arquivo1 - franthiesco ballerini

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jornal da tarde
quinta-feira, 16 de dezembro de 2004
Cinema
Xuxa ataca de Indiana Jones
Divulgação
‘Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida’, novo filme
da loira, estréia amanhã com planos de levar dois
milhões de espectadores ao cinema. O segredo?
Estrelas globais, cenários e trama divertida, tudo
controlado de perto pela “rainha dos baixinhos”
FRANTHIESCO BALLERINI
‘Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida’ é o 15º filme na carreira de
Xuxa – ela fez mais, mas desconsidera oficialmente filmes como
‘Amor Estranho Amor’ (1982), de
Walter Hugo Khouri, em que aparece seminua. Sozinha, ela já atraiu
mais de 20 milhões de espectadores só nos filmes em que foi protagonista. Feito que, entre as mulheres, só Sônia Braga chegou perto –
em ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, por exemplo, ela foi vista por
12 milhões de espectadores.
Ao contrário da morena do filme de Bruno Barreto, porém, Xuxa
nunca quis ser atriz e admite isso.
“Não seria vilã no cinema jamais.
Como não sou atriz, não quero desafios para a carreira”, disse ela,
em coletiva de lançamento do novo filme, que chega às telas amanhã. “Esperamos superar os dois
milhões de espectadores atingidos
no último filme, ‘Xuxa em Abracadabra’”, comenta Diler Trindade,
produtor que não desgrudou da loira desde o sucesso de ‘Super Xuxa
Contra o Baixo Astral’, em 1988.
Não vai ser difícil para Xuxa superar sua própria marca. ‘Xuxa e o
Tesouro da Cidade Perdida’ – que
será exibido em 45 cidades, com
320 cópias – não foge da fórmula
já bem conhecida pelas crianças (e
seus pais).
Cheio de celebridades globais
no elenco – como Paulo Vilhena, Juliana Knust, Marcos Pasquim e
Luiz Carlos Tourinho – o filme conta a história de Bárbara (Xuxa),
uma bióloga tímida que comanda
uma turma a caminho de Igdrasil,
cidade subterrânea e lendária, povoada por descendentes de vikin-
“
Não sou atriz,
não quero
desafios nesta área(...)
Quero fazer filmes
para o grande
público, não para
receber elogios”
gs. O nome vem de uma mitologia
nórdica, que significa “árvore da vida” e o filme, dizem os produtores,
é inspirado na peça de Shakespeare, ‘Sonhos de uma Noite de Verão’.
Nada disso, no entanto, é visto
ou levado a sério no filme. O que interessa mesmo é mostrar Bárbara
enfrentando os desafios da natureza para chegar a tempo na cidade e
salvar a vida de uma criança, que
vem a ser a reencarnação de Blomma, uma deusa viking.
O longa não tem a menor graça
para os adultos, mas eles farão o sacrifício de assistir em prol dos “baixinhos”. Estes sim, vão se divertir
em ver as estrelas-mirins berrando
e pulando sobre cobras. Destaque
para Bruna Marquezine, de ‘Mulheres Apaixonadas’, e Peter Brandão.
Xuxa – que já foi namoradinha
de Didi, Luciano Szafir, Daniel e Luigi Baricelli no cinema – agora contracena com Marcos Pasquim, o Esteban da novela ‘Kubanacan’. “Não
gostei de fazer a cena do beijo com
ele. Descobri que ele fuma. A primeira vez foi como beijar um cinzeiro”, brincou Xuxa. “Eu nunca tinha visto o Pasquim com tanta roupa. Toda novela ele aparece sem camisa”, prosseguiu.
Xuxa chegou a convidar a filha
Sasha para trabalhar no filme, mas
ela não quis. “A Sasha acompaDavid Appleby/Divulgação
Este é o 15º
filme de
Xuxa, já que
ela ‘esquece’
de contar as
produções
‘adultas’ de
antes da fama
nhou muitas filmagens e só ficou
observando”, diz a loira. Mas ao
contrário da filha, Xuxa admite
que se intromete em cada aspecto
da produção dos seus filmes. “Me
meto porque se eu tiver que levar
paulada pelo fracasso do filme, vou
levar consciente. Foi-se o tempo
em que eu fazia filme sabendo do
roteiro em cima da hora”, explica.
A apresentadora diz que seu filme infantil favorito é a animação
‘Shrek’. “Gosto de comédias e aventuras. E adoro ver filme ruim para
não repetir os erros nos meus”, diz
ela, que destaca ‘Super Xuxa Contra Baixo Astral’ um de seus filmes
memoráveis. “Ele é legal e meio
trash também. Eu não sabia me po-
‘Desci do trono, mas não
largo a coroa de rainha’
Nem ‘Harry Potter’ é tão popular. No lançamento do filme
em São Paulo, no SP Market, filas de dobrar corredores dominaram o shopping. Um batalhão
de seguranças e assessores protegiam a estrela. Poucas crianças chegavam perto dela, como
a modelo-mirim Rafaela Belinello (a Ana Paula Arósio versão
criança dos comerciais de TV).
Xuxa nega que seja inatingível.
“Desci do pedestal, do trono, para ter mais contato com as pessoas. Mas não quero largar a co-
roa de rainha”, diz ela. “Eu achava que deveria ter parado aos 25
anos, mas estou com 41 e tenho
muito a fazer. Quando eu sacar
que as crianças não me querem
mais, paro”, conta ela. Mas se dependesse só da TV, Xuxa já teria
parado. Seu programa matinal
perde todo dia para os desenhos
do SBT. O fato a incomoda tanto
que, na coletiva, quem ousasse
falar disso levava uma bronca
da produção. “Só falaremos do
programa quando o Jorge Fernando o assumir”, disse Xuxa.
