Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"

Transcrição

Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” – Ano 13 – nº 115 – Maio/2012
Distribuição Gratuita
Maria Dolores Sales
de Araújo Bacelar
Neste mês
Mãe
Silêncio
A Beneficência
A Imagem de Jesus
Orientação dos Filhos
Gravidez na Adolescência
Livros: Diálogo dos Vivos; A Vida Escreve
PROIBIDA A VENDA
Editorial
editorial
ÍNDICE
Um apelo à vida! Vida, oportunidade bendita de evolução moral e intelectual do
Espírito! “Que todos tenham direito à vida” é a frase que todos nós necessitamos
fazer refletir nos meios em que vivemos. Em tempos de discussão sobre o aborto dos
chamados ‘anencéfalos’, cumpre-nos ter a coragem de fazer o bem, de nos posicionarmos em defesa da vida de um irmão nosso que precisa, como todos nós, da chance de reencarnar pelo tempo que Deus considerar necessário. Contudo, é importante
que conheçamos mais, que nos instruamos, para defendermos a vida.
Em primeiro lugar, entendamos que o próprio termo ‘anencéfalo’ apresenta um
equívoco: ‘encéfalo’, segundo a Terminologia Anatômica Internacional, compreende o
tronco encefálico, o cerebelo, o diencéfalo e o cérebro, não sendo, portanto, sinônimo
de cérebro. Um feto que fosse realmente anencéfalo apresentaria a cavidade craniana completamente oca, o que não é o caso desses fetos, que apresentam sim um
problema físico, mas que é, na realidade, uma malformação do cérebro e da caixa
craniana. Ainda que essa malformação apresente vários graus de complexidade, em
todos os casos está presente a glândula pineal, centro de ligação do perispírito com
o corpo físico. Há formação de órgãos, respiração, batimentos cardíacos! Ou seja,
não há dúvidas de que esse corpo em formação está ligado a um Espírito que, por
razões as quais não nos compete discutir, necessita refazer seu perispírito pelo tempo que lhe for possível: horas, dias, semanas, meses e, até mesmo, alguns anos. Há,
portanto, vida! E mesmo que esse pequeno ser não venha a nascer, como acontece
em muitos casos, o tempo em que ele ficou ligado ao útero materno, recebendo as
vibrações de amor da mãe e dos familiares, lhe é extremamente benéfico. Ele se
sente acolhido, amado!
É importante sabermos também que, ainda que a mãe, em muitos casos, corra
risco de morte na gestação desse feto, por problemas ocasionados por pressão alta,
aumento do líquido amniótico, entre outros, os quais, é bom esclarecermos, não são
exclusivos da gravidez de um anencéfalo, podendo ocorrer até em casos de fetos normais, atualmente, com um acompanhamento médico adequado, é possível minimizar
esses riscos, permitindo que a gravidez complete os nove meses e assim o reencarne
desse Espírito.
Aos pais dessa criança, compete-nos lembrar que não há castigo divino em gerar
um filho com uma deficiência - qualquer que ela seja - há sim um compromisso assumido com esse Espírito, um compromisso de amor, renúncia e abnegação que Deus,
em Sua infinita Misericórdia, lhes confiou. Tenham a coragem, pois, de seguir adiante,
de amar esse filho, ainda que a lei dos homens lhes outorgue a infeliz opção de tirar-lhe a vida. É aí que reside a abençoada lei divina do livre-arbítrio, mas também o
conselho do querido amigo dos gentios: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”
(I Coríntios, 6:12).
O apelo à vida cala fundamente em nós ao nos recordarmos o que diz “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”, no capítulo XIV, item 9: “Compreendei, nesse momento, o
grande papel da Humanidade! Compreendei que quando gerais um corpo, a alma
que nele se reencarna vem do mundo espiritual para evoluir. Inteirai-vos de vossos
deveres e colocai todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus. Esta é a
missão que vos foi confiada e recebereis a vossa recompensa se a cumprirdes fielmente.” A opção, pois, pela porta larga do aborto nos fará ouvir a voz do Criador da
Vida: “Que fizeste da criança que confiei à vossa guarda?”.
Que todos nós tenhamos assim a coragem de empunharmos a bandeira em favor
da vida por todos aqueles que ainda não têm voz para se defender! Que levemos o
esclarecimento a nossos amigos, colegas, vizinhos quanto ao falso conceito de que o
feto anencéfalo não tem vida! Que amparemos com muito amor essa mãe e esse pai
que assumiram o compromisso de gerar o corpo desse bebê e de acolhê-lo em sua
família! E que Jesus nos abençoe nessa luta!
Equipe Seareiro
Grandes Pioneiros: Maria Dolores Sales de Araújo Bacelar - Pág. 3
Família: Orientação dos Filhos - Pág. 11
Pegadas de Chico Xavier: Flores do Coração - Pág. 12
Clube do Livro: Diálogo dos Vivos - Pág. 12
Trabalhos da Casa: Grupo de Gestantes - Pág. 13
Atualidade: Prenúncios! - Pág. 13
Kardec em Estudo: A Beneficência - Pág. 14
Tema Livre: A Imagem de Jesus - Pág. 15
Canal Aberto: Gravidez na Adolescência - Pág. 15
Livro em Foco: A Vida Escreve - Pág. 16
Cantinho do Verso em Prosa: Silêncio - Pág. 16
Contos: O Burro de Carga - Pág. 17
Homenagem: Mãe - Pág. 19
Aconteceu: VII Semana de Allan Kardec, Núcleo de Estudos Espíritas “Amor E Esperança” - Pág. 19
2
Publicação Mensal
Doutrinária-espírita
Ano 13 – nº 115 – Maio/2012
Órgão divulgador do Núcleo de
Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
CNPJ: 03.880.975/0001-40
Inscrição Estadual: 146.209.029.115
Seareiro é uma publicação mensal,
destinada a expandir a divulgação
da Doutrina Espírita e a manter o
intercâmbio entre os interessados
em âmbito mundial. Ninguém está
autorizado a arrecadar materiais em
nosso nome, a qualquer título. Conceitos
emitidos nos artigos assinados refletem
a opinião de seu respectivo autor. Todas
as matérias podem ser reproduzidas,
desde que citada a fonte.
Direção e Redação
Rua dos Marimbás, 220
Vila Guacuri
São Paulo – SP – Brasil
CEP: 04475-240
Tel: (11) 2758-6345
Endereço para correspondência
Caixa Postal 42
Diadema – SP
CEP: 09910-970
Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa
E-mail: [email protected]
Conselho Editorial
Cladi de Oliveira Silva
Fátima Maria Gambaroni
Geni Maria da Silva
Reinaldo Gimenez
Roberto de Menezes Patrício
Rosangela Araújo Neves
Rosane Amado
Silvana S.F.X. Gimenez
Vanda Novickas
Wilson Adolpho
William Amado
Revisão
Conselho Editorial
Jornalista Responsável
Eliana Baptista do Norte
Mtb 27.433
Diagramação e Arte
Reinaldo Gimenez
Silvana S.F.X. Gimenez
William Amado
Imagem da Capa
http://www.espiritualidades.com.br/img_2011_2sem/
dolores_bacelar_01.jpg
Impressão
Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda
Rua Souza Caldas, 343 – Brás
São Paulo – SP – (11) 2764-5700
CNPJ: 61.089.868/0001-02
Tiragem
12.000 exemplares
Distribuição Gratuita
Grandes Pioneiros
grandes
pioneiros
Maria Dolores Sales de Araújo Bacelar
Desde épocas remotas, a Doutrina Espírita e seus seguidores eram perseguidos por diversas formas de preconceitos,
estabelecidos pelos religiosos, líderes e propagadores de
suas crenças e influentes nas interpretações sobre a Lei de
Deus.
Os defensores e frequentadores dos Centros Espíritas
eram considerados loucos ou endemoniados, isto é, regidos
pelo demônio.
Mas, os fieis estudiosos da Doutrina Espírita encontravam,
no Evangelho de Jesus, ânimo renovado para vencer a luta
do Bem contra o Mal. E, através da persistência, essas barreiras foram deixando de existir, graças aos grandes médiuns
cuja reencarnação permitiu a manifestação, pelas obras psicografadas ou psicofônicas, com mensagens esclarecedoras
sobre a continuidade da Vida e vieram trazer o consolo e a
esperança aos mais sofridos.
As obras básicas da Doutrina surgiram através do Codificador Allan Kardec, não deixando dúvidas de que o Espírito
é eterno.
E, como servidores do Cristo, muitos Espíritos reencarnaram com missões importantes, dando sequência à obra
de esclarecimento, já começada desde a vinda de Jesus à
Terra. Mas, ser médium não significa ser Espírita, porque, de
certa forma, o ser humano, seja ele quem for, desempenha
qualidades que os fazem diferentes uns dos outros, pelo
modo de agir, de falar e até pelas religiões que professam.
O médium espírita, quando tem sua mediunidade aflorada
e buscando, no estudo, aprimorar sua relação com o Mundo
Espiritual, poderá ser mais um tarefeiro da Seara do Cristo,
atento às palavras de Jesus, contidas em “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”: Buscai e Achareis.
E, nesse contexto de que a mediunidade não é privilégio de ninguém, encontramos o nome de uma servidora do
Bem, que buscando com sua humildade os acontecimentos
estranhos à sua fé, como católica convicta, sente o desabrochar espontâneo de sua mediunidade psicográfica. Isto
é, sua mão, em contato com o lápis e o papel, deslizavam
rapidamente numa escrita de pensamentos que reconhece
não serem seus.
Seu nome: Dolores Bacelar.
Nascida em Pernambuco, estado do Brasil, no dia 10 de
novembro de 1914, filha do senhor Heitor de Araújo e dona
Maria Augusta Sales Araújo, que a batizaram com o nome de Maria Dolores Sales
de Araújo, acrescido Bacelar depois de seu
casamento com Luiz Gonzaga da Silveira Bacelar.
Maria Dolores reencarnou numa família muito ligada ao
catolicismo, por isso sua criação foi formada com profundos
vínculos à igreja católica, sob a guarda educacional do tio,
Monsenhor Francisco Apolônio Jorge Sales, que a encaminhou a estudar, por seis anos, num colégio dirigido pela
Irmandade das igrejas centrais de Pernambuco.
