Antoni Camps Dilenia Lara Pinto Iliana Fabrin Mezarobba Liz Maria

Transcrição

Antoni Camps Dilenia Lara Pinto Iliana Fabrin Mezarobba Liz Maria
Antoni Camps
Dilenia Lara Pinto
Iliana Fabrin Mezarobba
Liz Maria Abi Rached Torres
Mariana Sivieri Arruda
Chapada dos Guimarães (MT) Agosto/2014 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Sumá rio
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 8 1.1 SOBRE A ECOVILA VALE SAGRADO ............................................................................................... 8 2 SIGNIFICADO DA LOGOMARCA ............................................................................................................ 9 3 DIMENSÃO SOCIAL ............................................................................................................................. 10 3.1 VISÃO, MISSÃO E OBJETIVOS. .................................................................................................... 10 3.1.1 Visão ................................................................................................................................... 10 3.1.2 Missão ................................................................................................................................ 10 3.1.3 Objetivos Gerais ................................................................................................................. 11 3.1.4 Valores ................................................................................................................................ 11 3.2 ORGANIZAÇÃO, GOVERNANÇA E TOMADA DE DECISÕES ......................................................... 11 3.3 EMPODERAMENTO E LIDERANÇA A SERVIÇO DA COMUNIDADE .............................................. 14 3.3.1 O empoderamento ............................................................................................................. 15 3.3.2 O desenvolvimento de liderança ........................................................................................ 15 3.3.2.1 Habilidades do “Eu” ........................................................................................................ 16 3.3.2.2 Habilidades de Relacionamento ..................................................................................... 17 3.3.2.3 Habilidades de Pensamento Estratégico ........................................................................ 17 3.3.2.4 Habilidades de Pensamento Sistêmico .......................................................................... 18 3.4 RITUAIS E CELEBRAÇÕES ............................................................................................................ 18 3.4.1 Ano Novo Gregoriano ......................................................................................................... 18 3.4.2 Festival de Wesak ............................................................................................................... 19 3.4.3 Festival da Paz ‐ Ano Novo no Calendário Maia ................................................................. 19 3.4.4 Festa de Sant’Ana ............................................................................................................... 19 3.4.5 Período de seca e chuvas ................................................................................................... 19 3.4.6 Semeadura e Colheita ........................................................................................................ 20 3.4.7 Natal ................................................................................................................................... 20 3.4.8 Aniversários ........................................................................................................................ 20 3.4.9 Lua cheia – ritual de agradecimento .................................................................................. 21 3.4.10 Jantar de Confraternização ................................................................................................ 21 3.4.11 Período semanal livre para espontaneidade do grupo ...................................................... 21 3.5 PRIMEIRO RITUAL DE CELEBRAÇÃO DA EVS: RITUAL XAMÂNICO DE LIMPEZA E CURA ............ 21 1 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
3.6 BIORREGIONALISMO .................................................................................................................. 22 3.7 ECONOMIA ................................................................................................................................. 24 3.7.1 Organização Política ........................................................................................................... 24 3.7.2 Organização Social .............................................................................................................. 24 3.8 4 MAPA DA REDE – CONEXÕES E NÓS .......................................................................................... 25 DIMENSÃO ECONÔMICA .................................................................................................................... 27 4.1 PROJETO ECOVILA VALE SAGRADO NO CONTEXTO GLOBAL ..................................................... 27 4.2 ANÁLISE SWOT ‐ (Quatro quadrantes) ....................................................................................... 28 4.2.1 Pontos Fortes ...................................................................................................................... 28 4.2.2 Fraquezas ............................................................................................................................ 28 4.2.3 Oportunidades .................................................................................................................... 29 4.2.4 Ameaças ............................................................................................................................. 29 4.3 PROJETO ECOVILA VALE SAGRADO COMO AGENTE DE MUDANÇA PARA UMA ECONOMIA JUSTA, RESILIENTE E SUSTENTÁVEL ....................................................................................................... 29 4.3.1 Ações .................................................................................................................................. 29 4.3.2 Inter‐Relação Com o Entorno ............................................................................................. 30 4.4 CRIAÇÃO DO BANCO COMUNITÁRIO E DA MOEDA SOCIAL ....................................................... 30 4.4.1 Primeira fase => Identificação ............................................................................................ 30 4.4.2 Segunda fase => Preparação .............................................................................................. 31 4.4.3 Terceira fase => Implantação ............................................................................................. 31 4.4.4 Quarta fase => Consolidação .............................................................................................. 32 4.5 INDICADORES DE BEM‐ESTAR DA ECOVILA VALE SAGRADO ...................................................... 32 4.5.1 Qualidade de Vida .............................................................................................................. 32 4.5.2 Educação ............................................................................................................................ 32 4.5.3 Empreendedorismo ............................................................................................................ 33 4.5.4 Meio Ambiente ................................................................................................................... 33 4.5.5 Ações a serem implementadas .......................................................................................... 33 4.6 A EVS COMO APOIO PARA A REGENERAÇÃO SOCIAL E ECOLÓGICA DA REGIÃO ....................... 34 4.6.1 Bioconstruções ................................................................................................................... 34 4.6.2 Energia renovável ............................................................................................................... 35 4.6.3 Produção orgânica de alimentos ........................................................................................ 35 4.7 FORTALECIMENTO DA ECONOMIA LOCAL ................................................................................. 35 4.7.1 Construtora Ecológica (Bioconstruções) ............................................................................ 35 2 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
4.7.1.1 Metas .............................................................................................................................. 35 4.7.1.2 Objetivos ......................................................................................................................... 35 4.7.1.3 Desafios .......................................................................................................................... 36 4.7.1.4 Necessidades específicas ................................................................................................ 36 4.7.1.5 Influência e importância significativas ........................................................................... 36 5 4.7.2 Pousada .............................................................................................................................. 36 4.7.3 Coleta de Sementes Nativas do Cerrado ............................................................................ 36 DIMENSÃO ECOLÓGICA ...................................................................................................................... 37 5.1 INTERFERENCIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EVS ............................................................. 37 5.1.1 Elementos da Paisagem ...................................................................................................... 41 5.1.2 Declividade da área ............................................................................................................ 42 5.1.3 Relevo da bacia Jangada Roncador .................................................................................... 43 5.2 INFLUENCIA DOS FATORES EXTERNO NA EVS ............................................................................ 43 5.3 DESIGN DE UM SISTEMA HÍDRICO ............................................................................................. 45 5.4 SETORIZAÇÃO DA EVS ‐ USO DO SOLO ....................................................................................... 45 5.5 Captação e distribuição de água ................................................................................................ 46 5.5.1 Águas das Zonas 0 e 1 ......................................................................................................... 47 5.5.2 Captação de Água de Chuva Futura ‐ (Se Houver Necessidade) ........................................ 50 5.6 PRINCIPIOS DA PERMACULTURA ................................................................................................ 52 5.6.1 Zona 0 ................................................................................................................................. 53 5.6.2 Zona 1 ................................................................................................................................. 53 5.6.3 Zona 2 ................................................................................................................................. 53 5.6.4 Zona 3 ................................................................................................................................. 53 5.6.5 Zona 4 ................................................................................................................................. 54 5.6.6 Zona 5 ................................................................................................................................. 54 5.7 ENERGIA COM CARBONO NEUTRO ............................................................................................ 54 5.7.1 Cálculo da Demanda Estimada ........................................................................................... 55 5.7.1.1 Unidades Habitacionais .................................................................................................. 55 5.7.1.2 Pousada .......................................................................................................................... 55 5.7.1.3 Escola .............................................................................................................................. 56 5.7.1.4 Ala Administrativa .......................................................................................................... 56 5.7.1.5 Ala de Atividades ............................................................................................................ 56 5.7.1.6 Centro Comunitário ........................................................................................................ 56 3 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.7.1.7 Vias de Acesso ................................................................................................................ 56 5.7.2 Verificação de potencial hidrelétrico ................................................................................. 57 5.8 PROPOSTA DE PROJETO DE APROVEITAMENTO ENERGÉTICO .................................................. 57 5.9 Diretrizes para construção verde ............................................................................................... 58 5.9.1 5.10 Planejamento do local ........................................................................................................ 58 UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS E MATERIAIS AMBIENTALMENTE CORRETOS .................................. 59 5.10.1 Gestão dos resíduos sólidos (Reciclar, Reutilizar e Reduzir) .............................................. 61 5.10.2 Permeabilidade do solo ...................................................................................................... 61 5.10.3 Transporte interno ............................................................................................................. 61 5.10.4 Transporte externo ............................................................................................................. 62 5.10.4.1 7 Fontes Pesquisadas .................................................................................................... 62 VISÃO DE MUNDO .............................................................................................................................. 63 7.1 UNIÃO DE VISÕES: O FRUTO DA DIVERSIDADE .......................................................................... 64 7.2 MEDIDAS PROMOVIDAS PARA CONSERVAR A NATUREZA ........................................................ 64 7.3 Falando em biodiversidade nós comprometemos a: ................................................................. 65 7.4 IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS RITUALÍSTICOS ........................................................................ 66 7.5 FAREMOS NOSSOS RITUAIS DA SEGUINTE FORMA .................................................................... 66 7.6 ESPIRITUALIDADE SOCIALMENTE ENGAJADA ............................................................................ 66 7.7 DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES ............................................................................................ 67 7.7.1 Depoimento da Iliana ......................................................................................................... 67 7.7.2 Depoimento da Dilênia ....................................................................................................... 68 7.7.3 Depoimento do Toni ........................................................................................................... 69 7.7.4 Depoimento da Liz .............................................................................................................. 69 7.7.5 Depoimento da Mari .......................................................................................................... 70 8 PERCEPÇÕES DE APRENDIZADO CONFORME O TRIÂNGULO TAREFA‐PROCESSO‐RELACIONAMENTO UTILIZADO NO DECORRER DO CURSO GEDS .............................................................................................. 71 9 8.1 ANTONI ....................................................................................................................................... 71 8.2 MARIANA .................................................................................................................................... 71 8.3 DILÊNIA ....................................................................................................................................... 71 8.4 ILIANA ......................................................................................................................................... 72 8.5 LIZ ............................................................................................................................................... 72 ANEXO 1 ‐ PROTOCOLO DE ADESÃO – ECOVILA VALE SAGRADO ...................................................... 74 9.1 REGIMENTO INTERNO ................................................................................................................ 74 4 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
10 ANEXO 2 ‐ PRIMEIRO RITUAL DE CELEBRAÇÃO DA EVS: RITUAL XAMÂNICO DE LIMPEZA E CURA 76 11 ANEXO 3 ‐ PLANO DE VIABILIDADE ECONÔMICA – POUSADA VALE SAGRADO ............................. 78 11.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 78 11.2 EQUIPE DE GESTÃO .................................................................................................................... 79 11.3 VISÃO .......................................................................................................................................... 79 11.4 MISSÃO ....................................................................................................................................... 79 11.5 OBJETIVOS GERAIS (METAS) ....................................................................................................... 79 11.6 CÓDIGO DE CONDUTA. ............................................................................................................... 80 11.7 ANÁLISE EXTERNA E CONCEITO DE NEGÓCIO ............................................................................ 80 11.8 LOCALIZAÇÃO ............................................................................................................................. 81 11.9 MERCADO ................................................................................................................................... 81 11.9.1 Oferta ................................................................................................................................. 82 11.9.2 Demanda ............................................................................................................................ 82 11.10 CONCORRÊNCIA ..................................................................................................................... 82 11.11 PARCERIAS .............................................................................................................................. 82 11.12 COMUNIDADE ........................................................................................................................ 82 11.13 ESTRATÉGIAS .......................................................................................................................... 83 11.13.1 Estratégias de negócios .................................................................................................. 83 11.13.2 Estratégia de crescimento .............................................................................................. 83 11.13.3 Estratégia de marketing ................................................................................................. 83 11.13.4 Plano de Marketing ........................................................................................................ 83 11.13.5 Estratégia de comercialização ........................................................................................ 83 11.14 ANÁLISE .................................................................................................................................. 84 11.14.1 Pontos fortes .................................................................................................................. 84 11.14.2 Oportunidades ................................................................................................................ 84 11.14.3 Pontos fracos .................................................................................................................. 84 11.14.4 Ameaças ......................................................................................................................... 84 11.15 PLANO DE OPERAÇÕES, TECNOLOGIA E LOGÍSTICA ............................................................... 84 11.15.1 Equipamentos e exigências ............................................................................................ 84 11.15.2 Itens Gerais ‐ Posturas Legais ......................................................................................... 85 11.15.2.1 Saúde e higiene .......................................................................................................... 85 11.15.2.2 Conservação e Manutenção ....................................................................................... 85 11.15.2.3 Atendimento............................................................................................................... 85 5 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.15.2.4 Itens específicos ......................................................................................................... 86 11.15.2.5 Acessos e circulações ................................................................................................. 86 11.15.2.6 Setor habitacional....................................................................................................... 86 11.15.2.7 Áreas sociais ............................................................................................................... 87 11.15.2.8 Alimentos e Bebidas ................................................................................................... 87 11.16 VIABILIDADE TÉCNICA E ECOLÓGICA ...................................................................................... 87 11.17 Diretrizes ................................................................................................................................ 87 11.17.1 Definição de unidade de planejamento ......................................................................... 87 11.17.2 Definição da escala de planejamento ............................................................................ 87 11.17.3 Análise e diagnóstico ambiental ..................................................................................... 88 11.17.4 Enquadramento na lei ambiental ................................................................................... 88 11.17.5 Tomada de decisão: prognostico. .................................................................................. 88 11.17.6 Aspectos organizacionais ............................................................................................... 88 11.18 ARQUITETURA ........................................................................................................................ 89 11.19 CONSTRUÇÃO ......................................................................................................................... 89 11.20 PLANEJAMENTO DO LOCAL .................................................................................................... 89 11.21 PROJETO DE EDIFICAÇÕES ...................................................................................................... 91 11.22 Energia e infra‐estrutura ........................................................................................................ 92 11.23 Tratamento de resíduos ......................................................................................................... 92 11.24 Restaurante (alimentos e bebidas não alcoólicas) ................................................................. 92 11.24.1 Serviços ........................................................................................................................... 92 11.24.2 Produção ........................................................................................................................ 93 11.24.3 Cardápio ......................................................................................................................... 93 11.24.4 Ambiente ........................................................................................................................ 93 11.24.5 Avaliações das instalações .............................................................................................. 93 11.24.6 Logística da Pousada Vale Sagrado ................................................................................ 93 11.24.7 Deslocamento de hóspedes e funcionários ................................................................... 93 11.24.8 Armazenamento dos alimentos e outros recursos ........................................................ 94 11.25 PLANO DE RECURSOS HUMANOS .......................................................................................... 94 11.26 PLANO DE FINANÇAS .............................................................................................................. 94 11.26.1 Aspectos financeiros na implantação ............................................................................. 94 11.26.2 Resultados econômicos e financeiros / necessidades de investimentos ....................... 95 11.27 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ...................................................................................... 95 6 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.27.1 Detalhamento das instalações ....................................................................................... 95 11.27.1.1 Unidades habitacionais .............................................................................................. 95 11.27.1.2 Instalações .................................................................................................................. 95 11.27.1.3 Terreno ....................................................................................................................... 96 11.27.2 Planilha de investimentos .............................................................................................. 96 11.27.3 Resumo do investimento ................................................................................................ 96 11.27.4 Estimativa de ocupação .................................................................................................. 97 11.27.4.1 Capacidade Anual ....................................................................................................... 97 11.27.4.2 Curva Sazonalidade .................................................................................................... 97 11.27.5 Estimativa das receitas totais ......................................................................................... 97 11.27.5.1 Valor da diária ............................................................................................................ 98 11.27.5.2 Receita total estimada com hospedagem: ................................................................. 98 11.27.5.3 Outras receitas ........................................................................................................... 98 11.27.5.4 Estimativa de custos ................................................................................................... 98 11.27.5.4.1 Custos variáveis .................................................................................................... 98 11.27.5.4.2 Composição do custo ........................................................................................... 98 11.27.5.4.3 Custos fixos ........................................................................................................... 99 11.27.5.5 Pessoal ........................................................................................................................ 99 11.27.5.6 Encargos sociais sobre pessoal ................................................................................... 99 11.27.6 Demonstrativo do resultado operacional .................................................................... 100 11.27.7 Observações ................................................................................................................. 100 7 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
1 INTRODUÇÃO
1.1 SOBRE A ECOVILA VALE SAGRADO
“As Ecovilas, através de um sentido e um espírito de comunidade, podem restaurar em profundidade a dignidade humana.” Fritjof Capra Há doze anos, um grupo de amigos se reuniu com o objetivo de adquirir terras e formar ali uma comunidade espiritualista. O propósito era viver junto à natureza, de forma harmônica, compartilhando sonhos e coexistindo de forma criativa. Alguns se instalaram na área, mas por motivos diversos, ainda não era o momento de alçar voo. Depois de um longo período de amadurecimento, o grupo está pronto para materializar esse projeto. Alguns não estão mais conosco, outros chegaram. Sabemos que conciliar sonhos distintos e visões de mundo diferentes é um desafio muito grande, mas pode ser nossa maior riqueza se nos mantivermos unidos pelos pontos em comum. Estamos iniciando nossas atividades numa região de rara beleza, onde a natureza ainda está intocada e longe dos centros urbanos. Pretendemos viver em equilíbrio com o ecossistema, respeitando todos os seres vivos, utilizando técnicas de bioconstruções e tendo a permacultura como base. Estamos comprometidos com a vida e dispostos a utilizar o poder que possuímos sobre nossos destinos para construir uma comunidade mais humana, justa e amorosa. Buscamos promover a sustentabilidade ecológica, econômica, cultural e espiritual, num ambiente de cooperação mútua. Procuramos construir uma ponte entre os conhecimentos ancestrais e a tecnologia verde disponível, para co‐criar um ambiente sustentável e sadio. Queremos participar ativamente das transformações que estão acontecendo no Planeta, mudando paradigmas e nossos próprios sistemas de crenças para uma visão holística da vida. A Ecovila Vale Sagrado pretende ser um grande laboratório, uma semente para a nova humanidade que está emergindo. Se queremos criar algo novo é novo e foge aos protótipos existentes, sendo realmente um grande exercício de fé e entrega. 8 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
2 SIGNIFICADODALOGOMARCA
As montanhas reproduzem a vista que observamos desde a área da Ecovila Vale Sagrado, depois do vale que se estende à frente. À direita, a montanha de arenito chamada de Pedra Grande que dá origem ao nome da região e era considerada sagrada pelos povos indígenas que viviam na região. A mandala acima das montanhas representa a forma que abrigará as construções da Ecovila. Inspirada na Geometria Sagrada é formada por um octaedro que é um dos padrões geométricos sagrados da criação. Simbolicamente, representa o Sol nascendo no horizonte, trazendo uma nova forma de se viver em grupo. A água, elemento encontrado no fundo do vale, está presente em toda a bacia do rio Roncador, caracterizando a região como importante manancial de água doce, mantenedor da vazão do rio Cuiabá, revela assim a vocação de preservar os recursos naturais. 9 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
10 Amanhecer – Solstício de verão
3 DIMENSÃOSOCIAL
3.1 VISÃO, MISSÃO E OBJETIVOS.
3.1.1
Visão
Viver conforme as leis da natureza, dentro de padrões de justiça, amor, respeito e altruísmo, interagindo de forma harmônica com todos os reinos. 3.1.2
Missão
Criar uma comunidade, nos moldes de uma unidade ecológica auto‐sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do Ser Humano integral, promovendo a expansão de talentos, habilidades e Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
sabedoria, buscando o equilíbrio sustentável entre as atividades humanas e as necessidades do ecossistema. 3.1.3
ObjetivosGerais
1. Criar o CEHRE ‐ Centro de Harmonização e Reequilíbrio de Energias, promovendo a saúde integral do Ser 2. Criar um centro de aprendizagem voltado à educação para a sustentabilidade, com foco na mudança de padrões culturais utilizando: 
Pesquisa de novas técnicas de produção auto‐sustentáveis; 
Energias renováveis e bioconstrução; 
Produção de alimentos orgânicos; 3. Integrar as populações do entorno através da exploração de atividades ecologicamente sustentáveis tais como: 3.1.4

‐ Produção de sementes do cerrado para preservação das espécies nativas e recuperação de áreas degradadas; 
‐ Turismo ecológico e místico; 
‐ Valoração de aspectos culturais da comunidade – arqueologia e manifestações atuais, criando núcleos que propiciem a expressão das atividades voltadas para a arte e a cultura. Valores

