Polo Esportivo do Cerrado
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Polo Esportivo do Cerrado
ano 4 número 33 Agosto 2010 R$ 8,50 C pa P Ub ad ss er er er ad so lâ no o, na nd C do lid ia id pr ad 12 ad es es 2 e en fa a s: te lam no s e do do fu tu ro Polo Esportivo do Cerrado No coração do país, em pleno cerrado brasileiro, Uberlândia se estrutura e emerge como grande e completo polo esportivo. Isso, quando o Brasil inteiro já se movimenta para realizar dois grandes eventos, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 Especial As mudanças na sociedade que puseram fim ao conceito tradicional de família Turismo Governador Celso Ramos, um lugar no litoral catarinense abençoado pela natureza Alimentação Com que óleo eu vou? Amendoim, canola, milho, soja, girassol, azeite... De olho na Copa e nas Olimpíadas Editorial Ainda não há como mensurar o impacto que as realizações da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 irão causar na economia brasileira, tanto em investimentos quanto em receitas. Mas já se sabe, por exemplo, que haverá um grande aumento na geração de empregos e na procura e oferta de serviços e produtos em praticamente todos os setores. Enfim, para os próximos seis anos, o futuro reserva grandes oportunidades de empregos e negócios no Brasil, diretamente em setores como os de turismo, construção civil, educação (escolas de idiomas), recursos humanos (principalmente em recrutamento, seleção e treinamento), transporte, energia e comunicação, entre outros. Indiretamente, também, muita gente vai lucrar com a herança deixada pelos dois eventos com as obras de infra estrutura que serão feitas ou recuperadas, como, por exemplo, no que diz respeito a investimentos em transportes coletivos como metrô e trem bala, urbanização, iluminação e etc. Tomando por base somente o evento Copa do Mundo, segundo estudo realizado, serão necessários 35,9 bilhões de reais em investimentos no Brasil nestes próximos cinco anos. A mesma pesquisa mostra ainda que o torneio vai gerar 3,6 milhões de empregos e resultar em uma renda de 64 bilhões de reais, o que será excelente para o país, levando-se em conta também que pessoas com mais empregos geram sempre mais lucros. E para não dizer que isso é só previsão, basta citar o exemplo da Copa do Mundo da Alemanha, em 2006, que deu um lucro total de 135 milhões de euros (370 milhões de reais). É certo que desse montante, 40,8 milhões de euros (112 milhões de reais) foram parar nos cofres da Fifa, enquanto os outros 56,6 milhões (155 milhões de reais) foram divididos entre a Federação e a Liga de Futebol da Alemanha. E, pasmem, a previsão é que no país canarinho a arrecadação com a Copa do Mundo seja 100% maior que na Alemanha. Alguns poderão então perguntar: e para a população sobra o quê? Acontece que a realização de um evento como a Copa do Mundo leva às cidades-sede grandes investimentos em infra estrutura urbana e esportiva, comunicação, turismo, entre outros. Além do quê, benefícios parecidos também podem ser levados a outras cidades que não as escolhidas como sede dos jogos, como as subsedes ou mesmo outras com boa estrutura hoteleira e esportiva, como foi o caso de Weggis, na Suíça, onde a seleção brasileira se preparou antes da Copa de 2006 na Alemanha. Diante disso, para responder à pergunta anterior, o que fica para a população é toda a estrutura construída ou reformada para a realização do evento, ou seja, o que foi investido na construção ou reforma de estádios, no setor de transportes (metrô, ônibus, aeroportos, etc), setor hoteleiro, e outros mais, além daqueles bilhões de reais que vão parar nas mãos de trabalhadores e que viram receita que passa a circular de comércio em comércio. E um pouco de tudo isso pode vir parar em cidades como Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que mesmo não tendo sido escolhida como sede, nesse caso da Copa do Mundo, tem chances de ser subsede ou no mínimo um centro de pré-temporada para seleções. Nesse caso, também para as Olimpíadas de 2016. Como mostra a nossa matéria de capa, a cidade já goza de uma privilegiada estrutura esportiva, amparada por uma não menos significante rede hoteleira e localização geográfica invejável. Aliás, são estruturas que podem crescer e melhorar ainda mais, considerando os projetos em andamento e outros que ainda estão por acontecer. Boa leitura (e fique por dentro)! Evaldo Pighini Editor Índice Agosto 2010 44Capa No coração do país, em pleno Cerrado brasileiro, a cidade de Uberlândia se estrutura e emerge como grande e completo polo esportivo, transformando-se em forte candidata a servir de apoio à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas de 2016 no Brasil 14Entrevista 20Cidades 66Especial Hábil nos negócios, uma herança de família, o jovem José Saad Duailibi, “comandante” da Band no Triângulo, fala da sua chegada na emissora, que há menos de dois anos tinha audiência pífia na região e agora disputa os primeiros lugares no ibope local Uberlândia e Araguari: duas das principais cidades mineiras, expoentes do Triângulo Mineiro, completam ambas no final de agosto, respectivamente nos dias 31 e 28, 122 anos de muita tradição e desenvolvimento O conceito tradicional de família já era. As mudanças na sociedade nos últimos anos provocaram grandes transformações nos papéis sociais, impondo especificamente novos e significativos padrões familiares 33 72Alimentação Amendoim, canola, girassol, soja, milho, azeite. As opções nas prateleiras dos supermercados são várias, mas nem sempre o consumidor sabe a diferença entre os óleos, além das qualidades de cada um 82Turismo Ele ocupa uma bela península, com caprichosos recortes que formam uma costa com mais de 40 lindas praias, baías e reservas ecológicas. Estamos falando de Governador Celso Ramos, um lugar no litoral catarinense privilegiado no quesito natureza Canal Livre 8 Artigo 10 Conversa 12 Franchising 18 Agronegócios 26 Agropecuária 30 Economia 32 Comércio 34 Negócios 36 Política 40 62 Educação 78 Alimentação 94 Veículos 100 Literatura 102 Profissões em filme 104 Sustentabilidade 106 Dica de leitura 108 Bazar 112 Causos empresariais 114 Geral canal livre Dicesar __________________________________________________ Muito boa a entrevista com o ex-BBB Dicesar. Apesar de eu não ser simpatizante de GLSs, fiquei encantada com ele que, no seu depoimento, demonstrou ser uma pessoa inteligente, consciente e firme nos seus propósitos. Mais que isso, sempre encarou a sua opção de vida de frente e, ao que parece, não deixou a fama que o programa da Globo lhe trouxe. Stefanie Gonçalves Moreira Cabeleireira __________________________________________________ Não concordo com a afirmação do ex-BBB Dicesar, na entrevista publicada na edição de julho desta revista, de que “a pessoa nasce gay e descobre sua tribo depois”. Pelo menos comigo não foi assim nem com muitas outras pessoas quem convivo. Palloma Francis Esteticista - Goiânia __________________________________________________ Motos no trânsito Aumentou e muito o número de motos no Brasil. Especialmente em Uberlândia, está cada vez mais difícil conviver com os motociclistas no trânsito, nem tanto pela quantidade de motos, mas pelo desrespeito dessa categoria de motoristas ao que determina a legislação. É claro que existem regras, mas a maioria não respeita faixas, não estaciona nos lugares reservados para eles, circula pelas vias num verdadeiro zig-zag, fazendo com que os demais motoristas nunca saibam por onde vão passar. Tudo isso sem mencionar a velocidade com que andam. Quando as autoridades vão começar a agir? Afinal, em casos de acidentes, quem quase sempre leva a pior são os próprios motociclistas. Joana Meira de Britto Auxiliar de enfermagem Franchising Parabéns pela entrevista com Dicesar. Foi show!!! Espero que a revista continue dando também abertura a esse tipo de conteúdo: polêmico e curioso. Gostei muito da coluna assinada pelo especialista em franquias Carlos Ruben Pinto, do qual cheguei a ler muitos artigos publicados no jornal Estado de Minas, quando estudei em Belo Horizonte. Ele conhece o assunto e vai acrescentar muito ao conteúdo da Mercado. Vanusa Castro Fontana Estudante Francisco Beltrão Oliveira Representante Comercial Senado Federal Preço de combustíveis É uma vergonha o nosso Senado. Pelo que li na matéria “Senado mantém 214 cargos de diretoria”, publicada na edição de julho, a farra lá, com o nosso dinheiro, é maior do que parece. Diante disso, tenho que concordar com o candidato à presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), que defende o fim da instituição e diz que o “Senado é valhacouto de caciques políticos” e que “os senadores não servem para nada a não ser manter as oligarquias, tipo Sarney”. É incrível a alternância nos preços dos combustíveis em Uberlândia, sem que o governo anuncie qualquer mudança para mais ou para menos. Mais incrível ainda é o valor cobrado pelos postos, muito parecido entre si. Até parece que estão praticando tabela única, para não dizer cartelização. Pior de tudo é que nenhum órgão de defesa enxerga isso, ou simplesmente finge que não vê, enquanto nós, consumidores, vamos sendo penalizados nos nossos direitos. Fica a pergunta às autoridades competentes: cartéis são ou não são proibidos no Brasil? Se forem, essa proibição não vale para Uberlândia. Lucas Francisco Chagas Estudante Cleber Pelegrino Vieira Gerente de oficina Mercado Agosto 2010 ∞ 8 MArtigo A carga tributária invisível POR Arthur De Biasi* É consenso o fato de que a carga tributária, que se aproxima perigosamente de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), já ultrapassou os limites que a sociedade brasileira consegue suportar. Isso significa que cada brasileiro trabalha cinco meses apenas para alimentar a mastodôntica e ineficiente máquina pública. E todos nós sofremos (não há verbo melhor para descrever tal fato) na pele o que recebemos como contrapartida: serviços públicos ineficientes e insuficientes. Não há educação de qualidade, não há saúde pública suficiente, não existe segurança adequada. E, para piorar, essa carga tributária de 40% do PIB é apenas a face mais visível do apetite arrecadatório do governo. Pouco se fala - e, por isso mesmo, pouco a sociedade vê e menos ainda ela exige mudança - a respeito de uma carga tributária invisível, mas que nem por isso deixa de ter um impacto direto no caixa das empresas brasileiras. Trata-se da voluntária inépcia do Poder Executivo em atualizar os valores de referência para base de cálculo de alguns impostos e contribuições, como, por exemplo, o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). E mais dinheiro sugado pelo governo significa menos recurso para investimento. Até 1995, ano da extinção da correção monetária, os valores expressos na legislação tributária eram atualizados com base nos diversos indicadores que povoaram nossa economia à época, tais como FAP, ORTN, OTN, UFIR, etc. Desde então, o Poder Executivo resolveu adotar a sorrateira premissa de inflação zero, com prejuízos, é claro, para o contribuinte. A exceção fica por conta do Imposto de Renda Retido na Fonte e da tabela progressiva do IR de Pessoa Física, cujos valores foram atualizados recentemente. Sem analisar a fundo o impacto dessa carga tributária oculta, pode parecer que se trata de algo pequeno. Não é. Alguns casos são esclarecedores. No caso do Adicional do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, que é de 10% sobre o lucro mensal acima de R$ 20 mil (estimativa), a carga tributária invisível alcança 10%. Explico: atualizando o valor estabelecido no longínquo 1995, de R$ 20 mil, com base no IPCA (que é o indexador da tabela do IR Pessoa Física), chega-se a R$ 48,5 mil. Sem essa atualização no valor referência, o contribuinte paga a mais, ao final de um ano, R$ 34,2 mil ao Fisco. O mesmo mecanismo afeta empresas que optam pela modalidade de tributação pelo lucro presumido, cujo valorlimite de receita para fins de opção está congelado desde 2002 em R$ 48 milhões. Caso esse valor fosse corrigido pelo IPCA, estaria hoje em quase R$ 65 milhões. Isso faz com que uma empresa que hoje fatura anualmente R$ 64 milhões, que poderia auferir vantagens tributárias caso adotasse o lucro presumido, tenha de ser enquadrada na modalidade de lucro real. No final das contas, essa não atualização, que a obriga a calcular seu IRPJ pelo lucro real, acarreta um acréscimo significativo na carga tributária da empresa. Uma companhia industrial, por exemplo, com faturamento anual de R$ 64 milhões, cujo lucro tributável pelo IRPJ represente 12% do faturamento, mas que, com base no presumido, teria lucro tributável de 8% do faturamento, sofreria um acréscimo do IRPJ devido de cerca de R$ 650 mil no ano, além de aumento da CSLL do Pis e da Cofins calculados pelo lucro real em relação ao lucro presumido. O apetite do Fisco, obviamente, não se limita ao mundo corporativo. Atinge também a sociedade. Para citar só um exemplo, desde 1995 há isenção de IR para a venda de um único imóvel com ganho de capital no valor de até R$ 440 mil. Caso atualizássemos esse valor de acordo com a taxa Selic de 96 a 2009, esse valor seria de mais de R$ 1 milhão. Nesse caso, sem considerar outros fatores, o aumento da carga tributária seria de 15%. Todos esses exemplos são, evidentemente, fictícios, mas estão presentes na realidade de boa parte das empresas do Brasil. Eles servem como alerta para a tremenda injustiça fiscal cometida pelas autoridades contra o contribuinte. Essa carga tributária é invisível, mas os seus efeitos nefastos são bem reais e se traduzem no aumento do “custo Brasil”, na falta de dinheiro para investimentos privados e explica em parte os recordes seguidos de arrecadação do Fisco Federal. Isso para não falar do mau uso dos recursos arrecadados. Até quando o cidadão honesto vai aceitar, quieto, tamanho absurdo? B * Arthur De Biasi é contador e sócio-diretor da De Biasi Auditores Independentes Mercado Agosto 2010 ∞ 10 CONVERSA DEMERCADO Caro leitor, “A Terra é azul!”. Essa foi a exclamação do astronauta russo Iuri Gagarin, no dia 12 de abril de 1961, ao avistar a terra do céu, a bordo da nave Vostok 1, na qual deu uma volta completa em órbita ao redor do planeta. Esse é um fato que traduz um momento importante da história da humanidade, pois, até então, desconhecíamos a cor da nossa própria casa. E aquela tecnologia que permitiu levar o homem ao espaço, marcou o início de uma série de transformações sociais, ambientais, culturais, tecnológicas e, por consequência, trouxe profundas alterações no mundo dos negócios. Depois, a partir do final da década de 1980, a era da informação trouxe mudanças ainda mais significativas. As dimensões tempo e espaço, diferenciais para diversas empresas, simplesmente foram eliminadas com os avanços na área de tecnologia da informação, alterando de forma irreversível a capacidade de fazer negócios. Hoje, no mínimo, consulto prazos e preços em sites da internet antes de fazer qualquer compra. Isso dá condições a nós, consumidores, de negociarmos melhor na Mercado Agosto 2010 ∞ 12 hora da compra. Como diria Clemente da Nóbrega, autor do livro Supermentes: “O consumidor está no poder! Ele tem todas as informações e pode me comparar com meus concorrentes no mundo inteiro, instantaneamente”. Conforme o estudo ainda atual de Nadler e Tushman, o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas criou negócios completamente novos, eliminou outros tantos e produziu uma demanda generalizada de inovações contínuas. É no mínimo difícil, senão impossível, apontar uma única empresa que, na última década, tenha se mantido competitiva no mercado sem ter feito qualquer inovação de produto, processo, distribuição ou até mesmo de estratégia. Na era do conhecimento, a inovação passou a ser um diferencial imprescindível aos negócios. Além de motor do crescimento econômico sustentado, ela aumenta a produtividade e a competitividade e cria mercados. Parafraseando Peter Drucker, “A inovação pode e deve ser gerenciada como qualquer atividade de uma empresa”. Mas a verdade é que, muito embora o mundo dos negócios tenha passado por profundas mudanças nas últimas décadas, ainda não conseguimos implementar a cultura da inovação nas nossas organizações. O Brasil terá em breve o quinto maior mercado consumidor do mundo! Quantas oportunidades e ameaças surgirão nos próximos anos? O desafio é se manter competitivo e, neste sentido, a inovação é importante aliada. Tudo bem que existem diversos outros fatores que interferem na competitividade de uma empresa ou setor, como carga tributária elevada, informalidade, burocracia, dentre outros que seriam assuntos suficientes para outras tantas conversas. De qualquer forma é importante entender que a capacidade de inovar é atualmente considerada uma das mais importantes características das organizações competitivas. Não basta mais reduzir custos para aumentar os lucros. As empresas devem gerar inovações se quiserem criar mais riqueza. Outra realidade é que o mercado oferece inovações num ritmo cada vez mais acelerado. Uma das consequências é que o ciclo de vida do produto, do processo, das tecnologias de distribuição e, principalmente, das estratégias foi reduzido a níveis jamais vistos. Não há mais espaço para empresas passarem uma década ou mais sem mudanças fundamentais em sua estratégia. Volto ao passado quando, ainda menino, saí para comprar um tênis novo. Praticamente a única opção era o famoso “Kichute”, comprado em sapatarias, já que ainda não existiam lojas de calçados esportivos. Era um calçado, misto de tênis e chuteira, produzido no Brasil desde a década de 1970 pela Alpargatas. Este produto teve seu ápice entre os anos de 1978 e 1985, quando suas vendas ultrapassaram 9 milhões de pares anuais. Mas, depois, com a entrada de modelos importados de tênis, suas vendas despencaram. Desde então, novos conceitos de marketing e de produção, com o design introduzindo novas formas, materiais e valores, alteraram profundamente toda a cadeia do calçado. A fragmentação dos mercados, uma das mudanças mais significativas do mundo dos negócios, também impactou substancialmente esta indústria, que não pode mais apostar em um único lançamento. Na verdade, as empresas fazem várias apostas de forma constante, admitindo que um produto pode ficar obsoleto no momento em que entra no mercado. Ainda neste exemplo é possível observar uma profunda mudança da estratégia de negócio, não só da indústria, mas de um novo segmento comercial especializado em material esportivo, cujo desafio é administrar demanda por modelos, marcas, tamanhos e especificações para atividades cada vez mais segmentadas. Ainda baseado no estudo de Nadler e Tushman, outras reflexões devem ser feitas pelas organizações frente a este ambiente de mudanças que acabamos de descrever. A capacidade da organização de compreender o ambiente e fa- zer as alterações estratégicas necessárias, no momento certo, determinam sua força competitiva. A mudança é imperativa e deve fazer parte da estratégia de competitividade do negócio. Quem perceber os primeiros sinais de descontinuidade no ambiente e criar rapidamente uma nova estratégia para se adaptar é mais bem-sucedido do que aqueles que não percebem os alvos ou demoram a responder. Um exemplo é a lendária empresa de máquinas fotográficas Leica, que acreditou que qualidade bastava e não se atualizou frente às novas necessidades do mercado. Ou ainda as empresas fabricantes de filmes fotográficos que demoraram a perceber o impacto da tecnologia digital. Assim, caro leitor, cabe a cada um de nós, dentro das nossas organizações, prepararmo-nos para as oportunidades e ameaças inerentes às mudanças. E fica para você uma mensagem de Winston Churchill que traduz um pouco desta nossa conversa: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”. B Marden Marcio Magalhães é gerente regional do Sebrae-MG no Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste Mineiro [email protected] 13 ∞ Mercado Agosto 2010 MEntrevista Toque de “Midas” POR Fabiana Barcelos/Alanna Guerra (Ares) A TV Bandeirantes do Triângulo Mineiro vem apresentando um perceptível crescimento no mercado televisivo da região, apesar de seu pouco tempo de atuação. Antes da chegada do Grupo Bandeirantes como gestor da operação regional, há um ano e nove meses, a presença da marca Band, sua audiência e participação no share publicitário televisivo beirava à insignificância. Não havia conteúdo local e o fraco sinal cobria apenas as cidades de Uberlândia e Uberaba. Porém, de uns meses pra cá, a emissora vem passando por uma completa reestruturação que demandou e ainda demanda enormes recursos e esforços. Todas as áreas que compõem uma emissora de televisão foram repensadas e desenvolvidas, ao menos 60 profissionais de comunicação contratados e uma gigantesca soma de equipamentos de radiodifusão adquiridos. A novidade gerou movimento no mercado de profissionais do ramo na região e reconfigurou a divisão do bolo publicitário. A nova gestão elegeu o jornalismo - marca forte do Grupo que representa - como sua prioridade, e lançou ao ar diversos formatos que hoje, após tão curto período, já brigam pelas primeiras posições de audiência entre as TVs locais. A cobertura da emissora avançou agressivamente e hoje seu sinal único atinge cerca de 100 municípios do oeste do estado. Mercado Agosto 2010 ∞ 14 O jovem José Saad Duailibi, “comandante” da Band no Triângulo, fala do crescimento da emissora na região, que há menos de dois anos apresentava audiência pífia e hoje já disputa os primeiros lugares no ibope regional na sua área de cobertura, que atinge cerca de 100 municípios Muito disso se deve ao advogado paulistano - recentemente homenageado como cidadão uberlandense - José Saad Duailibi, diretor geral da Band Triângulo e um dos representantes da terceira geração da tradicional família das comunicações. Com apenas 30 anos, ele é o comandante dessa revolução. Em entrevista exclusiva à Mercado, Saad conta como foi essa arrancada e fala de projetos futuros. Mercado: Como ocorreu o processo de reestruturação na Band Triângulo? Vejo como um processo profundo de reconstrução estrutural, conceitual e quase “espiritual”. Nosso ponto de partida, notoriamente, foi a estaca zero, entre recursos humanos, técnicos, financeiros, credibilidade e visibilidade da marca. O primeiro passo foi dimensionar o exato tamanho do passivo, advindo todo de gestões anteriores, limpá-lo em sua maioria e refinanciá-lo no restante. Paralelamente, organizamos a complicada documentação e contabilidade da companhia, além de atuar nos inúmeros litígios em que a empresa figurava no polo passivo, celebrando acordo em grande parte deles. Em pouco tempo passamos a cumprir todas as exigências legais e regulamentais do Ministério das Comunicações e Anatel. Montamos um time de profissionais com reconhecida experiência, mixando gente advinda de Uberlândia, São Paulo e Uberaba, como, por exemplo, os jornalistas e apresentadores Orlei Moreira, Ronei Bentes, Fernanda Viola e Denise Nakamura. Em Uberlândia, já contávamos com um pequeno imóvel no bairro Umuarama, que atendia a nossa área operacional. Locamos um segundo imóvel para abrigar o jornalismo e a área comercial, nossas equipes passaram então a ir para a rua cobrir o factual da cidade. Em Uberaba reconstruímos tijolo por tijolo todo o edifício da geradora, antes completamente sucateado, transformando-o em um eficiente complexo de televisão com mais de 1.100m2 de área construída, sendo cerca de 130 metros quadrados de estúdios modernos, com cenários que acompanham o padrão plástico da Band nacional. Mercado: Qual o diferencial da Band Triângulo? O maior diferencial é fazer parte de um Grupo nacional, ser integrante da própria geradora de conteúdo e não apenas afiliada, e isso nos destaca de todas as concorrentes locais. É aquela história do que é melhor, ser “cabeça de formiga” ou “rabo de elefante”? A relação entre a Band Triângulo e a cabeça de rede em São Paulo é muito próxima, direta. As televisões mais modernas de hoje pelo mundo - e a Band certamente se qualifica