Por essa época, Dolores, como todas as meninas, após os
estudos de alfabetização, eram educadas para saber dirigir
um lar, isto é, eram preparadas para o casamento.
No caso de Dolores, se ela tivesse vocação para ser freira
iria para um convento, onde muitas de suas tias estavam.
Mas, a jovem não demonstrava pendores para tanto. Aprendeu a ter o hábito de uma boa leitura, porque seu pai fazia
questão que ela e seus irmãos fossem adeptos de bons livros.
Apresentada numa certa ocasião a um cantor de nome
Luiz, conhecido no meio radiofônico como o “cantor da voz diferente” pelo timbre vocal, Dolores apaixonou-se. Ele também
ficara encantado com o jeito elegante e simples de Dolores
e, em breve, o namoro começou.
Luiz era nascido em Pernambuco, mas com a morte do
pai, o senhor Amphilóphio Carolino Bacelar, a necessidade
o fez ir à procura de trabalho, mudando-se, então, com sua
mãe, dona Arlinda Porto da Silveira Bacelar, para o Recife.
Contava ele à jovem que a sua afinidade com o canto o
levou a participar de um programa radiofônico da cidade.
E a sorte lhe reservou a alegria de trabalhar como cantor,
sendo contratado pela rádio. Com sua persistência e amor
pela arte, tornou-se conhecido e popularizado como “o cantor
da voz diferente”.
Dona Arlinda, sua mãezinha tinha o filho como seu ídolo.
Era seu eterno orgulho e dele não se desligava em momento
algum.
Durante o período de namoro, Dolores foi se afeiçoando
a Luiz. E, para que ela o conhecesse melhor, ele contou em
detalhes a sua vida. Dizia que seu pai era de família abastada, residente na Bahia de Todos os Santos, mais propriamente em Ilhéus, Estado da Bahia. Estudou e formou-se em
contabilidade em Recife.
Já formado, conheceu dona Arlinda e pouco tempo depois
casaram-se e ficaram morando em Recife. Nasceu sua irmãzinha, de nome Luiza, de quem ele, Luiz, só conhecia o que
sua mãe contara da sua rápida passagem na Terra, porque
com alguns meses de
vida foi acometida de
Marco zero da cidade de Recife - Pernambuco
Catedral de São Sebastião, Ilhéus - Bahia
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
3
uma violenta desidratação e veio a morembora contente com o sucesso,
rer, embora todos os recursos médicos
não se sente feliz.
aplicados.
O desejo de estar perto de
Imensa dor abateu-se sobre o casal e
Dolores era maior que o sonho
seu pai, o senhor Amphilóphio, não superealizado. Mas, seu salário era
rando o acontecimento, com muita revolta
pouco. Assim pensando, foi à
em seu coração, é acometido de violento
procura do tio, o senhor Alberto
surto; vai até a capela existente no fundo
Porto da Silveira, tabelião, reside sua casa e quebra todas as imagens
dente no Rio de Janeiro. Este
dos santos, o altar ali construído e tamprontificou-se a arranjar-lhe um
bém a própria capela. Após esse fato, é
emprego, o que logo aconteceu.
vitimado por um colapso e morre quatro
Seu Alberto ficou satisfeito em
dias depois. Dona Arlinda fica viúva e socolaborar para que a felicidade
zinha para criar o filho que havia nascido
do sobrinho se realizasse.
e estava com poucos meses de vida.
Abandonando a carreira de
Luiz contava a dura realidade de sua
cantor, Luiz voltou a Pernammãe, ainda jovem, mas tendo que enfrenbuco, para ficar eternamente ao
tar todos os preconceitos, para trabalhar
lado de seu amor. A alegria de
e criá-lo com decência, embora as dificulDolores ao vê-lo foi imensa e,
A Rádio Nacional ocupa os três últimos andares do
dades financeiras.
logo após o reencontro, as boedifício ‘A Noite’ na Praça Mauá - Rio de Janeiro
Dolores ouvia atentamente os relatos
das se concretizaram, com muito
do moço, por quem começara a simpagosto, entre os familiares.
tizar, pela simplicidade e domínio de seu caráter digno e
O casal, após as festividades do feliz enlace, viajou para
respeitoso. Comovida indagou:
o Rio de Janeiro, onde iriam construir o novo rumo de suas
— E o que foi feito do cantor?
vidas.
— Estou buscando novos rumos, — respondeu Luiz, prosA adaptação no Rio de Janeiro levou Luiz a deixar a carseguindo — agora mesmo estou de partida para o Rio de
reira de cantor e a trabalhar somente no emprego que seu
Janeiro. Lá é que poderei me profissionalizar, se aceito como
tio havia arrumado, porém, as despesas eram muitas e o
cantor, embora essa profissão ainda não exista, mas será o
aluguel da casa em que residiam, em Vicente de Carvalho,
melhor rumo para a minha carreira. Sonho em me apresentar
onerava bastante seu salário.
na Rádio Nacional. Há outras rádios, como a Mayrink Veiga,
Católicos praticantes, imbuídos na fé, esperavam a melhoa Rádio Tupi... vou tentar...
ra em suas vidas, ainda cheias de dificuldades.
Dolores segue o assunto, animando o rapaz para ir ao
A chegada dos dois primeiros filhos do casal foi de grande
encontro de seus ideais.
contentamento. Porém, o primogênito, ainda pequenino, veio
Luiz sentiu-se atraído pela doce presença de Dolores. Num
a contrair a paralisia infantil. A época foi de muito sofrimento.
ímpeto, pegando-lhe as mãos, falou apaixonado:
Dolores tinha que cuidar da recém-nascida filhinha; e o
— Irei, pensando no futuro, que seja pródigo, porque quero
temor de que primeiro filho ficasse paralítico davam-lhe muita
retornar para firmar nosso compromisso de amor eterno. E,
insegurança. Mas, de corações unidos e orações profundas
olhando fixamente o rosto de Dolores, perguntou-lhe:
levadas a Deus, sem esmorecerem, conseguiram salvar o
menino.
— Você quer aceitar o meu pedido de casamento? Prometo-lhe que logo estarei de volta, pois a saudade não me
A vida seguiu seu rumo.
deixará em paz.
Tempos depois, Dolores tem a frente uma nova gravidez,
Dolores, surpresa, mas sentindo o forte pulsar de seu joporém de alto risco, segundo o médico que a tratava. Este,
vem coração, aceita emocionada o pedido de casamento. E,
em conversação com o casal, aconselhou o aborto, explicannum abraço afetuoso, Luiz parte, após aquele apaixonado
do que tanto a vida de Dolores como a da criança estavam
encontro, para definir sua vida futura.
em perigo de morte. Dolores, de imediato, rejeitou a ideia.
Acontecesse o que tivesse que acontecer, sua fé em Deus a
O tempo passa. Luiz encontra a fama tão desejada como
levaria a ter o bebê, mesmo que não vivesse; porém a vida
cantor. A imprensa e a crítica elogiam o seu diferente modo
de um ser, que Deus lhe confiara, jamais seria exterminada.
de cantar. O público o aplaude a cada apresentação e Luiz,
Não se deixando abater, e com as preces a Jesus, em
meio a todos esses acontecimentos, a vida para eles tomava
novos rumos na parte monetária.
Luiz conseguira um ótimo emprego, como gerente de compras do Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Embora o novo
ânimo, com a diminuição das preocupações financeiras, a
situação com respeito à gravidez de Dolores, estava prestes
a chegar ao fim.
Chegada a hora do parto. Muita tristeza, porque Luiz não
queria acreditar na expressão do médico, após o parto.
Dolores, comunicava o clínico, havia morrido ao dar a luz.
Chorando atônito, Luiz acompanha o corpo de sua esposa
ao necrotério, coberta por um lençol e tendo, à sua cabeceira,
uma vela acesa.
Passado algum tempo, diante das pessoas que ali se encontravam, para espanto de todos, Dolores abre os olhos e
levantando a cabeça, pergunta aflita:
4
Hotel Quitandinha - Petrópolis - Rio de Janeiro
— Onde está meu filho, ele está bem?
Apesar do susto, Luiz corre a ampará-la e, abraçando-a,
chorando diz que é um belo menino e que ele está muito bem.
Levada para ver o filho e já refeita, Luiz, passando as mãos
em seus cabelos, lembrou-se de que Dolores havia lhe falado
sobre a promessa que fizera a São Judas Tadeu: “que se a
criança se salvasse, a promessa seria cumprida”.
Diante disso ele perguntou à esposa:
— Dolores, agora que você e o bebê estão salvos, posso
saber qual foi a promessa feita ao Santo de sua devoção?
Dolores sorrindo, respondeu:
— Você sabe Luiz, que, em todos os problemas para os
quais não encontro solução, procuro aconselhar-me com
meu tio, Monsenhor Francisco Apolônio, que sobretudo é
meu confessor e pai.
Após narrar-lhe as minhas aflições, ele me recomendou
confiar em São Judas Tadeu, o “santo das causas impossíveis”.
Assim o fiz; e a promessa seria de que nosso filho receberia o nome de Rômulo Tadeu de Araújo Bacelar, em homenagem a quem, após Deus, lhe concedeu a vida.
O cuidado para com a família era a razão de viver para
Dolores. Os afazeres domésticos não lhe permitiam perceber
a mediunidade que desabrochava entre a clarividência e o
seu potencial intuitivo. Ao atravessar a rua, por exemplo,
era comum ela assustar-se com transeuntes desencarnados
que avançavam entre os carros sem serem atropelados. Ela
confundia-os com os encarnados.
Mas, sem conhecimento sobre o Espiritismo, ela rezava,
pedindo ajuda, pois tinha medo dessas alucinações.
Tempos depois, a família passou por outro abalo. Por um
decreto lei, do Presidente da República, na época o senhor
Eurico Gaspar Dutra, general católico e profundo seguidor
das orientações do Vaticano, veio a proibir o jogo no Brasil.
Esse decreto desnorteou as muitas casas noturnas e suas
atividades. Muitas pessoas sofreram o desemprego e, entre
esses, Luiz Bacelar.
Porém, pelo procedimento de Luiz no trabalho, era ele
considerado, pelo dono do Quitandinha, como o melhor funcionário, sempre responsável e honesto.
Com isso, o senhor Joaquim Rola, dono do estabelecimento, colocou-o num escritório de finanças, no Rio de Janeiro.
