos únicos e há uma significativa complexidade de relacionamentos ao
longo da cadeia produtiva.
A construção pesada abrange atividades ligadas à construção de infraestrutura, por
exemplo, obras de construção de ferrovias, rodovias, portos e aeroportos, além da construção
de centrais de abastecimento de água, instalação de redes de esgoto e pavimentação de ruas,
vinculadas à estrutura urbana (MONTEIRO; COSTA; ROCHA, 2010, p. 358). Desta maneira,
o principal investidor nesse tipo de construção é o governo. Já o subsetor de edificações
abrange a construção de edifícios residenciais, comerciais e para o setor público, além das
reformas e manutenções correntes.
Pode-se dizer que a indústria de construção civil impulsiona e condiciona muitos
outros setores economicos, pois ela, segundo Teixeira e Carvalho (2005), produz
infraestrutura econômica sem os quais as atividades primárias, secundárias e terciárias nao
podem funcionar adequadamente. Também, ela tem grande poder de alavancagem nos setores
que lhe proporcionam insumos.
Sendo este um setor que suas ações impactam em outros setores, ele também é
utilizado como instrumento de política pública:
A construção civil representa instrumento direto de política pública que pode
favorecer a geração de emprego e multiplicação de renda; diminuição das
disparidades regionais; indução ao crescimento econômico; incentivo às inversões
privadas; aumento da competitividade da economia; atração ao capital externo;
geraçãode divisas; elevaçãodo desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e
melhoria do bem-estar social. (TEIXEIRA; CARVALHO, 2005, p. 23)
Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE versão 2.0), o
setor da Construção Civil é dividido em: construção de edifícios, obras de infra-estrutura, e
serviços especializados para construção. Cada um destes segmentos se subdivide em outros
itens que a compõe expressos em detalhe no Anexo D.
54
A construção se caracteriza por possuir uma produção manufatureira devido a grande
parte dos trabalhos ser feita pela própria mão de obra do trabalhador. Além de ser intensa em
trabalho, a mão de obra com menor qualificação é absorvida em larga escala por esse setor. A
produtividade na construção é muito mais sensível e dependente do braço operário e de seu
saber difundido na estrutura dos ofícios.
Desta maneira, utilizou-se como proxy para formação do índice de atividade
econômica da indústria de construção civil do Estado de Santa Catarina - Iconst-SC o número
de pessoas empregadas neste segmento. Através da pesquisa de Relação Anual de
Informações Sociais – RAIS 2011, e seu relatório de principais resultados para o Estado de
Santa Catarina, obteve-se o número de trabalhadores empregados no setor de construção civil
naquele ano. Atualizaram-se estes dados através do saldo de pessoas empregadas em cada
setor, calculado pela diferença entre o número de contratações e demissões no setor, dados
dispostos pelo Ministério do Trabalho e Emprego através Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (CAGED). Assim pode ser obtido o estoque de empregos formais na
construção civil para cada mês a partir de janeiro de 1995 até dezembro de 2012. Tal
procedimento também é adotado pelo Banco Central na formação de seu índice de atividade
econômica para o Estado.
Com a criação desta nova série temporal, para elaboração de um índice base fixa
definiu-se como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo
assim, cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice
que o representa. O Iconst_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo
a metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 4. A série histórica
formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho.
55
Figura 4 - Iconst_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010)
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
abr/12
jul/11
out/10
jan/10
abr/09
jul/08
out/07
jan/07
abr/06
jul/05
out/04
jan/04
abr/03
jul/02
out/01
jan/01
abr/00
jul/99
out/98
jan/98
abr/97
jul/96
out/95
jan/95
40,00
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.3 Ieletr_SC: Índice de atividade econômica da indústria de produção e distribuição
de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana do Estado de Santa Catarina
O setor da indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e
limpeza urbana é importante pois ele fornece insumos e condições de infra-estruturais para
que a indústria de transformação possa funcionar adequadamente, desde a extração dos
insumos, funcionamento dos equipamentos, produção e ao transporte por exemplo.
Segundo a resolução do CNAE 2.0, esta indústria envolve as atividades de produção,
transmissão e distribuição de energia elétrica, de fornecimento de gás e a produção e
distribuição de vapor e de água quente através de uma rede permanente de linhas, tubulações
e dutos (instalações de infra-estrutura). Cada segmento que compõe essa indústria está
expresso em detalhe no item Anexo C.
Focando-se no consumo de energia elétrica por parte da indústria, um estudo
realizado por Alampi e Melazzo (2009) mostrou que das cidades do Estado de São Paulo que
juntas representavam 10% das cidades com maior consumo de energia elétrica industrial entre
2002 e 2006, aproximadamente 75% destas apresentaram uma correlação positiva maior do
56
que 0,7 entre o consumo de energia elétrica e o valor do produto interno bruto destes
municípios naqueles anos.
Pode-se dizer também que a energia é um dos elementos condicionantes da
localização das instalações industriais. Segundo Estall e Buchanan (1976, apud Alampi;
Melazzo, 2009, p. 8):
Temos que considerar a importância de suprimentos energéticos reais e
imediatamente possíveis para a indústria e seus efeitos sobre a sua localização. [...]
Deve-se ter em mente que essas fontes de energia podem ser utilizadas, quer
diretamente, quer indiretamente, pela indústria. Em outras palavras, a indústria
moderna muitas vezes tem uma opção tanto do tipo da fonte de energia primária a
utilizar como da forma em que utilizá-la. A utilização direta implica uma localização
seja no local da exploração, seja num ponto ao qual a fonte energética pode ser
levada economicamente. Empregada indiretamente, a fonte de energia primária é
transformada em energia sob outra forma, que pode ser mais conveniente ou barata
de usar ou transportar.
Portanto, para este segmento elegeu-se como proxy o consumo mensal de energia
elétrica por parte da indústria em Santa Catarina. A série adotada para elaboração de seu
índice é o consumo industrial mensal de energia elétrica - MWh (cativo + livre) sob a área de
concessão da Celesc Distribuição S.A. na rede (MWh) no Estado de Santa Catarina. Esta série
histórica é divulgada pelo departamento de comunicação, através de solicitação por e-mail, da
empresa Celesc - Centrais Elétricas de Santa Catarina S.A., a qual é a maior empresa de
comercialização e distribuição de eletricidade neste Estado. Estes dados foram fornecidos de
janeiro de 1995 até o mês de dezembro de 2012.
Da mesma maneira realizada com o Iconst-SC,a partir da série temporal do consumo
de energia elétrica pelo segmento industrial para o Estado de Santa Catarina, seu
comportamento é mensurado através da elaboração de um índice base fixa no qual definiu-se
como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo assim,
cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice que o
representa.
