pesquisa histórica do teatro em blumenau

Transcrição

pesquisa histórica do teatro em blumenau
Fundo Municipal de Apoio à Cultura de Blumenau
Conselho Municipal de Cultura de Blumenau
Fundação Cultural de Blumenau e
Prefeitura Municipal de Blumenau
apresentam:
PESQUISA HISTÓRICA DO
TEATRO EM BLUMENAU – I
Sabrina Moura
Blumenau
2011
1
Apoio:
2
Dedicação
A todos àqueles que direta ou indiretamente contribuem para
a vida do teatro em Blumenau.
“Há homens que lutam um dia, e eles são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há homens que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém há homens que lutam toda a vida.
Esses são os insubstituíveis”
Bertolt Brecht
3
Agradecimentos
Agradeço ao Conselho Municipal de Cultura, à Fundação
Cultural de Blumenau e à Prefeitura Municipal de Blumenau, que
através do Fundo Municipal de Apoio à Cultura viabilizaram esta
pesquisa.
Com muito carinho agradeço também aos meus amigos de
trabalho da Cia Carona de Teatro, em especial ao Léo Kufner, que
aceitou ser meu parceiro neste projeto. Aos colaboradores do Arquivo
Histórico de Blumenau, em nome da professora Sueli Petry, que
sempre
me
atenderam
solicitamente.
À
Vera
Barkow,
que
carinhosamente corrigiu meus escritos. E por último, não menos
importante, ao Fabrício Theiss, meu parceiro incontestável.
4
Um olhar para o ontem buscando entender o hoje. A presente
pesquisa propõe analisar as raízes do fazer teatral em Blumenau e os
seus reflexos nos dias atuais.
“Do rio se diz ser violento,
mas o leito do rio, que o comprime,
ninguém chama de violento.”
Bertolt Brecht
5
A arte teatral se faz presente em quase toda a história
blumenauense; poder-se-ia dizer que o teatro veio praticamente na
bagagem dos imigrantes da cidade.
Wilhelm
Friedenreich,
Heinrich
Pettermann,
Jacob
Louis
Zimmermann, Jayme Dittmar, Rudolph Oswald Hesse, Victor Gärtner
e Victor von Gilsa2.
O responsável por essas bagagens se chama Hermann Bruno
Otto von Blumenau. Depois de obter do governo imperial uma área
de terra para exploração, começa seu projeto de iniciativa privada,
que consiste em instituir uma colônia agrícola em terras brasileiras,
com mão de obra europeia.
Adotou-se o ano de 1850 como data de fundação da cidade,
por marcar o começo de um projeto de colonização, mas isso não
quer dizer que as pessoas chegadas nessa época eram as primeiras a
povoarem a região. Mesmo assim, são elas as grandes responsáveis
pelo desenvolvimento da colônia, e especialmente do teatro.
Mesmo antes da existência de um lugar oficial de cultura, as
expressões
artísticas
já
faziam
parte
das
manifestações
comemorativas ou familiares desde os primeiros anos da colônia.
Pequenas cenas teatrais, geralmente do gênero cômico, os couplets 1,
eram apresentadas nessas ocasiões. Os responsáveis por esses
feitos eram alguns apaixonados pela arte, que se reuniam na casa de
Johann Thomas Reinhardt para ler textos, poesias, ensaiar pequenas
apresentações, etc.
Esses eventos eram esporádicos. A população, que não
passava de 943 habitantes, vislumbrou, em 1859, a possibilidade de
ter um lugar para se divertir. Nesse ano, algumas lideranças se
mobilizaram para idealizar esse espaço: uma sociedade recreativa,
com atividades culturais, de caça e tiro, a fim de colorir o cotidiano
de um lugar embrionário. Intitulada Schützengesellschaft Blumenau,
ou Sociedade de Atiradores de Blumenau, recebeu como data oficial
de fundação o dia 02 de dezembro de 1859, data da primeira festa e
feriado na colônia em função do aniversário do D. Pedro II.
Sua sede foi construída em terreno doado pelo próprio Dr.
Blumenau, no lote número 19, atualmente Rua Alwin Schrader 415,
com o nome de Tabajara Tênis Clube. Seus fundadores foram Carl
1
Em português dístico: um grupo ou estrofe de dois Versos. Pode ser encontrado em diversas composições
literárias, mas é comumente visto em poemas
Antigos Blumenauenses - Fonte: Arquivo Histórico
As primeiras instalações ainda bastante rudimentares
contaram com a colaboração de muita gente, que no início trabalhou
pesado para limpar o terreno. Das árvores tombadas provinham os
bancos e possíveis estruturas para sustentar a cobertura de palha das
barracas improvisadas.
Até o dia da inauguração, não economizaram esforços para
garantir o sucesso do evento. Um empréstimo de 10 mil réis,
concedido pelo comerciante Spierling, contribuiu para os primeiros
investimentos: aquisição de medalhas, confecção da bandeira da
2
KORMANN, Edith. Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente (1850-1985).
Florianópolis: Paralelo 27, 1994.
6
Sociedade de Atiradores, construção das barracas de tiro a alvo,
entre outros. A verba seria paga ao Sr. Spierling através das
mensalidades e dos lucros provenientes das festas.
Obedecendo à filosofia na qual foram criados os ideais da
sociedade, as atividades eram escolhidas por afinidades. Esse
pensamento democrático agradava a todos, principalmente ao grupo
de aspirantes a atores, que já vinha se reunindo na casa do Sr.
Reinhardt. Agregando novos integrantes, a maioria senhoras, deram
continuidade às atividades teatrais da Sociedade, agora de maneira
mais articulada. A Sociedade de Atiradores foi o impulso motivador
para o grupo se organizar e dar sequência às ações artísticas que já
realizavam de maneira despretensiosa3.
Em suas primeiras participações nos festejos, o grupo
continuava a apresentar pequenas cenas. Montar um espetáculo
teatral, na sua totalidade, com os subsídios “disponíveis numa
Colônia que estava galgando seus primeiros degraus”, era uma tarefa
no mínimo peculiar, mas gradativamente os integrantes do grupo
foram trabalhando para atingir esse objetivo.
Em 1860, a “colônia” foi adquirida pelo governo imperial, pois
o fundador passava por dificuldades financeiras. Dr. Blumenau, como
ficou conhecido, continuou como diretor da “colônia” por mais de 30
anos, e viu seus objetivos iniciais mudarem de rumo. As atividades
agrícolas não alavancaram, devido às constantes chuvas e enchentes
que prejudicavam as plantações. Em compensação, o setor industrial
se desenvolveu rapidamente.
Na segunda festa da Sociedade, algumas barracas ofereciam
cenas curtas de humor - performances/intervenções, usando termos
mais contemporâneos. Conforme relata o livro “Dos Camarins ao
grande Espetáculo”, a “Barraca do Bugre” é citada como destaque,
por ser protagonista de um episódio que provocou muitas risadas do
público.
3
Baumgarten, Christina. Dos camarins ao grande espetáculo :145 anos de história do Teatro
Carlos Gomes. Blumenau: HB Editora, 2006.
Um homem de estatura grande interpretava um selvagem.
Com o corpo todo pintado, enrolado numa enorme pele de tigre,
usava na cabeça uma tiara com duas penas coloridas. Na mão, trazia
um arco e flechas, das quais pingava um líquido avermelhado,
anunciado aos espectadores como venenoso, bastando apenas o
contato físico para provocar a morte instantânea. Em determinados
momentos o intérprete dançava e pulava, soltando gritos de guerra,
com caretas pavorosas, que assustavam as crianças e faziam rir os
adultos conscientes da representação. O auge da performance foi o
momento em que o formidável selvagem comia carne crua e tomava
uma caneca de “sangue”. A encenação agradou bastante ao público,
mas o que ocasionou ainda mais comicidade para a situação foi
possivelmente o fato de o ator ter utilizado bebida alcoólica para
representar o “sangue”, caindo no mais profundo sono durante a
apresentação.
Mesmo com o sucesso das performances, o que marcou a
segunda festa da Sociedade
de
Atiradores
foi
a
apresentação
teatral.
Provavelmente o espetáculo
não era montado na íntegra,
pois os registros mostram
que a primeira peça do
grupo teatral foi encenada
apenas em 1864. O que não
tira
o
mérito
dos
participantes, que ensaiaram
durante meses para se
apresentar no evento.
Roese Gärtner - Fonte: Arquivo Histórico de
Blumenau
Entre os integrantes
desse grupo havia uma
mulher
chamada
Rosalie
Julie Auguste Sametzki, que
geralmente
conduzia
os
ensaios.
Mais do que
comandar as encenações,
7
Rose, como era conhecida, marcou a história teatral da cidade, sendo
uma mulher muito à frente de seu tempo.
associados formavam uma corrente de apoio, ou seja, tinham
condições de colaborar financeiramente para as produções teatrais.
Nascida em 12 de maio de 1842, na região da Silésia,
Alemanha, veio para Blumenau aos 13 anos. Ainda com esta idade
casou-se com um oficial prussiano, de nome Von Loepper.
Infelizmente - ou felizmente - o casamento não deu certo. Muito
diferentemente das atitudes tomadas pelas mulheres dessa época,
Rose se separou, dando origem ao primeiro divórcio de que se tem
notícia na colônia.
