Cinema Independente - Jornalismo Cultural

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Cinema Independente - Jornalismo Cultural
Cinema Independente
Fabio Gomes
Fabio Gomes
CINEMA INDEPENDENTE
2015
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Cinema Independente
Fabio Gomes
SUMÁRIO
Introdução 3
1 Cinema Independente 4
Conceito 4
História: O Cinema Nasceu Independente 4
Estúdios 5
2 Ideia na Cabeça 7
Da Ideia ao Roteiro 7
Autorizações 8
3 Câmera na Mão 10
Pré-produção 10
Filmagem 10
4 Pós-produção 11
1º Passo – Instalando os programas 11
2º Passo – Editando o filme 12
3º Passo – Editando trilha sonora 13
4º Passo – Finalizando 14
5 Divulgando Seu Filme 17
Na Internet 17
Nas Telas 17
Mercado exibidor 18
Registro na Ancine 18
Editais e Festivais 19
Bibliografia 22
O Autor 24
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INTRODUÇÃO
Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça
(Glauber Rocha)
Até não muito tempo atrás, produzir um filme era um privilégio reservado a quem possuía
muito dinheiro, ou conseguia atrair investimentos de terceiros em volume suficiente para
custear sua produção. Entre os motivos estava o alto custo dos equipamentos necessários,
inacessíveis ao cidadão comum.
Se por um lado equipamentos profissionais utilizados em filmes como Star Wars e
Jurassic World continuam fora do alcance dos bolsos da maioria da população mundial,
por outro lado a boa notícia é que, a partir do surgimento da fotografia digital e da
popularização dos celulares e smartphones com câmera, todos nós passamos a ter no bolso
uma ferramenta capaz de filmar em alta definição. É claro que para muitos é mais que o
suficiente postar o que filmaram em alguma rede social e mostrar apenas para os amigos.
Mas por que não investir um pouco mais de tempo, usando um notebook e alguns
programas que podem ser baixados legal e gratuitamente da internet (opções que também
estão ao alcance da maioria de nós), e ter um produto em condições de ser exibido em
cineclubes e participar de festivais de cinema?
Neste texto, compartilho com os inscritos em minha Oficina de Cinema Independente
e demais interessados no assunto minha experiência com a realização de meus curtasmetragens da série As Tias do Marabaixo. Fico feliz em poder informar que a realização
da primeira edição da Oficina de Cinema Independente, na cidade baiana de Jequié, em
setembro de 2015, já rendeu a realização de meu sexto curta-metragem, Você é África,
Você é Linda, meu primeiro filme de ficção.
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CINEMA INDENDENTE
Conceito
São considerados independentes os filmes produzidos sem o apoio ou o financiamento de
um grande estúdio de cinema. Geralmente se tratam de filmes com baixo orçamento, com
distribuição limitada a poucas salas de cinema (no caso de longas-metragens). Outra
característica importante é a maior liberdade para a expressão artística do cineasta.
Evidentemente, há exceções para os itens citados acima. Vários filmes premiados com o
Oscar recentemente eram originalmente produções independentes, que ao receber a
estatueta atraíram o interesse de grandes distribuidoras. Podemos citar os casos de Cisne
Negro, produção norte-americana de 2008, Quem Quer Ser um Milionário?, filme inglês
do mesmo ano, e O Lado Bom da Vida, filme americano de 2012. Até o Brasil está nesta
lista, com a co-produção com os Estados Unidos O Beijo da Mulher-Aranha, de 1985,
indicado a quatro Oscars (incluindo uma vitória) e vencedor do Independent Spirit Award
de Melhor Filme Estrangeiro.
Em relação a orçamento, o filme independente mais caro já produzido foi O Fantasma da
Ópera, de 2004. A produção custou 96 milhões de dólares, bancada pelo dramaturgo
Andrew Lloyd Weber, autor da adaptação teatral que estreou na Broadway em 1986 e
segue em cartaz até hoje. Após o filme ter sido concluído, a Universal comprou seus
direitos de exibição.
História: O Cinema Nasceu Independente
Costuma-se pensar no cinema independente como um gesto de rebeldia dos realizadores
contra os grandes estúdios, na intenção de terem maior liberdade para fazerem seus filmes
da forma que quiserem. Esta imagem é correta, mas o fato é que o cinema não começou
com os grandes estúdios. O cinema nasceu independente.
Na primeira sessão de cinema da História, em 28 de dezembro de 1895, os irmãos Auguste
e Louis Lumière exibiram em Paris dez filmes que eles próprios haviam feito com seu
cinematógrafo, um aparelho portátil que filmava, revelava e projetava. Eram filmes
curtos, de 40 a 50 segundos cada, retratando cenas como a saída dos operários da fábrica
Lumière ou a chegada de um trem à estação. O novo invento logo atraiu o interesse do
mágico Georges Méliès, que adquiriu um aparelho semelhante, fabricado na Inglaterra,
começando a fazer filmes de ficção, inclusive com os primeiros efeitos especiais.
A primeira sessão de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de
Janeiro, promovida pelo exibidor itinerante belga Henri Paillie, que projetou oito filmes
de cerca de um minuto cada, retratando cenas pitorescas do cotidiano de cidades
europeias. Em 19 de junho de 1898, o italiano Afonso Segreto realiza a primeira filmagem
em nosso país, registrando a entrada da Baía de Guanabara. O irmão de Afonso, Pascoal
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Segreto, inaugurara no Rio no ano anterior, em 31 de julho de 1897, a primeira sala
brasileira de cinema, o Salão de Novidades de Paris, que sempre incluía em sua
programação filmes nacionais, a maioria filmados por Afonso Segreto.
Estúdios – Inicialmente uma atração exótica, com filmes curtos, em geral documentários,
exibidos em feiras e eventos em geral, o cinema foi rapidamente evoluindo, passando a
ter filmes ficcionais de durações maiores e atrair o interesse do público e de investidores.
Fazer um filme passou a ser uma operação gradativamente mais complexa em termos de
material utilizado, pessoas envolvidas e consequentemente maior investimento
financeiro, além da necessidade de um lucro considerável a cada lançamento para manter
a estrutura funcionando. Isso levou a criação, principalmente nos Estados Unidos, de uma
série de estúdios, a partir da Paramount, em 1912; no ano seguinte, surge a Fox, seguindose a Metro (1915), a Goldwin (1916) e a Columbia (1919), entre outros. A maioria dos
novos estúdios era localizada em Hollywood, um distrito de Los Angeles, Califórnia, que,
após ter sido usado pelo diretor David W. Griffith como locação de seu filme In Old
California (1910), produzido pela American Mutoscope and Biograph Company,
começou a ser procurado por diversos produtores de Nova York, interessados em criar lá
os seus estúdios de filmagem, atraídos pelo clima quente o ano todo, com baixo índice de
chuvas. Logo depois, a Primeira Guerra Mundial (1914-18) acabou indiretamente
contribuindo para firmar a posição de Hollywood no cenário mundial, ao praticamente
paralisar a produção europeia no período; mesmo que alguém conseguisse produzir algum
filme na Europa, não teria como exportar em meio à guerra.
