O caso das empresas Portuguesas na Alemanha
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O caso das empresas Portuguesas na Alemanha
Problemas e sugestões à internacionalização: O caso das empresas Portuguesas na Alemanha Trabalho Final na modalidade de Relatório de Estágio Apresentado à Universidade Católica Portuguesa para obtenção do grau de mestre em Gestão por João Miguel Da Costa Gonçalves sob orientação de Prof.ª. Francisca Guedes de Oliveira Universidade Católica do Porto – 01/03/2013 1 Agradecimentos Gostaria de transmitir o meu agradecimento a todas as pessoas que de uma forma directa e indirecta contribuíram para a realização desta tese de mestrado. Em primeiro lugar quero agradecer aos meus pais e irmã, pelo apoio incondicional neste meu percurso académicas. Este trabalho é-lhes dedicado. À minha namorada pela motivação, pela paciência e dedicação, que sempre me proporcionou. À Professora Francisca Guedes de Oliveira, minha orientadora de tese, pelo tempo e atenção que dedicou a este trabalho. Esta tese é o resultado do estímulo e apoio que sempre me transmitiu. Uma especial menção ao excelentíssimo Sr. Embaixador de Portugal em Berlim, Luís de Almeida Sampaio, ao Dr. Matthias Meichsner da AICEP Berlim e à Dr.ª. Lúcia Núncio da Embaixada de Portugal em Berlim, a quem transmito o meu apreço pela simpatia e disponibilidade com que me receberam, e pelo contributo que as suas opiniões trouxeram para este trabalho. A toda a rede da Embaixada de Portugal Berlim e da AICEP Berlim. A todos os empresários que prescindiram do seu precioso tempo para responder ao questionário que lhes foi enviado. A todas as pessoas e amigos que me acompanharam ao longo da minha vida. Sem elas nada seria igual… 2 Resumo Na altura de se internacionalizarem as empresas utilizam diversos modelos para avaliarem e decidirem o melhor modo de entrada e forma de operacionalizar as suas operações no estrangeiro. Neste estudo irei caracterizar os processos de internacionalização das empresas portuguesas para a Alemanha tomando como base alguns modelos teóricos tais como a teoria Ecléctica, a teoria de Uppsala, a teoria das Redes Industriais e a teoria das Born Global. Para além disso irei também analisar as motivações concretas, condicionadas pela distância psíquica entre os países (CAGE), os seus modos de entrar e os drivers para a escolha do tipo de gestão da empresa. Para tal foi aplicado um questionário a 32 empresas Portuguesas com IDPE na Alemanha os quais foram posteriormente analisados. Deste estudo pôde-se concluir que as grandes dificuldades sentidas nos processos de internacionalização das empresas Portuguesas para a Alemanha prendem-se ao nível cultural e principalmente linguístico, no entanto existem também alguns exemplos de sucesso (como é o caso do hotel Pestana em Berlim), que optam por preparar a instalação germânica contratando gerência de origem alemã que conheça o mercado. Posteriormente são levadas a cabo pequenas alterações às práticas de gestão da sede, tornando assim o processo de internacionalização mais eficiente. Para além disso existe uma grande diversidade de empresas com IDPE a actuar na Alemanha, desde empresas com diferentes tamanhos, que actuam em diferentes áreas, com diferentes motivações, diferentes modelos de gestão e diferentes objectivos. Palavras-chave: Internacionalização; Diplomacia-económica; Alemanha; Portugal; Investimento Directo Português Estrangeiro. Número de palavras: 15.578 3 Índice Página Capítulo 1 - Introdução 1.1 Objectivos Capítulo 2 – Enquadramento teórico 9 11 12 2.1 A influência da diplomacia económica nos processos de internacionalização 12 2.2 Processos de internacionalização 14 2.2.1 Definição de internacionalização 14 2.2.2 Motivações 15 2.2.3 Modelo CAGE 16 2.2.4 Mos de entrada nos mercados 21 2.2.5 Teoria de Uppsala 23 2.2.6 Teoria das Born Global 24 2.2.7 Teoria Eclética 25 2.2.8 Teoria das Redes 27 2.2.9 Pressões ao tipo de Gestão – Market Drivers 29 2.3 Relações comerciais e presença de empresas Portuguesas na Alemanha 32 Capítulo 3 – Análise dos inquéritos 35 3.1 Métodos e técnicas 35 3.2 Inquéritos 36 3.2.1 Caracterização da amostra 36 3.2.2 Processos de internacionalização 38 3.3.3. Cruzamento de dados 49 3.3.4 Limitações ao estudo 53 Capítulo 4 – Sugestões 54 Capítulo 5 – Conclusão 55 Bibliografia 57 4 Netgrafia 59 Anexos 60 5 Índice de Figuras Figura 1 - Organograma da nova comissão de acompanhamento da acção económica externa Figura 2 – Diplomacia triangular Figura 3 - Modos de entrada nos mercados Figura 4 – matriz Modos de entrada Figura 5 - Níveis da internacionalização em Uppsala Figura 6 - Matriz IR Figura 7 - Fluxos de transferência Figura 8 – Evolução do investimento directo Português no estrangeiro Figura 9 – Investimento directo Português no estrangeiro por países de destino Figura 10 – Localização das empresas portuguesas na Alemanha Figura 11 – cidades onde se realizam feiras com presença Portuguesa 6 Índice de Quadros Quadro 1 - Importância da Alemanha nos Fluxos Comerciais de Portugal Quadro 2 - O quadro que se segue tenta sintetizar os atributos inerentes e alguns exemplos de indústrias que são afectadas por cada uma das quatro distâncias CAGE. Quadro 3 – Distância Psíquica entre Portugal e outros países (top20). Quadro 4 – Grau de internacionalização Quadro 5 - Pressões para o tipo de gestão Quadro 6 - Características dos modelos estratégicos 7 Lista de Siglas IDE – Investimento directo estrangeiro AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal INE – instituto nacional de estatística EU – União Europeia MNE- Ministério dos negócios estrangeiros CEO - Chief Executive Officer IDPE – Investimento directo Português no estrangeiro I&D – Investigação e desenvolvimento 8 1. Introdução O presente Trabalho Final de Mestrado – TFM – desenvolvido no âmbito do Mestrado de Gestão, foi realizado na modalidade de relatório de estágio. A escolha desta modalidade deveuse à possibilidade de adquirir competências a nível profissional numa instituição de excelência. O estágio teve a duração 5 meses e teve lugar na Embaixada Portuguesa de Berlim, a qual pretende ter um papel mais activo juntos das empresas Portuguesas com IDPE na Alemanha. As recentes alterações do contexto político e económico mundial que se tem vindo a notar durante os últimos anos e a actual situação da económica portuguesa, tem levado os estados e as empresas Portuguesas a procurar novas formas de defender os seus interesses. Uma das soluções passa por incentivar à internacionalização das empresas através de acções de diplomacia económica, para que estas se possam diversificar geograficamente e assim actuar em novos mercados. É então de extrema importância existir um melhor entendimento sobre os processos de internacionalização das empresas Portuguesas, para que posteriormente seja possível oferecer melhores soluções que visem facilitar a internacionalização das mesmas. Apesar dos processos de internacionalização serem cada vez mais fáceis e rápidos devido ao processo de globalização de mercados, da integração das economias e políticas (União Europeia), do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação e das necessidades dos consumidores cada vez mais homogéneas a verdade é que continuam a existir diferenças substanciais entre as necessidades de cada população (Ghemawar, 2001). Torna-se então pertinente que as empresas façam uma análise a diversas questões antes de iniciarem os seus processos de internacionalização, para que assim diminuam os riscos associados à sua internacionalização. As empresas, na altura de se internacionalizarem, utilizam diversos modelos para avaliarem e decidirem o melhor modo de entrada e forma de operacionalizar as suas operações no estrangeiro. Whitelock (2002) sugere um modelo que engloba os pontos chaves de várias teorias, para assim explicar de melhor forma a internacionalização das empresas. Neste estudo irei abordar então a teoria do paradigma Ecléctico, a teoria de Uppsala, a teoria das Redes Industriais e a teoria das Born Global. O meu objectivo não é o de procurar qual o melhor modelo mas sim de analisar quais foram os modelos optados pelas empresas portuguesas a quando da internacionalização para o território Alemão. Para além das diversas teorias, e para melhor entendermos o processo de internacionalização empresassem estudo irei analisar as 9 motivações das empresas, a distância psíquica entre os países (CAGE), os diferentes modos de entrar e quais os drivers para a escolha do tipo de gestão da empresa. Apesar de tudo, o facto de uma empresa actuar a um nível internacional em vez de a nível nacional apresenta aos gestores diferentes oportunidades. Ter operações a nível mundial não só dá acesso a novos mercados, recursos, custos mais baixos, a novas fontes de informação e conhecimento, como também possibilita um maior número de opções estratégicas com as quais as empresas podem jogar para superarem os seus concorrentes. Contudo esta globalização trás também desafios estratégicos e organizacionais mais complexos. O conceito de multinacional não é totalmente convergente na literatura, nesse sentido irei adoptar a definição de Fleury et al, (2007) que afirma que uma empresa só é verdadeiramente multinacional quando apresenta investimento directo estrangeiro (IDE) o qual pode ser feito ou através de “green fields” (investimentos de raiz) ou através de “Brown fields” (aquisições/parcerias). Segundo dados da AICEP e do INE a Alemanha é um dos maiores mercados do mundo, o primeiro parceiro comercial para muitos países e seguramente o mercado mais importante dentro da EU,. Relativamente às trocas comerciais entre Portugal e Alemanha o mercado alemão surge em 2010 em 2º lugar (a Espanha ocupa o 1º lugar), quer como cliente, quer como fornecedor, dai existir um grande interesse das redes diplomáticas em incentivar este crescimento através de acções político económicas. Tabela 1 - Importância da Alemanha nos Fluxos Comerciais de Portugal 2Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística É então notória a importância de um mercado como o Alemão para as empresas Portuguesas, tornando-se então cada vez mais um destino bastante apetecível para a internacionalização das nossas empresas. 10 Ao longo do relatório tentarei dar um enquadramento teórico da problemática em estudo, caracterizar do ponto de vista empírico o processo de internacionalização das empresas Portuguesas para a Alemanha e por fim levantar um conjunto de sugestões à embaixada/AICEP para que a diplomacia económica levada a cabo por estas instituições se revele mais eficaz. 1.1. Objectivos 1. Análise dos processos de internacionalização das empresas com IDPE e identificação de padrões. Irei analisar os resultados de um inquérito aplicado às empresas portuguesas com IDPE na Alemanha, para que se possa entender com detalhe quais foram os seus processos de internacionalização. Será feita uma leitura destes processos à luz das teorias apresentadas. 2. Apresentação de sugestões à AICEP/EMBAIXADA sobre como melhorar o seu papel nos processos de internacionalização das empresas Portuguesas para a Alemanha Pretende-se através dos inquéritos às empresas com IDPE identificar padrões semelhantes entre os processos de internacionalização das várias empresas e posteriormente identificar as principais dificuldades que as empresas sentiram nesta internacionalização para o território Alemão. Desta análise derivam um conjunto de sugestões que visam melhorar e ajudar tanto as empresas que já têm IDPE na Alemanha assim como aquelas que pretendem iniciar o seu processo de internacionalização para este mercado. No capítulo seguinte deste relatório apresenta-se um breve revisão da literatura, que procura identificar as principais referências teóricas consagradas na literatura nomeadamente nas áreas de Teorias de Internacionalização e da diplomacia económica. Irei começar pela influência da diplomacia económica nos processos de internacionalização das empresas e seguidamente irei abordar as teorias de internacionalização que mencionei anteriormente. 11 2. Enquadramento teórico 2.1 A influência da diplomacia económica nos processos de internacionalização Segundo os autores Viana e Hortinha (2005), “o interesse sobre os processos de internacionalização não é só das empresas, mas também dos Governos, por via das políticas de apoio à internacionalização e de outros agentes económicos como sindicatos e associações empresariais e também dos académicos e investigadores”, nesse sentido a melhoria contínua dos processos de internacionalização é de interesse mútuo tanto para as empresas como para os estados. O autor Cristiano Cechella (2010) também defende a importância de um relacionamento entre a diplomacia económica e a internacionalização segundo ele “a Diplomacia possui um papel de suma importância para os investimentos das empresas no exterior. Para além das acções de apoio e estímulos, é nesta que, no limite, as pessoas e instituições buscarão orientação em caso de conflitos políticos, económicos e sociais graves no país hospedeiro de determinado investimento, auxiliando a resolver os mais variados litígios empresariais”. A diplomacia-económica deve então ser a primeira linha de apoio à internacionalização, disponibilizando para isso instrumentos de incentivos às empresas, para tal é necessário que se desenvolvam relações de proximidade entre as empresas e o Governo, os autores Stopford, Strange e Henley (1995), fazem referência ao modelo de diplomacia triangular este distingue 3 dimensões do relacionamento das empresas e do Governo (figura seguinte) Figura 2 – Diplomacia triangular Fonte: Stopford, Strange e Henley (1995), p. 22. 