gente da fea - FEA
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gente da fea - FEA
ano 9_edição 78_setembro_2012 Qualis-Capes promove Revista Contabilidade & Finanças uma publicação mensal da FEAUSP A Revista Contabilidade & Finanças (RC&F) da FEAUSP recebeu o conceito A2 no sistema de qualificação da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Ensino Superior (CAPES), denominado Qualis-Capes. Essa avaliação é referente ao triênio 2009-2011 e representa uma evolução importante para a publicação que ocupava a categoria B1 e foi promovida para a segunda melhor posição do ranking. Qualidade editorial, originalidade dos artigos publicados, regularidade e o volume de citações captado pelos indexadores são os aspectos embutidos no conceito A2. O reconhecimento é resultado de um processo construído ao longo dos anos por muitas mãos e cabeças do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA, um atestado da seriedade do periódico. Do Caderno de Estudos à versão eletrônica Dessa forma, a RC&F ganha destaque no conjunto da produção brasileira do conhecimento científico e visibilidade no mundo da contabilidade. E se prepara, por meio de um plano de ação, para consolidar sua posição e ampliar o seu índice de impacto. (CONTINUA NA PÁGINA 6) ANÁLISE & OPINIÃO O centenário do economista Milton Friedman FEA PERFIL FEA PROFESSORES Roberto Macedo recebe prêmio Economista do Ano p.02 O crescimento econômico do leste asiático p.04 p.08 E AINDA... FEA CCInt p.03 FEA X FEA p.06 FEA FUNCIONÁRIOS p.10 FEA MIX p.12 ANÁLISE & OPINIÃO #02 Milton Friedman: o centenário de um grande economista “Embora tenha ficado mundialmente conhecido como ‘pai do monetarismo’, suas contribuições foram muito além da teoria monetária.” Milton Friedman foi um exemplo do que só bem mais tarde foi consagrado por Hicks-Slutsky. O dito popular de que tamanho não é segundo introduziu o conceito de renda permanente como documento. Com pouco mais de 1,5 argumento da função consumo, uma correção decisiva na metro de altura, ele costumava dizer que função consumo keynesiana, associada à renda corrente, e gostava de ir ao Japão, porque lá se sentia abriu caminho para a teoria do “ciclo de vida” de Modigliani- um homem alto. Se o corpo era pequeno, Bromberg. Seu Price Theory, que circulou em Chicago sob a mente era imensa. Embora tenha ficado forma mimeografada por muitos anos, antes de ser impresso, mundialmente conhecido como “pai do ao lado do livro homônimo de George Stigler, formou muitas monetarismo”, suas contribuições foram gerações de estudantes nos fundamentos da microeconomia muito além da teoria monetária. Não é e justificava o conselho dado a eles: “se você quiser aprender possível, neste curto espaço, fazer jus à teoria dos preços, devore os livros de Friedman e Stigler”. estatura de Friedman, mas apenas relembrar alguns de seus trabalhos. Em teoria monetária, algumas das principais contribuições de Friedman estão contidas em seu livro The Optimum Em The Methodology of Positive Eco- Quantity of Money and Other Essays (1970), onde se destacam nomics (1953) estabeleceu as bases me- dois artigos. O primeiro é seu famoso Presidential Address à todológicas para o uso da teoria como American Economic Association de 1965, The Role of Mo- ferramenta para interpretar a realidade netary Policy, no qual destrói a curva de Philips ao introduzir econômica. Em teoria dos preços, des- o conceito de taxa natural de desemprego e as expectativas tacam-se os magistrais The Marshallian de inflação como elementos fundamentais do modelo. O se- Demand Curve (1950) e A Theory of the gundo é Money and the Business Cycle (1963), que expõe a Consumption Function (1957). O pri- teoria monetária que fundamentou sua monumental A Mo- meiro argumenta, com base nos Prin- netary History of the United States, do mesmo ano. Neste livro, ciples de Marshall, que a curva de de- não se pode deixar de mencionar o capítulo 29, The Great manda marshalliana era “compensada” Depression, que tem inspirado várias gerações de acadêmicos por variações da renda, um conceito desde então. Em relação ao professor Friedman, aqueles que tiveram o privilégio de serem seus alunos e fazem suas carreiras na universidade certamente se recordam de sua insistência na qualidade como único critério da vida acadêmica. Qualquer outro critério, por