do arquivo - Programas de Pós
Transcrição
do arquivo - Programas de Pós
1 INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDO DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: CARDIOLOGIA Dissertação de Mestrado ACURÁCIA DE ESCORES DE RISCO EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST SUBMETIDOS À INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA Anibal Pereira Abelin Porto Alegre, abril de 2014. 1 INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDO DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: CARDIOLOGIA ACURÁCIA DE ESCORES DE RISCO EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST SUBMETIDOS À INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTÂNEA PRIMÁRIA Autor: Anibal Pereira Abelin Orientador: Prof. Dr. Alexandre Schaan de Quadros Dissertação submetida como requisito para obtenção do grau de mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, de Área Concentração: Cardiologia ou Ciências Cardiovasculares, da Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2014 i 2 iii 3 A Alessandra, minha esposa, por caminhar ao meu lado nesta jornada com amor e compreensão. Aos meus pais Antônio e Lourença, pelo amor, dedicação e, principalmente, por investirem suas vidas na formação dos seus filhos. Ao Arthur, filho amado, por iluminar a minha vida. iv 4 AGRADECIMENTOS Ao Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia, representado pela direção, médicos e funcionários, pela acolhida e incentivo ao meu desenvolvimento acadêmico desde a minha chegada à instituição. Ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia, representado por seus professores, alunos e funcionários, por me conduzir ao caminho do conhecimento. Ao professor Alexandre Quadros, muito mais que um orientador, um verdadeiro amigo e exemplo de profissional, que sempre me incentivou e conduziu na busca do conhecimento. Ao professor Carlos Gottschall, pelo exemplo de liderança e pioneirismo, fundamental para o sucesso do curso. Ao professor Rogério Sarmento-Leite, pelo aprendizado e incentivo durante minha formação como médico e pesquisador. Aos meus irmãos, Henrique e Raquel, por estarem sempre ao meu lado. Aos meus sogros, Alexandre e Janice, pelo incentivo incondicional. Aos meus amigos e colegas, Guilherme Bernardi, Felipe Baldissera e Eduardo Mattos, pelo companheirismo e comprometimento com as atividades acadêmicas desenvolvidas no Serviço de Hemodinâmica do ICFUC, tornando possível a realização deste mestrado. Ao colega Renato David, pelo brilhantismo, competência e comprometimento com o desenvolvimento da dissertação. Aos estatísticos, Sérgio Kato e Vânia Hirakata, pela análise estatística qualificada. À bióloga Juliana Sebben e à enfermeira Dulce Welter, pelo valioso auxílio na elaboração deste trabalho. Aos bolsistas que participaram dos projetos de pesquisa desenvolvidos no Serviço de Hemodinâmica. A toda a equipe de médicos e enfermeiros do Laboratório de Hemodinâmica do ICFUC, pela participação fundamental durante a minha formação como hemodinamicista e colaboração nas atividades relacionadas ao meu mestrado. E a aqueles que de alguma forma também colaboraram para a realização deste trabalho. v 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Variáveis clínicas e demográficas associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST ................................. 16 Tabela 2 - Taxa de mortalidade e razão de chances conforme classificação de Killip no estudo GUSTO-1...................................... 17 Tabela 3 - Variáveis eletrocardiográficas associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST ............................................................ 18 Tabela 4 - Variáveis laboratoriais associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST ................................................................... 21 Tabela 5 - Taxa de mortalidade em três anos de acordo com a TFG e creatinina basais no estudo VALIANT.............................................. 23 Tabela 6 - Grau de fluxo TIMI ........................................................................... 26 Tabela 7 - Grau de perfusão miocárdica TIMI (blush)....................................... 28 Tabela 8 - Exames não invasivos úteis para estratificação de risco com IAMCST ........................................................................................... 29 Tabela 9 - Preditores de morte em seis meses após ICPp ............................... 31 Tabela 10 - Escore de risco TIMI ...................................................................... 32 Tabela 11 - Escore de risco Zwolle ................................................................... 33 vi 6 LISTA SIGLAS AAS - Ácido acetilsalicílico ACTION - Acute Coronary Treatment and Intervention Outcomes Network Registry–Get With the Guidelines ACUITY - Acute Catheterization and Urgent Intervention Triage strategY Trial ARI - Artéria relacionada ao infarto AVC - Acidente vascular cerebral BMS - Bare metal stent BNP - Peptídeo natriurético tipo B bpm - Batimentos por minuto BRE - Bloqueio de ramo esquerdo CADILLAC - Controlled Abciximab and Device Investigation to Lower Late Angioplasty Complications Trial CAMI - The Canadian assessment of myocardial infarction study CRM - Cirurgia de revascularização do miocárdio CRUSADE - Can Rapid risk stratification of Unstable angina patients Suppress ADverse outcomes with Early implementation of the ACC/AHA guidelines Quality Improvement Initiative DAC - Doença arterial coronariana DAOP - Doença arterial obstrutiva periférica DAP - Dupla anti-agregação plaquetária DES - Drug-eluting stent ECG - Eletrocardiograma ECR - Ensaio clínico randomizado ECVM - Eventos cardiovasculares maiores ENTIRE-TIMI23 - Enoxaparin as Adjunctive Antithrombin Therapy for STElevation Myocardial Infarction - Thrombolysis in Myocardial Infarction 23 Trial FC - Frequência cardíaca GISSI-2 - Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell'Infarto Miocardico-2 Trial GRACE - Global Registry of Acute Coronary Events vii 7 GUSTO-1 - Global Utilization of Streptokinase and Tissue Plasminogen Activator for Occluded Coronary Arteries-1 Trial HAS - Hipertensão arterial sistêmica HNF - Heparina não fracionada HORIZONSAMI - Harmonizing Outcomes with Revascularization and Stents in Acute Myocardial Infarction Trial IAM - Infarto agudo do miocárdio IAMCST - Infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST IAMSST - Infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST IC - Intervalo de confiança ICC - Insuficiência cardíaca congestiva ICPp - Intervenção coronariana percutânea primária IGP - Inibidores da glicoproteína IRC - Insuficiência renal crônica IV - Via intravenosa IDI - Integrated discrimination improvement MDRD - Modification of Diet in Renal Disease NRI - Net reclassification improvement NRMI 3 - Terceiro registro nacional americano de IAMCST NT - Fragmento N-terminal PCR - Proteína C-Reativa RC - Razão de chances RIVAL - Radial versus femoral access for coronary angiography and intervention in patients with acute coronary syndromes trial ROC - Receiver-operating characteristic RR - Risco relativo SCA - Síndrome coronariana aguda SCASSST - Síndrome coronariana aguda sem elevação do segmento ST viii 8 SCAAR - Registro sueco de angiografia e angioplastia coronária TAPAS - Thrombus Aspiration during Percutaneous coronary intervention in Acute myocardial infarction Study TASTE - Thrombus Aspiration in ST-Elevation Myocardial Infarction in Scandinavia trial TFG - Taxa de filtração glomerular TIMI-II - Thrombolysis in Myocardial Infarction trial, phase II TME - Taxa de mortalidade específica VALIANT - Valsartan in acute myocardial infarction trial ix 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 01 2 REVISÃO DA LITERATURA ......................................................................... 03 2.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ....................................................... 03 2.1.1 Definição .............................................................................................. 03 2.1.2 Epidemiologia .................................................................................... 03 2.1.3 Diagnóstico ........................................................................................ 04 2.1.4 Critérios eletrocardiográficos ............................................................ 07 2.1.5 Tratamento do IAMCST ...................................................................... 07 2.2 ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO EM PACIENTES SUBMETIDOS À ICPP ...................................................................................................... 14 2.2.1 Escores de risco ................................................................................. 28 2.2.2 Comparação entre os escores de risco em pacientes submetidos à ICPp ............................................................................................................... 36 2.2.3 Análise estatística dos escores de risco....................................... ... 37 2.2.4 Alta hospitalar precoce após IAM: os escores de risco são úteis?40 3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... .44 4 HIPÓTESES .................................................................................................. 45 5 OBJETIVOS .................................................................................................. 46 5.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 46 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................... 46 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 47 7 ARTIGOS ...................................................................................................... 75 7.1 ARTIGO EM PORTUGUÊS ..................................................................... 75 7.2 ARTIGO EM INGLÊS ............................................................................. 106 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 136 ANEXOS ......................................................................................................... 137 x 2 ANEXO A - Ficha de Coleta de Dados ........................................................ 137 ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................... 142 xi 1 1 INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte no Brasil, representando 31% dos óbitos, sendo o infarto agudo do miocárdio (IAM) a patologia, dentre as doenças cardiovasculares, a responsável pelo maior número de óbitos1,2. Nas últimas décadas, diversos avanços no tratamento do infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST) foram introduzidos, como o surgimento das unidades coronarianas, o desenvolvimento de novas terapias farmacológicas e o advento do tratamento intervencionista, com progressiva redução da mortalidade3. Na prática clínica diária, pacientes com baixo risco de mortalidade poderiam se beneficiar de alta hospitalar precoce, resultando em otimização dos recursos de saúde associado a atendimento médico de qualidade4–6. Do outro lado do espectro de risco, ainda existem subgrupos de pacientes com alta morbimortalidade7–10. Com o objetivo de identificar estes subgrupos de pacientes, escores de risco dedicados foram desenvolvidos11–14. Apesar de frequentemente utilizados, alguns escores de risco apresentam limitações, como o fato do seu desenvolvimento há mais de uma década ou no contexto de ensaios clínicos randomizados. Avaliações destes escores em populações tratadas com intervenção coronariana percutânea primária (ICPp) são escassas, assim como comparações entre os diversos escores de risco15,16. 2 O objetivo deste estudo foi avaliar desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle em pacientes com IAMCST submetidos à ICPp na prática clínica diária. 3 2 REVISÃO DA LITERATURA1 2.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 2.1.1 Definição O infarto do miocárdio é definido patologicamente como a morte das células miocárdicas (miócitos) devido à isquemia prolongada, podendo ocorrer em até 20 minutos após o início do insulto isquêmico17. O IAM é dividido clinicamente em duas categorias: o infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST) e o infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAMSST), conforme achados eletrocardiográficos18. 2.1.2 Epidemiologia O IAM é a causa isolada mais frequente de morte no mundo, com mais de sete milhões de mortes por ano19. No Brasil, o IAM representa a principal causa de óbito, com taxa de mortalidade específica (TME: mortes/100.000 habitantes/ano) de 53,8 em 2011. No mesmo período, a TME no Rio Grande do Sul foi de 73,62. O IAMCST compreende 25-40% dos casos de IAM, porém apresenta maior mortalidade intra-hospitalar, quando comparado ao IAMSST10,20. 1 A ser enviada parcialmente como artigo de revisão para o periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 4 2.1.3 Diagnóstico O diagnóstico de IAM é definido pela evidência de necrose miocárdica detectada pela elevação sanguínea de marcadores de injúria miocárdica, associada a um cenário clínico compatível com isquemia miocárdica, conforme a classificação apresentada a seguir17: IAM tipo 1 - Infarto do miocárdio espontâneo − Relacionado coronariana à resultando instabilização em formação da de placa aterosclerótica trombo intraluminal. Geralmente o paciente é portador de doença arterial coronariana (DAC) severa, mas eventualmente pode apresentar DAC não obstrutiva ou ausência de DAC. IAM tipo 2 - Infarto do miocárdio secundário a desbalanço entre a oferta e o consumo de oxigênio − Ocorre em situações onde a necrose miocárdica ocorre por contribuição de outras condições, com exceção da DAC, resultando em um desbalanço entre a oferta e o consumo de oxigênio. Exemplos: Disfunção endotelial coronariana, espasmo coronariano, embolia coronária, taqui e bradiarritmias, anemia, insuficiência respiratória, hipotensão, hipertensão associada ou não à sobrecarga ventricular esquerda. • Os IAM dos tipos 1 e 2 apresentam a seguinte definição: Detecção de aumento e/ou queda de marcadores de injúria 5 miocárdica, preferencialmente troponina, com pelo menos um valor acima do percentil 99 do valor de referência superior e pelo menos um dos seguintes: - Sintomas de isquemia; - Alterações do segmento ST e onda T novas ou novas ou bloqueio de ramo esquerdo (BRE) presumivelmente novo; - Desenvolvimento de ondas Q patológicas no eletrocardiograma (ECG); - Evidência de nova perda de viabilidade miocárdica ou nova anormalidade regional miocárdica em exame de imagem; - Identificação de trombo intracoronariano em angiografia ou autópsia. IAM tipo 3 - Infarto do miocárdio resultando em morte sem disponibilidade de marcadores de injúria miocárdica. • Definição: Morte cardíaca com sintomas sugestivos de isquemia miocárdica e novas alterações no ECG, presumivelmente, isquêmicas ou novo BRE, com óbito ocorrendo antes da coleta de marcadores de injúria miocárdica, ou antes dos mesmos terem aumentado. IAM tipo 4a - Infarto do miocárdio relacionado à ICP • Definição: IAM relacionado à intervenção coronariana percutânea (ICP) é definido pela elevação de troponina maior que cinco vezes o percentil 99 do valor de referência superior, em pacientes com valores de troponina basais normais, ou elevação de 6 20% dos valores basais se os mesmos estão elevados e estáveis ou em descenso. IAM tipo 4b - Infarto do miocárdio relacionado à trombose de stent • Definição: IAM detectado por angiografia coronária ou autópsia no contexto de isquemia miocárdica com aumento e/ou queda de marcadores de injúria miocárdica com, pelo menos, um valor acima do percentil 99 do valor de referência superior. IAM tipo 5 - Infarto do miocárdio relacionado à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) • IAM relacionado à CRM é definido pela elevação de troponina maior que 10 vezes o percentil 99 do valor de referência superior em pacientes com valores de troponina basais normais e mais um dos seguintes: - Novas ondas Q patológicas ou BRE novo; - Documentação angiográfica de nova oclusão de coronária nativa ou enxerto; - Evidência de nova perda de viabilidade miocárdica ou nova anormalidade regional miocárdica em exame de imagem. 7 2.1.4 Critérios eletrocardiográficos O IAM pode se apresentar com elevação do segmento ST (IAMCST), geralmente como resultado de um trombo coronariano oclusivo, ou com depressão do segmento ST ou inversão proeminente de onda T (IAMSST), na ausência de elevação do segmento ST17,18,20. Elevação do ST diagnóstica de IAMCST é definida como nova elevação do ponto J em duas derivações contíguas, com os seguintes pontos de corte17: - Elevação >0,1mV em todas as derivações, exceto derivações V2-V3 - Elevação >0,15mV nas derivações V2-V3 em mulheres - Elevação >0,20mV nas derivações V2-V3 em homens > 40 anos - Elevação >0,25mV nas derivações V2-V3 em homens < 40 anos As alterações isquêmicas encontradas no IAMSST são as seguintes17: - Nova depressão do ST horizontal ou descendente >0,05mV em duas derivações contíguas ou inversão de T >0,1mV em duas derivações contíguas com onda R proeminente ou relação R/S>1. 2.1.5 Tratamento do IAMCST O objetivo do tratamento dos pacientes diagnosticados com IAMCST é o reestabelecimento do fluxo coronariano no território miocárdico agudamente isquêmico, por meio da terapia de reperfusão, no menor tempo possível19. A reperfusão da artéria relacionada ao infarto (ARI) em tempo hábil reduz a mortalidade e limita o tamanho do miocárdio infartado, podendo ser obtida 8 farmacologicamente, com a administração de drogas trombolíticas, ou mecanicamente, através de intervenção coronariana percutânea primária (ICPp)21–23. Desde o estabelecimento da superioridade da ICPp sobre a trombólise, diversas melhorias na farmacologia adjunta e avanços técnicos ampliaram a segurança do procedimento e reduziram a mortalidade dos pacientes com IAMCST23–26. Atualmente, as diretrizes de IAMCST indicam a ICPp como método de reperfusão de eleição, associada à terapia antitrombótica otimizada, conforme descrito a seguir19,20,27. a) Antiplaquetários - Ácido Acetilsalicílico (AAS): recomendado em doses que variam de 162 a 325mg (diretrizes brasileira e americana) e 150 a 300mg (diretriz europeia) no atendimento inicial, seguido de baixa dose indefinidamente (<100mg) a partir do segundo dia de atendimento19,20,27. - Inibidores da P2Y12: pacientes submetidos à ICPp devem receber dupla anti-agregação plaquetária (DAP) com AAS associado a um inibidor da P2Y12, o mais rápido possível, antes do tratamento intervencionista19,20. Mesmo com o uso do Clopidogrel associado ao AAS, neste cenário, muitos pacientes continuam apresentando eventos coronarianos recorrentes. É sugerido que fatores como a variabilidade na resposta ao Clopidogrel, uma modesta ação antiplaquetária e demora no início de ação da droga sejam responsáveis por estes eventos clínicos28–32. 