3 bebê grande Mueck ron

Transcrição

3 bebê grande Mueck ron
Na MPB, o
Natal tem
lugar de
destaque
Após 53 anos
EUA e Cuba
restabelecem
relações
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Página 11
EDIÇÃO ESPECIAL
Nº 06
ANO 1
DEZEMBRO 2014
Retrospectiva
e calendário
de brinde
Jornal de distribuição
gratuita.
Venda proibida
Páginas 7 a 10
/Portalctb.org.br
@PortalCTB
Entrevista:
Adilson Araújo,
presidente
da CTB, fala
sobre os
desafios para
o novo ano
Página 3
E mais: O que esperar de 2015?
Lideranças comentam sobre o tema
Anúncios de vagas temporárias no setor de varejo atingem seus maiores níveis nos últimos meses do ano
A dura realidade
dos temporários
Para contemplar a demanda de final de ano as empresas apelam ao trabalho temporário, nem
sempre respeitam os direitos e impõem um ritmo de trabalho excessivo e estressante
Leia mais na página 6
Patrick Gries - Fotos públicas
Confira: Mais que real de Ron Mueck em
destaque na sessão cultural | Páginas 13
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OLHO CRÍTICO
OPINIÕES
www.portalctb.org.br
DEZ.2014
editorial
2014: O ano do
Olho Crítico
Fundado em
1º de junho de 2014
Olho Crítico é uma publicação
da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil.
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Presidente
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Branco, Marcos Aurélio Ruy e
Estagiários
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Editor
Renato Bazan
Projeto Gráfico
Márcio Lima
Designer Gráfico
Danilo Ribeiro
Fotos
Arquivo CTB e Divulgação
Internet
Tiragem
200 mil exemplares
Impressão
Gráfica Oceano
Fundada em
12 de dezembro de 2007
Federação Sindical Mundial
Final de ano é normalmente uma época de celebração, seja você um cristão,
judeu ou mesmo um ateu
convicto. Independente de
credo, as luzes e mensagens
de tempos melhores à frente dominam as conversas,
os planos e os noticiários até
que chegue o ano novo.
Neste contexto, a missão
do Olho Crítico, de sempre apresentar as notícias
do ponto de vista do trabalhador e da trabalhadora, precisa levar em conta
os protagonistas desta festa, que são os empregados
temporários, contratados
para engrossar as fileiras
de vendedores e ajudantes
nesta época. Este mercado
tão particular está no centro de um dilema crucial:
ao mesmo tempo em que
serve de grato reforço para
o orçamento dos jovens,
aposentados e desempregados, é um dos principais
focos de violações dos direitos fundamentais nas
relações de trabalho.
Fora disso, nossa maior
atração é o calendário encartado na página central,
cujo verso traz uma breve
retrospectiva de 2014. Entre Copa, eleições, mortes
e uma montanha russa de
manifestações, foi um ano
agitado - mas foi também
quando este projeto, de um
jornal com grande tiragem
e grandes ideias, finalmente
tomou as ruas de São Paulo.
Para celebrar, oferecemos um roteiro de ceia ao
mesmo tempo prática e
saudável na nossa página
de saúde. Será um bom cardápio, também, para preparar no dia da posse da
presidente reeleita Dilma
Rousseff: em 01/01/2015, ela
subirá mais uma vez a rampa do Planalto ao som de
uma multidão que se organiza entre os movimentos
sociais. Estaremos lá!
LUIZ FRANÇA - CMSP
“Conhecer os reais motivos que ocasionaram a
crise do abastecimento de agua em São Paulo é o
primeiro passo para tomar partido e exigir que o
governo se posicione. Hoje é São Paulo, amanhã
poderá ser qualquer outro estado. Povo informado,
povo feliz”
DEZ.2014
OLHO CRÍTICO
ENTREVISTA
www.portalctb.org.br
Adilson Araújo fala sobre os desafios de 2015
“Nós demos nosso
voto de confiança
e acreditamos que
é possível fazer
com que o Brasil
seja essa nação dos
nossos sonhos”
Elianaide Gomes, via Facebook
“A Sabesp precisa voltar a ser 100% estatal, para que
ela atenda as demandas da população, e não dos
especuladores. Saneamento e lucro são interesses
contraditórios. Hoje, dentro dessa lógica de lucro,
cidades com menos de 50 mil habitantes são ‘inviáveis’. E aí, como é que fica?”
Renê Vicente, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema)
O assunto é: A crise hídrica em São Paulo
“Em 2013, mais de 50 mil mulheres foram vítimas de violência sexual no Brasil. Uma
realidade que deve ser enfrentada por meio de políticas progressistas. Entretanto, ainda
são muitos os ‘Bolsonaros’, ‘Malafaias’ e ‘Felicianos’ que ao propagarem suas mensagens
de ódio e opressão, se colocam como tribunos dos interesses reacionários e fascistas.
Repudiamos suas condutas, e em nome da classe trabalhadora e das mulheres brasileiras,
exigimos justiça e punição para todos esses que insistem em ferir a democracia, as
liberdades civis e os direitos humanos”
Wallace Melo Barbosa, do Sindicato dos Professores de Pernambuco
“Basta! #forabolsonaro”
Marivaldo Oliveira Guimarães, via Facebook
MARCELO CAMARGO - AGÊNCIA BRASIL
“Quem tem medo da participação da sociedade
não é democrático”
Miriam Belchior, Ministra do Planejamento, sobre a Política da
Participação Nacional de Participação Social
“De forma alguma trata-se de impor qualquer tipo
de censura aos meios de comunicação como seus
controladores insistem em dizer. Ao contrário, a regulação tem como objetivo romper com a censura
que eles praticam quando escondem ou deturpam
fatos como lhes interessam. O uso da palavra censura, pelos que se opõem à regulação, interdita o
debate em torno do tema”
O assunto é: A luta pelos conselhos populares
Laurindo Leal Filho, da Escola de Comunicação e Artes da USP, sobre a
Regulação Econômica da Mídia
“Para os trabalhadores cubanos, este dia significa uma reafirmação dos nossos princípios,
da nossa soberania e da demonstração da verdade”
Ernesto Freire Cazañas, chefe de Relações Internacionais da Central dos Trabalhadores de Cuba, sobre retomada do diálogo
com os EUA
“Vencemos a mais dura batalha eleitoral desde 1989. Exatamente por isso, abriu-se cruenta disputa em torno do conteúdo do um novo ciclo, que – como corretamente analisa Tarso
Genro - encerra o iniciado com a Carta aos Brasileiros. Para mim, para além da economia,
ela ilustrou outros ‘limites’ da mudança iniciada com a eleição de Lula”
Paulo Vinícius, dirigente sindical, sociólogo e bancário, em coluna no Vermelho.org.br
O escritório forrado de papéis não é algo que assuste o
presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil, Adilson Araújo.
Como ele mesmo define, enfrentar um calendário de lutas
pelo país “pode ser um agenda
hercúlea, mas é pela boa luta”,
em defesa dos direitos de todos
os que dependem do trabalho
para sobreviver. Ainda com
um pouco de sono, ele recebeu
o Olho Crítico em seu escritório, no bairro da Liberdade, de
onde comanda um dos maiores coletivos de trabalhadores
do país: mais de 1.000 sindicatos e 9 milhões de trabalhadores associados.
Quanto às causas dos trabalhadores, como o senhor
avalia a situação atual?