como uma - contam com sistemas e ferramentas de gestão específicos da radiodifusão, que potencializam os resultados a longo prazo, padronizam os processos internos e geram credibilidade junto a parceiros, instituições financeiras, clientes e telespectadores. Além disso, podemos oferecer oportunamente treinamentos, intercâmbios de profissionais entre praças, troca de conteúdos e acesso a alguns dos melhores profissionais de comunicação do país como, por exemplo, jornalistas de renome, artistas consagrados, técnicos em toda e qualquer área afeta ao meio, além de consultores em geral. Outras oportunidades potenciais são a possibilidade de publicar muito mais conteúdo local em rede nacional e até o acesso a conteúdos de outros tipos de veículo do Grupo, como as diversas plataformas de rádio, canais de TV a cabo, como BandNews, BandSports e Terra Viva, jornais impressos como o Metro, mídia indoor, portais de internet, serviços de interatividade e etc. Todo esse conteúdo está disponível. Mercado: Como você analisa o crescimento da Band Triângulo no período? Além do resultado econômico crescente, a audiência dos programas locais, antes irrisória, hoje desponta entre as primeiras posições. Um exemplo é o jornal “Notícias da Redação”, apresentado pela jornalista Faeza Rezende na hora do almoço e no ar há apenas quatro meses; um programa que já ocupa a vide-liderança no seu horário de apresentação, segundo últimos dados do Ibope, superando atrações tradicionais da concorrência. Outros formatos originais da emissora também figuram muito bem na pesquisa, como é o caso do DNA ao Vivo, que é outro a ocupar a vice-liderança no horário, e o programa de jornalismo analítico de Orlei Moreira, Entrevista Coletiva, que apesar do target extremamente qualificado, vem conquistando uma audiência consistente. A “O primeiro passo foi dimensionar o exato tamanho do passivo, advindo todo de gestões anteriores, limpá-lo em sua maioria e refinanciá-lo no restante” 15 ∞ Mercado Agosto 2010 MEntrevista Mercado: O atual padrão de qualidade e trabalho jornalístico da Band Triângulo chegou a ser reconhecido até pela Assembleia Legislativa do Estado. Qual a importância disso para você? A manifestação em Belo Horizonte, assim como os novos dados de audiência e crescimento econômico reforçam demais a nossa motivação. Quem conheceu a extinta TV Regional, há dois anos, sabe o quão impensável seria um cenário desses após tão pouco tempo de atuação. As pessoas que realmente acreditaram, se dedicaram ao sonho de construir uma TV desde o início e trabalharam por vezes até em condições adversas se enchem de confiança quando constatam que estamos de fato no caminho certo. Valeu muito a pena o esforço. Mercado: Há novos investimentos previstos aqui para a cidade e região? Quais são eles? Sim. Acabamos de adquirir um edifício na Avenida Rondon Pacheco, uma das principais vias de trânsito de Uberlândia. O lugar é uma verdadeira vitrine da cidade, com cerca de 500 metros quadrados de construção, pronta para abrigar nossa atual demanda e também os futuros novos negócios do Grupo. Há também a previsão do lançamento de uma nova rádio, que será baseada em uma das plataformas de conteúdo de maior sucesso do Brasil. Devemos lançá-la entre o final deste ano e o início do próximo. Além disso, temos estudos para a implantação de outros canais de comunicação do Grupo Bandeirantes na cidade. Para um curto/médio prazo há a previsão da instalação dos equipamentos de TV digital, estes já realizados em Uberaba. Em Uberlândia, optamos por investir prioritariamente na estrutura física da nova sede da Rondon Pacheco, mas a tecnologia digital não tardará a chegar. Mercado: Como você percebe a chegada da TV digital no mercado? Com muito otimismo. O sistema brasileiro de TV digital é bastante completo e versátil, permitindo interatividade, multiprogramação, mobilidade, portabilidade e etc. Ele trará uma profunda renovação ao meio televisivo. É um modelo muito bem estudado e desenvolvido por gente do ramo, que está sendo inclusive exportado para outros países. Há uma data limite para as concessionárias de TV digitalizarem suas operações, quando então deverão devolver seus canais analógicos ao governo. Hoje o mercado ainda não compra TV digital, pois o universo de domicílios com TV que dispõe dessa tecnologia é ínfimo, mas acredito que esse prazo limite deve acelerar muito o processo como um todo no país, independente da opção dos telespectadores diante dos avanços inegáveis de qualidade que a tecnologia oferece. O Grupo Bandeirantes é o que detém o maior número de emissoras de gestão própria com a tecnologia digital implantada no Brasil. B Mercado Agosto 2010 ∞ 16 “As pessoas que realmente acreditaram, se dedicaram ao sonho de construir uma TV desde o início e trabalharam por vezes até em condições adversas se enchem de confiança quando constatam que estamos de fato no caminho certo” MFranchising&Negócios Liderança das duas partes POR Carlos Ruben Pinto* Sempre me pergunto o que torna uma franquia tão diferente da outra. Dentre tantos itens que podem compor a resposta, destacam-se as diferenças na organização, na quantidade de informações e, especialmente, na energia que o franqueador é capaz de transferir ao seu sistema. O nosso trabalho de formatar uma franquia consiste, essencialmente, em estruturar processos, registrar os eventos transformadores de informações, organizálos de forma que possam gerar as diretrizes básicas do sistema operacional da franquia e criar a documentação legal exigida pelo sistema. Mas, paralela ao processo de formatação, é fundamental a atuação positiva do franqueador, gerando a energia necessária para fazer do sucesso do negócio e da marca uma jornada e não somente um destino a ser conquistado. A energia de que falo é a que vibra, que gera impulsos e informações não codificadas por nós, consultores. Ela irradia do franqueador para a rede, é diretamente dependente da atitude mental do franqueador. São seus pensamentos, palavras e atitudes que motivam o grupo, excitam a criatividade, buscam a abundância, criam estilo e asseguram a evolução e exatidão dos padrões e formas do negócio. O papel da liderança positiva do franqueador dentro do sistema de franquia é fundamental. ideal em uma realidade de negócio tão bem-sucedida quanto a sua. Por outro lado, os franqueados precisam estar dotados da mesma atitude mental do franqueador, tornando-se seus aliados. Franqueador e franqueados devem atuar como empresários que compartilham os mesmos valores, princípios e metas. Cada franqueado deve liderar sua equipe, motivá-la a trabalhar pelo sucesso e prosperidade da empresa, prestando aos clientes atendimento e serviços de alta qualidade. As duas lideranças têm papéis distintos dentro do sistema de franquias. São empresários que, na maioria das vezes, precisam ter um posicionamento comum, principalmente em relação ao mercado. Porém, quando surge alguma resistência dentro do grupo, a abordagem não pode ser tomada como uma questão meramente pessoal. Certamente não o é. As pessoas podem se posicionar contra uma ou outra decisão. E em casos de conflitos, a melhor saída é buscar um analista externo para ajudar a distinguir as posições e separar as pessoas dos seus papéis profissionais. Todos os dois líderes desse sistema precisam encontrar diariamente alguns minutos para ver sua empresa de fora, analisar e interpretar a realidade, criar momen- Franqueador e franqueados devem atuar como empresários que compartilham os mesmos valores, princípios e metas É importante que o franqueador lidere seu grupo de franqueados com o objetivo de mantê-lo unido em torno de um mesmo projeto: o fortalecimento e expansão da marca. Cabe ao franqueador ajudar e motivar seus franqueados na solução de problemas e desafios e na identificação de novas e mutantes oportunidades dentro do segmento de negócio em que atuam, ou seja, exercer a liderança necessária para ajudá-los a transformar um tos de paz e reflexão, buscando dar mais significado e valor à vida. Saber que não existe liderança sem fortes parcerias e que desenvolvê-las quer dizer lidar com gente, emoções, valores e princípios morais. Entender que “sucesso inclui também saúde, energia, entusiasmo pela vida, relacionamentos compensadores, liberdade criativa, estabilidade física, emocional, bem-estar e paz de espírito”. (Deepak Chopra). B * Carlos Ruben Pinto é administrador de empresas, consultor de varejo e franquias [email protected] - www.guiadofranchising.com.br/mds Mercado Agosto 2010 ∞ 18 MCidades Foto: Olivo Mecabo Uberlândia: 122 anos de muitas histórias e desenvolvimento POR Margareth Castro N o dia 31 deste mês, Uberlândia, a segunda maior cidade de Minas Gerais, a maior do interior mineiro e a segunda maior do interior do Brasil, comemora 122 anos de muita história, desenvolvimento e investimentos. Com pouco mais de 634 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2009, e uma área total de 4.115,09 quilômetros quadrados, o município é o 16º maior do Brasil Mercado Agosto 2010 ∞ 20 em área urbana e está localizado no oeste do estado, região do Triângulo Mineiro. A cidade é o principal centro urbano da região e, por esse motivo, apresenta características de capital regional. Uberlândia é a 28ª maior cidade do país em população e o segundo mercado potencial consumidor de Minas Gerais. Sua economia se baseia nas agroindústrias que formaram na região um importante centro industrial, mas destaca-se na cidade o setor de serviços. Estão sediados em Uberlândia grandes atacadistas de atuação nacional e internacional, dos quais cinco estão entre os maiores do país. São eles: Martins, Arcom, Peixoto, União e Aliança. Para comemorar os 122 anos de Uberlândia, a Mercado optou por um jeito diferente de contar um pouco mais o que é a cidade - terra fértil em cultura, geração de emprego e renda e também em conhecimento. Para isso, foram convidados representantes de alguns segmentos da sociedade para falar como veem Uberlândia hoje e o que esperam para um futuro próximo. Foto: Correio de Uberlândia “Uberlândia é, hoje, uma cidade resultado de sua história - e não de sua geografia, como costumam dizer. A sua decantada posição geográfica não foi obra da natureza, foi obra da ação de pessoas obstinadas como Felisberto Carrejo, Coronel Carneiro, Fernando Vilela (este, fundamental!), Custódio Pereira, Juscelino, Rondon e tantos outros que estaquearam e ergueram o progresso do lugar. Certamente a cidade continuará dinâmica, produzindo o seu próprio desenvolvimento. O que se espera desse desenrolar evolutivo material é que os homens que mantêm esse impulso, todos nós, dediquemo-nos também aos valores humanistas: mais qualidade de vida, mais cultura, mais amor.” Foto: Douglas Luzz Antônio Pereira da Silva - historiador “Ninguém esperava esse crescimento tão rápido. Lembro-me que quando jovem caçava animais onde hoje é o bairro Tibery. O desenvolvimento foi rápido demais, uma coisa de louco, e a violência faz parte desse crescimento desenfreado. Até alguns anos atrás era possível dormir com as janelas da casa abertas e ficar sem medo. As casas tinham quintais, onde as famílias cuidavam de suas criações e da horta. A cidade cresceu tanto que não conheço mais Uberlândia. Acredito que daqui a cinco anos a cidade irá crescer ainda mais por causa das indústrias que estão se instalando por aqui. Mesmo com todo esse desenvolvimento, acredito que as tradições irão permanecer, como é o caso do Congado. Herdei a tradição do meu pai, que herdou do meu avô. Antes tínhamos oito grupos e hoje já são 25, com 80 a 260 pessoas cada. Afirmo que o Congado será preservado, porque há um interesse dos jovens em dar continuidade a ele, além de hoje a festa ter o apoio da Prefeitura.” “Uberlândia chega aos 122 anos devidamente amadurecida, em todos os segmentos, com um histórico de desafios, superação, muitas vitórias e algumas derrotas, mas que consolidaram as atividades e as estruturas que hoje estão aí. Esta cidade aprendeu a ousar, a conquistar, a recomeçar, a aprender com seus próprios erros e hoje tem formatado o processo adequado de desenvolvimento, que em todos os níveis vai requerer de seus personagens compromissos e responsabilidades permanentes. Não há mais espaço para o improviso barato, decisão mal pensada e ação mal planejada. Outra questão envolvendo o futuro está diretamente ligada à classe política, que também precisa evoluir de forma séria e responsável, trocando a demagogia que ainda alimenta alguns discursos e ações pelo trabalho sério, voltado para o crescimento social de toda a cidade. Responsabilidade social hoje é questão fundamental para o sucesso e a sobrevivência de todos os segmentos empresariais, familiares, culturais e políticos. Não basta apenas dizer ou querer fazer, mas efetivamente fazer e fazer bem feito.” A Foto: Douglas Luzz Deni Nascimento - presidente do Congado Ary Santos - empresário e presidente da TV Paranaíba (afiliada Record em Uberlândia) 21 ∞ Mercado Agosto 2010 MCidades Foto: Arquivo líderes empresariais que merecem destaque, como Luiz Alberto Garcia, Alair Martins e Dílson Pereira da Silva. O crescimento de Uberlândia é destaque hoje no Brasil, pois a cidade é a segunda de Minas Gerais em população e desenvolvimento. A sua liderança cultural, social, política e econômica a coloca em posição privilegiada no conceito nacional. A cidade tem crescido e ninguém segura o progresso que é visto a olho nu. O seu desenvolvimento vertiginoso na construção civil, comércio, indústria, investimento e criação de empregos faz o seu crescimento ser o dobro da média nacional. É a cidade certa para morar e investir pela sua estrutura socio econômica. Uberlândia cresce e vai continuar a se desenvolver cada vez mais, principalmente, se priorizar de agora em diante, o setor da educação.” “A primeira razão do desenvolvimento de Uberlândia é a sua posição geográfica no Triângulo Mineiro, cuja abrangência territorial estratégica, no centro do país, com acesso aos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso, com toda a região do Brasil Central e ligação com o oeste, sul e norte do país, dá a cidade o título de portal do cerrado. Uberlândia sempre teve grandes prefeitos, como Tubal Vilela da Silva, Renato de Freitas e Virgílio Galassi, mas, tendo prefeito bom ou não, nada segura esta cidade. Odelmo Leão Carneiro, atual prefeito, muito tem feito por Uberlândia e ainda poderá fazer muito mais. É atualmente o nosso maior líder político, embora o maior líder político de todos os tempos tenha sido Rondon Pacheco, a quem este povo e toda a região tem muito a agradecer. Há também Foto: Douglas Luzz Dorivaldo Alves do Nascimento - advogado, empresário e ex-vereador em Uberlândia por 16 anos “Os fundadores de Uberlândia foram muito felizes pela escolha do local de implantação da cidade, lugar de excelente topografia, que permite o crescimento da cidade em todos as direções. Outro fator muito importante foi que todas as administrações do município sempre lutaram pelo desenvolvimento da cidade. É fantástico o amor da população a Uberlândia. O intercâmbio comercial com todas as cidades do Brasil Central contribuiu para o seu crescimento. Uberlândia é uma cidade privilegiada em fonte de abastecimento de água. Assim, temos o Rio Uberabinha e o Rio Bom Jardim, com cachoeiras que permitiram implantar turbinas hidráulicas que jogam água para a cidade sem gasto de energia da Cemig. Com tanto desen- volvimento industrial e populacional, há necessidade de se construir uma estação de tratamento acima do Praia Clube para captar as águas que continuam no Rio Uberabinha e no Bom Jardim após acionar as oito turbinas que desaguam no Rio Uberabinha, abaixo da foz do Bom Jardim. Dessa forma poderemos abastecer o dobro da população atual. Uma obra de baixo custo, por estar dentro da cidade e devido à baixa altura de recalque da água. No futuro poderemos gastar a água do Rio Araguari na Represa de Miranda, que abastecerá uma cidade com a população igual a de São Paulo. Com a posição geográfica de Uberlândia, o bom clima e as rodovias para todas as direções, o seu crescimento será cada vez maior.” José Pereira Espíndola - ex-secretário de obras, exvice-prefeito e ex-diretor do DMAE, em Uberlândia Mercado Agosto 2010 ∞ 22 Fases de uma grande história I Uberlândia foi fundada por Felisberto Alves Carrejo e emancipada em 31 de agosto de 1888; II O Município recebeu o nome de São Pedro do Uberabinha; III A primeira Câmara Municipal foi instalada em 7 de março de 1892, tendo sido o seu primeiro presidente e agente executivo (prefeito), cargos acumulados na época, Augusto César Ferreira e Souza; IV Em 24 de dezembro de 1909 é inaugurado o serviço de energia elétrica; V Em 29 de novembro de 1910 é fundada a empresa telefônica de Uberlândia; VI Em 28 de fevereiro foi criada a Companhia Mineira Auto Viação Intermunicipal por Fernando Vilela e Ignácio Paes Lemes, que desbravaram a criação de estradas; VII Em 11 de novembro de 1917 foi inaugurado o prédio da Câmara Municpal e a Prefeitura de Uberlândia na Praça Clarimundo Carneiro. O prédio foi construído pelo arquiteto Cipriano Del Fávero, que morreu um mês antes de entegrar a grande obra; VIII Em 15 de novembro de 1928 foi fundado o Liceu de Uberlândia; IX Em 3 de janeiro de 1929 foi inaugurado o Ginásio Mineiro, no estilo do Ginásio de Barbacena, o maior colégio estadual da região e o futuro Colégio Estadual de Uberlândia; X Em 1929 a cidade e comarca de São Pedro de Uberabinha passou a denominar-se Uberlândia; XI Em 23 de fevereiro de 1932 foi o inaugurado o Colégio Nossa Senhora; XII Em 10 de julho de 1935 foi fundada a Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub); XIII Em 12 de dezembro de 1942 foi inaugurada a Catedral de Uberlândia; XIV Em 8 de agosto de 1943 instalou-se em Uberlândia a Fundação Brasil Central, objetivando linha de comunicação terrestre e aérea entre o Rio de Janeiro e o alto Amazonas através do sertões de Xavantina, do Rio das Mortes, Xingu e Tapajós, em direção a Manaus com navegação fluvial pelo caudaloso Amazonas até Belém, ligando as extremidades sul e norte do país; XV Ainda em 1943, Uberlândia sitiava a base número 1 da expedição Roncador-Xingu. A base de Uberlândia estava destinada a receber e alojar os expedicionários, fornecendo os meios de transporte para os respectivos destinos. A expedição Roncador-Xingu se destinava a desdobrar e colonizar as zonas compreendidas dos rios Araguaia e Xingu e do Brasil Central. O nome de Uberlândia se projeta no âmbito nacional; XVI Em 4 de janeiro de 1947 é fundada a Sociedade Médica de Uberlândia; XVII Em 4 de agosto de 1948 é fundada a Associação Rural de Uberlândia, que mais tarde passou a se denominar Sindicato Rural de Uberlândia; XVIII Em 15 de março de 1954 surge a Companhia de Telefone do Brasil Central (CTBC) , que adquiriu o direito acionário da antiga concessionária; XIX Em 14 de novembro de 1963 a Faculdade de Direito é reconhecida; XX Em 10 de julho de 1964 acontece a instalação da TV Triângulo, hoje Integração, a primeira do Brasil Central e a primeira afiliada da Rede Globo no Brasil; XXI Em 3 de abril de 1965 a Faculdade de Engenharia é reconhecida; XXII Em 23 de janeiro de 1967 é criado o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae); XXIII Em 5 de julho de 1968 foi instalado o 36º Batalhão de Infantaria Motorizado (BIMtz); XXIV Em 15 de agosto de 1969 foi fundada a Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A Fonte: Dorivaldo Alves do Nascimento, autor do livro “História de Uberlândia” 23 ∞ Mercado Agosto 2010 Foto: Arquivo MCidades Araguari também celebra 122 anos Cartão Postal: o antigo prédio da Mogiana, hoje totalmente restaurado é sede da administração municipal Mercado Agosto 2010 ∞ 24 deiros das imediações fundaram um povoado, ao qual deram o nome de Arraial da Ventania. Em 1882 deu-se a criação do Município e da Vila, com a denominação de Brejo Alegre, depois Araguari, em 1888. O nome dado à cidade, segundo se afirma, deve-se à existência na localidade de grande profusão de periquitos da espécie denominada “araguaris”. E a partir de 1896, com a inauguração da Estrada de Ferro Mogiana e posteriormente a Estrada de Ferro Goiás (1910), a vida do município Foto: Arquivo Vizinha de Uberlândia, distante a apenas cerca de 30 quilômetros, Araguari comemora 122 anos no dia 28 de agosto. Segundo informações da Coleção Monografias (IBGE/1970), acredita-se que tenha sido Anhanguera (Bartolomeu Bueno da Silva) o primeiro desbravador da região araguarina, isso quando no século XVIII se retirou de Sabará e empreendeu a exploração do oeste, em demanda de Goiás. Depois, nos primórdios do século XIX, o então Comissário de Sesmarias na região do Triângulo Mineiro, Antônio Resende Costa, vulgo “Major do Córrego Fundo”, demarcou as sesmarias do Serrote, hoje Fundão, Pedra Preta, atual Cunhas, entre outras. Tomou posse do terreno situado entre as sesmarias, doando-o à Igreja, como patrimônio da Freguesia instalada sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre. Em abril de 1840 criou-se a Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde e em torno da capela os fazen- tomou novo incremento. Hoje é um dos mais importantes municípios do estado de Minas Gerais. Atualmente é a 23ª maior cidade do estado, com população aproximada de 115.000 mil habitantes. Regionalmente, é a terceira cidade do Triângulo Mineiro e a quarta colocada, se considerada também a regiao do Alto Paranaíba. E, economicamente, além da pecuária forte, Araguari é centro industrial (adubos, frigoríficos, laticínios, sucos) e agrícola, produzindo café, maracujá, soja e tomate. B Camaru 2010: qualidade dita regras da feira neste ano Foto: Divulgação MAgronegócios De olho na qualidade e em bons negócios, animais este ano no Camaru, só os de primeira linhagem POR Willian Marques/Evaldo Pighini da determinação do Comitê Municipal de Combate à Gripe Suína, este ano a exposição está programada para acontecer em sua data habitual, que é de 28 de agosto a 7 de setembro. Para esta edição da feira, no quesito exposição, a prioridade é menos animais, mas mais qualidade, tudo para continuar cumprindo o seu principal objetivo, que é a geração de bons negócios. Foto: Divulgação A classe empresarial ligada ao setor do agronegócio já vive a expectativa de mais uma exposição agropecuária em Uberlândia: o Camaru 2010, uma das maiores e mais tradicionais feiras agropecuárias de Minas Gerais e do interior brasileiro. Diferente do ano passado, quando a data do Camaru foi alterada em função Enquanto para a população geral o Camaru é uma grande festa, por causa dos shows protagonizados por artistas consagrados e outros que estão em evidência, para a classe ruralista é uma grande oportunidade para a realização de negócios, troca de experiências e até mesmo diversão, propiciada principalmente pelos rodeios. Em se tratando de negócios, para essa próxima edição da feira cinco grandes leilões estão programados, sendo o primeiro no dia 29 de agosto, exclusivo para equinos, quando serão oferecidos 30 lotes com animais das raças Mangalarga Marchador, Quarto de Milha, Paint Horse e muares. Os leilões de raças bovinas começam a partir do dia 2 de setembro Feira de animais Uma novidade do Camaru 2010 será a realização da feira de animais em um único turno. “Decidimos este ano valorizar a qualidade”, explica o presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Paulo Ferolla da Silva. Ele conta que o que aconteceu em anos anteriores foi bom para Uberlândia e para o Camaru, com a realização de gran- diosas exposições, entre as maiores do país, em número de animais. Isso contribuiu para projetar a feira e despertar o interesse dos grandes criadores de vários estados brasileiros. “Agora queremos nos destacar também pela qualidade. Sabemos que, limitando o número de argolas, estaremos contribuindo para que venham para a feira apenas os melhores animais”, avalia Ferolla. A Foto: Divulgação Em seguida, a agenda se volta para as raças bovinas. Nos dias 2 e 3 de setembro acontecem os remates da raça Nelore, com o 1º Leilão de Touros