Curiosamente, aquele que ajudou a firmar Hollywood como a meca do cinema americano
acabou também sendo um dos primeiros profissionais de sucesso a buscar atuar de forma
independente: Griffith rompeu com a Biography em 1913, devido ao fato da companhia
ser contrária ao investimento em longas-metragens, um formato que já se firmara na
Europa a partir de dois sucessos italianos de proporções mundiais – Quo Vadis (1913) e
Cabiria (1914). Além de a Biography não concordar em investir o valor que um longa
exigia,e não querer dar crédito a diretor e elenco, usava ainda um argumento que hoje soa
ridículo – seus executivos acreditavam que filmes muito longos podiam machucar os
olhos dos espectadores...
Foi através de sua nova empresa, David W. Griffith Corp, que Griffith lançou seu filme
seguinte, o longa O Nascimento de uma Nação (1915), que o consagrou como um dos
criadores da linguagem cinematográfica (honra que divide com o russo Sergei
Eisenstein). Griffith também participou, em 1919, da criação da United Artists, ao lado
de nomes como Charles Chaplin e Douglas Fairbanks, grandes astros descontentes com
a forma como eram tratados pelos estúdios. Além de produzir, a UA também distribuía
filmes de realizadores independentes, inclusive as primeiras produções de Walt Disney.
O Brasil também teve seus grandes estúdios, na primeira metade do século 20, com
destaque para três empresas: a Cinédia, fundada em 1930, a Atlântida, criada em 1941 e
famosa pelas chanchadas (comédias musicais que geralmente traziam os sucessos
carnavalescos de cada ano) e a Cia. Cinematográfica Vera Cruz (1949-54), que investiu
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em dramas históricos. A Vera Cruz chegou a produzir um sucesso internacional, O
Cangaceiro (1953), premiado em Cannes, mas não conseguiu gerar recursos suficientes
para se manter produzindo (em parte por erros administrativos tais como a venda dos
direitos de exibição de O Cangaceiro para a Columbia Pictures, fazendo com que a Vera
Cruz nada recebesse pelas exibições em 80 países - só na França o filme ficou cinco anos
em cartaz).
A chamada “política dos estúdios” de Hollywood dominou a cena norte-americana até a
virada das décadas de 1960/70, quando realizadores da Costa Leste, como Francis Ford
Coppola, Robert Altman e Martin Scorcese rompem com a estética e os padrões
dominantes até então na indústria.
Paralelamente, o surgimento de novas tecnologias a partir dos anos 1950 como o filme
16mm, o Super-8, o videocassete e, mais recentemente, os equipamentos digitais,
permitiram que cada vez mais pessoas possam realizar e difundir seus próprios filmes,
tirando dos estúdios o monopólio de contar histórias através de imagens em movimento.
Durante boa parte do século 20 a produção independente teve dificuldades para ser vista
pelo grande público, em termos mundiais. O surgimento dos grandes estúdios de
Hollywood, aliada à consolidação das distribuidoras, acostumou o público a um padrão
de excelência técnica que só era possível atingir com os equipamentos que apenas os
estúdios possuíam. Se com as filmadoras portáteis qualquer pessoa passou a ser um
cineasta em potencial, por outro lado a concentração do mercado exibidor de filmes nas
mãos de poucas distribuidoras, aliadas aos interesses dos grandes estúdios, tornava
virtualmente impossível a filmes independentes ganharem as telas dos cinemas, ao menos
em escala comercial. Os festivais acabaram sendo uma janela para esta produção começar
a vir a público; a partir dos anos 1970, vários festivais passaram a ter mostras inteiramente
dedicadas a filmes em Super-8. O aprimoramento das câmeras digitais, a partir dos anos
1990, fez com que pela primeira vez desde o surgimento do cinema sonoro, no final da
década de 1920, o cidadão comum tivesse em mãos equipamentos similares aos usados
pela grande indústria, tornando possível produzir, mesmo domesticamente, filmes com
qualidade técnica compatível com as exigências do mercado.
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IDEIA NA CABEÇA
DA IDEIA AO ROTEIRO
Todo filme, seja curta, média ou longa-metragem, documentário ou ficção, com alto,
baixo ou nenhum orçamento, começa com uma ideia. Você tem uma ideia que quer
compartilhar com as outras pessoas de forma audiovisual, e a partir daí mobiliza outras
pessoas para que colaborem com você nessa empreitada. O cinema é por definição uma
arte coletiva – claro que nada impede que você filme apenas aspectos da natureza (por
exemplo, um canteiro de flores num parque público de sua cidade, ou as travessuras de
seu gatinho dentro de casa), edite e publique isto na internet, sem a interferência de mais
ninguém. Mas se não houver a participação de outras pessoas, nem que seja assistindo,
qual o sentido em se fazer um filme?
A ideia é apenas isto, uma ideia. Para se transformar em filme, ela primeiro deve poder
ser expressa de forma clara e concisa, de modo a poder ser facilmente entendida por
qualquer outra pessoa. Digamos que você queira adaptar a peça Romeu e Julieta, de
William Shakespeare, ambientando a ação no Rio de Janeiro nos dias atuais. Essa frase
que acabei de escrever – “adaptar a peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare,
ambientando a ação no Rio de Janeiro nos dias atuais” – já serve para transmitir a ideia.
Essa frase concisa que descreve brevemente a ideia para o filme é ora chamada de
sinopse, ora de storyline.
Há quem diferencia sinopse de storyline, como o roteirista Doc Comparato, em seu livro
Da Criação ao Roteiro: “a story line representa o quê (o conflito-matriz escolhido), a
sinopse representa o quando (a temporalidade), o onde (a localização), o quem (as
personagens) e, finalmente, o qual (a história que vamos contar)”.
O passo seguinte é elaborar o argumento, que, no entender de Garcia Filho, é “a
verdadeira base de todo o filme”, acrescentando que “por argumento, se compreende o
conjunto de ideias que serão desenvolvidas no roteiro. Ele tem a ação delineada, bem
como a sequência, personagens e locações. Normalmente não tem diálogos e sua narrativa
é pobre”. Seu tamanho é variável; enquanto uma convenção de Hollywood estipula que
uma página de argumento equivale a dez páginas de roteiro, o crítico Inácio Araújo afirma
que “normalmente são utilizadas de duas a quatro páginas para indicar as linhas gerais da
história que será tratada: o que acontece, o porquê e quem são os personagens.”
Já o roteiro é um texto com a sequência detalhada das cenas do filme, na ordem em que
serão apresentadas ao espectador, contendo indicações de cenários, horários em que as
cenas se passam, personagens (com atitude corporal e entonação a usar nas falas, se
necessário) e os diálogos completos – basicamente, o roteiro pode ser considerado “o
filme por escrito”.
