sofisma ou falã cia

Transcrição

sofisma ou falã cia
SOFISMA OU FALÁCIA
Mentiras que
parecem verdades...
Sofisma é um raciocínio ou
argumento falso mas com aparência de
verdadeiro. Originalmente, o nome
sofista, que designava um profissional,
nada tinha de pejorativo, mas Platão
(428-348 a.C.) impôs, durante muito
tempo, aos sofistas uma reputação de
charlatões,
simples
"amigos
da
aparência"
e,
portanto,
pouco
preocupados com a verdade. Sabemos
que uma meia-verdade mente mais do
que uma mentira, justamente porque sua
metade verdadeira lhe empresta uma
aparência de justiça.
Os sofismas, enquanto formas de
raciocínio, que levam a conclusões falsas,
são estudados pela lógica, um ramo da
filosofia. Há diversos tipos de sofismas,
mas os mais comuns consistem em
raciocínios que adulteram as regras do
silogismo.
“O silogismo foi definido por Aristóteles (384-322 a.C.) como sendo "uma série de palavras em
que, sendo admitidas certas coisas, delas resultará necessariamente alguma outra, pela simples razão de
se terem admitido aquelas". O exemplo clássico é: Todo homem é mortal / Sócrates é homem / Logo,
Sócrates é mortal. Há, no entanto, várias maneiras de se falsear um silogismo, e esses processos, os
sofismas, são objeto de estudo da lógica (Liard, 1979).” Por exemplo, há o sofisma por "acidente", que
consiste em considerar essencial algo que é acidental, como por exemplo, concluir que a medicina é inútil
devido ao erro de um médico.
Há também o sofisma de "conversão" que consiste em converter uma proposição universal que não
seja definição, por exemplo: todos os mamíferos são vertebrados; logo, todos os vertebrados são mamíferos.
Outro tipo de sofisma é a "ignorância da questão" que consiste em se afastar da questão desviando a
discussão para outro enfoque. Por exemplo: um político acusado de ter gasto verba pública contrariando as
normas constitucionais argumenta que foi em benefício de projetos sociais relevantes. "É válido roubar para
ajudar os necessitados". "Os fins justificam os meios, por mais cruéis que sejam: acaba-se com uma guerra
com outra guerra". "Eu traí porque ela me traiu primeiro". Se você estudar bem as causas de um suicida,
perceberá que ele concluiu por se assassinar com base em um sofisma, como por ex.: "O amor dá sentido à
vida; ninguém me ama; portanto a minha vida não tem sentido; por quê então continuar vivendo?" Ou..."O
mais importante na vida é o prazer agora; a droga, o sexo e tudo o mais me dá prazer; portanto tudo o que
dizem que dá prazer e adrenalina, eu uso". "Meus pais quiseram que eu nascesse; eu não pedi para nascer;
logo, que eles dêem conta dessa droga que fizeram, isto é: a responsabilidade de meus atos são deles." "A
escola é um lugar para estudar; eu não quero, não gosto de estudar e só vou à escola por imposição ou
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porque todo mundo de minha classe social vai; portanto, a escola é uma droga." "O mundo é cruel; é feito de
pessoas; eu sou uma pessoa; logo, eu sou a crueldade do mundo".
"Um jovem amigo meu, filósofo de causas perdidas e defensor do vazio da vida, tristemente
concluiu, antes de dar o último suspiro precoce: A minha vida foi um tremendo S o f i s m a, pois belos
discursos justificavam meus erros pelos erros dos outros e pela minha revolta contra a falta de amor e
compreensão em minha vida, e sempre fiz conclusões e ações erradas e acabei assim.......... Quantos
"sofistas" fazem a declaração de imposto de renda: O desafio é tornar dados falsos parecerem verdadeiros.