Nelore Berdinazzi e Convidados e o IX Leilão de Fêmeas Nelore Elite da ACNTM, respectivamente. Na sequência, no dia 4, é a vez do leilão da raça Girolando, com a oferta de fêmeas puras e registradas. Finalizando, no dia 6, acontece o 2º Leilão Terra do Gir Leiteiro. Paulo Ferolla: “Agora queremos nos destacar também pela qualidade. Sabemos que, limitando o número de argolas, estaremos contribuindo para que venham para a feira apenas os melhores animais” MAgronegócios empenhada na organização do Camaru 2010. “Tudo está sendo feito com muita dedicação, para que possamos realizar mais uma grande feira agropecuária, projetando mais uma vez o nome de Uberlândia no cenário nacional e recebendo aqui pecuaristas de todo o Brasil e a população da cidade, que sempre prestigia a nossa exposição”, concluiu Paulo Ferolla. Independente da qualidade defendida pelo presidente do Sindicato Rural, para o pecuarista e expositor Paulo Roberto Andrade Cunha, o quesito qualidade sempre será prioridade em se tratando da exposição de seus animais, justifica, acrescentando ser importante mostrar o trabalho que se faz enquanto criador, uma vez que avaliação dos jurados ajuda a identificar se esse trabalho está sendo bem feito. Para o Camaru 2010, Paulo Roberto informa a sua participação com 15 animais para exposição, outros 4 no leilão e mais 2 no torneio leiteiro, todos da raça Gir. Com relação ao torneio leiteiro, ele espera arrebatar o carro que estará em disputa. Ganha o animal que, das raças Gir, Girolando e Holandês alcançar a maior média diária que se aproxime do recorde nacional (Megaleite). B Foto: Interural Ainda sobre a exposição de animais, participam desta 49ª Exposição Agropecuária de Uberlândia diversas raças, como Nelore, Gir, Brahman, Girolando, Holandês e Senepol. Na parte de equinos, a exposição será aberta pela raça Mangalarga marchador e na sequência entrarão no parque as raças Paint Horse e Quarto de Milha. Para quem gosta de rodeio, vale a pena esperar, pois uma grande estrutura está sendo preparada para este ano e o rodeio do Camaru promete grandes surpresas. Diante de mais esse desafio, a diretoria do Sindicato Rural está muito “Sempre vou para as feiras com o que tenho de melhor, afinal é a minha marca que está em exposição”, diz o pecuarista Paulo Roberto Andrade Cunha, que estará entre os expositores do Camaru 2010 Mercado Agosto 2010 ∞ 28 Foto: Divulgação MAgropecuária MR Querença 543, da Fazenda Nova Índia Zebu brasileiro é tema de estudo de professora indiana POR Laura Pimenta A história da internacionalização do zebu e sua expansão por grandes mercados pecuários, como Brasil e Estados Unidos, será registrada em um livro, que será escrito pela professora do departamento de Geografia da University of South Florida, Pratyusha Basu. No Brasil desde o dia 2 de agosto, a indiana Mercado Agosto 2010 ∞ 30 esteve em Uberaba, Triângulo Mineiro, cidade considerada a capital do zebu, para conhecer como as raças zebuínas se desenvolveram em terras brasileiras. Em sua passagem pela cidade, ela visitou a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), considerada a maior entidade do gênero no mundo. Depois, Pratyusha Basu e o marido, Jayajit Chakrabor- ty, que também é professor na University of South Florida, foram para a fazenda Sant´anna para conhecer a raça brahman. Com os dados coletados no Brasil e nos Estados Unidos, onde as pesquisas irão se concentrar no Texas, Pratyusha pretende mostrar no livro que as raças zebuínas podem ser uma importante fonte de renda para os indianos, assim como já acontece nas Américas. Foto: Miguel Jr. A professora da University of South Florida, Pratyusha Basu, em sua visita na ABCZ “Não dá para comparar o zebu indiano com o brasileiro, porque o manejo é feito de forma diferente. No Brasil, existe todo um trabalho de nutrição e seleção que contribui para a evolução das raças zebuínas. Já na Índia, os rebanhos puros de zebu diminuíram significativamente, devido ao cruzamento com outras raças para a produção de leite, mas algumas localidades ainda preservam as raças puras. Há vilarejos indianos onde os rebanhos leiteiros são formados apenas por zebu. Porém, em outros, raças europeias, como a jersey, foram introduzidas e são a base da produção”, explica Pratyusha Basu. Sobre a possibilidade da Índia importar a genética do zebu brasileiro, a professora indiana acredita que pode ser uma alternativa para recuperar as linhagens leiteiras, desde que debatida antes pelos criadores indianos. Segundo ela, a troca de informações entre os dois países poderá favorecer ainda mais a expansão do zebu. Outro compromisso da professora e o marido no Brasil foi na Unesp, em Presidente Prudente (SP), onde ministrou palestra sobre outros aspectos do desenvolvimento rural na Índia. Pratyusha é autora do livro “Villages, women, and the success of dairy cooperatives in India”, que retrata a participação das mulheres em cooperativa de Gujarat, na Índia. B MEconomia Pequenos investidores POR Rosiane Magalhães (Lead) Pais retomam o hábito de incentivar os filhos a poupar desde cedo. Além da economia, guardar moedinhas pode ser a primeira lição para uma boa administração do dinheiro no futuro A pequena Sarah Azevedo está aprendendo desde cedo o valor do dinheiro, e que poupar é preciso O velho cofrinho está retomando o seu lugar no seio das famílias brasileiras. Só que agora o conhecido “porquinho” volta com novos companheiros em diferentes materiais, tamanhos e cores. Porém, permanece o objetivo de antes: a poupança, ensinando aos pequeninos desde cedo o valor do dinheiro. E se engana quem pensa que é apenas uma simples lição de criança, pois, em alguns lares, a economia das moedas está rendendo bons saldos na poupança. Além do quê, esse hábito conta com o apoio de especialistas em investimentos, que têm procurado cada vez mais reforçar a importância de se criar e incentivar a cultura de economia entre as crianças para que não se tornem adultos compulsivos, isso, ainda considerando o fato de essa poupança resultar numa boa alternativa para custeio de futuras despesas com faculdade, viagens de férias ou até mesmo uma aposentadoria tranquila. Por que não? “Quanto mais cedo forem transmitidos os conceitos de poupança e educação financeira, mais fácil será resistir à sociedade de consumo e criar hábitos saudáveis de gestão financeira”, comenta Pedro Queiroga Carrilho, autor dos livros “O seu primeiro milhão” e “O primeiro milhão para casais”. Segundo Carrilho, não há uma idade fixa para começar a educação financeira. “A partir dos 5 ou 6 anos já se pode dar um valor certo por semana, pois ajuda as crianças a desenvolverem um espírito de poupança e a se familiarizarem com o valor dos produtos. Quanto mais novas são, mais importante se torna o fato de receberem dinheiro com alguma regularidade. À medida que se aproximam da adolescência, vale a pena passar para as mesadas”, explica. Pedro Queiroga Carrilho, autor do livro O seu primeiro milhão: “Quanto mais cedo forem transmitidos os conceitos de poupança e educação financeira, mais fácil será resistir à sociedade de consumo e criar hábitos saudáveis de gestão financeira” Mercado Agosto 2010 ∞ 32 Aprendendo a poupar Na casa da família Azevedo, a pequena Sarah Gonçalves de Azevedo, hoje com três anos, ganhou uma poupança no seu primeiro aniversário. Para aumentar o investimento, agora as moedinhas acumuladas nos cofrinhos da menina são trocadas nos guichês da Nacional Expresso, empresa de ônibus onde o avô Paulo Sérgio Azevedo trabalha como segurança. Depois disso, o resultado das economias vai para o banco. “As crianças devem ser estimuladas a poupar pequenos valores e assim criar a cultura de guardar o excedente ou gastar menos. A Sarah acompanha regularmente os procedimentos de troca das moedinhas e o depósito no banco. Como ela ainda não tem idade para entender de onde poupar, fazemos isso por ela. Mas quando tiver, esse hábito será tão comum que não terá dificuldades”, explica o avô. Entre os que já se adaptaram a economizar, estão João Victor (10) e Pedro Paulo (5), filhos do jornalista e advogado Luiz Gustavo. Desde os dois anos de idade, eles ganharam cofrinhos dos pais para aprenderem que é preciso poupar. O filho mais velho já quebrou dois “porquinhos” nos quais acumulou mais de 100 reais em moedas. O dinheiro foi investido em jogos para Playstation. “Até hoje guardo meu dinheiro, mas agora é mesada. Então coloco numa carteira mesmo”, conta João Victor. A economia também está sendo aprendida pelo caçula Pedro Paulo, que já está no segundo cofrinho e ainda não gastou uma moedinha sequer. “Quero juntar para comprar um carro de verdade”, sonha o pequeno poupador. Para o pai dos garotos esse ensinamento é algo que passa de geração em geração na família. “Minha mãe dizia que só tem quem junta. Tento passar isso para meus filhos também”, diz Luiz Gustavo. Milena e Gabriela Cantuário foram orientadas desde cedo a poupar. Além disso, contam com o reforço de uma previdência privada contratada pelos pais Na família Cantuário, o cofrinho é complementado pela previdência privada. As filhas Milena (11) e Gabriela (5) são orientadas desde pequenas sobre a importância de poupar, o que é visto pelos pais, Gilson e Marta, como o melhor caminho para o sucesso financeiro. “Atualmente com 11 anos, Milena poupa parte da mesada, além do que nós depositamos mensalmente para ela. Ela já fez as contas e pagará, com a parte poupada por ela, uma viagem para a Disney. A Gabriela também já possui títulos de capitalização, mas ainda não tem consciência disso”, explica o pai, que trabalha como gestor de trade marketing na Rede Biz de Supermercados. Além da poupança incentivada entre as duas garotas, os pais dizem que a previdência privada é uma maneira de investir no futuro delas, pois quando estiverem ingressando na faculdade, já terão um bom dinheiro capaz de ajudálas na realização de alguns sonhos, como pagar uma faculdade privada, comprar um automóvel ou empreender um projeto profissional. B 8 passos da educação financeira 1 O dinheiro não é um prêmio - a criança deve compreender que o dinheiro faz parte da sua educação e que os pais confiam nela a ponto de lhe atribuírem a responsabilidade de gerir as suas despesas. 2 Todos ajudam - promova a participação da criança, desde cedo, nas tarefas domésticas e familiares. Dar dinheiro a uma criança ou adolescente por lavar a louça ou fazer a cama distorce a noção de responsabilidade pelas tarefas que todos têm no seio familiar. 3 Espaço de partilha - fale com os filhos sobre as diferentes opções tomadas, elogiem os acertos e expliquem os erros. Isto irá ajudá-los a desenvolver responsabilidade. 4 Seguir o exemplo - as crianças seguem os pais como modelos e tentam reproduzir os seus comportamentos. Por isso, evitem fazer compras por impulso e expliquem como os investimentos são algo importante para a família. 5 Dizer “não” - as crianças pedem muita coisa: não dê tudo. Quando for ao shopping ou supermercado evite ceder a todos os seus impulsos. 6 Para quem mais precisa - ajude as crianças a escolherem brinquedos e roupas que já não usam para oferecerem a uma instituição. Esta estratégia permite que criem uma visão social com menor apego aos bens materiais. 7 Evite adiantamentos - quando a criança esgotar a mesada antes do tempo, é importante evitar a tendência a “adiantamentos”. Assim, ela não fica com uma ideia errada do dinheiro e cria a necessidade de fazer uma boa gestão. 8 Beabá das finanças pessoais - o último conselho vem de Pedro Carrilho: ensine a criança a fazer uma lista com os seus gastos, guardando as despesas mensais numa folha. Este beabá das finanças pessoais é o registro das entradas e saídas de dinheiro. Só assim percebem quanto dinheiro custa cada coisa e quanto gastam. Fonte: Catarina Rivero (psicóloga e terapeuta familiar) 33 ∞ Mercado Agosto 2010 MComércio Eletrosom transfere base comercial para Uberlândia POR Evaldo Pighini Fachada do prédio na Rondon Pacheco, em Uberlâdia, que abriga o setor comercial administrativo da Eletroson Uma das principais redes de varejo de móveis e eletro do país, e a que mais cresce, a Rede Eletrosom mudou o seu setor comercial administrativo para Uberlândia atraída pela logística C ento e trinta lojas em quatro estados brasileiros, quatro mil colaboradores, uma das 15 maiores redes de varejo de móveis e eletro do país e um expressivo faturamento anual de aproximadamente R$ 570 milhões. Esses são apenas alguns dos atuais números da Rede Eletrosom, que recentemente transferiu a sua base comercial administrativa para Uberlândia, cidade polo do Triângulo Mineiro, em busca de melhor logística de atendimento e relacionamento, principalmente com o seu público fornecedor. O diretor de marketing e operações da Rede, Paulo Fernandes de Melo, explica que a mudança foi estratégica, visando a otimizar mais a logística de relacionamento com as indústrias fornecedoras, diante disso, envolveu três Mercado Agosto 2010 ∞ 34 das principais diretorias administrativas da Eletrosom que são os departamentos de Marketing, Compras e Vendas, que antes operavam na sede geral, instalada na cidade de Monte Carmelo, distante 108 quilômetros de Uberlândia. “Essa mudança vai nos permitir melhor relacionamento com os nossos fornecedores, tendo em vista ser Uberlândia o polo comercial e industrial da região, portanto, onde fica mais fácil manter esse contato que é fundamental para as nossas necessidades atuais e também para pretensões futuras”, diz Paulo Fernandes, abrindo um parêntese para a recente inauguração do Entreposto da Zona Franca de Manaus na cidade. Quando fala do futuro, o diretor de Marketing e Operações da Eletrosom faz referência ao planejamento de expansão da rede, que é atingir 200 lojas abertas até 2011 e seis mil colaboradores contratados, além da abertura de mais um centro de distribuição, este ainda para 2010, faltando apenas definir o lugar. A Rede Eletrosom, que neste ano completa 30 anos de atividades - foi fundada em 1980 pelos irmãos Acir (Antônio e Natal) na cidade de Monte Carmelo -, já conta com dois grandes centros de distribuição de mercadorias: um em Catalão (GO), com 20 mil m² de área verticalizados, e outro em Monte Carmelo, com 10 mil m². Por eles, entram e saem em média mensalmente 500 carretas vindas das indústrias e 800 caminhões com destino às 130 lojas da rede, localizadas em quatro estados (Minas Gerais, Bahia, Goiás e Mato Grosso), quantidade essa que vai aumentar nos próximos meses tendo em vista as novas lojas que serão inauguradas no Distrito Federal. B MNegócios Franquia: uma boa opção? POR Talita Nakamuta (Serifa) Franqueados contam qual o segredo da expansão e do sucesso A empresária Adelaide Carvalho de Oliveira optou por uma franquia, abrindo sua primeira loja há pouco mais de três meses. Satisfeita com os resultados, já planeja uma segunda loja para o novo shopping que está em construção na cidade I nvestir em franquia é uma boa opção? A empresária Adelaide Maria Carvalho de Oliveira Ferraz garante que sim. Uma afirmação que é sustentada na sua curta, porém vitoriosa experiência como franqueadora da rede de lojas Empório Naka, que atua no setor do comércio de calçados e bolsas. “Abri o meu negócio no Center Shopping há pouco mais de três meses e os resultados já superam as expectativas, inclusive os números que foram estimados pelo meu franqueador”, garante Adelaide, que investiu cerca de R$ 300 mil na franquia. A opção em abrir o próprio negócio sob a condição de franqueada, segundo ela, se deveu ao fato de até então não ter nenhum tipo de experiência em administração e gerência. “Do meu franqueador recebi todas as informações, treinamento e acompanhamento necessários no pré, durante e agora, depois da abertura da loja. Creio que todo esse apoio tenha contribuído substancialmente para o sucesso do Empório Naka em Uberlândia”, ressalta a empresária. E como um sucesso puxa outro, Adelaide diz que já fechou contrato para a abertura de uma segunda franquia da Empório Naka, dessa vez no Uberlândia Shopping, empreendimento que ainda está em construção na região sul da cidade e tem previsão de inauguração para 2011. Esse sucesso da franqueada Adelaide Carvalho de Oliveira acontece num momento que procede um ano muito bom para o setor de franquias. Em 2009, o faturamento total do setor de franquias no Brasil foi de R$ 63 bilhões, o que representa uma alta de 14,7% em relação ao ano anterior. Esse bom momento e a chegada de novas marcas ao mercado nacional exigem cada vez mais conhecimento para o futuro empreendedor e para este ano a expectativa é de que o ritmo de crescimento se mantenha. Em 2009, o faturamento total do setor de franquias no Brasil foi de R$ 63 bilhões, o que representa alta de 14,7% em relação ao ano anterior A escola de idiomas, CCAA, por exemplo, é uma rede de franquias que está espalhada por todo o Brasil. Em Uberlândia existe há 25 anos, tendo se expandido para quatro unidades. A diretora de marketing do CCAA Uberlândia, Eliana Cunha Carneiro, atribui o crescimento à seriedade e lealdade com o franqueador. “Nós sempre seguimos a proposta e a metodologia desenvolvida pela franqueador. Acredito que isso seja fundamental para garantir a confiança dos nossos alunos e manter a qualidade de nossos serviços”, diz. E a diretora de marketing não descarta a possibilidade de a marca se expandir ainda mais em Uberlândia, pois vê como boa opção a implantação de mais uma escola em algum bairro da cidade em breve. A A franqueada da Dermage em Uberlândia, Daniela Ferreira, é outra que demonstra satisfação por ter apostado no sistema de franquia para a abertura do próprio negócio MNegócios Outro exemplo que deu certo na cidade é a franquia da Dermage, marca de dermocosméticos que, de acordo com a proprietária da loja em Uberlândia, Daniela Ferreira, além do constante investimento em estudos e pesquisas, procura sempre inovar com o lançamento de novas linhas e produtos. “A franquia em Uberlândia veio trazer um diferencial tanto na linha de produtos quanto no atendimento ao cliente. Acredito que o crescimento vem da qualidade e variedade dos produtos e por todos terem prescrição médica”, afirma. Assim como Eliana, Daniela também acredita no crescimento da loja. “Uberlândia é uma cidade com um público que busca inovação e direcionamento dos dermatologistas, os quais respeitam e gostam da linha Dermage. O outro lado da moeda - Se o negócio de franquias vai bem pelo lado dos franqueados, o mesmo acontece do lado dos franqueadores, pelo menos é isso que indica os resultados alcançados pela empresa Jiva Gestão Empresarial, cujos números reforçam o otimismo do setor por apresentar uma estimativa de crescimento superior a 100% em sua rede de franquias. Nesse tipo de negócio, De acordo com Flávio Cardoso, a opção pelo modelo de franquias é, sem dúvida, acertada, sobretudo pelo suporte e experiência que embasam o empreendimento Mercado Agosto 2010 ∞ 38 o processo de expansão da Jiva teve início em 2008 e atualmente já são 20 unidades abertas nas principais regiões brasileiras. E a empresa ainda quer mais: alcançar a marca de 60 franquias até o fim de 2012. O responsável pela área de expansão da Jiva, Flávio Cardoso, observa que a opção pelo modelo de franquias é, sem dúvida, acertada, sobretudo pelo suporte e experiência que embasam o empreendimento. “É muito mais seguro adquirir um negócio com o modelo já formatado a partir de melhores práticas”, avalia. Ele conta que a JIVA é um bom exemplo, já que nasceu da iniciativa do Grupo Sankhya em criar soluções de gestão empresarial específicas para a pequena empresa. “São 20 anos de experiência a serem compartilhados com seus franqueados. Isto torna as chances de acerto muito maiores do que de uma empresa única, nova e isolada”, aconselha. B MPolítica Redes sociais com força total na corrida eleitoral POR Camila Lemes (Ares) Com as novas medidas anunciadas pelo TSE e o sucesso na campanha de Barack Obama, a internet, principalmente as redes sociais, conquistou um importante espaço nas eleições de 2010 Mercado Agosto 2010 ∞ 40 Foto: Arquivo P ela primeira vez na história das eleições do Brasil, a propaganda eleitoral chega com força total à internet. Diante da nova resolução, que proíbe comícios, outdoors, “santinhos”, carros de som, pinturas em muros, fixação de placas, entre outros meios de comunicação, redes sociais como Twitter, Orkut, Facebook, Blogger e My Space têm sido utilizadas como meios de comunicação pela maioria dos candidatos para chegar até o eleitor. Mas como falar de redes sociais e eleições e não citar a maior campanha feita pela internet, como foi o caso de sucesso do então candidato à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, que despertou em outros políticos a importância da web no processo eleitoral? O Twitter, serviço de microblog em que o usuário tem apenas 140 caracteres para se expressar, começou a se popularizar no mundo, a partir daí, tornou-se a principal ferramenta dos candidatos. Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos o voto não é obrigatório e com essa estratégia, utilizada por Barack Obama, cerca de 200 milhões de cidadãos com 18 anos ou mais, uma média de 71%, registraram-se para votar. E desse percentual, aproximadamente 90% compareceram às urnas em 2008. Alexandre Serafim, da Creative, diz que as novidades atualmente são instantâneas e correm o mundo em uma velocidade tamanha que o público mal quer saber de notícias de 5 minutos antes Com a importância da internet e com a forma pela qual repercute rapidamente no mundo todo, os candidatos têm investido cada vez mais em estrategistas de redes sociais, uma nova tendência que tem favorecido as agências de comunicação especializadas no assunto. Em Uberlândia, algumas agências já estão nessa onda, como é o caso do Grupo Creative, que conta com profis- Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos o voto não é obrigatório e com essa estratégia, utilizada por Barack Obama, cerca de 200 milhões de cidadãos com 18 anos ou mais, uma média de 71%, registraram-se para votar sionais com mais de 13 anos de experiência no mercado publicitário. Para as próximas eleições, a empresa foi contratada para desenvolver ações de campanha para um determinado candidato. Hoje, segundo o publicitário da Creative, Alexandre Serafim, “falar em publicidade sem mencionar as redes sociais deveria ser um ‘crime’. A rede social, seja Twitter, Facebook, Orkut ou afins, tem um poder muito grande de gerar opinião e um dos principais objetivos da comunicação é exatamente esse”. Ele acrescenta que as novidades atualmente são instantâneas e correm o mundo em uma velocidade tamanha que o público mal quer saber de notícias de 5 minutos antes. “Nós, da Creative, temos conhecimento disso e desde o início de 2009 estamos presentes nas redes sociais, seja com perfil próprio, com o de colaboradores ou de clientes. O que importa aqui é a informação, e essa informação tem que ser dada de maneira objetiva para impactar os seguidores. A voz da agência precisa ser ouvida com o maior número de retweets possível”, afirma o publicitário. A 41 ∞ Mercado Agosto 2010 MPolítica Outra agência da cidade, a Fórmula P, tem 19 anos de mercado publicitário e desde que surgiram as redes sociais está também engajada nesse tipo de comunicação e nos resultados que pode trazer. “Sempre trabalhamos com marketing político. Acreditamos que as redes sociais são ferramentas imprescindíveis na atualidade, que podem contribuir, sim, com o resultado, mas apenas se fundamentar nelas não é o suficiente. Estabelecer um relacionamento com as pessoas pode fidelizá-las. Para este ano, nosso trabalho será com vários candidatos em diferentes regiões”, detalha o diretor de criação da agência, Paulo Fernandes Borges. Nas últimas eleições presidenciais, em 2006, o Brasil possuía, em média, 32 milhões de internautas. Em 2010, de acordo com dados do Ibope, esse número praticamente dobrou e chegou à cerca de 66,3 milhões de brasileiros que utilizam a internet em casa ou no trabalho. O Brasil continua sendo líder mundial de acesso à rede, na frente até dos Estados Unidos, com uma média de 48 horas e 26 minutos. Percebendo a popularização desses serviços, a Lei 12.034/09, que incluiu uma nova resolução, permitiu a propaganda eleitoral pela internet a partir do dia 6 de julho deste ano. “Acredito que a internet futuramente será o grande instrumento de viabilização da democracia direta, ou seja, será a forma de viabilizar a decisão diretamente pelo povo das questões que sejam do seu interesse. Como tudo na vida, haverá pessoas que farão um mau uso desse instrumento”, declara o presidente do Partido Popular Socialista (PPS) em Uberlândia, Stoessel Ribeiro. A nova legislação da propaganda eleitoral permite que o candidato mantenha página na internet, podendo registrar-se sob o domínio pontocan ou em outras categorias, como o pontocom. O registro sob a terminação pontocan é válido apenas durante o período eleitoral e deve obrigatoriamente conter a especificação. B Campanha eleitoral pela internet = permitido proibido Site do candidato, partido ou coligação, hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no país Registro sob qualquer DPN (Domínio de Primeiro Nível). Exemplos: .com e .gov O endereço eletrônico deverá ser comunicado à justiça eleitoral Comunicação por e-mail para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação Blogs, redes sociais, mensagens instantâneas e assemelhadas, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato na campanha eleitoral realizada na internet, assegurado o direito de resposta a candidato, partido ou coligação quando atingidos - mesmo de forma indireta - em propaganda eleitoral na internet ou por mensagem eletrônica O direito de resposta deve ser publicado no mesmo veículo, espaço, local, horário, página eletrônica, tamanho e caracteres, em até 48 horas após a entrega da mídia física com a resposta do ofendido A resposta deve ficar disponível para acesso pelos usuários do serviço de internet por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível a mensagem considerada ofensiva Veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios de pessoas jurídicas (com ou sem fins lucrativos) e oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios Venda de cadastro de endereços eletrônicos Utilização, doação ou cessão de cadastro eletrônico de seus clientes em favor de candidatos, partidos ou coligações pelas seguintes pessoas: entidade ou governo estrangeiro; órgão da administração pública direta e indireta ou fundação mantida com recursos provenientes do Poder Público; concessionário ou permissionário de serviço público; entidade de direito privado que receba na condição de beneficiária contribuição compulsória em virtude de disposição legal; entidade de utilidade pública; entidade de classe ou sindical; pessoa jurídica sem fins lucrativos que receba recursos do exterior; entidades beneficentes e religiosas; entidades esportivas; organizações não governamentais que recebam recursos públicos; organizações da sociedade civil de interesse público Você sabia? Stoessel Ribeiro, do PPS: “Acredito que a internet futuramente será o grande instrumento de viabilização da democracia direta” Um simples bate-papo no Twitter pode aumentar nossos níveis de oxitocina, conhecida como “hormônio do amor” (ela estimula sentimentos como empatia, generosidade e confiança, e fica em alta quando estamos apaixonados). A pesquisa foi realizada pelo pesquisador Paul J. Zak, professor da Claremont Graduate University (EUA). MCapa Polo Esportivo POR Margareth Castro e Evaldo Pighini Localizada no cerrado Brasileiro, Uberlândia emerge no cenário esportivo nacional amparada em sua excelente infra estrutura para a prática de esportes, isso quando o Brasil inteiro começa a se movimentar em torno da realização de dois grandes eventos: Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 Mercado Agosto 2010 ∞ 44 do Cerrado O anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014 aconteceu em dezembro de 2007, mesmo ano em que, depois de três tentativas, mais uma vez o país, através da candidatura da cidade do Rio de Janeiro, foi também escolhido para receber os Jogos Olímpicos de 2016. Concluídos os processos, existe agora toda uma expectativa em torno desses que são os maiores eventos esportivos do planeta. São dois grandes desafios que exigirão dos governos federal, estaduais e municipais, juntamente com a ini- ciativa privada e patrocinadores, um investimento bilionário, mas com retorno garantido. É certo que tanto a Copa do Mundo como as Olimpíadas irão aquecer muito a economia do país e os principais reflexos devem ser sentidos nos estados candidatos a receber jogos da Copa ou delegações para treinamento, impactando diretamente suas capitais e também as cidades adjacentes e outras mais com estrutura esportiva adequada. Nesse sentido, Uberlândia, segunda maior cidade de Minas Gerais, é uma forte candidata e até a realização dos refe- Foto: Olivo Mecabo ridos eventos, ao que tudo indica, estará ainda mais estruturada. Essa afirmação já se justifica com a atual infraestrutura esportiva que a cidade possui, ancorada em três grandes bases: o complexo do Parque do Sabiá, o Praia Clube e a Vila Olímpica do Sesi Gravatás. São complexos esportivos muito bem dotados que podem perfeitamente conquistar para a cidade a alcunha de Maior Polo Esportivo do Cerrado, ela que já é considerada no segmento turístico como o Portal do Cerrado, e, no econômico, como o Maior Polo Atacadista Distribuidor da América Latina. A 45 ∞ Mercado Agosto 2010 No que diz respeito à Copa do Mundo de 2014, definidas as sedes, várias outras cidades do país estão fazendo os seus lobbies para se tornarem subsedes, cada qual divulgando seus atrativos, e Uberlândia é pré-candidata a uma desMercado Agosto 2010 ∞ 46 sas vagas, esbarrando em primeiro momento apenas na exigência da FIFA que prevê a distância de deslocamento máxima em torno de uma hora, por rodovia, entre cidades sedes e subsedes, como lembra o locutor esportivo da Globo Foto: Arquivo Complexo do Parque do Sabiá Foto: Olivo Mecabo MCapa Praia Clube Cultura AM, Wander Thomaz. Ainda assim, para alguns dirigentes esportivos, a escolha da cidade para subsede é bem possível de se concretizar em função da sua inquestionável estrutura esportiva, que ainda conta com os reforços do Foto: Olivo Mecabo seu grande potencial econômico e logístico - localizada entre importantes capitais como Brasília, São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia. Por outro lado, há outros que acreditam que se não for como subsede, a infra estrutura de Uberlândia Vila Olímpica do Sesi (incluindo esportiva e hoteleira) já seria suficiente para garantir a cidade entre as melhores opções do país para qualquer seleção do mundo realizar a pré-temporada, nesse caso, tendo em vista a Copa do Mundo. Já no que diz respeito às olimpíadas de 2016, não tem nem o que discutir, Uberlândia é, sim, um grande e bem estruturado centro de treinamento que deve crescer mais ainda até as olimpíadas no Brasil, conforme projetos, alguns deles já em execução. A 47 ∞ Mercado Agosto 2010 Luiz Vilar Diretor de esportes do Praia Clube: “Não tenho dúvidas de que temos hotéis, estrutura para treinos e uma cidade muito receptiva” O diretor geral de esportes do Praia Clube, Luis Vilar, afirma que Uberlândia caminha para se tornar uma referência como polo esportivo do país, mas cobra das autoridades políticas uma atenção especial ao aeroporto, que carece de melhor estrutura, aliás, esse parece ser um problema crônico da maioria dos aeroportos no país. “Sabemos que uma das principais exigências para receber equipes de eventos internacionais é ter a facilidade de transporte. Resolvida essa questão, não tenho dúvidas de que temos hotéis, estrutura para treinos e uma cidade muito receptiva”, acrescenta. O gerente da Vila Olímpica do Sesi, José Lucas de Oliveira, concorda que a cidade tem infra estrutura suficiente para abrigar eventos mundiais, mas ressalta que é importante ter força política junto à Fifa e à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), isso no que se refere à Copa do Mundo. Segundo ele, a cidade tem pontos positivos, como estar próxima a três sedes, em um raio que vai de 400 a 600 quilômetros. Porém, ele lembra que Uberlândia tem a concorrência de outras cidades, como Sete Lagoas, que está a 70 quilômetros de Belo Horizonte e possui acesso em pista duplicada. “Vai ser uma briga boa, com certeza”, diz. Mercado Agosto 2010 ∞ 48 Foto: Arquivo Foto: Arquivo Foto: Arquivo MCapa José Lucas Antônio Carrijo Gerente da Vila Olímpica do Sesi garante que com a estrutura esportiva que Uberlândia possui é possível a cidade receber equipes de vários países para treinamento e aclimatação Diretor geral da Futel declarou que, para ir já mostrando a “cara”, Uberlândia pode começar pleiteando sediar jogos da Copa das Confederações em 2013, uma vez que na época os grandes estádios brasileiros estarão em reforma para a Copa do Mundo Quanto aos Jogos Olímpicos, José Lucas ressalta a importância de se considerar também as Paraolimpíadas Rio 2016, que acontecem em seguida às Olimpíadas e é uma competição na qual o Brasil vem se destacando como uma das 10 maiores potências mundiais e tem também despertado muita atenção quando de sua realização. Segundo ele, com a estrutura esportiva que Uberlândia possui, é possível a cidade receber equipes de vários países para treinamento e aclimatação, uma vez que ambas as competições acontecem apenas no Rio de Janeiro. “O Centro Nacional de Treinamento de Atletismo da Caixa Sesi Uberlândia, implantado em novembro de 2009, será a principal base de preparação olímpica do atletismo no período de 2010 a 2016. É aqui que estamos apostando todas as fichas, ter atletas de Uberlândia nos Jogos Olímpicos Rio 2016”, revela. O diretor geral da Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel), Antônio Carrijo, também é otimista com a possibilidade de a cidade ser uma das subsedes da Copa do Mundo de 2014 e até de abrigar atletas e seleções do país e internacionais durante a fase de preparação para os Jogos Olímpicos de 2016. “Temos a melhor estrutura esportiva em tudo e ainda infra estrutura como rede hoteleira, transporte e comércio. Mais recentemente, a cidade recebeu a Seleção Brasileira de Vôlei para os jogos da Liga Mundial e estreou com pé quente contra a Bulgária, sagrando-se no final da competição campeã pela nona vez. Já recebemos equipes internacionais na cidade. Temos condições de sediar qualquer evento esportivo de todas as modalidades, como natação, atletismo, futsal, vôlei e basquete”, disse. Segundo Carrijo, a Prefeitura está trabalhando para divulgar o potencial esportivo da cidade e uma das oportunidades para que Uberlândia se torne referência é a Copa das Confederações, que acontece um ano antes da Copa do Mundo de Futebol. “Todos os grandes estádios estarão em reforma para sediar o Mundial. Uberlândia será o centro das atenções e nós temos condições de receber esses jogos aqui”, adiantou. A MCapa Cidade privilegiada Os dirigentes esportivos ressaltam que Uberlândia é uma cidade privilegiada em termos de infraestrutura esportiva, constituída por numerosos campos de futebol, quadras poliesportivas, piscinas, academias, pista de atletismo e, agora, a já iniciada construção de um parque aquático no Complexo do Parque do Sabiá (veja quadro a seguir). Além disso, a cidade conta ainda com três escolas superiores para formação de professores e técnicos esportivos. A Estrutura Esportiva Praia Clube Vila Olímpica do Sesi Município - Futel 9 piscinas, sendo uma olímpica, três aquecidas, duas semiolímpicas, duas semiaquecidas e três do complexo de lazer; 1 ginásio poliesportivo (coberto e com arquibancadas e três quadras externas); Complexo Parque do Sabiá (com 1 estádio para 75 mil pessoas, 1 complexo de lazer com piscinas, quadras e pista de caminhada, e ainda 1 arena multiuso - Ginásio Sabiazinho); Três ginásios: G1: 7 quadras de peteca; G2: 4 quadras, sendo uma oficial para jogos de vôlei e futsal e ainda arquibancada com capacidade para 800 pessoas; G3: 5 quadras, sendo duas oficiais, uma para vôlei e outra para basquete; 2 piscinas semiolímpicas aquecidas; 1 campo de futebol; 4 quadras de vôlei de areia; 3 campos para futebol society; 2 campos de futebol society; 8 quadras de peteca externas; 1 campo de futebol de grama oficial; 10 quadras oficiais de tênis; 1 sala de musculação; Complexo de sinuca; 1 pista de atletismo oficial com oito raias; Pista de atletismo; Em construção para inaugurar este ano: 1 sala de musculação específica para atletas de arremesso e lançamento de peso, disco, martelo e dardo; Pista de corrida e caminhada no bosque. 1 pista de atletismo para provas de campo, com 4 setores de peso, 1 corredor para dardo e 1 gaiola para disco e martelo; alojamento Casa do Atleta, com 32 leitos, refeitório, sala de internet, sala de jogos e TV; 1 conjunto de escadarias para treinamento de atletas das provas de pista de atletismo. Mercado Agosto 2010 ∞ 50 22 Núcleos Esportivos (Poliesportivos que estão distribuídos nos bairros da cidade, entre os quais o Estádio Airton Borges). MCapa Investimentos anuais no Esporte Prefeitura de Uberlândia - R$ 11 milhões (custeio e manutenção) Praia Clube - Valor não divulgado (questões estratégicas) Vila Olímpica do SESI - R$ 4 milhões (parceria SESI/CBAt) Mas falta um pouco mais. José Lucas alerta que ainda faltam políticas de investimento no esporte a médio e longo prazos. Segundo ele, o orçamento público para o esporte na cidade, atualmente em torno de R$ 11 milhões, representa pouco mais de 1% do total, o que é pouco se comparado aos quase 30% destinados à saúde. “Deveria ha- ver um maior equilíbrio, haja vista ser mais barato investir no esporte do que em leitos hospitalares”, opina. Outro fator negativo, segundo o gerente da Vila Olímpica do Sesi, é a falta antecipada de previsão no orçamento público que beneficie as agremiações que lidam com esporte e que, diante disso, precisam soli- citar verba entra ano sai ano. “Tem ainda a questão do incentivo por parte da iniciativa privada. Buscar patrocínios em nossa cidade é uma luta insana, pois os incentivadores são poucos e ficam sobrecarregados de pedidos e projetos, chegando ao ponto de fechar as portas aos pedidos de apoio”, lamenta. Centro formador de novos talentos para que se tornem atletas no futuro. O trabalho de base é feito nos poliesportivos da cidade. Depois da qualificação, eles têm a chance de participar da categoria de base do Uberlândia Esporte Clube (UEC) e, futuramente, até do time profissional. De acordo com Antônio Carrijo, historicamente a administração municipal buscou sempre privilegiar as modalidades esportivas que estão inseridas nas Olimpíadas e na Copa do Mundo, nesse último caso o futebol de campo, que é a grande tradição do país. Mas, segundo ele, o trabalho de preparação e descoberta de novos talentos esportivos é feito não só no futebol, mas em diversas áreas, como vôlei, atletismo, natação e basquete, por meio de parcerias com as instituições do Praia Clube, Uberlândia Tênis Clube (UTC) e a Vila Olímpica do Sesi. “Não adianta preparar as crianças, se elas não puderem vislumbrar o futuro”, disse. A Foto: Divulgação Mas, se por um lado, conforme diz José Lucas, em Uberlândia as iniciativas empresariais e políticas de apoio ao esporte ainda deixam a desejar, por outro, a administração municipal, clubes e entidades desenvolvem - além de grandes investimentos em estrutura física - bons projetos na preparação de novos atletas. A Futel, por exemplo, desenvolve o “Craques do Futuro”, que tem como objetivo trabalhar a formação de crianças e jovens de bairros A arena multiuso Presidente Tancredo Neves, ou “Ginásio Sabiazinho”, está entre os maiores e mais modernos ginásios do Brasil. Tem capacidade para 8 mil pessoas e é totalmente adequado para sediar grandes eventos esportivos, como jogos de basquete e vôlei Mercado Agosto 2010 ∞ 52 MCapa Esportes praticados (incentivo e apoio) Tênis, Natação, Judô, Basquete, Futsal, Vôlei, Peteca, Sinuca, Futebol Society e Xadrez. Outra instituição com forte atuação no esporte, o Praia Clube, também desenvolve um amplo trabalho na formação de atletas que começa com o Curso Esportivo Universal (CEU), que atende as crianças de até 7 anos e segue com as escolinhas, que têm alunos até a idade adulta. Hoje, são aproximadamente três mil alunos nas diversas modalidades. O diretor de esportes do clube, Luis Vilar, explica que para ampliar esta atuação, foi criado o projeto de responsabilidade Praia Cidadão, que possibilita o acesso de quase 700 crianças às escolinhas de esportes em 13 núcleos fora do clube. “São escolas e unidades onde as crianças recebem o apoio de profissionais e da estrutura do Praia para formação e revelação de atletas. Muitos dos beneficiados pelo projeto já se tornaram sócio-atletas e competem pelo clube”, disse. Vila Olímpica do Sesi Vôlei, Futebol, Natação, Atletismo e Basquete Município - Futel Várias modalidades, em parcerias com Praia Clube, Sesi e Uberlândia Tênis Clube (UTC) Foto: Arquivo Praia Clube CEU no Praia Clube: a exemplo de outras instituições da cidade, existem vários programas para descoberta e formação de talentos no esporte Foto: Arquivo Patrícia Resende Lopes Lau (categoria juvenil sub 17 - Judô) Foto: Correio de Uberlândia Alguns talentos revelados Letícia Lucas (para-atleta - convocada para o Mundial Paraolímpico na Holanda em agosto - Natação) Foto: Pussi Foto: Lead Pedro Domingos (disputa os Jogos Olímpicos da Juventude de Cingapura em agosto - Natação) Foto: Correio de Uberlândia Pedro Freitas (16 anos, categoria juvenil Tênis) Foto: Innovate Gabriel Fidélis (Natação) Foto: Gazeta do Pontal Vinícius Teixeira (seleção brasileira de Futsal) Foto: Divulgação Lenísio Teixeira Júnior (seleção brasileira de Futsal) Dovenir Domingues - Neto - (seleção brasileira de Futsal) A 55 ∞ Mercado Agosto 2010 MCapa de peso”, contou o gerente da Vila Olímpica José Lucas. Projeção Nacional Apesar de tudo, Uberlândia pode conquistar ainda mais projeção no cenário esportivo. Para isso, basta haver mais investimentos no setor por parte dos governos municipal e estadual e patrocínios da iniciativa privada, segundo dirigentes esportivos da cidade. Um deles, o gerente da Vila Olímpica do Sesi, José Lucas, ressaltou que o investimento é importante para segurar as chamadas “pratas da casa”. “Trabalhamos duro na formação dos atletas e quando estão prontos e despontando vêm os times de fora com maior investimento e levam os nossos atletas”, desabafou. Alheio a essa reclamação, Antônio Carrijo, da Futel, disse que o que falta para a cidade alcançar ainda mais projeção nacional é uma boa equipe no futebol de campo, já que nas demais modalidades a cidade é bem representada. “A Prefeitura tem feito a sua parte, depende de sorte em montar uma boa equipe e eu acho que hoje estamos no caminho certo, mas é preciso desenvolver um trabalho a curto, médio e longo prazo e nós queremos é o imediato”, disse. Outra opinião que busca ratificar o potencial de Uberlândia como grande centro para a prática de esporte é a do assessor de esportes da Futel, Alberto Gomide. “A cidade tem equipamentos e estrutura para ter equipes em todos os níveis, desde a época da inauguração do Parque do Sabiá, quando as manchetes do jornal diziam: ‘Uberlândia entrega estrutura de alto nível para o futebol profissional. Só falta um grande time’”, lembrou Gomide, fazendo referência específica ao futebol. A Foto: Olivo Mecabo Por sua vez, na Vila Olímpica do Sesi, mais de 2,2 mil alunos e atletas estão em constante atividade física envolvidos em modalidades do atletismo, basquete, futebol de salão e vôlei, e como consequência representando Uberlândia no cenário esportivo estadual, nacional e até internacional. O projeto Sesi de formação e descobrimento de talentos não depende de verbas públicas e sobrevive de recursos vindos da indústria mineira. Além disso, conta com boas parcerias, entre elas, a da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que permitiu a implantação do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo Caixa Sesi. Embora no começo, é uma parceria que já está dando frutos. “Tivemos dois finalistas no último Campeonato Mundial de Atletismo realizado no Canadá em julho, onde revelamos uma campeã mundial e outro atleta com a 7ª colocação, todos no arremesso Em destaque, a pista da atletismo da Vila Olímpica do Sesi, a terceira da América do Sul e a primeira de Minas Gerais a receber a classificação Classe 1 - título concedido pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) Mercado Agosto 2010 ∞ 56 MCapa Conquistas do esporte uberlandense Equipes do Praia Clube Equipes do Sesi Basquete - hexacampeão dos JIMI (categoria juvenil masculino) Vôlei - 16 títulos de campeão mineiro e 3 de brasileiro Vôlei - pentacampeã dos JIMI, campeã da Liga Nacional de Vôlei 2008, bicampeã dos JABs 2009 e 2010, participação na Superliga Nacional de Vôlei 2008/2009 e 2009/2010 (equipe adulta feminina) Futsal - nas categorias de base está entre as 5 melhores do estado Futsal - revelação de atletas para a seleção brasileira Natação - é a terceira melhor equipe, atrás apenas do Minas de BH e do Praia Clube Atletismo - segunda maior força de Minas três atletas de alto nível, que fazem parte da equipe principal do CNTA Caixa Sesi Basquete - terceira melhor equipe do estado O reforço da Vila Olímpica do Uberlândia Esporte A Vila Olímpica Uberlândia Esporte Clube (UEC), localizada no bairro Shopping Park, passou a ser o Centro de Treinamento (CT) do clube desde 1º de julho deste ano, quando o Estádio Juca Ribeiro, na região central da cidade, começou a ser demolido para dar lugar ao hipermercado da Rede Bretas. Com isso, toda a estrutura da Vila Olímpica está sendo reformada, com o investimento inicial previsto para as obras de R$ 700 mil. Depois de pronto, esse novo centro esportivo será mais um trunfo para a cidade no que diz respeito a pleitear uma das vagas para subsede da Copa de 2014. Ocupando uma área de aproximadamente 220 mil m2, o CT na Vila Olímpica conta com três campos oficiais e uma academia de musculação, que já estão prontos. Agora, com esse novo investimento, estão sendo construídos novos vestiários, alojamentos, cozinha, refeitório, sala de imprensa e uma nova secretaria, cujas obras devem ser concluídas já neste mês. De acordo com o presidente do UEC, Everton Magalhães, o “Ninho do Periquito” será o mais moderno do interior brasileiro. Ele faz questão de ressaltar também que o Juca Ribeiro continuará fazendo parte da história do time e que a parceria com a Rede Bretas incrementou o patrimônio do time. “Com a construção do hipermercado e do CT na Vila Olímpica, o Uberlândia Esporte terá uma patrimônio avaliado em R$ 50 milhões”, disse. Uberlândia também é forte em outros setores Além de seu excelente complexo esportivo, que conta ainda com outros excelentes clubes, como Tangará, Cajubá, Caça e Pesca e outros mais, Uberlândia ainda está bem servida em outros setores considerados importantes para a realização de Mercado Agosto 2010 ∞ 58 eventos ou para abrigar atletas e delegações. São setores como: hotelaria, alimentação, transporte, entretenimento, entre outros. Nesse contexto, a cidade não fica devendo nada à maioria das grandes cidades brasileiras, incluindo muitas capitais. Isso sem considerar os novos investimentos que estão sendo feitos, como exemplo, o complexo aquático que já está em construção ao lado do Ginásio do Sabiazinho (arena multiuso) e a nova pista para arremessos na Vila Olímpica do Sesi. Foto: Divulgação Imagem em perspectiva de como ficará o novo Complexo Aquático de Uberlândia, que está sendo construído ao lado do Ginásio Sabiazinho Em termos gerais, Uberlândia, com o seus mais de 630 mil habitantes, é considerada a capital do Triângulo Mineiro e a principal cidade em uma região com cerca de 200 municípios, abrangendo, além do Triângulo Mineiro, o Alto Paranaíba e o sudeste de Goiás. É a segunda maior cidade do interior brasileiro, atrás apenas de Campinas, em São Paulo. Além disso, possui uma localização geográfica