bem intencionado que seja, mais cedo ou mais tarde leva à esclerose e à decadência. Talvez a continuada proeminência do Departamento de Economia de Chicago por tantas décadas seja fruto da obediência a esse princípio. Celso Luiz Martone Professor do Departamento que foi aluno de de Economia Milton Friedman da FEAUSP, FEA CCInt “Quando os intercambistas chegam se sentem perdidos e é natural. As atividades ajudam na integração.” Os “buddies” da FEA semana na praia de Maresias, litoral norte paulista, e algumas “baladas” fazem parte do Buddy Program. “Quando os intercambistas chegam se sentem perdidos e é natural. Essas atividades ajudam na integração. Ficamos à disposição para esclarecer dúvidas. É uma oportunidade de fazer novos amigos, para eles e para nós, fazer parte da turma. A viagem para Maresias aconteceu no primeiro fim de semana de setembro e tivemos que providenciar um segundo ônibus. Gabriel Samper (Adm), Samuel Valdivia (Econ), Gabriela Demarchi (Econ), Sávio Lopes (Adm), Juliana Verdelho (Adm) e Bruno Gianezzi Gomes (Adm), da esq. para dir. Desde 2006, a cada início de semestre, um pequeno FEA Todo mundo já sabia que seria animado”, conta Bruno Gianezzi Gomes, aluno do curso de Administração. Do grupo atual, Emanuel Victor é se reúne para organizar o integrante mais antigo. Ele já está eventos e atividades voltados para os estudantes es- passando o bastão porque o tempo trangeiros recém-chegados. de lazer, no último ano do curso de grupo de alunos da Incentivado e apoiado pela Comissão de Cooperação Economia, é escasso. O Clube Inter- Internacional (CCInt) e formado por voluntários, o Clube nacional está aberto para quem gosta Internacional se reinventa a cada semestre sem organi- de gente e de fazer novos amigos que zação formal ou regulamento. A iniciativa parte de uma falem outras línguas. ideia muito simples. Para receber e integrar os intercam- Participe! bistas à Faculdade, à comunidade feana e à cultura brasi- Para saber mais, acesse www.face- leira, nada melhor do que promover alguns passeios, festas book.com/clubeinternacionalfeausp. e viagens. “Entrei no clube para fazer contato com pessoas de outros países. Quem me chamou foi a Stephanie (Stephanie Nakamura Ruas, que terminou a graduação em Economia no ano passado). Pretendo fazer intercâmbio e, assim, já vou me inteirando sobre como as coisas funcionam”, comenta Sávio Lopes, aluno de Administração. Um tour pelo centro de São Paulo, uma tarde no Parque do Ibirapuera, um fim de FEA PERFIL #04 Professor Roberto Macedo: Economista do Ano 2012 “Hoje, colaboro com o governo estadual, sigo ativo profissionalmente e não falta demanda. Acho que aposentadoria efetiva faz mal à saúde, e gosto demais do que faço.” da fez pós-doutorado na universidade de Cambridge, Inglaterra. Faculdade de Economia, Administra- É assessor da Faculdade de Economia da FAAP, na qual é Contabilidade da Universidade editor da Revista de Economia & Relações Internacionais. O professor ção e de São Paulo (FEAUSP), tário de Fazenda, de agosto, em prêmio ex-secre- Sua trajetória profissional inclui cargos nos governos federal Mi- e estadual, e em entidades. Nessa entrevista ao Gente da recebeu no dia FEA, ele fala sobre a sua vida de estudante e de economista. Política Econômica nistério da 13 Roberto Macedo, do São Paulo (SP), o “Economista do Ano”, conce- Gente da FEA: O sr. é de São Paulo? Roberto Macedo: Não, sou de Minas, mas não gosto de Ordem dos Economistas do contar, pois há quem fique com inveja. Brasil (OEB) a profissionais da área Por que escolheu estudar Economia? dido pela que se destacam por sua contribui- Nasci em cima de um banco. Meu pai era gerente de uma ção ao desenvolvimento do país e por pequena agência no interior de Minas, a residência da famí- estimular a reflexão crítica sobre a lia ficava no segundo andar do prédio. Ainda criança, come- complexidade da sociedade na sua di- cei a frequentar o banco, e logo que me alfabetizei ajudava mensão econômica. numa coisa ou outra, ganhando uns trocados. Aos 15, já em Macedo foi indicado por economis- Belo Horizonte, passei a ser funcionário de um banco com tas de todo o Brasil para fazer parte de registro em carteira. E fiz cursos profissionalizantes a partir uma lista com quatro nomes e eleito pe- do 5º ano do ciclo que hoje se chama Fundamental. Desse los