Ponto de Vista Baseado em Evidências

Transcrição

Ponto de Vista Baseado em Evidências
SCA Síndromes Coronárias Agudas
ano 1 número 1 julho 2011
r e v i s t a
82.011
Evidências Científicas e Prática Clínica
REPERFUSÃO CORONÁRIA
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os Registros?
Trombólise Pré-hospitalar
Registros de Síndromes Coronarianas Agudas
O que são, quais suas lições e como
interpretá-los corretamente?
Estado da Arte em Evidência
Intervenção Coronária Percutânea Primária
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Estudos TRITON, CURRENT (OASIS 7) , e PLATO
Tratamento Antitrombótico
Adjuvante à Reperfusão
Caso Clínico do Mundo Real
R E V I S T A
S C A
Síndromes Coronárias Agudas
Expediente
Editores
Álvaro Avezum
Diretor, Divisão de Epidemiologia Translacional,
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC)
Professor Pleno, Programa de Pós-Graduação, IDPC/Universidade de São Paulo.
Pesquisador Associado, Population Health Research Institute,
McMaster University, Canadá.
03
Gustavo B.F. Oliveira
Especialista em Cardiologia e Terapia Intensiva.
Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo/IDPC .
Cardiologista Assistente, Unidade Coronária, IDPC.
Pesquisador, Divisão de Epidemiologia Translacional, IDPC.
Separovic’s Artes gráficas e S4 Designers - 1621277 - Produzido em Julho / 2011.
Diretor: Alexandre Separovic; Direção de Arte: Alexssandra L.X.S. Separovic; Capa: S4 Designers (imagem sem
direitos autorais); Editores: Álvaro Avezum e Gustavo B.F. Oliveira; Tiragem 8.000 exemplares; Periodicidade:
Trimestral; Revista impressa em papel couchêt 150 gramas (capa com verniz total) impresso em quatro cores e
miolo em papel couchêt 115 gramas impresso em uma cor, acabamento brochura, formato fechado aproximado
210x280mm. Contato para Separovic’s Designers e S4 Designers: [email protected]. Esta publicação
é fornecida como um serviço do Laboratório AstraZeneca exclusiva à médicos. Os pontos de vista, dados e
pesquisas aqui impressos são de total responsabilidade dos autores. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA À CLASSE MÉDICA.
R E V I S T A
S C A
Síndromes Coronárias Agudas
Índice
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Trombólise Pré-hospitalar
pg.
07
Acute myocardial infarction, the leading cause of death in industrialized countries, is generally caused by
rupture of an atherosclerotic plaque, triggering the formation of an occlusive coronary thrombus. When
the occlusion persists, typical ST-segment elevations appear...
Estado da Arte em Evidência
Intervenção Coronária Percutânea Primária
pg.
22
O infarto agudo do miocárdio (IAM) está associado à altas taxas de mortalidade pré-hospitalar e
intra-hospitalar, chegando a aproximadamente 30% no ambiente pré-hospitalar em decorrência principalmente arritmias ventriculares. Já a mortalidade hospitalar...
O que dizem as Diretrizes?
Tratamento Antitrombótico - Adjuvante à Reperfusão
04
pg.
31
Reperfusão miocárdica é habitualmente obtida n o contexto de um infarto agudo do miocárdio com
supradesnivelamento de segmento ST, onde o fenômeno determinante do evento é habitualmente a
instalação de uma trombose oclusiva sobre um placa aterosclerótica rota, no interior da artéria...
O que dizem os Registros?
Registros de Síndromes Coronarianas Agudas
O que são, quais suas lições e como interpretá-los corretamente?
pg.
35
Registros são definidos como "sistemas organizados para a coleta, armazenamento, análise e disseminação de informações provenientes de indivíduos com uma doença em particular, fator de risco, ou
exposição à substância ou dispositivo suspeitos de causarem problemas de...
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Estudos TRITON, CURRENT (OASIS 7) , e PLATO
pg.
42
Terapia anti-agregante plaquetária com aspirina e um inibidor dos receptores de ADP P2Y(12) reduzem
o risco de eventos cardiovasculares maiores após intervenções coronarianas e/ou em pacientes com
síndrome coronariana aguda. Clopidogrel é o bloqueador do receptor...
Caso Clínico do Mundo Real
pg.
48
A 56-year-old male patient presented to a primary hospital facility with chest pain of acute onset
(50 minutes). The pain was described as oppressive and associated to nausea and sweating and had
started at rest. As risk factors for coronary artery disease (CAD) he was a heavy smoker...
E D I T O R I A L
Síndromes Coronárias Agudas
Evidências, Prática Clínica e Qualidade Assistencial
Álvaro Avezum - Gustavo B.F. Oliveira
As doenças cardiovasculares (DCV) representam
a causa principal de mortalidade no mundo
desenvolvido, como também em países em
desenvolvimento. Em nosso país, a causa
principal de mortalidade é o acidente vascular
cerebral e a segunda causa o infarto agudo do
miocárdio, sendo que em algumas regiões,
como, por exemplo, a Região Sudeste, o IAM
constitui a principal causa de mortalidade.
Atualmente, o melhor modelo que explica a
ocorrência de DCV envolve a transição
epidemiológica. Por meio deste modelo, as
modificações ocorridas na sociedade urbanizada
ocidental facilitaram a ocorrências destas
doenças, havendo inclusive dados sinalizando
para a caracterização epidêmica das DCV
(Figura 1).
Figura 1. Impacto da Transição Epidemiológica e Doenças Cardiovasculares.
Transição
Alteração do perfil
de risco de DCV
Respostas metabólicas
(podem variar entre as populações)
DCV e Neoplasias
Mortalidade
por doenças
infectoparasitárias
Tabagismo
Obesidade
Atividade física
Dislipidemia
Expectativa de vida
Mudanças dieta
(gordura, calorias)
HAS
05
Diabetes
Urbanização
Estresse
Durante os últimos anos, por meio da estratégia
de pesquisa caso-controle, o estudo InterHeart
(Global e América Latina) demonstrou quais
fatores de risco estavam associados ao IAM
globalmente e em nossa região. Fatores de risco
simples de detecção e passíveis de modificação,
são responsáveis por aproximadamente 90% do
risco atribuível da população, ou seja, a prevenção
e o controle destes fatores permitem evitarmos
90% dos casos de IAM no mundo. No Brasil,
estimando-se em torno de 300 a 400.000 IAM por
ano, esta estratégia de prevenção poderia
evitar 270 a 360.000 casos de IAM ao ano
(Figura 2 e 3)1-4.
Figura 2.
Estudo INTERHEART: Risco de IAM associado com fatores de risco na população global (30.000 indivíduos, 52 países).
Fator de Risco
% Controles
%Casos
RAP (IC 99%)
ApoB/ApoA-1 (5v1)
Tabagismo
Diabetes
Hipertensão
Obesidade Abd (3v1)
Psico-social
Frutas e Legumes d/e
Atividade Física
Consumo de Álcool
20,0
26,8
7,5
21,9
33,3
42,4
19,3
24,5
33,5
45,2
18,5
39,0
46,3
35,8
14,3
24,0
49 (44-55)
36 (33-39)
10 (9-12)
18 (16-20)
20 (15-26)
33 (25-41)
14 (10-19)
12 (6-25)
7 (2-20)
Combinados
-
-
90 (88-92)
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Figura 3. INTERHEART América Latina: impacto clínico dos fatores de risco associados com IAM.
Fator de Risco
ApoB/ApoA-1
Tabagismo
Diabetes Mellitus
Hipertensão
Relação Cintura/Quadril
Depressão
Estresse Permanente
Exercício Regular
Álcool
Frutas/Legumes diariamente
Todos Combinados
06
% de Controles
AL
IH Global
42
48,1
9,54
29,1
48,6
28,9
6,8
22
19,4
15
32
48,1
7,2
20,8
31,2
15,8
3,9
18,9
11,9
16,3
41 (30-52)
38 (33-44)
13 (10-16)
33 (29-38)
46 (36-56)
5 (1-14)
28 (19-40)
28 (18-41)
-3 (-2-12)
7 (3-11)
44 (41-47)
35 (33-37)
12 (11-13)
22 (21-23)
30 (27-33)
8 (7-10)
8 (5-13)
25 (21-30)
16 (13-21)
4 (3-5)
-
-
88 (82-94)
85 (83-87)
A definição de Síndrome Coronária Aguda (SCA)
compreende três entidades: angina instável
(AI), infarto agudo do miocárdio sem elevação
de segmento ST (IAMSEST) e infarto agudo do
miocárdio com elevação de segmento ST
(IAMCEST). A Revista Síndrome Coronária
Aguda: Evidências Científicas e Prática Clínica
tem como objetivo a disseminação de
informações científicas no cenário da SCA aliada
à melhoria da prática clínica com conseqüente
otimização da qualidade assistencial para os
pacientes com SCA. Nesta primeira edição,
discutiremos o IAMCEST, abordando os
seguintes tópicos nas seções correspondentes:
Ponto de Vista Baseado em Evidências:
Trombólise Pré-Hospitalar
Estado da Arte em Evidência: Intervenção
Coronária Percutânea Primária
O que dizem as Diretrizes: Tratamento
Antitrombótico Adjuvante à Reperfusão
O que dizem os Registros: Registros de SCA: O
que são, quais suas lições e como interpretá-los
corretamente
Analisando criticamente a evidência
disponível: Estudos TRITON, CURRENT e PLATO
Caso Clínico do mundo real
SCA Síndromes Coronárias Agudas
RAP (IC 95%)
AL
IH Global
A decisão clínica em medicina cardiovascular
envolve a disponibilidade da evidência
científica, avaliação crítica desta evidência
verificando a validade, importância e
aplicabilidade da mesma e incorporação do
conhecimento demonstrado por meio de
resultados de estudos transversais (registro)
que dentre vários objetivos, permitem a
documentação da prática clínica e fornecem
ferramentas para sua melhoria, conduzindo à
redução do ônus da SCA, ou seja, redução de
eventos cardiovasculares clinicamente relevantes
(óbito, infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral e sangramento maior). Os
autores convidados expressam suas opiniões por
meio das evidências científicas disponíveis na
literatura e acreditamos que todos nós
aproveitaremos o conteúdo desta edição para
nossa prática clínica envolvendo SCA. A próxima
edição abordará o cenário clínico da SCASEST. Boa
leitura e boa análise crítica.
1. Avezum A, Braga J, Santos I, Guimarães HP,
Marin-Neto JA, Piegas LS. Cardiovascular disease
in South America: current status and
opportunities for prevention.Heart.
2009;95(18):1475-82.
2. Avezum A, Piegas LS, Pereira JC..Risk factors
associated with acute myocardial infarction in the
São Paulo metropolitan region: a developed
region in a developing country]. Arq Bras Cardiol.
2005 Mar;84(3):206-13.
3. Yusuf S, Hawken S, Ounpuu S, Dans T, Avezum A,
Lanas F, McQueen M, Budaj A, Pais P, Varigos J,
Lisheng L; INTERHEART Study Investigators.Effect
of potentially modifiable risk factors associated
with myocardial infarction in 52 countries (the
INTERHEART study): case-control study. Lancet
2004;17;364: 937-52.
4. Lanas F, Avezum A, Bautista LE, Diaz R, Luna M,
Islam S, Yusuf S; INTERHEART Investigators in Latin
America. Risk factors for acute myocardial
infarction in Latin America: the INTERHEART Latin
American study. Circulation. 2007;115:1067-74.
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
THE RATIONALE FOR PRE-HOSPITAL FIBRINOLYTIC THERAPY
Frans J Van de Werf MD, PhD - University of Leuven, Belgium
Introduction
Acute myocardial infarction, the leading cause
of death in industrialized countries, is generally
caused by rupture of an atherosclerotic plaque,
triggering the formation of an occlusive
coronary thrombus. When the occlusion
persists, typical ST-segment elevations appear
on the ECG. In ST-elevation myocardial
infarction (STEMI), infarct-related coronary
a r te r y p ate n c y ca n b e a c h i e ve d b y
administration of fibrinolytic agents or by
primary percutaneous coronary intervention
(PCI). While primary PCI achieves higher
patency rates and carries a lower risk of
i n t ra c ra n i a l b l e e d i n g c o m p l i c a t i o n s ,
pharmacological reperfusion can not only be
given earlier, but is also less costly, widely
available and less dependent of operator
experience. Recent guidelines recommend
primary PCI if the procedure can be performed
by an experienced team within 90 to 120
minutes after initial medical contact(1-3).
Because of limited access to catheterization
laboratory facilities, however, fibrinolytic
therapy is still used in many centers worldwide.
Nevertheless, the proportion of patients
treated with fibrinolysis has decreased over
time: results from the Global Registry of Acute
Coronary Events (GRACE) indicate that, in 2000,
43% of these patients receive lytic therapy as
opposed to 17% who undergo mechanical
intervention, while this ratio was already
inverted in 2006: 44% primary PCI vs 16%
fibrinolysis(4).
Bolus fibrinolytic agents - Reteplase
Reteplase, a second-generation fibrinolytic
agent, was a first attempt to improve on the
shortcomings of alteplase. It is a mutant of
alteplase in which the finger, the kringle-1
domain and epidermal growth factor domains
were removed, resulting in decreased plasma
clearance. In contrast with alteplase, which
requires a continuous 90-minute infusion,
reteplase can be given as a double bolus.
Unfortunately, the removal of the finger
domain reduces fibrin specificity(5), although
inactivation by PAI-1 remains similar as with
alteplase.
In the GUSTO-III trial(6), which was designed as a
superiority trial, 15,059 patients were
randomized to double-bolus reteplase (10 MU),
given 30 min apart, or front-loaded alteplase.
Mortality at 30 days was again similar for both
treatment arms (7.47% vs. 7.24%, respectively),
as was the incidence of hemorrhagic stroke or
other major bleeding complications. Similar
mortality rates were maintained for both
treatment groups at one-year follow-up(7).
Thus, higher TIMI-3 rates at 90 min with
reteplase, as seen in earlier pilot studies, were
not associated with lower short-term mortality
rates. This might be explained in part by
increased platelet activation and surface
receptor expression with reteplase compared
to alteplase(8).
Tenecteplase
Tenecteplase (TNK-t-PA) is also derived from
alteplase. Mutations at three places (T103,
N117, KHRR296-299) increase the plasma halflife, increase fibrin binding and specificity, and
increase resistance to plasminogen activator
inhibitor (PAI-1). Its slower clearance allows
convenient single-bolus administration. The
efficiency of tenecteplase to activate
plasminogen is reduced in the presence of
fibrinogen and fibrin degradation products,
while efficiency in the presence of fibrin
remains equivalent, explaining its improved
fibrin specificity(9). Tenecteplase has also higher
thrombolytic potency than its parent molecule
or rPA(10, 11). As a consequence, tenecteplase
leads to faster recanalization compared to
alteplase(12, 13).
In the double-blind ASSENT-2 trial, 16,949
patients were randomized to single-bolus
tenecteplase or weight-adjusted front-loaded
alteplase (14) . Specifically designed as an
equivalency trial, this study showed that
tenecteplase and alteplase had equivalent 30day mortality (6.18% vs. 6.15%, 90% CI 0.9171.104). Mortality rates remained similar at oneyear follow-up(15). The two treatments did not
differ significantly in any subgroup analysis,
07
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
except for a lower 30-day mortality with
tenecteplase in patients treated after 4 hours of
symptom onset. Although the rates of
intracranial hemorrhage were similar for
tenecteplase (0.93%) and alteplase (0.94%),
female patients, elderly >75 years and patients
weighing less than 67 kg tended to have lower
rates of intracranial hemorrhage after
treatment with tenecteplase(16). Non-cerebral
bleeding complications occurred less
frequently in the tenecteplase group, and as a
consequence, there was less need for blood
transfusion after tenecteplase. Differences
were even more apparent in high-risk women.
Thus, increased fibrin specificity of TNK may
induce both a better outcome in late-treated
patients and fewer bleeding complications,
especially in high-risk patients.
Antithrombotic co-therapy in fibrinolysis
08
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Aspirin
The landmark ISIS-2 (Second International
Study of Infarct Survival) study clearly showed a
benefit of adding aspirin to streptokinase.
17,187 patients received 1.5 MU streptokinase,
160 mg aspirin daily for one month, both
treatments, or neither(24). Treatment with
aspirin or streptokinase alone resulted in a
significant reduction in mortality (23% and 24%,
respectively), an effect that was additive, as
shown by a 43% reduction in the combination
group. Reinfarction rate was higher when
streptokinase was used alone, an effect that
was abolished when aspirin was added. The
benefit of aspirin in the setting of acute
myocardial infarction appears to be timedependent. In a small trial, patients who
received aspirin before fibrinolysis (n=346) had
a lower 7-day mortality than patients who
received the first dose of aspirin after
administration of the fibrinolytic agent (n=836)
(2.5% vs. 6.0%, P=0.01)(17). Similarly, patients
with an AMI had a better survival rate at 30 days
when they received aspirin before hospital
admission compared to in-hospital initiation(18).
A retrospective analysis from the CHARISMA
trial suggests that a 75-81 mg maintenance
dose of aspirin is associated with the most
optimalbenefit/bleeding ratio (table 1)(19).
Thienopyridines
Despite use of aspirin in lytic-treated patients,
reocclusion and reinfarction after successful
pharmacological reperfusion continues to be a
problem. The CLARITY (Clopidogrel as
Adjunctive Reperfusion Therapy) trial examined
whether addition of a second oral antiplatelet
agent on top of aspirin, the P2Y12 receptor
inhibitor clopidogrel (300 mg bolus followed by
75 mg daily), was associated with higher rates of
infarct-related artery patency in patients
treated with a fibrinolytic agent (20) . At
angiographic follow-up at least two days after
fibrinolytic therapy, patients receiving
clopidogrel had significantly better TIMI flow
grade rates. Clopidogrel appeared to improve
patency rates by preventing reocclusion rather
than through facilitating early reperfusion
(figure 2)(21). No increased risk of bleeding
complications with clopidogrel was observed,
although an observational study suggest that an
increase in major bleeding complications
attributed to fibrinolysis between 2001 and
2006 is in part caused by more frequent
concomitant use of clopidogrel(22). Since no
patients over 75 years of age were included in
CLARITY, however, it remains uncertain whether
dual antiplatelet therapy is safe in the elderly
treated with lytic therapy. Clopidogrel also
improved outcome after PCI in CLARITY,
regardless of the duration of pretreatment or
whether patients received additional
glycoprotein IIb/IIIa inhibitors(23). These results
suggest that starting clopidogrel at the time of
fibrinolysis could obviate the need for
additional glycoprotein IIb/IIIa inhibitors when
a rescue PCI would be necessary. To date, there
are no data on the efficacy or safety of prasugrel
or ticagrelor administered acutely as cotherapy to fibrinolysis. No reliable data are
available on the combined use of clopidogrel
and fibrinolytic agents in patients > 75 years.
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
complications with enoxaparin was observed,
at the expense of an increase in intracranial
hemorrhage (ICH) in elderly patients (>75
years). Using an age-adjusted dose (no bolus
and 75% of the maintenance dose), however,
enoxaparin still increased the risk of major
bleeding but not the risk of ICH after fibrinolytic
therapy, while still reducing the risk of 6
ischemic complications in the ExTRACT-TIMI 25
study (figure 3)(38,39). In a multivariate analysis,
only ICH but not non-ICH major bleeding or
minor bleeding associated with enoxaparin was
found to be independently associated with oneyear mortality(40,41). The increased risk of nonICH bleeding complications was offset by a
significant reduction of ischemic events,
however,resulting in an 18% improvement in
net clinical benefit compared to UFH. As a
consequence, the 2007 AHA/ACC and 2008 ESC
STEMI guidelines recommend enoxaparin in
lytic-treated patients, (3,42).
10
Factor Xa inhibitor
Fondaparinux, a synthetic pentasaccharide, is a
selective antithrombin-dependent factor Xa
inhibitor. Fondaparinux is associated with less
biological variability or immunogenic reactivity.
As with LMWH, fondaparinux does not need
monitoring of its anticoagulant effect. Also, in
contrast with UFH or LMWH, fondaparinux does
not bind to platelet factor 4 and thus reduces
the risk of platelet activation. In the OASIS-6
trial, fondaparinux was compared with UFH or
placebo in 12,092 patients with ST-elevation
myocardial infarction(43). Lytic therapy was used
in 45% of patients (n=5,436), most of them
receiving a non-fibrin-specific agent. In these
patients, fondaparinux was associated with a
significant 21% lower risk of death or
myocardial infarction when compared to
standard heparin or placebo(44). Moreover, the
risk of bleeding, including intracranial
hemorrhage, was considerably lower with
fondaparinux, irrespective of the type of
fibrinolytic agent. Guidelines recommend
fondaparinux as adjunctive therapy to all
fibrinolytics (AHA/ACC) or to streptokinase only
(ESC)(3,42).
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Glycoprotein IIb/IIIa inhibitors
The addition of glycoprotein (GP) IIb/IIIa
inhibitors to fibrinolytic regimens might also
overcome some of the drawbacks of
fibrinolysis. The combination of half-dose lytic
and a GP IIb/IIIa inhibitor was shown to induce
less systemic plasminogen activation(45) and to
reverse the platelet activating effect of
fibrinolytic drugs(46,47). This results in a reduction
in angiographically evident thrombus, which is
thought to improve epicardial and tissue
perfusion(48). Initially, GP IIb/IIIa inhibitors were
tested in combination with full-dose
fibrinolytics, but this was associated with an
increased risk in major bleeding complications,
especially in patients requiring early PCI(49).
Studies with reduced-dose fibrinolytics showed
improved early patency rates, but at the
expense of a substantial increase in major
bleedings(50-53).
The efficacy and safety of abciximab in
combination with reduced-dose fibrinolysis
was evaluated in GUSTO-V and ASSENT-3. In the
GUSTO-V trial, an open-label non-inferiority
trial, 16,588 patients were randomized to either
reteplase or half-dose reteplase with weightadjusted abciximab(54). The primary endpoint
was mortality at 30 days, while secondary end
points were recurrent ischemia and reinfarction
at 7 days, and safety at 30 days. Thirty-day
mortality rates were 5.9% for reteplase and
5.6% for the combined reteplase-abciximab
group, thus fulfilling the criteria for noninferiority. One-year follow-up mortality rates
were identical: 8.4%(55). The overall risk of
bleeding, however, was significantly higher with
reteplase and abciximab than with reteplase
alone.
Intracranial hemorrhage rates were equally low
in the overall study population for both
treatment arms, although in patients above 75
years of age the rate of ICH was almost twice as
high in the combination treatment arm. In the
ASSENT-3 study, a significant decrease in
ischemic complications with abciximab was also
offset by an increase in bleeding
complications(35). Although ICH rates were very
similar in the three treatment arms, major and
m i n o r b l e e d i n g c o m p l i c a t i o n s,
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Unfractionated heparin
I n i t i a l l y, c l i n i ca l t r i a l s i nve st i gat i n g
subcutaneous heparin failed to show a clear
benefit in patients with STEMI treated with
fibrinolytics(24,25). Intravenous unfractionated
heparin, however, has been the standard
adjunctive antithrombotic therapy with fibrinspecific fibrinolytics since GUSTO-I, although an
effect on outcome has not been observed(26).