O Ienerg_SC, entre janeiro de 1995 e dezembro de 2012, elaborado segundo a
metodologia definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 5. A série histórica
formada por este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho.
57
Figura 5 - Ienerg_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010)
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
abr/12
jul/11
out/10
jan/10
abr/09
jul/08
out/07
jan/07
abr/06
jul/05
out/04
jan/04
abr/03
jul/02
out/01
jan/01
abr/00
jul/99
out/98
jan/98
abr/97
jul/96
out/95
jan/95
40,00
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.4 Iext_SC: Índice de atividade econômica da indústria extrativa do Estado de
Santa Catarina
A indústria extrativa é caracterizada principalmente por extrair as matérias-primas da
natureza, seja ela na ordem vegetal, animal ou mineral, sem que ocorra alteração significativa
nas suas propriedades elementares. Sua importância para o setor industrial é dada pois ela é
fornecedora de grande quantia de insumos para seu processamento.
Segundo a resolução do CNAE 2.0, esta indústria envolve as atividades de extração
de carvão mineral, extração de petróleo e gás natural, extração de minerais metálicos,
extração de minerais não-metálicos, e atividades de apoio à extração de minerais. Cada
segmento que compõe essa indústria está expresso em detalhe no Anexo A.
Conforme apresentado anteriormente na Figura 2, este setor historicamente apresenta
uma participação dentre setores industriais no valor adicionado bruto a preços básicos de
apenas entre 0,88% e 1,39% na indústria de Santa Catarina. Contudo, neste setor pode ser
destacada atualmente a extração de minerais como a argila, madeira e carvão.
Registra-se a implantação de setores industriais vinculados a proximidade com os
recursos naturais importantes como a argila para o segmento de minerais nãometálicos, em especial para produção de cerâmica de revestimento e estrutural; e
58
madeira para fabricação de móveis, com extensão para transformação em papel e
celulose. Da mesma forma, em aproveitamento dos limites dados pela pequena
propriedade agrícola explora-se sistema de produção integrado voltado a produção
de alimentos, com destaque para os derivados de aves e suínos. (SILVA et al., 2013,
p. 07)
Como forma de mensurar o desempenho da indústria extrativa e elaboração indice de
atividade econômica da indústria extrativa do o Estado de Santa Catarina (Iext-SC) foi
seguido o mesmo critério utilizado na formação do Iconst-SC e adotado como proxy SC o
número de pessoas empregadas neste segmento.
Através da pesquisa de Relação Anual de Informações Sociais – RAIS 2011, e seu
relatório de principais resultados para o Estado de Santa Catarina, obteve-se o número de
trabalhadores empregados na indústria extrativa naquele ano. Atualizando estes dados através
do saldo de pessoas empregadas em cada setor, calculado pela diferença entre o número de
contratações e demissões no setor, dados dispostos pelo Ministério do Trabalho e Emprego
através Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). Assim pode ser obtido o
estoque de empregos formais na indústria extrativa para cada mês a partir de janeiro de 1995
até dezembro de 2012. Com base nesta série temporal, para elaboração de um índice base fixa
definiu-se como base igual ao valor 100 a média dos valores dados para o ano de 2010. Sendo
assim, cada valor foi dividido pela base e multiplicado por 100 chegando-se ao número índice
que o representa.
Este índice, entre janeiro de 1995 e agosto de 2013 elaborado segundo a metodologia
definida neste trabalho é expresso gráficamente na Figura 6. A série histórica formada por
este índice é apresentada na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho.
59
Figura 6 - Iext_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010)
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
abr/12
jul/11
out/10
jan/10
abr/09
jul/08
out/07
jan/07
abr/06
jul/05
out/04
jan/04
abr/03
jul/02
out/01
jan/01
abr/00
jul/99
out/98
jan/98
abr/97
jul/96
out/95
jan/95
40,00
Fonte: Elaborado pelo autor
4.1.5 Iindus_SC: Índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa
Catarina.
Por fim, utilizando a fórmula (18) elaborada anteriormente, multiplicando-se os
pesos de cada índice mensal por seu respectivo valor, obtém-se a série Iindus_SC.
O índice de atividade econômica da indústria do Estado de Santa Catarina mensal
entre janeiro de 1995 e agosto de 2013 elaborado segundo a metodologia definida neste
trabalho é expresso gráficamente na Figura 7. A série formada pelo Iindust_SC é apresentada
na Tabela 9 nos apêndices deste trabalho.
60
Figura 7 - Iindust_SC - jan/1995 a dez/2012 (base 100 = média 2010)
120,00
110,00
100,00
90,00
80,00
70,00
60,00
50,00
abr/12
jul/11
out/10
jan/10
abr/09
jul/08
out/07
jan/07
abr/06
jul/05
out/04
jan/04
abr/03
jul/02
out/01
jan/01
abr/00
jul/99
out/98
jan/98
abr/97
jul/96
out/95
jan/95
40,00
Fonte: Elaborado pelo autor
Este índice também pode ser apreentado em taxas de crescimento mensais, conforme
apresentado na Figura 8 a seguir, elaborada com fonte na série exposta na Tabela 12 nos
apêndices deste trabalho. Percebe-se que as menores taxas de crescimento se expressam nos
meses de dezembro e janeiro bem como suas maiores taxas de crescimento mês a mês se dá
em outubro. Isso nos dá uma noção da sensibilidade que existe na produção industrial
catarinense. Destaca-se o mês de dezembro que em todos os anos estudados apresentou uma
alta taxa negativa de crescimento mensal da indústria. Existem também, alguns anos que
fogem em alguns pontos ao padrão sazonal, entretanto a maior parte possui o mesmo
comportamento ao longo dos anos.
61
Figura 8 - Crescimento mensal do Iindus_SC (não desazonalisado)
0,15
0,1
0,05
0
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
-0,05
-0,1
-0,15
1995
1999
2003
2007
2011
1996
2000
2004
2008
2012
1997
2001
2005
2009
2013
1998
2002
2006
2010
Média
Fonte: Elaborado pelo autor
4.2
ADERÊNCIA DO ÍNDICE DE ATIVIDADE ECONÔMICA DA INDÚSTRIA DO
ESTADO DE SANTA CATARINA A PIM_PF-SC (IBGE)
Uma forma de comparação entre o Iidus_SC e a PIM_PF-SC, índice oficial do IBGE
que mensura o desempenho da industria catarinense, é constrastar suas taxas de crescimento,
optou-se então pela comparação trimestral dos índices. O resultado é apresentado na Figura 9
abaixo.