associados da OEB. Além de profes- ano ao 8º, o curso era chamado de Auxiliar de Escritório. No sor, Macedo foi chefe do Departamento ensino médio, fiz o curso de Técnico de Contabilidade. Creio de Economia e diretor da FEAUSP. que isso me encaminhou naturalmente para o curso de Eco- “Realizado pela OEB em parceria nomia, mas passei também por orientação profissional que com o Conselho Regional de Economia apontou esse entre outros cursos, e acabei optando por ele. de São Paulo, o prêmio ‘Economista do O objetivo era ser professor? Ano’ é um tradicional reconhecimento Não, nunca havia pensado nisso seriamente. Mas, quan- aos profissionais da área econômica”, do terminei o curso de Economia, fui convidado para ser diz o presidente da OEB e do Corecon- Auxiliar de Ensino da FEA. Nessa época eu já trabalhava no SP, professor Manuel Enriquez Garcia, Banco do Brasil, de onde cheguei ao Banco Central. Para ver da FEAUSP. se gostava de ser professor, para experimentar, eu pedi licen- O currículo do professor Macedo é ça desse emprego, e acabei ficando definitivamente na FEA. extenso e de peso. É mestre e doutor Além disso, do 3º ano do curso em diante, fui estagiário do em Economia pela Universidade de professor Afonso Celso Pastore, que era um ativo e brilhante Harvard (EUA), na qual foi assistente pesquisador, e me interessei pela carreira de docência e pes- de professor titular. Lecionou na Uni- quisa, mas não contava com um convite. versidade Mackenzie, foi professor vi- Como foi o seu tempo de USP? O que mais marcou a sua sitante nas universidades de Kobe (Ja- época de estudante? pão), Internacional da Flórida (EUA) e Foi ótimo. Era aluno do noturno, e a FEA era na rua Dr. “Há dados mostrando que só 10% dos economistas trabalham mesmo como economistas ou no magistério da área. É um nicho pequeno e para chegar ao topo é preciso estudar muito.” Vila Nova, perto de onde eu morava e de onde trabalhava. gosto demais do que faço. Como meu expediente no banco era de seis horas, eu tinha E as decepções? as manhãs livres, e isso me permitiu um grande envolvimen- Só não gostei da mudança da FEA to com a FEA. Além de estagiário, fui diretor do CAVC em para a Cidade Universitária. Sou três gestões, me envolvi um pouco na política estudantil, por um modelo de universi- onde passei pela Ação Popular, e depois pelo chamado Gru- dade integrado à cidade, po Independente, que diziam ser ligado ao Partidão. Partici- como vi em Harvard e pei ativamente da luta para evitar a instalação de um diretó- na Universidade de rio acadêmico (DA) na FEA, conforme legislação aprovada Cambridge, pelo governo militar de então. Participávamos das eleições passei um ano fazen- do DA, mas não colocávamos a coisa para funcionar, e o do pós-doutorado. Preferia que ela tivesse ficado na rua Maria CAVC era mantido. O então diretor da FEA, prof. Dir- Antonia, num ambiente mais próximo do que vi lá fora do que ceu Lino de Matos, não colocava obstáculos. Também ia às essa coisa aqui no Butantã, uma Brasília universitária, com as passeatas, comuns nessa época de agitação política. Na rua, faculdades isoladas umas das outras e desintegrada da cidade e quase fui preso duas vezes, mas felizmente isso não ocorreu. de sua comunidade. Economia seria a sua escolha hoje? O que o senhor recomenda para o jovem que resolver es- Sem qualquer dúvida. Aliás, continuo trabalhando com ela e muito feliz com o que faço. onde tudar Economia? Por estranho que pareça, recomendo muito cuidado. Há Quais foram as alegrias que a profissão lhe proporcionou? dados mostrando que só 10% dos economistas trabalham Muitíssimas. A carreira na FEA me abriu muitas oportu- mesmo como economistas ou no magistério da área. É um ni- nidades, veio a pós-graduação que também era preparatório cho pequeno e para chegar ao topo é preciso estudar muito, para estudar no exterior, e acabei sendo o primeiro estudante fazer mestrado, doutorado etc, e as oportunidades não são de SP a ser aceito para o Mestrado e Doutorado em Harvard, tantas como as de minha época. Eu virei professor porque com bolsa integral do governo dos EUA. Voltando, segui a no final dos anos 1960 a FEA triplicou o número de vagas carreira, passei por três concursos dela, cheguei a chefe do De- e precisou de muitos mestres. Depois disso, acho que só au- partamento de Economia e diretor