"Você fica lisonjeado quando se diz que a maior virtude do brasileiro é ser "esperto", dar um "jeitinho" em
tudo". Pense um pouquinho: Será que essa "virtude" não é uma das causas da vida de falsidade e corrupta
em que nós vivemos? Não seria mais interessante e inteligente ser mais criativo, comprometido com a
verdade objetiva da vida e da sociedade como os povos mais desenvolvidos? E etc. etc. e etc..
Os sofistas foram mestres na arte de falar bem e, como tal, capazes de vender muito caro seus
complexos discursos sobre qualquer assunto. Foram, desse modo, os iniciadores da retórica. Nas campanhas
políticas, a atividade mais rentável é a dos consultores de comunicação e marketing, que assessoram os
candidatos a convencerem de qualquer maneira os eleitores. Para isso vale tudo, como ataque falsos aos
adversários (Eu sou bom candidato porque o outro não presta, tem três amantes e ainda roubou os cofres
públicos na outra gestão) etc..
OUTROS EXEMPLOS:
1- Generalização não-qualificada:
Apelo ao senso comum e aplica a qualidade com sentido contraditório. É um argumento forçado.
A água faz bem à saúde,
O refrigerante contém água,
Logo, a Coca-Cola faz-me saudável.
2- Generalização apressada.
Constrói-se algumas premissas para um argumento e, em seguida, o conclui rápido demais. É tirar uma
conclusão com base em evidências insuficientes, julgar todas as coisas de um determinado universo com
base numa amostragem muito pequena.
"Minha avó tem dor de cabeça crônica. Meu vizinho também tem e descobriu que o motivo é um câncer.
Logo, minha avó tem câncer."
"Nas duas vezes em que fui assaltado, os bandidos eram negros. Bem que minha mãe fala que todo negro
tem tendência para ladrão!"
"O pastor da igreja X roubou o dinheiro dos fiéis. Fulano é pastor.
Logo, também é ladrão."
"Fulano entrou para a igreja X e ficou fanático. Logo, todos os fiéis da igreja X são fanáticos."
"Todo americano é racista."
3- Ignorância de causa:
Resumida na frase "ausência de evidência não é evidência de ausência". Consiste em usar a falta de provas
(ou a inabilidade do oponente em apresentá-las) a favor ou contra algo para provar uma outra tese.
"Você não tem provas de que Deus existe. Logo, ele não existe."
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"Você não tem provas de que Deus não existe. Logo, ele existe."
"É claro que houve um dilúvio; ninguém nunca conseguiu provar que não houve."
"O elo perdido entre o homem e os primatas não foi encontrado até hoje. Isso nos mostra que a Teoria da
Evolução está errada e o livro bíblico do Gênese é que está com a razão ao falar da criação do primeiro
casal por Deus."
4- Premissas contraditórias.
Uma afirmação contradiz a outra e ambas se excluem.
Se Deus pode tudo, Ele poderia fazer uma pedra tão pesada que nem Ele mesmo pudesse levantar?
O que acontece quando uma força irresistível encontra um obstáculo irremovível?
"Deus é o criador onisciente de todas as coisas. Então Ele também criou o mal? Não, o mal é criação
das suas criaturas."
5- Por misericórdia.
Apelo aos sentimentos, ao azar, ao determinismo, às forças sobrenaturais.
Pelo amor de Deus, fiquem quietos!
É seu guarda, tudo acontece comigo: não vou correr, pois se tiver uma bala perdida, é a mim mesmo que ela
vai acertar!
6- Falsa analogia.
Comparação com símbolos que não retratam a realidade.
Meu coração arde por ti como uma fornalha de carvão.
7- Hipótese contrária ao fato.
Interpretação errada do ocorrido. Supõe-se... É o Chutômetro...
Se todos fossem iguais a você, o mundo seria melhor!
8- Envenenando o poço
Consiste simplesmente em atacar uma pessoa em vez de considerar os argumentos que ela expõe, usando
um traço negativo de seu caráter como pretexto para desqualificar ou ignorar o que ela diz. Pode ser usado
quando não se sabe como refutar o que o oponente diz ou simplesmente por excesso de preconceito, sendo
um meio muito cômodo (e desonesto) de fugir do debate.