Even though intravenous UHF does not improve
early patency rates, patency after alteplase is
enhanced by UHF at later time points because it
reduces the likelihood of reocclusion(27,28).
The optimal dosing regimen of UFH in
combination with fibrinolytic therapy remains
unclear. A retrospective analysis of UFH in
fibrinolytic therapy suggested that a reduced
and fully weight-adjusted dose of heparin,
together with earlier monitoring of the aPTT,
may further reduce the risk of intracranial
hemorrhage(29). The reduced, weight-adjusted
dosing scheme in ASSENT-3 was associated with
less major bleeding when compared to the
previously recommended dose in ASSENT-2,
without significantly affecting outcome(30). Still,
the use of UFH suffers from several drawbacks.
The effectiveness of UFH is highly variable, due
to low bioavailability and variable clearance.
UFH is also relatively ineffective in inhibiting
clot-associated thrombin and factor X, and does
not reduce thrombin generation associated
with fibrinolysis. This can result in rebound
activation of the coagulation cascade after
cessation of an infusion, increasing the risk of
reocclusion. When combined with fibrinolysis,
short-term use of UFH is also associated with a
two-fold increase in major bleeding. Because of
the large variability in bioavailability of UFH, the
anticoagulant effect has to be monitored via
aPTT measurements.
Low molecular weight heparin
Low molecular weight heparin (LMWH) offers
several advantages over conventional UFH,
including greater bioavailability, better
resistance to inhibition by activated platelets,
lower incidence of heparin-induced
thrombocytopenia (HIT) and increased antiFactor Xa activity. LMWH are also easier to
administrate, and have a more stable and
predictable anticoagulant response that
eliminates the need for aPTT monitoring. Also, a
better anti-Xa:IIa ratio than that of UFH more
efficiently promotes the inhibition of thrombin
generation. Furthermore, subcutaneous
administration and a longer half-life greatly
facilitate administration when compared to
UFH. Studies have shown a reduction in
reinfarction rates and enhanced late patency
with the use of LMWH in acute coronary
syndromes(31). Compared to UFH, TIMI 3 flow
rates after alteplase administration tended to
be higher with dalteparin or enoxaparin in the
ASSENT (Assessment of the Safety and Efficacy
of a New Thrombolytic agent) PLUS and Heparin
Aspirin Reperfusion Trial (HART II) trials(32,33). In
the ENTIRE-TIMI (ENoxaparin and Tenecteplase
with or without glycoprotein IIb/IIIa Inhibitor as
Reperfusion strategy in ST elevation MI Thrombolysis in Myocardial Infarction) 23 trial,
enoxaparin plus full-dose tenecteplase
achieved similar TIMI 3 flow rates compared to
UFH plus tenecteplase at 60 minutes(34).
I n t h e A S S E N T - 3 st u d y, e n oxa p a r i n ,
unfractionated heparin and abciximab were
compared in combination with tenecteplase(35).
6,095 patients with STEMI received either fulldose weight-adjusted single-bolus
tenecteplase with weight-adjusted enoxaparin
(30 mg intravenous bolus followed by 1 mg/kg
immediately and every 12 hours subcutaneous
for 7 days) or unfractionated heparin, or halfdose tenecteplase with abciximab and weightadjusted low-dose unfractionated heparin.
Enoxaparin and full-dose tenecteplase
significantly reduced the risk for ischemic
complications (reinfarction and refractory
ischemia) at 30 days (figure 3). A significant
improvement in the primary efficacy and safety
end point was seen with tenecteplase and
enoxaparin when compared to standard
tenecteplase and UFH, but 30-day and one-year
mortality rates were similar in the three
groups(36). Enoxaparin in combination with
tenecteplase was also evaluated in the
prehospital setting in the ASSENT-3 PLUS
trial(37). A non-significant reduction in ischemic
09
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
thrombocytopenia and transfusion rates were
more frequent in the half-dose tenecteplase
plus abciximab arm. Like in the GUSTO-V trial,
patients older than 75 years experienced
significantly more bleeding complications.
Taken together, combination therapy with
fibrinolysis and abciximab results in a significant
reduction in ischemic complications after acute
myocardial infarction, but this benefit is offset
by an increased risk of bleeding complications,
particularly in elderly patients. The
combination of half-dose lytic and abciximab
was also tested as a facilitation to primary PCI in
the FINESSE trial(56). In this trial, 2,452 patients
planned to undergo primary PCI were
randomized to half-dose reteplase plus
abciximab, upfront abiximab or abciximab only
just before the PCI. Although significantly more
patients had early ST-segment resolution with
the combination treatment, outcome was not
different between the treatment strategies.
Taken together, combination therapy with halfdose fibrinolysis and abciximab results in a
reduction in ischemic complications after acute
myocardial infarction, but this benefit is offset
by an increased risk of bleeding complications,
particularly in the elderly.
The Advantages of Pre-hospital fibrinolysis
Time lost between symptom onset and
treatment initiation remains a crucial
contributor to treatment delay in STEMI. Since
mortality rates in randomized fibrinolytic trials
are consistently lower when patients are
treated within two hours of symptom onset,
prehospital treatment might be an attractive
approach to improve outcome in STEMI. Bolus
fibrinolytic agents undoubtedly facilitate
prehospital reperfusion protocols. The
combination of single-bolus tenecteplase plus
enoxaparin, that emerged as a convenient and
attractive therapy in the ASSENT-3 study, has
been investigated in the prehospital setting in
the ASSENT-3 PLUS trial. 1,639 patients with
acute myocardial infarction received
prehospitaltenecteplase and were randomized
to either enoxaparin or unfractionated
heparin(37). A time gain of 47 minutes was
observed, increasing the fraction of patients
treated within two hours of symptom onset
from 29% in ASSENT-3 to 52% in ASSENT-3 Plus.
Early treatment (<2 h) was associated with a
lower 30-day mortality (4.4% vs. 6.2 [2-4 h] and
10.4% [4-6 h]), but no significant difference in
outcome was observed between enoxaparin
and heparin. A meta-analysis of six trials
including 6,434 patients showed that the time
gained with prehospital treatment resulted in a
significant 17% mortality reduction compared
to in-hospital fibrinolysis(57). In more recent
studies, time to fibrinolysis was significantly
shorter with pre-hospital fibrinolysis, when
compared with regular in-hospital lytic,
resulting in improved outcome(58-60).
The question whether prehospital fibrinolysis
compares favorably to transport to a center
with interventional facilities for primary PCI was
addressed in the Comparison of Angioplasty
and Prehospital Thrombolysis in Acute
Myocardial Infarction (CAPTIM) trial(61). Primary
PCI was not found to be superior to prehospital
fibrinolysis in terms of outcome, even at 5-year
follow-up(62). It is important to note that 26% of
the patients randomized to prehospital
fibrinolysis subsequently underwent rescue PCI
in the tertiary care hospital, which might have
contributed to the favorable outcomes in the
prehospital group. Also, prehospital fibrinolysis
was associated with a mortality reduction in
patients randomized within two hours of
symptom onset(64). Results from CAPTIM
suggest that outcome after pre-hospital
fibrinolysis is at least comparable to that with
primary PCI, especially in patients presenting
very early after symptom onset, and
emphasizes the importance of initiation of
reperfusion therapy as soon as possible after
symptom onset(61,64). In an ongoing trial,
STREAM(63), patients with a high risk STEMI
presenting to an ambulance crew (or a
community hospital) within 3 hours of onset
and who cannot undergo Primary PCI within 1
hour are randomized to standard Primary PCI or
a bolus tenecteplase together with enoxaparin,
aspirin and clopidogrel all to be given in the
ambulance. On arrival in the PCI hospital a new
ECG is taken and when there is more than 50 %
ST-segment r e s o l u t i o n n o i m m e d i a t e
11
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
angiography is performed but this procedure is
postponed until 6-24 h after the administration
of tenecteplase. In case of < 50% ST-segment
resolution rescue PCI is performed.
Fibrinolysis and the Planning of Angiography
12
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Primary PCI is superior to fibrinolysis in
randomized trials with regard to short-term and
long-term outcome(65). Primary PCI allows
immediate treatment of the culprit lesion, and
is associated with lower mortality rates in
qualified high-volume centers. Although the
efficacy of primary PCI appears to be less
dependent of the time elapsed between
symptom onset and treatment initiation than
fibrinolysis, symptom-onset-to balloon-time
also appears to be related to outcome in
primary PCI. Unfortunately, much time is often
lost between diagnosis and PCI in daily practice
due to transport to another center or while
waiting for a catheterization lab or team to
become available. In addition, up to 20% of
patients with STEMI appear to have
spontaneous epicardial reperfusion to some
degree before the intervention in primary PCI
studies, which is an independent predictor of
outcome(66). Patients with reperfusion before
the procedure also have better preserved left
ventricular function, and less progression to
heart failure and cardiogenic shock(67,68).
Similarly, adequate tissue perfusion before a
primary PCI is associated with improved
o u t c o m e , i r re s p e c t i v e o f e p i c a rd i a l
reperfusion(69).
Therefore, the next logical step in treatment for
acute myocardial infarction would be to
combine the advantages of both primary PCI
and fibrinolysis, and smaller trials appear to
support this. In the GRACIA-1 study, immediate
planned PCI after fibrinolysis not only appeared
to be safe, but was also associated with
improved one-year outcome(70). Likewise, the
combined end point of death, reinfarction and
urgent revascularization was significantly lower
in patients treated with reteplase and
abciximab who had an intervention within 60 to
90 minutes than in patients who did not
undergo early PCI in the SPEED trial(53). Results
from the large ASSENT-4 PCI outcome trial,
however, suggest that a planned PCI within the
first two hours after fibrinolysis might even be
harmful. In this trial, STEMI patients were
randomized to full-dose tenecteplase followed
by early planned PCI or primary PCI alone(71).
Unfortunately, the study was halted
prematurely because of excess mortality and
early reinfarction in the facilitated arm. This
might have been caused by a lytic-induced
prothrombotic state, unopposed by potent
antiplatelet agents early after PCI, as both upfront clopidogrel and abcixmab were not given
to lytic-treated patients. Likewise, the
combination of reduced-dose reteplase with
the glycoprotein IIb/IIIa inhibitor abciximab
also failed to improve outcome compared to
primary PCI plus abciximab alone in the FINESSE
trial, despite earlier reperfusion as assessed
with ST-segment monitoring(56). A metaanalysis (preceding FINESSE) of lytic-facilitated
PCI trials confirmed the superiority of primary
PCI alone both in terms of efficacy and safety(72).
These sobering results raise the question when
to plan an angiography/PCI after fibrinolysis, as
a systematic planned early PCI appears to be
unsafe. A meta-analysis of studies comparing
PCI within 24 hours after fibrinolysis versus a
more conservative approach, suggests that
routine early stenting might improve
outcome(73). In these studies, however, rescue
PCI was only rarely used in the conservative arm
and PCI was only performed very late after
fibrinolysis, precluding additional myocardial
salvage. The question whether lytic-treated
patients should be immediately transferred to
an interventional facility versus transferred only
when rescue PCI is indicated, was directly
addressed in the CARESS study (Figure 4). In this
study, 600 STEMI patients in non-interventional
hospitals were treated with half-dose reteplase
plus abciximab and randomized to either
immediate transfer to a PCI facility or local care
with only transfer in case of persistent STsegment elevation or clinical deterioration(74).
Median time between fibrinolysis and PCI was
only 135 minutes in the routine referral group.
Immediate transfer was found to be associated
with a significantly lower risk of death,
reinfarction or refractory ischemia at 30 days .
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Curiously, only low to moderate-risk but not
high-risk patients benefited from routine early
invasive management(75). In the TRANSFER-MI
study1,059 STEMI patient treated with
tenecteplase in non-PCI hospitals were
randomized to either standard treatment
(including rescue PCI when indicated) or
transfer for PCI within 6 hours(76). Like in the
CARESS study, patients routinely transferred for
PCI had fewer ischemic event compared to
standard treatment. Taken together, these
results suggest that all high-risk STEMI patients
who are treated with fibrinolysis should be
systematically and immediately transferred to a
PCI-capable center. To avoid reocclusion during
early PCI due to pro-thrombotic side effects of
the lytic agent and spontaneous reocclusion
later, however, guidelines recommend
performing a diagnostic angiography and PCI
within 3 to 24 hours after successful
fibrinolysis(3).
Conclusion
Fibrinolytic therapy significantly improves
outcome after STEMI, and is still the preferred
reperfusion therapy in absence of PCI facilities
or inability to perform a PCI within 90-120
minutes after first medical contact. Ideally,
fibrinolytic therapy should be accompanied by
enoxaparin or fondaparinux, and clopidogrel,
but not glycoprotein IIbIIIa inhibitors. In
addition, all or nearly all lytic-treated patients
should undergo early invasive management
(i.e. within 24h).To get the full benefit of
fibrinolytic therapy treatment should be started
in the ambulance.
References
1. Antman EM, Anbe DT, Armstrong PW, Bates
ER, Green LA, Hand M, Hochman JS, Krumholz
HM, Kushner FG, Lamas GA, Mullany CJ, Ornato
JP, Pearle DL, Sloan MA, Smith SC, Jr., Alpert JS,
Anderson JL, Faxon DP, Fuster V, Gibbons RJ,
Gregoratos G, Halperin JL, Hiratzka LF, Hunt SA,
Jacobs AK, Ornato JP. ACC/AHA guidelines for
the management of patients with ST-elevation
myocardial infarction; A report of the American
College of Cardiology/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines
(Committee to Revise the 1999 Guidelines for
the Management of patients with acute
myocardial infarction). J Am Coll Cardiol
2004;44(3):E1-E211.
2. Kushner FG, Hand M, Smith SC, Jr., King SB,
3rd, Anderson JL, Antman EM, Bailey SR, Bates
ER, Blankenship JC, Casey DE, Jr., Green LA,
Hochman JS, Jacobs AK, Krumholz HM,
Morrison DA, Ornato JP, Pearle DL, Peterson ED,
Sloan MA, Whitlow PL, Williams DO. 2009
focused updates: ACC/AHA guidelines for the
management of patients with ST-elevation
myocardial infarction (updating the 2004
guideline and 2007 focused update) and
ACC/AHA/SCAI guidelines on percutaneous
coronary intervention (updating the 2005
guideline and 2007 focused update) a report of
the American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association Task
Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol
2009;54(23):2205-41.
3. Van de Werf F, Bax J, Betriu A, BlomstromLundqvist C, Crea F, Falk V, Filippatos G, Fox K,
Huber K, Kastrati A, Rosengren A, Steg PG,
Tubaro M, Verheugt F, Weidinger F, Weis M,
Guidelines ESCCfP, Vahanian A, Camm J, De
Caterina R, Dean V, Dickstein K, Funck-Brentano
C, Hellemans I, Kristensen SD, McGregor K,
Sechtem U, Silber S, Tendera M, Widimsky P,
Zamorano JL, Document R, Aguirre FV, Al-Attar
N, Alegria E, Andreotti F, Benzer W, Breithardt O,
Danchin N, Di Mario C, Dudek D, Gulba D,
Halvorsen S, Kaufmann P, Kornowski R, Lip GY,
Rutten F. Management of acute myocardial
infarction in patients presenting with persistent
ST-segment elevation: The Task Force on the
management of ST-segment elevation acute
13
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
14
SCA Síndromes Coronárias Agudas
myocardial infarction of the European Society
of Cardiology. Eur Heart J 2008;29:2909.
4. Eagle KA, Nallamothu BK, Mehta RH, Granger
CB, Steg PG, Van de Werf F, Lopez-Sendon J,
Goodman SG, Quill A, Fox KA, Global Registry of
Acute Coronary Events I. Trends in acute
reperfusion therapy for ST-segment elevation
myocardial infarction from 1999 to 2006: we are
getting better but we have got a long way to go.
Eur Heart J 2008;29(5):609-17.
5. Hoffmeister HM, Kastner C, Szabo S, Beyer
ME, Helber U, Kazmaier S, Baumbach A, Wendel
HP, Heller W. Fibrin specificity and procoagulant
effect related to the kallikrein- contact phase
system and to plasmin generation with doublebolus reteplase and front-loaded alteplase
thrombolysis in acute myocardial infarction.
Am.J.Cardiol. 2000;86(3):263.
6. A comparison of reteplase with alteplase for
acute myocardial infarction. The Global Use of
Strategies to Open Occluded Coronary Arteries
(GUSTO III) Investigators. N.Engl.J Med
1997;337(16):1118.
7. Topol EJ, Ohman EM, Armstrong PW, Wilcox
R, Skene AM, Aylward P, Simes J, Dalby A, Betriu
A, Bode C, White HD, Hochman JS, Emanuelson
H, Vahanian A, Sapp S, Stebbins A, Moliterno DJ,
Califf RM. Survival outcomes 1 year after
reperfusion therapy with either alteplase or
reteplase for acute myocardial infarction:
results from the Global Utilization of
Streptokinase and t-PA for Occluded Coronary
Arteries (GUSTO) III Trial. Circulation
2000;102(15):1761.
8. Gurbel PA, Serebruany VL, Shustov AR, Bahr
RD, Carpo C, Ohman EM, Topol EJ. Effects of
reteplase and alteplase on platelet aggregation
and major receptor expression during the first
24 hours of acute myocardial infarction
treatment. GUSTO-III Investigators. Global Use
of Strategies to Open Occluded Coronary
Arteries. J.Am.Coll.Cardiol. 1998;31(7):1466.
9. Stewart RJ, Fredenburgh JC, Leslie BA, Keyt
BA, Rischke JA, Weitz JI. Identification of the
mechanism responsible for the increased fibrin
specificity of TNK-tissue plasminogen activator
relative to tissue plasminogen activator.
J.Biol.Chem. 2000;275(14):10112.
10. Al-Shwafi KA, de Meester A, Pirenne B, Col
JJ. Comparative fibrinolytic activity of front-
loaded alteplase and the single-bolus mutants
tenecteplase and lanoteplase during treatment
of acute myocardial infarction. Am Heart J
2003;145(2):217-25.
11. Collen D, Stassen JM, Yasuda T, Refino C,
Paoni N, Keyt B, Roskams T, Guerrero JL, Lijnen
HR, Gold HK. Comparative thrombolytic
properties of tissue-type plasminogen activator
and of a plasminogen activator inhibitor-1resistant glycosylation variant, in a combined
arterial and venous thrombosis model in the
dog. Thromb.Haemost. 1994;72(1):98.
12. Binbrek AS, Rao NS, Neimane D, Hatou E,
Abdulali S, Sobel BE. Comparison of rapidity of
coronary recanalization in men with
tenecteplase versus alteplase in acute
myo ca rd i a l i nfa rc t i o n . A m J C a rd i o l
2004;93(12):1465.
13. Cannon CP, Gibson CM, McCabe CH, Adgey
AA, Schweiger MJ, Sequeira RF, Grollier G,
Giugliano RP, Frey M, Mueller HS, Steingart RM,
Weaver WD, van de Werf FJ, Braunwald E. TNKtissue plasminogen activator compared with
front-loaded alteplase in acute myocardial
infarction: results of the TIMI 10B trial.
Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI)
10B Investigators. Circulation
1998;98(25):2805.
14. Single-bolus tenecteplase compared with
front-loaded alteplase in acute myocardial
infarction: the ASSENT-2 double-blind
randomised trial. Assessment of the Safety and
Efficacy of a New Thrombolytic Investigators.
Lancet 1999;354(9180):716.
15. Sinnaeve P, Alexander J, Belmans A,
Bogaerts K, Langer A, Diaz R, Ardissino D,
Vahanian A, Pehrsson K, Armstrong P, Van de
Werf F, Investigators A-. One-year follow-up of
the ASSENT-2 trial: a double-blind, randomized
comparison of single-bolus tenecteplase and
front-loaded alteplase in 16,949 patients with
ST-elevation acute myocardial infarction. Am
Heart J 2003;146(1):27-32.
16. Van de Werf FJ, Barron HV, Armstrong PW,
Granger CB, Berioli S, Barbash G, Pehrsson K,
Verheugt FW, Meyer J, Betriu A, Califf RM, Li X,
Fox NL. Incidence and predictors of bleeding
events after fibrinolytic therapy with fibrinspecific agents: a comparison of TNK-tPA and rtPA. Eur Heart J 2001;22(24):2253.
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
17. Freimark D, Matetzky S, Leor J, Boyko V,
Barbash IM, Behar S, Hod H. Timing of aspirin
administration as a determinant of survival of
patients with acute myocardial infarction
treated with thrombolysis. Am J Cardiol
2002;89(4):381.
18. Barbash IM, Freimark D, Gottlieb S, Hod H,
Hasin Y, Battler A, Crystal E, Matetzky S, Boyko V,
Mandelzweig L, Behar S, Leor J. Outcome of
myocardial infarction in patients treated with
a s p ir in is en h a n c ed by p re- h o s p ita l
administration. Cardiology 2002;98(3):141.
19. Steinhubl SR, Bhatt DL, Brennan DM,
Montalescot G, Hankey GJ, Eikelboom JW,
Berger PB, Topol EJ, Investigators C. Aspirin to
prevent cardiovascular disease: the association
of aspirin dose and clopidogrel with thrombosis
and bleeding. Ann Intern Med
2009;150(6):379-86.
20. Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, LopezSendon JL, Montalescot G, Theroux P, Claeys MJ,
Cools F, Hill KA, Skene AM, McCabe CH,
Braunwald E. Addition of clopidogrel to aspirin
and fibrinolytic therapy for myocardial
infarction with ST-segment elevation. N Engl J
Med 2005;352(12):1179-89.
21. Scirica BM, Sabatine MS, Morrow DA,
Gibson CM, Murphy SA, Wiviott SD, Giugliano
RP, McCabe CH, Cannon CP, Braunwald E. The
role of clopidogrel in early and sustained
arterial patency after fibrinolysis for STsegment elevation myocardial infarction: the
ECG CLARITY-TIMI 28 Study. J Am Coll Cardiol
2006;48(1):37-42.
22. Oldgren J, Wernroth L, Stenestrand U.
Fibrinolytic therapy and bleeding
complications: risk predictors from RIKS-HIA.
Heart 2010;96(18):1451-7.
23. Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, LopezSendon JL, Montalescot G, Theroux P, Lewis BS,
Murphy SA, McCabe CH, Braunwald E. Effect of
clopidogrel pretreatment before percutaneous
coronary intervention in patients with STelevation myocardial infarction treated with
fibrinolytics: the PCI-CLARITY study. JAMA
2005;294(10):1224-32.
24. Randomised trial of intravenous
streptokinase, oral aspirin, both, or neither
among 17,187 cases of suspected acute
myocardial infarction: ISIS-2. ISIS-2 (Second
International Study of Infarct Survival)
Collaborative Group. Lancet 1988;2(8607):349.
25. GISSI-2: a factorial randomised trial of
alteplase versus streptokinase and heparin
versus no heparin among 12,490 patients with
acute myocardial infarction. Gruppo Italiano
per lo Studio della Sopravvivenza nell'Infarto
Miocardico. Lancet 1990;336(8707):65.
26. Mahaffey KW, Granger CB, Collins R,
O'Connor CM, Ohman EM, Bleich SD, Col JJ,
Califf RM. Overview of randomized trials of
intravenous heparin in patients with acute
myocardial infarction treated with thrombolytic
therapy. Am J Cardiol 1996;77(8):551.