da Faculdade. E, ainda, di- mentou algo entre 10% e 20%. retor de Pesquisas da FIPE. Na minha gestão, foi criada a FEA O que significou receber o prêmio “Economista do Ano” de Ribeirão Preto, e iniciados três prédios, o FEA-2 que é uma da OEB? extensão do Departamento de Economia, o FEA-3, que aco- Não fiz nada de extraordinário em 2012, e acho que foi moda o Departamento de Contabilidade e o FEA-5, onde está o reconhecimento pelo “conjunto da obra”. E mais: desta o auditório. E houve as teses, os trabalhos e livros publicados, vez, a Ordem dos Economistas do Brasil adotou outro pro- o período em trabalhei como secretário de Política Econô- cesso eleitoral, com cada candidato apresentando um mini- mica, do Ministério da Fazenda, no governo federal, que eu CV. Quando recebi o prêmio, tive que fazer um discurso, queria conhecer por dentro. E muitas viagens internacionais, que concluí elogiando esse processo, pois ele permitiu que pois era atuante no circuito acadêmico. Hoje, colaboro com tivessem chances pessoas como eu, pois algumas vezes foram o governo estadual, sigo ativo profissionalmente e não falta eleitos economistas sustentados pelo prestígio às vezes efê- demanda. Acho que aposentadoria efetiva faz mal à saúde, e mero de transitórias ocupações governamentais. FEA X FEA Qualis-Capes promove Revista Contabilidade & Finanças Qualidade editorial, originalidade dos artigos publicados, regularidade e o volume de citações captado pelos indexadores são os aspectos embutidos no conceito A2. Reunião do Conselho Editorial da RC&F em junho: Edgard Cornacchione, Luís Eduardo Afonso, Sérgio de Iudícibus, Gilberto Martins, Rubens Famá, Lázaro Plácido Lisboa, Eliseu Martins, Diogo Toledo do Nascimento e Fábio Frezatti (da esq.para dir.) da é incentivar que pesquisadores estrangeiros e brasileiros conhe- Revista Contabilidade & Finanças çam a revista e queiram ver seus artigos publicados nela. Além (RC&F), inaugurou uma nova etapa disso, dos 18 membros do Conselho Editorial, seis são da trajetória da mais antiga publica- do exterior”, diz Fábio Frezatti, editor-chefe da A edição 58, janeiro-abril ção brasileira da área de dade, criada em 2012, Contabili- 1989. Foi a segunda RC&F e professor do Departamento de Contabilidade e Atuária. edição em versão on-line e a primeira a Para o chefe do Departamento de Conta- publicar todos os artigos em português bilidade e presidente do Conselho Editorial, e em inglês, de forma concomitante, professor Edgard Cornacchione, a transfor- conforme o novo modelo aprovado pelo mação vai “oxigenar” o periódico. “Até pouco tempo Conselho Editorial, em dezembro do atrás, a área de Contabilidade era isolada no Brasil e na ano passado. própria USP. A revista refletia a hegemonia acadêmica do As mudanças espelham a evolução único programa de doutorado que havia no país. Faltava ou- da publicação que foi reconhecida pelo sadia. Precisamos fazer com que a nossa voz seja ouvida e ou- sistema Qualis-Capes, no triênio 2009- vir o que os outros estão falando. O mundo precisa conhecer a 2011, com o conceito A2. Agora, com pesquisa que fazemos. A América Latina representa um bloco um novo modelo de gestão corporativa, importante e é pouco ouvido”, afirma. a RC&F está pronta para ampliar o seu Gestão papel e trilhar o caminho para se tornar O site da RC&F, na plataforma SciElo, já está no ar, com um dos importantes canais do processo mais informações e acesso livre aos artigos. O objetivo da ini- de internacionalização da contabilidade ciativa é garantir a visibilidade da publicação. brasileira e do Departamento de Contabilidade e Atuária da FEAUSP. O modelo de governança inclui conselho editorial com representantes nacionais e internacionais, editores associados “A revista está no caminho real da para as cinco linhas de pesquisa e corpo editorial científico. O internacionalização. Precisamos superar presidente do conselho editorial exerce também a função de uma das grandes dificuldades da área que ombudsman. é a leitura consistente em inglês. A meta “A primeira avaliação do artigo é do editor-chefe, que pode “Precisamos fazer com que a nossa voz seja ouvida e ouvir o que os outros estão falando. O mundo precisa conhecer a pesquisa que fazemos.” rejeitar, propor alterações ou enviar para um dos editores associados, especialista no tema, que vai recomendar