A mudança política iniciada por Lula e continuada
por Dilma permitiu um horizonte de perspectivas, tendo como centralidade a valorização do trabalho. Além de
uma política que garantiu a
reposição inflacionária, grande parcela da classe trabalhadora conseguiu o aumento
real nos salários e, em importantes categorias, participação nos lucros e resultados.
Esse ciclo promissor, casa-
do ao conjunto de programas
sociais e investimentos em
infraestrutura, permitiu um
novo olhar sobre a realidade
brasileira. O Brasil demonstrou sua potencialidade ao sediar com sucesso a Copa do
Mundo, e tem a perspectiva
da realização da Olimpíada.
Eu penso que o que se abre
para 2015 é um ambiente de
muitas expectativas.
Como o senhor avalia o
cenário político adiante?
A composição social do
Congresso se tornou ainda
mais conservadora, e isso evidentemente trará ainda mais
dificuldades - já num primeiro ensaio, a direita, que apregoou durante toda a campanha o discurso da mudança,
lutou contra a criação do Sistema Nacional de Participação
Social. O que nós precisamos
tirar desse processo é que o
movimento social, aquele que
tem bandeira, deve retornar às
ruas para fazer a justa pressão.
O terreno não reserva nenhuma facilidade, como nunca reservou, e portanto o caminho
é lutar - quem sabe faz agora,
não pode esperar.
Uma das primeiras medidas do segundo governo Dilma foi trazer um profissional
de mercado - Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. Isso não é contraditório?
Este é um governo de coalizão, e portanto de base ampla, que precisa construir um
ambiente de governabilida-
Adilson em entrevista coletiva após reunião com presidenta Dilma
de. É importante dar ao novo
governo um voto de confiança, enxergando que compete à
classe trabalhadora, na defesa
da sua autonomia e independência, brigar para que sejam
defendidas nossas conquistas.
Este é um momento de
relativa estagnação econômica. Qual deve ser o caminho daqui em diante?
O mundo esta em crise, e
o Brasil não é imune a essa
crise! Mesmo assim, é revelador que, enquanto o mundo desempregou em massa,
o Brasil continua gerando
empregos. Nós acreditamos
que não existe outro caminho, a não ser fomentar a política de geração de empregos
e renda. Seria contraditório
hoje o governo conduzir esse
ciclo econômico para um caminho diferente agora.
Para 2015, qual deve ser
o projeto prioritário?
Romper com a orientação
macroeconômica conservadora. É necessário defender
uma política de recuperação
da indústria nacional. O Brasil iniciou um ciclo de investimento em projetos de infraestrutura que merece uma
atenção especial e aceleração.
Eu acredito que o governo deve construir um bloco
de esquerda para fazer um
governo mais voltado para o
social, em aliança direta com
os trabalhadores e movimentos sociais. Por outro lado,
as centrais sindicais não falam pelo governo. Convém à
central ser autônoma e independente, não devemos abrir
mão de botar o bloco na rua
e fazer valer a nossa pauta.
3
Para 2015, o que
pensam outras
lideranças sociais?
Alice Portugal, Deputada
Federal pelo PCdoB: “A voz
das ruas é o grande catalisador, o motor da participação
popular. É fundamental que
a sociedade saiba canalizar
sua força em pautas concretas,
para que ela não se disperse”
Guilherme Boulos, presidente do MTST: “2015 será um
ano de ataques. Mas deve também ser um ano de resistência
e fortalecimento da organização popular. Trabalharemos na
construção da ampla campanha pelas reformas estruturais”
VIC BARROS, presidenta da
UNE: “Os avanços obtidos nas
políticas educacionais estão em
risco. A lógica neoliberal já se
mostrou um equívoco no passado, quando os rombos foram
pagos com a verba da educação”
João Pedro Stelide, presidente do MST: “[2014] foi apenas
o primeiro round de um intenso
período de embates sobre os rumos da economia e do país”.
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OLHO CRÍTICO
ESTADOS
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DEZ.2014
OLHO CRÍTICO
BRASIL
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lena diaz - Fotos públicas
ASSESSORIA PALÁCIO DO PLANALTO
Ritmo tucano
A superlotação na estação da Sé retrata o ritmo inadequado da expansão da rede metropolitana paulista - menos de 2 km por ano
PF liga corrupção do metrô a PSDB
Elos entre empreiteiras
e políticos tucanos
ficam evidentes
IMPRENSA CTB
[email protected]
A sétima fase da operação
Lava Jato, chamada Juízo
Final, encontrou provas de
que as empreiteiras Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa
e Andrade Gutierrez teriam
operacionalizado um cartel
para fraudar as licitações do
metrô paulista. As evidências
apontam para o pagamento
de propinas para políticos do
governo de Geraldo Alckmin,
de José Serra e de Mário Covas (todos do PSDB) durante
as décadas de 90 e 2000 - algo
abafado pela grande mídia,
mas não pelas forças de atuação jurídica do estado.
Segundo o Ministério Público do estado, responsável
pela denúncia, os subornos
eram prática cotidiana nas
administrações tucanas, e
tinham por objetivo garantir que essas empresas se alternassem como vencedoras nos editais. Nesta toada,
o valor cobrado pela Justiça
poderá alcançar R$ 2,5 bilhões, segundo estimativas
mais recentes. O órgão revelou inclusive que as licitações
das obras passavam por uma
espécie de “bingo” para definir os ganhadores e perdedores em cada etapa do projeto.
Diretores e executivos foram
detidos para maiores esclarecimentos.
Comparativamente,
o
metrô de São Paulo tem
um dos ritmos de expansão
mais lentos de todo o mundo. Segundo dados de 2014
da Companhia do Metropolitano de São Paulo, a malha metroviária da cidade
– inaugurada há 42 anos –
conta com 65 estações, distribuídas por cinco linhas,
que alcançam 74,8 quilômetros de extensão. Já Xangai,
na China, em menos de 17
anos chegou a 437 quilômetros de metrô. Seul, na Coreia do Sul, em 34 anos já
disponibiliza 558 quilômetros à população. Na Cidade do México já existem 226
quilômetros de linhas.
Os efeitos da corrupção
sobre o ritmo de construção
dos túneis é tão evidente que
desde 2008 discute-se a necessidade de uma investigação profunda em torno dos
contratos das novas linhas
de metrô. Mesmo assim,
apenas em julho de 2013
soube-se que uma das empresas envolvidas nas obras
admitiu a formação de um
cartel para manipular licitações. Coube aos alemães da
Siemens delatar o esquema.
Trabalhadores gaúchos marcham pela Democracia e pela Reforma Política
CTB RS
A Marcha pela Democracia e Reforma Política percorreu as principais ruas do centro de Porto Alegre para pedir
mudanças urgentes na política
brasileira. A mobilização, que
aconteceu no início de dezembro, foi organizada pelas centrais sindicais, movimentos
sociais e partidos políticos de
esquerda com o objetivo de
alertar a população para rei-
vindicar o fim do Fator Previdenciário, a Reforma Agrária,
o fim da homofobia e do racismo, a igualdade de gêneros e
as mudanças no financiamento das campanhas eleitorais,
entre outras lutas. A marcha
também foi realizada com o
objetivo de dar uma resposta
às manifestações organizadas
pela direita, logo após as eleições de segundo turno.
A manifestação contou
com a coordenação do Bloco
da Diversidade, que em cima
do carro de som, reinventou
músicas conhecidas com novas letras que diziam respeito às principais bandeiras sociais de luta. Entre as canções,
uma das mais marcantes foi
“o sonho não vai morrer, nem
a mudança parar, o povo não
sente mais fome e tem casa
para morar”, lembrando a
música “Não deixe o samba
morrer”, composta por Edson
Conceição e Aloísio.