62
Figura 9 - Comparação entre as taxas de crescimento trimestrais do Iindus_SC e
PIM_PF-SC (não desasonalizados)
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
abr/13
jul/12
out/11
jan/11
abr/10
jul/09
out/08
jan/08
abr/07
jul/06
out/05
jan/05
abr/04
jul/03
out/02
jan/02
abr/01
jul/00
jan/99
out/99
abr/98
jul/97
out/96
-10,00%
jan/96
-5,00%
abr/95
0,00%
-15,00%
-20,00%
-25,00%
Iindus_SC
PIMPF-SC
Fonte: Elaborado pelo autor
Aparentemente os dois índices comparados apresentam movimentos com
intensidades iguais, então é interessante analisar as diferenças entre as variações mensais de
crescimento. Para tanto, subtraiu-se da taxa de crescimento mensal do Iindus_SC o valor da
taxa de crescimento mensal da PIM_PF-SC para cada mês. Obtevê-se assim a série mensal de
variações entre os índices, e com auxílio do software Gretl pode-se verificar a frequência
absoluta e relativa de cada intervalo de variações apresentado na tabela a seguir.
63
Tabela 6 - Frequência de variações entre Iindus_SC e PIM_PF-SC
Frequencia Frequencia
absoluta
relativa
Intervalo
Menor que
-7,55%
1
0,45%
-7,55%
até
-6,48%
5
2,24%
-6,48%
até
-5,41%
4
1,79%
-5,41%
até
-4,35%
4
1,79%
-4,35%
até
-0,03%
9
4,04%
-0,03%
até
-2,21%
9
4,04%
-2,21%
até
-1,14%
25
11,21%
-1,14%
até
-0,01%
48
21,52%
-0,01%
até
1,00%
43
19,28%
1,00%
até
2,07%
31
13,90%
2,07%
até
3,14%
25
11,21%
3,14%
até
4,20%
8
3,59%
4,20%
até
5,27%
9
4,04%
5,27%
até
6,34%
1
0,45%
Maior que
6,34%
1
Fonte: Elaborado pelo autor
0,45%
Com isso, pode-se observar que em cerca de 77% dos meses referêntes ao período
estudado a variação entre as taxas de crescimento do Iindus_SC e da PIM_PF-SC vão de 2,21% a 3,14%.
Utilizando o software Gretl obteve-se que as taxas de crescimento mensais dos
índices Iindus_SC e PIM_PF-SC entre fevereiro de 1995 e agosto de 2013, detém um
coeficiente de correlação de 0,94056548. Isso mostra que o comportamento dos dois índices é
muito próximo e indica a qualidade do índice aqui desenvolvido.
Na Tabela 10 em apêndice, é possível ver o crescimento acumulado dos últimos doze
meses de cada período. Ao comparar-se o índice de dezembro de cada ano com seu índice do
mesmo mês do ano anterior, sendo este um índice base fixa, obter-se-á a taxa de crescimento
dos doze meses que o antecedem, o qual seu gráfico é apresentado a seguir para o Iindus_SC
e PIM_PF-SC.
64
Figura 10 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a
dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
-5,00%
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
-10,00%
-15,00%
PIM_PF-SC
Iindus_SC
Fonte: Elaborado pelo autor
Visualizando os dados na Tabela 11 em anexo, que deu origem ao gráfico anterior, é
possível visualizar que a disparidade entre os dois índices aumenta quando comparadas as
taxas acumuladas anualmente. Entretanto, na maior parte dos casos elas permanecem muito
próximas e seguem na mesma direção. Com este dado, é possível visualizar, segundo o índice
por este trabalho formado, quanto a economia industrial catarinense cresceu anualmente.
Vale ressaltar que a metodologia de cálculo e componentes dos dois índices são
distintas. A PIM_PF-SC utiliza apenas dados a indústria de transformação, bem como, dentro
desta própria indústria, o Iindus_SC incluiu um subsetor a mais do que a PIM_PF-SC. O
Iindus_SC contempla os quatro setores da indústria, incluindo além da indústria de
transformação, a índustria extrativa, de contrução civil e produção e distribuição de
eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, mostrando-se, a partir destes últimos testes
e análise um índice confiável. Desta maneira, considera-se esperado que existissem variações
entre os dois índices, o que indica o Iindus_SC como um indicador qualificado para mensurar
o desempenho da economia industrial catarinense.
65
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente trabalho buscou-se desenvolver um índice de atividade econômica para
o setor industrial do Estado de Santa Catarina. A partir de metodologia apresentada foram
obtidos índices para cada um dos quatro setores desta economia idustrial: indústria extrativa,
indústria de transformação, indústria de construção civil e indústria de produção e distribuição
de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. Os quatro índices foram ponderados
transformaram-se no índice agregado para toda economia industrial do Estado. Os dados
utilizados formaram uma série mensal de índices de janeiro de 1995 até dezembro de2012.
Esta pesquisa foi limitada por alguns fatores: ela se deu somente no contexto do
Estado de Santa Catarina, bem como para o setor produtivo industrial, excluindo-se outros
campos econômicos. Os dados avaliados foram selecionados somente a partir do ano de 1995,
período a partir do qual alcançamos a estabilização econômica. Ela também se limitou a
proposição de um novo índice econômico para a atividade industrial a partir de dados
secundários, expostos por órgãos oficiais do Brasil.
O Iindus_SC apresentou pontos positivos frente aos índices já existentes por permitir
o estudo da economia industrial catarinense de forma desagregada. Primeiro, em âmbito
regional, por utilizar dados exclusivamente do Estado de Santa Catarina. E em segundo ao
permitir o estudo individualizado de cada um dos quatro setores componentes da indústria,
representadas aqui pelos índices Iext_SC (indústria extrativa); Iconst_SC (indústria de
contrução civil); Ienerg_SC (indústria de produção e distribuição de eletricidade e gás, água,
esgoto e limpeza urbana); Itrans_SC (indústria de transformação). Sendo que, para o
Itrans_SC, por ser formado por distintos subsetores que o compõe, existe a possibilidade de
verificar o comportamento individual de cada um destes.
Assim sendo, pode-se cada um dos setores que compõem a indústria catarinense e
como estes impactam na economia geral industrial. Conforme observado, perceberam-se
distintos comportamentos dos componentes de cada um destes quatro índices. No geral, existe
uma tendência a crescimento da indústria no Estado, sendo que esta foi interrompida em
alguns momentos. A sazonalidade também é fortemente observada, dadas as condições de
queda produtiva ao final e início do ano, e aceleração da produção a partir do segundo
semestre.