Claro ficou que seu salário não seria o mesmo, receberia
menor valor, mas Luiz ficou satisfeito, porque continuaria a
sustentar a família.
Os familiares por parte de Dolores, principalmente uma
de suas irmãs, que era casada com um advogado e também
jornalista e escritor, o senhor Alberto Fagundes, preocupada
com a situação da irmã, pediu ao marido, Alberto, que era
bem relacionado no Rio, que ajudasse o cunhado a ter um
emprego, que lhe fornecesse um melhor rendimento, para a
educação dos filhos.
Alberto sabia que Luiz poderia exercer um trabalho onde
ele fosse melhor aproveitado, pois tinha capacidade para tanto. Sabendo que o Diário de Notícias estava a procura de um
diretor para dirigir o departamento de circulação, conseguiu
empregá-lo com um ótimo salário.
E Luiz trabalhou por vinte e cinco anos nesse jornal, até
a sua extinção. Depois, ele passou a trabalhar na CAPEMI,
onde se aposentou.
A senhora Arlinda, mãe de Luiz, residente em Recife, nunca
se acostumara com a ideia do filho ir morar tão distante de
seu convívio. Por esse motivo, ela se mostrava arredia com
o casamento de Luiz. Culpava Dolores por lhe ter roubado
o filho amado.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Rio de Janeiro - 1961
Num determinado dia, ela sofreu um mal súbito e veio a
desencarnar.
No Rio de Janeiro, mais precisamente no bairro do Leme,
onde a família Bacelar residia, Dolores fazia suas atividades
domésticas, quando sentiu uma vertigem e perdeu os sentidos. Por sorte ela não estava só, a faxineira estava a ajudá-la
e, assustada, correu a socorrer a patroa.
Dolores, para surpresa da faxineira, começou a falar estranhamente, com os olhos arregalados e agitada, gritando pelo
filho, dizendo várias vezes: “onde está ele... onde está ele?”
A pobre faxineira não entendia que Dolores estava mediunizada.
A notícia da morte de dona Arlinda ainda não havia chegado até eles, mas, mediunicamente, ela se manifestou,
procurando por Luiz.
Mas isso só foi esclarecido depois, porque naquele momento a faxineira chamou pelo senhor Vieira, o vizinho, que
por acréscimo da Providência Divina, era um estudioso da
Doutrina Espírita e frequentador do Centro Espírita, onde
desenvolvia a sua fé cristã.
Seu Vieira, assim conhecido, ao se deparar com o quadro,
concluiu tratar-se de um fenômeno mediúnico. Aproximou-se
da médium e, serenamente, orou, pedindo a ajuda do Plano
Espiritual Superior para aquela entidade sofredora. Após,
levantando as mãos sobre a cabeça de Dolores, envolveu-a com todo amor. Paulatinamente, o Espírito se aquietou,
deixando lágrimas rolarem nas faces de Dolores.
Aos poucos, ela voltou a ter o domínio de sua mente. E
vendo seu Vieira, a quem pouco conhecia aos seu lado, pergunta, assustada:
— Que houve?... estou zonza... por acaso tive um mal
estar...
Seu Vieira, calmo como sempre, olhando-a esclarece:
— Na verdade, senhora, o seu problema não é físico. A
5
senhora é médium e, para sua tranquilidade, aconselho-a
a procurar um Centro Espírita, e com urgência, estudar a
Doutrina Espírita. Procure ler as obras de Allan Kardec e
logo entenderá o que a senhora teve. Essa é a forma pela
qual Deus permite despertar as criaturas, para desenvolver
a tarefa que lhe é atribuída, para o refazimento dos débitos
assumidos nas reencarnações passadas.
Dolores ficara confusa, afinal ela sempre fora católica e
agora ouvia falar em mediunidade... procurar um Centro Espírita... como poderia renegar sua fé? Como deixar de ser
católica?
Em meio a tudo isso, Luiz, avisado pelo filho mais velho,
que, não entendendo nada do que vira e ouvira, de imediato
o chamou, rapidamente pede dispensa do trabalho e chegou
no momento em que Dolores se mostrava aflita e agitada,
tentando contar-lhe o que sentira.
Depois de breve conversação com seu Vieira, ficando a
sós, Luiz combina com a esposa de procurarem um Centro
Espírita, como seu Vieira recomendara.
Afinal, pensava Luiz, ele lhe parecera ser um homem íntegro e muito sensato nas orientações que dera a ambos.
Dias depois, através de uma carta vinda de Recife, os
parentes de Luiz avisavam sobre o desencarne de sua mãe,
dona Arlinda, vítima de um mal súbito. Essa notícia chegou,
na mesma ocasião indicada na carta, em que Dolores teve
a manifestação do Espírito, que procurava pelo filho. Luiz
entendera pelos fatos ocorridos, que poderia ter sido sua
mãezinha, querendo vê-lo, antes de morrer.
Dolores continuava a sentir os pensamentos que, para ela,
eram de profunda perturbação. Já haviam buscado muitos locais, porém em nenhum houve afinidade para permanecerem
estudando ou recebendo orientação para o estado agitado
de Dolores, como dissera seu Vieira.
Um tanto quanto desanimado, Luiz lembra de um colega
de seu trabalho, quando era empregado do Cassino da Urca.
Ambos conversavam muito, pois este era um homem culto,
professor de Esperanto, língua considerada internacional,
mas pouco falada.
Seu nome aparecia em sua memória, Ismael Gomes Braga,
e recordava também, naquele instante, que Ismael contava
ser espírita e frequentador da Federação Espírita Brasileira.
Sem perda de tempo, levou Dolores para conhecê-lo. Após
a alegria de Ismael em rever o apreciado e bom funcionário
dos velhos tempos da Urca, ficou conhecendo os problemas
espirituais de Dolores.
6
Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro
Ela recebeu toda atenção e orientação de Ismael. Sentindo-se segura pela conversa esclarecedora, aceita o convite feito
por ele, para que fossem assistir a uma reunião na sede da
Federação Espírita. Compareceram dias depois e Dolores
gostou do ambiente e das orientações sobre a sua mediunidade.
Ismael indicou-lhe vários livros da Doutrina, para que
pudesse saber controlar e disciplinar suas mediunidades,
que além da vidência, eram também de psicofonia e, a mais
frequente, a psicografia.
Essa época foi de grande dificuldade para Dolores, porque,
precisando estudar os livros doutrinários, quando seu tio,
o Monsenhor Francisco Apolônio, vinha visitá-la, era uma
correria para escondê-los, pela não aceitação dele e dos
familiares católicos, que afirmavam ser essa situação uma
criação do demônio, para afastá-la da igreja.
Dolores começara a sofrer as pressões dos parentes católicos, quando perceberam os comentários com respeito às
estranhas ocorrências mediúnicas, que diziam ser influências
maléficas, devido ao seu afastamento da igreja.
O tio, Monsenhor Francisco Apolônio, já a havia advertido
de que não deveria faltar com seus deveres para com a fé
aos santos de sua preferência, indo à missa aos domingos,
e não deixando de se confessar, sempre que se sentisse
influenciada pelo demônio.
Dolores também tinha dificuldades em aceitar a mudança
religiosa. Afinal, era católica fervorosa. Mas, as reuniões na
Federação Espírita e as orientações do amigo Ismael traziam segurança e conforto para o desenvolvimento de sua
mediunidade.
O tempo passando e a sua confiança no Plano Espiritual
Superior começaram a dar frutos. Numa das reuniões noturnas, Dolores sentiu que suas mãos corriam sobre o papel
sem que ela pudesse dominá-las, e, pela primeira vez um
Espírito se apresentou como “Um Jardineiro” e deixou a sua
mensagem.
Guerra Junqueiro
Abel Gomes
Nela, ele a informa de que Espíritos poetas viriam pela
companhia de Guerra Junqueiro, que estaria à frente, amparando-a e dando-lhe guarida. Dessa forma, os Espíritos
como Abel Gomes, Castro Alves, Amaral Ornellas, Anthero
Quental e muitos outros, embora as dificuldades sentidas
por eles em transmitir suas poesias, continuaram a ajudá-la
a progredir nesse intercâmbio mediúnico.
Foram muitos esses, propriamente ditos, ensaios, proveitosos. A cada manifestação, a psicografia se tornava mais
clara para Dolores, embora ainda se mostrasse temerosa.
Tais fatos, porém, demonstrando grande capacidade no
seu potencial mediúnico, facilitaram a qualidade literária, que
lhe deu sustentação para que os Espíritos Monteiro Lobato,
Arthur Azevedo e Coelho Neto se apresentassem com mensagens de incentivo, abrindo campo para o Espírito Josepho
escrever a série “Às Margens do Eufrates”.
São esses os títulos mencionados nessa série: “O Alvorecer
da Espiritualidade”, “Guardiães da Verdade”, “Veladores da
Luz”, “O Vôo do Pássaro Azul” e “Jonathan, o Pastor”.
O Espírito que se denominava Um Jardineiro escreveu, por
intermédio de Dolores a obra que ela mais gostava, editada
com o título de “À Sombra do Olmeiro”.
Ela também gostou da obra “A Mansão Renoir”, na qual o
Espírito chamado Alfredo, que praticamente acompanhou o
desempenho de toda sua coragem e dedicação no trabalho
mediúnico, tornou-se seu guia espiritual, e que, segundo seu
filho Rômulo Bacelar, fora o Visconde de Taunay ou Alfredo
D’Escragnolle. Essa obra narra a história da “transformação
ocorrida em uma importante família de descendência francesa”.
Alfredo, o autor do romance “A Mansão Renoir”, sentindo
as dificuldades em escrevê-lo, sugeriu a Dolores que estudasse
o português e o esperanto, porque ficaria mais fácil para ela
entender os assuntos tratados nas mensagens, poesias ou
Anthero Quental
Monteiro Lobato
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Castro Alves
Amaral Ornellas
romances, que dali para frente se sucederiam.
“A Mansão Renoir” foi a primeira obra literária psicografada pela médium, que, por essa época, ainda era católica
praticante.
Sendo Ismael Gomes Braga o amigo que muito se preocupou com o estado espiritual da médium, após levá-la às
reuniões preparatórias da Federação Espírita, colocou-a em
contato com outra grande médium da época, dona Francisca
Fraenkel, dirigente do Centro Espírita Canagé.