Ética e legalidade nas ações; 
Construção permanente do patrimônio moral e intelectual; 
Prática permanente da Inter cooperação; 
Comprometimento sustentável com clientes e sociedade 3.2 ORGANIZAÇÃO, GOVERNANÇA E TOMADA DE DECISÕES
O sistema de governança da EVS será baseado na Holocracia, organizado em diferentes núcleos, que serão unidades autônomas e autossuficientes, embora conectadas e interdependentes umas das outras. Isso permitirá a autonomia de cada núcleo para a tomada de decisões referentes ao seu segmento, como também a interação entre os mesmos, o que permitirá aos moradores experienciar o espírito de comunidade no cotidiano. Os núcleos serão divididos conforme abaixo: 
Permacultura ‐ produção orgânica, agrofloresta, produção de sementes, compostagem 
Bioconstrução ‐ inclui todas as construções, captação de água de chuva, biorremediação, tratamento de águas cinzas e negras, energia alternativa 11 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Social ‐ Arte, Cultura e entretenimento 
Centro Espiritual 
CEHRE ‐ Centro de Harmonização e Reequilibrio de Energias – Saúde, terapias, Alimentação 
Comunicação 
Comercialização 
Financeiro 
Infraestrutura As decisões serão tomadas tendo em vista a urgência e relevância de cada assunto, através da democracia profunda, com 70% de minoria leal, com confiança em seguir juntos, uma vez que onde há diversidade não há unanimidade. Após a decisão será redigido um documento (Ata) com assinatura dos presentes. Uma vez ao mês essas decisões serão levadas a uma assembleia geral com a presença do conselho central, formado pelos membros fundadores. Neste momento, novas ideias e sugestões poderão surgir, abrindo espaço para uma nova rodada de discussões. As decisões acertadas nos núcleos e na assembleia geral permanecerão em local pré‐determinado para futuras consultas. Para as situações emergenciais será utilizado o método consultivo, onde todos serão convocados para uma assembleia extraordinária urgente. Neste caso o todo será representado pelos presentes, levando em consideração o melhor para o grupo, no âmbito geral. Excluindo‐se as situações emergenciais e assembleias extraordinárias, as reuniões de cada núcleo e a assembleia geral terão frequência mensal, com duração média de uma a duas horas. A assembleia geral poderá contemplar um período (manhã ou tarde) dependendo dos temas a serem tratados. A duração será comunicada no momento da convocação. Para que esses encontros sejam eficientes e proveitosos, alguns acordos básicos devem ser de conhecimento de todos: 
Pontualidade, respeitando horário de início e término 
Harmonização e/ou pequena meditação (10’), antes do início da cada reunião, de forma a trazer o foco para o momento presente 
Presença de um facilitador (sistema rotativo) 
Leitura da pauta 
Possíveis esclarecimentos sobre os temas a serem tratados 
Disponibilização de tempo para fala de cada participate (todos falam, sem interrupção). Ninguém pode falar duas vezes sobre o mesmo assunto, até que todos que quiserem falar pela primeira vez tenham a oportunidade de se expressar 12 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Conclusão por consenso 
Caso não haja consenso (70%), busca‐se outras alternativas para resolver a questão e reinicia‐se o processo A escolha da holocracia e democracia profunda tiveram como propósito assegurar um sistema participativo, incluso e justo, onde todos tenham a oportunidade de se manifestar e serem ouvidos. O aspirante a membro que possuir sua permanência aprovada em assembleia geral, agora como integrante da comunidade, terá direito em participar dos processos de tomada de decisão, focando sempre o que for melhor para o grupo (espírito altruísta). Também terão a oportunidade de compartilhar conhecimentos sobre a comunicação compassiva, para aprender a ouvir com empatia, sem julgamentos, e saber expressar seus sentimentos em relação ao tema em pauta, pedir e dar esclarecimentos. Saber que queremos viver numa comunidade onde o respeito, harmonia, compreensão e amor são fundamentais, devendo permanecer somente aqueles que se identificam com a Visão, Missão e Objetivos da Ecovila. Essa orientação inicial possui o objetivo de minimizar possíveis conflitos durante a tomada de decisões. No entanto, no caso de ocorrência de conflitos, será designado um mediador capacitado para tal função. Esse mediador será da própria equipe, podendo ser revezado conforme esteja apto para exercer este papel. Caso seja necessário, será designada uma pessoa de outra equipe. Como procedimento para a prevenção de conflitos nas atividades diárias do grupo, será dedicado um tempo, antes do início das tarefas, para comungar com a mãe Gaia e nosso Criador, ocasião de agradecimento pelas dádivas recebidas e de conexão ao momento presente. Em seguida, as pessoas poderão expressar como estão e como se sentem. Desta forma será possível o grupo de trabalho estar ciente no caso de alguém estar em um dia muito difícil, podendo oferecer apoio durante o trabalho, ou mesmo dispensando a pessoa, caso esta não tenha condições de participar das atividades naquele dia. Os interessados em conhecer a EVS sem a intenção de ser um membro terão a oportunidade de participar e colaborar através de outras formas, como na participação em atividades de aprendizado, através de visitas pré‐agendadas, cursos, workshops e vivências, como também no programa de voluntariado. Será oferecida uma programação diária de atividades, com o intuito de proporcionar momentos comunitários de cuidado do corpo, mente e espírito, no entanto, a mesma não será obrigatória, com exceção do trabalho comunitário específico. Iremos fazer o possível para que a seguinte programação seja oferecida na EVS: 
Meditação matinal 
Atividade física 
Almoço 
Trabalho comunitário e específico 
Estudos e práticas espirituais 
Lazer e horários livres 13 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Jantar 
Reuniões de confraternização 3.3 EMPODERAMENTO
COMUNIDADE
E
LIDERANÇA
A
SERVIÇO
DA
No dia‐a‐dia da EVS faremos o possível para permitir o sentimento de liberdade, deixando florescer momentos de espontaneidade entre o grupo, de forma que todos se sintam a vontade para mostrar seus talentos e onde as habilidades pessoais possam ser compartilhadas, visando reforçar o poder criativo do grupo. Desejamos que o cotidiano também seja preenchido por momentos de descontração, incentivando círculos de conversa e oferecimento de atividades extras com participação livre, como vivências e encontros, dança, canto, aprendizagem e estudos, dentre outros. Para os membros efetivos da EVS foi estabelecido um plano para possibilitar a descoberta, desenvolvimento ou aprimoramento das habilidades de liderança e facilitação de grupos, o qual poderá ser estendido para os membros rotativos, caso seja de seu interesse e pré‐acordado. Queremos que o líder seja reconhecido como um facilitador, que, além de motivar e dinamizar o grupo para alcançar seus objetivos, também seja capaz de gerenciar as emoções do grupo através da escuta ativa e profunda, principalmente durante uma situação de conflito, sendo capaz de manter em alta seu poder criativo, onde sentimentos e vozes possam ser expressos abertamente, sem medo, uma vez que a voz da sabedoria pode vir de qualquer pessoa e a qualquer momento, com a consciência de que um líder é mais uma função do que uma determinada pessoa. Em qualquer grupo ou comunidade formada por diferentes indivíduos, onde a diversidade está presente, cada um assume um papel, sendo que este recebe forte influência das circunstâncias e contexto em que o grupo está inserido. Dessa forma uma pessoa que exerça o papel de líder em determinada situação pode não exercê‐la em outra ocasião, e isso não quer dizer que ela não é capaz de desempenhar tal função, mas apenas mostra que como indivíduos, podemos nos comportar de diferentes maneiras, frente a diferentes situações. Neste ponto vários fatores exercem influência, consciente ou inconscientemente, como emocionais, físicos e energéticos, além da bagagem pessoal de cada indivíduo, todos com forte influência no campo do grupo, que merece delicada atenção para que o grupo seja capaz de liberar sua sabedoria. Através desse raciocínio e também com o entendimento de que o papel de um líder/facilitador é imprescindível para que o grupo alcance suas metas e objetivos, é desejável que essa função possa ser assumida por qualquer integrante do grupo, e, para isso, é fundamental que todos se sintam capazes de exercê‐la, principalmente nos momentos circunstanciais de emergência, onde a liderança circular possa ser experimentada com naturalidade, contando com o apoio e confiança do grupo. Isso permitirá a criação de espaços e apoio para que pessoas, aparentemente inseguras, se sintam a vontade para assumir tal papel, deixando a posição de retaguarda. Com essa visão a EVS disponibilizará como atividade um programa de desenvolvimento, através de pessoas capacitadas em diferentes áreas, com a apresentação de técnicas de facilitação, coaching, comunicação compassiva, Feedback e empoderamento. Mensalmente será trabalhado um tema, através de palestra seguida de exercícios práticos, com o intuito de observar talentos individuais já desenvolvidos, como também, talentos latentes, de forma a 14 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
acionar a inteligência do grupo. Este trabalho será finalizando com a nomeação de uma pessoa para exercer a função de facilitador no núcleo ao qual faz parte, como também, permitir o sentimento de empoderamento e confiança em todos, despertando a possibilidade de ser partícula e onda ao mesmo tempo. Para que isso seja possível, durante o programa serão considerados: 3.3.1
Oempoderamento
Processo pelo qual as pessoas, as organizações e as comunidades tomam controle de seus próprios assuntos, de sua própria vida, tomam consciência de suas habilidades e competências para produzir, criar e gerir seus destinos. A capacidade de decidir sobre a própria vida é um dos objetivos de estratégias de empoderamento de pessoas e comunidades, mas o poder consiste também na capacidade de decidir sobre a vida da comunidade – do coletivo, na intervenção em fatos que direcionam, impedem, obrigam, circunscrevem ou impedem. Logo, um processo de empoderamento eficiente deve envolver tanto componentes individuais como coletivos. Só assim é possível desenvolver as capacidades necessárias para que se obtenham reais transformações sociais. Assim, um processo de “empoderamento” eficaz precisa contemplar, pelo menos, quatro níveis: Cognitivo – a conscientização sobre a realidade e os processos; Psicológico – ligado ao desenvolvimento de sentimentos de auto‐estima e autoconfiança, requisitos para a tomada de decisões; Econômico – que relaciona a importância da execução de atividades que possam gerar renda que assegure certo grau de independência econômica; Político – que envolve a habilidade para analisar e mobilizar o meio social para nele produzir mudanças. 3.3.2
Odesenvolvimentodeliderança
Onde características essenciais devem ser trabalhadas, como: técnicas relacionadas à administração do tempo, pensamento crítico, autodesenvolvimento, motivação, como lidar com mudanças, gerenciamento de conflitos, definição de metas, tomada de decisão, negociação de interesses e inteligência emocional. Todas essas capacidades podem ser trabalhadas com o coaching. Afinal, o processo tem por objetivo desenvolver ao máximo as potencialidades do indivíduo, de maneira que ele possa compreender seu perfil de comportamento, expandir sua visão de mundo, encontrar soluções diferentes para seus problemas, manter‐se íntegro em relação às suas convicções, ser capaz de influenciar as pessoas em prol dos interesses do grupo, ter habilidade para alternar estilos de liderança e promover feedbacks que tragam resultados positivos para todos. A cada 3 meses será aplicado um questionário de feedback nos diferentes núcleos, para conhecimento das relações do grupo como um todo e se algo precisa ser trabalhado. 15 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Neste questionário devem ser respondidas questões como: 
As condutas adotadas pelo facilitador espelham as causas defendidas? 
O facilitador tem contribuído para garantir a participação de todos e acessar a sabedoria grupal? 
O facilitador tem buscado apoio e dado retorno em relação às decisões tomadas? 
Sinto‐me à vontade para expressar meus sentimentos e contribuir com novas sugestões? 
Sinto que alguém está tendo privilégios no grupo? 
Sinto‐me satisfeito no atual grupo? Após esse período a posição poderá ser ocupada por outro, de forma que toda equipe tenha a oportunidade de experimentar a função, no entanto, ninguém será obrigado a exercê‐la caso não queira. Se for de comum acordo a posição poderá permanecer com a mesma pessoa por mais um período. A EVS segue o princípio de que cada pessoa se encontra em um nível de desenvolvimento diferente. Sabemos que as mudanças ocorrem de forma mais eficaz quando o plano de aprendizagem se encaixa com a vida, os interesses, os recursos e as metas pessoais, em sinergia com o grupo, ao invés de seguir um padrão fixo para todos. Sendo assim, cada pessoa do grupo fará uma autoanálise e criará um plano pessoal para desenvolver habilidades de liderança/facilitação e empoderamento pessoal. Sugerimos abaixo alguns tópicos que poderão servir de inspiração. 3.3.2.1 Habilidadesdo“Eu”

‐ Reconheça suas próprias emoções e seus efeitos. 
‐ Reconheça os próprios recursos, capacidades e limitações interiores. 
‐ Desenvolva o autocontrole das emoções e impulsos perturbadores. 
‐ Seja íntegro e responsável pela própria conduta. 
‐ Seja aberto a novas ideias e procedimentos. 
‐ Seja flexível na resposta às mudanças. 
‐ Alimente o desejo de melhorar sempre. 
‐ Trabalhe a capacidade de solucionar problemas em ambientes estressantes, imprevisíveis e sob constante pressão, usando a criatividade. 
‐ Trabalhe a capacidade de integrar‐se, unir‐se, entender‐se, perseverar e realizar seus projetos e objetivos. 
‐ Seja coerente entre discurso e ação, entre valores declarados e valores praticados. 16 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

‐ Desenvolva a capacidade de observação e reflexão sobre suas ações. 
‐ Observe também, as ações de outros líderes, refletindo sobre as consequências e os motivos dessas ações. Seja humilde a aprenda com eles. 
‐ Desenvolva a capacidade de receber bem os feedbacks. 
‐ Desenvolva a compaixão de forma crescente. 3.3.2.2 HabilidadesdeRelacionamento

‐ Incentive e motive as pessoas identificando pontos positivos que podem ajudá‐los a conseguir o que desejam. 
‐ Alinhe‐se com as metas do grupo, criando sinergia ao trabalhar na direção dos objetivos coletivos. 
‐ Inspire confiança pelo próprio exemplo. 
‐ Demonstre persistência e proatividade. 
‐ Perceba os sentimentos, necessidade e perspectivas das outras pessoas. 
‐ Aceite e aprenda com pessoas que possuem características diversas. 
‐ Aprenda a administrar conflitos. 
‐ Ouça aberta e atentamente, enviando mensagens claras e objetivas. 
‐ Valorize todas as pessoas – reconheça o potencial humano em cada uma delas. 
‐ Auxilie no que for possível, para que todos se transformem em líderes. 3.3.2.3 HabilidadesdePensamentoEstratégico

‐ Desenvolver a capacidade de observar/avaliar de forma holística, tentando ver a situação como um todo. 
‐ Pense por antecipação antes de agir. Desenvolva pensamento crítico. 
‐ Desenvolva a capacidade de pensar em algo, uma situação ou problema de vários ângulos, sob a ótica de cada parte envolvida. 
‐ Entenda o mecanismo da cooperação. 
‐ Exercite a analise sobre causas e efeitos. 
‐ Defina a estrutura e gerenciamento de recursos adequados a cada situação. 17 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
3.3.2.4 HabilidadesdePensamentoSistêmico