Com base nos testes, indicou-se a confiabilidade do índice Iindus_SC tendo em vista
seu grau de aderência as taxas de crescimento divulgadas pela PIM_PF-SC (IBGE). Bem
como o Iindus_SC detém uma metodologia que contempla de maneira mais completa os
66
diversos segmentos econômicos industriais representativos no Estado, e com ponderações
baseadas em dados atuais, o que justifica sua diferenciação nas taxas de crecimento em
relação ao índice divulgado pelo IBGE. A possibilidade de analisar o índice de maneira
desagregada também é sua principal vantagem em relação ao ICBR-SC, divulgado pelo
Banco Central.
Deixo como recomendações para trabalhos futuros o desenvolvimento de índices de
atividade econômica para o segmento agropecuário e serviços, que por fim podem ser
podenderados juntamente com o Iindus_SC aqui criado, somados gerando um índice agregado
para toda atividade econômica de Santa Catarina, produzindo dados mensais e com um
período curto para apresentar seus resultados.
A apresentação do índice para entidades do Estado e a nível brasileiro, como a
FIESC, IBGE e CAGED, para que possa ser facilitada a cooperação para obtenção de dados
para formação do Iindus_SC. Neste ponto, também se enquadra a negociação com a CELESC
para o fornecimento mais ágil dos dados do ano corrente e assim possa-se utilizar para este
ano atual os dados realizados, e não projeções.
Também, é interessante o aprofundamento nos estudos em técnicas estatísticas de
previsão para poder projetar os índices aqui obtidos e realizar previsões para o
comportamento de cada segmento industrial a partir dos dados do Iindus_SC.
67
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comportamento da produção industrial: uma análise a partir da economia paulista.
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70
APÊNDICES
APÊNDICE A - PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL DE PRODUÇÃO FÍSICA –
REGIONAL (PIM-PF)
Durante a introdução desta pesquisa foi apresentada a Pesquisa industrial mensal de
produção física – regional (PIM-PF) desenvolvida pelo IBGE, a qual pode ser considerada a
que mais se aproxima do índice proposto para este trabalho por ser focado no Estado de Santa
Catarina e também por focar no segmento industrial. Este índice é utilizado como
comparativo ao índice aqui desenvolvido e por isso dedica-se uma breve parte deste trabalho
para explicar sua metodologia.
A PIM-PF é o principal indicador conjuntural da indústria no Brasil. Ele apresenta
seus dados através de umíndice de volume físico de produção, cuja metodologia foi elaborada
na década de setenta e em 2002 foi reformulada para atender as normas consolidadas das
pesquisas anuais de empresa eproduto feitas pelo IBGE e que está inserida no programa de
modernização das estatísticas econômicas deste mesmo instituto.
A variável levantada pela pesquisa é a produção física de uma série de produtos
previamente selecionados e, sob determinadas hipóteses, considera-se que a mesma
serve como uma medida aproximada da evolução de curto prazo do valor adicionado
da indústria. Logo, o objetivo não é o de gerar informações para cada um dos
produtos, mas calcular a taxa de variação mensal da produção das atividades
produtivas industriais1. Para tal, faz-se necessário definir um sistema de ponderação
que permita agregar as informações de quantidade produzida, relacionando-as ao
desempenho da atividade industrial (IBGE, 2004, p. 10).
A formação do índice depende da coleta de dados através da seleção de cerca de
3.700 empresas em todo país que fornecerão informações a respeito da produção mensal de
aproximadamente de 830 tipos de produtos fabricados. Os produtos e os informantes são
selecionados pelo critério geral departicipação no mercado, segundo os grupamentos de
atividades industriaisque o sistema de indicadores se propõe representar (IBGE, 2004, p. 11).
Este índice é desenvolvido sob dois enfoques: o nacional, desagregado em 27
atividades, e o regional, porsua vez detalhado para as atividades mais representativas da
indústria da cada região ou Estado selecionado. Assim, calcula-se o índice para a indústria
nacional e para aquelas unidades da federação cuja participaçãoé de, no mínimo, 1% no total
71
do valor da transformação industrial, ou seja: Amazonas, Pará,Ceará, Pernambuco, Bahia,
Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, SãoPaulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul e Goiás, bem como para a totalidade da região Nordeste do país. Ele é exposto
mensalmente, divulgado num prazo não maior do que seis semanas a partir do mês de
referência.
Para cada região para qual o índice é elaborado, seleciona-se uma série de produtos a
serem pesquisados de acordo com a estrutura industrial, sendo selecionadas aquelas atividades
que em conjunto representam pelo menos 80% da industrial local, tendo como referênciaa
média do triênio de 1998-2000 do Valor da Transformação Industrial. Estes produtos são
selecionados a partir da pesquisa do IBGE: PIA-Empresa e PIA-Produto, a qual busca
informações sobre a produção industrial detalhadamente de cada Estado da federação
anualmente.
Para o Estado de Santa Catarina, as atividades pesquisadas são: produtos
alimentícios; têxteis, vestuários e acessórios; madeira, celulose e papel; borracha e plástico;
produtos de minerais não-metálicos; metalurgia básica; máquinas e equipamentos; máquinas,
aparelhos e materiais elétricos; fabricação e montagem de veículos automotores. Neste Estado
foram selecionados 113 produtos para terem sua produção avaliada.
Para a coleta de informações, são selecionadas empresas informantes sobre a
produção de cada atividade industrial. Estas são selecionadas a partir do critério de que as
unidades locais juntas são responsáveis por no mínimo 70% da produção. Elas podem
fornecer as informações mensalmente pelo site da pesquisa (www.pim-pf.ibge.gov.br) ou pelo
questionário impresso.
Para a formação do índice, a cada atividade industrial é atribuída um peso. Este é
dado a partir da relação entre o valor da transformação industrial associado ao produto
nonível geográfico estudado e o valor da transformação industrial da indústria geral naquela
região. Este cálculo foi realizado para os anos de 1998, 1999 e 2000, e a média dos pesos para
cada produto será o peso utilizado na formulação até hoje. Temos então que:
(15)
72
Sendo:
é o peso relativo a cada produto/ atividade;
o valor da transformação industrial associado ao produto em determinada
região;
representa o valor da transformação da indústria geral.
Assim, o índice de quantum, aquele com base fixa mensal, será formado a partir da
soma dos pesos de cada atividade multiplicado por suas respectivas variações nas quantidades
produzidas entre o período estudado e a data base.