Para exemplificar melhor as diferenças entre argumento e roteiro, vamos ver trechos que
correspondem à sexta cena do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund,
cujo roteiro foi escrito por Bráulio Mantovani:
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Argumento:
Pelas ruas da Cidade de Deus Cabeleira, Alicate e Marreco fogem da polícia. Eles
percorrem algumas ruelas, trocam de roupa e correm até o campinho onde fingem jogar
bola com os meninos.
Roteiro:
6 EXT. RUAS DO CONJUNTO - DIA
Cabeleira, Alicate e Marreco correm, perseguidos de perto, por um POLICIAL que dá
tiros para o alto. Eles riem. E também atiram para o alto.
BUSCA-PÉ (V.O.)
O Trio Ternura não tinha medo de ninguém.
Nem da polícia... Eles achavam que a Cidade
de Deus era deles. Mas tinha um monte de
bandido que achava a mesma coisa. Naquele
tempo, a Cidade de Deus ainda não tinha
dono.
Os bandidos se metem pelas ruelas do local.
MONTAGEM cria a sensação de labirinto: o Policial nunca sabe para onde ir.
Os bandidos param um instante. Tiram as camisetas vermelhas, jogando-as por trás do
muro de uma casa. Todos agora estão de camiseta branca. Eles continuam correndo até
o...
Há uma importante diferença a respeito de roteiro quando o filme a ser produzido for um
documentário. Num filme de ficção, você primeiro estrutura toda a história no papel para
só depois filmá-la. Num documentário, você trabalha inicialmente com sinopse e
argumento, e aí já parte para produzir a filmagem e filmar. Após a filmagem, você assiste
o material captado, fazendo a chamada “decupagem” (ou seja, você anota o que foi
gravado e transcreve as falas) e só então escreve o roteiro, que será utilizado nas etapas
de montagem e pós-produção.
AUTORIZAÇÕES
Fazer cinema envolve, em algum momento, a necessidade de obter autorizações de outras
pessoas. Vamos ver os principais casos:
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- você precisa obter autorização para adaptar obra de outra pessoa. Fernando Meirelles
e Kátia Lund precisaram obter de Paulo Lins a autorização para transformar o romance
Cidade de Deus em filme. Já uma adaptação de qualquer peça de Shakespeare pode ser
feita livremente, pois o autor é falecido há mais de 70 anos, prazo após o qual tudo o que
alguém tenha produzido passe ao domínio público. Durante o período entre a morte de
um autor e a entrada de sua obra no domínio público, a autorização deve ser obtida junto
aos herdeiros. Geralmente a autorização é concedida por um prazo determinado, ao fim
do qual, se o filme não foi ao menos iniciado, o diretor perde o direito a adaptar a obra
para o cinema, e o autor pode vender os direitos para outro produtor.
- você precisa obter autorização para utilizar obra de outra pessoa. Por exemplo, para
utilizar uma música na trilha sonora de seu filme, ou ainda um poema ou qualquer texto
que não seja seu e que não faça parte da obra cujos direitos foram adquiridos. Em relação
a música, caso ela tenha mais de um autor, a contagem dos 70 anos para entrada em
domínio público só inicia após a morte do último parceiro. Por exemplo: “Carinhoso” é
de Pixinguinha e João de Barro. Pixinguinha faleceu em 1973 e João de Barro em 2006.
Portanto, “Carinhoso” só passará ao domínio público em 2077 (a liberação se concretiza
em 1º de janeiro do ano seguinte ao que se completam as sete décadas do falecimento).
Até lá, a inclusão de “Carinhoso” em filme precisa ser autorizada pelos herdeiros de
ambos os autores. A inserção de cenas de filmes brasileiros feitos há mais de 70 anos
independe de autorização, bem como o uso de textos de autores falecidos há pelo menos
70 anos. Obras de autores estrangeiros podem ter prazos maiores de proteção aos direitos
autorais, pois cada país é livre para fixar o período que quiser, desde que nunca menos de
50 anos, prazo estabelecido pela Convenção de Berna.
- você precisa obter autorização para usar a imagem das pessoas. É o chamado “direito
de imagem”. Em cinema, esse direito está mais ligado a documentários – todas as pessoas
que irão dar depoimento precisam assinar um documento afirmando que autorizaram ser
filmadas. Não é necessário obter essa autorização quando a filmagem for feita em local
público, ou em evento aberto ao público.
- você precisa obter autorização para usar o nome das pessoas. Isso pode acontecer, por
exemplo, se você quiser adaptar uma biografia. Digamos que você queira filmar um
trecho do livro de memórias Antes que me Esqueçam, de Daniel Filho. Depois de obter a
autorização do autor para a filmagem, você teria que buscar a autorização de cada pessoa
real citada por Daniel no livro que vá se tornar um personagem do seu filme – é um caso
semelhante ao do uso de obra alheia: as autorizações referentes a pessoas já falecidas
devem ser obtidas com seus herdeiros, com o detalhe de que neste caso não existe o prazo
de 70 anos que há em relação ao direito autoral. O direito de imagem é um direito moral,
e não prescreve, ou seja, nunca tem fim.
- você também irá precisar de autorização para filmar em imóveis de outras pessoas,
sejam casas, empresas, terrenos, fazendas etc. – enfim, todo e qualquer lugar onde você
não poderia entrar livremente. Filmar na rua, praia, praças, parques, estradas, rios, lagos
etc. independe de autorização.
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CÂMERA NA MÃO
PRÉ-PRODUÇÃO
Tendo escrito o argumento e/ou roteiro e obtido as autorizações necessárias, é o momento
de se dedicar à pré-produção. Nesta etapa, você analisa o roteiro e organiza como se
dará a filmagem das cenas; raramente o que vemos na tela corresponde à ordem em que
realmente as cenas foram filmadas. O mais comum é ordenar as cenas em função da
disponibilidade de locação – digamos que parte da história se passe num hotel;
dificilmente há como manter uma equipe de filmagem por semanas a fio em um
estabelecimento comercial que esteja funcionando, isso atrapalharia o dia-a-dia do hotel
e atrasaria bastante as filmagens. Num caso assim, o hotel, ou a parte dele necessária para
o filme, fica à disposição da equipe durante um período X de tempo (horas, ou dias, ou
semanas, enfim, o que for combinado) e nesse período todas as cenas que tenham o hotel
como locação deverão estar filmadas. Outras variáveis a considerar é a agenda dos
profissionais envolvidos – os atores, por exemplo, podem estar participando na mesma
época de outro filme, ou de peça teatral, ou ainda de alguma novela ou série. Enfim, é
durante a pré-produção que se procura esquematizar o plano de filmagem, ou seja, um
cronograma elaborado de modo que se possa fazer a filmagem otimizando ao máximo os
profissionais envolvidos e os recursos necessários, levando em conta os recursos
disponíveis.