9 • Clopidogrel: recomendado como uma das drogas de escolha, segundo a diretriz americana; e, preterido em favor do Prasugrel e do Ticagrelor segundo a diretriz europeia, com dose de ataque variando de 300mg (diretriz brasileira) a 600mg (diretrizes americana e europeia). Após, recomendado uso por 12 meses na dose de 75mg/dia19,20,27. • Prasugrel: recomendado como uma das drogas de escolha, conforme as diretrizes americana e europeia, com dose de ataque de 60mg e manutenção de 10mg/dia. Deve ser evitado em pacientes com acidente vascular encefálico ou acidente isquêmico transitório prévios, idade igual ou superior a 75 anos ou peso inferior a 60 Kg19,20. • Ticagrelor: recomendado como uma das drogas de escolha, conforme as diretrizes americana e europeia, com dose de ataque de 180mg e manutenção de 90mg duas vezes ao dia19,20. Apesar de recomendados como fármacos alternativos ou até preferenciais em relação ao clopidogrel, prasugrel e ticagrelor compartilham limitações em relação às evidências que sustentam suas indicações: ambos possuem apenas um estudo publicado (one study drug) e patrocinado integralmente pela indústria farmacêutica, aumentando assim a possibilidade de resultado positivo das novas drogas em estudo comparadas com o Clopidogrel33–39. - Inibidores da glicoproteína (IGP) IIb/IIIa: introduzidos a partir de literatura produzida antes do uso da DAP. Atualmente, são recomendados via intravenosa (IV) em pacientes com IAMCST no qual é planejada ICPp (diretriz americana: recomendação IIa; diretriz europeia: recomendação IIb). O uso 10 intracoronariano (dose bolus) apresenta até o momento resultados conflitantes, com grau de recomendação IIb conforme a diretriz americana e como via alternativa a ser considerada conforme a diretriz europeia. Em pacientes recebendo bivalirudina como terapia anticoagulante, o uso de IGP IIb/IIIa deve ser considerado apenas como terapia de resgate19,20. • Abciximab: recomendado na dose de 0,25mg/kg em bolus IV, seguido de infusão a 0,125mcg/kg/min (máximo 10mcg/min) por 12 horas. • Eptifibatide: recomendado uso de duplo bolus de 180mcg/kg IV separados por um período de 10 minutos, seguido de infusão na dose de 2mcg/kg/min por 18 horas. Indicada redução da dose de infusão em 50% em pacientes com clearance da creatinina <50mL/min e contraindicado em pacientes com insuficiência renal dialítica. • Tirofiban: recomendado na dose de bolus de 25mcg/kg (alta dose), seguido de infusão na dose de 0,15mcg/kg/min por 18 horas. Indicada redução da dose de infusão em 50% em pacientes com clearance da creatinina <30mL/min. b) Anticoagulantes: o uso de anticoagulantes durante a ICPp previne a formação de trombo no local da lesão arterial e no material utilizado durante o procedimento (guias e cateteres), sendo recomendado neste cenário19,20,40. - Heparina não fracionada (HNF): único anticoagulante disponível para ICP durante muitos anos, a HNF se tornou o anticoagulante padrão baseado no empirismo e experiência. Recomendada na dose de 70 a 100 U/Kg em 11 bolus IV quando o uso de IGP IIb/IIIa não é planejado ou na dose de 50-70 U/Kg em bolus concomitante ao uso de IGP IIb/IIIa. - Heparina de baixo peso molecular: o uso da enoxaparina na dose de 0,5mg/Kg IV pode ser considerada, sugerindo benefício clínico em relação a HNF. Testada em apenas um ensaio clínico randomizado (ECR) até o momento, deve ser utilizada com cautela. Uso recomendado apenas pela diretriz europeia (grau de recomendação IIb)41,42. - Bivalirudina: recomendado na dose de 0,75mg/kg IV seguido pela infusão IV de 1,75mg/kg/h durante a ICPp por até 4 horas após o procedimento se indicado clinicamente. Após, pode ser mantida por mais 4 a 12 horas com dose reduzida de 0,25mg/kg/h, se necessário19,20. - Fondaparinux: contraindicado como anticoagulante único no contexto da ICPp, devido a maior incidência de trombose do cateter (22/1890 pacientes no grupo fondaparinux vs. 0/1898 pacientes no grupo HNF, P<.001) e complicações coronarianas (oclusão coronariana abrupta, nova formação de trombo angiograficamente, trombose de cateter, no-reflow, dissecção ou perfuração; (270/1890 pacientes no grupo fondaparinux vs. 225/1898 pacientes no grupo HNF, P=.04). O uso de HNF associada ao fondaparinux parece prevenir estas complicações e é considerado seguro43. Adicionalmente aos fármacos listados anteriormente, aspectos técnicos do procedimento de ICPp sofreram melhorias desde sua afirmação como modalidade de reperfusão de escolha no IAMCST. - Superioridade do uso de stents em comparação com angioplastia com balão: o uso rotineiro de stents na ICPp é baseado na redução no risco 12 de novas revascularizações de vaso-alvo e lesão-alvo, com possível redução no risco de reinfarto, porém sem redução na mortalidade44,45. - Uso de stents farmacológicos: comparado com o uso de stents convencionais (bare metal stent - BMS), o implante de stents farmacológicos (drug-eluting stent - DES) na ICPp reduz as taxas de reestenose e necessidade de reintervenção, porém sem reduzir mortalidade ou reinfarto46– 50 . O uso de DES de primeira geração reduziu a taxa de revascularização no acompanhamento de até cinco anos após ICPp, ao ser comparado com BMS, porém, apresentou, após o primeiro ano, aumento na taxa de trombose definitiva e uma tendência a aumento na taxa de IAM51. Tais achados apresentam sustentação fisiopatológica em estudo de autópsia do grupo da Dra. Renu Virmani, que sugere cicatrização mais tardia dos pacientes tratados com DES no contexto do IAMCST quando comparados com pacientes tratados com angina estável52. - Uso da via de acesso radial: sangramentos maiores são complicações não cardíacas relativamente frequentes em pacientes atendidos com IAMCST e são associados com o aumento da mortalidade53. Em pacientes submetidos à ICPp o sítio de acesso representa uma importante fonte de sangramento, principalmente quando a via de acesso femoral é utilizada54. O uso da via de acesso radial em pacientes submetidos à ICPp está associada à redução de mortalidade, eventos cardiovasculares maiores combinados, complicações vasculares e sangramento no sítio de acesso55,56. O estudo RIVAL (2011) comparou a via de acesso radial com a femoral em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), submetidos à 13 estratégia invasiva (IAMCST = 1958 pacientes). O uso da via de acesso radial no subgrupo de pacientes submetidos à ICPp esteve associada à redução do desfecho primário, composto por morte, IAM, acidente vascular cerebral (AVC) ou sangramento maior não relacionado à CRM em 30 dias (taxa de incidência [HR]:0,60 [0,38-0,94];p=.026), assim como redução da mortalidade (HR:0,39 [0,20-0,76];p=.006)56. Achados semelhantes foram descritos posteriormente no estudo RIFLE-STEACS (2012), no qual 1.001 pacientes com IAMCST foram randomizados para as vias de acesso radial ou femoral no momento da ICPp ou ICP de resgate. Os pacientes tratados pela via radial apresentaram menor incidência do desfecho primário em 30 dias, composto por morte cardíaca, AVC, IAM, revascularização de lesão-alvo e sangramento (radial 13,6% vs. femoral 21,0%; p=.003). Os pacientes alocados no grupo radial também apresentaram menor mortalidade cardíaca (radial 5,2% vs. femoral 9,2%; p=.02)55. A última diretriz da sociedade europeia de cardiologia indica o uso preferencial da via de acesso radial na ICPp em operadores experientes nesta via de acesso (Recomendação IIa)19. Já a diretriz americana apenas cita que a via de acesso radial deve ser considerada sempre que possível, porém sem fazer recomendação formal20. - Aspiração manual de trombos: embolização distal de material aterotrombótico ocorre na maioria dos pacientes durante ICPp, podendo resultar em obstrução microvascular e consequente reperfusão subótima de miocárdio viável57. O estudo TAPAS comparou o uso rotineiro da aspiração manual de trombos com a técnica convencional durante ICPp, demonstrando melhora da reperfusão miocárdica, avaliada pelo grau de perfusão miocárdica e resolução do segmento ST, com uso do cateter de aspiração manual Export (Medtronic)58. A avaliação dos desfechos clínicos no seguimento de um ano demonstrou que o grupo ICPp 14 convencional apresentou maior mortalidade (mortalidade por todas as causas, HR:1,67 [1,02-2,7]; p=.042 e mortalidade cardíaca, HR: 1,93 [1,11-3,37]; p=.020) e tendência a maior ocorrência de reinfarto (HR:1,97 [0,98-3,96]; p=.05), se comparado ao grupo da aspiração manual de rotina26. Os resultados do estudo TAPAS devem ser analisados com cautela, visto que o mesmo foi desenhado para avaliar desfechos substitutos de reperfusão miocárdica, não apresentando poder estatístico para determinar diferenças em desfechos clínicos em um ano. Duas meta-análises abordaram o tema, com resultados conflitantes na avaliação de desfechos clínicos59,60. Em 2013 foi publicado o estudo TASTE, o qual randomizou pacientes incluídos no registro sueco de angiografia e angioplastia coronária (SCAAR) e demonstrou mortalidade em 30 dias, similar entre os grupos tromboaspiração e ICPp convencional (HR 0,94 [0,72-1,22]; p=.63). Apesar da falta de evidências sólidas de benefício clínico, o uso da aspiração manual de trombos apresenta apelo fisiopatológico e resultados positivos em estudos com desfechos substitutos, além de ser um procedimento simples, rápido e relativamente seguro. É recomendado atualmente pelas diretrizes americana e europeia de cardiologia, assim como pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI) (Recomendação IIa, nível de evidência B)19,20,61. 2.2 ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO EM PACIENTES SUBMETIDOS À ICPp Na prática clínica atual um percentual considerável de pacientes apresenta baixa mortalidade prevista. Estes pacientes poderiam se beneficiar de curta estadia em unidade de terapia intensiva e alta hospitalar precoce, com resultante melhor qualidade no atendimento e otimização dos recursos de saúde4–6. Por outro lado, alguns subgrupos de pacientes ainda apresentam alta morbimortalidade após serem tratados com diagnóstico de 15 IAMCST7–10. Fatores relacionados com pior evolução clínica em pacientes com IAMCST podem ser identificados clinicamente ou através de exames. Michaels e Goldschlager dividiram em seis categorias diversas variáveis preditoras de morbimortalidade em pacientes com IAMCST, de acordo com sua origem: clínicas e demográficas, exame físico, teste de esforço, ECG, laboratoriais e angiográficas62. Variáveis clínicas e demográficas: as principais variáveis demográficas e clínicas, preditoras de eventos adversos em curto e longo prazo em pacientes com IAMCST foram determinadas por análise de regressão logística multivariada, em quatro grandes estudos na era da trombólise: TIMIII (1992), GISSI-2 (1993), GUSTO-1 (1995) e CAMI (1996). Idade avançada, insuficiência cardíaca, diabetes mélito, parede do infarto, infarto do miocárdio prévio, hipertensão arterial sistêmica (HAS) e cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) prévia, foram variáveis independentes de evolução desfavorável, confirmadas posteriormente em ensaios clínicos randomizados (ECR) (Tab. 1)63–66. 16 Tabela 1 - Variáveis clínicas e demográficas associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST Variáveis Clínicas e Demográficas Idade avançada Sexo Feminino Angina prévia Disfunção ventricular Insuficiência mitral Diabetes mélito IAM prévio HAS Doença cerebrovascular Fibrilação atrial Tabagismo Depressão IAM, Infarto Agudo do Miocárdio; HAS, Hipertensão Arterial Sistêmica. Variáveis do exame físico: achados do exame físico fornecem informações prognósticas adicionais durante o atendimento inicial do paciente com IAMCST. A presença de sinais de disfunção ventricular direita ou esquerda identifica pacientes com risco aumentado de morte, com a severidade da disfunção proporcionalmente relacionada com pior prognóstico, descrita por meio da classificação de Killip e Kimball, em artigo publicado em 196767. Tais achados foram confirmados posteriormente em diversos ensaios clínicos. No estudo GUSTO-I, publicado em 1995, mais de 41 mil pacientes com IAMCST e até seis horas de sintomas foram alocados 17 randomicamente para quatro estratégias de trombolíticos. Apesar de apenas 2% dos pacientes apresentarem Killip 3 e 4, a mortalidade foi progressivamente maior em pacientes com classificação de Killip > I (Tab. 2)65. Tabela 2 - Taxa de mortalidade e razão de chances conforme classificação de Killip no estudo GUSTO-1 Classificação de Killip Mortalidade, % RC (não ajustada) RC (ajustada) 1 5,1 2 13,6 2,95 3 32,2 8,91 4,37 4 57,8 25,68 7,86 RC: Razão de chances. Diversas variáveis clínicas e demográficas estão associadas com prognóstico adverso no IAMCST, porém nenhuma delas possui pior prognóstico do que o choque cardiogênico, seja na apresentação inicial ou como complicação desenvolvida durante o período intra-hospitalar67–69. Apesar dos avanços na terapia ocorridos nas últimas décadas, a mortalidade no IAMCST associado a choque cardiogênico ainda é superior a 40% na maior parte dos estudos com base populacional8,70. 18 Variáveis eletrocardiográficas: O eletrocardiograma de 12 derivações realizado na apresentação clínica inicial é o principal método diagnóstico em pacientes com quadro clínico sugestivo de IAMCST. A análise adicional do ECG apresenta informações prognósticas nas diversas fases do atendimento, desde o atendimento inicial até após o tratamento com trombolíticos ou ICPp (Tab. 3)62,71. Tabela 3 - Variáveis eletrocardiográficas associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST Variáveis Eletrocardiográficas Bloqueio de ramo Bloqueio atrioventricular avançado Infarto de parede anterior Infarto de ventrículo direito Extra-sístoles ventriculares complexas Taquicardia ventricular (sustentada e não sustentada) Variabilidade reduzida da frequência cardíaca Intervalo QTc aumentado Resolução do segmento ST - Resolução do segmento ST O objetivo principal da ICPp é reestabelecer a patência da ARI e obter reperfusão em nível microvascular o mais breve possível após o início dos sintomas no IAMCST72. A avaliação angiográfica do fluxo miocárdico é 19 realizada por meio do fluxo TIMI e, apesar da relação deste com desfechos clínicos, até metade dos pacientes com fluxo TIMI 3 não apresenta reperfusão em nível microvascular73,74. Uma ferramenta útil, simples e de baixo custo para avaliar a reperfusão em nível microvascular é a análise da resolução do segmento ST no ECG após a terapia de reperfusão nos pacientes com IAMCST, recomendada pelas diretrizes americana, europeia e brasileira19,20,27,75–77. Utilizada inicialmente para avaliar reperfusão após trombólise e guiar a realização de intervenção coronariana percutânea de resgate, a análise da resolução do segmento ST auxilia a reclassificar o risco do paciente, principalmente naqueles com fluxo TIMI 3 pós-ICPp71,75,77–79. A análise da resolução do segmento ST é realizada através da comparação do ECG realizado entre 60 e 90 minutos após a terapia de reperfusão e o ECG basal, obtido no diagnóstico do IAMCST. A análise através do cálculo da soma da elevação do segmento ST nas derivações relacionadas ao infarto ou pela resolução na derivação com maior elevação do segmento ST, conforme descrito abaixo, são as metodologias mais citadas na literatura80,81: - Soma da elevação do segmento ST: a elevação do segmento ST é medida no ponto J ou (20 ms após o mesmo) e a soma é realizada conforme a localização do IAMCST. Para infarto de parede anterior, é realizada a soma da elevação do segmento ST nas derivações V1 a V6, I e aVL. Para infarto de parede inferior, é realizada a soma da elevação do segmento ST nas derivações II, III, aVF, V5 e V6. O percentual de resolução da soma das elevações do segmento ST a partir do ECG basal comparado com o ECG 20 pós-reperfusão é analisada em duas ou três categorias, sendo 50% o ponto de corte para duas categorias (resolução completa>50% e ausência de resolução<50%). Quando dividida em três categorias, é considerada resolução completa>70%, resolução parcial 30 a <70% e ausência de resolução <30%76,80. - Resolução do segmento ST pela derivação de maior elevação: é calculada a partir do percentual de redução da elevação do segmento ST a partir do ECG basal comparado com o ECG pós-reperfusão na derivação com maior elevação do segmento ST basal. Analisada em duas categorias (resolução completa>50% e ausência de resolução<50% ou em três categorias (resolução completa>70%, resolução parcial 30 a <70% e ausência de resolução <30%81. Buller et al. (2008) compararam prospectivamente 6 métodos de calcular a resolução do segmento ST em uma coorte de 4.866 pacientes submetidos à ICPp. Dentre as metodologias avaliadas, a análise isolada da derivação com maior elevação residual do segmento ST no ECG pós-ICPp apresentou capacidade prognóstica, no mínimo, equivalente a metodologias mais complexas, além de prescindir da análise do ECG basal. Pacientes com elevação residual do segmento ST >2mm apresentaram maior risco de eventos cardiovasculares em 90 dias, enquanto pacientes com 1 a <2mm apresentaram risco intermediário de eventos. O achado de elevação residual do segmento ST inferior a 1mm identificou pacientes com baixo risco de eventos, independentemente do fluxo TIMI pós-ICPp71. A estimativa da área do infarto por meio da análise eletrocardiográfica, laboratorial ou por imagem não invasiva apresenta correlação com desfechos 21 clínicos em curto e longo prazo, porém ainda não apresenta papel definido na prática clínica atual71,82–86. Variáveis laboratoriais: Diversos exames laboratoriais coletados no momento da internação ou obtidos durante o período hospitalar de atendimento do IAMCST se correlacionam com o prognóstico em curto e médio prazo (Tab. 4). Tabela 4 - Variáveis laboratoriais associadas com morbimortalidade em pacientes com IAMCST Variáveis Laboratoriais Creatinina Proteína C-reativa Hemoglobina Glicose BNP Leucócitos Troponina Potássio BNP, peptídeo natriurético tipo B. - Creatinina: Pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) apresentam alto risco e pior prognóstico após um infarto agudo do miocárdio87–89. A avaliação prospectiva de aproximadamente 130 mil pacientes com mais de 65 anos, usuários do Medicare, internados com IAM entre 1994 e 22 1995, em hospitais americanos, revelou uma maior mortalidade entre os pacientes com IRC. O estudo também identificou que os pacientes com IRC receberam menos terapias efetivas como AAS, betabloqueadores e terapia de reperfusão, em relação aos pacientes com função renal preservada, o que pode explicar, em parte, a diferença nos índices de mortalidade87. A análise de 14.527 pacientes com IAM do estudo VALIANT, dois terços com IAMCST, mostrou uma mortalidade inversamente proporcional à taxa de filtração glomerular (TFG), em três anos de seguimento (Tab. 5)89. A TFG foi medida pela equação Modification of Diet in Renal Disease (MDRD) no momento da internação90. Após ajuste para outros fatores de risco, a taxa de eventos cardiovasculares maiores (ECVM) (composto por morte, insuficiência cardíaca, re-IAM, ressuscitação após parada cardiorrespiratória e acidente vascular encefálico) aumentou significativamente com o declínio da TFG (Razão de risco = 1,1 para cada 10 unidades de TFG abaixo de 81 mL/min por 1.73m2). Tabela 5 - Taxa de mortalidade em três anos de acordo com a TFG e creatinina basais no estudo VALIANT TFG estimada e Creatinina na Internação Mortalidade, % TFG<45,0 ml/min/1,73m2;Creatinina 1.7+0,4mg/dl 45,5 TFG45,0-59,9 ml/min/1,73m2;Creatinina 1.3+0,2mg/dl 28,9 TFG60,0-74,9 ml/min/1,73m2;Creatinina 1.1+0,1mg/dl 20,5 TFG>75,0 ml/min/1,73m2;Creatinina 0.9+0,4mg/dl 14,1 TFG, taxa de filtração glomerular 23 - Proteína C-Reativa: a proteína C-Reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda associada a eventos cardiovasculares, tanto em pacientes sem diagnóstico prévio da DAC como em pacientes com angina estável ou síndromes coronarianas agudas sem elevação do segmento ST (SCASSST)91–95. Devido à necessidade de discriminação de valores abaixo de 3mg/L, é recomendada a utilização da mensuração com a metodologia ultrassensível96. Em relação ao IAMCST, os resultados são conflitantes, não havendo ainda recomendação para dosagem da PCR neste cenário97–104. Cabe destacar que a apresentação inicial do paciente representa o momento ideal para a dosagem da PCR no contexto do IAMCST, conforme estudo prospectivo com 861 pacientes consecutivos com até seis horas de sintomas submetidos à trombólise. A PCR se mostrou um preditor independente de IAM e morte no período de 3,5 anos quando coletada na apresentação inicial (risco relativo (RR) 2,8; p=0,002 e RR 2,1; p=0,03, respectivamente), mantendo apenas relação com mortalidade isoladamente se coletada com 24, 48 ou 72 horas99. - BNP: O peptídeo natriurético tipo B (BNP) e o fragmento N-terminal do BNP (NT pró-BNP) são exames de laboratório comprovadamente úteis no diagnóstico e prognóstico da insuficiência cardíaca105–107. No IAMCST, valores elevados de ambos os marcadores são associados com mortalidade elevada, mesmo após ajuste para outras variáveis108,109. A análise do subgrupo de pacientes com IAMCST do estudo TIMI-16 demonstrou que o BNP coletado dentro das primeiras 48 horas de sintomas se correlacionou com risco de eventos cardiovasculares em 30 dias e 10 meses (P=.02)108. Já o estudo ENTIRE-TIMI-23 avaliou a relação do BNP no IAMCST, porém com 24 coleta do biomarcador no atendimento inicial. Pacientes com valores de BNP acima de 80pg/ml apresentaram risco significativamente elevado de morte em 30 dias (17,4% vs. 1,8%, P<.0001), além menor grau de reperfusão após trombólise avaliada pelo grau de perfusão miocárdica TIMI (TIMI myocardial perfusion grade [TMP] - "blush miocárdico") e resolução do segmento ST109. Ao ser comparado com o escore de risco TIMI, o NT pró-BNP coletado nas primeiras 24 horas de sintomas do IAMCST, se mostrou mais acurado para predizer morte em nove meses (estatística C=0,79 [IC95% 0,70-0,88], P<.001 vs estatística C=0,67 [IC95% 0,58-0,76], P<.001 para escore de risco TIMI)110. Variáveis angiográficas: O uso da reperfusão mecânica por meio da ICPp oferece, além de melhores resultados clínicos, informações provenientes da angiografia úteis para a estratificação do risco de morbimortalidade do paciente. - Classificação do grau de fluxo TIMI: Em 1985 o grupo Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) publicou uma classificação (Tab. 6) utilizada com sucesso para avaliar o fluxo coronariano em síndromes coronarianas agudas73. A análise de diversos estudos de trombólise com controle angiográfico no IAMCST, totalizando 3.969 pacientes, demonstrou menor mortalidade em curto e médio prazo, nos pacientes com fluxo TIMI 3 (3,7%), com maior mortalidade entre naqueles pacientes com fluxo TIMI 2 (7,0%) ou 0/1 (8,8%)111. O impacto do resultado angiográfico subótimo mantém correlação com desfechos também em longo prazo, mesmo nos pacientes submetidos à ICPp. A avaliação dos desfechos em três anos dos 3.602 25 pacientes do estudo HORIZONS-AMI demonstrou maior mortalidade nos pacientes com fluxo TIMI inferior a 3 (10,5% vs. 5,5% nos pacientes com fluxo TIMI 3; p<.0001)112. Tabela 6 - Grau de fluxo TIMI Fluxo TIMI 0 Características Ausência de perfusão; Ausência de fluxo anterógrado distalmente ao ponto de oclusão. Penetração sem perfusão; Passagem de contraste além do 1 ponto de obstrução, porém sem opacificar o leito distal. Perfusão parcial; Passagem de contraste além do ponto de 2 obstrução com opacificação do leito distal da coronária, porém com velocidade de opacificação ou de dispersão do contraste inferior ao encontrado em segmentos coronarianos não obstruídos. Perfusão completa; Passagem de contraste anterogradamente 3 ao ponto de obstrução com opacificação completa do leito distal da coronária com velocidade semelhante ao leito coronariano proximal ao ponto de obstrução e com dispersão do contraste na mesma velocidade de segmentos coronarianos não obstruídos. 