Dolores se dividia entre seus afazeres domésticos e a
mediunidade, que muito a constrangia. Pedia a Ismael que
não mencionasse e não divulgasse as obras recebidas por
ela, porque tinha receio que os comentários feitos viessem
a trazer problemas aos familiares. Mas, a verdade de sua
personalidade era da humildade que fazia parte de seu espírito simples e abnegado, a sua forma de crer em Deus.
Nada, porém, impediu que mais tarde os jornais começassem a editar e a tecer comentários sobre a mediunidade
de Dolores.
O próprio Diário de São Paulo divulgou, numa de suas
edições, uma matéria intitulada “Desenvolve-se outra mediunidade semelhante a Francisco Cândido Xavier”. Isto em
1952. Ao tomar conhecimento da notícia, Dolores Bacelar
passou a usar diversos pseudônimos. E, como as reportagens
apresentavam a médium como quase uma analfabeta, mostrando uma caligrafia mal feita, e pelo visto, diziam os jornais,
incapaz de redigir uma carta, deixavam Dolores até feliz, pois
informava aos familiares não serem suas características.
Dolores, com sua modéstia, jamais desmentiu, a quem
quer que fosse, essas referências, até maldosas, para com
sua pessoa. Achava até muito propício, para poder trabalhar
tranquilamente e dar todos os méritos aos Espíritos, que
escreviam pelas suas mãos. Essa era a verdade.
Arthur Azevedo
Coelho Neto
7
A vida continuava e Dolores criava seus filhos com todo
Bacelar eram de profunda harmonia. Dolores podia conversar
carinho junto ao amor de Luiz, que a ajudava e a apoiava em
abertamente com ele, recebendo muito apoio e esclarecimenseu trabalho mediúnico. Liam as obras doutrinárias e a métos entre seu ponto de vista católico e o Espiritismo. Sentia-se
dium se sentia mais segura. Por essa época, Dolores estava
plenamente segura.
com quatro filhos, Fernando Antonio, Ana Cristina, Rômulo e
Não precisaria esconder a sua mediunidade, continuaria,
Primavera. Ela sempre salientava, entre os amigos do Centro
agora, a tornar-se a divulgadora fiel e serva de Jesus, junto
Espírita que frequentava, que Deus lhe dera primeiro a função
ao Plano Espiritual Superior.
de ser mãe e depois o trabalho mediúnico.
As reuniões na Federação Espírita eram importantes para
A família começara a desconfiar que “Lorinha”, como Dolores
ela, mas a distância a impedia de ser mais frequente; e o
era chamada pelas irmãs, estava se dedicando à “religião
próprio Ismael a aconselhara a continuar no Centro Espírita
do diabo”.
Casa do Coração, que seguia as orientações de Kardec.
Informaram, então, ao tio Monsenhor, o horrível aconteciEssa instituição era a mesma onde Dolores aprimorou sua
mento. Ele, de imediato, veio em visita à família. Conversando
mediunidade. Era denominada de Sociedade Espiritualista
com a sobrinha, o tio Monsenhor perguntou-lhe:
Cabana Canagé. A direção atual estava a cargo de dona
— Lorinha, sei que você guarda muito bem seus livros
Chiquita, outra médium responsável e admirada pelo seu
religiosos. Diga-me, onde estão? Gostaria de vê-los para
trabalho por Ismael, que continuava também frequentando
recordar os momentos em que juntos estudávamos teologia...
e participando das tarefas ali desenvolvidas.
lembra-se?
Tempos depois, junto do seu companheiro Luiz, fundaram
— Que... livros, tio?... teologia... eu...
o Centro Espírita “Seara dos Servos de Deus”.
E, Lorinha, não sabia como contar ao tio Monsenhor que
Outros integrantes do grupo ajudaram a oficializar essa
estavam escondidos, juntos com os livros da Doutrina Espíinstituição: Gisela Kraier, Nelly Essussi e Raimundo Souto.
rita. Mas, o tio, logo em seguida, respondeu-lhe:
Esse centro foi inaugurado no dia 19 de fevereiro de 1959,
em Copacabana, e depois foi transferido para o bairro de
— Eu quero saber dos livros que você recebeu mediuniBotafogo com atividades atuais, segundo dados pesquisados,
camente. Saiba que eu já sei da sua psicografia mecânica
no Rio de Janeiro.
e tenho acompanhado as edições desses livros mediúnicos.
Já li e gostei muito da “Rosa Imortal”! Trata-se de um diálogo
Depois, contando sempre com a colaboração de Luiz,
do Espírito chamado Um Jardineiro, não é? Bela colocação
criaram a Casa Assistencial Lar Amigo, para dar amparo às
dele com as flores.
meninas órfãs.
Dolores estava surpresa. Sem palavras olhava para o tio padre.
A finalidade dessa Casa Assistencial era dar às crianças
a ideia de família, tirando-as das ruas. Recebiam, além do
Ele era uma pessoa culta, poeta, tinha livros publicados.
afeto de mãe, que Dolores e o marido transmitiam, o incenOrdenou-se padre em Roma, levado para lá com dez anos.
tivo ao estudo e a educação religiosa, assim como o casal
Todos esses pensamentos giravam em sua mente, quando
conduzia seus filhos.
o tio voltou-se para ela e falou:
Todo esse trabalho não afastou Dolores dos seus com— Lorinha, não se espante. Eu também, ao escrever, sinto
promissos familiares. Por essa época ela já contava com
muita inspiração . No Vaticano também existiram reuniões
o aumento da família, com a reencarnação de oito netos,
mediúnicas entre as consultas a antigos papas. Porém, isto
completando a alegria familiar para o casal.
não podia e nem pode ser divulgado, talvez o povo ainda não
Em 1980, talvez pelo contaesteja preparado para tanto.
to
com
crianças órfãs, Dolores
Quando prestarem atenção
sentiu vontade de visitar o Lar
ao ler a Bíblia, irão perceber
da Criança Emmanuel, instios casos de incorporação ali
tuição fundada pelos espíritas
revelados. Basta relacionar a
Ismael Sgrignoli, Raimundo
reunião no alto do monte Tabor,
Espelho, Manoel Romero,
quando Jesus convocou Pedro,
José Corrêa e outros, em São
Tiago e João e aconteceu o
Bernardo do Campo, SP. Ela
fenômeno da transfiguração,
foi acompanhada pelo escritor
com Moisés e Elias. Portanto,
Jorge Rizzini e ficou emociominha sobrinha, só não crê
nada ao conhecer o trabalho
aquele que positivamente quer
ali desenvolvido.
viver de fantasia. O Cristo é a
Pensando sempre em ajudar,
Verdade, é a Luz, trazendo-as
através da psicografia, aqueles
à Terra.
Dolores Bacelar e amigos
mais necessitados, de imediato
Daí para frente, as visitas do
transferiu os direitos autorais
tio Monsenhor para a família
8
de todas as suas obras psicografadas
àquela entidade de assistência a crianças
carentes. E, no mesmo ano de 1980, o
romance “A Mansão Renoir” veio a ser editado pela editora ligada ao Lar Emmanuel,
Correio Fraterno, fundada em 1967, pelo
senhor Raymundo Rodrigues Espelho e
outros companheiros, hoje tendo à frente
sua filha, Izabel Regina R. Vitusso.
Dolores Bacelar, com toda meiguice e
humildade, escondendo-se de toda matéria
de divulgação que a projetasse nos meios
publicitários, continuava seu trabalho de
servir a Jesus.
Vindo a conhecer o Coronel Jaime Rolemberg de Lima e o seu trabalho dedicado às
famílias carentes, juntou-se a ele e criou, no Lar Fabiano de Cristo,
em Copacabana, maior atendimento aos carentes, surgindo
mais um complexo, que recebeu o nome de Casa de Alfredo,
em homenagem ao seu guia espiritual.
A vida seguia o rumo de muitas tarefas para Dolores e
o companheiro, mas
no dia 18 de junho de
1988, ela, com muita dor em seu nobre
coração, vê e ora em
favor do desligamento
de Luiz do seu corpo
físico. Ele retorna à
Espiritualidade.
Os filhos, assim
como a mãe, sentem
essa hora dolorosa da
separação. Porém,
Dolores não se deixa
Coronel Rolemberg
abater, continua firme
com sua mediunidade
produtiva, cuidando das órfãs na Casa Assistencial Lar Amigo.
Sendo convidada a assumir a presidência da instituição Seara
dos Servos de Deus, não se fez de rogada, aceitando dar continuidade às tarefas ali realizadas, integrando-se ao Conselho da
Instituição, formada para o bom seguimento moral das crianças.
Ela ainda achava tempo para escrever aos amigos do Correio Fraterno e enviava cartas para o médium Chico Xavier,
contando das suas responsabilidades como médium.
Costumava confessar a Chico que o seu exemplo e dedicação de sua missão na Terra davam a ela provas da sua
grandeza espiritual, pois, com a permissão de Jesus, os Espíritos que se comunicavam pela psicografia e por intermédio
de suas fluentes mediunidades não deixavam dúvidas das
Visconde de Taunay
Jorge Rizzini
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
vidas além-túmulo e o retorno ao plano físico.
Portanto, escrevia no final de suas cartas a Chico Xavier:
“A morte não existe!”.
Contando quase noventa e dois anos de existência física,
os sinais de debilidade do seu corpo, um tanto fransino, começaram a incomodá-la.
Levada para o hospital, é internada e fica cercada pelo
carinho dos filhos e netos. Médicos cuidam de Dolores,
transmitindo-lhe os socorros necessários para aliviar suas
dores. Ela, em alguns momentos, balbucia o nome de sua
mãezinha, Maria, chamando-a.
O Plano Espiritual prestava os últimos recursos para o
desligamento dos fluidos vitais físicos, e dava a serenidade
necessária, para Dolores não se deixar prender pelas lágrimas
dos filhos e netos ao seu redor.
Para tanto, a médica presente, auxiliada pelos Espíritos,
recebeu a intuição de pedir a todos, principalmente ao filho
Rômulo, com quem Dolores morava, após seu período de
viuvez, que deixassem a enferma descansar.
E, logo após, Dolores entrega-se, confiante, em espírito,
às mãos de seus instrutores Espirituais, como Alfredo seu
guia e amigo de todas as horas.