ou não a publicação. Se for recomendado, o artigo segue para um dos avaliadores. O autor pode receber sugestões de ajuste até chegar ao texto final, um processo que leva em média 130 dias. Estamos construindo uma rede de autores, avaliadores e leitores. Em 2012, a RC&F vai conferir prêmios para os melhores trabalhos: autor, avaliador, tradução e revisão. Será um incentivo, terá impacto na carreira e motivará citações. Publicar é importante, ser citado mais ainda”, pondera o professor Frezatti. Todos os artigos devem ter o identificador ISSN (Núme- À frente da nova RC&F: professor Fábio Frezatti, Janaína Nogueira, Claudia Aparecida Garcia e professor Edgard Cornacchione (da esq. para dir.) ro Internacional Normalizado para Publicações Seriadas do Em 2000, o professor Lázaro Plácido Lisboa assumiu inglês, International Standard Serial Number), que a publicação, que já trazia trabalhos de pesquisadores de individualiza a publicação, permitindo que seja aceita outras universidades brasileiras. Em 2009, o professor Gil- internacionalmente e considerada fonte bibliográfica berto Martins assumiu a edição da revista e mudou o seu de referência (base de indexação). projeto gráfico. Além disso, o padrão internacional de Para se ter uma ideia da evolução do cenário de publica- qualidade editorial abrange os seguintes ções, em 2005 o sistema Qualis avaliou cinco publicações bra- requisitos: originalidade dos artigos publi- sileiras na área de Contabilidade. Em 2011, foram 20 periódi- cados, corpo editorial reconhecido perante cos; em 2012, o número saltou para 35. a comunidade acadêmica e processo de avaliação peer-review. Evolução O conceito A2 no sistema Qualis reflete o trabalho feito no passado e aponta para as responsabilidades do futuro. Ao longo do tempo, a revista foi adquirindo requisitos de qua- A RC&F é uma continuação do Caderno de Estudos, pu- lidade que permitiram a sua inclusão em diferentes sistemas blicação criada em 1989, com suporte da Fipecafi, para atender de indexação. Entre eles, a biblioteca eletrônica de periódicos a necessidade de divulgar trabalhos acadêmicos desenvolvidos brasileiros SciElo (Scientific Eletronic Library Online). por pesquisadores do Departamento de Contabilidade da FEA. A professora Jacira Tudora Carastan foi a primeira editora. A RC&F conta também com as fontes de indexação EBSCO Publishing, Gale (Cengage Learning) , Sumários de Qualis No Brasil, a avaliação de desempenho dos periódicos do-se as particularidades e caracterís- científicos é regida pelo sistema de qualificação, criado ticas de cada uma. Desta forma, por pela Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Ensino exemplo, a Medicina, que é vincula- Superior (CAPES), denominado Qualis-Capes, que esta- da à área da Saúde, possui critérios de beleceu em 2008 uma escala ordinal de conceitos - C, B5, avaliação diferentes que os critérios B4, B3, B2, B1, A2 e A1 (em ordem crescente) – para infor- da Contábil, que é vinculada à área mar o desempenho das revistas. Os critérios de avaliação de Administração, Contabilidade e são estabelecidos por áreas de conhecimento, respeitan- Turismo. Revistas Brasileiras e Redalyc (Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal) FEA PROFESSORES #08 ProÁsia: o crescimento econômico do leste asiático “A língua e a cultura são barreiras que dificultam o entendimento sobre desenvolvimento do Japão, China e Coreia. A proposta do grupo é ampliar a discussão para reduzir gaps.” Os caminhos trilhados pelos países do massa crítica, divulgar estudos e ampliar a discussão justamente leste asiático mudaram a geografia para reduzir os gaps. Precisamos utilizar o instrumental teórico da produção. Da cópia à inovação, o e antropológico para interpretar o que vem acontecendo nesses crescimento econômico da China foi ver- países. A pressão para incorporar a Índia no programa é muito tiginoso e surpreendeu o mundo. Corren- grande e será um outro desafio. O desenvolvimento da Índia do por fora, vem a Coreia. é ainda mais complexo, com sua estrutura de castas que não Buscar compreensão sobre os proces- existe nos demais. O Brasil não tem tradição de estudos por sos de rápido crescimento econômico é o áreas geográficas. Mas vamos insistir na análise desse espaço que move os pesquisadores do Programa geográfico e procurar pontos em comum no