Dentro dessa realidade, as cenas curtas evoluíram para
grandes espetáculos. O primeiro, “Der gerade Weg ist der beste” (O
Caminho Reto é o Melhor), apresentado em 1864, contou com Rose
como protagonista. O elenco não economizou energia para elevar o
espetáculo. Para garantir que nada fosse esquecido, utilizaram como
recurso o “ponto”. Carl Wilhelm Friedenreich assumiu a função de
ditar em voz baixa o texto; caso alguém fosse surpreendido por uma
súbita perda de memória, tudo estaria sob controle. O público, que
lotou o pequeno salão da Sociedade de Atiradores, aprovou o
resultado. A dedicação dos amadores foi elogiada dias depois no
jornal de Joinville, Kolonie Zeitung, pelo pastor Oswaldo Hesse:
Provavelmente por ter recebido uma educação mais apurada
até a adolescência, Rose se mostrava uma pessoa engajada no
movimento artístico, mais especificamente o teatro. Foi uma das
maiores estimuladoras do grupo teatral. A jovem, de apenas 18 anos,
não media esforços para dar continuidade às atividades do grupo. Em
1860, sob sua direção, foi fundada oficialmente a Sociedade Teatral
Blumenauense, na ocasião, Theaterverein Blumenau, que continuou a
desenvolver suas atividades dentro da Sociedade de Atiradores.
Como diretora, Rose mostrava-se exigente, ensaiava com
seus atores amadores com frequência e exaustivamente e, se preciso
fosse, passava de casa em casa pessoalmente para arrecadar fundos
para o teatro. Tamanho engajamento e fervor permitiram aos
participantes conquistar seu espaço, atraindo admiradores, como foi
o caso da casa comercial Meyer & Spierling, que prontamente apoiou
o grupo.
Outro fator que contribuiu para que Rose pudesse dedicar-se
assiduamente ao fazer teatral, além do seu amor ao teatro, foi o fato
de ter adquirido o sobrenome Gärtner, em 1865. Seu segundo
marido, Victor Gärtner, cônsul da Prússia e sobrinho do Dr.
Blumenau, era um homem de posses e apoiava as iniciativas da
esposa.
Mesmo no âmbito amador o teatro necessita de subsídios.
Independentemente da boa vontade das pessoas que se dedicavam
aos ensaios e às apresentações, algumas funções, como figurinos e
cenário, dependiam de recursos. Como se tratava de uma sociedade
privada, algumas questões se tornavam mais fáceis. Os próprios
“Nesta primeira peça, o trabalho de conjunto de atores foi
notável. Notava-se durante toda a apresentação nada de debutantes
de braços e pernas rígidas e sim uma notável naturalidade, onde cada
ator mostrava sua capacidade, principalmente na comédia”. 4
O reconhecimento é um estímulo e uma recompensa para a
maioria dos artistas, sejam eles amadores ou profissionais. Para
tanto, faz-se necessário que as pessoas assistam à obra. Se nos
reportarmos para a Blumenau de hoje, público e formação de plateia
são temas vigentes da realidade teatral, que luta constantemente
para atrair as pessoas ao teatro. Evidentemente estamos falando de
épocas muito distintas, mas é fato que a Sociedade Teatral tinha seu
público garantido. As pessoas colaboravam para a produção teatral,
justamente com a intenção de apreciar. Os espetáculos faziam parte
de um movimento de interesse comum entre os associados, e mesmo
que contribuíssem apenas com a presença, o espírito coletivo
entendia a obra como sendo de todos.
Por isso, “O Caminho Reto é o Melhor”, marcou o início de uma
série de produções teatrais. O teatro ganhou o gosto cultural
blumenauense, passando a fazer parte da vida social da população;
mais particularmente das pessoas que tinham acesso à Sociedade de
Atiradores.
4
Baumgarten, Christina. Dos camarins ao grande espetáculo :145 anos de história do
Teatro Carlos Gomes. Blumenau: HB Editora, 2006.
8
Contagiados pelo sucesso da primeira apresentação, o grupo
de teatro se preparou com mais uma peça para saudar o novo ano.
Basicamente cinco meses depois do primeiro espetáculo, a plateia
pode conferir a nova montagem do grupo: “Verwunschene Prinz” (Príncipe Amaldiçoado).
Desta vez, a opinião do pastor Oswaldo Hesse não foi muito
positiva: segundo ele, o texto não estava bem memorizado, o que
dificultou uma boa interpretação. As únicas fontes sobre o
desempenho dos atores são as criticas do pastor; este fator – o
desempenho - pode ser fruto de uma realidade latente no teatro.
Quando o grupo realiza uma peça que agrada ao público, a
expectativa para a próxima obra é maior. Existe ainda a máxima de
que quando a primeira apresentação é muito boa, a segunda corre o
risco de não corresponder. Isso não é uma regra, mas no teatro a
autoconfiança em excesso pode prejudicar o andamento do
espetáculo. Neste caso, estamos falando de uma segunda
apresentação da mesma peça, o que não era recorrente na Sociedade
Teatral Blumenau.
As peças eram realizadas dentro da Sociedade de Atiradores, o
público se restringia aos associados, ou seja, não fazia muito sentido
repetir o espetáculo. Sendo assim, as atividades do grupo de teatro
não cessavam, a apresentação da peça significava simultaneamente o
fim e o começo de uma montagem.
Rose e Victor Gärtner casaram-se nesse mesmo período. A
união do casal beneficiou a Sociedade Teatral Blumenau, que passou
a ensaiar no pátio ou no salão da casa de Rose, ambos os locais
dotados de muito espaço. Dessa boa fase resultou um novo
espetáculo, com figurinos notoriamente mais elaborados e o
programa da peça publicado no jornal “Kolonie Zeitung”. Uma boa
forma de encerrar o ano!
Nos anos que seguem a última apresentação, existe uma
lacuna na produção teatral. Apenas cenas cômicas foram
apresentadas na festa de comemoração dos 10 anos da Sociedade de
Atiradores; não existem registros de novas montagens teatrais.
É possível que em outros momentos, outras performances
tenham sido produzidas, mas a falta de informações nos leva a
acreditar que a produção teatral foi bastante tímida nesse período.
Possivelmente, dois fatores relevantes influenciaram essa realidade:
estava em andamento a Guerra do Paraguai; tendo enviado soldados
para representar a cidade, a população de Blumenau vivia momentos
de tensão. O outro motivo está diretamente ligado ao fazer teatral: a
construção do primeiro palco dentro da Sociedade de Atiradores.
As apresentações supracitadas haviam sido realizadas até
então ao ar livre, no jardim da Sociedade, contando apenas com a
iluminação de lampiões - ou seja, as condições para realizar os
espetáculos não eram as melhores. É possível, como ainda é comum
na atualidade, que os integrantes do grupo estivessem engajados em
viabilizar a construção de um espaço adequado para as
apresentações.
Desde o início, o objetivo da Sociedade de Atiradores fora
agregar várias atividades, não se propondo a ser uma casa de
espetáculos. Para tanto, o interesse e a responsabilidade em
melhorar a estrutura para as apresentações teatrais cabiam à
Sociedade Teatral Blumenau.
“Théatron”, lugar de onde se vê. A própria definição da
palavra teatro sugere um espaço, mais especificamente, físico. Este
assunto, no que tange ao teatro, nos parece relevante desde os
primórdios em Blumenau. Aproximadamente 10 anos após a
fundação da Sociedade Teatral, os imigrantes construíram um palco.
Um fato que nos causa orgulho e vergonha ao mesmo tempo, pois
próximo de completar um século e meio da construção do primeiro
palco privado, Blumenau ainda não tem um espaço público com
condições adequadas para apresentações teatrais.
Provavelmente, o palco construído na Sociedade de Atiradores
ainda não correspondia ao ideal, mas a possibilidade de realizar os
espetáculos em ambiente fechado fez aumentar a participação do
grupo teatral nas comemorações da Sociedade. Não tardou muito
para surgirem necessidades de estruturar melhor o espaço.
Para
arrecadar fundos, ações
da
Sociedade foram
comercializadas. Rose, interessada em agilizar o processo, foi
pessoalmente de porta em porta pedir adesão ao projeto. Dois anos
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após a primeira construção, o espaço e o palco foram ampliados e as
dependências ganharam camarins.
O canto, concomitante ao teatro, foi uma atividade bastante
praticada dentro da Sociedade de Atiradores, e o público pode
apreciar as duas expressões artísticas no espetáculo “Cem Thalers de
Salário”.
Programação de nº 21 do Theatro Verein – Blumenau referenciando a peça “Cem Thalers de
Recompensa” e baile.
10
Em 1877, foram comemorados os 25 anos de Blumenau, pois
para Dr. Blumenau a data da fundação da cidade era 28 de agosto de
1852. Rose, juntamente com o grupo teatral, preparou uma opereta
em homenagem ao município. A atitude audaciosa levara dois anos
para se concretizar; os atores interpretavam mais de um
personagem. Foi preciso muita dedicação e perseverança para
sintonizar teatro, canto coral e dança num mesmo espetáculo.
Felizmente, o grupo de Rose Gärtner não se intimidava com os
desafios: Blumenau recebeu seu presente pelo jubileu de prata, a
opereta “Preciosa”. O evento mobilizou a colônia; algumas pessoas
vinham de muito longe, viajando de carroça praticamente por um dia
inteiro para prestigiar a apresentação.
“Preciosa”, além de ser uma grande produção teatral, foi o
primeiro espetáculo a ser reapresentado na história do teatro
blumenauense. A segunda apresentação ocorreu em 1878, por
ocasião da visita do então Presidente da Província de Santa Catarina,
Dr. Lourenço Cavalcanti de Albuquerque.
Em 1880, Blumenau tornou-se município. Nesse mesmo ano
a cidade foi vítima de uma enchente que destruiu pontes e estradas,
causando sérios prejuízos à população e à administração pública.