A tarde do dia 06 de outubro de 2006 chegava, e uma
chuva fina caiu sobre a cidade do Rio de Janeiro. Parecia que
as lágrimas de encarnados e desencarnados se misturavam
naquele instante, talvez da tristeza dos que ficavam e a alegria
dos entes queridos que esperavam Dolores Bacelar no seu
regresso à pátria de origem!
O enterro ocorreu às 14 horas, no dia seguinte, no Cemitério São João Batista, Botafogo, Rio de Janeiro.
Dois meses depois de seu desencarne, o Espírito Dolores
foi sentido entre seus familiares residentes no Rio de Janeiro
e em São Paulo, deixando uma mensagem, que foi confirmada por eles, pelas expressões de sua preferência, como
Rolando Ramacciotti
Caio Ramacciotti
9
Bibliografia
assinalou seu filho Rômulo:
“A mão que antes fere, hoje ilumina. A arma que desfere para o mal,
hoje se transforma em instrumento
do Bem.
Cada sonho despetalado transforma-se em sementes que irão
germinar.
E só o Amor é capaz de encubar
toda semente lançada à terra.
Assim são as palavras que consolam regadas pelo sentimento.”
Pelo Espírito Dolores Bacelar.
As obras mediúnicas recebidas
Rômulo Bacelar
pela psicografia da médium Dolores
Bacelar:
• Seu primeiro trabalho – “Semeando Estrelas” (mensagens)
• Seu primeiro livro de poesias – “Cânticos do Além”, trazendo a
assinatura de 57 poetas, com o prefácio de Ismael Gomes Braga.
Seguem-se as obras contidas na série “Às Margens do Eufrates”,
com os títulos:
• “O Alvorecer da Espiritualidade”
• “Guardiães da Verdade”
• “Veladores da Luz”
• “O Voo do Pássaro Azul”
• “Jonathan, o Pastor”
• Outras obras:
• “A Mansão Renoir”
• “A Canção do Destino”
• “Novos Cânticos”
• “A Rosa Imortal”
• “À Sombra do Olmeiro”
Os espíritos se assemelhavam à conduta
da médium em sua humildade, que queriam
deixar um bom conteúdo em cada obra e não
• O Filho da Médium – Rômulo Tadeu Araújo Bacelar, Editora Léon
Denis, 1ª ed., 2006 ou 2007.
• Jornal Correio Fraterno – ed. 433 – São Bernardo do Campo – SP.
• Revista Reformador – Editora FEB, 2006.
• Imagens:
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0a/Recife-MarcoZero.jpg
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dd/Ilh%C3%A9us_-_
Bahia.jpg
• http://tvbrasil.org.br/saladeimprensa/imagens/radionacional/predioanoite.
jpg
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Pal%C3%A1cio_
Quitandinha%2C_Petr%C3%B3polis.jpg
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/55/GASPARDUTRA.jpg
• http://srv.fotopages.com/2/21085574/Rio-de-Janeiro-1961.jpg
• http://s.ipernity.com/T/L/z.gif
• http://i1114.photobucket.com/albums/k525/andersoncunha/30042011967.
jpg
o registro de seus nomes. Mas, apareciam como Um
Jardineiro, Josepho ou Alfredo.
Textos extraídos e adaptados das palavras de Izabel
Vitusso, Editora do Jornal Correio Fraterno, São
Bernardo do Campo.
Eloísa
• http://3.bp.blogspot.com/_fFZOnbqkoAU/TT_7cbwztEI/AAAAAAAAEKg/
IcUO1kUSER4/s1600/Guerra+Junqueiro.jpg
• http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/biografias/imagens/abelgomes.gif
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7a/CastroAlves.jpg
• http://1.bp.blogspot.com/-VMmyqZX7n4A/TqBEP8ZQx8I/AAAAAAAAALo/
yAOtaJ1eeB0/s1600/Amaral+Ornellas2a.jpg
• http://4.bp.blogspot.com/_1pekJXC1pn4/TJ4i7rgSw8I/
AAAAAAAAAOc/21zYrq4JeEE/s1600/Antero+de+Quental1.jpg
• http://moaciralencarjunior.files.wordpress.com/2011/12/monteirolobato.jpg
• http://peregrinacultural.files.wordpress.com/2010/05/arthur-azevedo.jpg
• http://www.revistabula.com/imagens/gerenciador/44/images/Coelho_Netto.
jpg
• http://www.laremmanuel.org.br/portfolio.html
• http://3.bp.blogspot.com/_ONaedi1lN1k/S6f6qKW5GaI/AAAAAAAAAG8/
GipkglPyV2E/S740/Jorge+Rizzini+Foto.jpg
• http://www.geem.org.br/images/foto_rolando.jpg
• http://d3ni2ptmfo53pv.cloudfront.net/canais/portal/Imagens/8e85822f65.
jpg/galerias/500/635/90/
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
DIA
LIVROS ESTUDADOS
2ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; O Céu e o Inferno – Allan Kardec; Missionários da Luz –
André Luiz*
3ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; O Consolador – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan
Kardec
4ª
O problema do ser, do destino e da dor – Léon Denis; Religião dos
Espíritos – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec; Das Leis
Morais – Roque Jacintho
5ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo; Seara dos Médiuns – Emmanuel*;
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec
6ª
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro da Esperança
– Emmanuel*; Missionários da Luz – André Luiz*; Vida Futura – Roque
Jacintho
Domingo O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro de mensagens
de Emmanuel*
*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier
10
Reuniões:
2ª, 4ª e 5ª, às 20h00
3ª, às 15h00
2ª e 6ª, às 14h30
Domingo, às 10h00
Artesanato: Sábado, das 14h00 às 17h00
Atendimento às Gestantes: nas reuniões de 2ª e 6ª
Evangelização Infantil: ocorre em conjunto com as reuniões
Terapia de apoio espiritual aos dependentes químicos e
doentes em geral: 6ª, às 19h30
Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45
3ª e 6ª, às 14h45
Treino Mediúnico: 5ª, às 20h00
Rua dos Marimbás, 220
Vila Guacuri – São Paulo – SP – Tel.: (11) 2758-6345
Família
familia
Orientação dos Filhos
Observamos que hoje a educação e a disciplina com relação aos filhos estão sofrendo mudanças, que contribuirão
para formação de gerações egoísticas, temperamentais e
desnorteadas. Os pais parecem ter perdido a noção de quem
é responsável pela educação, e não só pedem “por favor”
para algo que deveriam obter pelo respeito e consideração
por parte dos filhos, mas ainda alimentam seus desejos e
caprichos, entregando-os a escolhas descabidas. Criou-se a
enganosa interpretação de que a criança “tem opinião”, quando
na verdade ela precisa ser corrigida nas suas tendências
prejudiciais e orientada no sentido acertado para que construa
valores dignos e íntegros.
A atenção dos filhos, comumente, é voltada para o aparelho de som conectado diretamente nas orelhas, aparelhos
celulares, televisores e joguinhos ou conversas virtuais, que
ocupam a maior parte do tempo da criança ou do jovem,
aniquilando a convivência familiar. Nem mesmo as refeições
são feitas pela família reunida
ao redor da mesa. Mesmo assim, novos aparelhos e tecnologias avançadas adentram o
universo das crianças, em forma de presentes e mimos, ou
até mesmo da exigência dos
filhos, amplamente permitida
pela ineficácia dos pais.
São poucas as famílias que
se reúnem em prece, que se
unem num culto ou estudo
dos ensinamentos de Jesus.
Há muita gente reunida, mas
pelos laços materiais, comemorações, festas, banquetes,
baladas. Temos que repensar
uma forma de trabalho com
a família, reeducar o pai e a
mãe, para educarem os filhos.
Perante a Espiritualidade,
a responsabilidade é nossa, dos pais. Com a orientação
moral e religiosa, os filhos perceberão que não somos apenas
a matéria perecível, mas espíritos eternos. A orientação é
importante; através da conversação direta, do diálogo, do
esclarecimento, assim, os filhos não serão afastados dos ensinamentos religiosos e saberão conter os instintos. É preciso
burilar os sentimentos dos filhos, fazê-los entender e respeitar
o semelhante, os sentimentos e os limites. A responsabilidade
dos pais diante da educação dos filhos é fundamental. Pai e
mãe que não derem alicerce, que se omitirem, vão responder seriamente por essa conduta. Não estamos fantasiando
nada, assim está caminhando a Humanidade. É preciso que
os pais assumam suas responsabilidades, capacitando-se
para melhor orientarem seus filhos e saberem dar a resposta
adequada, quando estes formularem questões. Que sejam
transparentes e verdadeiros nas respostas que derem aos
filhos desde tenra idade.
ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO
Sua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e
pode ser feita em nome do
Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança – CNPJ: 03.880.975/0001-40
Banco Itaú S.A. – Agência 0257 – C/C 46.852-0
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Numa época em que os espíritos reencarnam sedentos
de esclarecimentos, esclarecê-los de forma clara e amorosa
é tarefa dos pais; e não devem tentar obter bom comportamento, ou educar através de ameaças e medos (o homem
do saco etc.), que apenas desenvolverão o próprio descrédito
perante os filhos.
É preciso muito esforço e empenho na tarefa da educação
dos filhos. Hoje, presenciamos muitos lares desestruturados,
casais separados, cuja guarda compartilhada dos filhos
desencadeia distúrbios de toda ordem. São compensações
infundadas, seja na forma de presentes, caprichos atendidos,
omissões diante de um comportamento negativo, para não
magoar o filho, porque compartilha a presença de um dos pais
por pouco tempo, normalmente finais de semana, não cabendo
advertência ou corrigenda, pois poderia ficar desapontado ou
bronqueado diante da necessária observação. E, para evitar
desapontamentos e discórdias, a omissão dos pais torna-se
um problema ainda maior. Pai
e mãe optam por um ambiente
de concorrência, competição
ou barganha, como algozes
em forma de benfeitores, o
que reverte automaticamente,
devido à situação manipuladora, como servidores/escravos
dos filhos. Tudo em nome da
conveniência própria, do descaso perante suas escolhas e
do bem viver, com valores tão
distantes dos verdadeiros valores do Homem de Bem.
As palavras que orientam
ficam gravadas no imo de
cada um e serão colocadas
em prática. Ninguém pertence
a ninguém. De nada valem os
presentinhos para conquistar
a preferência do filho. Essas
atitudes serão traduzidas posteriormente, quando observarem
que criaram um ser egoísta e presunçoso.