desenvolvimento de Estudos Asiáticos (ProÁsia), grupo econômico dos países do leste asiático. Acredito que a USP tem de pesquisa da FEAUSP, liderado pelo professor Gilmar Masiero, professor de Gestão de Negócios Inter- condições de liderar esse esforço”, Pesquisas As linhas de pesquisa do ProÁsia são: arbitragem internacional, desenvolvimento sustentável, economia chinesa contemporânea, internacionalização de empresas brasileiras e asiáticas e investimento direto estrangeiro e comércio internacional. afirma professor Gilmar Masiero. Pesquisador com diversos livros e artigos científicos publicados, o professor Masiero foi professor visitante da Universidade de Harvard, da Universidade de San Diego, do Instituto Coreano de Política e Eco- nacionais e Estratégia do Departamento nomia Internacional e do Instituto de Economias em Desenvol- de Administração. vimento no Japão. Sua trajetória acadêmica garantiu ao ProÁ- Reconhecido pelo Conselho Nacional sia uma rede de parcerias em escolas líderes no Brasil, Estados de Desenvolvimento Científico e Tecno- Unidos, China, Japão, Coreia do Sul, Índia, México, Argentina, lógico (CNPQ), o programa iniciou em Espanha e Reino Unido. “O ProÁsia é o principal fórum no 2010 o desenvolvimento de pesquisas e Brasil destinado a pesquisadores e outros profissionais formula- atividades relacionadas ao crescimento dores de políticas nas esferas pública e privada direcionado aos econômico, expansão empresarial e apro- desafios existentes na construção de iniciativas entre Brasil e fundamento da cooperação entre o Brasil Ásia. Não é um problema de língua, mas de estudar com pro- e os países asiáticos, por meio de progra- fundidade”, afirma. mas e projetos multidisciplinares. Seminários “A língua e a cultura são barreiras A realização de seminários internacionais com a participa- que dificultam o entendimento sobre o ção de pesquisadores, especialistas e autoridades asiáticas tem desenvolvimento do Japão, China e Co- contribuído para despertar o interesse sobre o desenvolvimento reia. A proposta do grupo é mobilizar dos países do leste asiático. Esse ano, em maio, Shaowei He, “Vamos procurar pontos em comum no desenvolvimento econômico dos países do leste asiático. Acredito que a USP tem condições de liderar esse esforço.” #09 Professor Gilmar Masiero, coordenador do ProÁsia China: Shaowei He (Northampton Business School) Coreia: Hee Moon Jo (USP e Hankuk University) Won Ho Kim (University of Texas at Austin), relações Brasil-Coreia periences. Seung Won Jung, diretor do Banco de Desenvolvimento da Coreia do Sul no Brasil e professor da Younsei University, falou sobre a evolução das políticas industriais. O potencial de crescimento das relações comerciais entre a América Latina-Brasil e a Coreia foi analisado por Won Ho Kim, doutor e dean da Universidade do Texas-Austin e professor da Hankuk University para Estudantes Estrangeiros. Graduado em Direito pela USP e professor da mesma universidade, Hee Moon Jo destacou, pesquisador da Northampton Business School, apresentou a em bom português, os entraves que im- palestra Chinese Innovation Giants and Implications for the Global pedem a expansão dos investimentos Economy, destacando a posição da China no ranking mundial coreanos no Brasil. de patentes, os centros de pesquisa e os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “Nos anos 1940, a Coreia era um país pobre. Em 60 anos se tornou o nono ex- “Nas últimas três décadas, a China registrou um crescimen- portador mundial. O que aconteceu? to anual da ordem de 10% ao ano. A baixa qualidade dos pro- Esse resultado tem a ver com a cultura do dutos a R$1,99 está na parcela menos significativa da produção país? Na verdade, a cultura é só um dado chinesa. O que existe de engenharia reversa também está fican- que precisamos conhecer. O que os paí- do para trás. O avanço da tecnologia própria é surpreendente e ses asiáticos fazem no contexto cultural é ainda desconhecido do grande público”, diz professor Masiero. que precisamos entender. Política é mais Em agosto, foi a vez da Coreia, com o seminário Korean Industrial Policies,Trade and FDI Learning from Successful Ex- importante do que a cultura”, afirma professor Masiero. FEA FUNCIONÁRIOS A turma do audiovisual A área de Audiovisual se encarrega, em conjunto com a STI, da transmissão direta