- Você está namorando fulano(a)? Huummm...
"O que Fulano diz sobre o balanço da empresa não pode ser levado a sério, afinal ele traiu a mulher."
"O senhor não tem autoridade para criticar nossa política educacional, pois nunca concluiu uma
faculdade."
"Beltrano não entende nada de espiritualidade, ele é gay."
"A religião é uma coisa má. Veja só quantas guerras foram provocadas por ela."
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9- Petição de princípio
Trata-se simplesmente de afirmar a mesma coisa com outras palavras.
"Eu acho que o alpinismo é um esporte perigoso porque é inseguro e arriscado."
"Por que eu sou a pessoa mais indicada para o trabalho? Porque eu descobri que, dentre todos os outros
candidatos, e considerando minhas qualificações, eu sou a melhor pessoa para o trabalho."
."A Bíblia é perfeita porque é a Palavra de Deus. E como sabemos que ela é a Palavra de Deus? Pela
sua perfeição."
10- Apelo ao medo ou argumento ad baculum (autoridade).
Aqui, o instrumento de coerção não é a pressão da maioria, mas o temor das conseqüências de não
adotarmos o ponto de vista da pessoa com quem debatemos.
"Quanto ao inferno, veja só: eu acredito, você não. Se eu estiver errado, e você certo, não terei perdido
nada. Mas já parou para pensar que, se eu estiver certo e você errado, você pode sofrer eternamente por
isso?"
"É melhor você votar pela condenação do réu ou você pode ser a próxima vítima dele."
“Você sabe com quem está falando?”
“Faça o que eu digo e não faça o que eu faço”.
11- Redução ao absurdo
É um raciocínio levado indevidamente ao extremo.
"Você permite que seu filho de seis anos roube um beijo na bochecha da coleguinha de escola hoje e logo
ele vai querer agarrá-la e, mais tarde, se tornará um maníaco sexual. Você não tem vergonha?"
"Se você permite o aborto em casos de risco de vida para a mãe nos hospitais públicos, logo todo o
mundo vai querer abortar por qualquer motivo, ninguém mais vai valorizar a gravidez e a taxa de
natalidade vai acabar despencando, prejudicando a economia do país."
"A crença na vida após a morte é perniciosa, pois quem acredita nisso sempre vai achar que as coisas
vão melhorar no Além e, portanto, vai se acomodar à sua situação atual, não lutar por seus direitos e
permanecer em tamanha inatividade que a nação logo vai estar subjugada pelos exploradores
internacionais. É por isso que nosso país seria muito melhor se todos fossem ateus."
"Se deixarmos o governo vender uma estatal hoje, daqui a dois ou três anos o país inteiro vai estar nas
mãos do empresariado internacional."
"Não podem censurar meu livro. Eles começam censurando só o meu e logo vão estar queimando todos
os livros em praça pública e voltaremos ao tempo da Inquisição!"
"Se eu fizer uma exceção para você vou ter de fazer para todo o mundo."
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"Se você cumprimentar aquele seu amigo que abandonou nossa igreja, ele vai encher sua cabeça de
mentiras, você vai perder a fé e vamos ter de tratar você como um traidor também."
ATIVIDADE: CRIE SOFISMAS:
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Aqueles que os vendedores usam para você comprar porcarias ou supérfluos.
Para você fazer doação para uma entidade religiosa.
Consumir certo alimento.
Vestir-se para conquistar alguém.
Conseguir sair mais cedo do colégio
Convencer o professor que você não é culpado de não saber.
Agora faça uma Propaganda Sofista:
Estrutura Lógica:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Produto:
Finalidade:
Estratégia: como fazer
Recursos a serem utilizados:
Montagem:
Apresentação.