12 Os autores dizem que as negociações são agora feitas numa base triangular, por via da força da entrada de novos actores na nova diplomacia-económica, já não são só os embaixadores e os ministros dos negócios estrangeiros que fazem diplomacia-económica, hoje em dia estão também englobados CEO de empresas, outros ministérios, empresas locais e globais e é esta nova ligação que origina este triângulo de novas negociações. “No longer can national boundaries define the rules, for the game is now one where negotiation and action is carried out on a triangular basis. The traditional players in the embassies and foreign ministries are still in business, but they have been joined by members of other government ministries and by the executives of firms, both local and multinational. All are now involved in both bilateral and multilateral negotiation.” STOPFORD, John, Susan Strange e John S. Henley (1995) No estudo de Andrew K. Rose (2010) o autor tenta responder à pergunta “Is there a reason for the foreign service?” Após ter estudado o impacto dos corpos diplomáticos nas relações económicas entre Brasil e USA e a Bélgica e os USA conclui que de facto estas conseguem promover positivamente as exportações. Segundo números do mesmo autor as exportações tendem a aumentar entre 6 a 10 porcento por cada consular adicional no país, e que a criação de uma embaixada consegue ter impactos ainda mais significativos. O autor Nitsch Volker (2007) acrescenta também que “uma visita oficial promove o crescimento do comércio bilateral em cerca de 8 a 10%” Assim, com base no modelo de diplomacia triangular e nos estudos dos autores acima mencionados, torna-se evidente que os Estados, para além de manterem a relação políticoeconómica com outros estados membros, devem também encetar relações de diplomaciaeconómica com as empresas. É também preciso dar atenção a toda a estrutura diplomática portuguesa, a nova lei orgânica vêm dar a tutela da AICEP ao MNE. Este novo modelo implica também a integração política nos meios de internacionalização da nossa economia seja nas missões, reuniões, acções diplomáticas, económicas ou comerciais no exterior, o que se enquadra perfeitamente nesta nova tutela da AICEP pelo MNE, pois possibilita uma maior comunicação e cooperação entre as AICEP’s e as Embaixadas dos respectivos países estrangeiros. De seguida apresento uma figura que relativa a este novo modelo. 13 Figura 1 - Organograma da nova comissão de acompanhamento da acção económica externa Existem diferentes modos de internacionalização, diferentes formas de entrada nos mercados, diferentes motivos para essa expansão, algumas empresas estão dispostas a arriscar mais outras preferem jogar pelo seguro. Estas decisões dependem também do capital disponível e dos parceiros envolvidos no mesmo. Para uma melhor compreensão do tema deste relatório, é necessário, então, um enquadramento teórico sobre os vários processos de internacionalização mas também sobre as motivações, o modelo CAGE, os modos de entrada e as pressões para os tipos de gestão das empresas. 2.2. Processos de Internacionalização 2.2.1. Definição de internacionalização Segundo FREI, A (1997) a internacionalização é um processo estratégico pelo qual a empresa deixa de operar apenas nos limites do seu mercado nacional e começa a explorar outros mercados estrangeiros, este processo pode ser uma replicação total ou parcial da sua cadeia operacional. Trata-se então do processo de adaptação da empresa ao ambiente internacional (Calof, J.; Beamish, P. – 1995). 14 2.2.2. Motivações O que é que motiva uma empresa a se internacionalizar? Será que tudo dependa da vontade do CEO? A resposta é não! Existem estudos que sugerem alguns padrões das motivações para a internacionalização e são esses que irei agora explicar. Segundo os autores de Bartlett et al. (2009), as motivações podem ser de dois tipos: “tradicionais” e “emergentes”, sendo que estas estão dividas em “sub-motivações”. As motivações tradicionais estão na base das primeiras experiências de investimento no estrangeiro. Existem três tipos de motivações tradicionais: a “procura de mercado”, “procura de recursos” e a “procura de eficiência”. A “procura de mercado” tem como objectivo a protecção de mercados onde já se opere através de exportação ou então a exploração de novos mercados, acontece também quando os motivos para a internacionalização são o acompanhamento da expansão internacional de clientes importantes; evitar barreiras tarifárias ou não tarifárias às exportações; possibilidade de acesso a outros mercados a partir da subsidiária estrangeira; etc. A “procura de recursos” tem como objectivo tentar adquirir os recursos mais baratos ou que sejam inexistentes no país de origem. As necessidades patentes são então o acesso a recursos; aceder a matérias-primas mais baratas ou garantir a estabilidade do seu fornecimento; aceder a recursos naturais não disponíveis no país de origem, aqui o IDE é maioritariamente de caracter exportador e as empresas normalmente apresentam pouca ligação às economias locais. Por último dentro das motivações tradicionais temos a “procura de eficiência” que acontece quando as motivações para internacionalizar são: racionalizar a cadeia de abastecimento e distribuição; explorar ganhos associados a economias de escala e gama; diversificação do risco; etc. Assim que as empresas tenham estabelecido operações de vendas e produção no estrangeiro as percepções e motivações estratégicas começam a alterar evoluindo assim para as já referidas “motivações emergentes”, nas quais estão inseridas as motivações “posicionamento competitivo” e o “scanning global”. O “posicionamento competitivo” dá-se quando as motivações da empresa para internacionalizar são: a necessidade de operações globais para antecipar face a concorrentes; obter escala global; explorar imperfeições de mercado ou criar novas imperfeições de mercado tais como bloquear acesso dos concorrentes a fornecedores; antecipar presença em mercados que irão interessar a concorrentes no futuro, etc. E o “scanning global” ocorre quando as empresas têm motivações tais como obter acesso às novas tendências, novas tecnologias e melhores competências, à escala global, normalmente este tipo de IDE aparece associado com fusões, aquisições e ou parcerias. 15 2.2.3. Modelo CAGE Ghemawat (2001) defende que as Tecnologias de Informação e Comunicação têm vindo a “encolher o mundo” e o têm tornado mais homogéneo. No entanto o autor continua a acreditar que a distância ainda existe e as empresas devem ter muito cuidado com a sua análise para que posteriormente tomem as melhores decisões nos seus processos de internacionalização. A Distância entre dois países é manifestada através de quatro diferentes dimensões: diferenças Culturais, diferenças Administrativas, diferenças Geográficas e diferenças Económicas e devem ser analisadas pelo Quadro de Análise CAGE, o qual foi desenvolvido pelo próprio autor. • Distância Cultural: Os atributos culturais de um país determinam a maneira como as pessoas se relacionam entre elas, com as empresas e com as instituições. Diferenças religiosas, diferenças étnicas e linguísticas ou ainda o conjunto de normas sociais são capazes de criar distância psíquica entre dois países. Os atributos culturais criam distância pois influenciam as escolhas dos consumidores, podemos então afirmar que esta distância cultural tem impacto directo sobre a forma como se faz negócios e sobre a forma como as pessoas consomem os produtos. Ghemawat diz por exemplo que a língua é das características culturais que maior impacto têm na Distância Cultural, “o comércio entre países com a mesma língua é 3 vezes maior do que entre países sem língua comum” isto prova o que foi referido acima, de facto as características culturais têm um grande impacto nas negociações. Mas existem ainda outros exemplos que mostram o impacto que a distância cultural tem nas relações comerciais, Ghemawat dá como exemplo a relação das culturas com as cores, “em russo a cor vermelha, significa bonito” o que faz com exista um impacto positivo nos produtos vermelhos. • Distância Administrativa ou Política: factores como relações políticas entre os dois países (relação colónia-colonizador, acordos de comércio preferenciais…), medidas de incentivo ao Investimento Directo Estrangeiro, Infra-estruturas dos países envolvidos, entre outros, têm grande impacto na Distância entre os dois países. Por exemplo, segundo Ghemawat numa relação colónia-colonizador o comércio aumenta 900%, e, numa relação de acordo de comércio preferencial, moeda comum e união política, o comércio aumenta 300%. Ainda segundo Ghemawat um dos maiores exemplos de esforços para diminuir a distância administrativa ou Política foi a criação da União Europeia. Este autor refere também que hoje em dia a maioria das barreiras são criadas pelos próprios governos dos países “alvo”, desde barreiras tarifárias, quotas de mercado, restrições sobre IDE,etc. e têm como objectivo proteger o mercado e a indústria interna. 16 • Distância Geográfica: geralmente, quanto maior a distância geográfica, mais difícil é a negociação entre as partes, mas a distancia geográfica não se mede apenas em quilómetros, segundo Ghemawat a distancia geográfica é também afectada pela dimensão do país, pelas distâncias com as fronteiras, pelo acesso às infra-estruturas de comunicação e transportes estes últimos por exemplo influenciam directamente o comércio internacional visto que fazem variar os custos. • Distância Económica: Aqui o factor de maior importância é o rendimento dos consumidores. Segundo Ghemawat por norma os países ricos tendem a comercializar mais com o exterior quando comparando com outros países considerados mais pobres. Do ponto de vista industrial, Ghemawat da também o exemplo das empresas que dependem das economias de escala e da estandardização, este diz que estas devem focar-se mais em países com perfis económicos semelhantes, ou seja, com uma distância psíquica mais reduzida. Isto deve-se ao facto de que estas empresas para explorarem a sua vantagem competitiva (ter os processos estandardizados) necessitam de replicar os seus modelos de negócios, ora essa replicação será mais difícil de se fazer se a economia do país de destino for muito diferente da do país de origem. Podemos ter como exemplo a cadeia “Walmart”, certamente uma loja na índia seria muito diferente da dos EUA, já uma loja no canada seria quase uma cópia. 17 Quadro 2 - O quadro que se segue tenta sintetizar os atributos inerentes e alguns exemplos de indústrias que são afectadas por cada uma das quatro distâncias CAGE. Distância Cultural - Diferença linguística Atributos que criam - Diferenças éticas; distância falta de ligação social - Diferenças religiosas - Diferenças das normas sociais Indústrias ou produtos afectados pela distância - Produtos com grande conteúdo linguístico (TV) - Produtos afectados pela identidade nacional dos consumidores (comida) Distância Administrativa - Ausência de ligações coloniais - Ausência de ligações monetárias e políticas - Politicas Governamentais O envolvimento do governo é alto em industrias que: - Bens de consumo essenciais (electricidade) - Empresas campeãs nacionais -vital para a segurança nacional (comunicações) Distancia Geográfica Distancia Económica - Falta de fronteiras comuns - Diferenças no rendimento dos consumidores - Fraca infra-estrutura de transportes e comunicações - Tamanha do país - Produtos frágeis (vidro) - Produtos em que a comunicação é muito importante (serviços financeiros) - Supervisão local é necessária (muitos serviços) - Diferenças no custo e qualidade de: recursos naturais; recursos financeiros; recursos humanos; etc. - A procura vária com os rendimentos (carros) - Economias de estandardização e escala são importantes (telemóveis) - A distribuição ou o sistema de negócios são diferentes (seguros) Adaptado de “Distance Still Matters: The Hard Reality of Global Expansion,” By Ghemawat, página 5. De seguida irei apresentar dados sobre o estudo do Ghemawat relativamente a distância psíquica entre Portugal e Espanha e Portugal e Alemanha. De notar que o facto de incorporar Espanha nesta analise deve-se a dois motivos: Primeiro, pois na análise dos dados dos inquéritos foi o país mais referido pelas empresas como sendo o primeiro local da internacionalização das mesmas e segundo para que dê também aos leitores uma melhor base de comparação entre um país com uma distância psíquica menor (Espanha é o país com menor distância psíquica de Portugal) e o país em estudo a Alemanha que apresenta uma distância psíquica maior (9º classificado) 18 Distância psíquica entre Portugal e outros países Quadro 3 – Distância Psíquica entre Portugal e outros países Como podemos ver no quadro 3 os países mais próximos psiquicamente de Portugal são Espanha (62 CAGE) e França (403 CAGE), de notar ainda que a Alemanha (575 CAGE) país que mais interessa para este estudo apresenta-se na nona posição. Outro factor bastante interessante que também é facilmente identificado no gráfico e o qual foi referido anteriormente na revisão da literatura é o facto da relação entre a distância total CAGE e a distância geográfica proporcional. Para não ser melhor directamente entendermos a classificação da distância CAGE irie enumerar alguns dados disponibilizados pelo autor relativamente à distância entre “Portugal e Espanha” e “Portugal e Alemanha”. Nestes dados Ghemawat analisa do ponto de vista cultural 3 pontos, A língua do país; a religião; a diáspora tanto de Portugueses em Espanha, como de Espanhóis em Portugal. Do ponto de vista administrativo Ghemawat analisa o “trade block”; a moeda; possuírem ou não um país colonizador; o nível de corrupção (quanto maior o valor menor o nível de corrupção); e a origem do sistema legal. Relativamente à distância geográfica Ghemawat mede a distância entre as principais cidades; se fazem ou não fronteira; o tamanho do país; o fuso horário; o clima. E Por fim relativamente a distância económica Ghemawat Fonte: Pankaj Ghemawat – Cage Comparator compara o PIB dos países; a taxa de crescimento do PIB; o índice de desenvolvimento humano; e a taxa de penetração da internet. 