pelo sistema IPTV e da edição da gravação que passa a fazer parte da midiateca do LAE. É praticamente uma “turma”. Os quatro funcionários da área de Audiovisual ou Serviço de Logística têm que se desdobrar para atender todas as solicitações de professores, alunos, entidades estudantis e organizadores dos mais diversos eventos que acontecem na FEA e, às vezes, em outras unidades da USP. A planilha mensal preparada pela área de Serviços Gerais mostra o volume de trabalho. Valter de Oliveira Lima, com a planilha de eventos e A Semana na FEA sempre à mão Poucos dias têm apenas uma solicita- pelo sistema IPTV e da edição da gravação que fica à dispo- ção de gravação de aula, palestra ou sição para outras transmissões e passa a fazer parte da midia- seminário. E a qualquer momento, a teca do LAE (Laboratório de Aprendizagem e Ensino). porta da sala, que fica no térreo do A equipe é formada pelos operadores Noel Ribeiro, FEA-1, pode se abrir e alguém per- Eduardo Custódio (que cobre o período tarde/noite) e guntar: “Será que dá para....” Reinaldo Ferreira de Lima que está em treinamento para Precavido, Valter de Oliveira assumir, em breve, a área de Audiovisual no Instituto de Lima, chefe do Serviço que é ligado à Relações Internacionais (IRI). Assistência Administrativa (ATAD), Recursos fica de olho no informativo A Sema- Os recursos de audiovisual são cada vez mais requi- na na FEA. “Se não está na planilha, sitados pelos professores. Todas as salas de aula contam faço contato com o responsável pelo com equipamentos de multimídia e os pedidos de socorro evento para não ter que correr na quando o pen drive não entra ou o som não sai, são co- última hora. Às vezes, encontramos muns. “Hoje o uso do pen drive é corriqueiro. Tanto que o bilhetes quando abrimos a porta da número desses dispositivos esquecidos nos computadores sala de manhã com pedidos de última das salas é muito grande. São recolhidos pela equipe e hora”, diz ele. entregues no Achados & Perdidos”, lembra Valter. A área é responsável pela instalação Transparências, retroprojetores, slides e fitas VHS fa- e operação de projetores, câmeras, ví- zem parte da história. As câmeras 3ccd Panasonic e as deos e cabines de tradução simultânea. móveis PTZ com controle remoto não são de ponta, mas Além da captação da imagem e do som, garantem a qualidade das gravações. O que faz a diferen- a área de Audiovisual se encarrega, em ça, porém, são os inúmeros cursos técnicos no Senac, de conjunto com a STI (Seção Técnica som, iluminação, cinema e edição e a experiência acumu- de Informática), da transmissão direta lada da equipe. O que faz a diferença são os inúmeros cursos técnicos no Senac, de som, iluminação, cinema e edição e a experiência acumulada da equipe. Graças à experiência, microfones e caixas de som estão lotadas. E lembra de outras palestras montados em racks e podem circular pela FEA. Na falta muito interessantes como as dos em- de uma ilha de edição – um equipamento necessário mas presários Abílio Diniz e Eike Batista. muito caro – Valter adaptou um aparelho de corte daque- O fato é que não basta instalar os les usados em sistemas de vigilância que mostram na tela equipamentos. Tem que dar assistência a movimentação de vários locais ao mesmo tempo. “Vi na enquanto dura o evento. As gravações portaria de um condomínio e fui procurar na rua Santa de aulas são mais simples e essa é uma Ifigênia. Configurei para receber as imagens das câmeras demanda que vem crescendo muito. e liguei no computador que faz a projeção na tela. Fun- “Os professores querem gravar as aulas cionam há três anos no auditório do FEA-5 e na sala da para utilização posterior. Às vezes, re- Congregação. Quem vê não acredita”, brinca Valter. cebem um palestrante que só está dis- Tudo isso para garantir a gravação da imagem de forma ponível para um período. A gravação é correta e os enquadramentos e movimentações necessá- depois apresentada para a turma da noi- rios. “Seria mais fácil deixar a câmera fixa, mostrando o te, ou vice-versa”, explica Valter, que palco lá longe. Mas, isso não é o certo. A transmissão tem trabalha na USP desde 1978 e não quer que ficar interessante”, diz ele. nem ouvir falar da aposentadoria que O mesmo cuidado vale para testar os vídeos utilizados se aproxima. Antes da FEA, foram 19 pelo palestrante com antecedência, o