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O grupo juntou aproximadamente mil pessoas. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, subiu no carro de
som e em seu discurso parabenizou os participantes pela
beleza da marcha. “O povo
brasileiro teve uma grande
vitória nessas eleições, conseguimos enfrentar o poder
econômico, a mídia e aquilo
que há de mais reacionário
na sociedade brasileira e internacional. Com isso, o Brasil dá continua ao processo de
mudanças, mas a luta vai se
acirrar. Precisamos continuar no caminho do desenvolvimento e da valorização do
trabalho”, conclamou.
Nova equipe econômica,
novo plano contra crise
Para segundo ato de posse, partidos e militância da esquerda planejam celebração histórica em Brasília
Movimentos sociais estarão
presentes na posse de Dilma
Depois de segundo turno acirrado, líderes de
movimentos articulam caravanas para Brasília
MARCOS AURÉLIO RUY
[email protected]
A quinta-feira, 1 de janeiro
de 2015, será de grande festa
na Praça dos Três Poderes. O
que seria apenas a cerimônia
de posse presidencial de Dilma Rousseff se tornará uma
grande manifestação democrática de movimentos sociais
e progressistas de todo o Brasil - algo muito próximo ao
que aconteceu com a posse de
Lula, em 2003, quando mais
de 150 mil pessoas acompanharam à solenidade.
O motivo dessa grande mobilização é o coroamento da
quarta vitoria do povo, em que
a autoestima da militância dos
partidos políticos e movimentos
sociais se fortaleceu no enfrentamento com as forças conservadoras. O embate do período
eleitoral continua no chamado
“terceiro turno”, alimentado por
figuras como Jair Bolsonaro, Lobão e o próprio Aécio Neves, que
ainda não desceu do palanque.
Os movimentos sociais aproveitarão a oportunidade para festejar a derrota fascista, manifestar
apoio à presidenta Dilma, demarcar o campo progressista e
sobretudo reafirmar suas bandeiras de luta.
O presidente do Partido dos
Trabalhadores, Rui Falcão,
afirmou: “criamos uma comissão para organizar uma ampla
manifestação popular na posse
da presidente Dilma no dia 1º
de janeiro de 2015. Queremos
que a posse seja uma grande
festa popular, semelhante à
que foi a festa da posse do presidente Lula em 2002”.
Ainda no mesmo dia, a presidenta da República receberá, em audiência solene, as
missões especiais estrangeiras designadas para sua posse.
Também receberá os cumprimentos das altas autoridades
da República. À noite, recepcionará, no Palácio do Itamaraty, as missões especiais estrangeiras e autoridades. A
posse dos governadores estaduais e do DF também ocorre
no dia 1º de janeiro.
A presidenta Dilma, reeleita em 26 de outubro, está
montando em seu novo governo uma equipe econômica para se contrapor à direita
golpista. Os três principais
integrantes da equipe econômica sinalizam mudanças no enfrentamento à crise econômica mundial.
A manutenção de Alexandre Trombini na presidência do Banco Central
significa que a presidenta
se mantém firme na proposição de não dar independência ao BC. Para o Ministério do Planejamento,
foi escolhido Nelson Barbosa, de pensamento menos ortodoxo e que pode fazer um contraponto às teses
conservadoras defendidas
pelo ex-diretor do Bradesco Asset Management, Joaquim Levy, escolhido para
assumir o Ministério da Fazenda, nome que preocupa
o movimento sindical, em
função do modelo de gestão
ja conhecido do indicado.
A derrota eleitoral do
projeto da oposição de subordinação total do Brasil às
grandes corporações financeiras, promovendo recessão econômica, achatamento salarial, cortes dos gastos
sociais e de direitos adquiridos deve ser enterrado, para
fazer fluir, o projeto vitorioso defendido pela presidenta
Dilma, que propõe aumentar a participação popular
nas mais importantes decisões do país, com desenvolvimento econômico autônomo, distribuição de renda e
inclusão social.
Nessa perspectiva, a classe trabalhadora espera que
os próximos 4 anos sejam
de muita luta para a ampliação de seus direitos,
bem como a continuidade
dos programas sociais de
geração de emprego e renda e combate à miséria. Os
movimentos sociais e sindicais reclamam mudanças
na orientação dos investimentos públicos, com mais
foco em saúde, educação e
mobilidade urbana.
Miriam Belchior defende política
nacional de participação social
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, declarou
que o governo deveria tentar
novamente aprovar o projeto
da presidenta Dilma Rousseff
da Política da Participação Nacional de Participação Social
(PNPS). Em outubro, logo após
as eleições, a Câmara dos Deputados derrubou uma tentativa do Palácio do Planalto nessa
direção, ao arquivar o decreto
presidencial que estabelecia a
consulta a conselhos populares
antes de decisões sobre a implementação de políticas públicas.
O projeto, que aparece na
grande mídia como “golpista”, “bolivariano” e até de “comunista”, foi criado a partir
das demandas das Jornadas de
Julho de 2013, nas quais milhares de pessoas nas ruas pediam maior participação popular no governo.
Atualmente, existem vários
conselhos, alguns criados na
década de 30, como o Conselho Nacional de Educação
(CNE) e o Conselho Nacional
de Saúde (CNS). O novo projeto não prevê a criação de nenhum novo conselho, mas estabelece parâmetros mínimos
para a formação de novos.
O PNPS não aumenta o
poder dos conselhos, apenas
estipula que os órgãos administrativos deverão “considerar” a opinião dos conselhos
na hora de criar, monitorar e
avaliar suas políticas.
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OLHO CRÍTICO
REPORTAGEM
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DEZ.2014
DEZ.2014
OLHO CRÍTICO
RETROSPECTIVA
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PAULO PINTO - Fotos públicas
DIOGO MOREIRA - A2 FOTOGRAFIA
“Nos três meses
que fiquei lá, vi
alguns empregados
com vários anos
de casa pedindo
as contas por não
aguentarem mais
tantas horas extras
e dobras de finais
de semana”
Marcha das Centrais em Brasília reuniu trabalhadores de diversas categorias em defesa de melhores salários e condições de trabalho
2014 foi um ano de mobilizações
A rua 25 de Março, nesta época do ano, se torna o principal centro comercial da cidade de São Paulo e atrai pessoas de todo o país
Saiba como se proteger das armadilhas do
trabalho temporário na época do Natal
FERNANDO FRAZÃO - AGÊNCIA BRASIL
Temporário enfrenta
falta de direitos e
muitas horas extras
CLAUDIA ROCHA
[email protected]
Com a chegada da decoração
de Natal, as oportunidades
de emprego piscam em vários
cantos da cidade. Só no setor
do comércio, a previsão é de
que sejam realizadas 164 mil
contratações temporárias em
todo o país, pois o período é
considerado campeão em vendas. Em São Paulo estão concentrados metade desses novos
postos, mas este não será um
ano típico: por conta do desaquecimento econômico, há um
certo desconforto com relação
às novas contratações, e isso
pode acarretar consequências
amargas para quem conseguir
uma vaga no período de festas.
“Entre os vendedores, a cobrança é muito forte. Com os
temporários, então, a pressão
por metas é maior ainda”, comenta Victor Hugo Buzo, que,
durante o fim do ano passado,
trabalhou em uma loja de roupas dentro de um shopping na
região do ABC Paulista. Além
de existir uma marcação cerrada em relação aos temporários, o período do fim do ano
muitas vezes acaba sendo estressante também para quem
já é funcionário. “Nos três
meses que fiquei lá, vi alguns
empregados com vários anos
de casa pedindo as contas por
não aguentarem mais tantas
horas extras e dobras de finais
de semana”, conta Buzo.