19 CAGE Portugal – Espanha (anexo 1) Uma vez que Espanha segundo Ghemawat é o país mais próximo psiquicamente de Portugal, irei fazer uma pequena análise ao mesmo, por forma a podermos posteriormente comparar com o país relevante ao meu estudo a Alemanha. Do ponto de vista da distância cultural Ghemawat refere no seu estudo que não existe uma correspondência entre as línguas faladas nos dois países (menos de 20% das pessoas em Portugal fala espanhol e menos de 20% das pessoas em Espanha fala Português), relativamente à religião existe uma correspondência entre os dois países (em ambos mais de 30% da população é cristã), e relativamente à migração, existem cerca de 55mil Portugueses a viver em Espanha e cerca de 15mil Espanhóis a viver em Portugal. Relativamente à distância administrativa aqui é identificado pelo autor que o “trade bloc” é comum tanto para Portugal como para Espanha (ambos são EU), sendo que a moeda é também a mesma (Euro), é ainda referido que não existe um passado colonial comum entre os dois e o nível de corrupção dos dois países é bastante idêntico 3.48 (Portugal) e 3.66 (Espanha), por último ainda dentro da distância administrativa o autor faz ainda referência ao facto de que a origem do sistema legal de ambos é Francesa. Quanto a distância geográfica entre Portugal e Espanha o autor indica que a distância entre as principais cidades dos dois países é de 501 quilómetros, fazem fronteira um com o outro, Portugal tem uma área de 92,090 km2 comparativamente com os 505,370 km2 de Espanha, existe uma diferença horaria de uma hora de um país para outro e por fim que o clima em ambos é temperado. Por fim relativamente aos factores da distância económica o PIB per capita (em USD) de Portugal é de 21,970 enquanto Espanha apresenta 32,030 (dados de 2009), a taxa de crescimento esperada para o PIB é de 0% para Portugal e 1% para Espanha (dados de (2005 a 2009), o índice de desenvolvimento humano é de 91 para Portugal e de 95 para Espanha (dados de 2009) e por fim a taxa de penetração da internet é de 42 para Portugal e 62 para Espanha (dados 2008). CAGE Portugal – Alemanha (anexo 2) Irei agora analisar a distância psíquica entre os países em foco neste estudo. Do ponto de vista da distância cultural Ghemawat refere no seu estudo que não existe uma correspondência entre as línguas faladas nos dois países (menos de 20% das pessoas em Portugal fala Alemão e menos de 20% das pessoas na Alemanha fala Português), relativamente à religião existe uma correspondência entre os dois países (em ambos mais de 30% da população é cristã), no entanto aqui a correspondência é bastante diferente da de Espanha a qual apresentava tal como 20 Portugal valores superiores a 85% enquanto a Alemanha apresenta apenas um valor de 68%. Relativamente à migração, existem cerca de 234,840 Portugueses a viver na Alemanha e cerca de 24,283 Alemães a viver em Portugal. Relativamente à distância administrativa o “trade bloc” é comum tanto para Portugal como para a Alemanha (ambos são EU),Tal como na Espanha na Alemanha a moeda também é a mesma (Euro) e também não existe um passado colonial comum. A nível de corrupção a Alemanha comparativamente a Portugal e Espanha apresenta um número bastante melhor, 3.48 (Portugal) e 4.8 (Alemanha). Por último a origem do sistema legal é diferente (ao contrario do que se passava com Espanha), a origem Portuguesa é Francesa e a da Alemanha é Alemã. Quanto a distância geográfica entre Portugal e Alemanha o autor indica que a distância entre as principais cidades dos dois países é de 1,892 quilómetros, e não existem fronteiras comuns entre os países, Portugal tem uma área de 92,090 km2 contra os 357,022 km2 da Alemanha, por fim e tal como em Espanha a diferença no fuso horário é de uma hora e o clima em ambos é também temperado. Por fim relativamente aos factores da distância económica o PIB per capita (em USD) de Portugal é de 21,970 enquanto que a Alemanha apresenta 40,832 (dados de 2009), a taxa de crescimento esperada para o PIB é de 0% para Portugal e 1% para a Alemanha (dados de (2005 a 2009), o índice de desenvolvimento humano é de 91 para Portugal e de 95 para Alemanha (dados de 2009) e por fim a taxa de penetração da internet é de 42 para Portugal e 75 para a Alemanha (dados 2008). Como podemos ver esta matriz é de grande importância uma vez que nos permite de forma geral entender o quanto próximo são os dois país e dá também uma ideia inicial de algumas das barreiras que poderemos encontrar nos países de destino (exemplo a Alemanha tem uma origem legal diferente da Portuguesa). 2.2.4. Modos de entrada nos mercados Segundo Bartlett (2009) quando uma empresa decide explorar um mercado estrangeiro, a escolha do melhor modo de entrada é decidido pela estratégia de expansão da empresa. As empresas podem então entrar nos mercados através de três mecanismos: Exportação, Contratual e investimento. Sendo que todos eles apresentam as suas próprias vantagens e desvantagens e fazer a escolha certa é de elevada importância uma vez que pode determinar o sucesso ou o fracasso da internacionalização da empresa 21 Figura 3 - Modos de entrada nos mercados Adaptado de: Welch, L. S., Benito, G. R. G & Petersen, B. 2007. Foreign Operation Methods: Theory, Analysis, Strategy. Cheltenham: Edward Elgar. Outro facto muito importante Figura 4 – matriz Modos de entrada na decisão do modo de entrada é o nível de comprometimento e recursos que se quer dispensar para o mercado alvo e o nível de controlo que se quer ter sobre esse mesmo investimento. “What entry mode that a multinational company chooses has implications for how much resources the company must commit to its foreign operations, the risk that the company must bear, and the degree of control that the company can exercise over the operations on the new market.”(Charles Hill et al, 1990). Fonte imagem: Barltett & Beamish, 2011. 22 2.2.5. Teoria de Uppsala Como o próprio nome indica o modelo de Uppsala teve origem na escola de Uppsala onde a internacionalização é encarada como um processo, de evolução gradual e contínua através da qual as empresas adquirem experiência e conhecimento, as empresas visam aumentar o lucro a longo prazo e manter o nível de risco reduzido (Johanson e Vahlne, 1973, 1975,1977). Este modelo tenta então explicar a forma como as empresas se internacionalizam, os autores Jan Johanson e Jan-Erik Vahlne (1973) dizem que o modelo de Uppsala tenta explicar as características principais do processo de internacionalização das empresas. Segundo um estudo feito pelos mesmos no qual analisam varias subsidiárias internacionais de empresas suecas, eles concluíram que as empresas se internacionalizavam de forma gradual e á medida que vão adquirindo conhecimento, os autores fazem referencia a 4 níveis de internacionalização (Figura 5) começando então num primeiro nível por exportações não regulares ou indirectas, posteriormente e num segundo nível através de intermediários (agentes, distribuidores, etc.), evoluindo depois num terceiro nível para subsidiárias comerciais e por fim e num quarto nível para subsidiárias produtivas sendo que o principal objectivo é sempre a diminuição progressiva das barreiras negociais. Esta dimensão da internacionalização é denominada pelos autores de “establishment chain”. Os autores acrescentam ainda que outra característica deste modelo prende-se no facto de as empresas se internacionalizarem quase sempre para países com menor distância psíquica e posteriormente e de forma gradual para os mercados de maior distância psíquica, uma vez que quanto maior a distância psíquica menor será o conhecimento do mercado. Em suma trata-se de um processo de internacionalização focado na aprendizagem continua, ou seja, quanto mais a “empresa aprende”, ou seja, quanto maior for o empenho no mercado e quanto maior for o conhecimento do mercado mais esta se internacionaliza (Figura 5). Normalmente este modelo é adoptado por empresas na fase inicial de internacionalização. 23 Figura 5 - Níveis da internacionalização em Uppsala 2.2.6. Teoria das Born Global Existem algumas teorias que se desviam da teoria de Uppsala, uma vez que cada vez mais existem empresas que nascem globais o que contradiz com os processos de internacionalização que são algo lentos e graduais. Cada vez mais começam a surgir empresas que nascem globais e que desenvolvem operações internacionais desde o dia em que se estabelecem (Rennie, 1993), e estão normalmente ligadas à área das tecnologias (Knight & Cavusgil 1996, p. 11). Acredita-se que estas empresas conseguem nascer globais muito por causa do conhecimento (experiencia internacional prévia dos gestores) e das redes de negócio (também elas normalmente provenientes das redes pessoais dos gestores), ou seja, o facto de os gestores trazerem consigo todo este conhecimento prévio torna mais fácil a entrada nos mercados facilitando a obtenção de informação sobre os mercados e clientes. Segundo um estudo dos autores D.D. Sharma e A. Blomstermo (2003) feito à empresa de radioterapia “Helax” estes concluíram que as “born global” (ou os seus gestores) apresentam dois tipos de relações, as strong ties e as weak ties. As weak ties são conhecidos com quem tenho uma relação próxima (ex. Ex-colegas da faculdade), tendem a ter informação relevante e 24 importante, essa informação consigo por conhecer tal pessoa. as strong ties, são os amigos/família os quais tendem a ter informação mais redundante. As Born Global têm então características específicas tais como uma gestão das empresas com visão global desde o início, fazem uso intensivo das redes pessoais ou de negócio, são empresas que têm acesso a conhecimento sobre o mercado, têm activos intangíveis únicos baseados na gestão do conhecimento dos mercados, nascem desde início globais, são empresas que por norma têm capital e também por norma exploram nichos de mercado. 2.2.7. Teoria Eclética A teoria ecléctica foca-se mais no “porquê” das empresas se internacionalizarem permitindo identificar quais os factores relevantes que levam uma empresa a internacionalizarse. Segundo o autor John Dunning (1988) a teoria ecléctica procura associar as características dos países (vantagens comparativas) com elementos intrínsecos às empresas (vantagens competitivas das empresas) e segundo este é necessário existirem 3 condições para que uma empresa se decida a investir directamente num país. Primeiro a empresa tem de possuir algumas competências estratégicas ou vantagens de propriedade específicas que ajudem a eliminar a desvantagem de não conhecer o país. Segundo o país de destino tem de oferecer uma vantagem local para providenciar a motivação necessária para a empresa investir nesse país. E terceiro a empresa deve possuir capacidades organizacionais internas que a permita alcançar melhores resultados do que se fizesse o mesmo através de mecanismos externos tais como de contractos e licenciamento. Em suma Dunning sugere que a empresa opta por IDE se, e apenas se, estiverem reunidas três condições: Vantagem de propriedade (P): uma vantagem competitiva sobre as restantes empresas. Vantagem de localização (L): se existir vantagem na utilização dessa vantagem de propriedade noutro país que não o país de origem – países de destino de investimento. Vantagem de internalização (I): se for mais eficiente ser a primeira empresa a explorar a vantagem de propriedade relativamente à utilização de uma solução de mercado ou contratual – combinar empresa e mercado. O autor conclui ainda dizendo que se não existirem as três vantagens então não faz sentido haver investimento directo estrangeiro. Esta teoria está normalmente associada a grandes empresas que são racionais (verificam as vantagens), normalmente com muito capital com o qual compram ou fazem estudos de mercado para que assim consigam diminuir a distância psíquica entre os países. 