‐ Busque entender as relações de interdependência entre você e o ambiente em que vive ou da parte em relação ao todo. 
‐ Compreenda que suas ações podem afetar o grupo e o ambiente, e observe o impacto que isso gera. 
‐ Considere múltiplos focos, aspectos, variáveis e relações. 
‐ Busque várias soluções combinadas para resolver um problema e aprenda algo com a situação. 
‐ Crie várias interpretações, sem necessariamente fazer julgamentos apressados. 
‐ Busque por alternativas que não haviam sido consideradas antes. 
‐ Analise todas as consequências que podem surgir com uma decisão. 
‐ Desenvolva a capacidade de projetar algo factível, realista. 
‐ Permita‐se aprender sempre, independentemente da situação ser parecida a outras já vivenciadas. 
Desenvolva a habilidade da observação. 3.4 RITUAIS E CELEBRAÇÕES
A EVS acredita que o poder simbólico dos rituais e celebrações contribui para o fortalecimento das relações entre os seres humanos e o ambiente natural, permitindo aflorar a sensibilidade individual e despertar a sensação de conexão e pertencimento a algo maior. A oportunidade de reflexão oferecida por cada ciclo que termina e outro que se inicia, com o presente do “recomeço”, assim como a comemoração de datas especiais, oferecem momentos únicos de redescobertas e anseios. Os rituais e celebrações contribuem para uma comunidade mais vibrante e engajada, consciente de sua missão e interdependência. Segue abaixo a descrição dos rituais e celebrações que serão realizados na EVS: 3.4.1
AnoNovoGregoriano
Objetivo: comemorar os ciclos da vida, oportunidade de reorganizar e implementar coisas novas. Palavra‐chave: esperança Forma: Celebrar o final de um ciclo e início de outro, agradecendo pelos aprendizados vivenciados no ano que está terminando e abrindo espaço para novos aprendizados e vivências do ano que se inicia. Listar as decisões para o novo período, auxilia a dar forma concreta a convicção de mudar. A celebração 18 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
pode incluir meditações com alguns temas específicos (gratidão, paz, união, elevação da consciência), jantar de confraternização, música, dança. Data: 31 de dezembro 3.4.2
FestivaldeWesak
Objetivo: renovar nossas forças no sentido de acelerar nossa própria iluminação e receber energia adicional e luminosa com pureza de coração para renascer como a Fenix. Palavra‐chave: Iluminação Forma: avaliar nossas imperfeições através de meditações e orações, mergulhando nos registros do subconsciente para descobrir e transmutar padrões rígidos e escravizantes que ainda possuímos em Liberdade, Felicidade e Iluminação. Dois dias antes e dois dias depois fazer alimentação natural e no dia, jejum ou somente frutas. No local das preces colocar flores, incensos, velas, cristais e músicas com sons da natureza ou ainda, com mantras. Data: Lua cheia de Touro (geralmente em maio) 3.4.3
FestivaldaPaz‐AnoNovonoCalendárioMaia
Objetivo: ativar o Novo Ciclo, mediante a criação de uma revolução de Amor na frequência 13:20 baseada na Arte, Sincronicidade e Imaginação. Palavra‐chave: Paz mundial Forma: celebramos “Tempo é Arte” com apresentações artísticas e culturais e danças circulares. Data: 25 de julho 3.4.4
FestadeSant’Ana
Objetivo: festejar o dia de Santa Ana, a padroeira da cidade de Chapada dos Guimarães, município onde está localizada a Ecovila Vale Sagrado. Palavra‐chave: Integração Forma: participação das atividades com a comunidade. Data: mês de julho 3.4.5
Períododesecaechuvas
Tendo em vista que a região onde a EVS está localizada recebe influência marcante dos períodos de chuva e seca e não especificamente das estações primavera, verão, outono e inverno, serão realizados rituais que relacionem os ciclos da natureza frente a estes períodos, como por exemplo, “A chuva do caju”, onde a chuva de agosto indica uma boa colheita do fruto. Caso essa chuva não caia, a colheita não será tão boa. Seca: maio a outubro 19 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Chuva: novembro a abril Objetivo: tomar consciência dos ciclos da natureza e sua relação com a vida na região, corpo e mente. Forma: cada estação do ano exerce influência sobre comportamentos e sentimentos nos seres vivos, homem, plantas e animais. Uma forma de dizer adeus e agradecer à Natureza pelo período vivenciado, abrindo espaço para o novo período que está chegando é uma forma de estarmos mais conscientes e conectados no presente que estamos vivendo. Período de chuvas com a abundância da água e benção da terra e a purificação do ar, permitindo que as sementes e plantas possam rebrotar e trazer a vida novamente após a seca e queimadas. Já no período de seca, trazer a consciência sobre a escassez da água, que agora abre espaço para o surgimento das queimadas e mudanças na umidade do ar, exercendo grande influência na paisagem e no ser humano. Os rituais incluiriam dança, música, apresentações artísticas e meditação (reflexão sobre o que manter ou descartar da sua vida). A decoração será feita pela comunidade, pelos membros que se interessarem em participar. 3.4.6
SemeaduraeColheita
Objetivo: reverenciar a força criadora da natureza Palavra‐chave: perpetuação, renovação Forma: orações e agradecimentos pelo florescimento e crescimento dos campos recém‐semeados, pela chuva, pelo Sol, pela fertilidade da Terra e pela abundância das colheitas. Ainda, fazer uma auto avaliação com o objetivo de colher os grãos maduros de nossos esforços, arrancar as ervas daninhas dos erros e dos fracassos, cuidar dos elementos invasores e das interferências em nossa colheita e adubar as plantas frágeis de nossos sonhos e aspirações com a energia de nossas esperanças e a força sustentadora e vitalizante da Mãe Terra. Data: por ocasião das semeaduras e colheitas 3.4.7
Natal
Objetivo: celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Palavra‐chave: Amor Forma: orações, ceia com família e amigos, músicas natalinas. Data: 25 de dezembro 3.4.8
Aniversários
Objetivo: brindar o novo ciclo que se inicia. Palavra‐chave: renascimento Forma: meditar sobre o dom da vida e agradecer a grande oportunidade recebida de estar aqui na Terra, percebendo o nascimento como algo sagrado. Agradecer a todos os ancestrais. Reunir a família e os amigos e comemorar. 20 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Data: comemoração dos aniversariantes da semana toda sexta feira, no jantar de confraternização. 3.4.9
Luacheia–ritualdeagradecimento
Objetivo: celebrar junto com a Lua Cheia, momento onde a Lua encontra‐se completamente iluminada pela luz do sol, em seu poder máximo, em sua plenitude. Está relacionada à mãe divina, ao aspecto feminino, energia da criação. Palavra‐chave: conexão 21 Forma: todos irão se reunir em um local onde seja possível ficar à luz do luar, onde se dará o início do ritual. O percurso pode ser feito com cada pessoa carregando uma vela acesa. Um facilitador, rotativo em cada ritual, irá preparar um texto, que será seguido por uma meditação para celebrar a prosperidade trazida pela força da Lua Cheia, direcionando a energia para todos os seres da natureza e agradecendo pelas bênçãos recebidas. Data: em cada uma das 13 luas 3.4.10 JantardeConfraternização
Objetivo: promover a integração e conexão das pessoas, buscando o conhecimento mútuo. Palavra‐chave: confraternização Forma: reunião festiva, com apresentações e atividades culturais. Data: toda sexta‐feira 3.4.11 Períodosemanallivreparaespontaneidadedogrupo
Objetivo: quebrar a rotina Palavra‐chave: união Forma: período dedicado para passeio, meditação, e o que despertar no momento Data: quarta‐feira à tarde 3.5 PRIMEIRO RITUAL DE CELEBRAÇÃO
XAMÂNICO DE LIMPEZA E CURA
DA
EVS:
RITUAL
A primeira cerimônia da EVS ocorreu através de um ritual xamânico de limpeza e cura no dia 19 de julho de 2014, com a presença de quatro integrantes do grupo GEDS e demais colaboradores, somando 10 participantes, que na numerologia refere‐se ao número 1, o INÍCIO, momento de muita satisfação e alegria, demarcando o ponto inicial da materialização deste sonho. Agora a EVS já conta com um espaço para celebrações, o qual teve seu preparo realizado no dia 18 de julho de 2014. Algumas fotos desde momento podem ser vistas no anexo 2. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
3.6 BIORREGIONALISMO
A Ecovila Vale Sagrado está inserida num contexto consolidado e remanescente de uma segregação do agronegócio. Este remanescente apresenta características de uniformidade diferenciada do entorno, tais como: 
Topografia irregular de alta densidade hidrográfica; 
Tamanho das propriedades: grande número de pequenas e médias propriedades (áreas inferiores a 300 ha) e pequeno número de grandes propriedades (entre 300 e 9000 ha); 
Tipo de exploração pecuária; 
Infraestrutura satisfatória (rede de energia e transporte); 
Baixa organização de sistemas alternativos para geração de receitas (turismo, produção de alimentos, extrativismo). 22 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
23 Figura 1Aspectos fundamentais para a organização biorregional da ecovila vale sagrado
Do ponto de vista geomorfológico, a Ecovila Vale Sagrado protege a região da interferência e contaminação do agronegócio, propiciando o desenvolvimento e implantação da nossa visão, missão e objetivos. A região da Ecovila é formada por muitas microbacias que se interligam e contribuem com o pantanal matogrossense. É de suma importância a implantação deste projeto para a proteção do bioma cerrado, como também ser um local de inspiração para as comunidades vizinhas. A intenção seria valorar e incrementar os aspectos biorregionais, de forma a ter uma comunidade integrada com o meio ambiente. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Figura 2 - Quantitativo de uso atual na bacia do rio Roncador
3.7 ECONOMIA
Além dos recursos disponíveis provenientes dos membros da Ecovila, num primeiro momento vamos focar em três pontos específicos: 
extrativismo, combinando técnicas de manejo para produção de sementes e mudas de plantas medicinais do cerrado (grande parte delas em processo de extinção) e mudas destinadas ao reflorestamento de áreas degradadas do cerrado; 
turismo rural de forma sustentável; 
promoção de cursos buscando a educação ambiental, sistema de agrofloresta, permacultura, bioconstruções, alimentação saudável, saúde, medicina natural, arte e cultura, dentre outros. Este sistema ao ser implantado proporcionará a viabilidade econômica não só da Ecovila, mas da micro região dentro dos critérios biorregionais, uma vez que atuaremos de forma conjunta sempre que possível, preservando e cultivando os recursos naturais, fauna, flora e ecossistemas. Com isso promoveremos o intercâmbio intelectual, cultural e humano, além de, no futuro, promover trocas com outras comunidades e organizações. 3.7.1
OrganizaçãoPolítica
A estrutura hierárquica da Ecovila Vale Sagrado está sendo desenhada para um sistema de governança com base na holocracia, com um poder descentralizado, onde os núcleos possuem sua própria estrutura e fluxos de poder, através de tomada de decisões pela democracia profunda, com base na ética e na justiça. 3.7.2
OrganizaçãoSocial
A EVS visa servir como fonte de inspiração para as comunidades vizinhas através de sua visão, missão e objetivos. A população poderá participar de diferentes formas nas atividades da comunidade, desde vivências e cursos, turismo, visitações, programa de voluntariado e força de trabalho na prestação de serviços. Uma das possibilidades seria o treinamento e capacitação de moradores de comunidades vizinhas interessados em bioconstrução, agricultura orgânica e agroflorestas, propagação de mudas, dentre outros serviços que possam surgir no decorrer da implantação da ecovila. Essa parceria pode contribuir para o fortalecimento e empoderamento dessas comunidades, ampliando sua visão de mundo e despertando o conhecimento de novas oportunidades de trabalho em sinergia com a natureza, visando sua restauração, uso consciente e sustentável. 24 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
3.8 MAPA DA REDE – CONEXÕES E NÓS
Através do mapeamento e análise das possíveis conexões e nós, foram supostos os prováveis aliados naturais e defensores do projeto, assim como os potenciais adversários. 
Aliados: integrantes do projeto, agrupamentos do entorno, voluntários rurais ou não, turistas, todas as associações e institutos voltados a formas sustentáveis de viver. 
Adversários: proprietários de terras vizinhas que exploram a monocultura e pecuária e empresas interessadas na exploração dos recursos da região. Num primeiro momento, a EVS poderá trabalhar diretamente com grupos que estão ao nosso alcance, como os integrantes da Ecovila, comunidades do entorno, grupos com ideias afins, escolas e voluntários. Inicialmente o projeto visa inspirar as comunidades e assentamentos da região, expandindo posteriormente para outros grupos aos quais temos contato, escolas, comércio local, empresários e órgãos públicos, mostrando a importância da manutenção da diversidade cultural e ambiental, difundindo a possibilidade de se viver de forma harmoniosa com a natureza, explorando‐a de forma respeitosa. Figura 3 - Mapa da rede atual da EVS
A rede atual da EVS possui interação Interação / conexão com: 
Representantes/líderes da Ecovila Vale Sagrado 
Especialistas em processos, planejamento e práticas em diversas áreas, da comunidade ou de fora dela 25 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Líderes de comunidades ou assentamentos do entorno 
Moradores da Ecovila e cooperadores ativos 
Representantes do projeto e autoridades públicas da região 
Acesso a fundos de financiamento: Fundações, membros, colaboradores voluntários e empresas parceiras. O trabalho interno na comunidade será tanto no sentido de capacitar as pessoas para desenvolverem os trabalhos internos da ecovila de forma sustentável e despertar a possibilidade de uma forma diferente de se viver, como também inspirar as lideranças vizinhas para que estas também sejam tecelões locais. A EVS como tecelão atuará dando suporte a essas conexões através de suas atividades nas diferentes áreas, podendo criar novas conexões no decorrer de sua implantação.
Figura 4 - representação de uma possível rede funcional e colaborativa para o desenvolvimento da EVS
26 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
27 4 DIMENSÃOECONÔMICA
4.1 PROJETO ECOVILA VALE SAGRADO NO CONTEXTO GLOBAL
“O bater das asas de uma borboleta na América, bastaria para desencadear um terremoto no outro lado do planeta.” O processo da globalização tornou o mundo interligado, provocando transformações não só de ordem econômica, mas também política, social e cultural. Porém, se por um lado auxiliou no desenvolvimento dos processos, a nível mundial, por outro enfraqueceu muito a economia local, gerando uma excessiva dependência de algumas nações. Os custos econômicos foram reduzidos, mas os custos ambientais e sociais aumentaram muito. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Na EVS, optamos por utilizar produtos com o máximo de nacionalização possível. Acreditamos que desta forma, iremos integrar e valorizar as pessoas que vivem na região, fortalecendo o vínculo com a comunidade e beneficiando o desenvolvimento local sustentável. Isso poderá servir de inspiração para outros locais e comunidades, contribuindo para a expansão de uma economia mais sustentável e um consumo mais consciente. Contudo, inevitavelmente alguns produtos terão procedência internacional como os sistemas de comunicação, internet, telefonia e energia solar. Se analisarmos todos os insumos que compõem os produtos que iremos utilizar, vamos encontrar grande quantidade de peças importadas em sua composição. 4.2 ANÁLISE SWOT - (Quatro quadrantes)
Figura 5 - Demonstração dos 4 quadrantes que se baseiam a análise Swot ou Fofa
4.2.1
PontosFortes

Natureza preservada, grande biodiversidade; 
Presença de microbacias contribuidoras da bacia do Pantanal; 
Clima quente – boas condições para captação de energia solar; 
Oportunidade de mostrar que é possível o desenvolvimento sustentável e uma forma de vida diferente. 4.2.2

Fraquezas
A Ecovila Vale Sagrado é rodeada por áreas onde se pratica a monocultura de soja, do algodão e do milho, com intensa adubação e uso de agrotóxicos; 28 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

4.2.3
Acesso difícil pela distância e condições da estrada. Oportunidades

Contribuir com a preservação das micro bacias como também da biodiversidade; 
Produção de sementes nativas para recuperação de áreas degradadas; 
Desenvolver a educação para a sustentabilidade, utilizando a pesquisa de novas técnicas de produção auto‐sustentáveis, energias renováveis e bioconstrução, produção de alimentos orgânicos; 
Capacitar mão de obra local para técnicas de construção sustentáveis e energias renováveis; 
Promover o turismo ecológico; 
Valoração de aspectos culturais da comunidade; 
Contribuir para o desenvolvimento da economia local de bens e serviços; 
Mostrar que é possível o equilíbrio sustentável entre as atividades humanas e as necessidades do ecossistema. 4.2.4
Ameaças

Possíveis dificuldades impostas pela política local; 
Avanço de grandes produtores de soja podendo afetar os mananciais. 4.3 PROJETO ECOVILA VALE SAGRADO COMO AGENTE DE
MUDANÇA PARA UMA ECONOMIA JUSTA, RESILIENTE E
SUSTENTÁVEL
A EVS pretende desenvolver sua base comercial dentro de um sistema justo e sustentável, visando estabelecer padrões sociais e ambientais equilibrados nas cadeias produtivas, preços justos e promovendo o encontro de produtores responsáveis com consumidores éticos. 4.3.1
Ações
1. Planejar e executar os projetos das edificações de forma a serem totalmente sustentáveis (bioconstruções), com impacto controlado, utilizando matéria‐prima local sempre que possível, como barro, pedras, bambu, etc., telhado verde, fossas ecológicas, banheiro seco, iluminação e ventilação natural, reuso de águas, utilização de energias renováveis (eólica, solar, aquecedor solar, forno solar, bio‐digestores, etc.). 2. Produzir alimentos de forma orgânica, utilizando o sistema de agrofloresta. Na EVS a horta e o pomar serão comunitários. Pretendemos ampliar esse sistema para as duas comunidades vizinhas: assentamento Jangada do Roncador I e II, trabalhando em conjunto. 29 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
3. Incentivar rede de trocas do excedente produzido e de novos produtos utilizando insumos do cerrado, sem o envolvimento de dinheiro. 4. Implementar a coleta seletiva do lixo, reciclagem e/ou troca de produtos usados e a compostagem de resíduos orgânicos. 4.3.2
Inter‐RelaçãoComoEntorno
Como ainda estamos em fase de planejamento, não há uma relação econômica efetiva entre a EVS e as partes interessadas, apenas uma projeção de como poderá ser esta parceria. Porém, estamos presentes na comunidade no contato com as lideranças locais e principalmente, nos finais de semana, participando dos encontros comunitários e feira de produtos que já acontece semanalmente. Assim podemos conhecer um pouco mais as pessoas e as atividades que estão sendo desenvolvidas no local. Segundo nosso mapeamento existem as partes internas, que estão inseridas na região e a parte externa para dar suporte ao desenvolvimento da comunidade. Essas instituições que fazem parte do contexto externo dariam o suporte econômico, ou seja, financiamento para os produtores da comunidade e lógico estes estariam então vinculados às instituições como devedores. Vemos então, que podemos apresentar um novo modelo para a relação comercial da EVS e as partes internas, criando inicialmente um sistema de comércio de trocas locais. Posteriormente, poderemos desenvolver estudo no sentido de constituir uma moeda própria de circulação local através de um banco comunitário ou ainda, com possibilidade de criação de um banco próprio, de forma a reter a poupança dos moradores dentro da comunidade. Para fomentar a economia local será incentivada a produção de diversos produtos de natureza do cerrado e região tais como: 
Plantas medicinais do cerrado, flores, sementes e mudas de árvores do cerrado; 
Alimentos com frutas do cerrado ‐ doces, pães, bolos, biscoitos; 
Artesanatos ‐ cerâmica e outros utilizando materiais do cerrado; 
Ecoturismo e turismo rural; 
Cursos, assessorias e consultorias; 
Restaurantes de comidas regionais e orgânicas. 4.4 CRIAÇÃO DO BANCO COMUNITÁRIO E DA MOEDA SOCIAL
4.4.1
Primeirafase=>Identificação
Visitas previamente agendadas para a comunidade, com o objetivo de reunir o grupo/comitê para a apresentação da proposta, detalhamento e esclarecimentos. Inicio do estudo e diagnóstico para certificar que o local reúne as condições necessárias para a organização do Banco Comunitário, onde serão observados os seguintes aspectos: 
Presença de uma organização local/comunitária interessada em desenvolver as ações de um Banco Comunitário; 30 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Existência de grupos produtivos locais e de empreendimentos econômicos solidários; 
Existência de rede telefônica instalada na comunidade e acesso à internet, necessários ao funcionamento de caixa eletrônico; 
Existência de local para instalar o Banco Comunitário; 
Levantamento de prováveis fontes de recursos para a implantação do Banco. 4.4.2
Segundafase=>Preparação
Consiste no processo de sensibilização dos moradores, produtores e comerciantes da comunidade, bem como a capacitação dos agentes de crédito. Para capacitar as pessoas, serão oferecidos cursos, oficinas, e treinamentos. Esta fase será dividida em seis etapas: 
Reuniões com a comunidade, o comitê local e outros parceiros locais objetivando ouvir suas expectativas, negociação de apoio e definição da contribuição de cada um para a constituição do Banco Comunitário; 
Oficina de sensibilização com técnicos da entidade que apoiará o Banco Comunitário e comunidade, momento em que serão abordadas noções de desenvolvimento local e Economia Solidária; 
Oficina das experiências de outros bancos, apresentando o estágio de desenvolvimento alcançado pela comunidade; 
Oficina sobre Economia Solidária para oferecer aos moradores noções sobre como organizar coletivamente redes de produtores e consumidores locais, remontando cadeias produtivas e criando instrumentos de Economia Solidária; 
Oficinas práticas sobre o mapeamento da produção e do consumo local; 
Curso de agente de crédito, quando serão treinadas pessoas da comunidade para atuarem junto ao gerente de crédito. 4.4.3
Terceirafase=>Implantação
Concluído o processo de sensibilização e capacitação, iniciam‐se os preparativos práticos para o funcionamento do banco, destacando‐se: 
Oficina de planejamento do Banco Comunitário para determinar o funcionamento, nome, produtos, gestão, parcerias e outros; 
Oficina de treinamento da equipe do Banco Comunitário e criação dos instrumentos de gestão (formulários, fichas de cadastro, definição de política de juros, análise do crédito e outros); 
Preparação e edição do material gráfico sobre o Banco Comunitário e a Moeda Social Local; 
Cartazes, folderes, convites, impressão das moedas sociais e outros; 
Lançamento do Banco e assessoria à equipe de gestão. 31 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
4.4.4
Quartafase=>Consolidação
Consolidar as atividades e superar dificuldades apresentadas ao longo do processo inicial. São realizadas ações como: 
Consultorias especializadas e focadas; 
Articulações com novos parceiros; 
Cursos de aperfeiçoamento para os agentes e gerente de crédito, produtores locais e consumidores; 
Aperfeiçoamento nos conhecimentos e nas práticas desenvolvidas no Banco; 
Campanhas para divulgar as ações do Banco e seu impacto na comunidade. 4.5 INDICADORES DE BEM-ESTAR DA ECOVILA VALE SAGRADO
O atual indicador – PIB ‐ oficialmente utilizado para medir a riqueza de um país é um indicador falho, porque considera toda e qualquer atividade econômica, independente se essa atividade melhora ou prejudica diretamente nossa qualidade de vida. Também, não mensura os danos ambientais e não contabiliza o trabalho doméstico e o trabalho voluntário não remunerado. Então, não é adequado como medidor de bem‐estar, pois não mensura coisas que certamente nos deixariam felizes, ou seja, coisas que fazem a vida valer a pena. Desta forma, na EVS optamos por estabelecer nossos próprios indicadores, focando não só na riqueza, mas também no bem‐estar dos integrantes, conforme descritos a seguir: 4.5.1
QualidadedeVida

Número de horas dedicadas ao trabalho; 
Nível de satisfação com o trabalho que desempenha; 
Número de horas dedicada a família; 
Horas dedicada ao lazer, diversões; 
Participação em festividades, comemorações, 
O abastecimento doméstico é com produtos adquiridos no local (comunidade) ou em outros centros, 
Deslocamento com uso de transportes coletivos; 
Cooperativismo. 4.5.2

Educação
Percentual com escolaridade primária, 32 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Percentual com escolaridade secundária, 
Percentual com escolaridade superior, 
Práticas de atividades físicas, esporte, 
Participação em atividades culturais, 4.5.3
Empreendedorismo

Percentual de produtores locais; 
Participação em curso de capacitação; 
Iniciativas, criatividades, empreendimentos originais; 4.5.4
MeioAmbiente