Para Elizângela Mardegan,
assistente jurídica do SindLojas/SP (Sindicato dos Lojistas
de São Paulo), a orientação passada aos contratantes é de que
não pode haver nenhum tipo
de diferenciação entre funcionários temporários e os demais.
Porém, apesar da legislação ter
avançado neste regime de contrato, muitas vezes, na prática, o
dia a dia acaba sendo diferente.
Uma boa indicação é procurar uma agência especializada em terceirização. “Com a
contratação feita via agências,
a responsabilidade de cumprir
com a legislação trabalhista
passa a ser não só do local onde
o trabalhador está empregado,
mas também da empresa intermediária”, destaca Mardegan.
Quem não recorre às agências
fica mais desprotegido.
É o caso de um funcionário temporário de um hostel na
Zona Sul de São Paulo, que, por
ainda estar empregado, prefere
não ser identificado. “Sinto que
só sou considerado um funcionário quando convém ao meu
chefe”, desabafa. “Entrei como
folguista, não sou CLT, traba-
Trabalhadores foram
às ruas pelo Brasil
CINTHIA RIBAS
[email protected]
Desde o início do ano, trabalhadores saíram às ruas para
exigir direitos. Trabalhadores
dos Correios, do saneamento
e metalúrgicos, entre outros,
cruzaram os braços e conquistaram melhores salários
e condições de trabalho.
No âmbito nas negociações salariais, apenas no 1º
semestre, mais de 90% dos
acordos coletivos de traba-
lho assinados resultaram
em ganhos reais acima da
inflação, que ficou em 6,5%
para o ano. Um dos fatores
que justifica o bom resultado das negociações, além da
redução das taxas de inflação em relação ao ano passado e a manutenção das
taxas de desemprego em pa-
tamares baixos, é o poder
das mobilizações “bem sucedidas” realizadas no primeiro semestre.
No âmbito nacional, convocados unitariamente pelas centrais sindicais CTB,
CUT, CGTB, NCST, FS e
UGT, cerca de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras
ROBERTO STUCKERT filho
do campo e da cidade participaram da 8ª Marcha das
Centrais em abril, tomando
o centro de São Paulo em
caminhada. O mesmo aconteceria no Dia do Trabalhador, 1 de maio, com grandes
comemorações pelo país.
Em todas as manifestações,
defenderam as bandeiras fundamentais do movimento sindical, de ampliar os direitos e
avançar no projeto de desenvolvimento com valorização
do trabalho e justiça social.
Causas como o fim do fator
previdenciário, a redução da
jornada de trabalho e a Reforma Agrária foram defendidas em falas, faixas e cartazes,
mas foram barradas no Congresso Nacional pelo oposição
de bancadas conservadoras.
Apesar da resistência de
empresários e ruralistas, esses projetos continuam na
ordem do dia e dependerão
de uma grande mobilização
para serem aprovados em
2015, assim como aconteceu
como a PEC das Domésticas
em abril de 2013, que só foi
aprovada após grande pressão dos movimentos sociais
e sindical, garantindo às
trabalhadoras domésticas os
mesmo direitos dos demais.
Foto Divulgação
BRICS e Esna: integração global
lho durante a madrugada sem
receber adicional noturno, sem
contar que não recebo nenhum
benefício, como, por exemplo,
uma ajuda com a alimentação”,
completa o recepcionista.
Os avanços que o setor empenhou nos últimos dez anos
parecem não surtir efeito para
todos: segundo pesquisa divulgada no começo deste mês pelo
Instituto para Desenvolvimento do Varejo, a informalidade
no comércio caiu de 54% para
36% nos últimos dez anos. Ainda assim, os índices de trabalho
sem direitos assustam - em alguns casos, é negado até mesmo
a oportunidade de sentar-se durante o horário de expediente.
A recomendação, nesses casos,
é que o trabalhador exija condições adequadas de trabalho
ou até mesmo abandone a vaga,
forçando os empregadores a
melhorarem a situação.
A realização do BRICS Sindical exigiu a participação dos
sindicalistas dentro do bloco
composto por Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul,
mas foi um sucesso de escala
global, que unificou mensagens trabalhistas pelo mundo.
Em maio, foi realizado em Cuba
o 6º Encontro Sindical Nossa
América (Esna), espaço em que
sindicalistas trocaram experiências e debateram soluções a luta
da classe trabalhadora.
O Dia Internacional de Ação
da Federação Sindical Mundial (FSM), realizado todo 3
de outubro, viu trabalhadores
saírem às ruas para exigir trabalho digno. Já no mês de novembro, a CTB realizou com
êxito o terceiro encontro da
juventude da FSM da América
Latina, que ocorreu na cidade
de Novo Hamburgo, no Rio
Grande do Sul.
Política: uma vitória contra o retrocesso
Politicamente falando, 2014
foi um ano curto. A Copa escondeu a vida política até a
derrota contra a Alemanha, e
só em agosto as eleições gerais
chegaram, a todo vapor.
Com a esquerda e a direita
em alerta total, a troca de acusações foi incansável. A gran-
de mídia, nesse contexto, assumiu um comportamento
anti-progressista sanguinário,
culminando na falsa reportagem da revista Veja. Era mentira, e Dilma ganhou com 52%
dos votos válidos, mas isso não
aplacou o clima de terceiro turno atentado pelos neoliberais.
O crescimento de partidos
menores e o aumento de representantes conservadores
no Parlamento foram as duas
novidades dos resultados. Isoso se deu, provavelmente, por
esta ter sido a eleição mais cara
de toda a história, com custos
beirando os R$ 79 bilhões.
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REPORTAGEM
OLHO CRÍTICO
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LÍGIA DUMONT - A VOZ POPULAR
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DEZ.2014
OLHO CRÍTICO
INTERNACIONAL
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MARIO CARDOSO - KADEIRA KATIVA
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CATRACA LIVRE
Um ano de
vitórias na
América Latina
Apesar de uma desaceleração na indútria, investimentos em infraestrutura ultrapassaram R$130 bilhões
Economia: em meio à crise
Em meio a turbulência,
trabalhadores tiveram
direitos protegidos
RENATO BAZAN
[email protected]
Com os efeitos da crise econômica ainda causando grandes choques na economia
mundial, o Brasil teve, por
indicadores clássicos, um ano
preocupante do ponto de vista econômico: estima-se que
2014 tenha fechado com 1% de
crescimento do PIB e quedas
visíveis nos índices de produção industrial e confiança do
investidor. Para os opositores
da atual linha política do governo, tratou-se de um ano
com “inflação descontrolada”,
cujos traços foram grandemente exagerados na tentativa de criar uma imagem de
incompetência para a equipe
econômica. A preocupação virou arma política.
A narrativa de tragédia,
no entanto, não se refletiu na
vida das pessoas. Para a imensa maioria, que não se importa com o mercado financeiro nem com a rentabilidade
de um punhado de indicadores estatísticos, quatro grandes vitórias fizeram de 2014
um ano excepcional: a continuidade de um baixo desemprego, o aumento real dos salários, a expansão de gastos
governamentais em obras de
infraestrutura e, principalmente, a remoção do país do
mapa mundial da fome.