25 Vantagens PLI Por forma a se melhor entender cada uma das vantagens irei abordar cada uma de forma individual. Vantagens de propriedade (P) são vantagens competitivas ao nível da empresa e podem ser de dois tipos: Vantagens de propriedade baseadas em activos (Pa) e Vantagens de propriedade em resultado de menores custos de transacção (Pt). As “Pa” podem ser: O acesso privilegiado a mercados, matérias-primas ou outros inputs; Posição estabelecida num determinado mercado; Capacidade de organização ou gestão; Produtos exclusivos; Tecnologia proprietária; Marca própria; Experiência/conhecimentos incorporados nos recursos humanos; Capacidade financeira ou de marketing; Conhecimento do mercado e das condições de produção. As “Pt” Estão associadas ao próprio carácter multinacional das empresas e resultam das vantagens em coordenar activos localizados em diferentes países tais como: Economias de gama e escala ao nível da produção, das aquisições, etc.; Potencial para uma maior especialização de cada unidade; Redução de riscos devido à diversificação geográfica; Mais fácil aproveitamento das diferenças nas dotações factoriais, políticas fiscais, etc.; Acesso facilitado a informação sobre vários mercados; Potencial de transferência das experiências entre mercados, etc. A Vantagem de Localização são as vantagens associadas a uma determinada localização no estrangeiro em comparação com país de origem e podem ser: disponibilidade, preço e qualidade dos factores de produção, das matérias-primas e de outros consumos intermédios; dimensão e características do mercado, incluindo barreiras tarifárias; custos de transporte e de comunicação; políticas governamentais relativamente ao investimento directo estrangeiro; estrutura administrativa e fiscal; etc. Por fim a Vantagem de Internalização resulta da necessidade de evitar falhas de mercado ou da possibilidade de as criar. Alguns exemplos podem ser actividades que envolvam a coordenação de recursos por um período de tempo muito longo (I&D); elevados custos de negociação (monopólios bilaterais); incerteza na regularidade dos fornecimentos de recursos estratégicos; dificuldades por parte do comprador em determinar o valor dos recursos a adquirir (tecnologias novas ou bens públicos); bloquear o acesso de concorrentes a recursos estratégicos; etc. 26 Podemos então concluir que a teoria ecléctica ajuda a analisar quando o IDE é preferível a outras formas alternativas de internacionalizar, que esta forma de internacionalização pressupõe uma informação perfeita (recolha de dados/estudos de mercado), uma optimização racional (após colecta dos dados/estudos de mercado), foca-se essencialmente nas três vantagens e por norma é feito pelas empresas grandes e com já alguma experiencia internacional. 2.2.8. Teoria das Redes A teoria da internacionalização das “redes” foca-se tanto no “porque” como no “como” das empresas se internacionalizarem, aqui o que importa para a internacionalização das empresas é a rede de relações que elas têm, as quais têm impacto nos processos de internacionalização das mesmas (na escolha dos países e nos modos de entrada), os autores Johanson & Mattsson (1988) dizem que este modelo permite que este processo seja influencia tanto por factores externos como internos (organizacionais) aquando da internacionalização, os autores dizem ainda que ao se comprimir estas duas dimensões, o nível de internacionalização da empresa e o nível de internacionalização do mercado, faz com que o modelo de internacionalização por redes aumente pois permite influencias multilaterais nas decisões de internacionalização. Um bom exemplo deste processo dá-se quando as empresas se internacionalizarem para seguir os seus clientes ou fornecedores evitando assim novas curvas de aprendizagem, o autor Holm et al. (1996: 1049) faz referência a importância desses relacionamentos “ Enquanto a maior dos estudos sobre a internacionalização em mercado estrangeiros se focam mais no modo de selecção de entrada nos mercados, as nossas descobertas indicam que o desenvolvimento de relações com clientes, fornecedores e outros parceiros de negócio pode ser um factor de decisão crítico”. Johanson e Mattsson (1988) utilizam a estrutura das redes para sugerir uma tipologia de internacionalização, para tal eles conceptualizaram 4 situações de níveis de internacionalização sendo eles: “The early Starter”; “ The lonely international”; “ The late starter”; “The international among others”. 27 Quadro 4 – Grau de internacionalização The early Starter As early starter possuem um baixo grau de internacionalização sendo que a sua rede partilha também desta característica (johanson e mattsson, 1988). Aqui é a dimensão e a disponibilidade de recursos que determinam a escolha do modo de entrada a qual pode também ela resultar da iniciativa de um distribuidor local (extensão ou penetração) The Lonely International Segundo johanson e mattsson (1998) estas encontram-se numa rede sem experiencia a nível internacional, mas que no entanto têm um grande nível de comprometimento com o processo de internacionalização da empresa, o é reflectido pelo seu elevado grau de internacionalização. Aqui a experiência internacional e a disponibilidade de recursos tendem a resultar em modos de entrado por investimento ou aquisição (penetração). 28 The late starter Tal como a early starter a late starter tem um baixo nível de internacionalização, mas ao contrário da outra esta está posicionada num mercado de elevado grau de internacionalização. Aqui a sua dimensão e a disponibilidade de recursos determinam a escolha do modo de entrada que tende a resultar da iniciativa de parceiros internacionais (extensão) (Johason e Mattson 1995) The interational Among Others Por fim a international among others, os autores Johason e Mattsson (1988) descrevem a situação destas empresas como tendo um elevado grau de internacionalização. Por norma estas empresas possuem posições privilegiadas em várias redes nacionais e normalmente são os jogos de xadrez com os concorrentes que determinam a escolha do modo de entrada, que tende a ser ou por joint-ventures, ou por fusões, ou por aquisições ou por desinvestimento (integração). Agora que já falei das teorias dos modelos de internacionalização, irei abordar as teorias sobre a gestão das empresas internacionais, quais os seus drivers e como as classificar. 2.2.9. Pressões ao tipo de gestão – Market Drivers Segundo Yip (1992) “A estratégia de internacionalização que uma empresa irá adoptar irá depender das características (ex. oportunidades e barreiras) do ambiente externo, das capacidades internas da empresa e dos trade-offs associados ao tipo de resposta para as pressões para uma resposta local ou para uma integração global”, o estudo de Yip (1992) sugere então quadro categorias de pressões (pressão do mercado; pressão dos custos; pressão do país; pressão dos concorrentes – presentes no quadro abaixo: “Pressões para o tipo de gestão”), os quais devem ser analisados para posteriormente se identificar então o nível de globalização dentro de uma indústria. Ele diz ainda que a força de cada pressão vária de indústria para industria e de mercado para mercado e que devemos ter o cuidado de não referir a indústria ou o mercado como totalmente global ou local, pois dentro de uma determinada indústria podemos ter algumas pressões que requerem uma resposta global e outras que requerem uma resposta local. Nestas situações torna-se então apropriado a utilização de uma estratégia internacional que incorpora características tanto globais como locais. 29 Quadro 5 - Pressões para o tipo de gestão Pressões - Drivers Pressão do mercado Pressão dos custos Pressão do país Pressão dos concorrentes Integração global - Requisitos do cliente homogéneos. - Sistema de distribuição global. - Marketing mix homogéneo. - Elevados custos de I&D. - Elevadas economias de escala global. - Baixos custos de transporte (de alto valor para Resposta local - Requisitos do cliente heterogéneos. - Canais de distribuição locais. - Marketing mix local. - Baixos custos de I&D. -Economias de escala similares a nível local e global. - Altos custos de transporte (de baixo valor para - Pouco proteccionismo. - Técnicos standards convergentes. - Normas culturais/institucionais homogéneas. - Interdependência alta dos principais mercados. - Presença local de competidores internacionais. - Alto proteccionismo. - Técnicos standards divergentes. - Normas culturais/institucionais heterogéneas. - Interdependência baixa dos principais mercados. - Sem presença local de competidores internacionais. Adaptado de: Yip, 1992; Ellis & Williams 1995. Após a análise das pressões pode-se então finalmente definir a estratégia a seguir, tal como apresentado no quadro seguinte. Figura 6 - Matriz IR Adaptado de: Prahalad & Doz 1987 30 Como podemos ver no quadro anterior (quadro matriz ir) existem 3 tipos de classificação de multinacional: Local, Global e Internacional, sendo que cada um deles possui características diferentes. No quadro seguinte tento sintetizar essas características. Quadro 6 - Características dos modelos estratégicos Modelo Local (imagem 1) Modelo Global (imagem 2) Modelo Internacional (imagem 3) Poder Local Poder centralizado Fluxo de capital Fluxos de capital Eficiência dos custos Fluxo de conhecimento Subsidiária auto-suficiente Fluxo de produtos e de capital Fluxos unidireccionais Adaptação local Economias de escala Tecnologia e know-how Conhecimento retido na sede Práticas de gestão uniformes Replica das práticas de em todas as subsidiárias gestão da sede Fonte: Elaboração própria – Adaptado de (Ellis & Williams 1995) Pequenas adaptações locais Nas imagens seguintes é possível verificar os respectivos fluxos de transferência de cada um dos modelos estratégicos. Figura 7 - Fluxos de transferência Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 31 2.3. Relações comerciais & presença de empresas Portuguesas na Alemanha Uma vez que é também relevante para o estudo a presença das empresas Portuguesas na Alemanha irei analisar a evolução do IDPE e também as relações comerciais entre Portugal e Alemanha. Numa segunda fase irie apresentar duas bases de dados: uma lista das empresas portuguesas com escritórios de representação permanente ou filiais em Portugal e uma lista das empresas portuguesas que participam em feiras internacionais que decorram na Alemanha. Figura 8 Figura 9 32 De acordo com os dados do banco de Portugal relativamente ao IDPE, é possível verificar que houve uma grande diminuição do investimento nos anos de 2008 e 2009 que coincide com o início da crise económica. No entanto é possível verificar que a partir de 2010 os valores começam novamente a aumentar, sendo que em 2011 o valor é mesmo superior ao de 2007. Já relativamente aos países de destino do IDPE é possível verificar a grande aposta que houve nos Países Baixos que passa de 21% do IDPE para 73,2% do mesmo, com um ligeiro aumento aparece também Espanha de 7,9% para 9,2%. Em sentido inverso nota-se uma grande diminuição em todos os outros destinos, especialmente no Brasil e em Luxemburgo. Gráfico - Relações comerciais Alemanha - Portugal (€) Relações comerciais Alemanha - Portugal (€) 10.000.000 8.000.000 6.000.000 Exportações (PT) 4.000.000 Importações (PT) 2.000.000 2007 2008 2009 2010 2011 2011 (maio) 2012 (maio) Fonte: Eurostat; trading economics; índex mundi. Entre 2007 e 2009 observa-se um decréscimo nas relações comerciais entre Portugal e Alemanha, isto dá-se precisamente na altura em que a crise estava no seu auge. Fazendo uma comparação homóloga entre Maio de 2012 e Maio de 2011, podemos observar um decréscimo nas exportações de Portugal para a Alemanha, consequência de problemas estruturais da economia portuguesa exacerbados pela crise internacional. 33 Ainda sobre a presença de empresas Portuguesas na Alemanha Evidencia-se uma expansão do número de empresas portuguesas na Alemanha em 2012 face a 2011 para um total de 40 empresas sendo que na sua maioria posiciona-se nos sectores da banca e têxtil, localizando-se em Nordrhein-Westfalen onde também se encontra a maior comunidade portuguesa na Alemanha. No entanto, é de referir que vários destes escritórios não estão abertos ao público (particularmente no caso da banca), pelo que a expressão das empresas portuguesas em solo alemão pode não corresponder ao número de empresas existentes. (anexo 4). A nível da presença em feiras internacionais, Portugal conta com 974 expositores num total de 127.247 expositores (anexo 3). A presença portuguesa é particularmente intensa na área vitivinícola, sendo que em 2011 Portugal teve 194 expositores na ProWein. Em termos de relevância, segue-se a feira de turismo ITB, na qual Portugal também tem uma presença significativa. Apesar desta presença forte tanto na área do turismo como na área do vinho, estas não se traduzem em investimento fixo na Alemanha pois o objectivo destas feiras não é proporcionar representação no país mas sim expor os seus produtos no mercado internacional. (Consultar anexo 5 com indicação das cidades onde se realizam as feiras com presença portuguesa). Figura 10 – Localização das empresas portuguesas na Alemanha Figura 11 – cidades onde se realizam feiras com presença Portuguesa 34 Após este enquadramento irei dar início à parte prática do trabalho, mais concretamente à análise dos inquéritos para tal irei começar por fazer uma breve referência aos métodos e técnicas utilizadas tanto na recolha como na respectiva análise dos dados e de seguira iniciarei a análise dos inquéritos. 