Quantidade de visitas de espécies nativas nas proximidades das residências; 
Consumo de Energia elétrica; 
Consumo de água tratada, 
Situação do esgotamento sanitário; 
Capitação de água pluvial; 
Reuso de água; 
Nível da saúde física, mental e espiritual; 
Frequência de visitas das espécies nativas (animais) aos moradores. 4.5.5
Açõesaseremimplementadas
Para atingirmos nossos objetivos, relacionamos algumas ações que poderão auxiliar nesse processo: 
Promover a troca de saberes, através de oficinas, workshops, palestras e grupos de estudos; 
Incentivar a ampliação do comércio local 
Buscar parcerias público/privadas 
Estimular novos empreendimentos 
Assistência técnica para os negócios 
Consultorias e assistência financeira 
Fornecimento de serviços de aconselhamento empresarial 33 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Fornecer capacitação de pessoal 
Fornecimento de educação direcionada aos negócios 
Programas de conscientização em saúde 
Definição das tarefas por afinidade (realizar pesquisa de satisfação periodicamente) 
Atribuir horários livres onde as pessoas possam dedicar‐se aos cuidados com a saúde, criação de novos projetos, passeios ou outras atividades de interesse. 
Adquirir, preferencialmente produtos da comunidade 
Reunir as pessoas nas celebrações, incentivando o contato social dos membros, exaltando os valores da natureza e os serviços prestados por ela à comunidade. 
Priorizar a resolução de conflitos e o desenvolvimento humano da comunidade (reuniões, grupos de estudos, etc.). 4.6 A EVS COMO APOIO PARA A REGENERAÇÃO SOCIAL E
ECOLÓGICA DA REGIÃO
Através da criação de empresas sociais, a EVS pretende contribuir para melhorar o bem‐estar, a saúde e a felicidade das pessoas envolvidas, inclusive em seu entorno. Neste contexto, podemos trabalhar com possibilidades, que abrangeriam vários segmentos da economia como a criação de uma pousada, empresa de ecoturismo e turismo rural, farmácia fitoterápica (comercialização de plantas medicinais do cerrado), construtora ecológica (bioconstruções), transporte (compartilhar carros), empresa de jardinagem, escola, centro esportivo (ex. ioga, Tai Chi Chuan, etc.), floricultura e viveiro de mudas (plantas medicinais do cerrado, flores, sementes e mudas de árvores nativas), empresa de geração de energia renovável (cooperativa de energia renovável), usina de reciclagem de lixo, horta comunitária, loja de artesanatos (cerâmica e outros utilizando materiais do cerrado), biblioteca (troca de saberes), restaurante e lanchonete (comercialização de comidas regionais feitas com alimentação orgânica local), panificação (Alimentos com frutas do cerrado ‐ doces, pães, bolos, biscoitos), assessoria e consultoria (cursos, oficinas, workshops), armazéns com produtos locais (leite, queijos, iogurte, produtos orgânicos, etc.). No contexto da EVS, ressaltamos algumas ações já definidas abordando o aspecto ecológico: 4.6.1
Bioconstruções
Todas as edificações da Ecovila Vale Sagrado serão executadas no sistema de superadobe, utilizando em grande parte matéria‐prima local, como barro, pedras, bambu, etc. As casas serão construídas com telhado verde, fossas ecológicas, priorizando a iluminação e ventilação natural, com captação de água de chuva e sistema de reuso de águas. No primeiro ano, serão construídas a sede principal e o centro comunitário. As casas serão padronizadas em tamanhos que variam de 80m² e 120m². 34 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
4.6.2
Energiarenovável
Na EVS serão instalados somente sistemas de energias renováveis como eólica e solar. Também serão utilizados biodigestores, aquecedor e forno solar. Nas residências de 80m² serão utilizadas seis placas de energia solar e nas acima de 100m² serão utilizadas 8 placas. 4.6.3
Produçãoorgânicadealimentos
Serão construídas a horta comunitária, o viveiro de mudas e o pomar utilizando o sistema de agrofloresta e adubação orgânica no sistema de compostagem. O tamanho da horta será de 400m², dividida em canteiros de 1x5m, com espaçamento de um metro entre os canteiros principais e de 50cm entre os canteiros secundários. O viveiro de mudas será de 60m² e abrigará espécies nativas do cerrado destinadas ao reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Também serão comercializadas mudas de árvores e flores como forma de aumentar a renda da EVS. E ainda, serão cultivadas plantas medicinais do cerrado para distribuição e como forma de impedir sua extinção, tendo em vista o desmatamento de áreas do cerrado. O pomar será implantado com 100 mudas de árvores frutíferas diversas, no primeiro ano, e mais 100 no segundo ano. Então será feita uma avaliação para decidir se ampliamos o pomar. O plantio será no mês de novembro de cada ano, época em que inicia o período de chuvas, levando em conta as exceções inerentes a determinadas variedades, que deverão ser plantadas em épocas específicas. 4.7 FORTALECIMENTO DA ECONOMIA LOCAL
Dentre as empresas sociais descritas acima, optamos por iniciar nossos estudos de viabilidade técnica e econômica em dois segmentos que entendemos serem de extrema importância nesse primeiro momento para a EVS, quais sejam: construções ecológicas (bioconstruções) e pousada, tendo participado nesta decisão a atividade de coleta de sementes nativas. 4.7.1
ConstrutoraEcológica(Bioconstruções)
4.7.1.1 Metas

Reinvestir os lucros e atingir sua própria sustentabilidade econômica e financeira. 4.7.1.2 Objetivos

Promover melhoramentos sociais e/ou ambientais; 
Usar materiais renováveis da região, evitando o consumo de energia com transportes; 
Usar e valorizar a mão‐de‐obra local, formando equipe de bioconstrutores capacitados para as diferentes técnicas existentes, proporcionando oportunidades de trabalho local, com registro e pagamento justo; 
Incentivar o resgate das técnicas construtivas utilizadas nos antigos sítios, minimizando os impactos ambientais causados pela construção; 
Servir como exemplo para o desenvolvimento sustentável da região. 35 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
4.7.1.3 Desafios

Falta de mão‐de‐obra especializada devido ao pouco conhecimento; 
Falta de credibilidade/conhecimento no sistema de construção; 
Investimentos iniciais, tendo em vista a dificuldade de financiamento junto aos agentes financeiros oficiais que não reconhecem a Bioconstrução dentro das Normas Técnicas; 
Seleção de gestores, administradores e funcionários; 
Levantamento dos tipos de matéria‐prima local apropriadas à construção; 
Fornecedores dos demais materiais para a construção, nas vilas e cidades mais próximas. 4.7.1.4 Necessidadesespecíficas

Constituição e registro da empresa nos órgãos competentes; 
Espaço físico (sede da empresa); 
Materiais básicos, ferramentas e equipamentos; 
Registro da mão‐de‐obra. 4.7.1.5 Influênciaeimportânciasignificativas

Proprietários – priorizar o uso de materiais locais e energias renováveis. 
Agente financeiro – identificação dos possíveis parceiros. 
Mão de obra – treinamento da equipe em bioconstrução para executar as obras. 
Fornecedores – identificação dos fornecedores dentro dos princípios de sustentabilidade. 
Especialistas em treinamento da equipe – buscar pessoas que detenham o conhecimento das técnicas da bioconstrução. 4.7.2
Pousada
No caso específico da pousada, desenvolvemos um estudo de viabilidade técnica e econômica mais detalhado (Anexo 3) tendo em vista a necessidade de disponibilizarmos acomodações para visitantes, turistas, pessoas que participarão dos cursos e eventos, etc. 4.7.3
ColetadeSementesNativasdoCerrado
Tendo em vista que a área está totalmente virgem e rodeada por vegetação nativa, a atividade de coleta de sementes nativas se constitui numa atividade que deve ser iniciada juntamente com as atividades da EVS, inicialmente mapeando espécies com aptidão de matrizes, posteriormente a formação deste bancod e dados, serão adotados critérios de coleta de sementes conforme sua disponibilidade, a intenção é densificar a ocupação florestal. 36 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
37 5 DIMENSÃOECOLÓGICA
5.1 INTERFERENCIA DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EVS
A ECOVILA VALE SAGRADO está inserida na bacia do Rio Roncador, que é importante contribuinte da Bacia do Rio Paraguai. Formada por planaltos que se estendem desde os Andes na Bolívia a Paraguai à planícies como o Pantanal, que além das belezas naturais desempenha importante papel na conservação da biodiversidade, onde os ciclos anuais de cheias e secas regem a vida de milhares de espécies. Forma ainda um imenso reservatório de água doce para o suprimento de água, a estabilização do clima e a conservação do solo. Devido a sua importância este bioma foi decretado Patrimônio da Humanidade e Reserva da Biosfera pelas Nações Unidas, em 2000. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
38 Figura 6 - Representação gráfica da localização da Bacia do Rio Roncador
Na Bacia do Rio Roncador estão as cabeceiras dos rios que drenam a planície, portanto qualquer impacto negativo neste planalto prejudica a vazante, fundamental para a existência do Pantanal. Apesar desta importância ecológica e econômica, os ambientes aquáticos são constantemente ameaçados pela degradação, que certamente serão intensificadas pela mudança climática. Apesar de ainda possuir cobertura vegetal nativa, alguns biomas estão fortemente ameaçados pela ação humana e mesmo sendo o bioma mais ameaçado, o cerrado é um dos menos protegidos, embora sendo classificado o Bioma do Pantanal (MMA) o mesmo está constituído basicamente por vegetação de cerrado, apresentando características de regime hídrico, relevo e fauna peculiares. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
39 Figura 7 - Visualização da alta contribuição hidrica da bacia do Rio Rancador à Bacia do Rio Paraguai
O clima nesta região é tropical, com chuvas abundantes no verão e período de estiagem de três ou quatro meses. A região onde está localizado o Projeto Ecovila Vale Sagrado (EVS) pode ser entendida como a composição de duas porções, a área de influência direta (AID) composta pela própria área do EVS e circunvizinhança com entorno de 500 metros e a área de influência indireta (AII), onde se consideram as divisas naturais da bacia do Rio Roncador. Entretanto, por se tratar de área de pequena extensão (para os padrões regionais fundiários), tem em sua caracterização geomorfológica elementos que denotam um contexto de susceptibilidade de elevada dinâmica de erosão, caso seja eliminada a cobertura vegetal que naturalmente protege os solos. Em termos de AII fica evidente a situação de contato entre dois grandes Sistemas de compartimentação, onde ao leste, se situam áreas ocupadas com agricultura intensiva (com aplicação de grandes quantidades de adubo e agrotóxicos) e onde está localizada a nascente do Rio Roncador. Já no extremo oposto, região oeste da bacia do Rio Roncador, encontra‐se o inicio da planície cuiabana, inicialmente formada por elevações de pequena altitude e solos arenosos. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Situação de impacto atual das mudanças climáticas, desta forma, não é objeto de interferência sobre a cobertura vegetal e relevo, uma vez que não há registros de alterações que tenham ocorrido nos últimos 25 anos, como puderam ser verificados através de relatos de morados do Assentamento Jangada Roncador localizado na parte central da AII. Mas, esta relativa calma, pode ser alterada por meio das intervenções antrópicas principalmente decorrentes da pressão da necessidade de incorporação de novas áreas ao sistema produtivo do agronegócio as quais mostram seu vigor, na alteração do uso de solo verificado nos últimos 5 anos. Apenas as áreas cujo relevo se torna obstáculo natural, como a área da EVS, aparecem como possíveis remanescentes deste processo, constituindo assim parte central da preocupação do grupo e de moradores, a urgente necessidade de adoção de meios de subsistência que possibilitem a fixação do homem no campo através de sistemas sustentáveis. Prognósticos sobre a influência das mudanças climáticas no bioma do cerrado ainda são incipientes, pesquisas realizadas junto a ONG WWF, ao Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e a EMBRAPA, revelam uma grande quantidade de trabalhos e prognósticos objetivando o bioma de Floresta, desta forma, no contexto do diagnóstico/prognóstico, decidimos enfatizar a primeira opção por apresentar maiores subsídios as nossas atividades. Figura 8 - A Bacia do Rio Roncador encontra-se numa área de alta contribuição hídrica e médio Índice de Risco
Ecológico.
40 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
É preciso trabalhar pela conservação da biodiversidade da bacia e prepará‐la para o futuro incerto imposto pelas mudanças climáticas. conforme mostrado na figura 7. 5.1.1
ElementosdaPaisagem
No tocante aos elementos da paisagem apresentamos abaixo as seguintes ilustrações: 41 Figura 9 - Limite da área do projeto com ênfase no relevo, informação obtida a partir de sensor SRTM e imagem
IKONOS.
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.1.2
Declividadedaárea
42 Figura 10 - Mapa de regiões de declividade
Detalhamento da declividade com delimitação de área de preservação permanente , inclinação acima de 45º na cor rosa, área mais plana em tonalidade verde deverá acolher o setor de infra estrutura fisica e na área com declividade intermediária, cor amarela, deverão ser implantados sistemas agroflorestais. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.1.3
RelevodabaciaJangadaRoncador
43 Figura 11 - Relevo apresentado na Bacia do Rio Roncador onde se encontra inserido o projeto Ecovila Vale Sagrado
5.2 INFLUENCIA DOS FATORES EXTERNO NA EVS
A Ecovila Vale Sagrado, tem como influência externa a questão das queimadas, que podem atingi‐la por todos os lados, como mostra o gráfico abaixo. Como barreira de proteção far‐se‐á aceiro no contorno da área. Os ventos não constituem nenhum tipo de influência negativa na região, muito pelo contrário, são muito bem vindos, pois não são de grandes proporções. No entorno existe a monocultura onde o uso de agrotóxicos é bastante intensa, porém a EVS está a uma distância tal que somado a forma do relevo, não sofre contaminação. Há uma preocupação apenas com uma área mais próxima e a montante da EVS, onde hoje é usada para pecuária, sendo que pode ser transformada em monocultura, dependendo do seu proprietário. Neste caso, pode haver contaminação das águas, cuja nascente encontra‐se adjacente a esta área. Estamos em contato com este proprietário, fazendo um trabalho de boa vizinhança e com isto coloca‐lo ciente do processo que poderia prejudicar Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
consideravelmente a EVS e demais moradores da região. Assim, não temos nenhum outro fator externo relevante que se faça requerer cuidados preventivos. 44 Figura 12 - Mapa de Setores e Uso Planejado
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.3 DESIGN DE UM SISTEMA HÍDRICO
A ECOVILA VALE SAGRADO (EVS) está implantada em uma região que apresenta topografia em declive, com uma vereda na parte superior de onde descem várias vertentes de pequenos cursos d'água. Em estudo, verificamos que podemos fazer umas intersecções no leito dos cursos d'água criando pequenos lagos, onde será armazenada água no período das chuvas, para o abastecimento da EVS no período das secas. 5.4 SETORIZAÇÃO DA EVS - USO DO SOLO
Apresentamos no mapa abaixo, a distribuição setorizada do Projeto da EVS composta por 32 lotes residenciais, na cor rosa escuro, uma pousada para até 20 apartamentos, na cor marrom, casas para moradores provisórios, funcionários e possíveis extensão da pousada, cor laranja, centro de convivência comunitária e cozinha comunitária, na região central, inserida numa praça, cor azul, Escola na cor bege, Oficinas, almoxarifado, lavanderia e administração na cor laranja claro, Centro de produção diversas na cor marrom clara. Com isto, podemos prever até 300 habitantes fixos na Ecovila. Portanto, para o abastecimento de água durante as secas, no caso de ocupação máxima, será necessário armazenar: Habitantes = 300 Consumo diário por pessoa = 180 litros Período de seca = 180 dias ( já exagerando, pq esse período na verdade tem sido 5 meses) Reservação = 300 X 180 X 180 = 9.720.000,00 l = 9.720,00 m3 E em curto e médio prazo, será necessário: Habitantes = 220 Consumo diário por pessoa = 180 litros Período de seca = 180 dias Reservação = 220 X 180 X 180 = 7.128.000,00 l = 7.128,00 m3 45 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
46 5.5 Captação e distribuição de água
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
47 Figura 13. - Distribuição espacial dos componentes do sistema de abastecimento de água A captação será feita através da construção de uma barragem, lago 01 que terá uma área de 1.900,00 m2 e outra mais a jusante, lago 02 com uma área de 2.600,00 m2, com uma altura média de 1,60 m, onde teremos um volume de 7.200 m3. Haverá uma adutora que levará a água dos lagos 1 e 2 para reservatórios de ferrocimento de aproximadamente 10 m de diâmetro e altura de 2,00 m, que possibilitam uma capacidade de armazenamento de 157,00 m3 cada. Serão dois reservatórios em sistema de vasos comunicantes dos quais será distribuído por gravidade, toda a água para a EVS. No início será construído um e o outro fica para futura ampliação do sistema. Haverá um filtro de areia na entrada dos reservatórios para filtragem da água que vem dos lagos. Terá ainda uma outra captação, o lago 3 com área de 4.500,00 m2 e capacidade para 5.000,00 m3, que será reservado para a irrigação das áreas de SAFs. 5.5.1
ÁguasdasZonas0e1
As residências e demais dependências de uso comum (pousada, escola, centro comunitário, laboratórios, salão de artesanato, produções manufaturados, etc.), que compõe as zonas 0 e 1, receberão a água do reservatório e após uso, as águas negras irão para um sistema de fossa de bananeira e as águas cinzas, irão para um tratamento em sistema de lagos (brejos) com filtro em carvão, Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
pedras, plantas e peixes, que serão reutilizadas na área para irrigação e lavagem dos espaços físicos de modo geral. Para isto, não poderá usar nenhum tipo de produto de limpeza que não seja biodegradável. Também teremos tetos verdes nos telhados, com coleta de água de chuva, que poderá ser reservada no local ou ser encaminhada para um coletor central da EVS. Também haverá banheiros compostáveis nas proximidades do centro de convivência da EVS e apenas este tipo de banheiro nas proximidades das SAFs. Apresentamos abaixo, um modelo de distribuição dos componentes permacultural das zonas 0 e 1 Figura 14 - Exemplo de disposição dos componentes permaculturais em residência
48 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
49 Fossa de Bananeira Lagos de tratamento de águas cinza Figura 15 - Sistemas de tratamento de águas negras (Fossa de Bananeira) e águas cinzas (Lago de tratamento) que serão
implantados na EVS.
Seguindo estes princípios: Figura 16 - Mapa Temático demonstrando sistemas permaculturais que podem ser utilizados na EVS Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.5.2
CaptaçãodeÁguadeChuvaFutura‐(SeHouverNecessidade)
Caso haja a necessidade de uma captação de água de chuva, será feita a captação dos telhados das construções da EVS, e levado para reservatórios ( R 3, R 4, R 5, R 6) na parte inferior do terreno. Este então, será bombeado para o reservatório de distribuição acima do terreno. Como teremos 32 casas numa média de 100 m2 cada, total = 3.200 m2 Centro comunitário = 300 m2 Áreas comuns , previsão em torno de = 3.200,00 m2 Teremos um total de 6.700,00 m2 de área de telhado Para um Índice Pluviométrico Anual na região de até 2.100 mm Podemos captar até 13.400 m3 para um índice de 2000 mm, o que cobre perfeitamente a necessidade máxima prevista de 11.340,00 m3. Isto, na hipótese de secar toda água das nascentes da região, então teríamos de fazer baterias de reservatórios na parte mais baixa da área de forma a captar e reserva a água necessaria para o abastecimento da EVS. 50 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
51 Figura 17 - ilustrações contendo mapa hipsométrico (mapa 1) e carta imagem (mapa 2) de toda a EVS
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.6 PRINCIPIOS DA PERMACULTURA
Para a definição do zoneamento da área da Ecovila Vale Sagrado, nos orientamos levando em consideração as questões referentes à topografia, relevo, solo, clima, nascentes, matas, acessos e implantação das estruturas físicas da Ecovila. A nossa região apresenta aspectos bastante diversificados em termos de solo, relevo e umidade que leva a criar sistemas de uso do solo bastante complexos. Priorizamos ao máximo a economia de recursos e de trabalho humano, com o objetivo de alcançar maior eficiência energética possível. Planejamos o design de forma a criar pontos entre os locais onde os recursos estão sendo produzidos, com os locais de utilização, de forma a aperfeiçoar tempo e energia. Também pensamos em criar circuitos fechados para evitar a poluição e a contaminação. Figura 18 - Representação das diferentes zonas da EVS conforme as diretrizes da Permacultura
Assim, considerando: 52 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Distância do núcleo da EVS aos diversos pontos da área; 
Proteção de áreas criticas como o local de vereda ao norte, cabeceiras de nascentes, recursos hídricos, alta declividade e 
Local de solo mais apropriado para determinado cultivo, definimos as Zonas nas quais serão trabalhadas as diversidades da Permacultura. Temos a definição das zonas, conforme demonstrado no mapa: 5.6.1
Zona0
Área definida para as construções da estrutura física da EVS, onde estarão as moradias, sala de convivência comunitária (ao centro da mandala), escola, pousada, sala de artes, centro de pesquisas, centro de produção de alimentos e artesanatos, Oficinas, lavanderias. 5.6.2
Zona1
Intervenção de 80 a 100% ‐ são áreas de total transformação da paisagem original, como as áreas próximas às habitações, hortas, quintais agroflorestais ou sistemas agroflorestais de ciclos curtos que podem ser cultivados dentro de cada área das moradias e tanques de biorremediação de água cinza. O manejo será diário contendo os elementos necessários à nossa sobrevivência elementar, água potável e espaço para a produção de compostos. Todas as habitações serão planejadas de forma que sejam mais eficientes na utilização de recursos e na produção de alimentos. Isso irá contribuir para o controle da temperatura interna das edificações e economia de recursos, uma vez que as hortas e árvores frutíferas de pequeno porte e uso frequente (ex. limão) estarão nesta zona. Também, é onde estarão armazenadas as ferramentas e os alimentos que serão consumidos em longo prazo (compotas, geleias, frutas cristalizadas, doces, etc.). Abrigará ainda, um pequeno viveiro de mudas que serão transplantadas nas hortas com o objetivo de diversificar a produção. 5.6.3
Zona2
Intervenção de 60 a 80% ‐ um pouco mais distante das casas, abrange os Sistemas Agroflorestais que afetam ou substituem de 60 a 80% da sua vegetação original, incluindo plantios de cultivos anuais ou bianuais e recebendo manejo semi‐intensivo, como podas, replantios e colheitas sucessivas. Nesta zona estarão os SAFs onde será produzida a maior parte dos alimentos para a EVS, com a comercialização dos excedentes. Nesta zona também foram locados os lagos, onde possivelmente terão animais de pequeno porte, como patos e peixes, como parte do ciclo de vida na permacultura. 5.6.4
Zona3
Intervenção de 30 a 60% ‐ área em que serão implantados os Sistemas Agroflorestais Mistos, com predomínio de espécies introduzidas e manejo de determinadas espécies nativas. Serão inseridas culturas de florestas com fins comerciais, podendo ser utilizadas também nas construções, com sistema de manejo sustentável, florestas de alimentos, produção comercial de frutos e castanhas, 53 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
como por exemplo o baru, nativo do cerrado, entre outros elementos essenciais à diversidade da produção. 5.6.5
Zona4
Intervenção de 10 a 30% ‐ farão parte da zona 4 os sistemas naturais com manejo seletivo e adensamento de espécies de interesse econômico, em clareiras naturais ou abertas, para aproveitamento natural de árvores secas ou em final de ciclo. Os castanhais da Amazônia podem ter sua origem neste tipo de zoneamento, assim como o pequi e o jatobá em determinadas áreas dos cerrados. Será executado o extrativismo sustentável com manejo florestal. Aqui também, serão colocadas as caixas de abelhas para a produção de mel. Também poderão existir roteiros turísticos e trilhas para caminhadas. 5.6.6
Zona5
Intervenção de 0 a 10% ‐ nessa área estarão as faixas de mata ciliar, nascentes e suas cabeceiras, áreas críticas em termos de declividade ou de difícil acesso, corredores da vida selvagem e bancos genéticos vivos. Na parte da vereda, que são as nascentes, melhoraremos a região com intensiva plantação de buritis, para aumentar a sua capacidade de produção de água. Essa é a área onde entraremos para aprender ou para a coleta ocasional de sementes, observação de pássaros e da vida silvestre. É nossa referência para a compreensão dos processos que incluiremos nas outras zonas, sendo que as visitas nessa área serão ocasionais. Posteriormente, haverá um planejamento regional de preservação da biodiversidade e vida selvagem prevendo uma interligação entre todas as áreas vizinhas, de propriedade a propriedade. Na EVS optamos por manter o mínimo possível de animais, pois não teremos abates na área do projeto. A alimentação será vegetariana e futuramente, através da observação do ecossistema local, estudaremos em grupo a viabilidade de mantermos determinados animas como galinhas (ovos) e vacas (leite) para consumo próprio. Pensamos em fazer algumas experiências ao longo do tempo. Por exemplo, os patos são animais que se reproduzem muito rápido, mas poderíamos utilizar os ovos na alimentação. 5.7 ENERGIA COM CARBONO NEUTRO
O design da Ecovila Vale Sagrado e a região onde está localizada permitem diferentes possibilidades como fonte de geração de energia renovável de carbono zero para atender a demanda energética da Ecovila. Desta forma, vê a necessidade de um estudo técnico específico, com levantamento do potencial energético local e seu custo benefício, juntamente com análise de especialista para a decisão da qual ou das quais fontes serão implantados. A região dispõe de incidência solar praticamente o ano inteiro, situa‐se numa parte alta com ventos, sendo esses não tão intenso como no litoral porém passiveis de estudo de potencial; contamos com um pequeno rio bem próximo com potencial para pequena PCH e também teremos áreas de reflorestamento. Com todas essas possibilidades, que requerem um estudo profundo e demanda um certo tempo, como pode ser visto por dados preliminares ao final do texto, as decisões não podem ser tomadas neste momento 54 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
A EVS, está projetada para ter até 32 residências com área construída em torno de 100 m², no sistema de Bioconstrução, ou seja usando materiais naturais como terra e teto verde, que equilibram a temperatura ambiente. Pelo fato da região ser de clima quente, serão utilizados sistemas de ventilação e iluminação natural, eliminando a necessidade de uso de ar condicionado e iluminação elétrica durante o dia. Pelo mesmo fator, não se usa água quente para o banho, porém será instalado ASBC (aquecedor solar de baixo custo) individual nas casas, e demais dependências da Ecolvila como escola, pousada, casa de apoio transitória, etc. A carga elétrica de consumo por unidade habitacional será limitada, permitindo apenas eletrodomésticos básicos. Teremos uma lavanderia comunitária, atendendo a pousada e os demais moradores, a qual contará com máquinas de lavar e ferro elétrico ( podemos pensar em alternativa para o ferro, usar algum tipo que não seja elétrico). Na cozinha comunitária será dado preferência para o uso de fogão e forno a lenha com sistema de serpentina para aquecer a água. Está previsto a existência de uma marcenaria onde serão utilizados equipamentos como serra circular, lixadeira, dentre outros. Será usado forno a lenha para os artesanatos em cerâmica. Não haverá circulação de automóveis na área da Ecovila. Estamos projetando um estacionamento geral situado à 1km da entrada da EVS, sendo que para este percurso, por ser bastante íngreme, existirão apenas 2 carros pequenos percorrendo o trecho. Deste ponto em diante somente a pé ou de bicicleta. Estamos pesquisando a possibilidade de uso de pequenos carros elétricos para a necessidade de acesso com cargas nas partes mas distantes da Ecovila. Há também a possibilidade de uso de charretes, o que ainda será avaliado. Apresentamos o Cálculo Estimado da Demanda e as Considerações: 5.7.1
CálculodaDemandaEstimada
5.7.1.1 UnidadesHabitacionais
U.H. Padrão: 3 Quartos, 1 Banheiro, Sala, Cozinha, Área de Serviço ‐ 10 pontos de iluminação de 120VA = 1.200VA ‐ 10 Tomadas de uso geral de 120VA = 1.200VA ‐ 1 Chuveiro elétrico complementar ao sistema de aquecimento solar = 5.000VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA POR U.H. = 7.400 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA 32 U.H. = 236.800 VA 5.7.1.2 Pousada
‐ 100 pontos de iluminação de 100VA = 10.000 VA 55 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
‐ 100 tomadas uso geral de 100VA = 10.000 VA ‐ Resistência auxiliar para o sistema de aquecimento solar = 20.000 VA ‐ Lavanderia industrial = 10.000 VA ‐ Cozinha industrial = 5.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA POUSADA = 55.000 VA 5.7.1.3 Escola
‐ 50 pontos de iluminação de 100VA = 5.000 VA ‐ 50 tomadas de uso geral de 100VA = 5.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA ESCOLA= 10.000 VA 5.7.1.4 AlaAdministrativa
‐ 25 pontos de iluminação de 100VA = 2.500 VA ‐ 50 tomadas de uso geral de 100VA = 5.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA ALA ADMINISTRATIVA = 7.500 VA 5.7.1.5 AladeAtividades
‐ 25 pontos de iluminação de 100VA = 2.500 VA ‐ 50 tomadas de uso geral de 100VA = 5.000 VA ‐ Ferramentas para Oficina = 10.000 VA ‐ Compressor de ar = 15.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA ALA DE ATIVIDADES = 32.500 VA 5.7.1.6 CentroComunitário
‐ 25 pontos de iluminação de 100VA = 2.500 VA ‐ 50 tomadas de uso geral de 100VA = 5.000 VA ‐ Lavanderia industrial = 10.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA PARA ALA DE ATIVIDADES = 17.500 VA 5.7.1.7 ViasdeAcesso
‐ 80 pontos de iluminação de 250VA = 20.000 VA POTÊNCIA TOTAL INSTALADA: 379.300 VA 56 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
FATOR DE DEMANDA: Trata‐se de um coeficiente que considera que, na prática, nem todos os pontos de energia estarão em uso simultaneamente. Considerando um fator de demanda de 70% temos: POTÊNCIA TOTAL DEMANDADA: 379.300 x 0,70 = 265.510 VA FATOR DE EXPANSÃO: Coeficiente que considera a evolução da comunidade, e consequentemente o aumento da demanda em função disso. Considerando um crescimento da demanda de 2% ao ano, teremos um acréscimo na demanda de aproximadamente 50% num prazo de 20 anos. POTÊNCIA TOTAL DEMANDADA CONSIDERANDO UM UNIVERSO DE 20 ANOS: 398.265 VA Sendo assim, um sistema de geração projetado para atender a esta comunidade pelo prazo de 20 anos deve ter um potencial de geração de 400 kVA. 5.7.2
Verificaçãodepotencialhidrelétrico
De acordo com o estudo realizado em queda d’água próximo à área do empreendimento, é possível a construção de barramento com nível operacional na cota 440, e a instalação da turbina na cota 410, estabelecendo uma queda bruta de 30m. Para o cálculo do potencial hidráulico observamos a fórmula. Onde: P = Potência [kW] η = Rendimento do sistema [Adimensional] Q = Vazão [m³/s] H = Queda bruta [m] G = Aceleração da gravidade [m/s²] Com os dados apresentados em mãos, estimando um rendimento total do sistema de 50% considerando as perdas elétricas e mecânicas da geração e distribuição, além do rendimento do gerador, podemos obter a vazão necessária da seguinte forma: 5.8 PROPOSTA
DE
ENERGÉTICO
PROJETO
DE
APROVEITAMENTO
Considerando a disponibilidade de potencial hidrelétrico nas proximidades do empreendimento, e as características de cada tecnologia para aproveitamento energético, sugere‐se um projeto baseado em 2 fontes de energia: Solar e Hidráulica. A energia solar deverá ser utilizada para aquecimento, através de aquecedores solares individuais em cada unidade habitacional, e centralizado para a pousada e outras edificações de uso coletivo que for necessário. 57 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Para suprir a demanda de aquecimento de água nos dias nublados, onde a insolação for insuficiente, ou quando a demanda por água aquecida for maior que a capacidade dos coletores solares instalados, sugere‐se a instalação de chuveiros elétricos complementares ao sistema de aquecimento solar nas unidades habitacionais. No caso dos sistemas centralizados, sugere‐se a instalação de resistência auxiliar nos reservatórios térmicos. Para a demanda de energía elétrica, apesar da região apresentar forte insolação, a disponibilidade de potencial hidráulico nas proximidades faz com que o apelo pelo uso da energia hidrelétrica seja muito superior. Isso por que: 
A geração de energia solar fotovoltaica gera energia em corrente contínua, enquanto a maioria dos equipamentos utilizados são projetados para utilizar corrente alternada. Os equipamentos já desenvolvidos para corrente contínua ainda não possuem uma escala de fabricação relevante, e por isso são mais caros. Já o uso de inversores, que são conversores de energia em corrente contínua para corrente alternada, são equipamentos eletrônicos sofisticados, caros, e exigem uma mão‐de‐obra especializada para manutenção; 
A tecnologia de geração de energia hidrelétrica está bastante solidificada, principalmente no Brasil onde mais de 70% da matriz energética é constituída por esse tipo de geração. Portanto, há maior disponibilidade de peças de reposição e mão‐de‐obra qualificada para manutenção, além do custo dos equipamentos e peças ser reduzido devido à escala de fabricação. 
O uso da energia solar fotovoltaica só é possível durante o dia e quando houver insolação. Para suprir a demanda nos períodos noturnos e em dias nublados, será necessária a utilização de baterias para o armazenamento da energia excedente produzida, gerando resíduos que podem contaminar o ambiente já que as baterias possuem uma vida útil limitada, ou o uso dos inversores já mencionados para conexão do sistema fotovoltaico à rede pública de distribuição. Nesse último caso, a concessionária de energia elétrica local funcionaria como um pulmão de armazenamento, absorvendo a energia excedente produzida pelas placas solares durante o dia, e fornecendo energia para suprir a demanda quando não houver insolação. Vale lembrar que essa estratégia também é valida para a geração hidrelétrica. 5.9 Diretrizes para construção verde
Na ECOVILA VALE SAGRADO seguiremos os princípios da permacultura e bioconstrução para o norteamento dos projetos das construções. A análise preliminar dos materiais locais e dos recursos disponíveis para transformação em energia nos serviu de base para descrevermos as diretrizes abaixo: 5.9.1
Planejamentodolocal
As construções serão projetadas de forma a evitar o corte de árvores e a minimizar a descontinuidade visual. Cuidado especial será tomado para respeitar a topografia do terreno de modo que não seja necessário retirar muita terra, nem derrubar árvores, respeitando também, os hábitos da vida selvagem. Outro cuidado será o controle da erosão, desviando a água e cuidando da vegetação. 58 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
59 Projeto orgânico Iluminação e ventilação natural Figura 19 - Exemplos de projetos de bioconstrução
5.10 UTILIZAÇÃO
DE
TÉCNICAS
AMBIENTALMENTE CORRETOS
E
MATERIAIS
Os projetos arquitetônicos deverão levar em consideração as questões climáticas da região, com desenho solar passivo, considerando iluminação e ventilação natural. As casas deverão possuir acomodações suficientes para atender as necessidades básicas, contemplando conforto e beleza, mantendo a simplicidade, sem excessos, com área máxima de 120 m2, sendo térrea ou com 1 pavimento ou mezanino. Serão usadas as técnicas da Bioconstrução como adobe, super adobe ou hiper adobe, taipa, cob, bambu, bambu a pique, teto verde, revestimento natural com materiais hidrorepelentes naturais, pintura naturais, sanitários compostáveis (fossa de bananeira) e tratamento de água cinza através de lagos com filtros naturais, para reuso e/ou irrigação do terreno. Imagem de exemplo de técnicas de bioconstruções que serão usadas na EVS Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
60 Figura 20 - Adobe Figura 22 - Bambu ou pau a pique Figura 21 - Superadobe Figura 23 - Cob Figura 24 - Ferrocimento Figura 25 - iluminação com garrafas Figura 26 -Nas figuras 22 a 27 são apresentados exemplos de técnicas de bioconstruções que serão usadas na EVS
Dessa forma, serão priorizados materiais ecológicos locais passíveis de serem utilizados até o fim de sua vida útil, evitando demolições e reconstruções, e que, na medida do possível, sejam adequados para reciclagem ou reuso, dentre os quais: terra, madeira, pedra, capim, palha, esterco, baba de cupim, baba de babosa e bambu. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
61 Figura 27 - Teto verde Figura 28 - Iluminação natural No caso de materiais industrializados que forem necessários e para os quais não encontrarmos substitutos na natureza local, os mesmos serão adquiridos de lojas dos centros urbanos mais próximos, como cerâmicas de olaria local, cal, ferro e cimento. Tentando comprar materiais de próxima procedência com a mínima emissão de carbono na sua fabricação e no seu transporte até a loja onde compramos. Mas estes materiais serão reduzidos ao mínimo possível sem afetar a construção e segurança. As madeiras deverão ser de reflorestamento e certificadas, oriundas de áreas que obedecem a sistemas de manejos sustentáveis de produção e se possível, de origem nacional. Futuramente essas madeiras poderão ser tiradas da própria área de reflorestamento da EVS. Para os pisos utilizaremos a técnica de cimentado queimado e/ou cerâmico de produção nas proximidades da região. Poderemos também utilizar telhas e tijolos oriundas de olaria local. Outra possibilidade é utilizar mistura de terra apropriada (com casa de cupim) com palha triturada, fortemente apiloada e proteger com sete camadas de óleo de linhaça obtendo um efeito pedra. Nos casos onde seja necessária a estruturação da construção, como nos reservatórios de água, serão usadas as técnicas do ferro‐cimento ou argamassa armada. 5.10.1 Gestãodosresíduossólidos(Reciclar,ReutilizareReduzir)
Será feita a coleta seletiva de lixo em todas as áreas da Ecovila, assim como a compostagem dos resíduos orgânicos, fossa ecológica nos sanitários e reciclagem de águas cinzas. 5.10.2 Permeabilidadedosolo
A estrada de acesso, vias e caminhos para locomoção interna serão construídas utilizando materiais permeáveis, mantendo a absorção da água nos períodos chuvosos e evitando a erosão do solo. 5.10.3 Transporteinterno
O uso de automóveis e outros veículos serão limitados ao mínimo. Haverá um estacionamento amplo na entrada. A movimentação interna será feita por bicicletas e futuramente, um pequeno carro elétrico. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.10.4 Transporteexterno
Será prioridade reduzir o número de veículos circulando no acesso da Ecovila Vale Sagrado e dentro da ecoaldeia, aproveitando ao máximo as viagens, tanto para pessoas como materiais. 5.10.4.1 FontesPesquisadas