EIS AQUI UM LINDO TEXTO SOBRE SOFISMA:
O coração tem razões que a razão desconhece!
Os personagens e suas características:
Pedro: adolescente, astuto, intelectual, perspicaz. Nele a razão predomina sobre a emoção. Possuía
fortes "razões" para namorar Vera, uma vez que a emoção, por si só, não o levaria a nada.
João: Jovem alegre, agradável, mas de cabeça vazia; andava sempre junto de Vera, dando a entender
possível namoro.
Vera: Uma gatinha de 16 anos, sempre na moda e alegre.
Na hora do recreio, no pátio do colégio, Pedro aproxima-se de João e pergunta:
– Por que você está triste, João? Está doente?
– Não, cara, é que não tenho uma moto. Já pensou quantas garotas eu não conquistaria com uma 750
cilindradas?
– Nenhuma, amigo, nenhuma do porte estético de Vera. Se você tivesse uma moto, só conquistaria
"patricinhas” ou "peruas", pois as pessoas atraem pelo que são e não pelo que têm – respondeu Pedro.
– Eu faria qualquer coisa para conseguir uma moto. Qualquer coisa!
Pedro sabia que João e Vera eram muito chegados e, por isso, perguntou:
– João, você namora a Vera?
– Acho que ela é legal, mas não sei se isso poderia ser considerado um namoro. O coração tem razões
que a razão desconhece
Passado o mês de férias, julho, ambos retornam ao colégio e, continuam a conversa:
– Já conseguiu a moto, João?
– Não, Pedro, não tenho dinheiro para comprá-la.
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– Pois eu tenho uma moto. Meu irmão mudou-se para os Estados Unidos e deixou-a para mim. Como eu
não gosto de moto...
– Mas que legal, cara! Quando posso buscá-la?
– Hoje mesmo, se quiser. Mas, para ficar com ela, terá que me dar suas coleções de livros e revistas.
– Fechado, cara. Eu não leio mesmo...
– Mas há uma condição: não me impeça de tentar conquistar a Vera.
– Fechadíssimo, irmão!
Pedro, ajudado por João, marca um encontro com Vera na quadra de esportes do colégio. Fica
decepcionado com a ignorância de Vera e decide ensinar-lhe lógica.
No encontro seguinte, Vera pergunta para Pedro:
– Sobre o que conversaremos?
– Lógica. Lógica é a ciência do pensamento. Para pensar corretamente, devemos antes considerar
alguns erros comuns de raciocínio chamados Sofismas ou Falácias.
- Primeiro, vamos examinar o sofisma chamado Generalização não-qualificada.
Por exemplo: “Leite é bom para a saúde. Por isso, todos devem tomar leite”.
– Eu concordo – disse ela, séria. – Acho que leite é ótimo para todo mundo.
– Vera, esse argumento é um sofisma. Quer ver? Se você tivesse alergia a leite, ele seria um veneno
para sua saúde. E são muitas as pessoas que têm alergia a leite. Por isso, o correto seria dizer: “Leite
geralmente é bom para a saúde”. Entendeu?
– Não. Mas continue falando.
– O próximo sofisma é chamado Generalização apressada.
Preste atenção: “Você não sabe falar grego. Eu não sei falar grego. João não sabe falar grego. Então,
devo concluir que ninguém no colégio sabe falar grego”.
– É mesmo? – perguntou Vera, surpresa. – Ninguém?
– Esse é outro sofisma. A generalização foi feita de maneira muito apressada. A conclusão se baseou
em exemplos insuficientes.
– Ei, você conhece outros sofismas? É mais engraçado do que dançar!
– Bem, então escute o sofisma chamado Ignorância de causa:
“Alexandre viu um gato preto antes de escorregar. Logo, ele escorregou porque viu um gato preto”.
– Eu conheço um caso assim – disse ela. – Bernadete viu um gato preto e logo depois o namorado dela
teve um acidente de...
– Mas Vera, esse também é um sofisma. Gatos não dão azar.