A Sociedade Teatral Blumenau, também atingida, perdeu parte
dos cenários e livros. Evidentemente um acontecimento desses causa
transtornos, mas a população blumenauense já mostrava seu espírito
de superação. Apoiou-se no próprio teatro a fim de esquecer os
aborrecimentos. Para simbolizar a retomada das atividades,
apresentou a comédia “Der beste Ton” - (O Melhor Tom).
A quantidade de montagens realizadas nos anos seguintes
chega a surpreender. O gênero cômico é o mais montado pelo grupo,
que realizou mais de 10 peças em um curto espaço de tempo. A
intensa produção da Sociedade Teatral Blumenau fortaleceu ainda
mais o grupo, que não hesitava perante seus objetivos. No dia 18 de
janeiro de 1985, aconteceu uma reunião, constando da pauta o item
número 5 - “A posição da Sociedade de Atiradores para com o
Teatro”. 5
Percebe-se que a relação entre as duas Sociedades estava
abalada. Não se tem registros do conteúdo da reunião, mas as
divergências entre as Sociedades provinham da divisão do espaço.
Para a maioria dos sócios da Sociedade de Atiradores interessava
como entretenimento beber, jogar, rir e falar alto, o que não era
compatível com as atividades do grupo de teatro.
Esta é uma situação comum ao fazer teatral. Para a realização
de um espetáculo, o silêncio da plateia é quase sempre essencial existe uma espécie de ritual para assistir a uma obra teatral.
É compreensível que as pessoas não envolvidas com o teatro
não compreendam suas necessidades, fato que, todavia, não ameniza
a dificuldade de produzir os espetáculos num lugar onde os objetivos
não convergem.
Divergências à parte, a Sociedade Teatral Blumenau continuou
a desenvolver suas atividades dentro da Sociedade de Atiradores.
Ainda em 1885, o grupo teatral adota um novo nome: “Sociedade
Teatral Frohsinn (Alegria)”. Os integrantes queriam manifestar seus
sentimentos perante o bom desempenho do grupo.
Compunha o quadro administrativo da Sociedade o Sr.
Gustavo Salinger como presidente, Victor Gärtner, diretor, e Rose
Gärtner na tesouraria. A parte artística - figurinos, maquiagem,
cenários, iluminação, adereços e ensaios - era de responsabilidade de
todos os integrantes do grupo.
Até esse momento as peças eram oferecidas aos sócios sem
custos, e dos convites constava a seguinte informação: “entrada com
os conhecidos”.6 Como para tudo existe uma primeira vez, em 1886
foi a vez de cobrar ingressos. A não gratuidade nada tinha a ver com
5
KORMANN, Edith. Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente (1850-1985).
Florianópolis: Paralelo 27, 1994.
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KORMANN, Edith. Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente (1850-1985).
Florianópolis: Paralelo 27, 1994.
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a sustentabilidade do grupo, e sim, com a contribuição para a
aquisição de um relógio para a Igreja Evangélica.
A peça popular “Der Sonnenwendhof” (O Pátio do Solstício),
custou aos cavalheiros associados 1$000, às damas 500 réis e para
as crianças até 12 anos 320 réis. Em outras ocasiões o grupo usou
da mesma ação para colaborar novamente com a Igreja Evangélica e
com outras instituições.
Para a despedida do grupo teatral da Sociedade de Atiradores,
apresentaram o espetáculo “Último”. De fato, como o próprio nome
sugere, marcou o fim das apresentações da Sociedade Teatral
Frohsinn naquela sede.
A incentivadora teatral Rose sofre uma perda abrupta neste
mesmo ano. Victor Gärtner, seu marido, a deixa viúva, com oito
filhos. Diante dessa situação assume os negócios da família, entre
eles, o da agência dos vapores Progresso e Blumenau e da
Companhia Fluvial. Rose mostrou-se uma exímia administradora.
Apesar de não atuar mais como intérprete, continuou a
exercer seu papel frente ao grupo, ensaiando e colaborando na
produção dos espetáculos. Definitivamente, Rose Gärtner era uma
mulher muito à frente do seu tempo.
A Sociedade Teatral Frohsinn, perto de completar seus 30
anos, sustentava o desejo de ter um espaço próprio, mais adequado
para as apresentações dos espetáculos. Enquanto essa vontade não
se concretizava, restava ao grupo contribuir com o espaço em que
estava inserido. Para tanto, uma peça foi apresentada com o objetivo
de arrecadar verba para o caixa da Sociedade de Atiradores.
Mesmo com as divergências vivenciadas pelas duas
Sociedades, ao longo desses anos, os associados ainda vislumbraram
a possibilidade de construírem uma nova sede em parceria. Logo esta
idéia foi descartada, pois não conseguiam chegar a um consenso que
viabilizasse dividir o mesmo espaço.
Almejando um lugar reservado ao teatro, a Sociedade Teatral
Frohsinn inicia sua caminhada sozinha. O primeiro passo foi adquirir o
terreno da firma Meyer & Spierling, na antiga Rua das Palmeiras, hoje
Alameda Duque de Caxias, atual prédio da CELESC.
Repetindo a mesma estratégia da construção da primeira
Sociedade, o investimento partiu de um empréstimo, cedido neste
caso pelo Sr. André Rönicke. A dívida foi paga gradativamente,
através dos recursos angariados nos eventos promovidos pela
Sociedade.
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Não demorou muito para se concretizar o que antes parecia
um sonho: o espetáculo “Ein toller Einfall” (Uma Ideia Maluca), marca
a estreia do grupo no novo espaço. A peça foi escolhida
propositalmente para fazer um trocadilho com a ideia de se construir
um teatro.
12
A
lacuna
deixada por Rose
logo foi preenchida
por uma vontade de
não
deixar
esmaecer no que ela
própria acreditou e
ao qual dedicou boa
parte de sua vida: o
teatro.
O
grupo
reuniu
forças
e
prosseguiu com as
atividades
da
Sociedade. Gustavo
Salinger assumiu a
presidência, e por
algum tempo Else
Gärtner, filha de
Rose,
passou
a
colaborar
nas
produções teatrais.
Teatro Frohsinn - Fonte: Arquivo Historico de Blumenau
Na nova sede, o grupo adotou a prática de cobrar de seus
sócios ingressos nas apresentações. Para assistir à peça “Uma Ideia
Maluca”, por exemplo, o investimento era de 1$000 e os valores
subiam de acordo com a inflação. Os eventos iniciavam com o
espetáculo teatral, geralmente às 20h, e em seguida a realização do
tradicional baile.
Os primeiros anos do “Theater Frohsinn” não foram marcados
por muitas produções: depois da peça “Mein Leopold” (Meu
Leopoldo), por um determinado tempo não existem registros de
novas apresentações do grupo.
Nesse ínterim, a Sociedade Teatral Frohsinn perde uma das
pessoas mais importantes e engajadas.
Em 26 de dezembro de
1900, Rose Gärtner, vítima de um câncer no estômago, morre aos 58
anos.
Alguns meses
após a morte de
Rose, a Sociedade
Frohsinn apresentou
“Im Weissen Rössl” (No Cavalinho Branco). Dessa vez os ingressos
estavam mais caros, para cavalheiros 2$000 e para damas 1$000.
Teatro Frohsinn - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Para manter a sede, somente a bilheteria e as mensalidades
dos associados não eram suficientes, razão pela qual o grupo adotou
algumas mudanças gradativas para a manutenção do espaço. Uma
das primeiras medidas foi abrir as portas da Sociedade Teatral
Frohsinn para o público em geral.
13
do Frohsinn certamente desenvolveram ainda mais seus potenciais
artísticos ao se apresentarem para públicos distintos.
A produção teatral na primeira década do século XX não
apresentou descontinuidade. Por mais insensata que pudesse parecer
a ideia de ter um espaço próprio para o teatro, o empreendedorismo
da Sociedade Teatral Frohsinn se mostrou muito eficaz. Consciente
das poucas opções de lazer que existiam na cidade, incorporou os
espetáculos teatrais a um acontecimento maior, com bailes, jantares,
tudo com muito glamour. Ir ao teatro era mais do que apreciar a
arte, era um evento.
Teatro Frohsinn - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
1 - Teatro Frohsinn - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Q
uando usamos a expressão “público em geral”, não quer dizer que o
teatro se tornou acessível para toda a população. Assistia aos
espetáculos quem podia pagar os ingressos, que custavam o que hoje
corresponde a aproximadamente R$ 100,00 (homens) e R$ 50,00
(mulheres), ou seja, um teatro para poucos.
Com esses valores, o público que frequentava a Sociedade
Teatral Frohsinn provavelmente não era formado pelos operários das
fábricas, mas pelos proprietários das mesmas. É bem possível que
nessa época a classe menos favorecida não tinha conhecimento
desses espetáculos.
Essa medida de auto-sustentabilidade provavelmente gerou
consequências no fazer teatral. Como as apresentações não se
limitavam mais apenas aos sócios, se tornou comum alguns
espetáculos serem reprisados. Reapresentar um espetáculo é um
exercício bastante importante para o intérprete. Os atores amadores
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
14
possivelmente se dispersou depois de certo tempo, pois nos
programas não constava mais o seu nome.
Jantar Frohsinn - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
O teatro, embora bastante expressivo dentro da Sociedade,
não era o único a ser promovido. Inúmeras atividades como
concertos, apresentações de dança, bailes de máscaras, festas de
trajes típicos entre outros, permeavam os acontecimentos. Era
comum artistas de outros lugares, principalmente da Alemanha, se
apresentaram no Frohsinn. Eventos envolvendo a música eram ainda
mais frequentes que as apresentações teatrais, rendendo à Sociedade
Frohsinn o mérito de ser nessa época o polo cultural da região.