Pesquisa efetuadas pela internet baseado no trabalho de titulo ANÁLISE DE RISCO ECOLÓGICO DA BACIA DO RIO PARAGUAI – Argentina, Bolivia, Brasil e Paraguai – Resumo executivo,da WWF,TNC,Programa de Conservação da Mata Atlântica e das Savanas Centrais e Estratégia de Água Doce do Programa de Conservação da Mata Atlântica e das Savanas Centrais . 
Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso, Diagnóstico Ambiental do Zoneamento Socio Econômico Ecológico, 1999 
NASA, Modelo Digital de Elevação obtido pela Missão SRTM, 2000 
Contamos com a colaboração do Engenheiro Eletricista JOÃO VICTOR DE LARA OLIVEIRA, no cálculo da demanda energética e na análise para proposta de projeto de aproveitamento energético. 62 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
63 7 VISÃODEMUNDO
Vivenciando um momento na história da humanidade em que estamos passando por imensos desafios simultâneos como a degradação da natureza, cidades inchadas e caóticas com pobreza generalizada, mudança climática, povos oprimidos e insatisfação geral mesmo em quem possui bens materiais em excesso. Diante disto, busca‐se uma enorme força para algo novo ou, sobretudo uma nova Visão de Mundo. Dentre esses desafios surgimos como uma opção para recomeçar, reconectar, realinhar e reorganizar, co‐criando assim uma nova realidade. Estamos nos encaminhando para uma nova fase da evolução da vida neste planeta! De acordo com a nossa visão de mundo e com base na perspectiva da Dinâmica da Espiral consideramos os tópicos mais representativos da nossa Ecovila Vale Sagrado: Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Visão Global => o mundo é um único organismo dinâmico. 
Flexibilidade e Fluidez => mundo sem fronteiras, igualitário, transcendente e solidário. 
Comunidade => equilíbrio ecológico, multiculturalismo e igualdade. 7.1 UNIÃO DE VISÕES: O FRUTO DA DIVERSIDADE
Pensando nos nossos principais interlocutores e as suas visões de mundo, entendemos que todos os idealizadores do projeto possuem mais de uma visão de mundo com as quais se identificam. As mais representativas são: Eco‐Radical, Eco‐Guerreiro e Eco‐Guardião. Porém, podemos nos comunicar com diversas visões de mundo simultaneamente, as quais podem mudar o tempo todo, pois cada pessoa com quem interagimos tem sua própria forma de ver o mundo. Com isso surge a necessidade de sermos conscientes como comunicadores, tentando atingir a diversidade, traduzindo a mensagem de forma que atinja a todos, mesmo que possuam valores e motivações diferentes. Para isso também é necessário um conhecimento profundo de nossas vidas e da forma como nós vemos o mundo. 7.2 MEDIDAS PROMOVIDAS PARA CONSERVAR A NATUREZA
Pensando em nossa união com a natureza e nos recursos naturais existentes promovemos a conservação destes através das seguintes medidas: 
Proteção e conservação dos recursos naturais do local e entorno; 
Utilização de sistemas de bioconstrução para todas as edificações, priorizando o uso de materiais locais; 
Implantação de sistema de captação de água da chuva e construção de três lagos para armazenamento de água excedente para utilização na época de estiagem; 
Aquecimento de água através de painéis solares, utilização de painéis fotovoltáicos e possibilidade de instalação de uma micro‐hidrelétrica para geração de energia elétrica; 
Sistemas naturais para tratamento das águas cinzas e pretas; 
Implantação de sistemas agroflorestais para a produção de alimentos; 
Abertura de estradas e caminhos internos respeitando trilhas de animais e árvores; 
Criação de um centro de aprendizagem voltado à educação ambiental, promovendo o respeito e a conservação da natureza dentro e fora da Ecovila; 
Ecoturismo com foco em educação ambiental; 
Programa de maximização das margens; 64 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Reflorestamento; 
Recuperação de áreas próximas às nascentes; 
Compostagem de resíduos orgânicos; 
Cuidados com o lixo – Reduzir – Reutilizar – Reciclar; 
Transporte compartilhado e utilização de bicicletas. 7.3 Falando em biodiversidade nós comprometemos a:

Manter o equilíbrio ecológico da área e as conexões entre as diferentes espécies do ecossistema local; 
Criação de florestas de alimentos com a maior diversidade possível, dentro do equilíbrio ecológico; 
Implantação de lagos para retenção de água e sistemas agroflorestais para a produção de alimentos, contribuindo para o aumento da biodiversidade do local; 
Plantação de arbustos e herbáceas de diversos portes, formas, texturas, cores e cheiros, para atrair maior diversidade de organismos vivos; 
Utilização de plantas que atraiam insetos benéficos que contribuam para a polinização (p.e. abelhas) e tornem as plantas mais resistentes a possíveis ataques de pragas e doenças; 
Utilização de substâncias naturais para adubação e controle de pragas. Como ficamos em meio ao cerrado com imensa diversidade que a natureza nos proporciona, vivenciamos muitas faces da natureza. Suas vozes e existências de outros reinos. O ponto principal é a observação detalhada do espaço e das espécies em diferentes épocas do ano, o que já vem ocorrendo há algum tempo. Também a conservação da flora nativa evitando as variedades exóticas e aumentando as áreas de reflorestamento. Teremos imenso respeito aos espaços para passear na natureza, andando em silêncio, sendo discretos, evitando cores vivas e perfumes que possam incomodar os animais. A diversificação da flora dará condições às diversas espécies de se instalarem. Ao anoitecer pensamos em limitar ao máximo a poluição luminosa no exterior. E acima de tudo queremos estabelecer conexão com os devas da natureza. A Natureza possui papel principal no design da Ecovila. Tudo está sendo pensado a partir do trabalho que a Natureza executou durante milhares de anos para formar a estrutura complexa existente hoje no local. Cuidado especial está sendo tomado para interferir o mínimo possível no ecossistema. Isso está claro na Visão da Ecovila Vale Sagrado: “Viver conforme as leis da natureza, dentro de padrões de justiça, amor, respeito e altruísmo, interagindo de forma harmônica com todos os reinos. 65 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
7.4 IMPORTÂNCIA DOS PROCESSOS RITUALÍSTICOS
Nos dias de hoje constatamos como o mundo pós‐industrial é culturalmente pobre no que diz respeito aos processos ritualísticos e ritos de passagem. O arquétipo ancestral dos povos indígenas dentro da alma moderna anseia pelo retorno da prática de ritos que marcam as mais importantes fases da vida. Os ritos transculturais, que têm raízes no passado e se harmonizam com a era pós‐moderna, fazem parte da nossa Ecovila Vale Sagrado serão celebrados momentos que marcam fases importantes na vida das pessoas, como por exemplo, nascimento de um novo ser, festa celebrando a entrada na vida adulta, maioridade, formatura que marca a entrada no mercado de trabalho, união com outra pessoa e morte. Os ritos de passagem na EVS são celebrados para marcar principalmente, desapegos a velhas atitudes que já não servem mais, para atitudes condizentes com a nova fase da pessoa. Os ritos de passagem na EVS serão ritos originais e entusiásticos, de reencontros profundos com a morte e renascimento simbólicos. Serão uma grande oportunidade para auxiliar a pessoa a fazer uma auto‐análise e também para receber orientações para a nova fase. 7.5 FAREMOS NOSSOS RITUAIS DA SEGUINTE FORMA
Nascimento: quando a criança nasce, reúnem‐se as pessoas para agradecer por aquele ser que está iniciando seu caminho aqui no Planeta. Também, é o momento para oficializar o nome, muito importante porque é a marca energética que a pessoa levará em sua vida. Os pais poderiam compartilhar o significado do nome. A celebração acontece com flores e frutas e as pessoas podem presentear a criança, se assim desejarem. Maturidade: a entrada na fase adulta é celebrada com uma festa onde estarão presentes toda a família e amigos. Será comemorada com música, danças, flores e frutas, ao ar livre. A pessoa é orientada pelos pais e/ou pessoa do grupo sobre coisas importantes da vida, sobre valores. Morte: orações de agradecimento pela convivência e pelos seus feitos em vida. Também, orações solicitando que o ser seja amparado pela equipe espiritual e que receba muita Luz. Todos oferecerão flores colocando ali todo seu sentimento em relação aquela pessoa, estando livres para expressar e compartilhar seus sentimentos com o grupo. A partir do enterro, será evitado tocar no nome da pessoa e dois dias depois serão doados seus pertences. Pensando na mãe Terra, os rituais são de extrema importância pois nos reconectam com todos os reinos, com a energia da terra e então, nos sentimos nutridos, acolhidos, amparados e estimulados para manifestar a cada dia em nosso caminho sagrado, nosso verdadeiro propósito de vida. Celebrações de solstícios, equinócios, semeadura, colheita, início da primavera, ritual de agradecimento na lua cheia, gratidão e respeito para com os animais e o reino mineral, nos fazem sentir parte desse lindo Planeta que é a nossa casa. 7.6 ESPIRITUALIDADE SOCIALMENTE ENGAJADA
A visão espiritual foi o alicerce do nosso estudo de caso e está presente em todo planejamento, desde os critérios que fundamentam a forma de vida na Ecovila até o modelo para a sua sustentação econômica. Respeito pela natureza de forma geral, ou seja, flora, fauna, elementos e elementais, reino vegetal, animal e mineral, valorização do Ser Integral, sua saúde física, mental, emocional e espiritual, nas 66 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
práticas de meditação e integração coletiva e com a natureza, ou seja, interser, nos rituais de celebrações, enfim, está presente na nossa mais pura intenção de criar um mundo que queremos ver manifestado e está totalmente coerente com o caminho do coração, que faz com que sintamos uma gratidão infinita por estar aqui e fazer parte de tudo. Gratidão por estar iniciando algo muito novo, ao lado de pessoas maravilhosas, que também abriram seus corações para um propósito maior. Tudo isso tem gerado uma revolução em nossas vidas e na vida das pessoas com as quais convivemos, provocando verdadeiros saltos quânticos. 7.7 DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES
Tendo mais membros e simpatizantes para o projeto Ecovila Vale Sagrado, seguem alguns depoimentos de participantes ligados ao curso GEDS de GAIA Education: 7.7.1
DepoimentodaIliana
Uma amiga muito especial insistia num convite para que eu conhecesse uma terra que ela havia comprado em Chapada dos Guimarães (MT) com um grupo de amigos, dizendo que o lugar era muito lindo. Cada pessoa havia comprado 25 ha e minha amiga não escondia o desejo de que eu também comprasse um pedaço de terra nesse lugar. Adiei tudo o que pode essa visita, porque achava totalmente improvável que eu fosse me interessar, sendo tão longe do Sul, onde vive toda a minha família. Então, em 2002 quando estava de férias, viemos conhecer a cidade e o lugar de que tanto falava. Quando cheguei lá fiquei encantada não só com a beleza, mas com a energia. Ficamos somente um dia e quando estávamos saindo de lá, lágrimas rolaram dos meus olhos. Era como se eu sempre tivesse vivido aí. Então, não tive dúvidas e acabei comprando uma área nesse lugar. Desde o primeiro momento, esse espaço sempre esteve destinado a um trabalho comunitário, mesmo quando eu ainda não o conhecia. Demorou muito tempo para que o grupo se consolidasse num trabalho em conjunto. Por diversos motivos pessoais, cada um foi priorizando outras coisas em suas vidas, com exceção de um dos membros, que construiu inclusive um alojamento para receber pessoas e que atualmente funciona como base de apoio. Porém agora, 12 anos depois, tudo começa a fluir numa sincronicidade maravilhosa. É como se aquele lugar estivesse sendo preparado para o trabalho ou simplesmente esperando que nós estivéssemos prontos para a tarefa maravilhosa que está começando a fluir no local, o que é mais provável. Nossa mudança para esta cidade gerou uma verdadeira revolução em nossas vidas (minha e de meu marido). Morávamos em Curitiba e deixamos tudo para traz. Saímos de lá com um carro e nossa roupa. Deixamos nossa casa e tudo o que havia nela, nossa família, filhos, amigos e toda uma vida feliz construída numa cidade urbana e linda como é Curitiba. Não foi uma tarefa fácil desapegar de tudo e construir novos relacionamentos nesse local, ainda mais porque estávamos muito bem lá. Tivemos que ter coragem, determinação e muita fé, porque não sabíamos exatamente o que aconteceria. Se vamos criar algo novo, é novo e foge aos protótipos existentes, sendo realmente 67 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
um grande exercício de fé e entrega. Penso que ainda estamos em fase de transição uma vez que está completando somente um ano desde nossa chegada aqui. Sentimos ser parte de nossa missão de vida e estamos muito felizes por termos conseguido chegar até aqui. A Ecovila Vale Sagrado pretende ser um grande laboratório, uma semente para a nova humanidade que está emergindo. Que possamos ser capazes de ancorar a Luz necessária à manifestação deste espaço sagrado sobre o Planeta Terra. 7.7.2
DepoimentodaDilênia
É interessante observar o tear da vida em prol de que determinada coisa aconteça. É como se realmente já está tudo definido, e o que tem de ser, será. Há muitos anos atrás conheci uma pessoa que me falava muito sobre um lugar muito especial, de muita energia, onde ela acreditava que teria um centro espiritual que ajudaria na evolução dos seres. Ela queria me levar lá para conhecer, mas não houve tempo para isso e ela se foi para outro plano. Após alguns anos, conheci um casal amigos dela que também compartilhavam com esta mesma visão, tendo inclusive uma área na região. Eles me convidaram para ir lá, por que queriam construir um condomínio ou algo parecido com a finalidade de ser ali um Centro de Harmonização do Ser. Eu fui como engenheira para conhecer a área e desenvolver um projeto. Chegando lá, tudo mudou, senti a energia do local, sendo tomada por uma grande emoção. Daí pra frente, foram acontecendo fatos, que mudaram o rumo da história. Surgiu o curso GAIA EDUCATION, para a formação de pessoas para a criação de Ecovilas, convidei então a já minha amiga para fazer o curso e juntas vimos que ali poderíamos desenvolver nosso Estudo de Caso. O GEDS caiu como uma luva, dando‐nos toda a direção que precisávamos e que na verdade nem tínhamos noção de qual era. Isso mudou totalmente a minha vida. Vislumbrei o micro mundo que poderíamos criar dentro dos padrões da sustentabilidade e demais princípios que acreditamos ser o caminho para a sobrevivência dos humanos e do planeta e que não conseguimos ver ser possível acontecer nos padrões políticos, econômicos e social em que vivemos hoje. Vimos também, que não podemos estar isolados, precisamos de conexão. E o primeiro passo para isto foi procurar com quem poderíamos fazer a primeira conexão ou inter relação . Temos próximo, um assentamento de pessoas que encontram‐se as margens do poder público, sem nenhum tipo de assistência ou orientação. Vimos que podemos ser um diferencial para eles, contribuindo na construção do Ser, levando consciência e amor á tão bela natureza que os permeia, valorizando e empoleirando cada um elevando assim suas consciências e conhecimentos fazendo uma organização em que todos possam beneficiar no aspecto social, cultural e econômico. É uma troca em que precisamos deles, para execução do trabalho de implantação da Ecovila e eles precisam de nós para as orientações e apoio do desenvolvimento humano da comunidade. 68 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Hoje, meu objetivo de vida é esse, estou inteiramente dedicada a realização deste Trabalho, com a esperança que seja como diz o slogan criado pela Iliana, " entre o céu e a terra, um lugar para o Divino". Que este seja o primeiro núcleo, e que seja Iluminado, para que possa servir de exemplo para as outras comunidades próximas, como hoje é as muitas Ecovilas de sucesso que existe implantada no planeta. E que seja multiplicada e numa rede interconectadas criaremos o Mundo harmonizado, iluminado de Paz e Amor. 7.7.3
DepoimentodoToni
Para mim o estudo de caso esta a mostrar como se materializa uma ideia, um projeto que foi tempo atrás um castelo no ar, sem espaço nem tempo definido. Transformando a forma de viver, de nos relacionar, de interconectar, de existir. Eu não sou parte direta de esta materialização, mas estou a partilhar e colaborar no possível no processo de transformação da ideia em matéria. Vivendo a energia das pessoas diretamente implicadas no projeto, como seu projeto de vida e de ajuda na melhora do mundo. Estou a sentir cada vez com mais força para encaminhar um projeto e ser parte de todas as etapas. Ao mesmo tempo sento feliz por acompanhar este processo de transformação coletiva e criação de um novo núcleo e amor e harmonia em equilíbrio com as forças do universo. O estudo de caso me esta a ajudar na minha transformação mas sem dúvida, não com a mesma intensidade que as pessoas que vão morar no Vale Sagrado nos próximos tempos, motivo pelo que minha historia é mais pequenina que as suas, sinto‐me feliz de partilhar o mundo com vocês . 7.7.4
DepoimentodaLiz
O estudo de caso entrou na minha vida através do Gaia. No início do curso tínhamos que escolher um estudo de caso para fazer parte e, quando recebi a mensagem do estudo sobre a “Ecovila Vale Sagrado” senti uma forte atração em fazer parte dessa história e poder contribuir de alguma forma, mesmo sendo distante de onde eu morava, pois a localização da EVS é no MT e eu moro em SP. Na primeira reunião, quando ouvimos as vozes umas das outras, e escutei as histórias da Iliana e Dilênia sobre o lugar, como surgiu a ideia da EVS, como ela foi crescendo, quais eram as intenções, o motivo delas decidirem entrar no Gaia, fiquei toda arrepiada!!!! Senti muita emoção e também muita firmeza nos princípios e vontades que envolviam a construção desse lugar sagrado. Neste dia me senti muito feliz e sabia que tinha feito a escolha certa, pois entendi que por se tratar de um sonho que vai se tornar realidade eu teria a oportunidade de estudar, aprender e também contribuir para algo real, um sonho que desde então virou meu também! Creio que as mudanças que o estudo de caso está provocando estão relacionadas com a visão de um novo mundo, como uma centelha divina, que está brotando e contribuirá para a crença de outras pessoas na possibilidade de uma nova forma de se viver. Isso cresceu dentro de mim durante este processo de aprendizagem, e creio que, quando o projeto iniciar suas atividades essa luz irá contaminar muitas e muitas pessoas. Esse estudo de caso me proporcionou o contato com pessoas muito especiais, receptivas e abertas, onde foi criado um ambiente de troca de aprendizados maravilhoso. Também me fez enxergar que as mudanças no nosso mundo são possíveis e estão ocorrendo em todo lugar, e que isso é uma realidade. 69 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
7.7.5
DepoimentodaMari
Assim que entramos no curso tivemos que escolher um grupo para fazer o estudo de caso. Algumas pessoas colocaram suas ideias. Todas muito interessantes. Eu, que moro em uma cidade grande, estava tendendo a escolher alguma alternativa mais urbana. Mas, sem me precipitar fiz uma meditação com foco no estudo e nas relações que teríamos. Ainda não nos conhecíamos e me senti completamente escolhida pela Iliana e Dilenia idealizadoras da ideia. Liz entrou junto comigo. Logo fizemos uma reunião por Skype para nos conhecermos e ouvir o processo embrionário da ecovila. Ainda estava muito perdida com o estudo e com o que era uma ecovila. Lembro de conversar com a Liz sobre isso. Mas a história era encantadora surgida de um sonho e com muita vontade de virar realidade. E nada me encanta mais que a busca e a realização de sonhos. As meninas já estavam muito engajadas e com uma força realizadora que transbordava. Por isso, fazer parte deste grupo sempre foi muito encantador. Sim aprendemos muito juntas, mas com a força de quem sabe aonde quer chegar e tem disposição. Algumas pessoas entraram no grupo outras saíram, e logo percebemos a necessidade do nosso encontro semanal que por mais difícil que fosse, com internet ruim, trabalho em excesso, fuso horário, ali seria o ponto de trocas tão gratificando e esclarecedor que tivemos durante o ano todo. É deste encontro que tiro a melhor parte do curso Gaia. Era a minha sala de aula com o que ela pode oferecer de melhor, trocas feitas com carinho e amor. Passar esses meses na montagem de um sonho de mundo melhor e aprendendo como se coloca isso na prática me fez crescer como alma e ter a certeza que tudo que fazemos juntos, fazemos melhor. E eu que sempre quis me esconder no mato sozinha ou no máximo com a minha família acho que já tenho um lugar melhor para ir. Agradeço imensamente essa oportunidade de aprendizado e troca com vocês. 70 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
8 PERCEPÇÕES
DE
APRENDIZADO
CONFORME O TRIÂNGULO TAREFA‐
PROCESSO‐RELACIONAMENTO
UTILIZADO NO DECORRER DO CURSO
GEDS
8.1 ANTONI
No decorrer do curso analisamos e aprendemos como nos relacionamos e como nos relacionar com nós mesmos, com uma comunidade e o seu entorno e com a sociedade e ambiente natural a volta da comunidade na que, como indivíduos, formamos parte. Chegando com esta estrutura polinivelada, com a que são organizados os sistemas vivos, até GAIA e o Universo. Cada nível é formado de um número de sub‐sistemas que formam uma unidade respeito a suas partes e uma parte respeito a uma unidade maior, e ista visão é um eixo transversal ao longo de todo o processo, tarefas do curso e relacionamentos com a turma e a equipa do GEDS. Foram uns meses partilhando energias desejos e objetivos para nós e para o mundo. Imensa gratidão. 8.2 MARIANA
Nunca achei que questionários com tarefas a serem realizadas poderiam ser tão intenso e profundo. Foi uma imersão. Cada modulo de sua forma, vivemos o sócial, lidamos com o economico, estruturamos com o ecológico e vivenciamos com a visão de mundo.Depois de quase 1 ano, lendo, aprendendo, respondendo, refletindo, analisando e principalmente me encontrando com o outro e comigo mesmo, me sinto gratificada! Os princípios Gaia ficam tatuados na minha alma. Muito lindo ver tudo agrupado! Fico feliz com o resultado. 8.3 DILÊNIA
Com grande expectativa e certa ansiedade iniciei o curso do GEDS, por não saber ao certo o que me aguardava e como iria conduzir e relacionar tanto com a equipe de formadores como os demais participantes. Na primeira dimensão, a social, foi grata a minha surpresa pela forma dinâmica porém simples e participativa que me abriu um horizonte nunca antes vislumbrado e isto só foi crescendo no decorrer do curso, aumentando esse horizonte assim como o relacionamento entre os tutores e os colegas. 71 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Foi um grande presente o curso GEDS que me trouxe uma outra visão de mundo e pessoas maravilhosas que estão na mesma sintonia dando força e alegria em prosseguir com o agradável trabalho de contribuir para a criação de um mundo fraterno, de paz, amor e solidariedade, realizando assim parte de um sonho, pois sonho sempre temos de continuar tendo. 8.4 ILIANA
"Para mim esses meses foram mágicos e com certeza me encontro em outro nível de entendimento. Todo o processo foi uma grata surpresa, superando minhas mais altas expectativas. Ao final do curso, analisando todo o trabalho desenvolvido, vimos concretizada uma parte importante de um sonho: a Ecovila Vale Sagrado. É gratificante ver materializada esta etapa, não só pelo planejamento em si, mas pelo interesse que tem despertado nas pessoas. Foi um tempo maravilhoso, compartilhado com pessoas muito especiais. Só tenho uma palavra para definir isso tudo: gratidão. Gratidão a toda a equipe GEDS e aos novos queridos amigos que estiveram ligados direta ou indiretamente ao projeto. Agora, é tempo de agir, construir e espero poder continuar contando com vocês. Muita Luz a todos." 8.5 LIZ
O método de aprendizado utilizado pelo GEDS foi incrível, pois nos permitiu concretizar nossas experiências e vivências do conteúdo estudado neste grandioso trabalho de conclusão! A necessidade de nos relacionarmos com um grupo, mesmo que a distância, para executar o estudo de caso, organizar as ideias e contribuições de todos, chegar a um consenso frente às propostas sugeridas, aprender um com o outro, enfim, aprender fazendo algo na prática foi um processo muito enriquecedor e me trouxe uma satisfação imensa! Algo que a princípio parecia utópico, porém, naturalmente, no decorrer processo, foi se transformando em realidade, fazendo com que o aprendizado fosse sentido de forma muito completa e intensa. 72 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
73 ANEXOS
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
9 ANEXO 1 ‐ PROTOCOLO DE ADESÃO –
ECOVILAVALESAGRADO
A experiência na Ecovila Vale Sagrado poderá ser vivenciada através de diferentes formas: como participante de cursos e workshops, através de visitas pré‐agendadas, turismo, programa de voluntariado ou como aspirante a membro. Qualquer que seja sua escolha, durante o período de permanência na ecovila, o regimento interno deverá ser seguido. A participação em cursos e workshops englobará a atividade em questão, contemplando estadia e alimentação durante o período. As visitas pré‐agendadas não incluirão estadia, apenas alimentação, pois terão duração de apenas 1 dia. O programa de voluntariado incluirá trabalho em setor pré‐acordado, estadia e alimentação, e deverá contemplar um período mínimo de 1 semana. O aspirante a membro deverá possuir convivência prévia de um ano na EVS para solicitar sua permanência, a qual englobará os períodos dedicados a cursos, workshops e voluntariado, período onde será possível experimentar a rotina do local de forma mais profunda e sentir sua identificação com nossa visão, missão e objetivos. A solicitação formal de permanência deverá ser feita através da assembleia geral mensal. 9.1 REGIMENTO INTERNO

Estar disposto a viver em um lugar distante do centro urbano, comprometendo‐se a respeitar: o
A natureza – ecossistema como um todo ‐ reino animal, vegetal e mineral. o
O Ser Humano Integral, percebendo a todos como irmãos, reconhecendo que a relação será de aprendizado mútuo. 
Estar disposto a interagir com as pessoas de forma harmônica, estando aberto a ouvir e aceitar pareceres, levando ao conhecimento de seu tutor quaisquer discordâncias. O tutor cuidará para que a situação seja conduzida dentro das normas estabelecidas na Ecovila. 
Participar da vida ativa da comunidade, inclusive assumindo responsabilidades como qualquer outro membro integrante, compartilhando as tarefas desenvolvidas na Ecovila. Caso possua experiência ou seja especialista em alguma área específica, poderá contribuir nesta área. Caso contrário, ficará à disposição para exercer funções nas demais áreas onde se adaptar melhor. 
São permitidos animais de estimação, de acordo com as regras pré‐estabelecidas para a boa convivência. 74 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