No caso de documentários, o plano de filmagem tem mais a ver com o agendamento das
entrevistas; de todo modo, o plano é menos rígido do que o de um filme de ficção, porque
nem sempre ao início da produção de um documentário o diretor sabe exatamente quantas
pessoas serão entrevistadas, e onde as gravações irão ocorrer. Mesmo no caso de um doc
como Edifício Master, de Eduardo Coutinho, que se passa todo dentro de um prédio de
Copacabana. A equipe alugou um apartamento no edifício, permanecendo lá durante um
mês, e a filmagem aconteceu em apenas 7 dias, ouvindo 37 moradores.
FILMAGEM
Muitas vezes o projeto do filme já está roteirizado e pré-produzido, porém não começa a
ser filmado de imediato em função da busca de recursos para a produção do filme. Talvez
aqui esteja a maior diferença entre filmes realizados com o apoio de grandes companhias
e o cinema independente. Cineastas independentes costumam financiar seus filmes das
mais diversas formas: ou com suas próprias economias, ou recorrendo a empréstimos de
parentes, ou através de campanhas de financiamento coletivo (também conhecidas pelo
nome em inglês crowdfunding), ou ainda inscrevendo o projeto em editais (falaremos
mais detalhadamente sobre editais no capítulo 5). Em função disso, pode acontecer de um
filme independente ter sua produção iniciada sem que se tenha em mãos todo o valor
necessário para sua conclusão.
No cinema independente é comum que a equipe utilize os equipamentos que cada um tem
à disposição, como câmeras digitais, tablets e mesmo celulares (já até festivais dos quais
só podem participar filmes gravados em celulares e tablets). Havendo dinheiro em caixa,
é possível alugar equipamentos, com ou sem os respectivos técnicos, para a realização
das filmagens.
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PÓS-PRODUÇÃO
Concluída a filmagem, inicia a fase de pós-produção e finalização do trabalho. Em linhas
gerais, inicialmente você monta o filme, ordenando as cenas de acordo com o roteiro (se
seu filme for de ficção), ou faz a decupagem, cria o roteiro da edição e então monta (se
for um documentário). Depois, trabalha na edição do som, adicionando ruídos a cenas,
equalizando diálogos e narração e, eventualmente, dublagem. Vem então o momento de
adicionar a trilha sonora, inserindo nas cenas músicas compostas especialmente para o
filme ou que você tenha permissão para usar (seja por estarem em domínio público, seja
por você ter adquirido seus direitos). As etapas seguintes são a criação dos créditos
iniciais e finais, a mixagem do som e o tratamento digital da imagem, para então termos
o filme finalizado.
É evidente que, quanto maior for a verba disponível para o projeto, melhores serão os
equipamentos disponíveis para a pós-produção. Mas, como já vimos, desde o surgimento
dos equipamentos digitais, qualquer pessoa pode criar um filme com qualidade
profissional. Veja como isso é fácil, através desse passo-a-passo em que detalho como
montei os curtas-metragens da série As Tias do Marabaixo. Eu utilizei um computador
com o sistema operacional Windows 8.1.
•
1º Passo – Instalando os programas
Inicialmente, você precisa ter um notebook ou computador, se possível com um bom
processador (o ideal é o Intel Core i7; se o processador for da linha Celeron, o trabalho
será mais lento, e talvez você nem consiga abrir arquivos de vídeo mais pesados).
Para editar e finalizar meus curtas, eu utilizei 11 programas, todos eles gratuitos e com
versões compatíveis com o Windows (alguns deles têm versões para outros sistemas
operacionais também, e não será difícil achar programas similares para diferentes
plataformas, como Linux e Mac). Vamos começar então baixando e instalando todos os
programas:
- Any Audio Converter - http://www.any-audio-converter.com/
- Any Video Converter - http://www.any-video-converter.com/br/download.php
- Audacity - http://info.abril.com.br/downloads/windows/audacity/
- Cool Beans - http://www.majorgeeks.com/files/details/cool_beans_system_info_2.html
- Fast CD Ripper - http://info.abril.com.br/downloads/windows/fast-cd-ripper/
- Fotor - http://info.abril.com.br/downloads/windows/fotor-photo-editor/
- Lame - http://pt.dll-files.com/lame_enc.dll.html
- Movie Maker - http://windows.microsoft.com/pt-br/windows/get-movie-makerdownload
- MP3Gain - http://mp3gain.sourceforge.net/download.php
- VLC media player - http://info.abril.com.br/downloads/windows/vlc-media-player/
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- Winamp - http://info.abril.com.br/downloads/windows/winamp-full/
- Windows Media Player - http://www.microsoft.com/pt-br/download/windows-mediaplayer-details.aspx?id=8163
Alguns você já pode ter, porque fazem parte de vários pacotes Windows, como o
Windows Media Player e o Movie Maker – ressaltando que ter este último é fundamental,
pois esse tutorial é baseado no uso do Movie Maker. Vou falar um pouco sobre cada
programa no momento em que eles começarem a ser usados, com exceção do Cool Beans,
que não chega a ser um software específico para edição de áudio ou de vídeo. Sua função
é monitorar o uso da CPU e da memória RAM de seu computador, alertando quando o
uso compromete o desempenho do aparelho. O Movie Maker é um programa pesado, que
utiliza praticamente toda a capacidade de processamento na hora de salvar um filme,
portanto é importante usar o Cool Beans para evitar de tentar fazer outras tarefas
simultaneamente e causar algum problema para seu filme ou seu computador.
•
2º Passo – Editando o filme
Transfira todos os arquivos de vídeo para o notebook. Feito isso, abra o Movie Maker e
clique em "Clique aqui para procurar vídeos e fotos" - é possível juntar partes de vídeos
diferentes ou cortar, além de inserir fotos em vídeos ou ainda fazer um vídeo unicamente
de fotos. Dica: faça sempre uma cópia de todos os arquivos de vídeo, para evitar que você
não tenha mais como voltar atrás se alguma coisa der errado na edição. Faça uma cópia e
trabalhe com a cópia, preservando o arquivo original.
Dificilmente você vai usar no filme tudo o que gravou, o que significa que você irá fazer
cortes no que foi filmado (no caso de filmes de ficção, é comum filmar mais de uma
versão da mesma cena, para usar a melhor; já num documentário, sempre pode acontecer
de a fala do entrevistado sofrer alguma interrupção, que deve ser eliminada do produto
final). Comece assistindo o vídeo e selecionando o trecho que pretende manter. Digamos
que o trecho que lhe interessa inicie em 9:48. Vá à aba 'Editar' e selecione 'Definir ponto
inicial'. Localizado o final pretendido, digamos 11:10, clique em 'Definir ponto final'.
Dica: o melhor é ver o ponto final primeiro, pois se for definida a parte inicial, você deixa
de ter a referência do tempo marcado. No exemplo acima, se cortasse primeiro em 9:48,
o trecho final, que é 11:10, ficaria sendo 1:22.
Com o trecho definido, você pode, ainda na aba Editar, aplicar efeitos como fade in e fade
out do áudio.
Também em Editar, ajuste o volume do vídeo para o máximo.
Faça o mesmo com outros trechos do mesmo vídeo ou de outros vídeos que você queira
inserir no mesmo filme.