funcionamento das anos na Escola de Comunicação e Artes caixas de som, o posicionamento dos microfones de mesa e (ECA). Nesse período acumulou ativi- de lapela e administrar gente que fala ora muito alto, ora bai- dades na TV Bandeirantes como cabo xo e as perguntas do auditório. Depois de tantos anos, Valter e camera man, em coberturas esportivas já conhece os “professores dançarinos” que andam de uma e em gravações de filmes ponta a outra do palco, os que dão show, os que “comem” o publicitários. microfone ou usam o microfone para apontar alguma coisa experiência técnica que na tela e falam para a platéia que, claro, não ouve nada. Já ele está sempre pronto sabe que o professor Jacques Marcovitch só fala em púlpito a compartilhar e por em e, de todo o corpo docente da FEA, apenas um professor ação para registrar a his- rejeita qualquer recurso audiovisual. “Para o professor Chia- tória da FEA. Adquiriu ppin (José Raymundo Novaes Chiappin, do Departamento de Economia), é só lousa, giz e a fala”, diz Valter. A experiência conta também na hora de “cortar” na edição um comentário inadequado ou de não deixar vazar uma crítica ou piada no retorno da gravação pelos microfones auxiliares. Valter diz que já ouviu muita coisa que daria problema. Por outro lado, fica sempre impressionado com as palestras e aulas do professor Eliseu Martins, do Departamento de Contabilidade e Atuária, em salas Eduardo Custódio Noel Ribeiro FEA MIX “A sociedade da formação em rede oferece dispositivos com potencial de ampliar a participação social.” Gestão Livro ComTycho Day 2012 Muito Além da Economia Verde Depois do lançamento em junho, durante a Rio +20, o livro Muito Além da Economia Verde, do professor do Departamento de Economia da FEA, Ricardo Abramovay, foi tema de um debate aberto ao público, no dia 20 de agosto, na Livraria Cultura, em São Paulo (SP). Os economistas Eduardo Gianetti da Fonseca e Ladislau Dowbor participaram do encontro coordenado por Matthew Shirts, redator-chefe da Revista National Geographic Brasil. Mui- No dia 15 de agosto, a Comunidade Tycho reuniu profissionais da área de to Além da Economia Verde é o primeiro livro com o selo Planeta Sustentável, lançado em parceria com a Fundação Avina. Tecnologia da Informação, colaboradores Otimista e esperançoso, Abramovay acredita que existe a do Sistema Tycho e responsáveis pelos re- possibilidade de se ter uma vida melhor consumindo menos re- latórios de apoio a gestão institucional para aprofundar conhe- cursos. “Cada vez mais a gestão privada tem se tornado tema de cimento sobre o tema Inteligência Corporativa. discussão pública. Existe um maior diálogo com o setor empre- O ComTycho 2012 aconteceu na FEA e o debate foi en- sarial e houve um enriquecimento recíproco entre este último e riquecido com a colaboração de Pedro Luiz Domingues, da os movimentos sociais. Além disso, a sociedade da formação em empresa Think Soluções em TI, e Fábio Michellete de Salles rede oferece dispositivos com potencial de ampliar a participa- Prado, do SERPRO. ção social”, afirma Abramovay. Voluntariado Visita monitorada Cerca de 240 estudantes participaram da visita monitorada à FEA (foto à dir.), realizada no dia 24 de agosto pela Comissão de Cultura e Extensão da FEA. A atividade faz parte do programa A Universidade e as Profissões, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP. Os estudantes foram recebidos no auditório do FEA-5 pelo vice-diretor da FEA, professor Nicolau Reinhard, percorreram as instalações da Faculdade e puderam saber participantes receberam folhetos e material informativo mais dos cursos nas apresentações individuais. Todos os do programa. Gente da FEA Uma publicação mensal da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo Assistência de Comunicação e Desenvolvimento Setembro 2012_tiragem 2.000 exemplares Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 Cidade Universitária - CEP 05508-900 Diretor da FEA Reinaldo Guerreiro Reportagem: Dinaura Landini Coordenação Geral Lu Medeiros Projeto Gráfico: Elos Comunicação e Edemilson Morais Assistência de Comunicação e Desenvolvimento da FEA-USP Edição: Printec Comunicação Ltda. Vanessa Giacometti de Godoy – MTB 20.841 Antonio Carlos de Godoy – MTB 7.773 Layout e Editoração Eletrônica: Carol Issa Fotos: Milena Neves, Roberta de Paula e Vanessa Munhoz