Alexandre não escorregou simplesmente porque viu um gato preto. Se você culpar o gato, será acusada de
ignorância de causa.
– Nunca mais farei isso, prometo. Você ficou zangado?
– Não, não fiquei.
– Então fale mais sobre os sofismas.
– Certo. Vamos tentar as Premissas contraditórias.
– Sim. vamos.
– “Se Deus é capaz de fazer qualquer coisa, pode criar uma pedra tão pesada que Ele próprio não
consiga carreqar?
– Claro! – ela respondeu prontamente.
– Mas, se Ele pode fazer qualquer coisa, também pode levantar a pedra...
– É mesmo! Bem, então acho que Ele não pode fazer a pedra.
– Mas Ele pode fazer tudo!
Ela balançou a cabeça:
– Eu estou toda confusa!
– Claro que está. Sabe, quando uma das premissas de um argumento contradiz a outra, não pode haver
argumento.
Pedro consultou o relógio e disse que era melhor parar por ali.
Recomeçariam no dia seguinte.
E assim: – Hoje, nosso primeiro sofisma chama-se Por misericórdia. Ouça: “Um homem se candidatou a
um emprego. Quando o patrão perguntou sobre as suas qualificações, ele respondeu que tinha esposa e seis
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filhos, que a mulher era aleijada, as crianças não tinham o que comer, nenhuma roupa para vestir, nenhuma
cama, nenhum cobertor e o inverno estava chegando”.
Uma lágrima rolou pelo rosto de Vera.
– Oh, isso é horrível!
– Sim, é horrível – concordou Pedro –, mas não é argumento. O homem apelou para a misericórdia e a
piedade do patrão. Usou o sofisma por misericórdia. Entendeu?
– Você tem um lenço? – choramingou ela.
– Agora vamos discutir Falsa analogia. Por exemplo: “Deveria ser permitido aos estudantes
consultar livros durante as provas. Afinal de contas, cirurgiões têm raios X para guiá-los durante as
operações; carpinteiros usam plantas quando vão construir casas”. Então, por que os estudantes não
podem consultar livros?
– Puxa, essa é a idéia mais genial que ouvi nos últimos anos!
– Vera, o argumento está errado. Médicos e carpinteiros não estão fazendo provas para saber quanto
aprenderam, mas os estudantes estão. As situações são completamente diferentes, e por isso o argumento
não tem valor.
– Eu ainda acho que é uma boa idéia.
– Quer conhecer um sofisma chamado Hipótese contrária ao fato?
– Isso soa delicioso!
– Escute: “Se madame Curie não tivesse deixado uma chapa fotográfica numa gaveta com um pedaço
de uramita, o mundo hoje não conheceria nada sobre o rádio”.
– Claro! Você viu o que a televisão disse sobre isso? Foi incrível!
– Se você esquecesse a televisão por um momento, eu mostraria que essa afirmação é um sofisma.
Talvez madame Curie não tivesse feito sua descoberta.
Talvez muita coisa pudesse ter acontecido. O certo, porém, é que não se pode partir de uma hipótese que
não é verdadeira e daí querer que ela sustente conclusões.
Pedro, já sem esperanças de que Vera pudesse pensar logicamente, resolveu dar-lhe a última chance:
– O próximo sofisma chama-se Envenenando o poço – disse, com ar de frustrado.
– Que engraçadinho!
– “Dois homens estão prestes a iniciar um debate. O primeiro levanta-se e diz: ‘Meu adversário é um
grande mentiroso. Não se pode acreditar no que ele diz’...”
Agora pense, pelo amor de Deus. Pense firmemente. O que está errado?
– Não é justo. Quem vai acreditar no segundo homem se o primeiro o chama de mentiroso antes
mesmo que ele comece a falar?
– Certo! – gritou Pedro, vibrando de alegria. – 100% certo! Não é justo. O primeiro homem
“envenenou o poço” antes que alguém pudesse beber a água!
