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Página 4 Página 5 EDIÇÃO Nº 13 ANO 3 MAIO 2016 Jornal de distribuição gratuita. Venda proibida /Portalctb.org.br Página 5 @PortalCTB Paulo P into Página 3 Página 6 Página 8 Direitos trabalhistas, sociais, valorização do salário mínimo e Bolsa Família são conquistas da classe trabalhadora que serão perdidas com a aprovação do impeachment. Leia mais à pág. 2 e entenda o que está por trás do golpe. 2 OLHO NA POLÍTICA OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br Em 1970, foi presa e torturada, vítima do regime militar NA MADRUGADA desta quinta-feira (12), a presidenta Dilma Rousseff foi afastada de suas funções pelo Senado federal. Ela deixa o cargo por 180 dias e uma nova sessão (a ser marcada pelo Supremo) ratificará a decisão. Dilma, sem ter cometido nenhum crime, foi vítima da punição mais severa que uma república democrática reserva aos seus governantes: o impeachment. E quando o impedimento se dá desta forma, MAI|2016 OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br ENTREVISTA 3 EDITORIAL Em 2016, Dilma é retirada do poder sem crime, vítima de um golpe NATÁLIA RANGEL [email protected] MAI|2016 sem crime formado, não é um ato constitucional, mas sim um golpe de estado. E este vem sendo tramado pela oposição desde a derrota nas urnas em 2014 e, salve alguma reviravolta política ou jurídica, representa o fim do ciclo progressista. Inicia-se agora um novo governo, ilegítimo, chefiado por Michel Temer, com apoio do PSDB e dos tipos mais reacionários deste país. Como notou o jornalista Gabriel Priolli, começa um regime de incertezas, “em que garantias constitucionais serão exercidas seletivamente, em benefício dos donos do poder e prejuízo de tudo que representar as forças populares”. Na abertura da Conferência de Políticas para as Mulheres, a presidenta Dilma declarou que carrega consigo “a força dos homens e mulheres que se tornaram sujeitos de seus direitos, a força de vida dos 36 milhões de brasileiros que saíram da pobreza, dos 11 milhões que hoje moram em casa própria”. Caberá aos movimentos sociais e sindicais reforçarem a luta para preservar estas conquistas. “Está muito claro que o que se está preparando aqui é um golpe de Estado encoberto, o que nós chamamos de um golpe brando” Adolfo Pérez Esquivel, prêmio Nobel da Paz “Ao ‘homenagear’ o coronel Brilhante Ustra, Bolsonaro incitou, banalizou e festejou crimes de tortura em uma clara alusão ao que sofreu a presidenta Dilma. ” Ivânia Pereira, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB EXPEDIENTE Olho Crítico é uma publicação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - Endereço: Avenida Liberdade, 113 Centro – São Paulo – SP | CEP: 01503-000 | Fone: (11) 3106.0700 | Site: www.portalctb.org.br | Email: [email protected] Presidente: Adilson Araújo | Secretária de Imprensa: Raimunda Gomes | Equipe: Cinthia Ribas, Danilo Ribeiro, Érika Ceconi, Láldert Castello Branco, Marcos Aurélio Ruy, Renato Bazan e Umberto Martins | Editora: Natália Rangel | Projeto Gráfico: Márcio Lima | Designer Gráfico: Danilo Ribeiro | Tiragem: 100 mil exemplares | Impressão: Bangraf No tabuleiro de xadrez da América Latina, o Brasil é a mais nova nação a sofrer um xeque mate daqueles que comandam o poder econômico no mundo. Antes tivemos Manuel Zelaya, em Honduras, Fernando Lugo, no Paraguai e ainda assistimos ao cerco a Nicolás Maduro, na Venezuela, e a Rafael Corrêa, no Equador. Após um ano e quatro meses de sofrimento, com crise econômica agravada pela descarada trama de um golpe institucional, que agora caminha para seu final, os trabalhadores e trabalhadoras brasileiros ainda terão de arregimentar forças para assistir e resistir – sempre – às ameaças que cercam alguns de seus direitos fundamentais. Terão de encontrar caminhos para barrar afronta a direitos sociais, que dão proteção às mulheres vítimas de violência, aos movimentos populares, que poderão ser criminalizados, e aos direitos da classe trabalhadora, todos na mira do governo Temer. Terão de enfrentar o pacto neoliberal formado pelas lideranças do PSDB e do PMDB para arrochar os brasileiros e as brasileiras em nome de um fictício equilíbrio fiscal que, bem se sabe, só mantém ricos os mais ricos e pobres os mais pobres. Ao focar nos direitos sob ameaça e nos podres poderes por trás do golpe, esta edição de Olho Crítico propõe dar destaque aos fatos que a grande mídia não mostra, do ponto de vista de quem rechaça o golpe e preza o compromisso inabalável com a legalidade, os direitos e a democracia. RUTH DE SOUZA [email protected] À MEDIDA que o golpe parlamentar avança e tenta derrubar um governo democraticamente eleito pelo voto popular, também é possível constatar uma reação: o crescimento da unidade da esquerda e dos setores progressistas no esforço de defender os interesses da classe trabalhadora. Na análise do sindicalista Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), é fundamental o papel dos movimentos sindicais e sociais na luta para impedir o retrocesso e defender a democracia. Olho Crítico - Como o sr. analisa a conjuntura hoje? Adilson Araújo - A situação no Brasil foi agravada por um movimento conspiratório que quer encerrar o ciclo progressista. Padecemos com um governo neoliberal (FHC), focado no Estado mínimo, que promoveu privatizações, arrocho salarial e inflação superior a 40%, uma das maiores taxas de desemprego do planeta. O impeachment é a volta a um passado sombrio que o Brasil, orgulhosamente, superou. Há um caráter machista nesse movimento? Há uma nuvem de preconceito, ódio, machismo, homofobia e intolerância que se impõe a partir da nova formação social e eleição de Dilma. Hoje, temos um dos Congressos mais conservadores desde 1964. É visível o inconformismo da elite com a ascensão dos mais pobres. O objetivo é anular as conquistas sociais e a construção do projeto democrático popular que ampliou os leques de Adilson Araújo: “O impeachment promove a volta a um passado sombrio que o Brasil, orgulhosamente, superou” “Temos uma imprensa parcial, que só olha para um lado e joga a favor dos interesses da classe dominante. Tanto é que já dá como definido um novo governo, biônico, ilegítimo e que não passou pelas urnas. A imprensa tem promovido a despolitização da sociedade.” ação da esquerda brasileira. Um novo governo ameaça essas conquistas? O documento “Ponte para o Futuro”, assinado por Michel Temer, nada mais é do que a volta ao passado proposta pela direita. Os riscos são muitos. Há pretensão de se alterar mais de 50 pontos da CLT, retornar com a política de arrocho salarial, desvinculando o reajuste do mínimo da inflação. A chamada “modernização do trabalho” consiste na extinção da CLT, desregulamentação do trabalho e sepultura dos direitos sociais e trabalhistas. Qual o papel dos grandes meios de comunicação? Esse golpe branco foi gestado a partir do resultado eleitoral, com apoio da imprensa, de parte do judiciário e da Polícia Federal. Durante os governos Lula e Dilma, na ausência de uma reforma dos meios de comunicação, a mídia tem se comportado como partido político. É contra um governo popular e busca desconstruir conquistas no plano social, político e econômico. Joga a favor dos interesses da classe dominante. Tanto que dá como definido um novo governo, biônico, ilegítimo, que não passou pelas urnas. Há um avanço da direita na América Latina? A ascensão de governos progressistas na América Latina nos últimos 18 anos elevou o nível social dos mais pobres, fortaleceu a democracia e incomodou a direita no mundo inteiro, ao ameaçar a hegemonia de países como os EUA e nações do continente europeu. Como será a atuação da CTB, caso um novo governo entre em cena? Nós defendemos os interesses da população, sobretudo da classe trabalhadora que, ainda distante de uma relação mais humana entre capital e trabalho, tem muito a conquistar. Vamos lutar e resistir – esse é o papel do movimento sindical. 4 BRASIL OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br MAI|2016 MAI|2016 BRASIL OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br Programa reedita neoliberalismo dos anos 90 com cortes radicais nas áreas sociais e amplo projeto de privatizações JOANNE MOTA [email protected] “UM PACOTE de maldades”. Assim a classe trabalhadora tem denominado o programa “Ponte para o Futuro”, que será aplicado em um eventual governo Michel Temer. Essa proposta, que desmonta o país e o lança ao passado, ataca frontalmente duas ações estruturantes dos governos populares e progressistas: o Bolsa Família e a valorização, acima da inflação, do salário mínimo. Sob a justificativa de “alavancar o país”, a tal ponte prevê o investimentos obrigatórios com saúde e educação e a desvinculação dos benefícios, como da previdência dos reajustes concedidos ao mínimo. O Brasil corre perigo caso o “túnel para o atraso” de Michel Temer vença. O golpe em curso não é somente contra um partido ou presidente, mas sim, um golpe contra a classe trabalhadora. Serão os produtores da riqueza, os milhares incluídos nos últimos 10 anos, que pagarão esta amarga conta. Em carta apresentada a Michel Temer (PMDB), os tucanos, quatro vezes derrotados nas urnas, apresentaram 15 pontos batizados de “Princípios e valores para um novo Brasil”. A agenda tucana revela convergência com a proposta do “Ponte para o futuro”, como também comprova que o Brasil que eles defendem é um país do passado, de recessão, SALÁRIO MÍNIMO O programa sinaliza com o fim da política de valorização do mínimo, o que significará arrocho salarial e maior desaceleração econômica. O Dieese mostra que, em 2015, 48,3 milhões de pessoas foram beneficiadas com esta política, que gerou movimentação na economia de R$ 57 bilhões e arrecadação da ordem de R$ 30,7 bilhões, em consumo. APOSENTADORIA O programa prevê única idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres: 65 anos. Hoje as mulheres se aposentam aos 60. Os benefícios previdenciários seriam recompostos apenas pela in- privatização, arrocho e fome. Eles apresentam um programa de privatizações, associado a um corte geral de investimentos e em um “estado mínimo”. O texto também fala em revisões na concessão de crédito por parte dos bancos públicos, especialmente do BNDES (o que deve comprometer programas importantes na área rural, como o flação (já que a valorização do mínimo estaria extinta). FIM DA CLT O novo plano permite flexibilizar mais de 50 pontos da CLT. Um ataque frontal em direitos já assegurados. Prevê terceirização ilimitada e prevalência do negociado sobre o que diz a lei, ou seja, favorece os patrões, especialmente durante a crise, quando a classe trabalhadora fica fragilizada. SAÚDE E EDUCAÇÃO Acabam os investimentos obrigatórios com Saúde e Educação. Para Temer esses direitos “engessam” o Orçamento Federal, ou seja, atrapalham o país. Pronatec, Fies e Mais médicos, entre outros programas sociais estão na mira. BOLSA FAMÍLIA Em entrevista, o economista Ricardo Paes de Barros, guru do PMDB, afirmou que “é claro que o Bolsa Família está inchado”. A ideia é atender os “10% mais pobres”, o que representaria 10 milhões de pessoas – hoje 47 milhões de brasileiros recebem o benefício. PRÉ-SAL A exploração das riquezas do pré-sal deverá ser privatizada, conforme projeto de José Serra em tramitação no Congresso. Gigantes petrolíferas estão de olho no Brasil por conta das grandes descobertas realizadas na última década no país. De olho no golpe: Geraldo Alckmin, José Serra, FHC e Aécio Neves incentivo à agricultura familiar). E entre os investimentos sociais, “a prioridade deve ser dada a projetos de elevado retorno so- cial e com maior capacidade de geração de empregos”. Ou seja, também advogam pelo fim de programas como o Bolsa Família. NATÁLIA RANGEL [email protected] AO LANÇAR a campanha contra o aumento de impostos, a representante maior da classe patronal, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), presidida por Paulo Skaf, se esquece de informar que o setor é o que mais sonega no país. Só em 2015 foram R$ 420 bilhões de tributos não pagos ao governo. O valor corresponde a 10% de toda a riqueza gerada no Brasil. Só para efeito de comparação, o que foi sonegado no ano passado equivale a 17 anos do programa Bolsa Família. A verdade é que Skaf vem colocando a máquina da Fiesp a serviço do golpe tramado contra Dilma Rousseff e aos interesses de sua classe. Recentemente, desembolsou fortuna para defender em horário nobre na tevê a aprovação da terceirização ilimitada do trabalho no país - lei combatida pelas centrais sindicais por representar, a rigor, o fim dos direitos trabalhistas assegurados na CLT. Deflagrada há dois anos, a Lava Jato se transformou no maior complô golpista já visto no país, orquestrado pelo poder econômico com setores políticos, jurídicos, midiáticos e internacionais - uma força tarefa montada para derrubar um governo, promover a derrocada de um partido e a desmoralização de um projeto político popular. Criada para desvendar uma rede de corrupção na Petrobras, ela operou desde o início com um critério seletivo (preservando políticos do PSDB) e foi responsável por um prejuízo financeiro incalculável, com quebra de em- preiteiras e demissões em massa. Com forte apelo (e apoio) midiático, a Lava Jato virou arma política nas mãos de grupos poderosos, decididos a colocar fim a um ciclo progressista, que reduziu hegemonia dos EUA na América Latina, ao apoiar a integração na região, o BRICS, entre outras ações de política externa. Bom lembrar que Dilma e a Petrobras foram espionadas pelos EUA, como revelou o Wikileaks, e o próprio juiz Sérgio Moro tem instrução norte-americana, estudou e teve contato muito próximo com o Departamento de Estado dos EUA. Enquanto Skaf, em parceria com lideranças políticas do PSDB e do PMDB, conspira e manobra nos bastidores para desmantelar garantias do mundo do trabalho e gasta milhões distribuindo patos infláveis país afora, a carga de impostos que sustenta o país segue recaindo majoritariamente sobre a classe trabalhadora, que é quem verdadeiramente paga o pato. Em tempo: a conta publicitária da Fiesp está entre as dez mais bem cotadas do mercado brasileiro de propaganda. 5 O “barão do aço” Benjamin Steinbruch, dono da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e vice-presidente da Fiesp, em entrevista à Folha de São Paulo, resumiu bem o que pensa boa parte do empresariado brasileiro. Para ele, uma hora de almoço, é tempo demais. “Por exemplo, aqui a gente tem uma hora de almoço. Se você vai numa empresa nos Estados Unidos, normalmente não precisa de uma hora de almoço, porque o cara não almoça em uma hora. Você vê o cara comendo um sanduíche com a mão esquerda e operando a máquina com a mão direita. Ele tem 15 minutos para o almoço?” E direitos como FGTS, INSS, vale-transporte, vale-alimentação e 1/3 de férias? Para Steinbruch tudo isto devia ser livremente negociável entre patrão e trabalhador. “Eu não entendo que isso precise ser definido numa lei”, diz ele, que anda precisando de umas aulas de história! O vídeo da entrevista em que ele diz tudo isso está no Youtube. Acesse e assista! 6 MÍDIA OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br MAI|2016 MAI|2016 OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br DIVERSÃO PORTAL CTB [email protected] A MÍDIA brasileira encampou a narrativa golpista e, com raras exceções, prestou um grande desserviço à sociedade, partidarizando o discurso e fazendo a defesa de interesses imperialistas. A Globo esteve à frente desta campanha e sua ação é fortemente criticada pelos movimentos sociais. A Frente Brasil Popular e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação promoveram uma mobilização nacional contra o golpismo midiático e a monopolização dos meios de comunicação no país. A verdade é que o império da bilionária família Marinho nunca tolerou os tímidos avanços dos governos Lula e Dilma e sempre odiou os movimentos sociais. Já conspirou contra o trabalhista Getúlio Vargas, o “desenvolvimentista” Juscelino Kubitschek e apoiou o golpe contra Jango. Hoje, aposta no “golpe de toga” do juiz Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato. Depois de muita condescendência com o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o Supremo finalmente o afastou, por unanimidade, no início do mês. A decisão veio tarde, já que o parlamentar, mesmo acusado de crimes tão graves, foi quem presidiu o processo mais importante em curso no país: o impeachment de Dilma Rousseff. Em tempo: antes de ser afastado, Cunha usou sua influência para aprovar caráter de urgência para o projeto de lei que dá reajuste de 14% a 41% ao Judiciário - reivindicação vetada por Dilma em 2015 pelo impacto que teria no orçamento em tempos de crise. FRASES Entidades brasileiras estão mobilizadas para responsabilizar e punir o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por sua declaração feita na votação do impeachment dia 17 de abril, em que homenageia o torturador coronel Brilhante Ustra A Secretaria da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entrou na Justiça com pedido de cassação do mandato do deputado. “Ao homenageá-lo, Bolsonaro incitou, banalizou e festejou crimes de tortura”, diz a secretária sergi- pana Ivânia Pereira. A União Brasileira de Escritores (UBE) encaminhou ao Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, um pedido de investigação do parlamentar por crimes contra a humanidade. Segundo o presidente da UBE, Durval de Noronha Goyos, “a conduta de Jair Bolsonaro representa o ato desumano de infligir dor intencional e sofrimento mental sobre as vítimas do coronel Ustra e aos membros da família dessas vítimas, assim como a toda a comunidade brasileira”. “Não é a paz que lhes interessa. O problema deles é manter a ordem que os faz patrões. Essa ordem é uma doença em nossa história.” Mia Couto, biólogo e escritor moçambicano “É do alto do poder da sua indiferença que os chefes dos chefes dominam o mundo.” Álvaro Campos, pseudônimo do escritor português Fernando Pessoa HUMOR ENTRETENIMENTO 7 8 MOVIMENTOS SOCIAIS OLHO CRÍTICO www.jornalolhocritico.com.br MAI|2016 Em todo o Brasil, milhares de pessoas foram às ruas para defender a democracia brasileira, mas pouco se viu na grande imprensa, que desde o início tenta minimizar a indignação nacional diante do golpe em curso no país. “Estamos aqui para pressionar os deputados a investigar as denúncias de roubo de merenda. E conseguimos”, diz estudante Marcos Aurélio Ruy [email protected] NO ÚLTIMO dia 10, os deputados, finalmente, instalaram a CPI da merenda. Desde janeiro, quando veio à tona o esquema de superfaturamento referente à merenda escolar em São Paulo, deputados estaduais da oposição ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) vêm colhen- do assinaturas, sem sucesso, para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). No início do mês, estudantes secundaristas ocuparam a Assembleia para forçar a instauração de CPI que investigue a máfia da merenda. “Estamos aqui porque os deputados não querem investigar as inúmeras acusações de roubo da meren- da em São Paulo”, disse o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), Emerson Santos. A Upes tem feito manifestações para pressionar os deputados a criarem a CPI. O nome do presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), é o mais citado na lista das delações investigadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. PAULA SOUZA A Justiça ordenou a retirada da tropa de choque do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, ocupado por estudantes, e exigiu do secretário de Segurança, Alexandre de Moraes, uma explicação sobre os motivos da ação. Alunos das Etecs seguem mobilizados, mas desocuparam o prédio.
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1º de junho de 2014 Olho Crítico é uma publicação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. Endereço: Avenida Liberdade, 113 - Centro – São Paulo – SP. CEP: 01503-000. Fone: (11) 3106...
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