estratégica e extremamente privilegiada, perto dos grandes centros do país: São Paulo (590 km), Rio de Janeiro (980 km), Belo Horizonte (550 km), Goiânia (350 km), Brasília (430 km) e Ribeirão Preto (260 km). Essa posição privilegiada, aliada à sua estrutura urbana, a colocam em destaque no cenário nacional de negócios, eventos e turismo. A cidade se destaca pela forte vocação para o turismo de negócios. Sede dos maiores atacadistas do país, tem nos setores de serviços, agronegócios e biotecnologia os trampolins que impulsionam a economia local. Possui ares e infra estrutura de metrópole com mais de 15 instituições de ensino de nível superior, excelentes restaurantes, supermercados, shopping centers, ampla rede hoteleira e aeroporto próprio. E em se falando de rede hoteleira, segundo informações do Uberlândia Convention & Visitors Bureau (UCVB), a cidade é o segundo maior parque hoteleiro de Minas Gerais, dispondo de uma rede hoteleira em plena expansão e que conta atualmente com cerca de seis mil leitos em todas as categorias. Os hotéis são de alto padrão e equipados com internet, salão para convenções, business center com infra estrutura tecnológica completa e áreas de lazer e gastronomia em perfeitas condições de atender a todas as necessidades e gostos. Em outras áreas, quem gosta de cultura pode conferir o acervo de 1.500 peças do Museu Municipal. Já o Parque do Sabiá oferece aos apreciadores da natureza uma área de 1,85 milhão de m², com direito a zoológico, aquário e setor de piscicultura. A represas da região são outras boas opções, como exemplo a Represa de Miranda, uma bela área de lazer com extensão de 50 km², apta para prática de esporte náuticos e pesca. Além disso, as dezenas de estabelecimentos gastronômicos de Uberlândia têm capacidade para atender simultaneamente 10 mil pessoas. Entre a variedade de cozinhas regionais brasileiras e internacionais, a mais presente é a tradicional comida mineira. A cidade de Uberlândia tem um amplo circuito de construções tombadas como Patrimônio Histórico Municipal, com destaque para a Igreja Nossa Senhora do Rosário em Miraporanga (1852), a Estação Ferroviária Sobradinho (1896), o Palacete Ângelo Naguettini (1925), a Casa da Cultura (1922), o Palácio dos Leões (1891) - que abriga o Museu Municipal - e o prédio do Mercado Municipal (1944), com suas 46 lojas de produtos típicos. Outro símbolo da cidade é o Estádio João Havellange (Parque do Sabiá), com capacidade para até 75 mil torcedores. A 59 ∞ Mercado Agosto 2010 MCapa Dados de Uberlândia 2ª maior cidade do interior do Brasil e 1ª do interior de Minas Gerais em população (IBGE - Estimativa populacional 2009) 2° mercado consumidor de Minas Gerais (IPC Target - 2009) 3ª posição no PIB de Minas Gerais, 7º PIB entre todas as cidades do interior do Brasil e 27º PIB brasileiro, à frente de 14 capitais (IBGE - Fundação João Pinheiro - 2007) 3ª receita em ICMS de Minas Gerais (Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais - 2009) 1ª cidade do interior de Minas Gerais e 4ª do interior do Brasil em geração de empregos (MTE - CAGED - 2009) 2ª maior frota de veículos do Estado de Minas Gerais (Detran/MG - 2009) 2º lugar em infraestrutura para investimentos em Minas Gerais e 25º em todo o país (Anuário EXAME Infraestrutura - 2006) 2ª rede hoteleira de Minas Gerais (Federação dos Conventions & Visitors Bureaux do Estado de Minas Gerais - 2009) 2º maior parque hoteleiro de Minas Gerais 2ª posição no estado e 1ª do interior em empresas constituídas (Junta Comercial de Minas Gerais - JUCEMG - 2009) 1ª cidade do Brasil a implantar fibra ótica nas telecomunicações Melhor transporte público do Brasil, segundo a Associação Brasileira de Municípios (ABM - 2009) 1º lugar em Minas Gerais e 2º no Brasil em Saneamento Básico (Instituto Trata Brasil - Cidades com mais de 300 mil habitantes - 2007) 100% de cobertura de energia elétrica na área urbana e 90% na área rural (Fonte: CEMIG) Única cidade das Américas e uma das cinco cidades emergentes do mundo escolhidas por causa de seu desenvolvimento integrado para o evento “Better City, Better Life” (mostra fotográfica organizada pela ONU, em exposição na Expo 2010 em Shangai, China) B Fonte: Prefeitura de Uberlândia Mercado Agosto 2010 ∞ 60 61 ∞ Mercado Agosto 2010 MEducação Financiamento universitário é investimento no futuro POR Kerley Pita (Ares) As dificuldades financeiras já não são mais o maior obstáculo para quem deseja conquistar o tão sonhado diploma de curso superior. Hoje já existem muitas e boas opções de financiamento para custear os estudos Apoio no Fies: a estudante de Jornalismo Silla Silva teve que recorrer ao Fundo de Financiamento da Educação Superior, uma entre as opções existentes no mercado, para dar continuidade à sua formação superior, mas acha que valeu a pena mesmo tendo assumido uma dívida que ainda será paga depois de formada C onquistar uma vaga em uma faculdade pública é o sonho de milhões de estudantes em todo o Brasil, mas, com a competição cada vez mais acirrada, torna-se cada vez mais difícil realizar esse desejo, principalmente para quem não tem dinheiro para bancar um bom curso preparatório para vestibular. Atualmente, boa parte das vagas das universidades federais está sendo ocupada por alunos que ou cursaram o ensino médio em escolas particulares ou contaram com a preparação de cursos pré-vestibulares, mas isso normalmente custa alto. Quem não consegue pagar por tais serviços acaba tendo que optar pelo ensino superior particular - que por ser pago, tem vestibular normalmente menos concorrido -, que tem melhorado sua qualidade para atender a uma parcela ainda maior dos futuros graduandos. É visando a esse mercado e procurando atender à crescente necessidade de alunos brasileiros de conquistar um diploma de curso superior que surgiram os financiamentos estudantis, uma alternativa válida para quem não tem condições financeiras para cursar um faculdade particular. Agora, quem tem interesse em recorrer ao crédito (Fies), não precisará mais apresentar o número de matrícula na instituição de ensino superior no momento de fazer a inscrição no programa Como alternativa, o Fundo de Financiamento da Educação Superior (Fies) é um dos programas mais procurados pelos estudantes. Criado pelo Governo Federal, o programa financia até 50% do valor da mensalidade, cabendo ao aluno arcar com o pagamento dos 50% restantes. É o caso da universitária Silla Silva, que conseguiu bancar com recursos próprios o primeiro semestre do curso de Jornalismo, mas para continuar a graduação teve que recorrer ao Fies. “Se não fosse o Fies eu não conseguiria seguir com o meu curso, porque ficaria muito caro. O ruim é pensar que quando me formar vou continuar pagando, mas foi o que me permitiu estudar, por isso valeu a pena”, admitiu a universitária. A MEducação Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) mudou algumas regras do Fies. Agora, quem tem interesse em recorrer ao crédito não precisará mais apresentar o número de matrícula na instituição de ensino superior no momento de fazer a inscrição no programa. A comprovação de matrícula passou a ser exigida apenas na validação da documentação perante a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA). Dessa forma, o estudante poderá ter a garantia do financiamento antes mesmo de assumir um compromisso com a instituição de ensino. Além do Fies, existem outras linhas de financiamento oferecidas por bancos privados que facilitam o custeio de uma faculdade, entre as quais, o Crédito Universitário Unibanco e o Pravaler, da Ideal Invest. Ao falar do assunto, o supervisor de financiamentos da Faculdade Pitágoras, Dione Luís Souza Barbosa, chama a atenção dos alunos para que prestem atenção às diferenças existentes entre o programa do governo e os de bancos particulares, como as taxas de juros, o tempo de carência e as opções de financiamento, que podem variar entre 50% ou até 100% do curso. Para que tudo corra bem na hora de financiar o curso, o estudante deve verificar se a faculdade de seu O supervisor de financiamentos da Faculdade Pitágoras, Dione Barbosa, alerta para as diferenças existentes entre o programa do governo e os dos bancos particulares, como as taxas de juros, o tempo de carência e as opções de financiamento, que podem variar de 50% a 100% do curso interesse é conveniada com o programa de financiamento escolhido. “O estudante deve ficar atento às condições oferecidas pelo programa. O pagamento após a conclusão do curso é um incômodo, mas hoje só não estuda quem não quer, pois o financiamento vale a pena para quem não tem condições de pagar a graduação”, conclui Dione. Com mais essa chance, o aluno tem uma oportunidade a mais de es- tudar, mas vale lembrar que a faculdade é um investimento, que como outro qualquer precisa planejamento, organização e força de vontade para que dê certo. Assim, se a intenção de investir em educação passa pelo uso dos financiamentos estudantis disponíveis, o ideal primeiro é procurar por informações mais detalhadas sobre as opções disponíveis, para isso recorrendo a diversos sites que abordam o assunto. B Foto: SXC MEspecial Dentro dos novos padrões familiares é cada vez mais comum casais optando por um único filho Novos padrões familiares DA Redação Psicóloga cognitivo-comportamental fala das mudanças da sociedade nos últimos anos que afetaram os papéis sociais, impondo especificamente novos e significativos padrões às famílias A s circunstâncias históricas promoveram mudanças significativas na estrutura familiar relativas a papéis dos membros, legalização e aumento do divórcio e das uni- Mercado Agosto 2010 ∞ 66 ões homossexuais, produções independentes, casamentos não oficiais, opção dos casais em terem ou não filhos, iniciação sexual precoce com histórico de aborto e filhos na adolescência, formação de famílias por membros divorciados e com filhos de relações anteriores, adoção de filhos por casais homossexuais, famílias chefiadas por mulheres com filhos e sem cônjuge, aumento de órfãos de pais mortos por abuso e tráfico de drogas, sexo pela in- ternet, competição cronológica entre mães e filhas e mulheres com o dobro ou triplo da idade de seus pares. Tais transformações estruturais na composição familiar, ocorridas principalmente nas últimas décadas, forçaram o surgimento de novos arranjos em substituição ao modo tradicional e, ao mesmo tempo em que contribuíram para a flexibilização do pensamento e ampliação da compreensão do ser humano, geraram instabilidade e incertezas que exigem tempo e trabalho árduo dos profissionais das áreas sociais, educacionais, da saúde, do comportamento e políticos para desenvolver alternativas válidas e adaptáveis às novas demandas. Para a psicóloga Mara Lúcia Madureira, o conceito tradicional de família, fundamentado no casamento oficial, na produção econômica conjunta e composição ampliada de gerações foi alterado para um modelo de supervalorização da individualidade, organização nuclear, nivelação ou inversão da autoridade entre pais e filhos com predomínio das emoções e sentimentos, em detrimento da razão e solidez educacional e, por último, para o estágio atual, carente de modelo, caracterizado pela multiplicidade de formas, desarranjos e rearranjos não convencionais e incons- tantes, formados por membros incapazes de lidar com os problemas produzidos pelas recentes transformações. Diante disso, segundo ela, a falta de recursos para enfrentar as demandas atuais constitui verdadeiras fontes de conflito, angústia e estresse, tornando o grupo mais vulnerável a crises e problemas, como a perda dos referenciais parentais, excesso de permissividade, aumento do abuso de drogas, acúmulo de funções de um dos membros, pobreza de diálogo, frieza e distanciamento afetivo, aumento das disfunções sexuais, delegação da responsabilidade financeira e cuidados básicos dos filhos aos avós, às creches e escolas. No entanto, Mara Lúcia afirma que a família se mantém como matriz de identidade do sujeito e deve ser pensada e reforçada como uma instituição ética, formada por membros dispostos ao trabalho, provedores de segurança, alimento, moradia, vestuário, saúde, suporte afetivo, educação formal e familiar, formação moral e religiosa. “A família é responsável pela correção dos atos de seus membros, pela promoção de recursos básicos para o crescimento e desenvolvimento pleno das competências biopsicossociais da criança, incluindo integridade de caráter, senso de aceitação e autonomia para governar a própria vida e lidar com os desafios extra-familiares”, ratifica a psicóloga, especialista em Psicoterapia cognitivo-comportamental. A “O conceito tradicional de família, fundamentado no casamento oficial, na produção econômica conjunta e composição ampliada de gerações foi alterado” (Mara Lúcia Madureira) 67 ∞ Mercado Agosto 2010 MEspecial “A família é responsável pela correção dos atos de seus membros (...), incluindo integridade de caráter, senso de aceitação e autonomia para governar a própria vida e lidar com os desafios extra-familiares”, diz a psicóloga Mara Lúcia Madureira devido à falta de reflexão, de recursos para solucionar problemas cotidianos e lidar com pontos discordantes, superar dificuldades, educar filhos com autoridade e limites adequados. Ela lembra que famílias se constituem a partir da união de duas pessoas com expectativas, crenças e comportamentos diferentes e se caracterizam pelo compromisso, durabilidade dos vínculos e permanência dos membros. Acordos que nem sempre se cumprem Padrões familiares - Padrões de interação familiar se formam através da transmissão hereditária de crenças, valores, mitos e outras peculiaridades que serão atenuados ou agravados conforme o desenvolvimento psicológico de seus membros e habilidade no manejo de situações críticas e pela influência de fatores adversos externos como desemprego, dificuldades financeiras, rupturas de vínculos afetivos. Um padrão interacional familiar sustentável requer elevados níveis de compreensão das necessidades de seus membros, capacidade para supri-las e construção sólida de valores éticos. “As recentes alterações não significam a extinção do modelo adequado de famílias, mas a cisão com o passado e a busca de adaptação ao presente. A existência de uma crise familiar generalizada implica a reedição, uma proposta de ajustamento ao presente”, informa Mara Lúcia. Ela acrescenta que os papéis sociais, profissionais e familiares estão difusos, não mais centralizados na ideia de força e poder, mas na divisão de responsabilidades e tomada de consciência da necessidade de revisão de valores e criação de propostas comportamentais coerentes com a realidade. Famílias convencionais coexistem com os novos estilos familiares e, sejam quais forem os padrões adotados, é fundamental transmitir aos descendentes o aprendizado da aceitação e respeito à diversidade. “Um padrão interacional familiar sustentável requer elevados níveis de compreensão das necessidades de seus membros” Mercado Agosto 2010 ∞ 68 Mudanças no papel da mulher na sociedade resultaram na redução do tempo dedicado à família e à criação de filhos, sobrecarga de responsabilidades feminina e aumento da competição entre o casal A psicóloga diz ainda que o mundo capitalista formou famílias igualitárias, sem distinções hierárquicas. Ordens de filhos e submissão de pais são tão normais quanto “o capim comer a cabra”, e tal desajuste tem como causa e consequência relações conjugais e familiares instáveis, que tentam se sustentar nas satisfações sexual, emocional, material, consumista, alcoolista e em outras maneiras de compensações imediatas. Mudanças no papel da mulher na sociedade resultaram na redução do tempo dedicado à famí- lia e à criação de filhos, sobrecarga de responsabilidades feminina e aumento da competição entre o casal. Não que se deva desmerecer a conquista feminina nesse sentido, mas é preciso repensar a divisão de tarefas e resgatar princípios básicos relativos à dignidade do envelhecimento e à aceitação da diferença entre as gerações. A mídia influencia comportamentos e contribui para o aumento de divórcios, exibindo maciçamente, às grandes massas, programas que tratam a família e a separação conjugal como a primeira e melhor alternativa para sanar problemas de insatisfação pessoal, em detrimento da formação da personalidade e da preservação da instituição de referência dos filhos. Mara Lúcia explica que a família é a referência primária no desenvolvimento da personalidade do indivíduo. O que a criança observa, sente e apreende nesse contexto servirá, em grande parte, de base para condutas futuras. “É na família, não em um caos de fragmentos, que a criança forma sua identidade, aprende a se relacionar com figuras de autoridade, a enfrentar medos e frustrações, resolver problemas, fazer escolhas e assumir a responsabilidade por elas. Na adolescência e juventude, desenvolve o senso de adequação, aceitação, conscientização do processo de individualização e integração social - as bases para conviver em grupo e se sustentar decentemente até a morte”, completa. A “É na família, não em um caos de fragmentos, que a criança forma sua identidade” 69 ∞ Mercado Agosto 2010 MEspecial Foto: SXC Ela conta que ações humanas são norteadas por crenças e valores aprendidos no grupo sociocultural primário que deve se traduzir num ambiente organizado, sustentado por membros aptos a determinar padrões de funcionamento sadios. Casamentos não devem ser mantidos em situações precárias e nocivas, assim como não devem se desfazer ao primeiro sinal de conflito. O ser humano precisa reaprender a tomar decisões relativas ao casamento, isto é, somente quando estiver seguro do que deseja e dispuser de condição emocional e competência financeira para assumir tal empreendimento. Não há um modelo universal ou superior de organização familiar. Famílias variam quanto à estrutura, dinâmica, crenças e momento histórico. Toda família tem problemas; embora algumas os neguem, sabemos que não existem famílias perfeitas, além das dos comerciais de margarina As mudanças na estrutura familiar devem ser percebidas como um processo de reestruturação que, independentemente do formato constitucional, deve oferecer princípios sólidos de educação e respeito. A família, em sua dinâmica específica, deve propiciar um ambiente saudável que possibilite a emancipação e capacitação de seus membros para valorizar e retribuir o cuidado aos mais velhos, à medida que se invertem as necessidades de cuidados entre as gerações. “Não há um Mercado Agosto 2010 ∞ 70 modelo universal ou superior de organização familiar. Famílias variam quanto à estrutura, dinâmica, crenças e momento histórico. Toda família tem problemas; embora algumas os neguem, e sabemos que não existem famílias perfeitas, além das dos comerciais de margarina”, ressalta a psicóloga. Para finalizar, Mara Lúcia diz que a contemporização da família não exclui o padrão formal, mas se amplia para incluir e aceitar padrões antes percebidos como desvios e abranger a heterogenei- dade de novas configurações de relacionamento afetivo-sexuais e familiares. “Preconceitos e idealizações construídos nas relações sociais devem ser repensados e produzidos novos comportamentos frente a essa demanda de modo que possam ser validados socialmente. Nesse sentido, a compreensão de sua origem, dificuldades e limitações é o único meio de criar um presente tolerável, coerente e contínuo”, conclui a especialista em psicoterapia cognitivo-comportamental. B MAlimentação Com que óleo eu vou? DA Redação Amendoim, canola, girassol, soja, milho, azeite. As opções nas prateleiras dos supermercados são várias, mas nem sempre o consumidor sabe a diferença entre estes óleos, além das qualidades de cada um O s óleos são imprescindíveis em toda cozinha que se preze e, desde as inevitáveis frituras até a elaboração de temperos para saladas, não há quem consiga cozinhar sem fazer uso deles. Entretanto, apesar desse uso (quase que) universal, pouca gente sabe que a escolha de um óleo pode ser decisiva no sucesso de um prato. Alguns óleos são mais saborosos, emprestando saMercado Agosto 2010 ∞ 72 bor à comida; outros mais resistentes ao calor, ideais à fritura; outros insípidos, não interferindo no sabor do alimento. Por isso, é bom ficar atento ao tipo de óleo mais indicado para cada processo gastronômico. Primeiramente, é bom saber que o óleo é uma gordura que, à temperatura ambiente, apresenta-se no estado líquido, com estrutura química baseada em uma mistura de ácidos graxos. No Brasil, os tipos mais co- muns são fabricados à base das sementes de soja, amendoim, girassol, milho, canola, algodão e arroz, isso sem citar o inconfundível azeite de oliva, produzido a partir do caroço da azeitona. Cada uma das sementes empresta características diferentes ao produto final. A diferença mais marcante, no entanto, está relacionada ao tipo de insaturação presente nas cadeias de ácidos graxos de cada óleo. Cada uma das sementes empresta características diferentes ao produto final. A diferença mais marcante, no entanto, está relacionada ao tipo de insaturação presente nas cadeias de ácidos graxos de cada óleo Os óleos de soja, girassol e milho, por exemplo, apresentam maior presença de ácidos graxos (veja box no final) poli-insaturados. Tais gorduras reduzem tanto o colesterol LDL como o HDL. Justamente por isso, existem ressalvas ao seu consumo. “Algumas pesquisas indicam que o HDL previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Por isso, diminuir o nível desse colesterol no sangue pode gerar problemas a longo prazo”, afirma Rafael Bedore, engenheiro de alimentos da Sementes Esperança, indústria de alimentos que fabrica o óleo de amendoim. “Entretanto, se a saúde estiver em dia, a utilização desses produtos não é proibida”, comenta. Já os óleos de amendoim e canola e o azeite de oliva apresentam grande quantidade de gorduras monoinsaturadas. Seu consumo está diretamente relacionado à diminuição dos níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue, sem, no entanto, reduzir a quantidade do colesterol bom (HDL) - aquele que atua na redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Tal propriedade torna o seu consumo imperativo a uma dieta saudável. Principalmente para quem apresenta alterações nas taxas de colesterol. A saúde agradece - Mesmo em meio aos óleos monoinsaturados, algumas características específicas de cada estrutura química devem ser levadas em conta na hora do uso. As propriedades de sabor, aroma e, principalmente, ponto de oxidação são fatores a serem considerados na escolha do óleo correto. Segundo Bedore, o óleo mais indicado para ser ingerido cru é o azeite de oliva. “Por não passar por nenhum processo de refinação, o azeite mantém suas características de sabor e aroma, sendo ideal no tempero de saladas. Por sua vez, os óleos de amendoim e canola também podem ser ingeridos crus. Esses óleos não apresentam sabor ou aroma”, pontua Bedore. “Durante a refinação, o processo de desodorização retira todo o aroma e sabor, restando apenas as estruturas de ácidos graxos”, explica o engenheiro. Resistência à oxidação - Quando o assunto é o aquecimento do óleo, o cenário muda. Para que um óleo permaneça saudável, é preciso que ele suporte temperaturas elevadas (180˚C a 200˚C) sem sofrer alterações em sua estrutura - o que não é observado no azeite de oliva, que oxida a uma temperatura de 180 ºC. Justamente por isso os óleos mais indicados para fritura são os de amendoim e canola refinados. A 73 ∞ Mercado Agosto 2010 MAlimentação Para que um óleo permaneça saudável é preciso que ele suporte temperaturas elevadas (180˚C a 200˚C) sem sofrer alterações em sua estrutura “O óleo de amendoim é o que mais suporta o aquecimento, mantendo suas características a até cerca de 220 ºC sem sofrer processo de oxidação ou outro tipo de mudança química. Além disso, ele não queima com facilidade e é menos absorvido pelos alimentos, o que aumenta o seu rendimento e impede que o alimento fique encharcado ou rançoso”, afirma Bedore. Graças ao processo de refinação, todos os traços de proteína de amendoim e