Se até as paredes ficam impregnadas de nossos fluidos,
do que estamos impregnando o espírito daqueles que nos
foram confiados por Deus?
Devemos procurar o aprendizado cristão e, ligando-nos ao
Criador através da oração, com discernimento, serenidade e
fé, rogar a Ele que nos conduza nesta missão, tão nobre e
cada vez mais displicente, de sermos pais (pai e mãe).
O Evangelho precisa estar presente para que se faça Luz
em nossas mentes e corações, norteando nossas vidas.
O que buscamos? Atender nossos caprichos e desejos?
Ou buscar o Cristo, o Evangelho, como bússola a nos direcionar nesta preciosa oportunidade da existência terrestre,
pairando em nossas cabeças o verdadeiro ideal e a necessária
responsabilidade?
Tenhamos no Cristo a bússola para seguirmos nossa caminhada.
Nereide
Imagem: http://api.ning.com/files/j3DqRUbtQvn3KaxMswJKIf4aKbetPITE1tp8T
6EuqITKkVq3EUyl4H3WtBDnST6pKMxyNAAIMIj7evGquvX8lx2YaEK9iPcE/
evangelho.jpg
11
Pegadas de Chico Xavier
pegadas
de
chico
Flores do Coração
Conta-nos Ramiro Gama, no livro “Lindos Casos de Chico
Xavier”, que, em Pedro Leopoldo, numa sessão do Centro
Espírita Luiz Gonzaga, em fevereiro de
1956, assistiu ao seguinte: um auditório
numeroso superlotava o centro. Perto
do Chico, um grupo de mães sofredoras e pesarosas, chorando a morte de
seus filhos amados. O querido médium
ouviu-as com atenção e considerou
amorosamente:
“Minhas irmãs, consolai-vos com esta
verdade: um dia vereis, na Pátria Espiritual, os vossos filhos e todos os vossos
entes familiares. É preciso, no entanto,
que daqui partais triunfantes para vê-los
também triunfantes. E, para sairdes daqui triunfantes, faz-se
necessário que luteis e que não deixeis de lutar. Transformai,
pois, esta tristeza do mundo, que vos adoece, pela tristeza
segundo Deus, que tudo sabe. A luta é redentora. É ela que
nos fará vencer a morte em busca da vida verdadeira. Estou
há 28 anos no exercício da mediunidade. Ainda não passei
um dia sem sofrer e chorar. Posso morrer, tenho este direito
Clube do Livro
clube
e isto me consola, mas ficar triste e parar de lutar, nunca.
Nosso dever é lutar, com fé, como uma gratidão a Jesus,
que até hoje luta e sofre por nós.”
Os olhos cheios de lágrimas das mães presentes deixaram
de chorar e encheram-se de um novo brilho. Consolaram-se. Em seus corações caíram luzes esclarecedoras, flores
do coração de um verdadeiro servidor
de Nosso Senhor Jesus Cristo!
Chico Xavier era assim, um coração
imenso, que não se cansava de reerguer os corações que necessitavam de
consolo. Muitos eram os que o procuravam, mas muitos, Chico foi até eles,
consolando, também, o infortúnio oculto
que nos fala “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, no capítulo XIII, item 4.
Sigamos este exemplo de caridade e
humildade e deixemos nos emocionar e
envolver as criaturas que sofrem, com
o nosso carinho, levando sempre uma palavra de consolo,
baseada nas promessas consoladoras de Jesus.
Adolpho
do
Bibliografia: Lindos Casos de Chico Xavier – Ramiro Gama, Editora
LAKE, 21ª ed., 2010.
Imagem: http://www.qualquerinstante.com.br/images/noticias/thumbs/
a6c8e502fca5f3c2e5bdaf.jpg
livro
Diálogo dos Vivos
A obra “Diálogo dos Vivos” constitui-se de
uma coletânea de questões abordadas pelos
encarnados ao Plano Espiritual, denominada
por Herculano Pires como “diálogos da
preparação”.
Herculano, em prefácio, se reporta às
obras: “Chico Xavier Pede Licença”*, “Na
Era do Espírito” e “Astronautas do Além”,
como integrantes da mesma série literária
e enfatiza a importância das mensagens
mediúnicas para a nossa vida, não apenas
atual, mas sobretudo, futura.
São retratados temas de notável interesse
para a Humanidade, refletindo experiências,
incertezas e atitudes praticadas no plano
terrestre.
O livro é composto por vários capítulos,
cujos temas, ressalte-se, são solicitados
pelos próprios homens aqui na Terra, em
VISITE NOSSO SITE
Francisco Cândido Xavier
J.Herculano Pires e Espíritos Diversos
Editora GEEM
reuniões realizadas por Chico Xavier, no
Centro Espírita de Uberaba.
Em cada capítulo consta sempre a
indicação da obra doutrinária estudada. Após,
seguem-se as respostas esclarecedoras
e educativas dos Espíritos amigos e, em
seguida, o comentário de Irmão Saulo
(pseudônimo de J. Herculano Pires).
Dentre as colocações de Espíritos como
Emmanuel, Maria Dolores, André Luiz etc.
estão os versos bem-humorados de Cornélio
Pires.
A obra foi encaminhada aos associados do
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”.
Ótimo aprendizado a todos!
Neves
________________
*A obra acima citada, “Chico Xavier Pede Licença”,
também foi enviada aos associados do Clube do
Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”.
www.espiritismoeluz.org.br
Você poderá obter informações sobre o Espiritismo, encontrar matérias
sobre a Doutrina e tirar dúvidas sobre o Espiritismo por e-mail. Poderá
também comprar livros espíritas e ler o Seareiro eletrônico.
12
xavier
Trabalhos da Casa
trabalhos
da
casa
Grupo de Gestantes
Os atendimentos às gestantes inscritas em nosso Núcleo
de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” são feitos em encontros informais de instruções da Doutrina Espírita, orientações
e esclarecimentos sobre as diversas fases da gestação, com
participação ativa das gestantes, estimulando, assim, o conheci-
Atualidade
mento dos valores familiares e religiosos para uma boa
formação dos indivíduos e incentivando a aceitação, o
carinho e o respeito na geração de um novo Ser.
As gestantes recebem lições de fé, esperança
e coragem, contidas nas páginas de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo” e em outros livros da Doutrina, mas,
não com o objetivo de torná-las espíritas.
Os encontros acontecem em dezesseis semanas, quando,
ao final, elas recebem um enxoval para o seu bebê e leite
por seis meses.
Regina Edite
atualidade
Prenúncios!
Observe o nosso mundo.
Tudo está em constante mutação.
Sob pressão de nossa mente inquieta, o próprio panorama
da Terra sofre sucessivas e violentas alterações. A agitação
do orbe revela que nosso plano ingressou num estágio de
maturação, prenunciando um mais dilatado período de vida.
Provações coletivas denunciam resgates derradeiros.
Você está satisfeito com Você mesmo?
Povos milenares sacodem a própria inércia, enredando-se em convulsões intestinas. Disputam o direito inalienável
de auto-dirigirem-se, sacudindo o jugo paternalista que lhes
estrangula experiências próprias e intransferíveis para a sua
afirmação no papel que lhes foi confiado pela Providência
Divina.
Populações multiplicam-se e a densidade inusitada, temida
pelos profetas do pessimismo, rompe com preconceitos milenares a que se escravizavam muito e cria condições para
voos mais amplos para a inteligência humana.
Uma sensação de insegurança, no entanto, polui o clima.
Há uma saturação de progresso técnico.
Mas há uma angústia e opressão de dor em cada um.
Crescem as indagações sobre morte e destino.
Nunca houve tanta sede de sentimento religioso.
Embora os templos de fé, não raro, se mostrem semi-desertos, a criatura busca os ensinamentos de Jesus, preferindo
reencontrá-los sem a ingerência de pastores e sacerdotes
tradicionais e, por isso, hoje os lares se tornam cenáculos
divinos para a sublime comunhão com o Mundo Maior.
A Espiritualidade, pelas vozes daqueles Seareiros do Bem
que já partiram do sanatório da carne, fala por toda parte,
comunicando suas experiências, enriquecidas com a mais
ampla visão que conquistaram no Além.
Toda família já viveu um fenômeno Espírita!
Esta é a hora decisiva para sua realização espiritual.
O plano terrestre, qual imenso educandário que se transformará na Universidade da Vida, onde aprenderemos os
lances da regeneração, encontra-se no limiar de uma era em
que o homem deixará de ser classificado pela escala biológica, para ser reconhecido por “o ser que tem a faculdade
de pensar em Deus”.
Muitos são os que aspiram pelo Bem.
Essas aspirações nobres atrairão para o nosso mundo
Espíritos Benfeitores que, tomando a vaga dos que dilapidam
seus recursos interiores com olvide de sua responsabilidade
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
divina de viver, secundarão os esforços daqueles que rogam
por evoluir pacificamente.
Cederemos vagas para os mais dignos.
Afinal — indagam-nos — por que Você está vivendo?
Você vive ou brinca de existir, consumindo as horas
tão voltado para seus interesses exclusivistas, que nem
semeamos o Bem e nem permitimos que outros o façam?
Ninguém se matricula nos cursos da Vida para frequentá-los internado na queixa, omisso diante daqueles que sofrem
mais e necessitam da bênção do consolo e do esclarecimento,
e surdo para as mensagens renovadoras do Evangelho.
Você vive ou ocupa uma vaga na Terra?
Oh! Distraídos, anestesiados na consciência, criaturas que
inda não se resolveram viver, não por viver, mas viver para
edificar, construir e reconstruir o Bem – enfim, todos nós, não
façamos por ignorar que é chegado o momento enunciado
por Jesus, em que estamos sendo conferidos no que doamos
de nosso mundo interior aos companheiros de caminhada e
no que buscamos nas intempéries da existência.
Cuidemos para que esse exame maior não nos surpreenda
apenas voltados para os nossos próprios “ais”, a fim de que
não venhamos a compor a caravana de almas aturdidas, quase
revoltadas, que iniciam a sua migração dolorosa deste para
planos menos felizes, ajustados, porém, aos nossos desajustes.
O reino de Deus está dentro de Você.