3. Análise dos inquéritos 3.1. Métodos e técnicas Para análise dos dados recolhidos sobre o processo de internacionalização da empresas Portuguesas com IDPE na Alemanha irie utilizar o método quantitativo e qualitativo. Segundo Jakob Nielsen (2004) existem dois tipos de pesquisa, a pesquisa quantitativa (estatística) e a pesquisa qualitativa (insights). Ambos os tipos de pesquisa têm a sua vantagem e desvantagens, Nielsen (2004) afirma mesmo que os estudos quantitativos são normalmente demasiado estreitos para serem úteis, por outro lado o benefício principal da pesquisa quantitativa é facto de se conseguir traduzir uma situação complexa num simples número que é fácil de analisar e de ser debatido. Método Quantitativo – Segundo Sylvia Constant Vergara (Vergara, 2005) o método quantitativo é adequado quando se deseja conhecer a extensão (estatisticamente falando) do objecto de estudo, do ponto de vista do público analisado. Aplica-se nos casos em que se procura identificar o grau de conhecimento, as opiniões, impressões, os hábitos, comportamentos, seja em relação a um produto, á sua comunicação, a um serviço ou instituição. Ou seja, o método quantitativo oferece informações de natureza mais objectiva. Ainda segundo a autora os seus resultados podem reflectir as ocorrências do mercado como um todo ou dos seus segmentos, de acordo com a amostra com a qual se quer trabalhar. Método Qualitativo – Segundo Bogdan, R; Biklen, S. (1994) A investigação qualitativa, trabalha com valores, crenças, representações, hábitos, atitudes e opiniões. Este tipo de investigação é indutivo e descritivo, na medida em que o investigador desenvolve conceitos, ideias a partir de padrões encontrados nos dados. Técnica – Existem diversas técnicas de análise quantitativa e qualitativa, sendo que para o meu estudo apenas irei utilizar a técnica de inquérito (anexo 6). O inquérito está dividido em duas partes, a primeira serve para identificar o tipo de empresa e a segunda tem como objectivo analisar os seus processos de internacionalização, ainda de referir que o inquérito é composto por perguntas abertas e fechadas o que como consequência obriga a um tratamento qualitativo 35 e quantitativo dos dados. A análise a maior parte dos indicadores será feita através de uma estatística descritiva sendo que as restantes serão por estatística analítica. Amostra – O inquérito foi enviado para todas as 40 empresas com IDPE presentes na Alemanha sendo que dessas apenas 32 (80%) responderam (lista de empresas em anexo 3º) 3.2. Inquéritos Este inquérito foi aplicado a 40 empresas (anexo 4) tendo sido obtidas 32 respostas e tem como objectivo a análise e identificação dos processos de internacionalização das empresas Portuguesas para a Alemanha. Dividiu-se então o inquérito em três partes, uma primeira parte em que o objectivo é caracterizar a amostra, uma segunda parte em que se analisa e se tenta entender os processos de internacionalização das empresas e por fim na terceira parte é feita uma análise comparativa de alguns indicadores. 3.2.1 Caracterização da amostra Gráfico 1 Qual é a dimensão da empresa? Grande empresa (250 ou mais empregados ou, facturação anual superior a 50 milhões de euros) 6% 13% 50% 31% Média empresa (50-249 empregados ou, facturação anual inferior ou igual a 50 milhões de euros) Micro-empresa (menos de 10 empregados ou, facturação anual inferior a 2 milhões de euros) Pequena empresa (10-49 empregados ou, facturação anual inferior ou igual a 10 milhões de euros) O gráfico acima permite-nos ver qual a dimensão das empresas com IDPE que actuam no mercado Alemão. Como podemos verificar a maioria (50%) das empresas a actuar com IDPE na Alemanha são consideradas grandes empresas, seguem-se as médias empresas (31%), depois as pequenas empresas (13%) e por fim as micro empresas (6%). 36 Gráfico 2 Qual é o principal tipo de produto(s) comercializado(s) pela empresa na Alemanha? 28% Bens de consumo 41% Bens industriais 31% Serviços Relativamente ao tipo de produto comercializado pelas empresas com IDPE, a maioria delas comercializa serviços (41%), no entanto os bens industriais (bens utilizados na produção de outros bens) e os bens de consumo (bens que se destinam a satisfazer a necessidade de um indivíduo) aparecem também com valores elevados, respectivamente 31% e 28%. Isto poderá ser um indicador da diversidade do mercado Alemão. Gráfico 3 Qual é o número de anos de actividade comercial da empresa na Alemanha? 3% 25% 41% 1 anos 1-5 anos 31% 5-10 anos mais de 10 anos No grafico acima podemos verificar que a maioria das empresas já possui actividades na Alemanha há mais de 5 anos (72%) e que nos últimos 5 anos apenas 28% iniciaram actividade 37 nesse mercado. Esta quebra no número de empresas a iniciarem actividades no mercado Alemão poderá estar associada a questões estrátegicas pois como podemos ver mais acima na figura 8, de 2010 para 2011 registou-se um aumento no IDPE, no entanto e como podemos ver na figura 9 o IDPE na Alemanha diminui. 3.2.2 Processos de internacionalização Decisões do interior da empresa Gráfico 4 O mercado Alemão foi o primeiro destino para o qual a empresa pensou internacionalizar-se? 19% Não Sim 81% 81% das empresas inquiridas respondem que o mercado Alemão não foi o primeiro destino para o qual a empresa se interncionalizou. A maioria das empresas começou por se internacionalizar para países como Espanha, França, Brasil e Angola. Os principais motivos apresentados pelas empresas para a escolha desses países foram: a proximidade do mercado/facilidade de acesso ao mercado, a proximidade cultural, o idioma falado nos países e a presença de uma forte comunidade portuguesa nesses mercados. Os motivos enunciados pelas empresas para a escolha dos países para os quais se internacionalizaram inicialmente remetem-nos para o modelo CAGE de Ghemawat, que faz referência à distância psíquica entre os países. No quadro 2 que apresentei no enquadramento teórico podemos verificar que Espanha e França são respectivamente o 1º e o 2º país com maior proximidade psíquica de Portugal, já Brasil e Angola são países com ligações coloniais a Portugal. 38 Em suma daqui podemos concluir que no momento da internacionalização para a Alemanha. A maioria das empresas Portuguesas já detinha alguma experiência em processos de internacionalização. Este processo foi gradual tendo sido iniciado para países com menor distância psíquica. Esta lógica de internacionalização remete-nos para a teoria de Uppsala (capitulo 7.5) (“…Os autores acrescentam ainda que outra característica deste modelo prendese no facto de as empresas se internacionalizarem quase sempre para países com menor distância psíquica e posteriormente e de forma gradual para os mercados de maior distância psíquica, uma vez que quanto maior a distância psíquica menor será o conhecimento do mercado.”) Gráfico 5 Quais as motivações para a internacionalização? (pode escolher mais de uma opção) 5% 20% 10% 65% Posicionamento competitivo Procura de eficiência Procura de mercado Scanning global Relativamente às motivações que levaram as empresas a se internacionalizaram para a Alemanha estas foram essencialmente a procura de mercados com cerca de 65% (acompanhar expansão internacional de clientes importantes; evitar barreiras tarifárias ou não tarifárias às exportações; possibilidade de acesso a outros mercados a partir da subsidiária estrangeira; etc.). A motivação seguinte foi o posicionamento competitivo com 20% (necessidade de operações globais para antecipação face a concorrentes, obter escala global; explorar imperfeições de mercado ou criar novas imperfeições de mercado tais como bloquear acesso dos concorrentes a fornecedores; antecipar presença em mercados que irão interessar a concorrentes no futuro, etc.), seguido pela procura de eficiência com 10% (acionalizar a cadeia de abastecimento e distribuição; explorar ganhos associados a economias de escala e gama; diversificação do risco; etc.). Por fim, o scanning global com apenas 5% (acesso às novas tendências, novas tecnologias e melhores competências, à escala global). De notar que nenhuma das empresas se internacionalizou com a motivação de Procura de recursos. 39 Gráfico 6 No planeamento do processo de internacionalização a empresa teve em consideração as diferenças CAGE? 16% Sim Não 84% Gráfico 7 classifique o grau de importância que teve o estudo e análise das diferenças "CAGE" no processo de internaconalização (1 pouco importante - 5 muito importante) 7% 4% 37% Nível Importância 1 Nível Importância 2 Nível Importância 3 52% Nível Importância 4 Nível Importância 5 Nestes quadros podemos verificar que no momento de decisao de internacionlização para o mercado Alemão a análise CAGE que se faz do mesmo é determinante. 84% dos inquiridos responderam que efectuaram uma análise CAGE na altura da internacionalização e 89% classificam essa análise com um “nível” de importância superior a 4 (numa escala de 1 a 5). Assim sendo podemos aferir que num país que aparenta ter um grande afastamento linguistico e cultural de Portugal a análise CAGE revela-se fundamental para a constataçao das principais 40 diferenças e para uma melhor preparação de abordagem ao mercado (no quadro CAGE de Ghemawat a Alemanha aparece “apenas” em 9º lugar). Gráfico 8 Forma inicial de internacionalização da empresa 16% 47% Investimento directo português no estrangeiro (IDPE) Exportação / Importação 38% Parcerias (pressupõe a existência de um contrato) O objectivo desta pergunta foi de identificar qual a forma inicial de internacionalização das empresas que actualmente têm IDPE na Alemanha. 47% das 32 empresas responderam que iniciaram a internacionalização para a Alemanha através de IDPE, 38% indicaram que iniciaram a sua internacionalização através de Exportações e Importações e apenas 16% entraram no mercado através de parcerias. Mais uma vez estes dados revelam alguma aproximação ao modelo de Uppsala o qual se foca na aprendizagem contínua. As empresas vão aumentando progressivamente o seu grau de internacionalização optando numa fase final por IDPE. Os valores elevados de empresas que iniciaram a sua internacionalização com IDPE poderá ser explicado pelo facto de se tratarem de grandes empresas as quais possuim elavados capitais e já alguma experiência internacional o que facilita a entrada no mercado, por outro lado algumas das empresas que iniciam as suas operações imediatamente com IDPE são empresas com pouco tempo de actuação no mercado Alemão e muitas delas ligadas ao sector das novas tecnologias, sector no qual as empresas tendem a “nascer global” (capitulo 7.6). 41 Gráfico 9 Se respondeu "IDPE" na pergunta anterior, por favor indique o tipo: 25% Aquisição de empresas existentes (Brownfield) Investimento raiz (Greenfield) 75% Das empresas que iniciaram a sua internacionalização para Alemanha através de IDPE, 75% delas fizeram-no através de investimentos de raíz e apenas 25% o fizeram através da aquisição de empresas já existentes. Gráfico 10 Actividade da subsidiária 0% 3% Subsidiária comercial 38% 58% Subsidiária de produção & comercial Subsidiaria de investigação Subsidiaria de produção Relativamente a actividade da subsidiaria 58% das mesma são apenas comerciais, 38% são comerciais e de produção, apenas 3% são só de produção e não existe nenhum subsidiária de 42 investigação. Este grande valor de subsidiárias comerciais pode ser explicado pelo tipo de produtos comercializados pelas empresas. Por exemplo a atividade principal das empresas de serviços, apesar de algumas produzirem pequenos softwares adaptados ao mercado o seu foco, é maioritariamente comercial. Gráfico 11 Práticas de gestão - definição de standards no país estrangeiro As práticas de gestão da sede são na sua maioria replicadas no entanto existe alguma adaptação local 16% 25% 59% As práticas de gestão da sede são replicadas a nível local As práticas de gestão são implementadas apenas a nível local Relativamente às práticas de gestão das subsidiarias 59% das empresas respondeu que replica as práticas de gestão da sede e que apenas efectua pequenas adaptações locais, 25% indica que as práticas de gestão da sede são totalmente replicadas a nível local e por fim apenas 16% das empresas implementa localmente as práticas de gestão. Podemos então concluir que a maioria das empresas utiliza uma estratégia internacional na sua gestão, ou seja, trata as suas subsidiárias como um ramo da estratégia local (capitulo 3 – pressões ao tipo de gestão). Estes dados levam-nos a querer que existe uma pressão para uma gestão internacional, o que vai também de encontro com os dados de Ghemawat referentes ao facto de existir alguma distância psíquica entre Portugal e Alemanha ( Quadro 2 - CAGE). 