Até a presente data, o grupo fundado por Rose Gärtner é
responsável por todos os registros teatrais de que temos
conhecimento. Em 1906, é inaugurada a Sociedade Casa União de
São José, de caráter religioso, tendo como objetivo servir de
hospedaria para os colonos que vinham de longe para os festejos da
igreja.
Chegada de grupo teatral - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Das poucas informações que se tem dessas manifestações
teatrais, sabe-se que foram os precursores nas traduções das peças
para o português. Geralmente, elas eram apresentadas em alemão e
em seguida reapresentadas em português. Em outros momentos, a
programação contava com espetáculos nos dois idiomas.
Embora o grupo Frohsinn também fosse de caráter amador,
suas atividades eram mais articuladas. A Sociedade Casa União São
José era um hotel, onde os associados esporadicamente preparavam
espetáculos para os eventos religiosos.
A sede da organização contava com um palco, onde foram realizados
alguns eventos, com diferentes apresentações culturais, inclusive
espetáculos. De início, um grupo intitulado Sociedade Teatral União
São José representava essa organização, que segundo Edith Kormann
15
Os dias ficaram ainda mais tensos quando o vapor brasileiro
Paraná foi atacado por um submarino alemão, o que levou o Brasil a
entrar na guerra em 1917. Várias manifestações populares
aconteceram por todo território nacional, e o que era um movimento
pacífico, virou uma perseguição a tudo e todos que tivessem
descendência alemã. Diante desses fatos, nos anos de 1918 e 1919
não foi realizado nenhum espetáculo em Blumenau.
Hotel Casa União São José - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Perto de completar seus 50 anos, a Sociedade Teatral Frohsinn
foi beneficiada por Frederico G. Buch com luz elétrica. Para
comemorar essa grande evolução, dois espetáculos foram
apresentados: “Der Mann mit den drei Frauen” (O Homem com as
três Mulheres) e “Ein Berliner in Wien” (Um Berlinense em Viena).
A Primeira Guerra Mundial (1914/1918) intimidou o teatro em
Blumenau, na segunda década do século XX. Algumas manifestações
teatrais ainda continuaram a acontecer durante esses anos, mas o
número de espetáculos montados foi consideravelmente menor.
Produções Teatrais - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
O fato de a Alemanha estar em guerra alterou o cotidiano dos
habitantes
de
descendência
germânica
em
Blumenau,
e
consequentemente a arte local. O Teatro Frohsinn teve as atividades
suspensas em 1915. Segundo Kormann, foi noticiado em 22 de
janeiro de 1915, no jornal "Blumenauer Zeitung", que os festejos
comumente realizados no Teatro Frohsinn estavam suspensos.
16
A
população
blumenauense de origem
germânica
viveu
dias
difíceis
nesse
período.
Existia
uma
vontade
coletiva de que os hábitos
e os costumes teutônicos
prevalecessem
em
Blumenau. Não cabe a esta
pesquisa aprofundar as
questões teuto-brasileiras
X
nacionalismo,
mas
direcionar o olhar para o
teatro
dentro
dessa
realidade.
A arte teatral é um
meio
de
comunicação
bastante
potente,
presenciar a um espetáculo
pode ser uma experiência
catártica
para
o
espectador. Os espetáculos
produzidos nessa época,
por mais que não tivessem
uma
característica
questionadora e crítica,
colaboravam
com
os
objetivos de perpetuar a
cultura germânica. Dessa
forma,
o
teatro
não
cumpria apenas a tarefa de
divertir
e
entreter
o
público,
mas
o
de
enaltecer os valores da
comunidade.
Produções Teatrais - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
17
A dramaturgia também reforça o predomínio germânico entre
os autores identificados: em sua maioria são de língua alemã,
inclusive escritores locais. Entre aqueles dos quais não foi possível
encontrar bibliografia, muitas vezes o próprio nome sugere a
descendência. Possivelmente alguns textos são oriundos do
intercâmbio com a Alemanha. Muitas pessoas mantinham contato
com seus parentes, outras visitavam esse país com certa frequência,
ou seja, acessavam diretamente a cultura alemã da época. É
provável, também, que muitos autores não tiveram seus nomes
perpetuados na história da dramaturgia.
Produções Teatrais - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Com o término da Primeira Guerra Mundial, as Sociedades
Frohsinn e Casa São José voltaram a apresentar os espetáculos em
1920. Nesse ano também veio a falecer Gustavo Salinger,
participante ativo e de fundamental importância em toda a
caminhada do grupo Frohsinn.
A retomada no pós-guerra é o início de um período de
constante produção teatral.
O gênero cômico era ainda mais
presente nos espetáculos.
Coincidentemente, de 1900 a 1930, as comédias, mais
especificamente as de costumes, também eram os gêneros mais
montados no Brasil. Esta é uma mera coincidência, pois o teatro feito
em Blumenau continuava a se espelhar fortemente na cultura
teutônica. Um bom exemplo disso eram as críticas recebidas da
plateia se os atores não utilizassem o dialeto alemão com domínio e
veracidade.
Dentro da pluralidade teatral, a música muitas vezes esteve
inserida nos espetáculos do grupo Frohsinn, mas na segunda década
do século XX, esse fato contou
com a colaboração de um
personagem
que
viria
a
transformar
a
arte
blumenauense: Maestro Heinz
Geyer. Em 1921, ele chegou a
Blumenau com o intuito de
visitar a cidade; a estada,
prevista para ser passageira,
durou
aproximadamente
60
anos e influenciou diretamente
o fazer artístico dos amadores
da cidade.
Entre as experiências do
maestro consta a de sua
orquestra ter sido regida por
Richard
Strauss
em
uma
temporada pela Alemanha, e da
existência de uma grande
amizade com Arthur Rubinstein,
considerado um dos melhores
pianistas do século XX.
Produções Teatrais - Fonte: Arquivo Histórico de
Blumenau
O talento de Geyer o
levou rapidamente à função de regente da orquestra de cordas do
18
Seguindo o percurso histórico do teatro em Blumenau, vemos
os seus altos e baixos. Se olharmos para a realidade dessa época,
temos a impressão de ser este o auge do teatro. Sem dúvida, foi o
período em que mais se produziu espetáculos, mas os musicais e as
operetas são gêneros muito específicos, que podem distanciar da
essência teatral: a interpretação.
Produções Teatrais - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Club Musical e da Banda da Sociedade Musical Lyra. Ambas passaram
a ensaiar na sede do Teatro Frohsinn e, mais tarde, a fusão dos dois
grupos deu origem à Orquestra da Sociedade Teatral Frohsinn.
O engenho e a ousadia de Geyer eram algo inusitado. Muitas
foram as montagens nas quais o maestro incorporou a música ao
teatro e à dança, dando aos espetáculos uma identidade nova. A
musicalidade complementava a cena, o potencial de sensibilização
dessas duas expressões artísticas era explorado com inteligência e
competência. As operetas e os musicais passaram a ser encenados
com certa frequência, para o deleite da plateia, que aplaudia o
resultado.
As novidades introduzidas pelo maestro fomentaram ainda
mais a vida cultural da cidade e região.
Geralmente as
apresentações faziam muito sucesso, se tornando comum reprisar os
espetáculos, como foi o caso da peça "Der Zunftmeister von
Nürnberg" (O Mestre Sindical de Nürnberg), em 1927, que recebeu
aplausos fervorosos na primeira apresentação.
As evoluções atribuídas aos espetáculos nesse momento não
são diretamente ligadas
ao ofício de interpretar.
A contribuição dada pelo
Maestro Heinz Geyer ao
teatro é relevante, mas
não podemos deixar de
considerar que, nas peças
dirigidas pelo maestro,
provavelmente prevalecia
a música.
É fato que os
associados
e
frequentadores
da
Sociedade
Frohsinn
vivenciaram um berço
cultural
com
nível
bastante
elevado.
A
relação próxima com a
Europa,
mais
particularmente com a
Alemanha, favorecia aos
imigrantes
e
descendentes
ampliar
seus conhecimentos. Mas
Heinz Geyer - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
percebe-se também que
as pessoas apreciavam, e muito, a pompa que envolvia esses
acontecimentos artísticos. Quanto mais espetacular fosse um evento,
tanto mais agradaria aos sócios e à elite que frequentava a
sociedade.
19
Contrariando um pouco o dito popular “gosto não se discute”,
dentro da realidade supracitada o teatro corria o risco de virar
pretexto. O período pesquisado por este estudo mostra que o ofício
de interpretar estava inserido numa prática amadora, cujos
integrantes parecem não ter tido interesse em aprofundar os
conhecimentos teatrais. Contudo, observa-se uma evolução no que
tange à estética do espetáculo.
A música, agregada ao teatro, muitas vezes colabora
consideravelmente para sensibilizar a plateia, o que não significa que
o mérito seja dos atores. Não duvidamos da competência amadora
dos intérpretes, mas provavelmente o sucesso dos espetáculos
estava mais relacionado ao talento de Geyer do que ao empirismo
teatral.
Os anos trinta do século passado deveriam corresponder à
continuidade dessas grandes produções teatrais, mas alguns fatores
colaboraram para dificultar esse percurso. Um deles foi a medida
tomada pelo prefeito provisório Antonio Candido de Figueiredo,
adotando a cobrança de taxas para apresentações de espetáculos
teatrais, o que diminuiu o interesse pelas montagens.