O uso de cigarros será permitido apenas nos locais específico para fumantes 
Não fazer uso de bebidas alcoólicas exceto em datas comemorativas onde o mesmo for liberado 
É proibida a utilização de drogas ilícitas de qualquer natureza. 
Não consumir nenhum tipo de carne nas dependências da Ecovila. 75 Ecovila Vale Sagrado Pedra Grande Chapada dos Guimarães (MT) Nome da pessoa Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
10 ANEXO 2 ‐ PRIMEIRO RITUAL DE
CELEBRAÇÃO DA EVS: RITUAL
XAMÂNICODELIMPEZAECURA
Trabalho em equipe realizado no dia 18 de julho de 1014 para o preparo do local para a realização do primeiro ritual da EVS. Fotos 1 e 2: Início da capinagem para preparo do local Foto 3: Arrumação do círculo após capinagem 76 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
77 Foto 4: Celebração após o primeiro ritual de Limpeza e Cura realizado na EVS Foto 5: Celebração após o ritual Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11 ANEXO 3 ‐ PLANO DE VIABILIDADE
ECONÔMICA – POUSADA VALE
SAGRADO
11.1 INTRODUÇÃO
O empreendimento a ser construído é uma pousada ecológica voltada para a exploração do ecoturismo. Sua essência é o contato com a natureza, respeitando‐a, distanciando o hóspede da vida agitada dos grandes centros urbanos e propiciando o autoconhecimento. A Pousada será composta por chalés num padrão de bioconstruções (superadobe, bambu, pedras, etc.), priorizando o conforto e o bem‐estar das pessoas. 78 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
79 Este plano, visa aproximar aspectos importantes a serem considerados quanto à implementação, organização e comercialização na Pousada Vale Sagrado, como local turístico com serviços pioneiros na região da Chapada dos Guimarães. Razão Social da Empresa: POUSADA VALE SAGRADO 11.2 EQUIPE DE GESTÃO
A equipe de gestão será composta pelos membros da Ecovila Vale Sagrado: Dilenia Lara, formada em Engenharia Civil, com experiência em projetos de saneamento Evori Mezarobba, formado em Ciências Contábeis, pós‐graduado em Finanças e Gestão de Risco, com experiência no mercado financeiro. Gabriel Mancilla, Engenheiro Agrônomo, com experiência em estudos ambientais, geoinformações e planejamento no uso e ocupação. Iliana Fabrin Mezarobba, Formada em Ciências Contábeis e pós‐graduada em Marketing, com experiência no mercado financeiro. 11.3 VISÃO
Ser um centro de excelência de qualidade de vida, interagindo de forma harmônica com a natureza. 11.4 MISSÃO
Nossa missão é hospedar amantes da natureza e pessoas que busquem um lugar tranquilo e harmonioso, servindo‐os com qualidade e conforto, contribuindo para a preservação do meio ambiente e qualificação dos recursos humanos para atividades turísticas. 11.5 OBJETIVOS GERAIS (METAS)

Detalhar os estudos de viabilidade técnica ecológica e econômica. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

Concluir projetos de concepção, design, instalações arquitetura, engenharia, equipamentos e serviços. 
Desenvolver estudos de rotinas operacionais 
Desenvolver ações de rotinas operacionais 
Construção dos chalés 
Contratações e capacitação de recursos humanos 
Cumprir plano de marketing 11.6 CÓDIGO DE CONDUTA.
Serão definidos padrões éticos para instalações, como por exemplo, construções que não agridam o meio ambiente, utilizando técnicas que resultem em baixo impacto ambiental. Os chalés terão recipientes para coleta de materiais recicláveis, encorajando seus hospedes a conservação. A vegetação observada na região, do campo limpo ao cerradão, incluindo cordões de mata ciliar, vegetais e paredões rochosos, apresentam uma fauna ainda rica e variada. das quais as espécies podem se apresentar mais ou menos dependentes, motivo pelo qual serão respeitadas as características do lugar e as trilhas utilizadas pelos animais. Uma das prioridades da pousada ecológica é preservar a mata, transformando‐se em uma área natural protegida, ou seja, uma unidade de conservação, destinada para fins científicos e de educação ambiental. 11.7 ANÁLISE EXTERNA E CONCEITO DE NEGÓCIO
O setor de turismo é um fenômeno mundial. Ao longo das últimas quatro décadas, diversos especialistas consideraram a maior atividade econômica do mundo. Grande parte dos turistas vão para destinos tradicionais de turismo de massa, o que começou a gerar impacto na ocupação das infraestruturas e degradação ambiental acelerada das regiões de acolhimento. A necessidade de fuga do estilo de vida “urbano”, a procura de locais mais saudáveis e a conscientização das pessoas relativamente aos problemas ambientais fizeram nascer o Ecoturismo e com ele a busca da valorização intelectual, em locais de características únicas e elevada sensibilidade cultural e ecológica. O Ecoturismo é o segmento que mais cresce dentro do setor turístico, em uma proporção de 20% ao ano. A cidade da Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, tem o perfil mais do que adequado para este tipo de investimento, pois se trata de uma cidade com grande percentual de área preservada e aonde vem crescendo o movimento de APAs e RPPNs. O Parque Nacional de Chapada dos Guimarães já constitui uma APA, estando em andamento tratativas para formar outra, na região da Ecovila Vale Sagrado. 80 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
O ICMS Ecológico decorrente dessas APAs propicia a manutenção da infra‐estrutura local, gerando receitas para financiar a proteção ambiental e valorizar os recursos naturais. A forma como essas receitas podem efetivamente subsidiar a preservação, a conservação e de que maneira se pode atribuir um valor monetário aos recursos naturais é o tema central do novo ramo da economia ambiental, ou seja, o desenvolvimento sustentável. 11.8 LOCALIZAÇÃO
A Pousada Vale Sagrado possui uma área de 62,7ha, localizada na localidade de Pedra Grande, no Município da Chapada dos Guimarães, Estado do Mato Grosso. Nessa região, embora existam muitas pastagens, que em certas localidades dominam a paisagem, é notória a vocação para a conservação da biodiversidade. Isso porque ainda existem expressivos fragmentos florestais, protegidos por fazendas, mas, sobretudo, pelas muitas nascentes que desaguam no lago do Manso (usina hidrelétrica), paredões rochosos, cachoeiras, fauna e flora do cerrado. A Bacia do Roncador faz parte da nova APA que esta sendo criada e possui 88.546 mil m² , fazendo parte deste contexto paisagístico. Esta beleza exuberante atrai os habitantes dos grandes centros urbanos do pais, que estão dispostos a dispender recursos para ter o privilégio de conviver com o ambiente natural. Por estas razoes, torna‐se clara a vocação para o ecoturismo, que com um bom planejamento poderão catalisar um sistema de desenvolvimento sustentável centrado no refluxo econômico provido da proximidade com a capital Cuiabá, cerca de 70 km do aeroporto e mais 90 km de estrada sem asfalto, com paisagens de rara beleza. 11.9 MERCADO
Em termos globais, o turismo movimenta cerca de quatro trilhões de dólares ao ano, mais do que a produção de automóveis ou a exploração de petróleo. Apesar de o Brasi deter apenas 5,7% deste mercado, no ano de 2012 quebrou‐se um recorde:, mais de 9.236.947 de visitantes estrangeiros estiveram no país (EMBRATOUR) e este mercado vem crescendo significamente. Especialistas concordam que há necessidade de criar novos produtos turísticos no país, movimentando ainda mais esta atividade. Particularmente este plano visa explorar o seguimento que mais cresce o Ecoturismo (20% ao ano). Este seguimento do turismo está sendo implantado em várias regiões do Brasil, com objetivo de minimizar os problemas sócio‐econômicos das comunidades do campo e os impactos ambientais em áreas ambientalmente frágeis. Governo, empreendedores e residentes locais vêem nesta atividade um forte pilar de sustentação da economia desde que planejado com profissionalismo, sempre evidenciando as questões sociais, culturais, ambientais e espaciais. Este plano de negócios enquadra‐se no espírito do desenvolvimento sustentável, pois integra na sua definição um forte comprometimento com a natureza, sentido de responsabilidade social e têm potencialidades para realizar os anseios de seus clientes na fruição da natureza, construir uma via da preservação e diminuir os impactos negativos sobre os recursos naturais, a comunidade local e sua cultura. 81 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.9.1 Oferta
O Município de Chapada dos Guimarães é conhecido pela capacidade de suas microbacias hidrográficas, com lindas cachoeiras e uma fauna invejável. Possui trilhas históricas, como a cavalgada entre Chapada dos Guimarães e Cuiabá, tradição para os mato‐grossenses. Uma viagem no tempo e na história, com botas, chapéus, berrantes e trajes de montaria pelas estradas de Mato Grosso, em dois dias, percorrendo a cavalo antigas trilhas que nos séculos XVII, XXIII e XIX que ligavam a capital do Estado, Cuiabá a Chapada dos Guimarães, município considerado um dos principais atrativos turísticos do Estado. A construção da pousada poderá ser considerada uma atração à parte, integrando à natureza, com baixíssimo impacto ambiental. Sua construção será na maior parte em Superadobe, bambu e materiais da região. 11.9.2 Demanda
Entende‐se que o público alvo para este empreendimento sejam os amantes da natureza, os ecoturistas, pessoas que buscam paz e tranquilidade, fugindo do stress das grandes cidades, pessoas que buscam o autoconhecimento, num ambiente harmônico. Ao observar as características da região, a oferta proposta e aos anseios do público alvo, conclui‐se que, existe demanda suficiente para este empreendimento (fato reforçado pelo aumento do ecoturismo e inchaço das grandes cidades) o que justifica sua implementação, ou seja, haverá uma taxa de ocupação suficiente. 11.10
CONCORRÊNCIA
No Município de Chapada de Guimarães existe uma grande gama de rede hoteleira, porém em nossa região a proposta que oferecemos é um mercado inovador com a característica de construção sustentável e baixo impacto ambiental, para atender a demanda desse público alvo específico. 11.11
PARCERIAS
Serão firmadas parcerias com agências, operadoras turísticas e organizadoras de eventos para criar uma imagem positiva do empreendimento, interna e externamente. Porém acreditamos que a divulgação maior ocorrerá através das pessoas que conhecerem o empreendimento, tendo em vista as peculiaridades da proposta. 11.12
COMUNIDADE
Colaborar com o aumento do fluxo turístico da região, através da implementação desta pousada ecológica é um dos objetivos específicos deste empreendimento que irá beneficiar toda população local. O sucesso deste empreendimento desencadeará em ações de preservação do meio ambiente e sustentabilidade em todo Município. 82 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.13
ESTRATÉGIAS
11.13.1
Estratégiasdenegócios
As potencialidades mais importantes a serem exploradas são: Ecoturismo: a integração com a natureza possibilitando experiências das pessoas com o ambiente natural, o que define o ecoturismo e suas atividades como principal atrativo da pousada no inicio de suas atividades. 83 Eventos relacionados à natureza: destacar a paisagem natural, a vista espetacular dos paredões de arenito, a fauna e flora em seu bioma natural como o grande atrativo. A tranquilidade do lugar favorece a prática da meditação e a noite, a observação das estrelas, tendo em vista a distância da cidade. Restaurante regional: culinária vegetariana, priorizando elementos locais e orgânicos. 11.13.2
Estratégiadecrescimento
A empresa pretende aumentar a sua demanda em 10% ao ano, através de uma campanha de marketing bem estruturada a ser realizada, até o limite determinado pelos regulamentos de proteção ambiental. 11.13.3
Estratégiademarketing
A estratégia de marketing para da Pousada Vale Sagrado é focar na ecologia, preservação do meio ambiente e belezas naturais. O Município da Chapada dos Guimarães, no Estado de Mato Grosso, apresenta grande potencial econômico através de turistas, que chegam diariamente ao aeroporto de Cuiabá (cerca de 70 km de distância). Serão firmados convênios e acordos com operadoras turísticas de outras cidades do Brasil e do exterior visando uma diversidade maior de visitantes. A carteira de clientes incluirá principalmente, turistas preocupados com a preservação ambiental, as belas paisagens do serrado com suas cachoeiras e paredões de arenito e um local natural, com alimentação saudável. 11.13.4
PlanodeMarketing
a. Mala direta para associações e entidades relacionadas à preservação ambiental. b. Mala direta a operadoras turísticas, agências de viagens e de turismo ecológico e de aventura. c. Criação de artigos relacionados à pousada e ao meio ambiente (camisetas, bonés, canetas, etc.). 11.13.5
Estratégiadecomercialização
a. Definir tarifas de acordo especiais para operadoras turísticas. b. Definir tarifas de acordo especiais para agências de viagens e de turismo ecológico e de aventuras. Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
c. Definir tarifas acordo promocionais para empresas e entidades interessadas em realizar eventos na pousada. d. Definir tarifas acordo promocionais para grupos com um numero mínimo de pessoas definido. e. Trabalho de promoção junto aos pontos de comercialização de pacotes promocionais da pousada – incentivo de vendas. 11.14
ANÁLISE
11.14.1
Pontosfortes

Localização privilegiada 
Atividades ecoturísticas 
Design ecológico 11.14.2
Oportunidades

Crescente demanda de ecoturismo e eventos 
Aumento do interesse por produtos regionais (gastronomia e artesanato) 
Único na região com esta proposta 11.14.3

Conservação das estradas 11.14.4

Pontosfracos
Ameaças
Excesso de chuvas durante quatro meses, o que pode prejudicar as atividades externas. 11.15
PLANO DE OPERAÇÕES, TECNOLOGIA E LOGÍSTICA
Esta parte enfoca o projeto, desenvolvimento e funcionamento de instalações que incorporam os princípios gerais deste planejamento sensível ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável. A Pousada ecológica será um meio de alojamento alternativo, simples, mas confortável, constituído por diversas unidades habitacionais (chalés), as quais devem dispor de camas, armário/estante, banheiro, abastecimento de água, energia e lixeiras. 11.15.1
Equipamentoseexigências
Alguns aspectos a serem atendidos segundo o regulamento dos meios de hospedagem de turismo da Deliberação Normativa nº. 364, de seis de agosto de 1996, segundo o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR). 84 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.15.2
ItensGerais‐PosturasLegais
Posturas Municipais, estaduais e federais, aplicáveis comprovadas pelos registros, inscrições e documentações exigidas, especialmente com referencia a alvará de localização e funcionamento, e prova de regularidade perante as autoridades sanitárias e concessionárias de serviços públicos. Legislação quanto à proteção contra incêndio, dispondo de equipamentos e instalações exigidos pelas autoridades competentes e prevendo rotas de fuga, iluminação de emergência e providencias em situações de pânico. Exigências da legislação trabalhistas especialmente no que se referem aos vestuários, sanitários e ao local de refeições para funcionários e Comissão de Prevenção de Acidentes – CIPA e Comissão de Acidentes de Trabalho ‐ CIPAT. Exigências da EMBRATUR, constantes da legislação de turismo referente à: Registro de hóspedes, por intermédio de ficha nacional de hospedagem – FNRH. Facilidades construtivas e instalações para portadores de deficiência em prédio com projeto de arquitetura aprovado, pela prefeitura Municipal. 11.15.2.1
Saúdeehigiene
Equipamentos de primeiro socorros Sistema adequado de tratamento de resíduos Estabelecimento permanentemente imunizado contra insetos e roedores Condições gerais de higiene do ambiente, das pessoas e serviços. 11.15.2.2
ConservaçãoeManutenção
Todas as áreas em condições adequadas de conservação e manutenção. Todos os equipamentos e instalações em estado de manutenção adequados e dentro do prazo de vistoria. Todos os revestimentos em estado de conservação e manutenção adequadas. Programa de manutenção e conservação. 11.15.2.3
Atendimento
Serviço de reservas Presteza e cortesia Sistema de treinamento e orientação do pessoal Divulgação dos compromissos e serviços oferecidos 85 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Serviços eficazes, no período de 12 horas por dia, de: a) limpeza b) manutenção c) arrumação d) mensageiro e) emergência hospitalar f) recepção Meios para monitorar a satisfação dos clientes Apresentação, vestimenta e identificação adequadas para os empregados. 11.15.2.4
Itensespecíficos
Portaria/ Recepção Área ou local específico para o serviço de portaria/recepção Local ou espaço, fechado, organizado e seguro para guarda de bagagem. Local próprio para recados Sistema adequado de envio/recebimento de mensagens Serviço de guarda bagagem. Política definida de chek in/ chek out Pessoal apto a prestar informações de interesse do hospede, bem como registrá‐lo e liquidar suas contas com presteza e eficiência. 11.15.2.5
Acessosecirculações
Áreas adequadas e específicas para acesso e circulação nas dependências do estabelecimento. 11.15.2.6
Setorhabitacional
Todas as salas e quartos da Pousada com iluminação natural e ventilação adequada. Todos os Chalés com banheiros com ventilação direta para o exterior ou forçada. Quarto de dormir com menor dimensão igual ou superior a 2,50 e área igual ou superior a 10m² Banheiro com área igual ou superior a 2,30m² Armário com prateleiras e cabides em 100% dos Chalés. 86 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Mesa de cabeceira simples para cada leito ou dupla entre dois leitos ou equipamento similar em 100%. Porta malas em 100% dos Chalés. Acessórios básicos em 100% dos Chalés (sabonete, copos, cestas de papéis no banheiro). Indicação da voltagem nas tomadas. Vedação para o Box que deverá abrir para fora. Frequência de limpeza diária. Frequência de troca de roupas de camas em dias alternados. Frequência de troca de roupas de banhos em dias alternados. 11.15.2.7
Áreassociais
Relação de áreas sociais/estar por unidades (não incluída a circulação) de 0,50m² 11.15.2.8
AlimentoseBebidas
Sistema de filtragem/tratamento para abastecimento de água. Telas nas áreas de abertura para o exterior. Qualidade nos serviços de alimentação e bebidas. Água mineral disponível nas Unidades. 11.16
VIABILIDADE TÉCNICA E ECOLÓGICA
A construção está localizada em uma área onde está sendo estudada a implantação de uma APA, na bacia do Roncador. Contudo, serão respeitadas as áreas protegidas pela lei florestal, sem impactos negativos na reserva. 11.17
Diretrizes
11.17.1
Definiçãodeunidadedeplanejamento
Foram definidos os elementos mínimos e máximos para as tomadas de decisão. Foram analisados os elementos e a dinâmica daquele espaço natural: seu ecossistema. 11.17.2
Definiçãodaescaladeplanejamento
Foi definida a unidade de grandeza que expressa à dimensão do empreendimento. 87 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.17.3
Análiseediagnósticoambiental
Estes estudos caracterizaram devidamente os meios sócio‐econômico, biótico e físico, através de dados primários para desenvolvimento do estudo arqueológico, de uso e ocupação do solo, vegetação, fauna, epidemiológico, ruídos, emissões atmosféricas, qualidade das águas superficiais e subterrâneas e solo. Portanto, o diagnóstico contemplou os elementos que, direta ou indiretamente, estão sujeitos aos impactos ambientais negativos ou positivos decorrentes de ações desencadeadas nas diferentes fases de planejamento, implantação e operação do empreendimento em estudo, garantindo a objetividade das análises necessárias à consecução dos objetivos pretendidos. 11.17.4
Enquadramentonaleiambiental
Será respeitada a APA (processo em andamento) Será criado um plano de manejo O solo será ordenado de acordo com a legislação das APAs. 11.17.5
Tomadadedecisão:prognostico.
Serão definidas medidas preventivas Serão definidas medidas mitigadoras (atenuantes do impacto ambiental) Serão definidas medidas compensatórias (revitalização ambiental ‐ recomposição, enriquecimento, paisagismo). 11.17.6
Aspectosorganizacionais
Após a verificação das condições do local de construção, foram tomadas as seguintes providências: 
Obtenção da planta com os limites e demarcação do perímetro 
Foram localizados aspectos significativos do local, como árvores, riachos, cachoeiras, montanhas e caminhos antigos. 
Foram consultadas fotos aéreas do local para combinar as informações obtidas. 
Foram identificadas as marcas de enchentes em estações chuvosas. 
Foram identificadas fontes sustentáveis de energia no local. 
As condições do solo e sua capacidade de suportar edificações foram avaliadas. 
Foi observado como a prevalência dos ventos e os fatores climáticos afetam o local durante todas as estações do ano. 88 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