43 Exterior à organização Gráfico 12 Quais são as fontes de conhecimento local que a empresa dispõe sobre o mercado Alemão? (pode escolher mais que 1 opção) Estudo de mercado encomendado a uma empresa de consultoria Rede de contactos/parceiros no mercado Alemão 7 7 8 13 3 19 Conhecimento próprio proveniente da presença física no mercado, tais como, subsidiaria comercia/produção/investigação. Conhecimento proveniente de uma aquisição de uma empresa Alemã ou joint-venture Experiência profissional prévia do responsável pelo mercado Alemão Estudo de mercado facultado por entidade governamental * Nesta pergunta a variadade de respostas foi imensa sendo que mesmo assim as respostas “conhecimento próprio proveviente da presença fisica no mercado” e “experiência profissional prévia do responsável pelo mercado Alemão” foram as que obtiveram maiores resultados (respectivamente 19 e 13 escolhas). Podemos então concluir que as empresas apresentam diferentes modos de actuação, facto esse que poderá estar directamente ligado aos variados sectores de actividade das empresas (anexo 4). 44 Gráfico 13 Se na resposta anterior respondeu "Estudo de mercado facultado por entidade governamental", por favor indique qual 29% AICEP 71% Câmara do comercio Luso Alemã Das 7 empresas que responderam que o estudo de mercado foi facultado por entidades governamentais, 5 (cerca de 71%) indicaram que esses dados foram fornecidos pela AICEP e 2 (cerca de 29%) indicaram que os dados lhes foram fornecidos pela Câmara do comercio LusoAlemã. 45 Gráfico 14 Teve algum tipo de apoio político-económico que incentivasse à internacionalização? (pode escolher Accionistas mais de uma opção) Apoio da Câmara do Comercio Luso-Alemã 1 1 Apoio da AICEP / Embaixada de Portugal em Berlim 4 2 Apoio da federação de empresários portugueses da Alemanha (VPU) 2 16 3 5 6 5 Apoio de entidades Alemãs (Financeiro, legal, logística, etc) Apoio QREN Linhas de crédito Nenhum Participação em feiras, road-shows e missões IAPMEI - SIME A Nota: Os valores são absolutos Relativamente aos opoios políticos-económicos pode-se destacar que, 16 empresas indicaram que participaram em feiras, road-shows e missões sendo que 10 indicaram que receberam linhas de crédito (5) e apoios QREN (5). Assim sendo e fazendo também referência ao número de feiras com participão portuguesa presentas na Alemanha (anexo 3), é pretinente que continue a existir uma aposta continua neste tipo de apoios politicos-económicos em especial relevância para as feiras, road-shows e missões. 46 Gráfico 15 Quais as principais dificuldades que sentiram no vosso processo de internacionalização? (pode escolher mais Acesso a recursos humanos necessários de uma opção) Acesso ao crédito 8 7 22 Diferenças culturais Arranjar localização para as instalações 17 5 Constituição legal/jurídica da sociedade 4 5 5 12 Encontrar parceiros/investidores locais Investimento inicial elevado Má imagem de Portugal e dos produtos Portugueses Idioma Nota: Os valores são absolutos Relativamente às dificuldades sentidas nos processos de internacionalização as que tiveram maior destaque como podemos verificar foi a questão do idioma (22), seguindo-se então as dificuldades com as diferenças culturais com 17 empresas a considerem este o fator mais relevante (onde também esta inserido o idioma). As dificuldades juridico/legais são apontadas por 12 empresas como sendo o maior obstáculo e posteriormente o acesso a recursos humanos e ao crédito. Esta importância dada à língua nos negócios e na economia tem vindo a emergir cada vez mais nos últimos anos, são mesmo já vários os autores que começaram a estudar aquilo a que denominam de “The economics of language”. Segundo Albert Breton (2000) a economia da linguagem concentra-se num vasto leque de tópicos tais como o efeito da língua na cultura, nos rendimentos, nos mercados de bens e serviços, nos custos e benefícios do planeamento das opções linguísticas, na preservação das línguas minoritárias, etc. 47 Apoios à internacionalização Gráfico 16 Acha que seria benéfico existir uma maior cooperação entre as empresas com IDPE na Alemanha para se criarem sinergias? 37% Não Sim 63% No gráfico acima podemos ver que 63% das empresas inquiridas acha que seria benéfico existir uma maior cooperação entre as empresas com IDPE presentes na Alemanha. 48 3.3.3 Cruzamento de dados Gráfico 17 - Dificuldades vs Tipo de IDPE 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Green field Brown field Este gráfico tem como objectivo comparar as diferenças das dificuldades sentidas entre as empresas que se internacionalizaram por “Brown Field” e “Green Field”. Podemos então tirar algumas conclusões da diferença das dificuldades sentidas por cada forma de IDPE. Dentro daquelas que apresentam uma maior relevância podemos destacar as diferenças culturais sendo que ambos os tipos de IDPE sentem bastantes dificuldades com este obstáculo 83% das Brown field indicaram que tiveram esse problema enquanto que nas Green Field foram “apenas” 61%. Podemos também destacar os problemas legais onde as Green Field (39%) sentem bastantes mais problemas que as Brown Field (17%), aqui supõe-se que as Brown Field, pelo facto de se tratar de aquisições, consigam evitar com mais facilidade esta barreira. Ambos os tipos de IDPE sentem também algumas dificuldades em encontrar parceiros e investidores locais no entanto as Green Field apresentam números bastante superiores na ordem dos 65% aos contrário das Brown Field que andam à volta dos 33%, esta diferença poderá ser explicada pelo facto de as Brown Field se tratarem de empresas já estabelecidas no mercado, logo terão já alguma notoriedade junto dos investidores/parceiros locais. Por fim o ponto de maior destaque 49 nas dificuldades: o idioma, tanto as Brown Field como as Green Field indicaram sentir bastantes dificuldades com o idioma Alemão com valores superiores a 65% (67% e 72% respectivamente). Gráfico 18 - Dificuldades vs Tamanha da Empresa 120% 100% 80% Grade empresa Média empresa 60% Pequena empresa 40% Micro empresa 20% 0% O gráfico acima pretende comparar as dificuldades sentidas pelas empresas de diferentes dimensões. Relativamente ao problema de acesso a recursos humanos, podemos desde logo reparar que as empresas mais pequenas têm mais problemas, sendo que 100% das microempresas enunciaram esse problema e 75% das pequenas empresas também, ao contrário das médias e grandes empresas que não ultrapassam sequer os 10%. Este problema que se sente mais nas empresas de menor dimensão quando comparadas com as de maior dimensão é também visível na dificuldade de acesso ao crédito, aqui mais uma vez as maiores empresas não chegam sequer aos 20% enquanto as mais pequenas têm valores superiores a 75%. Quando chegamos ao problema das diferenças culturais aqui já se começa a notar uma aproximação de todas as empresas e de forma geral todas as empresas apresentam valores elevados, 38% das grandes empresas indicaram que tiveram dificuldades com a cultura, já as micro, as pequenas e as médias rondam os valores entre os 50 e os 75%. 50 A constituição legal da sociedade é um problema que também é sentido de forma mais intensa pelas empresas mais pequenas. As pequenas empresas apresentam valores na ordem dos 75% e as médias e micro andam na casa dos 50%, enquanto que apenas 19% das grandes sentiram esse problema. Estas diferenças podem-se dever a diversos factores, desde o capital das empresas a experiência das mesmas em questões como estas. Relativamente à dificuldade em encontrar parceiros e investidores locais estas são também sentidas pelas empresas mais pequenas, podemos mesmo realçar o valor apresentado pelas micro-empresas sendo que 100% das mesmas sentiram esse problema enquanto que as pequenas empresas foram 50% das mesmas que sentiram esse problema. E por fim mais uma vez tal como no gráfico anterior aqui também é de realçar o problema sentido por todas as empresas com o factor “idioma”. 38% das grandes empresas disseram sentir esse problema, enquanto que as restantes possuem valores acima dos 90%, as médias apresentam 90% e nas pequenas e micro esse problema foi mesmo reportado por 100% das mesmas. Gráfico 19- Motivações vs Tipos de produto comercializado 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% Bens de consumo 20% Bens industriaris 10% Serviços 0% 51 Gráfico 20 - Tipo de subsidiária vs Tipo de produto comercializado 12 10 8 Bens de consumo 6 Bens industriaris Serviços 4 2 0 Subsidiária comercial Subsidiária de produção & comercial Subsidiaria de produção O objectivo destes 2 gráficos passa por analisar a relação entre o tipo de produto comercializado com o tipo de subsidiária e as motivações para a internacionalização. No gráfico 19, podemos realçar que os motivos que levam a maioria das empresas a internacionalizaremse para a Alemanha são o posicionamento competitivo e a procura de mercado. Relativamente ao posicionamento competitivo podemos verificar que são na sua grande maioria as empresas que comercializam bens indústrias que têm essa motivação (70%), Esta motivação está também presente nas empresas que comercializam bens de consumo e serviços mas com valores bem inferiores na ordem dos 25-35%. Já quando falamos da motivação procura de mercado, podemos ver que todas as empresas apresentam valores bem elevados As empresas de bens de consumo com cerca de 55%, e as de bens industriais com cerca de 70%, 80% das empresas de serviços referem a procura de mercado como principal motivação. As restantes motivações aparecem com muito pouca expressão sendo que apenas cerca de 20% das empresas que comercializam bens de consumo e bens industriais têm como motivação a procura de eficiência, e apenas 10% das empresas que comercializam serviços e bens industriais têm como motivação o scanning global. Os valores do gráfico 19 podem de certa forma ser explicados pelos valores do segundo gráfico 20. Podemos ver como exemplo o valor dos serviços em que quase não existem subsidiárias de produção o que pode então explicar o facto de nenhuma empresa de serviço ter mencionado que a sua motivação para internacionalizar foi a procura de eficiência, já em sentido 52 inverso ao terem muitas subsidiárias comerciais faz todo sentido que as suas motivações sejam o posicionamento competitivo e a procura de mercado. O facto de existirem também algumas subsidiárias de produção nos bens de consumo e nos bens industriais deriva certamente de algumas das empresas produtoras deste tipo de bens terem como motivação a procura de eficiência. 3.3.4. Limitações do estudo Uma vez que a dimensão da amostra é extremamente reduzida (apenas existem 40 empresas com IDPE na Alemanha) é preciso ter cuidado para não generalizar os dados. Assim sendo poderia ser agora interessante fazer-se um estudo do mesmo género a todas (ou pelo menos às que apresentam valores interessantes de transacções comerciais) as empresas que comercializam na Alemanha quer por IDPE quer por exportação ou por forma contratual. Por outro lado seria também interessante fazer um levantamento via entrevista aberta mais aprofundado, o que devido ao factor tempo (apenas 5 meses) não foi possível. 53 4. Sugestões Neste capítulo apresenta-se um conjunto de sugestões que pretendem facilitar os processos de internacionalização. Estas sugestões visam reforçar a componente de diplomacia económica que o AICEP/embaixada pode levar a cabo junto das empresas e também que as empresas podem levar a cabo umas com as outras. As sugestões apresentadas derivam por um lado das respostas das empresas mas também de uma leitura que fui fazendo da realidade destas empresas ao longo deste estudo, Criação de uma plataforma de colaboração online controlada pela AICEP que possibilite às empresas, especialmente para as que se encontram em fases iniciais de internacionalização, a troca de contactos e a avaliação dos serviços prestados por terceiros: assessoria jurídica, serviços financeiros, seguros, traduções, promoção e ferramentas de fluxo electrónico. Para além disso a plataforma serviria de ponte de contacto entre as empresas com o objectivo de tentar potenciar possíveis sinergias entre as mesmas, quando os interesses destas se cruzassem. A criação de lobbies de pressão, no sentido de se defender os sectores estratégicos na EU e o esforço mútuo por parte das empresas e das organizações governamentais (diplomacia triangular) para melhorarem a imagem dos produtos portugueses no mercado (através de mais roadshows, mais eventos, mais exposição) Maiores apoios logísticos, processuais, financeiros e fiscais. Passando também por uma ajuda mais específica consoante o sector de actividade da empresa (por vezes a ajuda prestada é demasiado generalista). Poder-se-iam criar departamentos específicos na AICEP/Embaixada que visem responder a estas questões Criação de um calendário de eventos em tempo real (roadshows, feiras, showrooms, etc.). Aqui a estrutura diplomática da Embaixada/AICEP teria um papel acrescido fazendo uso da sua rede de contactos privilegiada na procura e criação de eventos estratégicos que visem a promoção das empresas e dos produtos português junto do mercado Alemão Sendo o maior problema apresentado pelas empresas Portuguesas na altura da sua internacionalização para o mercado Alemão questões de ordem culturais e linguísticas, seria interessante estudar a possibilidade da criar um departamento na AICEP Berlin vocacionada para estas questões, onde se disponibilizasse às empresas serviços de tradução, de interpretação e informações culturais específicas do mercado. 