27. Bleich SD, Nichols TC, Schumacher RR,
Cooke DH, Tate DA, Teichman SL. Effect of
heparin on coronary arterial patency after
thrombolysis with tissue plasminogen activator
in acute myocardial infarction. Am J Cardiol
1990;66(20):1412.
28. Hsia J, Hamilton WP, Kleiman N, Roberts R,
Chaitman BR, Ross AM. A comparison between
heparin and low-dose aspirin as adjunctive
therapy with tissue plasminogen activator for
acute myocardial infarction. Heparin-Aspirin
Reperfusion Trial (HART) Investigators. N.Engl.J
Med. 1990;323(21):1433.
29. Giugliano RP, McCabe CH, Antman EM,
Cannon CP, van de Werf FJ, Wilcox RG,
Braunwald E. Lower-dose heparin with
fibrinolysis is associated with lower rates of
intracranial hemorrhage. Am Heart J
2001;141(5):742.
30. Curtis JP, Alexander JH, Huang Y, Wallentin L,
Verheugt FW, Armstrong PW, Krumholz HM,
Van de Werf F, Danays T, Cheeks M, Granger CB.
Efficacy and safety of two unfractionated
heparin dosing strategies with tenecteplase in
acute myocardial infarction (results from
Assessment of the Safety and Efficacy of a New
Thrombolytic Regimens 2 and 3). Am J Cardiol
2004;94(3):279-83.
31. Turpie AG, Antman EM. Low-molecularweight heparins in the treatment of acute
coronary syndromes. Arch.Intern.Med.
2001;161(12):1484.
32. Ross AM, Molhoek P, Lundergan C, Knudtson
M, Draoui Y, Regalado L, Le LV, Bigonzi F,
Schwartz W, de Jong E, Coyne K. Randomized
comparison of enoxaparin, a low - molecular
15
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
16
SCA Síndromes Coronárias Agudas
-weight heparin, with unfractionated heparin
adjunctive to recombinant tissue plasminogen
activator thrombolysis and aspirin: second trial
of Heparin and Aspirin Reperfusion Therapy
(HART II). Circulation 2001;104(6):648.
33. Wallentin L, Dellborg DM, Lindahl B, Nilsson
T, Pehrsson K, Swahn E. The low-molecularweight heparin dalteparin as adjuvant therapy
in acute myocardial infarction: the ASSENT PLUS
study. Clin Cardiol 2001;24(3 Suppl):I12.
34. Antman EM, Louwerenburg HW, Baars HF,
Wesdorp JC, Hamer B, Bassand JP, Bigonzi F,
Pisapia G, Gibson CM, Heidbuchel H, Braunwald
E, van de Werf FJ. Enoxaparin as adjunctive
antithrombin therapy for ST-elevation
myocardial infarction: results of the ENTIREThrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) 23
Trial. Circulation 2002;105(14):1642.
35. Efficacy and safety of tenecteplase in
combination with enoxaparin, abciximab, or
unfractionated heparin: the ASSENT-3
randomised trial in acute myocardial infarction.
Lancet 2001;358(9282):605.
36. Sinnaeve PR, Alexander JH, Bogaerts K,
Belmans A, Wallentin L, Armstrong P, Adgey JA,
Tendera M, Diaz R, Soares-Piegas L, Vahanian A,
Granger CB, van de Werf FJ. Efficacy of
tenecteplase in combination with enoxaparin,
abciximab, or unfractionated heparin: one-year
follow-up results of the Assessment of the
Safety of a New Thrombolytic-3 (ASSENT-3)
randomized trial in acute myocardial infarction.
Am Heart J 2004;147(6):993.
37. Wallentin L, Goldstein P, Armstrong PW,
Granger CB, Adgey AA, Arntz HR, Bogaerts K,
Danays T, Lindahl B, Makijarvi M, Verheugt F,
van de Werf FJ. Efficacy and safety of
tenecteplase in combination with the lowmolecular-weight heparin enoxaparin or
unfractionated heparin in the prehospital
setting: the Assessment of the Safety and
Efficacy of a New Thrombolytic Regimen
(ASSENT)-3 PLUS randomized trial in acute
myocardial infarction. Circulation
2003;108(2):135.
38. White HD, Braunwald E, Murphy SA, Jacob
AJ, Gotcheva N, Polonetsky L, Antman EM.
Enoxaparin vs. unfractionated heparin with
fibrinolysis for ST-elevation myocardial
infarction in elderly and younger patients
results from ExTRACT-TIMI 25. Eur Heart J
2007;28(9):1066-71.
39. Antman EM, Morrow DA, McCabe CH,
Murphy SA, Ruda M, Sadowski Z, Budaj A,
Lopez-Sendon JL, Guneri S, Jiang F, White HD,
Fox KA, Braunwald E. Enoxaparin versus
Unfractionated Heparin with Fibrinolysis for STElevation Myocardial Infarction. N Engl J Med
2006.
40. Giugliano RP, Giraldez RR, Morrow DA,
Antman EM, Gibson CM, Mohanavelu S,
Murphy SA, McCabe CH, Braunwald E. Relations
between bleeding and outcomes in patients
with ST-elevation myocardial infarction in the
ExTRACT-TIMI 25 trial. Eur Heart J 2010.
41. Morrow DA, Antman EM, Fox KA, White HD,
Giugliano R, Murphy SA, McCabe CH,
Braunwald E. One-year outcomes after a
strategy using enoxaparin vs. unfractionated
heparin in patients undergoing fibrinolysis for
ST-segment elevation myocardial infarction: 1year results of the ExTRACT-TIMI 25 Trial. Eur
Heart J 2010.
42. Antman EM, Hand M, Armstrong PW, Bates
ER, Green LA, Halasyamani LK, Hochman JS,
Krumholz HM, Lamas GA, Mullany CJ, Pearle DL,
Sloan MA, Smith SC, Jr. 2007 Focused update of
the ACC/AHA 2004 Guidelines for the
Management of Patients With ST-Elevation
Myocardial Infarction. A report of the American
College of Cardiology/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines.
Circulation 2007;117:296.
43. Yusuf S, Mehta SR, Chrolavicius S, Afzal R,
Pogue J, Granger CB, Budaj A, Peters RJ, Bassand
JP, Wallentin L, Joyner C, Fox KA. Effects of
fondaparinux on mortality and reinfarction in
patients with acute ST-segment elevation
myocardial infarction: the OASIS-6 randomized
trial. Jama 2006;295(13):1519-30.
44. Peters RJ, Joyner C, Bassand JP, Afzal R,
Chrolavicius S, Mehta SR, Oldgren J, Wallentin L,
Budaj A, Fox KA, Yusuf S. The role of
fondaparinux as an adjunct to thrombolytic
therapy in acute myocardial infarction: a
subgroup analysis of the OASIS-6 trial. Eur Heart
J 2008;29(3):324-31.
45. Szabo S, Etzel D, Ehlers R, Walter T, Kazmaier
S, Helber U, Beyer ME, Hoffmeister HM.
Increased fibrin specificity and reduced
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
paradoxical thrombin activation of the
combined thrombolytic regimen with reteplase
and abciximab versus standard reteplase
thrombolysis. Drugs Exp.Clin.Res.
2004;30(2):47.
46. Bertram U, Moser M, Peter K, Kuecherer HF,
Bekeredjian R, Straub A, Nordt TK, Bode C, Ruef
J. Effects of Different Thrombolytic Treatment
Regimen with Abciximab and Tirofiban on
Platelet Aggregation and Platelet-Leukocyte
Interactions: A Subgroup Analysis from the
GUSTO V and FASTER Trials.
J.Thromb.Thrombolysis. 2002;14(3):197.
47. Coulter SA, Cannon CP, Ault KA, Antman EM,
van de Werf FJ, Adgey AA, Gibson CM, Giugliano
RP, Mascelli MA, Scherer J, Barnathan ES,
Braunwald E, Kleiman NS. High levels of platelet
inhibition with abciximab despite heightened
platelet activation and aggregation during
thrombolysis for acute myocardial infarction:
results from TIMI (thrombolysis in myocardial
infarction) 14. Circulation 2000;101(23):2690.
48. Gibson CM, de Lemos JA, Murphy SA,
Marble SJ, McCabe CH, Cannon CP, Antman EM,
Braunwald E. Combination therapy with
abciximab reduces angiographically evident
thrombus in acute myocardial infarction: a TIMI
14 substudy. Circulation 2001;103(21):2550.
49. Jong P, Cohen EA, Batchelor W, Lazzam C,
Kreatsoulas C, Natarajan MK, Strauss BH.
Bleeding risks with abciximab after full-dose
thrombolysis in rescue or urgent angioplasty for
acute myocardial infarction. Am Heart J
2001;141(2):218.
50. Trial of abciximab with and without lowdose reteplase for acute myocardial infarction.
Strategies for Patency Enhancement in the
Emergency Department (SPEED) Group.
Circulation 2000;20;101(24):2788.
51. Antman EM, Giugliano RP, Gibson CM,
McCabe CH, Coussement P, Kleiman NS,
Vahanian A, Adgey AA, Menown I, Rupprecht
HJ, Van Der WR, Ducas J, Scherer J, Anderson K,
van de Werf FJ, Braunwald E. Abciximab
facilitates the rate and extent of thrombolysis:
results of the thrombolysis in myocardial
infarction (TIMI) 14 trial. The TIMI 14
Investigators. Circulation 1999;99(21):2720.
52. Brener SJ, Zeymer U, Adgey AA, Vrobel TR,
Ellis SG, Neuhaus KL, Juran N, Ivanc TB, Ohman
EM, Strony J, Kitt M, Topol EJ. Eptifibatide and
low-dose tissue plasminogen activator in acute
myocardial infarction: the integrilin and lowdose thrombolysis in acute myocardial
infarction (INTRO AMI) trial. J Am Coll Cardiol
2002;39(3):377.
53. Herrmann HC, Moliterno DJ, Ohman EM,
Stebbins AL, Bode C, Betriu A, Forycki F, Miklin
JS, Bachinsky WB, Lincoff AM, Califf RM, Topol
EJ. Facilitation of early percutaneous coronary
intervention after reteplase with or without
abciximab in acute myocardial infarction:
results from the SPEED (GUSTO-4 Pilot) Trial.
J.Am.Coll.Cardiol. 2000;36(5):1489.
54. Topol EJ. Reperfusion therapy for acute
myocardial infarction with fibrinolytic therapy
or combination reduced fibrinolytic therapy
and platelet glycoprotein IIb/IIIa inhibition: the
G U S TO V r a n d o m i s e d t r i a l . L a n c e t
2001;357(9272):1905.
55. Lincoff AM, Califf RM, van de Werf FJ,
Willerson JT, White HD, Armstrong PW, Guetta
V, Gibler WB, Hochman JS, Bode C, Vahanian A,
Steg PG, Ardissino D, Savonitto S, Bar F,
Sadowski Z, Betriu A, Booth JE, Wolski K, Waller
M, Topol EJ. Mortality at 1 year with
combination platelet glycoprotein IIb/IIIa
inhibition and reduced-dose fibrinolytic
therapy vs conventional fibrinolytic therapy for
acute myocardial infarction: GUSTO V
randomized trial. JAMA 2002;288(17):2130.
56. Ellis SG, Tendera M, de Belder MA, van
Boven AJ, Widimsky P, Janssens L, Andersen HR,
Betriu A, Savonitto S, Adamus J, Peruga JZ,
Kosmider M, Katz O, Neunteufl T, Jorgova J,
Dorobantu M, Grinfeld L, Armstrong P, Brodie
BR, Herrmann HC, Montalescot G, Neumann FJ,
Effron MB, Barnathan ES, Topol EJ. Facilitated
PCI in patients with ST-elevation myocardial
infarction. N Engl J Med 2008;358(21):2205-17.
57. Morrison LJ, Verbeek PR, McDonald AC,
Sawadsky BV, Cook DJ. Mortality and
prehospital thrombolysis for acute myocardial
infarction: A meta-analysis. JAMA
2000;283(20):2686.
58. Armstrong PW. A comparison of
pharmacologic therapy with/without timely
coronary intervention vs. primary
percutaneous intervention early after STelevation myocardial infarction: the WEST
17
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
18
SCA Síndromes Coronárias Agudas
(Which Early ST-elevation myocardial infarction
Therapy) study. Eur Heart J 2006;27(13):1530-8.
59. Bjorklund E, Stenestrand U, Lindback J,
Svensson L, Wallentin L, Lindahl B. Pre-hospital
thrombolysis delivered by paramedics is
associated with reduced time delay and
mortality in ambulance-transported real-life
patients with ST-elevation myocardial
infarction. Eur Heart J 2006;27(10):1146-52.
60. Danchin N, Blanchard D, Steg PG, Sauval P,
Hanania G, Goldstein P, Cambou JP, Gueret P,
Vaur L, Boutalbi Y, Genes N, Lablanche JM.
Impact of prehospital thrombolysis for acute
myocardial infarction on 1-year outcome:
results from the French Nationwide USIC 2000
Registry. Circulation 2004;110(14):1909.
61. Bonnefoy E, Lapostolle F, Leizorovicz A, Steg
G, McFadden EP, Dubien PY, Cattan S,
Boullenger E, Machecourt J, Lacroute JM,
Cassagnes J, Dissait F, Touboul P. Primary
angioplasty versus prehospital fibrinolysis in
acute myocardial infarction: a randomised
study. Lancet 2002;360(9336):825.
62. Bonnefoy E, Steg PG, Boutitie F, Dubien PY,
Lapostolle F, Roncalli J, Dissait F, Vanzetto G,
Leizorowicz A, Kirkorian G, Mercier C,
McFadden EP, Touboul P. Comparison of
primary angioplasty and pre-hospital
fibrinolysis in acute myocardial infarction
(CAPTIM) trial: a 5-year follow-up. Eur Heart J
2009;30(13):1598-606.
63. Armstrong PW, Gershlick A, Goldstein P,
Wilcox R, Danays T, Bluhmki E, Van de Werf F;
STREAM Steering Committee. The Strategic
Reperfusion Early After Myocardial Infarction
( S T R E A M ) s t u d y. A m H e a r t J . 2 0 1 0
Jul;160(1):30-35.e1.
64. Steg G, Bonnefoy E, Chabaud S, Lapostolle F,
Dubien P, Cristofini P, Leizorovicz A, Touboul P.
Impact of time to treatment on mortality after
prehospital fibrinolysis or primary angioplasty Data from the CAPTIM randomized clinical trial.
Circulation 2003;108 2851.
65. Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Primary
angioplasty versus intravenous thrombolytic
therapy for acute myocardial infarction: a
quantitative review of 23 randomised trials.
Lancet 2003;361(9351):13.
66. De Luca G, Ernst N, Zijlstra F, van't Hof AW,
Hoorntje JC, Dambrink JH, Gosslink AT, de Boe
r MJ, Suryapranata H. Preprocedural TIMI flow
and mortality in patients with acute myocardial
infarction treated by primary angioplasty. J Am
Coll.Cardiol 2004;43(8):1363.
67. Brodie BR, Stuckey TD, Hansen C, Muncy D.
Benefit of coronary reperfusion before
intervention on outcomes after primary
angioplasty for acute myocardial infarction.
Am.J.Cardiol. 2000;85(1):13.
68. Stone GW, Cox D, Garcia E, Brodie BR,
Morice MC, Griffin J, Mattos L, Lansky AJ, O'Neill
WW, Grines CL. Normal flow (TIMI-3) before
mechanical reperfusion therapy is an
independent determinant of survival in acute
myocardial infarction: analysis from the
primary angioplasty in myocardial infarction
trials. Circulation 2001;104(6):636.
69. Gibson CM, Cannon CP, Murphy SA, Marble
SJ, Barron HV, Braunwald E. Relationship of the
TIMI myocardial perfusion grades, flow grades,
frame count, and percutaneous coronary
intervention to long-term outcomes after
thrombolytic administration in acute
myocardial infarction. Circulation
2002;105(16):1909.
70. Fernandez-Aviles F, Alonso J, Castro-Beiras
A, Vazquez N, Blanco J, Alonso J, Lopez-Mesa J,
Fernandez-Vazquez F, Calvo I, Martinez L, San
Roman J, Ramos B. Routine invasive strategy
within 24
hours of thrombolysis versus ischaemia-guided
conservative approach for acute myocardial
infarction with ST-segment elevation. (GRACIA1): a randomised controlled trial. Lancet
2004;364 1045.
71. Primary versus tenecteplase-facilitated
percutaneous coronary intervention in patients
with ST-segment elevation acute myocardial
infarction (ASSENT-4 PCI): randomised trial.
Lancet 2006;367(9510):569-78.
72. Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Comparison
of primary and facilitated percutaneous
coronary interventions for ST-elevation
myocardial infarction: quantitative review of
randomised trials. Lancet 2006;367(9510):57988.
73. Collet JP, Montalescot G, Le May M,
Borentain M, Gershlick A. Percutaneous
coronary intervention after fibrinolysis: a
multiple meta-analyses approach according to
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
the type of strategy. J Am Coll Cardiol
2006;48(7):1326-35.
74. Di Mario C, Dudek D, Piscione F, Mielecki W,
Savonitto S, Murena E, Dimopoulos K, Manari A,
Gaspardone A, Ochala A, Zmudka K, Bolognese
L, Steg PG, Flather M. Immediate angioplasty
versus standard therapy with rescue
angioplasty after thrombolysis in the Combined
Abciximab REteplase Stent Study in Acute
Myocardial Infarction (CARESS-in-AMI): an
open, prospective, randomised, multicentre
trial. Lancet 2008;371(9612):559-68.
75. Yan AT, Yan RT, Cantor WJ, Borgundvaag B,
Cohen EA, Fitchett DH, Dzavik V, Ducas J, Tan M,
Casanova A, Goodman SG. Relationship
between risk stratification at admission and
t re a t m e n t e f fe c t s o f e a r l y i nva s i v e
management following fibrinolysis: insights
from the Trial of Routine ANgioplasty and
Stenting After Fibrinolysis to Enhance
Reperfusion in Acute Myocardial Infarction
(TRANSFER-AMI). Eur Heart J 2011.
76. Cantor WJ, Fitchett D, Borgundvaag B, Ducas
J, Heffernan M, Cohen EA, Morrison LJ, Langer
A, Dzavik V, Mehta SR, Lazzam C, Schwartz B,
Casanova A, Goodman SG. Routine early
angioplasty after fibrinolysis for acute
myocardial infarction. N Engl J Med
2009;360(26):2705-18.
Table 1
Antiplatelet therapy
Loading dose >Aspirin (150-325) mg chewable,
non-enteric coated (75-81 mg daily lifelong)
19
Loading dose: Clopidogrel 300 mg (if <75y)
(75 mg daily for one year)
Fibrinolysis
Tenecteplase
Single bolus
<60 kg: 30 mg
60-69.9 kg: 35 mg
70-79.9 kg: 40 mg
80-89.9 kg: 45 mg
>90 kg: 50 mg
Reteplase
Double bolus:
10 + 10 MU
30 min apart)
Anticoagulation
Enoxaparin
Bolus 30 mg IV 1 mg/kg SC
(>75y no bolus)
1 mg/kg per 12 h
(max 100 mg for first 2 doses)
(0.75 mg/kg if >75y)
or
Fondaparinux
Bolus 2.5 mg IV
2.5 mg SC qd up to 8d or discharge
or
UFH
60 U/kg (max 4000 U)
12 U/kg per h (max 1000 U/h)
50-70 s first measurement at 3h
Streptokinase
1.5 MU in 1-hr infusion
Fondaparinux
Bolus 2.5 mg IV
2.5 mg SC qd up to 8d or discharge
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Figure 1.Mechanism of fibrinolytic agents
Plasminogen activator inhibitor-1
_
Plasminogen
20
+
Plasminogen
activators
streptokinase
alreplase
tenecteplase
reteplase
Fibrin
Plasmin
Fibrin
degradation
products
Figure 2. TIMI flow grade 0-1, death and reinfarction rates in CLARITY
Rate (%)
p<0.001
SCA Síndromes Coronárias Agudas
2018161412108642-
18.4
11.7
Clopidogrel
Placebo
p=0.49
2.6 2.2
TIMI flow 0-1
Death
p=0.08
2.5
3.6
RE-Mi
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Figure 3. Death and reinfarction rates at day 30 in ASSENT-3 and ExTRACT
for unfractionated heparin vs enoxaparin
Enoxaparin
Unfractionated Heparin
108-
p=0.11
p=0.25
7.5
6.9
Rate (%)
6.6
6-
p<0.001
p=0.0009
5.4
4.5
4.2
4-
3.0
2.7
2Death
Reinfrection
Death
Reinfrection
21
Extract
ASSENT-3
Figure 4. Death, Reinfarction and Recurrent Ischemia rates in CARESS-in-AMI
and TRANSFER-AMI per standart care vs routine early PCI
p=0.03
12-
p=0.005
11.7
10.7
10-
Standart Care
Routine Early PCI
Rate (%)
8-
7.3
64.4
42CARESS-in-AMI
TRANSFER-AMI
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA
Síndromes Coronárias Agudas: Evidências
Científicas e Prática Clínica.
Tema Geral: Reperfusão Coronária
Gustavo P. Monteiro, Ricardo A. Costa,
Alexandre Abizaid
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia,
São Paulo, SP, Brasil
Correspondência: Dr. Alexandre Abizaid
Chefe da Seção de Angioplastia Coronária
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Av. Dante Pazzanese, 500 – Vila Mariana
São Paulo, SP, Brasil - CEP -04012-180
Tel.: 0xx11 5085-6185
Fax: 0xx11 5549-7807
E-mail: [email protected]
22
Introdução.
SCA Síndromes Coronárias Agudas
O infarto agudo do miocárdio (IAM) está
associado à altas taxas de mortalidade préhospitalar e intra-hospitalar, chegando a
aproximadamente 30% no ambiente préhospitalar em decorrência principalmente
arritmias ventriculares. Já a mortalidade
hospitalar situa-se ao redor de 6 a 15%. Mesmo
assim, o paciente que sobrevive ao IAM corre o
risco de desenvolver insuficiência cardíaca
decorrente da deterioração do miocárdio e
remodelamento ventricular (1). O tratamento do
IAM com supradesnivelamento do segmento ST
(IAMCSST) consiste na terapia de reperfusão do
miocárdio, seja ela farmacológica ou mecânica.
De uma maneira geral, a terapia fibrinolítica é
oferecida a pacientes elegíveis caso a intervenção
coronária percutânea (ICP) não possa ser
realizada. A técnica de ICP constitui-se na forma
de restauração do fluxo coronário preferencial se
iniciada até 90 minutos após o diagnóstico de
IAMCSST (2). A ICP primária é definida como a
intervenção realizada no vaso culpado pelo IAM
dentro das primeiras 12 horas após o início dos
sintomas, sem a utilização prévia ou
concomitante de medicamentos
fibrinolíticos(3).Os benefícios da reperfusão nos
pacientescom IAMCSST relacionam-se
diretamente à precocidade no restabelecimento
do fluxo sanguíneo da artéria culpada, sendo que
a mortalidade é menor quando se obtém um fluxo
normal [definido como fluxo anterógrada TIMI
(Thrombolysis In Myocardial Infarction) grau 3]
dentro dos primeiros 90 minutos do diagnóstico
do IAMCSST (4).Nesse artigo, nós revisamos o
impacto da ICP primária e a abordagem
percutânea atual em pacientes com quadro
clínico de IAMCSST.