A aba Animações é interessante quando você vai fazer um filme com trecho de vários
vídeos, pois permite escolher animações para abrandar a transição, evitando 'pulos' na
imagem.
Na aba Projeto, escolha se você quer realçar a narração, o vídeo ou a música, ou deixar
sem realce, e qual a proporção da imagem na tela (o padrão é Widescreen 16:9, eu
costumo deixar desta forma).
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A aba Efeitos Visuais permite você alterar bastante o visual do seu filme em relação ao
que foi captado, podendo tornar tudo sépia, ou preto-e-branco, por exemplo (o que pode
ser interessante para inserir algum flashback). Mas você também inserir fade in e fade out
da imagem, inverter a imagem horizontal ou verticalmente etc.
Com o filme completo, você pode também aplicar efeitos da aba Editar como
Estabilização de vídeo (baixo ou alto) ou Antivibração, mas tenha o cuidado de assistir a
versão já com esses efeitos antes de finalizar, pois algumas vezes esse efeito acaba tendo
o efeito contrário e deixa o vídeo com mais tremores do que o original!
O VLC Media Player é um tocador de vídeo bastante útil, e que funciona com a maioria
dos formatos de vídeo usados atualmente, então é minha sugestão para que você utilize
durante as fases de edição e finalização para ver “a quantas anda” o seu filme.
OBS: Algumas versões antigas do Movie Maker só editavam arquivos no formato
proprietário do Windows, o WMV (Windows Media Video). Se este for seu caso, você
irá precisar do Any Video Converter para passar seu arquivo MOV, AVI, MP4 ou de
outro formato para WMV e assim poder trabalhar. A versão atual aceita diversos
formatos.
•
3º Passo – Editando trilha sonora
Bom, até aqui temos um filme em processo de edição no Movie Maker, e sem outro som
que não o captado diretamente pela câmera. Para inserir uma música em seu filme, vá na
aba Início/Adicionar uma música, que vai lhe pedir para você adicionar uma música em
formato MP3 que já esteja em seu PC ou em algum CD inserido ou pen drive conectado,
ou ainda de alguns sites específicos da internet. Antes de escolher o arquivo, selecione se
ele vai ser usado para o filme todo, ou apenas a partir de um determinado trecho (neste
caso, o cursor deve estar no ponto desejado, e você seleciona Adicionar uma música no
ponto atual).
Se os arquivos de áudio que você irá usar em seu filme não estiverem em MP3, você
precisará usar o Any Audio Converter – use como padrão o som de CD: 128kbps, taxa
de amostra 44000, 2 canais; acima disso, você apenas terá um arquivo mais pesado, mas
sem diferença de qualidade sonora perceptível pelos ouvidos humanos.
Se você quiser usar uma música que esteja em um CD (lembre-se, porém, que você
precisa ter autorização para usar obra alheia). Neste caso, use o Fast CD Ripper para
selecionar a faixa, ou as faixas, que você irá usar. No Fast você pode optar por já salvar
as músicas em MP3 no seu notebook.
Caso você não vá usar a música inteira, precisará do Audacity para editá-la. O Audacity
é um editor de áudio em certos pontos semelhante ao Movie Maker. Primeiro selecione o
arquivo de áudio em MP3 (o Audacity só aceita este formato) na aba File/Open. Depois
que o arquivo for carregado, você poderá cortar apenas o trecho que irá usar. Dica: faça
também uma cópia dos arquivos de áudio, assim como fez com os de vídeo.
Selecionado o trecho, escute-o e, se for o caso, aplique algum efeito (como os de Fade In
e Fade Out, disponíveis na aba Effects) antes de salvar, através da opção File/Export as
MP3. Atenção: algumas vezes o Audacity irá informar que não pode salvar o projeto
como MP3, devido à falta do arquivo lame_enc.dll (atualmente o próprio Audacity já
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permite o download do Lame com apenas um clique, mas se precisar o link para baixar
está informado na lista dos programas, à página 11).
Bem, se antes tínhamos um filme sem outro som que não o das cenas filmadas, agora
temos um com sons de duas ou mais fontes. Pode acontecer então que, com isso, o volume
das várias partes do filme oscile – sim, pois o som da música inserida pode estar mais alto
ou mais baixo do que o som original do filme. Para evitar esse desnível que gera
desconforto em quem vai assistir, ou que até pode deixar algum trecho do seu filme
incompreensível, vá à aba Início do Movie Maker, clique em Salvar filme e selecione
Somente áudio. O som do filme será salvo em um arquivo M4A, que só é reproduzido
pelo Windows Media Player. Mas para poder deixar o volume do filme uniforme (o que
se chama 'normalizar' o áudio), você precisa convertê-lo para MP3 no Any Audio
Converter (ou mesmo no Any Video Converter, há nele a opção de converter áudio).
Convertido o áudio do filme para MP3, abra o MP3Gain. Clique em Add File(s),
selecione o arquivo convertido e clique em Track Analysis, que vai mostrar o desnível do
arquivo em relação ao padrão (‘default’, em inglês; o padrão do M3Gain é 89,0, que você
pode alterar, mas eu sugiro não mexer, pois você ainda irá editar o áudio no Movie
Maker). Concluída a análise, clique em Track Gain, para que o volume seja normalizado.
Dica: o MP3Gain altera o próprio arquivo analisado, então por segurança você também
neste caso deve fazer uma cópia antes de normalizar.
Voltando ao Movie Maker, um cuidado a tomar é com a inserção do áudio editado, isso
porque o Movie Maker não permite a eliminação do áudio original. Primeiro, com o
cursor posicionado no começo do filme, vá à aba Início/Adicionar uma música. Selecione
o arquivo editado e normalizado. Se você apertar o play na miniatura do filme no Movie
Maker, vai ouvir o áudio original. Para que o áudio adicionado ficar incorporado no filme,
você deve ir na aba Projeto, clicar em Mixagem de áudio e arrastar a seta para a direita,
na direção do símbolo de música (se arrastar para a esquerda, na direção do símbolo de
cinema, vai realçar o áudio original). Quando você insere um áudio, o Movie Maker cria
uma nova aba, a Opções, que permite que você possa aumentar o volume da música (passe
para o máximo), crie fade in e/ou fade out e determine a partir de que momento o áudio
deve iniciar e/ou terminar, se for o caso.
O Winamp serve para você ir ouvindo os arquivos de áudio que for selecionando,
editando etc. Gosto de usá-lo por ser um programa leve e que pode tocar os mais diversos
formatos de áudio. Mas você pode usar o programa que preferir, desde que ele também
cumpra estas funções.
•
4º Passo – Finalizando
Seu filme está editado e sonorizado, ou seja, quase pronto! Falta a adição de créditos,
legendas (se for o caso) e salvá-lo como filme.