(16)
Onde:
é o peso relativo a cada produto/ atividade;
é a variação da quantidade produzida entre o período inicial e aquele estudado.
E o relativo entre as quantidades produzidas doproduto “i” nos períodos t e 0 é
calculado da seguinte maneira:
(17)
Onde:
é a quantidade produzida do produto “i” no período t;
é a quantidade produzida do produto “i” no período inicial/ base (0).
Já o cálculo do índice mensal pode ser realizado a partir da relação entre dois índices:
(18)
73
Assim obtém-se o índice de atividade de um período em relação a data base (base
fixa em janeiro de 2002); o índice mensal que compara este ao mesmo mês do ano anterior; o
índice acumulado que compara os dados acumulados no ano, desde o primeiro mês até aquele
em estudo, com o mesmo período do ano anterior; e o índice acumulado nos últimos doze
meses e sendo comparado com os dos doze meses imediatamente anteriores.
0,14
2,88
0,80
100
3,94
0,18
3,27
0,85
100
FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAM ENTOS DE TRANSPORTE,
EXCETO VEÍCULOS AUTOM OTORES
FABRICAÇÃO DE M ÓVEIS
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS
M ANUTENÇÃO, REPARAÇÃO E INSTALAÇÃO DE M ÁQUINAS E
EQUIPAM ENTOS
Total
29
30
31
32
33
13,21
FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOM OTORES, REBOQUES E
CARROCERIAS
15,20
FABRICAÇÃO DE M ÁQUINAS E EQUIPAM ENTOS
3,45
28
3,94
1,10
FABRICAÇÃO DE M ÁQUINAS, APARELHOS E M ATERIAIS
ELÉTRICOS
27
2,15
FABRICAÇÃO DE EQUIPAM ENTOS DE INFORM ÁTICA, PRODUTOS
ELETRÔNICOS E ÓPTICOS
26
1,38
1,35
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M ETAL, EXCETO M ÁQUINAS E
EQUIPAM ENTOS
25
5,58
5,53
M ETALURGIA
24
5,79
5,81
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M INERAIS NÃO-M ETÁLICOS
23
Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor
100
100
-
0,80
2,76
0,26
100
-
0,77
2,62
0,20
4,72
13,38
3,67
1,54
3,07
100
-
0,97
2,84
0,33
4,70
13,56
4,29
1,42
3,04
1,24
4,79
100
-
0,65
3,85
0,34
3,49
14,27
4,62
1,48
2,91
1,26
5,17
5,21
0,68
1,69
0,06
1,16
6,15
6,48
0,64
100
-
0,99
3,09
0,39
3,58
10,24
4,67
1,40
2,77
1,63
4,42
5,47
0,63
2,08
0,07
1,17
6,60
5,35
0,65
6,78
100
-
0,73
2,95
0,30
3,86
9,95
5,35
1,02
3,36
3,36
4,20
5,77
0,62
2,10
0,14
0,99
6,95
6,49
0,76
7,13
7,35
100
-
0,79
2,51
0,40
4,61
9,72
6,00
1,18
3,35
3,28
4,12
5,48
0,68
1,94
0,16
1,36
5,18
5,09
0,77
8,09
7,22
2,19
1,57
24,30
2005
100
-
0,84
2,12
0,60
4,66
10,11
6,28
1,21
3,68
3,56
4,03
5,38
0,64
1,73
0,10
1,42
5,53
4,71
0,82
7,40
7,69
3,49
1,71
22,29
2006
100
0,69
1,39
2,10
0,48
4,62
8,15
9,29
1,49
4,48
4,21
4,44
6,47
0,25
2,61
0,04
0,78
5,37
3,88
0,78
8,49
7,36
3,27
1,78
17,56
2007
100
0,84
0,85
2,07
0,52
5,35
6,90
9,77
1,74
4,98
4,32
4,66
6,39
0,63
2,75
0,09
0,57
4,91
3,05
0,80
8,59
7,44
3,23
1,92
17,62
2008
100
0,81
0,97
2,37
0,97
3,53
7,02
9,76
1,72
3,97
5,02
4,82
6,40
0,67
2,50
0,09
0,63
4,45
2,91
0,79
9,87
8,26
3,33
2,49
16,65
2009
100
0,90
0,97
2,40
0,83
3,67
6,60
9,27
1,38
4,29
5,63
4,59
6,08
0,59
2,42
0,08
0,59
4,12
3,28
0,77
13,05
8,15
2,27
1,93
16,13
2010
100
0,80
0,91
1,75
0,93
4,25
6,64
9,88
1,50
4,70
6,48
4,40
5,76
0,61
2,56
0,13
0,68
5,24
2,74
0,77
10,83
6,91
2,59
1,59
17,36
2011
INDÚSTRIA
-
0,73
2,66
0,20
4,29
11,48
2,79
1,10
1,97
1,57
5,25
5,78
0,75
1,58
0,06
1,05
5,77
5,08
0,47
7,38
7,30
1,74
1,14
23,72
2004
DA
4,04
11,30
4,36
1,08
2,57
2,12
5,46
6,49
1,00
1,33
0,07
1,38
6,59
4,30
0,59
8,49
8,63
3,09
1,21
26,41
2003
ATIVIDADES
4,31
1,06
2,13
1,61
6,10
6,56
0,94
1,38
0,05
1,20
6,04
5,35
0,56
9,12
9,12
1,67
1,11
21,10
2002
DAS
6,71
1,06
1,09
0,02
1,43
5,53
4,18
0,51
9,80
10,25
2,52
1,62
20,55
2001
PARTICIPAÇÃO
0,91
1,06
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA E DE M ATERIAL
PLÁSTICO
22
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARM OQUÍM ICOS E
FARM ACÊUTICOS
21
1,09
1,05
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍM ICOS
20
0,04
0,03
FABRICAÇÃO DE COQUE, DE PRODUTOS DERIVADOS DO
PETRÓLEO E DE BIOCOM BUSTÍVEIS
19
1,41
1,58
IM PRESSÃO E REPRODUÇÃO DE GRAVAÇÕES
18
5,01
5,55
FABRICAÇÃO DE CELULOSE, PAPEL E PRODUTOS DE PAPEL
17
3,92
3,90
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE M ADEIRA
16
0,45
10,44
9,29
2,77
1,30
18,00
2000
–
9,78
2,96
1,27
21,55
1999
B
1,89
1,14
21,54
1998
APÊNDICE
0,56
15
9,95
PREPARAÇÃO DE COUROS E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE
COURO, ARTIGOS PARA VIAGEM E CALÇADOS
11,23
CONFECÇÃO DE ARTIGOS DO VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
14
9,81
10,73
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS
1,74
1,54
13
1,12
0,82
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DO FUM O
12
23,34
FABRICAÇÃO DE BEBIDAS
11
19,12
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIM ENTÍCIOS
10
1997
Classificação Nacional de Atividades Econômicas
1996
(CNAE 2.0)
74
DE
TRANSFORMAÇÃO NO VALOR DA TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL EM
PERCENTUAL PARA O ESTADO DE SANTA CATARINA
Tabela 7- Participação das atividades da indústria de transformação no valor da
transformação industrial em percentual para o Estado de Santa Catarina (1996 – 2011) Dados gerais das unidades locais industriais de empresas industriais com 5 ou mais
pessoas ocupadas
75
APÊNDICE
C
–
COEFICIENTE
DE
CORRELAÇÃO
DO
VALOR
DE
TRANSFORMAÇÃO INDUSTRIAL
Tabela 8 - Coeficiente de correlação do VTI dos dados anuais entre 1996 e 2011
relacionando os segmentos da industria de transformação e o segmento de fabricação de
produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos
Segmento
Coeficiente de
Correlação
25 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos
1,0000