Benefícios da reperfusão precoce.
Estudos prévious demonstraram que a ICP
primária está associada a maior taxa de fluxo TIMI
grau 3 no final do procedimento (>90%), e menor
risco de hemorragia intracraniana comparada a
terapia com fibrinolítico(5). Digno de nota é o fato
de que muitos pacientes com IAM apresentam-se
tardiamente ao hospital após o desenvolvimento
de sintomas. Em variados registros, o tempo do
início do sintoma até a chegada ao hospital foi >12
horas em até 31%, e os preditores identificados
foram mulheres, idosos, baixo nível sócioeconômico e entre aqueles cujos sintomas iniciam
entre 18 e 6 horas(8-12). Adicionalmente, a relação
entre mortalidade e tempo porta-balão tem sido
bem estudada e é preditiva de mortalidade intrahospitalar(16-18). Nos registros NRMI-3 e NRMI-4
entre 1999 e 2002, 29.222 pacientes com
IAMCSST foram tratados com ICP primária em até
6 horas da apresentação ao hospital. Longos
te m p o s p o r ta - b a l ã o fo ra m a s s o c i a d o s
significativamente com mortalidade intrahospitalar (3.0%, 4.2%, 5.7% e 7.4% para tempo
porta-balão <90 minutos, 91-120 minutos, 121150 minutos, e >150 minutos, respectivamente),
sendo que pacientes com tempo porta-balão >90
minutos tiveram um aumento significativo na
mortalidade comparados àqueles com tempo <90
minutos [Odds Ratio (OR) 1,42]. Similarmente, em
uma análise de 4.548 pacientes arrolados nos
estudos CADILLAC e HORIZONS-AMI, o tempo
porta-balão <90 minutos foi associado com taxa
de mortalidade significativamente menor um ano
de seguimento comparado tempo porta-balão
mais longos [3,1% versus 4,3%; Hazard Ratio (HR)
0,72, Intervalo de Confiança (IC) 95% 0,520,99](18).
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
Reperfusão mecânica
Na década de 1990, vários estudos comparativos
demonstraram as vantagens da ICP primária sobre
a trombólise(19,20). Em uma metanálise envolvendo
2.606 pacientes, a ICP esteve associada com 34%
de redução relativa da mortalidade aos 30 dias
(4,4% versus 6,5%; p=0,02), e também redução
significativa no desfecho combinado de morte e
novo IAM não-fatal (13,4% versus 23,9%,
p=0,01)(20). Já em 2003, uma metanálise de 7.739
pacientes incluídos em 23 estudos comparando
ICP primária com fibrinólise demonstrou que os
p a c i e n t e s t ra t a d o s c o m I C P p r i m á r i a
apresentaram melhor evolução quanto à
mortalidade (5% versus 7%, p=0,0003), IAM
recorrente não-fatal (3% versus 7%, p<0,0001), e
acidente vascular encefálico (AVE) (1 versus 2%,
p=0,0004), sendo que o benefício foi
independente da classe do fibrinolítico usado(21).
Com relação a abordagem de ICP, o estudo PAMIStent comparou ICP primária com e sem implante
de stents em 900 pacientes. Nesse estudo, o uso
de stents reduziu de forma significativa tanto as
taxas de reestenose quanto os índices de nova
oclusão aos seis meses. No entanto, não houve
diferenças em termos de mortalidade, novo IAM
ou AVE. De maneira importante, esse estudo
mostrou que o implante primário de stents
coronários foi seguro, eficaz e reduziu de forma
significativa a necessidade de revascularizações
da lesão-alvo (RLA) comparado à angioplastia com
balão(22). Em uma metanálise recente, os autores
corroboraram tais resultados, incluindo ICP
primária com implante de stents na vigência de
choque cardiogênico, a qual esteve associada a
menor mortalidade comparados com pacientes
tratados sem stent(23).
Implante de stents farmacológicos versus stents
não-farmacológicos.
Vários estudos comparativos randomizados
avaliaram o uso de stents farmacológicos (SF)
comparados ao stents não-farmacológicos (SNF)
no cenário de IAMCSST. Em 11 ensaios clínicos,
foram reunidos cerca de 3.605 pacientes, e os
resultados não demonstraram diferenças
significativas no seguimento clínico de até dois
anos quanto à mortalidade (4,1% versus 4,4%), reinfarto (3,1% v e r s u s 3,4%) , e ocorrência de
trombose de stents (1,6% versus 2,2%). Já a taxa
de RLA foi reduzida de maneira significante pelos
SF comparados aos SNF [5,1% versus 12%; Risco
Relativo (RR) 0,36; IC 95% 0,28-0,47; P<0,001](24).
Especificamente, no seguimento tardio do estudo
HORIZONS-AMI, os SF reduziram de maneira
significante as taxas de RLA (7,4% versus 4,5%,
p=0,003) versus os SNF. Nessa análise, os
preditores de RLA foram a presença de diabetes
mellitus, diâmetro de referência do vaso, e o
comprimento da lesão. Interessantemente, nos
pacientes com 2 ou 3 desses fatores preditivos, o
benefício dos SF na diminuição da RLA foi mais
evidente (19,8% versus 8,1%, p=0,003).
Transferência para ICP primária
Dados os benefícios demontrados pela ICP
primária durante os últimos anos, estudos
comparativos entre trombólise versus a
transferência para ICP primária foram realizados,
e mostraram redução do desfecho composto de
mortalidade, infarto e AVE com a ICP
primária(26,27). O estudo PRAGUE foi o primeiro que
mostrou uma vantagem significativa para os
pacientes transferidos para ICP primária versus
terapia trombolítica, principalmente devido à
redução na incidência nas taxas de re-infarto (1%
versus 10%, p<0,03)(26). Já o estudo DANAMI-2 foi
interrompido prematuramente com 1.550
pacientes incluídos devido às vantagens
observadas com a estratégia percutânea. Nesse
estudo, a ICP primária teve 40% de redução do
risco relativo no desfecho combinado, sobretudo
devido a redução significante de infarto
recorrente; no entanto, não houve vantagens em
relação a mortalidade(28). O estudo PRAGUE-2
comparou trombólise local versus a transferência
para ICP, e acabou sendo interrompido
precocemente pela mortalidade excessiva nos
pacientes tratados com trombolíticos com mais
de 3 horas de evolução do IAM. A análise do
desfecho secundário de mortalidade, IAM
recorrente e AVE mostrou taxas de 15% no grupo
trombolítico versus 8,4% no grupo transferido
(p<0,02). Considerando apenas os pacientes com
>3 horas de evolução, foi evidenciada uma taxa de
mortalidade de 15% no grupo trombólise contra
6% no grupo ICP (p<0,02), mas nas primeiras três
horas a mortalidade foi similar entre os grupos (29).
23
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
De maneira geral, a análise dos estudos sobre o
assunto mostra que a transferência dos pacientes
para ICP primária é segura, porém o tempo ideal
para essa transferência ainda é controverso.
Mesmo assim, os resultados desses artigos
sugerem que os pacientes que se apresentam
dentro de 2 a 3 horas do início dos sintomas do
IAM deveriam receber fibrinolíticos quando não
há a possibilidade de transferência para ICP
primária com <120 minutos. De forma contrária,
se o tempo de apresentação for >3 horas a partir
do início dos sintomas, a transferência se mostra
benéfica, principalmente em pacientes de alto
risco como os idosos, IAM extensos ou naqueles
com comprometimento hemodinâmico(33,34).
da dose do reteplase antes da angioplastia. Todos
pacientes receberam heparina não-fracionada ou
enoxaparina antes da ICP. Não houve diferença
estatística no desfecho primário de mortalidade
por todas as causas, fibrilação ventricular, choque
cardiogênico ou insuficiência cardíaca. Além do
mais, a terapia combinada foi associada com
maior taxa de hemorragia intracraniana e
aumento significante nos índices de sangramento
maior e menor(45). Dessa forma, com base nos
estudos publicados, a ICP facilitada deveria ser
evitada, devido à elevação na incidência de
eventos adversos incluindo mortalidade.
ICP pós-fibrinólise.
ICP facilitada.
24
SCA Síndromes Coronárias Agudas
D e n o m i n a - s e I C P fa c i l i ta d a à te ra p i a
farmacológica planejada antes da angioplastia
primária (<2 horas), no intuito de manter a artéria
coronária culpada patente na chegada ao
laboratório de hemodinâmica. Estudos anteriores
usaram fibrinolíticos, inibidores da glicoproteína
(GP) IIb/IIIa, anti-trombóticos ou a combinação
desses. O maior estudo sobre o tema, o ASSENT-4,
envolveu pacientes com IAMCSST com <6 horas
de duração e que foram submetidos à ICP primária
entre 1 a 3 horas da admissão hospitalar. Os
pacientes receberam tenecteplase com dose
completa ou placebo antes do cateterismo. A ICP
facilitada foi associada com aumento significativo
no desfecho primário de morte, insuficiência
cardíaca ou choque dentro de 90 dias (19 versus
13%, RR 1,39, IC 95% 1,11-1,74). Dessa forma, o
estudo foi interrompido prematuramente devido
ao alto índice de mortalidade no grupo
tenecteplase. Em 2006, uma metanálise que
incluiu seis estudos de ICP facilitada com terapia
fibrinolítica envolveu quase 3.000 doentes. Quase
a totalidade desses pacientes foram do estudo
ASSENT-4 e PACT, e os resultados foram similares
ao ASSENT-4(44). Uma outra estratégia de ICP
facilitada é a administração combinada de
inibidor de GP IIb/IIIa com fibrinolítico em dose
reduzida. No entanto, dois estudos
randomizados, FINESSE e BRAVE, não mostraram
benefícios clínicos significativos(45,46). No FINESSE,
2 . 4 5 2 p a c i e n t e s c o m I A M C S S T fo ra m
randomizados para receber abciximab e metade
Existem várias circunstâncias em que a ICP pode
suceder a fibrinólise, como:
-ICP de resgate, por aparente falha de terapia
fibrinolítica;
-ICP de urgência, para tratar reoclusão ou
instabilidade hemodinâmica pós-fibrinólise;
-ICP facilitada, no qual fibrinolítico ou inibidor de
glicoproteína IIb/IIa é administrado antes da ICP,
de forma planejada;
-ICP adjunta, em que ICP é realizada em algumas
horas após fibrinólise;
-ICP eletiva precoce, onde ICP é realizada dentro
de poucos dias após fibrinólise, por isquemia
recorrente ou prova isquêmica positiva.
A falência primária da fibrinólise é definida como
a oclusão persistente da artéria relacionada ao
infarto (fluxo TIMI grau 0 ou 1) no estudo
angiográfico realizado após 90 minutos. Devido a
angioplastia não ser realizada rotineiramente
após terapia fibrinolítica, a falência primária é
mais suspeitada pela persistência dos sintomas
clínicos, piora de dor precordial, instabilidade
hemodinâmica ou marcadores
eletrocardiográficos de isquemia persistente. As
diretrizes de manejo de IAMCSST do ACC/AHA de
2007 estabelecem a falha da fibrinólise quando
não há uma redução do supradesnivelamento do
segmento ST no ECG >50% ao final de 90
minutos(36).
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
ICP adjunta.
Ao contrário da ICP facilitada, em que a
cateterização é realizada dentro de duas horas da
fibrinólise, a ICP adjunta é realizada entre 2 e 24
horas parecendo ser benéfica e segura. O
TRANSFER-AMI foi um estudo que randomizou
1.059 pacientes com IAMCSST de alto risco que
apresentaram ao hospital sem suporte de
hemodinâmica e que foram tratados com
tenecteplase dentro de 2 horas do início da dor
precordial. Esses pacientes foram randomizados
para transferência de urgência (dentro de 6 horas)
para sala de cateterismo ou para cuidados
padrões de unidade coronária. O tempo médio de
cateterismo depois da fibrinólise foi de 3 horas
para o grupo de transferência de urgência e 33
horas para o grupo de cuidados padrões. Aos 30
dias, o desfecho composto de morte, re-infarto,
insuficiência cardíaca, isquemia recorrente grave
ou choque foi menor para o grupo de ICP urgência
(11 versus 17.2%, OR 0,64, IC 95% 0,47-0,87)49.
Outros estudos como o
NORDISTEMI Trial e GRACIA-1 trial mostraram
algoritmo semelhante ao TRANSFER-AMI e seus
resultados foram a favor ao grupo de ICP
precoce(50,51).
Terapia anti-trombótica no IAMCSST.
Aspirina:
A eficácia da aspirina (ou ácido acetil salicílico,
AAS) durante as primeiras 24 horas do IAMCSST
foi demonstrada inicialmente no estudo ISIS-2(52).
Nesse estudo, o uso da aspirina isoladamente
esteve associado a redução significante na
mortalidade cardiovascular em 23%; já quando
associada a terapia fibrinolítica
(estreptoquinase), a redução foi da ordem de
42%. Segundo as diretrizes atuais, uma dose
inicial de 160-325mg de aspirina deve ser
prescrita para o paciente com SCA incluindo o
IAMCSST. Como prevenção secundária, é
recomendado que a aspirina seja mantida
indefinidamente com uma dose de 75162mg/dia(53,54). O estudo CURRENT-OASIS 7
avaliou o impacto de diferentes doses de aspirina
em pacients com SCA. Quando comparadas doses
altas de aspirina (300 - 325mg / dia) versus doses
menores (75-100mg/dia), não foi evidenciada
diferença significante entre os dois grupos no
desfecho primário de morte cardiovascular, IAM,
ou AVE até 30 dias de seguimento; no entanto, a
utilização de doses altas de aspirina esteve
associada a aumento significante nas taxas de
sangramento menor.
Tienopiridínicos (Clopidogrel).
Os resultados de dois ensaios clínicos
randomizados, o COMMIT/CCS-2 e o CLARITYTIMI 28, respaldaram o uso do clopidogrel no
IAMCSST(56,57). No estudo COMMIT/CCS-2, 45.582
pacientes foram divididos para receber
clopidogrel ou não dentro das primeiras 24 horas
do início dos sintomas. Nessa análise, o desfecho
co m p o sto d e m o r te, I AM o u AV E fo i
significativamente mais baixo no grupo que
recebeu clopidogrel versus o grupo que não
recebeu clopidogrel. Já o PCI-CLARITY, um subestudo do CLARITY-TIMI 28, consistiu de 1.863
pacientes que foram submetidos à ICP e
receberam clopidogrel na admissão hospitalar ou
após angiografia(58). Os resultados desse estudo
demonstraram que o grupo de pacientes que
tomou clopidogrel mais precocemente obteve
redução significante no desfecho primário de
morte cardiovascular, IAM ou AVE versus aqueles
com administração de clopidogrel após a
angiografia (3,6% versus 6,2%; OR 0,54; IC 95%
0,53-0,98), sendo que a administração precoce
não esteve associada a incremento nas taxas de
sangramento menor ou maior.
Quanto à dose de ataque de clopidogrel no
IAMCSST, uma sub-análise do estudo HORIZONS
AMI revelou que a dose de 600mg (versus 300 mg)
foi um preditor independente de baixas taxas de
eventos cardiovasculares maiores adversos (HR
0,72; IC 95% 0,53-0,98), sem que fosse observado
um aumento significante no número de
sangramento maior com essa dose(59). No estudo
CURRENT-OASIS 7, os pacientes submetidos a ICP
que receberam 600mg de dose de ataque de
clopidogrel seguida de 150mg por 6 dias e 75mg
de manutenção após 1 semana obtiveram
redução significativa na taxa do desfecho primário
comparados àqueles que receberam 300mg de
clopidogrel como dose de ataque e 75mg como
dose de manutenção (3,9% versus 4,5%; HR 0,86;
25
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
IC 95% 0,74-0,99)(55).
Prasugrel:
26
Foi no estudo TRITON-TIMI 38 que um novo
tienopiridínico, o prasugrel, demonstrou sua
eficácia em IAMCSST. Cerca de 3.534 pacientes
com IAMCSST foram randomizados para receber
clopidogrel ou prasugrel, o qual foi prescrito com
uma dose de ataque de 60mg e manutenção de
10mg/dia enquanto clopidogrel foi administrado
com uma dose de ataque de 300mg e 75mg/dia de
manutenção. No seguimento médio de 15 meses,
o desfecho composto de morte cardiovascular,
IAM não-fatal e AVE foi signicativamente menor
com o prasugrel versus clopidogrel (10% versus
12,4%; HR 0,79; IC 95% 0,65-0,97). Também, a
taxa de trombose de stent definitiva ou provável
(pelos critérios do Academic Research
Consortium) também foi reduzida com prasugrel
(1,6% vs 2,8%). Digno de nota é o fato que a dose
de ataque de clopidogrel utilizada nesse estudo
foi de 300 mg e não 600mg, o que pode ter
impactado de maneira negativa o braço do estudo
tratado com clopidogrel(60). Com relação ao
sangramento, os seguintes preditores foram
identificados na população geral do estudo: idade
>75 anos, peso <60 kg, e AVE prévio, os quais não
devem receber esse fármaco mesmo na vigência
de IAMCSST.
A duração ideal da terapia anti-plaquetária dupla
com aspirina e tienopiridínico após a ICP no IAM
permance controversa. Estudos como PCI-CURE,
CREDO e CURE que envolveram basicamente
pacientes com SCA sem supradesnivelamento do
segmento ST sugeriram benefícios de terapia
prolongada até 9 ou 12 meses, no entanto tal
benefício deveu-se primordialmente pela
redução de eventos nos primeiros 3 meses após a
ICP ( 1 , 6 2 , 6 3 ) . Atualmente, recomenda-se a
manutenção de terapia anti-plaquetária dupla
por um período mínimo de 12 meses após o
i m p l a nte d e S F, i n d e n d e nte m e nte d a
apresentação clínica, o que tem sido extrapolado
nos casos de IAMCSST.
Anti-trombínicos:
A heparina não-fracionada (HNF) é administrada
SCA Síndromes Coronárias Agudas rotineiramente durante ICP primária. O tempo de
coagulação ativado (TCA) alvo durante ICP
usualmente deve ser >350 segundos. Quando se
usa o inibidor da GP IIb/IIIa concomitante, o
regime de heparina deve ser menos agressivo e o
TCA alvo deve estar entre 200-250s(77,78). A HNF
pós-procedimento de ICP não é recomendada de
rotina, pois não há evidências de prevenir eventos
recorrentes, além de estar relacionada com
complicações vasculares. Até o momento, não
existem evidências científicas que corroborem o
uso de rotina da heparina de baixo peso molecular
durante ICP primária. Quanto aos inibidores
diretos da trombina, bivalirudina, foi
demonstrada superioridade em relação ao HNF +
inibidor da GP IIb/IIIA de rotina no estudo
HORIZONS-AMI, com diminuição significativa do
sangramento maior e mortalidade associada.
Referências:
1.Chambless L, Keil U, Dobson A, et al. Population
versus clinical view of case fatality from acute
coronary heart disease. Results from the WHO
Monica Project 1985-1990. Circulation
1997;96:3849-59.
2.PCAT Collaborators. Primary coronary
angioplasty compared with intravenous
thrombolytic therapy for acute myocardial
infarction: six-month follow-up and analysis of
individual patient data from randomized trials.
Am Heart J 2003;145:47-57.
3.Silber S, Albertsson P, Avile`s F, et al. Guidelines
for Percutaneous Coronary Interventions. The
Task Force for Percutaneous Coronary
Interventions of the European Society of
Cardiology. European Heart Journal 2005;26;80447.
4.Fath-Ordoubadi F, Huehns TY, Al- Mohammad A,
Beatt KJ. Significance of the Thrombolysis in
Myocardial Infarction scoring system in assessing
infarct-related artery reperfusion and mortality
rates after acute myocardial infarction. Am Heart J
1997;134:62-8.
5.Lambert, L, Brown, K, Segal, E, et al. Association
between timeliness of reperfusion therapy and
clinical outcomes in ST-elevation myocardial
infarction. JAMA 2010; 303:2148.
6.Boersma, E, Maas, AC, Deckers, JW, et al. Early
thrombolytic treatment in acute myocardial
infarction: reappraisal of the golden hour. Lancet
1996; 348:771.
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
7.Indications for fibrinolytic therapy in suspected
acute myocardial infarction: collaborative
overview of early mortality and major morbidity
results from all randomised trials of more than
1000 patients. Fibrinolytic Therapy Trialists' (FTT)
Collaborative Group. Lancet 1994; 343:311.
8.McGinn, AP, Rosamond, WD, Goff DC, Jr, et al.
Trends in prehospital delay time and use of
emergency medical services for acute myocardial
infarction: experience in 4 US communities from
1987-2000. Am Heart J 2005; 150:392.
9.Gurwitz, JH, McLaughlin, TJ, Willison, DJ, et al.
Delayed hospital presentation in patients who
have had acute myocardial infarction. Ann Intern
Med 1997; 126:593.
10.Eagle, KA, Goodman, SG, Avezum, A, et al.
Practice variation and missed opportunities for
reperfusion in ST-segment-elevation myocardial
infarction: findings from the Global Registry of
Acute Coronary Events (GRACE). Lancet 2002;
359:373.
11.Grzybowski, M, Clements, EA, Parsons, L, et al.
Mortality benefit of immediate revascularization
of acute ST-segment elevation myocardial
infarction in patients with contraindications to
thrombolytic therapy: a propensity analysis.
JAMA 2003; 290:1891.
12.Goff DC, Jr, Feldman, HA, McGovern, PG, et al.
Prehospital delay in patients hospitalized with
heart attack symptoms in the United States: the
REACT trial. Rapid Early Action for Coronary
Treatment (REACT) Study Group. Am Heart J 1999;
138:1046.
13.Francone, M, Bucciarelli-Ducci, C, Carbone, I,
et al. Impact of primary coronary angioplasty
delay on myocardial salvage, infarct size, and
microvascular damage in patients with STsegment elevation myocardial infarction: insight
from cardiovascular magnetic resonance. J Am
Coll Cardiol 2009; 54:2145.
14.Aquaro, GD, Pingitore, A, Strata, E, et al.
Relation of pain-to-balloon time and myocardial
infarct size in patients transferred for primary
percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol
2007; 100:28.
15.Terkelsen, CJ, Sørensen, JT, Maeng, M, et al.
System delay and mortality among patients with
STEMI treated with primary percutaneous
coronary intervention. JAMA 2010; 304:763.
16.McNamara, RL, Wang, Y, Herrin, J, et al. Effect
of door-to-balloon time on mortality in patients
with ST-segment elevation myocardial infarction.
J Am Coll Cardiol 2006; 47:2180.
17.Juliard, JM, Feldman, LJ, Golmard, JL, et al.
Relation of mortality of primary angioplasty
during acute myocardial infarction to door-toThrombolysis In Myocardial Infarction (TIMI)
time. Am J Cardiol 2003; 91:1401.
18.Brodie, BR, Gersh, BJ, Stuckey, T, et al. When is
door-to-balloon time critical? Analysis from the
HORIZONS-AMI (Harmonizing Outcomes with
Revascularization and Stents in Acute Myocardial
Infarction) and CADILLAC (Controlled Abciximab
and Device Investigation to Lower Late
Angioplasty Complications) trials. J Am Coll
Cardiol 2010; 56:407.