O Brasil atingiu o menor
índice de desemprego desde
2002 (4,7%), um salário mínimo de R$ 724 e nada menos que R$ 130,4 bilhões em
obras custeadas pelo governo.
Por todos os lados, o governo Dilma priorizou a defesa
do trabalho, e nessa toada a
ONU declarou em seu novo
relatório: no Brasil, a subnutrição e a fome são coisas do
passado. O país se tornou
“um modelo nas políticas de
distribuição de renda”.
Com a agitação trazida
pela nova vitória do projeto
desenvolvimentista, 2015 será
um ano no qual o crescimento econômico e a transparência política serão essenciais,
não apenas para deter os ânimos exaltados de quem se
decepcionou com mais uma
derrota neoliberal, mas para
que o projeto de inclusão social continue viável.
Nesse contexto, Dilma
Rousseff contratou um profissional dos mercados, Joaquim
Levy, para gerenciar o Ministério da Fazenda, enquanto permanece com Alexandre
Tombini no Banco Central.
Será que a dupla conseguirá
reacender o ciclo econômico
brasileiro?
A Copa das Copas e das obras
As emoções, ansiedades e
pensamentos contra a Copa
do Mundo abriram 2014 como
notas destoantes em meio à
agitação de receber um evento desse porte. O Brasil, afinal,
sediaria novamente uma Copa
em sua terra após 64 anos. A
Copa das Confederações, no
ano anterior, havia consagrado
o Brasil como campeão - não
só no campo, mas na apresentação de um país democrático
e, acima de tudo, preparado.
As obras em todo o país
aproveitaram a onda da Copa
do Mundo para receber um
grato reforço. Aeroportos, corredores de ônibus e VLTs foram
acelerados por todo o país. São
Paulo, em particular, recebeu
34,94% de turistas estrangeiros,
que individualmente gastaram
uma média de R$ 4.911.
É uma pena que o resultado
final nos gramados não tenha
sido de comemoração, mas de
total e absoluta derrota. Na
semifinal contra a Alemanha, finalmente esquecemos
o “Maracanazzo”, diante de 7
gols da Alemanha.
PORTAL TODO DIA
A cidade de Montevidéu é uma das capitais com maior influência europeia em sua arquitetura e costumes na América Latina
O Uruguai nos últimos dias de Mujica
Nas ruas de Montevidéu,
a vitória do sucessor
de Mujica é vista como
resultado de políticas
que tornaram o país
mais humano e menos
desigual
ROBERTO AMADO
Diário do Centro do Mundo
Por dignidade e democracia
Ficaram marcados os atos
em todo o país defendendo
um plebiscito oficial para a
Reforma Política. Movimentos sociais e diversas entidades foram às ruas para cobrar
do Congresso a iniciativa,
que pode trazer significativas
mudanças na política. Em setembro, mais de 7 milhões
de pessoas disseram “sim” ao
Plebiscito Popular informal.
O combate à homofobia entrou na agenda das eleições e
a presidente Dilma se comprometeu a priorizar a criminalização de atos violentos.
Apesar da violência simbólica contra os nordestinos e
das reapropriações violentas
contra ocupantes em movimentos de moradia, este foi
um ano de avanços: na luta
pela erradicação da fome, reduzimos a desnutrição pela
metade. Combate ao analfabetismo, ao trabalho escravo
e infantil também ocuparam
os noticiários. Acima de tudo,
a entrega do relatório final da
Comissão Nacional da Verdade levou a presidenta Dilma, e
todos os que sofreram com a
ditadura, às lágrimas.
Se você quer fazer uma viagem, para onde mais seria a
não ser o Uruguai? Foi pensando assim que embarquei para
Montevidéu. E por que o Uru-
guai? Porque o país é a bola da
vez. Se alguma coisa está acontecendo no continente, é lá.
José Mujica, o Pepe, o “presidente mais pobre do mundo”,
legalizou a maconha, o aborto
e o casamento homossexual,
mandou Obama oficializar o
espanhol nas escolas dos EUA,
condenou o consumo excessivo, criticou o militarismo, enfim, fez tudo aquilo que a sociedade brasileira não aceita e
combate. Ele está chegando ao
fim do seu mandato e no Uruguai não há reeleição.
Se você espera chegar em
Montevideo e encontrar hippies com cara de tupamaro, fu-
mando baseados na rua, está
completamente enganado. Na
verdade, não estão dando muito importância a decisões polêmicas como a legalização da
maconha, encaradas com maturidade. “São medidas adequadas”, diz o professor de
história Jose Benitez Minero,
tomando uma legítima Patricia, a boa cerveja local.
Pergunto onde estão os maconheiros, as gangues ensandecidas da cannabis. Em que bairro, em que rua, em que lugares.
“Somos um povo discreto”, me
disse o professor. “Os que gostam da maconha, fumam dentro de casa”. Fumar maconha lá
é um detalhe de pouco significado, uma questão privada. E
nos dez dias em que passei em
Montevidéu não vi ninguém
fumar ou falar da erva. “O mais
importante é que nesses dez
anos reduzimos a miséria do
país, há cada vez menos pobres
e a classe média está crescendo”, contou Benitez.
O presidente eleito Tabaré
Vásquez, sucessor de Mujica, é
um socialista mais moderado,
ainda que tenha cometido ousadias: em seu primeiro mandato, foi aprovada, por exemplo, a lei que permite a adoção
de crianças por casais homossexuais. Médico, boa pinta,
Em acordo histórico, EUA e Cuba retomam relações diplomáticas
Após 53 anos, os presidentes
de Cuba, Raúl Castro, e dos Estados Unidos, Barack Obama,
anunciaram, nesta quarta-feira
(17), um histórico acordo para
retomar as relações diplomáticas entre os dois países.
Como parte da aproximação,
Havana e Washington trocaram
presos. Os Estados Unidos libertaram Gerardo Hernandez,
Antonio Guerrero e Ramon La-
bañino - os três integravam o
grupo dos cinco antiterroristas
cubanos, enquanto Cuba libertou dois americanos, Alan Gross
e um agente de inteligência.
“A liberdade dos cubanos é
uma vitória da resistência de
um povo. A CTB se orgulha e
se solidariza com as lutas deste
povo irmão”, exclamou o secretário de Relações Internacionais
da CTB, Divanilton Pereira.
O ano de 2014 foi decisivo para a América Latina. A
região mais resistente ao imperialismo, com maioria de
governos progressistas e de
esquerda, se viu ameaçada
a mudar de direção política,
quebrando o ciclo iniciado
em 1998 com Hugo Chávez
na Venezuela. Com eleições
em sete países, o risco de racha intrarregional era concreto, mas as propostas progressistas prevaleceram.
El Salvador, Costa Rica,
Panamá, Colômbia, Brasil,
Bolívia e Uruguai elegeram
seus presidentes, e a maioria destes países optou pela
continuidade do projeto em
curso, fortalecendo as conquistas da população.
No Brasil, com a reeleição
de Dilma Rousseff, blocos de
integração como a Unasul,
Mercosul e Alba, entre outros, seguirão como propostas sociais e econômicas ao
capitalismo globalizado. A
integração regional será fortalecida, alimentando a solidariedade entre os povos
latino-americanos e garantindo a soberania das nações.
Na Bolívia, Evo Morales
foi reeleito com uma ampla
vantagem (61% dos votos),
frente à modernização da infraestrutura do pais e à nacionalização de setores estratégicos da economia, como o
gás e petróleo. Esses recursos permitiram que a riqueza
fosse redistribuída e, assim,
tiveram um efeito impulsionador na economia.
Na Colômbia, o também
reeleito Juan Manuel Santos
prossegue com os diálogos
de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (Farc) e o governo, avançando rumo a um
acordo pacifico após anos de
conflito.
Em 2015, é a vez da Argentina e da Guatemala elegerem seus presidentes.
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OLHO CRÍTICO
CULTURA
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DEZ.2014
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OLHO CRÍTICO
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O mais que real de Ron Mueck em exposição
Fotos públicas
Estátuas hiper-reais
do artista plástico,
na Pinacoteca,
impressionam pelo
expressivo e pelo
grotesco
Entre as “Cores e Valores” da
sociedade brasileira
No período que antecede o Natal a maioria das escolas organiza atividades extracurriculares festivas
Músicas brasileiras cantam
a felicidade do fim de ano
Muitos compositores
nacionais já fizeram
canções para a época
MARCOS AURÉLIO RUY
[email protected]
As festas de fim de ano renovam o espírito de solidariedade, e isso é visível em algumas
canções natalinas brasileiras.
Existem dezenas de músicas
dedicadas ao tema no nosso
cancioneiro.
Em “Boas Festas”, o baiano
Assis Valente realça a temática infantil da figura do Papai
Noel e acentua as diferenças
sociais na sociedade e a constante busca da felicidade. “Eu
pensei que todo mundo/Fosse filho de Papai Noel/E assim
felicidade/Eu pensei que fosse uma brincadeira de papel/
Já faz tempo que eu pedi/ Mas
o meu Papai Noel não vem/
Com certeza já morreu/Ou então felicidade/É brinquedo que
não tem”, diz o músico.
Já Octavio Filho ressalta a
singeleza da festa na popularíssima “O Velhinho”. Melodia e letra simples, onde eterniza o sonho infantil. “Botei
meu sapatinho/ Na janela do
quintal/Papai Noel deixou/
Meu presente de Natal/Como
é que Papai Noel/Não se esquece de ninguém/Seja rico
ou seja pobre/O velhinho
sempre vem”.
Já Chico Buarque sempre
sonhando com um mundo
menos desigual suspira: “Ah
quem me dera fosse o ano inteiro igual”, referindo-se à solidariedade humana que cresce nesse período do ano em
sua “Canção de Natal”.
Finalmente Vinicius de Moraes e Toquinho depositam a
esperança na delicadeza. “Pois
para isso fomos feitos:/Para a
esperança no milagre/Para a
participação da poesia”, insinuam em “Poema de Natal”.
CLT é uma pedra no caminho dos maus patrões
Pouca gente conhece plenamente os artigos contidos na
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), formulada em
1943, no governo de Getúlio
Vargas. Por isso o juiz aposentado e professor Márcio Túlio
Viana escreveu “70 Anos de
CLT – Uma História de Trabalhadores”, edição do Tribunal Superior do Trabalho.
Para ele, “a história da CLT é
uma história de lutas”. O livro
é distribuído gratuitamente e
pode ser baixado em seu computador pelo endereço: http://
aplicacao.tst.jus.br/dspace.
Viana conta de maneira
didática a história do trabalhador através da luta para a
construção de leis que o protegessem da exploração do capital. Ele coloca a CLT nesse
contexto, defende que ela deve
ser aprimorada, mas sem tirar
direitos de quem trabalha.
Doze anos após o lançamento de “Nada Como um
Dia Após o Outro Dia, os Racionais MC’s lançaram no final de novembro o oitavo álbum de estúdio da importante
carreira deles. Como sempre, a
atitude política chama a atenção logo na capa; uma ação
“criminosa”, personagens com
metralhadoras e máscaras de
palhaço, armas e dinheiro. O
personagem do ladrão é uma
constante na obra dos Racionais, desde Robin Hood e São
Dimas, citados pelo grupo em
muitas letras, é um modo de
dizer o que poderia ter acontecido com eles se as rimas não
tivessem dado certo.
O álbum chega em um novo
contexto social e sonoro, para
questionar o paradigma brasileiro sem tanta crueza, mas
com o lirismo e a verborragia dos versos tradicionais do
maior grupo de rap do Brasil.
E sem nunca abandonar a “foto
da periferia, da favela, do dia-a-dia e falar para as pessoas que
estão no sofrimento”, e sem esquecer que a juventude negra
na periferia continua morrendo em grande quantidade.
RAUL DUARTE
[email protected]
É impossível ficar indiferente perante uma obra do escultor australiano Ron Mueck que
está em exposição na Pinacoteca. As esculturas de seres humanos chamam a atenção pela
semelhança com a vida real;
dos cabelos à expressão dos
olhos, os tons de pele, perfeitos. O que muda é a escala: um
bebê recém nascido de cinco
metros de comprimento, um
triste idoso de três metros encostado à parede, um frágil
homem deitado nu...
Ron Mueck é um criador de
marionetes, ofício que aprendeu com seus pais. Em 1983
instalou-se em Londres e começou a trabalhar com publicidade e para o cinema. A
expressividade de seus marionetes logo chamou a atenção de grandes colecionadores
de arte e tornou-se, quase sem
Chico alia análise psicológica dos personagens ao contexto social e histórico mostra
a face mais cruel da elite com a
sua soberba e sentimento antinacional. Chega até a zombar
da internet quando se torna
blogueiro e viciado em sites
pornôs e salas de bate papo.
Viaja também pela literatura,
apresentando grandes autores,
fontes de sua inspiração ou seria de seu alter ego ficcional?
vas, cuja escala monumental ou
pequena acrescenta uma estranheza inquietante; a realidade
é uma questão de perspectiva.
Ao mesmo tempo reais e falsas,
as esculturas comentam sobre
a breviedade da vida.
A exposição tem chamado
muita atenção de artistas plásticos brasileiros.
Serviço
Exposição Ron Mueck
Onde: Pinacoteca do Estado de São Paulo Praça
da Luz, 2 - São Paulo, SP
Quando: Até 22 de Fevereiro 2015, de terça a
domingo das 10h às 18h.
Quanto: R$ 6,00
Tom Jobim é o eterno maestro soberano Exposições na Oca celebram os
60 anos do Parque Ibirapuera
da Música Popular Brasileira
A viagem do irmão alemão
Chega às livrarias o quinto
romance de Chico Buarque,
que nos brinda com mais uma
obra-prima. O autor carioca
parte de uma descoberta familiar e cria uma ficção literária onde viaja na linha tênue
entre o real e o imaginário.
“O Irmão Alemão” (Companhia das Letras) apresenta
personagens fadados a permanecer na história da literatura
brasileira de tão marcantes.
querer, um dos maiores artistas da atualidade.
Catalogado pelos críticos
como hiperrealista, a obra de
Mueck se destaca pelo modo
como apresenta a fragilidade
do ser humano, de forma crua e
cotidiana. Essas são as qualidades que tornam suas figuras insuportavelmente reais e emoti-
Na segunda-feira (8) fez 20
anos da morte do eterno “maestro soberano” da música popu-
lar brasileira, Antônio Carlos
Brasileiro de Almeida Jobim,
ou simplesmente Tom Jobim
para quem ama a MPB e o país.
Uma parada cardíaca o vitimou
em Nova Iorque (EUA). Assim,
o Brasil perdia “o maior expoente da MPB de todos os tempos”, segundo a revista Rolling
Stone, deixava órfã uma legião
de admiradores e seguidores
em todo o mundo.
O maestro foi autor com Vinicius de Moraes das canções
do disco “Canção do Amor Demais”, lançado em 1958, com
interpretação de Elizeth Cardoso e participação do violão
intrépido e inovador de João
Gilberto. A orquestração desse
disco, ao cargo de Jobim, é considerada o marco inicial da bossa nova, movimento que possibilitou à MPB acordes jamais
imaginados
anteriormente.
Tom Jobim não só sistematizou
a bossa nova como se tornou
um dos principais representantes da cultura brasileira.
Neste ano, o Parque do Ibirapuera completou 60 anos.
Entre a decoração de natal,
o verde e lagos do parque, o
MAM e o Museu Afro-Brasileiro comemoram o marco
com duas exposições: “Ibirapuera: modernidades sobrepostas” e “Memória Mutante”.
Os conceitos modernistas dos projetos arquitetônicos e paisagísticos de Oscar Niemeyer e Burle Marx,
duas referências mundiais,
são apresentados ao público
pela mostra “Modernidades
sobrepostas” por meio de desenhos, fotografias, maquetes, painéis, plantas e mapas.
Também estão exibidos os
projetos que os dois fizeram
para o próprio Parque do Ibirapuera. A intenção é da mostra é expor as transformações
arquitetônicas e, desse modo,
as transformações sociais dos
últimos 60 anos.
Já a “Memória Mutante”
reúne 210 fotografias de São
Paulo de Militão de Azevedo
(1862), Ivo Justino (1970), entre outros, com o objetivo de
demonstrar as diferenças da
cidade e a complexidade da
memória urbana.
Serviço
“Ibirapuera: modernidades sobrepostas” e
“Memória Mutante”
Local: OCA - Pavilhão
Lucas Nogueira Garcez
Data: 30 de agosto de
2014 a 1 de fevereiro de
2015
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral - Portal 3 Moema - São Paulo
Horário: terça a domingo, das 9h às 17h
Entrada gratuita
14
OLHO CRÍTICO
ENTRETENIMENTO
FRASEs
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem
de merecê-lo, tem de
fazê-lo novo, eu sei que
não é fácil, mas tente,
experimente, consciente.
É dentro de você que o
Ano Novo
cochila e espera desde
sempre.
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HORÓSCOPO
DEZ.2014
OLHO CRÍTICO
Aquário - 21/01 a 18/02
Leão - 22/07 a 22/08
Dezembro é a expansão de seu espaço, a conquista e a vitória sobre as dificuldades. Em 2015 o seu humor tende a
ser suavizado pelas provas de sucesso.
Peixe - 19/02 a 19/03
Virgem - 23/08 a 22/09
Áries - 20/03 a 20/04
Libra - 23/09 a 22/10
Este é o período para você se conectar com o futuro. Planeje de forma realista seus passos. Otimismo com realismo é a combinação que permitirá ir à direção certa.
Aproveite o ano que se aproxima para ressaltar seus talentos e dons naturais, transforme o mundo em um lugar
mais bonito e justo para se viver.
Dicas: Uma ceia de Natal light
Touro - 21/04 a 20/05
Escorpião - 23/10 a 21/11
Compartilhe alegria, amor e amizade com quem é caro
a seu coração. É como um vento fresco num momento
em que você precisa se divertir mais e se chatear menos.
Gêmeos - 21/05 a 20/06
Sagitário - 22/11 a 21/12
A gargalhada de Victor Hugo
Se a primeira parte de 2014 não foi das mais tranqüilas,
também foi de consolidação, criando uma rotina para
começar com o pé direito 2015.
De natureza otimista e social, este é o signo da justiça,
que luta pelos fracos e oprimidos, que também impõe a
lei com seu exemplo e seu julgamento.
Entrada – Salpicão Light
Pratos Principais – Ave Fiesta ao molho de laranjas e farofa fria
Sobremesas - Sobremesa dos anjos e arranjo de frutas da época
“Para os peixinhos do
aquário, quem troca a
água é Deus.”
Câncer - 21/06 a 21/07
Capricórnio - 22/12 a 21/01
Dezembro vai trazer mais emoção e otimismo. Mudança
na rotina são importante, mas veja se elas não o levarão
para rumos diversos do que desejava para sua vida.
Seu forte instinto de sobrevivência vai funcionar muito
bem em 2015, colocando você a salvo de quem só critica
ou quer colocar seu astral para baixo.
Ave Fiesta ao Molho de Laranjas
“A gargalhada é o sol
que varre o inverno do
rosto humano.”
Os peixinhos do aquário de Mario
Quintana
“A verdadeira função
do homem é viver, não
existir.”
Função do homem de Jack London
“Tenha cuidado com a
tristeza. É um vício.”
Cuidado com a tristeza de
Gustave Flaubert
Mestre não é quem
sempre ensina, mas
quem de repente
aprende.
Mestre de João Guimarães Rosa
FASES DA LUA
Janeiro 2015
Cheia | 05/01
Minguante | 13/01
Nova | 20/01
Crescente | 27/01
HUMOR
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Conhecer seus limites e respeitá-los irá fazer de você alguém melhor e mais atualizado com seu momento presente, abandonando quimeras e ilusões a respeito de suas
Comece o ano com aspirações fortes e otimismo. Olhe
para trás e veja o que realizou e conquistou até o momento. Se mantenha tranqüilo na direção do futuro.
Ano novo de Carlos Drummond de
Andrade
SAÚDE
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LANTÔNIO C. BRANCO - ASTRÓLOGO e filósofo
Faça atividades sociais e aproxime-se de pessoas espontâneas e entusiasmadas com o que fazem, assim você terá
um escudo contra a melancolia e o pessimismo.
Seja e aconteça em 2015. Você poderá conquistar amizade e respeito usando a sua originalidade e criatividade
especialmente se seguir a intuição.
DEZ.2014
COTIDIANAS DO OHI
CEIA DE NATAL LIGHT
Ingredientes: 1 ave de 3,2 a 3,6 kg | 1 copo de suco de laranja | 3 colheres (sopa) de margarina
derretida.
Modo de Preparo: Deixe a ave marinando no molho de laranja por 30 minutos. Aqueça seu
dourador de microondas de 12 a 14 minutos, em potência alta. Coloque a ave, virando de 5 em
5 minutos, depois acrescente o suco com margarina e asse por 40 a 50 minutos, sem tampa,
no microondas.
Farofa de 3 Farinhas
Ingredientes: 2 cenouras cruas ralada | 2 pimentões, um verde e um vermelho, picados | 1
cebola picada | 1/2 xícara (chá) de azeitonas picadas; cheiro verde bem picado | 1 xícara (chá)
de farinha de mandioca | 1 xícara (chá) de farinha de rosca | 1 xícara (chá) de farinha de milho |
suco de limão | 3 ovos cozidos e picados | 1/2 copo de vinagre | óleo e sal a gosto.
Modo de Preparo: Misture e já está pronto.
Salpicão Light
Ingredientes: 2 cenouras raladas | 1 chuchu cozido | uvas passas brancas sem sementes (a
gosto) | 2 maçãs verdes descascadas e picadas | nozes picadas (a gosto) | salsinha e cebolinha
picadas (a gosto) | 1 xícara de salsão picado | 1 xícara de erva doce picada | champignon picado
(a gosto) | Alface picada fininha | 2 peitos de frango cozidos e desfiados | 1/2 kg de presunto,
sem gordura ou light, fatiado | 300 g de queijo cottage em cubos.
Molho: 1/2 xícara de leite desnatado ou iogurte desnatado; 1 colher de suco de limão; 1/2 colher de mostarda; 1/2 colher de molho inglês; sal e pimenta (a gosto); 1 ovo cozido; 1 clara de
ovo cozida.
Modo de preparo: Temperar o champignon, a cenoura, o chuchu, a erva doce e o salsão com
limão, sal, azeite e uma pitada de mostarda. Bater todos os ingredientes do molho no liquidificador até dar o ponto da maionese. Montar o prato com todos os ingredientes, exceto a alface
e o presunto, com o molho já pronto. Enfeitar com a alface em volta e decorar com o presunto
enroladinho.
Sobremesa dos Anjos
Ingredientes: 4 caixas pequenas de gelatina light, sabor cereja | 1 xícara (chá) de água quente
| 1 lata de leite condensado light | 1/2 lata de creme de leite light | 500 ml de leite desnatado.
Modo de preparo: Dissolva a gelatina na água quente. Junte o leite condensado, o creme de
leite e o leite. Misture tudo e leve em forma decorada à geladeira, por 3 horas. Desinforme e
decore como desejar.
A ceia de Natal é cercada
de tentações que prometem
acabar com qualquer dieta.
Depois de várias fatias de
pernil, maionese, farofa e
um pavê de panetone de sobremesa, o peso na consciência (e na balança) é certo.
A falta de moderação pode
comprometer não só a aparência, como também a saú-
de, principalmente daqueles
que sofrem com diabetes,
hipertensão ou problemas
cardiovasculares.
Essas pessoas devem evitar
certos alimentos, como rabanada, tender, pernil e chester.
As gorduras nesses alimentos
se acoplam às veias e artérias,
propiciando o surgimento de
doenças cardiovasculares.
Seguem algumas dicas para deixar sua ceia mais
leve e saudável:
O peru é menos calórico que o tender
A ceia de Natal é recheada de carnes que não costumam fazer
parte da alimentação diária. Para não exagerar, fique atenta
ao tamanho das porções e sempre retire a pele. Quanto às calorias, o peru é a melhor opção.
Fique de olho na farofa
A farofa, acompanhamento obrigatório, pode ser bastante
calórica. Prepare uma farofa leve usando cenoura ralada,
ovos e ingredientes da época, como uva passa e castanha.
Prefira panetone de frutas
Para comer essa delícia sem ficar com peso na consciência,
é só fazer a escolha certa. A versão com frutas cristalizadas
é a menos calórica e, por isso, a melhor pedida. Ela tem 270
kcal a cada 80 g, enquanto a versão de chocotone apresenta
317 kcal e um trufado pode chegar a 400 kcal.
Salada
Esqueça a maionese. Prepare uma salada grande e colorida, com diferentes tipos de alface, rúcula, cenoura, tomate
cereja e mussarela de búfala. Para temperar, deixe na mesa
apenas azeite, vinagre e sal.
Utilize produtos light
Invista em produtos light no preparo dos alimentos. Requeijão, maionese, margarina, creme de leite e leite condensado
com menor valor calórico vão fazer uma grande diferença
na conta final de calorias ingeridas.
Cuidado com o álcool
Para quem sabe que vai exagerar nas refeições de fim de ano,
o ideal é ficar longe das bebidas alcoólicas, pois elas aumentam o valor total da ceia. Uma latinha de cerveja tem 150
kcal e uma taça de vinho, 125 kcal.
Desafio final: sobremesa
Não vale escorregar na hora da sobremesa. Em vez de cair de
boca nos doces, invista nas frutas da época. Faça uma cesta
repleta de lichia, fruta-do-conde, ameixa, cereja, romã e uva.
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OLHO CRÍTICO
COTIDIANO
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DEZ.2014
olho CIDADÃO
Em Constante
Evolução
por Raul duarte
Na foto acima, um projeto cobre a fachada da Catedral da Sé com diferentes imagens ao longo da noite. O projeto “Natal
Iluminado” é realizado pela Prefeitura de São Paulo com o objetivo de deixar a capital paulista mais iluminada e decorada.
Com inauguração em 29 de novembro, a projeção de imagens sobre a fachada da Catedral coincide com o início do Advento,
tempo litúrgico de preparação para a solenidade do Natal. (Foto: Joca Duarte/Arquivo LUZ)
de olho Nos seus direitos
MAGNUS FARKATT - ADVOGADO E CONSULTOR JURÍDICO
Relatório da CV vê crimes contra a humanidade na ditadura
A dura novela em torno
da Lei da Anistia (6.683/79),
que confere perdão a todos
os crimes políticos cometidos durante a ditadura militar, tortura e assassinato
inclusos, recebeu mais um
capítulo neste mês de dezembro. Com a finalização
do relatório da Comissão
Nacional da Verdade, o governo reconheceu legalmente que cometeu crimes contra a humanidade durante o
período entre 1964 e 1985,
com ao menos 439 pessoas mortas pelo Estado e 377
militares responsáveis.
A declaração é importante porque abre a oportunidade de reverter uma decisão
de 2010 tomada pelo STF,
quando a instituição considerou constitucional a Lei
da Anistia. Provocada pela
OAB, a batalha legal em torno da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 153 acabou
em derrota para o direito dos
torturados, mas deixou para
trás um recurso que poderá
reabrir o caso.
Como o Relatório Final
reconhece as agressões comprovadas como crimes con-
tra a humanidade, e portanto imprescritíveis, essas
barbaridades deixam de estar acobertadas sob o manto
do tempo, abrindo caminho
para novos processos criminais contra os torturadores.
Além disso, este reconhecimento alinha o Brasil com
os vários acordos internacionais que se comprometeu a
seguir, como o de investigar
e punir com rigor quaisquer
crimes políticos.
A partir deste momento,
o mais importante para que
ocorra alguma mudança na
Lei é a pressão da sociedade
civil. Apesar dos ares mais
favoráveis, o STF só poderá
fazer qualquer coisa a respeito se for provocado, e para tal
é preciso haver pressão sobre
os órgãos que poderiam levar esta batalha adiante. A
boa notícia é que a maioria
da população brasileira é a
favor da revisão da Lei, segundo o Ibope. A má notícia
é que a grande imprensa, que
poderia ser o fiel da balança
nesta polêmica, se posiciona
hermeticamente contra a revisão da Anistia.
O passado, para alguns, é
melhor ficar esquecido.
Vinícius Gestinari, 23, tem
muito o que esperar para o
ano que vem: finalmente,
concluirá o curso de Engenharia Mecânica, um curso
gratificante e “muito cansativo”. Trabalha já há quatro
anos na Mercedes, em São
Bernardo do Campo - entrou
lá pelo Senai, recém-saído do
colégio, e espera que sua graduação ajude. “As coisas não
estão muito fáceis não. Tem
pessoas sendo demitidas, o
ritmo está diminuindo... Tem
que melhorar ano que vem”.
Vê a política de forma crítica e até um pouco receosa:
“um certo medo pela instabilidade política, esse Congresso aí... E essas manifestações
da direita... Mas acho que o
governo consegue contornar
os problemas”.
Sem saber se será efetivado, não desiste de alguns sonhos: “O que queria mesmo
era abrir uma oficina própria de carro antigos, aqueles
charmosos e potentes”.
Doente por futebol, segue
a trilha da família e “ainda
bem” que é Palmeirense. “É o
maior clube do Brasil em termos de títulos. História não
se apaga”. E nessa área, quais
as expectativas para o ano
que vem? “Ah, tem que arrumar a casa. Quem sabe não
conseguimos um Paulista?”.
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