O mapa da rede hidrográfica do local foi examinado. Observando se há atividades nas propriedades vizinhas que possam causar impactos no sistema de drenagem e na qualidade da água. 
Verificaram‐se quais são os usos atuais e futuros das propriedades adjacentes. 
Está sendo pesquisada a história do local para saber sobre as ocupações prévias pelo homem e quais são as lendas, visto que a existência é clara. 
Foram estudadas as tecnologias locais de construção. 
Foi avaliada a disponibilidade de trabalhadores, qualificados locais ou não. 
Foram identificadas as fontes de materiais de construção e métodos de transporte local, para minimizar o uso de materiais importados sempre que possível. 11.18
ARQUITETURA
O alojamento terá um projeto descontraído e acolhedor, que corresponda às expectativas do turista, que viajou para se sentir integrado a um cenário natural entre o rural e o ecológico, mas que quer gozar de algumas regalias no seu tempo livre. A arquitetura precisa ir além dos requisitos indispensáveis a um abrigo, e assumir‐se como expressão das necessidades e desejos das pessoas. Portanto a melhor fonte de inspiração deste projeto é o próprio local. Observar‐se‐á os comportamentos dos animais peculiares à área em questão, para que a disposição das construções não interrompa seus padrões de comportamento e de habitat. Os projetistas e empreendedores precisam passar algum tempo no local, reunindo elementos para ampliar sua compreensão sobre a área e sua percepção do contexto natural ao qual este empreendimento deverá se integrar. Isto tornará mais rica a experiência das pessoas e permitirá perceber que a visita é algo fora do usual, uma oportunidade preciosa de aprender a valorizar e sentir o mundo. 11.19
CONSTRUÇÃO
Do ponto de vista dos empreendedores, a participação da comunidade local é desejável por três motivos: o seu conhecimento cultural e ecológico pode contribuir para o projeto; é importante fomentar a participação e os benefícios locais para assegurar apoio a longo prazo, para o ecoturismo na região; e finalmente, a participação dos moradores locais para reduzir impactos culturais negativos, lembrando que, projetos que acentuem as diferenças de estilos de vida e de poder aquisitivo dos turistas podem provocar um ligeiro ressentimento na população local. 11.20
PLANEJAMENTO DO LOCAL

Os prédios e as construções estarão situados de modo a evitar o corte de árvores importantes e a minimizar a descontinuidade visual. 
Sempre que possível, serão utilizadas árvores cuja queda foi natural. 89 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS

O sistema de trilhas respeitará os padrões de deslocamento e os hábitos da vida selvagem. 
Será levado em consideração o controle de erosão na disposição de cada construção ou trilha. 
A água será desviada das trilhas e das estradas para que ganhe fluxo e velocidade suficientes para não criar problemas significativos de erosão. 
As margens dos rios não sofrerão desmatamentos respeitando a faixa prevista na lei ambiental. 
Nas trilhas serão reduzidos os pontos de travessia de rios e riachos. 
Serão mantidas as áreas de vegetação adjacentes aos riachos e cachoeiras perenes e intermitentes como faixas‐filtro para reduzir o escoamento de sedimentos e entulho. 
Os chalés serão espaçados a fim de permitir o deslocamento de animais. 
O uso de automóveis e outros veículos serão limitados ao mínimo. 
Serão providenciados painéis informativos de madeira no inicio das trilhas, que estabeleçam claramente as regras de comportamento e orientem o visitante na apreciação da natureza. As regras adicionais serão fixadas nos chalés dos hóspedes. 
Serão instaladas placas de identificação junto as árvores e plantas do entorno imediato aos alojamentos, para que os visitantes se familiarizem com as espécies nativas que possam encontrar nas áreas preservadas/protegidas. 
Sempre que possível, serão empregadas técnicas de baixo impacto nos locais das instalações, como passarelas de tábuas no lugar de trilhas, sejam estas pavimentadas ou não. 
Serão examinadas cuidadosamente quaisquer fontes potenciais de som ou mau cheiro, relacionadas às instalações que podem ser perturbadora ao meio ambiente ou desagradável aos visitantes. 
O projeto considerará as variações sazonais, como estações chuvosas e ângulos de inclinação solar. 
A iluminação do local será limitada e controlada a fim de evitar interferências nos ritmos de circulação dos animais. Um cuidado especial será tomado no planejamento de trilhas que atravessem áreas intocadas. Contaremos com um profissional para auxiliar na disposição do sistema de trilhas de modo a reduzir a perturbação sobre os biossistemas animal e vegetal. Uma atenção especial será dada também aos animais que utilizam árvores como trilhas aéreas ou habitat. Consideramos cuidadosamente a disposição de estradas de acesso a um determinado local. Um profissional será consultado em projetos de trilhas onde o controle da erosão se faça necessário. 90 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
As vias de acesso para deficientes físicos serão providenciadas em todos os locais possíveis. 11.21
PROJETO DE EDIFICAÇÕES

Serão utilizados sistemas de bioconstrução, priorizando materiais locais. 
Serão construídas edificações cujo estilo esteja em harmonia com o ambiente natural. Os materiais de construção serão selecionados com base em critérios ambientais de longo prazo. 
A preservação do ecossistema terá prioridade sobre este projeto, sendo coerente com os objetivos. 
Serão providenciadas a colocação de um limpador para sola dos calçados, de chuveiros externos e similares, para manter condições adequadas de limpeza e garantir o bom funcionamento da instalação. 
Será considerada a utilização de dossel para cobrir trilhas de uso intenso entre as edificações, a fim de reduzir a erosão e proporcionar abrigo durante a estação chuvosa. 
Uma arquitetura coerente será desenvolvida com as filosofias ambientais e ou propósitos científicos, evitando contradições. 
Locais adequados para equipamentos de viagem, tais como mochilas, botas e outros acessórios para acampamento serão providenciados. 
Sempre que possível, serão utilizadas soluções de baixa tecnologia. 
Será afixado o código de conduta para funcionários, que instrua sobre o comportamento em relação ao meio ambiente. 
Serão colocados á disposição dos ecoturistas, no local, materiais de referencia para estudos sobre o meio ambiente. 
A mobília e outros acessórios de interiores serão fabricados com recursos locais, exceto quando houver necessidade de material específico que não possa ser fornecido no local. 
As instalações aproveitarão matéria prima local e recorrerão ao trabalho de moradores da região sempre que possível. 
Será evitado o uso de produtos que consumam grande quantidade de energia e envolverem materiais perigosos. 
As práticas de construção respeitarão os padrões culturais e morais do local. A participação dos moradores será incentivada como forma de obter informações para a fase de elaboração dos projetos e fomentar um senso de propriedade e aceitação por parte dos residentes. 
As instalações para deficientes físicos serão providenciadas onde for viável. É preciso ter presente, contudo, que os terrenos irregulares de muitos locais de uso científico ou de 91 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
ecoturismo impedem o acesso dessas pessoas. Instalações com preocupações educativas devem fazer acesso igualitário aos deficientes. 
Serão planejadas futuras ampliações da obra, a fim de envitarmos possíveis demolições e desperdícios. 
O planejamento da obra deverá refletir preocupações ambientais no que se reflete ao uso da madeira, do bambu e outros materiais de construção. 11.22
Energia e infra-estrutura

Os elementos de paisagem serão posicionados de forma a proporcionar ventilação natural das instalações e a evitar o consumo desnecessário de energia. 
Será considerado o uso de energia Solar, passivo ou ativo, ou de fontes de energia eólica. 
Os encanamentos de água serão projetados com o mínimo de movimentação de terra, adjacentes às trilhas. 
Para proporcionar bem estar, o projeto utilizará técnicas de ventilação natural sempre que possível. 11.23
Tratamento de resíduos

Serão providenciados, nas cabeceiras das trilhas, sanitários e recipientes para coleta de lixo ambientalmente adequados, para os hóspedes ou visitantes. 
Atenção especial será dada as águas, de forma que não haja poluição das fontes e outros recursos hídricos. 
Serão providenciados métodos para remoção de lixo que não prejudiquem o meio ambiente 
Serão providenciados meios de reciclagem 
Tecnologias apropriadas para o tratamento de resíduos orgânicos serão utilizadas tais como compostagem, fossa asséptica ou tanques de biogás 
Serão utilizados métodos de reciclar a águas cinzas e pretas para usos não potáveis e de tratar as águas antes que elas sejam lançadas novamente no meio natural. 11.24
Restaurante (alimentos e bebidas não alcoólicas)
11.24.1
Serviços
O sistema do restaurante será do tipo buffet, porém quando o número de pessoas for reduzido poderá ser usado o serviço à la carte para se evitar o desperdício. A decoração e a ordenação das mesas serão de acordo com o ambiente e de acordo com o tipo de serviço oferecido. 92 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.24.2
Produção
A maior parte dos alimentos serão produzidos na Ecovila Vale Sagrado. Uma horta orgânica será implantada para atender a demanda. Além de preservar a qualidade dos produtos, os custos serão minimizados. Os resíduos serão totalmente aproveitados no sistema de compostagem. 11.24.3
Cardápio
O cardápio será totalmente vegetariano, elaborado com produtos orgânicos produzidos na Ecovila Vale Sagrado, com destaque para os produtos do cerrado. Na pesquisa de satisfação haverá campo específico para sugestõs relativas a comida, onde verificaremos os pratos e bebidas que mais agradam. O café matinal será no estilo colonial, e servido no restaurante, um diferencial exclusivo da Pousada Vale Sagrado, onde as pessoas poderão apreciar a paisagem ao amanhecer enquanto saboreiam o seu desjejum. 11.24.4
Ambiente
A decoração deverá ser rústica e simples, combinando com o material com que serão feitas as construções, utilizando‐se o bambu, pedras locais e madeira. Haverá também musica ambiente. Destaque será dado a iluminação natural, utilizando‐se vidros e outros materiais de forma que as pessoas possam contemplar o vale a frente e a vista dos paredões de arenito. 11.24.5
Avaliaçõesdasinstalações
Criaremos um sistema de avaliação de desempenho, o “Relatório Verde”, que constitua um instrumento de controle sobre os serviços oferecidos e nos atualize a respeito das expectativas das pessoas que estarão na pousada. Nesse relatório constará também, campo específico para sugestões. 11.24.6
LogísticadaPousadaValeSagrado
Por estar localizada a 90 km da Chapada dos Guimarães e mais 70 km do Aeroporto de Cuiabá, especial cuidado será dispensado ao deslocamento de hóspedes e funcionários, além do armazenamento dos alimentos adquiridos. A logística é vista como um processo que gerenciará estrategicamente a aquisição, a movimentação e armazenagem dos materiais e alimentos através de uma organização prévia. Tudo isso, para garantir a qualidade do serviços prestados. 11.24.7
Deslocamentodehóspedesefuncionários
Serão disponibilizadas casa e ou alojamentos para que os funcionários vivam na Ecovila onde será implantada a pousada ou que morem na comunidade Jangada do Roncador, próximo à Ecovila. 93 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Serão disponibilizados meios tanto para o transporte dos funcionários, quanto para os deslocamentos dos hóspedes. 11.24.8
Armazenamentodosalimentoseoutrosrecursos
Os alimentos e materiais da pousada ficarão armazenados no almoxarifado. O estoque será mantido conforme demanda. Será realizado um estudo do tempo em que fornecedores levarão para trazer os alimentos e em que condições será a entrega. O sistema de entrega é fundamental para este serviço. Caso não haja a viabilidade da entrega, as compras serão realizadas na cidade mais próxima. 11.25
PLANO DE RECURSOS HUMANOS
Seguindo diretrizes do turismo sustentável, a população local será envolvida no projeto, incentivando para que os habitantes da região contribuam na implantação da Pousada. Em contrapartida, faz‐se necessário incluir esta mesma população no quadro de funcionários. Naturalmente será necessário selecionar, treinar, avaliar e orientar esse grupo. Primeiramente deve‐se procurar conscientizar a população da importância do meio ambiente natural, não só em relação ao empreendimento em si, mas também para a região. Em seguida, investir na formação das pessoas. O SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) dispõe de um programa de treinamento in loco e poderá ser realizada parceria com um custo aceitável. Para um melhor desempenho dos funcionários, é indicado um plano de incentivos, como premiações que demonstrem o reconhecimento pelos esforços empreendidos. Serão priorizados os fornecedores da região, sem perder de vista a qualidade. O responsável pela cozinha em conjunto com o Gerente Operacional, administrará custos e receitas, além do sistema de compras e armazenamento das mercadorias, ajudará a escolher os fornecedores e prezará por um controle de qualidade, manutenção e higiene, além de ajudar na formação de preços. 11.26
PLANO DE FINANÇAS
O objetivo deste estudo é apresentar uma expectativa de resultado, garantindo maior racionalidade e solidez ao investimento, utilizando‐se deste estudo como ponto de partida para o inicio das atividades. 11.26.1
Aspectosfinanceirosnaimplantação
As dimensões deste empreendimento eco turístico são limitadas, por isso excluirá a participação de grandes corporações hoteleiras, colocando as tarefas de projeto e construção nas mãos de pequenos empreendedores, porém competentes, além de alguns parceiros. Além disso, cuidados especiais serão tomados para que o ecoturismo não provoque um desgaste excessivo no meio que lhe serve como uma das principais atrações. Sua característica será de uma pousada prática e simples, com 10 unidades habitacionais rústicas, porém confortáveis. 94 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.26.2
Resultadoseconômicosefinanceiros/necessidadesdeinvestimentos
Esse tipo de alojamento tem se revelado bastante requerido e rentável, o que faz com que a oferta desses empreendimentos venha aumentando substancialmente. O investimento inicial está calculado em R$ 400.000,00, para um Pay Back de três anos, retorno considerado muito bom. Este plano de negócios visa alcançar um financiamento de 60% do investimento inicial através de programas do BNDES, da EMBRATUR e da Prefeitura para pagamento em cinco anos. 11.27
DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A pousada oferece aos seus hóspedes as seguintes instalações e serviços: 
No estabelecimento 
Bar/cofee 
Restaurante 
Lavanderia O empreendimento gerará cerca de 10 empregos diretos na sua fase inicial de operação, os quais serão recrutados na região em sua maioria. O investimento total do empreendimento está estimado em R$ 415.000,00, com rentabilidade de 41,5% e um tempo estimado de retorno em 1,4 anos. O objetivo principal desde é conseguir um financiamento de 60% do investimento inicial por parte do programa FUNGETUR (Fundo Geral do Turismo) e da EMBRATUR (Instituto Brasileiro de Turismo) e também, por parte do BNDES. 11.27.1
Detalhamentodasinstalações
11.27.1.1
Unidadeshabitacionais

5 chalés com 20m² com 2 leitos 
5 Chalés com 15m² com 1 leito 11.27.1.2
Instalações
Item
Área (m2)
Recepção
12
Restaurante
75
Cozinha
25
Lavanderia
25
95 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Área administrativa
Alojamento dos empregados
9
40
Estacionamento
11.27.1.3
Terreno
Área total 64.720.000 m² 11.27.2
96 Planilhadeinvestimentos
Item
Valor (R$)
93.000,00
a) Terreno
b) Obras civis
Unidades habitacionais
Chalés
140.000,00
Circulação
9.600,00
c) Instalações
Internas
35.000,00
Externas
10.000,00
Outras obras
Equipamentos Hoteleiros
Unidades habitacionais
20.000,00
Outros equipamentos
50.000,00
d) Reserva técnica
4/12 precisão de custo ano
e) Capital de giro
11.27.3
10% do investimento fixo
Resumodoinvestimento
Item
Terreno
Valor (R$)
93.000,00
Obras civis
264.600,00
Subtotal
357.600,00
Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Reserva Técnica
35.760,00
Subtotal
393.360,00
Capital de Giro
21.640,00
Total
11.27.4
415.000,00
Estimativadeocupação
97 11.27.4.1
CapacidadeAnual
5 chalés x 1 leitos = 5 leitos
5 chalés x 2 leitos = 10 leitos
Total de leitos dia = 15 leitos
Total de leitos ano = 5.400 leitos
11.27.4.2
CurvaSazonalidade
Dias
Ocupação
Período
Leitos
30 100% Férias 450 64 80% Férias escolares 768 13 100% Feriados prolongados no ano 195 108 80% Ocupação finais de semana 1.296 150 20% Ocupação estimada normal 450 Considerando a capacidade máxima de ocupação de 5.400 leitos/ano e curva de sazonalidade que determina uma ocupação média de 3.159 leitos ano, a taxa de ocupação é de 59%. Assim, pode‐se, com segurança, estimar uma taxa de ocupação de 60% Aplicando‐se esta taxa às unidades habitacionais tem‐se o seguinte quadro. Descrição 11.27.5

UH Ocupação/dia Ocupação/ ano Chalés 2 leitos 5 14 2.555 Chalés 1 leito 5 8 1.460 Estimativadasreceitastotais
R$ 743.432,00 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
11.27.5.1
Valordadiária

Chalés 2 leitos: R$ 80,00 
Chalés 1 leitos: R$ 50,00 
(preços praticados no mercado, em empreendimentos similares). 
Expectativa de ocupação: 60% 11.27.5.2
98 Receitatotalestimadacomhospedagem:
Ocupação/dia Valor da diária (R$) Chalés 2 leitos 14 80,00 365 408.800,00 Chalés 1 leito 08 50,00 365 146.000,00 Item Dias por ano Total Valor (R$) 554.800,00 11.27.5.3
Outrasreceitas
Estimativa Total 188,632,00 11.27.5.4
Estimativadecustos
Item Percentual Valor (R$) Room Service 03%(RH) 16.644,00 Bar/coffe 10% (RH) 55.480,00 Lavanderia 01%(RH) 5.548,00 Restaurante 20%(RH) 110.960,00 Estimativa de custos 11.27.5.4.1
Custosvariáveis

R$ 182.307,00 
Café matinal (incluído)
11.27.5.4.2
R$ 273.435,00 R$ 4,00/pessoa dia
Composiçãodocusto
Descrição Média 2 Chalés‐dia: R$ 4,00 x 2 leitos x 7 UH x 365 Valor (R$) 40.880,00 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Média 2 Chalés‐dia: R$ 4,00 x 1 leito x 4 UH x 365 11.980,00 Bar/ Cofee Shop (50% da receita Bar Coffe Shop) 27.740,00 Room service (50% da receita room service) 8.322,00 Lavanderia (60% da receita lavanderia) 3.330,00 Restaurante (35% da receita restaurante) 38.836,00 Impostos (10% da receita total) 74.343,00 Luz, água, telefone (1% da receita) 7.434,00 Publicidade (1 % da receita ) 7.434,00 Outros custos (2% da receita) 14.868,00 11.27.5.4.3

Custosfixos
R$ 91.128,00 11.27.5.5
Pessoal
Ud Descrição Valor (R$) 1 Gerente geral x R$ 1.500,00 x 13 19.500,00
1 Supervisor operacional x R$ 1200,00 x 13 15.600,00
2 Recepção x R$ 564,00 x 13 14.664,00
1 Governanta x R$ 600,00 x 13 7.800,00
1 Cozinheiro x R$ 900,00 x 13 11.700,00
2 Guias recepcionistas x R$ 564,00 x 13 14.664,00
2 Empregados não qualificados x R$ 300,00 x 13 11.27.5.6
7.800,00
Encargossociaissobrepessoal
Item Valor (R$) Referente a 80% custo de pessoal R$ 72.902,00 Despesas administrativas 3% da receita R$ 40.498,00 Despesas com manutenção 4% receita total R$ 53.997,00 Despesas com manutenção 99 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
5.75% do investimento fixo R$ 26.622,00 Depreciação do mobiliário 3% do investimento fixo R$ 13.890,00 Seguros 11.27.6
Demonstrativodoresultadooperacional
Descrição Valor (R$) % 1 ‐ receita operacional 743.432,00 100 2 ‐ custos variáveis 182.307,00 3 – Custos fixos 91.128,00 4 ‐ custo total (2+3) 273.435,00 5 ‐ Lucro Operacional 469.988,00 6 ‐ contribuição Social 10% de 5) 46.999,00 7 ‐ Lucro bruto (5‐6) 422.989,00 8 ‐ Imposto de renda (30% ) 126.897,00 9 ‐ Lucro líquido (7‐8) 296.092,00 10 ‐ Margem de contribuição (1‐2) 561.125,00 Ponto de equilíbrio (3/10*100) 91,12 Lucratividade (9/1*100) 29,60 Capacidade de pagamento ( 9 + depreciação) Rentabilidade (9/ investimento *100) Retorno do capital investido (investimento)/9) 11.27.7
322.714,00 41,50% 1,40 Observações
Poderá ainda ser construída uma casa de superadobe com 77,30 m² com três dormitórios, cozinha, sala e banheiro, para funcionários, no valor de 18.000,00. Também, será estudado um projeto de auto‐financiamento para auxiliar no suporte dos custos operacionais e financeiros necessários à manutenção da atividade como por exemplo: taxa de entrada para visitantes (respeitando os limites determinados pela legislação ambiental), taxa de utilização de equipamentos e serviços (principalmente recursos de lazer e recreação), venda de artesanatos e artigos regionais, além de donativos de ONGs (como subsídio para implantação de infra‐estrutura e elaboração de estudos específicos, plano de manejo, estudo científicos, etc.). 100 Ecovila Vale Sagrado – Trabalho de Conclusão do Curso GEDS
Serão estudadas as possibilidades de isenção ou redução de impostos e subsídios para implementação de infra‐estrutura e, ainda, redução de taxas de juros, recursos subsidiados, maior período de amortização de empréstimos e priorização de investimentos tendo em vista tratar‐se de área de preservação ambiental. 101 

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