26 - Classificação da contagem de quadros TIMI (TIMI Frame Count [TFC]): Mesmo apresentando forte correlação com desfechos após ICPp, o fluxo TIMI apresenta como limitações sua natureza categórica e subjetiva. Com o objetivo de realizar uma medida mais precisa da reperfusão, Gibson et al. desenvolveram o TFC, no qual são contados o número de quadros necessários para o contraste alcançar um ponto de referência padrão na coronária113. O TFC apresenta adequada correlação com desfechos clínicos, porém apresenta pouco apelo para uso na prática clínica devido à necessidade de filmagem da cineangiocoronariografia em 30 quadros por segundo e a utilização, de preferência, de software específico para maior precisão do seu resultado114,115. - Classificação do grau de perfusão miocárdica TIMI (TIMI myocardial perfusion grade [TMP] ou blush): apesar da obtenção de fluxo TIMI 3 após trombólise ou ICPp, muitos pacientes apresentam perfusão miocárdica inadequada e evolução desfavorável115–118. A avaliação da perfusão miocárdica através do TMP (Tab. 7) demonstrou maior mortalidade naqueles pacientes com TMP inferior a 3, mesmo nos pacientes com fluxo TIMI 3, estratificando adicionalmente os pacientes dentro do grupo de menor risco de eventos (mortalidade 0,7% nos pacientes com TMP igual a 3 vs 4,7% nos pacientes com TMP inferior a 3; p=.03)118. 27 Tabela 7 - Grau de perfusão miocárdica TIMI (blush) Fluxo TIMI 0 Características Falha do contraste em entrar na microcirculação. Inexistência ou aparência mínima do aspecto em vidro fosco (blush) ou opacificação do miocárdio na distribuição da artéria culpada, indicando a ausência da perfusão tissular. Contraste penetra lentamente, porém não consegue ser eliminado da 1 microcirculação. Há aparência de vidro fosco ou opacificação do miocárdio no território da artéria culpada, que permanece presente na próxima injeção (30 segundos entre as injeções, aproximadamente). Entrada e saída tardia do contraste na microcirculação. Há aparência 2 de vidro fosco ou opacificação do miocárdio no território da artéria culpada, que é fortemente persistente na fase de dispersão do contraste. Entrada e saída normal do contraste na microcirculação. Há 3 aparência de vidro fosco ou opacificação do miocárdio no território da artéria culpada, a qual desaparece normalmente durante a fase de dispersão do contraste. Além das variáveis já descritas, um grande número de exames não invasivos (Tab. 8), assim como a estimulação elétrica programada em estudo eletrofisiológico, apresentam capacidade prognóstica após o tratamento de um IAMCST62,119–125. 28 Tabela 8 - Exames não invasivos úteis para estratificação de risco com IAMCST Exames não invasivos Eletrocardiograma de alta-resolução Holter Teste ergométrico Ecocardiograma Tomografia computadorizada Ressonância nuclear magnética 2.2.1 Escores de risco A estratificação do risco em pacientes com IAMCST, mesmo quando as opções de tratamento são bem definidas, pode impactar na tomada de decisão, sugerindo níveis de cuidado no período intra-hospitalar, intervenções terapêuticas e alocação de recursos126. Com o objetivo de identificar de maneira mais acurada os pacientes de baixo e alto risco de morbimortalidade, escores de risco dedicados foram desenvolvidos 11–14. Conforme identificado nos grandes estudos da era trombolítica, algumas variáveis isoladas (como idade, localização do infarto e sinais de insuficiência cardíaca) são fortes preditoras de mortalidade no IAMCST. A maioria das variáveis associadas com o prognóstico do paciente após o diagnóstico do IAMCST são de fácil caracterização e podem ser utilizadas 29 para regras de predição de risco simples. Entretanto, variáveis como idade e medidas hemodinâmicas objetivas (pressão arterial, frequência cardíaca) são variáveis contínuas e apresentam relação não-linear com a mortalidade, tornando o cálculo do risco baseado nesta variáveis tarefa difícil de ser executada na prática clínica diária63–66,127. Os escores de risco incorporam dados obtidos no atendimento inicial do paciente ou durante cineangiocoronariografia e procedimentos ICPp em de pacientes rotina, com no caso IAMCST. a Para apresentarem uma acurácia adequada, são incluídas variáveis que apresentam informação prognóstica independente e que abrangem o complexo perfil dos pacientes com IAMCST. Portanto, os escores de risco reúnem informações de diversas variáveis, tornando-se ferramentas mais acuradas do que a simples categorização do risco com variáveis isoladas13,127. O escore Global Registry of Acute Coronary Events (GRACE) foi desenvolvido a partir do registro internacional de mesmo nome, o qual incluiu uma grande população não selecionada, com todas as formas de síndromes coronarianas agudas (SCA), com dados da história clínica, do exame físico e de testes laboratoriais11. Foi desenvolvido em 21.688 pacientes e validado em 22.122 pacientes, incluídos a partir de 94 hospitais de 14 países da Europa, Américas e Oceania, entre 1999 e 2005. Nove fatores preditivos para morte e o desfecho combinado morte e IAM foram identificados: idade, ocorrência (história prévia ou atual) de insuficiência cardíaca, doença arterial obstrutiva periférica (DAOP), pressão arterial sistólica, classificação de Killip, concentração inicial de creatinina sérica, elevação de marcadores de injúria 30 miocárdica, parada cardiorrespiratória no atendimento inicial e desvio do segmento ST. A partir destes fatores foi desenvolvido um modelo simplificado com oito variáveis (Fig. 1), sendo que os desfechos primários estudados foram mortalidade e IAM. Em pacientes com IAMCST, a estatística C foi de 0,82 para predizer mortalidade e 0,73 para predizer mortalidade ou IAM em seis meses. O escore pode ser calculado a partir de calculadora disponível on-line ou através de aplicativos para dispositivos eletrônicos portáteis. Fonte: GRACE (2013) Figura 1 - Calculadora do escore de risco GRACE para morte ou o desfecho combinado 2 morte e IAM em seis meses a partir do modelo de risco simplificado O escore PAMI foi desenvolvido em 3.252 pacientes com IAMCST submetidos à ICPp, incluídos em ensaios clínicos randomizados e registros 2 GRACE. Calculadora do escore de risco GRACE. Disponível em: <http://www.outcomesumassmed.org/grace/acs_risk/acs_risk_content.html>. Acesso em: 23 mar. 2014. 31 publicados pelo grupo PAMI, entre 1993 e 2000. O modelo final incluiu os seguintes fatores de risco: idade, classificação de Killip, frequência cardíaca, presença de diabetes e infarto de parede anterior ou presença de bloqueio de ramo (Tab. 9). Para cada fator foi atribuído um valor, com o escore variando de 0 a 15 pontos. A estatística C para predizer mortalidade em seis meses foi igual a 0,78. Pacientes com choque cardiogênico não foram incluídos nos estudos devido aos critérios de seleção rígidos, reduzindo a aplicabilidade do escore na prática diária atual12. Tabela 9 - Preditores de morte em seis meses após ICPp Variável RC IC95% p Escore de risco Idade>75 7,4 4,9-11,2 <.0001 7 Idade 65-75 2,9 1,9-4,5 <.0001 3 Killip>1 2,2 1,5-3,2 <.0001 2 FC>100bpm 1,8 1,3-2,5 .0008 2 Diabetes Mélito 1,7 1,1-2,4 .0078 2 IAM anterior/BRE 1,7 1,2-2,4 .0011 2 RC, Razão de chances; IC95%, intervalo de confiança de 95%; FC, frequência cardíaca; bpm, batimentos por minuto; BRE, bloqueio de ramo esquerdo. O escore TIMI, criado para ser uma ferramenta de fácil utilização na beira do leito, foi desenvolvido a partir de 14.114 pacientes com IAM, com até seis horas de sintomas tratados com terapia fibrinolítica no ensaio clínico In TIME II, o qual incluiu pacientes provenientes de mais de 800 centros cardiológicos de diversos países, entre 1997 e 1998. Dez variáveis clínicas, 32 responsáveis por 97% da capacidade preditora do modelo multivariado, formaram o escore de risco TIMI (Tab. 10). A estatística C para morte em 30 dias foi de 0,779. O escore foi validado externamente nos pacientes do estudo TIMI 9, com capacidade prognóstica similar (estatística C = 0,746)13. O desempenho do escore TIMI em pacientes submetidos à ICPp foi avaliada neste subgrupo de pacientes do terceiro registro nacional americano de IAMCST (NRMI 3), obtendo-se forte correlação com mortalidade intrahospitalar (estatística C = 0,80)126. Tabela 10 - Escore de risco TIMI Variável Escore de risco Idade 65-74/>75 2/3 pontos Pressão arterial sistólica <100mmHg 3 pontos Frequência cardíaca >100 bpm 2 pontos Killip 2-4 2 pontos IAM anterior/BRE 1 ponto Diabetes mélito, HAS ou angina 1 ponto Peso <67 Kg 1 ponto Tempo para tratamento >4 horas 1 ponto bpm, batimentos por minuto; BRE, bloqueio de ramo esquerdo; IAM, infarto agudo do miocárdio; HAS, hipertensão arterial sistêmica. Em 2004 foi publicado o escore Zwolle, desenvolvido a partir de uma coorte de 1.791 pacientes atendidos com IAM com até 24 horas de sintomas e submetidos exclusivamente à ICPp no período de 1994 a 200114. Seis variáveis foram incluídas no escore (Tab. 11), resultando em uma estatística 33 C de 0,907 para predizer morte em 30 dias. Esse foi o primeiro modelo que incorporou dados angiográficos, como a presença de doença coronariana trivascular e o fluxo TIMI pós-ICPp. O escore identificou um grande número de pacientes (1.315 pacientes, equivalente a 73,4% da coorte) de baixo risco (escore < 3), com baixíssima mortalidade em até 10 dias (0,3%). Tabela 11 - Escore de risco Zwolle Variável Escore de risco Killip 2/3-4 4/9 pontos Fluxo TIMI pós-ICPp 2/0-1 1/2 pontos Idade > 60 2 pontos DAC trivascular 1 ponto IAM anterior 1 ponto Tempo para tratamento >4 horas 1 ponto ICPp, intervenção coronariana percutânea primária; DAC, doença arterial coronariana; IAM, infarto agudo do miocárdio. Outros escores de risco para avaliar prognóstico no contexto do IAMCST foram publicados, como os escores de risco CADILLAC, Dynamic TIMI e TIMI Risk Index, porém estes escores são pouco utilizados no nosso meio. Os motivos para não utilizar os referidos escores são variados: o fato de apresentarem variáveis não mensuradas rotineiramente nos pacientes com IAMCST na nossa instituição, como no caso da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, impossibilitando o cálculo do escore de risco CADILLAC; o uso preferencial do escore de risco TIMI em detrimento do TIMI Risk Index devido ao uso difundido do escore de risco TIMI através de calculadoras 34 disponíveis em dispositivos eletrônicos móveis; a publicação do escore de risco Dynamic TIMI ter sido posterior à elaboração do banco de dados de IAMCST de nossa instituição, assim como das análises realizadas nesta publicação, além de não apresentar calculadora de risco disponível como aplicativo de dispositivos eletrônicos móveis ou na internet, reduzindo seu uso na prática clínica128–130. Além dos escores de risco preditores de mortalidade, escores de risco preditores de sangramento foram desenvolvidos em pacientes com síndrome coronariana aguda, com posterior avaliação e comparação no contexto do IAMCST exclusivamente131–134. O escore de risco de sangramento CRUSADE foi desenvolvido e validado em uma coorte de 89.134 pacientes internados em hospitais norteamericanos com diagnóstico de SCASSST de alto risco no período de 2001 a 2006. Oito variáveis foram incluídas no escore: hematócrito, estimativa do clearence de creatinina, frequência cardíaca, gênero, sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, doença vascular periférica, diabetes mélito e pressão arterial sistólica. O escore apresentou uma adequada discriminação para a ocorrência de sangramentos maiores no período intra-hospitalar com uma estatística C de 0,71 na coorte de derivação e de 0,70 na coorte de validação132. Em 2010 foi publicado o escore de risco de sangramento ACUITYHORIZONS, derivado de dois ensaios clínicos randomizados, os estudos ACUITY e HORIZONS-AMI. O estudo ACUITY incluiu 13.819 pacientes com SCASSST de moderado a alto risco, randomizados para uma das três estratégias anti-trombóticas a seguir: heparina (HNF ou enoxaparina) 35 associada a IGP IIb/IIIa, bivalirudina associada a IGP IIb/IIIa ou bivalirudina em monoterapia. Já o estudo HORIZONS-AMI randomizou 3.602 pacientes com IAMCST com ICPp programada para terapia com HNF associada a IGP IIb/IIIa ou bivalirudina em monoterapia. O escore incluiu as variáveis gênero, idade, creatinina sérica, leucócitos, anemia, diagnóstico na apresentação (IAMCST, IAMSST ou SCASSST) e regime anti-trombótico (HNF associada a IGP IIb/IIIa ou bivalirudina em monoterapia). O modelo apresentou estatística C de 0,74 para sangramento maior não associado a CRM em 30 dias e apresenta como limitações o desenvolvimento a partir de pacientes incluídos em ECR e a limitação da análise a pacientes submetidos à terapia com HNF associada a IGP IIb/IIIa ou bivalirudina em monoterapia exclusivamente133. O escore de risco de sangramento ACTION foi desenvolvido e validado a partir de 90.273 pacientes com diagnósticos de IAMCST e IAMSST incluídos em um registro nacional norte-americano no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008. O escore incluiu as varíaveis idade, peso, gênero, uso prévio de varfarina, diabetes mélito, doença vascular periférica, hemoglobina, creatinina, insuficiência cardíaca ou choque cardiogênico, frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e alterações eletrocardiográficas. O escore apresentou estatística C para sangramento maior no período intra-hospitalar de 0,73 e 0,71 nas coortes de derivação e validação, respectivamente. Apesar deste escore derivar de um registro com abrangência nacional nos Estados Unidos, o grande número de critérios de exclusão pode ter selecionado uma população de mais baixo risco do que a população original do registro131. 36 2.2.2 Comparação entre os escores de risco em pacientes submetidos à ICPp Apesar de frequentemente utilizados, alguns escores de risco apresentam limitações, como o desenvolvimento há mais de uma década ou no contexto de ensaios clínicos randomizados. Avaliações destes escores em populações tratadas com ICPp são escassas, assim como comparações entre os diversos escores de risco15,16,135. Aragam et al. (2009) descreveram acurácia semelhante dos escores TIMI e GRACE para mortalidade hospitalar (0,84 vs 0,83) e no seguimento em seis meses (0,72 vs 0,71), em uma amostra de 698 pacientes com IAM. A principal limitação do estudo decorre da avaliação de pacientes tratados há mais de uma década15. Kozieradzka et al. compararam a acurácia dos escores TIMI, GRACE, ZWOLLE e CADILLAC para mortalidade em 30 dias, um e cinco anos, em 505 pacientes consecutivos em um único centro, com resultados semelhantes e significativamente superiores(p<0,05) dos três primeiros, em comparação ao escore CADILLAC em 30 dias16. Este estudo apresenta como limitação a inclusão de pacientes tratados entre 2000 e 2002136. Uma meta-análise realizada em 2012 mostrou uma estatística-c combinada de 0,77 para o escore TIMI e 0,82 para o escore GRACE na avaliação de desfechos em curto prazo135. Outros estudos apresentam como limitações a exclusão de pacientes de alto risco, pequeno número de escores analisados e desenho retrospectivo137–140. Em 2012 foi publicada uma comparação do desempenho dos escores de risco de sangramento CRUSADE, ACUITY-HORIZONS e ACTION em 37 uma coorte de pacientes consecutivos submetidos a ICPp para tratamento de IAMCST entre 2006 e 2010 em um centro espanhol, com 81% dos procedimentos de ICPp realizados pela via radial. Os três escores apresentaram adequada calibração, com resultados do teste de HosmerLemeshow não significativos. A acurácia preditiva dos três escores também foi adequada, com estatística C de 0,77 (CRUSADE), 0,70 (ACUITYHORIZONS) e 0,78 (ACTION). Os escores CRUSADE e ACTION apresentaram maior acurácia que o escore ACUITY-HORIZONS (p<0,001). Apesar do número limitado de pacientes de um centro único, o estudo foi o único até o momento a avaliar e comparar os escores de risco de sangramento exclusivamente em pacientes com IAMCST134. 2.2.3 Análise estatística dos escores de risco A curva ROC é tipicamente utilizada para avaliação de modelos prognósticos em cardiologia e representa a probabilidade de um modelo preditivo, no caso um escore de risco, atribuir uma maior probabilidade de um evento ocorrer naqueles que realmente vão apresentar este evento. A área sob a curva ROC é um resumo da acurácia do escore, sendo representada pela estatística C (concordância) para desfechos binários. A estatística C é igual a 0,5 quando a curva ROC corresponde à chance, representada pela linha diagonal na curva, e resulta em 1,0 quando a acurácia é máxima em discriminar entre aqueles com e sem o desfecho em estudo. Escore de risco com estatística C inferior a 0,6 é considerado inadequado para uso clínico, 0,6 a 0,7 possui limitada utilidade clínica, 0,7 a 0,8 possui moderada 38 capacidade discriminatória, enquanto valores superiores a 0,8 são considerados ideais para uso na prática clínica. Para a comparação de duas ou mais curvas ROC é recomendado o teste não-paramétrico de DeLong, pois indepedente da distribuição da curva ROC127,136,141–146. Além da análise discriminatóría através da estatística C, os escores de risco podem ser analisados em relação à calibração, que avalia a concordância entre os desfechos previstos e observados. A calibração dos escores é usualmente avaliada pelo teste de ajuste de Hosmer-Lemeshow, com a obtenção de um resultado não significativo indicando uma adequada calibração do escore143,145. A análise do desempenho de um modelo de risco baseado apenas na sua capacidade discriminatória (estatística C) e calibração apresenta limitações. Uma das principais limitações a ser destacada é a observação de que uma vez que a área sob a curva ROC atinge um determinado nível é necessário grandes tamanhos de efeito de novas variáveis para alcançar pequenos aumentos na área sob a curva ROC. Devido a estas limitações, novos métodos de quantificar a melhora no desempenho foram desenvolvidos, como a reclassificação do risco, o Net Reclassification Improvement (NRI) e o Integrated Discrimination Improvement (IDI)142. Em modelos clínicos prognósticos a estratificação do risco é importante para a tomada de decisão clínica, sendo preferível modelos que estratifiquem os indivíduos corretamente nas várias categorias de risco, assim como classificar mais indivíduos nas categorias de mais alto e mais baixo risco, desde que estas classificações sejam acuradas. A reclassificação do risco dos indivíduos proporcionada por um novo escore de risco ou pela 39 adição de uma nova variável a um escore de risco com fatores de risco tradicionais pode ser avaliada pelo percentual de pacientes reclassificados em uma nova categoria de risco. É importante verificar se estes indivíduos estão sendo reclassificados corretamente comparando o risco previsto com o risco observado após a reclassificação utilizando um teste variante da estatística de Hosmer-Lemeshow. A simples adição de uma nova varíavel pode não aumentar a estatística C de um escore de risco, porém pode reclassificar um percentual significativo de pacientes e de maneira correta, além de melhorar a calibração do modelo. Pencina e colaboradores sugeriram uma medida simples de mudança nas categorias de risco para resumir a tabela de reclassificação, o NRI. Outra medida para avaliar o desempenho de um modelo é o IDI, que é equivalente à diferença nas curvas de discriminação de dois modelos (o modelo tradicional comparado ao tradicional com variável nova). O IDI não requer categorias de risco, focando nas diferenças entre as médias de sensibilidade e "um menos a especificidade" de modelos com e sem a variável nova. É importante definir a questão a ser respondida pelo modelo de risco, pois a utilização de ponto de corte para avaliação de desempenho necessita utilização do NRI como medida de melhora na discriminação do modelo, enquanto avaliações de melhora da discriminação do risco independentes de ponto de corte devem ser realizadas preferencialmente pela estatística C isoladamente ou associada ao IDI142,147. Na avaliação estatística de escores de risco a estatística C deve ser o primeiro critério a ser avaliado, porém o NRI e o IDI também devem ser levados em consideração. Pequenos aumentos na estatística C podem levar 40 a melhora substancial na reclassificação aferida pelo NRI e a modesto porém significativo incremento no IDI, sugerindo que a análise de desempenho de modelos de risco não deve se basear única e exclusivamente na análise da área sob a curva ROC142,147. 