54 5. Conclusão No actual contexto económico, a diplomacia económica tem ganho bastante relevância, tendo já um papel bastante activo no desenvolvimento e projecção da economia e das empresas portuguesas. Para o efeito foi aplicado um questionário sobre os processos de internacionalização a 32 empresas com IDPE na Alemanha. Após a análise dos inquéritos foi possível caracterizar de forma geral as empresas: a maioria são empresas de grande dimensão (gráfico 1), sendo que existe uma grande variedade de produtos e de sectores de actividades entre as empresas com IDPE na Alemanha (gráfico 2 e anexo 4). Para além disso a maioria das empresas com IDPE presentes na Alemanha são empresas já com alguns anos de actividade no mercado e já com alguma experiência internacional uma vez que na sua grande maioria o mercado Alemão não foi o primeiro destino para a internacionalização. Outros países como Espanha, França, Angola, etc., apresentam menores barreiras à internacionalização das empresas Portuguesas. Esta internacionalização para mercados mais próximos culturalmente remete-nos para as teorias de Uppsala e para o modelo CAGE. Relativamente aos processos de internacionalização foi possível identificar que a grande maioria das empresas portuguesas na escolha da internacionalização para o mercado Alemão tem como motivação a procura de mercado e quase todas consideraram importante a realização de uma análise CAGE antes de iniciarem sua internacionalização para esse mercado (gráfico 5, 6 e 7). Nas perguntas relativas aos processos de internacionalização foi possível também encontrar ligações ao modelo Uppsala (capitulo 7.5 – Uppsala) uma vez que são várias as empresas que iniciaram a sua internacionalização para este mercado através de exportações /importações e de parcerias, as quais mais tarde evoluíram para IDPE, no entanto esta tendência tem-se vindo a alterar, uma vez que ultimamente são cada vez mais as empresas que iniciam a sua internacionalização para o mercado Alemão através de IDPE, sendo que na sua maioria são as empresas ligas às novas tecnologias as quais nascem globais (capitulo 7.6; gráfico 8). Foi possível através dos inquéritos caracterizar também de forma geral as subsidiárias das empresas Portuguesas no mercado Alemão. Assim sendo, podemos referir que a maior das subsidiárias são comerciais sendo que existem também algumas produtivas (gráfico 10). De salientar que a gestão destas subsidiárias tende a ser uma gestão internacional onde as práticas de gestão da sede são aplicadas a nível local mas com alguma adaptação ao mercado (gráfico 11). Esta adaptação reflecte a distância psíquica entre os países. 55 Quanto às principais dificuldades nos processos de internacionalização das empresas, prendem-se maioritariamente com questões culturais e linguísticas (gráfico 15). É possível verificar que existe uma relação directa entre o tamanho da empresa e as dificuldades sentidas por cada uma, sendo que quanto maior for o tamanho da empresa menor parecem ser as suas dificuldades (gráfico 18). É sobre estas dificuldades que a diplomacia económica deve tentar intervir, assim apresento a seguinte síntese de soluções que tanto a Embaixada como AICEP Berlim poderão tentar levar a cabo junto das empresas: Criação de lobbies de pressão para defender sectores estratégicos; incentivar contactos entre empresas onde seja benéfico a criação de sinergias entre as mesmas; melhores apoios logísticos e processuais; melhores apoios financeiros e fiscais; apoios mais específicos para os sectores em questão; Apoios ao nível linguístico (traduções, interpretações) etc. (capitulo 10.3). Por fim de referir que tal como Andrew K. Rose (2010) indica a diplomacia-económica tem a possibilidade de gerar impacto directo tanto nas exportações como nos processos de internacionalização das empresas. Deverão então ser unidos esforços tanto por parte das organizações governamentais AICEP/Embaixada como por parte das empresas para que no futuro se possa aproveitar toda a potencialidade do mercado Alemão. 56 6. Bibliografia • Andrew K. Rose (2005) The Foreign Service and Foreign Trade: Embassies as Export Promotion • Alfredo Motty (2003), Portuguese Economic-Diplomacy – Setting up new generation of international trade promoters. Ultimo acesso a 14-12-2012 http://textus.diplomacy.edu/thina/GetXDoc.asp?IDconv=3029 • Bartlett, C.A. (2009), Transnational Management:Text, Cases and Readings in Cross Border Management. 5th Ed., McGraw-Hill Higher Education, ISBN 978-0-07-310172-9 • Bryman A, Burgess R (Eds) (1993) Analyzing Qualitative Data. London, Routledge. • Breton, Albert, ed. (2000). Exploring the Economics of Language. • Bogdan, R; Biklen, S. (1994): Investigação Qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora Fernández, P. S. & Díaz, P. 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No Religion: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Percent Christianity Islam Hinduism Buddhism Judaism Sikhism Other None Practicing Portugal 87 % 0% 0% 0% 0% 0% 9% 4% Spain 94 % 0% 0% 0% 0% 0% 6% 0% Religion Match at 30% Threshold? Yes Diaspora: Source: UN Global Migrant Origin Database, Year: Based on Censuses Taken Between 1995 and 2004 How many migrants from Portugal are in Spain? 56,359 How many migrants from Spain are in Portugal? 13,966 60 Administrative Factors: Trade Bloc: Source: Various, Year: 2007 Portugal Spain Match? EU EU Yes Currency: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Spain Match? EUR EUR Yes Colony/Colonizer: Source: Various, Year: 2007 Portugal Spain Match? N.A. N.A. No Note: Colony/Colonizer match is defined as home country or target country having colonized the other at some time in history. Two former colonies sharing the same former colonial master (“common colonizer”) are not defined as a match in this model. Corruption: Source: Various, Year: 2007 Transparency International Corruption Perceptions Index Score (Higher Score Indicates Less Corruption) Portugal Spain 3.48 3.66 Legal Origin: Source: La Porta et al, Journal of Economic Literature, June 2008 Portugal Spain Match? France France Yes 61 Geographic Factors: Kilometers Between Main Cities: Source: CEPII, Year: 2002 Great Circle Distance Between Portugal and Spain: 501 Adjacency: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Are Portugal and Spain adjacent? Yes Land Area (in square kilometers): Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Spain 92,090 505,370 Time Zone (GMT +/-): Source: datelib.de, Year: 2009 Portugal Spain Difference? 1 1 0 Climate Zone Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Spain Temperate Temperate Economic Factors: GDP Per Capita (in USD) Source: World Development Indicators, Year 2009 (except where not available) Portugal Spain 21,970 32,030 Real GDP Growth Rate: Source: World Development Indicators, CAGR 2005 to 2009 (except where not available) Portugal Spain 0% 1% Human Development Index: Source: UNDP, Year: 2009 Portugal Spain 91 95 Internet Penetration: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Spain 42 62 62 Anexo 2 – Portugal vs Alemanha (CAGE) Country 1: Portugal Country 2: Germany Cultural Factors: Language: Source: CEPII Portugal Germany Spoken by 9-20% Official Portuguese Portuguese NA German German NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA Official Spoken by >20% Spoken by >20% Spoken by 9-20% Language Match at 20% Threshold? No Religion: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Percent Practici ng Christiani Isla ty m Hinduis Buddhis Judais Sikhis m m m m Othe Non r e Portugal 87 % 0% 0% 0% 0% 0% 9% Germany 68 % 4% 0% 0% 0% 0% 28 % 0 % 4% Religion Match at 30% Threshold? Yes Diaspora: Source: UN Global Migrant Origin Database, Year: Based on Censuses Taken Between 1995 and 2004 How many migrants from Portugal are in Germany? 234,840 How many migrants from Germany are in Portugal? 24,283 63 Administrative Factors: Trade Bloc: Source: Various, Year: 2007 Portugal Germany Match? EU EU Yes Currency: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Germany Match? EUR EUR Yes Colony/Colonizer: Source: Various, Year: 2007 Portugal Germany Match? N.A. N.A. No Note: Colony/Colonizer match is defined as home country or target country having colonized the other at some time in history. Two former colonies sharing the same former colonial master ("common colonizer") are not defined as a match in this model. Corruption: Source: Various, Year: 2007 Transparency International Corruption Perceptions Index Score (Higher Score Indicates Less Corruption) Portugal Germany 3.48 4.8 Legal Origin: Source: La Porta et al, Journal of Economic Literature, June 2008 Portugal Germany Match? France Germany No 64 Geographic Factors: Kilometers Between Main Cities: Source: CEPII, Year: 2002 Great Circle Distance Between Portugal and Germany: Adjacency: 1,892 Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Are Portugal and Germany adjacent? No Land Area (in square kilometers): Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Germany 92,090 357,022 Time Zone (GMT +/-): Source: datelib.de, Year: 2009 Portugal Germany Difference? 1 1 0 Climate Zone Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Germany Temperate Temperate Economic Factors: GDP Per Capita (in USD) Source: World Development Indicators, Year 2009 (except where not available) Portugal Germany 21,970 40,832 Real GDP Growth Rate: Source: World Development Indicators, CAGR 2005 to 2009 (except where not available) Portugal Germany 0% 1% Human Development Index: Source: UNDP, Year: 2009 Portugal Germany 91 95 Internet Penetration: Source: CIA World Factbook, Year: 2008 Portugal Germany 42 75 65 Anexo 3 - Lista de feiras 66 Anexo 4 – Lista de empresas com IDPE na Alemanha Nome do Grupo Empresarial Sector de Actividade Nome do Grupo Empresarial AMORIM & IRMÃOS, SGPS, S.A. Amorim Revestimentos, SA Banco Espírito Santo, SA Banco Português de Investimento Caixa Geral de Depósitos, SA Casais Engenharia e Construção, SA Coficab Portugal - Companhia de Fios e Cabos, Lda Colep Portugal SA Cotesi -- Companhia de Têxteis Sintéticos, SA Creative Systems Sistemas e Serviços de Consultoria, Lda DURIT -- Metalurgia Portuguesa de Tungsténio, Lda Fleet Global, SA Frezite -- Ferramentas de Corte, SA Geco GRANORTE REVESTIMENTOS DE CORTIÇA, LDA Grupo Pestana SGPS, SA GRUPO SALVADOR CAETANO, SGPS S.A. ICC -- INDÚSTRIAS E COMÉRCIO DE CALÇADO Cortiça/Aplicações Diversas Aplicações Diversas Banca Banca Banca Construção Civil Cabos Eléctricos Cosméticos e Embalagens Têxteis Sintéticos Sistemas de Gestão de Operações Metalurgia Sector Automóvel Ferramentas de Precisão Tecnologia da Informação Indasa -- Indústria de Abrasivos, SA JMA -- Felpos, SA L -- Talenter -- Trabalho Temporário, SA LASA -- ARMANDO DA SILVA ANTUNES Millennium BCP, SA MJO --Manuel Joaquim Orvalho, SA O Banco Santander Totta Probos -- Plásticos, SA Sana Hotels Portugal, SA Cortiça/Aplicações Diversas Hotelaria Transportes Calçado SONAE Indústria, SGPS, S.A. SONAE Sierra, SGPS, S.A. Soporcel SOREMA, S.A. Sunviauto -- Indústria de Componentes Automóveis INAPA TAP Air Portugal -- Transportes Aéreos Portugueses, SGPS, SA Computadores/Papel/Tintas Simoldes Aços, S.A. SISTRADE -- Software Consulting, SA Sodecia -- Participações Sociais, SGSPS Sodecia Europa, SA SOLPRAIA -- Confecções, S.A. Sector de Actividade Papel de lixa, latex, óxidos e metais Têxteis Gestão de Talentos Têxteis Banca Cortiça Banca Termoplástica Hotelaria Moldes de Injecção Software Metalurgia/Diversos Metalurgia Têxteis Decoração de Interiores/Mobiliário Apoio a Gestão Papel Têxteis Automóvel Transportes Aéreos 67 Anexo 5 - cidades onde se realizam as feiras com presença portuguesa Cidade Friedrichshafen Friedrichshafen Friedrichshafen Stuttgart Feira EUROBIKE - International Bicycle Trade Exhibition Fakuma - The International Trade Fair for Plastics Processing OutDoor - European Outdoor Trade Fair BLECHEXPO - Trade Fair for Sheet Metal Working and Schweisstec - Trade fair for joining technology Stuttgart Stuttgart Augsburg Munich Munich Munich N.º de Empresas N.