Descubra esse reino e acrescente ao reino que o seu
Amigo sustenta no próprio coração e, de súbito, eis-nos a
transformar a Terra num dadivoso paraíso a peregrinar na
escala dos mundos que marcham ao encontro da felicidade.
Roque Jacintho
Imagem: http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTjqcKZ7h05tQkvoMg
dH_rg0PgPtBBdJDCKbobSFxFKMbbONB-U&t=1
13
Kardec em Estudo
kardec
em
estudo
A Beneficência
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo XIII – Item 15
“Meus queridos amigos, cada dia ouço, entre vós,
alguns dizerem: “Eu sou pobre; não posso fazer
a caridade”. E cada dia vejo que faltais com a
indulgência para com os semelhantes. Não perdoais
coisa alguma que vos façam e vos levantais em
juízes muito severos, sem vos perguntar se ficaríeis
satisfeitos que os outros vos fizessem o mesmo.
A indulgência não é também caridade?
Vós que não podeis fazer mais que caridade-indulgência, fazei pelo menos essa, mas fazei-a
com grandeza.”
A indulgência não é também caridade?
Vós que não podeis fazer mais que caridade-indulgência,
fazei pelo menos essa, mas fazei-a com grandeza.”
Estamos sempre a dizer que não temos tempo e dinheiro
para praticar a caridade, atribuindo, assim, apenas às pessoas ricas e com disponibilidade de tempo a possibilidade de
serem caridosas!
Mas isto não é verdade! A caridade pode ser praticada por
todos nós, a qualquer tempo, independente de nossa condição financeira, física, idade etc.
Temos exemplos lindos da prática de caridade, como
aquele testemunhado por Jesus, quando uma pobre viúva
fez uma pequena doação no Templo de Jerusalém, caso
este conhecido como “O óbolo da viúva”. Não foi o valor material que contou naquela doação, mas o sentimento em si,
pois a viúva doou com amor e sacrifício, aquilo que proveria
o seu sustento e, dessa maneira, sua doação valeu muito
mais espiritualmente do que as fortunas doadas pelos ricos.
Até os dias de hoje, muitas pessoas doam o que sobra, fazem
por fazer ou para se ostentarem.
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Assim, Ele é o
maior e melhor exemplo de amor, caridade, dedicação, disciplina, paciência, indulgência, beneficência e tolerância, entre
outras virtudes.
Jesus, além de seus exemplos, vivenciando o amor, deixou-nos suas parábolas, narrativas onde comparara um episódio
do cotidiano com uma realidade espiritual. Uma delas é a
“Parábola dos Talentos”, que mostra a importância de multiplicarmos os nossos talentos, sobretudo os espirituais, e
ajudarmos os demais a desenvolverem os seus.
“Os seus talentos são o seu conhecimento, a sua bondade,
o seu dinheiro, a sua boa vontade para ajudar a quem sabe
ou pode menos que você. Tudo que você possui ou sabe é
um talento que Deus confiou a ti, a fim de que seu coração e
sua inteligência o multipliquem em favor dos pobres, dos so-
fredores e dos necessitados do mundo... Se você cumprir seu
dever de trabalhar no Bem, nas pequeninas coisas, creia
que a Parábola se cumprirá na sua vida: o Senhor Jesus
confiará à sua alma tarefa maiores no Seu Reino e você
gozará de Sua Perfeita Alegria, na grande felicidade de trabalhar com Ele em favor da regeneração de nosso mundo.”
(do livro “Histórias que Jesus Contou” – Clóvis Tavares).
Outra forma de praticar a caridade é sermos indulgentes,
perdoar todos aqueles que nos tenham feito algo prejudicial,
não nos tornando juízes severos, pois da mesma forma que
julgarmos, seremos julgados. Novamente lembremos-nos
que Jesus, na “Prece Pai Nosso”, nos ensina, através da frase: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos
nossos devedores”, a maneira correta de ser, isto é, perdoar
para ser perdoado.
Somos responsáveis pelo uso do nosso livre-arbítrio e
prestaremos contas de tudo que fizermos e deixarmos de fazer,
e até mesmo do que pensarmos. Aproveitemos o “agora” e
todas as oportunidades, para acabar com a indiferença, o
egoísmo e o orgulho, que nos distancia de Deus. Tracemos
nossa vida futura baseada na beneficência que gera a paz
interior e na felicidade ao auxiliarmos ao próximo e nos aproximarmos de Deus.
“Caridade, palavra sublime que resume todas as virtudes,
és tu que deves conduzir todos os povos à felicidade. Em te
praticando, eles criarão para si infinitas alegrias celestiais
para o seu próprio futuro e, enquanto estiverem exilados na
Terra, tu serás para eles a consolação da alegria que viverão,
mais tarde, quando se encontrarem reunidos no seio do
Deus de amor.”
“A beneficência, meus amigos, vos dará neste mundo os
mais puros e os mais doces contentamentos, as alegrias do
coração que não são perturbadas nem pelo remorso, nem
pela indiferença.”
Que Jesus nos inspire e ampare!
Silvana
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
Receba mensalmente obras
selecionadas de conformidade
com os ensinamentos espíritas.
14
Informe-se através:
CHICO
E-mail: [email protected]
www.espiritismoeluz.org.br
(11) 2758-6345
Caixa Postal 42 – CEP 09910-970 – Diadema – SP
Bibliografia: O Evangelho Segundo o
Espiritismo – Allan Kardec – Tradução
de Roque Jacintho, Editora Luz no Lar,
8ª ed., 2010.
Histórias que Jesus Contou – Clóvis
Tavares, Editora Lake.
Tema Livre
tema
livre
A Imagem de Jesus
Quando oramos e elevamos o nosso pensamento em rogativas, tentamos visualizar a figura de Jesus.
E o que a nossa mente nos apresenta?
Cada pessoa irá imaginar Jesus de uma forma.
Mas fica a pergunta:
— Como vemos Jesus?
Se visualizamos Jesus na cruz, é sinal de que ainda
estamos muito ligados às faixas de sofrimentos.
E vamos mais além:
Qual seria a imagem de Deus?
Quando crianças, muito de nós éramos levados para a
igreja ou templo religioso e lá achávamos que veríamos Deus.
Mas como ver Deus?
Por que não ver Deus em uma criança que nasce?
Por que não vemos Deus nas folhagens, com seus coloridos?
E no vento que balança estas folhagens?
Por que não vemos Deus na criatura caída na sarjeta, ajudando-o? Agindo assim, estamos vendo a imagem de Deus,
mas quando nos desviamos desta criatura caída, que nos
pede socorro, aí voltamos a ver Jesus na cruz.
Canal Aberto
canal
Estas variações são trazidas pelo nosso lado bom e lado
mau, que temos vivos dentro de nós.
Às vezes estamos tristes, caídos, e recebemos um cumprimento:
— Bom dia! Como vai? Que Deus ilumine o seu dia!
Parece que, através deste cumprimento, somos reanimados,
erguemos a cabeça, já desanuviada de maus pensamentos.
E sabe por quê? Porque Deus estava naquele cumprimento!
E assim vamos prosseguindo em nossa jornada evolutiva.
Ainda sentimos muita dificuldade em ver Deus e Jesus nos
oferecendo os braços e falando:
—Vem, vem que Eu te amparo.
Para que um dia alcancemos este entendimento, precisamos
ter paz dentro de nós.
Quando tivermos paz, chegaremos a enxergar Deus até em
nosso inimigo, pois foi Deus que deu a vida a ele.
Pensando assim, poderemos nos encaminhar para o
sublime remédio, que cura muitas de nossas dores: o perdão.
Baruffi
Imagem: http://coracaodejesusedemaria.com/portal/wp-content/uploads/2009
/05/samaritano1.jpg
aberto
Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
Gravidez na Adolescência
A imaturidade dos pais
Os igualam a tais crianças...
Inversão de valores morais
Geram conflitos e inseguranças...
Por falta de orientação,
Ou até mesmo de decência,
É grave a situação
Da gravidez na adolescência...
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Somente a Evangelização
Pode curar tal ferida...
Pelos caminhos da educação
Mudamos a nossa vida...
Carlo Augusto Sobrinho – Rio de Janeiro – RJ
15
Livro em Foco
livro
em
foco
A Vida Escreve
No preâmbulo intitulado “Novo Servidor”,
Emmanuel, há 51 anos, já falava de comportamentos que, infelizmente, continuam atuais:
“... muita gente, em contacto com a verdade,
liberta a cabeça de prejuízos e preconceitos,
continuando, porém, com os pés algemados
a ilusões e convenções”, o que só confirma
o quanto ainda temos, e muito, a aprender.
A obra, pelo Espírito Hilário Silva, psicografada a duas mãos, é dividida em duas partes.
Na primeira se encontram as psicografias pelo
médium Waldo Vieira e, na segunda, as recebidas por Francisco Cândido Xavier.
Os capítulos descrevem histórias de vida
do cotidiano, retratam a lei de causa e efeito,
justificando as nossas mazelas reencarnató-
rias; abordam os ajustes de dívidas e compromissos assumidos no pretérito, despertando
a atenção do leitor de maneira simples, mas
direta.
Fica fácil a compreensão através dos casos
relatados e essa foi a real intenção do amigo
Hilário.
Aproveitemos mais essa disponibilidade
de aprendizado que Deus nos proporciona
através da Espiritualidade, concedendo-nos
estes alertas de entendimento, que podemos
usufruir durante o trajeto do ônibus, na sala
de espera de uma consulta médica ou mesmo
no salão de cabeleireiro!
Uma ótima leitura.
Rosangela
Cantinho do Verso em Prosa
cantinho
do
verso
Silêncio
Quando a palavra não seja
Estrutura definida
De luz, esperança e vida,
Nas falas que vêm e vão...
Modifica o assunto em pauta,
Guardando-a no grande arquivo
Do silêncio claro e vivo
Em que pulsa o coração.
As frases de sombra e lama,
Quando a queixa nos procura,
São lâminas de loucura,
Lembrando finos punhais...
São armas das mais estranhas,
Nos mais estranhos perigos,
Matando grupos e amigos
Ou abrindo chagas mortais.
É na escola social
Que a vida se aperfeiçoa;
Mesmo que a prova te doa,
Nunca censures ninguém...
Se falas, fala evitando
Conflito, maldade e luta;
Auxilia a quem te escuta
Para o cultivo do bem.