2.2.4 Alta hospitalar precoce após IAM: os escores de risco são úteis? Pacientes internados com IAMCST tradicionalmente são mantidos hospitalizados por cinco a sete dias para monitorização de eventos adversos como insuficiência cardíaca, arritmias, re-IAM e morte, porém a baixa taxa de eventos após os primeiros dias do IAMCST, relatada na literatura, não suporta uma internação prolongada neste contexto6. Ao analisar o tempo para a ocorrência de eventos cardiovasculares após um IAMCST tratado com diferentes drogas trombolíticas nos estudos GUSTO-I e GUSTO-III, Newby et al. identificaram que 95% dos casos de óbito, acidente vascular encefálico, choque e re-IAM ocorreram após 2,7 dias. Em relação à ocorrência de arritmia ventricular maligna (taquicardia e fibrilação ventriculares), a quase totalidade dos episódios foi verificada nas primeiras 24 horas148. Na coorte de pacientes utilizada para desenvolvimento e validação do escore de Zwolle foi possível identificar um grande percentual de pacientes com baixo risco de eventos com pontuação menor ou igual a três pontos. Um percentual de 73,4%, dos 2.538 pacientes, foi categorizado como baixo risco, tendo apresentado mortalidade de 0,1% em dois dias e 0,2% entre três e 10 dias14. 41 A última diretriz ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients with ST- Elevation Myocardial Infarction, publicada em dezembro de 2012, sugere que pacientes estáveis com baixo risco de morbimortalidade são candidatos à alta hospitalar precoce. É destacado que pacientes com 72 horas de evolução sem intercorrências, após a realização de trombólise com sucesso, podem ser considerados de baixo risco e aptos para alta hospitalar. Os escores de risco TIMI para IAMCST e GRACE são indicados para utilização no contexto do IAMCST, porém nenhuma referência formal é apresentada em relação ao tempo de hospitalização nos pacientes submetidos à ICPp20. Poucos estudos avaliaram a utilização de critérios de risco ou escores de risco como ferramenta para identificar quais pacientes poderiam receber alta hospitalar precoce. A maioria destes estudos apresenta como principal limitação metodológica a análise observacional de pacientes submetidos à terapia trombolítica149,150 ou à ICPp5,151–156. Três ensaios clínicos randomizados abordaram o tema, sendo que somente um destes estudos utilizou um escore de risco para classificar os pacientes em baixo ou alto risco de eventos cardiovasculares maiores após um IAMCST. Topol et al. publicaram, em 1988, um ensaio clínico randomizado (ECR) que avaliou a estratégia de alta hospitalar após 72 horas de IAMCST comparada com alta hospitalar usual (7 - 10 dias) em pacientes submetidos à trombólise ou ICPp. Foram selecionados 80 pacientes com evolução favorável até o terceiro dia de internação hospitalar que apresentavam cintilografia miocárdica perfusional com tálio-201 negativa para isquemia miocárdica residual. Não houve diferença na incidência de eventos clínicos 42 em seis meses entre os grupos, porém pacientes com alta hospitalar precoce apresentaram uma média de custos inferior e um retorno mais precoce ao trabalho. O estudo apresenta limitações importantes, como a inclusão de pacientes tratados na década de 1980, o tamanho da amostra e, principalmente, o fato de o desfecho primário ser o custo do total do tratamento do paciente no período intra-hospitalar, resultando em um estudo sem poder estatístico para avaliar desfechos clínicos157. Em 1998 Grines et al. publicaram o PAMI-II, um ECR multicêntrico, que randomizou 471 pacientes de baixo risco para alta hospitalar no terceiro dia de internação ou atendimento tradicional após ICPp. Foram considerados de baixo risco pacientes que apresentavam todos os seguintes critérios: idade máxima 70 anos, ausência de choque cardiogênico na apresentação, ausência de arritmias persistentes (necessitando infusão prolongada de lidocaína ou implante de marca-passo), doença de um ou dois vasos, fração de ejeção do ventrículo esquerdo maior que 45% e ICPp de vaso nativo com sucesso. O desfecho primário foi um desfecho composto de óbito, re-IAM, angina instável, AVC ou insuficiência cardíaca congestiva (ICC) em seis meses. Não houve diferença na incidência do desfecho primário entre os grupos intervenção e controle (10,1% x 12,8%; P=0,36). Dos 237 pacientes alocados no grupo alta hospitalar precoce, 59 (25%) não receberam alta no terceiro dia devido à ocorrência de contraindicações clínicas pré- especificadas no protocolo do estudo, como dor torácica, insuficiência cardíaca, arritmia, sangramento e febre. O estudo apresenta as seguintes limitações: ICPp sem uso de stent e falta de poder estatístico para detectar diferenças inferiores a 10% no desfecho primário. Este foi o primeiro estudo 43 realizado para testar a estratégia de alta hospitalar precoce, em pacientes com IAMCST, desenhado para avaliar desfechos clínicos4. Kotowycz et al. publicaram, em 2010, os resultados do estudo piloto do Safe-Depart Trial, no qual 54 pacientes, considerados de baixo risco após ICPp foram randomizados para alta hospitalar precoce (48-72 horas), seguido de seguimento ambulatorial intensivo por parte da equipe de enfermagem ou atendimento convencional. Este foi o primeiro estudo a utilizar um escore de risco para definição de risco dos pacientes, no qual pacientes com escore menor ou igual a três pelo escore de Zwolle foram considerados de baixo risco. Não ocorreram óbitos em ambos os grupos na avaliação em seis semanas e não houve diferença na taxa de re-hospitalização. Cabe destacar que este foi um estudo piloto, o qual não foi desenhado para detectar diferenças em desfechos clínicos6. 44 3 JUSTIFICATIVA Apesar de frequentemente utilizados, os escores de risco para avaliação de pacientes acometidos por um IAMCST apresentam limitações, como o fato do seu desenvolvimento há mais de uma década ou no contexto de ensaios clínicos randomizados. Avaliações destes escores em populações tratadas com ICPp são escassas, assim como comparações entre os diversos escores de risco15,16. 45 4 HIPÓTESES O desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle é adequado para prever mortalidade em 30 dias em pacientes com IAMCST submetidos à ICPp na prática clínica. 46 5 OBJETIVOS 5.1 OBJETIVO GERAL - Avaliar o desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle para prever mortalidade em 30 dias em pacientes com IAMCST submetidos à ICPp na prática clínica. 5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Avaliar o desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle para prever ECVM em 30 dias em pacientes com IAMCST submetidos à ICPp na prática clínica. - Avaliar o desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle para prever mortalidade em 30 dias em pacientes com IAMCST submetidos à ICPp na prática clínica de acordo com a estratificação do escore em quartis de risco. 47 6 REFERÊNCIAS 1. Ministério da Saúde. Cadernos de Informação em Saúde. Disponível em: ftp://ftp.datasus.gov.br/caderno/geral/br/Brasil_GeralBR.xls. Acesso em: 15 fev. 2014.. 2. Indicadores e Dados Básicos - Brasil - 2012. Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?idb2012/c08.def. Acesso em: 03 mar. 2014. 3. Nabel EG, Braunwald E. A tale of coronary artery disease and myocardial infarction. N Engl J Med. 2012;366:54–63. 4. Grines CL, Marsalese DL, Brodie B, Griffin J, Donohue B, Costantini CR, et al. Safety and cost-effectiveness of early discharge after primary angioplasty in low risk patients with acute myocardial infarction. PAMI-II Investigators. Primary Angioplasty in Myocardial Infarction. J Am Coll Cardiol. 1998;31:967–72. 5. Kotowycz M a, Syal RP, Afzal R, Natarajan MK. Can we improve length of hospitalization in ST elevation myocardial infarction patients treated with primary percutaneous coronary intervention? Can J Cardiol. 2009;25:585–8. 6. Kotowycz M a, Cosman TL, Tartaglia C, Afzal R, Syal RP, Natarajan MK. Safety and feasibility of early hospital discharge in ST-segment elevation myocardial infarction--a prospective and randomized trial in 48 low-risk primary percutaneous coronary intervention patients (the SafeDepart Trial). Am Hear J. 2010;159:117.e1–6. 7. Awad HH, Anderson FA, Gore JM, Goodman SG, Goldberg RJ. Cardiogenic shock complicating acute coronary syndromes: insights from the Global Registry of Acute Coronary Events. Am Hear J. 2012;163:963–71. 8. Goldberg RJ, Spencer F a, Gore JM, Lessard D, Yarzebski J. Thirtyyear trends (1975 to 2005) in the magnitude of, management of, and hospital death rates associated with cardiogenic shock in patients with acute myocardial infarction: a population-based perspective. Circulation. 2009;119:1211–9. 9. Lawesson SS, Alfredsson J, Fredrikson M, Swahn E. Time trends in STEMI--improved treatment and outcome but still a gender gap: a prospective observational cohort study from the SWEDEHEART register. BMJ Open. 2012;2:e000726. 10. Yeh RW, Sidney S, Chandra M, Sorel M, Selby J V, Go AS. Population trends in the incidence and outcomes of acute myocardial infarction. N Engl J Med. 2010;362:2155–65. 11. Fox K a a, Dabbous OH, Goldberg RJ, Pieper KS, Eagle K a, Van de Werf F, et al. Prediction of risk of death and myocardial infarction in the six months prospective after presentation multinational 2006;333:1091. with acute observational coronary study syndrome: (GRACE). BMJ. 49 12. Addala S, Grines CL, Dixon SR, Stone GW, Boura J a, Ochoa AB, et al. Predicting mortality in patients with ST-elevation myocardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention (PAMI risk score). Am J Cardiol. 2004;93:629–32. 13. Morrow DA, Antman EM, Charlesworth A, Cairns R, Murphy SA, de Lemos JA, et al. TIMI risk score for ST-elevation myocardial infarction: A convenient, presentation: bedside, An clinical intravenous score nPA for for risk assessment treatment of at infarcting myocardium early II trial substudy. Circulation. 2000;102:2031–7. 14. De Luca G, Suryapranata H, van ’t Hof AWJ, de Boer M-J, Hoorntje JC a, Dambrink J-HE, et al. Prognostic assessment of patients with acute myocardial infarction treated with primary angioplasty: implications for early discharge. Circulation. 2004;109:2737–43. 15. Aragam KG, Tamhane UU, Kline-Rogers E, Li J, Fox K a a, Goodman SG, et al. Does simplicity compromise accuracy in ACS risk prediction? A retrospective analysis of the TIMI and GRACE risk scores. PLoS One. 2009;4:e7947. 16. Kozieradzka A, Kamiński KA, Maciorkowska D, Olszewska M, Dobrzycki S, Nowak K, et al. GRACE, TIMI, Zwolle and CADILLAC risk scores--do they predict 5-year outcomes after ST-elevation myocardial infarction treated invasively? Int J Cardiol. 2011;148:70–5. 50 17. Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, Simoons ML, Chaitman BR, White HD. Third Universal Definition of Myocardial Infarction. Circulation. 2012;126:2020–35. 18. Anderson JL, Adams CD, Antman EM, Bridges CR, Califf RM, Casey DE, et al. ACC/AHA 2007 guidelines for the management of patients with unstable angina/non ST-elevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines (Writing Committee to Revise th. Circulation. 2007;116:e148–304. 19. Steg PG, James SK, Atar D, Badano LP, Lundqvist CB, Borger M a., et al. ESC Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation: The Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Hear J. 2012;33:2569–619. 20. O’Gara PT, Kushner FG, Ascheim DD, Casey DE, Chung MK, de Lemos J a, et al. 2013 ACCF/AHA guideline for the management of STelevation myocardial infarction: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013;127:e362–425. 21. Braunwald E. The open-artery theory is alive and well--again. N Engl J Med. 1993;329:1650–2. 22. Indications for fibrinolytic therapy in suspected acute myocardial infarction: collaborative overview of early mortality and major morbidity 51 results from all randomised trials of more than 1000 patients. Fibrinolytic Therapy Trialists’ (FTT) Collaborative. Lancet. 1994;343:311–22. 23. Grines CL, Browne KF, Marco J, Rothbaum D, Stone GW, O’Keefe J, et al. A comparison of immediate angioplasty with thrombolytic therapy for acute myocardial infarction. The Primary Angioplasty in Myocardial Infarction Study Group. N Engl J Med. 1993;328:673–9. 24. Montalescot G, Antoniucci D, Kastrati A, Neumann FJ, Borentain M, Migliorini A, et al. Abciximab in primary coronary stenting of STelevation myocardial infarction: a European meta-analysis on individual patients’ data with long-term follow-up. Eur Hear J. 2007;28:443–9. 25. Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, López-Sendón JL, Montalescot G, Theroux P, et al. Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic therapy for myocardial infarction with ST-segment elevation. N Engl J Med. 2005;352:1179–89. 26. Vlaar PJ, Svilaas T, van der Horst IC, Diercks GFH, Fokkema ML, de Smet BJGL, et al. Cardiac death and reinfarction after 1 year in the Thrombus Aspiration during Percutaneous coronary intervention in Acute myocardial infarction Study (TAPAS): a 1-year follow-up study. Lancet. 2008;371:1915–20. 27. Timerman A, Diretriz I V, Brasileira S, Agudo I, St S, Brasileiros A. [IV Guidelines of Sociedade Brasileira de Cardiologia for Treatment of Acute Myocardial Infarction with ST-segment elevation]. Arq Bras Cardiol. 2009;93:e179–264. 52 28. Campo G, Valgimigli M, Gemmati D, Percoco G, Catozzi L, Frangione A, et al. Poor responsiveness to clopidogrel: drug-specific or class-effect mechanism? Evidence from a clopidogrel-to-ticlopidine crossover study. J Am Coll Cardiol. 2007;50:1132–7. 29. Serebruany VL, Steinhubl SR, Berger PB, Malinin AI, Bhatt DL, Topol EJ. Variability in platelet responsiveness to clopidogrel among 544 individuals. J Am Coll Cardiol. 2005;45:246–51. 30. Steinhubl SR, Berger PB, Mann JT, Fry ETA, DeLago A, Wilmer C, et al. Early and sustained dual oral antiplatelet therapy following percutaneous coronary intervention: a randomized controlled trial. JAMA. 2002;288:2411–20. 31. Wallentin L, Varenhorst C, James S, Erlinge D, Braun OO, Jakubowski JA, et al. Prasugrel achieves greater and faster P2Y12receptormediated platelet inhibition than clopidogrel due to more efficient generation of its active metabolite in aspirin-treated patients with coronary artery disease. Eur Heart J. 2008;29:21–30. 32. Kandzari DE, Berger PB, Kastrati A, Steinhubl SR, Mehilli J, Dotzer F, et al. Influence of treatment duration with a 600-mg dose of clopidogrel before percutaneous coronary revascularization. J Am Coll Cardiol. 2004;44:2133–6. 33. Wiviott SD, Braunwald E, McCabe CH, Montalescot G, Ruzyllo W, Gottlieb S, et al. Prasugrel versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. N Engl J Med. 2007;357:2001–15. 53 34. Wallentin L, Becker RC, Budaj A, Cannon CP, Emanuelsson H, Held C, et al. Ticagrelor versus clopidogrel in patients with acute coronary syndromes. N Engl J Med. 2009;361:1045–57. 35. Bhandari M, Busse JW, Jackowski D, Montori VM, Schünemann H, Sprague S, et al. Association between industry funding and statistically significant pro-industry findings in medical and surgical randomized trials. CMAJ. 2004;170:477–80. 36. Yaphe J, Edman R, Knishkowy B, Herman J. The association between funding by commercial interests and study outcome in randomized controlled drug trials. Fam Pract. 2001;18:565–8. 37. Bero L, Oostvogel F, Bacchetti P, Lee K. Factors associated with findings of published trials of drug-drug comparisons: why some statins appear more efficacious than others. PLoS Med. 2007;4:e184. 38. Lundh A, Sismondo S, Lexchin J, Busuioc OA, Bero L. Industry sponsorship and research outcome. Cochrane Database Syst Rev. 2012;12:MR000033. 39. Ridker PM, Torres J. Reported outcomes in major cardiovascular clinical trials funded by for-profit and not-for-profit organizations: 20002005. JAMA. 2006;295:2270–4. 40. Levine GN, Bates ER, Blankenship JC, Bailey SR, Bittl JA, Cercek B, et al. 2011 ACCF/AHA/SCAI Guideline for Percutaneous Coronary Intervention: a report of the American College of Cardiology 54 Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions. Circulation. 2011;124:e574–651. 41. Montalescot G, Zeymer U, Silvain J, Boulanger B, Cohen M, Goldstein P, et al. Intravenous enoxaparin or unfractionated heparin in primary percutaneous coronary intervention for ST-elevation myocardial infarction: the international randomised open-label ATOLL trial. Lancet. 2011;378:693–703. 42. White HD. Adjunctive antithrombotic therapy with primary percutaneous coronary intervention in ST elevation myocardial infarction: ATOLL in perspective. Eur Heart J. 2011 Oct 11; 43. Yusuf S, Mehta SR, Chrolavicius S, Afzal R, Pogue J, Granger CB, et al. Effects of fondaparinux on mortality and reinfarction in patients with acute ST-segment elevation myocardial infarction: the OASIS-6 randomized trial. JAMA. 2006;295:1519–30. 44. Nordmann AJ, Hengstler P, Harr T, Young J, Bucher HC. Clinical outcomes of primary stenting versus balloon angioplasty in patients with myocardial infarction: a meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med. 2004;116:253–62. 45. Nordmann AJ, Bucher H, Hengstler P, Harr T, Young J. Primary stenting versus primary balloon angioplasty for treating acute myocardial infarction. 2005;(2):CD005313. Cochrane Database Syst Rev. 55 46. Piscione F, Piccolo R, Cassese S, Galasso G, De Rosa R, D’Andrea C, et al. Effect of drug-eluting stents in patients with acute ST-segment elevation myocardial infarction undergoing percutaneous coronary intervention: a meta-analysis of randomised trials and an adjusted indirect comparison. EuroIntervention. 2010;5:853–60. 47. Kastrati A, Dibra A, Spaulding C, Laarman GJ, Menichelli M, Valgimigli M, et al. Meta-analysis of randomized trials on drug-eluting stents vs. bare-metal stents in patients with acute myocardial infarction. Eur Heart J. 2007;28:2706–13. 48. Iijima R, Byrne RA, Dibra A, Ndrepepa G, Spaulding C, Laarman GJ, et al. Drug-eluting stents versus bare-metal stents in diabetic patients with ST-segment elevation acute myocardial infarction: a pooled analysis of individual patient data from seven randomized trials. Rev española Cardiol. 2009;62:354–64. 49. Stone GW, Lansky AJ, Pocock SJ, Gersh BJ, Dangas G, Wong SC, et al. Paclitaxel-eluting stents versus bare-metal stents in acute myocardial infarction. N Engl J Med. 2009;360:1946–59. 50. Hao P-P, Chen Y-G, Wang X-L, Zhang Y. Efficacy and safety of drugeluting stents in patients with acute ST-segment-elevation myocardial infarction: a meta-analysis of randomized controlled trials. Tex Heart Inst J. 2010;37:516–24. 51. Kalesan B, Pilgrim T, Heinimann K, Räber L, Stefanini GG, Valgimigli M, et al. Comparison of drug-eluting stents with bare metal stents in 56 patients with ST-segment elevation myocardial infarction. Eur Heart J. 2012;33:977–87. 52. Nakazawa G, Finn A V, Joner M, Ladich E, Kutys R, Mont EK, et al. Delayed arterial healing and increased late stent thrombosis at culprit sites after drug-eluting stent placement for acute myocardial infarction patients: an autopsy study. Circulation. 2008;118:1138–45. 53. Moscucci M, Fox KAA, Cannon CP, Klein W, López-Sendón J, Montalescot G, et al. Predictors of major bleeding in acute coronary syndromes: the Global Registry of Acute Coronary Events (GRACE). Eur Heart J. 2003;24:1815–23. 54. De Carlo M, Borelli G, Gistri R, Ciabatti N, Mazzoni A, Arena M, et al. Effectiveness of the transradial approach to reduce bleedings in patients undergoing urgent coronary angioplasty with GPIIb/IIIa inhibitors for acute coronary syndromes. Catheter Cardiovasc Interv. 2009;74:408– 15. 55. Romagnoli E, Biondi-Zoccai G, Sciahbasi A, Politi L, Rigattieri S, Pendenza G, et al. Radial versus femoral randomized investigation in ST-segment elevation acute coronary syndrome: the RIFLE-STEACS (Radial Versus Femoral Randomized Investigation in ST-Elevation Acute Coronary Syndrome) study. J Am Coll Cardiol. 2012;60:2481–9. 56. Jolly SS, Yusuf S, Cairns J, Niemelä K, Xavier D, Widimsky P, et al. Radial versus femoral access for coronary angiography and intervention 57 in patients with acute coronary syndromes (RIVAL): a randomised, parallel group, multicentre trial. Lancet. 2011;377:1409–20. 57. Van `t Hof a. WJ, Liem a., Suryapranata H, Hoorntje JC a., de Boer M-J, Zijlstra F. Angiographic Assessment of Myocardial Reperfusion in Patients Treated With Primary Angioplasty for Acute Myocardial Infarction : Myocardial Blush Grade. Circulation. 1998;97:2302–6. 58. Svilaas T, Vlaar PJ, van der Horst IC, Diercks GFH, de Smet BJGL, van den Heuvel AFM, et al. Thrombus aspiration during primary percutaneous coronary intervention. N Engl J Med. 2008;358:557–67. 