Esta é a primeira intervenção da iniciativa pública na atividade
teatral em Blumenau. Aqui vemos uma inversão clara da atitude dos
governantes municipais para com a arte cênica. A relação “público e
privado” começa equivocada na história teatral da cidade.
O teatro, se desenvolvendo praticamente dentro do setor
privado e exclusivamente para uma elite monetária aparentemente
cultural, passa a ser encarado como fonte de lucro por ambas as
iniciativas: pública e privada.
Vale ressaltar que no caso do Frohsinn, o lucro é revertido
para a própria Sociedade. Todas as promoções realizadas são para
manter o patrimônio e proliferar as ações culturais para os associados
e frequentadores. Independentemente de seu caráter privado, dos
invólucros sociais e de como lidavam com o fazer teatral, o fato é:
produziam teatro.
Ao que tudo leva a crer, os valores cobrados pela iniciativa
pública nada tinham a ver com a ideia de reverter a verba em ações
que promovessem o acesso da população ao teatro. Possivelmente a
próspera situação do Teatro Frohsinn suscitou nas autoridades locais
a ideia de que o município deveria participar desse movimento, mais
especificamente do lucro que geria.
A cidade era um polo cultural, artistas internacionais se
apresentavam aqui, grandes espetáculos eram produzidos. A arte
caminhava muito bem “sozinha”, poderia inclusive colaborar com os
cofres públicos. O que não era levado em consideração pela elite que
sustentava a arte privada e pelos produtores da mesma, era o fato de
que Blumenau não se resumia apenas a estes grupos sociais. São
quase nulas as manifestações teatrais fora do Teatro Frohsinn até o
referido período desta pesquisa, exceto a Casa União São José.
Quando encontramos algum raro registro, trata-se geralmente de
relatos de um determinado evento que cita uma apresentação teatral
dentro de sua programação. Na ausência de outros detalhes e
esclarecimentos, somos levados a concluir que essas montagens
tenham sido fruto de atividades promovidas esporadicamente em
alguma escola, igreja, etc.
A história da arte teatral blumenauense continuava a ser
escrita pelos associados e frequentadores do Frohsinn, que
prosseguiam com constantes programações artísticas. Obedecendo à
preferência por autores alemães, Johann Wolfgang von Goethe
recebeu uma homenagem no centenário de sua morte. O evento
contou com apresentações de cenas, peça musical, espetáculos e
conferência sobre o autor.
A ativa participação do Club Musical, sob regência do Maestro
Geyer, foi reconhecida e agregada à Sociedade, passando a
denominar-se “Sociedade Musical e Teatral Frohsinn”. Com essa
alteração, Nanny Pöthlig ficou encarregada da direção teatral do
grupo. Apesar de haver poucas informações, o nome de Nanny é
bastante presente nas produções teatrais do século XX. Assumiu
inclusive responsabilidades de gestão na Sociedade, na ausência do
presidente Gustavo Salinger.
As montagens dos espetáculos seguiram com raras
expressões não germânicas, nem mesmo o tão aclamado William
Shakespeare teve sua obra montada na íntegra. Representando uma
20
exceção, apenas algumas cenas de Hamlet foram encenadas no palco
do Teatro Frohsinn.
O grupo teatral, até o momento pesquisado, não incluía em
suas encenações textos clássicos. O gênero cômico, que se destacava
entre as montagens, por exemplo, não agregou as sátiras de JeanBaptiste Poquelin, mais conhecido como Molière.
Um dos mais expressivos dramaturgos, encenadores e poetas
alemães, Bertolt Brecht, não foi levado ao palco pelo Teatro Frohsinn.
Brecht influenciou fortemente o teatro contemporâneo e é
considerado uma das figuras mais importantes da arte teatral
mundial. Apesar da proximidade com a arte produzida na Alemanha,
o grupo teatral blumenauense não mostrou interesse pelas peças
desse autor.
Podemos concluir que a produção teatral blumenauense desse
período se ajustava aos princípios de uma cultura teutônica bastante
conservadora. O teatro, além de servir exclusivamente para entreter,
apresentava o pensamento retrógrado de um povo que, passados
mais de oitenta anos, ainda se apegava à tradição cultural trazida
pelos imigrantes de sua pátria de origem.
Essa
realidade
que
sustentava
a
arte
teatral
contraditoriamente também foi um dos motivos a contribuir para
intimidar a produção de espetáculos nesse período. As taxas cobradas
para as apresentações de teatro não foram os únicos fatores
responsáveis para a diminuição das montagens teatrais, outros
acontecimentos importantes influenciaram a tímida produção.
Concomitante aos acontecimentos da década de trinta, a
difusão da ideologia nazista permeava o mundo. Em função disso, o
espírito nacionalista ganhou força em vários países, inclusive no
Brasil. Em Blumenau não foi diferente: antes mesmo de eclodir a
Segunda Guerra Mundial, a cultura germânica já sofria as
consequências do conflito, através da política de nacionalização
aplicada por Getúlio Vargas.
Um momento bastante delicado para o teatro blumenauense;
mesmo diante desses empecilhos, realizou algumas montagens, mas
é perceptível pelo número de espetáculos apresentados o quanto
esses acontecimentos causavam uma tímida produção teatral
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Apesar de os espetáculos de teatro serem menos frequentes
na programação do Teatro Frohsinn, os eventos não cessavam. A
sede, adquirida há 40 anos pela Sociedade, não era mais compatível
com a quantidade de pessoas que participavam dos acontecimentos
promovidos. Já há algum tempo os associados pleiteavam construir
um novo prédio para as instalações da Sociedade.
Segundo o livro “Dos Camarins ao grande Espetáculo”, Curt
Hering começou a idealizar esse projeto quando ainda exercia o cargo
de prefeito de Blumenau. Em 1927, iniciou uma obra para conter o
Ribeirão dos Padres, que passava justamente nos fundos do terreno
onde futuramente pretendia realizar seu sonho: construir um imenso
e belo teatro para a cidade.
Algumas ações foram promovidas pela Sociedade para
levantar recursos, a fim de contribuir para a aquisição do terreno e a
21
construção do novo prédio. Grandes festas foram organizadas, uma
lista para doações, loterias, etc., mas o primeiro e grande passo foi
dado mediante a doação da Cia. Hering, que cedeu o investimento
necessário
para
a
aquisição
do
terreno
pretendido.
Meses antes da inauguração da nova sede, a Sociedade
Musical e Teatral Frohsinn passou a se chamar Sociedade Dramático
Musical Carlos Gomes, atendendo às exigências da legislação vigente
na época.
Dessa forma, no dia 01 de julho de 1939, um grande evento
marcou a inauguração da nova sede da Sociedade. A obra, ainda
inacabada, já permitia antever as potencialidades do grande
monumento que sediaria os futuros eventos culturais da cidade.
Blumenau recebia o seu Teatro.
Com base nas informações transmitidas nesta pesquisa,
sabemos que o prédio construído pertencia aos associados da
instituição. Tratava-se de uma iniciativa privada, Blumenau recebia
seu primeiro teatro particular.
Certamente que todo o movimento, todos os espetáculos, a
própria sede construída pela Sociedade, são uma contribuição cultural
importantíssima para Blumenau. Provavelmente as ações realizadas
em prol do fazer teatral desde a fundação da cidade colaboraram
para a realidade atual.
- Aquisição do Terreno - Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
Pouco tempo depois, dois fatores importantes deram início à
tão almejada obra. O coral masculino Liederkranz foi incorporado à
Sociedade Frohsinn e, em outro momento, o prédio da Sociedade foi
vendido para a empresa Força e Luz de Santa Catarina S.A. Toda a
nova construção no terreno adquirido contou com o apoio dos
associados e empresas da região, que cediam ou emprestavam
recursos.
Durante a construção do novo espaço, as atividades da
Sociedade Frohsinn passaram a acontecer novamente nas
dependências da Sociedade de Atiradores. Com a intensa campanha
de nacionalização, apenas uma peça foi apresentada nesse local, pois
os espetáculos foram suspensos. A programação musical, para poder
dar continuidade às atividades, alterou o repertório, que até então se
compunha praticamente de compositores alemães.
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
22
A cidade conta atualmente com aproximadamente doze grupos
de teatro, que formam a Associação Blumenauense de Teatro
(ABLUTEATRO); com um curso universitário de Bacharelado em
Teatro, da Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB);
com dois festivais: Festival Internacional de Teatro Universitário de
Blumenau e Festival de Teatro Infantil de Blumenau (FENATIB); com
a
Temporada
Blumenauense
de
Teatro,
promovida
pela
ABLUTEATRO; com cursos livres de teatro, oferecidos pelas escolas
Carona Escola de Teatro e Espaço Plural, entre outras; com o Fundo
Municipal de Apoio a Cultura, além de outras atividades pertinentes.
A arte teatral contemporânea blumenauense se apresenta com
certa expressividade, mas as dificuldades encontradas por cada
atividade supracitada também são bastante expressivas. O teatro em
Blumenau, por mais de noventa anos amador e privado, pena para se
desenvolver profissionalmente através da iniciativa pública.
Acreditamos que um dos motivos a colaborar para essa
realidade é justamente o fato de o teatro ter sido produzido e
bancado durante muito tempo por particulares. Seguramente, nos
anos posteriores e não inclusos neste estudo, outros fatores
colaboraram para o contexto atual, mas essa independência artística
duradoura provavelmente influenciou a pouca participação do poder
público em relação à produção teatral na cidade.
Fonte: Arquivo Histórico de Blumenau
O que os órgãos governamentais ainda resistem em entender
é que o ofício teatral é uma profissão e que a cultura é um direito de
todos que influencia diretamente a formação dos cidadãos.