outras substâncias que causam alergia são retirados do óleo. Nesse sentido, Bedore cita como exemplo a resistência à oxidação do óleo de amendoim, produto fabricado pela indústria onde trabalha. Ele conta que a marca foi testada pelo Laboratório de Nutrição da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), que confirmou que o produto se mantém estável mesmo quando exposto a uma temperatura de 220ºC, não apresentando rancificação, escurecimento ou liberação de fumaça - características observadas em outros óleos em situação parecida. Alerta - Apesar de nem todos os óleos vegetais serem benéficos à saúde, não há gordura mais perigosa que a animal. De acordo com Bedore, as gorduras saturadas são extremamente nocivas ao organismo. “Aquelas gorduras que se apresentam no estado sólido em temperatura ambiente, geralmente de origem animal, são as grandes responsáveis pelo aumento do colesterol ruim, acumulando placas de gordura nas artérias e elevando o risco de problemas no coração (LDL)”, alerta. Amendoim: o óleo extraído dessa leguminosa, por exemplo, é o que mais suporta o aquecimento, mantendo suas características até cerca de 220ºC. Assim, pode ser considerado o mais recomendável para frituras Mercado Agosto 2010 ∞ 74 Características e diferenciais dos óleos mais comuns Girassol Em cada semente é extraível de 32 a 48% de gordura O óleo de girassol é rico em ácidos gordos essenciais ômega-6 (ácido linoleico). Fundamental para o crescimento e desenvolvimento saudável do organismo, o ácido linoleico desempenha também um papel importante na redução do risco de doenças cardiovasculares e do colesterol, função vascular e sistema imunitário. O óleo de girassol é rico em vitamina E, importante antioxidante que ajuda a retardar o envelhecimento das células e dos tecidos e contribui para o fortalecimento das defesas do organismo (bom funcionamento do sistema imunitário). Soja Em cada semente é extraível de 17 a 21% de gordura Rico em ácidos gordos poli-insaturados essenciais ômega-6 (ácido linoleico) e ômega-3 (ácido α-linolénico), fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e funcionamento saudável do organismo. O ácido α-linolénico é um nutriente que colabora com o funcionamento saudável do sistema nervoso, imunitário (ação anti-inflamatória) e do coração. O óleo de soja também é rico em vitamina E, importante antioxidante que ajuda a retardar o envelhecimento das células e dos tecidos e auxilia no fortalecimento das defesas do organismo (bom funcionamento do sistema imunitário). Amendoim Em cada semente é extraível de 40 a 50% de gordura Rico em ácidos gordos monoinsaturados (ácido oleico) e com um teor relativamente elevado de ácidos gordos saturados, o óleo de amendoim é um dos óleos vegetais mais resistentes a altas temperaturas. Essa característica, aliada ao seu sabor peculiar, transforma-o no óleo ideal para certas preparações culinárias, como, por exemplo, fondues e frituras de mariscos. Mas atenção, a utilização desse tipo de óleo não é aconselhável a pessoas sensíveis/ alérgicas ao amendoim, principalmente crianças. A 75 ∞ Mercado Agosto 2010 MAlimentação Milho Em cada semente é extraível de 48 a 52% de gordura Rico em ácidos gordos poli-insaturados, ácido linoleico essencial para o crescimento, desenvolvimento e funcionamento saudável do organismo. O ácido linoleico desempenha também um papel importante na redução do colesterol, na função vascular e no sistema imunitário. Rico em vitamina E, importante antioxidante que ajuda a retardar o envelhecimento das células e dos tecidos, contribui para o fortalecimento das defesas do organismo (bom funcionamento do sistema imunitário). Rico em vitamina A, contribui para o reforço do sistema imunológico, sendo ainda benéfico para a visão. O seu sabor característico é apreciado em algumas preparações culinárias. Canola Em cada grão produzido no Brasil é extraível 38% de óleo A canola foi obtida a partir do melhoramento genético realizado na semente de colza, utilizada para o biodiesel, pois apresenta substâncias tóxicas em sua composição, o que impossibilita a utilização na alimentação. O óleo de canola tem coloração amarelada, sabor e odor característicos e é rico em ácidos graxos insaturados, como o ácido oléico (ômega-9) e linoléico (ômega-6). Principalmente utilizado para o preparo de alimentos e uso veterinário, na ração animal e indústria farmacêutica. B Ácidos graxos Os ácidos graxos são essenciais para a vida e o funcionamento normal das nossas células. A membrana celular permite a passagem dos sais minerais e das moléculas necessárias para dentro e para fora de nossas células. A membrana celular saudável dificulta a entrada na célula de substâncias químicas perigosas e de organismos como bactérias, vírus, fungos e parasitas. Essa membrana também tem receptores químicos para os hormônios, que são os principais mensageiros do corpo. Os ácidos graxos participam de incontáveis processos químicos de nosso corpo e são utilizados como “tijolos” na fabricação de alguns hormônios. Há dois tipos de ácidos graxos - ômega-3 e ômega-6 - que não podem ser fabricados pelo organismo, e assim precisam ser obtidos através dos alimentos. São os chamados “ácidos graxos essenciais” (EFAs, em inglês), e quando existem em quantidade suficiente no corpo são usados para fabricar os outros ácidos graxos de que precisamos. A suplementação de EFAs na alimentação tem ajudado muitas pessoas com alergias, anemia, artrite, câncer, candidíase, depressão, pele seca, eczemas, fadiga, doença cardíaca, inflamações, esclerose múltipla, tensão pré-menstrual, psoríase, retardamento do metabolismo, infecções virais, etc., e facilitado o processo de recuperação de viciados. (fonte: www.vegetarianismo.com.br) Mercado Agosto 2010 ∞ 76 MAlimentação Farinha de berinjela: contra a obesidade e a favor da saúde POR Alitéia Milagre A ingestão de fibras provenientes dos cereais está relacionada à diminuição da barriga, à perda de peso e à redução da circunferência abdominal N a cozinha, já virou torta, gratinado de arroz, salada e suco. Agora, pode ser acrescentada também à comida, vitaminas, iogurte, caldos e sopas em forma de farinha. Estamos falando da berinjela, ou melhor, da farinha de berinjela, cujo consumo aumentou muito. Isso porque cada vez mais médicos e nutricionistas recomendam a berinjela na alimentação. Além de Mercado Agosto 2010 ∞ 78 rica em proteínas e vitaminas A, B1, B2, B5 e C, contém minerais, como: cálcio, fósforo, ferro, potássio e magnésio. Enquanto a Niacina ou a vitamina B5 protegem a pele e ajudam a regularizar o sistema nervoso e o aparelho digestivo, os minerais contribuem para a formação dos ossos e dentes, a construção muscular e a coagulação do sangue. Além disso, estudo recente, realizado pelo Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC-UFRJ), revelou que a farinha de berinjela pode ser um tratamento eficaz contra a obesidade. Segundo a nutricionista Daniela Zuin, a farinha de berinjela não só ajuda a emagrecer, mas também melhora o intestino. “É um alimento de baixa caloria, rico em fibras. Por dar sensação de saciedade, reduz o nível de glicose, ajuda também a combater o reumatismo, a artrite e o diabetes”, diz. A nutricionisa Daniela Zuin, sobre a berinjela: “É um alimento de baixa caloria, rico em fibras. Por dar sensação de saciedade, reduz o nível de glicose, ajuda também a combater o reumatismo, a artrite e o diabetes” De acordo com a nutricionista, vários estudos comprovam que dietas à base de ingestão de farinha podem trazer resultados surpreendentes. “A ingestão de fibras provenientes dos cereais está relacionada à diminui- ção da barriga, à perda de peso e à redução da circunferência abdominal”, afirma. Para quem não sabe, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que a circunferência abdominal de um homem não deve ultrapassar 102 cm e a das mulheres deve ficar abaixo de 88 cm. Benefícios - O legume é fibroso, digestivo, laxante e muito nutritivo, Como fazer a farinha em casa indicado para indigestões e prisão de ventre, para quem tem problemas de fígado e também de estômago. Por bloquear a formação de radicais livres, é uma boa fonte de ácido fólico e potássio. É um importante antioxidante e não tem nenhuma contra indicação. Daniela dá um alerta: “como o alimento é muito rico em fibras, a ingestão de água é muito importante em todo o processo de perda de peso. A falta do líquido pode surtir efeito contrário. Outro detalhe, além de uma dieta de baixa caloria, é aconselhável exercício físico”, ressalta. Muitos têm optado por fazer a farinha em casa. Porém, a nutricionista afirma que o alimento in natura não tem o mesmo efeito. “A farinha adquirida em casa de suplementos alimentares vem associada a outras vitaminas. Sem contar que 100 gramas da berinjela correspondem a um quilo de farinha”, comenta. A •Em uma forma, coloque 1 Kg de berinjela com casca cortada em fatias. Em seguida, leve ao forno a uma temperatura de 200 graus por cerca de 2h e 15min ou até o legume ficar crocante ou ressecado. Depois disso, triture a berinjela desidratada no processador ou no liquidificador até virar pó. O produto deve ficar com aparência parecida com a da farinha de mandioca. •Rendimento: 100 g •Armazenamento: guarde a farinha em pote bem vedado, em local arejado e longe da luz. Pode ser na geladeira. •Validade: cerca de um ano. Uso da farinha de berinjela caseira ou pronta •Polvilhe duas colheres de sopa do produto no almoço e duas colheres de sopa no jantar, seguindo um cardápio saudável (veja exemplo abaixo). Não deixe de consumir frutas nesse programa alimentar, pois elas contêm antioxidantes e ajudarão a combater os radicais livres que podem ser produzidos pela berinjela. MAlimentação Receitas* com farinha de berinjela Suflê de berinjela Ingredientes: •2 xícaras de leite •1 colher de sopa de amido de milho •3 colheres de sopa de farinha de berinjela LONGEVID •2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado •1 colher de azeite •3 ovos •sal a gosto •óleo para untar a forma •1 colher de sopa farinha de trigo para enfarinhar a forma Modo de preparo: Dissolva o amido de milho em ½ xíc. de leite e acrescente as gemas. Coloque 1 ½ xíc. de leite em uma panela e quando ferver acrescente aos poucos a mistura do amido de milho, o sal e o azeite, sempre mexendo bem até formar um mingau ralo. Deixe esfriar um pouco, junte o queijo e a farinha de berinjela LONGEVID. Na batedeira, bata as claras em neve e depois junte, levemente, ao creme de berinjela. Coloque a massa na forma untada e enfarinhada. Asse em forno médio pré-aquecido, até que enfiando um palito ele saia seco. Pastinha de berinjela Ingredientes: •3 colheres de sopa de farinha de berinjela (Longevid) •2 colheres de sopa de creme de leite desnatado (de preferência) •1 colher de sopa de maionese light (de preferência) •cebola picada a gosto •sal a gosto Modo de preparo: Misture todos os ingredientes e sirva com torradas ou biscoito aperitivo. Vitamina com farinha de berinjela Ingredientes: •1 copo de leite gelado •1 colher de sopa de farinha de berinjela (Longevid) •1 banana média (pode trocar por morango, mamão, etc.) •mel e gelo a gosto Modo de preparo: Bata todos os ingredientes no liquidificador e beba em seguida. *Receitas fornecidas pela Longevid Mercado Agosto 2010 ∞ 80 MTurismo Governador Celso Ramos Belas praias, baías e penínsulas, reservas ecológicas... O lugar é privilegiado no quesito natureza POR Evaldo Pighini com Ascom/Tur MTurismo Ele ocupa uma bela península, com caprichosos recortes que formam uma costa com mais de 40 belas praias onde banhistas dividem as águas do mar com os praticantes de esportes aquáticos como surfe, mergulho e jet ski. Algumas são dotadas de ótima infraestrutura, como a Praia de Palmas, outras são completamente desertas, como Ilhéus e Sicial. Esse paraíso atende pelo nome de Governador Celso Ramos, município localizado na região norte da grande Florianópolis, em Santa Catarina. A região integra também a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, santuário de espécies raras da fauna e da flora, o que a torna um dos melhores locais para mergulho do país e moradia de uma centena de golfinhos que alegram os passeios de barco. A Ilha de Anhatomirim, concorrido ponto turístico, é sede da Fortaleza de Santa Cruz, que completa o conjunto de fortes portugueses na Ilha de Santa Catarina. Outro tesouro turístico de Governador Celso Ramos é o seu passado. A vila de pescadores foi sede do maior e mais importante núcleo baleeiro catarinense, a Armação da Piedade. O local - hoje disputado pelos turistas - era ponto de partida de escravos e arpoadores que se arriscavam em precárias embarcações na incerta missão de capturar as baleias Franca que atualmente procriam e amamentam seus filhotes tranquilamente em águas catarinenses protegidas por leis ambientais. Cerca de 100 mil turistas por ano visitam Governador Celso Ramos. A Fortaleza de Santa Cruz, tombada pelo Patrimônio Histórico História - A colonização de Governador Celso Ramos começou há mais de 200 anos, com a vinda de portugueses atraídos pela pesca da baleia. Especializada em extração de moluscos, a cidade é considerada uma das maiores produtoras de marisco de cultivo de Santa Catarina e um importante centro pesqueiro. Os mesmos açorianos que fundaram a vizinha São Miguel iniciaram o povoamento de Governador Celso Ramos, que pertenceu a Biguaçu até 1963. As igrejas sempre foram ponto de encontro da comunidade que, além do culto, discutia formas de se defender dos índios. Como Armação da Piedade não oferecia condições para o desenvolvimento do lugar, seus fundadores se transferiram para a localidade de Ganchos, hoje sede do município. Mercado Agosto 2010 ∞ 84 Turismo - Governador Celso Ramos tem muitas e belas praias. Visite a Praia de Palmas, a maior praia do município e uma das mais bonitas da região - no canto sul encontram-se vestígios da Casa Grande e de engenhos de cana-de-açúcar, cercados de lendas e crendices; a Praia da Armação, antigo local de pesca da baleia e onde está a Igreja de Nossa Senhora da Armação da Piedade - construída há mais de 200 anos pelos primeiros habitantes do lugar; a Praia Grande, boa para o surfe, e a Praia da Costeira, preferida pelos golfinhos e antigo reduto de pesca da baleia. Também vale conferir as praias do Sinal, da Caieira, do Antenor, da Gamboa, da Figueira, de Antônio Correa, de Ilhéus, de Fora, o Canto dos Ganchos, os Ganchos de Fora e a Praia da Cruz. A MTurismo Vista parcial de Governador Celso Ramos, com destaque ao fundo para a Praia de Palmas, uma das mais badaladas Natureza - a cidade de Governador Celso Ramos está situada numa região onde a natureza foi generosa. Inserida na Área de Proteção Ambiental de Anhatomirim e na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, a cidade também tem como atrações a Ilha de Anhatomirim - onde está a Fortaleza de Santa Cruz, um dos prin- cipais monumentos históricos de Santa Catarina - e a Reserva Biológica Marinha de Arvoredo, santuário de espécimes raros da fauna e flora. Além disso, vale conferir a Baía dos Golfinhos e as várias outras ilhas que integram a geografia do lugar, como a do Trinta Réis, a de Palmas, a do Maximiniano e a Ilhota de Ganchos. Eventos - diversas festas movimentam a cidade ao longo do ano: no mês de fevereiro, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes é uma das mais tradicionais do litoral; no período de Pentecostes, há a Festa do Divino Espírito Santo; em junho, na Festa de São Pedro, padroeiro dos pescadores, são promovidas procissões marítimas, com muita música e animação. Vale a pena conhecer a cultura açoriana enraizada no município de Governador Celso Ramos Infraestrutura turística - Governador Celso Ramos tem um bom parque hoteleiro, contando ainda com pousadas à beira-mar e outras alternativas de hospedagem, todas com excelente atendimento. Na gastronomia, prevalecem os pratos feitos à base de frutos do mar. Principais atrações - o maior problema para o turista que escolhe Governador Celso Ramos como destino de viagem é decidir por onde começar, devido à grande quantidade de atrativos turísticos. Mas o destaque fica por conta das praias, de onde é possível avistar baleias e golfinhos. Também não dá para esquecer as duas reservas naturais do município Arvoredo e Anhatomirim - e, no contexto histórico, a Capela de Nossa Senhora da Piedade. A MTurismo Governador Celso Ramos é uma península em terreno montanhoso, com enseadas de mar calmo e vilas de pescadores Praias - entre dezenas de praias paradisíacas, muitos destaques, como a Praia Costeira, antiga área de caça à baleia e hoje muito frequentada por golfinhos; Praia da Armação da Piedade, que abriga a Igreja Nossa Senhora da Armação da Piedade; Praia de Caravelas, localizada em mar aberto, com águas cristalinas e ondas ideais à prática de surfe; Praia de Ganchos, que tem essa denominação comum a três localidades e pode confundir o visitante, tendo sido povoada em função da pesca, distribuída em três núcleos: Ganchos do Meio (ao centro), Canto dos Ganchos (lado oeste) e Ganchos de Fora (avançando no mar); Praia de Palmas, a maior de Governador Celso Ramos e também a mais frequentada por banhistas e surfistas, preserva lugares históricos, como os engenhos de cana-de-açúcar e a Casa Mercado Agosto 2010 ∞ 88 Grande; Praia do Sisal, menos frequentada e cujo acesso se dá através dos costões das praias Grande (lado esquerdo) e Ilhéus (lado direito), e também o lugar onde houve o sepultamento dos insurgentes aniquilados na Fortaleza de Santa Cruz por ocasião da Revolução Federalista, em 1894; Praia do Tinguá, com apenas 100m de comprimento, possui mar aberto cercado de pedras e é propícia ao surfe; Praia Grande, fica próxima à praia da Armação da Piedade e também muito propícia ao surfe; e as praias do Antenor e de Antônio Correa, sendo a primeira bastante frequentada pelos proprietários de casas de veraneio na região e também pelos visitantes que passeiam de escuna pelo mar do local. Enfim, Governador Celso Ramos tem praias para todos os gostos (veja mosaico a seguir). Praia Ganchos de Fora Praia Ganchos do Meio Praia Calheiros Praia Grande Praia de Palmas Praia da Armação da Piedade Praia das Conchas Praia das Bananeiras A 89 ∞ Mercado Agosto 2010 MTurismo Capela de Nossa Senhora da Piedade A Igreja de Nossa Senhora da Piedade, localizada no bairro de Armação da Piedade, começou a ser construída em 1738 e foi concluída em 1745. Em estilo colonial português, mantém as características das igrejas setecentistas, com frontão triangular. Tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é tida como a primeira igreja edificada em Santa Catarina no século XVIII, ainda utilizando óleo de baleia na argamassa, estando localizada ao lado das ruínas da antiga Armação da Piedade. Em 1839, Armação da Piedade foi incorporada à marinha. Atualmente é núcleo de pescadores que conservam principalmente aspectos tradicionais da pesca artesanal. Capela de Nossa Senhora da Piedade Ilha de Anhatomirim Na Ilha de Anhatomirim fica a Fortaleza de Santa Cruz, maior das antigas fortalezas, tombada pelo Patrimônio Histórico sob jurisdição do município de Governador Celso Ramos e mantida pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui traços da arquitetura portuguesa de influência renascentista e seus edifícios distribuemse em diversos níveis de maneira esparsa, formando um panorama magnífico. Dali avistam-se as Ilhas do Arvoredo, de Ratones e de Santa Catarina (Florianópolis), além de duas outras importantes fortalezas. A Ilha de Anhatomirim Ilha do Arvoredo A 11km de Governador Celso Ramos fica a Ilha do Arvoredo, a maior ilha ao redor de Florianópolis, com duas milhas de extensão, para onde é possível ir apenas com algum tipo de embarcação. Localizada na costa de Santa Catarina, é um dos grandes patrimônios arqueológicos e naturais do litoral do Brasil, sendo recoberta principalmente pela mata atlântica, abrigando uma enorme diversidade de flora e fauna terrestres. O local é o preferido dos turistas para a prática do mergulho, graças à rica fauna e flora marinhas. A ilha abriga ainda a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Com 17,8 mil hectares, a reserva é um importante sítio arqueológico, histórico e ecológico. Lá é possível encontrar desenhos e até sepultamentos de quatro mil anos atrás. Ilha do Arvoredo Mercado Agosto 2010 ∞ 90 MTurismo Características •Data de fundação - 6 de novembro de 1963; •Data festiva - 2 de fevereiro, dia de Nossa Senhora dos Navegantes; •Principais atividades econômicas - a principal fonte de renda do município são os frutos do mar, com destaque também para o turismo; •População - 12 mil habitantes; •Localização - no litoral, a 41 km de Florianópolis por via rodoviária. A distância marítima é de cerca de 15 km. Chega-se a Governador Celso Ramos pela BR-101/SC-410. Pelo mar, as coordenadas são: latitude 27°18’53” e longitude 48°33’33”. O aeroporto mais próximo é o Hercílio Luz, em Florianópolis; •Área - 82 Km2; •Clima - mesotérmico úmido, com temperatura média de 18ºC; •Altitude - 35 m acima do nível do mar; •Cidades próximas - Porto Belo, Bombinhas, Florianópolis, Tijucas, Biguaçu. B Vista aérea dos Ganchos e Governador Celso Ramos MVeículos Chevrolet S10 bate recorde histórico de vendas A Chevrolet S10 acaba de registrar em junho um novo recorde histórico mensal de vendas, com 4.105 unidades emplacadas, o que equivale a 38% de participação no segmento das picapes médias, assim confirmando liderança absoluta nesse mercado. Essa é a melhor marca já registrada desde seu lançamento no mercado brasileiro. O recorde anterior havia sido registrado em julho de 2009, com 3.916 unidades emplacadas. Além da manutenção do IPI reduzido para o segmento de comerciais leves, outro fator que colaborou para o número foram as inúmeras novidades apresentadas pela picape. Em 2007, por exemplo, a S10 inovou, apresentando a tecnologia Flexpower e, desde então, se mantém como a única picape quatro cilindros no segmento a oferecer esse diferencial, o que permite ao consumidor a utilização de gasolina, álcool ou a mistura de ambos os combustíveis em qualquer proporção. “A picape S10 é um case de sucesso da Chevrolet e se mantém como a preferida do consumidor brasileiro. Dentre os seus atributos estão a robustez, a relação custo-benefício e a durabilidade, além, claro, da opção do motor bicombustível”, destaca José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da General Motors do Brasil. Líder isolada, a S10, no acumulado de janeiro a junho de 2010, emplacou 21.026 unidades - 37,4 % a mais que a segunda colocada, a Toyota Hilux. Esse resultado confere ao modelo uma participação acumulada de 36,4% no segmento. Com isso, o total de S10 emplacadas em 2010 supera em 4.326 picapes o mesmo período do ano passado, quando foram comercializadas 16.700 unidades. Confira como estão as vendas: Picapes médias mais emplacadas em junho de 2010 Modelo Unidades Participação no segmento Chevrolet S10 4.105 38,0% Toyota Hilux 2.635 24,5% Mitsubishi L200 1.527 14,2% Ford Ranger 1.357 12,6% Nissan Frontier 668 6,2% VW Amarok 372 3,5% Total 10.760 Picapes médias mais emplacadas no primeiro semestre de 2010 Modelo Unidades Participação no segmento Chevrolet S10 21.026 36,4% Toyota Hilux 15.306 26,5% Mitsubishi L200 9.402 16,3% Ford Ranger 7.389 12,8% Nissan Frontier 3.310 5,7% Total 57.706 B 95 ∞ Mercado Agosto 2010 MVeículos Mitsubishi ASX é uma das atrações do Salão de Automóveis no Brasil Apresentado no Salão de Genebra, o Mitsubishi ASX - versão europeia do japonês RVR - é a aposta da montadora japonesa para disputar o mercado brasileiro no segmento dos SUVs de médio porte O Salão de Automóveis de São Paulo, programado para o final de outubro e início de novembro, promete muitas novidades, entre as quais certamente será destaque a apresentação do utilitário ASX da Mitsubishi, um SUV médio com entrada no mercado prevista para o ano que vem para brigar no segmento com veículos do porte do Captiva da Chevrolet, Kia Sportage, Hyundai ix35 e outros mais. Na Europa, a apresentação