59. Bavry AA, Kumbhani DJ, Bhatt DL. Role of adjunctive thrombectomy and embolic protection devices in acute myocardial infarction: a comprehensive meta-analysis of randomized trials. Eur Heart J. 2008;29:2989–3001. 60. Mongeon F-P, Bélisle P, Joseph L, Eisenberg MJ, Rinfret S. Adjunctive thrombectomy for acute myocardial infarction: A bayesian metaanalysis. Circ Cardiovasc Interv. 2010;3:6–16. 61. Mattos LA et al. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia – Intervenção Coronária Percutânea e Métodos Adjuntos Diagnósticos em Cardiologia Intervencionista (II Edição – 2008). Arq Bras Cardiol. 2008;91(6 supl.1):1–58. 58 62. Michaels a D, Goldschlager N. Risk stratification after acute myocardial infarction in the reperfusion era. Prog Cardiovasc Dis. 2000;42:273– 309. 63. Mueller HS, Cohen LS, Braunwald E, Forman S, Feit F, Ross A, et al. Predictors of early morbidity and mortality after thrombolytic therapy of acute myocardial infarction. Analyses of patient subgroups in the Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) trial, phase II. Circulation. 1992;85:1254–64. 64. Volpi A, De Vita C, Franzosi MG, Geraci E, Maggioni AP, Mauri F, et al. Determinants of 6-month mortality in survivors of myocardial infarction after thrombolysis. Results of the GISSI-2 data base. The Ad hoc Working Group of the Gruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell’Infarto Miocardico (GISSI)-2 Data Base. Circulation. 1993;88:416– 29. 65. Lee KL, Woodlief LH, Topol EJ, Weaver WD, Betriu A, Col J, et al. Predictors of 30-day mortality in the era of reperfusion for acute myocardial infarction. Results from an international trial of 41,021 patients. GUSTO-I Investigators. Circulation. 1995;91:1659–68. 66. Rouleau JL, Talajic M, Sussex B, Potvin L, Warnica W, Davies RF, et al. Myocardial infarction patients in the 1990s--their risk factors, stratification and survival in Canada: the Canadian Assessment of Myocardial Infarction (CAMI) Study. J Am Coll Cardiol. 1996;27:1119– 27. 59 67. Killip T, Kimball JT. Treatment of myocardial infarction in a coronary care unit. A two year experience with 250 patients. Am J Cardiol. 1967;20:457–64. 68. Hands ME, Rutherford JD, Muller JE, Davies G, Stone PH, Parker C, et al. The in-hospital development of cardiogenic shock after myocardial infarction: incidence, predictors of occurrence, outcome and prognostic factors. The MILIS Study Group. J Am Coll Cardiol. 1989;14:40–6. 69. Killip T. Cardiogenic shock complicating myocardial infarction. J Am Coll Cardiol. 1989;14:47–8. 70. Babaev A, Frederick PD, Pasta DJ, Every N, Sichrovsky T, Hochman JS. Trends in management and outcomes of patients with acute myocardial infarction complicated by cardiogenic shock. JAMA. 2005;294:448–54. 71. Buller CE, Fu Y, Mahaffey KW, Todaro TG, Adams P, Westerhout CM, et al. ST-segment recovery and outcome after primary percutaneous coronary intervention for ST-elevation myocardial infarction: insights from the Assessment of Pexelizumab in Acute Myocardial Infarction (APEX-AMI) trial. Circulation. 2008;118:1335–46. 72. Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Primary angioplasty versus intravenous thrombolytic therapy for acute myocardial infarction: a quantitative review of 23 randomised trials. Lancet. 2003;361:13–20. 60 73. The Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) trial. Phase I findings. TIMI Study Group. N Engl J Med. 1985;312:932–6. 74. Niccoli G, Kharbanda RK, Crea F, Banning AP. No-reflow: again prevention is better than treatment. Eur Heart J. 2010;31:2449–55. 75. Schröder R, Wegscheider K, Schröder K, Dissmann R, Meyer-Sabellek W. Extent of early ST segment elevation resolution: a strong predictor of outcome in patients with acute myocardial infarction and a sensitive measure to compare thrombolytic regimens. A substudy of the International Joint Efficacy Comparison of Thrombolytic. J Am Coll Cardiol. 1995;26:1657–64. 76. Van ’t Hof AW, Liem A, de Boer MJ, Zijlstra F. Clinical value of 12-lead electrocardiogram after successful reperfusion therapy for acute myocardial infarction. Zwolle Myocardial infarction Study Group. Lancet. 1997;350:615–9. 77. Sutton AGC, Campbell PG, Graham R, Price DJ a, Gray JC, Grech ED, et al. A randomized trial of rescue angioplasty versus a conservative approach for failed fibrinolysis in ST-segment elevation myocardial infarction: the Middlesbrough Early Revascularization to Limit INfarction (MERLIN) trial. J Am Coll Cardiol. 2004;44:287–96. 78. Gershlick AH, Stephens-Lloyd A, Hughes S, Abrams KR, Stevens SE, Uren NG, et al. Rescue angioplasty after failed thrombolytic therapy for acute myocardial infarction. N Engl J Med. 2005;353:2758–68. 61 79. Svilaas T, Vlaar PJ, van der Horst IC, Diercks GFH, de Smet BJGL, van den Heuvel AFM, et al. Thrombus aspiration during primary percutaneous coronary intervention. N Engl J Med. 2008;358:557–67. 80. Schröder R, Dissmann R, Brüggemann T, Wegscheider K, Linderer T, Tebbe U, et al. Extent of early ST segment elevation resolution: a simple but strong predictor of outcome in patients with acute myocardial infarction. J Am Coll Cardiol. 1994;24:384–91. 81. McLaughlin MG, Stone GW, Aymong E, Gardner G, Mehran R, Lansky AJ, et al. Prognostic utility of comparative methods for assessment of ST-segment resolution after primary angioplasty for acute myocardial infarction: the Controlled Abciximab and Device Investigation to Lower Late Angioplasty Complications (CADILLAC) trial. J Am Coll Cardiol. 2004;44:1215–23. 82. Hallén J. Troponin for the estimation of infarct size: what have we learned? Cardiology. 2012;121:204–12. 83. Burns RJ, Gibbons RJ, Yi Q, Roberts RS, Miller TD, Schaer GL, et al. The relationships of left ventricular ejection fraction, end-systolic volume index and infarct size to six-month mortality after hospital discharge following myocardial infarction treated by thrombolysis. J Am Coll Cardiol. 2002;39:30–6. 84. Wu E, Ortiz JT, Tejedor P, Lee DC, Bucciarelli-Ducci C, Kansal P, et al. Infarct size by contrast enhanced cardiac magnetic resonance is a stronger predictor of outcomes than left ventricular ejection fraction or 62 end-systolic volume index: prospective cohort study. Heart. 2008;94:730–6. 85. Angeja BG, Gunda M, Murphy SA, Sobel BE, Rundle AC, Syed M, et al. TIMI myocardial perfusion grade and ST segment resolution: association with infarct size as assessed by single photon emission computed tomography imaging. Circulation. 2002;105:282–5. 86. Desch S, Eitel I, de Waha S, Fuernau G, Lurz P, Gutberlet M, et al. Cardiac magnetic resonance imaging parameters as surrogate endpoints in clinical trials of acute myocardial infarction. Trials. 2011;12:204. 87. Shlipak MG. Association of Renal Insufficiency with Treatment and Outcomes after Myocardial Infarction in Elderly Patients. Ann Intern Med. 2002;137:555. 88. Wright RS, Reeder GS, Herzog CA, Albright RC, Williams BA, Dvorak DL, et al. Acute myocardial infarction and renal dysfunction: a high-risk combination. Ann Intern Med. 2002;137:563–70. 89. Anavekar NS, McMurray JJ V, Velazquez EJ, Solomon SD, Kober L, Rouleau J-L, et al. Relation between renal dysfunction and cardiovascular outcomes after myocardial infarction. N Engl J Med. 2004;351:1285–95. 90. Levey AS, Bosch JP, Lewis JB, Greene T, Rogers N, Roth D. A more accurate method to estimate glomerular filtration rate from serum 63 creatinine: a new prediction equation. Modification of Diet in Renal Disease Study Group. Ann Intern Med. 1999;130:461–70. 91. Danesh J, Wheeler JG, Hirschfield GM, Eda S, Eiriksdottir G, Rumley A, et al. C-reactive protein and other circulating markers of inflammation in the prediction of coronary heart disease. N Engl J Med. 2004;350:1387– 97. 92. Pai JK, Pischon T, Ma J, Manson JE, Hankinson SE, Joshipura K, et al. Inflammatory markers and the risk of coronary heart disease in men and women. N Engl J Med. 2004;351:2599–610. 93. Correia LCL, Esteves JP. Proteína C-reativa e prognóstico em síndromes coronarianas agudas: revisão sistemática e metanálise. Arq Bras Cardiol. 2011;97:76–85. 94. Danesh J, Collins R, Appleby P, Peto R. Association of fibrinogen, Creactive protein, albumin, or leukocyte count with coronary heart disease: meta-analyses of prospective studies. JAMA. 1998;279:1477– 82. 95. Morrow DA, Rifai N, Antman EM, Weiner DL, McCabe CH, Cannon CP, et al. C-reactive protein is a potent predictor of mortality independently of and in combination with troponin T in acute coronary syndromes: a TIMI 11A substudy. Thrombolysis in Myocardial Infarction. J Am Coll Cardiol. 1998;31:1460–5. 64 96. Pearson TA, Mensah GA, Alexander RW, Anderson JL, Cannon RO, Criqui M, et al. Markers of inflammation and cardiovascular disease: application to clinical and public health practice: A statement for healthcare professionals from the Centers for Disease Control and Prevention and the American Heart Association. Circulation. 2003;107:499–511. 97. Tomoda H, Aoki N. Prognostic value of C-reactive protein levels within six hours after the onset of acute myocardial infarction. Am Heart J. 2000;140:324–8. 98. Suleiman M, Khatib R, Agmon Y, Mahamid R, Boulos M, Kapeliovich M, et al. Early inflammation and risk of long-term development of heart failure and mortality in survivors of acute myocardial infarction predictive role of C-reactive protein. J Am Coll Cardiol. 2006;47:962–8. 99. Makrygiannis SS, Ampartzidou OS, Zairis MN, Patsourakos NG, Pitsavos C, Tousoulis D, et al. Prognostic usefulness of serial Creactive protein measurements in ST-elevation acute myocardial infarction. Am J Cardiol. 2013;111:26–30. 100. Lim P, Moutereau S, Simon T, Gallet R, Probst V, Ferrieres J, et al. Usefulness of fetuin-A and C-reactive protein concentrations for prediction of outcome in acute coronary syndromes (from the French Registry of Acute ST-Elevation Non-ST-Elevation Myocardial Infarction [FAST-MI]). Am J Cardiol. 2013;111:31–7. 65 101. Harb TS, Zareba W, Moss AJ, Ridker PM, Marder VJ, Rifai N, et al. Association of C-reactive protein and serum amyloid A with recurrent coronary events in stable patients after healing of acute myocardial infarction. Am J Cardiol. 2002;89:216–21. 102. Zebrack JS, Anderson JL, Maycock CA, Horne BD, Bair TL, Muhlestein JB. Usefulness of high-sensitivity C-reactive protein in predicting longterm risk of death or acute myocardial infarction in patients with unstable or stable angina pectoris or acute myocardial infarction. Am J Cardiol. 2002;89:145–9. 103. Mega JL, Morrow DA, De Lemos JA, Sabatine MS, Murphy SA, Rifai N, et al. B-type natriuretic peptide at presentation and prognosis in patients with ST-segment elevation myocardial infarction: an ENTIRE-TIMI-23 substudy. J Am Coll Cardiol. 2004;44:335–9. 104. Nikfardjam M, Müllner M, Schreiber W, Oschatz E, Exner M, Domanovits H, et al. The association between C-reactive protein on admission and mortality in patients with acute myocardial infarction. J Intern Med. 2000;247:341–5. 105. Maisel AS, Krishnaswamy P, Nowak RM, McCord J, Hollander JE, Duc P, et al. Rapid measurement of B-type natriuretic peptide in the emergency diagnosis of heart failure. N Engl J Med. 2002;347:161–7. 106. Mueller C, Scholer A, Laule-Kilian K, Martina B, Schindler C, Buser P, et al. Use of B-type natriuretic peptide in the evaluation and management of acute dyspnea. N Engl J Med. 2004;350:647–54. 66 107. Wang TJ, Larson MG, Levy D, Benjamin EJ, Leip EP, Omland T, et al. Plasma natriuretic peptide levels and the risk of cardiovascular events and death. N Engl J Med. 2004;350:655–63. 108. De Lemos JA, Morrow DA, Bentley JH, Omland T, Sabatine MS, McCabe CH, et al. The prognostic value of B-type natriuretic peptide in patients with acute coronary syndromes. N Engl J Med. 2001;345:1014– 21. 109. Mega JL, Morrow DA, De Lemos JA, Sabatine MS, Murphy SA, Rifai N, et al. B-type natriuretic peptide at presentation and prognosis in patients with ST-segment elevation myocardial infarction: an ENTIRE-TIMI-23 substudy. J Am Coll Cardiol. 2004;44:335–9. 110. Khan SQ, Quinn P, Davies JE, Ng LL. N-terminal pro-B-type natriuretic peptide is better than TIMI risk score at predicting death after acute myocardial infarction. Heart. 2008;94:40–3. 111. Anderson JL, Karagounis LA, Califf RM. Metaanalysis of five reported studies on the relation of early coronary patency grades with mortality and outcomes after acute myocardial infarction. Am J Cardiol. 1996;78:1–8. 112. Caixeta A, Lansky AJ, Mehran R, Brener SJ, Claessen B, Généreux P, et al. Predictors of suboptimal TIMI flow after primary angioplasty for acute myocardial infarction: results from the HORIZONS-AMI trial. EuroIntervention. 2013;9:220–7. 67 113. Gibson CM, Cannon CP, Daley WL, Dodge JT, Alexander B, Marble SJ, et al. TIMI frame count: a quantitative method of assessing coronary artery flow. Circulation. 1996;93:879–88. 114. Gibson CM, Murphy SA, Rizzo MJ, Ryan KA, Marble SJ, McCabe CH, et al. Relationship between TIMI frame count and clinical outcomes after thrombolytic administration. Thrombolysis In Myocardial Infarction (TIMI) Study Group. Circulation. 1999;99:1945–50. 115. Gibson CM, Schömig A. Coronary and myocardial angiography: angiographic assessment of both epicardial and myocardial perfusion. Circulation. 2004;109:3096–105. 116. Grines CL, Serruys P, O’Neill WW. Fibrinolytic therapy: is it a treatment of the past? Circulation. 2003;107:2538–42. 117. Gibson CM. Relationship of the TIMI Myocardial Perfusion Grades, Flow Grades, Frame Count, and Percutaneous Coronary Intervention to Long-Term Outcomes After Thrombolytic Administration in Acute Myocardial Infarction. Circulation. 2002;105:1909–13. 118. Gibson CM, Cannon CP, Murphy SA, Ryan KA, Mesley R, Marble SJ, et al. Relationship of TIMI myocardial perfusion grade to mortality after administration of thrombolytic drugs. Circulation. 2000;101:125–30. 119. Quiñones MA. Risk Stratification After Myocardial Infarction: Clinical Science Versus Practice Behavior. Circulation. 1997;95:1352–4. 68 120. Maggioni AP, Tavazzi L, Fabbri G, Lucci D, Santoro E, Canonico A, et al. Epidemiology of post-infarction risk stratification strategies in a country with a low volume of revascularization procedures. GISSIPrognosis Investigators. Eur Heart J. 1998;19:1784–94. 121. Liew R, Chiam PTL. Risk stratification for sudden cardiac death after acute myocardial infarction. Ann Acad Med Singapore. 2010;39:237–46. 122. Perazzolo Marra M, Lima JAC, Iliceto S. MRI in acute myocardial infarction. Eur Heart J. 2011;32:284–93. 123. Schwitter J, Arai AE. Assessment of cardiac ischaemia and viability: role of cardiovascular magnetic resonance. Eur Heart J. 2011;32:799–809. 124. Flachskampf FA, Schmid M, Rost C, Achenbach S, DeMaria AN, Daniel WG. Cardiac imaging after myocardial infarction. Eur Heart J. 2011;32:272–83. 125. Touboul P, Andre-Fouët X, Leizorovicz A, Itti R, Lopez M, Sayegh Y, et al. Risk stratification after myocardial infarction. A reappraisal in the era of thrombolysis. The Groupe d’Etude du Pronostic de l'Infarctus du Myocarde (GREPI). Eur Heart J. 1997;18:99–107. 126. Morrow D a, Antman EM, Parsons L, de Lemos J a, Cannon CP, Giugliano RP, et al. Application of the TIMI risk score for ST-elevation MI in the National Registry of Myocardial Infarction 3. JAMA. 2001;286:1356–9. 69 127. Ohman EM, Granger CB, Harrington RA, Lee KL. Risk stratification and therapeutic decision making in acute coronary syndromes. JAMA. 2000;284:876–8. 128. Halkin A, Singh M, Nikolsky E, Grines CL, Tcheng JE, Garcia E, et al. Prediction of mortality after primary percutaneous coronary intervention for acute myocardial infarction: the CADILLAC risk score. J Am Coll Cardiol. 2005;45:1397–405. 129. Amin ST, Morrow DA, Braunwald E, Sloan S, Contant C, Murphy S, et al. Dynamic TIMI risk score for STEMI. J Am Heart Assoc. 2013;2:e003269. 130. Morrow DA, Antman EM, Giugliano RP, Cairns R, Charlesworth A, Murphy SA, et al. A simple risk index for rapid initial triage of patients with ST-elevation myocardial infarction: an InTIME II substudy. Lancet. 2001;358:1571–5. 131. Mathews R, Peterson ED, Chen AY, Wang TY, Chin CT, Fonarow GC, et al. In-hospital major bleeding during ST-elevation and non-STelevation myocardial infarction care: derivation and validation of a model from the ACTION Registry®-GWTGTM. Am J Cardiol. 2011;107:1136– 43. 132. Subherwal S, Bach RG, Chen AY, Gage BF, Rao S V, Newby LK, et al. Baseline risk of major bleeding in non-ST-segment-elevation myocardial infarction: the CRUSADE (Can Rapid risk stratification of Unstable angina patients Suppress ADverse outcomes with Early implementation 70 of the ACC/AHA Guidelines) Bleeding Score. Circulation. 2009;119:1873–82. 133. Mehran R, Pocock SJ, Nikolsky E, Clayton T, Dangas GD, Kirtane AJ, et al. A risk score to predict bleeding in patients with acute coronary syndromes. J Am Coll Cardiol. 2010;55:2556–66. 134. Flores-Ríos X, Couto-Mallón D, Rodríguez-Garrido J, García- Guimaraes M, Gargallo-Fernández P, Piñón-Esteban P, et al. Comparison of the performance of the CRUSADE, ACUITY- HORIZONS, and ACTION bleeding risk scores in STEMI undergoing primary PCI: insights from a cohort of 1391 patients. Eur Hear journal Acute Cardiovasc care. 2013;2:19–26. 135. D’Ascenzo F, Biondi-Zoccai G, Moretti C, Bollati M, Omedè P, Sciuto F, et al. TIMI, GRACE and alternative risk scores in Acute Coronary Syndromes: a meta-analysis of 40 derivation studies on 216,552 patients and of 42 validation studies on 31,625 patients. Contemp Clin Trials. 2012;33:507–14. 136. DeLong ER, DeLong DM, Clarke-Pearson DL. Comparing the areas under two or more correlated receiver operating characteristic curves: a nonparametric approach. Biometrics. 1988;44:837–45. 137. Lev EI, Kornowski R, Vaknin-Assa H, Porter A, Teplitsky I, Ben-Dor I, et al. Comparison of the predictive value of four different risk scores for outcomes of patients with ST-elevation acute myocardial infarction 71 undergoing primary percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol. 2008;102:6–11. 138. Martinoni A, De Servi S, Politi A, Palmerini T, Musumeci G, Ettori F, et al. Defining high-risk patients with ST-segment elevation acute myocardial infarction undergoing primary percutaneous coronary intervention: a comparison among different scoring systems and clinical definitions. Int J Cardiol. 2012;157:207–11. 139. Méndez-Eirín E, Flores-Ríos X, García-López F, Pérez-Pérez AJ, Estévez-Loureiro R, Piñón-Esteban P, et al. Comparison of the Prognostic Predictive Value of the TIMI, PAMI, CADILLAC, and GRACE Risk Scores in STEACS Undergoing Primary or Rescue PCI. Rev Española Cardiol. 2012;65:227–33. 140. Selvarajah S, Fong AYY, Selvaraj G, Haniff J, Uiterwaal CSPM, Bots ML. An Asian validation of the TIMI risk score for ST-segment elevation myocardial infarction. PLoS One. 2012;7:e40249. 141. Hanley JA, McNeil BJ. The meaning and use of the area under a receiver operating characteristic (ROC) curve. Radiology. 1982;143:29– 36. 142. Pencina MJ, D’Agostino RB, Vasan RS. Evaluating the added predictive ability of a new marker: from area under the ROC curve to reclassification and beyond. Stat Med. 2008;27:157–72. 72 143. Steyerberg EW, Vickers AJ, Cook NR, Gerds T, Gonen M, Obuchowski N, et al. Assessing the performance of prediction models: a framework for traditional and novel measures. Epidemiology. 2010;21:128–38. 144. Zou KH, O’Malley AJ, Mauri L. Receiver-operating characteristic analysis for evaluating diagnostic tests and predictive models. Circulation. 2007;115:654–7. 145. LaValley MP. Logistic regression. Circulation. 2008;117:2395–9. 146. Hajian-Tilaki KO, Hanley JA, Joseph L, Collet JP. A comparison of parametric and nonparametric approaches to ROC analysis of quantitative diagnostic tests. Med Decis Making. 1997;17:94–102. 147. Cook NR. Statistical evaluation of prognostic versus diagnostic models: beyond the ROC curve. Clin Chem. 2008;54:17–23. 148. Newby, LK; Hasselblad, V; Armstrong, PW; Van de Werf, F; Mark, DB; White, HD; Topol, EJ; Califf R. Time-based risk assessment after myocardial infarction. Implications for timing of discharge and applications to medical decision-making. Eur Hear J. 2003;24:182–9. 149. Mark DB, Sigmon K, Topol EJ, Kereiakes DJ, Pryor DB, Candela RJ, et al. Identification of acute myocardial infarction patients suitable for early hospital discharge after aggressive interventional therapy. Results from the Thrombolysis and Angioplasty in Acute Myocardial Infarction Registry. Circulation. 1991;83:1186–93. 73 150. Newby LK, Eisenstein EL, Califf RM, Thompson TD, Nelson CL, Peterson ED, et al. Cost effectiveness of early discharge after uncomplicated acute myocardial infarction. N Engl J Med. 2000;342:749–55. 151. Yip H-K, Wu C-J, Chang H-W, Hang C-L, Wang C-P, Yang C-H, et al. The feasibility and safety of early discharge for low risk patients with acute myocardial infarction after successful direct percutaneous coronary intervention. Jpn Heart J. 2003;44:41–9. 