Economicamente, Blumenau se desenvolve muito bem, está
entre os municípios mais ricos do país, mas esse fato não prevalece
no teatro; pelo contrário, é preciso constantemente chamar a atenção
para a desigualdade do acesso à cultura.
Embora algumas leis de incentivo “garantam” à população o
profissionalismo e a acessibilidade da produção teatral, no âmbito
municipal existe apenas um edital que, embora represente uma
grande conquista, não é suficiente para promover o teatro
profissional na cidade.
Como alternativa, os produtores culturais podem recorrer à lei
Rouanet (Lei Federal 8.313). Considerada uma das mais expressivas
e fomentadoras, ela permite às empresas disporem de 4% do
imposto de renda para investimentos culturais em projetos aprovados
pelo Ministério da Cultura.
Assim descrita, essa lei parece simples, mas infelizmente a
prática é outra. Ter o projeto aprovado não é difícil, complicado é
23
ficar à mercê da iniciativa privada para realizar as ações públicas. A
porcentagem destinada por lei à arte fica sob o domínio dos
empresários, que apóiam - quando apóiam - aquilo que corresponde
aos seus interesses comerciais. Este é um tema relevante na política
cultural do país; em se tratando do teatro blumenauense, a situação
fica ainda mais amarrada.
Em Blumenau e região, a maioria das empresas é liderada por
descendentes dos antigos financiadores da arte local. Essa realidade
promove um reflexo dos princípios dos séculos passados, ou seja, são
patrocinadas atividades artísticas do seu próprio grupo, atendendo
aos seus gostos e valores.
Nada é impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é
de hábito como coisa natural, pois em tempo de
desordem sangrenta, de confusão organizada, de
arbitrariedade consciente, de humanidade
desumanizada, nada deve parecer natural, nada
deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht
Existe um agravante ainda maior nessa situação: atualmente,
há um equivoco em relação à procedência da verba. A lei Rouanet
corresponde a recursos provenientes de impostos pagos pela
população em geral; sendo assim, os benefícios deveriam reverter
para todos os contribuintes, não apenas para um grupo específico.
Dentro desse contexto, sobreviver de teatro, ou a
sobrevivência do teatro em Blumenau, é uma luta diária. Por mais
intensos que esses oitenta e nove anos de teatro blumenauense
possam parecer, eles contribuem para uma resistência cultural em
consolidar a profissão teatral.
A ideia de um teatro amador, financiado por alguns
favorecidos e destinado a poucos, ainda assombra a Blumenau
contemporânea. Acreditamos que, conhecendo um pouco mais as
nossas raízes ao direcionar nossos olhares para o ontem, poderemos
entender e, porque não, transformar os dias de hoje.
24
25
Produção Teatral em Blumenau
25
Produção Teatral Blumenauense
Século XIX
Espetáculo
“Der gerade Weg is das beste”
(O Caminho Reto é o Melhor)
“Verwunschenen Prinzen”
(Príncipe Amaldiçoado).
“LustigesbTrauerspiel”
(Drama Alegre)
“Cem Thalers de Salário”
“A Espada de Dâmocles”
Autor
Observações
Grupo
Data
August von Kotzebue
Drama em três atos.
Sociedade Teatral Blumenau
--/09/1864
Sociedade Teatral Blumenau
--/03/1865
Sociedade Teatral Blumenau
--/11/1865
Sociedade Teatral Blumenau
Sociedade Teatral Blumenau
09/07/1876
Idem
Sociedade Teatral Blumenau
31/12/1877
Comédia.
Sociedade Teatral Blumenau
13/04/1881
C. Tannenhofer
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
14/05/1883
Idem
Idem.
Sociedade Teatral Blumenau
15/05/1883
Louis Angely
Comédia em cinco atos.
Sociedade Teatral Blumenau
29/07/1883
Scribe-Lemoine
Comédias em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
21/10/1883
Idem.
Sociedade Teatral Blumenau
Idem
Theodor Apel
Comédia em dois atos.
Sociedade Teatral Blumenau
31/12/1883
Ernst Schönfeld
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
Idem
Julius Rosen
Comédia em três atos.
Sociedade Teatral Blumenau
14/04/1884
Giovan Moser
Comédia em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
24/05/1884
J. Hutt
Comédia.
Sociedade Teatral Blumenau
Idem
H. Salinger
Gustav Putlitz
“Preciosa”
“Der beste Ton”
(O Melhor Tom)
“Die Kaffeesiederin”
(A Coadora de Café)
“Das erste
Weinachtsgeschenk”
(O Primeiro Presente de Natal)
“Die Reise”
(A Viagem)
“Der Weg durchs Fenster”
(O Caminho Através da
Janela)
“Das Gänschen von Buchenau”
(A Gansinha de Buchenau)
“Junge Männer und alte
Weiber”
(Homens Jovens e Mulheres
Velhas)
Wie man sich irren kann”
(Como a Gente Pode Enganarse)
“Ein Shlechter Mensch”
(Um Mau Sujeito)
“Crise Hipoteka”
(Hipoteca em Crise)
“Das war ich”
(Isto Fui Eu)
W. Friedrich
Drama medieval em quatro atos e um
prólogo.
Peça um ato com canto.
Peça em um ato.
Opereta reapresentada em 14 de
junho de 1978.
26
Espetáculo
“Ein moderner Barbar”
(Um Bárbaro Moderno)
“Eigensinn”
(Obstinação)
“Der Gefangene”
(O Prisioneiro)
“Heimlich”
(Secreto)
“Der Sonnwendhof”
(O Pátio do Solstício)
“Tantchen Unverzagt”
(Tiazinha Intrépida)
“Der Herrgottschnitzer Von
Ammergau”
(O Escultor Sacro de
Ammergau),
“Último”
“Ein toller Ein Fall”
(Uma Idéia Maluca)
“Mein Leopold”
(Meu Leopoldo)
Autor
Observações
Grupo
Data
Giovan Moser
Comédia reapresentada nos dias 1, 2 e
3 de dezembro.
Sociedade Teatral Blumenau
19/10/1884
R. Benedix
Comédia em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
Idem
Kotzebue
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
18/04/1885
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Blumenau
Idem
S.H Mosenthal
Peça em cinco atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
C.A. Görner
Comédia em três atos, reapresentada
em 15 de janeiro de 1988.
Sociedade Teatral Frohsinn
26/12/1887
Ludwig Ganghofer e Hans
Neuert
Peça popular em cinco atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
18/05/1891
Giovan Moser
Karl Laufs
A. Larronge
Encerrando as atividades na Sociedade
de Atiradores.
Peça em quatro atos, reapresentada
dia 10 de novembro do mesmo ano.
Peça popular em cinco atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
12/09/1886
16/02/1895
26/10/1895
12/09/1897
27
Produção Teatral Blumenauense
Século XX 1900 - 1910
Espetáculo
“im Weissen Rössl”
(No Cavalinho Branco)
“Er ist Baron”
(Ele é Barão)
“Die Wunderquelle”
(A Fonte Milagrosa)
“O Rapto das Sabinas”
“Frau Muller”
“Senhora Muller”
“Wenn man in Dunkeln Küst”
(Quando se Beija no Escuro)
“Lord
Beumann
in
Behandlung”
(Lord
Neumann
em
Tratamento)
“Ein
Don
Juan
aus
Familieenruecksichten”
(Um Don Juan de Respeitável
Família)
“O Pátio do Solstício”
“Eine Kranke Famílie”
(Uma Família Doente)
“Der
Turmgeist
Von
Graunburg”
(O Espírito da Torre de
Graunburg).
“Eine fideli Schulpruefung”
(Um
Divertido
Exame
Escolar).
“Das Geprelkte Marktwei”
(A Inauguração do Mercado
dos Sonhos)
“Die Zigeunerin” (A cigana)
Autor
Oskar Blumentahl e Gustav
Kadelburg
Observações
Grupo
Data
Sociedade Teatral Frohsinn
26/05/1901
Rudolph Hahn
Espetáculo cantado.
Sociedade Teatral Frohsinn
18/05/1902
Sociedade Teatral Frohsinn
14/12/1902
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
31/05/1903
03/04/1904
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
E. Mallachow e D. Elsner
Sociedade Teatral Frohsinn
10/07/1904
M. Komisnski-Weiss
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1904
R. Hahn
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Sociedade Teatral Frohsinn
11/06/1905
Giovan V. Moser
Sociedade Teatral Frohsinn
01/04/1906
Heinrich Hoube
Sociedade Teatral de São José
01/11/1906
O espetáculo representava uma escola
pública no começo do século XX.
Sociedade Teatral de São José
Idem
Cenas cômicas de rua.
Sociedade Teatral de São José
Idem
Sociedade Teatral de São José
25/11/1906
Felix Philipp
Paul e Franz Schoentahn
Giovan Moser
Espetáculo em três atos. A primeira a ser
apresentada para o “público em geral”.
Peça em quatro atos.
Peça em três atos.
Sucesso apresentado em 1886.
Autor desconhecido
Autor desconhecido
28
Espetáculo
Autor
“Von Gottes Gnaden”
(A Graça de Deus)
Observações
Grupo
Data
Apresentação com canto.
Sociedade Teatral de São José
Idem
Sociedade Teatral Frohsimm
25/12/1906
Sociedade Teatral de São José
12/05/1907
Sociedade Teatral Frohsinn
19/05/1907
Idem
Idem
Sociedade Teatral de São José
09/08/1908
Sociedade Teatral Frohsinn
26/07/1908
“A Amazona”
“Dein Sohn wird mein Rächer
sein”
(Teu Filho me Vingará)
Richard Bertram
“Der Vetter” (Oprimo)
Roderich Benedix
Wurst wider Wurst”
(Lingüiça, outra vez lingüiça)
“Rosa Von Tannenbug”
“Der Mann mit den drei Frauen”
(O
homem
com
as
Três
Mulheres)
“Ein Berliner in Wien”
(Um Berlinense em Viena).