Vera, estou orgulhoso de você!
– Oh, obrigada!
– Agora, vejamos o Petição de princípio. Por exemplo: "O cigarro prejudica a saúde porque faz mal ao
organismo".
– É claro que a afirmativa é infantil. É como se dissesse: “prejudica porque prejudica”.
Não
explica nada.
– Vera, você é um gênio. Esse sofisma toma como verdade demonstrada justamente aquilo que está em
discussão. Veja, minha querida, as coisas não são tão difíceis. Tudo o que você deve fazer é se concentrar,
pensar, examinar, avaliar.
Bem, vamos rever tudo o que aprendemos.
– Está bem.
Cinco dias depois, Vera sabia tudo sobre lógica. Pedro estava orgulhoso, pois ele, e só ele, ensinara-a a
pensar corretamente. Agora sim, ela era digna de seu amor.
Assim, ele decidiu revelar seus sentimentos.
– Vera, hoje não vamos mais conversar sobre sofismas.
– Oh, que pena!
– Minha querida, nós já passamos cinco dias juntos. Está claro que estamos bem entrosados.
– “Generalização apressada” – ela disse.
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– Oh, desculpe!
– Generalização apressada – repetiu ela. – Como você pode dizer que estamos bem entrosados
baseando-se em apenas cinco encontros?
– Minha querida – falou Pedro, acariciando-lhe a mão. – Cinco encontros são suficientes. Afinal de
contas, você não precisa comer o bolo para saber se ele é bom.
– "Falsa analogia” – disparou ela. – Não sou bolo, sou uma moça. Aí, Pedro resolveu mudar de tática.
– Vera, eu te amo. Você é o mundo para mim. Por favor meu amor, diga que vai me namorar firme.
Porque, do contrário, minha vida não terá sentido. Eu definharei. Vou me recusar a comer.
– “Por misericórdia” – ela acusou.
– Bem, Vera – disse Pedro, forçando um sorriso –, você aprendeu mesmo os sofismas.
– É, aprendi.
– E quem os ensinou?
– Você.
– Está certo. Então, você me deve alguma coisa, não deve? Se eu não a procurasse, você nunca teria
aprendido nada sobre sofismas.
– “Hipótese contrária ao fato”.
– Vera, você não deve tomar tudo ao pé da letra! Sabe que as coisas que aprendeu na escola não têm nada
a ver com a vida.
– “Generalização não-qualificada”.
Pedro perdeu a paciência.
– Escute, você vai ou não ser minha namorada?
– Não vou.
– Por que não?
– Porque esta manhã, prometi a João que seria a namorada dele.
- Aquele rato! – gritou Pedro, chutando as flores do jardim.
- Você não pode namorar esse cara, Vera. É um mentiroso. Um chato. Um rato!
– “Envenenando o poço” – disse Vera. – E pare de gritar. Acho que gritar também é um sofisma.
Com um tremendo esforço, Pedro baixou a voz, controlou-se e disse:
– Está bem. Vamos analisar esse caso logicamente. Como você poderia escolher o João? Olhe para
mim: um aluno brilhante, um tremendo intelectual, bonito, um cara com o futuro garantido. Olhe para o
João: um cara-de-pau, vazio, um vagabundo. Pode me dar uma razão lógica para ficar com ele?
– Claro que posso. Ele tem uma moto – respondeu Vera, correndo para montar na garupa da motocicleta
de João.
Pedro com profunda tristeza, gritou com raiva para que Vera pudesse ouvir:
– O amor é um sofisma porque amar é sofismar!
– “Petição de princípio” – berrou Vera, agarrada à cintura de João, na moto que roncava velozmente.(*)
(*) Texto adaptado do original de Max Shulman. “O amor é uma falácia”, in As calcinhas cor de rosa do
capitão e outros contos humorísticos, p. 62-90.