152. Dirksen MT, Ronner E, Laarman G-J, van Heerebeek L, Slagboom T, van der Wieken LR, et al. Early discharge is feasible following primary percutaneous coronary intervention with transradial stent implantation under platelet glycoprotein IIb/IIIa receptor blockade. Results of the AGGRASTENT Trial. J Invasive Cardiol. 2005;17:512–7. 153. Barchielli A, Balzi D, Marchionni N, Carrabba N, Margheri M, Santoro GM, et al. Early discharge after acute myocardial infarction in the current clinical practice. Community data from the AMI-Florence Registry, Italy. Int J Cardiol. 2007;114:57–63. 154. Karabulut A, Cakmak M, Uzunlar B, Bilici A. What is the optimal length of stay in hospital for ST elevation myocardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention? Cardiol J. 2011;18:378– 84. 155. Jones D a, Rathod KS, Howard JP, Gallagher S, Antoniou S, De Palma R, et al. Safety and feasibility of hospital discharge 2 days following 74 primary percutaneous intervention for ST-segment elevation myocardial infarction. Heart. 2012;98:1722–7. 156. Noman a., Zaman a. G, Schechter C, Balasubramaniam K, Das R. Early discharge after primary percutaneous coronary intervention for STelevation myocardial infarction. Eur Hear J Acute Cardiovasc Care. 2013;2:262–9. 157. Topol EJ, Burek K, O’Neill WW, Kewman DG, Kander NH, Shea MJ, et al. A randomized controlled trial of hospital discharge three days after myocardial infarction in the era of reperfusion. N Engl J Med. 1988;318:1083–8. 75 7 ARTIGOS 7.1 ARTIGO EM PORTUGUÊS "Artigo publicado no periódico Canadian Journal of Cardiology" Acurácia dos escores de risco em pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea primária na prática clínica diária Título resumido: Escores de risco na ICPp Anibal P. Abelina, Renato B. Davida, Carlos A. Gottschalla, e Alexandre S. Quadrosa a Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia (IC/FUC). Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia, Porto Alegre, Brasil. Autor correspondente: Alexandre S. Quadros, Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia (IC/FUC), Av. Princesa Isabel, 395, Santana 90.620-001 Porto Alegre – RS, Brasil. Telefone: 55-51-3230.3600 / Fax: 55-51-3217.2035; email: [email protected] 76 RESUMO Fundamento: Comparações entre escores de risco dedicados em pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAM) submetidos a intervenção coronariana percutânea primária (ICPp) na prática clínica do mundo real são escassas. O objetivo deste estudo é avaliar o desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle em pacientes com IAM submetidos à ICPp na prática clínica atual. Métodos: Estudo de coorte prospectivo com pacientes consecutivos com IAM submetidos à ICPp entre dezembro de 2009 e novembro de 2010 em um centro terciário de referência de alto volume. Os desfechos avaliados foram eventos cardiovasculares maiores (ECVM) e óbito em 30 dias. A acurácia dos escores foi avaliada por curvas ROC, e os escores de risco foram comparados pelo método de DeLong. Resultados: Durante o período do estudo, 501 pacientes foram incluídos. A idade média foi 60.5±11.8 anos, com 68% dos pacientes do sexo masculino. Em 30 dias, 62 pacientes (12,4%) apresentaram um ECVM e 39 indivíduos (7,8%) faleceram. Todos os escores foram estatisticamente associados com ECVM e óbito em 30 dias (P<0,01). A estatística-c e os intervalos de confiança de 95% para óbito em 30 dias foram os seguintes: GRACE=0,84 (0,78-0,90); TIMI=0,81 (0,74-0,87); Zwolle=0,80 (0,73-0,87); e PAMI=0,75 (0,68-0,82) (P<0,01). Não houve diferença estatisticamente significativa em relação a acurácia dos escores TIMI, GRACE e Zwolle para óbito em 30 dias, mas o escore GRACE foi superior ao escore PAMI (P<0,01). Conclusões: Os escores TIMI, GRACE e Zwolle apresentaram um desempenho adequado como preditores de óbito em pacientes submetidos à ICPp na prática atual. Os resultados sugerem que estes escores de risco são opções adequadas para a avaliação de risco no mundo real. Palavras-chave: Infarto do Miocárdio; Intervenção Coronária Percutânea; Risco. 77 INTRODUÇÃO Nos últimos anos avanços significativos tem sido alcançados no tratamento do infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAM)1–5. No entanto, o perfil de risco dos pacientes atendidos na prática clínica atual é bastante heterogêneo, existindo subgrupos de pacientes de risco muito baixo a risco alto. A identificação de pacientes com risco muito baixo poderia proporcionar curto período de internação em unidade de terapia intensiva e alta hospitalar precoce, resultando em melhora no atendimento clínico e redução dos gastos de saúde6–9. Entretanto, em outros subgrupos de pacientes, a morbimortalidade ainda é elevada após um IAM10– 13 . Com o objetivo de identificar esses pacientes, escores de risco dedicados têm sido desenvolvidos, o que pode permitir o atendimento e tratamento individualizados dos pacientes com IAM14-17. Uma comparação entre os escores está disponível na Tab. S1, no suplemento deste artigo. Apesar do seu uso frequente, muitos escores possuem a limitação de terem sido desenvolvidos há mais de uma década. A inclusão de pacientes de ensaios clínicos randomizados (ECR) também pode limitar o seu uso na prática clínica do mundo real. Avaliações destes escores em populações tratadas com a técnica intervencionista contemporânea são escassas, assim como estudos comparativos dos diversos escores18, 19 . O objetivo deste estudo é avaliar o desempenho dos escores de risco GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle em pacientes com IAM submetidos à intervenção coronariana percutânea primária (ICPp) na prática clínica atual. 78 MÉTODOS Pacientes Foi realizado um estudo de coorte prospectivo com inclusão de pacientes consecutivos com IAM submetidos à ICPp no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, de dezembro de 2009 a novembro de 2010. Nossa instituição é um centro de referência terciário que realiza cerca de 3000 intervenções coronarianas percutâneas por ano. A ICPp é o tratamento de rotina do IAM em nossa instituição, com laboratório de cateterismo funcionando 24 horas/dia, 7 dias da semana. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local, e todos os pacientes receberam informações sobre o estudo e assinaram termo de consentimento. Os autores são responsáveis pela concepção e condução do estudo, análise, redação e edição, e o conteúdo final do manuscrito. Nenhum financiamento externo foi usado para apoiar este trabalho. Critérios de inclusão: Pacientes com IAM submetidos à ICPp como a estratégia de reperfusão inicial, a qual foi determinada pelo médico assistente. IAM foi definido como dor torácica típica em repouso associado à elevação do segmento ST de pelo menos um mm em duas derivações contíguas no plano frontal ou dois mm no plano horizontal, ou dor torácica típica em repouso em pacientes com um novo ou presumivelmente novo bloqueio de ramo esquerdo. Os critérios de exclusão foram delta-T acima de 12 horas, o uso de terapia trombolítica como a terapia de reperfusão primária para o evento índice, idade inferior a 18 anos ou recusa em participar. Delta T foi definido como o tempo desde o início da dor torácica até a chegada ao hospital. 79 Procedimento de Intervenção Coronariana Percutânea Primária Os medicamentos utilizados no atendimento inicial do paciente e as indicações para ICPp foram definidas a critério da equipe médica. Os pacientes receberam uma dose de ataque de ácido acetilsalicílico (300 mg) e clopidogrel (300 a 600 mg). Após a angiografia coronária convencional, heparina não fraccionada foi administrado numa dose de 60 U / kg até 100 U / kg e a ICPp foi realizada como previamente descrito20. Aspectos relacionados com o procedimento, como local de acesso, a administração de inibidores da glicoproteína IIb/IIIa e trombectomia aspirativa adjunta foram utilizados a critério dos operadores. Balão intra-aórtico foi utilizado apenas em pacientes com choque cardiogênico. Coleta de dados Os pacientes foram entrevistados por um dos investigadores (AA, RD) na internação hospitalar, e os dados clínicos, angiográficos e laboratoriais foram coletados por meio de um questionário padrão. Amostras de sangue para exames laboratoriais foram coletadas de todos os pacientes no momento da internação. A angiografia foi realizada em pelo menos duas projeções diferentes por operadores experientes, utilizando um sistema digital eletrônico previamente validado (Siemens Axiom Artis, Munique, Alemanha). Nitroglicerina intracoronária foi administrada rotineiramente na dose de 200 ug antes das medições. O fluxo coronário antes e após os procedimentos foi avaliado e descrito de acordo com os critérios TIMI21. 80 Desfechos e acompanhamento Todos os pacientes foram visitados diariamente durante o período da internação por um dos investigadores (AA, RD) para avaliação dos eventos intra-hospitalares. A ocorrência de eventos após 30 dias do evento índice foi avaliada através de contato telefônica e revisão do prontuário médico. Mortalidade por todas as causas e eventos cardiovasculares maiores (ECVM) foram avaliados e registrados por um dos pesquisadores do estudo. ECVM foram definidos como uma combinação de mortalidades por todas as causas, novo IAM ou acidente vascular encefálico (AVE). Novo IAM foi definido como dor torácica recorrente com nova elevação de marcadores de injúria miocárdica, após a queda inicial da curva natural, com elevação do segmento ST ou novas ondas Q, de acordo com a definição universal de IAM22. A ocorrência de AVE foi definida como novo déficit neurológico focal, de causa presumivelmente cerebrovascular, irreversível (ou resultando em morte) dentro de 24 horas e que não é provocado por outra causa prontamente identificável. Os AVEs foram classificados como isquêmicos ou hemorrágicos. Análise estatística Os dados foram coletados em um banco de dados Microsoft Access e a análise estatística foi realizada utilizando o programa SPSS para Windows 17.0. Os resultados são expressos como média ± DP, mediana [intervalo interquartil] ou frequências absolutas e relativas, conforme apropriado. Cálculo do tamanho amostral foi realizado considerando-se a menor área sob a curva ROC entre os escores originais (0,78) e uma taxa de mortalidade em 81 30 dias de 8%. O tamanho mínimo da amostra para um poder estatístico de 80% e um nível de significância de 0,05 foi estimado em 400 pacientes. Os escores de risco individuais foram calculados conforme publicado anteriormente (Tabela S2 do suplemento)14-17. A precisão dos escores GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle para prever ECVM e mortalidade em 30 dias foi avaliada através da área sob a curva ROC 23 . Comparação entre as curvas ROC foi realizada com o teste não paramétrico de DeLong, utilizando o software MedCalc para Windows, versão 12.1.4.0 (MedCalc Software, Mariakerke, Bélgica)24. A significância estatística foi definida como valor de P bicaudal <0,05. RESULTADOS Pacientes Durante o período do estudo, 501 pacientes com IAM submetidos à ICPp foram incluídos, de acordo com o fluxograma da Figura 1. No período de estudo, nenhum paciente recebeu terapia trombolítica como a terapia de reperfusão primária em nosso hospital. As características da amostra estão descritas na Tabela 1. O tempo de isquemia total foi de 5,2 ± 2,9 horas, com um delta T de 3,6 ± 2,8 horas. A mediana de tempo porta-balão foi de 76 [56105] minutos, e 71% dos pacientes foram tratados dentro de 90 minutos da chegada ao hospital. Escores de risco e desfechos Todos os pacientes foram avaliados no seguimento de 30 dias. ECVM ocorreram em 62 pacientes (12,4%), com novo IAM em 32 casos (6,4%) e taxa de mortalidade em 30 dias de 7,8% (n = 39). Todos os escores de risco 82 foram significativamente associados com ECVM, e a avaliação da acurácia para eventos combinados está apresentada na Figura 2. Os escores Zwolle, GRACE e TIMI apresentaram melhor acurácia do que o escore PAMI para ECVM (P <0,05 para todas as comparações). Não houve diferença significativa entre os escores em quaisquer outras comparações. Todos os escores também foram estatisticamente associados à mortalidade em 30 dias (Figura 3). Os escores GRACE, TIMI e Zwolle apresentaram acurácia semelhante para morte em 30 dias, enquanto a acurácia do escore GRACE foi maior do que o escore PAMI (Tabela 2). Não houve diferença estatisticamente significativa em todas as outras comparações. Também foi avaliada a influência da idade sobre a precisão dos escores de risco. A população do estudo foi estratificada de acordo com o ponto de corte de 65 anos, e 162 pacientes foram identificados (32% do total). Em pacientes com 65 anos ou menos, todos os escores de risco apresentaram significância estatística (P <0,001) para o desfecho mortalidade em 30 dias, mas a estatística-c foi menor do que no grupo total. Nos pacientes com mais de 65 anos, apenas os escores GRACE e TIMI mantiveram significância estatística (P <0,01). Neste subgrupo, a estatística-c foi menor do que naqueles com 65 anos ou menos para todas as pontuações. Risco de mortalidade de acordo com a estratificação de risco pelos escores Com o objetivo de explorar a capacidade dos escores para identificar pacientes de muito baixo e alto risco, foram avaliadas as taxas de 83 mortalidade em 30 dias de acordo com quartis de risco em cada escore (Figura 4). Todos os escores mostraram uma relação linear estatisticamente significativa com este desfecho (P <0,001). Esta estratificação identificou subgrupo de pacientes com a mortalidade em 30 dias de 1% ou menos naqueles dentro do 1o quartil em todos os escores. Aqueles no quartil de risco mais elevado apresentaram taxas mortalidade de 17-25%. DISCUSSÃO Neste estudo demonstramos que os escores de risco dedicados para IAM apresentaram acurácia adequada para a predição de mortalidade em 30 dias em pacientes submetidos à ICPp na prática clínica contemporânea do mundo real. Nossos achados podem ser considerados representativos da prática de ICPp em amostras não selecionadas de centros terciários, como demonstrado pela taxa de mortalidade intra-hospitalar, o tempo porta-balão e percentual de pacientes tratados dentro de 90 minutos da chegada ao hospital. Os escores GRACE, TIMI e Zwolle apresentaram estatística-c semelhante para os desfechos mortalidade e ECVM, porém o escore PAMI apresentou um desempenho inferior. As diretrizes europeias para tratamento do IAM sugerem o uso dos critérios do estudo PAMI-II ou o escore de risco Zwolle para identificar pacientes de baixo risco com o objetivo de alta hospitalar precoce25. Por outro lado, não foram emitidas pela última diretriz americana recomendações específicas sobre o uso de escores de risco em pacientes com IAM26. O presente estudo mostra que os escores de Zwolle, TIMI e GRACE podem ser utilizados para identificar pacientes de alto risco submetidos à ICPp. Nossos resultados também sugerem que os escores de 84 risco devem ser utilizados para identificar pacientes de muito baixo risco. O subgrupo mais baixo quartil de risco apresentou taxa de mortalidade de 1% ou menos em todos os escores. No contexto de IAM, o escore de risco mais apropriado deve estratificar adequadamente os pacientes para orientar decisões terapêuticas e tempo de internação hospitalar, incluindo tempo de estada em unidades de terapia intensiva. Esta estratégia é associada com custos mais baixos, e já se provou segura e efetiva6-8. O uso de escores validados permite ao médico obter uma previsão objetiva para um desfecho de interesse, o que é uma ferramenta valiosa no processo de tomada de decisão. A maioria das variáveis incluídas nestes modelos é conhecida pelos médicos por serem associadas com mau prognóstico, mas a integração em um escore de risco proporciona uma perspectiva mais confiável. O uso de escores de risco também proporciona aos médicos uma maior familiaridade com estas variáveis. O uso de novos dispositivos portáteis com acesso a internet também pode facilitar a utilização dos escores de risco junto ao leito do paciente. Outro importante uso dos escores de risco é como uma ferramenta de pesquisa, para ajuste de diferentes características de base dos pacientes em avaliações da qualidade assistencial comparando desfechos entre instituições ou operadores. Em estudos prévios, a avaliação da acurácia dos escores de risco dedicados para IAM na prática diária proporcionou resultados discrepantes. Uma recente meta-análise demonstrou estatística-C combinada de 0,77 para o escore TIMI e 0,82 para o escore GRACE para desfechos em curto prazo27. 85 Kozieradzka et al. encontraram resultados semelhantes para mortalidade em 30 dias para os escores TIMI, GRACE e Zwolle19. Este estudo incluiu pacientes tratados no período de 2000 a 2002, e é limitado pela falta de comparação estatística adequada entre as curvas ROC. Aragam et al. encontraram acurácia similar entre os escores TIMI e GRACE para mortalidade intra-hospitalar (0,84 vs. 0,83) e mortalidade em seis meses de acompanhamento (0,72 vs. 0,71), mas estes pacientes também foram tratados há mais de uma década18. Outros estudos foram limitados pela exclusão de pacientes de alto risco, pequeno número de escores analisados e desenho retrospectivo28–31. O escore de Zwolle é o único modelo com variáveis angiográficas, considerando o resultado da ICPp e a presença de doença de múltiplos vasos (Tabela S1 nos Materiais Suplementares)17. Os escores de risco são utilizados geralmente por cardiologistas clínicos, e a necessidade de avaliar os resultados angiográficos pode explicar por que este escore não se tornou tão popular como os outros, apesar da acurácia similar14,16,27. No nosso estudo, a estatística-C do escore TIMI não foi estatisticamente diferente do escore GRACE. Considerando que o escore TIMI é mais simples e fácil de aplicar, este achado pode favorecer a sua utilização na prática clínica diária. O pior desempenho entre os escores foi do escore PAMI15, e os critérios de seleção restritivos utilizados para desenvolver este modelo podem explicar a menor acurácia do mesmo. Outro desafio prático na estratificação de risco se refere aos pacientes idosos, e todos os escores de risco apresentaram pior desempenho nos pacientes com mais de 65 anos. É importante destacar que a idade é a única 86 variável presente em todos os escores avaliados, porém pontuada de forma diferente em cada um deles (Tabela S2 em Materiais Suplementares). Acreditamos que uma avaliação acurada da influência da idade no desempenho desses escores de risco necessita ser abordada em estudos com maior número de pacientes. Limitações Algumas limitações deste estudo são dignas de nota. Não havia dados disponíveis de acompanhamento de longo prazo, o que pode ter influenciado na acurácia dos escores. No entanto, a mortalidade em 30 dias é o desfecho clínico principal utilizado em diversos estudos prévios. Apesar do cálculo do tamanho de amostra realizado previamente, o presente estudo incluiu um número relativamente pequeno de pacientes. Nossa instituição é um centro de grande volume (aproximadamente 500 ICPp por ano), e foi optado por limitar a análise dentro de um prazo de 1 ano para manter os resultados representativos da prática da ICPp contemporânea. Devido ao poder estatístico insuficiente, não foi possível avaliar de forma consistente a acurácia dos escores de risco em idosos (>65 anos) e em muito idosos (>75 anos). Ao comparar os resultados dos estudos que desenvolveram os escores de risco originais com o presente estudo, deve ser levado em consideração o diferente perfil de risco das populações. Finalmente, o nosso estudo excluiu pacientes submetidos à ICPp com sintomas superiores a 12 horas, que apresentariam um menor benefício de uma estratégia de reperfusão primária. 87 CONCLUSÕES Os escores TIMI, GRACE e Zwolle apresentaram desempenho similar como preditores de mortalidade em 30 dias, sugerindo que estes escores podem ser utilizados para avaliar o prognóstico neste cenário. O escore de risco PAMI apresentou acurácia significativamente pior que os escores acima mencionados, e sugerimos que este escore não deva ser utilizado na prática clínica atual. Pacientes no quartil mais baixo de risco apresentaram uma mortalidade em 30 dias estimada em 1% ou menos para todos os escores de risco, sugerindo que um subgrupo de muito baixo risco pode ser identificado. Os escores GRACE, PAMI, TIMI e Zwolle não apresentaram acurácia adequada para predizer ECVM em 30 dias. Nossos resultados reforçam a importância de avaliações periódicas do desempenho dos escores de risco na prática clínica diária. Fontes de financiamento: Este trabalho foi financiado pelo Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, Brasil. Potencial conflito de interesses: Os autores declaram não haver conflito de interesses pertinentes. 88 REFERÊNCIAS 1. Antman EM, Morrow DA, McCabe CH, et al. ExTRACT-TIMI 25 Investigators. Enoxaparin versus unfractionated heparin with fibrinolysis for ST-elevation myocardial infarction. N Engl J Med 2006;354:1477-88. 2. Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Primary angioplasty versus intravenous thrombolytic therapy for acute myocardial infarction: a quantitative review of 23 randomised trials. Lancet 2003;361:13-20. 