Ninguém existe sem erros...
Se alguém te ofende ou injuria,
Perdoa!... O tempo em vigia
Corrige crentes e ateus.
Se alguém te fere, silêncio!...
Segue a luz que te elevas;
O poder que vence as trevas
É a força do amor de Deus.
em
Francisco Cândido Xavier
e Waldo Vieira
Espírito Hilário Silva
Editora FEB
prosa
Diz um ditado antigo que o silêncio vale
ouro. Nada mais sábio, quando tudo a sua
volta está conturbado e falar só vai agitar mais
o ambiente.
Mas este ditado não vale para as
situações em que pessoas encontram-se em
desequilíbrio aparente e nós sentimos que
podemos fazer algo por elas, através de uma
palavra de conforto ou de orientação.
A omissão, quando podemos auxiliar
através da palavra, é um erro tão grave quanto
a palavra que ofende ou que calunia.
Em todos os lugares e ambientes que
frequentarmos, poderemos deixar, através da
palavra bem colocada, um pouco de harmonia
e paz, sempre evitando os comentários sobre
assuntos menos nobres, tais como fofoca e
maledicência.
Temos que nos vigiar para não participarmos
dos desequilíbrios que nos rodeiam.
Wilson
Bibliografia: Momentos de Ouro – Francisco
Cândido Xavier / Espíritos Diversos, Editora GEEM,
2ª ed., 2002.
Maria Dolores
HOSPITAL DO FOGO SELVAGEM PEDE AJUDA
O Hospital do Fogo Selvagem de Uberaba – MG, que
atende a portadores do Pênfigo (Fogo Selvagem) e também a 150 crianças, precisa de doações para comprar:
os remédios Calcort e Psorex pomada (podem ser genéricos); materiais de limpeza (sabão em barra Ypê amarelo
para os doentes e sabão em pó para limpeza em geral);
fraldas descartáveis tamanho G infantil; Mucilon; lenços
umedecidos e álcool gel 70%.
16
Caso queira fazer doações em dinheiro, o depósito pode
ser feito em nome do LAR DA CARIDADE, através dos
seguintes bancos:
• Bradesco – agência 0264-0 – c/c 14572-6
• Banco do Brasil – agência 3278-6 – c/c 3724-9
Maiores informações:
• Telefone (34) 3318-2900
• [email protected]
Contos
contos
Atualmente, os adultos perderam o costume de contar ou ler histórias para as crianças, o que é de se lamentar.
Quando contamos uma história para uma criança, ela exercita a imaginação, desenvolvendo, inclusive, capacidades
de raciocínio. Isto sem mencionar o ensinamento que a história pode conter.
Neste sentido, a Espiritualidade Maior nos trouxe, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, alguns livros
infantis, como “A Vida Fala”, do qual transcrevemos uma história para o enriquecimento moral das crianças.
O Burro de Carga
No tempo em que não havia
automóveis, na cocheira de famoso
palácio real, um burro de carga
curtia imensa amargura, em vista
das pilhérias e remoques dos
companheiros de apartamento.
Reparando-lhe o pelo maltratado,
as fundas cicatrizes no lombo
e a cabeça tristonha e humilde,
aproximou-se formoso cavalo árabe,
que se fizera detentor de muitos
prêmios.
Junto com o cavalo árabe, veio um
potro de fina origem inglesa.
— Triste sina a que você recebeu!
Não inveja a minha posição nas
corridas? Sou acariciado por mãos de
princesas e elogiado pela palavra dos
reis!
E o potro inglês falou:
— Pudera! Como conseguirá um
burro entender o brilho das apostas e
o gosto da caça?
O infortunado animal recebia os
sarcasmos resignadamente.
Outro soberbo cavalo, de
procedência húngara, entrou também
a comentar:
— Esse burro é um covarde! Sofreu
nas mãos do bruto amansador, sem
dar ao menos um coice. É vergonhoso
suportar-lhe a companhia.
Um jumento espanhol acercou-se e
acentuou, sem piedade:
— Lastimo reconhecer neste burro
um parente próximo. É um desonrado,
um fraco, um inútil... Desconhece o
amor-próprio! Eu só aceito deveres
dentro de um limite. Se abusam,
pinoteio e sou capaz de matar.
As observações insultuosas não
haviam terminado, quando o rei
penetrou o recinto, em companhia do
chefe das cavalariças.
— Preciso de um animal para
serviço de grande responsabilidade
— informou o monarca — animal
dócil e educado, que mereça absoluta
confiança.
O empregado perguntou:
— Não prefere o árabe, Majestade?
— Não, não! É muito altivo e só
serve para corridas em festejos
sem maior
importância.
— Não quer o
potro inglês?
— De modo
algum. É irrequieto e não vai
além das extravagâncias da
caça.
— E o húngaro? Não deseja o
húngaro?
— Não, não. É bravio e sem
educação. É apenas pastor de
rebanhos.
— O jumento serviria? —
perguntou o chefe das cavalariças.
— De maneira alguma. É
manhoso e não merece confiança.
Respondeu o rei.
Decorridos alguns instantes de
silêncio, o soberano indagou:
— Onde está o meu burro de
carga?
— Lá, Majestade. Apontou o chefe
das cavalariças para o canto onde o
burro estava.
O
próprio
rei
puxou-o
carinhosamente para fora,
mandou ajaezá-lo com as armas
resplandecentes de sua Casa e
confiou-lhe o filho, ainda criança, para
longa viagem.
Assim também acontece na vida.
Em todas as ocasiões, temos
sempre grande número de amigos,
de conhecidos e companheiros,
mas somente nos prestam serviços
de utilidade real aqueles que já
aprenderam a suportar, servir e sofrer,
sem cogitar de si mesmos.
Neio Lucio
***
Crianças, nunca devemos achar
que somos superiores aos outros.
Todos somos irmãos, pois todos
somos filhos de Deus.
Devemos ser educados, calmos,
não brigarmos, estarmos sempre
prontos para ajudar aos outros com
um sorriso no rosto, pois Deus está
vendo tudo o que nós fazemos.
Quem é obediente e educado, tem
a simpatia de todos.
Vitório
Bibliografia: A Vida Fala II – Francisco
Cândido Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio
– Adaptação de Roque Jacintho, Editora
FEB, 12ª ed.
Imagem: http://1.bp.blogspot.com/uHmnXZHvD30/TbLgi8_ZN8I/AAAAAAAACTA/
EkFoymkc07U/s1600/11-mykonosBurro.jpg
Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”
Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419
livros psicografados por Chico Xavier, romances de
diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas.
Distribuição permanente de edificantes mensagens.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Praça Presidente Castelo Branco
Centro – Diadema – SP – Telefone (11) 4055-2955
Horário de funcionamento: 8 às 19 horas
Segunda-feira a Sábado
17
Homenagem
Uma luz acendeu,
Pude reconhecer.
Você me recebeu
Como um novo ser.
homenagem
Mãe
No preparo ao teu alcance,
A vontade nunca faltou.
De nos treinar o bastante,
Para o que a vida nos reservou.
Bendita oportunidade,
Abençoada dedicação.
Pela luz da maternidade,
Me davas a condição.
Nas tuas limitações,
Temos que entender,
Que buscavas soluções,
Que não podíamos compreender.
Pelo trabalho esmerado,
Quantas dificuldades.
No desejo apurado,
De nos dar felicidades.
O caminho seguimos,
Jamais esquecendo que,
O arrimo que conseguimos,
Foi apoiando em você.
A luta constante,
O bem encaminhar.
Quanto te vimos ofegante,
De tanto trabalhar.
Fácil de se encontrar,
Neste mundo a gratidão,
Quando se trata de homenagear,
A mãe do nosso coração.
A tua criatividade,
Procurando solução,
Supria a dificuldade,
À luz do coração.
Porém ainda temos,
Algo mais a acrescentar:
Que jamais olvidemos,
De te agradecer e te amar.
Luana
Aconteceu
Imagem: http://3.bp.blogspot.com/_rXIpau9vlG8/S-SanwhpEUI/
AAAAAAAAAIo/qwSICWwnG_s/s1600/mae_negra_2.jpg
aconteceu
VII Semana de Allan Kardec
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
No dia 31 de março de 1869, desencarnou Allan Kardec,
o Codificador da Doutrina Espírita; e, em homenagem a este
grande missionário, todos os anos, realizamos a Semana de
Allan Kardec, trazendo convidados para discorrerem sobre
assuntos diversos e atuais, à luz da Doutrina Espírita.
Este ano a VII Semana de Allan Kardec foi realizada de
26 a 31 de março, com um clima espiritual muito gostoso, de
acolhimento e esclarecimento.
Todas as noites, apresentaram-se corais, músicos
e instrumentistas que harmonizaram e elevaram os
pensamentos dos presentes. Na apresentação do dia 31,
destacamos o jogral e canções cantadas pelas crianças e
equipe de colaboradores da Evangelização Infantil, bem
como a emocionante apresentação de viola e violão realizada
pelo professor de violão do curso aos sábados, Amadeu Klein
Júnior, e amigos.
Os temas e palestrantes de toda a semana trouxeram
muito esclarecimento aos presentes.
A programação completa vai abaixo:
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Dia 26/03 – A moral atual e as religiões
Dr. Edson Mantovani
Dia 27/03 – Os jovens e os problemas familiares
Dr. Fernando Sansone
Dia 28/03 – Nas sendas do mundo
Rosangela Araújo Neves
Dia 29/03 – Profecias do Cristo sobre o futuro da Terra
Dr. Américo Canhoto
Dia 30/03 – Evolução e aprimoramento
Dra. Maria Heloisa Bernardo
O encerramento foi realizado no dia 31/03 às 17 horas, na
Praça Castelo Branco, junto à Banca de Livros Espíritas Joaquim
Alves (Jô), no Centro de Diadema, SP, com a leitura de um trecho
de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e uma prece.
Agradecemos a todos os presentes e já deixamos o
convite para a Semana de Fabiano de Cristo, a se realizar
de 15 a 20 de outubro.
Equipe Seareiro
19
FECHAMENTO AUTORIZADO – Pode ser aberto pela ECT
Destinatário
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Caixa Postal 42
Diadema – SP
09910-970
... CORREIOS ...
SEAREIRO
9912284046 - DR/SPM
Mala Direta
Postal