27 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
0,9921
20 Fabricação de produtos químicos
0,9902
22 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico
0,9880
23 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
0,9836
15 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e
calçados
0,9799
29 Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias
0,9759
13 Fabricação de produtos têxteis
0,9688
24 Metalurgia
0,9677
26 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
0,9572
11 Fabricação de bebidas
0,9491
32 Fabricação de produtos diversos
0,9440
14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
0,9388
12 Fabricação de produtos do fumo
0,9283
30 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores
0,9254
17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
0,9195
10 Fabricação de produtos alimentícios
0,8886
21 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos
0,8591
31 Fabricação de móveis
0,8446
19 Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis
0,8366
28 Fabricação de máquinas e equipamentos
0,8194
16 Fabricação de produtos de madeira
0,6804
18 Edição, Impressão e reprodução de gravações
0,5926
Fonte: Pesquisa Industrial Anual - Empresa (IBGE, 2012), adaptado pelo autor através do software Gretl.
Sendo: 5% valor crítico (bilateral) = 0,4973 para n = 16
76
APÊNDICE D – RESULTADOS: ÍNDICE DE ATIVIDADE INDUSTRIAL PARA SANTA
CATARINA
Seguindo a metodologia adotada, obteve-se como resultado os seguintes índices:
Iext-SC, Itrans-SC, Iconst-SC e Ieletr-SC, que ponderados formaram o Iindust-SC.
Tabela 9 - Iindust-SC - Índice de Atividade Industrial para Santa Catarina
Índice/
Período
jan/95
fev/95
mar/95
abr/95
mai/95
jun/95
jul/95
ago/95
set/95
out/95
nov/95
dez/95
jan/96
fev/96
mar/96
abr/96
mai/96
jun/96
jul/96
ago/96
set/96
out/96
nov/96
dez/96
jan/97
fev/97
mar/97
abr/97
mai/97
jun/97
jul/97
ago/97
set/97
out/97
nov/97
dez/97
jan/98
fev/98
mar/98
abr/98
mai/98
jun/98
jul/98
Iext-SC
(100 = média
2010)
72,10
71,50
70,85
71,43
71,08
71,80
73,11
73,42
73,70
74,34
75,96
75,10
74,77
74,30
73,83
72,72
71,07
71,39
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102,23
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103,04
80,05
104,64
86,83
105,43
90,58
106,24
82,15
106,36
90,52
106,80
83,48
107,90
85,48
107,83
90,21
108,64
81,30
108,83
91,12
108,74
90,31
108,41
77,55
Fonte: Elaborado pelo autor
85,05
85,92
87,56
89,14
91,36
92,57
92,77
92,21
89,53
91,90
92,11
93,07
93,80
93,43
93,94
95,11
95,19
95,13
95,44
96,06
93,28
96,06
97,32
95,12
97,55
98,03
99,23
100,63
102,48
103,51
104,40
104,53
101,13
104,58
106,19
106,63
108,83
110,02
110,63
112,66
114,17
115,08
115,36
115,22
110,61
113,81
114,44
114,97
116,81
117,28
117,68
118,83
118,81
118,79
118,39
117,14
113,02
98,69
96,64
95,95
102,15
99,88
99,47
101,29
96,13
83,11
72,38
90,34
93,25
90,79
90,75
89,59
92,72
90,86
91,56
96,52
96,74
95,37
80,47
95,71
104,13
100,80
106,69
99,49
103,76
102,54
101,50
101,40
102,83
100,69
88,39
99,28
106,72
101,66
104,32
103,44
101,94
105,42
101,87
107,19
103,68
104,15
89,42
105,15
113,65
106,04
112,35
105,56
109,24
112,89
107,13
112,81
112,09
107,16
98,10
97,10
97,37
104,00
102,97
103,13
104,68
95,17
79,10
77,64
79,00
88,63
86,57
90,30
93,62
99,41
96,62
98,73
106,71
102,70
91,92
91,78
93,25
105,34
99,91
103,24
99,81
101,26
99,66
99,93
104,54
105,29
96,00
95,82
99,02
105,75
94,48
99,52
97,86
96,85
102,25
98,35
99,35
99,10
89,33
87,51
94,58
98,50
92,05
98,65
93,01
95,12
98,81
92,02
99,35
98,48
88,57
80
APÊNDICE E – TAXAS DE CRESCIMENTO DO Iindus_SC
Tabela 10 - Taxas de crescimento dos últimos doze meses do Iindus_SC
1995
1996
Jan
(%)
Fev
(%)
Mar
(%)
Abr
(%)
Mai
(%)
Jun
(%)
Jul
(%)
Ago
(%)
Set
(%)
Out
(%)
Nov
(%)
Dez
(%)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
6,02
5,44
7,49
4,43
11,44
6,44
13,42
3,98
0,10
9,83
10,48
1,72
4,08
2,68
0,42 - 3,06 - 5,32
2,94
1,68
1,58
- 8,32 - 0,32 - 11,37
1,20 - 2,72 - 1,41
1997
9,19
3,78
6,02
1998
- 1,65
1,35
5,98 - 1,79
1,81 - 3,16
1999
1,98
0,31
3,89
0,83
2,57
4,61 - 5,70
0,66 - 0,35
0,49
7,34
2000
5,13
7,77
4,36
3,39
8,15
1,86
6,77
10,29
2,29
5,37
7,37
2,49
2001
4,83
0,32
3,32
5,77
6,32
9,66
12,58
12,45
12,77
17,09
5,20
1,04
2002
2003
2004
- 0,88 - 3,93 - 9,90
2,17
3,09
- 3,54 - 0,07
10,52
2,68
0,45 - 8,89 - 9,88 - 10,98 - 15,71 - 11,18 - 8,98 - 5,89 - 4,49
0,80 - 9,52 - 4,82 - 3,78 - 5,69 - 6,46
10,92
10,44
11,31
5,24
1,95
15,21
16,98
20,07
1,48 - 3,46 - 4,89 - 1,16
11,49
4,04
9,08
8,77
2,35 - 6,02 - 4,58 - 8,13 - 4,10 - 0,84
0,23
2005
8,80
5,47
2,30
2006
3,09
2,33
3,45 - 5,46
3,32 - 1,23
2,32
2,02
2,89
3,23
2007
2,37
1,86
0,94
7,30
6,44
7,72
7,82
8,41
5,30
11,95
2008
4,06
9,13
1,85
11,08
0,16
1,32
7,39
2,22
8,98
2009
- 10,74 - 15,83 - 6,70 - 11,75 - 7,00 - 3,85 - 4,41 - 6,17 - 4,27
2010
18,21
18,04
2011
4,40
6,19
2012
18,86
15,41
14,33
6,61
1,86
0,39 - 5,44 - 3,60 - 1,96 - 4,36
3,15
1,63 - 0,49
7,72
5,18
0,77 - 4,82 - 7,75
1,94
7,92
16,20
1,22 - 2,03
2,52
4,44
2,59 - 1,57 - 4,97 - 5,87 - 6,94
- 8,68 - 4,48 - 6,86 - 2,57 - 0,87 - 4,96 - 1,79 - 3,37 - 6,44 - 0,00 - 0,62 - 0,85
Fonte: Elaborado pelo autor
Tabela 11 - Taxas de crescimento do mês de dezembro de cada ano em relação a
dezembro do ano anterior do Iindus_SC e PIM_PF-SC
PIM_PF-SC
Iindus_SC
PIM_PF-SC
Iindus_SC
1996
4,67%
6,44%
2005
-4,17%
0,23%
1997
4,58%
4,08%
2006
-1,56%
-0,49%
1998
1999
-1,03%
1,68%
2007
1,82%
5,18%
7,45%
7,34%
2008
-10,44%
-7,75%
2000
1,88%
2,49%
2009
12,45%
16,20%
2001
-2,41%
1,04%
2010
5,20%
4,44%
2002
-2,17%
-4,49%
2011
-8,52%
-6,94%
2003
-3,34%
-1,16%
2012
-3,93%
-0,85%
2004
15,23%
8,77%
Fonte: Elaborado pelo autor
81