3. Montalescot G, Antoniucci D, Kastrati A, et al. Abciximab in primary coronary stenting of ST-elevation myocardial infarction: a European meta-analysis on individual patients' data with long-term follow-up. Eur Heart J 2007;28:443-9. 4. Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, et al. CLARITY-TIMI 28 Investigators. Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic therapy for myocardial infarction with ST-segment elevation. N Engl J Med 2005;352:1179-89. 5. Vlaar PJ, Svilaas T, van der Horst IC, et al. Cardiac death and reinfarction after 1 year in the Thrombus Aspiration during Percutaneous coronary intervention in Acute myocardial infarction Study (TAPAS): a 1-year follow-up study. Lancet 2008;371:1915-20. 6. Grines CL, Marsalese DL, Brodie B, et al. Safety and cost-effectiveness of early discharge after primary angioplasty in low risk patients with acute myocardial infarction. PAMI-II Investigators. Primary Angioplasty in Myocardial Infarction. J Am CollCardiol 1998;31:967-72. 7. Kotowycz MA, Syal RP, Afzal R, Natarajan MK. Can we improve length of hospitalization in ST elevation myocardial infarction patients treated 89 with primary percutaneous coronary intervention? Can J Cardiol 2009;25:585-8. 8. Kotowycz MA, Cosman TL, Tartaglia C, Afzal R, Syal RP, Natarajan MK. Safety and feasibility of early hospital discharge in ST-segment elevation myocardial infarction--a prospective and randomized trial in low-risk primary percutaneous coronary intervention patients (the SafeDepart Trial). Am Heart J 2010;159:117.e1-6. 9. Maseri A, Rebuzzi AG, Cianflone D. Need for a composite risk stratification of patients with unstable coronary syndromes tailored to clinical practice. Circulation 1997;96:4141-2. 10. Awad HH, Anderson FA Jr, Gore JM, Goodman SG, Goldberg RJ. Cardiogenic shock complicating acute coronary syndromes: insights from the Global Registry of Acute Coronary Events. Am Heart J 2012;163:963-71. 11. Goldberg RJ, Spencer FA, Gore JM, Lessard D, Yarzebski J. Thirtyyear trends (1975 to 2005) in the magnitude of, management of, and hospital death rates associated with cardiogenic shock in patients with acute myocardial infarction: a population-based perspective. Circulation 2009;119:1211-9. 12. Lawesson SS, Alfredsson J, Fredrikson M, Swahn E. Time trends in STEMI--improved treatment and outcome but still a gender gap: a prospective observational cohort study from the SWEDEHEART register. BMJ Open 2012;2:e000726. 90 13. Yeh RW, Sidney S, Chandra M, Sorel M, Selby JV, Go AS. Population trends in the incidence and outcomes of acute myocardial infarction. N Engl J Med 2010;362:2155-65. 14. Fox KA, Dabbous OH, Goldberg RJ, et al. Prediction of risk of death and myocardial infarction in the six months after presentation with acute coronary syndrome: prospective multinational observational study (GRACE). BMJ. 2006;333:1091-4. 15. Addala S, Grines CL, Dixon SR, et al. Predicting mortality in patients with ST-elevation myocardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention (PAMI risk score). Am J Cardiol 2004;93:629-32. 16. Morrow DA, Antman EM, Charlesworth A, et al. TIMI risk score for STelevation myocardial infarction: A convenient, bedside, clinical score for risk assessment at presentation: An intravenous nPA for treatment of infarcting myocardium early II trial substudy. Circulation 2000;102:20317. 17. De Luca G, Suryapranata H, van 't Hof AW, et al. Prognostic assessment of patients with acute myocardial infarction treated with primary angioplasty: implications for early discharge. Circulation 2004;109:2737-43. 18. Aragam KG, Tamhane UU, Kline-Rogers E, et al. Does simplicity compromise accuracy in ACS risk prediction? A retrospective analysis of the TIMI and GRACE risk scores. PLoS One 2009;4:e7947 19. Kozieradzka A, Kamiński KA, Maciorkowska D, et al.GRACE, TIMI, Zwolle and CADILLAC risk scores--do they predict 5-year outcomes 91 after ST-elevation myocardial infarction treated invasively? Int J Cardiol 2011;148:70-5. 20. Levine GN, Bates ER, Blankenship JC, et al. 2011 ACCF/AHA/SCAI Guideline for Percutaneous Coronary Intervention: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions. Circulation 2011;124:e574-51. 21. The Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) trial. Phase I findings. TIMI Study Group. N Engl J Med 1985;312:932-6. 22. Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, et al. Third Universal Definition of Myocardial Infarction. Circulation 2012;126:2020-35. 23. Hanley JA, McNeil BJ. The meaning and use of the area under a receiver operating characteristic (ROC) curve. Radiology 1982;143:2936. 24. DeLong ER, DeLong DM, Clarke-Pearson DL. Comparing the areas under two or more correlated receiver operating characteristic curves: a nonparametric approach. Biometrics 1988;44:837-45. 25. Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC), Steg PG, James SK, Atar D, et al. Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation: The Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J 2012;33:2569-619. 92 26. Kushner FG, Hand M, Smith SC Jr, et al. 2009 Focused Updates: ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients With ST-Elevation Myocardial Infarction (updating the 2004 Guideline and 2007 Focused Update) and ACC/AHA/SCAI Guidelines on Percutaneous Coronary Intervention (updating the 2005 Guideline and 2007 Focused Update): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation 2009;120:2271-306. 27. D'Ascenzo F, Biondi-Zoccai G, Moretti C, et al. TIMI, GRACE and alternative risk scores in Acute Coronary Syndromes: a meta-analysis of 40 derivation studies on 216,552 patients and of 42 validation studies on 31,625 patients. Contemp Clin Trials 2012;33:507-14. 28. Lev EI, Kornowski R, Vaknin-Assa H, et al. Comparison of the predictive value of four different risk scores for outcomes of patients with STelevation acute myocardial infarction undergoing primary percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol 2008;102:6-11. 29. Martinoni A, De Servi S, Politi A, et al. Defining high-risk patients with ST-segment elevation acute myocardial infarction undergoing primary percutaneous coronary intervention: a comparison among different scoring systems and clinical definitions. Int J Cardiol 2012;157:207-11. 30. Méndez-Eirín E, Flores-Ríos X, García-López F, et al. Comparison of the prognostic predictive value of the TIMI, PAMI, CADILLAC, and GRACE risk scores in STEACS undergoing primary or rescue PCI. Rev Esp Cardiol (Engl Ed) 2012;65:227-33. 93 31. Selvarajah S, Fong AY, Selvaraj G, Haniff J, Uiterwaal CS, Bots ML. An Asian validation of the TIMI risk score for ST-segment elevation myocardial infarction. PLoS One 2012;7:e40249. 94 Tabela 1 - Características da amostra Características Clínicas Idade, anos (n=501) 60,5 ± 11,8 Fatores de risco para DAC Sexo masculino 342 (68) Hipertensão 335 (67) Dislipidemia 185 (37) Tabagismo 212 (42) História familiar de DAC 158 (32) Diabetes mélito 94 (19) IAM 119 (24) ICP 37 (7) CRM 17 (3) Parede anterior 212 (42) Pressão arterial sistólica, mm/Hg 135 ± 31 Pressão arterial diastólica, mm/Hg 82 ± 19 Frequência cardíaca, bpm 79 ± 20 Classificação de Killip III/IV 27 (5) Tempo de isquemia, horas 5,2 ± 2,9 Delta T, horas 3,6 ± 2,8 Variáveis angiográficas e do procedimento Tempo porta-balão, minutos DAC trivascular 76 [56-105] 96 (19) 95 Tabela 1 - Características da amostra (continuação) Vaso-culpado: ADA 214 (43) Stent-direto 165 (33) Glicoproteína IIb/IIIa 147 (30) Trombectomia aspirativa 154 (31) Diâmetro de referência do vaso, mm 3.2 ± 0.49 Comprimento da lesão, mm 17.3 ± 8.5 Estenose Pré 97 ± 6 Pós 2.9 ± 14 Fluxo TIMI grau 2/3 Pré 135 (27) Pós 468 (93) Os resultados são expressos como média ± DP ou n (%); tempo porta-balão é apresentando como mediana [intervalo interquartil]. ADA, artéria coronária descendente anterior; CRM, cirurgia de revascularização do miocárdio; DAC, doença arterial coronariana; IAM, infarto agudo do miocárdio; ICP, intervenção coronariana percutânea 96 Tabela 2 - Comparação das curvas ROC entre os escores para predizer mortalidade em 30 dias. TIMI ~ TIMI ~ TIMI PAMI ~ PAMI ~ GRACE PAMI GRACE ~Zwolle GRACE Zwolle ~ Zwolle Diferença 0.05 0.03 0.01 0.09 0.05 0.04 Erro-padrão 0.03 0.03 0.04 0.03 0.04 0.04 IC 95% 0.00 - -0.03 - -0.06 - 0.02 - -0.04 - -0.04 - 0.11 0.09 0.08 0.15 0.13 0.12 Estatística z 1.84 1.07 0.20 2.59 1.11 0.94 P 0.07 0.28 0.84 0.27 0.34 entre as áreas <0.01 IC, intervalo de confiança; ROC, características de operação do receptor. 97 Figura 1 - Fluxograma do estudo. IAM, infarto agudo do miocárdio; ICPp, intervenção coronariana percutânea primária. 98 Figura 2 - Curvas ROC: Eventos cardiovasculares maiores em 30 dias. 99 Figura 3 - Curvas ROC: mortalidade em 30 dias . 100 Figura 4 - Risco de óbito em 30 dias (%) de acordo com os quartis de risco. 101 Acurácia dos escores de risco em pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea primária na prática clínica diária Anibal P. Abelina, MD, Renato B. Davida, MD, Carlos A. Gottschalla, MD, PhD, e Alexandre S. Quadrosa, MD, PhD MATERIAL SUPLEMENTAR 102 Tabela S1 - Comparação entre os escores de risco para IAM. Escore TIMI GRACE Zwolle PAMI Características do estudo N ECR Critérios de inclusão Desfecho 15060 11389 1791 3252 SIM NÃO NÃO SIM IAM<6h SCA IAM<24h IAM<12h Óbito Óbito (6m) Óbito (30d) Óbito (6m) (30d) Variáveis consideradas Idade x x Pressão arterial x x Frequência cardíaca x x Classificação Killip x x Parede anterior ou x x x x x x x x BRE Comorbidades x* Peso x Tempo de isquemia x x† x Creatinina sérica x Parada cardíaca x Elevação de x biomarcadores cardíacos Elevação do segmento-ST x 103 Tabela S1 - Comparação entre os escores de risco para IAM (continuação) Fluxo TIMI pós 2/0-1 DAC trivascular x x BRE, bloqueio de ramo esquerdo; DAC, doença arterial coronariana; ECR, ensaio clínico randomizado; IAM, infarto agudo do miocárdio. SCA, síndrome coronariana aguda; *Diabetes mélito, hipertensão arterial sistêmica ou angina. †Diabetes mélito. 104 Tabela S2 - Variáveis dos escores de risco ESCORE DE RISCO TIMI 1) Idade 65-74/>75 2/3 pontos 2) PA sistólica <100mmHg 3 pontos 3) Frequência cardíaca >100 bpm 2 pontos 4) Classificação Killip II-IV 2 pontos 5) IAM parede anterior ou BRE 1 ponto 6) Diabetes, HAS ou angina 1 ponto 7) Peso <67 Kg 1 ponto 8) Tempo para o tratamento >4 horas 1 ponto ESCORE DE RISCO GRACE 1) Idade 2) Frequência cardíaca 3) PA sistólica 4) Creatinina sérica 5) Classificação Killip 6) Parada cardíaca 7) Elevação de biomarcadores cardíacos 8) Elevação do segmento-ST ESCORE DE RISCO PAMI 1) Idade 65-74/>75 3/7 pontos 2) Classificação Killip II-IV 2 pontos 3) Frequência cardíaca >100 bpm 2 pontos 4) Diabetes 2 pontos 5) IAM parede anterior ou BRE 2 pontos 105 Tabela S2 - Variáveis dos escores de risco (continuação) ESCORE DE RISCO ZWOLLE 1) Classificação Killip 2/3-4 4/9 pontos 2) Fluxo TIMI pós 2/0-1 1/2 pontos 3) Idade > 60 2 pontos 4) DAC trivascular 1 ponto 5) IAM de parede anterior 1 ponto 6) Tempo de isquemia >4 horas 1 ponto BRE, bloqueio de ramo esquerdo; DAC, doença arterial coronariana; HAS, hipertensão arterial sistêmica; IAM,infarto agudo do miocárdio; PA, pressão arterial. 106 7.2 ARTIGO EM INGLÊS "Artigo publicado no periódico Canadian Journal of Cardiology" ACCURACY OF DEDICATED RISK SCORES IN PATIENTS UNDERGOING PRIMARY PERCUTANEOUS CORONARY INTERVENTION IN DAILY CLINICAL PRACTICE Short title: Dedicated risk scores in primary PCI Anibal P. Abelina, MD, Renato B. Davida, MD, Carlos A. Gottschalla, MD, PhD, and Alexandre S. Quadrosa, MD, PhD From the aInstituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia (IC/FUC). Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia, Porto Alegre, Brazil. Corresponding author: Alexandre S. Quadros, Instituto de Cardiologia / Fundação Universitária de Cardiologia (IC/FUC), Av. Princesa Isabel, 395, Santana 90.620-001 Porto Alegre – RS, Brazil. Phone: 55-51-3230.3600 / fax: 55-51-3217.2035; e-mail: [email protected] 107 ABSTRACT Background: Comparisons between dedicated risk scores in patients with ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI) undergoing primary percutaneous coronary intervention (pPCI) in the real world clinical practice are scarce. The aim of this study is to assess the diagnostic performance of the GRACE, PAMI, TIMI and Zwolle scores in STEMI patients undergoing pPCI in contemporary clinical practice. Methods: A prospective cohort study of consecutive patients with STEMI undergoing pPCI between December 2009 and November 2010 in a high-volume tertiary referral center. The outcomes assessed were major cardiovascular events (MACE) and death within 30 days. The diagnostic accuracy of the scores was assessed by ROC curves, and scores were compared by the DeLong method. Results: During the study period, 501 patients were included. The mean age was 60.5±11.8 years and 68% were male. Within 30 days, 62 patients (12.4%) presented a MACE and 39 individuals (7.8%) died. All scores were statistically associated with death and MACE within 30 days (P<0.01). The c-statistic and 95% confidence intervals for 30-day mortality were as follows: GRACE=0.84 (0.780.90); TIMI=0.81 (0.74-0.87); Zwolle=0.80 (0.73-0.87); and PAMI=0.75 (0.680.82) (P<0.01). There was no statistically significant difference regarding the accuracy of the TIMI, GRACE and Zwolle scores for 30-day mortality, but the GRACE score was superior to the PAMI score (P<0.01). Conclusions: The TIMI, GRACE and Zwolle scores performed equally well as predictors of mortality in patients who underwent pPCI in current practice. These results suggest that these scores are suitable options for risk assessment in a realworld setting. Keywords: Myocardial Infarction; Percutaneous Coronary Intervention; Risk. 108 INTRODUCTION In recent years, significant advances have been made in the treatment of ST-segment elevation acute myocardial infarction (STEMI)1–5. In current daily clinical practice there are patients with very low predicted mortality. These patients could benefit from early discharge from the intensive care unit and from the hospital, resulting in better clinical care and optimization of health resources6–9. On the other hand, morbidity and mortality after STEMI are still high in other subgroups10–13. With the aim of identifying these patients, dedicated risk scores have been developed, which may allow individualized management and treatment of patients with STEMI14–17. A comparison among these scores is available in Table S1 in Supplementary Materials. Despite their frequent use, some scores present the limitations of having been developed more than a decade ago. The inclusion of patients of randomized clinical trials may also limit their use in current real-world practice. Evaluations of those scores in populations within contemporary interventional practice are scarce, as are comparative studies of several scores18,19. The aim of this study was to assess the diagnostic performance of the GRACE, PAMI, TIMI and Zwolle risk scores in STEMI patients undergoing pPCI in contemporary daily clinical practice. METHODS Patients This was a prospective cohort study which consecutively included patients with STEMI who underwent pPCI at the Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil, from December 2009 to November 109 2010. Our facility is a tertiary referral center that performs approximately 3000 PCIs per year. Primary percutaneous coronary intervention is the routine STEMI treatment in our institution, and the catheterization laboratory works 24 hours/day, seven days/week. The project was approved by the local Research Ethics Committee, and all patients received information regarding the study and provided written informed consent. The authors are responsible for the design and conduction of the study, analysis, writing and editing, and final content of the manuscript. No extramural funding was used to support this work. The inclusion criterion was STEMI submitted to pPCI as the initial reperfusion strategy, determined by the assisting physician. STEMI was defined as typical chest pain at rest associated with ST-segment elevation of at least 1mm in two contiguous leads in the frontal plane or 2 mm in the horizontal plane, or typical pain at rest in patients with a new, or presumably new, left bundle-branch block. The exclusion criteria were delta T above 12 hours, use of lytic therapy as the primary reperfusion therapy for the index event, age less than 18 years or refusal to participate. Delta T was defined as the time from the onset of chest pain to hospital arrival. Primary percutaneous coronary intervention procedures The medications used in the patient’s initial care and the indications for pPCI were at the discretion of the medical team. Patients received a bolus dose of acetylsalicylic acid (300 mg) and clopidogrel (300 to 600 mg). After conventional coronary angiography, unfractionated heparin was administered at a dose of 60 U/kg to 100 U/kg and pPCI was performed as previously 110 described20. Aspects related to the procedure, such as access site, administration of glycoproteinIIb/IIIa inhibitors and adjunctive aspiration thrombectomy, were left to the operators’ discretion. An intra-aortic balloon was used only in patients with cardiogenic shock. Data collection Patients were interviewed by one of the investigators (AA, RD) on hospital admission, and clinical, angiographic, and laboratory data were collected using a standard questionnaire. Blood samples for laboratory tests were collected from all patients at admission. Angiography was performed in at least 2 different views by experienced operators using a previously validated digital electronic system (Siemens Axiom Artis, Munich, Germany). Intracoronary nitroglycerin was routinely administered at a dose of 200 µg before measurements. Coronary flow before and after the procedures was assessed and described according to the TIMI criteria21. Outcomes and follow-up All patients were visited daily during the in-hospital period by one of the investigators (AA, RD) to assess in-hospital events. The occurrence of events one month after the index event was evaluated through a telephone call and review of medical records. All-cause mortality and major cardiovascular events (MACEs) were assessed and registered by one of the study investigators. MACEs were defined as a combination of all-cause mortality, new acute myocardial infarction (MI) or stroke. New MI was defined by recurrent chest pain with new elevation of serum biomarkers, after the initial decline of the natural curve, with ST-segment elevation or new Q waves, 111 according to the universal definition of MI22. Stroke was defined as a new, sudden-onset focal neurological deficit, of presumably cerebrovascular cause, irreversible (or resulting in death) within 24 hours and not caused by another readily identifiable cause. Stroke was classified as ischemic or hemorrhagic. Statistical Analysis Data were collected in a Microsoft Access database and statistical analysis was performed using SPSS for Windows 17.0. Results are expressed as mean ± SD, median [interquartile range] or absolute and relative frequencies as appropriate. Sample size calculation was performed considering the smallest area under the ROC curve between the original scores (0.78) and a 30-day mortality rate of 8%. The minimum sample size for 80% statistical power and a significance level of 0.05 was estimated at 400 patients. The individual risk scores were calculated as previously published (Table S2 in Supplementary Materials)14-17. The accuracy of the GRACE, PAMI, TIMI and Zwolle scores for predicting MACE and 30-day mortality was assessed through the area below the ROC curve23. Comparison between the ROC curves was performed with the non-parametric DeLong test, using the MedCalc software for Windows, version 12.1.4.0 (MedCalc Software, Mariakerke, Belgium)24. Statistical significance was defined as a two-tailed Pvalue <0.05. 