19.Grines CL, Browne KF, Marco J, et al. A
comparison of immediate angioplasty with
thrombolytic therapy for acute myocardial
infarction. N Engl Med 1993;328:673-9.
20.Weaver WD, Simes RJ, Betriu A, et al.
Comparison of primary coronary angioplasty and
intravenous throbolytic therapy for acute
myocardial infarction. JAMA 1997;278:2093-8.
21.Dzavik V. New frontiers and unresolved
controversies in percutaneous coronary
intervention. Am J Cardiol 2003;91(3A), 27 A33A.|
22.Grines CL, Cox DA, Stone GW, et al. Coronary
angioplasty with or without stent implantation for
acute myocardial infarction. N Engl J Med
1999;341:1949–56
23.De Luca G, Suryapranata H, Stone GW, et al.
Coronary stenting versus balloon angioplasty for
acute myocardial infarction: A meta-regression
analysis of randomized trials. Int J Cardiol 2008;
126:37-44.
24.De Luca G, Suryapranata H, Stone GW, et al.
Efficacy and safety of drug-eluting stents in STsegment elevation myocardial infarction: A metaanalysis of randomized trials. Int J Cardiol 2009;
133: 213-22.
25.Gregg W. Stone, MD, Helen Parise, ScD,
Bernhard Witzenbichler et al. HORIZONS-AMI, J
Am Coll Cardiol 2010;56:1597-604.
26.Widimsky P, Groch L, Zelizko M, et al.
Multicentre randomized trial comparing
transport to primary angioplasty vs immediate
thrombolysis vs combined strategy for patients
with acute myocardial infarction presenting to a
community hospital without a catheterization
laboratory: the PRAGUE study. Eur Heart J 2000;
27
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
28
SCA Síndromes Coronárias Agudas
21:823.
27.Dalby M, Bouzamondo A, Lechat P, et al.
Transfer for primary angioplasty versus
immediate thromboysis in acute myocardial
infarction: a meta-anaysis. Circulation
2003;108:1809-14.
28.Andersen HR, Nielsen TT, Vesterlund T, et al.
Danish multicenter randomized study on
fibrinolytic therapy versus acute coronary
angioplasty in acute myocardial infarction:
rationale and design of the DANish trial in Acute
Myocardial Infarction-2 ( DANAMI-2). Am Heart J
2003;146:234-41.
29.Widimsky P, Budesinsky T, Vorac D, et al. Long
distance transport for primary angioplasty vs
immediate thrombolysis in acute myocardial
infarction. Final results of the randomized
national multicentre trial- PRAGUE-2. Eur Heart J
2003;24:94-104.
30.Vermeer F, Oude Ophuis AJ, vd Berg EJ, et al.
Prospective randomized comparison between
thrombolysis, rescue ATC, and primary ATC in
patients with extensive myocardial infarction
admitted to a hospital without ATC facilities. A
safety and feasibility study. Heart 1999; 82:42631.
31.Dalby M, Montalescot M. Transfer for primary
angioplasty: Who and how? Heart 2002;88:570-2.
32.French WJ, Sada MJ. Benefit of primary
angioplasty in patients presenting late with ST
segment elevation and acute myocardial
infarction. J Am Coll Cardiol 1998;31.
33.Jacobs A. Primary angioplasty for acute
myocardial infarction- is it worth the wait? N Engl J
Med 2003;42:646-51.
34. Armstrong P, Welsh R. Tailoring therapy to best
suit ST- segment elevation myocardial infarction:
searching for the right fit. CMAJ 2003; 169:925-7.
35.Keeley, EC, Boura, JA, Grines, CL. Primary
angioplasty versus intravenous thrombolytic
therapy for acute myocardial infarction: a
quantitative review of 23 randomised trials.
Lancet 2003; 361:13.
36.Antman, EM, Hand, M, Armstrong, PW, et al.
2007 focused update of the ACC/AHA 2004
Guidelines for the Management of Patients With
ST- Elevation Myocardial Infarction.
37.Hudson, MP, Granger, CB, Topol, EJ, et al. Early
reinfarction after fibrinolysis: experience from the
global utilization of streptokinase and tissue
plasminogen activator (alteplase) for occluded
coronary arteries (GUSTO I) and global use of
strategies to open occluded coronary arteries
(GUSTO III) trials. Circulation 2001; 104:1229.
38.Gibson, CM, Kartha, J, Murphy, SA, et al. Early
and long-term clinical outcomes associated with
reinfarction following fibrinolytic administration
in the Thrombolysis in Myocardial Infarction trials.
J Am Coll Cardiol 2003;42:7.
39.Hochamn, JS, Sleeper, LA, Webb, JG, et al. Early
revascularization in acute myocardial infarction
complicated by cardiogenic shock. SHOCK
I n v e s t i ga t o r s . S h o u l d We E m e r g e n t l y
Revascularize Occluded Coronaries for
Cardiogenic Shock. N Engl J Med 1999;341:625.
40.Berger, PB, Holmes DR, JR, Stebbins, AL, et al.
Impact of an aggressive invasive catheterization
and revascularization strategy on mortality in
patients with cardiogenic shock in the Global
Utilization of Streptokinase and Tissue
Plasminogen Activator for Occluded Coronary
Arteries (GUSTO-I) trial. An observational study.
Circulation 1997; 96:122.
41.Le May, MR, Wells, GA, Labinaz, M, et al.
Combined angioplasty and pharmacological
intervention versus thrombolysis alone in acute
myocardial infarction (CAPITAL AMI study). J Am
Coll Cardiol 2005; 46:417.]
42.Assessment of the Safety and Efficacy of a New
Treatment Strategy with Percutaneous Coronary
Intervention (ASSENT-4 PCI) investigators.
Primary versus tenecteplase-facilitated
percutaneous coronary intervention in patients
with ST-segment elevation acute myocardial
infarction (ASSENT-4 PCI) randomized trial. Lancet
2006; 367:569.
43.Bates, ER, Nallamothu, BK. Commentary: the
role of percutaneous coronary intervention in STsegment myocardial infarction. Circulation 2008;
118:567.
44.Keeley, EC, Boura, JA, Grines, CL. Comparison
of primary and facilitated percutaneous coronary
interventions for ST- elevation myocardial
infarction: quantitative review of randomized
trials. Lancet 2006; 367:579.
45.Ellis, SG, Tendera, M, de Belder, MA, et al.
Facilitated PCI in patients with ST- elevation
myocardial infarction. N Engl J Med 2008;
358:2205.
46.Kastrati, A, Mehili, J, Schotterbeck, K, et al.
Early administration of reteplase plus abciximab
vs abciximab a l o n e i n patients w i t h a c u t e
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
myocardial infarction referred for percutaneous
coronary intervention: a randomized controlled
trial. JAMA 2004:291:947.
47.Fernandez- Avilés, F, Alonso, JJ, Pena, G, et al.
Primary angioplasty vs. Early routine postfibrinolysis angiopalsty for acute myocardial
infarction with ST-segment elevation: the
GRACIA-2 non-inferiority, randomized, controlled
Trial. Eur Heart J 2007;28:949.
48.Danchin, N, Coste, P, Ferrieres, J, et al.
Comparison of throbolysis followed by broad use
of percutaneous coronary intervention with
primary percutaneous coronary intervention for
ST- segment- elevation acute myocardial
infarction: data from the French registry on acute
ST-elevation myocardial infarction (FAST-MI).
Circulation 2008; 118:268.
49.Cantor, WJ, Fitchett, D, Borgundvaag, B, et al.
Routine early angioplasty after fibrinolysis for
acute myocardial infarction. N Engl J Med 2009;
360:2705
50.Bohmer, E, Hoffmann, P, Abdelnoor, M, et al.
Efficacy and safety of immediate angioplasty
versus ischemia-guided management after
thrombolysis in acute myocardial infarction in
areas with very long transfer distances results of
the NORDISTEMI (NORwegian study on District
Treatment of ST-elevation myocardial infarction).
J Am Cardiol 2010: 55:102.
51.Fernandez- Avilés, F, Alonso, JJ, Castro-Beiras,
A et al. Routine invasive strategy within 24 hours
of thrombolysis versus ischaemia-guided
conservative approach for acute myocardial
infarction with ST- segment elevation (GRACIA-1):
a randomised controlled Trial. Lancet 2004;
364:1045.
52.Randomised trial of intravenous streptokinase,
oral aspirin, both, or neither among 17.187 cases
of suspected acute myocardial infarction: ISIS-2.
ISIS-2 (Second International Study of Infarct
Survival) Collaborative Group. Lancet 1988, 2:349.
53.Goodman, SG, Menon, V, Cannon, CP, et al.
Acute ST- segment elevation myocardial
infarction: American College of Chest Physicians
Evidence- Based Clinical Practice Guidelines (8°
Edition). Chest 2008; 133:708.
54.Canadian Cardiovascular Society, American
Academy of Family Physicians, American College
of Cardiology, et al. 2007 focused update of the
ACC/AHA 2004 Guidelines for the management of
patients with ST- elevation myocardial infarction:
a re p o r t o f t h e A m e r i ca n C o l l e ge o f
Cardiology/American Heart Association Task
Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol
2008; 51:210
55.Mehta, SR, Tanguay, JF, Eikelboom, JW, et al.
Double-dose versus standard-dose clopidogrel
and high-dose versus low-dose aspirin in
individuals undergoing percutaneous coronary
intervention for acute coronary syndromes
(CURRENT-OASIS 7): a randomized factorial trial.
Lancet 2010.
56. www.commit-ccs2.org
57.Sabatine, MS, Cannon, CP, Gibson, CM, et al.
Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic
therapy for myocardial infarction with STsegment elevation. N Engl J Med 2005; 352:1179.
58.Sabatine, MS, Cannon, CP, Gibson, CM, et al.
Effect of clopidogrel pretreatment before
percutaneous coronary intervention in patients
with ST-elevation myocardial infarction treated
with fibrinolytics: the PCI-CLARITY study. JAMA
2005; 294:1224.
59.Dangas, G, Mehran, R, Guagliumi, G, et al. Role
of clopidogrel loading dose in patients with STsegment elevation myocardial infarction
undergoing primary angioplasty: results from the
HORIZONS-AMI. J Am Coll Cardiol 2009;54:1438.
60.Montalescot, G, Wiviott, SD, Braunwald, E, et
al. Prasugrel compared with clopidogrel in
patients undergoing percutaneous coronary
intervention for ST-elevation myocardial
infarction (TRITON-TIMI 38): double-blind,
randomized controlled trial. Lancet 2009;
373:723.
61.Mehta, SR, Yusuf, S, Peters, RJ, et al. Effects of
pretreatment with clopidogrel and aspirin
followed by long-term therapy in patients
undergoing percutaneous coronary intervention:
the PCI-CURE study. Lancet 2001; 358:527.
62.Steinhubl, SR, Berger, PB, Brennan, DM, Topol,
EJ, CREDO Investigators. Optimal timing for the
initiation of pre-treatment with 300 mg
clopidogrel before percutaneous coronary
intervention. J Am Coll Cardiol 2006; 47:939.
63.Yusuf, S, Zhao, F, Mehta, SR, et al. Effects of
clopidogrel in addition to aspirin in patients with
acute coronary syndromes without ST-segment
elevation. N Engl J Med 2001; 345:494.
64.A randomized, blinded, trial of clopidogrel
versus aspirin in patients at risk of ischaemic
events (CAPRIE). C A P R I E Steering Committee.
29
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Estado da Arte em Evidência
30
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Lancet 1996; 348:1329.
6 5 .C a n n o n , C P, C A P R I E I nv e s t i ga t o rs .
Effectiveness of clopidogrel versus aspirin in
preventing acute myocardial infarction in patients
with symptomatic atherothrombosis (CAPRIE)
trial. Am J Cardiol 2002; 90:760.
66.Phillips, DR, Charo, IF, Parise, LV, Fitzgerald, LA.
The platelet membrane glycoprotein IIb/IIIa
complex. Blood 1988:71:831.
67.Boersma, E, Harrington, RA, Moliterno, DJ, et
al. Platelet glycoprotein IIb/IIIa inhibitors in acute
coronary syndromes: a meta-analysis of all major
randomised clinical trials. Lancet 2002; 359:189.
68.Topol, EJ, Lincoff, AM, Kereiakes, DJ, et al.
Multi-year follow-up of abciximab therapy in
three randomized, placebo-controlled trials of
percutaneous coronary revascularization. Am J
Med 2002; 113:1.
69.Stone, GW, Grines, CL, Cox, DA, et al.
Comparison of angioplasty with stenting, with or
without abciximab, in acute myocardial infarction.
N Engl J Med 2002;346:957.
70.Stone, GW, Witzenbichler, B, Guagliumi, G, et
al. Bivalirudin during primary PCI in acute
myocardial infarction. N Engl J Med 2008 ;
358:2218.
71.Kushner, FG, Hand, M, Smith SC, Jr, et al. 2009
focused updates: ACC/AHA guidelines for the
management of patients with ST-elevation
myocardial infarction (updating the 2004
guideline and 2007 focused update) and
ACC/AHA/SCAI guidelines on percutaneous
coronary intervention (updating the 2005
guideline and 2007 focused update) a report of
the American College of Cardiology
Foundation/American Heart Association Task
Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol
2009; 54 : 2205.
72.Valgimigli, M, Campo, G, Percoco, G, et al.
Comparison of angioplasty with infusion of
tirofiban or abciximab and with implantation of
sirolimus-eluting or uncoated stents for acute
myocardial infarction: the MULTISTRATEGY
randomized Trial. JAMA 2008; 299:1788.
73.Zeymer, U, Margenet, A, Haude, M, et al.
Randomized comparison of eptifibatide versus
abciximab in primary percutaneous coronary
intervention in patients with acute ST-segment
elevation myocardial infarction: results of the
EVA-AMI Trial. J Am Coll Cardiol. 2010; 56:463.
74.Akerblom, A, James, SK, Koutouzis, M, et al.
Eptifibatide is noninferior to abciximab in primary
percutaneous coronary intervention: results from
the SCAAR (Swedish Coronary Angiography and
Angioplasty Registry). J Am Coll Cardiol 2010;
56:470.
75.Wohrle, J, Grebe, OC, Nusser, T, et al. Reduction
of major adverse cardiac events with
intracoronary compared with intravenous bolus
application of abciximab in patients with acute
myocardial infarction or unstable angina
undergoing coronary angioplasty. Circulation
2003; 107:1840.
76.Thiele, H, Schindler, K, Friedenberger, J, et al.
Intracoronary compared with intravenous bolus
abciximab application in patients with STelevation myocardial infarction undergoing
primary percutaneous coronary intervention: the
randomized Leipzig immediate percutaneous
coronary intervention abciximab IV versus IC in
ST- elevation myocardial infarction trial.
Circulation 2008; 118:49.
77.Tolleson TR, O' Shea JC, Bittl JA, et al.
Relationship between heparin anticoagulation
and clinical outcomes in coronary stent
intervention: observations from the ESPRIT tial. J
Am Coll Cardiol 2003 41:386.
78.Platelet glycoprotein IIb/IIIa receptor blockade
and low-dose heparin during percutaneous
coronary revascularization. The EPILOG
Investigators. N Engl J Med. 1997:336 (24):1689.
79.Liem A, Zijlstra F, Ottervanger JP et al. High
dose heparin as pretreatment for primary
angioplasty in acute myocardial infarction: the
Heparin in Early Patency (HEAP) randomized trial.
J Am Coll Cardiol 2000 35(3):600
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem as Diretrizes?
TRATAMENTO ANTITROMBÓTICO ADJUVANTE À REPERFUSÃO
Gilson Soares Feitosa - Cardiologista
Professor Titular da Escola Bahiana de Medicina e
Saúde Pública.
Diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Santa
Izabel da Santa Casa de Misericórdia da Bahia.
Gustavo Freitas Feitosa - Cardiologista
Responsável pela Reabilitação Cardíaca do
Hospital Santa Izabel da Santa Casa de
Misericórdia da Bahia.
Gilson Soares Feitosa Filho - Cardiologista
Doutor em Cardiologia pela USP.
Professor Adjunto da Escola Bahiana de Medicina
e Saúde Pública.
Supervisor do Programa de Residencia Médica do
Hospital Santa Izabel da Santa Casa de
Misericórdia da Bahia.
E-mail para correspondência [email protected]
Reperfusão miocárdica é habitualmente obtida
no contexto de um infarto agudo do miocárdio
com supradesnivelamento de segmento ST, onde
o fenômeno determinante do evento é
habitualmente a instalação de uma trombose
oclusiva sobre um placa aterosclerótica rota, no
interior da artéria coronária(1). A reperfusão se faz
por intermédio de agentes trombolíticos, ou
desobstrução promovida por procedimentos de
intervenção percutânea, tais como angioplastia
por balão, colocação de stents convencionais ou
com eluição de medicamentos, auxiliados ou não
por distintos métodos de extração de trombos.
Em todos os casos que se considere há um risco
considerável para a retrombose. Daí porque é
essencial a utilização periprocedimento e após a
realização do mesmo de antitrombóticos. Em
termos gerais são eles os agentes antiplaquetários
e os agentes anticoagulantes. Quando do
surgimento de terapêuticas efetivas de
reperfusão a lista de antitrombóticos adjuvantes
ao procedimento era limitada a poucos
antiplaquetários, destacando-se a aspirina entre
eles e dentre os anticoagulantes predominava a
heparina n ã o fracionada e os anticoagulantes
orais antivitamina K. Esta lista ampliou-se
consideravelmente e como se pode apreciar no
quadro 1 passou a ter vários grupos distintos de
ação:
Quadro 1: Agentes antitrombóticos
Antiplaquetários
Aspirina
Dipiridamol
Tieneopiridínicos Ticlopidina Clopidogrel
Prasugrel
Ticagrelor
Cangrelor
AntiGP IIbIIIa Abciximab Tirofiban Eptifibatide
Outros:
Sulfinpirazona, cilostasol
Anticoagulantes Heparinas H. não-fracionada H.
Fracionada Enoxaparina Fraxiparina
Outras:
Pentassacáride
Fondaparinux
Inibidores do Fator Xa
Fondaparinux
Idraparinux
Otamixaban
Rivaroxaban
Apixaban
Betrixaban
Edoxaban
Outros:
Inibidores Diretos da Trombina
Argatroban
Hirudina
Bivalirudina
Melagatran
Ximelagatran
Dabigatran
Outros:
Antivitamina K Varfarina Fenprocumona
Dicumarol
A lista exposta no quadro 1 revela alguns dos
agentes antitrombóticos e seus grupos
farmacológicos. Algumas dessas substâncias já
foram testadas como terapêutica adjuvante de
reperfusão miocárdica e já não mais são
rotineiramente consideradas para emprego nessa
condição, como por exemplo o dipiridamol, a
sulfinpirazona, entre outras. Há ainda substâncias
que foram largamente substituídas por outras
mais recentes e que apresentam vantagens
31
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem as Diretrizes?
32
clínicas quanto ao seu uso, por exemplo a
ticlopidina que cedeu lugar ao clopidogrel. Há
ainda aquelas mais recentes que, embora muito
promissoras, não foram testadas
convenientemente nesse contexto de reperfusão
m i o cá rd i ca co m o p o r exe m p l o a l g u n s
antiplaquetários tais como ticagrelor e cangrelor e
anticoaguiantes de ação direta antiXa , como
apixaban e rivaroxaban ou antitrombínicos
diretos como a dabigatrana. Estes últimos têm
oferecido resultados muito promissores no
contexto de trombose venosa profunda e
fibrilação atrial comparativamente a heparinas,
m a i s e s p e c i f i c a m e n t e a e n oxa p a r i n a .
Consideremos o que orientam as diretrizes mais
recentes sobre o emprego de antitrombóticos no
contexto de reperfusão miocárdica em processos
de trombólise ou de intervenção percutânea
primária, antes, durante e após os procedimentos
em questão. Há muitas diretrizes no mundo em
relação esse tema. As diretrizes Européia
(European Heart Journal (2008) 29, 2909–2945),
Brasileira ( Dezembro 2009, vol. 93 (6), Supl. 2,
págs. e179-e264 ) e Americana (JACC 2009. 54,
2205–41) de SCA com Supradesnivelamento de
Segmento ST trazem graus de recomendações e
níveis de evidências com critérios semelhantes, o
que permite a comparação entre elas (Vide tabela
2). Outra importante e mais recente diretriz foi
publicada pelo ILCOR (International Liaison
Comitee On Resuscitation), com alguns
representantes de todos os continentes do
mundo, e publicada em Outubro de 2010
s i m u l ta n e a m e nte n a C i rc u l at i o n e n a
Resuscitation. Esta diretriz traz o enfoque das
primeiras horas de atendimento das síndromes
coronárias agudas e, por ser mais recentes,
acrescenta algumas informações às previamente
citadas.( Circulation 2010;122;S422-S465).
Tratam-se de diretrizes relativamente recentes e,
representando versões novas de diretrizes
publicadas há não muito tempo ou, como no caso
Tabela 2:
Graus de recomendação e Níveis de evidência de antiplaquetários e anticoagulantes no tratamento de reperfusão do IAM com
supra-ST em diferentes diretrizes internacionais
ESC 2008
Brasil 2008
AHA/ACC 2009
ANGIOPLASTIA
PRIMÁRIA
Aspirina
IB
IA
Clopidogrel - dose de ataque
IC
IB
IA
IC
Prasugrel I B
Balão = I B
Abciximab
IIa A
Stent em lesões com alto risco trombótico = I I a B
IIa A
Tirofiban
Eptifibatide
Heparina
Bivalirudina
Fondaparinux
IIb B
IIb C
IC
IIa B
III B
Stent em qualquer risco = I I b B
-------------------------------
IIa B
IIa B
IC
IB
III C
IA
IA
IA
IA
IB
IC
-------
IB
TERAPIA
FIBRINOLÍTICA
Aspirina + Clopidogrel
Enoxaparina
Heparina não-fracionada
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Fondaparinux
IB
IA
Com SK = I I a B
IA
Com SK = I I a C
Com SK = I I a B
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem as Diretrizes?
da americana, uma atualização forçada por
evidências recentemente construídas, em torno
de pontos específicos. O que comprova o
continuado interesse em torno de um problema
de grande relevância médica e, dado o
contingente populacional acometido pelo
mesmo, avanços, por pequenos que pareçam ser,
têm o potencial de favorecer um grande número
de indivíduos acometidos por infarto com
supradesnivelamento de ST. A diretriz brasileira
está muito bem escrita e detalha de forma útil
muitos aspectos que não são tratados dessa
maneira nas demais, a exemplo do refinamento
de considerações do uso de abciximab nas
diferentes formas de intervenção coronariana
percutânea primária. Por outro lado, e revelando
um comportamento que se repete em várias
diretrizes promovidas pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia, não são considerados graus de
recomendações de medicamentos que à época da
confecção da diretriz não houvessem sido
disponibilizados no Brasil para seu emprego. Por
isso que vários dos medicamentos elencados em
suas indicações por seus distintos graus de
recomendação e evidências nas duas outras
diretrizes não aparecem na da SBC. Registra-se em
todas uma insistente recomendação de uso de
antitrombóticos de maneira intensiva geralmente
associando em várias fases da reperfusão uma
terapêutica antiplaquetária dupla e um
anticoagulante. Obviamente o temor de
sangramentos existe e definitivamente aumenta
sempre que se incrementam as ações
antitrombóticas. Porém, o balanço líquido que
leva em conta, de um lado ao aumento da eficácia
em evitar a reoclusão trombótica do vaso afetado,
e do outro o excesso de sangramento, tem sido
favorável para as combinações sugeridas nas
diretrizes como sendo de grau I ou Iia. Certas
nuances do tratamento antitrombótico existem e
que devem ser salientadas nas visões de conjunto
das mesmas. Alem disso tabelas podem não
conter todas as circunstâncias do seu uso. Estas
nuances podem ser abordadas na descrição de
cada classe farmacológica a seguir:
Aspirina
A aspirina tem um registro de longa experiência
de bons resultados sendo consideravelmente
custo-efetiva. É o antiplaquetário principal em uso
e os demais são sempre considerados como uma
adição ao seu emprego e nunca como uma
substituição eletiva. Deve ser administrada tão
l o g o s e fa ç a a s u s p e i t a d i a g n ó s t i c a ,
independentemente da terapia de reperfusão
aplicada, numa dose inicial de 150 a 325 mg por
via oral, mastigados para antecipar a absorção
(mesmo motivo pelo qual se deve evitar
comprimidos revestidos). As contra-indicações
são hipersensibilidade à droga, úlcera péptica
ativa, discrasia sanguínea e hapatopatia grave. A
dose para a manuntenção é de 75 a 160 mg
diários. Estes aspectos são comuns aos consensos
brasileiro, europeu e americano. Este último
enfatiza a recomendação de manuntenção de
uma dose de 162 a 325mg diários. A despeito do
seu potencial efeito de determinar esofagite ou
gastrite e úlcera péptica tendo o sangramento
como conseqüência relevante(2). Tal preocupação
leva ao uso freqüente concomitante de inibidores
de bomba de prótons principalmente quando em
terapêutica antiplaquetária dupla. Por outro lado
a possível interação de inibidores de bomba de
prótons com clopidogrel foi até recentemente
motivo de alguma preocupação, já superada
conforme estudos recentes(3).