º Total de Portuguesas Empresas 4 1180 12 1672 2 890 1 1030 COMPOSITES EUROPE - European Trade Fair & Forum for Composites, Technology and Applications VISION - International trade fair for machine vision Interlift - International Trade Fair for Elevators, Components and Accessories BAU - World’s Leading Trade Fair for Architecture, Materials, Systems EXPO REAL - International Trade Fair for Commercial Property and Investment Intersolar Europe - The World’s Largest Exhibition for the Solar Industry 1 1 1 7 2 7 350 320 422 2058 1610 2286 Munich LASER World of PHOTONICS - International Trade Fair and Congress for Optical Technologies Components, Systems and Applications 2 1075 Munich TRANSPORT LOGISTIC - International exhibition for logistics, mobility, IT and supply chain management 3 1893 Munich inhorgenta - International Trade Fair for Jewellery, watches, design, gemstones and technology 4 Munich Munich Munich inter airport EUROPE - International Exhibition for Airport Equipment,Technology, Design and Services ispo - the international sports business network productronica - International trade fair for innovative electronics production 1 7 2 606 2267 1257 68 Nuremberg ALTENPFLEGE - Leading Exhibition for the Care Sector 1 720 Nuremberg Nuremberg BioFach + Vivaness - World Organic Trade Fair / Trade Fair for Natural Personal Care and Wellness Brau Beviale - Raw Materials - Technologies - Logistics - Marketing 10 2 2544 1384 Nuremberg European Coatings SHOW - plus Adhesives, Sealants, Construction Chemicals 1 887 Nuremberg POWTECH + TechnoPharm - Int.Trade Fair for Mechanical Processing Technologies and Instrumentation + Int. Trade Fair for Life Science Process Technologies Pharma - Food - Cosmetics 1 1005 Nuremberg Nuremberg Nuremberg Berlin Berlin Berlin Berlin SENSOR+TEST - The Measurement Fair - International Trade Fair for Sensorics, Measuring and Testing Technologies with concurrent Conferences Spielwarenmesse - International Toy Fair Nürnberg Stone+tec - International Trade Fair Natural Stone and Stoneprocessing Technology FRUIT LOGISTICA - International Trade Fair for Fruit and Vegetable Marketing IFA - Consumer Electronics Unlimited ITB Berlin - THE WORLD'S LEADING TRAVEL TRADE SHOW Internationale Grune Woche Berlin 1 3 11 29 4 92 1 577 2683 699 2456 1441 4483 1632 Berlin Hamburg Frankfurt/Main Frankfurt/Main Frankfurt/Main Frankfurt/Main Frankfurt/Main SHOWTECH - International Trade Show and Conference for Trade Technology, Equipment and Event Services hanseboot - International Boat Show Hamburg Ambiente - Internationale Frankfurter Messe Christmasworld - International Frankfurter Messe Frankfurter Buchmesse - Frankfurt Book Fair Heimtextil - International Trade Fair for Home and Contract Textiles IAA - International Motor Show Passenger Cars 1 1 62 1 61 58 1 7520 700 4442 3257 7384 2600 1012 69 Frankfurt/Main ISH - The World's Leading Trade Fair. The Bathroom Experience, Building, Energy, Air-conditioning Technology, Renewable Energies 12 2327 Frankfurt/Main Frankfurt/Main Musikmesse - The International Fair for Music Instruments, Sheet Music, Music Production and Music Business Connections Paperworld - Internationale Frankfurter Messe 2 11 1504 1890 Frankfurt/Main Prolight + Sound - The International Fair for Technologies and Services for Events and Entertainment 7 873 Frankfurt/Main Frankfurt/Main Hanover Hanover Hanover Hanover Hanover Hanover Hanover Techtextil - International Trade Fair for Technical Textiles and Nonwovens - and Material Vision Materials for Product Development, Design and Architecture Tendence AGRITECHNICA - International DLG Exhibition for Agricultural Machinery CeBIT - Heart of the digital world CeMAT Hannover - The World’s leading Fair for Intralogistics DOMOTEX HANNOVER - The World of Flooring EMO - The World of Metalworking HANNOVER MESSE - The world’s most important technology event LIGNA HANNOVER - World Fair for the Forestry and Wood Industries 18 6 6 N/A 6 N/A 2 15 5 16 5 1249 2055 Bad Salzuflen Cologne Cologne Cologne Cologne Cologne Cologne ZOW - Annual Fair for Components and Accessories for Furniture and Interior Design Anuga - The Leading Trade Fair for the Global Food Industry IDS - International Dental Show ISM - International Sweets and Biscuits Fair Kind + Jugend - The Trade Shows for Kids' First Years aquanale/FSB- aquanale - International Trade Fair for Sauna.Pool.Ambience FSB - International Trade Fair for Amenity Areas, Sports and Pool Facilities 2 37 3 5 2 6 3 500 6596 1956 1423 940 300 641 1084 1319 2037 4800 1766 70 Cologne Cologne imm cologne - The International Furnishing Show interzum Cologne Cologne Dortmund Dortmund spoga + gafa/spoga horse (Herbst/autumn) - The garden trade fair, Cologne/International trade fair for equestrian sports, Cologne spoga horse (Fruhjahr/spring) - International Trade Fair for Equestrian Sports Inter-tabac - International trade fair for Tobacco Products and Smoking Accessories JAGD & HUND - International Exhibition for Hunting and Fishing Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Dusseldorf Essen Essen TOTAL: A + A - Safety, Security and Health at Work. International Trade Fair with Congress and Special Events CPD SIGNATURES - INTERNATIONAL FASHION TRADE SHOW EXPOHARM - International Pharmaceutical Trade Fair EuroShop - The Global Retail Trade Fair GDS - International Event for Shoes & Accessories Dusseldorf GIFA - International Foundry Trade Fair with WFO Technical Forum MEDICA - World Forum for Medicine - Intern. Exhibition and Conference. (With COMPAMED Intern. Trade Fair. High Tech Solutions for medical technology) PSI - International Trade Fair for Advertising Specialties ProWein - International Trade Fair Wines and Spirits THERMPROCESS - International Trade Fair and Symposium for Thermo Process Technology boot-Dusseldorf - International Boat Show interpack - PROCESSES AND PACKAGING viscom Dusseldorf - International trade fair for visual communication, technology and design EQUITANA - Equestrian Sports World Fair FIBO - The Leading International Trade Show, Wellness and Health 7 8 1213 1431 1 1 1 14 1747 1774 303 669 4 3 1 8 63 68 1 1798 430 373 497 2036 830 783 17 4 194 1 3 3 1 2 2 4571 849 3635 305 1571 999 390 850 591 974 127247 71 Anexo 6 – Inquérito 1. Identificação (facultativa): Nome da empresa _________________________________________________ 1.1. Escolha a opção que melhor define a sua posição na empresa: Quadro de gestão, responsável pelo mercado da Alemanha ao nível estratégico Quadro técnico, responsável pelo mercado da Alemanha ao nível operacional 1.2. Qual é a dimensão da empresa? Microempresa (menos de 10 empregados ou, facturação anual inferior a 2 milhões de euros) Pequena empresa (10-49 empregados ou, facturação anual inferior ou igual a 10 milhões de euros) Média empresa (50-249 empregados ou, facturação anual inferior ou igual a 50 milhões de euros) Grande empresa (250 ou mais empregados ou, facturação anual superior a 50 milhões de euros) 1.3. Qual é o principal tipo de produto(s) comercializado(s) pela empresa na Alemanha? Bens de consumo Bens industriais Serviços 1.4. Qual é o número de anos de actividade comercial da empresa na Alemanha? Menos de 1 ano 1-5 anos 5-10 anos Mais de 10 anos 1.5. O mercado Alemão foi o primeiro destino para o qual a empresa pensou internacionalizar-se? Sim Não 1.6. O mercado Alemão foi o primeiro destino para o qual a empresa pensou internacionalizar-se? Se respondeu "NÃO" na última pergunta, por favor, indique então quais foram os países para os quais a empresa se internacionalizou primeiro e quais os principais motivos para essa escolha. _______________________________________________________________________________________ 72 2. Quais as Motivações para a internacionalização? (pode escolher mais de uma opção) Procura de mercado (acompanhar expansão internacional de clientes importantes; evitar barreiras tarifárias ou não tarifárias às exportações; possibilidade de acesso a outros mercados a partir da subsidiária estrangeira; etc.) Procura de recursos (garantir acesso a recursos; aceder a matérias primas mais baratas ou garantir o a estabilidade do seu fornecimento; aceder a recursos naturais não disponíveis no país de origem) Procura de eficiência (racionalizar a cadeia de abastecimento e distribuição; explorar ganhos associados a economias de escala e gama; diversificação do risco; etc.) Posicionamento competitivo (necessidade de operações globais para antecipação face a concorrentes, obter escala global; explorar imperfeições de mercado ou criar novas imperfeições de mercado tais como bloquear acesso dos concorrentes a fornecedores; antecipar presença em mercados que irão interessar a concorrentes no futuro, etc.) Scanning global (acesso às novas tendências, novas tecnologias e melhores competências, à escala global) 3. No planeamento do processo de internacionalização a empresa teve em consideração as diferenças culturais (língua, valores, etc.), diferenças administrativas (política, moeda, leis comerciais, etc.), as diferenças geográficas (zonas de tempo, climas, etc.) e as diferenças económicas (economia do pais, salário, classes sociais, etc.) entre a Alemanha e Portugal? Sim Não 3.1. Se respondeu "SIM" na questão anterior, classifique o grau de importância que teve do estudo e análise destas diferenças culturais, administrativas, geográficas e económicas entre a Alemanha e Portugal. 1 2 3 4 5 Pouco Importante Muito importante 4. Forma inicial de internacionalização da empresa (escolha uma opção) Investimento directo português no estrangeiro (IDPE), que tipo: Investimento raiz (Greenfield) Aquisição de empresas existentes (Brownfield) Exportação / Importação Parcerias (pressupõe a existência de um contrato) 4.1. Actividade da subsidiária. Apenas responda se na pergunta anterior respondeu que tem IDPE, se não passe para a pergunta seguinte. (pode escolher mais de uma opção) Subsidiária comercial (apenas comercialização de produtos provenientes da sede na Alemanha) Subsidiária de produção (apenas produção na Alemanha) Subsidiária de produção & comercial (produção e comercialização na Alemanha) Subsidiária de investigação (Centro de investigação e desenvolvimento em território alemão) 73 5. Práticas de gestão - definição de standards no país estrangeiro (escolha uma opção) As práticas de gestão da sede são replicadas a nível local As práticas de gestão da sede são na sua maioria replicadas no entanto existe alguma adaptação local As práticas de gestão são implementadas apenas a nível local 6. Quais são as fontes de conhecimento local que a empresa dispõe sobre o mercado Alemão? (pode escolher mais de uma opção) Não temos fontes de conhecimento local Estudo de mercado já existente facultado por: AICEP Embaixada Câmara do comércio Luso-Alemã IAPMEI VPU Estudo de mercado encomendado a uma empresa de consultoria Rede de contactos/parceiros no mercado Alemão Conhecimento próprio proveniente da presença física no mercado, tais como, subsidiaria comercia/produção/investigação. Conhecimento proveniente de uma aquisição de uma empresa Alemã ou joint-venture Experiência profissional prévia do responsável pelo mercado Alemão Outra. Qual?______________________________________________________ 6.1. Se na resposta anterior respondeu "Estudo de mercado facultado por entidade governamental", por favor indique qual AICEP IAPMEI Câmara do comércio Luso-Alemã Ministério Português dos Negócios Estrangeiros Outra. Qual?______________________________________________________ 7. Teve algum tipo de apoio político-económico que incentivasse à internacionalização? (pode escolher mais de uma opção) Participação em feiras, roadshows e missões Linhas de crédito Apoio QREN Apoio da Câmara do Comercio Luso-Alemã Apoio da AICEP / Embaixada de Portugal em Berlim Apoio da federação de empresários portugueses da Alemanha (VPU) Apoio de entidades Alemãs (Financeiro, legal, logística, etc.) Outro. Qual?_________________________________________________________________________________ 74 8. Quais as principais dificuldades que sentiram no vosso processo de internacionalização? Encontrar parceiros/investidores locais Constituição legal/jurídica da sociedade Arranjar localização para as instalações Investimento inicial elevado Acesso ao crédito Diferenças culturais Acesso a recursos humanos necessários Idioma Má imagem de Portugal e dos produtos Portugueses Outro. Qual?_________________________________________________________________________________ 9. Acha que seria benéfico existir uma maior cooperação entre as empresas com IDPE na Alemanha para se criarem sinergias? (exemplo: melhorar rede de contactos, partilha de custos, melhorar a imagem do sector no mercado, etc.) Sim Não Se respondeu sim, possui alguma sugestão que pense ser útil para tornar estas cooperações possíveis?___________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________ 10. Que outros apoios ou incentivos acha que poderiam ser importantes as entidades governamentais Portuguesas (AICEP, Embaixada, MNE, etc.) desenvolverem para ajudarem a melhorar ou a começar um processo de internacionalização das empresas Portuguesas?______________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________ _________________ 75