Tabela 12 - Taxas de crescimento mensal do Iindus_SC
Jan
(%)
Fev
(%)
Mar
(%)
Abr
(%)
Mai
(%)
Jun
(%)
Jul
(%)
Ago
(%)
Set
(%)
Out
(%)
Nov
(%)
Dez
(%)
-
3,24
11,76
-12,45
9,76
-6,49
6,15
1,89
-5,73
7,24
-6,69
-10,75
1996
- 2,89 12,25
-0,63
-0,02
5,51
-5,24
14,16
1,32
-3,90
4,19
-0,43
-14,75
1997
- 0,38
6,69
1,51
4,22
-1,98
4,67
4,66
-2,47
5,45
4,81
-8,33
-12,78
1998
- 5,87
9,95
6,15
-3,42
1,61
-0,44
10,98
-4,61
1,80
2,36
-0,33
-13,84
1999
- 5,59
8,14
9,94
-6,27
3,36
1,54
0,04
2,75
0,88
1,34
0,50
-7,97
2000
- 7,53 10,86
6,46
-7,14
8,13
-4,36
4,86
6,13
-6,43
4,39
2,40
-12,14
2001
- 5,43
6,09
9,64
-4,93
8,69
-1,36
7,65
6,01
-6,17
8,39
-7,99
-15,62
2002
- 7,22
2,82
2,83
5,99
-1,42
-2,42
6,33
0,38
-1,13
11,07
-4,87
-14,36
2003
- 0,74
3,73
0,55
-4,85
3,70
-1,36
4,22
-0,44
7,27
5,66
-6,27
-11,01
2004
- 3,13
7,47
11,61
-5,26
4,52
2,09
5,82
2,19
-0,40
-1,40
-1,73
-11,26
2005
- 3,11
4,18
8,26
-2,54
1,25
2,49
-2,83
3,76
-4,11
2,92
1,61
-10,31
2006
- 0,34
3,41
9,44
-10,93
10,65
-2,03
0,66
3,46
-3,29
3,26
0,03
-12,18
2007
2,53
2,89
8,45
-5,32
9,77
-0,85
0,76
4,02
-6,07
9,78
-3,75
-14,24
2008
1,44
7,90
1,22
3,26
-1,02
0,29
6,80
-0,99
0,15
1,51
-9,09
-16,88
2009
- 1,85
1,74
12,19
-2,33
4,31
3,68
6,18
-2,80
2,18
8,09
-3,76
-10,50
2010
- 0,15
1,60
12,97
-5,16
3,33
-3,32
1,46
-1,58
0,26
4,62
0,71
-8,82
2011
- 0,18
3,34
6,80
-10,66
5,34
-1,67
-1,03
5,58
-3,81
1,01
-0,25
-9,86
2012
- 2,04
8,08
4,14
-6,55
7,18
Fonte: Elaborado pelo autor
-5,72
2,27
3,88
-6,87
7,96
-0,87
-10,06
1995
82
ANEXOS
Anexo A – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria extrativa
conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0)
divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)
B - Indústrias extrativas
05 Extração de carvão mineral
05.0 Extração de carvão mineral
06 Extração de petróleo e gás natural
06.0 Extração de petróleo e gás natural
07 Extração de minerais metálicos
07.1 Extração de minério de ferro
07.2 Extração de minerais metálicos não-ferrosos
08 Extração de minerais não-metálicos
08.1 Extração de pedra, areia e argila
08.9 Extração de outros minerais não-metálicos
09 Atividades de apoio à extração de minerais
09.1 Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural
09.9 Atividades de apoio à extração de minerais, exceto petróleo e gás natural
Anexo B – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de
transformação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)
C - Indústrias de transformação
10 Fabricação de produtos alimentícios
10.1 Abate e fabricação de produtos de carne
10.2 Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado
10.3 Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais
10.4 Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais
10.5 Laticínios
10.6 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais
10.7 Fabricação e refino de açúcar
10.8 Torrefação e moagem de café
10.9 Fabricação de outros produtos alimentícios
83
11 Fabricação de bebidas
11.1 Fabricação de bebidas alcoólicas
11.2 Fabricação de bebidas não-alcoólicas
12 Fabricação de produtos do fumo
12.1 Processamento industrial do fumo
12.2 Fabricação de produtos do fumo
13 Fabricação de produtos têxteis
13.1 Preparação e fiação de fibras têxteis
13.2 Tecelagem, exceto malha
13.3 Fabricação de tecidos de malha
13.4 Acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis
13.5 Fabricação de artefatos têxteis, exceto vestuário
14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
14.1 Confecção de artigos do vestuário e acessórios
14.2 Fabricação de artigos de malharia e tricotagem
15 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e
calçados
15.1 Curtimento e outras preparações de couro
15.2 Fabricação de artigos para viagem e de artefatos diversos de couro
15.3 Fabricação de calçados
15.4 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material
16 Fabricação de produtos de madeira
16.1 Desdobramento de madeira
16.2 Fabricação de produtos de madeira, cortiça e material trançado, exceto móveis
17 Fabricação de celulose, papel e produtos de papel
17.1 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel
17.2 Fabricação de papel, cartolina e papel-cartão
17.3 Fabricação de embalagens de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
17.4 Fabricação de produtos diversos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado
18 Impressão e reprodução de gravações
18.1 Atividade de impressão
18.2 Serviços de pré-impressão e acabamentos gráficos
18.3 Reprodução de materiais gravados em qualquer suporte
19 Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis
19.1 Coquerias
19.2 Fabricação de produtos derivados do petróleo
19.3 Fabricação de biocombustíveis
20 Fabricação de produtos químicos
20.1 Fabricação de produtos químicos inorgânicos
20.2 Fabricação de produtos químicos orgânicos
20.3 Fabricação de resinas e elastômeros
20.4 Fabricação de fibras artificiais e sintéticas
20.5 Fabricação de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários
20.6 Fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza, cosméticos, produtos de
perfumaria e de higiene pessoal
20.7 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes, lacas e produtos afins
84
20.9 Fabricação de produtos e preparados químicos diversos
21 Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos
21.1 Fabricação de produtos farmoquímicos
21.2 Fabricação de produtos farmacêuticos
22 Fabricação de produtos de borracha e de material plástico
22.1 Fabricação de produtos de borracha
22.2 Fabricação de produtos de material plástico
23 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos
23.1 Fabricação de vidro e de produtos do vidro
23.2 Fabricação de cimento
23.3 Fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais
semelhantes
23.4 Fabricação de produtos cerâmicos
23.9 Aparelhamento de pedras e fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos
24 Metalurgia
24.1 Produção de ferro-gusa e de ferroligas
24.2 Siderurgia
24.3 Produção de tubos de aço, exceto tubos sem costura
24.4 Metalurgia dos metais não-ferrosos
24.5 Fundição
25 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos
25.1 Fabricação de estruturas metálicas e obras de caldeiraria pesada
25.2 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras
25.3 Forjaria, estamparia, metalurgia do pó e serviços de tratamento de metais
25.4 Fabricação de artigos de cutelaria, de serralheria e ferramentas
25.5 Fabricação de equipamento bélico pesado, armas de fogo e munições
25.9 Fabricação de produtos de metal não especificados anteriormente
26 Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
26.1 Fabricação de componentes eletrônicos
26.2 Fabricação de equipamentos de informática e periféricos
26.3 Fabricação de equipamentos de comunicação
26.4 Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e
vídeo
26.5 Fabricação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle; cronômetros e
relógios
26.6 Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de
irradiação
26.7 Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, fotográficos e cinematográficos
26.8 Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas
27 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos
27.1 Fabricação de geradores, transformadores e motores elétricos
27.2 Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos
27.3 Fabricação de equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica
27.4 Fabricação de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação
27.5 Fabricação de eletrodomésticos
27.9 Fabricação de equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anteriormente
28 Fabricação de máquinas e equipamentos
85
28.1 Fabricação de motores, bombas, compressores e equipamentos de transmissão
28.2 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso geral
28.3 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária
28.4 Fabricação de máquinas-ferramenta
28.5 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso na extração mineral e na construção
28.6 Fabricação de máquinas e equipamentos de uso industrial específico
29 Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias
29.1 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários
29.2 Fabricação de caminhões e ônibus
29.3 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para veículos automotores
29.4 Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores
29.5 Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores
30 Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores
30.1 Construção de embarcações
30.3 Fabricação de veículos ferroviários
30.4 Fabricação de aeronaves
30.5 Fabricação de veículos militares de combate
30.9 Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente
31 Fabricação de móveis
31.0 Fabricação de móveis
32 Fabricação de produtos diversos
32.1 Fabricação de artigos de joalheria, bijuteria e semelhantes
32.2 Fabricação de instrumentos musicais
32.3 Fabricação de artefatos para pesca e esporte
32.4 Fabricação de brinquedos e jogos recreativos
32.5 Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos
ópticos
32.9 Fabricação de produtos diversos
33 Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos
33.1 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos
33.2 Instalação de máquinas e equipamentos
Anexo C – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Construção
Civil conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0)
divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)
F - Construção
41 Construção de edifícios
41.1 Incorporação de empreendimentos imobiliários
41.2 Construção de edifícios
42 Obras de infra-estrutura
42.1 Construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais
42.2 Obras de infra-estrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e
transporte por dutos
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42.9 Construção de outras obras de infra-estrutura
43 Serviços especializados para construção
43.1 Demolição e preparação do terreno
43.2 Instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções
43.3 Obras de acabamento
43.9 Outros serviços especializados para construção
Anexo D – Lista de atividades e seus subgrupos pertencentes a indústria de Eletricidade
e Gás, e da indústria de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e
descontaminação conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE 2.0) divulgada pela Comissão Nacional de Classificação (CONCLA)
D - Eletricidade e gás
35 Eletricidade, gás e outras utilidades
35.1 Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica
35.2 Produção e distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas
35.3 Produção e distribuição de vapor, água quente e ar condicionado
E - Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
36 Captação, tratamento e distribuição de água
36.0 Captação, tratamento e distribuição de água
37 Esgoto e atividades relacionadas
37.0 Esgoto e atividades relacionadas
38 Coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais
38.1 Coleta de resíduos
38.2 Tratamento e disposição de resíduos
38.3 Recuperação de materiais
39 Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos
39.0 descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos