IMPÉRIO MALI Entre muitos laços que unem à África e aos

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IMPÉRIO MALI Entre muitos laços que unem à África e aos
IMPÉRIO MALI
Entre muitos laços que unem à África e
aos africanos está à importância a
oralidade nas suas culturas e nas nossas,
como sugerem as imagens dos griots
daqui e de lá, contadores (as) de histórias
que preservam, atualizam e vivificam a
cultura.
Entre os séculos VIII e XVII na África
localizado ao sul do Deserto do Saara, era habitado por vários povos. Cada um com os seus
costumes.
Alguns desses povos construíram impérios e reinos prósperos e organizados, como: o
Império de Mali e o Reino do Congo.
Império de Mali
A falta de registros escritos sobre a formação e história do Império de Mali dificulta o
resgate histórico. Os vestígios arqueológicos (vasos, potes, panelas, restos de alimentos e
fogueiras), também são reduzidos.
As principais fontes para o conhecimento do Império de Mali têm sido preservadas pelas
histórias dos Griots, que realizam a transmissão oral dos mais velhos aos mais jovens. Cabe
aqui um esclarecimento: os Griots são cantores, músicos e poetas que transmitem a história
e canções da população Malinesa.
Em algum momento na África Ocidental por volta do século XIII, existia um povo chamado
Mandinga, que pertencia ao pequeno reino de Mali. Esse povo Mandinga foi dominado
posteriormente pelo povo Sosso do reino de Gana, que possuía um rei muito cruel.
Certo dia, a população mandinga, liderado pelo príncipe mandinga Sundiata Keita, insurgiu
contra o povo Sosso de Gana. Sendo capitulados na Batalha de Kirina em 1235. Atualmente
na sociedade brasileira é muito comum associarmos a palavra “mandinga” a práticas de
feitiçaria.
Era habitual entre o povo Mandinga, por seus conhecimentos o uso de ervas medicinal e a
existência de mágicos encantadores. Muitos deles foram trazidos para o Brasil no período do
Tráfico Negreiro. Quando a palavra mandinga em português passou a significar magia,
feitiço.
Cinco anos após a vitória do povo Mandinga ao reino Sosso de Gana, o príncipe Sundiata
Keita comandou o povo Mandinga, conquistando Gana, onde passou a reinar um extenso
território que se denominou posteriormente de Império Mali. Sindiata Keita se converte ao
Islamismo onde lhe foi atribuído o título de Mansa.
Mansa organiza o novo Império Mali, dividindo-o em províncias com capital em Niani
localizado ao sul de Mali. Da capital Niani partiram duas grandes estradas, uma direcionada
ao norte e outra ao noroeste do continente africano.
Da capital Niani do novo império a estrada direcionada ao noroeste do continente surgiu
duas grandes cidades negras: Djenné e Tombuctu. A cidade de Tombuctu estava situada às
margens do Rio Níger, o terceiro maior rio da África, servindo de ponto de parada para as
caravanas que atravessavam o deserto do Saara, no comércio dos produtos africanos e
orientais.
Por Tombuctu circulavam sal e ouro das minas do Império Mali, tecidos, grãos e noz-decola das flores, além de peles, plumas, marfim e instrumentos de metal. Ao longo do século
XIV, Tombuctu se transformou num importante centro intelectual do mundo, reunindo cerca
de 150 escolas com muitos estudantes oriundos de outras partes do território africano.
Em Tombuctu foi erguida a Mesquita de Sankoré, em
seu interior a existência de uma universidade do mesmo
nome (Universidade de Sankoré). Mesmo com todo o
desenvolvimento intelectual produzido na universidade
de Sankoré, não foi bastante para atender a toda a
população do Império Mali. O conhecimento produzido e
ministrado em árabe na universidade permaneceu
restrito a elite, não chegou a incorporar todas as línguas
e culturas locais.
Amadou Toumani Touré, presidente de Mali.
Prof. Ronaldo Silva
BIBLIOGRAFIA:
LAMPRÉIA, José D. Etno-História do Império Mali, Lisboa, 1959;
SOUZA, Marina de Melo e. África e Brasil africano. São Paulo - Ática

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