do carro aconteceu durante o Salão de Genebra, ocorrido em maio. Naquele mercado, o SUV ASX já é encontrado em duas versões: uma 4 x 2 e outra 4 x 4, com motores movidos a gasolina e a diesel. Na versão a gasolina o motor é 1.6 MIVEC de 117CV. Já na versão a diesel, é 1.8 DI-D MIVEC com 150CV, com câmbio manual de seis marchas. Segundo a montadora, o ASX faz de 0 a 100Km/h em menos de dez segundos e suas emissões de CO² alcançam cerca de 145g/Km. É provável que mais tarde esse utilitário passe a ter uma versão a diesel um pouco menos potente, algo em torno de 116CV. Quanto aos itens de segurança, ele é equipado com freios ABS, ESP e com sete airbags que se distribuem pela frente e lateral , incluindo airbags de joelho e cortina. A versão básica também traz sensor de chuva, piloto automático e computador de bordo. Por enquanto, aqui no Brasil, aguardamos o lançamento no salão de São Paulo para podermos conhecer este novo modelo de SUV médio que a Mitsubishi trará ao país para esquentar ainda mais a briga por essa faixa de mercado. B SUV ASX, da Mitsubishi Mercado Agosto 2010 ∞ 96 MVeículos Renault Duster Renault prepara o lançamento do Duster no Brasil A francesa Renault anunciou recentemente seu futuro utilitário brasileiro. O Renault Duster, nome do modelo, será produzido aqui mesmo, na fábrica da marca no Paraná, e deverá começar Mercado Agosto 2010 ∞ 98 a ser vendido em 2011. O carro, desenvolvido sobre a plataforma do Logan (a mesma do Sandero e da Nissan Livina), começou a ser produzido pela Dacia, subsidiária romena da marca. Com base nas primeiras imagens divulgadas pela montadora, apesar de aparentar ser bem grande, dá para perceber no Duster que ele chega para concorrer diretamente com o EcoSport, mas vale lembrar que uma nova geração desse modelo da Ford está prevista para 2012. No Brasil, o Renault Duster de- verá ter um motor 1.8 16 Válvulas Flex, mesmo motor de outros carros da Renault. Além disso, deverá ser vendido com duas opções de tração: 4×2 e 4×4. Por enquanto, não foi divulgado pela Renault qualquer tipo de informação relacionada ao preço do veículo. B MColunaLiteratura Quem tem cachorro também caça com gato POR Kenia Maria Dizem que quem gosta de cachorro não suporta gato e quem tem um bichano não suporta um cão. Meu avô dizia que quem gosta de cachorro não deveria se casar com quem gosta de gato. Mas, caro leitor, contrariando todos estas sentenças, eu resolvi cuidar dos dois: tanto da Caipirinha quanto do Bukowsky. A gatinha Caipirinha foi encontrada abandonada no Parque do Sabiá e o Bukowsky nasceu da cadela Charlotte, no fundo do quintal aqui de casa. Antes, eu só criava cachorro e tinha pavor a gatos. Em todos os meus pesadelos lá estava um felino me ameaçando com seus dentes e unhas afiadas. Foi só trazer a gatinha para casa e o medo se desfez. Agora não consigo mais viver sem ela. Divirto-me só em pensar em como a vida é contraditória e irônica. O nome Bukowsky é em homenagem ao escritor undergroud Charles Bukowsky, que morreu de tanto beber cachaça; já Caipirinha, é em ho- Mercado Agosto 2010 ∞ 100 menagem à bebida brasileira mais conhecida no mundo. Isso é o que dá misturar cachorro com gato ou alhos com bugalhos. Às vezes, fico olhando os dois e deliro: a gata com sua maneira quieta, pensativa, com seus movimentos rápidos me lembra a poesia; já o cão, com suas brincadeiras desastradas, longos latidos e fidelidade ao dono, me lembra a prosa, o teatro, a crônica. Aliás, cachorro e gato são personagens que sempre povoaram tanto a literatura brasileira e estrangeira como o imaginário popular. Segundo Câmara Cascudo, em seu precioso “Dicionário do folclore brasileiro”: “Quem mata um gato tem sete anos de azar” e quem “pisa no rabo do gato não casa no ano em que isto ocorre”. Já quanto ao cão, Cascudo registra que “quem sofre de pesadelo deve fazer um cão dormir debaixo da cama e “cachorro com a orelha cortada na sexta-feira da paixão fica imune de hidrofobia”. Curioso é que tanto o cachorro quanto o gato podem repre- sentar o diabo. Um é o cão-chupando-manga, o outro é o gato preto com os olhos avermelhados. Cruz credo, bate na madeira três vezes!!! E quem nunca leu, por exemplo, o conto “O Gato Preto”, de Edgar Allan Poe? Quem gosta de narrativas de suspense e mistério vai se surpreender com esse conto apavorante. O narrador nos relata como sua vida desmoronou ao se envolver com orgias e bebedeiras. Em meio às suas terríveis crises de fúria e covardia, assassinou Pluto, o manso e inofensivo gato da família. O narrador escancara que matou o gato com requintes de crueldade, primeiro arrancou-lhe um dos olhos com um canivete, dias depois, enforcou o pobre animal com um laço no ramo de uma árvore. Do gato à esposa foi uma questão de tempo. Depois de matá-la com golpes de machado, o narrador afirma que emparedou o cadáver entre o reboco e os tijolos de uma velha adega. Mas o que mais nos impressiona é o final do conto, uma vez que é o próprio gato Charles Bukowsky quem denuncia o assassino à polícia. É o feitiço virando contra o feiticeiro. Durante a leitura de “O Gato Preto”, é fácil percebermos que Edgar Allan Poe já intuía que, infelizmente, uma pequena parte da humanidade é constituída por psicopatas que têm prazer em torturar e matar animais ou pessoas. A modernidade de Poe consiste em antecipar em séculos as notícias macabras que povoam a mídia atual de homens que trucidam suas companheiras e tentam desesperadamente ocultar os corpos. Bem dizia minha avó: “Morrem os gatos, banqueteiam-se os ratos”. Já quanto aos cães, não há como não mencionar o livro “Os Bichos”, do português Miguel Torga. Como é poético e comovente o conto intitulado Nero. Ele é o cachorro velho da casa que, decadente e enfermo, sabe que vai morrer. Nero é um cão-filósofo, filosofamos com ele, que pressente a morte e dolorosamente advinha que na vida tudo flui com muita rapidez, tanto para os homens como para os bichos. O conto captura o leitor já nas primeiras linhas. Vejam como Miguel Torga elabora de forma magistral a introdução: “Sentiase cada vez pior. Agora nem a cabeça sustinha de pé. Por isso encostou-a no chão, devagar. E assim ficou, estendido e bambo, à espera. Tinha-se despedido já de todos. Nada mais lhe restava sobre a terra senão morrer calmo e digno, como outros haviam feito a seu lado”. (Miguel Torga, Os bichos). É, leitor, cão que ladra não morde. Câmara Cascudo 21 interessantes histórias. Começa com “Argos, o cão de Ulisses” e termina com “Cão”, de Moacyr Scliar. Não deixem de ler estes contos de cães e gatos. Eles são realmente pequenas joias da literatura ocidental. Criar um cachorro e uma gata é também um pequeno deleite. Caipirinha e Bukowsky são personagens que fugiram dos livros e vieram povoar minha casa. Afinal, quem avisa amigo é. Gato escaldado tem medo de água fria, mas os cães ladram e a carruagem passa. B Miguel Torga Edgar Allan Poe Na verdade, tanto o cachorro como o gato rendem bons momentos literários. Se você for como São Tomé que só acredita vendo, o negócio é ler o delicioso livro “Os melhores contos de cães e gatos”, organizado pelo jornalista e tradutor Flavio Moreira da Costa. Lá, podemos comprovar que tanto os felinos como os caninos são mesmo inspiradores das mais elaboradas narrativas. Flávio acertou a mão na escolha dos contos. O leitor poderá se deleitar com 22 contos de bichanos. Tem desde “O Gato de Botas”, de Charles Perrault, passando por “O gato que andava sozinho”, de Kipling, até o famoso conto popular anônimo “O pulo do gato”. Já quanto à cachorrada, são Flavio Moreira da Costa Kenia Maria de Almeida Pereira - doutora em Literatura Brasileira pela Unesp/São José do Rio Preto-SP e professora colaboradora do Mestrado em Teoria Literária da Universidade Federal de Uberlândia-MG. Autora de artigos científicos e livros sobre literatura brasileira, dentre eles, Machado de Assis: outras faces, publicado pela editora Aspecttus ([email protected]) 101 ∞ Mercado Agosto 2010 MProfissões em Filme Amor sem escalas Sinopse Ryan Bingham é um consultor que tem a tarefa de demitir funcionários para cortar os gastos das empresas. Quando não está no trabalho, gosta de passar o tempo em quartos de hotéis pouco conhecidos e cabines de voo. Com uma carta de demissão na mesa de seu chefe e a promessa de trabalho em uma misteriosa firma de consultoria, Bingham está perto de conquistar o seu principal objetivo: conseguir um milhão de milhas como passageiro. Baseado no livro escrito por Walter Kirn. POR Kelson Venâncio Nesta edição, escrevo sobre um filme que já está nas locadoras e que é ideal para empresários ou qualquer outro tipo de profissional que passa a maior parte do tempo viajando a negócios e mal tem tempo para ficar em casa ao lado da família ou dos amigos. É exatamente o retrato de milhares de pessoas que conhecem os mais diferentes lugares, mas acabam perdendo a identidade justamente por estarem se relacionando sempre com culturas diversas, com pessoas diferentes e ao mesmo tempo vivendo uma solidão, uma ilusão. Quando saiu a lista com as produções indicadas ao Oscar 2010, algumas indicações à categoria de melhor filme me causaram surpresa. A primeira delas foi “Up - Altas Aventuras”, que acredito que merecia no máximo disputar como melhor animação. A segunda foi ver o nome de “Amor sem escalas” entre os favoritos. Mesmo ainda sem ter assistido, logo pensei: “uma comédia romântica disputando essa categoria?” Mercado Agosto 2010 ∞ 102 Mas depois de assistir ao filme entendi o porquê da indicação. Ele conta a história de um sujeito que tem o trabalho de demitir empregados de companhias cujos executivos não têm coragem de fazer o “serviço sujo”. O longa chega a usar não atores, pessoas comuns demitidas recentemente nos papéis daqueles que aqui recebem a perturbadora notícia dos lábios do personagem vivido por George Clooney. O homem que, voando de um lado a outro do país para cumprir essa terrível função, já não se enxerga como alguém que tenha um lar ou mesmo familiares que o prendam a um lugar específico. Amor sem escalas se torna eficiente no seu propósito, já que nos mostra uma pessoa que vive uma falsa felicidade. O personagem de Clooney, Ryan Bingham, é alguém que ama viajar pelo mundo, mesmo que seja a trabalho, e adora exibir cartões de locadoras de carro, hotéis e empresas aéreas. Tem um único objetivo na vida: acumular milhas e receber o cartão gold por ser um dos poucos a conseguir a façanha. Não pensa em se casar ou ter filhos e até ministra palestras para incentivar as pessoas a abandonarem coisas importantes, mas que pra ele não significam nada. Mas quando conhece uma executiva que, assim como seu personagem, vive viajando, acaba se apaixonando. Além disso, algumas mudanças na empresa em que trabalha fazem com que ele comece a enxergar que na verdade vive uma ilusão, uma vida solitária. George Clooney mais uma vez está excelente. Além de muito carismático, interpreta a frieza de Ryan Bingham com perfeição. O mesmo se pode dizer de Vera Farmiga, que faz de Alex uma mulher segura, sensual, madura e inteligente, mas que por trás disso deixa transparecer que é alguém sensível. Já a jovem Anna Kendrick faz um importante papel, da novata que tem uma postura mais idealista, mas que acaba sendo influenciada por Bingham em alguns momentos. Kendrick trabalha bem, mas em alguns pequenos momentos comete alguns deslizes, como na engraçada mas totalmente artificial cena em que ela chora porque o namorado a abandonou. A boa direção de Jason Reitman (o mesmo de Juno) é outro destaque. Logo no início ele nos mostra o personagem principal arrumando as malas para mais uma viagem. A boa edição e os efeitos sonoros nos fazem entender a familiaridade de Bingham com o que está fazendo. Ele parece um “ninja” em arrumar sua bagagem. A direção é consistente. A ilustração do romantismo do “casal” com um plano mostrando duas malas juntas sendo arrastadas pelo aeroporto é outro acerto. A foto dos noivos que vão se casar carregada por Bingham por toda parte nos mostra a contradição existente entre a família e o homem solitário. Apesar de algumas pequenas falhas, “Amor sem escalas” é um ótimo filme e mereceu estar entre os indicados ao Oscar. Ele foi indicado em seis categorias ao Oscar 2010, mas não conseguiu levar nenhuma estatueta. B Ficha Técnica Amor sem escalas (Up In The Air) Direção: Jason Reitman Elenco: Anna Kendrick, Danny McBride, Vera Farmiga, Melanie Lynskey, George Clooney Roteiro: Sheldon Turner e Jason Reitman Nota 8 Kelson Venâncio - jornalista e diretor do Cinema e Vídeo www.cinemaevideo.com.br 103 ∞ Mercado Agosto 2010 MSustentabilidade Investir em ações sustentáveis vale a pena Sustentabilidade é critério para liberação de crédito e ganha incentivos com linhas de financiamento especiais Sustentabilidade tem sido um tema muito discutido no meio corporativo, mas o conceito ainda é visto como uma proposta voluntária para aqueles que aderem a ela. A verdade é que a SUSTENTABILIDADE tem que ser entendida como um princípio norteador de qualquer atividade empresarial e até humana, visto que não existe como retroceder nessa cultura que, definitivamente, está se consolidando. Então não estamos falando mais de uma tendência, mas de uma nova política corporativa essencial em todas as vertentes e setores de negócios. Além de ser um princípio pelo qual o comportamento e as estraté- gias são implementados nas empresas, a sustentabilidade resulta de forma efetiva em lucro para o negócio quando inserida em políticas e práticas corporativas. Diminui custos, reduz riscos, principalmente os futuros, evita desperdícios, melhora relacionamentos entre as partes interessadas e gera lucros e dividendos aos acionistas. Por outro lado, os indicadores de sustentabilidade nas empresas são critérios adotados inclusive para liberação de crédito nos principais bancos públicos e privados, que trabalharam na criação de linhas de financiamento especiais para a implantação de políticas e práticas sustentáveis nas empresas. O Protocolo Verde Criado em 1995, o primeiro modelo do Protocolo Verde reuniu os principais bancos públicos federais brasileiros, dentre os quais o BNDES, o Banco da Amazônia, a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste no intuito de instituir políticas sustentáveis nos procedimentos e operações das instituições financeiras. O documento também pretende estabelecer um compromisso para que os bancos concedam financiamento aos setores que se comprometam com a sustentabilidade ambiental e isso é o mais significativo. A partir de então, são considerados os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos, além das análises de risco de clientes e de projetos de investimento, tendo a Política Nacional de Meio Ambiente por base. A Caixa Econômica Federal já disponibiliza produtos de crédito específicos para atividades e ações socioambientais, além de oferecer condições diferenciadas para projetos com este fim. Cinco bancos públicos já assinaram a proposta: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal (CEF), o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste Brasileiro (BNB) - todos signatários do protocolo. A primeira linha de financiamento para Reserva Legal foi lançada em março de 2010 com o Programa BNDES de Apoio à Compensação Florestal, que promove a regularização da reserva legal em propriedades rurais destinadas ao agronegócio e contribui para a preservação e valorização das florestas nativas e dos ecossistemas remanescentes. O orçamento será de R$ 300 milhões, com prazo até 31 de dezembro de 2012. O ônus relativo à restauração, recomposição e manutenção das RL, muitas vezes alto, sempre foi um grande empecilho à adesão dos empreendedores à política de conservação e preservação das Reservas Legais. Bancos públicos e privados aderem a essa proposta Desde 2008, o Unibanco e a IFC (International Finance Corporation braço financeiro do Banco Mundial) firmaram um acordo para o estabelecimento de uma linha de crédito voltada ao financiamento de projetos e atividades ligados à sustentabilidade, como produção mais limpa, energia renovável e construção sustentável. A linha de crédito de US$ 75 milhões é o quarto projeto da IFC com o Unibanco. O Banco Real oferece linhas específicas para implementação de produtos e processos relacionados a Acessibilidade, Produção ou Processos Mais Limpos, Energias Renováveis/Eficiência Energética, Saúde e Educação, Empreendedorismo e Boa Governança e Produtos Certificados e Consumo consciente. A Agência de Fomento Paulista Nossa Caixa Desenvolvimento lançou em julho de 2010 a Linha Economia Verde, carteira especial de financiamento para projetos empresariais que contribuam com a redução das emissões de gases de efeito estufa. Criada com o objetivo de apoiar o atendimento das metas estabelecidas pela Política Estadual de Mudanças Climáticas, a Linha Economia Verde financia até 100% dos investimentos necessários para o desenvolvimento de projetos que contribuam com a redução das emissões de CO2. Para assegurar que sua política de investimentos e concessão de crédito esteja em linha com as referências globais de sustentabilidade, o Grupo HSBC implantou, em 2004, uma série de Diretrizes Ambientais para a concessão de crédito sustentável. Atualmente possui diretrizes específicas nos setores de florestas e produtos florestais, água doce, indústria química, energia, mineração e indústria de metais, treinando seus colaboradores para melhor avaliar os projetos propostos pelas empresas. O HSBC continua incluindo diretrizes para novos setores. A Política de Crédito Bradesco, definida pela Diretoria Executiva, em consonância com as normas do Banco Central do Brasil, é um conjunto de critérios e procedimentos que devem ser adotados nas análi- ses dos clientes e dos negócios propostos para pessoas físicas e jurídicas, visando ao atendimento dentro dos parâmetros de qualidade, agilidade e segurança, destinada ao Banco Bradesco, Leasing, Consórcios, Cartões e BBI. Dependendo do segmento de atividade do proponente, constante nas Listas de Alerta e Restrição, faz-se necessária uma avaliação mais rigorosa da conveniência e interesse na concessão do financiamento, em vista de possíveis riscos de imagem ou de reputação decorrentes. Adicionalmente determinadas atividades de negócios embutem maior potencial de risco socioambiental, devendo merecer uma análise mais crítica sob o prisma social e ambiental no processo de deferimento do financiamento. Assim, a justificativa de que implantar uma política sustentável na empresa é inviável economicamente já não pode ser utilizada. Finalizando: faz parte do negócio investir em sustentabilidade. Fontes e sites para consulta: www.hsbc.com.br - www.bradesco.com.br - www.bancoreal.com.br - www.santander.com.br www.bndes.gov.br - www.bancobrasil.com.br - www.caixa.gov.br - www.financialweb.com.br Dia a Dia Sustentável Seminário de Responsabilidade Social da FIEMG em 11 de agosto: sucesso total! Seis palestras, momento cultural com Viola de Nós e participação maciça das empresas socialmente responsáveis de Uberlândia – Mais de 200 participantes. Programa de Responsabilidade Social Reviver: ISO OLHOS promoveu em julho com a TV Integração, o Dia da Saúde Ocular com o apoio do CINTAP, Eco Instituto INDERC e FIEMG. As empresas e voluntários interessados em cadastrar seu comitê devem entrar no site www.fiemg.com.br e acessar o ícone de Responsabilidade Social, ou pelo telefone 34 3230 5269. Cadastre seu comitê até o dia 28 de agosto e publique seu exemplo! Lançamento do Empresário Herói 2010 será na última semana de agosto. Fique ligado e participe! B Este espaço se reserva a notícias e/ou projetos socioambientais. O conteúdo aqui publicado é de responsabilidade do CINTAP, através do Eco Instituto INDERC, mas está aberto também para outras pessoas, empresas ou instituições que queiram divulgar assuntos pertinentes ao seu propósito. Informações com Daniela Dias, gerente de Projetos do Eco Instituto INDERC, através do telefone 34 3230 5200 ou do e-mail [email protected]. Acesse: www.inderc.org.br e siga: www.twitter.com/cintap2010 - www.twitter.com/ecoinstituto 105 ∞ Mercado Agosto 2010 MDica de Leitura Livro sobre custos na indústria gráfica chega às livrarias Mercado Agosto 2010 ∞ 106 D irecionado a empresários, profissionais e estudantes da indústria de impressão, Vender, controlar, melhorar é o título do livro do empresário Osmar Barbosa, lançado em junho no evento setorial ExpoPrint Latin América, em São Paulo. O livro traz um completo panorama dos diferentes processos produtivos desta indústria, estudando seu ambiente de negócios e buscando enfatizar as melhores práticas disponíveis para a efetiva determinação dos custos de produção e formação de preços. Escrito em linguagem acessível, até mesmo para leitores não técnicos, a obra aborda aspectos essenciais da impressão em off-set, rotogravura, flexografia, serigrafia e impressão digital e apresenta um completo roteiro dos elementos relacionados ao custeio dos pro- dutos, compreendendo os custos diretos e os chamados “custos invisíveis”, como tempos de reparo ou limpeza de máquinas e destinação das aparas de papel. Além de descrever e comentar os diferentes sistemas de custo e precificação utilizados pela indústria, Osmar Barbosa elenca os passos a serem dados para a definição do roteiro de produção e oferece fórmulas práticas para o cálculo do tempo das operações de transformação e valoração dos seus custos. O estudo compreende também uma descrição das características da indústria gráfica e suas formas de controle, organização e especificidades de mercado. Todos os processos relacionados à produção e ao negócio são abordados sob a ótica da obtenção dos melhores resultados em termos de agilidade, acuracidade e competitividade no controle de custos e formação de preços dos produtos. O conteúdo abrange ainda estudos sobre o relacionamento da gráfica com seus clientes, fornecedores de insumos e prestadores de serviço de terceirização de processos e seu impacto nos custos finais. Um dos objetivos explícitos da obra está na disseminação de metodologias de gestão integrada dos processos na indústria gráfica, compreendo-se aí o emprego de métricas de desempenho capazes de quantificar resultados ao longo de todo o processo de negócio no setor. Ao final, o livro de Osmar Barbosa discute as novas tendências em tecnologia de produção capazes de trazer agilidade e reduzir custos, como é o caso do emprego do protocolo JDF na integração da pré-impressão com os demais processos de negócio. B Sobre o autor Osmar Barbosa é formado em Processamento de Dados e Administração de Empresas. Iniciou sua vida profissional em 1982, sempre dedicado ao desenvolvimento de sistemas informatizados voltados para a indústria gráfica. Em 1998 fundou a Metrics Sistemas de Informação, empresa especializada em sistemas de gestão para empresas do setor de impressão (www.metrics.com.br). Como diretor geral da Metrics, coordenou o desenvolvimento de sistemas integrados para gestão comercial, orçamentos e custos, planejamento e controle de produção, materiais e administração financeira. Sistemas estes utilizados atualmente nas mais importantes empresas gráficas no Brasil e América Latina. Vender, controlar, melhorar tem 120 páginas e, além da venda em livrarias, será distribuído para entidades de ensino e pesquisa relacionadas ao setor gráfico e de embalagens. À venda também através do site www.metrics.com.br. O preço de capa é R$ 39,00. 