33
Tienopiridínicos
A ticlopidina foi superada pelo clopidogrel por
este apresentar maior eficácia e tolerabilidade. O
clopidogrel tem sido amplamente utilizado em
procedimentos de intervenção coronariana
percutânea sendo sua utilzação em casos de
trombólise mais limitada porem claramente
efetiva. Em pacientes que serão submetidos a
trombólise recomenda-se, em associação a
aspirina, uso de clopidogrel 300mg via oral,
seguido de dose de 75mg por dia de manutenção.
Em pacientes com mais de 75 anos, deve-se iniciar
o uso com 75mg, sem dose de ataque. Em
pacientes que serão submetidos a angioplastia
primária, em adição a aspirina, há recomendação
Classe 1 do uso de clopidogrel 300mg ou,
preferencialmente 600mg no intuito de antecipar
e otimizar a ação anti-plaquetária. O consenso
americano traz como opção, neste contexto o
prasugrel 60mg como dose de ataque)(4).
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem as Diretrizes?
Levanta-se a suspeita de que alguns pacientes
apresentem resistência ao clopidodrel, como
explicação para alguns casos de trombose. A
medida da atividade plaquetária residual não
parece identificar com precisão tais casos, alem
de que a dose maior de clopidogrel em ataque ou
manutenção não parece oferecer solução para o
problema(5). Tal problema será amenizado pelo
surgimento de outros antiplaquetários mais
potentes. O prasugrel parece oferecer essa
perspectiva porem se associa a risco maior de
acidente vascular cerebral.
Inibidores de Glicoproteína Iib IIIa
34
Com o surgimento dos potentes antiplaquetários
em combinação, o papel dos inibidores de GP IIb
IIIa no contexto de infarto agudo do miocárdio
com supra ficou menos estabelecido e seu
emprego fica mais reservado para os casos de
intervenção percutânea, principalmente nas
situações de maior risco ou de maior carga
trombótica.
Heparinas
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Os estudos dão maior suporte ao emprego de
enoxaparina(6) neste contexto de infarto com
supra como pode ser visto nas distintas diretrizes.
A posologia é 30mg EV em bolus, seguido de 1mg
SC de 12/12 horas) nos pacientes sem terapia de
reperfusão. Os pacientes com mais de 75 anos não
devem receber o bolus e devem ter a dose
reduzida para 0,75mg/kg subcutâneo de 12/12
horas. Pacientes com clearance de creatinina
menor que 30 ml/min devem ter a dose reduzida
para 1mg/kg subcutâneo uma vez por dia. Onde
não houver a enoxaparina a heparina nãofracionada terá a posologia de 60UI/kg em bolus,
seguido de infusão de 12UI/kg/h. A varfarina não
é utilizada no contexto da reperfusão e sim,
posteriormente, em certas complicações do
infarto agudo do miocárdio a longo prazo, como
na trombose de ventrículo esquerdo ou em
fibrilação atrial. Fondaparinux parece oferecer
vantagem adicional de eficácia em casos de
trombólise, sendo a de escolha em seguida ao uso
de estreptoquinase. Não deve ser usada
com pespectivas de intervenção coronariana
percutânea .
Bivalirudina
É uma opção com classe I de recomendação para
uso em pacientes encaminhados para
angioplastia independente do uso de heparina
não-fracionada prévia. Para tanto usa-se um bolus
de 0,75 mg/kg seguido de infusão de 1,75
mg/kg/h interrompendo a infusão ao final do
procedimento. É uma medicação útil também
para terapêutica no caso de trombocitopenia
induzida por heparina. Ainda não é disponível em
nosso meio.
Reference List
(1) Rapaport E. Overview: rationale of
thrombolysis in treating acute myocardial
infarction. Heart Lung 1991 September;20(5 Pt
2):538-41.
(2) Taha AS MCPReal. Famotidine for the
prevention of peptic ulcers and oesophagitis in
patients taking low-dose aspirin (FAMOUS): a
phase III, randomised, double-blind, placebocontrolled trial. Lancet 2009;374:119-25.
(3) Bhatt DL, Cryer BL, Contant CF et al.
Clopidogrel with or without omeprazole in
coronary artery disease. N Engl J Med 2010
November 11;363(20):1909-17.
(4) Antman EM, Wiviott SD, Murphy SA et al. Early
and late benefits of prasugrel in patients with
acute coronary syndromes undergoing
percutaneous coronary intervention: a TRITONTIMI 38 (TRial to Assess Improvement in
Therapeutic Outcomes by Optimizing Platelet
InhibitioN with Prasugrel-Thrombolysis In
Myocardial Infarction) analysis. J Am Coll Cardiol
2008 May 27;51(21):2028-33.
(5) Price MJ, Berger PB, Teirstein PS et al.
Standard- vs high-dose clopidogrel based on
platelet function testing after percutaneous
coronary intervention: the GRAVITAS randomized
trial. JAMA 2011 March 16;305(11):1097-105.
(6) Rubboli A. Efficacy and Safety of LowMolecular-Weight Heparins As An Adjunct to
Thrombolysis in Acute ST-Elevation Myocardial
Infarction. Curr Cardiol Rev 2008
February;4(1):63-71.
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
REGISTROS DE SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS:
O QUE SÃO, QUAIS SUAS LIÇÕES E COMO INTERPRETÁ-LOS CORRETAMENTE?
Juarez Rosso de Braga - Research fellow. Division of Cardiology, Toronto General Hospital, Canada.
1. O que são registros?
Registros são definidos como "sistemas
organizados para a coleta, armazenamento,
análise e disseminação de informações
provenientes de indivíduos com uma doença em
particular, fator de risco, ou exposição à
substância ou dispositivo suspeitos de causarem
problemas de saúde" (1). Os registros têm ganho
considerável destaque em Medicina e Saúde
Pública e são hoje utilizados como metodologia de
pesquisa para atender a uma variedade de
objetivos e responder a uma série de perguntas.
Dentro da Cardiologia, os registros têm se tornado
uma ferramenta muito popular obtendo
visibilidade crescente na última década. São hoje
utilizados para avaliar pacientes com síndrome
coronariana aguda (SCA), insuficiência cardíaca,
procedimentos de revascularização, implante de
desfibriladores e suporte circulatório mecânico,
apenas para citar algumas das condições mais
estudadas (2-7).
2. Para que servem os registros?
Os registros podem atender a muito propósitos,
servindo ao clínico individual, uma instituição,
agência governamental, plano de saúde ou
entidade financiadora. Por suas características os
registros permitem a produção de grande
quantidade de informações sobre tratamentos e
desfechos de múltiplos pacientes em diferentes
condições clinicas, o que é de extrema
importância para o profissional de saúde em sua
prática diária. Do ponto de vista institucional ou
para os governos, registros servem para
identificar centros ou áreas geográficas onde as
práticas de atenção à saúde são subótimas
quando comparadas às diretrizes, permitindo
encontrar as barreiras para sua implementação e
ainda como superá-las. Podem ainda demonstrar
disparidades no atendimento em saude utilizado
para determinadas etnias, grupos raciais ou
p o p u l a ç õ e s d e s fav o re c i d a s . Pe r m i t e m
oportunidade única para comparação do
desempenho entre instituições contribuindo para
o controle de qualidade e utilização de medidas
educacionais quando necessário (8). Ainda p o r
contemplarem muitos indivíduos, os registros
permitem a avaliação da eficácia de intervenções
em populações frequentemente excluídas dos
estudos randomizados controlados (ERC) e
também a identificação de eventos adversos raros
causados por medicações e dispositivos tendo
importante papel na monitorização da segurança.
A execução de um registro para esse fim pode ser
exigida da industria farmacêutica constituindo os
chamados estudos fase IV (8). O grande atrativo
dos registros é sua habilidade de representar o
paciente típico da prática clínica, no mundo real,
diferente da imagem "idealizada" obtida a partir
dos ERC (9).
3. Qual o seu papel em relação aos estudos
randomizados controlados?
Indiscutivelmente, os estudos randomizados
controlados estão no topo da hierarquia que
estabelece a melhor evidência para a prática
clínica (10). A Cardiologia tem situação diferenciada
em relação a outras especialidades por dispor de
uma série de intervenções testadas em ERC e
capazes de reduzir a mortalidade e outros
importantes desfechos, servindo como base para
uma prática baseada em evidências. O processo
de randomização empregado nos ERC estabelece
de maneira poderosa sua validade interna,
garantindo grupos similares tanto em relação a
características conhecidas como desconhecidas.
Isso permite que diferenças nos desfechos entre
os grupos seja atribuída somente a eficácia das
intervenções sendo testadas (11). Entretanto, os
ERC apresentam outras características que
acabam por limitar sua validade externa ou
capacidade de generalizar seus resultados. Entre
elas, critérios de inclusão restritivos que servem
para obter uma amostra homogênea mas que
acabam por selecionar em demasia os
participantes, excluindo sistematicamente
indivíduos de idade avançada ou muito jovens,
certas etnias, o gênero feminino, e aqueles com
presença de comorbidades avançadas ou em
associação (12). Estima-se que menos de um terço
de todos os pacientes com SCA são elegíveis para
serem incluídos em um ERC (13). Além das
limitações quanto à validade externa , problemas
35
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
36
como complexidade e custo afetam a duração de
um ERC. Estes raramente excedem 3 a 5 anos. A
curta duração de um ERC reduz sua capacidade de
estimar riscos. Por exemplo, o risco cardiovascular
aumentado com uso de antiinflamatórios nãoesteroidais nunca foi detectado em ERC para
condições reumatológicas visto analisarem
desfechos não-relevantes (sintomas) em tempo
de seguimento reduzido ( 1 4 ) . Ainda, em
determinadas situações não é ética a condução
dos ERC, e outras estratégias de pesquisam
precisam ser exploradas. As limitações expostas
dos ERC mantém a necessidade por estudos
observacionais, mais especificamente os
registros. Estes, conforme descrito, podem incluir
todo o espectro de pacientes com determinada
condição, avaliando populações bastante
heterogêneas quando comparadas aqueles dos
ERC. Além disso, o seguimento desses pacientes
pode ser feito por muitos anos e com custos não
tão elevados. Os ERC fornecem a base para o que
seria a melhor estratégia de tratamento,
enquanto os registros têm a habilidade de
determinar como essas novas estratégias são
empregadas ou irão funcionar no mundo real,
fornecendo uma imagem da Medicina como ela é
praticada. Registros e estudos randomizados
controlados assumem portanto um papel
complementar dentro da Cardiologia e não
competem em seus objetivos. A combinação de
ambas as formas de estudo é que permite
estabelecer adequadamente as aplicações dos
avanços tecnicos dentro da Cardiologia (15).
4. Exemplos de registros de síndromes
coronarianas agudas.
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Vários registros de SCA estão (estiveram) em
andamento ao redor do mundo, gerando
informações extremamente relevantes. Alguns
exemplos de registros de SCA mostram como têm
sido utilizados amplamente: Nos Estados Unidos,
o registro CRUSADE (16) e NRMI (18). Na Europa, o
European Heart Survey ACS envolvendo 25 países
(18), e ainda vários projetos em países individuais
como o registro MINAP na Inglaterra (19), o AMIS
Plus na Suíça (20), o registro português (21), e o
f ra n c ê s ( 2 2 ) . N a A m é r i ca L at i n a , m a i s
especificamente no México, o registro RENASICA
e no Brasil, 2 iniciativas: a primeira delas
liderada pelos Doutores Leopoldo Piegas e Álvaro
Avezum(24), e mais recentemente a da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (25).
(23)
5. Lições dos registros de síndromes
coronarianas agudas.
Graças aos registros de SCA muitas lições que hoje
nos parecem óbvias foram aprendidas:
- Existe grande variação na prática clínica quanto
às estratégias adotadas para tratar uma SCA
conforme a área geográfica analisada e o tipo de
instituição (acadêmica versus não-acadêmica) (2628).
- Pacientes com SCA de alto risco recebem menos
terapias baseadas em evidências e menos
intervenções e procedimentos invasivos que
indivíduos com SCA de baixo risco (29-34).
- Quase a metade dos pacientes com um infarto
agudo do miocárdio com supradesnivelamento
do segmento ST não recebe um procedimento de
reperfusão (fibrinólise ou angioplastia primária)
dentro do tempo recomendado pelas diretrizes (3538).
- Os hospitais que mais aderem às diretrizes têm
menores taxas de mortalidade para SCA do que
àqueles que não as seguem (39-41).
6. Como avaliá-los criticamente?
Como com qualquer outro tipo de estudo clínico, a
avaliação crítica de um registro se faz necessária.
Apenas dessa maneira pode-se ter uma adequada
perspectiva e implicações das informações
provenientes desse tipo de estudo. É comum que
colegas se refiram a um registro como uma
"representação do mundo real", enquanto na
verdade, os registros também apresentam
potenciais fontes de vieses gerando limitações
quanto aos resultados encontrados e desviandose de maneiras variadas do objetivo de
representar a prática clínica. Para garantir a
qualidade dos dados provenientes de um registro
devem ser utilizadas técnicas adequada de
amostragem p a r a s e l e ç ã o d o s c e n t r o s
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
participantes e investigadores, definições claras e
precisas das condições em estudos, adequada
seleção dos participantes, e informações
completas quanto aos dados coletados. Além
disso, procedimentos estatísticos apropriados e
claros para a análise dos dados são fundamentais.
À medida que os registros assumem um papel
proeminente, entender o impacto dos seus vieses
é criticamente importante.
7. Potenciais fontes de vieses
7.1 Seleção de centros
Registros que incluem centros investigadores que
se voluntariam e desejam participar desse tipo de
estudo são por natureza centros com melhor
estrutura, com melhores profissionais e por
consequência melhor aderência às diretrizes.
Estima-se que centros mais desfavorecidos em
termos técnicos tenham menor chance de fazer
parte de um registro e por consequência não
influenciam os resultados com o que seriam
piores desfechos(42). Ironicamente, entre os
centros que participam de um registro, se existir
variabilidade na aderência ao protocolo e
procedimentos do estudo por parte dos
investigadores, aqueles que mais aderem as
regras e recrutam pacientes da maneira
recomendada são os que parecerão ter um pior
desempenho ao se analisar os resultados. É
importante para que os achados de um registro
sejam fidedignos que a seleção de centros se faça
de maneira ampla e em busca de investigadores
efetivamente comprometidos com a ciência (9).
7.2 Seleção de pacientes
É evidente que nenhum registro vai incluir 100%
dos pacientes com uma SCA. Nesse sentido, a
maioria dos registros adota como método de
seleção a inclusão de pacientes de maneira
consecutiva durante um determinado período de
tempo. Duas recentes publicações demonstram o
impacto nos resultados dos registros quando isso
não é observado pelos investigadores resultando
em viés de seleção. Ferreira- González et al
revisaram os dados de centros participantes do
registro espanhol de SCA (MASCARA). Seu
objetivo principal foi assegurar-se que os centros
haviam incluído pacientes consecutivos. Para isso,
em um primeiro momento, pediu-se aos centros
que fornecessem a lista de todos os pacientes com
SCA atendidos no hospital durante a inclusão dos
pacientes. Esses dados foram então cruzados com
a lista de pacientes incluídos pelos centros no
registro, com o propósito de encontrar pacientes
elegíveis que não foram incluídos. Posteriomente,
os investigadores compararam pacientes elegíveis
mas não incluídos com aqueles efetivamente
incluídos no estudo. Os resultados mostraram que
indivíduos elegíveis com SCA não-incluídos no
registro apresentavam risco cardiovascular mais
elevado, receberam menos terapias baseadas em
evidência e ainda tiveram risco 3 vezes maior de
mortalidade quando comparados àqueles
pacientes incluídos no registro. Os autores
demonstraram que apesar de indicado pelo
protocolo a inclusão de pacientes consecutivos,
isso não foi cumprido com graves consequências
como a subestimativa do risco dos pacientes com
SCA (43). Uma análise do registro sueco de SCA
(RIKS-HIA) demonstrou resultados semelhantes.
Os dados do registro foram cruzados com dados
do país para indivíduos com SCA. O registro incluiu
70% de todos os indivíduos com SCA da Suécia
durante a realização do estudo. Entretanto,
aqueles incluídos eram mais jovens, mais
frequentemente eram homens, tinham menos
fatores de risco cardiovascular, e mais
frequentemente foram submetidos a um
procedimento de revascularização que aqueles
indivíduos não-incluídos no registro (44). As
consequências do viés de seleção são profundos
como indicados pelo estudo espanhol e sueco.
Virtualmente, qualquer questão que busque
utilizar esses registros para ser respondida pode
ser afetada. Apesar dos achados no registro
espanhol e sueco poderem serem exclusivos a
esses mesmos estudos, a mera possibilidade que
o viés de seleção seja um problema em todos os
registros compromete seriamente seus
resultados. Um registro pode criar incentivos de
maneira indireta para estimular a inclusão de
pacientes de baixo risco e com menor chance de
complicacões, especialmente quando é feita a
comparação direta dos centros investigadores ou
37
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
quando existe o ressarcimento pelos planos de
saúde por desempenho como ocorre nos Estados
Unidos. Isso é especialmente verdadeiro para os
registros de cirurgia cardíaca e intervenção
coronariana percutânea, onde cirurgiões /
intervencionistas podem ter interesse direto em
demonstrar melhores resultados.
7.3 Dados faltantes
38
Ao se planejar um registro, é preciso considerar
que existe um limite na quantidade de
informações que podem ser coletadas por
paciente. Caso opte-se por um excessivo número
de variáveis, aumenta-se a probabilidade de
dados faltantes comprometendo o estudo(42). Ao
mesmo tempo, é necessário que os centros
forneçam o máximo possível das informações
solicitadas, caso contrário durante a análise
estatística necessita-se empregar técnicas para
imputação dos dados faltantes como a
substituição pela média ou técnicas mais
avançadas como a imputação múltipla. Vale
lembrar que o uso dessas técnicas é questionável,
mas na presença de dados faltantes acabam
sendo obrigatórias para o cálculo dos modelos de
regressão multivariada.
7.4 Classificação inadequada das variáveis.
SCA Síndromes Coronárias Agudas
O uso de definições claras e aceitas pela maioria
da comunidade científica para cada variável e
desfecho coletados durante o estudo garante a
validade interna de um registro. Deve ser
lembrado que o processo de coleta de dados
consiste na codificação das características
individuais de um paciente o que muitas vezes
consiste em reduzir uma condição como por
exemplo a angina instável em meros "sim" ou
"não". A padronização das definições garante que
todos os participantes sejam identificados e
classificados da mesma maneira garantindo a
reproducibilidade dos dados (1,42) . É ainda
importante que os registros tenham mecanismos
para controle de qualidade e possam comparar as
informações originais de onde foram extraídos os
d a d o s c o m aquelas fornecidas de maneira
codificada para o um estudo clínico.
7.5 Análise estatística
Múltiplas análises em busca de associações
podem levar a resultados "significativos"
meramente pela chance. Idealmente, todas as
análises devem ser pré-especificadas no
protocolo(42). Além disso, como exposto no item
7.3 existe um limite do que pode ser solicitado de
informações por paciente. Mas deve ser lembrado
que todas as variáveis não-medidas e que
posteriomente não serão incluídas na análise
estatística podem interferir com os resultados.
Registros não são estudos randomizados logo os
grupos em comparação não são balanceados.
Nesse sentido, diferenças entre os grupos podem
causar confusão quanto ao efeito do tratamento
sobre os desfechos. Apesar de múltiplas técnicas
estatísticas poderem ser usadas para modelar os
dados e "ajustar" os resultados ainda assim
variáveis não-aferidas ou desconhecidas podem
repercutir nos achados. Duas análises
aparentemente contraditórias do registro sueco
de angiografia e angioplastia (SCAAR) dão um
exemplo da interferência de variáveis que nem
sempre podem ser ajustadas. A análise inicial do
registro com pacientes incluídos em 2003/2004
sugeria maiores taxas de mortalidade com stents
farmacológicos que com os stents convencionais.
Uma reanálise do registro com pacientes incluídos
entre 2003–06 demonstrou o inverso. A razão
mais aceita para isso é que a inclusão de mais
pacientes equilibrou as diferenças em termos de
lesões coronarianas entre os dois grupos. Esses
a c h a d o s d e m o n st ra m a s i m p rev i s í ve i s
consequências de diferenças entre os grupos (45).
8. Direções futuras
A qualidade dos estudos randomizados
controlados aumentou dramaticamente nas
últimas décadas com o uso de diretrizes para a sua
condução e publicação e ainda pelo
desenvolvimento técnico do profissional de saúde
que hoje tem melhores habilidades críticas ao ler
e avaliar um ERC. Da mesma maneira, à medida
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
que aumenta a importância dos registros e seu
crescente uso para investigação clínica, espera-se
melhores desenhos, métodos para coleta de
dados, análise estatística e controle de qualidade,
de maneira a transformar os registros em
melhores e mais confiáveis fontes de informação.
Nesse sentido, ao mesmo tempo que hoje esperase um alto rigor cientifico para ERC em todas as
suas etapas, deve-se exigir o mesmo grau de rigor
para os registros. Espera-se ainda do profissional
de saúde que não aceite os registros como
perfeita representação do mundo real, mas que
como todo estudo clínico apresenta limitações e
vieses que precisam ser identificados.