112 RESULTS Patients During the study period, 501 patients with STEMI who underwent pPCI were included, according to the flow chart in Figure 1. In the study period, no patient received lytic therapy as the primary reperfusion therapy in our hospital. The baseline sample profile is shown in Table 1. Total ischemic time was 5.2 ± 2.9 hours, with a delta T of 3.6 ± 2.8 hours. The median door-toballoon time was 76[56-105] minutes, and 71% of the patients were treated within 90 minutes of hospital arrival. Outcomes and risk scores All patients were available for 30-day follow-up. MACEs occurred in 62 patients (12.4%), new MI in 32 cases (6.4%), and the 30-day mortality rate was 7.8% (n=39). All risk scores were significantly associated with MACE, and the diagnostic accuracy assessment for combined events is presented in Figure 2. The Zwolle, GRACE and TIMI scores presented higher accuracy than the PAMI score for MACE (P < 0.05 for all comparisons). There were no significant differences between scores on any other comparisons. All scores were also statistically associated with 30-day mortality (Figure 3). The GRACE, TIMI, and Zwolle scores presented similar diagnostic accuracy for death within 30 days, while the diagnostic accuracy of the GRACE score was higher than that of the PAMI score (Table 2). There was no statistically significant difference in any other comparisons. We also addressed the influence of age on the accuracy of the risk scores. The study population was stratified according to the cut-point of 65 113 years, and 162 patients were identified (32% of the total). In patients with 65 years or less, all risk scores presented statistical significance (P< 0.001) to the 30-day mortality outcome, but c-statistics were lower than in the total cohort. In those patients older than 65 years, the GRACE and TIMI risk scores maintained statistical significance (P< 0.01), while the Zwolle and PAMI risk scores did not. In this subgroup, c-statistics were lower than in those with 65 years or less for all scores. Risk of death according to score stratification Aiming to explore the ability of the scores to identify very low and high risk patients, we assessed 30-day death rates according to quartiles of risk in each score (Figure 4). All scores showed a statistically significant linear relationship with this outcome (P<0.001). Of note, this stratification identified a subgroup of patients with a 30-day mortality of 1% or less in those within the 1o quartile in all the scores. Those in the highest quartile of risk showed mortaliy rates of 17-25%. DISCUSSION In this study, we demonstrate that dedicated risk scores for STEMI present adequate accuracy for prediction of 30-day mortality in patients undergoing pPCI in a contemporary, real-world clinical setting. Our report can be considered representative of current pPCI practice in tertiary centers, as demonstrated by the in-hospital mortality rate, door-to-balloon time and percent of patients treated within 90 minutes of hospital arrival. The GRACE, TIMI and Zwolle scores presented similar c-statistics for the mortality and 114 MACE outcomes, but the PAMI score performed comparatively poorly. The ESC Guidelines for the Management of Acute Myocardial Infarction in Patients Presenting with ST-segment Elevation suggest the use of schemes such as the PAMI-II criteria or the Zwolle risk score to identify low-risk patients with the goal of early discharge25. On the other hand, specific recommendations regarding the use of risk scores in STEMI patients were not addressed in the latest ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients with ST-Elevation Myocardial Infarction26. The present study shows that the Zwolle, TIMI and GRACE scores can be used to identify high-risk patients with STEMI undergoing pPCI. Besides, our results also support the notion that the risk scores should be used to identify very low risk patients. The subgroup within the lower quartile of risk presented a mortality rate of 1% or less in any of the scores. In the context of STEMI, the most appropriate risk score should adequately stratify patients to support therapeutic decisions and the length of hospital stay, including stay in intensive care units. This approach is associated with lower costs, and has already proved to be safe and effective6– 8 . The use of validated scoring systems allows the physician to obtain a numerical prediction for an outcome, which is a valuable tool in the clinical decision making process. Most variables included in these models are known to clinicians to be associated with poorer outcomes, but the integration in a risk score provides a more reliable perspective; incorporating the use of risk scores will also make clinicians more familiar with those variables. The use of novel internet portable devices may also facilitate the use of risk scores on the bedside. Another important use of risk scores is as a research tool, to adjust 115 for different baseline patient characteristics in quality of care assessment initiatives comparing outcomes among institutions or operators. In previous studies, the assessment of the accuracy of dedicated risk scores for STEMI in the daily practice has provided mixed results. A recent meta-analysis showed a pooled c-statistic of 0.77 for the TIMI score and 0.82 for the GRACE score for short term outcomes27. Kozieradzka et al. found that the TIMI, GRACE and Zwolle scores had similar results for a 30-day mortality outcome 19 . This study included patients treated in the 2000-2002 period, and is limited by the lack of a statistical comparison among the ROC curves. Aragam and colleagues found similar accuracy of the TIMI and GRACE scores for in-hospital mortality (0.84 vs. 0.83) and mortality at 6-month followup (0.72 vs. 0.71), but these patients were also treated more than a decade ago18. Other studies were limited by exclusion of higher-risk patients, low number of scores analyzed and retrospective design28–31. The Zwolle score is the only model using angiographic variables, taking into account the outcome of pPCI and the presence of multivessel disease (Table S1 in Supplementary Materials)17. Risk scores are generally used by cardiologists, and the need to evaluate angiographic data may explain why this score has not become as popular as others, despite similar diagnostic accuracy14,16,27. In our study, the c–statistic of the TIMI score was not statistically different from the GRACE score. Considering that the TIMI score is simpler and easier to apply, this finding may favor its use in daily clinical practice. The worst performer among the scores was the PAMI score15, and the restrictive selection criteria used to develop this model might explain this lower accuracy. 116 Another practical challenge in risk stratification refers to the elderly patients, and all the risk scores performed worse in those patients over 65 year. It is important to note that age is the only variable contemplated in all of the scores, but computed differently in each of them (Table S2 in Supplementary Materials). We believe that an accurate assessment of the influence of age in the performance of these risk scores will have to be addressed by further studies with larger number of patients. Strengths and Limitations Some strengths and limitations of this study are worthy of note. No data was available from longer-term follow-up, which could have influenced the accuracy of the scores. However, 30-day mortality is a clinically relevant endpoint that has been used in several previous studies. Despite a priori sample size calculation, the present study included a relatively small number of patients. Our institution is a high-volume center (approximately 500 pPCIs per year), and we chose to focus this analysis within a 1-year time frame to keep results representative of contemporary pPCI practice. Due to insufficient statistical power, we were not able to consistently assess the diagnostic accuracy of the risk scores in the elderly (>65 years) and very elderly (>75 years). When comparing the results of original score development studies with those of the present study, the different risk profile of the patient populations must be taken into account. Finally, our study excluded patients who underwent pPCI with a delta-T symptom time above 12 hours, who would benefit less from a primary reperfusion strategy. 117 CONCLUSIONS The TIMI, GRACE and Zwolle scores performed similarly as predictors of 30-day mortality, suggesting that these scores can be used to assess prognosis in this setting. The PAMI risk score presented significantly worse diagnostic accuracy than the abovementioned scores, and we suggest that this score should not be used in contemporary practice. Patients within the lower quartile of risk had an estimated 30-day mortality of 1% or less estimated by all the scores, suggesting that a very low risk subgroup can be identified. The GRACE, PAMI, TIMI and Zwolle scores were not adequately accurate as predictors of MACE within 30 days. Our results reinforce the importance of periodic evaluations of the diagnostic accuracy of risk scores in daily clinical practice. Funding Sources: This work was funded by the Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, Brazil. Disclosures: None. 118 REFERENCES 1. Antman EM, Morrow DA, McCabe CH, et al. ExTRACT-TIMI 25 Investigators. Enoxaparin versus unfractionated heparin with fibrinolysis for ST-elevation myocardial infarction. N Engl J Med 2006;354:1477-88. 2. Keeley EC, Boura JA, Grines CL. Primary angioplasty versus intravenous thrombolytic therapy for acute myocardial infarction: a quantitative review of 23 randomised trials. Lancet 2003;361:13-20. 3. Montalescot G, Antoniucci D, Kastrati A, et al. Abciximab in primary coronary stenting of ST-elevation myocardial infarction: a European meta-analysis on individual patients' data with long-term follow-up. Eur Heart J 2007;28:443-9. 4. Sabatine MS, Cannon CP, Gibson CM, et al. CLARITY-TIMI 28 Investigators. Addition of clopidogrel to aspirin and fibrinolytic therapy for myocardial infarction with ST-segment elevation. N Engl J Med 2005;352:1179-89. 5. Vlaar PJ, Svilaas T, van der Horst IC, et al. Cardiac death and reinfarction after 1 year in the Thrombus Aspiration during Percutaneous coronary intervention in Acute myocardial infarction Study (TAPAS): a 1-year follow-up study. Lancet 2008;371:1915-20. 6. Grines CL, Marsalese DL, Brodie B, et al. Safety and cost-effectiveness of early discharge after primary angioplasty in low risk patients with acute myocardial infarction. PAMI-II Investigators. Primary Angioplasty in Myocardial Infarction. J Am CollCardiol 1998;31:967-72. 119 7. Kotowycz MA, Syal RP, Afzal R, Natarajan MK. Can we improve length of hospitalization in ST elevation myocardial infarction patients treated with primary percutaneous coronary intervention? Can J Cardiol 2009;25:585-8. 8. Kotowycz MA, Cosman TL, Tartaglia C, Afzal R, Syal RP, Natarajan MK. Safety and feasibility of early hospital discharge in ST-segment elevation myocardial infarction--a prospective and randomized trial in low-risk primary percutaneous coronary intervention patients (the SafeDepart Trial). Am Heart J 2010;159:117.e1-6. 9. Maseri A, Rebuzzi AG, Cianflone D. Need for a composite risk stratification of patients with unstable coronary syndromes tailored to clinical practice. Circulation 1997;96:4141-2. 10. Awad HH, Anderson FA Jr, Gore JM, Goodman SG, Goldberg RJ. Cardiogenic shock complicating acute coronary syndromes: insights from the Global Registry of Acute Coronary Events. Am Heart J 2012;163:963-71. 11. Goldberg RJ, Spencer FA, Gore JM, Lessard D, Yarzebski J. Thirtyyear trends (1975 to 2005) in the magnitude of, management of, and hospital death rates associated with cardiogenic shock in patients with acute myocardial infarction: a population-based perspective. Circulation 2009;119:1211-9. 12. Lawesson SS, Alfredsson J, Fredrikson M, Swahn E. Time trends in STEMI--improved treatment and outcome but still a gender gap: a 120 prospective observational cohort study from the SWEDEHEART register. BMJ Open 2012;2:e000726. 13. Yeh RW, Sidney S, Chandra M, Sorel M, Selby JV, Go AS. Population trends in the incidence and outcomes of acute myocardial infarction. N Engl J Med 2010;362:2155-65. 14. Fox KA, Dabbous OH, Goldberg RJ, et al. Prediction of risk of death and myocardial infarction in the six months after presentation with acute coronary syndrome: prospective multinational observational study (GRACE). BMJ. 2006;333:1091-4. 15. Addala S, Grines CL, Dixon SR, et al. Predicting mortality in patients with ST-elevation myocardial infarction treated with primary percutaneous coronary intervention (PAMI risk score). Am J Cardiol 2004;93:629-32. 16. Morrow DA, Antman EM, Charlesworth A, et al. TIMI risk score for STelevation myocardial infarction: A convenient, bedside, clinical score for risk assessment at presentation: An intravenous nPA for treatment of infarcting myocardium early II trial substudy. Circulation 2000;102:20317. 17. De Luca G, Suryapranata H, van 't Hof AW, et al. Prognostic assessment of patients with acute myocardial infarction treated with primary angioplasty: implications for early discharge. Circulation 2004;109:2737-43. 121 18. Aragam KG, Tamhane UU, Kline-Rogers E, et al. Does simplicity compromise accuracy in ACS risk prediction? A retrospective analysis of the TIMI and GRACE risk scores. PLoS One 2009;4:e7947 19. Kozieradzka A, Kamiński KA, Maciorkowska D, et al.GRACE, TIMI, Zwolle and CADILLAC risk scores--do they predict 5-year outcomes after ST-elevation myocardial infarction treated invasively? Int J Cardiol 2011;148:70-5. 20. Levine GN, Bates ER, Blankenship JC, et al. 2011 ACCF/AHA/SCAI Guideline for Percutaneous Coronary Intervention: a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and the Society for Cardiovascular Angiography and Interventions. Circulation 2011;124:e574-51. 21. The Thrombolysis in Myocardial Infarction (TIMI) trial. Phase I findings. TIMI Study Group. N Engl J Med 1985;312:932-6. 22. Thygesen K, Alpert JS, Jaffe AS, et al. Third Universal Definition of Myocardial Infarction. Circulation 2012;126:2020-35. 23. Hanley JA, McNeil BJ. The meaning and use of the area under a receiver operating characteristic (ROC) curve. Radiology 1982;143:2936. 24. DeLong ER, DeLong DM, Clarke-Pearson DL. Comparing the areas under two or more correlated receiver operating characteristic curves: a nonparametric approach. Biometrics 1988;44:837-45. 122 25. Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC), Steg PG, James SK, Atar D, et al. Guidelines for the management of acute myocardial infarction in patients presenting with ST-segment elevation: The Task Force on the management of ST-segment elevation acute myocardial infarction of the European Society of Cardiology (ESC). Eur Heart J 2012;33:2569-619. 26. Kushner FG, Hand M, Smith SC Jr, et al. 2009 Focused Updates: ACC/AHA Guidelines for the Management of Patients With ST-Elevation Myocardial Infarction (updating the 2004 Guideline and 2007 Focused Update) and ACC/AHA/SCAI Guidelines on Percutaneous Coronary Intervention (updating the 2005 Guideline and 2007 Focused Update): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation 2009;120:2271-306. 27. D'Ascenzo F, Biondi-Zoccai G, Moretti C, et al. TIMI, GRACE and alternative risk scores in Acute Coronary Syndromes: a meta-analysis of 40 derivation studies on 216,552 patients and of 42 validation studies on 31,625 patients. Contemp Clin Trials 2012;33:507-14. 28. Lev EI, Kornowski R, Vaknin-Assa H, et al. Comparison of the predictive value of four different risk scores for outcomes of patients with STelevation acute myocardial infarction undergoing primary percutaneous coronary intervention. Am J Cardiol 2008;102:6-11. 123 29. Martinoni A, De Servi S, Politi A, et al. Defining high-risk patients with ST-segment elevation acute myocardial infarction undergoing primary percutaneous coronary intervention: a comparison among different scoring systems and clinical definitions. Int J Cardiol 2012;157:207-11. 30. Méndez-Eirín E, Flores-Ríos X, García-López F, et al. Comparison of the prognostic predictive value of the TIMI, PAMI, CADILLAC, and GRACE risk scores in STEACS undergoing primary or rescue PCI. Rev Esp Cardiol (Engl Ed) 2012;65:227-33. 31. Selvarajah S, Fong AY, Selvaraj G, Haniff J, Uiterwaal CS, Bots ML. An Asian validation of the TIMI risk score for ST-segment elevation myocardial infarction. PLoS One 2012;7:e40249. 124 Table 1 - Characteristics of the Study Sample Characteristics Clinical Age, years (n=501) 60.5 ± 11.8 CAD risk factors Male 342 (68) Hypertension 335 (67) Dyslipidemia 185 (37) Smoking 212 (42) Family history of CAD 158 (32) Diabetes mellitus 94 (19) Medical history MI 119 (24) PCI 37 (7) CABG 17 (3) Anterior MI 212 (42) Systolic blood pressure, mm/Hg 135 ± 31 Diastolic blood pressure, mm/Hg 82 ± 19 Heart rate, bpm 79 ± 20 Killip Class III/IV 27 (5) Ischemic time, hours 5.2 ± 2.9 Delta T, hours 3.6 ± 2.8 Angiographic and procedural variables Door-to-balloon time, minutes Three-vessel disease 76 [56-105] 96 (19) 125 Table 1 - Characteristics of the Study Sample (continued) LAD involvement 214 (43) Direct-stent placement 165 (33) Glycoprotein IIb/IIIa 147 (30) Aspiration thrombectomy 154 (31) Reference vessel diameter, mm 3.2 ± 0.49 Lesion length, mm 17.3 ± 8.5 Stenosis Pre 97 ± 6 Post 2.9 ± 14 TIMI grade 2/3 flow Pre 135 (27) Post 468 (93) Results are expressed as mean ± SD or n (%); door-to-balloon time is expressed as median [interquartile range]. CABG, coronary artery bypass graft; CAD, coronary artery disease; LAD, left anterior descending artery; MI, myocardial infarction; PCI, percutaneous coronary intervention. 126 Table 2 - Comparison of ROC curves between scores for prediction of death at 30 days. TIMI ~ TIMI ~ TIMI PAMI ~ PAMI ~ GRACE PAMI GRACE ~Zwolle GRACE Zwolle ~ Zwolle Difference between areas 0.05 0.03 0.01 0.09 0.05 0.04 Standard error 0.03 0.03 0.04 0.03 0.04 0.04 0.00 - -0.03 - -0.06 - 0.02 - -0.04 - -0.04 - 0.11 0.09 0.08 0.15 0.13 0.12 z statistic 1.84 1.07 0.20 2.59 1.11 0.94 P 0.07 0.28 0.84 0.27 0.34 95% CI <0.01 CI, confidence interval; ROC, receiver-operator characteristic. 127 Figure 1 - Study flow chart. STEMI, ST-segment elevation myocardial infarction; pPCI, primary percutaneous coronary intervention. 128 Figure 2 - Receiver-operator cardiovascular events at 30 days. characteristic curves: Major adverse 129 Figure 3. Receiver-operator characteristic curves: Death at 30 days. 130 Figure 4. Risk of death at 30 days (%) according to quartiles of risk. 30 GRACE ZWOLLE TIMI PAMI 25 20 P<0.01 15 10 5 0 1o Quartile 2o Quartile 3o Quartile 4o Quartile 131 ACCURACY OF DEDICATED RISK SCORES IN PATIENTS UNDERGOING PRIMARY PERCUTANEOUS CORONARY INTERVENTION IN DAILY CLINICAL PRACTICE Anibal P. Abelina, MD, Renato B. Davida, MD, Carlos A. Gottschalla, MD, PhD, and Alexandre S. Quadrosa, MD, PhD SUPPLEMENTARY MATERIALS 132 Table S1 - Comparisons among Dedicated Risk Scores for STEMI Score TIMI GRACE Zwolle PAMI 15060 11389 1791 3252 YES NO NO YES STEMI<6h All ACS STEMI<24h STEMI<12h Death Death Death (30d) Death (6m) (30d) (6m) Age x x x x Blood pressure x x Heart rate x x Killip class x x Anterior STEMI or x Trial Characteristics N RCT Inclusion Criteria Outcome Variables Considered x x x x x LBBB Comorbidities x* Weight x Ischemia time x x† x Serum creatinine x Cardiac arrest x Elevated cardiac x biomarkers ST-segment deviation x 133 Table S1 - Comparisons among Dedicated Risk Scores for STEMI (continued) Postprocedural x TIMI flow 2/0-1 3-vessel disease x ACS, acute coronary syndrome; LBBB, left bundle-branch block; RCT, randomized clinical trial; STEMI, ST-segment elevation myocardial infarction. *Diabetes mellitus, hypertension or angina. †Diabetes mellitus. 134 Table S2 - Risk Score Variables TIMI RISK SCORE 1) Age 65-74/>75 2/3 points 2) Systolic blood pressure <100mmHg 3 points 3) Heart rate >100 bpm 2 points 4) Killip class II-IV 2 points 5) Anterior STEMI or LBBB 1 point 6) Diabetes, hypertension or angina 1 point 7) Weight <67 Kg 1 point 8) Time to treatment >4 hours 1 point GRACE RISK SCORE 1) Age 2) Heart rate 3) Systolic blood pressure 4) Serum creatinine 5) Killip class 6) Cardiac arrest 7) Elevated cardiac enzymes/markers 8) ST-segment deviation PAMI RISK SCORE 1) Age 65-74/>75 3/7 points 2) Killip class II-IV 2 points 3) Heart rate >100 bpm 2 points 4) Diabetes 2 points 5) Anterior STEMI or LBBB 2 points 135 Table S2 - Risk Score Variables (continued) ZWOLLE RISK SCORE 1) Killip class 2/3-4 4/9 points 2) Postprocedural TIMI flow 2/0-1 1/2 points 3) Age > 60 2 points 4) 3-vessel disease 1 point 5) Anterior infarction 1 point 6) Ischemia time >4 hours 1 point LBBB, left bundle-branch block; STEMI, ST-segment elevation myocardial infarction. 136 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os escores de risco para IAMCST apresentaram adequada acurácia para predizer mortalidade dos pacientes submetidos à ICPp na prática clínica do mundo real. O uso destes escores pode identificar pacientes de baixo risco candidatos à alta hospitalar precoce, assim como pacientes que possuem alto risco de mortalidade em curto prazo e que poderiam se beneficiar de um cuidado mais intensivo. Além do uso clínico, os escores de risco no contexto da ICPp podem ser uma valiosa ferramenta de pesquisa, ao ajustar o risco dos pacientes conforme suas características basais, propiciando a comparação de desfechos entre operadores ou instituições. 137 ANEXOS ANEXO A - Ficha de Coleta de Dados 138 139 140 141 142 ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 143
Documentos relacionados
do arquivo - Programas de Pós
2.2. Infarto Agudo do Miocárdio .................................................................... 10 2.2.1 IAM com supradesnivelamento do segmento ST ....................... 11
Leia mais