Outros Exemplos de Sofismas:
Sofismas Sofisma: falácia formal que consiste em apresentar um raciocínio dedutivamente válido quando
não o é.
01. Existem biscoitos feitos de água e sal.
O mar é feito de água e sal.
Logo, o mar é um biscoitão.
02. Quando bebemos, ficamos bêbados.
Quando estamos bêbados, dormimos.
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Quando dormimos, não cometemos pecados.
Quando não cometemos pecados, vamos para o Céu.
Então, vamos beber para ir pro Céu!
03. Penso, logo existo.
Loiras burras não pensam.
Logo loiras burras não existem.
04. Sabe-se que as baratas sobreviveriam a uma guerra nuclear.
Tem-se que a esperança é a última que morre.
Logo, a barata é o símbolo da esperança.
05. Hoje em dia, os trabalhadores não tem tempo pra nada.
Já os vagabundos tem todo tempo do mundo. Tempo é dinheiro.
Logo, os vagabundos ganharão mais dinheiro do que os
trabalhadores.
06. As mulheres dizem que homem não presta.
A mãe do Leonardo di Caprio declarou que seu filho é
um garoto muito prestativo.
Logo, Leonardo di Caprio não é homem.
07. As pessoas que querem emagrecer fazem dietas.
As dietas recomendam o consumo de verduras e peixe.
Ora, Elefantes comem verduras e Baleias comem peixe.
Assim, quem faz dieta engorda!
Lógica Feminina
Cena: mulher deitada, lendo um livro, no barco de pesca do marido. Aproxima-se um barco da fiscalização
de pesca, e o fiscal pergunta o que ela está fazendo ali.
- Lendo um livro, responde ela.
O fiscal a informa que ela está numa área proibida para pesca.
A mulher protesta e diz que não está pescando.
- Mas a senhora possui todo o equipamento. Eu terei que apreendê-lo e multá-la.
A mulher muito brava revida:
- Se o senhor fizer isso, irei processá-lo por estupro.
Chocado com a afirmação da senhora ele responde:
- Mas eu nem sequer a toquei.
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E a mulher:
- Mas o senhor possui todo o equipamento.
Lógica Masculina
Um casal está se separando e está discutindo com o juiz a custódia da criança.
A mãe argumenta que ela é que tem que ficar com a criança, por todos os motivos que as mulheres alegam
nesses casos:
- Ela foi gerada dentro de mim - disse, choramingando -. Ela saiu do meu ventre etc. e tal...
Mas o marido insiste, e o juiz pede que ele dê seus argumentos também. Depois de um silêncio
constrangedor, finalmente ele diz:
- Excelência, quando eu coloco uma moeda numa máquina de vender refrigerantes, a latinha que sai é minha
ou da máquina?
Exercícios: 1- Analisar manchetes de jornais; artigos, provérbios populares, anedotas, comerciais,
princípios de diversas ideologias e outros textos.
2- Às vezes, o Senso Comum é tão forte que se transforma em frases feitas ou Slogans:
-
Filho de peixe peixinho é.
Querer é poder.
Brasil: Ame-o ou Deixe-o.
Deus ajuda quem cedo madruga.
Só com educação o Brasil vai para frente.
Pra Frente Brasil! (mas pra onde?)
É o “Jeitinho Brasileiro!”
O estudo e a escola servem para poder ganhar dinheiro mais tarde.
Segunda-feira é o dia mais chato da semana.
Ter conflitos com a sogra é ser moderno.
Virgindade é para anjos.
Analise as afirmações abaixo e descubra algum sofisma:
11 coisas que estudantes não aprenderiam na escola
Para qualquer pessoa com filhos de qualquer idade ou qualquer pessoa que já foi criança, aqui estão
alguns conselhos de Bill Gates em uma conferência de uma escola secundária sobre 11 coisas que
estudantes não aprenderiam na escola. Ele fala sobre como a política do "sentir-se bem" tem criado uma
geração de crianças sem conceito da realidade e como esta política tem levado as pessoas a falharem em
suas vidas posteriores à escola (não é à-toa que ele é um dos homens mais bem sucedidos e ricos do
mundo).