Referências
1.Gliklich RE, Dreyer NA, eds. Registries for
Evaluating Patient Outcomes: A User's Guide. 2nd
ed. (Prepared by Outcome DEcIDE Center
[Outcome Sciences, Inc. d/b/a Outcome] under
Contract No. HHSA29020050035I TO3.) AHRQ
Publication No.10-EHC049. Rockville, MD: Agency
for Healthcare Research and Quality. September
2010.
2.Fox KA, Eagle KA, Gore JM, et al. The Global
Registry of Acute Coronary Events, 1999 to 2009 –
GRACE. Heart 2010; 96:1095 – 1101.
3.Fonarow GC; ADHERE Scientific Advisory
Committee. The Acute Decompensated Heart
Failure National Registry (ADHERE): opportunities
to improve care of patients hospitalized with
acute decompensated heart failure. Rev
Cardiovasc Med 2003; 4 Suppl 7:S21-30.
4.Lamy A, Wang X, Farrokhyar F, et al. A cost
comparison of off-pump CABG versus on-pump
CABG at one-year: The Canadian off-pump CABG
registry. Can J Cardiol 2006; 22:699-704.
5.Palmer G, Herbert MA, Prince SL, et al. Coronary
Artery Revascularization (CARE) registry: an
observational study of on-pump and off-pump
coronary artery revascularization. Ann Thorac
Surg 2007; 83:986-91.
6.Lee D, Krahn A, Healey J, et al. Evaluation of early
complications related to de novo cardioverter
defibrillator implantation. J Am Coll Cardiol 2010;
55:774-782.
7.Miller M, Ulisney K, Baldwin T. INTERMACS
(Interagency Registry for Mechanically Assisted
Circulatory Support): A New Paradigm for
Translating Registry Data Into Clinical Practice. J
Am Coll Cardiol 2010; 56;738-740.
8.Gitt A, Bueno H, Danchin N, et al. The role of
cardiac registries in evidence based medicine. Eur
Heart J 2010; 31: 525-529.
9.Krumholz H. Registries and selection bias. Circ
Cardiovasc Qual Outcomes 2009; 2;517-518.
10.Barton S. Which clinical studies provide the
best evidence? BMJ 2000; 321:255.
11.Altman DG, Bland JM. Statistics notes:
treatment allocation in controlled trials. Why
randomise? BMJ 1999; 318:1209.
12.Yusuf S, Held P, Teo KK, et al. Selection of
patients for randomized controlled trials:
implications of wide or narrow eligibility criteria.
Stats Med 1990; 9: 73–86.
13.Masoudi FA, Havranek EP, Wolfe P, et al. Most
hospitalized older persons do not meet the
enrollment criteria for clinical trials in heart
failure. Am Heart J 2003;146:250–257.
14.Topol EJ. Failing the public health—rofecoxib,
Merck, and the FDA. N Engl J Med 2004; 351:
1707–09.
15.Granger CB, Gersh BJ. Clinical trials and
registries in cardiovascular disease: competitive
or complementary? European Heart Journal
2010; 31:520–521.
16.Hoekstra JW, Pollack CV Jr, Roe MT, et al.
Improving the care of patients with non-STelevation acute coronary syndromes in the
emergency department: the CRUSADE initiative.
Acad Emerg Med 2002; 9:1146-55.
17.Rogers WJ, Bowlby LJ, Chandra NC, et al.
Treatment of myocardial infarction in the United
States (1990 to 1993): observations from the
National Registry of Myocardial Infarction.
Circulation 1994; 90:2103–14.
18.Hasdai D, Behar S, Wallentin L, et al. A
prospective survey of the characteristics,
treatments and outcomes of patients with acute
coronary syndromes in Europe and the
Mediterranean basin; the euro heart survey of
acute coronary syndromes (Euro Heart Survey
ACS). Eur Heart J 2002; 23:1190–1201.
19.Herrett E, Smeeth L, Walker L, et al. The
Myocardial Ischemia National Audit Project
(MINAP). Heart 2010; 96:1264-1267.
39
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
40
SCA Síndromes Coronárias Agudas
20.Radovanovic D, Erne P. AMIS Plus: Swiss
registry of acute coronary syndrome. Heart 2010;
96:917-921.
21.Santos JF, Aguiar C, Gavina C, et al. Registry of
Acute Coronary Syndromes: seven years of
activity. Rev Port Cardiol 2009; 28:1465-500.
22.Dujardin JJ, Steg PG, Puel J, et al. FACT: French
national registry of acute coronary syndromes.
Specific study of French general hospital centers.
Ann Cardiol Angeiol 2003; 52:337-43.
23.García-Castillo A, Jerjes-Sánchez C, Bermúdez
PM, et al. RENASICA II - Registro Mexicano de
Síndromes Coronarios Agudos. Arch Cardiol Mex
2005; 75:6-19.
24.Piegas LS, Guimarães HP, Ritt LEF, et al.
Brazilian Registry of Acute Coronary Syndromes.
Eur Heart J 2007; 28(suppl1):829.
25.Sociedade Brasileira de Cardiologia. Registro
da Prática Clínica em Síndrome Coronária Aguda.
Acessado em http://socios.cardiol.br/iephcor/oque-accept.asp em 28-março-2011.
26.Fox KA, Goodman SG, Klein W. Management of
acute coronary syndromes. Variations in practice
and outcome Findings from the Global Registry of
Acute Coronary Events (GRACE). Eur Heart J 2002;
23:1177–1189.
27.O'Connor GT, Quinton HB, Traven ND.
Geographic Variation in the Treatment of Acute
Myocardial Infarction. JAMA 1999; 281:627-633.
28.Ko DT, Krumholz HM, Wang Y, et al. Regional
differences in process of care and outcomes for
older acute myocardial infarction patients in the
United States and Ontario, Canada. Circulation
2007; 115:196-203.
29.Yan AT, Yan RT, Tan M, et al. Management
Patterns in Relation to Risk Stratification Among
Patients With Non–ST Elevation Acute Coronary
Syndromes. Arch Intern Med 2007; 167:10091016.
30.Jedrzkiewicz S, Goodman SG, Yan RT, et al.
Temporal Trends in the Use of Invasive Cardiac
Procedures for Non-ST-Segment Elevation Acute
Coronary Syndromes According to Initial Risk
Stratification. Can J Cardiol 2009; 25:e370-6.
31.Oliveira GBF, Avezum Á, Frederick FA, et al. Use
of proven therapies in non–ST-elevation acute
coronary syndromes according to evidence-based
risk stratification. Am Heart J 2007; 153:493-9.
32.Fox KAA, Anderson Jr FA, Dabbous OH, et al.
Intervention in acute coronary syndromes: do
patients undergo intervention on the basis of their
risk characteristics? The Global Registry of Acute
Coronary Events (GRACE). Heart 2007; 93:177-82.
33.Bhatt DL, Roe MT, Peterson ED, et al. Utilization
of early invasive management strategies for highrisk patients with non-ST-segment elevation acute
coronary syndromes: Results from the CRUSADE
quality improvement initiative. JAMA 2004;
292:2096-104.
34.Roe MT, Peterson ED, Newby LK, et al. The
influence of risk status on guidelines adherence
for patients with non-ST-segment elevation acute
coronary syndromes. Am Heart J 2006; 151:12051213.
35.McNamara RL, Herrin J, Bradley EH, et al.
Hospital improvement in time to reperfusion in
patients with acute myocardial infarction, 19992002. J Am Coll Cardiol 2006; 47:45-7.
36.Schiele F, Hochadel M, Tubaro M. Reperfusion
strategy in Europe: temporal trends in
performance measures for reperfusion therapy in
ST-elevation myocardial infarction. Eur Heart J
2010; 31:2614-2624.
37.Eagle KA, Nallamothu BK, Mehta RH, et al.
Trends in acute reperfusion therapy for STsegment elevation myocardial infarction from
1999 to 2006: we're getting better but we've got a
long way to go. Eur Heart J 2008; 29:609-617.
38.Eagle KA, Goodman SG, Avezum Á, et al.
Practice variation and missed opportunities for
reperfusion in ST-segment-elevation myocardial
infarction: findings from the Global Registry of
Acute Coronary Events (GRACE). Lancet 2002;
359:373-7.
39.Peterson ED, Roe MT, Mulgund J, et al.
A s s o c i at i o n b et we e n h o s p i ta l p ro c e s s
performance and outcomes among patients with
acute coronary syndromes. JAMA 2006; 295:
1912–1920.
40.Granger CB, Steg PG, Peterson E, et al.
Medication performance measures and mortality
following acute coronary syndromes. Am J Med
2005; 118:858-65. 41. Bradley EH, Herrin J, Elbel B,
et al. Hospital quality for acute myocardial
infarction: correlation among hospital measures
and relationship with short-term mortality. JAMA
2006; 296:72-8.
42.McNamara R. Cardiovascular registry comes of
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
O que dizem os registros?
20.Radovanovic D, Erne P. AMIS Plus: Swiss registry
of acute coronary syndrome. Heart 2010; 96:917921.
21.Santos JF, Aguiar C, Gavina C, et al. Registry of
Acute Coronary Syndromes: seven years of activity.
Rev Port Cardiol 2009; 28:1465-500.
22.Dujardin JJ, Steg PG, Puel J, et al. FACT: French
national registry of acute coronary syndromes.
Specific study of French general hospital centers.
Ann Cardiol Angeiol 2003; 52:337-43.
23.García-Castillo A, Jerjes-Sánchez C, Bermúdez
PM, et al. RENASICA II - Registro Mexicano de
Síndromes Coronarios Agudos. Arch Cardiol Mex
2005; 75:6-19.
41
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
ESTUDOS PLATO, TRITON-TIMI 38 E CURRENT-OASIS 7
Carisi Anne Polanczyk
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para
Avaliação de Tecnologias em Saúde (IATS),
Faculdade de Medicina Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Hospital de Clínicas de Porto
Alegre.
Correspondência: Carísi A. Polanczyk
Centro de Pesquisa Clinica Hospital de Clínicas de
Porto Alegre
Rua Ramiro Barcelos 2350 prédio 21, 21507
CEP - 90 035-003, RS
Fone: 0xx51 3359 6325 Fax: 0xx51 3359 6325
E-mail: [email protected]
42
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Terapia anti-agregante plaquetária com aspirina e
um inibidor dos receptores de ADP P2Y(12)
reduzem o risco de eventos cardiovasculares
maiores após intervenções coronarianas e/ou em
pacientes com síndrome coronariana aguda.
Clopidogrel é o bloqueador do receptor P2Y(12)
mais empregado, testado em inúmeros ensaios
clínicos randomizados em diferentes cenários
clínicos e espectros da doença arterial
coronariana (1). Atualmente é considerado o
fármaco de escolha para associação com aspirina
em pacientes após quadro de síndrome
coronariana aguda com e sem supra-ST e
naqueles submetidos a intervenções coronarianas, mesmo que estáveis. Entretanto,
precisam ser reconhecidos potenciais problemas
com o clopidogrel, como: i) inicio de ação do
fármaco e a capacidade inibitória máxima é
subotima, levando algumas horas para efeito
pleno; ii) variabilidade de inibição de acordo com
genótipo dos indivíduos e iii) irreversibilidade do
efeito nas plaquetas. Como parte de estratégias
para superar essas limitações podemos destacar a
busca da dose e combinação ótima de clodipogrel
e AAS, além da identificação de novos agentes
antiplaquetários, entre eles o prasugrel e o
ticagrelor. Estes últimos, demonstraram em
estudos in vitro, ensaios clínicos fase I e II de ser
mais potentes, com um perfil farmacocinético e
dinâmico mais favorável, maior potência para
inibição plaquetária e menor variabilidade interindivíduos em comparação com clopidogrel. Esses
fármacos antiplaquetários de terceira geração
foram avaliados e ensaios clínicos randomi-
zados multicêntricos de larga escala para testar
sua eficácia e segurança em comparação com
clopidogrel, nos estudos PLATO e TRITON-38. Este
artigo tem por objetivo conduzir uma revisão
crítica destes estudos, contextualizá-los na prática
clinica considerando terapia antiplaquetária
atualmente preconizada.
Estudo PLATO
Ensaio clinico randomizado, duplo-cego, duplomascaramento, delineado para comparar
ticagrelor (180 mg dose ataque, 90 mg 2 vezes ao
dia) e clopidogrel (300-600mg dose ataque, 75 mg
diário) para prevenção de eventos
cardiovasculares em 18.624 pacientes internados
com síndrome coronariana aguda, com e sem
supra-desnível do ST (2).Pacientes com SCA foram
randomizados dentro de 24 horas do inicio dos
sintomas, para aqueles sem (de) supra-ST pelo
menos 2 de 3 dos fatores deveriam estar presente:
alteração do segmento ST, biomarcador positivo,
ou um fator de risco (idade ≥60 anos; infarto do
miocárdio ou revascularização prévia; doença
coronariana com pelo menos lesão em 2 vasos;
AVC ou AIT isquêmico prévio, estenose carótida
ou revascularização prévia; diabetes; doença
arterial periférica; ou insuficiência renal crônica
(depuração de creatinina <60 ml/min/1,73 m2).
Além da intervenção de interesse (clopidogrel e
ticagrelor), todos pacientes receberam aspirina
na dose 75 a 100 mg/dia, com dose de ataque de
325 mg para aqueles sem uso prévio. O desfecho
primário de interesse foi morte vascular, definida
como morte cardio e cerebrovascular ou de
etiologia não conhecida, infarto do miocárdio e
acidente vascular cerebral documentando. Foi
acompanhada também ocorrência de
sangramentos maiores e menores. O estudo foi
patrocinado pela AstraZeneca. Após 12 meses, o
desfecho primário ocorreu em 9,8% dos pacientes
que receberam ticagrelor e 11,7% daqueles que
receberam clopidogrel (RR 0,84; IC 95%, 0,77 –
0,92; P<0,001), sendo a diferença significativa
para infarto do miocárdio sozinho (5,8% vs. 6,9%,
P=0.005) e morte por causas vasculares (4,0% vs.
5,1%, P=0,001), mas não para AVC (Tabela 1). O
efeito benéfico foi mais evidente nos primeiros
30-60 dias e permaneceu constante ao longo do
seguimento. Entre os pacientes que receberam
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
stent, a taxa de trombose definitiva foi menor no
grupo do ticagrelor que clopidogrel (1,3% vs.
1,9%, P=0,009). Não houve diferença na
incidência de sangramentos maiores (11,6% e
11,2%; P=0,43), mas o ticagrelor apresentou mais
sangramento não-relacionado com cirurgia que
clopidogrel (4,5% vs. 3,8%, P=0,03). O tamanho do
efeito para cada desfecho está ilustrado na Tabela
1. Sub-análises do estudo PLATO publicadas
posteriormente confirmaram os achados para
pacientes submetidos a procedimento de
re va s c u l a r i za çã o ( 7 2 % d a a m o st ra ) ( 3 ) ,
independente da presença de polimorfismos
relacionados à resistência ao clopidogrel (4), com
diabetes (5), aqueles com perda de função renal e
submetidos à cirurgia de revascularização na fase
aguda. Segundo os autores, os resultados do
ensaio clínico PLATO oferecem um novo
paradigma para o manejo da SCA, na medida em
que demonstram que ticagrelor, em comparação
com clopidogrel, reduz significativamente as taxas
de morte vascular, infarto do miocárdio e AVC,
embora à custa de aumento sangramento maior
não relacionado à cirurgia de revascularização.
Analise crítica e considerações para prática
Alguns pontos merecem discussão em relação ao
estudo PLATO. Do ponto de vista metodológico o
mesmo parece ter sido bem delineado e
conduzido: ensaio clínico duplo cego, com grupos
semelhantes no inicio do tratamento, grupo em
comparação de acordo com o recomendado pelas
diretrizes internacionais e acompanhados por
pelo menos 1 ano para ocorrência de desfechos
relevantes e bem avaliados. Importante destacar
que no grupo clopidogrel, 79,1% dos pacientes
usaram a medicação na dose de pelo menos 300
mg, 19,6% pelo menos 600 mg entre o evento
índice e as 24 horas após a randomização.
A mortalidade total tem sido questionada, pois foi
acima do esperado para este perfil de pacientes
(4,5% ticagrelor e 5,9% clopidogrel), sendo maior
que a observada em outros ensaios clínicos.
Considerando o tipo de delineamento, difícil
explicar as diferenças observadas entre os grupos
como sendo ao acaso ou algum viés, mais provável
que a mortalidade mais elevada em geral seja
atribuída à inclusão de pacientes com IAM com
supra-ST (6).
Em relação aos dados de segurança é importante
comentar que, ao contrário do esperado, o
ticagrelor, por ter efeito de inibição do P2Y12
reversível, não demonstrou uma redução de
sangramento relacionada à cirurgia cardíaca, mas
houve um aumento de sangramento espontâneo
significativo, incluindo gastrointestinal e
intracraniano. Além disso, o ticagrelor é um
antagonista direto de um receptor de adenosina,
tendo sido relacionado com eventos adversos,
como dispnéia (por broncoconstrição), pausas
ventriculares (depressão do nodo AV) e aumento
de creatinina e acido úrico, efeitos estes todos
transitórios no estudo, mas que podem ter sido
relacionados a uma maior taxa de
descontinuidade da medicação.
Entre os pontos críticos do estudo PLATO, está o
fato da interação observada entre a região de
realização do estudo e o benefício em desfechos
clínicos. De modo intrigante, pacientes arrolados
em centros norte-americanos e canadenses
(n=1814) tiveram um resultado inverso ao
demais, com maior incidência do desfecho
combinado no grupo que recebeu ticagrelor que
clopidogrel, 11,9% vs. 9,6%, respectivamente
(p=0,05 para interação) (2). Em revisão detalhada
dos resultados, vários aspectos foram sugeridos
para explicar a ausência de efeito do ticagrelor na
população norte-americana, entre eles padrão de
uso de AAS e anticoagulantes, baixa mortalidade
global, mas nada conclusivo foi descrito (6,7).
A indústria detentora da patente AstraZeneca,
anunciou a realização de um novo ensaio clínico
randomizado, PEGASUS TIMI-54, que deve arrolar
21.000 pacientes de 30 países, sendo 25% dos
casos dos EUA, para comparar clopidogrel vs.
ticagrelor na SCA.
43
Estudo TRITON TIMI-38
Ensaio clínico randomizado duplo-cego,
conduzido para comparar um novo
tienopiridínico, o prasugrel, com clopidogrel em
13.608 pacientes com SCA de moderado a alto
risco com procedimento de intervenção
percutânea planejada. Foram incluídos pacientes
com angina instável e ou infarto sem supra-ST com
sintomas por pelo menos 10 minutos há menos de
72 horas da randomização, com um escore TIMI
>2, e tanto desvio ST maior 1 mm ou elevação de
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
44
biomarcadores (8) . Pacientes com supra-ST
poderiam ser arrolados dentro de 12 horas do
inicio dos sintomas, se angioplastia fosse
planejada dentro de 14 dias do infarto. A
intervenção consistia de prasugrel (dose de
ataque 60 mg e dose manutenção de 10 mg ao
dia) ou clopidogrel (dose ataque 300 mg e dose
manutenção de 75 mg), por 6 a 15 meses. Os
desfechos foram morte cardiovascular, infarto e
AVC não-fatais. Sendo principal desfecho de
segurança o sangramento. Importante que para o
paciente ser randomizado, o resultado do
cateterismo deveria ser conhecido, sendo que na
maioria dos pacientes a medicação foi
administrada durante ou logo após o
procedimento. Uso de AAS também foi
recomendado na dose de 75 a 162 mg diária. O
estudo foi uma colaboração entre o Grupo TIMI e
os patrocinadores: Daiichi Sankyo e Eli Lilly. O
desfecho primário combinado de morte por
causas cardiovasculares, infarto não-fatal ou AVC
foi menos freqüente no grupo que recebeu
prasugrel (RR 0,81; 0,73-0,90) comparado com
clopidogrel. A eficácia foi principalmente devido à
redução de 24% no infarto do miocárdio, sendo
morte total e cardiovascular semelhante entre os
grupos (Tabela 1). Os benefícios foram
semelhantes entre pacientes com infarto com
supra e SCA sem supra, embora fossem mais
evidentes e de maior magnitude nos pacientes
com infarto com supra ST (9). Sangramento maior
foi observado em 2,4% dos pacientes que
receberam prasugrel versus 1,8% dos com
clopidogrel (P=0,03), maior para sangramento
fatal e relacionado à cirurgia cardíaca (Tabela
1).Os autores concluíram que em pacientes com
SCA agendados para intervenção coronariana
percutânea, prasugrel foi associado com uma
redução significativa de eventos isquêmicos,
incluindo trombose de stents, à custa de um
aumento na taxa de sangramentos, sem diferença
na mortalidade entre os grupos.
tratamento, com seguimento pleno e desfechos
bem definidos. A principal questão deste estudo é
o grupo em comparação, ou melhor, o momento
de intervenção entre os dois grupos e como isto
pode ter afetado os resultados. Na medida em
que todos os pacientes deveriam ter o resultado
angiográfico e decisão de angioplastia antes da
randomização, o clopidogrel (e /ou prasugrel) foi
administrado em mais de 75% dos pacientes
durante o procedimento ou logo após. Por
inúmeros estudos prévios é conhecido que o
efeito máximo do clopidogrel é dependente da
dose administrada e do tempo decorrido, sendo
ótimo após 2-6 horas. Portanto, a teórica
vantagem do prasugrel pelo seu efeito mais rápido
pode ser sido mascarada pelo retardo em
administrar clopidogrel. Fato este que
provavelmente ocorreu, pois um percentual
surpreendentemente alto de pacientes no grupo
clopidogrel apresentou trombose do stent (2,4%
vs. 1,1%) (9). Em análises adicionais deste estudo
foi observada a correlação significativa entre o
retardo na administração da dose da medicação e
o desfecho primário (11). Na realidade, no
subgrupo de pacientes TRITON pré-tratados
dentro de 24 horas antes do procedimento, o
benefício do prasugrel não foi observado.
Considerando que a dose de prasugrel usada de
60mg é quase três vezes mais potente que 300mg
de clopidogrel, a superioridade do prasugrel não é
válida nesta comparação inapropriada com o
clopidogrel. Além disso, deve ser destacado o
excesso de sangramento observado com a
medicação. No máximo poderia ser afirmado que
a evidência disponível sugere que o prasugrel
possa ser associado à pacientes com SCA
submetidos à intervenção que não tiveram tempo
de ser tratados previamente com clopidogrel.
Prasugrel não foi comparado com pré-tratamento
de clopidogrel, que é a pratica atualmente
recomendada.
Conclusão
Analise crítica e considerações para prática
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Trata-se de um ensaio clinico randomizado,
conduzido por um grupo de referência na área,
que de um modo geral está adequado do ponto de
vista metodológico: é um ensaio clinico duplo
cego, com grupos semelhantes no inicio do
Em relação aos novos antitrombóticos, parece
que o ticagrelor é superior ao prasugrel em
pacientes com SCA, pela redução em mortalidade
absoluta, dos casos de infarto do miocárdio e
menor incidência de sangramentos fatais.