É através dos créditos que você identifica todos os profissionais envolvidos com a
realização do filme. A praxe é no começo do filme apresentar elenco e principais funções
técnicas (direção, produção, fotografia, música etc) e deixar para o final a relação
completa, incluindo eventuais agradecimentos (digamos que você tenha filmado na casa
do seu primo, o nome dele deve estar nos agradecimentos – a menos, claro, que ele peça
para não ser citado. O mesmo com pessoas que tenham emprestado roupas para o figurino,
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ou no caso de um documentário ajudado você a localizar alguma das pessoas que
entrevistou). Mas isso não é regra geral; filmes comerciais costumam deixar os créditos
todos para o final. Além disso, as produções da Marvel tornaram padrão algo que antes
era muito eventual – a exibição de uma cena após os créditos.
O Movie Maker tem na aba Início as opções para inserir Título, Legenda e Créditos. O
ideal é você escrever tudo o que precisará ser inserido como texto no filme em um arquivo
de processamento de texto (Word, Rich Text ou Bloco de Notas). Não se preocupe em
usar itálicos ou negrito, essa formatação é perdida ao se incluir o texto no Movie Maker.
Por uma questão de praticidade de uso, eu acabei inserindo todos os dizeres dos meus
curtas através da opção Legenda, mas se você preferir pode usar as outras duas também.
Note que quando você cria uma Legenda, irá aparecer nova aba no Movie Maker, a
Formato, onde você pode fazer algumas edições no texto, como a fonte e seu tamanho, a
hora em que ela inicia e sua duração na tela (o padrão é 7 segundos, você pode aumentar
ou diminuir, mas precisa ver se o tempo que o letreiro vai aparecer é suficiente para que
ele seja lido pelo espectador) – outro cuidado a tomar, em especial nos créditos finais,
que como vimos é onde se costuma colocar a maior parte dos dizeres, para evitar que as
diversas telas de texto se sobreponham e fiquem parcial ou totalmente ilegíveis. Também
cuida se for inserir o texto sobre imagem; por exemplo, letras brancas sobre fundo
amarelo claro irão “sumir”, se for preciso vá testando várias combinações até chegar ao
melhor resultado. Você pode optar também por “animar” a exibição dos créditos, mas
isso também pode tornar difícil a legibilidade. Dica: Use também as legendas ao longo
do filme para identificar algo que você entenda ser necessário – local, data, passagem de
tempo.
Você tem duas opções para inserir os créditos iniciais e finais: sobrepostos a cenas do
filme já em andamento, ou então sobre fotos. As fotos precisam estar em alta qualidade,
e para isso vamos usar o Fotor. Selecione as fotos que você vá usar, crie cópias delas e
abra o Fotor, clicando “Edit” e depois em “Click here for start”. Selecionando a foto a ser
editada, você pode escolher diversos efeitos para aplicar, cortá-la (através da aba “Crop”)
e após isso salvá-la, clicando em “Save as”. Selecione JPG como formato do arquivo (que
é um formato aceito pelo Movie Maker) e “High” (para salvar em alta definição) e clique
em “Save photo”. Repita a operação para tantas fotos quanto você quiser usar. Depois
volte ao Movie Maker e insira as fotos no ponto desejado, antes e/ou depois do filme já
editado. Assim como em relação ao áudio, com as fotos você irá escolher o tempo em que
ela irá aparecer na tela através da aba Editar/Duração.
Dica: você pode criar fotos do próprio filme usando o VLC. Selecione a cena que você
quer usar como foto, pause a reprodução do filme e vá na aba Vídeo/Capturar a imagem.
O VLC salva a imagem em formato PNG, que é aceito pelo Movie Maker, mas sugiro
você usar o Fotor para converter para JPG e deixá-la em alta definição.
Reveja o filme e, se estiver como você quer, vá à aba Salvar filme e escolha o formato
desejado. Eu sempre dou preferência ao primeiro, Recomendável para este projeto. Mas
você pode ter algum uso específico em mente, por exemplo, postar no Facebook ou querer
assistir em um celular pequeno com Android. Escolha o formato, dê um nome para o
arquivo e clique em Salvar. O processo pode demorar um pouco (quanto maior o filme,
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mais tempo irá levar) e consumir boa parte da memória do seu PC, então o melhor é deixálo fazendo só isso nesse momento (é aqui que o Cool Beans mostra o seu valor).
Ao concluir o processo, o Movie Maker irá exibir um aviso na tela, que vai lhe permitir
assistir ao filme concluído. Assista no VLC e veja se é necessário mudar alguma coisa
(em especial o áudio ou o efeito antitremor). Se for necessário, repita os passos descritos
acima. Se não for preciso mudar nada, o próximo passo é divulgar seu filme!
Antes ainda, dois rápidos recados. O primeiro: quando você for fechar o Movie Maker,
ele vai perguntar se você quer salvar o projeto; clique em “Não” (do contrário, ele vai
pedir para você salvar tudo de novo num formato de projeto que só abre no próprio Movie
Maker). O segundo é uma ótima notícia: qualquer filme que você editar no Movie Maker
será salvo em HD.
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DIVULGANDO SEU FILME
NA INTERNET
O seu filme já está digitalizado e finalizado em HD, agora é só usar uma conexão com a
internet para publicá-lo no YouTube (https://www.youtube.com/). Para subir um vídeo
para o site, você precisa criar uma conta usando seu endereço de Gmail – se não tiver,
basta criar uma conta gratuitamente em https://gmail.com/. Configurado o seu Gmail,
você volta ao YouTube para criar sua conta e já pode subir seu filme para lá
Enquanto o vídeo sobe e é processado (o processo por vezes leva horas, depende do
tamanho do vídeo), você pode escolher se deixa o vídeo como público, privado ou nãolistado, e também editar as informações que serão lidas por quem acessar – use esse
espaço para postar informações sobre o filme, e também divulgar a ficha técnica (a relação
de quem participou ou ajudou nas filmagens. Aproveite a lista criada para a confecção
dos créditos do filme). O YouTube também vai lhe pedir para inserir tags no vídeo; são
marcadores que, embora não fiquem visíveis na página do filme, ajudam o próprio site a
recomendar seu trabalho para internautas que estejam assistindo vídeos com tags
semelhantes. Uma vez postado no YouTube, o vídeo pode ser facilmente compartilhado
em sites, blogs, redes sociais, além de você poder enviar o link por mensagens ou e-mail.
Se o vídeo for listado como público, outras pessoas também poderão compartilhá-lo,
ajudando a aumentar a sua audiência.
Outro site interessante para o compartilhamento de vídeos é o Vimeo
(https://vimeo.com). Em relação ao YouTube, ele tem uma vantagem e uma desvantagem.
A vantagem: você pode postar vídeos que fiquem protegidos por senha, e que só serão
vistos e/ou baixados pelas pessoas a quem você informar link e senha (isto é muito usado,
por exemplo, para o envio de filmes para festivais). A desvantagem é que a versão gratuita
(chamada Basic) do Vimeo só permite postar 500 MB de vídeos por semana, limitado
ainda a 10 arquivos por dia. Já as contas Plus podem carregar 5 GB e as PRO, 20 GB.