“Der Hochzeitstag”
(O dia do Casamento)
“Es spukt” (Andam Duendes)
“Dies Schulreiterin”
(A Amazona na Escola)
Peça em três atos.
Josef Becks
Ch. Von Schmid
Drama com canto.
M. Reichardt
A. Langer e D. Kalisch
Com música de A.Korandi.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Wilhelm Wolters e
Koenigsbrun-Schaup
Peça em quarto atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
08/11/1908
Kominski – Weiss
Sociedade Teatral Frohsinn
18/04/1909
Emile Pohl
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Sociedade Teatral de São José
02/05/1909
Sociedade Teatral Frohsinn
15/08/1909
Gustav Kadelburg
Sociedade Teatral Frohsinn
02/12/1909
Ernst Hallenstein
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
“Nichts als Hindernisse”
(Nada mais que impedimentos)
“Die Reise auf gemeinschaftliche
Kosten”
(A Viagem sob Expensas da
Comunidade).
“Das Schwache Geschletcht”
(O Sexo Fraco)
“Onkel Bollinger”
(Tiro Bollinger)
“Er Soll dein Herr Sein”
(Ele será teu Senhor)
“Der Herr Hofschauspieler”
(O Senhor Ator do Pátio)
Hans Huckebein”.
“Der
Herrgottschnitzer
Von
Ammergau”
(O Escultor Sacro de Ammergau)
L. Angely
Quadros cômicos.
Giovan Moser
Comédia em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
24/04/1910
Louis Noetel
Farsa em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Blumentahl e Kadelburg
Sociedade Teatral Frohsinn
19/07/1910
Ganghofer e Neuert
Sociedade Teatral Frohsinn
11/09/1910
29
Produção Teatral Blumenauense
Século XX 1911 – 1920
Espetáculo
“Die Ehre”
(A Honra)
Autor
Observações
Grupo
Data
Hermann Sudermann
Texto que trata do conflito de classes
e da relatividade do conceito de honra.
Sociedade Teatral Frohsinn
14/05/1911
Comédia.
Sociedade Teatral Frohsinn
28/04/1912
"Gut gibt Mut"
(Bom dá ânimo)
"Die Verráterin"
(A Delatora)
"Die Z'widerwurs'n"
(O Espírito de Contradição)
"Am Brunnen vor dem Tore"
(Na Fonte Defronte o Portal)
"Wir brauchen keíne Mânner
mehr"
(Nós não precisamos mais de
homens)
"Die Barbaren"
(Os Bárbaros)
Nordisk
13/07/1912
Hermaim v. Sclimid
Peça em cinco quadros, com
características rurais.
Sociedade Teatral Frohsinn
D. Richter
Espetáculo musicado.
Sociedade Teatral Frohsinn
19/10/1913
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Idem
20/04/1913
Heinrich Stobitzer
Comédia em quatro atos. O cenário
retratava a França de 1870.
Sociedade Teatral Frohsinn
14/11/1914
"Einquartierung"
(No Alojamento)
Wilhelm Lange
Peças em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
10/06/1915
"Onkel Schoenleins Vermachtnis"
(O
Testamento
do
Tio
Schoenleins)
Alex Hoffmann
"Der Regis-trator auf Reisen"
(O Registrador em Viagem)
"Elisabeth,
Landgrafin
von
Thuringen" (Elisabeth, Condessa
da Turíngia)
"Stadt utid Dorf"
(Aldeia e Cidade)
"Der Meineidbauer"
(O Aldeão Perjuro)
A. L'Arronge e Giovan Moser
Sociedade Teatral Frohsinn
Peça em três atos, com canto.
Charlotte Birch-Pfeiffer
11/06/1915
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1915
Sociedade Teatral Frohsinn
11/02/1917
Idem
Em cinco atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Ludwig Anzengruber
Peça em três atos com canto.
Sociedade Teatral Frohsinn
14/10/1917
“O Filho Generoso”
Drama.
Sociedade Teatral de São José
27/11/1920
“O Aniversário da Noiva”
Comédia.
Sociedade Teatral de São José
Idem
“Ladrões de Albergue”
Comédia.
Sociedade Teatral de São José
Idem
Franz Schoentahn e Gustav
Kadelburg
Comédia em quatro atos, reprisada no dia 4
de setembro, com críticas positivas.
Sociedade Teatral Frohsinn
08/05/1920
"Tante Dalles" (Tia Dalles)
D. Richer
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
26/12/1920
"Das war ich" (Isto fui eu),
de J. Hutt
Idem.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
"Zwei Gluckliche Tage"
(Dois Dias Felizes)
30
Produção Teatral Blumenauense
Século XX 1921 – 1930
Espetáculo
Autor
Observações
Grupo
Data
Heinrich Heinemann.
Comédia em três atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
27/03/1921
de R. Halin
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
08/05/1921
G. Braune
Idem
Sociedade Teatral Frohsinn
Giovan Moser
Comédia em cinco atos reapresentada
no dia 30 do mesmo mês.
Sociedade Teatral Frohsinn
29/10/1921
"Dr. Claus"
Sociedade Teatral Frohsinn
30/07/1921
"Othelos Erfolg"
(O Sucesso de Othelo)
Sociedade Teatral Frohsinn
04/12/1921
Peça em um ato
Sociedade Teatral Frohsinn
11/02/1922
Idem.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Comédia em quatro atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
16/04/1922
Peça baseada no romance de
Ganghofer.
Sociedade Teatral Frohsinn
9/07/1922
Peça em cinco atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
13/08/1922
"Seine eínzige Tochter"
(Sua Única Filha)
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
26/09/1922
"In der Kinderstube"
(Na Sala das Crianças)
Idem.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Franz Schoenthan e
Kopel Ellfeld
Peça em três atos com direção musical
Heinz Geyer.
Sociedade Teatral Frohsinn
04/11/1922
Julius Keller
Peça em um ato.
Sociedade Teatral Frohsinn
26/12/1922
"Der Schriftstellertag"
(O Dia do Escritor)
"Im
Vorzimmer
Excellenz"
(Na
Antecâmara
Exceleência)
sei-ner
de
Sua
"Suschen Tage-buch"
(O Diário de Susaniiiha),
"Die Leibrente"
(O Foro da Gleba)
"Die Silberne Hoch-zeit"
(As Bodas de Prata)
"Das Schwache Geschlecht"
(O Sexo Fraco)
"Die Grosstadtluft"
(Ares da Metrópole)
Oskar Blumentahl e
Gustav Kadelburg.
"Der Dorfapostel"
(O Apóstolo da Aldeia).
"Der Schwarze Ritter"
(O Cavaleiro Negro)
"Die Gol-dene Eva"
(A Eva Dourada)
"Maedel sei schlau"
(Menina Seja Esperta)
Idem
31
Espetáculo
"Nach
Brasil)
Brasilien"
Autor
(Para
o
Grupo
Data
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Comédia baseada na possibilidade de
casamento de Leopoldo I. Direção
musical de Heinz Geyer.
Ide
25/12/1924
Ludwig Anzengruber
Peça em quatro atos, apresentada
somente para associados.
Idem
28/03/1925
Roderich Beuedix
Comédia em um ato.
Idem
12/04/1925
D. Richter
Musical em um ato.
Idem
Idem
Karl Laufs
Peça em três atos, apresentada para o
público em geral.
Idem
31/05/1925
Max Reiinann e
Otto Schwartz
Comédia em três atos, reapresentada
no dia 5 de setembro para o público
em geral.
Idem
29/08/1925
F. Impeko-ven e C. Mathern,
Peça em três atos, reapresentada no
dia 27 de dezembro somente para
associados.
Idem
26/12/1925
Blumenialil e Kadelburg.
Peça em três atos, reapresentada no
dia 23 de maio ao público em geral.
Idem
15/05/1926
Max Dreye
Comédia em três atos, apresentada
somente para associados.
Idem
Comédia em um ato baseada em Haus
Arnold'sehen, dramatização
humorística de Constaníin Bella.
Idem
Helene e Erich Fischer
Comédia Biedenneier com música de
W. A. Mozart.
Idem
Max Reimann e
Otto Schwartz
Comédia apresentada ao público em
geral.
Idem
Paul Jesclieck
"Die Anne Liese"
"Der ledige Hof"
(O Pátio Livre).
"Der Kassensciiluessel"
(A Chave do Cofre).
"Im
Krug
zurn
gruenen
Kranze"
(Na Taberna Cia Coroa Verde)
"Pension Schoeller"
"WÍlly's Frau"
(A Mulher de Willy)
Junggesellendaemmerung"
(Crepúsculo dos Solteirões)
"Ais ich wiederkam..."
(Quando eu voltei...)
"Im Behandlung"
(Em Tratamento)
"Ein neuer Hausartz"
(Um Novo Médico da Família)
"Das alte Lied"
(A Velha Canção),
"Der Sprung in die Ehe"
(O Casamento)
Observações
11/09/1926
27/11/1926
Idem
25/12/1926
32
Espetáculo
"Fastnachtspiei"
"Karnevalzauber"
Carnaval).
(Magia
Observações
Grupo
Data
(peça sobre Carnaval)
Sociedade Teatral Frohsinn
27/02/1927
Heinz Geyer
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Wilhelm Wolters
Peça em três atos, reapresentada no
dia 17 de abril a o público em geral.