Regra 1: A vida não é fácil - acostume-se com isso.
Regra 2: O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma
coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com você mesmo.
Regra 3: Você não ganhará US$ 40,000 por ano assim que sair da escola. Você não será vice-presidente
de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que você tenha conseguido comprar seu próprio
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carro e telefone.
Regra 4: Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.
Regra 5: Fritar hambúrgueres não está abaixo da sua posição social. Seus avós têm uma palavra
diferente para isso - eles chamam de oportunidade.
Regra 6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais, então não lamente seus erros, aprenda com eles.
Regra 7: Antes de você nascer seus pais não eram tão chatos como agora. Eles só ficaram assim por
pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você falar o quanto você mesmo era legal. Então antes de
salvar o planeta para a próxima geração querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente
limpar seu próprio quarto.
Regra 8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é
assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto
não se parece com absolutamente NADA na vida real.
Regra 9: A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável
que outros empregados o ajudarão a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
Regra 10: Televisão NÃO É vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a cafeteria e
ir trabalhar.
Regra 11: Seja legal com os "Nerds". Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um
deles.
BILL GATES
-Faça uma ilustração sofista da escola ou de um estudante.
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Exercício:
1- O QUE É SOFISMA? EXEMPLO
2- O QUE É SILOGISMO? EXEMPLO
3- O QUE É ARGUMENTO? QUANDO ELE É VERDADEIRO?
4- CITE 2 PRINCÍPIOS DA FILOSOFIA DOS SOFISTAS.
5- QUAL ERA O MÉTODO UTILIZADO PELOS SOFISTAS PARA ARGUMENTAR COM O
OBJETIVO DE CONVENCER E PERSUADIR AS PESSOAS?
6- RELATE UM SOFISMA COMUM DA CULTURA BRASILEIRA.
7- CRIE UMA MANCHETE DE JORNAL NA FORMA DE UM SOFISMA.
8- O QUE É DIÁLETICA?
9- QUAL A IMPORTÂNCIA DA DIALÉTICA PARA A CONSTRUÇÃO AMPLA DO
CONHECIMENTO?
10- EXPLIQUE O QUE É DIÁLOGO SOCRÁTICO?
11- QUAL É A DIFERENÇA ENTRE OS SOFISTAS E SÓCRATES.
12- QUAL É A IMPORTÂNCIA DE SÓCRATES PARA A FILOSOFIA GREGA? OU, QUAL ERA O
OBJETIVO DE SUA FILOSOFIA/
13- O QUE LEVOU SÓCRATES A SE TORNAR FILÓSOFO?
14- POR QUE O MÉTODO DE FILOSOFAR DE SÓCRATES, A MAIÊUTICA, FOI
REVOLUCIONÁRIO?
15- EXPLIQUE A MAIÊUTIOCA DE SÓCRATES.
16- PODE-SE AFIRMAR QUE A MAIOR VIRTUDE DE SÓCRATES FOI A COERÊNCIA, POR
TER ACEITO A CONDENAÇÃO À MORTE E NÃO TER FUGIDO?
17- PARA SÓCRATES O QUE É VIRTUDE?
18- POR QUE SÓCRATES FOI CONSIDERADO O MAIS SÁBIO DA SUA ÉPOCA?
19- QUAL É O SIGNIFICADO DADO POR SÓCRATES DO “CONHEÇA-TE A TI MESMO?”
20- O QUE SÓCRATES QUIS ENSINAR ATRAVÉS DO MITO DA CAVERNA, ESCRITO POR
PLATÃO?
21- DO QUE SÓCRATES FOI ACUSADO?
22- COMO SÓCRATES SE DEFENDEU?
23- COMO DEVERIA SER UMA AULA SOCRÁTICA?
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