NAS TELAS
Pode ser que você queira apenas mostrar seus filmes na internet, compartilhá-los com
seus amigos e eventualmente até ganhar algum dinheirinho se sua produção bombar no
YouTube. Mas pode ser também que você queira mais que isso, ambicione ter seu filme
exibido na tela grande do cinema, seja na sua cidade, seja pelo Brasil ou mesmo pelo
mundo. Isso é possível? SIM. O que não necessariamente quer dizer que seja fácil.
Um meio simples de fazer seu filme ser visto por pessoas numa sala pode ser o contato
com organizadores de eventos culturais, como saraus, que costumam acontecer em
centros de cultura e locais alternativos (bares ou mesmo praças públicas) de boa parte das
cidades brasileiras. Outra opção são os cineclubes – existem 1.370 cineclubes no Brasil,
a maioria em cidades de até 20 mil habitantes. Diferentemente dos cinemas comerciais,
os cineclubes priorizam a qualidade artística para selecionar os filmes que irão exibir.
Mercado exibidor – A possibilidade de você conseguir passar seu filme independente
em um cinema de shopping center da sua cidade (mesmo que seu filme seja um longawww.jornalismocultural.com.br
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metragem de ficção, que é na prática só o que passa nos multiplex localizados em
shoppings) é bastante remota. Como já disse a produtora baiana Solange Lima, “o
mercado exibidor foi organizado para o filme importado, a produção nacional em geral
só pega as sobras de datas” – e isso que devemos considerar que ela se referia a filmes
produzidos comercialmente por companhias cinematográficas com algum tempo de
atuação no mercado nacional. O circuito multiplex é dominado por distribuidoras ligadas
aos estúdios de Hollywood, como a Fox Filmes, a Columbia Tristar e a UIP (United
International Pictures) (e isso não é de hoje, como vimos no caso do filme O Cangaceiro,
da Vera Cruz, e já naquela época não era exatamente uma novidade). Paralelamente, há
uma série de distribuidoras independentes, que atuam no segmento chamado de “filmes
de arte”. Empresas como a Downtown Filmes, Europa Filmes, Lumière Brasil e Pandora
Filmes se fazem presentes em rodadas de negociação que acontecem em festivais de
cinema, adquirindo os direitos de distribuição de filmes que se destacarem, tanto
brasileiros quanto de outras nacionalidades. Esses filmes posteriormente serão exibidos
no circuito de filmes de arte, constituído em sua maioria por salas mantidas por Estados
e prefeituras (e alguns empreendedores privados), e também nos chamados “arteplex”,
conjunto de salas semelhante aos multiplex mas que destina algumas de suas salas ao
circuito de filmes de arte. Vale lembrar que aqui estamos falando, sempre, de longasmetragens, formato padrão do mercado exibidor. Curtas e médias acabam circulando
majoritariamente pelos circuitos de festivais, cineclubes e demais canais alternativos. De
todo modo, antes de cogitar entrar em uma rodada de negociações em um festival, você
deve se registrar na Ancine.
Registro na Ancine – A Ancine é a Agência Nacional do Cinema, foi criada em 2001,
vinculada então diretamente à Presidência da República, passando ao âmbito do
Ministério da Cultura dois anos depois. Seu papel é atuar como uma agência reguladora
do audiovisual brasileiro, cabendo-lhe fomentar, regular e fiscalizar a indústria
cinematográfica e videofonográfica nacional.
Quem se registra na Ancine tem acesso aos serviços que a agência presta, como o
encaminhamento de relatórios de acompanhamento de mercado, solicitação de
Certificado de Produto Brasileiro, recolhimento da Condecine (Contribuição para o
Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, que incide sobre a veiculação,
a produção, o licenciamento e a distribuição de obras cinematográficas e
videofonográficas com fins comerciais, bem como sobre o pagamento, o crédito, o
emprego, a remessa ou a entrega, aos produtores, distribuidores ou intermediários no
exterior, de importâncias relativas a rendimento decorrente da exploração de obras
cinematográficas e videofonográficas ou por sua aquisição ou importação, a preço fixo;
o valor recolhido é destinado ao Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que é utilizado
para financiamento público do setor) etc. O registro na Ancine é obrigatório para todos
os chamados “agentes econômicos”, ou seja, aqueles que desenvolvem atividades
econômicas ligadas ao audiovisual. Segundo a própria Ancine, agente econômico é
“Qualquer pessoa natural ou jurídica que participa, independentemente, como sujeito
ativo na atividade econômica (audiovisual ou não).” Ou seja, não são apenas companhias
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e produtoras que podem se registrar na Ancine, pessoas físicas também podem. O registro
é extremamente simples e pode ser feito no Sistema Ancine Digital
(http://sad.ancine.gov.br/controleacesso/menuSistema/menuSistema.seam).
Você
começa informando seu CPF, em seguida preenche um formulário, precisando ao final
enviar cópias simples de seu documento de identidade, frente e verso. A documentação
irá para análise da Ancine, e em no máximo 30 dias, se tudo estiver correto, você recebe
seu número de agente econômico.
Tendo seu registro na Ancine, você poderá solicitar o Certificado de Produto Brasileiro
para seu filme (registro gratuito) e também o Registro de Título (neste caso o registro
deve ser pago e varia de acordo com a duração do filme e o uso comercial pretendido,
indo de R$ 200,00 para curtas-metragens até 15 minutos para o mercado de TV por
assinatura e chegando a R$ 3.000,00 para filmes acima de 50 minutos destinados a salas
de exibição, mercado de vídeo doméstico, TV aberta e outros mercados, exceto a TV por
assinatura). Os valores pagos pelo Registro de Título são considerados contribuição
Condecine e revertem ao FSA. Valores idênticos são cobrados também de títulos
estrangeiros lançados comercialmente no Brasil.
Editais e Festivais – O cinema é uma das expressões artísticas que mais utiliza o
financiamento público no Brasil, podendo recorrer a duas leis federais de incentivo à
cultura – a Lei Rouanet (que abrange toda a área cultural) e a Lei do Audiovisual
(específica para o setor). Vale lembrar que mesmo quando uma empresa privada investe
em seu filme por meio de uma destas duas leis, na prática estamos falando de dinheiro
público, pois a empresa reverte ao projeto que você apresentou um valor que ela teria que
recolher como imposto. A Lei Rouanet não abre editais, o recebimento de projetos pode
se dar de 1º de fevereiro a 30 de novembro de cada ano, através do Sistema de Apoio às
Leis de Incentivo à Cultura (SalicWeb)( http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/).
Serão aceitas as inscrições de 1.200 obras audiovisuais por ano. Os pedidos são analisados
mensalmente em reuniões da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC); sendo
deferido, seu projeto terá autorização para captação de recursos publicada no Diário
Oficial da União, e você terá um prazo para obter os recursos junto a empresas privadas.
