Com indefinição nos juros, adie compras - Economia

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Com indefinição nos juros, adie compras - Economia
Com indefinição nos juros, adie compras - Economia - Gazeta do Povo
ECONOMIA
25/05/09 10:34
Segunda-feira,
25/05/2009
FINANÇAS PESSOAIS
CONSUMO
Com indefinição nos juros, adie compras
Taxas para o consumidor continuam em alta, apesar das reduções na Selic. Por isso decisões
de compra devem ser bem
Publicado em 28/04/2009 | FRANCO IACOMINI
Quem está pensando em adquirir um automóvel, um produto eletrônico ou outro bem de alto preço está
diante de um impasse. Aproveita as vantagens oferecidas no comércio – que incluem descontos e em alguns
casos, como o de automóveis, material de construção e eletrodomésticos da linha branca, também a redução
de impostos – e faz um financiamento ou deixa para depois? Os juros para o consumidor, que agora estão
em alta, vão cair?
Consultores em finanças pessoais e economistas concordam em uma coisa: é bem provável que os juros
pagos pelas pessoas físicas voltem a cair nos próximos meses. Por esse ponto de vista, a melhor alternativa
seria mesmo esperar – a não ser, é claro, que o consumidor esteja diante de uma grande oportunidade,
daquelas de que vai se arrepender caso não aproveite. Sendo assim, o melhor seria deixar a compra para
depois.
Dicas
Algumas sugestões de especialistas para lidar com a tentação de fazer compras financiadas.
1.Poupar é sempre melhor. Na prática, tomar dinheiro emprestado – e é isso que fazemos quando
parcelamos uma compra – sempre vai custar caro. “Guardar dinheiro para pagar à vista é mais vantajoso em
qualquer situação”, diz Jackson Peters, professor do Estação Business School.
2.Pesquise. A crise financeira fez com que alguns produtos encalhassem, e para estes o comércio e a indústria
estão dando bons descontos. “Certos produtos, como carros de luxo, estão hoje com preços mais baixos do que
há um ano. Em alguns casos, mesmo embutindo o custo do financiamento o preço final acaba sendo
compensador”, observa o consultor em planejamento financeiro Friedbert Kroeger.
3.Espere. Se as condições para a compra não forem vantajosas, tente adiar a compra. “As taxas de juros ao
consumidor devem cair, e então o consumidor terá um poder de compra maior”, sustenta Samir Bazzi,
professor do FAE Centro Universitário.
“São poucas as compras que a gente não pode adiar”, observa o professor Jackson Peters, da Estação
Business School. Mesmo um casal que está programando seu casamento e mobiliando a casa pode,
exemplifica, pode optar por fazê-lo em etapas – primeiro faz a cozinha, depois o quarto e deixa a sala para
daqui a um tempo. Enquanto isso, fica à espera de condições melhores.
Os juros para o consumidor estão altos porque a inadimplência está em alta. Uma parte da taxa que é paga
pelo cliente é o chamado “spread” – uma expressão inglesa que identifica a diferença entre o custo de
captação do dinheiro pelos bancos (normalmente próximo à taxa básica) e os valores pagos pelo
consumidor. No spread estão incluídos custos como a cobrança dos devedores e uma reserva para aqueles
valores que nunca serão pagos.
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Essa situação deve se alterar à medida que a economia retornar à estabilidade, com o desemprego baixando
e a atividade aumentando. “O momento agora é de espera”, prescreve o professor Samir Bazzi,que leciona
Administração Financeira no FAE Centro Universitário. “É preciso algo como uns seis meses para que as
coisas voltem a se equilibrar.” Se o consumidor puder esperar até lá, é provável que encontre condições
melhores para uma compra parcelada.
O único risco da espera é deixar de usufruir do lado bom da crise. “Quando o lojista ou a indústria estão
com produtos estocados, a tendência deles é oferecer benefícios ao comprador para manter seu nível de
atividade”, explica o consultor Friedbert Kroeger, especializado em finanças pessoais. Esses benefícios são
descontos ou condições especiais de parcelamento. “É bem provável que esses descontos não estejam
disponíveis quando as vendas estiverem normalizadas”, afirma.
Os especialistas, no entanto, sugerem que mesmo essas oportunidades devem ser vistas com cautela. E isso
vale especialmente para produtos com vantagens por tempo limitado, como os automóveis e
eletrodomésticos que contam com redução nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“Se a pessoa realmente estava planejando trocar de carro neste ano, pode valer a pena adiantar essa
compra e usar o IPI reduzido”, diz Peters, da Estação. Principalmente se um carro usado entrar na
negociação. “O preço do usado é derivado do carro novo. Portanto, ele vai ser vendido por um preço menor
enquanto vigorar a redução do IPI”, diz Peters.
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