Alfie e as difíceis mulheres do século 21
A principal diferença do
novo ‘Alfie – O Sedutor’
e o original de 1966 é o
papel da mulher. Cinco
delas passam pela vida
dele. E haja fôlego para
o galã Jude Law
ALESSANDRO GIANNINI
Jude Law é ‘Alfie, o Sedutor’: papel que já foi de Michael Caine
sicionar com a câmera, ainda pensava como modelo”, diz.
Sobre críticas feitas aos seus filmes, ela rebate. “Se meus filmes
são blockbusters porque são vistos
por muita gente, então quero continuar fazendo isso. Não quero fazer
filme elogiado (pela crítica) mas
que ninguém queira rever”, comenta a loira.
Se o objetivo é atingir o grande
público, então ela está acertando
em cheio. Tanto que já planeja
uma comédia para 2005, além do
6º disco ‘Xuxa para Baixinhos’, a
versão em espanhol – ‘Xuxa para
Bajitos’, e a reformulação do programa na TV, que anda perdendo
para o SBT (leia texto ao lado).
Refilmagem de um sucesso do
cinema inglês de 1966, ‘Alfie – O
Sedutor’ traz Jude Law no papel de
um jovem inglês de 30 e poucos
anos, motorista de limusines em
Manhattan e hedonista em tempo
integral. É basicamente o mesmo
papel que lançou Michael Caine,
com a diferença de que nos anos
1960 em Londres os padrões de
comportamento ainda não eram
tão maleáveis quanto no início do
século 21 em Nova York.
Há outras diferenças importantes. Enquanto o Alfie de Caine vivia
a revolta de uma classe trabalhadora cansada de apenas servir e era
bem mais agressivo, o Alfie de Law
colhe os benefícios de um período
muito rico e tem mais o aspecto de
um bonachão. Mas a principal delas está na abordagem da mulher,
ainda vista como objeto de conquista, mas não mais como a donzela frágil e em perigo. As mulheres de hoje, pelo menos no filme,
são difíceis de tourear.
Alfie que o diga. Cinco delas passam pela sua vida ao longo desse
pequeno recorte: Dorie (Jane
Krakowski), casada com um homem que não lhe dá a atenção devida; Julie (Marisa Tomei), a namorada estável e com um filho; Liz
(Susan Sarandon), a viúva rica que
trata sexo e negócios da mesma
maneira, e Nikki (Sienna Miller),
uma modelo linda, disponível e,
num exame mais detido, extremamente depressiva.
A quinta, Lonette (Nia Long),
não é exatamente uma mulher
que passa pela vida de Alfie. Ela é a
namorada de seu melhor amigo e
colega na locadora de limusines,
Marlon (Omar Epps). A esta altura,
já ficou claro que para o nosso herói a máxima “mulher de amigo
meu é homem” não se aplica. E esse é um dos pontos de virada fundamentais do filme.
Alfie incorpora uma indisposição crônica para o comprometimento e a fidelidade, que ele compartilha com o público de forma
quase confessional falando diretamente para a câmera. Sua sede por
prazer ultrapassa qualquer barreira ética ou moral. O que está em jogo, para ele, é uma compulsão pela
sedução, pela incapacidade de se
sentir ligado a alguém e, também,
de estar completamente sozinho. E
vai aprender a duras penas que
não se trata simplesmente de
preencher os seus desejos.
Divulgação
A LENDA DO MASSAGISTA-SAMURAI
‘Zatoichi’ pode não agradar os cultores dos
clássicos sobre os guerreiros do Japão feudal, mas
certamente vai atrair quem procura iniciativas
menos conservadoras e mais arrojadas. Em sua
primeira experiência como diretor no universo
do samurai, Takeshi Kitano incorpora o clássico
samurai cego Zatoichi, interpretado por Shintaro
Katsu, protagonista de uma série de 26 filmes
produzidos entre 1962 e 1973. Disfarçado como
massagista e exímio jogador, Zatoichi vaga pelo
interior do Japão feudal munido apenas de uma
bengala que esconde sua espada afiada. Quando
encontra uma dupla de gueixas, cujo verdadeiro
objetivo é se vingar da gangue do chefe Guinzo,
que controla com mão de ferro e muita violência
a região, ele decide ajudá-las. E enfrenta o
poderoso guarda-costas dos mafiosos. (A.G.)
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PARA MATAR PAPAI NOEL DE VERGONHA
‘GALERA DO MAL’, UM FILME QUASE DO BEM
Em ‘Papai Noel às Avessas’, Billy Bob Thornton empresta sua
‘persona’ depressiva a Willie T. Stokes, um malandro que vive de
golpes em lojas de departamento na época de Natal. Com a ajuda
de um comparsa, o anão Marcus (Tony Cox), que se fantasia de
elfo, ele consegue dinheiro sufiuciente para se manter até o ano
seguinte. É um personagem perfeito para Terry Zwigoff, que se
lançou como diretor com o ótimo ‘Crumb’, um retrato sem
retoques da família disfuncional de Robert Crumb. (A.G.)
Com o selo de qualidade dos laboratórios de roteiro do Sundance
Festival, ‘Galera do Mal’, de Brian Dannelly, aponta para os
fundamentalistas cristãos, base do neoconservadorismo
americano, como alvo de suas piadas politicamente incorretas.
No meio do caminho, no entanto, a história da colegial Mary
(Jena Malone), que fica grávida de seu namorado ao tentar
‘curá-lo’ da homossexualidade, muda de curso e se torna um
filme adolescente dos mais convencionais. (A.G.)