Afora esse mecanismo, há uma infinidade de editais sendo lançados anualmente por
empresas privadas e também pelas três instâncias governamentais - o Governo Federal,
os governos estaduais e uma grande parte dos 5.570 municípios brasileiros. Na área de
cinema, os editais são os mais variados, podendo abranger a produção completa de um
filme, ou aspectos específicos, como o desenvolvimento de roteiro, ou ainda a finalização
de um longa-metragem. Existem ainda os editais de co-produção de longas-metragens
com outros países (geralmente da América do Sul e da Europa) e também os para criação
de filmes para a rede pública brasileira de televisão.
Também são muitos os festivais de cinema no Brasil todo, durante o ano inteiro. Há
festivais específicos para curtas-metragens, para filmes de animação, para filmes captados
em celulares ou tablets, filmes de pequena duração (como o Festival do Minuto etc.).
Além disso, muitos festivais de cinema de outros países aceitam inscrições de filmes do
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mundo todo, o que se constitui uma boa oportunidade para os cineastas brasileiros. A
Ancine, inclusive, tem como apoiar a participação de filmes brasileiros em um grande
número de festivais ao redor do mundo, seja com a confecção de cartazes, seja com a
emissão de passagens para que parte da equipe técnica participe do festival. Naturalmente,
salvo para festivais em Portugal, é necessário que o filme esteja legendado no idioma do
país onde o festival irá acontecer. Legendar seu filme ao menos em inglês e espanhol já
poderá lhe abrir muitas portas. É claro que legendar tem seu custo; de resto, a inscrição
em festivais no exterior costuma ter uma taxa de inscrição, quase sempre em euros ou
dólares (mas os prêmios oferecidos compensam).
Já no Brasil, a inscrição em festivais quase sempre é gratuita, e em muitos casos pode ser
feita inteiramente pela internet, se você tiver seu filme no YouTube ou Vimeo basta
informar link (e senha, quando houver); alguns exigem que você envie uma cópia em
DVD, ao menos quando seu filme de fato é selecionado para exibição no festival. Em
relação a premiação, no Brasil há festivais que apenas dão certificado aos vencedores,
enquanto outros premiam em dinheiro e troféu; o festival de Gramado chega a remunerar
os filmes selecionados por sua exibição, além de patrocinar a ida de ao menos um
integrante da equipe dos longas selecionados. De todo modo, inscrever seu filme num
festival, principalmente se ele for um curta ou um média, é uma forma de assegurar a ele
uma das poucas oportunidades para ele ser exibido em uma tela grande fora da rede de
cineclubes ou de eventuais saraus, e quase sempre para um público que inclui, além de
cinéfilos, jornalistas especializados e representantes de distribuidoras independentes.
Listo a seguir alguns endereços na internet que habitualmente divulgam a abertura de
editais e festivais de cinema:
- Ancine – Notícias: http://www.ancine.gov.br/sala-imprensa/noticias
- Ancine no Facebook - https://www.facebook.com/AncineGovBr?fref=ts
- Jornalismo Cultural - https://www.facebook.com/blogjornalismocultural
- Secretaria do Audiovisual do Ministério
https://www.facebook.com/mincaudiovisual
da
Cultura
no
Facebook
-
Você também pode se inscrever nestes grupos para receber e compartilhar notícias sobre
editais e festivais:
Agenda
de
editais
e
programação
https://www.facebook.com/groups/1386387018242926
EDITAIS
E
FESTIVAIS
https://www.facebook.com/groups/183275085071184
EDITAIS
na
área
da
cultura
de
https://www.facebook.com/groups/165578896830828
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cultural
-
CULTURAIS
todo
o
-
Brasil.
-
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Cinema Independente
Festivais
de
Cinema
e
https://www.facebook.com/groups/373114612747832
•
Fabio Gomes
Networking
-
Você também pode criar um Alerta Google para receber as informações sobre
“festivais
de
cinema”
–
acesse
https://www.google.com.br/alerts?source=alertsmail&hl=pt&gl=BR&msgid=M
zAwODQ2MjE1NzM1NzkzNjE para criar o alerta.
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Cinema Independente
Fabio Gomes
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Cinema Independente
Fabio Gomes
O AUTOR
Nascido em 1971 em Porto Alegre, RS, Fabio Gomes colaborou com diversos jornais de
Bento Gonçalves, onde também produziu e apresentou os programas de rádio A Voz dos
Distritos (1991-93) e MPB Especial (1991-92). Atuou ainda em veículos de Porto Alegre,
São Paulo, Belém e Boa Vista. Formou-se em Comunicação Social – Jornalismo pela
UFRGS em 2001.
Publicou os livros de contos Zás-Trás-Puf (1985) e A Garota no Bar (1990), além de A
Voz dos Distritos (1992), reunindo roteiros de seu programa de rádio. Lançou os pdfs
Divulgação de Eventos Culturais (2006), Panorama Histórico da Música Brasileira
(2007), Ouvindo o Nordeste (2008) e Jornalismo Cultural (2009).
Criou em 2002 o site Brasileirinho (2002), escolhido em 2004 pela representação regional
do IPHAN para representar o Rio Grande do Sul na edição nacional do Prêmio Rodrigo
Mello Franco como a melhor ação de divulgação da cultura brasileira no estado. Também
é o criador do site Jornalismo Cultural (2005) e dos blogs Som do Norte e Música do
Norte (ambos de 2009), dedicados à difusão da produção musical da região Norte do
Brasil. Em 2016, lançou o blog Fabio Gomes – Foto & Cinema.
Em 2015, registrou-se junto à Ancine como cineasta, lançando na internet entre fevereiro
e abril a série de cinco curtas-metragens As Tias do Marabaixo, editados a partir de
material filmado em 2014 em Macapá. Os curtas já foram exibidos em sessões públicas
no Amapá, Bahia, Pará, Rondônia e Tocantins. Também em 2015, criou a Oficina de
Cinema Independente, onde compartilha a experiência de ter filmado sem apoio
financeiro; a primeira edição da Oficina aconteceu em Jequié, BA, em setembro de 2015,
e rendeu um novo curta-metragem, intitulado Você é África, Você é Linda, lançado em
outubro de 2015.
Produziu os eventos Noites do Brasileirinho (Kant Bar, Porto Alegre, 2005-06), Noites
Som do Norte (Belém e Boa Vista, 2010-13) e Som do Norte na Saraiva (Saraiva
Megastore, Belém, 2011). Atuou como assessor de imprensa de diversos artistas
brasileiros, entre os quais Lia Sophia, Alessandra Leão, Karine Aguiar, Jeanne Darwich
e Thaís Motta. Foi produtor artístico de vários grupos e artistas tais como o Clube do
Choro de Porto Alegre, Nanna Reis, Tábita Veloso, e atuou como agente das cantoras
Cacau Novais e Débora Vasconcelos. Produziu o primeiro EP da cantora amapaense
Ingrid Sato, lançado em 2012. Atualmente, é produtor da artista rondoniense Poeta
Amadio, sendo o responsável pela direção artística de seu CD Bem que Podia, lançado
em 2014, além de atuar como produtor associado dos artistas Marvio Ciribelli, Samara
Noronha, Victor Pium e da dupla Téo Ruiz & Estrela Leminski.
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