107 ∞ Mercado Agosto 2010 MBazar Novidade para o combate às rugas Com a fusão de três tecnologias antienvelhecimento - o retinol, o ácido hialurônico e os biopeptídeos - a nova linha RoC® Wrinkle Correxion chegou às farmácias de todo o Brasil para competir no mercado de dermocosméticos, que só em 2009 teve um faturamento de R$ 640 milhões. Para mulheres a partir dos 30 anos, a nova linha antirrugas RoC® Wrinkle Correxion conta com quatro versões: dia, noite, serum e olhos. Além da fórmula pioneira, que garante rápida absorção e tem textura agradável, a nova linha tem uma fragrância muito agradável, de base floral. As embalagens são modernas e práticas, com um dispositivo “pump” que facilita a aplicação e garante dosagem correta do produto. Conheça os produtos da linha RoC® Wrinkle Correxion: RoC® Creme Hidratante Dia (40ml) - com textura leve em creme superfície. Além disso, por conta da presença de substâncias hidratantes, como a glicerina, hidrata intensamente a pele. Vem em embalagem com dispositivo “pump”. Preço: R$ 144,00 e rápida absorção, combate as rugas além da superfície e hidrata a pele, protegendo-a também dos radicais livres graças à presença de antioxidantes. De uso diurno, vem em embalagem com dispositivo “pump”. Preço: R$ 144,00 RoC® Creme Hidratante Intensivo Wrinkle Correxion Noite (40ml) - com textura em creme, sem ser oleoso, o produto é de uso noturno e combate as rugas além da RoC® Serum Hidratante Wrinkle Correxion (30ml) - indicado para peles mistas a oleosas, combate as rugas além da superfície com uma fórmula leve e de rápida absorção. De uso diurno e noturno, vem em embalagem com dispositivo “pump”. Preço: R$ 139,00 RoC® Creme Hidratante Wrinkle Correxion Olhos (15ml) - com textura leve, em creme, com rápida absorção, combate as rugas além da superfície na região dos olhos e ainda reduz as olheiras graças à tecnologia de “captadores de luminosidade”. De uso diurno e noturno. Preço: R$113,00 D-Link lança roteador 3G com suporte para tecnologia wireless 150 Mbps Roteador 3G DIR-412 Mercado Agosto 2010 ∞ 108 A D-Link, líder mundial no fornecimento de soluções de redes, segurança, armazenamento de dados e vigilância IP, anuncia o lançamento do roteador 3G DIR-412, que se destaca por ser compatível com todas as operadoras de telefonia celular e apresenta como principal inovação o suporte para tecnologia wireless 150 Mbps (megabits por segundo). Dessa forma, proporciona uma maior velocidade para transferência de dados em comparação com os demais roteadores 3G disponíveis no mercado brasileiro. O preço sugerido do produto é de R$ 249,00. Também com suporte para funcionalidade de backup 3G, o DIR412 mantém a conexão da Internet sempre ativa, transferindo a conexão wireless automaticamente para a rede 3G em caso de queda da conexão de banda larga fixa. Para garantir total segurança da navegação na Internet, o DIR-412 oferece compatibilidade com os padrões de criptografia WPA (WiFi Protected Access), WPA2 e WEP (Wired Equivalent Privacy), que são mecanismos de proteção desenvolvidos para impedir o acesso à rede por pessoas não autorizadas e evitar ataques de hackers. Yelcho: um vinho para os amantes da vida ao ar livre Inspirada pela pesca com moscas, considerada uma das formas mais artísticas e antigas dessa atividade, a Viña Ventisquero apresenta a nova linha Yelcho, que traz dois tintos e um branco que vão harmonizar com os apreciadores de espírito jovem e amantes da liberdade. Batizada com o nome de um lago cravado na Patagônia Chilena, a Yelcho desembarca no mercado brasileiro e expressa em seus rótulos toda a magia de um local circundado por montanhas, geleiras e florestas nativas, considerado um verdadeiro paraíso para os praticantes do fly fishing - como também é conhecida a pesca com mosca. De categoria Reserva Especial, a Yelcho traz as variedades Carménère, Cabernet Sauvignon e Sauvignon Blanc. Proveniente do Valle de Colchagua, o Carménère apresenta aroma de frutas negras, taninos suaves e toques de chocolate. Também vindo de Colchagua, no Yelcho Cabernet Sauvignon as notas de frutas vermelhas aparecem harmonizadas com toques de baunilha. O exemplar branco da linha foi elaborado com uvas Sauvignon Blanc provenientes dos vinhedos de Lolol e apresenta aspecto cristalino, cor verde pálida, aromas de frutas frescas como abacaxi, grapefruit, limão, pera e notas minerais. Os vinhos Yelcho são trazidos ao Brasil com exclusividade pela Cantu Importadora. Valores médios entre R$ 30,00 e R$ 35,00. SAC 0300.210.1010 - www.cantu.com.br A MBazar Genius lança web cam com visão noturna A novidade da Genius (uma das fabricantes líderes mundiais em acessórios para PCs, imagem, som e games) desta vez é a web cam 1325R eFace, com recurso para conversas ou videoconferência no escuro ou em ambientes com pouca iluminação, por meio da tecnologia de visão noturna por infravermelho. A 1325R eFace utiliza quatro LEDs infravermelhos, para que o usuário tenha excelente qualidade ao bater papo no escuro ou em locais com péssimas condições de iluminação. Seu sensor é de 1.3 mega pixel, que permite a visualização de mais detalhes com imagens níti- Mercado Agosto 2010 ∞ 110 das e cores perfeitas, inclusive com a gravação na velocidade de nove frames por segundo (fps). Além disso, o ângulo de visão (para cima e para baixo) é de 100º e a lente dessa nova web cam da Genius é multicamada e ajustável, para que o usuário tenha total controle do foco. Esse modelo vem com o programa CrazyTalk Cam Suite para efeitos especiais, como alterar a fala de um avatar, expressões faciais e acrescentar acessórios ao rosto no bate-papo online. Conheça o que é possível fazer com essa suíte no tutorial: www. geniusnet.com/event/webcam/. A 1325R eFace custa R$ 106,99. 1325R e Face Novo walkman Sony leva música até debaixo d’água Para quem gosta de praticar atividades esportivas ouvindo música e tem receio de molhar o aparelho de MP3 player com suor ou garoa, essa preocupação acabou. A Sony trouxe ao Brasil, em julho, o novo modelo de walkman NWZ-W252 que, além de ser à prova de suor e garoa, também pode ser lavado para eliminar sujeiras. Integrante da série W, o NWZ-W252 tem capacidade de 2GB de memória e está disponível nas cores preto, branco, rosa e verde limão. Permite ouvir até 11 horas de música ininterrupta e ainda encontrar arquivos que se quer escutar de forma muito mais fácil e intuitiva, por meio da função zappin. Os comandos do aparelho ficam conectados aos próprios fones de ouvido, o que facilita a utilização durante a prática de atividades físicas, por não ser preciso carregar o produto em outro local. O NWZ-W252 é compatível com MP3, WMA, AAC e Linear PCM. Com a função drag & drop é possível arrastar as músicas direto de um computador para o tocador, sem necessidade de nenhum software. O modelo chega ao mercado pelo preço sugerido de R$ 299 e estará disponível no site www.sonystyle.com.br e nos sites das revendas autorizadas. B Walkman NWZ-W252 da Sony 111 ∞ Mercado Agosto 2010 MCausosEmpesariais A camareira (Uma aula sobre serviço) POR Nege Calil* Maria entrou na sala do gerente do hotel ressabiada, visivelmente amedrontada. Ela nunca havia sido chamada lá, em quase três anos de serviços prestados à empresa como camareira. - Pois não? - arriscou com a voz trêmula. O gerente era um homem franzino, baixo, de feições miúdas e se atrevia a usar óculos escuros tão grandes que lhe cobriam a face da sobrancelha até próximo à boca. Com o paletó surrado e listrado que usava naquele dia, parecia uma abelha sem asas! A voz extremamente grossa não combinava com seu porte físico; às vezes, em nossas conversas, eu tinha a impressão de que ele estava sendo dublado. - Senta aí, Maria! - indicou a cadeira, com seu costumeiro gesto autoritário. - Tô bem de pé! - ela respondeu timidamente, na esperança de não se demorar muito. - Senta! - ordenou. Posicionada à beira da cadeira, apertando as mãos, Maria dava sinais de mais aflição. - O que você sabe sobre esse negócio dos hóspedes quererem ficar só no 4º e 5º andares? - Sei nada não, senhor! - Como não? É você quem limpa esses andares! - Sei nada não! - com a voz embargada. O excesso de perguntas a deixou trêmula, visivelmente receosa. Percebendo sua aflição, resolvi intervir: - Maria, há quanto tempo você trabalha aqui no hotel? - Ah, “tem um tempo”! Já “tá beirando” os três anos. - Soubemos que você está fazendo um bom trabalho! Alguns clientes elogiaram sua postura e queremos que fale conosco sobre isso. Mais relaxada, arriscou-se a perguntar: - O que eles falaram, doutor? - Que gostam de seu trabalho! - respondi. Sabe nos Mercado Agosto 2010 ∞ 112 dizer o que você faz de diferente? - Não faço nada, não! Limpo os quartos, recolho as roupas sujas, verifico o frigobar... - Você costuma conversar com eles? - insisti. - Ah, eu falo “bão dia”, pergunto como eles “tão”... - E o que mais? - Pergunto como eles gostam que eu arrume o quarto deles, principalmente os que vêm muito aqui pro hotel. Pergunto se querem que eu dobre as camisas ou as deixe penduradas... essas coisas, doutor! - Por que você faz isso? - Se o senhor acha que não estou fazendo o serviço certo, não faço mais nada disso! (Aparentou medo novamente). - Calma! - aproximei-me dela a fim de tranquilizá-la novamente. É justamente porque eles gostam de seu serviço que queremos entender suas atitudes. Aceita uma água? Um café? (Ofereci) - Quero não senhor! Obrigada! - Então, Maria, por que você pergunta a eles sobre a forma de dobrar as peças ou de limpar o quarto? - Uai, porque eu quero que eles se sintam como se estivessem em suas casas. Eles viajam muito, ficam longe da esposa, da família... deve ser triste, né? Aí, eu quero arrumar o quarto pra eles se sentirem em casa. - Que bom, Maria! - elogiei. E o que mais? - Eu sempre deixo um bilhetinho pra eles, “de bão dia”! É que... (envergonhada pela pouca alfabetização) eu não sei escrever muita coisa... - Continue! - estimulei. - Uai, lá perto de casa tem um cemitério. E a Vanilda, minha vizinha, vende flores lá na porta para as pessoas que vão visitar os túmulos. De vez em quando, sobram uns “cravos de defunto”, aquelas flores amarelas, conhece? - Conheço! E o que você faz com os cravos? - A Vanilda me dá algumas sobras, que ninguém quer comprar porque murcharam. Aí, eu reformo os cravos, amarro com essas fitinhas coloridas, baratinhas, e ponho nos quartos aqui. Não é nada além disso, doutor! Maria não tinha noção da riqueza que ela criara! Ela construiu um relacionamento ímpar com cada cliente, que deixaria qualquer profissional de marketing encantado. Mesmo pouco divulgada a teoria do foco no cliente nessa época, Maria já a praticava. Mais tarde, tive acesso a alguns bilhetes que ela mencionara - “tenha 1 dia filis (feliz)” / “bão dia di trabalio”. O português errado passava despercebido diante de tanto carinho transmitido. Maria demonstrava um grande conhecimento sobre serviço! O gerente não abriu mais a boca enquanto ela falava. Ficou estático! Apesar de meu esforço, não pude identificar sua expressão facial, por trás daquele para-brisa que ele insistia em chamar de óculos! Meus olhos lacrimejaram diante do restante de seu relato. Chegava a ser pueril o conceito de atendimento praticado por ela. Maria saiu mais tranquila da sala, assim que terminou a aula que nos deu sobre atendimento. Eu a agradeci e o gerente murmurou algo indicando que se despedia dela. Foi aí que “o caldo entornou”, como se diz aqui em Minas! Eu era consultor novo em gestão de pessoas e minha pouca experiência me atirou numa armadilha! Fiquei muito empolgado com o que acabara de testemunhar e facilmente convenci o gerente do hotel a padronizarmos o estilo de atendimento mencionado por Maria. Investimos horas e horas em treinamentos para que todos os funcionários passassem a exercer a mesma postura da camareira. Os bilhetes passaram a ser impressos em papel especial, com dizeres de alguns autores famosos. Criamos uma comissão de escolha de mensagens e palavras que tocariam as pessoas. Substituímos os cravos por flores mais nobres e instituímos o ritual de perguntas a serem feitas aos clientes. Hoje sei que padronizamos apenas os procedimentos, o que não é suficiente. Apesar do esforço na capacitação das pessoas sobre os novos rituais estabelecidos, não demos importância a um processo de educação e gestão que pudesse despertar o real desejo de atender, a satisfação em servir. Maria amava o que fazia! Essa característica era dela e multiplicá-la numa empresa significa investir numa liderança que proporcione a fluidez de sentimentos, e que torne o desejo de servir uma marca de cada profissional e de cada empresa. Meus erros não pararam por aí! Erroneamente defendi a promoção de Maria e o resultado não podia ser outro: perdemos a melhor camareira e ganhamos uma péssima líder. Sem o mínimo perfil de liderança, pouco tempo depois ela pediu pra sair. Alegou saber ser colega, mas não chefe. Com essa atitude, recebemos outra aula! Teríamos acertado se não partíssemos da velha forma de fazer gestão de pessoas baseada na reprodução e até na mimetização de alguns comportamentos. A técnica, por si só, não garante o despertar da verdadeira satisfação pelo trabalho, mola propulsora das boas atitudes tão esperadas em serviços. Quanto à Maria, sentindo-me responsável por seu desligamento, cuidei pessoalmente de sua recolocação no mercado. Anos depois, alçou outros voos e nunca mais tive notícias dela. Onde quer que esteja, fique com minha gratidão, doutora! B Nege Calil é consultor e especialista em gestão de pessoas [email protected] 113 ∞ Mercado Agosto 2010 MGeral Morumbi ganha centro de formação infanto-juvenil DA Redação Fachada da nova sede do Instituo Politriz no Morumbi Mercado Agosto 2010 ∞ 114 No dia 31 de julho, a comunidade do Bairro Morumbi, de Uberlândia, foi beneficiada com a inauguração das novas instalações do Instituto Politriz, um centro de formação que atende crianças e adolescentes oriundos de famílias menos favorecidas. Com isso, agora em espaço mais amplo, moderno e equipado, o Instituto passa a ter mais condições para atendimento à população nas áreas educativa, profissionalizante e esportiva. Segundo a administradora do Instituto Politriz, Dorisnei Firmino Costa, em conformidade com a nova estrutura, as crianças e adolescentes do Bairro Morumbi, com idade entre 7 e 13 anos, terão à disposição gratuitamente no novo centro serviços como: aulas de informática, idiomas, esportes (caratê, aikido e capoeira), teatro, dança, musicalização com instrumentos recicláveis e ainda oficinas de artes plásticas. “O Instituto Politriz atende atualmente no Morumbi cerca de 60 crianças, mas a nossa meta e chegar a 100, preenchendo assim todas as nossas vagas disponíveis”, informa Dorisnei. As novas instalações do Instituto Politriz custaram investimentos na ordem de R$ 170 mil reais. Além das atividades educativas, profissionalizantes e esportivas, as crianças e adolescentes atendidos no centro do Instituto Politriz do Morumbi ganham ainda alimentação, sendo café e almoço para a turma da manhã e café e jantar para a turma da tarde. A história do Instituto Politriz no Bairro Morumbi remonta de há dois anos através de pequenas obras de cunho social. Um ano depois o atendimento foi ampliado com a abertura de uma escolinha de futebol e agora, no dia 31 de julho, foram inauguradas as novas instalações, isso graças à iniciativa da empresa Politriz, que com o apoio da Prefeitura de Uberlândia mantém o instituto, depois disso, com mais condições de prestar um melhor atendimento às crianças e adolescentes carentes daquela região da cidade. Lembrando que o Instituto Politriz já atende a comunidade do Bairro Custódio Pereira, onde, inclusive, está localizada a sua sede. No destaque, Lázaro dos Reis Magalhães, diretor-presidente da Politriz, empresa mantenedora do instituto que leva o seu nome 115 ∞ Mercado Agosto 2010 MGeral Le Lis Blanc inaugura loja em Uberlândia “Olhe para a mulher no vestido. Se não houver nenhuma mulher, não haverá nenhum vestido.” A frase da legendária Coco Chanel diz muito sobre o conceito da Le Lis Blanc. Quando criou a marca, Traudi Guida sabia que por trás de um belo desenho e da excelência do tecido, a roupa deveria ter identidade e cumplicidade com quem a vestisse. “Sempre acreditei na minha tradução da moda que a mulher brasileira gostava. Corremos o mundo, pesquisamos tendências, mas adaptamos tudo às características, ao biótipo e à alegria tropical de nossas clientes”, diz. Seguindo essa filosofia, a Le lis Blanc inaugurou no dia 10 de agosto a sua primeira loja em Uberlândia, no Center Shopping. Le Lis Blanc Deux é uma das principais empresas varejistas do setor de vestuário e acessórios de moda feminina de alto padrão no Brasil. A primeira loja da marca foi inaugurada em 1988, no Shopping Iguatemi. Em apenas cinco anos, quebrou barreiras do mundo “fashion” e juntamente com a abertura de mais três lojas, criou coleções de roupas femininas antecipando os desejos de mulheres modernas, dinâmicas, consumidoras exigentes e que tem como foco estilo e custo/benefício e que procuram roupas muito femininas, feitas para embelezar, adaptadas ao corpo e ao gosto da brasileira. Nova técnica melhora a visão sem cirurgia nem medicamentos Especialista revela benefícios de treinar o cérebro a enxergar melhor Dos inúmeros avanços da oftalmologia, uma nova técnica não-invasiva - amplamente testada e cientificamente comprovada - começa a ser empregada também no Brasil a fim de melhorar a visão para perto de quem já passou dos 40 anos, bem como daqueles que sofrem de ambliopia (olho preguiçoso) ou passaram por cirurgia ocular. Trata-se do programa RevitalVision. De acordo com o médico oftalmologista Renato Neves, diretor do Eye Care Hospital de Olhos, o pon- to alto do programa que estimula a neuroadaptação é ensinar o cérebro a enxergar melhor sem cirurgia, sem óculos, sem medicamentos e sem riscos ou efeitos colaterais. “A técnica consiste num programa de 20 sessões de 20 minutos de treinamento cada, que o paciente pode realizar com o auxílio do computador e o monitoramento de um profissional habilitado. Esse procedimento foi baseado no estudo do Prêmio Nobel Dennis Gabor e conta com aprovação do FDA americano para seu uso. Geralmente, depois da décima sessão a pessoa já nota mais facilidade para ler jornal, enxergar em locais com baixa luminosidade e executar tarefas que antes exigiam o uso de óculos para perto”, diz o especialista. Neves, que já está utilizando a nova técnica em seus pacientes, explica que durante as sessões a pessoa é submetida a diversas tarefas visuais que consistem em focar imagens com padrões ligeiramente diferentes no contraste, orientação e tamanho. “Praticando os exercícios duas ou três vezes por semana, o cérebro aprende a ser mais eficiente e a melhorar o processo da visualização, elevando a acuidade em duas linhas da tabela oftalmológica. E o melhor é que não há restrições para se enxergar melhor, nem em termos de idade, nem de condição física. Basta ter acesso a um computador e ter disciplina para realizar as sessões de acordo com as recomendações do oftalmologista”. Fonte: http://www.revitalvision.com/Doctors/ScientificBackground/ Mercado Agosto 2010 ∞ 116 Sindmob lança Caderno de Referência Mobiliária O Sindicato das Indústrias de Marcenaria e do Mobiliário do Vale do Paranaíba (Sindmob) promoveu no início de agosto o lançamento do Caderno de Referência em Mobiliário 2011, durante evento para convidados na sede da Fiemg Regional Vale do Paranaíba. O Caderno contém as novidades desenvolvidas pelos empresários mineiros em design de móveis, beleza, sofisticação e praticidade. De acordo com o presidente do Sindmob, Ruy Gouveia Mendes, trata-se de uma ferramenta importante para deixar os empresários atentos às novidades do mercado. “A indústria moveleira está em constante evolução e o Caderno, além de dar uma visão do futuro, afinal é de 2011, também nos mostra de forma ampliada o mercado, pois não contém somente a realidade do Triângulo Mineiro, mas também de Minas Gerais. Isso nos faz perceber se estamos atrasados ou conseguimos caminhar de acordo com as novidades”, completa. Concurso dos Correios é adiado para novembro DA Agência Brasil O concurso público dos Correios, para preencher 6.565 vagas em todo o país, será realizado no dia 21 de novembro. As provas estavam previstas para serem aplicadas em setembro, mas o presidente dos Correios, David José de Matos, disse que a seleção foi adiada por problemas de logística e segurança. Segundo ele, serão contratados quatro mil funcionários temporariamente para suprir a demanda da empresa até o fim do ano. Os concursados deverão começar a ser contratados até janeiro. “Esse atraso não trará prejuízo significativo, acho melhor a gente trabalhar com segurança”, disse. O presidente explicou que algumas pessoas se inscreveram para concorrer a mais de um cargo no concurso. Um total de 1.064.209 candidatos se inscreveram para participar do concurso, que teve o edital publicado no fim do ano passado. Os salários vão de R$ 706,48 a R$ 3.108,37. 117 ∞ Mercado Agosto 2010 MGeral Pesquisa confirma que andador não prejudica bebês Na década de 1980, o andador foi bastante usado e, por isso, condenado pela maioria dos pediatras sob a acusação de que o aparelho poderia provocar uma dissociação entre o equilíbrio e a marcha, retardando o desenvolvimento da coordenação motora das crianças. Porém, uma recente pesquisa realizada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) mostra que o andador não traz prejuízos nem benefícios para o bebê. Foram divididos em dois grupos (os que usavam andador e os que não usavam) 40 bebês entre 8 e 9 anos de vida. Todos foram acompanhados durante nove meses. Os pais receberam um diário onde marcavam o desenvolvimento do bebê no aparelho, o tempo e a forma de uso, assim como os acidentes provocados por ele. Em relação às duas primeiras questões, não houve nenhuma diferença entre os dois grupos e todos os bebês apresentaram desenvolvimento normal, aprendendo os movimentos corretamente e no tempo adequado. Mas se o andador não prejudica o bebê, por que a maioria dos pediatras é contra o uso do aparelho? Quem dá a resposta para esta pergunta é o ortopedista pediátrico do Hospital Orthomed Center, Celso Santos. “A sensação de liberdade que o andador oferece é ilusão. O andador não deixa a criança explorar adequadamente o espaço em que está. Um simples objeto no chão e que desperte a atenção do bebê passa a se tornar algo inalcançável para o peque- expediente Diretor Eduardo J. L. Nascimento [email protected] Conselho Gestor Eduardo J. L. Nascimento, Evaldo Pighini, Fernando Martini Conselho Editorial Paulo Sérgio Ferreira, Janaina Depiné, Analu Guimarães, Dr. Joemilson Donizetti Lopes, Marconi Silva Santos, Pedro Lacerda, Marcelo Prado, Dalira Lúcia C. Maradei Carneiro Editor Chefe e Jornalista Responsável Evaldo Pighini - MG 06320 JP [email protected] nino, pois o andador não oferece condições que ele pegue e conheça a peça. Acredito que este é o principal motivo da desaprovação dos pediatras”. Outra restrição ao andador diz respeito ao alto número de acidentes que ele pode provocar, mas percebe-se que isso é consequência da negligência dos pais. “Independentemente do uso do andador, eles devem estar sempre atentos aos filhos nessa fase de exploração e descobertas”, afirma Santos. O médico Celso Santos ainda conta que, para os pais, os resultados da pesquisa ajudaram a eliminar uma grande dúvida. “Agora, eles se sentem mais seguros para escolher usar ou não o andador, assim como nós, profissionais, nos sentimos mais confiantes para recomendá-lo ou não”. Reportagens Evaldo Pighini, Isabella Peixoto, Margareth Castro, Fabiana Barcelos, Alanna Guerra, Willian Marques, Laura Pimenta, Rosiane Magalhães, Talita Nakamuta, Camila Lemes, Kerley Pita, Alitéia Milagre Revisão Lúcia Amaral Fotografia Mauro Marques (exceto as creditadas) Foto Capa Olivo Mecabo Colaboradora Márcia Amaral Diretor Comercial Fernando Martini - comercial@ revistamercado.com.br Coordenador de Vendas Maurício Ribeiro - comercial08@revistamercado. com.br Contato Comercial Cristiane Magalhães - [email protected] Secretaria Kárita Barbosa dos Santos [email protected] Consultoria Jurídica Thiago Alves OAB 107.533 Projeto Gráfico RedHouse Comunicação Ltda. 34 3235-6021 Capa, Direção de Arte e Finalização Humpormil Pré-impressão Registro Digital Impressão Gráfica Brasil Para Anúncios e Assinaturas [email protected] Redação Artigos, comentários, sugestões e críticas sobre o conteúdo editorial da Revista MERCADO e mensagens para o Canal Livre: redacao@ revistamercado.com.br Cartas Av. 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