Entretanto, precisamos ser realistas e entender
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
que o ticagrelor não vai substituir o clopidogrel,
especialmente se considerarmos as questões de
adesão por efeitos adversos, competição por
mercado e custos. Por outro lado, é esperado que
ticagrelor seja incorporado na prática,
especialmente para pacientes de maior risco,
diabéticos e naqueles com risco de eventos
vasculares recorrentes ou trombose de stent.
Novos dados são necessários antes de assegurar o
papel do prasugrel como antiplaquetário nas
síndromes coronarianas agudas, sendo o mesmo
uma opção mais potente para aqueles indivíduos
em procedimento coronariano imediato que não
tiveram oportunidade de usar clopidogrel préprocedimento.
Estudo CURRENT-OASIS 7
Ao contrário dos estudos acima, o ensaio OASIS-7
comparou diferentes esquemas posológicos do
clopidogrel e AAS em paciente com SCA. Foi um
ensaio clinico randomizado, fatorial 2x2, testou
dose dupla de clopidogrel (ataque de 600 mg,
seguido de 150 mg diário por 6 dias e 75 mg após)
ou clopidogrel dose usual (ataque de 300 mg e 75
mg diário) e alta dose de aspirina (300-325 mg
diário) ou baixa dose (75 a 100 mg diário). Os
pacientes eram elegíveis se tivessem quadro de
SCA com supra ou sem supra de ST e previsão de
realizar procedimento invasivo em no máximo de
72 horas. O desfecho primário foi morte
cardiovascular, infarto do miocárdio ou AVC em 30
dias.
O estudo foi financiado pela Sanofi-Aventis e
Bristol-Myers Squibb.
Foram arrolados 25.086 pacientes, sendo 24.835
submetidos a cineangiocoronariografia em 72
horas. Desses pacientes, 7823 (31%) não foram
submetidos à intervenção coronariana
percutânea. Não houve diferença na ocorrência
de desfecho primário nos pacientes com alta dose
ou dose convencional de clopidogrel (4,2% e 4,4%,
r e s p e c t i va m e n t e ) , s e m d i fe r e n ç a n o s
componentes desse desfecho ou os secundários.
Em relação à segurança, pacientes com dose
maior de clopidogrel tiveram mais sangramentos
maiores (2,5% vs 2,0%; p=0,01). Resultados
semelhantes foram observados para comparação
entre as doses de aspirina, sem diferença nos
eventos clínicos. A incidência de sangramentos
maiores não foi diferente entre dose alta e baixa
de aspirina (12).
No subgrupo de 17.263 pacientes submetidos a
procedimento de intervenção percutânea, em
análise definida a priori, aqueles que receberam
dose alta de clopidogrel tiveram uma redução
14% nos desfechos primários (3,9% vs. 4,5%;
p=0,039) e de 31% na taxa de trombose do stents.
Mas também foi observado um aumento de
sangramento maior com dose dupla de
clopidogrel (1,6% VS. 1,1%; p=0,009), sem
diferença entre as doses de aspirina (13).
Os autores concluíram de um modo geral que para
pacientes com SCA referidos para procedimentos
invasivos, não existe diferença na dose dupla de
clopidogrel 7-dias em comparação com dose
convencional para o desfecho primário morte
cardiovascular, infarto do miocárdio e AVC.
Entretanto, no subgrupo que foi a procedimento
estaria indicada a dose mais alta de clopidogrel.
Analise crítica e considerações para prática
Este é o maior ensaio clinico randomizado que
comparou diferentes doses de anti-agregante
plaquetário em SCA, estudo este delineado e
conduzido por um grupo de referência, que
atende os padrões de qualidade metodológica
esperada para um ensaio clinico. A principal
questão deste estudo está na interpretação dos
resultados e conseqüentemente nas conclusões
para a prática. Na totalidade dos pacientes
incluídos os resultados foram negativos, mas na
publicação do artigo relativo ao subgrupo que foi
a intervenção, a conclusão dos autores foi oposta
a esta. Em relação a este estudo muito já foi
discutido e criticado (14,15), especialmente por que
os pacientes não foram estratificados pela
intervenção, ou seja, esta comparação é uma subanalise com caráter não aleatório, onde existe um
potencial para viés. Além disso, conforme os
autores comentam no artigo publicado no New
England Journal of Medicine, foram feitas
inúmeras análises de sub-grupos e o valor para
significância estatística não foi alcançado para
esta variável (p=0,04 ao invés de inferior a 0,01),
podendo estes resultados ter ocorrido ao acaso
(12). Do ponto de vista prático, mesmo aceitando o
observado como verdadeiro, no atendimento ao
paciente com SCA na emergência, na maioria dos
45
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
46
estudo teve um seguimento curto. É preocupante
especular que naqueles pacientes que tiveram
sangramento nos primeiros 30 dias suspenderam
com maior frequência antiplaquetário no
seguimento. É sabido que descontinuação de
dupla terapia antiplaquetária está relacionada
com aumento significativo na trombose de stents.
Como assegurar que ambas as estratégias vão
manter os efeitos positivos em médio e longo
prazo? Infelizmente, incertezas ainda persistem
em relação à dose ideal de clopidogrel. Na revisão
2011 das Diretrizes da American Heart
Association de SCA sem supra, está descrito que:
´a dose de ataque de 300mg foi testada e mostrou
uma relação de eficácia e risco de sangramento
conhecido´. Doses de ataque maiores de 600 ou
900 mg, embora reconhecidamente alcançam
maior inibição plaquetária, a eficácia clinica
adicional e a segurança ainda não foram
plenamente estabelecidas(16). O julgamento
clínico considerando a possibilidade de
procedimento percutâneo, risco de trombose e de
sangramento deve ser exercitado para esta
decisão.
casos, não há como saber a priori quem terá ou
não indicação para intervenção percutânea.
Administrar a todos, significa efeito global nulo e
deletério se for administrada dose alta de
clopidogrel aos pacientes que não forem à
intervenção. Na sugestão dos autores, poderia ser
administrada dose alta de clopidogrel de ataque e
depois decidir a dose maior ou menor de
manutenção. Entretanto, isto não foi testado e
não temos como saber se o observado é devido a
dose dupla de ataque ou de manutenção de
clopidogrel a responsável por mais eventos
negativos e sangramento. Uma meta-analise
prévia que comparou doses maiores e menores de
clopidogrel mostrou uma redução de 46% de
morte e infarto do miocárdio. É desconhecido, se
foi ou não a dose adicional de 150mg/dia por 6
dias que aumentou o sangramento mas não
reduziu eventos isquêmicos. Importante
considerar que o tamanho do benefício na
redução de infarto foi da mesma magnitude que o
aumento de sangramentos maiores, ambos sem
impacto na mortalidade em 30 dias (Tabela 1).
Além disso, não sabemos o que aconteceu com os
pacientes após 30 dias, na medida em que o
Tabela 1.
Incidência de eventos de eficácia, segurança e numero necessário tratar (NNT/NNH) para ocorrência de eventos em 30 dias
(Estudo CURRENT-OASIS 7) e em 12 meses (Estudos TRITON-TIMI 38 e PLATO).
Desfecho
Desfecho combinado
Morte total
Infarto do miocárdio
AVC
Sangramento maior
relacionada à cirurgia
Sangramento maior não
relacionada à cirurgia (TIMI)
Desfecho combinado
Morte total
Infarto do miocárdio
AVC
Sangramento maior
relacionada à cirurgia
Sangramento maior não
relacionada à cirurgia (TIMI)
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Desfecho combinado
Morte total
Infarto do miocárdio
AVC
Sangramento maior
Estratégia antiplaquetária em teste
Clopidogrel dose
300/75mg.
NNT/NNH
para evento
PLATO
9,8%
4,5%
5,8%
1,5%
5,3%
11,7%
5,9%
6,9%
1,3%
5,8%
53
71
91
NS
NS
2,8%
2,2%
167
TRITON
9,9%
3,0%
7,4%
1,0%
13,4%
12,1%
3,2%
9,7%
1,0%
3,2%
45
NS
44
10
2,4%
1,8%
166
CURRENT-OASIS 7
4,2%
2,3%
1,9%
0,5%
2,5%
4,4%
2,4%
2,2%
0,5%
2,0%
NS
NS
NS
200
Ponto de Vista Baseado em Evidências
Estado da Arte em Evidência
O que dizem os registros?
O que dizem as Diretrizes?
Caso Clínico do Mundo Real
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Referencias:
1. Rogowski W, Burch J, Palmer S, Craigs C, Golder
S, Woolacott N. The effect of different treatment
durations of clopidogrel in patients with non-STsegment elevation acute coronary syndromes: a
systematic review and value of information
analysis. Health Technol Assess. 2009
Jun;13(31):iii-iv, ix-xi, 1-77.
2. Wallentin L, Becker RC, Budaj A, Cannon CP,
Emanuelsson H, Held C, Horrow J, Husted S, James
S, Katus H, Mahaffey KW, Scirica BM, Skene A, Steg
PG, Storey RF, Harrington RA; PLATO Investigators,
Freij A, Thorsén M. Ticagrelor versus clopidogrel in
patients with acute coronary syndromes. N Engl J
Med 2009 10;361(11):1045-57.
3. Cannon CP, Harrington RA, James S, Ardissino D,
Becker RC, Emanuelsson H, Husted S, Katus H,
Keltai M, Khurmi NS, Kontny F, Lewis BS, Steg PG,
Storey RF, Wojdyla D, Wallentin L; PLATelet
inhibition and patient Outcomes Investigators.
Comparison of ticagrelor with clopidogrel in
patients with a planned invasive strategy for acute
coronary syndromes (PLATO): a randomised
d o u b l e - b l i n d s t u d y. L a n c e t 2 0 1 0
23;375(9711):283-93.
4. Wallentin L, James S, Storey RF, Armstrong M,
Barratt BJ, Horrow J, Husted S, Katus H, Steg PG,
Shah SH, Becker RC; PLATO investigators. Effect of
CYP2C19 and ABCB1 single nucleotide
polymorphisms on outcomes of treatment with
ticagrelor versus clopidogrel for acute coronary
syndromes: a genetic substudy of the PLATO trial.
Lancet 2010;376(9749):1320-8.
5. James S, Angiolillo DJ, Cornel JH, Erlinge D,
Husted S, Kontny F, Maya J, Nicolau JC, Spinar J,
Storey RF, Stevens SR, Wallentin L; PLATO Study
Group. Ticagrelor vs. clopidogrel in patients with
acute coronary syndromes and diabetes: a
substudy from the PLATelet inhibition and patient
O u t c o m e s ( P L ATO ) t r i a l . E u r H e a r t J
2010;31(24):3006-16.
6. Serebruany VL. Paradoxical excess mortality in
the PLATO trial should be independently verified.
Thromb Haemost 2011;105(5).
7. Ohman EM and Roe MT. Explaining the
unexpected: insights from the PLATelet inhibition
and clinical Outcomes (PLATO) trial comparing
ticagrelor and clopidogrel. Thromb Haemost
2011; DOI:10.1160/TH11-03-0159.
8. Viviott SD, Braunwald E, McCabe CH,
Montalescot G, Ruzyllo W, Gottlieb S, Neumann FJ,
Ardissino D, De Servi S, Murphy SA, Riesmeyer J,
Weerakkody G, Gibson CM, Antman EM. Prasugrel
versus clopidogrel in patients with acute coronary
syndromes. N Engl J Med 2007;357:2001–2015.
9. Montalescot G, Wiviott SD, Braunwald E,
Murphy SA, Gibson CM, McCabe CH, Antman EM.
Prasugrel compared with clopidogrel in patients
undergoing percutaneous coronary intervention
for ST-elevation myocardial infarction (TRITONTIMI 38): double-blind, randomised controlled
trial. Lancet 2009;373:723–731.
10. Montalescot G, Wiviott SD, Braunwald E,
Murphy SA, Gibson CM, McCabe CH, Antman EM;
TRITON-TIMI 38 investigators. Prasugrel
compared with clopidogrel in patients undergoing
percutaneous coronary intervention for STelevation myocardial infarction (TRITON-TIMI 38):
double-blind, randomised controlled trial. Am J
Cardiol 2010;106(2):293-4.
11. Wiviott SD, Antman EM, Braunwald E.
Mortality in the TRITON trial: update from the FDA
prasugrel action package. Am J Cardiol
2010;105:1356-7.
12. Mehta SR, Bassand JP, Chrolavicius S, et al.
Dose comparisons of clopidogrel and aspirin in
acute coronary syndromes: The CURRENT-OASIS 7
investigators. N Engl J Med 2010;363:930-42.
13. Mehta SR, Tanguay JF, Eikelboom JW, et al.
Double-dose versus standard-dose clopidogrel
and high-dose versus low-dose aspirin in
individuals undergoing percutaneous coronary
intervention for acute coronary syndromes
(CURRENT-OASIS 7): a randomized factorial trial.
Lancet 2010;376:1233-43.
14. Fuster V. Fine-tuning therapy for acute
coronary syndromes. N Engl J Med 2010;363:
976-7.
15. Stone GW. Acute coronary syndromes: finding
meaning in OASIS 7. Lancet 2010;376:1203-5.
16. Anderson JL, Adams CD, Antman EM, Bridges
CR, Califf RM, Casey DE Jr, Chavey WE 2nd, Fesmire
FM, Hochman JS, Levin TN, Lincoff AM, Peterson
ED, Theroux P, Wenger NK, Wright RS. 2011
ACCF/AHA focused update incorporated into the
2007 ACC/AHA guidelines for the management of
patients with unstable angina/non–ST-elevation
myocardial infarction: a report of the American
College of Cardiology Foundation/American Heart
Association Task Force on Practice Guidelines.
Circulation 2011;123:xxx-xxx.
47
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
CASE REPORT: CONTEMPORARY TAILORED APPROACH TO ST ELEVATION MI
Dimytri Siqueira1, J. Ribamar Costa Jr. 1
Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia
Correspondence to:J Ribamar Costa Jr., MD
Av. Dr. Dante Pazzanese 500, Ibirapuera
CEP- 04012-909 - São Paulo, Brazil
E-mail: [email protected]
48
Despite the marked advances in reperfusion
therapies, ST elevation MI (STEMI) remains as one
of the important causes of mortality in the
western world. Primary percutaneous coronary
intervention (PCI) is an effective treatment for
STEMI when it can be performed rapidly.
However, many patients with STEMI present to
hospitals that do not have the capability of
performing PCI and therefore, they receive
fibrinolysis as the initial reperfusion therapy. In
the following paragraphs we will describe a
common situation in our daily practice in a tertiary
cardiology hospital in São Paulo, Brazil (Instituto
Dante Pazzanese).
Case report
SCA Síndromes Coronárias Agudas
A 56-year-old male patient presented to a primary
hospital facility with chest pain of acute onset (50
minutes). The pain was described as oppressive
and associated to nausea and sweating and had
started at rest. As risk factors for coronary artery
disease (CAD) he was a heavy smoker and had
positive family history for CAD. His physical
examination was considered normal and he was
hemodinamically stable (BP= 120x 70mmHg & HR
= 75 bpm). Initial EKG revealed ST segment
elevation in the inferior leads (D2, D3, AvF) and
"mirror" image (ST depression) from V1 to V4
(figure 1). He was stratified as low risk according to
the TIMI risk score. Initial therapeutic approach
included oxygen, nitrate, aspirin (300mg),
clopidogrel (600mg) and unfractioned heparin
(10,000 IU IV). Second EKG (10´later) did not
reveal significant changes. Since the primary
hospital did not have cathlab facility, two
reperfusion strategies were considered:
fibrinolysis vs. transferring to a tertiary hospital
with primary PCI. However, since the patient was
in the first hour of symptoms onset and the closest
hospital capable to perform primary PCI was
about 22 km and it was "rush" time in São Paulo
(~6:00 PM), the attending physicians decided to
administrate fibrinolytic therapy followed by
transferring to our tertiary Institution. Thirty
minutes after the IV administration of alteplase,
patient referred significant relief of chest pain and
the EKG revealed >50% reduction in the ST
segment in the inferior leads (figure 2). Following
successful fibrinolysis, this patient was
transferred to our tertiary Institution within 3
hours of chest pain onset. Due to complete
cessation of symptoms and low risk TIMI score, we
decided to perform cardiac catheterization in the
morning of the next day (still within 24 hours of
the MI). Coronariography was performed by radial
approach and revealed the presence of two 70%lesions in LAD, a 70% lesion in the left marginal
branch and an 80%-culprit, ulcerated lesion in the
mid RCA (figure 3). Global LV function was
preserved, with mild hipokinesia in the inferior
wall. After explaining to the patient the
angiographic findings, we decided to treat the
culprit lesion and bring him back later to treat the
other lesion (staged PCI). Given that the culprit
vessel was opened with TIMI 3 flow, PCI was
performed without pre-dilatation. A dedicated,
bare-metal, meshed stent ( MGuard™, figure 4)
was implanted, in order to minimize the
occurrence of post procedure flow disturbance
(slow or no-reflow), a frequent finding in this
specific scenario. PCI was done with unfractioned
heparin and there was no need for IIb-IIIa
inhibitor. Procedure was performed with success
and TIMI 3 / blush 3 were achieved at the end of
PCI (figure 5). Patient was discharged from the
hospital after 3 days and returned two weeks later
to complete the coronary revascularization.
Key points of this case:
1.Early diagnosis, risk stratification and initial
management (oxygen, nitrate, anti-platelet and
anti thrombin therapy) of STEMI are key points to
improve long term outcomes of this patients(1);
2.Although primary PCI is the best reperfusion
therapy for STEMI(2), in some situations when it is
not available and / or the delay to transfer the
patient to a center with cathlab facility might
delay reperfusion, fibrinolysis remains as a valid
and effective alternative, specially within the first
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
hour ("golden hour") of symptoms onset(3);
3.Following successful fibrinolysis, recent trials
have pointed out to a benefit of transferring the
patient to a hospital with cathlab facility to
perform early angiography assessment and
revascularization(4);
4.The use of radial access has been demonstrated
to reduce mortality and bleeding complications in
the setting of STEMI(5);
5.Direct stenting without pre dilatation might
reduce distal embolization and reduce peri
procedure MI(6);
6. Recently developed, the use of a dedicated,
meshed stent has shown promising results in the
treatment of embolic-prone lesions (e.g.
degenerated saphenous vein grafts and
thrombus-containing lesions)(7,8).
References:
1.Piegas LS, Feitosa G, Mattos LA, Nicolau JC, Rossi
Neto JM, Timerman A, et al. Sociedade Brasileira
de Cardiologia. Diretriz da Sociedade Brasileira de
Cardiologia sobre Tratamento do Infarto agudo do
Miocárdio com Supradesnível do Segmento ST.
Arq Bras Cardiol.2009;93(6 supl.2):e179-e264.
2.Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Primary
angioplasty versus intravenous thrombolytic
therapy for acute myocardial infarction: a
quantitative review of 23 randomised trials.
Lancet. 2003 Jan 4;361(9351):13-20.
3.Boersma E; Primary Coronary Angioplasty vs.
Thrombolysis Group. Does time matter? A pooled
analysis of randomized clinical trials comparing
primary percutaneous coronary intervention and
in-hospital fibrinolysis in acute myocardial
infarction patients. Eur Heart J. 2006
Apr;27(7):779-88.
4.Cantor WJ, Fitchett D, Borgundvaag B, Ducas J,
Heffernan M, Cohen EA, Morrison LJ, Langer A,
Dzavik V, Mehta SR, Lazzam C, Schwartz B,
Casanova A, Goodman SG; TRANSFER-AMI Trial
Investigators. Routine early angioplasty after
fibrinolysis for acute myocardial infarction. N Engl
J Med. 2009 Jun 25;360(26):2705-18.
5.Jolly SS, Yusuf S, Cairns J, Niemelä K, Xavier D,
Widimsky P, Budaj A, Niemelä M, Valentin V, Lewis
BS, Avezum A, Steg PG, Rao SV, Gao P, Afzal R,
Joyner CD, Chrolavicius S, Mehta SR; for the RIVAL
trial group. Radial versus femoral access for
coronary angiography and intervention in
patients with acute coronary syndromes (RIVAL):
a randomised, parallel group, multicentre trial.
Lancet. 2011 Apr 4. [Epub ahead of print]
6.Piscione F, Piccolo R, Cassese S, Galasso G,
D'Andrea C, De Rosa R, Chiariello M. Is direct
stenting superior to stenting with predilation in
patients treated with percutaneous coronary
intervention? Results from a meta-analysis of 24
randomised controlled trials. Heart. 2010
Apr;96(8):588-94.
7.Maia F, Costa JR Jr, Abizaid A, Feres F, Costa R,
Staico R, Siqueira D, Esteves V, Sousa A, Sousa JE.
Preliminary results of the INSPIRE trial with the
novel MGuard stent system containing a
protection net to prevent distal embolization.
Catheter Cardiovasc Interv. 2010 Jul 1;76(1):8692.
8.Dudek D, Dziewierz A, Rzeszutko Ł, Legutko J,
Dobrowolski W, Rakowski T, Bartus S, Dragan J,
Klecha A, Lansky AJ, Siudak Z, Zmudka K. Mesh
covered stent in ST-segment elevation myocardial
infarction. EuroIntervention. 2010 Nov;6(5):5829.
49
Figure Legends:
Figure 1.Admission EKG: ST elevation in the
inferior leads (D2, D3 & AvF) and "mirror" image in
the anterior and lateral wall (V2-V4, DI & AvL).
Figure 2.EKG 30 minutes after fibrinolysis:
Normalization of ST segment in all leads without
"Q" wave formation
Figure 3.Angiography done within 24 h of the
symptoms onset. Presence of 70% obstruction in
the left marginal branch (yellow arrow, panel A),
two 70%-lesions in the LAD (yellow arrows, panel
B) and culprit, ulcerated lesion in the mid RCA
(yellow arrow, panel C).
Figure 4.MGuard™ stent. Microscopic view of the
mesh-sleeve fibers of polyethyleneterephtalate
(fiber width of 20 µm, aperture size 150 x 180 µm)
attached to the outer surface of the bare-metal
platform.
Figure 5.Percutaneous coronary intervention.
Stent being positioned at lesion site (panel A).
Stent deployment (panel B). Final result (panel C).
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Ponto de Vista Baseado em Evidências
O que dizem os registros?
Estado da Arte em Evidência
O que dizem as Diretrizes?
Analisando Criticamente a Evidência Disponível
Caso Clínico do Mundo Real
Figure 1.
Figure 2.
Figure 3.
50
Figure 4.
SCA Síndromes Coronárias Agudas
Figure 5.
1621277 – Produzido em Julho / 2011.
Material destinado à classe médica. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado.

Documentos relacionados

do arquivo - Programas de Pós

do arquivo - Programas de Pós - The Canadian assessment of myocardial infarction study

Leia mais

Atualização na Síndrome Coronariana Aguda

Atualização na Síndrome Coronariana Aguda deverão ser dirigidas à sede da SOCESP. É proibida a reprodução total ou parcial de quaisquer textos constantes desta edição sem autorização formal e expressa de seus editores. Para pedidos de repr...

Leia mais

Placa Coronária Aterosclerótica Vulnerável: Estado Atual

Placa Coronária Aterosclerótica Vulnerável: Estado Atual and stable coronary syndromes (stable angina), acute coronary syndromes (unstable angina or acute myocardial infarction) and even sudden death from cardiovascular nature. The more obvious character...

Leia mais