Sociedade Teatral Frohsinn
09/04/1927
Oskar vou Redwitz-Blbe
Peça histórica, em cinco atos;
Reapresentada nos dias 5 e 26 de
junho ao público em geral. Com
direção musical de Heinz Geyer.
Sociedade Teatral Frohsinn
02/06/1927
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1927
Comédia em três atos, dirigida por
Hans Starkmann.
Sociedade Teatral Frohsinn
21/01/1928
Peça reapresentada nos dias 15 e 21
de abril.
Sociedade Teatral Frohsinn
08/04/1928
G. Kadelburg
Peça em três atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
27/05/1928
Max Reimaim e Oito
Schwartz.
Peça em três atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
22/09/1928
do
"Sein Alibi" (Seu Álibi)
"Der
Zimftmeister
Nuernberg"
(O
Mestre
Sindical
Nurenberg)
Autor
Elis Treníder-Sieler
von
de
"Im Foersterhause"
(Na Casa da Floresta)
R. Skowronnek
"Maedel von Heute" (Mocas de
Hoje)
"Ali
Heidelberg"
Heidelberg);
Gustav Davis
(Velha
“Der Weg zur Hoelle"
(O Caminho para o Inferno)
"Der Sprung in die Ehe"
(O Casamento)
"Asra"
Felix Philippi
Peça em três atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
03/11/1928
Retratava a época de Schubert em
Viena.
Sociedade Teatral Frohsinn
26/12/1928
Peça cantada.
Sociedade Teatral Frohsinn
Idem
Schoentlian e Kadeiburg
Comédia em três atos. Direção de Willy
Jungmicheí.
Sociedade Teatral Frohsinn
01/04/1929
Brandon Tfiomas
Peça em três atos dirigida por Willy
Jungmicheí.
Sociedade Teatral Frohsinn
19/05/1929
Blumenthal e Kadeiburg
Peça em três atos
Sociedade Teatral Frohsinn
06/06/1929
Sociedade Teatral Frohsinn
29/06/1929
Die Frau Kaffeesiederin"
(As Coadoras de Café)
Die dreí Wuensclie" (Os três
desejos)
"Herr
Senator"
Senador)
"Charley's
Charles)
Tame"
(Senhor
(Tia
de
"Die Orientreise"
(A Viagem ao Oriente)
"Glaube und Hei-mat" (Pátria
e Fé);
"Wei-nachí
in
Pecherhuette"
(Natal
na
Cabana
Fabricante de Piche)
der
Peter Rosegger
Peça em dois atos, dramatizada por
Heinricli Linda.
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1929
Julia Jobst
Comédia em dois atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
22/03/1930
"Er ist Baron"
(Ele é Barão)
Rudolpb Halin
Peça em três atos. Música de L.
Hauptner;
Sociedade Teatral Frohsinn
20/04/1930
"Der Jubilaeumsbruimeii"
(O Poço do Jubileu)
Walter Bloem;
Drama em quatro atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
23/04/1930
do
"Wer fuehrt die Braut Heim?"
(Quem vai casar com a noiva?)
33
Produção Teatral Blumenauense
Século XX 1931 – 1940
Espetáculo
"Der Sturm im Wasserglase"
(Tempestade
num
copo
d'água)
"Deutschland erwache"
(Alemanha desperta)
“Egmont”
"Os Irmãos"
"Er und Sie" (Ele e Ela)
"Die Dortmusikanten"
(Os Músicos da Aldeia)
"Ais ich noch im Fluegelkleide"
(Quando eu ainda era menina)
"Winzerliesel"
(Liesel
da
vindima)
"Die Journalisten"
"Jiinggesellendaemerung"
(Crepúsculo dos Solteirões)
"Die Herren Eltern"
(Os Senhores Pais)
"Meine Herzenskoenigin"
(Rainha do meu Coração)
"Maerchenbilder"
(Contos da Carochinha)
"Die Goldene Eva"
(A Eva Dourada)
"Der Meister boxer"
(O Mestre Pugilista)
"Sclilageter"
“Um Pai de Família Feliz"
"Minna von Barnhelm"
"Sob quatro olhos"
Autor
Observações
Grupo
Data
Bruno Frank
Comédia em três atos, reprisada várias vezes.
Sociedade Teatral Frohsinn
19/12/1931
Sociedade Teatral Frohsinn
15/08/1931
Sociedade Teatral Frohsinn
22/03/1932
Sociedade Teatral Frohsinn
22/03/1932
Hermann Síreiter
Johann Wolfgang von
Goethe
Johann Wolfgang von
Goethe
Foram apresentadas apenas cenas do espetáculo pelos
alunos da Escola Nova. Heinz Geyer regeu a
“Ouverture de Egmont”, composta por Beethoven.
Peça inserida na programação de homenagem ao
centenário da morte de Goethe.
Sociedade Teatral Frohsinn
09/04/1932
H. Sohnrey
Peça popular e alegre, com canto e música dirigida por
Heinz 'Gever, foi reprisada várias vezes e muito aplaudida.
Sociedade Teatral Frohsinn
09/07/1932
Albert Kehm e Martin
Frebse
Peça apresentada em quatro atos
Sociedade Teatral Frohsinn
01/10/1932
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1932
Sociedade Teatral Frohsinn
16/04/1933
Peça apresentada em três atos.
Sociedade Teatral Frohsinn
01/07/1933
Opereta em três atos, reprisada no dia 30 de
dezembro em benefício do Maestro Heinz Geyer.
Sociedade Teatral Frohsinn
08/07/1933
Sociedade Teatral Frohsinn
16/09/1933
Sociedade Teatral Frohsinn
25/12/1933
Sociedade Teatral Frohsinn
01/04/1934
Sociedade Teatral Frohsinn
20/05/1934
Georg Míelte
Gustav Freytag
Toni Impeko-ven e K.
Mathern
"Die Herren Eltern" (Os
Senhores Pais)
Opereta em três atos. Direção musical de Heinz Geyer
e teatral de Nanny Poethig. Reapresentada em 26 de
dezembro e 03 de janeiro de 1933.
Comédia em quarto atos sob a direção de Franz
Nietsche. Reapresentada no dia seguinte a estreia.
G. Mielke
Reapresentada em 26 de dezembro.
Franz Sclioenthan e
Koppel Ellfeld
Willy Lõhr
Flans Johst
Gerhard Schaetzler
Perasini
G. B. Lessing
Remontagem da comédia em três atos. Reapresentada
dia 14 de abril.
Peça em três atos, em benefício da "Caixa de Auxílio
aos Enfermos e Morte". Reapresentada no dia 9 de
junho somente para os associados.
Peça em quatro atos e um prólogo. Reapresentada no
dia 23 de setembro para crianças e estudantes.
Peça em três atos reapresentada no dia 9 de junho
para o público em geral.
Comédia em cinco atos para homenagear os 50 anos
do "Frohsinn"
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
22/09/1934
23/03/1935
03/08/1935
09/11/1935
34
Branca de
Vermelha"
“Preciosa”
Neve
e
Rosa
"Schweine schlachten" (Matar
porcos)
"Die Dorfmusikanten"
(Os músicos da Aldeia)
"Die Logenbrueder"
(Os Maçons)
Grimm
Espetáculo apresentado para encerramento do ano
Maria v. Weber
Dirigida por Heinz Geyer. Reapresentada dias 31 de
maio e 13 de juno do mesmo ano.
Comédia em três atos
H. Sohnrey
Grande espetáculo popular com música, canto e
dança. Última apresentação teatral no velho teatro
“Frohsinn”.
Comédia em três atos reprizada em 25 de dezembro.
Apresentado na Sociedade de Atiradores.
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
Sociedade Teatral Frohsinn
21/12/1935
30/05/1936
08/08/1936
27/03/1937
06/11/1937
35
Bibliografia
KORMANN, Edith. Blumenau: arte, cultura e as histórias de sua gente (1850-1985). Florianópolis: Paralelo 27, 1994.
BAUMGARTEN, Christina; STINGELIN, Bettina; TAMBOSI, Simone. Dos camarins ao grande espetáculo: 145 anos de história do
Teatro Carlos Gomes. Blumenau : HB Ed, 2006.
PUFF, Lia C. (Org.). Uma enteada da natureza: Gertrud Gross Hering. Florianópolis: Ed. UFSC; Blumenau: Cultura em
Movimento, 2000.
Machado, Ricardo. Entre o Público e o Privado – gestão do espaço e dos indivíduos em Blumenau (1850 – 1920) – Blumenau:
Edifurb, 2008.
MACHADO, Ricardo. Propriedade e mobilidade em Blumenau no século XIX. Blumenau em Cadernos, Blumenau t. XLVIII, n.
11/12, p. 115-140, nov./dez. 2007
BLUMENAU há cem anos atrás - Artigos - Acervo 74354
Blumenau há cem anos atrás. Blumenau em Cadernos, Blumenau t. X, n. 08, p. 141-143, ago. 1969
CENTENÁRIO de Blumenau: 1850 - 2 de setembro - 1950. [Blumenau]: Comissão de Festejos, [1950]. [122] p.
KORMANN, Edith. O Maestro Geyer e o período áureo do teatro "Carlos Gomes". Blumenau: Acadêmica, 1985.
BRANT, Leonardo. Políticas culturais. Barueri, SP : Manole, 2003.
SCHLOEGEL, Bráulio Maria. Fundação cultural de blumenau: 25 anos. Blumenau em Cadernos, Blumenau t. XXXVIII, n. 04, p. 79, abr. 1997
36

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